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ser feliz. Somos levados a alcançar estes padrões a qualquer
custo. Vale lembrar que não se trata simplesmente de uma
dieta alimentar, academia, natação ou fisiocultura que, de
certa forma, poderiam representar cuidados com a saúde.
Há também a lipoaspiração, a lipoescultura, as aplicações
de botox, o implante de silicone, diminuição da barriga,
aumento de seios, escultura do bumbum e toda tecnologia
voltada a reproduzir padrões de beleza, definidos pela
indústria cultu(r)al do corpo. Sem contar os serviços já
incorporados completamente e que não provocam qualquer
estranhamento como fazer as unhas, depilação, tintura nos
cabelos, chapinha, alisamento, permanente, ondulação, etc. É
preciso também estar nos lugares certos, nos acontecimentos
importantes, ser visto, fazer-se ver. Ser notável/notado. A
visibilidade comanda o processo.
Imagem 30. Campanha da marca Gucci“Belt”,
disponível no site do fotógrafo norte-americano Terry
Richardson. (www.terryrichardson.com, 14.01.05 19:00)
De Terry Richardson, a imagem
30 insinua uma ação erótica,
o formato do cinto e a posicão
do modelo simulam uma
exibição de masturbação. O
traço do erotismo é apresentado
geralmente de forma não
agressiva. Embora muitas
vezes estejam próximas da
pornografia, uma certa sutileza
é mantida. O erótico é mais
eficiente quando não revela
tudo, mas deixa a critério da
imaginação do observador,
complementar a informação
com seus pensamentos.
Participante do processo de
construção de uma imagem
mental o observador é que
estabelece os limites do que
quer ver. Como um fotograma,
congela o movimento virtual.