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Avaliação e Minimização Numérica do
Desequilíbrio de Tensão: Estimativa por
Análise de Sensibilidade Incremental e
Soluções Analíticas
Diogo Caetano Garcia
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
FACULDADE DE TECNOLOGIA
UNIVERSIDADE DE BRASILIA
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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
AVALIAÇÃO E MINIMIZAÇÃO NUMÉRICA DO
DESEQUILÍBRIO DE TENSÃO: ESTIMATIVA POR
ANÁLISE DE SENSIBILIDADE INCREMENTAL E
SOLUÇÕES ANALÍTICAS
DIOGO CAETANO GARCIA
ORIENTADOR: FRANCISO ASSIS DE OLIVEIRA NASCIMENTO
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
PUBLICAÇÃO: PPGENE.DM-319/07
BRASÍLIA/DF: DEZEMBRO - 2007
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FICHA CATALOGRÁFICA
GARCIA, DIOGO CAETANO
Avaliação e Minimização Numérica do Desequilíbrio de Tensão: Estimativa por Análise de
Sensibilidade Incremental e Soluções Analíticas [Distrito Federal] 2007.
xiv, 82p., 210 x 297 mm (ENE/FT/UnB, Mestre, Dissertação de Mestrado – Universidade de
Brasília. Faculdade de Tecnologia.
Departamento de Engenharia Elétrica
1. Qualidade de energia 2.Desequilíbrio de tensão
3. Análise do Desequilíbrio de Tensão 4. Correção do Desequilíbrio de Tensão
I. ENE/FT/UnB II. Título (série)
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
GARCIA, D. C. (2007). Avaliação e Minimização Numérica do Desequilíbrio de Tensão:
Estimativa por Análise de Sensibilidade Incremental e Soluções Analíticas. Dissertação de
Mestrado em Engenharia Elétrica, Publicação PPGENE.DM-319/07, Departamento de
Engenharia Elétrica, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 82p.
CESSÃO DE DIREITOS
AUTOR: Diogo Caetano Garcia.
TÍTULO: Avaliação e Minimização Numérica do Desequilíbrio de Tensão: Estimativa por
Análise de Sensibilidade Incremental e Soluções Analíticas.
GRAU: Mestre ANO: 2007
É concedida à Universidade de Brasília permissão para reproduzir cópias desta dissertação
de mestrado e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e
científicos. O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte dessa dissertação
de mestrado pode ser reproduzida sem autorização por escrito do autor.
____________________________
Diogo Caetano Garcia
SHIS QI 16 conjunto 01 casa 18, Lago Sul.
71640-210 Brasília – DF – Brasil.
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeço à minha família, especialmente meus pais, por todo o apoio e nas minhas
capacidades.
Agradeço aos meus amigos de faculdade, de colégio, do laboratório GPDS e do trabalho
pela força, pela companhia e pela distração mais do que necessária.
Agradeço aos professores Francisco Assis de Oliveira Nascimento e Anésio de Leles
Ferreira Filho pela oportunidade oferecida, por guiarem os trabalhos sempre da melhor
forma possível, pela dedicação, pelos constantes incentivos para buscarmos melhores
soluções e pelo companheirismo.
v
RESUMO
AVALIAÇÃO E MINIMIZAÇÃO NUMÉRICA DO DESEQUILÍBRIO DE
TENSÃO: ESTIMATIVA POR ANÁLISE DE SENSIBILIDADE INCREMENTAL E
SOLUÇÕES ANALÍTICAS
Autor: Diogo Caetano Garcia
Orientador: Francisco Assis de Oliveira Nascimento
Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica
Brasília, dezembro de 2007
O desequilíbrio de tensão é um dos parâmetros analisados com respeito à qualidade de
energia, representando a diferença entre os módulos das tensões de um sistema elétrico
trifásico e a defasagem angular das mesmas. Procura-se sempre trabalhar com tensões
cossenoidais com módulos idênticos e defasagem angular de 120º elétricos entre elas, mas
na prática, sempre existe um desvio desta situação ideal, devido a características como a
distribuição de cargas monofásicas e a presença de transformadores, linhas de transmissão e
bancos de capacitores com diferença de construção entre as fases. Estas diferenças causam
perdas tanto para o consumidor como para a concessionária, como a redução no rendimento
de motores de indução trifásicos, por exemplo.
A fim de determinar a influência dos parâmetros da rede (os módulos e ângulos das três
fases) sobre o desequilíbrio de tensão e os valores necessários para reduzir ou até eliminar o
mesmo, o presente trabalho desenvolve e apresenta dois métodos de análise. A influência
de cada parâmetro é determinada através de cálculos de sensibilidade incremental, e as
alterações necessárias para a redução são calculadas por soluções analíticas. O índice de
quantificação do desequilíbrio considerado é o das componentes simétricas. Os métodos
desenvolvidos foram implementados computacionalmente, e sua validade foi testada para
uma série de situações de desequilíbrio.
vi
ABSTRACT
VOLTAGE UNBALANCE NUMERICAL EVALUATION AND MINIMIZATION:
ESTIMATION BY INCREMENTAL SENSITIVITY ANALYSIS AND
ANALYTICAL SOLUTIONS
Author: Diogo Caetano Garcia
Supervisor: Francisco Assis de Oliveira Nascimento
Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica
Brasília, december of 2007
Voltage unbalance is one of the parameters analysed in power quality studies, representing
the difference between the magnitudes of the voltages of a tri-phase electrical system, and
the phase shift between these. It is desirable to have sinusoidal voltages with identical
magnitudes and 120 electrical degrees phase shift between them, but in practice, there is
always a deviation from this ideal case, due to characteristics such as bad distribution of
single-phase loads and the presence of transformers, transmission lines e capacitor banks
with assembly differences between phases. These differences cause losses both to the
consumer and to the energy supplier, such as reduced efficiency of tri-phase induction
motors.
In order to determine the influence of the network’s parameters (magnitudes and phase
shifts of the three phases) on voltage unbalance, and the values required to reduce or even
eliminate it, the present work develops and presents two analysis methods. The influence of
each parameter is determined through incremental sensitivity calculations, and the changes
needed for reduction are calculated by analytical solutions. The quantification index
considered is the symmetrical components method. All methods developed were
implemented in software, and their validity was tested for a series of unbalance situations.
vii
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO ..............................................................................................................1
1.1 – ASPECTOS GERAIS..............................................................................................1
1.2 – ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO......................................................................3
2 – DESEQUILÍBRIO DE TENSÃO: DEFINIÇÕES ......................................................5
2.1 – CONCEITOS BÁSICOS.........................................................................................5
2.2 – QUANTIFICAÇÃO DO DESEQUILÍBRIO DE TENSÃO................................6
2.2.1 – Método NEMA..................................................................................................6
2.2.2 – Método IEEE ....................................................................................................6
2.2.3 – Método das componentes simétricas...............................................................7
2.2.4 – Método CIGRÉ...............................................................................................10
2.3 – PRINCIPAIS CAUSAS E EFEITOS DO DESEQUILÍBRIO DE TENSÃO ..10
2.4 – NORMAS ...............................................................................................................11
2.4.1 – IEC...................................................................................................................12
2.4.2 – CENELEC.......................................................................................................12
2.4.3 – NRS 048...........................................................................................................13
2.4.4 – ANSI.................................................................................................................13
2.4.5 – Documentos brasileiros..................................................................................13
2.5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................14
3 – METODOLOGIA PARA MINIMIZAÇÃO DO DESEQUILÍBRIO DE TENSÃO
..............................................................................................................................................15
3.1 – SENSIBILIDADE..................................................................................................15
3.1.1 – Definição de sensibilidade..............................................................................15
3.1.2 – Funções de sensibilidade absoluta e relativa................................................17
3.1.3 - Cálculo das sensibilidades do fator K e das componentes de seqüência....17
3.1.3.1 - Desenvolvimento das equações de sensibilidade relativa do fator K.........19
3.1.3.2 - Desenvolvimento das equações de sensibilidade relativa das componentes
de seqüência..............................................................................................................20
viii
3.2 – CORREÇÃO DO FATOR K: SOLUÇÕES ANALÍTICAS .............................20
3.2.1 – Correção do fator K pela variação de cada parâmetro da rede em
separado.......................................................................................................................21
3.2.1.1 - Correção do fator K pela variação de cada módulo das fases em separado
..................................................................................................................................22
3.2.1.2 - Correção do fator K pela variação de cada ângulo das fases em separado 24
3.2.2 – Correção do fator K pela variação dos três módulos das tensões da rede 27
3.2.3 – Correção do fator K pela variação de dois módulos das tensões da rede..30
3.3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................32
4 – DESCRIÇÃO DA FERRAMENTA COMPUTACIONAL......................................33
4.1 – ESTRUTURA GERAL .........................................................................................33
4.2 – MÓDULOS DA FERRAMENTA COMPUTACIONAL ..................................35
4.2.1 – Seleção da situação de desequilíbrio.............................................................35
4.2.2 – Análises de sensibilidade e de correção do fator K .....................................38
4.3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................43
5 – RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES COMPUTACIONAIS .................................44
5.1 – PRIMEIRO CASO: UM MÓDULO DESEQUILIBRADO..............................44
5.2 – SEGUNDO CASO: TRÊS MÓDULOS DESEQUILIBRADOS.......................49
5.3 – TERCEIRO CASO: UM ÂNGULO DESEQUILIBRADO ..............................53
5.4 – QUARTO CASO: DOIS ÂNGULOS DESEQUILIBRADOS...........................58
5.5 – QUINTO CASO: TRÊS MÓDULOS E DOIS ÂNGULOS
DESEQUILIBRADOS ...................................................................................................62
5.6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................66
6 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ..................................................................68
6.1 – CONCLUSÕES GERAIS .....................................................................................68
6.2 – RECOMENDAÇÕES PARA PESQUISAS FUTURAS ....................................70
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................71
ix
APÊNDICES.......................................................................................................................73
A – EQUAÇÕES DE SENSIBILIDADE DOS MÓDULOS DAS SEQÜÊNCIAS
POSITIVA E NEGATIVA AO QUADRADO.............................................................74
B – CORREÇÃO DO FATOR K PELA VARIAÇÃO DOS MÓDULOS DAS
FASES B E C ..................................................................................................................77
C – CORREÇÃO DO FATOR K PELA VARIAÇÃO DO ÂNGULO DA FASE C80
x
LISTA DE TABELAS
Tabela 5.1 – Componentes simétricas e fator K para desequilíbrio no módulo da fase A...45
Tabela 5.2 – Sensibilidade relativa do fator K para desequilíbrio no módulo da fase A.....45
Tabela 5.3 – Mínimos valores de fator K atingidos pelo método de uma variável, para
desequilíbrio no módulo da fase A.......................................................................................46
Tabela 5.4 – Correção do fator K pelo método de uma variável, para desequilíbrio no
módulo da fase A..................................................................................................................47
Tabela 5.5 – Alterações percentuais para a correção do fator K pelo método de uma
variável, para desequilíbrio no módulo da fase A................................................................47
Tabela 5.6 – Correção do fator K pelo método de dois módulos, para desequilíbrio no
módulo da fase A..................................................................................................................48
Tabela 5.7 – Correção do fator K pelo método de três módulos, para desequilíbrio no
módulo da fase A..................................................................................................................48
Tabela 5.8 – Componentes simétricas e fator K para desequilíbrio nos três módulos.........50
Tabela 5.9 – Sensibilidade relativa do fator K para desequilíbrio nos três módulos ...........50
Tabela 5.10 – Mínimos valores de fator K atingidos pelo método de uma variável, para
desequilíbrio nos três módulos.............................................................................................50
Tabela 5.11 – Correção do fator K pelo método de uma variável, para desequilíbrio nos três
módulos ................................................................................................................................51
Tabela 5.12 – Alterações percentuais para a correção do fator K pelo método de uma
variável, para desequilíbrio nos três módulos ......................................................................51
Tabela 5.13 – Correção do fator K pelo método de dois módulos, para desequilíbrio nos três
módulos ................................................................................................................................52
Tabela 5.14 – Correção do fator K pelo método de três módulos, para desequilíbrio nos três
módulos ................................................................................................................................52
Tabela 5.15 – Componentes simétricas e fator K para desequilíbrio no ângulo da fase C ..54
Tabela 5.16 – Sensibilidade relativa do fator K para desequilíbrio no ângulo da fase C.....54
Tabela 5.17 – Mínimos valores de fator K atingidos pelo método de uma variável, para
desequilíbrio no ângulo da fase C.........................................................................................55
xi
Tabela 5.18 – Correção do fator K pelo método de uma variável, para desequilíbrio no
ângulo da fase C ...................................................................................................................55
Tabela 5.19 – Alterações percentuais para a correção do fator K pelo método de uma
variável, para desequilíbrio no ângulo da fase C..................................................................56
Tabela 5.20 – Correção do fator K pelo método de dois módulos, para desequilíbrio no
ângulo da fase C ...................................................................................................................56
Tabela 5.21 – Correção do fator K pelo método de três módulos, para desequilíbrio no
ângulo da fase C ...................................................................................................................57
Tabela 5.22 – Componentes simétricas e fator K para desequilíbrio em dois ângulos........59
Tabela 5.23 – Sensibilidade relativa do fator K para desequilíbrio em dois ângulos ..........59
Tabela 5.24 – Mínimos valores de fator K atingidos pelo método de uma variável, para
desequilíbrio em dois ângulos ..............................................................................................59
Tabela 5.25 – Correção do fator K pelo método de uma variável, para desequilíbrio em dois
ângulos..................................................................................................................................60
Tabela 5.26 – Alterações percentuais para a correção do fator K pelo método de uma
variável, para desequilíbrio em dois ângulos .......................................................................60
Tabela 5.27 – Correção do fator K pelo método de dois módulos, para desequilíbrio em
dois ângulos..........................................................................................................................61
Tabela 5.28 – Correção do fator K pelo método de três módulos, para desequilíbrio em dois
ângulos..................................................................................................................................61
Tabela 5.29 – Componentes simétricas e fator K para desequilíbrio nos três módulos e nos
dois ângulos..........................................................................................................................63
Tabela 5.30 – Sensibilidade relativa do fator K para desequilíbrio nos três módulos e nos
dois ângulos..........................................................................................................................63
Tabela 5.31 – Mínimos valores de fator K atingidos pelo método de uma variável, para
desequilíbrio nos três módulos e nos dois ângulos...............................................................64
Tabela 5.32 – Correção do fator K pelo método de uma variável, para desequilíbrio nos três
módulos e nos dois ângulos..................................................................................................64
Tabela 5.33 – Alterações percentuais para a correção do fator K pelo método de uma
variável, para desequilíbrio nos três módulos e nos dois ângulos........................................65
Tabela 5.34 – Correção do fator K pelo método de dois módulos, para desequilíbrio nos três
xii
módulos e nos dois ângulos..................................................................................................65
Tabela 5.35 – Correção do fator K pelo método de três módulos, para desequilíbrio nos três
módulos e nos dois ângulos..................................................................................................66
xiii
LISTA DE FIGURAS
Fig. 4.1 – Estrutura geral da ferramenta computacional.......................................................34
Figura 4.2 – Tela inicial do primeiro módulo do software...................................................35
Figura 4.3 – Cálculo das componentes simétricas e gráficos dos fasores............................37
Figura 4.4 – Gráficos dos fasores em novas telas.................................................................37
Figura 4.5 – Armazenamento dos dados em planilha...........................................................38
Figura 4.6 – Tela inicial do segundo módulo.......................................................................39
Figura 4.7 – Resultados para a correção do fator K através de uma variável ......................40
Figura 4.8 – Gráfico das sensibilidades relativas do fator K................................................41
Figura 4.9 – Gráfico das sensibilidades relativas do fator K em uma nova tela ..................41
Figura 4.10 – Planilhas de dados com os valores de componentes simétricas, de
sensibilidades do fator K e de variações para correção do mesmo ......................................42
Figura 5.1 – Módulo da fase A desequilibrado ....................................................................45
Figura 5.2 – Módulos das três fases desequilibrados ...........................................................49
Figura 5.3 – Ângulo da fase C desequilibrado .....................................................................54
Figura 5.4 – Dois ângulos desequilibrados...........................................................................58
Figura 5.5 – Três módulos e dois ângulos desequilibrados..................................................63
xiv
LISTA DE SÍMBOLOS, NOMENCLATURA E ABREVIAÇÕES
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica
ANSI – American National Standards Institute
CENELEC – European Committee for Electrotechnical Standardization
CIGRÉ – International Council on Large Electric Systems
f – freqüência de oscilação da tensão
Fator K – índice de quantificação do desequilíbrio de tensão
IEC – International Electrotechnical Commission
IEEE – Institute of Electrical and Electronic Engineers
NEMA – National Electrical Manufacturers Association
NRS – National Electricity Regulator
ONS – Operador Nacional do Sistema
SIN – Sistema Interligado Nacional
V
A
– Módulo da tensão na fase A
V
B
– Módulo da tensão na fase B
V
C
– Módulo da tensão na fase C
θ
A
– Ângulo da tensão na fase A
θ
B
– Ângulo da tensão na fase B
θ
C
– Ângulo da tensão na fase C
1
1 – INTRODUÇÃO
1.1 – ASPECTOS GERAIS
O setor elétrico brasileiro é um sistema com pouco mais de cem anos de existência, que
passou por uma série de situações e adversidades nacionais e internacionais. Dentre
elas, pode-se citar a crise do petróleo na década de 70, o processo de privatização do setor
na década de 90 e o racionamento de energia elétrica em 2001. Devido às características
territoriais e geográficas brasileiras, o setor elétrico é predominantemente hidroelétrico,
contando ainda com produção termoelétrica, nuclear e eólica de energia, dentre outros.
Além de estar sujeito a intempéries naturais e ao quadro político-econômico imediato, o
setor elétrico é responsável pela sustentabilidade do progresso no país, que o
crescimento econômico representa um aumento de demanda energética. Assim, a
preocupação primordial do setor é com a garantia de suprimento da energia elétrica, seja
pela manutenção das instalações de geração, transmissão e distribuição existentes, seja
pelo investimento em novas instalações.
No Brasil, o processo de privatização mencionado anteriormente outorgou ao Estado o
papel de regulamentação e fiscalização da oferta de energia elétrica no país, visto que a
distribuição e a geração de energia foram autorizadas à iniciativa privada. Desta forma,
surgiu a necessidade de acompanhar não somente o suprimento, como também a
qualidade da energia.
Entende-se por qualidade de energia a quantificação de diversos parâmetros da tensão
fornecida, tendo em vista a sua adequação a valores pré-estabelecidos, baseados nos
efeitos sobre o consumidor e a continuidade de fornecimento (Baltazar, 2007). Dentre
esses parâmetros, tem-se o valor do módulo da tensão em cada fase do sistema trifásico, o
valor da freqüência e os níveis de freqüências harmônicas.
O desequilíbrio de tensão é um dos objetos de estudo da qualidade da energia, avaliando
2
a diferença entre os módulos das três fases do sistema e a defasagem angular das mesmas.
Idealmente, um sistema trifásico possui tensões cossenoidais com módulos idênticos e
defasagem angular de 120º elétricos entre elas. Na prática, é possível obter somente uma
aproximação desse modelo, visto que um sistema elétrico de potência apresenta uma série
de imperfeições, como a distribuição de cargas monofásicas e a presença de
transformadores, linhas de transmissão e bancos de capacitores com diferença de
construção entre as fases. Conseqüentemente, as tensões trifásicas apresentam diversos
níveis de desequilíbrio ao longo do sistema, acarretando em perdas para o consumidor e
para a concessionária, como será visto adiante. O rendimento de motores de indução
trifásicos, por exemplo, é reduzido.
Existem normas nacionais e internacionais sobre o tema, indicando formas de
quantificação e valores considerados aceitáveis ao consumidor. Boa parte da literatura
relacionada versa sobre a adequação dos índices de medição utilizados, através de
simulações computacionais e da análise dos efeitos do desequilíbrio. Manyage e Pillay
(2001) apresentam os principais métodos criados, e indicam o método das componentes
simétricas (razão entre os módulos dos fasores das componentes de seqüência negativa e
positiva) como o mais adequado. Wang (2001) analisa o efeito da defasagem angular
entre os fasores de seqüência negativa e positiva sobre motores de indução trifásicos, e
sugere o seu uso na quantificação do desequilíbrio, em conjunto com o método
supracitado. Lee et al. (1997) e Siddique et al. (2004) aprofundam o estudo dos efeitos do
módulo do fasor da seqüência positiva sobre motores de indução trifásicos,
recomendando o acréscimo deste parâmetro na avaliação do desequilíbrio. Faiz et al.
(2004) apresentam as vantagens do método NEMA de quantificação, por caracterizar a
condição de desequilíbrio com maior fidelidade. Costa et al. (2007) e Filho et al. (2007)
realizam simulações computacionais para avaliar as características e as inconveniências
dos métodos citados anteriormente.
As linhas de pesquisa seguidas na literatura corrente procuram relacionar de forma clara
medições de desequilíbrio de tensão com seus efeitos, o que pressupõe a existência de um
índice adequado de quantificação. De qualquer maneira, não é tarefa trivial determinar
3
qual parâmetro é o maior responsável pelo fenômeno, visto que o sistema trifásico é
caracterizado por seis variáveis (os módulos e ângulos das três fases), assim como
determinar as modificações necessárias para atingir valores permitidos pelas normas
estabelecidos (que serão apresentadas no Capítulo 2). Estas são questões de vital
importância para o consumidor, que procura minimizar suas perdas, e para a
concessionária, que sofre penalizações dos órgãos fiscalizadores.
Com essa conjuntura em mente, este trabalho desenvolve e apresenta métodos de análise
do desequilíbrio, indicando a influência de cada parâmetro e as alterações necessárias
para redução. Para a primeira aplicação, são utilizados cálculos de sensibilidade, e para a
segunda, são propostas soluções analíticas. Em ambos os casos, o índice utilizado é das
componentes simétricas.
1.2 – ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
No Capítulo 2, são apresentados os aspectos básicos que concernem o desequilíbrio de
tensão: sua definição, seus métodos de quantificação, as principais causas e efeitos e as
normas que versam sobre o tema. Dentre os métodos de quantificação, atenção especial é
dada ao método das componentes simétricas, que é estudado com mais detalhes ao longo
dessa dissertação.
No Capítulo 3, são desenvolvidos os dois métodos de análise propostos: o cálculo de
sensibilidade do desequilíbrio e as resoluções analíticas de redução do mesmo, através de
alterações em um módulo do sistema trifásico, em um ângulo, em dois módulos
simultaneamente e em três módulos.
De forma a realizar as análises propostas no capítulo anterior, foi criada uma ferramenta
computacional, que é descrita no Capítulo 4. Primeiramente, apresenta-se um fluxograma
com a estrutura do programa, e em seguida, os módulos do mesmo são detalhados.
Em seguida, é feita a validação dos métodos propostos no Capítulo 3. O Capítulo 5
4
analisa uma série de situações, considerando casos de desequilíbrio em um módulo, em
três módulos, em um ângulo, em dois ângulos, e em três módulos e dois ângulos.
No Capítulo 6, são feitas as conclusões finais, bem como as sugestões para trabalhos
futuros.
5
2 – DESEQUILÍBRIO DE TENSÃO: DEFINIÇÕES
Neste capítulo, são abordados os aspectos mais importantes a respeito do desequilíbrio de
tensão. Na definição deste fenômeno, é apresentada a modelagem clássica do problema,
através da análise fasorial. Em seguida, as diferentes formas de quantificação do
desequilíbrio são descritas, com atenção especial ao método mais empregado, o método
das componentes simétricas. As causas e efeitos do desequilíbrio de tensão são também
explorados, e por fim, tem-se as normas internacionais referentes ao tema.
2.1 – CONCEITOS BÁSICOS
Um sistema elétrico trifásico é composto idealmente de três tensões cossenoidais com os
mesmos módulos e defasadas de 120º elétricos (2π/3 radianos). A equação (2.1) apresenta
estas tensões em função do tempo, onde V
MAX
é o valor máximo e f é a freqüência de
oscilação. A tensão v
A
é utilizada como referência angular para v
B
e v
C
. De forma a
facilitar a análise do sistema, pode-se representar as mesmas através de três fasores, cujos
módulos são iguais às médias quadráticas (V
RMS
) e cujos ângulos são iguais às defasagens
entre elas, tomando v
A
como referência angular, equação (2.2).
)3/22cos(
)3/22cos(
)2cos(
ππ
ππ
π
+=
=
=
ftVv
ftVv
ftVv
MAXC
MAXB
MAXA
(2.1)
°=
°=
°=
120
120
0
C
RMS
C
B
RMS
B
A
RMS
A
VV
VV
VV
(2.2)
O desequilíbrio de tensão é definido como qualquer situação em que os fasores da
equação (2.2) apresentam módulos diferentes entre si, ou defasagem angular diferente de
120º elétricos entre eles, ou ainda ambas as condições (Oliveira, 2000). A seguir, os
diferentes métodos de quantificação são apresentados.
6
2.2 – QUANTIFICAÇÃO DO DESEQUILÍBRIO DE TENSÃO
Existem atualmente quatro métodos amplamente empregados para a quantificação do
desequilíbrio de tensão (fator K) (Manyage e Pillay, 2001): o método NEMA, o método
IEEE, o método das componentes sitricas e o método CIGRÉ. Os dois primeiros
métodos levam em conta o fato de que muitos medidores de tensão o fornecem os
valores angulares das tensões, trabalhando unicamente com os módulos. O terceiro
método se baseia no teorema de Fortescue, que decompõe o sistema trifásico em três
sistemas equilibrados, exigindo conhecimento tanto dos módulos como dos ângulos das
tensões de fase. O método CIGRÉ fornece o mesmo resultado que o método das
componentes simétricas, porém a forma de cálculo é diferente, utilizando somente o valor
dos módulos das tensões de linha do sistema.
2.2.1 – Método NEMA
A norma NEMA MG1 14.34, da National Electrical Manufacturers Association of
USA”, define o fator K como sendo a razão entre o máximo desvio das tensões de linha
em relação ao seu valor médio, e este mesmo valor médio, equação (2.3) (Manyage e
Pillay, 2001). Ou seja, o método NEMA analisa o desvio das tensões de linha em relação
valor médio delas:
100% ×
=
m
V
V
K
(2.3)
em que V
m
é o valor médio das tensões de linha, e
V é o máximo desvio das tensões de
linha em relação a V
m
.
2.2.2 – Método IEEE
Existem dois métodos desenvolvidos pelo IEEE (Institute of Electrical and Electronic
Engineers). De acordo com o documento mais recente desse instituto (Bollen, 2002), o
7
fator K é quantificado pela razão entre a diferença entre o maior e o menor valor das
tensões de fase e a média destas, equação (2.4). Diferentemente do método NEMA, o
método IEEE leva em conta o máximo desvio entre as tensões:
100
)(3
%
min
×
++
=
CBA
máx
VVV
VV
K
(2.4)
em que V
A
, V
B
e V
C
representam os módulos das tensões das fases A, B e C, e V
máx
e V
min
correspondem ao maior e menor dos módulos das tensões de fase, respectivamente.
2.2.3 – Método das componentes simétricas
O método das componentes simétricas quantifica o fator K através da decomposição das
tensões de fase em três seqüências equilibradas, as seqüências positiva, negativa e zero. A
seqüência positiva é representada por três fasores equilibrados com seqüência de fases
ABC; a seqüência negativa, por três fasores equilibrados com seqüência ACB; e a
seqüência zero, por três fasores paralelos entre si.
Em um sistema equilibrado, existe a seqüência positiva ou negativa, dependendo da
ordem com que o sistema foi composto. Isto é, um sistema com fases
°= 00,1
A
V
,
°= 1200,1
B
V
e
°= 1200,1
C
V possui somente a seqüência positiva, e um sistema
com fases
°= 00,1
A
V
,
°= 1200,1
B
V
e
°= 1200,1
C
V possui somente a seqüência
negativa. A presença de desequilíbrio em uma ou mais fases de um sistema com
seqüência de fases positiva se traduz no surgimento de seqüências negativa e zero.
O motor de indução pode auxiliar na interpretação física dos efeitos das componentes
simétricas (Gosbell, 2002). A aplicação de excitação desequilibrada sobre este motor se
traduz na aplicação dos três sistemas equilibrados das componentes simétricas. A
seqüência negativa gira o rotor no sentido oposto da seqüência positiva, e a seqüência
zero não gira o rotor, visto que ela não gera campo magnético girante.
8
O método das componentes simétricas se baseia nessas observações para quantificar o
desequilíbrio (Gosbell, 2002). A seqüência negativa tem maior impacto sobre cargas
conectadas ao sistema trifásico desequilibrado, de forma que a seqüência zero não é
considerada na quantificação. Dessa forma, o fator K é definido pela razão entre os
módulos das seqüências negativa (V
2
) e positiva (V
1
), equação (2.5).
100%
1
2
×=
V
V
K
(2.5)
O método das componentes simétricas/CIGRÉ é considerado o método de análise do
desequilíbrio de tensão matematicamente mais rigoroso, por levar em conta a real
configuração do sistema, empregando os valores dos módulos e dos ângulos das três
fases. O método NEMA também considera módulos e ângulos das fases (implícitos nos
módulos das tensões de linha), mas não segue uma formulação matemática tão elaborada
quanto o método das componentes simétricas.
A seguir, é apresentada uma formulação do cálculo das componentes simétricas que será
de grande auxílio no desenvolvimento do presente texto. As componentes simétricas são
calculadas analiticamente através da matriz de Fortescue:
=
C
B
A
V
V
V
aa
aa
V
V
V
2
2
2
1
0
1
1
111
3
1
(2.6)
em que
0
V ,
1
V
e
2
V
são as componentes de seqüência zero, positiva e negativa,
respectivamente, e a é o operador rotacional, um fasor de módulo unitário e defasagem de
120º elétricos (isto é,
°
=
1200,1a
).
Partindo da equação (2.6), tem-se a equação da seqüência positiva:
9
(
)
CBA
VaVaVV
2
1
3
1
++=
. (2.7)
Definindo
θ
A
, θ
B
e θ
C
como os ângulos das fases A, B e C, e multiplicando a equação
(2.7) por 3, obtém-se a seguinte expressão:
(
)
(
)
°+°++= 1201203
1 CCBBAA
VVVV
θθθ
. (2.8)
Decompondo a equação (2.8) em partes real e imaginária, calculando o módulo de 3
1
V
e
elevando ambos os lados da equação ao quadrado, obtém-se a equação (2.9).
(
)
(
)
{
}
( ) ( ){ }
2
2
2
1
120120
120cos120coscos9
°+°++
+°+°++=
CCBBAA
CCBBAA
senVsenVsenV
VVVV
θθθ
θθθ
(2.9)
A equação (2.9) apresenta dois termos quadráticos que podem ser desenvolvidos, gerando
uma série de simplificações. O produto final é dado por:
(
)
(
)
( )
°+
+°+°+++=
120cos2
120cos2120cos29
2222
1
CACA
BCCBBABACBA
VV
VVVVVVVV
θ
θθ
(2.10)
em que
θ
AB
= θ
A
θ
B
, θ
BC
= θ
B
θ
C
e θ
CA
= θ
C
θ
A
.
De mesma forma, obtém-se uma expressão similar para o módulo da seqüência negativa:
(
)
(
)
( )
°++
+°++°++++=
120cos2
120cos2120cos29
2222
2
CACA
BCCBBABACBA
VV
VVVVVVVV
θ
θθ
(2.11)
Dividindo a equação (2.11) pela equação (2.10), calculando a raiz quadrada desta divisão
e multiplicando por 100, obtém-se o fator K através do método das componentes
10
simétricas, equação (2.12). Percebe-se que este método depende de um cálculo não-
linear, composto de termos quadráticos e cossenoidais.
100
9
9
2
1
2
2
×=
V
V
K
(2.12)
2.2.4 – Método CIGRÉ
O todo CIGRÉ fornece o mesmo resultado do método das componentes simétricas
(Gosbell, 2002), mas se utiliza de uma série de manipulações algébricas para expressar o
desequilíbrio a partir dos módulos das tensões de linha:
100
631
631
% ×
+
=
β
β
K
(2.13)
( )
2
222
444
CABCAB
CABCAB
VVV
VVV
++
++
=
β
(2.14)
em que V
AB
, V
BC
e V
CA
são os módulos das tensões de linha.
2.3 – PRINCIPAIS CAUSAS E EFEITOS DO DESEQUILÍBRIO DE TENSÃO
O desequilíbrio de tensão possui basicamente dois tipos de origem: estrutural e funcional
(Pierrat e Morrison, 1995) (Lee et al., 1997). As causas estruturais correspondem a
qualquer desequilíbrio na rede elétrica, como transformadores, linhas de transmissão e
bancos de capacitores desbalanceados. Esse tipo de causa é praticamente constante,
devido à pequena variação dos parâmetros da rede elétrica. As causas funcionais
correspondem a distribuições desiguais de carga nas três fases, seja pela presença de
cargas trifásicas desequilibradas, pela distribuição de cargas monofásicas ou pela
variação nos ciclos de demanda de cada fase. Consumidores residenciais e industriais são
11
exemplos de causas funcionais.
Os efeitos do desequilíbrio de tensão foram estudados em diversas publicações, como
(Wang, 2001) (Lee et al., 1997a). Como foi exposto no item 2.2.2, o desequilíbrio de
tensão cria em motores de indução um campo magnético girante contrário ao movimento
do rotor, devido à componente de seqüência negativa. A velocidade e o conjugado efetivo
resultantes são reduzidos, e as perdas e a temperatura do motor aumentam, bem como o
ruído produzido pelo mesmo. Uma análise similar pode ser feita para máquinas síncronas.
No caso de geradores síncronos, alem dos efeitos citados, a forma de onda gerada é
alterada, devido à perturbação no campo magnético oriunda da seqüência negativa.
O desequilíbrio de tensão possui influência também em sistemas eletrônicos e de
eletrônica de potência. No primeiro caso, existem relés microprocessados que podem
atuar indevidamente ou deixar de atuar na presença de desequilíbrio de tensão. No
segundo caso, pode-se citar conversores de freqüência para o controle de velocidade de
motores. O desequilíbrio de tensão deforma as ondas de tensão características do
funcionamento normal destes equipamentos, causando o aparecimento de harmônicas
prejudiciais e aquecendo excessivamente seus componentes, como diodos e capacitores.
2.4 – NORMAS
Os primeiros marcos regulatórios de qualidade de energia foram criados na Europa e nos
Estados Unidos, no final da década de 70. A partir de 1969, diversos documentos,
orientações e recomendações têm sido redigidos a respeito do tema; a primeira norma,
adotada em 14 países europeus, data de 1975.
No Brasil, até o ano de 1978, a qualidade de energia era considerada uma mera questão
de evitar interrupções no fornecimento de energia elétrica aos consumidores (Oliveira,
2000). A partir de então, foram lançadas portarias pelo DNAEE (Departamento Nacional
de Águas e Energia Elétrica), evidenciando a necessidade de considerar outros
parâmetros além da continuidade de suprimento, como, por exemplo, os limites
12
permitidos de tensão. Muitos documentos foram redigidos desde então, com a consulta a
diversas empresas de energia elétrica, grandes consumidores e grupos de trabalho das
normas internacionais.
A seguir, são detalhadas as principais recomendações e normas referentes ao
desequilíbrio de tensão (Oliveira, 2000). É importante ressaltar que nenhum desses
documentos atribui, no ponto de suprimento, a responsabilidade pelos níveis de
desequilíbrio unicamente à geração, à transmissão, à distribuição ou ao consumidor de
energia elétrica.
2.4.1 – IEC
O IEC (International Electrotechnical Commission) procura promover a cooperação
internacional no setores elétrico e eletrônico, e as suas recomendações têm sido
referência para a maioria das normas, não somente para desequilíbrio de tensão. A
recomendação IEC 1000-2-2 sugere um limite máximo de 2% para o fator K,
considerando o método das componentes simétricas. Em casos de curtos-circuitos,
desequilíbrios de tensão superiores a este podem ser alcançados durante curtos períodos
de tempo.
2.4.2 – CENELEC
A norma EM50160 do CENELEC (European Committee for Electrotechnical
Standardization), de novembro de 1994, estabelece limites com base no tempo de
medição: no período de uma semana, 95% dos valores de média quadrática da
componente de seqüência negativa devem ser menores do que 2% da seqüência positiva.
A média quadrática deve ser calculada em períodos de dez minutos. Para consumidores
monofásicos e bifásicos, o valor máximo de desequilíbrio é de 3%.
13
2.4.3 – NRS 048
A norma sul-africana 048 da NRS (National Electricity Regulator), de novembro de
1996, limita os valores de pico do fator K medido pelas componentes simétricas, assim
como a recomendação IEC 1000-2-2. Os intervalos de medição são de 10 minutos, e os
limites são de 2% para os sistemas elétricos trifásicos e 3% para as redes com cargas
predominantemente monofásicas e bifásicas.
2.4.4 – ANSI
A norma ANSI C84.1 1995, do instituto ANSI (American National Standard
Institute), trata de valores operacionais nominais e aceitáveis para tensões a 60Hz e entre
100V e 230kV. Com respeito ao desequilíbrio de tensão, a quantificação deve ser feita
pelo método NEMA, com o limite de 3% sob condições a vazio.
2.4.5 – Documentos brasileiros
No Brasil, dois órgãos redigiram documentos que dizem respeito ao desequilíbrio de
tensão, o ONS e a ANEEL. O ONS (Operador Nacional do Sistema) é responsável por
coordenar e controlar a operação das instalações do Sistema Interligado Nacional (SIN),
que supre de energia elétrica a maioria dos estados brasileiros. A ANEEL (Agência
Nacional de Energia Elétrica) é responsável por fiscalizar e regular a geração,
transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica no país.
Os Procedimentos de Rede são documentos do ONS que definem os procedimentos e
requisitos técnicos para o planejamento, a implantação, o uso e a operação do SIN. De
acordo com esses documentos, o desequilíbrio de tensão deve ser avaliado pelo seguinte
critério: ao longo de uma semana, determina-se diariamente o valor que foi superado em
apenas 5% dos registros obtidos; destes sete valores finais, o maior deles não pode
ultrapassar o limite de 2%, pelo método das componentes sitricas. Caso a seqüência
negativa varie intermitente e repetitivamente, o limite de desequilíbrio é igual a 4%,
14
contanto que essa situação não ultrapasse 5% do período de monitoração. A definição de
variação intermitente e repetitiva não é fornecida pelos Procedimentos de Rede,
constituindo uma brecha para interpretações dos mesmos. O desequilíbrio encontrado na
rede deve ser controlado pelos agentes de geração, transmissão e distribuição em
conjunto com os usuários finais.
Os Procedimentos de Distribuição são documentos da ANEEL que buscam a
regulamentação, a normalização e a padronização da conexão elétrica dos sistemas de
distribuição com seus usuários, garantindo a qualidade dos serviços prestados. O
desequilíbrio de tensão é avaliado da mesma maneira que nos Procedimentos de Rede,
com exceção da ressalva feita a variações intermitentes e repetitivas dos valores da
seqüência negativa. Os Procedimentos de Distribuição não foram totalmente
regulamentados, até o presente momento.
2.5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente capítulo apresentou os conceitos básicos do desequilíbrio de tensão.
Inicialmente, o fenômeno foi definido, considerando a análise fasorial. Os principais
índices de quantificação foram descritos em seguida, e o método de componentes
simétricas foi pormenorizado. As causas e efeitos correspondentes foram então
explorados, bem como as normas internacionais referentes ao tema.
No próximo capítulo, são propostos métodos de análise e minimização do fenômeno,
considerando o método de componentes simétricas. Em um capítulo posterior, os
algoritmos correspondentes são validados para uma série de casos.
15
3 METODOLOGIA PARA MINIMIZAÇÃO DO DESEQUILÍBRIO
DE TENSÃO
Neste capítulo, são propostos e desenvolvidos métodos de análise e minimização do
desequilíbrio de tensão, referente ao método das componentes simétricas. Ao final do
item 2.2.3 do capítulo anterior, foi observado que este método calcula o fator K por meio
de equações não-lineares. Assim, uma análise da influência de cada um dos parâmetros
da rede sobre o desequilíbrio não é imediata; nem sempre é possível determinar à
primeira vista qual módulo ou ângulo de cada tensão é o maior responsável pelo
desequilíbrio. O problema se intensifica quando se tem um banco de dados extenso, como
é o caso da determinação da norma brasileira, que exige medições durante toda uma
semana.
Dessa maneira, são desenvolvidos neste capítulo dois métodos de análise para o
desequilíbrio de tensão. É proposta a modelagem das perturbações no fator de
desequilíbrio K por meio do cálculo de sensibilidade incremental de primeira ordem, de
uso comum nos segmentos de síntese de filtros e controle de processos. A formulação
matemática associada é detalhada, e o método é utilizado para determinar os graus de
influência de cada um dos parâmetros da rede sobre o desequilíbrio. Uma segunda
técnica, que oferece resoluções analíticas para a redução do fator K, também é
desenvolvida nos itens a seguir.
3.1 – SENSIBILIDADE
3.1.1 – Definição de sensibilidade
A análise de sensibilidade é uma ferramenta frequentemente empregada na área de
controle e automação de processos. Basicamente, a sensibilidade de um determinado
sistema é definida como uma quantificação da variação do seu modelo dada uma
mudança nos seus parâmetros. Empregando a notação matemática, a sensibilidade define
uma relação entre um vetor de parâmetros
α=[α
1
α
2
... α
r
]
T
e um vetor de comportamento
16
dinâmico do sistema
ζ=[ζ
1
ζ
2
... ζ
n
]
T
. Na linguagem da teoria de conjuntos, essa relação é
equivalente a um mapeamento
α ζ entre os dois vetores (Frank, 1978).
O vetor de parâmetros
α pode ser decomposto como a combinação linear de outros dois,
α
0
, de valores nominais, e ∆α, de variações em torno de α
0
(ou seja, α = α
0
+ ∆α). Da
mesma maneira,
ζ pode ser decomposto como a soma de ζ
0
, de valores nominais, e ∆ζ, de
variações , com
ζ = ζ
0
+ ∆ζ. Feitas estas suposições, é possível analisar o sistema a partir
do ponto nominal de operação (
α
0
, ζ
0
), a partir do qual alterações α nos parâmetros
acarretam variações
∆ζ no comportamento dinâmico do sistema.
Define-se a partir daí a função de sensibilidade
S, equação (3.1), que relaciona a variação
dos parâmetros do sistema à variação do seu comportamento, em torno do ponto nominal
de operação. Esta é uma aproximação de primeira ordem, de forma que ela é válida
dentro de algumas condições de continuidade, e para pequenas variações de parâmetros,
isto é, para
||∆α|| << ||α
0
||.
∆ζ S(α
0
) ∆α (3.1)
A função de sensibilidade é utilizada para representar a influência de diversas incertezas
sobre a modelagem de sistemas. O comportamento de um circuito elétrico, por exemplo,
pode ser analisado através de uma função de transferência, via transformadas de Laplace
ou de Fourier. Aproximações para a simplificação dos cálculos e o uso de instrumentos
de medição com baixa precisão podem levar à escolha inadequada de diversos
parâmetros, gerando uma diferença entre os valores nominais e reais dos mesmos. A
função de sensibilidade se apresenta como uma alternativa para a análise da influência
destas flutuações em torno dos valores nominais. Assim, a resposta deste circuito elétrico
é representada pelo vetor ζ, e as incertezas na modelagem são representadas pelo vetor
∆α.
17
3.1.2 – Funções de sensibilidade absoluta e relativa
A equação (3.2) apresenta a função de sensibilidade absoluta, onde o ζ
i
representa cada
um dos m elementos do vetor
ζ, e α
j
representa cada um dos n elementos do vetor α.
Como pode ser observado, a função de sensibilidade absoluta é igual à derivada parcial
de cada elemento de
ζ em relação a cada elemento de α, no ponto nominal de operação
dos parâmetros.
)(
0
0
α
α
ζ
α
ζ
α
ij
j
i
SS
i
j
=
= (3.2)
A equação (3.3) representa a função de sensibilidade relativa, também calculada com
base no ponto nominal de operação (
α
0
, ζ
0
):
0
0
_
0
/
/
i
j
ii
ii
i
j
i
j
SS
ζ
α
αα
ζζ
ζ
αα
ζ
α
=
=
. (3.3)
A equação (3.1) apresenta a fórmula geral da função de sensibilidade absoluta, e a
equação (3.2) apresenta a forma de cálculo de cada um dos elementos da matriz
S(α
0
). A
equação (3.3) representa uma aproximação da variação relativa no modelo (
∂ζ
i
/ ζ
i
) devido
a uma alteração relativa nos parâmetros de entrada (
∂α
i
/ α
i
).
3.1.3 - CÁLCULO DAS SENSIBILIDADES DO FATOR K E DAS
COMPONENTES DE SEQÜÊNCIA
A teoria da sensibilidade é uma ferramenta eficaz na análise de sistemas com diversos
parâmetros e sinais de entrada e saída. Como foi apresentado no final do item 2.2.3, o
fator K calculado pelo método das componentes simétricas possui seis parâmetros de
entrada e comportamento não-linear. Logo, a teoria da sensibilidade pode auxiliar na
determinação do vel de influência dos módulos e dos ângulos das tensões trifásicas
sobre o fator K, para uma dada condição de desequilíbrio. Seguindo a nomenclatura
18
apresentada no item 3.1.1, o fator K é representado pelo vetor
ζ, e os parâmetros da rede
elétrica trifásica (módulos e ângulos das três fases) são representados pelo vetor
α.
É necessária uma avaliação do significado dos valores nominais no cálculo da
sensibilidade do fator K. A princípio, é de se esperar que
α
0
represente os valores
nominais de módulos e de ângulos no local de análise. Por exemplo, para uma linha de
transmissão de 230 kV, os módulos teriam valores nominais de 230 kV, e os ângulos,
valores nominais de 0
o
, –120
o
e 120
o
nas fases A, B e C, respectivamente. Nesse caso, o
fator K teria um valor nominal de 0%.
Esta abordagem leva a um sério problema de modelagem. Se qualquer situação de
desequilíbrio tiver sempre estes valores nominais, todas elas teriam o mesmo valor
numérico de sensibilidade. Quanto maior o desequilíbrio, menor seria a precisão do
cálculo de sensibilidade, devido à distância crescente do ponto nominal. Este obstáculo
inviabiliza a metodologia.
Desta maneira, a análise de sensibilidade do fator K segue outra abordagem. Considera-se
que o vetor α
0
representa uma dada condição de desequilíbrio, e a sensibilidade do
sistema indica a taxa de alteração do fator K a cada um dos parâmetros nestes valores
nominais. Em outras palavras, o cálculo de sensibilidade analisa a influência dos módulos
e ângulos das tensões sobre o fator K, para uma situação de desequilíbrio.
Dentre as duas funções de sensibilidade apresentadas no item 3.1.2, recomenda-se utilizar
a função de sensibilidade relativa na análise do fator K. A função de sensibilidade
absoluta indica duas taxas de alteração do fator K: frente aos módulos, dada em volts
–1
, e
frente aos ângulos, dada em radianos
–1
. Estes valores não podem ser comparados
diretamente. A função de sensibilidade relativa é adimensional, sendo mais apropriada
para análise.
19
3.1.3.1 - Desenvolvimento das equações de sensibilidade relativa do fator K
O cálculo da sensibilidade relativa do fator K envolve a diferenciação de equações
relativamente complexas, sendo mais adequado utilizar algumas simplificações para
facilitar os desenvolvimentos. Inicialmente, parte-se da equação (2.12) dividida por 100:
2
1
2
2
9
9
V
V
K =
. (3.4)
Considerando
ζ igual ao fator K, e α
j
representando qualquer um dos parâmetros da rede,
pode-se substituir a equação (3.4) na equação (3.3), obtendo-se a expressão:
=
2
1
2
2
2
2
2
1
_
9
9
9
9
V
V
V
V
S
j
j
K
j
α
α
α
. (3.5)
Substituindo a derivada da equação (3.5) e simplificando, obtém-se:
=
2
1
2
2
2
2
2
1
_
9
9
9
9
2
V
V
V
V
S
j
j
K
j
α
α
α
. (3.6)
Aplicando a regra da cadeia para a derivada na equação (3.6) e simplificando, obtém-se:
=
j
j
j
j
K
V
V
V
V
S
j
α
α
α
α
α
)9(
9
)9(
9
2
1
2
1
2
1
2
2
2
2
_
. (3.7)
Comparando as equações (3.7) e (3.3), observa-se que dentro dos parênteses da equação
(3.7) estão presentes as sensibilidades relativas das equações (2.10) e (2.11). Dessa
maneira, tem-se a expressão simplificada:
20
=
2
1
2
2
9
_
9
__
2
1
VVK
jjj
SSS
ααα
.
(3.8)
Para maior comodidade, as expressões resultantes das sensibilidades absolutas e relativas
de 9V
1
2
e 9V
2
2
são apresentadas no Apêndice A.
3.1.3.2 - Desenvolvimento das equações de sensibilidade relativa das componentes de
seqüência
Seguindo raciocínios análogos aos do item 3.1.3.1, é possível determinar as equações de
sensibilidades relativas das componentes de seqüência positiva e negativa:
j
j
V
V
V
S
j
α
α
α
=
)9(
18
2
1
2
1
_
1
(3.9)
j
j
V
V
V
S
j
α
α
α
=
)9(
18
2
2
2
2
_
2
. (3.10)
Novamente, as expressões resultantes das sensibilidades absolutas de 9V
1
2
e 9V
2
2
são
apresentadas no Apêndice A.
3.2 – CORREÇÃO DO FATOR K: SOLUÇÕES ANALÍTICAS
A análise de sensibilidade se presta para indicar a influência de cada parâmetro das
tensões da rede elétrica sobre o desequilíbrio. Todavia, esta análise não oferece o cálculo
dos valores necessários para a correção do fator K, isto é, para a determinação das
variações nos parâmetros da rede necessárias para se reduzir o desequilíbrio. Por ser uma
aproximação de primeira ordem, o cálculo da sensibilidade pode simplesmente oferecer
uma estimativa dessas variações.
21
No item a seguir, são apresentadas metodologias desenvolvidas para a correção do fator
K, baseadas em resoluções analíticas: a correção através da alteração de cada um dos
parâmetros da rede em separado, a variação simultânea dos três módulos das tensões, e a
variação simultânea de dois módulos das tensões.
3.2.1 – Correção do fator K pela variação de cada parâmetro da rede em separado
Neste método, parte-se da condição inicial de desequilíbrio, e mantêm-se todos os
parâmetros constantes, exceto um. Através da equação do fator K, isola-se o parâmetro
considerado variável, de forma a calcular o valor necessário para a correção do
desequilíbrio. O desenvolvimento deste método parte da equação (3.4) elevada ao
quadrado:
2
1
2
2
2
9
9
V
V
K = . (3.11)
Passando o denominador para o lado esquerdo da equação (3.11), tem-se a expressão:
2
2
2
2
1
99 VKV =
. (3.12)
Substituindo as expressões para 9V
1
2
e 9V
2
2
, equações (2.10) e (2.11), na equação (3.12),
obtém-se a equação:
)120cos(2)120cos(2
)120cos(2
)}120cos(2)120cos(2
)120cos(2{
222
2222
°++°++
+°++++=
°+°+
+°+++
CACABCCB
ABBACBA
CACABCCB
ABBACBA
VVVV
VVVVV
VVVV
VVVVVK
θθ
θ
θθ
θ
. (3.13)
Substituindo os valores da condição inicial de desequilíbrio na equação (3.13), o fator K
inicial satisfaz esta igualdade. A modificação de um dos parâmetros (o módulo da fase A,
22
por exemplo) leva a um novo valor de fator K para satisfazer a mesma equação. Desta
maneira, é possível isolar esta variável, de forma a obter uma solução analítica para a
mesma que satisfaça um novo valor de fator K desejado. O desenvolvimento matemático
deste método é diferente para o caso dos módulos e para o caso dos ângulos, de forma
que ambos os casos serão descritos separadamente nas seções a seguir.
3.2.1.1 - Correção do fator K pela variação de cada módulo das fases em separado
A partir da equação (3.13), é possível isolar cada um dos três módulos das fases
separadamente. O processo para cada um deles é idêntico, de forma que o módulo da fase
A será usado para ilustrar a metodologia. Isolando o módulo desta fase na equação (3.13),
tem-se a expressão:
0
2
=++
VAANovoVAANovoVA
CVBVA
(3.14)
em que:
2
1
DESVA
KA = (3.15)
)]120cos()120[cos(2
)]120cos()120[cos(2
2
2
°°++
+°°+=
CADESCAC
ABDESABBVA
KV
KVB
θθ
θθ
(3.16)
))(1()]120cos()120[cos(2
2222
CBDESBCDESBCCBVA
VVKKVVC ++°°+=
θθ
(3.19)
em que K
DES
é o valor de fator K desejado e V
ANovo
é o valor do módulo da fase A que
fornece o K
DES
. Além disso, V
B
e V
C
são os valores iniciais dos módulos das fases B e C,
respectivamente, e
θ
AB
,
θ
BC
e
θ
CA
são os valores iniciais das diferenças entre os ângulos
das fases A e B, B e C e C e A, respectivamente.
De acordo com a equação (3.14), existem sempre dois valores para o módulo da fase A
23
(V
ANovo
) que corrigem o fator K para o valor desejado (K
DES
). São as raízes de um
polinômio de segunda ordem, e possuem significado físico se forem valores reais, o
que é válido quando B
VA
2
– 4A
VA
C
VA
0.
De forma a aprofundar o entendimento da equação (3.14), a condição de existência de
raízes reais (B
VA
2
4A
VA
C
VA
0) será analisada. Esta condição depende da situação
inicial de desequilíbrio e do valor de fator K desejado, de forma que este último pode ser
um valor inviável de correção, através de uma variação somente no módulo de V
A
.
Substituindo as expressões (3.15), (3.16) e (3.17) na condição, e isolando K
DES
, obtém-se
a seguinte desigualdade:
0
24
++
VAKDESVAKDESVAK
CKBKA (3.18)
em que:
VAKVAKVAK
A
γα
4
2
+= (3.19)
)(42
VAKVAKVAKVAKVAK
B
γδβα
+= (3.20)
VAKVAKVAK
C
δβ
4
2
= (3.21)
)120cos(2)120cos(2 °°=
CACABBVAK
VV
θθα
(3.22)
)120cos(2)120cos(2 °++°+=
CACABBVAK
VV
θθβ
(3.23)
22
)120cos(2
CBBCCBVAK
VVVV °=
θγ
(3.24)
22
)120cos(2
CBBCCBVAK
VVVV ++°+=
θδ
. (3.25)
24
A equação (3.18) indica que, em torno do valor de fator K da situação de desequilíbrio
inicial, existirá uma faixa de valores K
DES
que poderão ser atingidos pela alteração no
módulo da tensão da fase A, conquanto que a desigualdade seja respeitada.
Partindo da equação (3.13), pode-se realizar a mesma análise para os módulos das fases B
e C, obtendo equações análogas às equações (3.14) e (3.18). Para comodidade do leitor,
estas equações são apresentadas no Apêndice B.
3.2.1.2 - Correção do fator K pela variação de cada ângulo das fases em separado
Como foi indicado no início desta seção, a correção do fator K também é possível através
dos ângulos das tensões da rede. O desenvolvimento das equações, contudo, é diferente
ao apresentado para os módulos. Para tornar mais claro o procedimento, em termos da
nomenclatura utilizada aentão, os ângulos
θ
AB
,
θ
BC
e
θ
CA
serão substituídos por suas
definições,
θ
A
θ
B
,
θ
B
θ
C
e
θ
C
θ
A
, respectivamente. O ângulo da fase B será utilizado
como exemplo da metodologia.
Separando os termos cossenoidais da equação (3.13) de acordo com cada ângulo, obtém-
se a expressão:
)120cos(2)]120()(
)120cos()[cos(2)]120(
)()120cos()[cos(2
)}120cos(2
)]120()()120cos(
)[cos(2)]120()()120
cos()[cos(2{
222
2222
°++°+
+°+°+
+°++
+++=°+
+°++°+
+°+°
+++
ACCACB
CBCBA
BABBA
CBAACCA
CBC
BCBAB
ABBACBADES
VVsensen
VVsen
senVV
VVVVV
sensen
VVsensen
VVVVVK
θθθθ
θθθ
θθθ
θθ
θθθ
θθθ
θθ
. (3.26)
Isolando-se os termos cos(
θ
B
) e sen(θ
B
), tem-se a equação:
0 = +)+
ΒΒ
BBB
CenBA
NovoNovo
θθθ
θθ
(s)cos(
(3.27)
25
em que:
)]120cos()120[cos(2
)]120cos()120[cos(2
2
2
°+°+
+°°+=
CDESCCB
ADESABA
KVV
KVVA
B
θθ
θθ
θ
(3.28)
)]120()120([2
)]120()120([2
2
2
°+°+
+°°+=
CDESCCB
ADESABA
senKsenVV
senKsenVVB
B
θθ
θθ
θ
(3.29)
)]120cos()120
[cos(2))(1(
2
2222
°°+
++++=
ACDES
ACCACBADES
K
VVVVVKC
B
θθ
θθ
θ
. (3.30)
De maneira a isolar
θ
B
, deve-se transformar na equação (3.27) a soma dos termos
cossenoidal e senoidal em um cosseno, e obter o ângulo
θ
B
através de um cálculo de
arco-cosseno:
222222
(s)cos(
BB
B
BB
B
BB
B
BA
C
en
BA
B
BA
A
NovoNovo
θθ
θ
θθ
θ
θθ
θ
θθ
+
=)
+
+
+
ΒΒ
(3.31)
22
cos
BB
B
B
B
BA
C
A
B
arctg
BNovo
θθ
θ
θ
θ
θ
+
=
(3.32)
+
±
=
22
arccos
BB
B
B
B
BA
C
A
B
arctg
BNovo
θθ
θ
θ
θ
θ
.
(3.33)
A equação (3.33) representa a solução analítica para a correção do fator K através do
ângulo da fase B. Da mesma forma que na metodologia para um módulo, são oferecidas
duas soluções, e existe uma condição para a existência desta solução: a razão
22
BBB
BAC
θθθ
+
deve estar entre –1 e 1. Caso contrário, teremos dois ângulos com
partes real e imaginária, que não possuem significado físico.
26
A partir da condição de existência de solução, é possível novamente isolar K
DES
, e avaliar
até qual valor de fator K a alteração no ângulo da fase B pode levar. A equação (3.34)
enuncia a condição de uma outra forma.
1
22
+
BBB
BAC
θθθ
(3.34)
Elevando a desigualdade ao quadrado, pode-se eliminar o módulo:
1)(
222
+
BBB
BAC
θθθ
. (3.35)
Multiplicando a desigualdade pelo denominador
22
BB
BA
θθ
+
, obtém-se a equação:
222
BBB
BAC
θθθ
+
. (3.36)
Substituindo as equações (3.28), (3.29) e (3.30) na equação (3.36), obtém-se a equação:
0
24
++
BKDESBKDESBK
CKBKA
θθθ
(3.37)
em que:
222
BKBKBKBK
A
θθθθ
εγα
= (3.38)
BKBKBKBKBKBKBK
B
θθθθθθθ
φεδγβα
222 = (3.39)
222
BKBKBKBK
C
θθθθ
φδβ
=
(3.40)
)120cos(2)(
222
°++=
ACCACBABK
VVVVV
θθα
θ
(3.41)
27
)120cos(2
222
°++++=
ACCACBABK
VVVVV
θθβ
θ
(3.42)
)120cos(2)120cos(2 °°=
CCBABABK
VVVV
θθγ
θ
(3.43)
)120cos(2)120cos(2 °++°+=
CCBABABK
VVVV
θθδ
θ
(3.44)
)120(2)120(2 °°=
CCBABABK
senVVsenVV
θθε
θ
(3.45)
)120(2)120(2 °++°+=
CCBABABK
senVVsenVV
θθφ
θ
. (3.46)
Seguindo a mesma linha de raciocínio, é possível chegar aos mesmos resultados através
dos ângulos das fases A e C, sendo apresentados no Apêndice C. O ângulo da fase A não
foi considerado porque ele é geralmente utilizado como referência para os outros dois
ângulos. Logo, uma alteração nele representaria uma perda de referência para o sistema
de medição.
3.2.2 – Correção do fator K pela variação dos três módulos das tensões da rede
O método de correção do fator K através de alterações em uma única variável é obtido
diretamente por meio de manipulações algébricas da equação (3.13). Quando se deseja a
correção por mais de um parâmetro, faz-se necessária uma abordagem diferente, visto
que são possíveis infinitas variações em mais de uma variável que levem ao fator K
desejado.
A fim de contornar este problema, a metodologia de correção do fator K por três módulos
das tensões parte do pressuposto que a solução gerada deverá ser aquela que apresenta a
menor variação nos três módulos. Outras premissas são possíveis, como, por exemplo,
obter a variação que apresenta o menor custo. Neste trabalho, a metodologia busca a
minimizar a variação em distância euclidiana para os três módulos, com a equação (3.13)
como restrição para a solução. A formalização do problema é exposta a seguir:
28
(
)
2
0
2
0
2
0
)()()(min
CCBBAA
VVVVVV ++
sujeito a
0)]120cos(
)120[cos(2)]120cos(
)120[cos(2)]120cos(
)120[cos(2)1)((
2
2
2
2222
=°+
+°+°+
+°+°+
+°+++
CADES
CACABCDES
BCCBABDES
ABBADESCBA
K
VVK
VVK
VVKVVV
θ
θθ
θθ
θ
(3.47)
em que V
A0
, V
B0
e V
C0
são os valores iniciais dos módulos das fases A, B e C.
Utilizando o método de Lagrange, insere-se uma nova variável (
λ
) de forma a incluir a
equação de restrição na equação a ser minimizada, e obtém-se a seguinte expressão:
)]}}120cos()120
[cos(2)]120cos()120
[cos(2)]120cos()120
[cos(2)1)({(
)()()min{(
2
2
2
2222
2
0
2
0
2
0
°+°
++°+°
++°+°
+++++
+++
CADES
CACABCDES
BCCBABDES
ABBADESCBA
CCBBAA
K
VVK
VVK
VVKVVV
VVVVVV
θ
θθ
θθ
θλ
. (3.48)
A minimização desta função resume-se a encontrar os pontos em que as derivadas em
relação a V
A
, V
B
, V
C
e
λ
são iguais a zero, gerando as equações a seguir:
0)]}120cos(
)120[cos(2)]120cos(
)120[cos(2)1(2{)(2
2
2
2
0
=°+
°+°+
°++
CADES
CACABDES
ABBDESAAA
K
VK
VKVVV
θ
θθ
θλ
(3.49)
0)]}120cos(
)120[cos(2)]120cos(
)120[cos(2)1(2{)(2
2
2
2
0
=°+
°+°+
°++
BCDES
BCCABDES
ABADESBBB
K
VK
VKVVV
θ
θθ
θλ
(3.50)
29
0)]}120cos(
)120[cos(2)]120cos(
)120[cos(2)1(2{)(2
2
2
2
0
=°+
°+°+
°++
CADES
CAABCDES
BCBDESCCC
K
VK
VKVVV
θ
θθ
θλ
(3.51)
0)]120cos(
)120[cos(2)]120cos(
)120[cos(2)]120cos(
)120[cos(2)1)((
2
2
2
2222
=°+
°+°+
°+°+
°+++
CADES
CACABCDES
BCCBABDES
ABBADESCBA
K
VVK
VVK
VVKVVV
θ
θθ
θθ
θ
. (3.52)
As equações (3.49), (3.50), (3.51) e (3.52) representam um sistema não-linear de quatro
equações, com variáveis V
A
, V
B
, V
C
e
λ
. Ele possui solução analítica, mas a mesma não é
apresentada no presente texto, por se apresentar demasiado extensa, sendo incluída no
arquivo “Analit3.m” do CD em anexo. A solução pode ser obtida por meio de programas
computacionais que realizem operações com matemática simbólica, como o Maple®, o
MatLab® e o Scilab®, de acordo com o seguinte procedimento:
1. Rearranjando (3.49), (3.50) e (3.51) com relação a V
A
, V
B
e V
C
, percebe-se que
estas três equações compõem um sistema linear para essas três variáveis,
equações (3.53), (3.54) e (3.55). É possível resolver diretamente este sistema,
obtendo expressões para V
A
, V
B
e V
C
em função de
λ
, V
A0
, V
B0
e V
C0
.
0
2
2
2
2)]}120cos(
)120[cos(2{)]}120cos(
)120[cos(2{)]1(22[
ACADES
CACABDES
ABBDESA
VK
VK
VKV
=°+
°+°+
°++
θ
θλθ
θλλ
(3.53)
0
2
2
2
2)]}120cos(
)120[cos(2{)]1(2
2[)]}120cos()120[cos(2{
BBCDES
BCCDES
BABDESABA
VK
VK
VKV
=°+
°++
++°+°
θ
θλλ
θθλ
(3.54)
30
0
2
2
2
2)]1(22[
)]}120cos()120[cos(2{
)]}120cos()120[cos(2{
CDESC
CADESCAA
BCDESBCB
VKV
KV
KV
=++
+°+°+
+°+°
λ
θθλ
θθλ
(3.55)
2. Substituindo na equação (3.52) as expressões encontradas no item acima para V
A
,
V
B
e V
C
, obtém-se um numerador e um denominador como funções de
λ
, V
A0
, V
B0
e V
C0
. É possível isolar
λ
no numerador, encontrando-se um polinômio de quarta
ordem. Determinando-se as raízes deste polinômio, tem-se o valor de
λ
a ser
substituído nas expressões obtidas para V
A
, V
B
e V
C
, gerando quatro soluções para
o problema.
3. Para decidir qual solução deve ser escolhida, verificam-se quais delas são não-
complexas, e em seguida, qual delas fornece a menor distância euclidiana ao
ponto inicial de desequilíbrio.
3.2.3 – Correção do fator K pela variação de dois módulos das tensões da rede
O procedimento para a correção do fator K pela alteração de dois módulos é análogo ao
procedimento pela alteração de três módulos. A diferença reside na eliminação de uma
das variáveis, o que acarreta em um sistema não-linear com uma equação a menos.
De forma a ilustrar a metodologia, considere-se a correção do fator K pela alteração dos
módulos das fases A e B. A formalização do problema é dada por:
(
)
2
0
2
0
)()(min
BBAA
VVVV +
sujeito a
0)]120cos(
)120[cos(2)]120cos(
)120[cos(2)]120cos(
)120[cos(2)1)((
2
2
2
2222
=°+
+°+°+
+°+°+
+°+++
CADES
CACABCDES
BCCBABDES
ABBADESCBA
K
VVK
VVK
VVKVVV
θ
θθ
θθ
θ
. (3.56)
De acordo com o método de Lagrange, insere-se uma nova variável (
λ
), incluindo assim
31
a equação de restrição na equação a ser minimizada, equação (3.57). Em seguida, as
derivadas desta equação são igualadas a zero:
)]}}120cos()120[cos(2
)]120cos()120[cos(2
)]120cos()120[cos(2
)1)({()()min{(
2
2
2
22222
0
2
0
°+°+
+°+°+
+°+°+
+++++
CADESCACA
BCDESBCCB
ABDESABBA
DESCBABBAA
KVV
KVV
KVV
KVVVVVVV
θθ
θθ
θθ
λ
(3.57)
0)]}120cos(
)120[cos(2)]120cos(
)120[cos(2)1(2{)(2
2
2
2
0
=°+
°+°+
°++
CADES
CACABDES
ABBDESAAA
K
VK
VKVVV
θ
θθ
θλ
(3.58)
0)]}120cos(
)120[cos(2)]120cos(
)120[cos(2)1(2{)(2
2
2
2
0
=°+
°+°+
°++
BCDES
BCCABDES
ABADESBBB
K
VK
VKVVV
θ
θθ
θλ
(3.59)
0)]120cos(
)120[cos(2)]120cos(
)120[cos(2)]120cos(
)120[cos(2)1)((
2
2
2
2222
=°+
°+°+
°+°+
°+++
CADES
CACABCDES
BCCBABDES
ABBADESCBA
K
VVK
VVK
VVKVVV
θ
θθ
θθ
θ
. (3.60)
O procedimento para resolução do sistema para as equações (3.58), (3.59) e (3.60)
também é análogo ao descrito no item 3.2.2: resolve-se o sistema das equações (3.58) e
(3.59) em função de V
A
e V
B
; substitui-se as expressões obtidas para essas duas variáveis
na equação (3.60); isola-se
λ
no numerador que surge nesta substituição de expressões;
calcula-se as raízes do polinômio surgido para esta variável; obtém-se as soluções através
das expressões de V
A
e V
B
em função de
λ
, V
C
, V
A0
, V
B0
e V
C0
; escolhe-se a solução real
com menor distância euclidiana para a situação inicial de desequilíbrio. O arquivo
“Analit2.m”, do CD em anexo, apresenta as expressões resultantes.
32
O método de correção do fator K pela alteração de dois módulos apresenta três soluções
diferentes, através das variações simultâneas nas fases A e B, B e C ou A e C. Sugere-se
escolher aquela que mantém constante a fase mais próxima da tensão nominal. Desta
forma, a redução do fator K é acompanhada de uma aproximação geral dos módulos aos
seus valores nominais.
3.3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo, métodos de análise detalhada do fator K e de correção numérica do
mesmo foram propostos e desenvolvidos. A primeira técnica partiu de uma análise
clássica de sensibilidade para indicar os graus de influência dos parâmetros da rede sobre
o desequilíbrio, e a formulação matemática correspondente foi elaborada. A segunda
técnica utilizou-se de manipulações algébricas do fator K para determinar sua diminuição
analiticamente, através da mudança de valores dos parâmetros da rede.
No próximo capítulo, é descrita a ferramenta computacional que realiza os cálculos
correspondentes das técnicas supracitadas, considerando sua estrutura geral e detalhes de
seus diferentes módulos.
33
4 – DESCRIÇÃO DA FERRAMENTA COMPUTACIONAL
Neste capítulo, é apresentada a ferramenta computacional que realiza os cálculos e
análises descritos no capítulo 3. Inicialmente, a estrutura geral é apresentada em forma de
fluxograma. Em seguida, os módulos do programa são descritos, ressaltando detalhes do
funcionamento de cada um.
4.1 – ESTRUTURA GERAL
Existem no mercado inúmeros equipamentos para a medição de parâmetros de qualidade
de energia, tais como harmônicos, flicker e afundamentos. Com relação ao desequilíbrio
de tensão, estes medidores fornecem valores de módulos e ângulos das tensões de fase e
de linha, bem como das componentes simétricas, em intervalos pré-determinados (de dez
em dez minutos, por exemplo).
A ferramenta computacional desenvolvida simula uma situação de desequilíbrio na
mesma forma que estes equipamentos indicam, através de valores iniciais dos fasores de
tensões de fase. A partir destes, é possível dimensionar as componentes simétricas, a
sensibilidade e a correção do fator K pelos três métodos apresentados anteriormente. O
programa também conta com análises gráficas, que auxiliam na interpretação dos valores
obtidos.
A ferramenta de desenvolvimento escolhida foi o MatLab®, versão 6.5, que conta com
uma série de funções pré-definidas e com ambiente de programação simplificado,
facilitando todo o processo de criação do software.
A Figura 4.1 mostra a estrutura básica da ferramenta, desde a escolha da situação de
desequilíbrio até a determinação dos valores necessários para a correção do fator K.
34
Fig. 4.1 – Estrutura geral da ferramenta computacional
Seguindo o fluxograma da Figura 4.1, deve-se inicialmente inserir uma situação de
desequilíbrio, representada pelos fasores das três fases. A partir destes valores, o software
determina numérica e graficamente as componentes simétricas, o fator K e a
sensibilidade deste. Em seguida, o usuário deve escolher o método de correção do
desequilíbrio: através de uma variável, através de dois módulos e através de três módulos.
O valor final desejado de fator K também é informado, para que se efetuem os cálculos.
A partir daí, são determinados os valores finais dos parâmetros, e suas correspondentes
variações absolutas.
A seguir, são apresentados detalhadamente os dois módulos do programa.
35
4.2 – MÓDULOS DA FERRAMENTA COMPUTACIONAL
4.2.1 – Seleção da situação de desequilíbrio
A Figura 4.2 apresenta a primeira tela do software, onde se insere a situação de
desequilíbrio. À esquerda da tela, existe um campo chamado “Parâmetros da rede”, que
recebe os módulos e ângulos das três fases. Tendo o fluxograma da Figura 4.1 como base,
este campo define a situação inicial de desequilíbrio. Considera-se que a fase A é a
referência angular, tendo, portanto, sempre ângulo de zero graus.
Figura 4.2 – Tela inicial do primeiro módulo do software
Dentro do campo “Parâmetros da rede”, existem alguns campos de inserção que limitam
os módulos e ângulos a serem inseridos. A partir de um valor de tensão nominal (presente
no primeiro campo de inserção), limita-se os módulos por duas maneiras: ou pelos
36
valores estabelecidos pela ANEEL (2001) (marcando a caixa de verificação “Valores
ANEEL”) ou por uma variação modular em torno do valor nominal (inserindo um valor
no segundo campo de inserção). Inicialmente, o programa indica uma tensão nominal de
220 V, e uma variação máxima de +/- 20 V (ou seja, de 200 a 240 V). Selecionando a
caixa de verificação “Valores ANEEL”, os módulos atingem valores entre 201 V e 231
V.
De maneira semelhante, os ângulos são limitados pelo valor no terceiro campo de
inserção. Inicialmente, o programa indica uma variação máxima de um grau em torno do
valor nominal, que é de -120 graus para a fase B, e 120 graus para a fase C.
Após a seleção da situação de desequilíbrio, deve-se apertar o botão “Índices”, de forma a
calcular os valores dos fasores de componentes simétricas e de fator K, como foi indicado
no fluxograma da Figura 4.1. O módulo do fator K é calculado através da equação (2.5), e
o ângulo, através da diferença entre os ângulos das componentes de seqüência negativa e
positiva. As caixas de opção na parte superior do campo permitem visualizar os valores
dos módulos destes fasores em Volts (primeira caixa) ou em p.u e/ou porcentagem
(segunda caixa).
É possível visualizar os fasores de tensões da rede e de componentes simétricas,
apertando o botão “Gráficos dos fasores”. Através das caixas de verificação que surgem,
é possível escolher quais fasores serão apresentados. A Figura 4.3 apresenta a tela do
primeiro módulo do programa depois que todos estes passos foram seguidos.
O menu “Editar”, no canto superior esquerdo da tela, apresenta opções para exportação
dos dados. A opção “Gráficos dos fasores” recria os gráficos dos fasores em outra tela, de
forma a permitir salvá-los em formatos como JPEG e Bitmap do Windows, entre outros.
A opção “Exportar gráficos” cria uma planilha com todos os dados dos parâmetros da
rede, suas correspondentes componentes simétricas e o fator K. As Figuras 4.4 e 4.5
mostram, respectivamente, os gráficos e a planilha resultantes destas seleções.
37
Figura 4.3 – Cálculo das componentes simétricas e gráficos dos fasores
Figura 4.4 – Gráficos dos fasores em novas telas
38
Figura 4.5 – Armazenamento dos dados em planilha
O botão “Correção do fator Kabre o segundo módulo de programa, que apresenta as
sensibilidades relativas do fator K e os valores necessários para a correção do mesmo.
4.2.2 – Análises de sensibilidade e de correção do fator K
A Figura 4.6 apresenta a tela inicial do segundo módulo do programa. Ele reapresenta os
parâmetros da rede e as componentes simétricas, para maior comodidade do usuário, bem
como os valores de sensibilidade relativa do fator K, que dependem somente da situação
inicial de desequilíbrio.
39
Figura 4.6 – Tela inicial do segundo módulo
Através das caixas de opção no canto esquerdo da tela, escolhe-se o modo de correção do
fator K (por uma variável, por dois módulos ou por três módulos), como foi indicado no
fluxograma da Figura 4.1. Inserindo o valor desejado de fator K no campo de inserção
abaixo e apertando o botão “Calcular”, o programa apresenta os valores e variações
correspondentes para os dulos e ângulos das fases A, B e C. É importante ressaltar
que, para o método de correção por dois módulos, a tensão nominal é utilizada como
referência para decidir qual módulo manter constante.
A Figura 4.7 ilustra os resultados pelo método de uma variável. É possível perceber que
novos campos surgem à direita da tela. Eles correspondem aos valores mínimos de fator
K atingidos pela alteração de uma variável, e só surgem para este método.
40
Figura 4.7 – Resultados para a correção do fator K através de uma variável
Ao apertar o botão “Sensibilidades relativas do fator K”, estes valores são apresentados
graficamente, como mostra a Figura 4.8. Desta forma, é possível visualizar o quanto o
fator K é sensível a cada parâmetro da rede.
Assim como no primeiro módulo do programa, existe um menu “Editar”, com opções
para recriar o gráfico das sensibilidades em outra tela e para exportar dos dados em uma
planilha, incluindo os fasores de componentes simétricas, as sensibilidades do fator K e
as variações para correção pelos três métodos. As Figuras 4.9 e 4.10 apresentam o gráfico
e a planilha resultantes destas seleções.
41
Figura 4.8 – Gráfico das sensibilidades relativas do fator K
Figura 4.9 – Gráfico das sensibilidades relativas do fator K em uma nova tela
42
Figura 4.10 – Planilhas de dados com os valores de componentes simétricas, de
sensibilidades do fator K e de variações para correção do mesmo
43
4.3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo, foi feita uma sucinta descrição da ferramenta computacional que realiza
os cálculos dos algoritmos propostos e desenvolvidos no capítulo 3. A estrutura geral do
programa foi apresentada em forma de fluxograma, e os módulos individuais foram
detalhados em seguida.
No capítulo seguinte, uma série de situações de desequilíbrio é analisada, tendo em vista
a validação dos métodos apresentados neste trabalho.
44
5 – RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES COMPUTACIONAIS
Neste capítulo, os cálculos e análises de sensibilidade e de correção do fator K são feitos
para uma série de situações de desequilíbrio, de forma a validar os algoritmos
desenvolvidos no capítulo 3. São apresentados cinco casos de desequilíbrio: em um
módulo, em três módulos, em um ângulo, em dois ângulos e em três módulos e dois
ângulos. Para cada um destes, são utilizados diversos valores de fator K para a correção
do mesmo, levando em consideração os limites atingidos pelo método de uma variável.
A tensão nominal utilizada para as situações acima é de 220 V. Não existe nenhuma
restrição em escolher um valor ou outro, visto que o desequilíbrio de tensão não é mais
sensível a determinada tensão nominal do que a outra. A partir da equação (2.5), é
possível perceber que a multiplicação dos módulos das seqüências negativa e positiva
pelo mesmo fator não altera o valor do fator K.
5.1 – PRIMEIRO CASO: UM MÓDULO DESEQUILIBRADO
Inicialmente, será considerado um sistema equilibrado em todos os parâmetros, exceto
por um dos módulos. Por questão de concisão, somente o desequilíbrio na fase A será
analisado. Os fasores escolhidos são apresentados na equação (5.1) e na Figura 5.1.
Como se pode perceber, as fases B e C possuem valores nominais de módulo e de ângulo.
°=
°=
°=
120220
120220
0201
C
B
A
V
V
V
(5.1)
45
Figura 5.1 – Módulo da fase A desequilibrado
A Tabela 5.1 apresenta os valores das componentes simétricas e do fator K. A Tabela 5.2
apresenta a sensibilidade relativa deste, para esta situação.
Tabela 5.1 – Componentes simétricas e fator K para desequilíbrio no módulo da fase A
Fasor Módulo Ângulo
K
2,96 % 180º
2
V
6,33 V 180
o
1
V
213,67 V 0
o
0
V
6,33 V 180
o
Tabela 5.2 – Sensibilidade relativa do fator K para desequilíbrio no módulo da fase A
Módulo da
fase A
Módulo da
fase B
Módulo da
fase C
Ângulo da
fase B
Ângulo da
fase C
Sensibilidade
relativa do
fator K
-10,89 5,45 5,45 -21,00 21,00
A Tabela 5.2 apresenta valores positivos e negativos para a sensibilidade relativa. O sinal
somente indica a direção de crescimento da derivada do fator K, em comparação com
cada variável. Por exemplo, um crescimento no módulo da fase A acarreta em uma
46
alteração percentual positiva nesta variável, e de acordo com o valor de sensibilidade
relativa, em uma alteração percentual negativa no fator K. Ou seja, o crescimento desta
variável leva a uma redução do fator K. A mesma análise pode ser feita para os outros
parâmetros.
Desconsiderando os sinais dos valores, percebe-se que o fator K é muito mais sensível
aos ângulos do que aos módulos das fases A, B e C. Ou seja, uma alteração percentual em
um dos ângulos gera maior alteração percentual no fator K do que uma alteração
percentual em um dos módulos. Dentre estes, o fator K é mais sensível à fase A do que às
fases B e C, o que é de se esperar, visto que este é o único parâmetro desequilibrado da
rede.
A Tabela 5.3 apresenta os mínimos valores de fator K atingidos pelo método de uma
variável.
Tabela 5.3 – Mínimos valores de fator K atingidos pelo método de uma variável, para
desequilíbrio no módulo da fase A
Módulo da
fase A
Módulo da
fase B
Módulo da
fase C
Ângulo da
fase B
Ângulo da
fase C
Fator K
mínimo (%)
0 2,605 2,605 1,383 1,383
A Tabela 5.3 indica que o desequilíbrio pode ser eliminado pela alteração no módulo da
fase A. Além disso, o fator K é mais sensível aos ângulos até certo ponto (1,383%),
que é o limite de alteração para estas variáveis.
A partir da Tabela 5.3, foram escolhidos valores de fator K para correção por este
método, de forma a validar os cálculos. A Tabela 5.4 apresenta as soluções obtidas, e a
Tabela 5.5, as alterações percentuais correspondentes.
47
Tabela 5.4 – Correção do fator K pelo método de uma variável, para desequilíbrio no
módulo da fase A
Fator K
(%)
Módulo da
fase A (V)
Módulo da
fase B (V)
Módulo da
fase C (V)
Ângulo da
fase B (
o
)
Ângulo da
fase C (
o
)
0 220 Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução
1 213,465 Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução
1,38 211,016 Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução
1,383 210,997 Sem solução Sem solução -124,431 124,431
1,39 210,952 Sem solução Sem solução -124,228 124,228
2 207,059 Sem solução Sem solução -122,006 122,006
2,60 203,275 Sem solução Sem solução -120,716 120,716
2,605 203,244 211,164 211,164 -120,706 120,706
2,61 203,212 211,978 211,978 -120,696 120,696
Tabela 5.5 – Alterações percentuais para a correção do fator K pelo método de uma
variável, para desequilíbrio no módulo da fase A
Fator K
(%)
Módulo da
fase A (%)
Módulo da
fase B (%)
Módulo da
fase C (%)
Ângulo da
fase B (%)
Ângulo da
fase C (%)
0 9,45 Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução
1 6,20 Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução
1,38 4,98 Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução
1,383 4,97 Sem solução Sem solução 3,69 3,69
1,39 4,95 Sem solução Sem solução 3,52 3,52
2 3,01 Sem solução Sem solução 1,67 1,67
2,60 1,13 Sem solução Sem solução 0,60 0,60
2,605 1,12 -4,02 -4,02 0,59 0,59
2,61 1,10 -3,65 -3,65 0,58 0,58
A correção do fator K pelo método de uma variável seguiu os limites determinados na
Tabela 5.3. Além disso, o todo foi capaz de eliminar o desequilíbrio completamente
(K = 0%), através da alteração do módulo da fase A, que era o único parâmetro
desequilibrado. A Tabela 5.5 mostra que enquanto havia solução através dos ângulos,
estes apresentavam menor alteração percentual na correção para um dado fator K. Isto
confirma os cálculos de sensibilidade da Tabela 5.2, mas também indica que eles o
passam informação sobre os limites de correção para cada variável.
As Tabelas 5.4 e 5.5 apresentam vários casos sem solução, o que pode parecer uma
grande limitação do método de correção de desequilíbrio. Na verdade, esta é uma
48
característica do próprio fator K, que indica que não se pode alterar qualquer parâmetro
indefinidamente a fim de se reduzir o desequilíbrio.
As Tabelas 5.6 e 5.7 apresentam os resultados da correção pela alteração em dois e em
três módulos, para os mesmos valores de fator K.
Tabela 5.6 – Correção do fator K pelo método de dois módulos, para desequilíbrio no
módulo da fase A
Fator K (%) Módulo da fase A
(V)
Módulo da fase B
(V)
Módulo da fase C
(V)
0 220 220 220
1 212,648 220 217,649
1,38 210,092 220 217,546
1,383 210,072 220 217,547
1,39 210,027 220 217,548
2 206,268 220 218,099
2,60 202,913 220 219,185
2,605 202,886 220 219,195
2,61 202,859 220 219,206
Tabela 5.7 – Correção do fator K pelo método de três módulos, para desequilíbrio no
módulo da fase A
Fator K (%) Módulo da fase A
(V)
Módulo da fase B
(V)
Módulo da fase C
(V)
0 213,667 213,667 213,667
1 209,476 215,888 215,888
1,38 207,860 216,710 216,710
1,383 207,847 216,716 216,716
1,39 207,818 216,731 216,731
2 205,199 218,024 218,024
2,60 202,594 219,263 219,263
2,605 202,572 219,274 219,274
2,61 202,551 219,284 219,284
Os métodos de correção por dois e por três módulos foram capazes de atingir os fatores K
desejados em todos os casos, inclusive para a eliminação de desequilíbrio (K = 0%). É
importante ressaltar que nesta última situação, para o método de dois módulos, estes
foram levados para o valor nominal, pois o segundo foi mantido em 220 V. no método
49
de três módulos, não existe nenhuma restrição que os leve para valores mais próximos do
nominal, de modo que as três fases foram alteradas para 213,667 V (o valor inicial do
módulo da componente de seqüência positiva).
5.2 – SEGUNDO CASO: TRÊS MÓDULOS DESEQUILIBRADOS
A próxima situação estudada é o desequilíbrio em três módulos. O desequilíbrio em dois
módulos não é considerado porque ele não faz sentido, visto que o fator K não depende
da tensão nominal. Isto é, partindo de uma situação com um módulo desequilibrado, a
alteração em um segundo módulo leva a três módulos desequilibrados entre si. A equação
(5.2) e a Figura 5.2 apresentam os fasores escolhidos para análise.
°=
°=
°=
120231
120220
0201
C
B
A
V
V
V
(5.2)
Figura 5.2 – Módulos das três fases desequilibrados
As Tabelas 5.8 e 5.9 apresentam as componentes simétricas correspondentes e a
sensibilidade relativa do fator K, respectivamente.
50
Tabela 5.8 – Componentes simétricas e fator K para desequilíbrio nos três módulos
Fasor Módulo Ângulo
K
4,03 % -158,75º
2
V
8,76 V -158,75
o
1
V
217,33 V 0
o
0
V
8,76 V 158,75
o
Tabela 5.9 – Sensibilidade relativa do fator K para desequilíbrio nos três módulos
Módulo da
fase A
Módulo da
fase B
Módulo da
fase C
Ângulo da
fase B
Ângulo da
fase C
Sensibilidade
relativa do
fator K
-7,43 0,94 6,50 -17,32 11,52
Novamente, o fator K se apresenta mais sensível aos ângulos do que aos dulos das
fases A, B e C. Dentre os módulos, a sensibilidade é maior para a fase A, e quase nula
para a fase B.
A Tabela 5.10 apresenta os mínimos valores de fator K atingidos pelo todo de uma
variável.
Tabela 5.10 – Mínimos valores de fator K atingidos pelo método de uma variável, para
desequilíbrio nos três módulos
Módulo da
fase A
Módulo da
fase B
Módulo da
fase C
Ângulo da
fase B
Ângulo da
fase C
Fator K
mínimo (%)
1,408 4,006 2,605 0,375 3,048
Pela Tabela 5.10, percebe-se que o módulo da fase B não é capaz de corrigir o
desequilíbrio significativamente, sendo o seu limite muito próximo do valor inicial de
fator K, 4,03%. o ângulo da fase B pode praticamente eliminar o desequilíbrio, apesar
de possuir valor nominal inicialmente.
A Tabela 5.11 apresenta os valores para a correção pelo método de uma variável, e a
Tabela 5.12, as alterações percentuais correspondentes.
51
Tabela 5.11 – Correção do fator K pelo método de uma variável, para desequilíbrio nos
três módulos
Fator K
(%)
Módulo da
fase A (V)
Módulo da
fase B (V)
Módulo da
fase C (V)
Ângulo da
fase B (
o
)
Ângulo da
fase C (
o
)
0 Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução
0,3 Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução
0,375 Sem solução Sem solução Sem solução -126,845 Sem solução
0,4 Sem solução Sem solução Sem solução -126,623 Sem solução
1,4 Sem solução Sem solução Sem solução -124,557 Sem solução
1,408 225,540 Sem solução Sem solução -124,543 Sem solução
1,5 222,153 Sem solução Sem solução -124,380 Sem solução
2,6 211,160 Sem solução Sem solução -122,465 Sem solução
2,605 211,121 Sem solução 211,164 -122,457 Sem solução
2,7 210,395 Sem solução 215,455 -122,293 Sem solução
3 208,171 Sem solução 220,480 -121,775 Sem solução
3,048 207,823 Sem solução 221,096 -121,692 124,403
3,1 207,447 Sem solução 221,736 -121,603 123,504
4 201,213 Sem solução 230,720 -120,055 120,082
4,006 201,172 217,066 230,774 -120,044 120,066
4,01 201,146 218,184 230,808 -120,037 120,056
Tabela 5.12 – Alterações percentuais para a correção do fator K pelo método de uma
variável, para desequilíbrio nos três módulos
Fator K
(%)
Módulo da
fase A (%)
Módulo da
fase B (%)
Módulo da
fase C (%)
Ângulo da
fase B (%)
Ângulo da
fase C (%)
0 Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução
0,3 Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução
0,375 Sem solução Sem solução Sem solução 5,70 Sem solução
0,4 Sem solução Sem solução Sem solução 5,52 Sem solução
1,4 Sem solução Sem solução Sem solução 3,80 Sem solução
1,408 12,21 Sem solução Sem solução 3,79 Sem solução
1,5 10,52 Sem solução Sem solução 3,65 Sem solução
2,6 5,05 Sem solução Sem solução 2,05 Sem solução
2,605 5,04 Sem solução -8,59 2,05 Sem solução
2,7 4,67 Sem solução -6,73 1,91 Sem solução
3 3,57 Sem solução -4,55 1,48 Sem solução
3,048 3,39 Sem solução -4,29 1,41 3,67
3,1 3,21 Sem solução -4,01 1,34 2,92
4 0,11 Sem solução -0,12 0,05 0,07
4,006 0,08 -1,33 -0,10 0,04 0,06
4,01 0,07 -0,83 -0,08 0,03 0,05
52
Os limites apresentados na Tabela 5.10 foram confirmados na Tabela 5.11. O método não
foi capaz de eliminar completamente o desequilíbrio, visto que não havia apenas uma
variável desequilibrada, mas diminuiu o fator K para um valor próximo de zero pelo
ângulo da fase B. Os cálculos de sensibilidade foram confirmados na Tabela 5.12,
indicando que o fator K é mais sensível a este ângulo.
As Tabelas 5.13 e 5.14 apresentam os resultados da correção pela alteração em dois e em
três módulos, para os mesmos valores de fator K.
Tabela 5.13 – Correção do fator K pelo método de dois módulos, para desequilíbrio nos
três módulos
Fator K (%) Módulo da fase A
(V)
Módulo da fase B
(V)
Módulo da fase C
(V)
0 220 220 220
0,3 218,208 220 220,326
0,375 217,779 220 220,441
0,4 217,641 220 220,481
1,4 212,543 220 222,788
1,408 212,505 220 222,811
1,5 212,072 220 223,067
2,6 207,135 220 226,396
2,605 207,113 220 226,412
2,7 206,700 220 226,713
3 205,404 220 227,670
3,048 205,197 220 227,824
3,1 204,974 220 227,991
4 201,135 220 230,897
4,006 201,109 220 230,918
4,01 201,092 220 230,930
Tabela 5.14 – Correção do fator K pelo método de três módulos, para desequilíbrio nos
três módulos
Fator K (%) Módulo da fase A
(V)
Módulo da fase B
(V)
Módulo da fase C
(V)
0 217,333 217,333 217,333
0,3 216,166 217,580 218,399
0,375 215,871 217,641 218,666
0,4 215,776 217,661 218,753
1,4 211,818 218,420 222,243
53
1,408 211,785 218,426 222,271
1,5 211,417 218,491 222,587
2,6 206,954 219,216 226,315
2,605 206,933 219,219 226,332
2,7 206,543 219,277 226,648
3 205,307 219,453 227,643
3,048 205,108 219,481 227,802
3,1 204,893 219,510 227,973
4 201,134 219,985 230,898
4,006 201,108 219,988 230,918
4,01 201,092 219,989 230,930
Da mesma forma que no caso de um módulo desequilibrado, os todos de correção por
dois e por três módulos foram capazes de corrigir o desequilíbrio. Para o caso em que K =
0%, novamente o método de dois módulos os levou para o valor nominal. Já o método de
três módulos alterou as três fases para 217,333 V, que é igual ao valor inicial do módulo
da componente de seqüência positiva.
5.3 – TERCEIRO CASO: UM ÂNGULO DESEQUILIBRADO
A seguir, apresenta-se o desequilíbrio em um ângulo. Este caso é especialmente
interessante para avaliar a eficácia dos métodos que alteram dois e três módulos,
quantificando até que ponto o fator K é reduzido sem alterar os ângulos. Os fasores
escolhidos para análise são representados na equação (5.3) e na Figura 5.3.
°=
°=
°=
116220
120220
0220
C
B
A
V
V
V
(5.3)
54
Figura 5.3 – Ângulo da fase C desequilibrado
As componentes simétricas e a sensibilidade relativa do fator K são apresentadas nas
Tabelas 5.15 e 5.16, respectivamente.
Tabela 5.15 – Componentes simétricas e fator K para desequilíbrio no ângulo da fase C
Fasor Módulo Ângulo
K
2,328 % 149,33º
2
V
5,12 V 148,00
o
1
V
219,88 V -1,33
o
0
V
5,12 V 28,00
o
Tabela 5.16 – Sensibilidade relativa do fator K para desequilíbrio no ângulo da fase C
Módulo da
fase A
Módulo da
fase B
Módulo da
fase C
Ângulo da
fase B
Ângulo da
fase C
Sensibilidade
relativa do
fator K
-12,48 12,31 0,17 -14,10 29,02
Esta é mais uma situação de desequilíbrio em que o fator K é mais sensível aos ângulos
do que aos módulos das fases A, B e C. Ele é altamente sensível ao único parâmetro
desequilibrado, em comparação aos outros. Dentre os módulos, a sensibilidade é maior
55
para as fases A e B, e quase nula para a fase C.
Na Tabela 5.17, são dispostos os valores mínimos de fator K atingidos pelo método de
uma variável.
Tabela 5.17 – Mínimos valores de fator K atingidos pelo método de uma variável, para
desequilíbrio no ângulo da fase C
Módulo da
fase A
Módulo da
fase B
Módulo da
fase C
Ângulo da
fase B
Ângulo da
fase C
Fator K
mínimo (%)
1,210 1,116 2,328 2,036 0
A Tabela 5.17 indica que não existe alteração no módulo da fase C que possa diminuir o
desequilíbrio. Além disso, este pode ser anulado pela alteração do ângulo da fase C, o que
é um resultado esperado, visto que este é o único parâmetro desequilibrado.
As Tabelas 5.18 e 5.19 apresentam, respectivamente, os valores para a correção pelo
método de uma variável e as alterações percentuais correspondentes.
Tabela 5.18 – Correção do fator K pelo método de uma variável, para desequilíbrio no
ângulo da fase C
Fator K
(%)
Módulo da
fase A (V)
Módulo da
fase B (V)
Módulo da
fase C (V)
Ângulo da
fase B (
o
)
Ângulo da
fase C (
o
)
0 Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução 120
1,1 Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução 118,109
1,116 Sem solução 206,678 Sem solução Sem solução 118,082
1,2 Sem solução 209,389 Sem solução Sem solução 117,938
1,21 232,920 209,562 Sem solução Sem solução 117,920
1,3 229,932 210,862 Sem solução Sem solução 117,766
2 222,572 217,429 Sem solução Sem solução 116,563
2,036 222,279 217,719 Sem solução -121,976 116,501
2,1 221,766 218,227 Sem solução -121,089 116,391
56
Tabela 5.19 – Alterações percentuais para a correção do fator K pelo método de uma
variável, para desequilíbrio no ângulo da fase C
Fator K
(%)
Módulo da
fase A (%)
Módulo da
fase B (%)
Módulo da
fase C (%)
Ângulo da
fase B (%)
Ângulo da
fase C (%)
0 Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução 3,45
1,1 Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução 1,82
1,116 Sem solução -6,06 Sem solução Sem solução 1,79
1,2 Sem solução -4,82 Sem solução Sem solução 1,67
1,21 5,87 -4,74 Sem solução Sem solução 1,66
1,3 4,51 -4,15 Sem solução Sem solução 1,52
2 1,17 -1,17 Sem solução Sem solução 0,49
2,036 1,04 -1,04 Sem solução 1,65 0,43
2,1 0,80 -0,81 Sem solução 0,91 0,34
Os limites mínimos de fator K e os cálculos de sensibilidade foram confirmados na
Tabela 5.18, exceto para K = 2,1%, onde o ângulo da fase B teve maior alteração
percentual que os módulos das fases A e B, contrário ao cálculo de sensibilidade. O
método eliminou corretamente o desequilíbrio, através da alteração do ângulo da fase C.
As Tabelas 5.20 e 5.21 apresentam os resultados dos métodos de correção pela alteração
em dois e em três módulos.
Tabela 5.20 – Correção do fator K pelo método de dois módulos, para desequilíbrio no
ângulo da fase C
Fator K (%) Módulo da fase A
(V)
Módulo da fase B
(V)
Módulo da fase C
(V)
0 220 202,926 211,979
1,1 220 210,608 217,088
1,116 220 210,725 217,152
1,2 220 211,345 217,483
1,21 220 211,419 217,526
1,3 220 212,090 217,859
2 220 217,460 219,737
2,036 220 217,741 219,788
2,1 220 218,238 219,865
57
Tabela 5.21 – Correção do fator K pelo método de três módulos, para desequilíbrio no
ângulo da fase C
Fator K (%) Módulo da fase A
(V)
Módulo da fase B
(V)
Módulo da fase C
(V)
0 228,447 210,718 220,119
1,1 224,578 215,219 220,003
1,116 224,521 215,283 220,003
1,2 224,216 215,618 219,998
1,21 224,179 215,658 219,998
1,3 223,851 216,016 219,994
2 221,249 218,749 219,988
2,036 221,112 218,888 219,989
2,1 220,870 219,133 219,991
As Tabelas 5.20 e 5.21 indicam que os algoritmos de correção por dois e três módulos
levam o fator K para os valores desejados. Em especial, é possível eliminar o
desequilíbrio alterando os módulos, mesmo possuindo um ângulo desequilibrado.
Merecem destaque os fasores resultantes, com os módulos das fases A, B e C levados a
220V, 202,926V e 211,979V (alteração em dois módulos) e a 228,447V, 210,718V e
220,119V (alteração em três módulos).
De acordo com a definição do item 2.1 deste trabalho, ambos os casos citados qualificam-
se como desequilíbrio de tensão, pois os módulos são diferentes entre si e os ângulos não
possuem valores nominais. Porém, calculando as componentes simétricas em cada caso,
percebe-se que é a seqüência zero que gera o desequilíbrio: no primeiro caso, obtém-se K
= 0%, V
2
= 0V, V
1
= 211,5202V e V
0
= 9,8579V, e no segundo caso, K = 0%, V
2
= 0V,
V
1
= 219,6422V e V
0
= 10,2365V. Além disso, calculando-se as tensões de linha
resultantes, obtém-se
°= 6647,283638,366
AB
V
,
°= 3353,913638,366
BC
V
e
°= 6647,1483638,366
CA
V
no primeiro caso, e
°= 6647,284315,380
AB
V
,
°= 3353,914315,380
BC
V
e
°= 6647,1484315,380
CA
V
no segundo caso. Estas
tensões de linha representam sistemas perfeitamente equilibrados, com módulos idênticos
e defasagem angular de 120
o
entre as fases. Ou seja, o desequilíbrio aparece apenas na
conexão com o neutro, tomado como referência para as três linhas.
58
Estes exemplos levam a crer que quando se tem um ângulo desequilibrado inicialmente, o
método de correção por dois ou três módulos leva a soluções com desequilíbrio de
seqüência zero nas tensões de fase, mas sem desequilíbrio nas tensões de linha. A
alteração de dois ou mais módulos elimina a seqüência negativa, mas não a seqüência
zero das tensões de fase.
5.4 – QUARTO CASO: DOIS ÂNGULOS DESEQUILIBRADOS
A próxima situação estudada é o desequilíbrio em dois ângulos, que a fase A foi
tomada como referência. A equação (5.4) e a Figura 5.4 apresentam os fasores escolhidos
para análise.
°=
°=
°=
122220
123220
0220
C
B
A
V
V
V
(5.4)
Figura 5.4 – Dois ângulos desequilibrados
59
As componentes simétricas e a sensibilidade relativa do fator K são indicadas nas Tabelas
5.22 e 5.23, respectivamente.
Tabela 5.22 – Componentes simétricas e fator K para desequilíbrio em dois ângulos
Fasor Módulo Ângulo
K
2,57 % 6,34º
2
V
5,64 V 6,01º
1
V
219,86 V -0,33º
0
V
5,51 V 172º
Tabela 5.23 – Sensibilidade relativa do fator K para desequilíbrio em dois ângulos
Módulo da
fase A
Módulo da
fase B
Módulo da
fase C
Ângulo da
fase B
Ângulo da
fase C
Sensibilidade
relativa do
fator K
12,59 -4,99 -7,61 26,08 -22,96
O fator K apresentou novamente alta sensibilidade aos ângulos, em comparação com os
módulos. Dentre os ângulos, a sensibilidade é maior para a fase B, e dentre os módulos,
ela é maior para a fase A.
Na Tabela 5.24, são indicados os valores mínimos de fator K atingidos pelo método de
uma variável.
Tabela 5.24 – Mínimos valores de fator K atingidos pelo método de uma variável, para
desequilíbrio em dois ângulos
Módulo da
fase A
Módulo da
fase B
Módulo da
fase C
Ângulo da
fase B
Ângulo da
fase C
Fator K
mínimo (%)
0,276 2,374 2,097 1,003 1,5003
Nas Tabelas 5.25 e 5.26, são indicados os valores para a correção pelo método de uma
variável e as alterações percentuais correspondentes.
60
Tabela 5.25 – Correção do fator K pelo método de uma variável, para desequilíbrio em
dois ângulos
Fator K
(%)
Módulo da
fase A (V)
Módulo da
fase B (V)
Módulo da
fase C (V)
Ângulo da
fase B (
o
)
Ângulo da
fase C (
o
)
0 Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução
0,2 Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução
0,276 203,226 Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução
0,3 203,925 Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução
1 209,405 Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução
1,003 209,425 Sem solução Sem solução -119,045 Sem solução
1,1 210,084 Sem solução Sem solução -119,766 Sem solução
1,5 212,785 Sem solução Sem solução -120,889 Sem solução
1,5003 212,787 Sem solução Sem solução -120,890 118,521
1,6 213,459 Sem solução Sem solução -121,111 119,435
2 216,156 Sem solução Sem solução -121,930 120,723
2,097 216,814 Sem solução 229,649 -122,119 120,963
2,1 216,832 Sem solução 229,057 -122,124 120,969
2,3 218,186 Sem solução 223,504 -122,504 121,430
2,374 218,690 226,301 222,396 -122,643 121,592
2,4 218,864 224,110 222,044 -122,691 121,648
Tabela 5.26 – Alterações percentuais para a correção do fator K pelo método de uma
variável, para desequilíbrio em dois ângulos
Fator K
(%)
Módulo da
fase A (%)
Módulo da
fase B (%)
Módulo da
fase C (%)
Ângulo da
fase B (%)
Ângulo da
fase C (%)
0 Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução
0,2 Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução
0,276 -7,62 Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução
0,3 -7,31 Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução
1 -4,82 Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução
1,003 -4,81 Sem solução Sem solução -3,22 Sem solução
1,1 -4,51 Sem solução Sem solução -2,63 Sem solução
1,5 -3,28 Sem solução Sem solução -1,72 Sem solução
1,5003 -3,27 Sem solução Sem solução -1,72 -2,85
1,6 -2,97 Sem solução Sem solução -1,54 -2,10
2 -1,75 Sem solução Sem solução -0,87 -1,05
2,097 -1,45 Sem solução 4,39 -0,72 -0,85
2,1 -1,44 Sem solução 4,12 -0,712 -0,84
2,3 -0,82 Sem solução 1,59 -0,40 -0,47
2,374 -0,60 2,86 1,09 -0,29 -0,33
2,4 -0,52 1,87 0,93 -0,25 -0,29
61
A Tabela 5.25 confirma os limites apresentados na Tabela 5.24, e indica que a alteração
em uma única variável não é capaz de eliminar completamente o desequilíbrio, o que é de
se esperar. A Tabela 5.26 confirma os cálculos de sensibilidade da Tabela 5.23.
Nas Tabelas 5.27 e 5.28, são apresentados os resultados da correção pela alteração em
dois e em três módulos.
Tabela 5.27 – Correção do fator K pelo método de dois módulos, para desequilíbrio em
dois ângulos
Fator K (%) Módulo da fase A
(V)
Módulo da fase B
(V)
Módulo da fase C
(V)
0 220 237,134 239,298
0,2 220 235,659 237,772
0,276 220 235,104 237,195
0,3 220 234,929 237,013
1 220 229,935 231,757
1,003 220 229,915 231,735
1,1 220 229,241 231,013
1,5 220 226,521 228,046
1,5003 220 226,519 228,043
1,6 220 225,857 227,304
2 220 223,284 224,330
2,097 220 222,682 223,599
2,1 220 222,666 223,580
2,3 220 221,473 222,067
2,374 220 221,047 221,498
2,4 220 220,902 221,301
Tabela 5.28 – Correção do fator K pelo método de três módulos, para desequilíbrio em
dois ângulos
Fator K (%) Módulo da fase A
(V)
Módulo da fase B
(V)
Módulo da fase C
(V)
0 208,204 224,418 226,467
0,2 209,144 224,085 225,996
0,276 209,500 223,958 225,816
0,3 209,612 223,918 225,759
1 212,870 222,732 224,058
1,003 212,884 222,727 224,051
1,1 213,332 222,561 223,810
62
1,5 215,170 221,871 222,801
1,5003 215,171 221,871 222,801
1,6 215,627 221,698 222,546
2 217,447 221,000 221,509
2,097 217,888 220,829 221,253
2,1 217,900 220,824 221,246
2,3 218,802 220,472 220,716
2,374 219,136 220,341 220,518
2,4 219,251 220,296 220,449
Assim como no caso de um ângulo desequilibrado, os algoritmos de correção pela
mudança em dois e em três módulos corrigem o fator K para os valores desejados, e
indicam variações para levar o fator K para zero. Realizando a mesma análise feita ao
final do item 5.3, percebe-se que as soluções apresentadas são sistemas com desequilíbrio
somente na seqüência zero, e cujas tensões de linha constituem sistemas trifásicos
perfeitamente equilibrados.
5.5 – QUINTO CASO: TRÊS MÓDULOS E DOIS ÂNGULOS
DESEQUILIBRADOS
A última situação estudada é o desequilíbrio em todos os parâmetros: os três módulos e
os dois ângulos. A equação (5.5) e a Figura 5.3 indicam os fasores escolhidos para
análise.
°=
°=
°=
121231
122220
0201
C
B
A
V
V
V
(5.5)
63
Figura 5.5 – Três módulos e dois ângulos desequilibrados
As componentes simétricas e a sensibilidade relativa do fator K são apresentadas nas
Tabelas 5.29 e 5.30, respectivamente.
Tabela 5.29 – Componentes simétricas e fator K para desequilíbrio nos três módulos e
nos dois ângulos
Fasor Módulo Ângulo
K
2,49 % -151,06º
2
V
5,42 V -151,38
o
1
V
217,28 V -0,32
o
0
V
12,13 V 161,69
o
Tabela 5.30 – Sensibilidade relativa do fator K para desequilíbrio nos três módulos e nos
dois ângulos
Módulo da
fase A
Módulo da
fase B
Módulo da
fase C
Ângulo da
fase B
Ângulo da
fase C
Sensibilidade
relativa do
fator K
-11,16 -0,48 11,64 -28,78 16,05
Para esta situação de desequilíbrio, o fator K apresenta maior sensibilidade ao ângulo da
fase B. Diferente dos outros casos, a sensibilidade a um dos módulos foi maior do que a
64
um dos ângulos, como se pode ver nas sensibilidades da fase C.
Os mínimos valores de fator K atingidos pelo método de uma variável são indicados na
Tabela 5.31.
Tabela 5.31 – Mínimos valores de fator K atingidos pelo método de uma variável, para
desequilíbrio nos três módulos e nos dois ângulos
Módulo da
fase A
Módulo da
fase B
Módulo da
fase C
Ângulo da
fase B
Ângulo da
fase C
Fator K
mínimo (%)
1,169 2,493 1,365 0,119 2,081
Os valores para a correção pelo método de uma variável e as alterações percentuais
correspondentes são apresentados nas Tabelas 5.32 e 5.33.
Tabela 5.32 – Correção do fator K pelo método de uma variável, para desequilíbrio nos
três módulos e nos dois ângulos
Fator K
(%)
Módulo da
fase A (V)
Módulo da
fase B (V)
Módulo da
fase C (V)
Ângulo da
fase B (
o
)
Ângulo da
fase C (
o
)
0 Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução
0,1 Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução
0,119 Sem solução Sem solução Sem solução -126,218 Sem solução
0,2 Sem solução Sem solução Sem solução -125,952 Sem solução
1,1 Sem solução Sem solução Sem solução -124,372 Sem solução
1,169 215,332 Sem solução Sem solução -124,254 Sem solução
1,2 213,571 Sem solução Sem solução -124,201 Sem solução
1,3 211,601 Sem solução Sem solução -124,031 Sem solução
1,365 210,705 Sem solução 217,576 -123,920 Sem solução
1,4 210,274 Sem solução 219,387 -123,861 Sem solução
2 204,728 Sem solução 226,857 -122,841 Sem solução
2,081 204,090 Sem solução 227,575 -122,703 123,267
2,1 203,943 Sem solução 227,739 -122,671 122,823
65
Tabela 5.33 – Alterações percentuais para a correção do fator K pelo método de uma
variável, para desequilíbrio nos três módulos e nos dois ângulos
Fator K
(%)
Módulo da
fase A (%)
Módulo da
fase B (%)
Módulo da
fase C (%)
Ângulo da
fase B (%)
Ângulo da
fase C (%)
0 Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução
0,1 Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução Sem solução
0,119 Sem solução Sem solução Sem solução 3,46 Sem solução
0,2 Sem solução Sem solução Sem solução 3,24 Sem solução
1,1 Sem solução Sem solução Sem solução 1,94 Sem solução
1,169 7,13 Sem solução Sem solução 1,85 Sem solução
1,2 6,25 Sem solução Sem solução 1,80 Sem solução
1,3 5,27 Sem solução Sem solução 1,66 Sem solução
1,365 4,83 Sem solução -5,81 1,57 Sem solução
1,4 4,61 Sem solução -5,03 1,53 Sem solução
2 1,85 Sem solução -1,79 0,69 Sem solução
2,081 1,54 Sem solução -1,48 0,58 1,87
2,1 1,46 Sem solução -1,41 0,55 1,51
Assim como nos demais casos, os cálculos de sensibilidade e os limites do fator K das
Tabelas 5.30 e 5.31 foram confirmados nas Tabelas 5.32 e 5.33, com exceção do cálculo
de sensibilidade para o ângulo da fase C para K = 2,1%, que possui variação percentual
maior do que os módulos das fases A e C. Além disso, não é possível eliminar
completamente o desequilíbrio pelo método de uma variável, que o caso apresenta
mais de uma variável desequilibrada.
Os resultados da correção pela alteração em dois e em três módulos são indicados nas
Tabelas 5.34 e 5.35.
Tabela 5.34 – Correção do fator K pelo método de dois módulos, para desequilíbrio nos
três módulos e nos dois ângulos
Fator K (%) Módulo da fase A
(V)
Módulo da fase B
(V)
Módulo da fase C
(V)
0 210,957 220 222,095
0,1 210,525 220 222,417
0,119 210,443 220 222,480
0,2 210,101 220 222,748
1,1 206,480 220 225,935
1,169 206,208 220 226,187
66
1,2 206,087 220 226,299
1,3 205,694 220 226,663
1,365 205,440 220 226,900
1,4 205,302 220 227,028
2 202,950 220 229,213
2,081 202,631 220 229,507
2,1 202,557 220 229,575
Tabela 5.35 – Correção do fator K pelo método de três módulos, para desequilíbrio nos
três módulos e nos dois ângulos
Fator K (%) Módulo da fase A
(V)
Módulo da fase B
(V)
Módulo da fase C
(V)
0 210,775 219,810 221,903
0,1 210,388 219,840 222,273
0,119 210,314 219,845 222,343
0,2 210,000 219,866 222,642
1,1 206,490 220,037 225,947
1,169 206,219 220,043 226,200
1,2 206,098 220,046 226,312
1,3 205,706 220,054 226,677
1,365 205,451 220,058 226,914
1,4 205,314 220,059 227,041
2 202,953 220,055 229,218
2,081 202,634 220,049 229,511
2,1 202,559 220,047 229,579
Novamente, os métodos de dois e três módulos corrigem o fator K, e apresentam
variações para eliminar o desequilíbrio, gerando sistemas com tensões de fase com
desequilíbrio de seqüência zero, e tensões de linha perfeitamente equilibradas.
5.6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Capítulo 5 apresentou cinco situações de desequilíbrio, a fim de validar os algoritmos
desenvolvidos neste trabalho. Foram considerados casos de desequilíbrio em um módulo,
em três módulos, em um ângulo, em dois ângulos e em três módulos e dois ângulos. Em
todos eles, calculou-se as componentes simétricas, o fator K, sua sensibilidade relativa,
seus limites de correção e sua redução por alterações nos parâmetros, através dos três
67
métodos apresentados no Capítulo 3. Verificou-se a eficácia dos cálculos de sensibilidade
e de correção do fator K em todos os casos.
No capítulo a seguir, são feitas as conclusões finais e as recomendações para trabalhos
futuros.
68
6 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
6.1 – CONCLUSÕES GERAIS
Neste trabalho, foram propostos e desenvolvidos modelamentos matemáticos e
algoritmos computacionais para analisar e corrigir o desequilíbrio de tensão, tendo por
base o método das componentes simétricas. Em primeiro lugar, foram deduzidas as
equações de sensibilidade relativa do índice de medição do desequilíbrio, o fator K, de
forma a quantificar a influência de cada um dos parâmetros da rede desequilibrada sobre
este. Em segundo lugar, métodos analíticos de correção do supracitado índice foram
descritos, baseados na alteração dos mesmos parâmetros. De forma a automatizar os
cálculos correspondentes, foi desenvolvida uma ferramenta computacional, que apresenta
numérica e graficamente os resultados obtidos.
Em seguida, os métodos foram validados para cinco situações de desequilíbrio: um
módulo, três módulos, um ângulo, dois ângulos e simultaneamente três módulos e dois
ângulos desequilibrados. Foi possível perceber que, para a maioria dos casos, o cálculo de
sensibilidade relativa é válido, indicando o grau de influência de cada parâmetro. Em
compensação, isto acontece em valores de fator K para os quais existem soluções de
correção. Por exemplo, no caso de um módulo desequilibrado, os ângulos das fases B e C
apresentavam menor alteração percentual para corrigirem o fator K, mas somente
enquanto existia solução analítica real através destas variáveis. Desta forma, a
sensibilidade relativa não traz informações dos limites de correção do fator K, não sendo,
portanto, um método auto-suficiente de análise do desequilíbrio.
Dentre os casos de desequilíbrio analisados, verificou-se que o fator K é, na maioria das
vezes, mais sensível aos ângulos do que aos módulos da rede. Isso aconteceu mesmo em
casos em que os ângulos estavam equilibrados. Por exemplo, quando se tem um módulo
desequilibrado, as sensibilidades relativas indicam que, para reduzir o fator K, alterações
percentuais nos ângulos são menores do que alterações no módulo desequilibrado (até
onde os limites de correção são válidos). Contrário do que se poderia imaginar à primeira
69
vista, o índice mostra-se mais sensível a parâmetros equilibrados, de forma que se atinge
uma redução do mesmo aumentando o desequilíbrio, se levarmos em conta a definição do
item 2.1.
Os métodos de correção do fator K foram validados para todos os casos, inclusive através
de alterações em dois ou três módulos, quando havia pelo menos um ângulo
desequilibrado. Este é um resultado inesperado, visto que ambos os métodos não atacam
todas as variáveis responsáveis pelo desequilíbrio. Ele também revela um aspecto
importante do fator K, e, de certa forma, indesejado: ele indica desequilíbrio praticamente
nulo para uma situação totalmente desequilibrada, de acordo com a definição do item 2.1.
Em compensação, foi visto que o desequilíbrio surgia somente na conexão com o neutro,
pois as tensões de linha eram perfeitamente equilibradas. Isto é, o fator K indica
indiretamente o equilíbrio da rede, mas o desequilíbrio das tensões de fase (decorrente da
conexão com o neutro) não é detectado por este índice.
É interessante ressaltar que para o caso em que não havia ângulos desequilibrados, os
métodos de correção por dois e três módulos levaram estes parâmetros a valores
próximos uns dos outros. quando havia ângulos desequilibrados, estes métodos
levaram a valores distantes uns dos outros. Ou seja, como estes métodos não alteram
todos os parâmetros da rede, eles podem ser empregados de forma indesejada,
dependendo da aplicação.
Desta forma, os métodos desenvolvidos constituem uma ferramenta adequada para a
análise do fator K. Através dos cálculos de sensibilidade relativa e dos limites de
correção, é possível avaliar o grau de influência de cada parâmetro sobre o índice
considerado, e através dos cálculos de correção, obtêm-se soluções analíticas para reduzi-
lo ou anulá-lo. Já a adequação deste índice à análise do desequilíbrio de tensão em si foge
ao escopo deste trabalho, dadas as particularidades do fator K descritas acima.
70
6.2 – RECOMENDAÇÕES PARA PESQUISAS FUTURAS
Os métodos de correção desenvolvidos e apresentados sugerem soluções teóricas para a
alteração do fator K; eles nada dizem a respeito da forma prática com que isso pode ser
atingido. Desta forma, a primeira sugestão para pesquisas futuras é a análise da forma
com que módulos e ângulos da rede podem ser alterados, seja na geração, na transmissão,
na distribuição ou no consumo de energia elétrica.
Com relação às limitações dos métodos apresentados, seria interessante desenvolver
alguma forma de encontrar os possíveis limites de correção para a alteração em dois ou
três módulos, bem como criar um método de correção através da alteração simultânea em
módulos e ângulos. A ferramenta matemática que parece mais adequada a este último
parece ser a programação não-linear.
As causas e implicações da sensibilidade maior do fator K a ângulos da rede também
podem ser investigadas. Tendo conhecimento da forma prática com que estes podem ser
alterados, pode-se aprofundar o entendimento do desequilíbrio de tensão e da influência
dos ângulos das tensões sobre o mesmo.
Todos os algoritmos apresentados neste trabalho trabalham com os fasores das tensões,
que são uma representação matemática destas. Eles não fazem distinção do tipo de
grandeza que está sendo analisada. Desta forma, os mesmos métodos podem ser
aplicados a fasores de corrente e de impedância, por exemplo. Na verdade, quaisquer
trios de fasores podem passar pela análise apresentada.
71
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Agência Nacional de Energia – ANEEL, Resolução n
o
505, de 26 de novembro de 2001.
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72
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73
APÊNDICES
74
A – EQUAÇÕES DE SENSIBILIDADE DOS MÓDULOS DAS SEQÜÊNCIAS
POSITIVA E NEGATIVA AO QUADRADO
Partindo das equações (2.12) e (2.13), deriva-se cada uma delas por cada um dos
parâmetros, obtendo as equações (A.1) até (A.12).
)120cos(2)120cos(22
)9(
2
1
o
ACC
o
ABBA
A
VVV
V
V
+++=
θθ
(A.1)
)120cos(2)120cos(22
)9(
2
1
o
BCC
o
ABAB
B
VVV
V
V
++=
θθ
(A.2)
)120cos(2)120cos(22
)9(
2
1
o
BCB
o
ACAC
C
VVV
V
V
+++=
θθ
(A.3)
)120(2)120(2
)9(
2
1
o
ACCA
o
ABBA
A
senVVsenVV
V
+=
θθ
θ
(A.4)
)120(2)120(2
)9(
2
1
o
BCCB
o
ABBA
B
senVVsenVV
V
=
θθ
θ
(A.5)
)120(2)120(2
)9(
2
1
o
BCCB
o
ACCA
C
senVVsenVV
V
++=
θθ
θ
(A.6)
)120cos(2)120cos(22
)9(
2
2
o
ACC
o
ABBA
A
VVV
V
V
+++=
θθ
(A.7)
)120cos(2)120cos(22
)9(
2
2
o
BCC
o
ABAB
B
VVV
V
V
++++=
θθ
(A.8)
)120cos(2)120cos(22
)9(
2
2
o
BCB
o
ACAC
C
VVV
V
V
+++=
θθ
(A.9)
)120(2)120(2
)9(
2
2
o
ACCA
o
ABBA
A
senVVsenVV
V
+=
θθ
θ
(A.10)
75
)120(2)120(2
)9(
2
2
o
BCCB
o
ABBA
B
senVVsenVV
V
++=
θθ
θ
(A.11)
)120(2)120(2
)9(
2
2
o
BCCB
o
ACCA
C
senVVsenVV
V
++=
θθ
θ
(A.12)
As equações (A.13) até (A.24) apresentam as equações das sensibilidades relativas de
9V
1
2
e 9V
2
2
, cujas expressões finais são obtidas substituindo diretamente as equações
(2.12), (2.13) e (A.1) até (A.12).
2
1
2
1
9
_
9
)9(
2
1
V
V
V
V
S
A
A
V
V
A
= (A.13)
2
1
2
1
9
_
9
)9(
2
1
V
V
V
V
S
B
B
V
V
B
= (A.14)
2
1
2
1
9
_
9
)9(
2
1
V
V
V
V
S
C
C
V
V
C
= (A.15)
2
1
2
1
9
_
9
)9(
2
1
V
V
S
A
A
V
A
θ
θ
θ
= (A.16)
2
1
2
1
9
_
9
)9(
2
1
V
V
S
B
B
V
B
θ
θ
θ
=
(A.17)
2
1
2
1
9
_
9
)9(
2
1
V
V
S
C
C
V
C
θ
θ
θ
=
(A.18)
2
2
2
2
9
_
9
)9(
2
2
V
V
V
V
S
A
A
V
V
A
= (A.19)
2
2
2
2
9
_
9
)9(
2
2
V
V
V
V
S
B
B
V
V
B
= (A.20)
76
2
2
2
2
9
_
9
)9(
2
2
V
V
V
V
S
C
C
V
V
C
= (A.21)
2
2
2
2
9
_
9
)9(
2
2
V
V
S
A
A
V
A
θ
θ
θ
= (A.22)
2
2
2
2
9
_
9
)9(
2
2
V
V
S
B
B
V
B
θ
θ
θ
= (A.23)
2
2
2
2
9
_
9
)9(
2
2
V
V
S
C
C
V
C
θ
θ
θ
= (A.24)
77
B – CORREÇÃO DO FATOR K PELA VARIAÇÃO DOS MÓDULOS DAS
FASES B E C
Repetindo o procedimento descrito no item 3.2.1.1 para o módulo da fase B (V
B
), obtém-
se:
0
2
=++
VBBNovoVBBNovoVB
CVBVA (B.1)
em que:
2
1
DESVB
KA = (B.2)
)]120cos()120[cos(2
)]120cos()120[cos(2
2
2
°°++
+°°+=
BCDESBCC
ABDESABAVB
KV
KVB
θθ
θθ
(B.3)
))(1()]120cos()120[cos(2
2222
CADESCADESCACAVB
VVKKVVC ++°°+=
θθ
(B.4)
em que K
DES
é o valor de fator K desejado e V
BNovo
é o valor do módulo da fase B que
fornece o K
DES
. Além disso, V
A
e V
C
são os valores iniciais dos módulos das fases A e C,
respectivamente, e
θ
AB
,
θ
BC
e
θ
CA
são os valores iniciais das diferenças entre os ângulos
das fases A e B, B e C e C e A, respectivamente.
A fim de se obter a existência de raízes reais para o polinômio da equação (B.1), deve-se
desenvolver a inequação B
VB
2
4A
VB
C
VB
0, substituir A
VB
, B
VB
e C
VB
e isolar K
DES
. A
expressão resultante é:
0
24
++
VBKDESVBKDESVBK
CKBKA
(B.5)
em que:
78
VBKVBKVBK
A
γα
4
2
+=
(B.6)
)(42
VBKVBKVBKVBKVBK
B
γδβα
+= (B.7)
VBKVBKVBK
C
δβ
4
2
= (B.8)
)120cos(2)120cos(2 °°=
BCCABAVBK
VV
θθα
(B.9)
)120cos(2)120cos(2 °++°+=
BCCABAVBK
VV
θθβ
(B.10)
22
)120cos(2
CACACAVBK
VVVV °=
θγ
(B.11)
22
)120cos(2
CACACAVBK
VVVV ++°+=
θδ
. (B.12)
Seguindo os mesmos passos para o módulo da fase B, obtém-se as equações (B.13) até
(B.24).
0
2
=++
VCCNovoVCCNovoVC
CVBVA (B.13)
em que:
2
1
DESVC
KA =
(B.14)
)]120cos()120[cos(2
)]120cos()120[cos(2
2
2
°°++
+°°+=
BCDESBCB
CADESCAAVC
KV
KVB
θθ
θθ
(B.15)
))(1()]120cos()120[cos(2
2222
BADESABDESABBAVC
VVKKVVC ++°°+=
θθ
(B.16)
em que V
BNovo
é o valor do módulo da fase C que fornece o fator K desejado, K
DES
.
79
0
24
++
VCKDESVCKDESVCK
CKBKA (B.17)
em que:
VCKVCKVCK
A
γα
4
2
+= (B.18)
)(42
VCKVCKVCKVCKVCK
B
γδβα
+= (B.19)
VCKVCKVCK
C
δβ
4
2
= (B.20)
)120cos(2)120cos(2 °°=
BCBCAAVCK
VV
θθα
(B.21)
)120cos(2)120cos(2 °++°+=
BCBCAAVCK
VV
θθβ
(B.22)
22
)120cos(2
BAABBAVCK
VVVV °=
θγ
(B.23)
22
)120cos(2
BAABBAVCK
VVVV ++°+=
θδ
(B.24)
80
C – CORREÇÃO DO FATOR K PELA VARIAÇÃO DO ÂNGULO DA FASE C
Seguindo o procedimento do item 3.2.1.2 para o ângulo da fase C (V
C
), separa-se a
equação (3.13) de acordo com cada ângulo:
)]120()()120cos()[cos(2
)]120()()120cos()[cos(2
)120cos(2
)]}120()()120cos()[cos(2
)]120()()120cos()[cos(2
)120cos(2{
222
2222
°+°+
+°++°++
+°++++=
°++°++
+°+°+
+°+++
ACACCA
BCBCCB
BABACBA
ACACCA
BCBCCB
BABACBA
sensenVV
sensenVV
VVVVV
sensenVV
sensenVV
VVVVVK
θθθθ
θθθθ
θθ
θθθθ
θθθθ
θθ
. (C.1)
Isolando-se os termos cos(θ
C
) e sen(θ
C
), tem-se:
0 = +)+
CCC
CenBA
CNovoCNovo
θθθ
θθ
(s)cos( (C.2)
em que:
)]120cos()120[cos(2
)]120cos()120[cos(2
2
2
°°++
+°+°=
BDESBCB
ADESACA
KVV
KVVA
C
θθ
θθ
θ
(C.3)
)]120()120([2
)]120()120([2
2
2
°°++
+°+°=
BDESBCB
ADESACA
senKsenVV
senKsenVVB
B
θθ
θθ
θ
(C.4)
)]120cos()120
[cos(2))(1(
2
2222
°°+
++++=
BADES
BABACBADES
K
VVVVVKC
C
θθ
θθ
θ
(C.5)
Transformando a equação (C.2) em um termo cossenoidal, obtém-se o ângulo
θ
C
,
através de um cálculo de arco-cosseno, equações (C.6), (C.7) e (C.8).
81
222222
(s)cos(
CC
C
CC
C
CC
C
BA
C
en
BA
B
BA
A
CNovoCNovo
θθ
θ
θθ
θ
θθ
θ
θθ
+
=)
+
+
+
(C.6)
22
cos
CC
C
C
C
BA
C
A
B
arctg
CNovo
θθ
θ
θ
θ
θ
+
=
(C.7)
+
±
=
22
arccos
CC
C
C
C
BA
C
A
B
arctg
CNovo
θθ
θ
θ
θ
θ
(C.8)
A equação (C.8) apresenta duas soluções analíticas para a correção do fator K através do
ângulo da fase C. Será avaliada agora a condição de existência de soluções reais para a
equação (C.8), onde a razão
22
CCC
BAC
θθθ
+
deve estar entre –1 e 1:
1
22
+
CCC
BAC
θθθ
. (C.9)
Repetindo os procedimentos do item 3.2.1.2, tem-se as equações (C.10) a (C.21).
1)(
222
+
CCC
BAC
θθθ
(C.10)
222
CCC
BAC
θθθ
+
(C.11)
0
24
++
CKDESCKDESCK
CKBKA
θθθ
(C.12)
222
CKCKCKCK
A
θθθθ
εγα
= (C.13)
CKCKCKCKCKCKCK
B
θθθθθθθ
φεδγβα
222 =
(C.14)
82
222
CKCKCKCK
C
θθθθ
φδβ
=
(C.15)
)120cos(2)(
222
°++=
BABACBACK
VVVVV
θθα
θ
(C.16)
)120cos(2
222
°++++=
BABACBACK
VVVVV
θθβ
θ
(C.17)
)120cos(2)120cos(2 °°+=
BCBACACK
VVVV
θθγ
θ
(C.18)
)120cos(2)120cos(2 °++°=
BCBACACK
VVVV
θθδ
θ
(C.19)
)120(2)120(2 °°+=
BCBACACK
senVVsenVV
θθε
θ
(C.20)
)120(2)120(2 °++°=
BCBACACK
senVVsenVV
θθφ
θ
(C.21)
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