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Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia – INPA
Cícero Irisvam Furtado de Souza
Manaus-AM
2006
i
RENDIMENTO DO DESDOBRO DE TORAS, UTILIZAÇÃO DOS
RESÍDUOS E OTIMIZAÇÃO DO TEMPO DE TRABALHO COM UMA
SERRARIA PORTÁTIL (LUCAS MILL) NUMA COMUNIDADE
RURAL NA AMAZÔNIA.
Dissertação apresentada ao Programa de
Biologia Tropical e Recursos Naturais do
Convênio INPA/UFAM , como parte dos
requisitos para obtenção do Título de
Mestre em Ciências de Florestas Tropicais.
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RESUMO
Neste trabalho avaliou-se o rendimento e a qualidade do desdobro de cinco espécies de
madeiras tropicais usando uma serraria portátil. As toras eram provenientes do
assentamento rural Cristo Rei do Uatumã, localizado no município de Presidente
Figueiredo, Amazonas, Brasil (2º 02' 54.79'' S e 60º 01' 39.63'' O). Utilizou-se 10 toras por
espécie para coleta das informações sobre os parâmetros de estudo definidos neste trabalho.
O rendimento médio das espécies variou entre 38,53 % a 50,81%. O diâmetro máximo tem
influência direta sobre o rendimento. A densidade básica, mesmo considerada
individualmente, não tem influência sobre o rendimento. Entre as espécies estudadas, as
toras de Lecythis paraensis Hube (castanha-sapucaia), Qualea homosepala Ducke
(mandioqueira) foram as que apresentaram o maior rendimento. Criou-se um parâmetro
para avaliar a qualidade da madeira, a qualidade natural e a precisão das dimensões da
madeira, o que determina a qualidade da peça de madeira. A espécie Qualea homosepala
Ducke (mandioqueira) apresentou quase 80% de peças de madeira de primeira qualidade.
Com a exceção do cardeiro (Scleronema micranthum Ducke), todas as outras espécies
apresentaram rendimento dentro do que é historicamente citado (45% a 55%) para as
espécies da Amazônia e o bom percentual de madeira de primeira qualidade, o que permite
aumentar os benefícios da exploração.
Palavras chaves: serraria portátil, rendimento da madeira, qualidade da madeira,
assentamento rural.
i
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ABSTRACT
This study was carried out to evaluate the productivity and sawing quality of 5 tropical
wood species using a portable sawmill. The study was carried out at Cristo Rei do Uatumã
Rural Settlement located at Presidente Figueiredo Municipality, Amazonas State, Brazil (2º
02' 54.79'' S e 60º 01' 39.63'' W). It was use 10 logs for species for collecting data regarding
the parameters defined in this work. The average productivity for the studied species ranged
from 38,53 % up to 50,81 %. The maximum and the average diameter had direct influence
on productivity. Basic density, even when individually considered. It had not influence on
the productivity. Among the studied species, Lecythis paraensis Hube and Qualea
homosepala Ducke logs presented the higher productivity. It was created a parameter to
value the wood quality, natural quality and the performance of precision of the wood
dimensions peaces dimensions. The specie Qualea homosepala Ducke presented almost
80% of first quality wood peaces. Exception Scleronema micranthum Ducke, all of others
species showed productivity inside was historic said (45% up 55%) for Amazon species
and good percentage of first quality wood, what it was responsible by grow up of logging
benefits.
Keywords: portable sawmill, wood productivity, wood quality, rural community.
i
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Motivo pelos quais o trabalho com motosserra é considerado perigoso. ..................
Tabela 2. Relação porcentual entre os itens de uma exploração realizada em áreas de
floresta primária e em áreas exploradas anteriormente. ............................................................
Tabela 3. Área afetada pela exploração florestal segundo o tipo de distúrbio em um manejo
de baixo impacto. PC Pedro Peixoto-Acre, 1997. .....................................................................
Tabela 4- Acréscimos de rendimento em madeira serrada obtida com atividades de controle
de qualidade em serraria. ..........................................................................................................
Tabela 5 – Classes de rendimento do desdobro ........................................................................
Tabela 6 – Número de pólos madeireiros e produção de madeira em tora (m
3
) por Estado da
Amazônia legal brasileira no ano de 1997. ...............................................................................
Tabela 7 – Dimensões das peças a serem produzidas ...............................................................
Tabela 8. Médias das variáveis das 5 espécies estudadas ordenadas pelo RMS. .....................
Tabela 9. Densidade básica e produtividade das cinco espécies. ..............................................
i
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: “Lay out” da linha de produção da serraria portátil. .................................................
* Figura 2: “Lay out” da linha de produção da serraria Mil Madeireira. ..................................
Figura 3: Serraria portátil montada para o desdobro. ................................................................
Figura 4: divisão da peça com comprimento de 4,0m. .............................................................
Figura 5: divisão da peça com comprimento de 4,30 m. ..........................................................
Figura 6: Distribuição do diâmetro máximo das toras da espécie castanha-sapucaia
( Lecythis paraensis Hube) em relação ao rendimento em madeira serrada (RMS), numa
propriedade do Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente
Figueiredo Amazonas – AM. n= 10; R
2
= 0,48; F
(1; 7,366)
e p
(0,026).
...............................................
Figura 7: Distribuição do diâmetro mínimo das toras de todas as espécies em relação ao
rendimento em madeira serrada (RMS), numa propriedade do Assentamento Rural Cristo
Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas AM. n= 10; R
2
= 0,11; F
(1;
5,877)
e p
(0,019).
................................................................................................................................
Figura 8: Distribuição do comprimento das toras de todas as espécies em relação ao
rendimento em madeira serrada (RMS), numa propriedade do Assentamento Rural Cristo
Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas AM. n= 50; R
2
= 0,069;
F
(1; 3,538)
e p
(0,066).
..........................................................................................................................
Figura 9: Distribuição do grau de conicidade das toras da espécie castanha-sapucaia
( Lecythis paraensis Hube) em relação ao rendimento em madeira serrada (RMS), numa
propriedade do Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente
Figueiredo Amazonas – AM. n= 10; R
2
= 0,44; F
(1; 6,273)
e p
(0,037).
...............................................
Figura 10: Distribuição do volume das toras (m
3
) da espécie castanha-sapucaia ( Lecythis
paraensis Hube) em relação ao rendimento em madeira serrada (RMS), numa propriedade
v
do Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo
Amazonas – AM. n= 10; R
2
= 0,47; F
(1; 6,994)
e p
(0,030).
.................................................................
Figura 11: Distribuição do número de peças de todas as espécies em relação ao rendimento
em madeira serrada (RMS)
,
numa propriedade do Assentamento Rural Cristo Rei do
Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas AM. n= 50; R
2
= 0,24; F
(1; 15,101)
e
p
(0,000)
..........................................................................................................................................
Figura 12: Distribuição do número de peças da espécie castanha-sapucaia ( Lecythis
paraensis Hube) em relação ao rendimento em madeira serrada (RMS) numa propriedade
do Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo
Amazonas – AM. n= 10; R
2
= 0,68; F
(1; 16,611)
e p
(0,004).
................................................................
Figura 13: Distribuição do número de peças da espécie mandioqueira ( Qualea homosepala
Ducke) em relação ao rendimento em madeira serrada (RMS), numa propriedade do
Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas
– AM. n= 10; R
2
= 0,64; F
(1; 14,427)
e p
(0,005).
..................................................................................
Figura 14: Distribuição do número de peças de tamanho 8x8 da espécie castanha-sapucaia
( Lecythis paraensis Hube) em relação ao rendimento em madeira serrada (RMS)
,
numa
propriedade do Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente
Figueiredo Amazonas – AM. n= 10; R
2
= 0,63; F
(1; 13,509)
e p
(0,006).
..............................................
Figura 15: Distribuição do número de peças de tamanho 5x5 da espécie mandioqueira
( Qualea homosepala Ducke) em relação ao rendimento em madeira serrada (RMS), numa
propriedade do Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente
Figueiredo Amazonas – AM. n= 10; R
2
= 0,64; F
(1; 14,427)
e p
(0,005).
..............................................
Figura 16: Distribuição da posição das toras de todas as espécies em relação ao rendimento
em madeira serrada (RMS), numa propriedade do Assentamento Rural Cristo Rei do
Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas AM. n= 50; R
2
= 0,18; F
(1; 5,091)
e
p
(0,010)
..........................................................................................................................................
Figura 17: Distribuição das espécies em relação à qualidade do tipo 1, numa propriedade do
Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas
– AM. ........................................................................................................................................
Figura 18: Distribuição das espécies em relação a qualidade do tipo 2, numa propriedade do
Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas
– AM. ........................................................................................................................................
v
Figura 19: Distribuição das espécies em relação a qualidade do tipo 3, numa propriedade do
Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas
– AM. ........................................................................................................................................
Figura 20: Distribuição das espécies em relação à qualidade do tipo 4, numa propriedade do
Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas
– AM. ........................................................................................................................................
Figura 21: Distribuição das espécies em relação a qualidade do tipo 6, numa propriedade do
Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas
– AM. ........................................................................................................................................
Figura 22: Comportamento das espécies quanto à produção de madeira serrada e consumo
de combustível, numa propriedade do Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã,
município de Presidente Figueiredo Amazonas – AM. ............................................................
Figura 23: Ajuste e posicionamento da tora sobre os calços para realização do desdobro. ......
Figura 24: Modelo de ficha de campo para coleta de dados do rendimento da madeira. .........
Figura 25: Modelo de ficha de campo para coleta de dados da qualidade madeira. .................
v
SUMÁRIO
Cícero Irisvam Furtado de Souza ............................................................................................. i
RESUMO ................................................................................................................................ ii
ABSTRACT .......................................................................................................................... iii
Keywords: portable sawmill, wood productivity, wood quality, rural community. ................... iii
1. Introdução ......................................................................................................................... 11
2. Objetivos ........................................................................................................................... 13
2.1. Objetivo geral ............................................................................................................. 13
2.2. Objetivos específicos .................................................................................................. 13
3. Hipoteses ........................................................................................................................... 13
4. Revisão bibliográfica ........................................................................................................ 14
4.1. Manejo florestal comunitário ...................................................................................... 14
Tabela 1. Motivo pelos quais o trabalho com motosserra é considerado perigoso. .............. 15
4.2. Desdobro de toras dentro e fora da floresta ................................................................ 16
Tabela 2. Relação porcentual entre os itens de uma exploração realizada em áreas de
floresta primária e em áreas exploradas anteriormente. ........................................................ 18
Tabela 3. Área afetada pela exploração florestal segundo o tipo de distúrbio em um manejo
de baixo impacto. PC Pedro Peixoto-Acre, 1997. ................................................................. 19
4.3. Desdobro das toras com serraria portátil e pelo método tradicional .......................... 20
Tabela 4- Acréscimos de rendimento em madeira serrada obtida com atividades de controle
de qualidade em serraria. ...................................................................................................... 21
Figura 1: “Lay out” da linha de produção da serraria portátil. ............................................. 22
* Figura 2: “Lay out” da linha de produção da serraria Mil Madeireira. .............................. 23
4.4. Rendimento das serrarias ............................................................................................ 23
Tabela 5 – Classes de rendimento do desdobro .................................................................... 24
Tabela 6 Número de pólos madeireiros e produção de madeira em tora (m3) por Estado
da Amazônia legal brasileira no ano de 1997. ..................................................................... 25
4.5. Fatores que influenciam no rendimento do desdobro ................................................. 25
4.6. Rendimento do desdobro nas serrarias ....................................................................... 27
4.7 Qualidade da madeira ................................................................................................. 29
4.8. Avaliação da qualidade da madeira ............................................................................ 30
4.9. Qualidade das peças produzidas nas serrarias ............................................................ 32
5. Materiais e métodos .......................................................................................................... 34
5.1. Materiais ..................................................................................................................... 34
5.1.1. Área de estudo .................................................................................................... 34
5.1.2. Histórico da área ................................................................................................ 34
5.1.3 Espécies e equipamento ....................................................................................... 35
Figura 3: Serraria portátil montada para o desdobro. ............................................................ 35
5.2. Métodos ..................................................................................................................... 36
Tabela 7 – Dimensões das peças a serem produzidas ........................................................... 36
5.2.1. Divisão das atividades ........................................................................................ 37
5.2.2. Procedimento de coleta de dados ...................................................................... 37
v
Figura 4: divisão da peça com comprimento de 4,0m. ......................................................... 39
Figura 5: divisão da peça com comprimento de 4,30 m. ...................................................... 39
5. 2.3. Conversão dos dados ......................................................................................... 40
5.2.4. Equações para cálculo dos dados ...................................................................... 40
5. 2.5. Análise dos dados ............................................................................................... 43
6. Resultado e discussão ........................................................................................................ 44
Tabela 8. Médias das variáveis das 5 espécies estudadas ordenadas pelo RMS. ................. 45
Figura 6: Distribuição do diâmetro máximo das toras da espécie castanha-sapucaia
(Lecythis paraensis Hube) em relação ao rendimento em madeira serrada (RMS), numa
propriedade do Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente
Figueiredo Amazonas – AM. n= 10; R2= 0,48; F(1; 7,366) e p(0,026). .............................. 46
Figura 7: Distribuição do diâmetro mínimo das toras de todas as espécies em relação ao
rendimento em madeira serrada (RMS), numa propriedade do Assentamento Rural Cristo
Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas AM. n= 10; R2= 0,11;
F(1; 5,877) e p(0,019). .......................................................................................................... 47
Figura 8: Distribuição do comprimento das toras de todas as espécies em relação ao
rendimento em madeira serrada (RMS), numa propriedade do Assentamento Rural Cristo
Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas AM. n= 50; R2= 0,069;
F(1; 3,538) e p(0,066). .......................................................................................................... 48
Figura 9: Distribuição do grau de conicidade das toras da espécie castanha-sapucaia
(Lecythis paraensis Hube) em relação ao rendimento em madeira serrada (RMS), numa
propriedade do Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente
Figueiredo Amazonas – AM. n= 10; R2= 0,44; F(1; 6,273) e p(0,037). .............................. 49
Figura 10: Distribuição do volume das toras (m3) da espécie castanha-sapucaia (Lecythis
paraensis Hube) em relação ao rendimento em madeira serrada (RMS), numa propriedade
do Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo
Amazonas – AM. n= 10; R2= 0,47; F(1; 6,994) e p(0,030). ................................................ 50
Figura 11: Distribuição do número de peças de todas as espécies em relação ao rendimento
em madeira serrada (RMS), numa propriedade do Assentamento Rural Cristo Rei do
Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas AM. n= 50; R2= 0,24; F(1;
15,101) e p(0,000) ................................................................................................................. 51
Figura 12: Distribuição do número de peças da espécie castanha-sapucaia (Lecythis
paraensis Hube) em relação ao rendimento em madeira serrada (RMS) numa propriedade
do Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo
Amazonas – AM. n= 10; R2= 0,68; F(1; 16,611) e p(0,004). .............................................. 52
Figura 13: Distribuição do número de peças da espécie mandioqueira (Qualea homosepala
Ducke) em relação ao rendimento em madeira serrada (RMS), numa propriedade do
Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas
– AM. n= 10; R2= 0,64; F(1; 14,427) e p(0,005). ................................................................ 53
Figura 14: Distribuição do número de peças de tamanho 8x8 da espécie castanha-sapucaia
(Lecythis paraensis Hube) em relação ao rendimento em madeira serrada (RMS), numa
propriedade do Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente
Figueiredo Amazonas – AM. n= 10; R2= 0,63; F(1; 13,509) e p(0,006). ............................ 54
Figura 15: Distribuição do número de peças de tamanho 5x5 da espécie mandioqueira
(Qualea homosepala Ducke) em relação ao rendimento em madeira serrada (RMS), numa
propriedade do Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente
Figueiredo Amazonas – AM. n= 10; R2= 0,64; F(1; 14,427) e p(0,005). ............................ 55
i
Figura 16: Distribuição da posição das toras de todas as espécies em relação ao rendimento
em madeira serrada (RMS), numa propriedade do Assentamento Rural Cristo Rei do
Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas AM. n= 50; R2= 0,18; F(1;
5,091) e p(0,010) ................................................................................................................... 56
Figura 17: Distribuição das espécies em relação à qualidade do tipo 1, numa propriedade do
Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas
– AM. .................................................................................................................................... 57
Figura 18: Distribuição das espécies em relação a qualidade do tipo 2, numa propriedade do
Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas
– AM. .................................................................................................................................... 58
Figura 19: Distribuição das espécies em relação a qualidade do tipo 3, numa propriedade do
Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas
– AM. .................................................................................................................................... 59
Figura 20: Distribuição das espécies em relação à qualidade do tipo 4, numa propriedade do
Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas
– AM. .................................................................................................................................... 60
Figura 21: Distribuição das espécies em relação a qualidade do tipo 6, numa propriedade do
Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas
– AM. .................................................................................................................................... 61
Figura 22: Comportamento das espécies quanto à produção de madeira serrada e consumo
de combustível, numa propriedade do Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã,
município de Presidente Figueiredo Amazonas – AM. ........................................................ 62
Figura 23: Ajuste e posicionamento da tora sobre os calços para realização do desdobro. . 64
7. Conclusão .......................................................................................................................... 65
8. Referências bibliográficas ................................................................................................. 68
ANEXOS .............................................................................................................................. 75
............................................................................................................................................. 80
Figura 24: Modelo de ficha de campo para coleta de dados do rendimento da madeira. ..... 80
Figura 25: Modelo de ficha de campo para coleta de dados da qualidade madeira. ............. 81
x
1. Introdução
A floresta amazônica apresenta um grande potencial madeireiro, entretanto as
condições do desdobro e rendimento das madeiras da Amazônia são temas bastante
discutidos pelas empresas madeireiras que desejam investir na região, pois existe a
necessidade de se avaliar a capacidade produtiva das serrarias, as quais apresentam
informações escassas sobre o rendimento das espécies existentes na região, o que dificulta a
estimativa de retorno financeiro.
Está preocupação ocorreu ao se aplicar as técnicas de manejo florestal na comunidade
rural Cristo Rei do Uatumã, que sobrevive da exploração dos recursos florestais (atividades
de extrativismo, serraria, marcenaria), compreendendo que se deve obter o máximo
aproveitamento dessa floresta, otimizando o uso desses recursos naturais. No tocante à
exploração madeireira, essa otimização está ligada a cada uma das atividades no campo
(abate, desdobro, transporte da madeira). Essas atividades apresentam suas particularidades,
mesmo estando intrinsecamente ligadas, necessitam de um planejamento minucioso.
Pesquisadores INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) realizaram
diagnósticos sócio-econômicos e inventários florestais nessa comunidade, onde
demonstrou-se qual seria a necessidade dos agricultores participantes do projeto e qual era
o potencial econômico das suas respectivas áreas florestais, e se avaliou também que, a
região precisava de um manejo adequado a sua realidade, considerando que a exploração
florestal tradicional faz uso de equipamentos pesados (como skidder, D6), grande número
de operários para a atividade, áreas com grandes quantidades de metros cúbicos de madeira,
pátios de estocagem, que tornam o custos da exploração elevados. Devido a esse motivo,
tentou-se tornar o manejo florestal viável para os agricultores.
O projeto visando minimizar os custos da exploração florestal, adquiriu uma serraria
portátil para realizar suas operações de desdobro. A escolha desse equipamento deve-se à:
facilidade de transporte (a serraria é levada até a tora), facilidade de montagem (monta-se a
serraria em pouco tempo, considerando as condições do terreno), facilidade de manuseio
(não necessidade de um longo treinamento para trabalhar com a máquina), segurança (a
11
probabilidade de acidentes é bem menor), redução do impacto ambiental (a tora não será
arrastada, mas sim, conduzida em forma de pranchas, o que também permite um menor
custo na retirada dessa madeira).
O uso da serraria portátil torna o projeto um dos pioneiros, motivo pelo qual, vários
questionamentos foram levantados na elaboração do processo de exploração florestal da
comunidade, tais como: a) qual seria o rendimento dessa serraria, pois os agricultores
exploravam a madeira de forma não sustentável, fazendo uso de motosserra para o
desdobro, ocasionando em desperdício e baixo-rendimento, tornando a exploração mais
onerosa; b) com que qualidade essas peças seriam produzidas, sabendo-se que, peças de
melhor qualidade adquirem melhor preço no mercado. O ineditismo desse trabalho deve-se
principalmente ao fato de que nenhum estudo avaliou a qualidade da madeira produzida
pela serraria portátil. Partindo-se deste princípio, o presente estudo visa determinar o
rendimento do desdobro total e por espécies usando a serraria portátil e avaliar a qualidade
desse produto.
As respostas desses questionamentos permitirão um melhor planejamento para as
futuras explorações na área, um aproveitamento maior da madeira, proporcionando um
aumento na renda desses comunitários, bem como, a redução no impacto ambiental, através
da redução de clareiras, redução do ramal de arraste, redução da compactação e
lixiviamento do solo, evitando o desperdício e a retirada de mais árvores para obter um
determinado volume de madeira, diminuindo os custos da exploração e aumentando os
benefícios.
12
2. Objetivos
2.1. Objetivo geral
Determinar o rendimento do desdobro e a qualidade das peças produzidas por uma
serraria portátil.
2.2. Objetivos específicos
Determinar o rendimento total do desdobro com uma serraria portátil no lote
manejado;
Determinar o rendimento do desdobro para cada uma das cinco espécies com a
serraria portátil;
Avaliar a qualidade das peças de madeira de cinco espécies, produzidas pela serraria
portátil.
3. Hipoteses
H
0
: Não há diferença do rendimento do desdobro entre as cinco espécies analisadas.
H
1
: Há diferença do rendimento do desdobro entre as cinco espécies analisadas.
H
0
: Não há diferença na qualidade das peças de madeira produzidas entre as cinco espécies.
H
1
: Há diferença na qualidade das peças de madeira produzidas entre as cinco espécies.
13
4. Revisão bibliográfica
4.1. Manejo florestal comunitário
A comunidade Cristo Rei do Uatumã apresentava tradição não sustentável do uso dos
recursos florestais pelos assentados, o que tornou urgente e necessário à introdução dos
conceitos de eco-desenvolvimento. Para isto, era imprescindível a conscientização do valor
econômico da floresta em e seu potencial de uso, tais como: madeira, extrativismo
(plantas medicinais, frutos, cipós, etc). Os conceitos de sustentabilidade, tanto econômica,
como ambiental deveriam ser enfocados durante o decorrer do projeto com a intenção de
garantir a fixação do homem no campo, aumentar a renda e conseqüentemente a melhoria
da qualidade de vida das populações locais. As ações do projeto também visavam a estudar
e transferir os conhecimentos gerados aos produtores a viabilidade técnica de produção e
manejo dos recursos florestais, como também o processamento e comercialização (Vieira,
2004).
Essa tradição não sustentável de uso dos recursos florestais entra em conflito com a
Lei 4771 de 15.09.65 (Código Florestal Brasileiro), a qual determina que as áreas de
reserva legal das propriedades rurais na Amazônia somente podem ser utilizadas para
Manejo florestal sustentado e o extrativismo tradicional. O objetivo dessa medida é a
manutenção dos ecossistemas florestais. A lei, no entanto, não tem sido suficiente para
evitar que áreas de florestas, referentes à reserva legal sejam derrubadas e queimadas
(Miranda & Araújo, 1998).
Somente através do manejo florestal pode-se fazer uso dos recursos florestais de
forma sustentável. Na literatura, o único projeto de manejo florestal comunitário no Brasil,
onde se utiliza uma serraria portátil para a produção de madeira serrada, encontra-se numa
comunidade rural no Acre. Apesar de manejar suas áreas de forma adequada, observa-se
que poderia haver um maior aproveitamento dos recursos naturais daquela região, pois
ocorre a venda da madeira para São Paulo. Cada propriedade tem um faturamento médio de
R$ 8 mil por ano com a venda de madeira, Como os custos costumam representar algo em
14
torno de 60% da receita total, os proprietários lucram por ano R$ 3 mil (Meirelles, 2005).
O projeto da comunidade Cristo Rei do Uatumã, mostra-se de forma mais visionária, pois a
idéia é, trabalhar com valor agregado, não vendendo a madeira, mas o produto
beneficiado, o que permite aumentar o lucro da comunidade envolvida.
Outro aspecto importante a ser considerando é que a exploração florestal no Acre
apresenta a extração entre 30 a 40 m³.ha
-1
.ano/lote
(Miranda & Araújo, 1999), avaliado
como um volume mais baixo que os geralmente aceitos dentro dos critérios do manejo
florestal e encontram-se na taxa de exploração considerada conservadora, é por si só, uma
garantia maior de sustentabilidade. O projeto do Cristo Rei do Uatumã traça um perfil de
exploração florestal ainda mais conservadora 10 m³.ha
-1
.ano/lote.
Nas comunidades rurais na Amazônia, a extração desse volume de madeira e o
desdobro é comumente feito com motosserra, pois os agricultores não dispõem de grandes
recursos para equipar uma serraria para o desdobro das toras. Entretanto os sistemas
desenvolvidos que utilizam o ser humano e a motosserra, muitas vezes apresentam custos
altos e vários problemas de segurança, saúde, conforto e bem-estar (Tabela 1). Sendo a
motosserra considerada uma das ferramentas mais perigosas da colheita florestal ( Rocha &
Sell, 1989).
Tabela 1. Motivo pelos quais o trabalho com motosserra é considerado perigoso.
_________________________________________________________________________
Local Motivo
_________________________________________________________________________
Empresa/Empreiteiras - Motosserra trabalha em alta rotação
- Motosserra exige atenção constante
- Trabalho com o perigo em tempo
integral
- Trabalho que movimenta o corpo e
a madeira juntamente com o
15
movimento de uma ferramenta
perigosa
_________________________________________________________________________
Fonte: Minette (1996)
Outro fator que influenciou na escolha da serraria portátil para o desdobro da madeira
é o fato da precisão dos cortes realizados com uma serraria portátil em relação uma
motosserra. O uso da motosserra para o desdobro acarreta em maior perda de material
lenhoso, influenciando na produção. Além do maior tempo necessário para se produzir com
a motosserra o mesmo volume de madeira serrada produzido por uma serraria portátil.
O uso da serraria portátil não descartou a utilização da motosserra, entretanto seu uso
ficou restrito a outras atividades que não fossem as de desdobro da madeira, como
derrubada, desgalhamento, toragem, auxílio na abertura de ramais.
4.2. Desdobro de toras dentro e fora da floresta
O uso da serraria portátil permite que o desdobro da madeira seja realizado dentro da
floresta, o que é muito mais vantajoso. Essa vantagem pode ser analisada através de alguns
exemplos. A exploração mecanizada que retira árvores inteiras da floresta, retira 60 ton.ha
-1
de biomassa, que por sua vez, corresponde a 2% de biomassa total. Observa ainda que a
retirada é perigosa para o futuro desenvolvimento da floresta, em termos de rendimento
sustentado (Kraphenbauer, 1971) e os estudos de Malkonev (1972) comprovam que o
arraste de árvores inteiras durante operações de desbaste para o posterior desdobro nas
serrarias distantes da floresta, retira três vezes mais nitrogênio e fósforo que os métodos
tradicionais de arraste de toras.
Além da retirada excessiva de biomassa, o que acarreta na falta de nutrientes que
poderiam ser incorporados ao solo, o transporte pode se mostrar um outro problema nesse
tipo de exploração florestal, que se concentra no desdobro fora da floresta. Considerando
que o custo será maior, quanto maior for a quantidade de madeira a ser transportado.
16
Deve-se considerar que o transporte é analisado como uma forma particular de
manipulação humana, cujo objetivo de encolher os intervalos de tempo e os espaços
existentes entre os locais de extração e os locais de transformação. Os custos de transporte
(via rios, canais, estradas, ferrovias, teleféricos ou portos) tipicamente representam a
parcela individualmente mais cara dos modernos empreendimentos extrativistas. Como
quase todo empreendimento extrativo moderno gasta mais em transporte do que em
qualquer outro fator produtivo, e como os investimentos em transporte são tipicamente
caros e de longa maturação, isso torna os empreendimentos extrativistas ainda mais
vulneráveis (Bunker, 1984).
No transporte florestal, o arraste mecanizado é a operação mais onerosa da
exploração de floresta primária. Apesar desse fato seu planejamento tem sido
negligenciado, tanto na elaboração como na execução dos planos de manejo e exploração
florestal. Sendo assim os responsáveis pela exploração florestal executam estas operações
sem saber como otimizá-las, para reduzir o custo e o desperdício de material e equipamento
(Braz & Oliveira, 1995). Pode-se avaliar isso através da tabela elaborada pela SUDAM
(1981) que compara a exploração executada em floresta primária e em áreas com
exploração anterior, onde se observa que os itens que guardam relação com a
movimentação de madeira arraste e transporte rodoviário são os que concentram a
maior porcentagem dos custos - 62 – 73% do total. (Tabela 2).
Estas otimizações são possíveis quando se tem uma idéia sobre: a) a distância média
de arraste a ser percorrida e seu planejamento, identificando planejamento no abate, normas
gerais de arraste, distribuição dos estaleiros e trilhas de arraste; b) custos e rendimentos dos
equipamentos sob determinadas condições de terreno; e c) identificação de pontos chaves
para intervir, otimizando o processo como, a separação ótima de estradas (Braz & Oliveira,
1997).
Além dos custos com o transporte de madeira existem os danos causados ao solo e ao
povoamento florestal ao longo das trilhas de arraste. O trabalho realizado por Miranda &
Araújo (1999) em Rio Branco - Acre, demonstram que os danos foram mínimos durante o
17
processo de extração de madeira, ficando a camada superficial praticamente inalterada, uma
vez que, as toras foram desdobradas com auxílio de moto-serra na própria floresta (Miranda
& Araújo, 1999).
A retirada da madeira desdobrada das áreas permite uma redução dos danos
causados ao ambiente e redução dos custos da exploração, como redução do tamanho das
trilhas de arraste, redução de clareiras, menor quantidade de pessoas envolvidas para o
carregamento e descarregamento da madeira e menor consumo de combustível usado no
transporte da madeira.
Tabela 2. Relação porcentual entre os itens de uma exploração realizada em áreas de
floresta primária e em áreas exploradas anteriormente.
_________________________________________________________________________
ITEM Floresta primária (%) Áreas exploradas (%)
Derrubada e traçamento 2,4 3,3
Estradas de acesso 11,5 1,8
Arraste (skidder) 40 46,7
Transporte (caminhão) 22,4 26,1
Supervisão 4,5 5,2
Infraestrutura 7,4 3,2
Madeira em pé 11,8 13,7
TOTAL 100 100
Fonte: SUDAM (1981)
Durante as operações de exploração na comunidade rural PC Pedro Peixoto-Acre foi
observado que os danos causados ao solo e a vegetação ao longo das trilhas de arraste
foram insignificantes devido à madeira que foi desdobrada em pranchões pela serraria
portátil, ter sido retirada com o auxílio de tração animal o que contribuiu decisivamente
18
para a redução dos danos (Miranda & Araújo, 1998) (Tabela 3). Apesar da resposta positiva
quanto a essa forma de transportar madeira, para o projeto realizado na comunidade Cristo
Rei do Uatumã, o uso de tração animal é inviável, pois não o costume da criação de
bovinos e eqüinos por parte dos agricultores envolvidos no projeto.
Tabela 3. Área afetada pela exploração florestal segundo o tipo de distúrbio em um manejo
de baixo impacto. PC Pedro Peixoto-Acre, 1997.
Tipo de distúrbio Largura comprimento Superfície % de área manejada
(m) (m) (m²) x 10
4
_________________________________________________________________________
Trilha de arraste 1,5 4.231 6,35 1,6
Clareira derrubada - - 14,54 3,7
Total - - 20,88 5,3
_________________________________________________________________________
Os danos causados à floresta pela exploração dos 11 primeiros talhões manejados
mostraram-se bastante reduzidos, proporcionando uma abertura de apenas 5,29% da área
explorada, sendo este índice um bom indicativo de sustentabilidade do manejo aplicado
(Tabela 3). Esta conclusão baseia-se na porcentagem de área de clareira aberta na
exploração seletiva de florestas tropicais sul-americanas, onde, segundo Jonkers (1987), a
exploração varia de 5 a 10 árvores grandes por hectare. Considerando-se um cap médio de
220 cm e que a área média aberta pela queda de uma árvore desse porte é 200 m² (Dawkins,
1958), tem-se uma área de formação de clareira de 0,1 a 0,2 ha/ano ou seja 10 a 20 % da
área explorada.
Hartshorn (1978) estimou que a formação de clareiras naturais na floresta
correspondeu a 1,25% da área estudada, logo se pode concluir que a exploração seletiva
uma perturbação cerca de 8 a 16 vezes mais extensa que a perturbação natural esperada no
ano de exploração. No caso da exploração com a serraria portátil, essa perturbação foi
apenas quatro vezes maior.
19
Em outro caso, verificou-se que, durante a exploração florestal no município de
Manicoré-AM, 17 (7%) árvores/ha foram danificadas em função das operações de corte das
árvores; 7 (3%) foram danificadas pela operação de extração das toras; e 9 (4%) foram
árvores mortas pelas operações de colheita florestal. É importante destacar que a média da
área danificada pela abertura de trilhas de arraste, na colheita de madeira foi
aproximadamente 666,47 m².ha
-1
(6,6%) e que as clareiras em média, representaram 944,8
m².ha
-1
(9,4%), ou seja, cerca de 29% das causas de danos foram oriundas das operações de
colheita florestal (Pinto, 2002). Esses danos poderiam ser reduzidos caso o desdobro fosse
realizado na própria floresta, o que permitiria a utilização de trilhas menores,
conseqüentemente menores danos no processo de colheita florestal.
4.3. Desdobro das toras com serraria portátil e pelo método tradicional
O desdobro das toras realizado na Amazônia segue dois modelos tradicionais, o
primeiro consiste da retirada da tora da floresta que é levada até a serraria onde ocorre o
desdobro, no segundo, utiliza-se a motosserra para o desdobro na própria floresta. Ambos
apresentam suas desvantagens, o primeiro, devido a maquinaria envolvida, que torna o
custo da exploração muito alto, principalmente para o agricultor que deseja fazer uso
sustentável de sua floresta. O segundo, pelo desperdício de madeira ocasionado com o uso
da motosserra, ocasionado pela falta de precisão do corte e as limitações que o equipamento
impõe a quem o manuseia no momento do desdobro.
Esses motivos mostram a importância na escolha do sistema que será seguido no
desdobro das toras, pois ele deverá servir não para diminuir os desperdícios e obter o
máximo volume utilizável, como também bitolar corretamente o produto nas dimensões
finais exigidas por normas específicas (FAO, 1983).
Para se obter esse mínimo de desperdício, maximizar o volume e atender exigências
do mercado, deve-se considerar alguns dos fatores diretamente correlacionados à
rentabilidade do desdobro da tora, que são: as características e a capacidade produtiva do
equipamento utilizado, a habilidade e o treinamento dos operários, o estado de manutenção
20
do equipamento, as características das toras e as propriedades físicas e mecânicas da
madeira (Zavala, 1994). Tendo em vista essas características, acredita-se que a serraria
portátil apresenta algumas vantagens em relação aos outros equipamentos utilizados na
exploração florestal tradicional, uma delas é que o equipamento não requer muita
habilidade e treinamento para seu manuseio, o que permitirá uma maior rentabilidade do
desdobro da tora.
A qualidade das toras a serem desdobradas é um outro fator que também influencia
no rendimento da madeira e apresenta reflexos em todo o processo produtivo da serraria
tradicional. O posicionamento e reposicionamento da tora no carro transportador e a
eliminação de defeitos da tora através de operações de cortes, são exemplos cotidianos da
perda de material e redução do ritmo de produção de uma serraria (Hochheim & Martin,
1993) (Tabela 4).O uso da serraria portátil dispensa a atividade de posicionamento e
reposicionamento da tora no carro transportador, pois os ajustes são feitos diretamente na
própria serraria.
Tabela 4- Acréscimos de rendimento em madeira serrada obtida com atividades de controle
de qualidade em serraria.
_________________________________________________________________________
Aumento Percentual do rendimento Atividade
em madeira serrada
_________________________________________________________________________
Stern et al. (1979)* 6 Controle da variação do corte
Zavala (1994) 3,55 Diminuição da espessura de corte
Zavala (1994) 2,76 Ajuste do carro transportador
Fonte: Steele (1984)
Os operadores de canteadeiras e destopadeiras influenciam também o rendimento da
serraria, pois como comenta El-Radi (1994), estes funcionários devem tomar decisões
continuamente em relação à quantidade de material a ser retirado de uma peça e classificá-
21
la. Suas atividades afetam diretamente o volume de madeira serrada produzida e sua
qualidade. Serrarias visando uma boa qualidade de corte e redução de resíduos e produtos
de baixo valor no mercado colocam linhas guias a laser que indicam a linha de corte
facilitando para o trabalhador o posicionamento da madeira e o planejamento de seu corte
de modo a maximizar o valor do produto.
Na utilização da serraria portátil, as funções de operador de canteadeiras e
destopadeiras são atribuídas a um único operador, o que permite redução nos custos com
mão-de-obra, também não é necessário o uso de guias a laser ou qualquer outro acessório
para precisão do corte da madeira.
O desdobro de toras quando ocorre nas serrarias, faz uso de uma série de
equipamentos, o que se pode observar é que o rendimento da serraria é influenciado pelo
diâmetro da tora e por características específicas das espécies, grande parte da variabilidade
observada demonstra a forte influência do despreparo da mão-de-obra (Benchimol, 1996).
Quanto mais complexa a linha de produção maior será a possibilidade de se ter mão-de-
obra despreparada, observa-se que a linha de produção da serraria portátil e muito menos
complexa que a de uma serraria tradicional da Amazônia (Figura 1 e Figura 2).
Figura 1: “Lay out” da linha de produção da serraria portátil.
22
Serra
Sentido da Serra circular
Operador
Ajudante
Serraria Portátil
Tora
* Figura 2: “Lay out” da linha de produção da serraria Mil Madeireira.
* Fonte: Alves (2000)
4.4. Rendimento das serrarias
As industrias madeireiras tem baixo rendimento e geram grande quantidade de
resíduos, principalmente a indústria de transformação primária. O aumento progressivo da
quantidade de madeira desdobrada tem revelado problemas como o crescimento do
consumo da matéria-prima madeira, em um momento que o mercado apresenta diminuição
de oferta da mesma, além da disponibilização de quantidade ainda maiores de resíduos, que
muitas vezes não tem utilização na industria onde os mesmos foram gerados. Por esse
motivo às serrarias da Amazônia quanto ao rendimento de volume em madeira serrada são
classificadas entre pobre e regular (Tabela 5).
23
Fluxo de matéria no processo produtivo
Fluxo de produção para o mercado externo
Fluxo de produção para o mercado interno
Serra de
Fita
Serra Circular
Múltipla
Serra circular
Simples
Destopadeira
Destopadeira
Tabela 5 – Classes de rendimento do desdobro
_________________________________________________________________________
Vol. de madeira serrada / Vol.de toras
Classes Rendimento (%)
Excelente (Ex) > 80
Muito bom (Mb) 80 - 70
Bom (B) 70 – 60
Regular (Rg) 60 – 50
Pobre (P) < 50
Fonte: SUDAM (1981)
Em 1976, 36% das serrarias amazônicas serravam no máximo 10 m³.dia
-1
, 61%
serravam até 50 m³.dia
-1
e somente 3 % serravam mais de 100 m³.dia
-1
(Bruce, 1989).
Nepstad et al. (1999) estimaram que mais de 90% da produção de madeira na Amazônia
Brasileira ocorre em 75 pólos, que produzem no mínimo 100 000 m
3
de madeira em toras
por ano, o equivalente a 2.739,7 m
3
.dia
-1
.
Na classificação de Santos (1986) até 5000
m³/ano, a serraria é classificada como pequena, de 5001 a 10.000 m³.ano
-1
, a serraria é
classificada como média e acima de 10.000 m³.
ano
-1
pode ser considerada como grande.
Dentro desse enfoque, a serraria portátil classifica-se como pequena, pois a proposta do
projeto é produzir 10 m³.ha
-1
ano, essa extração será realizada em cada lote. Como se trata
de 12 lotes que fazem parte do projeto e serão introduzidos mais 13, totalizando 25 lotes, o
que resulta no total de 250 m
3
. ano
-1
. Pode ocorrer o aumento dessa demanda de volume de
madeira, de acordo com necessidade da marcenaria da comunidade, a qual será responsável
por agregar valor aos produtos.
24
Tabela 6 – Número de pólos madeireiros e produção de madeira em tora (m
3
) por Estado da
Amazônia legal brasileira no ano de 1997.
Estado Número de pólos madeireiros Produção anual (milhões de m
3
)
Acre 1 0,3
Amapá 2 0,2
Amazonas 3 0,7
Maranhão 2 0,7
Mato Grosso 22 9,8
Pará 24 11,9
Rondônia 19 3,9
Roraima 1 0,2
Tocantins 1 0,1
Total 75 27,8
Fonte: Nepstad et al. (1999)
Existem basicamente dois modos de avaliar o rendimento na operação do desdobro. A
primeira forma básica de medir o rendimento de madeira serrada é mediante o cálculo da
produtividade em cada máquina e no conjunto dos equipamentos. A forma tradicional de
expressar a produtividade de uma serra é em de madeira serrada por hora ou de
madeira serrada por hora/homem (Brand et al., 1999). A segunda forma de determinação
do rendimento é a determinação do coeficiente de transformação ou fator de rendimento,
que é a relação entre o volume da madeira serrada que se obtém e o volume de toras que
são usadas para o processamento (Rocha, 1999). Está unidade pode ser expressa em
unidade métrica e em pés em ambos os casos o coeficiente é dado em porcentagem:
Coeficiente de transformação = m³ de madeira serrada x 100
____________________
m³ de madeira em toras
4.5. Fatores que influenciam no rendimento do desdobro
As condições de desdobro das madeiras nas serrarias estão condicionadas a dois
conjuntos de fatores: a) fatores inerentes à madeira (densidade, presença e quantidade de
minerais, conteúdo de umidade), b) fatores inerentes às condições operacionais da serra
25
(tipos de dentes, relação largura de trava/espessura de lâmina, tensão da lâmina,
espaçamento entre os dentes da serra, largura da lâmina) (Iwakiri, 1990).
Steele (1984) afirma que o rendimento em madeira serrada é determinado por uma
série de fatores que influenciam no rendimento total da seguinte forma:
(i) Diâmetro, comprimento, conicidade e qualidade das toras - quanto maior o
diâmetro de uma tora, maior será o volume de madeira serrada em relação
ao volume inicial. As exceções ocorrem dadas a não utilização total do
diâmetro, quando as toras apresentam-se defeituosas, ou extremamente
cônicas. o comprimento total da tora provoca a diminuição do
rendimento em madeira serrada quando o comprimento do produto final é
muito menor que o comprimento da tora, e ocasiona grandes perdas na
operação de destopo;
(ii) Espessura da serra o rendimento aumenta com a diminuição da espessura
da serra;
(iii) Variação da serra, sobre dimensões da madeira serrada verde, dimensões
dos produtos finais um aumento excessivo desta sobre dimensão e o
pouco controle destas variações de corte implicam na diminuição de
rendimento;
(iv) Gama de produtos afeta substancialmente o rendimento em termos de
volume de madeira roliça transformada em madeira serrada. As indústrias
que produzem uma ampla gama de produtos conseguem obter um maior
volume de madeira comercial por tora. Ao se determinar o melhor método
de desdobro que maximize o volume aproveitável de madeira serrada, deve-
se analisar também a existência de mercado para estes produtos;
(v) Qualificação da mão de obra as decisões sobre o modo de desdobro de
toras e a heterogeneidade natural deste material, assim como a ocorrência
de negligências e a falta de prática, influem no rendimento do processo;
26
(vi) Tempo de funcionamento e manutenção dos equipamentos equipamentos
com tecnologia ultrapassada e falta de manutenção são as principais causas
das variações de espessura de corte;
(vii) Técnica de desdobro é a maneira pela qual a madeira em tora é
transformada em madeira serrada e envolve uma complexidade de fatores.
Os itens (iii), (iv), (v) comentados por Steele (1984) são obtidos com o uso da serraria
portátil: item (iii) a serraria portátil apresenta um controle minucioso no corte e na variação
da serra; (iv) o mecanismo da serraria portátil permite que as bitolas sejam reguladas
conforme vontade do operador, permitindo a produção de peças de diversas espessuras,
com espessura máxima de 0,16 x 0,16 x 6,10 m; (v) a prática com o equipamento é algo
fácil de ser adquirido, facilitando também a escolha das formas de desdobro; (vi) a serraria
é um equipamento novo com poucas horas de uso e de ultima tecnologia, dispensando as
varias manutenções que devem ser feitas em equipamentos com longo tempo de uso e
tecnologia obsoleta.
Estudos realizados por Gerving e Uhl (1996) comprovam que a variedade na linha de
produção e boa precisão de corte das toras durante o processamento podem melhorar a
eficiência da industria em 15%.
A técnica para o desenvolvimento das operações de corte a serem executadas na
madeira varia, principalmente, com as disponibilidades da serraria em termos de
equipamentos e mão-de-obra além de aspectos como: Dimensões da tora, espécie de
madeira, qualidade e defeitos (Melo, 1975).
4.6. Rendimento do desdobro nas serrarias
O trabalho realizado por Brand et al. (1999) na Amazônia, mostra que os resíduos são
produzidos ao longo de todo o processo produtivo, o que interfere no rendimento da
madeira serrada. Na serraria de toras grossas o primeiro ponto de geração de resíduos foi na
correia transportadora das toras para o carro da serra de fita dupla. Neste local, parte da
27
casca das toras se solta e cai na primeira esteira transportadora da linha de produção. O
segundo ponto é a própria serra de fita dupla, onde o principal resíduo é a serragem da
retirada das costaneiras. A linha de produção da serraria portátil é muito mais simples, por
esse motivo, os resíduos produzidos apresentam-se em menor quantidade, permitindo maior
rendimento da madeira serrada. A intenção do projeto é utilizar os resíduos para fabricação
de P.O.M. (pequenos objetos de madeira).
O rendimento do desdobro de toras das espécies Angelim-pedra (Hymenolobyum
heterocarpum, Hymenolobyum nitidum), guariúba (Clarisia racemosa), louro-gamela
(Nectandra rubra), louro-itaúba (Mezilaurus sinandra, Mezilaurus duckei) e louro-preto (
Ocotea fragentissima) na empresa Mil Madeireira (Itacoatira-Amazonas) mostrou-se
abaixo de 40%, como foi apresentado nos estudos de Iwakiri (1990) e Benchimol (1996).
Um rendimento acima de 40% foi encontrado no estudo realizado no município de
Jaru estado de Rondônia com florestas nativas de terra-firme, onde se analisou a viabilidade
econômica do desdobro de toras em sete serrarias. Os custos de produção e de
comercialização, a receita bruta anual (valor de venda da madeira serrada) e a receita
líquida anual (lucro) foram obtidos por serraria, para posterior comparação. Para a obtenção
destes valores, considerou-se o rendimento do desdobro de toras estabelecido pelo IBAMA
(54,28%) e o rendimento do desdobro encontrado para três serrarias selecionadas. Apenas
as 15 espécies mais comercializadas na região foram consideradas.O rendimento médio do
desdobro é igual a 49,28%, sendo, portanto, menor que o estabelecido em lei (54,28%);
com o rendimento médio de 49,28% a receita anual líquida das sete serrarias é negativa,
variando de -US$718.00 a -US$182,570 (Oliveira et al., 2003). A legislação determina que,
para cada metro cúbico de madeira em tora retirada, é necessário repor seis árvores.
O rendimento médio de 49,28% encontrado para as três serrarias de Jaru situa-se
dentro da faixa 45% a 55%, que Gomide (1974) considera como sendo normal para
folhosas. Ele está próximo ao rendimento de 52,80% encontrado por Santos (1986) para as
serrarias do estado do Amazonas, mas bem abaixo dos rendimentos das serrarias do estado
28
do Mato Grosso (60,20%) e de Rio Branco, no Acre, (56,40%), segundo dados obtidos por
Araújo (1996), respectivamente.
No trabalho realizado por Iwakiri (1990) obteve-se rendimento médio de 41,9 % e
61,8 % para 20 espécies de madeira. Observou-se que o diâmetro médio, o grau de
conicidade das toras e a densidade básica não tiveram qualquer influência direta sobre o
rendimento. Por outro lado à densidade básica, mesmo considerada individualmente, foi um
parâmetro que exerceu grande influência sobre o grau de dificuldade de corte das toras
entre diferentes espécies. A densidade da madeira expressa a quantidade de material
lenhoso por unidade de volume, é um dos fatores mais importantes que definem as
condições de desdobro entre as diferentes espécies, pela maior ou menor resistência
oferecida ao corte (Iwakiri, 1983).
4.7 Qualidade da madeira
As toras se convertem em produtos úteis de madeira, mediante aplicação de um ou
mais processos mecânicos que as transformam em peças menores, dando-lhes forma,
tamanho e superfície requeridas para cada um de seus usos. O manejo eficiente e proveitoso
das operações de industrialização requer que se trabalhe de maneira a se obter maior
volume de material útil e valioso da tora. Essas operações também devem converter a tora
em produtos que satisfaçam especificações de qualidade, dimensões e acabamento.
Finalmente, as operações de industrialização da madeira devem realizar-se de tal maneira
que a máquina não sofra desgaste excessivo, dano ou destruição e assim diminuindo os
custos de manutenção ou de substituições (Brown & Bethel, 1975).
Muitos aspectos tecnológicos são desconhecidos ou negligenciados durante o
processamento da madeira, resultando em aproveitamento deficiente da matéria-prima e/ou
na baixa qualidade do produto final. Para sanar essas deficiências e tornar os produtos
florestais mais competitivos no mercado consumidor, são necessárias investigações sobre a
matéria-prima, os métodos e processos utilizados na industrialização da madeira (Gatto,
2002).
29
Como defeitos da madeira são consideradas todas as anomalias da forma do tronco da
árvore, da sua seção transversal, como também da estrutura e da cor da madeira que possam
reduzir, restringir ou mesmo anular sua utilização. Os defeitos naturais podem ser na forma
e seção transversal do tronco, na estrutura anatômica da madeira condicionada pelo
ambiente, alteração da cor da madeira que não sejam causados por fungos (Grosser, 1980).
os defeitos de desdobro são alterações nas dimensões da peça de madeira acima
dos padrões permitidos, resultado de uma operação de serragem mal feita. Os principais
defeitos de serragem são a sobremedida, o desbitolamento e o esmoado. A sobremedida é o
excesso em espessura, largura e/ou comprimento. O desbitolamento é a variação na
espessura ou na largura de uma mesma peça, ocasionada por serragem mal feita. O
esmoado é a ausência de madeira, originada por qualquer motivo, na quina da peça de
madeira; quina morta (ABNT, 1991).
4.8. Avaliação da qualidade da madeira
A qualidade da madeira pode ser avaliada de duas maneiras, uma pelas suas
características naturais (como, propriedades físicas), e outra pela precisão de suas
dimensões. A variação dimensional é uma das causas que dificultam a comercialização e
conseqüente baixa competitividade da indústria madeireira brasileira (Ponce, 1993).
A variação dimensional das peças serradas influi significativamente no rendimento.
Serrarias com maior variação têm rendimentos menores, isto porque, quanto maiores as
variações, maiores devem ser os acréscimos nas medidas das peças serradas. A variação
mais crítica para o rendimento é a espessura, porém, a utilização de equipamentos sem
vibrações como os de serras delgadas, possibilita um bom rendimento. Ponce (1992)
salienta que as guias são peças fundamentais na precisão das serras de fita e serras
circulares. um compromisso predominante para reduzir a variação do processo, pois,
controlar o processo é o caminho para assegurar a qualidade do produto.
30
A definição da espessura da madeira a ser produzida deve ser bem planejada e levar
em conta a qualidade da tora a ser processada, os volumes requeridos e o uso final da
madeira. Quando não se dispõe de material homogêneo, faz-se necessário uma classificação
da madeira antes do empilhamento, que pode ser manual ou automático (Menezes, 1998).
A manutenção é outro fator que influencia significativamente no rendimento e
qualidade da madeira serrada. Equipamento bem cuidado pela manutenção preventiva
apresenta menor variação na serração, de modo que as peças de madeira produzidas
necessitam menores sobremedidas, o que aumenta o rendimento. A manutenção inclui o
equipamento e as lâminas de serra, sendo que o trabalho realizado na sala de afiação influi
diretamente na variação de serração, conseqüentemente, no rendimento. (Ponce, 1992).
Nos diferentes processos de transformação da madeira maciça em produtos
industrializados, a secagem é a fase intermediária que mais contribui para agregar valor ao
produto final. Contudo, levantamentos divulgados em 1964 e 1974 relatam que a falta de
atenção da indústria para com a secagem é a principal causa do baixo padrão de qualidade
dos produtos à base de madeira. A partir da década de 80, verificou-se uma evolução
tecnológica em relação ao assunto, por meio da geração de conhecimentos nos principais
centros de pesquisa, do aumento e aprimoramento da força de trabalho, e da incorporação
de máquinas e equipamentos modernos (Ducatti et al., 2001).
Existem defeitos que surgem após o desdobro da madeira, ocasionados pela secagem,
que é o é o processo da redução do seu teor de umidade da madeira, a fim de levá-la a um
teor de umidade definido, com o mínimo de defeitos, no menor tempo possível e de uma
forma economicamente viável, para o uso a que se destina (Martins, 1988). Em torno de
75% da madeira recém-serrada é classificada como de primeira qualidade, e depois de seca
há uma queda de qualidade para aproximadamente 45% (Gatto et al., 2004).
No trabalho realizado por Rocha & Tomaselli (2002) observou-se fato semelhante ao
relatado por Gatto et al. ( 2004). As flechas de arqueamento de tábuas foram maiores após a
secagem demonstrando que esse defeito se intensifica após a perda de umidade. A
31
nodosidade também é um fator limitante na utilização da madeira influenciando no
rendimento e na qualidade do produto final madeireiro.
O rachamento radial nas toras e nas peças diametrais durante o desdobro e
encurvamento das peças desdobradas é conseqüência das tensões de crescimento, afetando
a qualidade das peças de madeira. As tensões de crescimento não são exclusivas dos
eucaliptos, mas de todas as folhosas, contudo, algumas espécies as tem, mais intensas do
que outras como por exemplo o mogno (Swietenia machrophylla), jatobá (Hymenaea sp),
andiroba (Carapa guianensis), cedro (Cedrela sp), tatajuba (Bagassa guianensis) e cupiúba
(Goupia glabra) e, evidentemente nos eucaliptos (Ponce, 1992).
4.9. Qualidade das peças produzidas nas serrarias
A qualidade da madeira é algo de extrema importância, pois o custo da matéria-prima
depende dela, na região Amazônica não foi encontrado nenhum estudo que avalie a
qualidade da madeira, o que denota a escassez de informações sobre esse assunto e também
a necessidade de criar parâmetros para melhor avaliá-las.
Em outras regiões do Brasil existem trabalhos, mesmo que escassos, sobre o assunto
como, por exemplo, o estudo realizado por Rocha & Tomaselli (2002) que avaliaram
defeitos provocados pelas tensões de crescimento utilizando dois modelos de desdobro para
toras de Eucalyptus grandis e Eucalyptus dunnii.. As toras foram desdobradas utilizando
dois modelos de desdobro, sendo um visando obter tábuas preferencialmente tangenciais e
outro visando tábuas preferencialmente radiais. O desdobro radial apresentou maior
incidência de arqueamento e encurvamento. As rachaduras foram mais pronunciadas no
desdobro tangencial. O encanoamento ocorreu somente no desdobro tangencial. Em função
do processo de secagem adotado, não foi observado colapso. Concluiu-se que, dentro das
condições deste estudo, independente da espécie e do diâmetro das toras, o desdobro
tangencial apresenta melhor resultado que o radial, demonstrando também que o sistema de
desdobro influencia na qualidade das peças (Lopes, 2000).
32
Gatto et al. (2004) em seu trabalho com Eucalyptus dunni, também observou que a
operação de desdobro produziu uma grande incidência de defeitos, resultando em
heterogeneidade da madeira serrada com conseqüente perda de rendimento;
Ruy et al. (2001) estudou os parâmetros de qualidade da madeira (densidade básica,
comprimento, largura, diâmetro e espessura da parede das fibras) de clones de Eucalyptus
urophylla, da Ilha de Flores, Indonésia, agrupados pelas características silviculturais e
botânicas. A análise mostrou que, as características fenotípicas de cada grupo não têm
relação com as variações de qualidade da madeira.
A qualidade na produção de peças de madeira sofre a influência do tipo de serra
utilizada, segundo Eleotério et al.(1996) uma estabilidade maior das serras de fita
Tanden, em relação a outras serras estudadas, permitindo que o processo de desdobro
permaneça estável ao longo do tempo.
33
5. Materiais e métodos
5.1. Materiais
5.1.1. Área de estudo
Os estudos foram realizados na comunidade rural Cristo Rei do Uatumã, no
município de Presidente Figueiredo – AM, Amazônia Brasileira.
Presidente Figueiredo está localizado nas coordenadas de 02’ 54.79” S e 60° 01’
39.63” O. O clima da região é classificado como Afi pelo sistema de Köppen (Clima
Tropical Chuvoso) e caracteriza-se por apresentar temperatura média no mês mais frio
nunca inferior a 18° C.
5.1.2. Histórico da área
O Projeto de Assentamento do Uatumã foi criado pelo decreto n
o
93.982, com a
desapropriação de oito lotes, considerados improdutivos, (publicado no D.O.U de 28 de
janeiro de 1987). A criação foi justificada pela existência de uma população de 74 famílias
que ocupavam a área, e para abrigar outras 100 famílias deslocadas das áreas inundadas
do Reservatório da U.H.E de Balbina, o fato culminou com uma proposta de convênio entre
INCRA/ELETRONORTE para transferência das famílias e implantação da infra-estrutura.
Atualmente em toda a área do Projeto de Assentamento do Uatumã 198 famílias.
Especificamente na comunidade Cristo Rei do Uatumã, existem 53 famílias residentes nos
lotes que variam de 40 a 80 ha tendo uma área média de 65 hectares. A Associação
comunitária Cristo Rei do Uatumã (ACRU) foi criada em 1989. Na ata de formação da
associação 137 pessoas estão associadas. As atividades agrícolas são baseadas na mão de
obra familiar e ou na forma de mutirão. as atividades florestais são realizadas
predominantemente na forma de mutirão (extração, desdobro e manufatura de pequenos
móveis e objetos).
34
5.1.3 Espécies e equipamento
As espécies desdobradas neste estudo são: Cardeiro (Scleronema micranthum
Ducke), louro-faia (Roupala montana), castanha-sapucaia (Lecythis paraensis Hube),
cupiúba (Goupia glabra Aubl.), mandioqueira (Qualea homosepala Ducke).
As toras são provenientes da área florestal sob manejo sustentável da comunidade
rural Cristo Rei do Uatumã. Está área se caracteriza por ser uma área de Floresta Primária
de Terra Firme, em primeiro ciclo de colheita florestal. Foram desdobradas 10 toras por
espécie.
O desdobro das toras foi realizado utilizando uma serraria portátil da marca Lucas
Mill (Figura 3).
Figura 3: Serraria portátil montada para o desdobro.
35
Especificações do equipamento;
Modelo 618- Corte de 160 mm;
5 dentes com pontas de metal duro (widia);
espessura do disco: 2,8 mm;
espessura do corte 5,0 mm
Serra peças de até 160 mm x 160 mm;
Motor a gasolina 18 cv BRIGGS& STRATON V TWIN com partida elétrica;
Vigas para serrar toras de até 6,1 m;
Embreagem centrifuga e transmissão angular (BONDIOLI);
Peso: 280 kg;
Fonte: Lucas Mill Brasil, 2005.
5.2. Métodos
As dimensões dos produtos foram escolhidas de acordo com as necessidades do
mercado local de Manaus:
Tabela 7 – Dimensões das peças a serem produzidas
_____________________________________________
Dimensões
_____________________________________________
Produto Espessura (cm) Largura (cm) Comprimento (m)
Vigota 8,0 8,0 4,0 – 4,3
5,0 7,0 4,0 – 4,3
Caibro ______________________________________
5,0 5,0 4,0 – 4,3
3,0 5,0 4,0 – 4,3
Sarrrafo ______________________________________
3,0 3,0 4,0 – 4,3
36
Fonte: ABNT (1982)
5.2.1. Divisão das atividades
Quanto à exploração florestal as atividades foram divididas da seguinte forma:
2 ajudantes - responsáveis pela planificação*, limpeza** e derrubada*** ;
2 ajudantes - responsáveis pela montagem da serraria portátil e desdobro das toras;
2 ajudantes - responsáveis pela retirada da madeira serrada do local ;
1 engenheiro - responsável pelas anotações referentes ao rendimento do desdobro,
qualidade das peças e instruções sobre o uso do equipamento;
*Planificação É o ato do operador examinar a forma do tronco, tamanho da copa,
presença de galhos secos e sua tendência para a queda natural, para assim determinar a
direção de derrubada e também o meio de prevenir acidentes.
**Limpeza A limpeza refere-se ao desimpedimento na árvore de fatores que possam
dificultar a operação de corte, tais como cascas, trepadeiras, insetos (escorpiões, aranhas,
formigas), tocos, galhos e raízes.
***Derrubada Esta operação diz respeito a todos os atos de cortar efetivamente a árvore,
desde a abertura da boca, no lado da direção de queda desejada, até o corte de queda.
Fonte: Cabral (1991)
5.2.2. Procedimento de coleta de dados
Realizou-se reuniões e treinamentos com comunitários, que trabalharam com a
serraria portátil em suas respectivas áreas. Os comunitários estavam cientes do trabalho de
pesquisa que se desenvolveu e houve participação ativa de todos na coleta de dados. A
metodologia possibilitou a determinação do real rendimento de uma serraria portátil, uma
vez que, não houve interferência no sistema produtivo e se respeitou os requisitos de
qualidade impostos pelo consumidor.
37
Acrescentando novas variáveis e seguindo a metodologia usada por Iwakiri (1990)
para avaliar o rendimento do desdobro de 20 espécies de madeira da Amazônia, no
desdobro das toras em peças foram coletados os seguintes dados básicos:
a. Diâmetro das duas extremidades da tora;
b. Comprimento;
c. Volume da tora;
d. Espessura da casca;
e. Número de peças de madeira;
f. Tamanho das peças de madeira
g. Posição da tora;
h. Volume de madeira serrada por tora.
A coleta de dados para analisar a qualidade da madeira e o consumo de combustível
foi realizada do seguinte modo:
Qualidade da madeira
Houve a necessidade de se criar uma metodologia para avaliar a qualidade da
madeira, pois não uma metodologia definida para tal critério. Após o desdobro da
madeira, as peças selecionadas para o estudo foram dividas em 5 partes iguais no sentido
longitudinal, sendo classificadas a cada 80 cm, para peças de 4,0 m (figura 4), e a cada 86
cm para peças de 4,30 m (figura 5). Onde foram classificadas como qualidade do tipo 1,
tipo 2, tipo 3 tipo 4, tipo 5, tipo 6. A qualidade do tipo 1, seria aquela peça sem defeito
algum. A qualidade tipo 2, seria aquela que apresentasse quaisquer tipo de defeitos:
naturais (podridão, fungos, oco, furos) ou do desdobro (rachaduras, sobremedida,
desbitolamento, esmoado) numa das divisões da peça. A qualidade tipo 3, seria aquela que
apresentasse defeitos em duas das divisões da peça e assim sucessivamente para as outras
classificações. A escolha das peças a serem analisadas foi aleatória, sendo que não foram
escolhidas mais de duas peças para cada camada de tora desdobrada.
38
Figura 4: divisão da peça com comprimento de 4,0m.
Figura 5: divisão da peça com comprimento de 4,30 m.
39
4,30m
86 cm
86 cm
86 cm
86 cm
86 cm
4,0m
80 cm
80 cm
80 cm
80 cm
80 cm
Consumo de combustível
O equipamento foi abastecido de 4 em 4 litros, ao longo de todo o processo de
desdobro da madeira, sendo que ao se iniciar o desdobro de uma nova espécie, o tanque era
completamente esvaziado, repetindo o processo de abastecimento. Posteriormente, foi
realizado um cálculo avaliando a média aritmética, considerando a quantidade de
combustível e a produção de madeira serrada.
Produtividade da serraria
Para avaliar a produtividade da serraria, fez-se uso do método de tempo individual,
onde o cronômetro é detido em cada ponto da medição. Nesta avaliação, o tempo começou
a ser cronometrado a partir do inicio do desdobro de cada tora, ou seja, no primeiro contato
do disco de serra com a madeira, sendo que, a contagem do cronômetro somente foi
interrompida ao termino do desdobro, considerando como parte do tempo avaliado qualquer
tipo de parada no decorrer da atividade.
5. 2.3. Conversão dos dados
Posteriormente, estes dados foram convertidos nos seguintes parâmetros de estudo:
a. Diâmetro médio das toras /espécies;
b. Grau de conicidade das toras - relação entre o diâmetro mínimo e o máximo;
c. Rendimento das toras em madeira serradas Relação entre os volumes de
madeira serrada e da tora (%);
d. Densidade básica (g.cm
-
³) – Relação entre o peso seco e o volume verde.
5.2.4. Equações para cálculo dos dados
40
a. Diâmetro médio da tora e Conicidade da tora (C), calculada pela equação
1:
C = D-d (1)
L
Onde: D = diâmetro máximo da tora;
d = diâmetro mínimo da tora;
L = comprimento da tora.
b. Volume da tora (VT)
VT =
π
(D² + d²) L (2)
8
c. Volume de madeira serrada (VMS)
n
VMS =
a
i
b
i
c
i
(3)
i=n
Onde:
n = n° de peças serrada, dimensões comerciais obtidos de cada tora;
a
i
b
i
c
i
= dimensões das peças serradas.
d. Rendimento em madeira serrada
RMS = VMS x 100 (%) (4)
VT
41
Quando as peças serradas têm o mesmo comprimento da tora isto é, c
i
= L,
entre o rendimento em madeira serrada da eq. 4 pode ser obtido por uma
simples relação de áreas como mostra a Eq. 5
RMS = SMS X 100 (5)
ST
Onde:
SMS = área transversal total da madeira serrada
ST = área da seção transversal da tora
A partir da equação (4) pode ser obtida facilmente a equação (7), a qual pode
ser utilizada para os casos em que as toras têm o mesmo comprimento
daquelas que deram origem aos valores do rendimento de madeira serrada.
VMS = VT RMS (7)
100
Para os casos gerais, deduziu-se a equação (8), abaixo a partir da qual,
obtiveram-se todas as estimativas necessárias do volume de madeira serrada
estocada na floresta. Observa-se que esta equação é exatamente igual à
anterior, acrescida apenas do fator de correção do comprimento.
VMS = VT RMS (d
2
+ D
L
2
/ d
2
+D
L
2
) (8)
100
Onde:
D
L
= Diâmetro da tora de comprimento L qualquer na sua extremidade mais
grossa.
42
Fonte: Iwakiri (1990)
5. 2.5. Análise dos dados
Todas as análises estatísticas foram feitas utilizando o programa SYSTAT 10.0. Para
avaliar a relação existente entre os diversos parâmetros de estudo, foram utilizadas
estatística descritiva, análise de variância (ANOVA) e correlações de Pearson, entre as
médias das cinco espécies estudadas. As seguintes correlações foram estudadas.
Rendimento em madeira serrada x Diâmetro mínimo da tora (utilizando-se dados
individuais dentro de cada espécie);
Rendimento em madeira serrada x Diâmetro máximo da tora (utilizando-se dados
individuais dentro de cada espécie);
Rendimento em madeira serrada x Diâmetro médio das toras (utilizando apenas as
médias das espécies);
Rendimento em madeira serrada x Comprimento da tora (utilizando-se dados
individuais dentro de cada espécie);
Rendimento em madeira serrada x Espessura da casca (utilizando-se dados
individuais dentro de cada espécie);
Rendimento em madeira serrada x Número de peças de madeira (utilizando-se
dados individuais dentro de cada espécie);
Rendimento em madeira serrada x Tamanho das peças de madeira (utilizando-se
dados individuais dentro de cada espécie);
Rendimento em madeira serrada x Posição da tora (utilizando-se dados individuais
dentro de cada espécie);
Rendimento em madeira serrada x Densidade básica média das espécies (utilizando-
se os dados individuais dentro de cada espécies);
Consumo de combustível x Densidade (utilizando-se os dados individuais dentro de
cada espécies);
Qualidade das peças x Densidade (utilizando-se os dados individuais dentro de cada
espécies).
43
6. Resultado e discussão
Calculou-se o Rendimento de Madeira Serrada (RMS) tomando-se a tora como um
cilindro de diâmetro igual ao seu diâmetro médio. A análise de variância mostrou que não
há diferença significativa entre o RMS das cinco espécies estudadas.
Observa-se na tabela 8 que O RMS das diversas espécies variou de 38,53 % caso do
cardeiro e 50,81% caso da mandioqueira e a média foi de 45,16%. A faixa normal para o
rendimento em madeira serrada de toras na Amazônia concentra-se em torno de 40 %
(Iwakiri, 1990; Benchimol, 1996). Somente o cardeiro não alcançou essa faixa. Entretanto,
a contradição entre os dados obtidos pelos dois autores acima e o presente trabalho, pode
ser explicado, pelo ritmo de trabalho, uma vez que, os dois primeiros foram realizados em
escala experimental, e, portanto não consideraram que o ritmo da atividade em uma linha
de produção é mais acelerado, e a rapidez com a qual os funcionários devem tomar a
decisões, influenciam o aproveitamento da madeira, necessitando tomar decisões rápidas
com intuito de conseguir boa produtividade.
Os dados de RMS obtidos neste trabalho mostram-se maior do que os encontrados no
trabalho de Alves (2000), que não foi feito em escala experimental e realizado em um
grande pólo madeireiro da Amazônia, obtendo os valores de RMS em torno de 31 e 36%
Deve-se considerar que nos três trabalhos citados foram produzidas pranchas o que permite
um número consideravelmente menor de cortes sucessivos, o que não aconteceu no caso do
presente trabalho acarretando em menor rendimento, esses cortes, ocasionaram maior perda
de material lenhoso, retirado sob forma de serragem. Considera-se que caso fosse feito o
mesmo procedimento com a serraria portátil, ou seja, a produção de pranchas o rendimento
seria significativamente maior. Esse fator aliado à falta de mão de obra especializada, pois
o equipamento era manuseado por um único operário, que obteve o mínimo de treinamento,
dessa forma, estando sujeito a maior fadiga e exaustão, ocasionando o declínio da
produção.
44
Tabela 8. Médias das variáveis das 5 espécies estudadas ordenadas pelo RMS.
_________________________________________________________________________
Espécie RMS (%)
Castanha-sapucaia 50,81
Mandioqueira 49,82
Cupiúba 43,74
Louro Faia 42,91
Cardeiro 38,53
Média 45,16
n = 10 toras
Considerando-se o RMS como uma variável dependente. Entre as espécies a
castanha-sapucaia foi a única que obteve uma relação significativa com o diâmetro máximo
(dmáx) - R
2
= 0,48; F
(1; 7,366)
e p
(0,026)
, isso, deve-se ao fato de que a castanha-sapucaia
apresenta os maiores diâmetros dentre as espécies estudadas, em alguns casos,
apresentando quase o dobro do diâmetro máximo de outras espécies (Figura 6).
Compreende-se então que essa influência sobre o rendimento pode ser notada somente com
espécies de maiores diâmetros. A figura 7 demonstra que o diâmetro mínimo (dmin)
quando considerado no geral, ou seja, para todas as espécies foi significativo R
2
= 0,11;
F
(1; 5,877)
e p
(0,019)
, entretanto não foi significativo, quando avaliado por espécie.
Ao fazer a correlação dessas variáreis com o rendimento verificou-se que a relação é
positiva dmax (0,69), dmin (0,77).
45
50 60 70 80 90
Diâmetro máximo (cm)
20
30
40
50
60
70
R
M
S
(
%
)
Figura 6: Distribuição do diâmetro máximo das toras da espécie castanha-sapucaia
(Lecythis paraensis Hube) em relação ao rendimento em madeira serrada (RMS), numa
propriedade do Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente
Figueiredo Amazonas – AM. n= 10; R
2
= 0,48; F
(1; 7,366)
e p
(0,026).
46
40 50 60 70 80
Diâmetro mínimo (cm)
20
30
40
50
60
70
R
M
S
(
%
)
Figura 7: Distribuição do diâmetro mínimo das toras de todas as espécies em relação ao
rendimento em madeira serrada (RMS), numa propriedade do Assentamento Rural Cristo
Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas AM. n= 10; R
2
= 0,11; F
(1;
5,877)
e p
(0,019).
47
3.9 4.0 4.1 4.2 4.3 4.4
Comprimento (m)
20
30
40
50
60
70
R
M
S
(
%
)
Figura 8: Distribuição do comprimento das toras de todas as espécies em relação ao
rendimento em madeira serrada (RMS), numa propriedade do Assentamento Rural Cristo
Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas AM. n= 50; R
2
= 0,069;
F
(1; 3,538)
e p
(0,066).
Apesar da correlação positiva do comprimento das toras de todas as espécies com o
RMS (0,262), não foi encontrado valor significativo a 5% de probabilidade. Mas ao
observar a figura 8, verifica-se uma tendência de que o comprimento das toras de 4,3 m
apresenta maior RMS do que os de 4 m. Esperava-se que o comprimento da tora
fornecesse informações importantes na explicação do RMS, pois essa variável influencia no
grau de conicidade, entretanto esse fato não ocorreu , o que poderia ser explicado, pelo
baixo grau de conicidade apresentado pelas espécies, o que influenciou pouco no
comprimento da tora.
48
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0
Conicidade (cm/m)
20
30
40
50
60
70
R
M
S
(
%
)
Figura 9: Distribuição do grau de conicidade das toras da espécie castanha-sapucaia
(Lecythis paraensis Hube) em relação ao rendimento em madeira serrada (RMS), numa
propriedade do Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente
Figueiredo Amazonas – AM. n= 10; R
2
= 0,44; F
(1; 6,273)
e p
(0,037).
Quando avaliado o grau de conicidade das toras, a espécie castanha-sapucaia se
mostrou significativa a 5 % de probabilidade, entretanto, apresentou correlação positiva em
relação ao RMS(0,663), algo incomum, do ponto de vista geométrico, pois espera-se que o
grau de conicidade influencie de forma negativa no RMS. Isso poderia ser explicado, pelo
fato que, as toras mais cônicas dessa espécie apresentaram-se menos defeituosas e com
maior quantidade de material lenhoso o que influenciou no RMS. Para as outras espécies o
grau de conicidade não mostrou valores significativos a 5% de probabilidade (Figura 9).
49
0.5 1.0 1.5 2.0
Volume da tora (m3)
20
30
40
50
60
70
R
M
S
(
%
)
Figura 10: Distribuição do volume das toras (m
3
) da espécie castanha-sapucaia (Lecythis
paraensis Hube) em relação ao rendimento em madeira serrada (RMS), numa propriedade
do Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo
Amazonas – AM. n= 10; R
2
= 0,47; F
(1; 6,994)
e p
(0,030).
Quando realizado o teste de probabilidade a 5% a única espécie significativa foi a
castanha-sapucaia, mostrando correlação positiva entre o volume da tora e o RMS(0,683).
Acredita-se que está relação mostrou-se clara somente com a castanha-sapucaia, porque a
determinada espécie apresentava uma variedade maior de diâmetros que as outras espécies
(Figura 10).
50
10 20 30 40 50 60 70 80 90
Número de peças
20
30
40
50
60
70
R
M
S
(
%
)
Figura 11: Distribuição do número de peças de todas as espécies em relação ao rendimento
em madeira serrada (RMS)
,
numa propriedade do Assentamento Rural Cristo Rei do
Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas AM. n= 50; R
2
= 0,24; F
(1; 15,101)
e
p
(0,000)
A distribuição do número de peças em relação ao RMS mostrou-se significativa
quando avaliadas todas as espécies no geral R
2
= 0,24; F
(1; 15,101)
e P
(0,000)
(Figura 11) e
Individualmente, a castanha-sapucaia -R
2
= 0,68 F
(1; 13,509)
e P
(0,004)
(Figura 12) e a
mandioqueira –R
2
= 0,64; F
(1;14,427)
e P
(0,005)
(Figura 13)
.
Para os três casos houve correlação
positiva (0,489); (0,822); (0,802). Esperava-se que a correlação fosse negativa, haja vista
que, conforme o aumento do número de peças haveria maior perda de material lenhoso.
Acredita-se que, nesse caso o que ocorreu foi um maior aproveitamento da tora, produzindo
peças mais próximas possível da casca, sendo assim explicando o rendimento. Outro fator
que poderia explicar essa correlação positiva seria o tamanho das peças, pois foram
produzidas 5 peças de bitolas diferentes o que afetaria o RMS.
51
10 20 30 40 50
Número de peças
20
30
40
50
60
70
R
M
S
(
%
)
Figura 12: Distribuição do número de peças da espécie castanha-sapucaia (Lecythis
paraensis Hube) em relação ao rendimento em madeira serrada (RMS) numa propriedade
do Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo
Amazonas – AM. n= 10; R
2
= 0,68; F
(1; 16,611)
e p
(0,004).
52
10 20 30 40 50 60 70
Número de peças
30
40
50
60
R
M
S
(
%
)
Figura 13: Distribuição do número de peças da espécie mandioqueira (Qualea homosepala
Ducke) em relação ao rendimento em madeira serrada (RMS), numa propriedade do
Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas
– AM. n= 10; R
2
= 0,64; F
(1; 14,427)
e p
(0,005).
53
10 15 20 25 30 35 40 45
Número de peças de tamanho 8x8
20
30
40
50
60
70
R
M
S
(
%
)
Figura 14: Distribuição do número de peças de tamanho 8x8 da espécie castanha-sapucaia
(Lecythis paraensis Hube) em relação ao rendimento em madeira serrada (RMS)
,
numa
propriedade do Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente
Figueiredo Amazonas – AM. n= 10; R
2
= 0,63; F
(1; 13,509)
e p
(0,006).
54
0 10 20 30 40 50 60 70
Número de peças tamanho de 5X5
30
40
50
60
R
M
S
(
%
)
Figura 15: Distribuição do número de peças de tamanho 5x5 da espécie mandioqueira
(Qualea homosepala Ducke) em relação ao rendimento em madeira serrada (RMS), numa
propriedade do Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente
Figueiredo Amazonas – AM. n= 10; R
2
= 0,64; F
(1; 14,427)
e p
(0,005).
Produziu-se cinco peças de tamanhos diferentes para a espécie sapucaia, com 5
tamanhos diferentes, as quais são 8x8, 5x7, 5x5, 3x5 e 3x3. As única peças que se
mostraram significativas no teste de 5 % probabilidade foram as de 8x8 com correlação
positiva RMS(0,792) (Figura 14). Para a mandioqueira foram produzidas 3 peças de
tamanhos diferentes, as quais são 5x5, 3x5, 3x3. As únicas peças que se mostraram
significativas a 5 % de probabilidade foram as de 5x5, demonstrando a mesma tendência
ocorrida com a castanha-sapucaia, com correlação positiva da espécie RMS(736) (Figura
15).O que denota o aumento do rendimento quando se tem o aumento da bitola das peças,
devido a menor perda de material lenhoso causado pelos sucessivos cortes da serra.
55
0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5
Posição da tora
20
30
40
50
60
70
R
M
S
(
%
)
Figura 16: Distribuição da posição das toras de todas as espécies em relação ao rendimento
em madeira serrada (RMS), numa propriedade do Assentamento Rural Cristo Rei do
Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas AM. n= 50; R
2
= 0,18; F
(1; 5,091)
e
p
(0,010)
Foi analisado se a posição da tora poderia influenciar no RMS, o que se observou foi
que as toras do centro apresentam maior RMS que as toras da base ou do topo e que as
toras que apresentaram menor RMS foram as do topo. Isso se deve ao fato que, as toras
posicionadas no centro são menos influenciadas pela variável grau de conicidade. Essa
variável se mostrou significativa a 5% de probabilidade (Figura 16).
A espessura da casca foi a única variável que não se mostrou significativo a 5% de
probabilidade considerando todas as espécies ou espécie por espécie, mesmo a espessura
da casca variando de 1,1 cm da cupiúba a 3 cm da castanha-sapucaia.
56
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m
a
n
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o
q
u
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i
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s
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a
Espécies
50
60
70
80
Q
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i
d
a
d
e
t
i
p
o
1
(
%
)
Figura 17: Distribuição das espécies em relação à qualidade do tipo 1, numa propriedade do
Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas
– AM.
Avaliando-se a qualidade do tipo 1, a mandioqueira foi espécie que apresentou os
melhores resultados, totalizando 79 % das peças desdobradas. A castanha-sapucaia foi a
espécie que apresentou os menores resultados em relação a qualidade tipo , totalizando
58%. Entretanto deve-se considerar que as quatro outras espécies obtiveram resultados
satisfatórios, acima de 60% (Figura 17).
57
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a
Espécies
12
14
16
18
20
22
24
26
Q
u
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i
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t
i
p
o
2
(
%
)
Figura 18: Distribuição das espécies em relação a qualidade do tipo 2, numa propriedade do
Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas
– AM.
A castanha-sapucaia foi a espécie que se destacou quanto a qualidade tipo 2,
apresentando valores de 25%, haja visto que, as peças de qualidade tipo 2 apresentam na
maioria dos casos, defeitos nas extremidades das peças, principalmente defeitos do
desdobro (esmoado), o que podem ser transformadas em peças de qualidade tipo 1, através
da retirada da parte defeituosa da peça, com pouca perda da madeira serrada. A
mandioqueira, entretanto, apresentou os menores valores quando avaliada a qualidade do
tipo 2 (Figura 18).
58
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Espécies
0
5
10
15
Q
u
a
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i
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e
t
i
p
o
3
(
%
)
Figura 19: Distribuição das espécies em relação a qualidade do tipo 3, numa propriedade do
Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas
– AM.
A figura 19 demonstra que a sapucaia apresentou maior percentual entre as espécies,
o defeito observado nesse caso, tal qual, a qualidade tipo 2 refere-se a problemas do
desdobro (esmoado) , nesse caso em ambas as extremidades, o que poderia através de
pouca perda de material lenhoso, transformar as peças em qualidade do tipo 1.
59
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Espécies
0
1
2
3
4
5
6
Q
u
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e
t
i
p
o
4
(
%
)
Figura 20: Distribuição das espécies em relação à qualidade do tipo 4, numa propriedade do
Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas
– AM.
O problemas mais graves são os relacionados a qualidade tipo 4, tipo 5 e tipo 6, que
não constavam somente de defeitos de desdobro, como os defeitos naturais. um
contraste, quando se compara os percentuais das espécies de qualidade tipo 1 e tipo 4, pois
em ambos os casos , a mandioqueira se destaca, obtendo valores de 5% no último caso,
conforme mostra a figura 20. As espécies louro-faia, castanha-sapucaia e cupíuba não
ultrapassaram os 2 %.
60
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n
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o
q
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r
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s
a
p
u
c
a
i
a
Espécies
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
Q
u
a
l
i
d
a
d
e
t
i
p
o
6
Figura 21: Distribuição das espécies em relação a qualidade do tipo 6, numa propriedade do
Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã, município de Presidente Figueiredo Amazonas
– AM.
Não houve registros de qualidade tipo 5, o mesmo fato acontece ao se analisar
qualidade tipo 6, para as espécies cardeiro e castanha-sapucaia. Os valores da qualidade
tipo 6 não ultrapassaram 2%, como mostra a figura 21, louro-faia e cupiúba 1% e sapucaia
2%.
61
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n
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q
u
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s
a
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c
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i
a
Espécies
5.0
5.5
6.0
6.5
7.0
C
o
n
s
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m
o
d
e
c
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m
b
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s
t
í
v
e
l
(
L
/
M
3
)
Figura 22: Comportamento das espécies quanto à produção de madeira serrada e consumo
de combustível, numa propriedade do Assentamento Rural Cristo Rei do Uatumã,
município de Presidente Figueiredo Amazonas – AM.
Apesar do teste de probabilidade a 5% não se mostrar significativo quanto a produção
de madeira serrada e consumo de combustível, a figura 22 demonstra uma tendência, o
cardeiro foi a espécie que apresentou maior consumo de combustível, 6,7 L.m
-3
, onde sua
densidade básica (0,59 g.cm
-3
) é a menor entre as espécies. A castanha-sapucaia, entretanto,
foi a espécie que menos consumiu combustível 5,2 L.m
-3
e cuja densidade básica é a maior
(0,71 g.cm
-3
) entre as espécies. Esperava-se que nesse estudo a densidade básica fosse
proporcional o consumo de combustível, algo que não ocorreu. Acredita-se que o fato das
toras da espécie cardeiro apresentarem volume bem menor que o da espécie castanha-
sapucaia, deve ter influenciado no consumo de combustível, pois na maioria dos casos uma
única tora de castanha-sapucaia produzia mais de 1 m
3
, enquanto que para se produzir esse
62
volume com o cardeiro, se desdobrava duas ou três toras, tornando o processo de queima de
combustível maior, pois se ligava e desligava o equipamento mais vezes. Outro fator que
provavelmente influenciou no consumo de combustível, foi o fato que, o operador começou
o trabalho de desdobro com o cardeiro e a última espécie que o operador desdobrou foi a
castanha-sapucaia, logo, no decorrer da atividade de desdobro o operador teve maior
oportunidade de treinamento. Desta forma, compreende-se que o treinamento e o volume da
madeira serrada influenciou mais no consumo que a densidade básica. A mandioqueira está
entre as espécies menos densas (0,62 g.cm
-3
), o que explicaria o maior consumo de
combustível dessa espécie, é o fato da mandioqueira produzir bastante resina, o que
acarretava no desligamento do equipamento para a afiação da serra. Esse processo
constante de ligar e desligar o equipamento, tal qual o procedimento realizado com o
cardeiro, acarretou em maior consumo de combustível. Para as outras espécies quanto ao
consumo de combustível, o louro-faia se aproximou mais do cardeiro e a cupiúba da
mandioqueira e sapucaia. A variação entre a maior e o menor consumo foi de 1,4 L.m
-3
.
Tabela 9. Densidade básica e produtividade das cinco espécies.
Espécie Densidade básica (g.cm
-3
) Tempo consumido /m
3
Cardeiro 0,59 1h 20min.15s
Louro faia 0,68 1h 32min. 42s
Castanha sapucaia 0,71 1h 12min. 56s
Cupiúba 0,69 1h 08min. 49s
Mandioqueira 0,62 1h 14min. 52s
Média 1h 17min. 28s
O louro-faia foi a espécie que apresentou o maior tempo consumido m
-3
, 1h 32min.
42s e a cupiúba foi espécie que apresentou o menor tempo consumido.m
-3
, 1h 08min. 49s.
Quando se analisou a influência da densidade básica em relação ao consumo de
combustível, a análise de variância, mostrou-se não significativa a 5% de probabilidade e
com correlação negativa (- 0,47). A variação entre o maior e o menor tempo foi de 11min.
26s. A média de consumo para todas as espécies foi 1h 17min. 28s. O treinamento também
63
influenciou na variável estudada, pois o cardeiro foi a primeira espécie a ser desdobrada,
apesar de apresentar a mais baixa densidade básica, foi a segunda espécie que mais
consumiu tempo para produção de madeira serrada, enquanto que a castanha-sapucaia, foi a
segunda espécie que menor tempo consumiu, apesar de apresentar a maior densidade básica
entre as espécies estudadas (tabela 9).
Deve-se considerar que o volume de madeira serrada produzido nesse trabalho, não
foi em pranchas, mas em peças de dimensões bem menores, devido a esse motivo houve
diversos cortes sucessivos, o que acarretou em perda de tempo e aumento do tempo de
produção. Outro fator que influenciou na produção foi o tempo utilizado para se posicionar
a tora para o desdobro, pois, apesar do tempo não ter sub-dividido nesse estudo, observou-
se quase metade do tempo era utilizado para essa atividade, caso fosse utilizado uma talha,
o tempo e o esforço físico dos operários teriam sido bastante reduzidos, tal qual, o número
de pessoas envolvidas nessa operação (Figura 23).
Figura 23: Ajuste e posicionamento da tora sobre os calços para realização do desdobro.
64
7. Conclusão
O RMS encontrado para as respectivas espécies estava entre 38% e 50%, entretanto,
o cardeiro (Scleronema micranthum Ducke) foi a única espécie que encontrou-se
abaixo dos 40%, historicamente preconizados para as espécies da Amazônia.
O desdobro de peças de madeira de menor espessura e largura (vigota, caibro e
sarrafo) acarretaram em perda no rendimento. Caso fossem produzidas pranchas o
rendimento seria muito mais satisfatório.
Apesar da menor complexidade referente ao manuseio do equipamento, a falta de
um maior treinamento da mão-de-obra, influenciou no rendimento, bem como, a
necessidade de um revezamento dos operários para o manejo da máquina, uma vez
que, uma única pessoa operava o equipamento, o que acarretava em fadiga, cansaço,
stress e conseqüentemente, declínio da produção.
As variáveis, diâmetro máximo, grau de conicidade e número de peças de madeira,
da espécie castanha-sapucaia (Lecythis paraensis Hube), influenciaram no RMS. A
espécie apresentou os maiores diâmetros entre as espécies, demonstrando nesse
trabalho que, essa relação somente ocorre com grandes diâmetros.
Acreditava-se que, quanto maior fosse o volume da tora maior seria o RMS,
entretanto a castanha-sapucaia (Lecythis paraensis Hube) foi a única espécie que
mostrou aumento do RMS, de acordo com o aumento do volume, isso se deve ao
fato que, as toras dessa espécie apresentaram maior sanidade do que os das outras
espécies, que demonstravam o seguinte comportamento, conforme aumentava o
volume, maior era a presença de defeitos, que acarretava em baixa produção de
madeira serrada
Quando se avaliou todas as espécies, a variável que influenciou no RMS foi o
número de peças. Isso mostra que quanto maior o número de peças maior foi
65
rendimento, devido ao maior aproveitamento da madeira, permitindo o desdobro
peças o mais próximo da casca possível. As espécies Cardeiro (Scleronema
micranthum Ducke), louro-faia (Roupala montana), cupiúba (Goupia glabra Aubl.),
quando avaliadas individualmente, não demonstraram através da análise , qualquer
influência de suas variáveis com o RMS.
O diâmetro mínimo e posição das toras mostraram-se influentes, quando avaliou-se
todas as espécies. As toras do centro apresentaram maior RMS do que as do topo ou
as da base, esse fato era esperado, uma vez que, as toras que se concentram na
posição central apresentam menor grau de conicidade que as da base ou as do topo.
A mandioqueira (Qualea homosepala Ducke), além da castanha-sapucaia (Lecythis
paraensis Hube) foi a única espécie avaliada individualmente, que apresentou
influência da variável número de peças produzidas e número de peças tamanho 5x5.
A variável comprimento não influenciou RMS, esse motivo deve-se provavelmente
ao baixo grau de conicidade das espécies, entretanto, se observou uma tendência
para um maior aproveitamento da tora, quando se utiliza toras 4,30 m ao invés de 4
m.
A espessura da casca não teve qualquer influência no rendimento, devido a sua
baixa variação. A espessura da casca variava de 1,1 cm (cupiúba) a 3 cm (castanha-
sapucaia).
A produtividade da serraria para as espécies amazônicas está em torno de 5 a 7
L.m
-3
, o que comprova a autenticidade do que é dito pelo fabricante da serraria
portátil (4 a 8 L.m
-3
).
O abastecimento de menos de meio tanque de combustível (4 em 4L) para o
desdobro das toras, pode ter influenciado na produção e no consumo de combustível
de forma negativa, pois, caso essa atividade fosse realizada, utilizando a capacidade
66
máxima do tanque de combústível, haveria uma redução nas paradas para o
abastecimento, o que seria positivo para a produtividade da serraria.
A densidade básica não influenciou no consumo de combustível, na produtividade
da serraria, na qualidade da madeira ou no RMS. A média de tempo consumido para
o desdobro das espécies.m
-3
é de 1h 17min. 28s e a média de consumo de
combustível.m
-3
é de 5,8 litros.
Apesar desse estudo não avaliar a qualificação da mão-de-obra, Acredita-se que a
falta de um maior treinamento do operário, influenciou no consumo de combustível
e na produtividade.
Todas as espécies apresentaram valores acima de 55% para as madeiras de
qualidade tipo 1, ou seja isentas de qualquer defeito, tendo destaque a espécie
mandioqueira (Qualea homosepala Ducke) com valores de 79%, o que mostra um
bom aproveitamento da madeira desdobrada, permitindo maior lucro e benefícios
com a exploração madeireira na comunidade, devido a valorização do produto de
primeira qualidade no mercado.
O esmoado (falta de madeira numa das extremidades da peça) foi o defeito
encontrado na qualidade tipo 2 e 3 e os defeitos naturais, como podridão, rachadura
foram os encontrados na qualidade tipo 4, 5 e 6.
A falta da talha (equipamento utilizado para movimentar a tora) influenciou na
produtividade, pois a maior parte do tempo foi utilizado para posicionar a tora sobre
os calços para o desdobro e o esforço envolvido nesse trabalho ocasionou em
desgaste dos operários, acarretando no declínio da produção.
Recomenda-se para o futuro, mais trabalhos que avaliem o RMS não somente das
peças de madeiras, mas também das pranchas e a sua qualidade, auxiliado pela talha
e utilizando a capacidade máxima do tanque de combustível da serraria portátil.
67
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72
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Rocha, A. M & Sell, I. 1989. O reprojeto de uma motoserra IN: SEMINÁRIO
BRASILEIRO DE ERGONOMIA, 4, Rio de Janeiro, 1989. Anais...Rio de Janeiro,
ABERGO, FGV, p 160-165.
Rocha, M. P. Desdobro primário da madeira. 1999. FUPEF Série Didática 02/99.
Curitiba, 61p.
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p.070-083,
Ruy, O. F.; Ferreira, M.; Filho, M. T. 2001. Variação da qualidade da madeira entre
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Santos, J. dos. 1986. Situação da indústria madeireira no município de Manaus (1981
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73
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74
ANEXOS
75
Análise de variância
Todas as espécies
Variável dependente: Rendimento em madeira serrada N = 50
Variável independente: Diâmetro mínimo da tora
Fonte de Variação GL SQ QM F P
Grupo 1 487,677 487,677 5,877 0,019
Erro 48 3983,043 82,980
Todas as espécies
Variável dependente: Rendimento em madeira serrada N = 50
Variável independente: comprimento da tora
Fonte de Variação GL SQ QM F P
Grupo 1 306,893 306,893 3,538 0,066
Erro 48 4163,827 86,746
Todas as espécies
Variável dependente: Rendimento em madeira serrada N = 50
Variável independente: Número de peças produzidas
Fonte de Variação GL SQ QM F P
Grupo 1 1069,920 1069,920 15,101 0,000
Erro 48 3400,801 70,850
76
Todas as espécies
Variável dependente: Rendimento em madeira serrada N = 50
Variável independente: Posição da tora
Fonte de Variação GL SQ QM F P
Grupo 2 796,046 398,023 5,091 0,010
Erro 47 3674,675 78,185
Espécie: Castanha-sapucaia (Lecythis paraensis Hube)
Variável dependente: Rendimento em madeira serrada N = 10
Variável independente: Diâmetro máximo das toras
Fonte de Variação GL SQ QM F P
Grupo 1 580,962 580,962 7,366 0,026
Erro 8 630,960 78,870
Espécie: Castanha-sapucaia (Lecythis paraensis Hube)
Variável dependente: Rendimento em madeira serrada N = 10
Variável independente: Grau de conicidade das toras
Fonte de Variação GL SQ QM F P
Grupo 1 532,632 532,632 6,273 0,037
Erro 8 679,290 84,911
77
Espécie: Castanha-sapucaia (Lecythis paraensis Hube)
Variável dependente: Rendimento em madeira serrada N = 10
Variável independente: volume das toras
Fonte de Variação GL SQ QM F P
Grupo 1 565,309 565,309 6,994 0,030
Erro 8 656,612 80,827
Espécie: Castanha-sapucaia (Lecythis paraensis Hube)
Variável dependente: Rendimento em madeira serrada N = 10
Variável independente: número de peças produzidas
Fonte de Variação GL SQ QM F P
Grupo 1 817,984 817,984 16,611 0,004
Erro 8 393,937 49,242
Espécie: Castanha-sapucaia (Lecythis paraensis Hube)
Variável dependente: Rendimento em madeira serrada N = 10
Variável independente: Número de peças tamanho 8x8
Fonte de Variação GL SQ QM F P
Grupo 1 761,155 761,155 13,509 0,006
Erro 8 450,767 56,346
78
Espécie: Castanha-sapucaia (Lecythis paraensis Hube)
Variável dependente: Rendimento em madeira serrada N = 10
Variável independente: Diâmetro máximo
Fonte de Variação GL SQ QM F P
Grupo 2 796,046 398,023 5,091 0,010
Erro 47 3674,675 78,185
Espécie: Mandioqueira (Qualea homosepala Ducke)
Variável dependente: Rendimento em madeira serrada N = 10
Variável independente: Número de peças produzidas
Fonte de Variação GL SQ QM F P
Grupo 1 306,354 306,354 14,427 0,005
Erro 8 169,881 21,235
Espécie: Mandioqueira (Qualea homosepala Ducke)
Variável dependente: Rendimento em madeira serrada N = 10
Variável independente: Número de peças tamanho 5x5
Fonte de Variação GL SQ QM F P
Grupo 1 257,982 257,982 9,456 0,015
Erro 8 218,252 27,282
79
FORMULÁRIO PARA COLETA DE DADOS CÓDIGO:
ESPÉCIE:
TORA: d (cm) = ______ VT (m
3
) = ______ DATA:
D (cm) = ______ VMS ( m
3
) = ______ COND. ATM:
L (m) = ______ RMS ( m
3
) = ______ HORA:
Observações :
Figura 24: Modelo de ficha de campo para coleta de dados do rendimento da madeira.
80
Dimensões das peças serradas
a (cm) b (cm) c (m)
FORMULÁRIO PARA COLETA DE DADOS
ESPÉCIE:
MADEIRA: L (m) =
TIPO 1 TIPO 2 TIPO 3 TIPO 4 TIPO 5
Figura 25: Modelo de ficha de campo para coleta de dados da qualidade madeira.
81
Observações:
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