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Julgamos, portanto que a lei vigente do celibato consagrado deve, ainda
hoje, acompanhar firmemente o ministério eclesiástico; deve tornar possível
ao ministro a sua escolha, exclusiva, perene e total, do amor único e
supremo de Cristo e a sua dedicação ao culto de Deus e ao serviço da
Igreja, e deve ser característica do seu estado de vida, tanto na comunidade
dos fiéis como na profana (PAULUS PP. VI, 1967, p. 4).
E a mesma Carta Encíclica apresenta segundo o Sumo Pontífice as
verdadeiras razões para o celibato:
A verdadeira e profunda razão do celibato é, como já dissemos, a escolha
duma relação pessoal mais íntima e completa com o mistério de Cristo e da
Igreja, em prol da humanidade inteira. Nesta escolha há lugar, sem dúvida,
para a expressão dos valores supremos e humanos no grau mais elevado
(PAULUS PP. VI, 1967, p. 13).
Inclusive o Decreto Presbyterorum Ordinis,
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número 16, fala da aceitação
livre do celibato por parte dos candidatos à ordenação, supondo assim uma
obrigação intrínseca.
Por todas estas razões, fundadas no mistério de Cristo e na sua missão, o
celibato, que a princípio era apenas recomendado aos sacerdotes, depois
foi imposto por lei na Igreja latina a todos aqueles que deviam ser
promovidos às Ordens sacras. Este sagrado Concílio aprova e confirma
novamente esta legislação no que respeita àqueles que se destinam ao
presbiterado, confiando no Espírito Santo que o dom do celibato, tão
harmônico com o sacerdócio do Novo Testamento, será dado liberalmente
pelo Pai, desde que aqueles que participam do sacerdócio de Cristo pelo
sacramento da Ordem, e toda a Igreja, humildemente e insistentemente o
peçam (DOCUMENTOS DO CONCÍLIO VATICANO II, 1997, p. 491).
A Carta Encíclica Sacra Virginitas
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, do Papa Pio XII, trata exclusivamente da
importância da virgindade e, por conseqüência, do celibato entre os clérigos e
estende esta orientação a todos. "Antes de mais, é preciso notar que o essencial da
doutrina sobre a virgindade o recebeu a Igreja dos próprios lábios do divino" (PIO
PP. XII, 1954, p. 3) e que se pode afirmar, recebeu dos lábios de Cristo.
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Presbitério Ordinário.
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A sagrada virgindade.