Download PDF
ads:
Universidade do Grande Rio
“Prof. José de Souza Herdy”
Escola de Odontologia
Jacqueline Lucieri Graf
AVALIAÇÃO POR MEIO DE DENTES TRANSPARENTES
DO SELAMENTO APICAL PROMOVIDO POR TRÊS
TÉCNICAS DE OBTURAÇÃO DO SISTEMA DE CANAIS
RADICULARES
Duque de Caxias
2007
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Jacqueline Lucieri Graf
AVALIAÇÃO POR MEIO DE DENTES TRANSPARENTES DO
SELAMENTO APICAL PROMOVIDO POR TRÊS TÉCNICAS DE
OBTURAÇÃO DO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES
Dissertação apresentada
à Universidade do
Grande Rio “Prof. José de Souza Herdy”,
como requisito parcial para obtenção do
grau de Mestre em Odontologia.
Orientador: Prof. Dr. Amauri Favieri Ribeiro
Duque de Caxias
2007
ads:
CATALOGAÇÃO NA FONTE/BIBLIOTECA – UNIGRANRIO
G736a
Graf, Jaqueline Lucieri.
Avaliação por meio de dentes transparentes do selamento apical
promovido por três técnicas de obturação do sistema de canais
radiculares / Jaqueline Lucieri Graf ; orientador : Amauri Favieri Ribeiro.
Duque de Caxias, RJ, 2007.
75 p. : il. . ; 30 cm.
Dissertação (mestrado) - Universidade do Grande Rio “Prof. José de
Souza Herdy”, Escola de Odontologia, 2007
Bibliografia: f. 66-73
1. Odontologia. 2. Endodontia. 3. Obturação do canal radicular –
Instrumentação. 4.Obturação do canal radicular – Métodos.
5.
Materiais restauradores de canal radicular. 6. I
nfiltração dentária
Jacqueline Lucieri Graf
AVALIAÇÃO POR MEIO DE DENTES TRANSPARENTES DO
SELAMENTO APICAL PROMOVIDO POR TRÊS TÉCNICAS DE
OBTURAÇÃO DO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES
Dissertação apresentada
à Universidade do
Grande Rio “Prof. José de Souza Herdy”,
como requisito parcial para obtenção do
grau de Mestre em Odontologia.
Aprovado em 30 de agosto de 2007.
Banca examinadora
Prof. Dr. Mauricio Santa Cecilia
Prof. Dr. Ernani da Costa Abad
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha amada e saudosa avó Ida –
exemplo de força, sabedoria, dedicação e amor – cuja vida foi, e
para sempre será, minha fonte maior de inspiração.
“A águia, quanto mais se levanta em seu vôo, mais se
avizinha do sol; do mesmo modo, a alma, fortalecida pela confiança,
desprende-se da terra e mais se une a Deus pelo amor”
São Vicente de Paulo
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo maravilhoso dom da vida e por ter me permitido
chegar até aqui;
Aos meus queridos pais Jacques e Giovannina que desde muito
cedo ensinaram-me a reconhecer os verdadeiros valores de um
ser humano – honestidade, firmeza de caráter e respeito ao próximo
- valores estes que busco incansavelmente transmitir aos meus
filhos;
Aos meus filhos Bruno e Rafael razões da minha vida e motivação
maior, levando-me a avançar cada vez mais apesar das
dificuldades;
Ao meu querido Luiz Antônio muito mais do que companheiro, um
verdadeiro amigo, sempre presente ao longo de toda essa jornada,
encorajando-me e tornando meus dias muito mais felizes com sua
dedicação e amor;
A minha querida tia-aZélia Graf Saraiva Martins pelo incentivo e
confiança em mim depositada;
Aos estimados Profs. Drs. Rivail Antônio Sérgio Fidel e Sandra
Rivera Fidel, pela oportunidade que me deram de fazer o curso
de mestrado, e também por todo o carinho com o qual me
acolheram;
Aos meus colegas da turma de mestrado Alexandre, Katiana,
Leandro, Rosana, Rosângela e Ricardo por todos os momentos
compartilhados ao longo do curso;
Ao amigo Fernando Marques da Cunha pela confecção das
imagens fotográficas que certamente engrandeceram o
trabalho;
Aos amigos e colegas David e Cristina Rabello pela confiança
e incentivo desde o início da minha vida profissional e por terem
sido fundamentais na minha formação como especialista;
A querida amiga Carla Vieira Sodré de Holanda pela amizade,
incentivo, companheirismo e desabafos durante toda esta
trajetória;
Aos Srs. Ângelus e Marcelo do Laboratório de Pesquisa da FO-
UERJ, pela atenção e grandiosa colaboração na execução do
experimento;
A todos que, de alguma forma, contribuíram para que este sonho se
tornasse realidade.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Ao Prof. Dr. Amauri Favieri Ribeiro, meu brilhante orientador
pela sua admirável capacidade científica, amizade, carinho,
paciência, disponibilidade e seriedade que me dedicou durante toda
esta jornada, e cujo profissionalismo é um exemplo a ser seguido;
Ao Prof. Dr. Ernani da Costa Abad, mestre e amigo querido,
de uma sabedoria imensa, pelo enorme carinho, incentivo,
entusiasmo e dedicação desde o início deste trabalho, alegrando-
me sempre com seu fantástico bom-humor e simplicidade – um
ser humano da melhor qualidade.
A minha gratidão é mais extensa do que eu consigo
expressar em palavras. A vocês, meu MUITO OBRIGADO
“Primeiro, faremos as coisas mais fáceis. Em seguida, resolveremos
as difíceis. E quando tivermos vencido aquelas maiores, partiremos
para a conquista do que chamam de impossível”.
São Francisco de Assis
RESUMO
Todas as etapas que constituem um tratamento endodôntico são,
indubitavelmente, de fundamental importância. A partir de um efetivo selamento
apical, é possível impedir a entrada no interior do sistema de canais
radiculares, de fluidos teciduais oriundos do periápice, assim como a saída de
microrganismos residuais que sobreviveram ao preparo químico-mecânico e
seus produtos para os tecidos perirradiculares. Uma série de materiais
obturadores de canais radiculares vem sendo testada ao longo dos anos,
entretanto, até os dias atuais, a utilização da guta-percha associada a um
cimento endodôntico continua a ser o mais aceito e usado. O presente estudo
teve como objetivo principal, avaliar o selamento apical, proporcionado por 3
técnicas obturadoras do sistema de canais radiculares (Técnica da
Condensação lateral, Híbrida de Tagger e Schilder). Com a ajuda de um
software específico (Image Tool), foi possível mensurar as áreas de infiltração
marginal do corante utilizado, após o processo de tornar os dentes
transparentes (diafanização). Os resultados demonstraram que houve
infiltração marginal apical em todos os espécimes testados. Foi observada
diferença estatisticamente significante entre o grupo obturado pela T. da
Condensação lateral, e o grupo em que os espécimes foram obturados pela T.
Hibrída de Tagger (Q= 3,0375).
Palavras-chave: Selamento apical, dentes transparentes
ABSTRACT
All the stages that constitute an endodontic treatment are without a doubt of
fundamental importance. From an effective apical sealing, is possible to hinder
the entrance to the interior of the root canal systems from tecidual fluids
deriving from periapical area, as well as the exit of residual microrganisms and
its products that had survived from the chemical-mechanic preparation. A series
of filling root canal materials have been tested for many years, however, until
the current days, the use of guta-percha associated with an endodontic cement
continues to be the most accepted and used. The present study had as the
main objective to evaluate the apical sealing derived from (3) three filling root
canal systems (lateral Condensation Technique, Tagger hybrid Technique and
Schilder Technique). With the aid of a specific software (Image Tool), it was
possible to measure the infiltrated areas using a color stain after the process of
the teeth becoming transparent. The results had demonstrated that apical
infiltration occurred in all the tested techniques. After statistical analysis was
observed significant difference between the group filled with the Lateral
Condensation Technique and the group of the specimens that had been filled
by the Tagger Hybrid CondensationTechnique (Q = 3,0375).
Key Words: Apical seal, transparent teeth.
LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS
Tabela 1 - Valores das áreas de infiltração marginal apical observadas
nas 3 técnicas obturadoras de canais radiculares (pixels).......................................50
Gráfico 1 - Representativo dos valores das áreas de infiltração marginal apical de 3
técnicas obturadoras de canais radiculares (pixels).................................................51
Tabela 2 - Teste de Newman-Keuls com nível de significância de 5%....................52
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................01
2. REVISÃO DA LITERATURA...................................................................03
3. PROPOSIÇÃO........................................................................................39
4. MATERIAL E MÉTODOS........................................................................40
5. RESULTADOS........................................................................................50
6. DISCUSSÃO...........................................................................................56
7. CONCLUSÕES.......................................................................................66
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................67
9. ANEXOS.................................................................................................75
1
1. INTRODUÇÃO
Todas as etapas que constituem um tratamento endodôntico abertura
coronária, limpeza/ modelagem e obturação são, indubitavelmente, de
fundamental importância. A correta obturação do sistema de canais radiculares
constitui fator imprescindível para o sucesso da terapia endodôntica. De acordo
com INGLE (1956) cerca de 60% dos insucessos endodônticos são causados,
aparentemente, por uma inadequada obturação, enquanto que ALLEN (1964)
atribui mais de 90% dos fracassos a selamentos incompletos.
A complexa anatomia do sistema de canais radiculares, em especial do
terço apical, porção correspondente aos milímetros finais do canal, que se
encontra em íntima relação com as estruturas periapicais, e que abriga, além
do canal radicular principal, inúmeras ramificações, como: deltas ou foraminas
apicais, canais acessórios e secundários – evidencia a necessidade de se
obter um selamento satisfatório desta região. Deste modo, a partir de um
efetivo selamento apical, impedir-se-á a entrada, no interior do sistema de
canais, de fluidos teciduais oriundos do periápice, assim como a saída de
microrganismos residuais que sobreviveram ao preparo químico-mecânico e
seus produtos para os tecidos perirradiculares. (LUCCY et al, 1990).
Assim, uma obturação, para ser considerada satisfatória, deve oferecer,
na medida do possível, o tridimensional preenchimento, tanto do canal principal
2
quanto dos acessórios, de forma a facilitar o reparo biológico do periápice
(SCHILDER, 1967).
Para que tal objetivo seja alcançado, e frente à grande variedade de
técnicas de obturação do sistema de canais radiculares, surge um
questionamento sobre qual delas seria ideal para evitar, ou minimizar ao
máximo a infiltração apical. Na busca desta técnica, diversos estudos têm sido
realizados. Para avaliação do selamento obtido pelas inúmeras técnicas de
obturação existentes, diversos métodos têm sido propostos com o intuito de
detectar solução de continuidade entre material obturador e as paredes do
canal radicular, como: penetração de corantes, testes com isótopos radioativos,
testes de infiltração eletroquímica, de penetração bacteriana e transporte de
fluidos, sendo o uso de corantes orgânicos o método mais antigo e também o
mais difundido. (DALAT e SPANGBERG, 1994).
Baseado no que foi exposto, o objetivo deste estudo será avaliar, in vitro,
a qualidade do selamento apical, quando do emprego de três cnicas de
obturação do sistema de canais radiculares: Condensação lateral,
Condensação vertical (Técnica de SCHILDER) e Técnica HÍBRIDA de
TAGGER.
3
2. REVISÃO DA LITERATURA
___________________________________________________________________
2.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
De acordo com um estudo clássico, realizado pela Universidade de
Washington, onde foram analisados 532 tratamentos endodônticos, em 34 casos de
insucessos encontrados, 18 estavam relacionados a obturações incompletas
(aproximadamente 60%). Sendo assim, este estudo demonstrou que o
preenchimento tridimensional do sistema de canais radiculares é de fundamental
importância para a reparação biológica dos tecidos periapicais (INGLE, 1955).
DOWN e INGLE (1955) demonstraram in vitro a ocorrência de infiltração apical
em canais com obturações deficientes, utilizando para tal um isótopo radioativo.
Foram utilizados dentes anteriores humanos extraídos, os quais foram obturados
pela técnica da condensação lateral, sendo que a metade dos espécimes foi
obturada com todo o rigor de técnica, e o restante, de modo insuficiente. Após todas
as obturações terem sido concluídas, os espécimes foram impermeabilizados com
cera pegajosa (exceção do terço apical) e imersos em iodo radioativo (I -131) por
120 horas; transcorrido esse período, as amostras foram incluídas em blocos de
resina e fraturadas longitudinalmente. Em seguida, foram realizadas radiografias,
que demonstraram grande área de infiltração apical nos dentes insuficientemente
obturados, ao contrário do ocorrido naqueles com adequado preenchimento. Com
base nesse estudo, parece lícito apontar que: a infiltração observada quando
4
utilizado o iodo radioativo nos canais deficientemente obturados in vitro, é análoga
aquela ocorrida em canais incompletamente obturados in situ, onde haverá
percolação de fluidos oriundos do periápice para o interior dos mesmos.
De acordo com GROSSMAN (1974), os materiais obturadores de canais
devem apresentar as seguintes propriedades:
Ser facilmente introduzidos no canal radicular;
Obliterar o canal, tanto apical como lateralmente;
Não devem apresentar contração depois de ser inserido no canal;
Ser impermeáveis à umidade;
Ser bacteriostáticos ou pelo menos impróprios ao crescimento microbiano;
Ser radiopacos;
Não devem manchar a estrutura dentária;
Ser estéreis ou passíveis de esterilização de modo fácil e rápido;
Não devem ser irritantes aos tecidos periapicais; e devem ser de fácil remoção do
canal radicular, quando isto se fizer necessário.
Materiais para obturação do sistema de canais radiculares são de grande
importância na Endodontia. Eles atuam para prevenir completamente a
comunicação entre a cavidade oral e os tecidos periapicais. Portanto, expectativas a
respeito das propriedades físicas e biológicas dos materiais obturadores tornam sua
escolha de importância fundamental (COHEN e BURNS, 2000).
Na prática, verifica-se a quase impossibilidade de que um material preencha
todas as características desejáveis e ideais para um material obturador do sistema de
canais radiculares. O que normalmente ocorre, é a prevalência de algumas delas em
detrimento de outras. Porém, apesar de na prática não existir ainda um material que
possua apenas as características adequadas, a atividade dos pesquisadores não
5
cessa em busca do melhor material possível, para a finalidade desejada, ou seja, a
obturação tridimensional, à prova de fluidos e microrganismos, do sistema de canais
radiculares (LOPES e SIQUEIRA Jr., 2004).
Uma gama de materiais já foi proposta para a obturação endodôntica; a grande
maioria sucumbiu perante os resultados de estudos clínicos e/ ou laboratoriais. A
filosofia atual predominante na Endodontia refere-se à obturação do canal radicular
empregando-se um material lido – usualmente, guta-percha – associado a um
material plástico – o cimento endodôntico.
Com esse objetivo é que a ciência endodôntica vem realizando estudos, para
que novos materiais, técnicas e propostas de obturação do sistema de canais
radiculares venham a preencher os requisitos necessários a um efetivo selamento.
2.2. GUTA-PERCHA
A guta-percha - um polímero do isopreno (1,4 trans-poliisopreno) - foi
introduzida na Odontologia por BOWMAN em 1867. É um produto obtido da
coagulação do látex de Sapotáceas do gênero Palaquium existente, entre
outros locais, no Arquipélago Malaio.
MARTIN e SCHILDER (1973) avaliaram, in vitro, as propriedades físicas
da guta-percha, quando submetida ao calor e à condensação vertical. Os
resultados mostraram que apenas um aumento de C o correu no segmento
apical imediatamente após o canal ter sido obturado pela técnica da
condensação vertical da guta-percha aquecida, não havendo deste modo
significado clínico relevante. Quanto ao estudo volumétrico, os resultados
mostraram que houve aumento de volume da guta-percha após a mesma ter
sofrido aquecimento e ter sido condensada verticalmente. O significado clínico
6
deste achado evidencia que a técnica de obturação utilizada neste estudo
diminui a interface existente entre o material obturador e a parede dentinária,
melhorando desta forma a adaptação da obturação.
O estudo de SCHILDER et al. (1973) a respeito das propriedades
termomecânicas da guta-percha, comprovou que quando submetida ao calor e
à pressão em um sistema triaxial, ou seja, entre três paredes (semelhante ao
que ocorre no sistema de canais radiculares), a guta-percha necessitaria de
uma força clinicamente impossível de ser realizada a fim de se obter a
compressão do material. O que se entende aqui por compressão, é a
diminuição da distância intermolecular do mesmo. O que realmente ocorre com
a guta-percha no interior do canal no momento da obturação é a compactação
do material, por eliminação dos espaços normalmente existentes como
conseqüência de sua fabricação.
A guta-percha pura existe em duas formas cristalinas diferentes: alfa e
beta. A forma alfa é a naturalmente extraída da árvore. A maioria das guta-
perchas disponíveis comercialmente encontra-se na fase beta. A guta-percha
na forma alfa-cristalina é quebradiça à temperatura ambiente, tornando-se,
quando aquecida, pegajosa, aderente e com maior escoamento. Sua
temperatura de fusão é de 6C. Já a forma beta-cri stalina é estável e flexível à
temperatura ambiente. Quando aquecida, não apresenta adesividade e tem
menor escoamento do que a forma alfa. Sua temperatura de fusão é de 56°C.
A pureza da substância pode alterar o ponto de fusão (GOODMAN et al.,
1974).
FRIEDMAN et al. (1975) estudaram a composição dos cones de guta-
percha produzidos comercialmente na época. Os autores encontraram
7
aproximadamente 20% de guta-percha (matriz), 66% de óxido de zinco (filler),
11% de sulfatos de metais pesados (radiopacificadores) e 3% de ceras e
resinas (plastificadores). As porcentagens particulares de cada componente
variaram dependendo do fabricante, o que resultou em variações quanto à
fragilidade, rigidez, resistência à tração e radiopacidade dos diversos cones.
Eles concluíram então: que as diferenças nas propriedades físicas entre as
diversas marcas comerciais eram referentes às diferentes concentrações de
guta-percha e óxido de zinco.
Segundo WEINE (1976) e NGUYEN (1979), os cones de guta-percha
apresentam as seguintes vantagens e desvantagens:
Vantagens:
- Boa adaptação às paredes do canal;
- Possibilidade de plastificação através do calor e solventes químicos;
- Boa tolerância tissular;
- Adequada radiopacidade;
- Estabilidade físico-química;
- De fácil remoção caso necessário.
Desvantagens:
- Baixa rigidez;
- Baixa adesividade, daí a necessidade do uso de um cimento obturador;
- Devido a sua viscoelasticidade, pode sofrer deslocamentos por efeito da
condensação, podendo levar a sobreobturações acidentais.
SCHILDER et al. (1981) realizaram um estudo sobre as propriedades
termomecânicas da guta-percha durante a realização da técnica da
condensação vertical da guta-percha aquecida. A temperatura máxima
8
encontrada na guta-percha no corpo do canal foi de 80°C, enquanto na região
apical foi de 45°C. Isto quer dizer que a penetraçã o da fonte de calor na guta-
percha não deve ultrapassar 4 a 6 mm, para que não apresente efeitos
térmicos significantes na região periapical.
Os controles clínico-radiográficos e histológicos realizados no decorrer
dos anos têm demonstrado um ótimo grau de biocompatibilidade da guta-
percha convenientemente utilizada. Nas sobreobturações acidentais, ainda que
a guta-percha seja muito bem tolerada pelos tecidos é produzida uma irritação
local que retarda a reparação dos tecidos perirradiculares (GOLDBERG, 1982).
Após terem comprovado em um estudo prévio a atividade antibacteriana
dos cones de guta-percha, MOORER e GENET (1982), por meio de análise
microbiológica, medição de osmolaridade, microscopia, análise por difração de
RX além de microscopia eletrônica de varredura, identificaram o componente
biologicamente ativo que lentamente é liberado dos cones de guta-percha.
Esse componente é o óxido de zinco na forma de pequenas partículas sólidas,
a partir das quais íons Zn² se movimentam por hidrólise. Por meio das
observações desse estudo, os autores demonstraram que o óxido de zinco não
deve ser considerado um componente inerte, o que chama a atenção para seu
papel na odontologia.
CZONSTKOWSKY et al. (1985) avaliaram a capacidade de selamento
apical da guta-percha injetada à baixa temperatura, determinando
quantitativamente a infiltração de isótopos radioativos. Para tal, foram utilizados
63 dentes unirradiculares humanos extraídos. Após o preparo químico-
mecânico, os espécimes foram divididos em três grupos e obturados de acordo
com as seguintes técnicas: guta-percha termoplastificada injetada à baixa
9
temperatura, guta-percha termoplastificada injetada à baixa temperatura e
cimento de Grossman, e condensação lateral com cimento de Grossman. O
material obturador foi removido com brocas de Gates-Glidden, permanecendo
apenas os 3 mm apicais obturados. Após a fase de obturação, os dentes
ficaram imersos por uma semana em solução salina. Transcorrido este período,
uma solução de amido e C-14 foi injetada dentro de cada canal, e em seguida
as amostras ficaram em contato com esta solução por 7 dias em temperatura
ambiente.Em seguida, a infiltração apical foi determinada por espectometria de
líquido cintilante. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística. Os
três grupos testados mostraram muito pouca infiltração, sendo que o grupo
obturado sem cimento apresentou diferença estatística significante em relação
aos que foram obturados com cimento. Portanto, foi demonstrado por este
estudo que a guta-percha à baixa temperatura proporcionou um bom
selamento apical.
Segundo WEATHERS Jr. (1991), a guta-percha natural é um polímero
de isopreno com cadeia longa, que possui alto peso molecular, é dura e
quebradiça e está primariamente na fase alfa. Os fabricantes a tornam macia
ao misturá-la com óxido de zinco e outras substâncias em um equipamento
especial que “quebra” as longas cadeias de guta-percha em várias pequenas
cadeias, o que confere ao material uma maior flexibilidade. A guta-percha após
este processamento está predominantemente na fase beta. As quebras das
cadeias poliméricas reduzem o peso molecular, melhorando as propriedades
de fluidez, escoamento e adesão.
A guta-percha é o material sólido mais utilizado na obturação do sistema
de canais radiculares, sendo mais encontrada comercialmente na forma de
10
cones. basicamente dois tipos de cones: padronizados (calibrados) e os
auxiliares. Os cones de guta percha padronizados apresentam diâmetros e
conicidades determinados, e sua numeração vai de 15 a 140. São empregados
como cones principais, ou seja, inseridos até o comprimento de trabalho,
durante a obturação do canal radicular. os cones auxiliares possuem
conicidades o padronizadas. Eles são encontrados atualmente disponíveis
em tamanhos XF, FF, MF, F, FM, M, ML, L e XL. Uma vez que nos dias atuais,
as técnicas de instrumentação mais preconizadas são realizadas no sentido
coroa-ápice, com pré-alargamento dos terços médio e cervical, a utilização dos
cones acessórios como cone principal, tem sido bastante empregada devido à
sua maior conicidade (LOPES e SIQUEIRA Jr., 2004).
FERREIRA et al. (2005) analisaram oito marcas de cones de guta
percha disponível no mercado brasileiro: Konne, Tanari, Endopoint, Odous,
Dentsply 0.04, Dentsply 0.06, Dentsply TP e Dentsply FM. As análises foram
realizadas tanto quimicamente quanto por difração de RX, e suas composições
foram comparadas. A porção orgânica (guta-percha e ceras/ resinas) foi
separada da porção inorgânica (ZnO e BaSO4) através da dissolução em
clorofórmio. O polímero guta-percha foi precipitado com adição de acetona. A
fração inorgânica foi analisada por microanálise elementar, microanálise por
energia dispersiva de raios X (EDX) e difração por raios X. Essas análises
foram utilizadas para identificar os elementos e compostos (BaSO4 e ZnO). A
quantidade de sulfato de bário foi calculada através da porcentagem de enxofre
detectada na microanálise elementar. Todas as análises foram detectadas em
triplicata. Neste estudo foram encontrados cones que não apresentaram sulfato
de bário na composição (Konne, Tanari, Odous e Endopoint). A quantidade de
11
guta percha e óxido de zinco variaram de 15,2% a 21,6% e 69,8% a 81,9%
respectivamente. Foi detectada ainda, uma concentração exagerada de ceras/
resinas no cone Dentsply FM. O cone Dentsply TP apresentou a maior
porcentagem de guta-percha.
2.3. CIMENTO ENDODÔNTICO
A despeito de ser o material mais empregado aa atualidade para a
obturação do sistema de canais radiculares, o cone de guta-percha apresenta
propriedades desfavoráveis, como baixo escoamento e baixa adesividade, o
que exige sua complementação com um cimento obturador (GOLDBERG,
1982).
EVANS e SIMON (1986) avaliaram, através da infiltração apical de
corante, o selamento apical promovido por duas técnicas de obturação
(condensação lateral e Sistema Obtura), com ou sem cimento obturador, e com
ou sem a presença de smear layer. Os espécimes foram divididos
aleatoriamente em 8 grupos, devidamente preparados, e a mensuração em
milímetros da quantidade de corante infiltrada foi realizada com o auxílio de um
microscópio óptico; os resultados obtidos foram submetidos à análise
estatística através do método ANOVA. Os resultados mostraram que ocorreu
diferença estatisticamente significante entre os grupos obturados com e sem
cimento (em ambas as técnicas e na presença ou ausência de smear layer).
Observou-se também que um selamento apical efetivo pôde ser obtido tanto
quando se utiliza a técnica da condensação lateral, quanto da guta-percha
injetável termoplastificada (SISTEMA OBTURA), desde que um cimento
obturador tenha sido usado. As duas técnicas de obturação testadas exibiram
12
um exagerado grau de infiltração quando realizadas sem cimento, e a presença
ou ausência de smear layer não teve efeito significativo no selamento apical
sob as condições do presente estudo. Portanto, parece lícito afirmar que: o
cimento foi a única variante significativa responsável pela qualidade do
selamento apical.
SKINNER e HIMEL (1987) avaliaram a capacidade seladora da técnica de
injeção da guta-percha termoplastificada (SISTEMA OBTURA) com e sem o
uso de cimento endodôntico. E com e sem a realização de uma compactação
vertical desta guta-percha termoplastificada após ser injetada no interior do
canal. Para tal, foram utilizados 70 incisivos centrais superiores humanos
extraídos, dez dos quais serviram como controle. O restante; após o preparo
químico-mecânico foi impermeabilizado (com exceção do milímetro apical) e
dividido aleatoriamente em 4 grupos, compostos por: Grupo I: 15 dentes
obturados pelo Sistema Obtura + Condensação Vertical + Cimento; Grupo II:
15 dentes obturados pelo Sistema Obtura + Condensação Vertical, sem
cimento obturador; Grupo III: 15 dentes obturados pelo Sistema Obtura +
Cimento, sem condensação vertical; Grupo IV: 15 dentes obturados pelo
Sistema Obtura, sem condensação vertical e sem cimento. Finalizada a etapa
de obturação, as amostras foram imersas em corante fluorescente por 48
horas, em seguida. A seguir, foram feitos cortes em secções transversais
confeccionados a 1, 3, 5 e 7 mm do ápice radicular, as quais foram avaliadas
em microscópio ótico para observação da penetração de corante. Os dados
obtidos foram então submetidos à análise estatística pelo método ANOVA e
teste de Newman-Keuls. Os resultados mostraram que houve diferença
estatística significante entre os grupos obturados com e sem cimento, sendo
13
que nos grupos onde não foi utilizado o cimento obturador, observou-se um alto
índice de infiltração. Com base nos resultados obtidos, parece lícito concluir
que o cimento obturador foi a variável relevante deste estudo.
Vários estudos demonstraram a ocorrência de processos inflamatórios
persistentes após o uso de cimentos à base de óxido de zinco e eugenol.
Esses processos são geralmente atribuídos à presença de eugenol, em
particular (TRONSTAD et al., 1988; YELSILSOY et al., 1988).
Atualmente, a tendência é o emprego de cimentos que contêm hidróxido
de cálcio em sua composição. O hidróxido de cálcio foi introduzido na
Odontologia como um material para capeamento pulpar por HERRMANN em
1920. Desde então, tem sido indicado em várias situações clínicas, tais como:
curativo de demora em dentes com rizogênese incompleta, em reabsorções e
perfurações radiculares, e medicação intracanal, nos casos em que
exsudação persistente, devido às suas excelentes propriedades biológicas
(TAGGER e TAGGER, 1989). Uma característica importante do hidróxido de
cálcio é a sua excelente ação bactericida, assim como a capacidade de
indução de formação de tecido mineralizado, devido ao seu elevado pH
(alcalino).
Desse modo, os cimentos que contêm hidróxido de cálcio em sua
composição procuram associar os bons resultados biológicos proporcionados
por esta substância às propriedades físicas compatíveis com um bom material
obturador.
Usualmente empregado, para eliminar a interface existente entre os cones
de guta percha, e entre a guta percha e as paredes do canal radicular o
cimento endodôntico torna a obturação mais homogênea e reduz o risco de
14
microinfiltração do exsudato periapical para o interior do canal radicular
(LIMKANGWALMONGKOL et al., 1991). Assim, é de grande importância para o
sucesso do tratamento a escolha de um cimento que, juntamente com os cones
de guta-percha, satisfaça as propriedades físico-químicas e biológicas
desejáveis e necessárias para um correto selamento.
FIDEL (1993) avaliou as propriedades físicas dos seguintes cimentos
obturadores de canais radiculares contendo hidróxido de cálcio em suas
fórmulas: Sealer 26, CRCS, Sealapex, Apexit e um cimento experimental (PR-
Sealer). Para a realização do estudo, usou-se como guia a Especificação
número 57 para materiais obturadores endodônticos da AMERICAN DENTAL
ASSOCIATION (1983) em relação aos seguintes testes: escoamento, tempo de
trabalho, tempo de endurecimento, espessura do filme, solubilidade e
desintegração, estabilidade dimensional e radiopacidade. O teste de pH foi
baseado no método empregado por HYDE (1986), e o de adesividade foi
baseado no todo de GROSSMAN (1974), com ligeiras modificações. Os
dados obtidos foram submetidos à análise estatística com o auxílio do
programa de computador GMC-6.2 e teste de Kruskal-Wallis. De acordo com
os resultados obtidos, pode-se afirmar que: todos os cimentos estudados
apresentaram escoamento compatível com a especificação seguida; o cimento
CRCS foi o único a apresentar tempo de endurecimento de acordo com o
informado pelo fabricante. Os cimentos Fill Canal e Sealapex apresentaram
solubilidade e desintegração superior à permitida. A radiopacidade de todos os
cimentos testados apresentou-se aceitável. Os cimentos Fill Canal, Sealapex e
Apexit exibiram as piores adesividades. Todos os cimentos testados
15
apresentaram-se com o pH alcalino, não imediatamente após a espatulação
como 7 dias após seus endurecimentos.
SIQUEIRA Jr. e GARCIA FILHO (1994) analisaram o selamento apical
proporcionado por três cimentos endodônticos à base de hidróxido de cálcio:
Sealapex, Sealer 26 e CRCS. Para tal, foram utilizados 30 dentes anteriores
superiores humanos extraídos. Após o preparo químico-mecânico, os
espécimes foram impermebilizados e divididos aleatoriamente em três grupos
de dez dentes cada, os quais foram obturados pela técnica da condensação
lateral. Para cada grupo, foi utilizado um dos cimentos testados. Realizadas as
obturações, os dentes foram imersos em solução de azul de metileno a 2% por
7 dias.Transcorrido este período, os dentes foram fraturados longitudinalmente,
e as medições da extensão da infiltração do corante ao longo das obturações
foram feitas com auxílio de um microscópio ótico. Os dados obtidos foram
submetidos à análise estatística pelo teste de Tukey. Os resultados mostraram
que não houve diferença estatisticamente significante entre os três grupos
testados.
Uma característica importante que o cimento endodôntico deve apresentar
é a de ser insolúvel frente aos fluidos corpóreos. Caso contrário, a despeito do
preenchimento do canal radicular em toda sua extensão no momento da
obturação, decorrido algum tempo, haverá a solubilização do cimento
endodôntico com o conseqüente surgimento de espaços vazios, o que
comprometerá bastante o sucesso clínico da terapêutica endodôntica realizada
(FIDEL et al., 1994).
FIDEL et al. (1994) avaliaram a solubilidade e a desintegração de quatro
cimentos endodônticos que contêm hidróxido de cálcio: Sealer 26, CRCS,
16
Sealapex e Apexit. Utilizou-se a especificação número 57 da AMERICAN
DENTAL ASSOCIATION (1984). Os dados obtidos foram submetidos à análise
estatística através do teste de Kruskal-Wallis. Os resultados mostraram que os
cimentos Sealer 26 e Apexit apresentaram-se como os menos solúveis,
seguido pelo CRCS. o cimento Sealapex apresentou alto índice de
solubilidade e desintegração.
A adesão é outra propriedade físico-química desejável em um cimento
endodôntico, uma vez que o cimento é o responsável pela união entre a guta-
percha e a dentina - vale lembrar que a guta-percha apenas se adapta à
dentina, não adere a ela. (FIDEL et al., 1994).
FIDEL et al. (1994) avaliaram a capacidade de adesão de quatro cimentos
endodônticos contendo hidróxido de cálcio: Sealer 26, CRCS, Apexit e
Sealapex, utilizando Fill canal como controle. A adesão á dentina com e sem o
uso de EDTA foi medida, e os dados obtidos foram submetidos à análise
estatística pelo teste de Kriskal-Wallis. Os resultados mostraram que, nos
grupos onde foi usado EDTA, o Sealer 26 apresentou o maior grau de adesão;
no entanto, quando o EDTA não foi utilizado, CRCS foi o cimento que
apresentou maior adesividade. Quando da aplicação do agente quelante, todos
os cimentos apresentaram maior grau de adesão, com, exceção do Sealapex,
que com ou sem uso de EDTA, foi o cimento que apresentou o pior resultado.
O cimento Sealer 26 (cimento à base de resina epóxica, que possui
hidróxido de cálcio em sua composição) tem demonstrado boas propriedades
físico-químicas e biológicas como material obturador de canais radiculares
(FIDEL et al., 1994; BONETTI FILHO et al., 1995; TANOMARU FILHO et al.,
1996).
17
TANOMARU FILHO et al. (1996) avaliaram a capacidade de selamento
apical de dois cimentos endodônticos a base de hidróxido de cálcio: Sealapex e
Sealer 26, tendo como controle um cimento à base de óxido de zinco e
eugenol. Para tal, foram utilizados 30 caninos humanos extraídos, divididos
aleatoriamente em três grupos de dez espécimes cada; cada grupo foi
obturado com um dos cimentos em questão. Após a obturação, os dentes
foram imersos em solução de azul de metileno a 2% por 7 dias, e depois,
seccionados longitudinalmente para avaliação, em microscópio ótico, da
extensão da infiltração apical. Os dados obtidos, em milímetros, foram
submetidos à análise estatística de acordo com o teste de Tukey-Kramer. Os
resultados apontaram o Sealer 26 como o melhor cimento quanto à capacidade
de vedamento apical, com diferença estatística significante quando comparado
aos outros dois cimentos avaliados.
VALERA et al. (1998) avaliaram o selamento apical de canais radiculares
obturados com os cimentos endodônticos; Sealapex, Apexit, Sealer 26 e Ketac
Endo. Foram utilizados 136 dentes unirradiculares humanos extraídos, que
foram divididos aleatoriamente em 8 grupos de 17 espécimes cada, de acordo
com o cimento a ser empregado (cada cimento obturou dois grupos
experimentais). Após o preparo químico-mecânico, os espécimes foram
impermeabilizados (com exceção do milímetro apical) e em seguida, obturados
pela técnica da condensação lateral e os cimentos testados. Metade das
amostras, imediatamente após as obturações concluídas, foram imersas em
solução de azul de metileno a 2% por 7 dias, e a outra metade foi imersa na
referida solução após 6 meses de armazenamento em plasma sanguíneo
humano. Os dentes foram seccionados longitudinalmente, e a infiltração apical
18
foi mensurada com auxílio de um estereomicroscópio. Os dados obtidos foram
submetidos à análise estatística. Os resultados mostraram que nos dois
períodos de avaliação, as infiltrações observadas com os cimentos Sealapex e
Sealer 26 foram estatisticamente iguais entre si e menores do que as
verificadas com os cimentos Apexit e Ketac Endo. Esses dois últimos cimentos,
nos dois períodos de avaliação, mostraram infiltrações estatisticamente iguais
entre si. Vale ressaltar que o fator tempo aumentou significantemente a
magnitude das infiltrações, independente do fator cimento.
A capacidade de adesão do cimento à dentina permite eliminar qualquer
espaço que permita percolação de fluidos entre a obturação e as paredes
dentinárias, além de ser a propriedade que permitirá que haja resistência ao
deslocamento da obturação, durante qualquer manipulação subseqüente, como
por exemplo, o preparo do espaço radicular para colocação de núcleos
fundidos (TAGGER et al., 2002).
A capacidade de adesão de nove cimentos endodônticos à dentina
também foi avaliada por TAGGER et al. (2002): Roth Root Canal Cement,
CRCS, Pulp Canal Sealer, AH 26, Sealer 26, Sealapex, Apexit, Ketac Endo
Aplicap, Ketac Cem Aplicap. Os autores propuseram-se nesse desse estudo,
desenvolver um protocolo de avaliação efetivo, rápido e reproduzível. Após
cortar 2 mm da coroa de terceiros molares humanos extraídos, a superfície
dentinária exposta funcionou como área de teste. As amostras foram ensaiadas
em uma máquina Instron. As forças adesivas variaram de 0 a 4.9 Mpa. Os
dados obtidos foram submetidos à análise estatística pelo método ANOVA. Os
resultados mostraram que os cimentos Sealapex e Roth apresentaram uma
adesividade à dentina tão baixa que nem pôde ser medida. Os cimentos
19
CRCS, Apexit, Pulp Canal Sealer, Ketac Endo (Cem e Aplicap) não
apresentaram diferenças estatisticamente significantes. os cimentos AH26 e
Sealer 26 apresentaram diferença estatisticamente significante, sendo que o
Sealer 26 mostrou ser o cimento com maior capacidade de adesão à dentina,
seguido do AH 26.
TANOMARU FILHO et al. (2004) avaliaram o selamento apical
proporcionado por quatro cimentos endodônticos: Sealapex, Sealer 26, Endo
Fill e Roeko Seal. Para tal, foram utilizados 52 caninos humanos superiores
extraídos. Após o preparo químico-mecânico, os dentes foram divididos
aleatoriamente em quatro grupos de 12 espécimes cada. Realizada a
impermeabilização da superfície dentária externa, os canais foram obturados
utilizando-se a técnica da condensação lateral, sendo que cada grupo foi
obturado utilizando-se um dos cimentos testados. Após imersão em solução de
azul de metileno a 2% , sob vácuo, por 48 h, os dentes foram fraturados
longitudinalmente para análise da infiltração apical. Os dados obtidos foram
submetidos à análise estatística pelo teste de Kruskall-Wallis. Os resultados
demonstraram que os cimentos Sealer 26, Sealapex e Roeko Seal
proporcionaram selamento apical semelhante entre si, e uma melhor
capacidade seladora quando comparados ao cimento à base de óxido de zinco
e eugenol (Endo Fill).
VALERA et al. (2004) avaliaram a biocompatibilidade dos cimentos
endodônticos Sealapex, Apexit, Sealer 26 e Ketac Endo. Para isto, tubos de
polietileno preenchidos com os quatro tipos de cimentos endodônticos foram
implantados no tecido conjuntivo subcutâneo de 40 ratos. Os animais foram
sacrificados após 14 e 90 dias. Primeiramente foi realizada a análise descritiva
20
das reações encontradas no tecido conjuntivo em contato com os cimentos. A
magnitude do infiltrado inflamatório, a presença e predominância de tipos
celulares e sua distribuição com relação ao cimento empregado, os fenômenos
reparativos, tais como proliferação angioblástica e fibroblástica e formação de
cápsula fibrosa, também foram subjetivamente quantificados. Os dados obtidos
foram submetidos à análise estatística pelo método de Kruskal-Wallis, e os
resultados mostraram que todos os cimentos apresentaram após 90 dias
redução de reação inflamatória, formação de cápsula fibrosa em contato com a
abertura do tubo que continha o material de preenchimento e redução na
proliferação fibroblástica. A proliferação angioblástica estava reduzida somente
no grupo dos cimentos Sealer 26 e Ketac Endo. Todos os cimentos foram
parcialmente ou totalmente fagocitados e a menor resposta inflamatória foi
encontrada no grupo do cimento Sealer 26 em ambos os períodos de
avaliação.
2.4. TÉCNICAS DE OBTURAÇÃO
Entre as técnicas de obturação existentes, a Condensação Lateral,
concebida por CALLAHAN (1914), tem sido o método de obturação do sistema
de canais radiculares, mais utilizado nos últimos anos. É também utilizada
como técnica padrão, para comparação com outras técnicas de obturação de
canais radiculares.
SCHILDER (1967) apontou como desvantagem da técnica da
Condensação Lateral o fato de que, quando da sua utilização, em nenhum
momento consegue-se obter uma massa obturadora homogênea, uma vez que
o resultado final consiste, em uma quantidade de cones de guta-percha
21
pressionados uns contra os outros, e unidos somente pelo cimento
endodôntico. Portanto, no intuito de se obter uma maior homogeinidade,
densidade e um tridimensional preenchimento do sistema de canais
radiculares, sobretudo em sua porção apical, SCHILDER, em 1967, introduziu
a Técnica da Condensação vertical da guta-percha aquecida. Segundo este
autor, nenhuma outra técnica permite o selamento de canais acessórios,
laterais e foraminas apicais com tanta freqüência quanto esta.
McSPADDEN (1980) introduziu a técnica da termocompactação da guta-
percha, visando a plastificação pelo calor e a condensação do material
obturador, por intermédio de um instrumento semelhante a uma lima Hedströen
invertida, montado em contra-ângulo. Girando em sentido horário, o
compactador plastifica por fricção e condensa lateral e verticalmente a guta-
percha amolecida.
BROTHMAN (1981) comparou, in vitro, a eficácia de duas técnicas de
obturação: condensação lateral e técnica de SCHILDER. Para tal, foram
utilizados 50 primeiros pré-molares superiores, os quais foram instrumentados
e obturados por essas técnicas (50 raízes para cada técnica). Uma vez
concluídas as obturações, as amostras foram radiografadas e avaliadas de
acordo com: extensão da obturação, número e localização de canais laterais
obturados e densidade radiográfica das obturações. A seguir, foram feitas
secções transversais nos terços apical, médio e cervical, de cada uma das
raízes, para a análise da interface existente entre material obturador/ parede
dentinária. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística. Os
resultados mostraram que, na análise radiográfica, a técnica de SCHILDER
produziu uma obturação mais densa e mostrou perto do dobro de canais
22
laterais e acessórios obturados quando comparada à condensação lateral.
na análise microscópica, o terço apical foi igualmente bem obturado pelas duas
técnicas, não havendo diferenças estatísticas significantes.
WONG et al. (1981) compararam, utilizando um canal radicular artificial,
a capacidade de replicação, mudanças volumétricas e tempo requerido quando
da realização de três técnicas de obturação: condensação lateral, técnica de
SCHILDER e técnica de MCSPADDEN. No total, 48 obturações foram feitas.
Os resultados mostraram que a mudança volumétrica ocorrida no período de
tempo avaliado (14 dias) não mostrou diferença estatística significante entre as
três cnicas. A capacidade de replicação apresentada pela técnica de
MCSPADDEN foi estatisticamente superior àquela apresentada pela técnica da
condensação lateral, porém inferior à observada na técnica de SCHILDER. Em
relação ao tempo despendido para realização das obturações, a técnica de
MCSPADDEN mostrou-se significantemente mais rápida do que as outras duas
técnicas.
Baseados nos prós e contras da técnica de MCSPADDEN, TAGGER et
al. (1984) propuseram a realização da condensação lateral ativa ao nível do
terço apical, antes da condensação termo-mecânica a chamada “TÉCNICA
HÍBRIDA de TAGGER”. Dessa forma, presumidamente se impediria
sobreobturações, uma vez que o terço apical condensado agiria com uma
“barreira” para prevenir que a guta-percha termoplastificada fosse deslocada
além do forame apical. Assim, em 1984 TAGGER et al. avaliaram o selamento
apical proporcionado pela nova técnica proposta. Os canais radiculares de 40
dentes extraídos, após o preparo químico-mecânico, foram divididos em dois
grupos iguais. Em um grupo foi utilizada a técnica da condensação lateral, e no
23
outro, a técnica híbrida. Um cimento obturador foi utilizado em ambas as
técnicas. Finda a etapa de obturação, os dentes foram impermeabilizados (com
exceção dos 4 mm apicais), e imersos em Procion de verde brilhante a 1% por
dois dias. A seguir, os espécimes foram diafanizados e analisados com auxílio
de um estereomicroscópio, a fim de medir a profundidade de penetração do
corante no interior das obturações. Os dados obtidos foram submetidos à
análise estatística pelo teste de Mann-Whitney. Os resultados mostraram que a
infiltração apical observada nas raízes obturadas pela técnica híbrida foi
significativamente menor do que àquela observada nas amostras obturadas
pela condensação lateral, sendo essa diferença estatisticamente relevante.
HOPKINS et al. (1986) compararam, utilizando Ca45, o selamento apical
proporcionado pelas técnicas da condensação lateral com o uso de cimento
obturador, técnica de MCSPADDEN com cimento e técnica de MCSPADDEN
sem cimento. Para tal, 34 dentes unirradiculares humanos extraídos foram
instrumentados e aleatoriamente divididos em 3 grupos, de acordo com a
técnica de obturação estudada. Finda a etapa de obturação, as amostras foram
armazenadas em meio úmido por 7 dias. Transcorrido este período, os dentes
foram impermeabilizados (com exceção dos 2 mm apicais) e imersos em
solução de Ca45 por 48 horas. Radiografias foram feitas para que as
infiltrações das diferentes técnicas obturadoras pudessem ser comparadas. Os
dados obtidos foram submetidos à análise estatística pelos métodos ANOVA e
Duncan. Os resultados revelaram que a técnica da condensação lateral com
cimento promoveu um melhor selamento quando comparada às outras duas
técnicas estudadas, sendo esta diferença estatisticamente significante. Não
24
houve diferença estatística relevante entre as técnicas de MCSPADDEN com e
sem uso de cimento.
BRAMANTE et al. (1989) analisaram comparativamente as técnicas da
condensação lateral (realizada com pontas de Rhein, espaçadores digitais e
limas tipo Kerr), MCSPADDEN, HÍBRIDA de TAGGER, SCHILDER e SISTEMA
ULTRAFILL, com relação a quatro variáveis: tempo consumido, extrusão apical
de material obturador, infiltração marginal e uniformidade da obturação nos
terços cervical, médio e apical. Para tal, foram utilizados 70 caninos superiores
humanos extraídos, os quais após o preparo químico-mecânico, foram
divididos aleatoriamente em sete grupos. Para todas as cnicas, foi utilizado
um cimento à base de óxido de zinco e eugenol. Concluídas as obturações, os
dentes foram imersos em uma solução de azul de metileno a 2% por 7 dias. A
seguir, os dentes foram fraturados longitudinalmente. Tanto a extensão da
infiltração do corante quanto à uniformidade das obturações foram avaliadas
com auxílio de um microscópio ótico. Os dados obtidos foram submetidos à
análise estatística pelos testes de Tukey e Kruskal-Wallis. Os resultados
mostraram que a técnica da condensação lateral que empregou a lima tipo Kerr
e a Técnica HÍBRIDA de TAGGER apresentaram melhor desempenho geral. A
técnica do SISTEMA ULTRAFIL, embora tenha sido aquela que necessitou de
menor tempo para ser executada, apresentou uma acentuada infiltração
marginal e características deficientes da obturação.
KUGA et al. (1989) avaliaram a variação do limite apical de obturação
através de radiografias tomadas na fase da prova do cone e após a obturação
concluída. Para tal, 30 caninos humanos extraídos tiveram seus canais
radiculares preparados e em seguida, foram divididos aleatoriamente em três
25
grupos de dez elementos cada, os quais foram obturados, pelas seguintes
técnicas: Condensação lateral, HÍBRIDA de TAGGER e NGUYEN. Para todas
as técnicas, foi utilizado um cimento à base de óxido de zinco e eugenol. Os
dados obtidos da diferença antes e após a obturação dos canais radiculares
corresponderam ao valor da alteração do limite apical gerado pelas técnicas
testadas. Esses dados foram submetidos ao teste estatístico de Kruskal-Wallis.
Os resultados mostraram que não houve diferença estatística significante entre
as técnicas em relação à constância do limite apical de obturação, embora
todas promovam deslocamentos perceptíveis deste limite.
GREENE et al. (1990) compararam o selamento apical obtido por quatro
técnicas de obturação: CANAL FINDER SYSTEM, Condensação lateral,
ULTRAFILL, SYSTEM B e técnica de SCHILDER. Foram utilizados 42 dentes
anteriores humanos extraídos, 10 dos quais serviram como controle positivo e
negativo. O restante foi dividido aleatoriamente em 4 grupos, de acordo com as
técnicas testadas. Após a etapa da etapa de obturação, as amostras foram
mantidas em meio úmido à 37°C por uma semana. A seg uir, o milímetro apical
de cada espécime foi removido, gradualmente até o momento que pudesse ser
visualizada a guta-percha, aplicando-se em seguida uma camada de Dycal
sobre cada ápice. As amostras foram então impermeabilizadas e imersas em
solução de azul de metileno a 0,25% por 7 dias. Transcorrido este período, a
penetração do corante foi mensurada com auxílio de um microscópio ótico. Os
dados obtidos, em milímetros, foram submetidos à análise estatística pelo
método ANOVA. Os resultados mostraram que não houve diferença estatística
significante entre as quatro técnicas avaliadas.
26
AMDITIS et al. (1992) avaliaram a adaptação do material obturador às
paredes do canal e também o selamento apical obtido por quatro técnicas de
obturação: Condensação lateral, MCSPADDEN, técnica ultra-sônica e guta-
percha injetável (ULTRAFILL), através de três métodos de avaliação: método
eletroquímico, penetração linear de corante e avaliação radiográfica. Quarenta
dentes humanos extraídos foram aleatoriamente divididos em 4 grupos. Uma
vez concluída a etapa de obturação, as amostras foram radiografadas e
impermeabilizadas (com exceção do milímetro apical), permanecendo por 24
horas em solução salina. Em seguida, foram avaliados pelos três métodos
propostos. Durante 30 dias, os espécimes foram submetidos à avaliação
através do método de infiltração eletroquímica, no qual foi utilizado o protocolo
descrito por JACOBSON E VON FRAUNHOFER. Imediatamente após esse
período de 30 dias, os dentes foram testados pela infiltração de corante, sendo,
para isso, imersos em uma solução de azul de metileno a 2% por 48 horas, e
em seguida, seccionados longitudinalmente. A seguir, a quantidade de
penetração de corante foi avaliada sob visão direta e mensurada. Para que se
pudesse realizar a avaliação radiográfica, as radiografias processadas foram
observadas com aumento de 2X, e analisadas utilizando-se dois parâmetros
clínicos relevantes: a adaptação da massa obturadora às paredes do canal e o
comprimento da obturação. Apenas os dados obtidos pela avaliação
radiográfica foram submetidos à análise estatística. Com base nos resultados
obtidos, eles concluíram que quando do uso do método eletroquímico,
diferenças entre as técnicas foram relativamente pequenas, embora a técnica
da Condensação lateral tenha exibido índices menores de infiltração. em
relação à penetração linear de corante, a prévia exposição das amostras à
27
solução eletrolítica parece ter causado solubilização parcial do cimento
obturador, prejudicando desta forma os resultados. Quanto à avaliação
radiográfica, as técnicas da condensação lateral e ultra-sônica mostraram-se
superiores no que diz respeito ao controle do comprimento da obturação,
sendo essa diferença estatisticamente significante. Diferenças entre as
técnicas com relação à adaptação da obturação às paredes do canal foram
pequenas.
PESCE et al. (1995) compararam a qualidade do selamento apical
promovido por três técnicas de obturação: MCSPADDEN original e modificada
e Condensação lateral. Para tal, foram utilizados 30 incisivos centrais
superiores humanos extraídos. Após o preparo químico-mecânico, os dentes
foram divididos em três grupos de 10 espécimes cada, de acordo com as
técnicas de obturação. Após serem impermeabilizados, os dentes foram
imersos em solução de azul de metileno a 0,5% por 72 horas. As medições da
extensão longitudinal de infiltração do corante (em mm) foram realizadas com
auxílio de um microscópio ótico, e os dados obtidos foram submetidos à análise
estatística pelo teste de Kruskal-Wallis. Os resultados mostraram que a técnica
da Condensação lateral e a técnica de MCSPADDEN modificada não exibiram,
entre si, diferenças estatisticamente significantes quanto ao selamento apical,
enquanto que a cnica de MCSPADDEN original forneceu índices de
penetração do corante, significativamente superiores.
FREITAS et al. (1996) realizaram um estudo comparativo da capacidade
de selamento apical proporcionado pelas técnicas da Condensação lateral,
HÍBRIDA de TAGGER, original e HÍBRIDA de TAGGER modificada. Foram
utilizados 36 incisivos inferiores humanos extraídos, os quais após o preparo
28
químico-mecânico, foram impermeabilizados (com exceção dos milímetros
apicais) e aleatoriamente divididos em 3 grupos de 12 dentes cada, de acordo
com as técnicas de obturação. Concluída a fase de obturação, as amostras
foram imersas em solução de azul de metileno a 2% por 7 dias. Em seguida, os
espécimes foram fraturados longitudinalmente e a leitura da infiltração foi
realizada com o auxílio de um microscópio ótico. Os resultados obtidos foram
submetidos à análise estatística pelos testes de Kruskal-Wallis e Miler. Os
resultados mostraram que a técnica da Condensação lateral apresentou um
maior grau de infiltração apical quando comparada às técnicas híbridas, sendo
essa diferença estatisticamente significante. Não houve diferença estatística
relevante entre as duas técnicas híbridas.
ALVARES et al. (2000) avaliaram a capacidade de preenchimento de
ramificações do canal principal, bem como a área de istmo, de duas técnicas
de obturação: condensação lateral e condensação vertical da guta-percha
aquecida (SYSTEM B + OBTURA II). Para tal, foram utilizados 26 molares
inferiores humanos extraídos, os quais após o preparo químico-mecânico,
foram aleatoriamente divididos em dois grupos, de acordo com as técnicas
testadas. Finda a etapa de obturação, as amostras foram diafanizadas, e a
análise do preenchimento dos canais laterais e áreas de istmo foi realizada
com auxílio de uma lupa estereoscópica (aumento de 2X). Com base nos
resultados obtidos, pode-se concluir que a técnica do SYSTEM B + OBTURA II
foi superior à Condensação lateral sob as condições deste experimento.
SILVA NETO et al. (2001) avaliaram a infiltração apical promovida pelas
técnicas HÍBRIDA de TAGGER e condensação vertical da guta-percha
aquecida (SYSTEM B). Foram utilizadas 32 raízes de caninos humanos
29
extraídos, divididos em dois grupos de 15 espécimes cada, de acordo com as
técnicas testadas. Finda a etapa de obturação, as amostras foram imersas em
solução de azul de metileno a 2% por 72 horas. A seguir, as raízes foram
fraturadas longitudinalmente para que a quantidade de corante infiltrado fosse
mensurada. Os dados obtidos (em mm) foram submetidos à análise estatística
pelo teste de Student. De acordo com os resultados, pôde-se concluir que a
capacidade de selamento apical proporcionada pela técnica do SYSTEM B foi
superior àquela apresentada pela técnica HÍBRIDA de TAGGER, sendo esta
diferença estatisticamente significante.
FERREIRA et al. (2003) avaliaram a capacidade de vedamento apical da
obturação dos canais radiculares com secção transversal elíptica, utilizando
diferentes técnicas de condensação. Para tal, foram utilizados 30 segundos
pré-molares superiores humanos extraídos, os quais foram divididos
aleatoriamente em três grupos, de 10 espécimes cada. O grupo I foi obturado
pela técnica da condensação vertical com auxílio de condensadores circulares
(tipo Paiva); o grupo II foi obturado também pela técnica da condensação
vertical, porém utilizando-se condensadores de secção elíptica. Enquanto isso
no grupo III foi realizada a técnica da condensação lateral. Após imersão em
solução de azul de metileno por 48 horas, os dentes foram diafanizados, e a
infiltração linear foi mensurada com auxílio de uma régua endodôntica. Os
resultados foram então convertidos em mm reais através da regra de três. Os
dados obtidos foram submetidos ao teste estatístico de Kruskal-Wallis. Os
resultados mostraram que o houve diferença estatisticamente significante
entre as técnicas.
30
GUIMARÃES et al. (2004) apresentaram um relato de caso clínico de
tratamento endodôntico do elemento 47, onde após a realização do RX final,
observou-se ter havido uma remoção acidental da guta-percha no canal mésio-
vestibular, e uma pequena falha no canal mésio-lingual. Imediatamente foi
realizado novo isolamento absoluto e os canais mesiais novamente
preenchidos com dois cones acessórios envoltos com cimento. Com os cones
em posição, foi utilizado o termocompactador para correção da obturação.
Finda esta etapa, nova radiografia foi realizada, onde foi possível observar a
homogeinização da obturação e selamento de ramificações no terço apical da
raiz mesial, demonstrando ser a técnica híbrida uma opção para a realização
de obturações em toda a extensão do sistema de canais radiculares, com
excelentes resultados.
VENTURI e BRESCHI (2004) avaliaram a qualidade do selamento apical
em canais estreitos e curvos obturados por quatro diferentes técnicas:
SCHILDER; SCHILDER utilizando-se o Touch’n Heat; SCHILDER utilizando-se
OBTURA II e SCHILDER modificada (onde foram utilizados compactadores
termomecânicos). Para tal, utilizou-se 84 dentes humanos extraídos, os quais
os preparos químicos-mecânicos foram aleatoriamente divididos em 4 grupos
de 30 dentes cada, de acordo com as cnicas de obturação testadas.
Concluída a etapa de obturação, as amostras foram imersas em solução salina
por 24 horas, sendo em seguida as raízes seccionadas das coroas,
impermeabilizadas (com exceção dos 4 mm apicais) e imersas em solução de
azul de metileno por 48 horas. Transcorrido este período, os dentes foram
diafanizados (tornados transparentes), e com auxílio de um
estereomicroscópio, analisados para mensuração da infiltração apical do
31
corante, presença de espaços vazios no terço apical, número de canais laterais
obturados e distância entre o ápice e o limite apical das obturações. Os dados
obtidos foram submetidos à análise estatística pelos métodos ANOVA, Scheffé,
Kruskal-Wallis e Mann-Whitney. Os resultados mostraram que o grupo
obturado pela técnica de SCHILDER modificada apresentou um selamento
apical mais efetivo, assim como um número reduzido de espaços vazios na
obturação, sendo esta diferença em relação às outras técnicas estatisticamente
significante.
VIZGIRDA et al. (2004) avaliaram o potencial do MTA como material
obturador do sistema de canais radiculares, comparando o selamento apical
promovido por este material com o obtido pelas técnicas da condensação
lateral e da guta-percha termoplastificada à alta temperatura (OBTURA II). Para
tal, foram utilizados 66 incisivos centrais bovinos extraídos, os quais após o
preparo químico-mecânico, foram aleatoriamente divididos em três grupos de
20 espécimes cada, e em seguida obturados, permanecendo por 7 dias em
meio úmido à 37°C. Transcorrido esse período, os de ntes foram
impermeabilizados (com exceção dos 2 mm apicais) e imersos em solução de
azul de metileno à 1% por 72 horas. A seguir, as amostras foram diafanizadas,
e a extensão linear da penetração do corante foi analisada com auxílio de um
estereomicroscópio. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística
pelo método ANOVA seguido do teste de Dunn. Os resultados mostraram que
os canais obturados pelas técnicas da condensação lateral e OBTURA II
apresentaram menor grau de infiltração apical quando comparados àqueles
obturados com MTA, sendo esta diferença estatisticamente significante. Não
32
houve diferença estatística relevante entre os grupos obturados pela técnica da
Condensação lateral e pelo OBTURA II.
GRICOLETTO et al. (2005) avaliaram o selamento apical promovido por
duas técnicas de obturação: condensação vertical a frio passiva e condensação
lateral. Para tal, foram utilizados 30 canais mésio-vestibulares de molares
humanos extraídos, os quais após o preparo químico-mecânico (realizado com
o sistema de instrumentação automatizada Profile) foram aleatoriamente
divididos em dois grupos, de acordo com a técnica de obturação. Finda a etapa
de obturação, os dentes foram impermeabilizados (com exceção dos 2 mm
apicais) e imersos em solução de azul de metileno a 2% por 72 horas.
Transcorrido esse período, as raízes foram incluídas em gesso pedra, e os
blocos foram desgastados de modo a permitir a visualização de toda a
extensão do canal radicular e sua respectiva obturação. A leitura da infiltração
foi realizada com auxílio de um microscópio ótico e os dados obtidos foram
submetidos à análise estatística. Os resultados mostraram que não houve
diferença estatística significante entre as técnicas testadas.
BRETANHA et al., (2006) avaliaram a eficiência do selamento apical
através da comparação entre duas cnicas de obturação do sistema de canais
radiculares: técnica híbrida de TAGGER e Condensação lateral. Para tal, foram
utilizados 35 dentes humanos unirradiculares extraídos, os quais após o
preparo químico-mecânico foram aleatoriamente divididos em 2 grupos de 15
elementos cada. Finda a etapa da obturação, as amostras foram revestidas
com esmalte de unhas exceto nos 2 milímetros apicais e imersos em nankim
por 7 dias. A seguir, o processo de diafanização foi realizado e cada amostra
foi avaliada em esteromicroscópio, mensurando-se a infiltração com uma
33
escala milimétrica. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística, e
com base nos resultados obtidos, foi possível concluir que a técnica híbrida de
TAGGER apresentou menor grau de infiltração apical em relação à técnica da
condensação lateral, sendo esta diferença estatisticamente significante.
2.5. MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO DA INFILTRAÇÃO APICAL
Uma vez que um selamento apical efetivo constitui o maior objetivo da
terapia endodôntica, estudos de infiltração apical têm sido amplamente
publicados nos últimos anos, com o intuito de avaliar a qualidade do selamento
obtido pelas diversas técnicas de obturação existentes.
O uso de corantes orgânicos como traçadores é o método mais antigo e
também o mais comum para detectar microinfiltração. Um dos primeiros
experimentos (GROSSMAN, 1939), foi realizado em tubos de vidro simulando a
superfície do tecido dentário. Posteriormente estudos em dentes humanos e
bovinos extraídos foram desenvolvidos. Resumidamente, este método consiste
em imergir um dente com canal obturado em uma solução corante, e após um
intervalo de tempo, a amostra é removida, lavada e examinada para se
estabelecer à extensão da penetração de corante para o interior do material
obturador.
HARRIS et al. (1982) compararam a capacidade de selamento apical de
diferentes técnicas de obturação. A técnica de MCSPADDEN com e sem a
utilização de cimento obturador foi comparada com a técnica da condensação
lateral com o uso de cimento. Para tal, foram utilizados 60 incisivos centrais
humanos extraídos, os quais foram aleatoriamente divididos em três grupos de
20 espécimes cada, de acordo com as técnicas de obturação testadas. Após o
34
preparo químico-mecânico, as amostras foram impermeabilizadas (com
exceção dos 3 mm apicais) e obturados. Quarenta e oito horas após as
obturações terem sido concluídas, os ápices radiculares foram imersos em
solução de Ca45, na qual permaneceram por duas horas. Em seguida, os
espécimes foram seccionados longitudinalmente e auto radiografados. As
radiografias foram analisadas com auxílio de um microscópio ótico e a
infiltração em milímetros foi mensurada. Os dados submetidos foram
submetidos à análise estatística, e os resultados mostraram que a técnica de
MCSPADDEN sem o uso de cimento apresentou um maior grau de infiltração
apical do que a técnica da condensação lateral com o uso de cimento, sendo
essa diferença estatisticamente significante. Quando do uso de cimento
obturador, não foi observada diferença estatística relevante entre as técnicas.
GOLDMAN et al. (1989) avaliaram se o uso de uma bomba à vácuo para
remoção do ar do interior do sistema de canais radiculares antes da imersão no
corante proporcionaria resultados mais significativos no que diz respeito à
infiltração apical. O estudo foi dividido em duas partes. Na parte I, 90 dentes
unirradiculares humanos extraídos foram instrumentados e divididos
aleatoriamente em seis grupos de 15 espécimes cada. No grupo A1, o forame
foi deixado aberto e a cavidade coronária foi selada com OZE. No grupo A2, o
forame foi selado com OZE e a cavidade coronária permaneceu aberta. no
grupo A3, tanto a cavidade coronária quanto o forame foram deixados abertos.
As amostras foram impermeabilizadas (exceto nas extremidades abertas) e
imersas em solução de azul de metileno a 1% por 3 horas, da seguinte forma:
cinco dentes em cada grupo foram posicionados no corante com a extremidade
aberta para cima, para baixo e horizontalmente. A seguir, os dentes foram
35
seccionados longitudinalmente, e a extensão da penetração do corante foi
mensurada. Os grupos B1, B2 e B3 foram testados de maneira semelhante,
porém antes da imersão no corante, cada um dos grupos foi submetido à ação
de uma bomba à vácuo para remoção de todo o ar existente no interior do
sistema de canis radiculares. A parte II do estudo foi realizada com o objetivo
de avaliar como seriam os resultados em amostras apresentando um pequeno
defeito na obturação. Vinte dentes unirradiculares humanos extraídos foram
instrumentados, e após a cimentação do cone principal, um fio ortodôntico
0,015 foi posicionado, de modo que suas extremidades ultrapassassem ao
mesmo tempo a cavidade coronária e o forame apical. Em seguida, os dentes
foram obturados pela técnica da condensação lateral e armazenados em meio
úmido por 72 horas. Transcorrido este período, o fio ortodôntico foi
cuidadosamente removido e a cavidade coronária selada com cimento
provisório. Os espécimes foram então divididos aleatoriamente em dois grupos
de dez dentes cada. Um dos grupos (C) foi imerso com o ápice voltado para
baixo em solução de azul de metileno a 1% por 3 horas. O segundo grupo (D)
foi submetido à ação de bomba a vácuo e em seguida, com o ápice voltado
para baixo, imerso no corante por 72 horas. Todos os dentes foram
seccionados longitudinalmente e a extensão da infiltração mensurada. Os
resultados mostraram que nos grupos onde foi utilizada a bomba à vácuo, a
penetração do corante foi total. Quando o ar o foi removido, a penetração do
corante não foi total e variou consideravelmente. Apenas nas amostras onde
ambas as extremidades encontravam-se abertas e os dentes foram imersos no
corante verticalmente a penetração foi total. Com base nos dados obtidos,
36
parece lícito afirmar que imperioso remover o ar do interior do sistema de
canais radiculares antes de se realizar qualquer estudo com corante.
ANTONOPOULUS et al. (1998) compararam a infiltração apical obtida
por penetração de corante passiva, com outra obtida utilizando-se pressão
negativa. Além disso, um outro método de penetração de corante, onde foram
testadas condições de alta pressão foi comparado a esses dois métodos. Para
tal, foram utilizados 90 incisivos centrais superiores humanos extraídos, 45 dos
quais foram obturados pela técnica da Condensação lateral, e o restante pela
técnica do cone único. Finda a etapa de obturação, os dentes foram
armazenados em meio úmido por 7 dias. Os 45 dentes obturados pela mesma
técnica foram divididos em três grupos de 15 espécimes cada, de acordo com
os todos de penetração de corante a serem testados: Método A: exposição
passiva ao Nanquim sob pressão atmosférica normal por 7 dias; Método B:
exposição ao Nanquim sob pressão negativa – previamente à imersão no
corante, o ar presente no interior do sistema de canais radiculares foi retirado
com auxílio de uma bomba à vácuo. todo C: exposição ao corante
Rhodamina B misturado com resina epóxica, sob condições de alta pressão.
Previamente à exposição ao Nanquim, os dentes dos grupos A e B foram
impermeabilizados (com exceção dos 2 mm apicais) . A seguir, as amostras
foram diafanizadas. A infiltração apical foi mensurada avaliando-se tanto a
superfície radicular que apresentou o maior grau de penetração de corante
quanto à infiltração presente em cada uma das quatro faces de cada raiz. Os
dados obtidos foram submetidos ao teste estatístico de Kruskal-Wallis. Os
resultados mostraram que não houve diferença estatística significante entre os
métodos A e B. a quantidade de infiltração apical observada quando do uso
37
da penetração de corante sob condições de alta pressão foi menor àquela
observada nos outros dois grupos, sendo esta diferença estatisticamente
significante. Quanto às técnicas de obturação utilizadas, a condensação lateral
e o cone único demonstraram a mesma capacidade seladora.
Métodos para avaliar infiltração apical, tais como: transporte de fluidos,
isótopos radioativos, infiltração eletroquímica e penetração bacteriana são
utilizados com menor freqüência pelo fato de necessitarem de equipamentos
sofisticados, tornando-se, deste modo, de alto custo e difícil execução
(POMMEL et al., 2001).
POMMEL et al. (2001) compararam a infiltração apical ocorrida em três
técnicas de obturação, utilizando-se para tal três métodos de avaliação
diferentes. Trinta e seis incisivos centrais superiores humanos extraídos, após
terem sido instrumentados pelo sistema automatizado Profile, foram
aleatoriamente divididos em três grupos de doze espécimes cada, de acordo
com as seguintes técnicas de obturação: Thermafill, Condensação Vertical e
Cone Único. A infiltração apical ocorrida em cada um dos espécimes foi então
testada por três métodos: transporte de fluidos, teste de infiltração
eletroquímica e penetração de corante (azul de metileno a 1%). Os dados
obtidos foram submetidos à análise estatística pelo método ANOVA seguido do
teste de Duncan. Os resultados mostraram que não houve uma correlação
entre os três métodos de avaliação no que diz respeito à quantidade de
infiltração apical observada nas técnicas de obturação testadas. O todo de
transporte de fluidos mostrou que a técnica da condensação vertical foi
superior à técnica do Thermafill, que por sua vez foi superior à técnica do cone
único, sendo estas diferenças estatisticamente significantes. A avaliação pelo
38
método eletroquímico não demonstrou diferença estatisticamente significante
entre as três técnicas. o método de infiltração de corante mostrou ser o
Thermafill a melhor cnica, quando comparada às outras duas, sendo esta
diferença estatisticamente significante. Portanto, não houve uma correlação
entre os resultados obtidos, apontando desse modo a necessidade de estudos
posteriores para que se consiga avaliar mais precisamente o selamento apical
obtido por variadas técnicas de obturação.
WU et al. (2001) determinaram à qualidade de obturações endodônticas
em canais ovais de pré-molares inferiores utilizando a técnica da condensação
lateral e a técnica de SCHILDER. A infiltração apical das obturações foi
avaliada por um modelo de transporte de fluidos. Após o teste de infiltração,
secções horizontais foram feitas a 2 e 4 milímetros do ápice radicular. A área
de ocupação da guta-percha em cada uma das secções foi medida através de
um programa de análise de imagens. A qualidade das obturações foi avaliada
pelo cálculo da porcentagem de área preenchida pela guta-percha em relação
à área do canal. Não foi encontrada diferença estatisticamente significante
entre os grupos. A porcentagem de área preenchida pela guta-percha
utilizando a técnica de SCHILDER foi significantemente maior a 4 milímetros do
ápice somente, em relação à técnica da Condensação lateral.
A literatura mostra que a infiltração do exsudato periapical para dentro
do sistema de canais radiculares é o fator responsável pela manutenção das
lesões perirradiculares; portanto, a análise quantitativa da penetração de um
líquido, neste caso, um corante, permite fazer uma analogia para a situação
clínica. E ademais, tendo-se em vista que, em condições normais, o que
caracteriza a região periapical é a presença de líquidos, a infiltração de corante
39
parece ser um método válido para o propósito a que se destina, aliando-se a
isso a praticidade, o baixo custo e a facilidade na execução da técnica (SOUZA
et al., 2003).
3. PROPOSIÇÃO
______________________________________________________
Esse estudo por meio da mensuração da infiltração marginal de um corante
no terço apical de dentes transparentes (diafanizados), teve como objetivo
avaliar a eficácia do selamento apical proporcionado por 3 técnicas
propostas para a obturação do sistema de canais radiculares
.
40
4. MATERIAL E MÉTODOS
______________________________________________________
4.1. PREPARO DOS ESPÉCIMES
Nesse estudo foram utilizados 47 dentes incisivos centrais superiores
extraídos recentemente, e que logo após as extrações foram armazenados em
uma solução de hipoclorito de sódio a 2% por 48 horas visando sua
desinfecção, e logo a seguir, transferidos até o momento de sua manipulação
para uma solução de timol a 0,1% e conservados em geladeira a 9°C no
Laboratório de Pesquisa da FO-UERJ.
O acesso coronário foi realizado com pontas esféricas diamantadas
(Microdont Ltda, Brasil) acopladas a uma caneta de alta rotação (Kavo do
Brasil), no tamanho compatível ao da câmara pulpar. O refinamento do acesso
foi realizado com brocas do tipo tronco-cônicas sem extremidade ativa (Endo-Z,
Dentsply Ind e Comércio Ltda, Petrópolis, RJ, Bras para caneta de alta rotação.
Para padronização do forame apical, uma lima tipo K#25 (Maillefer
Instruments Ltda, Ballaigues, Suíça) foi guiada pelos canais 1 mm além do
forame.
41
Para a verificação do comprimento de trabalho, foi introduzida uma lima
tipo K#15 em cada canal, até que sua ponta fosse visualizável no forame, e a
partir dessa medida, reduziu-se 1 mm.
4.2. TÉCNICA DE INSTRUMENTAÇÃO
Foi utilizada a dinâmica da Técnica dos Movimentos de Rotação
Alternada (MRA), proposta por SIQUEIRA Jr. et al. (1999). Por ser uma técnica
progressiva, isto é, no sentido coroa-ápice, torna-se segura quando do preparo
de canais contendo polpa necrosada e infectada, pois reduz os riscos de
extrusão apical de detritos contaminados, o que vem a ser o principal fator
causal de emergências entre sessões. Após a realização do acesso radicular, a
manobra de exploração do conduto (com uma lima tipo K#15) e a obtenção do
comprimento de trabalho, foram utilizadas as brocas Gates-Glidden (Maillefer
Instruments Ltda, Ballaigues, Suíça) na seguinte seqüência:
GG#2: CT-5mm;
GG#3: CT-7mm;
GG#4: CT-9mm.
A seguir, o preparo apical foi realizado, utilizando-se as limas tipo K, com
a dinâmica MRA. Uma lima foi introduzida no canal até sofrer leve resistência
(o calibre deste primeiro instrumento utilizado na confecção do preparo apical
levou em consideração o diâmetro inicial do canal). A partir daí, seguindo os
42
conceitos da instrumentação planejada (SIQUEIRA Jr. et al., 1997), todos os
canais foram instrumentados na sua porção apical até a lima tipo K #50. Para
completar a instrumentação, realizou-se em seguida a fase step-back, a partir
da lima de memória. Foram feitos três recuos (lima K #55 em CT -1 mm; lima K
#60 em CT -2 mm, e lima K #70 em CT -3 mm).
Durante todo o preparo dos canais, foi utilizada solução de hipoclorito de
sódio a 2,5% (Johnson, São Paulo, Brasil) – 2,5 ml a cada troca de instrumento
seguida de aspiração. Vale ressaltar que, a cada troca de instrumento, foi
realizada a manobra de recapitulação com uma lima tipo K #15.
Após o término do preparo químico-mecânico, para a remoção da
camada de smear layer, todos os canais foram preenchidos com a solução de
EDTA a 17% (Herpo Produtos Dentários Ltda, RJ, Brasil), por 4 minutos,
seguido de irrigação final com 10 ml de hipoclorito de sódio à 2,5% . A seguir,
os canais foram secos com auxílio de cones de papel absorventes (Endopoints
Indústria e Comércio Ltda, RJ, Brasil) # 50. Os espécimes foram, então,
divididos aleatoriamente em três grupos, de 15 dentes cada:
GRUPO 1: Obturados pela Técnica da Condensação lateral
GRUPO 2: Obturados pela cnica da Condensação vertical da Guta-Percha
Aquecida (SCHILDER)
GRUPO 3: Obturados pela Técnica HÍBRIDA de TAGGER
4.3. TÉCNICAS DE OBTURAÇÃO
Nas três técnicas de obturação avaliadas nesse estudo, foi utilizado
como cone principal o cone acessório Medium (Dentsply Ind e Comércio Ltda,
Petrópolis, RJ, Brasil). A ponta do referido cone foi calibrada com o auxílio de
43
uma régua calibradora (Angelus, Londrina, PR, Brasil), tomando-se como
referência o último instrumento utilizado no preparo apical. O cone de guta-
percha escolhido foi então introduzido no canal até atingir o comprimento de
trabalho. Neste momento, é importante que se obtenha a sensação tátil de
“travamento” apical do cone.
Do mesmo modo, para a realização das três técnicas obturadoras, foi
utilizado o cimento Sealer 26 (Dentsply Ind e Comércio Ltda, Petrópolis, RJ,
Brasil).
4.3.1. CONDENSAÇÃO LATERAL
Após seleção do cone principal e introdução do cimento no interior do
canal radicular com o auxílio de uma lima tipo K #45, a porção apical do cone
principal foi recoberta pelo cimento, e então, introduzido no canal, até atingir o
comprimento de trabalho. Em seguida, com o auxílio de um espaçador digital
#25 (Maillefer Instruments Ltda, Ballaigues, Suíça), posicionado entre o cone
principal e as paredes do canal. Utilizando-se movimentos simultâneos de
penetração (no sentido apical, sem forçar) e oscilatórios, o primeiro cone
acessório F (Dentsply Ind e Comércio Ltda, Petrópolis, RJ, Brasil) foi levado ao
canal, previamente envolvidos pelo cimento obturador. Prosseguiu-se com a
colocação novamente do espaçador, envolvendo-se os cones secundários em
cimento e levando-os aos espaços abertos; essa operação foi repetida até que
não fosse possível mais inserir o espaçador. À medida que novos cones
acessórios (F) eram levados ao canal, à conformação cônica do conduto
radicular fazia com que o espaçador ficasse, a cada colocação dos cones, mais
44
distante do comprimento de trabalho, obturando-se assim completamente o
sistema de canais radiculares.
A obturação foi considerada completa quando o espaçador #25 não podia
mais ser inserido no canal além da junção dos terços médio e cervical. A
seguir, uma radiografia tipo periapical (Kodak, Rochester, USA) foi realizada
para verificar a adaptação do material obturador na porção apical.
Terminada esta fase, a porção coronária e cervical do material obturador
foi removida na embocadura do canal de uma só vez com uma espátula
metálica #1 aquecida. A seguir, a massa obturadora foi condensada
verticalmente com um condensador de Paiva frio de diâmetro compatível com a
embocadura do canal, visando proporcionar uma melhor adaptação do material
obturador.
Em seguida, foi feita a limpeza da cavidade intracoronária com álcool
isopropílico a 70%. Todas as cavidades foram seladas com Coltosol (Herpos
Produtos Dentários Ltda, RJ, Brasil), e a radiografia final foi realizada. Essa
etapa foi repetida após a obturação dos 3 grupos experimentais.
4.3.2. CONDENSAÇÃO VERTICAL DA GUTA-PERCHA AQUECIDA
(TÉCNICA de SCHILDER)
Inicialmente, foram selecionados três condensadores (Odous Indústria e
Comércio Ltda, BH, Brasil), um para cada terço do canal. Cada instrumento
escolhido representava o diâmetro ligeiramente inferior às regiões cervical,
média e apical do canal preparado. O condensador de menor calibre, utilizado
para condensar o material no terço apical, encontrou resistência das paredes
do canal aproximadamente em 4 ou 5 mm aquém do CT. Como fonte para
45
aquecimento do condutor de calor, foi empregada a chama de uma lamparina
contendo álcool a 92%.
Após a seleção dos condensadores, foi realizada a seleção do cone
principal. Vale ressaltar que nesta técnica, o cone principal é ancorado de 1 a 2
mm aquém do comprimento de trabalho, uma vez que a guta-percha
termoplastificada tende a sofrer deslocamento no sentido apical durante a
condensação vertical.
Na fase seguinte, o cimento obturador foi levado ao interior do canal com
o auxílio de uma lima tipo K #45, e após ter sua porção apical envolvida com
cimento, o cone principal foi cimentado no canal.
A seqüência da técnica foi a descrita por SCHILDER (1967):
inicialmente, realizou-se a fase operatória denominada downpack, que consiste
na compactação do material obturador no sentido coroa-ápice. Após
cimentação do cone principal, o instrumento condutor de calor foi aquecido ao
rubro, e a porção do cone situada coronariamente foi removida; o restante do
cone foi compactado com um condensador de maior diâmetro. A porção apical
do referido condensador foi coberta levemente com o do cimento obturador
utilizado, visando evitar a adesão da guta-percha plastificada ao instrumento. O
condensador foi mantido exercendo uma compressão apical, por cerca de dez
segundos.
A seguir, o condutor de calor foi novamente aquecido ao rubro, e
inserido cerca de 4 mm na obturação do canal, sendo retirado em seguida,
removendo uma pequena quantidade de guta-percha. A obturação
remanescente, após a plastificação, a massa de guta percha foi comprimida
pelo segundo condensador, previamente escolhido.
46
A rie de aquecimentos, remoções e condensações da guta-percha
prosseguiram até se chegar próximo à porção apical. O canal radicular ficou,
então, apenas com uma pequena porção de obturação remanescente (cerca de
4 a 5 mm no terço apical). Neste ponto, foi realizada uma radiografia do tipo
periapical. Vale ressaltar que não se deve chegar com o condutor aquecido
próximo à guta-percha apical. Concluída a etapa do downpack, visando a
confecção da segunda fase da obturação, conhecida como backfill, foram
utilizados pequenos segmentos de cones de guta-percha, com 2 ou 3 mm de
comprimento, com calibre próximo ao do canal. Tais segmentos de guta foram
aquecidos, levados ao interior do canal e condensados verticalmente. Essa
manobra foi repetida até que todo o canal tivesse sido obturado, e foi
executada sem a utilização de cimento obturador.
4.3.3 TÉCNICA HÍBRIDA de TAGGER
Consiste em uma combinação da técnica da condensação lateral
associada ao uso de compactadores de MCSPADDEN. Realiza-se a
condensação lateral ativa apenas do terço apical, empregando em seguida os
compactadores, os quais m sua ação limitada aos terços médio e cervical do
canal radicular.
Após a fase do preparo químico-mecânico, foi realizada a seleção do
cone principal; a seguir, o cimento obturador foi levado ao interior do canal com
o auxílio de uma lima tipo K #45 e o cone principal foi posicionado no
comprimento de trabalho. Na etapa seguinte, a condensação lateral do terço
apical foi realizada, utilizando-se três cones acessórios (Fine). A seguir,
selecionou-se o compactador, que na maioria das vezes, foi de um a dois
47
calibres superiores ao do cone principal, ou seja, os instrumentos #55 e #60.
Nesse estudo, foram utilizados os compactadores Gutta-Condenser (Maillefer
Instruments, Ballaigues, Suíça), os quais se assemelham a uma lima
Hedströen invertida. Tais compactadores são utilizados acoplados a um contra-
ângulo de baixa rotação, em sentido horário (giro à direita). Vale ressaltar a
importância do sentido da rotação, pois caso gire ao contrário, o compactador
poderá, além de sofrer fratura, avançar em direção apical (funcionando como
um “parafuso”), podendo expulsar a guta-percha do interior do canal ao invés
de compactá-la. Em seguida, o compactador foi inserido no canal com o
sistema de rotação não acionado, a 3 mm aquém do comprimento de trabalho,
sendo em seguida acionado, girando no sentido horário. O emprego do
compactador não ultrapassou 8 segundos, conforme determina a técnica.
No momento em que a guta-percha estava sendo compactada tanto no
sentido apical como lateral, observou-se um movimento de retrocessso do
compactador, causado pelo refluxo do material. O operador não deve impedir
este retrocesso, caso contrário poderá haver fratura do instrumento. O
compactador foi então retirado em funcionamento do interior do canal. Em
seguida, os remanescentes de cones de guta-percha foram cortados com o
auxílio de uma espátula número 1 aquecida. A massa obturadora foi então
condensada verticalmente com calcadores de Paiva, para que se obtivesse
uma melhor adaptação desta com as paredes dentinárias.
Após a fase de obturação dos canais radiculares pelas diferentes
técnicas utilizadas, os dentes foram impermeabilizados com 2 camadas de
cianocrilato (Super Bonder® - Lactotite), com exceção dos 2 mm finais do terço
apical. Esses dentes então, foram colocados em uma câmara umidificadora
48
com aproximadamente 100% de Umidade Relativa do Ar em temperatura de
37
o
C por 3 dias, para aguardar o tempo necessário para o endurecimento do
cimento endodôntico. Decorrido este tempo, os dentes foram mantidos em um
recipiente contendo tinta nankim (Faber Castell, São Paulo, Brasil) a 37
o
C por
um período de 5 dias. A seguir, os eles foram lavados em água corrente por 1
hora. A etapa seguinte consistiu na remoção da camada impermeabilizante da
superfície das raízes dentárias, realizada com o auxílio de uma mina de
bisturi número 5. A seguir, esses dentes foram submetidos a um processo
laboratorial que os tornou transparentes (diafanização). De acordo com a
técnica preconizada no Laboratório de Pesquisa em Endodontia da FO-UERJ,
acorde ARRUDA et al. 2002, descrita a seguir:
1. Para o processo de descalcificação os espécimes são imersos em
solução de ácido clorídrico a 10%, por noximo 24 horas, sendo em seguida
lavados em água corrente por 4 horas.
2. Para a desidratação, esses espécimes foram colocados em uma série
ascendente de álcool (70%, 80%,90% e 100%), por 6 horas cada.
3. Após a desidratação os dentes foram imersos em uma solução de
salicilato de metila (Reagen Quimibrás Indústrias Químicas SA. RJ, Brasil),
para que pudesse ser obtida a clarificação dos espécimes.
Para a mensuração da infiltração marginal apical do corante, cada dente
diafanizado foi fotografado 2 vezes para cada lado proximal com o auxílio de
uma quina fotográfica digital Nikon D50 e lente Micro Nikkor 60 mm. Em
seguida, com o auxílio do software Image Tool®, a partir das imagens
fotográficas, foram obtidas em pixels, as leituras das áreas de infiltração
49
marginal observadas entre as paredes do canal radicular e a massa obturadora
das raízes dos espécimes utilizados.
1. RESULTADOS
_______________________________________________________________
Todas as medidas das áreas de infiltração marginal apical de cada
técnica testada foram tabuladas, e são apresentadas na Tabela e Gráfico 1.
Tabela 1. Valores das áreas de infiltração marginal apical de 3 técnicas
obturadoras de canais radiculares (pixels).
Espécime T. HÍBRIDA
DE TAGGER
T. de
SCHILDER
T. da
Condensação
Lateral
1
281
0
69
2
3
4
5
6
7
8.
9
10
11
12
1057
0
0
544
0
0
920
1492
3105
236
0
0
0
717
0
2550
1738
727
585
0
200
295
0
574
570
0
247
206
384
207
887
168
219
50
13
14
15
878
562
292
0
205
1513
0
0
115
Total 11033
56 8530
3643
Média 735,53 568,66 242,86
Gráfico1. Representativo dos valores das áreas de infiltração marginal
apical de 3 técnicas obturadoras de canais radiculares (pixels)
51
Com o objetivo de comparar as infiltrações marginais apicais,
observadas nas diferentes técnicas obturadoras testadas, realizou-se a análise
estatística por meio do teste ANOVA, que apontou diferença estatisticamente
significante entre os grupos utilizados no estudo (p = 0.0383).
A seguir, para verificação entre os grupos, os resultados foram tratados
pelo teste estatístico Newman-Keuls, que demonstrou haver diferença
estatística significante ao nível de 5% entre os grupos 1 e 3 (Q= 3,0375). Entre
os grupos 1 e 2 e 2 e 3 não houve diferença estatística significante. Tabela 2.
Tabela 2. Teste de Newman-Keuls com nível de significância de 5%.
Comparação entre grupos P <.05
Grupo 1 vs Grupo 2
Não
Grupo 1vs Grupo 3 Sim (Q= 3,0375)
Grupo 2 vs Grupo 3
Não
52
Figura 1 – Espécimes do grupo 1 - T. híbrida de TAGGER
53
Figura 2 – Espécimes do grupo 2 - T. de SCHILDER
54
Figura 3 – Espécimes do grupo 3 - T. da Condensação lateral
55
6. DISCUSSÃO
- Em relação ao selamento apical
O sucesso do tratamento endodôntico, fundamentalmente reside no
adequado preparo químico-mecânico e no melhor selamento possível do
sistema de canais radiculares, perpetuando dessa forma a limpeza e a
desinfecção, anteriormente obtidas. Como afirmou SCHILDER (1974), ao final
da fase de instrumentação o canal radicular deve apresentar um formato
cônico-afunilado com o seu menor diâmetro localizado na região apical. O
mesmo autor descreveu na ocasião que a limpeza e a modelagem do sistema
de canais radiculares são objetivos, completamente diferentes, mas logrados
ao mesmo tempo.
A despeito da correta utilização de uma determinada técnica para
obturação de canais radiculares, esses canais podem se tornar contaminados
pela percolação de fluidos teciduais oriundos dos tecidos perirradiculares
(LOPES e SIQUEIRA Jr., 2004). Segundo alguns autores (HOVLAND e
DUMSHA, 1985), a infiltração de fluidos pode ocorrer nas interfaces do cimento
ou pela dissolução do mesmo. Portanto, o adequado selamento apical
proporcionado pelo conjunto guta percha-cimento parece ser essencial para o
sucesso da terapia endodôntica.
56
- Quanto às Metodologias utilizadas
. Infiltração marginal apical
Diferentes técnicas propostas para a obturação de canais radiculares
foram utilizadas no presente estudo, objetivando demonstrar a quantidade de
infiltração marginal do corante na região do terço apical. Como descrito na
literatura pertinente em vários estudos anteriores, os valores das infiltrações
marginais de substâncias traçadoras corantes são modelos experimentais de
grande valia, ainda que in vitro, na avaliação da qualidade do selamento apical
proporcionado por diversos materiais e técnicas testadas.
A maioria dos estudos cita que a infiltração do exsudato periapical para o
interior do sistema de canais radiculares é o fator responsável pela
manutenção das lesões perirradiculares; portanto, a análise quantitativa da
penetração de um líquido, neste caso, um corante, permite fazer uma analogia
para a situação clínica. E ademais, tendo-se em vista que, em condições
normais, o que caracteriza a região periapical é a presença de líquidos, a
infiltração de corante parece ser um método válido para o propósito a que se
destina, aliando-se a isso a praticidade, o baixo custo e a facilidade na
execução da técnica (SOUZA et al., 2003).
Embora tenha sido sugerido que o corante azul de metileno
apresenta uma capacidade de infiltração comparável à do ácido butírico, que
vem a ser um produto metabólico de microrganismos, e que possui um menor
peso molecular quando comparado ao nanquim, conferindo desse modo um
maior poder de penetração (AHLBERG et al., 1995), no nosso estudo
57
optamos, como identificador da infiltração marginal apical, pela tinta nanquim,
devido à grande vantagem de ser insolúvel aos tratamentos com ácidos,
álcoois e com salicilato de metila utilizados, respectivamente, nos processos
de descalcificação, desidratação e diafanização, ao contrário das partículas
do azul de metileno, que durante o processo supra citado, podem se
dissolver. Além disso, o azul de metileno, quando utilizado com o método de
diafanização, não permite uma coloração nítida para avaliação, sendo o
nanquim a melhor alternativa devido a sua coloração (VALLI et al., 1998).
Métodos para avaliar infiltração apical, tais como: transporte de fluidos,
isótopos radioativos, infiltração eletroquímica e penetração bacteriana são
utilizados com menor freqüência pelo fato de necessitarem de equipamentos
sofisticados, tornando-se, deste modo, de alto custo e difícil execução
(POMMEL et al., 2001). Por se tratar de um estudo comparativo as possíveis
deficiências do corante utilizado neste estudo (nanquim), como peso molecular
e tamanho das moléculas, que são menores do que outras moléculas
encontradas no interior do canal radicular como bactérias (MATLOFF, 1982;
DALAT e SPANGBERG, 1994), não interferiram nos resultados.
É importante ressaltar que no nosso estudo, a leitura das áreas de
infiltração marginal apical foi realizada computando todo o contorno (área)
dessas infiltrações - leitura de superfície de uma determinada figura. O
somatório de todas as superfícies infiltradas foi anotado e em seguida tabulado,
visando à realização dos testes estatísticos.
Em estudos de outros autores, essa leitura foi realizada de maneira
linear, ou seja, mensurando as extensões da infiltração no corpo da obturação.
58
(FACHIN, SPERB e KOHLER, 1995; DE ALMEIDA et al., 2000; VILLELA,
2007).
. Dentes transparentes (diafanização)
Para avaliação da infiltração marginal de corantes foi utilizado o método
de tornar os dentes transparentes conhecido também pelo termo
“diafanização”.
O método de tornar os dentes transparentes apresenta entre outras
vantagens, a preservação da estrutura dentária e da guta percha, sendo de
grande valia principalmente, nos estudos da anatomia interna e nas
avaliações de técnicas e materiais para o tratamento endodôntico.
(HASSELGREN, G.; TRONSTAD, 1975; PÉCORA et al., 1993; SANTA
CECÍLIA et al., 1997).
O estudo da infiltração marginal pelo método de diafanização é simples,
fácil, econômico e que permite uma visão tridimensional dos dentes, ao
contrário de outras metodologias de maior infiltração de cada elemento dental
estudado é favorecida por esta tridimensionalidade (BRETANHA et al., 2006).
Com o intuito de avaliar o selamento apical promovido por diferentes
técnicas de obturação de canais radiculares quanto à microinfiltração apical,
no nosso estudo, utilizamos a técnica da diafanização, em razão dessa
técnica permitir a visualização de toda área marginal infiltrada pelo corante de
escolha. Tornando possível verificar os detalhes da anatomia intra-radicular
diretamente por meio da estrutura dentária. Essa afirmação foi constatada por
59
vários autores que desenvolveram estudos semelhantes ao nosso.
(HASSELGREN e TRONSTAD, 1975; ROBERTSON e LEEB, 1982; ROPER,
1976 e SANTA CECÍLIA et al., 1997).
Técnicas para a obturação do sistema de canais radiculares
. Técnica da Condensação lateral
Conforme afirmou GOLDBERG (1982), a técnica de Condensação
lateral tem por objetivo o selamento tridimensional do sistema de canais
radiculares, formando uma massa obturadora homogênea, composta por
cones e cimento obturador, estando à qualidade do selamento apical na
dependência da correta adaptação do cone principal e do grau de
condensação obtida.
De acordo com HARRIS et al., 1982 e TAGGER et al., 1984 a técnica de
Condensação lateral é largamente utilizada como técnica padrão, e sempre
usada em estudos comparativos com outras técnicas.
Considerada por FERRAZ (1999) como rápida, simples e altamente
confiável, a técnica de Condensação lateral é, por outro lado, descrita por
SCHILDER (1967) como incapaz de promover uma obturação homogênea, e
improvável para promover o selamento tridimensional do canal radicular. Para
esse autor, o uso do termocompactador mecânico em conjunto com a técnica
da Condensação lateral aumenta a eficiência da técnica por promover a
compactação da obturação e sua conseqüente homogeinidade, melhorando o
selamento do terço apical.
60
Para MANN e Mc WALTER, 1987 e LUCCY et al., 1990 essa técnica é
extremamente difundida, e frequëntemente alcança excelentes resultados.
A despeito de ser a técnica mais difundida mundialmente, a
Condensação lateral tem encontrado muitos críticos que se apóiam no fato de
a mesma não oferecer uma obturação tridimensional, acarretar stress
excessivo, com riscos de fratura radicular, consumir guta-percha em demasia e
ser excessivamente demorada (BEER, 1987; DALAT e SPANGBERG, 1994).
No entanto, até os dias atuais, não existem evidências científicas de que outras
técnicas de obturação propostas para a mesma finalidade sejam superiores a
técnica da Condensação lateral (LOPES e SIQUEIRA Jr., 1999; SANTA
CECÍLIA, 1999).
Em 1981 BROTHMAN comparou, in vitro, a eficácia de duas técnicas de
obturação: Condensação lateral e técnica de SCHILDER. Na análise
microscópica, o autor descreveu que o terço apical foi igualmente bem
obturado pelas duas técnicas, não havendo diferenças estatísticas
significantes.
De acordo com GILHOOLY, R. M. et al., 2001 a técnica da Condensação
lateral pode ser utilizada na maior parte das situações clínicas, além disso,
essa técnica possibilita um maior controle da extensão da obturação durante a
fase de compactação. Esses achados foram observados no nosso estudo,
onde não ocorreu nenhum caso de sobreobturação (sobre-extensão do
material obturador) nos canais radiculares dos espécimes obturados pela
técnica de Condensação lateral, ao contrário do que foi constatado nos grupos
que tiveram os canais obturados por técnicas termoplastificadoras da guta
percha.
61
BRAMANTE et al. (1989) analisaram comparativamente as técnicas da
Condensação lateral, MCSPADDEN, HÍBRIDA de TAGGER, SCHILDER e
SISTEMA ULTRAFILL, em relação à infiltração marginal e uniformidade da
obturação nos terços cervical, médio e apical. Tanto a extensão da infiltração
do corante quanto à uniformidade das obturações foram avaliadas com auxílio
de um microscópio ótico. Os resultados mostraram que a técnica da
Condensação Lateral e a HÍBRIDA de TAGGER apresentaram os melhores
resultados.
GREENE et al. (1990) compararam o selamento apical obtido por quatro
técnicas de obturação: CANAL FINDER SYSTEM, Condensação lateral,
ULTRAFILL, SYSTEM B e técnica de SCHILDER. A penetração do corante foi
mensurada com auxílio de um microscópio ótico. Os dados obtidos, em
milímetros, foram submetidos à análise estatística pelo método ANOVA. Os
resultados mostraram que não houve diferença estatística significante entre as
quatro técnicas avaliadas.
. Técnica híbrida de TAGGER
A técnica híbrida, proposta por TAGGER et al. (1984), associa
características da condensação lateral adicionando à esta a plastificação e
compactação da guta percha por meio do uso de compactadores idealizados
por Mc SPADDEN (1980). Com essa associação, ao se aplicar a força
termomecânica do compactador, é possível se obter a plastificação e
compactação da guta-percha obturando-se o canal tridimensionalmente. Esta
técnica tem-se mostrado muito eficaz em obturar canais laterais e acessórios
(GOODMAN et al., 1981)
62
Alguns autores reportaram menor infiltração marginal apical na técnica
HÍBRIDA de TAGGER, quando comparada a Condensação lateral (TAGGER
et al., 1984; FREITAS et al., 1996).
A técnica HÍBRIDA de TAGGER tem mostrado um melhoramento do
selamento apical (COHEN e BURNS, 2000), enquanto outros autores
divergem desta afirmação (HOPKIM, 1986), concluindo não haver melhora do
selamento.
. Técnica de SCHILDER
SCHILDER em 1967 foi quem introduziu a compactação vertical
aquecida como um método de preenchimento do espaço do canal radicular em
três dimensões. Os materiais para a realização dessa técnica incluem uma
variedade de condensadores e uma fonte de calor. De acordo com WU e
WESSELINK, 2000, a aplicação do calor próximo à extensão do preparo
produziu os melhores resultados, embora, a adaptação foi melhor em canais
atrésicos do que em canais amplos. Essa constatação de certa forma pode
justificar a maior infiltração marginal apical do corante utilizado no nosso
estudo, nos espécimes obturados pela técnica de SCHILDER, quando
comparados com os resultados do grupo obturado pela técnica da
Condensação lateral. É relevante citar, que no nosso estudo os dentes
63
testados foram incisivos centrais superiores, e o preparo apical finalizado com
uma lima do tipo K #55. Esses 2 motivos podem ter sido responsáveis em
alguns casos pela insuficiente adaptação da massa obturadora a porção final
dos canais radiculares. Além disso, como foi descrito por KYTRIDOU et al.,
1999, as técnicas de plastificação da guta percha resultam em maior
extravazamento de materiais. Esse extravasamento pode em alguns casos,
como foi observado na técnica híbrida de TAGGER, dificultar a penetração do
corante no interior do canal radicular, produzindo um resultado falso negativo.
Segundo COHEN e HARGREAVES, 2007, para que os condutores
rígidos penetrem entre 4 e 5 mm de distância do ápice, os canais devem ser
mais alargados e cônicos, em relação à técnica de compactação lateral. O que
pode, como afirmado anteriormente, facilitar o extravazamento da massa
obturadora.
- Quanto aos resultados do estudo
Ao se analisar e comparar as conclusões, quanto ao selamento apical
dos estudos citados acima, é possível perceber algumas divergências entre
seus resultados. Enquanto alguns apontam diferença estatística significante
entre as diversas técnicas testadas, entre elas, a Condensação lateral (sempre
utilizada como grupo controle), outros em seus resultados não apontam
diferença estatisticamente significante. Em nosso estudo, em relação à
infiltração marginal do corante utilizado, foi observada diferença estatística
significante apenas entre a cnica da Condensação lateral, que apresentou a
menor média - em pixels - de infiltração (242,86), com a técnica HÍBRIDA de
TAGGER (735,53).
64
Provavelmente, as peculiaridades de cada metodologia utilizada para a
avaliação da infiltração marginal, a habilidade maior ou menor dos operadores
em realizar determinada cnica, possam ser as causas das referidas
disparidades.
As maiores médias de infiltração marginal de corantes foram
observadas nos grupos 1 - T. HÍBRIDA de TAGGER (753,53) e 2 - T. de
SCHILDER (568,66). Talvez esses resultados encontrem explicação no fato da
termoplastificação ocorrer de maneira não uniforme, e também a contração
tardia da guta percha, o que de certa forma acaba colaborando para produzir
mais espaços, entre as paredes desse canal e a massa obturadora, facilitando
a infiltração marginal de corantes.
De acordo com (TAGGER, 1984), sendo a guta percha um bom isolante
térmico, a atuação do calor gerado pelo compactador se faz sentir de 1 a 2
mm além da extremidade do instrumento. Logo, ao nível apical, a
responsabilidade por um melhor selamento pode ser atribuída à pressão
exercida pelo compactador ao material obturador, e não ao fenômeno de
plastificação. O problema é que essa pressão acaba aumentando o
extravasamento da massa obturadora. O excesso dessa massa obturadora,
disposta na superfície apical, pode dificultar ou mesmo impedir a penetração
do corante. Esse achado foi notado com alguma freqüência no nosso estudo,
principalmente em alguns espécimes dos grupos 1 e 2 (T. HÍBRIDA de
TAGGER e T. de SCHILDER).
65
7. CONCLUSÕES
____________________________________________________
Levando-se em consideração os resultados obtidos neste experimento in
vitro, para avaliação do selamento apical, proporcionado por 3 técnicas
obturadoras de canais radiculares, concluiu-se que:
1 - As melhores técnicas, ou seja, as que apresentaram menores índices de
infiltração foram a Técnica da Condensação lateral e a Técnica de SCHILDER,
não havendo diferença estatística entre elas.
2 - O grupo 1 (Técnica HÍBRIDA de TAGGER) apresentou maiores índices de
infiltração, portanto os piores resultados, com diferença estatisticamente
significante ao nível de 5% (Q= 3,0375), quando comparados com os
resultados do grupo 3 (Técnica da Condensação lateral).
3 Em relação à infiltração marginal apical, não foi observada diferença
estatística entre as técnicas termoplastificadoras da guta percha (Técnica
HÍBRIDA de TAGGER e SCHILDER).
66
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
__________________________________________________________
1. AHLBERG, K.M.; ASSAVANOP, P.; TAY, M.V. A comparison of the apical
dye
penetration patterns shown by methylene blue and India ink in root-filled
teeth.
Int Endod J 28(1): 30-4, 1995.
2. ALLEN, D.E. Hermetic sealing of root canals: value in successful
endodontics. Dent Radiogr Photogr v. 37, p. 85-7, 1964.
3. ALVARES, G.R.; MOREIRA, E.J.L.; FIDEL, S.R.; FIDEL, R.A.S. Avaliação
das técnicas de obturação do sistema de canais radiculares termoplastificada
e condensação lateral sob diafanização. Rev Centro de Estudos FO/UERJ,
v. 6, n. 1, 2000.
4. AMDITIS, C.; BLACKLER, S.M.; BRYANT, R.W.; HEWITT, G.H. The
adaptation achieved by four root canal filling techniques as assessed by three
methods. Aust Dent J v. 37, n. 6, p. 439-44, 1992.
5. ANTONOPOULUS K.G., ATTIN T., HELLWIG E. Evaluation of the apical seal
of root canal fillings with different methods. J Endod v. 24, n.10, p. 655-8,
1998.
67
6. ARRUDA, M.P.; CARVALHO JR, J.R.; SOUZA, Y.T.C.S.; CRUZ FILHO,
A.M.; SOUZA NETO, M.D. Avaliação do selamento apical, por meio da
infiltração marginal, após a utilização de três substâncias auxiliares do
preparo químico-mecânico. ROBRAC v. 11, n. 32, p. 14-8, 2002.
7. BEER, E. Investigation of the canal space occupied by gutta-percha following
lateral condensation and thermomechanical condeasation. Int Endod J v. 20,
n. 6, p. 271-5, 1987.
8. BONETTI FILHO, I. Capacidade seladora de novos cimentos obturadores
através da infiltração do corante azul de metileno a 2%. Rev Goiana Odont,
v. 43, n. 4, p. 221-24, 1995.
9. BRAMANTE C.M.; BERBERT A., TANOMARU M., MORAES I.G. Estudo
comparativo de técnicas de obturação de canais radiculares. RGO, v.37, n.4,
p. 266-68, 1989.
10. BRETANHA L.C.; SILVEIRA L.F.M.; MARTOS J. Estudo comparativo da
infiltração apical de duas técnicas de obturação do canal radicular por meio
de diafanização .Rev Int Estomatol 6(24): 99-103, 2006.
11. BROTHMAN, P. A comparative study of the vertical and the lateral
condensation of gutta-percha. J Endod v. 7, n. 1, p. 27-30, 1981.
12. CALLAHAN, J.R. Rosin solution for the sealing of dentinal tubule and as an
adjuvant in the filling of root canals. D Cosmos v. 56, n. 12, p. 1376, 1914.
13. COHEN S.; BURNS RC. Caminhos da polpa, 7ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan; 2000.
14. COHEN S.; HARGREAVES, K. Caminhos da polpa, 9ed. Rio de Janeiro:
Elsevier; 2007.
15. CZONSTKOWSKY, M.; MICHANOWICZ, A.; VAZQUEZ, J.A. Evaluation of
na injection of thermoplasticized low-temperature gutta-percha using
radioactive isotopes. J Endod n. 3, v. 11, n. 2, p. 71-4, 1985.
16. CZONSTKOWSKY, M. et al. The smear layer in endodontics. Dent Clin
North Amer v. 34, n. 1, p.13-25, 1990.
17. DALAT, D.M.; SPANGBERG, L.S.W. Comparison of apical leakage in root
canals obturated with various gutta-percha techniques using a dye vacuum
tracing method. J Endod v. 20, n. 7, p. 315-19, 1994.
18. DE ALMEIDA, W. A.; LEONARDO, M. R.; TANOMARU, M.; SILVA. L. A. B.
Evaluation of apical sealing of three endodontics sealers. Int Endod J v. 33,
n. 1, p. 25-7, 2000.
68
19. DOWN, P.R.; INGLE, J.I. Isotope determination of root canal failure. Oral
Surg Oral Med Oral Pathol v. 8, p. 1100-04, 1955.
20. EVANS, J.T.; SIMON, J.H.S. Evaluation of the apical seal produced by
injected thermoplasticized gutta-percha in the abscence of smear layer and
root canal sealer. J Endod v. 12, n. 3, p. 101-7, 1986.
21. FACHIN, E. V. F. SPERB, M. N.; KOHLER, T. M. P. A influência de diferentes
cimentos de obturação de canal na infiltração apical. Rev Fac Odontol Porto
Alegre v. 36, n. 1, p.24-6, 1995.
22. FERRAZ, J.A.B. Estudo in vitro da capacidade de selamento marginal apical
promovido por três técnicas de obturação de canais radiculares. 76p.
Dissertação (Mestrado em Endodontia) - Faculdade de Odontologia de
Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 1999.
23. FERREIRA, C.M.; SILVA JR, J.B.A.; PAULA, R.C.M.de; FEITOSA, J.P.A.;
CORTEZ, D.G.N.; ZAIA, A.A.; SOUZA FILHO, F.J.S. Brazilian gutta-percha
points. Part I: chemical composition and X-ray diffraction analysis. Braz Oral
Res v. 19, n. 3, p. 1-7, 2003.
24. FERREIRA, R.; SANTOS, M. dos; DOTTO, S.R. Infiltração apical da
obturação de canais radiculares de secção transversal elíptica com diferentes
técnicas de condensação. v. 4, n. 12, p. 14-18, 2003.
25. FIDEL, R.A.S. Estudo das propriedades físico-químicas de alguns cimentos
obturadores dos canais radiculares contendo hidróxido de cálcio. Tese de
doutorado. Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto. Universidade de
São Paulo, 1993.
26. FIDEL, R.A.S.; SOUZA NETO, M.D. de; SPANÓ, J.C.E.; BARBIN, E.L.;
PÉCORA, J.D. Adhesion of calcium hydroxide-containing root canal sealers.
Braz Dental J v. 5, n. 1, p. 53-7, 1994.
27. FIDEL, R.A.S.; SPANÓ, J.C.E.; BARBIN, E.L.; SILVA, R.G.; PÉCORA, J.D.
Estudo in vitro sobre a solubilidade e a desintegração de alguns cimentos
endodônticos que contêm hidróxido de cálcio. Rev Odontol Univ São Paulo
v. 8, n. 3, p. 217-220, 1994.
28. FREITAS, R.M.; SANTA CECILIA, M.; MORAES, I.G.; DUARTE, M.A.H.;
ARAUJO, M.C.P. Análise in vitro do selamento apical proporcionado pela
técnica híbrida de Tagger: original e modificada. RBO v. 53, p. 2-5, 1996.
29. FRIEDMAN, C.M.; SANDRIK, J.L.; HEUER, M.A.; RAPP, G.W. Composition
and mechanical properties of gutta-percha endodontic points. J Dent Res v.
54, n. 5, p. 921-925, 1975.
30. GILHOOLY, R. M.; HAYES, S.J.; BRYANT, S. T.; DUMMER, P. M.
Comparasion of lateral condensation and termomechanical compacted warm
69
alpha fase gutta percha with single cone for obturing curved root canals Oral
Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Oral Endodon 91: 89, 2001.
31. GOLDBERG, F. Materiales y técnicas de obturacion endodontica. Buenos
Aires, Editorial Mundi SAICY F, 1982.
32. GOLDMAN, M.; SIMMONDS, S.; RUSH, R. The usefulness of dye-
penetration studies reexamined. Oral Surg Oral Med Oral Pathol n. 67, p.
327-32, 1989.
33. GOODMAN, A.; SCHILDER, H.; ALDRICH, W. The thermomechanical
properties of gutta-percha. II. The history and molecular chemistry of gutta-
percha. Oral Surg v. 37, n. 6, p. 954-61, 1974.
34. GOODMAN, A.; SCHILDER, H.; ALDRICH, W. The thermomechanical
properties of gutta-percha. Part IV. A thermal profile of the warm gutta-percha
packing procedure. Oral Surg v. 51, n. 5, p. 544-51, 1981.
35. GREENE, H.A.; WONG, M.; INGRAM, T.A. Comparison of the sealing ability
of four obturation techniques. J Endod v. 16, n. 9, p. 423-8, 1990.
36. GRICOLETTO, M.; SIMÕES, W.; GRICOLETTO, M.; BOZZO, R. Estudo do
selamento apical de duas técnicas de obturação de canais radiculares. RGO,
v. 53, n. 2, p. 85-164, 2005.
37. GROSSMAN, L.I. A study of temporary filling as hermetic sealing agents. J
Dent Res, v. 2, n. 18, p. 67-71, 1939.
38. GROSSMAN, L.I. Endodontic Practice, 8ed, Philadelphia, 1974.
39. GUIMARÃES, M. A. M.; SILVEIRA, F.F.; JUNIOR, M.B.; NUNES, E.
Correção da obturação do sistema de canais radiculares empregando a
técnica híbrida de Tagger. Relato de caso clínico. J Bras Clínica Odont
Integrada, v. 8, n. 43, p. 37-40, 2004.
40. HARRIS, G.Z.; DICKEY, D.J.; LEMON, R.R.; LUEBKE, R.G. Apical seal:
McSpadden vc lateral condensation. J. Endod v. 8, n. 6, p. 273-76, 1982.
41. HASSELGREN, G.; TRONSTAD, L. The use of transparent teeth in the
teaching of preclinical endodontics. J Endod v. 1, n. 8, p. 278-80, 1975.
42. HOPKINS, J.H.; REMEIKIS, N.A.; VAN CURA, J.E. Mc Spadden versus
lateral condensation: the extent of apical microleakage. J Endod v.12, n. 5, p.
198-201, 1986.
43. HOVLAND, EJ; DUMSHA, T.C. Leakage evaluation in vitro of the root canal
sealer cement Sealapex. Int Endod J 28 (1): 7-11, 1985.
44. INGLE, J.I. Root canal obturation. J Amer Dent Ass v. 53, n.1, p. 47-55,
1956.
70
45. KYTRIDOU, V.; GUTTMANN, J.L.; NUNN, M.H. Adaptation and seal-ability of
two contemporary obturation techniques in the absence of dentinal smear
layer. Int Endodon J 32: 464, 1999.
46. KUGA, M.C.; KEINE, K.C.; BIJELLA, V.T.; GARCIA, R.B., MORAES, I.G.
Constância do limite apical da obturação de canais radiculares em função
das técnicas de Tagger e de Nguyen RBO v. 46, n. 5, p. 2-8, 1989.
47. LIMKANGWALMONGKOL, S.; BURTSCHER, P.; ABBOT, P.V.; SANDLER,
A.B.; BISHOP, B.M. A comparative study of the apical leakage of four root
canal sealers and laterally condensed gutta-percha. J Endod v. 17, n.10, p.
495-99, 1991.
48. LOPES, H. P.; SIQUEIRA Jr., J.F. Endodontia Biologia e técnica. ed.
Rio de Janeiro. Guanabara, 2004.
49. LOPES, H.P. Mechanical stirring of smear layer removal: influence of the
chelating agent (EDTA). Braz Dental J v. 1, n. 1, p. 52-55, 1996.
50. LUCCY, C.T.; WELLER, R.N.; KULILD, J.C. An evaluation of the apical seal
produced by lateral and warm lateral condensation techniques. J Endod v.
16, n. 4, p. 170-2, 1990.
51. MANN, S.R.; McWALTER, G.M. Evaluation of apical seal and placement
control in straight and curved canals obturated by laterally condensed and
thermoplasticized gutta-percha. J Endod v. 13, n. 1, p. 10-17, 1987.
52. MARTIN, J.; SCHILDER, H. Phisical properties of gutta-percha when
subjected to heat and vertical condensation. Oral Surg v. 36, n. 6, p. 872-9,
1973.
53. MATLOFF, I.R.; TENSEN, J. R.; SINGER, L.; TABIBI, A. A comparasion of
methods used in root canals seal ability studies. Oral Surg Oral Med Oral
Pathol v. 53, n. 10, p. 20308, 1982
54. McSPADDEN J.T. Compactor: self study course for the thermatic
condensation of gutta-percha. Ohio: Ransom e Randolph Dentsply n. 337,
p. 2, 1980.
55. MOORER, W.R.; GENET, J.M. Antibacterial activity of gutta-percha cones
attributed to the zinc-oxide component. Oral Surg v. 53, n. 5, p. 508-16,
1982.
56. NGUYEN, N.T. Obturation of the root canal system. In Cohen S & Burns,
R.C. Pathways of the pulp, Mosby, 6 ed. St. Louis, 1994
57. PÉCORA, J. D.; SOUZA NETO, M. D. SILVA, R. S. Apresentação de uma
técnica simplificada de diafanização de dentes e sua inclusão em blocos
transparentes. Odonto Mod v. 1, n. 2, p.382-5, 1993.
71
58. PESCE, H.F.; RISSO, V.A.; BASTOS FILHO, E.; MEDEIROS, J.M.F. Estudo
comparativo do selamento marginal apical, promovido pelas técnicas de Mc
Spadden original, modificada e pela técnica da condensação lateral. Rev
ABO Nac v. 3, n. 1, p. 33-5, 1995.
59. POMMEL, L..; JACQUOT, B.; CAMPS, J. Lack of correlation among three
methods for evaluation of apical leakage. J Endod v. 27, n. 5, p. 347-50,
2001.
60. ROBERTSON, D.; LEEB, I.J.; The evaluation of transparent tooth model
system for the evaluation endoddontically teeth. J Endod v. 8, n.7, p. 317-
20, 1982.
61. ROPER, E. Avaliação in vitro da microinfiltração de quatro cimentos
endodônticos.(Monografia) Fac Odontol de Ribeirão Preto Universidade
de São Paulo, 1996.
62. SANTA CECILIA M.; CASTRO, A. J. R.; MORAES, I. G. O uso de dentes
transparentes em endodontia. Rev ABO Nac v. 4, n. 7, p. 149-54, 1997.
63. SANTA CECÍLIA, M.; MORAES, I. G.; FREITAS, S. F. T.; PEREIRA, A. J. A.;
MARQUES, A. L. V. Selagem apical proporcionada pela técnica Thermafil em
canais retos e curvos. RBO v. 56, n. 2, p. 85-9, 1999.
64. SCHILDER, H. Filling root canals in three dimensions. Dental Clin North Am
v. 11, n. 4, p. 723-44, 1967.
65. SCHILDER, H.; GOODMAN, A.; ALDRICH, W. The thermomechanical
properties of gutta-percha. I. The compressibility of gutta-percha. Oral Surg,
v. 37, n. 6, p. 946-953, 1974.
66. SCHILDER, H.; GOODMAN, A.; ALDRICH, W. The thermomechanical
properties of gutta-percha. V. Volume changes in bulk gutta-percha as a
function of temperature and its relationship to molecular phase
transformation. Oral Surg v. 59, n. 3, p. 285-96, 1981.
67. SILVA NETO, U. X. da; GONÇALVES JUNIOR, J.F.; WESTPHALEN, V.P.D.;
MORAES, I.G. Selamento apical com as técnicas de Tagger e System B.
Rev FOB v. 9, n. 34, p. 145-49, 2001.
68. SIQUEIRA Jr, J.F.; GARCIA FILHO, P.F. Avaliação “in vitro” das
propriedades seladoras de três cimentos endodônticos à base de hidróxido
de cálcio. RBO v. 56, n. 1, p. 37-40, 1994.
69. SIQUEIRA Jr, J.F. Histological evaluation of the effectiveness of five
instrumentation techniques for cleaning the apical third of root canals. J
Endod v. 23, p. 499-502, 1997.
72
70. SIQUEIRA Jr, J.F., RIBEIRO, A.F., RÔÇAS, I.N., GAHYVA, S.M.M.,
CASTRO, A.J.R., MACHADO, A.G. Princípios renovados na instrumentação
de canais radiculares técnica dos movimentos contínuos de rotação
alternada (MRA). Rev Paul Odontol v. 5, p.14-8, 1999.
71. SKINNER, R.L.; HIMEL, V.T. The sealing ability of injection-molded
thermoplasticized gutta-percha with and without the use of sealers. J Endod
v. 13, n. 7, p. 315-17, 1987.
72. SOUZA, R.A.; ANDRADE, S. M.; BAHIA, A. Avaliação da interferência do
travamento do cone principal de guta-percha no selamento apical. J Bras
Endod v. 4, n. 12, p. 119-21, 2003.
73. TAGGER, M.; TAMSE, A.; KATZ, A.; KORZEN, B. Avaliation of the apical
seal produced by a hybrid root canal filling method, combining lateral
condensation and thermatic compation. J Endod v. 10, n. 7, p. 299-303,
1984.
74. TAGGER, M.; TAGGER, E. Periapical reactions to calcium hydroxide-
containing sealers and AH26 in monkeys. Endo Dent Traumatol 5: 139-146,
1989.
75. TAGGER, M. TAGGER, E., TJAN, A.H.L., BAKLAND, L.K. Measurement of
adhesion of endodontic sealers to dentin. J Endod v. 28, n. 5, p.351-54,
2002.
76. TANOMARU FILHO, M.; MORAES, I.G. de; DUARTE, M.A.H.; AREKAKI,
O.T.; NISHIYAMA, C.K. Avaliação do selamento apical de dois cimentos
obturadores à base de hidróxido de cálcio. RBO v. 3, n. 3, p. 2-4, 1996.
77. TANOMARU FILHO, M.; SILVA, R.S.F. da; TANOMARU, J.M.G.;
LEONARDO, M.R.; SILVA, L.A.B. da Avaliação do selamento apical de
obturações de canais radiculares com diferentes cimentos endodônticos.
Jornal Bras Endod v. 5, n. 17, p. 146-9, 2004.
78. TRONSTAD, L.; BARNNET F.; FLAX M. Solubility and biocompatibility of
calcium hydroxide-containing root canal sealers. Endod Dental Traumatol
v.4, p.152-9, 1988.
79. VALERA, M.C.; LEONARDO, M.R.; BONETTI FILHO, I. Cimentos
endodônticos selamento marginal apical imediato e após armazenamento
de seis meses. Rev Odontol Univ São Paulo v. 12, n. 4, p. 355-60, 1998.
80. VALERA, M.C.; LEONARDO, M.R.; CONSOLARO, A.; MATUDA, F.S.
Biological compatibility of some tipes of endodontic calcium hydroxide and
glass ionomer cements. J Appl Oral Scienc v. 12, n. 4, Bauru, 2004.
81. VALLI, K.S.; RAFEEK, R.N.; WALKER, R.T. Sealing capacity in vitro of
thermoplasticized gutta-percha with a solid core endodontic filling technique.
Endod Dental Traumatol 14(2): 68-71, 1998.
73
82. VENTURI, M.; BRESCHI, L. Evaluation of apical filling after warm vertical
gutta-percha compaction using different procedures. J Endod v. 30, n. 6, p.
436-40, 2004.
83. VILLELA, A. M. Análise comparativa da infiltração marginal apical de três
cimentos endodônticos através de um processo de diafanização.
Dissertação de Mestrado. Faculdade de Odontologia da Universidade do
Grande Rio, 2007 (no prelo).
84. VIZGIRDA, P.J.; LIEWEHR, F.R.; PATTON, W.R.; McPHERSON, J.C.;
BUXTON, T.B. A comparison of laterally condensed gutta-percha,
thermoplasticized gutta-percha, and mineral trioxide aggregate as root canal
filling materials. J Endod v. 30, n. 2, 2004.
85. WEATHERS JUNIOR, A.K. “Alpha” gutta-percha is it just another fase?
DentToday v. 10, n. 5, p. 55-6, 1991.
86. WEINE, F. S. Endodontic Therapy 1
a.
ed. St. Louis: Mosby, 1976.
87. WONG, M.; PETERS, D.D.; LORTON, L. Comparison of gutta-percha filling
techniques: compaction (mechanical), vertical (warm) and lateral
condensation techniques, part 1. J Endod v. 7, n. 12, p. 551-58, 1981.
88. WU, M.K.; WESSELINK, P.R. Quality of cold and warm gutta-percha fillings in
oval canals in mandibular pre-molars. Int Endod J v. 34, n. 6, p. 485-91,
2000.
89. WU, M.K.; KASTAKOVA, A.; WESSELINK, P.R. Quality of cold and warm
gutta-percha fillings in oval canals in mandibular pre-molars. Int Endod J v.
34, n. 6, p. 485-91, 2001.
90. YESILSOY C, KOREN LZ, MORSE DR, KOBAYASHI C.A. Comparative
tissue toxicity evaluation of established and newer root canal sealers. Oral
Surg, Oral Med, and Oral Pathol v. 65, p. 459-67, 1988.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo