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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"
FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
CÂMPUS DE ARARAQUARA
“Estudo de diferentes isolados de Paracoccidioides brasiliensis quanto ao
padrão de adesão e expressão de ligantes da matriz extracelular.
Orientadora: Profa. Dra. Maria José Soares Mendes Giannini
Orientada: Julhiany de Fátima da Silva
ARARAQUARA
2008
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"
FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
CÂMPUS DE ARARAQUARA
“Estudo de diferentes isolados de Paracoccidioides brasiliensis quanto ao
padrão de adesão e expressão de ligantes da matriz extracelular.
Trabalho apresentado à Comissão examinadora
para a obtenção do título de Mestre no Programa de Pós
Graduação em Análises Clínicas da Faculdade de
Ciências Farmacêuticas de Araraquara da Universidade
Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” - UNESP.
Orientadora: Profa. Dra. Maria José Soares Mendes Giannini
Orientada: Julhiany de Fátima da Silva
ARARAQUARA
2008
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Ficha Catalográfica
Elaborada Pelo Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação
Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Silva, Julhiany de Fátima da
S586e Estudo de diferentes isolados de Paracoccidioides brasiliensis
quanto ao padrão de adesão e expressão de ligantes da matriz
extracelular. / Julhiany de Fátima da Silva. – Araraquara, 2008.
72 f.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual Paulista. “Júlio de
Mesquita Filho”. Faculdade de Ciências Farmacêuticas. Programa de Pós
Graduação em Análises Clínicas
Orientador: Maria José Soares Mendes Giannini
. 1.Paracoccidioidomicose. 2.Adesão a matriz extra celular.
3.Micologia. I.Giannini, Maria José Soares Mendes, orient. II. Título.
CDD: 616.969
CAPES: 40300005
Este trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Micologia Clínica da
Faculdade de Ciências Farmacêuticas-UNESP Araraquara. Recebeu apoio
financeiro da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP),
da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de nível Superior (CAPES) e do
PADC-FCFAr.
“Não importa onde você parou...
Em que momento da vida você cansou...
O que importa é que sempre é possível e necessário
RECOMEÇAR.
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo...
É renovar as esperanças na vida
E o mais importante...
Acreditar em você de novo.
Sofreu muito neste período?
Foi aprendizado...
Chorou muito?
Foi limpeza da alma...
Ficou com raiva das pessoas?
Foi para perdoa-las um dia...
Sentiu-se só por diversas vezes?
Foi porque fechaste a porta até para os anjos...
Acreditou em tudo que estava perdido?
Era o início da tua melhora...
Onde você quer chegar?
Ir alto?
Sonhe alto...
Queira o melhor do melhor...
Se pensarmos pequeno
Coisas pequenas teremos...
Mas, se desejarmos fortemente o melhor...
E, principalmente...
Lutarmos pelo melhor...
O melhor vai se instalar em nossa vida.
Porque sou do tamanho daquilo que vejo,
E não do tamanho da minha altura.”
ORAÇÃO DA SERENIDADE
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.
Concedei-me Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que eu não
posso modificar, coragem para modificar aquelas que eu posso, e sabedoria para
distinguir uma das outras.
DEDICO
Em especial, ao meu filho Giulliano, que veio para iluminar os meus dias, a força
necessária para eu lutar em todos eles. A minha primeira conquista, talvez a mais
gratificante de todas elas.VOCÊ É A RAZÃO DA MINHA VIDA.
À minha família (Mãe, Pai, Daiany, Caio, Giu, Vó Quinha, meus tios Samuel e
Cássia e aos meus primos Samuel e Leonardo) pela força, compreensão,
paciência, solidariedade e respeito. Por acreditarem e me incentivarem em todos
os momentos. Por me auxiliarem a superar todas as dificuldades e chegar até o
final. Pelo amor e pelo carinho, mesmo diante de todas as adversidades.
AMO MUITO VOCÊS.
À Profa Dra Maria José Soares Mendes Giannini (Zezé) pelo exemplo. Uma
pessoa fantástica em todos os aspectos.
Obrigada pela oportunidade, pelo convívio, pelos ensinamentos, pela paciência e
por lançar desafios todos os dias. Você me fez crescer muito mais do que eu
poderia imaginar.
AGRADECIMENTOS
Á LIGAÇÃO COVALENTE, Bia, Carol, Camila, Joyce, Maira e Maisa, que mesmo
geograficamente distante, estiveram presentes me apoiando para vencer mais
essa etapa. Vocês foram e são fundamentais nas minhas conquistas.
Às minhas amigas da cultura celular, Pat e Ju Monteiro, que muito me ensinaram
e me incentivaram para chegar até aqui.
À Rô e à Tosca, as minhas “mães” no laboratório, pela paciência, ensinamentos e
convívio.
Aos meus companheiros de pós graduação, Marcelo, Ana Marisa, Tati, Lili, Aline,
José Nelson, Regina pelo convívio, pela paciência e por compartilhar todas as
dificuldades e desafios encontrados nessa etapa.
Ao Marcelo, pela paciência nipônica em todos os momentos me auxiliando na
execução deste trabalho.
À Tatiane e à Marilía (Chuchu) pelas boas conversas até São Carlos.
A todos os estagiários da Micologia, Pi, Dri, Roberta, Marina, Ju Pitica, Fábio,
Natália, Carol, Fer, Marciano, Alex Rodrigo, Gabi, Flávia pelo auxílio, por
proporcionar a oportunidade de ensino e também pelas boas risadas.
Aos que concluíram a passagem por esse laboratório, (Pat, Lilian, Rosana,
Susana, Simone, Gerson...), mas que deixaram muitos ensinamentos e também
muitas saudades. .
Á Eliana e a Tirene, pela paciência, dedicação, boa vontade e boas risadas
durante esse período.
À Profa Dra Christiane Pienna Soares, pela oportunidade inicial, pelo apoio e
também pelos ensinamentos.
Á todos os agregados da Micologia, Bel Cito, Marisa Imuno, Gustavo, pela
colaboração e pelo bom convívio.
Á Ana Carolina Malaspina, pelo auxílio nas análises utilizando o Bionumerics.
Às meninas da pós-graduação, Laura, Sônia e Claudia, pela paciência e todo o
apoio técnico para a realização deste trabalho.
A FAPESP, ao PADC-FCFAr e à CAPES pelo apoio financeiro.
A todos aqueles que por ventura eu tenha me esquecido, mas que acreditaram
em mim e me deram força para concluir este trabalho, e, especialmente àqueles
que duvidaram, pois estes últimos me deram a oportunidade de provar o quão
eles estavam enganados.
SUMÁRIO
PAG
Resumo 1
Abstract 3
I. Introdução 5
II. Proposição 14
III. Objetivos específicos 14
IV. Metodologia 15
1. Microrganismo 15
2. Cultura de células 15
2.1. Infecção de P. brasiliensis à células epiteliais 16
3. Extração de DNA genômico 16
3.1. Análise por RAPD-PCR 17
3.2. PCR fingerprinting 17
3.3. Análise de dados 18
4. Preparo de extratos de P. brasiliensis 18
5. Análise protéica por eletroforese bidimensional 18
6. Caracterização de proteínas de P. brasiliensis como ligantes de
componentes da MEC por Far-western
18
V. Resultados 20
1. Testes de infecção de P. brasiliensis em cultura de células epiteliais 20
2. RAPD-PCR dos isolados de P. brasiliensis após o reisolamento 21
3. PCR fingerprinting 22
a)M13 22
b)GACA4 23
4. Análise dos perfis genotípicos obtidos 24
5. Análise protéica por eletrofores bidimensional e caracterização das
proteínas como ligantes da MEC por Far-western
28
VI. Discussão 42
VII. Conclusões 49
VIII. Referencias Bibliográficas 50
Interactions of Paracoccidioides brasiliensis with host cells: recent advances
LISTA DE FIGURAS
PAG
Figura 1: Comparação da capacidade de infecção dos isolados de P.
brasiliensis avaliados antes e após o reisolamento por período de
incubação de 5 horas com células A549.
20
Figura 2: RAPD - PCR demonstrativo dos isolados de P. brasiliensis após
o reisolamento, amplificados com a seqüência iniciadora 4 do sistema
comercial Ready-to-Go (GE Healthcare).
22
Figura 3: Amplificação com a sequência minisatélite M13 dos isolados de
P. brasiliensis após o reisolamento.
23
Figura 4: Amplificação com a sequência microsatélite (GACA)
4
dos
isolados de P. brasiliensis após o reisolamento.
23
Figura 5: Dendrograma dos isolados de P. brasiliensis após o
reisolamento, obtido pela análise dos produtos de amplificação com a
seqüência iniciadora OPJ4 do sistema comercial Ready-to-Go.
25
Figura 6: Dendrogramas dos isolados de P. brasiliensis após o
reisolamento, obtido pela análise dos produtos de amplificação com a
seqüência iniciadora M13
26
Figura 7: Dendrograma dos isolados de P. brasiliensis após o
reisolamento, obtido pela análise dos produtos de amplificação com a
seqüência iniciadora (GACA)
4
.
27
Figura 8: Eletroforese bidimensional do extrato “cell free” de isolado 01R3
de P. brasiliensis após reisolamento
30
Figura 9: Diagrama representativo das proteínas do extrato “cell free” do
isolado 01 de P. brasiliensis capazes de se ligarem aos componentes da
MEC
31
Figura 10: Eletroforese bidimensional do extrato “cell free” do isolado
113R3 de P. brasiliensis após reisolamento
33
Figura 11: Diagrama representativo das proteínas do extrato “cell free” de
isolado 113 de P. brasiliensis capazes de se ligarem aos componentes da
MEC.
34
Figura 12: Eletroforese bidimensional de antígeno “cell free” do isolado 35
265 de P. brasiliensis após reisolamento.
Figura 13: Diagrama representativo das proteínas do extrato “cell free” de
isolado 265 de P. brasiliensis capazes de se ligarem aos componentes da
MEC.
36
Figura 14: Eletroforese bidimensional de antígeno “cell free” do isolado
339 de P. brasiliensis após reisolamento.
38
Figura 15: Ensaio de Far Western do antígeno “cell free” do isolado 339
de P. brasiliensis demonstrando à capacidade de ligação das isoformas
da gp43 à laminina, à fibronectina e ao colágeno tipo I antes e após o
reisolamento.
39
Figura 16: Diagrama representativo das proteínas do extrato “cell free” de
isolado 265 de P. brasiliensis capazes de se ligarem aos componentes da
MEC
39
LISTA DE TABELAS
PAG
Tabela 1: Descrição dos isolados de acordo com a capacidade de
infecção às células A549
21
Tabela 2: Correlação entre quatro isolados de P. brasiliensis, antes e
após reisolamento de cultura de células, suas proteínas expressas, a
variação de massa molecular (MM) e dos pIs.
28
Tabela 3: Proteínas dos extratos “cell free” de quatro isolados de P.
brasiliensis com capacidade de ligação à MEC
29
Tabela 4: Proteínas do extrato “cell free” de isolado 01 de P. brasiliensis
capazes de se ligarem aos componentes da MEC
31
Tabela 5: Proteínas do extrato “cell free” de isolado 113 de P. brasiliensis
capazes de se ligarem aos componentes da MEC
34
Tabela 6: Proteínas do extrato “cell free” de isolado 265 de P. brasiliensis
capazes de se ligarem aos componentes da MEC
36
Tabela 7: Proteínas do extrato “cell free” de isolado 339 de P. brasiliensis
capazes de se ligarem aos componentes da MEC
40
Tabela 8: Proteínas ligantes aos componentes da MEC presentes em
mais de um isolado de P. brasiliensis
40
Tabela 9: Proteínas de P. brasiliensis capazes de se ligar a mais de um
constituinte da MEC
41
LISTA DE ABREVIATURAS
%
Porcentagem
µ
µµ
µg
Micrograma
µ
µµ
µL
Microlitro
µ
µµ
µm
Micrômetro
ADS
Fator de ribosilação de ADP (difosfato de adenina)
ALS
Alanina sintetase
ATV
Solução de tripsina-EDTA-versene (Adolfo Lutz)
CaCl
2
Cloreto de cálcio
CES
Tampão constituído de citrato de sódio, EDTA e sorbitol
CHS
2
Quitina sintetase
cm
Centímetro
CTAB
Cloreto de Cetil Trimetil Amônio
DNA
Ácido deoxiribonucleico
EDTA
Ácido etilenodiaminotetracético
ESTs
Expressed Sequence Tags
fase L
Fase leveduriforme de P. brasiliensis
fase M
Fase miceliana de P. brasiliensis
FKS
β 1,3 glucana sintetase
g
Grama
gp
Glicoproteína
GAPDH
Gliceraldeído-3- fosfato d eidrogenase
Gir2
Girase-2
GPI
Glicosyl phosphatidil inositol
h
Hora
Hsp
Proteínas de choque térmico
kDa
Kilodalton
M
Molaridade
Mb
Megabase
MEC
Matriz extracelular
MgCl
2
Cloreto de magnésio
MM
Massa molecular
MS
Espectrometria de massa
mg
Miligrama
min
Minuto
mL
Mililitro
mM
Milimolar
NaCl
Cloreto de sódio
NaOH
Hidróxido de sódio
ng
Nanograma
nm
Nanômetro
Número
ºC
Graus Celsius
pb
Pares de base
Pb Paracoccidioides brasiliensis
PBS
Tampão salina fosfato
PBS-T
Tampão salina fosfato com 0,05% de tween-20
PBS-T-BSA
Tampão salina-fosfato acrescido de Tween20 e soroalbumina bovina
PCM
Paracoccidioidomicose
PCR
Reação em cadeia da polimerase
PRRs
Proteínas com regiões ricas em prolina
RAPD
Polimorfismos de DNA pela amplificação randomizada
(Random Amplified Polymorphic DNA)
RFLP
Polimorfismos gerados pelo fragmento de restrição
(Restriction Fragment Length Polymorphisms)
RNA
Ácido ribonucléico
rpm
Rotações por minuto
SDS
Dodecil sulfato de sódio
SDS-PAGE
Eletroforese em gel de poliacrilamida com dodecil sulfato de sódio
SFB
Soro fetal bovino
TBE
Tampão constituído de tris, ácido bórico e EDTA
TdT
Deoxinucleotidil terminal transferase
TE
Tampão constituído de tris e EDTA
UPGMA
Unweighted Pair-Group Method, Arithematic averages
1
RESUMO
Paracoccidioides brasiliensis é um fungo dimórfico causador da
paracoccidioidomicose, doença de comprometimento orgânico múltiplo e de
evolução prolongada. A virulência de P. brasiliensis pode ser atenuada ou perdida
após subseqüentes ciclos de subcultivos durante longos períodos e restabelecida
após inoculações em animais ou pela passagem em cultura de células. Um
aspecto importante na interação entre P.brasiliensis e seu hospedeiro é a
habilidade do fungo em aderir aos componentes da matriz extracelular. O
entendimento e identificação destas moléculas revestem-se de importância na
descoberta de tratamentos eficientes para as micoses sistêmicas. Assim, neste
trabalho, foram estudados 13 diferentes isolados de P. brasiliensis quanto ao
padrão de infecção à cultura de células epiteliais pulmonares (A549),
genotipagem com os iniciadores OPJ4, M13 e GACA4 empregando as técnicas
de RAPD e PCR fingerprinting, bem como a verificação de proteínas expressas
diferencialmente, e sua capacidade de ligação a componentes da matriz
extracelular (MEC). Os diferentes isolados de P. brasiliensis apresentaram maior
capacidade de infecção após reisolamento de células epiteliais. As amostras mais
aderentes foram Pb18, Pb2508 e Pb2367 e as menos aderentes foram Pb2669,
Pb2508 e Pb2367. Quanto aos genótipos, perfis diferenciais foram observados e
correlação com padrão de infecção e distribuição geográfica foi observada para
alguns isolados com dois dos iniciadores (OPJ4 e M13). A análise protéica dos
extratos cell free de P. brasiliensis, por eletroforese bidimensional também
forneceu perfis diferenciais entre as amostras subcultivadas e reisoladas e 62
ligantes de colágeno tipo I, 18 de laminina e 23 de fibronectina de um total de 420
proteínas expressas foram observados. Os isolados Pb01 e Pb339 apresentaram
ligantes para fibronectina apenas após o reisolamento, mostrando que
aparentemente estes ligantes possam ter papel na patogenicidade. O mesmo
ocorreu com Pb01 para colágeno. O isolado Pb113, mesmo após reisolamento,
não apresentou ligantes de laminina, enquanto que Pb265 não apresentou
ligantes para fibronectina. Assim, de acordo com estes dados pode-se verificar
que dependendo do isolado tem-se diferentes padrões de ligantes a MEC.
Número expressivo de proteínas, com características de ligantes a MEC, foi
observado chamando atenção de sua maior expressão após reisolamento em
culturas celulares. Assim pode ser predito que se poderá encontrar múltiplas
2
adesinas, distintas dependendo da condição do microambiente. Deve-se imaginar
que esta multiplicidade seja maior à medida que o microrganismo tem capacidade
de se alojar em diferentes tecidos. Este perfil diferencial de ligantes de MEC
sugere a habilidade de expressão destes ligantes durante a interação fungo-
hospedeiro.
3
ABSTRACT
Paracoccidioides brasiliensis is a dimorphic fungus, ethiologic agent of
paracoccidioidomycosis, disease of multiple organic implications and prolonged
evolution. P. brasiliensis virulence can be attenuated or lost after subsequent
cycles of subcultive for during long periods and reestablished after by the passage
in animals or in the epithelial cells culture. The success of colonization is a
complex event, generally involving a ligand coded by the pathogen (adhesins) and
a cell receptor. An important aspect in the interaction between P.brasiliensis and
your host is the ability to adhere to matrix extracelular components (ECM). This
fungal employs a series of strategies to colonize and to disseminate, including
ligands. The understanding and identification of these molecules is very important
in the discovery of efficient treatments for the systemic mycoses. The aim of this
study was to investigate the P. brasiliensis infection pattern to the pulmonary
epithelial cells (A549), the molecular typing by RAPD and PCR fingerprinting
using, respectively, the primers OPJ4, M13 and GACA4, as well as the protein
expressed and the ligand to ECM of the different strains. All P. brasiliensis isolates
presented different capacity to adhere to epithelial cells. The most and less
adherent isolates were respectively Pb18, Pb2508ar and Pb2367ar, and
Pb2669ar, Pb113 e Pb2663ar. Regarding the genomic polymorphisms, differential
RAPD´s profiles and PCR fingerprinting were observed and a relative correlation
with the infection pattern and geographical distribution could be observed. The
profile of four P. brasiliensis cell-freeextracts from subcultivated and reisolated
strains was analysed by two-dimensional electrophoresis. Differentially expressed
proteins were identified. Furthermore, a lot of ligands were observed to ECM
components, 62 ligands to collagen type I, 23 to fibronectin, and 18 to laminin of a
total of 420 proteins. The isolates Pb01 and Pb339 presented fibronectin ligands
only after reisolated from epithelial cells, apparently showing that these ligands
may have role in pathogenicity. The same occurred with Pb01 to collagen. The
Pb113, even after reisolated, did not present laminin ligands, whereas Pb265 not
presented fibronectin ones. Thus, this study suggested that different patterns of
the ECM ligands could occur depending on the isolate. On the other hand, multiple
adhesins can appear, depending on the condition of the microenvironment. We
could imagine that this diversity is greater as the microorganism is capable to
accommodate in different tissues.
4
Expressive number of proteins, with characteristics of ECM ligands, was observed
mainly after passage in the epithelial cultures. These differential profile ligands
could be associated of the capability of this fungal to express different proteins in
fungal-host interaction.
5
I. INTRODUÇÃO
O aumento das doenças fúngicas tornou-se um problema significante de
saúde pública, afetando parte da população mundial e causando
conseqüentemente diminuição da qualidade e da expectativa de vida. A
paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose de grande importância em razão da
gravidade de algumas de suas formas anátomo-clínicas e de suas taxas de
mortalidade (LACAZ et al., 1994; BITTENCOURT et al., 2005). A PCM tem como
principal agente etiológico Paracoccidioides brasiliensis que é fungo dimórfico que
cresce na fase miceliana (M), saprobiótica, em temperaturas de 25
o
a 27
o
C, sob a
forma de colônias cotonosas e esbranquiçadas. Em meios enriquecidos a 37º C
desenvolve-se a fase leveduriforme (L) que constitui a forma parasitária do fungo,
apresentando-se como células arredondadas, de parede dupla e brotamentos
múltiplos característicos, com estruturas fúngicas semelhante às encontradas nos
tecidos (LACAZ, 1994).
De acordo com a seqüência de subunidades 28S e 18S do RNA
ribossomal, Paracoccidioides brasiliensis tem relação filogenética com os demais
fungos termo-dimórficos (PETERSON E SIGLER, 1998, BIALEK et al., 2000).
Assim, este fungo é classificado taxonomicamente no Reino Fungi, Divisão
Eumycota, Subdivisão Ascomycota, gênero Paracoccidioides e espécie
brasiliensis (GUARRO et al., 1999). O fungo apresenta 4-5 cromossomos, com
variações de 2-10 Mb (MONTOYA et al., 1997;). O tamanho do genoma foi
calculado em 30 Mb (CANO et al., 1998), com aproximadamente 7.500 a 9.000
genes, números que estão de acordo com o calculado em genomas de fungos
pertencentes aos ascomicetos.
Isolados de P.brasiliensis diferem quanto à morfometria, número de brotos,
capacidade de conversão de micélio para levedura e velocidade de crescimento
(SVIDZINSKI et al.,1999; KASHINO et al., 1987). A variabilidade genética foi
verificada nos últimos anos através de várias metodologias, como eletroforese de
campo pulsado (MONTOYA et al., 1997; FEITOSA et al., 2003), RAPD (Random
Amplified Polymorphic DNA), (CALCAGNO et al., 1998; SOARES et al., 1995).
Em alguns trabalhos foi utilizada esta ultima metodologia para investigar a
possível relação entre isolados de P. brasiliensis e origem geográfica, virulência
ou tipo de patologia (SOARES et al., 1995 ; CALCAGNO et al. 1998; MOLINARI-
6
MADLUM et al., 1999; McEWEN et al., 2000; TOTTI et al., 1999; MOTTA et al.,
2002; KUROKAWA et al., 2005). Recentemente, foi proposta a existência de três
diferentes espécies filogenéticas (S1, PS2 e PS3) em P. brasiliensis (MATUTE et
al., 2006). Para tanto, compararam as seqüências de oito regiões de cinco loci
diferentes do genoma, correspondentes aos genes que codificam quitina sintetase
2 (CHS2), ß-1,3 glucana sintetase (FKS), α-tubulina, fator de ribosilação de ADP
(ADS), e o antígeno gp 43 (PbGP43). Baseado no polimorfismo deste último, 17
isolados provenientes de pacientes com as formas pulmonares e linfáticas foram
analisados e seis genótipos foram descritos (MORAIS et al., 2000; CARVALHO et
al., 2005). No entanto, em poucos casos alguma associação foi encontrada e a
literatura ainda é controversa (HAHN et al., 2003). Poucos trabalhos apresentam
correlação positiva entre grupos genéticos e virulência (CARVALHO et al., 2005;
MOLINARI-MADLUM et al., 1999).
A via inalatória foi sugerida como o principal acesso das formas
infectantes do fungo ao pulmão, pelos dados obtidos em estudos experimentais
(Mc EWEN et al., 1987), pela existência de infecções assintomáticas ou
subclínicas (LACAZ et al., 1959; POSADA 1968), pelo prolongado período de
incubação da doença (MOLESE et al., 1957; OLIVEIRA & BAPTISTA, 1960;
PEREIRO, 1974) e a demonstração de involução de lesões pulmonares no
homem (MOTTA, 1956). Assim, esta via foi sugerida como a principal para a
penetração do fungo no hospedeiro. As manifestações clínicas da micose podem
ser variadas, desde lesões cutâneas e/ou em mucosas, podendo ocorrer
comprometimento orgânico múltiplo e a doença pode ser de curso mais rápido, no
caso das formas aguda/subaguda ou de evolução prolongada, na forma crônica
(FRANCO et al., 1994).
Os agentes de micoses sistêmicas possuem alguns fatores que permitem o
seu crescimento nas condições adversas proporcionadas pelo hospedeiro, que
podem contribuir para o desenvolvimento da doença (CASADEVALL &
PIROFSKI, 1999). A interação entre os determinantes de virulência do agente e
os mecanismos de defesa do hospedeiro resulta num processo complexo cujo
conhecimento permite melhor entendimento da patogênese das micoses
sistêmicas. Assim, P. brasiliensis possui mecanismos que o capacitam a aderir,
extravasar e invadir barreiras impostas pelos tecidos do hospedeiro (MENDES-
GIANNINI et al. 1994; LOPES et al., 1985; LENZI et al., 2000), sintetizando várias
7
substâncias que participam direta ou indiretamente da relação parasito-
hospedeiro. A estrutura antigênica de P. brasiliensis é bastante complexa; cerca
de 60 componentes solúveis foram descritos incluindo glicoproteínas e proteínas
com e sem atividade enzimática (YAZÁRBAL, 1982). Estudos da correlação entre
alguns destes componentes e seu papel na virulência estão entre os assuntos
abordados de grande importância.
A diferenciação da fase miceliana para a leveduriforme, dependente de
temperatura é essencial na ocorrência da PCM (SAN-BLAS et al., 1982). Durante
esse processo, modificações na composição de parede celular, composta de
quitina e glucanas são as mais conhecidas. Tanto em P. brasiliensis quanto em
outros fungos patogênicos, a quitina representa um importante componente da
parede celular relacionada a várias funções na morfogênese, integridade da
parede, desenvolvimento de conidióforos, ou estruturação de moléculas como
adesinas (SAN-BLAS et al., 2002). A quitina está presente em ambas as fases
(miceliar e leveduriforme), mas na leveduriforme a quantidade deste
polissacarídeo é três vezes maior, além disso a conformação das glucanas
também é diferente, sendo que isolados menos virulentos tem menor quantidade
α-1,3 glucana. Assim, foi sugerido um possível papel desses polissacarídeos na
patogenicidade desse fungo (SAN-BLAS & SAN-BLAS, 1994). Paralelamente, nas
últimas cadas estudos de genes e proteínas envolvidos na transição de fases
ou relacionados à virulência foram feitos e dois projetos genômicos foram
concluídos, além de outros estudos, contribuindo para aumentar o conhecimento
de genes deste fungo (FELIPE et al., 2005; GOLDMAN et al., 2003; MARQUES et
al.,2004; NUNES et al., 2005; TAVARES et al., 2007). No entanto, os estudos
para comprovação de genes envolvidos em virulência demandam a obtenção de
mutantes, cujo desenvolvimento exige sistemas de transformação e outros, pouco
estabelecidos neste fungo (ALMEIDA et al., 2007).
A estabilidade da virulência em diferentes isolados de P. brasiliensis é
assunto importante em abordagens envolvendo o estudo da virulência deste
fungo. Esta pode ser atenuada ou perdida após subseqüentes ciclos de
subcultivos durante longos períodos (BRUMMER et al, 1990) e restabelecida após
inoculações em animais (CASTANEDA et al., 1987) ou através da passagem por
culturas celulares (ANDREOTTI et al., 2005).
8
Esforços no sentido de caracterizar a composição antigênica e de
identificar um antígeno espécie-específico levaram diferentes autores a estudar a
glicoproteína de 43kDa (gp43) considerada como molécula antigênica altamente
específica para o diagnóstico sorológico da paracoccidioidomicose (CAMARGO et
al., 1988; MENDES-GIANNINI et al., 1989; PUCCIA et al., 1991) e que também
estaria envolvida nos mecanismos de adesão de P. brasiliensis (VICENTINI et
al.,1994; ANDRÉ et al., 2004; HANNA et al., 2000; MENDES-GIANNINI et al.,
2000). Outros compostos de P. brasiliensis também foram estudados quanto a
sua capacidade de produzir resposta imunológica em hospedeiros, entre estas
proteínas foram descritas as de 57, 48 e 45kDa (CASOTTO, 1990; FERREIRA-
DA-CRUZ et al., 1992), uma proteína recombinante de 27kDa (ORTIZ et al. 1996;
ORTIZ et al., 2000) e um antígeno circulante de 87kDa (GÓMEZ et al., 1998) que
revelou homologia com proteínas de choque térmico (Hsp) de vários organismos
(DIEZ et al., 2002). Seis componentes sintetizados preferencialmente na fase
leveduriforme de P. brasiliensis foram identificados sendo altamente homólogos a
catalase, frutose-1,6-bifosfato, aldolase, gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase,
malato desidrogenase e trifosfato isomerase de várias origens (FONSECA et al.,
2001). Outra proteína aracterizada foi a Hsp60 de P. brasiliensis e sua proteína
recombinante foi reconhecida por soros de pacientes com paracoccidioidomicose
(CUNHA et al. 2002; IZACC et al., 2001). COSTA et al., 2002 estudaram as
proteínas de 39 e 78kDa presentes na fase leveduriforme de P. brasiliensis em
que o sequenciamento de aminoácidos revelou identidade a manosil e
glicosiltransferases de várias origens.
Os modelos envolvendo técnicas de culturas de células de mamíferos
podem ser utilizados no intuito de se estudar a interação parasito-hospedeiro.
MENDES-GIANNINI et al., (1994) utilizaram culturas de células da linhagem Vero
(rim de macaco verde da África) e demonstraram que P. brasiliensis deve
apresentar mecanismos de adesão e de invasão. P. brasiliensis (isolado 113) foi
capaz de aderir (MENDES-GIANNINI et al., 1992), e de invadir células epiteliais
de linhagem contínua (MENDES-GIANNINI et al., 2000; MENDES-GIANNINI et
al., 1994). HANNA (1995) e UEMURA (1996) estudaram a cinética do processo
de interação de P. brasiliensis às culturas celulares Vero e HeLa, respectivamente
e, os prováveis fatores envolvidos nesta interação. P. brasiliensis foi capaz de
aderir às células epiteliais e os isolados mais virulentos para animais
9
apresentavam maior capacidade de adesão (HANNA et al., 2000). A adesão de P.
brasiliensis às células foi feita aparentemente por um pequeno túbulo (HANNA,
1995; HANNA, 1996; UEMURA, 1996) e ao redor da área de adesão do fungo à
célula epitelial puderam ser observadas alterações nas membranas celulares,
com presença de cavitações circunscritas ao redor do elemento fúngico e também
vacúolos, resultantes provavelmente dos produtos extracelulares do fungo ou
através de um processo fagocitário da própria célula hospedeira (MONTEIRO DA
SILVA et al., 2001).
O sucesso de colonização dos tecidos do hospedeiro pelo fungo é,
portanto, um evento complexo, geralmente envolvendo um ligante codificado pelo
patógeno e um receptor da célula. A adesão é conferida por uma classe de
proteínas especiais presentes na parede celular denominadas de adesinas. O
conhecimento da composição da parede celular e dos componentes exocelulares
dos fungos contribui para a identificação de ligantes na superfície celular de
patógenos. Fibrinogênio, sistema complemento e vários componentes da matriz
extracelular estão entre as proteínas do hospedeiro que podem se ligar às
proteínas da parede celular dos fungos. Estes componentes podem funcionar
como adesinas capazes de mediar interações do fungo com tecidos do
hospedeiro durante a infecção.
Os avanços na caracterização de P. brasiliensis têm redundado também
em maior conhecimento das adesinas deste fungo. Castro et al., 2005 realizaram
um rastreamento das proteínas GPI ancoradas deste fungo, entre estas,
adesinas ligantes da matriz extracelular. Da mesma forma, Tomazett et al., 2005
estudaram as enzimas possivelmente envolvidas na biossíntese e remodelagem
de polissacarídeos da parede celular, que tem potencial de influenciar na adesão
às células do hospedeiro. Uma das estratégias possivelmente utilizadas pelo
patógeno e depreendidas a partir de análises de redundância de ESTs no
processo infeccioso (BAILÃO et al., 2006; 2007; BASTOS et al., COSTA et al.,
2007), seria a expressão de genes relacionados ao seu micro nicho, envolvendo
adaptação às condições do hospedeiro, e conseqüentemente, também podem
influenciar no padrão de adesinas.
Em geral, os genes envolvidos em adesão não são constitutivamente
expressos, mas sim ativados quando induzidos quando interagem no sítio de
infecção no hospedeiro (CHENG et al., 2005). Uma indicação da variabilidade e
10
da especificidade sítio-infecção de diferentes adesinas refere-se ao modelo de
Candida albicans, em que vários genes são diferencialmente expressos
dependendo do hospedeiro. Mais especificamente, os genes ALS2, 3, 6, 7 e 9 são
altamente expressos, enquanto ALS4 e ALS5 são reprimidos em modelo de
candidíase vaginal (CHENG et al., 2005). Por outro lado, isolados orais mostram
expressão forte de ALS1, 2, 3, 4, 5 e 9, enquanto ALS6 e ALS7 são reprimidos
(GREEN et al., 2004). Esta expressão diferencial reflete a habilidade de
expressão de adesinas em determinada condição. O uso de moléculas de
superfície, entre outras, faz parte das estratégias do microrganismo para evadir-
se do sistema imune e para a sua própria sobrevivência no hospedeiro. Adesinas
estão sujeitas a trocas epigenéticas subteloméricas, resultando em padrões de
expressão não determinados previamente. Assim, genes relacionados a estas
apresentam repetições internas seqüenciais que levam a eventos de
recombinação e a formação de novas adesinas, oferecendo assim para os fungos
um reservatório de propriedades de adesão (VERSTREPEN & KLIS, 2006).
Análise de adesinas de C. albicans identificou pelo menos 60 alelos diferentes do
gene ALS7 (ZHANG et al., 2003). Estes aspectos de adesão fúngica exemplificam
a plasticidade e a capacidade de adaptação a ambientes diversos. Esta variação
pode prover a diversidade funcional em moléculas de superfície que permitem
adaptação rápida ao meio ambiente ou como mecanismo de escape do sistema
imune. Assim, ativação de adesinas em patógenos humanos acontece quando as
células percebem uma mudança no hospedeiro, permitindo adesão a seus tecidos
para estabelecer uma colônia ou biofilme do microrganismo patogênico
(VERSTREPEN et al., 2004; DOMERGUE et al., 2005; LEVDANSKY et al., 2007).
No entanto, as exatas condições que permitem esta variabilidade são ainda
motivo de muito estudo em vários fungos
Alguns dos ligantes fúngicos envolvidos na interação com a MEC foram
identificados a nível molecular (TRONCHIN et al., 1997; YAN et al., 1998; GAUR
e KLOTZ, 1997; LOPEZ-RIBOT et al.,1999; KLOTZ et al., 1993; BROMLEY e
DONALDSON, 1996; GIL et al., 1996). Moléculas com características de ligantes
a laminina foram descritas em Candida albicans (SAKATA et al., 1999;
BOUCHARA et al., 1990; LOPEZ-RIBOT et al.,1994, VERSTREPEN & KLIS,
2006), Aspergillus fumigatus (TRONCHIN et al., 1993; GAUR & KLOTZ, 1997),
Histoplasma capsulatum (McMAHON et al., 1995), Penicillium marneffei
11
(HAMILTON et al., 1998; HAMILTON et al., 1999) Blastomyces dermatitidis
(BRANDHORST et al., 2003) e Coccidioides immitis (HUNG et al., 2002) Fungos
e bactérias expressam em sua parede celular, proteínas com regiões ricas em
prolina (PRRs), e estas também devem estar envolvidas no processo de adesão
aos tecidos do hospedeiro (PERFECT et al. 1998; STAAB et al., 1999).
Algumas moléculas de P.brasiliensis foram identificadas como ligantes
de componentes da matriz extracelular. A gp43 foi a primeira a ser identificada
como ligante de laminina (HANNA, 1995; VICENTINI et al., 1994; ANDRÉ et al.,
2004). A glicoproteína de 43kDa tem papel na aderência desde que soro anti-gp
43 inibiu o processo de adesão em 85% (HANNA et al., 2000). Estudos adicionais
mostraram que em ensaios de afinidade de ligação, a gp43 foi capaz de se ligar
tanto à fibronectina quanto à laminina. Esta ligação foi inibida quando células Vero
foram tratadas com peptídeo 1 da gp43, peptídeos sintéticos derivados da
laminina (YIGRS) e fragmentos de ambos componentes de matriz (seqüência
RGD), indicando que a gp 43 (particularmente o peptídeo 1), participaria mais
efetivamente do processo de adesão (MENDES-GIANNINI et al., 2006). Uma
adesina de 30 kDa de P. brasiliensis, com capacidade de ligação à laminina foi
isolada sendo mais expressaem isolado de P. brasiliensis que apresentava alta
capacidade de adesão (ANDREOTTI, 2002; ANDREOTTI et al., 2005). P.
brasiliensis também apresenta em sua superfície celular duas proteínas com
massas moleculares de 19 e 32 kDa que interagem com diferentes proteínas da
MEC, tais como laminina, fibronectina e fibrinogênio (GONZALEZ et al., 2005). A
proteína gliceraldeído-3-fosfato dehidrogenase (GAPDH) P. brasiliensis foi capaz
de se ligar a laminina, colágeno I e fibronectina. O tratamento de formas
leveduriformes de P. brasiliensis com anti-GAPDH e de pneumócitos com GAPDH
recombinante promoveu a inibição da infecção do fungo às células epiteliais
(BARBOSA et al., 2006). Recentemente, foi isolada e caracterizada uma proteína
de 70KDa, denominada paracoccina, capaz de se ligar a N-acetil-glucosamina
(COLTRI et al, 2006, GANIKO et al., 2007). Ainda, Pereira et al. (2007)
identificaram a triosefosfato isomerase de P. brasiliensis que, através de ensaios
de inibição com peptídeos, foi capaz de se ligar preferencialmente à laminina.
Muitos genes têm sido descritos como provavelmente envolvidos na
sobrevivência de P. brasiliensis no hospedeiro. Entre estes aqueles que
codificam para proteínas essenciais para a vida do fungo, assim como aqueles
12
envolvidos na interação com seu hospedeiro, caracterizando o fenótipo
patogênico (BAILÃO et al., 2006; BASTOS et al., 2007; FELIPE et al., 2005;
GOLDMANN et al., 2003; TAVARES et al., 2007). A disponibilidade da seqüência
genômica e as novas técnicas de ionização em espectrometria de massa têm
permitido o desenvolvimento de metodologias para o estudo em nível protéico da
totalidade das proteínas expressas por um genoma de um organismo ou uma
célula (WESTERMEIER et al., 2002).
A análise proteômica despertou considerável atenção e importância desde
a revelação que o genoma humano constitui-se de menos genes que
originalmente estimado (VENTER et al. 2001). Assim, a informação genética
sozinha é insuficiente para explicar eventos biológicos e padrões de expressão do
RNAm e nem sempre se correlacionam com o nível de expressão protéica
(ANDERSON et al., 1997). Os produtos gênicos finais, representados pelas
proteínas, precisam ser estudados para o completo entendimento e determinação
do padrão de expressão nos tecidos. A análise protéica requer várias técnicas
analíticas, incluindo separação eletroforética e espectrometria de massa para
identificação.
Proteínas envolvidas em processos biológicos são detectadas por
mudanças quantitativas, forma de regulação e modificações pós-traducionais. O
primeiro passo de análise, a expressão proteômica, implica na separação e
detecção de proteínas por eletroforese bidimensional de alta resolução, seguida
pela identificação e caracterização das proteínas de interesse por espectrometria
de massa (MS). O passo final é o entendimento das vias biológicas incluindo as
funções de todas as proteínas e complexos envolvidos. Então, a análise
proteômica pode ser aplicada para a identificação de alvos na descoberta de
novas drogas; na identificação de marcadores na pesquisa clínica; no
desenvolvimento de fármacos,, na análise de interações protéicas e na
observação de modificações pós-traducionais (WESTERMEIER et al., 2002).
Com esse intuito, o proteoma de diferentes microrganismos foi
desenvolvido. A análise proteômica e subproteômica em C. albicans permitiu
avanços no entendimento do dimorfismo, resposta do hospedeiro, composição da
parede celular, fatores de virulência, resistência às drogas, identificação de
proteínas envolvidas no metabolismo e virulência (PITARCH et al., 2003;
PITARCH et al., 1999; PARDO et al, 2000; PITARCH et al., 2002; HERNÁNDEZ
13
et al., 2004; EBANKS et al., 2006). As proteínas secretadas por Aspergillus flavus
também foram analisadas por abordagem proteômica (MEDINA et al., 2005). Esta
abordagem em Saccharomyces cerevisiae permitiu a identificação de 32
proteínas envolvidas na biogênese da parede celular, enzimas glicolíticas,
proteínas de choque térmico (Hsp) e outras envolvidas em outros processos
(PARDO et al. 2000), além da caracterização de Gir2, uma proteína de 34KDa,
altamente ácida e com migração eletroforética anômala (ALVES et al., 2004).
com P.brasiliensis, a abordagem proteômica permitiu o isolamento e
caracterização de uma endoproteinase de 29 KDa e pI 5.8 com alta homologia
com a triosefosfato isomerase (PEREIRA et al., 2007), uma adesina de 30 kDa
(ANDREOTTI et al., 2005), duas de 19 e 32 KDa da fase miceliana (GONZÁLEZ
et al., 2005) e a gliceraldeído-3-fosfato dehidrogenase (GAPDH) (BARBOSA et
al., 2006). Várias proteínas da matriz podem ser receptores potenciais para os
microrganismos. A laminina foi a primeira destes componentes a ser implicada na
patogênese da paracoccidioidomicose (VICENTINI et al., 1997). Nosso grupo vem
trabalhando nesta abordagem e outros componentes da matriz como colágeno
tipo I e IV, fibronectina e entactina estão envolvidos na adesão aos tecidos do
hospedeiro (MENDES GIANNINI et al., 2006). Porém, pelo exposto, pode-se
verificar que os dados ainda são bastante fragmentados, não se conhecendo se
estas adesinas estão presentes em diferentes isolados e se condições diferentes
alteram o seu padrão de expressão.
14
II. PROPOSIÇÃO
A interação de P. brasiliensis com células epiteliais do hospedeiro humano
pode ser determinante para a evolução da infecção e para a diversidade de
formas clínicas na PCM. Assim, neste trabalho pretendeu-se estudar diferentes
isolados de P. brasiliensis para verificar o seu padrão genotípico e de infecção de
células epiteliais pulmonares, bem como o de proteínas com capacidade de
ligação aos componentes da matriz extracelular.
III. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Avaliar os perfis genotípicos pelas técnicas de RAPD-PCR e PCR
fingerprinting de 13 isolados de P. brasiliensis após passagem por cultura de
células.
Verificar capacidade de infecção dos isolados de P. brasiliensis, antes e após
o reisolamento de cultura de células epiteliais e correlacionar com os perfis
genotípicos.
Verificar a expressão de proteínas, de quatro diferentes isolados de P.
brasiliensis e aquelas antes e após passagem por cultura celular, com
capacidade de ligação a componentes da matriz extracelular.
Verificar o padrão de expressão de proteínas de quatro diferentes isolados de
P. brasiliensis antes e após reisolamento da cultura de células epiteliais.
Verificar o padrão de expressão de proteínas com características de ligantes a
componentes da matriz extracelular.
15
IV. METODOLOGIA
1. Microrganismo
Foram empregados os seguintes isolados de P.brasiliensis na fase
leveduriforme nos ensaios de infecção e de genotipagem: Pb 113, Pb 265 e Pb
18, procedentes da micoteca da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (FM-USP), Pb 01 e Pb1578R procedentes da micoteca de M.R.R.Silva,
IPTSP, UFG, Goiânia, Brasil e os isolados Pb 1921, Pb 1934, Pb 2367, Pb 2493,
Pb 2508, Pb 2663, Pb 2669 e Pb2681 de pacientes com paracoccidioidomicose
da região de Araraquara SP (Pb1921 isolado em 16/07/1998, Pb1934 isolado
em 12/08/1998, Pb2367 isolado em 05/07/2000, Pb2493 isolado em 19/04/2002,
Pb2508 isolado em 10/06/2002, Pb2663 isolado em 21/02/2006, Pb2669 isolado
em 17/03/2006 e Pb2681 isolado em 22/05/2006). No estudo de ligantes da matriz
extracelular foram empregados os isolados Pb 113, Pb 265, Pb 18 e Pb 339. Este
projeto foi avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Esses isolados foram
cultivados na fase leveduriforme a 36ºC em meio sólido de Fava-Netto (FAVA
NETTO, 1951), por sete dias com subcultivo contínuo. Para a recuperação da
virulência, os isolados foram passados em monocamadas de células epiteliais por
três vezes consecutivas e então foram reisolados em meio de Fava-Netto.
2. Cultura de células.
Foi utilizada a linhagem de pneumócitos A549, células epiteliais de pulmão
humano (obtidas do Banco de Células do Rio de Janeiro) cultivadas em meio
HAM F-12 (Cultilab) suplementado com 10% de soro fetal bovino (Cultilab) e
mantidas a temperatura de 36.5
o
C. Decorridos 3 a 4 dias, as garrafas de células
foram submetidas à tripsinização. Para isso, a monocamada celular formada foi
lavada com 1 mL de ATV-solução de tripsina 0,2% e Versene 0,02% (Adolfo Lutz)
e, após lavagem, esta foi desprezada e acrescentado mais 1 mL de ATV.
Seguidos 1-2 minutos, as células foram homogeneizadas com volumes variados
do meio HAM F-12, acrescido de 10% de soro fetal bovino (SFB). Nesta etapa, a
tripsina (ATV) foi neutralizada pelo soro fetal bovino presente no meio de cultura e
o volume total da suspensão celular foi transferido para outras garrafas, de modo
a se obter uma concentração celular de 10
6
células/mL.
16
2.1. Infecção por P. brasiliensis à monocamada de células A549.
Os ensaios de infecção foram realizados sobre lamínulas em placas de 24
orifícios. A monocamada celular foi formada por aproximadamente 24h em meio
HAM-F12 (Cultilab), em seguida, cada orifício foi inoculado com 300µL da
suspensão padronizada de P.brasiliensis em PBS acrescida de 300µL de meio
HAM-F12 (Cultilab). A seguir, as células infectadas foram incubadas a 36,5ºC, por
5h. As lamínulas foram coradas por Giemsa e observadas em microscópio óptico
e contagens do número de fungos (aderidos e invadidos) foram realizadas em
5000 células, determinando-se a porcentagem total de infecção para a avaliação
da quantidade de fungos e determinação da capacidade de infecção de cada um
dos isolados da monocamada de células epiteliais antes e após o reisolamento.
3. Extração do DNA genômico dos isolados de P. brasiliensis
O DNA dos isolados de P. brasiliensis foi extraído de acordo com Lasker et
al., 1992. As células leveduriformes foram lisadas em 100 mg/mL de Lysing
Enzyme from Trichoderma harzianum (Sigma L1412) em tampão CES (Citrato de
sódio 20mM, EDTA 50mM, Sorbitol 0,9M) a 30°C por 3 horas, sob agitação. Os
protoplastos obtidos foram lavados adequadamente por centrifugação com
tampão de estabilização CES. Em seguida, adicionou-se 500 µL de tampão de
lise (Tris 10mM, EDTA 1mM, pH 8,0, N lauryl sarcosine (1%) e
650µg/mLproteinase K-GIBCO) e incubou-se a 65°C po r 1 hora. Após este
período, 200 µL de NaCl 5M foram adicionados e incubou-se a 65°C por 10
minutos. Em seguida, adicionou-se 100 µL de solução 10% de CTAB/NaCl 4,1%e
incubou-se novamente a 65°C por 20 minutos. Adicion ou-se RNAse A 50 µg/mL
(Roche Diagnóstica) a 37°C por 1 hora. Duas extraçõ es, com igual volume de
clorofórmio isoamílico (24:1), foram realizadas com centrifugação em 17500xg por
10 minutos. O DNA foi precipitado com igual volume de isopropanol a 20°C por
30 minutos. Outra centrifugação foi feita a 17500 x g /10 min e depois foi feita
lavagem com etanol 70%. Em seguida, foi feita outra centrifugação em 17500xg
por 5 minutos a C. Após isto, o DNA obtido foi se co, ressuspenso em Tampão
TE (Tris 40mM, EDTA 2mM, pH7.5) a 37°C por 1h. A de terminação da pureza do
DNA foi feita pela relação da leitura espectrofotométrica em densidade óptica a
260nm e 280nm e a quantificação, pela densidade óptica 260nm. (SAMBROOK et
al., 2001). A eletroforese foi feita em gel 1% de agarose com tampão TBE (Tris
17
45mM, Ácido Bórico 45mM, EDTA 10mM pH7,5 ) 1x. A corrida foi realizada
durante 1 hora e visualizada através de brometo de etídio em luz ultravioleta.
3.1 Análise por RAPD-PCR
A tipagem molecular dos isolados de P. brasiliensis foi realizada pela
reação de RAPD ("Random Amplified Polymorphic DNA") com o Sistema
comercial Ready to go (GE Healthcare). Foi utilizada a seqüência iniciadora 4 do
sistema comercial Ready to go / RAPD Analysis Beads GE Healthcare (5´-
d[AAGAGCCCGT]-3´). Cada mistura reacional de RAPD continha 30ηg/µL de
DNA de P. brasiliensis, 25pmol da sequencia iniciadora 4 do Sistema comercial
Ready to go e a mistura liofilizada deste mesmo Sistema comercial (contém
0,4mM de uma mistura de dNTP, 3mM de MgCl
2
e Taq DNA polymerase). A
amplificação foi feita no termociclador (Perkin Elmer, mod Gene Amp PCR
System 9700) através do seguinte ciclo: desnaturação de 95°C durante 5 minutos
e 45 ciclos de 95°C por 1 minuto, 36°C por 1 minuto e 72°C por 2 minutos. Os
produtos de amplificação obtidos foram analisados por eletroforese em gel de
agarose 2.0% em tampão TBE 1x durante 2 horas e 30 minutos a 150 volts.
Como marcador molecular foi usado 100 pb “Ladder” (GIBCO). Foi realizada
coloração com brometo de etídio na concentração de 0,5·g/mL, visualização à luz
ultravioleta e fotodocumentação.
3.2.PCR fingerprinting
Foram utilizadas as seqüências minisatélite específica do fago tipo-
selvagem M13 (GAGGGTGGCGGTTCT) e a microsatélite específica (GACA)
4.
Cada mistura reacional continha 30ηg/µL de DNA de P. brasiliensis, 25pmol de
cada seqüência iniciadora específico e a mistura liofilizada do Sistema comercial
Ready to go (contém 0,4mM de uma mistura de dNTP, 3mM de MgCl
2
e Taq DNA
polymerase). A amplificação foi feita no termociclador (Perkin Elmer, mod Gene
Amp PCR System 9700) por 35 ciclos de 94°C por 20 s egundos, 50°C por 1
minuto e 72°C por 20 segundos, seguidos por uma ext ensão final a 72ºC por 6
minutos. Os produtos de amplificação obtidos foram analisados por eletroforese
em gel de agarose 2.0% em tampão TBE 1x durante 2 horas e 30 minutos a 150
volts. Como marcador molecular foi usado 100 pb “Ladder” (GIBCO). Foi realizada
18
coloração com brometo de etídio na concentração de 0,5·g/mL e visualização à
luz ultravioleta com fotodocumentação.
3.3 Análise de Dados
A análise estatística dos dados foi realizada utilizando o programa
computacional Bionumerics (Applied Maths) e os dendrogramas foram
construídos por UPMGA (Unweighted Pair-Group Method, Arithematic averages).
4. Preparo dos extratos de P. brasiliensis
O extrato cell-free foi obtido dos diferentes isolados de P. brasiliensis (Pb
113, Pb 265, Pb 18 e Pb 339), na fase leveduriforme (L) antes e depois do
reisolamento do fungo para isolamento e caracterização de proteínas
relacionadas com infecção diferencial observada anteriormente. A concentração
protéica dos extratos foi quantificada pelo método de Lowry et al. (1951) e pelo
método de Bradford (BioRad) e em seguida as amostras foram avaliadas por
SDS-PAGE.
5. Análise protéica por eletroforese bidimensional.
Os componentes protéicos dos isolados de P. brasiliensis foram
primeiramente submetidos à focalização isoelétrica, utilizando o sistema Ettan
IPGphor 3 (GE Healthcare). A segunda dimensão, realizada para a separação das
proteínas de acordo com a massa molecular, foi realizada em gel de
poliacrilamida 12.5% de acordo com Laemmli, 1970. Os géis foram corados
utilizando Azul de Comassie Brilhante G250 segundo Neuhoff et al. (1988).
6. Caracterização de proteínas de P. brasiliensis como ligantes de proteínas
da matriz extracelular por Far-Western.
Para caracterizar proteínas diferencialmente expressas envolvidas na
interação P. brasiliensis matriz extracelular foi realizada a técnica de Far-
Western. Para tanto, os extratos cell-free dos isolados antes e após o
reisolamento foram submetidos à eletroforese bidimensional, posteriormente
transferidos para membranas de nitrocelulose, e nesta foi realizada a técnica de
Far-Western. Nessa etapa, as membranas foram bloqueadas com leite 5% e BSA
1% por 4h, em seguida foram incubadas com laminina (Sigma-Aldrich),
19
fibronectina (Sigma-Aldrich), colágeno tipo I (Sigma-Aldrich) por 90 min. Depois
de lavadas por três vezes com PBS-T(PBS acrescido de 0,25% de Tween 20) ,
foram adicionados, no título 1:100, os anticorpos primários adequados (anti-
laminina (DAKO Cytomation), anti-fibronectina (DAKO Cytomation) e anti-
colágeno tipo I (Sigma-Aldrich)) e incubados por 18h. Mais uma vez as
membranas foram lavadas com PBS-T e o anticorpo secundário anti-rabbit IgG
conjugado com peroxidase (Santa Cruz Biotecnologies) foi adicionado no título
1:5000. Finalmente, as membranas foram lavadas com PBS-T e foi adicionado
peróxido de hidrogênio, luminol e ácido cumárico para então ser realizada a
revelação.
20
V. RESULTADOS
1. Testes de infecção de P. brasiliensis em cultura de células epiteliais
O ensaio de infecção foi realizado com os seguintes isolados de P. brasiliensis
antes e após o reisolamento: Pb 113, Pb 265, Pb 18, Pb 01, Pb1578R, Pb 1921,
Pb 1934, Pb 2367, Pb 2493, Pb 2508, Pb 2663, Pb 2669 e Pb2681. O período de
infecção analisado foi de 5h, tempo suficiente para o fungo ser internalizado.
Foram realizadas contagens do número de fungos (aderidos e invadidos) em
5000 células, determinando-se a porcentagem total de infecção. As amostras
reisoladas de P. brasiliensis foram capazes de apresentar padrão de infecção de
células A
549
mais eficientemente, que aquelas subcultivadas in vitro como
mostrado na figura 1 e também relacionados na tabela 1.
Figura 1: Comparação da capacidade de infecção dos isolados (Pb01, Pb18, Pb265, Pb113,
Pb1921, Pb1934, Pb2367, Pb2493, Pb2508, Pb1578, Pb2663, Pb2669 e Pb2681) de P.
brasiliensis avaliados antes e após o reisolamento, por período de incubação de 5 horas com
células A549. O gráfico representa a porcentagem total de infecção de cada isolado com valores
significantes de p<0,05.
0
10
20
30
40
50
Pb2669Pb2493
Pb2681
Pb2508
Pb1578
Pb2663
Pb265
Pb18
Pb1934
Pb113
Pb2367
Pb1921
Pb01
após a passagem por cultura de células
antes da passagem por cultura de células
Porcentagem de infecção (%)
Isolados
21
Tabela 1: Descrição dos isolados de acordo com a capacidade de infecção às células A549.
Isolado Origem % de Infecção antes
reisolamento
% de Infecção após
reisolamento
Nº de vezes de
aumento da % de
infecção
Pb01
Goiânia 6,5 28,5 6,4
Pb1578
Goiânia 7,0 25,0 3,6
Pb18
São Paulo 17,0 46,0 2,8
Pb113
São Paulo 9,0 14,0 1,4
Pb265
São Paulo 9,0 29,5 3,3
Pb1921
Araraquara 8,5 27,5 3,0
Pb1934
Araraquara 12,5 23,0 1,7
Pb2367
Araraquara 7,5 37,5 4,7
Pb2493
Araraquara 12,5 28,5 2,2
Pb2508
Araraquara 9,0 51,0 5,6
Pb2663
Araraquara 6,0 12,0 2,0
Pb2669
Araraquara 5,0 18,0 3,6
Pb2681
Araraquara 14,0 28,0 2,0
2. RAPD-PCR dos isolados de P. brasiliensis após o reisolamento
A análise do padrão genotípico foi realizada apenas nas amostras
reisoladas após passagem em culturas celulares. A amplificação do DNA através
da técnica de RAPD-PCR gerou perfis que variaram de quatro a oito fragmentos,
com massa de 0,13 a 1,8 Kb, com polimorfismos como demonstrado na figura 2.
22
A
Figura 2: RAPD - PCR demonstrativo dos isolados de P. brasiliensis após o reisolamento,
amplificados com a seqüência iniciadora 4 do sistema comercial Ready-to-Go (GE Healthcare) em
gel de agarose 2% revelado com brometo de etídio. MM: marcador molecular 100pb (Gibco), 1-
Pb01, 2-Pb18, 3-Pb113, 4-Pb265, 5-Pb1578, 6-Pb1921, 7-Pb1934, 8-Pb2367, 9-Pb2493, 10-
Pb2508, 11-Pb 2663, 12-Pb 2669 e 13-Pb2681.
3. PCR Fingerprinting
Para ampliar a investigação dos perfis genotípicos, também foi realizada
esta técnica e foram utilizadas as seqüências minisatélite específica do fago tipo-
selvagem M13 (GAGGGTGGCGGTTCT) e a microsatélite específica (GACA)
4
.
a) M13:
A amplificação do DNA dos isolados após o reisolamento apresentaram
perfis que variaram de 3 a 7 fragmentos, com tamnahos de 0,1 a 1,8 Kb, como
demonstrado na figura 3.
600 -
2000 -
pb
MM 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 MM
23
MM 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 MM
600 -
2000
-
pb
MM 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 MM
600
-
2000
-
pb
Figura 3: Amplificação com a sequência minisatélite M13 dos isolados de P. brasiliensis após o
reisolamento em gel de agarose 2% revelado com brometo de etídio. MM: marcador molecular
100pb (Gibco), 1-Pb01, 2-Pb18, 3-Pb113, 4-Pb265, 5-Pb1578, 6-Pb1921, 7-Pb1934, 8-Pb2367, 9-
Pb2493, 10-Pb2508, 11-Pb 2663, 12-Pb 2669 e 13-Pb2681.
b) (GACA)
4.
Com a seqüência microsatélite (GACA)
4,
os perfis variaram de 3 a 7
fragmentos, com fragmentos de 0,2 a 2,0Kb, como demonstrado na figura 4.
Figura 4: Amplificação com a sequência microsatélite (GACA)
4
dos isolados de P. brasiliensis
após o reisolamento em gel de agarose 2% revelado com brometo de etídio. MM: marcador
molecular 100pb (Gibco), 1-Pb01, 2-Pb18, 3-Pb113, 4-Pb265, 5-Pb1578, 6-Pb1921, 7-Pb1934, 8-
Pb2367, 9-Pb2493, 10-Pb2508, 11-Pb 2663, 12-Pb 2669 e 13-Pb2681.
24
4. Análise dos perfis genotípicos obtidos
Os dendrogramas obtidos pela análise do RAPD e do PCR fingerprinting
estão demonstrados nas figuras 5-7. Os perfis de RAPD e PCR-fingerprinting
foram analisados de acordo com a presença ou ausência de fragmentos claros e
definidos a partir das imagens digitalizadas capturadas dos géis (Figuras 2, 3 e 4)
e utilizadas para a confecção dos dendrogramas.
Os isolados apresentaram similaridade entre 0,20 a 1,0 quando foi utilizada
a seqüência número 4 (OPJ4) do sistema comercial Ready to go (GE Healthcare).
O dendrograma obtido com esta seqüência mostrou alta heterogeneidade entre
os isolados. A média do coeficiente de similaridade foi de 0,45 ± 0,3. Estes foram
distribuídos em dois grupos principais, com baixa similaridade entre eles. O grupo
I subdividiu-se em três subgrupos, envolvendo isolados com similaridade em torno
de 60%. Um clone envolveu três isolados de Araraquara (Pb1921, Pb2508 e
Pb2367) e similaridade de 60% entre os três subgrupos. O isolado 01R
apresentou identidade de 90% com o isolado Pb1578, que é proveniente da
mesma região do país e ambos com Pb18 em torno de 70% (Figura 6). No grupo
II, formado apenas com três isolados, dois tinham 1,0 de similaridade (2663 e
2669) e correlação de 70% com o isolado 2681.
Os isolados de Araraquara foram distribuídos entre o grupo I e II, sendo
que o este último concentrou apenas aqueles desta região. A mediana dos
índices de infecção dos grupos I e II foi em torno de 28,5 e 19%, respectivamente.
Os dois isolados de Goiânia apresentaram índices de similaridade altos e
aproximados em relação ao de infecção, em torno de 26%. Os dois clones,
presentes em grupos distintos com baixa similaridade entre si, envolveram
isolados de Araraquara com índices de infecção diversos, o primeiro com média
de aproximadamente 39% e o outro 15%.
25
Figura 5: Dendrograma dos isolados de P. brasiliensis após o reisolamento, obtido pela análise
dos produtos de amplificação com a seqüência iniciadora OPJ4 do sistema comercial Ready-to-
Go.
O dendograma obtido pela análise do PCR fingerprinting com o iniciador
M13 demonstrou que a similaridade para os isolados após o reisolamento variou
de 0,20 a 1,0. A média do coeficiente de similaridade foi de 0,47 ± 0,3. Treze
isolados estavam distribuídos em dois agrupamentos, com três clones. O primeiro
clone (Pb2367 e Pb2508) apresentou similaridade de 70% com os acima
descritos, formando um subgrupo, com os isolados de Araraquara. Outro
subgrupo incluía Pb01R e Pb1578R, com coeficiente em torno de 75%, mas com
similaridade em torno de 50% em relação ao subgrupo acima descrito (Figura 6).
O grupo II englobava seis isolados, com um clone formado com Pb113 e Pb1934
e com similaridade de 75% com Pb2493. Estes três isolados apresentaram
relação com Pb265 em torno de 70%. Outros dois isolados que incluíam Pb18 e
1921 apresentaram similaridade de 80% entre si. O índice de similaridade entre
os dois grupos foi de 30%.
Os isolados agruparam-se de maneira não muito homogênea em relação
ao padrão de infecção e a localização geográfica. Os isolados de Araraquara
foram distribuídos entre o grupo I e II, sendo que o I concentrou apenas aqueles
desta região. A mediana dos índices de infecção dos grupos I e II foi em torno de
28,5 e 28%, respectivamente, sendo que dois dos isolados com os maiores
26
índices de infecção ficaram no subgrupo I e o outro no II. Os dois isolados de
Goiânia apresentaram índices de similaridade altos e aproximados em relação ao
de infecção, em torno de 26%. Os dois clones, presentes no grupo I
apresentaram similaridade de 70% e envolveram isolados de Araraquara com
índices de infecção diversos, o primeiro com média de 20% e o outro 44%. O
terceiro clone, presente no subgrupo II, com baixa similaridade em relação aos do
grupo I, apresentou média de infecção de 18,5%.
Figura 6: Dendrogramas dos isolados de P. brasiliensis após o reisolamento, obtido pela análise
dos produtos de amplificação com a seqüência iniciadora M13.
Por fim, o dendrograma obtido pela análise do PCR fingerprinting com o
iniciador (GACA)
4
mostrou que a similaridade para os diferentes perfis também
variou de 0,20 a 1,0. A média do coeficiente de similaridade foi de 0,70 ± 0,2. Este
iniciador amplificou seqüências que mostrou homogeneidade maior entre os
isolados. Doze isolados estavam distribuídos em três agrupamentos com
coeficiente de similaridade em torno de 0,70 entre eles (Figura 7). O grupo I
subdividiu-se em três subgrupos. O primeiro formado por um clone com os
isolados Pb2681, Pb113 e Pb265, que compartilhavam similaridade de 90% com
27
Pb1921. Estes quatro isolados apresentavam similaridade em torno de 80% com
Pb18 e correlação com mais três isolados (1934, 2367, 2663). O subgrupo II
também apresentou um clone que incluíu os isolados Pb1578 e 2493 que foram
similares em torno de 80% a 2669. O isolado 2508 apareceu isoladamente com
índice de similaridade em torno de 70% aos outros subgrupos, enquanto que o
isolado Pb1 apareceu em outro grupo com identidade menor que 40% com os
outros isolados.
Os isolados agruparam-se de maneira não muito homogênea em relação
ao padrão de infecção e a localização geográfica. Os isolados de Araraquara
estavam concentrados somente no grande grupo I, em que apareceram também
os de São Paulo e um de Goiânia. Assim, este iniciador apresentou a menor
relação com área geográfica. Os dois clones, presentes em subgrupos distintos
com similaridade em torno de 70% entre si, envolveram isolados de São Paulo e
de Araraquara com índices de infecção diversos, o primeiro com média de
aproximadamente 24% e o outro 26%.
Figura 7: Dendrograma dos isolados de P. brasiliensis após o reisolamento, obtido pela análise
dos produtos de amplificação com a seqüência iniciadora (GACA)
4
.
28
5. Análise protéica através eletroforese bidimensional e caracterização das
proteínas ligantes de matriz extracelular por Far western
Extratos “cell-free” dos isolados Pb01, Pb265, Pb113 e Pb339 de P.
brasiliensis foram preparados antes e após reisolamento. O extrato 339 foi
introduzido, por se tratar do principal isolado empregado por grande número de
pesquisadores no preparo de antígenos. O perfil eletroforético destes extratos
apresentou proteínas que variaram de 109 a 14 kDa, com a diferença
principalmente relacionada à intensidade e ao número de fragmentos protéicos
majoritários. As concentrações protéicas dos extratos foram determinadas e em
média encontravam-se em torno de 5,0 mg/mL.
Os reisolados apresentaram maior expressão de proteínas em relação aos
subcultivados. O número de espécies protéicas, as massas moleculares (MM) e
os pIs determinados estão demonstrados na tabela 1.
O ensaio de Far Western foi utilizado para caracterizar as proteínas de P.
brasiliensis ligantes às proteínas da matriz extracelular. Várias proteínas
apresentaram capacidade de ligação com a laminina, fibronectina e colágeno tipo
I, que estão sumarizadas na tabela 2.
Tabela 2: Correlação entre os extratos de quatro isolados de P. brasiliensis, antes e após
reisolamento de cultura de células, suas proteínas expressas, a variação de massa molecular
(MM) e dos pIs.
Isolado Nº DE ESPÉCIES
PROTÉICAS
VARIAÇÃO DE MM*
(kDa)
VARIAÇÃO DE
pI
Pb01
41 85 - 22 8.7 – 3.0
Pb01R3*
196 96 - 11 10.0 – 3.0
Pb113
15 90 - 10 10.0 – 3.0
Pb113R3*
135 90 - 10 10.0 – 3.0
Pb265
122 86 - 8 8.5 – 3.3
Pb265R3*
177 65 - 17 8.3 – 3.0
Pb339
18 64 - 10 9.7 – 3.2
Pb339R3*
51 96 - 10 10.0 – 3.0
*R3- amostra reisolada
29
Tabela 3: Proteínas dos extratos cell-free de quatro isolados de P. brasiliensis com capacidade de
ligação à MEC.
*R3- amostra reisolada
No extrato Pb01, 41 proteínas foram expressas, enquanto após o
reisolamento 196 proteínas foram observadas (PB01R3); 171 proteínas foram
diferencialmente expressas nessa amostra e 25 foram comuns (matches) as duas
(Figura 8). Quanto à capacidade de ligação a laminina, Pb01 apresentou seis
ligantes enquanto Pb01R3 apresentou 26, sendo quatro deles comuns às duas
amostras. Quanto à capacidade de ligação a fibronectina e ao colágeno tipo I,
somente Pb01R3 apresentou 15 e 10 ligantes, respectivamente (Figura 9 e
Tabela 4).
Amostra Ligantes de
laminina
Proteínas
comuns
Ligantes de
Fibronectina
Proteínas
comuns
Ligantes de
Colágeno I
Proteínas
Comuns
Pb01
06 00 00
Pb01R3*
26 04 15 00 10 00
Pb113
00 00 09
Pb113R3*
00 00 04 00 16 02
Pb265
00 00 00
Pb265R3*
06 00 00 00 27 00
Pb339
03 00 06
Pb339R3*
03 03 03 00 08 00
30
Figura 8: Eletroforese bidimensional do extrato “cell free” de isolado 01R3 de P. brasiliensis após
reisolamento corada por Coomassie Blue. As proteínas circuladas em vermelho estavam
presentes tanto antes quanto após o reisolamento (matches).
14
30
20
43
67
94
kDa
10
3
pI
31
Figura 9: Diagrama representativo das proteínas do extrato “cell free” do isolado 01 de P.
brasiliensis capazes de se ligarem aos componentes da MEC. * Os ligantes estão representados
na tabela 4.
Tabela 4: Proteínas do extrato “cell free” de isolado 01 de P. brasiliensis capazes de se ligarem
aos componentes da MEC.
pI MM (Da)
MEC
pI MM (Da)
MEC
4,9 59634 Lm 5,4 41264 Fn, CI*
4,8 59102 Lm 7,2 41037 Lm
4,7 58575 Lm 5,4 40035 Fn
7,5 58313 Lm 6,0 39815 Lm
5,9 56766 Lm 4,9 39597 Lm, Fn*
7,2 57793 Lm 8,5 38103 Lm
5,7 56766 Lm 7,9 38103 Fn
5,9 53795 Lm 7,5 37790 Fn
5,6 53077 Lm 5,9 37894 Fn
5,2 52840 Lm 6,2 35769 Lm
5,2 46403 Lm 7,2 35378 Fn
4,9 46195 CI 7,0 35281 CI
*
*
*
32
4,4 45579 CI 5,5 33029 Lm, Fn*
5,7 45172 Lm 5,1 32668 Lm, Fn*
5,5 44769 Lm 5,5 31608 Lm, Fn, CI**
5,3 44769 Lm, Fn* 6,9 30415 Fn
6,2 44171 CI 7,8 28773 Fn, CI*
6,4 43582 CI 6,2 28914 Fn
4,7 42882 CI 6,8 27528 CI
5,8 41491 Fn
*Proteínas ligantes de dois componentes da MEC
** Proteínas ligantes de três componentes da MEC
O extrato Pb113 apresentou 15 proteínas expressas, 135 após
reisolamento (PB113R3), sendo 132 diferencialmente expressas nesta amostra e
três comuns (matches) as duas (Figura 10). Quanto à capacidade de ligação a
fibronectina, somente Pb113R3 apresentou quatro ligantes; ao colágeno tipo I,
Pb113 apresentou nove enquanto em Pb113R3 aumentou para 16, sendo dois
comuns às duas amostras e quanto à capacidade de ligação à laminina nenhum
ligante foi encontrado (Figura 11 e Tabela 5).
33
Figura 10: Eletroforese bidimensional do extrato “cell free” do isolado 113R3 de P. brasiliensis
após reisolamento corada por Coomassie Blue. As proteínas circuladas em vermelho estavam
presentes tanto antes quanto após o reisolamento (matches).
14
30
20
43
67
94
kDa
10
3
pI
34
Figura 11: Diagrama representativo das proteínas do extrato “cell free” de isolado 113 de P.
brasiliensis capazes de se ligarem aos componentes da MEC. * Os ligantes estão representados
na tabela 5.
Tabela 5: Proteínas do extrato “cell free” de isolado 113 de P. brasiliensis capazes de se ligarem
aos componentes da MEC.
pI MM (Da)
MEC
pI MM (Da)
MEC
4,0 48120 CI 7,2 39223 Fn
6,1 47122 CI 6,6 36927 Fn
5,9 47122 CI 6,4 32731 Fn
5,7 46925 CI 6,2 32951 Fn
4,1 46534 CI 5,1 31865 CI
6,6 40020 CI 5,4 32079 CI
6,2 40020 CI 5,2 29720 CI
*
*
35
O extrato Pb265 apresentou 122 proteínas expressas, 177 após
reisolamento (PB265R3), sendo 147 proteínas diferencialmente expressas, dentre
essas, apenas 30 foram comuns (matches) às duas amostras (Figura12). Quanto
à capacidade de ligação aos componentes da MEC, somente Pb265R3
apresentou seis ligantes a laminina, 27 ao colágeno tipo I, e nenhum ligante foi
encontrado à fibronectina (Figura 13 e Tabela 6) .
Figura 12: Eletroforese bidimensional de antígeno “cell free” do isolado 265 de P. brasiliensis após
reisolamento corada por Coomassie Blue. As proteínas circuladas em vermelho estavam
presentes tanto antes quanto após o reisolamento (matches).
14
30
20
43
67
94
kDa
10
3
pI
36
Figura 13: Diagrama representativo das proteínas do extrato “cell free” de isolado 265 de P.
brasiliensis capazes de se ligarem aos componentes da MEC. * Os ligantes estão representados
na tabela 6.
Tabela 6: Proteínas do extrato “cell free” de isolado 265 de P. brasiliensis capazes de se ligarem
aos componentes da MEC.
pI MM (Da) MEC
pI MM (Da)
MEC
4,8 65122 CI
5,2 43436 CI
7,0 64858 CI
5,4 42040 CI
4,5 63040 CI
6,8 39490 CI
5,9 60777 CI
6,5 38745 CI
5,6 57185 Lm
7,3 37500 CI
6,9 55808 CI
6,5 36493 CI
7,3 54465 Lm
7,0 35321 CI
5,9 53370 Lm
6,1 34466 CI
5,6 53587 Lm, CI*
5,2 31165 CI
6,4 52510 CI
5,4 30996 CI
4,8 52297 CI
5,4 29574 CI
4,7 50216 CI
5,2 29715 CI
6,6 48808 Lm
5,9 28129 CI
*
*
37
6,3 47633 Lm, CI
6,2 25876 CI
8,3 47056 CI
5,7 22372 CI
4,3 44878 CI
*Proteínas ligantes de dois componentes da MEC
Por fim, a amostra protéica Pb339 apresentou 18 proteínas expressas, 51
proteínas após reisolamento (PB339R3), sendo 43 diferencialmente expressas,
dentre essas, apenas 08 foram comuns (matches) às duas amostras (Figura 14).
Quanto à capacidade de ligação a laminina, em ambas as amostras, três ligantes
foram encontrados, sendo idênticos as isoformas da gp43, com pIs de 6.3, 5.9 e
5.7 (Figura 15 A e B); em relação à fibronectina, apenas Pb339R3 apresentou três
ligantes (Figura 15C) e ao colágeno tipo I (Figura 15C) , seis e oito ligantes,
respectivamente antes (Pb339) e depois (Pb339R3), mas nenhum foi comum às
duas amostras (Figura 16 e Tabela 7).
38
Figura 14: Eletroforese bidimensional de antígeno “cell free” do isolado 339 de P. brasiliensis após
reisolamento corada por Coomassie Blue. As proteínas circuladas em vermelho estavam
presentes tanto antes quanto após o reisolamento (matches).
14
30
20
43
67
94
kDa
10
3
pI
39
Figura 15: Ensaio de Far Western do antígeno “cell free” do isolado 339 de P. brasiliensis
demonstrando à capacidade de ligação a laminina antes (A) e após (B) o reisolamento das
isoformas da gp43 de pIs 6.3, 5.9 e 5.7; e também a capacidade de ligação a fibronectina e ao
colágeno tipo I apenas após o reisolamento (C) das isoformas da gp43 de pIs 6.7, 6.6 e 5.5.
Figura 16: Diagrama representativo das proteínas do extrato “cell free” de isolado 265 de P.
brasiliensis capazes de se ligarem aos componentes da MEC. * Os ligantes estão representados
na tabela 7.
A
B
C
*
*
40
Tabela 7: Proteínas do extrato “cell free” de isolado 339 de P. brasiliensis capazes de se ligarem
aos componentes da MEC.
pI MM (Da) MEC
5,1 56346 CI
4,9 48398 CI
6,6 42581 CI
6,8 42269 CI
6,7 42581 Fn, CI*
6,6 39565 Fn, CI*
5,5 38231 Fn, CI*
1,6 27389 CI
*Proteínas ligantes de dois componentes da MEC
Diante dos dados apresentados, as proteínas presentes em mais de um
isolado de P. brasiliensis estão representadas na tabela 8 e aquelas que foram
capazes de se ligar a mais de um componente da MEC foram representadas na
tabela 9.
Tabela 8: Proteínas ligantes aos componentes da matriz extracelular, presentes em mais de um
isolado de P. brasiliensis
Isolados pI MM (kDa) MEC
01R3, 113R3 e 339R3 6,6 38 Fn*
01R3, 265R3 7,3 53
Lm
**
01R3, 265R3 5,9 55 Lm
01R3, 265R3 5,7 57 Lm
265R3, 339R3 6,5 43 Lm
265R3, 339R3 6,7 43 Lm
265R3, 113R3 5 35
CI
***
265R3, 113R3 6,7 38 CI
339R3, 113R3 5,3 40 CI
339R3, 113R3 6,7 41 CI
01R3, 113R3 4,5 42 CI
01R3, 265R3 5,3 43 CI
01R3, 339R3 6,2 44 CI
01R3, 265R3 4,3 45 CI
265R3, 113R3 6 47 CI
41
339R3, 113R3 5,6 46 CI
339R3, 113R3 5,4 46 CI
265R3, 113R3 6,2 47 CI
265R3, 339R3 5,6 51 CI
*
Fibronectina, **Laminina, ***Colágeno tipo I
Tabela 9: Proteínas de P. brasiliensis capazes de se ligar a mais de um constituinte da MEC.
Isolado pI MM (kDa) MEC
01R3 5,3 43
Lm
**
, Fn
*
01R3 5,4 41
Fn, CI
***
01R3 4,9 39 Lm, Fn
01R3 5,5 33 Lm, Fn
01R3 5,1 32 Lm, Fn
01R3 5,5 31 Lm, Fn, CI
01R3 7,8 26 Fn, CI
265R3 5,6 53 Lm, CI
265R3 6,3 47 Lm, CI
339R3 5,7 42 Fn, CI
339R3 5,6 39 Fn, CI
339R3 5,5 39 Fn, CI
*Fibronectina, **Laminina, ***Colágeno tipo I
42
DISCUSSÃO
As propriedades de P. brasiliensis tais como composição da parede celular
(α-1,3-glucana), capacidade de crescimento à 37
o
C, dimorfismo, produção da
gp43, proteinases, e capacidade de adesão a células do hospedeiro são
relevantes e podem exercer um papel crítico na infecção (SAN-BLAS & SAN-
BLAS, 1994; KUROKAWA et al., 1998; HOGAN et al., 1996; BRITTO et al., 1973;
MENDES-GIANNINI et al., 2007). Este fungo após subcultivos sucessivos altera o
seu padrão de patogenicidade, o que pode ser revertido pelo reisolamento do
agente após passagem em animal, ou de culturas celulares recuperando assim
provavelmente alguns fatores de virulência (BRUMMER et al.,1990; ANDREOTTI,
2005). A maioria dos estudos tem focado dois isolados, Pb18 e Pb01, o que
contribuiu para aumentar o conhecimento que se tem hoje deste microrganismo
(MOTTA et al., 2002; BAILÃO et al., 2006; ANDRADE et al., 2007; NUNES et al.,
2005; FELIPE et al., 2005). Outros isolados como Pb339 e Pb113 foram
principalmente empregados no estudo de extratos antigênicos em reações
sorológicas (DEL NEGRO et al., 2000; CAMARGO et al.,2003).
Procurando ampliar o conhecimento deste fungo, no presente trabalho
pretendeu-se estudar 13 diferentes isolados antes e após o reisolamento através
da passagem por cultura de células para verificar a sua capacidade de infecção
aos pneumócitos (linhagem A549). Nossos resultados mostraram padrões de
infecção diferenciais entre as amostras subcultivadas e reisoladas, sendo que
todas as amostras reisoladas demonstraram maior capacidade de infecção
quando comparada com as subcultivadas in vitro. Comparando-se os diferentes
isolados, verificou-se que o aumento na capacidade de infecção variou de 1,4 a
6,4 vezes, após reisolamento do agente e que os diferentes isolados
apresentaram índices de infecção variáveis.
Estudos têm demonstrado a capacidade de adesão e invasão de P.
brasiliensis (MENDES-GIANNINI et al., 1994), sendo o fenômeno de aderência
variável dependendo do isolado (HANNA et al., 2000). Em estudos empregando
cultura de células epiteliais foi observado que Pb18, considerada mais patogênica
para animais e mais aderente, após vários subcultivos perdia esta capacidade,
havendo, portanto relação entre virulência e capacidade de adesão. Amostras
recém isoladas, tanto de animais como de culturas celulares, recuperavam a
capacidade de aderir e invadir células epiteliais. Andreotti et. al., 2005 verificaram
43
um componente de 30kDa foi mais expresso após reisolamento do isolado Pb18,
mostrando assim, que uma proteína com característica de adesina poderia estar
envolvida na virulência deste fungo. Ainda, os isolados de P. brasiliensis não têm
comportamento homogêneo como descrito por vários autores e estes dados
referem-se às diferenças nos componentes da parede celular (SAN-BLAS & SAN-
BLAS, 1982), às características morfológicas, à taxa de crescimento (KASHINO et
al., 1985), à composição antigênica, em infecções experimentais (BIAGIONI et al.,
1986; KASHINO et al., 1985, SINGER-VERMES et al., 1989, SINGER-VERMES
et al., 1994) e também nos padrões de adesão, como demonstrado anteriormente
(HANNA et al., 2000) e confirmado neste estudo com isolados recentes de
pacientes (Araraquara - SP) e outros estudados. Pb18 foi o mais aderente
mesmo sem reisolamento, mas após, os isolados considerados menos
patogênicos e com aderência menor, como Pb265, passaram a ter padrão de
infecção semelhante ao dos isolados de Araraquara, mas menor que 30%. Assim,
o padrão de infecção acima de 30% incluía somente os isolados Pb18, Pb2508 e
Pb2367, e abaixo de 20% Pb2669, Pb113 e Pb2663. Os isolados Pb2669 e
Pb2663 também apresentavam menor capacidade de adesão antes de reisolado.
Desta maneira estudos posteriores deverão ser realizados para verificar se estas
mudanças de padrão estariam relacionadas com algum componente como foi
verificado por Andreotti et.al.,2005.
Por outro lado, com o progresso de técnicas de biologia molecular foi
possível investigar a diversidade de patógenos baseada em suas características
genômicas (CLARK & LANIGAN, 1993). A técnica do RAPD foi utilizada para
detectar estas variações entre isolados de vários fungos causadores de doença
em humanos entre eles P. brasiliensis (CALCAGNO et al., 1998; BAGAGLI et al.,
1998; MOLINARI-MADLUM et al., 1999; SOARES et al., 1995). Neste estudo
foram avaliados treze isolados de P. brasiliensis correlacionando sua virulência
(capacidade de adesão em células epiteliais) com padrões em RAPD e PCR
fingerprinting. Os resultados com dois iniciadores (OPJ4 e M13) mostraram grau
de similaridade baixo entre os isolados, mas aparentemente houve relação entre
distribuição geográfica e os padrões de infecção. Por outro lado, embora o grau
de similaridade fosse maior com GACA4, os isolados agruparam-se de maneira
não muito homogênea em relação ao padrão de infecção e a localização
44
geográfica. O iniciador GACA4 agrupou os isolados em índices ao redor de 70%.
Um dado que chama atenção é quanto ao agrupamento em torno de índices de
similaridade ao redor de 90% e 75% dos isolados de Goiânia (Pb01 e Pb1578),
agrupados por dois dos iniciadores (OPJ4 e M13), mas bastante distinto no caso
de GACA4. Por outro lado com esta seqüência iniciadora foi observada
diferenciação do isolado Pb01 em relação aos demais. Os isolados empregados
neste estudo foram de regiões próximas geograficamente falando, mesmo assim,
apresentaram índices de similaridade distintos principalmente com GACA4, ao
contrário dos resultados de CALCAGNO et al (1998) que demonstraram que
diferenças genéticas poderiam estar associadas com diferentes regiões
geográficas, mas não com diferentes manifestações clínicas de
paracoccidioidomicose.
Fatores múltiplos podem contribuir para a grande variabilidade genética no
genoma de P. brasiliensis, bem como de outros fungos, como observado neste
estudo e em outros empregando métodos moleculares. Neste trabalho
empregando três iniciadores, pode-se verificar que pelo menos em dois destes, os
isolados com maior ou menor grau de infecção agruparam-se no mesmo clone ou
em subgrupos aproximados. No entanto, foi observado que isolados com índices
maiores e menores de infecção muitas vezes estavam no mesmo clone. Ao
contrário, MOLINARI-MADLUM et al (1999) demonstraram que padrões em RAPD
foram correlacionados com o grau de virulência de isolados de P. brasiliensis.
MOTTA et al (2002) estudaram a diferença entre a amostra 18 de P. brasiliensis
com virulência atenuada após subcultivos e amostras 18 após passagem e
reisolamento em animais e demonstraram que estas apresentaram capacidades
diferentes de infectar camundongos, mas padrões idênticos no RAPD, mostrando
100% de similaridade entre estas amostras. Contrariamente, Andreotti, 2002
verificou que as duas amostras de Pb18 apresentavam padrões diferenciais
quanto adesão a células epiteliais bem como diferentes perfis no RAPD. Quando
foi empregado o iniciador OPJ4 foi obtido um fragmento de 300bp para Pb18b,
não observada no perfil de Pb18
a. Então a diferença encontrada no RAPD foi
relacionada ao padrão diferencial de adesão de P. brasiliensis a células epiteliais,
em contraste aos resultados de Motta et al., (2002). Esta banda quando clonada e
sequenciada foi caracterizada como adaptina, que pode ter papel na virulência
45
deste fungo (ANDREOTTI et al., 2007). Por outro lado, a utilização em nosso
estudo de GACA4 mostrou o aparecimento de uma banda homogênea de
aproximadamente 900pb em todos os isolados, com exceção de Pb2669, obtido
de lesão de pele o que o torna diferente dos demais isolados da região de
Araraquara. Esse achado pode ter significado como marcador genético.
P. brasiliensis produz uma série de substâncias com características
antigênicas ou não que podem ser liberadas ou produzidas durante o crescimento
fúngico. Tais substâncias interagem com o hospedeiro de várias maneiras,
provavelmente nos processos adesivos e/ou com o sistema imune. O papel da
maioria dos componentes deste fungo, na patogenia da doença e na resposta
inflamatória do hospedeiro, é ainda desconhecido. Diferentes componentes estão
presentes no extrato denominado “cell-free” que foi primeiro utilizado por BLOTTA
E CAMARGO (1993). Este preparado corresponde aos componentes mais
superficiais da célula fúngica e são provavelmente os que mais diretamente
entram em contato com as células do hospedeiro. Em nosso estudo este extrato
foi preparado de quatro diferentes isolados, antes e após passagem em cultura de
células e os padrões eletroforéticos mostraram primeiramente diferenças em
relação à intensidade e ao número de fragmentos majoritários. Extratos protéicos
de diferentes microrganismos têm sido caracterizados por eletroforese
bidimensional, que além de diferenciar proteínas por massa molecular, também
as separam de acordo com seu pI (ponto isoelétrico). Em P. brasiliensis esta
metodologia foi utilizada para caracterizar novos antígenos da fase leveduriforme
do fungo e comparar a expressão destes com a fase miceliana (FONSECA et al.,
2001). No intuito de melhor caracterizar e diferenciar os perfis protéicos das
amostras antes e após o reisolamento, esta metodologia foi empregada, também
como etapa inicial para a verificação da capacidade de ligação destas proteínas
aos componentes da MEC e para a verificação de perfis diferenciais entre os
isolados. Maior expressão de proteínas nas amostras após a passagem por
cultura de células também foi demonstrada em relação às amostras subcultivadas
in vitro. Os isolados Pb01 e Pb339 apresentaram ligantes para fibronectina
apenas após o reisolamento, mostrando que aparentemente estes ligantes
possam ter papel na patogenicidade. O mesmo ocorreu com Pb01 para colágeno.
O isolado Pb113, mesmo após reisolamento, não apresentou ligantes de laminina,
46
enquanto que Pb265 não apresentou ligantes para fibronectina. Assim, de acordo
com estes dados pode-se verificar que dependendo do isolado tem-se diferentes
padrões de ligantes a MEC. P. brasiliensis é capaz de causar doença em
humanos e a determinação da diferença entre estes isolados tem sido útil para
identificar características imunológicas e bioquímicas relacionadas à virulência
(SINGER-VERMES et al, 1978).
Uma das facetas importantes de P.brasiliensis é a sua habilidade de aderir
aos componentes de matriz extracelular, bem como a células epiteliais
pulmonares. Este para colonizar e disseminar-se usa uma gama extensa de
estratégias, incluindo as adesinas (MENDES-GIANNINI et al., 2006).
Desta forma,
proteínas do hospedeiro como laminina, colágeno, fibronectina, fibrinogênio e o
componente C
3
do complemento estão sendo estudadas como ligantes dos
microrganismos (PATTI et al.,1994).
Neste estudo, a proteína de 38 kDa, pI 6,6, ligante de fibronectina estava
presente em três dos quatro extratos avaliados, e a de 31 kDa, pI 5,5, presente no
isolado Pb01 reconheceu os três componentes da MEC estudados. As outras 18
proteínas foram expressas em pelo menos dois dos extratos estudados, como
ligantes de laminina e/ou colágeno tipo I. Dentre essas podemos citar como
ligantes de laminina as seguintes proteínas: 53 kDa e pI 7,3; 55 kDa e pI 5,9; 57
kDa e pI 5,7 presentes em Pb01R3 e Pb265R3; 43 kDa e pI 6,5; 43 kDa e pI 6,7
presentes em Pb265R3 e Pb339R3. Quanto aos ligantes de colágeno tipo I,
presentes em mais de um isolado, podemos citar: 35 kDa e pI 5,0 presente em
Pb265R3 e Pb113R3; 40 kDa e pI 5,3; 41 kDa e pI 6,7 presentes em Pb339R3 e
Pb113R3; 42 kDa e pI 4,5 presente em Pb01R3 e Pb113R3; 43 kDa e pI 5,3
presente em Pb01R3 e Pb265R3; 44 kDa e pI 6,2 presente em Pb01R3 e
Pb339R3; 45 kDa e pI 4,3 presente em Pb01R3 e Pb265R3; 47 kDa e pI 6,0
presente em Pb265R3 e Pb113R3; 46 kDa e pI 5,6; 46 kDa e pI 5,4 presentes em
Pb339R3 e Pb113R3; 47 kDa e pI 6,2 presente em Pb265R3 e Pb113R3; 51 kDa
e pI 5,6 presente em Pb265R3 e Pb339R3.
Neste trabalho também se identificou diferentes proteínas expressas por P.
brasiliensis capazes de se ligar a diferentes constituintes da MEC
simultaneamente, dentre as quais podemos citar as proteínas no isolado Pb01:
45kDa, pI 5,3 ligante de laminina e fibronectina ; 41kDa, pI 5,4 ligante de
fibronectina e colágeno tipo I; 39kDa, pI 4,9 ligante de laminina e fibronectina ;
47
33kDa, pI 5,5 ligante de laminina e fibronectina ; 32kDa, pI 5,1 ligante de laminina
e fibronectina ; 31kDa, pI 5,5 ligante de laminina e fibronectina e colágeno tipo I ;
26kDa, pI 7,8 ligante de fibronectina e colágeno tipo I ; no isolado Pb265, 53kDa,
pI 5,6 ligante de laminina e colágeno tipo I ; 47kDa, pI 6,3 ligante de laminina e
colágeno tipo I ; e no isolado 339, a de 42kDa, pI 5,7 ligante de fibronectina e
colágeno tipo I ; 39kDa, pI 5,6 ligante de fibronectina e colágeno tipo I ; 39kDa, pI
5,5 ligante de fibronectina e colágeno tipo I. A identificação e caracterização de
adesinas fungicas têm nos últimos anos sido otimizada pelos avanços da biologia
molecular e mais recentemente pelo sequenciamento dos genomas de boa parte
destes fungos. Algumas adesinas dos fungos estudados foram descritas, mas
ainda não foram estudadas de maneira mais global. Alem disso, dos dados
gerados pelo conhecimento que se tem de leveduras como Candida albicans, que
tem a maioria das adesinas caracterizadas, pode ser predito que se poderá
encontrar múltiplas adesinas, distintas dependendo da condição do
microambiente. Deve-se imaginar que esta multiplicidade seja maior à medida
que o microrganismo tem capacidade de se alojar em diferentes tecidos. Estas
adesinas podem ser codificadas por um ou mais genes. Várias proteínas têm sido
descritas neste fungo e entre elas temos uma triose fosfato isomerase de 29kDa,
pI 5,8 (PEREIRA et al., 2004); uma formamidase de 45kDa (BORGES et al.,
2005); uma N-acetil beta –D- glucosaminidase de 64,7kDa, pI 6,35 (SANTOS et
al., 2004); uma proteína ribossomal de14,5kDa, pI 11,0 (JESUÍNO et al., 2004);
uma catalase de 61kDa, pI 6,2 (MOREIRA et al., 2004). Algumas das proteínas
descritas podem estar relacionadas a estas. Por outro lado, algumas proteínas
foram descritas como tendo importante papel em sua patogênese (BARBOSA et
al., 2006; PEREIRA et al., 2007; GONZALEZ et al., 2005; VICENTINI et al., 2004;
ANDREOTTI et al., 2005; MENDES-GIANNINI et al., 2006). Entre estas se tem a
gp43 (VICENTINI et.al.,1994), a de 19 e 32kDa, pI 6,6 (GONZALEZ et.al.,2005); a
GPDH, 36kDa, pI 6,8 (BARBOSA et.al.,2006), a de 30kDa, pI 4,9 (ANDREOTTI
et.al.,2005). Em nosso estudo as isoformas da gp43 de pIs 6.0 e 6.3 (presente no
isolado Pb339 e Pb265) e 5.7 (presente apenas no isolado Pb339) reagiram com
laminina, enquanto as isoformas de pI 6.7, 6.6 e 5.5 (presente apenas no isolado
Pb339) foram capazes de se ligar à fibronectina e ao colágeno tipo I , confirmando
dados anteriores e aumentando o nosso conhecimento das diferentes isoformas
da gp43 que reagem com componentes da MEC. Em trabalhos anteriores, esta
48
proteína foi também reconhecida como provável adesina para laminina e
fibronectina, entre outros componentes (MENDES-GIANNINI et al., 2006). Assim,
ampliando estes dados, descreveu-se aqui que os vários isoformas podem reagir
diferentemente com componentes da MEC, dependendo do isolado.
Os ligantes para componentes da MEC possuem uma distribuição
característica na superfície de células leveduriformes (HANNA et al., 2000;
MONTEIRO DA SILVA et al., 2001) e foi demonstrado um padrão de
reconhecimento diferencial ao se compararem estes componentes da MEC frente
aos componentes antigênicos das cepas Pb18 e Pb265 (VICENZI, 2000;
MENDES-GIANNINI et al., 2000). Experimentos de inibição mostraram que o
tratamento do fungo com laminina e fibronectina e seus peptídeos sintéticos
reduziram a aderência a células Vero (MENDES-GIANNINI et al., 2000;
MENDES-GIANNINI et al., 2006), provavelmente, componentes diferenciais
também estão presentes nestes dois isolados levando a diferença na adesão e
conseqüentemente na sua virulência.
Mais recentemente tem sido depreendido que uma das estratégias
possivelmente utilizadas por este patógeno no processo infeccioso (BAILÃO et al.,
2006; 2007; BASTOS et al.2007, COSTA et al., 2007), seria a expressão de
genes relacionados ao seu micronicho, envolvendo adaptação às condições do
hospedeiro, que pode também estar relacionado à captação de micro nutrientes e
influenciar no padrão de adesinas, conforme demonstrado recentemente, quando
isolado de P.brasiliensis expressou número maior de proteínas com
características de adesinas após reisolamento de animais, de culturas de células
epiteliais, ou na presença de sangue (ANDREOTTI et al., 2005; DONOFRIO,
2006). P.brasiliensis é considerado um fungo intracelular facultativo, mas este
pode aderir e invadir células epiteliais in vivo e in vitro (HANNA et al., 2000;
MENDES-GIANNINI et al., 2000; De BRITO et al.,1973).
P. brasiliensis pode desenvolver vários fenótipos (crescimento, invasão e
metástase) dependendo do isolado, o hospedeiro e outros fatores (MENDES-
GIANNINI et al., 2000). Assim, o patógeno pode provavelmente regular a
expressão de adesinas para sobreviver e causar doença. Esta expressão
diferencial refletiria a habilidade de expressão de ligantes mais efetivas em
determinada condição.
49
VII. CONCLUSÕES
O reisolamento de P. brasiliensis aumentou a capacidade de infecção dos
isolados testados demonstrando que a virulência pode ser atenuada com
subseqüentes ciclos de subcultivo e recuperada através da passagem por cultura
de células.
Perfis diferenciais de RAPD e PCR fingerprinting foram observados e também
correlação com área geográfica e padrão de infecção pode ser observada.
A análise protéica dos extratos cell free” de P. brasiliensis, por eletroforese
bidimensional também forneceu perfis diferenciais entre as amostras
subcultivadas e reisoladas.
Foi observada diferença na expressão de ligantes à MEC dependendo do
isolado.
Diferentes isoformas da gp43 reagiram com diferentes componentes da MEC,
incluindo colágeno tipo I.
Foi verificado a presença em três dos quatro isolados avaliados de um ligante
à fibronectina de 38kDa e pI6.6 e de um ligante aos três componentes da MEC de
31kDa e pI5.5.
50
VIII. REFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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