Mestrado em Ecologia e Evolução
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Pablo Vinícius C
.
Mathias
11
grau de perda de hábitats (
MYERS
et al.,
2000).
Em relação a este último aspecto soma-
se a
inda
como agravante desta condição, existem poucos parques, santuários ou reservas
científicas que protejam p
aisagens de cerrado (
DIAS
,
1993
;
CAVALCANTI
e
JOLY
,
2002
).
Atualmente o Cerrado apresenta apenas 1,2% de sua extensão protegidas sob
forma de Unidades de Conservação (
MYERS
et al., 2000), sendo que, 67% de seu
território já foi modificado. Isto se deve a rápida ocupação humana e desenvolvimento de
técnicas agrícolas (
MANTOVANI
e PEREIRA, 1998). Este processo de expansão da
fronteira agropecuária nas últimas décadas, especialmente na Região Norte do País, tem
resultado em uma crescente fragmentação das florestas nativas. Essas atividades são
fontes potenciais de distúrbios
ao
meio ambiente, fundamentalmente quanto às
modificações de elementos componentes da estrutura física dos ecossistemas e da
paisagem como um todo (
VALÉRIO FILHO, 1995
).
Neste contexto o estado do Tocantins caracteriza-se por uma diversidade de
ecossistemas, com áreas consideradas aptas para lavouras em torno de 36.000 km
2
, em
que se destacam aquelas denominadas áreas de várzea (
JICA,
1998).
Dentre as diversas formas de impactos ambientais, o barramento de alguns
mananciais, neste caso específico o do rio Manuel Alves para implantação do projeto de
irrigação, resultam na fragmentação e transformação de habitats, alterando processos
biológicos básicos de diversas espécies e suprimindo várias populações. A situação
torna
-se mais complexa na medida em que o programa de irrigação traz agregado
impactos futuros, que precisam ser monitorados para que a migração de pessoas para a
região e a utilização de agroquímicos não rompam de vez o frágil eq
uilíbrio ecológico, mas
tragam desenvolvimento sustentável com qualidade ambiental, através do processo de
gestão participativa da comunidade local.
A fim de se estabelecer diretrizes mais eficazes para a conservação da diversidade
de um determinado local, ou sobre medidas mais eficazes para um determinado impacto é
fundamental o conhecimento sobre a ecologia de comunidades e os parâmetros
populacionais das espécies envolvidas direta e indiretamente (
ALMEIDA,
2002)
.
Com relação as aves, estas respondem de maneiras diferentes a fatores
ambientais distintos (
MACNALLY
, 1990), ocasionando associações fortes entre as suas
comunidades e hábitats particulares (
WOINARSKI
et al
.,
1988; TUBELIS e CAVALCANTI
,
2001). Características referentes à estrutura ou composição florística de um hábitat são
importantes para se determinar a disponibilidade de sítios de vocalização, recursos
alimentares,
proteção contra predadores, condições microclimáticas adequadas e sítios de
nidificação (
WIENS
et al., 1987). A altura da vegetação possui efeito direto sobre a
diversidade de aves (MACARTHUR, 19
72)
.
Vários estudos evidenciam a distribuição de