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deve ser descentralizada não só a termos de deveres, mas em nível de recursos. A
política macro da UFU já melhorou, mas fica muito preocupada com o varejo.
CONGRAD, CONDIR, CONSUN interferem muito nas questões. (S1UA).
A descentralização vem sendo utilizada equivocadamente como sinônimo de
desconcentração e, recentemente, como outorga de autonomia à unidade escolar. Daí porque
alguns autores distinguem descentralização de desconcentração.
Assim, de acordo com a resposta do S1UA, na opinião de Amaro (1996 apud
LORDÊLO, 2001, p. 172), a desconcentração transfere competências, mas não abdica do
centro, ou seja, ela não é incompatível com a centralização. Com a descentralização, há o
surgimento de novos centros, em nível periférico, regional ou local, algo que parte de baixo,
ficando para o estado central apenas o que não puder ser feito pelos outros níveis.
Para S28R
Atualmente, existe um certo consenso no sentido de que a divisão em unidades, teria
dado mais autonomia e visibilidade as mesmas e inclusive maior resolutividade no
que diz respeito as questões administrativas e acadêmicas.
Entretanto, entendemos que essa descentralização foi excessiva, na medida em que
tal fragmentação obriga uma profunda duplicação de funções semelhantes, isso se
analisarmos a questão do ponto de vista dos recursos humanos e materiais
disponíveis na universidade. Por exemplo, ao invés de contarmos hoje com
secretarias de curso que pudessem funcionar de maneira integrada, nos encontramos
com secretarias que atendem isoladamente seus respectivos cursos. Se isto gera
maior autonomia aos cursos, gera também um crescimento de demanda material e
humana no contexto mais amplo da administração da instituição, cuja resultante,
hoje, são obvias: 1) Será que faltam servidores/as na instituição ou será que estão
equivocadamente distribuídos numa estrutura acadêmica onde as funções se repetem
de forma fragmentada, quando estas poderiam ser unificadas e melhoradas com
apoio da tecnologia disponível? E 2) Políticas de interesse e atendimentos comuns
(informática, Espaço físico, Bibliotecas, editora, gráfica etc.) da instituição entram
em choque com os interesses locais das unidades. O que fazer para buscar um
equilíbrio neste ponto?
Nesse sentido, deve-se situar então a que democracia nos estamos referindo. Na
UFU é muito difícil, no meu entendimento, viver com uma estrutura onde os
recursos materiais, humanos e financeiros estão constantemente em disputa entre as
unidades acadêmicas e a administração superior, a qual deve estar preocupada em
atender não somente as especificidades de cada unidade, mas também e
principalmente as demandas que dizem respeito ao bem comum da instituição.
Nesse sentido, devemos salientar que antes do Prof.Arquimedes identificamos um
claro privilegiamento das demandas de determinadas Unidades Acadêmicas que
implicaram, de certa forma, num profundo sucateamento de instâncias destinadas a
atender o bem comum. Exemplo, controle acadêmico da graduação e da pós-
graduação; Assistência estudantil e Recursos Humanos para atendimento das
demandas da administração superior, o abandono da manutenção de instalações do
Campus Educação Física em detrimento do atendimento dos campus umuarama e
Sta. Mônica etc. Nesse sentido, lembro bem a fala de um servidor da UFU, que
sintetizou a era FHC na UFU: Falta de recursos humanos e materiais somado a
fragmentação excessiva de funções, poderes e atribuições implicou, em resumo, na
“formação de castelos e a criação de favelas” no interior da própria instituição e no
interior, inclusive, da própria administração e das unidades acadêmicas.
Nesse contexto deve-se lembrar, também, a formatação dos Conselhos superiores,
principalmente o Condir e o Consun, os quais ficaram, praticamente no poder dos
diretores de unidade, portanto dos docentes, deixando à representação estudantil e