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Pode-se dizer que a ergonomia nasceu informalmente a partir do momento
em que o homem primitivo construiu seus primeiros instrumentos para garantir sua
sobrevivência, fazendo uso apenas de sua intuição criativa e de seu bom senso.
Esta ciência tem um caráter multidisciplinar e faz uso de diversas áreas do
conhecimento, por exemplo, organização do trabalho, medicina, fisiologia e
psicologia do trabalho, psicologia cognitiva, psicologia da percepção visual,
sociologia, antropologia e antropometria, teoria da informação, engenharias,
arquitetura e urbanismo, design, comunicação social e tecnologias diversas, como a
da informática, da cibernética, da telemática, da robótica e outras, além de normas
nacionais e internacionais (GOMES FILHO, 2003).
O campo do conhecimento da ergonomia continua evoluindo em razão do
próprio progresso das diversas disciplinas de que se valem, e em função do
desenvolvimento de inúmeras experiências e aplicações práticas, realizadas em
várias partes do mundo, sobretudo nos países mais desenvolvidos, em sintonia com
os avanços educacionais e as várias tecnologias que surgem ao longo do curso
dessa ciência (GRANDJEAN 1998).
A ergonomia é considerada por alguns autores como ciência enquanto
geradora de conhecimento, para outros como tecnologia, por seu caráter aplicativo
de transformação. Atualmente esse campo tem desenvolvido estudos mais
abrangentes e conseqüentemente novos conceitos.
Apesar das divergências conceituais, alguns aspectos são comuns às várias
definições existentes como a aplicabilidade dos estudos ergonômicos, a natureza
multidisciplinar, o fundamento nas ciências e os objetos de estudo: a concepção do
trabalho e a concepção de produtos.
Uma visão mais atual mostra o significado social da ergonomia através do
conforto, da segurança, do bem-estar e da saúde, apresentando, como descreve
Vidal (2002), ênfases com características genéricas tais como: antropométricas
(alturas, comprimentos, larguras), esforços musculares (contrações musculares,
consumo de oxigênio) e psicosociológicas (a visão, audição, olfato, tato).
Os estudos ergonômicos prestam serviços à população atuando em diversas
áreas, como podem ser citadas algumas para exemplificar: o design de produto, o
design gráfico, o design de ambientes, a arquitetura e urbanismo, interfaces
recíprocas e usuários especiais. Suas contribuições podem ser sentidas na
concepção de produtos através das normas e especificações de projeto, na correção