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Sim. Em relação da aquisição da linguagem escrita da criança, eu procuro
trabalhar de forma a respeitar a individualidade de cada um. Os conhecimentos
prévios, fazendo as intervenções necessárias de acordo à necessidade de cada um.
Nós temos hoje, dentro de uma proposta de modalidade, que é a ciclada, proposta
que nós atuamos hoje, de uma forma respeitando, buscando, nós temos o apoio
pedagógico que acontece no lugar inverso do horário normal de aulas, é um
trabalho em que a gente após um diagnóstico feito no início do ano letivo, nós
procuramos detectar através de registros escritos as dificuldades de cada aluno, e
aí, então aqueles alunos que têm mais dificuldades de aprendizagem é que nós
procuramos receber nesse apoio pedagógico. São duas horas por semana, máximo
de quatro horas e aí ele vem em horário inverso com a atividade diferenciada, e a
partir do momento que ele começa a ter um avanço ele vai, eu diria, ter assim
uma alta, e assim ele vem pro lugar, então na medida que ele vai necessitando,
ele vai freqüentando as aulas de apoio em horário inverso. O que ocorre é que
essa apropriação deve ser respeitada, e de acordo os limites, os conhecimentos
prévios de cada um, vivência de cada um, trabalhando dentro da realidade dele,
mas nunca falando “fulano, sabe ou deixa de saber, ou consegue ou deixa de
conseguir”. O que eu procuro fazer sempre são trabalhos com agrupamentos, de
acordo com as hipóteses de escrita de cada um, mas sempre respeitando a questão
da idade e a questão do limite. Nunca faço trabalho muito difícil ou individual
faço sempre trabalho em grupos. Não gosto que minha sala fique organizada em
filas como se fosse um exército, eu gosto de colocá-los sempre em duplas ou em
trios ou em círculos, de forma que eles fiquem próximos, e eles são livres (...)
Mas, eu procuro primeiro trabalhar dentro do texto, né, do texto para as palavras e
aí vai. E aí com musiquinhas, conversas, procuro explorar a oral e a escrita. O
máximo possível dessas atividades interdisciplinares né, por exemplo: hoje, nós
trabalhamos a história que tem vários personagens do mundo animal, e que existe
é uma relação de comportamento entre eles, é um trabalho da questão da
localização, do tipo do animal, da espécie, como ele se alimenta. Então, a partir
da história contada ou lida, faz-se uma exploração de forma que aborde todas as
áreas do conhecimento, ou seja, a linguagem das ciências, naturais da natureza,
linguagem das ciências sociais, a linguagem das tecnologias, sem colocar: “hoje
é aula de ciências ou é aula de matemática”, mas, de forma que eles realizem as
atividades sem perceber as distinções das diversas áreas né, então, fazendo
interpretação de testos, fazendo contagens, fazendo ilustrações, distinguindo tipos
de alimento como é cada animal, as características, realizando calculo, né, e por
aí vai (Professora Léa).
Esses dados revelam a presença da concepção sociointeracionista e construtivista
em articulação com objetivos e propósitos da alfabetizadora. Parece conceber a educação
como totalidade e a linguagem como parte fundamental e constituinte da realidade histórica
do educando. É a atenção voltada ao respeito e ao desenvolvimento do aprendiz. Pensar e
viver sua dimensão humana, para relacionar com os outros seres humanos nas mais
diferentes formas de linguagem.
Nesse dia, a professora trabalhou o texto “Epa! Mais alguém chegou atrasado!”
(anexo 22) adquirido pela Secretaria Municipal de Educação, e explicou que é um “modo