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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - UNESP
CENTRO
DE AQÜICULTURA DA UNESP
CÂMPUS DE JABOTICABAL
FAUNA PARASITÁRIA E ALTERAÇÕES TECIDUAIS EM
PEIXES ORIUNDOS DE PISCICULTURAS COM MONO OU
POLICULTIVO DO MÉDIO VALE DO ITAJAÍ, SC
.
CLAIRE JULIANA FRANCISCO
Engenheira de Aqüicultura
Jaboticabal
São Paulo – Brasil
2006
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - UNESP
CENTRO DE AQÜICULTURA DA UNESP
CÂMPUS JABOTICABAL
FAUNA PARASITÁRIA E ALTERAÇÕES TECIDUAIS EM
PEIXES ORIUNDOS DE PISCICULTURAS COM MONO OU
POLICULTIVO DO MÉDIO VALE DO ITAJAÍ, SC
.
Claire Juliana Francisco
Orientador: Profº. Drº. Flávio Ruas de Moraes
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Aqüicultura, do Centro de
Aqüicultura da UNESP, Campus de
Jaboticabal, como parte das exigências para
obtenção do título de MESTRE em
AQÜICULTURA, Área de Concentração em
Aqüicultura.
Jaboticabal
São Paulo - Brasil
2006
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LA VIDA PASA...
¡Oh flores que portamos, oh cantos que
llevamos, nos vamos al Reino del Misterio!
¡A1 menos por un día estemos juntos, amigos
míos! ¡Debemos dejar nuestras flores,
tenemos que dejar nuestros cantos: y con todo
la tierra seguirá pennanente! ¡Amigos míos,
gocemos: gocémonos, amigos!
Canto Mexicano
CLAIRE JULIANA FRANCISCO nasceu em Canela/RS,
em 1978. Frequëntou o ensino médio no Colégio Decisão
em Florianópolis. Obteve o diploma de Engenheira de
Aqüicultura pela Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC), em 2005. Durante o ensino superior as
disciplinas cursadas foram direcionadas a engenharia e
biologia, dando ênfase a disciplinas voltadas ao cultivo de
animais aquáticos. O curso foi criado em 1998 e começou
a funcionar no primeiro semestre letivo de 1999.
OFEREÇO E DEDICO
Aos meus pais Vilmar Olindino Francisco e Maria Teresinha
Francisco por ter me ensinado a lutar por meus objetivos desde
muito cedo.
Ao meu irmão Jonatta, as minhas queridas irmãs Mirian e Dayana
que me ajudaram em momentos difíceis com palavras de incentivo e
carinho.
A Marco Antônio Rosélio Alvarez, pela paciência, amor e
compreensão e por todo apoio durante a realização desta
dissertação.
AGRADECIMENTOS
Ao Professor Doutor Flávio Ruas de Moraes agradeço pela
orientação deste trabalho e pelo apoio.
Ao Professor Doutor Maurício Laterça Martins, agradeço pela
orientação, pelo apoio, pela confiança e amizade.
Ao Professor Doutor Gener Tadeu Pereira pela ajuda com os dados
estatísticos.
A Gregório Carbajal, doutorando em Química na Universidade
Federal do Paraná - UFPR, um verdadeiro “cuate”, pela ajuda com
os “abstracts”.
A Telma e Kirana bibliotecárias da Universidade Federal de
Curitiba pelo auxílio na pesquisa dos trabalhos científicos.
A Michele e Auren pela ajuda e amizade, pessoas maravilhosas que
sempre vou lembrar com saudade.
A CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior pela bolsa concedida durante o mestrado.
A Deus, por me ensinar que depois de uma tempestade sempre vem
a calmaria, e por me dar tranquilidade mesmo diante dos piores
problemas.
SUMÁRIO
INDICE DE FIGURAS ..........................................................................................................ix
CONSIDERAÇÕES GERAIS.................................................................................................1
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................9
Capítulo 1
Fauna parasitária de peixes mantidos em sistemas de mono e policultivo no médio
vale do Itajaí, Santa Catarina.
RESUMO ..............................................................................................................................18
ABSTRACT ..........................................................................................................................19
INTRODUÇÃO.....................................................................................................................20
MATERIAL E MÉTODOS...................................................................................................21
RESULTADOS .....................................................................................................................23
DISCUSSÃO.........................................................................................................................25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................28
Capítulo 2
Alterações teciduais de peixes mantidos em mono e policultivo de pisciculturas do
médio vale do Itajaí, Santa Catarina.
RESUMO ..............................................................................................................................35
ABSTRACT ..........................................................................................................................36
INTRODUÇÃO.....................................................................................................................37
MATERIAL E MÉTODOS...................................................................................................39
RESULTADOS .....................................................................................................................39
DISCUSSÃO.........................................................................................................................43
AGRADECIMENTOS..........................................................................................................44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................44
INDICE DE FIGURAS
Capítulo 1
Figura 1. Demonstra os resultados da análise estatística da intensidade de
parasitismo, entre mono e policultivo, por parasitos monogenoidea, tricodinídeos,
Lamproglena sp., Lernaea cyprinacea sp. (copepodito), Piscinoodinium pillulare
(p<0,05) Teste de Wilcoxon.
23
Figura 2. copepoditos de Lerneae cyprinacea.
24
Figura 3. Piscinoodinium pillulare presente nas brânquias dos peixes de
monocultivo.
24
Figura 4. Argulus sp encontrado na superfície corpórea da tilápia retirada do
policultivo.
24
Capítulo 2
Figura 1. Aspecto das brânquias de Ictalurus punctatus parasitadas por: A- P.
pillulare, B- com marcada hiperplasia do epitélio de revestimento que preenche os
espaços inter-lamelares e C- células mucosas que aparecem com citoplasma claro.
(aumento 200X).Coloração: H&E
40
Figura 2. Aspecto do rim de Ictalurus punctatus portador de nefrite intersticial
caracterizada pela presença predominante de (Le) linfócitos com seus núcleos bem
corados e citoplasma escasso. Alguns macrófagos, células maiores com citoplasma
mais abundante e núcleo pálido também se fazem presentes. (aumento
200X).Coloração: H&E.
41
Figura 3. Fotomicrografia de fígado de Ictalurus punctatus, corado por H&E
permitindo a visualização da região (Le): perda do arranjo cordonal e dos
sinusóides (aumento 400X).
42
i
1
CONSIDERAÇÕES GERAIS
O ambiente aquático apresenta características que lhe conferem
peculiaridades tais como, alta capacidade para solubilização de compostos
orgânicos e inorgânicos, gradientes verticais e horizontais que se tornam evidentes
pela distribuição desigual da luz, nutrientes, temperatura, gases, alta densidade e
viscosidade da água (Esteves, 1998). Esse ambiente embora relativamente estável,
está sujeito a inúmeras interferências e alterações devidas ás próprias peculiaridades
de sua constituição (Branco, 1972).
Os peixes são os vertebrados que apresentam os maiores índices de
infecção por parasitos, devido á características próprias do meio aquático que
facilitam a propagação, reprodução e complementação do ciclo de vida de cada
grupo de parasitos (Malta, 1984).
A doença parasitária ocorre em conseqüência do desequilíbrio entre o
ambiente, o hospedeiro e o parasito (Neves, 2005). Este aspecto promove a
depressão dos mecanismos de defesa permitindo a ação patogênica de agentes
oportunistas (Goméz, 1993; Dalmo et al.,1997), mas, a capacidade de defesa do
peixe é determinada por sua constituição e condição fisiológica (Schäperclaus,
1992). A pele do peixe age como barreira fisica e o muco possui ácido n-acetil
neuramínico e ácido n-glicol neuramínico com propriedades, bactericida e
fungicida, inibindo o estabelecimento e desenvolvimento de agentes com potencial
patogênico (Oosten, 1957, Schäperclaus, 1992, Lehninger et al., 2002). As escamas
formam uma capa protetora da pele, e o trato gastrintestinal constitui-se em
ambiente hostil, aos patógenos potenciais em virtude do baixo pH e ação de
enzimas digestivas (Anderson, 1974). Mesmo com tais sistemas de defesa, as
parasitoses são as maiores causas de perdas nas pisciculturas industrial ou esportiva,
destacando-se com maior relevância nas neotropicais, pelas características
climáticas que propiciam sua rápida e constante propagação (Thatcher e Brites-
Neto, 1994).
2
As enfermidades causadas por monogenoidea estão entre as mais
importantes para a piscicultura, pois geram surtos de mortalidade, principalmente
em criações intensivas (Pavanelli et al., 1998). Esses helmintos, são ectoparasitos,
com ciclo de vida direto, o qual pode completar todo o seu ciclo de vida num único
hospedeiro, parasitando brânquias, superfície corpórea e fossas nasais (Thatcher,
1991; Pavanelli et al., 2002). Os adultos são alongados ou circulares, medem de 1
mm a 3 cm de comprimento, apresentam aparelhos de fixação chamados
“prohaptor” e “episthaptor” localizados na região anterior e posterior do corpo,
respectivamente. O “prohaptor” permite que ocorra o deslocamento do parasito ao
longo do hospedeiro, e o “episthaptor” é uma estrutura variada e complexa, onde se
reconhecem linhas evolutivas (Eiras, 1994). Segundo Amlacher (1964) e Pavanelli
et al. (2002) em grandes infestações ocorre excessiva produção de muco nos
filamentos e destruição do epitélio branquial, com ruptura de vasos sanguíneos,
produzindo hipofunção respiratória e a morte dos peixes por asfixia. De acordo com
Schimidt e Roberts (1977), o risco é maior quando os peixes estão em alta
densidade.
Os protozoários trichodínideos são ectoparasitos que causam danos,
principalmente em peixes de cativeiro (Al–Rasheid, 2000). Apresentam uma coroa
de dentículos, podendo medir entre e 40µm a 140µm de diâmetro dependendo da
espécie. Sua reprodução é por fissão binária, observando-se facilmente ao
microscópio seus dentículos e o rápido movimento rotatório (Martins et al., 2002).
Sem especificidade de hospedeiro, sua patogenicidade varia de acordo com a
resistência dos peixes, podendo se reproduzir rapidamente e destruir o epitélio por
sua movimentação rotatória (Mancini et al., 2000). Segundo Azevedo (2004), sua
proliferação está relacionada com a alta concentração de matéria orgânica na água.
Os estudos realizados por Madsen et al. (2000), reforçam a relação existente entre
os vários parâmetros de qualidade de água e níveis de infecção por tricodinideos.
Na América do Sul são conhecidas quatro famílias de copépodes
parasitas de peixes de água doce: Ergasilidae, Vaigamidae, Amazonicopeidae e
Lerneidae. A família Ergasilidae tem oito gêneros e 38 espécies; Vaigamidae quatro
3
genêros e seis espécies; Amazonicopeidae, um gênero e uma espécie e Lernaeidae
quatro gêneros e quatro espécies (Benetton e Malta, 1999). Estas últimas são
parasitas cosmopolitas, sendo as espécies dispersas pelas regiões mais distantes e
diversas, vivendo adaptadas ao meio ambiente. São encontrados parasitando
diversas espécies de peixes, tambaqui (Colossoma macropomum), pacu (Piaractus
mesopotamicus), hibrido tambacu (Piaractus mesopotamicus X Colossoma
macropomum), carpa comum (Cyprinus carpio), piauçu (Leporinus
macrocephalus), mandi (Pimelodus clarias), peixe-sapo (Rhandia sapo), matrinxã
(Brycon cephalus), lambari (Astyanax sp), traíra (Hoplias malabaricus), tilápia
(Oreochromis niloticus), carpa capim (Ctenopharyngodon idella) (Figueira e
Cecarelli 1991, Bastos et al., 1996, Fortes et al., 1998, Benetton e Malta 1999,
Martins et al., 2000, Tavares-Dias et al., 2001, Martins et al., 2002, Schalch e
Moraes 2005).O ciclo compreende as fases de náuplio, copepodito e adulto a qual
nada e copula. De acordo com Varella (1992), Malta (1995a, 1995b, 1995c, 1995d),
Malta e Varella (1996) a fêmea geralmente é parasita, fixa-se ao hospedeiro e pode
ser encontrada em diversos locais do corpo, como brânquias, cavidade bucal, fossas
nasais, nadadeiras e pele.
A análise histopatológica mostrou que ao redor da área de fixação da
Lernaea cyprinacea ocorre infiltração leucocitária mononuclear e
neovascularização com intensa hemorragia nos tecidos (Benetton e Malta, 1999).
Segundo Galli (2001), o gênero Lamproglena Von Nordmann, 1832
(Copepoda: Lernaeidae), foi encontrado em ciprinídeos na Europa, Alemanha,
França, Rússia e norte da Itália. De acordo com Douellou e Erlwanger (1994), essas
espécies são mais encontradas na África, mas podem ocorrer em regiões orientais.
Parasitos desse gênero foram observados em diversos hospedeiros, Oreochromis
niloticus, Sarotherodon galilaeus, Tilapia zilli, Barbus marequensis, Barbus
polylepis e Leuciscus cephalus (Ibraheem e Izawa, 2000; Dippenaar et al., 2001;
Azevedo 2004). Segundo esses autores, diversas pesquisas evidenciam a relação
entre a intensidade desse parasito e a poluição ambiental.
4
A subclasse Branchiura é formada pela ordem Argulidea, que possui
duas famílias: Argulidae e Dipteropeltidae. Atualmente, cerca de 150 espécies de
Branchiura o conhecidas e 110 de gênero Argulus. o cosmopolitas e ocorrem
tanto em água doce quanto na salgada (Malta e Varella, 2000). São encontrados na
superfície do corpo, cavidade bucal e brânquias de peixes marinhos e de água doce.
Na época de reprodução machos e fêmeas abandonam o hospedeiro e saem a
procura de substratos sólidos para postura. Ao contrário dos copépodes estes
parasitos não carregam seus ovos (Thatcher, 1991; Malta e Varella, 2000). Quando
fixados nas brânquias e cavidade bucal podem ocasionar diminuição da capacidade
respiratória, destruição dos tecidos, interrupção da circulação sangüínea e formação
de coágulos (Ringuelet, 1943; Kabata, 1970; Malta e Varella, 2000).
Malta (1981, 1982a, 1982b, 1983, 1984a, 1984b) e Malta e Varela (1983)
estudaram a especificidade parasitária, área de fixação, indíce de infestação e
variação sazonal em hospedeiros naturais da Amazônia Brasileira. Constataram que
o Argulus pestifer, Dolops bidentata, D. carvalhoi, D. discoidalis e D. striata foram
encontrados na pele e A. multicolor, A. juparanaensis e D. geayi nas brânquias dos
hospedeiros. Malta (1984a, 1984b), observou a especificidade do A. pestifer pelo
Pseudoplatystoma fasciatum e P. tigrinum.
Em peixes marinhos os dinoflagelados podem ser responsáveis por
mortalidade (Brown, 1934; Brown e Hovasse, 1946; Noga et al., 1991; Smith et al.,
1994; Quod et al., 1994). Desses, o primeiro parasito registrado em pescados foi o
Oodinium ocelatum (Brown, 1931), sendo sua morfologia, citologia e ciclo de vida
descrita por Nigrelli (1936). Jacobs (1946) e Lucký (1970) divulgaram a ocorrência
O. limneticum e do O. pillularis em peixes de aquário, enquanto Williams Jr. (1972)
observou O. cyprinodontum nas brânquias de Fundulus similis. Em 1981, Lom,
propôs novo gênero Piscinoodinium e considerou (Oodinium) (Chatton, 1912) um
sinônimo. Desde então o gênero Amyloodinium é empregado para peixes marinhos
infectados, e o gênero Piscinoodinium para os de água doce. O parasito foi
encontrado nas brânquias de Oreochromis niloticus, Sarotherodon galilaeus, e
Clarias sp, no lago Kainji, Nigeria (Okaeme e Kojie, 1989). Entretanto, a presença
5
do P. pillulare na Malásia causou mortalidade induzindo a hiperplasia das brânquias
e obstrução da superfície respiratória (Shaharom-Harrison et al., 1990). No Brasil a
ocorrência de Piscinoodinium pilullare foi registrada e descrita pela primeira vez
por Martins et al. (2000a), sendo constatada sua falta de especificidade parasitária, o
que favorece infestações maciças, com alta taxa de mortalidade devido ao
comprometimento branquial. Esse órgão apresenta-se hemorrágico, com severa
hiperplasia do epitélio de revestimento e de células mucosas com presença de
infiltrado inflamatório mononuclear nos filamentos. Tais lesões estão
acompanhadas de grande número de trofontes localizados entre as lamelas, fixados
ou não ao epitélio (Martins et al., 2000b). Ainda segundo estes autores a presença
de P. pillulare é associada à baixa qualidade da água (Martins et al., 2002).
Existem poucas pesquisas sobre a histopatologia de peixes brasileiros,
apesar de alguns parasitos apresentarem alta incidência e causarem grandes
prejuízos aos cultivos comerciais. No estado do Rio Grande do Sul e Santa Catarina
informações sobre a fauna parasitológica e histopatologia de peixes são escassas
(Azevedo, 2004).
O Estado de Santa Catarina ocupa lugar de destaque no cenário nacional
com a produção de peixes de água doce, mantendo um crescimento anual em torno
de 10%, tendo produzido cerca de 16 mil toneladas de pescado em 1999 (Tomazelli
Jr. e Casaca, 2001).
O policultivo, prática comum na China mais de mil anos, é um
sistema de cultivo onde duas ou mais espécies com hábitos alimentares diferentes
são povoados no mesmo viveiro (Woynarovich,1988). Com isso o
aproveitamento de maneira eficiente dos diferentes níveis tróficos que constituem o
ecossistema aquático artificial. Cada espécie de peixe se alimenta de uma fonte
natural, distinta e o número de alevinos de cada espécie utilizada neste sistema,
deve estar de acordo com a maior ou menor disponibilidade de alimento natural. O
policultivo baseia-se principalmente na utilização do plâncton e os detritos,
permitindo o aproveitamento da cadeia trófica do ecossistema aquático (Gómez et
6
al., 2001). Fato diferente do monocultivo onde o viveiro é povoado com uma única
espécie de peixe.
As tilápias são ciclídeos nativos do continente Africano e da Palestina
com cerca de 75 espécies válidas, utilizadas em piscicultura desde o ano de 2000
A.C. As criações comerciais estão baseadas em pequeno número de espécies e
alguns híbridos, embora existam várias espécies cujo potencial ainda não foi
totalmente avaliado, como Oreochromis nilloticus, O. mossambicus, O. aureus,
Tilapia rendalli, T. zillii, Sarotherodon galilaeus.
No Brasil, a tilápia do Nilo (Oreochromis nilloticus) (Osteichthyes:
Ciclidae) proveniente da Costa do Marfim, oeste africano, foi introduzida no
nordeste em 1971 e, então, distribuída pelo país, sendo cultivada desde a bacia do
rio Amazonas até o Rio Grande de Sul. O interesse pelo cultivo desta espécie, no sul
e sudoeste do país, cresceu rapidamente nos últimos oito anos pela introdução da
tecnologia da reversão sexual e a pesca esportiva, representada pelos pesque-pague.
Acredita-se que no Brasil metade da produção anual de peixes por pisciculturas seja
de tilápias (Lovshin e Ciryno, 1998).
A tilápia do Nilo destaca-se como peixe de potencial para aquicultura,
haja vista sua rusticidade, crescimento rápido e adaptação ao confinamento
(Hayashi, 1995). Possui hábito alimentar onívoro, aceita rações com facilidade,
desde o período de pós-larva até a fase de terminação. De acordo com Popma e
Phelps (1998), a tilápia esta entre as espécies mais cultivadas, a que melhor resiste a
alta temperatura, a baixa concentração de oxigênio dissolvido e a alta concentração
de amônia na água. Lahav e Ra'nam (1997) relataram que a principal vantagem da
tilápia do Nilo é o seu baixo custo relativo, principalmente quanto ao alevino, a
alimentação e a qualidade da sua carne. A espécie de tilápia preferida para o cultivo
é a O. niloticus, por causa do seu rápido crescimento e sua coloração clara (Lovshin,
1997).
O “catfish” (Ictalurus punctatus) (Rafinesque, 1818), da família
Ictaluridae, ordem Siluriforme, geralmente é criado para consumo humano em
viveiros de terra escavada, onde a água não é renovada (Lee, 1991). A produção
7
econômica exige temperaturas com períodos de calor relativamente longos. Sua
carne é de alto valor nutritivo e, quando convenientemente preparada, tem excelente
paladar.
O jundiá (Rhamdia quelen) (Quoy & Gaimard, 1824) é peixe de água
doce encontrado em muitos rios brasileiros e em várias regiões da América latina.
Estudos realizados mostram que o jundiá é uma espécie promissora para a
aquicultura no Brasil (Piaia et al., 1999; Chippari-Gomes et al., 2000; Gomes et al.,
2000; Uliana et al., 2001; Carneiro et al., 2003).
As carpas (Ciprinídios), são originárias da Ásia e Europa Oriental, sendo
utilizadas na piscicultura cerca de 3000 anos. São divididas em três grandes
grupos que incluem a carpa comum (Cyprinus carpio) (Linnaeus, 1758), carpas
chinesas (carpa capim (Ctenopharyngodon idella), carpa prateada
(Hypophthalmichthys molitrix), carpa cabeça grande (Aristichthys nobilis) e as
carpas indianas, rohu (Labeo rohital), mrigal (Cirrinus mrigala) e Catla (Catla
catla.).
A carpa comum (Cyprinus carpio) foi introduzida no Brasil em 1882,
sendo trazida dos Estados Unidos para o Rio de Janeiro (Silva, 1983). Segundo
Makinouchi (1980), chegou em São Paulo em 1904 com o envio de novas amostras
vindas da Alemanha para o município de Piracicaba. Em 1932 chegou à
Pindamonhangaba, sendo as carpas chinesas introduzidas no final dos anos 70, pelo
convênio existente entre a Companhia para o Desenvolvimento do Vale do São
Francisco (CODEVASF) e a empresa húngara Agrober. O cultivo comercial de
carpas no Brasil, atualmente, está restrito à produção das carpas comum e chinesa.
Segundo Silva et al. (1983), se cultivam carpas mais de 3000 anos,
na Ásia e no Oriente Médio, e cerca de 600 anos na Europa. Atualmente, são
criadas no mundo inteiro, devido à sua rusticidade, ao rápido crescimento, ao
regime alimentar onívoro (detritófago) à propagação natural em tanques e viveiros,
além de outras qualidades desejáveis.
No Brasil, a primeira experiência com esta espécie foi feita em 1972, no
Nordeste e, em 1980, iniciou-se o cultivo na região Sul (Piedras, 1990).
8
A traíra da família Erythrinidae inclui três gêneros conhecidos,
Erythrinus, Hoplerythrinus e Hoplias, são carnívoras, vivem preferencialmente em
ambientes lênticos e algumas espécies m ampla distribuição geográfica, Britski et
al. (1986), isto se aplica ao Hoplias malabaricus, conhecido comumente como
"traíra".
Na região oeste do Estado de Santa Catarina, o modelo básico para a
criação de peixes é o policultivo, o qual tem sido reconhecido pela eficiente
ocupação do espaço físico dos viveiros, bem como a utilização dos nichos
alimentares (Zimmermann e New, 2000). Este sistema consiste na criação
simultânea de duas ou mais espécies de peixes no mesmo viveiro, para maximizar a
produção, utilizando peixes com diferentes hábitos alimentares e distribuição
espacial, com aumento da produtividade e da rentabilidade devidas às alterações
sinergísticas que ocorrem neste sistema, em que uma espécie potencializa o
crescimento da outra (Kestemont, 1995).
No médio Vale do Itajaí, predominam propriedades com pequenos
viveiros que utilizam o policultivo adotando como espécie principal as tilápias. A
maior parte da produção obtida nesta região destina-se a empreendimentos de
“pesque-pague”. Em monocultivo, a produção principal é de I. punctatus. O cultivo
deste bagre é feito principalmente em Blumenau, e praticamente toda produção
obtida nesse sistema, destina-se à exportação.
Este estudo foi motivado pela escassez de dados referentes às diferenças
de prevalência da fauna parasitária e características morfológicas de lesões causadas
por parasitos nos seus hospedeiros, mantidos em propriedades de monocultivo e
policultivo.
9
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17
Capítulo 1 (Acta Scientiarum, 2006)
FAUNA PARASITÁRIA DE PEIXES MANTIDOS EM SISTEMAS DE MONO E
POLICULTIVO NO MÉDIO VALE DO ITAJAÍ, SANTA CATARINA.
[Parasitic fauna of fishes maintained in mono and polyculture systems in the
midlle Valley of Itajai, Santa, Catarina, Brazil]
[Fauna parasitária de peixes mantidos em monocultivo e policultivo]
Claire Juliana Francisco
1*
, Flávio Ruas de Moraes
1,3**
,
Mauricio Laterça Martins
2**
1
Centro de Aqüicultura da Unesp, Caunesp, SP, Brasil
2
Departamento de Aqüicultura, CCA, UFSC, SC, Brasil
3
Endereço/adress: Via de acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n Cep 14884-900
Jaboticabal, SP.
Bolsista Capes
*
, Produtividade em Pesquisa/ CNPq
**
18
RESUMO
Avaliou-se no presente trabalho, a fauna parasitária de Oreochromis niloticus,
Cyprinus carpio, Hoplias malabaricus, Ictalurus punctatus, Rhandia quelen mantidos em
monocultivo ou policultivo. Os peixes foram capturados entre setembro a dezembro de
2004, totalizando 43 peixes, sendo 23 de policultivo e 20 de monocultivo. Houve diferença
significativa (P<0,05) na intensidade média e prevalência de monogenoidea, sendo,
196,45(55%) policultivo e 37,16(26%) em monocultivo. Os tricodinídeos apresentaram
136,66(60%) em policultivo e 63,0(13%) em monocultivo. A Lamproglena sp
(Lernaiedae) com intensidade e prevalência de 3,14(35%) em policultivo, assim como
Lernaea cyprinacea (copepoditos) intensidade e prevalência de 12,85(35%),
respectivamente, também em policultivo. Nos mantidos em monocultivo houve relevante
presença de Piscinoodinium pillulare, com diferença significativa (p<0,05), intensidade
(63,7) e prevalência (43,5%).Um espécime de Lernaea cyprinacea adulta foi encontrado
em policultivo e um Argulus sp em monocultivo. Registra-se pela primeira vez a análise
comparativa da helmintofauna de peixes mantidos em monocultivo e policultivo da região
do médio Vale do Itajaí, SC.
Palavras chave: cultivo, fauna parasitária, intensidade média, prevalência.
19
ABSTRACT
The parasitic fauna of the Oreochromis niloticus, Cyprinus carpio, Hoplias
malabaricus, Ictalurus punctatus, Rhandia quelen kept in mono and polyculture ponds was
evaluated.A total of 43 fishes were captured between september and dezember 2004, 23
from monoculture and 20 from a polyculture system.There was significant difference
(P<0,05) in the average intensity and prevalence of the different parasites. For the fishes in
the poly and monoculture system the respective values are: monogenoidea, 196,45(55%)
and 37,16(26%); Tricodiníds, 136,66(60%) and 63,0(13%); Lamproglena sp. (Lernaiedae).
Only in polyculture systems, Lamproglena sp. (Lernaiedae), 3,14(35%) and Lernae
cyprinacea (copepoditos), 12,85 (35%) were found.The fishes kept in monoculture systems
there was relevant presence of Piscinoodinium pillulare with significant difference
(p<0,05), average intensity (63,0) and prevalence (43,5%).An adult specimen of Lernaea
cyprinacea was found in the fish from the polyculture pond and one of Argulus sp in the
monoculture one. It is reported for the first time the comparative analysis of parasitic fauna
in fishes maintained in mono and polyculture ponds in the middle Itajai valley (Santa
Catarina, Brazil).
Key words: culture, average intensity, parasitic fauna , prevalence.
20
INTRODUÇÃO
Na região oeste do Estado de Santa Catarina, o modelo básico para a criação de
peixes é o policultivo, o qual é reconhecido pela eficiente ocupação do espaço físico pelos
viveiros, bem como a utilização de nichos alimentares (Zimmermann & New, 2000). Este
sistema consiste na criação simultânea de duas ou mais espécies de peixes em um mesmo
viveiro, com o objetivo de maximizar a produção, utilizando organismos com diferentes
hábitos alimentares e distribuição espacial, proporcionando o aumento da produtividade e a
rentabilidade dos cultivos (Woynarovich, 1988; Kestemont, 1995; Gómez et al., 2001). No
médio Vale do Itajaí, predominam propriedades com pequenos viveiros que utilizam o
policultivo adotando como espécie principal Oreochromis niloticus. Em monocultivo a
produção principal é de Ictalurus punctatus.
A tilápia do Nilo Oreochromis niloticus, destaca-se como peixe de potencial para
aquicultura, haja vista sua rusticidade, crescimento rápido e adaptação ao confinamento
(Hayashi, 1995), representando a segunda espécie mais criada no mundo (Cavichiolo et al.,
2002).
O jundiá (Rhamdia quelen) é peixe de água doce encontrado em muitos rios
brasileiros e em outras regiões da América latina. Vários estudos realizados mostram-na
como uma espécie promissora para a aqüicultura no Brasil (Piaia et al., 1999; Chippari-
Gomes et al., 2000; Gomes et al., 2000; Uliana et al., 2001; Carneiro et al., 2003). Já o
“catfish”, Ictalurus punctatus da família Ictaluridae, ordem Siluriforme, geralmente é
criado para consumo humano em viveiros de terra escavada, onde a água não é renovada, e
a produção econômica exige temperaturas com períodos de calor relativamente longos
(Lee, 1991).
Hoplias malabaricus, conhecido comumente como "traíra", vive preferencialmente
em ambientes lênticos, com ampla distribuição geográfica, (Britski et al.,1986), assim
como as carpas, atualmente criadas no mundo inteiro, devido à sua rusticidade, ao rápido
crescimento, ao regime alimentar onívoro (detritófago), e a propagação natural em tanques
e viveiros (Tamassia, 1996).
Segundo Grossman (1999), no Brasil, ocorreu expansão dos empreendimentos
conhecidos como “pesque-pague” atingindo 3.000 estabelecimentos no estado de São
Paulo (Dias, 1998). No médio Vale do Itajaí, a maior parte da produção obtida é destinada
a empreendimentos dessa natureza. Embora não avaliados, devem se constituir em
importantes riscos adicionais de disseminação de espécies exóticas de peixes e parasitos
(Orsi e Agostinho, 1999).
21
Bekési (1992) registrou os primeiros casos de parasitismo em peixes criados no
Nordeste do Brasil, em tilápias (Oreochromis niloticus) em que os parasitos de maior
ocorrência foram os tricodinídeos e monogenoidea. Pesquisadores de várias regiões
destacaram a importância parasitária piscicola, Malta et al. (2001) em peixes da Amazônia,
verificaram alto índice de infestação por Neoechinorhynchidae em cultivo de tambaqui
(Colossoma macropomum); Martins et al. (2002) na Região Nordeste do Estado de São
Paulo, mostrou a maior susceptibilidade do tambacu e Leporinus macrocephalus ao
Piscinoodinium pillulare e do Piaractus mesopotamicus ao Monogenenoidea. Fortes et al.
(1998) registraram a presença do crustáceo copépodo Lernaea cyprinacea em peixes de
água doce em Porto Alegre, RS, com maior prevalência em Ctenopharyngodon idellus e
Leporinus sp. Azevedo (2004) na região do vale do rio Tijucas em Santa Catarina,
observou que a prevalência de tricodinídeos foi ligeiramente maior em brânquias de
Oreochromis niloticus, mantidos em sistema integrado com dejeto de suíno quando
comparados com outros peixes, mantidos em pesque-pegue.
De acordo com Martins et al. (2002), os principais parasitos encontrados no sudeste
do Brasil são Piscinoodinium pilulare, Ichthyophthirius multifiliis, Henneguya piaractus,
Anacanthorus penilabiatus, Lernaea cyprinacea e mais recentemente Lamproglena sp
notificado como segundo parasito copépode de importância para peixes de água doce
(Martins e Souza, 1997b, Piasecki, 2004; Azevedo 2004).
Pela ausência na literatura compulsada de possíveis diferenças de prevalência da
fauna parasitária, em peixes mantidos em pisciculturas de mono e policultivo no estado de
Santa Catarina, emprendeu-se a realização da pesquisa
MATERIAL E MÉTODOS
No período de setembro a dezembro de 2004, 43 peixes foram capturados com rede
de arrasto e examinados, sendo 23 de sistema de monocultivo (13 tilápias do Nilo e 10
“catfish”) e 20 de policultivo (15 tilápias do Nilo, duas traíras, um jundiá, uma carpa
comum, 1 “catfish”).
Duas propriedades trabalhavam com sistema de monocultivo, onde foram colhidas
tilápias e catfish. As demais propriedades, trabalhavam com sistema de policultivo, onde
foram coletadas tilápias, carpas, traíra, jundiá e catfish.
Os parâmetros físico - químicos da água foram analisados no dia de cada coleta. Para
a leitura do pH, alcalinidade, oxigênio dissolvido foram utilizados “kits” colorimétricos
comercias. A temperatura foi medida com termômetro de bulbo e a transparência
22
verificada com disco de Sech. As análises das características físicas e químicas da água
não mostraram grandes variações entre os cultivos. Durante o período, o pH variou entre
6,5 e 7,2, o oxigênio dissolvido, entre 6,0 e 9,0mg L
-1
, a temperatura da água entre 23,3 e
25°C, média de 24°C, a transparência variou de 9 a 20cm, a amônia de 0,5 á 2mg/L, e a
alcalinidade de 40 a 60mg/L. Segundo Boyd, (1990) e Sipaúba-Tavares, (1995) estes
parâmetros estão dentro da faixa tolerável para o cultivo de peixe.
Após a captura os peixes foram pesados e medidos em seu comprimento total,
sacrificados por comoção cerebral e submetidos à pesquisa parasitológica. Foram colhidos
muco da superfície corporal, fragmentos de brânquias, rin, gado baço e coração que
comprimidos entre lâmina e lâminula com uma gota de solução fisiológica a 0,65% e
examinados sob microscopia de luz. Partes do intestino foram dissecadas em placa de Petri
para observação em estereomicroscópio. Para colheita e identificação dos parasitos, as
brânquias foram colocadas em frascos contendo água á temperatura de 60ºC, e, após uma
hora, agitados vigorosamente, tiveram o volume completado com formalina 5%. O mesmo
procedimento foi feito com o muco retirado da superfície corporal.
O número de protozoários foi quantificado a partir da homogeneização do conteúdo
da superfície do corpo ou brânquias, retirando-se cinco alíquotas para observação e
contagem em câmara de Mac Master. O número total de monogenoidea foi avaliado com
esteriomicroscópio em placa de Petri quadriculada.
A prevalência, intensidade média e abundância média foram calculadas segundo as
fórmulas (Bush et al.,1997):
Examinados
Pr
PeixesdeNúmero
InfectadosPeixesdeNúmero
evalência =
InfectadosPeixesdeNúmero
ParasitosdeTotalNúmero
MédiaeIntensidad =
)(Examinados InfectadosnãoeInfectadosPeixesdeNúmero
AmostranaParasitosdeTotalNúmero
MédiaAbundância =
Os parasitos foram identificados segundo Lom (1981), Thatcher (1991), Kritsky
(1994). Os resultados foram analisados estatísticamente pelo teste não paramétrico de
Wilcoxon (p<0,05) para duas amostras independentes pelo programa SAS versão 9.0
(Shchlotzauer e Littel, 1999).
23
RESULTADOS
A densidade dos peixes estocados em ambas as propriedades de monocultivo
variaram de 0,4 a 0,6 peixes/m
2
, já em policultivo variou entre 1,2 a 1,6 peixes/m
2
.
Os peixes provenientes do policultivo e monocultivo não apresentaram diferença
significativa (P<0,05), em relação ao comprimento total médio e peso médio. Os de
policultivo apresentaram média de comprimento total de (322,17±14,4mm) e peso médio
de (558,5±58,98g) e os de monocultivo média de comprimento total de (322,1±16,62mm)
e peso médio de (568,91±31,65g). A análise de correlação de Pearson não revelou
correlação positiva do peso e comprimento com a intensidade de parasitismo dos peixes
mantidos em ambos os sistemas.
Os peixes mantidos em policultivo apresentaram intensidade média de 196,45
monogenoidea com prevalência de (55%). No monocultivo houve intensidade média de
37,16 monogenoidea e prevalência de (26%). (Figura 1).
Figura 1. Demonstra resultados da diferença estatística da intensidade de parasitismo,
entre mono e policultivo, por monogenoidea, tricodinídeos, Lamproglena sp, Lernaea
cyprinacea (copepodito) e Piscinoodinium pillulare, para (p<0,05) e teste não paramétrico
de Wilcoxon.
196,45 (a)
37,16 (b)
136,66(a)
63,0(b)
3,14 (a)
0 (b)
12,85 (a)
0 (b)
0 (a)
43,47 (b)
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
INTENSIDADE MÉDIA DE PARASITOS
Monogenoidea Trichodinidio lamproglena sp.
(copepodito)
Lernaea cyprinacea
(copepoditos)
Piscinodinium pillulare
PARASITOS
policultivo monocultivo
Lenaea cyprinácea
(Copepodito)
Piscinoodinium
pillulare
tricodinídeo
monogenoidea
Lamproglena sp
(Copepodito)
Parasitos
24
Os tricodinídeos apresentaram intensidade média de 136,66(60%) em peixes
mantidos em policultivo, e no monocultivo a intensidade média de 63,0 e prevalência de
(13%). Somente em peixes mantidos em policultivo, foi observada a presença de
Lamproglena sp (Lernaiedae) e copepoditos de Lerneae cyprinacea (Figura 2), com
intensidade média e prevalência de 3,14(35%) e 12,85(35%) respectivamente. Em peixes
mantidos em monocultivo houve relevante presença de Piscinoodinium pillulare (Figura
3), com intensidade média 63,0 e prevalência (43,47%). Um espécime de Lernaea
cyprinacea adulta foi colhido dos peixes de policultivo e um de Argulus sp (Figura 4) foi
encontrado em peixes de monocultivo. Houve diferença significativa (P<0,05) na
intensidade média de parasitismo por monogenoideos, tricodinídeos, Lamproglena sp.
(Lernaiedae), Lerneae cyprinacea (copepoditos) e Piscinoodinium pillulare, entre
policultivo e monocultivo.
Figura 2. copepoditos de Lerneae
cyprinacea.
Figura 4. Argulus sp encontrado
na superfície corpórea da tilápia
retirada do policultivo.
Figura 3. Piscinoodinium pillulare
presente nas brânquias dos peixes de
monocultivo.
25
DISCUSSÃO
Nas últimas décadas houve aumento considerável dos estudos relacionados com
parasitos e outros patógenos de organismos aquáticos, principalmente daqueles
hospedeiros com potencial para criação e comercialização, face ao aumento significativo
destas atividades no Brasil e no mundo. (Bekési, 1992; Schalch, 2002; Luque, 2004).
Os monogenoidea são considerados bons indicadores biológicos, possuem ciclo de
vida direto e apresentam alto grau de especificidade pelo hospedeiro (Fischer et al., 2003).
Os locais de maior preferência são brânquias, narinas, olhos e superfície corporal. Quando
em infecções maciças, provocam lesões teciduais graves e as conseqüentes alterações de
comportamento como anorexia acompanhada de emagrecimento, aumento da produção do
muco, hemorragias cutâneas e brânquiais, hiperplasia do epitélio de revestimento e de
células mucosas das brânquias, chegando a taxas altas de mortalidade. Nas infecções
menos intensas causam pequenas lesões como feridas e ulcerações causadas pela presença
de parasitos ou por manejo inadequado, estes podem servir como porta de entrada para
infecções secundárias (Martins e Romero, 1996; Martins, 1997a, Pavanelli et al., 2002;
Azevedo 2004).
Neste trabalho a prevalência de monogenoidea e tricodinídeos dos peixes mantidos
em policultivo foi maior que a encontrada por Tavares-Dias et al. (2001). Tais autores
descreveram a fauna parasitária de pacu (P. mesopotamicus), piauçu (L. macrocephalus),
híbrido tambacu (P. mesopotamicus x C. macropomum), tilápia (O. niloticus) e carpa
comum (C. carpio), provenientes de “pesque-pague” do município de Franca, SP.,
mantidos em sistema intensivo, havendo prevalência de I. multifiliis, tricodina sp. e
Piscinoodinium pillulare. No presente trabalho foi verificado alta prevalência de
Piscinoodinium pillulare em peixes de monocultivo, que podem estar relacionadas as
condições sanitárias dos viveiros.
Özer e Erdem (1998, 1999), analisaram a fauna ectoparasítica de Cyprinus carpio de
criação e de ambiente natural na Turquia com maior prevalência de ectoparasitos em
peixes mantidos em cultivo, estimaram a intensidade e prevalência de tricodina mutabilis,
tricodina acuta e tricodina subtilis em carpas de monocultivo. Em contraste com nosso
trabalho, a carpa comum quando examinada não estava parasitada com tricodina sp.
apenas monogenoideos e Lamproglena sp (Lernaiedae). É importante ressaltar que a
prevalência de monogenoidea e tricodinídeos nos peixes de monocultivo deste trabaho é
semelhante a encontrada por estes autores, embora tenham analisado espécies diferentes
mantidas em criações ou retirada de ambiente natural.
26
Vargas et al. (2000), estimaram a intesidade dia e prevalência de tricodina sp e
monogenoidea em tilápia do Nilo mantida em monocultivo, com prevalência menor que a
encontrada neste trabalho para peixes mantidos em policultivo e semelhante a encontrada
para os peixes em monocultivo. Esses resultados corroboram com o encontrado neste
trabalho onde as tilápias em monocultivo apresentaram menor infestação de trichodinídeos
e monogenoidea, pode-se inferir que os parâmetros de qualidade da água para o
monocultivo de tilápia estão dentro dos limites considerados recomendáveis para produção
de peixes (Boyd, 1990; Sipaúba-Tavares, 1995), e não devem ter influenciado
negativamente na saúde dessa espécie em monocultivo.
A Lernaea cyprinacea é encontrada parasitando diversas espécies de peixes,
tambaqui (C. macropomum), pacu (P. mesopotamicus), hibrido tambacu (P.
mesopotamicus X C. macropomum), carpa comum (C. carpio), piauçu (L. macrocephalus),
mandi (P. clarias), peixe sapo (Rhandia sapo), matrinxã (B. cephalus), lambari (Astianax
sp), traíra (H. malabaricus), tilápia (O. niloticus), carpa capim (Ctenopharyngodon idella)
(Figueira e Ceccarelli, 1991, Bastos et al., 1996, Fortes et al. 1998, Benetton e Malta,
1999, Martins et al., 2000a, Tavares-Dias et al., 2001, Martins et al., 2002, Schalch e
Moraes, 2005). Neste trabalho os peixes de policultivo apresentaram infestação por
copepoditos de L. cyprinacea, estando um parasitado pela forma adulta.
Embora não tenha sido possível correlacionar estatisticamente os parâmetros de
qualidade da água com a prevalência de parasitos, neste trabalho os viveiros de policultivo
apresentaram menor transparência e maior concentração de amônia. Este fato aliado a um
pequeno aumento na densidade em relação ao monocultivo, pode ter interferido na
comunidade de parasitos (Baker e Cone, 2000).
Neste trabalho foi observada associação entre monogenoidea e tricodinídeos em
ambos os sistemas de criação.O parasitismo por tricodinídeos esta relacionado à presença
de outros parasitos e com a qualidade da água (Figueira & Ceccarelli, 1991, Ceccarelli et
al., 1990, Tavares–Dias et al., 2001, Martins et al., 2002, Vargas et al., 2000, Bekési,
1992, Andrade et al., 2001). Madsen et al. (2000) observaram que os níveis de infestação
por Tricodina jandraica, em enguia, estão associados aos parâmetros de qualidade da água.
Tawfik et al. (2001) encontraram correlação positiva entre a incidência de tricodina sp, o
ciliado do gênero Apiosoma e a turbidez de água.
Na Venezuela, Centeno et al. (2004), examinaram a fauna parasitária associada à
criação de Colossoma macropomum e hibrido C. macropomum x Piaractus brachypomu,
observando infecção mista em ambas as espécies por Anacanthorus spatulatus, Myxobolus
27
sp e do protozoário ciliado tricodina sp Azevedo (2004) observou a infestação por
tricodinídeos concomitante com monogenoídeos e Lamproglena sp em tilápias mantidas
em sistema integrado com suínos e em pesque–pague no vale do rio Tijucas, Santa
Catarina. Schalch (2002) observou tricodina sp, associada a P. pillulare, mixosporídeos e
monogenoidea.
A análise da qualidade da água mostrou semelhança entre os dois sistemas, exceto
pela maior concentração de amônia e menor transparência no viveiro de policultivo. Estes
resultados corroboram as observações de Thatcher e Brites Neto (1994), que sugerem o
aumento da densidade de estocagem e alimentação como principais fontes de amônia.
Vários autores reforçam a importância do monitoramento da qualidade da água para
criação de peixes como método de profilático no controle de parasitos e parasitoses (Noble
e Summerfelt, 1996; Martins et al., 2000a; Martins et al., 2000b Tawfik et al., 2001;
Luque, 2004;). Assim, a concentração de oxigênio dissolvido em níveis próximos a 4mg/L
diminui o crescimento de bagre do canal, podendo ocasionar o aparecimento de doenças,
devido ao estresse (Masser et al., 1989). O jundiá, sendo uma espécie nativa, apresenta boa
rusticidade, principalmente e baixos veis de oxigênio dissolvido e grandes oscilações de
temperatura na água (Gomes et al., 2000).
Os valores de temperatura água registrados nos períodos mantiveram-se entre 23,3 e
25 ºC. Estes encontram-se dentro da faixa térmica de conforto para a traíra. Segundo
Andrade et al. (1998), o trairão é uma espécie carnívora, nativa das regiões amazônica e
centro-oeste, sendo a faixa de temperatura de 24 a 32 °C ideal para o seu bom
desenvolvimento. Considerada ideal para o desempenho da tilápia, (Popma e Phelps,
1998). No experimento realizado por Piedras (2004), jundiás jovens, apresentaram melhor
desempenho á temperatura de 23,7 ºC. Entretanto, variações na temperatura podem afetar o
metabolismo, resposta imune, reprodução, demanda biologica de oxigênio, toxidade de
poluentes, desenvolvimento de parasitoses e tem influência seletiva em diferentes tipos de
enfermidades (Snieszko, 1974).
Segundo Meyer (1970), a temperatura tem significativa influência nas enfermidades
de peixes em áreas onde ocorre uma grande amplitude de variação na temperatura diária e
sazonal. No presente trabalho a região onde foi desenvolvido, a temperatura manteve-se
entre 23.3 e 25 ºC. Porêm, Schisler, (1999) observou maior prevalência de ectoparasitas
nas brânquias de truta arco-íris e truta marron nos meses com temperatura elevada. Singhal
et al. 1986 relatou altas taxas de prevalência de Trichodina quando a temperatura da água
esteve entre 16,5 e 30,0 ºC no inverno e primavera. Embora a análise estatística não tenha
28
demonstrado relação entre a temperatura da água e os parasitos encontrados, um ligeiro
aumento na densidade populacional pode ter provocado a elevação na prevalência e
número de monogenoidea. Este estudo corrobora com os resultados de Azevedo (2004),
que estudou a fauna parasitária de tilápia mantida em sistema integrado com suínos e em
pesque-pague no vale do rio Tijucas, SC.
Comparando estes relatos com as variações de temperatura e oxigênio dissolvido, no
decorrer deste estudo, pode-se considerar que estão dentro dos limites considerados
recomendáveis para a criação de peixes (Boyd, 1990; Sipaúba-Tavares, 1995), e não
devem ter influenciado negativamente na saúde destas espécies.
Neste estudo não foi possível constatar estatisticamente correlação direta entre os
parâmetros de qualidade de água e os índices de infestação, particularmente em relação a
transparência resultante da baixa densidade de estocagem. Todavia, a qualidade da água
pode afetar a comunidade de parasitos dependendo da capacidade de infestação do parasito
e da qualidade ambiental em que os peixes são mantidos (Azevedo, 2004). Houve
diferença significativa entre os indices de parasitismo dos peixes mantidos em policultivo e
monocultivo, o que pode ressaltar a importância de cuidados profiláticos, como
alimentação, transporte e manejo, para cada espécie introduzida na criação e
monitoramento dos parâmetros da qualidade da água.
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34
Capítulo 2 (Acta Scientiarum, 2006)
ALTERAÇÕES TECIDUAIS DE PEIXES MANTIDOS EM
MONO E POLICULTIVO DE PISCICULTURAS DO MÉDIO
VALE DO ITAJAÍ, SANTA CATARINA.
[Tissue alterations of fishes mainteined in mono and polyculture systems of from
midlle Valley of Itajai, Santa Catarina , Brazil]
[Alterações teciduais de peixes mantidos em mono e policultivo]
Claire Juliana Francisco
1*
, Flávio Ruas de Moraes
1,3**
,
Maurício Laterça Martins
2**
1
Centro de Aqüicultura da Unesp, Caunesp, SP, Brasil
2
Departamento de Aqüicultura, CCA, UFSC, SC, Brasil
3
Endereço/adress: Via de acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n Cep 14884-900
Jaboticabal, SP.
Bolsista Capes
*
, Produtividade em Pesquisa/ CNPq
**
35
RESUMO
A pesquisa realizada caracterizou os aspectos morfológicos de lesões de diferentes tecidos
de peixes parasitados por monogenoidea, tricodinídeos, Piscinoodinium pillulare,
Lamproglena sp (Lernaiedae), Lernaea cyprinacea (copepoditos) capturados de setembro a
dezembro de 2004, em quatro pisciculturas do médio Vale do Itajaí, SC. Duas propriedades
praticavam monocultivo e duas de policultivo, totalizando 35 peixes de diferentes espécies
(Oreochromis niloticus, Cyprinus carpio, Hoplias malabaricus, Ictalurus punctatus,
Rhamdia quelen), sendo que duas praticavam monocultivo (n=23) e duas policultivo
(n=12) de policultivo. As espécies oriundas de monocultivo eram (13 O. niloticus e 10 I.
punctatus) e de policultivo (8 O. niloticus, 1 H. malabaricus, 1 I. punctatus, 1 C. carpio, 1
R. quelen). Durante a necrópsia para estudo parasitológico foram coletados fragmentos de
brânquias, fígado, rim, coração e baço. Estes foram processados segundo técnicas usuais
para obtenção de seccções com 6
µ
m de espessura, montados em lâminas e corados com
Hetoxilina-Eosina. Os tecidos foram examinados em microscopia de luz e as alterações
estruturais descritas. O exame histopatológico das brânquias revelou hiperplasia do epitélio
de revestimento e de células mucosas das lamelas, congestão de moderada à severa,
teleangectasia nas extremidades das lamelas, e presença de epiteliocistos. No fígado havia
perda do arranjo cordonal, esteatose discreta à moderada, necrose focal, apresentando
células vacuolizadas sem núcleo e dispersas. O rim cefálico apresentou hialinização
discreta na forma de gotas nos túbulos contorcidos proximais, hemorragia focal,
vacuolização de difusa a moderada, esteatose tubular, necrose com figuras de picnose e
cariólise. O coração e o baço não apresentaram alterações dignas de relato. Embora os
achados fossem qualitativamente semelhantes, as lesões dos peixes oriundos de policultivo
foram mais severas. Os achados indicam que os órgãos mais afetados pelos parasitos foram
as brânquias.
Palavras chave
: cultivos, histologia, parasito, peixe.
36
ABSTRACT
The carried through research characterized the morphologic aspects of lesions caused
by monogenoidea, Trichodinids, Piscinocidium pillulare, Lamproglena sp. (Lernaeidae),
Lernaea cyprinacea (copepodite), in fishes captured from September to December 2004 in
four ponds located in the middle Itajai valley (Santa Catarina, Brazil). Two of each
correspond to mono and polyculture systems. A total of 35 fishes (Oreochromis niloticus,
carpio Cyprinus, Hoplias malabaricus, Ictalurus punctatus, Rhamdia quelen), being that
two practised monoculture (n=23) and two policultivo (n=12) of policultivo. The
originating species of monoculture were (13 O niloticus and 10 I. punctatus) and of
policultivo (8 O. niloticus, 1 H. malabaricus, 1 I. punctatus, 1 C. carpio , 1 R. quelen). The
histopathological exam of the gills revealed hyperplasia of epithelial tissue and the mucous
cells of the layers, moderate to severe congestions, telangiectasis in the extrems of the
lamellae and presence of epithelialcistys. The livers presented loose of cordonal
arrangement, discrete to moderate esteatosis, focal necrosis with vacuolized cells without
nucleus and dispersed. The kidney had discrete hyalinization in drop-like form in the near
twisted tubes, focal haemorrhage, moderated diffuse vacuolization, tubular esteatosis and
necrosis in the picnosis and cariolisis form. The hearth and spleen did not shown
significant alterations. Nonetheless, the small differences were attenuated in the fishes
from the polyculture systems. The results indicate that the most affected organs by the
parasites were the gills.
Key words:
culture, fish, histology, parasite,
37
INTRODUÇÃO
Diversos gêneros de parasitos, tricodina, Saprolegnia, Epistilis, Mixobolus,
Dactylogyrus, Glossatella, Icthyophthirius, Lernaea, podem causar perdas no cultivo de
peixes de água doce (Cecarelli et al., 1990; Figueira e Cecarelli, 1991; Bekési 1992;
Buchmanna e
Slotved, 1995;
Sarieyyiipojlu e
Saglam, 1995;
Martins e Romero, 1996;
Vargas et al., 1998; Vargas et al., 2000; Martins et al., 2000; 2002).
Bekési (1992) registrou os primeiros casos de parasitismo em peixes criados no
Nordeste do Brasil. Em tilápias (Oreochromis niloticus) em que, os parasitos de maior
ocorrência foram os tricodinídeos e monogenoidea. As descrições foram realizadas por,
Malta et al. (2001) em peixes da Amazônia, com alto índice de infestação por
Neoechinorhyndae em cultivo de tambaqui (Colossoma macropomum). Martins et al.
(2002) na região nordeste do estado de São Paulo, mostrou a maior susceptibilidade do
tambacu e Leporinus macrocephalus ao Piscinoodinium pillulare e do Piaractus
mesopotamicus ao Monogenenoidea. Fortes et al. (1998) foram os primeiros a registrar a
presença de copépodes de Lernaea cyprinacea em peixes de água doce em Porto Alegre,
com maior prevalência em Ctenopharyngodon idellus e Leporinus sp. Azevedo (2004) na
região do vale do rio Tijucas em Santa Catarina, observou a prevalência de tricodinídeos
foi ligeiramente maior em brânquias de O. niloticus, mantidos em sistema integrado com
dejetos de suínos em comparação com os peixes, mantidos em pesque-pegue.
As enfermidades causadas por monogenoideas estão entre as mais importantes para a
piscicultura, pois causam mortalidade, principalmente em criações intensivas (Pavanelli et
al., 1998). Parasitam brânquias, superfície do corpo e fossas nasais (Thatcher, 1991,
Pavanelli et al., 2002). Segundo Azevedo (2004), sua proliferação está relacionada à alta
concentração de matéria orgânica na água.
Os estudos realizados por Madsen et al. (2000), também reforçam a relação existente
entre os vários parâmetros de qualidade de água e níveis de infecção por tricodinídeos, que
são protozoários ectoparasitos que causam sérios danos, principalmente em peixes de
cativeiro (Al–Rasheid, 2000). Sem especificidade de hospedeiro a patogenicidade varia de
acordo com a imunidade dos peixes, podendo se reproduzir rapidamente e destruir o
epitélio por sua movimentação rotatória (Mancini et al., 2000), causando hiperplasia,
necrose da epiderme e a erosão de nadadeiras comprometendo a estrutura e a função dos
filamentos branquiais (Rogers e Gaines, 1975).
Os copépodes da família Lernaeidae, são parasitos cosmopolitas com espécies
dispersas pelas regiões mais distantes e diversas vivendo adaptadas ao ambiente. São
38
encontrados parasitando diversas espécies de peixes (Figueira e Cecarelli, 1991; Bastos et
al., 1996; Fortes et al.,1998; Benetton e Malta, 1999; Martins et al., 2000a; Tavares-Dias
et al., 2001; Martins et al., 2002; Schalch e Moraes 2005). Sendo o gênero Lamproglena
Von Nordmann, 1832 (Copepoda: Lernaeidae), também observado em diferentes
hospedeiros, Oreochromis niloticus, Sarotherodon galilaeus, Tilapia zilli, Barbus
marequensis, Barbus polylepis e Leuciscus cephalus, ocorrendo relação entre a intensidade
do parasitismo e a poluição ambiental (Ibraheem e Izawa, 2000; Dippenaar et al., 2001;
Galli et al., 2001; Azevedo 2004).
Atualmente, cerca de 150 espécies de Branchiura são conhecidas, sendo 110 do
gênero Argulus. São cosmopolitas e ocorrem em água doce e em água salgada (Malta e
Varella, 2000), parasitando a superfície do corpo, cavidade bucal e brânquias (Thatcher,
1991; Malta e Varella, 2000).
No Brasil a ocorrência de Piscinoodinium pilullare foi registrada e descrita pela
primeira vez por Martins et al. (2000b), sendo constatada sua falta de especificidade
parasitária, que favorece infestações maciças, com alta taxa de mortalidade devido ao
comprometimento brânquial. Este órgão tem complexa organização interna similar na
maioria dos teleósteos (Hughes, 1984; Laurent, 1984). Elas exercem função respiratória e
são responsáveis pela manutenção do equilíbrio iônico e osmótico daí a importância de sua
integridade (Oslon, 1991; Roberts, 2001).
As causas de lesões em brânquias incluem agentes químicos, físicos e biológicos que
variam desde poluentes ambientais até agentes biológicos diversos. Esses agentes induzem
reações do organismo que se caracterizam como distúrbios circulatórios, proliferativos,
inflamatórios e degenerativos. Incluem congestão, teleangiectasia, hemorragia e edema;
hiperplasia epitelial e de células mucosas, além de, inflamação e necrose (Schalch e
Moraes 2005; Robbins e Cotran, 2005).
O fígado é um órgão central, com inúmeras funções vitais do metabolismo básico dos
vertebrados (Arias et al., 1998; Gingerich e Dalich, 1982), dentre as quais se inclui a
capacidade de acumulação, biotransformação e excreção de compostos xenobióticos
(Meyers e Hendricks, 1985; Fanta et al., 2003; Uguz et al.,2003; Santos, 2004), e podem
apresentar diferentes formas de hepatodistrofias relacionadas a processos tóxicos e suas
extensão e gravidade dependem do tipo, duração e severidade da agressão e do estado
fisiológico da célula envolvida (Robbins e Cotran, 2005).No rim, os agentes infecciosos
como certas bactérias e parasitos, a exposição a metais pesados e outros produtos químicos
podem promover direta ou indiretamente anomalia tubular renal (Hibiya, 1982).
39
O objetivo do trabalho foi descrever as modificações histopatológicas em peixes
infectados por monogenoideos, tricodinídeos, Lamproglena sp, Lernaea cyprinacea,
Argulus sp e Piscinoodinium pilullare mantidos em mono e policultivo de quatro
pisciculturas da região do médio vale do Itajaí-SC.
MATERIAL E MÉTODOS
Entre setembro a dezembro de 2004, foram examinados 43 peixes, sendo 23 de
mono e 12 de policultivo.Os peixes foram capturados com auxílio de rede de pesca e após
o sacrifício por comoção cerebral, foi realizado o exame externo da superfície corporal,
nadadeiras, brânquias e opérculos, essas capturas ocorreram nas pisciculturas de Timbó,
Indaial, Gaspar e Blumenau, SC. Após essas observações foi realizado o exame interno. Os
animais foram dissecados no local da coleta de acordo com Azevedo (2004). O fígado, rim,
coração, baço e as brânquias foram examinados, investigando-se a presença de eventuais
alterações de tamanho, consistência, e coloração, assim como de parasitos, com auxílio de
microscopia de luz. Os órgãos foram fixados para exame histopatológico, seguindo as
recomendações de Michalany (1980). Durante a necrópsia, fragmentos de órgãos ou
tecidos com alterações estruturais macroscópicas foram colhidos, fixados em formalina
tamponada a 10% e processados segundo as técnicas histológicas usuais para obtenção de
cortes semi-seriados em parafina, com 6,0
µ
m de espessura no Lab. de Histopalogia de
Medicina Veterinária da Universidade Estadual Paulista-Unesp/Jaboticabal. As secções
obtidas foram coradas com hematoxilina-eosina, e examinadas sob microscopia de luz. Foi
utilizado fotomocroscópio para documentar as lesões encontradas.
RESULTADOS
Ao exame de superfície corporal dos peixes observou-se um espécime de L.
cyprinacea adulta no jundiá de policultivo. Um exemplar de Argulus sp, foi encontrado em
tilápia de monocultivo.
Nas brânquias dos peixes de monocultivo foram observados monogenoidea,
tricodinídeo e Piscinoodinium pilulare. O exame microscópico do tecido brânquial
parasitado por monogenoidea e Tricodinideo revelou hiperplasia do epitélio de
revestimento e de células mucosas, congestão de moderada à severa, teleangectasia nas
extremidades das lamelas, também revelou marcada infestação pelo dinoflagelado P.
pillulare, em I. punctatus mantido em monocultivo, localizados na base dos filamentos e
40
nos espaços inter-lamelares. Os rizocistos do protozoário estavam fixados no epitélio
branquial, havendo necrose das células comprometidas. Nas brânquias dos peixes mantidos
em monocultivo observou-se hiperplasia do epitélio de revestimento das lamelas,
congestão, pequenos edemas sub-epiteliais e hemorragia intersticial. Em 50% dessas
brânquias estavam parasitadas por tricodinídeo, monogenoidea e Piscinoodinium pilulare.
O exame histopatológico revelou hiperplasia epitelial interlamelar na base das lamelas de
células mucosas e congestão de moderada à severa, teleangectasia nas extremidades das
lamelas e epitéliocistos (Figura 1).
Nas brânquias de peixes de policultivo foi observado a presença de Lernaea
cyprinacea (copepodito), Lamproglena sp. (Lernaeidae), monogenoideos e tricodinídeo.
Os monogenoideos apresentavam-se dispersos entre as lamelas das brânquias das tilápias
mantidas em policultivo. O exame histopatológico revelou que 100% das brânquias de
peixes mantidos em policultivo apresentaram alterações, sendo que 50% delas estavam
infestadas por monogenoidea, tricodinídeos, Lamproglena sp. (Lernaeidae) e Lernaea
cyprinacea (copepoditos). O exame revelou a presença de epiteliocistos, hiperplasia
epitelial na base das lamelas e congestão de moderada à severa.
Figura 1. Aspecto das brânquias de Ictalurus punctatus parasitadas por: A- P.
pillulare, B- com marcada hiperplasia do epitélio de revestimento que preenche os espaços
A
C
B
41
inter-lamelares e C- lulas mucosas que aparecem com citoplasma claro. (aumento
200X).Coloração: H&E
Das amostras de rim coletadas dos peixes mantidos em monocultivo, 44,44% não
estavam parasitados. O exame histopatológico de 33,33% destas amostras evidenciou
necrose, hemorragia intersticial difusa discreta, infiltração de monócitos e linfócitos no
tecido intersticial caracterizando nefrite intersticial focal e esteatose tubular discreta. Em
55,5% das amostras estavam parasitadas na análise à fresco e não foram evidenciadas
modificações (Figura 2).
No rim foi constatada infestação por protozoário flagelado não identificado. O
mesmo foi observado em cinco tilápias capturadas em monocultivo. Das amostras colhidas
dos peixes mantidos em policultivo, 72,43% não estavam parasitados. O exame
histopatológico de 42,85% destas amostras revelou hialinização tubular discreta, tubulos
contorcidos, necrose, picnose, hemorragia focal, distrofia do néfron, vacuolização difusa
moderada e cariolise.
Figura 2. Aspecto do rim de Ictalurus punctatus portador de nefrite intersticial
caracterizada pela presença predominante de (Le) linfócitos com seus núcleos bem corados
e citoplasma escasso. Alguns macrófagos, células maiores com citoplasma mais abundante
e núcleo pálido também se fazem presentes. (aumento 200X).Coloração: H&E.
Le
42
Nas amostras de fígado, retiradas dos peixes mantidos em monocultivo, 40,9%
apresentaram modificações microscópicas. No exame foi verificado necrose de discreta à
moderada, perda do arranjo cordonal, esteatose focal de discreta à moderada (Figura 3).
Em 59% destas amostras não se verificou parasitos ou modificações nos tecidos. As
tilápias provenientes de monocultivo apresentavam maior presença de alterações hepática
fígado em comparação com o I. punctatus mantidos no mesmo sistema de cultivo.
A análise histopatológica do fígado dos peixes mantidos em policultivo revelou que
77,7% das amostras apresentavam modificações teciduais, e 100% destes tecidos não
estavam parasitados por protozoário flagelado. O exame evidenciou necrose, esteatose e
congestão de discreta à moderada, perda do arranjo cordonal, focos de hemosiderina,
necrose focal discreta, vacuolização difusa, núcleos picnóticos, núcleos cariolíticos, células
hipertrofiadas com ou sem vacúolos dispersas.
Figura 3 Fotomicrografia de fígado de Ictalurus punctatus, corado por H&E permitindo
a visualização da região (Le): perda do arranjo cordonal e dos sinusóides (aumento 400X).
O baço e o tecido cardivascular não reveleram modificações dignas de relato, nas
amostras dos peixes de ambos os sistemas de cultivo.
Le
43
DISCUSSÃO
Os peixes portadores de infecção por monogenóides e/ou outros parasitos
branquiais, apresentaram como resposta a essa agressão hiperplasia do epitélio e de células
mucosas. A hiperplasia do epitélio, considerada como uma forma de adaptação à agressão
(Robbins e Cotran, 2005), atua como incremento dos mecanismos de defesa do tecido
agredido. Da mesma forma, o aumento do número de células caliciformes proporciona
maior produção de muco dotado de propriedades anti-microbianas graças à ação de
lizosimas, anti-corpos e ácidos graxos de baixo peso molecular nele presentes (Noga, 1996;
Roberts, 2001). A congestão e teleangiectasia também observadas podem ocorrer como
fenômenos inflamatórios ou por dificuldade de circulação devido à obstruções parciais do
fluxo sangüíneo graças aos fenômenos hiperplásicos. De qualquer modo essas alterações
são comuns na agressão das brânquias por diferentes tipos de agentes biológicos, químicos
ou físicos. Apesar da diversidade de ações dos diferentes elementos agressores, as
respostas do tecido branquial são relativamente limitadas e padronizadas. Então alterações
hiperplásicas, hemodinâmicas e inflamatórias estão comumente presentes nas brânquias
como respostas inespecíficas do hospedeiro à agressão independentemente do tipo de
agente agressor (Schalch, 2006).
Nas brânquias havia também a presença de tricodinídeos que para se alimentarem
fazem movimentos rotatórios e sucção de células epiteliais causando hiperplasia, necrose
da epiderme e a erosão de nadadeiras e comprometem a estrutura e a função dos filamentos
branquiais (Rogers e Gaines, 1975), como observado neste estudo.
No Brasil a ocorrência de P. pilullare foi registrada e descrita pela primeira vez por
Martins et al. (2001), sendo constatada sua falta de especificidade parasitária, que favorece
infestações maciças, e alta taxa de mortalidade devido ao comprometimento branquial. As
alterações brânquiais ora observadas assemelham-se às observadas pelos autores porém
com menor grau de severidade.
As modificações histopatológicas observadas neste trabalho também são compatíveis
com a presença de P. pillulare nas brânquias de I. punctatus corroborando os achados de
Brown (1934), Jacobs (1946), Lucký (1970), Cheung et al. (1981), Shaharom-Harrison et
al. (1990) e Martins et al. (2000), embora a região geográfica e algumas espécies de peixes
fossem diferentes das agora analisadas.
O fígado é encarregado da detoxicação de produtos endógenos e tóxicos exógenos
como diferentes tipos de toxinas, drogas, metais pesados e pesticidas em geral (Roberts,
2001). Neste trabalho a análise histopatológica de amostras de fígado de O. niloticus, C.
44
carpio, H. malabaricus, I. punctatus e R. quelen, demonstra diferentes formas de
hepatodistrofias como hipertrofia de hepatócitos devida a esteatose e necroses. Estas
podem estar relacionadas a processos tóxicos e suas extensão e gravidade dependem do
tipo, duração e severidade da agressão e do estado fisiológico da célula envolvida (Robbins
e Cotran, 2005). Santos et al., 2004, avaliaram a histopatologia de gados de O. niloticus
para o monitoramento de contaminação ambiental decorrente das atividades humanas e
concluíram que, provavelmente, as alterações encontradas estejam relacionadas à ação de
substâncias tóxicas ou xenobióticas presentes na água da represa de Guarapiranga.
As amostras de rins retiradas de peixes mantidos em monocultivo e policultivo que
não estavam parasitadas revelaram modificações teciduais. Os parasitos podem ter efeito
patológico direto no túbulo renal, entretanto os metais pesados e químicos agrícolas podem
agir indiretamente, ocasionando anomalias metabólicas e algumas modificações podem
ocorrer em função de sobrecarga (Hibiya, 1982). Neste estudo não foi possível estabelecer
relação entre as alterações dos órgãos que não estavam parasitados e a qualidade da água
do cultivo. A análise dos parâmetros aquáticos indicou que o ambiente estava apropriado
para a criação de peixes, embora não se tenha pesquisado a ocorrência de poluentes que
podem ser responsáveis por várias das alterações estruturais observadas.
Os tipos de lesões encontradas nos diferentes tecidos não diferiram entre os peixes
oriundos de monocultivo ou de policultivo, todavia, neste último, foi possível observar que
eram marcadamente mais severas. Assim outros estudos são necessários no sentido de
comparar a qualidade desses dois sistemas, particularmente no que tange aos aspectos de
desempenho zootécnico e sanitário, além de investigações sobre a qualidade da água no
que toca à presença de agentes poluentes.
AGRADECIMENTOS
Os autores são gratos a Maria Inês Yamazaki de Campos e Francisca de Assis Ardisson
pelos serviços técnicos de histologia.
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