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Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI
Mestrado Acadêmico em Turismo e Hotelaria
FABIELA FATIMA ANDRIGHI
A DESTINAÇÃO TURÍSTICA DE URUBICI/SC A PARTIR DA ÓTICA DAS REDES
INTERORGANIZACIONAIS
Balneário Camboriú - SC
2007
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2
Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI
Mestrado Acadêmico em Turismo e Hotelaria
FABIELA FATIMA ANDRIGHI
A DESTINAÇÃO TURÍSTICA DE URUBICI/SC A PARTIR DA ÓTICA DAS REDES
INTERORGANIZACIONAIS
Dissertação de Mestrado apresentada como
requisito para a obtenção do tulo de Mestre
em Turismo e Hotelaria na Universidade do
Vale do Itajaí, Programa de Mestrado
Acadêmico, Curso de Pós-Graduação Stricto
Sensu em Turismo e Hotelaria.
Orientador: Professor Doutor Valmir Emil Hoffmann
Balneário Camboriú - SC
2007
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3
FABIELA ÁTIMA ANDRIGHI
“A DESTINAÇÃO TURÍSTICA DE URUBICI/SC A PARTIR DA ÓTICA DAS REDES
INTERORGANIZACIONAIS”
Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre, no Programa
de Mestrado Acadêmico, do Curso de Pós-Graduação Stricto Sensu em Turismo e Hotelaria,
Área de Concentração: Planejamento e Gestão do Turismo e da Hotelaria, do Centro de
Educação da UNIVALI em Balneário Camboriú, SC, pela seguinte banca examinadora:
Prof. Dr. Valmir Emil Hoffmann (Orientador) – UNIVALI
Prof. Dr. Miguel Angel Verdinelli – UNIVALI
Prof. Dr. Alsones Balestrin - UNISINOS
Balneário Camboriú, 29/08/2007
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter proporcionado a vida e nela fortalecer a oportunidade de aprender a
viver, sorrir e amar. Por incentivar e dar coragem em momentos de fraqueza, mostrando que os
problemas são ensinamentos, estágios de amadurecimento e preparação para uma nova etapa a
ser vivida.
Agradeço a minha família amada e querida, que apresar da distância, sempre esteve presente.
Muito obrigado por compreenderem minha ausência e pelo inventivo constante.
Muito obrigado Professor Valmir Emil Hoffmann pelo carinho, compreensão, paciência e
empenho dedicado à orientação desse estudo. Seu comprometimento com a pesquisa e a
educação diferenciada é um exemplo a ser seguido.
Agradeço ao professor Miguel Angel Verdinelli pela simpatia, atenção, preocupação e paciência
nos momentos que trabalhos juntos. Muito obrigado pelas contribuições e apontamentos nas
orientações estatísticas desse estudo.
Muito obrigado, Ariani Neckel pela importante parceira desenvolvida na coleta de dados, na
troca de experiências e informações. À Elenara Viera de Viera pelo comprometimento e
cooperação nos pelos trabalhos desenvolvidos.
Ao Sr. Francisco Aureo, carinhosamente conhecido como seu Chico e toda a Família da Pousada
Girassol, pela hospitalidade, atenção em nossos diálogos e na incansável ajuda com informações
e indicação durante as visitas realizadas na cidade de Urubici/SC.
Agradeço a Secretaria Municipal da Indústria, Comércio e Turismo de Urubici, na pessoa da Sra.
Ana Zilli pela presteza e atenção em auxiliar respondendo aos inúmeros questionamentos.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu esposo Dalmir Sant’Anna, pelo amor, carinho e estímulo. Por
compreender os momentos de fadiga e sendo fonte de inspiração para término de mais este
projeto em minha vida.
Ao meu inesquecível “vô Calito” (in memorium) e minha “vó Glória” por serem meus grandes e
constantes incentivadores.
RESUMO
Utilizar a cooperação como estratégia para buscar a competitividade tem sido uma alternativa
encontrada por vários segmentos da economia e uma prática disseminada em muitos países para
o desenvolvimento, sustentabilidade e competitividade de setores e regiões. Este trabalho de
caráter exploratório e descritivo tem como objetivo geral analisar a destinação turística de
Urubici/SC a partir da ótica das redes interorganizacionais e suas contribuições para a
competitividade desta destinação. A construção do trabalho tem como alicerce três bases
específicas: redes, cooperação e competitividade. De maneira específica são abordadas as
relações entre o setor privado, público e entidades relacionados com a atividade turística que
utilizam o recurso cooperação para a competitividade dos atores sociais envolvidos e da
destinação, através dos construtos das redes interorganizacionais. O método utilizado foi de
cunho descritivo, através de pesquisa bibliográfica de dados secundários, seguida de coleta
censitária de dados primários. Os dados foram tratados com instrumental estatístico, usando
medidas de freqüência, dispersão, testes de comparação de duas amostras independentes e
associação. Não foi possível apontar a existência de rede interorganizacional entre as
organizações do turismo local, entretanto, foi possível verificar o aumento na percepção das
variáveis e dos indicadores de competitividade gerados pelas relações interorganizacionais.
indícios da existência do recurso cooperação, mas este não pode ser considerado fonte de
vantagem competitiva, conforme modelo de Barney (1991). A associação entre as variáveis
cooperação, confiança e comunicação com os indicadores da competitividade das organizações e
do destino Urubici, não podem ser consideradas estatisticamente significativas para a população
estudada, no período de 2001 a 2006. Por fim, foram apontadas as limitações do trabalho e as
sugestões para estudos futuros.
Palavras-chaves: competitividade; cooperação; destinação turística; redes interorganizacionais.
ABSTRACT
Using cooperation as a strategy for seeking competitiveness is an alternative found by several
sectors of the economy, and is a widespread practice in many countries for the development,
sustainability and competitiveness of sectors and regions. This exploratory and descriptive work
analyzes the tourism destination of Urubici/SC, based on its inter-organizational networks and
their contributions to the competitiveness of this destination. The work is based on three specific
aspects: networks, co-operation and competitiveness. It addresses the relations between the
public and private sectors and entities related to tourism, which use cooperation as a resource for
increasing competitiveness of the social players involved, and of the destination, through the
concepts of inter-organizational networks. The descriptive method was used, through a
bibliographical research of secondary data, followed by a census survey using primary data.
These data were analyzed using statistical analyses, measures of frequency, dispersion,
comparison tests between the two independent samples, and association. It was not possible to
point to the existence of inter-organizational networks between the local tourism organizations,
however, an increase in the perception of the variables was observed, and of the indicators of
competitiveness generated by inter-organizational relations. There are some indications of the
existence of cooperation as a resource, but this cannot be considered as a source of competitive
advantage, according to Barney’s criteria (1991). The association between the variables co-
operation, confidence and communication with the indicators of competitiveness of the
organizations, and the destination of Urubici cannot be considered statistically significant for the
population studied, for the period 2001 to 2006.
Key words: competitiveness, cooperation, tourism destination, inter-organizational networks.
8
LISTAS DE QUADROS
Quadro 01 – Aspectos Comuns das Abordagens de Sistemas Produtivos Locais: redes, clusters,
arranjos produtivos locais, distritos industriais e redes de empresas. ...........................................29
Quadro 02 – Principais Ênfases das Abordagens sobre Relações em Redes. ...............................30
Quadro 03 – Potenciais Benefícios Gerados pelas Redes de Empresas........................................33
Quadro 04 – Condições e Características Importantes para a Potencialização das Virtudes da
Cooperação....................................................................................................................................34
Quadro 05 – Característica e Tipologia das Redes .......................................................................38
Quadro 06 – Síntese das Características dos Recursos .................................................................55
Quadro 07 – Definição de Cooperação .........................................................................................58
Quadro 08 – Definição Operacional dor Termos da Pesquisa ......................................................59
Quadro 09 – Objetivos Específicos, Variáreis, Indicadores e Instrumentos de Pesquisa. ............62
Quadro 10 – Dados de Análise de Competitividade de Destinações Turísticas ...........................63
Quadro 12 – Descrição do Espaço Turístico.................................................................................69
Quadro 13 – Atrativos Turísticos de Urubici................................................................................73
Quadro 14 – Definição dos Atores Sociais ...................................................................................75
Quadro 15 – Evolução das Características de Redes e Indicadores de Competitividade das
Organizações do Turismo de Urubici entre 2001 e 2006..............................................................99
Quadro 16 – Evolução das Características de Redes e Indicadores de Competitividade do Destino
Urubici entre 2001 e 2006...........................................................................................................102
9
LISTAS DE FIGURAS
Figura 01 – Tipologia de Redes de Empresas...............................................................................36
Figura 02 – Esquema Básico Canais de Comercialização do Turismo.........................................42
Figura 03 – Detalhamento dos Atores Participantes das Redes no Turismo em dada Localidade.
.......................................................................................................................................................45
Figura 04 – Tipo de Rede – Rede Local na Destinação................................................................47
Figura 05 – Os Principais Elementos da Competitividade de Destinações...................................52
Figura 06 – Fluxo dos Procedimentos Metodológicos..................................................................66
Figura 07 – Mapa de Localização de Urubici ...............................................................................68
Figura 08 – Mapa de Localização de Urubici ...............................................................................68
Figura 09 – Mapa de Localização dos Principais Pontos Turístico de Urubici ............................74
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ALPs – Arranjos Produtos Locais
EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
OMT – Organização Mundial do Turismo
OTL – Organizações do Turismo Local
PIB – Produto Interno Bruto
QUALIS é uma lista de veículos utilizados para a divulgação da produção intelectual dos
programas de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado), classificados quanto ao
âmbito de circulação (Local, Nacional, Internacional) e à qualidade (A, B, C), por área de
avaliação.
RBV – Resource-Based View – Abordagem de Recursos
SANTUR – Santa Catarina Turismo S.A.
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas
SEDAI - Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais
UNCTAD – United Nations Conference on Trade and Development
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Amostra da pesquisa e participantes . .......................................................................61
Tabela 02 – Freqüência, médias e desvio padrão dos indicadores da importância atribuída aos
atores sociais do turismo local ......................................................................................................78
Tabela 03 – Teste t de comparação entre as médias percebidas pelo setor público e privado......78
Tabela 04 – Média e desvio padrão da cooperação percebida entre aos atores sociais do turismo
local por setor................................................................................................................................80
Tabela 05 – Freqüência, médias e desvio padrão das ações cooperativas por tipo de organização
.......................................................................................................................................................81
Tabela 06 – Médias e desvio padrão da confiança percebida pelos setores do turismo local.......83
Tabela 07 – Médias, freqüência e desvio padrão de nível de cooperação por tipo de organização
.......................................................................................................................................................86
Tabela 08 – Médias, freqüência e desvio padrão da aglomeração territorial por tipo de
organização....................................................................................................................................88
Tabela 09 – Médias, freqüência e desvio padrão de informalidade de acordos por tipo de
organização....................................................................................................................................90
Tabela 10 – Médias, freqüência e desvio padrão de poder decisório por tipo de organização.....92
Tabela 11 – Médias, freqüência e desvio padrão das OTL que oferecem o mesmo serviço
cooperam na gestão turística de Urubici .......................................................................................93
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01 – Demanda turística dos últimos 6 anos......................................................................72
Gráfico 02 – Número médio anual de empregados por tipo de organização no ano de 2006.......76
Gráfico 03 – Percentual do tempo de existência por tipo de organização ....................................77
Gráfico 04 – Percentual da cooperação entre as organizações do turismo local por setor............82
Gráfico 05 – Percentual da confiança entre as organizações do turismo local nos últimos 5 anos
.......................................................................................................................................................84
Gráfico 06 – Percentual da comunicação entre as organizações do turismo local........................84
Gráfico 07 – Medianas de nível de cooperação por tipo de organização......................................86
Gráfico 08 – Dispersão da distribuição de freqüência da aglomeração por setor .........................89
Gráfico 09 – Dispersão da distribuição de freqüências da informalidade de acordos ..................90
Gráfico 10 – Dispersão da distribuição de freqüências do poder decisório por setor...................91
Gráfico 11 – Dispersão da distribuição de freqüências das OTL que oferecem o mesmo serviço
cooperam na gestão turística .........................................................................................................93
Gráfico 12 – Percentual da percepção sobre a evolução do faturamento por setor.......................96
Gráfico 13 – Percentual de percepção do custo por setor .............................................................97
Gráfico 14 – Percentual de percepção do conhecimento sobre o turista por setor........................98
Gráfico 15 – Percentual de percepção do treinamento..................................................................98
Gráfico 16 – Percentual de percepção do número médio anual de postos de trabalho ...............100
Gráfico 17 – Percentual de percepção dos salários pagos...........................................................100
Gráfico 18 – Percentual de percepção do número de turistas por setor ......................................101
Gráfico 19 – Percentual de percepção do gasto dos turistas por setor ........................................101
Gráfico 20 – Percentual de percepção da permanência dos turistas por setor ............................102
SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE QUADROS
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
LISTA DE TABELAS
LISTAS DE GRÁFICOS
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................................... 14
1.1 Objetivos .................................................................................................................................17
1.1.1 Objetivo Geral.............................................................................................................17
1.1.2 Objetivos Específicos...................................................................................................17
1.2 Justificativa.............................................................................................................................17
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................................21
2.1 Redes .......................................................................................................................................21
2.1.1 Teorias conceituais sob a perspectiva de redes ............................................................21
2.1.2. Conceitos e termos ......................................................................................................24
2.1.3 Redes Interorganizacionais ..........................................................................................30
2.1.4 Tipologia ......................................................................................................................35
2.2 Turismo e as Redes no Turismo..............................................................................................39
2.2.1 Turismo como Setor Econômico e sua Cadeia Produtiva............................................39
2.2.2 Redes no Turismo.........................................................................................................43
2.3. Competitividade de Destinos Turísticos através da Cooperação ...........................................48
2.3.1 Abordagem de Recursos (RBV - Resource-based View) ............................................54
3 ASPECTOS METODOLÓGICOS .......................................................................................................................... 59
3.1 Abordagem da Pesquisa e Definição Operacional dos Termos ..............................................59
3.2 Coleta de Dados ......................................................................................................................60
3.3 Instrumento de Levantamentos de Dados: Variáveis e Indicadores .......................................62
3.4 Tratamento, Análise e Interpretação dos Dados......................................................................64
4 RESULTADOS........................................................................................................................................................67
4.1 Descrição da Destinação Turística e dos Atores Sociais do Turismo em Urubici – SC .........67
4.2 Análise das Relações Interorganizacionais de Urubici ...........................................................75
4.2.1 Atores Sociais...............................................................................................................75
4.2.2 Cooperação...................................................................................................................78
4.2.3 Tipologia das Relações de Redes.................................................................................87
4.3 O Recurso Cooperação nas Relações Interorganizacionais do Turismo de Urubici...............94
4.4 Análise dos Indicadores de Competitividade Turística de Urubici.........................................95
5 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................... 103
6 REFERÊNCIAS..................................................................................................................................................... 108
APÊNDICE A: Questionário Empresas.................................................................................................................... 123
APÊNDICE B: Questionário Setor Público e Entidades........................................................................................... 127
1 INTRODUÇÃO
A modificação dos padrões de competição trouxe uma nova realidade a todas as
empresas, independentemente do seu tamanho e localização (WEGNER; DAHMER, 2004). A
competição se intensificou nos últimos anos em todos os setores e praticamente em todas as
partes do mundo, tornando premente a necessidade de as organizações se manterem competitivas
(PORTER,1999).
Sabe-se que as organizações encontram dificuldades para competir no mercado, não
propriamente devido ao seu tamanho, mas porque agem isoladas (FERNANDES, 2005), o que as
leva a enfrentar dificuldades para a gestão do seu negócio: mais custos, menos tecnologia,
inovação e visibilidade no mercado. Conseqüentemente, não conquistam vantagens competitivas.
A partir dessa constatação, emergem novos modelos de estruturas organizacionais, como
redes, clusters, aglomerados, cadeias de suprimento, arranjos produtivos locais e sistemas locais
de produção, visando a constituir estratégias eficazes para as organizações. Essas novas
abordagens organizacionais partem do princípio de que, no atual ambiente de negócios, nenhuma
empresa, seja ela pequena ou grande, é independente e auto-suficiente. E todas têm de se adequar
às novas características do ambiente e ser mais competitivas (WITTMANN et al., 2003).
A formação de redes, segundo Santos e Varvakis (1999), além de garantir a sobrevivência
das organizações, possibilita maior competitividade, pois ajuda a valorizar características que
essas organizações já possuem. As teorias de Marshall (1920 apud PUGA, 2003) indicam ganhos
de eficiência associados ao agrupamento setorial e regional de empresas. Porter (1992) associa a
concentração geográfica de empresas a vantagens competitivas. Pyke, Becattini e Sengenberger
(1990) e Saxenian (1995) apontam para os fortes ganhos de competitividade com a criação de
redes de cooperação de empresas, nas regiões, respectivamente, da Terceira Itália e do Vale do
Silício, nos Estados Unidos.
Corroborando essa idéia, Amato Neto e Olave (2001) advogam que a formação de redes
interorganizacionais tem como objetivo buscar a sobrevivência e a competitividade (JARILLO,
1988), sendo esta uma das principais características do atual ambiente organizacional: a
necessidade de as empresas atuarem de forma conjunta e associada, compartilhando recursos
(financeiros, tecnológicos, humanos e materiais), informação e conhecimento, dentre outras
variáveis do contexto empresarial (CÂNDIDO, 2001).
Pfeffer e Salancik (1978) assinalam que as redes interorganizacionais devem buscar
recursos complementares, sejam eles tangíveis (tecnologia, matéria-prima, etc.) ou intangíveis
(informação, conhecimento, habilidades, etc.) como fonte de vantagem competitiva
. Para
15
Harbison; Pekar Jr. (1999), as relações interorganizacionais podem gerar capacidades e recursos
necessários para desenvolver a competitividade. Castells (1999) caracteriza as redes como união
de esforços para o aproveitamento de capacidades individuais de produção e de recursos
financeiros, humanos e tecnológicos, entre outros. A cooperação é compreendida como um
recurso proporcionado no relacionamento interorganizacional (SILVA, 2004), considerando-se
que a competitividade em rede não evolui sem foco na cooperação (VERSCHOORE FILHO,
2003).
No Brasil, o tema “redes interorganizacionais” vem recebendo crescente destaque na área
universitária e contando com o apoio do setor público. O exemplo das experiências
internacionais bem-sucedidas e a pressão de associações e entidades empresariais, que
reivindicam medidas para estimular a produção e estabelecer critérios mais vantajosos para o
país nas relações comerciais com o mercado internacional, vêm motivando estudos e pesquisas
na área acadêmica e influenciando a formulação de políticas governamentais de apoio e
incentivo à cooperação entre empresas e setores. Exemplo dessa iniciativa é o projeto Arranjos
Produtivos Locais, do Sebrae
1
, o Programa Redes de Cooperação, desenvolvido pela SEDAI
2
no
estado do Rio Grande do Sul, o Programa de Regionalização do Turismo, promovido pela
Secretaria de Programas de Desenvolvimento do Turismo – Ministério do Turismo, entre outros.
Diversas abordagens teóricas sobre o tema redes oferecem uma vasta base e um potencial
diálogo entre os vários ramos das ciências sociais aplicadas. No campo organizacional, há
crescente interesse nesse tema devido ao seu potencial de sustentar o desenvolvimento e a
competitividade das empresas e/ou regiões (LORENZONI; ORNATI, 1988; BRUSCO; RIGHI,
1989; BALESTRIN; VARGAS, 2004; COSTA, 2005).
Como se percebe, as redes interorganizacionais são apontadas como instrumento para a
competitividade e para a promoção do desenvolvimento local. Inclusive no setor turístico, de
acordo com estudos que revelam a capacidade de empreendimentos no setor figurarem entre os
que colaboram na consecução dos objetivos locais de caráter social e econômico. Essa nova
forma de competitividade permite aos atores associados sobrepor-se às individualidades para a
conquista da eficiência coletiva.
Neste estudo, redes interorganizacionais são entendidas como processos de interação entre
atores sociais públicos e privados autônomos e interdependentes que cooperam porque têm
objetivos comuns (COSTA, 2005). Este conceito foi estruturado com referencial nos construtos
1
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.
2
Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais – Governo Estadual do Rio Grande do
Sul.
16
de cooperação, confiança, ações integradas e relações de reciprocidade como fatores de
competitividade (JARILLO, 1988; ANDION, 2003a, 2003b; PAVLOVICH, 2003).
A importância de se abordar a cooperação e a competitividade das empresas vai além do
ponto de vista exclusivamente do resultado financeiro e da geração de emprego, como é
recorrente na literatura especializada. A competitividade das organizações passa a estar
relacionada à abrangência das redes em que estão inseridas, assim como à intensidade do uso que
fazem das mesmas. Além disso, considerando-se o setor turístico, exige-se um esforço adicional
para se compreender estratégias corporativas, importância da aglomeração territorial para a
construção de vantagens competitivas (COSTA, 2005) e atenção às formas organizacionais das
empresas.
A partir do exposto, emerge o problema de pesquisa: Quais as contribuições de uma rede
interorganizacional para a competitividade do turismo de Urubici/SC?
Conduzido pelo problema de pesquisa, o trabalho está estruturado em cinco partes, que
são desenvolvidas de maneira planejada, permitindo compreensão, reflexão e conceituação sobre
o tema proposto: redes interorganizacionais.
No Capítulo 1, apresentam-se a introdução, a justificativa e as linhas condutoras do
trabalho, na forma de objetivos gerais e específicos. O Capítulo 2 consiste no referencial teórico,
composto por duas partes fundamentais: a primeira aborda redes, seus conceitos e suas
tipologias; a segunda aborda as redes no turismo, apontando características, tipos e benefícios
relacionados a elas segundo a literatura, a cooperação entre empresas como fator positivo para a
competitividade de destinos turísticos e a teoria dos recursos. O Capítulo 3 apresenta os aspectos
metodológicos a fim de delimitar o estudo empírico proposto, que consiste em duas fases
básicas: a pesquisa de dados secundários e o levantamento de dados primários. Conforme os
objetivos deste trabalho, sugere-se a utilização de abordagem quantitativa com suporte estatístico
de associação na coleta e no tratamento dos dados. O Capítulo 4 expõe e discute os resultados do
estudo após a coleta, tratamento e análise dos dados. As considerações finais são apresentadas no
Capítulo 5, bem como as limitações e as sugestões para posteriores estudos.
17
1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivo Geral
Analisar a destinação turística “Urubici (SC)” a partir da ótica das redes
interorganizacionais e de suas contribuições para a competitividade dessa destinação.
1.1.2 Objetivos Específicos
I. Descrever a destinação turística e os atores sociais locais identificados e sua relação com
o turismo em Urubici/SC.
II. Caracterizar as relações de rede interorganizacional entre as organizações turísticas de
Urubici/SC.
III. Caracterizar o recurso cooperação existente na destinação turística de Urubici/SC.
IV. Identificar a percepção do desempenho competitivo dos atores turísticos e da destinação
Urubici/SC.
1.2 Justificativa
Nas últimas três décadas do século XX, a tendência para o favorecimento de fábricas
cada vez maiores se inverteu e uma rie de fatores estimulou essa mudança, como evidenciado
pelo dinamismo da indústria japonesa, a forte presença de empresas inovadoras de pequeno e
médio porte, principalmente no campo da eletrônica e da alta tecnologia (AMATO NETO, 2000;
FLEURY; FLEURY, 2001). Na Itália, com expressiva presença de pequenas e médias empresas
em sua economia, muitas delas ligadas a consórcios e cooperativas, verificam-se a adaptação e a
aplicação de novas tecnologias para melhorar a produção nas indústrias tradicionais (RIBAULT;
MARTINET; LEBIDOIS, 1995; CASAROTTO FILHO; PIRES, 1999; AMATO NETO, 2000).
Outros exemplos de sucesso da dinâmica em redes de cooperação podem ser citados na Europa
(Alemanha, França, Portugal), nos EUA (Vale do Silício) e de forma crescente, em países sul-
americanos (Brasil, Argentina, México, Chile) e asiáticos (Japão, Coréia).
No Brasil, observa-se uma ascensão de pesquisas sobre o tema redes nos mais diversos
setores da economia: tecnologia (AMATO NETO, 2000), calçados (GARCIA, 2001), cerâmica
(HOFFMANN, 2002), confecções (HOFFMANN et al., 2004), móveis (REBELATTO;
WITTMANN, 2005), turismo (COSTA, 2005), entre outros. Essas pesquisas relacionam os
ganhos de eficiência ao agrupamento setorial e regional de empresas. Estudos realizados por
18
Porter (1992) vinculam a concentração geográfica de empresas às vantagens competitivas. Os
resultados dessas pesquisas apontam, ainda, as redes como uma necessidade para a sustentação
do desempenho das empresas em contexto marcado por fortes pressões competitivas e restrições
econômicas.
A literatura empresarial e econômica registra diversas contribuições das redes
interorganizacionais à competitividade das empresas, as quais interferem ativamente nos rumos
do setor, pelo menos na região em que está presente esta forma de organização. uma relação
positiva entre as redes interorganizacionais e o desenvolvimento local e ou regional.
Assim, enquanto se constata a importância da organização em redes para aumentar a
competitividade e promover o desenvolvimento de um determinado local ou região, também se
verifica, segundo Schuch (2001), que o setor turístico encara os mesmos desafios dos setores
industriais, com empresas fragmentadas, com comprometimento e limitação do seu potencial de
crescimento no mercado (BENI, 2004). Junte-se a isso o fato de a competitividade comprometer
o sistema turístico como um todo (SWARBROOKE, 2000) e se entenderá a motivação do
presente estudo.
A atividade turística é um acontecimento relativamente novo e apenas recentemente tem
sido considerada digna de projetos empresariais sérios e estudos acadêmicos (COOPER et al.,
2001). Segundo a OMT
3
(2006), a atividade turística representa 10% do PIB
4
mundial, ou seja,
cerca de US$ 4,54 trilhões. Somente no Brasil, o triênio 2003-2004-2005 gerou uma
movimentação econômica do setor de 560 mil empregos (EMBRATUR, 2006), sendo consenso
que é uma força central na economia mundial, e desta forma, uma atividade de importância e
significados globais. Portanto, “a atividade do turismo tem se tornado, para muitas destinações,
uma grande fonte de renda captada pela geração de divisas, oferta de emprego, maior
distribuição de renda e melhoria no cenário físico da destinação” (MEDEIROS, 2002, p.237).
Não se pode negar que o turismo enquanto atividade econômica tem sido analisado por diversos
autores como Ablas (1992), Azzoni (1993), Amaral Filho (1995) e constantemente por entidades
como Embratur
5
, OMT e Sebrae, como sendo um importante instrumento de desenvolvimento
local.
Considerando o expressivo potencial do turismo e as pesquisas sobre redes
interorganizacionais desenvolvidas até o momento, que apresentam resultados relacionados às
vantagens competitivas, julga-se relevante analisar as relações entre as redes interorganizacionais
e suas contribuições para a competitividade das destinações turísticas. Segundo Tremblay
3
Organização Mundial do Turismo.
4
Produto Interno Bruto
5
Instituto Brasileiro de Turismo
19
(1998), as redes locais realizam a ligação entre as potencialidades individuais encontradas nos
destinos turísticos e tornam a concorrência uma competição sadia, na busca pela competitividade
dos atores envolvidos e da destinação turística.
Alguns aspectos essenciais da abordagem proposta por este trabalho podem ser
justificados por meio de quatro principais eixos de argumentação. Com alcance abrangente,
identificam-se: a necessidade de informação para o fortalecimento das iniciativas de cooperação
em redes; a fragmentação da atividade turística; a importância econômica e os impactos da
atividade turística; as redes interorganizacionais como fonte geradora de competitividade para as
destinações turísticas por meio do recurso cooperação entre atores econômicos, políticos,
institucionais e sociais.
A primeira justificativa relaciona incentivo à propagação das informações, com
cooperação entre os atores da rede. Segundo Filos e Banahan (2000), a cooperação leva ao
compartilhamento de informações, gerando novas idéias e condições para explorá-las. A falta de
informação é um fator prejudicial, pois impossibilita as organizações de compreender os
benefícios das ações coletivas geradas pelas relações em redes (WILLIAMS, 2002).
A segunda justificativa pode ser associada à diversidade e à natureza fragmentada do
turismo, atividade que contempla uma série de meios empresariais e intervenientes públicos e
privados, incide em numerosos segmentos econômicos e, por sua própria estrutura, depende de
diversos fatores. Não possui uma identidade setorial clara (ANDRADE, 1997, p.38), o que torna
necessário o incentivo à cooperação nas relações entre organizações turísticas para se obter
benefícios mútuos (SELIN; BEASON, 1991), algo que se apresenta como uma alternativa para a
competitividade das destinações (MILES; SNOW, 1986).
A terceira justificativa faz referência à importância econômica da atividade turística.
Mesmo fragmentada, são reconhecidos seus significativos impactos sobre a economia, o
ambiente e a sociedade, sendo considerada como mola propulsora para o desenvolvimento local
e regional, geradora de empregos, conhecimentos e melhorias na qualidade de vida. Segundo a
OMT (2006), o turismo corresponde a 10,9% de todos os gastos dos consumidores, 6,9% de
todos os gastos governamentais, emprega 10,6% da força de trabalho global, produz 10,6% do
Produto Nacional Bruto Mundial e gera 655 bilhões de dólares de impostos.
A quarta justificativa está fundamentada no reconhecimento que a configuração em redes
vem recebendo graças a sua capacidade de gerar competitividade por meio da cooperação de
atores interorganizacionais (econômicos, políticos, institucionais e sociais) pertencentes ao setor
turístico.
20
Feitas essas explanações, importa esclarecer ainda ser o presente trabalho uma
continuidade da pesquisa realizada por Costa (2005), que analisa as relações de redes e o perfil
da competitividade turística, em estudo comparativo entre as cidades de São Francisco do Sul e
Laguna SC, apresentando indícios de que a cooperação entre empresas turísticas pode ser
considerada uma estratégia de competitividade.
A compreensão da condição da rede interorganizacional consiste em um primeiro passo
para o estudo da competitividade das demais redes de destinações turísticas. Nesse sentido, a
cidade de Urubici, localizada nos aparados da Serra Geral, na região sul do Planalto Catarinense,
é alvo do desenvolvimento desta pesquisa, oportuna dada à escassez de estudos voltados a esta
temática inserida no contexto turístico relacionado ao econômico e social.
Pertencente à Microrregião dos Campos de Lages, Urubici tem um potencial turístico
representado por atrativos diferenciados (SANTUR, 2006), possui uma área geográfica de 1.019
quilômetros quadrados (IBGE, 2007), que permite estimar que as relações sociais sejam mais
visíveis em localidades de menor porte; pelos crescentes investimentos neste setor no município
e, principalmente, pela aglomeração geográfica de empresas turísticas, indício para a existência
de rede interorganizacional.
Em resumo, a realização da presente pesquisa tem sua justificativa baseada no princípio de
que a existência de uma rede interorganizacional, ou construtos para a sua formação na cidade de
Urubici/SC, no setor turístico, pode trazer benefícios similares àqueles advindos da sua aplicação
em outras destinações e ou setor da economia.
21
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O referencial teórico está estruturado em três partes: a primeira aborda redes, seus
conceitos e suas tipologias. A segunda apresenta as redes no turismo, destacando os seguintes
aspectos: características, tipos e benefícios relacionados a elas segundo a literatura. Na terceira
parte, a teoria dos recursos é evidenciada pelo recurso cooperação entre empresas como fator
para a competitividade de destinos turísticos.
A construção da base teórica para discussão das redes compõe a primeira parte.
Apresentam-se aí as teorias conceituais sob a perspectiva do termo, a grande variedade de
significados que o termo rede pode designar, um item específico sobre redes
interorganizacionais, suas tipologias, e as redes no turismo com suas potenciais contribuições
para a competitividade de uma destinação turística.
A segunda parte é dedicada à discussão do turismo e tem como objetivo central definir
rede no turismo. É então apresentado um tópico dedicado a conceituar o turismo como setor e a
compreender sua intrincada cadeia produtiva, a fim de explorar a importância da cooperação
entre seus elos. Também são apresentadas tipologias de redes no turismo e esclarecidas algumas
especificidades do setor.
O desenvolvimento desta pesquisa, inserido na terceira parte, tem como objetivo
evidenciar a teoria de recursos e os seus modelos. Discutem-se conceitos de cooperação e
competitividade, importância da cooperação para a aquisição da competitividade de destinos
turísticos, embasamento e sustentabilidade de redes interorganizacionais para as destinações
turísticas.
2.1 Redes
2.1.1 Teorias conceituais sob a perspectiva de redes
Esta seção destina-se a apresentar os principais conceitos relativos a redes
interorganizacionais, partindo da idéia de processos de interação entre atores sociais públicos e
privados, autônomos e interdependentes que cooperam porque têm objetivos comuns e estão
aglomerados geograficamente. A discussão estará voltada ao enfoque técnico do termo, sem
contemplar as contribuições das ciências exatas para este assunto por não ser o foco do trabalho.
O termo rede tem sido um instigante objeto de estudo e seu conceito empregado a várias
áreas do conhecimento humano, aparecendo até mesmo com noções contraditórias e dicotômicas
22
(SCHOMMER, 2001). As abordagens e efetivamente o conceito de rede empregado variam
conforme o instrumental analítico e as bases teóricas de cada área. Muitas vezes são
“conceitualmente difusos” e apresentam diferentes taxonomias relacionadas às especificidades
dos diferentes programas de pesquisa e de seus objetivos (CASSIOLATO; SZAPIRO, 2003).
Apesar disso, os estudos sobre redes ganharam um caráter fortemente interdisciplinar, ancorados
em perspectivas filiadas às várias correntes do chamado pensamento sistêmico e às teorias da
complexidade.
Pyke e Sengenberger (1993; 2002) e Saxenian (1995), em seus estudos nas regiões,
respectivamente, da Terceira Itália e do Vale do Silício nos Estados Unidos, apontam para os
fortes ganhos de competitividade com a criação de redes interorganizacionais de empresas. Para
Lastres e Cassiolato (2003), a aglomeração de empresas, e o aproveitamento das sinergias
coletivas geradas por suas interações e destas com o ambiente onde se localizam, vêm
efetivamente fortalecendo suas chances de sobrevivência e crescimento, constituindo-se em
importante fonte geradora de vantagens competitivas duradouras. O escore de Woitchunas e
Sausen (2005) considera o grau de articulação e cooperação entre as instituições, pessoas,
governos e demais atores da sociedade que dão origem às estruturas dinâmicas e articuladas
capazes de aumentar as forças regionais para competir no mundo globalizado.
Por suas características, valores e reconhecimento, o termo rede é utilizado em vários
campos das ciências, podendo ser encontrados conceitos e aplicações na biologia (MATURANA
ROMENSÍN; VARELA GARCÍA, 1997), empresas e economia (JARILLO, 1988; POWELL,
1990; PORTER, 1993; CASAROTTO FILHO; PIRES, 1999; AMANTO NETO, 2000;
HOFFMANN et al., 2003), geografia humana (MENDONÇA, 1997; SANTOS, 1997), gestão
pública e de cidades (LOIOLA; MOURA, 1996; MOURA, 2000; FREY, 2003; AMARAL,
2003; ANDION, 2003a, 2003b), movimentos sociais e sociologia (SCHEREN-WARREN, 1999;
WWF, 2003), tecnologia da informação (CASTELLS, 2000) e no turismo (TOLEDO et al.,
2002; 2003; COSTA, 2005).
Estudos indicam que o conceito de redes remonta à teoria dos gráficos e aos trabalhos
desenvolvidos no século XVIII pelo matemático suíço Leonhard Eucler, nascido em Basiléia, em
1707 (VALE, 2004). Mas, seu ponto seminal remete à noção de organicidade, com a ascensão de
estudos na Biologia e na Ecologia, vistas como um padrão de organização de seres vivos
(MATURANA; VARELA, 1997), como um tecido social e energético (SCHERER-
WARREN,1999; CAPRA, 2002). Ainda para a Biologia, redes o sistemas de laços
realimentados, contribuindo a todos os sistemas vivos com uma padronização de organização
comum (CAPRA, 2002).
23
A idéia que permeia a maioria dos estudos de redes nos campos da Administração e da
Economia os aponta como uma forma alternativa de organização do modelo produtivo. Em
estudos recentes do sociólogo e pesquisador Manuel Castells (1999), os conceitos de
competitividade em relação às redes de empresas são elementos associados ao novo paradigma
organizacional, que atuam paralelamente às ferramentas tecnológicas, possibilitando às empresas
alcançar uma vantagem competitiva no mercado, difícil de ser obtida se esta atuação for
realizada de maneira isolada (CASAROTTO FILHO; PIRES 1999). Em um conceito focado na
Economia, “uma rede é simplesmente uma teia de relações bilaterais interdependentes”
(DUNNING, 1998, p. 40).
O termo redes inserido nos estudos da geografia pode ser considerado como os
cruzamentos das latitudes e longitudes de um mapa, bem como as infra-estruturas de serviços
básicos, produtividade, redes sociais, urbanas e privadas (SANTOS, 1997), não havendo
uniformidade.
São encontradas significativas denominações na gestão de políticas públicas como:
“redes locais” (ANDION, 2003a, 2003b), “redes públicas e sociais” (MOURA, 2000), “redes
públicas” (ENDRES, 2003), que demonstram influências originárias da Antropologia e da
Sociologia. As características essenciais são que a rede promove o fortalecimento de sinergias;
permite o uso racional de recursos disponíveis; integra projetos; permite a partilha de
conhecimento; favorece a adoção de estratégias integradas de ação promovendo maior
participação e cidadania (ANDION, 2003). Há inúmeras referências da expressão “Estado em
Rede” designando uma nova maneira de o Estado se articular com os demais atores sociais, tanto
da esfera pública como privada (ANDION, 2003a; 2003b; CASTELLS, 1999; ENDRES, 2003;
FREY, 2003; LOIOLA; MOURA, 1996).
Para os estudos da Antropologia, redes podem ser entendidas como “um conjunto de nós”
(pessoas, organizações) ligados por um grupo de relações sociais (amizade, vizinhança,
transferência de recursos, protecionismo) de determinado tipo, onde a posição dos atores
influencia as ações aqui chamadas sociais (GRANOVETTER, 1985; GULATI, 1998; UZZI,
1997). Nos estudos da Sociologia são referenciados os mecanismos de articulação política,
ideológica ou simbólica, envolvendo movimentos sociais que incorporam a noção de redes em
seu funcionamento (CAPRA, 1996; SCHERER-WARREN, 1999; FREY, 2003; WWF, 2003).
Uma nova visão sobre o conceito de redes foi estruturada pelo espanhol Manuel Castells
(1999), denominada “sociedade em redes” conectadas globalmente através de informações que
condicionam toda a sua energia, por meio de um sistema aberto e dinâmico que consiste em um
novo processo de formação social. Considerada coerente para a economia capitalista, está
24
baseada em três diretrizes: descentralização, globalização e inovação. Empresas e trabalhadores
voltados para a flexibilidade e a adaptabilidade; para uma cultura de reconstruções contínuas;
para uma política destinada ao processamento instantâneo de novos valores e humores públicos;
e para uma organização social que vise à suplantação do espaço e à invalidação do tempo
(CASTELLS, 1999).
Diante dos estudos desenvolvidos por Hall (2001), o termo redes em turismo vem sendo
utilizado como um meio descritivo para assimilar a dinâmica social de relações existentes e
também na confecção do planejamento turístico (HALL, 2001). Para os estudos em turismo, a
existência de redes é um fator significativo para os destinos tornarem-se e permanecerem mais
competitivos que as demais regiões que não optaram por esta estratégia (HUGGINS, 1998). As
redes estão envolvidas no processo e representam formas organizadas de produção grupal,
articuladas entre si, com os demais atores da cadeia produtiva do turismo e com o setor
governamental. Sua existência permite aumentar a competitividade dos produtos turísticos
gerados por meio da articulação entre seus membros e favorece um redirecionamento das
estratégias de promoção e venda dos produtos (EMBRATUR, 2006). Podem ainda estar
organizadas entre empresas ou indivíduos, com transações entre agentes públicos e privados,
baseadas em acordos formais e informais (BENI, 2004).
2.1.2. Conceitos e termos
Apesar de reconhecer a existência e a importância de todas as diferentes naturezas de
redes, este trabalho manterá sua linha sobre redes interorganizacionais que compõem os sistemas
produtivos locais, cuja aglomeração geográfica e a geração de recursos possam ser
compreendidas como fator propulsor da competitividade.
As primeiras considerações a respeito das vantagens da concentração de empresas e da
eficiência coletiva remontam aos estudos do economista inglês Alfred Marshall (1985),
desenvolvidas no início do século passado. Para esse autor, a concentração de organizações em
uma determinada localidade pode gerar ganhos de escala transformando a economia de uma
região.
Seguindo esta linha de estudos, as novas formas de organização empresarial baseiam-se
fortemente na busca de eficiência e competitividade coletiva, como suporte ao sucesso das
empresas individuais (SCHMITT et al., 2004). Parece então que, antes de qualquer definição
conceitual sobre clusters, arranjos produtivos locais, distrito industrial, redes de empresas e redes
interorganizacionais, devem-se considerar dois pontos fundamentais:
25
as novas estruturas organizacionais emergem a partir da quebra de modelos vinculados
à era industrial;
• os novos modelos baseiam-se na visão sistêmica, na eficiência coletiva e na convivência
necessária entre competição e cooperação.
Buscando compreender e dar maior sustentabilidade à realização deste estudo, destaca-se
que o conceito marshalliano parte do princípio de que um distrito industrial proporciona e
facilita transações substanciais entre compradores e vendedores, formando ainda um mercado de
trabalho especializado, com uma forte identidade cultural que beneficia as organizações
existentes. Introduzido no século XIX, o conceito de distrito industrial deriva de um padrão de
organização comum à Inglaterra naquele período, onde as organizações eram constituídas de
pequenas firmas concentradas na manufatura de produtos específicos e aglomeravam-se em geral
na periferia dos centros produtores (CASSIOLATO; LASTRES, 2003). Como características
essenciais de um distrito industrial, Marshall (1985) argumenta que a atmosfera industrial, a
densidade das instituições e a interdependência das empresas fundamentam a eficiência coletiva
do conjunto.
O economista inglês Alfred Marshall está constantemente referenciado na literatura atual
dos estudos de sistemas produtivos locais e por autores que estudam as aglomerações italianas,
denominadas como Terceira Itália (LASTRES et al., 1999; CASSIOLATO; SZAPIRO, 2003).
Os distritos industriais italianos alcançaram notável sucesso face aos desafios representados pela
reestruturação produtiva, tornando-os internacionalmente conhecidos pelo desempenho
econômico, que conduz à prosperidade das regiões (SENGENBERGER; PYKE, 1992).
São
entendidos por Chiaversio et al. (2004, p. 1509) “como redes locais de pequenas e médias
empresas cuja competitividade está enraizada em um misto de relações sociais e econômicas”.
Pode-se entendê-los como grupos de pequenas e médias empresas que distribuem entre si o
trabalho especializado, potencializando seus aspectos coletivos (PYKE; SERGENBERGER,
1993).
Os distritos industriais têm como característica a proximidade entre os atores, alto grau de
especialização e forte divisão de trabalho; acesso à mão-de-obra qualificada; existência de
fornecedores locais de insumos e bens intermediários; sistemas de comercialização e de troca de
informações entre os agentes. Estas características buscam benefícios como ganhos de escala,
redução de custos, geração de informação e transferência de conhecimento, motivando
significativas economias externas e benefícios que podem ser considerados como vantagens
competitivas para as empresas pertencentes ao distrito (SILVA, 2004; SINGER, 2004;
MOLINA-MORALES; HOFFMANN, 2002; CHIAVERSIO et al., 2004).
26
A palavra cluster não tem uma tradução precisa para a língua portuguesa, é de origem
anglo-saxônica e difundida por Porter (1993; 1998; 1999), para identificar a estratégia das
organizações configurada em uma concentração geográfica e interconectada de empresas e
instituições em um setor específico. Têm ênfase no aspecto de rivalidade (concorrência) entre
empresas, servindo como estimulador da competitividade. Em sentido oposto, os autores
Schmitz e Nadvi (1999) conceituam cluster como uma concentração setorial e espacial de
empresas conectadas por competição, com ênfase na localidade, e participação em mercados
globalizados.
O termo cluster está ligado à alta concentração geográfica, existência de todos os tipos de
empresas e instituições de apoio relacionadas com o produto ou serviço (ZACCARELLI, 2000),
com a finalidade de desenvolver a criação de capacidade produtiva especializada dentro de
regiões, para a promoção de seu desenvolvimento econômico, do ambiente e no âmbito social
(HADDAD, 1999). Algumas das abordagens sobre cluster reconhecem a importância da
tecnologia e da inovação, porém são vistas de maneira simplificada, por exemplo, como mera
aquisição de equipamentos. Em um cluster é possível observar um amplo escopo para divisão de
tarefas entre as empresas, assim como uma tendência para a especialização e para a inovação,
que são elementos fundamentais para a competição (SCHMITT et al., 2004). Observa-se que o
termo cluster está diretamente ligado à noção de competição mais do que à de cooperação entre
empresas em busca de competitividade, por isso não é privilegiado como parâmetro conceitual
neste estudo.
O APL - Arranjo Produtivo Local é outra definição para um dos tipos de aglomerações de
empresas concentradas geograficamente e com especialização em determinado produto. Barros e
Moreira (2005) definem APL como aglomerações territoriais de agentes econômicos, políticos e
sociais, com foco em um conjunto específico de atividades econômicas e que possuem vínculos
incipientes (ALBAGIL; BRITTO, 2002; CASSIOLATO; LASTRE, 2003). Por outro lado e de
forma evolutiva, os sistemas produtivos locais, conforme conceituação de Casssiolato e Lastre
(2003), são aqueles APLs que apresentam relações de interdependência, articulação e vínculos
consistentes. Para Puga (2003), uma característica relevante de qualquer arranjo produtivo local
é a existência de um alto grau de cooperação e confiança entre as empresas e as instituições que
o integram.
Os APLs envolvem a participação e a interação de empresas, desde produtoras de bens e
serviços finais, fornecedoras de insumos e equipamentos, além de prestadores de consultoria e
serviços, comercializadores e clientes. A formação de arranjos e sistemas produtivos locais
encontra-se geralmente associada a trajetórias históricas de construção de identidades e de
27
formação de vínculos territoriais (regionais e locais), a partir de uma base social, cultural,
política, tecnológica e econômica em comum, que pode desencadear um desenvolvimento
econômico em seu sentido mais amplo (COSTA, 2005).
A ação de políticas tanto públicas como privadas pode contribuir para fomentar e
estimular tais processos históricos de longo prazo (CASSSIOLATO; LASTRE, 2003). Sistemas
produtivos locais são aglomerações em que interdependência, articulação e vínculos consistentes
resultam em interação, melhoria na qualidade de vida, melhor distribuição e aprendizagem, com
potencial de gerar o incremento da capacidade inovativa endógena, da competitividade e do
desenvolvimento, tendo como base a concorrência e a cooperação, a redução dos custos de
acordos inter-empresas, entre outros (BECATTINI, 1999; CASAROTTO FILHO; PIRES, 1999;
BRITTO; ALBAGLI, 2003).
Muito se discute em relação à conceituação de redes de empresas, que buscam
representar o fim do isolacionismo das organizações e suscitam mudanças, seja de estrutura
organizacional, seja no estilo de gestão e na forma de organização das relações entre as empresas
(VILLELA, 2005). O termo redes de empresas pode ser encontrado sob diferentes formas, em
diferentes contextos e com expressões culturais diversas, como se observa nos estudos de
Castells (1999, p. 214) que faz referência às “redes familiares chinesas e no norte da Itália até as
redes internacionais resultantes de alianças estratégicas entre empresas”, consistindo tanto em
uma causa quanto em um resultado do ambiente competitivo (MILES; SNOW, 1986). Para
Garcia (2001), o termo rede reúne significados de interação, conexão e interconexão nevrálgicos
no período contemporâneo.
Um conceito mais abrangente de redes refere-se às empresas que cooperam para ganhar
força pela concentração, com objetivos comuns de resolver problemas, atuar em novos mercados
ou desenvolver e produzir bens mais competitivos (GUERRINI et al., 2005). As redes de
empresas são articulações de “cooperação e colaboração entre empresas” (HALL, 2001, p. 233),
com acordos de longo prazo que definem objetivos comuns, para a obtenção de vantagens
competitivas frente aos concorrentes (JARILLO, 1988). Para Amato Neto (2000), são
consideradas um agrupamento de empresas cujo objetivo principal é o fortalecimento das
atividades de cada elemento da rede e completa-se tanto nos aspectos técnicos, como
administrativos, sendo que esse relacionamento pode ter prazo indeterminado e aberto para
novos participantes. No conceito de Thorelli (1986), uma rede de empresas é o que de
intermediário entre uma simples empresa e o mercado, com combinação única de estratégias,
estrutura e processo de gestão (MILES; SNOW, 1986).
28
Uma perspectiva maior do conceito de redes de empresa é o de redes
interorganizacionais, que são consideradas um conjunto de relacionamentos de forma vertical e
horizontal com outras organizações, sejam elas fornecedores, clientes, concorrentes e entidades
públicas ou privadas (GULATI; NOHRIA; ZAHEER, 2000). Para Nohria (1992), as redes
interorganizacionais estão embasadas nos princípios das redes de empresas e das sociais e,
segundo Cândido (2001), interligam um conjunto de organizações em relações específicas com
significância estratégica. Em suma, é um processo de formação e desenvolvimento dos conceitos
sobre redes de empresas, mas analisa as empresas no conjunto, inseridas num contexto que
envolve mais organizações de forma interativa, integrada e compartilhada (CÂNDIDO, 2001).
A multiplicidade de formatos impede uma homogeneidade conceitual. Alguns autores
afirmam que as abordagens metodológicas que estudam as aglomerações produtivas são
divergentes, por suas origens e pelo desenvolvimento das várias correntes teóricas que conduzem
ao surgimento de diferentes conceitos no estudo das aglomerações geográficas (FERREIRA
JÚNIOR; SANTOS, 2006). O pesquisador Jörg Meyer-Stamer (1999) considera que cluster são
conceituados por Porter (1993), basicamente sem diferença dos industrial districts estudados
pelo economista inglês Alfred Marshall. Outro exemplo são os estudos de Molina-Morales e
Hoffmann (2002), sobre distritos industriais que apresentam uma classificação específica dentro
das redes de empresas, reforçando a densidade das relações, entretanto contam com as mesmas
características.
Os autores Hoffmann e Melo (2005), embasados na pesquisa bibliométrica realizada em
periódicos brasileiros publicados no período de 1996 a 2004, afirmam que todos os conceitos
podem ser tratados sob a égide do termo redes, e fundamentados nesta pesquisa, ratificam a
existência de três correntes ou escolas distintas sobre o tema redes:
a primeira tem como precursor o economista inglês Alfred Marshall e seu
desenvolvimento possui segmentação mais sócio-econômica;
a segunda está baseada nos estudos de Porter (1992), e aborda uma visão mais industrial;
a terceira é uma corrente mista que se assenta na junção dos dois enfoques, não possui
classificação, ou seja, pode ser entendida como uma concepção das organizações
industriais e serviços.
Considerando a falta de consenso em torno de um conceito sobre o termo redes, parece
relevante destacar que são encontradas, em praticamente todas as definições, diferenças sobre
concepção de localização, participação de atores sociais e cooperação.
29
O Quadro 01 expõe de maneira objetiva as semelhanças de abordagem a que os termos
sobre aglomeração fazem referência.
Aspectos Comuns
Localização
Proximidade ou concentração geográfica.
Atores Sociais
Grupos de pequenas empresas.
Instituições públicas, privadas e entidades: associações, sindicatos, universidades,
centro de pesquisa, suporte financeiro, ongs, etc.
Características
Relação de confiança.
Especialização.
Misto de cooperação e competição entre empresas.
Cooperação entre empresas e instituições.
Canais de comunicação intensos entre firmas.
Identidade cultural entre atores sociais.
Relações econômicas e sociais.
Vantagens competitivas associadas à proximidade e às relações advindas dela.
Resultados Esperados
Economia de escala, de escopo e de aglomeração.
Redução dos custos de transação.
Capital social.
Desenvolvimento local sustentável e equilibrado.
Crescimento e competitividade.
Quadro 01 Aspectos Comuns das Abordagens de Sistemas Produtivos Locais: redes, clusters, arranjos produtivos
locais, distritos industriais e redes de empresas.
Fonte: adaptado de Lemos (1997 apud CASSIOLATO e LASTRES, 2002, p. 69).
Com o objetivo de complementar e aprofundar o entendimento conceitual sobre o termo
redes, apresenta-se o Quadro 02, que tange à diferenciação dos enfoques estudados neste capítulo
sem esgotar a discussão sobre o assunto.
Diante da revisão de conceitos, bem como da distinção entre eles, as razões para adotar a
nomenclatura redes interorganizacionais neste trabalho tornam-se mais explícitas e podem ser
justificadas por exclusão. Nesta pesquisa não será adotado o termo cluster porque em seu
contexto estão enfatizadas empresas de maior porte, o que não se identifica em relação às
organizações turísticas. O termo APL - Arranjo Produtivo Local não será aplicado por possuir
uma conotação voltada para a produção de bens físicos e produtos tradicionais, em vez de
serviços, ainda que comecem a surgir as primeiras iniciativas de aplicá-lo ao turismo como
citado pela autora Maria Suzana de Souza Moura (2006). Também não se faz a opção pelo termo
DI - Distrito Industrial porque essa conceituação pressupõe um alto nível de inovação e relações
de grande intensidade. O termo rede de empresas é, dentre os estudados, o que mais se identifica
com as intenções de pesquisa deste trabalho, porém, será adotado o termo rede
interorganizacional por abranger empresas privadas, instituições públicas e entidades
empresariais envolvidas com as atividades turísticas.
30
Sem negar os demais termos estudados sobre aglomeração de empresas, acredita-se que
essa definição envolva as noções apresentadas pela literatura sobre competitividade e cooperação
geradas pelos relacionamentos de aglomeração, com o escopo de adicionar contribuições aos
estudos sobre o tema redes.
Quadro 02 – Principais Ênfases das Abordagens sobre Relações em Redes.
Fonte: adaptado de Costa (2005)
2.1.3 Redes Interorganizacionais
Na literatura, a forma de organização de redes atrai grande interesse em termos de
discussão conceitual e de aplicação, sendo denominada de várias maneiras distintas: “redes
6
Em virtude da impossibilidade de citar todos os autores utilizados neste trabalho, optou-se por priorizar aqueles
que escreveram obras seminais, autores nacionais e aqueles que oferecem contribuições ao estudo do turismo.
Abordagens
Conceito Autores
6
Resumo das ênfases
Cluster
Aglomerações geográficas de
empresas grandes, médias ou
pequenas similares, relacionadas
ou não.
Porter
Chandler et al.
Beni
Toledo
Lins
Conjunto de indústrias relacionadas
Interdependência.
Empresas de grande porte complementadas
por outras menores.
Consórcio Formalizado.
Arranjo Produtivo Local
PEMs Manufatureiras
aglomeradas por um negócio
comum com relações formais e
informais e cultura
compartilhada.
Farah Júnior
Caporali e Volker
Cassilato e Lastres
Complementaridade.
Empresas de pequeno ou médio portes.
Foco em produtos manufaturados.
Consócio formalizado.
Distrito Industrial
PEMs empresas de um mesmo
negócio especializadas em
etapas diferente do processo
produtivo e envolvidas por
fortes relações sociais e
econômicas.
Organização baseada em
princípios e com fortes redes de
empresas.
Pyke e Sengenberger
Beccattini
Chiaversio et al.
Benton
Schmitz
Brusco
Cocco et al.
Molina-Morales e
Hoffmann
Fracionamento da produção em fases.
Alto grau de economias externas.
Redução de custos da transação.
Consórcio não necessariamente
formalizado.
Eficiência coletiva.
Relações densas.
Reputação.
Mesma indústria.
Descentralização do poder.
Rede de Empresas
Alianças estratégicas de
empresas que interagem e
cooperam buscando, com isso,
construir vantagem competitiva.
Jarillo
Powell
Gulati
Nohria
Ebers e Jarillo
Miles e Snow
Meyer-Stamer
Hoffmann et al.
Podem ser de diferentes portes, com
diferentes relações de poder, centralização
ou não da hierarquia, aglomeradas ou
dispersas territorialmente.
Podem englobar empresas de produtos ou
serviços.
Consórcio não necessariamente
formalizado.
Redes Interorganizacionais
Redes de empresas que
cooperam simultaneamente,
vertical e horizontalmente, com
empresas públicas e privadas de
maneira estratégica.
Nohira
Cândido
Gulati
Zaheer
Balestrin
Vargas
Porter
Empresas de um mesmo setor.
Relação de cooperação com empresas de
forma vertical e horizontal.
Laços duradouros.
Significância estratégica .
31
dinâmicas” (MILES; SNOW, 1986); rede focal (THORELLI, 1986); “redes estratégicas”
(JARILLO, 1988); “redes” (POWELL, 1990; LORENZONI; BADEN-FULLER, 1995; UZZI,
1997); “redes de cooperação produtivas” (AMATO NETO, 2000); distritos industriais
(HANSEN, 1992); “redes de alianças” (LYNCH, 1994 e LEWIS, 1992); “rede de recursos”
(GULATI, 1999). Neste trabalho, com a intenção de unificar os conceitos e as terminologias com
foco nas destinações turísticas, utilizaremos a expressão redes interorganizacionais.
As redes interorganizacionais “são consideradas associações formadas por diferentes
agentes produtivos, localizados em um mesmo território – tais como empresas, instituições
governamentais, entidades de apoio empresarial, agências de financiamento, centros de pesquisa
e desenvolvimento tecnológico - voltadas para a construção de estratégias cooperadas de
inserção do território na economia nacional” (VALE, 2004). Corroborando esse conceito, Pereira
(2005) afirma que a alternativa de estruturação interorganizacional, através da articulação de
ações a partir do âmbito local, incorpora diferentes competências, buscando desta forma
substituir a estrutura burocrática tradicional.
Apresentando a cooperação como conceito central na formação de uma rede,
Fensterseifer (2000) define redes interorganizacionais como um complexo de relações
cooperativas que dinamizam a ação de seus agentes em torno de objetivos comuns ou
complementares.
No entender de Loiola e Moura (1996), redes interorganizacionais podem ser como um
entrelaçamento de fios que formam uma espécie de tecido. Esse entrelaçamento representaria as
relações entre os atores e as organizações, que estariam representadas pelos nós. Pyke (1992,
apud SILVA, 2004) apresenta a descrição de redes interorganizacionais como sendo um
composto geralmente de empresas independentes, organizado em um local ou região, individual
ou juntas, e se fazem valer das instituições locais, através de relacionamento de cooperação.
Redes interorganizacionais podem ser entendidas como uma conseqüência de constantes
vínculos entre um grupo de organizações empresas, sindicatos, associações, órgãos públicos
que atuam para um mesmo mercado e no qual relação entre fornecedores e compradores,
compartilhamento de atividades e relações informais (EBERS; JARILLO, 1998).
Williamson (1985) concebe as redes interorganizacionais como formas bridas de
regulamentação das atividades econômicas, que alcançam um ponto intermediário de equilíbrio
entre as propriedades do mercado e da hierarquia. Para Porter (1998), as redes
interorganizacionais se apresentam como um método organizacional de atividade econômica que
utiliza a coordenação e/ou cooperação interfirmas. Redes interorganizacionais são, portanto,
processos de interação entre atores sociais públicos e privados autônomos e interdependentes que
32
cooperam porque têm objetivos comuns (COSTA, 2005). Este conceito foi estruturado com
referencial nos construtos de cooperação, confiança, ações integradas e relações de reciprocidade
como fatores de competitividade (JARILLO, 1998; ANDION, 2003; PAVLOVICH, 2003).
O desempenho das redes depende da capacidade de articulação de seus componentes,
tanto em termos de comunicação quanto em termos da coerência dos objetivos e interesses
compartilhados (CASTELLS, 1999). Constituindo-se em uma alternativa quanto à forma de
organizar a produção de bens e serviços, redes podem ser utilizadas pelas empresas na busca de
melhorias de sua posição competitiva (AMATO NETO, 2005), privilegiando as relações de
parceria sem eliminar a competição e os conflitos (LOIOLA; MOURA 1996), além de
preconizar objetivos comuns claramente definidos e maneiras de alcançá-los eficientemente
(VERSCHOORE FILHO, 2003).
As redes interorganizacionais têm como propósito central reunir em uma única estrutura
as características essenciais ao novo ambiente competitivo, sustentada por uma governança
altamente descentralizada, evitando que as empresas envolvidas percam a flexibilidade e a
agilidade do porte enxuto (VERSCHOORE FILHO, 2003). Como as redes de empresas, as redes
interorganizacionais podem ter seus “principais componentes agrupados e reagrupados no intuito
de responder às complexas e mutantes condições competitivas” (MILES; SNOW, 1986).
Estudos indicam que as redes interorganizacionais são constituídas com o desígnio de
buscar objetivos comuns em conjunto (BATEMAN; SNELL, 1998), como fator estratégico para
o alcance e a manutenção de vantagens competitivas (JARILLO, 1988; FAYARD, 2000;
MARCON; MOINET, 2000). São consideradas formas para reduzir as incertezas e os riscos no
ambiente econômico no qual estão inseridas (POWELL, 1987; JARILLO, 1988), organizando
atividades econômicas através de coordenação e cooperação entre seus participantes.
Demonstram-se eficientes na governança e na coordenação de relações econômicas (POWELL,
1987). Sengenberger e Pyke (1992) referem que as redes interorganizacionais viabilizam
diversas ações resultantes da cooperação, das quais se destacam:
combinar competências e utilizar conhecimento dos participantes da rede;
compartilhar recursos e sistemas de distribuição e marketing;
dividir o ônus de realizar pesquisas tecnológicas, compartilhando o
desenvolvimento e o conhecimentos adquiridos;
exercer uma pressão maior no mercado, aumentando a força competitiva em
benefício dos clientes;
fortalecer o poder de compra;
obter mais força para atuar nos mercados internacionais;
33
oferecer uma linha de produtos de qualidade superior e mais diversificada;
partilhar riscos e custos de explorar novas oportunidades, realizando experiências
em conjunto.
Alter e Hage (1993) também destacam benefícios ligados às redes interorganizacionais,
como: oportunidade de aprender e adaptar-se, desenvolver competências ou produtos; ganho de
recursos – tempo, dinheiro, informação, tecnologia, legitimidade, status, etc.; utilização de
capacidade ociosa; divisão de custos e riscos associados; habilidade para resolver problemas
complexos e para especialização ou diversificação, entre outros.
Hoffmann et al. (2004, p.03) mostram no trabalho “Redes de Empresas: uma proposta
para sua classificação”, que fatores como “a complexidade de produtos, a troca de conhecimento,
aprendizagem organizacional e disseminação de informação; demanda por rapidez de resposta;
confiança e cooperação; e defesa contra a incerteza” são estímulos para a formação de redes.
Em iniciativas no setor turístico, acredita-se que o envolvimento interorganizacional
conduz para a maior sustentabilidade dos projetos e ações, para a potencialização dos recursos
disponíveis e o melhor posicionamento competitivo das cidades e regiões, possibilitando o
desenvolvimento e o crescimento das economias locais e regionais (VASQUEZ-BARQUERO,
2002).
O Quadro 03 ilustra a intenção de diferenciar os reais benefícios das relações
interorganizacionais, dos estímulos para sua formação, que são variados, mas, por suas
semelhanças, se confundem constantemente na literatura.
Quadro 03 – Potenciais Benefícios Gerados pelas Redes de Empresas
Fonte: adaptado de Costa (2005), com base em Porter (1993); Campi (1993 in Pyke e Sengenberger, 1993);
Chandler et al. (1998); Ebers e Jarillo (1998); Gulati et al. (2000); Farra Júnior (2001); Hakansson e Ford
(2002); Molina Morales e Hoffmann (2002).
Potenciais benefícios gerados pelas redes de empresas
Aumentar participações no mercado
Criar mais valor para o cliente
Criar sinérgicas coletivas
Diminuir riscos e lidar com incertezas
Fazer frente à competição externa
Gerar economias de escala e de escopo
Melhorar conhecimento
Potencializar o aumento da qualidade e da eficiência
Produzir efeitos positivos na economia local
Proporcionar inovações
Reduzir custos de transações
Reforçar imagem local
34
Importante ressaltar que para o alcance desses possíveis benefícios são necessárias
algumas condições, entre elas a confiança, que é a base para a formação de redes
interorganizacionais (JARILLO, 1988; POWELL, 1990; AMATO NETO, 2000; HALL, 2001),
porque permite que parceiros respeitem os compromissos assumidos entre os participantes
pertencentes à determinada rede, viabilizando certo equilíbrio entre cooperação e competição.
Relações próximas favorecem o estabelecimento de relações de confiança, de troca de
informações detalhadas e resolução conjunta de problemas (NAKANO, 2005).
A cooperação inserida em uma rede pode realizar transformações importantes nas
organizações participantes, mudando as percepções sobre competição e possibilitando considerar
os concorrentes como parceiros (POWELL, 1990). Surge então a necessidade de criar
metodologias para criação, definição, implementação e manutenção dessas parcerias. A partir
dos escritos de vários autores, como Alter e Hage (1993); Dulany (1997); Mintzberg et al.
(1996); Nelson (1998); e Schommer (2001) destacamos algumas condições e características
importantes nas redes interorganizacionais, conforme visualizado no Quadro 04.
Quadro 04 – Condições e Características Importantes para a Potencialização das Virtudes da Cooperação
Fonte: Schommer (2001).
Para que a rede interorganizacional exista, necessidade de alta adaptação e
coordenação para integrar os atores envolvidos e seus interesses em trocas customizadas, o que
possibilita que não se sintam atadas nem demasiadamente soltas. Busca-se utilizar sanções
coletivas, restrições de acesso e a reputação como salvaguardas para impedir comportamentos
oportunistas, para o desenvolvimento das relações de cooperação em rede (JONES;
HESTERLEY; BORGATTI, 1997) e para se evitar e superar alguns entraves como: infidelidade
dos atores, excesso de expectativa, falta de comprometimento com o processo e, principalmente,
Clara compreensão das diferentes funções e capacidade dos parceiros
Compartilhamento de valores
Comprometimento das partes para realizar o que foi combinado
Comunicação aberta e transparente
Conhecimento técnico de procedimentos e processos de tomada de decisão,
resolução de conflitos e avaliação
Cultura de confiança entre os parceiros
Desejo de cooperar
Entendimento de cooperação como um processo e não como um evento
Integração de fins e de significados
Metas claras e comuns baseadas no benefício mútuo
Necessidade de competências específicas
Necessidade de recursos financeiros e divisão de riscos
Níveis de poder de decisão semelhantes
Objetivos concretos e específicos, com marcas a serem alcançadas
35
conscientização dos atores participantes da rede de que devem abandonar o individualismo, saber
tolerar, ceder e aceitar o concorrente como um parceiro (DOTTO; WITTMANN; MACHADO,
2002).
Teece (1992) destaca problemas na formação das redes interorganizacionais, ligados à
apropriação e à possibilidade de comportamentos oportunistas e a outros aspectos negativos
apontados por teorias críticas que questionam o argumento de eficiência na formação das redes.
As mesmas teorias também destacam que as redes são formadas por representantes poderosos, os
quais se tornam instrumentos na formação de elites e classes dominantes, bem como no exercício
do poder e da dominação (PERUCCI; POTTER, 1989; SALANCIK, 1995).
No Brasil, esta realidade se torna ainda mais preocupante. Costa (2005), como exposto
por Meyer-Stamer (1999, p.13), adverte que “a falta de articulação política do setor privado é
uma das características mais notáveis da organização do Estado brasileiro”. O estudo de caso
realizado por Carrão nos pólos têxteis de Americana, no estado de São Paulo, e no Vale do Itajaí,
no estado de Santa Catarina, corrobora os escritos de Costa (2005) e Meyer-Stamer (1999).
Foram apontados como fatores restritivos ao sucesso das redes: a dificuldade de assimilação
pelos empresários da concepção de cooperação e associativismo, a falta de comprometimento
dos atores sociais e a maior valorização às atividades rotineiras da sua empresa do que às
propostas pela rede (CARRÃO, 2004).
2.1.4 Tipologia
A aplicação e a variação dos conceitos sobre redes proporcionam a definição de
diferentes tipologias, que se observam na literatura acadêmica, como a desenvolvida por
Grandori e Soda (1995), que apresentam três tipos diferentes de redes: redes sociais, redes
burocráticas e redes proprietárias. Outros autores como Belussi e Arcangeli (1998) apresentam
conceitos baseados em flexibilidade e formas de aprendizado. Marcon e Moinet (2000)
concebem redes verticais com a dimensão da hierarquia, redes horizontais com a dimensão da
cooperação, redes formais com a dimensão contratual e redes informais com a dimensão da
convivência. É fundamental ressaltar outras definições desenvolvidas por autores como: Porter
(1992), Rosenfeld (1996), Cassarotto Filho; Pires (1999), Britto e Albagli (2003) e Hoffmann et
al. (2004).
Cabe trazer à tona a necessidade da cautela na classificação em tipos, pois grande parte
das tipologias reflete a dinâmica própria de um determinado tipo de rede, não considerando sua
evolução histórica e não ponderando o fenômeno como um todo (PAVLOVICH, 2003). O ápice
36
das tipologias de redes na literatura acadêmica está associado ao aporte de dois fatores
fundamentais: contribuir para a comparação entre redes e proporcionar um recorte conceitual
mais preciso para a definição deste termo.
Grandori e Soda (1995) classificam redes quanto aos mecanismos de formalização, de
centralização e de cooperação Esta classificação é conhecida como redes interempresas e seus
indicadores originam três tipos de redes empresariais que são divididas em simétricas e
assimétricas. A Figura 01 apresenta uma forma de classificação das redes na visão dos autores
Grandori e Soda (1995).
Figura 01 – Tipologia de Redes de Empresas.
Fonte: Grandori; Soda (1995)
Redes Sociais: o relacionamento dos integrantes não é regido por nenhum tipo de
contrato formal. Na tipologia simétrica, inexistência de poder centralizado, ou seja,
todos os participantes compartilham a mesma capacidade de fluência. Esse tipo é
indicado para estimular desenvolvimento de caráter exploratório e regular transações
entre parceiros, quando os resultados são muito difíceis de avaliar de maneira formal. Na
tipologia assimétrica, as redes se caracterizam pela existência de agente central. Os
contratos formais que são firmados com freqüência servem para organizar questões de
produtos ou serviços negociados e não o relacionamento entre os participantes.
Redes Burocráticas: suas especificações de fornecimento de produtos e serviços,
organização e condições de relacionamento da rede são reguladas por um contrato
formal. Na tipologia simétrica, há como exemplo associações comerciais, federações e
consórcios, pela coordenação e divisão do trabalho entre empresas e sistemas de
monitoramento. Na tipologia assimétrica, são consideradas como exemplos as redes de
agências, acordos de licenciamentos e franquias, ou seja, uma empresa coordenadora
central.
Simétricas
Assimétricas
Simétricas
Assimétricas
Simétricas
Assimétricas
REDES DE EMPRESAS
Redes Sociais
Redes Burocráticas
Redes Proprietárias
37
Redes Proprietárias: direito de propriedade entre os acionistas de empresas, com a
formalização de acordos. Na tipologia simétrica, destacam-se as join ventures,
empregadas na regulamentação das atividades de pesquisa e desenvolvimento, inovação
tecnológica e sistemas de produção de alto conteúdo tecnológico. A tipologia assimétrica
é encontrada com maior freqüência nas associações do tipo capital ventures, que
relacionam de um lado o investido e de outro a empresa parceira. Exemplos são os
setores de tecnologia de ponta.
Conforme Lewis (1992), as redes de empresas podem ser classificadas em: redes
verticais, redes de divisão de tecnologia, de desenvolvimento e de participação acionária. As
primeiras são também denominadas de adição de valor e formadas por alianças entre uma
empresa e seus fornecedores para ganhos logísticos e de produção. As redes de divisão de
tecnologia compartilham com universidades, laboratórios de governos, a busca do fortalecimento
tecnológico. De outra maneira, as redes de desenvolvimento têm como objetivo desenvolver e
melhorar processos e produtos. Por último, as redes de participação acionária, que se
caracterizam por um grupo de empresas em rede que detêm ações de uma determinada empresa,
fortalecendo seu poder de competitividade.
Hoffmann et al. (2004) advogam uma proposta de qualificação das redes de empresas
mais ampla, considerando empresas de maior e menor porte como uma diversificação de
dimensões das redes. Esta proposta de qualificação derivou da literatura consultada e dos casos
estudados e vincula quatro indicadores: direcionalidade, localização, formalização e poder
(Quadro 05). Nessa proposta de tipologia são evidenciadas as especificidades de cada rede
também inseridas em um mesmo setor, ilustrada através de três redes da indústria de cerâmica de
revestimento, das quais duas no Brasil e uma na Espanha.
Na tipologia de Hoffmann et al. (2004), direcionalidade descreve a direção das relações
entre as partes, através de dois tipos: redes verticais e horizontais. As redes verticais adotam a
estratégia da especialização realizada por empresas distintas que almejam alcançar a eficiência
coletiva nos processos. As redes horizontais têm por objetivo os ganhos que se podem obter pela
união entre as partes, pois relacionam empresas que competem em termos de produtos e/ou
mercados.
Em termos de localização, as redes podem ser dispersas ou aglomeradas, segundo
Hoffmann et al. (2004). As primeiras são aquelas que interagem através de um processo de
logística avançado, que permite superar as distâncias, sendo tipicamente verticais. as redes
aglomeradas territorialmente relacionam-se com mais intensidade e vão além das relações
38
puramente comerciais, abarcam instituições de suporte empresarial como: universidades, centros
de tecnologia e instituições governamentais.
Em relação à formalização, na tipologia de Hoffmann et al. (2004), as redes podem ser
estruturas formalizadas através de uma base contratual, que segundo Williamson (1975, 1991),
inibem os comportamentos oportunistas, ou então, são informais de base não contratual,
estabelecidas em função da confiança gerada.
Ainda segundo proposta de Hoffmann et al. (2004), no que se refere ao poder de decisão
dentro das redes, elas podem ser classificadas como orbitais e não–orbitais. As redes com poder
decisório orbital possuem um centro de poder, ao redor do qual as demais empresas circulam; ao
contrário das não–orbitais, onde o poder é semelhante para todas as empresas participantes.
Indicadores Tipologia
Direcionalidade
Vertical
Horizontal
Localização
Dispersa
Aglomerada
Formalização
Base contratual formal
Base não contratual
Poder
Orbital
Não orbital
Quadro 05 – Característica e Tipologia das Redes
Fonte: Hoffmann et al (2004)
Neste trabalho serão particularmente estudadas redes interorganizacionais aglomeradas
territorialmente e que estabelecem relações cooperativas. Esse recorte conceitual é julgado
apropriado, tendo em vista o setor estudado ser o turismo, com sua peculiar fragmentação de
atividades e composição predominantemente formada por empresas, na sua maioria, prestadoras
de serviços, implicando aglomeração territorial da rede em estudo.
É possível perceber que apesar do recorte já delimitado sobre a atividade desempenhada e
a localização das redes que se deseja estudar, restam ainda inúmeras facetas a ser apontadas para
caracterizá-las. Afinal, a organização em redes é complexa e comporta variadas estruturas, cada
qual representando “uma combinação única de estratégias, estruturas e processos gerenciais”
(MILES; SNOW, 1986, p. 62).
39
2.2 Turismo e as Redes no Turismo
2.2.1 Turismo como Setor Econômico e sua Cadeia Produtiva
O turismo vem sendo pensado de maneira reflexiva neste período contemporâneo, por
conta de recentes estudos e por apresentar disparidades que geram contestações entre as
diferentes correntes de estudiosos do tema. Isso confere ao turismo um caráter de "atividade
conflitante" que revela o estado atual do conhecimento na área e a sua enorme potencialidade no
plano prático e no limite reflexivo (ACERENZA, 2002). Alguns estudos não conferem ao
turismo o caráter de “setor” econômico, já que os componentes do processo produtivo do turismo
são heterogêneos e gerados por fontes muito diferentes (SILVA, 2004).
Na literatura está explícito que a importância econômica das atividades turísticas e seus
impactos sobre as economias, sociedades e ambientes são suficientemente significativos, porém
a conceituação do turismo como setor é confusa e sem ponderações aprofundadas, gerando
dificuldades analíticas ao se pensar em redes interorganizacionais e mesmo em competitividade
setorial (COSTA, 2005). Essas dificuldades, segundo Beni, (2003), ocorrem pela
multissetorialidade da atividade, mas podem ser superadas à medida que se compreenda a cadeia
produtiva do turismo. O turismo é apresentado corriqueiramente na literatura, em estudos e na
academia como setor sem ponderações consistentes:
A criação de postos de trabalho no setor de turismo exige investimentos
de menor vulto se comparados com outros setores da atividade econômica
(...) [grifo nosso] (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2003, p.05).
Apesar do turismo constituir-se, nos dias de hoje, em um dos mais
importantes instrumentos de geração de emprego e renda em todo o
mundo, a atividade ainda o deixou de ser encarada como um setor
menor da economia produtiva (...) [grifo nosso] (CARVALHO in BENI,
2003, P.10).
O turismo é apresentado hoje como um setor capaz de promover a
aceleração econômica e o incremento nas áreas social, cultural e
ambiental (...) [grifo nosso] (BARBOSA; ZAMOT, 2004, p. 01)
Beni (2003, p. 34) afirma que existem polêmicas quanto ao significado econômico
conciso do turismo. É possível encontrar referência à atividade como uma indústria, um
fenômeno econômico e social, setor econômico ou atividade econômica e social. O conceito
40
proposto pela Secretaria da UNCTAD
7
, apresentado por Acerenza (2002), é aceito para suprir a
falta de coesão sobre a definição econômica do turismo.
[...] não se pode elaborar um conceito formal do “setor turístico”, mas
sim concebê-lo, em linhas gerais, como o conjunto das atividades
industriais e comerciais que produzem bens e serviços, consumidos total
ou parcialmente por turistas (UNCTAD, 1971 apud ACERENZA, 2002,
p. 42).
Depois de trinta e cinco anos deste apontamento da UNCTA e avanços nos estudos do
turismo, sente-se a necessidade de uma definição para a atividade turística a fim de proporcionar
a operacionalização de pesquisas acadêmicas e aplicadas. Observa-se que não um consenso
que possa ser adotado para o conceito econômico do turismo, como é corrente em diversas
conceituações desse campo de estudo.
A conceituação do turismo é complexa e abrangente, gerando muitos questionamentos,
como os realizados por Costa (2005) e Munoz de Escalona (2002 apud SILVA, 2004). Assim, ao
considerar a falta de precisão no conceito do turismo, Costa (2005) questiona o conceito de
empresa turística: deveria esta ser pertencente ao mesmo setor (no caso, o setor turístico)? Ou
deveriam ser consideradas como negócios de diferentes setores (hospedagem, transporte,
entretenimento, alimentação, etc.) e que completam a produção de um serviço (no caso da
produção de serviços complementares a um mesmo turista)? Para Munoz de Escalona (2002
apud SILVA, 2004), a questão é definir se o turismo é um fenômeno social ou uma atividade
econômica. Se de fato o é, qual seu tipo? Para esclarecer o questionamento, aquele autor
raciocina a partir do que consiste uma atividade econômica:
a que tem por finalidade satisfazer necessidades humanas destinando para
tal fim recursos escassos suscetíveis de usos alternativos. O turismo não
pode ser considerado como uma única atividade produtiva e sim um
heterogêneo e complexo grupo de atividades produtivas, tal assertividade
é uma conseqüência direta da consideração do turismo como atividade
consultiva, derivada de sua concepção como fenômeno social [...]
(MUNOZ DE ESCALONA, 2002 apud SILVA, 2004, p. 278)
Com base na teoria “multisetorial” da produção turística, o mesmo autor enaltece que
“[...] são potencialmente turísticos qualquer empresa e qualquer setor, mas isso equivale a negar
a existência do produto turístico como tal” (MUNOZ DE ESCALONA, 2002 apud SILVA,
2004, p. 278).
Em sua tese sobre “Turismo, Crescimento e Desenvolvimento: uma análise urbano-
regional baseada em cluster”, Silva (2004) destaca a necessidade de uma disciplina no âmbito
7
UNCTAD – United Nations Conference on Trade and Development
41
global para a operacionalização do turismo, a fim de que o setor adote uma racionalidade
econômica que permita a administração das variáveis envolvidas, para a obtenção integral do
desenvolvimento das suas potencialidades. Isso se justifica por dois problemas básicos: sua
distribuição no tempo e sua polarização no espaço, quando o turismo se apresenta como uma
corrente massiva que se desloca desde um mercado de origem até um núcleo receptor.
Os autores Eadington e Redman (1991) afirmam que o turismo é um fenômeno
econômico, pois consideram dois pontos da economia, sendo que o primeiro está focado na
microanálise, ponderando os recursos envolvidos no processo de produção e consumo de
atividades turísticas e o entendimento do que determina o mercado turístico. O segundo está
focado na perspectiva de macroanálise ao focalizar a sua atenção na utilização que o turismo faz
dos recursos da sociedade, como nas trocas e relações econômicas com vários países.
Através de seus estudos, Leiper (2003) faz críticas ao conceito de turismo, visto não
como setor econômico, mas como sistema integrado no qual interagem várias partes intimamente
relacionadas por apresentar semelhanças com os setores que produzem e utilizam tecnologias
similares. Paralelamente, o Ministério do Turismo do Brasil (2003) define o turismo como um
setor estruturado por vários segmentos, como produtores, distribuidores e intermediários, sem
deixar evidente as balizas de limitação entre os agentes que o realizam (COMISIÓN EUROPEA,
2003). Para Costa (2005), esta abordagem é reflexo tanto da necessidade de integração horizontal
e vertical, como da indefinição acerca de o turismo ser realmente um setor econômico.
A OMT (2006) e a Comisión Europea (2003) tratam com maior amplitude a economia do
turismo, considerando empresas ligadas direta e indiretamente às atividades turísticas através de
seus efeitos transversais produzidos pelos 55 setores econômicos (empresas de impressos,
bancos, saneamentos, imobiliárias, indústria automobilística e aeronáutica, informática,
alimentação, lavanderias, combustíveis, construção, entre outros) que de alguma maneira são
influenciados por esta atividade e que freqüentemente são utilizados como argumento para
apresentar a projeção do turismo, bem como, seu potencial econômico. Para este estudo será
admitido o turismo como um setor composto por empresas diretamente ligadas à atividade
turística: empresas de hospedagem, fornecedores, restaurantes, entretenimento, transportes e
outros serviços relacionados com viagens. Sendo essa visão também compartilhada pela
Embratur (2006), que destaca esta conceituação em suas pesquisas acerca do desempenho do
setor turístico no Brasil (Figura 02).
42
Figura 02 – Esquema Básico Canais de Comercialização do Turismo
Fonte: Acerenza, 2002, p.229
As estatísticas que se referem ao turismo como a maior indústria do mundo, citadas pela
OMT (2006), trazem à tona resultados de todos os setores agregados evidenciados anteriormente,
entretanto, o escopo deste trabalho é o setor turístico. Encontram-se dificuldades diante desse
fato para ratificar as estatísticas do turismo brasileiro, calculadas conforme metodologia utilizada
pela EMBRATUR. Parece relevante destacar que pesquisas como a de Arbache et al. (2004)
demonstram a necessidade de junção dos indicadores econômicos e sociais para definição do
turismo como setor. Utilizando a matriz de contabilidade social do turismo, aqueles autores
destacam que o PIB do turismo (R$ 77,5 bilhões) representa 5,56% do PIB brasileiro e 4,32% da
produção total nacional. Estes dados revelam que a participação do turismo no PIB nacional é
maior que na produção total (e o PIB conta apenas com o valor adicionado, não com o consumo
intermediário), permitindo ponderar que o setor turístico contribui acima da média de outros
setores da economia. Em segunda instância, os autores alertam que somente 0,17% do
investimento privado no país foi direcionado ao turismo e resultou em mais de 5% do PIB,
resultado significativo e extremamente positivo, sem considerar a grande parcela de atividades e
negócios informais (os demais setores juntos respondem por aproximadamente 4%). O estudo
daqueles autores sugere que o turismo seja fator de destaque na economia brasileira, pois
consideram que o PIB do turismo está concentrado principalmente em empreendimentos de
alimentação, de transporte e hospedagem, em retornos de ascensão em investimentos realizados
e desenvolvimento sócio-econômico.
Caracterizado por suas inter-relações entre os vários atores que o compõe, o turismo
evidencia sua relevância sociocultural e econômica, ratificando seu potencial para gerar e
desenvolver benefícios para todos os envolvidos. Pode ser uma das ferramentas para a
43
competitividade de uma região, com a otimização de recursos e a junção de esforços para
incrementar a qualidade de seus produtos e serviços. Conforme Silva (2004), o turismo
representa um conjunto de atividades produtivas que interessam a todos os setores econômicos
de um país ou região, caracterizando-se por possuir uma interdependência estrutural com as
demais atividades.
O turismo conta com uma estrutura econômica própria através de diversas organizações
intermediárias que promovem e realizam a distribuição do produto turístico, tornando o
gerenciamento desta atividade complexa. A estruturação e as características do turismo como
setor oferecem noções para a aplicação dos estudos das redes interorganizacionais (NORDIN,
2003) e conforme Santos (1997), as redes são abstrações conceituais e seus princípios gerais são
aplicáveis a diferentes setores.
2.2.2 Redes no Turismo
No turismo, os atores possuem uma certa interdependência típica para o desenvolvimento
das atividades, mas constatam-se poucos estudos no campo das redes interorganizacionais
(SELIN; BEASON, 1991). A organização em redes é concebida pelos autores Miles e Snow
(1986) como uma nova forma organizacional, considerando o incremento das ações de
cooperação entre os atores e a conquista da competitividade. Ateljevic e Doorne (2004)
ressaltam que a relação interorganizacional pode ser muitas vezes conflituosa, por envolver
poder público, privado e entidades.
Os autores Gee e Fayos-Solá (2003) enaltecem as alianças em diferentes âmbitos do
turismo, como uma tendência “resultante da intensa concorrência da necessidade de investir nas
economias de escalas e escopo, bem como em economias de rede networking” (GEE; FAYOS-
SOLÁ, 2003, p. 83). Leiper (2003) consagrou o termo tourism industry para conceituar o
conjunto de empresas que possuem bases de cooperação e competição no mercado turístico e que
mantêm seus focos no turista. Uma designação mais apropriada para o turismo na visão de
Tremblay (1998) é tourism network. Ponderando as variadas relações para operacionalizar as
atividades econômicas em turismo, este termo parece ser mesmo mais apropriado.
O estudo de redes no turismo é um tema contemporâneo para a academia. Observa-se a
escassez de estudos voltados especificamente a essa temática e seu uso como meio descritivo útil
para assimilar a dinâmica social de relações existentes e também na confecção do planejamento
turístico (HALL, 2001).
44
No turismo, as motivações que levam ao desenvolvimento das redes interorganizacionais
são relacionadas à necessidade de articular medidas e instrumentos horizontais de promoção da
eficiência e do bom desempenho das atividades produtivas, com ações seletivas que concentrem
esforços e a verticalização para proporcionar a redução dos custos (MILES; SNOW, 1986).
As redes no turismo estão envolvidas no processo e representam formas organizadas de
produção grupal, articuladas entre si, com os demais atores da cadeia produtiva do turismo e com
o setor governamental. Isso lhes permite aumentar a competitividade dos produtos turísticos
gerados, por meio da articulação entre seus membros e de um redirecionamento das estratégias
de promoção e venda dos produtos (EMBRATUR, 2006). Observa-se que o setor turístico está
estruturado geograficamente em agrupamentos, formando o contexto de destino turístico
(PAVLOVICH, 2003), possibilitando ter como resultado um produto turístico mais competitivo,
que não seria possível realizar isoladamente. Segundo Porter:
(...) a satisfação do turista não depende da atração primária do local, mas também
da qualidade e eficiência de empresas correlatas – hotéis, restaurante, centros
comerciais, meios de transporte. Como os membros do cluster são mutuamente
dependentes, o bom desempenho de um pode aumentar o sucesso dos demais
(PORTER, 1999, p. 105).
O envolvimento e conjunção dos vários atores sociais, bem como da comunidade, no
desenvolvimento e planejamento do setor turístico são fatores importantes para o
desenvolvimento das redes (ENDRES, 2003). A existência de redes, segundo Huggins (1998), é
um fator para cada vez mais destinos e regiões tornarem-se e permanecerem mais competitivas
que as demais que não optaram por esta estratégia. As redes podem estar organizadas entre
empresas ou indivíduos, com transações entre agentes públicos e privados e base em acordos
formais e informais. Favorecendo esta perspectiva, a política de descentralização do Ministério
do Turismo estimula os municípios a implantar os conselhos municipais de turismo (BENI,
2004).
Aplicando estas e outras noções de diversas fontes sobre redes mencionadas neste estudo,
verifica-se que estas oportunizam benefícios para as empresas turísticas e para os turistas,
agregando valor ao produto turístico e oportunizando o desenvolvimento de vantagem
competitiva (BUHALIS; COOPER, 1998). A utilização de redes nas empresas turísticas pode
“incorrer em menores custos” (RICHARDSON, 1972 apud TREMBLAY, 1998 p. 851) e
possibilitar que todos aumentem seu conhecimento. Segundo Tremblay (1998), as redes locais
realizam a ligação entre as potencialidades individuais encontradas nos destinos turísticos e
tornam a concorrência uma competição sadia, tendo como referência a busca pela vantagem
competitiva no âmbito coletivo.
45
Para que ela contemple o desenvolvimento turístico, considera-se como ingrediente
fundamental da rede a colaboração de todos os agentes-chave da destinação (ALMEIDA, 2000),
ou seja, as relações entre duas empresas não são consideradas rede, conceito este fundamentado
nos estudos de Selin e Beason (1991) e na classificação de Hall (2001). A relação
interorganizacional entre mais de dois atores interdependentes caracteriza a existência de rede,
desta forma, não se enfatiza a idéia de relações internas da organização e relações bilaterais
(SELIN; BEASON, 1991). Diferente de Knorringa e Meyer-Stamer (1998), que identificam
como redes as relações de longo prazo e com prazos definidos, Hall (2001), em seus estudos de
turismo em vinícolas, dispõe quatro tipos de classificação para os relacionamentos
interorganizacionais: associação dual, grupos de organizações, grupos de ações e redes não
categorizando as relações pontuais entre grupos de empresas com a intenção de obter objetivos
específicos como sendo redes. O contexto apresentado ratifica a afirmação de Costa (2005), de
que nem todas as relações interorganizacionais no turismo podem ser chamadas de redes.
Para verificar a existência de redes interorganizacionais, este trabalho utiliza-se da
conceituação apresentada anteriormente, com as relações entre empresas privadas, públicas e
entidades que se destinam ao turismo (SELIN; BEASON, 1991), conforme apresentado na
Figura 03, e que desenvolvam os construtos revisados na seção sobre a literatura seminal de
redes, como confiança, relações densas e canais de comunicação mútuos.
Figura 03 – Detalhamento dos Atores Participantes das Redes no Turismo em dada Localidade.
Fonte: baseado em Selin e Beason (1991): Trembay (1998); Lins (2000); Pavlovich (2003)
Segundo Costa (2005), a relação entre os atores sociais envolvidos na atividade turística é
intrínseca, conflituosa e mais orgânica do que pôde ser apresentado na Figura 03, pois os
relacionamentos entre estes não se configuram de maneira tão linear.
Setor público: órgãos
municipais, estaduais,
regional e federal do turismo.
Setor privado: hotéis,
restaurantes, pousadas,
entretenimento e receptivo
turístico, etc.
Entidades: ONGs de fomento
ao turismo, associações de
classe ligadas ao turismo,
Conventions e Visitors
Bureau, associações
empresariais, etc.
46
Ao estudar evolução e mudanças das relações organizacionais em Waitomo Caves na
Nova Zelândia, Pavlovich (2003) abordou redes como um conjunto de relacionamentos flexíveis
e que se alteram ao longo do tempo. Buscando entender as mudanças ocorridas pela rede dessa
região, a autora utiliza como indicadores a centralidade (posição das organizações dentro das
redes), a densidade (número de relações que interligavam os atores sociais) e a conectividade
(força dos laços entre os componentes da rede em questão). Pavlovich (2003) expõe que a
vantagem competitiva gerada pela organização em redes possibilita a um grupo de pequenas
empresas interdependentes a autogestão e o desenvolvimento do conhecimento tácito e infere a
necessidade de manter laços internos e parcerias externas à destinação, evidenciando que uma
opção para a estruturação da competitividade de uma região está na ligação entre redes.
Os estudos sobre redes no turismo brasileiro são apresentados nas seguintes perspectivas:
sob a ótica da logística, Cury (2004) cita a rede como a maneira de organizar as diversas
dimensões do produto turístico. Sob a perspectiva das políticas públicas para o turismo, Endres
(2003) menciona a abordagem de “redes políticas”, que abrangem setores públicos e privados
nas decisões do turismo em um local, como uma alternativa viável para a gestão sustentável. Sob
a ótica da competição globalizada, Andion (2003b) aponta que a competitividade de uma região
depende fortemente do capital social gerado e mantido pelos agentes sociais com as redes de
reciprocidade e cooperação.
Especificamente sobre a abordagem de redes no turismo como fonte de competitividade
local, que é a opção desta pesquisa, foram encontrados os estudos de Lucchese (s.d.); Seben e
Silva (2002); Amaral (2003); e Costa (2005); entretanto, nas publicações científicas nacionais
em turismo listadas na Qualis
8
, foi encontrado apenas o trabalho de Toledo et al. (2002), que
propõe um modelo teórico-referencial para a organização em clusters no turismo e este será
apresentado posteriormente na abordagem sobre competitividade.
Lucchese (s.d.) utiliza-se da definição de consórcio desenvolvida por Casarotto Filho e
Pires (1999) para estudar o tema “rede turística” (LUCCHESE, s.d., p. 11) na região Sul do
Brasil, vendo a rede como promotora do desenvolvimento local. Lucchese (s.d.) define “rede
turística” como uma estratégia organizacional que une e auxilia os membros de áreas afins com
objetivos comuns para infra-estruturar e/ou estruturar suas organizações e desta maneira
constituir e ofertar produtos e serviços com qualidade.
Seben e Silva (2002) estudaram de maneira descritiva as redes de cooperação entre
pequenas e médias empresas turísticas como estratégia de administração focada no
8
QUALIS – Classificação de periódicos, anais, jornais e revistas, sendo o resultado do processo de classificação dos
veículos utilizado pelos programas de pós-graduação para a divulgação da produção intelectual de seus docentes e
alunos.
47
desenvolvimento local no município de Campo Grande Mato Grosso do Sul, ressaltando a
relevância estratégica da cooperação para o fortalecimento do turismo. Para tal estudo, foram
evidenciadas variáveis como o grau de cooperação entre as empresas turísticas de pequeno porte
e com as instituições de apoio. Como resultado foi constatado que existe uma idéia distorcida de
cooperação e que poucas organizações realmente se envolvem em ações cooperativas, que
ainda mantêm a visão de competição com as demais.
Amaral (2003) analisou as relações interorganizacionais do turismo, comparando os
modelos de análise do sistema turístico e realizando uma construção teórica que discutia a
melhor abordagem a ser considerada. Para isso, levou em conta os conceitos de cadeia produtiva,
cluster e rede. Após oferecer um recorte conceitual para os termos e admitir os diversos autores
envolvidos na atividade turística, o autor sugere que a noção mais adequada para que se estude a
dinâmica sistêmica do turismo seria a abordagem analítica das redes.
Tremblay (1998) The Economic Organization of Tourism, ao estudar especificamente
redes no turismo, aborda em sua análise além das redes internacionais, também as redes locais de
uma destinação turística, classificando-a em quatro tipos. O terceiro tipo – Rede local de
destinação envolve atores públicos e privados sediados em uma mesma localidade, que
cooperam através de elos formais e informais para a organização de recursos, redução dos
entraves e união das atividades em busca da competitividade, conforme apresenta a Figura 04.
Relações Formais
Relações Informais --------------
Figura 04 – Tipo de Rede – Rede Local na Destinação
Fonte: Tremblay (1998, p. 853)
No Brasil, Costa (2005) estudou redes no turismo analisando as relações de rede de
pequenas e médias empresas turísticas e o perfil de competitividade turística, numa análise
comparativa entre São Francisco e Laguna SC. Buscou descrever os espaços turísticos das
cidades, identificar atores sociais do turismo local e seus serviços prestados, caracterizar as
relações de rede e levantar os perfis de micro e macro competitividade turística. Sua pesquisa
48
apontou que não existe rede de pequenas e médias empresas turísticas em nenhuma das cidades
estudadas e a maior aglomeração territorial parece não estar ligada com a maior cooperação ou
competição entre os atores sociais locais na amostra pesquisada.
Andrade e Santos (2004) acreditam que para atender ao objetivo de melhor qualidade de
vida da população de uma determinada destinação turística, precisa-se aumentar a
competitividade local. Para que isso ocorra, Rubies (2001) destaca que o sucesso da atividade
turística está centrado em uma nova estrutura organizacional, com cooperação entre os setores
públicos e privados, denominada de "novo paradigma para as destinações turísticas". Para o
Brasil, a regionalização do turismo evidencia a necessidade de cooperação para a
competitividade dos destinos turísticos, conforme citado no plano nacional do turismo-
diretrizes, metas e programas 2003-2007 (EMBRATUR, 2006): “o efetivo envolvimento dos
governos estaduais, dos parceiros estratégicos, do setor privado, dos municípios e da comunidade
é fundamental neste processo. Dessa forma, cria-se o ambiente para alcançar a qualidade, a
diversidade e competitividade do produto turístico brasileiro”.
Parece importante lembrar que este trabalho tem como foco de pesquisa analisar a
destinação turística de Urubici/SC, a partir da ótica das redes interorganizacionais e suas
contribuições para a competitividade desta destinação, considerando-se a cooperação entre as
organizações relacionadas com o turismo como recurso para a competitividade turística da
destinação neste município. Dadas as limitações de tempo, viabilidade de averiguação e
objetivos deste trabalho, os indicadores utilizados para a pesquisa são relacionados com alguns
benefícios potenciais que podem ser proporcionados pelo desenvolvimento de redes
interorganizacionais na atividade turística, como: faturamento, custos das empresas turísticas,
conhecimento da organização sobre o turista, participação da destinação no mercado turístico e
produção de efeitos positivos na economia local.
2.3. Competitividade de Destinos Turísticos através da Cooperação
Para a academia brasileira, a competitividade em destinações turísticas é um contexto
contemporâneo. Em países como Espanha, Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos e
Inglaterra já foram empreendidos diversos estudos acerca deste novo tema e ganha mais espaço à
medida que uma crescente saturação do mercado, fazendo com que o desenvolvimento e a
promoção dos destinos turísticos necessitem ser guiados por um foco no conceito de
competitividade” (HASSAN, 2000, p. 239). O conceito de competitividade deixou de ser
49
simplesmente associado a uma empresa; pode abranger competitividade sistêmica, em que a
energia do conjunto e das relações é mais forte que ações isoladas (LLORENS, 2001).
Estudos recentes sobre competitividade de destinações turísticas sugerem uma visão mais
abrangente dos fatores convencionalmente utilizados (mão-de-obra, capital e atrativos naturais),
como o trabalho de Penrose (1959), que analisa a contribuição de outros fatores para a vantagem
competitiva. Barney, 1986; SLACK, 1993 culminam em observações das relações entre
parceiros (LIPPARINI et al., 2000) e a competitividade dos negócios turísticos como vantagem
competitiva (ENRIGHT; NEWTON, 2004). Infere-se que este seja um avanço em termos
conceituais, tomando em conta um modelo produtivo que passa a enfocar mais as relações dos
atores sociais, requerendo uma revisão de recursos estratégicos.
Porter (1999) lembra que a competitividade de um destino deve estar de algum modo
relacionada à competitividade das empresas que o constituem. Estudos vêm demonstrando que
setores ou indústrias competitivas com maior êxito são aqueles que se concentram em regiões
específicas. Para Andion (2003a, 2003b), em um conceito mais globalizado, a competitividade
de uma destinação perpassa a capacidade que ela tem de construir redes de reciprocidade.
Confirmando este conceito, Endres (2003, p. 229-230) propõe um novo modelo de trabalho
baseado em vínculos entre o governo e os atores sociais, pois uma das características das redes é
a transposição do “comando hierárquico do Estado” e o estabelecimento de confiança e
coordenação como mecanismos centrais.
No turismo, as relações interorganizacionais são elementos significantes para a
competitividade da destinação, por agruparem os atores sociais e desenvolverem uma conjuntura
de destinação (PAVLOVICH, 2003). Considerando o turismo uma atividade multissetorial, Beni
(2003) destaca a importância da administração que concilia forças. Dias (2003, p. 184) justifica a
cooperação entre as organizações visto que, tanto a competitividade quanto a satisfação do
turista, dependem da interação dos elementos que compõem a experiência turística.
Os trabalhos de Porter (1993, 1999) são referências para as teorias sobre a
competitividade de países, principalmente ao considerar-se sua obra sobre a vantagem
competitiva das nações. O potencial para gerar vantagens competitivas está ligado à
competitividade. Esta compreende a capacidade constante de melhoria contínua e inovação, o
que implica realizar análises estruturais dos mercados para encontrar alternativas (PORTER,
1993). O mesmo autor argumenta que as condições de competitividade encontram-se localizadas
dentro de um país, em diferentes regiões, para diferentes atividades - não existem nações
competitivas, mas sim nações com indústrias e setores competitivos.
50
A competitividade de destinações também pode consistir na habilidade da destinação de
prover produtos e serviços melhores do que aqueles oferecidos pelas outras destinações nos
aspectos que o turista valoriza (SILVA, 2004). E também, como proposto por Hassan (2000), a
competitividade de um destino é a aptidão deste de criar e integrar os produtos que o sustentam
frente aos competidores, mantendo sua posição no mercado e buscando melhorias constantes.
A abordagem das redes vem sendo crescentemente adotada em políticas orientadas para
ampliação da competitividade de países e regiões devido à conjuntura do aproveitamento das
sinergias coletivas geradas pelas relações entre as organizações e o ambiente onde se localizam,
utilizando o recurso como determinante da competitividade desses aglomerados. Esse enfoque de
competitividade sustentada e dinâmica depende principalmente da capacidade de aprendizagem
de competências específicas para a aquisição de conhecimentos, e se associa diretamente às
especificidades dos recursos humanos, e à capacitação produtiva e inovativa das empresas
(COUTINHO; FERRAZ, 1995, LASTRES et al, 1999; LASTRES; CASSILATO, 2003)
Pelos estudos de Waheeduzaan e Ryans (1996), quatro fatores principais estão associados
à noção de competitividade para uma destinação turística: preço, questão sociocultural, história,
estratégia e perspectiva de administração. O destino pode ser competitivo por sua história,
política adotada, cultura e valores desenvolvidos. As empresas que compõem a destinação são
fontes geradoras de estratégias e perspectivas de administração e podem influenciar a realização
e a manutenção da vantagem competitiva.
Compreender a competitividade de uma destinação turística suscita a necessidade de um
modelo que considere a abordagem das redes (GULATI et al., 2000), que as redes
interorganizacionais devem abranger um âmbito geográfico bem definido, onde concentram e
relacionam-se atrativos turísticos, infra-estrutura, equipamentos, serviços às organizações e
organização turística, para oferecer um produto turístico ao mercado e, assim, possibilitar ao
destino a capacidade de manejar as dificuldades que as forças competitivas vão impondo -
fórmula para manter e alcançar a competitividade.
O desenvolvimento de um modelo de competitividade para uma destinação turística pode
identificar um conjunto de indicadores relacionados às forças e fraquezas relativas à sua
competitividade, conjunto a ser usado pelo setor para melhorar o desenvolvimento desse destino.
Essas variáveis incluem medidas objetivas, como a quantidade de visitantes, empregos gerados e
demanda; medidas subjetivas, como a qualidade dos serviços, riqueza cultural e natural e as
condições do meio ambiente (DWYER; KIM, 2003) e medidas do incremento da prosperidade
local, como a manutenção do bem-estar da população (RITCHIE; CROUCH, 2000).
51
Durante a realização do 43º Congresso da AIEST Association Internationale D’Experts
Scientifiques du Tourisme, realizado em Buenos Aires em 1993, foi apresentada uma proposta de
modelo de competitividade de destinações turísticas para o desenvolvimento de localidades,
sistematização da competitividade turística e pesquisas relacionadas, desenvolvidos por Crouch e
Ritchie (1993, apud POGGI-E-BORGES; RUSCHMANN, 2004). Essa proposta de modelo de
competitividade de destinações turísticas aborda o desenvolvimento econômico da localidade
pesquisada, com uma visão contemporânea para os estudos teóricos neste segmento,
considerando, entre outros fatores, sustentabilidade ecológica, econômica, social, cultural e
política (RITCHIE; CROUCH, 2000), e desta forma proporcionando comprometimento
ambiental, desenvolvimento econômico e resultados positivos para os participantes (POGGI-E-
BORGES; RUSCHMANN, 2004).
A concepção que envolve os modelos de competitividade para destinações turísticas
segue a linha da abordagem de recursos proposta por Porter (1999). Suas principais ênfases são
países, características do mercado e do setor como fontes de vantagens competitivas, com
enfoque no posicionamento e na rivalidade e não na cooperação.
Autores como Melián-González e García-Falcon (2003) abordam a teoria de recursos
proposta por Porter (1999), relacionada com a administração estratégica, para dialogar sobre a
competitividade de áreas geográficas, especificamente sobre o potencial competitivo das
atividades turísticas. Aquele estudo destaca que as destinações e as empresas possuem vários
objetivos, alguns recursos e capacidades destinadas para atividades econômicas, ambas limitadas
pelo ambiente externo, ao qual devem se adaptar para sobreviver. Diferentemente do enfoque
desta pesquisa, Melián-González e García-Falcon (2003) deram ênfase à potencialidade da
competitividade para o turismo de países como um todo e seus recursos disponíveis.
As autoras Poggi-e-Borges e Ruschmann (2004) também apresentam estudos sobre a
Abordagem de Recursos no turismo, tendo como pesquisa empírica as vantagens comparativas
da localidade de Águas de São Pedro – SP para a competitividade da destinação. Naquele estudo,
o ponto de partida foi o aspecto “de que a destinação singular, com atrativos diferenciados,
portanto, com expressiva vantagem comparativa, conta com melhores condições competitivas no
mercado turístico”. Como resultado, obteve-se que a Abordagem de Recursos é uma opção para
a competitividade de uma destinação turística e que o uso das vantagens comparativas
sustentáveis pode significar a sua ascensão, mas o ideal é transformá-las em vantagens
competitivas (POGGI-E-BORGES; RUSCHMANN, 2004), corroborando Beni (2003, p.157):
“para êxito de um cluster mercados turísticos regionais, nacionais e internacionais dependem
52
cada vez menos de suas vantagens comparativas e cada vez mais de suas vantagens
competitivas”.
Dwyer e Kim (2003) propõem um modelo que mescla fatores para o desenvolvimento da
competitividade e detalhes das destinações turísticas, efetuando a comparação entre países e
setores do turismo. Esses autores expandem a noção de competitividade para o crescimento
sócio-econômico da região, o incremento na qualidade de vida de seus residentes, a oportunidade
para a gerência da destinação e das relações entre os participantes. Consideram tudo isso como
fatores para a competitividade. Dentre a literatura estudada, o modelo de Dwyer e Kim (2003)
parece ser o mais completo, por reconhecer a competitividade como um meio para o
desenvolvimento regional e nacional, propondo um conjunto de variáveis para medir a
competitividade de qualquer destinação. A figura 03 apresenta a sistematização desse modelo,
visualizando seus diferentes elementos de ligação e a responsabilidade por alguma dimensão da
competitividade da destinação.
Figura 05 – Os Principais Elementos da Competitividade de Destinações
Fonte: Dwyer e Kim (2003)
O modelo proposto por Dwyer e Kim (2003) apresenta limitações de aplicação para
destinações e localidades, pois foi desenvolvido para competitividade de países, tendo inúmeras
variáveis, ausência de escala de medição e falha na constatação de medidas subjetivas, o que
inviabiliza o trabalho.
53
Toledo et al. (2002; 2003) formulam um modelo teórico-referencial que aborda a
competitividade turística por aglomeração, e busca analisar as dimensões de diferentes etapas de
desenvolvimento da atividade turística de seus agentes em três diferentes clusters. Traz em sua
abordagem as mudanças ambientais ocorridas que afetaram o turismo, comentando desde o
maior poder de decisão dos turistas até a necessidade de considerar a sustentabilidade como
fator-chave para o setor. Importante destacar que o termo cluster’s é referenciado por aqueles
autores com enfoque na noção de cooperação, fortalecendo a conceituação de redes referenciada
anteriormente neste trabalho e especificamente na conceituação de Porter (1999).
A competitividade em redes, segundo Hoffmann e Morales (2004), pode estar vinculada a
dois pontos principais: cooperação e transferência de conhecimento entre os atores
(HOFFMANN; MORALES, 2004), por compreenderem que a competitividade está relacionada
ao índice de desempenho. A competitividade no turismo é estudada sob o enfoque de três
principais abordagens: a primeira focada em vantagens comparativas e preços; a segunda com
uma perspectiva focada em estratégia e gestão; a terceira com uma perspectiva histórica e
sociocultural (COSTA, 2005).
As redes interorganizacionais podem ser consideradas, como estudado anteriormente,
como uma estratégia das empresas e regiões para a conquista da vantagem competitiva e, desta
forma, o presente estudo baseia-se essencialmente na segunda abordagem estratégia por se
concentrar em aspectos referentes às redes interorganizacionais e no recurso cooperação como
alternativa para a competitividade de atores turísticos e destinações.
Este trabalho propõe a busca da competitividade através da Abordagem de Recursos, com
recurso essencial à cooperação, que possui ênfase nas empresas e suas relações com os demais
atores locais, recursos gerados pelas relações interorganizacionais como fonte de vantagem
competitiva, com enfoque nos recursos internos da empresa e não no posicionamento de
mercado. Surge, desta maneira a, necessidade de compreender melhor o enfoque sobre recursos:
conceitos e modelos.
Conforme observado no contexto anterior sobre a competitividade, a Abordagem de
Recursos tem sido discutida na academia com diferentes enfoques, entretanto, este estudo
pretende, sobretudo, apontar a competitividade de uma destinação através do recurso
cooperação, sendo este um recurso gerado pela relação interorganizacional em rede
(HOFFMANN et al., 2004).
54
2.3.1 Abordagem de Recursos (RBV - Resource-based View)
Neste trabalho, analisa-se o que é recurso e como ele é tratado no contexto das redes
interorganizacionais. Para definir recursos, faz-se referência aos estudos de Hoffmann (2002),
que citam os conceitos de Grant (1991) e Hunt (1995) por indicarem grande vínculo à geração de
novos produtos, entendendo que os recursos explorados pela empresa, como o conhecimento
latente ou os bens imóveis, não são considerados recursos. Para Barney (1986; 1991), a
perspectiva de recurso aponta a empresa como idiossincrática e são essas diferenças que a
tornam competitiva, ou seja, a unidade de análise é a empresa.
As empresas são consideradas como “feixes de recursos” (Wernerfelt, 1984) ou como
conjuntos de competências e capacidades (Prahalad; Hamel, 1990). Esses recursos e capacidades
são vistos como elementos raros, de imitação e substituição difícil e custosa no quadro de uma
organização particular (Barney, 1991; 1997). Na busca de melhor concepção sobre recursos,
Grant (1991) referencia recursos como elementos ingressados no processo de produção como
unidades básicas de análise. Para Amit e Schoemaker (1993), em um contexto mais amplo de
definição, os recursos são estoques de fatores disponíveis que são propriedade ou então são
controlados pela empresa. Na percepção de Hunt (1995), recursos são entidades tangíveis ou
intangíveis disponíveis para a empresa, que para o mercado são capazes de produzir
eficientemente e/ou efetivamente um produto de valor para algum segmento desse mercado.
Os recursos não podem ser avaliados isoladamente, porque seu valor é determinado pela
interação com as forças de mercado (COLLIS; MONTGOMERY, 1995, p. 119, 120). Wernerfelt
(1984) e Peteraf (1993) destacam como proposição central da teoria de recursos (RBV) a idéia
segundo a qual a fonte da vantagem competitiva encontra-se, primeiramente, nos recursos e
competências desenvolvidos e controlados pelas empresas e, apenas secundariamente, na
estrutura das indústrias nas quais elas se posicionam. Para Hall (1992), a idéia de recursos inclui
não apenas fatores físicos e financeiros, mas, também, aqueles intangíveis (HALL, 1992) ou
invisíveis (ITAMI, 1987). O caráter intangível é salientado, também, na classificação
apresentada por Hoffmann (2002).
Dentre os trabalhos desta perspectiva, encontram- se diversas classificações de recursos,
destacando-se a de Wernerfelt (1984), que classifica os recursos em tangíveis, intangíveis e
humanos; a classificação proposta por Teece et al. (1997) leva em conta o grau de especificidade
em sete tipos: tecnológicos, complementares, financeiros, estruturais, reputação, institucionais e
de mercado. Para classificar os recursos, Barney (1991) propõe três categorias: (1) recursos
físicos; (2) recursos humanos e (3) recursos organizacionais. Os recursos físicos incluem
tecnologia física, fábricas e equipamentos, localização geográfica e acesso a matérias-primas.
55
Recursos humanos incluem treinamento, experiências, julgamento, inteligência, relacionamento
e insights dos gerentes e trabalhadores. Recursos organizacionais incluem estrutura
organizacional formal, planejamento formal e informal, sistemas de coordenação e controle, bem
como relações informais entre grupos e entre a empresa e o ambiente (BARNEY, 1991).
Nos estudos sobre os fatores competitivos na perspectiva dos distritos industriais,
realizados por Hoffmann (2002), os recursos podem ser considerados como qualquer tipo de bem
ao qual a empresa tem acesso de maneira exclusiva ou não, com o qual pode gerar outros bens
através da interação entre eles em qualquer tempo. O autor complementa que um recurso pode
apresentar uma determinada característica em um contexto para uma empresa, mas não significar
o mesmo em outro contexto ou para outra organização. As principais características existentes na
literatura e relacionadas à competitividade são apresentadas por esse mesmo autor, conforme
Quadro 06.
Autor
Característica
Barney, 1986; 1991 Grant, 1991 Amit; Schoemaker, 1993 Peteraf, 1993 Hunt, 1995
Raridade
Raro Escasso Heterogêneo Heterogêneo
Valor
Imitação
Valioso
Imperfeito
Imitável
Durável
Transparência
Imperfeita
Durável
Não imitável
Heterogêneo
Não imitável
Sustentabilidade
Insubstituível
Reprodução
Imperfeita
Insubstituível Insubstituível
Mobilidade
Transparência
Imperfeita
Inegociável
Imitabilidade
Imperfeita
Mobilidade ou
negociação
imperfeita
Quadro 06 – Síntese das Características dos Recursos
Fonte: Hoffmann (2002)
O recurso é considerado raro quando escasso ou controlado por algumas empresas no
mercado, ou seja, deve possuir atributos que não são controlados por outras empresas,
possibilitando a interdependência entre organizações (BAUER, 2004). A segunda característica
está relacionada ao fato de explorar as oportunidades e neutralizar as ameaças do ambiente
empresarial, proporcionando um valor econômico à empresa em termos de eficiência e eficácia.
No que se refere à imitação, o recurso precisa ser de difícil imitação pela concorrência e segundo
56
a perspectiva da RBV
9
, dentre os fatores que o tornam de difícil imitação, encontram-se os
fatores naturais (geografia, raridade de materiais), de mecanismos legais e institucionais (marcas,
patentes, reservas de mercado, direitos de propriedade), além de fatores econômicos e
organizacionais. Esses fatores contemplam a natureza tácita dos recursos e competências
(BARNEY, 1997), a ambigüidade casual e a complexidade dos recursos (REDD; DEFILLIPPI,
1990; BARNEY, 1997).
Relacionado à imitação está a sustentabilidade, que possibilita o recurso ser reproduzido
imperfeitamente, mas não ser substituído essa característica também está relacionada ao valor
do recurso e a outros conjuntos de recursos. A mobilidade do recurso deve ser limitada,
impossibilitando sua transferência para a concorrência. Um exemplo desta característica é a
cultura da empresa como recurso (BARNEY, 1986). Para que possam ser considerados
estratégicos e fonte de vantagem competitiva, os recursos estão relacionados às condições e ao
posicionamento com que a empresa os disponibiliza perante seus competidores (HOFFMANN,
2002). Segundo Hamel (1991), o recurso se diferencia por sua capacidade de gerar valor para os
clientes e por sua capacidade de permitir implantação de estratégias diferenciadas (BARNEY,
1997). Além disso, os recursos combinados ou separados proporcionam a criação de barreiras de
entradas, protegendo a empresa contra uma maior competição (HOFFMANN, 2002).
A classificação de Barney (1991) tem como base algumas das características acima
apresentadas e procurou estruturar um conjunto de regras para sistematicamente criar vantagem
competitiva, diferenciando-se de três maneiras: equivalente, temporária ou sustentável.
Para este estudo, optou-se pela classificação proposta por Barney (1991), por ter seu
enfoque em recursos da empresa. O autor assume que “as firmas dentro de uma indústria (ou
grupo) podem ser heterogêneas com respeito aos recursos estratégicos que elas controlam”, e
como tais “estes recursos não podem ser perfeitamente móveis entre eles, e, então, a
heterogeneidade pode ser duradoura” (BARNEY, 1991). Nesta classificação, também há, como
nas demais, limitações, como a forte influência do modelo tradicional que aborda o ambiental em
sua análise sobre a vantagem competitiva. Todavia, apesar das limitações eventualmente
apresentadas (falta de clareza e de definição de alguns conceitos, por exemplo), o modelo
formulado por Barney (1991) explora duas suposições básicas (heterogeneidade e imobilidade
dos recursos), através das quais a visão baseada em recursos pode analisar as fontes da vantagem
competitiva para uma rede interorganizacional.
No tocante à conquista e manutenção de vantagens competitivas, observa-se a
necessidade do desenvolvimento coletivo de recursos e competências, o que é proporcionado no
9
Resource-based View - Abordagem de Recursos
57
relacionamento cooperativo (SILVA, 2004). Relacionamento este que tem como fonte
propulsora a dependência de recursos, enquanto sua eficácia está na quantidade de recursos
disponível no ambiente, os quais são considerados por Gulati (1998) como recursos de rede que
possibilitam novos contatos, negócios e oportunidades. A teoria de recursos é fonte para
inúmeros estudos das redes interorganizacionais, por suas premissas estarem diretamente ligadas
entre a interdependência das organizações e o interesse por recursos escassos (BAUER, 2004).
A visão de redes, apresentada anteriormente, delimita o estudo das redes
interorganizacionais, objeto deste trabalho de pesquisa, cujos construtos e tipologias comuns
serão identificados na destinação em estudo, onde se espera um ambiente propício à cooperação
relacionada positivamente à competitividade da destinação.
A abordagem sobre cooperação para competitividade de destinos turísticos, constituída
neste capítulo, tem a intenção de mostrar a importância das redes interorganizacionais como
fator positivo para o aumento da competitividade dos atores turísticos e das destinações
turísticas. Pretende-se, a seguir, discutir a competitividade de um destino turístico, a partir das
estratégias e com a abordagem de recursos, considerando-se um determinado recurso: a
cooperação. Segundo Verschoore Filho (2003), a competitividade interorganizacional não evolui
sem foco na cooperação e o potencial para a cooperação surge quando cada ator pode auxiliar o
outro (AXELROD, 1990, p. 173 apud VERSCHOORE FILHO, 2003).
O significado genérico de cooperação é o de trabalhar em comum, envolvendo relações
de confiança mútua e coordenação, em níveis diferenciados, entre os agentes
(LASTRES et al.,
2003). Porter (1998) define cooperação como um elemento crítico para a competitividade, pois
catalisa as competências locais de forma a construir externalidades produtivas sustentáveis.
Frantz (2002) discorre sobre cooperação como sendo um acordo racional de sujeitos sobre algo,
isto é, a economia.
Cooperação contempla em seu conceito elementos sociais, culturais e políticos,
incorporados ao seu sentido econômico. Desses elementos decorre uma natureza local que
permite reconhecer uma relação entre a organização e o funcionamento de uma rede e o processo
de desenvolvimento (FRANTZ, 2002). Cooperação é um processo através do qual diferentes
partes, vendo diferentes aspectos de um problema, podem, construtivamente, explorar suas
diferenças e agir ou decidir questões relacionadas ao problema (GRAY; WOOD, 1991). O
relacionamento cooperativo permite o desenvolvimento coletivo de recursos e competências
necessárias para conquista e manutenção de vantagens competitivas, confirmando o que sustenta
a teoria dos recursos: que as organizações criam e mantêm vantagens competitivas baseadas em
recursos desenvolvidos internamente.
58
Sob este enfoque, Porter (1986, 1992) afirma que as inter-relações empresariais e a
habilidade para explorá-las possibilitam o compartilhamento de atividades que podem resultar
em vantagem competitiva. Corroborando esta afirmação, González (2003) destaca que a
cooperação entre empresas tem-se tornado uma estratégia de competitividade no mercado com o
objetivo de alcançar e manter a vantagem competitiva, visando conquistar nichos de mercados.
Em suma, a cooperação entre empresas emerge da necessidade de coordenar atividades
“não similares” e fortemente complementares. O arcabouço apresentado verifica que a
cooperação com a finalidade de geração da competitividade usufruída pelos atores participantes
pode ser positiva para o desenvolvimento das destinações turísticas. O Quadro 07 apresenta uma
síntese do conceito de cooperação, o que é necessário para seu desenvolvimento e quais os
possíveis benefícios.
O que é Cooperação
Cooperação Necessita de: Cooperação para:
Cooperação é um processo
através dos quais diferentes
partes, vendo diferentes
aspectos de um problema,
podem, construtivamente,
explorar suas diferenças e
agir ou decidir questões
relacionadas ao problema.
Análise conjunta dos problemas e soluções em
comum
Coerência
Comprometimento
Confiança
Definição das contribuições dos parceiros
Definição de áreas de atuação
Desenvolvimento de visão estratégica
Estabelecimento de um intercâmbio de idéias
Governança
Participação
Qualidade na comunicação
Troca de informações
Combinar competências
Combinar recursos de vendas
Compartilhar canais de distribuição
Compartilhar funções de Recursos
Humanos
Compartilhar know-how
Desenvolver novos produtos
Desenvolver padrões comuns
Dividir custos e riscos
Fazer divulgação em conjunto
Maior rentabilidade
Melhor desempenho
Quadro 07 – Definição de Cooperação
Fonte: adaptado de Gray; Wood, 1991; Mohr; Spekman (1994), Casarotto Filho; Pires, 1999.
59
3 ASPECTOS METODOLÓGICOS
Este capítulo apresenta a metodologia do estudo, a fim de encaminhar os procedimentos
para o alcance dos objetivos de pesquisa estipulados. Serão retratadas a abordagem que se faz do
assunto, as definições operacionais dos termos adotados, as etapas de coleta de dados e variáveis
a serem estudadas e, por fim, as técnicas realizadas para tratamento e análise dos dados.
3.1 Abordagem da Pesquisa e Definição Operacional dos Termos
O trabalho apresenta caráter predominantemente descritivo, constituído em um estudo de
associação em que se investiga a relação entre a cooperação nas relações interorganizacionais e a
competitividade na destinação turística de Urubici/SC. Visa analisar a destinação turística de
Urubici a partir da ótica das redes interorganizacionais e de suas contribuições para a
competitividade desta destinação. A pesquisa foi realizada em duas etapas, sendo a primeira
bibliográfica, em sites, artigos, e material de divulgação sobre a destinação turística. A segunda,
um levantamento censitário de campo no município em questão, por meio de formulário com
questões fechadas. Quanto aos termos, Schluter (2003) indica que eles sejam operacionalmente
definidos, oferecendo um recorte preciso do que se deseja estudar. Conforme revisão teórica, os
termos ficam delimitados para fins deste trabalho como se apresentam no Quadro 08.
Termos
Definições Adotadas
Destinação turística
Podem ser consideradas como a região de destino para os turistas durante as
suas viagens e onde os impactos do turismo, as estratégias de planejamento e
gerenciamento são sentidos.
Setor turístico
Conjunto das organizações diretamente envolvidas com a prestação do
serviço turístico e que interagem a fim de prover a experiência turística em
dada destinação
Organizações Turísticas Locais
Organização política, empresarial ou comunitária que opera o turismo no
local, entendendo-se que pode ser de natureza pública, privada ou uma
entidade.
Redes Interorganizacionais
Processos de interação entre atores sociais públicos e privados, autônomos e
interdependentes que cooperam porque têm objetivos comuns.
Recursos
Estoques de fatores disponíveis que são propriedade ou então são
controlados pela empresa.
Competitividade de Destinações
Turísticas
Conjunto resultante de atividades e práticas de cooperação e competição que
gerem potenciais competitivos e permitam garantir posições favoráveis para
a destinação no mercado turístico.
Quadro 08 – Definição Operacional dor Termos da Pesquisa
Fonte: adaptado de Costa (2005), baseado em Casarotto Filho e Pires (1999); Meyer-Stamer (1999); Amato
Neto (2000); OMT (2001); Dwyer e Kim (2003); Amit e Schoemaker(1993); Barney (1991).
60
3.2 Coleta de Dados
A atividade da coleta de dados foi composta de duas etapas: levantamento de dados
secundários e levantamento de dados primários. Conforme Barbetta (2001), dados secundários
são os dados existentes em alguma publicação ou arquivo. Os dados primários são os observados
diretamente na população, necessitando ser coletados através de um instrumento de pesquisa.
A primeira etapa desta pesquisa incluiu o levantamento de dados secundários por meio da
realização da pesquisa bibliográfica e de entrevista não dirigida, a fim de tecer a base teórica do
trabalho e para permitir a caracterização em profundidade do turismo em Urubici-SC. Essa etapa
tomou como base periódicos científicos nacionais e internacionais, livros, publicações de
organismos oficiais e páginas eletrônicas de órgãos governamentais, material de divulgação do
destino, concentrando-se nas áreas do Turismo, Administração de Empresa, Economia e
Políticas Públicas. Paralelamente, realizou-se a entrevista dirigida à Secretaria Municipal da
Indústria, Comércio e Turismo de Urubici, tendo como respondente a secretária em exercício,
Sra. Ana Zilli, para o levantamento de dados sobre a atividade turística em Urubici.
Na segunda etapa, fez-se um levantamento de dados primários, por meio de aplicação de
levantamento estruturado, com perguntas fechadas, junto aos componentes do universo de
pesquisa: os atores sociais representativos dos três setores, representados por seus gestores. O
trabalho de entrevistas foi realizado em duas etapas: nos dias 02 e 03 de setembro de 2006 e no
dia 24 de março de 2007, contando com dois pesquisadores na aplicação. Essas duas etapas da
pesquisa de campo se fizeram necessárias, considerando que em setembro alguns atores do setor
privado não foram encontrados, por ser considerado final da alta temporada.
No que tange ao levantamento de dados, este trabalho utilizou um questionário elaborado
por Hoffmann (2005) e utilizado por Costa (2005), que faz parte da base de dados do projeto de
pesquisa
Transferência de conhecimento entre empresas aglomeradas territorialmente”,
do professor e
pesquisador Valmir Emil Hoffmann. Conforme literatura revisada, esse questionário é adequado
para a coleta de dados que favoreça respostas aos objetivos propostos neste estudo. Por ser um
questionário estruturado, pertencente a uma base de dados para desenvolvimento de outros
estudos sobre o tema redes, as perguntas foram mantidas no seu formato e texto original.
A população, em um projeto de pesquisa entendida como um agregado dos elementos que
compartilham um conjunto de características comuns de interesse do pesquisador
(MALHOTRA, 2001), foi definida com a seguinte composição:
Setor Privado: todas as empresas do setor turístico, segundo definição operacional
adotada, de hospedagem, receptivos locais, alimentação e suvenires.
61
Setor Público: órgãos e departamentos públicos relacionados às atividades turísticas.
Entidades: composto de instituições, sindicatos e associações locais públicas que
prestam serviços de interesse coletivo ou de apoio para as empresas do setor turístico
local.
Optou-se por entrevistar gestores e pessoas que trabalhem diretamente com o setor, por
ser considerado mais adequado, possibilitando informações concernentes à gestão e à
competitividade (ENRIGTH; NEWTON, 2004). Após definir a população e considerando o
número de atores fonte deste estudo, foi realizado um censo, ou seja, a enumeração completa de
uma população (MALHOTRA, 2001).
Segundo a listagem fornecida pela Secretaria Municipal da Indústria, Comércio e
Turismo de Urubici (2006) e a definição operacional dos termos do estudo, o censo da população
ficou delimitado conforme as freqüências apresentadas na Tabela 01. O campo denominado
participantes diz respeito àqueles membros da amostra que foram efetivamente entrevistados
pelos pesquisadores. A diferença entre esses dois campos pode ser compreendida que não foi
possível entrevistar alguns atores da população que não se encontravam na empresa no momento
da entrevista e não puderam ser localizados por telefone, nem responderam à solicitação via
correio eletrônico.
Tabela 01 – Amostra da pesquisa e participantes .
Entidades
Setor Público Setor Privado Total
Censo 4 5 45 54
Participantes 3 6 40 49
Fonte: elaboração própria, com base na Secretaria Municipal da Indústria, Comércio e Turismo (2006).
Buscou-se contato com os 45 atores pertencentes ao setor privado, porém em 03 pousadas
e 02 lanchonetes os responsáveis pela empresa não se encontravam e/ou não foram localizados.
Dentre as entidades, todos os atores que possuíam alguma relação com a atividade turística
foram entrevistados. Cabe ressaltar que no município de Urubici existe uma unidade da
Universidade do Planalto Serrano, da cidade de Lages/SC, que oferta o curso de Administração
de Empresas, com expediente apenas no turno da noite, e conta com uma funcionária, com a
atividade de secretariado. Esta também é funcionária na Prefeitura de Urubici, no setor de
Administração, no turno diurno, e por isso este ator foi desconsiderado para evitar viés. No setor
público, todos os atores procurados participaram da pesquisa e, por solicitação do Secretário da
Indústria, Comércio e Turismo em exercício, um funcionário da secretaria, que acompanha o
desenvolvimento da atividade turística desde o princípio, também respondeu. No total, a
pesquisa contou com 49 respondentes, o que representa 90,74% da população delimitada para
este estudo.
62
3.3 Instrumento de Levantamentos de Dados: Variáveis e Indicadores
O instrumento aplicado para levantamento de dados primários (Apêndice A) atende aos
pressupostos teóricos revisados, de modo alinhado aos objetivos que a pesquisa se propõe, como
mostra o Quadro 09, em que são apresentadas as variáveis de estudo e o instrumento utilizado.
Como existem fenômenos que não podem ser observados diretamente, torna-se imprescindível a
conferência de variáveis por meio de indicadores, que são suas subdivisões observáveis
(SCHLÜTER, 2003; BISQUERRA et al., 2004). O questionário é composto por 60 questões
dividido em três partes. A primeira se refere à caracterização do ator respondente e faz referência
a oito questões. A segunda parte está busca identificar os atributos que caracteriza as redes e o
recurso cooperação. A terceira buscou a percepção quanto a competitividade da destinação e dos
atores em estudo. Para esta pesquisa foram utilizadas 41 questões
10
identificadas pela cor preta, e
as demais questões, na cor cinza, ficam na base de dados para futuros trabalhos.
Objetivos Específicos Variáveis e Indicadores
Instrumento de
Pesquisa
1. Descrever a destinação turística e
os atores sociais locais identificados
e sua relação com o turismo em
Urubici/SC.
Destinação:
Atrativos turísticos
Eventos locais periódicos
Infra-estrutura
Meio Ambiente
Atores Sociais
Tipo de organização (entidades, setor público
e setor privado).
Número de empregados.
Tempo de existência da organização.
Pesquisa bibliográfica
de dados secundários.
Questionários com
questões fechadas:
escalas nominais.
2. Caracterizar as relações de rede
interorganizacional entre as
organizações turísticas de
Urubici/SC.
Cooperação, Parceiros e Ações Conjuntas
Confiança e Comunicação
Tipologia de Hoffmann et al. (2003):
Formalização
Poder
Direcionalidade
Localização
Questionário com
questões fechadas.
Escalas intervalares e
nominais. Escalas de
diferencial semântico e
de freqüência de 7
pontos.
3. Caracterizar o recurso cooperação
existente na destinação turística de
Urubici/SC.
Raridade
Imperfeitamente imitável
Sustentabilidade
Mobilidade
Questionário com
questões fechadas.
Escalas intervalares e
nominais. Escalas de
diferencial semântico e
de freqüência de 7
pontos.
4. Verificar o desempenho
competitivo dos atores turísticos na
destinação de Urubici/SC.
Faturamento
Custos operacionais
Conhecimento sobre turistas
Número de postos de trabalho gerados e salários pagos
Gastos dos turistas, fluxo turístico (número de turistas),
permanência do turista (dias)
Questionário com
questões fechadas.
Escalas nominais.
Quadro 09 – Objetivos Específicos, Variáreis, Indicadores e Instrumentos de Pesquisa.
Fonte: elaboração própria
10
As questões mantêm numeração conforme elaborado por Hoffmann (2005).
63
O primeiro objetivo específico, que consistia em descrever a destinação turística, os
atores sociais locais identificados e sua relação com o turismo em Urubici/SC, foi alcançado por
meio de pesquisa bibliográfica sobre a destinação e, principalmente, através de entrevista
estruturada não dirigida junto à Secretaria Municipal da Indústria, Comércio e Turismo (2007),
apoiando-se em uma visão interdisciplinar e que parece conveniente para estudar as relações em
rede.
Considerando os objetivos específicos proposto neste trabalho e os setores entrevistados,
foram desenvolvidas duas versões do questionário, sendo a primeira para o setor privado e a
segunda versão para o setor público e entidades. Diferem somente quando se empregou o termo
“empresa” aos respondentes do setor privado e “organizações” quando setor público e entidades.
A estrutura do questionário pode ser entendida em três partes: a primeira com a finalidade
de caracterizar os atores sociais; a segunda com a intenção de caracterizar relações
interorganizacionais do turismo em termos de tipologia e conceitos básicos das redes; e a terceira
voltada para apurar elementos da competitividade dos atores e da destinação. A terceira parte foi
construída tomando por base as contribuições da literatura de competitividade revisada,
conforme Quadro 10.
Variáveis Indicadores
Organizações do turismo de Urubici
Faturamento das organizações do turismo local
Custos operacionais das organizações do turismo local
Conhecimento sobre o turista de Urubici
Treinamentos do pessoal das organizações do turismo local
Destinação turística Urubici
Número médio anual de postos de trabalho
Salários pagos
Número de turistas
Gastos dos turistas
Permanência dos turistas
Quadro 10 – Dados de Análise de Competitividade de Destinações Turísticas
Fonte: elaboração própria com base em Dwyer e Kim (2003) e Crouch e Ritchie (1999).
O instrumento de coleta de dados apresentou variáveis medidas em escalas nominais e
intervalares. Nominais são aquelas que indicam atributos listados em categorias pré-
estabelecidas e discretas qualitativas, que não podem assumir quaisquer valores num intervalo
(BARBETTA, 2001; MALHOTRA, 2001). Intervalares são aquelas com ponto zero arbitrário e
que os números indicam posições que guardam distâncias iguais entre si, possibilitando
comparar diferenças (MALHOTRA, 2001).
A escala intervalar empregada foi não comparativa, ou seja, os objetos foram escalonados
de maneira independente em cada item (MALHOTRA, 2001), com escala de 7 pontos e
64
extremos bipolares de concordância, conforme proposto no trabalho de Hoffmann (2002), sendo
empregada como alternativa para atenuar uma das críticas que se faz à escala de 5 pontos,
reduzindo a probabilidade de respostas intermediárias, de 20% para cerca de 14%
(HOFFMANN, 2002).
As escalas nominais foram delineadas buscando um número de categorias suficientes,
tendo em vista a possível dificuldade e a falta de interesse dos respondentes (COSTA, 2005). Foi
prevista a mesma quantidade de categorias favoráveis e desfavoráveis a fim de manter o
equilíbrio, com a verbalização delas para melhorar a compreensão do entrevistado e reduzir a
ambigüidade. Todas as escalas foram desenhadas graficamente de maneira a tornar a entrevista
mais rápida e a visualização mais agradável.
Como recomendado pela literatura, o pré-teste foi aplicado para um representante de cada
setor, no mês de agosto de 2006, com o objetivo de detectar falhas, estimar o tempo de aplicação
e assim validar o questionário (BARBETTA, 2001). A escolha dos respondentes para o pré-teste
foi sugerida por conveniência, buscando o principal ator de cada setor. O preenchimento foi
acompanhado por um pesquisador atento às dificuldades encontradas, questões que necessitaram
mais tempo dos respondentes, dúvidas mencionadas e o tempo despendido para completar o
instrumento pelo respondente. O instrumento de coleta de dados foi avaliado após o pré-teste e
realizados os ajustes considerados necessários, quanto à clareza dos termos e das perguntas,
formas das questões, ordem dos itens, interesse das perguntas para os objetivos e apresentação
do questionário ao entrevistado.
3.4 Tratamento, Análise e Interpretação dos Dados
Em função do tipo de informação a processar, optou-se pelo aporte metodológico
quantitativo para o tratamento e análise dos dados. Foram aplicadas cnicas estatísticas de
análise descritivas e de associação com suporte operacional do software estatístico Statistica 6.0,
para o alcance do objetivo geral e dos objetivos específicos do trabalho. Como medidas
descritivas de dados quantitativos, foram empregados a média e o desvio padrão,
complementados pelas medidas de associação para análise das variáveis nominais. Para as
variáveis intervalares, foram aplicadas na análise medidas paramétricas de contraste a fim de
possibilitar a análise comparativa entre os setores e verificar a significância das diferenças entre
as médias.
Considerando a grande disparidade entre o número de atores de cada setor (3 entidades, 6
poder público e 40 poder privado), e também porque as entidades apresentaram constantemente
um desvio padrão elevado, o que poderia proporcionar um viés na análise dos resultados, optou-
65
se por comparar os resultados apresentados pelo setor público e o setor privado. Considerando as
variáveis dependentes quantitativas contínuas, assumiu-se a homogeneidade de variância entre o
setor público e o setor privado. A população total era superior a trinta indivíduos (BARBETTA,
1998; BISQUERRA et al., 2004) e foi escolhido o Teste t, teste paramétrico, que possibilita
comparar dois grupos independentes, desenvolvido com intervalo de confiança de 95%.
O Teste t de comparação entre médias de duas amostras independentes possibilita que
seja testada a semelhança entre médias apuradas entre grupos, levando em consideração as
diferenças entre as dias e a variabilidade interna das amostras (BARBETTA, 1998;
NORUSIS, 2002; BISQUERRA et al, 2004), por ser um teste paramétrico baseado na estatística
t de Student (MALHOTRA, 2001). Considerando que as médias a serem comparadas surgiram
de medidas de percepção, a significância adotada para o Teste t foi de 0.10. Sendo, ao escolher
como hipótese a alternativa que as médias são diferentes, torna-o num Teste Bilateral e, desta
forma, esse valor deve ser dividido por dois e as comparações feitas contra 0,05 (BARBETTA,
1998; MALHOTRA, 2001; NORUSIS, 2002).
Entendeu-se que, conforme Barbetta (1998), um dos propósitos principais da pesquisa
social seja verificar a associação entre variáveis. Isso não significa afirmar que haja relação de
causalidade, mas sim que uma pode alterar a probabilidade de que a outra ocorra (BARBETTA,
1998). Neste trabalho, para o alcance de seu objetivo, parece necessário apontar a associação
entre características das relações de rede (variáveis cooperação, confiança e comunicação) com
os indicadores de competitividade percebidos pelos entrevistados. Considerando a diferença no
número de atores entre os setores e a necessidade de verificar a existência de associação entre
duas variáveis, o Teste de Associação Qui-Quadrado pareceu o mais adequado para testar a
significância entre a associação de variáveis qualitativas e por ser o mais usado nas Ciências
Sociais (BARBETTA, 2001). O nível de significância utilizado para a estatística qui-quadrado
foi 0,07. Quando inferior a este nível, a associação é estatisticamente significante
(MALHOTRA, 2001).
A Figura 6 apresenta o fluxograma metodológico do presente trabalho.
66
Figura 06 – Fluxo dos Procedimentos Metodológicos
Definição da Pesquisa
Justificativas e objetivos
Definição dos atores
Instrumento de coleta
de dados
Pesquisa Bibliográfica
Pré
-
teste
Pesquisa de Campo
Urubici - SC
Tratamento e Análise Estatística dos Dados
Resultado dos Dados
4 RESULTADOS
Este capítulo divide-se em três partes e tem como objetivo apresentar os resultados da
pesquisa bibliográfica e de campo. Na primeira parte caracteriza-se a destinação de Urubici
quanto a seu espaço turístico e atores sociais do turismo local. A segunda parte objetiva detalhar
as relações de rede encontradas no município. Por fim, a terceira parte traz os indicadores de
competitividade percebidos pelos entrevistados, comparando-os com as variáveis das relações
em redes percebidas pelas organizações do turismo local.
4.1 Descrição da Destinação Turística e dos Atores Sociais do Turismo em Urubici – SC
Em 1915 foi instalada a vila de Urubici, que pertencia a São Joaquim. O nome Urubici é
oriundo da língua Tupi vem do vocábulo Y-roy-yby-sy, significa “A terra mãe da água gelada”.
Uma versão para o nome atual do município conta que a expedição dos pioneiros Manoel
Saturninio de Souza Oliveira e José Saturninio de Oliveira era acompanhada de indígenas e um
deles, ao avistar um galináceo típico da região, teria exclamado “Urubici”, que significa pássaro
lustroso. Segundo outra versão, a expedição avistou um rio denominado Urubici, que mais tarde
deu origem ao nome do município (SECRETARIA MUNICIPAL DA INDÚSTRIA,
COMÉRCIO E TURISMO DE URUBICI, 2007). Fundado em 06 de dezembro de 1956, através
da Lei 274 (SANTUR, 2007), tem colonização portuguesa, alemã, italiana, letã e africana
(GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA, 2007).
O município está localizado na Serra Catarinense, no vale do rio Canoas (SANTUR,
2007), inserido no Planalto Serrano de Santa Catarina e pertence à Meso-Região Serrana e à
Micro-Região dos Campos de Lages (Figura 07 e 08). Integra a AMURES Associação dos
Municípios da Região Serrana. Urubici possui uma área de 1.019 quilômetros quadrados (IBGE,
2007), composta por uma área urbana de 10.5 quilômetros quadrados e uma área rural de 992.5
quilômetros quadrados.
68
Figura 07 – Mapa de Localização de Urubici
Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Urubici (2007)
Figura 08 – Mapa de Localização de Urubici
Fonte: www.serracatarinense.com/urubici/gestao.html (2006)
O clima é caracterizado como mesotérmico úmido ou subtropical, com temperaturas
médias de 10,9ºC (SANTUR, 2007), proporcionado por sua posição geográfica e suas
características topográficas. Durante o inverno, quando as temperaturas atingem valores
próximos a C ou até negativos, as geadas são freqüentes em todo o município e
esporadicamente neva, notadamente nas áreas mais elevadas.
A vegetação primária da região pode ser dividida em duas formações bem distintas:
Floresta Ambrófila Mista (mata de araucárias ou pinhais) e Campos (aparecem em áreas do
Planalto Basálticos Arenítico, acima dos 900 metros de altitude, formando manchas esparsas
ou descontínuas). A intensificação da lavoura, a prática de queimadas e o aumento das serrarias
69
reduziram as florestas que cobrem o município. Em Urubici está localizado o Parque Nacional de
São Joaquim
11
, que tem aproximadamente 70% de sua área no município.
Destacam-se entre seus recursos hidrográficos as bacias do Rio Canoas e do Rio Lava-
Tudo (SANTUR, 2007). Com precipitação pluviométrica anual entre 1300 e 1700 milímetros,
Urubici possui 78 cascatas, com destaque para a Cascata do Morro da Igreja, com 50 metros de
altura e a Cascata do Rio dos Bugres, com 100 metros de queda, que proporcionam a prática do
turismo de aventura (SECRETARIA MUNICIPAL DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO E
TURISMO DE URUBICI, 2007).
Urubici caracteriza-se, sob o aspecto topográfico, como uma região tipicamente de
planalto, cujas altitudes máximas estão entre as mais elevadas do Estado. A cidade tem altitude
média de 980 metros. O Morro da Igreja tem 1.822 metros (SANTUR, 2007) e o Morro da Boa
Vista, 1827 metros. (Latitude de 28º00’ 48” Sul, Longitude de 49º 35’22” Oeste).
A população de Urubici foi estimada em 10.566 habitantes (IBGE, 2007). Cerca de 60%
vivem na zona urbana e 95 % da população é alfabetizada. A renda média anual é de dois
salários mínimos (SECRETARIA MUNICIPAL DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO E TURISMO,
2007).
Urubici
Data de fundação 06 de dezembro de 1956
Localização Serra Catarinense
Área 1.019 Quilômetros
Colonização Portuguesa, alemã, italiana, letã e africana
Habitantes 10.566
Clima Mesotérmico ou subtropical
Vegetação Floresta Ambrófila Mista e Campos
Altitude média 980 metros
Latitude 28°00’ 48”sul
Longitude 49°35’22” oeste
Topografia Planalto
Quadro 12 – Descrição do Espaço Turístico.
Fonte: elaboração própria com base na Secretaria Municipal da Indústria, Comércio e Turismo
de Urubici (2007)
O acesso ao município é realizado por rodovias estaduais: SC 430, pavimentada, liga o
município à BR 282 em Bom Retiro, e a São Joaquim e Bom Jardim da Serra. A SC 439, não
pavimentada, desce a serra chegando ao município de Grão Pará, faz ligação com a BR 101 em
Tubarão e leva ao município de Rio Rufino. Ainda se tratando da infra-estrutura, cabe mencionar
11
É uma unidade de conservação brasileira, criada em 06/07/1961 pelo decreto N.° 50.922 e possui uma área total
de 49.300 ha.
70
que 100% dos domicílios da cidade são abastecidos com água tratada pela Companhia
Catarinense de Água e Saneamento CASAN e apenas 1% tem acesso a saneamento. A energia
elétrica que supre o município é fornecida e gerada pelas Centrais Elétricas de Santa Catarina
S.A CELESC, atingindo 90% da população. Em termos de infra-estrutura para esporte e lazer,
o município é provido com ginásios de esportes, campos de futebol, CTG, salões comunitários,
entre outras estruturas em escolas.
A estrutura pública municipal do município é composta por oito secretarias
(SECRETARIA MUNICIPAL DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO E TURISMO, 2007). Quanto ao
turismo, o órgão municipal responsável é a Secretaria Municipal da Indústria, Comércio e
Turismo, que desempenha atividades de representação política dos setores de indústria, comércio
e turismo do município, organização das políticas para desenvolver e planejar a atividade
turística, integrando todos os segmentos desta atividade. É meta dessa secretaria proporcionar
informações, orientações e satisfação aos visitantes, valorizando a cultura local e o meio
ambiente de forma sustentável. Cabe destacar que o município não possui conselho municipal de
turismo e o plano diretor está sendo refeito (SECRETARIA MUNICIPAL DA INDÚSTRIA,
COMÉRCIO E TURISMO, 2007).
No que tange à estrutura das entidades, existem no município de Urubici cerca de 39
organizações não-governamentais (SECRETARIA MUNICIPAL DA INDÚSTRIA,
COMÉRCIO E TURISMO, 2007), que trabalham com focos diversificados tais como
transferência de conhecimento, inclusão social, associativismo entre produtores e empresas, meio
ambiente, etc. Com relação à representação de classe no município, existe o Sindicato Rural de
Urubici, o Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais e o Sindicato dos Trabalhadores
Rurais de Urubici.
A economia do município está voltada para agricultura, pecuária, fruticultura,
piscicultura, apicultura, turismo, serviços, extrativismo e comércio, com destaque para a
produção de maçã e hortaliças. Urubici é considerado o maior produtor de hortaliças de Santa
Catarina (GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA, 2007), fato este proporcionado
pelo clima temperado. Existem poucas indústrias, sendo estas de pequeno e médio porte, como:
ervateira, queijaria, apicultura, piscicultura e marcenarias (SECRETARIA MUNICIPAL DA
INDÚSTRIA, COMÉRCIO E TURISMO, 2007).
Em termos de comércio e serviços, Urubici tem em seu centro um comércio voltado para
o morador, apontado como pouco diversificado, com atendimento realizado por pessoal
despreparado e com dificuldades em relação a horários e facilidades. Os ramos comerciais
abrangem supermercados, lojas de eletrodomésticos, esportes, construção, tecidos, calçados e
71
confecções, frutas e verduras. Urubici conta com quatro agências bancárias e uma agência dos
Correios.
Em termos de turismo, a POUSERRA - Associação das Pousadas e Hotéis de Urubici
está diretamente envolvida. Fundada no ano de 2001, tem por objetivo a interação entre poder
público e privado para promoção e desenvolvimento do turismo no município. Com 14 empresas
associadas, entre hotéis, pousadas, restaurantes e agências de turismo, reúne-se uma vez por mês
para discutir as dificuldades e as oportunidades; planejar as formas de divulgação e as ações de
longo prazo para o turismo do município, bem como, a qualificação e a gestão dos
empreendimentos associados. Cada encontro é realizado no estabelecimento de um associado
para que todos possam conhecer a estrutura e os serviços prestados pelos demais. Desta forma
incentivam a cooperação, a troca de informações e o espírito de coletividade, valores cultivados
pela associação (POUSERRA, 2006).
Segundo a listagem da Secretaria Municipal da Indústria, Comércio e Turismo (2006)
estavam inventariados até o ano de 2006: 23 pousadas, 01 hotel com capacidade de 573 leitos,
além de 19 estabelecimentos de alimentação com capacidade para atender 947 pessoas
simultaneamente e 2 agências de receptivo.Os meios de hospedagem praticam preços que variam
entre R$ 80,00 e R$ 200,00, estão localizadas em sua maioria no centro da cidade e nos
arredores. As pousadas localizadas mais distantes estão vinculadas a algum atrativo natural e ou
a segmentação de mercado.
Quanto aos turistas, Urubici tem como principais mercados emissores os estados de Santa
Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Rio de Janeiro, e países como Alemanha,
Estados Unidos, França, Holanda e Argentina (SECRETARIA MUNICIPAL DA INDÚSTRIA,
COMÉRCIO E TURISMO, 2007). A demanda turística em Urubici, nestes últimos seis anos,
teve uma média anual de 11.372 turistas, conforme Gráfico 01. Essa demanda é estimada com
base no número de turistas que procuram a Secretaria Municipal da Indústria, Comércio e
Turismo para informações. Segundo a mesma Secretaria (2007), as belezas naturais, o clima frio
e as atividades relacionadas à natureza são os motivos indicados pelos turistas para escolherem
Urubici como destino de suas viagens. Eles permanecem em média três dias no município, e na
alta temporada – entre o meses de abril e agosto - a ocupação hoteleira/pousadas chega a 60 % .
72
11.672
11.705
14.062
12.988
10.685
7.119
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
14.000
16.000
2001 2002 2003 2004 2005 2006
Ano
Média anual de turistas
Gráfico 01 – Demanda turística dos últimos 6 anos
Fonte: elaboração própria com base na Secretaria Municipal da Indústria, Comércio e Turismo de Urubici
(2007)
A fim de impulsionar o turismo local, o município está incluso na rota dos Caminhos da
Neve em Santa Catarina, devido às baixas temperaturas, às fortes geadas e à queda de neve no
inverno (SECRETARIA MUNICIPAL DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO E TURISMO, 2007). O
Roteiro Serra Mar também inclui Urubici. Trazendo o turismo a um papel de destaque, o
município trabalha com seus pontos fortes: os atrativos naturais, as atividades de ecoturismo e o
clima baixas temperaturas (SECRETARIA MUNICIPAL DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO E
TURISMO, 2007).
Os pontos fortes e fracos da atividade turística local estão relacionados aos atrativos
naturais e à estrutura turística. Identificam-se como pontos forte vinculados aos atrativos
naturais: orientação de guias qualificados, hospitalidade, gastronomia, diversidade de paisagens e
receptividade da população local e dos pousadeiros. Como pontos fracos para o turismo do
município foram identificados: sazonalidade do turismo, falta de informação turística na área
rural (placas e maior divulgação), acesso aos atrativos, baixa qualificação de mão-de-obra,
inexistência de opções de lazer (principalmente para as crianças), deficiência na qualidade e
quantidade de hotéis e pousadas, incompatibilidade entre preço e qualidade dos meios de
hospedagem, horário de atendimento dos restaurantes, falta de banco 24 horas.
As opções de ecoturismo no município estão relacionadas a canyons, rios, cachoeiras
para a prática de rapel, vôos de asa-delta e parapente, trekking, trilhas ecológicas, tirolesa e
pesca. Como atrativos turísticos locais, foram entendidos aqueles apresentados no Quadro 13 e
na Figura 09.
73
Atrativos Naturais
Atrativos Históricos Atrativos Culturais
Cachoeira do Avencal
Cachoeira Rio dos Bugres
Cascata Véu de Noiva
Caverna Rio dos Bugres
Gruta Nossa Senhora de
Lourdes
Morro da Cruz
Morro Pelado
Morro da Igreja
Morro do Campestre
Morro do Oderdeng
Pedra Furada
Mirante
Serra do Corvo Branco
Inscrições Rupestres
Igreja Matriz Nossa Senhora
Mãe dos Homens
Fenahort Festa Nacional das
Hortaliças
Campeonato de Pesca da Truta
em rio
Enduro das Neves
Etapas dos campeonatos
nacional e estadual de motocross
Torneios de laço
Bailes gauchescos
Feiras de gado
Quadro 13 – Atrativos Turísticos de Urubici
Fonte: elaboração própria com base na Secretaria Municipal da Indústria, Comércio e Turismo de Urubici
(2007).
74
Figura 09 – Mapa de Localização dos Principais Pontos Turístico de Urubici
Fonte: Secretaria Municipal da Indústria, Comércio e Turismo de Urubici (2006).
75
4.2 Análise das Relações Interorganizacionais de Urubici
As relações de rede serão aqui comparadas em termos dos atores sociais do turismo local,
cooperação e tipo de suas relações. As variáveis foram analisadas nesta seção conforme
objetivos específicos, variáveis, indicadores e instrumentos de pesquisa apresentados na
metodologia.
4.2.1 Atores Sociais
A participação dos diferentes atores sociais (empresários, entidades, servidores públicos,
comunidade, etc.) na discussão dos problemas locais colabora para o processo de cooperação e
competitividade de uma região (EBERS; JARILLO, 1998; PAVLOVICH, 2003). A partir disso,
os atores sociais para o turismo local serão discutidos tendo em vista o censo da pesquisa, suas
características por setor e suas respectivas importâncias para o turismo local com base na
descrição das freqüências de respostas e na comparação de médias atribuídas pelos diferentes
setores. O Quadro 14 apresenta a definição dos setores conforme seus atores sociais.
Setor
Descrição
Entidades
Associação de Pousadas e Hotéis de Urubici, Câmara de Dirigentes
Lojistas e Sindicato dos Trabalhadores Rurais.
Poder Público
Câmara de Vereadores, Epagri, Prefeitura, Secretaria de
Desenvolvimento Regional e Secretaria Municipal da Indústria,
Comércio e Turismo de Urubici.
Poder Privado
Empresas do setor turístico, segundo definição operacional adotada,
de hospedagem, receptivos locais, alimentação e suvenires.
Quadro 14 – Definição dos Atores Sociais
Fonte: elaboração própria
a.
Caracterização geral dos atores sociais do turismo local
A população dos atores sociais entrevistados totalizou 49 representantes de organizações,
sendo 81,6% (40 pessoas) do setor privado, 12,2% (6 pessoas) do setor público e 6,2 (3 pessoas)
das entidades. Cabe ressaltar que os respondentes do setor público contaram com um funcionário
76
da Secretaria Municipal da Indústria, Comércio e Turismo, devido a recente troca do secretário e
com a participação do presidente da Câmara de Vereadores, considerando a solicitação do
prefeito.
Com relação ao número de empregados, 98% dos respondentes apresentaram um número
médio de empregados anual inferior a 19, caracterizando-se como micro ou pequenos
empreendimentos, em termos de postos de trabalho, conforme classificação do Sebrae (2000).
Observa-se que o número de empregados é pequeno e algumas das organizações não possuem
nenhum, por serem as organizações do setor privado, na sua maioria, pousadas advindas da
própria residência dos moradores de Urubici. Apenas a Secretaria de Estado de Desenvolvimento
Regional da Microrregião de São Joaquim apresentou um mero superior a 19 empregados.
Destaca-se que é um órgão do Governo Estadual e possui como área de abrangência seis
municípios
12
. Foi analisado o número médio de empregados na baixa
13
e na alta
14
temporadas
para as entidades, poder público e poder privado. As entidades e o poder público mantêm seu
número médio de postos de trabalho durante a baixa e a alta temporada, diferentemente do setor
privado que na alta temporada aumentou os postos de trabalho em 36 %, de 178 na baixa
temporada para 242 na alta temporada, no ano de 2006, conforme Gráfico 02.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
Entidades Poder blico Poder Privado
Tipo de Organizações
Empregados
Alta Temporada
Baixa Temporada
Gráfico 02 – Número médio anual de empregados por tipo de organização no ano de 2006
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
Quanto ao tempo de existência das organizações do turismo local em Urubici, 85%
ficaram concentradas no intervalo menos de 10 anos (Gráfico 03). Observa-se que os
12
Compreende os municípios de Bom Jardim da Serra, Bom Retiro, Bom Rufino, São Joaquim, Urubici e Urupema.
13
A baixa temporada para o turismo de Urubici corresponde ao período de setembro a março.
14
A alta temporada para o turismo de Urubici corresponde ao período de abril a agosto.
77
empreendimentos privados têm menos de uma década de existência e que destes, 47,50%
possuem de 1 a 5 anos de existência, 37,50% possuem entre 6 e 10 anos e apenas 15% possuem
mais de 10 anos de existência. Parece que a estrutura turística privada da destinação é recente.
Segundo Souza (2005), a preocupação de criar uma infra-estrutura para receber o turista, no
município de Urubici, iniciou-se entre os anos de 1992 e 1996, com maior intensidade depois do
ano 2000. Como pode ser percebido pela fundação da POUSERRA - Associação das Pousadas e
Hotéis de Urubici, no ano de 2001.
47,50%
37,50%
15%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
1 a 5 anos 6 a 10 anos mais de 10 anos
Tempo de existência das Organizações
Percentual
Gráfico 03 – Percentual do tempo de existência por tipo de organização
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
b.
Importância dos atores sociais para o turismo local
Entre os mais diversificados atores sociais, a cooperação pode ser considerada como
ingrediente fundamental das relações em redes (SELIN; BEASON, 1991; ALMEIDA, 2000).
Com base nesse indicador apontado pela literatura, foi investigada a importância relativa de cada
ator social para o turismo no destino turístico de Urubici/SC.
Quanto à importância dos atores sociais dos variados setores para o turismo local, a
maioria absoluta dos respondentes considerou-os de importância máxima para o turismo da
cidade. A menor média global foi atribuída ao governo (5,40 com desvio padrão de 2,13),
enquanto a maior delas foi atribuída ao setor privado (6,53 com desvio padrão de 0,98) (Tabela
02).
78
Tabela 02 – Freqüência, médias e desvio padrão dos indicadores da importância atribuída aos atores sociais do
turismo local
Tipo de Organização
Freqüência Média Desvio padrão
Governo é importante para o turismo na cidade
Entidades
Poder Público
Poder Privado
Total
3
6
40
49
5,67
6,67
5,20
5,40
1,53
0,52
2,27
2,13
Empresas turísticas são importantes para o
turismo na cidade
Entidades
Poder Público
Poder Privado
Total
3
6
40
49
7,00
7,00
6,42
6,53
0,00
0,00
1,06
0,98
Associações e sindicatos são importantes para
o turismo na cidade
Entidades
Poder Público
Poder Privado
Total
3
6
38
47
7,00
6,67
5,37
5,63
0,00
0,82
1,96
1,87
Instituições de pesquisa são importantes para o
turismo na cidade
Entidades
Poder Público
Poder Privado
Total
3
6
40
49
6,00
6,83
6,12
6,20
1,73
0,41
1,49
1,41
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
Assim, é possível suscitar que todos os setores atribuam praticamente a mesma
importância às instituições de pesquisa para o turismo do município. Entretanto, nota-se que o
poder privado perceba menor importância do governo e das associações como atores sociais
nesse segmento.
Comparando-se as médias que o setor público e o setor privado atribuíram para cada ator,
foi observado, pelo teste t de comparação entre as médias, que elas não são significantes
estatisticamente na comparação entre si (Tabela 03), que o nível de significância foi maior de
0,07.
Tabela 03 – Teste t de comparação entre as médias percebidas pelo setor público e privado.
Ator
Teste t
Governo p=0,125
Empresas Turísticas p=0,195
Associações/sindicatos p=0,867
Instituições de pesquisa/ensino p=0,257
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
4.2.2 Cooperação
A cooperação inserida em uma rede pode realizar transformações importantes nas
organizações participantes, mudando as percepções sobre competição e possibilitando considerar
79
os concorrentes como parceiros (POWELL, 1990; HOFFMANN; MOLINA, 2004), além de ser
foco para o desenvolvimento da competitividade interorganizacional (VERSCHOORE FILHO,
2003). Relacionamento com base em confiança, troca de informações e ações coletivas, são
aspectos que normalmente estão relacionados à cooperação interorganizacional (KNORRINGA;
MEYER-STAMER, 1998).
A cooperação nas redes será aqui discutida a fim de caracterizar os parceiros envolvidos,
as ações cooperativas que os atores sociais desempenham, suas relações de comunicação e
confiança, o nível de cooperação atual entre as organizações do turismo local e, por fim, a
evolução da cooperação entre eles nos últimos anos.
a.
Parceiros e ações cooperativas
Os parceiros foram entendidos como os setores vinculados ao turismo com os quais
sejam mantidas relações de cooperação efetiva. Os entrevistados foram questionados acerca da
freqüência com que ocorrem as relações de cooperação entre empresas privadas e dessas com
governos, associações/sindicatos e instituições de ensino/pesquisa.
Acerca da cooperação entre as empresas privadas do turismo local, as entidades
perceberam a maior média (6,33), enquanto o setor privado percebe uma média menor (5,20).
Todas as médias ficaram acima do ponto neutro de cooperação entre as empresas privadas do
turismo de Urubici. Em seguida, figurou a cooperação entre as empresas privadas do turismo
local e o governo, novamente o poder privado foi o que apresentou a menor média (3,97) e as
entidades a maior média (6,5). A cooperação entre os sindicatos/associações e empresas privadas
do turismo local foi percebida com maior intensidade pelo poder público (5,6), sendo que o
poder privado (3,87) tendeu à inexistência da cooperação entre estes dois atores. A cooperação
entre as instituições de pesquisa/ensino e as empresas privadas do turismo local foi percebida
com menos intensidade que as demais (4,02), principalmente pelo setor privado (3,79) e pelas
entidades (4,67). Observando estes dados (Tabela 04), diante das médias de importância
atribuídas anteriormente a cada ator social para o turismo local, observa-se que as médias de
importância ficaram concentradas nas categorias superiores de concordância (5 e 6), o que pode
ser um indicativo para a existência de uma rede organizacional em Urubici. Entretanto, a
cooperação entre os atores sociais apresentou médias concentradas na categoria 4, tendendo à
neutralidade.
80
Tabela 04 – Média e desvio padrão da cooperação percebida entre aos atores sociais do turismo local por setor
Tipo de Organização
Freqüência Média Desvio padrão
Entidades 3 6,33 0,577
Poder Público 6 5,5 0,55
Poder Privado 40 5,20 2,27
Existe cooperação entre as empresas
turísticas privadas
Total 49 5,67 1,64
Entidades 3 6,5 0,71
Poder Público 6 5,5 1,38
Poder Privado 40 3,97 1,84
Existe cooperação entre as empresas
turísticas locais e o governo
Total 49 4,28 1,87
Entidades 3 4,33 1,53
Poder Público 6 5,6 0,55
Poder Privado 38 3,87 1,70
Existe cooperação entre as empresas
turísticas locais e os
sindicatos/associações
Total 47 4,08 1,68
Entidades 3 4,67 1,15
Poder Público 6 5,4 1,34
Poder Privado 40 3,79 1,93
Existe cooperação entre as empresas
turísticas locais e as instituições de
pesquisa/ensino
Total 49 4,02 1,89
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
Além de questionados sobre os parceiros (e a fim de compreender as ações cooperativas
desenvolvidas no município de Urubici referentes ao turismo local), os entrevistados foram
questionados sobre a freqüência com que realizam ações cooperativas conjuntas (Tabela 05),
consideradas pela literatura como fonte de vantagens competitivas (PORTER, 1992;
SENGENBERGER; PYKE, 1992).
Os setores foram questionados sobre a realização de ações cooperativas. Analisando de
maneira agregada, as entidades, o setor público e o setor privado tendem a indicar pouca
realização, conforme Tabela 05. Os encontros periódicos e a divulgação conjunta são as ações
cooperativas que apresentaram as maiores médias pelas organizações do turismo local sob
estudo. Quanto às compras e vendas em conjunto, os respondentes praticamente não observam a
realização desta ação cooperativa entre os setores. Quanto aos eventos conjuntos para a atração
de turistas, o setor público é o que mais percebe a realização, apresentando média 4,00, enquanto
as entidades e o setor privado apresentaram média 2,00 e 2,95 respectivamente. Em relação aos
treinamentos conjuntos, a percepção do setor privado é a menor, indicando pouca realização
dessa ação cooperativa entre as organizações do turismo local. No que se refere à implantação
conjunta de projetos para o turismo de Urubici, as médias também são baixas, sendo as entidades
quem mais observa a realização desta ação cooperativa, apresentando média 4,00. Quanto às
decisões de longo prazo conjuntas para o turismo local, novamente o setor privado apresenta a
81
menor média (2,42 com desvio padrão 1,73), sendo que os demais setores também apresentaram
baixas médias para essa ação cooperativa.
Tabela 05 – Freqüência, médias e desvio padrão das ações cooperativas por tipo de organização
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
Quando questionados sobre como se manteve a cooperação entre a sua empresa e as
demais organizações turísticas locais, no período de 2001 a 2006 (Gráfico 04), tomando os
setores de maneira agregada, 58,33 % dos respondentes percebem que a cooperação entre sua
organização e as demais organizações turísticas locais aumentou, 29,17% dos respondentes
afirmam que essa se mantém constante e 12,5% responderam que a cooperação entre a sua e as
demais organizações turísticas locais diminuiu. Entre os respondentes, o poder privado (23) é o
que mais afirma ter aumentado a cooperação com as organizações turísticas locais, sendo que as
entidades e o poder público não responderam que a cooperação se manteve constante no período
de 2001 a 2006, indicando que a cooperação aumentou ou diminuiu.
Ações Cooperativas
Tipo de Organização Freqüência
Média Desvio padrão
Entidades 3 5,33 2,08
Poder Público 6 5,00 1,26
Encontros periódicos
Poder Privado 39 4,44 2,17
Entidades 3 5,33 1,52
Poder Público 6 5,17 0,98
Divulgação conjunta
Poder Privado 40 4,12 2,18
Entidades 3 2,00 1,73
Poder Público 6 2,20 0,84
Compras e vendas conjuntas
Poder Privado 39 1,69 1,24
Entidades 3 2,00 1,73
Poder Público 6 4,00 1,90
Eventos conjuntos
Poder Privado 39 2,95 1,83
Entidades 3 4,33 1,53
Poder Público 6 4,67 1,51
Treinamentos conjuntos
Poder Privado 39 2,79 2,04
Entidades 3 4,00 2,00
Poder Público 6 3,33 1,21
Implantação conjunta de projetos
Poder Privado 40 2,70 1,88
Entidades 3 4,66 0,58
Poder Público 6 3,33 1,37
Decisões de longo prazo conjuntas
Poder Privado 40 2,42 1,73
82
83,33
58,97
66,67
16,67
28,2
33,33
12,83
0
20
40
60
80
100
Entidades Setor Público Setor Privado
A cooperação entre a sua empresa e as demais
organizações do turismo local...
Percentual
Aumento
Constante
Diminuiu
Gráfico 04 – Percentual da cooperação entre as organizações do turismo local por setor
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
Assim, as médias da participação dos respondentes em ações cooperativas mostram-se
abaixo das médias de percepção da cooperação entre os atores do turismo e do desempenho da
cooperação no período de 2001 a 2006.
b.
Confiança
As redes interorganizacionais permitem estabelecer relações de confiança (NAKANO,
2005), que podem ser consideradas um benefício, pois possibilitam o respeito aos compromissos
assumidos entre os atores pertencentes à rede, viabilizando certo equilíbrio entre cooperação e
competição (JARILLO, 1988; POWELL, 1990; HALL, 2001).
No que diz respeito a este tópico, os respondentes foram questionados de três formas: de
maneira mais geral, se as organizações do turismo local demonstram confiança umas nas outras,
de maneira mais específica, se a pessoa respondente (enquanto gestor de uma organização)
realiza negócios apenas com base em confiança e, buscando uma compreensão longitudinal,
como se deu a evolução da confiança entre as organizações do turismo nos últimos cinco anos.
A análise agregada dos setores mostra que os respondentes observam pouca
demonstração de confiança entre as organizações do turismo local de Urubici/SC (3,98 com
desvio padrão de 1,94). A realidade identificada mostra que as entidades observam maior
demonstração de confiança entre as citadas organizações, enquanto o poder privado (3,85 com
desvio padrão de 1,97) e o poder público (4,17 com desvio padrão de 1,17) apontam média
menor de confiança demonstrada entre as organizações do turismo local (Tabela 06).
83
Quando questionadas sobre a realização de negócios apenas com base em confiança, a
média se mantém na mesma intensidade de percepção (4,54 com desvio padrão de 2,00), ou seja,
as organizações do turismo local apontam um baixo índice de realização de negócios com base
em confiança. Entretanto, o setor privado, que aponta uma baixa percepção de confiança entre as
organizações, percebe maior média quando questionado sobre a realização de negócios apenas
com base em confiança (4,88 com desvio padrão de 1,83), como descrito na Tabela 06.
Tabela 06 – Médias e desvio padrão da confiança percebida pelos setores do turismo local
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
A literatura revisada aponta que o alcance de possíveis benefícios gerados pela relação
em redes necessita de algumas condições, entre elas a confiança, indicada como base para a
formação de redes interorganizacionais (JARILLO, 1988; POWELL, 1990; AMATO NETO,
2000; HALL, 2001)
Quando questionados sobre a evolução da percepção da confiança nos setores no período
de 2001 a 2006 (Gráfico 05), os gestores poderiam apontar redução, constância ou aumento.
Inversamente ao observado nas duas questões apresentadas anteriormente sobre confiança, nesse
questionamento 64,58% dos respondentes indicam a percepção no aumento da confiança entre a
empresa e as demais organizações do turismo local, no período em estudo.
15
Organizações do Turismo Local
Tipo de Organização
Freqüência
Média Desvio padrão
Entidades 3 5,33 2,89
Poder Público 6 4,17 1,17
Poder Privado 40 3,85 1,97
As OTL
15
demonstram confiança
umas nas outras
Total 49 3,98 1,94
Entidades 3 2,00 1,73
Poder Público 5 3,40 2,30
Poder Privado 40 4,88 1,83
Faço negócios apenas com base
em confiança
Total 49 4,54 2,00
84
100 100
56,41
30,77
12,82
0
20
40
60
80
100
120
Entidades Setor Público Setor Privado
A confiança entre a sua empres e as demais
organizões tusticas...
Percentual
Aumento
Constante
Diminuiu
Gráfico 05 – Percentual da confiança entre as organizações do turismo local nos últimos 5 anos
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
c.
Comunicação
A comunicação é um fator determinante na capacidade de articulação dos componentes
das redes interorganizacionais e, conseqüentemente, para o seu desempenho (CASTELLS,
1999). Quando analisada conjuntamente a população que participou desse estudo, 54,17% dos
respondentes percebem que a comunicação da sua empresa com as demais organizações do
turismo local aumentou, no período de 2001 a 2006. A maioria das respostas ficou concentrada
na categoria aumento: responderam assim todas as entidades, 5 atores do setor público e 18 do
poder privado (Gráfico 06). Isso demonstra o aumento da comunicação entre as organizações do
turismo de Urubici, no período de 2001 a 2006, percebido pelos setores sob estudo.
100
46,15
83,33
41,02
16,67
12,83
0
20
40
60
80
100
120
Entidades Setor Público Setor Privado
A comunicação entre sua empresa e as demais
organização do turismo...
Percentual
Aumento
Constante
Diminuiu
Gráfico 06 – Percentual da comunicação entre as organizações do turismo local
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
85
É possível indicar que os setores tenderam ao aumento da comunicação entre as
organizações do turismo local. Essa tendência geral mostra também que a evolução da confiança
entre os entrevistados em ambos os setores teve comportamento semelhante à comunicação nos
últimos cinco anos. Desta forma, calculando-se a associação entre essas variáveis com o teste do
qui-quadrado, percebe-se uma associação entre confiança e comunicação (p=0,00).
A literatura indica relação entre confiança e comunicação, como base para a
potencialização das virtudes da cooperação nas relações interorganizacionais (SCHOMMER,
2001), que podem ser figuradas por ações coletivas, determinantes para o desenvolvimento da
cooperação.
Ainda que a confiança e a comunicação sejam mais percebidas, verificou-se que essas
ações, aqui entendidas como treinamentos, divulgação, compras/vendas, eventos, implantação de
projetos e decisões em longo prazo para o turismo local, em conjunto, foram realizadas com
baixas médias em ambos os setores, na população sob estudo. A literatura aponta que as
organizações que compartilham esses aspectos da cooperação a reforçam e também reforçam o
surgimento de redes interorganizacionais (SILVA, SCHROEDER, HOFFMANN, 2004).
Comparando os setores, percebe-se que o setor privado registrou menor freqüência de ações
cooperativas, ainda que identifique maiores freqüências de confiança e comunicação.
d.
Nível de cooperação
Os entrevistados perceberam a existência de cooperação entre os atores, desta forma,
foram questionados sobre a existência de um alto nível de cooperação entre as organizações do
turismo local. As médias apontam que as entidades (5,33) percebem a existência de um alto nível
de cooperação, seguidas do poder público (5,00) e, por fim, pelo poder privado (3,92) (Tabela
07).
Entretanto, quando calculado o teste t de comparação entre as médias percebidas do
poder público e do poder privado, não se aponta diferença significativa (p=0,769). Quando
analisadas as respostas apresentadas pelos setores de forma agregada, obtém-se uma média 4,14,
que indica neutralidade na existência de um alto nível de cooperação (Tabela 07).
86
Tabela 07 – Médias, freqüência e desvio padrão de nível de cooperação por tipo de organização
Tipo de Organização
Média
Freqüência
Desvio padrão
Entidades 5,33
3
1,52
Poder Público 5,00
6
1,54
Poder Privado 3,92
40
2,03
Total 4,14
49
1,97
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
Foi analisado, a partir do gráfico de box-plot, que a dispersão das respostas é mais
assimétrica no setor público pelo fato de a mediana estar no meio da caixa, com variabilidades
diferentes entre os setores, considerando os tamanhos variados das caixas (Gráfico 07).
No setor privado, 37,5% dos respondentes discordaram totalmente da existência de um
alto nível de cooperação, enquanto o mesmo percentual (37,5%) concorda totalmente com a
existência de um alto vel de cooperação entre as organizações do turismo local e 25%
indicaram neutralidade. Enquanto no setor público 50% e nas entidades 66,67% dos
respondentes concordam totalmente com a existência de um alto vel de cooperação entre os
setores.
Mediana
25%-75%
Min-Max
Entidades
Poder público
Poder privado
Tipos de organização
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Alto nível de cooperação entre as OTL
Gráfico 07 – Medianas de nível de cooperação por tipo de organização
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
Segundo a literatura revisada, a cooperação pode tornar-se uma estratégia de
competitividade (GONZALEZ, 2003). Comparando as médias referentes à percepção de um alto
nível de cooperação dos setores, não foram identificadas diferenças significativas entre estes,
quando analisada a média total (Tabela 07). Ao investigar a evolução da cooperação entre os
87
atores sociais do turismo local em Urubici no período de 2001 a 2006, 58,33 % dos respondentes
afirmam que a cooperação entre sua organização e as demais organizações turísticas locais
aumentou, 29,17% dos respondentes afirmam que essa se mantém constante e 12,5%
responderam que a cooperação entre a sua e as demais organizações turísticas locais diminuiu.
Comparando as respostas do setor privado para estas duas variáveis, é possível observar
que 37,5% percebem a existência de um alto nível de cooperação entre as organizações do
turismo de Urubici, enquanto, 47,91% dos respondentes percebem um aumento da cooperação
entre sua empresa e as demais organizações. Analisando os setores de forma agregada, 38,8%
indicam a existência de um alto nível de cooperação e 58,33% apontam o aumento da
cooperação entre as organizações do turismo de Urubici.
4.2.3 Tipologia das Relações de Redes
Considerando a neutralidade das médias encontradas para a existência de um alto nível de
cooperação e para a realização de negócios apenas com base em confiança, além da reduzida
freqüência para a existência de ações cooperativas e demonstração de confiança entre as
organizações locais do turismo, não é possível afirmar a existência de rede interorganizacional
na localidade estudada.
Embora haja indícios da noção de redes, como as altas médias de importância associadas
aos setores e as altas freqüências da evolução da confiança e comunicação entre as organizações
do turismo de Urubici, no período de 2001 a 2006, esses indícios não são suficientes para se
supor a existência de uma rede interorganizacional no turismo local.
Ainda assim, propõe-se nesta seção analisar a relação existente no turismo de Urubici, apesar
de não se configurar uma rede. Serão analisadas as relações conforme as dimensões da proposta
de Hoffmann et al. (2004), em que as variáveis são: localização, formalização, poder e
direcionalidade. A finalidade dessa análise consiste em caracterizar a relação interorganizacional
identificada com a pesquisa de acordo com essas variáveis, mesmo que não se possa afirmar a
existência da rede interorganizacional entre as organizações do turismo de Urubici.
88
a.
Localização
Em termos de localização, as redes podem estar dispersas ou aglomeradas (HOFFMANN,
et al., 2004). A proximidade física entre as organizações do turismo local foi o enfoque
direcionado para a localização, sendo considerada um aspecto determinante para desenvolver
vantagens competitivas (HOFFMANN; MOLINA-MORALES, 2004; NORDIN, 2003).
Quando analisadas as respostas, obteve-se do poder público a mais alta média de
respostas (4,88), seguido pelo poder privado (4,83) e pelas entidades (4,00), conforme Tabela 08.
Quanto à proximidade entre as organizações do turismo local, o poder privado apresentou sua
maioria de respostas mais próximas à concordância, com 60,53 % de seus respondentes
classificando números acima de 4 na escala. Em contrapartida, as respostas do setor público
revelaram uma divisão, com 50% de seus respondentes classificando números acima de 4, e 50%
classificando o número 4 na escala. Entretanto, 66,67% dos respondentes das entidades
apresentaram resposta mais próxima da discordância da proximidade entre as organizações,
classificando números no ponto neutro da escala (Tabela 08).
O poder público e o poder privado percebem que as organizações do turismo de Urubici
estão fisicamente próximas, comparando as médias desses setores. Através do teste t, é possível
observar que não se aponta associação entre os dois setores (p=0,413).
Tabela 08 – Médias, freqüência e desvio padrão da aglomeração territorial por tipo de organização
Tipo de Organização
Média
Freqüência
Desvio padrão
Entidades 4,00
3
2,00
Poder público 4,88
40
1,94
Poder privado 4,83
6
0,98
Total 4,86
49
1,92
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
De acordo com o Gráfico 08 de box-plot, as medianas, ou seja, os valores que seccionam
as distribuições em duas metades iguais, ficaram registradas pelas entidades com 4; pelo setor
público com 4,5; e pelo setor privado com 5. Considerando a alta dispersão das entidades e do
poder público, aponta-se que não há diferença significativa na percepção, com tendência a
concordância na proximidade entre as organizações do turismo local, e maior nível de
discordância entre as entidades e o poder público.
89
Mediana
25%-75%
Extremos
Entidades
Poder público
Poder privado
Tipos de organização
0
1
2
3
4
5
6
7
8
As OTL estão fisicamente próximas
Gráfico 08 – Dispersão da distribuição de freqüência da aglomeração por setor
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
Ou seja, Urubici não apresenta indícios de uma destinação aglomerada, apesar de
geograficamente as organizações estarem fisicamente próximas. Uma destinação aglomerada,
segundo a literatura revisada, poderia maximizar a possibilidade de se estabelecer relações
estratégicas que produzam vantagens competitivas (MOLINA-MORALES; HOFFMANN, 2002;
PAVLOVICH, 2003; NORDIN, 2003).
b.
Formalização
Os acordos realizados pelas organizações do turismo de Urubici, dizem respeito à
variável formalização e estas relações podem variar de um contexto de formalidade até um de
informalidade (HOFFMANN et al., 2004). A informalidade foi entendida como a existência de
acordos informais para a realização de negócios ou ações cooperativas, enquanto a formalidade
como a existência de contratos formais (HOFFMANN et al., 2004). A questão submetida à
avaliação do respondente afirmava que existiam mais acordos informais do que formais entre as
organizações do turismo local.
A literatura aponta uma ligação entre a informalidade das relações e a confiança, uma vez
que a existência de informalidade infere uma importância maior da confiança entre os atores
(EBERS; JARILLO, 1998). Contudo, entre os atores sociais do turismo de Urubici,
aparentemente a informalidade de acordos alcança índices mais altos do que a confiança. Apesar
das elevadas médias de informalidade encontradas (68,7% do total de respostas concentradas nas
categorias superiores quanto à informalidade), a maioria total dos respondentes (56,5%) registrou
90
categorias inferiores quanto à demonstração de confiança entre as organizações do turismo local.
Ainda assim, a informalidade parece consistente frente às respostas sobre a realização freqüente
de negócios apenas com base em confiança, que registrou 56,2% das manifestações dos gestores
entrevistados.
Analisando cada setor comparativamente quanto às freqüências das respostas, as
entidades apresentaram 66,7% de suas respostas na categoria 4 (neutra). Entretanto, o poder
público e o poder privado, de forma agregada, indicaram 66,7% das opiniões nas mesmas
categorias (5, 6, 7), percebendo-se alto nível de informalidade das relações e similaridade entre
as respostas neste aspecto.
Média
Desvio-padrão
Entidades
Poder público
Poder privado
Tipo de organizações
03
04
04
05
05
06
06
07
07
08
Existem mais acordos informais do que formais
Gráfico 09 – Dispersão da distribuição de freqüências da informalidade de acordos
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
Apesar de perceber médias diferentes - as entidades com 4,67 (desvio padrão de 1,15), o
poder público com 5,15 (desvio padrão de 1,31) e o poder privado com 6,17 (desvio padrão de
1,17) (Tabela 09) - não houve grande dispersão nas respostas (Gráfico 09), analisadas pelo
gráfico box-whiskers. Aplicando-se o teste t de associação das médias do setor público e do setor
privado, observa-se que não diferença significativa (p=0,111) entre a percepção desses dois
setores quanto à realização de acordos informais.
Tabela 09 – Médias, freqüência e desvio padrão de informalidade de acordos por tipo de organização
Tipo de organização
Média
Freqüência
Desvio padrão
Entidades 4,67
3
1,15
Poder público 5,15
39
1,31
Poder privado 6,17
6
1,17
Total 5,25
48
1,31
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
91
A confiança gerada entre os atores proporciona as relações de informalidade nos acordos
(HOFFMANN et al., 2004). Em Urubici, as médias de informalidade dos acordos estão acima do
ponto neutro da escala, o que indica certa tendência à informalidade nas relações
interorganizacionais. No estudo de Costa (2005), as relações entre as pequenas empresas de São
Francisco do Sul e Laguna também indicaram tendência à informalidade. Ao associar a
percepção quanto a realizar negócios apenas com base em confiança e a percepção da existência
de acordos informais, este estudo não indica associação (p=,6747). Entretanto, a literatura
entende a informalidade de acordos como uma expressão de confiança entre os atores sociais,
possibilitando redução dos custos de transação (URANI, 2002 in COCCO et al., 2002).
c.
Poder
O poder decisório que as empresas possuem nas suas articulações conjuntas é a referência
para a variável poder deste estudo. Que pode ser orbital, vinculado a um centro ao redor do qual
as demais organizações circulam; ou não-orbital, com poder semelhante para todos os atores
participantes (HOFFMANN et al., 2004).
De maneira geral, agregando os três setores, verificou-se que a maior concentração de
respostas (56,2%) ficou nas categorias de discordância, do que naquelas de concordância
(43,8%) quanto ao
mesmo poder de decisão das organizações na gestão turística em Urubici.
Média
Desvio-padrão
Entidades
Poder público
Poder privado
1
2
3
4
5
6
7
As OTL têm o mesmo poder de decisão
Gráfico 10 – Dispersão da distribuição de freqüências do poder decisório por setor
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
92
Verificou-se uma dispersão maior das respostas no setor público, seguido do setor
privado, e uma menor dispersão entre as entidades, conforme Gráfico 10. O setor privado foi o
que atribuiu as menores médias à questão da similaridade na distribuição do poder decisório
(3,67), enquanto as entidades foram as que reconheceram a maior semelhança nessa distribuição
(4,33) (Tabela 10).
Tabela 10 – Médias, freqüência e desvio padrão de poder decisório por tipo de organização
Tipo de Organização
Média
Freqüência
Desvio padrão
Entidades 4,33
3
1,15
Poder público 3,92
39
2,04
Poder privado 3,67
6
2,16
Geral 3,92
48
1,99
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
Quando comparadas as médias do setor público e do setor privado, o teste t indica que
não há diferença significativa quanto à distribuição de poder no turismo de Urubici na percepção
desses dois setores. Ou seja, o poder decisório está mais concentrado (orbital) e não semelhante
para todas as organizações do turismo de Urubici (HOFFMANN et al., 2004). Da mesma forma
foi verificada a questão do poder nas relações turísticas de São Francisco do Sul e Laguna, mais
hierárquico do que igualitário (COSTA, 2005).
d.
Direcionalidade
A direcionalidade descreve a direção das relações entre as partes e pode variar entre
verticais e horizontais. Relações verticais adotam a estratégia de especialização realizada por
empresas distintas. Relações horizontais são entendidas como aquelas entre organizações que
competem em termos de produtos e/ou mercados (HOFFMANN et al., 2004).
Apurando as respostas, de forma agregada, 51% se concentraram na concordância quanto
à premissa: “as
organizações do turismo de Urubici oferecerem o mesmo serviço coopera na gestão
turística da cidade” (Tabela 11).
93
Média
Desvio-padrão
Entidades
Poder público
Poder privado
Tipo de organizações
02
03
03
04
04
05
05
06
06
07
07
08
As OTL que oferecem o mesmo serviço
cooperam na gestão turística da cidade
Gráfico 11 – Dispersão da distribuição de freqüências das OTL que oferecem o mesmo serviço cooperam na gestão
turística
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
As entidades foram unânimes, atribuindo o maior índice (7) à cooperação na gestão
turística de Urubici pelas organizações do turismo que oferecem o mesmo serviço, enquanto o
poder público apresentou uma média intermediária (4,50), mas não muito distante da apresentada
pelo poder privado (4,20) (Tabela 13). A mediana do setor público foi superior à do setor
privado, enquanto a dispersão das respostas comportou-se de maneira idêntica (Gráfico 11).
A percepção da direcionalidade em Urubici não é significativa, quando comparadas as
médias do setor público e do setor privado, pelo teste t, que o nível de significância foi maior
que 0,07 (p=0,404).
Tabela 11 – Médias, freqüência e desvio padrão das OTL que oferecem o mesmo serviço cooperam na gestão
turística de Urubici
Tipo de Organização
Média
Freqüência
Desvio padrão
Entidades 7,00
3
0,00
Poder público 4,50
6
1,64
Poder privado 4,20
40
1,64
Total 4,41
49
1,71
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
No que se refere à média total dos setores (Tabela 11), pode-se inferir que está no ponto
neutro da escala, representando uma neutralidade ante a premissa “cooperação vertical das
organizações do turismo local que oferecem o mesmo serviço cooperam na gestão turística.” No
estudo de Costa (2005), as médias para a cooperação entre organizações que prestam o mesmo
serviço para o turismo local ficaram abaixo do ponto neutro da escala, representando baixas
94
médias para a cooperação vertical. Assim, infere-se que nas relações dos atores turísticos de
Urubici, São Francisco do Sul e Laguna, a cadeia produtiva não está organizada de maneira a
realçar a cooperação entre organizações especializadas no mesmo segmento (KNORRINGA;
MEYER-STAMER,1998).
4.3 O Recurso Cooperação nas Relações Interorganizacionais do Turismo de Urubici
Para a competitividade das organizações e das destinações turísticas, a literatura indica a
necessidade do desenvolvimento coletivo de recursos e competências, proporcionado pelas
relações em rede (SILVA, 2004), considerando que esta não evolui sem foco no recurso
cooperação (VERSCHOORE FILHO, 2003). O recurso cooperação envolve relações de
confiança, que catalisam competências locais para criar e manter a competitividade de
determinadas organizações e destinações turísticas (PORTER, 1998; LASTRES et al., 2003).
Esse recurso foi caracterizado conforme classificação de Barney (1991), podendo
apresentar as características de raridade, imperfeitamente imitável, sustentabilidade e mobilidade
para uma competitividade equivalente, temporária ou sustentável (BARNEY, 1991).
Ainda que os gestores das organizações do turismo de Urubici tenham percebido a
neutralidade quanto à cooperação entre os atores sociais, foi apontada a existência do recurso
cooperação e sua evolução tendeu ao aumento no período de 2001 a 2006. Isso pode indicar a
raridade do recurso, considerado um atributo que possibilita a interdependência entre as
organizações (BAUER, 2004).
Quanto à imitação, o recurso cooperação é entendido como um fator organizacional
(BARNEY, 1997), desenvolvido pelas relações em rede. O recurso cooperação nas relações entre
as organizações do turismo de Urubici pode ser considerado imperfeitamente imitável - mesmo
que as médias da participação dos respondentes em ações cooperativas, e da percepção da
existência de um alto nível de cooperação, tenham se mostrado baixas. Ainda assim, deve-se
levar em conta o fato de tratar-se de um recurso organizacional estratégico, com dimensões
tácitas, e socialmente complexo, podendo ser desenvolvido pelos conhecimentos e pela
aprendizagem da organização envolvida na rede (BINDER, 2003).
A literatura revisada aponta que a imitação está relacionada com a sustentabilidade do
recurso (BARNEY, 1986). Apesar de o recurso cooperação gerado pelas organizações do
turismo de Urubici poder ser imperfeitamente imitável, não é considerado sustentável, visto que
as médias da participação dos respondentes em ações cooperativas e da percepção da existência
95
de um alto nível de cooperação mostraram-se baixas, possibilitando sua substituição. Ou seja, as
organizações em rede o podem esperar a sustentabilidade do recurso se as ações cooperativas
não são desenvolvidas com certa intensidade
A mobilidade do recurso diz respeito à impossibilidade de sua transferência para a
concorrência e está relacionada à confiança entre as organizações (BARNEY, 1996). Apesar de
os entrevistados apontarem aumento da confiança no período de 2001 a 2006, a percepção de
confiança entre os atores apresentou média de 3,98, e da realização de negócios com base em
confiança apresentou média de 4,54, índice que pode ser considerado baixo. Sendo assim, é
possível indicar que o recurso cooperação gerado pelas organizações do turismo de Urubici é
passível de mobilidade para a concorrência.
Dessa forma, pode-se caracterizar o recurso cooperação por sua raridade nas relações
interorganizacionais do turismo de Urubici e por ser imperfeitamente imitável, entretanto não
pode ser considerado um recurso que gera competitividade para as organizações e/ou para a
destinação, por não apresentar todas as características (raridade, imitação, sustentabilidade e
mobilidade) da classificação de Barney (1991), proposta para este estudo. Binder (2003) afirma,
em seu estudo sobre Rede de Recursos Um Modelo Desenvolvido a partir do Caso GOL
Linhas, que para um recurso trazer vantagem competitiva, deve ser raro, imperfeitamente
imitável, sustentável e não ser passível de mobilidade para a concorrência, pois a utilidade dos
recursos detidos pela empresa reside no fato de que eles geram vantagem competitiva e
sustentam esta vantagem (BARNEY, 1991; PETERAF, 1993).
4.4 Análise dos Indicadores de Competitividade Turística de Urubici
O principal estímulo para a formação de redes interorganizacionais no turismo é a busca
por melhor posicionamento competitivo das cidades, regiões e/ou das organizações,
possibilitando o desenvolvimento da economia local ou regional (VASQUEZ- BARQUERO,
2002). Esta seção trata de verificar e apresentar os indicadores de competitividade das
organizações do turismo de local e da destinação turística Urubici, comparando-os com a
percepção dos entrevistados quanto às variações da cooperação, da confiança e da comunicação,
elementos determinantes das relações interorganizacionais em rede, em um período de cinco
anos fechados (2001 a 2006).
A competitividade do setor turístico de Urubici foi analisada, neste trabalho,
descrevendo-se os indicadores de faturamento das organizações, dos custos, do conhecimento
96
sobre o turista, do treinamento da mão de obra, do número médio de postos de trabalho, dos
salários pagos, da demanda turística, dos gastos e da permanência dos turistas na destinação
Urubici. Esses indicadores foram comparados com a percepção dos entrevistados quanto às
variações da cooperação, da comunicação e da confiança, elementos-base das relações
interorganizacionais, também no período de 2001 a 2006.
Quanto ao faturamento, a maior concentração de respostas, analisando-se os setores de
forma agregada, foi registrada na categoria “aumentou” com 60,42% dos respondentes. O setor
público foi unânime, tendo 100% das respostas nessa categoria, em que aparecem 56,4% do
setor privado, o que menos percebeu o aumento do faturamento no período em estudo (Gráfico
12).
33,33
100
56,41
66,67
30,77
12,82
0
20
40
60
80
100
120
Entidades Poderblico Poder Privado
O faturamento da sua empresa...
Percentual
Aumento
Constante
Diminuiu
Gráfico 12 – Percentual da percepção sobre a evolução do faturamento por setor
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
Para a evolução do faturamento ao longo desse período, não se encontra uma associação
entre faturamento e confiança, conforme o teste do qui-quadrado que foi maior que a
significância adotada 0,07 (p=0,299). Entretanto, existe associação entre faturamento e
comunicação (p=0,039) e entre faturamento e cooperação (p=0,016). O estudo apontou que a
cooperação entre as organizações do turismo de Urubici aumentou e que o faturamento dessas
organizações também aumentou.
O aumento do faturamento é indicado pela literatura como um dos benefícios resultantes
da cooperação interorganizacional, através de melhores desempenhos, aumento do conhecimento
e da redução de riscos e custos (SENGENBERGER; PYKE, 1992, 1992; MOLINA-MORALES;
HOFFMANN, 2002).
Quanto aos custos operacionais das empresas do turismo de Urubici, o setor blico
apresentou a mesma freqüência de respostas (50%) tanto para o aumento dos custos quanto para
97
a sua manutenção, no decorrer dos últimos cinco anos. O setor privado percebeu um aumento
neste período, conforme 61,54% das opiniões e 66,67% das entidades tenderam à manutenção
dos custos operacionais (Gráfico 13). O estudo das associações entre custos operacionais não
resultou em associações para as combinações: custos operacionais e cooperação (p=0,697),
custos operacionais e confiança (p=0,773), custos operacionais e comunicação (p=0,2607).
33,33
50
61,54
66,67
50
33,33
5,13
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Entidades Poderblico Poder Privado
O custo de sua empresa...
Percentual
Aumento
Constante
Diminuiu
Gráfico 13 – Percentual de percepção do custo por setor
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
Na literatura, o comportamento cooperativo interorganizacional é apontado como
facilitador para a geração do conhecimento, resultante de troca de experiências cumuladas, novas
informações e estímulo de idéias, entre os atores participantes (CÂNDIDO et al., 2001).
A
proximidade física propicia a troca de conhecimento, com ganhos positivos (como maior
facilidade de acesso aos recursos) e eleva a capacidade inovativa das relações
interorganizacionais (CÂNDIDO et al., 2001; MOLINA-MORALES; HOFFMANN, 2002).
Quanto ao conhecimento acerca dos turistas que visitam Urubici, verificando os setores
de forma agregada, 81,25% concentraram suas opiniões na categoria “aumentou”. O setor
privado tendeu a responder pelo aumento quanto ao conhecimento dos turistas, com 84,62% dos
respondentes indicando a categoria “aumentou”. Enquanto as entidades concentraram suas
opiniões na categoria “constante”, 66,67% dos respondentes (Gráfico 14).
Foram verificadas, na população estudada, apenas associações entre evolução do
conhecimento e cooperação (p=0,036), conhecimento e confiança (p=0,056). Enquanto para a
combinação conhecimento e comunicação não foi encontrada associação (p=0,119).
98
83,33
84,62
66,67
33,33
10,25
16,67
5,13
0
20
40
60
80
100
Entidades Poder blico Poder Privado
O conhecimento da sua empresa sobre o turista
da cidade
Percentual
Aumento
Constante
Diminuiu
Gráfico 14 – Percentual de percepção do conhecimento sobre o turista por setor
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
Quanto ao treinamento dos colaboradores das organizações do turismo de Urubici,
analisando-se de forma agregada, não houve nenhuma resposta na categoria “diminuiu”,
enquanto as categorias “aumento” e “constante” apresentaram percentuais aproximados, com
54,17% das opiniões na primeira e 45,83% na segunda (Gráfico 15). Não foram identificadas
associações, entretanto, os valores foram aproximados entre treinamento do pessoal e cooperação
(p=0,887), confiança (p=0,889) e comunicação (p=0,762).
54,17
45,83
40
42
44
46
48
50
52
54
56
Aumento Constante Diminuiu
O treinamento do pessoal da sua empresa...
Percentual
Gráfico 15 – Percentual de percepção do treinamento
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
99
Variáveis
Categorias Predominantes
A cooperação entre sua empresa e as demais organizações
turísticas locais...
Aumentou
A confiança entre sua empresa e as demais organizações
turísticas locais...
Aumentou
Característica
das relações de
rede
A comunicação da sua empresa com as demais
organizações turísticas locais...
Aumentou
O faturamento da sua empresa... Aumentou
O custo da sua empresa... Aumentou
O conhecimento da sua empresa sobre o turista da
cidade...
Aumentou
Indicadores de
competitividade
O treinamento do pessoal da sua empresa...
Aumentou
Constante
Quadro 15 Evolução das Características de Redes e Indicadores de Competitividade das Organizações do Turismo
de Urubici entre 2001 e 2006.
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
Conforme Quadro 15 é possível perceber que houve maior incidência de respostas
voltadas para o aumento das características das relações de rede interorganizacional e para os
indicadores de competitividade das organizações do turismo de Urubici entre os anos 2001 e
2006. Prevaleceu a percepção de aumento, segundo os entrevistados, na cooperação, na
confiança e na comunicação. Conforme evidenciado pela literatura, a cooperação em rede tende
ao aumento do conhecimento dos turistas e ao aumento dos lucros das organizações (HANSEN;
NOHRIA, 2004), como verificado em Urubici pelos respondentes deste estudo.
Ao analisar a competitividade para a destinação turística, pode-se verificar algumas
vantagens como: obter forças para melhor atuação da destinação no mercado, ações em
benefícios dos turistas e efeitos positivos na economia local. Estas vantagens tendem a resultar
do comportamento cooperativos entre as organizações do turismo local (SENGENBERGER;
PYKE, 1992; PORTER, 1993; FARAH JÚNIOR, 2001).
Para análise da competitividade da destinação turística de Urubici foi considerado o
fluxo, os gastos e a permanência dos turistas, bem como, os empregos gerados e os salários
pagos pelas organizações do turismo de Urubici.
Quanto ao número médio anual de postos de trabalho, a maior concentração de respostas,
63,83%, dos setores registrou constante e 43,05% registrou aumento desse número no período de
2001 a 2006 (Gráfico 16). As entidades foram unânimes, indicando a categoria constante quanto
ao número médio de postos de trabalho nas organizações do turismo de Urubici.
100
36,17
2,13
61,7
0
10
20
30
40
50
60
70
Aumento Constante Diminuiu
O número médio anual de postos de trabalho na sua
empresa...
Percentual
Gráfico 16 – Percentual de percepção do número médio anual de postos de trabalho
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
55,32
2,13
42,55
0
10
20
30
40
50
60
Aumento Constante Diminuiu
Os salários pagos pela sua empresa...
Percentual
Gráfico 17 – Percentual de percepção dos salários pagos
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
A percepção dos gestores entrevistados sobre os salários pagos pelas organizações do
turismo de Urubici evidenciou 51,06% das respostas no aumento e 44,69% na categoria
“constante” (Gráfico 17) no período de 2001 a 2006. O setor privado registrou 56,41% das
opiniões em “aumento” dos salários pagos pelas organizações do turismo local.
No que diz respeito à percepção do número de turistas, 83,33% dos respondentes
considerou aumento no período em estudo. O setor público foi unânime quanto ao aumento no
fluxo de turistas, e o setor privado registrou 84,62% de suas respostas nesta categoria (Gráfico
18). A Secretaria da Indústria, Comércio e Turismo (2007) informou a demanda turística
estimada com base no número de turistas que procuram o órgão para informações, indicando um
aumento nos anos de 2001, 2002 e 2003, entretanto nos anos de 2005 e 2006 houve uma
tendência a redução do número de turistas.
101
100
33,33
84,61
66,67
10,26
5,13
0
20
40
60
80
100
120
Entidades Poder Público Poder Privado
O número de turistas na cidade...
Percentual
Aumento
Constante
Diminuiu
Gráfico 18 – Percentual de percepção do número de turistas por setor
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
Foram identificadas associações entre o número de turistas e cooperação (p=0,002);
número de turistas e confiança (p=0,027). Entretanto, a associação entre a o número de turistas e
a comunicação não foi verificada (p=0,242).
Quanto aos gastos dos turistas, 72,92% dos respondentes tiveram suas opiniões
concentradas no aumento em relação ao período de cinco anos considerado. Analisando-se cada
um dos setores, é possível observar que o poder público foi unânime quanto ao aumento dos
gastos dos turistas e da mesma forma o setor privado, que apresentou 71,80% de suas opiniões
nesta categoria (Gráfico 19).
100
71,8
66,67
20,51
33,33
7,69
0
20
40
60
80
100
120
Entidades Poder blico Poder Privado
O gasto dos turistas na cidade...
Percentual
Aumento
Constante
Diminuiu
Gráfico 19 – Percentual de percepção do gasto dos turistas por setor
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
As associações entre gastos dos turistas e cooperação entre as organizações do turismo de
Urubici (p=0,000) e com a confiança (p=0,007), apresentaram relação forte. Enquanto a
associação entre os gastos dos turistas e a comunicação (p=0,376) não apresentou relação.
102
A permanência dos turistas em Urubici tendeu ao aumento no período de 2001 a 2006,
conforme 56,25% dos respondentes, enquanto 12,5% indicaram uma redução. No setor privado,
53,58% dos gestores apontaram um aumento na permanência dos turistas nesse período (Gráfico
20).
Não foi encontrada associação entre a permanência dos turistas e a confiança (p=0,100),
entretanto, nas relações entre a permanência dos turistas e a cooperação (p=0,011) ou a
comunicação (p=0,040), é possível verificar uma associação.
66,67
83,33
16,67
53,85
38,46
33,33
7,69
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Entidades Poder Público Poder Privado
A permanência dos turistas na cidade...
Percentual
Aumento
Constante
Diminuiu
Gráfico 20 – Percentual de percepção da permanência dos turistas por setor
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
Conforme Quadros 15 e 16, observaram-se certas tendências nos entrevistados de
perceber maior número de aumento dos indicadores de competitividade das organizações do
turismo e da destinação Urubici do que o apontado para cooperação, confiança e comunicação.
Cabe destacar que as associações apresentadas entre cooperação/ confiança / comunicação e os
indicadores da competitividade das organizações e do destino Urubici não podem ser
consideradas fortes para a população estudada, no período de 2001 a 2006.
Variáveis Categorias
A cooperação entre sua empresa e as demais organizações turísticas
locais...
Aumentou
A confiança entre sua empresa e as demais organizações turísticas
locais...
Aumentou
Característica das
relações de rede
A comunicação da sua empresa com as demais organizações turísticas
locais...
Aumentou
O número médio anual de postos de trabalho na sua empresa... Constante
Os salários pagos pela sua empresa... Aumentou
O número de turistas na cidade... Aumentou
O gasto dos turistas na cidade...
Aumentou
Indicadores de
competitividade
A permanência dos turistas na cidade...
Aumentou
Quadro 16 – Evolução das Características de Redes e Indicadores de Competitividade do Destino Urubici entre 2001
e 2006.
Fonte: elaboração própria a partir da pesquisa de campo
103
5 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS
É notório, na literatura, que a formação da estrutura em rede possui indícios na
aglomeração territorial e na capacidade de articulação de seus atores (CASTELLS, 1999), com
base em objetivos comuns e em construtos como cooperação, confiança, ações integradas,
comunicação e relações de reciprocidade (JARILLO, 1998; ANDION, 2003; PAVLOVCH,
2003), capazes de aperfeiçoar a gestão estratégia das organizações e/ou regiões tornando-as mais
competitivas. No turismo, as redes interorganizacionais são consideradas um incremento no
enlace de potencialidades individuais, para desenvolver vantagem competitiva no âmbito
coletivo da destinação.
No caso deste estudo, buscou-se analisar a destinação turística de Urubici a partir da ótica
das redes interorganizacionais e suas contribuições para a competitividade desta destinação. Para
isso, a destinação foi descrita em termos de seu espaço turístico, foram caracterizados os atores
sociais, caracterizadas as relações de rede, bem como foi caracterizado o recurso cooperação
existente na destinação turística e identificado a percepção do desempenho competitivo dos
atores turísticos e da destinação de Urubici/SC.
Como metodologia, foram empregados levantamentos de dados secundários por meio de
pesquisa bibliográfica e coleta de dados primários com questionário estruturado, através de uma
pesquisa censitária, junto a 49 atores socais do turismo local, das entidades, setor público e setor
privado. Os dados coletados foram tratados com o instrumental da estatística descritiva, usando
medidas de freqüência, dispersão e teste para comparação de médias de dois grupos
independentes.
Ao pesquisar a destinação turística e os atores sociais de Urubici e sua relação com as
atividades turísticas, é possível descrever que, em termos gerais, a maior parte dos atores sociais
que participaram da pesquisa foi proveniente do setor privado de hospedagem, com até 19
empregados e com menos de 10 anos de existência. Parece ser que a estrutura turística privada da
destinação é recente, bem como a formação da Associação de Pousadas e Hotéis de Urubici,
segundo Souza (2005) a preocupação em criar uma infra-estrutura para receber o turista, no
município de Urubici, iniciou-se entre os anos de 1992 e 1996, com maior intensidade depois do
ano 2000.
Caracterizando as relações de rede interorganizacional entre as organizações turísticas de
Urubici, percebeu-se que as médias de importância atribuídas a cada ator social para o turismo
local ficaram concentradas nos pontos superiores da escala (5 e 6), tendendo a concordância,
sendo que a maior delas foi atribuída ao setor privado. O referencial teórico consultado, ressalta
104
que os atores são citados como fatores importantes para as relações em redes (COUTINHO;
FERRAZ, 1995; MEYER-STAMER, 1998; CASAROTTO FILHO; PIRES, 1999; LINS, 2000)
e sua diversidade favorecer maior cooperação (CASAROTTO FILHO; PIRES, 1999; ENDRES,
2003). Em Urubici pode-se inferir a existência da diversidade de atores no setor turístico,
entretanto o setor turístico é apontado como o ator mais importante da destinação.
A cooperação entre os atores sociais apresentou médias concentradas no ponto 4 da
escala, tendendo à neutralidade. De modo geral a destinação Urubici pode ser caracterizada por
médias baixas de cooperação, confiança e aglomeração dos atores, com média alta de
comunicação, tendendo à informalidade dos acordos e à concentração do poder decisório. A
literatura aponta que as aglomerações tende ao desenvolvimento da cooperação entre os atores,
entretanto, não foi o que se encontrou neste estudo. Ressalta-se que a percepção ao aumento da
comunicação, no período em estudo, é um fator que pode indicar um estágio inicial para a rede
interorganizacional, conforme apontado por Brusco (1982).
Entretanto, analisando a variável cooperação, os resultados indicam neutralidade entre as
organizações do turismo local, com médias baixas para as ações cooperativas. Foi possível
apontar que, a menor freqüência de ações cooperativas entre as empresas turísticas locais foi
percebida pelos próprios componentes do setor privado, o que é evidenciado pela redução do
número de associados da Pouserra, que iniciou com 30 empresas associadas e atualmente possui
14. Em contrapartida, foi o setor que mais percebeu o aumento da confiança no período. A
cooperação inserida em uma rede pode realizar transformações importantes nas organizações
participantes, mudando as percepções sobre competição e possibilitando considerar os
concorrentes como parceiros (POWELL, 1990).
De forma agregada, os atores do turismo de Urubici perceberam a variável confiança com
médias baixas, sendo as entidades as que mais percebem a demonstração de confiança entre as
organizações. A confiança é vista pela literatura como uma condição necessária e base para a
formação de redes interorganizacionais (JARILLO, 1988; POWELL, 1990; AMATO NETO,
2000; HALL, 2001). Em contrapartida, 64,58% indicaram aumento da confiança entre as
organizações do turismo local, no período de 2001 a 2006, o que reforça a idéia de uma rede
interorganizacional em fase inicial.
Além disso, as organizações indicaram o aumento da comunicação no período em estudo.
Onde as entidades apontaram para o aumento da comunicação, enquanto o setor privado foi o
que menos percebeu o desempenho da comunicação nesse período. Como evidenciado pela
literatura, a cooperação compartilha informações gerando novas idéias e o desenvolvimento para
explorá-las (FILOS; BANAHAN, 2000). Ao associar as variáveis de confiança e comunicação
105
entre as organizações do turismo de Urubici foi possível observar uma associação, entretanto, a
média de confiança percebida entre os atores pode ser considerada baixa, com base na escala de
dez pontos.
A relação entre as organizações do turismo de Urubici não apresentou indícios suficientes
para supor a existência de uma rede interorganizacional, mesmo assim foi analisada a relação
existente entre os atores. A literatura indica que a aglomeração territorial gera o aproveitamento
das sinergias coletivas, constituindo-se em importante fonte geradora de vantagens competitivas
(LASTRES; CASSIOLATO, 2003). Em Urubici os resultados apresentam que as organizações
entrevistadas não percebem proximidade entre as organizações do turismo local, contrariamente
ao observado durante a aplicação dos questionários, ao mapa de
localização dos principais
pontos turísticos do destino (página 74) e às considerações da Secretaria Municipal da Indústria,
Comércio e Turismo de Urubici.
Conforme tipologia de Hoffmann et al. (2004), os resultados apurados nas relações do
turismo de Urubici, indicam informalidade nos acordos, considerando as médias quanto à
percepção da realização de negócios apenas com base em confiança e a existência de acordos
informais. O poder decisório é percebido como concentrado, enquanto a direcionalidade é neutra
nas relações entre os atores. A tipologia utilizada nesse estudo, foi desenvolvida e aplicada, em
um primeiro momento, na indústria de manufaturas, sendo que a aplicabilidade dessa tipologia
na destinação turística em estudo , indica que essa tem uma validade, indo além eminentemente a
transformação de produtos e condizente com aglomerações geográficas.
Ao caracterizar a cooperação existente na destinação turística de Urubici como um
recurso, verificou-se, que esta apresenta indícios de raridade e imperfeita imitabilidade.
Entretanto, não pode ser considerado sustentável e com mobilidade vulnerável. Desta forma, a
cooperação gerada pela relação entre as organizações do turismo de Urubici não pode ser
considerada um recurso que gera competitividade. Conforme definido por Barney (1991), para
que os recursos possam ser considerados estratégicos e fonte de vantagem competitiva,
necessitam estar relacionados com características (raridade, imperfeita imitabilidade,
sustentabilidade e mobilidade) que possam gerar vantagem competitiva. Segundo Gulati (1991),
as relações em rede que geram recursos como fonte de vantagem competitiva, possibilitam novos
contatos, negócios e oportunidades. Assim, a proximidade parece não estar ensejada à rede e,
desta forma, não há recursos a competitivos para as organizações.
O desempenho competitivo dos atores turísticos e da destinação Urubici foi identificado a
partir da análise de indicadores e da associação entre as médias das variáveis, bases das relações
interorganizacionais, percebidas pelos atores do turismo de Urubici. Foi possível identificar que
106
a percepção dos entrevistados tendeu mais ao aumento dos indicadores de competitividade das
organizações e da destinação, do que o apontado para cooperação, confiança e comunicação.
Quanto à competitividade das organizações, foi questionado sobre o faturamento, custos,
conhecimento sobre o turista, treinamento da mão de obra, número médio de postos de trabalho,
salários pagos, prevalecendo a percepção ao aumento no período de 2001 a 2006, pelos
respondentes. A competitividade da destinação foi analisada através da percepção dos
respondentes quanto à demanda turística, dos gastos e da permanência dos turistas e também
tendeu à percepção de aumento, segundo as organizações do turismo local. As organizações do
turismo de Urubici apontaram a tendência de aumento do número de turistas no período de 2001
a 2006, não correspondendo totalmente com os números da demanda turística apresentados pela
Secretaria Municipal da Indústria, Comércio e Turismo de Urubici (2007), que indica redução
nos anos de 2001 e 2006.
Com base na literatura, considerando o fato de Urubici apresentar uma média baixa de
aglomeração territorial, seria esperada uma percepção de diminuição dos indicadores de
competitividade. A partir da análise da evolução dos indicadores de competitividade das
organizações e da destinação, não foi possível verificar associação estatisticamente significativa
entre as variáveis cooperação, confiança e comunicação. Contrariamente ao apontado pela
literatura, que considera a cooperação, a confiança e a comunicação como fatores determinantes
para o desenvolvimento de benefício nas relações em rede.
Por fim, buscando conectar os alicerces conceituais deste trabalho, entendidos como a
cooperação, a aglomeração territorial e a competitividade da destinação turística, pôde-se
perceber que Urubici ser caracterizada com médias baixas de aglomeração, apresentando
aumento da cooperação, confiança e comunicação entre as organizações do turismo local no
período investigado de 2001 a 2006. Apesar de baixas médias, o que não permite afirmar a
existência de rede interorganizacional, mas que pode propiciar a formação da dela.
Ainda como conclusão, pode-se apontar que a destinação turística de Urubici é
aglomerada geograficamente, apesar de não ser percebida assim, e possui construtos
(cooperação, comunicação e confiança) necessários para o desenvolvimento de uma rede
interorganizacional entre os atores sociais do turismo. Contudo os dados apresentados não
possibilitam afirmar a existência de uma rede interorganizacional, o que pode ser ponderado ao
considerar Urubici como uma destinação turística recente, em desenvolvimento e pelo interesse
dos atores sociais envolvidos, na busca de informações e no empenho em cooperar.
Para o bem entender dos resultados desse trabalho, precisam ser compreendidas as
limitações às quais ele foi submetido: a diferença de respondentes entre as entidades; setor
107
público e setor privado, o que não permitiu o uso de teste estatísticos mais complexos; a
utilização dos dados agregando os setores em estudo; e a falta de indicadores oficiais quanto aos
dados do turismo, emprego, renda, para análise da competitividade da destinação e dos atores
envolvidos.
Como propostas para estudos futuros, sugerem-se trabalhos que busquem avaliar os
motivos que influenciam a relação entre os atores sociais desta destinação, comparem esta e
outras destinações turísticas. Sugere-se que sejam abordadas outras questões-chaves para a
compreensão das redes como a transferência de conhecimento e tecnologia, oportunismo e a
reputação dos atores sociais, governança e fatores que possam estar impedindo o
desenvolvimento do comportamento de cooperação, a fim de entender algumas razões que
podem maximizar as relações aqui estudadas.
Também, parece interessante que sejam trabalhados os dados separadamente, analisando
cada setor, e amostras maiores que serviriam como base para aplicação de mais testes estatísticos
multifatoriais, permitindo o tratamento com técnicas como análise fatorial (KERLINGER, 1979),
a fim de aprofundar a idéia de associação entre cooperação, aglomeração territorial e
competitividade de destinações turísticas.
108
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as “Especificidades” do Campo e o Perfil dos Gestores. Congresso Nacional das APAES.
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Federação Nacional das APAEs. Fortaleza, p. 273-278, 2001.
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BARRATTO, Magarida; REJOWSKI, Mirian (orgs.).
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SEBRAE. Avaliação de 1999 e perspectivas para o ano 2000.
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Entrevista concedida pela secretária em exercício Sra. Ana Zilli, por meio eletrônico. Urubici,
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123
APÊNDICE A: Questionário Empresas
124
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
Mestrado Acadêmico em Turismo e Hotelaria
LEVANTAMENTO DE DADOS – EMPRESAS
Caro respondente este questionário é parte da dissertação de mestrado de turismo e hotelaria das
mestrandas Ariani Neckel e Fabiela Andrighi orientadas pelo Professor Dr. Valmir Emil
Hoffmann. O trabalho tem como objetivo analisar a destinação turística de Urubici a partir da
ótica das redes interorganizacionais e suas contribuições para a competitividade desta destinação.
O pesquisador está à disposição para auxiliá-lo (a) no caso de dúvidas. Contamos com a sua
colaboração e desde já agradecemos.
1.1 Razão Social:................................................................... Nome de fantasia:...............
1.2 Segmento da empresa:
( ) 1. Hotel ( ) 2. Pousada ( ) 3. Restaurante ( ) 4. Receptivo Turístico ( ) 5. Entretenimento
1.3 Ano de fundação: .......................................
1.4 Nome e cargo da pessoa que responde o questionário: ...............................................
1.5 Escolaridade Completa: ( ) 1
o
. Grau ( ) 2
o
. Grau ( ) 3
o
. Grau ( ) Pós-graduação
1.7 Tipo de gestão: ( ) Familiar ( ) Profissional ( ) Mista
1.8 Quantos empregados a empresa possui na alta temporada? ................................
1.9 Quantos empregados a empresa possui na baixa temporada? ................................
02. Atributos e Contextos
Instrução: Marcar na escala de 1
a 7 sua concordância com as sentenças: sendo 1 para
discordância total e 7 para concordância total.
Legenda
Q Sentenças 1 2 3 4 5 6 7
E.5 Sua empresa tem acesso privilegiado a recursos - como conhecimento,
tecnologia, mão de obra entre outros – por estar localizada em Urubici.
1 2 3 4 5 6 7
H.6 Sua empresa realiza ações cooperativas com outras organizações
turísticas locais para a gestão do turismo na cidade.
1 2 3 4 5 6 7
E.1 Sua empresa utiliza conhecimentos e tecnologias desenvolvidas por
concorrentes locais.
1 2 3 4 5 6 7
E.9 Ao contratar um novo funcionário operacional, sua empresa busca dar
preferência por colaboradores que tenham alguma experiência anterior
em empresas turísticas.
1 2 3 4 5 6 7
E.10 Seus funcionários, ao deixarem a empresa, buscam outras empresas do
setor turístico para continuar as atividades profissionais.
1 2 3 4 5 6 7
E.7 Sua empresa aceita acordos de cooperação com instituições, associações,
fornecedores e competidores.
1 2 3 4 5 6 7
H.7 Existe alto nível de cooperação entre as organizações turísticas locais. 1 2 3 4 5 6 7
H.8 Existe alto nível de competição entre as organizações turísticas locais. 1 2 3 4 5 6 7
H.9 As organizações turísticas locais demonstram confiança umas nas outras 1 2 3 4 5 6 7
E.11 Existe facilidade de transferência INFORMAL de inovações e
conhecimentos entre as empresas turísticas do município.
1 2 3 4 5 6 7
E.13 Sua empresa tem acesso a canais INFORMAIS de comunicação a
respeito de temas sobre as atividades turísticas (reuniões, palestras,
conferências, apresentações, encontros festivos etc.).
1 2 3 4 5 6 7
E.21 Existe intercâmbio de informações relacionadas a produtos e serviços
entre as empresas turísticas do município.
1 2 3 4 5 6 7
125
E.22 Existe intercâmbio de informações relacionados a mercados e clientes
entre as empresas turísticas do município.
1 2 3 4 5 6 7
E.6 É fácil estabelecer relações sociais com os concorrentes. 1 2 3 4 5 6 7
H.11 As organizações turísticas locais que oferecem o mesmo serviço
competem pelo mesmo público
1 2 3 4 5 6 7
H.12 As organizações turísticas locais que oferecem o mesmo serviço
cooperam na gestão turística da cidade.
1 2 3 4 5 6 7
E.17.d
O governo é importante para o turismo da cidade. 1 2 3 4 5 6 7
E.17.b
As empresas turísticas são importantes para o turismo da cidade. 1 2 3 4 5 6 7
E.17.h
As associações e sindicatos são importantes para o turismo da cidade. 1 2 3 4 5 6 7
E.14 As instituições de pesquisa e ensino são importantes para o turismo na
cidade.
1 2 3 4 5 6 7
E.15 Serviços e apoio à pesquisa e desenvolvimento (P&D) estão disponíveis
para sua empresa por parte das instituições e associações empresariais.
1 2 3 4 5 6 7
E.16 Sua empresa utiliza os serviços de instituições de pesquisa e
desenvolvimento ao turismo.
1 2 3 4 5 6 7
H.18 Faço negócios apenas com base em confiança. 1 2 3 4 5 6 7
H.19 Existem mais acordos informais entre as organizações turísticas locais
do que formais.
1 2 3 4 5 6 7
H.20 As organizações turísticas locais estão fisicamente próximas. 1 2 3 4 5 6 7
H.21 As organizações turísticas locais têm o mesmo poder de decisão na
gestão turística.
1 2 3 4 5 6 7
H.22 Para as novas organizações turísticas locais, as chances de participação
nas decisões locais são iguais às organizações já estabelecidas.
1 2 3 4 5 6 7
H.23 Existe cooperação entre as empresas turísticas privadas. 1 2 3 4 5 6 7
H.24 Existe cooperação entre empresas turísticas privadas e o governo local. 1 2 3 4 5 6 7
H.25 Existe cooperação entre empresas turísticas privadas e
associações/sindicatos locais.
1 2 3 4 5 6 7
H.26 Existe cooperação entre empresa turísticas privadas e instituições de
ensino, pesquisa e treinamento.
1 2 3 4 5 6 7
H.27 As organizações turísticas locais fazem encontros periódicos. 1 2 3 4 5 6 7
H.28 As organizações turísticas locais promovem divulgação turística da
cidade em conjunto
1 2 3 4 5 6 7
H.29 As organizações turísticas locais fazem compras ou vendas em conjunto.
1 2 3 4 5 6 7
H.30 As organizações turísticas locais promovem eventos para atrair mais
turistas.
1 2 3 4 5 6 7
H.31 As organizações turísticas locais fazem treinamentos de seus
colaboradores em conjunto.
1 2 3 4 5 6 7
H.32 As organizações turísticas locais implantam projetos de infra-estrutura
turística em conjunto
1 2 3 4 5 6 7
H.33 As organizações turísticas locais tomam decisões de longo prazo em
conjunto.
1 2 3 4 5 6 7
H.34 As organizações turísticas locais contratam pesquisa e consultorias em
conjunto.
1 2 3 4 5 6 7
E.28 A reputação positiva de empresas da região onde sua empresa está
localizada tem um efeito positivo sobre sua empresa.
1 2 3 4 5 6 7
E.29 A reputação negativa de empresas da região onde sua empresa está
localizada tem um efeito negativo sobre sua empresa.
1 2 3 4 5 6 7
E.37 Um dos pontos fortes que sua empresa tem de estar localizada no
município de Urubici é o relacionamento existente entre as instituições e
entidades (CDL, ACIU etc.)
1 2 3 4 5 6 7
E.17.g
Existe no município de Urubici a disponibilidade de linhas de
financiamento específicas para empresas do setor turístico.
1 2 3 4 5 6 7
E.18 Existe DISPONIBILIDADE de informações institucionais de produtos e
serviços.
126
E.19 A informação institucional existente a respeito de mercados e produtos é
útil e importante.
1 2 3 4 5 6 7
Instrução: Com base nos últimos 5 anos (2001-2006), responda assinalando o que melhor
completa as frases:
H.35
A cooperação entre sua empresa e as demais organizações turísticas
locais...
Diminuiu
Constante
Aumentou
H.36
A confiança entre sua empresa e as demais organizações turísticas
locais...
Diminuiu
Constante
Aumentou
H.37
A comunicação da sua empresa com as demais organizações
turísticas locais...
Diminuiu
Constante
Aumentou
H.38
O faturamento da sua empresa... Diminuiu
Constante
Aumentou
H.39
O custo da sua empresa... Diminuiu
Constante
Aumentou
H.40
O conhecimento da sua empresa sobre o turista da cidade... Diminuiu
Constante
Aumentou
H.41
O treinamento do pessoal da sua empresa... Diminuiu
Constante
Aumentou
H.42
O número médio anual de postos de trabalho na sua empresa... Diminuiu
Constante
Aumentou
H.43
Os salários pagos pela sua empresa... Diminuiu
Constante
Aumentou
H.44
O número de turistas na cidade... Diminuiu
Constante
Aumentou
H.45
O gasto dos turistas na cidade... Diminuiu
Constante
Aumentou
H.46
A permanência dos turistas na cidade... Diminuiu
Constante
Aumentou
03. Quais são as pousadas, hotéis, restaurantes e agências de turismo com quem você mais se
relaciona?
3.1
1 2 3 4 5 6 7
3.2
1 2 3 4 5 6 7
3.3
1 2 3 4 5 6 7
3.4
1 2 3 4 5 6 7
3.5
1 2 3 4 5 6 7
04. Quais são as associações, sindicatos e instituições públicas com quem você mais se
relaciona?
4.1
1 2 3 4 5 6 7
4.2
1 2 3 4 5 6 7
4.3
1 2 3 4 5 6 7
127
APÊNDICE B: Questionário Setor Público e Entidades
128
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
Mestrado Acadêmico em Turismo e Hotelaria
LEVANTAMENTO DE DADOS – SETOR PÚBLICO E ENTIDADES
Caro respondente, este questionário é parte da dissertação de mestrado de turismo e hotelaria das
mestrandas Ariani Neckel e Fabiela Andrighi orientadas pelo Professor Dr. Valmir Emil
Hoffmann. O trabalho tem como objetivo analisar a destinação turística de Urubici a partir da
ótica das redes interorganizacionais e suas contribuições para a competitividade desta destinação.
O pesquisador está à disposição para auxilia-lo (a) no caso de dúvidas. Contamos com a sua
colaboração e desde já agradecemos.
1.3 Razão Social:...................................................................... Nome de fantasia:...............
1.4 1.2 Ano de fundação: .......................................
1.5 1.3 Nome e cargo da pessoa que responde o questionário: ...............................................
1.6 1.4 Escolaridade Completa: ( ) 1
o
. Grau ( ) 2
o
. Grau ( ) 3
o
. Grau ( ) Pós-graduação
1.7 1.5 Quantos empregados a organização possui na alta temporada? ................................
1.8 1.6 Quantos empregados a organização possui na baixa temporada? ................................
02. Atributos e Contextos
Instrução: Marcar na escala de 1
a 7 sua concordância com as sentenças: sendo 1 para
discordância total e 7 para concordância total.
Legenda
Q Sentenças 1 2 3 4 5 6 7
E.5 As empresas turísticas têm acesso privilegiado a recursos como
conhecimento, tecnologia, mão de obra entre outros por estar localizada
em Urubici.
1 2 3 4 5 6 7
H.6 A organização da qual participo realiza ações cooperativas com outras
organizações turísticas locais para a gestão do turismo na cidade.
1 2 3 4 5 6 7
E.1 A organização da qual participo utiliza conhecimentos e tecnologias
desenvolvidas por concorrentes locais.
1 2 3 4 5 6 7
E.9 Ao contratar um novo funcionário operacional, a organização da qual
participo busca dar preferência por colaboradores que tenham alguma
experiência anterior em outras organizações turísticas.
1 2 3 4 5 6 7
E.10 Os funcionários, ao deixarem a organização, buscam outras organizações
do setor turístico para continuar as atividades profissionais.
1 2 3 4 5 6 7
E.7 A organização da qual participo aceita acordos de cooperação com
instituições, associações e empresas.
1 2 3 4 5 6 7
H.7 Existe alto nível de cooperação entre as organizações turísticas locais. 1 2 3 4 5 6 7
H.8 Existe alto nível de competição entre as organizações turísticas locais. 1 2 3 4 5 6 7
H.9 As organizações turísticas locais demonstram confiança umas nas outras 1 2 3 4 5 6 7
E.11 Existe facilidade de transferência INFORMAL de inovações e
conhecimentos entre as empresas turísticas do município.
1 2 3 4 5 6 7
E.13 A organização da qual participo tem acesso a canais INFORMAIS de
comunicação a respeito de temas sobre as atividades turísticas (reuniões,
palestras, conferências, apresentações, encontros festivos etc.).
1 2 3 4 5 6 7
E.21 Existe intercâmbio de informações relacionadas a produtos e serviços
entre as empresas turísticas do município.
1 2 3 4 5 6 7
E.22 Existe intercâmbio de informações relacionados a mercados e clientes 1 2 3 4 5 6 7
129
entre as empresas turísticas do município.
E.6 É fácil estabelecer relações sociais com os concorrentes. 1 2 3 4 5 6 7
H.11 As organizações turísticas locais que oferecem o mesmo serviço
competem pelo mesmo público
1 2 3 4 5 6 7
H.12 As organizações turísticas locais que oferecem o mesmo serviço
cooperam na gestão turística da cidade.
1 2 3 4 5 6 7
E.17.d
O governo é importante para o turismo da cidade. 1 2 3 4 5 6 7
E.17.b
As empresas turísticas são importantes para o turismo da cidade. 1 2 3 4 5 6 7
E.17.h
As associações e sindicatos são importantes para o turismo da cidade. 1 2 3 4 5 6 7
E.14 As instituições de pesquisa e ensino são importantes para o turismo na
cidade.
1 2 3 4 5 6 7
E.15 A organização da qual participo disponibiliza serviços e apoio à pesquisa
e desenvolvimento (P&D) para as empresa turísticas do município.
1 2 3 4 5 6 7
E.16 A organização da qual participo utiliza os serviços de instituições de
pesquisa e desenvolvimento ao turismo.
1 2 3 4 5 6 7
H.18 A organização da qual participo faz negócios apenas com base em
confiança.
1 2 3 4 5 6 7
H.19 Existem mais acordos informais entre as organizações turísticas locais
do que formais.
1 2 3 4 5 6 7
H.20 As organizações turísticas locais estão fisicamente próximas. 1 2 3 4 5 6 7
H.21 As organizações turísticas locais têm o mesmo poder de decisão na
gestão turística.
1 2 3 4 5 6 7
H.22 Para as novas organizações turísticas locais, as chances de participação
nas decisões locais são iguais às organizações já estabelecidas.
1 2 3 4 5 6 7
H.23 Existe cooperação entre as empresas turísticas privadas. 1 2 3 4 5 6 7
H.24 Existe cooperação entre empresas turísticas privadas e o governo local. 1 2 3 4 5 6 7
H.25 Existe cooperação entre empresas turísticas privadas e
associações/sindicatos locais.
1 2 3 4 5 6 7
H.26 Existe cooperação entre empresa turísticas privadas e instituições de
ensino, pesquisa e treinamento.
1 2 3 4 5 6 7
H.27 As organizações turísticas locais fazem encontros periódicos. 1 2 3 4 5 6 7
H.28 As organizações turísticas locais promovem divulgação turística da
cidade em conjunto
1 2 3 4 5 6 7
H.29 As organizações turísticas locais fazem compras ou vendas em conjunto.
1 2 3 4 5 6 7
H.30 As organizações turísticas locais promovem eventos para atrair mais
turistas.
1 2 3 4 5 6 7
H.31 As organizações turísticas locais fazem treinamentos de seus
colaboradores em conjunto.
1 2 3 4 5 6 7
H.32 As organizações turísticas locais implantam projetos de infra-estrutura
turística em conjunto
1 2 3 4 5 6 7
H.33 As organizações turísticas locais tomam decisões de longo prazo em
conjunto.
1 2 3 4 5 6 7
H.34 As organizações turísticas locais contratam pesquisa e consultorias em
conjunto.
1 2 3 4 5 6 7
E.28 A reputação positiva de empresas do município tem um efeito positivo
sobre as demais empresas turísticas.
1 2 3 4 5 6 7
E.29 A reputação negativa de empresas do município tem um efeito negativo
sobre as demais empresas turísticas.
1 2 3 4 5 6 7
E.37 As empresas turísticas do município podem considerar como ponto forte
o relacionamento existente entre as instituições e entidades (CDL, ACIU
etc.)
1 2 3 4 5 6 7
E.17.g
Existe no município de Urubici a disponibilidade de linhas de
financiamento específicas para empresas do setor turístico.
1 2 3 4 5 6 7
E.18 Existe DISPONIBILIDADE de informações institucionais de produtos e
serviços.
1 2 3 4 5 6 7
130
E.19 A informação institucional existente a respeito de mercados e produtos é
útil e importante.
1 2 3 4 5 6 7
Instrução: Com base nos últimos 5 anos (2001-2006), responda assinalando o que melhor
completa as frases:
2.25
A cooperação entre sua instituição e as demais organizações turísticas
locais...
Diminuiu
Constante Aumentou
2.26
A confiança entre sua instituição e as demais organizações turísticas locais... Diminuiu
Constante Aumentou
2.27
A comunicação da sua instituição com as demais organizações turísticas
locais...
Diminuiu
Constante Aumentou
2.28
O faturamento das empresas turísticas locais... Diminuiu
Constante Aumentou
2.29
Os custos das empresas turísticas locais... Diminuiu
Constante Aumentou
2.30
O conhecimento da sua instituição sobre o turista da cidade... Diminuiu
Constante Aumentou
2.31
O treinamento do pessoal da sua instituição... Diminuiu
Constante Aumentou
2.32
O número médio anual de postos de trabalho na sua instituição... Diminuiu
Constante Aumentou
2.33
Os salários pagos pela sua instituição... Diminuiu
Constante Aumentou
2.34
O número de turistas na cidade... Diminuiu
Constante Aumentou
2.35
O gasto dos turistas na cidade... Diminuiu
Constante Aumentou
2.36
A permanência dos turistas na cidade... Diminuiu
Constante Aumentou
03. Quais são as pousadas, hotéis, restaurantes e agências de turismo com quem você mais se
relaciona?
3.1
1 2 3 4 5 6 7
3.2
1 2 3 4 5 6 7
3.3
1 2 3 4 5 6 7
3.4
1 2 3 4 5 6 7
3.5
1 2 3 4 5 6 7
04. Quais são as associações, sindicatos e instituições públicas com quem você mais se
relaciona?
4.1
1 2 3 4 5 6 7
4.2
1 2 3 4 5 6 7
4.3
1 2 3 4 5 6 7
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