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Pode-se observar um potencial produtivo da cultura do abacaxi cv. Smooth Cayenne
na região dos Tabuleiros Costeiros do Norte da Bahia, já que mesmo em condições de
sequeiro atinge uma produtividade média acima de 80 t/ha, e peso do fruto superior a 1,0 kg
para densidades de até 70.000 plantas/há (SANTANA et al., 2001)
A expansão da abacaxicultura no Brasil deparou-se com problemas, dentre os quais se
pode destacar: a falta de mudas de boa qualidade e em quantidade suficiente para formação de
novas lavouras, ocorrência de pragas e doenças, ausência de viveiristas, inexistência de mudas
fiscalizadas, entre outros (RUGGIERO et al.,1994; GORGATTI et al., 1996; CUNHA et al.,
1999).
Normalmente, o solo, para a plantação do abacaxizeiro, recebe uma adubação
nitrogenada, fosfatada e potássica. Com relação às características de qualidade do abacaxi, a
influência do nitrogênio e do potássio é antagônica e, portanto, deve-se levar em consideração
o destino da produção antes de se determinar a relação potássio/nitrogênio. Para o mercado
externo e para a indústria de rodelas (fatias) esta relação deve ser entre 1,5 e 2,5, com isso se
ajusta a relação sólidos solúveis/acidez da polpa, além de conferir maior resistência ao fruto
para o transporte de longas distâncias e para facilitar o corte nas indústrias. Para mercados
menos exigentes a relação potássio/nitrogênio pode permanecer em faixas inferiores ou até
menor do que 1 (REINHARDT, SOUZA E CABRAL, 2000).
1.1.2 Produção e aspectos mercadológicos
O abacaxizeiro é cultivado na Ásia, África e em toda América (Norte, Central e Sul)
estando o Brasil entre os três maiores produtores mundiais (TEIXEIRA et al., 2002).
O período de diminuição de oferta, e conseqüente aumento nos preços, ocorre nos
meses de fevereiro a maio. Nos meses de junho a outubro têm-se os preços médios e de
novembro a janeiro é o período de preços mais baixos da fruta (CUNHA, CABRAL &
SOUZA, 1999; GRANADA, ZAMBIAZI & MENDONÇA, 2004; NASCENTE, COSTA &
COSTA, 2005).
De acordo com o IBGE, o Brasil produziu, até junho de 2007, cerca de 1.720.735
frutos de abacaxi, com uma área plantada de 76 mil hectares e área colhida de 63 mil hectares.
O estado que neste ano mais produziu este fruto foi o Pará (367.876.000 frutos) seguido pela
Paraíba (350.311.000 frutos) e Minas Gerais (239.456.000 frutos), que até 2002 era o estado
com a maior produção (IBGE, 2007).
O Rio de Janeiro está em sétimo lugar em termos de produção, com 94 mil frutos para
uma área plantada de apenas 3 mil hectares, área relativamente pequena quando comparada
aos estados que mais produzem no país, entretanto apresenta um perfil adequado e propício ao
cultivo deste fruto, sendo que as regiões do Norte e Noroeste fluminense e as baixadas
litorâneas apresentam uma melhor aptidão agrícola dos solos para a exploração da cultura do
abacaxi em escala comercial (MORGADO, AQUINO & TERRA, 2004; IBGE, 2007).
Com 12 mil hectares de área plantada, o município de Floresta, no Pará, é o que
apresenta a maior área plantada do país, correspondendo a 800 pequenos e médios produtores.
A industrialização do abacaxi na forma de suco tem uma forte influência no aumento da
produção nacional, pois garante a comercialização de grande parte da produção, contribuindo
para a geração de renda, emprego e desenvolvimento. Em 2003, foram exportadas 5.500