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Universidade de São Paulo
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Estudo de fungos entomopatogênicos para o controle de ninfas do psilídeo
Diaphorina citri Kuwayama (Hemiptera: Psyllidae)
Luiz Fernando Leal Padulla
Dissertação apresentada para obtenção do título
de Mestre em Ciências. Área de concentração:
Entomologia
Piracicaba
2007
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Luiz Fernando Leal Padulla
Biólogo
Estudo de fungos entomopatogênicos para o controle de ninfas do psilídeo Diaphorina citri
Kuwayama (Hemiptera: Psyllidae)
Orientador:
Prof. Dr. SÉRGIO BATISTA ALVES
Dissertação apresentada para obtenção do título
de Mestre em Ciências. Área de concentração:
Entomologia
Piracicaba
2007
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - ESALQ/USP
Padulla, Luiz Fernando Leal
Estudo de fungos entomopatogêncios para o controle de nifas do psilídeo Diaphorina
citri Kuwayama (Hemiptera: Psyllidae) / Luiz Fernando Leal Padulla. - - Piracicaba, 2007.
91 p. : il.
Dissertação (Mestrado) - - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2007.
Bibliografia.
1. Controle biológico (Fitossanidade) 2. Fungos entomopatogênicos 3. Insetos nocivos
I. Título
CDD 632.7
“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor”
3
DEDICATÓRIA
Dedico primeiramente à DEUS.
Aos meus maravilhosos e exemplares pais, Adalberto e Silvia Helena, que, com
muito amor, paciência e força de vontade, me educaram e me ensiaram a nunca
desistir.
A minha esposa e companheira, Tathiana Lisboa Padulla, pela compreensão,
carinho, amparo e por todo amor,
Às minhas irmãs, cunhados e cunhada, por tudo e mais um pouco!
A todos meus familiares, avós, sogros, tios, sobrinha, ou seja, a todos aqueles
que não me escolheram, mas que tiveram que me suportar e me agüentaram da melhor
e mais paciente maneira, muitíssimo obrigado!
Aos meus sogros, Neto e Lurdinha, pelo apoio, alegrias e motivação,
Dedico.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, por tudo o que fez, pelo que faz e por tudo que está
providenciando em minha vida.
Agradecimento especial aos meus pais, que em todos os momentos de minha
vida, mostraram o verdadeiro significado do amor, estando presentes e me apoiando
em toda e qualquer situação. Sem eles, jamais seria ou estaria onde estou.
À minha esposa Tathiana, não por fazer parte de minha vida apenas, mas por
ser parte dela, sempre me suportando, me apoiando, sendo paciente em todos os
momentos. Mais uma vez agradeço à DEUS por colocá-la em meu caminho. Piolhinha,
meu muito obrigado!
As minhas fantásticas irmãs Andréa Regina e Patrícia Cristina, aos meus
cunhados e cunhada, e a minha sobrinha Aline, que sempre me apoiaram e
proporcionaram momentos de alegria e descontração,
Aos meus queridos avós, Rubens e Leonilda, e tia-avó Dorothy, que incentivaram
e jamais me deixaram desistir,
Aos meus avós José (in memorian) e Laura (in memorian), que onde estão,
sempre estiveram ao meu lado,
Ao Prof. Dr. Sérgio Batista Alves, pela confiança, orientação, apoio, amizade e
atenção durante esta jornada,
Aos amigos: Juan, Rogério (Fito), Giuliano (Kutuk), Raquel, Gabriel (Goma),
Luciana. Aos ex-colegas de laboratório Daniella Macedo, Marcelo (Circo), Daniela
(Náufraga), Jean Patrick, Ricardo Polanczyk, Tatiele, Raquel Arouca, Marcel Tanzini,
Elizabeth Quisberth-Ramos,
5
Em especial, à Solange, por todo auxílio prestado, sempre com muito carinho,
competência e dedicação,
À dona Mariana e todas as outras colegas que sempre mantêm em ordem nosso
ambiente de trabalho,
Aos demais colegas, funcionários do Departamento e à bibliotecária Silvia,
Aos professores do Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia
Agrícola, pelos ensinamentos transmitidos,
Á CAPES, Fundecitrus e FAPESP pelo apoio financeiro,
A todos meus amigos que sempre me apoiaram e me acolheram,
E às não menos importantes figuras de minha vida, Negrita, Nina e Belinha, que
mesmo não falando, transmitiram sempre muito amor e companheirismo por toda essa
jornada.
6
“Tudo o que sei é que nada sei!”
Sócrates
7
SUMÁRIO
RESUMO.........................................................................................................................9
ABSTRACT ...................................................................................................................10
LISTA DE FIGURAS .....................................................................................................11
LISTA DE TABELAS .....................................................................................................14
1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................15
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................................17
2.1 Características gerais e bioecologia de Diaphorina citri..........................................17
2.1.1 Morfologia.............................................................................................................17
2.1.2 Comportamento e desenvolvimento.......................................................................18
2.1.2.1 Hospedeiros..................................................................................................... ..18
2.1.2.2 Ovos....................................................................................................................18
2.1.2.3 Ninfas..................................................................................................................19
2.1.2.4 Adultos................................................................................................................20
2.1.3 Distribuição............................................................................................................22
2.2 Danos........................................................................................................................24
2.2.1 “Greening” .............................................................................................................24
2.2.2 Transmissão da doença.........................................................................................29
2.3 Controle.....................................................................................................................31
2.3.1 Controle convencional............................................................................................31
2.3.2. Controle biológico..................................................................................................32
2.3.2.1. Parasitóides e predadores.................................................................................32
2.3.2.2 Fungos entomopatogênicos................................................................................33
2.3.2.2.1 Beauveria bassiana..........................................................................................35
3 MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................................38
3.1 Criação e manutenção de Diaphorina citri................................................................38
3.2 Preparo do material dos bioensaios..........................................................................38
3.3 Seleção dos isolados para o controle de Diaphorina citri .........................................41
3.4 Determinação da Concentração Letal Média (CL
50
) do isolado selecionado............42
3.5 Estudo do ciclo biológico do entomopatógeno em Diaphorina citri...........................43
8
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................................45
4.1 Seleção do isolado....................................................................................................45
4.2 Determinação da Concentração Letal Média (CL
50
) para Beauveria bassiana.........47
4.3 Estudo do ciclo biológico de Beauveria bassiana (Esalq-PL63) em ninfas de
Diaphorina citri.................................................................................................................49
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................75
REFERÊNCIAS...............................................................................................................76
9
RESUMO
Estudo de fungos entomopatogênicos para o controle de ninfas do psilídeo Diaphorina citri
Kuwayama (Hemiptera: Psyllidae)
Avaliou-se a patogenicidade de diversas espécies de fungos entomopatogênicos
a ninfas de 2
o
a 4
o
ínstares do psilídeo Diaphorina citri. Assim foram feitos bioensaios
com Beauveria bassiana, Metarhizium anisopliae, Lecanicillium muscarum, L.
longisporum, Paecilomyces fumosoroseus, P. farinosus, Syngliocladium sp. na
concentração de 5x10
7
conídios/mL para cada patógeno, com exceção de Hirsutella
thompsonii que foi aplicado na concentração de 2,8x10
7
conídios/mL. Utilizou-se mudas
de murta, Murraya paniculata, infestadas com ninfas do inseto que foram pulverizadas
com as suspensões conidiais. Os fungos B. bassiana, M. anisopliae, H. thompsonii, L.
muscarum e P. fumosorosus foram patogênicos para as ninfas do psilídeo. O isolado
mais promissor foi o Esalq-PL63, de B. bassiana, que causou mortalidade de
aproximadamente 72% das ninfas, sete dias após a inoculação. Esse fungo também
afetou o processo de metamorfose das ninfas. A concentração letal média (CL
50
) foi
calculada em 2,3 x 10
7
conídios/mL. O ciclo de infecção de B. bassiana sobre as ninfas
do psilídeo foi estudado pulverizando-se a suspensão de 3x10
8
conídios/mL do fungo e,
em seguida, observado em microscopia de luz e microscopia eletrônica de varredura,
nos intervalos de tempo de 0, 24, 48, 72 e 168 horas após a inoculação. Constatou-se
que o referido patógeno não conseguiu completar o desenvolvimento no corpo do
hospedeiro, uma vez que a fase de conidiogênese é inibida, provavelmente, pela
presença no interior do inseto de bactérias antagônicas ao seu desenvolvimento. O
isolado Esalq-PL63 é um promissor agente de controle microbiano de ninfas de D. citri
por afetar sua fisiologia e causar em altos índices de mortalidade.
Palavras-chave: Fungos entomopatogênicos; Psilídeo; Beauveria bassiana
10
ABSTRACT
Study of entomopathogenic fungi for the control of of Diaphorina citri Kuwayama
(Hemiptera: Psyllidae) nymphs
It was evalueted the patogenicity of several species of entomopathogenic fungi
against 2
nd
to 4
th
instar of Diaphorina citri. For the bioassays with Beauveria bassiana,
Metarhizium anisopliae, Lecanicillium muscarum, L. longisporum, Paecilomyces
fumosoroseus, P. farinosus, Syngliocladium sp. a concentration of 5x10
7
conidia.mL
-1
was used. For the Hirsutella thompsonii strain the concentration used was 2.8x10
7
conidia.mL
-1
. Seedlings of orange jasmine, Murraya paniculata, infested with nymphs of
the insect were sprayed with the conidia suspensions. The fungi B. bassiana, M.
anisopliae, H. thompsonii, L. longisporum and P. fumosoroseus were pathogenic to
nymphs. The strain of B. bassiana (Esalq-PL63) was the most pathogenic causing 72%
mortality after seven days of inoculation. This fungus also affected the process of nymph
molting. The letal concentration (LC
50
) calculated was 2.3x10
7
conidia.mL
-1
. To prove
mortality the pathogen was reisolated in media culture (AN, MC and BDA) and besides,
observed under microscope examination. The infection cycle of B. bassiana in nymphs
was studied after inoculation of 3x10
8
conidia.mL
-1
. This process were evaluated with
the use of a light microscope and an electron scan microscope, after 0, 24, 48, 72 and
168 hours of conidia sprayed. This strain did not complete the development in the host
because the conidiogenesis was inhibited, probably because it was found antagonistic
bacteria into the host. However, this isolate is a potencial microbial control agent of
nymphs of D. citri, affecting its physiology and causing high mortality.
Key words: Entomopathogenic fungi; Psyllid; Beauveria bassiana
11
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Mortalidade média (±EPM) das ninfas de Diaphorina citri causada por
diferentes concentrações de conídios do isolado Esalq-PL63 de Beauveria
bassiana após 7 dias da aplicação. Probit transformado ( ) em porcentagem
de mortalidade.................................................................................................47
Figura 2 - Porcentagem de mortalidade acumulada de ninfas de Diaphorina citri
infectadas pelo isolado Esalq-PL63, durante os 7 dias de avaliação...........49
Figura 3 - Ninfas infectadas após 24 (A) e 48 horas (B), apresentando aspecto
aparentemente normal....................................................................................50
Figura 4 - Ninfas infectadas após 72 horas (A) e 96 horas (B), apresentando coloração
róseo–avermelhada em função da colonização e produção de oosporina por
Beauveria bassiana.........................................................................................50
Figura 5 - Ninfas com arqueamento dos corpos, após 96 horas, no sentido ventro-
dorsal, semelhante a dessecamento. Note em A ninfa sadia (S) comparada a
ninfa infectada (I).............................................................................................51
Figura 6 - Ninfa infectada apresentando corpos hifais e micélio de Beauveria bassiana
em seu interior (após 96 horas)......................................................................52
Figura 7 - Corpos hifais e micélios de Beauveria bassiana presentes em ninfa de
Diaphorina citri após 120 horas de inoculação...............................................52
Figura 8 - Corpos hifais e micélios de Beauveria bassiana presentes em ninfa de
Diaphorina citri após 144 horas de inoculação...............................................53
.
.
12
Figura 9 - Corpos hifais e micélio de Beauveria bassiana presentes em ninfa de
Diaphorina citri após 168 horas de inoculação...............................................53
Figura 10a - Adesão dos conídios de Beauveria bassiana (Esalq-PL63) sobre a perna
da ninfa de Diaphorina citri (0h)...................................................................55
Figura 10b - Adesão dos conídios de Beauveria bassiana (Esalq-PL63) sobre o tórax da
ninfa de Diaphorina citri (0h)........................................................................56
Figura 10c - Detalhe da adesão dos conídios de Beauveria bassiana (Esalq-PL63)
sobre o abdome da ninfa de Diaphorina citri (0h)........................................56
Figura 11 - Fases do processo incompleto de infecção e colonização de Beauveria
bassiana em ninfas de Diaphorina citri.........................................................58
Figura 12a - Distribuição dos conídos de Beauveria bassiana (Esalq-PL63) no
tegumento do abdome da ninfa de Diaphorina citri (48 h)........................59
Figura 12b - Penetração de Beauveria bassiana (Esalq-PL63) pelos orifícios do
tegumento do abdome da ninfa de Diaphorina citri (48 h).........................59
Figura 12c - Penetração de Beauveria bassiana (Esalq-PL63) nos orifícios distais do
tegumento do abdome da ninfa de Diaphorina citri (48 h)...........................60
Figura 13a - Penetração de Beauveria bassiana (Esalq-PL63) na perna de ninfa de
Diaphorina citri (72 h)...................................................................................60
Figura 13b - Penetração de Beauveria bassiana (Esalq-PL63) no tórax de ninfa de
Diaphorina citri (72 h)...................................................................................61
13
Figura 13c – Detalhe do conídio de Beauveria bassiana (Esalq-PL63) no tórax de ninfa
de Diaphorina citri (72 h)..............................................................................61
Figura 13d - Penetração de Beauveria bassiana (Esalq-PL63) na parte distal do
abdome de ninfa de Diaphorina citri (72h)...................................................62
Figura 13e - Detalhe de conídios de Beauveria bassiana (Esalq-PL63) em processo de
germinação no tórax de ninfa de Diaphorina citri (72h)................................62
Figura 14 - Ninfas mortas de Diaphorina citri infectadas por Beauveria bassiana (Esalq-
PL63) durante processo de ecdise..................................................................70
Figura 15 - Reisolamento do fungo Beauveria bassiana em meio de cultura MC, AN e
BDA, respectivamente.....................................................................................71
Figura 16a - Bactérias presentes nas amostras de ninfas de Diaphorina citri tratadas,
maceradas e estriadas em meio de cultura MC. Em B, detalhe das
colônias........................................................................................................71
Figura 16b - Bactérias presentes nas amostras de ninfas sadias, maceradas e estriadas
em meio de cultura AN. Em B, detalhe das colônias...................................72
Figura 17 - Bactérias Gram negativas isoladas de ninfas de Diaphorina citri.................73
14
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Isolados do Banco de Patógenos do Laboratório de Patologia e Controle
Microbiano de Insetos utilizados nos testes....................................................39
Tabela 2 - Porcentagem média de mortalidade total, corrigida (%MC) e esporulação das
ninfas tratadas com os fungos entomopatogênicos........................................45
Tabela 3 - Valores da concentração letal média (CL
50
) do isolado Esalq-PL63 de
Beauveria bassiana sobre ninfas de Diaphorina citri......................................48
15
1 INTRODUÇÃO
O Brasil, impulsionado pelo crescimento das exportações e pelo
desenvolvimento da indústria citrícola, é atualmente o maior produtor mundial de
laranjas, com 17.731,7 mil toneladas. Em 2005 o Estado de São Paulo foi responsável
por 80% da produção nacional, obtida em área cultivada de 580,4 mil hectares, ou seja,
uma área correspondente a 72% de toda produção citrícola nacional (INSTITUTO FNP,
2006). São cerca de 300 as pragas e doenças que atingem os citros, com destaque ao
ácaro-da-leprose (Brevipalpus phoenicis), ácaro-da-ferrugem (Phyllocoptruta oleivora),
larva-minadora-dos-citros (Phyllocnistis citrella), cigarrinhas da CVC, ortézia (Orthezia
praelonga), bicho-furão (Ecdytolopha aurantiana), entre outros (USP/PENSA, 2004).
Nos últimos 60 anos, o uso constante de agrotóxicos vem causando diversos
problemas, destacando-se a resistência dos artrópodos, que tem exigido um aumento
na freqüência das aplicações desses produtos. Concomitantemente, há o problema de
contaminação dos recursos hídricos, do solo e de todo o ambiente, envolvendo os
microrganismos e inimigos naturais presentes no agroecossistema.
Outro fato que chama a atenção é o alto custo financeiro dos tratamentos
fitossanitários, que consomem 20% do custo total da produção (INSTITUTO FNP,
2006). O custo com agrotóxicos na citricultura paulista foi de aproximadamente R$
1.100,00 por hectare em 2004 (GHILARDI et al., 2004). Em 2005, só para o controle de
cigarrinhas da CVC e do psilídeo transmissor do “greening”, o custo calculado foi de
US$ 0,23/caixa. Levando-se em consideração que em 2006 o Brasil produziu
aproximadamente 435 milhões de caixas, pode-se estimar um gasto de 100 milhões de
dólares apenas com esses dois insetos.
O emprego dos inimigos naturais das pragas vem crescendo em todos os países
em virtude da procura por produtos isentos de resíduos de agrotóxicos e pela menor
poluição ambiental que esses agentes provocam. Para uma melhor adequação desse
método de controle biológico, há necessidade de alterações no método convencional de
controle das pragas que é feito, basicamente, pela aplicação de agrotóxicos não-
seletivos.
16
Recentemente, o interesse de pesquisadores e citricultores têm-se voltado ao
psilídeo vetor do “greening”, doença causada por uma bactéria que é restrita ao floema
e é transmitida pelos insetos Trioza erytreae e Diaphorina citri, sendo que o primeiro
está associado à forma africana da doença e o segundo à forma asiática (CAPPOR;
RAO; VISWANATH, 1967). No Brasil, a ocorrência de D. citri é preocupante por sua
rápida disseminação nos pomares (FERNANDES, 2004). No Estão de São Paulo, de
2004 até 2006, foram erradicadas mais de 600 mil árvores de citros em decorrência
desta doença (FUNDECITRUS, 2006).
As pesquisas de processos de controle que visam a maior sustentabilidade dos
citros na área fitossanitária deve ser um objetivo constante dos pesquisadores.
Assim, esta pesquisa visou estudar a suscetibilidade deste psilídeo à diferentes
espécies de fungos entomopatogênicos, com o objetivo de selecionar um isolado de
alta patogenicidade, para possível emprego no controle do inseto.
17
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Características gerais e bioecologia de Diaphorina citri
2.1.1 Morfologia
Diaphorina citri (=Euphalarus citri (Kuwayama 1908)) foi descrita ocorrendo em
citros em Shinchiku, Taiwan em 1907. Há seis outras espécies de Diaphorina relatadas
em citros e outras plantas: D. amoena, D. auberti, D. communis, D. murrayi, D.
punctulata e D. zebrana. Além dessas, há sete psilídeos relacionados a cultura de
citros: Mesohomotoma lutheri, Psylla citricola, P. citrisuga, P. murrayi, Trioza
citroimpura, T. erytraea e T. litseae (HALBERT; MANJUNATH, 2004).
O psilídeo D. citri pertence à superfamília Psylloidea, família Psyllidae, que reune
mais de 1.500 espécies. São insetos sugadores dos vasos condutores das plantas, com
pernas metatorácicas modificadas para saltar. Os adultos medem de 2 a 4 mm
(AUBERT, 1987; GALLO et al., 2002), sendo que Tsai e Liu (2000) registraram fêmeas
de 3,3 x 1mm, e machos de 2,7 x 0,8mm. Outros registros relatam que somente o corpo
dos machos pode variar de 1,53 a 1,66 cm, enquanto que o das fêmeas mede entre
1,90 e 2,06 cm; por sua vez a antena mede 0,48 cm (OEPP/EPPO, 2005). Possuem o
corpo manchado de marrom, cabeça marrom claro, asa dianteira alargada da metade
até o ápice, antena com ápice preto e com duas pequenas manchas marrom claro no
meio dos segmentos, além de apresentarem secreção cerosa sob a forma de um pó.
Quando parados, apresentam a disposição de 45º em relação ao substrato que se
encontram (Mead, 2002).
Os ovos medem cerca de 0,31mm de altura e 0,14mm de largura (TSAI; LIU,
2000). São alongados, engrossados na base, cônicos na parte distal e, assim que
ovipositados, são de coloração pálida tornando-se amarelo-alaranjados com o tempo. A
postura é feita verticalmente na superfície das folhas e/ou brotos (MEAD, 2002).
As ninfas passam por 5 ínstares, sendo que no primeiro ínstar apresentam
coloração amarelo claro, tornando-se mais escuras posteriormente. Nesse mesmo
ínstar, medem 0,3mm de comprimento por 0,17mm de largura. As de segundo ínstar
18
apresentam dimensões de 0,45 x 0,25mm, as de terceiro 0,74 x 0,43 mm, as de quarto
ínstar 1,01 x 0,7mm. O quinto e último ínstar pode alcançar medidas de 1,6 x 1,02 mm.
2.1.2 Comportamento e desenvolvimento
2.1.2.1 Hospedeiros
Apesar de ser considerada uma praga de citros, sua ocorrência em murta
(Murraya paniculata) foi descrita pela primeira vem em 1975, por Cheema e Kapur.
Outras plantas da família das rutáceas são tidas como hospedeiras desse inseto, tais
como Murraya keonegii, Antocarpus heterophyllus, Aegle marmelos, Afraegle
gabonensis, A. paniculata, Atalantia sp., Citropsis gilletiana, C. schweinfurthii, Clausena
anisum-olens, C. excavata, Eremocitrus glauca, E. hybrid, Merrillia caloxylon,
Microcitrus australis, M. papuana, Microcitronella sp., Naringi crenulata, Pamburus
missionis, Toddalia asiatica, Vepris lanceolata, Zanthoxylum fagara e Calodendrum
capense.
O número de plantas hospedeiras desse psilídeo é motivo de controvérsia entre
os estudiosos. Halbert e Manjunath (2004) apresentam em seu trabalho mais de 50
espécies hospedeiras, enquanto que He (2006 apud YANG et al., 2006) calcula em 27.
Shivankar et al (2000) relata Artocarpus heterophylus como hospedeira de D. citri ,
enquanto que Peña et al. (2006), diz o contrário.
2.1.2.2 Ovos
O número de posturas totais das fêmeas também é bastante discutido. Para
Huang (1990 apud YANG et al., 2006), esse valor é de 1900 ovos, com média entre 630
e 1230 ovos; já Tsai e Liu (2000) calculam em 800 ovos. Para esses autores, o número
de ovos por fêmea aumentou com o aumento da temperatura, alcançando o máximo de
748 ovos a 28ºC. O período de incubação dos ovos também variou de 3,5; 4,2 e 9,7
dias a 28ºC, 25ºC e 15ºC, respectivamente. A postura também é influenciada pelas
plantas hospedeiras. Para C. jambhiri o número de ovos por fêmea e o número máximo
de posturas foi de 572 e 818, respectivamente. Para C. aurantium, M. paniculata e C.
paradisi, esses valores foram de 613 e 830, 626 e 994, 858 e 1378, respectivamente.
19
Outros fatores importantes na determinação das posturas são a temperatura,
umidade relativa e fotoperíodo. Skelley e Hoy (2004) relataram que as fêmeas, quando
expostas a 34ºC por 5 dias, param de ovipositar, voltando aos poucos, conforme a
temperatura chegava próximo a 25ºC. Sob 40% de umidade relativa a postura também
era mínima. Para máxima postura o fotoperíodo recomendado é de 18:6 horas (YUBIN,
1989). Yang (1989 apud YANG et al., 2006) relatou que a intensidade e duração da
luminosidade afeta significativamente o período de pré-oviposição e postura dos ovos.
Quando a luminosidade era abaixo de 18 horas por dia, o número de posturas
aumentava. Já o período de pré-oviposição e mortalidade das fêmeas diminuía com o
aumento na intensidade luminosa. Esse efeito foi atribuído a influência que a luz tem
sobre a alimentação do adulto e assim, no desenvolvimento ovariano das fêmeas.
2.1.2.3 Ninfas
As ninfas são praticamente imóveis, ficando grande parte do tempo agregadas e
se alimentam na superfície das folhas, parte terminal do pecíolo e entre a gema axilar e
os brotos novos (TSAI; LIU, 2000). Quando perturbadas podem se deslocar mais
rapidamente. Ao se agruparem, o acúmulo da secreção adocicada (honeydew) liberada
na porção terminal do abdome pode favorecer o crescimento de fungos oportunidas,
formando a fumagina (MEAD, 2002).
A variação dos ínstares das ninfas está entre 16 e 18 dias em épocas quentes e
até 45 dias em épocas mais frias. Não há diapausa (AUBERT, 1987).
Trabalho de Tsai e Liu (2000) relata variação no tempo de desenvolvimento das
ninfas do psilídeo em diferentes hospederos. Em Citrus paradisi o tempo foi de 12,6
dias, enquanto que em M. paniculata, C. aurantium e C. jambhiri foi de 12,8; 13,1 e
13,5; respectivamente. Os mesmos autores constataram que o tempo de
desenvolvimento de ovo a adulto também variou conforme o hospedeiro, sendo de
16,8; 16,9; 17,3 e 17,6 dias em C. paradisi, M. paniculata, C. aurantium e C. jambhiri,
respectivamente.
Liu e Tsai (2000) descreveram a influência da temperatura na taxa de
desenvolvimento, sobrevivência, reprodução e longevidade do psilídeo. No
desenvolvimento das ninfas, houve uma variação de 10,6 dias a 28ºC, até 39,6 dias a
20
15ºC. Acima de 28ºC, houve um declínio do desenvolvimento. Na Índia, a população de
D. citri encontrada nos meses de outubro a janeiro foi menor do que no período de
fevereiro a abril, coincidindo esse aumento com o surgimento de novos brotos (DAS;
SHIVANKAR; SINGH, 2002). Yang (1989 apud YANG et al., 2006) constatou altas taxas
de mortalidade de ninfas sob altas temperaturas e umidade.
Trabalho de Nakata (2006), avaliando a influência da temperatura sobre os
estádios de D. citri em Murraya paniculata, mostrou que entre 15 e 32,5ºC, as ninfas
crescem mais rapidamente em temperaturas mais altas, exceto à 32,5ºC. O 5º ínstar foi
o que exigiu maior tempo de desenvolvimento comparado aos demais. O aumento da
temperatura diminuiu o tempo de incubação dos ovos, porém, no desenvolvimento das
ninfas, e do período de ovo até a emergência dos adultos, essa redução ocorreu
apenas até 30ºC, uma vez que a 32,5ºC o período de duração foi maior. Nessa mesma
temperatura foi observado efeito negativo também sobre as ninfas de 3
o
, 4
o
e 5
o
ínstar,
com taxas de mortalidade de 26,7; 43,3 e 83,3%, respectivamente. A 15ºC as ninfas
apresentaram mortalidade total no 5
o
ínstar, sendo que todas sobreviveram até o 4
o
ínstar.
2.1.2.4 Adultos
Mudas novas com brotações estimulam a oviposição, com a postura das fêmeas
a 2 cm do ápice das folhas, pecíolos ou gemas (Tsai & Liu, 2000). Adultos avaliados em
Murraya paniculata ocuparam 95% dos brotos, ovipositando por 2-4 dias e gerando de
25 a 100 ninfas por broto (SKELLEY; HOY, 2004). Yasuda; Kawamura e Oishi (2005)
demonstram que adultos de D. citri se encontram dispersos em todas as partes de
mudas de Citrus depressa e Murraya exotica, porém, os ovos e as ninfas dos mesmos
se concentram nas brotações, da parte apical. Tsai et al. (1984 apud YANG et al.,
2006) encontraram maior incidência de adultos na nervura central das folhas (43%),
seguida dos pecíolos (31%), borda foliar (24%) e talo (<2%).
O comportamento dos adultos varia conforme sua idade e a temperatura. Os
recém-emergidos não voam ou caem rapidamente quando as folhas são tocadas,
ficando concentrados na parte abaxial das folhas. As fases reprodutivas e maduras
caracterizam-se por um comportamento dispersivo, saltando e voando pequenas
21
distâncias. No inverno os movimentos tornam-se mais lentos, com a tendência dos
insetos a se agruparem na superfície adaxial das folhas. Adultos ficam inativos abaixo
de 8ºC, retomando as atividades por volta de 11ºC, de acordo com Wu (1980) e Xie et
al. (1989 apud YANG et al., 2006). Os movimentos tornam-se mais rápidos, com saltos
enérgicos por parte dos adultos, quando a temperatura atinge entre 24 e 29ºC. Em
campo aberto, relata-se um deslocamento de aproximadamente 2.400 metros – ou 1,5
milhas (KOIZUMI et al., 1997). As fêmeas prestes a ovipositarem não voam e ficam
refugiadas nas brotações (SKELLEY; HOY, 2004).
Apesar da preferência por brotações, quando submetidas à arvores mais velhas,
os psilídeos acabam por se alimentar de folhas ou ramos maduros. Os adultos podem
viver por 80-90 dias quando há alimento disponível (AUBERT, 1987).
As maiores longevidades de fêmeas observadas por Tsai e Liu (2000) foram de
54, 54, 60 e 66 dias em C. paradisi, M. paniculata, C. aurantium e C. jambhiri,
respectivamente, sendo que a média ficou entre 39,6 e 47,5 dias. Para Liu e Tsai
(2000), a longevidade das fêmeas foi de 88.3 dias a 15ºC, sendo que os maiores
valores foram de 117, 60, 56, 52 e 51 dias para 15ºC, 20ºC, 25ºC, 28ºC e 30ºC,
respectivamente. Para Yang et al. (2006), no inverno os adultos podem sobrevier muito
mais, por cerca de 8 a 9 meses. Ma e Wang (2001 apud YANG et al., 2006)
correlacionaram os fatores postura de ovos e longevidade, indicando que fêmeas que
ovipositavam todos seus ovos em curto tempo após sua emergência, viviam menos do
que as que demoravam mais tempo.
Podem ocorrer de 9 a 10 gerações ao ano, dependendo da temperatura. A
duração entre gerações é de 53 a 59 dias na primavera, 18 a 22 dias no verão e de 25
a 30 dias no outono (XU; XIA; KE, 1994). Na região norte de Taiwan o número de
gerações foi de 8 a 9, enquanto que na região sul foi de até 10 (LIN; KE; TAO, 1973).
Xu; Xi e Ke (1994) constataram que na província de Guangdong, na China, esse
número variou de 11 a 14. Em Fujian, as gerações em citros foram de 6 a 7, e em M.
paniculata, de 9 a 11.
Nakata (2006) constatou que para ovos a exigência graus-dia foi de 46,93
enquanto que para ninfas foi de 192,27 e de ovo a adulto, atingiu 232,26. Valores muito
22
próximos aos obtidos por Liu e Tsai (2000), para as respectivas fases, 67,50; 185,19 e
249,88 graus-dia.
Yang (1989 apud YANG et al., 2006) concluiu que altas temperaturas e alta
umidade tem impacto negativo significativo em populações de D. citri, ao contrário do
que acontece com o psilídeo T. erytrae que é afetado quando se tem altas temperaturas
associadas a baixa umidade. Segundo Regmi e Lama (1988), altas populações foram
encontradas próximo à primavera e verão com clima quente e seco, decaindo conforme
ocorriam as chuvas. D. citri também é resistente à baixas temperaturas por curto
período de tempo. Em 24 horas, 45% dos insetos sobrevivem à -3ºC, enquanto que
39% à -5ºC (XIA; XU; CHEN, 1987). Experimento de Ashirara (2004) mostrou que
apenas 4% da população de D. citri sobrevive a -3,3ºC em M. paniculata e 6% em C.
unshiu. A temperatura é letal para ninfas e adultos quando expostos, por uma hora, a
-3ºC e -10ºC, respectivamente. Insetos expostos a -8ºC por 6 dias apresentam
mortalidade de 91%, enquanto que a -10º por 3 e 5 dias, esse valor é de 55 e 89%,
respectivamente.
2.1.3 Distribuição
Diaphorina citri foi relatada pela primeira vez no Brasil por Costa Lima (1942) e
posteriormente, por Catling (1970). Preferencialmente, D. citri ocupa regiões tropicais e
subtropicais da Ásia, como China, Índia, Myanma, Taiwan, Filipinas, Malásia, Indonésia,
Sri Lanka, Paquistão, Tailândia, Nepal, Hong Kong, Ilhas Ryukyu, Afeganistão, Arábia
Saudita, Ilhas Maurício, Ilhas Reunião (WOOLER; PADGHAM; ARAFAT, 1974).
No Brasil, apesar de ter sido relatado há mais de 60 anos, a ocorrência e
distribuição desse inseto está sendo melhor estudada somente agora, devido a real
importância na produção citrícola. Dados preliminares da Fundecitrus (2006), apontam
103 municípios registrados com ocorrência do psilídeo e da doença (todos em São
Paulo, e apenas um em Minas Gerais).
Cermeli, Morales e Godoy (2000) descreveram a ocorrência de D. citri pela
primeira vez na Venezuela em 1999. Etienne; Burckhard e Grapin (1998) descreveram
o vetor também em Honduras, Uruguai e México. De acordo com Halbert e Núñez
(2004), em 1997 o psilídeo foi encontrado na Argentina, em 1998 na Flórida (EUA) e em
23
1999 em duas ilhas das Bahamas. Em 2000 foi encontrado nas Ilhas Caimã, em 2001
na República Dominicana e Cuba, em 2002 em Porto Rico e México, e na Jamaica sua
ocorrência foi notada em 2003.
D. citri é ausente em pomares acima de 1700 a 1800m de altitude, onde
geralmente ocorrem geadas. Temperaturas muito elevadas também impedem o
desenvolvimento do inseto (AUBERT, 1987). Para Yang et al. (2006) a topografia, em
especial as grandes altitudes, tem uma maior influência na distribuição populacional do
inseto. O mesmo acontecendo para fatores ambientais como a temperatura, que limita
essa distribuição. Para Xie et al. (1988 apud YANG et al., 2006) as médias de
temperatura dos meses mais frios e a duração desses períodos são fatores críticos para
a distribuição de D. citri.
De acordo com Bové e Aubert (1984), em Medina, Arábia Saudita, não foram
encontrados esses insetos, uma vez que as temperaturas máximas chegam de 47 a
48ºC no verão e 6 a 7ºC no inverno. A altitude máxima onde foi encontrado o psilídeo
foi de 1350m no Nepal, 1100m em Java e 650m nas Ilhas Reunião. Na China, por
exemplo, com o aquecimento das épocas frias do ano, as plantas hospedeiras são
capazes de produzir mais brotações, favorecendo o desenvolvimento e o aumento do
número de gerações anuais dos psilídeos em algumas regiões, além de possibilitar a
ocorrência dos mesmos em locais antes inóspitos (WANG et al., 2001 apud YANG et
al., 2006).
Comparado ao outro psilídeo, Trioza erytreae, D. citri é mais resistente à
temperaturas extremas e mais sensível à altas umidades e precipitações (CATLING,
1972; AUBERT, 1987). Onde há a ocorrência desses dois vetores, D. citri e T. erytreae,
é clara a distribuição dos mesmos em função da região. Nas Ilhas Maurício e Reunião,
T. erytreae ocorre acima de 500m, enquanto que D. citri ocorre abaixo de 400m onde o
clima é mais quente. Igualmente ocorre na Arábia Saudita, onde D. citri está presente
em regiões citrícolas mais baixas (CATLING, 1973).
No Brasil, Yamamoto; Paiva e Gravena (2001) demonstraram que há uma
variação significativa na dinâmica populacional de D. citri em pomares na região norte
do Estado de São Paulo, uma vez que a densidade mais alta ocorre no final da
primavera e começo do verão, enquanto que durante o outono e inverno a população
24
foi reduzida. Essa oscilação provavelmente está relacionada ao regime de chuvas e,
consequentemente, ao surgimento de novas brotações no pomar de citros.
2.2 Danos
As ninfas e adultos têm importância direta por injetarem toxinas ao se
alimentarem, as quais causam distorções consideráveis nas folhas e brotações,
freqüentemente causando abatimento das porções terminais e abscisão das folhas e
dos brotos (MEAD, 1976). Em relação aos danos indiretos, tem-se a secreção do
“honeydew” por parte das ninfas, sobre o qual crescem fungos oportunistas,
ocasionando a fumagina que afeta o processo fotossintético da planta hospedeira.
Porém, o dano de maior expressividade causado por esse inseto é justamente por ser o
vetor da bactéria do greening, doença que preocupa todo o ramo da citricultua brasileira
e mundial.
2.2.1 “Greening”
Huanglongbing, nome oficial do “greening”, é uma doença severa do citros,
causada pela bactéria do gênero Candidatus Liberibacter, restrita ao floema das
árvores, possuindo dois hospedeiros nos quais ela se multiplica: a planta e o inseto
vetor (BOVÉ; GARNIER, 2002; GARNIER et al., 2000). De acordo com Bové e Garnier
(2002), essas bactérias são patogênicas às plantas, e causam poucos danos aos inseto
hospedeiros (D. citri e T. erytreae), nos quais elas mostram-se semelhantes a bactérias
simbiônticas aos mesmos. Essa identificação do inseto como vetor da doença ocorreu
nas Filipinas por Salibe e Cortez (1966). Hoje sabe-se que o greening é transmitido por
duas espécies de psíleos, T. erytreae (Del Guercio) e D. citri (Kuwayama) (AUBERT,
1987).
Atualmente são conhecidas três raças de bactérias causadoras do greening:
asiática (Candidatus Liberibacter asiaticus), africana (Candidatus Liberibacter africanus)
e americana (Candidatus Liberibacter americanus), ocorrendo respectivamente na Ásia,
África e América, sendo a última descoberta recentemente, não possuindo, assim,
25
estudos mais detalhados (JAGOUEIX; BOVÉ; GARNIER, 1994; TEIXEIRA et al., 2005;
FUNDECITRUS, 2005).
Segundo os autores Jagoueix; Bové e Garnier (1994) e Teixeira et al. (2005), Ca.
L. asiaticus e Ca. L. americanus são tolerantes ao calor e transmitidas pelo psilídeo D.
citri, enquanto que Ca. L. africanus é sensível ao calor e transmitida pelo Trioza
erytreae. Teixeira et al. (2005) relataram que a raça ‘Candidatus Liberibacter
americanus’ provavelmente tem origem na América, podendo ser disseminada dentro
do continente por D. citri, sendo assim, considerada um agente mais perigoso à
citricultura do que as raças asiática e africana.
A classificação como Candidatus para essas bactérias segue as regras
estabelecidas para organismos não cultiváveis em meio de cultura, de acordo com
Murray e Schleifer (1994). Assim, se o termo Candidatus é usado, os atuais gêneros e
espécies não são colocados em itálico, de acordo com o International Code of
Nomenclature of Bactéria (HALBERT; MANJUNATH, 2004). O nome genérico de
Liberobacter para Liberibacter foi alterado por Garnier et al. (2000) seguindo o mesmo
código de nomenclatura.
A bactéria causadora do Huanglongbing pertence a subdvisão α de
Proteobacteria, cuja característica principal consiste em ser um organismo que vive
intimamente associado às células eucarióticas e, em muitos casos, adquirem a
habilidade de sobreviver e crescer dentro de artrópodes hospedeiros, além do floema
das plantas hospedeiras (BOVÉ; GARNIER, 2003).
Antes de ser identificada como uma doença, o “greening” era conhecido por
diversos nomes, como “yellow shoot (huanglungbin)” na China, “likubin” em Taiwan,
“dieback” na Índia, “leaf mottle” nas Filipinas, “vein phloem degeneration” na Indonésia,
e “yellow branch”, “blotchy-mottle” ou “greening” na África do Sul. Embora existam
registros do século XVIII sobre a doença, pouco se pode afirmar sobre a real
manifestação do greening nesse período devido a falta de informações, muitas vezes
confundidas com a deficiência de zinco, falta de drenagem, doenças ocasionadas por
nematóides, toxidade mineral do solo, entre outros fatores (GRAÇA, 1991).
Os danos nas árvores de citros são variáveis. Podem atingir e manifestar apenas
em alguns locais causando pequenos danos; em outros casos pode atacar a planta
26
inteira, ocasionando a perda total da produção, inclusive com a morte da planta. Os
sintomas nas folhas podem ser de dois tipos: sintomas primários, caracterizados pelo
amarelecimento ao longo das nervuras e as vezes com desenvolvimento de manchas
irregulares; e secundários, com o surgimento de folhas pequenas, verticais e com
clorose similar à deficiência de zinco e de ferro (GRAÇA, 1991). Análises das folhas de
plantas doentes mostraram alta concentração de potássio e baixa concentração de
cálcio, magnésio e zinco (AUBERT, 1979; KOEN; LANGENEGEER, 1970).
Os frutos são reduzidos, assimétricos e de sabor amargo, provavelmente pela
alta acidez e baixa quantidade de açúcar. Apresentam queda prematura e os que
continuam na árvore não desenvolvem a coloração madura, permanecendo verdes –
daí o nome da doença “greening”. Outro ponto prejudicado são as raízes, que
apresentam pequeno desenvolvimento.
Segundo Bové et al. (1974), os sintomas do greening asiático são mais severos
que o africano, porém, os mesmos respondem diferentemente de acordo com a
temperatura. Nas condições de 22ºC e 24ºC, com fotoperíodo de 16:8h, o greening
africano é mais evidente, entretanto, de 27 a 30ºC não ocorrem sintomas. Para a forma
asiática, em ambas as condições, há manifestação dos sintomas, porém, temperaturas
muito altas por longos períodos inativam a doença (LABUSCHAGNE; KOTZÉ, 1988).
Na África do Sul os sintomas nas folhas são mais pronunciados em áreas frias do que
em áreas quentes, sendo assim, mais evidentes no inverno. Em relação à altitude, o
desenvolvimento mais severo dos sintomas foi encontrado em altitude de 900m,
enquanto que abaixo de 360m, os sintomas foram mínimos (SCHWARZ, 1968). No
Quênia, o “greening” foi encontrado apenas acima de 700m. Essa raça africana
também foi relatada em áreas elevadas no Iêmen e Arábia Saudita (BOVÉ; GARNIER,
1984).
Martinez e Wallace (1969) e Altamirano; Gonzalez e Viñas (1976) relataram que
nas Filipinas, entre 1961 e 1970 houve uma redução de mais de 60% da área cultivada
de citros em função da doença, sendo que em 1962 cerca de 7 milhões de árvores
foram afetadas. Na Tailândia mais de 95% das árvores das regiões norte e leste foram
afetadas (Bhavakul et al., 1981). Na Indonésia 3 milhões de árvores foram mortas entre
1960 e 1970 (TIRTAWIDJAJA, 1980). Toorawa (1998) estimou em 50 milhões o número
27
de árvores infectadas no sul e sudeste da Ásia e 10 milhões na África. Na África do Sul
a incidência da doença foi severa de 1932 a 1936, 1939 a 1946 e novamente a partir de
1958, causando perdas na produção de 30 a 100% em algumas áreas (OBERHOLZER;
von STADEN; BASSON, 1965).
O primeiro relato da doença no Brasil, bem como o primeiro caso das Américas,
foi feito em março de 2004, no município de Araraquara, Estado de São Paulo, sendo
diagnosticada a bactéria Candidatus Liberibacter asiaticus e posteriormente, o
descobrimento da nova espécie, até então desconhecida, Candidatus Liberibacter
americanus (Coletta-Filho et al., 2004; Teixeira et al., 2005). Posteriormente, em 2005,
foi confirmado o primeior caso na Flórida pelo US Department of Agriculture’s Animal
and Plant Healthy Inspection Services e pelo Florida Department of Agiculture and
Consumer Services (KNIGHTEN et al., 2005). Hoje a doença está concentrada na
região central do Estado de São Paulo, correspondendo a 82,6% das plantas totais
afetadas. De 2004 até 2006, somente neste Estado, foram eliminadas mais de 600 mil
árvores de citros (FUNDECITRUS, 2006).
A doença ocorre principalmente em Citrus spp. e outras plantas da família
Rutaceae. Murraya paniculata é tida como a melhor espécie hospedeira para o psilídeo,
apresentando sintomas de raquitismo, folhas pequenas e amarelecimento; em Atalantia
missionis e Swinglea glutinosa é notado o raquitismo (OEPP/EPPO, 2005; McCLEAN;
SCHWARZ, 1970; van LEBYVELD; van VUUREN, 1988; SURYANARAYANA;
UPADHYAY; CHONA, 1968; AUBERT, 1987). A detecção da doença de maneira direta,
com uso de técnicas específicas, também é difícil, provavelmente por sua baixa
concentração inicial e pela distribuição de maneira desigual pela planta (McCLEAN,
1970; SU; CHANG, 1974).
Tirtawidjaja (1981) mostrou que o greening pode ser transmitido também para
Cuscuta sp., Catharanthus roseus e Nicotina tabacum. Em Cuscuta campestris o
patógeno adquirido de Citrus sinensis, é capaz de se multiplicar e ser transmitido para
Vinca rosea através dessa planta (Garnier; Bové, 1983).
Salibe e Cortez (1966) também demonstraram que a transmissão do greening via
enxerto é possível, porém, segundo Halbert e Manjunath (2004), que também relatam
28
ampla gama de hospedeiros dessa bactéria, a infecção depende da parte enxertada, da
quantidade de tecido utilizada e da presença do patógeno nessas regiões.
De acordo com van den Berg et al. (1989) outras plantas, além das rutáceas,
podem ser hospedeiras do patógeno, desde que o vetor seja capaz de se alimentar das
mesmas. Outras espécies de rutáceas como Balsamocitrus indica, Citrus grandis, C.
hystrix, C. jambhiri, Citrus x nobilis, Clausena indica, Cl. lansium, Microcitrus
australisica, Triphasia trifolia e Limonia acidissima (= Feronia limonia) são relatadas
pelos autores Hung; Wu e Su (2000), Hung; Wu e Su (2001) e Halbert e Manjunath
(2004) como hospedeiras tanto do psilídeo como da bactéria.
A planta Severinia buxifolia é hospedeira alternativa à bactéria, uma vez que o
patógeno pode existir e se replicar na mesma, servindo como fonte do patógeno por
enxertia ou via transmissão para o psilídeo (HUNG; WU; SU, 2001). De acordo com
Hung, Wu e Su (2000) a bactéria pode se replicar em Severinia buxifolia tão bem
quanto em plantas de citros. Já em Limonia acidissima a bactéria usa a planta como um
hospedeiro transitório, uma vez que permanece neste temporariamente,
desaparecendo poucos meses depois.
Para Floyd e Krass (2006), as espécies Aeglopsis chevalieri, Balsamocitrus
dawei, Citrofortunella microcarpa, Citroncirus webberi, Calodendrum capensis,
Fortunella spp., Poncirus trifoliata, Toddalia lanceolata também são espécies
hospedeiras do patógeno.
Na África do Sul a maior ocorrência é em Citrus sinensis, mas também pode
afetar C. reticulata. Em Taiwan, Índia e Filipinas as mesmas espécies manifestam-se
mais suscetíveis à doença (OBERHOLZER; von STADEN; BASSON, 1965; NARIANI;
RAYCHAUDHURI; VISWANATH, 1973; MIYAKAWA, 1980; GONZÁLES; VIÑAS;
VERGARA, 1972; DAS; SHIVANKAR; SINGH, 2002).
O período de latência do patógeno em citros é variável, podendo o mesmo
expressar os sintomas de 4 meses a 1 ano após a infecção. Uma vez infectadas, as
plantas jovens morrem em 2 a 4 anos (HUANG et al., 1990). A taxa de transmissão do
greening é alta. Em Taiwan, por exemplo, testes de campo mostraram que de 30
plantas sadias, 57% apresentaram infecção após 6 meses, 73% após um ano e, em 3
anos, esse valor era de 100% (CHEN, 2001).
29
Na Flórida, estudos mostraram que a hipótese da doença ter sido introduzida via
parasitóide é válida, porém, com probabilidade mínima (HOY; NGUYEN;
JEYPRAKASH, 2001).
De acordo com Halbert e Manjunath (2004), a transmissão pelas sementes é
desconhecida, principalmente pelos frutos serem perdidos e suas sementes quase
sempre abortadas. Em um primeiro experimento Tirtawidjaja (1981) não observou
sintomas da doença nas mudas provenientes de sementes de plantas doentes.
Embora não haja uma real resistência do citros ao “greening”, algumas espécies
e cultivares são relativamente tolerantes, podendo ser utilizadas (KOIZUMI et al., 1993).
De acordo com Garnier e Bové (1983), Citrus aurantifolia, mesmo sendo a variedade
preferida pelo inseto, é menos suscetível que C. sinensis e C.reticulata. Manicon e van
Vuuren (1990) agruparam as variedades de citros de acordo com o dano: severo (C.
sinensis, C. sinensis x C. reticulata, C. reticulata), moderado (C. paradisi, C. limon, C.
aurantium) e tolerante (C. aurantifolia, C. maxima, Poncirus trifoliata).
2.2.2 Transmissão da doença
De 1972 a 1987, sete espécies de Psylloidea foram identificadas como
transmissoras de organismos procariontes causadores de doenças em plantas, entre
elas, T. erytreae e D. citri. Embora se tenha pouca informação da relação vetor-
patógeno, sabe-se que os psilídeos adultos adquirem o patógeno a partir de plantas
infectadas e esse se multiplica no corpo do inseto (AUBERT, 1987).
De acordo com Aubert (1987), D. citri é capaz de explorar o ambiente em um
período de tempo relativamente curto devido a extrema fecundidade das fêmeas,
capacidade de vôo e habilidade de adaptação a outras plantas hospedeiras. Tolley
(1990) estimou que D. citri pode se deslocar, na ausência de hospedeiros adequados
para seu desenvolvimento, cerca de 1,5 km. Sakamaki (2005) acredita que D. citri seja
capaz de se deslocar por várias centenas de quilômetros, uma vez que possui asas e
musculatura muito similares a algumas cigarrinhas que dispersam ativamente por
grandes distâncias.
O número de adultos desse psilídeo, em uma população, capazes de transmitir a
doença é relativamente pequeno. Todavia, em condições favoráveis, um único inseto
30
pode transmití-la (McCLEAN, 1974; ZHAO, 1981; CATLING; ATKISON, 1974;
RAYCHANDHURI, 1972). Yang et al. (2006) relataram na China a incidência da doença
associada a presença do inseto nas regiões sudeste do país, tais como Guangxi,
Guangdong, Fujian e Taiwan.
A capacidade de transmissão da doença e a população desses psilídeos é
variável. Níveis altamente uniformes de transmissão podem ser obtidos pela
alimentação de planta contaminada (McCLEAL; OBERHOLZER, 1965). Abaixo das
condições naturais, a expansão da doença depende da quantidade do patógeno no
ambiente e da densidade populacional do vetor.
O agente causador do “greening” se concentra nas glândulas salivares, fato esse
que leva a suspeitar da transmissão pelas secreções do ducto salivar (CHEN;
MIYAKAWA; MATSUI, 1972; MOLL; MARTIN, 1973). Bové e Garnier (2002) especulam
que o patógeno causador da doença vive associado ao inseto de maneira comensal ou
simbiótica, migrando e invadindo posteriormente as glândulas salivares de onde são
transmitidos para as plantas.
Segundo Oberholzer e Hofneyr (1955) o patógeno pode ser adquirido pelo
psilídeo D. citri em 15-30 minutos, com um período de latência de 8 a 12 dias. Longos
períodos de alimentação conferem ao inseto alta infectividade. As ninfas podem adquirir
a bactéria a partir do 2
o
ínstar, mas apenas as do 4
o
e 5
o
ínstares, bem como os
adultos, são capazes de transmitir a doença (FLOYD; KRASS, 2006; RAYCHAUDHURI,
1972; ZHAO, 1981). Uma hora ou mais de alimentação do inseto é necessária para se
ter 100% de transmissão. Para Raychaudhuri et al. (1972), em menos de uma hora o
inseto já é capaz de trasnmitir a doença.
Ainda não se sabe ao certo se o patógeno pode ser transmitido de uma geração
para outra via ovos. Hung et al. (2004) constataram por meio de testes de detecção da
bactéria no psilídeo, via PCR, que o patógeno persiste no mesmo, mas não é
transmitido transovarianamente. Xu; Xia e Ke et al. (1994) também relatam não haver
evidência desse tipo de transmissão. Para o inseto T. erytraea, os autores van den Berg
et al.(1992), com base em seus experimentos, levantam a hipótese de ocorrer a
transmissão da bactéria, presente na planta hospedeira, para seus ovos através de
absorção.
31
2.3 Controle
Para o controle da doença, o que mais tem sido recomendado é a destruição das
plantas infectadas. Porém, a injeção de antibióticos pode proporcionar a diminuição
temporária dos sintomas (SU; CHEON; TSAI, 1986). Além disso, técnicas de controle
convencional, bem com o manejo integrado e a associação de métodos biológicos, têm
resultado em um controle satisfatório. No Estado de São Paulo, a Coordenadoria de
Defesa Agropecuária do Estado, publicou em 2006 a Instrução Normativa – 32, de
29/09/2006, que traz alguns requisitos em relação a medidas de segurança e o controle
dessa doença.
2.3.1 Controle convecional
O controle convecional dos vetores do “greening” é feito por meio de agrotóxicos,
geralmente com inseticidas sistêmicos e de contato. Os sistêmicos são mais eficazes
no controle de D. citri, sendo a aplicação no tronco, solo ou via “drench” (TOLLEY,
1990). Para os inseticidas de contato, recomendando-se os neonicotinoides
(tiametoxan, imidacloprido, acetamiprido, tiacloprido), organofosforados (Acefato,
dimetoato, etiona, malationa, clorpirifós, metidationa), piretróides (deltametrina, lambda-
cialotrina, fenpropatrina, esfenvalerato, gama-cialotrina) e carbamatos (carbosulfano,
indoxacarbe) (YAMAMOTO, 2006).
Deacon; van den Berg e Sutherland (1989) estudaram certos inibidores de
quitina que se mostraram promissores no controle do psilídeo na fase de ovo e ninfas
de primeiro ínstar. Rae et al. (1997) avaliaram o efeito do óleo mineral sobre D. citri e
constataram que a resposta nos estágios imaturos é similar aos agrotóxicos
convencionais, além do que a oviposição dos adultos era impedida devido a presença
do óleo nos ramos.
Em relação ao controle alternativo com extratos vegetais, Shivankar; Rao e
Singh (2000) obtiveram 90% de controle do psilídeo com extratos botânicos, inclusive
com formulações à base de neem. Trabalho de Weathersbee e McKenzie (2005) com
produto à base de neem (azadirachtina) mostrou que, apesar de não diferir a oviposião
dos adultos em plantas tratadas e não tratadas, a repelência dos mesmos foi
32
significativa nas plantas tratadas. Sobre as ninfas houve efeito negativo do neem na
sobrevivência e ecdise das mesmas. O neem, nas concentrações de 10 a 90 ppm
proporcionou redução de 74 a 92% nas populações de ninfas após 7 dias de aplicação.
2.3.2 Controle Biológico
2.3.2.1 Parasitóides e predadores
O controle biológico com parasitóides, de acordo com Catling (1969), é feito com
a vespa do gênero Tamarixia, que oviposita nas ninfas do psilídeo limitando o
crescimento da população desse. Gómez-Torres et al. (2006) relatam eficiência de
controle de D. citri com T. radiata entre 14 e 33%. Outras vespas parasitas também são
relatadas, como Diaphorencyrtus aligarhensis, Psyllaephagus sp., Chartocerus walkeri,
Encarsia sp., Aphidencyrtus cassatus, Cheiloneurus cyanonotus e Pachyneuron sp.
(AUBERT et al., 1985; CHIU; AUBERT; CHIN, 1988; McDANIEL; MORAN, 1972;
TANAKA; DOI, 1976).
O ectoparasita Tetrastichus radiatus já foi constatado em 60 a 80% de ninfas de
D. citri, de acordo com Husain e Nath (1927). Chien (1995) observou que um único
macho de D. aligarhensis foi capaz de matar 280 ninfas do psilídeo.
Em relação aos predadores têm-se sirfídeos do gênero Allographa nas Ilhas
Reunião e no Nepal, os coccinelídeos Chilocorus nigritus, Cheilomenes quadriplagiata,
Coelophora biplagiata, Leis axyridis, Synharmonia octomaculata e os crisopídeos
Chrysopa boninensis e C. septempunctata (ZHAO et al., 1979). Segundo Michaud
(2001) há um grande número de predadores de D. citri, com destaque para os
coleópteros, crisopídeos, aranhas e sirfídeos. Dentre os coleópteros destacam-se
Curinus coeruleus, Exochomus childreni, Harmonia axyridis, Olla v-nigrum, Cycloneda
sanguinea e Coelophora inaequalis.
Estudos de González et al. (2007) mostram que os seis predadores
diagnosticados para D. citri (C. sanguinea, Chilocorus cacti, Exochomus cubensis,
Scymnus distinctus, Ocyptamus sp. e T. radiata) atacam preferencialmente ovos e os
estágios ninfais 1 e 2. No caso de E. cubensis a predação de ovos atingiu de 33,3% a
41,5%, e em ninfas de 1
o
ínstar, até 40%. Para T. radiata a efetividade variou de 30,7%
33
a 97,3% em ninfas de 3
o
, 4
o
e 5
o
íntares. Observou-se ainda que C. sanguinea, C. cacti
e E. cubensis predaram os psilídeos com maior freqüência que os demais.
Já as espécies H. axyridis e O. v-nigrum são capazes de completar seu
desenvolvimento tendo D. citri como fonte única de dieta. Esse mesmo autor relata que
algumas famílias de aranhas (Anyphaenidae, Clubionidae, Oxyopidae e Salticidae), de
neurópteros (Chrysopidae e Hemerobiidae), de dípteros (Syrphidae) e de hemípteros
(Anthocoridae) também podem predar D. citri (MICHAUD, 2002).
Pluke et al. (2005) relataram em pomares de citros, a predação natural de D. citri
pelos cocinelídeos C. inaequalis, C. sanguinea limbifer, Cladis nitidula, Coleomegilla
innonata, C. cacti, Scymnus sp., Hippodamia convergens e Cryptolaemus montrouzieri.
Michaud e Olsen (2004) também observaram diferentes respostas para cada uma das
espécies de coleópteros alimentadas com o psilídeo.
Hoy; Nguyen e Jeyaprakash (2004) descreveram que na Flórida o controle do
psilídeo é feito principalmente usando T. radiata, obtido de Taiwan e Vietnã, e de
Chrysopa boninensis. Aranhas e outros seres generalistas auxiliam no controle da
população do inseto.
McFarland e Hoy (2001) avaliaram a influência da temperatura e umidade na
sobrevivência de D. citri e de seus parasitóides, T. radiata e D. aligarhensis, concluindo
que por mais que a população de psilídeo e de seus parasitóides aumentasse conforme
se aumentava a umidade, o psilídeo não foi dependente de altas umidades, podendo
sobreviver em temperaturas elevadas, ao contrário de seus parasitóides.
2.3.2.2 Fungos entomopatogênicos
Apesar de Diaphorina citri ter sido constatada há mais de meio século nos
pomares de citros do Brasil, trabalhos de controle dessa praga com fungos
entomopatogênicos são escassos, devido a importância da praga ser ressaltada
apenas nos últimos anos. De modo geral, esses fungos incluem os gêneros que estão
associados a insetos e outros artrópodes, como ácaros e aranhas. Para Gustafsson
(1971), insetos sugadores, como este psilídeo, são mais propensos ao ataque de
fungos por serem, estes patógenos, capazes de produzir enzimas necessárias para
34
penetrar a cutícula. Mesmo assim, de acordo com o catálogo da micoteca da USDA-
ARS (Collection of Entompathogenic Fungal Cultures - ARSEF), até setembro de 2005,
foram registrados apenas 17 isolados de fungos provenientes de insetos da família
Psyllidae, dos quais cerca de 65% são do gênero Fusarium.
Poucos trabalhos tratam esses microrganismos atacando este psilídeo, tais como
Paecilomyces fumosoroseus (SUBANDIYAH et al., 2000), Hirsutella citriformis
(SUBANDIYAH et al., 2000; ÉTIENNE et al., 2001), Cephalosphorium lecanii
(Verticillium lecanii) (XIE; SU; LIN, 1988), Beauveria bassiana (RIVEIRO-ARAGON;
GRILLO-RAVELO, 2000 apud YANG et al., 2006), Cladosporium sp. nr. oxysporum
(Aubert, 1987) e Capnodium citri (Aubert, 1987). Na China são relatados quatro
entomopatógenos associados ao controle do pslídeo: Acrostalagmus aphidium, (atual
Lecanicillium lecanii), Paecilomyces javanicus, V. lecanii e B. bassiana (Xie et al., 1988).
P. fumosoroseus e H. citriformis foram isolados por Subandiyah et al. (2000) de
adultos infectados e mortos em dois pomares de Citrus nobilis na Indonésia,
apresentando níveis máximos de infecção de 52,2% e 82,9%. A patogenicidade de P.
fumosoroseus foi confirmada pelos autores por meio de bioensaios utilizando
concentrações de 10
7
a 10
9
conídios/mL em adultos do psilídeo.
Infecções por Beauveria e C. lecanii também foram encontradas, sendo o último
mais eficaz em altas densidades do inseto (GAVARRA; MERCADO, 1988; XIE; SU;
LIN, 1988). Padulla et al. (2005), em testes com B. bassiana, Metarhizium anisopliae e
Lecanicillium longisporum, observaram índices de mortalidade de 53 a 100% em ninfas
e de 13 a 100% em adultos.
Níveis de mortalidade de 60 a 70% de ninfas foram obtidos nas Ilhas Reunião,
onde a umidade relativa era superior a 88%. Umidades relativas perto do ponto de
saturação estão invariavelmente associadas a severas epizootias de fungos em ninfas
de 2º a 5º ínstar, segundo Aubert (1987). Étienne et al. (2001) encontraram H.
citriformis colonizando D. citri em locais com umidade superior a 80%. Rosas (2003)
relatou que a cutícula grossa e cerosa de adultos de D. citri é uma efetiva barreria
contra a atividade biológica dos exudatos produzidas por H. citriformis, impedindo a
infeção dos insetos por esse patógeno.
35
Os fungos C. sp. nr. oxysporum e C. citri são relatados como patogênicos a este
inseto, apesar de não serem classificados como entomopatogênicos (AUBERT, 1987).
Doenças fúngicas nos insetos produzem uma grande variedade de sinais e
sintomas, tais como o crescimento superficial nas cutículas, melanização em pontos da
cutícula onde as hifas penetram, comportamento alterado (redução de alimentação,
desorientação, agitação excessiva, paralisia parcial, fraqueza, mudança de coloração).
No caso de fraqueza, possivelmente ocorre em função da produção de toxinas pelo
fungo, interfirindo tanto no desenvolvimento do hospedeiro como no mecanismo de
defesa contra microrganismos, incluindo os fungos (ALVES, 1998; BOUCIAS;
PENDLAND, 1998).
2.3.2.2.1 Beauveria bassiana
O fungo Beauveria bassiana foi estudado com detalhes pela primeira vez pelo
italiano Agostino Bassi em 1835, quando descobriu que este patógeno era responsável
por uma doença de larvas de bicho-da-seda. Bing e Lewis (1992) relataram B. bassiana
sendo um entomopatógeno presente no solo e também endofítico, colonizando tecidos
de plantas.
Vários fatores influenciam o sucesso de sua patogenicidade. Por exemplo, o tipo
de planta na qual o inseto se alimenta é importante, pois algumas podem produzir
compostos inibidores de crescimento do fungo. A germinação dos conídios em contato
com os insetos também requer ótima temperatura e umidade (acima de 75%)
(FARGUES et al., 1997). Sosa-Gómez e Alves (2000) constataram que a conidiogênese
desse fungo foi possível com umidade relativa entre 75 e 100% sobre diferentes
hospedeiros. Além disso, sabe-se que insetos mais jovens são mais suscetíveis à
infecção do que ninfas e/ou larvas mais velhas, principalmente pelo fato de ninfas mais
jovens apresentarem cutículas mais hidrofóbicas do que as mais velhas, o que favorece
a adesão dos conídios (BOUCIAS; PENDLAND; LATGE, 1998; BOUCIAS; PENDLAND,
1998).
De maneira geral, os conídios penetram nos insetos nas regiões membranosas e
intersegmentais, podendo também penetrar diretamente na cutícula, órgãos sensoriais
e traquéias (HENDLAND; PASS, 1968; MOHAMED; SIKOROWSKI; BELL, 1978;
36
SOSA-GÓMEZ; BOUCIAS; NATION, 1997). O processo de germinação e de
penetração de um entomopatógeno à cutícula do inseto ocorre devido as propriedades
físico-químicas existentes entre os conídios e a cutícula, ou seja, tanto a membrana dos
conídios como a cutícula dos insetos são hidrofóbicas, possibilitando esses processos
(BOUCIAS et al., 1996). O aumento do volume do conídio e a formação do tubo
germinativo em B. bassiana requerem apenas uma fonte de carbono, mas o nitrogênio
é necessário para suportar o desenvolvimento hifal após o início do processo de
infecção. Além disso, a hidrofobicidade previne a perda de água pelo conídio e ajuda
sua dispersão. Enzimas secretadas por B. bassiana também auxiliam no processo de
adesão à cutícula. A quantidade de enzimas que degradam a cutícula está relacionada
diretamente as diferentes raças de B. bassiana, sendo determinantes na variação da
virulência das mesmas. Há uma variada classe de enzimas produzidas por B. bassiana
durante a germinação, incluindo proteases, quitinases e lipases que agem na cutícula.
De acordo com Alves (1998), a infecção ocorre via tegumento, onde este fungo
germina entre 12 a 18 horas após sua aplicação. A penetração de B. bassiana na
cutícula do inseto através dos tubos germinativos geralmente não envolvem a formação
de apressório. Uma vez que estes penetram as regiões cuticular e epidermal, o fungo
cresce em direção à hemocele, onde os blastósporos tornam-se evidentes cerca de 48
horas após a infecção. A morte se dá pela inanição, desidratação e/ou efeito de toxinas
do fungo.
A habilidade de hifas de B. bassiana em superar a rápida nodulação ou
encapsulação do sistema de defesa dos insetos é devido a diferentes mecanismos
usados pelos blastósporos parasíticos intracelulares. As células hifais devem superar as
barreiras do tegumento e ter força mecânica para crescer fora das células hospedeiras
que se agregam em nódulos ou cápsulas. Após a penetração, com a chegada do fungo
à hemocele, ocorre a imunorreação dos hemócitos dos insetos ao redor da extremidade
das hifas, bem como posterior melanização. Se as células de B. bassiana forem
rodeadas pelos hemócitos via ação fagocítica ou nodulação, elas ainda podem
permanecer viáveis, como um parasita intracelular, emergindo posteriormente das
células sanguíneas para continuar crescendo e replicando na hemocele e nos tecidos.
Assim, B. bassiana pode superar as respostas de defesa mesmo que estas sejam
37
iniciadas pelo hospedeiro (BOUCIAS; PENDLAND, 1998). Essa relação será melhor
discutida no item 4.3.
38
3 MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado no Laboratório de Patologia e Controle Microbiano de
Insetos do Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola da ESALQ-
USP (Piracicaba-SP).
3.1 Criação e manutenção de D. citri
Adultos de Diaphorina citri, provenientes dos laboratórios de Biologia de Insetos
e Insetos Vetores de Patógenos (Esalq/USP), foram liberados em gaiolas de acrílico (40
x 33 x 33 cm), com laterais teladas, sendo um dos lados formado por uma porta de
acrílico. Cada gaiola continha 8 mudas de murta (Murraya paniculata), provenientes da
casa de vegetação, em ambiente livre de insetos, dispostas em vasos plásticos e com
substrato composto de terra argilosa, areia e matéria orgânica (3:1:1). Uma dessas
gaiolas foi mantida como matriz, enquanto as demais eram utilizadas constantemente
para o fornecimento de ninfas para os testes. Para o desenvolvimento dos insetos, as
gaiolas foram mantidas em sala climatizada a 26±1ºC, 60% UR e fotoperíodo de 16:8h.
Em períodos de quinze dias, toda a criação dos insetos era renovada, fazendo-
se a transferências destes para gaiolas contendo mudas de murta com brotações. Para
se conseguir essas brotações, semanalmente as mudas da casa de vegetação eram
podadas e adubadas com nitrogênio, visando estimular a formação das brotações.
Devido à preferência dos insetos por mudas de murta, as de citros (Citrus spp.)
foram descartadas durante a criação, bem como durante os bioensaios.
3.2 Preparo do material dos bioensaios
O uso de ninfas nos bioensaios ao invés de adultos, foi motivado pelo fato destas
serem de fácil manipulação, além da importância que têm por hospedarem a bactéria
que persiste até o estágio adulto. Esta fase também é a mais suscetível a
entomopatógenos por apresentar o corpo mais exposto, ausência de esclerotização e
pouca movimentação. Além disso, durante a ecdise, ocorre uma queda no número de
39
oenócitos, o que torna o inseto mais suscetível à ação dos fungos, uma vez que debilita
seu sistema imunológico de defesa celular (HEMING, 2003).
Nesse trabalho, optou-se pela escolha de diferentes espécies de fungos, com o
objetivo de selecionar um patógeno promissor e com um modo de ação mais
generalista em relação às pragas da citricultura.
Os isolados escolhidos para os bioensaios foram os padrões do Banco de
Patógenos do Laboratório de Patologia e Controle Microbiano de Insetos, uma vez que
já foram testados em muitos hospedeiros de diferentes ordens, apresentando
patogenicidade relativamente alta e boa produção em meios artificiais. O único isolado
desconhecido é o do fungo Syngliocladium spp., recentemente isolado de Orthezia
praelonga (ALVES et al., 2004) que foi testado pela primeira vez (Tabela 1).
Tabela 1 - Isolados do Banco de Patógenos do Laboratório de Patologia e Controle
Microbiano de Insetos utilizados nos testes
Isolado Fungo Hospedeiro
Esalq-447 Beauveria bassiana Solenopsis invicta
Esalq-PL63 Beauveria bassiana Atta sp.
Esalq-1379 Beauveria bassiana Diaphorina citri
Esalq-1037 Metarhizium anisopliae Solenopsis sp.
Esalq-E9 Metarhizium anisopliae Mahanarva posticata
Esalq-1269 Hirsutella thompsonii Calacarus heveae
Esalq-1380 Hirsutella thompsonii Calacarus heveae
Esalq-972 Lecanicillium muscarum Coccus viridis
Esalq-1300 Lecanicillium longisporum Orthezia praelonga
Esalq-1205 Paecilomyces farinosus Bemisia tabaci
Esalq-1296 Paecilomyces fumosoroseus Bemisia tabaci
Esalq-1361 Syngliocladium spp. Orthezia praelonga
Os isolados encontram-se armazenados em freezer (-12ºC) na forma de conídios
puros, em geladeira (4ºC) sob óleo mineral e em freezer (-40ºC) na forma liofilizada.
40
Para os bioensaios, uma amostra de cada isolado armazenado foi transferida
para placas de Petri esterilizadas contendo meio de cultura completo - MC (0,36 g
fosfato de potássio; 1,05 g fosfato de sódio; 0,6 g sulfato de magnésio; 1g cloreto de
potássio; 10g glucose; 1,58g nitrato de sódio; 5g extrato de levedura; 20g agar; 1000
mL de H
2
O destilada) previamente autoclavado à 120ºC por 20 minutos. Após a
inoculação, as placas foram mantidas por sete dias em câmara climatizada tipo B.O.D.
(26±0,5ºC; 12 horas de fotofase e 70±10% UR) para o crescimento e esporulação do
patógeno.
Os isolados de B. bassiana podem ocorrer sobre um grande número de
hospedeiros, inclusive outros insetos da subordem Sternorryncha, como é o caso da
mosca-branca (Bemisia tabaci), que apresentou altos níveis de mortalidade de acordo
com trabalho de Ramos (2001). No Brasil, segundo Alves (1998), são mais de 30
espécies de insetos suscetíveis a esse entomopatógeno.
Assim como B. bassiana, M. anisopliae é um fungo de amplo espectro
hospedeiro e pouco específico, causando doença em espécies de insetos e ácaros de
diversas ordens e famílias. Além disso, são conhecido por produzirem exotoxinas e
enzimas com propriedades tóxicas aos insetos (ROBERTS; KRASNOFF, 1998). M.
anisopliae vem sendo usado no Brasil, com grande sucesso, no controle das
cigarrinhas-das-pastagens e da cana-de-açúcar.
A espécie H. thompsonii, além de ter sido relatada ocorrendo em D. citri, é
comum em várias culturas de citros da América do Sul, atacando diversas pragas,
incluindo ácaros (TAMAI, 2001). Já os isolados do fungo Lecanicillium são conhecidos
no Brasil por infectar diversos insetos considerados pragas na citricultura, como
pulgões, cochonilhas, moscas-brancas e ácaro-da-leprose. Alves (1998) relatou que é
comum a ocorrência desses fungos sobre pulgões e cochonilhas em regiões tropicais e
subtropicais.
Paecilomyces é um gênero que reúne diversas espécies entomopatogênicas,
relacionadas principalmente à doença chamada “muscardine amarela” que ataca
insetos e nematóides de plantas (ALVES, 1998). Wraight et al. (1998) constataram
grande virulência de isolados de P. fumosoroseus sobre a mosca-branca Bemisia
argentifolii. Diversos estudos relataram que em casa de vegetação, esses
41
entomopatógenos ocasionaram mortalidade desse inseto em até 70% (VIDAL et al.,
1998).
Recentemente, epizootias naturais de Syngliocladium sp. foram diagnosticadas
em ortézia. Alves et al. (2004) relataram que em levantamentos iniciais, a prevalência
dessa doença em campo foi de 12%, com algumas plantas apresentando até 80% a
população de ortézia infectada, caracterizando esse isolado como um promissor agente
de controle microbiano de pragas de citros.
3.3 Seleção dos isolados para o controle de Diaphorina citri
Inicialmente foram previstos bioensaios com ninfas em mudas de citros, mas não
foi possível obter um grande número de posturas nessas mudas devido à preferência
dos insetos pelas plantas de murta.
A transferência de ninfas, das mudas de murta para mudas de citros também foi
tentada com o auxílio de um pincel de seta única. Nesse caso, ramos de plantas
infestadas foram podados e separados por 1 hora. Nesse intervalo de tempo, o fluxo de
seiva dos ramos cessa, fazendo com que as ninfas retirem o aparato bucal dos
mesmos. Essa retirada evita a ruptura e conseqüentes danos ao inseto durante sua
manipulação. Mesmo assim, essa tentativa não foi bem sucedida, pois as ninfas
transferidas apresentaram-se muito suscetíveis a essa manipulação, resultando em
grande porcentual de mortalidade nesse processo.
Com isso, optou-se pela montagem dos ensaios usando as próprias mudas de
murta.
Assim, mudas infestadas com as ninfas de 2
o
ao 4
o
instares foram pulverizadas,
com uma mesma concentração, com 3 mL da suspesão de conídios dos respectivos
fungos, com o auxílio de pulverizador manual tipo Air Brush, cerca de 15 cm
distanciadas do bico do mesmo.
O primeiro bioensaio foi realizado usando a concentração de 1x10
7
conídios/mL,
enquanto que no segundo, a concentração dos isolados foi de 5x10
7
conídios/mL, com
exceção dos isolados Esalq-1380 e Esalq-1269, cujas concentrações foram de 4,3 x 10
7
e 2,8 x 10
7
conídios/mL, respectivamente.
42
Para o preparo das suspensões, as placas de Petri contendo os respectivos
patógenos, foram raspadas com o auxílio de uma espátula metálica esterilizada. Em
seguida, os conídios foram transferidos para um tubo de dieta contendo 10 mL de água
estéril mais espalhante adesivo a 0,01% (Tween
®
40). Três diluições em série foram
feitas para possibilitar a contagem dos mesmos em câmara de Neubauer. A partir dessa
contagem, convertida à suspensão original, foram preparadas as suspensões para a
pulverização.
Para cada isolado de fungo foram utilizadas 2 mudas de murta, cada uma
contendo 2 repetições (parte superior e parte inferior), em um total de 4
repetições/tratamento. Cada repetição era composta de aproximadamente 50 ninfas,
totalizando cerca de 200 ninfas por tratamento.
A avaliação da mortalidade foi feita ao 7
o
dia após a pulverização, sendo
corrigida pela fórmula de Scheinder-Orelli, disponível em programa desenvolvido por
Haddad et al. (2004) no endereço http://www.lef.esalq.usp.br/cm/.
Um grupo de 30 ninfas mortas de cada tratamento foi plaqueado em meio de
cultura completo (MC) e batata-dextrose-ágar (BDA) (20g agar; 15g dextrosol; 200g
batata; 0,5g antibiótico; 1000 mL de H
2
O destilada) para a confirmação da mortalidade
(Tabela 2). Para isso, foram previamente lavadas em hipoclorito de sódio (2,5%) com
duplo enxágüe em água estéril. As placas de Petri contendo os meios de cultura e as
ninfas foram mantidas em B.O.D. a 26 ± 0,5ºC, 70 ± 10% UR e fotoperíodo de 12:12 h.
3.4 Determinação da Concentração Letal Média (CL
50
) para o isolado selecionado
Uma vez selecionado o fungo com maior potencial infectivo às ninfas de
Diaphorina citri, o cálculo de sua CL
50
foi realizado fazendo-se aplicações de diferentes
concentrações do mesmo sobre ninfas de 2
o
ao 4
o
ínstares.
Foi realizada uma seleção de concentrações para determinação dos limites
inferior e superior do teste de CL
50
. Após a determinação desses limites, foram
selecionadas as concentrações intermediárias, espaçadas em progressão aritmética
para a realização do Probit. Assim, as concentrações utilizadas foram, em ordem
crescente, 10
5
, 5x10
5
, 10
6
, 5x10
6
, 10
7
, 5x10
7
, 10
8
e 5x10
8
conídios/mL. Para cada
43
concentração, foram utilizadas 2 mudas de murta, divididas em repetições e avaliadas
conforme o item 3.3. Além dessas confirmações, lâminas foram preparadas com
corante azul lático para a visualização do fungo.
Obtidas as porcentagens de mortalidade, esses dados foram submetidos à
análise de Probit usando o programa Polo-PC, bem como o teste de Tukey (5%) com o
programa SANEST, para comparação das médias dos tratamentos.
3.5 Estudo do ciclo biológico de Beauveria bassiana em Diaphorina citri
Etapas do desenvolvimento da infecção de Beauveria bassiana selecionado no
item anterior foram estudadas em laboratório com o auxílio de microscopia de luz e
microscopia eletrônica de varredura (NAP/MEPA - Microscopia Eletrônica Aplicada a
Pesquisa Agropecuária, da ESALQ/USP).
Para isso, mudas infestadas foram submetidas à pulverização (item 3.3) do
fungo na concentração de 5x10
8
conídios/mL e mantidas em sala climatizada.
(26±0,5ºC; 14 horas de fotofase e 70±10% UR), avaliando-se todo o processo nos
intervalos de tempo de 0, 24, 48, 72 e 168 horas após a inoculação. No caso da
microscopia eletrônica de varredura, foram preparadas ninfas sadias (testemunha) e
ninfas pulverizadas com a suspensão de 3x10
8
conídios/mL.
Após os respectivos intervalos de tempo, um grupo de 10 ninfas foi retirado das
plantas e colocado em freezer a - 40ºC por 5 minutos para causar sua morte,
preservando-se o material. Em seguida, essas ninfas foram preparadas sobre “stubs”,
sendo coladas em fita de carbono e posteriormente fixadas em vapor de ósmio (OsO
4
)
por 48 horas. Em seguida foi feita a metalização das amostras com ouro no Evaporador
Balzers, modelo MED 010, por 180 segundos. Após esse procedimento, as amostras
foram dispostas no interior do microscópio eletrônico de varredura da marca Zeis,
modelo LEO 435 VP, no NAP/MEPA (Microscopia Eletrônica Aplicada à Pesquisa
Agropecuária), da Esalq/USP para observação dos espécimes.
Para completar o postulado de Koch, o reisolamento do fungo foi feito utilizando-
se três meios de cultura (MC, BDA e AN). Para isso, parte das ninfas mortas foi lavada
em hipoclorito de sódio (2,5%), com duplo enxágue em água estéril e posteriormente
44
plaqueadas em meios de cultura, de acordo com protoloco de Alves (1998). A outra
parte das ninfas foi submetida ao mesmo processo de desinfestação, porém, foram
maceradas em água estéril mais espalhante adesivo a 0,01% (Tween
®
40). Essa
suspensão foi estriada nos respectivos meios de cultura, com o auxílio de uma alça de
platina esterilizada. Para ambos os tratamentos, todas as placas foram mantidas em
B.O.D. a 26 ± 0,5ºC, 70 ± 10% UR e fotoperíodo de 12:12 h, para confirmação do
agente etiológico da doença.
45
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Seleção do isolado
O primeiro bioensaio com a concentração de 10
7
conídios/mL não foi satisfatório,
uma vez que apresentou problemas com as mudas de murta. As mudas ressecaram em
alguns tratamentos e em outros, a mortalidade foi muito abaixo do esperado, não sendo
possível a seleção do isolado.
Assim, no segundo bioensaio foi utilizado a concentração de 5x10
7
conídios/mL,
já descartando os isolados cuja mortalidade foi muito abaixo do esperado (abaixo de
20%). Este bioensaio possibilitou discriminar o isolado mais promissor (Tabela 2).
Tabela 2 - Porcentagem média de mortalidade total, corrigida (%MC) e esporulação das
ninfas tratadas com os fungos entomopatogênicos
Espécies
Tratamento Mortalidade
(%)
MC*
(%)
Esporulação
(%)
Beauveria bassiana Esalq-PL63 72,94 71,89 a 0
Beauveria bassiana Esalq-1379 62,5 61,04 b 0
Hirsutella thompsonii Esalq-1380 59,70 58,09 bc 69,3
Beauveria bassiana
Esalq-447
54,71 54,48 cd 0
Lecanicillium muscarum Esalq-972 52,63 51,28 cd 94,6
Paecilomyces fumosoroseus Esalq-1296 48,42 46,62 d 81,2
Paecilomyces farinosus Esalq-1205 35,71 33,19 e 78,9
Metarhizium anisopliae Esalq-E9 30 27,87 e 92,1
Hirsutella thompsonii Esalq-1269 29,72 27,04 e 77,9
Syngliocladium spp.
Esalq-1361
22 3,17 f 23,6
Lecanicillium longisporum
Esalq-1300
6,45 0 f 93,6
Metarhizium anisopliae
Esalq-1037
0 0 f 0
* médias seguidas por letras distintas diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probablididade
A manutenção dos cadáveres em câmara úmida propiciou a esporulação de
todos os isolados, confirmando a mortalidade por esses patógenos. Apenas B. bassiana
não apresentou crescimento e esporulação sobre os cadáveres. Mesmo não
46
apresentando conidiogênese o isolado Esalq-PL63, foi o que causou maior mortalidade
das ninfas, mostrando boa virulência e comportamento generalista, já que essa espécie
já foi relatada infectando diversas espécies e ordens de insetos (Alves, 1998). Esse
comportamento será melhor discutido no item 4.3.
Comparando-se a mortalidade causada pelos isolados padrões testados, optou-
se pela seleção do fungo B. bassiana, isolado Esalq-PL63, que diferiu estatisticamente
dos demais, causando cerca de 72% de mortalidade após 7 dias da inoculação.
Para o entomopatógeno selecionado, Alves (1998) relatou como condições
ótimas umidade relativa de 90% e temperatura entre 23 e 28ºC, sendo que
temperaturas muito baixas e muito altas retardam o crescimento e desenvolvimento da
doença.
Apesar de serem patógenos da mesma espécie, observou-se comportamento
totalmente diferente entre os isolados de B. bassiana (Esalq-447, Esalq-PL63 e Esalq-
1379), bem como entre os isolados de M. anisopliae (Esalq-E9 e Esalq-1037). Essa
diferença em relação a patogenicidade pode estar relacionada também a virulência e,
consequentemente, a produção de metabólitos secundários que influenciam na
capacidade do patógeno em causar a doença. Além das qualidades intrínsecas do
patógeno, a suscetibilidade e/ou resistência natural do próprio inseto hospedeiro, é
outro fator a ser considerado para a patogenicidade de um isolado (ALVES, 1998).
Em bioensaios de seleção, essa variação da patogenicidade tem sido observada
com certa freqüência e pode estar associada a fatores como baixa virulência do isolado,
especificidade e tolerância do hospedeiro, além da variabilidade genética de cada um
desses isolados (VESTERGAARD et al., 1995; ALVES, 1998). Moino Junior (1993), ao
avaliar a patogenicidade de 72 isolados de B. bassiana para pragas de grãos
armazenados, constatou uma grande variação nas mortalidades entre esses isolados.
Dados semelhantes foram apresentados por Ramos (2001), Rossi (2002) e Tamai
(2002), na seleção de fungos entomopatogênicos para mosca-branca (B. tabaci), ácaro-
da-leprose (B. phoenicis) e ácaro-rajado (T. urticae), respectivamente.
47
4.2 Determinação da Concentração Letal Média (CL
50
) para B. bassiana
Com a seleção do isolados Esalq-PL63, de B. bassiana, calculou-se a
Concentração Letal Média (CL
50
) aplicando-se diferentes concentrações de conídios do
fungo sobre ninfas de D. citri de 2
o
a 4
o
ínstares.
Foi possível observar a relação crescente da concentração x mortalidade obtida
na média dos dois bioensaios (Figura 1).
Figura 1 - Mortalidade média (±EPM) das ninfas de Diaphorina citri causada por
diferentes concentrações de conídios do isolado Esalq-PL63 de Beauveria
bassiana após 7 dias da aplicação. Probit transformado ( ) em
porcentagem de mortalidade
Uma vez corrigida a mortalidade, foi feito o teste de Probit para se obter a
concentração letal média (CL
50
). De acordo com essa análise, a CL
50
obtida foi de 2,3 x
10
7
, com intervalo entre 1,7 x 10
7
e 3,2 x 10
7
conídios/mL (Tabela 3).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
105 5x105 106 5x106 107 5x107 108 5x108
Concentração (conídios/mL)
% Mortalidade
Média Probit Porcent.
CL
50
.
.
.
.
48
Tabela 3 - Valores da concentração letal média (CL
50
) do isolado Esalq-PL63 de
Beauveria bassiana sobre ninfas de Diaphorina citri
Tratamento n SLOPE±SE CL
50
I.C. (95%)
a
χ
2
Mortalidade 1002 0,245±0,173 2,3 x 10
7
1,7 x 10
7
- 3,2 x 10
7
23,370 n.s.
a
significativo quando não houver sobreposição do intervalo de confiança (I.C.)
De acordo com as avaliações, picos de mortalidade foram observados a partir do
4
o
dia.
O tempo médio de mortalidade é consistente com os dados de outros trabalhos, uma
vez que foi calculado em 4,71 dias (Figura 2), semelhante ao obtido por Boucias
1
(informação pessoal) que relata 7,4±0,7 dias para adultos e, 5.3±0.6 dias para ninfas a
25ºC com 100% de umidade relativa para Hirsutella sp.. Favaro (2006), em seu estudo
com Beauveria sp. sobre o psilídeo-de-concha
Glycaspis brimblecombei, calculou o
tempo médio em 4,86 dias, com picos de mortalidade a partir do 2
o
dia, enquanto que
Puterka; Humber e Poprawski (1994) relataram o tempo médio de mortalidade por volta
do 3
o
dia. Os isolados de Favaro e Puterka mostraram-se, portanto, mais virulentos.
Nota-se que 85% das mortes ocorreram entre o 4
o
e o 6
o
dia após a aplicação do
fungo, corroborando com dados apresentados por Ramos (2001) para esse fungo sobre
ninfas de Bemisia tabaci. Tanzini (2002), Lopes (1999) e Neves (1998) também
constataram que os maiores índices de mortalidade com B. bassiana ocorrem após o 3º
dia de inoculação.
_________
1
BOUCIAS, D.G. Mensagem recebida por <lpadulla@esalq.usp.br> em 17 nov. 2006
49
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
dia
% mortalidade
0
20
40
60
80
100
120
140
nº mortos
% mortalidade nº mortos
Figura 2 - Porcentagem de mortalidade acumulada de ninfas de Diaphorina citri
infectadas pelo isolado Esalq-PL63, durante os 7 dias de avaliação
4.3 Estudo do ciclo biológico de Beauveria bassiana (Esalq-PL63) em ninfas de
Diaphorina citri
Ninfas pulverizadas apresentaram comportamento semelhante às ninfas sadias
até a 72
a
horas após aplicação. Decorridas 72 horas, as ninfas se tornaram mais lentas
em seus movimentos e reflexos, quando tocadas levemente com a ponta de uma
agulha. Com 96 horas, não apresentavam mais nenhuma mobilidade ou característica
de inseto vivo, caracterizando, portanto, o início do processo de morte. Outro fato que
levou a essa conclusão foi a alteração na coloração das mesmas, variando de amarelo
para avermelhado, resultado da ação da micotoxina oosporina (ALVES, 1998). A
mortalidade foi confirmada pela visualização dos tegumentos encurvados, bem como a
não fixação das pernas e aparato bucal na planta hospedeira.
Nos dias posteriores, notou-se que as ninfas apresentaram sintomas
semelhantes a uma desidratação, comprovados pelo arqueamento ventro-dorsal e
visível perda de volume de seus corpos, sem qualquer indício de esporulação do fungo.
A comprovação do potencial de infectividade do isolado foi possível em
microscopia de luz, pois houve a formação de corpos hifais e micélio no interior das
ninfas, de acordo com o tempo decorrido da aplicação do patógeno (Figuras 3 a 5).
50
Figura 3 - Ninfas infectadas após 24 (A) e 48 horas (B), apresentando aspecto
aparentemente normal
Figura 4 - Ninfas infectadas após 72 horas (A) e 96 horas (B), apresentando coloração
róseo–avermelhada em função da colonização e produção de oosporina por
Beauveria bassiana
A
B
B
A
51
Figura 5 - Ninfas com arqueamento dos corpos, após 96 horas, no sentido ventro-
dorsal, semelhante a dessecamento. Note em A ninfa sadia (S) comparada a
ninfa infectada (I)
O fungo B. bassiana conseguiu desenvolver e colonizar apenas internamente D.
citri. Assim, com 96 horas já foi possível a visualização de diversos corpos hifais
crescendo no inseto, incluíndo uma fase leveduriforme (Figura 6 a 9). Essa fase já foi
descrita em meio artificial por Alves et al. (2002), comprovando sua patogenicidade para
Diatraea saccharalis e Tetranychus urticae. Os corpos hifais permitem que os
entomopatógenos persistam dentro de seus hospedeiros, de maneira livre na
hemocele. Isto é possível, pois tais formas desenvolveram um mecanismo de interação
com o hospedeiro, que altera a composição de sua parede celular (carboidratos e
proteínas) para disfarçarem sua presença, evitando a resposta defensiva das células do
sistema imunológico do inseto (BROWN; GORDON, 2005; GILLESPIE et al., 2000;
PENDLAND; HUNG; BOUCIAS, 1993).
A
B
I
S
I
52
Figura 6 - Ninfa infectada apresentando corpos hifais e micélio de Beauveria bassiana
em seu interior (após 96 horas)
Figura 7 - Corpos hifais e micélios de Beauveria bassiana presentes em ninfa de
Diaphorina citri após 120 horas de inoculação
53
Figura 8 - Corpos hifais e micélios de Beauveria bassiana presentes em ninfa de
Diaphorina citri após 144 horas de inoculação
Figura 9 - Corpos hifais e micélio de Beauveria bassiana presentes em ninfa de
Diaphorina citri após 168 horas de inoculação
54
Em microscopia eletrônica de varredura foi possível visualizar algumas fases do
processo de infecção de maneira mais detalhada, desde a adesão do patógeno até a
sua penetração. O exoesqueleto do inseto atua como uma barreira físico-química
contra organismos oportunistas e predadores. Fungos entomopatogênicos por sua vez,
desenvolveram processos ou estratégias para superar essa barreria, como é o caso de
B. bassiana que produz diversas enzimas para degradar a cutícula, possibilitando sua
penetração. Dentre essas enzimas, destacam-se as proteolíticas e quitinolíticas, que
ajudam o patógeno a penetrar e aceleram o processo de infecção (CHARNLEY; ST.
LEGER, 1991; ST. LEGER; COOPER; CHARNLEY, 1986; 1991). Segundo esses
autores, quando B. bassiana cresce sobre a cutícula de um inseto, há produção de
quitinases e de β-N-acetilglucosamidase. Os fungos entomopatogênicos matam seu
hospedeiro depois de um desenvolvimento limitado sobre o tegumento ou trato
digestório, induzindo-o a toxemias, antes de uma invasão massiva aos órgãos internos
(ROBERTS, 1966).
A união do patógeno à cutícula de um inseto hospedeiro pode ocasionar uma
série de respostas em relação aos conídios, podendo não germinar; produzir tubo
germinativo que não penetra o inseto; ocorrer a produção de conidióforos que
produzem microconídios, conídios secundários e conídios adesivos; ou endurecimento
de suas paredes para o surgimento de esporos de resistência (QUINTELA; McCOY,
1998). Já o desenvolvimento de tubos germinativos e estruturas como os apressórios,
produzidas pelos entomopatógenos de insetos terrestres, são formadas de acordo com
a especificidade do hospedeiro, sendo influenciados pela superfície cuticular
(BOUCIAS; PENDLAND, 1991).
Alguns estudos sugerem que os conídios que caem sobre regiões dos insetos
muito esclerotizadas produzem tubos germinativos que crescem até encontrar regiões
intersegmentares menos quitinizadas (SCHABEL, 1978; ROSAS; ALATORRE;
VALDEZ, 1996). Segundo Wraight et al. (1990) os estímulos físico-químicos
responsáveis por essa busca ainda são desconhecidos.
Para alguns hospedeiros, tem sido relatado que alguns entomopatógenos,
incluíndo B. bassiana, podem conter uma camada externa à parede celular dos
conídios, denominada de “rodlet”. Essa camada apresenta como principal função a
55
capacidade de interação e adesão do patógeno à cutícula do inseto, um processo
passivo, mediado por interações eletrostáticas e hidrofóbicas (BOUCIAS; PENDLAND,
1991). Além disso, também confere certa resistência a enzimas e proteção contra a
desidratação (BOUCIAS; PENDLAND; LATGE, 1988; BOUCIAS; PENDLAND, 1998).
David (1967) sugeriu que essas modificações e interações ocorrem na epicutícula antes
mesmo da formação do tudo germinativo.
A composição dessa camada, no entanto, é desconhecida, sendo
provavelmente composta de moléculas de proteínas semelhantes às hidrofobinas
(BOUCIAS; PENDLAND, 1991).
Logo após a aplicação do fungo, no ínicio das observações (0h), notou-se a
dispersão dos conídios sobre o tegumento das ninfas de maneira relativamente
homogênea, principalmente em locais do exoesqueleto com a presença de orifícios
naturais (Figura 10).
Figura 10a - Adesão dos conídios de Beauveria bassiana (Esalq-PL63) sobre a perna
da ninfa de Diaphorina citri (0h)
56
Figura 10b - Adesão dos conídios de Beauveria bassiana (Esalq-PL63) sobre o tórax da
ninfa de Diaphorina citri (0h)
Figura 10c - Detalhe da adesão dos conídios de Beauveria bassiana (Esalq-PL63)
sobre o abdome da ninfa de Diaphorina citri (0h)
57
Depois de 48 horas da aplicação do fungo, ocorreu a penetração do tubo
germinativo, perpendicularmente à superfície do tegumento (Figuras 12) e 13). Essa
estapa do ciclo foi relativamente curta, pois os conídios se aderiram facilmente ao
tegumento da ninfa, uma vez que a disposição do exoesqueleto favoreceu essa adesão
e, conseqüentemente, a penetração do tubo germinativo através dessas aberturas
naturais. Boucias; Pendland e Latge (1998) descreveram que os conídios tendem a
penetrar locais da cutícula dos insetos onde existem pequenas setas do próprio
tegumento, devido a maior hidrofobicidade e consequentemente, maior adesão desses
conídios, também hidrofóbicos. A respeito disso, Boucias e Pendland (1991) afirmaram
que a topografia e as propriedades químicas da epicutícula podem incrementar a
adesão dos conídios e, consequentemente, a orientação do tubo germinativo.
Para Fargues (1984) o processo de adesão do conídio na cutícula do hospedeiro
pode ser dividido em 3 etapas: a) adsorção, b) consolidação da adesão, e c)
germinação do conídio e crescimento do tubo germinativo sobre a superfície cuticular
até a penetração, podendo envolver mecanismos de reconhecimento específicos (como
por exemplo, as glicoproteíans) e não-específicos (como forças eletrostáticas e
hidrofobicidade).
A função primária de muitas enzimas associadas aos conídios, é de hidrolizar a
camada cerosa da cutícula do hospedeiro, proporcionando acesso aos nutrientes
necessários para a formação do tubo germinativo, além da penetração no inseto
(BOUCIAS; PENDLAND, 1991).
No caso específico da penetração de B. bassiana no tegumento de D. citri não foi
observada qualquer formação lateral do tubo germinativo, inferindo-se que a atividade
metabólica foi muito intensa abaixo do conídio, com penetração vertical do tubo
germinativo (Figura 11).
58
Figura 11 - Fases do processo incompleto de infecção e colonização de Beauveria
bassiana em ninfas de Diaphorina citri
Crescimento
vegetativo AUSENTE
sobre as ninfas
Presença de micélio,
corpos hifais e bactérias
Conidiogênese
AUSENTE
CONÍDIO
TEGUMENTO
96 h
72 h48 h24 h 0 h
HEMOCELE
BACTÉRIAS
Oosporina
Adesão dos
conídios ao
tegumento
da ninfa
Início da
germinação
dos conídios
Formação
do tubo
germinativo
Liberação
de corpos
hifais e
produção de
oosporina
Desidratação
da cutícula e
formação de
micélio
59
Figura 12a - Distribuição dos conídos de Beauveria bassiana (Esalq-PL63) no
tegumento do abdome da ninfa de Diaphorina citri (48 h)
Figura 12b - Penetração de Beauveria bassiana (Esalq-PL63) pelos orifícios do
tegumento do abdome da ninfa de Diaphorina citri (48 h)
60
Figura 12c - Penetração de Beauveria bassiana (Esalq-PL63) nos orifícios distais do
tegumento do abdome da ninfa de Diaphorina citri (48 h)
Figura 13a - Penetração de Beauveria bassiana (Esalq-PL63) na perna de ninfa de
Diaphorina citri (72 h)
61
Figura 13b - Penetração de Beauveria bassiana (Esalq-PL63) no tórax de ninfa de
Diaphorina citri (72 h)
Figura 13c - Detalhe do conídio de Beauveria bassiana (Esalq-PL63) no tórax de ninfa
de Diaphorina citri (72 h)
62
Figura 13d - Penetração de Beauveria bassiana (Esalq-PL63) na parte distal do
abdome de ninfa de Diaphorina citri (72h)
Figura 13e - Detalhe de conídios de Beauveria bassiana (Esalq-PL63) em processo de
germinação no tórax de ninfa de Diaphorina citri (72h)
63
Diferentemente do que acontece com a maioria dos insetos, B. bassiana não
consegue esporular sobre o tegumento de ninfas de D. citri, mas sua conidiogênese
pode ocorrer sobre adultos (PADULLA et al., 2005). Comportamento semelhante nas
ninfas deste inseto também foi citado por Subandiyah et al. (2000) com os fungos
Hirsutella citriformis e Paecilomyces fumosoroseus, na Indonésia. De acordo com
Boucias (1998), pouco se sabe sobre a dispersão dos patógenos dentro dos insetos
hospedeiros. De maneira geral, patógenos que causam infecções localizadas provocam
doença crônica nos hospedeiros. Durante o processo de infecção, os patógenos têm a
capacidade de evitar e/ou suprimir os mecanismos de defesa celular e humoral do
inseto infectado.
Boucias
2
(informação pessoal) analisando infecção de adultos do psíldeo por H.
citriformis, constatou a existência de corpos hifais septados na hemolinfa dos mesmos,
além de observar comportamento típico da doença, como falta de movimentação e
letargia. Durante suas coletas na Flórida, encontrou apenas adultos colonizados pelo
fungo H. citriformis. Porém, em testes de laboratório, observou que hifas brancas
emergiam inicialmente de regiões intersegmentais das pernas das ninfas, cobrindo
posteriormente toda a superfície dorsal do inseto. A capacidade de penetração desse
patógeno por inúmeros locais do corpo do inseto sugere que ele se utiliza da hemolinfa
como fonte nutritiva durante seu crescimento vegetativo. Tal trabalho foi consistente
com os dados de Étienne et al. (2001) em relação ao mesmo patógeno.
Segundo Boucias e Pendland (1998), a patogenicidade de um fungo varia,
dependendo de uma série de fatores que podem ditar o sucesso no desenvolvimento
da doença dentro do hospedeiro. Ainda que o conídio do fungo seja capaz de aderir à
cutícula do inseto, ele pode não germinar por alguns motivos, incluindo condições
ambientais de baixa umidade ou a presença de fatores na cutícula que inibem a ação
desse patógeno. Segundo Alves (1998), B. bassiana apresenta infecção via tegumento,
com germinação entre 12 a 18 horas após aplicação, podendo ser também via oral e
sistema respiratório. Se germinar, a penetração pode não ocorrer se, por exemplo,
faltarem enzimas necessárias para romper a cutícula. Na seqüência, o crescimento do
tubo germinativo pode ser inibido por compostos produzidos pelo hospedeiro.
___________
2
BOUCIAS, D.G. Mensagem recebida por <lpadu[email protected] > em 17 nov. 2006
64
A etapa inicial do processo de infecção do inseto pelo fungo envolve a interação
entre o propágulo infectivo (conídio) e a cutícula, que é uma barreira que constitui o
primeiro fator de resistência à invasão, sendo significativamente determinante à
patogenicidade.
A pressão mecânica exercida pela extremidade da hifa pode superar essa
resistência da cutícula e é essencial para a penetração na ausência de enzimas ou em
locais mais esclerotizados da cutícula, ou seja, menos suscetíveis à atividade
enzimática. Para B. bassiana, a penetração via tegumento ocorre devido à ação
mecânica e enzimática (ALVES, 1998). Essa pressão ocorre, provavelmente, por um
ganho de água, que é gerado pelo turgor osmótico das células, responsável também
pela força produzida pela extremidade da hifa. Existem algumas explicações sobre o
efeito da ruptura cuticular e a patogenicidade dos fungos. O rompimento dessa barreira
causa uma desidratação crônica do inseto, uma vez que uma das principais funções
dessa cutícula é evitar a perda de água. Além disso, favorece os fungos de várias
maneiras, como por exemplo, debilitando o inseto ou até mesmo aumentando a
umidade ao redor do conídio aderido, favorecendo sua fisiologia (CHARNLEY, 1997).
A cutícula do inseto também pode ter substâncias que são importantes para a
adesão e germinação do fungo, podendo agir de maneira tóxica, fungistática ou
estimulante (GILLESPIE et al., 2000). Aminoácidos, peptídeos e vários açúcares
(manose, glucose, glucosamina) podem cobrir a superfície da epicutícula e servir de
local de recolhimento ou adesão para propágulos infectivos ou podem estimular o
crescimento do tubo germinativo. Compostos encontrados na superfície da cutícula dos
insetos, como os ácidos graxos de cadeia longa, lanolina e hidrocarbonetos podem ser
utilizados por B. bassiana como fontes energéticas para a germinação do conídio
(SMITH; GRULA, 1981).
De maneira oposta, outras substâncias como os exudatos microbianos na
epicutícula e compostos aromáticos endógenos da cutícula, podem agir como agentes
anti-fúngicos e inibirem a germinação. Assim, tanto a cutícula pode influenciar
negativamente o crescimento do fungo, inviabilizando a expressão da doença, como
algumas características do patógeno são igualmente importantes para iniciar a infecção
do hospedeiro. Evlakhova e Shekhurina (1963) relataram que extratos de éter da
65
cutícula do hemíptero Eurygaster integriceps diminuem a germinação dos conídios e o
crescimento micelial de B. bassiana. O ácido caprílico, principal ácido graxo livre da
superfície cuticular de Heliothis zea e Spodoptera frugiperda, também tem uma ação
fungistática, podendo inibir a germinação dos conídios (SMITH; GRULA, 1982).
Após a adesão e penetração do tubo germinativo, o fungo cresce diretamente na
cutícula e nas regiões epidérmicas em sentido à hemocele. Em B. bassiana o inseto
encontra-se totalmente colonizado após 72 horas da inoculação, sendo o tecido
gorduroso bastante atacado, seguido do tecido intestinal e tubos de Malpighi (ALVES,
1998). Antes mesmo que o fungo atinja a hemocele, ocorre a ativação das respostas
imunológicas do inseto, podendo ser tanto celular como humoral. No primeiro caso
pode ocorrer a fagocitose dos microrganismos pelos hemócitos, bem como a formação
de nódulos e encapsulação. Já a resposta humoral corresponde à produção de
anticorpos e respostas específicas, como o sistema de ativação da pheloloxidase,
liberação de proteínas imunológicas e antifúngicas. Sua existência, no entanto, ainda é
muito discutida nos insetos, sendo aceita como um fator complementar da defesa
celular (ALVES, 1998).
Patógenos intracelulares precisam crescer dentro do hospedeiro para causar a
doença. O potencial de replicação está na habilidade do entomopatógeno em encobrir
os vários mecanismos de defesas do hospedeiro, além da capacidade de extrair os
nutrientes essenciais para seu desenvolvimento (GILLESPIE et al., 2000). É nessa
etapa que o entompatógeno forma os blastósporos e corpos hifais, em resposta ao
sistema de defesa do inseto. Atividades de respostas imunológicas do hospedeiro
podem limitar o crescimento fúngico. Porém, a capacidade de se evitar essas respostas
tornam tais fungos efetivos patógenos, possibilitando que esses completem seu
desenvolvimento dentro do inseto.
Para Gunnarsson (1988) é possível que a penetração do fungo seja
acompanhada pela produção de compostos solúveis do hospedeiro que estimulariam a
migração e adesão dos hemócitos em direção a este patógeno, devido ao
quimiotactismo positivo. Esses mesmos compostos também são responsáveis pela
redução do número de hemócitos circulantes, pois prmitem a constante entrada de
microrganismos (bactérias, por exemplo) pelas aberturas proporcionadas pelo fungo.
66
Assim, a constante replicação do entomopatógeno junto a presença dessas bactérias
pode exigir uma maior mobilização dos hemócitos circulantes (HUNG; BOUCIAS,
1992).
A imunidade dos entomopatógenos requer que sejam reconhecidos pelo
hospedeiro como não-alvos. Para isso, esse processo envolve a ligação de moléculas
da parede celular. De acordo com Pendland e Boucias (1996) a ligação específica de
carboidratos-lectina aos oligossacarídeos da cadeia das glicoproteínas nos hemócitos e
superfícies dos fungos é importante na projeção da imunidade do inseto. A
suscetibilidade à fagocitose, aglutinação e encapsulação dependerá da presença de
receptores específicos de lectina na parede celular do fungo, os quais são ausentes nas
formas iniciais dos mesmos (formas leveduriformes). Pendland, Hung e Boucias (1993)
relatam que em muitos estudos, blastósporos e conídios produzidos in vitro são
ingeridos e encapsulados pelos hemócitos, enquanto que os corpos hifais não são
reconhecidos. Para Vilcinkas, Matha e Gotz (1997) a fagocitose de corpos hifais de M.
anisopliae pode ocorrer na hemocele de Galleria mellonella. Esse fungo, no entanto,
consegue crescer dentro deste plasmócito deformando sua membrana celular e,
posteriormente, favorecendo a inibição fagocítica, permitindo a ocorrência livre desses
corpos hifais.
Para B. bassiana os blastósporos são fagocitados inicialmente, mas conseguem
emergir dessas células hospedeiras e continuar sua propagação devido a eliminação de
moléculas da parede celular que estão associadas ao reconhecimento por parte do
hospedeiro, o que evita a ativação imunológica (MAZET; BOUCIAS, 1996). Pendland,
Hung e Boucias (1993) concluíram que, no caso de B. bassiana, a ausência de alguns
elementos importantes (como proteínas) faz com que essas células fúngicas escapem
do reconhecimento hospedeiro e, consequentemente, da fagocitose. Fragmentos de
hifas e blastósporos, que possuem em suas paredes celulares mais carboidratos,
favorecem o reconhecimento pelo sistema de defesa do hospedeiro, enquanto que as
fases leveduriformes, possuidoras de menos carboidratos nessa superfície, não são
reconhecidas.
Acredita-se que isso seja possível pela ação concomitante de metabólitos
secundários, como as beauverolidas, ciclosporinas e destruxinas. No caso de B.
67
bassiana o crescimento na hemolinfa de Spodoptera exigua é associado à secreção de
toxinas, que inibem a dispersão dos hemócitos, diminuindo o número de granulócitos e
plasmócitos circulantes na hemolinfa (HUNG, BOUCIAS, 1992).
Paralelamente, o sistema imunológico secreta substâncias antibióticas que
impedem a desintegração do tecido pelo patógeno (BOUCIAS; PENDLAND, 1998). Os
mesmo autores relataram que o grande crescimento vegetativo do fungo, geralmente
por replicações de corpos hifais ou blastósporos, ocorre na hemocele. Nutrientes da
hemolinfa e corpos gordurosos são consumidos e esgotados pelo excessivo
crescimento fúngico, podendo nesta etapa causar a morte do inseto pela falta de
alimento. Além disso, os fungos produzem metabólitos (micotoxinas) que podem
debilitar e matar o inseto.
Essas toxinas são produzidas por uma série de fatores, podendo ser
determinadas pelos nutrientes e interações do fungo, o clima, a resistência do
hospedeiro e disponibilidade do substrato e também em resposta ao uso de agentes
antifúngicos (LACEY, 1985).
A morte do inseto pode ocorrer tanto pela ação de micotoxinas que podem, por
exemplo, reduzir a atividade dos hemócitos, como por mudanças patológicas na
hemocele, ação histolítica, bloqueio mecânico do aparelho digestório devido ao
crescimento vegetativo e outros danos físicos em decorrência do crescimento de
micélio e do início do processo de esporulação pelo fungo, que, entrando em contato
com novos insetos, iniciam um novo ciclo. Sabe-se, por exemplo, que a destruxina,
toxina produzida pelo fungo M. anisopliae inibe a resposta celular do sistema
imunológico dos insetos, atuando diretamente nos processos de fagocitose e nodulação
(VILCINSKAS; MATHA; GOETZ, 1997). Sob condições adversas, pode não ocorrer a
formação de micélios e esporulação após a morte do hospedeiro, originando estruturas
de resistência como os clamidósporos dentro do cadáver (ALVES, 1998).
Dentre essas toxinas, a mais conhecida em B. bassiana é a oosporina,
responsável pela coloração rosa-avermelhada em insetos infectados (ALVES, 1998).
Destacam-se também a beauvericina, bassionolida e ciclosporina-A, que agem com
agentes antimicrobianos, podendo prevenir o crescimento bacteriano e putrefação do
inseto atacado, o que permite que o fungo complete seu ciclo no cadáver do
68
hospedeiro. De acordo com Strasser (2000) a quantidade de metabólitos produzidos in
vivo é muito menor do que a produção em meio de cultura.
A oosporina é uma dibenzoquinona produzida por fungos de solos e
entomopatógenos do gênero Beauveria (VINING; KELLER; SCHWARTING, 1962;
STRASSER, 2000). Essa toxina atua com as proteínas e aminoácidos por reações do
tipo redox, oxidando os mesmos, o que resulta no mal funcionamento enzimático do
inseto (WILSON, 1971). Essa micotoxina inibe mais de 50% das membranas dos
eritócitos e a atividade da ATPase, enzima responsável pela liberação de energia. A
inibição da atividade dessa enzima não é específica, sendo provavelmente uma
conseqüência da ruptura da membrana, quando este pigmento causa alterações na
morfologia dos eritrócitos, originando várias lises celulares (JEFFS;
KHACHATOURIANS, 1997).
Uma outra toxina de B. bassiana é a beauvericina, que é uma hexadepsiptidade
que forma complexos de íons Na+ e K+, o que permite o aumento da permeabilidade
natural e artificial das membranas. Também mostra atividade antibiótica contra algumas
bactérias como Bacillus subtilis, Escherichia coli, Mycobacterium phlei, Sarcinea lútea,
Staphylococcus aereus e Streptocossus faecalis (OVCHNINNIKOV; IVANOV;
MIKHALEVA, 1971). Alguns trabalhos registram que essa toxina não possui toxicidade
à insetos, enquanto outros afirmam que a propriedade inseticida é moderada
(CHAMPLIN; GRULA, 1979; GUPTA; MONTILLOR; HWANG, 1995).
Bassianolida, um ciclo-octapsipeptido, também atua como um ionóforo, com
atividade antibiótica (SUSUKI et al., 1977). As outras toxinas de B. bassiana são a
bassianina e tenellina, ambas não peptídicas, que também atuam inibindo a ATPase
das membranas dos eritócitos (JEFFS; KHACHATOURIASN, 1997).
Um outro metabólito secundário denominado ciclosporina-A, mesmo que sem
uma ação direta conhecida sobre os insetos, também tem uma importante atividade na
patogenicidade. Essa substância pode reduzir o número de filopódios produzidos pelos
hemócitos e assim, suprimir a defesa de imunidade, que rompe a metamorfose
(MAZET; HUNG; BOUCIAS, 1994).
69
Além dessas toxinas, cristais de oxalato de magnésio e cálcio têm sido relatados
em insetos infectados por B. bassiana, provavelmente relacionados à atividade de
toxicidade do fungo (AMARAL; ALVES, 1979; TAMAI, 2002).
Segundo Alves (1998), a relação fungo-hospedeiro depende das condições
ambientais, tais como temperatura, umidade, luz, radiação ultravioleta, bem como
condições nutricionais e suscetibilidade do hospedeiro. Os locais preferenciais de
penetração dos fungos entomopatogênicos são o aparelho bucal, espiráculos, ânus,
sistema respiratório e tarsos, bem como as membranas intersegmentais do abdome.
O fungo B. bassiana causou cerca de 72% mortalidade em ninfas de D. citri
depois de 7 dias de inoculação, sendo assim um importante agente para o controle
deste inseto. Esse mesmo isolado (Esalq-PL63) foi testado por Ramos (2000) em ninfas
de B. tabaci, cuja eficiência foi de 78,2% em seu controle.
Favaro (2006) obteve em sua pesquisa mortalidade corrigida de 69,3% ao 10
o
dia após inoculação de 1,5 x 10
7
conídios/mL de Beauveria sp. sobre ninfas de 5
o
ínstar
e adultos do psilídeo-de-concha, Glycaspis brimblecombei. Aplicando dois isolados de
B. bassiana sobre o psilídeo-da-pêra, Cacopsylla pyricola, na concentração de 1x10
7
conídios/mL, Puterka, Humber e Poprawski (1994) relataram mortalidades superiores a
90% após 7 dias de inoculação.
Mesmo não apresentando conidiogênese sobre as ninfas, esse entomopatógeno
mostrou-se como um potencial agente de controle biológico para ninfas de D. citri pois,
além de causar mortalidade considerável, afetou a fisiologia do inseto, impedindo a
metamorfose entre os estágios (Figura 14). Cerca de 11,6% das ninfas apresentaram
mortalidade durante o processo de ecdise.
70
Figura 14 - Ninfas mortas de Diaphorina citri infectadas por Beauveria bassiana (Esalq-
PL63) durante processo de ecdise
Além da comprovação visual, o reisolamento desse fungo, comprovado por meio
de observações em microscopia, foi possível utilizando-se meio completo (MC), batata-
dextrose-ágar (BDA) e ágar nutritivo (AN) (Figura 15). Com 72 horas de incubação em
B.O.D., as placas que tiveram os insetos plaqueados diretamente apresentaram o
crescimento do fungo. Para as placas estriadas com a suspensão de ninfas maceradas
em água estéril mais espalhante adesivo, o crescimento também ocorreu, porém em
menor intensidade.
71
Figura 15 - Reisolamento do fungo Beauveria bassiana em meio de cultura MC, AN e
BDA, respectivamente
Com exceção do meio de cultura BDA, para todos os outros, foi possível a
visualização de colônias uniformes de bactérias do tipo coccus crescendo
concomitantemente ao fungo quando o material reisolado partiu de ninfas maceradas
(Figura 16a). Essa bactéria também foi isolada a partir de ninfas sadias (Figura 16b).
Figura 16a - Bactérias presentes nas amostras de ninfas de Diaphorina citri tratadas,
maceradas e estriadas em meio de cultura MC. Em B, detalhe das colônias
A
B
AN
BDA
MC
MC
72
Figura 16b - Bactérias presentes nas amostras de ninfas sadias, maceradas e estriadas
em meio de cultura AN. Em B, detalhe das colônias
Essas bactérias podem ser tanto simbiontes presentes no interior dos insetos
como agentes saprófagos e/ou oportunistas que se aproveitam da ruptura do
tegumento proporcionada pelo fungo, ou até mesmo do direcionamento das células de
defesa do corpo do inseto para esse microrganismo. Com isso e com baixa
suscetibilidade aos antibióticos produzidos pelo fungo, as ninfas tornam-se colonizadas
por essas bactérias. A não proliferação de um entomopatógeno na hemocele de um
inseto é rara, podendo ocorrer por algumas razões, mas a ocorrência de
contaminantes, como bactérias entéricas, pode ocorrer mesmo se o hospedeiro morrer
pela ação do fungo (SHIMAZU, 1994).
As avaliações sobre as bactérias encontradas nas ninfas, através de coloração
de Gram, mostraram que essas apresentaram a coloração avermelhada, caracterizando
bactérias gram-negativas (Figura 17). Tanigushi et al. (1984) relataram que a oosporina
produzida pelo fungo age como um antibiótico potente contra bactérias gram positivas,
tendo pouco efeito sobre as bactérias gram negativas. Assim, mesmo que o isolado
Esalq-PL63 tenha produzido oosporina, esta não exerceu função inibitória do
crescimento das mesmas.
Testes de inibição da bactéria sobre fungo por meio da formação de halos em
meio de cultura AN e MC, não comprovaram esse efeito negativo. Além de outros
fatores, isso pode estar relacionado à solubilidade dessas toxinas nos componentes do
meio de cultura.
A
B
AN
73
Por algum motivo, o crescimento desses microrganismos inibe parte do processo
de colonização, crescimento e esporulação do fungo sobre o inseto. Ainda que o fungo
se faça presente, a presença da bactéria afeta seu crescimento, o que pode ser
observado pela não esporulação do mesmo. O isolamento em meio de cultura (AN) e
quantificação dessas bactérias mostrou que elas estão presentes em cerca de 95% de
ninfas sadias.
Figura 17 - Bactérias Gram negativas isoladas de ninfas de Diaphorina citri
A camada de “rodlet” do fungo B. bassiana, difícil de ser visualizada, além da
importante função na ligação do conídio ao tegumento do hospedeiro, permite a
proteção contra a desidratação e ataque de outros microrganismos (BOUCIAS;
PENDLAND; LATGE, 1988). Assim, as bactérias isoladas provavelmente sejam do
próprio inseto, ocorrendo normalmente em seu interior.
Outro aspecto favorável para essa hipótese é o fato de o fungo B. bassiana ser
resistente às diferentes respostas do sistema de defesa de seus hospedeiros, conforme
foi observado por Hung, Boucias e Vey (1993), estudando o efeito deste
entomopatógeno sobre larvas de S. exigua. Por mais que os blastósporos tenham sido
envolvidos pelos granulócitos via fagocitose, o fungo conseguiu superar essa barreira,
crescendo rapidamente fora desses nódulos e produzindo novas células que, por sua
vez, não são reconhecidas pelas defesas do inseto, permitindo a completa dispersão e
74
infecção do patógeno pela supressão de todo o processo complementar de defesa
celular do hospedeiro. Hung e Boucias (1992) sugeriram que esta inibição do sistema
de defesa ocorre em virtude dos metabólitos citotóxicos do fungo, tais como a
oosporina, produzidos na fase inicial do crescimento vegetativo de B. bassiana. Assim,
a não esporulação de B. bassiana nas ninfas de D. citri seria em função de uma
competição direta deste fungo com microrganismos oportunistas dessa
imunossupressão.
75
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
- O isolado Esalq-PL63 de Beauveria bassiana é promissor para o controle
microbiano de ninfas de D. citri;
- B. bassiana (Esalq-PL63) afeta a fisiologia das ninfas, impossibilitando a
metamorfose;
- Apesar de não causar mortalidade muito rápida, ficou evidente a ação
concomitante do fungo entomopatogênico com algumas bactérias na mortalidade
das ninfas;
- A capacidade do fungo B. bassiana em superar as defesa naturais dos
hospedeiros pode fazer com que este patógeno deprima o sistema imunológico,
possibilitando a entrada de microrganismos oportunistas, que colonizam o inseto,
não permitindo o desenvolvimento completo do patógeno;
- Faz-se necessário novos estudos, mais aprofundados, dessa relação do fungo
com outros microrganismos, presentes no inseto ou não, de maneira a
possibilitar um maior entendimento para a aplicação de produtos microbianos de
maneira mais eficiente.
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