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O teor de lipídios encontrado na cultivar analisado foi 7,57%. Esse resultado
está de acordo com Pedó e Sgarbieri (1997) que encontraram 6,33% para o cultivar
UFRGS 14, 7,18% para UPF 16, 7,50% para UPF 15 e 7,45% para o cultivar CTC 03.
Weber et al. (2002) e Marini et al. (2005) estudando o cultivar UPF 18, encontraram,
respectivamente, 7,0% e 6,9% de lipídios. Embora importante nutricionalmente, os lipídios
aliados às enzimas hidrolíticas são apontados como os responsáveis pela instabilidade ao
armazenamento de grãos e produtos de aveia (Elias, 2002).
O teor de cinzas encontrado na cultivar em estudo foi de 2,02%. Este resultado
vem ao encontro dos teores obtidos por Weber et al. (2002) e Simioni (2005) que
encontraram, respectivamente, 1,95% (cultivar IAC 7) e 1,97% (cultivar UPF 20).
A cultivar Albasul apresentou 9,44% de fibra alimentar total, sendo 3,11%
solúvel e 6,60% insolúvel. O conteúdo de fibra alimentar no grão de aveia com casca é
maior do que no grão descascado. A casca do grão (25 – 30%) é eliminada no
processamento, com isto, ocorre diminuição do teor de fibra alimentar (Gutkoski, 2000). O
teor de fibra alimentar no grão de aveia descascado varia entre 7,1 e 12,1%, já no farelo
varia entre 15 e 19%. Deste total, 34 a 48% são fibras solúveis e o restante insolúvel
(Gutkoski e Trombetta, 1999; Pedó, 2000).
O teor de beta-glicanas encontrado no cultivar de aveia Albassul foi 4,43%,
sendo similar ao encontrado em diversos trabalhos descritos na literatura. Francisco
(1996) em estudos com 12 cultivares brasileiras de aveia encontrou uma média de 4,7%
de beta-glicanas, já Sá (2000) ao caracterizar a cultivar IAC 7, encontrou teor de 6,50%, e
mostrou que o ano de cultivo proporcionou uma variação considerável dentro da mesma
cultivar. Após análise de 13 cultivares de aveia por três anos consecutivos, pesquisadores
observaram que os teores de beta-glicanas são afetados de forma mais acentuada por
fatores genéticos do que pelas variações no ambiente de cultivo (Miller et al., 1993; Beber
et al., 2002). Gutkoski e Trombetta (1999), avaliando os teores de fibra alimentar solúvel,
insolúvel e total e de beta-glicanas de cultivares de aveia recomendadas pela Comissão
Brasileira de Pesquisa de Aveia verificaram que as cultivares UPF 17, UPF 13 e UPF 14
apresentaram os maiores teores de fibra alimentar insolúvel. Os maiores teores de fibra
alimentar solúvel foram verificados nas cultivares UFRGS 7 (7,25%), CTC 13 (7,14%),
UPF 16 (6,84%) e CTC 2 (6,02%). Os maiores teores de beta-glicanas foram verificados
nas cultivares UFRGS 7 (4,13%), UPF 14 (4,03%) e UFRGS 18 (3,37%).
Em relação à quantificação de beta-glicanas, o principal problema da maioria
dos métodos é a contaminação com amido. Os métodos enzimáticos dependem da