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Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Centro de Biotecnologia
Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular
Expressão da urease ubíqua de soja em Escherichia coli
Anne Helene Souza Martinelli
Dissertação submetida ao Programa de
Pós-graduação em Biologia Celular e
Molecular da UFRGS como requisito
parcial para obtenção do título de
Mestre.
Orientadora: Dra. Célia Regina R.S.
Carlini
Co-orientador: Dr. Giancarlo Pasquali
Porto Alegre
Agosto de 2007
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Este trabalho foi realizado nos Laboratórios de Proteínas Tóxicas, do Departamento
de Biofísica, e Laboratório de Biologia Molecular Vegetal do Centro de Biotecnologia,
Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre,
RS, sob a orientação da Dra. Célia Regina R. S. Carlini e co-orientação do Dr.
Giancarlo Pasquali. Os auxílios financeiros foram obtidos do: CNPq, CAPES,
FAPERGS E FINEP.
II
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Agradecimentos
Agradeço:
Aos meus pais Sauro Luis Martinelli e Maria Elisabete Martinelli, e meus irmãos
Luiza, Nátali, Sauro, Daniel por todo amor, carinho, dedicação e apoio em todos os
momentos. Amo muito vocês.
Ao meu padrinho Jorge por todo apoio e carinho.
Ao meu amado Marco pelo amor, carinho, e compreensão nos momentos de
ausência; e também à sua família.
Á minha orientadora Célia pela oportunidade única de atuar em seu grupo de
pesquisa, por todo aprendizado e principalmente pela confiança e apoio.
Ao meu co-orientador Giancarlo pela confiança e oportunidade de iniciar trabalhos
na área de biologia Molecular.
Aos meus colegas do laprotox: Ju S., Vanessa, Arlete, Mel, Fer S., Evelyn, Fer M.,
Marina, Ângela M., Ângela P., Martha, Carol, Deiber, German, Rafael, Tinoko,
Diogo e Augusto, pela amizade, ajuda em todos os momentos, pelos risos na hora
do cafezinho. Obrigado a todos!!!!
À colega servidora Sílvia e ao Luciano da secretaria do programa de pós-
graduação.
Ao José Arthur, Nance e Kátia, do laboratório de Imunogenética em que atuo como
técnica de laboratório, pela compreensão e flexibilidade para que eu pudesse
realizar este trabalho.
A todos do laboratório de Imunogenética pelo apoio e amizade.
A todas as meninas do laboratório de Biologia Molecular vegetal: Fe B, Fe S., Dani,
Rochele, Ana P., Sinara, Michele, Luiza, Marina, pela amizade.
A Jacqueline e Débora que me ajudaram muito na realização do trabalho.
A Desireé, que me auxiliou muito no trabalho, e sempre mostrou muita paciência e
boa vontade em ajudar. Muito obrigado!!!!
As minhas amigas queridas da Unisinos, Raquel e Cátia, que mesmo longe me
apoiaram muito.
Ao professor Henrique pela revisão da dissertação e ótimas sugestões.
A todas as pessoas que de alguma forma me auxiliaram na realização deste
trabalho.
III
Abreviaturas
aa aminoácidos
ATG Códon de iniciação da transcrição: adenina, timina, guanina
BCA ácido bicinconínico
BCIP 5-bromo-4-cloro-3-indocil fosfato
cDNA DNA complementar
CNTX canatoxina
DL
50
Dose letal para 50% dos indivíduos testados
DNA ácido desoxirribonucléico
GST Glutationa-S-transferase
IgG Imunoglobulina G
IPTG isopropil-ßeta-D-tiogalactopiranosídeo
JBU Urease de Canavalia ensiformis
Kb Quilobases (1.000 pares de bases)
kDa Quilodaltons (1.000 daltons)
µg micrograma(s)
µL microlitro(s)
NBT azul de nitrotetrazolina
N-terminal Região amino-terminal de uma proteína
pb pare(s) de base(s)
PBS tampão fosfato-salino
IV
PCR reação em cadeia da DNA-polimerase
PIXE indução de partículas por emissão de raio-X
p-OHMB p-hidroximercuriobenzoato de sódio
PVDF Difluoreto de polivinileno
SDS sódio-dodecilsulfato
SDS-PAGE Eletroforese em gel de poliacrilamida na presença de SDS
TBS tampão Tris-HCl salino
TTBS tampão Tris-HCl salino contendo 0,05% de tween 20
Tween 20 polioxietilenosorbitano
U unidades
V
Indice
1. Introdução.............................................................................................................................11
1.1 Ureases............................................................................................................................11
1.1.2 Ureases de semente de feijão-de-porco (Canavalia ensiformis)..............................12
1.1.3 Urease de soja..........................................................................................................14
1.1.4 Ureases: proteínas de defesa em plantas?................................................................16
1.2 Expressão de proteínas recombinantes ...........................................................................19
1.2.1 Sistema de expressão pGEX....................................................................................24
2. Objetivos...............................................................................................................................26
2.1 Objetivos gerais ..............................................................................................................26
2.2 Justificativa:....................................................................................................................26
2.3 Objetivos específicos......................................................................................................27
3. Materiais e Métodos..............................................................................................................28
3.1 Amplificação do cDNA da urease ubíqua de soja..........................................................28
3.1.1 pGPTV-JIT-urease...................................................................................................28
3.1.2 Reação em cadeia da DNA polimerase (PCR) ........................................................30
3.2 Construção do vetor de expressão: .................................................................................30
3.2.1 Ligação do inserto e transformação de células de E. coli termocompetentes..........30
3.2.2 Seleção das colônias transformadas:........................................................................31
3.2.3. Seqüenciamento do plasmídeo pGEX-4T-2- urease a análise da seqüência ..........32
3.3 Expressão de urease ubíqua recombinante em E. coli:...................................................34
3.3.1 Transformação das células competentes para expressão.........................................34
3.3.2 Seleção de colônias recombinantes para expressão da proteína de fusão
(GST+urease).
...................................................................................................................34
3.3.3 Otimização das condições de expressão:.................................................................35
3.3.4 Solubilidade da proteína urease recombinante fusionada a GST.............................36
3.4 Expressão da urease ubíqua recombinante .....................................................................36
3.4.1 Purificação da proteína de fusão..............................................................................37
3.4.2 Purificação e clivagem de proteína de fusão GST-urease .......................................38
3.5 Atividade ureásica...........................................................................................................38
3.6 Determinação de Proteína...............................................................................................39
3.7 SDS-PAGE .....................................................................................................................39
3.8 Western blot....................................................................................................................39
3.9 ELISA.............................................................................................................................40
4. Resultados.............................................................................................................................42
4.1 Amplificação por PCR e subclonagem do cDNA da urease ubíqua...............................42
4.2. Seleção de clones para expressão ..................................................................................44
4.3 Otimização da expressão da urease ubíqua recombinante de soja..................................49
4.3 Purificação da proteína de fusão.....................................................................................53
4.4 Clivagem da proteína de fusão GST-urease com trombina............................................55
4.5 Atividade enzimática ......................................................................................................56
4.5 ELISA.............................................................................................................................59
5. Discussão ..............................................................................................................................62
6. Perspectivas...........................................................................................................................70
VI
7. Referências............................................................................................................................71
VII
Abstract
Urease (EC 3.5.1.5, urea amidohydrolase) is a nickel-dependent metalloenzyme, that
catalyzes the hydrolysis of urea to form ammonia and carbon dioxide. Ureases are
produced by many organisms, including plants, fungi and bacteria. Soybean
produces two isoenzymes, the ubiquitous urease, which is encoded by Eu4 gene and
is present in small amounts in all plant tissues, and the embryo-specific urease, which
is encoded by the Eu1 gene, and is synthesized only in the developing embryo. The
ubiquitous urease is responsible for recycling metabolically derived urea while the
role of the embryo-specific urease remains unkown. Previous studies had suggested
that the embryo-specific urease could be involved in plant defense. Since the
ubiquitous urease is found in low amounts in plant tissues making difficult to purify the
enzyme, little is known about this protein. In the present work, a system for the
expression and partial purification of soluble soybean ubiquitous urease was
established expressing a protein fusioned with glutathione S- transferase (GST). The
urease gene amplified by PCR was inserted into a pGEX-4T-2 GST fusion vector and
then expressed in Escherichia coli BL21 (DE3). The recombinant urease was partially
purified by a Glutathione Sepharose 4B affinity chromatography, yielding about 2 mg
protein/L of culture broth. The recombinant protein was tested for enzymatic activity
and imunoreactivity against anti Canavalia ensiformis antibodies. Successful
expression of ubiquitous urease in E. coli provides a way to produce this protein in
amounts enough for posterior studies and characterization.
VIII
Resumo
Ureases (uréia amino-hidrolases; EC 3.5.1.5) são metaloenzimas níquel-
dependentes, que catalisam a hidrólise da uréia à amônia e dióxido de carbono. Elas
são produzidas por fungos, bactérias e plantas, mas não por animais. A soja produz
duas isoenzimas, a urease ubíqua, que é codificada pelo gene Eu4, presente em
pequenas quantidades em todos os tecidos da planta, e a urease embrião-
específica, codificada pelo gene Eu1, que é sintetizada apenas no embrião em
desenvolvimento. A urease ubíqua é responsável pela biodisponibilização de
nitrogênio para planta, enquanto o papel da embrião-específica permanece
desconhecido. Estudos prévios, sugerem que esta urease possa estar envolvida na
defesa da planta. Como a urease ubíqua é encontrada em pequenas quantidades
em todos tecidos da planta, tornando difícil sua obtenção, pouco é conhecido sobre
esta enzima. No presente trabalho, estabeleceu-se um sistema de expressão e
purificação parcial da urease ubíqua recombinante, expressa como uma proteína
fusionada a uma cauda de glutationa-S-transferase (GST). O gene da urease foi
amplificado por PCR e ligado em plasmídeo pGEX-4T-2 e expresso em Escherichia
coli BL21 (DE3). A urease recombinante foi parcialmente purificada em resina de
afinidade Glutationa Sepharose 4B, obtendo-se um rendimento de aproximadamente
2 mg/L de cultura. A proteína recombinante foi analisada para atividade enzimática e
imunorreatividade para anticorpos contra urease de Canavalia ensiformis. O sucesso
IX
deste método de expressão da urease ubíqua da soja, permitirá a produção de
quantidades suficientes desta proteína para estudos posteriores de caracterização.
X
1. Introdução
1.1 Ureases
Ureases (uréia amino-hidrolases; EC 3.5.1.5) são enzimas que catalisam a
hidrólise da uréia à amônia e carbamato, o qual espontaneamente decompõe-se
para formar dióxido de carbono e uma segunda molécula de amônia. Elas são
produzidas por fungos, bactérias e plantas mas não por animais. As ureases de
plantas e fungos são proteínas homo-hexaméricas, ou seja, formadas por seis
subunidades idênticas (SIRKO & BRODZIK, 2000), enquanto as ureases bacterianas
são proteínas formadas por duas ou três subunidades distintas: UreA e UreB,
formando (AB)
6
, em Helicobacter pylori, e UreA, UreB e UreC formando (ABC)
6
,
em
outras bactérias, como Klebsiella aerogenes, como é mostrado na Figura 1 abaixo.
Figura 1: Comparação esquemática das subunidades estruturais das ureases de diferentes
organismos. Os valores em percentual, indicados abaixo de cada bloco, indica o grau de identidade
com a urease de C. ensiformis. O número de aminoácidos de cada bloco estão indicados a direita
(aa). (Adaptado de SIRKO & BRODZIK, 2000).
11
Em bactérias, a urease está envolvida como fator de virulência em infecções
humanas do trato urinário e gastro-intestinal (MOBLEY et al., 1995), favorecendo a
sobrevivência destes microrganismos em pH desfavorável, além de estar presente
em bactérias de solo e em bactérias anaeróbicas presentes em ruminantes,
favorecendo a reciclagem de compostos nitrogenados. Em plantas, a urease está
presente abundantemente na semente e distribuída nos demais tecidos, apesar da
uréia não ser um metabólito majoritário em plantas (POLACCO & HOLLAND, 1993;
SIRKO & BRODZIC, 2000) o que desperta curiosidade para estudo das funções
fisiológicas desta enzima nos vegetais. Apesar de diferenças na estrutura
quaternária entre as ureases, a identidade de seqüência primária é maior que 50%
entre bactérias e plantas, e com similaridades maiores que 70% dentro de cada
grupo (MOBLEY et al., 1995).
1.1.2
Ureases de semente de feijão-de-porco (Canavalia ensiformis)
O feijão-de-porco (Canavalia ensiformis), planta-modelo utilizada em nosso
laboratório, é uma leguminosa com alta resistência a insetos e possui várias
proteínas interessantes, como a lectina concanavalina A (SUMNER & HOWELL,
1936), a canatoxina (CARLINI & GUIMARÃES, 1981) e a urease, que foi a primeira
enzima a ser cristalizada (SUMNER, 1926) e a primeira metalo-enzima a ser
caracterizada (DIXON, 1975).
12
A urease de C. ensiformis constitui-se de uma cadeia polipeptídica com 840
aminoácidos e massa molecular de 90,77 kDa. A forma mínima da enzima ativa é
trimérica, com 270 kDa, e a enzima é encontrada em sua forma nativa como um
hexâmero de 540 kDa (ZERNER, 1991). Ela possui dois átomos de níquel no sítio
ativo, cada um coordenado por dois resíduos de histidina.
CARLINI & GUIMARÃES (1981), isolaram a CNTX, uma proteína tóxica a
insetos e mamíferos que anos mais tarde, foi caracterizada como uma isoforma de
urease (FOLLMER et al., 2001). A CNTX apresenta massa molecular de 184 kDa
quando analisada em gel-filtração em pH 7,5. Em SDS-PAGE, em meio redutor, sua
massa molecular é de 95 kDa, sugerindo que a forma nativa da proteína seja um
dímero mantido por ligações não covalentes. Além disso, é uma metalo-proteína
contendo zinco e níquel. A CNTX e a urease de C. ensiformis apresentam um alto
grau de homologia entre si (85%), mas a CNTX apresenta apenas 30 - 40% da sua
atividade enzimática sobre uréia em relação a urease majoritária.
A CNTX, quando injetada por via intraperitoneal, induz convulsão e morte de
ratos e camundongos, com uma DL
50
de 2 mg/kg, mas é inócua quando
administrada através de via oral nesses animais, provavelmente devido à sua
instabilidade em meio ácido (CARLINI et al., 1984; CARLINI & GUIMARÃES, 1991).
Ela também apresenta potente atividade inseticida (CARLINI et al.,1997; FERREIRA-
DA SILVA et al.,2000; CARLINI & GROSSI-DE-SÁ, 2002), que está relacionada com
a clivagem da proteína por enzimas digestivas dos insetos, gerando um peptídeo de
10 kDa que é o agente responsável por essa atividade.
13
Estudos adicionais mostraram que quando a CNTX é tratada com um inibidor
irreversível de urease, ρ-hidroximercuriobenzoato, ela perde totalmente sua atividade
ureolítica, mas suas atividades biológicas permanecem inalteradas, sugerindo que
estas propriedades são independentes da atividade enzimática. A urease clássica
possui atividades biológicas descritas para a CNTX, como ativação plaquetária e
interação com gangliosídeos, mas não é letal por via intraperitoneal em
camundongos. As atividades citadas também são independentes da atividade
ureolítica (FOLLMER et al., 2001). Esse dado indica a existência, nestas proteínas,
de pelo menos dois domínios protéicos distintos, responsáveis por atividades
biológicas diferentes: um domínio com atividade hidrolítica sobre a uréia, suscetível
de inibição por agentes oxidantes; e pelo menos mais um domínio, responsável pela
toxicidade intraperitoneal da CNTX e outras propriedades farmacológicas
compartilhadas com a urease.
1.1.3
Urease de soja
A soja (Glycine max) possui duas isoformas de urease: a ubíqua, que está
presente em pequenas quantidades em todos os tecidos da planta, e uma segunda
isoenzima, designada embrião-específica, expressa no embrião em desenvolvimento
e preservada na semente madura, onde é encontrada em cerca de 1.000 vezes mais
abundância do que a urease ubíqua (POLACCO & SPARKS, 1982, POLACCO &
WINKLER, 1984). As isoformas de urease encontradas na soja, a embrião-específica
e a ubíqua, são altamente homólogas entre si (cerca de 85%) e também à urease de
C. ensiformis (TORISKI et al., 1994.) Cada isoenzima de urease parece ser
14
codificada por um único gene estrutural: Eu1 e Eu4 para a urease embrião-específica
e a ubíqua, respectivamente. Mutações em cada um dos genes afetam somente uma
das isoenzimas (MEYER-BOTHLING & POLACCO, 1987; POLACCO et al., 1989).
Um estudo realizado com plantas de soja mutantes mostrou que, com o
silenciamento da urease ubíqua, as plantas apresentaram anormalidades como
necroses nas extremidades das folhas e raízes, acúmulo de uréia nas folhas e
sementes, além de retardamento na germinação sugerindo um papel importante
desta enzima na reciclagem de derivados de uréia. Já a perda da urease embrião-
específica não acarretou danos visíveis à planta, sugerindo que esta enzima não
possua função fisiológica importante no metabolismo de nitrogênio (POLACCO &
HOLLAND, 1993).
Em culturas de cotilédones de ervilha e de soja, mostrou-se que as ureases
desempenham pouca ou nenhuma função na nutrição do embrião, visto que a uréia
comporta-se como uma fonte extremamente pobre de nitrogênio (POLACCO &
HOLLAND, 1993).
Estes dados são conflitantes, pois, se a urease embrião-específica não possui
papel relevante para a planta, por que esta apresentaria conteúdos elevados desta
proteína na semente? Tem sido proposto que, em decorrência da liberação
enzimática de amônia, esta isoforma possa estar envolvida na proteção da planta
contra insetos, fungos e agentes agressivos a semente. (POLACCO & HOLLAND,
1993).
15
1.1.4
Ureases: proteínas de defesa em plantas?
(CARLINI et al., 1997, FERREIRA-DASILVA et al., 2000) descreveram a
atividade inseticida da CNTX. Nestes trabalhos, insetos de diferentes ordens foram
testados e apenas foram suscetíveis os insetos Callosobruchus maculatus e
Rhodnius prolixus, cujos sistemas digestivos são baseados em enzimas proteolíticas
ácidas, do tipo catepsinas (TERRA et al., 1988). Nesse caso, o efeito inseticida não
está associado à atividade ureolítica da toxina, pois depende da formação de
peptídeos entomotóxicos a partir da hidrólise das proteínas por enzimas digestivas
dos insetos. Nesses estudos realizou-se a digestão in vitro da canatoxina com
enzimas obtidas da larva de C. maculatus. Obteve-se, desta forma, um conjunto de
peptídeos (10 – 15 kDa) tóxicos quando injetados ou ingeridos pelos barbeiros R.
prolixus. O fragmento mais tóxico (10 kDa); chamado de pepcanatox, foi
seqüenciado em sua região N- terminal. A partir desta seqüência, utilizando-se como
molde a seqüência da urease JBURE-II de Canavalia ensiformis, foi expresso em
Escherichia coli um peptídeo chamado de jaburetox-2 Ec (MULINARI et al., 2004),
que apresentou toxicidade à barata Blatela germanica ao inseto manchador-de-
algodão Dysdercus peruvianus (STANISÇUASKI et al., 2005). Em outro estudo
(FOLLMER et al., 2004), verificou-se que a urease embrião-específica da soja e a
urease majoritária de C. ensiformis, ambas purificadas a partir da semente,
apresentam atividade tóxica contra o inseto D. peruvianus, e são capazes de
promover a agregação de plaquetas de coelho. Neste mesmo trabalho, mostrou-se
que estas atividades são independentes da atividade ureolítica.
16
OLIVEIRA, et al., (1999) descreveram a atividade fungicida da CNTX sobre
alguns fungos filamentosos. Recentemente, nosso grupo descreveu a ação fungicida
das ureases vegetais (urease embrião-específica da soja, e a urease de C.
ensiformis) e urease bacteriana de Helicobacter pylori, sobre fungos fitopatogênicos.
Foram realizados ensaios de inibição de crescimento por difusão em disco de papel
(Figura 2), e por método de turbidimetria, bem como microscopia eletrônica de
transmissão de fungos afetados em que monitoramos a inibição em
espectrofotômetro. As três ureases estudadas apresentam atividade tóxica aos
fungos, mas as ureases vegetais foram mais potentes em relação à bacteriana
(BECKER-RITT et al., no prelo). Verificamos ainda que as propriedades antifúngicas
persistem na urease inibida por p-hidroximercuribenzoato, mostrando ser
independente da atividade enzimática.
17
Figura 2: Efeito da urease embrião-específica da soja sobre os fungos Penicillium herguei (A) e
Trichoderma viride (B).
Painel de esquerda: uma suspensão de 10
6
esporos foi incubada com 40 µL
da solução de proteína (12,5 µg proteína/µL) (1, 2,3) ou tampão (4) durante 2 horas a temperatura
ambiente, e inoculadas em placas contendo meio BDA, incubadas a 28°C por 48 horas.
Painel da
direita: 500 µg da proteína em 40 µL (1,2,3) ou somente tampão (4) foram pipetados em discos de
papel estéril e colocados em placas previamente inoculadas com os fungos. As placas foram
incubadas a 28°C por 48 horas. A urease inibiu o crescimento e a germinação dos esporos dos
fungos (BECKER-RITT et al., no prelo).
18
1.2 Expressão de proteínas recombinantes
Nem sempre é possível obter preparações enriquecidas de proteínas
específicas a partir de células, tecidos ou órgãos onde elas são naturalmente
encontradas. Para contornar estes problemas, surgiram técnicas para a expressão
em larga-escala de proteínas de diferentes organismos em células procarióticas. A
expressão de genes em E. coli, talvez seja a via mais utilizada para a produção de
proteínas recombinantes, devido a algumas características específicas deste
microrganismo, como: ser geneticamente bem caracterizado, manipulação simples
do microrganismo, baixo custo de cultivo, curto tempo necessário para obtenção de
grande quantidade da proteína desejada (HUNT, 2005), além da disponibilidade de
números cada vez maiores de vetores de clonagem e cepas mutantes de expressão,
permitindo seu uso para uma grande variedade de atividades, tais como: produção
de antígenos, vacinas, imunologia molecular, estrutural, além de estudos
bioquímicos (SALUTA et al., 1998).
Em geral, é difícil decidir qual é o melhor sistema plasmidial e cepa bacteriana
para expressão heteróloga de proteínas (TERPE, 2006). Entretanto, para esta
escolha, há alguns elementos essenciais que devem ser levados em consideração. A
expressão normalmente é induzida a partir de um plasmídeo que carrega um sistema
genético compatível. Os elementos genéticos de um plasmídeo de expressão
incluem a origem de replicação, um ou mais marcadores de resistência a antibiótico,
um promotor da transcrição, com ou sem a região iniciadora da tradução, bem como
a região terminadora da transcrição (SORENSEN, 2004).
19
Muitos vetores de expressão de proteínas recombinantes replicam-se a partir
do replicon ColE1 ou p15A. O ColE1, presente em plasmídeos de expressão
modernos, é derivado da família de plasmídeos pBR322 (15 a 20 cópias por célula
bacteriana) ou do pUC (500 a 700 cópias/ célula), e o replicom p15A é derivado do
pACYC184 (10 a 12 cópias/ célula). Além disso, o número de cópias de um
plasmídeo é controlado pela origem de replicação que preferencialmente replica na
conformação relaxada do plasmídeo (BANEYX, 1999).
Outro fator importante é a marca de resistência de um plasmídeo. Os
marcadores mais comuns são genes codificadores de proteínas de resistência a
ampicilina, canamicina, cloranfenicol ou tetraciclina. Plasmídeos contendo o gene
bla, expressam a β-lactamase que confere resistência a ampicilina. Esta enzima é
secretada para o periplasma, onde catalisa a hidrólise do anel β-lactâmico das
penicilinas. A ampicilina presente no meio de cultivo é especialmente suscetível à
degradação, tanto pela β-lactamase ou por condições acídicas em culturas de alta
densidade. O efeito de degradação pode ser aliviado com uso de análogos mais
resistentes como a carbenicilina. A canamicina, o cloranfenicol e a tetraciclina
interferem na síntese de proteínas por se ligarem em áreas críticas do ribossomo
bacteriano. A canamicina é inativada no periplasma pela aminoglicosídeo-
fosfotransferase, e o cloranfenicol pelo produto do gene cat, a cloranfenicol-
acetiltransferase. De forma análoga, vários genes conferem resistência à tetraciclina
(CONNELL et al., 2003).
20
Para a expressão da proteína recombinante, em altos níveis, em E. coli é
necessário um promotor transcricional forte. O promotor do operon Lac de E. coli é o
mais comumente utilizado, sendo a molécula de açúcar isopropil-βeta-D-
tiogalactopiranosídeo (IPTG) o seu indutor (HANING et al., 1998). Aproximadamente
80% das proteínas utilizadas para análise de estrutura tridimensional submetida ao
banco de dados de proteínas (PDB) em 2003 foram obtidas a partir do sistema de
expressão em E. coli (SORENSEN, 2004). O sistema de expressão plasmidial pET
(Novagen), contendo promotor T7, foi de longe o mais utilizado nestes estudos.
Outro sistema muito utilizado é o pGEX (GE healthcare), que possui o promotor tac.
Outro fator decisivo para expressão de proteínas recombinantes é a escolha
da cepa de E. coli, entretanto grandes variedades de cepas podem ser usadas na
clonagem e na expressão. As cepas para expressão podem ser deficientes de
proteases naturalmente nocivas, mantendo a expressão do plasmídeo estável e
conferindo elementos genéticos relevantes para o sistema de expressão. A cepa
mais comumente utilizada é a E. coli BL21, por ser uma bactéria robusta, capaz de
se multiplicar rapidamente em meio de cultivo pobre, além de não ser patogênica. A
BL21 é deficiente em ompT e lon, duas proteases que podem interferir no isolamento
da proteína recombinante intacta.
Como foi dito anteriormente, um sistema de expressão para a produção de
proteínas recombinantes em E. coli normalmente envolve a combinação de
plasmídeo e uma cepa de bactéria (SORENSEN, 2005). O principal propósito da
expressão é obter um grande acúmulo da proteína-alvo na célula bacteriana,
preferencialmente na sua forma solúvel. Esta estratégia nem sempre é aceita pelo
sistema metabólico da bactéria, podendo ocorrer respostas ao estresse celular como
21
o acúmulo da proteína-alvo como agregados insolúveis, denominados corpos de
inclusão. Estes agregados protéicos em geral não permitem a adequada
conformação protéica e são biologicamente inativos (VILLAVERDE et al., 2003). O
agregado de proteínas recombinantes expressas em células bacterianas pode
algumas vezes resultar no acúmulo de altas concentrações de proteínas com folding
intermediário ou de processamento ineficiente das chaperonas. Na literatura estão
descritos alguns métodos para redirecionar corpos de inclusão para a fração
citoplasmática solúvel, ou modificar condições de expressão para obter a proteína na
forma solúvel (SORENSEN, 2005), como pode ser visto na Figura 3.
22
Figura 3. Desenho esquemático de passos para a obtenção de proteína recombinante em E. coli. A
proteína-alvo pode ser obtida na fração solúvel ou na forma de corpos de inclusão. (Adaptado de
SORENSEN et al., 2005 b).
Outro sistema muito utilizado é a expressão da proteína-alvo fusionada a uma
cauda de aminoácidos que pode ser mais tarde removida por clivagem. Exemplo
disto é a cauda de histidinas, amplamente utilizada em proteínas recombinantes
possibilitando a purificação com resinas de afinidade a metais. A introdução de uma
cauda pode trazer muitos benefícios como o aumento do rendimento da proteína, a
prevenção contra a proteólise, o aumento da solubilidade, além de facilitar o
processo de purificação (ARNAU et al., 2006). Por outro lado, a presença da cauda
pode afetar a proteína-alvo através de alteração da atividade enzimática e biológica,
por interferir na conformação correta da proteína. (CHANT et al., 2005).
23
1.2.1
Sistema de expressão pGEX
O sistema pGEX, apresentado por SMITH (1988), possui um sítio de
multiclonagem para ligação do gene de interesse, o qual será fusionado na sua
porção N-terminal a uma proteína do parasito Schistosoma japonicum, a Glutationa-
S-transferase (GST). Esta proteína, de 26 kDa, liga-se reversivelmente e com alta
afinidade à resina de Glutationa-Sepharose, permitindo a rápida purificação da
proteína de fusão, na maioria dos casos. A expressão de insertos clonados em vetor
pGEX é controlada pelo promotor tac induzido por IPTG. Todos os vetores pGEX são
construídos com um gene lacI
q
. O produto deste gene é uma proteína repressora
que se liga à região operadora do promotor tac, prevenindo sua expressão até a
indução com IPTG. Na Figura 4, está mostrado o mapa do vetor pGEX-4T-2 (GE
Healthcare).
Muitas cepas de E. coli podem ser usadas na clonagem e expressão de vetor
pGEX. A cepa mais comumente utilizada é a E. coli BL21, que como já descrito, é
deficiente em ompT e lon, duas proteases que podem degradar a proteína
recombinante quando presentes.
24
Figura 4. Mapa esquemático do vetor pGEX de fusão a Glutationa-S-transferase. Está sendo
mostrado o sítio de multiclonagem na versão do pGEX-4T-2 além do sítio de clivagem proteolítica por
trombina. (Figura retirada do manual do fabricante GE healthcare).
Apesar deste sistema de expressão em E. coli ser bem estabelecido, há varios
fatores que podem influenciar na obtenção da proteína de fusão na sua forma
solúvel e sua purificação, sendo muito importante a escolha da cepa de E. coli, a
otimização do processo de multiplicação bacteriana como temperatura e
concentração do indutor IPTG e nos diversos passos subseqüentes de purificação da
proteína (SALUTA, 1998).
25
2. Objetivos
2.1 Objetivos gerais
Clonagem e expressão heteróloga do gene estrutural da urease ubiqua de
soja, em células de Escherichia coli. Além disto, realizar a otimização das condições
de expressão, purificação parcial, e caracterização bioquímica da proteína, visando
estudos funcionais posteriores.
2.2 Justificativa:
Estudos anteriores de nosso grupo mostraram as ações inseticida, e fungicida
das ureases vegetais, incluindo a urease embrião-específica da soja. Entretanto, a
outra isoforma encontrada na soja, a urease ubíqua, foi pouco estudada, por ser
encontrada em pequenas quantidades em todos os tecidos da planta e assim,
dificultar a obtenção de quantidades suficientes desta proteína por métodos
convencionais de purificação. Além disto, na literatura está descrito que a provável
função desta isoforma é a disponibilização de nitrogênio para a planta, mas como as
duas isoformas da soja apresentam similaridade de 85% na sua seqüência de
aminoácidos, pode-se sugerir que a urease ubiqua também esteja envolvida na
proteção da planta, como é sugerido para a urease embrião-específica.
Um plasmídeo binário de expressão em planta, denominado pGPTV-JIT,
contendo o cDNA do gene estrutural da urease ubíqua, foi gentilmente cedido ao
nosso laboratório pelo pesquisador Dr. Mark Taylor (Scottish Crop Research
Institute, Escócia). Com este cDNA da urease ubíqua da soja, foi tentado sua
26
expressão em plantas de tabaco. Entretanto, não foi obtido êxito nesta tentativa. Foi
tentado também a expressão deste gene em Escherichia coli, utilizando plasmídeos
da versão pET. Também não foi obtido sucesso.
A partir disto, decidimos realizar a expressão desta proteína, utilizando outro
plasmídeo de expressão em E. coli, o sistema pGEX de fusão a GST, utilizamos este
mesmo cDNA a partir do plasmídeo cedido para nosso grupo. Desta forma procedeu-
se à clonagem e expressão da urease ubíqua, sem níquel, a fim de obter
quantidades suficientes para estudos funcionais posteriores.
2.3 Objetivos específicos
Expressar a urease ubiqua recombinante, fusionada a GST, em E. coli;
Otimizar as condições de expressão, para obter a proteína-alvo na fração
solúvel;
Purificar a proteína recombinante utilizando cromatografia de afinidade;
Clivar a proteína de fusão com trombina;
Testar a atividade enzimática;
Caracterizar a proteína recombinante por Western-blot e ELISA.
27
3. Materiais e Métodos
3.1 Amplificação do cDNA da urease ubíqua de soja
3.1.1
pGPTV-JIT-urease
O cDNA da urease ubíqua de soja foi gentilmente cedido ao nosso grupo pelo
pesquisador Dr. Mark Taylor (Scottish Crop Research Institute, Invergowrie,
Escócia). O cDNA veio ligado a um plasmídeo de expressão em plantas denominado
pGPTV-JIT (Figura 5). O cDNA de 2520 pb foi removido deste plasmídeo com a
enzima de restrição EcoRI (Fermentas) e ligado ao plasmídeo SK (+) pBluescript
(Stratagene) que havia sido previamente digerido por EcoRI e defosforilado com a
enzima fosfatase alcalina de camarões (Fermentas).
O plasmídeo SK(+)-urease foi seqüenciado no seqüenciador automático ABI
PRISM 3100 (Applied Biosystems) utilizando-se os primers universais M13 –40
Forward e SK-reverse. Um alinhamento por BLASTn (www.ncbi.org) foi realizado
para comparar nossa seqüência com a disponível no GenBank (No. Acesso
AJ276866). Após a análise da seqüência, foi encontrado um códon de terminação
antes do códon de início de tradução (ATG) e a falta de todo o códon de terminação.
Para corrigir estes erros, primers foram projetados para adicionar a trinca de
nucleotídeos ao final da seqüência a retirar o códon de terminação no início da
seqüencia sem que a seqüência de aminoácidos fosse comprometida. Os primers
utilizados foram: Seqüência Forward: 5’ TTA AAA ATG AAA CTG AGT CC 3’ e
seqüência reversa: 5’ TTA AAA GAG GAA GTA ATT TCG 3’. Utilizamos o programa
28
OligoTech para checar a Tm (temperatura na qual a metade dos oligonucleotídeos
estão anelados) e a formação de estruturas secundárias dos oligonucleotídeos,
assim como a temperatura necessária para romper estas estruturas.
Figura 5. Desenho esquemático do vetor de expressão binário pGPTV-JIT, contendo o cDNA da
urease ubíqua. O cDNA foi removido deste plasmídeo com a enzima de restrição EcoRI, subclonado
em plasmídeo SK (+) pBluescript (Stratagene) e seqüenciado.
29
3.1.2
Reação em cadeia da DNA polimerase (PCR)
A PCR foi realizada num volume final de 50 µL contendo 250 ng de cada
oligonucleotídeo, 10 mM de dNTPs, tampão da enzima na concentração final de 1x,
2,5 U de DNA polimerase pfu (Stratagene) e 50 ng de SK(+)-urease contendo a
seqüência da urease ubíqua de 2520 pb como molde. A amplificação foi realizada
em termociclador GeneAmp PCR System 9700 (Applied Biosystems) e teve as
seguintes condições reacionais: desnaturação prévia a 94ºC por 3 min; 35 ciclos de
incubação a 94ºC por 30 seg (desnaturação), 41ºC por 30 seg (anelamento) e 72ºC
por 3 min (extensão). A fase de extensão final foi realizada a 72ºC por 5 min. O
produto da amplificação por PCR foi resolvido por eletroforese em gel de agarose a
0,8% corado com brometo de etídeo a 0,01 mg/L. O fragmento amplificado de
tamanho esperado foi removido do gel e purificado, utilizando-se o Kit de purificação
GFX
TM
PCR DNA and Gel Band Purification Kit (Amersham Biosciences), seguindo-
se as recomendações do fabricante.
3.2 Construção do vetor de expressão:
3.2.1
Ligação do inserto e transformação de células de E. coli
termocompetentes
.
O produto de PCR previamente purificado do gel foi fosforilado com a enzima
T4-polinucleotídeo quinase (Fermentas). A reação foi realizada nas seguintes
condições: 500 ng de DNA (produto de PCR), 1 U de enzima, 1 mM de ATP, tampão
30
de enzima na concentração final de 1x, volume final de reação de 20 µL. A reação foi
incubada a 37°C por 1 h. Após, a enzima foi inativada à temperatura de 65°C
durante 15 min.
O vetor de expressão pGEX-4T-2 (GE Healthcare) foi digerido com a enzima
de restrição Sma I (Fermentas) e defosforilado com a enzima Fosfatase alcalina de
camarão (Fermentas). A reação de digestão foi realizada utilizando-se tampão da
enzima na concentração de 1x, 500 ng de RNAse (GIBCO BRL), 30 U de enzima
Sma I , 5 µg de plasmídeo pGEX-4T-2 e volume final da reação de 30 µL. A reação
foi incubada a 37°C durante 3 horas. A reação de defosforilação foi realizada nas
seguintes condições: tampão de enzima na concentração final de 1x, 3 U de enzima
Tsap, 3 µg do plasmídeo digerido, e um volume final da reação de 40 µL. Foi
incubada a 65°C por 15 min, e inativada com 4 µL de stop buffer (GE Healthcare) a
65°C por 15 min.
A reação de ligação foi realizada com 280 ng do produto de PCR e 100 ng do
vetor pGEX-4T-2 tratado, 10 U da enzima T4 DNA ligase (Invitrogen), tampão da
enzima na concentração final de 1x. Procedeu-se incubação à temperatura ambiente
por 16 h. Células competentes de E. coli DH10B foram transformadas com todo o
volume da reação de ligação, por choque térmico.
3.2.2
Seleção das colônias transformadas:
A seleção das colônias contendo o vetor foi realizada por meio da resistência
à carbenicilina. Desta forma, as bactérias transformadas foram semeadas em placas
de Petri contendo meio LB ágar e 100 µg/mL de carbenicilina. Somente as bactérias
31
contendo o vetor formaram colônias nestas condições. Para confirmar a presença do
inserto e a correta orientação do mesmo, foi realizada a extração de DNA plasmidial
de 6 colônias pelo método de lise alcalina (MANIATIS et al., 1982) e digestão com
enzima de restrição Xho I (Amersham). Esta enzima possui sítio interno na
seqüência da urease e no plasmídeo pGEX-4T-2. A reação de digestão foi realizada
utilizando-se: tampão da enzima na concentração final de1x, 2 µg de DNA
plasmidial, 500 ng de RNAse e 10 U de enzima. Os produtos da digestão foram
resolvidos em gel de agarose a 0,8% sendo que os fragmentos esperados possuem
1700 pb e 5770 pb.
3.2.3.
Seqüenciamento do plasmídeo pGEX-4T-2- urease a análise da
seqüência
A fim de confirmar os dados de orientação do inserto obtido pela análise de
restrição e verificar se houve correção dos erros encontrados anteriormente no
cDNA, foram projetados dois pares de primers para seqüenciar as extremidades do
inserto e internamente a seqüência da urease ubíqua.
O seqüenciamento das amostras foi realizado no Laboratório ACTGene
(Centro de Biotecnologia, UFRGS, Porto Alegre, RS) utilizando o seqüenciador
automático ABI-PRISM 3100 Genetic Analyzer armado com capilares de 50 cm e
polímero POP6 (Applied Biosystems). Os DNAs-molde (30 a 45 ng) foram marcados
utilizando-se 3,2 pmol dos primers 5’-TGT CAA GTC AAG GTA CTG GAA GA-3’ , 5’
GTT CAG GTT GAA GCC ACC TT 3’, 5’ATG GTG ATC AAA GGT GGT GA 3’,
5’AAC TAC CAG CCT TGC CAA AT 3’ e 2 µL do reagente BigDye Terminator v3.1
32
Cycle Sequencing RR-100 (Applied Biosystems) em um volume final de 10 µL. As
reações de marcação foram realizadas em termociclador GeneAmp PCR System
9700 (Applied Biosystems) com uma etapa de desnaturação inicial a 96 ºC por 3 min
seguida de 25 ciclos de 96 ºC por 10 seg, 55 ºC por 5 seg e 60 ºC por 4 min. Após
marcadas, as amostras foram purificadas pela precipitação com isopropanol e
lavagem com etanol 70%. Os produtos precipitados foram diluídos em 10 µL de
formamida, desnaturados a 95 ºC por 5 min, resfriados em gelo por 5 min e
eletroinjetados no seqüenciador automático. Os dados de seqüenciamento foram
coletados utilizando-se o programa Data Collection v1.0.1 (Applied Biosystems) com
os parâmetros: Dye Set “Z”; Mobility File “DT3100POP6{BDv3}v1.mob”; BioLIMS
Project “3100_Project1”. Run Module 1 “StdSeq50_POP6_50cm_cfv_100”; e
Analysis Module 1 “BC-3100SR_Seq_FASTA.saz”.
Após seqüenciamento, fizemos análise de toda sequência da urease para
verificar se não havia mais qualquer códon de terminação que pudesse comprometer
a expressão da proteína recombinante. Para esta análise, utilizamos a ferramenta
“Translate a DNA sequence” (
www.expasy.ch/tools/dna.html).
33
3.3 Expressão de urease ubíqua recombinante em E. coli:
3.3.1
Transformação das células competentes para expressão
Células competentes de E. coli BL21 (DE3) (Stratagene) foram preparadas para
transformação por choque térmico (MANIATIS et al., 1982). Adicionou-se 1 µg do
vetor de expressão pGEX-4T-2-urease em 200 µl das células, que foram incubadas
no gelo por 30 min. Realizou-se o choque térmico por 2 min a 42º C. As células
foram colocadas novamente em gelo e adicionou-se 1 mL de meio de cultura LB (10
g de triptona, 5 g de extrato de levedura, 10 g de cloreto de sódio, em 1L de água
destilada, pH 7). A seguir, as células foram colocadas sob agitação de 150 rpm,
durante 60 min a 37
o
C. Após, as células foram semeadas em meio LB ágar,
contendo 100 µg/ml de carbenicilina. O controle utilizado foi a E. coli BL21 DE3
transformada apenas com o plasmídeo pGEX-4T-2 parental. A transformação foi
realizada nas mesmas condições descritas anteriormente.
3.3.2
Seleção de colônias recombinantes para expressão da proteína de fusão
(GST+urease).
Um total de sete colônias isoladas de E. coli BL21:pGEX-4T-2- foram usadas
para inocular tubos contendo 2 mL de meio 2x YT (16 g de triptona, 10 g de extrato
de levedura, 5 g de cloreto de sódio, em 1L de água destilada, pH 7,0) contendo
carbenicilina (100 mg/L) para verificar a expressão da proteína de fusão GST-urease.
As bactérias foram multiplicadas a 37°C, 150 rpm até atingir OD
600
de 0,7 e, a estas
34
adicionou-se 1 mM de IPTG. Após 3 h de indução, retirou-se alíquotas de 1 mL, que
foram centrifugadas e o sobrenadante desprezado. Adicionou-se aos sedimentos,
tampão de amostra suficiente para concentração final de 2x (tampão 6x: 0,35 M de
Tris-HCl, pH 6,8, 10% de SDS, 36% de glicerol, 5% de β-mercaptoetanol, 0,012% de
azul de bromofenol). As amostras foram fervidas e centifugadas. Aplicaram-se 20 µl
de cada amostra em gel de poliacrilamida a 10% (SDS-PAGE), posteriormente
corado com azul de Coomassie. A bactéria controle foi testada nas mesmas
condições descritas acima, mas por possuir o plasmídeo pGEX-4T-2 parental na
presença do indutor IPTG expressa apenas GST.
Um clone foi selecionado e feito estoque em glicerol para utilizá-lo na
expressão da proteína de fusão. Com este clone, foi realizada otimização das
condições de expressão, como descrito a seguir.
3.3.3
Otimização das condições de expressão:
O procedimento realizado foi igual ao descrito no item anterior, com
expressão-piloto de 2 mL para a amostra (E. coli transformada com o vetor pGEX-
4T-2-urease) e 2 mL para controle (E. coli transformada com o plasmídeo pGEX-4T-
2). Foram retiradas alíquotas de 1 mL após 1, 2, 3 e 16 h de indução da expressão
com IPTG nas concentrações de 0,1 mM e 1 mM, e temperaturas de 28 e 37°C.
Todas amostras foram igualadas pela mesma quantidade de células por OD
600.
As
amostras foram transferidas para microtubos, centrifugadas a 5.000 rpm durante 1
min, e o sobrenadante descartado. Ao sedimento celular foi adicionada quantidade
suficiente de tampão de amostra 2x. As amostras foram fervidas por 5 min,
35
centrifugadas e 20 µL do sobrenadante foram aplicados a SDS-PAGE 10%,
posteriormente corado com azul de Coomassie.
3.3.4
Solubilidade da proteína urease recombinante fusionada a GST
Foram determinadas as melhores condições de expressão para a obtenção de
maior rendimento da proteína, na forma solúvel, após a lise das células bacterianas.
O procedimento realizado foi igual ao descrito no item anterior, com expressão-piloto
de 2 mL de meio de cultura. Foram retiradas alíquotas de 1 mL após 1, 2, 3 e 16 h de
indução com IPTG nas concentrações de 0,1 mM e 1 mM, e temperaturas de 28 e
37°C. Todas as amostras foram igualadas para a mesma quantidade de células por
OD
600.
As amostras foram transferidas para microtubos, centrifugadas, e o
sobrenadante descartado. O sedimento celular foi ressuspendido em 1mL de tampão
PBS 1x (140 mM de cloreto de sódio, 2,7 mM de cloreto de potássio, 100 mM de
fosfato de sódio
,
1,8 mM de fosfato de potássio, pH 7,3), lisado por ultrasom (6 vezes
de 30 s com intervalos de 30 s) em gelo, centrifugado a 12.000 rpm por 10 min. Aos
sobrenadantes foram aplicados tampão de amostra 2x, e 20 µL das amostras foram
resolvidas em SDS-PAGE 10%, posteriormente corado com azul de Coomassie e as
condições de expressão foram analisadas.
3.4 Expressão da urease ubíqua recombinante
Otimizadas as condições de expressão, realizou-se a expressão em maior
escala para proceder-se à purificação da proteína recombinante. O meio 2x YTA
(200 mL) contendo 100 mg/mL de carbenicilina e 1 µM de cloreto de níquel foi
36
inoculado com uma pré-cultura de E. coli transformada, na diluição de 1/100, e
incubada a 28°C com agitação de 180 rpm. Quando a absorbância em 600 nm
alcançou 0,7, a expressão da proteína de fusão foi induzida pela adição de IPTG na
concentração final de 0,1 mM. Após 16 h de indução, as células foram centrifugadas
por 10 min a 5.000 rpm, o sobrenadante descartado, e o sedimento celular foi
suspendido em 10 mL de tampão PBS 1x. As células foram lisadas por ultrasom (6
vezes de 30 s com intervalos de 30 s) em gelo, centrifugadas por 25 min a 12.000
rpm a 5°C. O sobrenadante foi mantido em gelo.
3.4.1
Purificação da proteína de fusão
Utilizaram-se 200 mL de cultura incubada a 28
o
C com agitação de 180 rpm,
indução com 0,1 mM de IPTG durante 16 h. Após a centrifugação e lise celular como
descrito no item anterior, o sobrenadante (10 mL) obtido foi submetido à
cromatografia de afinidade a glutationa, utilizando 1 mL da resina Glutationa
Sepharose 4B (GE Healthcare), com capacidade de reter 8 mg de proteína
recombinante com cauda de GST. A resina foi previamente equilibrada com 20
volumes de PBS 1x. O extrato de E. coli foi purificado em filtro com poros de 0,4 µm
e incubado com a resina. A amostra foi circulada pela coluna 3 vezes. As proteínas
não retidas foram eluídas com 10 mL de PBS 1x. A proteína de fusão retida (GST-
urease fusionada) foi eluída da coluna em frações de 0,5 mL de tampão de eluição
contendo glutationa reduzida (50 mM de Tris-HCl, 10 mM de glutationa reduzida, pH
8,0). As frações foram quantificadas por absorbância a 280 nm e analisadas por
37
SDS-PAGE e western-blot. Como controle, nos géis foi utilizada a urease JBU
purificada a partir da semente (FOLLMER et al., 2004a), e somente GST.
3.4.2
Purificação e clivagem de proteína de fusão GST-urease
No sistema de expressão pGEX-4T-2, a proteína recombinante possui um sítio
para clivagem proteolítica entre a GST e a proteína-alvo. Para se obter a urease livre
da GST é necessário fazer-se uma digestão com trombina. Esta digestão pode ser
realizada com a proteína fusionada imobilizada na coluna de purificação.
Para tanto, o extrato de E. coli foi preparado, sonicado, o sobrenadante
circulado pela resina e imobilizado com descrito acima. Com a proteina GST-urease
imobilizada na coluna, adicionou-se 10 U de trombina (Sigma) em tampão PBS 1x,
incubado durante 20 h à temperatura ambiente para ocorrer a clivagem. A urease
livre da cauda de GST foi eluída com tampão PBS 1x acrescido de 500 mM de
cloreto de sódio, pH 6,5. As amostras foram quantificadas pelo método de BCA (Bio-
Rad) a analisadas em SDS-PAGE 10%.
3.5 Atividade ureásica
Para ensaio da atividade ureásica, as amostras foram previamente dialisadas
contra o tampão 20 mM de Fosfato de sódio, 1 mM de EDTA, 5 mM de β-
mercaptoetanol pH 7,5, que é o tampão utilizado para estabilizar a enzima. Alíquotas
de 50 µL de solução de uréia (100 mM) foram misturadas com amostras de proteína,
38
e tamponadas com 20 mM de fosfato de sódio, pH 7,5, obtendo volume final de
reação de 500 µL. A reação foi incubada por 30 min a 37 °C e a amônia formada foi
determinada colorimetricamente (WEATHERBURN, 1967).
3.6 Determinação de Proteína
A proteína total das frações foi determinada pelo método de BCA (Bio-Rad) de
acordo com instruções do fabricante. Para a quantificação de proteínas por BCA,
uma alíquota das amostras foi dialisada contra o tampão PBS 1x para se retirar a
glutationa reduzida, a qual pode interferir neste ensaio.
Alternativamente, a concentração de proteína nas amostras foi determinada por
absorbância a 280 nm em espectrofotômetro.
3.7 SDS-PAGE
As amostras foram resolvidas em gel de poliacrilamida a 10%, contendo 0,1% de
SDS, como descrito por LAEMMLI (1970). As eletroforeses foram conduzidas em
aproximadamente 90 min, sob voltagem constante de 200 v e temperatura de 4 °C.
O gel foi corado com azul de Coomassie. O marcador de massa utilizado foi o
BenchMark
TM
Protein Ladder (Invitrogen).
3.8 Western blot
Depois de separadas por SDS- PAGE, as amostras foram transferidas por
gravidade para uma membrana de PVDF em tampão Tris-Glicina-SDS pH 8,3
contendo 20% de metanol. Após a transferência por 16 h à temperatura ambiente, a
39
membrana foi bloqueada com 5% de leite desnatado em tampão TBS (100 mM de
Tris-HCl, 1,5 M de cloreto de sódio, pH 7,5) contendo 0,05% de Tween 20 (TTBS).
Posteriormente, a membrana foi incubada com anticorpos anti-CNTX produzidos em
coelhos (FOLLMER et al., 2001), e anti-GST produzido em rato (Gentilmente cedido
pelo grupo do prof. Arnaldo Zaha) em diluição de 1:10000 e 1:2000, (v/v)
respectivamente, durante 2 h. Após três lavagens de 2 min cada, a membrana foi
incubada com anticorpos secundários anti-IgG de coelho e anti-IgG de rato,
respectivamente, ambos conjugados com a fosfatase alcalina (Sigma) em diluição de
1:15000 durante 2 h. A revelação colorimétrica foi feita usando BCIP a 0,015% e
NBT a 0,03% em tampão contendo 10 mM de Tris-HCl, pH 9,6, 100 mM de cloreto
de sódio e 5 mM de cloreto de magnésio (TOWBIN et al., 1991).
3.9 ELISA
Para realizar este ensaio, a urease recombinante clivada, a fusionada e o
GST foram concentrados e dialisados em cartuchos centricon (Millipore), com cortes
de 30 kDa para as ureases e de 10 kDa para o GST, por centrifugação de 4 vezes a
1200 rpm durante 15 min, contra tampão TBS.
Placas para ELISA (Nelge) foram sensibilizadas com 50 µL de amostra/poço (5 µg
de amostra diluídas em tampão TBS) durante 16 horas a 4°C. Após este período, as
placas foram bloqueadas com 5% de caseína em tampão TBS durante 1 h. Após 3
lavagens com TBS, as amostras foram incubadas com anticorpo primário anti-CNTX
com diluição de 1:10000 (v/v) durante 1 h. Após 3 lavagens, as amostras foram
expostas ao anticorpo secundário anti IgG de coelho, conjugado com fosfatase
40
alcalina (Sigma) em diluição de 1:15000 durante 1 hora. As amostras foram
reveladas com 50 µL/poço da solução de revelação contendo 1 mM de p-
nitrofenilfosfato, 10 mM de borato de sódio e 0,25 mM de cloreto de magnésio, pH
9,0. A absorbância foi medida a 405 nm, e comparada 5 µg de urease de C.
ensiformis nas mesmas condições, considerada 100%.
41
4. Resultados
4.1 Amplificação por PCR e subclonagem do cDNA da urease ubíqua
O cDNA da urease ubíqua de soja, clonado no plasmídeo pGPTV-JIT, foi
clivado com EcoRI e subclonado em plasmídeo SK(+) e seqüenciado. Os dados
obtidos no seqüenciamento mostraram que havia dois erros na sequência de
nucleotídeos quando comparada com a seqüência original depositada no Genbank
(No. Acesso AJ276866). Foi observada a presença de um códon de terminação
antes do códon de início da tradução (ATG) e faltavam três nucleotídeos do códon
de terminação da sequência. Para corrigir estes erros, primers foram projetados, e o
cDNA foi reamplificado por PCR como pode ser visto na Figura 6. Assim a região
codificadora do gene da urease possui tamanho de 2520 pb. O produto de PCR foi
purificado a partir de gel de agarose e ligado com sucesso no vetor de expressão
pGEX-4T-2 (desenho esquemático do plasmídeo mostrado na figura 4). A orientação
do inserto foi verificada por digestão com a enzima de restrição XhoI, sendo o
tamanho dos fragmentos esperados de 1700 pb e 5770 pb como é mostrado na
Figura 7. Os seis plasmídeos minipreparados resultaram positivos, ou seja, os
insertos encontravam-se na orientação correta.
42
Figura 6. Gel de agarose a 0,8% contendo o fragmento correspondente ao cDNA da urease ubíqua
de soja, reamplificado por PCR. M. Marcador 1. Amplificação do cDNA de tamanho de 2.700 pb.
Figura 7. Gel de agarose a 0,8% contendo os dois fragmentos resultantes da digestão do vetor
pGEX-4T-2 contendo o cDNA da urease ubíqua de soja. O plasmídeo foi digerido com a enzima de
restrição XhoI, para checar orientação do inserto. M. Marcador, 1-6. Fragmentos esperados da
digestão de 1.700 pb e 5.770 pb.
43
O produto da preparação de plasmídeos, mostrada na canaleta 2 da Figura 7,
contendo pGEX-4T-2-urease, foi utilizada em seqüenciamento para confirmar as
correções da seqüência e a fase de leitura. Na figura 8 está apresentada a
seqüência de nucleotídeos do inserto e a seqüência deduzida de aminoácidos. Em
colorido, está marcado o códon de início de tradução e no final o códon de
terminação que foi adicionado na reação de PCR. Esta análise mostrou que os erros
anteriormente detectados foram corrigidos com sucesso, que o inserto da urease
encontra-se na orientação correta e em fase de leitura com a seqüência de códons
do peptídeo da GST codificado no pGEX-4T-2. Esta mesma preparação plasmidial
utilizada no seqüenciamento foi usada para transformar células termocompetentes
de E. coli BL21 (DE3) com vistas à expressão da proteína recombinante.
4.2. Seleção de clones para expressão
Sete colônias de E. coli BL21 (DE3) transformadas com o plasmídeo pGEX4T-
2-urease e selecionadas em meio de cultura contendo antibiótico foram utilizadas
para inocular 2 mL de meio 2x YT contendo carbenicilina (100 mg/L) e induzidas com
1 mM de IPTG, a fim de selecionar clones para a expressão da proteína de fusão
(GST-urease). Após três horas de indução com IPTG em temperatura de 37°C, 1 mL
da cultura foi recuperada por centrifugação e tratada com tampão de amostra para
SDS-PAGE. Foi obtida uma banda diferencial no perfil da eletroforese do extrato de
44
células induzidas, em comparação com o controle (sem adição de IPTG), de
tamanho correspondente ao esperado para a proteína de fusão, isto é, de 120 kDa,
sendo 90 kDa correspondentes à urease e 26 kDa ao GST (Figura 9).
Todos os clones testados expressaram a proteína de fusão, mas o clone da
canaleta número 4, indicado com a seta na Figura 9, foi o que expressou a maior
quantidade da proteína e foi selecionado para dar continuidade ao trabalho. Com
este clone, foram feitas soluções-estoque em glicerol, mantidas em nitrogênio
líquido.
45
1 L K M K L S P R E I E K L D L H N A G Y
1 TTAAAAATGAAACTGAGTCCAAGGGAGATCGAGAAACTAGACCTGCATAATGCAGGCTAC
21 L A Q K R L A R G L R L N Y V E T V A L
61 CTTGCACAGAAACGCCTTGCTCGTGGTTTAAGGCTCAATTATGTTGAAACTGTGGCTCTC
41 I A T Q I L E F V R D G E K T V A Q L M
121 ATAGCAACACAGATTTTGGAATTTGTTCGTGATGGTGAAAAGACTGTTGCACAGCTAATG
61 C I G R E L L G R K Q V L P A V P H L V
181 TGCATTGGGAGAGAACTTCTGGGAAGGAAACAAGTTCTTCCAGCTGTTCCTCATCTTGTT
81 E S V Q V E A T F R D G T K L V T I H D
241 GAAAGTGTTCAGGTTGAAGCCACCTTTCGAGATGGTACTAAGTTAGTCACCATTCATGAC
101 L F A C E N G N L E L A L F G S F L P V
301 CTATTTGCTTGCGAGAATGGAAACCTTGAACTAGCATTATTTGGTTCTTTTCTTCCAGTA
121 P S L D K F T E N E E D H R T P G E I I
361 CCTTCACTTGACAAGTTTACAGAGAACGAAGAAGATCATAGAACTCCAGGTGAAATCATA
141 C R S E N L I L N P R R N A I I L R V V
421 TGTAGAAGTGAAAATCTGATTCTTAACCCCAGAAGGAATGCAATAATTCTCAGAGTTGTC
161 N K G D R P I Q V G S H Y H F I E V N P
481 AACAAGGGAGACAGACCAATTCAGGTTGGCAGCCACTATCATTTTATTGAAGTAAATCCT
181 Y L T F D R R K A Y G M R L N I A A G N
541 TATTTAACCTTTGATCGAAGGAAAGCATATGGCATGCGCCTCAATATAGCTGCTGGGAAT
201 A T R F E P G E C K S V V L V S I G G N
601 GCCACACGCTTTGAGCCAGGGGAATGTAAAAGCGTTGTGCTTGTAAGCATTGGAGGTAAC
221 K V I R G G N N I A D G P V N D S N C R
661 AAAGTCATCAGAGGAGGTAATAACATTGCCGATGGTCCAGTTAATGATTCTAATTGCAGA
241 A A M K A V V T R G F G H V E E E N A R
721 GCAGCCATGAAAGCTGTGGTCACAAGGGGATTTGGACATGTGGAAGAGGAAAATGCTAGG
261 E G V T G E D Y S L T T V I S R E E Y A
781 GAAGGTGTTACTGGAGAAGACTATTCATTAACTACAGTAATTTCTCGAGAGGAATATGCT
281 H K Y G P T T G D K I R L G D T D L F A
841 CACAAGTATGGCCCTACAACTGGTGACAAAATCCGTCTTGGTGATACTGACTTGTTTGCT
301 E I E K D F A V Y G D E C V F G G G K V
901 GAAATTGAAAAAGATTTTGCTGTCTATGGTGATGAATGTGTTTTTGGAGGTGGGAAAGTC
321 I R D G M G Q S S G H P P E G S L D T V
961 ATAAGAGACGGAATGGGTCAATCAAGTGGCCATCCACCTGAGGGCTCCTTGGATACTGTT
341 I T N A V I I D Y T G I I K A D I G I K
1021 ATAACAAATGCTGTGATCATTGATTATACTGGAATTATCAAAGCAGATATCGGTATTAAA
361 D G L I I S T G K A G N P D I M N D V F
1081 GATGGACTGATCATCTCAACAGGAAAAGCAGGAAATCCAGACATTATGAATGATGTATTT
381 P N M I I G A N T E V I A G E G L I V T
1141 CCTAATATGATAATTGGGGCTAATACCGAAGTTATTGCTGGAGAGGGCTTGATTGTGACA
401 A G A I D C H V H F I C P Q L V Y D A V
1201 GCTGGGGCTATAGATTGTCATGTGCATTTTATATGTCCTCAATTAGTATATGATGCCGTA
421 T S G I T T L V G G G T G P A D G T R A
1261 ACAAGTGGTATCACAACATTAGTGGGAGGAGGAACAGGACCAGCTGATGGAACACGTGCT
441 T T C T P A P N Q M K L M L Q S T D D M
1321 ACAACTTGTACACCAGCACCAAATCAGATGAAATTGATGCTACAATCAACAGATGACATG
461 P L N F G F T G K G N S A K P D E L H E
46
1381 CCTTTAAACTTTGGTTTCACTGGAAAAGGGAATAGTGCCAAACCTGATGAACTGCATGAA
481 I I R A G A M G L K L H E D W G T T P A
1441 ATAATCAGGGCTGGAGCTATGGGACTGAAGCTGCATGAGGACTGGGGAACTACACCGGCT
501 A I D S C L T V A D Q Y D I Q V N I H T
1501 GCAATAGACAGTTGTTTGACAGTTGCAGACCAATATGATATCCAGGTTAACATACATACT
521 D T L N E S G F V E H T I A A F K G R T
1561 GACACCTTAAACGAATCTGGATTTGTTGAACATACAATTGCTGCATTTAAAGGAAGAACT
541 I H T Y H S E G A G G G H A P D I I K V
1621 ATTCATACTTACCACAGTGAAGGAGCTGGTGGTGGCCATGCTCCAGATATCATAAAAGTA
561 C G E K N V L P S S T N P T R P Y T H N
1681 TGTGGTGAGAAGAATGTCCTACCCTCATCAACAAATCCCACACGTCCTTATACACATAAT
581 T I D E H L D M L M V C H H L N K N I P
1741 ACCATAGATGAGCATCTCGACATGTTGATGGTCTGCCATCATCTTAATAAGAATATTCCA
601 E D V A F A E S R I R A E T I A A E D I
1801 GAAGATGTAGCTTTTGCTGAATCAAGAATAAGAGCTGAAACAATTGCTGCTGAAGATATT
621 L H D K G A I S I I S S D S Q A M G R I
1861 TTACATGACAAGGGGGCAATTAGCATTATATCATCTGATTCACAGGCTATGGGTCGAATT
641 G E V I S R T W Q T A D K M K S Q R G P
1921 GGAGAGGTGATAAGCAGAACCTGGCAAACTGCTGATAAGATGAAGTCACAAAGAGGACCA
661 L Q P G E D N D N F R I K R Y V A K Y T
1981 CTGCAGCCTGGTGAAGACAATGACAACTTTCGGATCAAGCGTTATGTTGCAAAGTATACC
681 I N P A I A N G L S Q Y V G S V E A G K
2041 ATAAATCCAGCTATAGCGAATGGTTTGTCGCAATATGTTGGTTCAGTTGAGGCGGGTAAG
701 L A D L V L W K P S F F G A K P E M V I
2101 TTGGCTGATCTTGTATTATGGAAGCCGTCATTTTTTGGAGCAAAACCAGAAATGGTGATC
721 K G G E V A Y A N M G D P N A S I P T P
2161 AAAGGTGGTGAGGTTGCATATGCTAACATGGGTGACCCAAATGCAAGCATCCCAACACCT
741 E P V I M R P M F G A F G K A G S S H S
2221 GAACCGGTGATTATGAGGCCTATGTTCGGAGCATTTGGCAAGGCTGGTAGTTCACACTCC
761 I A F V S K A A L D E G V K A S Y G L N
2281 ATTGCTTTTGTGAGCAAGGCAGCTTTGGACGAAGGGGTGAAAGCTTCATATGGACTTAAC
781 K R V E A V K N V R K L T K R D M K L N
2341 AAGAGGGTGGAAGCTGTGAAGAATGTGAGGAAGCTCACCAAACGAGACATGAAACTGAAT
801 D T L P Q I T V D P E T Y T V T A D G E
2401 GACACTCTTCCACAAATCACTGTGGACCCAGAAACATACACAGTTACAGCAGATGGAGAG
821 V L T C T A A K T V P L S R N Y F L F -
2461 GTTCTCACCTGCACCGCAGCCAAGACTGTTCCTCTTTCTCGAAATTACTTCCTCTTTTAA
Figura 8. Seqüência do cDNA da urease ubíqua de soja. Na figura, está representada a sequência de
2.520 nucleotídeos amplificada por PCR, para adicionar os nucleotídeos que estavam faltando. Em
amarelo está mostrado o nucleotídeo que foi trocado (G por T) para eliminar o códon de terminação,
em verde está marcada a primeira metionina (codificada por ATG) e, em vermelho, o códon de
terminação da sequência. Para esta análise, foi utilizada a ferramenta disponível na página de
internet: www.expasy.ch/tools/dna.html.
47
M 1 2 3 4 5 6 7 8 9
160 kDa
120 kDa
100 kDa
50 kDa
Figura 9. Gel de poliacrilamida a 10% em condições desnaturantes (SDS) para análise da expressão
da urease recombinante a partir de colônias de E. coli BL21 (DE3) transformadas com o plasmídeo
pGEX-T-2-urease. Legenda: M. marcador de massa molecular BenchMark
TM
Protein Ladder
(Invitrogen); 1,3,5 e 8. Controle (sem indução com IPTG); 2,4,6 e 7. Amostras induzidas com 1 mM de
IPTG durante 2 horas a 37 °C; 9. 20 µg da Urease de Canavalia ensiformis (JBU). A seta indica a
banda de 120 kDa correspondente à proteína de fusão (GST+urease) e ao clone selecionado para
expressão desta proteína.
48
4.3 Otimização da expressão da urease ubíqua recombinante de soja
Diversas condições de expressão foram testadas, como pode ser visualizado
na Figura 10 (a e b). Não houve diferença significativa na quantidade de proteína
expressa nas diferentes condições testadas sem a lise das células bacterianas.
Entretanto, quando as células bacterianas foram rompidas por ultrasom, a urease
recombinante encontrou-se na fração solúvel (sobrenadante) apenas na condição de
indução da expressão com 0,1 mM de IPTG durante 16 h a 28 °C. A proteína de
fusão apresentou tamanho aproximado de 120 kDa, o qual corresponde exatamente
ao tamanho esperado: urease (~90 kDa) e GST (~26 kDa). A proteína recombinante
foi confirmada por Western-blot utilizando como anticorpo primário IgG anti-GST
(Figura 11, a e b). O western blot mostra que a bactéria está expressando, além da
urease inteira fusionada a GST, também fragmentos da proteína fusionados a GST.
Isto pode ocorrer por alguns motivos: se ocorrer falhas durante o processo de
tradução de proteínas, a fusão da cauda de GST à porção N- terminal da proteína
alvo favorecerá a tradução de fragmentos de urease fusionados a GST. Além disto, o
tempo de 16 h de indução, otimizado para expressão da proteína na forma solúvel,
também pode favorecer este efeito. Outra explicação provável ou possível é a
degradação por proteases, uma vez que, ao lisado de bactérias não foram
adicionados inibidores de proteases para se evitar a inibição da trombina no passo
posterior de clivagem da proteína de fusão.
49
M 1 2 3 4 5 6 7 8
240 kDa
120 kDa
100 kDa
90 kDa
IPTG _ 1 mM 0,1 mM 1 mM _ 0,1 mM 1 mM
Temperatura
28 °C 37 °C 37°C 28 °C 28 °C
3 horas 2 horas
Figura 10a. Análise em SDS-PAGE a 10% da urease ubíqua recombinante em diferentes tempos de
indução com IPTG. Legenda: M. Marcador de massa molecular
BenchMark
TM
Protein Ladder
(Invitrogen); 1 e 5. Controle negativo (E. coli carregando apenas o plasmídeo vazio); 2. Três horas
após indução com 1mM de IPTG a 28 °C; 3. Três horas após indução com 0,1 mM de IPTG a 37 °C;
4. Três horas de indução com 1mM de IPTG a 37°C; 6. Duas horas de indução com 0,1 mM de IPTG
a 28 °C; 7. Duas horas de indução com 1 mM de IPTG a 28 °C, 8: Urease de Canavalia ensiformis
(JBU).
50
M 1 2 3 4 5 6 7
240 kDa
120 kDa
100 kDa
50 kDa
IPTG _ 0,1 mM 1 mM _ 0,1 mM 1 mM
Temperatura _
37 °C 37 °C _ 28 °C 28 °C
16 horas 16 horas
Figura 10 b. Análise em SDS-PAGE a 10% de urease ubíqua recombinante em diferentes tempos de
indução com IPTG. M: Marcador de massa molecular BenchMark
TM
Protein Ladder (Invitrogen); 1 e 4:
Controle negativo (E. coli carregando apenas o plasmídeo vazio); 2: Dezesseis horas após indução
com 0,1mM de IPTG a 37 °C; 3: Dezesseis horas após indução com 1 mM de IPTG a 37 °C; 5:
Dezesseis horas de indução com 0,1mM de IPTG a 28°C; 6: Dezesseis horas de indução com 1 mM
de IPTG a 28 °C; 7: Urease de Canavalia ensiformis (JBU).
51
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
A
B
IPTG 0,1 mM 0,1 mM 1 mM _ 0,1 mM 0,1 mM 1 mM _
Temperatura
37 °C 28 °C 37 °C _ 37 °C 28 °C 37 °C _
3 horas 16 horas 3 horas 16 horas
Figura 11. Análise em SDS-PAGE a 10%, da proteína recombinante GST-urease produzida em
diferentes condições de expressão. (A) Amostras contendo extratos protéicos totais de células de E.
coli foram resolvidas em gel de poliacrilamida 10% e coradas com azul de Coomassie. Legendas: 1.
GST purificado; 2. Três horas de indução com 0,1 mM de IPTG a 37 °C; 3. Dezesseis horas de
indução com 0,1 mM e IPTG a 28 °C; 4. Dezesseis horas de indução com 1 mM de IPTG a 37 °C; 5.
Controle negativo (E. coli carregando o plasmídeo vazio), 6. JBU. (B) Amostras foram resolvidas em
gel de poliacrilamida 10% e as proteínas trasferidas para membrana de PVDF. A membrana foi
incubada com anticorpo monoclonal anti-GST e com IgG anti-rato conjugado com Fosfatase alcalina.
As canaletas são as correspondentes da Figura 11 (A). A seta indica a urease fusionada com
tamanho de 120 kDa.
52
4.3 Purificação da proteína de fusão
A purificação da proteína de fusão GST-urease ubíqua foi realizada por
cromatografia de afinidade, utilizando-se a resina Glutationa Sepharose. A partir da
expressão-piloto em 200 mL de meio de cultura, utilizando as condições de
expressão padronizadas, as células foram lisadas e o sobrenadante aplicado na
resina. As frações enriquecidas com a urease fusionada foram eluídas com tampão
de eluição contendo glutationa reduzida. Em paralelo, foi realizada também
expressão em 200 mL de cultura da E. coli Bl21 (DE3) carregando o plasmídeo
pGEX vazio capaz de permitir a expressão das proteínas da bactéria e GST. A
multiplicação e a expressão foram realizadas nas mesmas condições utilizadas no
item anterior. As células bacterianas também foram lisadas, centrifugadas e o
sobrenadante aplicado na coluna contendo a resina Glutationa Sepharose. As
frações das duas purificações foram analisadas em SDS-PAGE (Figura 12).
53
M 1 2 3
100 kDa
120 kDa
60 kDa
50 kDa
GST
Figura 12. Análise da purificação da proteína de fusão a partir da cultura em 200 mL de meio de
cultivo. As células de E. coli foram sonicadas, centrifugadas e o sobrenadante submetido à purificação
em cromatografia de afinidade, com a resina Glutationa Sepharose. Legendas: M. Marcador de massa
molecular BenchMark
TM
Protein Ladder (Invitrogen); 1. 20 µg da fração eluída da coluna contendo
GST, 2. 20 µg da fração contendo GST-urease eluída da coluna, 3. 20 µg de JBU purificado da
semente.
54
4.4 Clivagem da proteína de fusão GST-urease com trombina
Para o ensaio foi realizada cultura de E. coli BL21 (DE3) em 200 mL de meio
de cultivo, nas condições de crescimento otimizadas anteriormente. As células foram
sonicadas, centrifugadas e o sobrenadante aplicado na resina Glutationa Sepharose.
A resina foi lavada com tampão para remoção de proteínas não-retidas. Foram
adicionadas à resina 10 U de trombina (Sigma) e a digestão foi deixada a
temperatura ambiente por 20 h. Após este período, a urease clivada foi eluída da
coluna com tampão PBS acrescido de cloreto de sódio para que a proteína se
desligasse da coluna. Como pode ser visto na Figura 13, após a clivagem, a urease
ubíqua recombinante apresentou o tamanho esperado de 90 kDa, o qual pode ser
comparado com o da urease de C. ensiformis.
As frações eluídas da coluna foram misturadas e o “pool” foi quantificado pelo
método de BCA. Foi obtida da cultura em 200 mL de meio de cultivo uma quantidade
final de 500 µg da proteína recombinante, sendo este um rendimento aproximado de
2,5 mg/L de meio de cultivo.
A identidade da urease após a clivagem, foi novamente analisada por SDS-
PAGE e Western blot, utilizando-se anticorpos anti-CNTX, para as frações contendo
a mistura de proteínas fusionada a GST e para a urease após a clivagem com
trombina. Como controle positivo utilizamos a urease de C. ensiformis. (Figura 14,a e
b). O Western blot confirmou a identidade da banda de ~120 kDa que representa a
55
urease fusionada a GST, e a da banda de ~90 kDa, representando a urease pós-
clivagem. O anticorpo também reconheceu bandas menores que devem
corresponder a fragmentos da urease fusionada, que mesmo após a cromatografia
de afinidade, permaneceram na mistura com a proteína-alvo, devido à fusão com a
cauda de GST, que possui afinidade pela glutationa imobilizada na resina. Estes
dados confirmaram resultados obtidos no primeiro Western blot com anticorpo anti-
GST, o qual mostrou fragmentos de diferentes tamanhos que foram reconhecidos
pelo anticorpo.
4.5 Atividade enzimática
Ensaios de atividade enzimática foram feitos para a proteína recombinante
fusionada a GST e, também, da urease pós-clivagem, ou seja, livre da cauda de
GST. Em nenhuma das duas situações foi detectada atividade ureásica da proteína.
Isto provavelmente ocorreu porque a E. coli BL21 (DE3) não possui as proteínas
acessórias necessárias para a montagem correta da proteína e/ou para promover a
inserção do níquel em seu sítio catalítico.
56
1 2 3
90 kDa
Figura 13. Análise da reação de clivagem da urease fusionada a GST, com trombina, para liberar a
urease recombinante. A reação de clivagem foi realizada com as amostras imobilizadas na coluna de
afinidade. Após 20 horas de reação à temperatura ambiente, as amostras foram eluídas da resina e
analisadas em gel de poliacrilamida a 10%. Legenda: 1. 20 µg de urease de C.ensiformis; 2 e 3. 20 µg
da fração contendo urease ubíqua recombinante após clivagem com trombina. A proteína clivada
apresenta após a clivagem o tamanho esperado de ~90 kDa.
57
1 2 3
1 2 3
A B
90 kDa
120 kDa
90 kDa
Figura 14. Análise por SDS-PAGE e Western-blot da proteína recombinante após clivagem com
trombina. (A). Gel de poliacrilamida a 10%. Legenda: 1. 20 µg urease de C. ensiformis (JBU); 2 e 3.
20 µg das frações contendo a mistura da urease fusionada a GST e da urease ubíqua após clivagem.
(B). Amostras foram resolvidas em gel de poliacrilamida a 10% e as proteínas foram trasferidas para
membrana de PVDF. A membrana foi incubada com anticorpo policlonall anti-CNTX e com IgG anti-
coelho conjugado com fosfatase alcalina. As canaletas são as correspondentes da figura 14 (A). As
setas indicam a urease fusionada com tamanho de 120 kDa, a urease clivada com tamanho de 90
kDa e a urease de Canavalia ensiformis com tamanho de 90 kDa.
58
4.5 ELISA
ELISA foi realizado para comparar a imunoreatividade das ureases purificadas
a partir da semente, que estão em seu dobramento protéico correto e possuem
atividade enzimática, em relação a urease ubíqua recombinante produzida em E.
coli. O resultado está mostrado nas Figuras 15 e 16. Na Figura 15, é mostrado em
gel de poliacrilamida a 10% a urease recombinante fusionada, a urease clivada, bem
como a GST livre após concentração e diálise em Centricon (Millipore) com cortes de
30 kDa e 10 kDa, respectivamente. Como foi utilizado anticorpo anti-urease de C.
ensiformis nos ensaios, o sinal obtido no ensaio para JBU foi considerado como
100%, e as demais amostras tiveram seu sinal calculado em relação a ela.
Como pode ser visto na Figura 16, todas as ureases apresentaram
imunoreatividade, inclusive a recombinante, reforçando sua identidade em relação as
ureases encontradas na semente. Outro dado importante foi que a urease
recombinante, após clivagem com trombina e retirada da cauda de GST, aumentou
significamente sua imunoreatividade, mostrando que esta cauda estava interferindo
na sua conformação e na exposição de seus epítopos.
59
1
1
1 2
A B
C
Figura 15. Amostras concentradas e dialisadas em centricon (Millipore) e resolvidas em gel de
poliacrilamida a 10%. Legenda: A: 1. 20µg urease de C. ensiformis, 2. Fração contendo GST
concentrado em centricon contendo membrana de 10 kDa. B: 1. Urease ubíqua recombinante clivada
e concentrada em centricon com membrana de 30 kDa. C: 1. Urease ubíqua recombinante fusionada
a GST, concentrada em centricon contendo membrana de 30 kDa.
60
G
S
T
J
B
U
J
a
b
u
r
e
t
o
x
-
2
E
c
e
m
b
.
e
s
pe
c
í
f
i
c
a
G
S
T
-
u
r
e
a
s
e
u
r
e
a
s
e
c
l
i
v
a
da
% Imunoreatividade
0
20
40
60
80
100
Figura 16. ELISA para comparar a imunoreatividade das ureases vegetais purificadas a partir de
sementes, com a urease ubíqua recombinante. Para o ensaio foi utilizado 5 µg de cada uma das
amostras: (JBU) urease de Canavalia ensiformis, (emb. específica) urease embrião-específica de
soja. Para calcular a imunoreatividade, a urease de Canavalia ensiformis foi considerada 100% e as
demais foram calculadas em relação a ela.
61
5. Discussão
Neste trabalho descrevemos a expressão da urease ubíqua de soja em
Escherichia coli utilizando um sistema de expressão com fusão à GST. Por meio
dele, foi possível realizar a clonagem, a expressão e a padronização de um protocolo
capaz de permitir a obtenção de quantidades suficientes da proteína recombinante
para sua caracterização bioquímica e permitir a realização de estudos posteriores de
atividades biológicas e estruturais. A urease ubíqua recombinante não está
enzimaticamente ativa, mas será utilizada em testes de atividades biológicas como
atividade inseticida e fungicida, que são independentes da atividade ureolítica.
Estudos de correlação entre estrutura e função de proteínas são centrais no
processo de elucidação do mecanismo de ação e identificação de regiões
importantes para atividade biológica de proteínas. As ureases são enzimas com
seqüências de aminoácidos muito conservadas, desde as isoformas de um mesmo
organismo, até aquelas descritas em reinos distintos, como em bactérias, fungos e
plantas. O mecanismo de ação da atividade inseticida das ureases é dependente da
clivagem proteolítica da urease por enzimas digestivas do inseto, para ocorrer
liberação do peptídeo tóxico. Por outro lado, a urease de Bacillus pasteurii foi testada
(FOLLMER et al., 2004), e não apresentou toxicidade ao inseto Dysdercus
peruvianus. Entretanto, a urease embrião-específica da soja e JBU, que possuem a
região do peptídeo tóxico, apresentam toxicidade contra este mesmo inseto
(CARLINI & GROSSI-DE-SÁ, 2002; STANISÇUASKI et al., 2005).
Entretanto, esta região do peptídeo tóxico não é responsável pela atividade
62
fungicida, como foi determinado para a urease de C. ensiformis, para a urease
embrião-específica da soja e urease de Helicobacter pylori (RITT et al., no prelo).
Confirmando esta hipótese, o peptídeo recombinante tóxico, derivado da JBU,
Jaburetox-2Ec (MULINARI et al., 2004), não apresentou atividade fungicida sobre
diferentes fungos testados (dados não publicados). Estes dados sugerem que existe
outra região da molécula da urease, não correspondente à do peptídeo, responsável
pela atividade contra fungos. Testes com a urease ubíqua recombinante para
verificar se esta apresenta as atividades descritas para outras ureases, corroborarão
com a idéia de que estas enzimas podem estar envolvidas na proteção da planta.
MONCRIEF & HAUSINGER (1996) obtiveram a clonagem e a expressão das
diferentes proteínas acessórias e realizaram estudos de suas funções na montagem
e na ativação da urease de Klebsiella aerogenes. MCGEE et al., (1999) relataram a
expressão da urease de H. pylori com as próprias proteínas acessórias, que
modulam a atividade enzimática, utilizando o plasmídeo pHP8080, e a cepa de E.
coli SE5000. Em relação a ureases vegetais, foi realizado o estudo e identificação
das proteínas acessórias AtUreD, AtUreF, AtUreG, necessárias para ativação da
urease de Arabidopsis thaliana (WITTE et al., 2005).
Nesse trabalho, o cDNA da urease ubíqua foi amplificado por PCR, clonado
em pGEX-4T-2 e inserido em E. coli BL21 (DE3). Os clones transformantes foram
testados e as condições de expressão foram otimizadas. A melhor condição de
expressão foi obtida com indução da cultura bacteriana com 1 mM de IPTG durante
16 h a 28 °C. Nas demais condições testadas, a proteína de fusão (GST-urease)
apresentou-se insolúvel após a lise das células bacterianas, formando agregados ou
63
corpos de inclusão.
Uma técnica recomendada para limitar a agregação de proteínas
recombinantes in vivo, consiste no cultivo das bactérias em temperaturas reduzidas
(SCHEIN, 1989). A reação de agregação é, em geral, favorecida pelas interações
hidrofóbicas e estas são fortemente dependentes de temperaturas altas
(KIEFHABER, 1991). A conseqüência direta da redução de temperatura é a
eliminação parcial de proteases “heat shock” induzidas em condições de super-
expressão, além do aumento da atividade e expressão de chaperonas em
temperaturas próximas de 30 °C (MOGK et al., 2002). Logo, o aumento da
estabilidade e do correto dobramento da proteína recombinante sob baixas
temperaturas pode ser explicado por estes fatores (SORENSEN et al., 2005).
Na descrição original do sistema de expressão pGEX, foi sugerido que a
maioria das proteínas fusionadas a GST ficariam na fração solúvel após a lise,
quando em presença de detergentes não-iônicos, como Triton X-100 (SMITH et al.,
1988). FRANGIONI et al., (1992) mostraram que muitas proteínas fusionadas a GST
podem ser solubilizadas com o detergente sarcosil, sendo que o tratamento
subseqüente com detergente não-iônico, permite que a proteína de fusão ligue-se
com maior afinidade à resina Glutationa~Sepharose. No entanto, no presente
trabalho, quando as células bacterianas foram lisadas em presença de tampão PBS
contendo Triton X-100, a proteína GST-urease ficou na fração insolúvel na maioria
das condições testadas.
Outra variável importante que afetou a ligação da proteína de fusão à resina é
o tempo de sonicação. Um tempo longo de sonicação pode levar à desnaturação da
64
GST e comprometer a sua ligação a Glutationa~Sepharose (FRANGIONI et al.,
1992). A melhor condição de lise por ultrasom neste trabalho foi a de 6 ciclos de 30 s
com intervalos de 30 s, em gelo.
Após a lise das células bacterianas, a fração solúvel contendo a proteína de
fusão foi aplicada na resina Glutationa-Sepharose visando sua purificação. A
presença da cauda de fusão na região N-terminal da proteína permite sua purificação
com apenas um passo cromatográfico. Como apresentado na Figura 12, a
cromatografia de afinidade foi insuficiente para se obter a proteína GST-urease
purificada. Provavelmente isto ocorreu devido à expressão de fragmentos da urease
fusionados à GST, favorecido pela fusão na porção N-terminal da proteína
recombinante, e/ou por clivagem de proteases produzidas pela bactéria.
São encontradas no mercado diversas enzimas proteolíticas usadas para a
clivagem de proteínas de fusão. Entretanto, há um grande número de problemas
associados a seus usos, por exemplo, a clivagem pode ser incompleta e causar a
diminuição do rendimento da proteína. Pode ainda deixar aminoácidos indesejados
na extremidade N- ou C- terminal, ou ocorrer clivagem interna da proteína
recombinante (HUNT, 2005). Em outros casos, a clivagem proteolítica é realizada
com sucesso, mas a proteína recombinante não permanece solúvel após a remoção
da cauda de fusão (ESPOSITO et al., 2006). Neste trabalho, a clivagem e a eluição
da proteína recombinante ainda podem ser otimizados, pois houve clivagem
incompleta da cauda GST da urease ubíqua recombinante. Assim, após a eluição
com PBS, obtivemos a urease ainda fusionada e a urease sem a cauda GST na
mesma fração. Um melhor resultado foi obtido aumentando-se o tempo de clivagem
de 16 h para 20 h além de alterações na condição de eluição, com a diminuição do
65
pH do tampão de 7,3 para 6,5, além da adição de 500 mM de cloreto de sódio,
resultando em frações distintas contendo a urease clivada e a fusionada. O
rendimento da urease clivada foi de aproximadamente 2,5 mg/L de cultura. FANG et
al., (2004) obtiveram um rendimento de 3-4 mg/L de cultura para a proteína TFF3 (31
kDa) de humanos em E. coli com plasmídeo pGEX-4T-1.
Após a clivagem com trombina, a urease ubíqua recombinante foi testada
quanto à sua atividade ureolítica. Nenhuma atividade foi detectada, sugerindo que a
urease não está ativa como enzima. Isto aconteceu, provavelmente, porque uma
ativação pós-traducional é necessária para todas as ureases (POLACCO &
HOLLAND, 1993) e a bactéria E. coli BL21 (DE3) não possui estas proteínas
acessórias necessárias para esta ativação. Este processo é bem conhecido para as
ureases de origem bacteriana, como as de Klebsiella aerogenes e de Helicobacter.
pylori. A urease bacteriana mais bem caracterizada do ponto de vista estrutural é a
da K. aerogenes. Os seis genes que constituem o operon da urease nesta bactéria
foram clonados e seqüenciados. Os genes ureA, ureB e ureC codificam as cadeias
polipeptídicas A, B e C que compõem essa enzima (formada por três subunidades) e
os genes ureD, ureE, ureF e ureG codificam as proteínas acessórias D, E, F, e G,
respectivamente, importantes para a incorporação dos átomos de níquel e ativação
da apoenzima urease (MULROONEY & HAUSINGER, 1990; MOBLEY et al., 1995).
A UreD parece ter função de chaperona, inserindo níquel na apourease (PARK et al.,
1994). A UreG contém o nucleotídeo de ligação ao “P-loop” essencial para a ativação
in vivo, enquanto a UreE contém uma região C-terminal rica em histidinas, sendo
capaz de ligar níquel, com ou sem o segmento rico em histidinas (BRAYMAN et
al.,1996). A urease de H. pylori possui massa molecular de aproximadamente 540
66
kDa. É uma metaloenzima níquel-dependente e hexamérica. O monômero desta
proteína é composto por duas cadeias polipeptídicas (UreA e UreB) em proporção de
1:1 (DUNN et al., 1990). Pelo menos sete genes estão envolvidos na produção desta
urease: os genes ureA e B codificam as duas subunidades que compõem a enzima,
enquanto que os genes ure E, F, G, H codificam proteínas acessórias responsáveis
pela incorporação do níquel no centro ativo da urease. O gene ureI codifica uma
proteína que atua como um canal na membrana externa, agindo na internalização da
uréia. Além desses genes, uma proteína transportadora de níquel é expressa a partir
do gene nixA (MOBLEY et al., 1995).
Em plantas, este processo ainda está pouco elucidado, em parte porque os
genes acessórios não estão em agrupamentos e, na maioria dos casos, não foram
identificados ou isolados. Em batata, foi caracterizado o gene da proteína acessória
da urease (ureG), demonstrando a sua capacidade de substituir o gene ureG de
bactéria, implicando em um envolvimento direto do gene ureG na ativação da urease
de planta (WITTE et al., 2001). Na soja, Eu2 e Eu3 foram identificados como genes
acessórios da urease. O gene Eu3 codifica a proteína de ligação de níquel, e
apresenta considerável identidade com o gene ureG de bactérias (FREYERMUTH et
al., 2000). A função da proteína codificada pelo gene Eu2 permanece desconhecida,
mas os parálagos UreD e UreF são possíveis candidatos para sua função
(BACANAMWO et al., 2002).
A obtenção de apourease (sem níquel) e sem atividade enzimática solúvel e
estável ao armazenamento era um dos objetivos desse trabalho. Estudos posteriores
para investigar quais atividades biológicas independentes de atividade ureolítica a
apourease eventualmente apresentará, facilitará estudos de estrutura frente a
67
função e o mapeamento de domínios responsáveis por essas atividade da proteína.
No teste de Elisa, a urease embrião-específica nativa apresentou ~ 45% do
reconhecimento da urease de C.ensiformis para o anticorpo policlonal anti-
canatoxina, sendo que essas ureases compartilham 80 % de identidade. Apesar de
poder ocorrer imunodominância do anticorpo a diferentes epitopos expostos na
proteína, o fato da urease ubíqua recombinante, desprovida de níquel, apresentar
cerca de 60% da imunorreatividade apresentada pela urease embrião específica
frente ao mesmo anticorpo, indica que a proteína recombinante adquiriu parte do
folding da proteína nativa. Como dito na introdução, as isoformas de urease da soja
têm 85 % de identidade na seqüência primária. Para realizar o ensaio de ELISA, foi
necessário concentrar as amostras utilizando o Centricon (Millipore). As duas formas
da proteína recombinante mostraram-se instáveis nesse processo de concentração,
e precipitaram quando mantidas em concentrações maiores do que 1mg/mL. Este
dado é interessante, pois a urease recombinante comportou-se de forma semelhante
às ureases purificadas a partir das plantas. (FOLLMER et al., 2001), mostraram que
a CNTX, isoforma da urease de C. ensiformis, é inativada no processo de
congelamento e descongelamento, e é instável se mantida em solução em
concentrações maiores do que 1mg/mL.
Por fim, o método de expressão da proteína recombinante, desenvolvido
neste trabalho, permitirá a obtenção em pequena e média escala da urease ubíqua
da soja, possibilitando estudos que antes eram inviáveis, devido à grande dificuldade
de obtenção e purificação desta isoforma a partir da planta. Assim poderão ser
realizados ensaios de toxicidade a fungos e insetos, agregação plaquetária,
determinação da presença de metais, além de estudos de cristalografia com a
68
proteína recombinante, tendo sido atingidos, desta forma, todos os objetivos
propostos para o presente trabalho.
69
6. Perspectivas
Ensaios biológicos, com a urease ubíqua de soja recombinante, que são
independentes da atividade enzimática:
o Atividade inseticida;
o Atividade fungicida e/ou fungistática;
o Agregação plaquetária.
Análise da estrutura tridimensional da proteína recombinante através de
ensaio de Dicroísmo circular, e cristalografia para comparação da estrutura da
proteína recombinante com as demais ureases vegetais (JBU de C. ensiformis
e urease embrião-específica da soja).
Avaliação da presença de metais (níquel) na proteína recombinante, através
de ensaio de PIXE.
70
7. Referências
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80
Anexos
81
Anne Helene Souza Martinelli
Curriculum Vitae
Agosto/2007
Anne Helene Souza Martinelli
Curriculum Vitae
______________________________________________________________________________________
Dados Pessoais
Nome Anne Helene Souza Martinelli
Nascimento 05/10/1981 - PORTO ALEGRE/RS - Brasil
CPF 00368497070
______________________________________________________________________________________
Formação Acadêmica/Titulação
2005 Mestrado em Biologia Celular e Molecular.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, Porto Alegre, Brasil
Título: Expressão da Urease Ubíqua de Soja em Escherichia coli.
Orientador: Célia Regina Carlini
1999 - 2004 Graduação em Ciências Biológicas.
Universidade do Vale do Rio dos Sinos, UNISINOS, Sao Leopoldo, Brasil
Título: "Toxicidade de Urease de Soja [Glycine max (L.) Merril] a Fitopatógenos"
Orientador: Lidia mariana Fiuza e Célia Regina Carlini
2000 - 2002 Ensino Profissional de nível técnico em Curso técnico em Biotecnologia.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, Porto Alegre, Brasil
______________________________________________________________________________________
Atuação profissional
1. Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
____________________________________________________________________________
Vínculo institucional
2001 - 2003 Vínculo: Bolsista , Enquadramento funcional: Iniciação Científica , Carga
horária: 20, Regime: Parcial
2003 - 2004 Vínculo: Bolsista , Enquadramento funcional: Iniciação Científica , Carga
horária: 20, Regime: Parcial
2004 - Atual Vínculo: Servidor público , Enquadramento funcional: Técnico de
Laboratório- àrea Biologia , Carga horária: 40, Regime: Integral
____________________________________________________________________________
Atividades
02/2001 - 06/2003 Estágio, Centro de Biotecnologia
Estágio:
Fermentação com microrganismos
06/2003 - Atual Pesquisa e Desenvolvimento, Instituto de Biociências
Linhas de Pesquisa:
Expressão heteróloga de ureases de soja em Escherichia coli. Efeito fungicida das ureases de
soja.
Página gerada pelo Sistema Currículo Lattes em 08/08/2007 às 11:27:47 Página 2 de 5
______________________________________________________________________________________
Linhas de pesquisa
1. Expressão heteróloga de ureases de soja em Escherichia coli. Efeito fungicida das
ureases de soja.
______________________________________________________________________________________
Idiomas
Inglês Compreende Bem , Fala Bem, Escreve Bem, Lê Bem
Espanhol Compreende Bem , Fala Pouco, Escreve Pouco, Lê Razoavelmente
Produção em C, T & A
______________________________________________________________________________________
Produção bibliográfica
Artigos completos publicados em periódicos
1. MITIDIERI, S., MARTINELLI, A. H. S., VAINSTEIN, M.
Enzymatic detergent formulation containing amylase from Aspergillus niger: A comparative study with
commercial detergent formulations. Bioresource Technology. , v.97, p.1217 - 1224, 2005.
2. MARTINELLI, A. H. S., MITIDIERI, S., VAINSTEIN, M.
Detergentes biológicos biodegradáveis. Avaliação das formulações do mercado. Biotecnologia Ciência &
Desenvolvimento. , v.26, p.56 - 60, 2002.
Artigos aceitos para publicação
1. BECKER-RITT, A. B., MARTINELLI, A. H. S., MITIDIERI, S., FEDER, V., WASSERMANN, G., SANTI, L.,
VAINSTEIN, M., OLIVEIRA, T., FIUZA, L. M., PASQUALI, G., CARLINI, C. R.
Antifungal Activity of Plant and Bacterial Ureases. Toxicon. , 2007.
Comunicações e Resumos Publicados em Anais de Congressos ou Periódicos (resumo)
1. BECKER-RITT, A.B., MARTINELLI, A. H. S., MITIDIERI, S., SOARES, V. F., WASSERMANN, G.,
PASQUALI, G., CARLINI, C. R.
Antifungal activity of ureases from Glycine max and Canavalia ensiformis seeds and a recombinant
Helicobacter pylori urease In: Plant Biology and Botany 2007 Joint Congress, 2007, Chicago.
Plant Biology and Botany 2007 Joint Congress. , 2007.
2. MARTINELLI, A. H. S., BECKER-RITT, A.B., PASQUALI, G., CARLINI, C. R.
Expressão de urease ubíqua de soja em Escherichia coli e avaliação de suas atividades biológicas In: VIII
Reunião Anual do Programa de Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular, 2006, Porto Alegre.
VIII Reunião Anual do Programa de Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular. , 2006.
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3. MARTINELLI, A. H. S., FERREIRA, T.B., BECKER-RITT, A.B., PASQUALI, G., CARLINI, C. R.
Expressão da urease de soja em Escherichia coli e avaliação da sua toxicidade a fungos fitopatogênicos In:
VII Reunião Anual do programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular do centro de
Biotecnologia, 2005, Porto Alegre.
VII Reunião Anual do programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular do centro de
Biotecnologia. , 2005.
4. BECKER-RITT, A.B., MARTINELLI, A. H. S., PASQUALI, G., CARLINI, C. R.
Expression of soybean [Glycine max (L) Merrill] ubiquitous urease in tobacco (Nicotiana tobacum) and
antifungal activity of soybean ureases In: XXXIV Reunião Anual SBBq, 2005, Águas de Lindóia.
XXXIV Reunião Anual SBBq. , 2005.
5. MARTINELLI, A. H. S., BECKER-RITT, A.B., CARLINI, C. R.
Obtenção e purificação de urease de soja [Glycine max (L) Merril] e avaliação da sua toxicidade a
microrganismos fitopatogênicos. In: Mostra de Iniciação Científica da Unisinos, 2004, São Leopoldo.
Mostra de Iniciação Científica da Unisinos. , 2004.
6. BECKER-RITT, A.B., MARTINELLI, A. H. S., MITIDIERI, S., PASQUALI, G., CARLINI, C. R
Soybean (Glycine max (L.) Merril) ureases: expression in tobacco (Nicotiana tobacum) In: XXXIII Reunião
Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular- SBBq, 2004, Caxambu.
XXXIII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular-SBBq. , 2004.
7. BECKER-RITT, A.B., MARTINELLI, A. H. S., MITIDIERI, S., PASQUALI, G., CARLINI, C. R
UREASE DE SOJA [Glycine Max (L) Merril]: SUPER EXPRESSÃO EM TABACO (Nicotiana Tobacum) In: V
Reunião Anual do Programa de Pós- Graduação em Biologia Celular e Molecular do Centro de
Biotecnologia da UFRGS., 2003, Porto Alegre.
V Reunião Anual do Programa de Pós- Graduação em Biologia Celular e Molecular do Centro de
Biotecnologia da UFRGS.. , 2003.
8. MARTINELLI, A. H. S., MITIDIERI, S., VAINSTEIN, M.
Produção de amilase para formulação de detergentes bioativos. In: IV Reunião Anualdo Programa de Pós-
Graduação em Biologia Celular e Molecular do Centro de Biotecnologia da UFRGS, 2002, Porto Alegre.
V Reunião Anualdo Programa de Pós- Graduação em Biologia Celular e Molecular do Centro de
Biotecnologia da UFRGS. , 2002.
9. MARTINELLI, A. H. S., MITIDIERI, S., VAINSTEIN, M.
Produção de amilase para formulação de detergentes biodegradáveis In: Salão de Iniciação Científica,
2002, Porto Alegre.
XIII Salão de Iniciação Científica. , 2002.
10. MARTINELLI, A. H. S., MITIDIERI, S., VAINSTEIN, M.
Produção de amilases para formulação de detergentes biodegradáveis. In: ENZITEC 2002, BRASÍLIA.
5 SEMINARIO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA ENZIMÁTICA. BRASÍLIA: , 2002. v.5.
11. MARTINELLI, A. H. S., MITIDIERI, S., VAINSTEIN, M.
Produção e caracterização de uma amilase para formulação de detergentes biodegradáveis. In: Salão de
Iniciação Científica da UFRGS, 2002, Porto Alegre.
XIV Salão de Iniciação Científica da UFRGS. , 2002.
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Eventos
Participação em eventos
1. Apresentação de Poster / Painel no(a) XXXIV Reunião Anual SBBq, 2005. (Congresso)
Expression of soybean [Glycine max (L) Merrill] ubiquitous urease in tobacco (Nicotiana tobacum) and
antifungal activity of soybean ureases.
2. Apresentação de Poster / Painel no(a) Congresso Brasileiro de Entomologia, 2004. (Congresso)
Expressão de Ureases de Soja em Tabaco Nicotiana tobacum. Análise de Resistência a Insetos e
Fitopatógenos.
3. Apresentação de Poster / Painel no(a) ENZITEC 2002, 2002. (Congresso). Produção de amilases para
formulação de detergentes biodegradáveis
Totais de produção
Produção bibliográfica
Artigos completos publicado em periódico .....................................2
Artigos aceitos para publicação ............................................. 1
Comunicações em anais de congressos e periódicos (proceedings e suplementos)..11
Eventos
Participações em eventos (congresso)..........................................3
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