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industrializado. São muitas as vantagens do corante processado, principalmente na forma de
pó, tais como facilidade de manuseio, transporte, estocagem e versatilidade de produtos em
que se pode ser aplicado, como por exemplo, em alimentos líquidos e em pó, e em produtos
que requerem maior concentração do pigmento (STRINGHETA, 2006).
O uso de corantes naturais é uma tendência generalizada nos dias de hoje, que
dificilmente será revertida. Mas a sua tecnificação ainda carece de pesquisas agroindustriais,
para que possamos atender às exigências do mercado interno e externo. Portanto, o
incremento de tecnologias de processamento mais eficazes irá contribuir significativamente
na qualidade do produto final (corante), bem como no uso mais racional da matéria-
prima
(sementes) (STRINGHETA, 2006).
Nos últimos anos, na Amazônia brasileira, especialmente no Estado do Pará, o cultivo
do urucum apresentou um aumento considerável. Grande parte desta produção costumava s
e
destinar à obtenção do produto conhecido como colorífico, ingrediente vastamente empregado
na culinária, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. O baixo custo de produção e a
baixa toxicidade fazem deste um pigmento muito atrativo e conveniente, em substituição a
muitos corantes sintéticos (AGNER et al., 2004).
Além dos extratos lipossolúvel e hidrossolúvel de urucum, também são encontrados no
mer
cado o pó, o colorífico ou colorau , largamente empregado na culinária (FARIA et al.,
1998). De um modo geral, os pigmentos em pó têm sido preferidos pela indústria, por
apresentarem alta intensidade de cor, fácil manuseio e transporte e maior estabilidade durante
a estocagem, além da demanda em produtos secos em que não é permitida a presença de
solventes.
A produção industrial de corantes em pó vem se desenvolvendo em larga escala,
em equipamentos do tipo spray dryer , em razão da sua eficiência de secagem, em questão
de minutos (PIMENTEL, 1995).
Atualmente, na indústria de alimentos, os pigmentos hidrossolúveis de urucum são
utilizados principalmente em queijos, sorvetes, derivados de cereais, confeitos, bebidas,
molhos e salsichas, representando quase a totalidade do mercado de urucum. Os pigmentos
lipossolúveis são usados em alimentos como margarinas, cremes vegetais, queijos, sorvetes,
dentre outros (LIMA et al., 2001).
O pigmento do urucum é extraído da camada externa das sementes, o constituinte
químico principal é o carotenóide bixina (80%) (STRINGHETA, 2006). Vários outros
carotenóides (C
19
, C
22
,
C
24
, C
25
, C
30
, C
32
) foram isolados e identificados, porém constituem
uma parcela minoritária dos pigmentos (MERCADANTE, 1997). O constituinte oleoso