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SOLANGE APARECIDA DE PAULA
COMPOSIÇÃO BIOQUÍMICA E FATORES
ANTINUTRICIONAIS DE GENÓTIPOS DE
SOJA.
Dissertação apresentada à
Universidade Federal de Viçosa, como
parte das exigências do Programa de
Pós-Graduação em Bioquímica
Agrícola, para obtenção do título de
Magister Scientiae.
VIÇOSA
MINAS GERAIS – BRASIL
2007
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Ficha catalográfica preparada pela Seção de Catalogação e
Classificação da Biblioteca Central da UFV
T
Paula, Solange Aparecida de, 1982-
P324c Composição bioquímica e fatores antinutricionais de
2007 genótipos de soja / Solange Aparecida de Paula. – Viçosa,
MG , 2007.
xii, 74f. : il. ; 29cm.
Inclui apêndice.
Orientador: Valéria Monteze Guimarães.
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de
Viçosa.
Referências bibliográficas: f. 58-73.
1. Bioquímica. 2. Rafinose. 3. Ácido fítico. 4. Soja -
Composição. 5. Soja - Seleção. Universidade Federal de
Viçosa. II.Título.
CDD 22.ed. 572
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SOLANGE APARECIDA DE PAULA
COMPOSIÇÃO BIOQUÍMICA E FATORES
ANTINUTRICIONAIS DE GENÓTIPOS DE SOJA
Dissertação apresentada à
Universidade Federal de Viçosa, como
parte das exigências do Programa de
Pós-Graduação em Bioquímica
Agrícola, para obtenção do título de
Magister Scientiae.
APROVADA: 12 de julho de 2007
____________________________ ______________________________
Prof. Everaldo Gonçalves de Prof. George Henrique Kling de
Barros Moraes
(Co-orientador)
__________________________ __________________________
Prof. Luiz Orlando de Oliveira Prof. Valterley Soares Rocha
_____________________________
Profª. Valéria Monteze Guimarães
(Orientadora)
ii
A Deus
Aos meus pais Nilson e Aparecida,
Aos meus irmãos Nízio, Vanderlúcia, Marinalva e Nivaldo,
Ao meu noivo e amigo Aroldo,
Aos meus sobrinhos, Gustavo, Vanessa, Caio, Renato e
Sara.
Por tudo que significam para mim
Dedico
iii
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me proporcionado a oportunidade de realizar este
mestrado, ter me abençoado todos os dias de minha vida e por estar
sempre
do meu lado nos momentos difíceis e alegres, me ajudando. Obrigada
Senhor!
À Universidade Federal de Viçosa e ao Departamento de
Bioquímica e Biologia Molecular, pela oportunidade de realizar o
mestrado.
À CAPES, pelo apoio financeiro concedido para a realização deste
trabalho.
A minha orientadora, professora Valéria Monteze Guimarães, pelo
apoio, amizade, dedicação, paciência, pela confiança depositada em mim
e pela excelente orientação do meu trabalho.
Ao Newton, pelo apoio na condução dos experimentos, pela
amizade e pela paciência.
Aos professores Maurílio Alves Moreira, Everaldo Gonçalves de
Barros, Sebastião Tavares de Rezende, pelo apoio ao meu trabalho.
Ao secretário Eduardo pelo carinho, dedicação e boa vontade
indispensáveis em todos os momentos.
A Tatiana, por estar sempre disponível na concessão dos materiais
utilizados nos experimentos.
Ao laboratório de Análises Bioquímicas do BIOAGRO, onde o meu
trabalho foi realizado, obrigada pelo carinho com que fui recebida.
Aos meus amigos dos laboratórios de Análises Bioquímicas e
Enzimologia, Eleonice, Ana Paula, Sandra, Fabrícia, Lílian, Angélica,
Camila, Maíra, Daniel.
Aos funcionários Naldo, Gláucia, Eduardo e Sandra Machado pela
colaboração nas análises bioquímicas e pela amizade.
iv
Aos meus pais, pelo amor, carinho, dedicação e apoio em todos os
momentos de minha vida.
Aos meus irmãos, meus sobrinhos, cunhadas, pelo carinho e apoio
depositados em mim.
Ao meu noivo Aroldo, pelo carinho, amizade, dedicação,
ensinamentos e principalmente pelo seu amor.
Aos meus amigos de Viçosa e a todas as pessoas que
contribuíram para a realização deste trabalho.
v
BIOGRAFIA
SOLANGE APARECIDA DE PAULA, filha de Nilson Lopes de
Paula e Aparecida de Jesus Fonseca de Paula, nasceu em Viçosa, Minas
Gerais, em 14 de maio de 1982.
Em março de 2001, ingressou no curso de Ciência e Tecnologia
de Laticínios da Universidade Federal de Viçosa, diplomando-se com o
título de Bacharelado em janeiro de 2005.
Em agosto de 2005, iniciou o curso de pós-graduação em
Bioquímica Agrícola, em nível de Mestrado, na Universidade Federal de
Viçosa, submetendo-se à defesa de dissertação em julho de 2007.
vi
SUMÁRIO
Página
RESUMO
ix
ABSTRACT xi
1.INTRODUÇÃO
2.OBJETIVOS
1
5
3. REVISÃO DE LITERATURA 6
3.1. Soja como Fonte de Alimento 6
3.2. Fatores Antinutricionais da Soja. 8
3.3. Oligossacarídeos de Rafinose 9
3.3.1. Biossíntese e papel fisiológico dos oligossacarídeos de Rafinose. 9
3.3.2. Ocorrência e Distribuição dos Oligossacarídeos de Rafinose em
Plantas
12
3.3.3. Implicações Nutricionais dos Oligossacarídeos de Rafinose 13
3.4. Ácido Fítico
3.4.1. Via de Biossíntese do Ácido Fítico
3.4.2. Ocorrência e Distribuição do Ácido Fítico em Plantas
14
14
16
vii
3.4.3. Implicações Nutricionais do àcido Fítico
16
4. MATERIAL E MÉTODOS 19
4.1. Reagentes Utilizados 19
4.2. Genótipos de Soja 19
4.3. Determinação do Conteúdo de Proteínas
4.4. Determinação do Conteúdo de Lipídios
4.5. Determinação do Conteúdo de Cinzas
4.6. Determinação do Conteúdo de Ácido Fítico
4.7. Determinação do Conteúdo Oligossacarídeos
4.8. Determinação do Conteúdo de Carboidratos
4.9. Determinação do Conteúdo de Umidade
4.10. Análise Estatística
20
21
21
22
22
23
24
24
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 25
5.1.1. Conteúdo de Proteína 25
5.1.2. Conteúdo de Lipídio 28
5.1.3 Conteúdo de Cinzas
5.1.4 Conteúdo de Carboidratos Totais
5.1.5 Conteúdo de Açúcares Solúveis
5.1.6 Conteúdo de Sacarose
30
32
34
36
viii
5.2 Fatores Antinutricionais
5.2.1 Conteúdo de Ácido Fítico
5.2.2 Conteúdo de Rafinose
5.2.3 Conteúdo de Estaquiose
5.2.3 Conteúdo de Ros
5.3 Correlação entre os Componentes Bioquímicos e Fatores
Antinutricionais
6. CONCLUSÕES
7. PESPECTIVAS
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
9. APÊNDICE
38
38
40
42
44
47
56
57
58
74
ix
RESUMO
PAULA, Solange Aparecida de, M. Sc., Universidade Federal de
Viçosa, julho de 2007. Composição bioquímica e fatores
antinutricionais de genótipos de soja. Orientador: Valéria
Monteze Guimarães. Co-orientadores: Sebastião Tavares
Rezende, Maurílio Alves Moreira e Everaldo Gonçalves de Barros
A soja é um grão de alto valor nutricional, é utilizada como base
para vários produtos, portanto existe uma demanda crescente por
genótipos de soja com características de qualidade específicas. Assim,
torna-se importante a caracterização de genótipos de soja quanto aos
componentes bioquímicos relativos à qualidade e também quanto aos
fatores antinutricionais, os quais limitam o uso da soja na alimentação. Os
objetivos deste trabalho foram avaliar a composição bioquímica e fatores
antinutricionais, como fitatos e oligossacarídeos de rafinose, em soja,
visando à seleção de genótipos com perfil nutricional mais adequada para
uso na alimentação humana e de animais. Alem disso, foram estimadas
as correlações entre as características dos genótipos analisados. Para
isto, foram avaliados 34 genótipos de soja, cultivados na estação
experimental da COOPADAP situada no município de São Gotardo-MG.
Os experimentos foram executados em blocos casualizados, com três
repetições. Foram determinados os conteúdos: de proteína pelo método
de Kjeldahl; lipídios usando um extrator Soxhlet; cinzas por incineração,
sacarose, rafinose e estaquiose por HPLC e carboidratos totais por
diferença. O conteúdo de fitatos foi determinado pelo método
colorimétrico. Análises estatísticas e os coeficientes de correlação foram
determinados pelo programa GENES. Foi verificada diferença no
conteúdo dos componentes analisados nos diversos genótipos de soja.
Os genótipos que mais se destacaram quanto ao conteúdo de proteínas
foram Monarca, Elite, Balisa, MSOY 8585, CS 02 302 e CS 144 RR. Maior
conteúdo de lipídeos foi determinada no genótipo CS 801. Para o caráter
x
carboidratos totais os genótipos que mais se destacaram foram CS 01
736, CS 186 RR, CS 206 RR, CS 02 731, CS 02 1026, MSOY 8001, CS
821, CS 73 RR, CS 106 RR, CS 02 449, CS 95 RR, Valiosa, MSOY 8787,
Vencedora, MSOY 8008, CS 02 521, MSOY 8585. Os genótipos que
apresentaram maior conteúdos do açúcar solúvel sacarose foram
Silvania, Monarca, CS 186 RR, Vencedora, MSOY 8001, CS 02 521,
MSOY 7878, CS 02 449, CS 821, Valiosa, CS 01 736, Elite e CS 02 731.
Quanto aos fatores antinutricionais, os genótipos que mais se
destacaram, ou seja, que apresentaram menores conteúdos de fitatos
foram CS 206 RR, CS 95 RR, MSOY 8001, CS 02 564, CS 02 731, CS 33
RR, CS 33 RR, Valiosa, MSOY 8008, CS 821, Garantia, CS 132 RR,
MSOY 8787, CS 01 736, Vencedora, CS 01 873, CS 73 RR, CS 02 988,
CS 02 1026 e Balisa. Os genótipos com menores conteúdos de rafinose
foram Luziania, CS 02 521, MSOY 7878, CS 801, CS 02 302, Monarca,
CS 02 564 e Vencedora; e com menores conteúdos de estaquiose foram
CS 132 RR, CS 02 988, CS 73 RR, CS 179 RR, Elite, CS 02 449,
Garantia e CS 02 731. Foi observada correlação significativa entre os
caracteres proteína e: óleo, sacarose, açúcares solúveis, carboidratos
totais; óleo e cinzas; cinzas e: fitato, estaquiose, RO, açúcares solúveis;
fitato e: sacarose, rafinose, carboidratos totais e RO; sacarose e: rafinose,
carboidratos totais e açúcares solúveis; rafinose e: estaquiose, açúcares
solúveis; estaquiose e: açúcares solúveis, RO, carboidratos totais e RO; e
finalmente carboidratos totais e açúcares solúveis. O genótipo que esteve
mais freqüente entre as maiores médias para as características
bioquímicas e menores médias para fatores antinutricionais foi CS 02 564.
Portanto, esse genótipo poderá ser selecionado para o programa de
melhoramento da soja destinada ao consumo humano.
xi
ABSTRACT
PAULA, Solange Aparecida de, M. Sc., Universidade Federal de Viçosa,
July, 2007. Biochemical composition and antinutritional factors in
genotypes of soy. Adviser: Valéria Monteze Guimarães. Co-advisers:
Sebastião Tavares Rezende, Maurilio Alves Moreira and Everaldo
Gonçalves de Barros
Soy is a highly nutritious grain which is used as a basis for many
products. Therefore, there is an increasing demand for soy genotypes with
specific quality characteristics. It is important, thus, to characterize soy
genotypes as to the biochemical components related to quality and to the
anti-nutritional factors which limit soy use for feeding. The goal of the
present work is to evaluate the biochemical composition and anti-
nutritional factors present in soy, such as phytates and oligosaccharides of
raffinose, in order to select genotypes with more adequate nutritional
characteristics to be used in human and animal food. Besides, it was
estimated the correlation between the characteristics of the genotypes
analyzed. In order to achieve this, 34 soy genotypes cultivated in the
experimental station of the COOPADAP, located in São Gotardo-MG,
were evaluated. The experiments were carried out in randomized blocks,
with three repetitions. The following contents were determined: of protein
by the Kjeldahl method; of lipids, with the use of the Soxhlet extractor; of
ashes through burning, of sucrose, raffinose and stachiose by HPLC and
total carbohydrates by difference. The phytate content was determined by
the method. The statistical analyses and the correlation coefficients were
determined by the program GENES. It was verified the difference in the
content of the components analyzed in many soy cultivars. The cultivars
which were distinguished as to their protein content were Monarca, Elite,
Balisa, MSOY 8585, CS 02 302 and CS 144 RR. A higher lipid contents
was determined in the genotype CS 801. For the total carbohydrate
feature, the distinguished genotypes were CS 01 736, CS 186 RR, CS 206
RR, CS 02 731, CS 02 1026, MSOY 8001, CS 821, CS 73 RR, CS 106
RR, CS 02 449, CS 95 RR, Valiosa, MSOY 8787, Vencedora, MSOY
xii
8008, CS 02 521 and MSOY 8585. The genotypes which presented higher
contents of the soluble sugar sucrose were Silvania, Monarca, CS 186
RR, Vencedora, MSOY 8001, CS 02 521, MSOY 7878, CS 02 449, CS
821, Valiosa, CS 01 736, Elite and CS 02 731. As to the antinutritinal
factors, the genotypes which were distinguished, namely, which presented
the lowest contents of phytates were CS 206 RR, CS 95 RR, MSOY 8001,
CS 02 564, CS 02 731, CS 33 RR, CS 33 RR, Valiosa, MSOY 8008, CS
821, Garantia, CS 132 RR, MSOY 8787, CS 01 736, Vencedora, CS 01
873, CS 73 RR, CS 02 988, CS 02 1026 and Balisa. The genotypes with
the lowest contents of raffinose were Luziania, CS 02 521, MSOY 7878,
CS 801, CS 02 302, Monarca, CS 02 564 and Vencedora; and the ones
with the lowest contents of stachyose were CS 132 RR, CS 02 988, CS 73
RR, CS 179 RR, Elite, CS 02 449, Garantia and CS 02 731. It was
observed a significant correlation between the following characters:
protein and: oil, sucrose, soluble sugars and total carbohydrates; oil and
ashes; ashes and: phytate, stachyose, RO and soluble sugars; phytate
and: sucrose, raffinose, total carbohydrates and RO; sucrose and:
raffinose, total carbohydrates and soluble sugars; raffinose and: stachyose
and soluble sugars; stachyose and: soluble sugars and RO, total
carbohydrates and RO and, finally, total carbohydrates and soluble
sugars. The genotype which appeared more frequently among the highest
averages for the biochemical characteristics and the lowest averages for
the antinutritious factors was CS 02 564. Therefore, that genotype may be
selected for the improvement program of the soy used for human
consumption.
1
1- INTRODUÇÃO
Os grãos da soja (Glycine max. L), uma espécie da família das
leguminosas, são utilizados em todo mundo como fonte de alimento,
devido ao seu padrão bem balanceado de aminoácidos (SMITH e
CIRCLE 1972). É considerada uma excelente fonte de proteína para uso
animal e humano (GITZELMANN e AURICCHIO, 1965). Originária das
regiões norte e central da China, a soja foi domesticada há cerca de cinco
mil anos, o que faz dela uma das plantas cultivadas mais antigas.
Reputavam-na, juntamente com arroz, trigo, cevada e painço, um dos
cinco ‘grãos sagrados’. Nos Estados Unidos passou a ser cultivada no
século XX. Já no Brasil apesar de ter chegado em 1908, a ampliação do
cultivo ocorreu apenas nos anos 70, com o aumento da produção e
demanda internacional de óleo (SOUZA et al., 2000).
Dentre os grandes produtores mundiais de soja, o Brasil figura
como o que apresenta as melhores condições de expandir a produção e
promover o esperado aumento da demanda mundial. O crescimento e
aumento da capacidade competitiva da soja brasileira sempre estiveram
associados aos avanços científicos e à disponibilidade de tecnologias ao
setor produtivo (EMBRAPA, 2007). O Complexo Soja, que reúne a cadeia
produtiva de soja em grão, farelo e óleo, é um dos principais itens da
Balança Comercial Brasileira e exportou cerca de US$9 bilhões em 2005
(CONAB,2007). Os estoques de soja em grão, segundo o relatório de
oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
(USDA), publicado em fevereiro de 2007, foram projetados em 57,4
milhões de toneladas para 2006/2007 em relação a 52,2 milhões de
toneladas na safra anterior. Para o Brasil, a Conab divulgou em fevereiro
de 2007 o seu quinto levantamento para a safra de grãos. A estimativa é
de queda de 7,4 % na área plantada de soja e incremento de 5,4 % na
produção, devido a uma condição climática e sanitária melhor que a da
última safra. Segundo dados fornecidos pelo CISOJA (2007), a produção
2
nacional de soja em 2007 deverá ser em torno de 59,81 milhões de
toneladas e a produção mundial de cerca de 234 milhões de toneladas.
Em conseqüência do desenvolvimento que tomou a aplicação da
soja, sua procura tem crescido de maneira vertiginosa e a área destinada
ao seu cultivo, em tudo mundo, aumenta a cada dia. A produção mundial
de soja, na safra 2005/06, situou-se em 219,93 milhões de toneladas
(USDA, 2006).
Segundo a Embrapa, existem vários tipos de soja transgênicas
sendo desenvolvidas atualmente. Entretanto, a mais conhecida e plantada
comercialmente é a soja tolerante ao herbicida glifosato. Essa soja
chegou ao campo nos Estados Unidos, na safra de 1996, e no ano
seguinte, na Argentina.
O grão da soja apresenta características similares as dos produtos
protéicos de alto valor nutritivo, pelo fato de conter quantidade suficiente
de quase todos os aminoácidos essenciais em suas proteínas (COSTA e
MIYA, 1972). A maioria dos cultivares de soja apresenta de 30 a 45% de
proteínas, de 15 a 25% de óleo, de 20 a 35% de carboidratos e cerca de
5% de cinzas (MOREIRA, 1999). Componentes como antioxidantes,
isoflavonas, fosfolipídios, aminoácidos essenciais, vitaminas e minerais
fazem com que a utilização de produtos a base de soja na dieta alimentar
contribua para uma melhor qualidade de vida (MANDARINO, 2002;
SOUZA, 2000).
Muitos alimentos têm sido produzidos a partir da soja, tais como
farinha, extrato hidrossolúvel e alguns produtos fermentados (SANNI et
al., 1992,). O extrato hidrossolúvel de soja é visto como substituto de
baixo custo para o leite de vaca em países em desenvolvimento e como
um suplemento nutritivo para populações com intolerância à lactose
(THYPPESWANY e MULIMANI, 2002).
A importância comercial e nutricional da soja para alimentação
humana e animal é bem conhecida. Porém, junto com proteína e óleo
alguns componentes indesejáveis também são encontrados nos grãos.
Fatores antinutricionais como inibidores de tripsina, ácido fítico e
oligossacarídeos de rafinose estão presentes em leguminosas, inclusive
na soja. Por isso é importante determinar a composição de diferentes
3
cultivares de soja para selecionar aqueles com níveis altos de proteína e
óleo e baixo nível de fatores indesejáveis (TRUGO et al., 1994).
A ingestão de soja e de alguns derivados resulta principalmente em
flatulência, náuseas, desconforto e diarréia. Os principais causadores
desses sintomas são os açúcares rafinose e estaquiose (WAGNER et al.,
1976). Pelo fato da capacidade da soja e de outras leguminosas
causarem flatulência em humanos, os produtos derivados de soja têm
sido descritos como indutores de problemas digestivos em animais
(COON et al., 1990). Em sementes de soja madura, os açúcares solúveis
constituem aproximadamente 10% do peso seco. Sacarose, estaquiose e
rafinose constituem mais que 99% dos açúcares solúveis presentes.
Flatulência é resultante do metabolismo anaeróbico de α- 1,6-
galactosídios de rafinose (RO) presentes nos grãos das leguminosas
(PRINCE et al., 1988). A mucosa do intestino delgado de humanos e
também de outros animais monogástricos, como aves e suínos, são
desprovidos das α- 1,6-galactosidases, enzimas necessárias à conversão
dos RO em açúcares mais simples. Consequentemente, 100% dos RO
não são degradados e são então conduzidos ao intestino grosso onde
bactérias anaeróbicas possuem os sistemas enzimáticos necessários
para fermentação desses açúcares, o que resulta em liberação de
grandes quantidades de CO
2,
H
2
e CH
4
(STEGGERDA e DIMMICK, 1966;
SUAREZ et al 1999). Esta produção de gases é conhecida como
flatulência intestinal e está associada com cólicas, diarréia, dispepsia e
constipação. Desta forma, os RO presentes na soja e outras leguminosas
assumem papel restritivo quanto ao consumo destes grãos como fonte
protéica.
O ácido fítico ou inositol 1,2,3,4,5,6 hexafosfato (C
6
H
18
O
24
P
6
)
encontra-se amplamente distribuído nos vegetais. Em cereais e
leguminosas o teor de ácido fítico pode variar de 1 a 3 %, e constitui a
principal forma de armazenamento de P, correspondendo de 60 a 90 %
do P total (GRAF, 1983, REDDY et al., 1989). A soja e seus derivados
contêm de 1 a 1,5% de ácido fítico que podem ser quelados com metais
di e trivalentes, tais como Ca, Cu, Zn, Fe, Mg, Mn e Mo (RACKIS, 1974;
FINNEY, 1978; BAU & DEBRY, 1879), e interagir com proteínas e
4
vitaminas (CHANG,1977). Na forma aniônica pode ligar-se a minerais,
proteínas e amido no trato digestivo, diminuindo a biodisponibilidade
destes em legumes e cereais. Assim, o fitato é considerado um fator
antinutricional. Por outro lado, pode agir como antioxidante reduzindo a
peroxidação de membranas e a formação de radicais livres e podendo
atuar como anticarcinogênico, fornecendo proteção contra câncer do colo
(GRAF et al., 1987; THOMPSON e ZHANG, 1991). Devido a estes
aspectos, o interresse em manipular o teor de fitato em grãos tem
crescido em todo mundo.
O fitato pode alterar significativamente as propriedades funcionais
e nutricionais dos alimentos (CHERYAN, 1980). A fitase (mio-inositol
hexafosfato fosfohidrolase) é capaz de promover a hidrólise total do fitato,
porém, não está presente em humanos e animais monogástricos. Assim,
o fitato desempenha um papel antinutricional na alimentação de humanos
e monogástricos e a maior parte do P contido neste composto é
indisponível e excretado sem ser absorvido (RABOY et al., 1991; REDDY
et al., 1989).
Portanto, a identificação de genótipos de soja que tenham maiores
teores de proteína e óleo e um teor de fatores indesejáveis mais baixo é
de grande importância, visando seu uso em programas de melhoramento
e para uso na alimentação humana e de animais. Também genótipos de
soja com alto conteúdo de sacarose e com baixo conteúdo de rafinose e
estaquiose são mais competitivos para utilização em alimentação
humana.
Neste trabalho foram estudados diferentes genótipos de soja em
relação à composição bioquímica dos grãos, incluindo teores de lipídeos,
proteínas, carboidratos totais, sacarose, cinzas e umidade. Também
foram determinadas as concentrações de fatores antinutricionais como os
oligossacarídeos rafinose e estaquiose e de fitatos. Com este trabalho
visou-se selecionar genótipos com maiores teores de proteína e sacarose
e baixos conteúdos de rafinose, estaquiose e fitatos. Os genótipos
selecionados poderão ser recomendados para uso na alimentação, e
poderão ser utilizados em programas que visam aumento da qualidade
nutricional da soja.
5
2 - OBJETIVOS
2.1 - OBJETIVOS GERAIS
Identificar genótipos de soja que tenham maiores concentrações de
proteína e óleo e menores concentrações de fatores indesejáveis
como oligossacarídeos de rafinose e ácido fítico, visando seu uso em
programas de melhoramento do valor nutricional da soja, para uso na
alimentação humana e de animais.
2.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Determinar a composição bioquímica dos grãos de soja, incluindo
os teores de proteínas; lipídios; carboidratos totais; umidade;
cinzas e do açúcar solúvel sacarose;
Determinar as concentrações dos fatores antinutricionais incluindo
fitatos e os açúcares solúveis rafinose e estaquiose;
Determinar a correlação entre os teores dos parâmetros analisados
Produzir um perfil mais completo da composição da soja, sendo útil
para a seleção entre linhagens;
Identificar genótipos de soja que sejam mais adequados ao
programa de melhoramento, visando o uso na alimentação;
6
3 – REVISÃO DE LITERATURA
3.1 – A SOJA COMO FONTE DE ALIMENTO
A soja, pelas suas qualidades nutricionais, facilidade de adaptação
a quase todas as regiões do globo e facilidade de cultivo, pode ser
considerada como um dos alimentos para as populações do futuro
(BELLAVER e SNIZEK, 1999).
A soja é considerada um alimento funcional porque além de
funções nutricionais básicas, produz efeitos benéficos à saúde, reduzindo
riscos de algumas doenças crônicas e degenerativas. É rica em proteínas
de boa qualidade, possui ácidos graxos poliinsaturados e compostos
fitoquímicos como: isoflavonas, saponinas, fitatos, dentre outros. Também
é uma excelente fonte de minerais como cobre, ferro, fósforo, potássio,
manganês, magnésio e vitamina do complexo B (EMBRAPA, 2007).
Devido ao seu alto valor nutricional a soja é mundialmente
cultivada. Principalmente as indústrias alimentícias têm explorado
comercialmente o potencial energético-protéico da soja, estimulando
assim sua produção em larga escala. A soja possui uma fração protéica
altamente significativa que é utilizada na fabricação de ração para a
alimentação animal. A forma pela qual a soja é mais utilizada na produção
animal é como farelo, que é resultante da extração de óleo, o qual
também é largamente empregado pelas indústrias de ração. A fração óleo
é destinada principalmente ao consumo humano (LIMA, 1999), sendo
utilizada na indústria de alimentos para a produção de margarina, óleo de
cozinha, agentes emulsificantes e vários outros produtos. Subprodutos de
ambas as frações apresentam ainda diversas utilidades na indústria
química e farmacêutica. Apesar da diversidade de utilização da soja,
aproximadamente 83 % da produção mundial é utilizada para a extração
de óleo, destinado principalmente ao consumo humano, e o farelo
resultante é destinado à fabricação de ração animal (LIMA; ANGNES,
1999).
Mais recentemente, a fração protéica tem sido utilizada também
para a alimentação humana, tanto como extrato hidrossolúvel de soja,
7
quanto na composição de outros alimentos. Os derivados protéicos da
soja se enquadram em três produtos alimentícios básicos: farinhas, com
cerca de 50% de proteínas; concentrados protéicos, com 70% de proteína
e isolados protéicos de soja com 90-97% de proteína. Estes produtos
básicos podem ser processados em produtos texturizados de soja, sendo
utilizados em panificadoras como clarificadores de farinhas e agentes de
melhoria das características de panificação e conservação (MOREIRA,
1999). O extrato hidrossolúvel de soja, mais conhecido como leite de soja,
é utilizado na alimentação humana, particularmente como substituto ao
leite de vaca. Tal uso é indicado para pessoas portadoras de certas
intolerâncias ao leite de origem animal, e a algumas deficiências
genéticas, como a ineficiência em metabolizar a lactose (DE
LÚMEN,1992).
Entretanto, o grão de soja apresenta em sua estrutura
constituintes que interferem na utilizão destas proteínas e de outras
substâncias. Estes constituintes são denominados de antinutricionais e
podem interferir na disponibilidade de nutrientes, resultando em inibição
de crescimento, hipoglicemia, flatulência ou danos a tecidos como
pâncreas ou fígado (LIENER, 1981).
Para melhorar a qualidade nutricional da soja e utilizá-la como
alimento, há necessidade de remover ou inativar esses constituintes
indesejáveis. Uma alternativa seria a criação de cultivares, através de
manipulação genética, que contenham pequena ou nenhuma quantidade
desses constituintes indesejáveis, porém, essas estratégia requer estudos
prolongados sobre a natureza química e bioquímica destes compostos
(SATHE & SALUNKHE, 1984). Por isso, é importante determinar a
composição de genótipos diferentes, para selecionar aqueles com níveis
altos de proteína e óleo e baixo conteúdo de fatores indesejáveis.
8
3.2-FATORES ANTI-NUTRICIONAIS DA SOJA
O uso da soja integral na alimentação de suínos e aves e na
alimentação humana tem sido limitado pela necessidade de tratamentos
para inativação de vários componentes antinutricionais presentes.
Destacam-se os inibidores de proteases, lectinas, taninos, proteínas
alergênicas e pouco digeríveis, as lipoxigenases, os oligossacarídeos de
rafinose (ROs), ácido fítico e outros (BELLAVER E SNIZEK, 1999).
Alguns fatores antinutricionais:
Ácido fítico: na classe dos fitatos, o ácido fítico é o componente mais
conhecido, sendo encontrado na forma de mio-inositol 1,2,3,4,5,6, hexa-
diidrogêniofosfato. Nas leguminosas, os fitatos estão associados ás
proteínas exercendo influência sobre a biodisponibilidade do ferro,
evitando a complexação deste íon com a gastoferrina no estomago. Os
fitatos também exercem influência na absorção de manganês, cobre
(BRAZACA, 1997) e cálcio (O’TOOLE, 1999);
Inibidores de proteases: são proteínas amplamente distribuídas no reino
vegetal que tem a capacidade de inibir a atividade de enzimas como a
tripsina, a quimiotripsina e a carboxipeptidase (BENDER et al., 1981;
CAMPOS, 1989 in SILVA E SILVA, 2000).
As lectinas: são moléculas protéicas que apresentam a propriedade de
formar complexos com compostos glicídicos. Existe uma interação entre
as lectinas e as glicoproteínas da superfície das hemácias, gerando
aglutinação entre tais estruturas (CHEFTEL et al., 1989);
Fatores alergênicos: representados pelas proteínas glicinina e ß-
conglicinina, que provocam reação de hipersensibilidade, o que
compromete a integridade da mucosa intestinal (GRANT, 1989). ;
Oligossacarídeos de Rafinose (RO): são capazes de produzir
flatulência, resultante do metabolismo anaeróbio desses açúcares (DE
LÚMEN, 1992; PRINCE et al., 1988). Os açúcares não digeríveis são
9
fermentados no intestino grosso por bactérias anaeróbias, com produção
de gases, tais como, CO
2
, H
2
e CH
4
(CALLOWAY et al., 1966).
3.3 - OLIGOSSACARÍDEOS DE RAFINOSE
3.3.1 - BIOSSÍNTESE E PAPEL FISIOLÓGICO DOS
OLIGOSSACARÍDEOS DE RAFINOSE
Os oligossacarídeos de rafinose são a fonte primária de energia e
substratos para a síntese de vários compostos, durante a germinação das
plantas que armazenam tais açucares (JIMÉNEZ et al., 1985).
Acredita-se que o papel primário dos ROs seja a de reserva
(CHATTERTON et al.,1990; DINNI e al., 1989). Segundo DEY (1981), a
rafinose é armazenada nos órgãos de reserva, sendo utilizada como
precursora para a síntese de outros oligossacarídeos ou podendo ser
hidrolisada por alfa-galactosidases.
Além disso, os ROs têm outras funções nas plantas, eles servem
como metabólitos de transporte de esqueletos carbônicos em muitas
leguminosas e existem evidências de seu papel na adaptação das plantas
ao frio e em conferir tolerância à dessecação durante o processo de
maturação das sementes. Na ausência dos ROs, a tolerância das
sementes à dessecação é perdida, mesmo que a sacarose esteja
presente. Acredita-se que a sacarose seja o principal agente da tolerância
à dessecação (KORTER e LEOPOLD, 1988), e que os ROs impeçam a
cristalização da sacarose (LEOPOLD e VERTUCCI, 1986).
Segundo DEY (1985), a via metabólica de síntese dos ROs pode
ser representada como se segue:
10
UDP-galactose + mio-inositol Galactinol + UDP
Galactinol + sacarose Rafinose + mio-
inositol
Galactinol + rafinose Estaquiose + mio-
inositol
Galactinol + estaquiose Verbascose + mio-
inositol
Galactinol + verbascose Ajucose + mio-
inositol
Figura 1 – Estruturas dos açúcares envolvidos na síntese dos RO
Na Figura 2 está representado o esquema da via de síntese dos
oligossacarídeos e suas enzimas:
Galactose
Galactose
Galactose
Glicose
Frutose
Verbascose
Estaquiose
Rafinose
Melibiose
Sacarose
α-(1-6)
α-(1-6)
α-(1-6)
β-(1-2)
Galactose
Galactose
Galactose
Glicose
Frutose
Verbascose
Estaquiose
Rafinose
Melibiose
Sacarose
α-(1-6)
α-(1-6)
α-(1-6)
β-(1-2)
11
Figura 2- Esquema da via metabólica de síntese dos RO (SUAREZ et al.,
1999).
A primeira reação é catalisada pela galactinol sintase (UDP-
galactose: mio-inositol galactosil transferase; GS), que requer Mg
+2
para
sua atividade, produzindo galactinol a partir de UDP-galactose e mio-
inositol (LIU et al., 1995). Subsequentemente à primeira reação, sintases
específicas catalisam a síntese de cada oligossacarídeo da série, através
da transferência do galactinol para a sacarose, a rafinose, a estaquiose e
a verbascose, com a produção de α-1,6-galactosídios, tri, tetra, penta e
hexassacarídeos de rafinose (RIBEIRO, 2001). A rafinose ocorre em
plantas superiores nas folhas, caules e órgãos de reserva. Ocorre um
acúmulo na concentração de rafinose com a perda de água nas sementes
maduras (DEY,1985). A estaquiose é um dos mais abundantes
tetrassacarídeos em plantas, reconhecida como o maior açúcar de
reserva e transporte das leguminosas. Estaquiose é sintetizada a partir de
rafinose em uma reação catalisada pela estaquiose sintase (galactinol:
rafinose 6-α-D-galactosil transferase), onde o galactinol serve como
doador de galactose. Verbascose e ajucose são penta e
UDP – Glc
UDP - Gal
Glc6P
Mio-inositol Galactinol
Sacarose
(Glicose – Frutose)
Rafinose
(Galactose-Sacarose)
Estaquiose
(Galactose- Rafinose)
Galactinol
UDP
GS
Ácido fítico
Rafinose
sintase
Estaquiose
sintase
Verbascose
(Galactose- Estaquiose)
Ajucose
(Galactose- Verbascose)
Galactinol
Galactinol
UDP – Glc
UDP - Gal
Glc6P
Mio-inositol Galactinol
Sacarose
(Glicose – Frutose)
Rafinose
(Galactose-Sacarose)
Estaquiose
(Galactose- Rafinose)
Galactinol
UDP
GS
Ácido fítico
Rafinose
sintase
Estaquiose
sintase
Verbascose
(Galactose- Estaquiose)
Ajucose
(Galactose- Verbascose)
Galactinol
Galactinol
12
hexassacarídeos, respectivamente. Estes oligossacarídeos coexistem
com rafinose e estaquiose na maioria das leguminosas, estando
presentes em órgãos de reserva (DEY, 1985, 1990).
3.3.2 - OCORRENCIA E DISTRIBUIÇÃO DOS
OLIGOSSACARIDEOS DE RAFINOSE EM PLANTAS
Os ROs ocorrem no embrião de sementes de leguminosas e são
quebrados durante a germinação, resultando no acúmulo temporário de
galactose e sacarose nesses tecidos (DEY,1980; SARAVITZ et al., 1987).
Os ROs são o segundo tipo de carboidrato solúvel mais abundante nas
plantas, após a sacarose.
Eles são sintetizados e depositados nos órgãos de
armazenamento, como as sementes, durante o processo de maturação e
são mobilizados durante os primeiros estádios da germinação
(DEY,1990).
Uma vez que existe variação entre cultivares de soja quanto ao
conteúdo de RO, para sua redução em sementes de soja seria necessária
a identificação de variedades que apresentassem sementes com baixos
teores de oligossacarídeos e retrocruzamento entre os tipos parentais.
Entretanto HYMOTWITZ et al.(1972) concluíram que devido à existência
de uma correlação positiva entre concentração de proteína e de
estaquiose na semente, torna-se difícil desenvolver uma linha de
germoplasma de alta concentração de proteína e que tenha baixo teor de
estaquiose.
Com o objetivo de obter sementes de soja com baixo teor de
oligossacarídeos para uso na alimentação humana, SUAREZ et al. (1999)
analisaram um grande número de sementes quanto à atividade das
enzimas rafinose sintase e estaquiose sintase, que catalisam as etapas
finais da síntese de rafinose e estaquiose, respectivamente. Esses
estudos resultaram na identificação de sementes com atividade muito
baixa para essas enzimas, as quais apresentam também baixa
concentração de rafinose e estaquiose quando comparadas com
sementes convencionais.
13
3.3.3 - IMPLICACOES NUTRICIONAIS DOS
OLIGOSSACARIDEOS DE RAFINOSE
Os ROs são indigeríveis pelos mamíferos e podem causar
flatulência em humanos. A hidrólise destes oligossacarídeos requer a
ação da enzima α-galactosidase, que hidrolisa um α-galactosídeo e esta
enzima não está presente no trato intestinal humano (GITZELMANN e
AURICCHIO, 1965).
A ingestão de soja e derivados resulta no aparecimento de
sintomas desagradáveis, o que limita o seu consumo. Dentre os sintomas
desagradáveis, destaca-se a flatulência (de LUMEN, 1992), que é
resultante do metabolismo anaeróbico de α-1,6-galactosídeos de rafinose
(ROs: oligossacarídeos de rafinose) presentes nos grãos das
leguminosas em geral (PRICE et al., 1988). A mucosa do intestino
humano e de outros animais monogástricos, como aves e suínos, é
desprovida das enzimas α-1,6-galactosidases (EC. 3.2.1.22 a-D-galactosil
galactohidrolase), que são necessárias à conversão dos ROs em
açúcares mais simples. Conseqüentemente, os ROs não hidrolisados são
conduzidos à parte posterior do intestino, onde são fermentados
anaerobicamente a CO
2
, H
2
e CH
4
pela microflora (PRICE et al., 1988).
Desta forma, os RO presentes na soja e outras leguminosas assumem
papel restritivo quanto ao consumo destes grãos como fonte protéica.
14
3.4 - ÁCIDO FÍTICO
3.4.1 - VIA DE BIOSSÍNTESE DE ÁCIDO FÍTICO
A síntese de ácido fítico se dá por um processo de fosforilação da
molécula de mio-inositol. A princípio, este pode ser suprido pela síntese
de novo ou pode ser reciclado a partir de uma forma armazenada ou
ainda ser translocado. No entanto, a síntese de novo é reconhecida como
sendo a principal fonte de inositol em grãos, o qual envolve a conversão
de glicose-6P em mio-inositol-1P pela ação da enzima mio-inositol-1-P-
sintase (MIPS) (LOEWUS e MURTHY, 2000).
Figura 3 – Estrutura do ácido fítico
A partir do mio-inositol-monofosfato o processo de fosforilação é
continuado sucessivamente até a formação do mio-hexaquisfosfato (IP6)
ou ácido fítico. Para explicar a via biossintética do IP6 existem muitas
propostas na literatura. Dentre estas, há uma fosforilação sucessiva da
molécula de mio-inositol com ausência de intermediários parcialmente
fosforilados estáveis (BISWAS et al., 1978), ou envolve fosforilação
sucessiva, porém com a presença dos intermediários (BREARLEY e
HANKE, 1996). Em ambas, a fosforilação ocorre pela ação de quinases.
No caso da via que se refere à presença dos polifosfoinositídios
como intermediários, a formação de IP3 ocorre pela ação da fosfolipase C
e os demais intermediários também são formados por quinases, em que
duas fosforilações sucessivas que levam o IP3 ao IP5, e finalmente o IP5
para o IP6 através da pentaquisfosfato quinase (MAJERUS et al., 1988).
15
Esta última conversão é comum em todas as vias, o que varia é a posição
do fósforo na molécula de mio-inositol (Figura 4).
Independente do caminho de síntese do ácido fítico, o fósforo, mio-
inositol ou glicose podem ser usados como primeiros substratos a serem
incorporados na via de síntese de fitato. O fósforo é incorporado na forma
de ATP, a glicose e mio-inositol são fontes de carbono (LOEWUS &
LOEWUS, 1983). Tanto glicose como mio-inositol podem gerar mio-
inositol-1P através de duas enzimas, mio-inositol-1-P-sintase e mio-
inositol-quinase, respectivamente (LOEWUS & MURTHY, 2000). As vias
de biossintese do acido fítico estão mostradas na Figura 4.
Figura- 4- Possíveis vias metabólicas envolvidas na síntese de ácido
fítico. À esquerda, via proposta por Biswas et al., (1978) na ausência de
intermediários estáveis, ou no caso dos intermediários estáveis refere-se
à via proposta por Brealy e Hanke, (1996). À direita, via proposta por
Majerus et al., (1988), A= 1 L-mio-inositol-1P-sintase; B= 1L-mio-inositol-
1P fosfatase; C= mio-inositol-quinase; D= fosfatidil inositol sintase; E=
quinases; F= Pi quinase; G= PIP quinase; H= fosfolipase C e K=
pentaquifosfato quinase.
16
3.4.2 - OCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO DE ÁCIDO FÍTICO EM
PLANTAS
O ácido fítico é sintetizado a partir de um álcool cíclico, o mio-
inositol, por esterificações dos grupos hidroxilas com grupos fosfatos.
Existem nove estereoisômeros de inositol: cis, epi, alo, neo, mio, muco,
1L-chiro, 1D-chiro e scilo- inositol. Desses, sete ocorrem na natureza na
forma livre ou combinada, porém apenas a forma mio tem sido observada
em tecidos de plantas, incluindo grãos, raízes, tubérculos e tecidos
vegetativos (RABOY, 1990). O fitato é tipicamente depositado como
inclusões globulares juntamente com as proteínas de reserva (LOTT et
al., 1995). Nos cereais, o ácido fítico concentra-se na camada do aleurona
e no germe. As dicotiledôneas podem ter o fitato depositado no
endosperma, cotilédones e eixo embrionário, sendo que a menor
percentagem se encontra no eixo embrionário (LOTT et al., 1995).
O fitato no grão de soja representa em torno de 50 a 70 % do
fósforo total (REDDY et al., 1989). Segundo SOUZA (2003), as variações
nos valores de ácido fítico (no grão de soja), encontradas na literatura,
são devidas, além do genótipo, a variações nas condições ambientais, na
dose aplicada de fertilizantes, o armazenamento e nos métodos de
determinação.
3.4.3 - IMPLICAÇÕES NUTRICIONAIS DO ÁCIDO FÍTICO
O fitato pode alterar significativamente as propriedades funcionais
e nutricionais dos alimentos (CHERYAN, 1980). A importância
antinutricional destes sais deve-se á interação dos grupos fosfato com
amido, minerais e proteínas, levando a alteração na solubilidade,
funcionalidade, digestibilidade e absorção desses nutrientes (REDDY et
al., 1989).
A fitase é a principal enzima responsável pela hidrólise do fitato
durante a senescência e germinação, resultando em fósforo inorgânico e
17
inositol com vários graus de fosforilação. Esta enzima apresenta grande
distribuição na natureza tanto em microrganismos como em sementes
como, soja, feijão, trigo. Porém, não está presente em humanos e animais
monogástricos. Dessa forma o ácido fítico desempenha um papel
antinutricional na alimentação humana e dos animais monogástricos e a
maior parte do P contido neste composto é indisponível e excretado sem
ser absorvido (RABOY et al., 1991; REDDY et al., 1989).
O fitato diminui o aproveitamento principalmente de Fe, Zn, Ca e
Mg. Como pode ser observado na figura 5.
Figura 5 - Complexo formado entre o ácido fítico e elementos
químicos Fe, Zn, Ca e Mg.
Embora o teor de fitato nas sementes dependa em grande parte
das condições ambientais, como o fornecimento de fósforo à planta
(BUERKERT et al., 2001; RABOY e DICKINSON, 1993), existe uma
importante variabilidade genética no teor de fitato e isto parece ser
controlado por muitos genes. Em um estudo de campo com vinte
genótipos de soja, a concentração de ácido fítico nas sementes variou
entre 18,8 a 27,7g kg
-1
(RABOY et al., 1984).
Devido a ação da fitase durante o armazenamento, os grãos
geralmente apresentam grande parte do P na forma de mio-inositol
hexaquisfosfato (IP6), uma pequena parte na forma de mio-inositol penta
e tetraquifosfato(IP5 e IP4) e muito pouco em outras formas como tri, di e
18
monofosfato de mio-inositol (IP3, IP2 e IP) (AYET et al., 1997). O grau de
solubilidade e de interação com os minerais, proteínas e amido está
diretamente relacionado com o grau de fosforilação do fosfato de inositol.
Quanto maior for, maiores são as implicações sobre a biodisponibilidade
destes nutrientes (GUSTAFSSON & SANDBERG, 1995; SANDBERG et
al., 1999).
Estudos indicam que os complexos fitatoproteína são formados por
interações eletrostáticas que envolvem os grupos α-amino terminal, ε-
amino da lisina, imidazol da histidina, guanidil da arginina e carboxílico do
ácido aspártico e ácido glutâmico (CHERYAN, 1980; ALLI & BAKER,
1981).
Sob certas concentrações de fitato, ao aumentar o pH, pode
ocorrer tanto à interação de fitatos com minerais ou com proteínas
(CHAMPAGNE &. PHILLIPPY, 1989), como também a formação de
complexos ternários proteína-metal-fitato (CHERYAN, 1980; GRAF,
1983).
GRYNSPAN & CHERYAN (1989) sugerem que a interação de
cálcio, fitato e proteína de soja, parece ser afetada pelo pH do meio e pela
concentração dos três componentes. Em pH menor que 4, o fitato
associa-se com a proteína da soja para formar complexos insolúveis nos
quais a participação do cálcio dependerá de sua concentração. Quando o
cálcio está em excesso, este pode deslocar o fitato do complexo fitato-
proteína e torná-lo solúvel. Com o pH maior que 6,5 e concentração de
cálcio elevada, o fósforo precipita e a proteína permanece solúvel como
resultado da formação de complexos cálcio-fitato insolúveis.
19
4 – MATERIAIS E MÉTODOS
Este trabalho foi realizado no Laboratório de Análises Bioquímicas do
Instituto de Biotecnologia Aplicada à Agropecuária (BIOAGRO) da
Universidade Federal de Viçosa.
4.1 – REAGENTES UTILIZADOS
Éter de petróleo, ácido sulfúrico concentrado, ácido clorídrico
concentrado, foram obtidos da Quimex.
2,2 bipiriridina e Cloreto férrico 6 H
2
O foram adquiridos da Vetec
Química Fina.
Rafinose, estaquiose e fitato de sódio foram obtidos da Sigma
Chemical Company.
Os demais reagentes utilizados apresentaram procedência e grau de
pureza analíticos.
4.2 - GENÓTIPOS DE SOJA
Neste trabalho foram utilizados sementes de soja de trinta e quatro
genótipos diferentes: CS 02 521, CS 02 302, CS 821, MSOY 8001,
Vencedora, CS 01 736, CS 02 884, CS 02 564, CS 02 449, CS 02 731,
CS 01 873, CS 02 988, CS 02 1026, Luziania, Monarca, Garantia, Elite,
CS 144 RR, CS 33 RR, CS 132 RR, CS 95 RR, CS 179 RR, CS 206 RR,
CS 73 RR, CS 186 RR, CS106 RR, Valiosa, MSOY 7878, MSOY 8008,
MSOY 8585, MSOY 8787, Silvania, Balisa e CS 801, cedidos pelo
Programa de Melhoramento Genético de Soja do BIOAGRO, da
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, Brasil.
Esses genótipos foram plantados na estação experimental da
COOPADAP situada no município de São Gotardo no Estado de Minas
Gerais em 2006.
20
4.3 - DETERMINAÇÃO do CONTEÚDO de PROTÉINA
Para extração de proteína das amostras foi usado o Método
proposto por Kjeldahl (1883), que consiste em aquecer inicialmente a
amostra contendo nitrogênio com excesso de ácido sulfúrico concentrado
até que todo carbono seja oxidado a CO
2
.
Foram pesados aproximadamente 0,300 g de grãos moídos dos
diferentes genótipos de soja, e levados para bloco digestor, sendo então
adicionados 10 ml da mistura digestora (ácido sulfúrico concentrado,1%
selênio e 1% de sulfato de cobre). Após a digestão quase total (uma hora,
a 270°C) as amostras foram resfriadas e foi adicionado 1ml de peróxido
de hidrogênio. As amostras foram novamente colocadas no bloco digestor
por 1 hora, para completar a digestão. Estas foram novamente resfriadas
e foram adicionados 10 ml de água. As amostras foram então destiladas e
em seguida foi feita a titulação com HCl 0,05 M.
O calculo do teor de N nas amostras foi realizado como se segue:
Nº de meq HCl = Nº de meq N na amostra
V
HCl
X N
HCl
X f
HCl
= m de N (mg)
PE do N
V
HC
l x N
HCl
x f
HCl
x 14 x ___100___ x __1 _ = Teor r (%) de Nitrogênio na
P amostra 1000
amostra.
O teor de nitrogênio na amostra é convertido para proteína por um
fator relativo ao teor de nitrogênio da proteína. No caso de leguminosas
esse fator é de 6,25.
% Proteína na amostra = % Nitrogênio x 6,25
21
4.4 – DETERMINAÇÃO DO CONTEÚDO DE LIPÍDIOS
Para extração de lipídios foi utilizado o Método Intermitente Soxhlet
(GOMES et al. 2001). A amostra (5 g) foi pesada em um cartucho extrator.
Um balão, previamente seco a 105° C por 1 hora, foi pesado e mantido
em dessecador. O cartucho com a amostra foi transferido para o aparelho
Soxhlet, conectado com o balão e o condensador. Adicionou-se éter de
petróleo em quantidade suficiente para encher duas vezes o extrator. O
aquecimento foi ligado e a extração procedeu continuamente por seis
horas. O balão foi levado para estufa a 105° C por cinco horas, e depois
resfriado em dessecador e pesado. Repetiu-se o aquecimento e o
resfriamento até peso constante.
% Lipídeos = L x 100
P
Onde L = peso de lipídeos na amostra (g), e P = peso da amostra (g)
4.5 - DETERMINAÇÃO DO CONTEÚDO DE CINZAS
Para extração das cinzas foi usado o método descrito por GOMES
et al., (2001). Um cadinho de porcelana foi pesado (previamente aquecido
em mufla a 550° C, resfriado em dessecador) e anotado o peso. Em
seguida, aproximadamente 3 g de amostra foram pesadas e anotado o
peso do cadinho e da amostra. A amostra foi carbonizada em temperatura
baixa (200° C) e incinerada em mufla a 550° C até que as cinzas se
tornassem brancas. O material foi resfriado em dessecador até
temperatura ambiente e pesado.
O cálculo do teor de cinzas foi dado pela fórmula seguinte:
% Cinzas = C x 100
A
22
Onde C = peso das cinzas (g), e A = peso da amostra (g)
4.6 – DETERMINAÇÃO DO CONTEÚDO DE ÁCIDO FÍTICO
O ácido fítico foi extraído segundo o método descrito por HAUG e
LANTZSCH (1983). O volume de 1,5 ml de HCl 0,2 M foi adicionado a
0,015 g de farinha de soja para extração. Em seguida a mistura foi
agitada durante 30 min a 25 °C e centrifugada a 17200 x g durante 15
min. O sobrenadante (0,5 ml) foi misturado com 1 ml de solução de FeCl
3
(0,11g de cloreto férrico foram dissolvidos em 100ml de HCl 0,2M e o
volume foi completado para 1000ml) em HCl 0,2 M, e em seguida a
mistura foi aquecida por 30 min a 100 °C. Apos resfriamento a
temperatura ambiente, a mistura foi centrifugada a 3000 x g durante 15
min a 25 °C. O sobrenadante (0,5 ml) foi misturado com 0,75 ml de
solução de bipiridina (10g de bipiridina, 10ml de ácido tioglicolico em 1000
ml de água destilada). Logo após, foi feita a leitura da absorbância em
519 nm e os valores foram transformados em concentração de acido fítico
pelo uso de uma curva padrão construída a partir de soluções de
diferentes concentrações de fitato de sódio. A concentração de ácido fítico
foi expressa em g/100 g.
4.7 – DETERMINAÇÃO DO CONTEÚDO DE OLIGOSSACARÍDEOS
A extração dos oligossacarídeos das sementes de soja foi
realizada de acordo com a metodologia proposta por GUIMARÃES et al
(2001). As sementes foram moídas, foram pesado cerca de 30 mg de
farinha, as quais foram utilizadas para o processo de extração dos
oligossacarídeos. A fração óleo presente na farinha foi retirada por 3
extrações sucessivas com 1,0 ml de éter de petróleo a 42 °C por 5 min.
Três etapas sucessivas de tratamento com etanol 80 % a 100 °C por 5
min foram usadas para extrair os oligossacarídeos da farinha
desengordurada. Após cada extração com etanol 80 % a mistura foi
23
centrifugada em centrífuga do tipo Eppendorff 5415C, 14.000 rpm, por 5
min. O extrato alcoólico total obtido foi evaporado em estufa a 50 °C, e os
oligossacarídeos ressuspendidos em 1,0 ml de etanol 80 % e congelados
a -20°C. Essa solução foi submetida à centrifugação por 10 min e filtrada
em filtro Milipore de 0,45 micra de diâmetro. O filtrado foi analisado em
CLAE.
Para quantificação dos oligossacarídeos, inicialmente foi feita uma
padronização do método (CLAE). A partir de uma solução estoque
contendo mistura de diferentes açúcares ( frutose, sacarose, rafinose e
estaquiose) nas concentrações de 4, 4, 8 e 8 % (p/v), respectivamente,
foram feitas diluições para obtenção das soluções padrão. Cada solução
foi injetada no cromatográfico para obtenção das curvas, correlacionando
a área do pico com a concentração do açúcar na solução. As retas foram
obtidas por regressão linear.
Os ROS extraídos foram analisados por CLAE em cromatógrafo
Shimadizu série 10A, equipado com detector de índice de refração, uma
coluna em aço inox (25 X 0,465 cm) contendo na fase estacionária o
grupo aminopropil (-NH
2
). A mistura acetonitrila-água (80:20) em
condições isocráticas foi a fase móvel. As análises foram realizadas a 35
°C sob o fluxo de 1 ml/min e todo o processo foi controlado por um
computador acoplado ao sistema.
Um volume de 20 µL de cada amostra foi injetado no cromatógrafo
e cada açúcar presente foi identificado e quantificado por comparação
com os tempos de retenção e concentrações dos açúcares nas soluções
padrões.
4.8 – DETERMINAÇÃO DO CONTEÚDO DE CARBOIDRATOS
A determinação do teor de carboidrato foi realizada após
determinação do teor dos outros constituintes, sendo feita por diferença.
Somou-se a porcentagem dos outros constituintes e foi feita a seguinte
operação:
24
100% - somatório das porcentagens (proteínas + lipídeos +
cinzas+umidade).
4.9 – DETERMINAÇÃO DE UMIDADE
O teor de umidade foi determinado de acordo com os procedimentos
descritos em Normas Analíticas do Instituto Adolf Lutz (INSTITUTO
ADOLF LUTZ, 1985). A amostra (1g) foi colocada em placa de Petri
(previamente seca e com seu peso anotado) e levada para estufa a
105°C. A amostra foi pesada e o procedimento foi repetido até que a
amostra tivesse peso constante.
4.10 – ANÁLISES ESTATÍSTICAS
Os dados foram submetidos à analises estatísticas de acordo com
os objetivos do presente trabalho, utilizando, para isso, o programa
GENES.
Foi realizada análise de variância considerando o modelo de blocos
casualizados, com a finalidade de estimar os componentes de variância.
A significância dos efeitos foi avaliada utilizando-se o teste F. Os dados
foram tratados pelo teste de agrupamento de Scott Knott, ao nível de 5%,
utilizando o software GENES (CRUZ, 2001).
25
5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1-COMPOSIÇÃO BIOQUÍMICA DOS CULTIVARES DE SOJA
Os resultados das analises dos teores médios de proteína, óleo,
cinzas, carboidratos totais, sacarose e açúcares solúveis, assim como o
resultado dos testes de médias realizados estão apresentados nas
Tabelas 1, 2, 3, 4, 5 e 6, respectivamente.
A composição bioquímica das sementes dos 34 cultivares
analisados estao de acordo com os padrões observados na literatura.
CASTRO, MILLAN e LAGO (1973) verificaram que a concentração de
proteína variou de 29,2 % a 57,9 % e a de lipídeos variou entre 14,7 % a
28,4 %. Segundo Moreira (1999) a maioria dos cultivares de soja
apresenta de 20 a 35 % de carboidratos e cerca de 5% de cinzas. Os
genótipos do Programa de Melhoramento Genético do Bioagro analisados
neste trabalho diferiram estatisticamente, a de 5% de significância, em
relação a todos os caracteres testados.
5.1.1 – Conteúdo de Proteína
Pela análise de variância pode-se observar que houve diferença
significativa entre os cultivares para o conteúdo de proteína, fato este já
conhecido e que constitui a base da seleção, no sentido de obter
cultivares com maior concentração de proteína.
A concentração de proteína variou de 37,31 %, genótipo CS 02 449
a 41,43,% genótipo Monarca. De acordo com as análises estatísticas, três
grupos foram formados. O grupo A ficou constituído de 6 genótipos , com
conteúdo de proteína variando de 40,61 a 41,43 %. O grupo B foi
constituído de 19 genótipos, tendo uma variação no conteúdo de proteína
de 39,05 a 40,25 %. E o grupo C foi formado por 9 genótipos, com o
conteúdo de proteína variando de 37,31 a 38,36 %. Esses dados podem
ser observados na tabela 1.
26
Tabela 1 – Comparação entre médias para o conteúdo de proteína (%)
avaliados nos 34 genótipos de soja
Cultivar Proteína (%)
Monarca 41,43a
Elite 41,30 a
Balisa 41,27 a
MSOY 8585 41,10a
CS 02 302 40,72a
CS 144 RR 40,61a
Garantia 40,25b
CS 132 RR 40,12b
CS 02 884 40,11b
CS 179 RR 40,06b
MSOY 7878 40,01b
Luziana 39,97b
CS 01 873 39,88b
MSOY 8787 39,87b
MSOY 7878 39,81b
CS 33 RR 39,78b
CS 95 RR 39,71b
CS 206 RR 39,68b
CS 02 564 39,54b
CS 106 RR 39,47b
Valiosa 39,46b
CS 02 988 39,43b
CS 01 736 39,32b
CS 821 39,09b
CS 02 731 39,05b
CS 02 521 38,36c
CS 73 RR 38,31c
CS 801 38,26c
Vencedora 38,26c
CS 02 1026 37,98c
Silvania 37,83c
CS 186 RR 37,50c
MSOY 8001 37,38c
CS 02 449 37,31c
Cada resultado representa a média de três repetições.
As médias seguidas por letras iguais não diferem entre si
significativamente ao nível de 5%.
BARROS (2006), analisando a composição de diferentes cultivares
de soja e a interação genótipo x ambiente, encontrou uma variação no
27
conteúdo de proteína de cultivares cultivados em São Gotardo de 37,54 %
a 41,26 %.
MORAIS et al. (2006) analisaram duas isolinhas de alta
concentração de proteína e uma linhagem com concentração de proteína
normal, encontrando valores de 47,8 % e 46,56 % de proteína para as
isolinhas e 40,68 % de proteína para linhagem, demonstrando que a
concentração de proteína na soja pode chegar a níveis bem elevados.
Em contraste YAMADA et al. (2003), estudando quatro cultivares
de soja desenvolvidos e melhorados no Brasil, encontraram
concentrações de proteína mais baixas, variando entre 33,42% a 35,07%.
Genótipos de soja com alto teor de proteína são de grande
interesse para uso na alimentação, tanto de humanos como de animais.
Levando em conta as considerações acima, os genótipos que mais
se destacaram para uso como fonte de proteína foram Monarca, Elite,
Balisa, MSOY 8585, CS 02 302 e CS 144 RR.
MILAGRES (1996), testando formulados (extratos solúveis) à base
de soja, obteve resultados que indicaram que a qualidade protéica destes
se assemelhava à da caseína, tendo a vantagem de serem mais bem
tolerados por pacientes desnutridos.
A soja contribui na alimentação com uma proteína de boa
qualidade. A composição de aminoácidos essenciais, quando comparada
com o padrão da Organização de Alimentação e Agricultura (FAO), indica
que, com exceção dos aminoácidos sulfurados, ela apresenta teores de
aminoácidos devidamente balanceados (DE, 1971).
Os aminoácidos limitantes na soja e em todas as leguminosas são
metionina e cisteína. Por outro lado, a proteína da soja é rica em lisina,
aminoácido limitante nos cereais, os quais geralmente são ricos em
aminoácidos sulfurados, o que torna a soja uma fonte protéica ideal para
complementar os cereais (LIU, 1997; BAU et al., 2000).
ANTUNES e SGARBIERI (1980) relataram que o valor biológico da
soja se deve, principalmente, às suas propriedades como alimento
protéico, apresentando alto teor de proteínas de fácil digestão e fonte de
óleo de boa qualidade.
28
5.1.2 - Conteúdo de Lipídios
Como pode ser observado na tabela 2, o efeito da variedade sobre
o conteúdo de óleo foi significativo a 5 % de probabilidade. A confirmação
de este efeito nos genótipos em estudo é altamente relevante, pois um
dos objetivos em trabalhos de melhoramento de soja é a obtenção de
variedades com alto teor de óleo.
A análise estatística estabeleceu 5 grupos significativamente
diferentes. O grupo A foi formado apenas por um genótipos CS 801
(concentração de lipídio 23,20 %), o grupo B foi formado por 4 genótipos
(concentração de lipídio variando de 21,92 a 22,38 %), o grupo C foi
constituído por 12 genótipos (concentração de lipídios variado de 21,03 a
21,75 %), o grupo D foi formado por 11 genótipos (concentração de
lipídios variando de 20,08 a 20,81 %) e finalmente o grupo E foi
constituído de 6 cultivares (concentração de lipídio variando de 18,72 a
19,86 %).
Para o parâmetro óleo, o genótipo que apresentou o maior teor foi
CS 801, com teor médio de 23,20 %. Segundo SALUNKHE et al. (1983),
a soja também deve sua importância econômica e nutricional ao elevado
teor de lipídios. Genótipos com elevado teor de lipídios são de grande
importância para indústria alimentícia, uma vez que o óleo de soja é
utilizado em vários produtos como margarina, óleo de cozinha, agentes
emulsificantes e outros. A soja domina o mercado mundial de óleo
comestível. Este produto surgiu pelo processamento da soja na obtenção
do farelo de soja, transformando-se em um produto líder dentro da
comercialização de óleos (MORETTO e FETT, 1998).
29
Tabela 2 – Comparação entre médias para o conteúdo de lipídios (%)
avaliados nos 34 genótipos de soja
Cultivar Lipídio (%)
CS 801 23,20a
CS 02 449 22,39b
Vencedora 22,16b
CS 186 RR 22,04b
CS 02 564 21,92b
MSOY 7878 21,75c
MSOY 8001 21,68c
CS 01 873 21,52c
CS 02 521 21,51c
Garantia 21,51c
Valiosa 21,41c
CS 01 1026 21,39c
CS 33 RR 21,38c
CS 02 988 21,24c
Luziania 21,22c
Silvania 21,21c
CS 02 884 21,03c
CS 179 RR 20,81d
Balisa 20,76d
CS 95 RR 20,74d
CS 73 RR 20,68d
CS 821 20,65d
CS 132 RR 20,31d
MSOY 8787 20,14d
CS 02 302 20,12d
CS 106 RR 20,11d
CS 02 731 20,08d
CS 01 736 20,08d
MSOY 8008 19,86e
Monarca 19,76e
CS 144 RR 19,66e
CS 206 RR 19,66e
MSOY 8585 19,63e
Elite 18,72e
Cada resultado representa a média de três repetições.
As médias seguidas por letras iguais não diferem entre si
significativamente ao nível de 5%.
A maioria das leguminosas tem menos de 10 % de lipídios. Em
contraste, a soja tem aproximadamente 20 %, vindo após o amendoim,
que tem 48 % em base de matéria seca. O ácido linoléico (ω-6) contribui
30
com aproximadamente 53 % do conteúdo total de ácidos graxos do óleo
de soja, enquanto o ácido graxo α-linolênico (ω-3) contribui com
aproximadamente 8 % (LIU, 1997).
5.1.3 - Conteúdo de Cinzas
Na tabela 3 pode-se observar que houve diferença significativa ao
nível de 5 % de probabilidade entre os genótipos e o conteúdo de cinzas.
Três grupos significativamente diferentes ao nível de 5 % foram formados
ao se realizar a análise estatística. O grupo A foi constituído de dois
genótipos, com conteúdo de cinzas variando de 4,87 a 5 %; o grupo B foi
formado por oito genótipos, com variação no conteúdo de cinzas de 4,63
a 4,80 % e o ultimo grupo, o Grupo C, foi constituído por vinte e quatro
genótipos, com uma variação de 4,23 a 4,60 % no conteúdo de cinzas.
YAMADA et al. (2003), analisando a composição química da soja,
encontrou variação no conteúdo de cinzas de 4,11 a 5,19 %.
Estes resultados indicam que os cultivares possuem diferentes
capacidades de absorção de elementos do solo. Dentre os genótipos
analisados, os que apresentaram maiores conteúdos de cinzas foram
Elite, com conteúdo médio de 5 % e CS 02 731 com conteúdo de 4,87 % .
31
Tabela 3 – Comparação entre médias para o conteúdo de cinzas (%)
avaliados nos 34 genótipos de soja
Cultivar Cinzas (%)
Elite 5,00a
CS 02 731 4,87a
CS 73 RR 4,80b
CS 02 988 4,80b
CS 02 1026 4,77b
CS 02 302 4,73b
CS 02 521 4,73b
CS 144 RR 4,70b
CS 01 873 4,63b
CS 02 449 4,63b
CS 179 RR 4,60c
CS 02 884 4,60c
CS 206 RR 4,57c
CS 95 RR 4,57c
CS 132 RR 4,57c
Balisa 4,53c
CS 106 RR 4,53c
CS 186 RR 4,53c
CS 33 RR 4,53c
Garantia 4,53c
MSOY 8787 4,50c
MSOY 8008 4,50c
MSOY 8585 4,47c
Monarca 4,47c
Luziania 4,47c
CS 01 731 4,47c
CS 821 4,47c
MSOY 7878 4,43c
MSOY 8001 4,43c
CS 801 4,40c
CS 02 564 4,40c
Vencedora 4,40c
Valiosa 4,27c
Silvania 4,23c
Cada resultado representa a média de três repetições.
As médias seguidas por letras iguais não diferem entre si
significativamente ao nível de 5%.
32
5.1.4 - Conteúdo de Carboidratos totais
Na Tabela 4 pode-se ver que dois grupos significativamente
diferentes a 5% de probabilidade foram formados ao se realizar a análise
estatística. O grupo A foi formado por dezoito genótipos de soja, que
apresentaram uma variação de 24,42 a 26,09 % no conteúdo de
carboidratos. O grupo B ficou constituído por dezesseis genótipos que
apresentaram conteúdo de carboidratos totais nas sementes entre 22,57
a 24,21 %.
MACHADO (2005) encontrou valores de carboidratos de 23,08 e
25,87 %, em dois cultivares de soja analisados.
Os genótipos que apresentaram maior conteúdo de carboidratos
foram: Silvania, CS 01 736, CS 186 RR, CS 206 RR, CS 02 731, CS 02
1026, MSOY 8001, CS 821, CS 73 RR, CS 106 RR, CS 02 449, CS 95
RR, Valiosa, MSOY 8787, Vencedora, MSOY 8008, CS 02 521, MSOY
8585.
O valor econômico dos carboidratos da soja é considerado
pequeno se comparado com as proteínas e os lipídeos. O uso principal
dos carboidratos da soja tem sido na alimentação animal, contribuindo
para a ingestão calórica (ASA, 2005).
33
Tabela 4 - Comparação entre médias para o conteúdo de carboidratos
(%) avaliados nos 34 genótipos de soja
Cultivar Carboidrato (%)
Silvania 26,09a
CS 01 736 25,66a
CS 186 RR 25,57a
CS 206 RR 25,47a
CS 02 731 25,45a
CS 02 1026 25,38a
MSOY 8001 25,30a
CS 821 25,27a
CS 73 RR 25,09a
CS 106 RR 25,06a
CS 02 449 25,00a
CS 95 RR 24,97a
Valiosa 24,95a
MSOY 8787 24,87a
MSOY 8008 24,59a
CS 02 521 24,44a
MSOY 8585 24,42a
CS 144 RR 24,21b
CS 179 RR 24,13b
CS 02 884 24,10b
CS 132 RR 24,04b
CS 02 988 23,93b
MSOY 7878 23,88b
CS 02 564 23,88b
Elite 23,80b
Monarca 23,63b
CS 33 RR 23,55b
CS 01 873 23,50b
CS 02 302 23,38b
CS 801 23,37b
Garantia 23,24b
Luziania 22,76b
Balisa 22,57b
Cada resultado representa a média de três repetições.
As médias seguidas por letras iguais não diferem entre si
significativamente ao nível de 5%.
34
5.1.5 - Conteúdo de Açúcares Solúveis
Como se pode observar na Tabela 5, com a análise estatística dos
dados foi estabelecido três grupos distintos com relação ao conteúdo de
açúcares solúveis. O conteúdo de açúcares solúveis de cada genótipo foi
dado pela soma dos conteúdos de sacarose, estaquiose e rafinose. O
grupo A foi formado por quatro genótipos, tendo o conteúdo de açúcares
solúveis variado de 10,98 a 11,71 %. O grupo B foi formado por onze
genótipos, sendo que o conteúdo de açúcares solúveis variou entre 10,28
a 10,64 %, e o grupo C foi constituído por dezenove genótipos, com
conteúdo de açúcares solúveis variando entre 9,16 e 10,07 %.
Os genótipos que apresentaram maiores conteúdos de açúcares
solúveis foram Silvania, Monarca, CS 186 RR e MSOY 8001.
TRUGO et. al (1994), analisando vários cultivares de soja,
encontraram variação no teor de açúcares solúveis de 8,5 a 11,0 %.
O conteúdo de açúcares solúveis, em sementes de soja madura,
representa aproximadamente 10 % (p/p) do peso seco. A sacarose,
estaquiose e rafinose constituem mais que 99 % desses açúcares
(HYMOWITZ et al., 1972). Experimentos tem estabelecido que esses
açúcares são capazes de proteger a integridade estrutural das
membrana, durante a dessecação das sementes (CROWE e CROWE,
1992).
35
Tabela 5 - Comparação entre médias para o conteúdo de açúcares
solúveis (%) avaliados nos 34 genótipos de soja
Cultivar Açúcares Solúveis (%)
Silvania 11,71a
Monarca 11,32a
CS 186 RR 10,99a
MSOY 8001 10,98a
CS 02 521 10,64b
CS 33 RR 10,58b
Vencedora 10,58b
Valiosa 10,48b
MSOY 8008 10,44b
MSOY 7878 10,44b
CS 821 10,42b
CS 02 449 10,38b
MSOY 8787 10,28b
CS 02 884 10,07c
Elite 10,03c
CS 73 RR 10,01c
CS 132 RR 9,73c
CS 01 873 9,72c
CS 821 9,71c
CS 02 564 9,71c
CS 144 RR 9,68c
CS 106 RR 9,62c
CS 02 1026 9,58c
CS 179 RR 9,51c
CS 02 302 9,50c
Luziania 9,49c
Garantia 9,46c
CS 206 RR 9,43c
Balisa 9,36c
MSOY 8585 9,35c
CS 02 988 9,22c
CS 95 RR 9,16c
Cada resultado representa a média de três repetições.
As médias seguidas por letras iguais não diferem entre si
significativamente ao nível de 5%.
36
5.1.6 - Conteúdo de Sacarose
Dois grupos significativamente diferentes a 5% de probabilidade
foram estabelecidos. O grupo A foi constituído de quatorze genótipos, os
quais apresentaram uma variação no conteúdo de sacarose de 6,82 a
7,85 %. Já o grupo B foi formado de vinte genótipos, tendo o conteúdo de
sacarose variando de 5,77 a 6,76 %. Os genótipos Silvania, Monarca, CS
186 RR, Vencedora, MSOY 8001, CS 02 521, MSOY 7878, CS 02 449,
CS 821, Valiosa, CS 01 736, Elite e CS 02 731 foram os que
apresentaram maior conteúdo de sacarose. Estes dados podem ser
observados na tabela 6.
REZENDE (1998) encontrou o conteúdo de sacarose de 38
diferentes linhagens de soja variando de 2,19 a 8,00 %.
A sacarose, mesmo em baixas concentrações, 5 a 10 %, é capaz
de proteger as vesículas lipídicas contra danos de desidratação (STAUSS
e HAUSER, 1986), garantindo, assim, altos índices de germinação.
37
Tabela 6 - Comparação entre médias para o conteúdo de sacarose (%)
avaliados nos 34 genótipos de soja
Cultivar Sacarose (%)
Silvania 7,85a
Monarca 7,58a
CS 186 RR 7,47a
Vencedora 7,45a
MSOY 8001 7,38a
CS 02 521 7,38a
MSOY 7878 7,27a
CS 02 449 7,27a
CS 821 7,23a
Valiosa 7,14a
CS 01 736 7,05a
CS 132 RR 6,82a
CS 73 RR 6,76b
CS 33RR 6,75b
MSOY 8008 6,59b
CS 02 564 6,50b
CS 801 6,49b
Luziania 6,47b
CS 02 884 6,46b
CS 144 RR 6,41b
CS 179 RR 6,37b
CS 02 302 6,33b
MSOY 8787 6,33b
CS 106 RR 6,30b
CS 01 873 6,29b
Garantia 6,25b
CS 02 1026 6,24b
CS 02 988 6,15b
CS 95 RR 5,87b
CS 206 RR 5,81b
Balisa 5,79b
MSOY 8585 5,77b
Cada resultado representa a média de três repetições.
As médias seguidas por letras iguais não diferem entre si
significativamente ao nível de 5%.
38
5.2 – FATORES ANITINUTRICIONAIS
Os conteúdos dos fatores antinutricionais ácido fítico, rafinose e
estaquiose foram determinados nas sementes dos trinta e quatro
genótipos de soja. Os genótipos demonstraram diferença significativa a
5% para os caracteres analisados.
Nas tabelas 7, 8 e 9 estão representados as concentrações de
ácido fítico, rafinose e estaquiose, respectivamente.
5.2.1 - Conteúdo de Ácido Fítico
Como pode ser observado na tabela 7, dois grupos foram
estabelecidos. O grupo A foi formado por quinze genótipos que
apresentaram maior conteúdo de ácido fítico, variando de 1,17 a 1,33 %.
O grupo B foi formado por genótipos que apresentaram menor conteúdo
de ácido fítico, de 0,93 a 1,15 %.
Os genótipos que apresentaram maior conteúdo de fitato foram os
seguintes: Elite, Monarca, CS 02 521, MSOY 7878, CS 02 884, CS 106
RR, Luziania, CS 02 302, CS 179 RR, CS 186 RR, CS 144 RR, CS 02
449, SIlvania, MSOY 8585 e CS 801.
Genótipos com alto conteúdo de ácido fítico não são interessantes
para uso na alimentação, uma vez que o acido fítico e considerado um
fator antinutricional.
39
Tabela 7 - Comparação entre médias para o conteúdo de ácido fítico(%)
avaliados nos 34 genótipos de soja.
Cultivar Ácido Fítico (%)
Elite 1,33a
Monarca 1,28a
CS 02 521 1,27a
MSOY 7878 1,23a
CS 02 884 1,22a
CS 106 RR 1,22a
Luziania 1,19a
CS 02 302 1,19a
CS 179 RR 1,19a
CS 186 RR 1,18a
CS 144 RR 1,18a
CS 02 449 1,18a
Silvania 1,17a
MSOY 8585 1,17a
CS 801 1,17a
Balisa 1,15b
CS 02 1026 1,14b
CS 02 988 1,14b
CS 73 RR 1,13b
CS 01 873 1,13b
Vencedora 1,13b
CS 01 736 1,12b
MSOY 8787 1,12b
CS 132 RR 1,09b
Garantia 1,09b
CS 821 1,08b
MSOY 8008 1,07b
Valiosa 1,07b
CS 33 RR 1,07b
CS 02 731 1,07b
CS 02 564 1,07b
MSOY 8001 1,07b
CS 95 RR 0,99b
CS 206 RR 0,93b
Cada resultado representa a média de três repetições.
As médias seguidas por letras iguais não diferem entre si
significativamente a 5% de probabilidade.
Altos níveis de ingestão de fitato podem ser associados com efeitos
nutricionais negativos ao homem (HEANEY & WEAVER, 1991:
KHOKHAR et al., 1994), visto que estes compostos são conhecidos pela
redução na biodisponibilidade de minerais e proteína (ERDMAN, 1979;
ALLI & BAKER, 1981; GRAF, 1983; SERRAIO et al., 1985) e inibição de
40
enzimas proteolíticas (SINGH & KRIKORIAN, 1982; KNUCKLES et al.,
1985; MESSINA & BARNES, 1991; VAINTRAUB & BULMAGA, 1991).
HEANEY et al. (1991) estudaram a absorção de
45
Ca marcado
proveniente de soja com altos e baixos teores de fitato em 16 mulheres
normais. Quinze mulheres apresentaram menor absorção de cálcio
quando ingeriram a dieta com alto teor de fitato.
Somente o IP
5
e IP
6
têm efeito negativo na biodisponibilidade de
minerais. Os demais compostos formados têm baixa capacidade de ligar-
se a minerais ou os complexos formados são mais solúveis (SANDBERG
et al. 1989).
5.2.2 - Conteúdo de Rafinose
Ao se observar a Tabela 8, nota-se que ao nível de 5%, quatro
grupos significativamente diferentes foram estabelecidos. O grupo A foi
formado por cinco genótipos de soja, com conteúdo de rafinose variando
de 1,03 a 1,11 %. O grupo B foi constituído de nove genótipos de soja,
com uma variação de 0,87 a 0,94 % de rafinose; o grupo C, foi formado
por doze genótipos, com variação no conteúdo de rafinose de 0,74 a 0,83
% e o grupo D, foi formado por oito genótipos de soja, tendo conteúdo de
rafinose variado de 0,54 a 0,70 %.
Os genótipos que apresentaram maior conteúdo de rafinose foram
CS 206 RR, CS 73 RR, CS 33 RR, Balisa e CS 132 RR.
REZENDE (1998), analisando diferentes linhagens de soja, em
relação a sua composição de açúcares, encontrou variação de 0,67 a
1,84 % no conteúdo de rafinose.
41
Tabela 8 - Comparação entre médias para o conteúdo de Rafinose(%)
avaliados nos 34 genótipos de soja
Cultivares Rafinose (%)
CS 206 RR 1,11a
CS 73 RR 1,06a
CS 33 RR 1,05a
Balisa 1,03a
CS 132 RR 1,03a
CS 179 0,94b
CS 02 731 0,92b
CS 106 RR 0,89b
CS 95 RR 0,89b
CS 02 988 0,88b
CS 01 873 0,88b
CS 144 RR 0,88b
CS 186 RR 0,87b
Valiosa 0,87b
Garantia 0,83c
MSOY 8001 0,82c
MSOY 8787 0,81c
Silvania 0,80c
CS 02 884 0,79c
MSOY 8008 0,79c
CS 01 736 0,79c
CS 02 449 0,78c
CS 02 1026 0,77c
CS 821 0,77c
Elite 0,75c
MSOY 8585 0,74c
Vencedora 0,70d
CS 02 564 0,67d
Monarca 0,66d
CS 02 302 0,65d
CS 801 0,64d
MSOY 7878 0,63d
CS 02 521 0,58d
Luziania 0,54d
Cada resultado representa a média de três repetições.
As médias seguidas por letras iguais não diferem entre si
significativamente ao nível de 5%.
A rafinose faz parte de uma classe de oligossacarídeos
denominada oligossacarídeo da família da rafinose, que são considerados
fatores antinutricionais, pois são causadores de flatulência. Por esse
42
motivo cultivares de soja com mais baixo conteúdo de rafinose são mais
interessantes para uso como fonte de alimento. Neste trabalho foi
verificado que os genótipos Vencedora, CS 02 564, Monarca, CS 02 302,
CS 801, MSOY 7878, CS 02 521, Luziania, foram os mais adequados
para uso na alimentação.
5.2.3 - Conteúdo de Estaquiose
Através do teste de agrupamento aplicado dois grupos diferentes
foram formados quanto a concentração de estaquiose (Tabela 9). O grupo
A foi constituído de nove genótipos, com variação no teor de estaquiose
de 2,68 a 3,14 % e o grupo B foi por 25 genótipos de soja, tendo variação
de 1,88 a 2,65 % no teor de estaquiose.
Os cultivares MSOY 8787, Monarca, MSOY 8008, Silvania, MSOY
8585, CS 02 884, MSOY 8001, CS 33 RR e CS 02 521 foram os que
apresentaram maior concentração de estaquiose.
TRUGO et al. (1995), analisando o teor de oligossacarídeos de
cultivares de soja distribuídos no Brasil, encontraram variação no teor de
estaquiose de 3,2 a 4,6 %, enquanto REZENDE (1998) encontrou
variação de 2,10 a 6,71 %. nos teores de estaquiose nas linhagens de
soja analisadas.
Comparando os resultados obtidos no presente trabalho com os
dados da literatura, os genótipos de soja analisados apresentaram menor
concentração de estaquiose. Essa característica é muito importante na
seleção de cultivares para uso na alimentação, visto que a estaquiose é o
RO mais abundante em grãos de soja e representa um fator
antinutricional.
43
Tabela 9 - Comparação entre médias para o conteúdo de estaquiose(%)
avaliados nos 34 genótipos de soja
Cultivar Estaquiose (%)
MSOY 8787 3,14a
Monarca 3,09a
MSOY 8008 3,07a
Silvania 3,05a
MSOY 8585 2,83a
CS 02 884 2,82a
MSOY 8001 2,78a
CS 02 521 2,68a
CS 186 RR 2,65b
CS 801 2,58b
CS 02 1026 2,57b
CS 01 873 2,55b
Balisa 2,54b
MSOY 7878 2,54b
CS 02 564 2,53b
CS 02 302 2,52b
CS 206 RR 2,51b
Luziania 2,48b
Valiosa 2,47b
Vencedora 2,44b
CS 106 RR 2,44b
CS 821 2,41b
CS 01 736 2,41b
CS 95 RR 2,40b
CS 144 RR 2,40b
CS 02 731 2,38b
Garantia 2,38b
CS 02 449 2,32b
Elite 2,25b
CS 179 RR 2,20b
CS 73 RR 2,19b
CS 02 988 2,18b
CS 132 RR 1,88b
Cada resultado representa a média de três repetições.
As médias seguidas por letras iguais não diferem entre si
significativamente ao nível de 5%.
Assim como a rafinose, a estaquiose faz parte da classe de
oligossacarídeos de rafinose. Genótipos de soja que apresentam baixa
concentração desse açúcar são mais adequados para uso na
alimentação.
44
5.2.4 – Conteúdo de ROs
Os ROs são considerados fatores antinutricionais, pois como o
homem e os animais monogástricos não possuem, no trato digestivo, a
enzima α- galactosidade, necessária a hidrolise dos ROs, esses
oligossacarídeos são fermentados por bactérias presentes no intestino,
causando desconforto intestinal, flatulência, decréscimo na absorção de
nutrientes e diarréia.
Varias pesquisas tem sido feitas visando diminuir a concentração
desses ROs para que a soja possa ser mais bem utilizada na
alimentação, uma vez que essa é uma grande fonte de nutrientes.
HITZ et al.(2002), conseguiram produzir dois mutantes de soja que
continham baixas concentrações de rafinose, de estaquiose e também de
ácido fítico. Esses mutantes denominados LR 28 e LR 33 foram
conseguidos através de mutações químicas, ao acaso. Esses autores
sugeriram os pontos da via de síntese dos ROs e ácido fítico e as
enzimas que foram afetadas pelas mutações. Entretanto, esses autores
verificaram que após algumas gerações destes mutantes, a germinação
das sementes foi prejudicada e algumas sementes não germinavam. O
fato das mutações realizadas não terem tido êxito em relação ao
desenvolvimento e germinação das sementes, indica o importante papel
fisiológico desses RO. Alguns autores sugerem que os ROs tem função
de proteção da semente contra a dessecação (OBENDORF, 1997), e
teriam a capacidade de estabilizar as membranas celulares durante a
dessecação (CROWE et al., 1987). Esses estudos reforçam a busca por
cultivares que naturalmente possuam baixos conteúdos de RO.
Segundo O’TOOLE (1999) grãos de soja maduros contêm
quantidades mensuráveis de oligossacarídeos como rafinose (0,1 a 0,9%)
e estaquiose (1,4 a 4,1%) .
Existem alguns cultivares de soja que tem baixos conteúdos de
oligossacarídeos quando comparados com a maioria dos cultivares.
SUAREZ et al. (1999) estudaram a produção de gás em humanos
que ingeriram farinha de soja, produzida a partir de soja naturalmente
com baixo conteúdo de oligossacarídeos. Essa soja continha níveis muito
45
mais baixos que a soja convencional. Enquanto a soja convencional
apresentava conteúdo de rafinose e estaquiose de 0,51% e 3,3%
respectivamente, a soja com baixo oligossacarídeos apresentou conteúdo
de rafinose de 0,16% e de estaquiose de 0,46%. Estes autores
observaram que quando se fazia uso da soja com baixo conteúdo de
ROs, menor era a produção de gases. Este fato só vem reforçar a busca
por cultivares com mais baixo conteúdo de ROs.
O conteúdo de ROs encontrados nos 34 genótipos de soja
avaliados está representado na Tabela 10.
46
Tabela 10 - Comparação entre médias para o conteúdo de ROs(%)
avaliados nos 34 genótipos de soja
Cada resultado representa a média de três repetições.
As médias seguidas por letras iguais não diferem entre si
significativamente ao nível de 5%.
Genótipo Teor de RO
MSOY 8787 3,95a
SILVANIA 3,86a
MSOY 8008 3,85a
CS 33 RR 3,83a
MONARCA 3,75a
CS 206 RR 3,62a
CS 02 564 3,62a
MSOY 8001 3,60a
MSOY 8585 3,58a
BALISA 3,57a
CS 186 RR 3,52a
CS 01 873 3,43b
CS 02 1026 3,34b
VALIOSA 3,34b
CS 106 RR 3,33b
CS 02 731 3,30b
CS 95 RR 3,28b
CS 144 RR 3,27b
CS 02 521 3,25b
CS 73 RR 3,25b
CS 801 3,21b
GARANTIA 3,21b
CS 02 564 3,20b
CS 01 736 3,19b
CS 821 3,19b
CS 02 302 3,18b
MSOY 7878 3,17b
CS 179 RR 3,14b
VENCEDORA 3,14b
CS 02 449 3,11b
CS 02 988 3,06b
ELITE 3,00b
CS 132 RR 2,91b
47
5.3 – CORRELAÇÃO ENTRE OS COMPONENTES
BIOQUÍMICOS E FATORES ANTINUTRICIONAIS
O conhecimento da associação entre caracteres é de grande
importância nos trabalhos de melhoramento, principalmente se a seleção
de um caráter apresentar dificuldades, por exemplo, por ser de difícil
medição (CRUZ & REGAZZI, 1997). O conhecimento da correlação nos
fornece uma idéia de como a seleção para um caráter influencia a
expressão de outros caracteres. A correlação nada mais é do que a
medida da intensidade de associação entre duas variáveis (STEEL &
TORRIE, 1980).
As estimativas dos coeficientes de correlação genotípica entre os
pares de caracteres (proteína, óleo, carboidratos totais, cinzas, açúcares
solúveis, RO, rafinose, estaquiose e fitato) avaliados neste trabalho,
encontram-se na tabela 11 e 12.
Tabela 11 – Correlação genotípica entre caracteres e fatores
antinutricionais.
Fitato Rafinose Estaquiose ROs**
Lipídio -0,1738 -0,2990 -0,0472 -0,2253
Proteína 0,2574 -0,0588 0,0187 0,0532
Cinzas 0,4221* 0,2212 -0,5312* -0,4692*
Fitato -0,7974* 0,0145 -0,4535*
Sacarose -0,4460* 0,1066 -0,1412
Rafinose -0,4534* 0,0772
Estaquiose 0,8537*
Carboidratos 0,4352*
* significativo a 5% de probabilidade pelo teste t
**ROs = rafinose + estaquiose
48
Tabela 12 – Correlação genotípica entre os pares de caracteres.
Lipídio Cinzas Sacarose Açúcares
solúveis
Carboidratos
Proteína -0,7272* 0,1845 -0,5403* -0,5075* -0,7170*
Lipídio -0,4140* 0,2597 0,1653 0,0799
Cinzas -0,2756 -0,4552* -0,1603
sacarose 0,9201* 0,5963*
Açúcares
solúveis
0,7552*
* significativo a 5% de probabilidade pelo teste t
** Açúcares solúveis (sacarose + rafinose +estaquiose)
Entre os conteúdos de proteína e óleo foi encontra correlação
significativa de -0,7272. As informações disponíveis indicam que a
correlação entre os conteúdos de proteína e óleo foi de -0,60 (SMITH e
CIRCLE, 1978). MILLER e FEHR (1979), após praticarem um ciclo de
seleção recorrente para teor de proteína em soja, estimaram a correlação
genética entre teor de óleo e de proteínas em -0,69.
Estes resultados mostram a dificuldade de associar a seleção de
genótipos com maior teor de proteína e óleo, indicando que a seleção
para um caráter pode resultar no declínio do outro. Sabe-se que os
programas de melhoramento, principalmente os dos Estados Unidos,
priorizavam o desenvolvimento de variedades produtivas e com teor de
óleo elevado. Pelo fato desses dois caracteres serem negativamente
correlacionados com teor de proteína, o conteúdo protéico dos grãos de
soja tem se mantido em níveis mais baixos (em torno de 40 %) do que
potencialmente poderiam ser conseguidos (em torno de 50 %)
PIOVESAN, (2000).
Como pode ser observado na Tabela-11, não houve correlação
significativa entre fitato e proteína. Semelhantemente, GRIFFITHS e
THOMAS (1981) e LOLAS e MARKAKIS (1975) não encontraram
correlação significativa entre a concentração de fitato e proteína,
estudando cultivares de feijão. LIU et al. (2005) também não encontraram
correlação significativa entre os conteúdos de proteína e de fitato
49
analisando cultivares de arroz. Ao contrário, Raboy et al. (1991)
encontraram correlação positiva entre fitato e proteína em soja.
Uma vez que os cultivares Garantia, CS 132 RR e MSOY 7878
apresentaram relativamente baixo conteúdo de fitato e alto de proteína,
estes cultivares poderiam ser selecionados, levando-se em conta apenas
esses dois caracteres.
O resultado da análise de correlação entre a concentração de
proteína e de sacarose foi negativa e significativa (Tabela 12). A sacarose
é o principal carboidrato translocado pelas plantas, sendo também
reconhecida como tendo uma importante função na regulação metabólica,
sinalizando processos na expressão de genes e na determinação do
desenvolvimento e diferenciação nas plantas (SALISBURY E ROSS,
1992; CHOUREY et al., 1995). SILVEIRA (1980) observou, em cana de
açúcar, decréscimo na concentração de açúcares redutores e sacarose
tanto nas folhas, como nos caules, sendo acusada, neste mesmo período,
a maior taxa de crescimento e a maior intensidade na síntese de proteína.
Uma hipótese para explicar essa correlação negativa pode ser o
uso da sacarose pela plantas como fonte de energia e carbono para
síntese de proteína. A sacarose é formada como resultado da assimilação
fotossintética do CO
2
eficazmente em todas as plantas superiores. Nas
plantas, a sua função é como substituinte de reserva para respiração,
sendo a energia liberada utilizada para numerosas atividades
metabólicas. Dentre estas, destaca-se a síntese de aminoácidos,
proteínas e lipídios e outros compostos orgânicos.As hexoses, liberadas
da degradação da sacarose pelas invertases, podem servir como fonte de
esqueletos carbônicos e energia para a síntese de proteínas
(NASCIMENTO, 1994).
Essa correlação negativa entre sacarose e proteína dificulta a
seleção para cultivares com altos conteúdos de proteína e de sacarose.
Uma vez que a sacarose fornece um sabor mais agradável a soja, a maior
concentração desse açúcar poderia ser interessante, promovendo melhor
aceitação para alimentação humana.
Uma soja de sabor mais adocicado e com características que
permitam seu uso na alimentação humana, quando os grãos ainda estão
50
imaturos, está sendo pesquisada pela Embrapa Roraima para cultivo no
Estado. A soja-verde, utilizada na alimentação humana como hortaliça,
apresenta em grãos secos, maior conteúdo de amido e de sacarose, que
conferem sabor mais adocicado. (SMIDERLE, 2006).
Dentre os genótipos estudados não houve correlação significativa
entre concentrações de proteína e rafinose (Tabela 11). Similarmente,
WANG et al (2005) encontraram correlação não significativa entre
rafinose e proteína, analisando cultivares de lentilhas. Como os genótipos
Vencedora e CS 02 302 apresentaram alto teor de proteína e baixo teor
de rafinose, eles poderiam ser os mais indicados para uso na
alimentação, se fossem considerados apenas esses dois fatores.
Pode-se observar que não houve correlação significativa entre
concentrações de proteína e de estaquiose (Tabela 11). Da mesma
forma, WANG et al. (2005) encontraram correlação não significativa entre
proteína e estaquiose. Desta forma, os genótipos CS 02 302, Elite, CS
144 RR e Balisa, que apresentaram alta concentração de proteína e baixa
concentração de estaquiose, poderiam ser selecionados, uma vez que,
genótipos coma alto conteúdo de proteína e baixo de estaquiose são mais
aceitos para uso na alimentação.
Não foi encontrada correlação significativa entre os conteúdos de
proteína e de ROs (rafinose + estaquiose). HARTWIG et al. (1997)
também encontraram correlação não significativa entre esses conteúdos.
Assim, os genótipos CS 144 RR, Elite e CS 02 302, que apresentaram
alto conteúdo de proteína e baixa de RO, poderiam ser selecionados para
uso na alimentação, com base na analise desses dois caracteres.
Houve correlação negativa entre o conteúdo de proteínas e de
açúcares solúveis. Esse dado pode ser compreendido, uma vez que os
açúcares solúveis são formados pela sacarose, rafinose e estaquiose; e
entre proteína e sacarose, que é o principal constituinte dos açúcares
solúveis, houve uma correlação negativa (entre os dois outros caracteres
e proteína não houve correlação significativa).
Entre os conteúdos de proteína e carboidratos totais foi encontrada
uma correlação negativa de -0,7170 (tabela 12). WILCOX e SHIBLES
(2001) estudaram a associação entre os teores de proteínas, óleo,
51
carboidratos totais, sacarose e enxofre em 43 linhagens de soja com
concentração de proteína variando de 413 a 468 g Kg
-1
, cultivadas em
três ambientes. As linhagens apresentaram variações significativas para
cada uma das características avaliadas. Segundo esses autores, o
aumento no teor de proteína ocorreu em decorrência da diminuição dos
teores de óleo, carboidratos totais e sacarose, os quais apresentaram
coeficientes de correlação de -0,88, -0,71 e -0,66, respectivamente. Estes
autores concluíram que a diminuição no teor de carboidratos com o
conseqüente aumento do teor de proteína, deve contribuir para elevar o
valor nutricional do farelo obtido dessas linhagens melhoradas.
Entre os conteúdos de óleo e de fitato, a correlação não foi
significativa (Tabela 11). Assim, esses resultados indicam que os
conteúdos de óleo e fitato não estão correlacionados, ou seja, o aumento
no conteúdo de óleo não interferiria significativamente no conteúdo de
fitato e vice-versa. De forma semelhante, KUMAR et al. (2005) não
encontraram correlação significativa entre as concentrações de óleo e
fitato, em sementes de soja.
Neste trabalho, não foi encontrada correlação significativa entre os
conteúdos de óleo e sacarose (Tabela 12). Ao contrário, TRUGO et al.
(1995) encontraram correlação positiva entre óleo e sacarose de 0,67
estudando cultivares de soja.
A análise de correlação entre os conteúdos de óleo e rafinose,
mostrou que não houve uma correlação significativa (tabela 11). Por outro
lado, HYMOWITZ et al. (1972) encontraram relação significativa e positiva
entre o teor de óleo e de rafinose em soja.
A correlação entre os caracteres óleo e estaquiose, determinada
neste trabalho, não foi significativa (tabela 11). Da mesma forma,
HARTWIG et al. (1997) encontraram correlação não significativa entre os
conteúdos de óleo e estaquiose em soja.
A correlação entre os caracteres óleo e açúcares solúveis não foi
significativa (Tabela 12). Por outro lado HYMOWITZ et al. (1972)
encontraram correlação positiva e significativa de 0,26 para os conteúdos
de açúcares solúveis e de óleo em sementes de soja.
52
Não houve correlação significativa entre os caracteres óleo e RO.
HARTWIG et al (1997), observaram correlação positiva, porém não
significativa em soja.
Não foi encontrada correlação significativa entre os teores de óleo
e carboidratos (Tabela 12). OLIVEIRA (2003) encontrou correlação
negativa entre os teores de carboidratos e teores de óleo (-0,6004).
Entre os conteúdos de fitato e rafinose foi encontrada correlação
altamente negativa (Tabela 11). Esse resultado pode ser explicado devido
ao fato de que fitato e rafinose terem em sua via de biossíntese
precursores comuns, como pode ser observado na figura 6.
Figura 6 - Vias de síntese de RO e Ácido Fítico (HITZ et al.,
2002)
O ácido fítico é sintetizado a partir dos precursores mio-inositol 1-P
e fosfatidilinositol. O fosfatidilinositol é sintetizado a partir do inositol, que
por sua vez, tem como precursor o mio-inositol 1-P. Ou seja, o mio-inositol
1-P pode ser usado como precursor tanto para síntese de acido fítico,
como para síntese de inositol. O inositol é o precursor para síntese dos
53
RO. A primeira reação de síntese dos RO é catalisada pela galactinol
sintase e ocorre a transferência de um resíduo de galactose da UDP-
galactose para o inositol, formando o galactinol. O galactinol é o doador
de resíduos de galactose para a sacarose, em reações catalisadas por
sintases específicas (rafinose sintase e estaquiose sintase) gerando
rafinose e estaquiose. Portanto, mio-inositol 1-P e inositol são precursores
da síntese de ambos, acido fítico e ROs. Dessa forma, se ocorre maior
síntese de acido fítico, a síntese de RO provavelmente estaria diminuída e
vice-versa.
Não foi encontrada correlação significativa entre os conteúdos de
fitato e estaquiose (Tabela 11), mas a análise de correlação entre as
conteúdos de fitato e ROs mostrou valor negativo (tabela 11). Uma vez
que o conteúdo de ROs é dada pelo somatório dos conteúdos de rafinose
e estaquiose, uma possível explicação para essa correlação negativa
pode ser dada a partir das vias biossínteticas dos ROs e fitato (Figura 6).
Na via biossintética dos ROs, a estaquiose é formada a partir da
rafinose. Para que haja aumento no conteúdo de ROs, provavelmente
ocorreu maior demanda de mio-inositol para este fim. Consequentemente,
haverá uma menor conteúdo desse para formação de ácido fítico, que por
sua vez terá sua conteúdo reduzido.
Essa correlação negativa se torna um fator limitante na obtenção
de genótipos que possuam baixos níveis de ácido fítico e baixos níveis de
RO, pois a seleção para um caráter mais baixo pode resultar no aumento
do outro.
Entre os conteúdos de fitato e carboidratos totais foi encontrada
correlação negativa (tabela 11).
Entre os caracteres fitato e sacarose foi encontrada correlação
positiva (tabela 11). Uma possível explicação para essa correlação
positiva, basea - se na via de síntese de acido fítico e ROs, que tem como
intermediários a sacarose, seria que, o ácido fítico é formado a partir do
mio-inositol 1-P (por uma série de fosforilações sucessivas, até mio-
inositol 6-P). Quanto maior for a concentração de ácido fítico,
provavelmente, menor seria a concentração de mio-inositol livre, que
ficaria menos disponível para síntese de inositol e de galactinol. Dessa
54
forma, haveria diminuição na síntese de RO e consequentemente
aumento na concentração de sacarose.
Foi encontrada correlação negativa, entre os conteúdos de
sacarose e rafinose (tabela 11). Essa correlação pode ser explicada, uma
vez que rafinose é formada em uma reação catalisada pela rafinose
sintase, a partir da sacarose e de um resíduo de galactose, doado pelo
galactinol. Consequentemente quanto maior for a síntese de rafinose,
mais sacarose será consumida, fazendo com que haja uma diminuição da
sua concentração.
Ao contrário, HYMOWITZ et al. (1972) e HARTWIG et. al (1997)
encontraram correlação positiva entre os caracteres sacarose e rafinose
em soja. WANG et al. (2005) não encontraram correlação significativa
entre sacarose e rafinose em lentilhas.
Entre os conteúdos de sacarose e estaquiose não foi encontrada
correlação significativa (tabela 11). Esse dado está de acordo com
HARTWIG et.al (1997), mas difere de HYMOWITZ et al. (1972), que
encontraram correlação negativa entre os conteúdos de sacarose e de
estaquiose.
Correlação não significativa foi encontrada entre os caracteres
sacarose e ROs (tabela 11). Ao contrario, HARTWING et.al (1997)
mostraram correlação positiva entre esses dois caracteres.
Foi observada correlação positiva entre conteúdo de sacarose e
carboidratos totais e entre os teores de sacarose e açúcares solúveis
(tabela 10). A sacarose é o principal componente dos açúcares solúveis,
representando cerca de 60% do total de açúcares solúveis na soja.
HYMOWITZ et al. (1972), analisando diferentes cultivares de soja,
encontraram correlação positiva entre teores de sacarose e açúcares
solúveis.
Foi encontrada correlação negativa entre o conteúdo de rafinose e
estaquiose (tabela 11). A estaquiose é sintetizada a partir da rafinose e de
um resíduo de galactose doado pelo galactinol, em uma reação catalisada
pela estaquiose sintase. Desta forma, quanto maior for a síntese de
estaquiose, maior seria o consumo de rafinose para esse fim e menor
seria a concentração de rafinose na soja.
55
Não foi encontrada correlação significativa entre rafinose e
carboidratos totais e entre estaquiose e carboidratos totais, mas houve
correlação positiva entre os conteúdos de carboidratos totais e de ROs
(rafinose + estaquiose). Também foi verificada correlação positiva entre
os caracteres açúcares solúveis e carboidratos totais (tabela 12). Essas
correlações podem se entendidas uma vez que os RO são constituintes
dos açúcares solúveis, que por sua vez fazem parte da composição dos
carboidratos totais.
56
6 – CONCLUSÃO
As sementes dos trinta e quatro diferentes genótipos de soja
analisados apresentaram diferença em sua composição bioquímica, com
diferentes conteúdos de proteínas, lipídios, cinzas, carboidratos,
sacarose, açúcares solúveis e apresentaram também diferentes teores
dos fatores antinutricionais rafinose, estaquiose e ácido fítico. Portanto, a
composição bioquímica e os conteúdos de fatores antinutricionais
apresentaram variações em função do genótipo.
Proteína e óleo apresentaram correlação negativa, o que mostra
que a seleção para um determinado caráter pode provocar o declínio do
outro, constituindo um problema para a obtenção de cultivares com altas
concentrações de óleo e proteína.
Os conteúdos de ROs e ácido fítico apresentaram correlação
negativa, comprovando a dificuldade da seleção de cultivares com baixos
níveis dos dois caracteres.
Dentre os genótipos analisados, o genótipo que mais se destacou
com relação aos conteúdos de proteína e óleo e que apresentou menores
conteúdos de rafinose, estaquiose e ácido fítico, foi o CS 02 564. Esse
genótipo poderia então ser indicado como promissor para o programa do
melhoramento da soja destinada à alimentação humana.
57
7- PESPECTIVAS
Pesquisas sugerem que a concentração de vários parâmetros
bioquímicos e de fatores antinutricionais em soja além de variarem de
acordo com o genótipo, parecem sofrer efeito do ambiente. Assim, o
objetivo futuro desse trabalho seria analisar a interação genótipo x
ambiente para todos os caracteres analisados. Para isso, os genótipos de
soja estudados seriam cultivados em pelo menos três regiões distintas e a
composição bioquímica (proteína, lipídio, carboidrato, cinzas, sacarose,
açúcares solúveis) e os fatores antinutricionais fitatos e oligossacarídeos
de rafinose seriam estudados, para que possamos verificar se o ambiente
irá influenciar nesses caracteres. Com este estudo, poderíamos ter uma
avaliação mais precisa de quais os componentes bioquímicos e fatores
antinutricionais, relevantes para seleção de genótipos de soja destinados
a alimentação humana, sofreriam efeitos ambientais.
58
8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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74
9- APÊNDICE
Tabela 1 - Resumo da análise de variância de proteínas, óleo, cinzas,
carboidratos, sacarose, rafinose e estaquiose.
Quadrado médio
FV GL Prot. Óleo Carboid Saca. Fitato Raf. Estaq. cinzas
Blocos 3 2,64 0,25 1,17 0,24 0,07 0,08 0,75 0,44
Trat. 33 3,87 2,76 0,22 0,95 0,20 0,06 0,23 0,08
Res. 66 0,34 0,29 0,87 0,13 0,01 0,01 0,06 0,13
CV (%) 1,49 2,59 2,53 5,38 7,72 13,43 10,09 4,33
*Significativo pelo teste F a 5% de probabilidade.
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