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Mestrado em Ecologia e Evolução
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Pablo Vinícius C
.
Mathias
1
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
PROGRAMA EM ECOLOGIA E EVOLUÇÃO
-----------------------
ANÁLISE DAS COMUNIDADES DE ANFFÍBIOS E AVES NA ÁREA DE
INFLUÊNCIA DO PROJETO DE IRRIGAÇÃO DO RIO MANUEL ALVES, PORTO
ALEGRE D
O TOCANTINS, TOCANTINS
------------------------
GOIÂNIA
-
GOIÁS
Agosto
-
2006
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Mestrado em Ecologia e Evolução
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
PROGRAMA EM ECOLOGIA E EVOLUÇÃO
---------------------
ANÁLISE DAS COMUNIDADES
DE ANFÍBIOS E AVES NA ÁREA DE
INFLUÊNCIA DO PROJETO DE IRRIGAÇÃO DO RIO MANUEL ALVES, PORTO
ALEGRE DO TOCANTINS, TOCANTINS
Aluno:
Pablo Vinícius Clemente Mathias
Orientador:
Profº. Dr. Rogério Pereira Bastos
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Ecologia e
Evolução da Universidade Federal de
Goiás como parte dos requisitos para
obtenção do título de mestre na área de
Ecologia.
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Mestrado em Ecologia e Evolução
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SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
.........
...............................................................................
4
LISTA DE TABELAS.......................................................................................
5
AGRADECIMENTOS
6
ABSTRACT
8
RESUMO
9
1.
INTRODUÇÃO
...........
.................................................................................
10
2.
OBJETIVOS
................................................................................................
13
3. METODOLOGIA
13
3.1 Área de Estudo
13
3.2
Características gerais do empreendimento
13
3.3 Caracterização da região
15
3.3.1 Clima
15
3.3.2 Recursos Hídricos
15
3.3.3 Geologia
16
3.3.4 Solos da área influência
16
3.3.5 Caracterização da vegetação e dos pontos amo
strados
17
3.4 Coleta de dados
18
3.4.1 Anurofauna
18
3.4.2 Avifauna
21
3.5 Convenções e métodos de análise
23
3.5.1 Anurofauna
23
3.5.2 Avifauna
24
4.
RESULTADOS
.........................................................
..................................
26
5.
DISCUSSÃO
..............................................................................................
47
6.
CONCLUSÃO
............................................................................................
51
7.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
.........................................................
52
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1
Localização do bioma Cerrado no Brasil (FONTE: IBGE,
2005)................................................................
..............................
10
Figura 2
Localização da área de estudo (Modificado de IBGE, 2005)........
14
Figura 3
Pit fall
instalada em área antropizada.
19
Figura 4
Pit fall
instalada em mata de galeria
20
Figura 5
Pit fall
instalada em
cerrado
sensu stricto
20
Figura 6
Pit fall
instalada em cerradão
20
Figura 7
Registro indireto em
transect.
22
Figura 8
Registro indireto.
22
Figura 9
Registro direto com auxílio de redes.
22
Figura 10
Dendrograma construído utilizando dados qualitativos da
anurofauna
para as
quatro
campanhas.
30
Figura 11
Procerathophrys
sp.
27
Figura 12
Hyps
i
boas raniceps.
27
Figura 13
Physalaemus cuvieri
. 27
Figura 14
Leptodactylus fuscus.
27
Figura 1
5
Dendrograma construído utilizando dados qua
litativos
da anurofa
una
para as
quatro
campanhas.
29
Figura 1
6
Dendrograma construído utilizando dados quantitativos da anurofauna
para as
quatro
campanhas.
30
Figura 1
7
Gráfico demonstrando o resultado obtido com o cálculo do índice de
diversidade de Shannon
-
Wiener para
as
quatro
campanhas para
anurofauna.
31
Figura 1
8
Curvas de rarefação do número de indivíduos pelo número de espécies
da anurofauna para as
quatro
campanhas realizadas.
32
Figura 1
9
Gráfico demonstrando o resultado obtido com o cálculo do índice de
diversidade de Shannon
-
Wiener para as fitofisionomias amostradas
para anurofauna.
33
Figura
20
Curvas de rarefação do número de indivíduos pelo número de espécies
da anurofauna para as fitofisionomias amostradas.
34
Figura
21
Dendrograma construído ut
ilizando dados qualitativos da anurofauna
para as fitofisionomias amostradas.
35
Figura 2
2
Turdus Leucomelas
40
Figura 23
Basileuterus hypoleucus
40
Figura 2
4
Guira guira
40
Figura 25
Cyanerpes cyaneus
(Fêmea)
40
Figura 26
Herpetotheres cachinnans
40
Figura 27
Cyanerpes cyaneus
(Macho)
40
Figura
28
Curvas de rarefação do número de indivíduos pelo número de espécies
da avifauna para as quatro
campanhas realizadas.
42
Figura
29
Gráfico demonstrando o resultado obtido com o cálculo do índice de
diver
sidade de Shannon
-
Wiener para as
quatro
campanhas para
avifauna.
43
Figura
30
Dendrograma construído utilizando dados qualiquantitativos da
avifauna para as
quatro
campanhas.
44
Figura
31
Gráfico demonstrando o resultado obtido com o cálculo do índice
de
diversidade de Shannon
-
Wiener para as fitofisionomias amostradas
para avifauna.
45
Curvas de rarefação do número de indivíduos pelo número de espécies
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Figura 32
da avifauna para as fitofisionomias amostradas.
46
Figura
33
Dendrograma construído
utilizando dados qualitativos da avifauna para
as fitofisionomias amostradas.
47
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
Caracterização dos pontos amostrais para anurofauna.
21
Tabela 2
Caracterização dos pontos amostrais para avifauna
23
Tabela 3
Listagem das espécies de anfíbios da área de influência do Projeto de
Irrigação do rio Manuel Alves
26
Tabela
4
Matriz de similaridade
, calculada com base na presença
e ausência das espécies da anurofauna, utilizando o
índice de Jaccard, para as quatro
campanhas.
28
Tabela
5
Matriz de similaridade
, calculada com base na
abundância das espécies da anurofauna, utilizando o
índice de Sorensen, para as
quatro
campanhas.
29
Tabela
6
Índice de diversidade de Shannon
-
Wiener e de
eqüitabilidade calculado para as
quatro
cam
panhas
amostradas para anurofauna.
30
Tabela
7
Número de espécies da anurofauna nas
quatro
campanhas
pelo número fixado de indivíduos, pelo método de
rarefação.
31
Tabela
8
Índice de diversidade de Shannon
-
Wiener e de eqüitabilidade
calculado para as f
itofisionomias amostradas para anurofauna.
32
Tabela
9
Número de espécies da anurofauna fitofisionomias amostradas
pelo número fixado de indivíduos, pelo método de rarefação.
33
Tabela
10
Matriz de similaridade
, calculada com base na presença e
ausênci
a das espécies da anurofauna, utilizando o índice de
Jaccard, para as fitofisionomias amostradas.
34
Tabela 11
Listagem das espécies de a
ves
da área de influência do Projeto
de Irrigação do rio Manuel Alves
35
Tabela
12
Número de espécies da avifauna n
as
quatro
campanhas
pelo número fixado de indivíduos, pelo método de
rarefação.
42
Tabela
13
Índice de diversidade de Shannon
-
Wiener e de
eqüitabilidade calculado para as
quatro
campanhas
amostradas para avifauna.
43
Tabela
14
Matriz de similaridade
, c
alculada com base na
abundância e presença e ausência das espécies da
avifauna, utilizando o índice de Sorensen e Jaccard
respectivamente, para as
quatro
campanhas.
43
Tabela
15
Índice de diversidade de Shannon
-
Wiener e de eqüitabilidade
calculado par
a as fitofisionomias amostradas para avifauna.
44
Tabela
16
Número de espécies da avifauna fitofisionomias amostradas pelo
número fixado de indivíduos, pelo método de rarefação.
45
Tabela
17
Matriz de similaridade
, calculada com base na presença e
aus
ência das espécies da avifauna, utilizando o índice de
Jaccard, para as fitofisionomias amostradas.
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AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar gostaria de agradecer a
quatro
pessoas, que em especial,
foram
crucias para o meu mestrado. O professor
Dr.
Ro
gério Bastos pela grande amizade
demonstrada e por ter
aceit
ado
o desafio de me orientar sem tese, sem dados e tendo
corrido um ano de meu ingresso no curso, além de ter
enfrentado
forças ocultas para
fazê
-lo. Ao professor José Alexandre Diniz-Filho por todos os ensinamentos desde a
graduação, por mostrar a importância da academia e do aperfeiçoamento em uma
determinada área para crescimento como biólogo e pela boa amizade
.
A
o
Msc.
Daniel
Blamires pelos socorros sempre prestados, pela ajuda na escolh
a do tema da tese, pelas
diversas conversas e conselhos e pela grande amizade. E ao meu amigo e professor
Nilton Carlos (Nilteira), pelos ensinamentos em ornitologia e pela grande amizade.
Ao meu amigo e sócio Cláudio pelas batalhas, vitórias e derrotas co
nquistadas
juntos, pela grande amizade e apoio prestados.
Ao Msc. Wilian Vaz pela longa e boa amizade e por colaborar (e muito, mas muito
mesmo) com a confecção deste trabalho.
A Mariana, que sempre esteve ao meu lado com seu amor, carinho, paciência e
alegria.
Aos meus amigos Nilo pela grande amizade e diversas discussões sobre biologia,
ao Manoel Eloy pelas etapas trilhadas juntos, pela amizade e pelos conselhos (muito bons
por sinal), ao Kennedy Road pela grande alegria, amizade e trabalhos realizados juntos e
ao Gustavo Esqueminha por estar sempre presente nesta batalha do mestrado e pela
amizade.
Ao professor Dr. Luiz Augusto pelos ensinamentos e conselhos que contribuíram
muito para minha formação.
A toda equipe da Biota Projetos e Consultoria Ambiental (Caio, Lorenzo, Fidelis e
Ricardo) por ajudarem a coletar e analisar os dados.
A todos da empresa Feindt Consultoria Ambiental por disponibilizarem os dados
coletados para a elaboração desta tese e por se mostrarem sempre presentes, como
parceiro
s comerciais e como amigos. Em especial a Fabiana e Adriana pela paciência
,
amizade
e ajuda em campo.
A toda equipe da CMT engenharia em especial ao Augusto e a Simone, que nos
recebe
m
sempre com muit
o carinho
.
A uma pessoa em particular que sugeriu a minha expulsão do curso de mestrado,
alegando a minha falta de ética e desonestidade. Sem saber, cada vez que tentou me
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derrubar, fez com que minha vontade de crescer aumentasse, acelerando o meu
crescimento profissional.
E
aos meus pais por tudo.
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ABSTRACT
The Tocantins state, created in 27
th
july of 1988, still needs a gamma of basic
infrastructure projects, as highways, mechanized agriculture, power plants and many
others. With this difficult to access and permanence of researchers, the ecological studies
are scarce and reduced and a lot more can be done. The aim of this work is to investigate
ecological patterns of avifauna and
anurofauna
in the influence area of Manuel Alves river
Irrigation Project, Porto Alegre do Tocantins, Tocantins. For the
Anurofauna
we
investigated the vegetations type of gallery forest, altered areas, cerrado sensu stri
cto
,
cerradão and aquatic habitat. For avifauna, the vegetation types investigated were gallery
forest, altered area, cerradão, cerrado sensu stricto and aquatic habitat. We analyzed two
surveys conducted in two different
periods
, the dry cerrado season (September of 2004
and August of 2005
) and rainy season (February of 2005
and December of 2005
). For both
groups the wor
k consi
sted of indirect surveys (transects for
observation
of species and
acquiring
of
secondary data) and the
installation
of
some
trap
s
(pit
-falls and mist nets)
for
capture of individuals. The data shows us that amphibians are represented by 2 orders, 5
famili
es, 17 genera and 29 species. For birds we registered 1
65
species distributed in 48
families.
In relation to
anurofauna
we can only infer a sensible difference due to the
seasona
lity
of
cerrado
, where the rainy season
presented
higher
diversity. For the av
ifauna
this seasonality pattern don t appear so significantly. The interference in species
composition and diversity by vegetation formations shows the gallery forest presented
higher
diversity than the others analyzed vegetation types for both groups For amphibians,
by their physiological characteristics, aquatic habitats showed higher diversity. For birds,
the diversity increases due to increases vegetation complex. The cerradão formation show
high similarity to gallery forest.
Key Words
: Avifauna,
Anu
rofauna,
Cerrado,
community ,
Irrigation Project
, Tocantins
.
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RESUMO
O estado do Tocantins criado em 27 de julho de 1988 necessita ainda de uma
gama de projetos referentes à infra-estrutura básica, como rodovias, hidrelétricas,
agricultura mecanizada, entre outros. Com esta dificuldade de acesso e permanência de
pesquisadores
os estudos
ecológicos de diversos grupos são
escasso
s
e reduzido
s, sendo
que muito ainda se tem a
produzi
r. O objetivo deste trabalho foi investigar padrões da
ecologia da avifauna e da
anurofauna
do Projeto de Irrigação do rio Manuel Alves, Porto
Alegre do Tocantins, Tocantins. Para ambos os grupos foram avaliados os ambientes de
mata de galeria, área aberta, cerradão, cerrado
sensu
stricto
e ambiente aquático. Foram
anal
isadas
quatro
campanhas,
duas
no período de estiagem (setembro de 2004 e agosto
de 2005) e
duas
no período de chuvas (fevereiro de 2005 e dezembro de 2005). Para
ambos os grupos, foram realizados levantamentos indiretos (transects para observação
das espéc
ies)
e a colocação de armadilha (pit-falls e redes de neblina) para captura de
indivíduos.
Os dados obtidos
mostraram
que a classe Amphibia
foi
representada por
duas
ordens,
cinco
famílias, 17 gêneros e 29 espécies
.
Em relação
às
aves foram registradas
1
65
espécies de aves distribuídas em 48 famílias. Em relação a
anurofauna
podemos
inferir uma sensível diferença devido a sazonalidade do cerrado, no qual o período das
chuvas apresentou maior diversidade. Para a avifauna
o efeito da sazonalidade não foi tão
marcante. Em relação a interferência das fitofisionomias na composição de espécies, fica
claro que para ambos os grupos a mata de galeria mostrou-se uma ambiente com alto
diversidade. Para a anurofauna, devido às suas características particulares o ambient
e
aquático mostrou-se também com alto índice de diversidade. Já para a avifauna que
depende de estruturas florestais mais complexas, o cerradão foi a segunda fitofisionomia
mais diversa, sendo sua similaridade com a mata de galeria a mais alta entre as
fit
ofisionomias.
Palavras chave:
Avifauna, anurofauna, Projeto de Irrigação, Tocantins, comunidade.
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1.
INTRODUÇÃO
No Brasil Central, o bioma Cerrado ocupa uma área de 1,7 a 1,9 milhões de Km
2
de extensão (AB SABER
1983, 2003
), estendendo-se em penínsulas e manchas disjuntas
para o Chaco, Caatinga, assim como para as florestas amazônica e atlântica,
respectivamente (Figura 1) (
EITEN
, 1993). O presente bioma ocorre como um mosaico
constituído por diferentes fisionomias vegetais, como cerrado sensu la
to,
florestas
mesofítica e de galeria. O cerrado sensu lato inclui uma floresta (o cerradão) e quatro
fisionomias vegetais abertas: cerrado sensu stricto, campo cerrado, campo sujo e campo
limpo (
EITEN 1993,
OLIVEIRA
-
FILHO
e
RATTER, 2002, TUBEL
IS
e
CAVALCA
NTI
,
2001
).
Figura 1.
Localização do bioma Cerrado no Brasil (FONTE: IBGE, 2005).
A diversidade das fito
fisionomias
do Cerrado proporciona condições para o
desenvolvimento de uma grande riqueza de espécies, 194 espécies de mamíferos
(
MARINHO
-
FILHO
et al., 2002), 837 de aves (
SILVA,
1995), 184 de répteis (
COLLI
et al
.,
2002) e
141
de anfíbios (
BASTOS
, 200
6
) e
400
espécies de vegetais (
EITEN, 1993
).
Com a mecanização da agricultura e a construção de rodovias no Brasil Central a
partir da cada de 1950, o impacto antrópico no cerrado aumentou significativamente
(
KLINK
e MOREIRA, 2003). Recentemente, o presente bioma foi classificado como um
dos pontos quentes de biodiversidade (biodiversity hot spots), devido a dois importantes
aspectos: a) sua
grande
concentração de espécies endêmicas (sobretudo vegetais) e com
uma menor parcela para a fauna com 16% das aves, 30% dos répteis e 14% dos
mamíferos são endêmicos (SILVA, 1995; MARINHO-
FILHO
et al.,, 2002); b) o acentuado
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grau de perda de hábitats (
MYERS
et al.,
2000).
Em relação a este último aspecto soma-
se a
inda
como agravante desta condição, existem poucos parques, santuários ou reservas
científicas que protejam p
aisagens de cerrado (
DIAS
,
1993
;
CAVALCANTI
e
JOLY
,
2002
).
Atualmente o Cerrado apresenta apenas 1,2% de sua extensão protegidas sob
forma de Unidades de Conservação (
MYERS
et al., 2000), sendo que, 67% de seu
território foi modificado. Isto se deve a rápida ocupação humana e desenvolvimento de
técnicas agrícolas (
MANTOVANI
e PEREIRA, 1998). Este processo de expansão da
fronteira agropecuária nas últimas décadas, especialmente na Região Norte do País, tem
resultado em uma crescente fragmentação das florestas nativas. Essas atividades são
fontes potenciais de distúrbios
ao
meio ambiente, fundamentalmente quanto às
modificações de elementos componentes da estrutura física dos ecossistemas e da
paisagem como um todo (
VALÉRIO FILHO, 1995
).
Neste contexto o estado do Tocantins caracteriza-se por uma diversidade de
ecossistemas, com áreas consideradas aptas para lavouras em torno de 36.000 km
2
, em
que se destacam aquelas denominadas áreas de várzea (
JICA,
1998).
Dentre as diversas formas de impactos ambientais, o barramento de alguns
mananciais, neste caso específico o do rio Manuel Alves para implantação do projeto de
irrigação, resultam na fragmentação e transformação de habitats, alterando processos
biológicos básicos de diversas espécies e suprimindo várias populações. A situação
torna
-se mais complexa na medida em que o programa de irrigação traz agregado
impactos futuros, que precisam ser monitorados para que a migração de pessoas para a
região e a utilização de agroquímicos não rompam de vez o frágil eq
uilíbrio ecológico, mas
tragam desenvolvimento sustentável com qualidade ambiental, através do processo de
gestão participativa da comunidade local.
A fim de se estabelecer diretrizes mais eficazes para a conservação da diversidade
de um determinado local, ou sobre medidas mais eficazes para um determinado impacto é
fundamental o conhecimento sobre a ecologia de comunidades e os parâmetros
populacionais das espécies envolvidas direta e indiretamente (
ALMEIDA,
2002)
.
Com relação as aves, estas respondem de maneiras diferentes a fatores
ambientais distintos (
MACNALLY
, 1990), ocasionando associações fortes entre as suas
comunidades e hábitats particulares (
WOINARSKI
et al
.,
1988; TUBELIS e CAVALCANTI
,
2001). Características referentes à estrutura ou composição florística de um hábitat são
importantes para se determinar a disponibilidade de sítios de vocalização, recursos
alimentares,
proteção contra predadores, condições microclimáticas adequadas e sítios de
nidificação (
WIENS
et al., 1987). A altura da vegetação possui efeito direto sobre a
diversidade de aves (MACARTHUR, 19
72)
.
Vários estudos evidenciam a distribuição de
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12
espécies de aves em habitats de Cerrado (FRY, 1970; WILLIS, 1976; MOTTA-
JÚNIOR,
1990 e
BLAMIRES
et al.
., 2001
).
COLLI
et al (2002) também descrevem que a grande heterogeneidade espacial do
Cerrado
tem um profundo efeito na ecologia da herpetofauna local. Para este grupo
uma forte associação de algumas espécies com um determinado tipo de fitofisionomia
(
ARAÚJO, 199
4
; BRANDÃO
e
ARAÚJO,
200
1).
A sazonalidade é um dos mais importantes componentes da estrutura física do
Cerrado
(
BATALHA
et al., 2005). São duas estações bem definidas, que determinam o
ritmo biológico das espécies (
SARMIENTO,
1983). Uma estação seca que vai de maio a
setembro e uma estação chuvosa que segue de outubro a abril (
BATALHA
et al., 2005).
Assim, este componente físico deve ser levado em conta quando realizados estudos
ecológicos neste bioma.
COLLI
et al (2002) afirmam que a sazonalidade afeta
determinantemente a ecolo
gia da herpetofauna local
.
Para as aves, animais endotérmicos, a sazonalidade afeta seus ciclos biológicos
de maneira mais indireta, porém também de maneira significativa. No período de
estiagem, a disponibilidade de presas, frutos, de abrigos e de sítios para nidificação
diminuem, voltando a aumentar no período úmido (
CAVALCANTI,
1983). Esta ciclagem
atrai
emigrantes, gera imigração e define padrões de comportamento das espécies de
aves do Cerrado.
A estruturação em guildas para os vertebrados é uma imp
ortante ferramenta para o
estudo de comunidades (PIANKA, 1973; MORIN, 1983; ETEROVICK e
SAZIMA,
2000 e
ALMEIDA
et al.,
2003)
. O conceito de guilda definido por
ROOT
(1967), agrupa
num
mesmo grupo funcional espécies similares quanto ao tipo e forma de exploração dos
recursos.
Diante da necessidade prática de agrupar espécies em grupos funcionais,
questões como preferências alimentares e de hábitats estão sendo melhor elucidadas,
além de se testar estes grupos funcionais em relação aos padrões qualitativos
e
quantitativos observados na natureza em nível de comunidade (
ALMEIDA
et al., 2003).
No
caso
específico
deste trabalho, foram avaliadas preferências de habitats para avifauna e
anurofauna
.
A relação existente entre o número de espécies e o número de indivíduos que
ocorre em determinado ecossistema pode ser avaliado em função do índice de di
versidade
que permite a comparação faunística entre as comunidades (
SILVEIRA NETO
et al.
,1976).
O índice de diversidade propicia verificar a diversidade qualiquantita
tiva
de uma
comunidade
, sendo de consenso geral que um alto valor para o índice de diversidade é
um indicativo, na maioria dos casos, de uma comunidade bem estruturada, onde ocorrem
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muitas espécies e geralmente poucos exemplares por espécie, sendo que o co
ntrário pode
ser verdadeiro e, neste caso, podendo a estabilidade do ecossistema estar ameaçada
(
NA
E
EM
et al.,
1994;
TILMAN
E DOWNING,
199
4
).
Neste contexto
,
a avaliação da comunidade de avifauna e herpetofauna do Projeto
de Irrigação do Rio Manuel Alves
,
procurou caracterizar estas comunidades distintas
elucidando processos sazonais, riqueza e diversidade de espécies e a ocupação destas
comunidades nas fitofisionomias amostradas.
2.
OBJETIVOS
i)
Caracterizar a a
nfibiofauna
e avifauna do Projeto de Irrigação do rio M
anuel
Alves, localizado entre os municípios de Dianópolis e Porto Alegre do
Tocantins, Tocantins.
ii)
Avaliar a sazonalidade, para avifauna e anurofauna do Projeto de Irrigação do
rio Manuel Alves.
iii)
Avaliar a distribuição das espécies nas cinco fitofisionomias presentes na área
do projeto em relação a
composição
e riqueza de espécies, para os grupos de
avifauna e
anurofauna
.
3.
METODOLOGIA
3.1
Área de Estudo
O trabalho foi realizado na área de influência do Projeto de Irrigação do Rio Manuel
Alve
s, localizado entre os municípios de Dianópolis e Porto Alegre do Tocantins, Tocantins
(F
igura 2).
3.2
Características gerais do empreendimento
Visando perenizar a disponibilidade de água em diversas bacias e sub-
bacias
hidrográficas, a partir de intervenções como a implantação de barramentos, perfuração de
poços e construção de açudes, de forma a propiciar a captação de água para diversos
usos e minimizar os efeitos das estiagens, o Governo do Estado do Tocantins criou o
Programa PROPERTINS
Programa de Perenização das Águas do Tocantins. Neste
Mestrado em Ecologia e Evolução
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Pablo Vinícius C
.
Mathias
14
Manuel Alves
Legenda
Capital do Estado de Tocantins
Local do Projeto de Irrigação do rio Manuel Alves, Porto Alegre - TO
contexto, foram indicados alguns pontos considerados prioritários para a implantação de
barramentos, dentre os quais o Barramento 03, localizado no rio Manuel Alves, entre as
cidades de Dianópolis e Porto
Alegre do Tocantins, cujos principais objetivos serão:
- Armazenar e disponibilizar água para irrigação de solos a jusante, nas proximidades da
barragem, os quais podem ser dominados por gravidade, em um projeto piloto, cujos
resultados nortearão o desenvolvimento de projetos semelhantes em outras áreas
consideradas aptas;
- Permitir o abastecimento populacional de diversos núcleos urbanos localizados nas
proximidades do barramento (Porto Alegre do Tocantins, Almas, Dianópolis, Rio da
Conceição, etc.), aum
entando o alcance social do empreendimento;
- Utilizar o barramento para outros usos tais como geração de energia elétrica e
perenização de cursos de água de pequeno porte.
O reservatório do Barramento
n
o
3
-
Rio Manuel Alves
hoje
te
m
cerca de 21 km
2
de
á
rea inundada e volume útil de cerca de 1,8 x 10
8
m
3
.
Figura 2
.
Localização da área de estudo.
Mestrado em Ecologia e Evolução
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Pablo Vinícius C
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Mathias
15
3.3
Caracterização da região
3.3.1
Clima
A bacia do rio Manuel Alves está sob o domínio de dois tipos climáticos regionais:
- C
2
wA'a' (clima úmido subumido), com moderada deficiência hídrica no inverno,
megatérmico, evapotranspiração potencial média anual de 1.500mm e concentração da
evapotranspiração potencial no verão em torno de 28% (três meses consecutivos com
temperatura mais elevada);
- C
1
dA'a' (clima subsumido seco), com moderada deficiência hídrica no inverno,
megatérmico, evapotranspiração potencial média anual de 1.300mm e concentração da
evapotranspiração potencial no verão em torno de 28% (três meses consecutivos com
temperatura
mais elevada).
As precipitações na área em estudo apresentam uma sazonalidade bastante
acentuada. No período que vai de maio a setembro, os totais mensais são sempre a
inferiores a 50mm, sendo que ness
es
cinco
meses tem-se apenas 4,8% das precipitações
anu
ais. No trimestre junho-agosto as médias mensais são insignificantes, quase sempre
abaixo dos 5mm. Os meses de abril e outubro representam a transição entre os períodos
seco e chuvoso, com precipitações médias entre 100 e 150mm. De novembro a março
tem
-
se
o período mais chuvoso, com médias mensais oscilando entre 200 e 300mm.
Nes
s
es
cinco
meses concentram
-
se 78% das precipitações anuais.
A variabilidade das temperaturas ao longo do ano é pouco significativa, em termos
de médias mensais. Com efeito, as médias mensais oscilam muito pouco, sendo que a
diferença entre o mês mais quente e o mais frio não ultrapassa 14%.
Das estações examinadas, a média anual mais elevada ocorre em Porto Nacional
(26,1ºC), enquanto que a média anual mais baixa ocorre em Taguatinga (24,5ºC). Em
contrapartida, a estação de Porto Nacional é a que está situada em menor altitude (239m),
enquanto que Taguatinga é a mais elevada (604m), o que permite inferir para a área, uma
relação inversa entre altitude e temperatura.
3.3.2
Recursos
H
ídricos
A bacia do rio Manuel Alves, com cerca de 15.000 km
2
situa-se entre as bacias
hidrográficas dos rios das Balsas e Palma/Paranã desaguando no rio Tocantins a
montante de Porto Nacional.
Os
principais afluentes são os rios do Peixe e Bagagem,
ambos
pela sua margem esquerda. Suas cabeceiras limitam-se com as bacias dos rios
Novo e Balsas, ao norte, e rio Palmeiras, ao sul, confrontando-se com as drenagens da
margem esquerda do rio São Francisco, representado pelo rio Preto, no estado da Bahia.
Mestrado em Ecologia e Evolução
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Pablo Vinícius C
.
Mathias
16
3.3.3
Geologia
a) Unidades encontradas na área de influência:
-
Complexo Basal Goiano (Pré Cambriano Inferior);
-
Grupo Natividade (Pré
-
Cambriano Médio);
-
Básicas e Ultrabásicas Tipo Quatipuru (Pré
-
Cambriano Médio);
-
Grupo Bambuí / Formação Paraopeba (Pré
-
Camb
riano Superior);
-
Formação Araras (Pré
-
Cambriano Superior);
-
Formação Diamantino (Pré
-
Cambriano Superior);
-
Formação Urucuia (Cretáceo);
-
Coberturas Detrito
-
Lateríticas (Tércio
-
Quaternário);
-
Sedimentos Quaternários.
b) Unidades encontradas na área d
iretamente afetada:
-
Complexo Basal Goiano (Pré Cambriano Indiferenciado): rochas cristalinas, constituídas
por gnaisses e migmatitos.
-
Grupo Natividade (Pré
-
Cambriano Médio): xistos.
3.3.4
Solos da área de influência
As principais classes de solos que
ocorrem na área de influência são:
a) Latossolo amarelo
Esta classe é constituída por solos que m o horizonte B com coloração variando
de bruno-amarelo e amarelo-brunado. Neles, o conteúdo de Fe
2
O
3
está entre 0,7 e 4%,
geralmente. Apresentam baixa reserva de nutrientes minerais e elevados teores de
alumínio trocável;
b) Latossolo vermelho
-
amarelo
São solos de textura média, geralmente profundos, ácidos, friáveis e com elevado
grau de intemperização. Tem como principal característica a presença de um horizonte B
latossólico, cujas características morfológicas, sicas e químicas são semelhantes às do
Latossolo amarelo distrófico, apresentando, entretanto, teores de óxido de ferro mais
elevados e coloração mais avermelhada;
c) Cambissolo
Compreende solos minerais, não hidromórficos, moderadamente drenados e bem
drenados, caracterizados por possuírem horizonte B incipiente ou câmbio;
Mestrado em Ecologia e Evolução
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Pablo Vinícius C
.
Mathias
17
d) Solos petroplínticos ou concrecionários
São caracterizados por terem em sua constituição mais de 50%, em volume, de
conc
reções ferruginosas. Possuem seqüência de horizontes A, B e C ou A e C, sendo
mais comum a presença de B latossólico, B textural ou B câmbico. São solos com argila
de atividade baixa, podendo ser álicos e distróficos, muito raramente eutróficos.
e) Areia
s quartzosas
Constituem solos minerais pouco desenvolvidos, com seqüência de horizontes do
tipo AC, pouco profundos a muito profundos, com textura arenosa, tendo menos de 4% de
minerais primários menos resistentes ao intemperismo e ausência de fragmentos de rocha
semi
-
intemperizadas ou de restos de estrutura orientada da rocha.
f) Solos ltólicos
São solos pouco desenvolvidos, com horizonte A diretamente assente sobre a
rocha ou seqüência ACR, tendo profundidade igual ou inferior a 50cm.
3.3.5
Caracteriz
ação
da
vegetação dos pontos amostrados
Foram amostradas cinco fitofisionomias presentes na área do Projeto de Irrigação
do rio Manuel Alves.
i)
Cerradão
-
de acordo com
VELOSO
et al.
(1991) o Cerradão ou Savana Florestada é um
sub
-grupo de formação com fisionomia típica e característica, ocorrendo em áreas
areníticas lixiviadas de solos profundos.
RIBEIRO
E WALTER
(1998
a e b) caracterizam o
cerradão, do ponto de vista fisionômico, como uma floresta, mas sendo floristicamente
mais similar ao cerrado.
O
cerradão é uma formação de árvores altas como jatobá de mata
(Hymenaea stigonocarpa Mart. Ex Hayne), o tingui (Magonia pubescens St. Hil.
),
a
pimenta de macaco (
Xylopia
aromática
Lam.), a sucupira branca (Pterodon emarginatus
Vog
)
e a preta (
Bowdichia vir
gilioides
Kunth)
(
DIAS e ALMEIDA
, 2003)
.
ii)
Cerrado
sensu
stricto
- É uma formação do tipo Savana, na qual convivem gramíneas e
espécies lenhosas. Apresenta como um subtipo de vegetação predominantemente
arbóreo
-arbustivo, com cobertura de 20% a 50% e árvores com altura média de três a seis
metros
(
RIBEIRO
e
WALTER,
1998). Trata-se de uma forma comum e intermediária entre
o Cerrado Denso e o Cerrado Ralo. nesta fisionomia uma variedade de arbustos,
subarbustos e gramíneas sendo que na estação seca, é a mais propícia e com maior
Mestrado em Ecologia e Evolução
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Pablo Vinícius C
.
Mathias
18
freqüência de ocorrências das queimadas (
DIAS
e ALMEIDA, 2003). Para estes autores,
os solos favoráveis para o Cerrado são das classes de Latossolo
Vermelho
-
Escuro,
Latossolo Vermelho-amarelo e Latossolo Roxo. Apesar das boas
ca
racterísticas físicas,
são solos forte moderadamente ácidos (pH entre 4,5 e 5,5), com carência
generalizada
dos nutrientes essenciais, principalmente fósforo e nitrogênio. Esse déficit de nutrientes do
solo, manifesta
-
se de forma heterogênea. Segundo
RIZZI
NI
(1997
).
iii)
Mata Galeria - Esta vegetação é densa constituída de árvores com até 30 metros de
altura, distribuídas ao longo dos vales, rios e cursos d água, formando corredores
fechados (
RIBEIRO
e
WALTER,
1998). Onde ela se desenvolve possui maior umidade no
solo que nas áreas próximas e mantêm. Esta fisionomia encontra-se distribuída sobre as
margens dos rios de pequeno porte e nas beiras de inúmeros córregos intermitente (
DIAS
e
ALMEIDA,
2003)
.
iv)
Área Aberta - Caracterizou-se neste trabalho como área aberta, ambientes
antropizados, ou ambientes completamente alterados pela ação humana, dentro do
Projeto de Irrigação do rio Manuel Alves. Estas são: pastagens, área desmatada para a
formação do lago, plantações que ainda permanecem na área do projeto e alojamento da
obra.
v)
Ambiente Aquático
Caracterizou-se como ambiente aquático lagoas perenes
existentes na área do projeto e as margens do rio Manuel Alves.
3.4
Coleta de Dados
Foram realizadas quatro campanhas, com
oito
dias de duração cada. A
s
campanhas contempla
ra
m os períodos de seca (26 de setembro a 03 de
outubro
de 2004
e 31 de julho e 07 de agosto de 2005) e de chuva
(31 de janeiro a 08 de fevereiro de 2005
e 10 a 18 de dezembro de 2005)
.
3.4.1
Anurofauna
Foram
realizadas
amostragens
através
da exploração metódica
por
transectos em
áreas aleatórias e/ou pré-
determina
da
s e usos de armadilhas de intercepção e queda do
Mestrado em Ecologia e Evolução
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Mathias
19
tipo
pit
-
fall
combinadas com
drift
-
fences
(
CECHIN
e
MARTINS
, 2000). As amostragens
foram
classificadas em direta (captura de espécies ou visualização de indivíduos) e
ind
iretas (vocalizações, carcaças ou
registro fotográfico).
Após terem sido
dimensionados
, foram realizadas duas coletas diurnas (matutino e
vespertino),
que
envolveram
vasculhamento do solo sob folhas e troncos de árvores
caídas e uma coleta noturna, onde
foram
vasculhados basicamente trilhas, ambientes
lóticos, lagos e banhados. A outra estratégia
foi
a instalação de estações de armadilhas
pit
-
fall
em áreas pré-
determin
a
das
(F
iguras
3
,
4, 5 e 6
),
abrangendo diferentes tipos de
habitats (fitofisionomias
descritas na Tabela 1). As estações
foram
formadas por baldes de
20 litros enterrados, dispostos radialmente (padrão Y ) e
drift
-
fences
de 4m X 50cm. As
armadilhas
foram
averiguadas
quatro
vezes ao dia para evitar mortes eventuais. Para
cada animal coletado
foram
anotados os seguintes dados: horário, local, data e dados
biométricos
. Os mesmos
foram
fotografados e soltos no local de coleta. Todas as
armadilhas
foram
recolhidas no final de cada amostragem. Os animais capturados
foram
contidos de maneiras específicas para cada grupo.
Figura
3.
P
it fall
instalada em área antropizada.
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20
Figura
4. P
it fall
instalada na mata de galeria.
Figura
5. P
it fall
instalada em cerrado
sensu stricto
.
Figura
6. P
it fall
instalada em cerradão.
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21
Tabela 1. Caracterização dos pontos amostrais
para anurofauna.
Coordenada geográfica
Fitofisionomia
Ponto 1
S 11
o
32´25,7"
-
W 46
o
58´13,1"
Cerradão
Po
nto 2
S 11
o
32´24,7"
-
W 46
o
58´14,4"
Cerrado
stricto sensu
Ponto 3
S 11
o
32´18,6"
-
W 46
o
58´29,1"
Cerrado
stricto sensu
/
área a
berta
Ponto 4
S 11
o
32´19,5"
-
W 46
o
58´31,2"
Ambiente Aquático
Ponto 5
S 11
o
32´48,3"
-
W 46
o
59´30,2"
Mata
Galer
ia
Ponto 6
S 11
o
32´40,8"
-
W 46
o
59´44,0"
Mata
Galeria
Ponto 7
S 11
o
32´01,3"
-
W 46
o
58´57,4"
Área
aberta
Ponto 8
S 11
o
32´19,9"
-
W 46
o
58´20,8"
Ambiente Aquático
Ponto 9
S 11
o
32´20,5"
-
W 46
o
58´22,2"
Cerrado
stricto sens
u
Ponto 10
S 11
o
31´55,3"
-
W 46
o
58´56,1"
Cerradão
3.4.2
Avifauna
Em cada campanha
utilizou
-se duas amostragens
,
censo através de transectos
(registro indireto) e de captura (registro direto)
.
Os pontos amostrais estão
apresentados
na
T
abela
2 e
abrangem
as
fitofision
omias
de mata de galeria do rio Manuel Alves,
cerradão, cerrado
sensu
stricto, área aberta e ambiente aquático.
Para
o registro indireto utilizou-se de trajetos irregulares com mais ou menos 1 Km,
pré
-estabelecidos. Percorrendo-se estes trajetos vagarosamente (menos de 1 km/h) todas
as aves foram registradas (
ALMEIDA
et al.
2003) visualmente ou pela
vocalização
(
F
iguras
7
e
8). As vocalizações à distância foram ignoradas a fim de não se registrar a mesma ave
mais de uma vez. As trilhas percorridas abrangem
as
mesmas
fitofisionomias de mata
de
galeria
, cerrado
sensu stricto
, cerradão, área aberta e ambiente aquático, sendo estas
percorridas nos mesmos horários, das 05:00 h às 10:30 h no período da manhã e das
14:30 h às 18:00 h no período da tarde. Os trajeto
s foram percorridos durante os intervalos
de vistoria das redes. Para determinação das espécies, foram utilizados binóculos (8X21 e
8X40) e um gravador portátil AIWA
®
TP
-M200. Os guias de campo utilizados foram:
DUNNING
(1989),
HILTY
e
BROWN
(1999), e
PENA
e
RUMBOLL
(1998).
Para a coleta
direta,
foram amostradas
parcelas dentro e fora da área de inundação
do reservatório. Em cada parcela
foram
delimitados vários transectos de 150m, com
diferentes distâncias em relação à cota de inundação do futuro lago, que serviu para a
amostragem.
Foram
utilizadas
oito
redes do tipo
mist
-
net
de 12 m de comprimento e 2,8
m de altura (malha
24
mm
entre os nós adjacentes). As redes
foram
abertas durante 8
horas, dentro do horário de maior atividade das aves (de 6:00 às 10:0
0horas
e das 14:30
às 18:30), sendo vistoriadas a cada hora, de modo a evitar a morte e de indivíduos
capturados por estresse ou exposição ao sol (Figura 9). Os indivíduos capturados
foram
cuidadosamente retirados das redes e acondicionados em sacos de panos brancos,
evitando
-
se ao máximo o estresse dos mesmos durante seu manuseio.
Mestrado em Ecologia e Evolução
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Mathias
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Figura
7.
Registro indireto em
transect.
Figura
8
.
Registro indireto.
Figura
9
.
Registro direto com auxílio de redes.
Mestrado em Ecologia e Evolução
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23
Ta
bela 2
.
Caracterização dos pontos amostrais
para avifauna
Coordenada geográfica
Fitofisionomia/Paisagem
Ponto 1
S 11
o
32´25,7"
-
W 46
o
58´13,1"
Cerradão
Ponto 2
S 11
o
32´24,7"
-
W 46
o
58´14,4"
Cerrado
stricto sensu
Ponto 3
S 11
o
32´18,6"
-
W 46
o
58´29,1"
Cerrado
stricto sensu
/
área a
berta
Ponto 4
S 11
o
32´19,5"
-
W 46
o
58´31,2"
Ambiente Aquático
Ponto 5
S 11
o
32´48,3"
-
W 46
o
59´30,2"
Mata
Galeria
Ponto 6
S 11
o
32´40,8"
-
W 46
o
59´44,0"
Mata
Galeria
Ponto 7
S 11
o
32´01,3"
-
W 46
o
58
´57,4"
Área
aberta
Ponto 8
S 11
o
32´19,9"
-
W 46
o
58´20,8"
Ambiente Aquático
Ponto 9
S 11
o
32´20,5"
-
W 46
o
58´22,2"
Cerrado
stricto sens
u
Ponto 10
S 11
o
31´55,3"
-
W 46
o
58´56,1"
Cerradão
3.5
Convenções e Métodos de Análise
3.5.1
Anurofauna
A literatura para identificação de espécies de anfíbios do Cerrado é bastante
d
isordenada
. Os anfíbios foram listados em ordem alfabética de famílias e espécies,
segundo a nomenclatura
proposta por
FROST
(2004)
(
ANEXO I
).
Foi calculado o índice de captura descrito por STRUSSMANN (2002). Este índice é
obtido pelo número médio de indivíduos efetivamente capturados em cada um dos
recipientes que compõem o conjunto de armadilhas, durante o tempo efetivo de
amostragem, e é extrapolado para uma utilização hipotética
por trinta dias consecutivos.
Para a comparação dos períodos de coleta, entre as
quatro
campanhas, foi
calculado o índice de diversidade pelo método de Shannon Wiener e de equitabilidade
pela relação H/Hmax, ambos descritos em
KREBS
(1989). Para estes cálculos foi utilizado
o programa Biodiversity Pro, disponível pela Internet.
Foi realizada também, uma análise de variância ANOVA, para a anurofauna, entre
as abundâncias obtidas nas quatro campanhas, com o objetivo de verificar se estas se
diferem. Após este calculo foi realizado um teste T entre as campanhas de chuva e outro
entres as campanhas de seca. Em seguida foram somados os resultados de cada estação
e realizado um novo teste T a fim de se dimensionar a sazonalidade para o grupo de
anfíbios. Todos e
stes cálculos foram realizados no programa Excel
®
2000.
Foram calculadas as curvas de rarefação entre a abundância de indivíduos pelo
número de espécies (
KREBS, 1989; COLWELL
et al
., 2004).
Para comparar as
quatro
campanhas, foram calculados
também,
índ
ices de
similaridade qualitativos e quantitativos. Para os dados qualitativos foi utilizado o índice de
Jaccard,
descrito em
MAGURRAN
(1988) e para os dados quantitativos o Coeficiente de
SÖrensen, descrito em SOUTHWOOD (19
78
). Para esta análise fo
ram
util
izado
s os
programa
s
NTSYSpc versão 2
.0 e Biodiversity Pro.
Mestrado em Ecologia e Evolução
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Pablo Vinícius C
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Mathias
24
Para avaliação da interferência das fitofisionomias
amostrada
s na composição de
espécies foram somadas as presenças das espécies por fitofisionomia por campanha e
obtendo o
pool
de espécies das fitofisionomias. Os dados foram transformados para
presença (1) e ausência (0), sendo então calculada a matriz de similaridade de Jaccard
descrit
a em
MAGURRAN
(1988). Para os dados quantitativos foi feita uma média do
número observado nas fitofisionomias, considerando as quatro campanhas assim
calculado o índice de diversidade pelo método de Shannon-Wiener e de equitabilidade
pela relação H/Hmax, ambos descritos em
KREBS
(1989). Para estes cálculos foi utilizado
o programa Biodiversity Pro, disponível pela I
nternet.
3.5.2
Avifauna
Os nomes científicos e a ordenação taxonômica seguem
STOTZ
et al. (1996), com
exceção de Buteogallus meridionalis, Pilherodius pileatus
e
Lathrotriccus euleri para os
quais
se utilizou S
ICK (2001). As espécies foram classific
adas em cinco grupos a fim de se
melhor
para futuras interpretações ecológicas
.
1. Guildas:
Com base nos observações em campo e dados de literatura (SILVA, 1995; STOTZ
et al., 1996;
SICK,
2001) as espécies foram classificadas em oito guildas: o
nív
oros (O
M),
carnívo
ros (CR), insetívoros (IN), necrófagos (NF), nectarívoros (NC), frugívoros (F
R),
sementes (SE) e piscívo
ros (PS).
2. Sensibilidade a distúrbios (Sens.D.):
STOTZ
et al. (1996)
defini
ram
três categorias, quanto à vulnerabilidade das
espécies à perturbação antrópica. Espécies altamente vulneráveis a distúrbios humanos
são bons indicadores da qualidade ambiental. As categorias são alta, média e baixa
sensibilidade a distúrbios.
3. Prioridade de Conservação (Pri.C.):
As categorias qualitativas para conservação seguem
STOTZ
et al. (1996), que as
defini
ram
em: urgente (1), alta (2), média (3) e baixa (4).
4. Estratificação (Strat):
De acordo com dados coletados em campo e informações da literatura (
SICK,
2001;
STOTZ
et al.,
1996
), as espécies foram agrupadas, em ralação a utilização de
Mestrado em Ecologia e Evolução
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Pablo Vinícius C
.
Mathias
25
estratos, em seis categorias principais: aquático (AA), terrestre (T), sub-bosque (SB),
estrato médio (EM), dossel (D) e aéreo (A). Algumas espécies porém forrageiam em mais
de um estrato, sendo assim, incluídas em m
ais de uma categoria.
5. Migração e Reprodução (Mig.Rep.):
De acordo com
SILVA
(1995), SICK
(2001) e
STOTZ
et al. (1996), as espécies
foram analisadas se, reproduzem-se (1) ou não no Cerrado e quanto a Migração:
migrantes de longa distância da América do Norte (+) ou migrantes de longa distância do
sul da América do
Sul (*).
Assim como para anfíbios, para a comparação dos períodos de coleta, entre as 4
campanhas, foi calculado o índice de diversidade pelo método de Shannon-Wiener e de
equitabilidade pela relação H/Hmax, ambos descritos em
KREBS
(1989). Para estes
cálculos foi utilizado o programa Biodiversity Pro, disponível pela Internet.
Foi realizada também, uma análise de variância ANOVA, para a
avifauna
, entre as
abundâncias obtidas nas quatro campanhas, com o objetivo de verificar se estas se
diferem. Após este calculo foram somados os resultados de cada estação e realizado um
novo teste T a fim de se dimensionar a sazonalidade para o grupo. Todos estes cálculos
foram realizados no programa Excel
®
2000.
Foram calculadas as curvas de rarefação entre a abundância de indivíduos pelo o
número de espécies (
KREBS, 1989; COLWELL
et al
., 2004).
Para comparar as 4 campanhas, foram calculados
também,
índices de similaridade
qualitativos e quantitativos.
Para
os dados qualitativos foi utilizado o índice de Jaccard,
descrito em
MAGURRAN
(1988) e para os dados quantitativos o Coeficiente de SÖrensen,
descrito em
SOUTHWOOD
(19
78
). Para esta análise foram utilizados os programas
NTSYSpc versão 2
.0 e Biodiversity P
ro.
Para
avaliação da interferência das fitofisionomias avaliadas na composição de
espécies foram somadas as presenças das espécies por fitofisionomia por campanha,
onde
obte
ve
-
se
o
pool
de espécies das fitofisionomias. Os dados foram transformados
para
presença (1) e ausência (0), sendo então calculada a matriz de similaridade de
Jaccard
descrito em
MAGURRAN
(1988). Para os dados quantitativos foi feita uma média
do número observado nas fitofisionomias, considerando as quatro campanhas e assim
calculado
o índice de diversidade pelo método de Shannon-Wiener e de equitabilidade
pela relação H/Hmax, ambos descritos em KREBS (1989). Para estes cálculos foi utilizado
o programa Biodiversity Pro, disponível pela Internet.
Mestrado em Ecologia e Evolução
___________________
____________________________________________________________________________
Pablo Vinícius C
.
Mathias
26
4.
RESULTADOS
4.1
Anurofauna
Um esforço amostral médio de 14 horas/dia para uma equipe composta de três a
quatro pessoas foi
realizado
, totalizando
56
horas por dia (
total
de 1.
792
horas de esforço
por campanha). A classe Amphibia
foi
representada
por
duas
ordens,
cinco
famílias, 17
gênero
s e 29
espécies
(Tabela 3). A família Hylidae
foi
a mais representativa (41,37%)
com 12 espécies registradas
.
Tabela 3. Listagem das espécies de anfíbios da área de influência do Projeto de Irrigação do rio
Manuel Alves
.
Abreviações e simbologia:
E/A
(
Est
rato
/Atividade)
: SA = semi-aquáticos; TE =
terrestres; AB = arborícolas; SB = subarborícolas; CP = criptozóicas; SF = semi-fossoriais; AQ =
aquático; D = diurno; N = noturno.
Taxon
Nome popular
E/A
Classe AMPHIBIA
Ordem GYMNOPHIONA
Família CAECI
LIIDAE
1.
Siphonops paulensis
Boettger, 1892
Cobra cega
SF/
-
Ordem ANURA
Família BUFONIDAE
2.
Chaunus
granulosus
Spix, 1824
Sapinho
TE/N
3.
Chaunus
schneideri
Werner, 1894
Sapo
-
Cururu
TE/N
Família HYLIDAE
4.
Dendropsophus
minutus
(Pet
ers, 1872)
Perereca
AB/N
5.
Dendropsophus nanus (Boulenger, 1889)
Perereca
AB/N
6.
Dendropsophus rubicundulus
(Reinhardt e Lütken, 1862)
Perereca
AB/N
7.
Dendropsophus melanargyreus
(Cope, 1887)
Perereca
AB/N
8.
Hypsiboas albopunctatus
(Spix, 1824)
Per
ereca
AB/N
9.
Hypsiboas raniceps
Cope, 1862
(Figura 12)
Perereca
AB/N
10.
Phyllomedusa hypochondrialis
(Daudin, 1802)
Perereca verde
AB/N
11.
Pseudis tocantins
Caramaschi e Cruz, 1998
Rã boiadeira
AQ/N
12.
Scinax fuscomarginatus
(A. Lutz, 1925)
Pererec
a
AB/N
13.
Scinax fuscovarius
(A. Lutz, 1925)
Perereca de banheiro
AB/N
14.
Scinax
aff
. ruber
(Laurenti, 1768)
Perereca
AB/N
15.
Trachycephalus venulosus
(Laurenti, 1768)
Perereca de leite
AB/N
Família LEPTODACTYLIDAE
16.
Barycholos ternetzi
(Miran
da
-
Ribeiro, 1937)
Rã da mata
TE/N
17.
Eupemphix nattereri Steindachner, 1863
TE/N
18.
Leptodactylus fuscus
(Schneider, 1799)
(Figura 14)
Rã assobiadora
TE/N
19.
Leptodactylus
cf.
ocellatus
(Linnaeus, 1758)
Rã manteiga
TE/N
20.
Leptodactylus labyrint
hicus
(Spix, 1824)
Rã pimenta
TE/N
21.
Leptodactylus mystaceus
(Spix, 1824)
TE/N
22.
Leptodactylus syphax
Bokermann, 1969
Rã assobiadora
TE/N
23.
Proceratophrys
sp.
(Figura 11)
TE/N
24.
Physalaemus cuvieri
Fitzinger, 1826
(Figura 13)
Rã cachorro
TE/N
25.
Physalaemus centralis
Bokermann, 1962
Rãzinha
TE/N
26.
Pseudopaludicola
sp.
Rãzinha
TE/N
Família MICROHYLIDAE
27.
Chiasmocleis albopunctata
(Boettger, 1862)
Molinho
CP/N
28.
Dermatonotus muelleri
(Boettger, 1885)
Molinho
CP/N
29.
Elachis
tocleis
cf. ovalis
(Schneider, 1799)
Molinho
CP/N
Na
campanha a Classe Amphibia foi representada por
uma
ordem,
três
famílias,
sete
gêneros e
oito
espécies. A família Leptodactylidae
foi
a mais representativa (50%).
Foram
registrados
para esta campanha 23
indivíduos
, sendo 17
por
registro direto e
seis
Mestrado em Ecologia e Evolução
___________________
____________________________________________________________________________
Pablo Vinícius C
.
Mathias
27
por
registro indireto. As espécies mais abundantes foram:
Hy
psiboas
raniceps (43%) e
Leptodactylus
cf.
ocellatus
(26%).
Figura 11.
Procerathophrys
sp.
Figura 12.
Hypsboas raniceps.
Figura
13.
Physalaemus cuvieri
.
Figura 14.
Leptodactylus fuscus.
Para a
campanha foram capturados 110
indivíduos
de anfíbios, correspondendo
a uma taxa de captura de
17,18
indiv./recipiente/mês. As espécies mais abundantes
foram:
Physalaemus cuvieri (27,54%) e Chiasmocleis albopunctata (13,77%), em captura
por
pit
-
fall
, e
Dendropsophus
nan
us
e Scinax fuscomarginatus por registro indireto
(vocalização).
Para a 3ª campanha nas armadilhas instaladas (
pit
-
falls
) foram capturados dois
indivíduos
de anfíbios, correspondendo a uma taxa de captura de
0,31
indivíduos/recipiente/mês.
Para a 4ª campanha nas armadilhas instaladas (
pit
-
falls
) foram capturados 28
indivíduos
de anfíbios, correspondendo a uma taxa de captura de
4,3
indivíduos/recipiente/mês.
Physalaemus
centralis foi a espécie de anfíbio mais abundante em captura em
pit
-
fall
. Em coletas aleatórias, Dendropsophus rubicundulus
,
Leptodactylus fuscus e
Scinax
fuscovarius
, foram as mais abundantes. Durante a campanha, 16 espécies de anfíbios
Mestrado em Ecologia e Evolução
___________________
____________________________________________________________________________
Pablo Vinícius C
.
Mathias
28
(Dendropsophus minutus, D. melanargyreus, D. rubicundulus, S. fuscomarginatus, S.
fuscovarius, Eupemphix nattereri, Leptodactylus fuscus, L. labyrinthicus, L. syphax,
Phyllomedusa hypochondrialis, Physalaemus cuvieri, P. centralis, Proceratophrys
sp.
,
Pseudopaludicola
sp.,
Chiasmocleis albopunctata, Elachistocleis cf.
ovalis
) apresentavam
atividade
de vocalização
.
Em relação ao registro de espécies por fitofisionomia, o ambiente aquático obteve
o maior número de espécies únicas, ou seja, registradas somente neste ambiente. Estas
foram:
Dendropsophus
nanus
,
D. rubicundulus, Phyllomedusa hypochondrialis, Pseudis
tocantins
e
Scinax fuscomarginatus. Para o cerrado
sensu
stricto
foram registradas como
exclusivas para este ambiente, Leptodactylus syphax e o Proceratophrys sp. Para a mata
de galeria a
Dendropsophus
melanargyreus
e
Barycholos ternetzi. Na área aberta apenas
o
Chaunus
schneideri foi registrada como exclusiva. E a espécie Elachistocleis cf. ovalis
obteve registro em todos os ambientes.
A análise de variância realizada para comparação da anurofauna nas quatro
campanhas,
indicou
uma variação
entre elas
.
Para as comparações entres as campanhas,
através do Teste T, as estações de seca e de chuva foram diferentes, evidenciando a
sazonalidade esperada para anfíbios
.
Esta diferença entre os períodos de seca e chuva também foi confirmada quando
comparadas as campanhas qualitativamente, através de presença e ausência das
espécies
com o uso do índice de similaridade de Jaccard. V
erificou
-se que as campanhas
realizadas no período da seca apresentam 44,40% de semelhança entre as espécies
amostradas e as campanhas realizadas no período das chuvas apresentaram 57,69% de
semelhança ent
re as espécies amostradas (T
abela
4
e
F
igura
15
).
Tabela
4. Matriz de
similaridade
, calculada com base na presença e
ausência das espécies da anurofauna, utilizando o índice de Jaccard,
para as
quatro
campanhas
.
Matriz de Similaridade
Qualitativa
1ª camp
2ª camp
3ª camp
4ª camp
1ª camp
anha
*
28,5714
44,4444
21,7391
2ª camp
anha
* *
23,8095
57,6
923
3ª camp
anha
* * *
17,3913
4ª camp
anha
* * * *
Mestrado em Ecologia e Evolução
___________________
____________________________________________________________________________
Pablo Vinícius C
.
Mathias
29
Figura
15
.
Dendrograma construído utilizando dados qualitativos da anurofauna para as
quatro
campanhas.
Quando
calculada a similaridade, com o uso de dados quantitativos
quantitativamente os res
ultados
foram praticamente os mesmos da matriz de similaridade
qualitativa, sendo que as campanhas do período de seca assemelharam-se 33,30% em
relação a abundância de espécies e as campanhas do período de chuva 57,69 % (Tabela
5
e
F
igura
16
).
Tabela
5
.
Matriz de
similaridade
, calculada com base na
abundância
das espécies da anurofauna, utilizando o índice de Sorensen, para as
quatro
campanhas
.
Matriz de Similaridade Quantitativa
1ª camp
2ª camp
3ª camp
4ª camp
1ª camp
anha
*
28,5714
33,3333
21,7391
2ª camp
anha
* *
25
57,6923
3ª camp
anha
* * *
13,0435
4ª camp
anha
* * * *
Mestrado em Ecologia e Evolução
___________________
____________________________________________________________________________
Pablo Vinícius C
.
Mathias
30
Figura
16.
Dendrograma construído utilizando dados
quantitativos
da anurofauna para as
quatro
campanhas.
O índice de diversidade de Shannon-
Wiener
,
evidenciou que a 4ª campan
ha,
realizada em dezembro de 2005, com o maior índice de diversidade, seguida pela outra
campanha do período chuvoso (fevereiro de 2005). Entre as campanhas do período de
seca a que obteve maior índice de diversidade foi a campanha realizada em setembro de
2004
(T
abela
6 e F
igura
17
).
Pelo índice de equitabilidade as espécies estão mais bem
distribuídas na campanha. A campanha que compreende o período de seca,
apresentou a segunda maior equitabilidade, seguida pela 2ª e 3ª campanhas.
Tabela
6
.
Índic
e de diversidade de Shannon-
Wiener
e de eqüitabilidade
calculado para as
quatro
campanhas amostradas para anurofauna.
Índice de Diversidade
2ª Camp
3ª Camp
4ª Camp
Shannon H' Log Base 10,
0,648
0,992
0,504
1,2
Shannon Hmax Log Base 10,
0,845
1,301
0,699
1,322
Shannon J'
0,767
0,762
0,721
0,908
Mestrado em Ecologia e Evolução
___________________
____________________________________________________________________________
Pablo Vinícius C
.
Mathias
31
Figura 1
7.
Gráfico demonstrando o resultado obtido com o cálculo do índice de diversidade
de Shannon
-
Wiener
para as
quatro
campanhas para
anurofauna.
Além disso, foi calculada a curva de rarefação do número de espécies por
indivíduos para as quatro campanhas, para a anurofauna. Esta curva estima o número de
espécies que serão observadas com um número fixado de indivíduos (
COLWELL
et al.,
2004). Para fins comparativos de diversidade fixou-se o tamanho da amostra em 1, 11 e
21 indivíduos. Para um número fixado de 11 indivíduos a campanha apresentou maior
riqueza (8,02 espécies), seguida pela campanha (6,35 espécies), campanha (4,76
espécies) e 3ª campanha (4,21 espécies) (
T
abela
7
e
F
igura
18
).
Tabela
7
.
Número de espécies da anurofauna
nas
quatro
campanhas pelo
número fixado de indivíduos, pelo método de rarefação
.
N
1ª campanha
2ª campanha
3ª campanha
4ª campanha
1
1 1 1 1
11
4,76
6,35
4,21
8,02
21
6,82
9,35
0
11,93
Mestrado em Ecologia e Evolução
___________________
____________________________________________________________________________
Pablo Vinícius C
.
Mathias
32
Figura 1
8
.
C
urvas de rarefação do número de indivíduos pelo número de espécies da a
nurofauna
para as
quatro
campanhas realizadas
.
Ao analisarmos a i
nfluência
das fitofisionomias na composição das espécies da
anurofauna, o índice de Shannon-
Wiener
, mostrou o ambiente aquático com o maior
índice de diversidade, seguido pela mata de galeria, cerrado
sensu stricto
, área aberta e
cerradão
(T
abela
8 e Figura 19). Pelo índice de equitabilidade as espécies que compõem
a anurofauna, estão
melhor
distribuídas no ambiente aquático, mata de galeria, cerrado
sensu
stricto, área aberta e cerradão nesta ordem respectivamente.
Tabela
8
.
Índice de diversidade de Shannon-
Wiener
e de eqüitabilidade calculado para as
fitofisionomias amostradas para anurofauna.
Índice de Diversidade
Mata
de
Galeria
Área
Aberta
Cerradão
Cerrado
S.S
Amb.
Aquatico
Shannon H' Log Base 10,
1,017
0,826
0,54
0,86
1,071
Shannon Hmax Log Base
10,
1,176
1,041
0,602
1,079
1,146
Shannon J'
0
,865
0,793
0,896
0,797
0,934
Mestrado em Ecologia e Evolução
___________________
____________________________________________________________________________
Pablo Vinícius C
.
Mathias
33
Figura 1
9.
Gráfico demonstrando o resultad
o obtido com o cálculo do índice de diversidade
de Shannon
-
Wiener
para as
fitofisionomias amostradas
para
anurofauna.
Além disso, foi calculada a curva de rarefação do número de espécies por
indivíduos para as cinco fitofisionomias, para a anurofauna. Esta curva estima o mero
de espécies que serão observadas com um número fixado de indivíduos (
COLWELL
et al.,
2004). Para fins comparativos de diversidade fixou-se o tamanho da amostra em 1,
6, 11
,
66
e
91
indivíduos. Para um número fixado de 11 indivíduos, o ambiente aquático
apresentou maior riqueza (
7,4
espécies), seguida pela mata de galeria (6,92 espécies),
cerrado
sensu
stricto
(4,05 espécies), área aberta (
3,94
espécies) e o cerradão que com
uma amostragem de seis indivíduos pode-se obter o número ximo de espécies
registradas para esta fitofisionomia (4 espécies).
(T
abela
9
e
F
igura
20
).
Tabela
9
.
Número de espécies da anurofauna fitofisionomias amostradas pelo número
fixado de indivíduos, pelo método de rarefação
.
N
Mata de Galeria
Área Aberta
Cer
radão
Cerrado S.S
Amb. Aquatico
1
1 1 1 1 1
6
4,64
3,94
4
4,05
4,86
11
6,92
5,46
0
5,78
7,4
66
14,82
10,41
0 0
13,54
91
0
10,97
0 0
13,95
Mestrado em Ecologia e Evolução
___________________
____________________________________________________________________________
Pablo Vinícius C
.
Mathias
34
Figura
20
.
Curvas de rarefação do número de indivíduos pelo número de espécies da a
nurofauna
para as fitofis
ionomias amostradas.
Ao se analisar a similaridade entre as fitofisionomias amostradas, o ambiente que
se apresentou mais dissimilar foi o ambiente aquático, sendo que a menor dissimilaridade
aconteceu
entre este ambiente e o cerradão (12,50% de similaridade). As maiores
similaridades foram encontradas entre a área aberta e o cerrado
sensu
stricto
(53,33%) e
entre área aberta e mata de galeria (52,94%). Todos os resultados estão na T
abela
10
e
F
igura
21.
Tabela
10
.
Matriz de
similaridade
, calculada com base na presença e ausência das
espécies
da anurofauna, utilizando o índice de Jaccard, para as
fitofisionomias
amostradas.
Matriz de Similaridade Qualitativa
M. Galeria
A. Aberta
Cerradão
Cerrado S.S
A. Aquatico
M. Galeria
*
52,9412
18,75
42,1053
26,
087
A. Aberta
* *
36,3636
53,3333
19,0476
Cerradão
* * *
23,0769
12,5
Cerrado S.S
* * * *
23,8095
A. Aquatico
* * * * *
Mestrado em Ecologia e Evolução
___________________
____________________________________________________________________________
Pablo Vinícius C
.
Mathias
35
Figura
21
.
Dendrograma construído utilizando dados qualitativos da anurofauna para
as
fitofisionomias amostradas.
4.2
A
vifauna
Ao final do estudo, foram realizados 32 dias (320 horas) de coleta, divididos em 4
campanhas de 8 dias cada. O trabalho de coletada de dados foi realizado por um equipe
composta por
até
4 integrantes.
Ao longo desses períodos de coleta, foram registradas 165 espécies de aves,
distribuídas em
48
famílias
(
Tabela 11
),
perfazendo
19,7
0
% das espécies
relacionadas
por
Silva (1995) para o Cerrado.
Quantitativamente
, foram registrados 2.322 indivíduos ao
longo de cinco fitofisionomias amostradas.
Tabela 11
.
Fa
mílias e espécies listadas para a área do Projeto de Irrigação do rio Manuel Alves.A ordem
sistemática e nomenclatura seguem Stoz (2001), com exceção de Buteogallus meridionalis
e
Pilherodius
pileatus
. A dieta e estrato de forrageamento foram determinados de acordo com observações feitas em campo
e literatura (Sick, 2001; Stotz, 1996). O critério dependência foi determinado de acordo com observações em
campo. Informações quanto à sensibilidade a distúrbios e prioridade de conservação seguem Stotz (1996). Os
critérios migração e reprodução no Cerrado foram determinados de acordo com Silva (1995) e Sick (2001).
Segue os resultados obtidos nas duas campanhas realizadas.
Registro por
campanha
Guilda
Sens.D
Pri.C.
Strat
Migratórios
Espécies
Família Rheidae
Rhea americana
X X
OM
Baixa
4 T 1
Família Tinamidae
Crypturellus parvirostris
X X X X
FR
Baixa
4 T 1
Crypturellus tataupa
X X
FR
Baixa
4 T 1
Crypturellus undulatus
X X X X
FR
Baixa
4 T 1
Rhynchotus rufescens
X X X
FR
Baixa
4 T 1
Mestrado em Ecologia e Evolução
___________________
____________________________________________________________________________
Pablo Vinícius C
.
Mathias
36
Nothura maculosa
X X X
FR
Baixa
4 T 1
Família Podicipedidae
Podilymbus podiceps
X
OM
Med
4
AA
1
Família Phalacrocoracidae
Phalacrocorax brasilianus
X
PS
Baixa
4
AA
1
Família Anhingidae
Anhinga anhin
ga
X X X X
PS
Med
4
AA
1
Família Ardeidae
Tigrisoma lineatum
X X X
PS
Med
4
T/AA
1
Pilherodius pileatus
X
PS
Med
4
T/AA
1
Ardeola ibis
X
OM
Baixa
4
T/AA
1
Butorides striatus
X X X X
PS
Baixa
4
T/AA
1
Egretta thula
X X X
PS
Baixa
4
T/
AA
1
Egretha alba
X X X X
PS
Baixa
4
T/AA
1
Ardea cocoi
X X X
PS
Baixa
4
T/AA
1
Familia Ciconiidae
Mycteria americana
X
OM
Baixa
4
T/AA
1
Família Threskiornithidae
Theristicus caudatus
X X X X
OM
Baixa
4 T 1
Mesembrinibis cayen
nensis
X X
OM
Med
4 T 1
Phimosus infuscatus
X
OM
Med
4 T 1
Família Anatidae
Dendrocygna viduata
X
OM
Baixa
4
AA
1
Cairina moschata
X X X X
OM
Baixa
4
AA
1
Amazonetta brasiliensis
X X
OM
Baixa
4
AA
1
Família Cathartidae
Sa
rcoramphus papa
X X
NF
Méd
4
T/A
1
Coragyps atratus
X X X X
NF
Baixa
4
T/A
1
Cathartes aura
X X X X
NF
Baixa
4
T/A
1
Família Acciptridae
Elanus leucurus
X X
CR
Baixa
4
D/A
1
Rostrhamus sociabilis
X
CR
Baixa
4
T/AA
1
Ictinia plumbea
X
CR
Baixa
4
D/A
1
Geranospiza caerulescens
X
CR
Med
4
EM/D
1
Buteogallus urubitinga
X X
CR
Baixa
4
T/D
1
Buteogallus meridionalis
X X X X
CR
Baixa
4
T/D
1
Geranoaetus melanoleucus
X
CR
Med
4 T 1
Buteo albicaudatus
X X X
CR
Baixa
4 T 1
Bu
teo magnirostris
X X X X
CR
Baixa
4 D 1
Família Falconidae
Caracara plancus
X X X X
OM
Baixa
4 T 1
Milvago chimachima
X X X X
CR
Baixa
4
T/D
1
Herpetotheres cachinnans
(Figura 26)
X X X X
CR
Baixa
4 D 1
Falco femoralis
X X
CR
Baixa
4
T/D
1
Falco sparverius
X X X
CR
Baixa
4
T/D
1
Família Cracidae
Penelope superciliaris
X X X
FR
Med
4 T 1
Crax fasciolata
X X
FR
Med
3 T 1
Família Cariamidae
Cariama cristata
X X X X
OM
Baixa
4 T 1
Família Aramidae
Aramus gu
arauna
X
OM
Med
4 T 1
Família Rallidae
Aramides cajanea
X X X X
OM
Alta
4 T 1
Porphyrula martinica
X X
OM
Baixa
4 T 1
Família Jacanidae
Mestrado em Ecologia e Evolução
___________________
____________________________________________________________________________
Pablo Vinícius C
.
Mathias
37
Jacana jacana
X X X X
OM
Baixa
4 T 1
Família Charadriidae
Vanellus chilensis
X X X X
OM
Baixa
4 T 1
Família Scolopacidae
Tringa solitaria
X
OM
Med
4 T +
Família Columbidae
Columba livia
X
OM
Baixa
4 T 1
Columba picazuro
X X
SE
Med
4 D 1
Columba cayennensis
X X X
SE
Med
4 D 1
Leptotilla verreauxi
X
SE
Baixa
4 D 1
Leptotila rufaxilla
X X X X
SE
Med
4 T 1
Scardafella squammata
X X X X
SE
Baixa
4 T 1
Uropelia
campestris
X
SE
Med
3 T 1
Columbina minuta
X X X
Columbina talpacoti
X X X X
SE
Baixa
4 T 1
Família Psittacidae
Ara arara
una
X X
FR
Med
3 D 1
Aratinga aurea
X X X X
FR
Med
4
EM/D
1
Brotogeris chiriri
X X X X
FR
Med
4 D 1
Amazona aestiva
X X X X
FR
Méd
4 D 1
Amazonica amazonca
X
FR
Med
4 D 1
Amazona xanthops
X
FR
Med
4 D 1
Família Cuculidae
Piaya cayan
a
X X X X
OM
Med
4 D 1
Crotophaga ani
X X X X
OM
Baixa
4
T/D
1
Guira guira
(Figura 24)
X X X X
OM
Baixa
4 T 1
Tapera naevia
X
OM
Baixa
4
T/SB
1
Família Tytonidae
Tyto alba
X X X
CR
Baixa
4 D 1
Família Strigidae
Otus choliba
X X X
CR
Baixa
4 D 1
Glaucidium brasilianum
X X
CR
Baixa
4 T 1
Speotyto cunicularia
X X X X
CR
Baixa
4 D 1
Família Nyctibiidae
Nyctibius griseus
X X X
IN
Baixa
4 D 1
Família Caprimulgidae
Chordeiles acutipennis
X X
IN
Baixa
4 D 1
Nyctidromus albicolis
X X X
IN
Baixa
4 T 1
Camprimulgus rufus
X X X X
IN
Baixa
4 T 1
Família Trochilidae
Phaetornis pretrei
X X X
NC
Baixa
4
SB
1
Eupetomena macroura
X X X X
NC
Baixa
4
SB
1
Thalurania furacata
X
NC
Baixa
4
SB
1
Amazil
ia fimbriata
X X X
NC
Baixa
4
SB/EM
1
Família Trogonidae
Trogon curucui
X X X
FR
Med
4 D 1
Família Alcedinidae
Ceryle torquata
X X X
PS
Baixa
4
SB/EM
1
Chloroceryle amazona
X X X
PS
Baixa
4
SB/EM
1
Chloroceryle americana
X X X
PS
Baixa
4
SB
1
Família Momotidae
Momotus momota
X X X X
IN
Baixa
4
T/D
1
Família Galbulidae
Galbula ruficauda
X X X X
IN
Baixa
4
EM
1
Família Bucconidae
Nystalus chacuru
X
IN
Med
4 D 1
Nonnula rubecula
X X X
IN
Alta
4 EM/SB ?
Monasa nigrifrons
X X X X
IN
Baixa
4
EM/D
1
Chelidoptera tenebrosa
X X X X
IN
Baixa
4 D 1
Mestrado em Ecologia e Evolução
___________________
____________________________________________________________________________
Pablo Vinícius C
.
Mathias
38
Família Ramphastidae
Ramphastos toco
X X X X
OM
Med
4 D 1
Família Picidae
Picumnus albosquamtus
X X
IN
Baixa
4
EM
?
Melanerpes can
didus
X X
IN
Baixa
4 EM/SB 1
Veniliornis passerinus
X X
IN
Baixa
4 D 1
Colaptes campestris
X X X X
IN
Baixa
4 D 1
Celeus flavescens
X
IN
Med
4
SB/EM
1
Dryocopus lineatus
X
IN
Baixa
4 D 1
Família Dendrocolaptidae
Dendrocolaptes pla
tyrostris
X X X
IN
Med
4
EM
1
Lepidocolaptes angustirostris
X X X
IN
Med
4
EM
1
Família Furnariidae
Furnarius rufus
X X X X
IN
Baixa
4 T 1
Synallaxix frontalis
X X
IN
Baixa
4
SB
1
Família Formicariidae
Taraba major
X X X X
IN
Ba
ixa
4
SB
1
Tamnophilus punctatus
X X
IN
Baixa
4
SB
1
Família Tyrannidae
Myiopagis viridicata
X X X X
IN
Med
4 D 1
Elaenia parvirostris
X X
IN
Baixa
4 D *
Elaenia flavogaster
X
IN
Baixa
4 D 1
Elaenia cristata
X X X X
IN
Baixa
4 D 1
E
laenia sp.
X X
IN
Baixa
4 D 1
Todirostrum latirostre
X
IN
Baixa
4 D 1
Lathrotriccus euleri
X X X X
IN
Baixa
4 D 1
Xolmis cinerea
X X X
IN
Baixa
4 T 1
Xolmis velata
X
IN
Med
4
T/EM
1
Pyrocephalus rubinus
X
IN
Baixa
4 EM/SB 1
Myiarchus fero
x
X X X X
OM
Baixa
4
EM/D
1
Pitangus sulphuratus
X X X X
OM
Baixa
4
T/D
1
Megarhynchus pitanga
X X X X
OM
Baixa
4
T/D
1
Myiozetetes cayanensis
X X X X
IN
Baixa
4 D 1
Myiodynates maculatus
X X X X
OM
Baixa
4
EM/D
1
Legatus leucophaus
X X
OM
Baixa
4 D 1
Empidonomus
aurantioatrocristatus
X X
IN
Baixa
4 D 1
Empidonomus varius
X
IN
Baixa
4 D 1
Tyrannus albogularis
X X X
IN
Baixa
4 D 1
Tyrannus melancholicus
X X X X
OM
Baixa
4 D 1
Tyrannus savana
X X X X
IN
Baixa
4
EM
1
Família Pipridae
Antilophia galeata
X
FR
Med
4
SB
1
Família Hirundinidae
Tachycineta albiventer
X X X
IN
Baixa
4 A 1
Progne chalybea
X X X
IN
Baixa
4 A 1
Progne tapera
X X X X
IN
Baixa
4 A 1
Notiochelidon cyanoleuca
X
IN
Baixa
4 A 1
Stelgidopteryx
ruficollis
X X
IN
Baixa
4 A
1?
Hirundo rustica
X X
IN
Baixa
4 A 1
Família Troglodytidae
Donacobius atricapillus
X
OM
Med
4
SB
1
Thryothorus leucotis
X X X X
IN
Baixa
4
T/SB
1
Troglodytes aedon
X
IN
Baixa
4
T/SB
1
Família Mimidae
Mimus saturninus
X X X X
IN
Baixa
4 D 1
Família Muscicapidae
Turdus leucomelas
(Figura 22)
X X X X
FR
Baixa
4
T/D
1
Turdus rufiventris
X
FR
Baixa
4
T/D
1
Mestrado em Ecologia e Evolução
___________________
____________________________________________________________________________
Pablo Vinícius C
.
Mathias
39
Polioptila dumicola
X X X X
IN
Med
4 D 1
Família Emberezidae
Ammod
ramus
humeralis
X
OM
Baixa
4 T 1
Sicalis flaveola
X X
SE
Baixa
4 T 1
Volantina jacarina
X X X X
SE
Baixa
4
SB
1
Sporophila nigricollis
X
SE
Baixa
4
SB
1
Arremon taciturnus
X X X
OM
Baixa
4
T/SB
1
Coryphospingus pileatus
X
OM
Baixa
4
SB
1
Saltator maximus
X X X X
SE
Baixa
4
SB
1
Saltator similis
X X
SE
Baixa
4
SB
1
Tachyphonus rufus
X X X
FR
Baixa
4
SB/EM
1
Ramphocelus carbo
X X X X
FR
Baixa
4
SB/EM
1
Thraupis palmarum
X X X
FR
Baixa
4 D 1
Thraupis sayaca
X X X X
FR
Baixa
4 D 1
E
uphonia chlorotica
X X X X
FR
Baixa
4 D 1
Euphonia violacea
X X X
FR
Baixa
4 D 1
Tangara cayana
X X X
FR
Med
4
SB/D
1
Dacnis cayana
X X X X
FR
Baixa
4
T/D
1
Cyanerpes cyaneus
(Figuras 25
e 27)
X X X
FR
Baixa
4
SB
1
Tersina viridis
X X X
FR
Baixa
4 D 1
Basileuterus flaveolus
X X X
OM
Med
4 D 1
Basileuterus hypoleucus
(Figura 23)
X X X
OM
Baixa
4 T 1
Conirostrum speciosum
X
OM
Baixa
4 D 1
Coereba flaveola
X X X X
OM
Baixa
4 D 1
Família Vireonidae
Cyclarhis gujanensis
X X X
FR
Bai
xa
4
SB
/EM
1
Vireo olivaceus
X
FR
Baixa
4 D 1
Família Icteridae
Psaracolius decumanus
X X X
FR
Baixa
4 D 1
Cacicus cela
X X X X
FR
Baixa
4
EM/D
1
Cacicus solitarius
X
FR
Baixa
4
SB/EM
1
Gnorimopsar chopi
X X X X
OM
Baixa
4 D 1
Moloth
rus bonariensis
X X
OM
Baixa
4
T/D
1
Scaphidura oryzivora
X
OM
Baixa
4
T/SB
1
Família Pa
s
seridae
Passer domesticus
X X X X
OM
Baixa
4
T/D
1
Família Corvidae
Cyanocorax cristatellus
X X
OM
Med
3
EM/D
1
Cyanocorax cyanopogon
X X X X
OM
Med
3
T/D
1
Guilda: OM
onívoro; FR
frugívoro; IN
insetívoro; S
sementes; PS
piscívoro; CR
carnívoro; NF
necrófago; NC
nectarívoro.
Sens.D.
Sensibilidade a Distúrbios: Baixa; Méd
média; Alta.
Pri. C.
Prioridade de Conservaçã
o: 1
urgente; 2
alta; 3
média; 4
baixa.
Strat.
Estratificação: A
aéreo; D
dossel; EM
estrato médio; SB
sub-bosque; T
terrestre;
AA
aquático.
Migratórios
: 1
reproduz-se no Cerrado; * Migrante de longa distância do Sul da América do S
ul.
+Migrante de longa distância da América do Norte.
Mestrado em Ecologia e Evolução
___________________________________________________________________________________
____________
Pablo Vinícius C
.
Mathias
40
Figura 22.
Turdus leucomelas.
Figura 23.
Basileuterus hypoleucus.
Figura 24.
Guira guira
.
Figura 25.
Cyanerpes cyaneus
(
Fêmea).
Figura 26.
Herpetotheres cachinnans
.
Figura 27.
Cyanerpes cyaneus
(Macho).
Na
campanha, realizada em setembro de 2004 (período de seca), foram
registradas
1
18
espécies, distribuídas em 41 famílias
perfazendo
assim 14,09% das
espécies
relacionadas
por
SILVA
(1995). Quantitativamente foram registrados 589
indivíduos
, o que corresponde a 25,36% do total de indivíduos amostrados nas
quatro
campanhas. As espécies com maior número de registros foram Scardafella squammata
(23 indivíduos, 3,90% do total de registros), Columbina talpacoti (27 indivíduos, 4,50% do
total de registros) e
Brotogeris chiriri
(25 indivíduos, 4,2
0
% do total de registros)
.
Mestrado em Ecologia e Evolução
___________________________________________________________________________________
____________
Pablo Vinícius C
.
Mathias
41
Para a campanha, realizada em fevereiro de 2005 (período chuvoso)
,
qualitativamente foram registrados 114 espécies distribuídos em 41 famílias,
perfazendo
13,6
0% das espécies
relacionadas
por
SILVA
(1995).
Quantitativamente
, foram
registrados 677 indivíduos, o que corresponde a 29,15% do total de indivíduos amostrados
nas
quatro
campanhas. As espécies mais representativas nesta campanha foram
Columbina talpacoti (29 indivíduos,
4,2
0% do total de registros
),
Crotophaga ani (25
indivíduos
, 3,60% do total de registros), Pitangus sulphuratus (2
1
indivíduos
, 3,
01
% do
total de registros
) e
Volatin
i
jacarina
(
26 indivíduos, 3,8
0
% do total de registros)
.
Para a 3ª campanha, realizada no mês de agosto de 2005 (
período
de seca)
,
qualitativamente foram registradas 118 espécies distribuídas em
40
famílias,
perfazendo
14,09% das espécies
relacionadas
por
SILVA
(1995). Quantitativamente foram registradas
497 indivíduos, que correspondem a 21,40% do total de indivíduos amostrados nas
quatro
campanhas. As espécies mais representativas nesta campanha foram Coragyps atratus
(
18
indivíduos, 3,60% do total de registros), Cathartes aura (24 indivíduos,
4,8
0% do total
de registros) e
Volatinia jacarina
(2
2
indivíduos,
4,42
% do total
de registros).
Para a campanha, realizada em dezembro de 2005 (período chuvoso), foram
registradas 129 espécies distribuídas em 42 famílias,
perfazendo
15,41% das espécies
relacionadas
por
SILVA
(1995).
Quantitativamente
, foram registradas 559 indivíduos, que
correspondem a 24,07% do total de indivíduos amostrados nas
quatro
campanhas.
As
espécies mais representativas nesta campanha foram Cathartes aura (23 indivíduos,
4,11% do total de registros) e
Brotogeris chiriri
(26 indivíduos, 4,65% do total de
registros).
Ao longo das
quatro
campanhas, as espécies mais abundantes,
i.e
apresentaram
mais de 60 registros, pela ordem taxonômica, foram: Coragyps atratus (63 indivíduos,
2,71
% do total de registros)
,
Cathartes aura (
78
indivíduos,
3,35
% do total de re
gistros)
,
Scardafella squammata (63 indivíduos,
2,71
% do total de registros)
,
Columbina talpacoti
(
88
indivíduos,
3,78
% do total de registros)
,
Brotogeris chiriri
(
77
indivíduos,
3,16
% do total
de registros)
,
Crotophaga ani (
61
indivíduos,
2,6
0% do total de registros)
e
Volantina
jacarina
(73 indivíduos, 3,14% do total de registros).
Para utilizar a riqueza como uma medida de diversidade, fixou-se o tamanho da
amostra para fins comparativos, em 1, 11, 51, 101 201 e 401 indivíduos (T
abela
12 e
F
igura
28
).
Pelo método da rarefação, estimou-se que para um tamanho amostral de 401
indivíduos a campanha possuiu maior riqueza (118,25 espécies) seguida pela
campanha
(111,51 espécies), campanha (108,49 espécies) e campanha (101,50
espécies).
Mestrado em Ecologia e Evolução
___________________________________________________________________________________
____________
Pablo Vinícius C
.
Mathias
42
Tabe
la
12
.
Número de espécies da avifauna
nas
quatro
campanha
s pelo
número fixado de indivíduos, pelo método de rarefação
.
N
1ª campanha
2ª campanha
3ª campanha
4ª campanha
1
1 1 1 1
11
10,26
10,21
10,25
10,28
51
59,63
57,05
59,88
60,97
101
37,65
36,73
37,63
38,07
201
10,26
10,21
10,25
10,28
401
108,49
101,5
0
111,51
118,25
Figura
28
.
Curvas de rarefação do número de indivíduos pelo número de espécies da
avifauna
para
as
quatro
campanhas realizadas
.
Comparando ainda as 4 campanhas pelo índice de diversidade de
Shannon
-
Wiener
a campanha mostrou o maior índice de diversidade, seguida pela 1ª, e
campanhas respectivamente (Tabela 13 e F
igura
29
). Pelo índice de equitabilidade os
indivíduos estão mais bem distribuídos na campanha, seguida pela 3ª, e
campanhas respectivamente.
Mestrado em Ecologia e Evolução
___________________________________________________________________________________
____________
Pablo Vinícius C
.
Mathias
43
Tabela 13
.
Índice de diversidade de Shannon-
Wiener
e de eqüitabilidade
calculado para as
quatro
campanhas amostradas para avifauna.
Indíce
1ª Camp
2ª Camp
3ª Camp
4ª Camp
Shannon H' Log Base 10,
1,921
1,893
1
,916
1,945
Shannon Hmax Log Base 10,
2,072
2,057
2,072
2,111
Shannon J'
0,927
0,92
0,925
0,922
Figura
29
.
Gráfico demonstrando o resultado obtido com o cálculo do índice de diversidade
de Shannon
-
Wiener
para as
quatro
campanhas para
avifauna.
As
campanhas foram analisadas também pelo critério de similaridade qualitativa e
quantitativa.
A avifauna não apresent
ou
uma variação em relação a sazonalidade. A maior
dissimilaridade
ocorreu
entre as e campanhas (55,34%) e a maior similaridade foi
ob
servada
entre a 2ª e 3ª campanhas (
T
abela
14
e
F
igura
30
).
Tabela
14
.
Matriz de
similaridade
, calculada com base na
abundância
e presença e ausência das espécies da avifauna, utilizando o índice
de
Sorensen e Jaccard respectivamente
, para as
quatro
campa
nhas
.
Matriz de Similaridade Qual
iquantitativa
1ª camp
2ªcamp
3ªcamp
4ªcamp
1ª camp
anha
*
69,3431
60,5442
55,3459
2ªcamp
anha
* *
70,5882
60,9272
3ªcamp
anha
* * *
65,7718
4ªcamp
anha
* * * *
Mestrado em Ecologia e Evolução
___________________________________________________________________________________
____________
Pablo Vinícius C
.
Mathias
44
Figura
30
.
Dendrograma construído utilizando dados qua
liquantitativos da avifauna para as
quatro
campanhas.
As quatro campanhas não diferem estatisticamente (F=1,58, p>0,01). Além disso,
como as campanhas realizadas na chuva não diferem da seca (t= -0,9, p>0,05)não foi
encontrado
um padrão sazonal para aves.
Ao
se analisar a i
nfluência
das fitofisionomias na composição das espécies da
avifauna, o índice de Shannon-
Wiener
, mostrou a mata de galeria com o maior índice de
diversidade, seguid
a
pelo cerradão, cerrado
sensu
stricto
, área aberta
e ambiente aquático
(T
abela 15 e F
igura
31
). Pelo índice de equitabilidade as, estão mais bem distribuídas no
cerradão
, mata de galeria, cerrado
sensu
stricto
, ambiente aquático e área aberta,
respectivamente.
Tabela 15
.
Índice de diversidade de Shannon-
Wiener
e de eqüitabilidade calculado para as
fitofisionomias amostradas para avifauna.
Índice de Diversidade
Mata de
Galeria
Área
Aberta
Cerradão
Cerrado
S.S
Amb.
Aquatico
Shannon H' Log Base 10,
1,945
1,667
1,903
1,729
1,246
Shannon Hmax Log Base
10,
2,093
1,973
2,013
1,8
69
1,431
Shannon J'
0,929
0,845
0,945
0,925
0,871
Mestrado em Ecologia e Evolução
___________________________________________________________________________________
____________
Pablo Vinícius C
.
Mathias
45
Figura
31
.
Gráfico demonstrando o resultado obtido com o cálculo do índice de diversidade
de Shannon
-
Wiener
para as
fitofisionomias amostradas
para avifauna.
Além disso, foi calculada a curva de rarefação do número de espécies por
indivíduo
s para as cinco fitofisionomias. Para fins comparativos de diversidade fixou-se o
tamanho da amostra em 1, 6, 51 e 136 indivíduos. Para um número fixado de
136
indivíduos,
a mata de galeria apresentou maior riqueza (
71,92
espécies), seguida
pelo
cerradão
(
71,69
espécies), cerrado
sensu
stricto
(
56,06
espécies), área aberta (
48,63
espécies) e
ambiente aquático (26,61 espécies)
(
T
abela
16
e
F
igura
32
).
Tabela
16
.
Número de espécies da avifauna fitofisionomias amostr
adas
pelo número
fixado de indivíduos, pelo método de rarefação
.
N
Mata de
Galeria
Área Aberta
Cerradão
Cerrado S.S
Amb.
Aquatico
1 1 1 1 1 1
6
5,81
5,57
5,82
5,7
5,05
51
38,33
29,14
38,51
33,31
19,47
136
71,92
48,63
71,69
56,06
26,61
Mestrado em Ecologia e Evolução
___________________________________________________________________________________
____________
Pablo Vinícius C
.
Mathias
46
Figura
32
.
C
urvas de rarefação do número de indivíduos pelo número de espécies da
avifauna
para
as fitofisionomias amostradas.
Ao analisarmos a similaridade entre as fitofisionomias amostradas, o ambiente que
se apresentou mais dissimilar foi o ambiente aquático, sendo que a menor dissimilaridade
é entre este ambiente e o cerrado
sensu
stricto
(3,06% de similaridade) e entre o cerradão
(4,8
0% de similaridade). As maiores similaridades foram encontradas entre mata de
galeria e o cerradão (60,99%) e entre o cerradão e cerrado sensu
stricto
(51,28%). Todos
os resultados estão na
T
abela
17
e
F
igura
33
.
Tabela
17
.
Matriz de
similaridade
, calculada com base na presença e ausência das
espécies
da
avifauna
, utilizando o índice de Jaccard, para as
fitofisionomias
amostradas.
Matriz de Similaridade Qualitativa
M. Galeria
A. Aberta
Cerradão
Cerrado S.S
A. Aquatico
M. Galeria
*
47,2973
60,9929
44,5255
11,8519
A. Aberta
* *
49,2424
43,5897
11,0092
Cerradão
* * *
51,2821
4,8387
Cerrado S.S
* * * *
3,0612
A. Aquatico
* * * * *
Mestrado em Ecologia e Evolução
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Pablo Vinícius C
.
Mathias
47
Figura
33
.
Dendrograma construído utilizando dados qualitativos da avifauna para as
fitofisionomias amostradas.
5.
DISCUSSÃO
5.1
Anurofauna
COLLI
et al. (2002) afirmam que a marcante sazonalidade, com períodos de
estiagem (seca) e período de chuvas, e a alta heterogeneidade espacial existente no
Cerrado, têm um profundo efeito na ecologia da herpetofauna deste bioma, devido ao fato
destes animais serem ectotérmicos, e
no
caso dos anfíbios, pela permeabilidade de sua
pele.
Esta permeabilidade coloca os anfíbios em constante risco de desidratação e morte
(TRACY, 1976; WISLEY e
GOLIGHTLY
, 2003)
.
Assim
, estas barreiras fisiológicas fizeram
com que os anfíbios
desenvolvessem
mecanismos de adaptação. Entre estas adaptações
podemos citar i) grande parte apresenta atividade apenas no período das chuvas; ii) são
noturnos e iii) vivem perto de locais úmidos (
COLLI
et al
., 2002)
.
O período de reprodução dos anfíbios é altamente afetado pela disponibilidade de
água no ambiente (RABB, 1973; CARDOSO e MARTINS, 1987 e
ÁVILA
e
FERREIRA,
2004
), devido a necessidade do meio aquático para sobrevivência das larvas e para o
acasalamento da maioria das espécies do Cerrado. De acordo com
DUELLMAN
e
TRUEB
(1994), o ciclo das chuvas afeta até o c
ic
lo gametogênico de alguns representantes da
an
fibiofauna
.
Assim
, na área do estudo a maior diversidade constata
da
pelo índice
de
Shannon
-
Wiener
e pela rarefação de espécies por indivíduos
,
foi
nas campanhas
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.
Mathias
48
realizadas
nas estações de
chuva
segu
indo
o padrão obtido para a anurofauna em
diversos outros estudos (ETEROVICK e SAZIMA, 2000; GOTTSBERGER e GRUBER,
2004 e HOFER E BERSEIK, 2001)
.
Em locais com sazonalidade marcante na América Central, a maior abundância de
anuros ocorre na estação seca (WATLING e DONNELLY, 2002; TOFT, 1980 e
LEIBERMAN, 1986). Talvez a maior abundância seja decorrente do maior volume de
serrapilheira, que proporciona alimentação e sítios de reprodução (GUYER, 1986).
Todavia, o padrão de sazonalidade observado no presente estudo, com maior abundância
no
período chuvoso, é similar ao relatado por DUELLMAN (1995), ALLMON (1991),
ETEROVICK e SAZIMA (2000), para sítios da América do Sul. Provavelmente, os
mecanismos reguladores para a abundância de anuros na América Central e Sul são
diferentes com intensida
des diversas.
Das espécies da anurofauna registras
dez
, ou seja
35,71%
,
ocorreram
nas duas
campanhas realizadas no período das chuvas, não havendo registro em campanhas de
estiagem
. Estas espécies, somadas com outras sete (25%) que ocorreram somente em
um
a das campanhas do período chuvoso exclusivamente, faz com 60,71% das espécies
de anfíbios po
ssam
estar
relacionadas
a fatores climáticos (umidade relativa do ar,
pluviosidade e temperatura), tanto para reprodução como para outras
fases
do seu ciclo
biológ
ico. DUELLMAN e TRUEB (
1994
) afirmam que nas regiões tropicais e subtropicais a
pluviosidade é o fator mais importante na influência da reprodução da anurofauna.
Aliado
a estes dados, nenhuma espécie apresentou registro somente em campanhas no período
de
estiagem.
As espécies Scinax fuscovarius e Pseudopaludicola mystacalis apresentaram
registro em todas as campanhas. Assim, podem ser menos sensíveis aos efeitos da
sazonalidade.
A espécie Scinax fuscovarius é considerada uma espécie hábitat-
generalista (
BRANDÃO e ARAÚJO, 200
1
).
Somado a esta dependência de água para o ciclo biológico dos anfíbios,
COLLI
et
al.
(2002) também afirmam que a heterogeneidade de habitas no Cerrado, afeta
determinantemente a estrutura e composição da anurofauna local.
Diversos
estudos
evidenciam a dependência de algumas espécies com bitats específicos, geralmente
ambientes úmidos e/ou aquáticos (
SILVA
e BATES, 1995; BRANDÃO e
ARAÚJO
, 2001 e
BRASILEIRO
et al., 2005). Estes estudos evidenciam a presença de espécies
dependentes
das matas de galeria, ou seja, completam seu ciclo de vida nesta
fitofisionomia
, ou espécies que a utilizam como abrigo nos meses de seca.
Neste trabalho, como dito, apenas duas espécies obtiveram registro
s
únicos
nas
matas de galeria e
cinco
como encontradas somente em ambiente aquático. Isto equivale
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Mathias
49
a 25% do total de espécies registradas. Além
da
mata de galeria
ser
a única fitofisionomia
que
apresentou mais de uma espécie em todas as campanhas
.
Através do índice de diversidade de Shannon-
Wiener
e da rarefação do número de
espécies por indivíduos o ambiente aquático e a mata de galeria apresentaram maiores
riquezas
. Porém quando comparadas quanto à composição de espécies, estes ambientes
assemelham
-
se em apenas 26,08%
.
Neste estudo, a mata de galeria está fortemente associada à área
antropizada
(52,9
0% de similaridade), diferentemente da
análise
realizada por
GUIMARÃES
et al.
(2005)
em 20 regiões do estado de Goiás, em que a mata de galeria e áreas antropizadas
apresentaram maiores dissimilaridades.
BRANDÃO
e
ARAÚJO
(
200
1) também
encontraram
maiores dissimilaridades entre matas de galerias e ambientes abertos.
Todavia
o resultado obtido no presente estudo pode ter sido influenciado pela retirada da
vegetação
da área para a formação do lago,
como
grande parte da mata ciliar
sendo
retirada, ocasionando uma forte dispersão das espécies ali presentes e o fato de termos
considerado para este estudo esta área desmatada, como área aberta, o qual poderia,
apesar do impacto, ainda abrigar espécies de mata que
conseguiram se refugiar.
Como já descrito nos resultados, a maior similaridade foi encontrada entre o
cerrado
sensu
stricto
e área aberta (53,33%). Estes dados corroboram com os estudos de
GUIMARÃES
et al. (2005)
.
Todavia,
quando somados, estes ambientes
apresentaram
apenas 3 espécies como exclusivas, o que corresponde a 10,71% do total, mostrando que
a maioria de espécies destes ambientes utilizam outros ambientes de alguma outra
maneira.
As espécies encontradas somente no cerrado sensu strico (
Procetatop
hrys sp. e
Leptodactylus syphax
)
evidenciaram
que esse ambiente pode abrigar espécies
importantes no que se refere a status de conservação, que apesar dos exemplares
encontrados não estarem ameaçados de extinção, a fitofisionomia em questão esta
diminui
ndo rapidamente no bioma Cerrado, devido a mecanização da agricultura e
exploração destas áreas para pastagens (
MANTOVANI
e PEREIRA, 1998
;
GUIMARÃES
et al
., 2005)
.
O cerradão não apresentou nenhuma espécie com registro único neste ambiente e
esteve moderadamente associado à área aberta (36,36% de similaridade) e ao cerrado
sensu
stricto
(23,07% de similaridade).
Todavia
, estudos mais aprofundados serão
necessários para elucidação de padrões em relação a esta fitofisionomia, haja vista
inclusive a falta de
literatura da anurofauna relacionada a este ambiente.
5.2
Avifauna
Mestrado em Ecologia e Evolução
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Mathias
50
No que se refere a avifauna, diferentemente da anurofauna, não foi observado o
padrão sazonal em nenhuma das análises realizadas. Ao contrário dos anfíbios, as aves
são
vertebrados bastante conspícuos e com alta mobilidade. A endotermia permitiu a
estes
animais um grande sucesso em relação aos mais variados habitats, sendo ativos,
dependendo da espécie, tanto no período diurno quanto noturno e no cerrado podendo
suportar melhor tant
o
o
s períodos de seca
,
quanto de chuva
(
SOUZA,
2001).
Em relação à i
nfluência
das fitofisionomias na composição de espécies,
observa
-
se que
mata de galeria
é a mais diversa
,
o que está de acorodo com
FRY
(1970),
MOTTA
-
JUNIOR (1990), ANTAS (1995) e
BLAMIRES
et al. (2001)
.
KARR
e
ROTH
(1971) afirmam
que ambientes florestais no Cerrado possuem uma maior complexidade estrutural,
podendo suportar maior número de espécies e
indivíduos
.
As
sim as florestas de galeria são fundamentais para a manutenção da diversid
ade
de aves no bioma Cerrado. Segundo
NEGRET
et al. (1984), estas formações
provavelmente representam eficientes corredores de interligação de aves entre Brasil
Central e a Floresta Amazônica e a Mata Atlântica.
CAVALCANTI
(1992), afirma que os
ambientes florestais, são considerados hábitats chaves, tanto por manterem uma fauna
singular, quanto por oferecerem recursos utilizados por animais pertencentes a hábitats
abertos, seja durante a estação seca ou após queimadas.
O Cerradão apresentou a segunda maior diversidade, tanto quando fixado o
número de indivíduos pelo método de rarefaç
ão,
no qual se determina um número mínimo
de indivíduos e estima-se o número de espécies que serão observadas (
SIMBERLOFF,
1972 e
COLWELL
et al., 2004), quanto pelo índice de diversidade de Shannon-
Wiener
. De
acordo com
KLINK
et al. (2003) o cerradão é uma estrutura vegetacional florestal, com
dossel fechado devido ao número de árvores, porém com relativo número de espécies de
cerrado
sensu stricto. Esta característica faz do cerradão, dentre as fitofisionomias
analisadas o segundo ambiente com maior complexidade estrutural, o que está de acordo
com
KARR
e
ROTH
(1971).
O cerrado
sensu
stricto
obteve o terceiro maior índice de diversidade em ambos
critérios avaliados, seguido pelo área aberta e ambiente aquático. Este gradiente de
diversidade encontrado para aves ao longo do gradiente estrutural vegetacional das
fitofisionomias
, segue o mesmo de diversos estudos realizados no bioma Cerrado
(
NEGRET, 1983;
TUBELIS
e
CAVALCANTI,
2001
e
BAGNO
e
MARINHO
-
FILHO
, 200
1
).
Ao
se avaliar a similaridade entre as fitofisionomias, fica também evidenciado o
gradiente de diversidade. A mata de galeria e o cerradão apresentaram m
aiores
similaridades
(60,99%). Estes dados corroboram com o trabalho de
VALADÃO
et al.
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51
(2005), que também registraram maior semelhança entre cerradão e matas de galeria
em
um parque municipal em Uberlândia, Minas Gerais.
A segunda maior similaridade foi registrada entre o cerradão e o cerrado
sensu
stricto
(51,28%). O c
errado
se
nsu
stricto
é um ambiente de transição entre mata e campo,
permitindo a presença de aves florestais e espécies campestres (
BAGNO
e
MARINHO
-
FILHO, 2001
).
FRY (1970) constatou que a proximidade entre cerrado sensu stricto e
cerradão, é devido à seme
lhança estrutural entre estas fitofisionomias.
Neste estud
o em específico a área aberta obteve certo padrão de semelhança com
todas as fitofisionomias analisadas, com exceção do ambiente aquático (ver Tabela X).
Isto pode ser explicado por ser uma área de intensos impactos ambientais, seja para a
limpeza de parte da mata de galeria para a formação do lago, seja para a limpeza de
áreas de mata, cerrado entre outros para a formação dos canais de irrigação. Estudos
futuros na área
de estudo
ajudarão a elucid
ar melhor os resultados obtidos.
O ambiente aquático foi a fitofisionomia que apresentou maior dissimilaridade,
que as espécies encontradas nestes ambientes possuem adaptações especiais, tais como
alimentação, nidificação e estratégias de caça, fuga, locomoção entre outros. As famílias
relatadas neste ambiente foram: Podicipedidae, Phalacrocoracidae, Anhingidae, Ardeidae,
Ciconiidae, Anatidae, Acciptridae, Aramidae, Rallidae, Jacanidae,
Alcedi
nidae e
Hirundinidae.
6.
C
ONCLUSÕES
Por se tratar de grupos com características fisiológicas distintas, os padrões de
composição e riqueza de espécies, em relação aos períodos de coleta foram
diferenciados
. Para anfíbios, houve forte dependência em relação ao período de chuvas
enquanto que
para as aves,
is
s
o não
foi
observado
.
A interferência das fitofisionomias sobre a composição de espécies foi
evidenciada
em ambos os grupos, porém de maneiras diferenciadas.
Para anfíbios, uma dependência
das
espécies para com ambientes úmidos,
todavia
,
es
ses ambientes m
ostraram
similaridades altas com o ambiente aberto e com o
cerrado
sensu stricto
,
indica
ndo
que grande parte das espécies utilizam mais de um
ambiente.
D
uas
espécies foram registra
das
somente em cerrado sensu stricto
(Leptodactylus syphax e o
Proceratophry
s sp.) e
uma
espécie registrada somente em área
aberta (
Chaunus
schneideri). O percentual de registro de anfíbios somente
para
ambientes abertos
foi
de 10,71%.
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52
Com relação a avifauna, foi constatado uma forte dependência da composição e
riqueza de espécies, com a estrutura vegetacional local. A riqueza de espécies foi maior
em ambientes florestais e decresceu a medida que a complexidade vegetacional diminu
iu
.
A similaridade de espécies de aves entre as fitofisionomias também esteve ligado a
estrutura vegetacional, onde ambientes florestais eram mais semelhantes, da mesma
maneira que os ambientes abertos. A exceção apresentada, foi a avaliação do ambiente
aquático para avifauna,
pois
as espécies ali presentes possuem adaptações especiais,
tornando
-
se
dissimilar aos outros ambientes.
As
análises realizadas
mostram
a necessidade de se obter amostragens nos
diferentes períodos (seca e chuva) do ano para uma real caracterização da fauna local.
Além
disso, é necessária uma avaliação de todas as fitofisionomias presentes no local de
estudo
. Estas análises de distribuição espacial e temporal da fauna do Cerrado são
geralmente negligenciadas em trabalhos técnicos e estudos de impacto. Isto faz com que
impactos sejam mal dimensionados e medidas com pouca eficácia na preservação do
Cerrado sejam tomadas.
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