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EDMILSON ROGÉRIO SANAGIOTTI
Estudo Comparativo entre a Modelagem com a Transformação dq0 e a
Modelagem por Vetores Espirais para o Motor de Indução Bifásico
Simétrico
Dissertação apresentada à Escola
de Engenharia de São Carlos da
Universidade de São Paulo, para
obtenção do Título de Mestre em
Engenharia Elétrica.
Área de Concentração: Sistemas
Dinâmicos
Orientador: Dr. Azauri Albano de
Oliveira Júnior
São Carlos
2007
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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR
QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA,
DESDE QUE CITADA A FONTE.
Ficha catalográfica preparada pela Seção de Tratamento
da Informação do Serviço de Biblioteca – EESC/USP
Sanagiotti, Edmilson Rogério
S197e Estudo comparativo entre a modelagem com a transformação dq0 e a
modelagem por vetores espirais para o motor de indução bifásico simétrico / Edmilson Rogério
Sanagiotti ; orientador Azauri Albano de Oliveira Júnior. –- São Carlos, 2007.
Dissertação (Mestrado-Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e
Área de Concentração em Sistemas Dinâmicos) –- Escola de Engenharia de São Carlos da
Universidade de São Paulo, 2007.
1. Motor de indução bifásico. 2. Transformação dq0.
3. Vetores espirais. I. Título.
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Dedico este trabalho aos meus pais.
Pois somente eles acreditaram, acreditam
e acreditarão em mim incondicionalmente.
Aproveito para homenagear Nikola Tesla.
Com certeza um dos maiores Engenheiros
do ramo da eletricidade de todos os tempos.
Agradecimentos
Em primeiro lugar ao Prof. Dr. Azauri Albano de Oliveira Jr, pela orientação,
paciência e amizade ao longo do desenvolvimento do trabalho.
Aos professores Dr. Manoel Luis de Aguiar, Dr. José Roberto Boffino de Almeida
Monteiro, Dr. Diógenes Pereira Gonzaga e aos colegas do Laboratório de Controle e
Eletrônica de Potência (LACEP) pelo apoio e sugestões.
Aos que contribuíram direta ou indiretamente para realização desse trabalho.
RESUMO
SANAGIOTTI, E. R.
Estudo Comparativo entre a Modelagem com a Transformação
dq0 e a Modelagem por Vetores Espirais para o Motor de Indução Bifásico Simétrico.
2007. Dissertação de Mestrado – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São
Paulo, São Carlos, 2007.
O presente trabalho é um estudo comparativo entre a modelagem de motores de
indução bifásicos simétricos com o uso da transformação dq0, que é uma modelagem
matemática clássica na análise dos motores de indução bifásicos e a modelagem através da
teoria do vetor espiral, proposta na década de 80 para os motores de indução trifásicos. A
modelagem clássica é apresentada detalhadamente, bem como a modelagem por vetores
espirais. Foram realizadas simulações para comparar os resultados entre as diferentes
abordagens.
Palavras – chave: motor de indução bifásico, transformação dq0, vetores espirais.
ABSTRACT
SANAGIOTTI, E. R.
A Comparative Study between Symmetrical Two-Phase Induction
Motor Model Using dq0 Transformation and Model Using Spiral Vector Theory. 2007.
M. Sc. Dissertation – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São
Carlos, 2007.
This work is a comparative study between the classic modeling using dq0
transformation and the spiral vector theory applied to study symmetrical two-phase induction
machine. The spiral vector theory was proposed by Dr. Sakae Yamamura to study electrical
machines in the middle of 1980s. To compare both types of modeling, simulations were
performed to solve differential equations.
Key – words: two-phase induction motor, dq0 transformation, spiral vector.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 – Vetor espiral no plano complexo......................................................................... 29
Figura 1.2 – Representação esquemática da alimentação desbalanceada para o MIBS através
de componentes simétrica........................................................................................................ 33
Figura 1.3 – Diagramas fasoriais das componentes simétricas bifásicas................................. 34
Figura 2.1 – Representação da máquina de indução bifásica.................................................. 39
Figura 2.2 – Representação gráfica da transformação dq0 para o referencial no estator......... 45
Figura 3.1 – Modelo do motor de indução bifásico................................................................. 56
Figura 3.2 – Circuito equivalente de regime permanente para o MIBS.................................. 61
Figura 3.3 – Circuito equivalente transiente para controle por corrente.................................. 62
Figura 3.4 – Circuito equivalente transiente para controle por tensão..................................... 71
Figura 3.5 – Representação esquemática da decomposição das tensões de v
a
e v
b
em termos de
suas componentes simétricas de seqüência positiva e negativa............................................... 73
Figura 3.6 – Decomposição de excitação desbalanceada aplicada às fases de uma máquina
bifásica simétrica...................................................................................................................... 75
Figura 3.7 – Circuito equivalente transiente de seqüência positiva da máquina de indução
bifásica simétrica...................................................................................................................... 75
Figura 3.8 – Circuito equivalente transiente de seqüência negativa da máquina de indução
bifásica simétrica...................................................................................................................... 76
Figura 4.1 – Evolução do torque eletromagnético ao longo do tempo.................................... 80
Figura 4.2 – Evolução da velocidade mecânica do motor ao longo do tempo........................ 81
Figura 4.3 – Evolução das correntes de estator do motor ao longo do tempo......................... 81
Figura 4.4 – Evolução das correntes de rotor do motor ao longo do tempo............................ 82
Figura 4.5 – Torque eletromagnético de seqüência positiva, negativa e resultante no tempo. 83
Figura 4.6 – Velocidade mecânica do motor no tempo........................................................... 83
Figura 4.7 - Curva torque x velocidade.................................................................................... 84
Figura 4.8 – Torque eletromagnético resultante da modelagem dq0 (DQ) e torque resultante
da soma dos torques de seqüência positiva e negativa obtido por vetores espirais (VE)........ 85
Figura 4.9 – Velocidades resultantes da modelagem dq0 (DQ) e por vetores espirais (VE)... 86
Figura 4.10 – Torque eletromagnético resultante e seus componentes obtidos pela modelagem
por vetores espirais................................................................................................................... 89
Figura 4.11 – Corrente de seqüência negativa do estator e rotor............................................. 90
Figura 4.12 – Corrente de seqüência negativa do estator e rotor............................................. 91
Figura 4.13 – Corrente de seqüência positiva do estator e rotor.............................................. 91
Figura 4.14 – Vetor espiral de corrente de seqüência positiva de estator................................ 92
Figura 4.15 – Vetor espiral de corrente de seqüência positiva de rotor................................... 92
Figura 4.16 – Vetor espiral de corrente de seqüência negativa de estator............................... 93
Figura 4.17 – Vetor espiral de corrente de seqüência negativa de rotor.................................. 93
Figura 4.18 – Vetor espiral de corrente da fase a de estator.................................................... 94
Figura 4.19 – Vetor espiral de corrente da fase b de estator.................................................... 95
Figura 4.20 – Vetor espiral de corrente da fase r de rotor....................................................... 95
Figura 4.21 – Vetor espiral de corrente da fase s de rotor....................................................... 96
Figura 5.1 – Conexão Scott...................................................................................................... 98
Figura 5.2 – Diagrama fasorial da ligação Scott...................................................................... 98
Figura 5.3 – Circuito equivalente de regime permanente do MIBS...................................... 100
Figura 5.4 – Representação esquemática para o ensaio de rotor travado do MIBS............... 101
Figura 5.5 – Circuito equivalente aproximado do MIBS na situação de rotor bloqueado..... 101
Figura 5.6 – Representação esquemática do ensaio em vazio do MIBS................................ 102
Figura 5.7 – Circuito equivalente aproximado do MIBS operando em vazio....................... 103
Figura 5.8 – Tensão aplicada no enrolamento a do MIBS..................................................... 107
Figura 5.9 – Tensão aplicada no enrolamento b do MIBS..................................................... 107
Figura 5.10 – Corrente teórica no enrolamento a do MIBS operando com tensão
balanceada.............................................................................................................................. 108
Figura 5.11 – Corrente experimental no enrolamento a do MIBS operando com tensão
balanceada.............................................................................................................................. 108
Figura 5.12 – Corrente teórica no enrolamento b do MIBS operando com tensão
balanceada.............................................................................................................................. 109
Figura 5.13 – Corrente experimental no enrolamento b
do MIBS operando com tensão
balanceada.............................................................................................................................. 109
Figura 5.14 – Ligação Scott com variac monofásico para controle da amplitude de tensão. 110
Figura 5.15 - Tensão desbalanceada aplicada no enrolamento a
do MIBS........................... 111
Figura 5.16 - Tensão desbalanceada aplicada no enrolamento b do MIBS........................... 111
Figura 5.17 – Corrente teórica no enrolamento a do MIBS operando com tensão
desbalanceada......................................................................................................................... 112
Figura 5.18 – Corrente experimental no enrolamento a do MIBS operando com tensão
desbalanceada......................................................................................................................... 112
Figura 5.19 – Corrente teórica no enrolamento b do MIBS operando com tensão
desbalanceada......................................................................................................................... 113
Figura 5.20 – Corrente experimental no enrolamento b
do MIBS operando com tensão
desbalanceada......................................................................................................................... 113
LISTA DE SIGLAS
FAM Field Acceleration Method
MIBS Motor de Indução bifásico simétrico
LISTA DE SÍMBOLOS
i função exponencial complexa e/ou corrente elétrica que evolui no tempo
A valor constante
δ
expoente complexo da função exponencial
t
tempo
η
termo real do expoente
δ
j
letra que designa a parte imaginária de um número ou função complexa
ω
termo imaginário do expoente
δ
, freqüência de alimentação da rede
c ,b ,a coeficientes constantes de uma equação diferencial de segunda ordem
v
tensão elétrica instantânea
V amplitude máxima da tensão v
φ
defasagem angular
V
fasor de tensão que gira com determinada velocidade angular
s
i parte estacionária da solução geral da resposta da corrente
I amplitude máxima da corrente i
I fasor de corrente que gira com determinada velocidade angular
t
i parte transiente da solução geral da resposta da corrente
p operador linear
dtd
a
V
fasor de tensão que alimenta a fase a do motor
b
V
fasor de tensão que alimenta a fase b do motor
a
V
+
fasor de tensão de seqüência positiva relacionado à tensão va
a
V
fasor de tensão de seqüência negativa relacionado à tensão va
b
V
+
fasor de tensão de seqüência positiva relacionado à vb
b
V
fasor de tensão de seqüência negativa relacionado à vb
a
I
fasor de corrente que circula pela a fase a do motor
a
I
+
fasor de corrente de seqüência positiva relacionado à corrente Ia
a
I
fasor de corrente de seqüência negativa relacionado à corrente
a
I
b
I
fasor de corrente que circula pela a fase b do motor
+
el
T torque eletromagnético de seqüência positiva
el
T torque eletromagnético de seqüência negativa
1
E
R Resistência do enrolamento 1 do estator.
1
E
L Auto-indutância do enrolamento 1 do estator.
2
E
R
Resistência do enrolamento 2 do estator.
2
E
L Auto-indutância do enrolamento 2 do estator.
R
R Resistência do rotor.
R
L
Auto-indutância do rotor.
M
ER
indutância mútua entre enrolamentos de estator e rotor.
M
max
valor máximo da indutância mútua entre enrolamentos de estator e rotor.
1
M valor máximo da indutância mútua entre o enrolamento 1 do estator e o rotor.
2
M valor máximo da indutância mútua entre o enrolamento 2 do estator e o rotor.
i
K
v tensão total do i-ésimo enrolamento associado ao K-ésimo eixo magnético da
máquina.
i
K
R resistência do i-ésimo enrolamento associado ao K-ésimo eixo magnético da
máquina.
i
K
i corrente que circula no i-ésimo enrolamento associado ao K-ésimo eixo
magnético da máquina.
i
K
λ
Fluxo magnético total concatenado pelo i-ésimo enrolamento associado ao K-
ésimo eixo magnético da máquina.
i
K
L Auto-indutância do i-ésimo enrolamento do estator associado ao K-ésimo eixo
magnético da máquina.
ij
M
Indutância mútua entre o i-ésimo e o j-ésimo enrolamento sejam eles de estator
ou rotor.
J momento de inércia do sistema
K
d
coeficiente de atrito dinâmico.
T
c
torque de carga aplicado à máquina.
T
el
torque eletromagnético produzido pela máquina.
ω
mec
velocidade angular mecânica do eixo da máquina.
θ
ângulo entre o eixo magnético do estator e do rotor
d
E
fluxo magnético de eixo direto do estator
d
E
i
corrente de eixo direto de estator
q
E
i corrente de eixo em quadratura de estator
d
R
i corrente de eixo em quadratura de estator
q
R
i corrente de eixo em quadratura do rotor
q
E
λ
fluxo magnético de eixo em quadratura do estator
d
R
λ
fluxo magnético de eixo direto do rotor
q
R
λ
fluxo magnético de eixo em quadratura do rotor
1
L
auto-indutância do estator (primário)
2
L
auto-indutância do rotor (secundário)
mec
θ
deslocamento angular mecânico do eixo da máquina
P número de pólos da máquina de indução.
p
z
número de pares de pólos da máquina de indução.
1
l
indutância de dispersão dos enrolamentos do estator
2
l
indutância de dispersão dos enrolamentos dor rotor
M valor máximo da indutância mútua entre estator e rotor
a
v tensão instantânea aplicada ao enrolamento da fase a
21
R ,R resistência dos enrolamentos do estator e rotor respectivamente
21
x,x
reatância indutiva do estator e rotor respectivamente
m
x
reatância de magnetização
a
i corrente instantânea que circula no enrolamento da fase a
a
λ
fluxo concatenado total no enrolamento da fase a
λ
ga
fluxo concatenado do campo girante no entreferro produzido pela corrente da
fase a
, também denominado fluxo principal
sr
i ,i corrente instantânea que circula no enrolamento da fase r e s
gr
λ
fluxo concatenado do campo girante no entreferro produzido pela corrente da
fase r
1
I
fasor de corrente de estator
1
ω
freqüência de alimentação da rede
1
φ
deslocamento angular da corrente de estator
2
I
fasor da corrente de rotor
2
ω
freqüência angular do rotor referida ao estator
2
φ
deslocamento angular da corrente de rotor
b
i corrente instantânea que circula no enrolamento da fase a
r
ω
velocidade angular do rotor da máquina em radianos elétricos por segundo
1
v tensão instantânea aplicada ao estator
1
i
corrente instantânea que circula no enrolamento de estator
2
i corrente instantânea que circula no enrolamento de rotor referida as estator
s
e tensão contra-eletromotriz
2t
i parte transiente da solução geral da resposta da corrente de
2
i
2s
i parte de regime permanente da solução geral da resposta da corrente de
2
i
c
T constante de tempo
s escorregamento
'
22
, θθ
defasagem angular
0
i
corrente instantânea de magnetização
1
t
torque eletromagnético devido ao efeito de uma fase do motor
2
t
torque eletromagnético devido ao efeito de duas fases do motor
*
2
i
complexo conjugado da corrente de rotor referida ao estator
21
,
δδ
raízes características
ba
v ,v
tensões instantâneas aplicadas ao enrolamentos a e b do motor
+
aa
v ,v
vetores espirais de tensão de seqüência positiva e negativa da fase a
a
a
V ,V
+
fasores de tensão de seqüência positiva e negativa da fase a
-
, φφ
+
defasagens angulares relacionadas as componentes de seqüência positiva e
negativa
+
aa
i ,i
vetores espirais de corrente de seqüência positiva e negativa da fase a
-
ss
e ,e
+
tensão contra-eletromotriz de seqüência positiva e negativa
-
Z,Z
+
impedância de entrada de seqüência positiva e negativa
+
elel
T ,T torque eletromagnético de seqüência positiva e negativa
-
rr
i ,i
+
vetores espirais de corrente de seqüência positiva e negativa da fase r
()()
+ '
r
'
r
i ,i
complexo conjugado dos vetores espirais de corrente de seqüência positiva e
negativa da fase r
referida ao estator
de
ec
cd
V ,V ,V
tensões trifásicas aplicadas aos transformadores da conexão Scott
oc
eo
V ,V
componentes ortogonais da tensão
ec
V
oe
do
V ,V
componentes ortogonais da tensão
de
V
rb
V tensão aplicada no ensaio de rotor travado
rb
Z impedância total do circuito equivalente para ensaio com rotor travado
21
P ,P
potência ativa medida nos enrolamentos a e b respectivamente no ensaio de
rotor travado ou do ensaio do motor em vazio
ba
I ,I corrente medida nos enrolamentos a e b respectivamente no ensaio de rotor
travado ou no ensaio do motor em vazio
rbrb
I ,P soma das potências
1
P e
2
P e soma das correntes
a
I e
b
I respectivamente
v
V tensão aplicada no ensaio do motor em vazio
v
Z impedância total do circuito equivalente para ensaio do motor em vazio
vrb
I ,I metade da soma das correntes
a
I e
b
I
c
m massa do rotor cilíndrico do motor ensaiado
c
R raio do rotor cilíndrico do motor ensaiado
rot
P potência devida as perdas rotacionais
d
k coeficiente de atrito viscoso estimado do motor ensaido
SUMÁRIO
Capítulo 1 – Introdução............................................................................................................ 25
1.1 – Contextualização.......................................................................................................... 25
1.2 – O Vetor Espiral............................................................................................................ 28
1.3 – Componentes Simétricas Bifásicas.............................................................................. 32
Capítulo 2 – Modelagem do Motor de Indução Bifásico Utilizando a Transformação dq0.... 37
2.1 – Introdução.................................................................................................................... 37
2.2 – Equações de Tensão e Torque da Máquina de Indução Bifásica................................. 38
2.3 – Equações da Máquina de Indução Bifásica usando a Transformação dq0: fluxos,
tensões e torque..................................................................................................................... 45
2.4 – Representação da Máquina Bifásica Através de Equação de Estado........................... 52
Capítulo 3 – Modelagem do Motor de Indução Bifásico Utilizando Vetores Espirais............ 55
3.1 – Introdução.................................................................................................................... 55
3.2 – Análise do Motor de Indução Bifásico Simétrico (MIBS) Através da Teoria dos
Vetores Espirais.................................................................................................................... 55
3.3 – Análise do Transiente Eletromagnético do MIBS Através da Teoria dos Vetores
Espirais.................................................................................................................................. 62
3.3.1 – Análise do Motor de Indução Bifásico Simétrico para Controle por Corrente...... 62
3.3.2 – Análise do Motor de Indução Bifásico Simétrico para Controle por Tensão........ 70
3.4 – Análise do Torque Eletromagnético do MIBS sob Operação de Tensão Desbalanceada
utilizando Vetores Espirais e Componentes Simétricas........................................................ 72
3.5 – Representação da Máquina Bifásica Simétrica Através de Equação de Estado.......... 77
Capítulo 4 – Simulações e Discussão dos Resultados............................................................. 79
4.1 – Introdução.................................................................................................................... 79
4.2 – Operação do MIBS Sob Tensão Balanceada............................................................... 79
4.3 – Operação do MIBS Sob Tensão Desbalanceada.......................................................... 82
Capítulo 5 – Parametrização e Ensaio do Motor de Indução Bifásico Simétrico.................... 97
5.1 – Introdução.................................................................................................................... 97
5.2 – A Conexão Scott.......................................................................................................... 97
5.3 – Parametrização do MIBS........................................................................................... 100
5.3.1 – Ensaio de Rotor Travado...................................................................................... 100
5.3.2 – Ensaio do Motor em Vazio.................................................................................. 102
5.3.3 – Ensaio do MIBS................................................................................................... 103
5.3.4 – Parâmetros Mecânicos......................................................................................... 105
5.4 – Resultados Experimentais e Teóricos........................................................................ 106
5.4.1 – Operação com Tensão Balanceada...................................................................... 106
5.4.2 – Operação com Tensão Desbalanceada................................................................. 110
5.4.3 – Conclusão............................................................................................................. 114
Capítulo 6 – Conclusão e Proposta de Continuidade............................................................. 115
6.1 – Conclusão................................................................................................................... 115
6.2 – Proposta de Continuidade.......................................................................................... 116
Capítulo 7 – Referências........................................................................................................ 117
25
Capítulo 1
Introdução
1.1 Contextualização
A eletrônica de potência é utilizada para processar a energia elétrica para que seja
possível obter-se uma maior eficiência e uma melhor qualidade de energia. Os métodos
empregados para conseguir tais objetivos baseiam-se no emprego de dispositivos
semicondutores operando em regime de comutação para que seja possível controlar o fluxo de
energia e a conversão das formas de onda de tensão e corrente entre fonte e carga.
Com a criação do tiristor houve um grande avanço tecnológico da eletrônica de
potência, neste ínterim houve o lançamento das bases teóricas que possibilitaram a realização
de muitos trabalhos de pesquisa e desenvolvimento. Paralelamente, o avanço da
microeletrônica contribuiu e, ainda, continua contribuindo para que fosse possível a
implantação de melhores circuitos de controle, com a utilização de microcontroladores e
processadores digitais de sinais, bem como o desenvolvimento de novos tipos de chaves com
as mais variadas tensões de bloqueio, correntes de condução e freqüência de comutação. Da
interação entre a microeletrônica e a eletrônica de potência tem resultado uma crescente
popularização dos conversores estáticos, sobretudo no acionamento de máquinas elétricas.
Além disso, quanto ao acionamento e controle de velocidade o desenvolvimento da
eletrônica de potência propiciou uma redução nos custos nos conversores para acionamento
de máquinas de corrente alternada, fato este, que levou os pesquisadores a estudar e
desenvolver várias técnicas de controle escalar e vetorial juntamente com os inversores para
26
acionar e controlar o motor de indução trifásico, pois estes são robustos, construtivamente
simples e de menor custo em relação a um motor de corrente contínua equivalente. Por estes
motivos os mesmos são muito utilizados pela indústria tanto em aplicações de alta potência
como em aplicações que exijam potências menores que 1000 W.
Da mesma forma que para o motor de indução trifásico, uma gama muito grande de
trabalhos foi realizada para desenvolver estudos quanto ao tipo de estruturas de acionamento
para os motores de indução bifásicos, sejam eles simétricos ou assimétricos, com o objetivo
de estudar a viabilidade de funcionamento com velocidade variável e controle de torque,
como visto (1) a (9). Além disso, os estudos realizados para controle de velocidade e torque
de alto desempenho tal como em (10) a (12) utilizam os mesmos métodos desenvolvidos para
os motores trifásicos, o que é bastante natural, pois em engenharia é comum utilizar
conhecimentos adquiridos para estudar problemas correlatos, portanto, estudos com relação
ao tipo de modulação, da mesma forma que para o caso do motor de indução trifásico,
também foram realizados como visto em (13) e (14). Entretanto, todos estes estudos fazem
uso da transformação dq0 em vários sistemas de referência, que é clássica na análise de
máquinas elétricas, para modelar matematicamente o motor de indução bifásico de acordo
com (15) a (17).
Na década de 80, Yamamura apresenta uma proposta para modelar o motor de indução
trifásico baseado no conceito que este denominou de vetor espiral, que nada mais é do que
escrever as equações da máquina em termos de funções exponenciais complexas englobando
o conceito de fasor como mostrado em (18) e (19). Com esta abordagem Yamamura não
revoluciona a análise de máquinas elétricas, entretanto, lança uma outra perspectiva de
abordagem da máquina de indução dando origem ao FAM (
Field Acceleration Method
), que
também é uma técnica de controle de alto desempenho para controle de torque, que atua no
fluxo do entreferro através da corrente de magnetização (20).
27
Juntamente com o conceito de vetor espiral Yamamura aplica o método das
componentes simétricas (21) dando origem ao que este chamou de método da segregação de
fase, que consiste em escrever as equações do motor de indução trifásico em termos de uma
equação de tensão para o estator e uma equação de tensão para o rotor na forma complexa.
Desde a década de 80 até o presente momento foram realizados alguns estudos para
aplicar e avaliar a proposta de Yamamura como constatado em (20) e (22) a (28). É neste
contexto que este trabalho está inserido, pois, o conceito de vetor espiral juntamente com o
conceito de componente simétrica é aplicado para modelar o motor de indução bifásico
simétrico operando sob tensão balanceada e desbalanceada.
O estudo da operação balanceada do motor de indução bifásico simétrico utilizando-se
os vetores espirais é realizado para avaliar se a proposta de Yamamura é válida para este caso
também, uma vez que o autor, ou algum autor conhecido até o presente momento, não faz
menção alguma da aplicação do método para máquina de indução bifásica, neste sentido o
presente trabalho é inédito.
Já com relação ao estudo do motor bifásico simétrico, operando sob tensão
desbalanceada, este é realizado com intuito também de verificar se a proposta de Yamamura é
válida para o caso das componentes simétricas bifásicas e, além disso, para avaliar se há
algum novo aspecto resultante desta análise.
Os resultados oriundos da modelagem através de vetores espirais são comparados com
os resultados da modelagem através da transformação dq0.
Ainda neste capítulo é apresentada uma introdução da teoria do vetor espiral e também
o conceito de componentes simétricas aplicado aos sistemas bifásicos.
Os próximos capítulos deste trabalho estão assim estruturados:
Capítulo 2 – Apresenta toda a modelagem do motor de indução bifásico com a
transformação dq0;
28
Capítulo 3 – Apresenta a modelagem do motor bifásico de indução aplicando
os conceitos de vetor espiral e componente simétricas para operação do motor
funcionando com tensão balanceada e tensão desbalanceada;
Capítulo 4 – Apresenta e discute os resultados das simulações realizadas para
as duas abordagens (transformação dq0 e vetor espiral);
Capítulo 5 – Apresenta as conclusões do trabalho juntamente com a proposta
de continuidade do mesmo;
Capítulo 6 – Contém as referências bibliográficas consultadas para realização
do trabalho.
1.2 O Vetor Espiral
De maneira geral circuitos e máquinas elétricas podem ser modelados por equações
diferenciais. As soluções destas equações podem ser escritas em termos de funções
exponenciais complexas temporais, ou seja:
0 e j- com ,Aei
t
ηω+η=δ=
δ
(1.1).
Quando
δ é complexo, como na equação (1.1), com a evolução do tempo i toma a
forma de uma espiral no plano complexo como mostra a figura 1.1. A função que está
definida pela equação (1.1) é chamada de
vetor espiral
e o valor da constante A é igual ao
valor de i(t) no instante t igual a zero. A função definida em (1.1) pode ser usada como uma
entidade que pode representar correntes e tensões (18) e (19).
29
Figura 1.1 – Vetor espiral no plano complexo.
Para exemplificar a utilização do vetor espiral na solução de equações diferenciais será
resolvida como exemplo uma equação diferencial de segunda ordem dada por:
vic
dt
di
b
dt
id
a
2
2
=++
(1.2).
Seja v a tensão dada por:
()
ωφ+ω
=== V2Ve2eV2v
tjtj
(1.3).
A equação (1.3) é um vetor espiral com
0
=
η
, formando assim, uma trajetória circular
no plano complexo. O vetor espiral com
0
=
η
será chamado
vetor circular
.
De (1.3) vem que
tj
Ve
2
v
V
ω
==
(vetor circular) e
φj
e um
fasor
.
Seja a solução da equação (1.2) dada pelo vetor espiral:
t
Aei
δ
=
(1.4).
Em regime permanente
ω
=
δ j
, portanto, i é um vetor circular.
30
Como
(
)
(
)
ijjAe
d
t
Aed
d
t
Aed
d
t
di
tj
tjt
ω=ω===
ω
ωδ
e
()
ij
dt
id
2
2
2
ω=
, portanto da
equação (1.2) é possível escrever que:
()
()
()
()
φ+ωφ+ω
=
+ω+ω=+ω+ω
tj
2
tj
2
eV2ic jb ja eV2icijbija
,
portanto a corrente de regime permanente i
s
é dada por:
()
()
ωφ+ω
==
ω+ω
= I2Ie2e
bjac
V2
i
tjtj
2
s
(1.5).
Com
() ()
2
i
I ,e
bjac
eV
IeI ,e
bjac
V
I
s
tj
2
j
tjj
2
=
ω+ω
==
ω+ω
=
ω
φ
ω
φ
.
Para encontrar o termo transiente da corrente basta inserir a equação (1.4) na equação
(1.2) e igualar a zero, portanto:
(
)
(
)
()
(
)
0cAeAeb
dt
ed
Aea 0Aec
dt
Aed
b
dt
Aed
a
tt
t
tt
t
2
t2
=+δ+δ=++
δδ
δ
δδ
δδ
0cba 0cAeAebAea
2ttt2
=+δ+δ=+δ+δ
δδδ
(1.6).
A equação (1.6) possui duas raízes características dadas por
a2
ac4bb
,
2
21
±
=δδ ,
portanto o termo transiente da corrente é escrito em função de dois vetores espirais, ou seja:
t
2
t
1t
21
eAeAi
δδ
+= (1.7).
A solução geral é dada pela soma de (1.5) e (1.7), logo:
()
()
t
2
t
1
tj
2
ts
21
eAeAe
bjac
V2
iii
δδ
φ+ω
++
ω+ω
=+= (1.8).
A
1
e A
2
são constantes arbitrárias que devem ser determinadas através das condições
iniciais. Na equação todos os termos, tanto os de regime permanente quanto os de transiente,
31
são vetores espirais. O termo de regime permanente i
s
é um vetor circular, ou seja, um vetor
espiral com
0=η
.
Quando as variáveis de estado são expressas em termos de vetores espirais, tanto a
resposta de regime permanente quanto a resposta transiente, podem ser tratadas de maneira
unificada como mostrado em (18) e (19).
Para as soluções de regime permanente
p
dt
d
= torna-se jω e para as soluções
transientes p torna-se δ. Para a integração 1/p torna-se 1/jω e 1/δ respectivamente.
Para circuitos de parâmetros concentrados e constantes seu equacionamento pode ser
escrito de maneira genérica como:
(
)
()
v
pB
pA
i = (1.9).
Na equação (1.9) A(p) e B(p) são polinômios em p. Quando a tensão de entrada v é
um vetor circular como o da equação (1.3) a solução de regime permanente da equação (1.9) é
dada por;
()
()
(
)
()
ω
ω
ω
=
ω
ω
= V2
jB
jA
Ve2
jB
jA
i
tj
s
(1.10).
Na equação (1.10) B(jω) /A(jω) é a impedância CA nos terminais de entrada. A
equação característica de (1.9) é dada por:
(
)
0pB
=
(1.11).
Considerando as raízes características da equação (1.11) dadas por δ
1
, δ
2
,..., δ
n
a
solução transiente da equação (1.9) é dada por:
t
n
t
2
t
1t
n21
eA...eAeAi
δδδ
+++= (1.12).
Portanto, a solução geral de (1.9) é:
()
()
t
n
t
2
t
1
tj
ts
n21
eA...eAeAeV2
jB
jA
iii
δδδ
ω
++++
ω
ω
=+= (1.13).
32
Quando o termo forçante v da equação (1.9) é um vetor espiral da forma
ω+η=δ=
δ
j- ,eV2v
t
(1.14),
a solução geral da equação (1.9) é dada por:
()
()
t
n
t
2
t
1ts
n21
eA...eAeAv
B
A
iii
δδδ
++++
δ
δ
=+= (1.15).
A equação (1.15) é uma generalização da solução dada pela equação (1.13).
1.3 Componentes Simétricas Bifásicas
Um motor de indução polifásico está operando sob condição desbalanceada quando as
tensões aplicadas ao estator não constituem um conjunto polifásico simétrico, ou quando os
enrolamentos do estator ou rotor não são simétricos relativamente às fases. Neste item será
apresentado o conceito de componentes simétricas aplicado à máquina de indução bifásica
simétrica operando sob tensão desbalanceada.
Supondo um sistema bifásico de tensões,
a
V
e
b
V
, desbalanceadas que pode ser
decomposto em dois sistemas de tensões bifásicas balanceadas, um de seqüência positiva,
componente simétrica de seqüência positiva, e outro de seqüência negativa, componente
simétrica de seqüência negativa, é possível escrever que as equações (1.16) e (1.7) de acordo
com (29) e (30):
a
a
a
VVV
+
+=
(1.16),
b
b
b
VVV
+
+= (1.17).
Sabendo-se que a seqüência de fases positiva e negativa giram em sentidos contrários
e que a fase a
está a 90 graus da fase b é possível escrever as equações (1.16) e (1.17) como:
33
a
a
a
VVV
+
+= (1.18),
a
a
b
jVVjV
+
+= (1.19).
Desta maneira o motor de indução bifásico pode ser alimentado por um conjunto de
tensões bifásicas balanceadas como mostrado na figura 1.2.
a
V
+
a
V
a
b
+
-
+
-
a
jV
+
+-
-
a
V
b
V
a
I
b
I
Rotor
a
Vj
+
Figura 1.2 – Representação esquemática da alimentação balanceada para o MIBS através de componentes
simétricas.
Então, por superposição as correntes nos enrolamentos podem também ser escritas em
termos de componentes simétricas, ou seja:
a
a
a
III
+
+=
(1.20),
a
a
b
jIIjI
+
+= (1.21).
Freqüentemente é necessário determinar as componentes simétricas das tensões e
correntes em termos das tensões e correntes especificadas, ou seja:
+=
+
ba
a
VjV
2
1
V (1.22),
34
=
ba
a
VjV
2
1
V
(1.23).
A figura 1.3 mostra os diagramas fasoriais das equações (1.22), (1.23), (1.18) e (1.19).
a
V
b
V
b
Vj
a
V
+
a
V
b
V
b
Vj
a
V
a
V
+
a
Vj
+
a
V
a
V
a
jV
b
V
Figura 1.3 – Diagramas fasoriais das componentes simétricas bifásicas.
Os resultados mostrados nas equações (1.18) e (1.19) podem ser interpretados
fisicamente como se cada fase do motor, que está operando sob tensão desbalanceada fosse
alimentada por um conjunto de tensões de seqüência positiva e negativa balanceadas. O
conjunto de seqüência positiva em cada fase,
a
V
+
e
a
Vj
+
, pode ser considerado o
responsável pela produção do campo magnético girante que interage com o rotor para
produzir um torque de seqüência positiva
+
el
T . Da mesma forma o conjunto de tensões de
seqüência negativa,
a
V
e
a
Vj
, é responsável pela produção de um campo magnético
girante, na direção contraria ao de seqüência positiva, que interage com o rotor para produzir
35
um torque de seqüência negativa
el
T . O torque resultante é a diferença entre os torques de
seqüência positiva e de seqüência negativa (29).
A teoria sobre componentes simétricas foi aqui apresentada em termos fasoriais,
entretanto, será mostrada no capítulo 3 a sua aplicação juntamente com os vetores espirais
para analisar o torque eletromagnético do motor de indução bifásico simétrico.
36
37
Capítulo 2
Modelagem do Motor de Indução Bifásico
Utilizando a Transformação dq0
2.1 Introdução
Os modelos utilizados em acionamentos elétricos utilizam os conceitos de circuitos
acoplados para a modelagem da máquina de indução bifásica, portanto, essa passa a ser
representada por equações elétricas constituídas de auto-indutâncias, indutâncias mútuas e
resistências. Entretanto, essa modelagem não é conveniente, pois as equações diferenciais
resultantes são lineares com coeficientes variantes no tempo e, portanto, de difícil
manipulação devido à dependência das mesmas do ângulo θ do rotor com relação ao estator.
Para contornar a dependência das equações de θ é utilizada a teoria dos eixos de referências
que se baseia em transformações ortogonais. Uma transformação ortogonal bastante
conhecida, também muito utilizada em modelagem de máquinas elétricas, é a transformação
dq0.
Neste capítulo será feito todo o equacionamento da máquina de indução bifásica levando
em consideração a assimetria da mesma, pois este é o caso mais geral.
38
2.2 Equações de Tensão e Torque da Máquina de
Indução Bifásica
Antes de iniciar a modelagem matemática da máquina é necessário conhecer um
conjunto de hipóteses simplificadoras que facilitam a análise da mesma, porém, não prejudica
de forma significativa a precisão dos resultados obtidos. As hipóteses simplificadoras (31)
são:
¾
Os enrolamentos da máquina, que na realidade são distribuídos, são analisados
como concentrados nos seus respectivos eixos magnéticos.
¾
Quando o rotor é do tipo gaiola de esquilo este é tratado como um enrolamento
simétrico com o mesmo número de fases do enrolamento do estator.
¾
As auto-indutâncias de rotor e estator são consideradas de valor constante e
independente da posição relativa entre os mesmos.
¾
Os elementos elétricos podem ser tratados como circuitos lineares.
¾
Como o rotor gira, as indutâncias mútuas entre os elementos de estator e rotor
são dependentes da posição relativa entre os mesmos.
¾
A espessura do entreferro é considerada constante.
¾
Para simplificar ainda mais a análise matemática os efeitos de perda no núcleo,
saturação magnética, efeito pelicular, capacitâncias entre as espiras e a
variação da resistência devido à variação de temperatura são ignorados.
¾
Não há indutâncias mútuas entre as fases 1 e 2 do estator, pois os eixos
magnéticos estão em quadratura. Esta mesma consideração é assumida para o
rotor.
39
Os enrolamentos que estão alocados no estator da máquina são dispostos (distribuídos)
de forma que a força magneto-motriz se distribua senoidalmente ao longo do estator.
A figura 2.1 representa a máquina de indução bifásica de dois pólos de maneira esquemática
simplificada, pois do ponto de vista construtivo existe um estator (estrutura fixa onde os
enrolamentos são alocados de maneira conveniente) e um rotor (estrutura girante que pode ou
não conter enrolamentos).
Figura 2.1 – Representação da máquina de indução bifásica.
1
E
R
Resistência do enrolamento da fase 1 do estator.
1
E
L Auto-indutância do enrolamento da fase 1 do estator.
2
E
R Resistência do enrolamento da fase 2 do estator.
2
E
L
Auto-indutância do enrolamento da fase 2 do estator.
R
R
Resistência do rotor por fase.
R
L Auto-indutância do rotor por fase.
De maneira geral, as máquinas de indução possuem rotor do tipo gaiola de esquilo
que, grosso modo, é constituído de barras condutoras paralelas, sobre uma superfície
cilíndrica, em cujos extremos são curto-circuitadas por dois aros, também condutores, daí
outra denominação de rotor em curto-circuito. Este dispositivo está “mergulhado” em um
núcleo ferromagnético. Não há acesso elétrico a este enrolamento de rotor, apenas acesso
E
2
E
1
R
2
R
1
E
2
R
R
R
L
1
E
L
1
E
R
2
E
R
2
E
L
R
L
R
R
E
1
R
2
R
1
40
eletromagnético. Na figura 2.1 os índices E
1
e E
2
dos eixos estão relacionados aos eixos
magnéticos que representam os enrolamentos contidos no estator e os índices R
1
e R
2
estão
relacionados aos eixos magnéticos que representam os enrolamentos (reais ou fictícios) no
rotor.
Devido ao movimento do rotor, há um deslocamento angular entre os eixos
magnéticos do rotor e estator, de maneira que os fluxos concatenados mútuos variam,
portanto, as indutâncias mútuas são dependentes da posição relativa entre rotor e estator. A
indutância mútua possui valor máximo positivo quando os eixos magnéticos estão alinhados e
no mesmo sentido. Possui valor máximo negativo quando os eixos magnéticos estão
alinhados e em sentidos contrários e o fluxo concatenado mútuo é nulo quando os eixos
magnéticos estão defasados de /2, ou seja:
Se = 0 ou = 2 indutância mútua entre estator (E) e rotor (R) é máxima com
valor positivo.
Se = ± indutância mútua entre estator (E) e rotor (R) é máxima com valor
negativo.
Portanto, a indutância mútua entre os enrolamentos do estator e do rotor pode ser
escrita, com boa aproximação como na equação (2.1).
()
(
)
cosMM
maxER
=
(2.1).
M
ER
indutância mútua entre enrolamentos de estator e rotor.
M
max
valor máximo da indutância mútua entre enrolamentos de estator e rotor.
O fluxo total nos enrolamentos do estator é a soma do fluxo produzido pelo próprio
enrolamento mais o fluxo produzido pelo enrolamento do rotor, desta maneira a figura 2.1
representa as bobinas concentradas sobre os eixos magnéticos da máquina bifásica. A partir
da figura 2.1 é possível escrever as seguintes equações para as indutâncias mútuas:
(
)
cosMMM
1ERRE
1111
=
=
(2.2),
41
(
)
(
)
senM2cosMMM
11ERRE
1221
=
+
=
= (2.3),
(
)
(
)
senM2cosMMM
22ERRE
2112
=
=
= (2.4),
(
)
cosMMM
2ERRE
2222
=
=
(2.5).
1
M Valor máximo da indutância mútua entre a fase 1 do estator e o rotor.
2
M Valor máximo da indutância mútua entre a fase 2 do estator e o rotor.
As tensões nos terminais da máquina são dadas pelas quedas das tensões nos
elementos resistivos e pela lei de Faraday. Logo, é possível escrever de maneira geral que:
(
)
dt
d
iRv
i
K
i
K
i
K
i
K
+=
(2.6).
i
K
v Tensão total do i-ésimo enrolamento associado ao K-ésimo eixo magnético da
máquina.
i
K
R Resistência do i-ésimo enrolamento associado ao K-ésimo eixo magnético da
máquina.
i
K
i Corrente que circula no i-ésimo enrolamento associado ao K-ésimo eixo magnético da
máquina.
λ
i
K
Fluxo magnético total concatenado pelo i-ésimo enrolamento associado ao K-ésimo
eixo magnético da máquina.
O índice i da equação (2.6) está relacionado com o número de enrolamentos, sejam
eles reais ou fictícios, associados a uma determinada diferença de potencial aplicada em seus
terminais. Além disso, o fluxo total concatenado pode ser escrito como
+=
ij
j
Kij
i
K
i
K
i
K
.iM.iL , ou seja, o fluxo total é a soma do fluxo concatenado que enlaça a
bobina K
i
devido à corrente que flui por esta
(
)
i
K
i
K
iL
mais o somatório dos fluxos
42
concatenados devido às correntes que fluem nas outras bobinas adjacentes
ij
j
Kij
.iM,
logo:
(
)
(
)
++=
ij
j
Kij
i
K
i
K
i
K
i
K
i
K
dt
.iMd
dt
.iLd
iRv (2.7).
i
K
L Auto-indutância do i-ésimo enrolamento do estator associado ao K-ésimo eixo
magnético da máquina.
ij
M
Indutância mútua entre os as fases de estator e rotor. Se o índice i refere-se ao estator o
índice j refere-se ao rotor e vice-versa.
As tensões nos terminais E
1
, E
2
, R
1
e R
2
da máquina são dadas pela aplicação da
equação (2.6), ou seja:
(
)
dt
d
.iRv
1
111
E
EEE
+= (2.8),
(
)
d
t
d
.iRv
2
222
E
EEE
+=
(2.9),
(
)
d
t
d
.iRv
1
11
R
RRR
+=
(2.10),
(
)
d
t
d
.iRv
2
22
R
RRR
+=
(2.11).
Mas o fluxo relacionado a cada enrolamento é dado por:
2
2
12
2
11
1
1111
EEERRERREEEE
.iM.iM.iM.iL
+
+
+= (2.12),
1
1
22
2
21
1
2222
EEERRERREEEE
.iM.iM.iM.iL
+
+
+= (2.13),
2
2
12
2
11
1
111
RRREEREERRRR
.iM.iM.iM.iL
+
+
+= (2.14),
1
1
22
2
21
1
222
RRREEREERRRR
.iM.iM.iM.iL
+
+
+= (2.15).
43
Substituindo as equações (2.12), (2.13), (2.14) e (2.15) em (2.8), (2.9), (2.10) e (2.11),
respectivamente, e escrevendo na forma matricial obtém-se:
+
+
+
+
=
2
1
2
1
2
2
1
2
2
1
1
1
2
2
1
222
2
1
1
111
2
1
2
1
R
R
E
E
RRERER
RRERER
REREEE
REREEE
R
R
E
E
i
i
i
i
.
pLR0pMpM
0pLRpMpM
pMpMpLR0
pMpM0pLR
v
v
v
v
(2.16).
Na expressão (2.16) p = d/dt. Note que os termos cujos eixos estão deslocados de θ =
90
o
tornaram-se zero, pois não há acoplamento magnético entre os mesmos. Levando em
conta (2.2), (2.3), (2.4) e (2.5) pode-se escrever:
(
)
(
)
() ()
() ()
() ()
+
+
+
+
=
2
1
2
1
22
11
2
1
2
1
R
R
E
E
RR21
RR21
22EE
11EE
R
R
E
E
i
i
i
i
.
pLR0cospMsenpM-
0pLRsenpMcospM
cospMsenpMpLR0
senpM-cospM0pLR
v
v
v
v
(2.17).
Desenvolvendo cada linha da equação matricial (2.17) com relação às derivadas vem
que:
() () () ()
[]
d
t
d
cosiseniM
d
t
di
senM
d
t
di
cosM
d
t
di
LiRv
21
211
1111
RR1
R
1
R
1
E
EEEE
+++=
(2.18),
() () () ()
[]
d
t
d
senicosiM
d
t
di
cosM
d
t
di
senM
d
t
di
LiRv
21
212
2222
RR2
R
2
R
2
E
EEEE
++++=
(2.19),
() () () ()
[]
d
t
d
cosiMseniM
d
t
di
senM
d
t
di
cosM
d
t
di
LiRv
21
211
11
E2E1
E
2
E
1
R
RRRR
+++=
(2.20),
() () () ()
[]
d
t
d
seniMcosiM
d
t
di
cosM
d
t
di
senM
d
t
di
LiRv
21
212
22
E2E1
E
2
E
1
R
RRRR
+++=
(2.21).
44
Os primeiros termos das equações (2.18) a (2.21) representam as quedas de tensão nas
resistências dos enrolamentos que modelam a máquina. Já os segundos, terceiros e quartos
representam as tensões geradas nos enrolamentos causadas pela variação das correntes e são
denominadas tensões
variacionais. Por fim, os quintos termos são as tensões geradas nos
enrolamentos quando há movimento relativo entre eles e são denominadas tensões
rotacionais (32).
Para completar a modelagem da máquina só resta deduzir a expressão do torque
eletromagnético e relacionar este com as grandezas mecânicas da máquina.
O torque total produzido pela máquina de indução é soma dos torques de relutância e
excitação (32), como o entreferro é praticamente constante só existe contribuição do torque de
excitação na expressão do torque eletromagnético, portanto, a equação para o torque é:
()
(
)
[]
(
)
(
)
[
]
senicosiiMosciseniiMT
212211
RRE2RRE1el
++=
(2.22).
A equação mecânica do sistema é dada por:
cmecdel
mec
TKT
dt
d
J = (2.23).
J momento de inércia total do sistema.
K
d
coeficiente de atrito dinâmico.
T
c
torque de carga aplicado à máquina.
T
el
torque eletromagnético produzido pela máquina.
ω
mec
velocidade angular mecânica do eixo da máquina.
Do equacionamento exposto nota-se que a dependência da indutância mútua com
relação ao deslocamento angular do rotor provoca dificuldades em analisar a máquina. Para
contornar esta dificuldade utiliza-se a teoria de referencial de eixos, onde todas as variáveis
são transpostas para um único referencial (estator, campo girante do estator, rotor, etc.).
45
2.3 Equações da Máquina de Indução Bifásica usando a
Transformação dq0: fluxos, tensões e torque.
No item anterior foram obtidas as equações que descrevem o comportamento da
máquina de indução bifásica, entretanto, estas possuem a desvantagem de serem escritas em
função da posição relativa do rotor. Para contornar esta dificuldade é aplicada a transformação
dq0. A idéia da transformação dq0 é escrever as equações da máquina que se deseja analisar
em um referencial de eixos conveniente, como por exemplo, o eixo do estator, do rotor ou
mesmo o campo girante.
A figura 2.2 apresenta em termos gráficos a transformação dq0 com referencial no
estator.
E
2
E
1
R
1
R
2
transformação
d
q
=E
1
E
d
=E
2
E
q
R
d
R
q
dq0
a) máquina original b) máquina transformada
Figura 2.2 – Representação gráfica da transformação dq0 para o referencial no estator.
Serão aqui deduzidas as equações da máquina bifásica com o referencial no estator
como mostra a figura 2.2. Portanto, para transpor as correntes, tensões e fluxos do rotor para o
estator, basta aplicar um giro de θ graus no sentido horário da figura 2.2 a.
As equações (2.12) a (2.15) do item anterior serão transpostas para o referencial do
estator, portanto:
46
2
2
12
2
11
1
1111d
EEERRERREEEEE
.iM.iM.iM.iL
+
+
+
=
= (2.24).
Como a equação (2.24) depende das correntes de estator e rotor é necessário escrevê-
las em termos da transformação dq0.
d1
EE
ii
=
(2.25),
q2
EE
ii
=
(2.26),
(
)
(
)
senicosii
qd1
RRR
+
= (2.27),
(
)
(
)
cosisenii
qd2
RRR
+
= (2.28).
Substituindo as equações (2.25), (2.26), (2.27) e (2.28) na equação (2.24) vem que:
()
(
)
[]
(
)()
[
]
q
2
1
d
2
1d
1
1d1d
EEE
qRRREqRRREEEE
.iM
cosiseni-.Msenicosi.M.iL +++++=
(2.29).
Lembrando as equações (2.2), (2.3), (2.4) e (2.5) e combinando estas com a equação
(2.29) e desenvolvendo é possível escrever:
dd1d
R1EEE
.iM.iL
+
= (2.30).
Para a equação (2.13), analogamente, vem:
qq2q
R2EEE
i.M.iL
+
= (2.31).
Para encontrar os fluxos
d
R
λ e
q
R
λ
basta aplicar a transformação que “leva” os
fluxos
1
R
λ
e
2
R
λ
para o referencial do estator, ou seja:
(
)
(
)
sencos
21d
RRR
=
(2.32).
Substituindo (2.27) e (2.28) em (2.32) e desenvolvendo os termos vem que:
() ()
(
)
(
)
(
)()
() () () () () ()
cossenMisenMicossenLisenLi
cossenMicosMicossenLicosLi
2E
2
1ERR
2
RR
2E
2
1ERR
2
RRR
qdqd
qdqdd
+
++++=
(2.33),
ddd
E1RRR
i.Mi.L
+
=
(2.34).
47
Para o fluxo
q
R
λ
o desenvolvimento é o mesmo que foi feito para obtenção da
equação (2.34), ou seja, é necessário substituir as equações (2.27) e (2.28) na equação (2.35),
desta forma é possível escrever que:
(
)
(
)
cossen
21q
RRR
+
=
(2.35),
(
)
(
)
(
)
()
cos.iM
.iM.iLsen.iM.iM.iL
2
2
2
1
1
22
2
2
11
1
11q
E
ER
EERRR
E
EREERRRR
+++++=
(2.36),
qqq
E2RRR
i.Mi.L
+
=
(2.37).
Reescrevendo as equações (2.30), (2.31), (2.34) e (2.37) na forma matricial:
=
λ
λ
λ
λ
q
d
q
d
2
1
q
d
q
d
R
R
E
E
R2
R1
2E
1E
R
R
E
E
i
i
i
i
.
L0M0
0L0M
M0L0
0M0L
(2.38).
Com a equação matricial (2.38) ficam determinados os fluxos no referencial do
estator.
Serão obtidas, agora, as equações das tensões no referencial do estator através da
transformação dq0.
Foi demonstrado anteriormente (equação (2.18)) que:
() () () ()
[]
dt
d
cosiseniM
dt
di
senM
dt
di
cosM
dt
di
LiRv
21
211
1111
RR1
R
1
R
1
E
EEEE
+++=
(2.39).
Lembrando as equações (2.25), (2.26), (2.27), (2.28) e que
d1
EE
vv
=
é possível
escrever a equação (2.39) como:
48
() () ()
[
]
() () ()
[]
() () ()
[]
() () ()
[]
dt
d
cosisenicosM
dt
d
senicosisenMcosiseni
dt
d
senM
senicosi
dt
d
cosM
dt
di
LiRv
qd
qdqd
qd
d
1d1d
RR1
RR1RR1
RR1
E
EEEE
+
++
+++=
(2.40).
Desenvolvendo-se todos os termos de (2.40) é possível escrever esta como:
dt
di
M
dt
di
LiRv
dd
1d1d
R
1
E
EEEE
++= (2.41).
Para
q
E
v o equacionamento é análogo ao anterior, portanto:
dt
di
M
dt
di
LiRv
qq
2q2q
R
2
E
EEEE
++= (2.42).
Falta ainda encontrar
d
R
v e
q
R
v . Da mesma forma que para o fluxo
d
R
λ a tensão
d
R
v pode ser escrita como:
(
)
(
)
senvcosvv
21d
RRR
=
(2.43).
Substituindo
1
R
v
e
2
R
v
(equações (2.20) e (2.21)) em (2.43) e substituindo nestas as
equações (2.25), (2.26), (2.27) e (2.28) e desenvolvendo os termos encontra-se:
() () ()
[]
() () ()
[
]
() () () () ()
() () () ()
[]
() () ()
[]
() ()
() () () () ()
dt
d
seniM
dt
d
cosseniM
dt
di
cossenM
dt
di
senM
dt
di
senMcosiseni-
dt
d
senL
sencosiseni-R
dt
d
cosiM
dt
d
cosseniM
dt
di
cossenM
dt
di
cosM
senicosi
dt
d
cosLcossenicos
iRv
2
E2E1
E
2
E
2
1
E
2
1RRR
R
2
RR
2
E2
E1
E
2
E
2
1
RRRR
2
RRR
qd
q
dd
qd
qdq
d
q
d
qdqdd
θ
+
θ
+
+++
+
θ
+
θ
+
++++=
(2.44).
Desenvolvendo-se e simplificando os termos de (2.44) encontra-se:
q
d
dq
d
d
RR
R
RRRE2
E
1R
i
dt
d
L
dt
di
LiRi
dt
d
M
dt
di
Mv
θ
+++
θ
+= (2.45).
49
Analogamente ao fluxo
q
R
λ é possível escrever
q
R
v como:
(
)
(
)
cosvsenvv
21q
RRR
+
= (2.46).
Realizando o mesmo procedimento que foi desenvolvido para encontrar (2.45) é
possível escrever
q
R
v como:
dt
di
LiRi
dt
d
L
dt
di
Mi
dt
d
Mv
q
qd
q
dq
R
RRRRR
E
2E1R
++
θ
+
θ
=
(2.47).
Escrevendo as equações (2.41), (2.42), (2.45) e (2.47) na forma matricial obtém-se:
[][][]
ERER
R
R
E
E
RRR21
RRR21
2EE
1EE
R
R
E
E
iZv
i
i
i
i
pLRL-pMM-
LpLRMpM
pM0pLR0
0pM0pLR
v
v
v
v
q
d
q
d
22
11
q
d
q
d
=
+
+
+
+
=
(2.48).
Para completar a modelagem em termos da transformação dq0 é necessário deduzir a
equação do torque eletromagnético em função das correntes
d
E
i,
q
E
i,
d
R
ie
q
R
i . Foi deduzido
anteriormente que:
()
(
)
(
)()
θ
θ
+
θ
θ= senMiicosMiicosMiisenMiiT
2RE2RE1RE1REel
22122211
(2.49).
Substituindo as equações [21], [22], [23] e [24] na equação [37] é possível escrever
que:
() () ()
[]
() () ()
[
]
() () ()
[]
() () ()
[]
θ+θθθ+θθ
+θ+θθθ+θθ=
cosisenisenMisenicosicosMi
cosisenicosMisenicosisenMiT
qdqqdq
qddqdd
RR2ERR2E
RR1ERR1Eel
dqqd
RE2RE1el
iiMiiMT
+
= (2.50).
Até aqui nenhuma variável foi referida do rotor para o estator. Entretanto, quando são
desenvolvidos circuitos equivalentes de máquinas elétricas é comum referir as variáveis de
rotor para o estator (15), (16) e (32).
50
Se for considerado que uma máquina de indução bifásica possui número diferente de
espiras para cada enrolamento do estator é conveniente referir as variáveis do eixo q do rotor
à fase 2 do estator com N
2
espiras e as variáveis do eixo d do rotor à fase 1 do estator com N
1
espiras.
Para referir as variáveis do rotor ao estator define-se:
[]
[][ ]
ERER
R
R
E
E
R
2
R
1
R
R
E
E
vBv
v
v
v
v
N
N
000
0
N
N
00
0010
0001
v
v
v
v
q
d
q
d
q
d
q
d
=
=
(2.51),
[]
[] [ ]
ER
1
ER
R
R
E
E
2
R
1
R
R
R
E
E
iBi
i
i
i
i
N
N
000
0
N
N
00
0010
0001
i
i
i
i
q
d
q
d
q
d
q
d
=
=
(2.52).
Como
[][][]
ERER
iZv
=
,
[]
[][ ]
ERER
vBv =
e
[
]
[
]
[
]
ER
1
ER
iBi =
é possível escrever
que
[]
[]
[][]
[
]
=
ERER
1
iBZvB , sendo esta pré-multiplicada por [B] vem que:
[
][ ]
[]
[
]
[
]
[
]
[
]
=
ERER
1
iBZBvBB (2.53),
[]
[][][]
[
]
=
ERER
iBZBv (2.54).
Desenvolvendo
[][][]
BZB de (2.54) encontra-se a matriz mostrada em (2.55).
[][][]
()
()
()
()
+
+
+
+
=
RR
2
R
2
R
2
R
21
2
R
2
1
R
2
R
2
R
21
RR
2
R
1
2
R
1
1
R
1
2
R
2
EE
1
R
1
EE
pLR
N
N
L
N
NN
-pM
N
N
M
N
N
-
L
N
NN
pLR
N
N
M
N
N
pM
N
N
pM
N
N
0pLR0
0pM
N
N
0pLR
BZB
22
11
(2.55).
Definindo-se:
51
1
R
1
1
M
N
N
m = ;
2
R
2
2
M
N
N
m = ;
R
2
R
1
R
R
N
N
R
1
=
;
R
2
R
1
R
L
N
N
L
1
=
;
R
2
R
2
R
R
N
N
R
2
=
;
R
2
R
2
R
L
N
N
L
2
= e substituindo estas nos elementos em (2.55) vem que:
[][][]
+
+
+
+
=
221
211
22
11
RRR
1
2
21
1
2
R
2
1
RR2
2
1
1
2EE
1EE
pLRL
N
N
-pmm
N
N
-
L
N
N
pLRm
N
N
pm
pm0pLR0
0pm0pLR
BZB (2.56).
Até este ponto a modelagem da máquina foi feita considerando esta com dois pólos
(um par de pólos). De agora em diante a modelagem será generalizada para z
p
pares de pólos.
Para isto basta lembrar que:
mecânicospelétricos
.z = , portanto,
mecp
.z ω=θ
. ω
mec
é a velocidade mecânica do rotor e
θ
é dado em rad.el/s.
Será definido também que
21
NNN
=
e considerando o rotor como gaiola de esquilo
é possível escrever a equação (2.54) como:
+ωω
ω+ω
+
+
=
q
d
q
d
221
211
22
11
q
d
R
R
E
E
RRmecpR2mecp1
mecpRRRmecp21
2EE
1EE
E
E
i
i
i
i
.
pLR.z.L
N
1
-pm.z.m
N
1
-
.z.N.LpLR.z.N.mpm
pm0pLR0
0pm0pLR
0
0
v
v
(2.57).
Basta agora escrever a equação do torque eletromagnético. Já foi demonstrado que
dqqd
RE2RE1el
iiMiiMT += , generalizando para z
p
pares de pólos:
(
)
dqqd
RE2RE1pel
iiMiiMzT += (2.58).
Mas
=
dd
EE
ii
,
=
qq
EE
ii
,
=
dd
R
R
1
R
i
N
N
i
,
=
qq
R
R
2
R
i
N
N
i
, portanto,
52
+=
dqqd
R
R
1
E2R
R
2
E1pel
i
N
N
iMi
N
N
iMzT
, mas
1
R
1
1
M
N
N
m =
e
2
R
2
2
M
N
N
m = , ou seja:
+=
dqqd
RE
2
1
2RE
1
2
1pel
ii
N
N
mii
N
N
mzT
(2.59).
As indutâncias mútuas serão as mesmas quando ambas estiverem sob o mesmo
referencial desde que o sistema não sature (15), portanto e válida a seguinte relação:
2
2
2
2
1
1
2
1
1
2
2
2
m
N
N
m
N
m
N
m
== , que substituída na equação (2.59) leva ao resultado
mostrado a seguir.
(
)
=
qddq
RERE2pel
iiiimNzT (2.60).
2.4 Representação da Máquina Bifásica Através de Equação de
Estado
Para que seja possível simular a dinâmica da máquina de indução bifásica é necessário
escrever as equações de tensão, torque eletromagnético e equação mecânica do sistema na
forma de variáveis de estado. Reescrevendo a equação (2.57) na forma de variáveis de estado
vem que:
53
()
()
()()()
).61.2(
mLL
vm
mLL
vm
mLL
vL
mLL
vL
i
i
i
i
mLL
LR
mLLN
zLL
mLL
Rm
mLLN
zLm
mLL
zLL.N
mLL
LR
mLL
zLm.N
mLL
Rm
mLL
Rm
mLLN
zLm
mLL
LR
mL
LN
zmm
mLL
zLm.N
mLL
Rm
mLL
zmm.N
mLL
LR
dt
di
dt
di
dt
di
dt
di
2
2RE
E2
2
1RE
E1
2
2RE
ER
2
1RE
ER
R
R
E
E
2
2RE
ER
2
2RE
mecpRE
2
2RE
E2
2
2RE
mecpE1
2
1RE
mecpRE
2
1RE
ER
2
1RE
mecpE2
2
1RE
E1
2
2RE
R2
2
2RE
mecpR2
2
2R
E
RE
2
2RE
mecp21
2
1RE
mecpR1
2
1RE
R1
2
1RE
mecp21
2
1RE
RE
R
R
E
E
22
q
11
d
22
q2
11
d1
q
d
q
d
22
22
22
12
22
2
22
2
11
21
11
11
11
1
11
1
22
2
22
1
22
22
22
11
2
11
1
11
11
11
q
d
q
d
+
ω
ω
ω
ω
ω
ω
ω
ω
=
A equação mecânica do sistema na forma de variável de estado é escrita como:
J
T
J
K
J
T
dt
d
cmecdelmec
ω
=
ω
(2.62).
Se for necessário é possível ainda utilizar
mecp
z
dt
d
ω=
θ
para calcular a posição angular
do rotor.
A equação do torque eletromagnético é dada por:
(
)
=
qddq
RERE2pel
iiiimNzT (2.63).
Com as equações (2.61) a (2.63) é possível simular a dinâmica do motor bifásico.
54
55
Capítulo 3
Modelagem do Motor de Indução Bifásico
Utilizando Vetores Espirais
3.1 Introdução
Para a modelagem do motor de indução bifásico utilizando vetores espirais as
hipóteses simplificadoras utilizadas para facilitar a análise da máquina são as mesmas usadas
para a modelagem com a transformação dq0 descrita no capítulo 2, entretanto, o
desenvolvimento que será realizado neste capítulo leva em consideração que a máquina
bifásica é simétrica, ou seja, as duas fases do motor possuem o mesmo número de espiras e
estão espacialmente defasadas de 90 graus elétricos entre si. Será analisada também neste
capítulo a operação do motor bifásico simétrico com tensão desbalanceada, obrigando assim,
a ser desenvolvido o conceito de componentes simétricas bifásicas para que seja possível uma
análise mais detalhada das componentes de seqüência positiva e negativa do torque
eletromagnético.
3.2 Análise do Motor de Indução Bifásico Simétrico
(MIBS) Através da Teoria dos Vetores Espirais
A figura 3.1 mostra uma representação esquemática do MIBS que será analisado.
56
a
v
a
i
a
b
b
i
b
v
r
s
r
i
s
i
r
ω
Figura 3.1 – Modelo do motor de indução bifásico.
Neste caso será considerado que o número de espiras da fase a do estator é igual ao
número de espiras da fase b. Além disso, os enrolamentos das bobinas do estator estão
defasados de 90
o
elétricos entre si.
Sendo a indutância própria (ou auto-indutância) do estator (ou primário) e do rotor (ou
secundário) denotadas por L
1
e L
2
respectivamente, estas podem ser divididas em duas partes:
MlL
11
+
=
(3.1),
MlL
22
+
=
(3.2).
Nas equações (3.1) e (3.2) l
1
e l
2
são as indutâncias de dispersão e M é o máximo valor
da indutância mútua entre os enrolamentos do estator e rotor.
Como mostra a figura 3.1, se a diferença espacial entre a fase a
e a fase r é
θ
, então a
indutância mútua entre estas duas fases é dada, com boa aproximação, por:
57
θ=θ cosM)(M
'
(3.3).
A equação (3.3) é válida quando é assumida uma distribuição senoidal do campo
magnético no entreferro da máquina. Aqui
θ
é expresso em radianos elétricos e está
relacionado com o deslocamento mecânico (
θ
mec
) do rotor da máquina através de:
mecpmec
z
2
P
==
(3.4).
P Número de pólos da máquina de indução.
p
z
Número de pares de pólos da máquina de indução.
Escrevendo a equação de tensão para a fase a
vem que:
aa1a
piRv
λ
+
=
(3.5).
a
v Tensão aplicada ao enrolamento da fase a.
1
R Resistência dos enrolamentos da fase a, como a máquina possui enrolamentos iguais
este valor é mesmo para a fase b
.
a
i Corrente que circula no enrolamento da fase a.
p
Operador linear d/dt.
λ
a
Fluxo concatenado total no enrolamento da fase a.
O fluxo concatenado
λ
a
(ou de acoplamento) pode ser dividido em duas partes:
gaa1a
il
λ
+
=
λ
(3.6).
O primeiro termo da equação (3.6) é o fluxo de dispersão primário do fluxo
concatenado (
λ
a
) e
λ
ga
é o fluxo concatenado do campo girante no entreferro produzido pela
corrente da fase a
, que é chamado de fluxo principal. Substituindo a equação (3.6) na equação
(3.5) vem que:
gaa1a1a
ppiliRv
λ
+
+
=
(3.7).
58
Para a fase r
os terminais são curto-circuitados devido ao fato de estar sendo aqui
considerado um motor de indução com rotor do tipo gaiola de esquilo, portanto, a equação de
tensão para a fase r
é:
grr2r2
ppiliR0
λ
+
+
=
(3.8).
Os fluxos principais
λ
ga
e
λ
gr
são produzidos pelas correntes do estator e do rotor e são
dados por:
π
θ+θ+
π
+=λ
2
cosiMcosiM
2
cosiMiM
srbaga
(3.9),
()
π
θ+θ+
π
+=λ
2
cosiMcosiM
2
cosiMiM
basrgr
(3.10).
A trigonometria mostra que
θ=
π
θ sen
2
cos
e
θ=
π
θ sen
2
cos
, substituindo
estes resultados em (3.9) e (3.10) vem que:
()
θ
+
θ
+=λ senicosiiM
sraga
(3.11),
()
θ
θ
+=λ senicosiiM
bargr
(3.12).
Considerando que na máquina de indução bifásica simétrica as correntes são defasadas
de 90 graus e que possuem a mesma amplitude em regime permanente, estas podem ser
representadas por vetores espirais, que neste caso são vetores circulares, e são dados por:
()
11
tj
1
a
eI2i
φ+ω
=
e
()
2/tj
1
b
11
eI2i
π+φ+ω
=
(3.13),
()
22
tj
2
r
eI2i
φ+ω
=
e
()
2/tj
2
s
22
eI2i
π+φ+ω
=
(3.14).
Nas equações (3.13) e (3.14)
ω
1
e
ω
2
são as freqüências angulares do estator e rotor
respectivamente.
Das equações (3.13) e (3.14) é possível escrever que:
59
()
2
j
a
2
j
i
tj
1
b
eieeI2i
a
11
ππ
φ+ω
==
4434421
, mas
je
2
j
=
π
, portanto:
ab
iji
=
(3.15).
Analogamente à i
b
é possível escrever para i
s
que:
rs
iji
=
(3.16).
Substituindo (3.16) em (3.11) e (3.15) em (3.12) vem que:
θ
+=λ
j
raga
eiMiM (3.17),
θ
+=λ
j
argr
eiMiM (3.18).
Substituindo (3.17) em (3.7) e (3.18) em (3.8) é possível escrever:
(
)
+++=
θj
raa1a1a
eippiMpiliRv (3.19),
(
)
++++=
θθ j
aa
j
rr2r2
epipiepiMpiliR0 (3.20).
Mas
(
)
()
θ=
θθ
pjeep
jj
, em que
r
p
ω
=
θ
é a velocidade angular do rotor em
radianos elétricos por segundo, portanto, (3.20) torna-se:
[
]
a
j
ra
j
rr2r2
iejpiepiMpiliR0 ω+++=
θθ
(3.21).
Multiplicando (3.21) por e
jθ
vem que:
(
)
(
)
arr
j
2
j
r2
ijpMpieMleiR0 ω+++=
θθ
(3.22).
Realizando a mudança de variável tal que:
tj
r
j
r
'
r
r
eieii
ω
θ
==
(3.23).
Aplicando o operador linear p em (3.23) vem que:
()
(
)
(
)
321
'
r
i
r
j
r
j
rr
jj
r
'
r
iejepiipeepipi ω+=+=
θθθθ
,
(
)
'
rr
j
r
'
r
ijepipi ω+=
θ
(3.24).
60
Substituindo as equações (3.23) e (3.24) em (3.19) e (3.22) e desenvolvendo os termos
encontra-se:
()
'
ra1a1a
piMpiMliRv +++= (3.25).
()( )
(
)
ar
'
rr2
'
r2
ijpMijpMliR0 ω+ω++= (3.26).
Neste ponto é interessante notar que as equações (3.25) e (3.26) são escritas apenas em
função das variáveis da fase a
de estator e da fase r de rotor da mesma forma que para o caso
trifásico (18) e (19), ou seja, foi obtida para o MIBS a chamada segregação de fase.
Apesar das equações (3.13) e (3.14) terem sido escritas para o regime permanente é
objeto de estudo do deste trabalho avaliar se as equações (3.25) e (3.26) são válidas para o
regime transiente e para o regime permanente da mesma maneira que para o caso do motor
trifásico.
Lembrando que a fase a
representa o estator (ou primário) e a fase r o rotor (ou
secundário) os subscritos a
e r serão mudados para 1 e 2 respectivamente, portanto, as
equações (3.25) e (3.26) tornam-se:
()
()( ) ( )
(3.28). ijpMijpMliR0
(3.27), piMpiMliRv
1r2r222
211111
+++=
+
++=
Nas equações (3.27) e (3.28)
'
r2
ii =
. A freqüência de i
2
é dada por
12
ω=ω em que ω
1
(ou ω, que também é usada neste texto) é a freqüência da fonte de alimentação.
Neste ponto surge a questão: com as equações (3.27) e (3.28) é possível obter o
mesmo circuito equivalente de regime permanente como na modelagem clássica (33)? A
resposta é sim, como mostrada a seguir.
As derivadas temporais que estão relacionadas com as correntes tornam-se jω no
regime permanente, portanto, as equações (3.27) e (3.28) podem ser escritas como:
(
)
211111
ijMiMljiRv
ω
+
+
ω+= (3.29),
61
()
222
2
1
iMlji
s
R
ijM0 +ω++ω= (3.30).
Na equação (3.30) s é o escorregamento dado por:
ω
ω
ω
=
r
s
(3.31).
Trocando a notação de vetores espirais para vetores circulares as equações (3.29) e
(3.30) tornam-se:
()
2m
1m1
11
1
IxjIxxjIRV
+++= (3.32),
()
2m2
2
2
1m
IxxjI
s
R
Ixj0
+++= (3.33).
As reatâncias de (3.32) e (3.33) são ω=
ω
=
ω
=
Mx lx lx
m2211
,, onde x
1
é a
reatância de dispersão do primário, x
2
é a reatância de dispersão do secundário e x
m
é a
reatância de magnetização.
Das equações (3.32) e (3.33) é possível obter o circuito equivalente para nas condições
de regime permanente para o MIBS como mostra a figura 3.2.
1
I
1
R
1
x
2
x
s
R
2
2
I
0
I
1
V
m
x
Figura 3.2 – Circuito equivalente de regime permanente para o MIBS.
62
3.3 Análise do Transiente Eletromagnético do MIBS
Através da Teoria dos Vetores Espirais
Até este ponto foi mostrado que é possível encontrar um modelo de regime
permanente para o motor de indução bifásico simétrico (MIBS) utilizando a teoria dos vetores
espirais. Entretanto, a teoria dos vetores espirais permite que seja utilizado o mesmo circuito
para representar o regime transiente do MIBS, porém, o processo de dedução analítica é o
mesmo utilizado para o regime permanente (18) e (19), desta forma o mesmo modelo usado
na figura 3.1 pode ser utilizado para análise do transiente eletromagnético do MIBS.
3.3.1 Análise do Motor de Indução Bifásico Simétrico para
Controle por Corrente
A equação (3.33) pode ser usada para analisar a resposta transiente do MIBS para o
controle por corrente, portanto, esta é aqui reescrita:
()( )
(
)
1r2r222
ijpMijpMliR0
+
++=
(3.34).
A equação (3.34) pode ser representada por um circuito elétrico equivalente como
mostra a figura 3.3.
2
R
2
l
2
i
M
1
i
0
i
+
-
s
e
Figura 3.3 – Circuito equivalente transiente para controle por corrente.
63
Na figura 3.3 a tensão e
s
é dada por:
(
)
22r1rs
iMljiMje
+
=
(3.35).
A solução geral de (3.34) em termos de i
2
é:
2s2t2
iii
+
=
(3.36).
Em que i
2t
corresponde à parte transiente da solução e i
2s
corresponde à solução de
regime permanente. Como a corrente de primário (i
1
) é a variável de entrada no controle por
corrente, então o transiente ocorre somente em i
2
. Desta forma, a solução transiente da
corrente de secundário (i
2t
) é encontrada resolvendo-se a equação homogênea a seguir:
(
)
(
)
0piMlMljiR
222r22
=
+
+
+
(3.37).
A solução genérica (19)
de (3.37) é:
tjMl
tR-
tj
Ml
t-R
2t
r2
2
r
2
2
eeAeAi
==
+
+
+
(3.38).
Se
2
2
c
R
Ml
T
+
=
então (3.38) pode ser escrita como:
tj
T
-t
2t
r
c
eeAi
=
(3.39).
Quando a corrente i
1
é dada por:
()
1
tj
1
1
eI2i
φ
+
=
a correspondente corrente de
secundário de regime permanente (i
2s
) é:
()
tj
j
2
tj
2
2s
eeI2eI2i
22
ω
φ
φ+
==
(3.40).
Como a equação (3.34) também é válida para o regime permanente, basta que p=j
ω
para que seja possível encontrar que:
()
[]
12
j
1
j
2
22
eIMjseIjsMlR
φ
φ
ω=ω++
,
64
()
12
j
1
2
2
j
2
eI
Mlj
s
R
Mj
eI
φ
φ
+ω+
ω
=
(3.41).
Substituindo (3.41) em (3.40) é possível escrever que:
()
()
()
Mlj
s
R
j
eIM2eeI
Mlj
s
R
M2j
i
2
2
tj
1
tj
j
1
2
2
s2
11
+ω+
ω=
+ω+
ω
=
φ+ω
ω
φ
(3.42).
Mas
2
j
ej
π
=
, além disso,
()
()
''
22
j
2
2
2
2
2
j
2
2
e
Ml
s
R
1
er
Mlj
s
R
1
θθ
+ω+
==
+ω+
,
()
() ( )
() ( )
()
()
()
sR
Ml
tg
sR
Ml
tg arc
MlsR
sR
MlsR
Ml
tg arc
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
+ω
=θ
+ω
=
+ω+
+ω+
+ω
=θ
''
, como
() ()
()
+ω
=θθ=θ
sR
Ml
tgarctgtg
2
2
222
'''
, ou seja, (3.42) pode ser escrita como:
()
()
[]
'
21
2 tj
2
2
2
2
2
1
s2
e
Ml
s
R
IM2
i
θπφ+ω
+ω+
ω
=
(3.43).
Mas de (3.41) é possível concluir que
()
1
2
2
2
2
2
2
I
Ml
s
R
M
I
+ω+
ω
= , portanto,
(3.43) pode ser escrita como:
()
21
t j
2
s2
eI2i
θφ+ω
= com
(
)
2
22
π+θ=θ
'
(3.44).
De posse de (3.44) e (3.39) é possível escrever a solução geral de i
2
, ou seja:
()
21m
c
t j
2
tj
T
-t
2
eI2eeAi
θφ+ω
+=
(3.45).
65
No circuito equivalente da figura 3.3 a corrente de estator (ou primário) i
1
, que é a
corrente de controle, é dividida em duas parcelas (i
2
e i
0
) no instante
+
= 0t , que são
inversamente proporcionais às indutâncias de cada ramo (18) e (19), ou seja:
+
=
+
=
+
= 0 tem i
Ml
l
i i
Ml
M
i
1
2
2
01
2
2
, (3.46).
Substituindo i
2
de (3.46) em (3.45) vem que:
+
φ
φ
=θφ=φ+=
+
0 tem eI2AeI2
Ml
M
212
j
2
j
1
2
21
(3.47).
Da equação (3.47) é possível encontrar a constante A, ou seja:
()
MljsR
R
e
Ml
M
I2A
22
2
j
2
1
1
+ω+
+
=
φ
(3.48).
Das equações (3.48) e (3.45) vem que i
2
é:
()
()
'
21r21
tj
t
2
2
2
1
tj
2
2
ee
Z
R
Ml
M
I2eI2i
φ+
φ+
+
= (3.49).
Na equação (3.49)
(
)
MljsRZ
222
+ω+= .
De posse da resposta analítica de i
2
juntamente com e
s
é possível calcular o torque por
fase através da expressão abaixo (18) e (19):
{} {}
s2
r
1
eReiRe
2
P
t
ω
=
(3.50).
Como
(
)
22r1rs
iMljiMje
+
ωω
= , então e
s
também pode ser escrita como:
()
()
()
()
+
+ωω=
θφ+ω
λ
θφ+ω
φ+ω
'
21r
211
tj
t
2
2
2
1
tj
2
2r
tj
1
rs
ee
Z
R
Ml
M
I2
eI2MljeI2Mje
(3.51).
Tomando a parte real de (3.51) vem que:
66
{} ()() ()
()
'
21r
t
1
2
2
r
21
2
2r1
1
rs
tseneI2M
Z
R
tsenI2MltsenI2MeRe
θφ+ωω
θφ+ω+ω+φ+ωω=
λ
(3.52).
Tomando a parte real de i
2
(equação 3.49) é possível escrever:
{} ()
(
)
'
21r
t
22
2
1
21
2
2
tcose
Ml
M
Z
R
I2-tcosI2iRe θφ+ω
+
θφ+ω=
λ
(3.53).
Portanto, substituindo (3.52) e (3.53) em (3.50) vem que:
()()()( )
() ()
()
()
()
()
()
()
()()
θφ+ωθφ+ω
θφ+ω+θφ+ωθφ+ω
φ+ωθφ+ω
+
θφ+ωθφ+ωθφ+ω
θφ+ω++φ+ωθφ+ω=
λ
λ
λ
λ
'
21r
'
21r
'
21r
t22
2
1
2
2
2
21
'
21r
t
21
2
2
1
'
21r
t
2
1
2
2
2
2
'
21r21
t
21
2
2
21
212
2
2
121
21
1
tsentcos
tcoseMI
Z
R
2tsentcos
MeII
Z
R
2tsentcoseI
Ml
M
Z
R
2
tsentcoseII
Z
R
2Mtsen
tcosMlI2tsentcosM2II
2
P
t
(3.54)
Lembrando algumas relações trigonométricas básicas e manipulando (3.54) é possível
escrever que:
()
[]
()()
[]
()( )
[]
()
()
[]
()( )
[]
()
[]
.22t2sen
2
1
eMI
Z
R
2ttsenttsen
2
1
MeII
Z
R
2ttsenttsen
2
1
eI
Ml
M
Z
R
2ttsenttsen
2
1
eII
Z
R
M
22tsen
2
1
MlIsen2t2sen
2
1
MIIPt
'
21r
t22
2
1
2
2
2
2
'
21r
'
22r
t
21
2
2
21r
'
2m
t
2
1
2
2
2
2
2
'
21r2
'
2r
t
21
2
2
212
2
2
221
21
1
θφ+ω
+θθφ+ω+ω+θ+θωω
θφ+ω+ω+θ+ωω
+
θθφ+ω+ω+θ+θωω
θφ+ω++θ+θφ+ω=
λ
λ
λ
λ
(3.55).
67
O torque devido às duas fases do motor é soma do torque devido à fase a
mais o
torque devido à fase b
()
b1a12
ttt += . Além disso, o ângulo φ
1
, que está relacionado com a
fase a
do motor, possui uma diferença de π/2 em relação à fase b, desta maneira o torque
devido às duas fases pode ser escrito como:
()()( )( )
[]
()()()( )
[
()
]
()
()
[
()
()
]
()
()
()
()
[]
()
()
()
[
()
]
()()
[
()()
]
}
'
21r
'
21r
'
21r
'
21r
t22
2
1
2
2
2
21
'
21r21
'
21r
t
21
2
2
1
'
21r1
'
21r
t
2
1
2
2
2
2
'
21r21
'
21r21
t
21
2
2
21
2121212
2
2
121121
21
2
2/tsen2/tcos
tsentcoseMI
Z
R
2/tsen
2/tcostsentcoseII
Z
R
M2/tsen2/tcostsentcos
eI
Ml
M
Z
R
2/tsen2/tcos
tsentcoseII
Z
R
M2/tsen
2/tcostsentcosMlI
2/tsen2/t
costsentcosMIIPt
θπ+φ+ωθπ+φ+ω
+θφ+ωθφ+ω+θπ+φ+ω
θπ+φ+ω+θφ+ωθφ+ω
π+φ+ωθπ+φ+ω+φ+ωθφ+ω
+
θπ+φ+ωθπ+φ+
ω
+θφ+ωθφ+ωπ+θφ+ω
θπ+φ+ω+θφ+ωθφ+ω+
+
π+φ+ωθπ+φ+ω+φ+ωθφ+ω=
λ
λ
λ
λ
(3.56).
Da trigonometria
(
)
(
)()
[
]
BAsenBAsen21BcossenA +
+
=
e
()
senAAcos2A2sen = , portanto, t
2
pode ser escrito como:
68
() ( )
[]
()()( )
[]
()()
[
()()
]
()()( )
[
()
]
()
[
()( )()
]
()( )
[]
+φ++φ+
++++φ+++
+φ+++
++φ+++++φ++
+
+++φ++
+++φ++
+φ++φ++
+
++φ+++φ+=
λ
'
21r
'
21r
t22
2
1
2
2
2
2
'
22r2
'
21r
'
22r
2
'
21r
t
21
2
2
'
2r
'
21r
'
2r
'
21r
t
2
1
2
2
2
2
'
22r
'
221r
'
22r
'
221r
t
21
2
2
21212
2
2
221221
21
2
22t2sen22t2sen
2
1
eMI
Z
R
ttsen2ttsen-ttsen
2ttsen
2
1
eII
Z
R
Mttsen
2ttsenttsen2ttsen
2
1
e
I
Ml
M
Z
R
ttsen2ttsen
ttsen2ttsen
2
1
eII
Z
R
M
22tsen22tsen
2
1
MlI
sen2t2sensent2sen
2
1
MIIPt
(3.57).
Como da trigonometria
(
)
0AsensenA
=
+
+ a equação (3.57) pode ser escrita como:
()
() ()
++
+
+
+θ=
'
22r
t
21
2
2
'
2r
t
2
1
2
2
2
2
'
22r
t
21
2
2
2
21
2
ttseneII
Z
R
M- ttsen
eI
Ml
M
Z
R
-ttseneII
Z
R
MMsenIIPt
(3.58)
Relembrando que /2
'
22
+= e
(
)
(
)
'
2
'
2
cos/2sen =+
(3.58) pode ser reescrita
como:
()
+
+
=
'
2r
t
2
1
2
2
2
2
'
2
21
2
ttseneI
Ml
M
Z
R
-cosMIIt P
(3.59).
Mas de acordo com equação (3.41) é possível escrever que:
()
1
2
1
2
2
222
2
2
I
Z
Ms
I
MlsR
Ms
I
ω
=
++
ω
= (3.60), portanto, a equação
(3.59) pode ser escrita na sua forma final como:
69
()
()
+
+ω
=
'
2
t
2
2
21
'
2
21
2
tssenMe
Mls
R
II-cosMIIPt
(3.61).
A equação (3.61) é a mesma obtida por Yamamura (19) para o caso do motor trifásico,
portanto, resta provar as outras relações de torque (em termos de vetores espirais) em função
de i
1
e i
2
, que são elas:
{
}
{
}
*
212
*
212
iiImM
2
P
t e iijReM
2
P
t ==
.
{}
*
212
iijReM
2
P
tde Prova =
Já foi mostrado que as equações de i
1
e i
2
podem ser escritas como:
() ()
()
'
21r211
tj
t
2
2
2
1
tj
2
2
tj
1
1
ee
Z
R
Ml
M
I2eI2i e eI2i
φ+
φ+
φ+
+
== .
Escrevendo o complexo conjugado de i
2
vem que:
()
()
'
21r21
tj
t
2
2
2
1
tj
2
*
2
ee
Z
R
Ml
M
I2eI2i
φ+
φ+
+
= , que multiplicada por i
1
leva à
expressão abaixo:
()
'
2r2
ttj
t
2
2
2
2
1
j
21
*
21
ee
Z
R
Ml
M
I2eII2ii
+
+
= (3.62).
Multiplicando (3.62) por - jM e desenvolvendo as exponenciais em termos de seno e
co-seno vem que:
()
()
[
()
]
'
2r
'
2r
t
2
2
2
2
2
1
22
21
*
21
ttjsen
ttcose
Z
R
Ml
M
Ij2jsencosMIIj2ijMi
+
++
+
++=
(3.63).
Tomando a parte real da expressão de (3.63) é possível escrever:
{} ()
'
2r
t
2
2
2
2
2
1
2
21
*
21
ttsene
Z
R
Ml
M
I2senII2MijMiRe +
+
=
(3.64)
Portanto t
2
pode ser escrito como:
70
() ()
+
+
=
'
2r
t
2
2
2
2
2
1
'
2
21
2
ttsene
Z
R
Ml
M
IMcosIIPt
que é idêntica a equação (3.59),
logo, fica provado que
{}
*
212
iijReM
2
P
t =
é válida.
{}
*
212
ii ImM
2
P
tde Prova =
Tomando a parte imaginária de (3.63) vem que:
{} ()
'
2r
2
2
2
2
1
2
21
*
21
ttsen
Z
R
Ml
M
I2senII2iiIm θ+ωω
+
θ=
, multiplicando ambos os
membros por M(P/2) têm-se:
{} ()
θ+ωω
+
θ==
'
2r
2
2
2
2
2
1
'
2
21
*
212
ttsen
Z
R
Ml
M
IcosMIIPiiImM
2
P
t que também é
igual a equação (3.59), desta forma fica provado também que
{
}
*
212
ii ImM
2
P
t =
é válida.
A expressão
{}
*
212
iijReM
2
P
t =
obtida neste item é a mesma obtida por Krause
(15) para o regime permanente, entretanto, a expressão aqui obtida pode ser usada tanto para a
análise de regime permanente quanto para o regime transiente, desta forma, este resultado
pode ser considerado como uma contribuição deste trabalho.
3.3.2 Análise do Motor de Indução Bifásico Simétrico para
Controle por Tensão
As equações (3.27) e (3.28) podem ser escritas matricialmente para que seja possível
representar estas através de um circuito equivalente transiente (18) e (19), ou seja:
()
() ()()
ω++ω
++
=
2
1
r22r
11
1
i
i
jpMlRjpM
MppMlR
0
v
(3.65).
71
A equação (3.65) é muito importante e é válida para o regime permanente e transiente
e suas variáveis são as variáveis originais do motor sendo expressas como vetores espirais. A
figura 3.4 mostra o circuito equivalente correspondente à equação (3.65).
1
R
1
l
2
R
2
i
M
2
l
1
i
0
i
s
e
1
v
+
-
Figura 3.4 – Circuito equivalente transiente para controle por tensão.
Na figura 3.4
(
)
[]
221rs
iMliMje
+
+
ω=
.
Das expressões (3.62) e (3.64) é evidente que é necessário encontrar i
1
e i
2
. Isto é
possível calculando as raízes características de (3.65) com relação à p, ou seja:
()
() ()()
0
jpMlRjpM
MppMlR
r22r
11
=
ω++ω
++
(3.66).
Como a equação (3.66) é de segunda ordem com relação à p é possível obter duas
raízes características
21
e δδ
, portanto, a solução geral de (3.65):
()
121
tj
1
t
2
t
11
eI2eAeAi
φ+ω
δδ
++=
(3.67),
de forma que a corrente i
2
é encontrada substituindo-se (3.67) na segunda linha de (3.65), ou
seja:
()
()( )
(
)
()( )
()
()
()
1
121
tj
22
tj
1
t
2
r222
r2
t
1
r122
r1
2
e
MljsR
Mjs
2-
eI2eA
jMlR
jM
eA
jMlR
jM
i
φ+ω
φ+ω
δδ
+ω+
ω
+
ωδ++
ωδ
ωδ++
ωδ
=
(3.68).
Assumindo que em
0ii 0t
21
=
=
=
, então é possível escrever que:
72
()()()
[]
()
()( )
[]
()( )
[]
()
212
r122r122
j
2
21
r122r1
j
1
1
RM
jMlRjMlReI2
M
jMlRjMeI2
A
2
1
δδ
ωδ++ωδ++
+
δδ
ωδ++ωδ
=
φ
φ
(3.69),
()()()
[]
()
()( )
[]
()( )
[]
()
21
r222r122
j
2
21
r222r1
j
1
2
M
jMlRjMlReI2
M
jMlRjMeI2
A
2
1
δδ
ωδ++ωδ++
δδ
ωδ++ωδ
=
φ
φ
(3.70).
Uma vez obtido os valores instantâneos de i
1
e i
2
o torque pode ser calculado
utilizando-se
{}
*
212
iijReM
2
P
t =
ou
{
}
*
212
ii ImM
2
P
t =
.
3.4 Análise do Torque Eletromagnético do MIBS sob
Operação de Tensão Desbalanceada utilizando Vetores
Espirais e Componentes Simétricas
Será considerada aqui uma máquina de indução bifásica simétrica na qual serão
aplicadas tensões v
a
e v
b
desbalanceadas nas fases a e b do motor. As tensões v
a
e v
b
podem
ser consideradas como superposição das componentes
+
a
v (componente simétrica de seqüência
positiva da tensão v
a
) e
a
v
(componente simétrica de seqüência negativa da tensão v
a
) tal que
aos enrolamentos da máquina bifásica sejam aplicadas (33):
1)
Uma componente simétrica de seqüência positiva ou direta;
+
a
v aplicada à fase a,
73
+
a
jv- aplicada à fase b,
2) Uma componente simétrica de seqüência negativa ou inversa;
a
v aplicada à fase a,
a
jv
aplicada à fase b
.
Esquematicamente representa-se a excitação da máquina como mostra a figura 3.5 a
seguir.
mec
+
+
+
+
+
a
v
a
v
+
a
jv-
a
jv
mec
a
v
b
v
+
+
Figura 3.5 – Representação esquemática da decomposição das tensões de v
a
e v
b
em termos de suas componentes
simétricas de seqüência positiva e negativa.
Como há equivalência, as somas
(
)
+
+
aa
vv e
(
)
+
+
aa
jvjv- devem representar as
tensões v
a
e v
b
tais que:
() ()
()()
+φ+++φ+=+=
φ++φ+=+=
+
++
+
++
2tcosV22tcosV2jvjvv
tcosV2tcosV2vvv
a
aaab
a
aaaa
(3.71).
Escrevendo (3.71) como vetores espirais:
74
() ()
() ()
+=
+=
+φ+
+φ+
+
φ+
φ+
+
+
+
2tj
a
2tj
ab
tj
a
tj
aa
eV2eV2v
eV2eV2v
, ou seja,
+
a
v
e
a
v
são também vetores
espirais (vetores circulares) escritos como:
() ()
+
φ+
φ+
++
==
tj
aa
tj
aa
eV2 veV2v
(3.72).
Reescrevendo (3.71) matricialmente e considerando
+
a
v
e
a
v
vetores espirais vem
que:
=
+
a
a
b
a
v
v
jj
11
v
v
(3.73).
Para que o método seja aplicável é necessário que a decomposição de v
a
e v
b
seja
possível em qualquer caso, de forma que estas possam ser reconstruídas a partir de suas
componentes de seqüência positiva e negativa através da transformação inversa da matriz de
(3.73). Isto é garantido pelo fato que o determinante da matriz 2x2 em (3.73) ser 2j tornando,
assim, possível de se obter a relação inversa de (3.73) através de:
=
+
b
a
a
a
v
v
j-1
j1
2
1
v
v
(3.74),
mostrando que dados quaisquer valores de v
a
é sempre possível determinar
+
a
v e
a
v.
Uma vez determinados
+
a
v
e
a
v
determinam-se as correntes e torques produzidos
pelas componentes agindo separadamente e obtém-se a seguir as correntes e torque total
produzidos por v
a
e v
b
como superposição daqueles.
A figura 3.6 mostra de maneira esquemática a independência dos efeitos de seqüência
positiva e negativa conseguida através da decomposição por componentes simétricas.
75
mec
+
+
+
+
a
v
+
a
jv-
a
jv
mec
+
+
mec
+
+
+
a
jv
a
v
Seqüência Positiva Seqüência Ne
g
ativa
+
a
v
+
a
v
+
a
jv-
Figura 3.6 – Decomposição de excitação desbalanceada aplicada às fases de uma máquina bifásica simétrica.
A seqüência positiva
(
)
++
aa
jv- ,v age sobre o circuito equivalente usual, pois gera uma
velocidade síncrona
ω
gerando, assim, um torque eletromagnético de seqüência positiva
+
el
T e
a corrente de seqüência positiva
+++
=
Zvi
aa
em que Z
+
é a impedância de entrada do circuito
equivalente de seqüência positiva como mostra a figura 3.7.
1
l
2
l
1
R
2
R
M
+
-
()
[
]
'
r2amecps
iMliMjze
+++
++=
+
a
v
+
a
i
+
0
i
'
r
i
+
+
Z
Figura 3.7 – Circuito equivalente transiente de seqüência positiva da máquina de indução bifásica simétrica.
Como as componentes de seqüência positiva e negativa são independentes então é
possível escrever a equação matricial elétrica do circuito equivalente da figura 3.7 bem como
seu torque eletromagnético correspondente, ou seja:
()
()
()
()
++
++
=
+
+
+
'
r
a
mecp22mecp
11
a
i
i
jzpMlRjzpM
MppMlR
0
v
(3.75),
(
)
{
}
+++
=
'
rapel
ii ImMzT (3.76).
76
z
p
número de pares de pólos da máquina de indução.
Da mesma forma a seqüência negativa
(
)
aa
jv ,v age sobre o circuito equivalente
usual, pois gera uma velocidade síncrona -
ω
gerando, assim, um torque eletromagnético de
seqüência negativa
el
T e a corrente de seqüência negativa
=
Zvi
aa
em que
Z
é a
impedância de entrada do circuito equivalente de seqüência negativa como mostra a figura
3.8.
1
l
2
l
1
R
2
R
M
+
-
()
[
]
'
r2amecp
-
s
iMliMjze
++=
a
v
a
i
0
i
'
r
i
Z
Figura 3.8 – Circuito equivalente transiente de seqüência negativa da máquina de indução bifásica simétrica.
Da mesma forma que para o circuito de seqüência positiva é possível escrever a
equação matricial elétrica do circuito equivalente da figura 3.8 bem como seu torque
eletromagnético correspondente, ou seja:
()
()
()
()
++++
++
=
'
r
a
mecp22mecp
11
a
i
i
jzpMlRjzpM
MppMlR
0
v
(3.77),
(
)
{
}
=
'
rapel
ii ImMzT (3.78).
Note que o sinal da equação (3.78) é negativo, indicando assim, que
el
T age em
sentido contrário à rotação do motor por ser produzido pela seqüência negativa que gera uma
velocidade síncrona –
ω. Como o torque eletromagnético resultante é a soma dos torques de
seqüência positiva e negativa este pode ser escrito como:
()
{
}
(
)
{
}
++
=
'
rap
'
rapel
ii ImMzii ImMzT (3.80).
77
3.5 Representação da Máquina Bifásica Simétrica Através de
Equação de Estado
Para estudar o MIBS sob operação desbalanceada é necessário escrever as equações
(3.75), (3.76), (3.77), (3.78) juntamente com a equação mecânica do sistema na forma de
varáveis de estado para que seja possível simulá-las através de algum software dedicado
(como o Matlab) ou mesmo em linguagem de programação convencional (C ou Fortran, por
exemplo), ou seja;
()
(
)
()
() ( )
()
()
()
()
J/TT
Mv
Mv
vL
vL
1
i
i
i
i
J
K
0
0zjLRL
00
0zjLRM
00
000
0zjLRM0
zjLRL0zjLRM
0zjMRL0
zjLRM0zjMRL
1
p
pi
pi
pi
pi
cel
a
a
a2
a2
mec
'
r
'
r
a
a
D
mecp221
mecp22
mecp11
mecp221mecp11
mecp
2
12
mecp22mecp
2
12
mec
'
r
'
r
a
a
+
ω
ω+
ω+
ω
ωω+
ω
ωω+
=
ω
+
+
+
+
+
+
(3.79).
Na equação (3.79) L
1
= l
1
+ M, L
2
= l
2
+ M e = M l
1
+ M l
2
+ l
1
l
2
.
78
79
Capítulo 4
Simulações e Discussão dos Resultados
4.1 Introdução
Neste capítulo serão mostrados vários resultados de simulação e estes resultados serão
discutidos ao longo do texto.
O primeiro item deste capítulo mostra e discute os resultados para simulação do MIBS
com a modelagem usando a transformação dq0 e com a modelagem utilizando vetores espirais
para o caso da máquina operar em condição de tensão balanceada (as tensões aplicadas aos
enrolamentos da máquina são de mesma amplitude e defasadas de 90 graus).
Já no segundo item a tensão aplicada à máquina é desbalanceada, pois é necessário
constatar a validade das componentes simétricas para o regime permanente e transiente como
proposto por Yamamura (19) bem como discutir sobre os torques de seqüência positiva e
negativa quando o MIBS esta operando em condição de tensão desbalanceada.
4.2 Operação do MIBS Sob Tensão Balanceada
Para simular o MIBS com tensão balanceada foram utilizados os parâmetros de um
MIBS real (8) cujos parâmetros estão listados a seguir.
80
Notação usada para os parâmetros da modelagem dq0
[N] 0T s/rad]m[Kg 0,0035K ]m[Kg 0,006J
1N [rad/s] 602 [V] 154V 2z [H] 0,327mm
]H[ 366,0LLLL ][ 38,7RR ][ 92,9RR
cd
2
p21
RREERREE
21212121
===
=π=ω====
=
=
=
=
=
==
Notação usada para os parâmetros da modelagem com vetores espirais
[N] 0T
s/rad]m[Kg 0,0035K ]m[Kg 0,006J [rad/s] 602 [V] 154V
2z [H] 0,327M ]H[ 039,0l ]H[ 039,0l ][ 38,7R ][ 92,9R
c
d
2
p2121
=
==π=ω=
=
=
=
===
A primeira questão que surge quando são estudados dois tipos de modelagem é: a
modelagem proposta (modelagem por vetores espirais) produz os mesmos resultados
(dinâmica elétrica e mecânica) que a modelagem já consagrada (modelagem dq0)? E a
resposta para esta pergunta é sim como mostram as figuras 4.1, 4.2, 4.3 e 4.4.
0 0.5 1 1.5
-1
0
1
2
3
4
Torque Eletromagnético x Tempo
Torque [N.m]
dq0
0 0.5 1 1.5
-1
0
1
2
3
4
Torque [N.m]
Tempo [s]
Vetor Espiral
Figura 4.1 – Evolução do torque eletromagnético ao longo do tempo.
81
0 0.5 1 1.5
0
50
100
150
200
Velocidade Mecânica x Tempo
Velocidade [rad/s]
dq0
0 0.5 1 1.5
0
50
100
150
200
Velocidade [rad/s]
Tempo [s]
Vetor Espiral
Figura 4.2 – Evolução da velocidade mecânica do motor ao longo do tempo.
0 0.5 1 1.5
-10
-5
0
5
10
Correntes de Estator x Tempo
Corrente [A]
dq0
0 0.5 1 1.5
-10
-5
0
5
10
Corrente [A]
Tempo [s]
Vetor Espiral
Figura 4.3 – Evolução das correntes de estator do motor ao longo do tempo.
82
0 0.5 1 1.5
-10
-5
0
5
10
Correntes de Rotor x Tempo
Corrente [A]
dq0
0 0.5 1 1.5
-10
-5
0
5
10
Corrente [A]
Tempo [s]
Vetor Espiral
Figura 4.4 – Evolução das correntes de rotor do motor ao longo do tempo.
4.3 Operação do MIBS Sob Tensão Desbalanceada
Como o objetivo é estudar uma assimetria nas tensões aplicadas aos enrolamentos da
máquina simétrica, foi aplicada uma tensão
(
)
tcos1542v
a
ω= no enrolamento da fase a e
uma tensão
()
2tcos15425,0v
b
πω= na fase b do motor, ou seja, as tensões são
ortogonais, mas a amplitude da tensão aplicada à fase b
é metade da tensão aplicada à fase a.
As figuras a seguir mostram os resultados obtidos para o torque eletromagnético, velocidade e
torque versus velocidade.
83
0 0.5 1 1.5 2 2.5
-0.5
0
0.5
1
1.5
2
2.5
Torque eletromagnético.
Tempo [s]
Torque Eletromagnético [N.m]
Torque seq. +
Torque seq. -
Torque resultante
Figura 4.5 – Torque eletromagnético de seqüência positiva, negativa e resultante no tempo.
0 0.5 1 1.5 2 2.5
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
Velocidade mecânica do motor.
Tempo [s]
Velocidade Menica [rad/s]
Figura 4.6 – Velocidade mecânica do motor no tempo.
84
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
-0.5
0
0.5
1
1.5
2
2.5
Característica torque eletromagnético x velocidade mecânica.
Velocidade mecânica [rad/s]
Torque eletromagnético [N.m]
Torque seq. +
Torque seq. -
Torque resultante
Figura 4.7 - Curva torque x velocidade.
As figuras 4.5 e 4.7 mostram que o torque de seqüência negativa tem uma influência
muito menor do que o torque de seqüência positiva no torque resultante. Este
desenvolvimento do torque eletromagnético em termos de suas componentes de seqüência
positiva e negativa pode ser considerado como uma contribuição deste trabalho ao estudo da
máquina bifásica simétrica de indução visto que não há descrição completa do fenômeno
(existe a descrição apenas para o regime permanente) na presente literatura.
Outro fato que merece ser mostrado aqui é que o torque resultante da soma dos torques
de seqüência positiva e negativa, resultante da modelagem por vetores espirais, conduz ao
valor médio do torque resultante da modelagem dq0 como mostra a figura 4.8. Uma vez
obtidas as componentes de seqüência positiva e negativa do torque outra pergunta que surge
é: quanto que a velocidade resultante das componentes de seqüência positiva e negativa difere
da velocidade da modelagem dq0? A resposta para esta pergunta é o gráfico mostrado na
85
figura 4.9, ou seja, a dinâmica da velocidade resulta das componentes de seqüência positiva e
negativa.
0 0.5 1 1.5 2 2.5
-0.5
0
0.5
1
1.5
2
2.5
Torque eletromagnético - DQ e VE.
Tempo [s]
Torque Eletromagnético [N.m]
DQ
VE
Figura 4.8 – Torque eletromagnético resultante da modelagem dq0 (DQ) e torque resultante da soma dos torques
de seqüência positiva e negativa obtido por vetores espirais (VE).
86
0 0.5 1 1.5 2 2.5
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
Velocidade mecânica do motor - DQ e VE.
Tempo [s]
Velocidade Mecânica [rad/s]
DQ
VE
Figura 4.9 – Velocidades resultantes da modelagem dq0 (DQ) e por vetores espirais (VE).
Visto que o torque resultante da soma dos torques de seqüência positiva e negativa
leva ao valor médio do torque da modelagem dq0 outra questão a ser respondida é: quais as
composições das correntes de seqüência positiva e negativa de estator e rotor são responsáveis
pelas oscilações de torque quando a tensão aplicada é desbalanceada? Evidentemente há dois
caminhos a seguir para responder esta questão. O primeiro é buscar uma dedução analítica
para o desenvolvimento da expressão do torque eletromagnético como foi feito para o caso da
tensão aplicada ser balanceada, entretanto, esta tarefa não é de rápida execução e um tanto
quanto trabalhosa. O segundo caminho é buscar uma comparação entre os resultados obtidos
da modelagem dq0 e os resultados obtidos através da aplicação da teoria do vetor espiral, e é
este que será executado neste texto.
Para iniciar a investigação é necessário lembrar que o torque eletromagnético
deduzido pela modelagem dq0 para um MIBS tem a seguinte relação de proporcionalidade
com as correntes de eixo direto e em quadratura (de estator e rotor):
(
)
qddq
REREel
iiiiKT
(4.1).
87
Isto posto, é necessário encontrar quais as relações das componentes de seqüência
positiva e negativa das correntes de estator e rotor da modelagem por vetores espirais são
equivalentes às correntes
d
E
i,
q
E
i,
d
R
i e
q
R
i na modelagem dq0. Tais relações são dadas por:
{
}
{
}
{}{}
{} {}
{}{}
'
r
'
rR
'
r
'
rR
aaE
aaE
ijReijRei
iReiRei
ijReijRei
iReiRei
q
d
q
d
+
+
+
+
+=
+=
+=
+=
(4.2).
Realizando o produto
dq
RE
ii
em termos das relações dadas em (4.2) vem que:
{
}
{
}
(
)
{
}
{
}
(
)
'
r
'
raaRE
iReiReijReijReii
dq
++
++= ,
{
}
{
}
{
}
{
}
{
}
{
}
{
}
{
}
'
ra
'
ra
'
ra
'
raRE
iReijReiReijReiReijReiReijReii
dq
++++
+++= (4.3).
Realizando o produto
qd
RE
ii
em termos das relações dadas em (4.2) vem que:
{
}
{
}
(
)
{
}
{
}
(
)
'
r
'
raaRE
ijReijReiReiReii
qd
++
++= ,
{
}
{
}
{
}
{
}
{
}
{
}
{
}
{
}
'
ra
'
ra
'
ra
'
raRE
ijReiReijReiReijReiReijReiReii
qd
++++
+++= (4.4).
Subtraindo
dq
RE
ii de
qd
RE
ii
é possível escrever:
{
}
{
}
{
}
{
}
(
)
{
}
{
}
(
{}{ }) { }{} {}{ }()
{}{} {}{}()
'
ra
'
ra
'
ra
'
ra
'
ra
'
ra
'
ra
'
raRERE
ijReiReiReijRe
ijReiReiReijReijReiRe
iReijReijReiReiReijReiiii
qddq
+++
+++++
++
+=
(4.5)
É necessário agora desenvolver cada termo entre parênteses da equação (4.5),
entretanto, é necessário lembrar três propriedades dos números complexos que serão de
grande valia neste momento, são elas:
{}
{
}
{
}
{
}
{
}
212121
ZImZImZReZReZZRe
= (4.6),
{}
(
)
()
=
=
11
11
1
ZZ
2
j
j2
ZZ
ZIm (4.7),
88
{}
(
)
2
ZZ
ZRe
11
1
+
=
(4.8).
Em (4.6), (4.7) e (4.8) Z
1
e Z
2
são dois números complexos quaisquer e o asterisco
significa o conjugado do número complexo Z
1
.
Aplicando (4.6) e (4.7) no primeiro parênteses de (4.5) e desenvolvendo vem que:
{}{}{}
{
}()
(
)
{
}
++++++
=
'
rap
'
ra
'
rap
ii ImMzijReiReiReijReMz (4.9).
Portanto, a equação (4.9) representa o torque de seqüência positiva.
Desenvolvendo o quarto termo entre parênteses de (4.5) de maneira análoga ao que foi
feito para o primeiro termo concluí-se que:
{}{} {}
{
}()
(
)
{
}
=
'
rap
'
ra
'
rap
ii ImMzijReiReiReijReMz (4.10).
Ou seja, a equação (4.10) representa o torque de seqüência negativa. Portanto, os dois
termos restantes (segundo e terceiro) de (4.5) são responsáveis pelas oscilações do torque
eletromagnético. Entretanto, resta conhecer como os componentes de seqüência positiva e
negativa, de estator
(
)
-
aa
i e i
+
e rotor
(
)
-'
r
'
r
i e i
+
, estão relacionados para formar as oscilações de
torque eletromagnético.
Desenvolvendo o segundo termo de (4.5) utilizando (4.6), (4.7) e (4.8) vem que:
{}{}
{
}
{
}()
{
}
'
rap
'
ra
'
rap
iiImMzijReiReiReijReMz
+++
= (4.11).
De maneira análoga ao que foi feito para o segundo termo de (85) desenvolvendo o
terceiro concluí-se que:
{}{} {}
{
}()
{
}
'
rap
'
ra
'
rap
iiImMzijReiReiReijReMz
++++
= (4.12).
A figura 4.10 mostra o resultado do torque eletromagnético resultante, as componentes
oscilantes e os torques de seqüência positiva e negativa.
89
Figura 4.10 – Torque eletromagnético resultante e seus componentes obtidos pela modelagem por vetores
espirais.
Portanto, o torque eletromagnético pode ser escrito em termos de vetores espirais
como:
()
{}
(
)
{
}
{
}
{
}
{
}
'
ra
'
ra
'
ra
'
rapel
ii Imii Imii Imii Im MzT
++
++
+=
(4.13).
Além dos resultados obtidos com a decomposição do torque é importante conhecer as
formas das curvas das correntes de seqüência positiva e negativa para o estator e o rotor.
Surge aqui mais um resultado interessante devido aplicação da teoria do vetor espiral e o
torque de seqüência negativa mostrado na figura 4.10 dá uma pista a respeito da forma de
onda das correntes de seqüência negativa. Uma vez que o torque de seqüência negativa oscila
muito pouco no momento da partida (atentar para o intervalo de zero a 0,25 s na figura 4.10) é
0 0.5 1 1.5 2 2.5
-1
0
1
2
3
Torque eletromagnético.
Resultante
0 0.5 1 1.5 2 2.5
-10
-5
0
5
10
zp.M.Im(ia+.ir-)
-zp.M.Im(ia-.ir+)
0 0.5 1 1.5 2 2.5
-1
0
1
2
3
Tempo [s]
Seq.+
Seq.-
90
razoável supor que as correntes de seqüência negativa de estator e rotor assim também o
façam. É exatamente isto que mostra a figura 4.11.
0 0.5 1 1.5 2 2.5
-2
-1.5
-1
-0.5
0
0.5
1
1.5
2
Correntes de seqüência negativa do estator e rotor (ia- e ir-).
Tempo [s]
Corrente [A]
Re(ia-)
Re(ir-)
Figura 4.11 – Corrente de seqüência negativa do estator e rotor.
A figura 4.11 mostra que as correntes de seqüência negativa oscilam pouco ao longo
do tempo. A figura 4.12 mostra um “
zoom
” da envoltória das correntes de seqüência negativa.
91
0.5 1 1.5 2 2.5
1.5
1.55
1.6
1.65
1.7
1.75
Correntes de seqüência negativa do estator e rotor (ia- e ir-).
Tempo [s]
Corrente [A]
Re(ia-)
Re(ir-)
Figura 4.12 – Corrente de seqüência negativa do estator e rotor.
Diferentemente das correntes de seqüência negativa as correntes de seqüência positiva
oscilam de maneira bastante acentuada como mostra a figura 4.13.
0 0.5 1 1.5 2 2.5
-6
-4
-2
0
2
4
6
Correntes de seqüência positiva do estator e rotor (ia+ e ir+).
Tempo [s]
Corrente [A]
Re(ia+)
Re(ir+)
Figura 4.13 – Corrente de seqüência positiva do estator e rotor.
92
As figuras 4.14, 4.15, 4,16 e 4.17 mostram os vetores espirais das correntes de
seqüência positiva e negativa tanto de estator como de rotor.
0
0.5
1
1.5
2
2.5
-10
-5
0
5
10
-5
0
5
10
Tempo [s]
Vetor espiral da corrente ia+.
Re(ia+) [A]
Im(ia+) [A]
Figura 4.14 – Vetor espiral de corrente de seqüência positiva de estator.
0
0.5
1
1.5
2
2.5
-5
0
5
-6
-4
-2
0
2
4
6
Tempo [s]
Vetor espiral da corrente ir+.
Re(ir+) [A]
Im(ir+) [A]
Figura 4.15 – Vetor espiral de corrente de seqüência positiva de rotor.
93
0
0.5
1
1.5
2
2.5
-2
-1
0
1
2
-2
-1
0
1
2
3
Tempo [s]
Vetor espiral da corrente ia-.
Re(ia-) [A]
Im(ia-) [A]
Figura 4.16 – Vetor espiral de corrente de seqüência negativa de estator.
0
0.5
1
1.5
2
2.5
-2
-1
0
1
2
-2
-1
0
1
2
Tempo [s]
Vetor espiral da corrente ir-.
Re(ir-) [A]
Im(ir-) [A]
Figura 4.17 – Vetor espiral de corrente de seqüência negativa de rotor.
94
É possível escrever as correntes da fase a
(
)
a
i e da fase b
(
)
b
i do estator como soma
das componentes simétricas de seqüência positiva e negativa, ou seja:
+
+
=
=
+
+
+
aa
aa
a
a
b
a
ijij-
ii
i
i
jj
11
i
i
(4.14).
As figuras 4.18 e 4.19 mostram os vetores espirais das correntes i
a
e i
b
.
0
0.5
1
1.5
2
2.5
-10
-5
0
5
10
-10
-5
0
5
10
Tempo [s]
Vetor espiral da corrente ia.
Re(ia) [A]
Im(ia) [A]
Figura 4.18 – Vetor espiral de corrente da fase a de estator.
95
0
0.5
1
1.5
2
2.5
-5
0
5
-4
-2
0
2
4
Tempo [s]
Vetor espiral da corrente ib.
Re(ib) [A]
Im(ib) [A]
Figura 4.19 – Vetor espiral de corrente da fase b de estator.
Já as figuras 4.20 e 4.21 mostram os vetores espirais das correntes i
r
e i
s
.
0
0.5
1
1.5
2
2.5
-10
-5
0
5
10
-10
-5
0
5
10
Tempo [s]
Vetor espiral da corrente ir.
Re(ir) [A]
Im(ir) [A]
Figura 4.20 – Vetor espiral de corrente da fase r de rotor.
96
0
0.5
1
1.5
2
2.5
-4
-2
0
2
4
-4
-2
0
2
4
Tempo [s]
Vetor espiral da corrente is.
Re(ir) [A]
Im(ir) [A]
Figura 4.21 – Vetor espiral de corrente da fase s de rotor.
97
Capítulo 5
Parametrização e Ensaio do Motor de Indução
Bifásico Simétrico
5.1 Introdução
Nesta seção é apresentada a medição dos parâmetros de um motor de indução bifásico
simétrico juntamente com os ensaios do motor operando com tensão balanceada e
desbalanceada.
O método utilizado para medir os parâmetros do motor bifásico é mesmo método
utilizado para o motor trifásico, ou seja, foram realizados ensaios do motor em vazio e com o
rotor travado.
Para que o motor operasse com tensão balanceada foi montado um arranjo com dois
transformadores (conexão Scott) para produzir tensões com mesma amplitude e defasadas de
noventa graus.
Este capítulo tem como objetivo avaliar o desempenho do modelo matemático
desenvolvido com o resultado experimental.
5.2 A Conexão Scott
É possível obter um sistema bifásico balanceado a partir de um sistema trifásico
balanceado com um arranjo conveniente de dois transformadores. Este arranjo é conhecido
como conexão Scott (34) e (35).
98
A figura 5.1 mostra a conexão Scott para a transformação da tensão trifásica em tensão
bifásica e a figura 5.2 mostra o diagrama fasorial para a conexão Scott.
Fonte
de Tensão
Trifásica
M
Transformador
A
Transformador
B
c
o
d
e
ec
V
·
de
V
·
cd
V
·
a
V
·
b
V
·
Figura 5.1 – Conexão Scott.
o
30
o
30
cd
V
ec
V
de
V
oe
V
do
V
oc
V
eo
V
Figura 5.2 – Diagrama fasorial da ligação Scott.
O transformador A da figura 5.1 deve ser enrolado de forma que a tensão de fase
bifásica
a
V
seja igual à tensão
cd
V
, portanto, o número de espiras do primário do
transformador A deve ser igual o número de espiras do secundário. Além disso, o
enrolamento primário do transformador A deve possuir uma derivação central, pois esta é
99
conectada ao transformador B para que seja possível a obtenção da tensão
b
V
com
defasagem de 90 graus em relação à tensão
a
V
e com mesma amplitude para que o sistema
seja balanceado.
Para que a tensão
eo
V
esteja a 90 graus da tensão
oc
V
, portanto, também a 90 graus
de
a
V
é necessário que:
(
)
ecec
o
oc
V
2
1
V30senV
==
(5.1)
()
ecec
o
eo
V
2
3
V30cosV
==
(5.2)
Da equação (5.2) e da figura 5.1 concluí-se que se o transformador B for enrolado com
o mesmo número de espiras no secundário e no primário o módulo da tensão
b
V
será
2
3
vezes maior que o módulo da tensão
a
V
, pois
eob
VV
=
. Por conseguinte, o número de
espiras do secundário do transformador B dever ser
3
2
o número de espiras do primário.
Logo, para que as tensões
a
V
e
b
V
tenham a mesma amplitude e estejam defasadas
de 90 graus, o número de espiras do primário do transformador A deve ser igual ao número de
espiras do secundário, além disso, o número de espiras do primário do transformador B deve
ser
2/3 vezes o número de espiras do secundário (34). O ponto o, como mostrado na figura
5.1, é a derivação central do primário do transformador A.
Quando for necessário variar o módulo da tensão bifásica basta colocar um
transformador regulador de tensão na entrada do sistema trifásico, desta forma, tem-se uma
variação da tensão bifásica proporcional à tensão trifásica.
100
5.3 Parametrização do MIBS
Esta seção é dividida em dois tópicos. O primeiro trata do teste de rotor travado que é
feito para encontrar, de maneira aproximada, os valores das reatâncias de dispersão do estator
e rotor e também a resistência do rotor. Já o teste do motor em vazio possibilita encontrar, de
maneira aproximada, o valor da reatância de magnetização. Os dois testes são realizados com
base no circuito de regime permanente do MIBS. A figura 5.3 mostra o circuito equivalente
de regime permanente para o MIBS. Todos os parâmetros são referenciados ao estator.
1
R
1
x
2
x
V
m
x
s
R
2
Figura 5.3 – Circuito equivalente de regime permanente do MIBS.
5.3.1 Ensaio de Rotor Travado
Este ensaio é análogo ao teste de curto-circuito realizado em um transformador. Neste
teste o eixo da máquina é preso de forma a não girar quando a tensão é aplicada, assim, a
velocidade do rotor é nula, consequentemente, o escorregamento tem valor unitário (35). As
grandezas a serem medidas neste ensaio são as potências ativas e as correntes de cada fase do
motor bem como a tensão aplicada nos enrolamentos da máquina. A figura 5.4 mostra de
maneira esquemática a montagem realizada para o ensaio de rotor travado do MIBS.
101
Fonte
de Tensão
Trifásica
M
Transformador
A
Transformador
B
1
P
2
P
a
I
b
I
rb
V
5.4 – Representação esquemática para o ensaio de rotor travado do MIBS.
Nas condições de rotor bloqueado o valor de x
m
é tipicamente 25 vezes maior que
22
jxR
+
, portanto, x
m
poder ser desconsiderado, resultando em um circuito equivalente como
mostrado na figura 5.5.
rb
Z
rb
V
rb
I
1
R
1
x
2
x
2
R
Figura 5.5 – Circuito equivalente aproximado do MIBS na situação de rotor bloqueado.
Equacionando o circuito da figura 5.4 é possível escrever que:
(
)
2121rb
xxjRRZ
+
+
+
=
(5.1).
O valor da resistência do estator (R
1
) poder ser medida diretamente com um
ohmímetro. Com os valores medidos da potência ativa e conhecendo-se R
1
é possível
encontrar a resistência do rotor através das equações 5.2, 5.3 e 5.4.
21rb
PPP
+
=
(5.2)
2
II
I
ba
rb
+
= (5.3)
102
1
2
rb
rb
2
R
I2
P
R =
(5.4)
A soma da reatância de dispersão do estator e do rotor é obtida através da equação 5.5.
2
rb
rb
2
rb
rb
21
I2
P
I
V
xx
=+ (5.5)
A parcela a ser considerada separadamente da indutância de dispersão entre rotor e
estator depende do projeto da máquina, entretanto, na maioria dos casos este dado não é
conhecido. Como regra geral as parcelas são divididas igualmente, ou seja:
2
I2
P
I
V
xx
2
rb
rb
2
rb
rb
21
==
(5.6)
5.3.2 Ensaio do Motor em Vazio
O ensaio do motor em vazio é análogo ao ensaio de circuito aberto do transformador
(35). Neste ensaio é aplicada tensão nominal do motor sem nenhuma carga no eixo. As
potências, correntes e tensão aplicada são medidas da mesma forma que no ensaio de rotor
travado.
Fonte
de Tensão
Trifásica
M
Transformador
A
Transformador
B
1
P
2
P
a
I
b
I
v
V
Figura 5.6 – Representação esquemática do ensaio em vazio do MIBS.
103
Quando o motor trabalha sem carga o fator de potência é muito baixo, portanto, a
corrente é predominantemente reativa. Além disso, com o motor em vazio R
2
é muito menor
()
ss1R
2
, desta forma a perda do cobre no rotor pode ser negligenciada. Com estas
considerações o circuito equivalente para o ensaio em vazio é mostrado na figura 5.7.
v
Z
v
V
v
I
1
R
1
x
m
x
Figura 5.7 – Circuito equivalente aproximado do MIBS operando em vazio.
Como R
1
é muito menor que
m1
xx
+
é possível escrever que:
2
II
I
ba
V
+
= (5.7)
m1
v
v
v
xx
I
V
Z
+=
(5.8)
1
v
v
m
x
I
V
x
=
(5.9).
5.3.3 Ensaio do MIBS
Foi utilizado um motor bifásico simétrico com um par de pólos para montagem de
rotor travado e em vazio. Os valores do ensaio de rotor travado e em vazio são mostrados a
seguir.
Ensaio de rotor travado: V
rb
= 90 V, P
1
= 80 W, P
2
= 125 W, I
a
= 2,13 A, I
b
= 2,0 A.
104
Ensaio em vazio: V
v
= 127 V, P
1
= 24 W, P
2
= 30 W, I
a
= 0,50 A, I
b
= 0,462 A,
rad/s 372,8rpm 3560
mec
==ω .
Com os valores do ensaio de rotor travado e com as equações 5.2 a 5.6 é possível
calcular os valores da resistência do rotor e da indutância de dispersão do estator e rotor.
W 20512580PPP
21rb
=
+
=
+= (5.10)
A 065,2
2
0,213,2
2
II
I
ba
rb
=
+
=
+
=
(5.11)
Para calcular a resistência de rotor é necessário conhecer a resistência do estator como
mostra a equação (5.4). Com o ohmímetro foi encontrada uma resistência de estator igual a
aproximadamente 9,17 , portanto, a resistência de rotor é calculada a seguir.
=== 41,1417.9
)065,2(2
205
R
I2
P
R
2
1
2
rb
rb
2
(5.12)
Como regra geral as parcelas das reatâncias de dispersão, do estator e rotor, são
divididas igualmente, ou seja:
()
=
=
== 18,18
2
065,22
205
065,2
90
2
I2
P
I
V
xx
2
2
2
2
rb
rb
2
rb
rb
21
(5.13).
Dividindo-se o valor da equação (5.13) por 2.60 são encontrados os valores da
indutância de dispersão do estator e rotor l
1
= l
2
= 0,0482 H.
Com os valores do ensaio do motor em vazio e com as equações 5.7 a 5.9 é possível
calcular a reatância de magnetização.
A 48,0
2
462,0503,0
2
II
I
'
b
'
a
V
=
+
=
+
=
(5.14)
==+=
5,187
48,0
90
xx
I
V
Z
m1
v
v
v
(5.15)
===
32,16918,185,187x
I
V
x
1
v
v
m
(5.16)
105
Dividindo-se o valor de x
m
por 2.60 encontra-se o valor da indutância mútua de 0,45
H.
A seguir é apresentado um sumário dos parâmetros elétricos do motor.
R
1
= 9,17 R
2
= 14,14
l
1
= l
2
= 0,0482 H M = 0,45 H
5.3.4 Parâmetros Mecânicos
Além dos parâmetros elétricos, foram estimados o momento de inércia e o coeficiente
de atrito viscoso da máquina, que são os parâmetros mecânicos utilizados no modelo. Para o
cálculo do momento de inércia o rotor foi considerado como um cilindro de raio R
c
e massa
m
c
. Tendo sido o raio do cilindro medido bem como sua massa o momento de inércia do rotor
(J) é dado por:
()
23
2
2
cc
mkg 106726,003475,0114,1
2
1
Rm
2
1
J
===
(5.17).
Com os dados do motor operando em vazio é possível estimar o atrito viscoso.
Quando o motor esta operando em vazio a potência ativa de entrada é usada para suprir três
perdas: a perda no cobre do estator, a perda no núcleo do estator e as perdas rotacionais.
Normalmente não há dados sobre as perdas no núcleo e as perdas rotacionais, desta forma, as
mesmas são consideradas iguais.
(
)
rot1
2
vrotn1
2
v21v
PRI2PPRI2PPP +=++=+= (5.18)
2
mecdrot
kP ω= (5.19)
Substituindo a equação (5.19) na equação (5.18) é possível obter-se uma estimativa do
coeficiente de atrito viscoso.
106
()
()
s/radmN 10179,0
8,372
17,948,0
2
3024
RI
2
PP
k
3
2
2
2
mec
1
2
v
21
d
=
+
=
ω
+
=
(5.20)
5.4 Resultados Experimentais e Teóricos
Nesta seção serão apresentados os resultados oriundos do acionamento do MIBS
operando sob tensão balanceada e desbalanceada. Os resultados experimentais obtidos são
comparados com os resultados teóricos. Na simulação optou-se por utilizar os valores das
tensões reais aplicadas nos enrolamentos da máquina ao invés de senóides perfeitas, uma vez
que os valores das tensões aplicadas foram armazenados com o auxílio de um osciloscópio
digital e transferidos para o computador.
5.4.1 Operação com Tensão balanceada
Para obtenção da tensão bifásica balanceada foi montado um arranjo com dois
transformadores conhecido como ligação Scott como mostrado na figura 5.1. Para controlar a
amplitude da tensão foi utilizado um variac trifásico conectado com o arranjo dos
transformadores. A seguir nas figuras 5.8 e 5.9 são apresentados os gráficos das tensões
aplicadas aos enrolamentos do MIBS. As tensões aplicadas foram coletadas com um
osciloscópio digital da marca Tektronix modelo TDS 3034B com quatro canais. Os pontos
coletados foram transferidos para o computador e desenhados com o software Matlab. As
figuras 5.8 e 5.9 mostram as tensões balanceadas aplicadas no MIBS.
As figuras 5.10 a 5.13 mostram as correntes experimentais e simuladas nos
enrolamentos do MIBS.
107
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4
-200
-150
-100
-50
0
50
100
150
200
Tensão aplicada no enrolamento a do MIBS
Tempo [s]
Tensão [V]
Figura 5.8 – Tensão aplicada no enrolamento a do MIBS.
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4
-200
-150
-100
-50
0
50
100
150
200
Tensão aplicada no enrolamento b do MIBS
Tempo [s]
Tensão [V]
Figura 5.9 – Tensão aplicada no enrolamento b do MIBS.
108
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Corrente teórica no enrolamento a do MIBS
Tempo [s]
Corrente [A]
Figura 5.10 – Corrente teórica no enrolamento a do MIBS operando com tensão balanceada.
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Corrente experimental no enrolamento a do MIBS
Tempo [s]
Corrente [A]
Figura 5.11 – Corrente experimental no enrolamento a do MIBS operando com tensão balanceada.
109
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Corrente teórica no enrolamento b do MIBS
Tempo [s]
Corrente [A]
Figura 5.12 – Corrente teórica no enrolamento b do MIBS operando com tensão balanceada.
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Corrente experimental no enrolamento b do MIBS
Tempo [s]
Corrente [A]
Figura 5.13 – Corrente experimental no enrolamento b do MIBS operando com tensão balanceada.
110
5.4.2 Operação com Tensão Desbalanceada
Para obtenção da tensão bifásica desbalanceada foi montado um arranjo com dois
transformadores da mesma maneira como mostrado na figura 5.1. Entretanto, para controlar a
amplitude de uma das tensões defasadas de 90 graus foi necessário conectar um variac
monofásico como mostra a figura 5.14.
M
Transformador
A
Transformador
B
Variac
Trisico
Variac
Monofásico
Figura 5.14 – Ligação Scott com variac monofásico para controle da amplitude de tensão.
Foi aplicada no enrolamento a
do MIBS uma tensão de 127 V enquanto que no
enrolamento b
foi aplicada metade da tensão do enrolamento a. As figuras 5.15 e 5.16
mostram as tensões desbalanceadas aplicadas em cada enrolamento do MIBS.
Da mesma forma que no caso balanceado as tensões aplicadas foram coletadas com
um osciloscópio digital da marca Tektronix modelo TDS 3034B com quatro canais. Os pontos
coletados foram transferidos para o computador e desenhados com o software Matlab. As
figuras 5.17 a 5.20 mostram os resultados teóricos e experimentais para as correntes nos
enrolamentos a
e b do MIBS.
111
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4
-200
-150
-100
-50
0
50
100
150
200
Tensão aplicada no enrolamento a do MIBS
Tempo [s]
Tensão [V]
Figura 5.15 - Tensão desbalanceada aplicada no enrolamento a do MIBS.
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4
-100
-80
-60
-40
-20
0
20
40
60
80
100
Tensão aplicada no enrolamento b do MIBS
Tempo [s]
Tensão [V]
Figura 5.16 - Tensão desbalanceada aplicada no enrolamento b do MIBS.
112
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Corrente teórica no enrolamento a do MIBS
Tempo [s]
Corrente [A]
Figura 5.17 – Corrente teórica no enrolamento a do MIBS operando com tensão desbalanceada.
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Corrente experimental no enrolamento a do MIBS
Tempo [s]
Corrente [A]
Figura 5.18 – Corrente experimental no enrolamento a do MIBS operando com tensão desbalanceada.
113
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5
-3
-2.5
-2
-1.5
-1
-0.5
0
0.5
1
1.5
2
Corrente teórica no enrolamento b do MIBS
Tempo [s]
Corrente [A]
Figura 5.19 – Corrente teórica no enrolamento b do MIBS operando com tensão desbalanceada.
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4
-3
-2.5
-2
-1.5
-1
-0.5
0
0.5
1
1.5
2
Corrente experimental no enrolamento b do MIBS
Tempo [s]
Corrente [A]
Figura 5.20 – Corrente teórica no enrolamento a do MIBS operando com tensão desbalanceada.
114
5.4.3 Conclusão
Quando o MIBS alcança o estado de regime permanente o modelo produz uma
resposta com amplitude maior do que realmente ocorre na realidade, seja no caso em que o
motor opera com tensão desbalanceada ou balanceada. Entretanto, quando o motor está em
regime transiente a constatação anterior não é válida. De fato, observa-se o oposto do regime
permanente, ou seja, a resposta produzida pelo modelo teórico é menor que o resultado
observado na prática. Porém, as conclusões anteriores não podem ser generalizadas para as
máquinas de indução bifásicas em geral uma vez que foram realizados ensaios somente com
um motor.
É importante ressaltar que o método utilizado na parametrização do motor de indução
bifásico é o mesmo utilizado na modelagem de motores de indução trifásicos que foi adaptado
do ensaio para parametrização do transformador. Este método é usado de maneira corriqueira
sem maiores questionamentos. Existem estudos que foram realizados visando melhorar a
predição do modelo do motor de indução monofásico (36) e (37), que é um motor de indução
bifásico assimétrico, entretanto, nenhuma discussão é realizada a respeito de quais são as
conseqüências no regime transiente mediante as modificações introduzidas nos métodos
propostos. Por outro lado, foram realizados estudos para melhorar a predição dos resultados
dos modelos do motor de indução trifásico no regime permanente e transiente (38) e (39),
entretanto, estes estudos introduzem modificações nos ensaios do motor e maior
complexidade na modelagem e nos cálculos. Portanto, investigar quais os métodos de ensaio
para parametrização do motor de indução bifásico, sejam eles simétricos ou assimétricos, são
mais adequados ou que produzam melhor predição em regime transiente e/ou permanente
consiste em mais uma frente de pesquisa que pode ser desenvolvida em trabalhos futuros.
115
Capítulo 6
Conclusão Final e Proposta de Continuidade
6.1 Conclusão Final
Modelar o MIBS com vetores espirais ou com a transformação dq0 levou aos mesmos
resultados de velocidade, torque e corrente como esperado. Entretanto, quando é utilizada a
modelagem com vetor espiral é possível representar o MIBS através de um circuito elétrico
equivalente que é válido tanto para o regime permanente quanto para o regime transiente.
Notadamente este circuito elétrico equivalente é o mesmo circuito usado nas abordagens
clássicas de regime permanente.
Com a utilização da modelagem por vetores espirais é possível decompor o torque
eletromagnético em suas componentes de seqüência positiva e negativa quando o MIBS está
operando com tensão desbalanceada, uma vez que os vetores espirais permitem que o
conceito de componentes simétricas seja aplicado não somente para o regime permanente,
mas também para o regime transiente. Como resultado desta decomposição conclui-se que a
soma dos torques de seqüência positiva e negativa leva ao valor médio do torque resultante,
fato este que não pode ser observado com a modelagem através da transformação dq0, pois
esta não provê a separação das correntes em termos de suas componentes de seqüência
positiva e negativa, a não ser em regime permanente. Além disso, outra conclusão é que a
dinâmica da velocidade depende somente das componentes de seqüência positiva e negativa,
pois as oscilações de torque não produzem trabalho efetivo.
116
Outro fato que merece destaque é que as componentes de seqüência negativa das
correntes, sejam elas de rotor ou estator, possuem os valores de regime transiente muito
próximo dos valores de regime permanente, ou seja, a dependência exponencial do transiente
não é tão acentuada como nos casos das correntes de seqüência positiva.
Com relação à montagem prática, os valores de regime permanente obtidos
mostraram-se menores que os valores preditos pelo modelo teórico, entretanto, no regime
transiente a constatação foi oposta a do regime permanente, para o motor ensaiado.
6.2 Proposta de Continuidade
Como propostas de continuidade do trabalho podem ser consideradas as seguintes
etapas:
Aplicação da teoria dos vetores espirais na modelagem do motor de indução
monofásico operando como bifásico assimétrico;
Propor um circuito elétrico equivalente que seja válido para o regime
permanente e transiente para o motor monofásico;
Implantação de estratégias de controle baseada na modelagem com vetores
espirais aplicadas ao motor monofásico;
Determinação dos parâmetros da máquina de indução bifásica simétrica e
assimétrica através de outros métodos.
117
Capítulo 7
Referências
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Drive for a Single-Phase Induction Motor.
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Speed Single-Phase Induction Motor Drives.
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July 2002, vol. 17, p. 517 – 523.
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May/June 2003, vol. 39,
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Variable-Frequency Supplies.
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May/June 1992,
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Symmetrical Two-Phase Induction Machine using Vector Modulation.
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20-23 June 2005, vol. 3, p. 923 – 928.
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Identificação Paramétrica de Uma Máquina Assíncrona pelo Método
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