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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E BIOLÓGICAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
ANÁLISE DA EXPRESSÃO DAS ENZIMAS
DESUBIQUITINADORAS 5, 14 E 16 DURANTE O CICLO
DE VIDA DO Schistosoma mansoni.
AUTORA: HELAINE GRAZIELE SANTOS VIEIRA
ORIENTADORA: PROFª. DRª. RENATA GUERRA DE SÁ
CO-ORIENTADOR: PROF. DR. ÉLIO HIDEO BABÁ
Dissertação submetida ao programa de Pós-Graduação do
Departamento de Ciências Biológicas da Universidade
Federal de Ouro Preto, como parte integrante dos
requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciências
Biológicas, área de concentração: Biologia Molecular.
Ouro Preto, maio de 2007.
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Determinação, coragem e autoconfiança são fatores decisivos para o
sucesso. Não importa quais sejam os obstáculos e as dificuldades. Se
estamos possuídos de uma inabalável determinação, conseguiremos
superá-los. Independentemente das circunstâncias, devemos ser
sempre humildes, recatados e despidos de orgulho”.
- Dalai-Lama -
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Dedico este trabalho aos meus pais, ao meu
irmão Denilson, às minhas queridas irmãs
Raquel e Isabella, e ao meu amado
sobrinho, por terem sempre me incentivado e
apoiado incondicionalmente durante esta
longa caminha de estudos em Ouro Preto.
Agradecimentos
Agradeço a Deus, pela minha vida e por me dar dia após dia e perseverança
pra conseguir enfrentar as grandes tempestades.
Ao Prof. Dr. Élio Hideo Babá pela acolhida no LBBM, pela co-orientação neste
trabalho, por todos estes anos de boa convivência e pelos grandes ensinamentos que
levarei comigo pra sempre.
À Prof. Dra. Renata Guerra de , pela orientação e pelo apoio constante
durante a realização deste trabalho.
Aos meus pais, Liberticina e Oliver, aos meus irmãos e demais familiares que
mesmo longe sempre me apoiaram, e através de suas orações para que meus
experimentos dessem certo, contribuíram para a concretização deste trabalho.
Aos meus pais de bancada e queridos amigos Carmem Regina Nery e Silva e
Wander Jeremias de Jesus.
Ao mestrando e grande amigo Matheus Gomes de Souza, pessoa de um
coração enorme, que teve grande participação neste trabalho auxiliando na parte
experimental, sempre me incentivando e procurando soluções para os problemas que
surgiam, faltam me palavras pra lhe agradecer.
Aos professores do Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular (LBBM),
Profª Dra. Maria Lúcia Pedrosa sempre atenciosa e cativante, Prof. Dr. Elísio Alberto
Evangelista, pela alegria, pelo apoio e incentivo.
Aos colegas e amigos do LBBM: Cássio, Nilza, Maísa, Robertinha, Letícia,
Nayara, Natália, Leonardo, Roberta, Roenick, Tiago, Eneida. Aos ex-LBBM e aqueles
que deixaram sua marca registrada por aqui Ângelo, Gustavo, Rafaela, Militão, Carla,
Guilherme, Amanda, Ângela, Cláudia, Nancy, Juliana, Júlio, Keila, Levindo, Olavo,
Hiroko, Fabiana; todos vocês contribuíram muito para a minha formação científica, seja
ajudando no dia a dia de bancada seja oferecendo apoio e carinho.
Ao Ezequiel, técnico de nosso laboratório e por quem tenho enorme carinho,
agradeço pela boa convivência durante estes anos, por sua alegria e pela amizade
sincera.
À Julia (esposa do chefe), sempre presente em nossas festas de confraternização
do LBBM nos presenteando com suas deliciosas especiarias, agradeço o carinho e a
atenção.
Ao Dr. Omar dos Santos Carvalho, do Laboratório de Malacologia e ao Dr.
Rodrigo Correia Oliveira do Laboratório de Imunologia do CPqRR/Fiocruz-BH, por
gentilmente fornecerem os materiais biológicos (cercárias e vermes adultos) utilizados
neste trabalho. A Dra. Liana, Delza, Dílci e Sueleny, responsáveis pela manutenção do
ciclo do S. mansoni, agradeço pela atenção, pelo carinho, presteza e pelos ensinamentos.
Ao Prof. Dr. Luís Carlos Crocco e a Profª Dra. Simone pelo acesso ao
Laboratório de Imuno Parasitologia, contribuindo muito para a realização deste
trabalho. E a todos os colegas do LIP especialmente Eduardo, Leandro, Djalma,
Roberta, Liz, Tiago, Marcos, Rafaela e Jamile.
Aos professores do NUPEB, pelo conhecimento fornecido e pela receptividade
em seus laboratórios permitindo a realização deste trabalho.
A todos os colegas da pós-graduação Geórgia, Nilza, Cássio, Maísa, Fernanda,
Thiago, Alessandra, Ana Maria, Juliana, Joelma, Anderson, Emerson, Rafaela, Gil,
Helen, Analina, Alex e àqueles não listados aqui.
Aos colegas dos Laboratórios do NUPEB, pela solidariedade mútua e amistosa
convivência. Um especial agradecimento a Zezé, Maristela e aos colegas do Laboratório
de Patologia Clínica.
À Maria Aparecida (Cida) secretária do NUPEB, por sua alegria e
prestatividade.
Aos inúmeros amigos conquistados durante estes quase sete anos morando, ou
melhor vivendo Ouro Preto, pessoas com quem morei, vizinhos, amigos das repúblicas
ouropretanas, colegas de sala de aula, colegas da capoeira, do yoga, da escalada, em
especial Tiago Godoy e Fábio Pavesi, se eu fosse listar todos aqui daria outra
dissertação; todos contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho.
E finalmente, agradeço a Universidade Pública e Federal de Ouro Preto e à Ouro Preto,
cidade que me acolheu e que me encanta com sua beleza natural, arte, cultura e magia,
onde cresci e amadureci, jamais te esquecerei.
Sumário
Lista de Tabelas
ix
Lista de Figuras
x
Lista de Abreviaturas
xii
Abreviação dos Aminoácidos
xiv
Resumo
xv
Abstract
xvi
1 – Introdução
01
1.1 - Esquistossomose humana
02
1.2 - Ciclo biológico do parasito 03
1.3 - Patologia e controle da esquistossomose
06
1.4 - Genoma e transcriptoma de S. mansoni
07
1.5 - Modificação pós-traducional dependente de ubiquitina
09
1.6 – Desubiquitinação
13
1.7 - Modificação pós-traducional dependente de ubiquitina em S. mansoni
16
2 – Objetivos
18
2.1 – Objetivos Específicos
19
3 – Materiais e Métodos
20
3.1 - Obtenção das formas evolutivas do S. mansoni (vermes adultos, cercárias
e ovos)
21
3.2 - Transformação mecânica de cercárias em esquistossômulos in vitro
22
3.3 - Extração de DNA genômico
24
3.4 - Extração de RNA total
25
3.5 - Oligonucleotídeos iniciadores específicos para os genes DUB5, DUB14
e DUB16 (deubiquitinating enzyme)
27
3.6 - RT-PCR (Reverse- Transcription Polimerase Chain Reaction)
29
3.7 - Purificação e clonagem dos produtos das PCR’s 29
3.8 - Obtenção de células competentes para transformação
30
3.9 - Transformação de bactérias E. coli DH5 α
31
3.10 - Mini-preparação dos plasmídios recombinantes
32
3.11 – Sequenciamento
33
3.12 - Análise computacional das seqüências
34
3.13 - Análise da expressão de DUB 5, DUB 14 e DUB 16 durante as fases de
S. mansoni
34
4 – Resultados
36
4.1 - Análise computacional das seqüências de cDNA codificadoras para as
enzimas desubiquitinadoras
37
4.1.1 - Enzima desubiquitinadora 5
37
4.1.2 - Enzima desubiquitinadora 14 42
4.1.3 - Enzima desubiquitinadora 16 45
4.2 - Análise semi-quantitativa do padrão de expressão gênica das enzimas
desubiquitinadoras durante o ciclo evolutivo do S. mansoni
48
4.2.1 - DUB5
48
4.2.2 - DUB14 50
4.2.3 - DUB16 52
4.2.4 - Padrão de expressão das DUB’s durante o desenvolvimento de S.
mansoni
54
4.3 - Padrão de expressão gênica das subunidades RPN9 e COP9S3 do
proteassoma 26S durante o ciclo evolutivo do S. mansoni
55
5 – Discussão
57
6 – Conclusões
68
7 – Referências Bibliográficas
70
Apêndice
Lista de tabelas
Tabela 1 - Composição do meio 169 24
Tabela 2 - Oligonucleotídeos iniciadores gerados de DUB5, DUB14 e DUB16 28
Tabela 3 - Oligonucleotídeos utilizados como controle neste trabalho 35
Tabela 4 - Seqüências de organismos que apresentam gene ortólogo a SmDUB5 40
Tabela 5 - Seqüências de organismos que apresentam gene ortólogo a SmDUB14 43
Tabela 6 - Seqüências de organismos que apresentam gene ortólogo a SmDUB16 46
Lista de Figuras
Figura 1 - Ciclo de vida do S. mansoni apresentado em diagrama esquemático 05
Figura 2 - Estágios de desenvolvimento de S. mansoni 06
Figura 3 – Algumas das várias funções das modificações dependentes de ubiquitina 10
Figura 4 – Esquema representativo do proteassoma associado aos seus reguladores 12
Figura 5 – Funções das enzimas desubiquitinadoras 14
Figura 6 - DNA genômico de cercária de S. mansoni 25
Figura 7 – Extração de RNA total das fases evolutivas de S. mansoni 27
Figura 8 – PCR das colônias 32
Figura 9 – Mini-preparação 33
Figura 10 – Seqüência da ORF predita pelo programa ORF finder de SmDUB5 38
Figura 11 - Representação esquemática da localização dos domínios conservados em
SmDUB5
39
Figura 12 – Alinhamento da seqüência SmDUB5 com seqüências ortólogas de USP5 41
Figura 13 – Seqüência da ORF predita pelo programa ORF finder de SmDUB14 42
Figura 14 – Representação esquemática da localização dos domínios conservados em
SmDUB14
43
Figura 15 – Alinhamento da seqüência SmDUB14 com seqüências ortólogas de
USP14
44
Figura 16 – Seqüência da ORF predita pelo programa ORF finder de SmDUB16 45
Figura 17 - Representação esquemática da localização dos domínios conservados em
SmDUB16
46
Figura 18 – Alinhamento da seqüência SmDUB16 com seqüências ortólogas de
USP16
47
Figura 19 – Amplificação do cDNA correspondente ao gene SmDUB5 na fase de
verme adulto de S. mansoni
48
Figura 20 – Padrão de expressão do gene SmDUB5 49
Figura 21 – Amplificação do cDNA correspondente ao gene SmDUB14 na fase de
verme adulto de S. mansoni
50
Figura 22 – Padrão de expressão do gene SmDUB14 51
Figura 23 – Amplificação do cDNA correspondente ao gene SmDUB16 na fase de
verme adulto de S. mansoni
52
Figura 24 – Padrão de expressão do gene SmDUB16 53
Figura 25 – Gráfico comparativa da expressão das DUB’s nas fases Ce (cercárias),
V.A (vermes adultos) e Ovos
54
Figura 26 - Gráfico comparativo da expressão das DUB’s durante o estágio larval 54
Figura 27 – Padrão de expressão das subunidades COP9S3 e RPN9 do proteassoma
26S
55
Lista de Abreviaturas
µg Microgramas
µg/mL Microgramas por mililitros
µL Microlitros
µM Micromolar
ATP Adenosina trifosfato
BLAST Basic Local Alignment Search Tool
cDNA DNA complementar
cm
2
Centímetros quadrados
COP9S3 Constitutive photomorphogenic 9 subunidade 3
D.O Densidade óptica
DNA Ácido desoxiribonucléico
dNTP Deoxinucleosídeo trifosfato (N = A, C, G, ou T)
DTT Ditiotreitol
DUB Deubiquitin enzyme
EDTA Ácido etilenodiaminotetracético
g Gramas
HEPES 2-4-(2-Hidroxietil)-piperazinil-(1) ácido etanosulfônico
IPTG
Isopropil β-D-galactosídeo
Kb Kilobases
kDa KiloDaltons
M Molar
Mb Megabases
mg Miligramas
mg/mL Miligramas por mililitros
Mg
+2
Magnésio
mL Mililitros
mM Milimolar
MOPS [Ácido 3-(N-morfolino) propanosulfônico]
mRNA Ácido ribonucléico mensageiro
NCBI National Center for Biotechnology Information
ng Nanogramas
nm Nanômetros
ºC Grau celsius ou centígrados
pb Pares de bases
PCR Reação em cadeia da polimerase
pH Potencial hidrogeniônico
PM Peso molecular
pmol Picomoles
RNA Ácido ribonucléico
RNAi RNA interference
RNAse Ribonuclease
RPN9 Non-ATPase regulatory subunit 9 of proteassoma 26S
SDS Dodecil sulfato de sódio
SmDUB Enzima desubiquitinadora de Shistosoma mansoni
Taq Thermus aquaticus
Tris Tris-hidroximetilaminometano
Ub Ubiquitina
Volts Voltagem
WHO World Health Organization
Abreviaturas dos aminoácidos
Aminoácidos Abreviação de
três letras
Abreviação de uma
letra
Alanina
Ala A
Arginina
Arg R
Asparagina
Asn N
Ácido aspártico
Asp D
Ácido glutâmico
Glu E
Cisteína
Cys C
Glicina
Gly G
Glutamina
Gln Q
Histidina
His H
Isoleucina
Ile I
Leucina
Leu L
Lisina
Lys K
Metionina
Met M
Fenilanina
Phe F
Prolina
Pro P
Serina
Ser S
Tirosina
Tyr Y
Treonina
Thr T
Triptofano
Trp W
Valina
Val V
Resumo
O Schistosoma mansoni apresenta um ciclo biológico bastante peculiar, no qual
diversas alterações bioquímicas e morfológicas ocorrem no verme. Estas mudanças são
adaptações evolutivas encontradas pelo parasito para sobreviver nos distintos
ambientes. Acredita-se que estas adaptações são promovidas por um conjunto de genes
expressos coordenadamente nos seis estágios de vida do parasito, sendo de extrema
importância a identificação destes genes para elabor vacinas e novas drogas. Neste
contexto, as vias de modificações pós-traducional de proteínas como a ubiquitina
devem ser atuantes em vários processos celulares no parasito. A ubiquitina se liga
covalentemente a proteína alvo, através de uma ligação isopeptídica entre o resíduo de
glicina (Gly 76) da ubiquitina, localizado na região C-terminal e o resíduo de lisina
(Lys) do grupo amino da proteína a ser ubiquitinada. Esse processo é reversível, sendo
regulado pelas enzimas chamadas desubiquitinadoras (DUBs). As DUBs são cisteíno
proteases que clivam a ligação isopeptídica existente entre as ubiquitinas que formam a
cadeia poliubiquitinada, mantendo o pool de Ub intracelular livre e processam a pré-
proteína dando origem a forma madura da Ub. No presente trabalho, objetivamos
validar as análises in silico das DUB’s 5, 14 e 16 em S. mansoni e avaliar o padrão de
expressão destas enzimas em cercárias, esquistossômulos obtidos in vitro nos tempos
de 3 horas, 18,5 horas; 24 horas, 3 dias, em verme adulto e ovos. A expressão
comparada das DUB’s 5, 14 e 16 mostra que elas são mais expressas nas fases cercária,
verme adulto e ovo, do que nos diferentes estágios de esquistossômulos estudados,
confirmando resultados encontrados anteriormente em que foi verificada a atividade
DUB total nas fases de esquistossômulos menor comparada às demais fases. Este
padrão de expressão também corrobora com os resultados obtido por nosso grupo de
pesquisa onde foi observada a presença de conjugados ubiquitinados em todas as fases
de S. mansoni, com uma abundância predominante durante as diferentes culturas de
esquistossômulos (3h, 4h, 8h, 18h, 24h, 3 dias, 5 dias, 8 dias e 10 dias). Estes dados
juntamente com os resultados obtidos sugerem que a ocorrência de ciclos de
ubiquitinação/desubiquitinação podem estar envolvidos em processos celulares críticos
durante um ciclo biológico completo do S. mansoni.
Abstract
Schistosoma mansoni presents a peculiar life cycle, in which several
morphologic and biochemical alterations occur in different phases of development.
These changes are evolutive adaptations found by the parasite to survive in distinct
environments. These adaptations are promoted by a set of genes expressed coordinately
in the six life periods of the parasite, being a target to elaboration of vaccines and new
drugs. In this context, the post-transductional modifications of proteins, as
ubiquitination, must be operating in some crucial cellular processes in the parasite.
Ubiquitin (Ub) binds to target protein covalently, through an isopeptide linkage
between the C-terminal glicina residue (Gly 76) of Ub and the amino group of Lysine
(Lys). The reversible process of ubiquitination is the deubiquitination. DUBs
(deubiquitin enzymes) are cystein proteases that specifically cleave off Ub from Ub-
protein conjugates, Ub precursors and Ub adducts. In the present work, our objective
was to validate the in silico analyses of DUB's 5, 14 and 16 in S. mansoni and evaluate
the expression patterns of these enzymes in cercariae, in vitro schistosomulum obtained
by times of 3 hours, 18,5 hours; 24 hours, 3 days, in adult worms and eggs. The
comparative expression patterns of DUB' s 5, 14 and 16 shown that they are more
expressed in cercariae, adult worm and egg phases, and in basal level in different
periods of in vitro cultivate schistosomulum. Our results corroborate the low total DUB
activity in phases of schistosomulum when compared with the other phases. This
expression pattern also corroborates with the results obtained by our group, where the
presence of ubiquitin conjugates was observed in all the phases of S. mansoni, with a
relative abundance during the different culture times of schistosomulum (3h, 4h, 8h,
18h, 24h, 3 days, 5 days, 8 days and 10 days). These data suggest that the occurrence
of ubiquitinating/deubiquitinating cycles can be involved in critical cellular processes
during the full biological S. mansoni life cycle.
1 Introdução
1.1) Esquistossomose humana
A esquistossomose é uma importante doença parasitária humana que afeta mais
de 200 milhões de indivíduos distribuídos em 76 países tropicais e subtropicais em
desenvolvimento. É a segunda moléstia tropical de maior prevalência, causadora de
severa morbidade e mortalidade tornando-se assim um problema de saúde pública.
Estima-se que 500 a 650 milhões de pessoas estão em risco de infecção pela
esquistossomose (WHO, 2006).
De acordo com os primeiros relatos sobre a doença, a esquistossomose teve sua
provável origem nas bacias de dois importantes rios, o Nilo na África e o Yangtze na
Ásia. Tudo indica que sua história é bastante antiga que existem relatos de ovos de
Schistosoma sp em vísceras de múmias egípcias de 3.500 a.C. Dos vários tipos de
esquistossomoses conhecidas, aquela que mais se disseminou, atingindo inclusive o
continente americano, foi a mansônica (Kloos, H. & David, R., 2002).
Três espécies contribuem para a maioria das esquistossomoses em humanos:
Schistosoma mansoni, que vive principalmente nas vênulas que drenam o intestino
grosso; S. japonicum, que é encontrado principalmente nas vênulas do intestino delgado
e S. haematobium que vive nas vênulas da bexiga urinária. Outras espécies como S.
intercalatum, S. mekongi e S. malayensis também podem infectar humanos (Hickman,
C.P.J. et al., 2004).
A distinção entre as diferentes espécies de Schistosoma pode ser feita através da
observação do formato dos ovos, do número de lobos testiculares dos vermes adultos
machos, do comprimento relativo do útero e dos vitelógenos nas fêmeas.
O agente etiológico da esquistossomose no Brasil é o S. mansoni, localmente
conhecida como barriga d’água ou bilharziose em diversos países do mundo. O termo
bilharziose foi uma homenagem ao patologista Theodor Bilharz, que em 1852 ao
realizar uma autópsia observou a presença destes parasitos no sistema venoso porta
intra-hepático.
O S. mansoni é um trematódeo digenético (Trematoda, Digenea) pertencente à
família Schistosomatidae, parasitando não somente o homem mas também alguns
mamíferos e marsupiais. Ele apresenta ainda claro dimorfismo sexual entre os seus
vermes na fase adulta.
1.2) Ciclo biológico do parasito
Os ovos de S. mansoni são excretados nas fezes de portadores da
esquistossomose, sendo que cada ovo contém uma larva ciliada chamada miracídio. Em
contato com a água os ovos eclodem, através de estímulos como luz intensa,
temperatura e oxigenação, liberando assim os miracídios. Estes procuram pelo
hospedeiro intermediário do parasito, o molusco de água doce do gênero Biomphalaria.
As larvas, que têm sexo definido, penetram ativamente a hemocele do caramujo,
multiplicam-se assexuadamente tornando-se esporocistos mães e posteriormente, surge
uma segunda geração denominada esporocistos filhos. O hepatopâncreas do caramujo
fica repleto de esporocistos filhos que se diferenciam por expansão clonal dando
origem à terceira geração, as larvas agora denominadas cercárias (Cunha, A.S., 1970).
Através de estímulos como luz e calor, as cercárias deixam o caramujo entre a
quarta e sexta semana após a infecção, permanecendo no meio aquático até
encontrarem seu hospedeiro definitivo. Respondendo a sinais químicos, as cercárias
penetram ativamente na pele humana através de ações mecânica e enzimática, perdendo
suas caudas bifurcadas durante este processo. Após os primeiros 15 minutos de
infecção no hospedeiro definitivo, podem ser observadas alterações fisiológicas nas
cercárias, que a partir deste momento são denominadas esquistossômulos. A passagem
das cercárias pela epiderme e derme do hospedeiro pode durar de 24 a 72 horas
aproximadamente (Cunha, A.S., 1970).
Após este período os esquistossômulos iniciam a migração através do sistema
sanguíneo ou linfático e por volta do quarto dia eles chegam aos pulmões. Nos pulmões
o número de esquistossômulos atigem o pico ximo entre os dias 7 e 9 após infecção.
Durante o processo de migração, os esquistossômulos sofrem apenas um elongamento
aumentando assim seu volume corporal, não havendo sinais de divisão celular durante
esta fase (Clegg, J.A., 1965).
A migração dos esquistossômulos continua de forma assincrônica, passando
pelo coração até chegar ao fígado onde o seu desenvolvimento se completa. A partir do
oitavo dia são encontrados esquistossômulos na veia porta-hepática, nesta fase
também se inicia a alimentação por sangue hospedeiro e a divisão celular (Clegg, J.A.,
1965 & Cunha, A.S., 1970). Os esquistossômulos se acumulam lentamente nos vasos
hepáticos onde, evidenciando o assincronismo, indivíduos jovens são encontrados ao
lado de indivíduos adultos durante vários dias. A partir da terceira semana inicia-se a
migração dos esquistossômulos para as veias mesentéricas, onde os parasitos na fase
adulta atigem a maturidade. Macho e fêmea se acasalam e as fêmeas realizam a postura
de seus ovos completando assim o ciclo evolutivo (Cunha, A.S., 1970). A Figura 1
ilustra o ciclo biológico completo do parasito e a Figura 2 a passagem entre as fases
cercária/verme adulto dividida em estágios.
A fêmea de S. mansoni permanece alojada no canal ginecóforo do macho. O
casal pode viver por muitos anos pareado no sistema porta intra-hepático de seu
hospedeiro vertebrado. Este pareamento desencadeia uma cascata de eventos que
promovem um bom desenvolvimento do ovário e das glândulas vitelogênicas nas
fêmeas, de forma a garantir a manutenção do ciclo de vida do parasito (Cunha, A.S.,
1970 and Shaw, M.K., 1987).
A longevidade de um Schistosoma adulto é em torno de 3 a 5 anos podendo se
estender por mais de 30 anos. Os casais de vermes adultos podem produzir cerca de 300
a 1.000 ovos por dia. O potencial teórico de reprodução por casal de parasitos é acima
de 600 bilhões de Schistosomas (Gryseels, B. et al., 2006).
Ocorre uma divisão de trabalho entre o casal, onde a mea de S. mansoni
concentra toda sua energia metabólica em torno da reprodução, formando e propagando
seus ovos com eficiência. O macho em contato com a mea promove o
desenvolvimento do ovário e das glândulas vitelogênicas, ele fornece à fêmea proteção,
alimento e esperma para a fertilização dos oócitos, além de outros fatores químicos
envolvidos na maturação do sistema reprodutor feminino (Fitzpatrick, J.M. et al.,
2006).
Em casos de infecções unissexuais de fêmeas, estas apresentam redução no
tamanho, retração da maturação sexual e o não desenvolvimento dos ovos (Kunz, W.
2001). O mecanismo exato pelo qual o macho influencia a maturação sexual da fêmea
ainda não é bem conhecido, porém vários dados experimentais sugerem que processos
como transporte de biomoléculas, indução de sinalização e regulação transcricional
sexo específica devem ser fundamentais (Fitzpatrick, J.M. et al., 2006).
Figura 1 - Ciclo de vida do S. mansoni apresentado em diagrama esquemático - O parasito coexiste
em três ambientes distintos: o interior do hospedeiro vertebrado, o ambiente aquático e o interior do
hospedeiro invertebrado (moluscos do gênero Biomphalaria). No homem formas larvais
(esquistossômulos B) dão origem a parasitos sexualmente maduros (verme adulto A), os quais se
acasalam e produzem ovos (C) que são liberados no ambiente aquático. Os ovos eclodem (D)
liberando os miracídios infectantes (E) que penetram no caramujo dando origem a numerosos
esporocistos (F). Os esporocistos geram cercárias (G) que saem do caramujo e nadam ativamente
na água a procura do hospedeiro vertebrado. Adaptado de : Introdução à Parasitologia. Wilson, R.
A, 1980. pp13.
B
G
E
C
D
F
A
1.3) Patologia e controle da esquistossomose
Os sintomas da esquistossomose em sua fase aguda se manifestam através de
pequenas urticárias na região de penetração das cercárias, onde linfócitos e macrófagos
são reunidos como resposta imune primária à invasão do parasito. Dependendo do
número de parasitos e da sensibilidade do hospedeiro vertebrado, este pode desenvolver
a forma toxêmica da doença, que é um processo de hipersensibilidade sistêmica contra
a migração dos esquistossômulos, caracterizada por febre, fadiga, mialgia,
linfadenopatia, tosse não produtiva, eosinofilia entre outros sintomas, que podem
desaparecer em poucas semanas (Gryseels et al., 2006).
Dias
F
igura 2
- Estágios de desenvolvimento de S. mansoni. O esquema ilustra o desenvolvimento do parasito em
camundongos dividido em 7 estágios. O estágio 0 é caracterizado pela penetração da cercária no hospedeiro,
que ao perder a cauda passa a ser chamada de esquistossômulos. Este processo pode durar cerca de 3 dias e no
quarto dia os esquistossômulos migram em direção aos pulmões. Com 7 dias de infecção, estágio 1, pode
ser encontrada a forma pulmonar dos esquistossômulos que sofrem durante este estágio um elongamento. No
estágio 2 (15 dias) os esquistossômulos podem ser encontrados na veia porta-hepática, apresentando um
aumento em volume do intestino. O estágio 3 é caracterizado pela organogênese, os machos iniciam o
desenvolvimento das extensões laterais do corpo e das testes. Um estreito útero pode ser visto nas fêmeas
nesta fase. A gametogênese inicia-se no estágio 4, os machos desenvolvem 8 testes e inicia a produção de
espermatozóides. As fêmeas apresentam um pequeno ovário e neste estágio ocorre o acasalamento. No quinto
estágio as proteínas da casca do ovo são sintetizadas e no sexto estágio os vermes adultos migram para as
veias mesentéricas onde ocorre a ovoposição. Figura adaptada de Clegg, J.A., 1965.
Formação do
intestino
Forma pulmonar
Casca do ovo
Ovoposição
Organogênese
Gametogênese
As principais lesões na infecção crônica não são devidas aos vermes adultos e
sim aos seus ovos. Somente cerca de 50% dos ovos liberados pela fêmea são
eliminados nas fezes, os demais permanecem retidos nas paredes do intestino e no
parênquima hepático do hospedeiro (Warren, K.S. et al., 1967). Os ovos secretam
enzimas proteolíticas que provocam reações inflamatórias eosinófilicas e
granulomatosas. Na fase crônica pode ocorrer perda de peso, diarréia, dipnéia, dores
abdominais difusa, hipertensão portal e hepatoesplenomegalia. A severidade dos
sintomas está relacionada com a intensidade da infecção, o estado nutricional, a idade, a
carga parasitária, a linhagem do parasito, e com a resposta imune do indivíduo
(Gryseels et al., 2006).
O tratamento da doença é realizado com praziquantel, um fármaco muito
utilizado no combate a esquistossomose que, embora seja seguro e efetivo, não oferece
proteção contra reinfecções em áreas endêmicas (Ismail M et al., 2002). Muitas cepas
de S. mansoni apresentam resistência ao tratamento com este fármaco, porém os
mecanismos utilizados pelo parasito neste processo ainda não estão bem esclarecidos
(Ismail M. e cols., 1999).
Várias medidas de saúde pública têm sido adotadas no controle de doenças
parasitárias tais como: melhoramento de moradias, higiene sanitária e controle dos
vetores. Entretanto, estas abordagens para o controle da esquistossomose têm se
mostrado em muitos casos insuficientes ou pouco efetivas, sendo assim de grande
importância o desenvolvimento de vacinas e novos quimioterápicos.
1.4) Genoma e transcriptoma de S. mansoni
Atualmente o genoma de S.mansoni está estimado em aproximadamente 300
Mb, organizado em oito pares de cromossomos sendo sete pares autossômicos e um par
de cromossomos sexuais. Os machos são homogaméticos (ZZ) e a fêmea
heterogamética (ZW). Uma característica do genoma do parasito é o elevado conteúdo
de DNA repetitivo (40 a 60%), elementos gênicos móveis, microsatélites e
minisatélites, SNPs (Single nucleotide polymorphisms) e íntrons que podem variar em
tamanho de 30 pb a 10 kb. (Tanaka, K., 1995 e Simpsom, A.J.G. et al., 1982).
Em 1994 teve início o Projeto Genoma do Schistosoma, criado através de um
consórcio internacional, tendo como alvo as espécies S. mansoni e S. japonicum, que
foram analisadas separadamente. A iniciativa para a criação deste projeto partiu da
Organização Mundial de Saúde (WHO) juntamente com outras agências de fomento,
com o intuito de promover o desenvolvimento de novas drogas e quimioterápicos (Lo
Verde, P.T. et al., 2004).
Os resultados deste trabalho propiciaram o desenvolvimento de bibliotecas de
cDNA, construção de bibliotecas de cromossomos artificiais de bactérias e leveduras,
mapas físicos parciais dos cromossomos, e a geração de ESTs (Expressed Sequence
Tags) de Schistosoma. As primeiras ESTs foram depositadas por Franco et al 1995,
sendo sequenciadas 607 ESTs de uma biblioteca de cDNA de vermes adultos, onde
foram identificados 154 novos genes, dando início a era de descoberta de genes do
parasito (Lo Verde, P.T. et al., 2004).
Paralelamente ao sequenciamento de ESTs em larga escala, diversos trabalhos
foram publicados descrevendo genes importantes para a biologia do parasito, porém um
grande avanço foi alcançado com a liberação do resultado do projeto Transcriptoma do
S. mansoni realizado no Brasil. Este projeto contou com a participação de um consórcio
de laboratórios conhecido como a rede ONSA (Organization of Nucleotide Sequence
and Analysis), que foi financiado pela FAPESP (Fundação de Amparo a Pesquisa do
Estado de SãoPaulo).
Cerca de 163.586 ESTs de S. mansoni foram seqüenciadas, cobrindo 92% do
transcriptoma, destas 151.684 foram originadas de minibibliotecas ORESTES (Open
reading frames ESTs) e 11.902 seqüências de bibliotecas normalizadas de vermes
adultos. O número de genes preditos foi de aproximadamente 14.000 genes, sendo 50%
expressos na fase de verme adulto e 1.000 genes com um padrão de expressão estágio-
específica (Verjovski-Almeida, S. et al., 2003). Atualmente, estima-se a existência de
~17.500 genes no genoma do S. mansoni, muitos destes apresentando modulação de
função através de trans-splincing ou splincing alternativo (Brindley, P.J., 2005 e
Wilson, R.A. et al., 2006).
O outro projeto, o Transcriptoma do S. japonicum, foi realizado na China e teve
como resultado cerca de 43.707 ESTs geradas de verme adulto (macho e fêmea) e ovos
de S. japonicum. Esse conjunto de EST’s foi agrupado em 13.131 contigs, sendo que
cada contig é um provável representante gênico do parasito (Hu, W. et al., 2004).
A análise do transcriptoma de S. mansoni e S. japonicum, através da
classificação funcional dos transcritos pelo Gene Ontology (GO), confirma e sugere a
presença de genes associados a eucariotos e processos específicos dos metazoários,
como diferenciação eixo anterior-posterior, dorsoventralidade, epitélio, processo neural,
motilidade, diferenciação sexual e maturação, longevidade, parasitismo, evasão imune e
resposta a stress (Verjovski-Almeida, S. et al., 2003).
Hoje, na era pós genômica, novas ferramentas são utilizadas para validar a
presença e quantificar a abundância dos transcritos sequenciados das diferentes fases do
S. mansoni, possibilitando assim a aplicação do genoma funcional. Experimentos tais
como expressão gênica diferencial por "microarrray”, manipulação do genoma
silenciando genes utilizando RNAi e estudo do proteoma através da separação de
proteínas por eletroforese bidimensional, vêm sendo realizados. Estas inovações
possibilitaram a identificação e caracterização dos genes estágios específicos, bem
como a constatação do envolvimento das vias de modificação pós-traducional durante
um ciclo de vida completo do parasito (Dillon, G.P. et al., 2006).
1.5) Modificação pós-traducional dependente de ubiquitina
Muitos processos biológicos o controlados pelas modificações pós-
traducionais dependentes de ubiquitina e proteínas similares a ubiquitina, dentre eles:
proteólise intracelular, controle do ciclo celular, desenvolvimento embrionário, resposta
a estresse, reparo do DNA, resposta imune, transdução de sinal, biogênese de organelas,
regulação transcricional, endocitose e endereçamento de proteínas (Quesada, V., 2004).
A ubiquitina é uma proteína de 76 resíduos de aminoácidos, presente no citosol,
núcleo e em diversos compartimentos da célula, sendo bastante conservada entre os
organismos eucariotos. Ela se conjuga covalentemente a proteína alvo, através de uma
ligação isopeptídica entre o resíduo de glicina (Gly 76) da ubiquitina, localizado na
região C-terminal e o resíduo de lisina (Lys) do grupo amino da proteína a ser
ubiquitinada (Kim, J.H. et al., 2003). Os sinais para a ubiquitinação nas proteínas alvo
podem ser geneticamente programados, regra do N-terminal, onde as proteínas têm
seqüências de aminoácidos na região N-terminal necessárias para direcionar a sua
ubiquitinação. Uma outra forma de sinalização ocorre por meio da fosforilação
regulando a ubiquitinação das proteínas alvo (Wilkinson, K.D., 2000).
O processo de ubiquitinação de proteínas é catalizado por três enzimas: enzima
ativadora de ubiquitina (E1), enzima conjugadora de ubiquitina (E2) e enzima ligase
(E3). A ubiquitina é ativada pela E1, por uma ligação ATP dependente, formando um
intermediário tio-éster, sendo em seguida transferida ao grupo tio-éster de uma E2
conjugada. Essas E2 transferem a ubiquitina a uma enzima ligase (E3) que se liga a E2 e
ao substrato, como ilustrado na Figura 3 (Pickart, C.M., 2001).
Citosol
Núcleo
Ativação
Transcricional
Lisossomo Peptídeos
Proteas-
soma
26S
Enzimas
Desubiquiti-
nadora
Proteína
alvo
Fusão de
Membrana
Endosso-
mo
precose
CM
Proteína X
d
Figura 3
Algumas das várias funções das modificações dependentes de ubiquitina:
(a)
Uma molécula de
ubiquitina livre é ativada pela enzima ativadora de ubiquitina E1 por um mecanismo ATP dependente passo
(1). Em seguida a ubiquitina é transferida para uma enzima de conjugação E2 - passo (2). O conjugado E2-
Ubiquitina e a proteína substrato associam-se especificamente a uma enzima de ligação E3 e a ubiquitina é então
transferida para a proteína substrato passo (3). Sucessivas conjugações de moléculas de ubiquitina na proteína
alvo geram uma cadeia poliubiquitinada que funciona como sinal para a proteína ser degradada no proteassoma
26S – passo (4). O substrato é degradado em pequenos peptídeos - passo (5) e monômeros de ubiquitina livre são
gerados pela atividade das enzimas desubiquitinadoras (DUB) passo (6). (b) Proteínas de membrana marcadas
por diubiquitinação para a degradação no lisossomo. (c) Monoubiquitinação ou uma simples modificação por
uma ubiquitina pode marcar proteínas para diferentes destinações subcelulares. (d) A geração de uma cadeia de
poliubiquitina pode ativar a regulação transcricional direta ou indiretamente. CM - corpo muiltivesicular; Pi
fosfato inorgânico; PPi - pirofosfato inorgânico; Ub - ubiquitina. Figura adaptada de Ciechanover, A., 2005
Núcleo
Proteína Y
As reações de ligação entre as enzimas e a ubiquitina envolvem a glicina do grupo
carboxil terminal da ubiquitina e o resíduo de cisteína das enzimas envolvidas neste
processo.
Um substrato alvo pode ser modificado pela adição de uma, duas ou mais
ubiquitinas. Substratos com quatro ou mais moléculas de ubiquitina ligados no resíduo
de lisina 29 ou lisina 48 são direcionados para a proteólise dependente do proteassoma
26S. A mono e poliubiquitinação no resíduo de lisina 63 está envolvida no processo de
degradação lisossomal, endocitose, reparo de DNA, ativação de quinases e herança
mitocondrial (Kim, J.H. et al., 2003). Numerosas permeases, transportadores,
receptores, histonas e fatores de transcrição são regulados pela monoubiquitinação via
Lys 63 (Kim, J.H. et al., 2003).
O proteassoma 26S é um complexo proteolítico de 2.000 a 3.000 kDa,
constituído por múltiplas proteases diferentes que se associam formando um cilindro
contendo um poro central por onde as proteínas passam para serem degradadas (Figura
4). Ele consiste de uma porção proteolítica central de coeficiente de sedimentação 20S,
e em suas terminações está associada uma ou duas partículas regulatórias 19S
(Ciechanover, A., 2005).
A estrutura cilíndrica central é formada por quatro anéis heptaméricos, dois
anéis periféricos compostos por sete subunidades alfa, e dois aneis centrais compostos
por sete subunidades beta. O proteassoma é o sistema de proteólise mais importante em
eucariotos sendo responsável pela remoção de diversas proteínas regulatórias
envolvidas em funções celulares essenciais (Ciechanover, A., 2005; Jackson, P. et al.,
2000; Tanaka, K. et al., 1998).
As diferentes montagens do proteassoma 20S associado aos reguladores PA28
(Proteassome activator 28), PA700 ou ao PA200 permitem a degradação de
importantes polipeptídeos. PA700 ou 19S é o único ativador que estimula a degradação
de proteínas poliubiquitinadas e este mecanismo é dependente de ATP. O complexo
regulatório 19S é constituído de 17 subunidades ATPásicas e não ATPásicas que se
dividem em dois sub-complexo chamado de tampa e base.
O regulador PA28 também denominado 11S, não reconhece proteínas
ubiquitinadas e não necessita de ATP em seu processo de ativação do proteassoma.
PA28 é um complexo homo ou heterodimérico de aproximadamente 28 kDa contendo
sete subunidades. Ahn, J.Y. et al. (1995) verificaram que PA28 é induzido por
interferon (IFN)γ, sugerindo que este regulador tem importante papel no sistema imune
de vertebrados. A Figura 4 ilustra o proteassoma associado aos reguladores 19S e 11S.
PA200 é constituído de uma cadeia simples de proteínas com aproximadamente
200kDa, ele é o mais recente ativador descoberto, suas propriedades biológicas indicam
seu envolvimento no processo de reparo de DNA (Rechsteiner, M. & Hill, C.P., 2005).
Outro regulador multifuncional do proteassoma é o COP9 signalossoma (CSN),
um complexo constituído por oito subunidades protéicas que são conservadas entre os
organismos. A função bioquímica do COP9 signalossoma não está clara, mas alguns
dados apontam para uma cooperação entre este complexo e a proteólise mediada pelo
proteassoma 26S, implicando na sua participação em processo de desenvolvimento
(Bech-Otschir, D. et al., 2002). Somando-se a estas evidências, Freilich, S. et al., (1999)
demonstraram que o COP9 é essencial para o desenvolvimento de D. melanogaster.
Figura 4
Esquema representativo do proteassoma associado aos seus reguladores. As possíveis
montagens do centro catalítico 20S com o regulador 19S estão ilustradas em (g) e (h), nas figuras
(i) e (j) estão representados os imunoproteassomas.
1.6) Desubiquitinação
A ubiquitinação de proteínas é um processo reversível, sendo as enzimas
desubiquitinadoras responsáveis pela remoção de ubiquitina dos conjugados
ubiquitinados, em um mecanismo denominado desubiquitinação. Assim como fosforilar
e defosforilar, a ubiquitinação e a desubiquitinação são de extrema importância na
regulação das vias dependentes de ubiquitina, que está relacionada a numerosos
processos celulares.
No princípio da década de oitenta foi caracterizada a primeira atividade
desubiquitinadora, quando pôde ser verificado que a enzima denominada isopeptidase
era capaz de clivar as ligações isopeptídicas de ubiquitina de histona H2A (Matsui, S. et
al., 1982). Desde então um vasto número de DUB’s vêem sendo identificadas, porém
muito pouco é conhecido sobre o mecanismo de ação destas enzimas.
As enzimas desubiquitinadoras (DUBs) estão envolvidas no processamento de
ubiquitina, reconhecendo a ligação peptídica entre os resíduos de glicina e metionina da
cadeia de poliubiquitina. A molécula de ubiquitina é codificada como um transcrito
policistrônico (poliubiquitina) ou em fusão com subunidades ribossomais L40 e S27a.
Estes mRNAs são traduzidos e processados gerando a ubiquitina livre (Hershko, A. &
Ciechanover, A., 1998).
As DUBs regulam de forma negativa a degradação de proteínas
poliubiquitinadas, evitando a proteólise via proteassoma ou vacuolar, aumentando assim
a meia-vida destas proteínas. Elas são responsáveis também pela retirada das cadeias de
ubiquitina ancoradas ao proteassoma 26S, que podem competir com substratos
ubiquitinados pelos sítios de ligação à ubiquitina, além de estarem envolvidas na
remoção de ubiquitina de proteínas que regulam o ciclo celular durante a mitose (Kim,
J.H. et al., 2003; Amerik A.Y. and Hoshstrasser M., 2004). As funções catalíticas das
enzimas desubiquitinadoras estão ilustradas na Figura 5.
Figura 5 – Funções das enzimas desubiquitinadoras: (1) Processamento dos precursores de
Ub. (2) Edição ou recuperação de conjugados ubiquitinados. (3) Reciclagem da Ub ou
oligômeros de Ub dos conjugados proteína/substrato para a degradação. (4) Separação dos
oligômeros de ubiquitina em monômeros. Figura adaptada de Wilkinson, K.D., 2000.
As enzimas desubiquitinadoras são organizadas em 5 grupos de cisteíno-
proteases: UCH (ubiquitin C-terminal hydrolase), USP (ubiquitin-specific protease),
OTU (Ovarian Tumor), MJD (Machado-Joseph diseases protease), o quinto grupo
envolve as metaloproteases JAMM (JAB1/MPN/Mov34, metaloenzima) (Nijman,
S.M.B. et al., 2005).
As proteases específicas de ubiquitina (USP), também denominadas proteases
processadoras de ubiquitina (UBP) ou ubiquitinas carboxil terminal hidrolases 2,
apresentam tamanhos variados e grande complexidade estrutural. Cerca de 90 proteases
constituem este grupo, sendo proteínas de alto peso molecular, 50-300 kDa, que contém
várias regiões conservadas em suas seqüências de aminoácidos, incluindo aquelas em
torno dos resíduos Cys, His e Asp que formam a tríade catalítica característica de USP
(Wing, S.S., 2003 e Hu, M. et al., 2002).
As USPs exibem extensões N-terminal e C-terminal que parecem ter importante
papel na determinação da localização celular e na especificidade/reconhecimento dessas
enzimas pelo substrato. Estas proteases atuam em múltiplos níveis na via da ubiquitina,
sendo responsáveis pela geração de ubiquitina livre através da hidrólise das cadeias não
ancoradas de poliubiquitina e de proteínas precursores de ubiquitina. As UBPs também
4
Ribossomo
1
2
3
estão correlacionadas com a estabilidade de fatores transcricionais entre outras funções
(Kim, J.H. et al., 2003 e Quesada, V. et al., 2004).
Ubiquitina carboxil-terminal hidrolase (UCH) é o segundo grupo de cisteíno-
proteases composto de proteínas relativamente pequenas, entre 20 a 30 kDa, com
algumas exceções. UCHs têm um domínio catalítico de aproximadamente 230
aminoácidos, que é estruturalmente caracterizado pela presença de uma tríade catalítica
apresentando os resíduos conservados Cys, His e Asp (Kim, J.H. et al., 2003).
As UCHs atuam principalmente na reciclagem de ubiquitina quando esta é
inapropriadamente conjugada (como exemplo, glutationa, poliaminas). Elas também
estão envolvidas no processamento da síntese de ubiquitina, que é traduzida ou como
precursor de poliubiquitina ou fundida ao precursor de proteína ribossomal.
Alguns estudos sugerem um papel para as UCHs em processos específicos
regulados por ubiquitina. Mutações em UCH-L1 (UCH expressa especificamente em
neurônios), foram descritas em dois irmãos com doença de Parkinson (PD). UCH-L1
mutada tem sua atividade DUB reduzida e um polimorfismo neste gene tem sido
relacionado à redução no risco de PD. Nem todos os estudos têm encontrado uma
relação estrita entre a atividade UCH-L1 e PD (Nijman, S.M.B. et al., 2005).
A ataxin-3, uma proteína com domínio MJD (Doença Machado-Joseph),
representa o terceiro grupo de cisteíno-proteases. Instabilidade de um nucleotídeo nas
repetições CAG no gene da ataxin-3 leva a uma condição neurológica hereditária
conhecida como ataxia espinocerebelar tipo 3 ou doença de Machado Joseph. A ataxin-
3 se associa ao proteassoma, participando da via ubiquitina-proteassoma, e apresenta
propriedades típicas das DUBs (Nijman, S.M.B. et al., 2005 e Amerik, A.Y. &
Hochstrasser, M., 2004). Alguns experimentos indicam que a função normal da ataxin-3
está envolvida na regulação transcricional, mas se a atividade desta DUB tem um papel
neste processo não se sabe ao certo.
As proteases OTU (ovarian tumor) compreendem um grupo pontual de cisteíno-
proteases que são homólogas ao gene do tumor ovariano de Drosophila. Otubain-1 e
otubain-2 foram as duas primeiras proteínas OTU onde a atividade DUB foi verificada
in vitro. Cézanne, outra proteína contendo o domínio OTU, regula negativamente o NF-
kB clivando cadeias de poliubiquitina in vitro (Balakirev, M.Y., et al., 2003 e Evans,
P.C., et al., 2003).
O grupo das metaloproteases JAMM/MNP+ pode ser representado por um
constituinte da tampa do proteassoma 26S, a subunidade Rpn11, que é de extrema
importância para a degradação de substratos poliubiquitinados. Outra proteína com
motivo JAMM/MPN+ foi recentemente encontrada, a AMSH (molécula associada com
o domínio SH3 de STAM), que também tem atividade desubiquitinadora (Amerik, A.Y.
& Hochstrasser, M., 2004).
1.7) Modificação pós-traducional dependente de ubiquitina em S. mansoni
Em 2000 foi realizada a primeira caracterização de cDNA codificando para
poliubiquitina em S. mansoni, e foi verificada a expressão do gene SmUbi (Schistosoma
mansoni poliubiquitina) em todas as formas de desenvolvimento do parasito (Guerra-Sá,
R., 2000). Além disso, Castro-Borges, W. (2005), utilizando a técnica de Westen Blot
em gel de proteína bi-dimensional com extratos totais de cercárias, esquistossômulos de
3horas, 3 dias e vermes adultos, confirmou a presença de conjugados ubiquitinados em
todas as fases analisadas. Nas fases larvais, a quantidade de conjugados ubiquitinados
detectados foi consideravelmente superior em relação a fase adulta, sugerindo que a via
de degradação dependente de ubiquitina e proteassoma exercem papel importante nos
processos de remodelagem do S. mansoni.
Tendo como bases as evidências anteriores foi constatada a atividade proteolítica
endógena dependente de ubiquitina e do proteassoma 26S em vermes adultos de S.
mansoni. Experimentos realizados na presença do MG132, inibidor da atividade
peptidásica do proteassoma, mostraram 90% de inibição da proteólise exógena e 80%
da endógena (Guerra-Sá, R. et al., 2005).
Infecção experimental de camundongos Balb-C com cercárias previamente
incubadas com MG132, mostrou uma redução significativa no número dos
esquistossômulos, na carga parasitária e no número de ovos presente nas fezes desses
animais. Sugerindo assim que a inibição transitória do proteassoma de cercárias
compromete o desenvolvimento do parasito no hospedeiro vertebrado. O uso deste
inibidor em parasitos adultos mantidos in vitro também mostrou uma alteração no
pareamento dos vermes (Guerra-Sá, R., 2000).
Analisando os resultados de atividade proteolítica endógena e exógena
dependente do proteassoma 20S e 26S de vermes adultos e cercárias, pôde ser
observado que a taxa de proteólise é aproximadamente 50% menor em cercária quando
comparado a vermes adultos (Guerra-Sá, R., et al., 2005).
Com relação a atividade desubiquitinadora em S. mansoni, Andreolli, A.B.P.
(2005), através de análises in silico, identificou cerca de 32 enzimas desubiquitinadoras,
destas 25 pertencem a família USP e 7 à família UCH. Para a realização desta análise
foram utilizados dados gerados no projeto de sequenciamento do Transcriptoma de S.
mansoni.
Considerando a presença de conjugados ubiquitinados em todas as fases de S.
mansoni, a quantidade relevante destes conjugados durante a fase de esquistossômulos e
também o grande número de DUB’s existentes em diversos organismos, é de
fundamental importância o estudo destas enzimas neste parasito. As DUB’s podem estar
envolvidas em vários processos celulares essenciais para os diferentes estágios de
desenvolvimento do parasito.
2 Objetivos
Objetivos
Analisar a expressão das enzimas desubiquitinadoras 5, -14 e -16 durante o ciclo
do parasito S. mansoni enfatizando o estágio de transformação de cercária em verme
adulto.
2.1 - Objetivos específicos
1) Obter cercária, esquistossômulos de 3 horas, 18,5 horas, 24 horas, 3 dias de cultivo
in vitro, verme adulto e ovos.
2) Obter in silico o cDNA completo para as enzimas desubiquitinadoras 5, 14 e 16 de
verme adulto e sequenciar estes genes.
3) Análisar os níveis de expressão das enzimas DUB5, DUB14 e DUB16 por RT-PCR
semi-quantitativa em cercária, esquistossômulos de 3 horas, 18,5 horas, 24 horas, 3
dias, verme adulto e ovos.
Materiais e Métodos
21
3 Materiais e Métodos
22
3.1) Obtenção das formas evolutivas do S. mansoni (vermes adultos, cercárias e
ovos)
O ciclo biológico do S. mansoni, cepa LE é rotineiramente mantido no
Moluscário "Lobato Paraense" do Centro de Pesquisa René Rachou, Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Belo Horizonte/MG.
Os vermes adultos foram perfundidos do sistema porta-hepático de
camundongos da linhagem Swiss Webster após 50 dias de infecção com
aproximadamente 100 cercárias inoculadas na via subcutânea, conforme descrito por
Smithers S.R. & Terry R.J., (1965).
Os ovos do S. mansoni presentes nos fígados de 30 camundongos infectados
foram obtidos após perfusão dos vermes adultos. Os fígados foram picados e colocados
em um béquer contendo solução salina 1,7% e deixados a 4ºC por 24 horas. Em seguida
o material foi incubado a 37ºC em banho-maria por 2 horas e homogeneizado, com o
auxílio de um liquidificador na rotação máxima por 5 minutos. A velocidade do
liquidificador foi reduzida para a rotação média e nova homogeneização foi realizada
por mais 3 minutos. O homogenato foi lavado através da emissão de jatos de salina
1,7% sob a amostra, utilizando para isto um borrifador. Após a lavagem a mistura foi
passada em duas peneiras próprias para separar os ovos do “macerado” de fígado.
Depois desta etapa a amostra foi acondicionada em 3 cálices de vidro de 500 mL, e
incubada novamente a 4ºC por uma hora para a sedimentação dos ovos. Passada a etapa
de sedimentação, as fibras foram removidas por aspiração, os ovos ressuspendidos em
salina 1,7% e distribuídos em tubos Falcon de 50 mL. Vários processos de lavagens dos
ovos com salina 1,7% foram realizados, seguidos de centrifugação a 4ºC a 1200 x g por
3 minutos e posterior aspiração do sobrenadante.
Os ovos maduros foram separados dos ovos imaturos e dos hepatócitos através
de um gradientes descontínuos de Percoll
TM
(Amersham Biosciences) preparado de
acordo com o seguinte procedimento: 6 mL de Percoll e 4 mL de RPMI, a amostra
contendo os ovos foi cuidadosamente distribuída no gradiente de Percoll. A separação
dos ovos maduros ocorreu devido à diferença de densidade entre ovos maduros (mais
densos), ovos imaturos e restos celulares de fígado (menos denso). Foi realizada uma
centrifugação do gradiente a 1200 x g durante 5 minutos a 4ºC. O sobrenadante foi
23
descartado e os ovos maduros submetidos a sucessivas lavagens com meio RPMI 1640
(INVITROGEN) seguido de centrifugações por 30 segundos a 1200 x g até completa
remoção do Percoll. Os ovos purificados foram estocados a -70°C até o momento do
uso.
As cercárias foram obtidas de caramujos B. glabrata infectados através de um
processo de eliminação induzido artificialmente. Em um béquer com 200 mL de água
declorada aquecida a 28ºC foram colocados 50 caramujos e estes expostos à luz branca
fria em uma estufa a 25ºC. Depois de duas horas de exposição dos moluscos a luz, as
cercárias eliminadas foram recolhidas. Após centrifugação por 10 minutos a 12.000 x g,
uma alíquota das cercárias foi armazenada a -70ºC até o momento de uso.
3.2) Transformação mecânica de cercárias em esquistossômulos in vitro
Aproximadamente 100.000 a 150.000 cercárias foram obtidas segundo o
procedimento anteriormente descrito. Processos de lavagens com água declorada foram
realizados para a limpeza dos resíduos dos caramujos. As cercárias foram transferidas
juntamente com a água declorada para um béquer previamente gelado e após duas horas
de incubação em banho de gelo obteve-se um sedimento. O sobrenadante foi removido
e descartado com o auxílio de uma pipeta e o sedimento de cercárias transferido para 4
tubos do tipo Falcon de 50 mL. Em cada tubo foi adicionado 25 mL de água declorada
e o material foi novamente sedimentado por 15 minutos em banho de gelo. O
sobrenadante foi retirado com o auxílio de uma pipeta e o procedimento repetido por
mais duas vezes ou até o sedimento de cercárias ficar completamente sem resíduos. Na
última lavagem foi adicionado meio de cultura RPMI 1640 (INVITROGEN). Os
sedimentos de cercárias contidos nos tubos tipo Falcon de 50 mL foram concentrados
em um único tubo e o sobrenadante retirado deixando apenas um volume final de 5 mL.
O processo de transformação de cercárias em esquistossômulo foi realizado
utilizando o método descrito por Ramalho-Pinto F.J. et al., (1974). As cercárias,
100.000 a 150.000, contidas em 5 mL de meio RPMI tiveram as caudas quebradas
mecanicamente pela homogeneização com auxílio de um vortex em velocidade máxima
por 3 minutos. A separação dos corpos cercarianos das caudas foi realizada mediante
três lavagens seguidas por sedimentação. Os corpos cercarianos, agora chamados
24
esquistossômulos, concentraram-se ao fundo do tubo tipo Falcon e as caudas suspensas
no sobrenadante foram descartadas.
Os esquistossômulos foram transferidos para um frasco de cultura de 75 cm
2
e a
ele acrescentado 30 mL de meio de cultura RPMI suplementado com 100 U/mL de
penicilina e 100 µg/mL de estreptomicina. Em seguida a cultura foi incubada em estufa
de CO
2
a 5% a 37°C por 3 horas, tempo necessário para completar a transformação.
Após esse período, 28 mL de RPMI contendo caudas cercarianas foram retirados e
descartados. Os outros 2 mL foram transferidos para dois tubos de poliestireno estéreis
(tipo eppendorf). Os esquistossômulos foram submetidos a sucessivas lavagens (10 a
12) com meio RPMI, seguidas por sedimentação com intervalos de 4 minutos e
remoção das caudas remanescentes suspensas no sobrenadante. Posteriormente todo o
sobrenadante foi removido e o pellet contendo os corpos cercarianos (neste momento os
parasitos foram considerados larvas de 3 horas), sem as caudas, foi estocado em tubo de
poliestireno estéril (tipo eppendorf) e armazenado a -70°C até o momento do uso.
O cultivo dos esquistossômulos durante os tempos 18,5 horas, 24 horas e 3 dias
foi realizado em placas de 6 poços contendo 8 mL do meio rico M169 (Tabela 1) e 10%
de soro fetal bovino. A coleta das larvas após cada período de cultivo consistiu primeiro
na avaliação da esterilidade da preparação (detecção de contaminação por fungos ou
bactérias) com auxílio de microscópio, seguido de aspiração dos esquistossômulos
utilizando pipeta de vidro estéril de 25 mL para tubos Falcon de 50 mL. Os parasitos
foram centrifugados durante 10 minutos a 10.000 x g/4ºC. O resíduo celular contendo
as larvas foi transferido para tubo de poliestireno estéril (tipo eppendorf) de 1.5 mL e
armazenados a -70ºC até o momento de uso.
25
Tabela 1- Composição do meio 169
Componentes Concentração
Meio líquido BME (Eagle) __
Hidrolisado de lactoalbumina 0,1%
Glicose 0,1%
Hipoxantina 5 X 10
-7
M
Serotonina 1 X 10
-6
M
Hidrocortisona 1 X 10
-6
M
Triiodotironina (T3) 210
-7
M
Meio Mínimo Vitamina 0,5%
Meio Schneider 5%
3.3) Extração de DNA genômico
Para a extração do DNA genômico de S. mansoni foram utilizadas cerca de
100.000 cercárias. O protocolo adotado foi descrito por Costa P.I. (Tese de doutorado,
1997), apresentando neste trabalho algumas modificações.
As cercárias armazenadas previamente a -70ºC foram ressuspensas em 500 µL
de tampão de extração (Tris 50 mM , EDTA 1 mM, pH 7,5 e 1% de N-Laurilsarcosina).
A amostra foi incubada a 37ºC por 16 horas contendo 50 µL de proteinase K 20
mg/mL. Posteriormente foram adicionados 250 µL de NaCl 5M à amostra e outra
incubação a 65ºC foi realizada por 10 minutos. Para a desproteinização da amostra foi
adicionado 100 µL de brometo de cetiltrimetilamônio (CTAB)/NaCl 10%, após 20
minutos de incubação a 65ºC as proteínas foram extraídas com igual volume de
clorofórmio e separadas por centrifugação a 12.000 x g por 5 minutos. O sobrenadante
foi transferido para outro tubo de poliestireno estéril (tipo eppendorf) e o DNA
precipitado com igual volume de isopropanol, seguido de incubado por 30 minutos à
temperatura ambiente. Depois de centrifugar a amostra por 15 minutos, na temperatura
ambiente a 12.000 x g, o pellet foi lavado uma vez com etanol 70%, foi secado e a ele
26
adicionado 60 µL de água milli-Q estéril. O DNA genômico foi incubado durante uma
noite a 37° C e na manhã seguinte uma alíquota de 5 µL, analisada em gel de agarose
0,5% em eletroforese a 90 volts. A Figura 6 mostra uma preparação típica de DNA
genômico obtido utilizando o protocolo descrito acima.
A quantificação da amostra foi obtida por espectrofotometria com leitura em
densidade ótica de 260 e 280 nm. A pureza da preparação de DNA genômico foi
estimada utilizando a relação A
260
/A
280
nm.
3.4) Extração de RNA total
Após a obtenção do material biológico (vermes adultos, cercárias, ovos e
esquistossômulos de 3 horas, 18,5 horas, 24 horas e 3 dias) o RNA total foi extraído,
utilizando Trizol (Invitrogen), como descrito abaixo.
Aproximadamente 100 mg de vermes adultos foram homogeneizados em
vortex, na rotação máxima, contendo 1,0 mL de Trizol LS (Invitrogen) e incubados a
temperatura ambiente por 60 minutos. A cada 15 minutos novas homogeneizações em
vortex foram realizadas aa completa solubilização dos vermes. Para que a amostra
não apresentasse contaminação com DNA genômico, a mistura foi passada 10 vezes em
uma seringa descartável (10 mL/25 x 8) com agulha, para fragmentar o DNA,
facilitando assim sua separação do RNA durante os procedimentos de extração. Em
seguida, foram adicionados 200 µL de clorofórmio à amostra e realizada uma agitação
moderada com o auxílio de vortex durante 1 minuto. Posteriormente, uma incubação
Figura 6
- DNA genômico de cercária de S. mansoni
analisado em gel de agarose 0,5% corado com
brometo de etídio. Foram aplicados no gel 5 µl da
amostra de DNA contendo aproximadamente 1,7 µg.
27
por 20 minutos a temperatura ambiente foi realizada e a amostra foi centrifugada a
12.000 x g durante 10 minutos.
Após centrifugação três fases foram observadas, a fase aquosa foi transferida
para um tubo de poliestireno estéril (tipo eppendorf) e a ela adicionados 500 µL de
isopropanol para a precipitação do RNA total. O tubo foi invertido por três vezes
cuidadosamente, incubado a temperatura ambiente por 30 minutos e centrifugado a
12.000 x g durante 10 minutos. O sobrenadante foi descartado e o precipitado lavado
com etanol 70% gelado seguido de nova centrifugação por 10 minutos a 12.000 x g.
Novamente o sobrenadante foi descartado e o RNA foi seco a temperatura ambiente em
fluxo laminar por 15 minutos. O RNA total foi ressuspenso em 30 µL de água tratada
com dietilpirocarbonato (DEPC) e incubado por 10 minutos a 56° C.
Para a extração de RNA total das fases larvais do ciclo do S. mansoni, foram
utilizadas cerca de 150.000 cercárias, 100.000 esquistossômulos e 5.000 ovos. Na
extração de RNA total de esquistossômulos utilizamos glicogênio a 40 µg/mL para co-
precipitar o RNA das amostras juntamente com o isopropanol. E na extração de RNA
total de ovos após a adição do Trizol a mistura foi congelada em nitrogênio líquido e
levada ao vortex por três vezes para romper as cascas dos ovos e garantir uma boa
extração do RNA.
A qualidade do RNA total foi avaliada em gel de agarose-formaldeído 1%. Para
a preparação do gel, inicialmente 600 mg de agarose foram dissolvidos em 40,0 mL de
água DEPC autoclavada. Em outro recipiente, foram adicionados: 12,8 mL de água
DEPC, 6,0 mL de MOPS 10X concentrado (MOPS, acetato de sódio diidratado, EDTA
tetrassódico, água DEPC completando para um volume final de 500 mL), 1,2 mL de
formaldeído e 0,5 µL de brometo de etídio. A solução foi misturada à agarose e deixada
em repouso até completa solidificação. As amostras foram previamente desnaturadas
em tampão (formamida, formaldeído, MOPS 1X, azul de bromofenol, água DEPC e
brometo de etídio), incubadas por 15 minutos a 65°C, deixadas em banho de gelo
durante 3 minutos e aplicadas no gel. As condições de realização da eletroforese foram:
80 volts em tampão de corrida (MOPS 1X) por aproximadamente 75 minutos. A Figura
7 mostra uma preparação típica de RNA total, obtido como descrito acima.
A quantificação das amostras também foi realizada por espectrofotometria, com
leitura em densidade ótica de 260 e 280 nm e a pureza dos RNAs totais foi estimada
utilizando a relação A
260
/A
280
nm.
28
3.5) Oligonucleotídeos iniciadores específicos para os genes DUB5, DUB14 e
DUB16 (deubiquitinating enzyme)
Os oligonucleotídeos iniciadores específicos para os genes DUB5, DUB14 e
DUB16 (deubiquitinating enzyme), foram idealizados no programa GenneRunning. As
seqüências utilizadas são originadas do banco de dados da FAPESP (Fundação de
Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo), que foi criado através do consórcio de
sequenciamento do transcriptoma de S. mansoni.
Durante a análise das seqüências optamos por desenhar iniciadores, cujos
produtos, cobrissem a maior parte das seqüências das enzimas desubiquitinadoras em
estudo. Na Tabela 2 estão listados os iniciadores gerados pelo programa Genne
Running e seus respectivos número de acesso (Contig).
Tabela 2 - Oligonucleotídeos iniciadores gerados de DUB5, DUB14 e DUB16
Enzima Contig
F (direto)
R (Reverso)
Produto
Esperado
(nt)
DUB 5
607508.1
(F) 5'ACAAGCACACAAGAGCAG3'
(R) 5'ATCTTCCACTGATGCTGG3'
550
DUB 14
609068.1
(F) 5'GCTTATTCCACGGAAGAC3’
(R) 5'GTTGCAATTCAGGCGTAC3'
844
DUB 16
608180.1
(F) 5'GGCTGTTTAGATCAGTGC3'
(R) 5'GGGAACAGAACAGAAAGG3'
882
Figura 7
Extração de RNA
total das fases evolutivas de S.
mansoni. Gel de
agarose/formaldeído 1%
contendo em cada canaleta
aproximadamente 5 µg de RNA
total. (E) abreviatura de
esquistossômulos e (h) horas.
Cercária
E 3h
E 18,5h
E 24h
E 3Dias
Verme adulto
Ovos
29
Para validar os iniciadores gerados, PCR’s (Polimerase Chain Reaction) foram
realizadas para amplificar os possíveis genes das enzimas desubiquitinadoras 5, 14 e
16. O DNA genômico de cercária foi utilizado como DNA molde para a reação.
Cada reação de amplificação foi realizada em tubo ependorff de 200µl,
contendo aproximadamente 350 ng de DNA genômico, 10 mM de cada dNTP’s (dATP,
dCTP, dTTP, e dGTP - Promega), 50 mM de MgCl
2
, 5 picomoles de cada
oligonucleotídeo (direto e reverso), 2,5 unidade de Taq DNA polimerase (Invitrogen) e
1X do tampão PCR 10X concentrado sem Mg
+2
; completando o volume da reação com
água milli-Q para 50 µl.
Depois de vários testes as temperaturas de anelamento das DUB’s foram
padronizadas em 49ºC para DUB 5 e DUB 16, e 47ºC para DUB 14. A seguinte
ciclagem foi utilizada nas reações de amplificação: após uma desnaturação inicial de 2
minutos a 95ºC um programa de 35 ciclos foi estabelecido, com desnaturação a 95ºC
por 1 minuto, anelamento a 49ºC (DUB 5 e 16) ou 47ºC (DUB 14) por 1 minuto,
extensão por 90 segundos a 72ºC e uma elongação final de 6 minutos a 72ºC.
Os produtos das PCR’s foram aplicados em gel de agarose 1,2% (90 volts 75
minutos), a temperatura ambiente, juntamente com o padrão de peso molecular 100pb
DNA Ladder (Invitrogen). O gel foi corado com brometo de etídio, observado ao
transiluminador (Vilber Lourmat) e fotografado.
3.6) RT-PCR (Reverse- Transcription Polimerase Chain Reaction)
Para a confirmação dos genes preditos DUB 5, DUB 14 e DUB 16, através do
sequenciamento, foi obtido o cDNA a partir de mRNA do verme adulto de S. mansoni.
As técnicas utilizadas para a obtenção deste cDNA estão detalhadas a seguir.
A partir do RNA total obtido de verme adulto foi sintetizada uma fita simples de
cDNA pela atividade da enzima transcriptase reversa (Thermoscript RT- PCR System -
Invitrogen), seguindo as recomendações dadas pelo fabricante. Inicialmente foram
utilizados aproximadamente 5 µg de RNA total, 50 pmol de oligodT, 10 mM de dNTPs
e água livre de RNAse para um volume final de 10 µL. A desnaturação do RNA foi
realizada através da incubação da mistura a 65°C em termociclador (ThermoHybaid)
30
durante 5 minutos, seguida de banho de gelo por 1 minuto. Em seguida, foi adicionado
o tampão da enzima, 0,1 M de DTT (ditiltreitol) e 15 unidades da enzima transcriptase
reversa. Posteriormente, essa mistura foi incubada em termociclador a 37°C durante 60
minutos, seguida de outra incubação a 85°C por 5 minutos. Finalizando a reação foi
acrescentado 1,0 µL de RNAse H e a amostra incubada por 20 minutos a 37ºC para a
digestão do RNA utilizado como molde. A amostra foi estocada a -20°C até o momento
do uso.
No intuito de obter o cDNA fita dupla, amplificações foram realizadas
utilizando 2µL do cDNA de verme adulto de S. mansoni, combinados com os
oligonucleotídeos específicos para a amplificação dos genes DUB 5, DUB14 e DUB
16. Nestas reações de amplificações foram utilizados os parâmetros previamente
estabelecidos para os genes de DUB, como descrito no item 3.5.
3.7) Purificação e clonagem dos produtos das PCR’s
Os produtos das PCR’s gene específicas foram purificados através da adição de
1/10 de acetato de sódio 3M pH 7.0 por tubo e dois volumes de etanol absoluto, sendo
em seguida incubados a -20ºC por 30 minutos. Após centrifugação a temperatura
ambiente por 10 minutos a 12.000 g, o sobrenadante foi descartado e o pellet lavado
com 500µl de etanol 70%. Depois de centrifugado nas mesmas condições que a etapa
anterior, o etanol 70% foi descartado e o pellet ressuspendido em 50 µl de água milli-Q
estéril.
As reações de ligação dos produtos de PCR purificados DUB5, DUB14 e
DUB16 ao vetor pGEMT Easy (Promega) foram realizadas conforme orientações do
fabricante. Foram utilizados 3 µL do produto de PCR (150 ng/µL) por reação de
ligação que foi incubada por 16 horas a 4°C.
3.8) Obtenção de células competentes para transformação
As bactérias E.coli – DH5 α utilizadas em experimentos de transformação
foram tornadas competentes de acordo com o método Pipes (Hanahan, D., 1985).
Bactérias E.coli DH5 α não competentes, armazenadas a -70°C foram
descongeladas em banho de gelo e 50 µl foram expandidos em 5 mL de meio não
31
seletivo (sem antibióticos) Luria-Bertani caldo (10 g de NaCl; 5 g de extrato de
levedura; 10 g de tryptona). Este meio foi suplementado com 50 µL de MgSO
4
1 M, 50
µL de MgCl
2
1 M e incubado a 37°C por 16 horas sobre agitação orbital de 200 x g
(agitador - B. Braum Biotech International). Uma alíquota de 250 µL desta cultura foi
expandida em um tubo tipo Falcon contendo 50 mL de meio SOB (20 g triptona, 5 g
extrato de levedura, 0,58 g NaCl, 0,2 g KCl pH 7,5, com KOH para 1 litro), onde foi
adicionado 250 µL de MgSO
4
1 M e 250 µL de MgCl
2
1 M. A cultura de bactérias foi
incubada a 37°C sob agitação orbital de 270 x g, por 2 horas, ou aatingir uma leitura
em densidade ótica de 600 nanômetros (espectrofotômetro Metrolab 1700 U.V. visível).
Ao atingir DO 600 entre 0,4 e 0,6 nm a cultura foi incubada em banho de gelo por 30
minutos e centrifugada a 4°C 3.000 x g por 10 minutos. O sobrenadante foi descartado
e o precipitado celular ressuspendido em 10 mL de tampão Pipes (CaCl
2
60 mM, 100
mL de água destilada, 10 mM Pipes, 15% de Glicerol pH 7.0) gelado. A suspensão de
células foi novamente centrifugada a 4°C 2.000 x g por 10 minutos e o sobrenadante
descartado, esta etapa foi repetida por mais duas vezes. As células foram
ressuspendidas em mais uma vez em tampão Pipes e incubadas em banho de gelo por
30 minutos, após este intervalo outra centrifugação a 4°C 2.000 x g por 10 minutos foi
realizada. O precipitado bacteriano foi resuspendido com 1,2 mL de tampão Pipes,
alíquotas de 200µl foram colocadas em tubo de poliestireno estéril (tipo eppendorf) e
mantidas no gelo para proceder à transformação.
3.9) Transformação de bactérias E. coli DH5 α
αα
α
Os plasmídios recombinantes foram introduzidos em bactérias competentes da
linhagem DH5α como descrito a seguir.
Aos tubos de poliestireno estéril (tipo eppendorf) contendo as células E.coli
DH5 α competentes foram colocados, em cada tubo, aproximado de 5 µL da construção
plasmidial pGEMT-Easy/DUB5, pGEMT-Easy/DUB14 e pGEMT-Easy/DUB16 e
levados a banho de gelo por 30 minutos seguido por um choque térmico de 42°C por
exatamente 90 segundos e novamente incubados no gelo por 2 minutos. Foi adicionado
1 mL de Luria-Bertani caldo (LB caldo) por tubo e as amostras incubadas por 90
minutos a 37°C sob agitação orbital de 270 x g. Após a incubação 100µl da cultura foi
plaqueado em Agar Luria – Bertani (LB) contendo 100 µg/mL de ampicilina, IPTG 200
32
mg/mL e 40 mg/mL de Xgal (LB-XIA), de acordo com Maniatis. As placas foram
incubadas a 37°C durante a noite e os clones recombinantes foram identificados pela
seleção azul/branca.
Controles negativos com o plasmídio sem o inserto foram preparados em
paralelo para descartar a possibilidade de contaminação e um controle positivo que
atesta a eficiência das células competentes foi realizado utilizando o plasmídio PUC 18.
As colônias brancas que cresceram foram coletadas isoladamente e inoculadas
em 1 mL de LB caldo contendo 100 µg/mL de ampicilina em tubos de poliestireno
estéreis (tipo eppendorf) e incubados a 37°C sob agitação orbital de 220 x g durante a
noite. Em seguida, após adição de 30% do volume de glicerol, foram armazenadas a -
70°C.
Para verificar a presença dos insertos nos transformantes, PCR das colônias
foram realizadas utilizando como DNA molde cerca de 2 µl da cultura de cada clone
obtido. Os produtos das PCR’s foram aplicados em gel de agarose 1,2% corado com
brometo de etídio que está representado na Figura 8.
3.10) Mini-preparação dos plasmídios recombinantes
Cerca de 50 µL de cultura de cada clone recombinante obtidos como descrito
anteriormente foram crescidos em 5 mL de LB/ampicilina, durante a noite sob agitação
orbital a 37°C. Aproximadamente 3 mL foram retirados da cultura bacteriana de cada
clone, transferidos para tubos de poliestireno e centrifugados a 14000 x g a temperatura
ambiente por 3 minutos. Os precipitados foram homogeneizados em 300 µL de
GTE/RNAse (500 mM TRIS-HCl; 10 mM EDTA; 100 µg de RNAse A; pH 8,0) e
DUB 5 DUB 14 DUB 16
Figura 8
PCR das colônias. Nas
canaletas de 1 a 5 foram aplicadas
alíquotas dos produtos de PCR de 5
transformantes contendo o gene DUB 5.
Nas canaletas 6 a 10 pode ser verificada a
presença do gene DUB 14 nos
transformantes e de 11 a 15 também há
amplificações para o gene DUB 16. PM
100pb (Invitrogen)
1 2 3 4 5 PM 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
33
incubados durante 5 minutos a temperatura ambiente. Posteriormente foram
adicionados em cada tubo 300 µL de NaOH/SDS (200 mM NaOH e SDS 1%) e nova
incubação, agora em banho de gelo, foi realizada durante 5 minutos. Em seguida, foram
adicionados 300 µL KOAc (acetato de potássio 3 M em pH 5,5) à mistura que foi
incubada novamente em banho de gelo por 5 minutos e centrifugada a 4°C durante 10
minutos a 14000 x g. Os sobrenadantes foram transferidos para novos tubos onde foram
adicionados 500 µL de isopropanol para a precipitação dos DNAs plasmidiais. As
amostras foram incubadas a temperatura ambiente por 20 minutos e centrifugadas
novamente a 14000 x g por 15 minutos. Após o descarte dos sobrenadantes os pellets
foram lavados com etanol 70% e centrifugados durante 5 minutos a 14000 x g. Os
sobrenadantes foram descartados, os precipitados secos a temperatura ambiente e
ressuspensos em 50 µL de água milli-Q. Uma alíquota de 5 µL de DNA plasmidial
obtido para cada clone foi aplicada em gel de agarose 0,8%. A Figura 9 mostra uma
preparação típica, utilizando o protocolo descrito acima.
3.11) Sequenciamento
Para determinar a seqüência de nucleotídeos de DUB5, DUB 14 e DUB 16
inseridas nos plasmídios recombinantes pGEMT Easy, foram realizadas reações de
sequenciamento segundo os procedimentos descritos no manual de instrução do
fabricante do Kit BIG-DYE Terminator 3.0 (Applied Biosystems), que segue o todo
de Sanger (1977).
Os oligonucleotídeos iniciadores M13, direto (GTAAAACGACGGCCAGT) e
reverso (CAGGAAACAGCTATGAC) foram utilizados para a amplificação em
termociclador por 40 ciclos, nas seguintes condições: 95ºC por 5 segundos, anelamento
do iniciador a 50ºC por 20 segundos e extensão a 65ºC por 4 minutos.
Figura 9
– Mini-preparação analisada
em gel de agarose 0,8% corado com
brometo de etídio.
34
As amostras foram precipitadas para remover os ddNTPs o incorporados.
Inicialmente, em cada amostra, foram adicionados 100 µL de isopropanol 75%, seguido
de uma incubação de 15 minutos a temperatura ambiente. Decorrido este tempo, elas
foram centrifugadas por 50 minutos a 4.000 x g 4ºC. Posteriormente, o sobrenadante foi
descartado e ao precipitado foram adicionados 150 µL de etanol 70%, outra
centrifugação de 10 minutos foi realizada nas mesmas condições descritas acima. O
sobrenadante foi descartado e os dois passos anteriores repetidos. As amostras foram
secas por 30 minutos a 37°C, ressuspensas em 10 µL de formamida, desnaturadas a
96°C e analisadas no seqüenciador automático de DNA ABI-3100 (Applied
Biosystems).
3.12) Análise computacional das seqüências
As seqüências obtidas no sequenciamento foram submetidas à busca de
homologia em relação a nucleotídeos e aminoácidos utilizando os algoritmos BLASTn
e BLASTp respectivamente, que estão disponíveis no site (www.ncbi.nlm.nih.gov).
Também foi utilizado o algoritmo BLAST do banco de dados S. mansoni GeneDB
(www.genedb.org) e do MEROPS (www.merops.sanger.ac.uk) que é um banco de
dados contendo somente seqüências de peptidases. Para a identificação dos domínios de
aminoácidos conservados foi utilizado o banco de dados pfam disponível no site
www.sanger.ac.uk/cgi-bin/Pfam e Interpro (www.ebi.ac.uk/interpro/). O alinhamento
das seqüências de DNA e proteínas preditas em relação aos outros organismos foi
realizado utilizando o algoritmo ClustalW, disponível no site (www.ebi.ac.uk/clustalw).
3.13) Análise da expressão de DUB 5, DUB 14 e DUB 16 durante as fases de S.
mansoni
Os cDNAs de cada fase do S. mansoni codificantes para as proteínas DUB5,
DUB14 e DUB16 foram obtidos e a análise semi-quantitativa destes genes realizada
pela técnica de RT-PCR.
35
A partir dos RNAs totais obtidos foram sintetizadas uma fita simples de cDNA
para cada uma das fases (verme adulto, cercária, ovo e esquistossômulo de 3 horas,
18,5 horas, 24 horas e 3 dias) como descrito no item 3.6.
Para obter os cDNAs fita dupla, amplificações foram realizadas utilizando 2µL
do cDNA de cada fase de S. mansoni, combinados com os oligonucleotídeos
específicos para a amplificação dos genes DUB 5, DUB 14, DUB 16 (Tabela 2) e
também oligonucleotídeos dos genes do proteassoma COP9S3, RPN9 e alfa 5,
utilizados para comparação, cujas seqüências, contigs, temperatura de anelamento e o
produto esperado estão indicados na Tabela 3.
Tabela 3 - Oligonucleotídeos utilizados como controle neste trabalho. Os clusters
foram recuperados do banco de dados da FAPESP do projeto ONSA:
Gene Contig
F (direto)
R (Reverso)
Temperatura
de anelamento
ºC
Produto
Esperado
(nt)
Alfa 5
607745
(F) 5’CTCACCAGCTTCATCATG3’
(R) 5’CCAACCATCATAGATCCC3’
50 582
COP9
S3
608930
(F) 5’AGTCCTCAGGATTGTTAGATCG3’
(R) 5’GCGATATCTGTCTAATGGTGTC3’
45
839
RPN9
604757
(F) 5’TTAAATCTGCTTGTTCCG3’
(R) 5’CAAATCGAAGTATGATGG3’
45 409
As condições em que estas amplificações foram realizadas, concentrações dos
reagentes (Taq, dNTP’s, tampão) e ciclagem, são as mesmas descritas no item 3.6. Os
produtos das PCR’s foram analisados em géis de agarose 1,2% corado com brometo de
etídio. Posteriormente, os géis de agarose foram analisados através do programa
Quantity One, que avalia a intensidade das bandas no gel e desta forma quantifica em
valores numéricos a expressão dos mRNAs.
36
4 Resultados
37
4.1) Análise computacional das seqüências de cDNA codificadoras para as enzimas
desubiquitinadoras
4.1.1) Enzima desubiquitinadora 5
A seqüência de DUB5 gerada pelo sequenciamento foi submetida a análises
computacionais em vários bancos de dados como descrito a seguir.
Com o intuito de aumentar o código aberto de leitura, ORF (open reading frame)
da proteína predita analisada, a seqüência foi estendida em seu início 5’ e no final 3’.
Para isto, foi realizado um BLAST (Basic Local Alignment Search Tools) da seqüência,
utilizando o banco de dados de Schistosoma mansoni disponível no GeneDB (Sanger &
Welcome Trust). Esta ferramenta busca entre as seqüências previamente depositadas no
banco de dados, aquelas que têm identidade/similaridade significativa com a seqüência
submetida à análise. A seqüência do GeneDB que apresentou 100% de identidade com o
produto do sequenciamento, o contig Smp_069960, foi utilizado para promover a
extensão da seqüência de DUB5. A partir deste momento a seqüência estendida foi
chamada de SmDUB5 e utilizada nas análises subseqüentes (Apêndice item 1.1).
O contig Smp_069960 é derivado de seqüência genômica, assim sendo
investigamos também a existência de regiões não codificadoras em SmDUB5, utilizando
para isso o próprio banco cuja seqüência esdeposita no GeneDB. Como resultado,
observamos que a seqüência genômica é constituída de 11 éxons e 10 íntrons. O
tamanho dos íntrons varia entre 680 a 5700pb, o desenho da seqüência contendo os
íntrons e éxons está apresentado no Apêndice item 3.1.1.
As análises seguintes foram realizadas utilizando o NCBI (National Center of
Biotechnology Information), utilizando o programa ORF finder que permitiu verificar
que a seqüência estudada apresenta janela de leitura codificando para a proteína DUB5.
A Figura 10 mostra a seqüência de nucleotídeos e aminoácidos da ORF da proteína
predita SmDUB5.
A localização dos domínios conservados na seqüência predita para a enzima
desubiquitinadora 5 foi realizada utilizando o programa Pfam Domain, que compara as
seqüências de aminoácidos e denomina os motivos conservados. Também foi utilizado
38
o programa InterPro, de forma a aumentar a confiabilidade de nossos resultados. O
InterPro é uma ferramenta que integra vários bancos de dados dentre eles o Pfam
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R F G V E E R L Q C G L T N K
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A N K Q E H G K V H P S N V M
Figura 10
Seqüência da ORF predita pelo programa ORF finder de SmDUB5, janela+1 contendo 916 resíduos de
aminoácidos. A seqüência de nucleotídeos inicia no nucleotídeo 1 e termina no nucleotídeo 2751, ela está
representada em letra minúscula, a seqüência de aminoácidos está representada em letra maiúscula.
39
Domain, SMART, UniProt, Prosite, TIGR, PANTHER, ProDom, Gene 3D, dentre
outros.
Para a proteína predita SmDUB5 foi verificada a presença dos quatro domínios
ligados a ubiquitina de isopeptidase T ou USP5. São os domínios zf-UBP, que tem
início no aminoácido 205 e rmino no aminoácido 280, o domínio UCH, que inicia no
resíduo de aminoácido 329 e termina no resíduo 906, e dois domínios associados à
ubiquitina (UBA), um iniciando no aminoácido 670 e terminando no 710 e outro
iniciando no 745 e terminando no aminoácido 784. Os quatro domínios encontrados em
SmDUB5 têm homologia com o domínio UBP14 de S. cerevisiae, dados estes
condizentes com a literatura onde Amerik, A.Y. et al., (1997) verificou que USP5 de
humano é homóloga a Ubp14 de S. cerevisiae (Figura 11 e Apêndice item 2.1).
A seqüência foi submetida à busca de similaridade com outras seqüências de
aminoácidos depositadas do GeneBank (NCBI), utilizando o algoritmo BLASTp, os
resultados mais significativos foram selecionados e apresentados resumidamente na
Tabela 4.
A seqüência de SmDUB5 apresentou aproximadamente 40% de identidade em
relação às seqüências dos demais organismos e todas mostraram similaridade com
USP5. Em relação à S. japonicum SmDUB5 apresentou 90% de identidade indicando
uma alta similaridade entre as USP5 das duas espécies de Schistosoma.
Figura 11 - Representação esquemática da localização dos domínios conservados em SmDUB5. O domínio zf-
UBP está destacado em azul, o domínio UCH (Peptidase C19B) em vermelho.e de verde está representado a
localização do domínio UBP14.
40
Tabela 4 - Seqüências de organismos que apresentam gene ortólogo a SmDUB5
Número de acesso Organismo E Value
Score
(Bits)
Identidade (%)
AAP36190.1 Homo sapiens
0.0 657 40
XP001063371.1
Rattus norvegicus
0.0 655 40
NP038728.1
Mus musculus
0.0 652 40
XP001163218.1
Pan troglodytes
0.0 643 39
NP647773.1
Drosophila melanogaster
3e
-170
602 38
AAX28515.2
Schistosoma japonicum
1e
-123
447 90
NP491765.2
Caenorhabditis elegans
1e
-96
357 29
NP596085.1
Schizosaccharomyces pombe
2e
-80
303 27
Também foi realizado BLAST utilizando o banco de dados específico de
peptidases, o MEROPS. Este programa identifica, alinha a seqüência a ser analisada
com aquelas previamente depositadas e classifica a seqüência protéica em Clan, família
e subfamília. Do resultado do BLAST, foram selecionadas as entradas no banco de
dados de alguns organismos e suas seqüências de aminoácidos foram recuperadas. As
seqüências foram alinhadas no programa ClustalW com a seqüência da enzima
desubiquitinadora em questão pesquisada. Após o alinhamento, através do programa
Boxshade foi possível analisar a identidade da proteína de estudo em relação às
proteínas de outras espécies. Na Figura 12 está apresentado o alinhamento entre
SmDUB5 e USP5 de outras espécies.
O alinhamento através do MEROPS apresentou em torno de 40% de identidade
entre a proteína DUB5 de S. mansoni e USP5 de outras espécies, uma delas foi a
espécie Leishmania major que é um parasito intracelular obrigatório de humano.
Através do BOXSHADE é possível observar que vários resíduos de aminoácidos
permaneceram conservados nestas proteínas ao longo da evolução. O alinhamento entre
USP5 de mamíferos mostrou identidade próximo de 90%.
Através do BLAST
p
é possível identificar seqüências de amin
oácidos de diversos organismos ortólogas a
seqüência de SmDUB5. A similaridade entre estas seqüências é medida pela porcentagem de identidade que
indica os aminoácidos idênticos na região de alinhamento das seqüências analisadas pelo programa. Na tabela
estão apresentados os resultados do BLASTp de alguns organismos.
41
4.1.2) Enzima desubiquitinadora 14
Para DUB14 a seqüência obtida com o sequenciamento foi submetida às
mesmas análises descritas no item 4.1.1. A seqüência nucleotídica de DUB14 foi
Figura 12
Alinhamento da seqüência SmDUB5 com seqüências ortólogas de USP5. O programa BOXSHADE
indica a similaridade (cinza claro) e identidade (cinza escuro) entre os aminoácidos das seqüências analisadas.
Número de acesso: MER48703 Leishmania major, MER05430 Schizosaccharomyces pombe, MER05446
Caenorhabditis elegans, MER02066 Homo sapiens, MER56266 Pan troglodytes, MER05459 Mus musculus,
MER61937 Rattus norvegicus, MER11185 Drosophila melanogaster.
42
estendida, utilizando a entrada Sm00289 do GeneDB que apresentou 100% de
identidade, o resultado, a seqüência SmDUB14 obtida, pode ser verificado no apêndice
item 1.2. Não foi possível fazer inferência sobre a presença ou não de regiões não
codificadoras para DUB14 em S. mansoni. Em nossas análises não foi encontrada a
seqüência genômica que cobrisse a proteína aqui estudada.
A ORF predita para a proteína SmDUB14 e os domínios conservados foram
identificados como descrito anteriormente e apresentados nas Figuras 13 e 14
respectivamente. A análise realizada no Pfam Domain mostrou a presença do domínio
conservado UCH localizado nos 382 aminoácidos iniciais da seqüência. O mesmo
resultado pode ser verificado no InterPro que também caracterizou a seqüência
apresentando o domínio UCH-2 (E-value 2
e-398
), tendo similaridade com seqüência
depositada no banco de dados Prosite (Apêndice item 2.2).
Figura 14 Representação esquemática da localização dos domínios conservados em SmDUB14. O domínio
UCH (peptidase C19A) está destacado em vermelho.
668 cttattagtcggcttccagcttacctatgtattcattttgttcgt
L I S R L P A Y L C I H F V R
713 ttcttctacaaggaagataaacagataaatgctaagattttaaag
F F Y K E D K Q I N A K I L K
758 gatgtaaaatttccactaacattggatatgcacgaattttgtacg
D V K F P L T L D M H E F C T
803 cctgaattgcaacagaaattactacccatgcgtgaaaaacagcgc
P E L Q Q K L L P M R E K Q R
848 cttaaagaagatgaggtggccaatccctcaagccaaacaaatact
L K E D E V A N P S S Q T N T
893 ttcaaaagtaaaccagattctgtacaacctgacccattccaaaat
F K S K P D S V Q P D P F Q N
938 cctgacttgtacgagcctaactttttcgctgatgatcccggttcg
P D L Y E P N F F A D D P G S
983 aataactctgggtactacgaacttcaaggtgttttgagccaccaa
N N S G Y Y E L Q G V L S H Q
1028 ggtagaacaagtaccagtgggcattatgttgcttgggtgaaaaaa
G R T S T S G H Y V A W V K K
1073 caaggaatgtggtttaaatttgatgacgatcgtgtcagccaggtt
Q G M W F K F D D D R V S Q V
1118 acctcagaagatattttgcgcttatctggaggtggtgattggcat
T S E D I L R L S G G G D W H
1163 tgtgcatacatactgttatatggacctcacttcataaggaagaat
C A Y I L L Y G P H F I R K N
1208 gcatgcaacgatccttctggaagtaccgtatga 1240
A C N D P S G S T V *
38 atgaacgctgctgtccaattgcttttctcaattccagaattgcgt
M N A A V Q L L F S I P E L R
83 atagctttgcagatatgccgttttccccaaacttcaccggattct
I A L Q I C R F P Q T S P D S
128 ccgaatcttggttccttatgtgaaagtttgaagtttttgttcaat
P N L G S L C E S L K F L F N
173 tccctaagcaaaactgaaaaaccggttactcctctgctcttcttg
S L S K T E K P V T P L L F L
218 acttgcttgcacagtgtttgtccgcagttcgccgcacgtgcatcg
T C L H S V C P Q F A A R A S
263 tcttctgatgcaagtaaatccgctccaggtgctctatctatgatt
S S D A S K S A P G A L S M I
308 tcccgtggcttcgaacaacaagatgctagtgaatgttggacagag
S R G F E Q Q D A S E C W T E
353 ctaatcagagcactacaaagtagcaagattgattctcaagtttat
L I R A L Q S S K I D S Q V Y
398 gcgtcaacagtgagtttgcctccaagttttcttacaacttctcaa
A S T V S L P P S F L T T S Q
443 tggaatcctgtagatagatttctcactggtcagttatcctgcaaa
W N P V D R F L T G Q L S C K
488 cttagatgtactgaatcagatgaacccgaaacagatagtctagaa
L R C T E S D E P E T D S L E
533 acatttactcaactttcttgcttcatgcatcaagatgtaaagtat
T F T Q L S C F M H Q D V K Y
578 ttgattactggtattcgaaatggattgacgggaaatctaactaag
L I T G I R N G L T G N L T K
623 cattcatctttgctggatcggaatgcagtatataaacgcgagtct
H S S L L D R N A V Y K R E S
Figura 13
Seqüência da ORF p
redita pelo programa ORF finder
de
Sm
DUB
14,
janela
+
2
conten
do 400
aminoácidos. A seqüência de nucleotídeos inicia no nucleotídeo 38 e termina no nucleotídeo 1240 e es
representada em letra minúscula, a seqüência de aminoácidos está representada em letra maiúscula.
43
Como resultado do BLASTp (NCBI) realizado para SmDUB14, foi possível
observar aproximadamente 45% de identidade desta seqüência em relação às seqüências
dos demais organismos ortólogos a USP14. Foi verificado também 86% de identidade
entre S. japonicum e SmDUB14 indicando alta similaridade entre as USP14 das duas
espécies. Na Tabela 5 estão apresentados resumidamente os resultados mais
significativos do BLASTp de SmDUB14.
Tabela 5 - Seqüências de organismos que apresentam gene ortólogo a SmDUB14
Número de acesso Organismo E Value
Score
(Bits)
Identidade (%)
EAX01735.1
Homo sapiens
2e
-88
329 47
NP001038961.1
Pan troglodytes
2e
-88
329 47
NP001008302.1
Rattus norvegicus
1e
-87
326 46
NP001033678.1
Mus musculus
1e
-86
323 45
NP609377.1 Drosophila melanogaster
6e
-79
297 43
NP497006.1
Caenorhabditis elegans
6e
-58
228 34
NP594117.1
Schizosaccharomyces pombe
8e
-58
227 37
AAX27253.2
Schistosoma japonicum
2e
-47
192 86
XP844529.1
Trypanosoma cruzi
2e
-40
169 32
Como descrito anteriormente, foi realizado um BLAST da seqüência SmDUB14
no banco de dado MEROPS. A análise realizada no MEROPS apresentou resultado
semelhante ao encontrado no banco de dados do NCBI, cerca de 45% de identidade
entre a proteína DUB14 de S. mansoni e USP14 de outras espécies. Posteriormente
realizou-se o alinhamento da mesma no programa ClustalW com seqüências de
aminoácidos de USP14 de outros organismos e utilizando o programa BOXSHADE a
Figura 15 foi gerada.
Através do BLASTp é possível identificar seqüências de aminoácidos de diversos organismos ortólogas a
seqüência de SmDUB14. A similaridade entre estas seqüências é medida pela porcentagem de identidade que
indica os aminoácidos idênticos na região de alinhamento das seqüências analisadas pelo programa. Na tabela
estão apresentados os resultados do BLASTp de alguns organismos.
44
4.1.3) Enzima desubiquitinadora 16
A ORF da seqüência de DUB16 obtida no sequenciamento também foi
ampliada, sendo utilizado o contig Smp_162200.2 do Gene DB, que apresentou 100%
de identidade com a seqüência de estudo. A seqüência de nucleotídeos estendida,
SmDUB16, está representada no Apêndice item 1.3.
Figura 15
Alinhamento da seqüência SmDUB14 com seqüências ortólogas de USP14. O programa
BOXSHADE indica a similaridade (cinza claro) e identidade (cinza escuro) entre os aminoácidos das
seqüências analisadas. Número de acesso: MER02667 Homo sapiens, MER36673 Pan troglodytes,
MER12099 Mus musculus, MER55892 Rattus norvegicus, MER13539 Drosophila melanogaster,
MER02892 Caenorhabditis elegans, MER04316 Schizosaccharomyces pombe, MER50568 Leishmania
major, MER53085 Trypanosoma brucei.
45
Em seguida, depois de realizada a busca no programa ORF finder, foi
identificada a ORF predita para SmDUB16 que está ilustrada na Figura 16.
O contig Smp_162200.2 é originado de seqüência genômica, através das
análises realizadas no Gene DB podemos observar a existência de 11 regiões não
codificadoras e 12 regiões codificadoras em SmDUB16. O tamanho dos íntrons varia
entre 33 a 11.900pb, o desenho da seqüência contendo os íntrons e éxons está
apresentado no Apêndice item 3.2.1.
A busca pelos domínios conservados presentes na seqüência foi realizado nos
programas Pfam Domain e Interpro e como resultado foi encontrado o domínio
conservado UCH, que tem início no aminoácido 32 e término no aminoácido 745 da
1126 aaccaaggttcttgtgatgaagtagcatcatcggacgggaattgt
N Q G S C D E V A S S D G N C
1171 gcagacgttgaaggtagtgatcgatatgacagtgttgcatcactg
A D V E G S D R Y D S V A S L
1216 caagtcattccaaatggctgtgatgaaaatgtaaaacagtcagag
Q V I P N G C D E N V K Q S E
1261 ataaatcatatcaacacagcattggaaaagttatctttggacaca
I N H I N T A L E K L S L D T
1306 gttgtatcgtcacagttgttttcatgtgattcagatgaattaaat
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Q A I H Y A R V P L G Q N K S
1396 aacaattcaacagaagaaggagttacttctatttatgaatgtctt
N N S T E E G V T S I Y E C L
1441 tcaaaatatacttctgctgaattattaacaggatctaatcgttta
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S N L D S K S M D K Q T P N N
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H T G H L T S G H Y V A Y V S
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V P K S Y T N C N D N K S D L
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M E N Q F I G P L N R S P K W
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2161 tattgttccgatagtcatgtaacacgtgtatcccagtcaactgta
Y C S D S H V T R V S Q S T V
2206 ttgaattgtcaggcttatgttttattttatgaacgtattgaatga
2250 L N C Q A Y V L F Y E R I E *
1 atgggaaagaaaaacaaaattagaagagaactatgtcagacgtcg
M G K K N K I R R E L C Q T S
46 gataatgctagagacaaggtgaactttcgtaacaatgtgaaagaa
D N A R D K V N F R N N V K E
91 aatgtacctgtcaaaggtcttcataatttaggcaacacatgttat
N V P V K G L H N L G N T C Y
136 cttaatgctgcccttcaatgtcttgcaaaaagtccatggcttttg
L N A A L Q C L A K S P W L L
181 aatctgttagttgtcgatgaatccagagaatctgctctaactaaa
N L L V V D E S R E S A L T K
226 cctaatggggactcattatgcacattatgtgtttccctaccactg
P N G D S L C T L C V S L P L
271 atgaagtgcccactaacaacccagtttaaggaacttatttctgtt
M K C P L T T Q F K E L I S V
316 ttaaagcctggtgaactgtcaaataccaaaatgagctcttccaac
L K P G E L S N T K M S S S N
361 acaattagtcctgggatgtttcgaaatgtgtttattgaacgttgt
T I S P G M F R N V F I E R C
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R A L L D C L K Q E E L S R W
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K K G I L L K L N V N P K D V
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R D D E K E S I R S W G K A A
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Q S D Q G C L D Q C S S D S D
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I A K C A D V T D P N V D S K
991 cgtgtcgagaacgtggatgggaatcttggcgtaaatgagcatcaa
R V E N V D G N L G V N E H Q
1036 catgaagataataatagcaacgatgatgtaaataagaatgaggtg
H E D N N S N D D V N K N E V
1081 aatttgttcaattcgaatgaatgcgagctttcaagcgaaacaata
N L F N S N E C E L S S E T I
Figura 16
Seqüência da ORF predita pelo programa ORF finder de SmDUB16, janela +1 contendo 749
resíduos de aminoácidos. A seqüência de nucleotídeos inicia no nucleotídeo 1 e termina no nucleotídeo 2250 e
está representada em letra minúscula, a seqüência de aminoácidos está representada em letra maiúscula
46
proteína predita SmDUB16 (Figura 17). A análise no Interpro caracterizou também a
seqüência apresentando o domínio UCH-2 característico de enzimas UBP, o resultado
encontra-se apresentado no Apêndice item 2.3.
A identidade de SmDUB16 em relação às seqüências de USP16 dos demais
organismos é de aproximadamente 30% e 60% com a seqüência predita para USP16 em
S. japonicum.
Tabela 6 - Seqüências de organismos que apresentam gene ortólogo a SmDUB16
Número de acesso Organismo E Value
Score
(Bits)
Identidade (%)
AAX25082.2
Schistosoma japonicum
2e
-78
297 58
AAH30777.1
Homo sapiens
9e
-57
225 28
XP001160045.1
Pan troglodytes
3e
-56
223 27
NP077220.1
Mus musculus
4e
-55
219 28
XP213676.3
Rattus norvegicus
1e
-54
218 28
NP572220.1
Drosophila melanogaster
1e
-47
194 23
Os resultados de identidade/similaridade obtidos para DUB16 estão
apresentados na Tabela 6 e na Figura 18.
Através do Blastp é possível identificar seqüências de aminoácidos de diversos organismos ortólogas a seqüência
de SmDUB16. A similaridade entre estas seqüências é medida pela porcentagem de identidade que indica os
aminoácidos idênticos na região de alinhamento das seqüências analisadas pelo programa. Na tabela estão
apresentados os resultados do Blastp de alguns organismos.
Figura 17 - Representação esquemática da localização dos domínios conservados em SmDUB16. O
domínio UCH está entre os aminoácidos 32 e 745. As regiões características de peptidase C19E e peptidase
C19K estão representadas em vermelho.
47
Figura 18
Alinhamento da seqüência SmDUB16 com seqüências ortólogas de USP16. O programa
BOXSHADE indica a similaridade (cinza claro) e identidade (cinza escuro) entre os aminoácidos das
seqüências analisadas. Número de acesso: MER14273 Mus musculus, MER61936 Rattus norvegicus,
MER05493 Homo sapiens MER24829 Drosophila melanogaster, MER11125 Schizosaccharomyces pombe.
48
4.2) Análise semi-quantitativa do padrão de expressão gênica das enzimas
desubiquitinadoras durante o ciclo evolutivo do S. mansoni
4.2.1) DUB5
Como descritos em Materiais e Métodos, os oligonucleotídeos iniciadores
específicos para a DUB5 foram utilizados na PCR para amplificar o cDNA de
verme adulto, a Figura 19 mostra o produto amplificado.
O produto gênico obtido para SmDUB5 tem tamanho de 550pb. Este produto de
PCR foi purificado, em seguida clonado no vetor pGEMT EASY (Promega) e
seqüenciado para a confirmação da especificidade do primer.
Para realizar a análise da expressão de DUB5 nas demais fases do ciclo de vida
de S. mansoni, foi extraído RNA total de cada fase e obtidas as primeira fitas do DNA
conforme descrito em Materiais e Métodos. Após a realização da PCR utilizando
primers específicos de DUB5 para cada uma das fases, os produtos das reações foram
analisados em gel de agarose 1,2% corados com brometo de etídio. Utilizamos o gene
referente a uma das subunidades do proteassoma, o alfa 5, para a validação dos cDNAs
Figura 19 Amplificação do cDNA correspondente ao
gene SmDUB5 na fase de verme adulto de S. mansoni
analisado por RT-PCR. Foram aplicados 10µL do
produto de PCR em gel de agarose 1,2% corado com
brometo de etídio. (PM) peso molecular de 100 pares
de base (1) SmDUB5 de verme adulto e (2) controle
negativo contendo todos os reagentes da PCR menos o
cDNA.
PM 1 2
550pb
500pb
49
obtidos. Na Figura 20 estão apresentados os géis de agarose mostrando a expressão de
SmDUB5 e alfa 5.
A expressão de SmDUB5 foi verificada em todas as fases do ciclo do parasito
estudadas neste trabalho, sendo encontrado um amplificado com tamanho de 550pb. Em
nossos resultados, foi encontrado maior expressão de SmDUB5 nas fases de cercária,
verme adulto e ovos quando comparadas aos esquistossômulos cultivados nos diferentes
tempos. Os níveis de mRNA expressos foram avaliados através da densitometria que
analisa a intensidade das bandas nos géis de agarose Figura 20 (c) e (d)}.
4.2.2) DUB14
PM
Ce
E3h
E18,5
E24h
E3Dias
Va
Ovos
(a) (b)
(c) (d)
Figura 20 – Padrão de expressão do gene SmDUB5. (a) Expressão de SmDUB5 visualizada em gel de agarose
1,2% corado com brometo de etídio. Em cada canaleta foram aplicados 10µL do produto de PCR. (b)
Expressão do gene alfa 5 utilizado neste trabalho como controle. O gráfico (c) mostra a expressão de SmDUB5
durante as fases de S. mansoni e o gráfico (d) a expressão de SmDUB5 em relação ao controle alfa 5. As fases
do ciclo do parasito analisadas estão representadas nos géis e no gráfico da seguinte maneira: cercárias (Ce),
esquistossômulos de 3 horas (E3h), esquistossômulos de 18,5 horas (E18,5h), esquistossômulos de 24 horas
(E24h), esquistossômulos de 3 dias (E3Dias), vermes adultos (V.A) e ovos. (PM) peso molecular de 100 pares
de base e (CN) controle negativo contendo todos os reagentes da PCR menos o cDNA.
500pb
550pb
500pb
582pb
PM
Ce
E3h
E18,5h
E24h
E3Dias
V.A
Ovos
CN
Sm DUB5
0 1 2 3 4 5 6
Ce
E3h
E18,5h
E24h
E3Dias
V.A
Ovos
Fases de S. mansoni
veis de mRNA (%)
Sm
DUB5/Alfa5
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4
Ce
E3h
E18,5h
E24h
E3Dias
V.A
Ovos
Fases de S. mansoni
Níveis de mRNA (%)
Níveis de mRNA para SmDUB5
Razão em unidades arbitrárias
50
A Figura 21 mostra o produto gênico para SmDUB14 obtido a partir de cDNA
de verme adulto utilizando oligonucleotídeos específicos que geraram um produto com
tamanho de 844pb. O produto da PCR de SmDUB14 foi purificado, clonado e
posteriormente seqüenciado como descrito em Materiais e Métodos.
Utilizando a técnica de RT-PCR, foi realizada a análise da expressão de
SmDUB14 durante as fases cercária, esquistossômulos verme adulto e ovos de S.
mansoni. Os produtos das reações foram aplicados em géis de agarose (Figura 22).
Figura 21 Amplificação do cDNA correspondente ao
gene SmDUB14 na fase de verme adulto de S. mansoni
analisado por RT-PCR. Foram aplicados 10µL do
produto de PCR em gel de agarose 1,2% corado com
brometo de etídio. (PM) peso molecular de 100 pares
de base (1) SmDUB14 de verme adulto e (2) controle
negativo contendo todos os reagentes da PCR menos o
cDNA.
PM 1 2
500pb
844pb
51
Para SmDUB14 foi verificado um padrão de expressão semelhante ao
encontrado em SmDUB5, maior expressão nas fases de cercária, verme adulto e ovos
quando comparadas aos esquistossômulos cultivados, sendo que para esquistossômulos
de 24 horas a expressão foi muito baixa, quase não detectada no gel de agarose.
4.2.3) DUB16
(a)
(b) (c)
Figura 22 Padrão de expressão do gene SmDUB14. Em (a) estão representados os padrões de expressão de
SmDUB14 e do controle alfa 5, que foram visualizados em gel de agarose 1,2% corado com brometo de
etídio. Em cada canaleta foram aplicados 10µL do produto de PCR. O gráfico (b) mostra a expressão de
SmDUB14 durante as fases de S. mansoni e o gráfico (c) a expressão de SmDUB14 em relação ao controle
alfa 5. As fases do ciclo do parasito analisadas estão representadas nos géis e no gráfico da seguinte maneira:
cercárias (Ce), esquistossômulos de 3 horas (E3h), esquistossômulos de 18,5 horas (E18,5h),
esquistossômulos de 24 horas (E24h), esquistossômulos de 3 dias (E3Dias), vermes adultos (V.A) e ovos.
(PM) peso molecular de 100 pares de base e (CN) controle negativo contendo todos os reagentes da PCR
menos o cDNA.
PM
Ce
E3h
E18,5h
E24h
E3Dias
V.A
Ovos
CN
582pb
500pb
Alfa 5
SmDUB14
844pb
500pb
Sm
DUB14
0 1 2 3 4 5 6 7
Ce
E3h
E18,5h
E24h
E3Dias
V.A
Ovos
Fases de S. mansoni
Níveis de mRNA (%)
Sm
DUB14/Alfa5
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
Ce
E3h
E18,5h
E24h
E3Dias
V.A
Ovos
Fases de S. mansoni
Níveis de mRNA (%)
Níveis de mRNA para SmDUB14
Razão em unidades arbitrárias
52
O produto gênico encontrado para a DUB 16 foi de 882pb (Figura 23). O
mesmo procedimento aplicado para as demais enzimas desubiquitinadoras foi realizado
para SmDUB16, o produto da PCR foi purificado, clonado e seqüenciado de acordo
com a metodologia detalhada no capítulo 3.
O padrão de expressão de SmDUB16 nas demais fases de S. mansoni foi
avaliado através da técnica de RT-PCR descrita em Materiais e Métodos. Utilizando
oligonucleotídeos específicos de DUB16, foram realizadas PCR’s para cada uma das
fases, e os produtos das reações analisados em gel de agarose 1,2% corados com
brometo de etídio (Figura 24).
Figura 23 Amplificação do cDNA correspondente ao
gene SmDUB16 na fase de verme adulto de S. mansoni
analisado por RT-PCR. Foram aplicados 10µL do produto
de PCR em gel de agarose 1,2% corado com brometo de
etídio. (PM) peso molecular de 100 pares de base (1)
SmDUB16 de verme adulto e (2) controle negativo contendo
todos os reagentes da PCR menos o cDNA.
PM 1 2
882pb
500pb
53
A expressão de SmDUB16 pode ser observada em quase todas as fases estudadas
do ciclo de vida do parasito, não foi detectada a expressão em esquistossômulos
cultivados por 3 dias.
(a)
(b) (c)
Figura 24 Padrão de expressão do gene SmDUB16. Em (a) estão representados os padrões de
expressão de SmDUB16 e do controle alfa 5, que foram visualizados em gel de agarose 1,2% corado
com brometo de etídio. Em cada canaleta foram aplicados 10µL do produto de PCR. O gráfico (b)
mostra a expressão de SmDUB16 durante as fases de S. mansoni e o gráfico (c) a expressão de
SmDUB16 em relação ao controle alfa 5. As fases do ciclo do parasito analisadas estão
representadas nos géis e no gráfico da seguinte maneira: cercárias (Ce), esquistossômulos de 3 horas
(E3h), esquistossômulos de 18,5 horas (E18,5h), esquistossômulos de 24 horas (E24h),
esquistossômulos de 3 dias (E3Dias), vermes adultos (V.A) e ovos. (PM) peso molecular de 100
pares de base e (CN) controle negativo contendo todos os reagentes da PCR menos o cDNA.
CN
PM
Ce
E3h
E18,5h
E24h
E3Dias
V.A
Ovos
882pb
500pb
582pb
500pb
Alfa 5
SmDUB16
Sm DUB16
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Ce
E3h
E18,5h
E24h
E3Dias
V.A
Ovos
Fases de S. mansoni
Níveis de mRNA (%)
Sm
DUB16/Alfa5
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
Ce
E3h
E18,5h
E24h
E3Dias
V.A
Ovos
Fases de S. mansoni
Níveis de mRNA (%)
Razão em unidades arbitrárias Níveis de mRNA para SmDUB16
54
4.2.4) Padrão de expressão das DUB’s durante o desenvolvimento de S. mansoni
Nas Figuras 25 e 26 estão apresentadas em forma de gráfico os padrões de
expressão das enzimas desubiquitinadoras 5, 14 e 16 comparados entre si durante as
fases cercária, verme adulto e ovos, e durante o estágio larval, com esquistossômulos
cultivados nos diferentes tempos.
Padrão de Expressão das DUB's em
S. mansoni
0 2 4 6 8
Ce
V.A
Ovos
Fases
Níveis de mRNA (%)
SmDUB16
SmDUB14
SmDUB5
Padrão de Expressão das DUB's durante o
Estágio Larval
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
E3h
E18,5h
E24h
E3Dias
Cultura de
esquistossômulos
Níveis de mRNA (%)
SmDUB16
SmDUB14
SmDUB5
4.3) Padrão de expressão gênica das subunidades RPN9 e COP9S3 do proteassoma
26S durante o ciclo evolutivo do S. mansoni
Figura 25
– Gráfico comparativa da expressão das DUB’s nas fases Ce (cercárias), V.A
(vermes adultos) e Ovos.
Figura 26
- Gráfico comparativo da expreso das DUB’s durante o estágio larval.
Foram analisadas as culturas de esquistossômulos de 3 horas (E3h), esquistossômulos
de 18,5 horas (E18,5h), esquistossômulos de 24 horas (E24h) e esquistossômulos de
3dias (E3Dias).
55
A expressão dos genes referente às subunidades dos reguladores do proteassoma,
COP9 e RPN9, durante o ciclo de S. mansoni, também foram avaliadas no presente
trabalho. Esta análise foi realizada no intuito de correlacionar a expressão das enzimas
desubiquitinadoras com o proteassoma 26S. Na Figura 27 estão apresentados os padrões
de expressão das subunidades do proteassoma.
Para a subunidade RPN9 foi verificada expressão somente nas fases de
esquistossômulos de 3 dias, verme adulto e ovos. A subunidade COP9S3 é expressa em
todas as fases estudadas do ciclo de vida de S. mansoni.
PM
Ce
E3h
E18,5
E24h
E3Dias
Va
Ovos
(b) COP9S3
PM
Ce
E3h
E18,5
E24h
E3Dias
Va
Ovos
(a) RPN9
Figura 27
Padrão de expressão das subunidades COP9S3 e RPN9 do proteassoma 26S.
(a)
e
(b)
Resultado da expressão das subunidades RPN9 e COP9S3 respectivamente, analisadas durante as fases
cercárias (Ce), esquistossômulos de 3 horas (E3h), esquistossômulos de 18,5 horas (E18,5h),
esquistossômulos de 24 horas (E24h), esquistossômulos de 3 dias (E3Dias), vermes adultos (V.A) e ovos de
S. mansoni. Foram aplicados 10µL do produto de PCR em gel de agarose 1,2% corado com brometo de
etídio. (PM) peso molecular de 1kb em (a) e 100pb em (b). Em (c) está o gráfico comparativo da expressão
de RPN9 em relação a COP9S3. (d) Gráfico da expressão da subunidade COP9S3.
RPN9/COP9S3
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0
Ce
E3h
E18,5h
E24h
E3Dias
V.A
Ovos
Fases de S. mansoni
Níveis de mRNA
(c)
COP9S3
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Ce
E3h
E18,5h
E24h
E3Dias
V.A
Ovos
Fases de S. mansoni
Níveis de mRNA (%)
(d)
839pb
409pb
Razão em unidades arbitrárias
56
5 Discussão
57
O S. mansoni apresenta um ciclo biológico bastante peculiar, no qual diversas
alterações bioquímicas e morfológicas ocorrem no verme. Estas mudanças são
adaptações evolutivas encontradas pelo parasito para sobreviver nos distintos
ambientes, água e interior dos hospedeiros, por ele habitado. Acredita-se que estas
adaptações sejam promovidas por um conjunto de genes que devem ser expressos
coordenadamente nos seis estágios de vida do parasito. Desta forma, é de extrema
importância a identificação destes genes para melhor entendimento da biologia
molecular do Schistosoma, e assim tornar possível a elaboração de vacinas que confiram
imunidade e também de novas drogas.
A identificação do gene SmUbi, a detecção de conjugados ubiquitinados tanto na
fase larval como em verme adulto e a constatação da atividade proteolítica endógena
dependente de ubiquitina em S. mansoni sugerem que modificações pós-traducionais
como ubiquitinação e desubiquitinação devem ser atuantes em vários processos
celulares no parasito (Guerra-Sá, R., 2000 e Castro-Borges, W., 2005).
Dentre os vários sistemas envolvidos na marcação de proteínas com moléculas
de mesma natureza, o sistema de ubiquitinação é o melhor caracterizado devido a sua
participação na regulação do ciclo celular (Richter-Ruoff, B. & Wolf, D.H., 1993),
diferenciação e desenvolvimento (Hernebring, M. et al., 2006), resposta ao estresse,
reparo de DNA e transcrição gênica (Glickman, M.N. & Ciechanover, A. 2002).
Nos últimos 5 anos o nosso grupo de pesquisa tem concentrado esforços no
sentido de caracterizar os vários mecanismos envolvidos no processo de ubiquitinação,
investigando inicialmente o envolvimento da ubiquitinação como marcação de proteínas
para serem degradadas pelo proteassoma 26S, e estabelecendo a relação desta via
bioquímica durante o desenvolvimento do S. mansoni.
Uma outra via estudada por nosso grupo em S. mansoni é a desubiquitinação,
mecanismo inverso à ubiquitinação, que tem grande importância nas vias dependentes
de ubiquitina e na regulação de múltiplos processos celulares. Análises in silico
identificaram a existência de pelo menos 30 enzimas desubiquitinadoras em S. mansoni.
(Andreolli, A.B.P., 2005). O número de DUB’s identificadas em S. mansoni é bastante
expressivo quando comparado ao total de genes preditos do parasito, estimado em
17.000, sendo que 8% do trascriptoma de S. mansoni não foram elucidados ainda,
podendo ser encontradas novas DUB’s. Somente duas enzimas desubiquitinadoras
foram caracterizadas até o momento em S. mansoni, a SmDUB7 e SmDUB12
(Andreolli, A.B.P., 2005). SmDUB7 é constitutiva em S. mansoni e ortóloga a Hausp
58
humana. A enzima desubiquitinadora Hausp está envolvida na via p53-Mdm2
estabilizando a proteína supressora de turmor p53, um fator transcricional nuclear,
ocasionando a inibição da proliferação celular e ativando a apoptose em resposta aos
vários tipos de estresses. A Hausp atua na estabilização endógena de Mdm-2, uma E3
ligase que ubiquitina p53. Mdm-2 também se autoubiquitina e não havendo sua ligação
a p53 esta enzima é degradada in vivo (Li et al., 2004 e Hu et al., 2002).
No presente trabalho foi realizada a análise da expressão das enzimas
desubiquitinadoras 5, 14 e 16 em S. mansoni. A seqüência obtida para SmDUB5
codifica uma ORF de 916 aminoácidos. A proteína predita SmDUB5 pertence à família
das proteases específicas de ubiquitina (USP), também denominada ubiquitina carboxil
hidrolase tipo 2 (UCH2) ou família peptidase C19B. A seqüência apresenta os domínios
conservados UCH2, dois domínios UBA e o domínio Zn-UBP (Zinc-Finger UBP)
(Apêndice 2.1). A presença destes domínios em SmDUB5 corrobora os dados da
literatura onde USP5 de humano também apresenta os domínios UBP/UCH2 (contendo
as regiões cys e his box características da tríade catalítica), dois domínios UBA e um
Zinc-Finger UBP (Reys-Turcu, F.E. et al., 2006). SmDUB5 é ortóloga a USP5/UBP5 ou
Isopeptidase T de humano, com alta similaridade a esta seqüência, cerca de 40%, com
USP5 de outros organismos (Tabela 3 e Figura 12).
A enzima desubiquitinadora Isopeptidase T (USP5) em humano e sua ortóloga
em S. cerevisiae Ubp14, têm como função principal desassociar cadeias de
poliubiquitinas livres em monômeros de ubiquitina, e também clivar cadeias
poliubiquitinadas ligadas ao resíduo de lisina 29 da proteína-alvo. A poliubiquitinação
neste resíduo de lisina destina a proteína alvo à degradação, assim sendo a atividade
USP5 atua de forma a aumentar a meia vida destas proteínas. Ubp14 é a DUB com
maior capacidade de clivar cadeias poliubiquitinadas no resíduo de lisina 29 em S.
cerevisiae. (Russel, N.S. & Wilkinson, K.D., 2004).
Em nossos resultados não foram identificados na seqüência SmDUB5 analisada
os domínios Cys e His característicos da tríade catalítica de USP, entretanto a ausência
destes domínios não devem modificar a atividade da enzima. Ensaios foram realizados
por Rao-Nail, C. et al., (2000) onde uma proteína quimera USP de Arabidopsis
thaliana, foi construída consistindo da seqüência Cys box de AtUBP5 e os demais
resíduos de aminoácidos de outra proteína denominada AtUBP3. A proteína quimera
gerada apresentou atividade e exibiu especificidade característica de AtUBP3. Este
59
resultado indica que a modulação natural, e a especificidade das enzimas USPs pelos
seus sítio de clivagem não são determinadas pelo domínio Cys box.
Para as demais DUB’s estudadas neste trabalho também não foram encontrados
os resíduos característicos da tríade catalítica. As USPs são cisteíno proteases que
contêm seqüências altamente divergentes exibindo forte identidade, principalmente nas
duas regiões em torno dos resíduos catalíticos Cys, His e Asp. Dada a alta divergência
das seqüências e escassa informação estrutural, não es muito claro se a arquitetura
destes três domínios é geralmente conservada entre outras USPs (Hu, M. et al., 2005).
SmDUB14 possui uma ORF que codifica 400 aminoácidos, contendo o domínio
característico da família peptidase C19A. O resultado do BLAST mostrou que
SmDUB14 apresenta identidade com USP14/UBP14, sendo encontrada uma alta
similaridade, 45%, com USP14 dos demais organismos (Tabela 4 e Figura 15). A
seqüência apresenta ainda o domínio conservado UCH2 que categorizada a enzima
como membro da família das proteases USP/UBP (Apêndice 2.2).
Apesar de ser relatado que USP14 e seus homólogos possuem um domínio
ubiquitina-símile tipo II (UbII) na região N-terminal, em nossas análises este domínio
não foi encontrado. Em ensaios com deleção do domínio UbII da enzima Ubp6 de
Schizosaccharomyces pombe, homóloga a USP14 de mamíferos, foi observado que a
enzima apresentou o mesmo fenótipo, sugerindo assim que o domínio UbII não é
necessário para o processamento in vitro de ubiquitinas de fusão. O domínio UbII pode
ser necessário para ligar USP14/Ubp6 ao seu substrato alvo e não para a atividade de
catálise em si (Borodovsky, A. et al., 2001). Assim, a ausência de UbII em SmDUB14
sugere que outras regiões da enzima são responsáveis pela especificidade de ligação ao
substrato alvo e a atividade de catálise desta DUB.
Para SmDUB16 foi encontrada uma ORF que codifica 749 aminoácidos, nela
está contido o domínio característico de USP16 homólogo ao domínio UCH2
característico da família das USPs (Apêndice 2.2). A SmDUB16 possui identidade com
USP16/UBP16, sendo encontrado cerca de 30% de similaridade entre as seqüências
(Tabela 5 e Figura 18). Muito pouco é conhecido sobre a função e mecanismo de ação
de USP16.
Realizamos a verificação in silico da existência ou não de íntrons nas seqüências
das DUB’s estudadas, onde foram encontradas 10 regiões não codificadoras para
SmDUB5 e 11 regiões não codificadoras para SmDUB16. Não foi encontrado nos
bancos de dados analisados seqüência genômica de DUB14 que permitisse a
60
investigação de íntrons. Está documentado na literatura que enzimas desubiquitinadoras
apresentam em suas seqüências regiões não codificadoras, sendo o processamento
destes íntrons realizado por splicing alternativo gerando isoformas distintas. Em
humanos são encontradas isoformas a e b para cada uma das DUB’s 5, 14 e 16. Em
nosso trabalho este tipo de processamento não foi detectado.
Considerando o grande número de íntrons identificados in silico nas seqüências
genômicas referentes às proteínas preditas SmDUB5 e SmDUB16, o elevado conteúdo
de seqüências repetitivas no genoma de S. mansoni e ainda a grande diversidade de
DUB’s existentes, podemos sugerir que estas enzimas sofrem algum tipo de splicing, de
forma a garantir sua diversidade. Porém, as seqüências geradas neste trabalho através do
sequenciamento dos fragmentos das DUB’s o apresentou íntrons. Apesar de
realizamos o sequenciamento apenas do cDNA de verme adulto, os resultados das RT-
PCR obtidas a partir dos cDNAs de todas as fases de S. mansoni gerou produtos únicos,
visualizados em gel de agarose 1,2%, com tamanho condizente ao esperado, 550pb e
882pb, para DUB5 e DUB16 respectivamente, desta forma podemos sugerir que a
região das enzimas por nós estudada não é provida de íntrons.
Nas seqüências analisadas de DUB5 e DUB16 todas as regiões não
codificadoras encontradas seguem a regra GT/AG e apresentam tamanhos bem
distintos, com íntrons variando de 33pb a 11900pb (Apêndice 3). Resultado semelhante
pode ser verificado para seqüência genômica de S. mansoni que contém a mensagem
codificadora do receptor TGF-β tipo II, onde o menor íntron tem tamanho de 33pb e o
maior 4,82Kb. A ocorrência de splicing alternativo origina dois transcritos para TGF- β
um de 2,4Kb e o outro de 3,9Kb que codificam as proteínas de aproximadamente 62kDa
e 92kDa respectivamente (Osman A. et al., 2006).
Através da técnica de RT-PCR verificamos a expressão das DUB’s 5, 14 e 16
durante as fases de cercária, esquistossômulo de 3h, 18,5h, 24h e 3 dias; verme adulto e
ovo de S. mansoni. Os tempos de cultivo de esquistossômulos utilizados neste trabalho
foram estabelecidos visando mimetizar in vitro a passagem do parasito pela pele do
hospedeiro vertebrado e sua migração para o pulmão. Durante a penetração da cercária
na pele de seu hospedeiro vertebrado, são observadas adaptações bioquímicas e
morfológicas que preparam o parasito para conseguir sobreviver no novo ambiente, que
apresenta temperatura e osmolaridade elevadas quando comparado ao habitat anterior, a
água. Além disso, duas horas após a penetração a estrutura trilaminada do tegumento do
61
parasito é convertida em dupla membrana heptalaminada, a maior parte do glicocálice é
perdida e o metabolismo deixa de ser aeróbio passando a ser anaeróbio, nesta etapa o
parasito tem intolerância a água fresca. Ensaios realizados verificaram não haver
ocorrência de divisão celular em esquistossômulos até o oitavo dia de infecção e
experimentos utilizando metionina marcada comprovaram também a ausência de síntese
protéica durante este mesmo estágio. Esta etapa de transição entre
cercária/esquistossômulo de sete dias é muito pouco estudada. (Clegg, J.A. 1965; Brink,
L.H., et al., 1977; Miller, P. & Wilson, A., 1980; Curwen, R.S., & Wilson, A., 2003 e
Castro-Borges, W. 2005).
A SmDUB5 foi expressa em todas as fases estudadas neste trabalho
apresentando o mesmo tamanho para o fragmento analisado, um produto de 550pb
(Figura 19). SmDUB5 apresentou também um padrão de expressão decrescente durante
as fases de cercária, verme adulto e ovos, sugerindo uma diminuição pela metade dos
níveis de mRNA em ovos (Figura 25). na fase larval, o padrão de expressão da
enzima manteve-se constante em quase todos os estágios de esquistossômulos, havendo
um considerável aumento da expressão somente em esquistossômulos de 18,5 horas
(Figura 26). Para podermos confirmar esta expressão diferenciada de DUB5 nas fases
de S. mansoni de forma a modular as vias de degradação dependente de ubiquitina,
outras experimentações, como PCR em tempo real, são necessárias.
Em nosso trabalho não foi analisada a interação de SmDUB5 com seu substrato,
porém considerando a similaridade encontrada entre os domínios identificados in silico
para S. mansoni e humano podemos sugerir um modo de ação para a enzima de estudo.
O mecanismo de ação sugerido para USP5 em humano é baseado na especificidade da
ligação desta DUB ao seu substrato alvo devido a presença do domínio Zn-UBP, ele é
necessário para a ligação à ubiquitina, formando um arcabouço em torno da cauda C-
terminal livre da cadeia de ubiquitina. É improvável que os domínios UBA sejam
responsáveis pela ativação de USP5, vários estudos estruturais mostram
conclusivamente que o domínio UBA liga-se a I44 numa pequena região hidrofóbica na
ubiquitina e não na região C-terminal. Os domínios UBA (ubiquitin - pathway
associated) devem trabalhar em conjunto com o ZnF-UBP na atividade da Isopeptidase
T (Reys-Turcu, F.E. et al., 2006).
Com relação à segunda enzima de estudo SmDUB14, também foi verificada
expressão em todas as fases com produtos amplificados de 844pb (Figura 22). O padrão
de expressão de SmDUB14 foi constante tanto na fase larval, quanto nas fases de
62
cercária, verme adulto e ovo, sendo que nos estágios de esquistossômulos os níveis de
mRNA encontram-se três vezes menor quando comparado às demais fases (Figuras 25 e
26).
Dados encontrados na literatura mostram que USP14 de mamíferos é uma
proteína acessória ao proteassoma que se liga a partícula reguladora 19S, tendo como
função principal ajudar na remoção de ubiquitina ou poliubiquitinas ligadas a proteínas
alvo destinadas a degradação dependente de ubiquitina. Entretanto, as atividades do
proteassoma e das DUB’s podem ser interdependentes. Ensaios realizados por
Borodovsky, A. et al. (2001) verificaram que a inibição da proteólise via proteassoma
resulta no acúmulo de conjugados ubiquitinados e no aumento da atividade de USP14.
O mecanismo proposto para a união funcional entre as atividades do proteassoma e de
USP14 ligada a este complexo protéico, é que a ativação de USP14 ocorre devido a
mudanças conformacionais propagadas através do complexo inteiro do proteassoma 26S
sob inibição. Por outro lado a atividade de USP14 pode ser regulada também pelos
níveis de substratos poliubiquitinados, que estão aumentados com o proteassoma inibido
(Borodovsky, A. et al., 2001 e Hu, M. et al., 2005).
Várias DUB’s são associadas ao proteassoma 26S sendo esta associação
necessária para a completa atividade da enzima, como exemplo UCH37, UBP14/Upb6 e
Rpn11/POH. A enzima desubiquitinadora Rpn11/POH pertence a classe MPN+/JAMM,
e constitui uma subunidade integrada ao complexo regulatório do proteassoma 19S, e
sua atividade DUB requer a interação com outras subunidades do complexo 19S. Ubp6
liga-se a subunidade Rpn 1 do complexo 19S e interage fortemente estimulando a
atividade de Ubp6. Assim a atividade de ambas Rpn11 e Ubp6 são delimitadas aos seus
sítios de ação, o proteassoma. Mutações que eliminam a atividade DUB de Rpn11 ou de
Ubp6 são letais em fungos, e leva também a um acúmulo de substratos ubiquitinados.
As DUB’s queo estão associadas ao proteassoma são reguladas de maneira diferente,
pois elas apresentam uma alta especificidade por seus substratos (Hu, M. et al., 2005 e
Amerik, A. et al., 2006).
Wilson, S.M. et al., (2002) verificou que a atividade desubiquitinadora de
USP14 associada à atividade proteassomal depende de ubiquitina são essências em
alguns processos celulares. Ratos com mutações em USP14 resultam em uma
transmissão sináptica anormal, doença conhecida como ataxia. USP14 neste processo
tem como função manter os níveis celulares de monômeros de ubiquitina, alterações
63
nestes níveis podem contribuir para a ocorrência de doenças neurológicas (Hu, M. et al.,
2005).
Para SmDUB16 foram obtidos amplificados com tamanhos de 882pb (Figura
23). A expressão de SmDUB16 na fase de cercária é menor comparado aos níveis de
mRNA de verme adulto e ovos (Figura 25). Na fase larval (Figura 26), o padrão de
expressão encontrado é maior em esquistossômulos de 3 horas, e inexistente ou
apresentando níveis muito baixo de mRNA em esquistossômulos de 3 dias. O terceiro
dia de infecção é considerado um ponto crítico no desenvolvimento de S. mansoni,
também denominado o ponto de não retorno, quando rias mudanças bruscas foram
detectadas na via de ubiquitinação e na degradação dependente de ubiquitina, um
exemplo é a detecção após este estágio de um pico de proteólise 20X maior (Guerra-Sá,
R., 2000 e Castro-Borges, W. 2005).
Apesar dessa enzima ser muito pouco conhecida, duas funções celulares distintas
são sugeridas para USP16, a primeira é que ela estaria envolvida em processos de
desubiquitinação de histonas H2A e H2B. A USP16 também conhecida como Ubp-M, é
uma protease processadora de ubiquitina com relevante importância durante a divisão
celular em mamíferos. Ubp-M é fosforilada no começo da mitose e defosforilada
durante a transição metáfase/anáfase. Células trasfectadas com plasmídios contendo
Ubp-M mutada pararam a divisão celular e eventualmente sofreram apoptose. Esta
enzima deve desubiquitinar uma ou mais proteínas críticas que estão envolvidas na
condensação de cromossomos mitóticos, possivelmente atuando seletivamente nas
histonas H2A e H2B, as maiores proteínas ubiquitinadas da cromatina. Por mais de duas
décadas tem sido evidenciado que histonas H2A e H2B são monoubiquitinadas, porém
esta modificação pós-traducional não leva a um aumento na degradação proteolítica
(Ying, S., 1998). Ensaios são necessários para verificar com precisão o envolvimento de
USP16 regulando a ubiquitinação/desubiquitinação de histonas durante o processo de
desenvolvimento de S. mansoni, principalmente durante a fase de transição
cercária/verme adulto, onde até o sétimo dia após a infecção não é encontrada divisão
celular.
A segunda função sugerida para USP16 relaciona-se com a sua presença
associada a membrana atuando em processos de sinalização. USP16 foi encontrada na
membrana mitocondrial de S. cerevisiae por Kinner, A. (2003) através de experimentos
com imunofluorescência e fracionamento celular. Esta enzima apresentou um domínio
N-terminal hidrofóbico que é similar a seqüências de outras proteínas da membrana
64
mitocondrial de fungos. A presença desta seqüência sinal e os demais resultados
encontrados sugerem que USP16 é uma proteína integral da membrana externa da
mitocôndria com uma orientação N interna-C externa (Kinner, A. & Kölling, R., 2003).
Caracterização fenotípica e expressão de USP16 mutantes sugerem que esta
enzima provavelmente não é importante para as funções gerais da mitocôndria, mas sim
para funções mais especializadas. Perda da atividade de USP16 o mostrou um efeito
discernível no modelo de proteínas ubiquitinadas de extratos células, sugerindo que
USP16 não contribui muito para a atividade desubiquitinadora geral na célula. Esses
resultados sugerem que USP16 tem papel principal na homeostase de ubiquitina ou na
manutenção do pool de ubiquitina livre sobre condições normais. Ela parece realizar
uma função mais especializada, atuando por exemplo na rede de sinalização celular.
Muitas vias de sinalização convergem na mitocôndria, provavelmente o sistema
ubiquitina e consequentemente a USP16 devem atuar nesses processos de sinalização
regulando o turnover ou a atividade de proteínas na membrana externa da mitocôndria
(Kinner, A. & Kölling, R., 2003).
Como a ubiquitinação também participa na modulação negativa de proteínas de
membrana, incluindo muitas proteínas, receptores e transportadores, consequentemente
o processo inverso, a desubiquitinação também pode ser atuante. No caso de
ubiquitinação, as proteínas alvo são modificadas ou por uma única ubiquitina ou curtos
oligômeros de ubiquitina ligados ao resíduo de Lys63 (Amerik, A. et al., 2006).
A expressão comparada das DUB’s 5, 14 e 16 (Figura 25 e 26) mostra que elas
são mais expressas nas fases de cercária, verme adulto e ovo, do que nos diferentes
estágios de esquistossômulos estudado, confirmando resultados encontrados por Guerra-
(2003) que verificou a atividade DUB total nas fases de esquistossômulos menor
comparada às demais fases. Este padrão de expressão também corroboram com os
resultados obtido por Castro-Borges, W., (2005), que observou a presença de
conjugados ubiquitinados em todas as fases de S. mansoni, com uma abundância
predominante durante as diferentes culturas de esquistossômulos (3h, 4h, 8h, 18h, 24h,
3 dias, 5 dias, 8 dias e 10 dias. Estes dados juntamente com os resultados obtidos neste
trabalho sugerem que a ocorrência de ciclos de ubiquitinação/desubiquitinação podem
estar envolvidos em processos celulares críticos durante um ciclo biológico completo do
S. mansoni. Considerando o fato de não haver uma síntese protéica real durante os
diferentes estágios de esquistossômulos aqui estudados e a variação dos níveis de
expressão entre as fases ser pequena, é possível sugerir também que os mRNA de
65
DUB’s encontrados são pré-existentes. Ensaios futuros de Westen blot serão realizados
para confirmar o padrão de expressão das DUB’s encontrado neste trabalho.
A expressão do gene referente a subunidade do proteassoma alfa 5 durante o
ciclo de S. mansoni foi analisada com o intuito de validar os cDNAs obtidos nas
diferentes fases e correlacioná-la com a expressão das DUB’s. O padrão encontrado
para a expressão de alfa 5 foi semelhante àquele verificado para as DUB’s, com níveis
de expressão de mRNA menores durante os diferentes estágios de esquistossômulos
(Apêndice 4). Apesar desse gene ser detectado nas fases cercária, esquistossômulo,
verme adulto e ovos sua expressão não é simétrica, apresentando nível de mRNA muito
baixa no estágio de esquistossômulos de 3 dias. De um modo geral a expressão das
DUB’s durante as fases do ciclo do parasito foi menor quando comparada a expressão
de alfa 5, porém a expressão de SmDUB14 nas fases cercária e esquistossômulos de 3
dia foi quase duas vezes maior que a de alfa 5 (Figura 22). A DUB14 é a única entre as
enzimas neste trabalho analisada que está associada ao proteassoma 26S. Borodovsky,
A. et al., (2001) verificou em seus experimentos que células de mamíferos tratadas com
inibidor de proteassoma teve a atividade USP14 aumentada.
Também analisamos o padrão de expressão da subunidade RPN9, componente
da tampa do complexo regulador do proteassoma 19S, e a expressão da subunidade 3
constituinte do regulador COP9 signalossoma. Em nossas análises foram verificados
níveis significativos de mRNA de RPN9 apenas no terceiro dia de cultura de
esquistossômulos, em vermes adultos e em ovos. A subunidade 3 foi bastante expressa
em todas as fases de S. mansoni analisadas.
Algumas evidências experimentais, indicam que o CSN interage diretamente
com o proteassoma 26S e compete com o complexo 19S, e em excesso molar de CSN
ocorre a substituição da tampa do 19S pelo CSN, o que influência diretamente a
atividade peptidásica do proteassoma in vitro (Huang, X. et al., 2005 & Peng, Z. et al.,
2003). Atualmente está bem documentado na literatura a modulação positiva dos
proteassomas devido à interação do 20S aos seus ligantes naturais, o PA700, PA28 e
PA200.
Recentemente resultados de estudos realizados em S. mansoni indicam uma
regulação transcricional dos componentes dos complexos tampa e base do 19S do
proteassoma, e também de algumas subunidades do COP9 signalossoma (CSN), durante
o desenvolvimento do parasito (Janku-Cabral, F., 2006). Em nossos resultados foi
verificada maior expressão de RPN9 nas fases esquistossômulos de 3 dias, verme adulto
66
e ovos e baixa expressão nas fases cercária, esquistossômulos 3 horas, 18,5 horas e 24
horas, prevalecendo nesta fase a expressão de COP9S3. Sugerindo assim que o
complexo 19S do proteassoma está sub-regulado nestes estágios de vida do parasito. O
CSN pode funcionar como uma tampa alternativa do proteassoma 26S modulando assim
a atividade proteassomal nos estágios intermediários do parasito, e atuando como um
regulador do desenvolvimento por controlar a expressão de diversos genes de S.
mansoni (Janku-Cabral, F. et al., 2006).
Considerando as montagens alternativas do proteassoma e seu impacto na
proteólise total, não podemos descartar a interação de SmDUB14 com este complexo.
Para confirmar esta hipótese serão necessários ensaios de co-imunoprecipitação seguido
de espectrometria de massa para comprovar a associação direta de SmDUB14 com o
proteassoma 26S.
67
6 Conclusões
lxviii
Não foram encontrados em nosso trabalho os resíduos característicos da
tríade catalítica das enzimas desubiquitinadoras 5, -14 e -16.
A expressão comparada das DUB’s 5, 14 e 16 mostra que elas são mais
expressas nas fases de cercária, verme adulto e ovo, do que nos diferentes estágios de
esquistossômulos estudados.
Uma sub-regulação de RPN9 foi verificada nos estágios, cercária,
E3horas, E18,5horas e E24horas prevalencendo uma alta expressão de COP9S3 nestes
estágios de vida do parasito.
lxix
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lxxxii
Apêndice
lxxxiii
1) Seqüências das DUB’s 5, 14 e 16 estendidas no GeneDB
Smp_069960 ||29278.t000033, 29278.m000590|ubiquitin specific
protease 5/ubp14, putative|Schistosoma mansoni|chr unknown01|||Auto
ATGTCCGAATCTATTTTTGAGGACTTATCTGCTCAAGTCAGGATTCCTGGTGACGGGGAAAAGGTATTCAAGGATGA
ATGTCCGTTTTCGTTTGAGACACCTGAGACAGAAAAAGGAATATACATATGCATGCGACACTTCGTTGCGATCGGCT
CTAAAACACTTAGGCTTTATTATGAGAAAACTGGCTGTCGTGCTTTCCTAAGATACAAGATCGAAAAGCAATTCAAA
GATAAGGGTACTAGTGCTCAAGAACGCCCGACAAAACTCGCCGTTGGAGTTTCTGGAGGTTTTGACTTTCCCCAAGA
TATGTATACAGTCACTGAACATTGGTCGCTAGTACGTCTTCCGCAAGGCGACTCATTTGATATCCCGAATCCAGAAC
CCGGACAAGGACAATCTGATATATCTCACTTAGAGATTTTGGAACTCCCTAAACGCCTGGCTACTTCGATCGCATTA
ATTCAACGTGCTGAGTCAGTATTACTAGCAGAAGAACGAGCTAACTCACTTAAAGCTTGGGAAGATGATAATATTTG
TTTTATTTCCTCGTATGCCATGAATTTAGCACAAATAAATAATTCTGTTCGGATTCCTCCGTCTGGATGGAAATGTG
CCAAATGTGATTTGAGAGATAATCTGTGGATGAATCTTACTGATGGAACCATACTTTGTGGCCGAAAATTTTGGGAT
GGGTCTGGAGGGAATAATCACGCTCTGGAGCATTATGAGAAGACCAAGTATCCACTAGCTGTCAAACTTGGAACTAT
AACTCCGAAGGGTGGAGAAGTGTTTTCATATCCTGAAGATTCAATGGTAACCGACCCAAAATTAGCAGAACATCTTG
CTCACTTCGGTATTGATGTAATGCTTATGCAAAAAACCGATAAAACAATGGCCGAGTTAGAAGTGGATGCAAATGAA
AGACTTGGAGAATGGCTAACATTGCAGGAATCCAACCATACACTTGAAGCACGTTATGGTCCAGGTATGACTGGACT
TAGAAATCTCGGTAATACTTGTTACATGAATGCTGTGTTACAGGTTCTGTTTTCAATTTCACAATTTCGTTCGTACT
ATGCCTATCAATTACCAGTTTGGTGTGAGGAAGCATTGGATCAATTCACTTCTGAAAATCATCCACTTCTACCAGTA
GATCATATTGGTCTACAATTTTCGAAATTAGGACATGGTCTTTGTTCAGGCGCTCATTCATGGCTAGTTCCAAATAA
TTTTAGTCATACTACTACAGGTGGCCCTGTGCCTATTCTCCCGGGTATACGTCCAATTTTGTTTCGTCGATTAATGG
GTGCTCATAACTCCACATTTGCCACAAGACAGCAACAAGATGCTTGCGAATTTTTAATATATCTATTAGATTTATTA
GAACAAAAAGCCAATAAACAGGAACACGGAAAAGTACATCCAAGTAATGTGATGCGTTTTGGTGTGGAAGAACGCCT
ACAATGTGGTTTGACAAATAAGGTCTCGTACAAAACTGATCATGAATGGATTCTTTCAGTTCCAGTTCCAATGGAAG
CGGTAACGAATCAAAAAGCATTAGACAATTATGAGAAACGACGTGCTGACGCTGAGTTAAATGGTATACATTTATCA
CCTGAAGAGGTTGTACGACCAATTATTCCTATGGAAGCTTGCCTGTCGGCTTGGGCTCAAACAGAACGAATTACTGA
TTTTAAAACACCAGCAAGTCAACCTCCAGGTGCCAAAACATTCGCTTTACGTTCTAATCGTTTAACAAATTTTCCAA
ATTATTTATGTATACAAGTTGGACGATTTACTGTTGGTACAGATTGGCTTCCGAAAAAATTGGATGTGGACATCGAG
TTGAAATCATCTGTTGGAAATCATGGTAATACAGAATGGTTTATTGATTTAAATAATTTACGTGCACCAAATGGTAG
TAGACCGTTGCCTGGTGAACAATTGATGCCAACTGGAGATGAAATAAAATCTGAACAAATGAAAATTGATGATGATG
TACAGTCAGATGTAACAATTATCAATGATCTGTTAGTTATGGGTTTCACTTTAGAAGCAGCACAGAAAGCTTGTAAA
TTTACACAAAATAGTAGTGTAGAAAATGCTACCAACTGGTTAATGGAACATTTAGATGATCCAGATTTAAATGATCC
GTTGCCGCCGCCTAGTGATTATCAACAACAAAATAAACAGAAACAATCAGTGGTTGGATCGGTCACTTCTACAGATA
TTGACGAAAACGCAGTTGAAATGATGTTGGCTATGGGATTCAGTAGACAACAGTCAATCGTCGCATTACAACATAAA
AATGGTAATTTGGAACAAGCTGCTGACTGGGCATTGAGTAGTCCAGATGAATTAGAAACTTTATTACTTCAGTCTGA
AATAAATATGACTAATAAATCTTCCGCTGATGCTGGGAATAATTCAAGTCAGACATCATCATCTTCATCAGGTCCAT
TGCTATCAGATGGTAGTTCAAAGTATGAATTATTCGCTTTTATTAGTCATATGGGAAAGTCGACCAATGATGGTCAT
TACGTAGCTCATATTAAACGATCATTTCTAGCTAAATGTATTCCTCATGAACCGCCAGTATATCATGTTGGCTCACC
AATTTGTGGCGGTTCCGATCAAGAATGGATTATATTCAATGATGAGAAAGTAGCAAAAAGTGAATGCCCTCCACATC
GTCATGCTTATTTATATTTCTTTCGAAGATTAGATGCTACTGATCAGTCTGACTAA
1.1 BLASTn realizado no Schistosoma mansoni
GeneDB
. A seqüência de DUB5 obtida
pelo sequenciamento (sombreada na figura) teve seu início estendido, tendo como
parâmetro o contig Smp_069960. Esta seqüência foi denominada SmDUB5.
Sm00289 |||putative
Ubiquitin carboxyl
-
terminal hydrolase
14|Schistosoma mansoni|chr unknown002||Partial|Auto
GCACGAGGGCCTCGTAAATCTTGGCAACACTTGTTATATGAACGCTGCTGTCCAATTGCTTTTCTCAATTCCAGAA
TTGCGTATAGCTTTGCAGATATGCCGTTTTCCCCAAACTTCACCGGATTCTCCGAATCTTGGTTCCTTATGTGAAA
GTTTGAAGTTTTTGTTCAATTCCCTAAGCAAAACTGAAAAACCGGTTACTCCTCTGCTCTTCTTGACTTGCTTGCA
CAGTGTTTGTCCGCAGTTCGCCGCACGTGCATCGTCTTCTGATGCAAGTAAATCCGCTCCAGGTGCTCTATCTATG
ATTTCCCGTGGCTTCGAACAACAAGATGCTAGTGAATGTTGGACAGAGCTAATCAGAGCACTACAAAGTAGCAAGA
TTGATTCTCAAGTTTATGCGTCAACAGTGAGTTTGCCTCCAAGTTTTCTTACAACTTCTCAATGGAATCCTGTAGA
TAGATTTCTCACTGGTCAGTTATCCTGCAAACTTAGATGTACTGAATCAGATGAACCCGAAACAGATAGTCTAGAA
ACATTTACTCAACTTTCTTGCTTCATGCATCAAGATGTAAAGTATTTGATTACTGGTATTCGAAATGGATTGACGG
GAAATCTAACTAAGCATTCATCTTTGCTGGATCGGAATGCAGTATATAAACGCGAGTCTCTTATTAGTCGGCTTCC
AGCTTACCTATGTATTCATTTTGTTCGTTTCTTCTACAAGGAAGATAAACAGATAAATGCTAAGATTTTAAAGGAT
GTAAAATTTCCACTAACATTGGATATGCACGAATTTTGTACGCCTGAATTGCAACAGAAATTACTACCCATGCGTG
AAAAACAGCGCCTTAAAGAAGATGAGGTGGCCAATCCCTCAAGCCAAACAAATACTTTCAAAAGTAAACCAGATTC
TGTACAACCTGACCCATTCCAAAATCCTGACTTGTACGAGCCTAACTTTTTCGCTGATGATCCCGGTTCGAATAAC
TCTGGGTACTACGAACTTCAAGGTGTTTTGAGCCACCAAGGTAGAACAAGTACCAGTGGGCATTATGTTGCTTGGG
TGAAAAAACAAGGAATGTGGTTTAAATTTGATGACGATCGTGTCAGCCAGGTTACCTCAGAAGATATTTTGCGCTT
ATCTGGAGGTGGTGATTGGCATTGTGCATACATACTGTTATATGGACCTCACTTCATAAGGAAGAATGCATGCAAC
GATCCTTCTGGAAGTACCGTATGAAGTTCATAAATGCAAAACAG
1.2 BLASTn realizado no Schistosoma mansoni
GeneDB
. A seqüência de DUB14 obtida pelo
sequenciamento (sombreada na figura) teve seu final estendido utilizando o contig Sm00289. Esta
seqüência foi denominada SmDUB14.
lxxxiv
1.3 BLASTn realizado no Schistosoma mansoni
GeneDB
. A seqüência de DUB16 obtida pelo
sequenciamento (sombreada na figura) teve o início e o final estendido pelo contig Smp_162200.2.
Esta seqüência foi denominada SmDUB16.
Smp_162200.2 ||29297.t000011, 29297.m000652|ubiquitin
-
specific
protease 16-related|Schistosoma mansoni|chr unknown01|||Auto
ATGGGAAAGAAAAACAAAATTAGAAGAGAACTATGTCAGACGTCGGATAATGCTAGAGACAAGGTGAACTTTCGTAACA
ATGTGAAAGAAAATGTACCTGTCAAAGGTCTTCATAATTTAGGCAACACATGTTATCTTAATGCTGCCCTTCAATGTCT
TGCAAAAAGTCCATGGCTTTTGAATCTGTTAGTTGTCGATGAATCCAGAGAATCTGCTCTAACTAAACCTAATGGGGAC
TCATTATGCACATTATGTGTTTCCCTACCACTGATGAAGTGCCCACTAACAACCCAGTTTAAGGAACTTATTTCTGTTT
TAAAGCCTGGTGAACTGTCAAATACCAAAATGAGCTCTTCCAACACAATTAGTCCTGGGATGTTTCGAAATGTGTTTAT
TGAACGTTGTCCTCGATTCAGTGGATTTAGGCAACATGATAGCCATGAGTTAATTCGTGCTCTATTGGACTGCTTAAAA
CAAGAAGAACTTTCACGCTGGAAGAAGGGCATTTTGCTCAAACTCAATGTTAACCCAAAAGATGTTCGTGATGATGAGA
AAGAGTCTATTCGCAGTTGGGGAAAAGCAGCTTCGATAGCCACGATTGTAGATCGACTTTTCGGTGGGATTCTTGTCAG
TACAATACAGTGTTGTTGTTGTGGTACTGTTCGTCCTAAATTTGAACCATTTCTGGACCTTTCACTGTCTGTTTCTGAA
ACGAATGTTTCAAAACGCAATATAAATGAATCTGTGTCTAAACAGCATTCTAAAGGTGCCTCCAGTTCCAAACAACTTC
GGAAAAGGGAACGTAAACGTAAAGCTCCAAAACAACGAAAACGTCAAAATTTCATACATGATTATCAATCAGATCAGGG
CTGTTTAGATCAGTGCAGTTCAGATTCAGATAGTCAGAAAACAAAACATAATAACCACCAACCATTGGACTCATTTATT
GCAAAATGTGCTGATGTAACTGATCCAAATGTAGACAGTAAGCGTGTCGAGAACGTGGATGGGAATCTTGGCGTAAATG
AGCATCAACATGAAGATAATAATAGCAACGATGATGTAAATAAGAATGAGGTGAATTTGTTCAATTCGAATGAATGCGA
GCTTTCAAGCGAAACAATAAACCAAGGTTCTTGTGATGAAGTAGCATCATCGGACGGGAATTGTGCAGACGTTGAAGGT
AGTGATCGATATGACAGTGTTGCATCACTGCAAGTCATTCCAAATGGCTGTGATGAAAATGTAAAACAGTCAGAGATAA
ATCATATCAACACAGCATTGGAAAAGTTATCTTTGGACACAGTTGTATCGTCACAGTTGTTTTCATGTGATTCAGATGA
ATTAAATCAAGCTATTCATTATGCACGAGTTCCACTTGGTCAGAATAAAAGTAACAATTCAACAGAAGAAGGAGTTACT
TCTATTTATGAATGTCTTTCAAAATATACTTCTGCTGAATTATTAACAGGATCTAATCGTTTAATTTGTGATGTATGCA
CAAAACAAAAATCATTAGATGAGTTGGATAGTAATTTGGATAGTAAATCAATGGATAAGCAGACGCCTAACAACAACAA
GCCAGACATTTTACAAGATACTATCAAACGTGATTTAATCTATAAACCTCCACCGATTCTGACAATACATTTAAAGCGA
TTTCAACAGGTCGGTTTTCAATTACGAAAATCTCAGAAACGTATTCACTTCCCAATCTACTTGGATATTACTCCTTTCT
GTTCTGTTCTCGCTGTGACCCGTTCCAATCAGATACGTTATCGTCTTTACGGTGTAATTGAGCATACTGGACATTTAAC
TTCTGGTCATTATGTAGCTTATGTAAGTGTGCCAAAATCATACACTAATTGTAATGATAATAAATCAGATCTCATGGAG
AATCAATTCATTGGCCCTTTGAATCGTTCACCTAAATGGCCTTTATCTGTGAATGATTTAATTCAACGTCTTCGTCAAT
GTGATCATCATCAGCTGTTGTTATCATCGAATAATTTCACATCTTCTTCTATTCGAAATGACACCAATTCACTTGTGTG
TAATAATAATAATAATAATAATGGTAACAATACCATCAATCATTCAACAAATCATAACAATGAAGTGGTTGATGATTAT
GATCATGATGATTCACGTCAATGGTTCTATTGTTCCGATAGTCATGTAACACGTGTATCCCAGTCAACTGTATTGAATT
GTCAGGCTTATGTTTTATTTTATGAACGTATTGAATGA
lxxxv
2) Análise dos domínios conservados no InterPro
2.1) SmDUB5
SEQUENCE: SmDUB5_1_ORF1 LENGTH: 916 aa
Ubiquitin-associated/Translation elongation factor EF1B, N-terminal
Banco de Dados Nº de Acesso Domínio E-value
PFAM PF00627
UBA
2.9e-06 [670-710]T 5.5e-09 [745-784]T
SMART SM00165
UBA
0.19 [671-709]T 7.7e-07 [746-783]T
PROFILE PS50030
UBA
10.475 [663-710]T 14.764 [744-784]T
SEQUENCE: SmDUB5_1_ORF1 LENGTH: 916 aa
Peptidase C19, ubiquitin carboxyl-terminal hydrolase 2
Banco de Dados Nº de Acesso Domínio E-value
PFAM PF00443
UCH
3e-42 [329-906]T
PROFILE PS50235
UCH_2_3
26.277 [332-910]T
PROSITE PS00972
UCH_2_1
8e-5 [333-348]T
PROSITE PS00973
UCH_2_2
8e-5 [830-848]T
Molecular Function: ubiquitin thiolesterase activity (GO:0004221)
Biological Process: ubiquitin-dependent protein catabolic process (GO:0006511)
SEQUENCE: SmDUB5_1_ORF1 LENGTH: 916 aa
Zinc finger, UBP-type
Banco de Dados Nº de Acesso Domínio E-value
PFAM PF02148
zf-UBP
7.4e-32 [205-280]T
SMART SM00290
ZnF_UBP
7.8e-21 [204-259]T
PROFILE PS50271
ZF_UBP
17.394 [203-275]T
SEQUENCE: SmDUB5_1_ORF1 LENGTH: 916 aa
unintegrated
Banco de Dados Nº de Acesso Domínio E-value
GENE3D G3DSA:1.10.8.30
no description
2.5e-18 [700-790]T
PANTHER PTHR10420
UBIQUITIN SPECIFIC
PROTEASE FAMILY C19-
RELATED
1e-171 [24-405]T 1e-171
[426-512]T 1e-171 [544-
641]T 1e-171 [825-836]T
PANTHER PTHR10420:SF36
UBIQUITIN SPECIFIC
PROTEASE 5/UBP14(YEAST)
1e-171 [24-405]T 1e-171
[426-512]T 1e-171 [544-
641]T 1e-171 [825-836]T
lxxxvi
2.2) SmDUB14
SEQUENCE: SmDUB14_2_ORF1 LENGTH: 400 aa
Peptidase C19, ubiquitin carboxyl-terminal hydrolase 2
Banco de Dados Nº de Acesso Domínio E-value
PFAM PF00443
UCH
2.9e-62 [3-394]T
PROFILE PS50235
UCH_2_3
21.377 [1-386]T
PROSITE PS00973
UCH_2_2
8e-5 [321-339]T
Molecular Function: ubiquitin thiolesterase activity (GO:0004221)
Biological Process: ubiquitin-dependent protein catabolic process (GO:0006511)
SEQUENCE: SmDUB14_2_ORF1 LENGTH: 400 aa
unintegrated
Banco de
Dados
Nº de Acesso Domínio E-value
PANTHER PTHR10420
UBIQUITIN SPECIFIC PROTEASE
FAMILY C19-RELATED
8e-89 [3-83]T 8e-89 [105-
269]T 8e-89 [328-339]T
PANTHER PTHR10420:SF39
UBIQUITIN SPECIFIC PROTEASE
14/UBP6(YEAST)
8e-89 [3-83]T 8e-89 [105-
269]T 8e-89 [328-339]T
2.3) SmDUB16
SEQUENCE: SmDUB16_1_ORF1 LENGTH: 749 aa
Peptidase C19, ubiquitin carboxyl-terminal hydrolase 2
Banco de Dados Nº de Acesso Domínio E-value
PFAM PF00443
UCH
3.2e-51 [32-745]T
PROFILE PS50235
UCH_2_3
26.612 [35-749]T
PROSITE PS00972
UCH_2_1
8e-5 [36-51]T
PROSITE PS00973
UCH_2_2
8e-5 [593-610]T
Molecular Function: ubiquitin thiolesterase activity (GO:0004221)
Biological Process: ubiquitin-dependent protein catabolic process (GO:0006511)
SEQUENCE: SmDUB16_1_ORF1 LENGTH: 749 aa
unintegrated
Banco de
Dados
Nº de Acesso Domínio E-value
PANTHER PTHR10420
UBIQUITIN SPECIFIC
PROTEASE FAMILY C19-
RELATED
1.8e-77 [34-67]T 1.8e-77 [84-
237]T 1.8e-77 [470-502]T 1.8e-
77 [531-599]T
PANTHER PTHR10420:SF52
UBIQUITIN-SPECIFIC
PROTEASE 16-RELATED
1.8e-77 [34-67]T 1.8e-77 [84-
237]T 1.8e-77 [470-502]T 1.8e-
77 [531-599]T
lxxxvii
3) Análises das regiões codificadoras e não codificadoras em DUB5 e DUB16
3.1) Seqüência genômica de DUB5
A seqüência CDS: Smp_069960 é derivada do supercontig Smp_scaff000236 e
está localizada entre os nucleotídeos 676290 e 698592. O tamanho da seqüência
contendo regiões codificadoras e não codificadoras é de 22303pb, a mesma seqüência
contendo somente regiões codificantes tem o tamanho de 2751pb.
A localização dos éxons está representada na figura pelas barras azuis e listada a
seguir: éxons (676290..676527, 678174..678537, 679322..679499, 680498..680761,
682226..682457, 685193..685401, 688034..688201, 689566..689887, 691391..691701,
697447..697692, 698374..698592).
3.2) Seqüência genômica de DUB16
A seqüência CDS: Smp_162200.2 é derivada do supercontig Smp_scaff000255
e está localizada entre os nucleotídeos 208705 e 239160. O tamanho da seqüência
contendo regiões codificadoras e não codificadoras é de 30456pb, a mesma seqüência
contendo somente regiões codificantes tem o tamanho de 2250pb.
A localização dos éxons está representada na figura pelas barras azuis e listada a
seguir: éxons (208705..209199, 214359..214445, 217368..217873, 220862..220909,
223576..223888, 235884..235918, 236576..236807, 238496..238654, 238693..238833,
238866..238994, 239023..239072, 239106..239160).
3.1.1 – Figura esquemática da seqüência genômica Smp_069960. As linhas traçadas entre as barras azuis
representam as regiões o codificadoras que estão enumeradas. Os tamanhos dos íntrons são (1) 1646pb, (2)
784pb, (3) 998pb, (4) 1464pb, (5) 2735pb, (6) 2632pb, (7) 1364pb, (8) 1503pb, (9) 5745pb e (10) 681pb. A linha
verde ilustra a região na seqüência genômica onde está localizada a proteína SmDUB5.
lxxxviii
4) Expressão da subunidade do proteassoma alfa 5
Alfa 5
0 1 2 3 4 5 6
Ce
E3h
E18,5h
E24h
E3Dias
V.A
Ovos
Fases de S. mansoni
Níveis de mRNA (%)
3.2.1 – Figura esquemática da seqüência genômica Smp_162200.2. As linhas traçadas entre as barras azuis
representam as regiões não codificadoras que estão enumeradas. Os tamanhos dos íntrons o (1) 5159pb, (2)
2922pb, (3) 2988pb, (4) 2666pb, (5) 11.995pb, (6) 657pb, (7) 1688pb, (8) 38pb, (9) 37pb, (10) 28pb e (11) 33pb. A
linha verde ilustra a região na seqüência genômica onde está localizada a proteína SmDUB16.
4.1 - Gráfico da expressão da subunidade alfa 5 do proteassoma durante as fases de S.
mansoni. Foram analisadas as fases cercárias (Ce), esquistossômulos de 3 horas (E3h),
esquistossômulos de 18,5 horas (E18,5h), esquistossômulos de 24 horas (E24h),
esquistossômulos de 3 dias (E3Dias), vermes adultos (V.A) e ovos.
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