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Os autores Lipovetsky & Charles (2004) fazem uma distinção entre os períodos da “Pós-modernidade” e
o da “Hipermodernidade”. O primeiro, de acordo com os autores, seria uma fase imediatamente posterior
ao período da Modernidade, cujo princípio norteador é o da conquista pessoal; o segundo, que se
caracteriza por ser o período atual em que vivemos, é marcado por prerrogativas sociais,
responsabilidades e medos. O mote, portanto, do primeiro, de acordo com Lipovetsky & Charles (2004, p.
29), se resume a “goze sem entraves”; do segundo, “tenha medo em qualquer idade”.
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Faço uso da expressão “Pós-moderninade” (entre aspas) em função do seu caráter ambíguo, e até
contraditório, na opinião de alguns dos autores supracitados. Para
Rouanet (1987), por exemplo, o
prefixo “pós” tem muito mais o sentido de exorcizar o velho (a “modernidade”) do que de articular o novo
(o “pós-moderno”). Pennycook (2006, p. 76), por sua vez, assevera que embora as “teorias do “pós”,
como a “pós-modernidade”, “tenham feito avançar nosso pensamento de forma útil em muitos domínios,
permanecem atadas aos domínios além dos quais reivindicam ir”.
Em face disso, prefiro o termo
“contemporaneidade” por ser considerado menos polêmico e problemático para se compreender o
momento sócio-histórico atual.
“Pós-modernidade” (LYOTARD, 1989; ROUANET, 1987; SANTOS, 2001),
“Modernidade Reflexiva”
(BECK, GIDDENS &LASH, 1997), “Modernidade Líquida”
(BAUMAN, 1999), “Modernidade tardia” (CHOULIARAKI & FAIRCLOUGH, 1999),
Capitalismo Tardio (JAMESON, 1996) e “Hipermodernidade”
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(
LIPOVETSKY &
CHARLES, 2004), entre outros, têm sido usados para se referir a todas as mudanças
de ordem social, cultural, histórica, política e econômica que vêm transformando a vida
de todos nós, sem exceção.
As primeiras discussões sobre o tema da “pós-modernidade”
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surgiram no campo
das artes e da estética, notadamente na arquitetura. De forma geral, têm se
caracterizado pelas polêmicas a respeito do fim das bases de legitimidade do
conhecimento moderno ou sobre as transformações da vida social acarretadas pelo
avanço tecnológico. Esse período da contemporaneidade vem trazendo, de fato, uma
série de mudanças em todos os aspectos da vida social: a velocidade dos meios de
comunicação e produção, a volatilidade do capital e o acesso aos estoques mundiais de
informação, possibilitados pela era da tecnologia, estão exercendo uma influência cada
vez maior nas novas formas de sociabilidade (BAUMAN, 2005).