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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E EVOLUÇÃO
CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE
POTAMOFITOPLANCTÔNICA DA BACIA DO
RIO ARAGUARI (AP) NOS PERÍODOS DE SECA
E CHUVA ( 2004, 2005 E 2006)
GOIÂNIA
2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E EVOLUÇÃO
CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE
POTAMOFITOPLANCTÔNICA DA BACIA DO
RIO ARAGUARI (AP) NOS PERÍODOS DE SECA
E CHUVA DE 2004, 2005 E 2006
Acadêmico: Juliano Eduardo de Oliveira
Matrícula: 2005303
Orientadora: Prof
a
Dr
a
Ina de Souza Nogueira
GOIÂNIA
2007
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i
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E EVOLUÇÃO
CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE
POTAMOFITOPLANCTÔNICA DA BACIA DO
RIO ARAGUARI (AP) NOS PERÍODOS DE SECA
E CHUVA DE 2004, 2005 E 2006
Juliano Eduardo de Oliveira
Dissertação apresentada ao Programa
de Ecologia e Evolução do Instituto de
Ciências Biológicas da Universidade Federal
de Goiás, como parte dos requisitos para a
obtenção do título de mestre em Ecologia e
Evolução.
Orientadora: Dra. Ina de Souza Nogueira.
Goiânia
2007
ii
CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE POTAMOFITOPLANCTÔNICA DA
BACIA DO RIO ARAGUARI (AP) NOS PERÍODOS DE SECA E CHUVA DE 2004,
2005 E 2006
JULIANO EDUARDO DE OLIVEIRA
Orientadora: Dra. Ina de Souza Nogueira.
Dissertação apresentada ao Programa de Ecologia e Evolução do Instituto de
Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás, como parte dos requisitos para a
obtenção do título de mestre em Ecologia e Evolução.
Banca Examinadora:
________________________________
Dra. Ina de Souza Nogueira. (Presidente)
________________________________
Dr. Leandro Gonçalves Oliveira. (Membro)
_______________________________
Dra. Maria do Socorro Rodrigues. (Membro)
iii
AGRADECIMENTOS
A seguinte dissertação foi possível ser realizado graças ao auxílio,
compreensão e companheirismo de algumas pessoas que de uma forma ou de outra
contribuíram para o término deste trabalho.
À Dr. Ina de Souza Nogueira, por tantos anos de dedicação e ensinamentos que
me foram prestados, agradeço também, por sua orientação que foi de extrema
importância para a conclusão desta dissertação.
Aos meus pais (Valdir e Leni) por todo apoio e dedicação que me foram
proporcionados no transcorrer de minha vida.
À Patrícia Paula, pelo auxílio em algumas correções no transcorrer do trabalho e
que com toda paciência e compreensão soube entender meus momentos de dificuldades.
À coordenação do mestrado em Ecologia e Evolução que me proporcionou a
oportunidade de estar participando deste curso de pós-graduação.
Ao Dr. Alan Cavalcante da Cunha (Instituto Estadual de Pesquisa do Amapá),
coordenador do Projeto no Rio Araguari (CNPq – n° 35000082/2004).
À Escola de Engenharia de Civil na pessoa do Dr. Eduardo Queija Siqueira por
todo apoio e paciência cedidos no transcorrer do trabalho.
Ao engenheiro Vinícius Fagundes pelo auxilio, informações e mapas do projeto
Araguari.
À Biologa Mariana Philomeno (Agencia Nacional de Águas) pela contribuição
de informações climatológicas.
À Professora Sebastiana Miguel Ladeia pela sua contribuição para o término
deste trabalho.
Aos colegas do curso de mestrado pelos bons momentos de descontração no
decorrer do curso.
Aos amigos do Laboratório de Limnologia por todo apoio dado no transcorrer do
curso.
iv
SUMÁRIO
Resumo .........................................................................................................v
Abstract.......................................................................................................vi
1 - INTRODUÇÃO: ....................................................................................1
1.1 - HIPÓTESES......................................................................................................... 5
1.2 - OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 5
1.3 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................... 5
1.4 - ÁREA DE ESTUDO............................................................................................ 6
1.5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................... 10
2. CAPITULO 1.........................................................................................14
DINÂMICA ESPACIAL DE GRUPOS FUNCIONAIS
POTAMOFITOPLACTÔNICOS NO GRADIENTE
LONGITUDINAL DO RIO ARAGUARI – AP.....................................14
2.1- INTRODUÇÃO .................................................................................................. 14
2.2 - MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................... 16
2.3- RESULTADOS................................................................................................... 19
2.3.1 - Características Climatológicas e Limnológicas .......................................... 19
2.3.2 – Densidade de organismos potamofitoplanctônicos .................................... 26
2.3.3 – Biovolume de Algas ................................................................................... 29
2.3.4 - Associações................................................................................................. 33
2.3.5 - Estrutura de tamanho e estratégias.............................................................. 38
2.3.6 - Análise de Correlação Canônica ................................................................. 38
2.3.7 - Diversidade e Equidade............................................................................... 44
2.4 – DISCUSSÃO..................................................................................................... 46
2.5 - CONCLUSÃO ................................................................................................... 53
2.6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................... 55
3. CAPÍTULO 2: .......................................................................................60
COMPOSIÇÃO, RIQUEZA, DIVERSIDADES (α, γ, β, ESPECÍFICA
e FUNCIONAL) E SIMILARIDADE FLORÍSTICA DA
COMUNIDADE POTAMOFITOPLANCTÔNICA EM UM
GRADIENTE HORIZONTAL DO RIO ARAGUARI (AP) ................60
3.1 - INTRODUÇÃO ................................................................................................. 60
3.3 - MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................... 61
3.4 – RESULTADOS ................................................................................................. 63
3.4.1 – Composição florística................................................................................. 63
3.4.2 – Riqueza específica...................................................................................... 65
3.4.3 – Diversidades α, β e γ................................................................................... 68
3.4.4 – Diversidade específica................................................................................ 68
3.4.5 – Dominância e abundância das espécies...................................................... 70
3.4.6 – Análise de correspondência destendenciada (ACD) .................................. 72
3.4.7 - Similaridade ................................................................................................ 73
3.5 – DISCUSSÃO..................................................................................................... 75
3.6 - CONCLUSÃO ................................................................................................... 78
3.7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................... 80
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................84
ANEXOS ....................................................................................................86
v
Resumo
O Rio Araguari está localizado no Estado do Amapá região norte do Brasil, possui uma
extensão de aproximadamente 300 km. É formado pela confluência dos Rios Muraré e
Amapari, e recebe como principais afluentes os Rios Mutum, Tajaúi, Falsino e
Tracajatuba. O Rio Araguari apresenta uma bacia de grande importância
socioeconômica para o Estado do Amapá. Possui população de 475.843 habitantes. O
objetivo geral desse trabalho foi averiguar a dinâmica da comunidade
potamofitoplanctônica do Rio Araguari em dois períodos de seca (novembro de 2004 e
novembro de 2005) e dois de chuva (maio de 2005 e maio de 2006). Foram coletadas
amostras em 23 pontos (20 lóticos e 3 lênticos). As variáveis físicas e químicas que
mais influenciaram o ambiente segundo a Análise de Componentes Principais (PCA)
foram condutividade elétrica (CND), Oxigênio Dissolvido (OD), Demanda Bioquímica
de Oxigênio (DBO) e o pH, fazendo assim com que ambos os períodos de seca
apresentassem características distintas. No Rio Araguari foi identificado um total de 112
táxons distribuídos em 8 classes, com maior representatividade de Chlorophyceae com
52 táxons. As espécies mais freqüentes foram Synecocystis cf. aquatilis, Synechococcus
elongatus, Lobopheraeropsis pyrenoidosa, Chroomonas nordstedtii, Cryptomonas
erosa e Cryptomona marsonii. No período de seca e chuva houve uma distinção quanto
à composição e abundância das espécies. O potamofitoplancton do Rio Araguari, foi
caracterizado por organismos nanoplanctônicos, devido a um ambiente lótico que
promove continuamente deslocamentos horizontais, favorecendo assim espécies com
alta capacidade de adaptação como as C-estrategista e CR-estrategistas. O biovolume de
algas no Rio Araguari e no reservatório da UHE Coaracy Nunes foi considerado baixo,
ocorrendo assim o predomínio das associações Z, Y e X1, que praticamente dominaram
nos pontos amostrais. Essas associações descritas na maioria para ambientes lênticos
mostrou-se aplicáveis no Rio Araguari, que apresentou durante o período chuvoso
(maio 2005) as associações Z (Cyanophyceae - Synechocystis aquatilis) e Y
(Cryptophyceae - Cryptomonas erosa, Cryptomonas marssoni, Cryptomonas obovata)
como dominantes enquanto que em maio 2006, a associação Z foi a de maior
representatividade nas estações lóticas. As análises de correspondência canônica (ACC)
tanto com grupos funcionais como para as classes taxonômicas corroboraram a nítida
distinção entre os períodos de seca devido a modificação da estrutura da comunidade.
Devido aos baixos valores de biovolume a análise de ACC apresentou-se com baixa
explicabilidade no rio, ressaltando assim os grupos funcionais mais significativos Z, Y,
L
M
e E. O Rio Araguari e o reservatório UHE Coaracy Nunes apresentaram, em cada
período, uma diversidade regional (gama) que variou entre 33 (maio/06) e 79 táxons
(novembro/05), apresentando assim uma contribuição relativa entre 62% e 80% das
espécies, respectivamente. A análise de correspondência destendenciada (ACD)
destacou um agrupamento dos pontos amostrais nos períodos de chuva e uma dispersão
com os demais pontos no período de seca. A análise do dendrograma mostra a formação
de 7 grupos com 18 pontos, com uma similaridade acima de 50%. Este trabalho
contribuiu para o Rio Araguari como sendo a primeira pesquisa sobre a ecologia de
fitoplâncton e a primeira listagem de algas para o Estado do Amapá.
vi
Abstract
CHARACTERIZATION OF THE COMUNIDADE POTAMOFITOPLANCTÔNICA
OF RIVER ARAGUARIS BASIN (AP) IN THE PERIODS OF DROUGHT AND
RAIN OF 2004, 2005 AND 2006
The river Araguari is located in the state Amapá north area of Brazil, it possesses an
extension of approximately 300 km. being formed by the confluence of the rivers
Muraré e Amapari, receiving as flowing principal the rivers Mutum, Tajaúi, Falsino and
Tracajatuba. The river Araguari presents a basin of great economical and social
importance for the state of Amapá. Possesses population of 475. 843 inhabitants. The
general objective of that work was to Discover the dynamics of the community
potamophytoplanktonic of the river Araguari in two drought periods (November of
2004 and November of 2005) and two of rain (May of 2005 and May of 2006). Samples
were collected in 23 points (20 lotic and 3 lêntic). The variables physical-chemistries
that more influenced the atmosphere according to the Analysis of Main Components
(PCA) they were the Electric Conductivity (CND), Dissolved Oxygen (OD), it
Demands Biochemistry of Oxygen (DBO) and the pH, doing like this with that both
drought periods presented different characteristics. In the river Araguari were identified
a total of 112 táxa distributed in 8 classes, with larger representatividade of
Chlorophyceae with 52 taxa. The most frequent species were Synecocystis cf. aquatilis,
Synechococcus elongatus, Lobopheraeropsis pyrenoidosa, Chroomonas nordstedtii,
Cryptomonas erosa and Cryptomona marsonii. In the drought period and rain had a
distinction with relationship to the composition and abundance of the species. The
potamophytoplankton of the river Araguari, was characterized by organisms
nanoplanktonic, due to an atmosphere lotic that promotes horizontal displacements
continually, favoring like this species with high adaptation capacity as them C-strategist
and CR-strategists. The biovolume of algae in the river Araguari and in the reservoir of
UHE Coaracy Nunes it was considered low, happening like this practically the
prevalence of the associations Z, Y and X1,whisch is dominated in the sample points,
those associations described in most for atmospheres lentic it was shown applicable in
the river Araguari, that presented during the rainy period (may 2005) the associations Z
(Cyanophyceae - Synechocystis aquatilis) and Y (Cryptophyceae - Cryptomonas erosa,
Cryptomonas marssoni, Cryptomonas obovata) as dominant while in May 2006, the
association Z was the one of larger representativity in the stations lotic. Analyze them
of canonical correspondence (ACC) so much with functional groups as for the
taxonomical class they corroborated the clear distinction among the drought periods due
to modification of the community's structure. Due to the low biovolume values the
analysis of ACC came with low explicability in the river, pointing out like this the more
significant functional groups Z, Y, LM and E. The river Araguari and the reservoir
UHE Coaracy Nunes presented, in each period, a regional diversity (it loves) that varied
among 33 (may of 2006) and 79 taxa (November of 2005) presenting like this
respectively a relative contribution among 62% and 80% of the species. The analysis of
correspondence distendenciatc (ACD) it detached a grouping of the sample points in the
rain periods and dispersion with the other points in the drought period. The analysis of
the dendograma shows the formation of 7 groups with 18 points with a similarity above
50%. This work contributed to the river Araguari as being the first research of
phytoplankton ecology and the first listing of algae for the state of Amapá.
vii
1
1 - INTRODUÇÃO:
Os Rios são fontes de vida, desde a Antigüidade, suas águas são essenciais para
que as pessoas possam viver, beber, banhar, navegar, além de outras utilidades. O Brasil
é o país mais rico em Rios do mundo, e detentor de uma das maiores reservas de água
doce do planeta (MMA, 2004). Em geral os Rios ou ambientes lóticos (águas correntes)
apresentam algumas características como fluxo unidirecional em direção à foz, níveis
variados de descarga da correnteza, profundidade, largura, turbidez, muita turbulência e
mistura da camada d`água (WILLIAMS & FELTMATE, 1994).
No Brasil os Rios são subdivididos em três regiões, a crenal que corresponde às
nascentes e cabeceiras, a região ritral correspondente à áreas de córregos e riachos com
alta turbulência e acentuado declive e a região potamal que são áreas com pouco declive
(área de planície), baixa turbulência (STRAHLER, 1957). Os Rios como outros
ambientes aquáticos apresentam microorganismos que fazem parte da flora e fauna
aquática.
Os ambientes aquáticos são locais sujeitos às altas variações temporais, com
uma freqüente reorganização da abundância e composição de espécies fitoplânctonicas.
Essas comunidades fitoplânctonicas são formadas por organismos com adaptações a
flutuações em ambientes lênticos e lóticos. Existe uma dependência de características
ambientais (ex. tempo de retenção de água, ocorrência de ventos, chuvas e pressão de
herbivoría) bem como do corpo das algas (ex. tamanho, adaptações fisiológicas e
morfológicas). Estas algas e sua capacidade de permanecer flutuando no ambiente são
influenciadas principalmente pelo regime hidrogeológico (seca e chuva) (NEIFF, 1996).
Segundo SILVA et. al. (2001) é o tempo de residência hidráulica que constitui, em
geral, o fator primordial que regula o desenvolvimento da comunidade fitoplânctonica
em Rios.
A comunidade fitoplânctonica foi considerada um paradoxo por HUTCHINSON
(1961), pois o plâncton possui respostas diferenciadas à situações semelhantes. Para este
autor a contínua variação das condições do meio, devido à influência de fatores
ambientais menos previsíveis, como as mudanças de tempo e condições hidráulicas,
comandam a dinâmica do não-equilíbrio. Inúmeros autores trabalharam intensivamente
nas décadas de 70-80 tentando explicar esse paradoxo como HARRIS (1986),
SOMMER (1989). O trabalho de CONNEL (1978) que acrescentou à teoria do
2
Hutchinson a questão do equilibrio e não equilíbrio, que na década de 90 foi muito
explorada principalmente por PADISAK (1993) e também por Reynolds em inúmeros
trabalhos (REYNOLDS, 1984, 1988, 1993, 1996 e 1997). REYNOLDS em 1997
introduziu a questão de estudo das associações fitoplânctonicas como descritivas dos
ecossistemas, estas levam em conta a comunidade e as características abióticas do
ecossistema. Mais tarde KRUK et al (2002) e REYNOLDS et al (2002) introduziram os
ambientes tropicais nessa teoria, o que iniciara a compreensão do estudo no paradoxo do
fitoplâncton tropical. Recentemente REYNOLDS (2006) fez a atualizado dos grupos
funcionais.
No Brasil, a questão da teoria do equilíbrio e não-equilíbrio e associações vem
se ajustando satisfatoriamente aos ecossistemas aquáticos lênticos. HUSZAR (1998),
(SILVA et. al 2001) entre outros, vem usando estas teorias para explicabilidade da
comunidade fitoplanctônica em ambientes lênticos. No entanto, os ambientes lóticos
ainda estão em fase de análise das informações que caracterizam estes grupos neste tipo
de dinâmica.
O estudo de fitoplâncton de Rios vem sendo pouco realizado no país.
Recentemente alguns trabalhos foram desenvolvidos aplicandos à teoria das
associações, como nas dissertações de SOARES (2007) e PADILHA (2005). No Brasil
a maioria dos trabalhos sobre o fitoplâncton em ambientes lóticos fori realizado por
FISHER (1978), TORGAN et al (1979), ROSA et al (1988), MUSSARA et al (1998),
TRAIN e RODRIGUES (1998), LOBO e TORGAN (1988) e DOMITROVIC (2002).
No Brasil, segundo HUZAR & SILVA (1990), foram realizados 13 trabalhos de
ecologia de fitoplâncton de Rios até aquela data. Os estudos em Rios são mais escassos
em todo o país, recentemente destacam-se SILVA E TRAIN (2001), DIAS et al. (2003),
CUNHA (2004), FELISBERTO et al. (2005) e BOVO-SCOMPARIN et al (2005).
A bacia amazônica é uma das regiões tropicais, cujos recursos são estudados em
várias vertentes da ecologia. O Rio Solimões, Rio Trombetas e outros nas margens do
Rio Amazonas e seus tributários. O primeiro estudo de comunidade fitoplânctonica para
essa bacia foi feito por Schmidt (SCHMIDT, 1969), realizado no lago Castanho, às
margens do Rio Solimões, após esse trabalho alguns outros foram feitos em diversos
tributários do Rio Amazonas (PUTZ & JUNK 1997; UHERKOVICH, 1984;
SCHMIDT, 1969; 1970; 1973 e 1982).
3
As comunidades fitoplanctônicas de Rios e reservatórios apresentam
composição e dinâmicas diferentes. O Rio apresenta poucas algas com adaptações à
flutuação e a maior representatividade se encontra nas algas aderidas a substratos
resistindo melhor à correnteza presente nesse tipo de ambiente.
O fitoplâncton de Rio ou potamofitoplâncton é formado por espécies de
microalgas que conseguiram se desenvolver e reproduzir em ambientes cujo fluxo de
água é maior. Segundo REYNOLDS et al (1994) e REYNOLDS & DESCY (1996)
essas algas planctônicas apresentam uma pré-adaptação para crescer em Rios.Essas
adaptações propiciam as espécies uma rápida taxa reprodutiva em ambientes turvos e
turbulentos, e uma habilidade para manter-se flutuando no Rio em um período favorável
ao crescimento.
REYNOLDS (1988) ressalta a dificuldade de se compreender como os sistemas
abertos (Rios), geralmente com fluxo unidirecional, onde ocorrem mudanças
ininterruptas nos fatores físicos como largura, profundidade, velocidade de fluxo,
descarga e temperatura, poderiam sustentar uma microflora em suspensão. Segundo
PADISAK (2003) a capacidade de flutuação de uma espécie é muito importante para a
sua sobrevivência. Espécies de fitoplâncton podem evoluir de três formas para
minimizar as perdas provocadas pelo afundamento; a) diminuir o tamanho do corpo; b)
diminuir a sua gravidade específica e c) aumentar a sua resistência de forma. Estes
fatores influenciam na cinética de algas na coluna d´água, e na manutenção ou perda de
indivíduos no ecossistema.
O plâncton de Rio geralmente compreende poucos gêneros limnéticos, mesmo
sendo influenciados por lagos ou reservatórios, normalmente os Rios favorecem uma
maior abundância de diatomáceas por causa de sua alta capacidade adaptativa à
turbulência e à penetração de luz, ambientes típicos de rios (REYNOLDS & DESCY,
1996). Dentro das bacias hidrográficas brasileiras é muito comum a construção de
reservatórios, existem poucos trabalhos publicados sobre os rios que possuem influência
dos reservatórios.
Os reservatórios originários da retenção da água do rio apresentam trechos
diferenciados culminando com região lacustre bem definida na qual a comunidade
fitoplânctonica encontra-se melhor adaptada e descrevendo a dinâmica do sistema.
4
Nota-se que na região à jusante, o sistema lótico apresenta uma comunidade
fitoplanctônica mais definida e influenciando todo sistema.
O fitoplâncton é um componente ecológico de potencial importância na
caracterização e mesmo na definição da fisiologia ambiental dos sistemas aquáticos. O
desenvolvimento dessa comunidade é fortemente dependente de fatores ambientais
abióticos e bióticos (MARGALEF, 1983). São responsáveis por parte da produção
primária, a qual é repassada aos demais níveis tróficos.
Para fundamentar as associações Reynolds atribuíu bases fisiológicas,
morfológicas e ecológicas, esperando assim a ocorrência de condições semelhantes,
propiciando um aumento ou diminuição simultânea da biomassa. Hoje esses grupos
contam com 31 associações discutidas em REYNOLDS et al (2002) atualizada em
REYNOLDS (2006). Essa abordagem de associações tem sido pouco estudada em
ambientes lóticos, porém, pode-se esperar que nos rios ocorra certa dominância de
alguns agrupamentos que se adaptam bem a ambientes turbulentos e com pouca
iluminação, como é o caso da associação D de (REYNOLDS et al., 2002) formadas por
diatomáceas penadas. Algumas associações têm sido observadas também em rios como,
as associações A, B, C e P, formadas por grupos de algas tolerantes às características
presentes em ambientes lóticos, a associação J é referida para ambientes enriquecidos,
inclusive Rios.
OLRIK (1994) e REYNOLDS (1988 e 1997) relacionaram as estratégias de
sobrevivência das algas com sua morfologia e descreveu três categorias de estratégias
adaptativas aos organismos fitoplanctônicos. Espécie C–estrategistas são organismos
pioneiros e que apresentam características de início de sucessão, apresentando um
crescimento rápido e uma elevada razão superfície/volume, e assim utilizando
condições favoráveis de luz e nutrição. Espécie CR–estrategistas são organismos
capazes de tolerar alta freqüência de distúrbios e são relacionados a ambientes com
pouca luminosidade e um alto aporte de carboidratos sintetizados. S estrategistas são
organismos de crescimento lento e tamanho grande e se adaptam bem a ambientes com
recursos limitados.
5
As informações de fitoplâncton para o Amapá constam apenas no levantamento
realizado pelo projeto Brasil das Águas (www.brasildasaguas.com.br) cujos dados de
fitoplâncton ainda não foram disponibilizados.
1.1 - HIPÓTESES
Para realização do presente estudo foram geradas as seguintes hipóteses:
Existe diferença significativa na comunidade fitoplânctonica ao longo do
gradiente horizontal (trecho superior, médio e inferior).
Espera-se que as associações D, A e P sejam as descritoras do sistema
Considera-se que as características ambientais do Rio em todo seu percurso
apresentar valores de biovolume do fitoplâncton condizentes com ambientes
oligotróficos.
1.2 - OBJETIVO GERAL
Averiguar a dinâmica da comunidade potamofitoplanctônica do Rio Araguari
em dois períodos de seca (novembro de 2004 e novembro de 2005) e dois de chuva
(maio de 2005 e maio de 2006). Para tanto serão observados mais especificamente os
seguintes objetivos.
1.3 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Caracterizar a dinâmica da comunidade fitoplanctônica nas diferentes regiões do
Rio Araguari (AP): trecho lótico e reservatório.
Analisar a composição florística e riqueza do fitoplâncton, avaliando assim a
biodiversidade da comunidade fitoplanctônica ao longo do Rio.
Reconhecer os padrões de distribuição espacial do biovolume e da composição
do fitoplâncton.
Identificar os grupos funcionais descritores desse sistema.
Compreender os principais fatores abióticos reguladores da dinâmica do
fitoplâncton.
6
1.4 - ÁREA DE ESTUDO
O Rio Araguari localiza-se no Estado do Amapá com 300 km de extensão. Este
Rio é formado pela confluência dos Rios Muraré e Amapari, recebendo como pricipais
afluentes os Rios Mutum, Tajaúi, Falsino e Tracajatuba. Próximo de Porto Grande
ocorre a confluência com o Rio Amapari (ALAN, 2006). No trecho de jusante deste
ponto, alguns quilômetros abaixo, inicia-se seu trajeto pela Planície Costeira do Amapá,
até o Oceano Atlântico. É a maior bacia e de grande importância sócio-econômica para
o Estado do Amapá. Possui população de 475.843 habitantes (CENSO, 2000). Este Rio
está inserido dentro do bioma amazônico, com algumas lagoas de várzea ao longo do
trecho potamal. Foram selecionadas 20 estações com características diferentes, no
trecho médio deste ambiente (Tabela I) foi contemplada até região que sofre influência
tardia do fenômeno da Pororoca e do reservatório da UHE Coaracy Nunes.
Em todo o Estado do Amapá predomina o clima equatorial Super-Úmido, a
temperatura máxima absoluta pode-se estimar em 36ºC e a mínima 20ºC. Normalmente
a máxima absoluta é atingida no fim da tarde entre as 17:00 h às 19:00 h, a mínima
ocorre ao alvorecer entre 05:00 h às 07:00 h (BEZERRA et al. 1990). Durante o ano
existem duas estações popularmente definidas como “inverno” (dezembro a maio -
chuva) e verão (junho a novembro-seca). O inverno é caracterizado por fortes descargas
pluviais que vão desde fins de dezembro até agosto e o verão com predominância dos
ventos alísios os quais ocorrem mais intensivamente entre os mêses de setembro a
dezembro. O clima é caracterizado por elevados índices de precipitação apresentando
totais anuais oscilando entre 1.500 e 3.500 mm (BEZERRA et al. 1990), com 70% das
chuvas concentradas no período chuvoso (dezembro a maio).
A bacia do Rio Araguari (42.711,18 km
2
) tem sido umas das mais investigadas
no Estado do Amapá, abrangendo os municípios de Amapá, Tartarugalzinho, Serra do
Navio, Ferreira Gomes, Porto Grande, Amaparí e Cutias, e Porção Norte do Município
de Macapá. No percurso deste Rio encontra-se o único reservatório de geração de
energia elétrica do Estado do Amapá (BEZERRA et al. 1990).
Existe domínio de áreas inundáveis (aproximadamente 2.115,15 km
2
). A partir
do município, cujo conjunto, corresponde aos campos de várzea de maior extensão, e às
7
florestas de várzea, representado por formações ribeirinhas ligadas, principalmente, às
margens do Rio Araguari e tributários.
O Rio Araguari apresenta mais de 90% de sua área em bom Estado de
preservação com características de floresta densa associada a formas abertas, floresta
densa com grupamentos emergentes dispersos, floresta densa de terraços, floresta densa
de superfícies aplainadas, encrave florestal, contato florestal, floresta densa associada a
relevos tabulares, floresta densa de altas cadeias serranas, cerrado forma arbustiva,
cerrado forma arborescente, encrave campestre, agropecuária, reflorestamento e
mineração. Na análise das áreas recobertas pela vegetação nativa e das áreas alteradas
pelas atividades antrópicas, observa-se que apenas 9,18% da área de interesse
apresentam alterações ambientais significativas, em especial devido as atividades agro-
silvo-pastoris e mineratórias. (CUNHA et. al, 2000a).
Tabela I Características dos pontos amostrais do Rio Araguari e do reservatório da
UHE Coaracy Nunes.
Pontos Coordenadas Geográficas Distância entre
pontos (km)
Município
1 00 43 29,9 N 51 32 50, 0 W 0,00 Porto Grande
2 00 43 17,3 N 51 32 37,3 W 3,22 Porto Grande
3 00 44 20,3 N 51 31 20,8 W 3,29 Porto Grande
4 00 44 27,8 N 51 29 38,9 W 3,18 Porto Grande
5 00 44 32,7 N 51 28 00,2 W 3,97 Porto Grande
6 00 43 03,7 N 51 27 15,4 W 3,83 Porto Grande
7 00 43 04,9 N 51 25 34,0 W 4,84 Porto Grande
8 00 44 04,8 N 51 23 12,5 W 6,80 Porto Grande
9 00 46 56,4 N 51 21 19,2 W 1,30 Porto Grande
10 00 46 27,5 N 51 20 53,4 W 5,75 Porto Grande
R1 00 51 19,8 N 51 17 38,2 W 5,75 Ferreira Gomes
R2 00 53 35,5 N 51 16 58,2 W 5,75 Ferreira Gomes
R3 00 53 53,7 N 51 16 41,1 W 5,75 Ferreira Gomes
11 00 51 30,8 N 51 11 36,8 W 3,70 Ferreira Gomes
12 00 51 52,7 N 51 09 43,0 W 8,70 Ferreira Gomes
13 00 49 52,2 N 51 06 28,8 W 8,68 Ferreira Gomes
14 00 50 52,2 N 51 02 48,5 W 7,70 Ferreira Gomes
15 00 54 19,9 N 51 01 28,6 W 4,50 Ferreira Gomes
16 00 56 06,8 N 51 00 13,1 W 2,93 Ferreira Gomes
17 00 57 22,5 N 50 59 13,2 W 9,26 Tartarugalzinho
18 00 59 28,9 N 50 56 04,2 W 9,55 Tartarugalzinho
19 00 57 44,0 N 50 52 24,7 W 8,37 Cutias do Araguari
20 00 58 27,3 N 50 48 34,6 W 3,18 Cutias do Araguari
8
Fig.1 Mapa da bacia do Rio Araguari, principais tributários e os municípios
investigados.
9
Fig.02 Localização Geográfica do Rio Araguari (AP), com as diferentes estações
de amostragem (FAGUNDES, 2006).
10
1.5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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14
2. CAPITULO 1
DINÂMICA ESPACIAL DE GRUPOS FUNCIONAIS
POTAMOFITOPLACTÔNICOS NO GRADIENTE
LONGITUDINAL DO RIO ARAGUARI – AP
2.1- INTRODUÇÃO
Os rios são fisicamente sistemas abertos, onde ocorrem mudanças
initerruptas nos fatores hidrológicos e morfométricos como largura, profundidade,
velocidade do fluxo, descarga, temperatura e ganho de entropia. (LAMPERT &
SOMMER, 1997). Em geral, são caracterizados pelo reduzido tempo de residência da
água, turbulência durante todo o ano, coluna d’água normalmente não estratificada, alto
aporte de nutrientes e sedimentos, além de elevada concentração de material em
suspensão (DESCY, 1993). Nesses ecossistemas as mudanças ambientais são mais
rápidas e menos previsíveis do que em ambientes lênticos (BITTENCOURT-
OLIVEIRA, 2002). Segundo WARD et. al. (1999) os ecossistemas de Rio em seu
Estado natural são mais dinâmicos que os terrestres.
Grande parte dos Rios brasileiros estão caracterizadas por dois extremos
hidrológicos, cheia e seca. Esses agentes de perturbação são os mais importantes destes
ecossistemas e exercem forte influência nas concentrações de nutrientes (MALTCHIK,
1997). Os vastos recursos hídricos do Brasil têm grande significado ecológico,
econômico e social. O gerenciamento, conservação e recuperação desses sistemas são,
portanto, de importância fundamental com reflexos na economia, na área social e nos
usos dos sistemas aquáticos.
As características fisiográficas (morfologia, geologia, vegetação e ação
antrópica) dos ecossistemas terrestres influenciam os ecossistemas aquáticos, sendo que
o fitoplâncton fornece informações importantes para compreender as alterações
ambientais em ambientes lênticos (ALLAN, 1995). Segundo SILVA et. al. (2001) a
residência hidráulica constitui o principal fator regulador do desenvolvimento
15
fitoplanctônico, e que rios longos e de fluxo mais lento favorecem esse
desenvolvimento, principalmente na região potamal.
REYNOLDS (1994b) e REYNOLDS & DESCY (1996) afirmaram que os
fatores que pré-adaptaram as algas planctônicas em ambientes turbulentos de rios são
uma alta e rápida taxa de reprodução em ambientes turbidos, turbulentos e uma
habilidade de permanecerem inóculas no rio por tempo favorável ao seu crescimento. O
potamofitoplâncton são combinações de diversos organismos de variadas fontes
(bentônicas ou limnéticas) que conseguem crescer e reproduzir em um fluxo de rio.
As espécies de algas e cianobactérias planctônicas ocorrentes em rios
(potamoplâncton) são nanoplantônicas ou a razão superfície volume tende a ser ampla
para permitir a capacidade de captação de luz (REYNOLDS, 1996).
Em rios observa-se a relevância das diatomáceas por causa de sua alta
capacidade adaptativa a turbulência e a penetração de luz (ROUND et al, 1990),
características ambientais presentes nos Rios. REYNOLDS (1988) ressalta a dificuldade
de se compreender como sistemas abertos (Rios), geralmente com fluxo unidirecional,
poderiam sustentar uma microflora em suspensão.
REYNOLDS et. al. (2002) e REYNOLDS (2006) encontraram na comunidade
fitoplanctônica alguns padrões fundamentados em atributos morfológicos, fisiológicos e
ecológicos que resultaram em 31 grupos de associações de algas. Nota-se que o
fitoplâncton dos ambientes lóticos tem sido pouco estudados, mas em fluxos mais
turbulentos espera-se a dominância de alguns grupos de algas como as associações D e
Y, mas pode-se esperar também as associações A, B, C e P.
As espécies de algas dependem da captação de luz para sua sobrevivência, o
sucesso dessa captação passa pelo período de sua suspensão nas camadas iluminadas do
corpo d’água (REYNOLDS 1986). Isso depende da relação superfície/volume que é
necessária para evitar a sedimentação e também facilitar as trocas com o meio líquido.
As estratégias de sobrevivência do plâncton foram definidas de acordo com
algumas variáveis ambientais como nutrientes, temperatura, pH e alcalinidade
(WETZEL 1993). REYNOLDS (1988) dividiu o fitoplâncton em 3 principais
estratégias: C, R e S-estrategistas.
16
No Brasil existem poucos estudos sobre fitoplâncton de Rio. No levantamento
feito por HUSZAR & SILVA (1999) apenas 13 trabalhos haviam sido feitos com o
potamoplâncton. Segundo BITTENCOURT-OLIVEIRA (2002) os trabalhos que
abordam os Rios na região Amazônica (como Rio Negro, Tapajós e Madeira) foram
pioneiros para a região destacando-se DICKIE (1881), MÖBIUS (1892), DROUET
(1938), FÖRSTER (1963; 1964; 1969; 1974), SCOTT et al (1965), THOMASSON
(1971), SCHMIDT & UHERKOVICH (1973), UHERKOVICH (1976; 1981),
WISSMAR (1977), UHERKOVICH & RAI (1979), BONETTO (1979),
UHERKOVICH & FRANKEN (1980), UHERKOVICH (1984), RODRIGUES &
MOREIRA (1990), OLIVEIRA & TRAIN (1994), PUTZ & JUNK (1997),
RODRIGUES et al (1999), SILVA & TRAIN (2001), DOMITROVIC (2002), DIAS et
al (2003), CUNHA (2004), FELISBERTO & RODRIGUES (2005).
O objetivo desse estudo é avaliar a estrutura de comunidade do
potamofitoplâncton através da dinâmica dos grupos funcionais no gradiente longitudinal
do Rio Araguarí (AP), durante os períodos de seca (novembro 2004, novembro 2005) e
chuva (maio 2005 e maio 2006).
2.2 - MATERIAL E MÉTODOS
O Rio Araguari que está inserido dentro do bioma amazônico, localizado no
Estado do Amapá (N 00 43 29,9 W 51 32 50,0 no ponto 1 e N 00 58 27,3 W 50 48 34,6
no ponto 20) possui a bacia de maior importância sócio-econômica do Estado do
Amapá. Este rio percorre 300 km e o presente estudo baseia-se em um trecho de 120
km, abrangendo os municípios: Amapá, Tartarugalzinho, Serra do Navio, Ferreira
Gomes, Porto Grande, Amaparí e Cutias.
As amostras foram coletadas em 23 pontos do Rio Araguari (AP), sendo 20 no
rio e 3 no reservatório, tendo o mês de seca (novembro/04) apenas 14 pontos
amostrados no rio, os períodos de seca (novembro de 2004 e novembro de 2005)
caracterizados como os de águas baixas na região amazônica e no período de chuva
(maio de 2005 e maio de 2006) que é o período de águas altas. Os pontos amostrais do
Rio Araguari estão referenciados com P enquanto que aqueles do reservatório da UHE
Coaracy Nunes estão indicados com PR .
17
O material para análise quantitativa do fitoplâncton foi coletado na
subsuperfície, com frasco de vidro de 100ml e imediatamente adicionado lugol acético,
preservado no escuro e sobre refrigeração (VOLLENWEIDER, 1974; BICUDO &
MENEZES, 2005).
Na análise da densidade fitoplanctônica foi utilizado o método de UTERMÖHL
(1958) sendo as amostras quantificadas em microscópio óptico invertido Zeiss Axiovert
25 a 400 aumentos. Foram contados os organismos (células, cenóbios, filamentos e
colônias) em campos aleatórios (UHELINGER, 1964). A quantificação foi efetuada até
estabilizar o número de táxons adicionados por campo (área mínima de compensação)
de modo que o erro de contagem seja inferior a 20%, com o coeficiente de confiança de
95% (LUND et al, 1958).
O biovolume das algas foi estimado conforme sugerido em EDLER (1979) e
HILLEBRAND et al (1999). O cálculo do biovolume de cada táxon foi feito através da
multiplicação das densidades de cada um pelo volume médio de 20 a 30 organismos da
espécie, de acordo com o tamanho da população analisada.
A identificação dos táxons foi sempre que possível, em nível infragenérico,
através de literatura atualizada e especializada. O sistema de classificação adotado para
apresentação das classes taxonômicas foi o de VAN DEN HOECK et al. (1997).
A riqueza específica foi considerada como o número de táxons ocorrentes no
estudo ou por amostra, a composição florística compreendeu apenas as espécies
registradas nas amostras quantitativas. A diversidade específica (H’) foi calculada pelo
Índice de Shannon-Wiener (SHANNON & WEAVER, 1963) para o biovolume
(bits.mm
-3
). Abundância e dominância das espécies em densidade foram consideradas
segundo os critérios de LOBO & LEIGHTON (1986).
Os grupos funcionais fitoplanctônicos foram determinados de acordo com os
critérios de KRUK et al. (2002) e definidos conforme REYNOLDS (1997, 2006) e
REYNOLDS et al. (2002).
A análise da estrutura de tamanho do fitoplâncton do Rio Araguari foi realizada
através da maior dimensão linear axial (MDLA GALD), sendo considerada para o
estudo da comunidade de acordo com a proposta de SIEBURTH et al. (1978) conforme
18
a seguir: nanoplanctônicas (2-20µm), microplanctônicas (20-200µm) e
mesoplanctônicas (acima de 200µm).
As variáveis climatológicas foram fornecidas pelo Instituto Estadual de
Pesquisas do Amapá (I.E.P.A) e Agência Nacional de Águas (ANA), as quais foram:
precipitação, temperatura do ar (máxima, nima e média), ventos, insolação, também
as características físicas do sistema como batimetria, correnteza, vazão e largura do
trecho amostrado.
As variáveis abióticas do Rio Araguari foram aferidas por diferentes critérios: a
transparência da água (TRA), pelo disco de Secchi, profundidade (PRO). O
multianalisador Horiba aferiu o pH, a temperatura da água (TA), a condutividade
(CND), a turbidez (TBD), e os sólidos totais dissolvidos (STD). O oxigênio dissolvido
(OD) foi aferido pelo método de Winkler (GOLTERMANN, 1978) e também no campo
utilizando-se diferentes oxímetros (Schott OX1 primeira coleta; Alfakit AT-140
segunda coleta; Instrutemp MO-845 – terceira e quarta coleta). O nitrogênio total (NT) e
fósforo total (FT) foram coletados, fixados com 0,5 ml de ácido sulfúrico PA e
processado em laboratório conforme os métodos estandartizados (CLESCERÍ et al.,
1992).
As análises de componentes principais (PCA) e da correlação canônica (ACC,
TERBRAAK, 1986) foram efetuadas a partir de matrizes de dados abióticos e bióticos.
Previamente esses dados foram transformados (log (n + 1)). As variáveis limnológicas
mais importantes foram selecionadas inicialmente após serem processadas através da
PCA, estas posteriormente foram utilizadas nas análises de ACC. Inicialmente esta
ACC das matrizes com todos os dados abióticos foram posteriormente analisadas a
correlação de Pearson & Kendall obtidas aproximadamente em 0,5 com os eixos 1 e/ou
2 . Essas analises foram processadas no programa PC-ORD (Mc CUNE & MEFFORD,
1997).
19
2.3- RESULTADOS
2.3.1 - Características Climatológicas e Limnológicas
Os valores de precipitação total ocorrido nos meses de amostragem no Rio
Araguari, que variou de 21mm no período de seca (nov/04) a 340 mm (maio/06) no
período chuvoso, sendo que no mês que antecedeu a última amostragem de maio/06
ocorreu a maior precipitação nos três anos (Fig.1).
0
100
200
300
400
500
600
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
mm
2004 2005 2006
0
100
200
300
400
500
600
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
mm
2004 2005 2006
0
100
200
300
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jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
mm
2004 2005 2006
0
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200
300
400
500
600
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
mm
2004 2005 2006
Fig.1 Valores de precipitação total ocorrido durante os três anos de amostragem
no Rio Araguari nos períodos de seca e chuva de 2004, 2005 e 2006.
A Tabela I apresenta os dados de vazão em alguns pontos amostrais que
variaram de 105,62 m
3
/s no período de seca a 2.525,50 m
3
/s no período chuvoso,
velocidade da água que foi de 0,05 (seca) a 1,12 m/s (chuva) e profundidade que
variando entre 1,92 (seca) e 15,06 m (chuva).
20
Tabela I Características morfométricas e hidrológicas de alguns pontos
amostrais do Rio Araguari e do Reservatório Coaracy Nunes (Amapá).
Estações Vazão (m
3
/s) Velociadade (m/s) Profundidade (m)
seções
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
P3
1.957 151,1 710,2 2.267,3 1,04 0,31 0,71 1,12
5,21 1,92 2,82 5,54
P6
1.920,5 141,7 750,9 2.264,3 0,92 0,14 0,49 0,98
7,09 3,77 4,97 7,26
R3
2.021,5 105,6 835,3 2.354,5 0,44 0,06 0,17 0,48
6,76 6,48 6,45 6,77
P11
2.074,7 136,2 646,2 2.426,3 0,61 0,07 0,22 0,73
4,93 9,66 9,84 10,43
P15
2.108,3 368,8 949,2 2.443,5 0,54 0,12 0,23 0,63
8,81 8,10 8,24 8,62
P20
2.198,6 199,7 1.847,6 2.525,5 0,40 0,05 0,34 0,46
15,00 13,43 14,67 15,06
As variáveis limnológicas encontradas nos pontos amostrais analisados
caracterizam o Rio Araguari com águas transparentes, a temperatura do ar obteve uma
variação em média 30 °C nos períodos de seca e chuva.. A temperatura da água variou
de 28 a 31 °C durante o período de seca (novembro 2004) apresentando uma média 30,5
°C, durante os períodos de chuva (maio 05 e maio 06) a temperatura da amostra teve
uma média em torno dos 26 °C com uma temperatura mínima de 25,2 °C e uma máxima
de 27,9 °C, a DBO apresentou um valor mínimo de 0,24 mg/L (novembro 2004) e um
valor máximo 8 mg/L (maio 06). Os valores de oxigênio dissolvido em novembro 2004
apresentou um valor mínimo de 6 mg/L e um valor máximo de 7 mg/L (novembro
2004) durante o mesmo período de 2005 esses valores caem para 2,6 e 5 mg/L, durante
o período chuvoso esses valores sobem para 6 e 8 mg/L, os valores de nitrogênio NH
3
variam de 0 a 1 mg/L no período de seca e NH
4
0 a 2 mg/L durante o mesmo período. A
condutividade elétrica esteve entre 0,022 (novembro 2004) e 0,05 uS/cm (novembro
2005). A profundidade média do Rio Araguari variou entre 1,29 m (novembro: seca) e
17,00 m. De maneira geral, o Rio Araguari apresentrou uma tendência explícita de
aumento da profundidade no sentido de sua foz (região potamal) Tab.II.
21
Tabela II valores mínimos (min.), máximos (max.), médias (méd.) e desvio
padrão (dp.) das variáveis físicas e químicas aferidas no Rio Araguari e no
reservatório da UHE Coaracy Nunes. As datas com variáveis não aferidas
encontram-se tracejadas (-----).
RIO
ARAGUARI
Novembro 04
Novembro 05
Maio 05 Maio 06
Min. 28,7 29 25,2 25,5
Max. 31,6 32 27,3 27,9
Méd. 30,5 30,8 26,4 26,9
Temperatura da água
°C
dp 0,71 0,77 0,46 0,55
Min. 0,24 6,97 6 6,86
Max. 7 7,43 8 8
Méd. 1,8 7,1 5,93 6,94
DBO
(mg/L)
dp 1,55 0,25 0,35 0,37
Min. 22 27 20 20
Max. 37 50 20 41
Méd. 25 31 21 25
Condutividade
elétrica
(µS/cm)
dp 30 5 1,7 4
Min. 6 2,6 6 6
Max. 7 5 8 8
Méd. 6,7 3,7 6,75 6,95
OD
(mg/L)
dp 0,36 0,75 0,71 0,38
Min. 5,9 5,5 4,6 5,3
Max. 7,7 7,6 5,9 6,4
Méd. 6,7 6,29 5,2 5,9
pH
dp 1,13 0,78 0,40 0,35
Min. 10 10 ------ ------
Max. 2.000 190 ------ ------
Méd. 620 160 ------ ------
NH4
(µg.L
-1
)
dp 460 63 ------ ------
Min. 4 10 10 9,3
Max. 74 89 84 55
Méd. 30,1 5,44 22,1 22,5
Turbidez
(UNT)
dp 17,9 25 35,2 15,7
22
Tabela II. – Continuação.....
RESERVATÓRIO Novembro 05 Maio 05 Maio 06
Min. 29,6 26,4 27
Max. 30,4 28,1 27,1
Méd. 30,1 27 27
Temperatura da
amostra °C
dp 0,4 0,9 0,05
Min. 30 20 22
Max. 32 90 28
Méd. 31 21 26
Condutividade
(µS/cm)
dp 1 17 3,4
Min. 8,4 7,3 7,6
Max. 8,9 8,5 8,1
Méd. 8,6 7,7 7,9
OD
(mg/L)
dp 0,2 0,28 0,2
Min. 5,2 4,8 6,3
Max. 5,6 5,3 6,6
Méd. 5,3 5,1 6,4
pH
dp 0,2 0,2 0,1
Min. 0,12 ------- -------
Max. 0,13 ------- -------
Méd. 0,12 ------- ------
NH4
(µg.L
-1
)
dp 0,005 -------- ------
Min. 45 -------- ------
Max. 71 -------- ------
Méd. 57 -------- -------
Turbidez
(UNT)
dp 13 -------- -------
Min. 6,2 -------- 6
Max. 6,6 -------- 7,1
Méd. 6,4 -------- 6,7
DBO
(mg/L)
dp 0,2 -------- 0,5
As medições de pH ao longo do Médio Araguari podem ser visualizadas na Fig.
2. É possível perceber que nas variações sazonais, o menor valor observado foi de 4,70
(maio 05: cheia), e o maior foi de 7,7 (novembro 04: seca). Notou-se que o Rio
Araguari apresentou uma oscilação de pH (levemente ácido a alcalino) durante os
períodos de seca e chuva.
Os valores de pH registrados para o Rio Araguari variaram entre levemente
ácido a alcalino, durante o período de seca esses valores foram de 5,5 em novembro de
2005 a 7,7 em novembro de 2004, no período chuvoso esses valores foram 4,6 em maio
2005 a 6,4 maio de 2006.
23
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 PR1 PR2 PR3 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Nov.04 Nov.05 Maio.05 Maio.06
Fig.2 Valores de pH das águas do Rio Araguari durante os períodos de
amostragem (seca e chuva) nos meses de novembro 2004 e 2005 maio 2005 e 2006.
A condutividade elétrica apresentou durante o período estudado no Rio Araguari
variação de 27 (novembro 04) a 41 µS/cm (novembro 05) nos dois períodos de seca e 10
a 90 µS/cm ambos em maio 05 no período chuvoso (Fig. 3).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1
0
PR1
PR
2
PR
3
1
1
1
2
1
3
1
4
15
16
17
18
1
9
2
0
µS/cm
Nov.04 Nov.05 mai/05 mai/06
Fig. 3 - Condutividade elétrica registradas nas águas do Rio Araguari e do
reservatório da UHE Coaracy Nunes durante os períodos de amostragem de seca e
chuva.
24
A temperatura da água apresentou no período de seca variando entre 28,7 °C no
ponto 11 (novembro de 2004) a 32
o
C no ponto 1 (novembro 2005), durante o período
chuvoso a temperatura oscilou entre 26 °C no ponto 2 a 28 no ponto 19 (ambos em
maio 2006) Fig. 4.
0
5
10
15
20
25
30
35
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
P
R
1
P
R2
P
R
3
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
°C
Nov.04 Nov.05 Maio.05 Maio.06
Fig. 4 Variação da temperatura da água durante os períodos de seca e chuva no
Rio Araguari entre 2004 e 2006.
O oxigênio dissolvido (OD) no Rio Araguari durante o período de amostragem
apresentou uma variação durante a estiagem de 3 mg.L
-1
no ponto 12 (novembro 05) a
8,9 no ponto 1 do reservatório (novembro 05), durante o período chuvoso os valores de
OD variaram entre 6 mg/ L
-1
(maio 06) a 8,5 (maio 05) Fig. 5.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1
0
PR
1
PR
2
PR3
1
1
12
1
3
14
15
16
17
18
19
20
mg/L
Nov.04 Nov.05 Maio.05 Maio.06
Fig.5 – Concentrações de oxigênio dissolvido na água durante todo o período
amostrado (seca e chuva) no Rio Araguari.
25
Análise de Componentes Principais
Os escores derivados da análise de componentes principais (PCA) aplicada aos
dados ambientais demonstrou que os dois períodos de seca (novembro 04 e novembro
05) apresentaram características limnológicas diferentes (Fig.6). Os eixos 1 e 2
apresentaram 61% de explicabilidade. As variáveis que apresentaram maior correlação
com o 1° eixo foram OD (oxigênio dissolvido) e DBO (demanda bioquímica de
oxigênio) enquanto que no eixo foram CND (condutividade elétrica) e pH (Tabela.
III).
P1
P2
P3
P4
P5
P6
P7
P8
P9
P10
P11
P12
P13
P14
P15
P16
P17
P18
P19
P20
P1.2
P2.2
P3.2
P4.2
P5.2
P6.2
P7.2
P8.2
P9.2
P10.2
PR1
PR2
PR3
P11.2
P12.2
P13.2
P14.2
P15.2
P16.2
P17.2
P18.2
P19.2
P20.2
TA
CND
pH
OD
NH4
DBO
Eix o 1
E ixo 2
novembro 04
novembro 05
Fig. 6 - Escores derivados da análise dos componentes principais aplicados aos
dados ambientais de novembro 2004 e novembro 2005: CND – Condutividade
elétrica; OD - oxigênio dissolvido; DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio; NH4
íon amonium; TA- Temperatura da água, e pH. Os números indicam os pontos
de amostragem.
26
Tabela III. Correlação das variáveis limnológicas obtidas no Rio Araguarí com
os dois primeiros componentes principais. Em negritos estão os coeficientes
considerados importantes para a formação dos componentes.
2.3.2 – Densidade de organismos potamofitoplanctônicos
O Rio Araguari durante todo o período amostral da seca (novembro de 2004 e
novembro de 2005) e da chuva (maio de 2005 e maio de 2006) apresentou um total de
112 espécies sendo a classe Chlorophyceae a que mais contribiu em número de espécies
(52 táxons - 45% do total de espécies). Durante todo o período estudado no Rio
Araguari os valores de densidade estiveram entre 157 e 10.961 ind.mL
-1
nos períodos
de seca e entre 209 e 5.931 ind.mL
-1
nos períodos de chuva. Estes valores de densidade
sofreram grandes alterações entre os períodos. A classe Cyanophyceae foi a mais
representativa em ambos os períodos estudados, tendo em vista que durante a seca a
densidade foi mais expressiva. No entanto, no ponto PR3 durante a chuva, foram
registrados elevados valores de densidade apresentando (9.784 ind.mL
-1
- maio/05),
inclusive com floração de Synechocystis aquatilis. Neste mesmo período de chuva, os
pontos amostrais P2, P4 e P10 estiveram com densidade acima de 5000 ind.mL
-1
. Em
todos esses pontos as Cyanophyceae foram predominantes (Synechocystis aquatilis).Em
maio de 2006 as elevadas precipitações promoveram o efeito diluidor no sistema, tendo
apenas os pontos amostrais P5, P10, P15 e P19 com valores superiores a 5000 ind.mL
-1
.
Nos períodos de seca, as Cyanophyceae também foram dominantes, a exceção
de P1 (Chlorophyceae). Em P8 (Fig.7). a densidade total foi de 10.961. ind.mL
-1
(Synechococcus cf. elongatus - novembro 2004).
Variáveis C.P.1 C.P.2
pH
.3706
-.5321
Temperatura da água 2470
.3751
Oxigênio Dissolvido
-.5274
-
.2374
NH4 -
.3386
-
.1413
Demanda Bioquímica de oxigênio .5454
.2735
Condutividade elétrica
.3338
-.6520
27
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 PR1 PR2PR3P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20
ind/ml
Cyano. Chryso. Bacil. Chrypto. Dino. Eugleno. Chloro. Zignema. Outros
Fig. 7 – Densidade por classe de algas ocorrentes no Rio Araguari durante o
período de seca no mês de novembro 2004.
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 PR1 PR2 PR3 P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20
ind/ml
Cyano. Chryso. Bacil. Chrypto. Dino. Eugleno. Chloro. Zignema. Outros
Fig.8 Densidade por classe de algas do Rio Araguari e no reservatório da UHE
Coaracy Nunes durante o período de seca no mês de novembro 2005.
28
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 PR1PR2PR3P11 P12 P13 P14 P15 P16P17 P18 P19 P20
ind/ml
Cyano. Chryso. Bacil. Chrypto. Dino. Eugleno. Chloro. Zignema. Outros
Fig. 9 – Densidade por classe de algas ocorrentes no Rio Araguari e no reservatório
da UHE Coaracy Nunes por classe de algas durante o período de chuva no mês de
maio 2005.
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 PR1PR2PR3P11P12 P13P14P15 P16P17 P18P19P20
ind/ml
Cyano. Chryso. Bacil. Chrypto. Dino. Eugleno. Chloro. Zignema. Outros
Fig.10 Densidade por classe de algas ocorrentes do Rio Araguari e no
reservatório da UHE Coaracy Nunes por classe de algas durante o período de
chuva no mês de maio 2006.
29
2.3.3 – Biovolume de Algas
Em virtude da sazonalidade (seca e chuva) o Rio Araguari apresentou um
biovolume bastante distinto entre os períodos amostrais, tendo um maior biovolume nos
períodos de seca e um menor em épocas chuvosas influenciado pelo efeito diluidor das
precipitações sobre o sistema. O biovolume esteve entre 0,011 e 0,565 ind.mL
-1
nos
períodos de seca e entre 0,004 e 0,413 ind.mL
-1
no período de chuva.
De um modo geral todo período de novembro de 2004 foi predominado por
Cyanophyceae enquanto que novembro de 2005 as Cryptophyceae foram responsáveis
pelos valores de biovolume (Fig. 11 e Fig.12). Ao longo de todo o período amostrado
houve uma dominância de algas nanoplanctônicas seguidas de indivíduos
microplanctônicos no Rio e também no reservatório.
Durante toda amostragem realizada no Rio Araguari, efetuou-se uma observação
sobre as regiões lóticas (Rio Araguari: P1-P10; P11-P20) e lêntica (Reservatório da
UHE Coaracy Nunes PR1-PR3). Nas regiões lóticas, os períodos de seca (novembro
2004 e novembro 2005) foram os que apresentaram os maiores valores de biovolume
(Fig.12). Novembro/04 teve em P8 o maior valor de biovolume (0,56 mm
3
.L
-1
) sendo
BacillaRiophyceae a classe com maior representatividade (0,24 mm
3
L
-1
) seguida de
Cyanophyceae com 0,16 mm
3
.L
-1
(Fig. 11 ). Destacam-se Synechococcus ef. elongatus,
Achnanthes exigua Grunow, Diploneis sp
1
.
Em novembro/05. os pontos 7 e 8 apresentaram os maiores valores de biovolume
com 0,57 e 0,56 mm
3
.L
-1
respectivamente. No ponto 7, destacaram-se Zygnemaphyceae
com 0,34 mm
3
.L
-1
e Cryptophyceae com 0,16 mm
3
.L
-1
. O ponto 8 teve nas
Chlorophyceae (0,33 mm
3
.L
-1
) e secundariamente em representatividade apareceram as
Cryptophyceae (0,15 mm
3
L
-1
) (Fig.12).
O reservatório da UHE Coaracy Nunes (PR1, PR2, PR3) teve uma única
amostragem de seca que foi em novembro/05, a qual apresentou valores de biovolume
inferiores àqueles observados nos pontos a montante. Na estação do reservatório sob a
influência do Rio Araguarí (PR1), Chlorophyceae (Monoraphidium arcuatum e
Monoraphidium circinale) foi a maior expressividade do biovolume em comparação
30
com o último ponto amostral do Rio (P10) a montante do reservatório, mas também as
Bacillariophyceae foram representativas. Nas estações da região central do reservatório
(PR2) e naquela sob a influência da descarga da barragem (PR3), as Chlorophyceae
(Monoraphidium arcuatum Monoraphidium griffithii respectivamente) ainda
mantiveram-se predominantes, tendo as mesmas permanecido na comunidade
fitoplanctônica das estações a jusante (P11, P12 e P13) como importantes na
representatividade do biovolume no Rio Araguari.
No período chuvoso (maio/05 e maio/06) o biovolume foi consideravelmente
menor em comparação com aquele registrado no período de seca tanto nas regiões
lóticas quanto nas lênticas. Como mencionado anteriormente, o efeito diluidor foi
atuante sobre a comunidade fitoplanctônica, limitando ainda mais os organismos
fotossintetizantes presentes ao longo do Rio Araguari.
Em maio/05, analisando-se somente a região lótica do Rio Araguari, os pontos
amostrais 4 e 17 foram os mais representativos em biovolume com 0,15 e 0,14 mm
3
L
-1
,
sendo a classe Chlorophyceae com maior destaque em ambos pontos com 0,18 (P4) e
0,10 mm
3
L
-1
(P18) ( Fig.13). Em P4 as Chlorophyceae (destacando-se Oocystis
lacustris) e Cyanophyceae (Synechocystis aquatilis). Em P17 as Euglenophyceae
(Strombomonas verrucosa.) destacaram-se em biovolume, seguidas de Chlorophyceae
(Monoraphidium contortum).
Em maio/06, devido a maior precipitação, o biovolume foi extremamente baixo
(Fig.14). No entanto, P2 e P9 apresentaram os maiores valores. Em P2 as Cyanophyceae
representadas por Pseudoanabaena sp1 foi expressiva, enquanto que em P9 as
Chlorophyceae foi o destaque (Monoraphidium griffithii). Dos pontos amostrais a
jusante do reservatório, apenas o P16 apresentou maior valor de biovolume.
A amostragem no reservatório da UHE Coaracy Nunes, em maio/05, teve o
biovolume relativamente baixo (Fig.13), mas no ponto amostral PR1 ocorreu o
predomínio de Cryptophyceae (Cryptomonas marssoni). No entanto, em PR2 ocorreu
uma elevação nos valores de biovolume influenciado principalmente por Closterium
kuetzengianum (Zygnemaphyceae). Na PR3, as Chlorophyceae se destacaram em
especial pela presença de Monoraphidium arcuatum e Monoraphidium circinale.
Observou-se que as Cyanophyceae que eram predominantes nos pontos amostrais à
montante do reservatório (P1, P2, P4, P5, P6, P9 e P10) não foram expressivas neste
31
ambiente, mas reapareceram nos pontos amostrais a jusante do reservatório, mas sem
pouca representatividade em biovolume, mostrando com isto que existe uma
adaptabilidade a vida em sistemas lóticos.
0,0000
0,1000
0,2000
0,3000
0,4000
0,5000
0,6000
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 PR1 PR2 PR3 P11 P12 P13 P14
mm
3
/L
Cyano. Chryso. Bacil. Chrypto. Dino. Eugleno. Chloro. Zignema. Outros
Z
Z
Z
Z Z
Z
Z
Z
Z
Z
J
Y
Y
D
X
1
P
0,0000
0,1000
0,2000
0,3000
0,4000
0,5000
0,6000
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 PR1 PR2 PR3 P11 P12 P13 P14
mm
3
/L
Cyano. Chryso. Bacil. Chrypto. Dino. Eugleno. Chloro. Zignema. Outros
Z
Z
Z
Z Z
Z
Z
Z
Z
Z
J
Y
Y
D
X
1
P
Fig.11 Biovolume das algas do Rio Araguari durante o período seca do mês de
novembro 04.
0,0000
0,1000
0,2000
0,3000
0,4000
0,5000
0,6000
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 PR1 PR2 PR3 P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20
mm
3
/L
Cyano. Chryso. Bacil. Chrypto. Dino. Eugleno. Chloro. Zignema. Outros
Y
Y
Y
Y
Y
Y
Y
Y
D
D
D
D
D
F
F
L
M
N
X
1
X
1
X
1
X1
F
E
P
N
0,0000
0,1000
0,2000
0,3000
0,4000
0,5000
0,6000
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 PR1 PR2 PR3 P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20
mm
3
/L
Cyano. Chryso. Bacil. Chrypto. Dino. Eugleno. Chloro. Zignema. Outros
Y
Y
Y
Y
Y
Y
Y
Y
D
D
D
D
D
F
F
L
M
N
X
1
X
1
X
1
X1
F
E
P
N
Fig.12 Biovolume das algas do Rio Araguari e do reservatório da UHE Coaracy
Nunes durante o período seca do mês de novembro 05.
32
0,0000
0,1000
0,2000
0,3000
0,4000
0,5000
0,6000
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 PR1 PR2 PR3 P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20
mm
3
/L
Cyano. Chryso. Bacil. Crypto. Dino. Eugleno. Chloro. Zygnema. Outros
Z
Z
Z
Z
Z Z
ZY
Y
Y
Y Y Y
Y
F F
D
D
L
O
P
X
1
W
2
X
3
0,0000
0,1000
0,2000
0,3000
0,4000
0,5000
0,6000
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 PR1 PR2 PR3 P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20
mm
3
/L
Cyano. Chryso. Bacil. Crypto. Dino. Eugleno. Chloro. Zygnema. Outros
Z
Z
Z
Z
Z Z
ZY
Y
Y
Y Y Y
Y
F F
D
D
L
O
P
X
1
W
2
X
3
Fig.13 Biovolume das algas do Rio Araguari e do reservatório da UHE Coaracy
Nunes durante o período chuva do mês de maio de 05.
0,0000
0,1000
0,2000
0,3000
0,4000
0,5000
0,6000
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 PR1 PR2 PR3 P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20
mm
3
/L
Cyano. Chryso. Bacil. Crypto. Dino. Eugleno. Chloro. Zygnema. Outros
Z
Z
Z
Z
Z
Z
Z
Z
Z Z Z Z YY
Y
S
I
D
D
F
X
1
E
W
1
0,0000
0,1000
0,2000
0,3000
0,4000
0,5000
0,6000
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 PR1 PR2 PR3 P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20
mm
3
/L
Cyano. Chryso. Bacil. Crypto. Dino. Eugleno. Chloro. Zygnema. Outros
Z
Z
Z
Z
Z
Z
Z
Z
Z Z Z Z YY
Y
S
I
D
D
F
X
1
E
W
1
Fig.14 Biovolume das algas do Rio Araguarí e do reservatório da UHE Coaracy
Nunes durante o período chuva do mês de maio de 06.
Analisando o reservatório da UHE Coaracy Nunes, em maio/06 (Fig.14), as
estações PR1 e PR2 apresentaram baixo biovolume, sendo que na primeira ocorreu o
predomínio de Cryptophyceae (Cryptomonas marssoni) e na segunda Bacillariophyceae
devido à Navicula viridula.
33
2.3.4 - Associações
Durante todo período estudado, o Rio Araguari apresentou as associações Y
(Cryptomonas), Z (Synechocystis aquatilis) e X1 (Chlorella e Monoraphidium) que se
destacaram nos diferentes pontos amostrais (Tabelas IV e V).
O mês de novembro de 2004 (seca) ocorreu um predomínio, em grande parte dos
pontos, da associação Z (Cyanophyceae). Já durante o mesmo período no ano seguinte
ocorreu um predomínio da associação Y (Cryptophyceae) em 8 pontos de amostragem.
Entretanto o reservatório nesse período apresentou a associação X
1
com o maior
biovolume representada por táxons adaptados à vida lêntica.
Na estação chuvosa (maio/05) ocorreu certo equilíbrio entre as associações Y e
Z, elas oscilaram em valores de biovolume nos pontos amostrais, cada uma com 7
pontos ao longo do rio. Nesse período o reservatório teve um domínio das associações P
e X
1
, sendo que em PR1
,
a associação Y foi representativa. No mês de maio 2006 a
associação Z dominou em grande parte do rio sendo encontrada em 12 pontos
amostrais. O reservatório nesse período teve um predomínio das associações D (PR2,
PR3) e Y (PR1).
Foram encontradas também outras associações como a D (Nitzschia) nos pontos
8 (novembro 04) que é uma região lótica mais intensa e as demais associações como a
W1, J, F, A e E podem ser observadas na Tabela IV. Nos pontos onde ocorreram os
maiores valores de biovolume (novembro/04 - seca), obteve-se no ponto 1 uma
dominância de Chlorophyceae (associação J), em P8 ocorreu dominância de
diatomáceas (associação D - Fig. 11). Durante o estudo, no período de novembro de
2005 (seca) a montante do reservatório a associação Y foi predominate, em P3 o
biovolume foi composto basicamente por esta associação. Em P7 a associação P foi
expressiva (Zygnemaphyceae) seguida de Y. Associação F (Botryococcus sp1 e
Ankistrodesmus densus) foi representativa no ponto 8, que também teve a associação Y
como a segunda em importância nesta localidade (Fig.12, Tabela IV).
As associações encontradas no reservatório em novembro de 2005 foi de
Chlorophyceae (Associações E, X1 e F), que apresentam espécies que se beneficiam
com as estratégias adaptativas a vida lêntica.
34
O Rio Araguari apresentou durante o período chuvoso (maio 2005) as
associações Z (Cyanophyceae) e Y (Cryptophyceae) como dominantes enquanto que em
maio 2006, a associação Z foi a de maior representatividade nas estaões lóticas. (Fig.13,
Tabela. V).
Em maio 2005, de acordo com Fig.13, os destaques foram as associações Z e Y
no entanto, o ponto amostral com maior expressividade de biovolume foi o P17 cuja
associação predominante foi a W2. Observou-se também que os pontos com biovolume
mais elevado teve nas Chlorophyceae (associação F) um maior biovolume nos pontos 4
e 18. No período chuvoso de maio 2006 a associação Z (Cyanophyceae) foi a mais
expressiva na região lótica do sistema (12 pontos amostrais), porém os pontos mais
representativos em biovolume (P2 e P9) foram determinados respectivamente por
associações Si e X1 (Fig.14, Tabela V).
Durante o período de seca (novembro/05) o reservatório UHE Coaracy Nunes
apresentou as associações X1, Ee F tendo o maior biovolume. Os períodos chuvosos
(maio/05 e maio/06) resultaram nas associações Y, P e X1 (maio/05) como as mais
representativas e Y e D em maio/06.
Tabela IV Contribuição relativa (%) do biovolume total dos principais grupos
funcionais de algas (REYNOLDS, 2006) do Rio Araguari e reservatório da UHE
Coaracy Nunes em cada ponto amostral em diferentes períodos de seca.
Pontos
Amostrais
novembro 2004
seca
novembro 2005
seca
1 Coelastrum reticulatum (53%) - J
Choricystis minor (17%), Monoraphidium
Dibowskii (13 %) - X1
Desmatracthum obtusum (5,6%)
Peridinium sp1 (24%) -Y
Chlorella vulgaris (5,9%)-X1
Spermatozopsis exsutans (5,4%) X
3
Staurastrum sp3 (7%)
Cryptomonas ovata (34,5%) Y
2
Oscillatoria limnetica (16%) - Sl
Cryptomonas erosa (11%), Cryptomonas
marssoni (19%) -Y
Chlorella vulgaris (25%)-X1
Synechocystis aquatilis (5,1%) - Z
Tabelaria sp1 (6,7%) -N
Cryptomonas curvata (58,5%);
Cryptomonas marssoni (5,4%) -Y
Monoraphidium komarkovae (11,6%) X1
3
Myxobaktron sp1 (5,6%), Z
Synechococcus cf. elongatus (32%) - Z
Nitzschia sp1 (6,7%)- D
Chroomonas sp(11%) - Y
Chlamidomonas sp2 (15%) X
3
Chlorella vulgaris (21%)-X1
Cryptomonas obovata (78%)-Y
Monoraphidium contortum (5,1%)-X1
4
Synechococcus cf. elongatus (52%)- Z
Nitzschia sp1 (13,4%)-D
Euglena sp1 (29,8%)-W1
Cryptomonas curvata (26,6%)-Y
Cryptomonas erosa (7,9%)-Y
Cryptomonas obovata (11,4%)-Y
Monoraphidium contortum (30,8%)–X1
35
Tabela IV.– Continuação.......
Pontos
Amostrais
novembro 2004
seca
novembro 2005
seca
5
Synechococcus cf. elongatus (28,8%)- Z
Pinnularia doeringii (15,6%) D
Nitzschia sp1 (5,2%)-D
Cryptomonas pyrenoidifera (40%)-Y
Chlorella vulgaris (6,6%)-X1
Achnanthes exigua (23,7%)D
Diploneis sp1 (24,6%) D
Cryptomonas curvata (25,6%)-Y
Peridinium sp1 (14,4%)-Y
6
Synechococcus cf. elongatus (41%)- Z
Dino sp1 (35%) - Y
Chlorella vulgaris (20%)-X1
Synechocystis aquatilis (16%).- Z
Woronichinia sp1 (12,9%)Lo
Cryptomonas erosa (20,3%).-Y
Euglena sp1 (31%)-W1
Asterococcus limneticus (16,9%)
7
Synechococcus cf. elongatus (50%)- Z
Cryptomonas erosa (16%)-Y
Cryptomonas pyrenoidifera (14%)-Y
Chlorella vulgaris (9,4%)-X1
Cryptomonas obovata (25,9%)-Y
Closterium kützing (60,8%) - P
8
Synechococcus cf. elongatus (29,6%)- Z
Achnanthes exigua (22,9%) D
Diploneis sp1 (11%) D
Nitzschia sp1 (8,2%)-D
Chlamidomonas sp2 (15%)X
3
Monoraphidium contortum (7,7%)-X1
Tabelaria sp1 (5,4%)-N
Cryptomonas obovata (27,8%)-Y
Monoraphidium contortum (6,8%)-X1
Monoraphidium griffithii (5,1%)-X1
BotRiococcus sp1 (23%) F
Ankistrodesmus densus (25%) F
9 Synechococcus cf. elongatus (47%)- Z
Navicula viridula (30,7%)
Cryptomonas phaseolus (15,8%)-Y
Ponto amostral não coletados
10 Synechococcus cf. elongatus (66,7) - Z
Navicula viridula (13,6%) D
Nitzschia sp1 (6,7%)-D
Chlorella vulgaris (6,3%)-X1
Synechococcus cf. elongatus (7,7%)- Z
Cryptomonas obovata (42,8%)-Y
Ankistrodesmus densus (17,8%)F
Monoraphidium contortum (19%)-X1
PR1 Ponto amostral não coletados Mallomonas sp1 (47,3%) E
Cryptomonas erosa (23,6%) Y
PR2 Ponto amostral não coletados Monoraphidium arcuatum (33%) X
1
Monoraphidium circinale (33%) X
1
PR3
Ponto amostral não coletados
Cryptomonas marssoni (29%) Y
Peridinium sp1 (20%) Y
Monoraphidium griffithii (29%) X
1
Nephrocitium schilleri (30%)F
11 Synechococcus cf. elongatus (61,3%)- Z
Aulacoseira granulata (22,8%) P
Chlamidomonas sp2 (12,9%) X
3
Dinobryon divergens (6,9%)-E
Urosolenia eriensis (7,3%)-A
Monoraphidium contortum (75%)-X1
12 Synechococcus cf. elongatus (77,5%)- Z
Cryptomonas marssoni (11,8%)-Y
Cryptomonas pyrenoidifera (7,7%)-Y
Achnanthes exigua (22%) D
Pinnularia doeringii (15,9%) D
Cryptomonas obovata (11%)-Y
Coelastrum reticulatum (7,8%) J
Oocystis lacustris (35,7%)-F
13 Synechococcus cf. elongatus (32%)- Z
Nitzschia sp1 (3%)-D
Peridinium sp1 (8%)-Y
Chlorella vulgaris (6,9%)-X1
Monoraphidium contortum (8,9%), X1
Monoraphidium griffithii (13,5%)-X1
Peridinium sp1 (8,9%)-Y
Monoraphidium contortum (9,8%)-X1
Oocystis lacustris (23,4%)-F
Euastrum sp1 (33,5%) Ln
Staurodesmus orbicularis (5,2%) N
14 Synechococcus cf. elongatus (22%)- Z
Aulacoseira granulata (19%) P
Peridinium sp1 (17,6%)-Y
Chlamidomonas sp2 (5,4%) Y
Coelastrum reticulatum (10%).-J
Peridinium sp1 (73,6%)-Y
Pediastrum tetras (8%)-J
Spermatozopsis exsutans (6%)X
3
36
Tabela IV.– Continuação.......
Pontos
Amostrais
Novembro 2004
seca
Novembro 2005
seca
15
Ponto amostral não coletados
Jaaginema angustissimum (6,9%)S
1
Urosolenia eriensis (8,4%)-A
Cryptomonas erosa (11%)-Y
Cryptomonas marssoni (11%)-Y
Asterococcus limneticus (9%)F
Westella botryoides (5,3%)
Staurodesmus orbicularis (45,3%) N
16
Ponto amostral não coletados
Aulacoseira granulata (22,9%) P
Pinnularia doeringii (24,7%) D
Urosolenia eriensis (13,8%)-A
Cryptomonas erosa (6%)-Y
Cryptomonas marssoni (6%)-Y
Chlorella vulgaris (15,5%)-X1
17
Ponto amostral não coletados
Diploneis sp1 (47,9%) D
Urosolenia eriensis (6%)A
peridinium sp1 (27,9%)-Y
Chlorella vulgaris (13,8%)-X1
18 Ponto amostral não coletados Oscillatoria limnetica (5,8%) - Sl
Staurodesmus crassus (10%) N
19 Ponto amostral não coletados Oscillatoria limnetica (28,7%) Sl
Achnanthes exigua (37%) D
Urosolenia eriensis (11,7%)-A
Cryptomonas erosa (12,9%)-Y
20 Ponto amostral não coletados Oscillatoria limnetica (8,5%) - Sl
Synechocystis aquatilis (10,7%).- Z
Aulacoseira granulata (22%) - P
Cryptomonas marssoni (40,4%)-Y
Cryptomonas obovata (8,3%)-Y
Tabela V contribuição relativa (%) do biovolume total dos principais grupos
funcionais de algas do Rio Araguari em cada ponto amostral em diferentes
períodos de chuva.
Pontos
Amostrais
maio 2005
maio 2006
1 Aphanocapsa elachista (10,8%).
Synechococcus cf. elongatus (8,5%), Z
Synechocystis aquatilis (80,6%) Z
Synechocystis aquatilis (98,8%)- Z
2 Myxobaktron sp1(9,9%) Z
Synechocystis aquatilis (54,2%).- Z
Nitzschia sp1 (23,8%)-D
Cryptomonas erosa (8,6%)Y
Oscillatoria limnetica (79%) - Sl
Synechocystis aquatilis (20,1%)- Z
3 Synechocystis aquatilis (33,7%)- Z
Cryptomonas obovata (65%)-Y
Synechocystis aquatilis (61,6%)- Z
Cryptomonas marssoni (19,6%)-Y
Coelastrum astroideum (17,9%) - J
4 Synechocystis aquatilis (19,9%)- Z.
Woronichinia sp1 (24,3%)Lo
Oocystis lacustris (47%)-F
Synechocystis aquatilis (42,6%).- Z
Chroomonas nordstedii (25,9%), Y
Cryptomonas erosa (30,1%)-Y
5 Synechocystis aquatilis (19,2%).- Z
Woronichinia sp1 (63,8%) Lo
Cryptomonas marssoni (6,6%)-Y
Dictyosphaerium pulchellum (8,2%)-F
Synechocystis aquatilis (97,7%)- Z
6 Synechocystis aquatilis (25,4%)- Z
Woronichinia sp1 (30,3%) Lo
Cryptomonas obovata (41,4%)-Y
Synechocystis aquatilis (62%)- Z
Chlorella vulgaris (35,3%)-X1
7 Synechocystis aquatilis (5,7%)- Z
Cryptomonas erosa (8,8%)-Y
Cryptomonas pyrenoidifera (46,5%)-Y
Monoraphidium contortum (34,5%)-X1
Synechocystis aquatilis (31,3%)- Z
Ankistrodesmus fusiformes (33,8%)-F
Chlorella vulgaris (30,4%)-X1
37
Tabela V – Continuação......
Pontos
Amostrais
maio 2005
maio 2006
8 Synechocystis aquatilis (32%)- Z
Woronichinia sp1 (67,9%) Lo
Synechocystis aquatilis (39,2%)- Z
Cryptomonas marssoni (21,8%)-Y
Chlorella vulgaris (37,7%)-X1
9 Synechocystis aquatilis (72,9%)- Z
Woronichinia sp1 (22,6%) Lo
Synechocystis aquatilis (15%)- Z
Dictyosphaerium pulchellum (14,2%)F
Monoraphidium griffithii (67,7%)-X1
10 Synechocystis aquatilis (78,2%)- Z
Cryptomonas marssoni (10,3%).-Y
Synechocystis aquatilis (94,8%)- Z
PR1 Mallomonas sp1-(31,5%) - E
Cryptomonas marssoni (36,8 %)- Y
Cryptomonas marssoni (44,1%)- Y
PR2
Closterium kützing. (88,8%)- P
Nitzschia sp1 (5%) D
Aulacoseira granulata (5,5%) P
Synechocystis aquatilis (7,5%) Z.
Navicula viridula (54,7%) D
Chlorella vulgaris (24,5%) X1
PR3 Synechocystis aquatilis. (22,7%) Z
Cryptomonas obovata. (10,5%) Y
Monoraphidium arcuatum (29%) X1
Monoraphidium circinale (29%) X1
Pinullaria doeringii (21,6%) D
Navicula viridula (58,5%) D
Aulacoseira granulata (9,5%) P
11 Synechocystis aquatilis (9,6%)- Z
Cryptomonas erosa (14%)-Y
Cryptomonas pyrenoidifera (73,7%)-Y
Synechocystis aquatilis (24,3%)- Z
Mallomonas sp1 (55,7%)-E
Chlamidomonas sp1(5,1%)X
3
Chlorella vulgaris (12,5%)-X1
12 Synechocystis aquatilis (25,9%)- Z
Chroomonas nordstedii (6,5%) - Y
Cryptomonas erosa (22,9%)-Y
Cryptomonas marssoni (11,4%)-Y
Cryptomonas pyrenoidifera (30%)-Y
Synechocystis aquatilis (100%)- Z
13 Synechocystis aquatilis (5%)- Z
Chroomonas nordstedii (7,7%) - Y
Cryptomonas marssoni (22,5%)-Y
Cryptomonas obovata (13%)-Y
Euglena sp1 (13,8%)-W1
Ankistrodesmus densus (32,6%)-F
Synechocystis aquatilis (100%)- Z
14 Myxobaktron sp1 (34%)- Z
Synechocystis aquatilis (6,5%)- Z
Chroomonas nordstedii (12,6%) - Y
Cryptomonas marssoni (14,7%)-Y
Chlorella vulgaris (25,5%)-X
1
Synechocystis aquatilis(72,4%).- Z
Chlorella vulgaris (26,1%)-X1
15 Chroococcus minor (5%)- Z
Synechococcus cf. elongatus (6,5%)- Z
Synechocystis aquatilis (38,4%)- Z
Cryptomonas erosa (41,5%)-Y
Chlamidomonas sp1 (7,3%)X
3
Synechocystis aquatilis (48,8%)- Z
Staurastrum anatinium (51,1%)N
16 Synechocystis aquatilis (7,2%).- Z
Craticula cuspidata (32,8%)D
Chroomonas nordstedii (23,3%) Y
Cryptomonas erosa (20,4%)-Y
Cryptomonas marssoni (8%)-Y
Phacus orbicularis (62,2%). W
1
Ankistrodesmus fusiformes (15,4%)-F
Dictyosphaerium elegans (12,1%) -F
17 Woronichinia sp1 (9,4%) Lo
Cryptomonas obovata (6,1%)-Y
Strombomonas verrucosa (47,6%)W
2
Monoraphidium contortum (16,5%)-X
1
Synechocystis aquatilis (60,8%).- Z
Cryptomonas marssoni (20,4%)-Y
Chlorella vulgaris (17,6%)-X
1
18 Woronichinia sp1 (7,1%) Lo
Cryptomonas marssoni (11,2%)-Y
Elakatothrix sp1 (10,7%) - F
Oocystis lacustris (51,8%)-F
Synechocystis aquatilis (58,6%)- Z
Ankistrodesmus tortus (28,5%)-F
Chlorella vulgaris (12,8%)-X
1
19 Navicula viridula (36,9%).D
Cryptomonas erosa (6,6%)-Y
Euglena sp1 (10,2%)-W
1β
Chlamidomonas sp2 (28,6%)X
3
Chlorella minutissima (7,6%)-X
1
Synechocystis aquatilis (70,2%).- Z
Urosolenia longiseta (12,9%)-A
Cryptomonas marssoni (16,8%)-Y
20 Chlamidomonas sp2 (80,1%) X
3
Myxobaktron sp1 (16,2%)- Z
Synechocystis aquatilis (29,9%)- Z
Cryptomonas marssoni (42,1%)-Y
Asterococcus limneticus (11,6%) - F
38
2.3.5 - Estrutura de tamanho e estratégias
A estrutura de tamanho das espécies que compõem a comunidade
potamofitoplânctonica do Rio Araguari foi predomínada por espécies nanoplanctônicas
(59% dos táxons) e microplanctônicas (41%) Fig. 15.
0
10
20
30
40
50
nov.04 nov.05 mai.05 mai.06
n° ind.
Na Mi
Fig.15 Estrutura de tamanho das espécies de algas (Na nanoplanctônica; Mi
microplanctônica) estudadas do Rio Araguari nos períodos de seca (novembro 04 e
novembro 05) e chuva (maio 05 e maio 06).
As algas que contribuíram para o estudo da comunidade potamofitoplanctônicas
do Rio Araguari e do reservatório da UHE Coaracy Nunes apresentaram estratégias C–
estrategistas, como: Synechococcus cf. elongatus, Synechocystis aquatilis, Cryptomonas
erosa, Cryptomonas marssoni, Chlorellas, Monoraphidium e outras.
As CR-estrategistas foram representadas por Aulacoseira granulata,
Rhizosolenia erienses var. eriensis, Closterium kützing, Staurastrum anatinium e outros.
2.3.6 - Análise de Correlação Canônica
Os escores derivados da análise de correspondência canônica (ACC) realizado
com os grupos funcionais durante os períodos de seca (novembro 04 e novembro 05)
apresentaram uma diferença nítida entre os dois períodos (Fig.16). Os dois primeiros
39
eixos tiveram uma baixa explicabilidade de 15% (9,8% no eixo e 5% no eixo) da
variabilidade total dos dados, porém a significância das correlações espécies-ambientes
não foram prejudicadas (Tabela VI), ainda a ACC apresentou-se significativa (p < 0.1).
As variáveis que mais influenciaram o primeiro eixo foram temperatura da água (T.A.)
e demanda bioquímica de oxigênio (DBO) no segundo eixo foram a condutividade
elétrica (CND) e pH as correlações espécies-ambientes nos três eixos indicado pelo teste
de Monte Carlo (Tabela VI). Ressalta-se que esta baixa explicabilidade pode estar
associada aos baixos valores de biovolume registrado ao longo do Rio Araguari. Na
análise de ACC os grupos funcionais mais significativos foram Z, Y, E, e L
M
.
Tabela. VI – Resultado do teste de Monte Carlo aplicado aos dados de distribuição
horizontal das algas indicando a Correlação Canônica observada (Corr. sp-Amb),
correlação canônica média obtida com os dados aleatóRios (=média), o valor
mínimo da correlação canônica obtido com os dados aleatóRios (=Mínimo); o
valor máximo da correlação canônica obtido com os dados aleatóRios (=Máximo);
e o nível de significância (=p).
Eixos Corr. sp-Amb Média Mínimo Máximo p
1 .871 .793 .622 .924 .1000
2 .694 .717 .575 .852 .6300
3 .589 .641 .490 .781 .8100
40
P1
P2
P3
P4
P5
P6
P7
P8
P9
P10
P11
P12
P13
P14
P1.2
P2.2
P3.2
P4.2
P5.2
P6.2
P7.2
P8.2
P10.2
PR1
PR2
PR3
P11.2
P12.2
P13.2
P14.2
P15.2
P16.2
P17.2
P18.2
P19.2
P20.2Y
X1
Z
J
X3
SI
D
W1
P
N
LO
F
E
A
LM
S1
C NDpH
OD
N H4
DBO
Eixo 1- 9,8%
E ix o 2 - 5 ,1 %
Peodos Amostrais
Novembro 04
Novembro 05
Fig. 16 Escores derivados da ACC aplicados aos dados de distribuição horizontal
dos grupos funcionais fitoplânctonicos e dados ambientais. Os pontos indicam as
unidades de amostragem, as letras indicam os grupos funcionais de acordo com
Reynolds et. al. (2006), os códigos das variáveis limnológicas são: CND
condutividade; OD oxigênio dissolvido; NH
4
íon amonium; DBO demanda
bioquímica de oxigênio; pH; TA – temperatura da água.
41
Foi realizada também uma ACC com o biovolume das classes taxonômicas
Fig.17. Assim como para a ACC de grupos funcionais, foi encontrado uma diferença
nítida entre os dois períodos de seca. Os dois primeiros eixos da análise explicaram 27%
(19,5% no eixo, 7,5% no eixo) da variabilidade total dos dados. Para os escores
destas classes no período de seca (novembro 04 e novembro 05), as variáveis NH
4
e
oxigênio dissolvido (OD) influenciaram as Cprytophyceae, Cyanophyceae e
Euglenophyceae. As correlações espécies-ambientes foram significativas (p<.0300) nos
três eixos indicado pelo teste de Monte Carlo Tab. VII.
Tabela. VII Resultado do teste de Monte Carlo aplicado aos dados de
distribuição horizontal das algas indicando a Correlação Canônica observada
(Corr. sp-Amb), correlação canônica média obtida com os dados aleatóRios
(=média), o valor mínimo da correlação canônica obtido com os dados aleatóRios
(=Mínimo); o valor máximo da correlação canônica obtido com os dados
aleatóRios (=Máximo); e o nível de significância (=p).
Eixos
Corr. sp-Amb
Média Mínimo Máximo p
1 .302 .175 .081 .327 .0300
2 116 .090 037 140 .1700
3 .069 .050 024 114 1000
42
P1
P2
P3
P4
P5
P6
P7
P8
P9
P10
P11
P12
P13
P14
P1.2
P2.2
P3. 2
P4.2
P5.2
P6.2
P7.2
P8. 2
P10.2
PR1
PR2
PR3
P11.2
P12.2
P13.2
P14.2
P15.2
P16.2
P17.2
P18.2
P19. 2
P20.2
CYANO
CHRYSO
BACI L
CRYP
DI NO
EUGL
CHLO
ZYG
CND
OD
NH4
D BO
Eix o 1- 19.5 %
E ixo 2 - 7 .5 %
Peodos Amostrais
Novembro 04
Novembro 05
Fig.17 Escores derivados da ACC aplicados aos dados de distribuição horizontal
das classes fitoplânctonicas e dados ambientais. Os pontos indicam as unidades de
amostragem, as letras indicam os grupos funcionais de acordo com Reynolds et. al.
(2006), os códigos das variáveis limnológicas são: CND – condutividade; OD
oxigênio dissolvido; NH
4
íon amonium; DBO demanda bioquímica de oxigênio;
pH; TA – temperatura da água.
43
A análise de correspondência destendenciada (ACD) aferida com dados
quantitativos demonstrou uma semelhança entre os períodos de seca (novembro/05) e
chuva (maio/05), no entanto o período de seca (novembro/04) apresentou-se distinto dos
outros períodos amostrais, o mês de maio/06 foi bem distinto dos outros períodos,
apresentando em alguns pontos amostrais uma baixa riqueza e uma alta densidade que
foi demonstrada pela ACD Fig. 18.
P1
P2
P3P4
P5
P6
P7
P8
P9
P10
P11
P12
P13
P14
P1
P2
P3
P4
P5
P6
P7
P8
P1 0
PR1
PR2
PR3
P11
P12
P13
P14
P1 5
P16
P17
P18
P19
P20
P1
P2
P3
P4
P5
P6
P7
P8
P9
P10
PR1
PR2
PR3
P1 1
P12
P1 3
P14
P15
P16
P17
P18
P19
P20
P1
P2
P3
P4
P5
P6
P7
P8
P9
P10
PR1
PR2
PR3
P11
P12P13
P1 4
P15
P16
P1 7
P18
P19
P20
Eixo 1
E ixo 2
Novembro 2004
Novembro 2005
Maio 2005
Maio 2006
Fig.18 - Escores derivados da ACD aplicados ao biovolume dos grupos funcionais
fitoplanctônicos nos pontos amostrais do Rio Araguari e do reseratório da UHE
Coaracy Nunes. Os símbolos indicam os pontos amostrais durante o período de
amostragem.
44
2.3.7 - Diversidade e Equidade
Os valores de diversidade baseados no biovolume (Fig. 19 e 20), no período de
seca (novembro/04 e novembro/05) oscilaram entre 1,0 (P12 nov/04) e 3,0 bits.mm
3
(P2, P14 e P15 – nov/04; e no ponto 1 nov/05). A equidade durante o mesmo período
oscilou entre 40% (P3 – nov/05) e 90% (P8 – nov/04).
Durante o período chuvoso a diversidade (Fig. 21 e 22) variou de 109 (P1
maio/06) a 2.450 bits.mm
3
(P17 – maio/05). A equidade oscilou entre 10% (P1 -
maio/06) a 100% (P15 - maio 06).
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
p1 p2 p3 p4 p5 p6 p7 p8 p9 p10pr1 pr2pr3p11p12p13p14p15p16p17p18p19p20
bits.mm
3
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
%
diversidade equidade
Fig.19 Valores de diversidade do biovolume das algas (bits.mm
3
) e equidade (%)
no período de seca (novembro 04).
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
p1 p2 p3 p4 p5 p6 p7 p8 p9 p10 pr1 pr2 pr3 p11p12p13p14p15p16p17p18p19p20
bits.mm
3
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
%
diversidade equidade
Fig.20 Valores de diversidade do biovolume das algas (bits.mm
3
) e equidade (%)
no período de seca (novembro 05).
45
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
p1 p2 p3 p4 p5 p6 p7 p8 p9 p10 pr1 pr2 pr3 p11p12 p13p14p15 p16p17 p18p19p20
bits.mm
3
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
%
diversidade equidade
Fig.21 Valores de diversidade do biovolume das algas (bits.mm
3
) e equidade (%)
no período de chuva (maio 05).
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
p1 p2 p3 p4 p5 p6 p7 p8 p9 p10 pr1 pr2 pr3 p11p12p13p14p15p16p17p18p19p20
bits.mm
3
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
%
diversidade equidade
Fig.22 Valores de diversidade do biovolume das algas (bits.mm
3
) e equidade (%)
no período de chuva (maio 06).
46
2.4 – DISCUSSÃO
O Rio Araguari apresenta uma estrutura física bem característica, por ser um rio
amazônico, no entanto, a bacia hidrogáfica é individualizada e no trecho superior
percorre ambientes serranos, ultrapassa por regiões pedregosas até o ponto amostral 10.
Os pontos amostrais foram localizados nas regiões ritral e potamal, sendo que no trecho
médio (ritral) possui um reservatório (PR1, PR2, PR3) e outras localidades com
pequenas cidades (P11-P15) e no trecho inferior com vazão (potamal) menor é um Rio
mais largo com lagoas de várzeas (P16-P20). Provavelmente, esses fatores poderiam
estar regulando a comunidade algal e que pode apresentar uma influencia dentro dos
Rios. Segundo BROOK (1981) algumas espécies encontradas nos Rios foram,
provavelmente, originadas de ambientes paralelos a este ecossistema e que dependem
diretamente do regime hidrológico. Muitas espécies que compõem o
potamofitoplâncton foram originárias do perifiton, que durante algum tempo
participaram do meroplancton, ou de drenagem dos ecossistemas marginais integrados
ao Rio (REYNOLDS, 1997).
Segundo REYNOLDS (1995) um rio precisa ser suficientemente longo ou fluir
lentamente para permitir que algumas algas possam se reproduzir e comporem a
comunidade. Ainda, este mesmo autor, informou que o crescimento e a dinâmica de
perdas também influenciaram na estrutura da comunidade fitoplanctônica, a qual sofrerá
mudanças entre espécies no decorrer do gradiente horizontal do rio. Algumas destas
características da comunidade potamofitoplanctônica citadas por REYNOLDS (1995)
puderam ser observadas no Rio Araguari. Este é um rio longo que no techo inferior
apresenta uma redução na vazão e também uma maior distância entre as margens nessa
região.
O Rio Araguari apresentou baixos valores de íon amonium e de biovolume
sendo provavelmente um ambiente com tendências a oligotrófico, o que pode ser notado
quando comparado os valores encontrados nesse rio com aqueles apresentados por
VOLLENWEIDER & KEREKES (1982), VOLLENWEIDER (1983) e REYNOLDS
(1980).
47
Na análise de PCA realizada com as variáveis físico-quimica das águas do Rio
Araguari e do Reservatório UHE Coaracy Nunes, ficou evidente que ambos os períodos
de seca (novembro 04 e novembro 05) apresentaram características limnológicas
distintas. Pode-se observar nas informações sobre precipitação citadas neste capítulo,
que ocorreram valores diferenciais de precipitação entre os dois períodos de seca.
Durante os períodos de seca as variáveis que mais influenciaram foram oxigênio
dissolvido e demanda bioquímica de oxigênio, e no segundo período de seca apareceu
em importância temperatura da água e condutividade elétrica, encontrada nos pontos da
amostra.
As variáveis limnológicas que influenciaram a PCA apresentaram algumas
variações que se destacaram no ambiente como a temperatura da água que apresentou
uma oscilação de 25 a 32
o
C, essa variação de temperatura também foi observada para o
Rio Paraibuna e Pomba (SOARES 2007), Rio Paraguai (DOMITROVIC 2002), o pH
apresentado pelo Rio Araguari foi de ácido a pouco alcalino o que foi averiguado
também para o Rio Paraguai que apresentou-se levemente ácido a pouco alcalino, o
Rio Paraibuna apresentou-se levemente ácido, contrastando-se com o Rio Pomba que
foi levemente alcalino. A condutividade elétrica apresentada pelo Rio Araguari foi
maior que a do Rio Paraibuna e Pomba e menor que a do Rio Paraguai. O pH registrado
no Rio Araguari e o reservatório da UHE Coaracy Nunes talvez influenciaram na
composição e densidade da comunidade potamofitoplânctonica.que torna-se mais
representativa em pH de neutro a alcalino. Porém espécies comuns a este tipo de pH
foram registradas em menor número, em menores valores de densidade e pouco
representativa em grupos funcionais. BROOK (1981) informou que as desmídias seriam
aquelas que mais se beneficiariam com pH tendendo ao ácido. Para SCHMIDT &
UHERKOVCH (1973), cujos métodos apresentaram o uso do plâncton de rede, foi
constatada em grandes rios da Amazônia a predominância de desmídias. Esse grupo de
algas não foi observado no rio Araguari como importantes em riqueza, densidade ou
biovolume.
Segundo os valores de VOLLENWEEDER (1983) e REYNOLDS (1980) os
valores de biovolume registrados no Rio Araguari e no reservatório da UHE Coaracy
Nunes são oligotróficos o que é esperado para esse tipo de ambiente.
48
A comunidade potamoplanctônica do Rio Araguari foi caracterizada em sua
maior parte como sendo nanoplanctônica, esse predomínio de espécies pequenas pode
ser explicado devido a forte correnteza que facilita a re-suspenção e manutenção na
água desses indivíduos pequenos e assim aumentando sua permanência no plâncton.
Esse mesmo grupo de algas nanoplanctônicas também foi encontrado no Rio Paraná
(DEVERCELLI, 2006). A dominância desses organismos ocorre devido a suas
estratégias (OLRIK, 1994) que funcionam bem em ambientes lóticos como a alta
capacidade de absorção de nutrientes e capacidade de permanecer no plâncton em
ambientes bastante turbulentos. Segundo WEITHOFF (2003) o tamanho é um fator
determinante para algumas atividades fisiológicas específicas como o crescimento. O
tamanho também influencia a relação superfície/volume e consequentemente na
captação de nutrientes.
Synechocystis aquatilis é a espécie nanoplanctônica que se destacou em
densidade e biovolume inclusive com predomínio nas estações lóticas e no reservatório,
esse predomínido de Cyanophyceae que ocorreu no Rio Araguari também foi registrado
em alguns rios da Argentina (MERCADO, 2003). Segundo HUSZAR & SILVA (1990)
a dominância de cianobactérias em sistemas de reservatórios e ambientes oligotróficos
pode atingir grandes proporções. A classe de algas que apresentou maiores densidades
foi a Cyanophyceae, em outros rios, como o Paraguai a classe mais representativa foi
Chlorophyceae (DOMITROVIC 2002), o Rio Paraibuna-RJ foi Cyanophyceae
(SOARES, 2007) como a mais representativa, porém eram nanoplanctônica devido a
influência de diferentes reservatórios ao longo deste Rio. As Cyanophyceae foi citada
por REYNOLDS (2006) como organismos comuns em todos os ambientes aquáticos
devido as suas diferentes estratégias adaptativas, sendo capaz de armazenar fósforo e
fixar nitrogênio atmosférico, permitindo a sobrevivência em diferentes níveis tróficos,
principalmente as de pequeno tamanho.
A comunidade potamofitoplânctonica apresentou durante o período de seca
(novembro 2004 e novembro 2005) o predomínio das associações Y seguida de Z e X1,
representadas pelas Cryptophyceae, Cyanophyceae e Chlorophyceae respectivamente.
No período de chuva (maio/05 e maio/06) ocorreu uma inversão no predomínio de das
associação Z em primeiro, seguida de Y e X1.
49
Segundo REYNOLDS (1997) as algas que compreendem a associação Y são
organismos que apresentam maiores abundâncias em águas moderadamente
enriquecidas a mesotróficas, sendo também não dependentes de estratificação, tem
capacidade adptativas a baixas quantidades de luz e sofrem bastante pressão de
herbivoria. Segundo mesmo autor a associação Z é representada por organismos
picoplanctônicos e são muito encontrados em ambientes oligotróficos. A associação X1
é encontrada em águas de superfície e recentemente estratificada e ocasionalmente em
diferentes condições hidráulicas.
Comparando com as associações registradas no Rio Paraibuna-RJ (SOARES,
2007) apresentou-se no período de seca diferentes daquelas registradas no Rio Araguari,
com exceção da associação X
1
que foi encontrada em ambos os Rios (Paraibuna e
Araguari). Durante o período chuvoso, os Rios Pomba e Paraibuna-RJ (SOARES, 2007)
foram divergentes em relação às associações registradas no Rio Araguai, nestes dois
Rios as diatomáceas foram predominantes enquanto que no Rio Araguai as
Cyanophyceae foram importantes com a associação Z destacando-se em maior número
de pontos amostrais. O Rio Paraná, segundo DEVERCELLI (2006), apresentou três
grupos funcionais com os maiores de biovolume X
2
; Y e D. Neste trabalho, a associação
Y foi considerada dominante no canal do Rio durante o período chuvo e a associação Z
foi considerada abundante. Comparando com os dados obtidos no período chuvoso no
Rio Araguari, esse apresentou em grande parte a associação Z maior número de pontos
amostrais e secundariamente a Y.
Os valores de biovolume registrados no Rio Araguari foram baixos, mas esta
característica é comum em ambientes lóticos. Baixos valores também foram registrados
para o Rio Paraná (DEVERCELLI 2006). O Rio Paraibuma e Pomba apresentaram
elevados valores de biovolume, isso ocorreu devido a forte ação antrópica na região, o
que não ficou caracterizado no Rio Araguari.
O Rio Araguari foi considerado oligotrófico, quando comparado com aqueles
limítrofes mencionados por VOLENWEIDER (1968), REYNOLDS (1980) e
SANDGREEN (1988). Apesar destes trabalhos serem relacionados à ambiente lênticos,
observou-se que mesmo o biovolume registrado no reservatório da UHE Coaracy Nunes
foi infeRior a 0,413 mm
3
.L
-1
. Isso ocorreu provavelmente devido a alta capacidade de
50
depuração do Rio e reservatório, baixo pH, hidrologia cuja vazão chegou a 2.255,50
m
3
/s e baixo percentual de áreas antropizadas (apenas 9,18% - Cunha
1
Com.. Pess.).
Segundo REYNOLDS (2006) alguns grupos de algas se adaptariam melhor a
ambientes turbulentos (lóticos) como as algas da associação A, B, C e D que são grupos
formados basicamente por diatomáceas, cuja estratégia de vida se adapta aos ambientes
com turbulência. No entanto, no Rio Araguari apenas a associação D foi registrada nos
períodos de seca e chuva, mas de forma pouco expressiva.
Segundo REYNOLDS (2006), algumas Cyanophyceae como os grupos S
1
, S
2
,
S
n
e Z que representariam algumas espécies de pequeno porte e de fácil permanência no
plâncton presente em ambientes turbulentos e assim facilitando a captação de nutrientes.
O Rio Araguari apresentou um predomínio de algas nanoplanctônicas, principalmente
pela associação Z representada por Synechocystis aquatilis o que propiciou a classe
Cyanophyceae os maiores valores de densidade e de biovolume. O predomínio dessa
alga nanoplanctônica explica os baixos valores de biovolume encontrados no Rio.
Outros grupos também foram registrados como a Chlorophyceae representada pela
associação X
1
que também aparece em ambientes turbulentos. Essa associação foi
registrada para o Rio Araguari e no Rio Paraibuna-RJ (SOARES 2007), porem com
composição de espécies diferentes.
A associação Y formada por pequenas Cryptomonas (C. erosa, C. marssoni) que
segundo OLRIK (1994) são espécies CR-estrategistas e bem adaptadas a ambientes
turbulentos e segundo REYNOLDS (1997) espécies de Cryptomonas, representadas na
associação Y, possuiriam uma alta relação superfície/volume com o metabolismo
favorecido pela facil capacidade de capturar a luz solar em ambientes túrbidos,
possuiriam taxas de crescimento aceleradas e ainda apresentariam formas de evitar a
sedimentação e permanecerem no plâncton. OLRIK (1994) referiu-se a estas mesmas
capacidades e informou que esses organismos nanoplanctônicos, sofreriam ação de
herbivoria (espécies C e CR-estrategistas) e organismos de médio porte
(microplanctônicos) seriam bem adaptados a ambientes turbulentos (espécies R-
1
Dr. Alan Cunha – LabHidro/CPAQ – Coordenador do Projeto Determinação do coeficiente de reaeração
no Modelo QUAL2E utilizando as características hidráulicas de canais abertos para Estudos de Impactos
Ambientais no Rio Araguari-AP (Projeto SECTEC-AP/CNPq).
51
estrategistas) que estariam sujeitos a uma menor pressão de herbivoria. O Rio Araguari
nos pontos amostrais, lóticos, durante o período de seca, ocorreu o predomínio de
algumas Cryptomonas que são organismos nanoplactônicos e CR-estrategista durante a
seca. Durante o período chuvoso houve uma inversão de espécies sendo favorecida a
associação Z, com Synechocystis aquatilis, que também é um indivíduo nanoplactônico.
Segundo REYNOLDS (1997) organismos com as referidas estratégias podem proliferar
rapidamente em um sistema, apresentando uma alta produtividade e maior eficiência na
utilização dos nutrientes.
Durante todo o período amostrado (seca e chuva) as espécies C-estratregistas
foram as que apresentaram a maior densidade Synechocystis aquatilis e Synechococcus
cf. elongatus, no entanto o biovolume destes táxons foi pouco reperesentativo, sendo as
CR-estrategistas mais expressivas em biovolume (Associação Y) e posteriormente a C-
estrategista (Associação Z). Essas espécies C-estrategistas, de acordo com os critérios
mencionados por OLRIK (1994) foram caracterizadas por apresentar pequeno tamanho
e se beneficiarem de baixa luminosidade e uma alta capacidade para captar nutrientes,
esse porte pequeno facilita a permanência na camada d’água e assim favorecendo uma
alta taxa de crescimento. As espécies C e CR-estrategistas devido a estratégia ambiental
foram as que apresentaram capacidade adaptativa para, provavelmente, permanecerem
em suspensão na seção horizontal do Rio Araguari, principalmente pela estabilidade da
água. As informações sobre os nutrientes, permitiram observar que os valores baixos de
íon amonium vieram favorecer essas espécies (C e CR-estrategistas). No entanto, os
táxons com elevados valores de biovolume, como exemplo espécies de Criptomonas
spp. (CR-estragistas), Monoraphidium spp (C-estragistas), Synechocystis (C-
estragistas), Synechococcus (C-estragistas) e Chlorella (C estragistas). Essa estratégia
também foi a registrada para outros Rios como Rio Paraná - PR (TRAIN, 1997) e Rio
Paraibuna e Pomba MG-RJ (SOARES 2007). No entanto, como os rios têm sido
pouco estudados, observou-se que estes tipos de estratégia têm sido registradas para
ambientes lóticos no Brasil.
A análise de PCA e ACC indicou uma nítida separação entre os períodos de seca
analisados. Isto pode estar indicando que a comunidade potamofitoplanctônica
respondeu a estas alterações limnológicas com a modificação da sua composição e da
sua estrutura, mas a relação espécie ambiente que foi correlacionada pela ACC teve a
52
variável NH
4
a mais importante para os grupos funcionais Y, Z, W
1
e D cujas espécies
apresentaram as características de C-estrategistas e CR-estrategistas (Cryptomonas).
O reservatório UHE Coaracy Nunes apresentou durante os períodos estudados
um biovolume relativamente baixo tendo durante a seca uma composição basicamente
formada por Chlorophyceae e densidade de Cyanophyceae. No entanto no período
chuvoso de maio/05 o reservatório apresentou uma elevação do biovolume influenciado
por Closterium kützing (Zygnemaphyceae), o reservatório Chapéu D’Uvas estudado
por SOARES (2007) apresentou-se bem diferente do Coaracy Nunes com altos valores
de biovolume e uma dominância de Cylindrospermopsis raciborskii (Cyanophyceae).
53
2.5 - CONCLUSÃO
O Rio Araguari e o reservatório da UHE Coaracy Nunes, foram descritos
limnologicamente pelas variáveis Condutividade elétrica, Oxigênio Dissolvido,
Demanda Bioquímica de Oxigênio, e pH, tendo como variáveis importantes conforme a
PCA. Os escores derivados do PCA demonstraram que em ambos os períodos de seca
(novembro/04 e novembro/05), as características limnológicas apresentaram-se
distintas.
A densidade e biovolume das espécies fitoplanctônica receberam influência
direta do regime hidrológico, diferenciando-se a cada período, tanto no período de seca
quanto no chuvoso, sendo o mês de maio/06 o que sofreu maior influência tanto na
densidade quanto no biovolume.
O potamofitoplâncton do Rio Araguari, foi caracterizado por organismos
nanoplanctônicos, devido a um ambiente lótico que promove continuamente
deslocamentos horizontais, oscilações na água em decorrência dos tributários que
favorecem espécies com alta capacidade de adptação as C-estrategista Cryptomonas
marssoni, Cryptomonas erosa, Monoraphidium e Synechocystis aquatilis, que
facilitaram a permanência no potamoplâncton e em ambientes turbulentos.
O Rio Araguari apresentou uma densidade com predomínio de Cyanophyceae
(Synechococcus cf. elongatus e Synechocystis aquatilis) nos dois períodos (seca e
chuva).
O biovolume no Rio Araguari e do reservatório da UHE Coaracy Nunes foi
considerado baixo, bem como a diversidade por biovolume. O biovolume teve maior
representatividade no período de seca, ocorrendo o predomínio das associações Z e Y
que praticamente dominaram nos pontos amostrais tanto no período de seca, quanto no
período chuvoso.
As análises de ACC tanto com grupos funcionais como para os grupos
taxonômicos corroboraram a nítida distinção dos períodos de seca devido a modificação
da estrutura da comunidade.
54
O Rio Araguari e o Reservatório UHE Coaracy Nunes apresentaram pela
comunidade potamofitoplânctonica tendências a oligotrofia que poderá futuramente ser
confirmada com uma análise de nutrientes mais detalhada.
A ACC indicou que o biovolume das classes taxonômicas apresenta uma melhor
explicabilidade que a realizada para grupos funcionais.
O presente estudo foi pioneiro para o Estado do Amapá em análises da
comunidade fitoplanctônica tanto para ambientes lóticos como para ambientes lênticos.
55
2.6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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60
3. CAPÍTULO 2:
COMPOSIÇÃO, RIQUEZA, DIVERSIDADES (α, γ, β, ESPECÍFICA
e FUNCIONAL) E SIMILARIDADE FLORÍSTICA DA
COMUNIDADE POTAMOFITOPLANCTÔNICA EM UM
GRADIENTE HORIZONTAL DO RIO ARAGUARI (AP)
3.1 - INTRODUÇÃO
Diversidade biológica significa a variabilidade de organismos vivos de todas as
origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros
ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte, compreendendo
ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas (WILSON,
2002).
A diversidadade sempre leva em conta a composição específica e a riqueza.
Segundo GASTON (1996), para que o número de espécies amostradas chegue próximo
ao valor real de espécies de uma comunidade, depende muito do “esforço amostral”,
sendo que a proximidade do número real de espécies depende de maior e exaustivo
esforço amostral. Entretanto de acordo com LEE & CHAO (1994) e NEIFF (1996), as
dificuldades para se conhecer o número real são solucionadas com o auxilio de uma
grande variedade de ferramentas estatísticas, cada uma com diferentes princípios,
permitindo estimar o número de espécies esperadas por meio de extrapolação.
Composição florística é o conjunto de diversas espécies de uma localidade que
pode ser representada pela riqueza de espécies de cada ponto amostral. O conjunto de
espécies fitoplanctônicas, caracteriza-se por apresentar estruturas adaptativas a
flutuação que podem ser de locomoção ou não, e são encontrados em ambientes lênticos
ou lóticos (WETZEL, 2003). Segundo HUSZAR (2000), a dinâmimca de ecossistemas
aquáticos só ocorre devido a flutuações das comunidades fitoplanctônicas que são
expressas pela variação temporal e espacial.
61
A complexidade de espécies de uma região pode ser avaliada pela riqueza de
espécies. Esta constitui a medida mais simples para quantificar e expressar a
biodiversidade de uma região (MAGURRAN, 2003). Uma das medidas que se avalia a
biodiversidade é a diversidade. Existem váRios tipos de avaliar a diversidade, sendo que
o mais utilizado é a diversidade específica, principalmente em estudo de fitoplâncton.
Pode-se avaliar as diversidades α, β e γ. Mais recentemente WEITHOFF (2003) inseriu
a análise da diversidade funcional. A diversidade β tem sido pouco utiliada em estudos
de fitoplâncton. Para WARD et al. (1999), a diversidade beta pro uma nova
perspectiva para o conhecimento da biodiversidade nos sistemas. Para o Brasil foram
efetuados poucos trabalhos abordando a beta diversidade de algas: HUSZAR &
ESTEVES (1990) que foi o pioneiro, NABOUT et al. (2007) para plâncton, e para
perifiton o trabalho de RODRIGUES et al. (2004) e FELISBERTO & RODRIGUES
(2005).
A bacia do Rio Araguari e o reservatório da UHE Coaracy Nunes são
desprovidos de quaisquer estudos sobre a biodiversidade do fitoplâncton. Este trabalho
assume o caráter pioneiro no estudo da composição florística destes ambientes e visa
averiguar a composição florística, riqueza específica, diferentes tipos de diversidade e
similaridade florística do potamofitoplâncton do Rio Araguari.
3.3 - MATERIAL E MÉTODOS
As amostras de fitoplâncton total foram coletadas no Rio Araguari (Amapá) e no
reservatório da UHE Coaracy Nunes nos meses de novembro de 2004 e novembro de
2005 correspondentes ao período de seca e em maio de 2005 e maio de 2006 (períodos
de chuva). As amostras de subsuperfície foram coletadas em 14 pontos amostrais para o
mês de novembro 2004 e 23 pontos amostrais (sendo 20 no Rio Araguari e 3 no
reservatório UHE Coaracy Nunes vide Tabela I na área de estudo) para os demais
períodos amostrais. As amostras foram fixadas com lugol acético (BICUDO &
MENEZES, 2005).
A caracterização limnológica considerou as seguintes variáveis físicas e
químicas da água: temperatura da água (TA), pH (pH), condutividade elétrica (CDN),
62
sólidos totais dissolvidos (STD) e saturação de oxigênio (SO) através do
multianalisador de água (HORIBA, modelo U-21). A transparência da água (TRA) e a
profundidade (PRO) foram aferidas pelo disco de Secchi. A demanda bioquímica de
oxigênio (DBO) foi determinada de acordo com métodos estandardizados (CLESCERI
et al, 1992) e oxigênio dissolvido por meio de diferentes oximetros (Schott OX1
primeira coleta; Alfakit AT-140 – segunda coleta; Instrutemp MO-845 – terceira e
quarta coleta). . Nas estações foram também coletadas amostras de 500ml de água para
análise de nitrogênio total (NT) e fósforo total (PT). Estas foram fixadas em campo com
0,5ml de ácido sulfúrico absoluto. O procedimento de coleta e processamento
laboratorial adotados para essas variáveis encontram-se descritos em CARMOUZE
(1994), MACKERETH et al. (1978) e CLESCERI et al. (1992). As análises de
nitrogênio e fósforo foram processadas no laboratório do Instituto Estadual de Pesquisa
do Amapá (IEPA).
Os dados físico-químicos foram analisados inicialmente por meio de estatística
descritiva. Dessa forma a média foi utilizada como medida da tendência central e o
coeficiente de variação (CV) foram empregados como uma medida de heterogeneidade
ambiental entre os pontos de amostragem.
A composição florística compreendeu apenas as espécies registradas nas
amostras quantitativas sendo que para determinação da riqueza de espécies
fitoplânctonicas na região inventariada foi considerado o número de táxons registrado
em cada amostra e também estimada através de um índice extrapolador não paramétrico
(CHAZDON et al.,1998). Este índice é baseado em dados de incidência
(ausência/presença). Para o estimador, os pontos foram considerados unidades
amostrais. O estimador usado para o estudo foi o Sjack1 BURNHAM & OVERTON
(1978). Para o lculo da diversidade β foi utilizado o programa BiodivertyPro
(MCALEECE, 1997). A composição florística foi o resultado de todas as espécies
encontradas na amostragem de fitoplâncton total ao longo de todas as estações nos
períodos de seca e chuva.
A diversidade local ou diversidade alfa (α) foi considerada a representação do
número total de espécies em um habitat, a diversidade regional ou diversidade gama (γ)
foi o número de espécies que vivem em uma região heterogênea, ou seja, é o número
total de espécies observadas em todos os habitat, e diversidade beta (β) foi caracterizada
63
de acordo com MAGURRAN (2003) e constituiu a substituição de espécies ao longo de
um gradiente ambiental. O índice de diversidade beta foi aplicado objetivando
quantificar a renovação ou substituição de espécies entre os pontos amostrais, para
medir como a composição de espécies se altera ao longo de gradientes ambientais
(WHITTAKER, 1972). No presente estudo, os índices foram empregados para grupos
de 14 pontos amostrais para o mês de novembro de 2004 e 23 (sendo 3 no reservatório)
pontos para os demais meses (novembro 2005 e maio 2005 e 2006) ao longo do Rio
Araguari (AP). O índice utilizado foi o β-1 de HARRISON et al.(1992). A diversidade
específica (H’) foi calculada pelo Índice de Shannon-Wiener (SHANNON &
WEAVER, 1963) para densidade (bits. ind
-1
). A diversidade funcional foi estimada de
acordo com a proposta de WEITOFF (2003). Abundância e dominância das espécies em
densidade, foram consideradas segundo os critérios de LOBO & LEIGHTON (1986).
A análise de correspondência destendenciada (DCA - HILL & GAUCH, 1980)
foi também aplicada para avaliar a similaridade entre as estações em diferentes períodos
amostrais de acordo com a composição específica e a respectiva densidade. A análise
foi realizada no programa PC-ORD MCCUNE & MEFFORD, (1997).
3.4 – RESULTADOS
A análise do coeficiente de variação das variáveis limnológicas durante o
período de estudo no Rio Araguari demonstrou que existiu uma alta variabilidade no
sistema tendo algumas variáveis apresentado coeficientes acima de 70% (NH
4,
NH
3,
DBO), no entanto os valores de DBO no período de seca de 2004 (chegando a 84% de
variação) foram os mais elevados, porém tendo decaído drasticmente nos demais
períodos.
3.4.1 – Composição florística
Durante o período estudado, a composição do potamofitoplâncton do Rio
Araguari (Estado do Amapá) foi representada por 112 táxons (Tabela I), sendo as
classes que apresentaram um maior número de táxons foram Chlorophyceae (52
táxons), seguido de Baccillariophyceae (16), Zygnemaphyceae (12), Cyanophyceae
64
(10), Cryptophyceae (11), Chrysophyceae (4), Euglenophyceae e Dinophyceae (3) cada
e as outras classes com apenas um táxon (Fig.1).
Riqueza específica total
outros
1%
Crypto
10%
Dino
3%
Eugleno
3%
Bacillario
14%
Chryso
4%
Cyano
9%
Zygnema
11%
Chloro
45%
Fig. 1 - Riqueza específica total das algas fitoplanctônicas distribuída entre as
principais classes taxonômicas ocorrentes no Rio Araguari e no reservatório UHE
Coaracy Nunes (AP) durante todo período amostral (2004-2006)
Tabela I Táxons registrados durante todo período estudado no Rio Araguari,
com a ocorrência de cada um. S = Seca; C = Chuva e S;C = Seca e Chuva.
Cyanobacterias 10
Aphanocapsa elachista West. & West. (S; C)
Chroococcus minor (Kütz.) Näg. (S; C)
Jaaginema angustissimum (West. & West.) Anag. et
Kom. (S; C)
Merismopedia tenuissima Lemm. (S)
Myxobaktron sp1 (S; C)
Oscillatoria limnetica Lemm. (S)
Pseudoanabaena mucicula (Naum & Hub. - Pest)
Schwabe (S; C)
Synechococcus cf. elongates (S; C)
Synechocystis aquatilis Sauv. (S; C)
Woronichinia sp1 (S; C)
Chrysophyceae 4
Chromulina sp1 (S)
Chrysococcus minutus (Fritsch) Nyg. (S)
Dinobryon divergens Ehrenb. (S; C)
Mallomonas sp1 (C)
BacillaRiophyceae 16
Aulacoseira granulata (Ehrenb.) Smon (S; C)
Achnanthes exigua Grunow (S)
Craticula cuspidata (Kütz.) D. G. Mann (S; C)
Cymbella affinis Kütz. (S; C)
Diploneis sp1 (S)
Geissleria sp1 (S; C)
Gomphonema parvulum Kütz. (S)
Navicula cincta (Ehrenb.) ralfs (S)
Navicula viridula (Kütz. ) Eherenb. (S; C)
Nitzschia sp1 (S; C)
Pinnularia doeringii (Freng.) F. W. (S)
Rhizosolenia erienses var. eriensis (S)
Tabelaria sp1 (S)
Urosolenia eriensis (HL Smith) Round & Crawf. (S; C)
Urosolenia longiseta (Zach.) Bukht. (S; C)
Cryptohyceae 11
Chroomonas acuta Uter. (S; C)
Chroomonas nordstedii Hansg. (S; C)
Chroomonas sp1 (S)
Cryptomonas curvata Ehrenb. (S)
Cryptomonas erosa Ehrenb. (S; C)
Cryptomonas marssoni Skuja. (S; C)
Cryptomonas obovata Skuja. (S; C)
Cryptomonas phaseolus Skuja (S)
Cryptomonas pyrenoidifera (S; C)
Cryptomonas rostratiformis Skuja (S)
Pleunonephom sp1 (S; C)
Dinophyceae 3
Dinophyceae sp1(S)
Dinophyceae sp2 (S)
Peridinium sp1 (S; C)
Euglenophyceae 3
Euglena sp1(S; C)
Phacus orbicularis Hüb. (S; C)
65
Tabela I - Continuação .......
Strombomonas verrucosa (S)
Chlorophyceae 52
Ankistrodesmus densus Kors. (C)
Ankistrodesmus fusiformes Kos. (C)
Ankistrodesmus tortus Kom. & Com. (C)
Asterococcus limneticus GM Smith (S; C)
Botryococcus sp1 (S)
Chlamidomonas sp1 (S; C)
Chlamidomonas sp2 (S)
Chlorella minutissima Fott. & Novak. (S; C)
Chlorella vulgaris Beij. [K&H] (S; C)
Choricystis minor (Skuja) Fott.(S)
Coelastrum astroideum De - Not. (S; C)
Coelastrum reticulatum (Dang.) Senn. (S)
Coenochloris piscinalis Fott. (S; C)
Conocystis asymmetrica Kom. (S; C)
Desmatractum obtusum Parch.(S)
Desmodesmus heteracanthum (S; C)
Desmodesmus opoliensis (S)
Dictyosphaerium elegans Bachm. (C)
Dictyosphaerium pulchellum Wood (S; C)
Drepanochloris uherkovichii Marv., Kom. & Com.
(S; C)
Elakatothrix biplex (Nyg.) Hind. (S; C)
Elakatothrix genevensis (Reverd.) Hind. (C)
Elakatothrix sp1 (S; C)
Eutetramorus planctonicus (Kors.) Bourr. (S)
Golenkinia radiata Chod. (S; C)
Koliella longiseta (Visch.) Hind. (S)
Lobosphaeropsis pyrenoidosa Reisig. (S; C)
Monoraphidium arcuatum (Kors.) Hind. (S; C)
Monoraphidium circinale (Nyg.) Nyg. (S; C)
Monoraphidium contortum (thur.) Kom. - Legn. (S;
C)
Monoraphidium dybowskii (Wolosz.) Hind. & Kom –
Legn. (S)
Monoraphidium griffithii (Berk.) Kom. - Legn. (S; C)
Monoraphidium komarkovae Nyg. (S; C)
Monoraphidium litorale Hind. (S; C)
Monoraphidium longiusculum Hind. (S)
Mycacanthococcus cellaris Hansg. (S; C)
Nephocytium schilleri (Kammerer) Comas (S)
Nephrochlamys danica Kom. (S)
Nephrochlamys willeana (Printz.) Ralfs. (S)
Oocystis lacustris skuja (S)
Pediastrum tetras (Ehernb.) Ralfs. (S)
Radiococcus planktonicus Lund. (S; C)
Raphidocelis subcapitata kors. (C)
Scenedesmus ellipticus (West. & West.) Chod. (S)
Scnedesmus arcuatos (Lemm.) Lemm. (S)
Selenastrum gracile Reinsgh. (S)
Spermatozopsis exsutans (S)
Sphaerllopsis ordenata Skuja (S)
Tetraedron incus (Teil.) G. M. Smith. (S)
Trochiscia aciculifera (Lagerh.) Hansg. (S; C)
Pyramimonas flabelliformis Ehl. (S; C)
Westella botryoides (West. & West.) De - Wild. (S; C)
Zygnemaphyceae 12
Closterium kützing Breb. (S; C)
Euastrum evolutum (S)
Staurastrum anatinium (S)
Staurastrum laeve Ralf . (S; C)
Staurastrum setigerum Cleve (C)
Staurastrum sp1 (S)
Staurastrum sp2 (S)
Staurastrum sp3 (S)
Staurodesmus crassus (West. & West) Florin (S)
Staurodesmus orbicularis (S)
Staurodesmus sp1 (S)
Staurodesmus triangularis (Lagerh.) Teiling. (S)
Outros 1
Cyclonexis sp1 (C)
3.4.2 – Riqueza específica
No mês de novembro de 2004 foram registrados 68 táxons, sendo a classe
Chlorophyceae a que apresentou o maior número de táxons (31), seguida de
Bacillariophyceae (11) e Cryptophyceae (8). As espécies que foram mais abundantes
como Synechococcus elongatus (registrada em 13 pontos amostrais) e Lobosphaeropsis
pyrenoidosa (registrada em 11 pontos). Os pontos 1 e 11 foram os que apresentaram a
maior riqueza, ambos com 19 espécies (Fig.2). No reservatório UHE Coaracy Nunes
houve o registro de 29 táxons sendo a classe Chlorophyceae com 8 táxons, seguida
Cyanophyceae (7) e Bacillariophyceae (6).
No mês de novembro de 2005 (seca) registrou-se 79 táxons (Fig. 3), sendo
Chlorophyceae e Bacillariophyceae as mais representativas com 35 e 14 táxons
respectivamente. A espécie com maior freqüência nesse período de seca foi
66
Cryptomonas marssoni que esteve presente em 23 pontos amostrais. Os pontos 1 e 8
apresentaram o maior número de espécies 23 e 30 táxons respectivamente.
O mês de maio de 2005 apresentou uma riqueza de 39 táxons, sendo as classes
Chlorophyceae (28 táxons) e Cyanophyceae (8) as que mais se destacaram. A espécie
com maior freqüência foi Synechocystis aquatilis Sauv., com 16 registros em vinte
pontos amostrais. O ponto 20 foi o que apresentou o maior número de espécies (24
taxons) (Fig. 4).
No mês de maio de 2006 (chuva) foi observada uma riqueza de 33 táxons, sendo
novamente as classes Chlorophyceae (18) e Cyanophyceae (4) as mais representativas.
A espécie mais freqüente continuou sendo Synechocystis aquatilis que foi registrada em
todos os pontos amostrados neste período.
0
5
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N° de Táxons
Cyanobacterias Chrysophyceae Bacillariophyceae
Cryptohyceae Dinophyceae Euglenophyceae
Chlorophyceae Zygnemaphyceae Outros
Fig. 2 - Riqueza específica em cada ponto amostral durante o período de seca de
2004 (novembro) no rio Araguari.
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N° de Táxons
Cyanobacterias Chrysophyceae Bacillariophyceae
Cryptohyceae Dinophyceae Euglenophyceae
Chlorophyceae Zygnemaphyceae Outros
Fig. 3 - Riqueza específica em cada ponto amostral durante o período de seca de
2005 (Novembro) no rio Araguari e na UHE Coaracy Nunes.
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N° de Táxons
Cyanobacterias Chrysophyceae Bacillariophyceae
Cryptohyceae Dinophyceae Euglenophyceae
Chlorophyceae Zygnemaphyceae Outros
Fig. 4 - Riqueza específica em cada ponto amostral durante o período de chuva de
2005 (maio) no rio Araguari e na UHE Coaracy Nunes.
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de Táxons
Cyanobacterias Chrysophyceae Bacillariophyceae
Cryptohyceae Dinophyceae Euglenophyceae
Chlorophyceae Zygnem aphyceae Outros
Fig. 5 - Riqueza específica em cada ponto amostral durante o período de chuva de
2006 (maio) no rio Araguari e na UHE Coaracy Nunes.
68
3.4.3 – Diversidades α, β e γ
O Rio Araguari e a UHE Coaracy Nunes apresentaram uma diversidade gama
entre 33 e 79 táxons (Tabela II), sendo que no reservatório nos três períodos estudados
apresentou uma diversidade gama de 74 táxons. No entanto a estimativa de espécies
para estes ambientes foi entre 53 e 100 táxons. Percebeu-se com isto que a contribuição
relativa do presente estudo foi representativa no sentido que pôde amostrar entre 62 e
80% dos táxnos em quatro meses de coleta. O mês de novembro de 2005 foi o de maior
representatividade de espécies, com 80% da riqueza estimada, seguida de maio de 2005
com 78%.
Tabela II – Diversidade γ, riqueza estimada e o percentual de contribuição relativa
da riqueza observada no rio Araguari e na UHE Coaracy Nunes sobre a riqueza
estimada.
meses Diversidade gama Sjack
1
Contribuição relativa
Novembro 04 68 100 68%
Novembro 05 79 98 80%
Maio 05 39 50 78%
Maio 06 33 53 62%
Foi analissada a diversidade β (beta) nos pontos amostrais deste estudo. O índice
β-1 no Rio Araguari manteve-se abaixo de 41,67 (maio/ 06 - Tabela III). Isto indica que
o ambiente ainda encontra-se bastante heterogêneo.
Tabela III Valores de beta diversidade registrados nos quatro meses de
amostragem no rio Araguari e na UHE Coaracy Nunes.
indície Novembro 04 Novembro 05 Maio 05 Maio 06
β-1 36,68 24,12 23,24 41,67
3.4.4 – Diversidade específica
Os valores de diversidade e eqüidade baseados na densidade durante os períodos
estudados foram pouco expressivos e novembro de 2004 a diversidade variou de 0,213 a
69
2,104 bits.ind e eqüidade de 7,6 a 53,9 % (ponto 2) em relação ao mesmo período de
2005 as variáveis foram 0.181 a 3.486 bits.ind e eqüidade 6,6 a 91,6 % (Fig.6 e 7).
No período chuvoso (maio de 2005 e maio de 2006) o Rio Araguari apresentou
uma diversidade em maio de 2005 mais elevada em relação aos outros períodos
amostrados com valores entre 0.553 a 4.032 bits.ind (estação 20) e uma equidade entre
17,4 a 97,3 %, em relação a esse mesmo período de 2006 os valores de diversidade
foram de 0 a 2.933 bits.ind e equidade variando entre 3,5 a 93 % (Fig. 08 e 09).
0
,
0
0
,
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1
,
0
1
,
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2
,
0
2
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%
Diversidade equidade
Fig. 06 Diversidade (bits.ind) e eqüidade (%) da comunidade
potamofitoplanctônica referentes à densidade durante o período de novembro/04
no Rio Araguari.
Fig. 07 Diversidade (bits.ind) e eqüidade (%) da comunidade
potamofitoplanctônica referentes à densidade durante o período de novembro/05
no Rio Araguari e no reservatório da UHE Coaracy Nunes.
0,0
0,5
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Diversidade equidade
Fig. 08 Diversidade (bits.ind) e eqüidade (%) da comunidade
potamofitoplanctônica referentes à densidade durante o período de maio/05 no Rio
Araguari e no reservatório da UHE Coaracy Nunes.
0,0
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%
Diversidade equidade
Fig. 9 Diversidade (bits.ind) e eqüidade (%) da comunidade
potamofitoplanctônica referentes à densidade durante o período de maio/05 no Rio
Araguari e no reservatório da UHE Coaracy Nunes.
3.4.5 – Dominância e abundância das espécies
Avaliando-se a densidade (vide cap 1), notou-se que a expressividade ficou com
as Cyanobacterias em quase todos os períodos. Na Tabela IV pode-se verificar os
táxons dominantes e abundantes em densidades, no entanto muitos não foram
representativos em biovolume (vide cap.1), mas influenciaram a análise de
correspondência destendenciada (ACD) agrupando e/ou dispersando os pontos
71
amostrais. Ocorreram cinco táxons dominantes e 25 abundantes durante todo período
amostral (Tabela IV)
Os dados obtidos também demonstraram certa oscilação na densidade das
espécies abundantes, cujos valores registrados para esta categoria variaram de 1.579
ind.mL
-1
ponto amostral 1 (nov/04) a quase 555 ind.mL
-1
no ponto 2 (nov/04). Não
foram observadas espécies abundantes durante o período chuvoso.
Tabela IV Espécies dominantes e abundantes em densidades nos pontos
amostrais do Rio Araguari e do reservatório da UHE Coaracy Nunes. D – espécies
dominantes; A – espécies abundantes.
2004 2005 2006
novembro novembro maio maio
Taxon
D A D A D A D A
Monoraphidium dybowskii
01
Choricystis minor
01; 02 15
Synechococcus cf. elongatus
01; 03 ao
14
1; ao 11; 13;
16; 20
4 17; 18
Synechocystis aquatilis
02 1; ao 10;
PR2; PR3;
11; 12; 13;
14; 15; 16;
17 1; ao 11;
PR1; PR2;.
12 ao 20
Chlorella minutissima
02 12; 14; 18;
19
19
Chlorella vulgaris
02 1; 16; 17 20
Chroomonas nordstedii
17
Strombomonas verrucosa
17
Elakatothrix sp1
18
Cryptomonas marssoni
12; 15 17; 20
Chroococcus minor
18
Urosolenia eriensis
15; 16; 17;
18
20
Cryptomonas obovata
1; 3; 12 20
Peridinium sp1
14 20
Chlamidomonas sp2
20
Elakatothrix biplex
20
Lobosphaeropsis pyrenoidosa
1 20
Spermatozopsis exsutans
1 20
Pleunonephom sp1
2
Cryptomonas curvata
2; 4; 5
Monoraphidium longiusculum
3
Conocystis asymmetrica
14
Nephrochlamys willeana
14
Pediastrum tetras
14
Jaaginema angustissimum
15
Cryptomonas erosa
15; 19
Asterococcus limneticus
15
Nephrochlamys danica
15
Westella botryoides
15
Staurodesmus orbicularis
15
Monoraphidium komarkovae
19
72
3.4.6 – Análise de correspondência destendenciada (ACD)
A análise de correspondência destendenciada (ACD) apresentou um
agrupamento e dispersão dos pontos amostrais de acordo com maior ou menor
similaridade respectivamente, baseado na composição florística e nos valores de
densidade (Fig. 10). As espécies dominantes e abundantes (Tabela IV) foram
importantes nesta análise. Destacando-se apenas o mês de maio de 2006 cuja
composição e riqueza foram afetadas pelo período chuvoso (vide cap.1), tendo na ACD
uma dispersão de alguns pontos amostrais. Maio de 2006 foi caracterizado basicamente
pela ocorrência e elevado valores de densidade de S. aquatilis. Os pontos dispersos em
novembro de 2005 indicaram a baixa similaridade da composição florística com os
outros períodos e pontos amostrais, enquanto que a composição e densidade dos pontos
amostrais dos meses de maio de 2005 e maio de 2006 foram mais similar.
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Eix o 1
Eixo 2
Novembro 2004
Novembro 2005
Maio 2005
Maio 2006
Fig.10 - Escores derivados da ACD aplicados à freqüência das espécies de algas
potamofitoplanctônicas nos pontos amostrais do Rio Araguari e do reseratório da
UHE Coaracy Nunes. Os símbolos indicam os pontos amostrais durante o período
de amostragem.
73
3.4.7 - Similaridade
A análise de similaridade (UPGMA) com base nos dos dados de presença e
ausência evidenciou a formação de sete grupos de acordo com a semelhança entre as
espécies encontradas nos diferentes pontos amostrais. A análise de cluster evidenciou
também, de acordo com a Fig. 11, o grande número de pontos similares dentro do grupo
quatro e grupo três, e apresentou o grupo 6 como distinto entre todos os outros.
Na Tabela V pode-se evidenciar os pontos amostrais de cada grupo. Acima de
50% de similaridade encontram-se os pontos amostrais 20 (maio/05) e 01
(novembro/05); 08 e 09 (maio/05); 11 (maio/05) e 06 (maio/06); 09 e 10 (maio/06); 12,
13 e 15 (maio/06); 08, 14 e 17 (maio/06); 02 e 05 (maio/06); 03 e 04 (novembro/04). O
grupo 4 foi o que apresentou o maior número de pontos semelhantes.
Tabela V Grupos derivados da análise de similaridade (UPGMA) com os pontos
amostrais dispostos na seqüência de cada agrupamento e a indicação do mês de
ocorrência (N= novembro, M= Maio) entre os anos de 2004 (04), 2005 (05), 2006
(06).
Grupo Pontos Amostrais
1
N04-01; N05-12; N04-02; N05-12; N05-04; N05-19; N05-R1; N05-15;
N05-18; M05-R3; N05-R2; M05-R1; N05-R3.
2
M05-20; N05-01; N05-10; N05-08; N05-02; N05-14; M05-01.
3
M05-06; M05-10; M05-15; M05-08; M05-09; N05-05; M05-11; M05-
06; M05-02; M05-16; M05-07; M05-12; M05-04; M05-05; M05-13;
M05-14; M05-18; N05-17.
4
M05-03; M06-08; M06-17; M06-14; M06-R2; M06-18; N05-10; N05-
20; M06-03; M06-11; M06-01; M06-12; M06-13; M06-15; M06-09;
M06-10; M06-02; M06-05; M06-03; M06-04; M06-R1; M06-20; M06-
19.
5
M06-16; N05-03; N05-05.
6
N05 – 11
7
N04-03; N04-04; N04-05; N04-10; N04-08; N04-06; N04-03; N04-13;
N04-14; M05-17; M05-19; N04-11; N04-09; M05-R2; M06-R3; N04-12;
N05-09.
74
Fig.11 - Dendrograma do coeficiente de similaridade (Jackard), obtidos com base
nos dados de incidência das algas (r=.0.71045). vide Tabela V.
75
3.5 – DISCUSSÃO
O regime pluviométrico no Estado do Amapá diverge de localidade para
localidade, devido a umidade do ar, a proximidade do mar e a floresta (CUNHA, com.
pess), ocorrendo assim fortes chuvas que atuam sobre os recursos hídricos alterando as
características ambientais podendo assim ser observado o grande efeito diluidor que
afeta as variáveis limnológicas, a densidade, a riqueza e a composição florística dos
diferentes ponto amostrais.
De acordo com as variáveis físicas e químicas aferidas durante o período
amostrado as águas do Rio Araguari apresentaram-se dentro do esperado para região
tropical, principalmente pelas elevadas temperaturas e precipitação, o Rio apresentou-se
com águas turbulentas conforme informado no cap. 1.
No Rio Araguari durante todo o período de amostragem, foram identificados 112
táxons na região. As Chlorophyceae contribuíram na composição florística (45% do
total de espécies registradas). As Bacillariophyceae apresentaram 16 táxons e foi o
segundo grupo em importância na análise da composição, no entanto a densidade desse
grupo não foi representativa, esse mesmo padrão foi registrado para o Rio De-La-Plata
na Argentina (BAUER & GÓMEZ 1998) e Rio Paraibuna-RJ (SOARES 2007). Já o Rio
Paraná (DEVERCELLI 2006) apresentou-se um pouco diferente do Rio Araguari
quanto à composição das classes Chlorophyceae, Bacillariophyceae e Cryptophyceae
como as principais. Segundo DOMITROVIC (2003) em parte do Rio Paraná na
Argentina com a influência de alguns lagos, as Euglenophyceae foram mais
representativas. No Rio Gastona a composição das classes diferiu daquela observada no
Rio Araguari, tendo a classe Chlorophyceae como a mais representativa seguida de
Cyanophyceae e Euglenophyceae na composição do fitoplâncton deste Rio
(TRACANNA & MIRANDES 2004). Segundo DOMITROVIC (2002) o Rio Paraguay
apresentou também um predomínio da classe Chlorophyta (45%), seguida de
Euglenophyta (23%) e Bacillariophyceae (20%).
No Rio Araguari as Bacillariophyceae não foram muito representativas, em
densidade e em riqueza específica como é esperado para um ecossistema lótico, talvez
devido ao leito do Rio que no trecho médio e inferior é desprovido de substrado para
76
desenvolvimento destes táxons o que facilitaria a ocorrência dos mesmos na fase
meroplanctônica.
No reservatório da UHE Coaracy Nunes observou-se também a predominância
da riqueza da classe Chlorophyceae, assim como nas estações de planice do Rio
Araguari, onde este é largo e com menor turbulência. Segundo CUNHA (2004) nos
Rios Piraquê-Açu e Piraquê-Mirim em Aracruz-ES, a classe mais representativa foi
Bacillariophyceae (o que era esperado para ambiente lótico), isso ocorre devido os Rios
apresentam um caráter mais turbulento favorecendo esses grupos de algas, o que não foi
observado no Rio Araguari. Os Rios Paraibuna e Pomba (Estado do Rio de Janeiro -
SOARES, 2007) apresentaram uma riqueza específica menor (49 e 45 táxons
respectivamente) que a encontrada no Rio Araguari. A riqueza do Rio Araguari também
foi superior à do Rio Paraguai (SILVA et al., 2000) e Rio Gastona (Tucumán
Argentina- MIRANDES & TRACANNA, 2003).
Durante o período estudado, os pontos 1, 2 e 12 no tempo de seca apresentaram
uma maior riqueza específica, as espécies que se apresentaram com maior freqüência
foram Synecocystis cf. aquatilis, Synechococcus cf. elongatus e Cryptomonas marssoni.
Estas espécies também foram representativas no Rio De-La-Plata apresentando uma
freqüência de espécies um pouco diferente das existentes no Rio Araguari, em sua
maioria foram encontradas Chlorophyceae (Dictyosphaerium pulchellum
Dictyosphaerium subsolitarium, Kirchneriella contorta, Monoraphidium contortum,
Monoraphidium komarkovae e Scenedesmus quadricauda) e BacillaRiophyceae
(Aulacoseira granulata var. angustissima) (BAUER & GOMEZ, 1998), o Rio
Paraguay teve Cryptomonas marssoni como freqüente o que também ocorreu no Rio
Araguari, Monoraphidium spp e Scenedesmus spp (DOMITROVIC, 2002).
A estação 1 apresentou uma maior densidade fitoplânctonica, principalmente
pela dominância Monoraphidium dybowskii, foram também dominantes as espécies de
Synecocystis cf. aquatilis e Synechococcus cf. elongatus. Os táxons com maior
abundância no período de seca foram Synechococcus cf. elongatus, Synechocystis
aquatilis, Chlorella minutissima, Chlorella vulgaris, Choricystis minor, Cryptomonas
erosa, Cryptomonas marssoni. No período chuvoso as espécies abundantes foram
Synechocystis aquatilis, Synechococcus cf. elongatus, Cryptomonas erosa,
Cryptomonas marssoni, Cryptomonas obovata, Chroomonas nordstedii, Chlorella
minutíssima e Chlorella vulgaris. Alguns desses táxons também foram abundantes no
77
Rio De La Plata (DOMITROVIC, 2003), e Rio Paraná (DEVERCELLI, 2006) algumas
espécies de Chlorella spp e Monoraphidium.spp.
Foi observada durante o estudo uma maior densidade de organismos durante o
período da seca, isso pode ser explicado devido ao menor volume de água,
conseqüentemente uma menor turbulência e uma maior disponibilidade de nutrientes
para as algas. No entanto os organismos que estiveram com valores elevados de
densidade eram nanoplactônicos, como Synechocystis aquatilis e Synechococcus cf.
elongatus, esses organismos foram encontrados em ambos os períodos de seca e chuva
(vide cap.1).
Os dados de riqueza expressos baseados em estimadores (MAGURRAN, 2004)
permitindo inferir que houve uma boa amostragem no ambiente estudado. Segundo
NABOUT et al. (2007), o uso de estimadores para riqueza tem sido pouco utilizado
para estudos com fitoplâncton, no entanto, é uma ferramenta fundamental para analisar
a comunidade fitoplanctônica. O estimador Sjack1 permitiu averiguar que o estudo
realizado no Rio Araguari e UHE Coaracy Nunes, no Estado do Amapá, obteve um
registro elevado de táxons, acima de 62% do esperado. Geralmente poucos táxons
fitoplânctonicos resistem em ambientes lóticos devido as contínuas perturbações do
ambiente. A grande maioria desses organismos são meroplanctônicos ou com
estratégias favoráveis a instabilidade aquática. o existem dados de artigos científicos
com a estimativa dos táxons de algas em ambiente de Rio.
A maior diversidade específica no Rio Araguari ocorreu no período de seca, o
que significa dizer que as chuvas provocaram um efeito diluidor no ambiente comforme
foi registrado em THOMAZ et al. (1997). Esse comportamento também foi observado
por NABOUT et al. (2007) em ambientes lênticos. O efeito diluidor foi mais drástico no
mês de maio de 2006 cujos valores de precipitação foram considerados elevados.
No campo da ficologia poucos trabalhos têm abordado o tema beta diversidade,
HUSZAR et al. (1990) em lagoas de inundação do baixo Rio doce e NABOUT et al.
(2007) em lagoas de inundação do Rio Araguaia. No Rio Araguari ocorreram trechos
mais preservados (com presença de matas ciliares), regiões de pastagens e criação de
gado e trechos urbanos. Esses diferentes trechos podem influenciar a composição e
densidade, o que pode ter afetado a diversidade β. Dessa forma, a beta diversidade foi
78
mais influenciada por processos locais, apresentando um maior valor na chuva
(maio/06) e também em novembro/04.
A diversidade e a eqüidade da comunidade potamofitoplanctônica no Rio
Araguari foram pouco expressivas apresentando uma variação de 0.213 a 2.104 bits.ind
e eqüidade de 7,6 a 53,9 % (seca) e 0.181 a 3.486 bits.ind e eqüidade 6,6 a 91,6 %
(chuva). Isso pode ter ocorrido devido ao predomínio de algumas espécies durante todo
o estudo (Synecocystis cf. aquatilis, Synechococcus elongatus). De um modo geral a
diversidade foi inferior a 2,5 na maioria dos pontos.
Segundo WEITHOFF (2003), a diversidade funcional (F.D) reflete a
mulplicidade funcional dos organismos dentro da comunidade fitoplanctônica, sendo
uma medida simples de FD, como sendo o número de grupos funcionais co-acontecendo
no ambiente. De acordo com WEITHOFF (2003), a FD será alta quando espécies com
diferentes amplitudes apresentam características funcionais semelhantes presentes assim
na mesma comunidade. Essas características descritas por Weithoff foram
principalmente crescimento, sedimentação e perdas por herbivoría. De acordo com o
que foi estudado o Rio Araguari apresentou organismos, em sua maioria,
nanoplanctônicos e microplanctônicos cujos táxons foram favorecidos pelo fluxo do Rio
com o alto aporte de água que aconteceu no ambiente devido o período chuvoso
bastante intenso (vide cap.1), isso favoreceu esses organismos, que na maioria, foram
considerados por OLRIK (1994) C, R e CR-estrategistas, o que faz com que esses
organismos apresentem características diferentes (acelerada taxa de crescimento e
reprodução, alta capacidade superfície/volume e uma melhor tolerância a ambientes
turbulentos).
3.6 - CONCLUSÃO
O Araguari é um rio da região amazônica, percorrendo inicialmente o planalto
das guianas, é um dos rios mais importantes do Estado do Amapá, apresentando trechos
com características hidrológicas bem distintas com seções de águas pouco turbulentas,
turbulentas (ritral e potamal) e lênticas (reservatório).
O coeficiente de variação indicou uma forte heterogeneidade ambiental que foi
corroborado pela β diversidade.
Foram identificadas cerca de 112 espécies distribuídas em oito classes, com
maior representatividade de Chlorophyceae com 52 táxons. As espécies mais freqüentes
79
foram Synecocystis cf. aquatilis, Synechococcus elongatus, Lobopheraeropsis
pyrenoidosa, Chroomonas nordstedtii, Cryptomonas erosa e Cryptomona marsonii.
O Rio Araguari apresentou durante o período de estudo uma riqueza específica
bem superior nas estações de seca que nos períodos chuvosos, esse fato ocorreu
provavelmente devido ao fator diluidor provocado pelas fortes chuvas que acarretaram
uma diminuição na comunidade fitoplanctônica, principalmente em maio de 2006.
O Rio Araguari e o reservatório UHE Coaracy Nunes apresentaram uma
diversidade gama estimada entre 33 e 79 táxons. O que pode ser destacado foi que o
índice de diversidade medido pelo estimador Sjack
1
apontou uma cotribuição relativa
entre 62 e 80% dos táxons.
A análise de correspondência destendenciada (ACD) apresentou uma certa
similaridade entre os períodos de chuva (maio de 2005 e maio de 2006) e uma
dissimilaridade entre os períodos de seca (novembro de 2004 e novembro de 2005).
A diversidade e eqüidade da comunidade potamofitoplanctônica no Rio Araguari
foi pouco expressiva, apresentando uma variação de 0.213 a 2.104 bits.ind e eqüidade
de 7,6 a 53,9 % (seca) e 0.181 a 3.486 bits.ind e eqüidade 6,6 a 91,6 % (chuva).
80
3.7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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84
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Rio Araguari localizado no extremo norte do país foi caracterizado como
sendo bem heterogêneo, pois apresenta trechos de serra, pedregosos, alta turbulência e
trechos de planície. É um Rio de grande importância econômica e turística para o
Estado do Amapá ressaltando assim a necessidade de conhecê-lo e preserva-lo. O rio
apresenta alguns sinais da ação antrópica como atividade agropecuária e mineração.
O Rio Araguari apresentou-se, de acordo com os dados obtidos, características
de um ambiente oligotrófico, o que era esperado de acordo com as hipóteses, com
uma riqueza específica dominada por algas da classe Chlorophyceae. Com relação à
densidade a classe mais expressiva foi Cyanophyceae representada por Synecocystis cf.
aquatilis e Synechococcus elongatus, tendo os grupos funcionais Z (Synecocystis cf.
aquatilis) e Y (Cryptomonas erosa e Cryptomona marsonii) como predominantes em
ambos os períodos (seca e chuva).
Esperava-se, de acordo com as hipóteses, o predomínio das associações D, A e P
esses grupos apareceram esporadicamente ao longo do Rio, mas não foram dominantes
como ocorreu com as associações Z e Y.
O Rio Araguari apresentou durante todo período amostrado uma composição
florística representada por 112 táxons distribuídos em 8 classes, tendo a Chlorophyceae
com o maior número de representantes (52 táxons), seguido de Baccillariophyceae (16),
Zygnemaphyceae (12), Cyanophyceae (10) Cryptophyceae (11), Chrysophyceae (4),
Euglenophyceae e Dinophyceae (3) cada e as outras classes com apenas um táxon .
A riqueza específica consistiu um número mais elevado de táxos nos períodos de
seca, tendo o mês de novembro/05 com a maior riqueza específica 73 táxons, seguido
do mês de novembro de 2004 com 68 espécies. Já o período chuvoso apresentou-se
com menos espécies devido ao efeito diluidor do período tendo o mês de maio/05 com
39 táxons e o mês de maio de 2006 com o menor número de espécies.
Os índices de diversidade gama no Rio Araguari variaram entre 33 e 79 táxons,
apresentando assim uma contribuição relativa em torno de 62 e 80% dos táxnos
encontrados nos quatro meses de coleta. O mês de novembro de 2005 foi o de maior
85
representatividade de espécies com 80% da riqueza estimada seguida de maio de 2005
com 78%.
O Rio Araguari apresentou durante todo estudo uma dominância de 5 táxons e
25 abundantes. Houveram uma certa oscilação na densidade das espécies abundantes,
cujos valores registrados para esta categoria variaram de 1.579 ind.mL
-1
ponto amostral
1 (novembro de 2004) a quase 555 ind.mL
-1
no ponto 2 (novembro de 2004). Não
foram observadas espécies abundantes durante o período chuvoso.
A primeira pesquisa de ecologia de fitoplâncton para o ambiente e a primeira
listagem de algas para o Estado do Amapá.
Espera-se que com esse trabalho que apresenta um caráter pioneiro para este Rio
inicie-se uma nova etapa nas analises bióticas deste sistema e que outras pesquisas
venham a ser desenvolvidas detalhando com maior periodicidade a comunidade
potamofitoplanctônica e seus atributos, com isto, aumentando o esforço amostral e
complementando a composição e riqueza específica atual.
86
ANEXOS
87
Tabela I Classificação do potamoplâncton do Rio Araguari de acordo com o seu
tamanho.
Tipo de talo Número
médio de
cúlulas
Categoria
de
tamanho
Classe de
Tamanho
(GALD)
(GALD) Biovolu
me (µm
3
)
Cyanobacteria
Aphanocapsa elachista Colônia 20 Mi II 39 122,6
Chroococcus minor Colônia 2 Na I 12,5 31,1
Jaaginema angustissimum Filamento 10 Mi II 120 159,3
Merismopedia tenuissima Colônia 15 Na I 17,5 31
Myxobaktron sp1 Filamento 8 Mi II 60 294,3
Oscillatoria limnetica Filamento 18 Mi II 62,5 759
Pseudoanabaena mucicula Filamento 10 Mi II 68 170,5
Synechococcus cf. elongatus Unicelular 1 Na I 7 16
Synechocystis aquatilis Unicelular 1 Na I 2,5 4,5
Woronichinia sp1 Colônia 20 Na I 16 18,1
Chrysophyceae
Chromulina sp1 Unicelular 1 Na I 4,8 32,9
Chrysococcus minutus Unicelular 1 Na I 8,6 8,1
Dinobryon divergens Colônia 4 Mi II 30,5 183,9
Mallomonas sp1 Unicelular 1 Na I 19,6 628
Bacillariophyceae
Aulacoseira granulata Filamento 10 Mi II 50 973,2
Craticula cuspidata Unicelular 1 Mi II 25 410
Cymbella affinis Unicelular 1 Mi II 25 882
Pinnularia doeringii Unicelular 1 Mi II 47,5 710,3
Achnanthes exigua Unicelular 1 Mi II 37,5 294,3
Diploneis sp1 Unicelular 1 Mi II 25 306,6
Geissleria sp1 Unicelular 1 Na I 20 392,5
Gomphonema parvulum. Unicelular 1 Mi II 50 392,5
Navicula cincta Unicelular 1 Na I 18 212,7
Navicula viridula Unicelular 1 Mi II 37 1.423
Nitzschia sp1 Unicelular 1 Mi II 40 706,5
Rhizosolenia erienses Unicelular 1 Na I 18 197
Tabelaria sp1 Filamento 6 Mi II 25,5 1.593
Urosolenia eriensis Unicelular 1 Na I 17 932
Urosolenia longiseta Unicelula 1 Na I 18 195,6
Cryptohyceae
88
Tabela I – Continuação ........
Tipo de talo Número
médio de
cúlulas
Categoria
de
tamanho
Classe de
Tamanho
(GALD)
(GALD) Biovolu
me (µm
3
)
Chroomonas acuta Unicelular 1 Na I 5 157
Chroomonas nordstedii Unicelular 1 Na I 4 72,9
Chroomonas sp1 Unicelular 1 Na I 8,5 105
Cryptomonas curvata Unicelular 1 Na I 12,5 245
Cryptomonas erosa Unicelular 1 Na I 12,5 255
Cryptomonas marssoni Unicelular 1 Na I 12,5 255
Cryptomonas obovata Unicelular 1 Mi II 22,5 737
Cryptomonas phaseolus Unicelular 1 Na I 11,6 245
Cryptomonas pyrenoidifera Unicelular 1 Na I 12,4 670
Cryptomonas rostratiformis Unicelular 1 Na I 20,6 736,6
Pleunonephom sp1 Unicelular 1 Na I 11 8,1
Dinophyceae
Dino sp1 Unicelular 1 Mi II 25 1557
Dino sp2 Unicelular 1 Mi II 22,5 2056
Peridinium sp1 Unicelular 1 Mi II 20 1789
Euglenophyceae
Euglena sp1 Unicelular 1 Mi II 20 392,5
Phacus orbicularis Unicelular 1 Mi II 58 197,2
Strombomonas verrucosa Unicelular 1 Mi II 25 1429
Chlorophyceae
Ankistrodesmus densus Colônia 4 Mi II 45 1844
Ankistrodesmus fusiformes. Colônia 4 Mi II 25 490,6
Ankistrodesmus tortus Colônia 4 Mi II 25,5 491
Asterococcus limneticus Unicelular 1 Na I 7,5 212
Botryococcus sp1 Colônia 45 Mi II 113 6839
Chlamidomonas sp1 Unicelular 1 Na I 7,5 89,8
Chlamidomonas sp2 Unicelular 1 Na I 12,5 551,9
Chlorella minutissima Unicelular 1 Na I 5 29,46
Chlorella vulgaris Unicelular 1 Na I 7,5 220,7
Choricystis minor Unicelular 1 Na I 6,5 36,5
Coelastrum astroideum Cenóbio 8 Mi II 30 223
Coelastrum reticulatum Cenóbio 20 Mi II 30 1032
Coenochloris piscinalis Colônia 8 Na I 5 65,4
Conocystis asymmetrica Colônia 8 Na I 7,5 32,6
Desmatractum obtusum Unicelular 1 Mi II 32,5 758
89
Tabela I – Continuação .........
Tipo de talo Número
médio de
cúlulas
Categoria
de
tamanho
Classe de
Tamanho
(GALD)
(GALD) Biovolu
me (µm
3
)
Desmodesmus heteracanthus Cenóbio 4 Na I 17 322
Desmodesmus opoliensis Cenóbio 4 Na I 15 321,6
Dictyosphaerium elegans Colônia 4 Mi II 35 384
Dictyosphaerium pulchellum Colônia 4 Mi II 22 315,5
Drepanochloris uherkovichii Unicelular 1 Na I 12,5 61,3
Elakatothrix biplex Colônia 2 Na I 11,7 7
Elakatothrix genevensis Colônia 8 Mi I 32,8 154
Elakatothrix sp1 Colônia 2 Na II 12,5 245,3
Eutetramorus planctonicus Colônia 8 Na I 20 267,9
Golenkinia radiata Unicelular 1 Na I 12,5 12,5
Koliella longiseta Unicelular 1 Mi II 60 24,5
Lobosphaeropsis pyrenoidosa Unicelular 1 Na I 10 523
Monoraphidium arcuatum Unicelular 1 Mi II 30,8 40,9
Monoraphidium circinale Unicelular 1 Na I 7,3 11,6
Monoraphidium contortum Unicelular 1 Na I 15 19,87
Monoraphidium dybowskii Unicelular 1 Na I 7,5 36,7
Monoraphidium griffithii Unicelular 1 Mi II 37 1503
Monoraphidium komarkovae Unicelular 1 Mi II 25 27,3
Monoraphidium litorale Unicelular 1 Na I 15 10,7
Monoraphidium longiusculum Unicelular 1 Mi II 60 16,2
Mycacanthococcus ellaris Colônia 2 Na I 12,5 24,5
Nephocytium schilleri Colônia 4 Mi II 30,1 25,8
Nephrochlamys danica Colônia 2 Na I 10 18,8
Nephrochlamys willeana Colônia 4 Na I 7,5 147
Oocystis lacustris Colônia 4 Mi II 30 4710
Pediastrum tetras Cenóbio 4 Mi II 20 196
Radiococcus planktonicus Colônia 4 Mi II 20,5 556,7
Raphidocelis subcapitata Unicelular 1 Na I 8 10,6
Scenedesmus ellipticus Cenóbio 2 Na I 10,5 125,7
Scnedesmus arcuatos Cenóbio 4 Na I 15 256
Selenastrum gracile Colônia 4 Na I 18 98,7
Spermatozopsis exsutans Unicelular 1 Na I 7,5 147,1
Sphaerllopsis ordenata Unicelular 1 Na I 15 6,54
Tetraedron incus Unicelular 1 Na I 8,5 34,9
Trochiscia aciculifera Unicelular 1 Na I 6 113
90
Tabela I – Continuação .........
Tipo de talo Número
médio de
cúlulas
Categoria
de
tamanho
Classe de
Tamanho
(GALD)
(GALD) Biovolu
me (µm
3
)
Pyramimonas flabelliformis Unicelular 1 Na I 6,5 31,1
Westella botryoides Cenóbio 4 Mi II 27,4 124
Zygnemaphyceae
Closterium kützing Unicelular 1 Mi II 137,5 2158
Euastrum evolutum Unicelular 1 Mi II 25 6741
Staurastrum anatinium Unicelular 1 Mi II 65,7 8520
Staurastrum setigerum Unicelular 1 Na I 18 301
Staurastrum sp1 Unicelular 1 Na I 19 212
Staurastrum sp2 Unicelular 1 Na I 14 307,1
Staurastrum laeve Unicelular 1 Na I 10 90,1
Staurastrum sp3 Unicelular 1 Mi II 20 2044
Staurodesmus crassus Unicelular 1 Na I 15,5 1328
Staurodesmus orbicularis Unicelular 1 Na I 10 1046
Staurodesmus sp1 Unicelular 1 Na I 19 301,3
Staurodesmus triangularis Unicelular 1 Na I 17,9 257,5
Outros
Cyclonexis sp1 Cenóbio 8 Na I 12,5 65,4
Golioquete sp1 Colônia 20 Mi II
91
Tabela II Lista de táxons encontrados no Rio Araguari durante os períodos de amostragens de
seca (novembro 04 e novembro 05) e chuva (maio 05 e maio 06).
Cyanobacterias
Aphanocapsa elachista West. & West.
Chroococcus minor (Kütz.) Näg.
Jaaginema angustissimum
Merismopedia tenuissima Lemm.
Myxobaktron sp1
Oscillatoria limnetica Lemm.
Pseudoanabaena mucicula
Synechococcus cf. elongatus
Synechocystis aquatilis Sauv.
Woronichinia sp1
Chrysophyceae
Chromulina sp1
Chrysococcus minutus (Fritsch) Nyg.
Dinobryon divergens Ehrenb.
Mallomonas sp1
Bacillariophyceae
Aulacoseira granulata (Ehrenb.) Smon
Craticula cuspidata (Kütz.) D. G. Mann
Cymbella affinis Kütz.
Pinnularia doeringii (Freng.) F. W.
Achnanthes exigua Grunow
Diploneis sp1
Geissleria sp1
Gomphonema parvulum Kütz.
Navicula cincta (Ehrenb.) ralfs
Navicula viridula (Kütz. ) Eherenb.
Nitzschia sp1
Rhizosolenia erienses var. eriensis
Tabelaria sp1
Urosolenia eriensis (HL Smith) Round & Crawf.
Urosolenia longiseta (Zach.) Bukht.
Cryptohyceae
Chroomonas acuta Uter.
Chroomonas nordstedii Hansg.
Chroomonas sp1
Cryptomonas curvata Ehrenb.
Cryptomonas erosa Ehrenb.
Cryptomonas marssoni Skuja.
Cryptomonas obovata Skuja.
Cryptomonas phaseolus Skuja
Cryptomonas pyrenoidifera
Cryptomonas rostratiformis Skuja
Pleunonephom sp1
Dinophyceae
Dinophyceae sp1
Dinophyceae sp2
Peridinium sp1
Euglenophyceae
Euglena sp1
Phacus orbicularis Hüb.
Strombomonas verrucosa
Chlorophyceae
Ankistrodesmus densus Kors.
Ankistrodesmus fusiformes Kos.
Ankistrodesmus tortus Kom. & Com.
Asterococcus limneticus GM Smith
Botryococcus sp1
Chlamidomonas sp1
Chlamidomonas sp2
Chlorella minutissima Fott. & Novak.
Chlorella vulgaris Beij. [K&H]
Choricystis minor (Skuja) Fott.
Coelastrum astroideum De - Not.
Coelastrum reticulatum (Dang.) Senn.
Coenochloris piscinalis Fott.
Conocystis asymmetrica Kom.
Desmatractum obtusum Parch.
Desmodesmus heteracanthus
Desmodesmus opoliensis
Dictyosphaerium elegans Bachm.
Dictyosphaerium pulchellum Wood
Drepanochloris uherkovichii Marv., Kom. & Com.
Elakatothrix biplex (Nyg.) Hind.
Elakatothrix genevensis (Reverd.) Hind.
Elakatothrix sp1
Eutetramorus planctonicus (Kors.) Bourr.
Golenkinia radiata Chod.
Koliella longiseta (Visch.) Hind.
Lobosphaeropsis pyrenoidosa Reisig.
Monoraphidium arcuatum (Kors.) Hind.
Monoraphidium circinale (Nyg.) Nyg.
Monoraphidium contortum (thur.) Kom. - Legn.
Monoraphidium dybowskii (Wolosz.) Hind. & Kom - Legn.
Monoraphidium griffithii (Berk.) Kom. - Legn.
Monoraphidium komarkovae Nyg.
Monoraphidium litorale Hind.
Monoraphidium longiusculum Hind.
Mycacanthococcus cellaris Hansg.
Nephocytium schilleri
Nephrochlamys danica Kom.
Nephrochlamys willeana (Printz.) Ralfs.
Oocystis lacustris skuja
Pediastrum tetras (Ehernb.) Ralfs.
Radiococcus planktonicus Lund.
Raphidocelis subcapitata kors.
Scenedesmus ellipticus (West. & West.) Chod.
Scnedesmus arcuatos (Lemm.) Lemm.
Selenastrum gracile Reinsgh.
Spermatozopsis exsutans
Sphaerllopsis ordenata Skuja
Tetraedron incus (Teil.) G. M. Smith.
Trochiscia aciculifera (Lagerh.) Hansg.
Pyramimonas flabelliformis Ehl.
Westella botryoides (West. & West.) De - Wild.
Zygnemaphyceae
Closterium kützing Breb.
Euastrum evolutum
Staurastrum anatinium
Staurastrum laeve Ralfs
Staurastrum setigerum Cleve
Staurastrum sp1
Staurastrum sp2
Staurastrum sp3
Staurodesmus crassus (West. & West) Florin
Staurodesmus orbicularis
Staurodesmus sp1
Staurodesmus triangularis (Lagerh.) Teiling.
Outros
Cyclonexis sp1
92
Golioquete sp1
93
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