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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
MESTRADO EM AGROECOLOGIA
CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA DAS
ÁGUAS DO RIO PERICUMÃ, EM PINHEIRO – MA, UTILIZADA NA
IRRIGAÇÃO
SOLANGE LEITÃO BARROSO
SÃO LUÍS,
MARANHÃO – BRASIL
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2007
CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA DAS
ÁGUAS DO RIO PERICUMÃ, EM PINHEIRO – MA, UTILIZADA NA
IRRIGAÇÃO
SOLANGE LEITÃO BARROSO
ORIENTADORA. Profa. Dra. FRANCISCA HELENA MUNIZ
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em
Agroecologia da Universidade Estadual do
Maranhão UEMA, como requisito parcial para
obtenção do título de Mestre.
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SÃO LUÍS,
MARANHÃO – BRASIL
2007
Barroso, Solange Leitão.
Caracterização físico-química e microbiológica das águas
do rio Pericumã em Pinheiro-MA utilizada na
irrigação./Solange Leitão Barroso. _São Luís. 2007-10-12.
72 f.
Dissertação (Mestrado em Agroecologia) – Universidade
Estadual do Maranhão – UEMA, 2007.
1.Água – irrigação- Contaminação. II. Análise físico-
química. III. Análise
CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA DAS
ÁGUAS DO RIO PERICUMÃ, EM PINHEIRO – MA, UTILIZADA NA
IRRIGAÇÃO
SOLANGE LEITÃO BARROSO
APROVADA EM: 05/09/2007
BANCA EXAMINADORA:
_________________________________________________
Prof. Dra. FRANCISCA HELENA MUNIZ
(ORIENTADORA) - UEMA
_________________________________________________
Prof. Dra. ADENILDE RIBEIRO NASCIMENTO
UFMA
_________________________________________________
Prof. Dr. VICTOR ELIAS MOUCHREK FILHO
UEMA
SÃO LUÍS,
MARANHÃO – BRASIL
2007
PERSISTÊNCIA
Não havia nada que eu pudesse fazer, mas eu fiz.
Alcançar tal coisa era impossível, e eu busquei.
Não havia mais esperanças, e eu as mantive.
Não restava mais tempo para mais nada, mas eu lutei até a última
hora.
Não queriam mais. Eu insisti.
A última palavra havia sido dada, mas eu ainda assim falei.
E sem me arrepender de nada, num futuro poderei dizer: TENTEI!
O passado é uma lição para se mediar, não para se reproduzir...
Somente a tentativa nos possibilita a conquista.
(J. Cosmo Zaratrusta)
Há homens que lutam um dia e são bons;
outros que lutam um ano e são melhores;
os que lutam muitos anos e são muito bons;
Mas há os que lutam toda a vida, e estes são
Imprescindíveis.
(Bertold Brecht)
AGRADEÇO
A Deus pelo dom da vida e presença constante em todos os
momentos da minha vida.
DEDICO
A minha irmã Simone Leitão Barroso, a minha imensa saudade e
o meu amor.
OFEREÇO
A meu pai Luiz Liberato Barroso Filho, que sempre vibrou com
cada passo a mais que eu dei na minha vida, meu eterno amor.
As minhas filhas Karoliny, Camila, Stephanie pelas horas que eu
subtrai do nosso convívio, para me isolar nos estudos.
Ao meu amor, companheiro de todas as horas Antonio José Dias
Graça pela força, incentivo, e por me amar.
A Prof. Dra. Francisca Helena Muniz, por ter me aceito como
orientada, já no meio do caminho, e pelo carinho e atenção que sempre
me dispensou.
Aos técnicos em química do laboratório da CAEMA, pela grande
ajuda que me deram.
AGRADECIMENTO
PROF. DR. JOSÉ MAGNO M. BRINGEL
19.04.1969
04.12.2006
Amigo é coisa para se
guardar/Debaixo de sete
chaves/Dentro do coração/Assim
falava a can-ção/que na América
ouvi.
Mas quem cantava chorou ao ver seu
amigo
partir. Mas quem ficou/ No
pensamento voou/
Com seu canto que o outro lembrou.
E quem voou/ No pensamento ficou/
Com a
Lembrança que o outro cantou.
Amigo é coisa para se guardar/ no
lado esquerdo do peito/ Mesmo que
o tempo e a distância digam não/
Mesmo esquecendo a canção/ O
que importa é ouvir/ a voz que vem
do cora-
ção.
Pois seja o que vier/ Venha o que vier
QUALQUER DIA, AMIGO, EU VOLTO
A
TE ENCONTRAR/ QUALQUER DIA,
AMIGO A GENTE VAI SE
ENCONTAR.
(Canção da América)
SUMÁRIO
RESUMO i
SUMARRY ii
LISTA DE SIGLA iii
1 INTRODUÇÃO 10
2 OBJETIVO 11
3 REVISÃO DE LITERATURA 12
3.1 Agricultura irrigada 13
3.2 Desenvolvimento da irrigação no Brasil e no Nordeste 14
3.3 Desperdício de água na irrigação – uso racional 16
3.4 Qualidade de água para irrigação 16
3.4.1 Parâmetros físicos 18
3.4.2 Parâmetros químicos 22
3.4.3 Parâmetros microbiológicos 26
3.4.3.1 Coliformes totais, termotolerantes e E. coli 26
4 MATERIAL E MÉTODOS 29
4.1 Caracterização da área de estudo 29
4.1.1 Problemas ambientais 30
4.2 Pontos de amostragem 31
4.3 Coleta de amostra para análise microbiológica 32
4.4 Coleta de amostra para análise físico-química 32
4.5 Método de análise dos parâmetros físico-químicos e
microbiológicos 32
4.5.1 Parâmetros físicos 32
4.5.2 Parâmetros químicos 33
4.5.3 Parâmetros microbiológicos 33
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 34
5.1 Parâmetros físicos 34
5.1.1 Temperatura 34
5.1.2 Condutividade 36
5.1.3 Potencial hidrogenionico 39
5.1.4 Turbidez 43
5.1.5 Sólidos totais 45
5.2 Parâmetros químicos 47
5.2.1 Ferro 47
5.2.2 Cloretos 50
5.2.3 Sulfato 52
5.2.4 Nitrogênio amoniacal, nitrito e nitrato 53
5.3 Parâmetros microbiológicos 58
5.3.1 Coliformes totais e termotolerantes 58
6 CONCLUSÃO 62
7 REFERÊNCIA 63
CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA DAS
ÁGUAS DO RIO PERICUMÃ, EM PINHEIRO – MA, UTILIZADA NA
IRRIGAÇÃO
Autora: Solange Leitão Barroso
Orientadora: Profa. Dra. Francisca Helena Muniz
RESUMO
A pesquisa foi desenvolvida no período de setembro/2004 a
agosto/2005 e teve como objetivo diagnosticar e analisar as águas do
rio Pericumã na cidade de Pinheiro MA, sob os aspectos físico-
químicos e microbiológicos, essencialmente importantes na
caracterização agronômica das águas destinadas à irrigação. As coletas
foram mensais em sete pontos ao longo do rio. Os parâmetros
analisados foram: temperatura, condutividade, pH, turbidez, cloretos,
ferro, nitrogênio amoniacal, nitritos, nitratos e sulfato. Os parâmetros
microbiológicos foram: coliformes totais e termotolerantes. Segundo
resultados obtidos conclui-se que existe uma variação sazonal da
qualidade da água do rio Pericumã nos parâmetros físico-químicos, e
que a colimetria em todo o período amostrado se apresentou elevada
inviabilizando a irrigação de hortaliças consumidas cruas e de frutas
sem a retirada da película.
Palavra-chave: água, irrigação, contaminação, análise físico-
química, análise microbiológica, rio Pericumã.
PHYSICOCHEMICAL AND MICROBIOLOGICAL
CHARACTERIZATION OF RIO PERICUMÃN’S WATER AT
PINHEIRO-MA, USED IN IRRIGATION
Author: Solange Leitão Barroso
Orienting: Profa. Dra. Francisca Helena Muniz
SUMARY
The research was developed between september/2004 and
august/2005 with the objective to diagnose and analyse the rio
Pericumãn’s water at Pinheiro-MA, under the physicochemical and
microbiological aspects, that have a major value on the agronomic
characterization of the water destination. The collects were monthly
made in seven different locations among the river. The analyzed
parameters were: temperature, conductibility, pH, turbidity, clorides,
iron, ammoniacal nitrogen, nitrate, nitrite, sulfate. The microbiological
parameters were: coliforms totais and coliforms thermotolerantes from
the results, et mas concluded that there is a seasonal variation on rio
Pericumãn’s water on the physicochemical parameters and that the
colimetria during all the period of evolution is hight, invisiabiliting the
irrigation of ram consumed pothers and fruits that still have pellicle.
Key words: water, irrigation, contamination, analyse
physiochemical and microbiological, rio Pericumãn’s.
LISTA DE SIGLAS
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente
FUNASA Fundação Nacional de Saúde
MCT Ministério de Ciência e Tecnologia
ANA Agência Nacional de Água
EPA U.S. Environmental protection agency
PROINE Programa de Irrigação do Nordeste
PRONI Programa Nacional de Irrigação
GEIDA Grupo Executivo de Irrigação para o Desenvolvimento
do Nordeste
SUDENE Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste
DENOCS Departamento Nacional de Obras Contra as Secas
PPI Programa Plurianual de Irrigação
UNT Unidade Nefelométrica de Turbidez
VMP Valor máximo permitido
UFG Unidade formadora de Colônia
UCCC University of Califórnia Comitee Consultants
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas
1 INTRODUÇÃO
Em termos mundiais, a agricultura irrigada é atividade que utiliza
água demandando mais de 70% dos recursos hídricos disponíveis,
sendo que em alguns países pode chegar até a 90% (HEIZE, 2002).
Desta demanda de 70% de uso dos recursos hídricos, menos de 40% é
o aproveitamento médio real, os outros 30% são desperdiçados porque
se aplica água em excesso, irriga-se fora do período de necessidade da
planta, em horários de maior evaporação do dia, utiliza-se técnicas de
irrigação inadequadas ou ainda pela falta de manutenção nesses
sistemas de irrigação (KARAM, 2001). Até a utilização de uma água de
baixa qualidade pode acarretar problemas de operacionalização em
sistemas de irrigação além do risco de contaminar os alimentos (AYRES
& WESTCOT, 1991).
O consumo mundial de águas nas últimas décadas tem se
intensificado, que o crescimento acelerado impulsionou o
desenvolvimento industrial e a necessidade do aumento na produção de
alimentos, gerando permanente pressão sobre os recursos hídricos
superficiais e subterrâneos (TUNDISI, 2003). Daí, as sérias críticas
daqueles que consideram a irrigação uma das responsáveis pelo
problema de escassez de água e que exigem o estabelecimento de um
manejo que vise a otimização do uso da água na irrigação garantindo a
produtividade agrícola, preservando os recursos hídricos e
minimizando os impactos ambientais. A irrigação precisa ser operada
de forma eficiente e adequada sob o ponto de vista ambiental, por
todos os agentes que se relacionam à técnica, como irrigantes,
projetistas, fabricantes, pesquisadores para não se tornar um elemento
gerador de problemas ambientais.
A participação da irrigação na produção de alimentos fica mais
evidenciado quando se constata, através de dados da Organização das
Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, 1999) que apenas
uma parcela de 1/6 da área mundial cultivada é irrigada, sendo
responsável por 2/5 da produção de alimentos. A limitação no uso da
irrigação poderia levar a uma queda expressiva na disponibilidade de
alimentos gerando graves conseqüências, visto que, hoje, segundo o
Banco Mundial, 840 milhões de pessoas não têm meios suficientes para
comer e, em 2025, segundo estimativas, serão mais de 2 bilhões de
pessoas na mesma condição (TESTEZLAF, et. al., 2002).
Em geral, numerosas culturas de ciclo curto, como tomate, alface
e outras hortaliças, particularmente exigentes em água, são
viabilizadas somente com o uso da irrigação. Está comprovado
cientificamente que algumas espécies de plantas, sob o regime de
irrigação, apresentam melhoria de qualidade no produto final. É o caso
de frutas e legumes, cujas qualidades desejáveis para o consumo, como
o tamanho e o teor de açúcar, podem ser conduzidas pela irrigação
(TESTEZLAF, et. al., 2002).
2 OBJETIVO
O objetivo dessa pesquisa é fornecer subsídios para o
planejamento das ações de controle ambiental; caracterizar a
qualidade do corpo de água; verificar a conformidade da qualidade com
o uso previsto (irrigação) e comparar o estado atual com os padrões e
as recomendações vigentes (PORTARIA CONAMA 357 DE 17 DE
MARÇO DE 2005).
3 REVISÃO DE LITERATURA
O termo “irrigação” pode ser definido como a aplicação artificial
de água no solo, proporcionando, a umidade necessária ao crescimento
normal das plantas nele existentes, suprindo a falta, insuficiência ou
má distribuição das chuvas (WITHERS 7 VIPOND, 1984).
Por meio da irrigação, pode-se incrementar a produção agrícola,
mantendo ao longo do ano, as disponibilidades e os estoques de
cultivares, uma vez que está prática permite uma produção na contra-
estação (FERNANDEZ & GARRIDO,2002).
O sucesso de um projeto de irrigação começa com a análise da
qualidade de água Ayres & Westcot, (1999), afirmam que dependendo
da característica física, química e biológica desta água o projeto pode
se tornar limitado ou até mesmo inviabilizado. E que o aspecto
qualidade tem sido desprezado devido ao fato que, no passado as
fontes eram abundantes, de boa qualidade e de fácil utilização, o que
hoje não acontece, em quase todos os mananciais do mundo. E que
deve existir um planejamento efetivo que assegure o melhor uso
possível das águas, de acordo com sua qualidade.
As águas que se destinam à irrigação devem ser avaliadas
principalmente sob três aspectos da qualidade agronômica das
mesmas, sendo elas: salinidade, sodicidade e toxidade de íons. A
salinidade causa efeito no rendimento da cultura (SANTOS, 2000). A
sodicidade se refere ao efeito do sódio contido na água de irrigação
que tende a elevar a porcentagem de sódio trocável do solo, afetando a
sua capacidade de infiltração (PIZARRO, 1985). A toxicidade refere-se
ao efeito de alguns íons sobre as plantas que quando encontradas em
concentrações elevadas podem causar danos às culturas reduzindo a
sua produção (HOLANDA & AMORIM, 1997). Por outro lado deve se
avaliar se a qualidade da água pode comprometer a operacionalidade
do sistema de irrigação (NAKAYAMA & BUCKS, 1986).
Vários são os sistemas de irrigação pelos quais se pode levar a
água as plantas. E a escolha do sistema a ser usado depende da
topografia e natureza do solo, da disponibilidade de água, da cultura, de
condições econômicas, do lugar, Porém qualquer que seja o escolhido,
torna-se necessário que se tenha o completo controle sobre a qualidade
da água. Deve-se escolher o que mais se adapte a cultura, ao tipo de
solo, seja o mais econômico e que, especialmente, faça um uso mais
racional da água (FILGUEIRA, 2000).
3.1 Agricultura irrigada
O Brasil tem um potencial de irrigação de 52 milhões de
hectares. A área atualmente irrigada atinge 3,0 milhões de hectares,
sendo 1,4 milhões de hectares com irrigação a pressão e 1,6 milhões de
hectares com irrigação por superfície. A área irrigada no Nordeste é de
495.370 e a área potencial de irrigação é de 2.717.820 há. Têm-se
desenvolvido apenas 18,2% da área potencial. A maior concentração de
área irrigada está nos Estados da Bahia (33,95%), Pernambuco
(17,97%) e Ceará (16,63%), (HEINZE, 2002).
A irrigação e drenagem dos campos irrigados são atividades que
permitem compensar os efeitos negativos da má distribuição, espacial e
temporal, das águas de precipitação (SANTOS, 1998).
Estima-se que, em média a eficiência da irrigação é de 37% ao
nível mundial. Muito do volume perdido torna-se severamente
degradado em sua qualidade, ao arrastar sais, pesticidas e elementos
tóxicos do solo, motivo pelo qual, além da dificuldade de recursos
hídricos adicionais, em muitos casos tem-se o uso não eficiente como
causa da redução da disponibilidade e da qualidade. Pequenos
aumentos na eficiência produzem incrementos significativos na água
disponível para outros fins, principalmente em situações de competição
pelo uso da água; quanto maior a eficiência, menores os custos de
bombeamento, condução e distribuição da água de irrigação (SANTOS,
1998).
A eficiência da irrigação representa a relação entre a quantidade
de água conduzida pelos sistemas de irrigação às culturas e a
quantidade que efetivamente chega ao sistema das plantas, que varia
de acordo com fatores ligados a própria operacionalização dos
equipamentos, como vazamentos nas redes de distribuição,
uniformidade de irrigação, tamanho de gotas, etc., e fatores externos,
como características edafoclimáticas e das culturas (GOMES, 1997).
3.2 Desenvolvimento da irrigação no Brasil e no Nordeste
No Brasil, a produção por meio de cultivos irrigados, é recente. A
sua evolução deu-se em quatro fases: (NEINZE, 2002).
a) A primeira fase, iniciada na metade da década de 60 do Século
XX, pautada por ações com as seguintes características: a
administração pública federal foi diretamente responsável pela
implantação de projetos de irrigação, por intermédio de
iniciativas quase que exclusivamente dirigidas a construção de
açudes, em lugar do apoio direto às atividades produtivas e aos
serviços por ela requeridos (conhecimento e tecnologia,
crédito, informação de mercado, formação de recursos
humanos e outros).
b) A segunda fase teve inicio no fim dos anos 60, com a criação do
Grupo de Estudos Integrados de Irrigação e Desenvolvimento
agrícola (GEIDA). As características relevantes desta fase
foram: A implantação do Programa Plurianual de Irrigação
(PPI), em 1996 e do programa de Integração Nacional (PIN),
em 1970; I Plano Nacional de Irrigação, comandada pelo Setor
Público, mas claramente pautada pelo estímulo à iniciativa
privada.
c) A terceira fase iniciou-se com a criação do Programa de
Irrigação do Nordeste (PROINE) e do Programa Nacional de
Irrigação (PRONI), ambos em 1986. Esta fase caracterizou-se
por uma divisão mais clara de papeis entre o Setor Público e o
Privado. Nesta fase foi decidido que caberia ao Governo a
execução de obras coletivas de grande porte (suporte
hidráulico e macrodrenagem), cabendo á iniciativa privada as
demais ações para o desenvolvimento do projeto.
d) A quarta fase, caracterizou-se pela tomada de um novo
direcionamento para a Política Nacional de Irrigação e
Drenagem, denominado na sua etapa executiva de Projeto Novo
Modelo de Irrigação.
Todas as fases caracterizaram-se, pela descontinuidade das ações
governamentais, relativas ao desenvolvimento da irrigação e drenagem
(HEINZE, 2002).
O primeiro texto legal sobre irrigação no Brasil data de 25 de
Junho de 1979 com a promulgação da Lei nº 6.662A Lei de Irrigação.
Sua regulamentação ocorreu em 29 de Março de 1984, mediante o
Decreto nº 89.496 (SOUZA, 1994).
As primeiras tentativas de levar a irrigação ao Nordeste
ocorreram na década de 40, pelo hoje Departamento Nacional de Obras
Contra as Secas (Dnocs), com a construção de grandes açudes e canais
de irrigação (BRASIL, 1990).
A SUDENE (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste),
criada em 1959, para operacionalizar o aproveitamento racional dos
recursos de água e solo na região, deu prioridade ao desenvolvimento
da agricultura irrigada e à criação do Grupo Executivo de Irrigação
para o Desenvolvimento Agrícola (GEIDA) (BRASIL, 1990).
E foi o GEIDA que realizou o primeiro e o mais amplo estudo de
possibilidades de irrigação no Nordeste e traçou as diretrizes de uma
política de irrigação que mais tarde vieram a constituir a primeira fase
do Plano Nacional de Irrigação.
3.3 Desperdício de água na irrigação - uso racional
É comum os sistemas de irrigação utilizados no Brasil não serem
implantados seguindo um projeto adequado, por isso são comuns
vazamentos de água nas tubulações e nos canais de alimentação e de
distribuição de água nos projetos de irrigação, quase não existindo
manutenção, e quando existe é precária. (WITHERS & VIPOND, 1984)
O teor de água no solo, que é a água que é aproveitada pelas
raízes das culturas, varia de 0 a 100%. Quanto mais elevado este
percentual, mais facilidade a planta terá de aproveitar a água. Mas 0%
não significa que o solo esteja totalmente seco. E sim que a água
existente está retida pelas partículas do solo, e que não é utilizável. O
teor máximo de água que um solo pode comportar antes que ele
comece a perder água de forma livre ou gravitacional é 100%
(WINTER, 1984).
3.4 Qualidade de água para irrigação
Os constituintes que formam a água, conferem características
qualitativas que podem influenciar o dimensionamento e escolha do
tipo de sistema de irrigação, a necessidade de filtragem, o tipo de
cultura a ser irrigada (AYRES & WESTCOT, 1999) e a necessidade ou
não de um pré-tratamento da água (PESCOD, 1992).
A obstrução física de tubulações e emissores, sobretudo em
sistemas de irrigação localizada, onde os orifícios de passagem são de
pequenos diâmetros é um dos principais problemas oriundos da
qualidade da água (NAKAYAMA & BUCKS, 1986).
No Brasil, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA),
estabeleceu por meio da Resolução 357 de 17 de março de 2005, a
classificação das águas e seus respectivos padrões de qualidade. Os
padrões são utilizados, principalmente, para a proteção da qualidade
da água, de forma a assegurar os usos previstos. A ABNT (NBR9896|
87) preconiza que os padrões de qualidade são constituídos por um
conjunto de parâmetros e seus limites, e são fixados mediante critérios
científicos que avaliam o risco para um dado individuo ou uso e o dano
causado pela exposição a uma dose conhecida de um determinado
poluente. A Portaria dividiu as águas doces em cinco classes: Classe
Especial: Que são águas destinadas ao abastecimento doméstico sem
prévia ou simples desinfecção, e a preservação do equilíbrio natural
das comunidades aquáticas; classe 1: que são águas destinadas ao
abastecimento doméstico após tratamento simplificado, á proteção das
comunidades aquáticas, a recreação de contato primário (natação,
esqui aquático e mergulho), à irrigação de hortaliças que são
consumidas cruas, e que se desenvolvam rente ao solo, e frutas que
sejam ingeridas cruas sem remoção de película, a criação natural e/ou
intensiva (aqüicultura) de espécies destinadas a alimentação humana; a
classe 3: águas destinadas ao abastecimento doméstico, após
tratamento convencional, a irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas
e forrageiras, a dessedentação de animais; a classe 4: águas destinadas
a navegação, a harmonia paisagística, e usos menos exigentes.
Mediante esta classificação para se estabelecer a caracterização
da qualidade de água para irrigação são necessários a definição,
determinação e interpretação dos parâmetros físicos-químicos e
microbiológicos que interferem de alguma forma na técnica de
irrigação, pois segundo Santos et.al.(2001), a seleção dos parâmetros
de interesse deve levar em consideração os usos previstos para o corpo
de água e as fontes potenciais de poluição existentes na bacia
hidrográfica.
3.4.1 Parâmetros físicos
A temperatura da água pode influir no retardamento ou
aceleração da atividade biológica, na absorção de oxigênio e
precipitação de compostos. Quando se encontra ligeiramente elevada,
resulta na perda de gases pela água, gerando odores e desequilíbrio
ecológico (SPERLING, 1996).
Em corpos de água, particularmente os lênticos, o estudo do
comportamento da temperatura com a profundidade é, na maioria das
vezes, um ponto de interesse para a caracterização da ocorrência de
ciclos diários ou sazonais de estratificação térmica e mistura. De um
ponto de vista estritamente analítico, as medidas de temperatura
encontram aplicação no cálculo da salinidade e das várias formas de
alcalinidade, em estudos sobre a saturação e estabilidade do carbonato
de cálcio e na correlação dos valores das constantes de equilíbrio de
reações exotérmicas (diminuem com a diminuição da temperatura) e
endotérmica (aumentam com o aumento da temperatura) (SILVA,
2001).
Todas as impurezas presentes na água, com exceção dos gases
dissolvidos, correspondem aos sólidos (PORTO et al., 1991), que em
águas naturais, origina-se, do processo de erosão natural dos solos e do
intemperismo das rochas (CARVALHO, 1994).
No entanto, o despejo de esgotos e o uso dos solos para a
agricultura constituem-se nas principais contribuições antrópicas de
sólidos na água dos mananciais. Os esgotos domésticos não tratados
podem contribuir com uma variação típica de 700 a 1.350 mg/L de
sólidos totais (SPERLING, 1996). As perdas de solos por erosão, no
Brasil, chega em média a 23,8 t/ha. ano (BRAGA et al., 2002).
Os sólidos presentes na água, segundo Sperling (1996), podem
ser classificados de acordo com o seu estado e tamanho (em suspensão
ou dissolvidos), com as características químicas (voláteis e fixos) e
decantabilidade (sedimentáveis e não sedimentáveis).
A turbidez de uma amostra de água é o grau de atenuação de
intensidade que um feixe de luz sofre ao atravessá-Ia (esta redução se
por absorção e espalhamento, uma vez que as partículas que
provocam turbidez nas águas são maiores que o comprimento de onda
da luz branca), devido à presença de sólidos em suspensão (CETESB,
1978).
No entanto, a turbidez não depende estritamente da
concentração de sedimentos em suspensão, mas também de outras
características do sedimento tais como tamanho, composição mineral,
cor e quantidade de matéria orgânica (SANTOS et al., 2001). Esse
parâmetro é de extrema importância para a vida aquática, pois
segundo Braga (2002), com o aumento da turbidez, e
consequentemente a redução da transparência da água, ocorre redução
nas taxas fotossintéticas, prejudicando a procura de alimento para
algumas espécies, o que leva a desequilíbrios ambientais.
A condutividade elétrica da água é a sua capacidade de
transmitir a corrente elétrica, devido à presença de substância
dissolvidas que se dissociam em ânions e cátions (PORTO et al., 1991),
sendo por isso, um parâmetro químico indicativo da quantidade de sais
dissolvidos na água. Os sais presentes na água segundo Ayres &
Westcot (1999), originam-se da dissolução ou intemperização das
rochas e solos, incluindo a dissolução lenta do calcário, do gesso e de
outros minerais. O lançamento de esgotos não tratados, também podem
contribuir com até 500 mg/L de sólidos dissolvidos fixos, dentre os
quais, grande parte, corresponde aos sais dissolvidos (SPERLING,
1996).
Devido a facilidade e rapidez de determinação no campo a
condutividade elétrica tornou-se padrão para expressar a concentração
total de sais para classificação e diagnose das águas destinadas a
irrigação.
vários modelos de classificação de águas para irrigação, um
destes modelos é o proposto pela UCCC (University of Califómia
Comitee Consultants), apresentado por AYRES & WESTCOT, (1999).
Quanto à salinização este modelo divide as águas em quatro classes,
segundo a sua condutividade elétrica, as quais são as seguintes;
C1 água com salinidade baixa (CE entre 0 e 0,25 miliSiemens/cm, a
25°C). Pode ser usada para irrigação da maioria das culturas e na
maioria dos solos, com pouca probabilidade de ocasionar salinidade;
C2 água com salinidade média (CE entre 0,25 e 0,75 miliSiemens/cm,
a 25°C). Pode ser usado sempre que houver um grau moderado de
lixiviação. Plantas com moderada tolerância aos sais podem ser
cultivadas.
C3 água com salinidade alta (CE entre 0,75 e 2,25 miliSiemens/cm a
25°C). Não pode ser usada em solos com deficiência de drenagem.
pode ser usado em plantas com boa tolerância aos sais.
A análise do parâmetro condutividade também permite verificar a
influência direta e indireta das atividades desenvolvidas nas bacias
sobre os recursos hídricos (lagos, reservatórios, rios), como
lançamentos de efluentes domésticos e industriais e atividades
agropastoris, pois segundo Di Bernardo & Di Bernardo (2002), o
resultado da poluição pode ser detectado pelo aumento da
condutividade elétrica no curso d'água.
O potencial hidrogeniônico (pH) é um valor que representa a
concentração de íons de hidrogênio H
+
(em escala logarítmica), dando
uma indicação sobre a condição de acidez, neutralidade ou alcalinidade
da água (ESTEVES, 1998).
A biota aquática exerce influência marcante sobre o pH da água,
pois de acordo com Esteves (1998), o consumo de CO
2
durante o dia,
pelo processo fotossintético, a partir das macrófitas aquáticas e algas,
pode elevar o pH do meio. Por outro lado, a liberação e dissolução de
gás carbônico na água pela respiração, resultarão em ácido carbônico,
promovendo a redução do pH (BRAGA, 2002).
A influência do pH sobre os ecossistemas aquáticos naturais dá-
se diretamente devido a seus efeitos sobre a fisiologia das diversas
espécies. Também o efeito indireto é muito importante, podendo,
determinadas condições de pH contribuir para a precipitação de
elementos químicos tóxicos como metais pesados; outras condições
podem exercer efeitos sobre as solubilidades de nutrientes. Desta
forma, as restrições de faixas de pH são estabelecidas para as diversas
classes de águas naturais (CETESB, 2003).
Nas estações de tratamento de águas são várias as unidades cujo
controle envolve as determinações de pH. A coagulação e a floculação
que a água sofre inicialmente é um processo unitário dependente do
pH; existe uma condição denominada de "pH ótimo" de floculação que
corresponde à situação em que as partículas coloidais apresentam
menor quantidade de carga eletrostática superficial (DI BERNARDO&
DI BERNARDO 2002).
O pH é um parâmetro químico que pode contribuir para a
obstrução de tubulações e emissores em sistemas localizados. Águas
com valores de pH acima de 7 podem favorecer a precipitação de
carbonatos de cálcio e magnésio em águas com alta dureza
(NAKAYAMA & BUCKS, 1986).
Outros fatores que podem influenciar os valores de pH da água
são os despejos domésticos e industriais, através da oxidação da
matéria orgânica e despejo de químicos (SPERLING,1996).
3.4.2 Parâmetros químicos
Segundo Lima (1993), nas águas naturais o ferro pode ser
encontrado sob as formas de Fe(HCO
3
)
2
(bicarbonato ferroso), Fe(OH)
3
(hidróxido férrico) e FeSO
4
(sulfato ferroso).
O ferro na água origina-se do contato constante entre a água e os
solos e seus materiais de origem, que por reações de redução
transformam o ferro da forma insolúvel, para a forma solúvel na água.
O ferro solúvel ao entrar novamente em contato com o oxigênio perde
elétrons por reações de oxidação. tomando-se novamente insolúvel.
(CURI, 1993).
As altas concentrações de ferro encontradas em fontes
superficiais de água, também podem ocorrer, em função das ações
antrópicas, provenientes das atividades desenvolvidas nas bacias
hidrográficas. No meio urbano, os despejos industriais constituem-se
nas principais fontes de poluição que podem contribuir com
incrementos significativos de ferro na água (SPERLING, 1996).
A capacidade de oxidação e redução do ferro em água pode ser
influenciada por outros parâmetros, como o pH, concentração de CO
2
e
O
2
, compostos orgânicos e concentração de fósforo.
Nas águas superficiais, são fontes importantes de cloretos as
descargas de esgotos sanitários, sendo que cada pessoa expele, através
da urina, cerca de 6g de cloreto por dia, o que faz com que os esgotos
apresentem concentrações de cloreto que ultrapassam a 15mg/L.
Diversos são os efluentes industriais que apresentam concentrações de
cloreto elevadas como os da indústria do petróleo, algumas indústrias
farmacêuticas, curtumes e outros. Nas regiões costeiras, através da
chamada intrusão da língua salina, são encontradas águas com níveis
altos de cloreto. Nas águas tratadas, a adição de cloro puro ou em
solução leva a uma elevação do nível de cloreto, resultante das reações
de dissociação do cloro na água (CETESB, 2003).
Para as águas de abastecimento público, a concentração de
cloreto constitui-se em padrão de potabilidade. O cloreto provoca sabor
"salgado" na água, sendo o cloreto de sódio o mais restritivo por
provocar sabor em concentrações da ordem de 250mg/L, valor este que
é tomado como padrão de potabilidade. No caso do cloreto de cálcio, o
sabor é perceptivo em concentrações de cloreto superior a
1000mg/L. (DI BERNARDO & DI BERNARDO, 2002).
Sabe-se que o cloreto também interfere no tratamento anaeróbio
de efluentes industriais, constituindo-se igualmente em interessante
campo de investigação científica. O cloreto provoca corrosão em
estruturas hidráulicas, como por exemplo, em emissários submarinos
para a disposição oceânica de esgotos sanitários. Interferem na
determinação da DQO e embora esta interferência seja atenuada pela
adição de sulfato de mercúrio, as análises de DQO da água do mar não
apresentam resultados confiáveis. Interfere também na determinação
de nitratos. Também era utilizado corno indicador de contaminação por
esgotos sanitários, podendo-se associar a elevação do nível de cloreto
em um rio com o estágio de contaminação do mesmo. O cloreto
apresenta também influência nas características dos ecossistemas
aquáticos naturais, por provocarem alterações na pressão osmótica em
células de microrganismos (CETESB, 2003).
O sulfato pode provocar a formação de sulfatos ácidos, reduzindo
o pH dos corpos d'água. Em áreas rurais, o sulfato p'0de ter origem em
fertilizantes que contenham enxofre na sua formulação; a lixiviação por
efeito das chuvas sobre estas áreas carreia este produto para os
mananciais. O sulfato também tem origem no ciclo do enxofre
proveniente da matéria orgânica e ácidos sulfônicos de detergentes
presentes em esgotos (CETESB,2003).
Os ácidos orgânicos ou o metanol costumam ser os produtos mais
utilizados como matéria orgânica por organismos redutores de sulfato.
A importância de conhecer esses fenômenos está relacionada com o
mau cheiro que aparece em certos locais, tais como: esgotos
residenciais; dejetos de pocilgas e de criação de gado bovino; depósitos
de lixo usados como lixões ou depósitos precários em barrancas;
indústrias de produtos agrícolas como, por exemplo, fecularias,
arrozoeiras, serrarias, vinícolas, entre outros (MACEDO, 2000).
Concentrações de sulfato acima de 250mg/L, em águas de
suprimento doméstico, produzem efeitos purgativos nos seres
humanos. O ácido sulfídrico que se forma a partir do sulfato é muito
indesejável. Ele inibe a citocromo oxidase, que é a oxidase terminal dos
organismos aeróbios (CETESB. 2003).
A amônia é um dos elementos mais importantes para a vida, mas
é escasso nas águas, onde provem do ar por assimilação de algumas
algas, de adubos, e matéria orgânica (folhas ou esgotos) em
decomposição. No estudo das águas interiores (limnologia) a
concentração de amônia refere-se, em geral, às concentrações de
nitrogênio amoniacal em duas formas (NH
3
e NH
4
) (ESTEVES, 1998).
O nitrogênio perfaz cerca de 80% do ar que respiramos. Como
um componente essencial das proteínas, ele é encontrado nas células
de todos os organismos vivos. Nitrogênio inorgânico pode existir no
estado livre como gás, nitrito, nitrato e amônia. Com exceção de
algumas ocorrências como sais evaporíticos, o nitrogênio é
continuamente reciclado pelas plantas e animais. Nas águas
subterrâneas os nitratos ocorrem em teores em geral abaixo de 5mg/L.
Nitratos podem derivar de águas de esgoto; sua presença na água é
indício de contaminação. Porém, tal contaminação na água subterrânea
pode acontecer, se concomitantemente, houver cloretos presentes
(MACEDO, 2000).
No sistema digestivo o nitrato é transformado em nitrosaminas,
que são substâncias carcinógenas. Crianças com menos de três meses
de idade possuem, em seu aparelho digestivo, bactérias que reduzem o
nitrato a nitrito. Este se liga muito fortemente a moléculas de
hemoglobina, impedindo-as de transportar oxigênio para as células do
organismo. A deficiência de oxigênio leva a danos neurológicos
permanentes, à dificuldade de respiração (falta de ar) e em casos mais
sérios à morte por asfixia. Aos seis meses de idade a concentração de
ácido hipoc1órico aumenta no estômago, matando as bactérias
redutoras de nitrito (SPERLING, 1996).
A toxidez do nitrato em animais aquáticos parece não ser um
sério problema, o que explica por que os fertilizantes a base de nitrato
são mais seguros do que aqueles à base de amônia. Porém este
composto pode tornar-se potencialmente tóxico em sistemas de
recircu1ação de água (sistemas fechados), em que altos níveis podem
ser alcançados como resultado da nitrificação da amônia. A toxidez
deste composto é devido a seu efeito sobre a osmorregu1ação e
possivelmente sobre o transporte de oxigênio (ARANA, 2004).
Pesquisa realizada pela EPA (U.S. Environmental Protection
Agency) no decorrer do ano de 1992, em todo o território norte-
americano, constatou que cerca de 75.000 crianças com menos de dez
meses de idade estavam expostas ao consumo de água com mais de
10mg/L de nitrato.
O nitrito é o produto final da oxidação da amônia que,
compreende dois passos: a transformação da amônia em nitrito por
ação das Nitrosomonas e a transformação do nitrito em nitrato por
ação de Nitrobacter. Este processo, por realizar-se em condições
aeróbias, é conhecido como nitrificação. a. redução do nitrito para
amônia é conhecida como desnitrificação e se realiza em condições
anaeróbias, próprias de ambientes eutrofizados em que ocorre a
decomposição da matéria orgânica (ESTEVES, 1998).
3.4.3 Parâmetros microbiológicos
3.4.3.1– Coliformes totais e termotolerantes e E. coli
A principal dificuldade do monitoramento da quantidade da água
de um determinado local é o estabelecimento de indicadores
adequados e a definição dos critérios a serem adotados para esta
avaliação (CETESB, 2003). Estes critérios devem estar sempre
associados ao bem estar, à segurança, e à saúde da população.
Segundo Soares (1999), os melhores indicadores da presença de
patógenos entéricos em fontes de poluição fecal devem ter as seguintes
propriedades: estar presentes em águas contaminadas por matéria
fecal em densidade mais elevada que os patógenos, ser incapaz de
crescer em ambientes aquáticos, mas capazes de sobreviver por mais
tempo que os microrganismos patogênicos; apresentar resistência
igualou maior que os patógenos aos processos de desinfecção, serem
fàcilmente enumerados por técnicas precisas; ser aplicável a todos os
tipos de águas recreacionais naturais (doces, salobras, salinas); estar
ausente em águas não poluídas e associadas exclusivamente a despejos
de fezes animais e humanas e apresentar densidade diretamente
correlacionada com o grau de contaminação fecal. Esse conjunto de
características constitui uma definição teórica de um indicador, pois
nenhum tipo de bactéria preenche totalmente esses requisitos. No
entanto, essas características restringem os indicadores a alguns
grupos de bactérias.
O conceito de utilizar coliformes para deduzir a presença de
patógenos baseou-se num trabalho realizado em 1885 por Escherich,
através da identificação do bacilo de coli, como fazendo parte da
microflora intestinal natural de animais do sangue quente. Depois
desse trabalho criaram-se correntes de pesquisadores que apóiam, e os
que criticam o uso de coliformes para deduzir a presença, na água de
patógenos como Salmonella, Shigella, Vibrio e Enterovirus (JAWETZ &
ADALBRGS, 2000).
Como indicador de poluição fecal recente, os coliformes
termotolerantes apresentam-se em grandes densidades nas fezes,
sendo, portanto facilmente isolados e identificados na água por meio de
técnicas simples e rápidas, além de apresentarem sobrevivência
praticamente semelhante à das bactérias enteropatogênicas. No
entanto, a presença de coliformes termotolerantes nas águas não
confere a estas uma condição infectante. Este subgrupo das bactérias
coliformes não é por si prejudicial à saúde humana, apenas indica a
possibilidade da presença de quaisquer organismos patogênicos
(CETESB, 2003).
O grupo de coliformes totais inclui as bactérias na forma de
bastonetes gram-negativos, não esporogênicos, aeróbios ou anaeróbios
facultativos, capazes de fermentar a lactose com produção de gás, em
24 a 48 horas, a 35ºC. O grupo inclui cerca de 20 espécies, dentre as
quais se encontram tanto bactérias originárias do trato gastrintestinal
de humanos e outros animais de sangue quente, como também diversos
gêneros e espécies de bactérias não entéricas, como Serratia e
Aeromonas, por exemplo. Por essa razão, sua enumeração em águas e
alimentos é menos representativa como indicação de contaminação
fecal do que a enumeração de coliformes ou Escherichia coli (FRANCO
& HOEFEL, 1993; SILVA et al., 2000).
Para coliformes termotolerantes, a definição é a mesma de
coliformes totais, porém, restringindo-se aos microrganismos capazes
de fermentar a lactose, com produção de gás, em 24 horas e
temperatura entre 44,5 - 45,5ºC. Esta definição objetivou, em principio,
selecionar apenas os coliformes originários do trato gastrointestinal.
Atualmente, sabe-se que o grupo de coliformes fecais inclui pelo menos
três gêneros, Escherichia, Enterobacter e Klebsiella, dos quais dois
(Enterobacter e Klebsiella) incluem cepas de origem não fecal.
Por esse motivo, a presença de coliformes fecais em água e
alimentos é menos representativa, como indicação de contaminação
fecal, do que a enumeração direta de E. coli, porém, muito mais
significativa do que a presença de coliformes totais dadas à alta
incidência de E. coli dentro do grupo fecal (SILVA et al., 2000).
Cerca de 95% dos coliformes existentes nas fezes humanas e de
outros animais são E.coli e, dentre as bactérias de habitat
reconhecidamente fecal, dentro do grupo de coliformes fecais, a E. coli,
embora também possa ser introduzida a partir de fontes não fecais, é o
melhor indicador de contaminação fecal conhecido até o momento, pois
satisfaz todas as exigências de um indicador ideal de poluição. Por este
motivo, as tendências atuais se direcionam no sentido da detecção
específica de E.coli, com o desenvolvimento de diversos métodos que
permitem a enumeração rápida dessa espécie diretamente (SILVA et
al., 2000).
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1Caraterização da área de estudo
O Município de Pinheiro, onde foi efetuada a nossa pesquisa
pertence à zona fisiográfica 05 da Baixada, situa-se a 2º26’30” de
latitude sul, e 45º8’15” de latitude de W.Gr. Com uma área de 1.559
km
2
, limita-se ao norte com os Municípios de Santa Helena e Mirinzal;
a Leste encontra-se com áreas de Palmeirândia, Bequimão, São Bento e
São Vicente Ferrér; ao Sul com os Municípios de Penalva e Zé Doca e, a
Oeste, com Santa Helena. Servido pela Rodovia Ma-006, que corta o
Município de sul a norte e, na Sede, faz cruzamento com outros
Municípios. Tem uma população estimada pelo IBGE (2003) de 70.311
habitantes (CARDOSO, 2001).
Corresponde a uma região plana, de estrutura geológica recente,
com presença dominante de terrenos terciários e quaternários. Está
sujeita a inundação durante a estação chuvosa, devido a enchentes dos
rios existentes, somadas à presença de muitos lagos que ponteiam a
região. Na sua cobertura vegetal, observa-se o predomínio dos campos
que, ao lado dos tesos, cobertos de matas dos vales com presença de
árvores, constituem a paisagem vegetal. A grande diversidade da fauna
dessa região, com inúmeras variedades de peixes, répteis e aves
aquáticas (MACEDO, 2005).
A bacia do Rio Pericumã possui uma área de 10.800 km
2
, tendo
como componentes da bacia os Municípios de Pinheiro, Apicum Açu,
Cururupu, Porto Rico do Maranhão, Mirinzal, Cedral, Guimarães,
Central do Maranhão, Bequimão, Pedro do Rosário, Presidente Sarney,
Serrano do Maranhão, Bacuri, Perimirim, São Bento, Palmeirândia,
Bacurituba, São Vicente Ferrer, Olinda Nova, Matinha, São João
Batista, Viana, Cajapió. O principal rio desta bacia é o Pericumã, que
nasce na Lagoa Traira e possui uma extensão de 126 km, indo
desaguar na Baia de Cumã (CARDOSO, 2001).
4.1.1 Problemas ambientais da área
Lixões a céu aberto, geralmente aproveitando as voçorocas ao
longo do rio. Fellenber, (1980), diz que resíduos assim lançados
acarretam problemas a saúde pública, com a proliferação de vetores
(moscas, baratas, ratos), geração de odores e, principalmente, poluição
das águas superficiais e subterrâneas, com o chorume, que ainda leva
consigo substâncias como c1oretos, nitratos, sultàtos etc. O chorume
contém concentração de material orgânico equivalente a diversas vezes
aquela do esgoto sanitário, além de microrganismos patogênicos;
0,11% da população de Pinheiro, tem acesso a rede coletora
de esgotos. Na verdade, esses esgotos são lançados in natura em algum
ponto ao longo do rio, que a cidade não dispõe de Estação de
Tratamento de Esgotos. Os não contemplados com a rede coletora de
esgotos utilizam o sistema de fossa seca. O problema maior da fossa
seca, é que devido o lençol freático na região ser muito próxima a
superfície, na época chuvosa com a elevação do nível estático é comum
acontecer o alagamento da fossa, provocando a contaminação do lençol
freático. Outros, (periferia) não utilizam nem a fossa seca, nem a rede
coletora e sim a famosa sentina, a margem do rio.
A criação de búfalos causa um violento impacto ambiental, devido
o seu hábito de permanecer na maior parte do tempo dentro do rio, e
como ele é um animal grande e pesado ele revolve a água, com isso
aumentando a turbidez, destruindo o leito de desova de alguns peixes,
e comendo plantas aquáticas reguladoras de ecossistema. Além disso o
búfalo lança em suas fezes esporos de Clostridium botulinum, que é
responsável pelo botulismo, caracterizada principalmente pela paralisia
da musculatura esquelética, podendo acometer mamíferos, aves e
peixes (SILVA et al., 1998).
4.2Pontos de amostragem
Foram selecionados sete pontos de amostragem ao longo do Rio
Pericumã, conforme apresentado na Tabela 1.
Tabela-l Pontos amostrados no Rio Pericumã, em Pinheiro-MA
PONTOS LOCALIZAÇÃO
1 Captação da CAEMA
2 Beira Rio- a jusante da Captação da CAEMA
3 Beira Rio, em frente ao bar \ Maria Santa
4 Rua Maria José Gomes- Bairro Floresta
5 Rua Princesa Isabel- Bairro José Genésio
6 Rua do Colégio Erivan Coelho
7 Atrás do Centro Universitário de Pinheiro
4.3Coleta de amostras para análise bacteriológica
Foram utilizados frascos de vidro neutro de borossilicato, boca
esmerilhada, com capacidade de 125mL, os quais previamente lavados,
secos e envoltos em papel pardo e esterilizados em autoclave (121ºC
por 30 minutos). Após colhidas as amostras, os frascos foram
transportados ao Laboratório em caixas isotérmicas contendo cubos
de gelo. Cada frasco foi etiquetado com uma ficha de registro contendo
informações de procedência, data e hora da coleta.
As coletas das amostras de água foram feitas mensalmente, em
07 pontos ao longo do rio, durante doze meses, de Setembro /2004 a
Agosto/2005 perfazendo um total de 48 amostras.
4.4Coleta de amostras para análise físico-química
As amostras de água para análise físico-química, foram colhidas
em frasco brancos de polietileno, com capacidade de 5 litros, próximo a
superfície, 20 cm de profundidade. Todas as amostras foram
etiquetadas, com a identificação do ponto de coleta, data, hora, e
demais informações pertinentes ao entorno da coleta. Também foram
coletados 07 pontos mensais, durante um ano, com inicio em
Setembro/2004 a Agosto/2005, perfazendo o total de 48 amostras.
4.5Métodos de análise dos parâmetros fisico-químicos e
microbiológicos
4.5.1 Parâmetros Físicos
Os indicadores físicos mensuram as características
organolépticas da água: O pH foi determinado pelo método
eletrométrico, (potenciômetro Sensoglass) que é sujeito a menos
interferência, e por isso, é considerado método padrão; a temperatura
foi medida em campo com termômetro com resolução de 0,1°C; a
condutividade foi medida em condutivimetro, modelo HACH 2100;
Turbidez, medida no espectrofotômetro, modelo HACH DR 2000.
(APHA, 1995).
4.5.2 Parâmetros químicos
Ferro método da fenantrolina (Spectrofotômetro DR 2000);
Cloreto método de mohr; Nitrogênio Amoniacal método da
nesslerização (Spectrofotômetro DR 2000); Nitrato método do ácido
fenildissulfonico (Spectrofotômetro DR 2000); Nitrito Método do
ácido sulfanílico (Spectrofotômetro DR 2000); Sulfato Método de
Hidroxilamina.
4.5.3 Parâmetros microbiológicos
A detecção e identificação dos coliformes totais e da E. coli pelo
sistema substrato cromogênico enzimático (Colilert), padronizado no
Standard Methods for The Examination of Water and Wastewater
(APHA,1998).
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos foram analisados segundo Resolução
CONAMA 357 de 17 de março de 2005.
Como ainda não existe uma classificação completa de qualidade
de água apropriada para irrigação onde estejam alencados todos os
parâmetros que possam a vir causar danos na operação dessa
tecnologia, procuramos integrar as existentes na literatura, para se
estabelecer padrões de qualidade de água para irrigação. A literatura
existente enfatiza, o potencial de dano a operação de sistemas de
irrigação localizada, risco de salinização do risco e contaminação de
alimentos.
O Órgão ambiental do Maranhão ainda não promoveu a
classificação dos nossos recursos hídricos, então convencionou que
todos estariam enquadrados na Classe II. O enquadramento de corpos
de água em classe é um dos instrumentos da Política de Recursos
Hídricos, que visa assegurar que o manancial tenha qualidade
compatível com os usos mais exigentes a que for destinada, e as ações
preventivas em caráter permanente.
No ano de 2004, a época chuvosa chegou tardiamente, em
meados de Janeiro.
5.1 Variáveis físicas
5.1.1 Temperatura
A temperatura das águas do rio Pericumã no período amostrado
variou de 25°C a 30ºC. Variações de temperatura são parte do regime
climático normal e corpos de águas naturais apresentam variações
sazonais e diurnas, bem como estratificação vertical. A temperatura
superficial é influenciada por vários fatores: tais como latitude,
altitude, estação do ano, período do dia, taxa de fluxo e profundidade
(ESTEVES, 1998).
A alteração da temperatura das águas naturais decorre
principalmente da isolação e, quando de origem antrópica, de despejos
industriais e águas de refrigeração de máquinas e caldeiras (LIBANIO,
2005).
Também desempenha um papel importante no metabolismo do
meio aquático, condicionando as influências de uma série de
parâmetros físico-químicos. Em geral, à medida que a temperatura
aumenta, de 0 a 30ºC, a viscosidade, tensão superficial,
compressibilidade, calor específico, constante de ionização e calor
latente de vaporização diminuem. Branco (1998) comenta que os
organismos aquáticos possuem limites de tolerância térmica superior e
inferior, temperaturas ótimas para o crescimento, temperatura
preferida em gradientes térmicos e limitações de temperatura para
migração, desova e incubação de ovos. O aumento da temperatura
acelera as atividades metabólicas e consequentemente aumento do
consumo de oxigênio, prejudicando desta forma a piscicultura , assim
como diminuir a autodepuração dos rios por decomposição microbiana
(FELLENBERG, 1980).
A temperatura influencia processos biológicos, reações químicas
e bioquímicas que ocorrem na água e também outros processos, como
a solubilidade dos gases dissolvidos. A solubilidade dos gases decresce
e dos sais minerais geralmente cresce com o aumento de temperatura
da água, e a maior parte dos organismos possui faixas de temperatura
ótima para sua reprodução (PORTO et al., 1991).
De um ponto de vista estritamente analítico, as medidas de
temperatura encontram aplicação no cálculo da salinidade e das várias
formas de alcalinidade, em estudos sobre a saturação e estabilidade do
carbonato de cálcio e na correlação dos valores constantes de
equilíbrio de reações exotérmicas (diminuem com a diminuição da
temperatura).
A elevação da temperatura do Rio Pericumã, nos pontos
amostrados, deve-se principalmente, à ausência de mata ciliar,
lançamento de despejos domésticos, a temperatura do ar, que é sempre
alta, e também pela hora de tomada das amostras, pois foram tiradas
depois das 10:00 horas da manhã.
5.1.2 Condutividade
O limite máximo da Portaria CONAMA 357 de 17 de Março de
2005, para águas naturais classe II, é de 100 µScm
-1
. A U.S.D.A.
Agriculture Handbook 60 extraido de BERNARDO (1989), diz que o
risco de salinização do solo pode ser baixo com (Condutividade Elétrica
entre 0 e 250 µScm
-1
a 25ºC), médio (Condutividade Elétrica entre 250
e 750 µScm
-1
25ºC), alto (Condutividade Elétrica entre 750 e 2.250
µScm
-1
a 25ºC) e muito alto (Condutividade Elétrica entre 2.250 e
5.000 µScm
-1
a 25ºC).
Com exceção dos pontos 01, 02, 03, 06 e 07 no mês de setembro,
todos os outros pontos amostrados nos meses de outubro, novembro e
dezembro, superaram o limite máximo permitido para rios Classe II. De
maneira geral, o aumento da quantidade de sais nos corpos de água
ocorre devido à alta intensidade da evaporação de água que favorece a
concentração nos períodos em que a precipitação é pequena ou nula.
Valores relacionados na Tabela 2.
Tabela 2- Valores de Condutividade medidas no Rio Pericumã em
Pinheiro-MA
Mês P01 P02 P03 P04 P05 P06 P07
SET/04 94,7 93,2 91,2 116,3 194,5 97,8 91,2
OUT/0
4
144,9 146,6 141,5 242,0 154,5 150,9 145,5
NOV/0
4
210,0 222,0 220,0 464,0 221,0 307,0 281,0
DEZ/0
4
310,0 315,0 310,0 506,0 282,0 531,0 509,0
JAN/05 405,0 365,0 194,0 767,0 650,0 674,0 395,0
FEV/0
5
420,0 370,0 200,0 700,0 650,0 680,0 400,0
MAR/0
5
240,0 250,0 240,0 170,0 390,0 110,0 120,0
ABR/0
5
70,0 60,0 70,0 110,0 100,0 80,0 90,0
MAI/0
5
70,0 60,0 70,0 100,0 110,0 100,0 80,0
JUN/0
5
60,0 60,0 90,0 90,0 110,0 80,0 80,0
JUL/05 70,0 70,0 70,0 80,0 90,0 80,0 90,0
AGO/0
5
98,0 98,2 96,7 118,8 101,6 100,8 134,4
VERÃO UNIDADE: µScm
-1
INVERNO
Brigante et.al., afirmam que, em regiões tropicais, os valores de
condutividade nos ambientes aquáticos estão relacionados com as
características geoquímicas da região onde se localizam e com as
condições climáticas: estação seca e de chuva.
Em geral considera-se que, quanto mais poluídas estiverem as
águas, maior será a condutividade em função do aumento do conteúdo
mineral. O lançamento de esgotos não tratados pode contribuir com até
550mg/L de sólidos dissolvidos, dentre os quais, grande parte
corresponde a sais dissolvidos (SPERL, 1996).
Na época de chuva, os campos são inundados com água de 1 a 2
metros de profundidade, e se formam ambientes altamente produtivos
para macrófitas aquáticas, algas, bactérias, protozoários, invertebrados
e peixes; na época da seca a água retoma à calha do rio, deixando seca
a maior parte da área anteriormente inundada. As espécies vegetais
crescidas na fase cheia e mortas pela seca, fornecerão nutrientes e sais
a água através de sua decomposição, ajudando também a elevar
valores de condutividade.
Não podemos esquecer que a condutividade, também mantém
relação de proporcionalidade com a temperatura. A temperatura sobe,
concentra mais os sais, e aumenta os valores de condutividade.
Janeiro, fevereiro e março, foram os meses que apresentaram em
todos os pontos amostrados os maiores valores de condutividade. Na
estação chuvosa, estes valores se apresentam altos em determinados
pontos, podendo ser resultado das primeiras lavagens do solo, pelas
chuvas, que favoreceu o aporte de materiais para o ambiente aquático,
aumentando a concentração de sólidos suspensos que acabam
favorecendo esta característica limnológica.
Nos meses de Abril, Maio e Junho, alguns pontos amostrados
tiveram seus valores diminuídos, em virtude da diluição de sais
provocado pelo período chuvoso.
E no mês de Agosto, em alguns pontos amostrados os valores de
condutividades tiveram um incremento, devido ao aumento de
temperatura e a evapotranspiração alta, característica da região, que
concentra os sais.
Quanto ao potencial de salinização do solo os pontos amostrados
no Rio Pericumã, tiveram seus valores variando entre baixo potencial
(PO1 = 94,7), médio potencial (P04 = 405,0) e um ponto de alto
potencial (P04 = 767,0). A água de irrigação quando salina traz dois
tipos de problemas: a) o direto que é a reposição de sais via irrigação
do solo onde ficam acumulados, com a evaporação da água e/ou
consumo pelas plantas; b) o indireto, acarretado pela redução da
disponibilidade de água para as plantas, em decorrência do incremento
no potencial de modo a afetar a produtividade das culturas. Para que
sejam evitadas essas perdas de rendimento é necessário que os sais
sejam mantidos numa concentração inferior aquelas que afetariam o
rendimento das plantas (OLIVEIRA et.al.;1998).
As águas do rio Pericumã, nos pontos amostrados de baixa
salinidade podem ser usadas para irrigação das culturas e na maioria
dos solos, com pouca probabilidade de ocasionar salinidade. Alguma
lixiviação é necessária, mas isso ocorre nas práticas normais de
irrigação, à exceção dos com permeabilidade extremamente baixa. Nos
pontos amostrados de média salinidade, a água pode ser usada sempre
que houver um grau moderado de lixiviação. Plantas com moderadas
tolerância aos sais podem ser cultivadas na maioria dos casos, sem
práticas especiais de controle da salinidade. E no ponto amostrado de
alta salinidade, essa água não pode ser usada em solos com deficiência
de drenagem. Mesmo nos com drenagem adequada, pode-se necessitar
de práticas especiais para controle de salinidade. Pode ser usada
somente para irrigação de plantas com boa tolerância aos sais.
Hillel, (2000) e Cavalcante et al.,(2000), recomendam que os
critérios para classificação quanto a sensibilidade aos sais devem ser
mais expansivos, envolvendo interação entre uma multiplicidade de
fatores. Os critérios não devem basear-se apenas na condutividade
elétrica da água ou do solo e perigos potenciais do sódio. Outros
fatores expressos pela natureza física, porosidade, aeração e fluxo de
água e de natureza química como disponibilidade de nutrientes do solo,
e de natureza climática representados pela temperatura e evaporação,
são também de fundamental importância nesse protocolo.
Em certos casos, o excesso de sais na água, também pode causar
a obstrução física em sistema de irrigação (NAKAYAMA & BUCKS,
1986).
5.1.3 Potencial hidrogeniônico
O limite máximo da Portaria CONAMA 357 de 17 de Março de
2005, para águas naturais Classe II, é de 6 a 9. NACKAYAMA & BUCKS
(1986), consideraram baixo potencial de dano a sistemas de irrigação
localizada pH <7,0; Médio 7,0 - 8,0; e Alto >8,0.
O pH pode ser considerado como uma das variáveis ambientais
mais importantes, ao mesmo tempo que uma das mais difíceis de
interpretar. Esta complexidade na interpretação dos valores de pH se
deve ao grande número de fatores que podem influenciá-los. Com
relação ao pH nos pontos amostrados verificou-se características muito
ácidas no período de verão, 4,0 (P01). No inverno, os valores de pH
variaram de 5,20 (P04) a 6,87; (P02), atendendo em alguns pontos o
recomendado pela Portaria, conforme mostra a Tabela 3.
Tabela 3 – Valores de pH medidos no Rio Pericumã em Pinheiro-MA
Mês P01 P02 P03 P04 P05 P06 P07
SET/04 5,95 5,97 5,68 4,89 6,08 6,09 6,22
OUT/0
4
4,48 5,24 5,30 4,57 5,15 5,23 5,22
NOV/0
4
4,65 4,75 4,65 4,36 4,72 4,57 4,56
DEZ/0
4
4,37 4,45 4,42 4,13 4,46 4,16 4,17
JAN/05 4,16 4,30 4,28 4,07 4,21 4,26 4,22
FEV/0
5
4,00 4,30 4,00 4,02 4,12 4,10 4,21
MAR/0
5
4,48 4,43 4,37 6,18 4,44 6,20 6,22
ABR/0
5
5,60 5,92 5,74 6,02 6,24 5,99 6,20
MAI/0
5
5,60 5,92 5,74 5,20 6,02 6,24 5,99
JUN/0
5
6,17 6,13 6,11 6,09 6,32 6,36 6,25
JUL/05 6,08 6,07 6,09 6,01 6,10 6,14 6,26
AGO/0
5
6,67 6,87 6,66 5,73 5,09 6,21 6,28
VERÃO
INVERNO
Observou-se durante o monitoramento do Rio Pericumã, que à
medida que a época seca vai aumentando, e que a evaporação se toma
maior, o pH da água também vai baixando. Isso ocorre, porque com a
radiação maior de calor (altas temperaturas), os processos metabólicos
que ocorrem nas águas naturais se aceleram, podendo gerar íons
hidrogênio e com isto, contribuir para baixar o pH do meio. Processo
de oxidação biológica de modo geral; processo de troca catiônica;
processo de hidrólise de cátions); os organismos heterotróficos
(bactérias e animais aquáticos), interferem sobre o pH do meio, via de
regra, abaixando-o. Isto acontece porque intensos processos de
decomposição e respiração têm como conseqüência a liberação de
dióxido de carbono, consequentemente, a formação de ácido carbônico
e íons hidrogênio (ESTEVES, 1998).
No caso do Rio Pericumã, a região entre a liminética e a litorânea
é densamente colonizada por comunidades de macrófitas e elas
interferem intensamente nas condições físico-químicas de duas
maneiras: durante o processo fotossintético, as macrófitas aquáticas e
as algas podem elevar o pH do meio, e este fato é especialmente
freqüente em águas com baixa alcalinidade, como é o caso do
Pericumã, no entanto, no período de estiagem, os campos quase secam,
e as macrófitas morrem, aumentando o teor de nitrogêncio, devido ao
processo de oxidação biológica (nitrificação), e com isso baixando o pH.
A formação de ácidos húmicos e fúlvicos, em função da
biodegradação da matéria orgânica (galhos, restos de plantas)
presentes no corpo d'água, contribui para baixar o pH.
A pluviosidade do inverno, faz uma maior lavagem do solo, (mais
diluição de compostos dissolvidos) e com o volume e a velocidade da
água (escoamento mais rápido), estes processos somados diminuem a
acidez conferida pela área alagadiça, resultando em aumento de pH.
A grande maioria dos corpos d'água têm pH entre 6,0 e 8,0. No
entanto, pode-se encontrar ambientes mais ácidos ou mais alcalinos.
No Brasil, ecossistemas aquáticos continentais com baixo pH são
encontrados em grandes quantidades na região de terra firme da
amazônia central, no litoral (especialmente na faixa de restinga) e em
regiões de turfeiras. De acordo com SIOLI (1975), citado por Esteves
(1988), os valores mais baixos de pH são encontrados nos corpos
d'água localizados na região de sedimentos da Formação Barreiras, o
que é o caso da bacia do Pericumã, na parte alta.
A solubilidade de muitos micronutrientes importantes para a
produção primária (fitoplâncton) é influenciada pelo pH, que
desempenha papel fundamental na disponibilidade desses nutrientes.
Na presente pesquisa, constatou-se que o pH baixo aumentou a
solubilidade de íons metálicos, especialmente do alumínio contidos em
águas superficiais. Devido ao efeito tamponador do sedimento, a
solubilidade do alumínio é reduzida, e este precipita-se como hidróxido.
Ao precipitar-se, o hidróxido de alumínio adsorve e arrasta para o
sedimento a matéria orgânica dissolvida na água, e aumenta a
transparência da água. Então, quanto menor for o valor do pH, mais
baixos serão os valores de cor da água.
Segundo BOHR et. al., (1979) citado por Vince (1989), nas áreas
inundadas tropicais e subtropicais existe um tipo de solo chamado "solo
ácido sulfato". Sobretudo na zona litoral e nos delta dos rios o
sedimento pode conter grande quantidade de sulfeto de ferro. No caso
da drenagem, isto é, nas condições aeróbicas o sulfeto é oxidado para
ácido sulfúrico. A acidez do solo aumenta, e o valor do pH pode
diminuir até 2. Se as condições se tomam para anaeróbicas de novo, o
valor do pH aumenta, porque o Fe
2
e o sulfato são reduzidos para Fe
2
e
sulfeto. A acidificação do meio pode acentuar a toxicicidade dos metais
(ESTEVES, 1998).
Para irrigação este parâmetros é importante porque pode afetar a
disponibilidade de nutrientes as plantas, e causar corrosão na parte
hidráulica (FAO,1974).
Handreck & Black (1999) ressaltam que somente um valor de pH
dentro dessa faixa dita "ideal" não é suficiente para o cultivo, sendo
necessário o suprimento equilibrado de micronutrientes, nitrogênio,
fósforo para um desenvolvimento adequado das plantas. Segundo ainda
estes autores, a baixa solubilidade do ferro em um valor de pH maior
que 6,5 e a elevada solubilidade do manganês em valor de pH abaixo
de 5,5 são os maiores problemas. Diferentes valores de pH podem
afetar atividades fisiológicas, como germinação e o enraizamento.
5.1.4 Turbidez
Conforme Tabela 4 os mais altos valores de turbidez foram
encontrados nos pontos 05 e 06, embora não tenham ultrapassado o
limite máximo permitido pela Resolução CONAMA nº. 357 de 17 de
Março de 2005, que recomenda para os corpos d'água da Classe II, o
valor de 100 UNT. (Unidade Nefelométrica de Turbidez).
Tabela 4 - Valores de turbidez (UNT) medidos no Rio Pericumã em
Pinheiro-MA
Mês P01 P02 P03 P04 P05 P06 P07
SET/04 46 36 38 49 57 33 34
OUT/0
4
28 24 20 5 55 73 58
NOV/0
4
66 66 56 5 96 17 12
DEZ/0
4
18 16 13 11 40 87 33
JAN/05 9 6 9 16 23 81 19
FEV/0
5
8 7 8 10 20 20 11
MAR/0
5
35 40 31 52 14 65 98
ABR/0
5
50 56 54 33 43 31 33
MAI/0
5
56 40 54 31 43 31 33
JUN/0
5
35 37 44 38 37 34 33
JUL/05 42 46 46 22 27 24 31
AGO/0
5
56 61 53 55 49 66 44
VERÃO UNIDADE: UNT
INVERNO
Os valores mais baixos de turbidez se deram nos meses de
dezembro/2004, Janeiro/2005 e Fevereiro/2005, justamente quando o
pH se encontrava mais baixo, e o hidróxido de alumínio ao precipitar-se
adsorveu e arrastou para o sedimento a matéria orgânica dissolvida na
água. aumentando a transparência e consequentemente diminuindo a
cor e a turbidez da água.
Houve uma tendência de aumento de turbidez ao longo do
período chuvoso. Isso ocorre porque a turbidez aumenta em função do
aumento de partículas em suspensão na água carreados pelo
escoamento superficial da água.
No período seco, os valores não ultrapassaram o limite da
Portaria, mais se apresentaram ainda altos porque a redução da vazão
do rio, pela evapotranspiração, mais a carga orgânica constante
lançada pelos efluentes sanitários promovem um aumento da
concentração de partículas em suspensão.
Esse parâmetro físico não influencia diretamente a qualidade da
água para a irrigação, porém pode ser utilizado para medir a
concentração de sedimentos em suspensão que é de grande
importância para a qualidade de água de irrigação (CARVALHO, 1994).
A turbidez é um indicador de sólidos suspensos, mas somente ela
não é um parâmetro preciso para se determinar o grau de risco de
entupimento de emissores para fontes de água superficial. Este
parâmetro físico deveria ser um parâmetro analisado conjuntamente
em teste de filtragem em laboratório, para poder mensurar o potencial
de risco de entupimento de emissores (GILBERT & FORD, 1986).
A maioria das águas dos rios brasileiros é naturalmente turva, em
decorrência da natureza geológica de sua bacia de drenagem. Também
se deve levar em conta a contribuição das chuvas tropicais (fortes) que
carreiam componentes dos solos expostos, erodíveis ou agricultáveis,
partículas de argila, silte, fragmentos de rocha e óxidos metálicos do
solo para dentro dos ambientes aquáticos (BRIGANTE, et al., 2003).
Do ponto de vista sanitário, Azevedo Netto (1991) menciona que
desinfetar águas com baixa turbidez, mas com alto índice de
coliformes, produz águas mais seguras do que desinfetar águas com
baixos índices de coliformes, mas com alta turbidez. Águas com alta
turbidez têm parte do cloro consumido no processo de oxidação da
matéria orgânica, esta sem maior importância sanitária, pois os
microrganismos podem sobreviver no interior de suas colônias. Águas
com baixa turbidez não oferecem refúgio aos microrganismos
eventualmente existentes e tóxicos, os quais são, então, mais
certamente eliminados.
Também águas com alta turbidez afetam a entrada de luz na
coluna d'água. Não havendo entrada de luz, cai a taxa de produção
primária do ecossistema, afetando toda a cadeia alimentar, o que leva a
desequilíbrios ambientais.
5.1.5 Sólidos totais
A Portaria CONAMA, 357, de 017 01 de março de 2005,
recomenda para os corpos de água da Classe 2. o valor máximo de
500mg/L. NAKAYAMA & BUCKS (1986), classificaram como de baixo
risco à operação de sistemas de irrigação localizada <500 mg/L; de
médio risco - 500 a 2.000 mg/L; de alto risco >2.000 mg/L.
Os mais altos valores de sólidos totais foram encontrados nos
meses de janeiro/2005 e fevereiro/2005, coincidindo com o período das
primeiras chuvas. Neste período grandes quantidades de solo, e
matéria orgânica são carreados para o leito do rio, contribuindo para o
aumento da concentração de sólidos totais. Como o rio Pericumã não
tem mata ciliar este processo torna-se mais acelerado.
Tanto no verão quanto no inverno dentre todos os pontos
amostrados, os valores mais altos de sólidos totais se deram nos pontos
P4, P5, P6, P7, devido a maior concentração de efluentes sanitários.
os pontos P1, P2, P3 que se localizam a juzante dos outros, com
exceção dos meses de Janeiro e Fevereiro, Março se mostraram menos
elevados, evidenciando uma carga menor de despejos de efluentes
sanitários, ou a autodepuração do rio entre os pontos amostrados.
Quanto ao risco de dados a sistemas de irrigação localizado, em
todos os pontos amostrados e durante todo o período da pesquisa se
apresentaram baixos, conforme Tabela 5.
Tabela 5 – Valores de Sólidos Totais medidos no Rio Pericumã em
Pinheiro-MA
Mês P01 P02 P03 P04 P05 P06 P07
SET/04 47,5 46,3 45,7 58,3 97,4 49 45,3
OUT/0
4
72,6 71,8 70,9 121,1 77,5 75,7 72,9
NOV/0
4
106,0 112,0 122,0 233,0 111,0 154,0 141,0
DEZ/0
4
155,0 160,0 158,0 254,0 144,0 262,0 257,0
JAN/05 203,0 185,0 38,4 386,0 332,0 33,0 199,0
FEV/0
5
212,0 184,0 101,0 360,0 328,0 340,0 205,0
MAR/0
5
130,0 130,0 130,0 90,0 200,0 60,0 78,0
ABR/0
5
40,0 40,0 40,0 60,0 50,0 40,0 50,0
MAI/0
5
35,0 40,0 50,0 50,0 50,0 56,0 45,0
JUN/0
5
40,0 30,0 40,0 50,0 60,0 40,0 40,0
JUL/05 40,0 40,0 40,0 40,0 59,0 40,0 50,0
AGO/0
5
49,4 49,6 48,6 58,2 50,9 50,3 67,3
VERÃO UNIDADE: mg/L
INVERNO
Os sólidos em geral, são compostos por argila, areia, matéria
orgânica, sais minerais e metais. São importantes para acompanhar a
eficiência de técnicas de manejo adequado do solo e a redução dos
lançamentos de efluentes industriais ou provenientes de criadouros
agropecuários. Muitas vezes, os sólidos totais incluem uma parte
orgânica não degradável biologicamente, pois, para ser metabolizada,
ela necessita ser hidrolizada, solubilizada e transferida para dentro da
célula de um organismo (AZEVEDO NETO, 1991).
Com o aumento da concentração de sólidos e da descarga sólida
nos mananciais, pode ocorrer, com o tempo, o assoreamento, que além
de modificar ou deteriorar a qualidade da água, a fauna e a flora
(CARVALHO, 1994), provoca o decréscimo da velocidade da água.
Em Pinheiro, outro fator agravante para a deterioração do rio
Pericumã é o despejo de esgotos domésticos in natura no manancial. O
esgoto doméstico possui grande quantidade de resíduos sólidos
(orgânicos e inorgânicos) e microrganismos patogênicos, sendo que o
seu lançamento em águas superficiais pode provocar o aumento na
concentração desse parâmetro.
Os sólidos podem causar danos aos peixes e a vida aquática. Eles
podem se sedimentar no leito dos rios, destruindo organismos que
fornecem alimentos, ou também danificar os leitos de desova de peixes.
Os sólidos podem reter bactérias e resíduos orgânicos no fundo dos
rios, promovendo decomposição anaeróbica.
Nas bacias hidrográficas, paralelamente ao ciclo hidrológico,
ocorre o ciclo hidrossedimentológico, que é totalmente dependente
deste, pois envolve os processos de deslocamento, transporte e
depósito de partículas sólidas presentes na superfície da bacia (TUCCI,
2000). O ciclo hidrossedimentológico é um processo que ocorre
naturalmente ao longo do tempo, podendo, no entanto, ser acelerado
em conseqüência da ação antrópica, aumentando a produção de
sedimentos de uma bacia.
Os sólidos dissolvidos dificilmente ocasionam obstrução física nos
equipamentos, no entanto pode haver interação com outros sais
formando precipitados ou favorecendo o crescimento de lodo, podendo
ai sim, ocorrer obstrução de equipamentos (AYRES & WESTCOT,
1999).
5.2 Parâmetros químicos
5.2.1 Ferro
A Portaria CONAMA, 357, de março de 2005, estabelece o valor
máximo permitido de 0,3rng/L para rios da Classe II. NAKAYAMA &
BUCKS (1986), classificam como dano baixo a sistema de irrigação
localizada <0,2; médio- 0,2-1,5; alto->1,5.
Somente os pontos P1 e P7 nos meses de Janeiro e Fevereiro se
enquadraram nos limites exigidos de ferro pela Portaria. Esta
diminuição se deu provavelmente devido a diluição causada pelo
começo das chuvas. No P6 embora com a diluição, os valores ainda
foram altos, porque como foi dito, são pontos em que o lançamento
de esgotos se encontram mais concentrados.
No período seco, todos os pontos amostrados apresentaram
valores altos de ferro. Isto pode ser explicado pelas temperaturas mais
altas, elevando a evapotranspiração, com isso diminuindo a vazão do
rio, mas tendo o constante despejo de efluentes domésticos,
consequentemente essa concentração de ferro tende a aumentar.
Conforme valores demonstrados na Tabela 6.
Tabela 6- Valores de Ferro medidos no Rio Pericumã em Pinheiro-MA
Mês P01 P02 P03 P04 P05 P06 P07
SET/04 2,272 2,006 1,985 3,0724 3,572 2,658 1,608
OUT/04 2,231 2,006 1,976 0,047 3,727 3,032 3,644
NOV/04 2,751 2,296 2,028 0,216 3,763 1,725 0,717
DEZ/04 0,635 0,452 0,201 0,350 0,975 3,763 1,332
JAN/05 0,107 0,093 0,054 0,726 0,362 2,262 0,180
FEV/05 0,108 0,095 0,050 0,543 0,350 2,111 0,183
MAR/0
5
1,951 2,283 2,078 1,952 4,542 1,156 3,847
ABR/05 2,947 3,063 3,017 2,711 2,784 1,908 2,722
MAI/05 1,020 2,293 2,078 1,983 0,978 1,728 2,280
JUN/05 0,943 0,909 0,943 0,776 1,338 0,617 1,066
JUL/05 1,961 2,499 2,537 1,560 2,002 1,899 2,270
AGO/05 2,951 2,799 2,706 3,304 2,432 2,964 2,780
VERÃO UNIDADE: mg/L
INVERNO
O ferro é um dos elementos mais abundantes na crosta terrestre,
daí seus compostos serem encontrados em todos os corpos d'água,
mesmo que em concentrações reduzidas. O ferro é um micronutriente
indispensável ao metabolismo dos seres vivos. Este elemento exerce
grande influência na ciclagem de outros nutrientes importantes como o
fosfato. Além disso, tem grande relevância no metabolismo de certas
bactérias capazes de obter energia necessária para a redução de CO
2
a
partir da oxidação de formas reduzidas de ferro e manganês mais, pode
se tornar tóxico quando está presente em excesso ou quando formam
complexos orgânicos (MACEDO, 2000).
Além da origem natural, altas concentrações de ferro
encontradas em fontes superficiais de água podem ocorrer em função
das ações antrópicas, decorrentes das atividades desenvolvidas nas
bacias hidrográficas.
O ferro na água origina-se, naturalmente, do contato constante
entre a água e os solos e seus materiais de origem, formados a base de
sesquióxidos de ferro, que por reações de redução (comum no processo
de intemperismo) forma o ferro da forma insolúvel em solúvel na água.
A capacidade de oxidação e redução do ferro em água pode ser
influenciada por outros parâmetros, como pH concentração de CO
2
e
O2, presença de ferrobactérias, compostos orgânicos e concentração
de fósforo. De acordo com Lima (1993), o CO
2
favorece a dissolução do
ferro em água, exceto na presença de oxigênio, mesmo em elevadas
concentrações. No caso do pH, Marques Junior (1998) citado por
Hernandez et. al., (2001), verificou que a produção de complexos de
ferro são especialmente graves quando o pH da água se encontra entre
7,0 e 7,8. Não se enquadram, ai, as águas do rio Pericumã, pois em
todos os pontos amostrados o valor do pH nunca atingiu 7,0.
Alguns compostos orgânicos também podem favorecer a
precipitação natural de ferro como os taninos, compostos fenólicos e
ácidos húmicos (NACKAYAMA & BUCKS, 1986), originados da
decomposição de plantas e animais a partir de produtos de excreção
destes organismos (ESTEVES, 1998).
O ferro não apresenta incoveniente sanitário, mas de caráter
econômico, por produzir manchas em roupas e aparelhos sanitários em
concentrações superiores a 0,3mg/L e em maiores concentrações,
conferir sabor e odor a água de consumo humano (LIBANIO, 2005).
O ferro atualmente é um dos principais problemas na água de
irrigação, devido a sua capacidade de obstruir fisicamente as
tubulações e emissores dos sistemas localizados. Isto ocorre quando o
ferro se oxida, tornando-se insolúvel. Após a oxidação, o ferro fica
retido nas paredes do tubo, provocando o aumento nas perdas de
carga, comprometendo o projeto de irrigação (HERNANDEZ et. al.,
2001).
Problemas com interações bactérias-ferro têm ocorrido com
concentrações de ferro tão baixas quanto 0,1mg/L. Teores deste íon
superiores a 0,2mg/L são considerados como de risco significativo de
entupimento. O ferro precitado forma uma incrustação vermelha, a
qual pode aderir ao PVC da tubulação e entupir os emissores
(ENGLISH, 1985).
A própria situação transitória do escoamento no interior das
tubulações pode favorecer a oxigenação da água e consequentemente,
a precipitação do ferro. Essas situações transitórias podem ser
provocadas por aberturas e fechamento de válvulas, pela evacuação de
ar dos condutos, nas manobras de arranque e parada do bombeamento
etc. (GOMES, 1997).
Com relação ao ferro o risco de entupimento de emissores foi
considerado alto durante todo o período amostrado nas águas do rio
Pericumã.
5.2.2 Cloreto
A Portaria CONAMA, 357 de 17 de março de 2005, recomenda
que o valor máximo de cloreto permitido para corpos de água da Classe
II é de 250mg/L.
Os mais altos valores de cloretos foram encontrados nos pontos
amostrados nos meses de janeiro/2005 e fevereiro/2005, conforme
Tabela 7.
Tabela 7 - Valores de Cloretos encontrados no Rio Pericumã em
Pinheiro-MA
Mês P01 P02 P03 P04 P05 P06 P07
SET/04 23 25 26 30 52 36 31
OUT/0
4
43 40 54 70 62 60 65
NOV/0
4
154 92 85 54 122 99 153
DEZ/0
4
66 73 74 135 66 14 107
JAN/05 59 65 67 148 134 134 63
FEV/0
5
59 77 73 139 740 150 110
MAR/0
5
18 19 17 19 31 35 19
ABR/0
5
55 34 30 25 40 28 30
MAI/0
5
55 40 35 25 30 30 30
JUN/0
5
28 29 31 34 30 29 33
JUL/05 18 20 26 28 24 26 29
AGO/0
5
30 29 28 41 39 38 40
VERÃO UNIDADE: mg/L Cl
INVERNO
Concentrações variáveis de cloretos fazem-se presentes na
maioria das águas naturais superficiais e subterrâneas. Sua origem
pode advir da dissolução de sais, da intrusão de águas salinas e do
lançamento de efluentes domésticos (LIBANIO, 2005).
Em Pinheiro, o elemento do ciclo hidrológico predominante é a
evaporação, os corpos d'água da região são, na sua maioria de águas
salobras devido ao acúmulo de íons. E este fenômeno é ainda mais
acentuado, porque além da intensa evaporação o lençol freático
localiza-se próximo a superfície. Neste caso, a água subterrânea
ascende por capilaridade, liberando sais na superfície do solo. Quando
chegam as chuvas, estes sais são carregados para o rio onde se
acumulam.
Os íons cloretos presentes na água de irrigação provocam com
maior freqüência toxicidade nas culturas, esses íons não são adsorvidos
pelas partículas do solo, porém, por serem muito móveis, são
facilmente absorvidos pelas raízes das plantas e translocadas até as
folhas, onde se acumulam devido à transpiração, sendo este problema
mais intenso nas regiões de clima mais quente, como é o nosso caso,
onde as condições ambientais favorecem altas taxas de transpiração.
O tipo de irrigação a ser utilizado também apresenta maior ou
menor intensidade de absorção do cloreto, ou seja, quando da
utilização do método de irrigação por aspersão a toxicidade é mais
rápida, pois a absorção é realizada diretamente pelas folhas. Essa
absorção pode ser afetada pela qualidade da água que esta sendo
usada na irrigação e também pela capacidade da planta em excluir o
seu conteúdo no solo, o qual se controla com a lixiviação (HOLANDA &
AMORIM, 1997).
Na sede do Município de Pinheiro, o DNOS construiu uma
barragem para evitar a intrusão da água salina, que de acordo com
Vince, (1989), quando baixava o nível das águas fluviais, acontecia o
refluxo de águas salinas, inservíveis para usos essenciais, como
irrigação e consumo doméstico.
Nas águas superficiais são fontes importantes as descargas de
esgotos sanitários, sendo que cada pessoa expele através da urina
cerca de 6,0g de cloreto por dia, o que faz com que os esgotos
apresentem concentrações de cloreto que ultrapassam a 15mg/L.
Valores de cloretos altos provocam corrosão em estruturas
hidráulicas, como por exemplo, em emissários submarinos para a
disposição oceânica de esgotos sanitários, que por isso têm sido
construídos com polietileno de alta densidade.
5.2.3 Sulfato
A Portaria CONAMA 357 de 17 de março de 2005, estabelece
como valor máximo permitido para rios de Classe II 25mg/L de SO
4
.
Os mais altos valores de sulfato foram encontrados em todos os
pontos amostrados nos meses de janeiro/2005 e fevereiro/2005,
conforme Tabela 8.
Tabela 8- Valores de Sulfato encontrados no Rio Pericumã em Pinheiro-
MA
Mês P01 P02 P03 P04 P05 P06 P07
SET/04 28,83 40,36 28,63 33,63 21,14 34,59 24,07
OUT/04 36,51 38,44 26,90 52,85 33,63 46,12 38,44
NOV/04 28,83 24,02 19,22 24,02 28,83 28,83 36,51
DEZ/04 40,36 38,44 44,20 42,28 37,68 57,66 43,24
JAN/05 76,88 57,66 59,58 55,73 72,07 65,34 72,07
FEV/05 75,00 58,66 61,00 55,60 80,00 66,00 71,00
MAR/0
5
49,90 76,80 91,29 50,60 79,76 72,75 48,05
ABR/05 48,05 33,63 48,05 53,81 31,73 38,40 28,80
MAI/05 45,12 35,21 38,02 30,23 35,10 30,50 35,10
JUN/05 38,40 81,60 55,70 78,80 62,46 72,07 57,66
JUL/05 69,19 53,81 46,12 49,97 65,34 53,81 72,00
AGO/05 49,01 42,28 46,12 43,24 41,32 50,93 48,96
VERÃO UNIDADE: mg/L SO
4
INVERNO
A distribuição do íon sulfato é fortemente influenciada pela
formação geológica da bacia de drenagem do sistema. Assim um
ecossistema localizado próximo ao mar, é portanto influenciado por
este. Íons sulfato estão entre os principais contribuintes para o
aumento da condutividade, e dos sólidos totais.
Os valores de sulfato recebem incremento com as infiltrações do
chorume provenientes do lixo, que não contribuem com o aumento
do sulfato, mais também dos cloretos, nitratos, carbonatos e sulfatos.
Concentrações de sulfato acima de 250mg/L, em águas de
suprimento doméstico, produzem efeitos purgativos no ser humano. O
ácido sulfidrico que se forma a partir do sulfato é indesejável. Quanto a
irrigação, o sulfato é mais um sal a se juntar ao somatório.
5.2.4 Nitrogênio Amoniacal, nitrito, nitrato
A Portaria CONAMA 357 de 17 de março de 2005, estabelece
como valor máximo de nitrogênio amoniacal permitido para rios de
Classe II é de 1,5mg/L de N. Não se têm valores declarados em
literatura de qual a influência desse parâmetro no grau de entupimento
dos gotejadores, no entanto sabe-se que sua presença em maior
quantidade, como é o caso de rios que recebem despejos de efluentes,
favorece o desenvolvimento de microrganismos, influenciando no
processo de entupimento de gotejadores (TROOIEN et. al.,2000).
No caso da nossa pesquisa, fizemos questão de abordar a cadeia
nitrogenada, para mais uma vez chamar atenção para a qualidade
insatisfatória microbiológicamente da água.
As fontes de nitrogênio nas águas naturais são diversas. Os
esgotos sanitários constituem em geral a principal fonte, lançando nas
águas nitrogênio orgânico devido a presença de proteínas e nitrogênio
amoniacal, pela hidrólise da uréia na água.
Amonificação é a formação de amônia (NH
3
) durante o processo
de decomposição da matéria orgânica dissolvida e particulada. Na
nossa pesquisa, os valores mais altos de Nitrogênio Amoniacal, foram
achados nos meses de janeiro/2005 e fevereiro/2005, justamente no
começo da época chuvosa, quando a matéria orgânica é arrastada do
solo e lançada no rio. Pode-se associar a presença da cadeia
nitrogenada a idade da poluição. Assim se na análise predominar
nitrogênio amoniacal denota que as cargas de esgotos se encontram
distantes; se prevalecer nitrito e nitrato é que as cargas de esgotos se
encontram distantes. Ou seja, nas zonas de autodepuração natural dos
rios, detecta-se a presença de nitrog~encio Orgânico na zona de
degradação, o nitrogênio amoniacal na decomposição ativa na zona de
recuperação e nitrato na zona de águas limpas.
Tabela 9-Valores de N. Amoniacal encontrados no Rio Pericumã em
Pinheiro-MA
Mês P01 P02 P03 P04 P05 P06 P07
SET/04 1,363 1,535 1,463 1,179 2,920 1,204 1,676
OUT/04 1,784 1,879 1,381 0,026 1,938 1,849 1,998
NOV/04 1,730 4,980 2,820 1,239 1,630 1,882 2,182
DEZ/04 0,550 2,080 2,300 5,280 6,320 0,530 6,960
JAN/05 13,020 7,150 6,940 18,000 12,530 19,200 8,740
FEV/05 12,810 8,000 6,500 17,900 14,530 18,600 8,500
MAR/0
5
2,720 0,890 4,500 2,140 6,760 1,910 7,420
ABR/05 0,111 0,131 0,393 0,379 0,553 0,364 0,430
MAI/05 0,122 0,295 0,395 0,359 0,435 0,394 0,780
JUN/05 0,624 0,595 0,468 0,476 0,844 0,391 0,650
JUL/05 0,501 0,664 0,841 0,582 1,584 0,768 0,735
AGO/05 0,491 0,809 0,646 0,464 0,407 0,420 0,521
VERÃO UNIDADE: mg/L de N
INVERNO
A amônia é resultante da hidrólise de proteínas e é encontrada
nos lançamento de esgoto. Nos corpos d'água, a decomposição de
proteínas e da uréia produz amônia, sendo está última reconhecida
como indicador de poluição orgânica (BRIGANTE et. al., 2003), pois em
ambientes aeróbios, as bactérias podem oxidar amônia até formar
nitrato, o que provoca a diminuição do oxigênio dissolvido. Essa
seqüência de oxidações possibilita a estimativa da idade do esgoto
lançado na água pelas quantidades de amônia ainda presentes. Sendo
assim o esgoto doméstico é uma fonte pontual de nitrogênio contendo
proteínas, aminoácidos, amônia. gorduras e açucares. Nuvolari, (2003)
mostra que a oxidação de matéria não carbonácea como a amônia, é
realizada por bactérias que possuem taxa de reprodução lenta, desta
forma a estabilização dos esgotos domésticos é mais demorada e
consome mais oxigênio.
O conteúdo de nitrogênio nos esgotos domésticos é geralmente
expresso em termos de concentração do elemento N e não do
composto, ou compostos, ao qual está combinado. O esgoto doméstico
bruto geralmente possui de 15 a 50mg/L de Nitrogênio: 40%
apresentando-se sob a forma orgânica e 60% amoniacal (CHAPMAN,
1992).
Nitrito
A Portaria CONAMA 357 de 17 de março de 2005, recomenda
corno valor máximo para rios de Classe II, 0,01 mg/L de N.
As concentrações de nitritos são usualmente muito baixas, 0,001
mg/L e raramente maiores que 1,0 mg/L. Altas concentrações são
frequentemente associadas com uma qualidade de água insatisfatória
microbiologicamente (CHAPMAN, 1992), o que pode estar acontecendo
nos pontos amostrados (ver Tabela 10), no qual se verificou valor até
10 vezes maior que o VPM na Portaria CONAMA 357.
Tabela 10- Valores de Nitrito encontrados no rio Pericumã em Pinheiro-
MA
Mês P01 P02 P03 P04 P05 P06 P07
SET/04 0,0014 0,0016 0,0013 0,0037 0,0197 0,0000 0,0017
OUT/0
4
0,0019 0,0020 0,0047 0,0000 0,0024 0,0039 0,0034
NOV/0
4
0,0017 0,0019 0,0034 0,0034 0,0026 0,0033 0,0033
DEZ/0
4
0,0145 0,0007 0,0015 0,0017 0,0010 0,0012 0,0001
JAN/05 0,0020 0,0038 0,0084 0,0112 0,0083 0,0091 0,0112
FEV/0
5
0,0018 0,0040 0,0086 0,0110 0,0080 0,0089 0,0114
MAR/0
5
0,0012 0,0000 0,0012 0,0072 0,0025 0,0000 0,0061
ABR/0
5
0,0987 0,0027 0,0057 0,0050 0,0087 0,0021 0,1150
MAI/0
5
0,0030 0,0035 0,0052 0,0015 0,0030 0,0020 0,0028
JUN/0
5
0,0033 0,0049 0,0041 0,0028 0,0036 0,0023 0,0035
JUL/05 0,0045 0,0046 0,0052 0,0027 0,0037 0,0047 0,0032
AGO/0
5
0,0027 0,0041 0,0037 0,0028 0,0042 0,0030 0,0039
VERÃO UNIDADE: mg/L de N
INVERNO
Os nitritos também são tóxicos, mas o tempo de permanência
dessa forma de nitrogênio nas águas é muito curto (esse passa
rapidamente a forma de nitrato).
Segundo McCarthy & Goldman (1979) citado em Esteves (1998),
o fitoplâncton pode assimilar nitrito, em caso escassez do íon amônio e
nitrato; neste caso o nitrito é reduzido. no interior da célula a amônio,
por meio de enzima nitrito-redutase. Em altas concentrações, o nitrito
é extremamente tóxico a maioria dos organismos aquáticos.
O nitrito é encontrado em baixas concentrações notadamente em
ambientes oxigenados e, representa uma fase intermediária entre a
amônia (forma mais reduzida) e nitrato (forma mais oxidada).
Nitrato
A Portaria CONAMA, 357 de 17 de março de 2005, recomenda
como valor máximo permitido para rios de Classe II, 10 mg/L de N.
O íon nitrato é a forma mais comum de nitrogênio encontrado nas
águas naturais. Fontes naturais de nitrato nas águas superficiais
incluem rochas ígneas, drenagem de solos e resíduos de animais e
plantas. Níveis naturais raramente excedem 10mg/L, mas podem ser
aumentadas por águas residuárias, industriais e domésticas.
As concentrações de nitrato variaram muito, conforme Tabela 11,
mas sem ultrapassar o VPM na Portaria. Os valores mais altos foram
encontrados no mês de setembro, quando vazão do rio diminuiu, devido
a alta evapotranspiração, e a diluição dos despejos ficou menor.
Tabela l1-Valores de nitrato encontrados no Rio Pericumã em Pinheiro-
MA
Mês P01 P02 P03 P04 P05 P06 P07
SET/04 1,610 1,840 1,740 3,820 1,680 1,250 1,210
OUT/04 0,968 0,811 0,866 0,775 1,160 1,210 1,300
NOV/04 0,652 0,539 0,547 1,190 0,472 0,282 0,428
DEZ/04 0,910 0,830 0,558 0,671 0,366 0,229 0,825
JAN/05 0,650 1,120 0,805 0,850 0,885 1,450 1,150
FEV/05 0,595 1,600 0,825 0,830 1,000 1,300 1,250
MAR/05 0,197 0,194 0,188 0,353 0,245 0,155 0,292
ABR/05 0,511 0,850 0,836 0,779 3,060 3,840 0,705
MAI/05 0,514 0,900 0,936 0,754 2,690 3,890 0,701
JUN/05 0,332 0,331 0,340 0,178 0,239 0,258 0,290
JUL/05 0,332 0,331 0,340 0,178 0,239 0,258 0,291
AGO/05 0,987 0,604 0,796 0,127 0,141 0,108 0,271
VERÃO UNIDADE: mg/L de N
INVERNO
Concentrações de nitratos superiores a 5mg/L demonstram
condições sanitárias inadequadas, pois a principal fonte de nitrogênio
nitrato são dejetos humanos e de animais. Devido a competição com
algas e outros vegetais, as águas naturais apresentam baixas
concentrações de nitrato.
5.3 Parâmetros microbiológicos
5.3.1 Coliformes totais e termotolerantes
A portaria CONAMA 357 de 17 de 4 março de 2005 recomenda
para rios Classe II o valor máximo permitido para Coliformes Totais de
5000 UFC/100mL em 80% de pelo menos 05 amostras mensais, e para
Coliformes Termotolerantes de 1000 UFC/100mL em 80% de pelo
menos 05 amostras mensais.
A determinação da concentração dos coliformes assume
importância como parâmetro indicativo da possibilidade da existência
de microrganismos patogênicos, responsáveis pela transmissão de
doenças de veiculação hídrica.
Ao longo do rio, nós encontramos lançamento de esgotos, e o
aproveitamento de voçorocas para depósito de lixo a céu aberto.
Nessas condições, o transporte do chorume, que é o resultado da
decomposição do lixo é facilmente carreado para o rio, e para o lençol
subterrâneo, levando consigo contaminantes e patógenos dos mais
diversos, que as voçorocas normalmente encontram-se no nível do
lençol freático e junto ao curso d' água.
Apesar da não existência de padrões federais para níveis de
coliformes totais em água de irrigação para hortaliças, os valores
médios desses microrganismos apresentam-se bastante elevados,
demonstrando condições higiênicas sanitárias deficientes Tabelas 12 e
13.
Tabela 12- Valores de Coliformes totais achados no rio Pericumã em
Pinheiro-MA.
Mês P01 P02 P03 P04 P05 P06 P07
SET/04
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
OUT/0
4
65,00
123,90 1.533,
10
791,50 2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
NOV/0
4
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
46,20 2.419,
60
1.553,
10
1413,6
0
DEZ/0
4
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
613,10 2.419,
60
770,10 579,40
JAN/05
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
86,00 81,60 2.419,
60
2.419,
60
FEV/0
5
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
46,20 81,60 2.419,
60
2.419,
60
MAR/0
5
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
ABR/0
5
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
517,20
MAI/0
5
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
517,20
JUN/0
5
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
JUL/05
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
770,10 22,80
AGO/0
5
2.419,
60
2.419,
60
1.986,
30
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
2.419,
60
VERÃO UNIDADE: UFC/100mL
INVERNO
Tabela 13- Valores de E. coli achados no Rio Pericumã em Pinheiro-MA.
Mês P01 P02 P03 P04 P05 P06 P07
SET/04 18,30
65,70 107,60 17,50 2.419,
60
980,40 52,00
OUT/0
4
5,20
73,80 220,90 <1 83,90 122,30 36,90
NOV/0
4
47,40
103,40 52,80 <1 45,90 68,30 <1
DEZ/0
4
8,40 16,00 24,30 <1 2,00 9,80 17,50
JAN/05 14,80 5,20 24,30 1,00 <1 41,40 3,00
FEV/0
5
14,80 16,00 24,30 1,00 <1 45,90 3,00
MAR/0
5
12,30 55,40 307,60 2.419,
60
325,5 46,60 1.553,
10
ABR/0
5
139,60 129,60 2.419,
60
78,00 2.419,
60
2.419,
60
259,50
MAI/0
5
104,30 129,60 1.732,
90
2.419,
60
2.419,
60
224,70 259,50
JUN/0
5
104,30 137,60 1.732,
90
2.419,
60
2.419,
60
224,70 203,50
JUL/05 261,30 9,50 547,50 298,70 182,90 70,80 22,80
AGO/0
5
36,80 29,50 19,90 24,70 28,50 2.419,
60
57,30
VERÃO UNIDADE: UFC/100mL
INVERNO
Na periferia das cidades de pequeno porte como é o caso de
Pinheiro, é comum a existência de pequenas áreas denominadas de
cinturões verdes, onde se cultivam frutas e hortaliças, as vezes para
abastecer o mercado, e outras para o consumo próprio. A água
utilizada na irrigação destas hortaliças, é a água do próprio rio que
como foi provado nesta pesquisa em todo o seu curso recebeu
lançamento de esgotos sanitário, comprometendo sua qualidade, por
conseguinte, os alimentos produzidos nestas áreas apresentam-se como
via importante de infecção por enteropatogênicos, através da via oral,
assumindo papel fundamental na disseminação de doenças.
Alimentos que estão em contato direto com águas contaminadas
por coliformes e são consumidas crus, como é o caso das hortaliças se
constituem em prováveis fontes dessas bactérias e merecem atenção
especial, principalmente nos países em desenvolvimento onde o estado
nutricional da população é precário, interferindo diretamente nas
condições imunológicas dos indivíduos favorecendo o aparecimento de
enfermidades (PACHECO et. al., 2002).
Os altos índices de coliformes encontrados é obviamente
decorrente do lançamento de efluentes sanitários, sendo assim, na
irrigação com a água captada nas proximidades do lançamento, deve-se
priorizar o uso de sistemas localizados (microaspersão e gotejamento)
onde o contato da água com o alimento pode ser evitado. Por outro
lado, a irrigação por aspersão em culturas em que o consumo será in
natura, a preocupação deve estar no homem, evitando-se o contato
direto através do uso de equipamento individual de proteção.
Segundo Nuvolari, (2003) os ecossistemas aquáticos têm uma
capacidade de autodepuração e consiste em uma sucessão espaço
temporal de processos ecológicos que resultam num gradiente de
características físicas, químicas e biológicas, entretanto essa
autodepuração acontece em ritmo muito lento, uma vez que são muitos
os pontos de lançamento de esgotos ao longo do rio. Seriam
necessárias análises mais detalhadas a fim de se definir com mais
precisão qual seria a distância mínima segura, a partir do lançamento,
em que a água poderia ser utilizada para a irrigação localizada de
frutas e hortaliças sem riscos aos equipamentos e a saúde.
O lençol freático na região de Pinheiro é muito próximo a
superfície, e durante o período mais chuvoso, quando então ocorre a
elevação do nível estático, é comum as fossas sofrerem alagamentos.
Neste caso, as fossas não são mais secas e sim negras, pois entram em
contato com o lençol freático, contaminando-o.
Devido ao elevado índice de coliformes fecais, o corpo hídrico
pode apresentar os seguintes problemas: presença de outros
organismos, como helmintos, protozoários e vírus; aumento de
probabilidade de ocorrência de doenças veiculadas pela água, tais
corno cólera, febre tifóide, hepatite, disfunções estomacais, diarréias,
dentre outras; além disso, o rio pode apresentar odor.
6 CONCLUSÃO
Existe uma variação sazonal da qualidade de água no Rio
Pericumã, no que diz respeito aos parâmetros condutividade, pH,
Turbidez, cloretos, ferro, sulfato, e cadeia nitrogenada. Quanto a
qualidade microbiológica, em todos os meses do ano, ela se apresenta
imprópria devido ao lançamento constante de esgotos in natura, o que
inviabiliza a irrigação de frutas e hortaliças consumidas cruas, sem
prévio tratamento.
De uma maneira geral, pode-se afirmar, que o comprometimento
da qualidade das águas do Rio Pericumã, em Pinheiro-MA, está ligada
principalmente à falta de infra-estrutura básica de saneamento
(inexistência de sistema de coleta e tratamento de efluentes sanitários,
e a precariedade do sistema de coleta e destinação final aos resíduos
sólidos).
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