Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BÁSICAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA
ESTUDOS SOBRE ATIVIDADES BIOLÓGICAS DE SYMPHYOPAPPUS
CASARETTOI ROBINSON (ASTERACEAE):
EVIDÊNCIAS PRELIMINARES QUANTO À PRESENÇA DE EFEITOS ANTITUMORAL,
ANTIMALÁRICO E ANTIOXIDANTE
MARA REGINA NETTO BENETTI
Orientador: Prof. Dr. Gilberto Schwartsmann
Tese apresentada ao curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas – Bioquímica, como
requisito parcial à obtenção do grau de Doutor em Bioquímica.
Porto Alegre, janeiro de 2007.
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Há duas maneiras de viver sua vida: uma, como se nada fosse um milagre; outra, como se
tudo fosse um milagre.
Albert Einstein.
ads:
À minha falia.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Gilberto Schwartsmann, por ter sido meu orientador e oportunizado
participar de seu grupo de pesquisa. Também pelo exemplo de competência.
Às minhas colegas de laborario e amigas, Andréa, Kátia, Luciana e Sandra que
muito me ajudaram não só com os experimentos, mas tamm com companheirismo e
disposão para conversar nos momentos difíceis.
Aos demais colegas do Centro de Pesquisas Clínicas (Ulbra), pela ajuda e
ensinamentos compartilhados.
Ao Prof. Sérgio Bordignon, por sua disposição e seu indispensável conhecimento
botânico.
Aos professores e funcionários da pós-graduação do Departamento de Bioquímica
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, pelos ensinamentos e pela formação
científica proporcionados.
Ao Prof. José Cláudio Fonseca Moreira, por sua amizade e conselhos, fundamentais
ao longo do desenvolvimento dessa tese e também pela oportunidade de realizar
experimentos em seu laborario.
Ao Marcos e ao Alfeu, pela ajuda nos experimentos e em especial à Martina, pela
paciência, dedicação e por compartilhar ensinamentos.
À Prof. Adriana Coitinho, pelo incentivo e auxílio indispensáveis no último ano do
trabalho.
Ao Prof. Rafael Linden e demais equipe da Feevale, pela oportunidade e ajuda na
realização de experimentos.
Aos pesquisadores Dra. Antoniana Krettli, Dra. Tereza Santos e Dr. Paulo Bus, e
demais equipe da Fiocruz, pelo trabalho em colaboração científica.
Ao Prof. Afonso Barth e ao Serviço de Microbiologia do Hospital de Clínicas de
Porto Alegre, pela ajuda inestimável.
Ao Dr. Rein Bos, pela gentileza de doar a eupatoriopicrina, e pelo exemplo de
cooperação científica.
Ao CNPq, pelo apoio financeiro através da Bolsa de Doutorado.
Aos meus amigos, pela força e amizade que sempre precisei e a todas as pessoas
que de uma maneira ou de outra contribuíram para que eu pudesse realizar essa tese.
À minha sogra, meus cunhados e sobrinhas pela força e confiança e ao meu sogro,
que, por seu exemplo de luta, me estimulou na pesquisa de descoberta de novas drogas.
A toda a minha família, pelo apoio e pela compreensão da minha ausência nas
várias horas dedicadas ao estudo.
Ao meu pai, pelo apoio, interesse e orgulho demonstrados enquanto ainda pertencia
a esse mundo.
À minha mãe, por nunca ter medido esforços para que eu pudesse realizar todos os
meus sonhos e ser fonte de afeto, sabedoria e força. Também pelo apoio e paciência.
Ao meu marido André, com quem conversei, ri, chorei, compartilhei bons e maus
momentos ao longo dessa tese e sem o qual talvez não conseguisse chegar ao final.
Obrigada pelo carinho, compreensão e amor.
Ao grande presente que chegou durante esse caminho: meu filho João Pedro, pelo
sorriso, olhar e companhia que me proporcionam momentos felizes e inesquecíveis e à
minha filha Isabela que vivenciou comigo esses momentos finais e que já me traz inúmeras
alegrias mesmo ainda não tendo chegado a esse mundo.
Ao Criador, por todas as oportunidades recebidas e infinito Amor.
6
SUMÁRIO
RESUMO ........................................................................................................................... 08
ABSTRACT ....................................................................................................................... 09
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................ 10
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 11
1.1. Biodiversidade ................................................................................................ 11
1.2. Fontes naturais de novos fármacos ............................................................... 11
1.2.1. Vegetais ............................................................................................. 14
1.2.1.1. Metabolismo secundário ................................................... 14
1.2.2. Desenvolvimento de fármacos ........................................................ 16
1.2.2.1. Aquisição de compostos pela etnofarmacologia ............. 18
1.2.2.2. Aquisição de compostos através da quimiossistemática..18
1.2.2.3. Aquisição de compostos através da pesquisa de avaliação
ecológica/racional ............................................................... 19
1.2.2.4. Principais etapas no desenvolvimento de novos fármacos
.............................................................................................. 20
1.2.2.4.1. Fármacos anticâncer ........................................ 22
1.2.2.4.2. Fármacos antimicrobianos e antiparasitários 24
1.2.2.4.3. Fármacos antioxidantes ................................... 26
1.3.Asteraceae (Compositae) ................................................................................ 27
1.3.1. Distribuição e características ....................................................... 27
1.3.2. Espécies e utilizão ...................................................................... 28
1.3.3. Symphyopappus casarettoi ............................................................... 29
7
2. OBJETIVOS ............................................................................................................. 31
3. ARTIGO 1 ................................................................................................................. 32
4. ARTIGO 2 ................................................................................................................. 55
5. ARTIGO 3 ................................................................................................................. 69
6. DISCUSSÃO ............................................................................................................. 78
7. CONCLUSÕES E COMENRIOS FINAIS ...................................................... 89
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 92
9. ANEXOS ................................................................................................................. 106
9.1. Lista de Figuras ............................................................................................... 106
9.2. Lista de Tabelas ............................................................................................... 107
8
RESUMO
Plantas da família Asteraceae de diversos gêneros têm demonstrado relevantes
propriedades biológicas. O gênero Eupatorium tem sido estudado em todo o mundo e
muitos compostos biologicamente ativos já foram isolados de espécies desse gênero. Entre
as atividades biológicas descritas para extratos ou compostos desse gênero, merecem
destaque as relacionadas à proliferação celular: citotóxica, citostática, antitumoral e
antileucêmica. Destacam-se também a atividade antibacteriana, antifúngica, antimalárica e
antioxidante. Esse trabalho teve por objetivo verificar a presença de atividade biológica em
extratos brutos e semi-purificados de Symphyopappus casarettoi Robinson (sin.
Eupatorium casarettoi (B.L. Rob) Steyerm), uma planta nativa do Sul do Brasil e cujas
propriedades biológicas e compostos químicos nunca haviam sido pesquisados. O extrato
etanólico de inflorescências de S. casarettoi demonstrou atividade antiproliferativa
significativa em cinco linhagens celulares derivadas de tumores humanos. O fracionamento
com solventes de polaridade crescente sugeriu que tal atividade antiproliferativa ocorreu
devido a compostos presentes na fração clorofórmica. Desta forma, preparou-se uma fração
enriquecida de lactonas sesquiterpênicas, a qual demonstrou atividade antiproliferativa com
doses mais baixas. Três de quatro manchas cromatográficas obtidas a partir dessa fração
foram consideradas ativas, com valores de IC
50
entre 24.33±3.65 to 1.87±0.32 µg/ml nas
cinco linhagens tumorais e em fibroblastos humanos normais. Adicionalmente,o foi
observada atividade antiproliferativa em linfócitos humanos. A análise por citometria de
fluxo da mancha de cromatografia C2, sugeriu um mecanismo de ação diferente entre os
tipos celulares testados.o foram observadas atividades antibacteriana e antifúngica nos
testes com o extrato etanólico de S. casarettoi. Atividade antimarica foi observada in vitro
contra Plasmodium falciparum e in vivo, com a dose de 250 mg/kg em camundongos
infectados com P. berghei. A fração clorofórmica foi a que demonstrou melhor atividade e
a hexânica demonstrou uma fraca atividade. Adicionalmente, a fração metanólica de S.
casarettoi demonstrou um potencial antioxidante maior, quando comparado às outras
frações em ensaios in vitro. Já nos testes ex vivo, tanto a fração metanólica, quanto o extrato
etanólico atenuaram a morte celular e protegeram contra dano lipídico induzido por ferro.
Embora haja a necessidade de estudos adicionais com o intuito de isolar e identificar os
compostos bioativos, podemos sugerir que substâncias pertencentes ao grupo das lactonas
sesquiterpênicas sejam responveis pelas atividades antiproliferativa e antimalárica, e que
compostos fenólicos respondam pelas atividades antioxidantes observadas, como descrito
previamente para outras espécies do gênero Eupatorium.
9
ABSTRACT
Species of the Asteraceae family of many genera have demonstrated a wide array of
biological properties. The Eupatorium genus has been studied worldwide and a
considerable number of bioactive natural products have been isolated from species of this
genus. Among the biological activities reported, special attention was given to the
inhibition of cell proliferation, including cytotoxicity, cytostasis and antitumor effects. In
addition, antibacterial, antifungal, antimalarial and antioxidant activities have also been
described. The aim of this work is to study for the first time the biological properties of
crude and partially purified extracts of Symphyopappus casarettoi Robinson (syn.
Eupatorium casarettoi (B.L. Rob) Steyerm), a plant native to South Brazil. Notably, the
inflorescence ethanolic extract of S. casarettoi showed significant inhibitory activity
against five cell lines derived from human tumors. Fractionation with solvents in increasing
polarity demonstrated that the antiproliferative activity was due compounds found in
chloroformic fraction. This last fraction was separated to get the enriched sesquiterpene
lactones fraction, which inhibited cell proliferation with lower dosage. Three of four
chromatographic spots from sesquiterpene enriched fraction were considered active with
IC
50
values ranging from 24.33±3.65 to 1.87±0.32 µg/ml in five human cancer cell lines
tested and normal human fibroblasts. Additionally, no cytotoxic activity was found in
human lymphocytes. The flow cytometry analysis of C2 chromatographic spot suggested a
different mechanism of action of the active compound. We did not observe antibacterial
and antifungal activities in the ethanolic extract of S. casarettoi. Antimalarial activity was
observed in vitro against Plasmodium falciparum and in vivo, at 250 mg/kg in mice
infected with P. berghei. The chloroformic fraction again was the most active one and the
hexanic fraction had a weak activity. In addition, methanolic fraction showed a higher
antioxidant potential compared to the other fractions in the in vitro assays. In the ex vivo
tests, the ethanolic extract and the methanolic fraction attenuated cell death and effectively
protected against lipid damage induced by iron. Despite the needs of additional studies to
isolate and identify the bioactive compounds, we suggest that substances of the lactone
sesquiterpenic class are probably responsible for the antiproliferative and antimalarial
activities, while phenolic compounds are responding for the antioxidant activities. These
biological properties should be further evaluated.
10
APRESENTAÇÃO
Esta tese está organizada da seguinte maneira: Introdução, Objetivos, Artigos
Científicos publicados, submetidos ou a submeter, Discussão, Conclusões, e Referências
Bibliográficas. Na Introdução está o embasamento teórico desse trabalho. Os Materiais e
Métodos e Resultados, assim como as Referências Bibliográficas específicas, encontram-se
em cada artigo. A Discussão contém uma interpretação geral dos resultados obtidos nos
diferentes trabalhos. A seção Conclusões aborda as conclusões gerais da tese. A seção
Referências Bibliográficas lista as referências citadas na Introdução e Discussão da tese.
11
1. INTRODUÇÃO
1.1. Biodiversidade
Os ambientes mais ricos em termos de quantidades de espécies parecem ser as
florestas tropicais, os recifes de corais, os grandes lagos tropicais e as profundezas do mar
(Primack e Rodrigues, 2001; Schwartsmann et al., 2001).
A magnitude da biodiversidade brasileira não é conhecida com precisão, tal a sua
complexidade, estimando-se a existência de mais de dois milhões de espécies distintas de
plantas, animais e microorganismos. Atualmente, aproximadamente 248.500 espécies de
plantas foram descritas, mas muitas certamente ainda aguardam a descoberta científica. O
Brasil é o país com maior diversidade genética vegetal do mundo, contando com mais de 55
000 espécies catalogadas de um total estimado entre 350 000 e 550 000. As oportunidades
para a identificação de produtos com possível utilizaçãodica aumentam com a
diversidade das espécies (Nodari e Guerra, 1999, Mans et al., 2000).
A biodiversidade inclui diversidade genética, crucial para a resposta evolutiva,
sendo de fundamental importância entre e dentro das espécies (Ricklefs, 2003).
Conseqüência da diversidade genética é a diversidade de moléculas presentes nos
organismos. Muitas vezes, mesmas espécies ocorrendo em localizações geográficas
distintas podem apresentar substâncias diferentes. Determinadas classes de compostos
apresentam grande variação entre espécies de um mesmo gênero.
1.2. Fontes naturais de novos fármacos
12
Ao longo dos anos, a humanidade recorreu à natureza para satisfazer necessidades
tais como alimentação, vestuário, utensílios, transportes, fertilizantes, sabores e fragrâncias
e remédios. Plantas são utilizadas há centenas de anos por diversas culturas nos cuidados
com a saúde (da Rocha et al., 2001; Schwartsmann G, 2001; Ferraz et al., 2005).
Os produtos naturais têm provado consistentemente seu valor como fonte de
diversidade química para o desenvolvimento de novos fármacos (Cragg et al., 1997;
Harvey et al., 1998; Dolle e Nelson, 1999; Jones et al., 2006). Essa mudança no rumo da
aquisição de fármacos é devida à compreensão de que a natureza, quando comparada com
as técnicas de química combinatória, fornece compostos candidatos que têm propriedades
melhores (em termos de absorção e metabolismo) e maior diversidade química (levando a
estudos de estrutura-atividade) (Harvey, 1999). Quando identificados, esses compostos
podem ser otimizados pela química combinatória ou, em países economicamente menos
privilegiados, pela química clínica tradicional.
Atualmente, os produtos naturais desempenham um papel altamente significativo
nos processos de descoberta e desenvolvimento de novos fármacos. Isso é particularmente
evidente nas áreas de câncer e doenças infecciosas, onde mais de 60% e 75% desses
fármacos, respectivamente, são de origem natural (Schwartsmann e Workman, 1992;
Schwartsmann et al., 2002; Newman et al., 2003). Segundo Newman et al., 2003, de 1981 a
2002 tem aumentado a utilidade de produtos naturais como fontes de novas estruturas, mas
o necessariamente da droga final. Das 868 novas entidades químicas aprovadas por
agências reguladoras (como por exemplo, a Food and Drug Administration) durante esse
período, 471 são proteínas ou peptídeos grandes isolados de organismos ou linhagens
celulares, produtos naturais, derivados de produtos naturais com modificação semi-
13
sintética, sintéticas com farmacóforo derivado de um produto natural ou produtos naturais
mimetizados.
Reconhecidamente, as estratégias de desenvolvimento baseadas em compostos
candidatos derivados da natureza, podem apresentar um número considerável de obstáculos
que não acontecem pela síntese racional. Tais problemas podem ser: inacessibilidade aos
locais de coleta, lento desenvolvimento e alto custo para chegar aos componentes ativos
devido às dificuldades no isolamento e produção do ingrediente farmacologicamente ativo
e disputas sérias entre governos no que diz respeito à propriedade intelectual. Mesmo
assim, o “screening” de produtos naturais parece ter maior probabilidade de sucesso se
comparado ao “screening” de compostos racionalmente escolhidos.
É preciso expandir o estudo da natureza como fonte de agentes ativos novos que
podem servir como modelos ou esqueletos” para elaborar fármacos eficazes, muito
necessárias nos dias atuais, para uma variedade de doenças (Newman et al., 2000). O
Brasil, com a grandeza de seu litoral, de sua flora e, sendo o detentor da maior floresta
equatorial e tropical úmida do planeta, não pode abdicar de sua vocação para os produtos
naturais (Pinto et al., 2002). Desde o início de sua colonização essa importância já fora
percebida, quando médicos portugueses voltaram-se para os remédios indígenas, devido à
escassez, na colônia, de remédios empregados na Europa. A partir de 1808, começaram a
chegar ao país as primeiras expedições científicas, cujo principal objetivo era dar
conhecimento aos europeus da exuberância da nossa fauna e flora. De lá para cá, muito se
avançou na pesquisa de produtos naturais brasileiros, mas diante da grande biodiversidade
de nosso país, pode-se dizer que estamos ainda no início.
14
1.2.1. Vegetais
A partir de agora a ênfase será dada aos vegetais como candidatos à descoberta de
novos fármacos, uma vez que o alvo dessa pesquisa foi uma espécie vegetal e, dentre os
diversos reinos da natureza, o vegetal é o que tem contribuído de forma mais significativa
para o fornecimento de moléculas orgânicas (Pinto et al., 2002).
A percepção da natureza como uma coleção de animais que se movem em um fundo
verde de plantas é uma má interpretação da complexidade e da dinâmica da vegetação. As
plantas realizam todas as funções vitais que um leigo pode, superficialmente, atribuir só a
animais, incluindo comunicação e defesa (da Rocha et al., 2001; Ferraz et al., 2005). Com
esse objetivo, fazem uso de mecanismos sinalizadores sofisticados, tais como ferormônios e
um arsenal químico composto por diversas substâncias.
1.2.1.1. Metabolismo secundário
Os produtos químicos produzidos pelos vegetais podem ser divididos em dois
grandes grupos. Os primeiros, essenciais a todos os seres vivos, são os metabólitos
primários ou macromoléculas, tais como carboidratos, lipídios, proteínas, clorofila e ácidos
nucléicos. Os produtos do metabolismo primário, através de rotas biossintéticas diversas e
freqüentemente desconhecidas, originam o segundo grupo de compostos químicos – os
metabólitos secundários ou micromoléculas, que ao contrio daqueles do metabolismo
primário, são encontrados em concentrações relativamente baixas e em determinados
grupos de plantas (von Poser e Mentz, 1999).
15
No passado, alguns autores lançaram a hipótese de que os metabólitos secundários
nada mais eram do que subprodutos do metabolismo primário. Entretanto, o fato de o
vegetal utilizar rotas biossintéticas elaboradas, com elevados gastos de energia, conduz à
hipótese mais aceita atualmente de que os vegetais consomem essa energia para sintetizar
compostos necessários para a sua sobrevivência e preservação. Pesquisas têm demonstrado
o papel essencial desses metabólitos na ecofiosiologia das plantas, atuando na defesa contra
herbívoros e ataques de patógenos, na competição entre as plantas e como atrativo para
organismos benéficos como polinizadores ou simbiontes. Também agem como protetores
de estresses abióticos, como alterações na temperatura, quantidade de água, níveis de luz,
exposição à UV e nutrientes minerais. Além disso, estudos recentes indicaram papéis
potenciais em nível celular, como reguladores de crescimento, moduladores da expressão
gênica e transdução de sinal (Kaufman et al., 1999).
É provável que essa variedade de funções dos produtos secundários nas plantas
possa ter uma relação com os efeitos medicinais em humanos, devido à similaridade de
seus alvos potenciais. Por exemplo, produtos secundários envolvidos na defesa da planta
por citotoxicidade contra pagenos, poderiam ser úteis como antibióticos ou antitumorais
para humanos, seo forem muito tóxicos; ou produtos envolvidos na defesa contra
herbívoros por atividade neurotóxica, poderiam ser utilizados por humanos como
antidepressivos, sedativos, relaxantes musculares ou anestésicos (ação no sistema nervoso
central) (Briskin, 2000).
As combinações de produtos secundários nas plantas são distintas. Determinados
grupos de metabólitos são encontrados caracteristicamente em certas famílias de plantas,
conseqüentemente, seus efeitos medicinais também. Há também uma enorme variação no
esqueleto, estereoquímica, grupos funcionais e isomerismo posicional nas moculas de um
16
mesmo grupo de compostos encontrado em espécies diferentes. Assim, a procura por novos
modelos de moléculas a partir de plantas constitui um amplo campo na descoberta de
fármacos para o tratamento de muitas doenças humanas.
1.2.2. Desenvolvimento de fármacos
Dos tempos antigos aos modernos, as plantas têm sido utilizadas como agentes
medicinais, primeiramente com base no conhecimento popular e posteriormente com base
científica (Lee, 2004). Atualmente, em torno de 80% da população mundial residente nos
países do terceiro mundo utiliza produtos de plantas no cuidado primário de sua saúde. Os
20% restantes, residentes do primeiro mundo, usam, em mais de 25% dos casos, produtos
farmacêuticos diretamente derivados de plantas (Farnsworth, 1984; Cox, 1994). Até o
século XIX, os recursos terapêuticos eram constituídos predominantemente por plantas e
extratos vegetais, o que pode ser ilustrado pelas Farmacopéias da época. Muitas das
espécies já citadas nos tempos antigos resistiram à ação do tempo e da crítica científica,
estando presentes em farmacopéias mais recentes (Schenkel et al., 1999). No início do
século passado, os recursos terapêuticos vegetais começaram a ser cientificamente
estudados e começaram os isolamentos de compostos ativos. As descobertas das
substâncias ativas presentes nas plantas medicinais alavancaram, junto com o início da
síntese orgânica, uma revolução científica e tecnológica, alterando muito rapidamente o
arsenal terapêutico. Por exemplo, em 1897 Kolbe sintetiza o ácido acetilsalisílico, inspirado
na salicina, tida como substância ativa de Salix alba L. Destaca-se também a importância
do desenvolvimento da farmacologia como ferramenta para desvendar mecanismos
fisiológicos. Em muitas situações, a descoberta da atividade de determinadas substâncias
17
o representou apenas o surgimento de um grupo novo de substâncias, mas originou a
identificação de uma nova possibilidade de intervenção terapêutica.
Após a década de 60 ocorreu um desinteresse em se continuar essa linha de
pesquisa. As razões desse desinteresse são muito mais comerciais do que científicas.
Atualmente, para a descoberta de novos fármacos, deseja-se uma filtragem rápida,
identificação acertada e desenvolvimento dirigido à identificação de compostos ativos, os
quais gerarão compostos-base, ou seja, os denominados em idioma inglês lead
compounds”. Assim, programas de pesquisa tradicionais, baseados em testagem de
extratos, isolamento guiado por efeitos biológicos, elucidação estrutural e subseqüente
produção, ficam em desvantagem quando comparados a projetos que utilizam livrarias
químicas sintéticas definidas (Koehn e Carter, 2005).
Entretanto, o interesse foi renovado, pois, comofoi mencionado, as florestas
tropicais continuam oferecendo ótimas possibilidades para o descobrimento de novos
fármacos promissores e continuam sendo uma fonte de alta diversidade química,
especificidade bioquímica e outras propriedades moleculares que as colocam em vantagem
como moldes de estrutura para a descoberta de novos fármacos (Koehn e Carter, 2005).
Muitas instituições governamentais de pesquisa que atuam em grande escala e
laboratórios farmacêuticos industriais nos países mais desenvolvidos, freqüentemente
aplicam a aquisição ao acaso e testagem de vários extratos. Essas estratégias requerem a
avaliação de aproximadamente 20 000 compostos candidatos para obter uma droga
clinicamente útil (Cragg et al., 1997). Em nosso laborario, utiliza-se a estratégia da
aquisição determinada de espécies de plantas pré-selecionadas. Assim, faz-se uso de
informações etnofarmacológicas, quimiossistemáticas e ecológicas (Schwartsmann et al.,
1988; Schwartsmann e Workman, 1992; Mans et al., 2000).
18
1.2.2.1. Aquisição de compostos pela etnofarmacologia
Freqüentemente argumenta-se que a cultura popular identifica sintomas, mas não
caracteriza ou entende as doenças comos as caracterizamos e conclui-se, por isso, que
tais informações não servem de base para ajudar a desenvolver novos medicamentos. A
ausência de educação e cultura formais não é sinônimo de ausência de conhecimento; de
fato, somos todos ignorantes quanto a culturas que não conhecemos (Elisabetsky, 1999). Os
dados etnofarmacológicoso obtidos consultando curandeiros tradicionais e pelo acúmulo
de informações no uso de plantas da medicina popular, mas também da literatura na
medicina popular.
A vasta gama de informações sobre o uso de centenas de plantas comoremédios”
em todos os lugares do mundo, leva à necessidade de se desenvolver métodos que facilitem
a enorme tarefa de avaliar cientificamente o valor terapêutico de espécies vegetais
(Heinrich e Bremmer, 2006). Como a maior parte da flora ainda é desconhecida do ponto
de vista químico, a aquisição de compostos baseada nesse critério, muito provavelmente,
levará ao descobrimento de fármacos novos. A perda da biodiversidade e o acelerado
processo de mudança cultural acrescentam um senso de urgência em garantir o registro
desse saber, inclusive para uso científico (Elisabetsky, 1999).
1.2.2.2. Aquisição de compostos através da quimiossistemática
A quimiossistemática envolve o uso do conhecimento sobre a composição
fitoqmica de certas escies, gêneros ou famílias, como incios para avaliar escies
relacionadas para a presença de substâncias estruturalmente comparáveis com um índice
19
terapêutico aperfeiçoado. Uma visão abrangente da quimiodiversidade da natureza vem de
encontro à expectativa de descobrimento de novas moléculas. Assim, um levantamento
bibliográfico sobre espécies para as quais fora atribuído algum uso medicinal em alguma
parte do mundo, pode direcionar os pesquisadores para o estudo de espécies relacionadas.
Mais uma vez o Brasil leva vantagem em termos de biodiversidade, uma vez que vários
vegetaiso nativos e exclusivos de nosso país.
1.2.2.3. Aquisição de compostos através da pesquisa de avaliação ecológica/racional
Através dessa estratégia de aquisição, presume-se descobrir tanto novos compostos,
quanto análogos e é melhor explicada com um exemplo prático. A presença de uma única
espécie de planta livre de fungo, em uma grande área de vegetação densa, quase
completamente coberta de fungos significa que tal espécie pode produzir uma substância
fungicida, valendo à pena testar seu potencial frente a outras atividades biológicas. Assim,
essa proposta de aquisição de compostos utiliza a diversidade.
Uma das principais limitações até agora relacionadas com a questão das plantas
como fonte de novos fármacos é a alegada complexidade do processo de avaliação, pela
presença de misturas biológicas, de difícil caracterização. Entretanto, técnicas inovadoras e
novos processos de engenharia vêm superando rapidamente essas limitações (Nisbet e
Moore, 1997). No que diz respeito aos benefícios oriundos da pesquisa com plantas
medicinais, os novos fármacos podem melhorar a qualidade de vida em doenças crônicas
ou a própria sobrevivência do paciente. Socialmente, a descoberta de fontes naturais e
locais pode contribuir para a economia do país que usualmente importa compostos
20
químicos ou remédios, além de proporcionar autonomia para o gerenciamento das políticas
de saúde. O valor econômico do produto (não apenas o seu valor de mercado) pode estar
associado à geração de empregos e novas atividades ecomicas, bem como à conservação
e preservação de plantas e ecossistemas. Além disso, tem-se o valor comercial, que pode
movimentar importantes volumes de capital.
1.2.2.4. Principais etapas no desenvolvimento de um novo fármaco
Na descoberta de fármacos, o produto desejado é um composto com propriedades
farmacológicas específicas (Tulp e Bohlin, 2002). Por isso, é crucial para qualquer
investigação com extratos de plantas para uma determinada atividade biológica, escolher
um sistema de testes que seja simples, rápido, reproduzível, sensível e não muito caro.
Quando decidido qual teste realizar, é necessário escolher organismos adequados, tais como
microorganismos, sistemas subcelulares isolados, cultura de células, órgãos isolados de
vertebrados ou animais inteiros (Hostettmann et al., 1997).
A descoberta de uma nova droga, guiada por processos biológicos, é um processo
interativo. Uma vez escolhido um vegetal candidato e delineado o experimento, a atividade
biológica desejada é testada. A seguir, é dado início ao processo de isolamento e
identificação do composto responsável por essa atividade. A cada progresso no isolamento,
um novo teste para a atividade biológica é realizado (fracionamento bioguiado). Seguindo a
fase pré-cnica, são realizados estudos toxicológicos in vivo, preparação de uma fórmula
com o composto para uso cnico, envolvendo testes de estabilidade da molécula bioativa e
a determinação de uma dose inicial segura para humanos.
21
Posteriormente, inicia-se a pesquisa clínica, dividida em quatro fases. Na fase I,
avalia-se a toxicidade, a dose-limite para a toxicidade, a dose máxima tolerada,
farmacocinética e a atividade biológica desejada. Na fase II, os principais focos de estudo
são o espectro e freqüência dos efeitos tóxicos, determinação objetiva da atividade
biológica, ajustes da droga eo obtidas informações adicionais do agente. Já na fase III, o
novo composto é comparado com a terapia usual e também é feita a observação de
toxicidade tardia. Finalmente, na fase IV é estabelecido o papel do novo composto para o
tratamento dos pacientes e a integração desse composto como primeiro tratamento para a
doença, além do estudo de toxicidades decorrentes de tratamento prolongado
(Schwartsmann et al., 1988).
Paralelamente, estudos ajudam a refinar a estrutura ativa inicial: relação estrutura-
atividade, mecanismos de ação (interações com os receptores e inibição de enzimas
específicas), metabolismo (identificação de metabólitos bioativos e bloqueio de inativação
metabólica), modelação molecular e química combinatória (Lee, 1999).
É evidente que o desenvolvimento de uma nova droga requer um grande
investimento de capital e recursos humano e tecnológico. Assim, uma nova droga é
desenvolvida em resposta à necessidade da humanidade, na medida em que os recursos
financeiros e tecnológicos permitam (Dickson e Gagnon, 2004). Do início ao final, esse
processo pode demorar de 12 a 24 anos (Lombardino e Lowe, 2004) e pode ser
interrompido em qualquer uma das fases, se a droga não preencher os objetivos propostos
do estudo. Dessa forma, o desenvolvimento de uma nova droga envolve muitos riscos e,
estima-se que a taxa de sucesso final é de 21,5% (DiMasi, 2003). Entretanto, é um processo
extremamente necessário, já que para muitas doenças crônicas e degenerativas ainda não
existe tratamento eficaz e para as agudas há a necessidade de renovação dos medicamentos.
22
1.2.2.4.1.Fármacos anticâncer
O câncer é um problema público em crescimento, cuja incidência de novos casos no
mundo é, aproximadamente, seis milhões de casos por ano (Srivastava et al., 2005),
constituindo a segunda maior causa de mortes em homens e mulheres, matando mais de
seis milhões de pessoas a cada ano no mundo (Kimura, 2005). Depois de cinco décadas de
desenvolvimento de novos fármacos e, de obter-se nesse período um número considerável
de fármacos quimioterápicos, ainda necessita-se agentes antineoplásicos mais efetivos. Os
tumores humanos adultos mais comuns são resistentes às fármacos antineoplásicos
disponíveis (Yarbro, 1992) e, a maioria desses agentes tem atividade limitada contra
tumores sólidos (Yarbro, 1992; Chabner, 1991) e pouco impacto nas taxas de sobrevida,
além de efeitos colaterais significativos (Nature Review, 2004).
Embora as plantas tenham sido usadas por mais de 3 500 anos no tratamento de
câncer”, foi somente na década de 50 que se iniciou o estudo de extratos de plantas para
seu potencial antiproliferativo. Desde então, foram testados mais de 120 000 extratos de
mais de 6 000 gêneros de plantas, resultando no desenvolvimento de produtos naturais com
grande diversidade química como candidatos a agentes antincer. Dentre os compostos
antincer desenvolvidos a partir de plantas, podemos citar:
- Alcalóides da vinca
(vincristina e vinblastina)
Representam uma das mais antigas classes de agentes citotóxicos identificados e são
usados no tratamento de grande variedade de cânceres em humanos. Isolados no final da
década de 50 da planta Catharanthus roseus (Apocynaceae), possuem como mecanismo de
ação a inibição da polimerização de tubulina. Análogos desses alcalóides foram preparados
23
com o objetivo de aumentar a eficiência terapêutica e alguns deles, como vindesina e
vinorelbina são clinicamente utilizados (Budman, 1997).
- Podofilotoxinas
(etoposide e teniposide)
Possuem atividade terapêutica significativa contra vários neoplasmas humanos.
Foram isolados de Podophyllum peltatum e P. emodi (Berberidaceae) no início da década
de 50 e atuam inibindo a enzima topoisomerase II.
- Taxanos
(paclitaxel e docetaxel)
Os taxanos são uma classe importante de agentes anticâncer que exercem seus
efeitos por um mecanismo de ação único: promovem a estabilização da tubulina. Em 1963,
um extrato bruto de Taxus brevifolia (Taxaceae) foi avaliado para atividade citoxica. O
paclitaxel foi identificado como o constituinte ativo em 1971 (Rowinsky e Donehower,
1995). Como a pouca abunncia na planta do paclitaxel foi um dos problemas enfrentados
no desenvolvimento dessa droga, vários estudos foram feitos até ser descoberto outro
composto parecido e mais abundante (a 10-acetil-bacatina III), que foi utilizado como
matéria-prima para a síntese do paclitaxel. Através da mesma rota sintética foi obtido o
docetaxel.
- Camptotecina (irinotecan, topotecan, 9-aminocamptotecina, 9-
nitrocamptotecina)
As camptotecinas são uma classe de agentes antineoplásicos que têm como alvo a
enzima topoisomerase I. O primeiro composto dessa classe (camptotecina) foi isolado em
1966 de Camptotheca acuminata (Nyssaceae). Devido à forte toxicidade, foram
desenvolvidos inúmeros análogos dessa substância. Irinotecan e topotecan são os agentes
mais utilizados no tratamento doncer humano.
24
Outros agentes derivados de plantas que estão em fase experimental, em aprovação
ou já sendo utilizados clinicamente são flavopiridol, homoharringtonina, 4-ipomeanol,
elliptinium, dentre outros (Mans et al., 2000; Lee, 2004).
1.2.2.4.2. Fármacos antimicrobianos e antiparasitários
Fungos, bactérias e outros microorganismos causam importantes doenças humanas,
especialmente em regiões tropicais e em pacientes com o sistema imune comprometido ou
deficiente. Embora existam fármacos potentes contra os microorganismos, linhagens
resistentes ou multi-resistentes estão continuamente surgindo, impondo a necessidade de
continuamente pesquisar e desenvolver novos fármacos (Silver e Bostian, 1993).
Recentemente, novas classes de fármacos antimicrobianos foram colocadas na prática
clínica. Entretanto, a experiência até então vivida do surgimento e expansão rápidos da
resistência aos novos antibióticos, indicam que essas novas classes terão um curto período
de vida (Coates et al., 2002).
A medicina tradicional está aumentando sua receptividade para o uso de fármacos
derivados de plantas, sejam antimicrobianas ou com outras atividades biológicas, uma vez
que os antibióticos tradicionais (produtos de microorganismos ou seus derivados sintéticos)
tornam-se ineficientes e algumas doenças continuam sem tratamento (Cowan, 1999). Outro
fator que renovou o interesse em antimicrobianos de plantas nos últimos 20 anos, foi a alta
taxa de extinção, pois inúmeras estruturas fitoquímicas potencialmente utilizáveis e que
poderiam ser quimicamente sintetizadas, podem ser irreversivelmente perdidas (Lewis et
al., 1995).
25
Durante os últimos anos, houve um acréscimo na incidência de infecções por fungos
devido ao crescimento do número de pacientes imunocomprometidos, tais como receptores
de órgãos transplantados, portadores de câncer ou HIV/AIDS (García et al., 2003).
Também ocorre a resistência a antibióticos e a toxicidade durante o tratamento prolongado,
além de haver poucos compostos em uso clínico para o tratamento desse tipo de infecção.
Desde o final da década de 70, muitos trabalhos foram feitos, mas os problemas continuam
devido à grande especificidade no sistema de transporte de peptídeos desses organismos.
Atualmente, os principais grupos de compostos antimicrobianos isolados de plantas
são fenóis e polifeis (quinonas, flavonas, flavoides, flavois, taninos e cumarinas),
terpenóides, incluindo óleos essenciais, alcalóides, lectinas e polipetídeos, poliaminas,
isotiocianatos, tiosulfinatos e glicosídeos (Cowan, 1999).
Os protozoários causam inúmeras doenças no ser humano. A malária, causada pelo
Plasmodium, é uma das mais importantes infecções parasitárias devido à alta morbidade e
mortalidade (Andrade-Neto et al., 2004a), afetando mais de 500 milhões de pessoas por ano
e matando 2,7 milhões delas (Go, 2003), predominantemente nos países tropicais. Os
fármacos usados atualmente para tratar a malária são derivados de quinolina, modelados a
partir da molécula quinina encontrada nas espécies do gênero Cinchona (Rubiaceae). A
cloroquina (também inspirada na quinina) aproximou-se de ser a droga ideal para tratar
malária durante décadas, devido a sua grande eficiência, baixo custo, alta tolerância e baixa
toxicidade. Ainda hoje é utilizada em áreas onde os parasitas não adquiriram resistência
(Krettli et al., 2001). Entre os compostos antimaláricos modernos isolados de plantas,
podem ser citados alcalóides, xantonas e chalconas (precursores dos flavonóides). Merece
atenção especial a artemisinina (lactona sesquiterpênica), isolada de Artemisia annua L
(Asteraceae) primeiramente em 1972, que proporciona bons efeitos terapêuticos e melhora
26
ou cura todos os pacientes, além de não ter efeitos colaterais óbvios (Modzelewska et al.,
2005).
1.2.2.4.3. Fármacos antioxidantes
A literatura relata abundantemente estudos sugerindo que radicais livres e outras
espécies reativas estão envolvidas em diversas doenças humanas. Participam em mais de
100 enfermidades, variando desde artrite reumatóide e choque hemorrágico, passando por
cardiomiopatias e fibrose cística, até isquemia gastrintestinal, diabetes, AIDS, câncer e
também outras doenças que envolvem processo inflamatório. Isso se deve ao fato de que
danos aos tecidos corporais levam a estresse oxidativo (Halliwel e Gutteridge, 1999).
Algumas doenças podem ser causadas por estresse oxidativo. Entretanto, na maioria delas,
esse estresse é uma conseqüência e não uma causa do processo primário da doença. Apesar
disso, desempenha um papel importante nas doenças humanas. A grande descoberta do
futuro é desenvolver antioxidantes terapêuticos efetivos, demonstrar seus benefícios para
pacientes e provar que estão agindo por um mecanismo antioxidante (Halliwel e
Gutteridge, 1999).
Atualmente, o papel dos antioxidantes é considerado mais preventivo do que
terapêutico, através da ingestão principalmente de vegetais pela dieta. Mas vem crescendo o
interesse na utilização dessas substâncias com o intuito de tratar doenças. Isso pode
envolver o uso de antioxidantes que ocorrem naturalmente (com ou sem adaptações
estruturais), ou moléculas completamente sintéticas. Além disso, há evidências que alguns
fármacos já utilizados clinicamente podem exercer parte ou todo o seu efeito por
27
mecanismos antioxidantes, tais como penicilamina, aminosaliciatos, apomorfina,
tetraciclinas, omeprazol, cetoconazol entre outras (Van Zyl et al., 1993).
1.3. Asteraceae
1.3.1. Distribuição e características
Família natural e cosmopolita, muito grande, formada por cerca de 1 100 gêneros e
mais de 24 000 espécies, dos quais 191 gêneros foram identificados no Brasil (Barroso et
al., 1991). Aproximadamente 600 espécies são encontradas no Rio Grande do Sul
(comunicação pessoal, C. Mondin, 2001). Encontram-se representantes em todas as zonas
do globo, podendo ser encontradas em todas as formações (lugares úmidos, secos,
sombreados, ensolarados, em selvas, montes e campos, em solos normais, arenosos,
salitrosos ou humíferos). A maioria das espécies é composta por ervas anuais ou perenes;
somente nas zonas tropicais e subtropicais chegam a formar arbustos e até árvores e, mais
raramente, trepadeiras (Burkart et al., 1974).
Relativo à filogenia e paleobotânica, por razões de morfologia comparada, os
pesquisadores têm chego quase unanimemente à conclusão de que a família das Asteraceae
é altamente evoluída e representa um desenvolvimento máximo, um clímax evolutivo até
hoje não superado das Dicotiledôneas metaclamídeas. Sua homogeneidade fundamental faz
supor uma origem monofilética e recente, de desenvolvimento explosivo. No registro fóssil
essa família quase não está representada. É certo que a identificação fóssil, geralmente a
base de rochas, é difícil porque as plantas dessa família, de certo modo, repetem a variação
foliar de outras famílias de latifoliadas. De qualquer modo, a falta ou escassez de
28
fossilizações atribuíveis a asteráceas, pode ser interpretada como prova do caráter recente,
ou seja, a juventude dessa família, sempre considerada em termos de idades geológicas.
Segundo os conhecimentos atuais, a evolução dessas plantas se produziu no curso da era
Terciária e na atual, é dizer, em menos de 50 milhões de anos. Sua evolução parece ter sido
rápida e sua difusão notavelmente de êxitos. Possui gêneros com elevada capacidade de
adaptação para colonizar altas montanhas, regiões áridas ou terras desmatadas pelo cultivo.
Parece que segue evoluindo na atualidade pela facilidade com que se observam mutações,
hibridizações, trocas cromossômicas, etc (Burkart et al., 1974).
1.3.2. Espécies e utilização
No que diz respeito à importância econômica pode-se levar em conta o número de
espécies úteis e tamm as daninhas (invasoras, tóxicas ou espinhosas). Plantas da família
Asteraceae são comumente utilizadas na medicina popular em todo o mundo, com mais de
1000 espécies registradas em databases etnomedicinais (Monks et al., 2002). O girassol
(Helianthus annuus L.) e o falso-açafrão (Carthamus tinctorius L.) são oleaginosos de
grande cultivo. Muitas Asteraceae são hortaliças apreciadas, como a alface (Lactuca sativa
L.), a chicória (Cichorium intybus L.), a salsa (Tragopogon porrifolius L.), a alcachofra
(Cynara scolymus L.), etc. As espécies medicinais, inseticidas e aromáticas são numerosas,
como a camomila (Matricaria chamomilla L.), o piretro (Chrysanthemum cinerariaefolium
Vis.), o absinto (Artemisia absinthium L.), a marcela (Achyrocline satureioides), etc. Por
outro lado, há muitas Asteraceae prejudiciais por invasão. São conhecidos os cardos
(Carduus, Cynara, Cirsium, Centaurea, Silybum div. Espécies), o abrolho (Xanthium
29
cavanillesii Schouv.), que invadem os campos e deslocam os pastos úteis, competindo com
as plantas cultivadas (Burkart et al., 1974).
1.3.3. Symphyopappus casarettoi (syn. Eupatorium casarettoi)
Essa planta constitui-se de um arbusto de 1-2 metros de altura, ramoso, e tem por
nomes vulgares eupatório-de-casaretto, vassoura-do-campo, vassoura bichada (Cabrera e
Klein, 1989). É característico e exclusivo do litoral do Sul do Brasil, estendendo-se desde
Paranaguá (PR), através de Santa Catarina até o Rio Grande do Sul, pela Porta de Torres”,
chegando até Osório, onde possivelmente se encontra seu limite austral (Cabrera e Klein,
1989). É uma espécie heliófita e seletiva xerófita, muito abundante na vegetação litorânea,
situada sobre solos arenosos enxutos, onde, por vezes, forma extensos e densos
agrupamentos quase puros. Ocorre também de permeio à vegetação arbustiva da restinga
em campos litorâneos. Como escie rara e estranha é encontrada em capoeiras de encostas
(Cabrera e Klein, 1989). O nome do gênero, descrito por Turczaninow (1848) é em
referência ao papus que é fortemente fundido ao calo e cai como uma unidade com o
último, na maioria das espécies. Sua inflorescência é formada por cinco flores, que podem
variar entre as tonalidades branca, rosa ou lilás. Floresce desde setembro até março sendo
janeiro e fevereiro o período predominante (Matzembacher, 1979).
Há controvérsia a respeito do gênero ao qual essa planta pertence: se Eupatorium,
ou se Symphyopappus. Onero tem sido mantido como distinto durante a maioria dos 130
anos desde sua descrição. Foi reconhecido por Bentham and Hooker (1873) e B. Robinson
incluiu novas espécies. Na chave de B. Robinson para gêneros (1913), Symphyopappus é
distinguido pelo pappus com pelos ásperos, unidos em um anel espesso na base e pelas
30
folhas serem coriáceas. O gênero foi reduzido como sinônimo de Eupatorium por
Steyermark em 1953, e foi tratado como parte desse gênero por Cabrera e Vittet (1963). No
retrospecto, B. Robinson estava correto em manter o gênero, mas reconhecidamente, as
características dadas por ele não foram inteiramente fidedignas, e não há caminho para
separar adequadamente Symphyopappus de Eupatorium conforme ele exprimiu (King e
Robinson, 1987). O gênero Symphyopappus parece ser restrito ao Brasil, e tem 11 espécies
reconhecidas. Além de S. casarettoi, também podem ser encontradas no Rio Grande do Sul
S. reticulatus (= Eupatorium reitzii), S. lymansmithii (= E. lymansmithii) e S. compressum
(= E. compressum = S. polystachyus) (Matzembacher, 1979; King e Robinson, 1987).
Essa planta foi escolhida para estudo nessa tese com base em informações
quimiossistemáticas sobre espécies do gênero Eupatorium e da família Asteraceae, de um
modo geral. Também foram testados extratos orgânicos e aquosos de outras partes de S.
casarettoi (folhas e galhos), mas foi escolhido o extrato orgânico de inflorescências devido
ao seu melhor desempenho em testes realizados no Instituto do Câncer dos Estados Unidos.
31
2. OBJETIVOS
Objetivo Geral
Verificar a ocorrência de atividades biológicas em extratos de inflorescência de
Symphyopappus casarettoi (sin. Eupatorium casarettoi) (Asteraceae).
Objetivos Específicos
1- Investigar atividade citotóxica em modelo in vitro de linhagens tumorais.
2- Investigar atividades antibacteriana e antifúngica em modelos in vitro de cepas
de bactéria e fungo.
3- Investigar atividade antimalárica em modelos in vitro e in vivo.
4- Investigar atividade antioxidante em modelos in vitro e ex vivo.
32
ARTIGO 1
In vitro antiproliferative activity of extracts from Symphyopappus casarettoi
Robinson (Asteraceae).
(Submetido à Phytomedicine).
33
In vitro antiproliferative activity of extracts from Symphyopappus
casarettoi Robinson (Asteraceae).
Mara Regina Netto Benetti
a*
, Kátia Regina Bica Machado
b
, Luciana Sperb Tonding
b
, Aline
Fossá
b
, Ivana Grivicich
b
, Sérgio Augusto Loreto Bordignon
b
, Rafael Linden
d
and Gilberto
Schwartsmann
a,c
.
a
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brazil.
b
Universidade Luterana do Brasil, Canoas, RS, Brazil.
c
South-American Office for Anticancer Drug Development (SOAD), Hospital de Clínicas
de Porto Alegre, Porto Alegre, RS, Brazil.
d
Centro Universitário Feevale, Novo Hamburgo, RS, Brazil.
*Corresponding author:
Mara Regina Netto Benetti
South American Office for Anti-Cancer Drug Development (SOAD)
Hospital de Clínicas de Porto Alegre, sala 399
R. Ramiro Barcelos, 2350
Porto Alegre, RS, Brazil
90035-007
Telephone/Fax: 55-51-2101-8012
E-mail: marare@ig.com.br and f[email protected]frgs.br
34
Summary
In the present study we have investigated the in vitro antiproliferative activity of
crude and partially purified extracts from Symphyopappus casarettoi Robinson (syn:
Eupatorium casarettoi (B.L. Rob) Steyerm) (Asteraceae) native from South Brazil against
five human tumor cell lines, lymphocytes and fibroblasts. The ethanolic extract showed
significant inhibitory activity. Fractionation with solvents in increasing polarity
demonstrated antiproliferative activity in chloroformic fraction. Three of four TLC spots
from sesquiterpene enriched fraction were considered active with IC
50
values ranging from
24.33±3.65 to 1.87±0.32 µg/ml on five human cancer cell lines tested and normal human
fibroblasts. No cytotoxic activity was found on lymphocytes. The flow cytometry analysis
suggested a different mechanism of action of the active compound among the cell lines
tested. Further studies to characterize the active components of these extracts and to better
define its therapeutic potential in tumor models are warranted.
Keywords: Symphyopappus; Eupatorium; anticancer; natural products, extracts.
35
1. Introduction
Throughout history, a variety of plants or plant-derived materials have been used for
the prevention and treatment of several diseases in virtually all cultures (Matthews et al.,
1999). Plants have also formed the basis of sophisticated traditional medicine systems
(Cragg et al., 1999; Schwartsmann et al., 2002). Over the last five decades, a systematic
approach to drug discovery and development has led to the identification of a significant
number of active agents for the management of human cancer, which were derived from
terrestrial and marine natural sources (Jessup et al., 1996; Schwartsmann et al., 2001; da
Rocha et al., 2001). As the need for more effective antineoplastic agents remains, nature
continues to be a very rich source of anticancer compounds (Mans et al., 2000).
Asteraceae is a large family comprising millions species. The genus
Symphyopappus belongs to the Eupatorieae and over ten species are listed, all appearing to
be restricted in Brazil (King and Robinson, 1987). Symphyopappus casarettoi is synonym
of Eupatorium casarettoi, and it is native to South Brazil. The two genera are very similar
and there is controversy about which genus this plant belongs on the basis of morphological
and anatomical data. A molecular study to clarify this matter is warranted.
Various species of the Asteraceae have been used in folk medicine in different parts
of the world. Eupatorium spp are used against several diseases and are know to contain a
considerable number of bioactive natural products. This genus seems to be a promising
bioresource for lead to new drugs and value-added products (Sharma et al., 1998). Species
that belong to this genus have shown to posses cytotoxicity and antitumor (Herz et al.,
1981; Woerdenbag et al.,1987; Woerdenbag,1989; Rucker et al., 2001; Yang et al., 2004),
antibacterial (Habtemariam and Macpherson, 2000; El-Seedi et al., 2002), antifungal
36
(Gupta et al., 2002.) antiinflammatory and antioxidant (de las Heras et al., 1998), ant-
repellent (Okunade and Wiemer, 1985), antiplasmodial (Lang et al., 2002) activities.
The purpose of this study was to evaluate the antiproliferative activity of crude and
partially purified extracts of Symphyopappus casarettoi Robinson (syn: Eupatorium
casarettoi (B.L. Rob) (Steyerm) against a series of human tumor cell lines, fibroblasts and
lymphocytes.
2. Materials and Methods
2.1.Plant material
Symphyopappus casarettoi was collected in the Estrada do Mar, Arroio do Sal – RS,
Brazil. A voucher specimens (Bordignon et al., 2396) was identified by Dr. S. Bordignon,
Universidade Luterana do Brasil, Canoas, RS, Brazil and has been deposited in the
Herbarium of the same university.
2.2. Extract preparation
The air dried and powdered inflorescence material was extracted with ethanol
(EtOH) 10x the weight in volume (yield:12.07%) by maceration. These organic extracts
were concentrated by rotary evaporation in a Quimis 219 equipment and stored at –20°C
until testing.
Subsequently, the crude extract was dissolved successively with hexane (C
6
H
14
)
(yield:19.60%), chloroform (CHCl
3
) (yield:43.40%) and methanol (MeOH)
37
(yield:32.60%). These fractions were also evaporated to dryness under reduced pressure at
45°C.
CHCl
3
fraction was partitioned with 25ml EtOH and 25ml lead acetate 10% to form
the enriched sesquiterpene lactones fraction (ESL) which was re-solubilizated with CHCl
3
and submitted to preparative TLC over silica gel 60 PF
254
(Merck). The plate was eluted
using the system hexane:CHCl
3
:MeOH (20:79:01). Chromatograms were visualized in UV
(254 and 365nm) and revelated Vanillin-sulphuric acid spray. Resulting spots were coded
as C
0
, C
1
, C
2
and C
3
.
2.3. Phytochemical analysis
Phytochemical analysis was performed with dry and powdered inflorescences of S.
casarettoi as described previously (Costa, 2002).
2.4. HPLC analysis
Ten mg of ESL fraction was dilluted in 10 ml metanol and taken to perform HPLC
analysis. The HPLC system (Shimadzu) consisted of a pump (LC-10ATVP), a degasificator
(DGU-14A), a column oven (CTO-10ASVP), an autosampler (SIL10AF), a diode array
detector (SPDM10AVP) and a SCL-10AVP control module. Column was a Shim-Pack
C18, 15 x 4.6 mm, 5 µm particle size. Mobile phase used for isocratic elution was
acetonitrile: phosphate buffer pH 2.3 (63:37 v/v). Injection volume was 10µl at flow-rate of
1ml/min and 225 nm monitoring (sweeping 196 to 380 nm). The sample was analysed for
the presence of eupatoriopicrin and quercetin.
38
2.5. Cell line maintenance
The crude extracts as well as (partially) purified samples prepared from them were
evaluated for their cell growth-inhibiting potential at 100 µg/ml concentration, against two
cell lines: HT29 human colon carcinoma and NCI-H460 non-small cell lung carcinoma.
Subsequently, extracts were evaluated in the five human cell line panel, at five
concentrations (50, 25, 10, 5, 1 µg/ml) and the IC
50
value (concentration that inhibits 50%
of cell growth when compared to untreated controls) was determinate. The cell lines were:
HT29 human colon carcinoma, NCI-H460 non-small cell lung carcinoma, MCF-7 human
breast carcinoma, OVCAR-3 human ovarian carcinoma were obtained from the American
Type Culture Collection (Rockville; Maryland, USA) and RXF393 human kidney
carcinoma, was kindly supplied by Dr. G. Cragg from the National Cancer Institute (USA).
Further, spots resulted from TLC were evaluated in fibroblasts and lymphocytes
obtained from healthy donors. Fibroblasts were centrifuged from amniotic fluid and
lymphocytes were obtained by Ficoll-Hypaque centrifugation from anticoagulated venous
blood.
Cells were maintained in RPMI 1640 cell culture medium containing 10% (v/v)
fetal calf serum and 2% (w/v) L-glutamine, at a temperature of 37°C and in a humidified
atmosphere of 5% CO
2
in air. Fibroblasts were maintained in Amniomax (Gibco) medium
at the same conditions.
2.6. Cell growth inhibition studies
39
Thus, cancer cell were inoculated into the wells of microtiter plates and incubated
for 72 h in the presence of extract. Extracts were dissolved in dimethilsulfoxide (DMSO)
and further diluted with cell culture medium (final DMSO concentration of 0.25%, v/v)
before inoculation. At the end of the incubation period, cells were fixed in situ with
trichloroacetic acid (TCA) 50%, stained with sulforhodamine B (SRB) and assessed by
means of a colorimeter (ELISA microplate reader, 515 nm) for their cell growth-inhibiting
capacity (Monks et al., 2002).
Compounds were considered to have potent growth inhibitory activity when the
reduction in SRB absorbance was lower than 25% when compared to untreated cells, or the
IC
50
value was 50µg/ml. The DMSO present in the samples (0.25%,v/v) was shown not to
affect the experiments performed.
2.7. Flow cytometric analysis of cell cycle phase distribution.
MCF-7 human cell line and human normal fibroblasts were treated with the IC
50
value of C
2
TLC spot for 72h. After treatment, cells were harvested by trypsinization and
washed twice in ice-cold phosphate-buffered saline (PBS) (3,000 rpm centrifuged).
Samples (floating and adherent cells) were then fixed in 70% EtOH at 4°C overnight. The
3,000 rpm centrifuged cells pellet was again washed and resuspended in ice-cold PBS. Into
0.5 ml cell sample was added 0.5 ml hypotonic fluorochrome solution (RNAse A 250
µl/ml, 100µg/ml propidium iodide in 0.1% sodium citrate plus 0.1% Triton X-100).
40
Samples were than incubated in the dark at room temperature for 30 min, and kept
atC until measured. Cells (15,000) were assessed using a flow cytometer (FACS
Calibur). The DNA content was analyzed using ModFit 2.0 software. The number of cells
having a subdiploid DNA content was taken as a measure of the number of apoptotic cells
(Nicoletti et al., 1991).
2.8. Statistical analysis
The statistical analysis (ANOVA) was performed using the SPSS 10.0 software.
3. Results and Discussion
The ethanolic extract showed a potent growth inhibitory effect (< 25% of control
SRB absorbance) at 100 µg/ml in the HT-29 and H-460 human cell lines (Figure 1). The
presence of antiproliferative activity is in accordance with previous observations with
species of the Eupatorium genus, which were shown to have cytotoxic activity in various
preclinical models (Woerdenbag et al., 1989; Habtemariam and Macpherson, 2000;
Mongelli et al., 2000).
Subsequently, the ethanolic extract was submitted to fractionation with solvents of
increasing polarity and re-assayed in five concentrations (50, 25, 10, 5, 1 µg/ml) against a
panel of five human tumor cell lines (Table 1). Testing the hexane, chloroform and
methanol fractions, we observed a typical concentration-dependent antiproliferative effect
of the CHCl
3
fraction against five cancer cell lines. HT29 was the most resistant cell line,
41
showing an IC
50
value 3.1-fold higher than RXF393 (less resistant cell line) (Table 1). The
chloroform fraction was the most active one, with IC
50
values ranging from 20.01±0.92 to
6.42±0.73 µg/ml. Considering that the antiproliferative effect in Eupatorium genus has
been attributed to sesquiterpene lactones, a large and diverse group of biologically active
plant constituents (Robles et al., 1995) whose cytotoxic activity was previously
demonstrated (Sharma et al., 1998), we decide to elute the chloroformic fraction with lead
acetate to form a enriched sesquiterpene lactones fraction (ESL). Results of the
phytochemical analysis are summarized in Table 3. HPLC analysis of this fraction
suggested the presence of eupatoriopicrin, a characteristic sesquiterpene lactone from
Eupatorium genus. The ESL fraction showed the lowest IC
50
values against the five human
tumor cell lines (p<0.05) ranging from 6.45±2.37 to 3.42±0.44 µg/ml. Notably, the IC
50
values were more than 2-fold lower in all cell lines (p<0.05), when compared to the
chloroformic fraction, suggesting that growth inhibitory effect was related, at least in part,
to sesquiterpene lactones.
In order to continue the bioassay-guided purification, we submitted the ESL fraction
to TLC. The resulting spots C
0
, C
1
, C
2
and C
3
were tested against the five tumor cell lines,
fibroblasts and lymphocytes. No antiproliferative activity was observed in C
0
. However, the
C
1
, C
2
and C
3
fractions showed a dose-dependent cytotoxic effect in highly proliferative
cells (tumor cell lines and fibroblasts) inhibiting cell growth at doses ranging from
24.33±3.65 to1.87±0.32 µg/ml, but were inactive against lymphocytes, which present a
very low proliferation rate (Table 2). The results suggest that this effect is dependent on the
presence of cells in exponential growing. Cells were more resistant to C
1
while IC
50
values
were similar between C
2
and C
3
.
42
The activity found in three of four fractions, could be attributed to more than one
type of sesquiterpene lactones, considering that several of them have been isolated from
Eupatorium species (Woerdenbag, 1988; Sharma et al., 1998; Yang et al., 2004). These
bioactive compounds are known to posses a variety of skeletons, stereochemical variations,
functional groups and positional isomerism. Variations in the molecular structure of the
sesquiterpene lactones may enhance or diminish the cytotoxic properties (Woerdenbag,
1988).
The observed antiproliferative effects could also be related to the presence of
flavonoids (Dobberstein et al., 1977; Herz et al., 1981; Stevens et al., 1995; Sharma et al.,
1998; Colossi et al.,1999; Oliveira et al., 2001) others than quercetin, absent in ESL
fraction as suggested by HPLC analysis. However, as shown in table 3, sesquiterpene
lactones are present in much higher concentration in the SLE fraction and the cytotoxic
effect of flavonoids have been demonstrated in a least extent (Woerdenbag, 1988).
Flow cytometry analysis was performed with the MCF-7 breast cancer cells and
normal human fibroblasts. The fraction utilized in this assay was C
2
, which showed the
lowest IC
50
value (5.47±0.61 µg/ml) in MCF-7 cell line (p<0.001).
As shown in Figure 2, the antiproliferative effect of the C
2
fraction could be
associated to alterations in the cell cycle phase distribution. MCF-7 cells were arrested in
the S-phase of the cell cycle (2.3-fold increase in treated cells) (p=0.005), while fibroblasts
were arrested in S and G2-M phases of the cell cycle (p<0.001). In addition, there was only
a small amount of cells in G0-G1 phases, when compared to control.
The induction of cell death was evaluated using flow cytometry in cells stained with
propidium iodide. Despite the similar C
2
IC
50
values in both, MCF-7 cell line and
43
fibroblasts, results of flow cytometry analysis indicate that the mechanisms of action of the
antiproliferative effect seems to differ in tested cells. By contrast to the induction of sub-G1
population in fibroblasts, C
2
TLC spot did not promote increase in sub-G1 cell fraction in
MCF-7 cells, suggesting that in this cell line this fraction decreases the survival of cells by
a nonapoptotic mechanism. Indeed, some sesquiterpene lactones are know to have both
cytostatic and cytotoxic effects against human tumor cell lines (Woerdenbag, 1988),
causing DNA damage in tumour cells (Woerdenbag et al., 1989).
In summary, our preliminary results demonstrated the antiproliferative activity of
extracts from S. casarettoi, confirming previous observations of this effect of compounds
derived from Eupatorium genus. Considering that the extracts proved to be active at
relatively low concentrations, further studies are warranted to complete the isolation and
characterization of its active components and to better define its therapeutic potential.
Acknowledgements
Financial support of the CNPq/Brasil and SOAD. We thank staff of Screening and
Extraction Laboratories, Lutheran University of Brazil, for assistance and Dr. R. Bos for
kindly supply the eupatoriopricrin.
44
References
Colossi, R., Rauber, T., Silva, R., Rates, S.M.K., 1999. Análise fitoquímica de Eupatorium
verbenaceum de candolle (Asteraceae). Acta Biol Leopold 21, 63-69.
Costa, A.F., 2002. Famacognosia. 6ª ed. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.
Cragg, G.M., Boyd, M.R., Khanna, R., Newman, D.J., Sausville, E.A., 1999. Natural
product drug discovery and development. The United States National Cancer Institute Role.
In: Phytochemicals in Human Health Protection, Nutrition, and Plant Defense. Romeo
(ed.). Kluwer Academic/Plenum Publishers, New York, pp. 2-29.
da Rocha, A.B., Lopes, R.M., Schwartsmann, G., 2001. Natural products in anticancer
therapy. Curr Opi Pharmacol 4, 364-369.
de las Heras, B., Slowing, K., Benedí, J., Carretero, E., Ortega, T., Toledo, C., Bermejo, P.,
Iglesias, I., Abad, M.J., Gómez-Serranillos, P., Liso, P.A., Villar, A., Chiriboga, X., 1998.
Antiinflamatory and antioxidant activity of plants used in traditional medicine in Ecuador. J
Ethnopharmacol 61, 161-166.
Dobberstein, R.H., Tin-Wa, M., Fong, H.H.S., Crane, F.A., Farnsworth, N.R., 1977.
Flavonoid constituents from Eupatorium altissimum L. (Compositae). J Pharma Sci 4, 600-
602.
45
El-Seedi, H.R., Ohara, T., Sata, N., Nishiyama, S., 2002. Antimicrobial diterpenoids from
Eupatorium glutinosum (Asteraceae). J Ethnopharmacol 81, 293-296.
Gupta, M., Mazumder, U.K., Chaudhuri, I., Chaudhuri, R.K., Bose, P., Bhattacharya, S.,
Manikandan, L., Patra, S., 2002. Antimicrobial activity of Eupatorium ayapana. Fitoterapia
73, 168-170.
Habtemariam, S. and Macpherson, A.M., 2000. Cytotoxicity and antibacterial activity of
ethanol extract from leaves of a herbal drug, boneset (Eupatorium perfoliatum). Phytother
Res 14, 575-577.
Herz, W., Govindan, S.V., Kumar, N., 1981. Sesquiterpene lactones and other constituents
of Eupatorium lancifolium and E. semiserratum. Phytochem 20, 1343-1347.
Jessup, J.M., McGinnis, L.S., Winchester, D.P., Eyre, H., Fremgen, A., Murphy, G.P.,
Menck, HR., 1996. Clinical highlights from the National Cancer Database:1996. CA A
Cancer J Clin 46, 185-187.
King, R.M. and Robinson, H., 1987. The genera of the Eupatorieae (Asteraceae). Missouri
Botanical Garden, Saint Louis 581p.
Lang, G., Passreiter, C.M., Wright, C.W., Filipowicz, N.H., Addae-Kyereme, J., Medinilla,
B.E., Castillo, J.J., 2002. Antiplasmodial activities of sesquiterpene lactones from
Eupatorium semialatum. Z Naturforsch 57, 282-286.
46
Mans, D.R.A., da Rocha, A.B., Schwartsmann, G., 2000. Anti-cancer drug discovery and
development in Brazil: targeted plant collection as a rational strategy to acquire candidate
anti-cancer compounds. Oncologist 5, 185-198.
Matthews, H.B., Lucier, G.W., Fisher, K.D., 1999. Medicinal herbs in the United States:
research needs. Environ Health Perspec 107, 1-6.
Mongelli, E., Pampuro, S., Coussio, J., Salomon, H., Ciccia, G., 2000. Cytotoxic and DNA
interaction activities of extracts from medicinal plants used in Argentina. J Ethnopharmacol
71, 145-151.
Monks, N.R., Bordignon, S.A.L., Ferraz, A., Machado, K.R., Faria, D.H., Lopes, R.M.,
Mondin, C.A., Souza, I.C.C., Lima, M.F.S., da Rocha, A.B., Schwartsmann, G., 2002.
Anti-tumor screening of Brazilian plants. Pharm Biol 40, 623-646.
Nicoletti, I., Migliorati, G., Pagliacci, M.C., Grignani, F., Riccardi, C., 1991. A rapid and
simple method for measuring thymocyte apoptosis by propidium iodide staining and flow
cytometry. J Immunol Methods 139, 271-279.
Okunade, A.L. and Wiemer, D.F., 1985. Ant-repellent sesquiterpene lactones from
Eupatorium quadrangulrae. Phytochem 24, 1199-1201.
47
Oliveira, B.H. de, Nakashima, T., Souza Filho, J.D. de, Frehse, F.L., 2001. HPLC analysis
of flavonoids in Eupatorium littorale. J Braz Chem Soc 12, 243-246.
Robles, M., Aregullin, M., West, J., Rodriguez, E., 1995. Recent studies on the
zoopharmacognosy, pharmacology and neurotoxicology of sesquiterpene lactones. Planta
Med 61, 199-203.
Rucker, G., Heiden, K., Schenkel, E., 2001. Antitumor-active lactones from Kaunia
rufescens and Eupatorium cannabinum. J Indian Inst Sci 81, 333-334.
Schwartsmann, G., Ratain, M.J., Cragg, G.M., Wong, J.E., Saijo, N., Parkinson, D.R.,
Fujiwara, Y., Pazdur, R., Newmann, D.J., Dagher, R., Di Leone, L., 2002. Anticancer drug
discovery and development throughout the world. J Clin Oncol 18(Suppl), 47S-59S.
Schwartsmann, G., da Rocha, A.B., Berlinck, R.G., Jimeno, J., 2001. Marine organisms as
a source of new anticancer agents. Lancet Oncol 12, 716-717.
Sharma, O.P., Dawra, R.K., Kurade, N.P., Sharma, P.D., 1998. A review of the toxicosis
and biological properties of the genus Eupatorium. Nat Toxins 6, 1-14.
Stevens, J.F., Elema, E.T., Wollenweber, E., 1995. Exudate flavonoids of Eupatorium
cannabinum. Biochem Sys Ecol 23, 451-452.
48
Woerdenbag, H.J., Malingre, T.M., Lemstra, W., Konings, A.W.T., 1987. Cytostatic
activity of eupatoriopicrin in fibrosarcoma bearing mice. Phytother Res 1, 76-79.
Woerdenbag, H,J., 1988. A fundamental study on the cytostatic action of sesquiterpene
lactones from Eupatorium cannabinum L. Ph.D. Thesis, University of Groningen, The
Netherlands.
Woerdenbag, H.J., van der Linde, J.C.C., Kampinga, H.H., Malingré, T.M., Konings, W.T.,
1989. Induction of DNA damage in Ehrlich Ascites tumour cells by exposure to
eupatoriopicrin. Biochem Pharmacol 38, 2279-2283.
Yang, S-P., Huo, J., Wang, Y., Lou, L-G., Yue, J-M., 2004. Cytotoxic sesquiterpenoids
from Eupatorium chinese. J Nat Prod 67, 638-643.
49
Table 1. IC
50
values (µg/ml; means ± SD; n=9) in five cell lines after treatment for 72h with
hexane, chloroform, methanol and sesquiterpene enriched fractions of S. casarettoi.
Table 2. IC
50
values (µg/ml; means ± SD; n=9) in five cell lines, fibroblasts and
lymphocytes after treatment for 72h with C
0
, C
1
, C
2
and C
3
TLC spots from sesquiterpene
lactones enriched fraction of S. casarettoi (syn: E. casarettoi).
Table 3. Phytochemical analysis of inflorescences of S. casarettoi (syn: E. casarettoi).
Figure1. Percentage of cell growth (means ± SD, n=9) in H-460 non-small cell lung
carcinoma and HT-29 colorectal carcinoma by 72h S. casarettoi ethanolic extract treatment.
Figure 2. Cell cycle phase distribution (% of cells; means ± SD, n 9) in MCF-7 breast
carcinoma and human normal fibroblasts, upon treatment for 72h with C
2
TLC spot from
chloroformic fraction of S. casarettoi.
50
Table 1.
Hexane Chloroform Methanol SL
HT-29 OR
20.01±0.92
OR
6.45±2.37
NCI-H460 OR
11.36±3.07
OR
5.48±1.87
RXF393 OR
6.42±0.73 47.00±3.37 3.42±0.44
MCF-7 OR
14.13±4.08
OR
5.84±1.28
OVCAR-3 OR
11.81±4.21
OR
4.38±0.90
SL: Sesquiterpene lactones enriched fraction
OR: Overage (IC
50
>50µg/ml)
Table 2.
C
0
C
1
C
2
C
3
HT29 OR
24.33±3.65 7.88±0.49 8.64±0.64
NCI-H460 OR
18.05±0.27 3.28±0.70 3.50±0.08
RXF393 OR
6.93±0.48 2.46±0.23 1.87±0.32
MCF-7 OR
14.69±4.42 5.47±0.61 6.65±0.48
OVCAR-3 OR
9.26±0.44 4.48±0.64 4.48±0.85
FIBROBLASTS OR
18.92±2.96 4.52±0.27 3.73±0.07
LYMPHOCYTES
OR OR OR OR
OR: overage (IC
50
>50µg/ml)
51
Table 3.
Compounds Results
Phenolic compouds Positive
Flavonoids Weakly positive
Lactones Strongly positive
Coumarins
Negative
Tanins Negative
Cardiotonic heterosides Negative
Alkaloids Negative
Saponins Negative
Antraquinones Negative
52
Figure 1.
*Different of control
53
Figure 2.
*Different of control
C: Control
T: Treated
54
List of abbreviations
DMSO: dimethilsulfoxide
DNA: deoxyribonucleic acid
ESL: enriched sesquiterpene lactones fraction
PBS: phosphate-buffered saline
RNAse: ribonuclease
rpm: rotations per minute
SRB: sulforhodamine B
TCA: trichloroacetic acid
TLC: thin layer chromatography
UV: ultraviolet
55
ARTIGO 2
Antimalarial activity of Symphyopappus casarettoi Robinson (Asteraceae) extracts.
(A ser submetido à Phytotherapy Research).
56
Antimalarial activity of Symphyopappus casarettoi Robinson (Asteraceae)
extracts.
Mara Regina Netto Benetti
1
, Rodrigo Soares
2
, Isabel Freitas
2
, Adriana Coitinho
3
, Gilberto
Schwartsmann
1,4
and Antoniana Ursine Krettli
2
.
1
Department of Biochemistry, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre,
RS, Brazil.
2
Laboratory of Malaria, Centro de Pesquisas René Rachou/FIOCRUZ, Belo Horizonte,
MG, Brazil.
3
Universitary Center Feevale, Novo Hamburgo, RS, Brazil.
4
South-American Office for Anticancer Drug Development (SOAD), Hospital de Clínicas
de Porto Alegre, Porto Alegre, RS, Brazil.
Short title: Antimalarial activity of S. casarettoi.
Keywords: Symphyopappus, Eupatorium, Asteraceae, antimalarial activity.
Correspondence to:
Mara R. N. Benetti
Address: South-American Office for Anticancer Drug Development (SOAD), Hospital de
Clínicas de Porto Alegre, 3 Leste, Rua Ramiro Barcelos, 2350, Porto Alegre, RS, Brazil.
CEP: 90035-007.
E-mail: marare1@hotmail.com
Telephone/Fax: 55-51-2101-8012
57
SUMMARY
The antibacterial, antifungal and antimalarial activities of extracts of
Symphyopappus casarettoi (syn. Eupatorium casarettoi) were investigated. The extracts
showed no antibacterial and antifungal activities. Antimalarial activity was observed in
vitro against Plasmodium falciparum and in vivo, at 250 mg/kg in mice infected with P.
berghei. The chloroformic fraction was the most active one, while methanolic fraction did
not demonstrate any activity and the hexanic fraction had a weak activity. Further studies to
confirm its antimalarial properties and the identification of the chemical structure of the
active(s) compound(s) are planned.
58
INTRODUCTION
Fungus, bacterias and other microorganisms cause important human diseases,
especially in tropical regions and in immunocompromised patients. Althought there are
many potent drugs against microorganisms, resistant or multi-resistant lines are continually
appearing, carry on the need of new drugs research and development (Silver and Bostian,
1993). Malaria (caused by Plasmodium spp) is one of the most important parasitic
infections of humans due to its high morbidity and mortality (Andrade-Neto et al., 2004b),
affecting more then 500 million people a year, and killing about 2,7 million of them (Go,
2003).
Eupatorium spp were reported to have activity against several diseases and are
know to have a considerable number of bioactive natural products. Among its biological
activities are antimicrobial (Gupta et al., 2002) and anti-plasmodial (Lang et al., 2002). In
this paper, we presented the results of the antibacterial, antifungic and antimalarial
evaluation of Symphyopappus casarettoi Robinson (syn. Eupatorium casarettoi (B.L. Rob)
Steyerm) (Asteraceae) extracts.
MATERIAL AND METHODS
Plant material and extract preparation. Symphyopappus casarettoi Robinson
(Asteraceae) was collected in the Estrada do Mar, Arroio do Sal – RS, Brazil. A voucher
specimens (Bordignon et al., 2396) was identified by Dr. S. Bordignon, Universidade
Luterana do Brasil, Canoas, RS, Brazil and has been deposited in the Herbarium of the
same university.
59
The air dried and powdered inflorescence material was extracted with ethanol
(EtOH) PA 10x the weight in volume (yield:12.07%) by maceration. These organic extracts
were concentrated by rotary evaporation in a Quimis 219 equipment and stored at –20°C
until testing. Subsequently, the crude extract was eluted successively with hexane (C
6
H
14
)
(yield:19.60%), chloroform (CHCl
3
) (yield:43.40%) and methanol (MeOH)
(yield:32.60%). These fractions were also evaporated to dryness under reduced pressure at
45°C.
Antibacterial and antifungal assays. Antibacterial and antifungal activities were
tested using the modified broth microdilution MIC testing (Hindler J, 1997) with
Escherichia coli (ATCC 25922), Pseudomonas aeruginosa (ATCC 27853), Staphylococcus
aureus (ATCC 25923), Enterococcus faecalis (ATCC 29212) and Candida parapsilosis
(ATCC 22019). Briefly, 90 µl of sterile Mueller-Hinton or Saboraud 2% broths, 100 µl of
corresponding dosis of the extract (700, 300, 100, 50, 20, 5 µl/ml) and 10 µl of bacterial or
fungal suspension (0,5 Mc Farland) were inoculated in microdilution wells and icubated in
ambient-air incubator at 35°C overnight. Standard antibiotics were ceftazidime and
chloramphenicol for bacterias and anfotericin for fungus. The MIC (minimal inhibitory
concentration) was determined by observing the lowest concentration of extract that
inhibited visible growth of the organisms. Experiments were performed in triplicates.
Antimalarial assays. Plasmodium falciparum (clones W2 and BHz) parasites were
cultured with human erythrocytes (blood group O
+
) at 5% hematocrit in RPMI 1640
supplemented with 10% human plasma as previously described (Trager & Jensen, 1976).
60
Antimalarial activity was tested as descbribed previously (Desjardins et al., 1979). Briefly,
in vitro [
3
H]-hypoxanthine incorporation assay was performed with trophozoite stages in
sorbitol-synchronized blood cultured at 2% parasitaemia and 2.5% haematocrit. P.
falciparum were incubated in 96 wells plates with the plant extracts at different
concentrations, at a temperature of 37°C, 5% CO
2
in air, for 24h. After, 25 µl of a [
3
H]-
hypoxanthine solution were added, following 18h incubation. Then, erythrocytes were
lysed, harvested and readed in a Betaphase or Microbeta apparatus (Wallac-Perkin Elmer)
to count [
3
H]-hypoxanthine incorporation. The half-maximal inhibitory response (IC
50
)
compared with parasite growth in the drug-free controls was estimated by curve fitting
using a software program (Microcal, Origin Software, Inc., Northampton, MA, USA).
Chloroquine was the standard antimalarial drug.
In vivo antimalarial suppressive test described by Peters (1985) and modified by
Carvalho et al., (1991) was performed in mice infected with P. berghei, strain NK-65,
originally received from New York Medical School. Parasites were maintained by weekly
blood passage in BALB/c mice by intraperitoneal route, 10
5
infected red blood cells per
mice. Animals were randomly separated into groups of five (two control groups: treated
with chloroquine and not treated, and tested groups). Treatment was carried out by oral
route, daily, for 4 consecutive days, in dosis of 250 and 500 mg/kg of the extracts of S.
casarettoi, diluted in 70% ethanol and further solubilized in water (0.2 ml volume per
animal). Antimalarial activity was evaluated by counting parasitaemia in blood smears
taken at days 5 and 7 after parasite inoculation, by microscopy, after methanol fixation and
staining with Giemsa. Inhibition of parasite growth was calculated in relation to the control
(non-treated) group. Results were expressed as a percentage of parasitaemia reduction and
61
extracts that reduced parasite growth by 30% were considered active (Carvalho et al.,
1991). All assays were performed in triplicate.
Animal use and ethical approval. BALB/c adult mice, weighing 18-20g, were
used for the antimalarial tests. The animals received water and food ad libitum. Their use
was approved by the Ethical Committee for Using Animals (CEUA-P0094-01) at Fundação
Oswaldo Cruz (FIOCRUZ).
RESULTS AND DISCUSSION
Over the past years, some researchers have demonstrated the antibacterial and
antifungal properties of Eupatorium species (Urzua et al., 1998; Habtemariam and
Macpherson, 2000; El-Seedi et al., 2002; García et al., 2003). We did not observed such
activities testing inflorescence ethanolic extract of S. casarettoi. That might be due to the
low concentration of flavonoids found in phytochemical screening (data not showed). Since
some of these compounds are known to be synthesized by plants in response to microbial
infection, it should not be surprising that they have been found in vitro to be effective
antimicrobial substances against a wide array of microorganisms (Cowan, 1999).
This work shows for the first time the antimalarial activities of S. casarettoi (syn. E.
casarettoi) extract and fractions. Ethanolic extract showed parasite growth inhibition in
vitro against P. falciparum in a dose dependent manner (Figure 1). In vivo experiments
suggested important antimalarial activity against P. berghei, reducing parasitaemia by 42%
at day 5 and 63% at day 7 in animals treated with 250 mg/Kg of extract and 73% at day 5
62
and 65% at day 7 with 500 mg/Kg of extract (Table 1). These data confirmed the presence
of a clear antimalarial activity. These results are in agreement with previous studies that
suggested antiplasmodium and antimalarial activities of Eupatorium species (Carvalho et
al., 1991; Blair et al., 2002; Lang et al., 2002).
In order to begin the bioassay-guided purification, the ethanolic extract was
submitted to fractionation with solvents of increasing polarity and re-assayed in vitro. Both
clones (W2 and BHz) of the human malaria parasite P. falciparum displays similar in vitro
antimalarial susceptibility to S. casarettoi fractions (hexane, chloroform and methanol). As
shown in Table 2, methanol fraction displays no activity (IC
50
50 µg/ml) and hexane
fraction displays a weak activity (IC
50
43.03 and 39.38 µg/ml, respectively). However, the
chloroform fraction was the most active one, with IC
50
values 4.97-fold and 4.42-fold
lower than hexane fraction, in clones W2 and BHz respectively. Considering that in a
phytochemical analysis (data not showed), S. casarettoi demonstrate to have a high
concentration of sesquiterpene lactones, we speculate that the better anitmalarial effect of
chloroformic fraction is due to this class of compounds. Artemisinin is an example of a
sesquiterpene lactone used in treatment of malaria.
These results are important in the sense that these strains are chloroquine-resistant
and chloroquine is still widely used to treat malaria, but only in areas where notable drug
resistance has not yet appeared (Krettli, 2001). The observed anti-malarial activity of S.
casarettoi inflorescence extracts in vitro and in vivo were encouraging and have stimulated
us to initiate additional experiments to isolate and identify the active compound (s)
responsible for the above mentioned biological activity.
63
ACKNOWLEDGEMENTS
Financial support of CNPq/Brazil and SOAD; Dr. S. Bordignon for identification of plant
material; Dr. A. Bart for assistance with the antibacterial and antifungal assays.
REFERENCES
Andrade-Neto VF, Brandão MGL, Oliveira FQ, Casali VWD, Njaine B, Zalis MG, Oliveira
LA, Krettli AU. 2004. Antimalarial activity of Bidens pilosa L. (Asteraceae) ethanol
extracts from wild plants collected in various localities or plants cultivated in humus soil.
Phytother Res 18: 634-639.
Andrade-Neto VF, Goulart MOF, Silva Filho JF, Silva MJ, Pinto MCFR, Pinto AV, Zalis
MG, Carvalho LH, Krettli AU. 2004b. Antimalarial activity of phenazines from lapachol,
β-lapachone and its derivatives against Plasmodium flaciparum in vitro and Plasmodium
berghei in vivo. Bioorg Med Chem Lett 14: 1145-1149.
Blair, S., Mesa, J., Correa, A., Carmona-Fonseca, J., Granados, H., Saez, J. (2002).
Antimalarial activity of neurolenin B and derivatives of Eupatorium inulaefolium
(Asteraceae). Pharmazie 57, 413-415.
Carvalho, L.H., Brandão, M.G.L., Santos-Filho, D., Lopes, J.L.C., Krettli, A.U. (1991).
Antimalarial activity of crude extracts from Brazilian plants in vivo in Plasmodium berghei
64
infected mice and in vitro against Plasmodium falciparum in culture. Braz J Biol Med Res
24, 1113-1123.
Cowan, M.M. (1999). Plant products as antimicrobial agents. Clin Microbiol Rev 12, 564-
582.
Desjardins, R.E., Canfield, C.J., Haynes, J.D., Chulay, J.D. (1979). Quantitative assessment
of antimalarial activity in vitro by semiautomated microdilution technique. Antimicrob
Agents Chemother 16, 710-718.
El-Seedi, H.R., Ohara, T., Sata, N., Nishiyama, S. (2002). Antimicrobial diterpenoids from
Eupatorium glutinosum (Asteraceae). J Etnopharmacol 81, 293-296.
García, V.M.N., Gonzalez, A., Fuentes, M., Aviles, M., Rios, M.Y., Zepeda, G., Rojas,
M.G. (2003). Antifungal activities of nine traditional Mexican medicinal plants. J
Etnopharmacol 87, 85-88.
Go, M-L. (2003). Novel antiplasmodial agents. Med Res Rev 23, 456-487.
Gupta, M., Mazumder, U.K., Chaudhuri, I., Chaudhuri, R.K., Bose, P., Bhattacharya, S.,
Manikandan, L., Patra, S. (2002). Antimicrobial activity of Eupatorium ayapana.
Fitoterapia 73, 168-170.
65
Habtemariam, S., Macpherson, A., M. (2000). Cytotoxicity and antibacterial activity of
ethanol extract from leaves of a herbal drug, boneset (Eupatorium perfoliatum). Phytother
Res 14, 575-577.
Hindler, J. (1997) (ed.). National Committee for Clinical Laboratory Standards.
Microdilution method. Wayne, Pa.
Krettli, A.U., Andrade-Netto, V.F., Brandão, M.G.L., Ferrari, W.M.S. (2001). The search
for new antimalarial drugs from plants used to treat fever and malaria or plants ramdomly
selected: a review. Mem Inst Oswaldo Cruz 96, 1033-1042.
Lang, G., Passreiter, C.M., Wright, C.W., Filipowicz, N.H., Addae-Kyereme, J., Medinilla,
B.E., Castillo, J.J. (2002). Antiplasmodial activities of sesquiterpene lactones from
Eupatorium semialatum. Z Naturforsch 57, 282-286.
Peters, W. (1985). The problem of drug resistance in malaria. Parasitology 90, 705-715.
Silver, L.L., Bostian, K.A. (1993). Discovery and development of new antibiotics: the
problem of antibiotic resistance. Antimicrob Agents Chemother 37, 377-383.
Trager, W., Jensen, J.B. (1976). Human malaria parasites in continuous culture. Science
193, 661-673.
Urzua, A., Caroli, M., Vasquez, L., Mendoza, L., Wilkens, M., Tojo, E. (1998).
66
Antimicrobial study of the resinous exudate and of diterpenoids isolated from Eupatorium
salvia (Asteraceae). J Etnopharmacol 62, 251-254.
67
Figure 1. In vitro growth inhibition of P. falciparum (strain W2) incubated with ethanolic
extract of S. casarettoi and the inhibitory concentration dose (IC
50
) in one representative
experiment.
Table 1. In vivo antimalarial activity of S. casarettoi ethanolic extract in mice infected with
P. berghei. Results are representative of experiments performed in triplicata.
Table 2. In vitro growth inhibition (%) of P. falciparum (strains W2 e BHZ) incubated with
chloroformic, methanolic and hexanic fractions of S. casarettoi.
68
Figure 1.
Table 1.
Parasitaemia reduction Ethanolic extract
Day 5 Day 7
250 mg/kg 42% 63%
500 mg/kg 73% 65%
Table 2.
Parasite inhibition growth
Strain W2 Strain BHz
Concentration Hexane
Chloroform
Methanol Hexane
Chloroform
Methanol
50 µg/ml
62% 80% 7% 60% 82% 14%
25 µg/ml
18% 77% 0% 31% 79% 11%
12.5 µg/ml
10% 62% 0% 19% 62% 14%
6.25 µg/ml
0% 35% 0% 5% 34% 7%
3.12 µg/ml
0% 18% 0% 0% 16% 0%
1.56 µg/ml
0% 6% 0% 0% 0% 0%
IC
50
43.03
µg/ml
8.71 µg/ml 50
µg/ml
39.38
µg/ml
8.90 µg/ml 50
µg/ml
69
ARTIGO 3
Evaluation of the antioxidant effect of extracts of Symphyopappus casarettoi
Robinson.
(Aceito para publicação na Fitoterapia).
70
Evaluation of antioxidant effect of extracts of Symphyopappus casarettoi
Robinson.
Mara Regina Netto Benetti
a,c
*, Martina Rudnicki
a,b
, Alfeu Zanotto
b
, Marcos Roberto de
Oliveira
b
, Andréa Gisiane Kurek
a
, Adriana Coitinho
d
, Gilberto Schwartsmann
a,c
and Jo
Cláudio Fonseca Moreira
a,b
.
a
Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas – Bioquímica, Instituto de Ciências
Básicas de Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rua Ramiro Barcelos, 2600
(anexo), Porto Alegre, RS, Brazil. CEP: 90035-003.
b
Centro de Estudos em Estresse Oxidativo, Departamento de Bioquímica, Instituto de
Ciências Básicas de Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rua Ramiro
Barcelos, 2600 (anexo), Porto Alegre, RS, Brazil. CEP: 90035-003.
c
South-American Office for Anticancer Drug Development (SOAD), Hospital de Clínicas
de Porto Alegre, Rua Ramiro Barcelos, 2350, Porto Alegre, RS, Brazil. CEP: 90035-007.
d
Centro Universitário Feevale, RS 239, 2755, Novo Hamburgo, RS, Brazil. CEP: 93352-
000.
*Correspondence to:
E-mail: marare1@hotmail.com
Telephone/Fax: 55-51-2101-8012
71
Abstract
The ethanolic extract of Symphyopappus casarettoi (syn. Eupatorium casarettoi)
was partitioned in three fractions (hexanic, chloroformic and methanolic). Extract and
fractions were tested for their antioxidant activity in vitro and ex vivo assays. The
methanolic fraction showed a higher total reactive antioxidant potential compared to the
other fractions, which was correlated with its total phenol content. In addition, the ethanolic
extract and the methanolic fraction attenuated ex vivo iron-induced cell death, quantified by
lactate dehydrogenase leakage, and effectively protected against lipid damage induced by
iron. These findings suggest that the ethanolic extract of Symphyopappus casarettoi
inflorescence and its methanolic fraction have potent in vitro and ex vivo antioxidant
properties and might be considered as possible new sources of natural antioxidants.
Keywords: Symphyopappus, Eupatorium, antioxidant activity.
72
Plant. Symphyopappus casarettoi Robinson (= Eupatorium casarettoi (B.L. Rob) Steyerm)
was collected in Arroio do Sal, Rio Grande do Sul, Brazil, in January 2002. A voucher
specimens (Bordignon et al., 2396) were identified by Dr. S. Bordignon, Universidade
Luterana do Brasil, Canoas, RS, Brazil and are on deposited at the Herbarium of the same
university.
Uses in traditional medicine. Eupatorium species have a wide range of activities such as
cardiac stimulant, laxative, anticoagulants [1], against spleen, liver and biliary diseases,
diarrhoea, ulcers, fever, bronchial infections, malaria, cancer, rheumatism. Also are used as
a diuretic, immunostimulant and antiseptic, among others [2].
Previously isolated classes of constituents. Eupatorium species contain predominantly
sesquiterpene lactones. Flavonoids and alkaloids have been also reported [3]. In a minor
extent other classes of compounds such as coumarins [3], diterpenes [4], benzofuranes [5]
and sesquiterpenes [2] were found in this genus.
Tested material. Ethanol extract (yield:12,07%), that was partitioned successively with
hexane (yield:19,60%), chloroform (yield:43,40%) and methanol (yield:32,60%) resulting
three fractions. Phytochemical screening gave positive tests for lactones and phenolic
compounds.
Studied activity. Total phenolic content of the extracts was determined using the Folin-
Ciocalteau method [6] employing tannic acid as standard. The in vitro antioxidant activity
was estimated by the TRAP assay [7] while the ex vivo cytoprotective potential was
73
verified by the LDH leakage [Kit LDH Liquiform
TM
, Brazil] and antilipoperoxidative
activity by TBARS measurement [8].
Results. Results of the in vitro experiments are reported in Table 1 and data of the ex vivo
assays are presented in Table 2. Hexanic fraction was excluded due low total polyphenol
content.
Conclusions. The ethanolic inflorescence extract, the methanolic and the chloroformic
fractions of S. casarettoi demonstrated a dose-dependent antioxidant capacity. However,
the methanolic fraction showed a higher total reactive antioxidant potential compared to the
other fractions. Total phenolic content and antioxidant capacity were correlated (r = 0.976)
only in methanolic fraction suggesting that phenolic compounds accounted for the
antioxidant capacity in this fraction. In addition, LDH leakage was significantly decreased
with the presence of methanolic fraction in both concentrations tested suggesting a
cytoprotective role. Methanolic fraction also prevented lipid peroxidation in a dose
dependent manner, being the best antioxidant among those tested. Ethanolic extract
prevented lipoperoxidation only in the concentration of 0.5µg/ml, maybe due to the
increase of the concentration of other compounds (for example, sesquiterpene lactones) in
the 5 µg/ml that might be acting as pro-oxidant molecules. Further studies are in progress to
identify the active components.
Acknowledgments
74
We thank Dr. S. Bordignon for identification of the plant material.
References
[1] Gupta M, Mazumder UK, Chaudhuri I, Chaudhuri RK, Bose P, Bhattacharya S,
Manikandan L, Patra S. Fitoter 2002;73:168.
[2] Sharma OP, Dawra RK, Kurade NP, Sharma PD. Nat Toxins 1998;6:1.
[3] Woerdenbag HJ. A fundamental study on the cytostatic action of sesquiterpene lactones
from Eupatorium cannabinum L. Ph.D. Thesis, The Netherlands:University of Groningen,
1988. p.1.
[4] González AG, Barrera JB, Diaz JG, Pérez EMR, Yanes AC, Rauter P, Pozo J.
Phytochem 1990;29:321.
[5] Rios MY, Aguilar-Guadarrama AB, Navarro V. Planta Med 2003;69:967.
[6] Waterman P and Mole S. Analysis of phenolic plant metabolites. Oxford: Blackwell
Scientific Publications, 1994. p.1.
[7] Polydoro M, de Souza KC, Andrades ME, da Silva EG, Bonatto F, Heydrich J, Dal-
Pizzol F, Schapoval EE, Bassani VL, Moreira JCF. Life Sci 2004;23: 2815.
75
[8] Draper HH, Hadley M. Methods Enzymol 1990;186:421.
76
Table 1. Total polyphenol content of ethanolic extract and methanolic and chloroformic
fractions of S. casarettoi and their antioxidant properties (TRAP). Results of total
poliphenol content were expressed as mg/g of extract and data of TRAP were expressed as
trolox equivalent capacity (TEAC). Experiments were performed in triplicata.
Table 2. The effect of ethanolic extract and methanolic fraction of S. casarettoi on iron
induced lipoperoxidation (TBARS) and on LDH leakage. Results of TBARS were
expressed as MDA equivalents (nmol/mg protein) ± SD and in LDH leakage are expressed
as U LDH/µg protein ± SD. The chosen doses of the extract and the fraction were the
lowest concentration that showed an antioxidant capacity in the TRAP assay. Data are
representative of three independent experiments performed in triplicate.
77
Table 1.
Ehanolic extract Metanolic fraction Chloroformic fraction
TRAP (TEAC) 3.02 0.41 0.1
Total polyphenolic content (mg/g
extract)
2.16 4.104 1.403
Correlation between TEAC and
total phenolic content
0,919 0,976* 0,81
*Pearson coeficient; p < 0.05
Table 2.
TBARS (nmol/mg protein ± SD) LDH
(U LDH/µg protein ± SD)
Ethanolic Methanolic Ethanolic Methanolic
Control
0.133±0.012 0.203±0.012 2.830±0.075 1.059±0.151
Control+Iron
0.425±0.065* 0.350±0.15* 3.937±0.105* 1.877±0.221*
Extract
0.141±0.018 0.162±0.018 2.500±0.200 1.334±0.066
Extract + Iron
0.2971±0.017** 0.241±0.013** 3.221±0.045 1.014±0.012**
Extract 10x + Iron
0.465±0.035* 0.103±0.006*** 2.671±0.120** 1.170±0.102**
*Different of control.
**Different of control + iron (FeSO
4
80µM).
*** Different of control, different of control + iron (FeSO
4
80µM) and different of extract + iron (FeSO
4
80µM)
ANOVA; Tukey and SNK tests; p < 0.05
78
6. DISCUSSÃO
Desde os tempos mais remotos, em todos os povos, extratos de plantas são
comumente utilizados para tratar doenças. Isso sugere que o apelo de “drogas
maravilhosas” que resolvem problemas médicos complexos é universal e parte da natureza
humana (Schwartsmann, 2001). O redescobrimento da conexão entre plantas e saúde é
responsável pelo lançamento de uma nova geração de tratamentos envolvendo vegetais, que
incluem medicamentos derivados de plantas, fármacos “multicomponentes”, suplementos
dietéticos e proteínas recombinantes produzidas a partir de plantas (Devasagayam et al.,
2004). Medicamentos derivados de plantas precederam os progressos da medicina ao longo
de nossa existência (Schwartsmann, 2000). Os compostos, isolados das plantas, podem ser
usados como tais, mas também como moléculas que servem de base para a preparação de
compostos semi-sintéticos ou ainda servir como modelo para sintetizar outros compostos
(Woerdenbag, 1988).
O gênero Eupatorium tem sido pesquisado em várias partes do mundo e muitas
propriedades biológicas são atribuídas a extratos e compostos bioativos presentes nas
plantas pertencentes a espécies desse gênero. O principal grupo de atividades biológicas
relacionadas a esse gênero refere-se aoncer: citotóxica, citostática, antitumor e
antileucêmica (Woerdenbag, 1988; Sharma et al., 1998; Mongelli et al., 2000; Rucker et al.,
2001; Monks et al., 2002; Yang et al., 2004; Shen et al., 2005). Destacam-se também as
atividades antimicrobianas: antibactérias, antifungos e antivírus (Abad et al., 1999;
Hnatyszyn et al., 1999; Habtemariam e Macpherson, 2000; El-Seedi et al., 2002; García et
al., 2003, Muschietti et al., 2005; Sasikumar et al., 2005). Citam-se ainda propriedades
antimaláricas (Blair et al., 2002; Lang et al., 2002), antioxidantes (de las Heras et al., 1998)
79
e antiinflamatórias (de las Heras et al., 1998; Habtemariam, 2001; Muschietti et al., 2001),
entre inúmeras outras.
Dentre os compostos presentes em plantas desse gênero, merecem atenção as
lactonas sesquiterpênicas, que serão discutidas mais adiante juntamente com as
propriedades biológicas de S. casarettoi. Também foram descritos polifenóis, alcalóides e
inúmeros outros grupos de substâncias. De acordo com o screening fitoqmico realizado
com S. casarettoi, as lactonas são os metabólitos secundários majoritários. Compostos
fenólicos estão presentes nessa planta, sendo baixa a concentração de flavonóides. Não
detectamos a presença de cumarinas, taninos, saponinas, antraquinonas, heterodeos
cardiotônicos ou alcalóides. Pela análise de HPLC, observamos a presença de
eupatoriopicrina, a lactona mais freqüentemente encontrada nas espécies de Eupatorium,
segundo revisão bibliográfica. Essa análise também sugeriu ausência de quercetina,
flavonóide observado em escies vegetais de vários gêneros, incluindo Eupatorium (Nair
Ramachandran et al., 1995).
Apesar dos avanços na compreensão dos processos biológicos que levam ao
desenvolvimento de câncer, ainda há a necessidade de agentes novos e efetivos, para
auxiliar no controle dessa doença. Uma das mais antigas e mais efetivas estratégias para
desenvolver novos quimioterápicos é o isolamento de moculas de origem natural. A
importância dos produtos naturais para a descoberta de fármacos é impressionante: basta
olhar para omero de fármacos clinicamente ativos utilizados na terapia doncer, para
ver quantas delas são produtos naturais ou baseadas em produtos naturais (Modzelewska et
al., 2005). Para satisfazer a demanda de novos agentes anticâncer, os cientistas estão
percorrendo o mundo em busca de organismos que possuam compostos com propriedades
antiproliferativas (Monks et al., 2002).
80
Levando em consideração que um agente antincer pode ter suas propriedades
farmacodinâmicas e/ou farmacocinéticas melhoradas devido a variações moleculares e que
os compostos oriundos do metabolismo secundário variam de espécie para espécie, muitos
pesquisadores baseiam-se na literatura existente para eleger suas plantas-alvo de estudo.
Docetaxel é um exemplo de um composto antincer desenvolvido a partir de uma
molécula isolada de uma planta do mesmo gênero (Taxus) com propriedades melhoradas,
se comparada ao composto original (paclitaxel). Assim, Symphyopappus casarettoi foi
selecionada com base em informações quimiossistemáticas de espécies do gênero
Eupatorium.
A presença de atividade antiproliferativa in vitro no extrato etanólico de S.
casarettoi confirmou as observações prévias para plantas do gênero Eupatorium. Como no
campo da descoberta de novos fármacos a partir de produtos naturais, um método que
aumenta o sucesso é o fracionamento bioguiado (Park e Pezzuto, 2002), o extrato etanólico
foi fracionado em hexano, clorormio e metanol e novamente testado. Visto que o efeito
antiproliferativo nesse gênero é atribuído principalmente às lactonas sesquiterpênicas,
nossos resultados também sugeriram ser provável que esse mesmo grupo seja o responsável
por essa atividade, uma vez que obtivemos um IC
50
menor para a fração clorofórmica
(obtida a partir do extrato etanólico) e ainda menor para a fração enriquecida de lactonas
sesquiterpênicas (obtida a partir da fração clorofórmica). A fração hexânica não
demonstrou efeito antiproliferativo em nenhum dos tipos celulares testados e a metanólica
apresentou somente na linhagem tumoral RXF 393.
Sesquiterpenos são uma classe de moléculas que têm demonstrado potencial
terapêutico (Modzelewska et al., 2005). As frações C
1
, C
2
e C
3
(separadas a partir da fração
enriquecida de lactonas sesquiterpênicas) demonstraram efeito antiproliferativo, sendo que
81
no tratamento com C
1
houve uma maior resistência celular, se comparado ao tratamento
com C
2
e C
3
que demonstrou valores menores de IC
50
. As lactonas sesquiterpênicas são
conhecidas também por possuírem uma ampla variedade de esqueletos, variões
estereoquímicas, grupos funcionais e isomerismo de posição. Essas variações estruturais
podem aumentar ou diminuir a atividade citoxica (Woerdenbag, 1988). Por esse motivo,
sugerimos que o efeito antiproliferativo encontrado em C
1
, C
2
e C
3
, possa ser atribuído a
mais de um tipo de lactonas sesquiterpênicas, considerando que muitas delas foram
isoladas de espécies do gênero Eupatorium (Woerdenbag, 1988; Sharma et al., 1998; Yang
et al., 2004).
Segundo Woerdenbag (1988), a ação de algumas lactonas sesquiterpênicas isoladas
de E. canabinnum não é específica, resultando em pouca discriminação de toxicidade entre
lulas de tecido tumoral e células de tecidos normais. Apesar de diminuir a sobrevivência
de fibroblastos e células tumorais de forma semelhante (valores de IC
50
próximos), as
frações C
1
, C
2
e C
3
de S. casarettoi não causaram decréscimo de sobrevincia em
leucócitos, sugerindo que o efeito antiproliferativo dos compostos é observado somente em
lulas em crescimento exponencial. Diversos fármacos em uso clínico no tratamento de
câncer, também afetam todas as células em crescimento exponencial, causando os efeitos
colaterais mais freqüentemente observados em pacientes utilizando quimioterápicos:
alopecia e mielossupressão.
Na tentativa de indicar um mecanismo de ação para a fração C
2
, e de observar se
esse mecanismo assemelhava-se em células normais e tumorais, foi realizada a citometria
de fluxo. Observou-se que o efeito antiproliferativo da fração C
2
pode ser associado a
alterações na distribuição das fases do ciclo celular, uma vez que a linhagem MCF-7 teve
seu ciclo celular interrompido na fase S, enquanto os fibroblastos tiveram seu ciclo celular
82
interrompido nas fases S e G2-M, além de uma quantidade pequena de células nas fases
G0-G1, se comparadas ao controle. A interrupção do ciclo celular na fase S, provavelmente
ocorreu devido à inibição da síntese de enzimas envolvidas na replicação do DNA, uma vez
que as lactonas sesquiterpênicas exibem interação com enzimas que possuem grupo
sulfidrila (Woerdenbag, 1988; Zhang et al., 2005), dentre as quais podem ser citadas a
DNA polimerase e a timidilato sintetase. Algumas lactonas também demonstraram efeito de
supressão da síntese de RNA e redução de fosforilação de histonas, sendo que esses efeitos
também ocorreram pela inibição de enzimas com grupo tiol (Hall et al., 1980; Zhang et al.,
2005). Já a parada no ciclo na fase G2-M em fibroblastos, pode ter ocorrido por vários
motivos, uma vez que nessa fase, a célula faz uma checagem de possíveis erros
(checkpoint) e inúmeros mecanismos celulares estão envolvidos. Estudos prévios
demonstraram que algumas lactonas sesquiterpênicas causam dano ao DNA, fato que pode
ter ocorrido nesse caso. Outra possibilidade para a interrupção do ciclo celular na fase G2-
M é que a replicação do DNA pode não ter sido completada.
Segundo esses dados, percebeu-se que as células normais (fibroblastos) foram mais
sensíveis à ação da fração C
2
, pois o tratamento com essa fração causou mais alterações no
ciclo celular, quando comparadas com as células não tratadas. Pode-se especular que essa
diferença seja devida a mutações na linhagem MCF-7, que possam tê-la tornado menos
suscetível a determinados danos.
No que se refere à indução de morte celular, também observamos que em contraste
à indução de população sub-G1 em fibroblastos, a fração C
2
não causou aumento em sub-
G1 na linhagem MCF-7, sugerindo que o decréscimo de sobrevivência das células acontece
por um mecanismo não apoptótico. Woerdenbag (1988) demonstrou as atividades
83
citotóxica e citostática da lactona sesquiterpênica eupatoriopicrina, isolada de E.
cannabinum.
A atividade citoxica das lactonas sesquiterpênicas acontece pela interação do
motivo ativo com enzimas pertencentes ao grupo sulfidrila, resultando em uma inibição de
atividades e metabolismos enzimáticos celulares, levando a dano ao DNA (Woerdenbag,
1988; Zhang et al., 2005) e possivelmente à apoptose. Sabendo-se que o tratamento de
células de mamíferos com doses adequadas de fármacos citostáticos causa a morte celular,
Woerdenbag (1988) sugeriu que a atividade citostática da eupatoriopicrina (e talvez de
outras lactonas sesquiterpênicas) aumenta, in vitro e in vivo, com a inibição da síntese de
glutationa (envolvida em reparo de dano celular e detoxificação). Também sugeriu que
provavelmente essa ação citostática possa estar relacionada com reações de radicais livres,
uma vez que a eupatoriopicrina causa lipoperoxidação in vitro e um excesso desse tipo de
reação pode ocorrer se os níveis celulares de seqüestradores de radicais livres (como a
glutationa) forem insuficientes. Além do mais, os radicais livres também causam dano ao
DNA.
As doenças infecciosas representam um problema crítico para a saúde e são umas
das principais causas de morbidade e mortalidade no mundo (Gara et al., 2003). Sendo
que as plantas têm uma capacidade quase ilimitada de sintetizar substâncias aromáticas, a
maioria delas sendo metabólitos secundários, várias categorias de compostos fitoquímicos
com capacidade antimicrobiana já foram identificadas (Conan et al., 1999).
Alguns pesquisadores demonstraram atividades antibacterianas e antifúngicas de
espécies do gênero Eupatorium (Urzua et al., 1998; Habtemariam and Macpherson, 2000;
El-Seedi et al., 2002; García et al., 2003). Em nossos estudos, não observamos atividade
nos testes com o extrato etanólico de inflorescência de S. casarettoi, talvez devido à baixa
84
concentração de flavonóides nesse extrato, demonstrada pela análise fitoquímica. Os
flavonóides são apontados como os principais compostos derivados de plantas,
responsáveis por tais atividades. Uma vez que esses compostos são sintetizados pelas
plantas em resposta a infecção por micróbios, não surpreende o fato de pesquisas
demonstrarem sua eficiência antibiótica in vitro, contra uma grande variedade de
microorganismos. Sua atividade é, provavelmente, devida à habilidade de formar
complexos com proteínas extracelulares e solúveis e também de se ligar com a parede
celular de bactérias (Cowan, 1999). Algumas lactonas sesquiterpênicas isoladas de plantas
do gênero Eupatorium demonstraram propriedades antibacteriana e antifúngica (Sharma et
al., 1998), mas nosso estudo sugere que embora estejam presentes em grande quantidade
em S. casarettoi, as lactonas dessa espécie não possuem tais atividades biológicas.
Grandes esforços têm sido feitos no sentido de encontrar novos agentes
antiplasmodiais com maior potência e seletividade, devido à morbidade e mortalidade
associadas à malária. Espera-se que a triagem de extratos e moléculas de plantas
selecionadas constitua uma estratégia promissora e menos dispendiosa que os
medicamentos sintéticos, nessa procura por novos antimaláricos. Nas últimas décadas
muitos fármacos alcançaram estágios avançados de screening e um número menor chegou a
entrar em estudos cnicos (Carvalho et al., 1991). Modelos para compostos continuam
sendo obtidos de fontes naturais (plantas e microorganismos) e síntese química. O grande
desafio no tratamento da malária é descobrir agentes seguros e seletivos, cujos efeitos não
sejam comprometidos pela resistência adquirida pelo Plasmodium (Go, 2003), que é
altamente adaptativo por mutação (Andrade-Neto et al., 2004a). A resistência à cloroquina
(droga mais comumente usada no tratamento da malária) é o principal problema que afeta o
controle da doença (Andrade-Neto et al., 2004b). A artemisinina (isolada de Artemisia
85
annua L.) e seus derivativos, surgiram como uma promessa de uma nova classe de
fármacos antimaláricos, particularmente para o tratamento da malária severa (Carvalho et
al., 1991).
Outra estratégia que tem sido utilizada na busca de novos antimaláricos é o
screening de databases comerciais ou especializadas. Como os agentes antiplasmodiais são
basicamente agentes citotóxicos, no caso da malária atuando seletivamente contra o
parasita, um número crescente de estudos tem mostrado atividade desses compostos in vitro
e in vivo (Go, 2003). Há uma grande diversidade estrutural nos compostos com boa
atividade antimarica ( micromolar), refletindo a variedade de possíveis alvos existentes
no Plasmodium, um organismo de complexidade considerável. Os mecanismos de ação da
maioria desses fármacos permanecem desconhecidos.
Em nosso estudo, verificamos atividade antimalárica importante do extrato
etanólico de S. casarettoi in vitro contra P. falciparum e in vivo contra P. berghei. No
ensaio in vitro, a inibição do crescimento do parasita ocorreu de maneira dose-dependente.
Já nos experimentos in vivo, a parasitemia foi reduzida 42% no quinto dia de tratamento e
63% no sétimo dia do tratamento com uma dose de 250 mg/kg do extrato e 73% no quinto
dia e 65% no sétimo dia em animais tratados com uma dose de 500 mg/kg do extrato. Os
dados dos experimentos in vitro e in vivo foram concordantes entre si, sugerindo que o(s)
composto(s) responsável (eis) continua (m) ativo (s) em hospedeiros e que a atividade
antimalárica demonstrada provavelmente não é dependente de transformação metabólica
pelo hospedeiro.
Dando início ao processo de purificação guiado por atividades biológicas, o extrato
etanólico foi fracionado com solventes de polaridade crescente (hexano, clorofórmio e
86
metanol) e novamente testado in vitro contra os clones W2 e BHz do parasita causador de
maria em humanos P. falciparum. Ambos os clones demonstraram suscetibilidade similar
às frações de S. casarettoi, sendo que no tratamento com a fração metanólica, não houve
inibição de crescimento do parasita. Houve uma fraca inibição no tratamento com a fração
hexânica e uma ótima inibição no tratamento com a fração clorofórmica. Esses resultados
são importantes, uma vez que os clones utilizados nos experimentos são resistentes à
cloroquina. Experimentos que descreveram previamente atividades antimaláricas e
antiplasmodiais para escies de Eupatorium, sugeriram que lactonas sesquiterpênicaso
responsáveis por essa atividade (Blair et al., 2002; Lang et al., 2002). De acordo com os
dados do nosso estudo, especulamos que esses compostos respondem pela atividade
antimalárica, visto que a análise fitoquímica revelou uma alta concentração de lactonas em
S. casarettoi.
Os radicais livres podem estar envolvidos na etiologia de várias doenças humanas e
do processo de envelhecimento (stress oxidativo). Todas as moléculas biológicas presentes
em nosso corpo correm risco de ser atacadas por radicais livres. Os antioxidantes são
substâncias que neutralizam os radicais livres ou suas ações, sendo que atualmente, várias
pesquisas têm revelado as aplicações em potencial das manipulações de
antioxidantes/radicais livres na prevenção ou controle de doenças. Adicionalmente, há
estudos epidemiológicos que demonstraram correlação inversa entre os níveis de
antioxidantes presentes em amostras de tecidos/sangue e a ocorrência de doença
cardiovascular, câncer ou mortalidade devido a essas doenças (Devasagayam et al., 2004).
Entre os antioxidantes não-enzimáticos encontrados em vegetais, podemos citar
além das vitaminas E e C, os carotenóides, flavonóides e polifenóis relacionados
(Devasagayam et al., 2004), que atuam principalmente em nível de interceptação de
87
radicais livres, geralmente por seqüestramento de radicais. Dentre estes, as pesquisas
envolvendo polifenóis vêm recebendo atenção crescente, devido às suas propriedades
biológicas.
Os polifenóis incluem um grande grupo de componentes de plantas, principalmente
associados com a parede celular. Os dados de pesquisas sugerem que os polifenóis podem
agir na prevenção do câncer, como antiinfecciosos, antioxidantes, atuarem em nível
hormonal, na indução de enzimas em nossa defesa química, na coagulação sangüínea e no
sistema vascular, entre inúmeras outras propriedades (Dragsted, 2003).
Ao testarmos a capacidade de seqüestramento de radicais, observamos atividade
antioxidante da fração metanólica, extrato etanólico e fração clorofórmica (em ordem
decrescente de atividade) de S. casarettoi. A fração hexânica não foi testada devido à sua
baixa concentração de polifenóis. A fração metanólica teve a mais alta concentração de
polifeis e também foi a fração com melhor capacidade antioxidante, demonstrando
correlação entre esses dois grupos de dados, sugerindo que os polifenóis são os
responsáveis pela atividade antioxidante nessa fração. Já no extrato etanólico, podemos
sugerir que os polifeis são parcialmente responsáveis pela atividade antioxidante (não
houve correlação). Adicionalmente, nesse extrato uma mistura maior de substâncias,
podendo conter compostos que estejam atuando como pró-oxidantes, tais como as lactonas
sesquiterpênicas. A fração clorofórmica demonstrou uma baixa capacidade antioxidante e
foi excluída dos testes subseqüentes.
Os lipídeos das membranas celulares e das organelas subcelulares o altamente
suscetíveis ao dano provocado por radicais livres. Quando os lipídeos reagem com radicais
livres, podem sofrer peroxidação, uma reação em cadeia grandemente prejudicial para o
funcionamento da célula, que provoca efeitos diretos e indiretos. Com essa reação, muitos
88
subprodutos são gerados, acarretando efeitos em áreas longe daquelas onde surgiram,
atuando como mensageiros secundários (Devasagayam et al., 2004). Muitas pesquisas têm
demonstrado que o ferro é um iniciador de oxidações envolvendo radicais livres, como a
lipoperoxidação (Qian & Buettner, 1999). Nós também constatamos um aumento na
geração de TBARS (espécies reativas de ácido tiobarbitúrico), na presença de ferro.
Entretanto, a fração metanólica de S. casarettoi preveniu a lipoperoxidação, demonstrando
atividade antioxidante de maneira dose dependente e confirmando a melhor capacidade
antioxidante entre os extratos testados. O extrato etanólico preveniu o dano causado pelo
ferro somente em uma concentração baixa. Provavelmente não tenhamos observado o efeito
antioxidante em concentração maior, novamente devido ao aumento da concentração de
outros compostos que possam ter agido como pró-oxidantes.
O vazamento extracelular de LDH foi utilizado para quantificar dano celular em
fatias de fígado de camundongos. A fração metanólica de S. casarettoi diminuiu
significativamente o extravasamento dessa enzima, sugerindo uma propriedade
citoprotetora. Esse efeito pode ter ocorrido devido à ação estabilizadora dos polifenóis na
membrana celular, pois tais compostos podem interagir com essas membranas aumentando
sua fluidez e protegendo-as da peroxidação dos lipídeos e da oxidação de proteínas (Saija et
al., 1995; Arora et al., 2000). O extrato etanólico demonstrou efeito citoprotetor em alta
concentração. É possível que esse extrato não seja citoprotetor nesse modelo de
experimento e que os resultados sejam devidos à deficiência na medida da atividade
enzimática, a qual pode ser inibida por lactonas sesquiterpênicas, bem como o são outras
enzimas que possuem grupamento tiol (Hall et al., 1980).
89
7. CONCLUSÕES
Conclusão geral
Foram descritas atividades antitumoral, antimalárica e antioxidante para o extrato
bruto e frações de inflorescência de S. casarettoi Robinson.
Conclusões específicas
1. O extrato etanólico e as frações clorofórmica, enriquecida de lactonas
sesquiterpênicas e as manchas de cromatogragia C
1
, C
2
e C
3
, demonstraram atividade
antiproliferativa em linhagens tumorais e fibroblastos.
2. O extrato etanólico não demonstrou atividades antibacteriana e antifúngica nos
ensaios utilizados.
3. O extrato etanólico e a fração clorofórmica demonstraram atividade antimalárica
significativa in vitro e in vivo.
4. O extrato etanólico e a fração metanólica demonstraram atividade antioxidante
nos modelos testados.
90
Comentários Finais
Desde os tempos mais remotos, a natureza tem desempenhado um papel crítico na
sobrevivência do homem no planeta. As plantas, desde a antigüidade, têm sido utilizadas na
prevenção e tratamento de doenças, bem como para solucionar problemas de diversas
naturezas, por exemplo, no combate à infertilidade, para afugentar animais, em rituais
religiosos etc. Nos dias atuais as plantas continuam sendo fundamentais para a
sobrevivência humana. Além de outros auxílios, já forneceram várias moléculas, ou
modelos de moléculas, utilizadas no tratamento de uma ampla variedade de doenças. A
maioria dessas moléculas é metabólitos secundários, dos quais, no mínimo 12 000 foram
isolados, ummero que se estima ser menos de 10% do total (Cowan, 1999).
Nesse sentido, investigamos a espécie S. casarettoi, nativa do Rio Grande do Sul, e
cujas propriedades biológicas nunca tinham sido estudadas. Em resumo, sugerimos que o
extrato etanólico e as frações clorofórmica, enriquecida de lactonas sesquiterpênicas e as
manchas de cromatografia C
1
, C
2
e C
3
, de inflorescência de S. casarettoi, demonstraram
atividade antiproliferativa in vitro. Considerando que o extrato e as frações foram ativos em
concentrações relativamente baixas, estudos adicionais são necessários para completar o
isolamento e a caracterização dos componentes ativos e definir melhor seu potencial
terapêutico.
Apesar de espécies do gênero Eupatorium terem demonstrado atividade contra
microorganismos, o extrato etanólico de inflorescência de S. casarettoi não demonstrou
atividades antibacteriana e antifúngica in vitro. O extrato etanólico e a fração clorofórmica
e em menor intensidade, a fração hexânica, demonstraram atividade antimalárica in vitro e
in vivo. Também nesse caso, a atividade foi verificada com concentrações dos extratos
91
relativamente baixas, inclusive nos experimentos in vivo. A continuidade do isolamento
bioguiado é necessária para a identificação do (s) composto (s) responsáveis pela atividade
antimalárica.
Ainda outra propriedade biológica foi verificada: o extrato etanólico e a fração
metanólica de inflorescência de S. casarettoi demonstraram capacidade antioxidante in
vitro e ex vivo. A fração metanólica, que não demonstrou atividade relacionada com morte
celular (nos experimentos antiproliferativos e antimaláricos), teve o melhor efeito
antioxidante entre o extrato e as frações testadas, sugerindo um efeito preventivo de dano
celular e citoprotetor.
Embora preliminares, os resultados descritos nessa tese podem ter relevância para o
desenvolvimento de novos fármacos com diferentes aplicações terapêuticas. Nesse sentido,
estudos estão sendo elaborados com o intuito de elucidar as estruturas dos compostos
responsáveis pelas atividades descritas.
92
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Abad MJ, Bermejo P, Sanchez OS, Chiriboga X, Carrasco L (1999). Antiviral activity of
some South American medicinal plants. Phytother Res 13: 142-146.
Andrade-Neto VF, Goulart MOF, Silva Filho JF, Silva MJ, Pinto MCFR, Pinto AV, Zalis
MG, Carvalho LH, Krettli AU (2004a). Antimalarial activity of phenazines from lapachol,
β-lapachone and its derivatives against Plasmodium falciparum in vitro and Plasmodium
berghei in vivo. Bioor Med Chem Lett 14: 1145-1149.
Andrade-Neto VF, Brandão MGL, Oliveira FQ, Casali VWD, Njaine B, Zalis MG, Oliveira
LA, Krettli AU (2004b). Antimalarial activity of Bidens pilosa L. (Asteraceae) ethanol
extracts from wild plants collected in various localities or plants cultivated in humus soil.
Phytother Res 18: 634-639.
Arora A, Byrem TM, Nair MG, Strasburg GM (2000). Modulation of liposomal membrane
fluidity by flavonoids and isoflavonoids. Arch Biochem Biophys 373: 102-109.
Barroso GM, Peixoto AL, Costa CG, Ichaso CLF, Guimarães EF, Cavalcante de Lima H
(1991). Ordem 9 – Asterales. In: Barroso GM, ed. Sistemática de Angiospermas do Brasil.
Universidade de Viçosa, Viçosa, Brasil.
93
Blair S, Mesa J, Correa A, Carmona-Fonseca J, Granados H, Saez J (2002). Antimalarial
activity of neurolenin B and derivates of Eupatorium inulaefolium (Asteraceae). Pharmazie
57: 413-415.
Briskin DP (2000). Medicinal plants and phytomedicines. Linking plant biochemistry and
physiology to human health. Plant Physiology 124: 507-514.
Budman DR (1997). Vinorelbine (Navelbine): a third-generation vinca alkaloid. Cancer Inv
15: 475-490.
Burkart A, Bacigalupo NM, Cabrera AL, Crovetto RM, Sorarú SB (1974). Dicotiledôneas
Metaclamídeas (Gamopétalas). In: Burkart A, ed., Flora Ilustrada de Entre Rios
(Argentina), Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária, Buenos Aires, Argentina.
Cabrera AL, Klein RM (1989). Compostas – Tribo Eupatorieae, Flora Ilustrada
Catarinense, Herbário “Barbosa Rodrigues”, Itajaí, Brasil.
Carvalho LH, Brandão MG, Santos-Filho D, Lopes, JL, Krettli AU (1991). Antimalarial
activity of crude extracts from Brazilian plants studied in vivo in Plasmodium berghei
infected mice and in vitro against Plasmodium falciparum in culture. Braz J Med Biol Res
24: 1113-1123.
Chabner BA. Anti-câncer drugs. In: De Vita VT Jr, Hellman S, Rosenberg AS, eds.
(1991). Cancer: Principles and Practice, Forth Edition. Philadelphia: Lippincott, 325-417.
94
Coates A, Hu Y, Bax R, Page C (2002). The future challenges facing the development of
new antimicrobial drugs. Nat Rev Drug Discov 1: 895-910.
Cowan MM (1999). Plant products as antimicrobial agents. Clin Microbiol Rev 12: 564-
582.
Cox PA. The ethnobotanical approach to drug discovery: strengths and limitations. In:
Chadwick DJ, Marsh J, eds. (1994). CIBA Foundation Symposium 185 – Ethnobotany and
the search for new drugs. Chichester: John Wiley & Sons, 25-41.
Cragg GM, Newmann DJ, Snader KM (1997). Natural products in drug discovery and
development. Nat Prod 60: 52-60.
da Rocha AB, Lopes RM, Schwartsmann G (2001). Natural products in anticancer therapy.
Curr Opin Pharmacol 1: 364-369.
de las Heras B, Slowing K, Benedí J, Carretero E, Ortega T, Toledo C, Bermejo P, Iglesias
I, Abad MJ, Gómez-Serranillos P, Liso PA, Villar A, Chiriboga X (1998). Antiinflamatory
and antioxidant activity of plants used in traditional medicine in Ecuador. J Etnopharmacol
61: 161-166.
95
Devasagayam TPA, Tilak JC, Boloor KK, Sane KS, Ghaskadbi SS, Lele RD (2004). Free
radicals and antioxidants in human health: current status and future prospects. J Assoc
Physicians India 52: 794-804.
Dickson M, Gagnon JP (2004). Key factors in the rising cost of new drug discovery and
development. Nat Rev Drug Discov 3: 417-429.
DiMasi JA (2003). Risks in new drug development: approval success rates for
investigational drugs. Clin Pharmacol Ther 69: 297-307.
Dolle RE, Nelson KH Jr (1999). Comprehensive survey of combinatorial library synthesis:
1998. J Comb Chem 4:235-282.
Dragsted LO (2003). Antioxidant actions of polyphenols in humans. Int J Vitam Nutr Res
73: 112-119.
Elisabetsky E (1999). Etnofarmacologia como ferramenta na busca de substâncias ativas.
In: Simões CMO, Schenkel EP, Gosmann G, Mello JCP, Mentz LA, Petrovick PR (orgs).
Farmacognosia, da planta ao medicamento. Editora da UFSC, Florianópolis, Brasil pp. 87-
99.
El-Seedi HR, Ohara T, Sata N, Nishiyama S (2002). Antimicrobial diterpenoids from
Eupatorium glutinosum (Asteraceae). J Ethnopharmacol 81: 293-296.
96
Farnsworth NR (1984). The role of medicinal plants in drug development. In: Krogsgaard-
Larsen P, Christensen SB, Kofod H, eds. Natural Products and Drug Development.
London: Ballière, Tindall, and Cox, 8: 98.
Ferraz A, Faria DH, Benetti MRN, da Rocha AB, Schwartsmann G, Henriques A, von
Poser GL (2005). Screening for antiproliferative activity of six southern Brazilian species
of Hypericum. Phytomedicine 12: 112-115.
García VMN, Gonzáles A, Fuentes M, Aviles M, Rios MY, Zepeda G, Rojas MG (2003).
Antifungal activities of nine traditional Mexican medicinal plants. J Etnopharmacol 87: 85-
88.
Go M-L (2003). Novel antiplasmodial agents. Med Res Rev 23: 456-487.
Habtemariam S (2001). Antiinflamatory activity of the antirheumatic herbal drug, gravel
root (Eupatorium purpureum): further biological activities and constituents. Phytother Res
15: 687-690.
Habtemariam S, Macpherson A M (2000). Cytotoxicity and antibacterial activity of ethanol
extract from leaves of a herbal drug, boneset (Eupatorium perfoliatum). Phytother Res 14:
575-577.
Halliwel B, Gutteridge JMC (1999). Free radicals in biology and medicine. Oxford
University Press, New York, United States of America.
97
Hall IH, Lee KH, Williams WL, Jr., Kimura T, Hirayama T (1980). Antitumor agents XLI:
effects of eupaformosanin on nucleic acid, protein and anaerobic and aerobic glycolytic
metabolism of Ehrlich Ascites Cells. J Pharm Sci 69: 294-297.
Harvey AL, Bradley KN, Cochran AS, Rowan EG, Pratt JA, Quillfeldt JA, Jerusalinsky
DA (1998). What can toxins tell us for drug discovery? Toxicon 36: 1635-1640.
Harvey AL (1999). Medicines from nature: are natural products still relevant to drug
discovery? Trends Pharmacol Sci 20: 196-198.
Heinrich M, Bremmer P (2006). Ethnobotany and ethnopharmacy - their role for anti-
cancer drug development. Curr Drug Target 7: 239-245.
Hnatyszyn O, Broussalis A, Herrera G, Muschietti L, Coussio J, Martino V, Ferraro G,
Font M, Monge A, Martinez-Irujo JJ, Sanroman M, Cuevas MT, Santiago E, Lasarte JJ
(1999). Argentine plant extracts active against polymerase and ribonuclease H activities of
HIV-1 reverse transcriptase. Phytother Res 13: 206-209.
Hostettmann K, Wolfender J-L, Rodriguez S (1997). Rapid detection and subsequent
isolation of bioactive constituents of crude plant extracts. Planta Med 63: 2-10.
Jones WP, Chin Y-W, Kinghorn AD (2006). The role of pharmacognosy in modern
medicine and pharmacy. Curr Drug Target 7: 247-264.
98
Kaufman PB, Cseke LJ, Warber S, Duke JA, Brielmann HL (1999). Natural products from
plants. CRC Press, Boca Raton, United States of America.
Kimura Y (2005). New anticancer agents: in vitro and in vivo evaluation of the antitumor
and antimetastatic actions of various compounds isolated from medicinal plants. In Vivo
19: 37-60.
King RM, Robinson H (1987). The genera of the Eupatorieae (Asteraceae). Missouri
Botanical Garden, Saint Louis, Unated States of America.
Koehn FE, Carter GT (2005). The evolving role of natural products in drug discovery. Nat
Rev Drug Discov 4: 206-220.
Krettli AU, Andrade-Neto VF, Brandão MGL, Ferrari WMS (2001). The search of new
antimalarial drugs from plants used to treat fever and malaria or plants randomly selected: a
review. Mem Inst Osw Cruz 96: 1033-1042.
Lang G, Passreiter CM, Wrigth CW, Filipowicz NH, Addae-Kyereme J, Medinilla BE,
Castillo JJ (2002). Antiplasmodial activities of sesquiterpene lactones from Eupatorium
semialatum. Z Naturforsch 57: 282-286.
Lee K-H (1999). Novel antitumor agents from higher plants. Med Res Rev 19: 569-596.
99
Lee K-H (2004). Current developments in the discovery and design of new drug candidates
from plant natural products leads. J Nat Prod 67: a-j (ASAP).
Lewis WH, Elvin-Lewis MP (1995). Medicinal plants as a source of new therapeutics. Ann
Mo Bot Gard 82: 16-24.
Lombardino JG, Lowe JA (2004). The role of the medicinal chemist in drug discovery
then and now. Nat Rev Drug Discov 3: 853-862.
Mans DRA, da Rocha AB, Schwartsmann G (2000). Anti-cancer drug discovery and
development in Brazil: targeted plant collection as a rational strategy to acquire candidate
anti-cancer compounds. The Oncol 5: 185-198.
Matzembacher NI (1979). Estudo Taxonômico do Gênero Eupatorium L. (Compositae) no
Rio Grande do SulBrasil. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, Brasil.
Modzelewska A, Sur S, Kumar SK, Khan SR (2005). Sesquiterpenes: natural products that
decreases cancer growth. Curr Med Chem Anti-Canc Agents 5: 477-499.
Mongelli E, Pampuro S, Coussio J Salomon H, Ciccia G (2000). Cytotoxic and DNA
interaction activities of extracts from medicinal plantas used in Argentina. J
Ethnopharmacol 71: 145-151.
100
Monks NR, Ferraz A, Bordignon S, Machado KR, Lima MFS, da Rocha AB,
Schwartsmann G (2002). In vitro citotoxicity of extracts from Brazilian Asteraceae.
Pharmac Biol 40: 494-500.
Muschietti L, Gorzalczany S, Ferraro G, Acevedo C, Martino V (2001). Phenolic
compounds with antiinflammatory activity from Eupatorium buniifolium. Planta Med 67:
743-744.
Muschietti L, Derita M, Sulsen V, de Dios Munoz J, Ferraro G, Zacchino S, Martino V
(2005). In vitro antifungal assay of traditional Argentine medicinal plants. J
Ethnopharmacol 14: 233-238.
Nair Ramachandran AG, Gunasegaran R, Krishnan S, Bayet C, Voirin B (1995). Flavonol
glycosides from leaves of Eupatorium glandulosum. Phytochem 40: 283-285.
Nature Reviews (2004). (No authors listed). Hot drugs 2004. Nat Rev Drug Discov. Supl
S3-40.
Newman DJ, Cragg GM, Snader KM (2000). The influence of natural products upon drug
discovery. Nat Prod Rep 17: 215-234.
Newman DJ, Cragg GM, Snader KM (2003). Natural products as sources of new drugs
over the period 1981-2002. J Nat Prod 66: 1022-1037.
101
Nisbet LJ, Moore M (1997). Will natural products remain an important source of drug
research for the future? Curr Opin Biotechnol 8: 707-712.
Nodari RO, Guerra MP (1999). Biodiversidade: aspectos biológicos, geográficos, legais e
éticos. In: Simões CMO, Schenkel EP, Gosmann G, Mello JCP, Mentz LA, Petrovick PR
(orgs). Farmacognosia, da planta ao medicamento. Editora da UFSC, Floriapolis, Brasil
pp. 61-74.
Park EJ & Pezzuto JM (2002). Botanicals in cancer chemoprevention. Cancer Met Rev 21:
231-255.
Pinto AC, Silva DHS, Bolzani VS, Lopes NP, Epifanio RA (2002). Produtos Naturais:
atualidade, desafios e perspectivas. Quim. Nova 25(supl1): 45-61.
Primack RB, Rodrigues E (2001). Biologia da conservação. Editora Planta, Londrina,
Brasil 327p.
Qian SY, Buettner GR (1999). Iron and dioxygen chemistry is an important route to
initiation of biological free radical oxidations: an electron paramagnetic resonance spin
trapping study. Free Radic Biol Med 26: 1447-1456.
Ricklefs RE. A economia da natureza (2003). Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro,
Brasil pp.443-461.
102
Rowinsky EK, Donehower RC (1995). Paclitaxel (Taxol). N Engl J Med 332: 1004-1014.
Rucker G, Heiden K, Schenkel E (2001). Antitumor-active lactones from Kaunia rufescens
and Eupatorium cannabinum. J Indian Inst Sci 81: 333-334.
Saija A, Scalese M, Lanza M, Marzullo D, Bonina F, Castelli F (1995). Flavonoids as
antioxidants agents: importance of their interaction with biomembranes. Free Radic Biol
Med 19: 481-486.
Sasikumar JM, Doss AP, Doss A (2005). Antibacterial activity of Eupatorium glandulosum
leaves. Fitoterapia 76: 240-243.
Schenckel EP, Gosmann G, Petrovick PR (1999). Produtos de origem vegetal e o
desenvolvimento de medicamentos. In: Simões CMO, Schenkel EP, Gosmann G, Mello
JCP, Mentz LA, Petrovick PR (orgs). Farmacognosia, da planta ao medicamento. Editora
da UFSC, Florianópolis, Brasil pp. 291-320.
Schwartsmann G (2000). A natureza como fonte de novos fármacos antincer: a
contribuição dos oceanos. An Acad Nac Med 160: 95-103.
Schwartsmann G (2001). Anticancer drugs from nature. Med Ped Oncol 37: 79-80.
Schswartsmann G, Brondani da Rocha A, Berlinck RG, Jimeno J (2001). Marine organisms
as a source of new anticancer agents. Lancet Oncol 2: 221-225.
103
Schwartsmann G, Ratain Mj, Cragg GM, Wong JE, Saijo N, Parkinson DR, Fujiwara Y,
Pazdur R, Newman DJ, Dagher R, Di Leone L (2002). Anticancer drug discovery and
development throughout the world. J Clin Oncol 15;20: 47S-59S.
Schwartsmann G, Winograd B, Pinedo HM (1988). The main steps in the development of
anticancer agents. Radiother Oncol 12: 301-313.
Schwartsmann G, Workman P (1992). Anticancer drug screening and discovery in the
1990s: a European perspective. Eur J Cancer 29A: 3-14.
Sharma OP, Dawra RK, Kurade NP, Sharma PD (1998). A review of the toxicosis and
biological properties of the genus Eupatorium. Nat Toxins 6: 1-14.
Shen Y-C, Lo K-L, Kuo YH, Khalil AT (2005). Cytotoxic sesquitepene lactones from
Eupatorium kiirunense, a coastal plant of Taiwan. J Nat Prod 68: 745-750.
Silver LL, Bostian KA (1993). Discovery and development of new antibiotics: the problem
of antibiotic resistance. Antimicrob Agents Chemother 37: 377-383.
Srivastava V, Negi AS, Kumar JK, Gupta MM, Khanuja SPS (2005). Plant-based
anticancer molecules: a chemical and biological profile of some important leads. Bioorg
Med Chem 13: 5892-5908.
104
Tulp M, Bohlin L (2002). Chemical diversity: independent of functional diversity. Trends
Pharmacol Sci 23: 405.
Urzua A, Caroli M, Vasquez L, Mendoza L, Wilkens M, Tojo E (1998). Antimicrobial
study of the resinous exudate and of diterpenoids isolated from Eupatorium salvia
(Asteraceae). J Etnopharmacol 62: 251-254.
Van Zyl, Kriegler A, van der Walt BJ (1993). Anti-oxidant properties of H2-receptor
antagonists. Biochem Pharmacol 45: 2389-2397.
Wink M (1999). Introduction: biochemistry, role and biotechnology of secondary products.
In: M Wink, ed, Biochemistry of secondary product metabolism. CRC Press, Boca Raton,
United States of America, pp 1-16.
Woerdenbag HJ (1988). A fundamental study on the cytostatic action of sesquiterpene
lactones from Eupatorium cannabinum L. Ph.D. Thesis, University of Groningen, The
Netherlands.
Yang S-P, Huo J, Wang Y, Lou L-G, Yue J-M (2004). Cytotoxic sesquiterpenoids from
Eupatorium chinense. J Nat Prod 67: 638-643.
Yarbro JW (1992). The scientific basis of cancer chemotherapy. In: Perry MC, ed. The
Chemotherapy Source Book. Williams & Wilkins, Baltimore, United States of America, 2-
14.
105
Zhang S, Won Y-K, Ong C-N, Shen H-M (2005). Anti-cancer potential of sesquiterpene
lactones: bioactivity and molecular mechanisms. Curr Med Chem Anti-Canc Agents 5:
239-249.
106
9. ANEXOS
9.1. Lista de Figuras
Artigo 1
Figura 1 – Porcentagem de crescimento celular (médias ± DP, n=9) na H-460 carcinoma de
pulmão de células não pequenas e HT-29 carcinoma coloretal, após tratamento de 72h com
extrato etanólico de S. casarettoi.
Figura 2 – Distribuição das fases do ciclo celular (% de células; médias ± DP, n 9) na
MCF-7 carcinoma de mama e em fibroblastos humanos normais, após tratamento por 72h
com a mancha de cromatografia C
2
da fração enriquecida de lactonas sesquiterpênicas de S.
casarettoi.
Artigo 2
Figura 1 – Inibição do crescimento de P. falciparum (strain W2) in vitro, incubado com
extrato etanólico de S. casarettoi e dose da concentração inibitória (IC
50
) em um
experimento representativo.
107
9.2. Lista de Tabelas
Artigo 1
Tabela 1 – Valores de IC
50
(µg/ml; médias ± DP; n=9) em cinco linhagens celulares após
tratamento por 72h com as frações hexânica, clorofórmica, metanólica e enriquecida de
lactonas sesquiternicas de S. casarettoi.
Tabela 2 – Valores de IC
50
(µg/ml; médias ± DP; n=9) em cinco linhagens celulares,
fibroblastos e linfócitos, após tratamento por 72h com as manchas de cromatografia C
0
, C
1
,
C
2
e C
3
da fração enriquecida de lactonas sesquiterpênicas de S. casarettoi.
Tabela 3 – Análise fitoquímica de inflorescências de S. casarettoi.
Artigo 2
Tabela 1 – Atividade antimalárica in vivo do extrato etanólico de S. casarettoi em
camundongos infectados com P. berghei. Os resultados são representativos de
experimentos feitos em triplicata.
Tabela 2 – Inibição do crescimento (%) in vitro de P. falciparum (linhagens W2 e BHZ)
incubadas com as frações hexânica, clorofórmica e metanólica de S. casarettoi.
108
Artigo 3
Tabela 1 – Conteúdo total de polifenóis do extrato etanólico e das frações metanólica e
clorofórmica de S. casarettoi e suas propriedades antioxidantes (TRAP). Os resultados do
conteúdo total de polifenóis foram expressos como mg/g do extrato e os dados do TRAP
foram expressos como capacidade equivalente de trolox (TEAC). Os experimentos foram
feitos em triplicata.
Tabela 2 – Efeito do extrato etanólico e da fração metanólica de S. casarettoi na
lipoperoxidação induzida por ferro (TBARS) e no extravasamento de LDH. Os resultados
de TBARS foram expressos como equivalentes de MDA (nmol/mg proteína) ± DP e em
extravasamento de LDH foram expressos como U LDH/µg proteína ± DP. As doses para o
extrato e a fração foram a menor concentração com atividade antioxidante no experimento
TRAP. Os dados são representativos de três experimentos independentes, feitos em
triplicata.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo