Download PDF
ads:
Comissão Nacional de Energia Nuclear
CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DA TECNOLOGIA NUCLEAR
Programa de pós-graduação em Ciência e Tecnologia das
Radiações, Minerais e Materiais
AVALIAÇÃO DA PROTEÇÃO INDUZIDA PELA
IMUNIZAÇÃO COM LEVEDURAS RADIOATENUADAS
DE Paracoccidioides brasiliensis EM MODELO ANIMAL
Estefânia Mara do Nascimento Martins
Dissertação apresentada ao Curso de s-graduação em Ciência
e Tecnologia das Radiões, Minerais e Materiais, como
requisito parcial à obtenção do grau de Mestre
Área de concentração: Aplicações de técnicas nucleares
Orientador: Dr. Antero Silva Ribeiro de Andrade
Co-orientador: Dr Alfredo Miranda Góes
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Comissão Nacional de Energia Nuclear
CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DA TECNOLOGIA NUCLEAR
Programa de pós-graduação em Ciência e Tecnologia das
Radiações, Minerais e Materiais
AVALIAÇÃO DA PROTEÇÃO INDUZIDA PELA
IMUNIZAÇÃO COM LEVEDURAS RADIOATENUADAS
DE Paracoccidioides brasiliensis EM MODELO ANIMAL
Estefânia Mara do Nascimento Martins
Dissertação apresentada ao Curso de s-graduação em Ciência
e Tecnologia das Radiões, Minerais e Materiais, como
requisito parcial à obtenção do grau de Mestre
2007
ads:
´'HXVFULRXRKRPHPVLPSOHVHLJQRUDQWHPDVFRORFRXGHQWURGHVHX(VStULWR
FRPRXPDVHPHQWHWXGRRTXHHOHSUHFLVDSDUDGHVHQYROYHUVXDFRQVFLrQFLD
HYROXLUHDOFDQoDUDIHOLFLGDGHµ/LYURGRV(VStULWRV
DEDICO
Ao meu pai, com todo amor e carinho,
pelo grande homem que ele foi
e por tudo que eu sou.
AGRADECIMENTOS
À Deus, por me conceder a serenidade, perseverança e humildade nos momentos mais
difíceis da vida.
Ao meu orientador e amigo, Antero, pelos ensinamentos, pela disponibilidade, ajuda e
orientação diária, pelos puxões de orelha também! Obrigada!
Ao meu Co-orientador, Alfredo Góes, pela receptividade, atenção e carinho. Como vo
mesmo diz: A macaca está evoluindo!!!
Ao Bê, pela ajuda, disponibilidade e alegria contagiante.
À todos do CDTN pela convivência agradável, pelo carinho e constante ajuda. Em especial
ao Lameiras, Eduardo, Ana Maria, Vilma, Wilmar, Adelina, Gino, Tiaozinho, Donizete,
Wagner, Dona Geralda, Nívia, Virgínia, Machado, Fausto às companheiras da ginástica, ao
prof. Edgar e aos colegas do espanhol, ao pessoal do LIG, ao pessoal da gráfica e aos
bolsistas Alisson, Paulinho, Vanessa R., Fabiano, Marcus e Tiago. Ai que saudade!!!!
Ao grande amigo Vlamir sempre presente e pronto para ajudar. Obrigada demais!
Às professoras Raquel e Maria José pelos ensinamentos.
Ao Zacarias e ao Geraldinho pelo apoio técnico.
Ao pessoal do laboratório de radiobiologia, Paulo, Juliana Soprani, Juliana Lage, Thaíssa,
Rômulo, Sidney, Fred, Karine, Bárbara, Priscila, Edinho, em especial às amigas Marcella
sempre tão sensata, pé no chão, econôoooooooomica, à Marina pelo apoio, ajuda e carinho
constante e a Lu Tchurururu, pela amizade, companheirismo, alegria....Some da minha vida
não, viu!
Aos colegas do Mestrado, em especial à Val, Carol, Karine, Vanessa, Andreza, Daniel,
Léo, Paul, Nelson, Tiago, Bruno, Cíntia etc....
Aos amigos do LICM Dri, Tiago, Nath, Luiza, Carol, Cris, Mário, Paula, Luara, Gui,
Inácio, Karine, Ana, Cris Torres, Marina, Tércio, Ju, Susana, Peu e Bete, em especial à
Vivi, pela ajuda, pelos conselhos, almoços, desabafos.....
À Rogéria, Natália e Jankerle pela ajuda nas histologias.
À Mirinha pela simpatia, disponibilidade e ajuda. Muito Obrigada!
Aos primões Evandro e Conrado pela amizade, presença e pelas palhaçadas e trapalhadas.
Ao amigo do coração, Kinho, pelos anos de convivência, imeras noites de conversa,
conselhos e trocas de experiência.
Aos amigos da faculdade Raquel, Ciça, Giancarlo, Andréa, Michele, Patrícia, Fernando....
Aos professores da faculdade Hudson, Esther, Sandra, Márcia e Ricardo.
Aos Deuses e aos meninos da Casablanca pelas confusões que me fazem esquecer o
estresse do dia a dia.
À vovó pela paciência, carinho, pelas marmitinhas gostosas.....
À Cacá pela amizade, pelas conversas, conselhos, incentivo e apoio.
Ao Cláudio pelo carinho com a nossa família e por fazer a Cacá feliz.
Aos meus irmãos, Rafa e Kikinha, pela amizade e alegria. Amo vocês!
À Camila, cunhadinha, pelo cuidado, carinho e amor dedicado ao meu irmão.
Às amigas Lu, Flavinha, Camila, Jackie e Edinha sempre presentes em minha vida.
À mamãe, pelas orações, pelo amor incondicional e por respeitar e entender a minha
ausência. Amo vo!
Ao Pedro, Geni e Dani pelos momentos agradáveis.
Ao PETECA, meu gostoso, mais uma vez por todos os abros e bjinhos e carinhos sem ter
fim. Obrigada pelo apoio, presença....com você eu enfrentei esta etapa com mais
perseverança e tranqüilidade. Te amo!
Ao CNEM pela bolsa e apoio financeiro.
À FAPEMIG e IAEA pelo apoio financeiro.
À Andreia, Roseli e Fulgêncio pela disponibilidade.
À s graduação pelas oportunidades.
AVALIAÇÃO DA PROTEÇÃO INDUZIDA PELA IMUNIZAÇÃO COM
LEVEDURAS RADIOATENUADAS DE Paracoccidioides brasiliensis EM MODELO
ANIMAL
Estefânia Mara do Nascimento Martins
RESUMO
Paracoccidioides brasiliensis é o agente da paracoccidioidomicose (PCM), uma doença
sistêmica crônica prevalente na América Latina. Até o momento, não existe uma vacina
eficaz para esta enfermidade. O potencial da radião gama para a atenuação de patógenos
e desenvolvimento de uma vacina foi explorado neste trabalho. Em nosso laboratório
desenvolvemos leveduras de P. brasiliensis atenuadas por irradiação gama. Estas perderam
a capacidade de reprodução, mas mantiveram a sua morfologia, a síntese e secreção de
proteínas, o metabolismo oxidativo e o seu perfil antigênico. O objetivo deste trabalho foi
avaliar a capacidade protetora induzida pela imunização com as leveduras radioatenuadas
em modelo animal. A atenuação da virulência das leveduras radioatenuadas foi avaliada em
camundongos BALB/c e Nude-Nude.
O efeito protetor foi avaliado em grupos de
camundongos BALB/c submetidos a uma ou duas imunizões. Cada grupo foi dividido em
três subgrupos, que foram desafiados 30, 45 e 60 dias as a imunização. Os camundongos
foram sacrificados 30 e 90 dias as o desafio. Os órgãos removidos foram usados para
recuperação de unidades formadoras de colônias (UFCs), análise histológica e
determinação de citocinas. Os soros foram coletados semanalmente para avaliar os títulos
de IgG e o padrão de IgG1 e IgG2a produzido no curso da infecção. Para avaliar o tipo de
resposta imune desencadeada, as citocinas IFN-γ, TNF-α, IL-10 e IL-5 foram determinadas
por PCR em tempo real. As leveduras radioatenuadas perderam a sua virulência, pois não
foram capazes de provocar infecção em camundongos BALB/c e Nu/Nu. Nenhuma UFC
foi recuperada nem foram observadas alterões histopatológicas nos camundongos
infectados com o fungo radioatenuado. Os camundongos infectados com P. brasiliensis não
irradiado mostraram altos níveis de produção do anticorpo IgG, enquanto a infecção com as
leveduras radioatenuadas não estimulou alterões significativas destes níveis. Os
camundongos infectados com a levedura radioatenuada apresentaram um aumento na
produção de IFN-γ e TNF-α, indicando uma estimulação da imunidade celular. O ensaio de
proteção realizado com camundongos imunizados uma vez mostrou uma redução
significativa na recuperação das UFCs avaliadas 30 dias as o desafio. Entretanto, foi
verificado um aumento na recuperação das UFCs dos tecidos 90 dias as o desafio.
Apesar de um grau significativo de proteção ter sido alcançado, estes resultados mostram
que somente uma imunização não foi suficiente para conferir uma proteção a longo prazo,
uma vez que alguns focos do fungo não foram eliminados. Uma proteção eficiente foi
desenvolvida no grupo dos camundongos imunizados duas vezes. A imunização foi capaz
de reduzir a infecção inicial e desencadear uma proteção a longo prazo. Uma proteção de
99,5% foi obtida nos camundongos analisados 90 dias as desafio. Neste mesmo período
os níveis de IFN-γ e TNF-α aumentaram significativamente, enquanto os de IL-10 e IL-5
diminuíram. Quando analisados 30 dias as o desafio os camundongos não desenvolveram
um padrão totalmente polarizado de resposta Th1/Th2, mas uma tendência para um padrão
Th1 foi evidente as 90 dias. Os níveis de IgG aumentaram em ambos os grupos as o
desafio. Concluímos que a imunização com as leveduras radioatenuadas foi capaz de
desencadear uma resposta imune protetora a longo prazo. Estas células são uma ferramenta
valiosa em estudos da imunidade protetora e na pesquisa de vacina para a PCM.
Palavras - chave: Paracoccidioides brasiliensis; Paracoccidioidomicose; irradiação gama;
proteção; vacina.
EVALUATION OF THE PROTECTION INDUCED BY THE IMMUNIZATION
WITH RADIOATTENUATED YEAST CELLS OF Paracoccidioides brasiliensis IN
ANIMAL MODEL
Estefânia Mara do Nascimento Martins
ABSTRACT
Paracoccidioides brasiliensis is fungus agent of paracoccidioidomycosis (PCM), a chronic
systemic disease prevalent in Latin American. To date, there is no effective vaccine. The
potential of gamma radiation for pathogens attenuation and vaccine development was
explored in this work. In our laboratory were developed yeast cells of P. brasiliensis
attenuated by gamma radiation, which lose the reproductive ability, while retaining the
morphology, the synthesis and secretion of proteins, the oxidative metabolism and the
expression of the antigens present in the native yeast. The aim of the present work was to
evaluate the protection elicited by the immunization with this cells in animal model. The
virulence attenuated was evaluated in BALB/c and Nude-Nude mice. The protector effect
was evaluated in BALB/c mice groups immunized once or twice. Each group was divided
in three sub groups that were challenge 30, 45 or 60 days after the immunization. The mice
were sacrificed 30 and 90 days after challenge. The removed organs were used for colony-
forming units (CFUs) recover, histopathological analysis and cytokine determination. The
sera were collected weekly to evaluate the IgG antibody titers and the IgG1 and IgG2a
pattern in the course of infection. To evaluate the type of elicited immune response the
cytokines IFN-γ, TNF-α, IL-10 and IL-5 were determined by real time PCR. The
radioattenuated yeast loses its virulence since fails in producing infection in BALB/c and
Nude-Nude mice. No CFUs were recovered neither histological changes observed in the
mice infected with the radioattenuated cells. The mice infected with the not irradiated P.
brasiliensis showed a high level of antibody production while the infection with the
radioattenuated yeast did not significantly change the antibody level. The mice infected
with the radioattenuated yeast presented an increase in the IFN-γ and TNF-α production
and an inhibition of the IL-10 synthesis, indicating a stimulation of the cellular response.
The protection assay performed with mice immunized once showed a significant reduction
in the CFUs recovery evaluated 30 days after the challenge. However, when examined 90
days after the challenge the CFUs recovered from organs increased. Even so a significant
degree of protection has been reached these results point that only one immunization was
not enough to confer a long lasting protection, since some focus of the fungi were not
eliminated. An efficient protection against highly infective forms of P. brasiliensis was
developed in the mice group immunized twice. The immunization was able to reduce the
initial infection and elicited a long lasting protection. A 99,5 % protection was obtained in
the mice analyzed 90 days post challenge. At the same time the levels of IFN-γDQG 71).
increased significantly while the IL-10 and IL-5 decreased. When analyzed after 30 days,
the mice had not developed a totally polarized pattern of Th1/Th2 response but, a trend to a
Th1 response was evident after 90 days. The level of IgG increased in both immunized
groups after the challenge. We concluded that the immunization with the radioattenuated
yeast cells was able to elicit a long lasting protective immune response and these cells are
valuable tool for protective immunity studies and vaccine research for PCM.
Key Words: Paracoccidioides brasiliensis; Paracoccidioidomycosis; gamma irradiation;
protection; vaccine.
SUMÁRIO Pág.
RESUMO
VIII
ABSTRACT
X
LISTA DE FIGURAS
XV
LISTA DE GFICOS
XVI
LISTA DE TABELAS
XVIII
LISTA DE ABREVIATURAS
XIX
I INTRODUÇÃO
22
I.1 – Paracoccidioidomicose: Um Breve Histórico
23
I.2 – Epidemiologia
24
I.3 – Paracoccidioides brasiliensis
25
I.4 – Fatores de virulência envolvidos no estabelecimento da PCM
27
I.5 – Patologia da PCM
29
I.6 – Mecanismos de defesa do organismo contra a PCM
I.6.1 - Imunidade Inata
I.6.1.1 - Neutrófilos e Macrófagos
I.6.1.2 - Células Natural Killer
I.6.1.3 - Sistema Complemento
I.6.2 - Imunidade Humoral
I.6.3 - Imunidade Celular
31
31
31
32
32
33
34
I.7 – Reação granulomatosa
35
I.8 – Diagstico
36
I.9 – Tratamento
38
II – JUSTIFICATIVA
40
III OBJETIVO
III.1 - Objetivo geral
III.2 - Objetivos específicos
44
45
45
IV METODOLOGIA
46
IV.1 - Camundongos
47
IV.2 - Microrganismos
47
IV.3 – Avaliação da viabilidade celular
48
IV.4 - Recuperação da virulência do P. brasiliensis
48
IV.5 - Preparação do exoangeno Mexo
49
IV.6 - Dosagem de proteínas - Método de Bradford
49
IV.7 - Infecção e imunização experimental nos camundongos utilizados nos ensaios
de virulência e proteção
50
IV.8 - Ensaio de virulência
50
IV.9 - Ensaio de proteção em PCM experimental
51
IV.10 - Recuperação de UFCs
53
IV.11 - Histologia
53
IV.12 - Obtenção dos soros de camundongos
53
IV.13 - Ensaio de ELISA
54
IV.14 - Análise do perfil de citocinas
IV.14.1 - Extração do RNA total
IV.14.2 - Síntese de cDNA por transcriptase reversa
IV.14.3 - PCR em tempo real
55
55
55
55
IV.15 - Análise estastica
57
V RESULTADOS
58
V.1 - Avaliação da virulência
59
V.1.1 - Recuperação de UFCs
59
V.1.2 - Análises histopatológicas dos órgãos de camundongos infectados
61
V.1.3 - Reatividade de IgG anti-Mexo induzida pelo P. brasiliensis não irradiado e e
radioatenuado
65
V.1.4 - Perfil da produção de IgG anti-Mexo nos soros de camundongos
BALB/c induzidos pelo P. brasiliensis radioatenuado e não irradiado
67
V.1.5 - Perfil de imunoglobulinas IgG1 e IgG2a anti-Mexo nos soros de
camundongos BALB/c induzidos pelo P. brasiliensis radioatenuado e não irradiado
69
V.1.6 - Dosagem de citocinas por PCR em tempo real
72
V.2 - Avaliação da atividade protetora
78
V.2.1 - Recuperação de UFCs
78
V.2.2 - Análise histopatológica dos órgãos de camundongos imunizados
85
V.2.3 - Produção de IgG antiMexo nos soros dos camundongos BALB/c
imunizados e desafiados
93
V.2.4 - Perfil de imunoglobulinas IgG1 e IgG2a anti-Mexo nos soros de
camundongos BALB/c imunizados
96
V.2.5 - Dosagem de citocinas por PCR em tempo real nos camundongos imunizados
duas vezes
100
VI DISCUSSÃO
105
VII CONCLUSÃO
117
VIII PERSPECTIVAS
120
IX - REFERÊNCIA
122
X - ANEXOS
139
X.1 - Certificado do Comitê de Ética em Experimentação Animal (CETEA/UFMG)
140
X.2 - Trabalho aceito para publicação
141
XV
LISTA DE FIGURAS Pág.
FIGURA 1: Milio filamentoso do P. brasiliensis.
27
FIGURA 2: Células leveduriformes multinucleadas do P. brasiliensis.
27
FIGURA 3: Histopatologia representativa das lesões causadas pelo P. brasiliensis
não irradiado (G1) nos órgãos (pulmão, baço e fígado) dos camundongos BALB/c.
63
FIGURA 4: Histopatologia representativa dos órgãos (pulmão, bo e fígado) dos
camundongos BALB/c infectados com o P. brasiliensis radioatenuado e não
infectados.
64
FIGURA 5: Histopatologia representativa dos órgãos (pulmão, bo e fígado) dos
camundongos BALB/c, imunizados uma única vez (subgrupo G3A), removidos 30
e 90 dias as infecção desafio.
89
FIGURA 6: Histopatologia representativa dos órgãos (pulmão, bo e fígado) dos
camundongos BALB/c, imunizados uma única vez (subgrupo G3C), removidos 30
e 90 dias as infecção desafio.
90
FIGURA 7: Histopatologia representativa dos órgãos (pulmão, bo e fígado) dos
camundongos BALB/c, imunizados duas vezes (subgrupo G4A), removidos as
as infecções desafio com o P. brasiliensis não irradiado.
91
FIGURA 8: Histopatologia representativa dos órgãos (pulmão, bo e fígado) dos
camundongos BALB/c, imunizados duas vezes (subgrupo G4C), removidos 30
dias as o desafio.
92
XVI
LISTA DE GFICOS Pág.
GRÁFICO 1: Reatividade de IgG presente nos soros dos camundongos BALB/c
frente ao antígeno Mexo.
66
GRÁFICO 2: Perfil de IgG anti-Mexo nos soros dos camundongos BALB/c.
68
GRÁFICO 3: Perfil de IgG1 e IgG2a anti-Mexo nos soros dos camundongos
BALB/c infectados com P. brasiliensis não irradiado.
70
GRÁFICO 4: Perfil de IgG1 e IgG2a anti-Mexo nos soros dos camundongos
BALB/c infectados com P. brasiliensis radioatenuado.
71
GRÁFICO 5: Quantificação por PCR em tempo real de IFN-γ no pulmão dos
camundongos BALB/c.
73
GRÁFICO 6: Quantificação por PCR em tempo real de TNF-α no pulmão dos
camundongos BALB/c.
74
GRÁFICO 7: Quantificação por PCR em tempo real de IL10 no pulmão dos
camundongos BALB/c.
75
GRÁFICO 8: Quantificação por PCR em tempo real de IL5 no pulmão dos
camundongos BALB/c.
76
GRÁFICO 9: Recuperação de UFCs verificada as 30 dias nos órgãos do
camundongo BALB/c imunizados uma única vez com a levedura radioatenuada de
P. brasiliensis.
80
GRÁFICO 10: Recuperação de UFCs verificada as 90 dias nos órgãos do
camundongo BALB/c imunizados uma única vez com a levedura radioatenuada de
P. brasiliensis.
81
GRÁFICO 11: Recuperação de UFCs verificada as 30 dias nos órgãos do
camundongo BALB/c imunizados duas vezes com a levedura radioatenuada de P.
brasiliensis.
82
GRÁFICO 12: Recuperação de UFCs verificada as 90 dias nos órgãos do
camundongo BALB/c imunizados duas vezes com a levedura radioatenuada de P.
brasiliensis.
83
GRÁFICO 13: Perfil de IgG anti-Mexo nos soros dos camundongos BALB/c
imunizados uma única vez com P. brasiliensis radioatenuado e desafiados 30, 45 e
60 dias as a imunização.
94
XVII
GRÁFICO 14: Perfil de IgG anti-Mexo nos soros dos camundongos BALB/c
imunizados duas vezes com P. brasiliensis radioatenuado e desafiados 30, 45 e 60
dias as a imunização.
95
GRÁFICO 15: Perfil de IgG1 e IgG2a anti-Mexo nos soros dos camundongos
BALB/c imunizados uma única vez com P. brasiliensis radioatenuado e desafiados
com o fungo não irradiado 30, 45 e 60 dias as imunização.
97
GRÁFICO 16: Perfil de IgG1 e IgG2a anti-Mexo nos soros dos camundongos
BALB/c imunizados duas vezes com P. brasiliensis radioatenuado e desafiados com
o fungo não irradiado 30, 45 e 60 dias as imunização.
99
GRÁFICO 17: Quantificação por PCR em tempo real IFN-γ no pulmão dos
camundongos BALB/c imunizados duas vezes.
101
GRÁFICO 18: Quantificação por PCR em tempo real de TNF-α no pulmão dos
camundongos BALB/c imunizados duas vezes.
102
GRÁFICO 19: Quantificação por PCR em tempo real de IL-10 no pulmão dos
camundongos BALB/c imunizados duas vezes.
103
GRÁFICO 20: Quantificação por PCR em tempo real de IL-5 no pulmão dos
camundongos BALB/c imunizados duas vezes.
104
XVIII
LISTA DE TABELAS Pág.
TABELA 1 : Unidade formadora de colônia (UFCs) recuperadas dos tecidos de
camundongos BALB/c as 30 dias de infecção com P. brasiliensis não irradiado
(G1) e radioatenuado (G2) e dos camundongos NudeNude infectados com a
levedura radioatenuada
60
TABELA 2 : Unidade formadora de colônia (UFCs) recuperadas dos tecidos de
camundongos machos BALB/c as 90 dias de infecção com P. brasiliensis não
irradiado (G1) e radioatenuado (G2)
60
TABELA 3: Número de granulomas encontrados, nos cortes histológicos dos
órgãos (pulmão, baço e fígado) de camundongos BALB/c, 30 e 90 dias as a
infecção com P. brasiliensis não irradiado e radioatenuado
62
TABELA 4: Proteção obtida pelas imunizões com a levedura radioatenuada de P.
brasiliensis
84
TABELA 5: Número de granulomas encontrados, nos cortes histológicos dos
órgãos (pulmão, baço e fígado) de camundongos BALB/c imunizados uma única
vez, 30 e 90 dias as a infecção desafio com P. brasiliensis não irradiado (G1)
87
TABELA 6: Número de granulomas encontrados, nos cortes histológicos dos
órgãos (pulmão, baço e fígado) de camundongos BALB/c imunizados duas vezes
consecutivas, 30 e 90 dias as a infecção desafio com P. brasiliensis não irradiado
88
LISTA DE QUADROS Pág.
QUADRO 1: Grupos experimentais utilizados no ensaio de virulência
51
QUADRO 2: Grupos experimentais utilizados no ensaio de proteção
52
INTRODUÇÃO
XIX
LISTA DE ABREVIATURAS
Abs.
Absorbância
BHI
"Brain heart infusion" - Infuso rebro coração
BSA
Bovine seric albumin- Albumina sérica bovina
CD(4/8)
++
“cluster of differentiationGrupo de diferenciação
cDNA
DNA complementar
CDTN
Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear
CETEA
Comitê de ética em pesquisa animal
Co
Cobalto
Ct
Threshold cycle” Ciclo limiar
DNA
Ácido Desoxirribonucléico
D.O
Densidade ótica
DTH
delayed-type hipersensitivity- Hipersensibilidade do tipo tardia
EDTA
"Ethylenediaminetetraacetic Acid" - Ácido etilenodiamino tetra-acético
MEC
Matriz extracelular
ELISA
Enzyme-Linked Immunosorbent Assay- Ensaio imunoenzimático
gp43
Glicoproteína de 43 kDa
H
2
O
2
Água oxigenada
HCl
Ácido Clorídrico
GAPDH
Gliceraldeído -3-fosfato-desidrogenase
IFN-γγ
Interferon gama
IgG
Imunoglobulinas gama
IgG1
Imunoglobulina gama 1
IgG2a
Imunoglobulina gama 2a
IgG2b
Imunoglobulina gama 2b
IgG3
Imunoglobulina gama 3
IgA
Imunoglobulina alfa
IgE
Imunoglobulina E
IgM
Imunoglobulina M
INTRODUÇÃO
XX
IL
Interleucina
IL-2
Interleucina 2
IL-4
Interleucina 4
IL-5
Interleucina 5
IL-6
Interleucina 6
IL-10
Interleucina 10
kGy
Kilo Gray
KDa
Kilo Dalton
LIG
Laboratório de irradiação gama
Min
minuto
MEXO
Angenos de membrana e secretados
NK
Natural killer cells- Célula matadora natural
NO
Óxido nítrico
NaOH
Hidróxido de sódio
NCM
Membrana de Nitrocelulose
OPD
Ortofenilenodiamino
Pb
Paracoccidioides brasiliensis
Pb 18
Amostra de P. brasiliensis de um isolado virulento humano
PbAg
Angeno somático das leveduras do P. brasiliensis
PBMC
peripheral Blood mononuclear cellsCélulas mononucleares do sangue
periférico
PBS
Phosphate buffer solutionTampão fosfato
PBS-C
Phosphate buffer solution- caseina Tampão fosfato - caseína
PCM
Paracoccidioidomicose
PMSF
Phenylmethylsulphonylfluoride"
q.s.p
quantidade suficiente para
RNAm
Ácido Ribonucléico mensageiro
r.p.m
Rotação por minuto
SDS
Dodecilsulfato de Sódio
INTRODUÇÃO
XXI
SDS-PAGE
Eletroforese em gel de poliacrilamida na presença de duodecilsulfato de
sódio
TEMED
N, N, N, N’- tetrametiletilenodiamino
7*)
Transforming growth factor betaFator beta de crescimento e
transformação
TH
Células T auxiliares
Th1
Células T auxiliares do tipo 1
Th2
Células T auxiliares do tipo 2
TNF-αα
Fator de necrose tumoral alfa
UFCs
Unidades formadoras de colônia
YPD
Yeast peptone D-glucose” Extrato de Levedura
INTRODUÇÃO
22
I INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
23
I.1 - Paracoccidioidomicose: Um Breve Histórico
A paracoccidioidomicose (PCM), ou blastomicose sul americana, é uma infecção
fúngica granulomatosa e sistêmica causada pelo Paracoccidioides brasiliensis (Almeida,
1930).
A descrição inicial da PCM e do seu agente etiológico foi realizada em 1908, na cidade
de São Paulo, Brasil, por Adolf Lutz.
Em 1912 Afonso Splendore cultivou o fungo e a partir de estudos micológicos e
histológicos, associados aos novos dados cnicos sobre a doença, o caracterizou
morfológica e biologicamente.
Floriano Paulo de Almeida (1930), em estudo comparativo, demonstrou a diferença
entre a paracoccidioidomicose e a coccidioidomicose, estabelecendo um novo gênero
dentro do reino dos fungos, Paracoccidioides. O agente etiológico da PCM foi então
denominado como P. brasiliensis de acordo com as regras de nomenclatura de Linneu.
Essa micose profunda recebeu várias denominões (blastomicose brasileira,
blastomicose sul-americana, granuloma paracoccidióidico, granulomatose
paracoccidióidica, granuloma ganglionar maligno de origem blastomitica, adenomicose,
doença de Lutz, doença de Lutz Splendore-Almeida), porém a expressão
paracoccidioidomicose foi oficialmente consagrada em 1971, em Medellin (Colômbia).
Segundo Coutinho (2002), a doença pode ser considerada um problema de saúde
pública no Brasil devido à taxa de mortalidade média anual de 1,45/milhão de habitantes e
a distribuição espacial não homogênea entre as diferentes regiões e estados. Além disso,
sua importância em saúde coletiva relaciona-se aos custos sociais e econômicos derivados,
não apenas da doença em atividade, que ocorre em indivíduos na sua fase mais produtiva de
vida, mas também das freentes seelas secundárias a essa micose, motivo comum da
INTRODUÇÃO
24
incapacitação para o trabalho. Neste contexto, justificam-se os esforços cienficos
realizados a fim de se conhecer o micro habitat exato do P. brasiliensis, o modo de viver
saprofítico na natureza e a relação do fungo com o seu ambiente e com seu hospedeiro, bem
como as respostas imunológicas e as alterões fisiológicas desencadeadas durante a
doença (Restrepo, 1985a). Essas questões são importantes e, até que elas se esclareçam, a
prevenção da paracoccidioidomicose continuará sendo uma tarefa difícil.
I.2 - Epidemiologia
A Paracoccidioidomicose é uma micose profunda, de distribuição geográfica restrita
aos países latino - americanos situados entre 23º ao norte e 35º ao sul do Equador; desde o
México até a Argentina. Entretanto, esta micose não apresenta distribuição uniforme por
todo o continente, restringindo-se apenas a alguns países (Restrepo, 1985a).
Os países com alta endemicidade situam-se em regiões conhecidas como reserváreas,
com temperaturas médias entre 10 – 28ºC, umidade relativa alta e pluviosidade anual entre
800 a 2000mm/ano (Londero & Melo, 1988) com inverno curto e verão chuvoso (Restrepo,
1985a). São áreas com altitude entre 50 e 1700m, solo geralmente ácido, presença de rios e
de florestas tropicais e subtropicais ou de transição para o cerrado (Lacaz et al., 1994a).
Por não ser de notificação compulsória, não é possível estabelecer com exatidão a
prevalência e incidência da doença (Lacaz, 1982), sendo estimadas a partir de casuísticas já
publicadas e da estastica de hospitais universitários (Lacaz, 1956). A partir desses dados,
verifica-se que a micose, na sua forma ativa e progressiva, tem incidência maior no Brasil,
Venezuela, Colômbia (Restrepo, 1985a) e Guatemala (Lacaz, 1982). Segundo Restrepo e
colaboradores (2001), entre 90 miles de habitantes residentes em áreas endêmicas da
INTRODUÇÃO
25
América Latina, aproximadamente 10 miles poderiam estar infectados com P.
brasiliensis.
O Brasil apresenta o maior mero de casos já relatados mundialmente (Retrepo,
1985a), sendo São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e
Mato Grosso do Sul os estados mais acometidos (Wanke & Londero, 1994). Destes
estados, São Paulo é o que possui o maior mero de casos. Os casos de PCM relatados em
regiões não endêmicas são referentes aos pacientes que já haviam residido ou visitado áreas
endêmicas da micose (Greer & Restrepo, 1977; Ajello & Polonelli, 1985).
A Paracoccidioidomicose ocorre, principalmente, entre os trabalhadores rurais de todas
as faixas etárias, sendo mais freqüente em indivíduos com idade entre 30 e 60 anos (Franco
et al., 1989).
Durante a infância e puberdade, a incidência da moléstia é igual em ambos os sexos;
entretanto, na idade adulta, apesar de ambos os sexos expostos ao fungo poderem adquirir
uma infecção subcnica, a evolução ocorre com maior freqüência nos homens. Acredita-se
que este fato se deve a proteção conferida pelo estrógeno à mulher adulta; além de sua
menor exposição ao microambiente do P. brasiliensis (Restrepo et al.,1984).
I.3 - Paracoccidioides brasiliensis
P. brasiliensis é um fungo assexuado, termodimórfico causador da
paracoccidioidomicose (Almeida, 1930).
O habitat natural do P. brasiliensis ainda não está bem estabelecido, mas acredita-se
que o fungo viva, saprofiticamente, a temperatura ambiente (25ºC), sob a forma micelial
em solo úmido e ácido com vegetação abundante e clima temperado. No hospedeiro, a
INTRODUÇÃO
26
37ºC, adquire a forma leveduriforme, sendo este processo reversível (Tonelli & Freire,
2000).
Este fungo já foi isolado em solos de matas usadas para o plantio de café em áreas
endêmicas como o Brasil, Argentina e Venezuela, e tem sido isolado de tatus que vivem em
áreas de alta incidência da doença (Bagagli et al., 1998; Silva Vergara et al., 2000). Além
disso, a PCM infecção foi recentemente detectada em exames histopatológicos e
sorológicos de cadelas adultas da raça Doberman (Ricci et al., 2004; Farias et al., 2005).
No solo e em detritos vegetais, o fungo sob condições de stress celular, principalmente
devido à privação nutricional, produz conídeas que, quando separados do milio parental,
exibem dimorfismo dependendo da temperatura em que se encontram (Bustamante-Simon
et al., 1985; Restrepo et al., 1986; Restrepo et al., 1988).
No hospedeiro infectado ou em meio de cultura enriquecido com nutrientes são
encontradas leveduras arredondadas, com 5 a 25 µm de diâmetro, dupla parede refringente,
com ou sem gemulação, isoladas ou agrupadas ao redor da célula mãe (Figura 2). Esta
esporulação múltipla que caracteriza o P. brasiliensis em sua vida parasitária, se assemelha
ao aspecto pico de “roda de leme. A 25ºC, o fungo apresenta-se sob a forma de milio
filamentoso do tipo conídeas intercalares, pedunculado e com hifas terminais ou
artroconídeos septatos em dimensões que possibilitam sua chegada ao alvéolo pulmonar
(Figura 1). As conídeas, células uninucleadas, quando incubadas à 37ºC transformam se
em lulas leveduriformes multinucleadas (Tonelli & Freire, 2000).
INTRODUÇÃO
27
O P. brasiliensis sintetiza um complexo de substâncias antigênicas (polissacarídeos,
pepdeos e lipídeos) que interagem com o sistema imune do hospedeiro. Vários desses
componentes estão localizados na parede do fungo (angenos de superfície), enquanto
outros são sintetizados e liberados pelo fungo no meio (exoantígenos). Há ainda os
angenos somáticos ou celulares que são obtidos de células lisadas intra e
extracelularmente (Franco, 1986; Diniz et al.,2001; Reis et al., 2005).
I.4 – Fatores de virulência envolvidos no estabelecimento da PCM
Muitos fatores de virulência, associados tanto ao agente quanto ao hospedeiro, estão
envolvidos no estabelecimento da infecção ou doença causada pelo P. brasiliensis. Entre os
principais fatores podemos destacar os efeitos hormonais, os constituintes da parede celular
(α-(1,3)-glucana e β-(1,3)-glucana) e as glicoproteínas gp43, GAPDH e serina tiol (San
Blas & San Blas 1993; Hogan et al., 1996; Puccia et al., 1999).
Durante a fase da puberdade, onde há imaturidade sexual, a doença é equivalente
em ambos os sexos (Franco, 1986). Porém, na fase adulta, a paracoccidioidomicose é mais
FIGURA.2:
Células leveduriformes
multinucleadas do P. brasiliensis
Fonte: Demicheli et al., 2007.
FIGURA.1:
Milio filamentoso do P.
brasiliensis - Fonte: http:
/mycology.ivic.ve/weobjetivos.html
INTRODUÇÃO
28
freente no sexo masculino. A resistência das mulheres à doença parece estar relacionada
a fatores hormonais (Brummer et al., 1990). Hormônios femininos, como o estrógeno 17 -
β - estradiol (E2), se ligam com alta afinidade e especificidade às proteínas citosólicas do
P. brasiliensis inibindo a transformação do milio em levedura (Hogan et al., 1996;
Restrepo et al., 1988)
A variação morfológica do P. brasiliensis, dependente da temperatura, é
acompanhada da variação na proporção e no arranjo espacial entre os polissacarídeos (α-
(1,3)-glucana e β-(1,3)-glucana) presentes em sua parede celular (Restrepo et al., 1984; San
Blas et al., 1987). Na forma saprofítica do fungo, a parede celular possui principalmente o
polímero de glicose β-(1,3)-glucana, enquanto que na sua forma parasitária há uma
predominância de α-(1,3)-glucana (San Blas et al.,1977; Franco, 1986; Hogan et al., 1996).
Segundo San-Blas & San Blas (1982) a existência de grande quantidade de α-(1,3)-glucana
na parede celular está associada com a virulência do fungo, a qual é atenuada quando o
microrganismo é subcultivado por um longo período de tempo. Por outro lado, a passagem
da amostra atenuada em animais ou o seu cultivo em meio suplementado com soro fetal
bovino restabelece os níveis de α-(1,3)-glucana e o fungo readquire sua virulência inicial
(Franco, 1986). A glicoproteína β-(1,3)-glucana, presente em maior proporção em amostras
de baixa virulência como a P265, é capaz de induzir uma reação inflamatória
granulomatosa maior do que as amostras virulentas (Figueiredo et al., 1993; Silva et al.,
1994).
A adesão de microrganismos patogênicos às células do hospedeiro e à superfície da
mucosa é outro passo fundamental no estabelecimento da infecção (Vicentini et al., 1994).
Os componentes da membrana basal da matriz extracelular (MEC) de tecidos de
INTRODUÇÃO
29
maferos, tais como laminina, fibronectinas e colágeno têm sido identificados como alvos
para adesão do P. brasiliensis (Mendes-Giannini et al., 2000). A glicoproteína de superfície
celular (gp43), principal angeno secretado pelo fungo, é uma molécula mediadora na
ligação do fungo à laminina (Vicentini et al., 1994). Essa interação entre os receptores
específicos localizados na membrana das células do hospedeiro e seu ligante complementar
presente na superfície do microrganismo favorece a adesão e invasão de macrófagos pelo P.
brasiliensis, bem como estimula a sua replicação e disseminação nos tecidos (Franco, 1986;
Vicentini et al., 1994). Além disso, de acordo com Popi e colaboradores (2002), a gp43
inibe, in vitro, a fagocitose do fungo pela não ativação dos macrófagos peritoneais de
camundongos e a liberão de NO e H
2
O
2.
Desta forma, acredita-se que esta glicoproteína
media um mecanismo de escape do fungo, pois facilita o estabelecimento e
desencadeamento de infecção primária em hospedeiros suscepveis (Popi et al., 2002).
Recentemente, Barbosa e colaboradores (2005) demonstraram que a proteína
GAPDH, expressa pelo P. brasiliensis, também é capaz de se ligar à componentes da
matriz extracelular mediando o processo de aderência e internalização do fungo.
A protease extracelular produzida pelo P. brasiliensis, serina tiol, é mais um
provável fator de virulência que pode hidrolizar componentes da membrana basal, como a
fibronectina, laminina, colágeno IV e proteoglicanas (Carmona et al., 1995; Puccia et al.,
1998; Puccia et al., 1999). Esta atividade enzimática, em colaboração com a gp43 e
GAPDH, poderia aumentar a capacidade de disseminação do fungo (Soares et al., 1998).
I.5 - Patologia da PCM
A infecção é adquirida pela inalação das conídeas infectantes presentes no meio
ambiente. Estes propágulos, devido às suas dimensões pequenas, alcançam os alvéolos
INTRODUÇÃO
30
pulmonares e transformam - se em células leveduriformes, estabelecendo assim o complexo
primário da infecção (McEwen et al., 1987).
O foco primário geralmente é assintomático podendo regredir espontaneamente com a
destruição do fungo e formação de cicatrizes estéreis. Eventualmente pode desenvolver a
doença ativa e causar lesões pulmonares localizadas ou benignas com subsequente
disseminação para outros órgãos e tecidos com estabelecimento de foco de latência as a
involução das lesões primárias (Bazan et al., 1991). Este quadro assintomático e as várias
manifestões cnicas da doença aguda e crônica - são dependentes tanto das condições
genéticas, imunológicas, ocupacionais e sócio econômicas em que o hospedeiro se encontra
quanto da virulência das amostras de P. brasiliensis (Tonelli & Freire, 2000).
Clinicamente, a PCM pode se manifestar sob duas formas distintas, a forma juvenil
aguda (subaguda) e a forma crônica (adulta).
A forma aguda ou subaguda ocorre em menos de 10% dos casos de
paracoccidioidomicose. A maioria dos doentes são crianças e adolescentes de ambos os
sexos, e ocasionalmente pode ocorrer em adultos jovens. Há uma progressão rápida do
fungo com o acometimento do sistema reticuloendotelial (linfonodos, baço, fígado e
medula óssea) (Tonelli & Freire, 2000) conduzindo a um grave comprometimento da
imunidade celular, diminuição dos linfócitos T e a presença de altos níveis de anticorpos
específicos (Calich et al.,1998).
Já a forma crônica corresponde a mais de 90% dos casos diagnosticados, sendo mais
freente em adultos do sexo masculino com idade entre 30 e 50 anos (Tonelli & Freire,
2000). Geralmente os casos são provenientes de recidivas do foco primário pulmonar
quiescente por longo período de tempo (Bazan et al., 1991).
INTRODUÇÃO
31
I.6 - Mecanismos de defesa do organismo contra a PCM
Tanto a resposta imune humoral quanto a mediada por lulas representam um
importante papel nos mecanismos de defesa do hospedeiro contra o P. brasiliensis. No
entanto, esses mecanismos dependem largamente da imunidade inata e da ativação de
lulas T helper (TH) no controle inicial da infecção (Yoneto et al., 1999).
Como dito anteriormente, a doença apresenta um amplo espectro de manifestões
imunológicas e cnicas, que varia desde as formas benignas até as mais graves dependendo
da resistência do indivíduo (Pina et al., 2004). Entre os pacientes com PCM, os altos níveis
de anticorpos específicos, a ativação policlonal e a resposta imune celular deprimida estão
associados com as formas mais graves da doença, enquanto que a imunidade mediada por
lulas está fortemente envolvida na resistência ao fungo (Cano et al., 1998; Calich, 1998).
I.6.1 - Imunidade Inata
I.6.1.1 - Neutrófilos e Macrófagos
A fagocitose, realizada por neutrófilos e macrófagos, é considerada um importante
mecanismo efetor no controle da PCM. Quando o P. brasiliensis alcança os alvéolos
pulmonares, há inicialmente uma interação com os macrófagos alveolares com posterior
indução de compostos quimiotáticos, os quais estimulam a migração de neutrófilos em
direção ao local de liberação desses mediadores, fortalecendo com isso os mecanismos de
defesa do organismo (Franco, 1986). Em pacientes com as formas disseminadas e nos
infectados com as amostras mais virulentas do fungo, os neutrófilos fagocitam
normalmente, porém apresentam deficiência na digestão do microrganismo (Franco, 1986).
Entretanto, os neutrófilos contribuem para a morte do fungo através da liberação de
metalitos de oxigênio e degranulação as a ligação do fungo à sua superfície (Dias et
al., 2005).
INTRODUÇÃO
32
Em macrófagos não ativados, foi demonstrado que há multiplicação dos fungos
internalizados, porém estas células quando ativadas pelo IFN - DSUHVHQWDP XPD
habilidade fungicida importante na proteção contra a infecção (Cano et al., 1998; Popi et
al., 2002). Além disso, estas lulas ativadas produzem espécies reativas de nitrogênio
(NOs) que inibem o dimorfismo do fungo auxiliando no controle da infecção (Gonzalez et
al.,  7DQWR R ,)1  TXDQWR R 71)  . FRQIHUHP UHVLVWência ao indivíduo pela
formação de granulomas e produção de NO (Soares et al., 2001).
I.6.1.2 - Células Natural Killer
As lulas Natural Killer (NK) limitam o crescimento em cultura do P. brasiliensis
(Franco, 1986). Entretanto, apesar destas lulas terem se mostrado importantes no
desencadeamento de resposta imune inata contra uma variedade de patógenos, devido a sua
atividade citotóxica e produção de citocinas (especialmente IFN -  Yoneto et al., 1999),
em pacientes com PCM, foi observada uma atividade reduzida destas lulas em relação a
dos indivíduos normais (Peroli et al., 2003).
Estes dados sugerem que as células NK não exercem um papel crucial contra o P.
brasiliensis, sendo incapazes de controlar a sua disseminação as infecção inicial
(Peroli et al., 2003).
I.6.1.3 - Sistema Complemento
O sistema complemento pode ser ativado pelo P. brasiliensis, o qual desencadeia uma
fagocitose mais eficiente pelos macrófagos devido à atuação dos componentes do
complemento na opsonização do microrganismo (Calich et al., 1985). Entretanto, Burger e
colaboradores (1985) sugeriram que a presença do componente do complemento C5 não
está associada a proteção contra a doença, uma vez que as linhagens de camundongos
INTRODUÇÃO
33
isogênicos, com e sem deficiência de C5, exibiram a mesma suscetibilidade à infecção
experimental com o fungo patogênico.
I.6.2 - Imunidade Humoral
Como relatado anteriormente, é importante considerar a resposta imune humoral
envolvida na proteção contra o P. brasiliensis. Os anticorpos contribuem para a proteção do
hospedeiro contra o microrganismo que se encontra extracelularmente, através de
mecanismos tais como opsonização, ativação do sistema complemento, neutralização de
toxinas e inibição da aderência do fungo à célula do hospedeiro. Intracelularmente, o agente
infeccioso produz estímulos antigênicos capazes de induzir a produção específica de
anticorpos anti - P. brasiliensis (Restrepo, 1975; Restrepo, 1982). Este fato é observado na
paracoccidioidomicose, onde os altos níveis de anticorpos específicos estão associados com
as formas mais severas da doença (Calich,1998). A análise dos títulos de anticorpos em
soros de pacientes é utilizada para auxiliar no diagstico, acompanhamento da evolução
da doença e resposta ao tratamento da PCM (Franco,1986).
Todas as classes de imunoglobulinas podem ser detectadas em pacientes infectados,
com predonio da classe IgG. Há uma ativação policlonal com aumento nos níveis de
IgG, IgA e IgE, que provavelmente atuam na opsonização do agente infeccioso juntamente
com os componentes do complemento (Calich,1985). Os níveis de IgG e IgE aumentam
com a disseminação da doença e severidade de suas formas cnicas (Franco,1986), sendo
que na fase crônica localizada, seus níveis são baixos. Os níveis de IgA mostraram se
elevados principalmente na fase crônica e os níveis de IgM se mantiveram dentro dos
limites normais em todas as fases da PCM (Baida et al., 1999).
INTRODUÇÃO
34
I.6.3 - Imunidade Celular
A imunidade celular é considerada o principal mecanismo de defesa contra o P.
brasiliensis (Franco, 1986; Cano et al., 1998; Souto et al., 2000). A importância dos
linfócitos T na doença foi demonstrada em estudos utilizando – se camundongos atímicos,
Nude (Nu/Nu), que são desprovidos de timo e, portanto deficientes de imunidade mediada
por lulas T (Kerr et al., 1988; Burger et al., 1996). Segundo Burger e colaboradores
(1996), estes animais desenvolveram infecção severa e generalizada com intenso
parasitismo e apresentaram sobrevida menor do que os normais. Entretanto, os animais
conservaram a habilidade de controlar a disseminação fúngica durante as fases iniciais da
infecção (Calich et al., 1998). Estes fatos demonstram a importância dos linfócitos T e da
imunidade inata no estabelecimento da imunidade protetora contra a infecção por P.
brasiliensis (Calich et al., 1998).
Como em várias doenças crônicas, os fatores responsáveis pela depressão da imunidade
celular estão presentes na paracoccidioidomicose. A natureza destes fatores inibitórios
ainda não está bem elucidada, mas acredita-se que anticorpos específicos, complexos
imunes, produtos do próprio fungo e outras substâncias podem exercer um efeito
imunossupressor (Franco,1986).
Os linfócitos T podem se diferenciar em linfócito T citotóxico e linfócito T auxiliar
(Th1 e Th2). Segundo Calich e colaboradores (1998), a resistência à PCM está associada a
ativação progressiva e equilibrada de células T CD4
+
do tipo Th1, enquanto que a
susceptibilidade refere-se a ativação precoce e intensa de células CD4
+
do tipo Th2 e CD8
+
.
Os linfócitos do tipo Th1 e Th2, apesar de não serem distinguidos fenotipicamente ,
apresentam diferenças quanto ao tipo de resposta imunológica desencadeada e o padrão e
citocinas liberadas (Calich & Kashino, 1998). Apesar de não haver um padrão de resposta
INTRODUÇÃO
35
imune Th1/Th2 totalmente polarizado (Calich, 1998) os linfócitos do tipo Th1 produzem
FLWRFLQDV,/,)1H71).HHVWLPXODPDUHVSRVWDLPXQHFHOXODUHQTXDQWRRWLSR
Th2 favorece a produção de IL - 4, IL - 5, IL – 6 e IL - 10 e desencadeiam a imunidade
humoral (Arruda et al., 2004; Pina et al., 2004). As células TCD8
+
são necessárias para a
remoção eficiente de fungos dos tecidos de camundongos infectados com P. brasiliensis,
pois possuem uma atividade protetora precoce e eficaz na resposta imune desencadeada
pelos animais susceveis (Calich et al., 1998; Cano et al., 2000).
I.7 – Reação granulomatosa
A resposta tecidual do hospedeiro ao P. brasiliensis é caracterizada pela reação de
hipersensibilidade do tipo granulomatosa, com participação ativa de células T, atuando no
recrutamento e na ativação dos macrófagos. Evidências diretas e indiretas indicam que o
granuloma esta intimamente relacionado à resposta imune do hospedeiro, podendo
representar uma resposta tecidual imunoespecífica destinada a destruir, bloquear e impedir
a multiplicação do fungo (Franco, 1986).
Os granulomas causados pela reação ao P. brasiliensis são constituídos por macrófagos
e linfócitos, sendo que os primeiros estão localizados na parte central e os últimos na
periferia destes. As lulas gigantes, formadas a partir da fusão de macrófagos, são
encontrados no interior dos granulomas. As lulas viáveis do fungo podem ser observadas
no interior das lulas gigantes ou livres apresentando brotamento simples ou múltiplo
(Franco, 1989).
Os linfócitos T sensibilizados pelos angenos fúngicos concentram se no sítio de
interação com o microrganismo. Quando ativados secretam diferentes linfocinas, as quais
atuam na resposta imune celular. Concomitante a secreção, há formação de edema local e
INTRODUÇÃO
36
vasodilatação, ativação de macrófagos, diferencião e maturação em células epitelioides,
ativação de fibroblatos e aumento na síntese de colágeno (Franco, 1986).
É importante salientar que, em pacientes com a doença benigna, a resposta imune induz
a formação de granulomas compactos e densos com níveis baixos de células fúngicas
enquanto que nos pacientes que desenvolvem a doença severa, há geralmente, a formação
de granulomas frouxos, associados com grandes quantidades de células fúngicas viáveis
(Moscardi-Bacchi et al., 1994).
I.8 - Diagnóstico
O diagstico conclusivo da paracoccidioidomicose é obtido laboratorialmente através
da demonstração e do reconhecimento do agente em preparados histológicos, exame a
fresco ou em cultivo. Tais procedimentos são conhecidos como técnicas diretas de
diagstico (Londero & Melo, 1998).
A microscopia direta permite a visualização de células leveduriformes arredondadas,
isoladas ou agrupadas, apresentando dupla parede refringente; com brotamentos simples ou
múltiplos (Lacaz, 1994b).
Os exames histológicos revelam formação granulomatosa, com presença de células
epitelióides e células gigantes multinucleadas. Células fúngicas viáveis podem ser
encontradas no interior destas últimas ou livres nos tecidos (Faria, 1971; Bogliolo, 1976).
Nem sempre os procedimentos de observação microscópica e isolamento fúngico são
acessíveis. Neste caso métodos indiretos auxiliam no diagstico de pacientes com sinais
ou sintomas cnicos sugestivos da PCM.
INTRODUÇÃO
37
A sorologia permite o acompanhamento do paciente durante e as o tratamento,
através do exame de amostras seriadas do soro (Restrepo, 1984; Mendes et al., 1994;
Marques, 2003).
Vários são os testes sorológicos freqüentemente utilizados para detecção de anticorpos
específicos: imunodifusão dupla (ID), contra imunoeletroforese (CIE), reação de fixação
de complemento (FC), Imunofluoresncia indireta (IF), ensaio imunoenzimático (ELISA)
e immunoblotting (Restrepo, 1992). A técnica de escolha utilizada deve aliar sensibilidade
à especificidade, para que o valor preditivo seja máximo e reproduzível (Marques, 2003).
Os resultados destes testes, no entanto, devem ser criteriosamente interpretados e
correlacionados com os achados cnicos, dados epidemiológicos e outros exames
laboratoriais, para um diagnóstico definitivo (Marques, 2003).
O uso de testes sorológicos na rotina de diagstico da paracoccidioidomicose é
limitado devido, principalmente, as dificuldades na obtenção de antígenos purificados do P.
brasiliensis, na padronização dos testes sorológicos e reatividade cruzada (Puccia,1986).
Além disso, tratam se de técnicas ainda restrita a poucos serviços e mais utilizadas na
área da pesquisa.
A reação intradérmica com a paracoccidioidina é utilizada na determinação de áreas
endêmicas da paracoccidioidomicose através de inquéritos epidemiológicos, não sendo
adequada para diagnosticar a doença (Lacaz, 1956; Fava Netto, 1976). Devido à depressão
da imunidade celular, a reação pode ser negativa nas formas graves da doença enquanto
pode se observar positivação do teste em grande mero de casos tratados com sucesso e
em pacientes sensíveis à paracoccidioidina (Fava Netto et al., 1969). Além disso,
indivíduos não portadores da PCM, que residem ou residiram em zonas endêmicas da
doença, podem desenvolver reação positiva ao angeno (Lacaz,1951)
INTRODUÇÃO
38
Outros exames complementares como hemograma, dosagem de proteína C reativa e
exame de imagens são utilizados com freência para diagstico da extensão do
acometimento da micose.
I.9 - Tratamento
A eficácia do tratamento da PCM depende não somente da droga anti-fúngica
escolhida, mas também da implementação de medidas que melhorem as condições gerais
do paciente e do acompanhamento pós terapêutico prolongado, para evitar recidivas da
doença (Veronesi, 1997; Tonelli & Freire, 2000).
O paciente, antes de iniciar a terapêutica antifúngica específica, necessita de medidas
para o melhoramento do seu quadro nutricional e da imunodepressão celular associada a
infecção pelo P. brasiliensis. Além disso, devem-se diagnosticar e tratar infecções
concorrentes como enteroparasitoses e co-infeões bacterianas (Marques, 2003).
A escolha da melhor opção terapêutica tem que levar em consideração não apenas a
eficácia e segurança da droga anti-fúngica, mas também o acesso do paciente ao
medicamento durante todo o tratamento. Uma vez que a maioria dos indivíduos acometidos
por esta micose apresenta condição sócio econômica precária e, portanto são incapazes de
custear o tratamento prolongado. Desta forma, a medicação prescrita deve ser
preferencialmente fornecida gratuitamente pelo sistema de saúde público (Veronesi, 1997).
Atualmente, as drogas mais utilizadas no tratamento da PCM pertencem ao grupo dos
sulfanadicos (Restrepo et al., 1990), dos antibióticos poliênicos, particularmente a
anfotericina B (Lacaz & Sampaio, 1958) e dos derivados de imidazol (Restrepo, 1990).
O tratamento é prolongado e apesar de não haver um consenso quanto a um esquema
terapêutico deve-se considerar os critério de cura (cnico, micológico, radiológico e
INTRODUÇÃO
39
imunológico) e acompanhamento periódico as a interrupção do tratamento para reduzir
as chances de recidivas da doença (Del Negro,1974).
A suspensão precoce do tratamento causa altos índices de reativação da doença e isso
tem feito com que o tratamento seja demorado (em média, de seis meses a dois anos).
Atualmente, sugere-se que o tratamento seja dividido em duas fases: (1) ataque - que visa
ao controle dos sinais cnicos e (2) manutenção - que visa reduzir as chances de recidiva da
\doença (Mendes et al., 1994; Reis & Colombo, 1999).
JUSTIFICATIVA
40
II – JUSTIFICATIVA
JUSTIFICATIVA
41
Até o momento não há vacina efetiva contra a PCM, nem para qualquer outra micose de
importância médica. Apenas uma vacina profilática baseada em esférulas de Coccidioides
immitis inativadas por formalina foi testada em humanos, mas esta não conferiu proteção
em uma triagem randomizada (Pappagianis, 1993; Cole et al., 2004). Dessa forma, torna-se
necessário pesquisar novas alternativas na busca de uma vacina preventiva ou terapêutica
contra a paracoccidioidomicose, tendo em vista as dificuldades encontradas no tratamento
prolongado e nas constantes recidivas da doença.
Muitas vacinas vivas, obtidas a partir de patógenos atenuados, tem sido utilizadas com
sucesso na prevenção de muitas doenças. A grande vantagem atribuída a este tipo de
imunização é devida à capacidade dos microrganismos atenuados de apresentarem seus
angenos seencialmente ao hospedeiro e poderem até mesmo sintetizar angenos que só
são produzidos durante a infecção. Estes mimetizam a infecção natural sendo capazes de
desencadear uma resposta imune protetora duradoura, devido ao estabelecimento de uma
memória imunológica, mas sem o risco uma infecção progressiva (Hiramoto et al., 2002).
Um exemplo bem sucedido e bastante conhecido é a vacina BCG utilizada na
prevenção da tuberculose. O microrganismo, Mycobacterium bovis, foi atenuado
acidentalmente as o cultivo da bactéria, in vitro, por um período prolongado de 13 anos.
As sucessivas passagens da amostra em cultura, foi observada perda gradual da
virulência e alterações da sua morfologia sem alteração da sua imunogenicidade. A BCG
tem sido utilizada com êxito sem registros de grandes complicões (Andrade, et al., 2005).
A vacina tríplice viral, constituída de vírus vivos atenuados, contra sarampo, caxumba e
rubéola, também tem se mostrado eficaz desde seu licenciamento no início da década de 70.
Os eventos imediatos de hipersensibilidade as a administração da vacina viva são
extremamente raros, sendo contra - indicada apenas em pessoas com história de reação
JUSTIFICATIVA
42
anafilática as ingestão de ovo ou da neomicina contida na formulação da vacina
(Andrade et al., 2005).
As vacinas utilizando microrganismos vivos atenuados por radiação ionizante têm sido
estudadas desde 1950 (Walles & Kusel, 1992). Porém, a utilização de fungos
radioatenuados nunca foi explorada para este propósito.
As irradiões com raios gama e raios X se apresentaram de forma consistente como
bons agentes de atenuação para uma variedade de patógenos. Os microrganismos
radioatenuados, freqüentemente, perdem a sua capacidade patogênica, mantendo seus
aspectos morfológicos, e estimulam uma resposta imune específica. Em alguns casos os
patógenos atenuados por radiação ionizante, por razões ainda não esclarecidos, são mais
imunogênicos que os controles não irradiados (Walles & Kusel, 1992).
Vacinas radioatenuadas contra o Dictyocaulus viviparus, causador da bronquite
parasitária em bovinos, tem sido utilizadas com êxito desde 1958 (Taylor et al., 1986). Em
adição, larvas irradiadas utilizadas no controle da bronquite parasitária provocada por D.
filaria sp. em carneiros e cabras (Sharma et al.,1988), e na imunização de cães contra
Ancylostoma caninum (Vinayak et al., 1981) têm sido empregadas em escala comercial.
Imunizões efetivas em animais de laboratório têm sido alcançadas utilizando vários
protozoários irradiados, incluindo espécies de Plasmodium (Herrington et al.,1990;
Clyde,1990), Leishmania (Yang et al.,1991; Rivier et al., 1993; Bonetti et al., 1993),
Trypanosoma (Vos & Gardiner, 1990) e Toxoplasma gondii (Duquesne et al.,1991).
Estudos em modelos animais utilizando cercárias radioatenuadas de Schistosoma mansoni
também conferiram alto grau de proteção, contra a esquistossomose (Coulson, 1997).
Em adição, Hiramoto e colaboradores (2002) imunizaram camundongos com
taquizoítos de Toxoplasma gondii atenuados por irradiação. As a infecção desafio com os
JUSTIFICATIVA
43
cistos do parasita, houve um aumento da sobrevivência dos animais imunizados. Os
taquizoítos irradiados perderam a capacidade de reprodução, mas mantiveram seu
metabolismo respiratório, a capacidade de invadir células e de sintetizar proteínas.
Além dos exemplos citados acima, resultados satisfatórios foram obtidos nos estudos de
muitos helmintos e nematódeos, incluindo Onchocerca volvulus (Prince et al., 1992),
Brugia malayi (Yates & Higashi, 1986), Brugia pahangi (Chusattayanond & Denham,
1986), Toxocara canis (ABO-Shehada et al., 1991), Nippostrongylus brasiliensis
(Wedrychowicz et al., 1984), Trichinella spiralis (Agyei-Frempong & Catty, 1983) e
Ascaris suum (Urban & Tromba, 1982) e várias espécies de Schistosoma (Dean, 1983).
Em humanos, uma vacina obtida a partir de esporozoítos irradiados de Plasmodium
falciparum foi testada em voluntários. Esta foi capaz de estimular uma resposta imune
protetora contra a malária (Hoffman et al., 2002).
Em nosso laboratório desenvolvemos leveduras de P. brasiliensis atenuadas por
irradiação gama. Demonstramos que estas leveduras perderam a capacidade de produzir
infecção e de se multiplicar, porém mantiveram preservadas sua viabilidade, atividade
metalica e conservaram também a capacidade de sintetizar os mesmos angenos
presentes nas leveduras nativas (Demicheli et al., 2006). Demostramos ainda que as
leveduras radioatenuadas conservam seus aspectos ultraestruturais fundamentais, embora
uma extensiva degradação do DNA tenha sido verificada (Demicheli et al., 2007). A partir
disso, iniciamos uma nova etapa da nossa pesquisa com o propósito de verificar se as
leveduras radioatenuadas seriam um imunógeno eficaz, capaz de estimular uma reposta
imune protetora contra a PCM em modelos animais.
OBJETIVOS
44
III OBJETIVO
OBJETIVOS
45
III.1 - Objetivo geral
Avaliar a capacidade das leveduras radioatenuadas do P. brasiliensis de induzir uma
resposta imune protetora em modelo animal.
III.2 - Objetivos específicos
Avaliar a perda da virulência da levedura radioatenuada em camundongos suscepveis
e imunodeficientes.
Realizar ensaios de proteção, em modelo animal, utilizando as leveduras radioatenuadas
para imunização.
Avaliar a influência do número de imunizões no estabelecimento da resposta.
Avaliar a influência do tempo no estabelecimento da resposta imune.
Avaliar a resposta protetora de curto e longo prazo.
Analisar a resposta imune humoral induzida pelas leveduras radioatenuadas.
Analisar a dinâmica da produção dos isotipos de IgG (IgG1 e IgG2a) nos animais
imunizados e infectados.
Analisar a dinâmica da produção de citocinas IFN - γ, TNF - α, IL - 10 e IL - 5 nos
animais infectados e imunizados.
METODOLOGIA
46
IV METODOLOGIA
METODOLOGIA
47
IV.1 - Camundongos
Camundongos machos suscepveis (BALB/c), com 6 a 8 semanas de idade, foram
cedidos pelo centro de bioterismo do ICB/UFMG. Camundongos machos imunodeprimido
(Nude - Nude), também com 6 a 8 semanas de idade, foram cedidos pelo centro de
bioterismo da UFOP. Os animais foram mantidos sob condições livres de patógenos
específicos.
Os protocolos, utilizados neste trabalho para os experimentos realizados com animais,
foram aprovados pelo Comitê de Ética em Experimentação Animal (CETEA/UFMG),
mero do protocolo 132/2006 (anexo 1).
IV.2 - Microrganismos
A amostra de P. brasiliensis (Pb18), utilizada na infecção dos camundongos, foi obtida
de um isolado virulento humano e mantida em meio de cultura YPD (extrato de levedura
0,5%, peptona 0,5% e dextrose 1,5%) - ágar, à temperatura de 35ºC, com repiques
semanais.
A cultura de P. brasiliensis, crescida em meio sólido, foi radioatenuada no laboratório
de irradiação gama do CDTN/CNEN, em fonte uniforme de
60
Co, na presença de oxigênio
e a temperatura ambiente. A dose utilizada para atenuação do microrganismo foi de 6,5kGy
a uma taxa de dose de 1000 Gy/h (Demicheli et al., 2006).
METODOLOGIA
48
IV.3 – Avaliação da viabilidade celular
A viabilidade celular foi determinada pelo método modificado de coloração com verde
Janus. O extrato de células de P. brasiliensis (20µL) foi incubada 20µL do corante verde
Janus 0,05%. As 8 minutos de incubação a proporção de células viáveis foi determinada
por contagem em mera de Neubauer. Por este método as lulas viáveis permanecem
descoradas e as lulas mortas se coram em azul.
IV.4 - Recuperação da virulência do P. brasiliensis
Como mencionado anteriormente, o P. brasiliensis perde a sua virulência as o seu
cultivo prolongado em meio de cultura. Passagens sucessivas da amostra atenuada em
animais regeneram os polímeros constituintes da parede celular do fungo recuperando a sua
virulência inicial (Castañeda et al., 1987; Brummer et al., 1990; Kashino et al., 1990; San-
Blas & Vernet, 1977).
Camundongos machos BALB/c sadios foram infectados pelo plexo orbital com 10
7
lulas viáveis de P. brasiliensis. As 30 dias de infecção, os animais foram sacrificados e
seus pulmões homogeneizados em solução salina tamponada com fosfato (PBS) 0,5M, pH
7,2. Em seguida, 300 µL do macerado foi plaqueado em meio BHI (infuso rebro-
coração) ágar suplementado com soro fetal bovino 4%, sobrenadante de cultura 5% e
gentamicina 1µL/mL. A virulência do fungo foi recuperada em camundongos BALB/c
as duas infeões sucessivas, com intervalo de 30 dias cada.
METODOLOGIA
49
IV.5 - Preparação do exoantígeno MEXO
As colônias não irradiadas de P. brasiliensis, crescidas em meio YPD-ágar durante 7
dias foram ressuspendidas em PBS 0,15M, vortexadas por 30 seg. e centrifugadas em uma
rotação de 12000 rpm por 30 min, a C. O sobrenadante coletado foi filtrado (filtro estéril
0.45mm) e armazenado em glicerol 10% a – 20º C(Reis et al., 2005). A dosagem da
proteína foi feita pelo método de Bradford (Bradford, 1976).
IV. 6 - Dosagem de proteínas - Método de Bradford
Primeiramente, uma curva padrão de diluição 0,5 a 1,5 µg de proteína/20µL de H
2
O
foi realizada utilizando-se uma solução padrão de albumina bovina (BSA) 1 mg/mL.
Concomitantemente a essa curva, 20µL da amostra a ser dosada foi adicionada, em
duplicata, a cada poço da placa de microtitulação, juntamente com 180 µL do reagente de
Bradford (Coomassie Brilliant Blue G-250 0,1% em solução aquosa contendo etanol 5% e
ácido fosfórico 10%, filtrado em papel de filtro número 1). A placa foi mantida por 5 a 10
minutos à temperatura ambiente ao abrigo da luz e os valores de absorbância determinados
a 595nm em leitor de Elisa (Elx800, Bio-Tek Instruments. Inc.). Os valores obtidos foram
comparados com a curva padrão de BSA conforme a fórmula:
Concentração de proteína = Abs x Fc x Fd x Cv. No qual:
- Abs: média das leituras das amostras em duplicata
- Fc: fator de conversão = concentração de proteína para cada ponto da curva de BSA.
- Fd: fator de diluição
- Cv: fator de correção de volume para obter-se a concentração em JmL.
METODOLOGIA
50
IV.7 - Infecção e imunização experimental nos camundongos utilizados nos ensaios de
virulência e protão
Para a infecção e imunização, os camundongos machos BALB/c e Nude/Nude foram
anestesiados intraperitonealmente com uma solução contendo quetamina 20% e xilazina
20% em 60% de PBS 0,15M. Em seguida, os animais foram infectados e imunizados pelo
plexo orbital, via endovenosa, com 1x10
5
lulas viáveis de P. brasiliensis não irradiado e
radioatenuado.
IV.8 - Ensaio de virulência
A atenuação da virulência de P. brasiliensis foi avaliada a partir das unidades
formadoras de colônias (UFCs) recuperadas em camundongos infectados com a levedura
radioatenuada e análise histológica dos órgãos dos animais infectados.
Os camundongos utilizados no teste de virulência foram infectados com P. brasiliensis
não irradiado ou radioatenuado. Os camundongos BALB/c e Nude/Nude foram divididos
em quatro grupos experimentais; Grupo controle positivo (G1-não irradiado), composto por
6 camundongos machos BALB/c infectados com o P. brasiliensis não irradiado; Grupo 2
(G2-radioatenuado), composto por 6 camundongos machos BALB/c infectados com P.
brasiliensis radioatenuado; Grupo 5 (G5-Nude infectado), composto por 3 camundongos
machos Nude-Nude infectados com a levedura radioatenuada e Grupo 6 (G6-Nude
controle), composto por 2 camundongos Nude-Nude que não sofreram qualquer
intervenção. Os órgãos (pulmão, bo e fígado) removidos dos animais sacrificados 30 e 90
dias as a infecção foram utilizados para contagem de UFCs (unidade formadora de
colônia), análise histológica e dosagem de citocinas.
METODOLOGIA
51
Quadro 1: Grupos experimentais utilizados no ensaio de virulência
G1-não
irradiado
Grupo dos camundongos BALB/c infectados com P. brasiliensis não
irradiado e sacrificados 30 e 90 dias as a infecção.
G2-
radioatenuado
Grupo dos camundongos BALB/c infectados com P. brasiliensis
radioatenuado e sacrificados 30 e 90 dias as a infecção.
G5-Nude
infectado
Grupo dos camundongos Nude-Nude infectados com P. brasiliensis
radioatenuado, sacrificados 30 dias as a infecção.
G6-Nude
controle
Grupo dos camundongos NudeNude não infectados.
IV.9 - Ensaio de protão em PCM experimental
Para checar o efeito protetor conferido pelas leveduras radioatenuadas de P.
brasiliensis, os camundongos BALB/c foram divididos em cinco grupos experimentais;
Grupo dos animais não infectados (Controle negativo), composto por 3 camundongos
sadios, que não sofreram qualquer intervenção; Grupo controle positivo (G1-não irradiado),
composto por 6 camundongos infectados com P. brasiliensis não irradiado; Grupo 2 (G2-
radioatenuado), composto por 6 camundongos machos BALB/c imunizados com P.
brasiliensis radioatenuado; Grupo dos animais imunizados (G3), composto por 18
camundongos imunizados, uma única vez, com a levedura radioatenuada de P. brasiliensis.
Este grupo foi dividido em três subgrupos que foram desafiados com o P. brasiliensis não
irradiado 30 (G3A), 45 (G3B) e 60 (G3C) dias as a imunização e sacrificados 30 e 90
dias as o desafio; Grupo dos animais imunizados (G4), composto de 18 camundongos
imunizados duas vezes consecutivas, com intervalo de 15 dias, com a levedura
METODOLOGIA
52
radioatenuada de P. brasiliensis. De forma semelhante ao grupo anterior este foi dividido
em três subgrupos que foram desafiados com P. brasiliensis não irradiado 30 (G4A), 45
(G4B) e 60 (G4C) dias as a segunda imunização e sacrificados 30 e 90 dias depois.
Os órgãos (baço, fígado e pulmão) removidos dos animais sacrificados foram utilizados
para contagem de UFCs, análise histológica e dosagem de citocinas.
Quadro 2: Grupos experimentais utilizados no ensaio de proteção
G1- não irradiada
Grupo dos animais controle infectados com P. brasiliensis não
irradiado.
G2-radioatenuado
Grupo dos camundongos BALB/c imunizados com P. brasiliensis
radioatenuado e sacrificados 30 e 90 dias as a infecção.
G3 – imunizados 1x
Grupo dos animais imunizados, uma única vez, com a levedura
radioatenuada de P. brasiliensis, desafiados 30 (G3A), 45 (G3B) e 60
(G3C) dias as a imunização e sacrificados 30 e 90 dias as o desafio.
G4 – imunizados 2x
Grupo dos animais imunizados duas vezes consecutivas, com intervalo
de 15 dias, com a levedura radioatenuada de P. brasiliensis, desafiados
30 (G4A), 45 (G4B) e 60 (G4C) dias as a segunda imunização e
sacrificados 30 e 90 dias as o desafio.
Controle negativo
Grupo dos camundongos não infectados.
A eficiência da atividade protetora, conferida pela levedura radioatenuada, foi analisada
comparando-se a diferença entre o número total de UFCs recuperadas as a infecção
desafio (NI), com o número total recuperado do grupo controle (NC), conforme a fórmula
descrita abaixo:
METODOLOGIA
53
%imunidade = 100 – (N.I / N.C) x 100 (Góes & Ramalho – Pinto, 1991).
IV. 10 - Recuperação de UFCs
Parte dos órgãos (pulmão, bo e fígado) removidos dos camundongos sacrificados
foram pesados e depois macerados em 1 mL da solução de PBS 0,15M estéril. Em seguida,
100 µl da solução foram espalhados, homogeneamente, em meio BHI ágar suplementado
com soro fetal bovino 4%, sobrenadante de cultura 5% e gentamicina 1µL/mL. Após 30
dias de incubação das placas à 37ºC, as colônias foram contadas e os resultados expressos
em mero de UFCs por grama de tecido por camundongo (UFCs/g).
IV.11 - Histologia
Outra parte dos órgãos (pulmão, bo e fígado) removidos dos animais sacrificados foi
preservada em solução de formaldeído 10% e utilizados para confecção de lâminas coradas
com hematoxilina-eosina. Os cortes histológicos foram examinados ao microscópio óptico
em aumento de 50X, 100X e 200X.
IV.12 - Obtenção dos soros de camundongos
Amostras de sangue dos camundongos infectados, com P. brasiliensis não irradiado e
radioatenuado, foram coletados semanalmente. Da mesma forma, o sangue dos animais
imunizados e, posteriormente desafiados foi coletado semanalmente antes e as a infecção
desafio. O sangue dos camundongos não infectados foi coletado com a mesma freqüência.
As amostras foram armazenadas por 1 hora a 37ºC e, posteriormente centrifugadas a 4000
rpm por 5 minutos. Os soros obtidos foram estocados a –20ºC para posterior realização de
ensaios imunoenzimáticos de ELISA.
METODOLOGIA
54
IV.13 – Ensaio de ELISA
As reações imunoenzimáticas (Lunde et al., 1979) foram realizadas em placas de
microtitulação MaxiSorp
TM
Surface (NUNC
TM
Brand Products) de 96 poços sensibilizadas
com 0,5 µg/100µL de MEXO em tampão carbonato/bicarbonato 0,05M pH 9.6, por 1h a
37ºC. O bloqueio dos sítios livres foi feito com 150 µL de PBS 0,15M/Caseína 1,6% por 1h
a 37ºC e, então, as placas foram lavadas 5 vezes com tampão PBS 0,005M/Tween 0,5%.
Em seguida os soros dos camundongos foram diluídos em PBS 0,15M, caseína 0,25%
(PBS-C) e incubados, em duplicata, por 1h a 37ºC. Os poços foram novamente lavados,
como descrito anteriormente, e posteriormente incubados com 100µL do anticorpo
secundário conjugado a peroxidase (Anti-mouse IgG whole molecule peroxidase
conjugate, diluído 1:5000 em PBS-C, Goat anti-mouse IgG1 peroxidase conjugate diluído
em 1:4000 em PBS-C e Goat anti-mouse IgG2a peroxidase conjugate também diluído
1:4000 em PBS - C), por 1h a 37ºC. As a última lavagem, as placas foram reveladas com
100µL de solução reveladora (4mg de 3,4 ortofenilenodiamino (OPD) e 2 µL de peróxido
de hidrogênio (H
2
O
2
) em 10 mL de tampão citrato/fosfato 0,15M pH 5,0). A reação foi
interrompida as 10 minutos com 20µL de solução de ácido sulfúrico (2N) e a
absorbância foi determinada a 490 nm em leitor de Elisa (Elx800, Bio-Tek, instruments.
Inc.).
METODOLOGIA
55
IV.14 - Análise do perfil de citocinas
A dosagem quantitativa das citocinas foi determinada pela técnica de PCR em tempo
real.
IV.14.1 – Extração do RNA total
O RNA total presente no pulmão dos camundongos dos grupos 1, 2, 3, 4 e 5 foi
extraído utilizando-se Trizol LS Reagent (Invitrogen Life Technologies) de acordo com as
instruções do fabricante. As as extrões, as amostras foram tratadas por 30 minutos com
Dnase livre Rnase (Promega). A concentração e a qualidade do RNA foi avaliada em
espectrofotômetro a 260nm (Eppendorf Biophotometer). A fórmula utilizada para a
quantificação foi: Concentração do RNA = absorção medidax40ugxdiluição/mL. A
qualidade do material nucléico extraído foi avaliada pela relação OD
260
/OD
280
> 1.6. As
concentrões finais das amostras extraídas foram padronizadas em 0,2 µg/µL.
IV.14.2 – Síntese de cDNA por transcriptase reversa
O RNA extraído foi utilizado para a produção de cDNA com o Kit SuperScript II
(Invitrogen Life Technologies) seguindo as recomendões do fabricante.
IV.14.3 – PCR em tempo real
A reação em cadeia da polimerase por transcrição reversa (RT PCR) em tempo real é
uma modificação da técnica de PCR através da amplificação de uma seqüência de RNAm
que foi convertido previamente em cDNA pela enzima transcriptase reversa. O método é
quantitativo, pois permite estimar a quantidade de DNA presente na amostra e,
consequentemente de RNAm em tempo real (Heid et al, 1996).
As reações de PCR em tempo real foram realizadas e analisadas utilizando-se o sistema
de detecção ABIPrism 7900 (Applied Biosystems). As síntese de cDNA, as reações de
METODOLOGIA
56
PCR foram realizadas utilizando o kit Platinum syber green qPCR SUPER MIX UDG
(Invitrogen life technologia), segundo as instruções do fabricante. As condições de
termociclagem iniciaram-se com a incubação da placa (Applied Biosystem) a 50ºC por 2
minutos e, posteriormente 95ºC por 10 minutos, seguidos por 45 ciclos de 95ºC por 15
segundos e 60ºC por 1 minuto. As curvas de dissociação ocorreram a uma temperatura de
95ºC por 15 segundos e 60ºC por 15 segundos.
As seências dos primers específicos para as citocinas IL - 5, IL - 10, IFN - γ, TNF - α e
para o gene constitutivo β - actina foram obtidos a partir do trabalho de Giullieti e
colaboradores, 2001.
Os resultados foram expressos em Rn indicando a quantidade da fluorescência emitida
em tempo real em conseência da seência de interesse amplificada (Rn
+
) menos a
fluoresncia emitida da baseline (Rn
-
), sendo Rn = Rn
+
- Rn
-
. Os valores de Rn são
plotados versus os valores de “threshold cycle” (Ct) em um programa de software. Os
valores de Ct são calculados pela determinação do ponto o qual a fluoresncia emitida
excede o threshold. O Ct é apresentado como o número de ciclo, neste ponto, que o gene de
interesse foi amplificado (Livak, K. J & Schmittgen, T. D., 2001; Giulietti, A. et al, 2001).
O método de Ct comparativo foi utilizado para a quantificação relativa dos níveis de
expressão do gene alvo em questão em relação a um calibrador (amostra dos animais não
infectados), a partir da equação 2
-
∆∆
Ct
, onde ∆∆Ct = Ct(amostra) - Ct(calibrador), e Ct
é o Ct do gene alvo subtraído do Ct do gene constitutivo. O gene constitutivo, β-actina, foi
utilizado para normalizar as reões (Livak, K. J & Schmittgen, T. D., 2001; Giulietti, A. et
al, 2001).
METODOLOGIA
57
IV.15 – Análise estatística
Os dados obtidos nos ensaios de ELISA foram analisados através do teste ”one way
ANOVA(análise de variância) utilizando o teste posterior de Bonferroni, realizado pelo
programa estastico Prism 3.0 (GraphPad, CA USA). Os resultados de UFCs e Real time
foram analisadas pelo teste T e quando necessário seguido pelo teste Mann Whitney,
realizado pelo programa estastico Sigma stat 3.5. Foram considerados significativos os
valores onde o p < 0,05 e p < 0,001 e utilizados um n= 3 animais por grupo.
RESULTADOS
58
V - RESULTADOS
PARTE I ENSAIO DE VIRUNCIA
RESULTADOS
59
V.1 - Avaliação da virulência
Neste experimento a perda da virulência da levedura radioatenuada foi avaliada a
partir da recuperação de UFCs e análise histológica dos tecidos dos animais infectados. A
produção de anticorpos e citocinas em resposta à infecção com a levedura radioatenuada foi
também avaliada.
V.1.1 – Recuperação de UFCs
A atenuação da virulência do P. brasiliensis foi inicialmente avaliada a partir da
contagem de UFCs/g em tecidos dos camundongos BALB/c (suscepvel) e Nude-Nude
(imunodeprimido), sacrificados 30 e 90 dias as a infecção com a forma leveduriforme do
P. brasiliensis radioatenuado. Os camundongos infectados com o fungo não irradiado
foram utilizados como controle positivo.
Os resultados apresentados nas tabelas 1 e 2 demonstraram que as leveduras
radioatenuadas perderam a capacidade de produzir infecção, pois não houve recuperação de
colônias em nenhum dos órgãos (pulmão, bo e fígado) dos camundongos infectados.
Mesmo nos camundongos Nude-Nude que são destituídos de timo e, portanto não
apresentam imunidade dependente de linfócitos T, não houve recuperação de UFCs quando
infectados. Ao contrário, os animais controle positivo apresentaram UFCs disseminadas em
todos os órgãos examinados.
Estes resultados demonstram a inabilidade das leveduras radioatenuadas de
provocar infecção, comprovando assim a perda da virulência.
RESULTADOS
60
TABELA 1 : Unidades formadoras de colônia (UFCs) recuperadas dos tecidos de
camundongos BALB/c as 30 dias de infecção com P. brasiliensis não irradiado (G1) e
radioatenuado (G2) e dos camundongos NudeNude infectados com a levedura
radioatenuada
Órgãos
G1-30dias G2-30dias Nude-Nude/30dias
Pulmão
4434,3 ± (2484,3) 0 0
Bo 1351,6 ± (707,4) 0 0
Fígado 85,1 ± (17,5) 0 0
TABELA 2 : Unidades formadoras de colônia recuperadas dos tecidos de camundongos
machos BALB/c as 90 dias de infecção com P. brasiliensis não irradiado (G1) e
radioatenuado (G2)
Órgãos
G1-90dias G2-90dias
Pulmão
16712,7 ± (12735,7) 0
Bo 3434,9 ± (2031,5) 0
Fígado 33,6± (21,5) 0
UFCs recuperadas de camundongos machos BALB/c e
Nude - Nude
UFCs recuperadas de camundongos machos BALB/c
RESULTADOS
61
V.1.2 - Análises histopatológicas dos órgãos de camundongos infectados
Os órgãos dos camundongos BALB/c (pulmão, bo e fígado) infectados com P.
brasiliensis não irradiado e radioatenuado, foram removidos 30 e 90 dias as infecção
para análise das alterões histopatológicas baseadas no tamanho, morfologia, presença de
lulas fúngicas e intensidade dos infiltrados inflamatórios. A tabela 3 mostra os
granulomas encontrados nos órgãos destes camundongos infectados.
Os cortes histológicos dos órgãos (pulmão e fígado) removidos 30 dias as
infecção com P. brasiliensis não irradiado (G1) apresentaram lesões múltiplas e intensas,
com formação de granulomas epitelióide pequenos bem organizados e compactos, contendo
lulas fúngicas em seu interior (Figuras 3A, 3C
e 3G). Nos cortes do bo foram
observados células fúngicas no interior de granulomas frouxos (Figura 3E).
As 90 dias de infecção, houve aumento no número de fungos e formação de
granulomas confluentes no pulmão caracterizado por extensa destruição do tecido pulmonar
(Figuras 3B e 3D). Os demais órgãos analisados (baço e fígado) não apresentaram
alterões em relação às observadas anteriormente (Figuras 3F e 3H).
Os animais infectados com P. brasiliensis radioatenuado (G2) e os não infectados
não apresentaram lesões granulomatosas ou formação de focos inflamatórios em nenhum
dos órgãos analisados 30 (dados não mostrados) e 90 (Figura 4) dias as a infecção.
RESULTADOS
62
TABELA 3: Número de granulomas encontrados, nos cortes histológicos dos órgãos
(pulmão, bo e fígado) de camundongos BALB/c, 30 e 90 dias as a infecção com P.
brasiliensis não irradiado (G1) e radioatenuado (G2)
Órgãos
G1-30 G1-90 G2-30 G2-90
Pulmão
Incontáveis Incontáveis 0 0
Bo
13,33 ± 12,94 4,33 ± 3.93
0 0
Fígado
75,33 ± 12,85 4,3 ± 3.50
0 0
G1-30 = Grupo dos camundongos infectados com P. brasiliensis não irradiado sacrificados
30 dias as a infecção; G1-90 = Grupo dos camundongos infectados com P. brasiliensis
não irradiado sacrificados 90 dias as a infecção; G2-30 = Grupo dos camundongos
infectados com P. brasiliensis radioatenuado sacrificados 30 dias as a infecção; G2-90 =
Grupo dos camundongos infectados com P. brasiliensis radioatenuado sacrificados 90 dias
as a infecção.
RESULTADOS
63
30 DIAS 90 DIAS
PULMÃO
A B
C D
PULMÃO
E F
BO
G H
FÍGADO
FIGURA 3:
Histopatologia representativa das lesões causadas pelo
P. brasiliensis
não
irradiado (G1) nos órgãos (pulmão, baço e fígado) dos camundongos BALB/c.
Os órgãos
dos animais foram removidos 30 e 90 dias após infecção e analisados por histologia. Em A e
C Pulmões mostrando lesões múltiplas intensas com formação de granulomas pequenos
compactos e células fúngicas em seu interior (HE; aumento 200X e 50X); B e D Pulmão
mostrando lesões granulomatosas pulmonares confluentes com grande mero de células
fúngicas em seu interior (HE; aumento 200X e 50X); E e F Bo mostrando granuloma
pequeno do tipo frouxo com poucas células fúngicas (HE; aumento 200X); G e H Fígado
mostrando granuloma compacto bem organizado com poucas células fúngicas (HE; aumento
200X).
RESULTADOS
64
Controle negativo Radioatenuado (G1)
A B
PULMÃO
C D
BO
E F
FÍGADO
FIGURA 4: Histopatologia representativa dos órgãos (pulmão, baço e fígado) dos
camundongos BALB/c infectados com o
P. brasiliensis
radioatenuado e não infectados.
As
figuras representam os órgãos dos animais foram removidos 90 dias após infecção e analisados por
histologia. Não houve formação de lesões granulomatosas ou focos inflamatórios com presença de
lulas fúngicas em nenhum dos órgãos analisados. Os órgãos dos animais não infectados foram
utilizados como controle negativo. Em A Pulmão dos camundongos não infectados (HE; aumento
63X); B Pulmão dos camundongos infectados com a levedura radioatenuada (HE; aumento 25X);
C - Bo dos camundongos não infectados (HE; aumento 63X); D Bo dos camundongos
infectados com a levedura radioatenuada (HE; aumento 25X); E Fígado dos camundongos não
infectados (HE; aumento 63X); F Fígado dos camundongos infectados com a levedura
radioatenuada (HE; aumento 25X).
RESULTADOS
65
V.1.3 - Reatividade de IgG anti-mexo induzida pelo P. brasiliensis não irradiado e
radioatenuado
Para avaliar a reatividade de IgG presente nos soros dos camundongos BALB/c
infectados com P. brasiliensis não irradiado ou radioatenuado frente ao angeno Mexo,
foram realizados ensaios de ELISA em diluições que variaram de 1/50 a 1/3200. Soros dos
camundongos não infectados foram utilizados como controle nas mesmas condições.
Os resultados demonstraram que a imunoglobulina IgG presente nos soros dos
animais infectados com o fungo não irradiado foram capazes de reconhecer
significativamente o angeno Mexo 30 e 90 dias as a infecção (p<0,001 e p<0,05,
respectivamente) (gráfico 1). Nas mesmas condições os soros dos animais infectados com a
levedura radioatenuada e o controle negativo não reagiram.
RESULTADOS
66
GFICO 1: Reatividade de IgG presente nos soros dos camundongos BALB/c frente ao
antígeno Mexo.
Os soros dos camundongos
infectados com o fungo não irradiado (G1) ou
radioatenuado (G2) foram testados em ensaio de ELISA na presença do antígeno Mexo. Os
resultados foram expressos em densidade óptica a 490 nm. G1-30dias = Soros dos camundongos
infectados com
P. brasiliensis
não irradiado sacrificados 30 dias as a infecção; G1-90dias =
Soros dos camundongos infectados com
P. brasiliensis
não irradiado sacrificados 90 dias após a
infeão; G2-30dias = Soros dos camundongos infectados com
P. brasiliensis
radioatenuado
sacrificados 30 dias as a infecção; G2-90dias = Soros dos camundongos infectados com
P.
brasiliensis
radioatenuado sacrificados 90 dias as a infecção; Controle negativo: Soros dos
camundongos que não sofreram qualquer intervenção.
1/400
1/800
1/160
0
1/320
RESULTADOS
67
V.1.4 – Perfil da produção de IgG anti-Mexo nos soros dos camundongos BALB/c
induzidos pelo P. brasiliensis radioatenuado e não irradiado
Para avaliar a dinâmica da produção de anticorpos do tipo IgG frente ao angeno
Mexo, os soros dos camundongos infectados com P. brasiliensis não irradiado ou
radioatenuado, foi testado semanalmente em ensaio de ELISA na diluição de 1:50. Os soros
dos camundongos não infectados foi testado nas mesmas condições.
Os testes revelaram que os soros dos camundongos infectados com o fungo não
irradiado foi capaz de reconhecer o antígeno Mexo. Este reconhecimento foi significativo
em relação ao controle negativo (p<0,001) (gráfico 2). O mesmo não foi observado nos
soros dos animais infectados com a levedura radioatenuada.
RESULTADOS
68
GFICO 2: Perfil de IgG anti-Mexo nos soros dos camundongos BALB/c.
Os soros dos
camundongos infectados, respectivamente, com
P. brasiliensis
não irradiado e radioatenuado,
coletados semanalmente, foram testados por ELISA quanto a presença de IgG antiMexo. Os
resultados expressos em densidade óptica a 490 nm demonstraram que os soros do grupo não
irradiado (G1) reagiram com o Mexo, sendo esta reatividade significativa em relação ao controle
(p<0,001). Nas mesmas condições os soros dos animais radioatenuados (G2) e controle negativo
não reagiram. G1-não irradiado = Soros dos camundongos infectados com
P. brasiliensis
não
irradiado; G2-radioatenuado = Soros dos camundongos infectados com
P. brasiliensis
radioatenuado; Controle negativo = Soro dos camundongos que não sofreram qualquer intervenção.
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0
2
4
6
8
10
Semanas
Abs. 490nm
Controle
G1
G2
RESULTADOS
69
V.1.5 – Perfil de imunoglobulinas IgG1 e IgG2a anti-Mexo nos soros dos
camundongos BALB/c induzidos pelo P. brasiliensis radioatenuado e não
irradiado
A fim de demonstrar a produção de diferentes subclasses de IgG e sua relação com
o estabelecimento de uma resposta imune protetora, foram realizados ensaios de ELISA
para obtenção do perfil de imunoglobulinas dos isotipos IgG1 e IgG2a, presente nos soros
dos camundongos infectados com P. brasiliensis não irradiado e radioatenuado.
Os gráficos 3 e 4 mostram a produção de IgG1 e IgG2a nos soros dos camundongos
infectados com P. brasiliensis não irradiado e radioatenuado. Soros de animais não
infectados foram utilizados como controle.
Os resultados observados no gráfico 3 demonstraram uma diferença significativa
em relação ao controle entre os isotipos IgG1 e IgG2a presentes nos soros dos
camundongos coletados 30 e 90 dias as a infecção com o fungo não irradiado (p<0,05 e
p<0,001, respectivamente), indicando uma maior produção de IgG1 em relação a IgG2a.
Em contrapartida, nos soros dos camundongos infectados com a levedura radioatenuada
não houve produção e nem diferença significativa dos isotipos de IgG (gráfico 4).
RESULTADOS
70
GFICO 3: Perfil de IgG1 e IgG2a anti-Mexo nos soros dos camundongos BALB/c
infectados com
P. brasiliensis
não irradiado.
Os soros dos camundongos
coletados antes e 30 e 90
dias as a infecção foram testados em ensaio de ELISA na presença do angeno Mexo. Os
resultados expressos em densidade óptica a 490 nm demonstraram uma maior produção de IgG1 em
relação a IgG2a. O aumento dos isotipos de IgG foram significativos em relação ao controle
(p<0,05 e p<0,001, respectivamente).
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0,0
30,0
90,0
Dias
Abs. 490 nm
IgG1
IgG2a
RESULTADOS
71
GFICO 4: Perfil de IgG1 e IgG2a anti-Mexo nos soros dos camundongos BALB/c
infectados com
P. brasiliensis
radioatenuado.
Os soros dos camundongos
coletados antes e 30 e
90 dias após a infecção foram testados em ensaio de ELISA na presença do antígeno Mexo. Os
resultados expressos em densidade óptica a 490 nm demonstraram que não houve diferença na
produção dos isotipos de IgG.
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0,0
30,0
90,0
Dias
Abs. 490 nm
IgG1
IgG2a
RESULTADOS
72
V.1.6 – Dosagem de citocinas por PCR em tempo real
Para verificar o perfil de citocinas produzidos em resposta à infecção pelo P.
brasiliensis radioatenuado foram realizados ensaios de PCR em tempo real. Os
camundongos BALB/c infectados com o fungo não irradiado foram utilizados como o
controle positivo.
A expressão do RNA total das citocinas quantificadas no pulmão dos animais
coletados 30 e 90 dias as a infeção pelo P. brasiliensis radioatenuado revelou uma
produção significativa em relação ao controle positivo de IFN-γ e TNF- α (p<0,05) (gráfico
5 e 6) e baixos níveis de IL-10 nestes animais (gráfico7). Apesar da produção de IL-5 ter
sido significativamente baixa as 30 dias de infeção (p<0,05), observamos um aumento de
seus níveis 90 dias depois (gráfico 8).
RESULTADOS
73
GFICO 5: Quantificação por PCR em tempo real de IFN-γγ
no pulmão dos camundongos
BALB/c.
Os resultados expressos em
Rn, mostraram um aumento significativo da produção de
IFN-
γ
em animais analisados 30 e 90 dias após a infeção com a levedura radioatenuada (G2) em
relação ao controle positivo (p
<
0,05). Os animais infectados com o fungo não irradiado (G1) foram
utilizados como controle positivo. Experimento realizado com n=3.
0
0.5
1
1.5
Não Irradiado
Radioatenuado
Rn
0
0.5
1
1.5
Não Irradiado
Radioatenuado
Rn
30 dias
90 dias
RESULTADOS
74
GFICO 6: Quantificação por PCR em tempo real de TNF-
αα
no pulmão dos camundongos
BALB/c.
Os resultados expressos em
Rn, mostraram um aumento significativo da produção de
TNF-
α
em animais analisados 30 e 90 dias as a infeção com a levedura radioatenuada (G2) em
relação ao controle positivo (p
<
0,05). Os animais infectados com o fungo não irradiado (G1) foram
utilizados como controle positivo. Experimento realizado com n=3.
0
150000
300000
450000
Não Irradiado
Radioatenuado
Rn
0
10
20
30
40
50
60
Não Irradiado
Radioatenuado
Rn
30 dias
90 dias
RESULTADOS
75
GFICO 7: Quantificação por PCR em tempo real de IL 10 no pulmão dos camundongos
BALB/c.
Os resultados expressos em
Rn, mostraram uma diminuição significativa da produção de
IL-10 em animais analisados 30 e 90 dias as a infeção com a levedura radioatenuada (G2) em
relação ao controle positivo (p
<
0,001). Os animais infectados com o fungo não irradiado (G1)
foram utilizados como controle positivo. Experimento realizado com n=3.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Não irradiado
Radioatenuado
Rn
0
10
20
30
40
50
60
70
Não irradiado
Radioatenuado
Rn
30 dias
90 dias
RESULTADOS
76
GFICO 8: Quantificação por PCR em tempo real de IL – 5 no pulmão dos camundongos
BALB/c.
Os resultados expressos em
Rn, mostram uma diminuição significativa da produção IL-5
em animais analisados 30 dias as a infeção com a levedura radioatenuada (G2) em relação ao
controle positivo (p
<
0,05), porém as 90 dias houve um aumento significativo de seus níveis
(p
<
0,05). Os animais infectados com o fungo não irradiado (G1) foram utilizados como controle
positivo. Experimento realizado com n=3.
0
0.0002
0.0004
0.0006
0.0008
Não Irradiado
Radioatenuado
Rn
30 dias
90 dias
0
0.0001
0.0002
0.0003
Não Irradiado
Radioatenuado
Rn
RESULTADOS
77
PARTE II ENSAIO DE PROTEÇÃO
RESULTADOS
78
V.2 - Avaliação da atividade protetora
Neste experimento a atividade protetora desencadeada pela imunização com a
levedura radioatenuada foi avaliada a partir da recuperação de UFCs e análise histológica
dos tecidos dos animais imunizados. A produção de anticorpos e citocinas foi determinada
para a caracterização do tipo de resposta imune induzida.
V.2.1 – Recuperação de UFCs
A avaliação do efeito protetor conferido pela imunização com leveduras de P.
brasiliensis radioatenuadas foi inicialmente investigada em camundongos BALB/c a partir
da contagem de UFCs recuperadas por grama de tecido dos animais. Os camundongos
infectados com a amostra não irradiada foram utilizados como controle.
Os animais imunizados uma única vez, ao entrarem em contato com o fungo não
irradiado 30, 45 e 60 dias as a imunização apresentaram inicialmente um efeito protetor
significativo em relação ao controle (p<0,05) (gráfico 9). Porém, as um período
prolongado de exposição ao fungo (90dias) pode-se verificar que houve aumento na
recuperação de UFCs, principalmente nos grupos G3A e G3C (gráfico 10). A proteção
estabelecida foi de 82,7% (Tabela 4).
No grupo dos camundongos imunizados duas vezes consecutivas e desafiados com
o fungo não irradiado 30, 45 e 60 dias as a imunização não houve recuperão
significativa, em relação ao controle, de colônias nos órgãos analisados as 30 dias nos
subgrupos G3A e G3B (gráfico 11). Apenas no pulmão dos animais coletados 30 dias as
a infeção desafio realizada 60 dias as a segunda imunização (G4C), houve recuperação
significativa de colônias. Todavia, quando analisados as 90 dias, não houve recuperação
RESULTADOS
79
de UFCs em nenhum dos subgrupos (G4A, G4B e G4C). A proteção estabelecida pelas
duas imunização foi de 99,5% (Tabela 4). Este resultado indica que as duas imunizões
com as leveduras radioatenuadas intensificaram o efeito protetor contra um desafio
subsequente com P. brasiliensis não irradiado.
RESULTADOS
80
GFICO 9:
Recuperação de UFCs verificada após 30 dias nos órgãos dos camundongos BALB/c
imunizados uma única vez com a levedura radioatenuada de
P. brasiliensis
. Os animais foram
desafiados 30, 45 e 60 dias as a imunização com o fungo não irradiado. Os controles foram
infectados com
P. brasiliensis
não irradiado. Todos os animais foram sacrificados 30 dias após as
infeções desafios. G3A = camundongos imunizados e desafiados 30 dias as a imunização. G3B =
camundongos imunizados e desafiados 45 dias após a imunização. G3C = camundongos
imunizados e desafiados 60 dias após imunização. Estatisticamente foi considerado significativo
p
<
0,05. Experimento realizado com n=3.
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
Controle
G3A
G3B
G3C
Grupos
UFCs/g de tecidos
Pulmão
Baço
Fígado
RESULTADOS
81
GFICO 10: Recuperação de UFCs verificada após 90 dias nos óros dos camundongos
BALB/c imunizados uma única vez com a levedura radioatenuada de
P. brasiliensis
.
Os animais
foram desafiados 30, 45 e 60 dias as a imunização com o fungo não irradiado. Os controles foram
infectados com o
P. brasiliensis
não irradiado. Todos os animais foram sacrificados 90 dias as o
desafio. G3A = camundongos imunizados e desafiados 30 dias as a imunização. G3B =
camundongos imunizados e desafiados 45 dias após a imunização. G3C = camundongos imunizados e
desafiados 60 dias após imunização. Experimento realizado com n=3.
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
Controle
G3A
G3B
G3C
Grupos
UFCs/g de tecidos
Pulmão
Baço
Fígado
RESULTADOS
82
GFICO 11: Recuperação de UFCs verificada após 30 dias nos óros dos camundongos
BALB/c imunizados duas vezes com a levedura radioatenuada de
P. brasiliensis
.
Os animais foram
desafiados 30, 45 e 60 dias com o fungo não irradiado. Os controles foram infectados com o
P.
brasiliensis
não irradiado. Todos os animais foram sacrificados 30 dias após cada desafio. G4A =
camundongos imunizados e desafiados 30 dias após a imunização. G4B = camundongos imunizados e
desafiados 45 dias após a imunização. G4C = camundongos imunizados e desafiados 60 dias após
imunização. Experimento realizado com n=3.
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
Controle
G4A
G4B
G4C
Grupos
UFCs/g de tecidos
Pulmão
Baço
Fígado
RESULTADOS
83
GFICO 12: Recuperação de UFCs verificada após 90 dias nos óros dos camundongos
BALB/c imunizados duas vezes com a levedura radioatenuada do
P. brasiliensis
.
Os animais
foram desafiados 30, 45 e 60 dias com o fungo não irradiado. Os controles foram infectados com o
P.
brasiliensis
não irradiado. Todos os animais foram sacrificados 90 dias após o desafio. G4A =
camundongos imunizados e desafiados 30 dias após a imunização. G4B = camundongos imunizados e
desafiados 45 dias após a imunização. G4C = camundongos imunizados e desafiados 60 dias após
imunização. Experimento realizado com n=3.
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
Controle
G4A
G4B
G4C
Grupos
UFCs /g de tecidos
Pulmão
Baço
Fígado
RESULTADOS
84
TABELA 4: Proteção obtida pelas imunizões com as leveduras radioatenuadas
de P. brasiliensis.
IMUNIZÕES
SUBGRUPOS
30 DIAS
(%)
90 DIAS
(%)
1 IMUNIZAÇÃO
G3A
G3B
G3C
64,7
100
100
73
99
76,3
Média*
88,2 82,7
2 IMUNIZÕES
G4A
G4B
G4C
100
92
51,3
98,6
100
100
Média*
81,1 99,%
*Valor médio considerando-se os três subgrupos
G3A = Camundongos imunizados uma vez e desafiados 30 dias as a imunização; G3B =
Camundongos imunizados uma vez e desafiados 45 dias as a imunização; G3C = Camundongos
imunizados uma vez e desafiados 60 dias após a imunização; G4A = Camundongos imunizados
duas vezes e desafiados 30 dias após a imunização; G4B = Camundongos imunizados duas vezes e
desafiados 45 dias após a imunização; G4C= Camundongos imunizados duas vezes e desafiados 60
dias as a imunização.
RESULTADOS
85
V.2.2 – Análise histopatológica dos órgãos de camundongos imunizados
Nas figuras 5 e 6 temos os cortes histológicos representativos dos órgãos (pulmão,
bo e fígado) removidos dos animais imunizados uma única vez e desafiados com P.
brasiliensis não irradiado 30 (G3A) e 60 (G3C) dias as. Foi possível observar a presença
de granulomas nos pulmões dos animais imunizados (G3) e não imunizados (G1), porém a
quantidade, o tamanho e a intensidade diferiram entre eles (Tabelas 5).
O pulmão dos camundongos coletados 30 dias as as infões desafio dos
subgrupos G3A, G3B e G3C, apresentaram lesões multifocais discretas com formação de
granulomas grandes compactos e bem definidos, com poucas células fúngicas em seu
interior (Figuras 5A e 6A). No fígado foram observadas lesões granulomatosas discretas e
menores que as observadas nos animais não imunizados (Figuras 5E e 6E). Não foram
observadas alterações no baços destes animais (Figura 5C e 6C). Os dados do subgrupo
G3B não foram mostrados, pois apresentaram as mesmas alterões observadas nos demais
grupos.
As 90 dias de infecção, foi observado nos pulmões removidos dos animais do
subgrupo G3A um intenso infiltrado inflamatório bronquiopulmonar (Figura 5B). Nos
pulmões obtidos dos animais do grupo G3C houve produção multifocal intensa de
granulomas exsudativos do tipo frouxo em toda extensão analisada (Figura 6B). Os fígados
apresentaram lesões múltiplas pequenas e discretas com formação de granulomas do tipo
frouxo contendo poucas células fúngicas em seu interior (Figuras 5F e 6F). No baço dos
animais do subgrupo G3C, coletados 30 dias as o desafio, não foi observado lesões
granulomatosas ou infiltrados inflamatórios. Porém, 90 dias as a infeão desafio houve
presença de lesões intensas com formação de granulomas exsudativos do tipo frouxo
(Figura 6E). Não foram observadas alterões histopatológicas no bo dos demais animais
RESULTADOS
86
coletados 30 e 90 dias as o desafio dos subgrupos G3A e G3B (Figuras 5C e 6C). Nos
órgãos (pulmão, baço e fígado) dos animais do grupo G3B, analisados 90 dias as desafio,
não foram observadas alterões histopatológicas diferentes das descritas nos animais
analisados com 30 dias (dados não mostrados).
A Tabela 6 mostra o número de granulomas encontrados nos órgão dos
camundongos imunizados duas vezes, analisados 30 e 90 dias as as infeões desafio.
Não foram observadas reações granulomatosas ou infiltrados inflamatórios nos órgãos dos
animais dos subgrupos G4A (Figuras 7A, 7B e 7C) e G4B (dados não mostrados). Os
órgãos (pulmão e fígado) do subgrupo G4C, analisados 30 dias as o desafio,
apresentaram lesões mutifocais discretas com formação de granulomas grandes e
compactos contendo poucas células fúngicas em seu interior (Figuras 8A, 8C e 8E), porém
as 90 dias não foram observadas alterões histopatológicas em nenhum dos órgãos
(Figuras 8B, 8D e 8F).
RESULTADOS
87
TABELA 5: Número de granulomas encontrados, nos cortes histológicos dos órgãos
(pulmão, bo e fígado) de camundongos BALB/c imunizados uma única vez, 30 e 90 dias
as as infecções desafio com P. brasiliensis não irradiado (G1).
30 dias 90 dias
Órgão
G3A G3B G3C G3A G3B G3C
Pulmã
o
2,3±1,8
0
3,3±2,5 2±2
12,02±8,5
Incontáveis
Bo 0 0 0 0 0
Incontáveis
Fígado
1,6±1.2
1,6
2,6±1,05 5,3±3,21 4,24±3 42,5±24,7
G3A = Grupo dos camundongos imunizados e desafiados 30 dias as a imunização;
G3B = Grupo dos camundongos imunizados e desafiados 45 dias as a imunização;
G3C = Grupo dos camundongos imunizados e desafiados 60 dias as a imunização.
RESULTADOS
88
TABELA 6: Número de granulomas encontrados, nos cortes histológicos dos tecidos
(pulmão, bo e fígado) de camundongos BALB/c imunizados duas vezes, 30 e 90 dias
as cada infecção desafio com P. brasiliensis não irradiado.
30 dias 90 dias
Órgão
G4A G4B G4C G4A G4B G4C
Pulmã
o
0 0 0 0 0,5 0
Bo 0 0 0 0 0 0
Fígado 0 0 0 0 5 0
G4A = Grupo dos camundongos imunizados e desafiados 30 dias as a imunização;
G4B = Grupo dos camundongos imunizados e desafiados 45 dias as a imunização;
G4C = Grupo dos camundongos imunizados e desafiados 60 dias as a imunização.
RESULTADOS
89
30 DIAS 90 DIAS
A B
PULMÃO
C D
BO
E F
FÍGADO
FIGURA 5: Histopatologia representativa dos órgãos (pulmão, baço e fígado)
dos
camundongos BALB/c, imunizados uma única vez (subgrupo G3A), removidos 30 e 90 dias
após infecção desafio.
Os órgãos dos animais imunizados e desafiados 30 dias (G3A) as a
imunização foram analisados por histologia. Em A= Pulmão mostrando granuloma compacto
grande com muitas células fúngicas em seu interior (HE; aumento 200X); B= Pulmão com intenso
infiltrado inflamatório (HE; aumento 100X); C= Bo sem nenhuma alteração (HE; aumento 50X);
D= Bo com infiltrado inflamatório intenso (HE; aumento 100X); E= Fígado mostrando
granuloma pequeno com poucas lulas fúngicas (HE; aumento 200X);.F= Fígado com granuloma
frouxo pequeno contendo poucas células fúngicas (HE; aumento 100X).
RESULTADOS
90
30 DIAS 90 DIAS
A B
PULMÃO
C D
BO
E F
FÍGADO
FIGURA 6: Histopatologia representativa dos órgãos (pulmão, baço e fígado) dos
camundongos BALB/c, imunizados uma única vez (subgrupo G3C), removidos 30 e 90 dias
após infecção desafio.
Os órgãos dos animais imunizados e desafiados 60 dias (G3C) as a
imunização foram analisados por histologia.
.
Em A = Pulmão mostrando granuloma grande
compacto com poucas células fúngicas em seu interior (HE; aumento 200X); B = Pulmão com
granulomas exsudativos do tipo frouxo (HE; aumento 50X); C = Baço sem nenhuma alteração (HE;
aumento 50X); D = Baço com lesões multifocais intensas e formação de granulomas exsudativos do
tipo frouxo (HE; aumento 50X); E = Fígado mostrando granuloma pequeno compacto com poucas
lulas fúngicas (HE; aumento 200X); F = Fígado com lesões multifocais pequenas e discretas com
granulomas do tipo frouxo (HE; aumento 100X).
RESULTADOS
91
A
PULMÃO
B
BO
C
FÍGADO
FIGURA 7: Histopatologia representativa dos órgãos (pulmão, baço e fígado) dos
camundongos BALB/c imunizados duas vezes (subgrupo G4A), removidos após as infeões
desafio com
P. brasiliensis
não irradiado.
Não foram observadas alterações histopatológicas nos
órgãos analisados 30 e 90 dias as as infecções desafio. Em A = Pulmão sem alterações (HE;
aumento 100X); B = Baço sem alterões (HE; aumento 100X); C = Fígado (HE; aumento 100X).
RESULTADOS
92
30 DIAS 90 DIAS
A B
PULMÃO
C D
BO
E F
FÍGADO
FIGURA 8: Histopatologia representativa dos órgãos (pulmão, baço e fígado) dos
camundongos BALB/c imunizados duas vezes (subgrupo G4C) removidos 30 e 90 dias após o
desafio.
Em A = Pulmão mostrando granulomas grandes e compactos contendo poucas células
fúngicas (HE; aumento 200X); B = Pulmão sem alterações (HE; aumento 100X); C = Bo sem
alterações (HE; aumento 100X); D = Bo sem alterações (HE; aumento 100X); F = Fígado
mostrando granulomas grandes e compactos (HE; aumento 100X); G = Fígado sem alterações (HE;
aumento 100X)
RESULTADOS
93
V.2.3 - Produção de IgG antiMexo nos soros dos camundongos BALB/c imunizados e
desafiados
Os camundongos imunizados, uma ou duas vezes, com a levedura radioatenuada
foram submetidos a infecção desafio com P. brasiliensis não irradiado 30, 45 e 60 dias
as a imunização. Os soros obtidos, semanalmente, as cada desafio foram utilizados em
ensaios de ELISA. Soros de animais não infectados foram utilizados como controle.
Os resultados demonstrados no gráfico 13 mostram a produção elevada, ao longo de
toda infecção, de anticorpos IgG anti-Mexo nos soros dos animais imunizados uma vez e
desafiados 30, 45 e 60 dias as. Esse aumento foi significativo em relação ao controle
negativo (p<0,001, p<0,001 e p<0,05, respectivamente). A resposta observada nos soros
dos animais imunizados duas vezes, G4B e G4C, também apresentou – se
significativamente elevada em relação ao controle (gráfico 14) (p<0,05 e p<0,001,
respectivamente). Nas mesmas condições a imunoglobulina IgG presente nos soros dos
animais imune não reagiram como o Mexo.
RESULTADOS
94
GFICO 13: Perfil de IgG anti-Mexo nos soros dos camundongos BALB/c imunizados uma
única vez, com
P. brasiliensis
radioatenuado e desafiados 30, 45 e 60 dias após a imunização.
Os soros dos camundongos imunizados, coletado semanalmente as as infeões desafios, foram
testados por ELISA quanto a presença de IgG anti Mexo. Os resultados expressos em densidade
óptica a 490 nm demonstraram que a imunoglobulina IgG presente nos soros dos grupos G3A, G3B
e G3C reagiu com o Mexo, sendo esta reatividade significativa em relação ao controle negativo
(p<0,001, p<0,001 e p<0,05, respectivamente). Nas mesmas condições a imunoglobulina IgG nos
soros dos animais imune não reagiu com o antígeno Mexo. G3A = Soros dos camundongos
imunizados e desafiados 30 dias após a imunização; G3B = Soros dos camundongos imunizados e
desafiados 45 dias após a imunização; G3C = Soros dos camundongos imunizados e desafiados 60
dias as a imunização; Imune = Soros dos camundongos imunizados; G5 - Controle negativo.
Experimento realizado com n=3.
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0
2
4
6
8
Semanas
Abs. 490nm
G3A
G3B
G3C
IMUNE
G5
RESULTADOS
95
GFICO 14: Perfil de IgG anti-Mexo nos soros dos camundongos BALB/c imunizados duas
vezes consecutivas com
P. brasiliensis
radioatenuado e desafiados 30, 45 e 60 dias após a
imunização.
Os soros dos camundongos imunizados, coletados semanalmente as as infecções
desafios, foram testados por ELISA quanto a presença de IgG anti Mexo. Os resultados expressos
em densidade óptica a 490 nm demonstraram que a imunoglobulina IgG presente nos soros dos
grupos G4A, G4B e G4C reagiu com o Mexo, sendo a reatividade dos grupos G4B e G4C
significativa em relação ao controle negativo (p<0,05 e p<0,001, respectivamente). Nas mesmas
condições a imunoglobulina IgG presente nos soros dos animais pré-imune e imune não reagiram.
G4A = Soros dos camundongos imunizados e desafiados 30 dias após a imunização; G4B = Soros
dos camundongos imunizados e desafiados 45 dias as a imunização; G4C = Soros dos
camundongos imunizados e desafiados 60 dias após a imunização; Imune = Soros dos
camundongos imunizados; Controle negativo = Soros dos camundongos que não sofreram qualquer
intervenção. G5 - Controle negativo. Experimento realizado com n=3.
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Semanas
Abs. 490nm
G4A
G4B
G4C
Imune
G5
RESULTADOS
96
V.2.4 - Perfil de imunoglobulinas IgG1 e IgG2a anti-Mexo nos soros de camundongos
imunizados
Os resultados observados no gráfico 15, relativo ao grupo imunizado uma vez (G3),
demonstra que há uma diferença no perfil da produção dos isotipos de IgG, indicando um
aumento significativo na produção de IgG1 em relação a IgG2a nos soros dos animais do
grupo G3A analisados 90 dias as a infecção desafio (p<0,001). O mesmo foi observado
nos soros dos animais do grupo G3B analisados 30 e 90 dias as o desafio (p<0,05).
Todavia, houve produção significativa de IgG2a em relação a IgG1, nos soros dos animais
do grupo G3C analisados 30 dias as o desafio (p<0,001).
A resposta para IgG1 e IgG2a nos soros dos animais analisados 30 e 90 dias as a
infecção foi significativa em relação ao controle em todos os grupos analisados (G3A as
30 dias p<0,05; G3A as 90dias p<0,001; G3B e G3C p<0,05).
RESULTADOS
97
GFICO 15: Perfil de IgG1 e IgG2a anti-Mexo nos soros dos camundongos BALB/c
imunizados uma única vez com
P. brasiliensis
radioatenuado e desafiados com fungo não
irradiado 30, 45 e 60 dias após a imunização.
Os soros dos camundongos, coletados 30 e 90 dias
as a infecção desafio, e do grupo controle negativo (0,0) foram testados em ensaio de ELISA na
presença do angeno Mexo. Os resultados foram expressos em densidade óptica a 490 nm. A
soros dos animais imunizados e desafiados 30 dias após. B soros dos animais imunizados e
desafiados 45 dias após. C soros dos animais imunizados e desafiados 60 dias as. Experimento
realizado com n=3.
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0,0
30,0
90,0
Dias
Abs. 490 nm
IgG1
IgG2a
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0,0
30,0
90,0
Dias
Abs. 490 nm
IgG1
IgG2a
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0,0
30,0
90,0
Dias
Abs. 490 nm
IgG1
IgG2a
A
B
C
RESULTADOS
98
O gráfico 16 mostra a diferença no perfil de IgG1 e IgG2a presentes nos soros
de camundongos imunizados duas vezes consecutivas, desafiados 30, 45 e 60 dias as
a segunda imunização. Os soros analisados foram coletados 30 e 90 dias as o
desafio. Soros de animais não infectados foram utilizados como controle.
Os resultados demonstraram uma maior produção de IgG1 em relação a IgG2a
nos soros dos animais do grupo G4C coletados 30 dias as a infecção desafio
(P<0,05). Nos soros dos demais grupos analisados 90 dias as o desafio houve uma
maior produção de IgG2a em relação a IgG1. A produção de IgG1 e IgG2a foi
significativa em relação ao controle em todos os pontos analisados (G4A - p<0,05;
G4B as 30 dias - p<0,05; G4B as 90 dias - p<0,05; G4C as 30 dias - p<0,001 e
G4C as 90 dias p<0,05)
RESULTADOS
99
GFICO 16: Perfil de IgG1 e IgG2a anti-Mexo nos soros dos camundongos BALB/c,
imunizados duas vezes com
P. brasiliensis
radioatenuado e desafiados com o fungo não
irradiado 30, 45 e 60 dias após a imunização.
Os soros dos camundongos, coletados 30 e 90 dias
as a infecção desafio, e do grupo controle não imunizado (0,0) foi testado em ensaio de ELISA na
presença do angeno Mexo. Os resultados foram expressos em densidade óptica a 490 nm. A
soros dos animais imunizados e desafiados 30 dias após. B soros dos animais imunizados e
desafiados 45 dias após. C soros dos animais imunizados e desafiados 60 dias as. Experimento
realizado com n=3.
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0,0
30,0
90,0
Dias
Abs. 490 nm
IgG1
IgG2a
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0,0
30,0
90,0
Dias
Abs. 490 nm
IgG1
IgG2a
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0,0
30,0
90,0
Dias
Abs. 490 nm
IgG1
IgG2a
A
C
B
RESULTADOS
100
V.2.5 – Dosagem de citocinas por PCR em tempo real em camundongos imunizados
duas vezes
Para verificar o perfil de citocinas produzidos em camundongos imunizados duas
vezes com a levedura radioatenuada de P. brasiliensis (G4) e, posteriormente desafiados
com o fungo não irradiado foram realizados ensaios de PCR em tempo real. Os
camundongos BALB/c infectados com o fungo não irradiado foram utilizados como o
controle positivo. As análises de citocinas não foram realizadas nos grupos dos animais
imunizados uma única vez (G3).
A expressão do RNA total de IFN - γ no pulmão dos animais imunizados com P.
brasiliensis radioatenuado apresentou-se significativamente aumentada 30 e 90 dias as as
infões desafio em todos os subgrupos (p<0,05) (gráfico 19).
Os níveis de TNF - α apresentaram-se significativamente aumentados em relação ao
controle positivo nos animais analisados 30 dias as as infões desafio realizadas 45 e 60
dias as a segunda imunização (p<0,05). Esses níveis foram baixos em animais desafiados
30 dias as a segunda imunização (G4A).Quando analisados 90 dias as as infões
desafio houve uma diminuição significativa da sua produção em todos os subgrupos
quando comparados aos animais não imunizados (p<0,05) (gráfico 20).
A produção da IL - 10 foi significativamente baixa em relação ao controle positivo para
todos os subgrupos 30 e 90 dias as o desafio (p<0,05) (gráfico 21).
Os níveis de IL - 5 se apresentaram elevados nos subgrupos G4B e G4C 30 dias as o
desafio. Porém, diminuíram fortemente quando analisados as 90 dias.
RESULTADOS
101
GFICO 17: Quantificação por PCR em tempo real de IFN -
γγ
no pulmão dos
camundongos BALB/c imunizados duas vezes.
Os resultados expressos em
Rn, mostram um
aumento significativo da produção de IFN -
γ
nos animais analisados 30 e 90 dias após a segunda
imunização em relação ao controle positivo (p
<
0,05). Os animais infectados com o fungo não
irradiado (G1) foram utilizados como controle positivo. G2 = camundongos inoculados com
P.
brasiliensis
radioatenuado. G4A = camundongos imunizados e desafiados 30 dias após a
imunização. G4B = camundongos imunizados e desafiados 45 dias após a imunização. G4C =
camundongos imunizados e desafiados 60 dias após imunização. Experimento realizado com n=3.
0
1
2
3
4
5
G1
G2
G4A
G4B
G4C
Rn
30 dias
90 dias
RESULTADOS
102
GFICO 18: Quantificação por PCR em tempo real de TNF - αα no pulmão dos
camundongos BALB/c imunizados duas vezes.
Os resultados expressos em
Rn, mostram um
aumento significativo, em relação ao controle positivo, da produção de TNF -
α
em animais
analisados 30 dias as as infeões desafios realizadas 45 e 60 dias após a segunda imunização
(p
<
0,05) e menor produção nos animais desafiados 30 dias depois. Em animais analisados 90 dias
as as infeões desafio houve uma diminuição significativa da sua produção quando comparados
ao controle positivo (p
<
0.05).Os animais infectados com o fungo não irradiado (G1) foram
utilizados como controle positivo. G2 = camundongos inoculados com
P. brasiliensis
radioatenuado
G4A = camundongos imunizados e desafiados 30 dias após a imunização. G4B = camundongos
imunizados e desafiados 45 dias após a imunização. G4C = camundongos imunizados e desafiados
60 dias após imunização. Experimento realizado com n=3.
1
10
100
1000
10000
100000
1000000
G1
G2
G4A
G4B
G4C
Rn
30 DIAS
90 DIAS
RESULTADOS
103
GFICO 19: Quantificação por PCR em tempo real de IL - 10 no pulmão dos camundongos
BALB/c imunizados duas vezes.
Os resultados expressos em
Rn, mostram uma diminuição
significativa da produção de IL - 10 em animais analisados 30 e 90 dias as a infecção com a
levedura radioatenuada em relação ao controle positivo (p
<
0,05). Os animais infectados com o
fungo não irradiado (G1) foram utilizados como controle positivo. G2 = camundongos inoculados
com
P. brasiliensis
radioatenuado G4A = camundongos imunizados e desafiados 30 dias as a
imunização. G4B = camundongos imunizados e desafiados 45 dias após a imunização. G4C =
camundongos imunizados e desafiados 60 dias após imunização. Experimento realizado com n=3.
0
10
20
30
40
50
60
70
G1
G2
G4A
G4B
G4C
Rn
30 DIAS
90 DIAS
RESULTADOS
104
GFICO 20: Quantificação por PCR em tempo real de IL 5 no pulmão dos camundongos
BALB/c imunizados duas vezes.
Os resultados foram expressos em
Rn. G1 = camundongos
inoculados com
P. brasiliensis
não irradiado, G2 = camundongos inoculados com
P. brasiliensis
radioatenuado G4A = camundongos imunizados e desafiados 30 dias após a imunização. G4B =
camundongos imunizados e desafiados 45 dias após a imunização. G4C = camundongos
imunizados e desafiados 60 dias após imunização. Experimento realizado com n=3.
0
0.01
0.02
0.03
0.04
G1
G2
G4A
G4B
G4C
Rn
30 DIAS
90 DIAS
DISCUSSÃO
105
VI DISCUSSÃO
DISCUSSÃO
106
Até o momento não existem vacinas profiláticas ou terapêuticas eficazes contra a PCM
ou contra outras micoses de importância médica. Na PCM, bem como em outras micoses
profundas, o principal mecanismo de defesa do hospedeiro contra o fungo patogênico é a
resposta imune mediada por células (Silva et al., 1981; Singer-Vermes et al., 1993).
Em relação ao P. brasiliensis, existem poucas publicações descrevendo a importância
dos angenos do fungo na modulação da resposta imune. O principal componente
antigênico de P. brasiliensis, uma glicoproteína de 43 kDa (gp43), apresentou eficácia
como angeno protetor. Indivíduos saudáveis, sensíveis ao fungo, quando imunizados com
a gp43, produziram níveis substanciais de IFN-γ, IL-2 e IL-10, refletindo em um bom
equilíbrio na secreção de citocinas com conseqüente estabelecimento de uma resposta
imune efetiva. Ao contrário, os pacientes com PCM produziram baixos níveis de IL-2, IFN-
γ e TNF-α, porém quantidades substanciais de IL-10. Este desequilíbrio na produção de
citocinas parece comprometer a resposta imune do hospedeiro com a diminuição da
atividade microbicida e habilidade da apresentação do antígeno pelos macrófagos (Bava et
al., 1991; Deepe, 2004). Além disso, imunizões com um pepdeo de 15 aminoácidos
identificado na molécula gp43, induziu proteção vigorosa contra subsequente desafio
intratraqueal por leveduras virulentas de P. brasiliensis, com grande diminuição da carga
fúngica do pulmão e menor ou nenhuma disseminação para o bo e fígado, quando
comparado com os animais controle (Taborda et al., 1998; Taborda et al., 2004). Uma
vacina de DNA contra a paracoccidioidomicose em murinos, construída a partir do gene da
gp43, também foi protetora contra desafios intratraqueais com a levedura virulenta (Pinto et
al., 2000).
DISCUSSÃO
107
Em adição, antígenos solúveis de P. brasiliensis (PbAg) e as frões obtidas por
cromatografia de troca iônica de extrato de P. brasiliensis (F0, FII e FIII), apresentaram
variões na indução da resposta celular. Camundongos imunizados com a F0 e FII
desenvolveram PCM benigna crônica restrita ao pulmão, associada a baixas taxas de
mortalidade e presença de granulomas compactos com poucas lulas fúngicas. Os animais
imunizados com a F0 apresentaram significativa produção de IFN-γ e altos níveis dos
isotipos IgG2a e IgG3. As imunizões com FII induziram produção significativa de IFN-γ
e IL-10 associada aos altos níveis de IgG1 e IgG2a. Tanto F0 quanto a FII promoveram
uma diminuição significativa das unidades formadoras de colônias (UFCs) recuperadas do
pulmão, as a infecção desafio, sem disseminação para o baço e o fígado. Por outro lado,
os camundongos imunizados com a FIII desenvolveram uma doença disseminada e
progressiva no baço e fígado resultando em alta produção de IgG1 e IgG2a, e baixa
produção de IgG2b e IgG3 as o desafio. Estes animais não foram capazes de controlar a
infecção desafio apresentando disseminação do fungo, altos níveis de anticorpos
específicos e lesões granulomatosas com alto número de células fúngicas viáveis. (Diniz et
al., 2004).
Como já salientado, muitas vacinas vivas bem sucedidas foram obtidas a partir de
microrganismos atenuados pelo tratamento térmico, cultivo prolongado ou radiação
ionizante. Neste trabalho foi explorado, pela primeira vez, a utilização de leveduras do P.
brasiliensis atenuadas por radiação gama, com o intuito de avaliar a sua capacidade de
desencadear uma resposta imune protetora na PCM experimental.
Inicialmente, as amostras de Pb18 foram atenuadas por irradiação gama a uma dose
de 6,5 kGy. Esta dose foi definida a partir de estudos realizados em nosso laboratório, os
DISCUSSÃO
108
quais demonstraram que as leveduras radioatenuadas perderam a capacidade de se
reproduzir, provavelmente devido as duplas quebras provocadas pela radiação ionizante na
molécula de DNA (Frankenberg et al., 1981; Rhind et al., 1998).
Além disso, a perda da virulência, também averiguada em estudos preliminares,
parece ter sido irreversível, pois nenhuma colônia foi recuperada dos órgãos dos
camundongos infectados com P. brasiliensis radioatenuado. Contudo, vários cuidados
devem ser tomados durante o estudo de uma vacina constituída de microrganismo vivo.
Entre eles, destacam-se a preocupação com a estabilidade da perda da virulência e, no caso
de micoses profundas, a garantia da eliminação do microrganismo vivo atenuado pelo
hospedeiro, pois caso contrário podem se formar focos de reativação da doença (Deepe,
1997). Estes riscos podem limitar a utilização da vacina, caso estudos criteriosos de
virulência e proteção não forem realizados em modelos animais.
Sabendo – se disso, novos ensaios de virulência foram realizados com o propósito
de confirmar a perda da capacidade do P. brasiliensis de provocar infecção. Para isso,
camundongos machos susceveis BALB/c e camundongos imunodeprimidos NUDE-
NUDE foram inicialmente infectados pela via endovenosa com células fúngicas viáveis
radioatenuadas de um isolado altamente infeccioso (Pb18). O desenvolvimento da doença
nos animais infectados foi analisada 30 e 90 dias as a infecção.
Os resultados obtidos no ensaio de virulência confirmaram a perda da virulência do
fungo radioatenuado, uma vez que nenhuma colônia foi recuperada dos órgãos dos
camundongos BALB/c 30 e 90 dias as a infecção. Mesmo nos camundongos Nude-Nude
que são destituídos de timo e, portanto não apresentam imunidade dependente de célula T,
não houve recuperação de colônias as 30 dias. Este resultado foi consolidado através do
ensaio de histologia, onde não foram observadas alterações histopatológicas em nenhum
DISCUSSÃO
109
dos órgãos analisados dos camundongos infectados com a levedura radioatenuada. Além
disso, os resultados do teste de ELISA mostraram uma baixa reatividade de IgG nos soros
dos camundongos infectados com o P. brasiliensis radioatenuado frente ao antígeno Mexo,
comprovando a atenuação dessas leveduras. Estes resultados estão de acordo com os dados
já reportados na literatura, onde os altos títulos de anticorpos específicos contra os
componentes do fungo são geralmente correlacionados com a infecção progressiva e o
desenvolvimento da doença. Enquanto que os baixos níveis estão relacionados com um
quadro de infecção controlada (Franco et al., 1989).
Infecções experimentais obtidas pela inoculação de patógenos em animais de
laboratório tem sido amplamente desenvolvidas a fim de melhor entender a sua interação
com o hospedeiro. O modelo murino em PCM, descrito por Calich e colaboradores (1998),
destacou diferenças quanto ao padrão de susceptibilidade em diferentes espécies de
camundongos isogênicos. Além disso, dependendo da dose inoculada, da via de inoculação,
da virulência da amostra utilizada ou ainda de alterações individuais, podem ocorrer
variões comportamentais em uma mesma espécie animal (Lacaz, 1949; Brito & Fava
Netto, 1963).
Mackinnom (1959), em estudos utilizando camundongos inoculados por 7 vias
diferentes (broncoalveolar, endovenosa, peritoneal, intramuscular, lingual, subcutânea, e
intestinal), demonstrou que houve infecção e estabelecimento de doença em todos os
animais inoculados por via broncopulmonar (instilação nasal) e via endovenosa. Em adição,
Linares & Friedman (1972), analisando diferentes amostras de P. brasiliensis
demonstraram que elas eram mais virulentas por via endovenosa do que por via intranasal.
Apenas uma amostra foi mais virulenta por inoculação intranasal. Portanto neste trabalhos
DISCUSSÃO
110
optamos pela via endovenosa por ser mais prática do ponto vista experimental e altamente
infecciosa.
O angeno extracelular e de membrana (Mexo) utilizado neste trabalho pode ser
utilizado alternativamente nos métodos de diagsticos de imunocromatografia em PCM
devido a sua alta imunogenicidade (Reis et al., 2005). Esta tem se mostrado maior que a do
PbAg (angeno somático), provavelmente devido ao contato primário do hospedeiro com
as proteínas secretadas do fungo.
A dosagem de citocinas realizadas por PCR em tempo real em animais infectados
com P. brasiliensis não irradiado (G1) e radioatenuado (G2), foram coerentes com os
resultados obtidos nos ensaios de virulência. Os testes revelaram uma produção
significativa em relação ao controle positivo de citocinas pró-inflamatórias como IFN-γ e
TNF-α, e baixos níveis de IL-10 nos camundongos BALB/c analisados 30 e 90 dias as a
infecção com as leveduras radioatenuadas. Porém, a citocina IL-5 apresentou um resultado
paradoxal apresentando-se elevada as 90 dias.
Como já documentado, o IFN-γ exerce um papel relevante na resistência do
hospedeiro a infecção pelo P. brasiliensis devido a sua capacidade de ativar macrófagos a
eliminar o fungo, favorecendo com isso a não disseminação e progressão da doença (Cano
et al., 1998). A depleção de IFN-γ em camundongos susceveis ou resistentes usando
anticorpos monoclonais anti - IFN-γ exacerbou a infecção pulmonar, com disseminação
precoce do fungo para outros tecidos (Cano et al., 1998). Além disso, o IFN-γ estimula
macrófagos a secretarem TNF-α. Os altos níveis destas duas citocinas agem sinergicamente
na ativação da resposta imune (Mamoni et al., 2005) através da formação do granuloma e
produção de óxido nítrico (Gonzalez et al., 2000).
DISCUSSÃO
111
Os altos níveis de IFN-γ e TNF-α, observados em resposta a infecção com a
levedura radioatenuada sugerem que uma vacina baseada nestas leveduras dispensaria a
utilização de adjuvantes, pois esta se mostrou capaz de ativar satisfatoriamente a imunidade
inata.
Os altos níveis de IL-10 observados em camundongos infectados com o fungo não
irradiado parecem estar favorecendo o estabelecimento da doença progressiva, uma vez que
não foi observado desenvolvimento de doença em camundongos que apresentaram níveis
baixos desta citocina. De fato a IL-10 inibe a ativação e as funções efetoras de células T,
monócitos e macrófagos, além de limitar e finalizar as respostas inflamatórias (Yssel et al.,
1992; Mamoni et al., 2005). Em adição, esta citocina esta relacionada com a estimulação da
proliferação e diferenciação de células B, aumentando a secreção de anticorpos (Powrie,
Bean & Moore, 1997).
Em resumo, as análises de citocinas dos grupos infectados indicam que um perfil de
resposta do tipo Th1, verificada a partir dos altos níveis de IFN-γ e TNF-α acompanhados
de uma baixa produção de IL-10, foi estimulada pela inoculação das leveduras
radioatenuadas. No grupo dos animais infectados com a levedura não irradiada um perfil
Th2 foi estabelecido com baixa produção de IFN-γ e TNF-α, e alta produção de IL-10.
Esses resultados estão de acordo com o que foi observado nos ensaios de recuperação de
UFCs e análise histológicas.
Comprovada a inabilidade de P brasiliensis atenuado de provocar infecção,
partimos para os ensaios de proteção. As leveduras radioatenuadas foram utilizadas com o
intuito de desencadear uma resposta imune protetora em camundongos susceveis à
infecção pelo P. brasiliensis.
DISCUSSÃO
112
Inicialmente, camundongos machos susceveis BALB/c foram imunizados pela via
endovenosa com lulas viáveis da levedura radioatenuada e, em seguida desafiados com o
fungo não irradiado 30, 45 e 60 dias as a imunização. Os animais foram analisados
quanto a capacidade de desenvolver a doença 30 e 90 dias as as infeões desafio. Esses
camundongos, conforme descrito por Benard e colaboradores (2001), são susceveis à
infecção pelo P. brasiliensis, apresentando alta produção de IL-10 e um perfil de resposta
imune preferencial do tipo Th2. Apresentam a formação de numerosos granulomas
disseminados, pobremente organizados, ricos em fungos, caracterizando uma doença
progressiva e letal (Calich, 1998).
O granuloma causado pelo P. brasiliensis está intimamente relacionado com a
resposta imune do hospedeiro. Assim, ele representa uma resposta tecidual imune-
específica contra antígenos do P. brasiliensis, visando destruí-lo, bloqueá-lo, circunscrevê-
lo, impedindo sua multiplicação e disseminação no organismo. Esta resposta tecidual
granulomatosa seria predominantemente ligada à imunidade celular, podendo então ser
conceitualmente classificada como uma reação de hipersensibilidade do tipo V ou
granulomatosa (Adams, 1976).
As alterações morfológicas da PCM seguem os padrões observados nas micoses
profundas e, em geral não diferem essencialmente daquelas observadas em infecções por
outro tipo de microrganismo. O único achado do quadro histológico que distingue a
infecção pelo P. brasiliensis de outras condições inflamatórias crônicas granulomatosas, é o
encontro de células fúngicas nas lesões (Lacaz & Ramos, 1956).
Os resultados obtidos nos ensaios de proteção demonstraram que as leveduras
radioatenuadas foram capazes de proteger os animais contra a infecção por amostras de P.
brasiliensis altamente infecciosas, pois a recuperação de unidades formadoras de colônias
DISCUSSÃO
113
nos órgãos analisados foi significativamente menor em relação ao controle positivo. Apesar
disso, observamos que uma única dose de imunização não foi suficiente para eliminar os
focos resistentes do fungo, resultando no desenvolvimento tardio da PCM. Um notável
aumento da proteção foi obtido em camundongos imunizados duas vezes consecutivas,
analisados 90 dias as o contato com o agente infeccioso. A proteção estabelecida foi de
99,5%. Como não foram observadas diferenças significativas quanto a recuperação de
colônias nos animais imunizados duas vezes, consideramos todos os subgrupos como um
único grupo e calculamos a proteção baseada na média geral. Este resultado foi confirmado
em ensaios histopatológicos, os quais mostraram a presença de tecidos sadios sem a
formação de lesões granulomatosas e presença de células fúngicas, caracterizando um
quadro de infecção controlada provavelmente devido a participação efetiva da imunidade
celular.
Este alto nível de proteção verificado as um período prolongado de exposição ao
fungo não irradiado é um aspecto relevante na proteção contra a PCM devido a capacidade
de P. brasiliensis de iniciar uma infecção as um longo período de dormência. Como
abordado por Brummer e colaboradores (1993), é comum pacientes desenvolverem a
doença mais de uma década depois de abandonar uma região endêmica.
A resposta humoral desencadeada pela imunização com a levedura radioatenuada
em camundongos BALB/c foi analisada em ensaio de ELISA, utilizando o conjugado para
IgG total. Os soros dos camundongos coletados semanalmente as as infecções desafio
reconheceram de forma significativa o angeno Mexo. Este resultado demonstra que apesar
da imunidade celular ser considerada o principal mecanismo de defesa envolvido na
paracoccidioidomicose, a produção de certos isotipos do anticorpo IgG, tal como IgG2a
(Calich, 1998), exercem um importante papel no estabelecimento da proteção. São potentes
DISCUSSÃO
114
agentes opsonizadores que em conjunto com o sistema complemento promovem a
destruição e eliminação das lulas fúngicas (Restrepo & Moreno, 1993).
As observado a produção dos altos níveis de IgG anti-Mexo nos soros dos
camundongos imunizados e, posteriormente desafiados, iniciamos novos ensaios de
ELISA, afim de verificar se havia diferenças quanto ao perfil de anticorpos dos isotipos de
IgG (IgG1 e IgG2a) e a sua correlação com o estabelecimento do quadro de proteção
observado em nossos experimentos.
Os resultados obtidos em relação a produção dos isotipos de IgG frente o antígeno
Mexo, revelaram que os camundongos submetidos à uma única imunização produziram
preferencialmente IgG1 em relação a IgG2a, provavelmente devido a ação de citocinas
picas das respostas linfocitárias Th2.
Nos animais submetidos a duas imunizões a produção de IgG2a e IgG1 foi
semelhantes no soro dos camundongos analisados 30 dias as os desafios. Porém, quando
analisados 90 dias as a segunda imunização houve aparentemente uma maior resposta
para IgG2a, característica do estabelecimento do perfil Th1. Interessantemente, este
resultado esta de acordo com o quadro de proteção verificado 90 dias as o desafio em
camundongos imunizados duas vezes.
A resposta celular envolvida no quadro de proteção estabelecido em camundongos
imunizados duas vezes consecutivas, principalmente as 90 dias das infeões desafio foi
analisada através da dosagem de citocinas por PCR em tempo real.
As citocinas possuem um importante papel na regulação da resposta imune e na
mudança de isotipos das imunoglobulinas (Snapper et al., 1997). Na PCM experimental, o
perfil Th1 está relacionado com a produção de citocinas IL-2 e IFN-γ, as quais estimulam a
DISCUSSÃO
115
resposta imune mediada por células, com a ativação de macrófagos e linfócitos T (Calich et
al., 1998; Cano et al, 1987 & Kashino et al., 2000). Além disso elas estão envolvidas na
mudança da subclasse de IgG, a qual favorecer a fixação de complemento e opsonização, e
consequentemente o controle da infecção e progressão da doença (Cano et al., 1995). Ao
contrário, o perfil Th2 favorece a produção preferencial de citocinas IL-4, IL-5 e IL-10 e o
desencadeamento de uma resposta humoral, não essencialmente protetora na PCM (Calich
et al., 1998; Cano et al, 1987; Kashino et al., 2000).
Este padrão polarizado descrito na PCM não foi observado entre camundongos
susceveis (B10.A) e resistentes (A/Sn). Os camundongos susceveis em resposta à
infecção secretaram inicialmente baixos níveis de citocinas como IFN-γ e TNF-α
associadas a produção de IL-5, IL-10 e TGF-β, seguida pela produção tardia de IL-4,
caracterizando o padrão de resposta Th2. Enquanto os animais resistentes apresentaram
secreção prematura de altos níveis de TNF-α e IFN-γ, caracterizando um padrão Th1
(Calich, 1998).
Os nossos resultados revelaram a produção de altos níveis de IFN-γ nos animais
analisados 30 e 90 dias as as infeções desafios. Estes dados sugerem que o efeito protetor
conferido pelas leveduras radioatenuadas pode ser atribuído a alta produção desta citocina
em animais imunizados, provavelmente devido a seu importante papel na ativação de
macrófagos como já salientado anteriormente nesta discussão. Ao mesmo tempo, os baixos
níveis de IL-10 associados aos altos níveis de IFN-γ intensificaram a atividade fungicida e a
apresentação de antígenos pelos macrófagos.
A produção de TNF-α foi elevada em camundongos imunizados, analisados 30 dias
as as infecções desafio. Estes níveis se mantiveram as 90 dias, apesar de terem sido
DISCUSSÃO
116
inferiores quando comparados com o controle positivo e no grupo dos camundongos apenas
imunizados (G2).
Nos grupos dos camundongos imunizados a produção de IL-5 apresentou- se
aumentada em relação ao controle no início da infecção (30 dias), porém houve uma
diminuição acentuada de seu níveis as 90 dias, se igualando ao patamar encontrado no
controle positivo (G1).
Em síntese, os resultados de citocina analisados nos grupos dos animais imunizados
duas vezes consecutivas, sugerem que as 30 dias do desafio não houve um
estabelecimento de resposta imune polarizada, visto a produção concomitante de citocinas
do tipo Th1 e Th2. As 90 dias, uma resposta do tipo Th1 parece ter se definindo com o
predonio da produção de IFN-γ e TNF-α e baixos níveis de IL-10 e IL-5. Os resultados
das análises de IgG1 e IgG2a, recuperação de UFCs e histológica, comentados
anteriormente, são coerentes e reforçam esta conclusão.
Concluíndo, os resultados apresentados nesta dissertação demonstraram a
capacidade das leveduras radioatenuadas de induzir uma resposta imune protetora, abrindo
com isso, um leque de perspectivas na busca de novas alternativas profiláticas e
terapêuticas contra a PCM.
As leveduras radioatenuadas são também uma poderosa ferramenta experimental
para o estudos da imunidade protetora e vem somar-se aos esforços para aumentar os
conhecimentos sobre os mecanismos imunopatogênicos emvolvidos nesta enfermidade.
CONCLUSÕES
117
VII CONCLUSÕES
CONCLUSÕES
118
As leveduras radioatenuadas de P. brasiliensis perderam sua capacidade de provocar
infecção, tendo assim sua virulência atenuada.
Os resultados sugerem que a infecção dos animais com o fungo não irradiado provocou
uma supressão da resposta celular (Th1).
Os resultados indicam que as leveduras radioatenuadas foram capazes de desencadear
uma resposta imune celular e uma conseqüente supressão da resposta humoral.
As leveduras radioatenuadas de P. brasiliensis foram capazes de induzir proteção em
camundongos BALB/c desafiados 30, 45 e 60 dias as a imunização.
Não foram verificadas variões significativas quanto ao efeito protetor variando-se o
tempo para o desafio as as imunizões.
A utilização de uma única imunização, embora tenha apresentado um significativo
efeito protetor, não foi capaz de conter o desenvolvimento tardio da infecção.
Um notável efeito protetor foi verificado no grupo submetido a duas imunizões,
quando analisado 90 dias as as infeões desafio.
A imunoglobulina IgG presente nos soros dos camundongos imunizados com as
leveduras radioatenuadas e, posteriormente desafiados foi capaz de reconhecer o
angeno Mexo em todos os subgrupos analisados. Sugerindo a participação da resposta
humoral no estabelecimento da proteção em PCM experimental.
No grupo dos animais imunizados duas vezes, analisados 30 dias as as infecções
desafio, não foi identificada uma resposta polarizada, ocorrendo a produção de citocinas
CONCLUSÕES
119
relacionadas às respostas Th1 e Th2 e a produção predominante do isotipo IgG1 em
relação ao IgG2a.
As 90 dias, em paralelo ao quadro de proteção observado, ocorreu uma maior
produção do isotipo IgG2 em relação a IgG1, e um predonio da produção das
citocinas IFN-γ e TNF-α, configurando-se o estabelecimento de uma resposta Th1.
PERSPECTIVAS
120
VIII PERSPECTIVAS
PERSPECTIVAS
121
Os resultados satisfatórios obtidos neste trabalho abrem perspectivas para aprofundar
nossos estudos na busca de um vacina em modelos animais. Muitos parâmetros podem ser
estudados para melhorar a eficácia da vacina. As seguintes abordagens são sugeridas:
Tendo em vista o aumento na proteção verificado em camundongos imunizados
duas vezes em relação aos imunizados uma única vez, um mero maior de
imunizões deverá ser avaliado.
Sabendo-se que as respostas podem variar em função da via de imunização,
diferentes vias também serão testadas.
Será avaliado também a influência da utilização de adjuvantes no efeito protetor.
O efeito terapêutico da vacina e a sua associação com drogas anti fúngicas será
analisado.
.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
122
IX REFERÊNCIAS BIBLIOGFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
123
ABO-SHEHAD, M. N., AL. ZUBAIDY, B. A. & HERBERT, I. V. Acquired immunity to
Toxocara canis infection in mice. Vet. Parasitol., v.38, p. 289- 298, 1991.
ADAMS, D.O. The granulomatous inflammatory response. Amer. J. Path., v.84, p. 164-
191, 1076.
AGYEI-FREMPONG, M & CATTY, D. The measurement of antigens released by
radiation-attenuated Trichinella spiralis larvae. Parasite Immunol., v.5, p.289-303, 1983.
AJELLO, L. & POLONELLI, L. Imported paracoccidioidomycosis: a public health problem
in non-endemic areas. Europ. J. Epidem., v. 1, p.160-165, 1985.
ALMEIDA, F. O. Estudos comparativos do granuloma coccidióidico nos Estados Unidos do
Brasil – novo gênero para o parasita brasileiro. An. Fac. Méd. Univ. de São Paulo, v.5, p.
125-134, 1930.
ANDRADE, T. C. B. et al. BCG Moreau Rio de Janeiro: An oral vaccine against
tuberculosis: review. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, v.100, p. 459-465, 2005.
ARRUDA, C. et al. Dual role of interleukin-4 (IL4) in pulmonary paracoccidioidomycosis:
endogenous IL4 can induce protection or exacerbation of disease depending on the host
genetic pattern. Infection and Immunity, v. 72, p. 3932-3940, 2004.
BAGAGLI, E. et al. Isolation of Paracoccidioides brasiliensis from armadillos (Dasypus
noveminctus) captured in an endemic area of paracoccidioidomycosis. Am. J. Trop. Med.
Hyg., v. 58, p. 505-512, 1998.
BAIDA, H. et al. Differential antibody isotype expression to the major Paracoccidioides
brasiliensis antigen in juvenile and adult form paracoccidioidomycosis. Microbes Infect., v.
1, p. 273-278, 1999.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
124
BARBOSA, M. S. et al. Glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase of Paracoccidioide
brasiliensis is a cell surface protein involved in fungal adhesion to extracellular matrix
proteins and interaction with cells. Infection and Immunity, v. 74, p. 382-389, 2005.
BAVA, A. J. et al. Lymphocyte subpopulations and cytokine production in
paracoccidioidomycoses patients. Microbiol. Immunol., v. 35, p. 167-174, 1991.
BAZAN, C. et al. Fungal infections of the brain. Neuroimanging Clin. North Am., v.1, p.
57-67, 1991.
BENARD, G. et al. Imbalance of IL-2, IFN-gamma and IL-10 secretion in the
immunosupression associated with human paracoccidioidomycosis. Cytokine, v.13, p. 248-
252, 2001.
BOGLIOLO, L. Patologia. 2
.
ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1976. 1097 p.
BONETTI, F. C. et al. Aspectos morfológicos da Leishamania amazonesis submetida à ação
da radiação ionizante. In: International nuclear atlantic conference; brazilian national
meeting on nuclear applications, 6, Rio de Janeiro, 2002. Proceedings. Rio de Janeiro:
ABEN, 2002. p.3080-3086. (CD-ROM).
BRADFORD, M. A. rapid and sensitive method for the quantification of microgram
quantities of protein utilizing the principles of protein-dye binding. Anal. Biochem., v. 72,
p. 248-254, 1976.
BRITO, T. & FAVA NETTO, C. Disseminated experimental South American blastomycosis
of the guinea pig: a pathologic and immunologic study. Path. et Microbiol., v. 26, p. 29-43,
1963.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
125
BRUMMER, E. et al. Virulence of Paracoccidioides brasiliensis: The influence of in vitro
passage and storage. Mycopathologia, v. 109, p. 13-17, 1990.
BRUMMER, E., CASTEDA, E., RESTREPO, A. - Paracoccidioidomycosis: an update.
Clin. Microbiol. Rev., v.6, p. 89-117, 1993.
BURGUER, E., SINGER-VERMES, L. M. & CALICH, V. L. G. Role of C5 in
experimental murine paracoccidioidomycosis. J. Infect. Dis., v. 152, p. 425, 1985.
BURGER, E. et al. Paracoccidioides brasiliensis infection in nude mice: studies with
isolates differing in virulence and definition of their T-dependent and T-independent
components. Amer J. Trop. Med. Hyg., v. 55, p. 391-398, 1996.
BUSTAMANTE-SIMON, B. et al. Characteristics of the conidia produced by the mycelial
form of Paracoccidioides brasiliensis. J. Med.Vet. Mycol., v. 23, p. 407-414, 1985.
CALICH, V. L. G., VAZ, C. A. C. & BURGER, E. PMN chemotatic factor produced by
glass-adherent cells in acute inflamation caused by Paracoccidioides brasiliensis. Brit. J.
Exp. Path., v. 66, p. 57-60, 1985.
CALICH, V. L. G. et al. Susceptibility and resistance of inbred mice to Paracoccidioides
brasiliensis. Br. J. Exp. Pathol., v. 66, p. 585-594, 1985.
CALICH, V. L. G. & KASHINO, S. S. Cytokines produced by susceptible and resistence
mice in the course of Paracoccidioides brasiliensis infection. J. Med. Biol. Res., v. 31, p.
615-623, 1998.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
126
CALICH, V. L., VAZ, C. A. & BURGER, E. Immunity to Paracoccidioides brasiliensis
infection. Res. Immunol., v. 149, p. 407-417, 1998.
CANO L. E. et al. An evaluation of the enzyme-linked immunoabsorbent assay (ELISA) for
quantitation of antibodies to Paracoccidioides brasiliensis. J. Med. Vet. Mycol., v. 24, p.
467-475, 1986. Erratum in: J. Med. Vet. Mycol., v. 25, p.127, 1987.
CANO, L. E. et al. Pulmonary paracoccidioidomycosis in resistant and susceptible mice:
relationship among progression of infection, bronchoalveolar cell activation, cellular
immune response and specific isotype patterns. Infect. Immun., v. 63, p. 1777-1783, 1995.
CANO, L. E. et al. Protective role of gamma interferon in experimental pulmonary
paracoccidioidomycosis. Infect. Immun., v. 66, p. 800-805, 1998.
CANO, L. E. et al. Depletion of CD8+ T cells in vivo impairs host defense of mice resistant
and susceptible to pulmonary paracoccidioidomycosis. Infect . Immun., v. 68, p.352-359,
2000.
CARMONA, A. K. et al. Characterization of an exocellular serine-thiol proteinase activity
in Paracoccidioides brasiliensis. Biochen J., v., 309, p. 209-214, 1995.
CASTEDA, E. et al. Chronic pulmonary and disseminated paracoccidioidomycosis in
mice: quantitation of progression and chronicity. J. Med. Vet. Mycol., v. 25, P. 377-387,
1987.
CHUSATTAYANOND, W. & DENHAM, D. A. Attempted vaccination of jirds (Meriones
unguiculatus) against Brugia pahangi with radiation attenuated infective larvae. J.
Helminthol., v.60, p.149-155, 1986.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
127
CLYDE, D. F. Immunity to falciparum and vivax malaria induced by irradiated sporozoites:
a review of the University of Maryland studies. Bull WHO, v. 68, p. 9-12, 1990.
COLE, G. T. et al. A vaccine against coccidiodomycosis is justified and attainable. Medical
Mycology., v.42, p.189-216, 2004.
COULSON, S. P. The radiation-attenuated vaccine against Schistosomes in animal models:
paradigm for a human vaccine. Advances in Parasitology, v.39, p. 271-336, 1997.
COUTINHO, Z. F. et al. Paracoccidioidomycosis mortality in Brazil (1980-1995). Cad.
Saúde Pública, v.18, p.1441-1454, 2002.
DEAN, D. A. Schistosoma and related genera: acquired resistance in mice. Exp Parasitol.,
v. 1, p. 1–104, 1983.
DEEP Jr., G. S. Prospects for the development of fungal vaccines. clinical microbiology
reviews, v.10, p. 585-596, 1997.
DEEP Jr., G. S. Preventative and therapeutic vaccine for fungal infections: from concept to
implementation: review. Expert Rev. Vaccine, v. 3, p. 1-9, 2004.
DEL NEGRO, G. Tratamiento de paracoccidioidomicose. Rev. Assoc. Med. Bras., v. 20, p.
231-234, 1974.
DEMICHELI, M. C., REIS, B. S., ES, A. M. & ANDRADE, A. S. R. Paracoccidioides
brasiliensis: attenuation of cells by gamma irradiation. Mycoses, v. 49, p.184-189, 2006.
DEMICHELI, M. C., ES, A. M. & ANDRADE, A. S. R. Ultrastructural changes in
Paracoccidioides brasiliensis yeast cells attenuated by gamma irradiation. Disponível em
http://www.blackwell-synergy.com. Acesso em 06/06/2007.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
128
DIAS, M. F., FILGUEIRA, A. L. & SOUZA, W. A morphological and cytochemical study
of the interaction between Paracoccidioides brasiliensis and neutrophils. Microsc.
Microanal., v. 10, p. 215-223, 2005.
DINIZ, S. N. et al. In vitro granuloma formation, NO production and cytokines profile from
human mononuclear cells by fractionated antigens of Paracoccidioides brasiliensis. Hum.
Immunol., v. 62, p. 799-808, 2001.
DINIZ, S. N. et al. Protective immunity induced in mice by F0 and FII antigens purified
from Paracoccidioides brasiliensis. Vaccine, v. 22, p. 485-492, 2004.
DUQUESNE, V. et al. Identification of T cell epitopes within a 23-kDa antigen (P24) of
Toxoplasma gondii. Clin. Exp. Immunol., v. 84, p 527–534, 1991.
FARIAS, M. R. et al. Canine paracoccidioidomycosis: case report of generalized
lymphadenitis. Ver. do Inst. de Med. Trop. de S. Paulo, v. 47, p. 64-64, 2005.
FAVA NETTO, C. et al. Angeno polissacarídeo do Paracoccidioides brasiliensis. Estudo
do tempo de cultivo do Paracoccidioides brasiliensis, necessário ao preparo do angeno.
Rev. Inst Med Trop.,v.11 , p.177–181, 1969.
FAVA NETTO, C., GUERRA, M. A. G. & COSTA, E. O. Contribuição ao estudo
imunológico da paracoccidioidomicose. Reações intradérmicas com dois angenos
homólogos e dois heterólogos. Rev. Inst. Med. Trop. S. Paulo, v. 18, p. 186-190, 1976.
FIGUEIREDO, F., ALVES, L. M., C & SILVA, C. L., Tumor necrosis factor production in
vivo and in vitro in response to Paracoccidioides brasiliensis and the wall fractions thereof.
Clin. Exp. Immunol., v. 93, p. 189-194, 1993.
FRANCO, M. Host-parasite relationships in parcoccidioidomycosis. Journal of Medical
and Veterinary Mycology, v. 25, p. 5-18, 1986.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
129
FRANCO, M., MENDES, R. P. & MOSCADI-BACCHI, M. Paracoccidioidomycosis.
Baillières Clin. Trop. Med. Comm. Dis., v. 4, p.185-220, 1989.
FRANKENBERG, D. et al. Evidence for DNA double-strand breaks as the critical lesions in
yeast cells irradiated with sparsely or densely ionizing radiation under oxic or anoxic
conditions. Radiat. Res., v.88, p. 524-532, 1981.
GIULIETTI, A. et al. An overview of Real-Time quantitative PCR: Applications to quantify
cytokine gene expression. Methods, v. 25, p. 386-401, 2001.
GONZALEZ, A. et al. Nitric oxide participation in the fungicidal mechanism of gamma
interferon-activated murine macrophages. Infec. Immun., v. 68, p. 2546-2552, 2000.
GREER, D. L. & RESTREPO, A. La epidemiologia de la paracoccidioidomicosis. Bol. Of.
Sanit. Panam., v.83, p 428 – 445, 1977.
HEID, C. A. et al. Real time quantitative PCR. Genome Methods, v. 6, p. 986-994, 1996.
HERRINGTON, D. A. et al. Human studies with synthetic peptide sporozoite vaccine
(NANP)3 – TT and immunization with irradiated sporozoites. Bull WHO, v. 68, p. 33-37,
1990.
HIRAMOTO, R. M. et al., 2000 Gy sterilized Toxoplasma gondii tachyzoites maintain
metabolic functions and mammalian cell invasion, eliciting cellular immunity and cytokine
response similar to natural infection in mice. Vaccine, v. 20, p. 2072-81, 2002.
HOFFMAN, S. L. et al. Protection of humans against malaria by immunization with
radiation-attenuated Plamodium falciparum sporozoites. J. Infect. Dis., v. 18, p.1155-1164,
2002.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
130
HOGAN, L. H., KLEIN, B. S. & LEVITZ, S. M. Virulence factors of medically important
fungi. Clin. Microbiol. Rev., v. 9, p. 469-488, 1996.
KASHINO, S. S. et al. Resistance to Paracoccidioides brasiliensis infection is linked to a
preferential Th1 immune response, whereas susceptibility is associated with absence of IFN-
gamma production. J. Interferon Cytokine Res., v. 20, p. 89-97, 2000.
KERR, I. B., ARARIPE, J. R. & OLIVEIRA, P. C. Paracoccidioidomycosis: a sequencial
histopathologia study of lesions in experimentally infected rats. Rev. Inst. Med. Trop.
São Paulo, v. 30, p. 336-350, 1988.
LACAZ, C. S. et al. Blastomicose experimental. Hospital. v.36, p. 341-349, 1949.
LACAZ, C. S. Diagnosis and treatment of pulmonary mycoses. Rev. Paul. Med., v. 38, p.
389 - 400, 1951.
LACAZ, C. S. South American blastomycosis. An. Fac. Med., v.29, p. 7-120, 1956.
LACAZ, C. S. & RAMOS, H. Anatomia patológica das micoses. d. Cirurg. Farm.,
v.246, p. 443-484, 1956.
LACAZ, C. S. & SAMPAIO, S. A. P. Tratamento de Blastomicose Sul - americana com
anfotericina B: resultados preliminares. Ver. Paulista Med., v. 52, p. 443-450, 1958.
LACAZ, C. S. Evolução dos conhecimentos sobre a paracoccidioidomicose. Um pouco de
sua história. In: DEL NEGRO, G., LACAZ C. S. & FIORILLO A. M.,
Paracoccidioidomicose, São Paulo: Sarvier, 1982. p.1-9.
LACAZ, C. S. et al. Historical evolution of the knowledge on paracoccidioidomycosis and
its ethiology agent. Paracoccidioidomycosis. (eds). CRC, 1994a. p.1-11.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
131
LACAZ, C. S. et al. Paracoccidioides brasiliensis: morphology, evolutionary cicle,
maintenance during saprophytic life, biology, virulence, taxonomy. Paracoccidioidomycosis.
Boca Raton: CRC, 1994b. p. 13-22.
LAEMMLI, U. K. Cleavage of structural proteins during the assembly of the head of
bacteriophage T4. Nature, v. 224, p. 680-685, 1970.
LINARES, L. I. & FRIEDMAN, L. Experimental paracoccidioidomycosis in mice. Infect.
Immun., v. 5, p. 681-687, 1972.
LIVAK, K. J. & SCHMITTGEN, T. D. Analysis of relative gene expression data using
Real-Time quantitative PCR and the 2
-
∆∆
Ct
Methods. Methods, v. 25, p. 402-408, 2001.
LONDERO, A. T. & MELO, I. S. Paracoccidioidomicose ( Blastomicose Sul Americana.
Doença de Lutz Splendore Almeida). J. Bras. Med., v.55, p. 96 – 111, 1988.
LOOSE, D. S. et al. Estradiol binds to a receptor-like cytosol binding protein and initiates a
biological response in Paracoccidioides brasiliensis. Proc. Natl. Acad. Sci. U. S. A., v. 80,
p. 7659-7663, 1983.
LOWRY, O. H. et al. Protein measurement with the folin phenol reagent. J. Biol. Chem., v.
193, p.265-275, 1951.
LUNDE, M. M., OTTESEN, E. A. & CHEEVER, A. W. Serological differences between
acute and chronic schistosomiasis mansoni detected by enzyme-linked immunosorbent assay
(ELISA). Am. J. Trop. Med. Hyg., v. 28, p. 87-91,1979.
MACKINNOM, J. E. Pathogenesis of South American Blastomycosis. Trans. roy. Soc.
Trop. Med. Hgy., v.53, p. 487-494, 1959.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
132
MARQUES, S. A. Paracoccidioidomicose: Epidemiological, clinical and treatment update.
An Bras Dermatol., v. 78, p. 135-150, 2003.
MAMONI, R. L. & BLOTTA, M. H. S. L. Kinetics of cytokines and chemokines gene
expression distinguishes Paracoccidioides brasiliensis infection from disease. Cytokine,
v.7, p. 20-29, 2005.
MCEWEN, J. G. et al. Experimental murine paracoccidiodomycosis induced by the
inhalation of conidia. J. Med. Vet. Mycol., v. 25, p. 165-75, 1987.
MENDES, R. P et al. Treatment and control of cure. In FRANCO, M. et al.,
Paracoccidioidomycosis, eds, CRS PRESS, 1994, p. 373-92.
MENDES-GIANNINI, M. J. et al. Pathogenesis II: fungal responses to host responses:
interaction of host cells with fungi. Med. Mycol., v. 38, p. 113-123, 2000.
MOSCARDI-BACCHI, M., BRUMMER, E. & STEVENS, D. A. Support of
Paracoccidiodes brasiliensis multiplication by human monocytes or macrophages:
inhibition by activated phagocytes. J. Med. Microbiol., v. 40, p. 159-163, 1994.
PAPPAGIANIS, D. Evaluation of the protective efficacy of the killed Coccidioides immitis
spherule vaccine in humans. The Valley Fever Vaccine Study Group. Am. Rev. Respir Dis,
v. 148, p. 656-660, 1993.
PERAÇOLI, M. T. S. et al. Production of pro- and anti-inflammatory cytokines by
monocytes from patients with paracoccidioidomycosis. Microbes Infect., v. 5, p. 413-418,
2003.
PINA, A. et al. Absence of interleukin-4 determines less severe pulmonary
paracoccidioidomycosis associated with impaired Th2 response. Infection and Immunity,
v. 72, p. 2369-2378, 2004.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
133
PINTO, A. R. et al. DNA-based vaccination against murine paracoccidioidomycosis using
the gp43 gene from Paracoccidioides brasiliensis. Vaccine, v. 18, p. 3050-8, 2000.
POPI, A. F., LOPES, J. D. & MARIANO, M. Gp43 from Paracoccidioides brasiliensis
inhibits macrophage functions. An evasion mechanism of the fungus. Cell. Immunol., v.
218, p. 87-94, 2002.
POWRIE, F., BEAN, A. & MOORE, K. W. Interleukin-10. In: REMICK, D. G. &
FRIEDLAND, J. S., Cytokines in health and disease, Second edition, 1997, p. 143-150.
PUCCIA, R. et al. Exocellular components of Paracoccidioides brasiliensis identification of
a specific antigen. Infect. Immunology, v. 53, p. 199-206, 1986.
PUCCIA, R. et al. Exocellular proteolytic activity of Paracoccidioides brasiliensis:
cleavage of components associated with the basement membrane. Med. Mycol., v. 36, p.
345-348, 1998.
PUCCIA, R. et al. Detection of the basement membrane-degrading proteolytic activity of
Paracoccidioides brasiliensis after SDS-PAGE using agarose overlays containing Abz-
MKALTLQ-EDDnp, Braz J. Med. Biol Res., v. 32, p. 645-649, 1999.
REIS, J. A. & COLOMBO, A. L. Paracoccidioidomicose. In: FARHAT, C. K. et al.,
Infectologia pediátrica,. São Paulo: Atheneu, p. 524-528, 1999.
REIS, B. S. et al. Membrane and extracellular antigens of Paracoccidioides brasiliensis
(Mexo): Identification of a 28-kDa protein suitable for immunodiagnosis of
paracoccidioidomycosis. J. Immunolog. Method., v. 307, p. 118-126, 2005.
RESTREPO, A. & VELEZ, H., Effect of phagocytosis in vitro on Paracoccidioides
brasiliensis. Sabouraudia, v. 13, P. 10-21, 1975.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
134
RESTREPO, A. & MONCADA, L. H. Serologic procedures in the diagnosis of
paracoccidioidomycosis. In Proc. Int. Symp. Mycoses, SCI. Publ. No. 205. Pan American
Health Organization, Washington, D. C. p. 101-110, 1970.
RESTREPO, A. Inmunidad humoral. In: DEL NEGRO, G., LACAZ, C. S. & FIOILLO, A.
M. (eds). Paracoccidioidomycosis, São Paulo. Edusp, 1982. p.127-133.
RESTREPO, A. et al. Estrogens inhibit mycelium-to-yeast transformation in the fungus
Paracoccidioides brasiliensis: implications for resistance of females to
paracoccidioidomycosis. Infect. Immun., v. 46, p. 346-353, 1984.
RESTREPO, A. The ecology of Paracoccidioides brasiliensis: a puzzle still unsolved. J.
Med. Vet. Mycol., v.23, p. 323-334, 1985a.
RESTREPO, A. Characteristics of the conidia produced by the mycelial form of
Paracoccidioides brasiliensis. J. Med.Vet. Mycol., v. 23, p. 407-414, 1985.
RESTREPO, B. I. et al. Morphological development of the conidia produced by
Paracoccidioides brasiliensis mycelial form. J. Med. Vet. Mcol., v. 24, p. 337-339, 1986.
RESTREPO, A., MCEWEN, J. G. & SALAZAR, M. E., The mycelial form of
Paracoccidioides brasiliensis. J. R. Prous Science, Barcelona, 1988, p. 143-148
RESTREPO, A. Paracoccidioidomycosis (South American blastomycosis). In: JACOBS, P.
H. & NALL, L. Antifugal drug therapy: a complete guide for the practitioner. 1990, p.
181-205.
RESTREPO A. Report of activities of the committee on paracoccidioidomycosis
serodiagnosis. ISHAM Myc Newsletter, v.59, p. 4, 1992.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
135
RESTREPO-MORENO, A. Paracoccidioidomycosis. In: MURPHY, J. W., FRIEDMAN,
H., BENDINELLI, M. Infections agents and pathogenesis - Fungal infections and
immune responses, 1993, Cap. 10, p. 251-276.
RESTREPO, A., MCEWEN, J. G. & CASTANEDA, E. The habitat of Paracoccidioides
brasiliensis: how far from solving the riddle? Med. Mycol., v. 39, p. 232-241, 2001.
RHIND, N.; RUSSEL, P. Mitotic DNA damage and replication checkpoints in yeast. Curr.
Opin. Cell. Biol., v.10, p. 749-758, 1998.
RICCI, G. et al. Canine paracoccidioidomycosis. Med Mycol, v.42, p.379-383, 2004.
RIVIER, D. et al. Vaccine development against cutaneous leishmaniasis. Subcutaneous
administration of radioattenuated parasites protects CBA mice against virulent Leishmania
major challenge. Parasite Immunology, v.15, p. 75-84, 1993.
SAN-BLAS, G. & VERNET, D. Induction of syntesis of cell wall α-1,3-glucan in the
yeastlike form Paracoccidioides brasiliensis strain IVIC Pb 19 by fetal calf serum. Infect.
Immun., v. 15, p. 897-902, 1977.
SAN-BLAS, G. & SAN-BLAS, F. Variability of cell wall composition in Paracoccidioides
brasiliensis: a study of two strains. Sabouraundia, v. 20. P. 31-40, 1982.
SAN-BLAS, G., SAN-BLAS, F., RODRIQUEZ, L. E. & CASTRO, C. J. A model of
dimorphism in pathogenic fungi: Paracoccidioides brasiliensis. Acta Cient. Venez., v.38, p.
202-211, 1987.
SHARMA, R. L.; BHAT, T. K.; DHAR, D. N. Control of Sheep lungworm in India.
Parasitology Today, v. 4, p. 33-6, 1988.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
136
SILVA VERGARA, M. L. et al. Isolation of Paracoccidioides brasiliensis from armadillos
(Dasypus novemcinctus) in an area where the fungus was recently isolated from soil. Med
Mycol, v.38, n. 3, p. 193-9, 2000.
SILVA, M. R. et al. Imunologia na paracoccidioidomicose. An. Bras. Dermatol., v. 56, p.
227-234, 1981.
SILVA, C. L., ALVES, L. M. & FIGUEIREDO, F. Involvement of cell wall glucans in the
genesis and persistence of the inflammatory reaction cause by the fungus Paracoccidioides
brasiliensis. Microbiology, v. 140, p. 1189-1194, 1994.
SINGER-VERMES, L. M. et al. Advances in experimental paracoccidioidomycosis using
an isogenic murine model. Archives of medical research, v. 24, p.239-245, 1993.
SOARES, R. M. A et al. Anionogenic groups and surface sialoglycoconjugate structures of
yeast forms of the human pathogen Paracoccidioides brasiliensis. Microbiology, v. 144, p.
309-314, 1998.
SOARES, A. M. V. C et al. Modulatory effect of prostaglandins on human monocyte
activation for killing of high and low virulence strains of Paracoccidioides brasiliensis.
Immunology, v.102, p. 480-485, 2001.
SNAPPER, C. M., MARCU, K. B. & ZELAZOWSKI, P. The immunoglobulin class switch:
beyond "accessibility". Immunity., v. 6, p. 217-223, 1997.
SOUTO, J. T. et al. Interferon-γ and tumor necrosis factor-α determine resistance to
Paracoccidioides brasiliensis infection in mice. J. Pathol., v. 156, p. 1811-1820, 2000.
TABORDA, C. P. et al. Mapping of the T-cell epitope in the major 43-kilodalton
glycoprotein of Paracoccidioides brasiliensis which induces a Th1 response protective
against fungal infection in BALB/c mice. Infect. Immun., v. 66, p. 786-793, 1998.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
137
TABORDA, C. P. Synthesis and Immunological Activity of a Branched Peptide Carrying
the T-cell Epitope of gp43, the Major Exocellular Antigen of Paracoccidioides brasiliensis.
Scandinavian Journal of Immunology, v.59, p. 58, 2004.
TAYLOR, S. M.; MALLON, T. R. & GREEN W. P. Comparison of vaccination and
ivermectin treatment in the prevention of bovine lungworm. Vet. Rec., v.119, p.370-372,
1986.
TONELLI, E. & FREIRE, L. M. S. Doenças Infecciosas na Infância e Adolescência. IN:
ANDRADE, G. M Q. & NOGUEIRA, M. G. S. Micoses profundas II -
paracoccidioidomicose, Rio de Janeiro: Medsi, 2000, 1490-1510p.
TOWBIN, H., STAEHELIN, T. & GORDON, J. Electrophoretic transfer of proteins from
polyacrilamide gels to nitrocellulose sheets: procedure and some applications. Proc. Natl.
Acad. Sci., v. 76, p. 4350-4354, 1979.
URBAN, J. F. & TROMBA, F. G. Development of immune responsiveness to Ascaris suum
antigens in pigs vaccinated with ultraviolet attenuated eggs. Vet. Immunol.
Immunopathol., v.3, p.399-409, 1982.
VERONESI R. & FOCACCIA, R. Tratado de infectologia. 9 ed. São Paulo: Atheneu,
1997. p.1101-1131.
VICENTINI, A. P. et al. Binding of Paracoccidioides brasiliensis to laminin throught
surface glycoprotein gp43 leads to enhancement of fungal pathogenesis. Infect. Immun., v.
62, p. 4-7, 1994.
VINAYAK, V. K. et al. Efficacies of vaccines against canine hookworm disease.
Parasitology, v. 82, p.375-82, 1981.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
138
VOS, G. J. & GARDINER, P. R. Antigenic relatedness of stocks and clones of
Trypanosoma vivax from east and west. Parasitology, v. 100, p. 101–106, 1990.
WALES, A. & KUSEL, J. R. Biochemistry of irradiated parasite vaccines; suggested models
for their mode of action. Parasitology Today, v.8, p.358-363, 1992.
WANKE, B. & LONDERO, A. T. Epidemiology and paracoccidioidomycosis infection. In:
FRANCO M., LACAZ C. S., RESTREPO-MORENO A & DEL NEGRO G. (eds).
Paracoccidioidomycosis, Boca Ratton: CRC Press, 1994, p. 109-120.
WEDRYCHOWICZ, H., MACCLEAN, J.M. & HOLMES,P.H. Nippostrongylus
brasiliensis: local humoral responses in the lungs and intestines of rats following vaccination
with irradiated larvae. Exp Parasitol., v. 1, p. 25-33, 1984.
YANG, D. M., ROGERS, M. V. & LIEW, F. Y. Identification and characterization of host-
protective T-cell epitopes of a major surface glycoprotein (gp63) from Leishmania major.
Immunology, v. 72, p. 3–9, 1991.
YATES, J. A & HIGASHI, G. I. Ultrastructural observations on the fate of Brugia malayi in
jirds previously vaccinated with irradiated infective stage larvae. Am J Trop Med Hyg.,
v.35, p.982-7, 1986.
YONETO, T. et al. Gamma interferon poduction is critical for protective immunity to
infection with blood-stage Plasmodium berghei XAT but neither No production nor NK cell
activation is critical. Infection and Immunity, v.67, p. 2349-2356, 1999.
YSSEL, H. et al. Il - 10 is produced by subsets of human CD4
+
T cell clones and peripheral
blood T cells. J. Immunol., v. 149, p. 2378-2384, 1992.
ANEXO I
139
X ANEXOS
140
141
142
143
144
145
146
147
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo