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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO SOLO
CORREÇÃO DA ACIDEZ EM SUBSUPERFÍCIE EM
UM LATOSSOLO DE TEXTURA FRANCO-ARENOSA
SOB PLANTIO DIRETO
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Otavio Bagiotto Rossato
Santa Maria, RS, Brasil
2008
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CORREÇÃO DA ACIDEZ DO SOLO EM SUBSUPERFÍCIE
EM UM LATOSSOLO DE TEXTURA FRANCO-ARENOSA
SOB PLANTIO DIRETO
por
Otavio Bagiotto Rossato
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do
Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo, Área de
Concentração em Processos Químicos e Ciclagem de Nutrientes, da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito
parcial para obtenção do grau de
Mestre em Ciência do Solo
Orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto Ceretta
Santa Maria, RS, Brasil
2008
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Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências Rurais
Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo
A Comissão Examinadora, abaixo assinada,
aprova a Dissertação de Mestrado
CORREÇÃO DA ACIDEZ DO SOLO EM SUBSUPERFÍCIE
EM UM LATOSSOLO DE TEXTURA FRANCO-ARENOSA
SOB PLANTIO DIRETO
Elaborada por
Otavio Bagiotto Rossato
Como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Ciência do Solo
Comissão Examinadora
________________________________
Carlos Alberto Ceretta, Dr.
(Presidente/Orientador)
________________________________
Leandro Souza da Silva, Dr. (UFSM)
(Co-orientador)
__________________________________
Cláudio Henrique Kray, Dr. (CEFET/BG)
Santa Maria, 29 de Janeiro de 2008.
À minha família
Ao meu pai, Valmor Piovesan Rossato (In memorian)
que apesar de ter partido muito cedo,
deixou o exemplo de pessoa justa, simples, honesta e dedicada.
A minha mãe Neiva pelo apoio, conselhos, e exemplo de
vontade, determinação e superação.
Aos meus irmãos (Oberdan, Marisa e Melania) e cunhados pelo apoio
À Jaqueline minha companheira.....
Dedico esse trabalho
AGRADECIMENTOS
A Deus pela vida.
À Universidade Federal de Santa Maria, ao Programa de Pós-Graduação em
Ciência do Solo e ao Departamento de Solos pela oportunidade de cursar a
graduação e mestrado e pelo suporte para a realização do trabalho.
Ao professor Carlos Alberto Ceretta, pela orientação, estímulo ao espírito de
pesquisa, exemplo de dedicação, simplicidade e alegria. Muito obrigado por tudo,
jamais esquecerei muitas de suas atitudes.
Aos professores Danilo Rheinheimer, Ricardo Dalmolin, José Miguel Reichert
e Leandro Souza da Silva pelos ensinamentos e pelo apoio concedido no decorrer
do curso.
Aos demais professores do Programa de Pós-Graduação pelos ensinamentos
e pela oportunidade de convívio.
Aos amigos e colegas Eduardo Girotto, Sidinei Stürmer, Jovani Zallamena,
Ricardo Dellamea, Juliano de Andrade, Luiz e Luiza Escobar, Enrique Hahn, Jerusa,
Eracilda Fontanella, Diovane Moterle, Stefen Pujol, Carlos Alberto Casali e demais
colegas do PPGCS, pelas discussões no decorrer das disciplinas, pelas valiosas
horas de convívio e boas recordações dos momentos de trabalho, lazer e alegria.
Ao colega Rodrigo Pizzani pelo companheirismo, pelas discussões, pelo
chimarrão no fim de tarde e pelo convívio diário durante os dois anos.
Agradeço de maneira especial, aos amigos e bolsistas de iniciação científica
Cledimar R. Lorenzi, Renan Costa Beber, Éder Trentin, Felipe Lorensini, Tadeu
Tiecher, André Copetti e ao funcionário Luiz Francisco Finamor e demais colegas do
Laboratório de Química e Fertilidade do solo, pelo auxilio na realização do trabalho e
convívio no decorrer destes dois anos.
À Gustavo Brunetto pela amizade e auxílio na realização das análises
estatísticas e revisões.
À José Alan de Almeida Acosta pelos ensinamentos, oportunidades e apoio
durante a graduação.
À família Facco, em especial a colega Daiane Facco, pelo interesse em ceder
a área para a condução do experimento, pelo apoio na condução do experimento,
entusiasmo, amizade e simplicidade.
A todos os técnicos e agricultores, que possam se valer deste trabalho para a
melhoria de suas atividades.
À minha companheira de todas as horas, Jaqueline Cristiane Adorna, pela
ajuda na realização do trabalho, pelo incentivo, carinho e amor, sem os quais jamais
conseguiria realizar este trabalho.
Aos meus irmãos e cunhado(a)s pelo apoio, incentivo e suporte para
continuar nesta jornada. Muito obrigado.
Enfim, agradeço ao apoio de todos que fizeram parte deste trabalho, e com
certeza serão lembranças eternas em minha memória.
“A construção de uma sociedade mais justa e fraterna
passa pela consciência e atitudes individuais”
RESUMO
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo
Universidade Federal de Santa Maria
CORREÇÃO DA ACIDEZ DO SOLO EM SUBSUPERFÍCIE EM UM
LATOSSOLO DE TEXTURA FRANCO-ARENOSA SOB PLANTIO
DIRETO
AUTOR: OTAVIO BAGIOTTO ROSSATO
O
RIENTADOR: CARLOS ALBERTO CERETTA
Santa Maria, 29 de janeiro de 2008.
Em regiões tropicais e subtropicais, especialmente onde há a ocorrência de veranicos, a acidez
subsuperficial (abaixo dos 10 cm) tem sido apontada como uma das causas de limitação ao crescimento
de raízes e à produtividade agrícola. No estado do Rio Grande do Sul, nos últimos anos, existem relatos
de que muitas áreas sob plantio direto não apresentam alumínio trocável na camada de 0-10 cm, mas
nas camadas inferiores, são encontrados elevados teores de Al e baixa saturação por bases. Contudo,
não existem informações que permitem inferir sobre a relevância destas condições em subsuperfície na
produtividade das culturas. Este trabalho foi elaborado com o objetivo de avaliar se a ocorrência de alta
saturação por alumínio e baixa saturação por bases em subsuperfície no plantio direto, pode representar
um ambiente restritivo para o crescimento e produtividade das culturas, bem como avaliar técnicas para
corrão da acidez em subsuperfície. O experimento foi implantado em Tupanciretã, RS, em um
Latossolo Vermelho distrófico típico (Embrapa, 2006), de textura franco-arenosa. A área vinha sendo
conduzida sob plantio direto, sendo que a condição inicial, na camada de 0-10 cm era de pH 5,5,
saturação por Al de 0% e saturação de bases de 65%; na camada de 10-20 cm apresentava pH 5,1,
saturação por Al de 24% e saturação por bases de 39%. Em julho de 2005 foram implantados os
seguintes tratamentos: sem revolvimento e sem calcário; sem revolvimento e com calcário, 1 SMP -
pH 6,0; lavração sem calcário; lavração com calcário, 1 SMP - pH 6,0; escarificação sem calcário;
escarificação com calcário, 1 SMP - pH 6,0; baseado na amostra de 0-20 cm. As avaliações
realizadas foram: produção de matéria seca, ciclagem de nutrientes (Ca, Mg, P, K e N), produtividade
de grãos, distribuição do sistema radicular e análise econômica para a soja e o milho. Em amostras
de solo coletadas aos 9 e 24 meses após a implantação do experimento, nas camadas de 0–5, 5–10,
10-15, 15–20 e 20–30 cm foram determinados os teores trocáveis de Ca, Mg e Al, pH H
2
O, saturação
por bases e saturação por Al, além dos teores de P disponível, K trocável e carbono orgânico. Todas
as variáveis foram submetidas à análise da variância e quando significativas, as médias foram
comparadas pelo teste de Tukey a 5 %. Os resultados mostram que acidez em subsuperfície (10-20
cm) não foi limitante à produtividade da soja e do milho quando a camada superficial (0-10 cm) estava
em níveis recomendados pela CQFS-RS/SC (2004), o que não permitiu a definição do melhor modo
de aplicação de calcário sob o ponto de vista de produtividade de grãos e viabilidade econômica,
porém, a incorporação de calcário por lavração foi o modo mais eficiente de correção da acidez em
subsuperfície.
Palavras chave: acidez, subsuperfície, plantio direto, modos de preparo do solo, calagem.
ABSTRACT
Master Dissertation in Soil Science
Graduate Program in Soil Science
Federal University of Santa Maria
CORRECTION OF THE ACIDITY OF THE SOIL IN SUBSURFACE IN A
OXISSOL OF FRANC-SANDY TEXTURE UNDER NO TILLAGE
AUTHOR: OTAVIO BAGIOTTO ROSSATO
Adviser: CARLOS ALBERTO CERETTA
Santa Maria, January, 29, 2008.
In tropical and subtropical areas, especially, where there is the dry period occurrence, the
acidity subsurface (below the 10 cm) it has been pointed as one of the limitation causes to the growth
of roots and the agricultural productivity. In the state of Rio Grande do Sul, in the last years, reports
exist that areas under no tillage that don't present exchangeable aluminum in the layer of 0-10 cm.
However, in the inferior layers, they are found high content of Al and low saturation by bases
(Martinazzo, 2006). However, information that allows inferring about the relevance of these conditions
in subsurface in the productivity of the cultures doesn’t exist. This work was elaborated with the
objective of evaluating the occurrence of high saturation with aluminum and low saturation with bases,
in subsurface in the no tillage, it can represent a restrictive atmosphere for the growth and productivity
of the cultures, as well as to evaluate techniques for correction of the acidity in subsurface. The
experiment was implanted in Tupanciretã, RS, in Rhodic Hapludox, of sandy loam texture. The area
came being driven under no tillage, and the initial condition, in the layer of 0-10 cm was of pH 5,5,
saturation for Al of 0% and saturation of bases of 65%; in the layer of 10-20 cm it presented pH 5,1,
saturation for Al of 24% and saturation for bases of 39%. In July of 2005, the following treatments
were implanted: without tillage and without limestone; without tillage and with limestone, 1 SMP - pH
6,0; plowing without limestone; plowing with limestone, 1 SMP - pH 6,0; chiseling without limestone;
chiseling, with limestone, 1 SMP - pH 6,0; based on the sample of 0-20 cm. The accomplished
evaluations were: productivity of grains, matter dries, cycling of nutrients (Ca, Mg, P, K e N)
distribution of the system root and economical analysis for the soybean (Glycine max L. Merril) and the
corn (Zea mays L.). In soil samples collected to the 9 and 24 months after the implantation of the
experiment, in the layers of 0-5; 5-10; 10-15; 15-20; 20-30 cm, they were certain the exchangeable
content of Ca, Mg and Al, pH H
2
O, saturation for bases and saturation for Al, besides the content of P
and K and organic carbon. All the variables were submitted to the analysis of the variance and when
significant, the averages were compared by the test of Tukey to 5%. The results show that acidity in
subsurface (10-20 cm) it was not limit to the productivity of the soybean and of the corn when the
superficial layer was in levels recommended by CQFS-RS/SC (2004), what didn't allow the definition
in the best way of limestone application under the point of view of productivity of grains and
economical viability, however, the limestone incorporation for plowing was the most efficient way of
correction of the acidity in subsurface.
Key words: acidity, subsoil, no-tillage, preparation manners soil, liming.
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Atributos químicos do solo nas diferentes camadas antes da
implantação do experimento.........................................................................................
28
TABELA 2 - Produção de matéria seca, safras 2005/2006 e 2006/2007, em um
Latossolo Vermelho sob plantio direto, submetido a modos de preparo e
calagem................................................................................................................ 61
TABELA 3 -
Ciclagem de nutrientes, safras 2005/2006 e 2006/2007, em um
Latossolo Vermelho sob plantio direto, submetido a modos de preparo e
calagem................................................................................................................ 62
TABELA 4 - Produtividade, safras 2005/2006 e 2006/2007, em um Latossolo
Vermelho sob plantio direto, submetido a modos de preparo e calagem............ 67
TABELA 5 - Análise econômica safras 2005/2006 e 2006/2007, em um
Latossolo Vermelho sob plantio direto, submetido a modos de preparo e
calagem................................................................................................................ 70
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Densidade do solo antes da implantação do experimento................ 29
FIGURA 2 - Avaliação da distribuição do sistema radicular.................................. 34
FIGURA 3 - pH em H
2
O em um Latossolo Vermelho sob plantio direto,
submetido a modos de preparo e calagem aos 9 meses após a implantação
do experimento..................................................................................................... 37
FIGURA 4 - pH em H2O em um Latossolo Vermelho sob plantio direto,
submetido a modos de preparo e calagem aos 24 meses após a implantação
do experimento..................................................................................................... 38
FIGURA 5 - Cálcio trocável em um Latossolo Vermelho sob plantio direto,
submetido a modos de preparo e calagem aos 9 meses após a implantação
do experimento.................................................................................................... 40
FIGURA 6 - Cálcio trocável em um Latossolo Vermelho sob plantio direto,
submetido a modos de preparo e calagem aos 24 meses após a implantação
do experimento..................................................................................................... 41
FIGURA 7 - Magnésio trocável em um Latossolo Vermelho sob plantio direto,
submetido a modos de preparo e calagem aos 9 meses após a implantação
do experimento..................................................................................................... 42
FIGURA 8 - Magnésio trocável em um Latossolo Vermelho sob plantio direto,
submetido a modos de preparo e calagem aos 24 meses após a implantação
do experimento.....................................................................................................
43
FIGURA 9 - Alumínio trocável em um Latossolo Vermelho sob plantio direto,
submetido a modos de preparo e calagem aos 9 meses após a implantação
do experimento..................................................................................................... 44
FIGURA 10 - Alumínio trocável em um Latossolo Vermelho sob plantio direto,
submetido a modos de preparo e calagem aos 24 meses após a implantação
do experimento..................................................................................................... 45
FIGURA 11 - Saturação com alumínio em um Latossolo Vermelho sob plantio
direto, submetido a modos de preparo e calagem aos 9 meses após a
implantação do experimento................................................................................ 47
FIGURA 12 - Saturação com alumínio em um Latossolo Vermelho sob plantio
direto, submetido a modos de preparo e calagem aos 24 meses após a
implantação do experimento................................................................................ 48
FIGURA 13 - Saturação por bases em um Latossolo Vermelho sob plantio
direto, submetido a modos de preparo e calagem aos 9 meses após a
implantação do experimento................................................................................ 49
FIGURA 14 - Saturação por bases em um Latossolo Vermelho sob plantio
direto, submetido a modos de preparo e calagem aos 24 meses após a
implantação do experimento................................................................................ 50
FIGURA 15 - Fósforo disponível em um Latossolo Vermelho sob plantio direto,
submetido a modos de preparo e calagem aos 9 (A) e 24(B) meses após a
implantação do experimento................................................................................ 53
FIGURA 16 - Potássio trocável em um Latossolo Vermelho sob plantio direto,
submetido a modos de preparo e calagem aos 9 (A) e 24(B) meses após a
implantação do experimento................................................................................ 54
FIGURA 17 - Carbono orgânico em um Latossolo Vermelho, submetido a
modos de preparo e calagem aos 9 (A) e 24 (B) meses após a implantação do
experimento.......................................................................................................... 55
FIGURA 18 - Distribuição do sistema radicular da soja, em um Latossolo
Vermelho submetido a modos de preparo e calagem.......................................... 56
FIGURA 19 - Distribuição do sistema radicular do milho, em um Latossolo
Vermelho submetido a modos de preparo e calagem.......................................... 57
LISTA DE APÊNDICES
ANDICE A - Precipitação diária durante o ciclo da soja safra 2005/2006........... 82
ANDICE B - Precipitação diária durante o ciclo do milho safra 2006/2007......... 83
ANDICE C - Estimativa dos custos das operações realizadas e insumos
utilizados para a implantação dos tratamentos....................................................... 84
ANDICE D - Estimativa dos custos das operações realizadas e insumos
utilizados para a soja e milho, safras 2005/2006 e 2006/2007............................... 84
APÊNDICE E - Análise da variância para a produção de MS da soja............................... 85
ANDICE F - Análise da variância para a produção de MS do milho................... 85
ANDICE G - Análise da variância para a MS acumulada soja e milho............... 85
ANDICE H - Análise da variância para a produção de grãos de soja................. 86
ANDICE I - Análise da variância para a produção de grãos de milho................. 86
ANDICE J - Análise da variância para a produção de grãos acumulada............ 86
APÊNDICE K - Análise da variância para a margem líquida safras 2005/2006 e
2006/2007............................................................................................................... 87
ANDICE L - Análise da variância para a ciclagem de N para a soja................... 87
ANDICE M - Análise da variância para a ciclagem de P para a soja.................. 87
ANDICE N - Análise da variância para a ciclagem de K para a soja................... 88
ANDICE O Análise da variância para a ciclagem de Ca para a soja............... 88
ANDICE P Análise da variância para a ciclagem de Mg para a soja............... 88
ANDICE Q Análise da variância para a ciclagem de N para o milho............... 89
ANDICE R Análise da variância para a ciclagem de P para o milho................ 89
ANDICE S - Análise da variância para a ciclagem de K para o milho................. 89
ANDICE T - Análise da variância para a ciclagem de Ca para o milho............... 90
ANDICE U - Análise da variância para a ciclagem de Mg para o milho.............. 90
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 14
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................... 16
2.1 Acidez do solo em plantio direto.................................................................. 16
2.2 Toxidez de alumínio.................................................................................... 17
2.3 Calagem...................................................................................................... 19
2.4 Efeitos em profundidade da calagem superficial......................................... 20
2.5 Resposta das culturas a calagem............................................................... 23
2.6 Modos de preparo e incorporação de calcário............................................ 25
2.7 Hipóteses..................................................................................................... 27
3 MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................. 28
3.1 Localização e caracterização da área experimental................................... 28
3.2 Tratamentos e delineamento experimental................................................. 29
3.3 Implantação das culturas............................................................................. 30
3.4 Avaliações realizadas……........................................................................... 31
3.4.1 Produção de matéria seca e produtividade de grãos .............................. 31
3.4.2 Análise do tecido vegetal.......................................................................... 32
3.4.3 Análise de solo......................................................................................... 32
3.5 Distribuição do sistema radicular no perfil................................................... 33
3.6 Análise econômica...................................................................................... 34
3.7 Análise estatística....................................................................................... 34
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................... 36
4.1 Atributos químicos do solo.......................................................................... 36
4.2 Distribuição do sistema radicular................................................................. 55
4.3 Produção de matéria seca e ciclagem de nutrientes................................... 58
4.4 Produtividade de grãos................................................................................ 63
4.5 Análise econômica....................................................................................... 68
5 CONCLUSÕES.............................................................................................. 71
5.1 Considerações finais................................................................................... 72
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................. 73
APÊNDICES...................................................................................................... 81
1 INTRODUÇÃO
O processo de acidificação de solos tropicais e subtropicais inicia com a
solubilização da rocha, com posterior perda de cátions do solo associada à retenção
preferencial de cátions de maior valência, como o alumínio, nos sítios de troca dos
argilominerais e da matéria orgânica. O alumínio, em geral, causa a paralisação do
crescimento das raízes e seu engrossamento, devido ao enrijecimento da parede e a
inibição da divisão celular que por sua vez, altera a absorção e utilização de
nutrientes.
As áreas sob plantio direto no Brasil tiveram um acentuado aumento na
década de 90, principalmente na região Sul e continuam crescendo, atingindo na
safra 2005/2006, cerca de 25,5 milhões de hectares (FEBRAPDP, 2007). Entretanto,
em apenas uma pequena parte destas áreas foram seguidas às recomendações
preconizadas para a introdução deste sistema, sendo que apenas se parou de
revolver o solo e se introduziu o plantio direto sem fazer as devidas correções.
A partir do inicio da década de 90, foram desenvolvidos alguns trabalhos em
áreas sob plantio direto, na região sul do Brasil para verificar o efeito da aplicação
superficial de calcário em profundidade, evidenciando que a calagem superficial em
áreas sob plantio direto tem proporcionado alterações nos atributos químicos no
perfil do solo, melhorando o ambiente para o crescimento das raízes. Porém, a sua
eficiência limita-se a poucos centímetros da superfície, principalmente em áreas com
impedimento físico causado por compactação ou selamento de poros (Kaminski et
al. 2005).
Após a introdução do plantio direto, também começou a se observar menor
resposta das culturas à aplicação de calcário, sendo esta menor resposta atribuída a
menor perda de solo e nutrientes, ao efeito residual do calcário de aplicações
anteriores, ao aumento nos teores de MO e nutrientes como o fósforo e potássio na
camada superficial, propiciando uma menor atividade do Al
+3
em solução no plantio
direto (Salet, 1999).
A partir dessas observações foram elaboradas as recomendações de
calagem para o plantio direto consolidado (CQFS-RS/SC 2004), no qual a
amostragem do solo deve ser feito na camada 0-10 cm e os critérios usados para
determinar a necessidade de calagem são pH 5,5 e saturação por bases 65%,
15
sendo que se apenas um dos critérios for atendido não se aplica calcário quando a
saturação por alumínio for 10% e se o teor de fósforo for muito alto. Quando
necessário a aplicação de calcário, a dose recomendada é baseada no índice SMP,
onde neste caso a indicação é de ½ SMP para elevar o pH a 5,5 sendo
recomendado a aplicação superficial.
Porém, no estado do Rio Grande do Sul, o trabalho de Martinazzo (2006)
evidenciou que grande parte das áreas sob plantio direto não apresentam alumínio
trocável na camada de 0-10 cm, mas, nas camadas inferiores, são encontrados
elevados teores de alumínio e baixa saturação por bases. Contudo, não existem
informações que permitem inferir sobre a relevância destas condições em
subsuperfície na produtividade das culturas.
Se esta condição em subsuperfície reduzir à produtividade das culturas, a
incorporação de calcário se faz necessário. Entretanto, no sistema plantio
convencional, o modo utilizado para a incorporação do calcário sempre foi a lavração
e a gradagem, considerado um dos métodos mais eficientes na distribuição no perfil
do solo do corretivo de acidez. Porém, nos últimos anos alguns trabalhos têm sido
desenvolvidos, em áreas sob plantio direto, na busca de maneiras mais eficientes de
conseguir incorporar calcário, com menor custo, menor desestruturação e riscos de
erosão. Assim, tem-se usado equipamentos como escarificador e subsolador para a
incorporação de calcário e também como modo de preparo a fim de romper
camadas compactadas em profundidade.
Então, o objetivo geral deste estudo foi avaliar se a ocorrência de alta
saturação com alumínio e muito baixa saturação por bases, na camada 10-20 cm no
plantio direto, pode representar um ambiente restritivo para o crescimento e
produtividade das culturas, bem como avaliar técnicas para correção da acidez em
subsuperfície. Os objetivos específicos foram: a) avaliar alterações em alguns
atributos químicos do solo ao longo do tempo quando o solo é submetido a modos
de preparo e calagem; b) avaliar o efeito sobre parâmetros de plantas (como
produção de matéria seca, ciclagem de nutrientes e produtividade da soja e milho)
quando o solo é submetido a modos de preparo e calagem; e c) analisar os reflexos
econômicos dos modos de preparo e calagem sobre os custos de produção e
margem líquida em lavouras de soja e milho.
16
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Acidez do solo em plantio direto
O processo de acidificação de solos tropicais e subtropicais inicia com a
solubilização da rocha, com posterior perda de cátions como o Ca, Mg e K associada
à retenção preferencial de cátions de maior valência, como o alumínio, nos sítios de
troca dos argilominerais e da matéria orgânica. Entre as causas químicas capazes
de ocasionar a acidez do solo, destacam-se a água da chuva (dissociação do ácido
carbônico - H
2
CO
3
), a decomposição de materiais orgânicos (dissociação de prótons
de grupamentos carboxílicos e fenólicos da matéria orgânica e de restos culturais), a
adição de fertilizantes nitrogenados (nitrificação e lixiviação de nitrato), a liberação
de íons H
+
pelas raízes (manutenção da eletroneutralidade quando da absorção de
cátions) e a hidrólise do alumínio presente na solução do solo (liberação de íons H
+
)
(Bohnen et al. 2006).
Na década de 90, houve um aumento expressivo na área cultivada sob plantio
direto. No Brasil, segundo dados da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha
(FEBRAPDP, 2007), a área cultivada passou de aproximadamente 900 mil hectares
para cerca de 14,3 milhões de hectares, do inicio até o final desta década. Na safra
2005/2006 a área cultivada sob plantio direto atingiu cerca de 25,5 milhões de
hectares.
O plantio direto apresenta características distintas em relação ao sistema
convencional de preparo, principalmente em relação ao não revolvimento do solo, o
que condiciona uma maior concentração de nutrientes e matéria orgânica na camada
superficial (Muzzili, 1983; Anghinoni; Salet, 2000; Rheinheimer et al. 2000b). De
forma geral, o cultivo contínuo do solo propicia a sua acidificação independente do
sistema de manejo (Bohnen et al. 2006), porém a magnitude e a velocidade dos
processos de acidificação do solo no plantio direto são diferentes daquelas
apresentadas pelo sistema convencional (Paiva et al. 1996).
A decomposição de resíduos culturais e o uso de adubos nitrogenados
depositados na superfície do
solo contribuem para a acidificação da camada
superficial do solo, formando um gradiente de pH a partir da
superfície, chamado de
17
frente de acidificação
(Blevins et al. 1983). Esse abaixamento do pH pode se
tornar limitante à produção vegetal, em função da toxidez de alumínio e/ou de
manganês e do desbalanço na disponibilidade de nutrientes às plantas.
Porém, no RS, tem se verificado nos últimos anos, elevado percentual de
lavouras sob plantio direto consolidado com elevada acidez na camada de 10-20 cm
de profundidade, enquanto na camada superficial (0-10 cm) existem menores
percentuais de áreas com elevada acidez (Martinazzo, 2006).
Isto se deve, em
grande parte, a negligência da correção da acidez em profundidade por
ocasião da introdução do plantio direto. Associado a este fato, a maioria das
aplicações de calcário em áreas sob plantio direto, foram e estão sendo
realizadas na superfície do solo, e com doses abaixo do recomendado, o que
proporciona, na maioria dos casos, a correção da acidez apenas na camada
superficial.
2.2 Toxidez de alumínio
O alumínio, em geral, causa a paralisação do crescimento das raízes e seu
engrossamento, devido ao enrijecimento da parede e a inibição da divisão celular
(Foy; Fleming, 1978), que por sua vez, altera a absorção e utilização de nutrientes,
especialmente o fósforo (Canal; Mielniczuk, 1983). As plantas submetidas ao
estresse por alumínio têm o crescimento radicular diminuído, ramificação deficiente,
raízes curtas e grossas o que diminui o volume de solo explorado, além de inibir a
absorção e translocação de fósforo e cálcio (Rheinheimer et al. 1994). Os
parâmetros de absorção de nutrientes também são afetados indicando que há
interferência na eficiência dos carregadores, exigindo concentrações mais altas dos
nutrientes (Petry et al. 1994; Vilela; Anghinoni, 1984). Alguns experimentos têm
demonstrado que o efeito da toxidez de alumínio é mais pronunciado quando atinge
as plantas logo após a germinação (Rheinheimer et al. 1994). Isso justificaria a
aplicação de calcário na superfície do solo, que permitiria a germinação das
sementes e o crescimento inicial das raízes em um ambiente sem alumínio, e
quando as raízes atingissem a região com elevados teores de Al, já estariam em
18
condições de acionar os seus mecanismos de tolerância (Kaminski; Rheinheimer,
2000).
Os mecanismos que parecem estar envolvidos na adaptação de plantas ao
excesso de alumínio são, segundo Keltjens (1997), os seguintes: a) imobilização de
Al
+3
, Al(OH)
2+
e Al(OH)
2
na rizosfera pela elevação do pH; b) diminuição na taxa de
absorção e/ou aumento nas taxas de imobilização interna de espécies fitotóxicas de
Al; c) excreção radicular de exsudatos, como ácidos orgânicos (málico e cítrico) e
polipeptídeos que possuem ação quelante sobre o íon alumínio no apoplasto celular
das raízes e na rizosfera; d) associação micorrízica com raízes de plantas
promovendo aumento na absorção de fósforo e ação hormonal protetiva.
As plantas de forma geral diferem grandemente em relação ao seu
comportamento na presença de alumínio tóxico e esta variabilidade é encontrada
entre espécies como até entre cultivares da mesma espécie (Aniol, 1984). Portanto o
uso de adubações e calagem racionais associadas a genótipos adaptados a
condições de solo ácido, é uma estratégia muito interessante para o uso destes
solos.
A quantidade de alumínio na solução do solo, de maneira geral, aumenta com
a acidez do solo. A alta atividade do hidrogênio em solução reflete-se em baixos
valores de pH, favorecendo a percolação de bases e permitindo que o alumínio se
torne o cátion predominante no complexo de troca. Assim, à medida que avança a
intemperização, ocorre à perda de bases, aumentado à capacidade de retenção de
ânions, aumentando a concentração e atividade do alumínio, o que torna o ambiente
do solo desfavorável ao crescimento radicular, podendo restringir o desenvolvimento
e produtividade das culturas (Anghinoni; Bissani, 2004).
Em sistemas onde proporcionam aumentos nos teores de matéria orgânica na
camada superficial, é citado que a matéria orgânica poderia passar de fonte a dreno
de alumínio na solução do solo, pelo menos temporiariamente (Kaminski;
Rheinheimer, 2000), sendo que, à medida que os teores de matéria orgânica
aumentam, também aumentam os teores de alumínio armazenado com maior
estabilidade e menor labilidade. No entanto, mesmo que os valores de matéria
orgânica retornem aos níveis originais, a dinâmica do alumínio não será a mesma,
uma vez que foram adicionados corretivos de acidez e seu efeito é extremamente
longo (Azevedo et al. 1996), necessitando de muitos anos para que as quantidades
de alumínio trocável retornem aos níveis iniciais. Os teores de cálcio e magnésio
19
mantêm-se em níveis mais elevados do que nos solos virgens, também diminuindo a
saturação e atividade de alumínio.
De maneira geral, a produtividade se mantém elevada mesmo com a
presença de Al trocável no plantio direto consolidado (Caíres et al. 1998). Este fato
tem sido relacionado a uma menor concentração de espécies de Al consideradas
tóxicas (Al
3+
e AlOH
2+
) e uma maior concentração de Al complexado com ligantes
orgânicos, que determinam sua menor atividade (Salet et al. 1999). Além disso, a
elevação dos teores, principalmente de fósforo e potássio na superfície do solo em
áreas sob plantio direto, propicia menor atividade do Al na solução do solo.
2.3 Calagem
A calagem é uma das práticas agrícolas menos dispendiosas e efetivas na
melhoria das condições do ambiente em que as plantas se desenvolvem,
principalmente, pela elevação do pH, neutralização do Al e Mn, fornecimento de Ca
e de Mg, além de influenciar na disponibilidade de outros nutrientes, caracterizando
um insumo de vital importância para o desenvolvimento das culturas (Volkweiss,
1989).
A correção da acidez do solo é realizada pela aplicação de produtos de
reação básica, que apresentam como principais compostos neutralizantes, os
carbonatos de cálcio e de magnésio (CaCO
3
e MgCO
3
) nos calcários agrícolas;
óxidos de cálcio e de magnésio (CaO e MgO) na cal virgem; e hidróxidos de cálcio e
de magnésio (Ca(OH)
2
e Mg(OH)
2
) na cal apagada (Alcarde, 1983; Tedesco;
Gianello, 2000). Os corretivos mais comumente utilizados são os calcários agrícolas,
produto da moagem das rochas calcárias, sendo constituídos principalmente pela
calcita (CaCO
3
) e pela dolomita (Ca.Mg(CO
3
)
2
), em proporções variáveis,
dependendo dos teores de carbonatos presentes.
A calagem é uma prática necessária para a obtenção de altas produtividades
em solos ácidos. Devido a sua baixa solubilidade, a eficiência do calcário depende
de alguns fatores como: contato das partículas de calcário com o solo, o tempo de
reação ou antecedência de aplicação em relação aos períodos de demanda das
culturas, a granulometria, o conteúdo em material neutralizante, a quantidade de
20
calcário aplicada, a umidade do solo, a uniformidade de aplicação e incorporação ao
solo, entre outros (Anghinoni; Bissani, 2004).
A velocidade com que o corretivo reage com o solo é influenciada pela sua
taxa de dissolução, devido à variação no conteúdo de carbonatos presentes no
corretivo. As reações de solubilização em condições normais de solos ácidos são
lentas e dependem basicamente da velocidade de difusão dos íons Ca
+2
e Mg
+2
,
HCO
3
-
e OH
-
no solo, a partir da partícula do corretivo, do grau de acidez do solo e
da presença de água (Tedesco; Gianello, 2000).
Atualmente no RS, o diagnóstico da acidez do solo é realizado a partir dos
valores de pH em água e porcentagem da saturação por bases, sendo as amostras
coletadas na camada 0-10 cm no plantio direto consolidado. Considerando que
durante a implantação do plantio direto a correção do solo foi realizada de forma
adequada até 20 cm de profundidade, a correção da acidez deve ser realizada
apenas para neutralizar a acidez gerada na superfície do solo. Conforme as
recomendações da CQFS-RS/SC (2004) para fornecer condições favoráveis ao
desenvolvimento das principais culturas, o pH do solo deve ser igual ou superior a
5,5 e a saturação por bases maior ou igual que 65% ou caso apenas um dos
critérios for atendido, não aplicar calcário quando a saturação por Al for menor que
10% e o teor de fósforo for muito alto. A quantidade de calcário recomendada é
baseada no índice SMP, sendo que para o plantio direto consolidado a quantidade é
de ½ SMP, para elevar o pH 5,5, sendo a forma de aplicação superficial.
2.4 Efeitos em profundidade da calagem superficial
A aplicação superficial de calcário, sem incorporação, proporciona um menor
contato entre as partículas de solo e corretivo em comparação à aplicação com
incorporação, determinando que as reações de dissolução ocorram basicamente na
superfície do solo.
Os efeitos da calagem superficial só ocorrem em profundidade após o pH na
zona de dissolução do calcário ter atingido valores acima de 5,5 (Pavan; Roth,
1992). Enquanto existirem cátions de reação ácida da solução do solo (H
+1
, Al
+3
,
Fe
+2
, Mn
+2
), a reação de neutralização da acidez ficará limitada à camada superficial,
21
retardando o efeito na subsuperfície. Para que ocorra a neutralização da acidez em
profundidade, os produtos da dissociação do calcário têm de ser arrastados para
camadas inferiores (Rheinheimer et al. 2000a). Além disso, o aumento da CTC, pela
elevação do pH, aumenta a retenção de cátions e, com isso, diminui a migração dos
cátions para camadas mais profundas.
Os prótons acentuam a dissolução e a conseqüente dissociação do calcário e,
à medida que o pH da solução do solo aumenta, em função do consumo de calcário,
a quantidade de íons CO
3
-2
na solução disponível para neutralizar outros prótons
diminui. A baixos valores de pH, a taxa de geração de OH
-
é superior a sua taxa de
consumo, de forma que o pH da solução do solo aumenta. No pH de 8,3, essas duas
taxas se igualam e a concentração de OH
-
permanece constante.
Conseqüentemente, as concentrações dos íons CO
3
-2
e Ca
+2
em solução não variam
mais, cessando o consumo do carbonato de cálcio sólido. Desse modo, a
reaplicação de calcário na superfície de um solo cujo pH do primeiro centímetro de
solo seja elevado, desfavorece a sua solubilização (Kaminski et al. 2007).
Na calagem superficial, há uma frente alcalinizante que avança no perfil do
solo, porém os processos que promovem a migração dos agentes de neutralização
da acidez ainda estão em discussão. De acordo com Miyazawa et al. (1993) e
Franchini et al. (1999) as substâncias orgânicas hidrossolúveis, promoveriam a
migração de cálcio e aliviariam os efeitos deletérios do alumínio. Já, Petrere;
Anghinoni (2001) e Amaral (2002) identificaram partículas de calcário abaixo da
região de aplicação, que migrariam via dutos formados por macroporos, o que
propiciaria a correção da acidez com a elevação do pH, não tendo este último autor
observado contribuição significativa de compostos orgânicos na melhoria do
ambiente radicular em profundidade. Essa frente de neutralização, ao avançar no
perfil, altera algumas propriedades do solo, cuja taxa de progressão depende da
disponibilidade de água, dose e granulometria de calcário aplicada, do tempo
decorrido, das próprias características físicas e químicas do solo (Caires et al. 1998;
Gatiboni et al. 2003).
A partir da década de 90, na região Sul, diversos trabalhos foram realizados
sob áreas de campo nativo e plantio direto para verificar a eficiência da calagem
superficial e incorporada e seus efeitos em profundidade (Cassol, 1995; Santos,
1997; Pöttker; Ben, 1998; Caíres et al. 1998; 1999; 2000; 2003; 2006; Rheinheimer
et al. 1998; Neto et al. 2000; Rheinheimer et al. 2000; Moreira et al. 2001; Amaral;
22
Anghinoni, 2001; Gatiboni et al. 2003; Ciotta et al. 2004; Fidalski; Tormena, 2005;
Kaminski, et al. 2005 e Holzschuh, 2007).
Em alguns trabalhos onde se aplica a dose integral de corretivo em superfície
em solos arenosos ou em solos com alta macroporosidade e as avaliações são
feitas após longo período de tempo, os efeitos da calagem superficial são
percebidos em maior profundidade no perfil (Caíres et al. 1998; Rheinheimer et al.
2000b; Petrere; Anghinoni, 2001; Amaral, 2002; Gatiboni et al. 2003). Um exemplo é
o trabalho de Kaminski et al. (2005), onde após a aplicação superficial da dose de
calcário para elevar o pH do solo a 6,0 (17 Mg ha
-1
) alterou, aos 84 meses da
aplicação do calcário, o pH em água até os 10 cm, o alumínio trocável até os 17,5
cm, o cálcio trocável até os 20 cm e o magnésio trocável até os 25 cm.
Porém, os mesmos autores relatam que a comparação por métodos
estatísticos assumindo-se como efeito da calagem a diferença significativa entre a
propriedade observada no tratamento e a condição natural ou o tratamento controle,
independente da relevância agronômica da diferença, pode não ser uma boa forma
de interpretar os dados, visto que existem casos em que alterações de apenas 0,1
unidades de pH ou diminuição de 3-4% na saturação por Al serem significativas
estatisticamente, porém sem nenhuma relevância agronômica. Por isso é sugerido
avaliar a eficiência da calagem assumindo que somente será efetiva quando os
valores dos atributos químicos do solo forem não só enquadrados em uma faixa
preestabelecida, de acordo com a probabilidade de resposta de plantas sensíveis a
acidez, mas também alcançarem valores considerados adequados ao crescimento
das plantas.
Dentre os trabalhos realizados em áreas sob plantio direto, Cassol (1995),
Pöttker; Ben (1998), Rheinheimer et al. (2000), Amaral; Anghinoni (2001), Moreira et
al. (2001), Ciotta et al. (2004) e Caires et al. (2006) sob diferentes períodos de
avaliação, observa-se que, apesar de, em alguns casos, haverem efeitos da
calagem superficial além dos 10 cm de profundidade, a neutralização de todo o Al
trocável, ocorre apenas nos primeiros 10 cm de profundidade. Então, tem se
observado que a calagem superficial em áreas sob plantio direto tem proporcionado
alterações nos atributos químicos no perfil do solo, melhorando o ambiente para o
crescimento das raízes, porém, a sua eficiência limita-se a poucos centímetros da
superfície, principalmente em áreas com impedimento físico causado por
compactação ou selamento de poros (Kaminski et al. 2005).
23
No plantio direto, em muitas situações há presença de alta saturação por
alumínio trocável e presença de camada compactada, além da baixa disponibilidade
de fósforo na subsuperficie (Martinazzo, 2006). A questão que se levanta é que não
se pode continuar acreditando na possibilidade de, a partir de aplicações
superficiais, neutralizar totalmente o alumínio trocável do solo de camadas profundas
num solo com presença de camadas compactadas e, consequentemente, baixa
macroporosidade e com produtividades das culturas comerciais e das plantas de
cobertura abaixo da média local (Kaminski et al, 2007). Assim, existirão situações
nas quais será possível conduzir o sistema plantio direto com reaplicações de
calcário em superfície, enquanto que em outras situações seria recomendada a
incorporação do corretivo da acidez e reiniciar o sistema para que, quando da
reacidificação do solo, seja possível a reaplicação superficial (Kaminski et al, 2007).
2.5 Resposta das culturas à calagem
Em muitos trabalhos tem se verificado que, mesmo em condições que seria
necessária a calagem, em áreas sob plantio direto, para adequar a parâmetros
considerados ideais, observa-se que não ocorre resposta das culturas à aplicação
de calcário (Pöttker; Ben 1998; Caíres et al. 1998; Caíres et al. 1999; Caíres et al.
2000; Rheinheimer et al. 2000; Caíres et al. 2004 e Holzschuh, 2007).
A falta ou pequena resposta das culturas à aplicação de calcário, que ocorre
em solos sob plantio direto, demonstra que o efeito residual do calcário aplicado por
ocasião da sua instalação ou ainda residual de aplicações realizadas no sistema
plantio convencional podem afetar positivamente a produtividade das culturas por
um longo período. Além disso, verifica-se que, com a introdução do plantio direto,
ocorreu um aumento nos teores de MO na camada superficial, além da
concentração de nutrientes como o fósforo e potássio. Isto propicia uma menor
atividade do Al
+3
em solução (Salet, 1999), propiciando uma menor restrição ao
crescimento radicular nas camadas superficiais.
Adicionalmente, no plantio direto os valores dos atributos da acidez do solo
analizados como um todo podem não representar o real ambiente de crescimento
radicular, uma vez que há crescimento preferencial das raízes em bioporos, cujo
24
ambiente é mais favorável (Gassen; Kochhann, 1998). Outro fator que contribui para
a falta de resposta à calagem em áreas sob plantio direto é que o desenvolvimento
inicial das raízes ocorre em um ambiente com baixos teores de Al, e quando as
raízes atingem camadas com maiores teores, elas toleram melhor sua presença,
como observado por Rheinheimer et al. (1994) na cultura do fumo.
Na interpretação dos resultados de resposta a calagem, outro fator a se
considerar são as flutuações das condições climatológicas. Em condições de boa
distribuição da precipitação pluvial, onde o solo é mantido com umidade, sem
deficiência hídrica, os resultados parecem mostrar que a acidez do solo passa a não
comprometer tanto as produções, pela existência de maior disponibilidade de água,
sendo que as plantas não necessitam aprofundar tanto o sistema radicular na busca
de água e nutrientes (Gonzales-Erico et al. 1979; Freire, 1984).
Em solos cuja fertilidade natural é baixa e a acidez é elevada, o suprimento
de elementos essenciais pode não ser adequado para a obtenção de boas colheitas
e os riscos de deficiência hídrica são muito elevados, visto que o desenvolvimento
das raízes se concentra na camada superficial, mais rica em nutrientes e matéria
orgânica. Em regiões tropicais, especialmente onde há a ocorrência de veranicos, a
acidez do subsolo tem sido apontada como uma das principais causas de limitação à
produtividade agrícola e ao crescimento de raízes (Quaggio et al. 1993). A toxicidade
causada pelo Al, somada a deficiência de cálcio em solos do cerrado, tem sido
apontada, também, como restritiva ao crescimento radicular (Souza, 2004).
Estudos desenvolvidos no Cerrado brasileiro, apontaram a elevada saturação
com Al em subsuperfície como causa da redução do rendimento das culturas
(Gonzáles-Érico et al. 1979). Doss; Lund (1975) estudaram o efeito do pH do
subsolo sobre o desenvolvimento do sistema radicular, parte aérea e na
produtividade de algodão, e constataram que estes eram afetados negativamente
quando ocorria certo déficit hídrico durante o período vegetativo da cultura.
Enquanto que as precipitações eram suficientes, não ocorriam diferenças
significativas.
2.6 Modos de preparo e incorporação de calcário
25
Hoje, em muitas áreas sob plantio direto se busca maneiras para reduzir os
impedimentos ao crescimento radicular em profundidade. Isto pode ser realizado
através do uso de culturas de cobertura, com grande capacidade de penetrar em
camadas compactadas (Abreu et al. 2004) ou com elevados teores de Al e baixos
teores de nutrientes, melhorando o ambiente radicular para o crescimento de
espécies menos adaptadas a estas condições. Estes impedimentos, também podem
ser reduzidos pelo revolvimento do solo, através de diferentes modos de preparo e
incorporação de corretivos de acidez e adubos.
Em geral, no sistema plantio convencional, o modo mais utilizado para a
incorporação do calcário e também como prática agrícola sempre foi a lavração e a
gradagem, sendo considerado um dos métodos mais eficientes na distribuição no
perfil do solo do corretivo de acidez. Porém, nos últimos anos, alguns trabalhos têm
sido desenvolvidos em áreas sob plantio direto na buscando maneiras mais
eficientes de conseguir incorporar calcário, com menor custo, menor desestruturação
e riscos de erosão que a lavração e gradagem. Assim, tem-se usado equipamentos
como escarificador e subsolador para a incorporação de calcário. Porém, as
incorporações de calcário com estes equipamentos restringem-se a camada
superficial, não incorporando satisfatoriamente o calcário com uniformidade em
profundidade e horizontalmente (De Souza, 1989). Neto et al. (2000) verificaram que
quando o calcário foi incorporado com escarificador e duas passadas com grade
niveladora os efeitos da calagem se restringiram apenas a 10 cm de profundidade,
três meses após a calagem.
A utilização de um subsolador com dispositivo acoplado visando à
incorporação de calcário em profundidade foi proposta por Richards et al. (1995). Os
autores destacam que com a incorporação de calcário, ocorreu um incremento de
Ca e redução da toxidez de alumínio, sendo uma excelente estratégia para melhorar
o ambiente ao crescimento profundo do sistema radicular. Seguindo nesta mesma
tendência, Klein et al. (2006) usou um equipamento que escarifica o solo até a
profundidade de 0,25 m e, por meio de um dosador mecânico e distribuidor
pneumático, injeta calcário com o auxílio de uma tubulação acoplada na parte
posterior das hastes. Esses autores verificaram que na área onde houve
escarificação com injeção de calcário, ocorreu uma correção até 0,20 m de
profundidade. Isto mostra que este tipo de equipamento poderá ser utilizado no
futuro, na correção de problemas químicos em profundidade sem causar a mesma
26
desestruturação do solo e riscos de erosão que outros métodos, como a lavração e
gradagem podem causar.
Além da possibilidade da melhoria dos atributos químicos pela incorporação
do calcário, esta prática pode facilitar o desenvolvimento radicular das plantas,
elevar a taxa de infiltração e a capacidade de armazenamento de água, aumentar a
permeabilidade do solo (Kochhann; Denardin, 2000) e reduzir a resistência mecânica
do solo à penetração das raízes (Inoue et al. 2002).
A escarificação apresenta como vantagens importantes sobre os demais
sistemas de preparo do solo a manutenção de considerável proporção dos restos de
culturas anteriores (até 75 %) sobre a superfície do solo, desagregar o solo segundo
os seus planos de fratura naturais, demandar menos tempo e consumir menos
combustível (Boller, 1996). A descompactação do solo utilizando implementos de
hastes, como escarificadores, que produzem superfícies mais rugosas que os
implementos de discos, como grades pesadas, tem por objetivo aumentar a
porosidade, reduzir a densidade e, ao mesmo tempo, romper as camadas
superficiais encrostadas e camadas subsuperficiais compactadas (Kochhann;
Denardin, 2000). Camara; Klein (2005) demonstraram que o plantio direto
escarificado apresentou maior rugosidade, maior infiltração e menor densidade do
solo que o plantio direto sem escarificação, após 12 meses da escarificação.
Em um trabalho avaliando vários modos de preparo, Bertol; Fischer (1997)
observaram aumento no rendimento da soja quando o solo foi escarificado em
relação ao plantio direto. Já para Ferreras et al. (2001), o rendimento de soja sob
plantio direto foi 47,8% inferior ao plantio direto escarificado, provavelmente devido à
compactação nesse sistema, reduzindo o desenvolvimento radicular em função do
aumento da resistência mecânica que afeta a absorção de água e nutrientes.
Camargo; Alleoni (1997) destacam que, em solos compactados, a baixa aeração
induz a ramificação das raízes adventícias superficiais, tornando-as menos eficientes
na absorção de água e nutrientes.
O uso do solo no plantio direto por um período de quatro anos após o
revolvimento foi suficiente para o retorno dos atributos físicos do solo à condição
original, uma vez que os mesmos não se diferenciaram dos tratamentos plantio
direto de oito e doze anos (Marcolan; Anghinoni, 2006), mostrando que o
revolvimento eventual proporciona modificações nos atributos físicos que são
recuperáveis com o tempo.
27
Atualmente existem alguns pesquisadores que se posicionam a favor e outros
contra o revolvimento em áreas sob plantio direto. Porém, cabe ressaltar que
existem diferentes históricos de manejo da adubação, resíduos culturais, tráfego de
máquinas e animais em áreas que hoje são conduzidas sob plantio direto e,
portanto, diferentes situações são encontradas, o que leva a pensar que o
revolvimento pode ser uma opção para a correção de problemas físicos e/ou
químicos em profundidade, em certas situações. Porém, a função da pesquisa é
identificar quais são essas situações que requerem a intervenção mecanizada, e que
equipamentos podem ser usados.
2.7 Hipóteses
Mesmo quando a análise da camada de 0-10 cm não indica a necessidade de
aplicação de calcário no plantio direto, há resposta da soja e do milho à calagem,
quando ocorrer elevada acidez na camada de 10-20 cm. Nesse caso, a alternativa
que vai propiciar maior resposta em produtividade será a incorporação de calcário
com aração.
28
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Localização e caracterização da área experimental
Este trabalho foi constituído de um experimento conduzido em uma área
pertencente ao agricultor Saulo Facco, no município de Tupanciretã, região
fisiográfica Planalto Médio (BRASIL, 1973) do Rio Grande do Sul, com as seguintes
coordenadas: 28º58’43,3”S e 53º38’26,4”W. O experimento foi conduzido sobre um
Latossolo Vermelho distrófico típico (Embrapa, 2006), de textura franco-arenosa,
pertencente à Unidade de Mapeamento Cruz Alta, formação geológica de arenitos
da formação Tupanciretã, Terciário (BRASIL, 1973). O solo apresenta 20% de argila,
72% de areia e 8% de silte. A precipitação ocorrida no período do ciclo das culturas
(soja e milho) está contida nos apêndices (A e B). A tabela 1 representa os atributos
químicos na condição inicial do experimento.
Tabela 1 - Atributos químicos do solo nas diferentes camadas antes da implantação
do experimento.
Camadas, cm
Atributo
0 – 10 10 – 20 0 – 20
Argila, g kg
-1 (1)
19 22 19
M O, g kg
-1 (2)
19 12 17
pH – H
2
0
(2)
5,5 5,1 5,4
Índice SMP
(2)
6,4 5,9 6,1
Saturação com alumínio, % 0 24 4
Saturação por bases, % 65 39 57
CTC efetiva, cmol
c
dm
-3
5,4 4,1 5,3
CTC pH 7, cmol
c
dm
-3
8,4 8 9
Al trocável, cmol
c
dm
-3 (3)
0 1 0,2
Mg trocável, cmol
c
dm
-3 (3)
2,4 1,5 2,2
Ca trocável, cmol
c
dm
-3 (3)
2,8 1,5 2,8
P disponível, mg dm
-3 (4)
13,5 3 6,8
K trocável, mg dm
-3 (4)
60 36 48
(1)
Método da pipeta (EMBRAPA, 1997);
(2)
determinado segundo Tedesco et al. (1995);
(3)
extraído
por KCl 1 mol l
-1
(Tedesco et al., 1995);
(4)
extraído por Mehlich 1 (Tedesco et al., 1995).
29
A área foi escolhida de acordo com os atributos que se buscava na área, ou
seja, na camada superficial (0-10 cm) não possuísse Al trocável, porém abaixo desta
camada, houvesse a presença de Al trocável.
A área vinha sendo cultivada sob plantio direto há quatro anos, onde no verão
se cultivava soja e no inverno pastagem (aveia + azevém) de forma intensiva, ou
seja, com altas lotações de animais por área. A última aplicação de calcário ocorreu
a aproximadamente quatro anos, sendo realizada sem incorporação ao solo. A
caracterização da densidade do solo antes da implantação do experimento está
apresentada na figura 1.
Densidade do solo, g cm
-3
1.01.11.21.31.41.51.61.71.81.92.0
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Figura 1 – Densidade do solo antes da implantação do experimento.
3.2 Tratamentos e delineamento experimental
O experimento foi implantado em área conduzida sob plantio direto, com os
seguintes tratamentos: sem revolvimento e sem calcário; sem revolvimento e com
calcário, 1 SMP - pH 6,0; lavração sem calcário; lavração com calcário, 1 SMP - pH
6,0; escarificação sem calcário; escarificação, com calcário, 1 SMP - pH 6,0; sendo a
recomendação de calcário baseada na amostra de 0-20 cm. Além destes
30
tratamentos também foi feita à distribuição dos fertilizantes na linha de semeadura e
a lanço em subsubparcela, cujos dados não são apresentados nesta dissertação
pela falta de resposta na produtividade das culturas a estas formas de distribuição
de fertilizantes na lavoura.
A implantação do experimento foi realizada no dia 27 julho de 2005. Nos
tratamentos onde foi empregado calcário, a aplicação foi realizada manualmente na
superfície do solo. A quantidade de calcário aplicada foi de 3,75 t ha
-1
de calcário
dolomítico com PRNT 72%. Esta quantidade foi baseada nas recomendações
preconizadas pela CQFS-RS/SC (2004), considerando a amostra 0-20 cm para 1
SMP-pH 6,0. A escarificação foi realizada com um escarificador, com 9 hastes a uma
profundidade de 0,32 m e distância entre hastes de aproximadamente 0,20 m. A
lavração foi realizada com um arado de discos, a uma profundidade de 0,20 m. O
delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso com parcelas
subdivididas e quatro repetições, com subparcelas de 8 x 10 m.
3.3 Implantação das culturas
A seqüência de cultivos após a implantação dos tratamentos foi a seguinte:
aveia (Avena strigosa Schereb); soja (Glycine max (L.) Merr.); ressemeadura natural
- aveia + azevém (Lolium multiflorum L.); milho (Zea mays L.); nabo (Raphanus
sativus L.) e trigo ( Triticum aestivum L.).
No primeiro cultivo após a introdução do experimento foi utilizada a aveia,
semeada com semeadora de plantio direto com espaçamento de 0,17 cm entre
linhas, sendo que não se usou adubação nesta cultura. Para a implantação da soja,
dessecou-se a aveia com Glyphosate (Roundup, 2L ha
-1
), e no dia 22 de novembro
de 2005, foi semeada a soja, utilizando-se a cultivar de ciclo precoce, transgênica
“RR” (Roundup Ready), conhecida como 6001 (sem registro no MAPA, mas
autorizado o plantio). A semeadura foi realizada com semeadora de plantio direto
(Semeato PAR 3600), com disco de guilhotina, propiciando um revolvimento em
torno de 10 cm de profundidade, e espaçamento de 0,4 m entre linhas. A adubação
31
utilizada foi de 178 kg ha
-1
do adubo 0-25-25 (0 N, 44,5 P
2
O
5
, 44,5 K
2
O kg ha
-1
) na
linha e a lanço.
No segundo inverno, após o cultivo da soja, houve a ressemeadura natural de
aveia e azevém e no final do mês de agosto de 2006 foi realizada a dessecação. No
dia 07 de setembro foi semeada a cultura do milho, com espaçamento de 0,8 m
entre linhas. Foi utilizado o hibrido simples P30F53, de ciclo precoce. A adubação
utilizada foi de 340 kg ha
-1
do adubo 8-18-26 (27,2 kg ha
-1
de N, 61,2 kg ha
-1
de
P
2
O
5
, 88,4 kg ha
-1
de K
2
O) na linha e a lanço e, aos 35 dias após a semeadura, foi
aplicado em cobertura a lanço e sem incorporação 150 kg ha
-1
de uréia (69 kg ha
-1
de
N).
Após a colheita do milho, dessecaram-se as plantas invasoras, e no dia 01 de
março de 2007, foi implantado o nabo forrageiro, com semeadora, e espaçamento
de 0,17 cm entre linhas. No final de junho foi introduzida a cultura do trigo, sendo
que a adubação utilizada foi de 240 kg ha
-1
do adubo 5-20-20 (12 kg ha
-1
de N, 48 kg
ha
-1
de P
2
O
5
, 48 kg ha
-1
de K
2
O) a lanço.
Os tratos culturais referentes à aplicação de herbicidas, inseticidas e
fungicidas durante o ciclo das culturas foram realizados pelo agricultor, conforme
recomendações da assistência técnica responsável pela condução da lavoura,
sendo realizada de forma homogênea na área experimental, a fim de não influenciar
nos parâmetros a serem avaliados.
3.4 Avaliações realizadas
4.4.1 Produção de matéria seca e produtividade de grãos de soja e milho
Para a estimativa de matéria seca das culturas coletaram-se as plantas no
pleno florescimento e após estas foram secas em estufa com ar forçado a 60°C, até
massa constante. Após foi realizado a pesagem das amostras para a determinação
da matéria seca, que para a soja foi coletado 1m linear na linha de semeadura e
para o milho foram coletadas 5 plantas ao acaso dentro de cada parcela.
32
A estimativa da produtividade de grãos de soja foi realizada em uma área útil
de 8m
2
, e para o milho 16,96 m
2
. As amostras de grãos foram debulhadas em
máquina elétrica estacionária, pesadas, determinado umidade dos grãos e calculado
a produtividade de soja com umidade de 13% e milho 14%. Todas as coletas para a
determinação da produtividade, produção de matéria seca e ciclagem de nutrientes
foram feitas na subparcela onde foi realizado adubação na linha de semeadura.
3.4.2 Análise do tecido vegetal
Nas amostras coletadas para a determinação de matéria seca da parte aérea,
realizou-se a determinação dos teores de Ca, Mg, P, K e N, com a finalidade de
estimar a ciclagem de nutrientes em cada tratamento.
As amostras secas foram moídas em micro moinho e submetidas à digestão
ácida com H
2
SO
4
e H
2
O
2
, para posterior determinação dos elementos desejados
(Tedesco et al. 1995).
O cálcio e o magnésio foram determinados por espectrofotometria de
absorção atômica. Para a determinação dos teores de nitrogênio foi realizada
destilação com posterior titulação com H
2
SO
4
. O fósforo foi determinado por
colorimetria e o potássio por fotometria de chama, conforme metodologia descrita
em Tedesco et al. (1995).
3.4.3 Análise de solo
As coletas de solo foram realizadas aos 9 (enchimento de grãos da soja) e 24
(perfilhamento do trigo) meses após a implantação do experimento. As camadas
amostradas foram de 0-5, 5-10, 10-15, 15-20, 20-30 cm, sendo coletadas nas
subparcelas onde foi realizado adubação com distribuição a lanço. Preferiu-se a
amostragem de solo na adubação a lanço para evitar variabilidades horizontais, mais
comuns quando da distribuição na linha de semeadura. Estas amostras foram
coletadas com pá de corte, abrindo-se uma trincheira, de cerca de 50 cm de largura,
33
retirando a camada correspondente. Para cada camada, dentro de cada subparcela,
foram retiradas quatro subamostras homogeneizando em um balde, para posterior
retirada de uma amostra média, que foi armazenada em saquinho plástico. Após, o
solo foi seco em estufa com ar forçado, a 55°C, passado em peneira com malha de
2 mm e acondicionado em potes plásticos para posterior realização de análises.
No solo coletado foi determinado o pH em água (relação 1:1) e índice SMP; e
cálcio, magnésio e alumínio trocáveis extraídos por KCl 1 mol l
-1
, sendo os dois
primeiros determinados por espectrofotometria de absorção atômica, e o terceiro por
titulação com NaOH. Os teores de fósforo e potássio extraídos por Mehlich–1, sendo
o primeiro determinado por colorimetria e o segundo por fotometria de chama. Os
teores de carbono orgânico no solo foram realizados por oxidação com dicromato de
potássio e determinação por titulação com sulfato ferroso amoniacal. As
metodologias utilizadas estão descritas em Tedesco et al. (1995). Com estes dados
foi calculado a soma de bases, a CTC efetiva, a estimativa do H+Al (através da
equação proposta por Kaminski et al. 2002), a CTC a pH 7,0, para posterior
estimativa da saturação por alumínio e por bases.
3.5 Distribuição do sistema radicular no perfil
A distribuição do sistema radicular foi realizada segundo o método proposto
por Bohm (1979). Este método (Figura 2) propõe que primeiramente se faça a
abertura de uma trincheira a 5 cm de uma planta escolhida ao acaso dentro da
parcela, fazendo a exposição das raízes com um objeto pontiagudo. Após, com um
quadro de 0,50 x 0,30 m para soja e 0,8 x 0,4 m para milho, com quadriculas de 0,05
x 0,05 m, se desenhe em uma folha quadriculada com menor escala, as raízes que
foram expostas. Após os desenhos foram escaneados para melhor visualizar a
distribuição do sistema radicular no perfil. Para a soja esta avaliação foi realizada no
dia 19 de março de 2006, no período final do enchimento de grãos (R7), junto com a
coleta de solo. Para o milho a avaliação do sistema radicular foi realizada no dia 08
de dezembro de 2006, no pendoamento (R2).
34
Figura 2 – Avaliação da distribuição do sistema radicular. a) abertura trincheira; b)
exposição das raízes, colocação da quadrícula com malha de 0,05 x 0,05
m e desenho das raízes; c) folha com desenho pronto das raízes;
3.6 Análise Econômica
A análise econômica foi realizada apenas às culturas de soja e milho. Todos
os valores de compra de insumos, venda de produtos agrícolas, custo das
operações agrícolas foram levantados e calculados de acordo com os dados
fornecidos pelo proprietário da área. Para o levantamento dos custos foram
considerados os custos fixos e variáveis.
Os custos da calagem, lavração e escarificação foram divididos por 5 anos,
pois foi considerado que o produtor adquiriu financiamento para realizar as
operações, com juros de 12% ao ano e pagamento de parcelas anuais durante 5
anos. O custo total levantado corresponde ao custo anual de implantação de cada
tratamento, mais o custo total de implantação das culturas (milho e soja).
Informações adicionais estão nos apêndices C e D.
3.7 Análise estatística
O experimento era um bifatorial, onde na parcela principal se encontrava o
fator modos de preparo (sem revolvimento, escarificação e lavração) e na
subparcela o fator calagem (com e sem). Onde os resultados de analises químicas,
a) b) c)
35
produção de matéria seca, ciclagem de nutrientes e produtividade de grãos e foram
submetidos à análise da variância e, quando significativos, foi realizada a
comparação de médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
36
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Atributos químicos do solo
Os atributos químicos avaliados (pH, Ca, Mg, Al, saturação por Al e saturação
por bases) estão apresentados nas figuras 3 a 14, sendo que os teores de P, K e
carbono nas figuras (15 a 17).
Aos 9 meses (Figura 3) observa-se que quando o calcário foi aplicado na
superfície houve aumento do pH apenas na camada de 0-5 cm, enquanto que com a
lavração o aumento ocorreu até 20 cm, sendo que apenas até 15 cm se observou
pH próximo a 5,5, considerado como pH ideal para a maioria das culturas. A
incorporação de calcário com escarificação propiciou aumento do pH principalmente
nos primeiros 5 cm.
Após 24 meses se observa que a aplicação de calcário na superfície
aumentou o pH nos primeiros 5 cm, embora na camada de 5-10 cm existe a
tendência de aumento. A incorporação do calcário com lavração propiciou um
aumento do pH nos primeiros 15 cm, em relação ao tratamento sem calcário. Já a
escarificação mostrou um aumentou principalmente até 10 cm de profundidade,
indicando em relação aos 9 meses uma descida dos efeitos da calagem.
A lavração e a escarificação sem o uso de calcário aumentou a acidez em
relação a onde não foi revolvido o solo, porém a lavração pela inversão de camadas
com menor pH, apresentou os menores valores de pH na camada de 0-5 cm. Esse
menor pH onde foi revolvido o solo se deve a maior superfície de contato para o
ataque microbiano aos resíduos orgânicos, liberando maior quantidade de ácidos
orgânicos para o meio, aumentando a acidez do solo (Sidiras; Pavan, 1985).
Aos 24 meses após a implantação do experimento os efeitos do calcário
quando aplicado superficialmente e quando incorporado com escarificação parecem
descer no perfil, elevando o pH, principalmente até 10 cm e se aproximam dos
valores encontrados para a lavração.
37
pH H
2
O
4.0 4.5 5.0 5.5 6.0
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Com calcário
Sem calcário
Sem revolvimento
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
pH H
2
O
4.0 4.5 5.0 5.5 6.0
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Com calcário
Sem calcário
Lavração
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
pH H
2
O
4.0 4.5 5.0 5.5 6.0
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Com calcário
Sem calcário
Escarificação
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
pH H
2
O
4.0 4.5 5.0 5.5 6.0
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração
Sem revolvimento
Escarificação
Sem calcário
calagem
DMS (Tukey 5%)
pH H
2
O
4.0 4.5 5.0 5.5 6.0
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração
Sem revolvimento
Escarificação
Com calcário
calagem
DMS (Tukey 5%)
Figura 3 - pH em H
2
O em um Latossolo Vermelho sob plantio direto, submetido a
modos de preparo e calagem aos 9 meses após a implantação do
experimento.
38
pH H
2
O
4.0 4.5 5.0 5.5 6.0
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Com calcário
Sem calcário
Sem revolvimento
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
pH H
2
O
4.0 4.5 5.0 5.5 6.0
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Com calcário
Sem calcário
Lavração
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
pH H
2
O
4.0 4.5 5.0 5.5 6.0
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Com calcário
Sem calcário
Escarificação
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
pH H
2
O
4.0 4.5 5.0 5.5 6.0
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração
Sem revolvimento
Escarificação
Sem calcário
calagem
DMS (Tukey 5%)
pH H
2
O
4.0 4.5 5.0 5.5 6.0
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração
Sem revolvimento
Escarificação
Com calcário
calagem
DMS (Tukey 5%)
Figura 4 - pH em H
2
O em um Latossolo Vermelho sob plantio direto, submetido a
modos de preparo e calagem aos 24 meses após a implantação do
experimento.
Com relação aos teores de cálcio e magnésio, conforme a CQFS–RS/SC
(2004), os solos que apresentam os teores trocáveis maiores ou iguais a 2,0 e 0,5
cmol
c
dm
-3
, respectivamente, são considerados teores satisfatórios. Considerando
estes parâmetros para o cálcio (Figuras 6 e 7), para a camada 0-5 cm todos os
39
tratamentos apresentaram valores superiores a 2 cmol
c
dm
-3
, exceto onde foi
realizado a lavração sem calcário. Porém abaixo desta camada apenas para a
incorporação de calcário com lavração e com escarificação estes teores foram
superiores ao valor preconizado. Já para o magnésio (Figuras 7 e 8) se observa que
este apresentou valores acima do preconizado em todas as camadas, tanto aos 9
quanto aos 24 meses.
Os teores de cálcio e magnésio no solo aos 9 e 24 meses mostram que onde
foi aplicado calcário e sem revolvimento do solo houve aumento nos teores apenas
nos primeiros 5 cm. Este acúmulo de nutrientes na camada mais superficial é
decorrente da menor dissolução do calcário devido ao elevado pH nos primeiros
centímetros, retardando o efeito na subsuperfície (Rheinheimer et al. 2000). Além
disso, a dissociação do hidrogênio desenvolve uma carga negativa na superfície das
partículas (carga pH-dependente) capaz de adsorver eletrostaticamente um cátion,
gerando maior capacidade de troca de cátions (CTC) ao solo (Volkweiss, 1989),
aumentando a adsorção destes cátions. A mineralização dos nutrientes dos resíduos
vegetais depositados sobre o solo também propicia o acúmulo dos mesmos na
camada superficial. Já quando o calcário foi incorporado por lavração e escarificação
houve a tendência de maiores teores de Ca e Mg até a camada de 15-20 cm em
relação ao revolvimento sem calcário.
Os teores de Al trocável estão correlacionados com o pH do solo, sendo que
abaixo do pH 5,5 geralmente é encontrado Al trocável no solo, por isso existe a
recomendação para a manutenção de pH superior a 5,5 (CQFS–RS/SC, 2004). Aos
9 meses (Figura 9), no tratamento sem revolvimento, os teores de Al trocável não
diferiram, para todas as camadas. Isto ocorreu porque na camada de 0-5 cm o pH do
onde não foi aplicado calcário era próximo de 5,5, e portanto, os teores de Al eram
próximos a zero, e isto mostra que os efeitos da calagem superficial se restringiram
justamente a esta camada.
A incorporação do calcário com lavração, mostrou a tendência, tanto aos 9
quanto aos 24 meses, (Figuras 9 e 10) de redução dos teores de Al em todas as
camadas, porém nos primeiros 15 cm esses efeitos são mais evidentes. A
incorporação do calcário com escarificação, aos 24 meses, reduziu os teores de Al
principalmente nos primeiros 10 cm.
40
Ca trocável, cmol
c
dm
-3
012345
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
com calcário
sem calcário
Sem revolvimento
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
Ca trocável, cmol
c
dm
-3
012345
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Com calcário
Sem calcário
Lavração
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
Ca trocável, cmol
c
dm
-3
012345
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Com calcário
Sem calcário
Escarificação
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
Ca trocável, cmol
c
dm
-3
012345
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração
Sem revolvimento
Escarificação
Sem calcário
calagem
DMS (Tukey 5%)
Ca trocável, cmol
c
dm
-3
012345
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração
Sem revolvimento
Escarificação
Com calcário
calagem
DMS (Tukey 5%)
Figura 5 – Cálcio trocável em um Latossolo Vermelho sob plantio direto, submetido a
modos de preparo e calagem aos 9 meses após a implantação do
experimento.
41
Ca trocável, cmol
c
dm
-3
012345
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
com calcário
sem calcário
Sem revolvimento
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
Ca trocável, cmol
c
dm
-3
012345
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Com calcário
Sem calcário
Lavração
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
Ca trocável, cmol
c
dm
-3
012345
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Com calcário
Sem calcário
Escarificação
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
Ca trocável, cmol
c
dm
-3
012345
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração
Sem revolvimento
Escarificação
Com calcário
calagem
DMS 5%
Ca trocável, cmol
c
dm
-3
012345
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Com calcário
Sem calcário
Lavração
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
Figura 6 – Cálcio trocável em um Latossolo Vermelho sob plantio direto, submetido a
modos de preparo e calagem aos 24 meses após a implantação do
experimento.
42
Mg trocável, cmol
c
dm
-3
01234
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
com calcário
sem calcário
Sem revolvimento
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
Mg trocável, cmol
c
dm
-3
01234
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Com calcário
Sem calcário
Lavração
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
Mg trocável, cmol
c
dm
-3
01234
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Com calcário
Sem calcário
Escarificação
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
Mg trocável, cmol
c
dm
-3
01234
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração
Sem revolvimento
Escarificação
Sem calcário
calagem
DMS (Tukey 5%)
Mg trocável, cmol
c
dm
-3
01234
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração
Sem revolvimento
Escarificação
Com calcário
calagem
DMS (Tukey 5%)
Figura 7 – Magnésio trocável em um Latossolo Vermelho sob plantio direto,
submetido a modos de preparo e calagem aos 9 meses após a
implantação do experimento.
43
Mg trocável, cmol
c
dm
-3
01234
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
com calcário
sem calcário
Sem revolvimento
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
Mg trocável, cmol
c
dm
-3
01234
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Com calcário
Sem calcário
Lavração
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
Mg trocável, cmol
c
dm
-3
01234
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Com calcário
Sem calcário
Escarificação
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
Mg trocável, cmol
c
dm
-3
01234
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração
Sem revolvimento
Escarificação
Sem calcário
calagem
DMS (Tukey 5%)
Mg trocável, cmol
c
dm
-3
01234
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração
Sem revolvimento
Escarificação
Com calcário
calagem
DMS (Tukey 5%)
Figura 8 – Magnésio trocável em um Latossolo Vermelho sob plantio direto,
submetido a modos de preparo e calagem aos 24 meses após a
implantação do experimento.
44
Al trocável, cmol
c
dm
-3
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
com calcário
sem calcário
Sem revolvimento
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
Al trocável, cmol
c
dm
-3
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Com calcário
Sem calcário
Lavração
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
Al trocável, cmol
c
dm
-3
0.00.51.01.52.02.5
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Com calcário
Sem calcário
Escarificação
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
Al trocável, cmol
c
dm
-3
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração
Sem revolvimento
Escarificação
Sem calcário
calagem
DMS (Tukey 5%)
Al trocável, cmol
c
dm
-3
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração
Sem revolvimento
Escarificação
Com calcário
calagem
DMS (Tukey 5%)
Figura 9 – Alumínio trocável em um Latossolo Vermelho sob plantio direto,
submetido a modos de preparo e calagem aos 9 meses após a
implantação do experimento.
45
Al trocável, cmol
c
dm
-3
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
com calcário
sem calcário
Sem revolvimento
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
Al trocável, cmol
c
dm
-3
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Com calcário
Sem calcário
Lavração
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
Al trocável, cmol
c
dm
-3
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Com calcário
Sem calcário
Escarificação
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
Al trocável, cmol
c
dm
-3
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração
Sem revolvimento
Escarificação
Sem calcário
calagem
DMS (Tukey 5%)
Al trocável, cmol
c
dm
-3
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração
Sem revolvimento
Escarificação
Com calcário
calagem
DMS (Tukey 5%)
Figura 10 – Alumínio trocável em um Latossolo Vermelho sob plantio direto,
submetido a modos de preparo e calagem aos 24 meses após a
implantação do experimento.
Para a CQFS-RS/SC (2004) quando apenas um dos critérios for atendido (pH
5,5 ou V% 65%), a saturação por Al acima 10% é usada como critério de decisão
46
juntamente com os teores de fósforo na decisão de aplicar ou não calcário. Sendo
que saturações por alumínio abaixo de 10% são consideradas valores baixos, e,
portanto, com menor restrição ao desenvolvimento das culturas.
Neste estudo, para os 9 (Figura 11) e 24 meses (Figura 12), apenas a
lavração conseguiu manter níveis abaixo destes valores além dos 10 cm. Para a
escarificação tanto aos 9 quantos aos 24 meses, se observou valores inferiores a
10% até 10 cm. Já para a calagem superficial, apenas aos 24 meses, a saturação
com Al se encontrou abaixo dos 10% até os 10 cm. Quando se realizou a lavração
sem calcário a saturação por Al atingiu valores superiores a 10% já nos primeiros 5
cm, tanto aos 9 quanto aos 24 meses, devido à inversão das camadas mais
profundas, com elevada saturação por Al.
Para a saturação por bases da CTC a pH 7,0 (Figuras 13 e 14), os valores
preconizados como ideal pela CQFS-RS/SC (2004) seriam acima de 65%. Para a
camada de 5-10 cm apenas onde foi lavrado para incorporar calcário, ocorreu a
elevação para estes teores, aos 9 meses. Aos 24 meses se observa que tanto a
lavração quanto a escarificação conseguiram atingir esta saturação por bases, até
os 10 cm. Para as camadas de 10-15 e 15-20 cm a incorporação com lavração
manteve a saturação por bases, a 63 e 51% aos 9 meses e 52 e 40% aos 24 meses,
respectivamente. Já para a escarificação, foram encontrados, 45 e 44% e 39 e 31%
respectivamente, e para a calagem superficial, 39 e 33% e 30 e 27% mostrando que
houve uma redução da saturação de bases em profundidade com o passar do
tempo, e a lavração foi o modo de incorporação que conseguiu elevar para os
maiores valores a saturação por bases, nestas camadas.
Um fator muito importante a se ressaltar é que toda operação realizada no
solo promove alterações, porém estas não ocorrem de forma homogênea tanto
verticalmente como horizontalmente. Por isso às vezes as repetições podem
apresentar variações consideráveis o que leva, em muitos casos a não apresentar
diferenças estatísticas, embora se observe à tendência de aumento ou diminuição
nos teores.
47
Saturação por Al, cmol
c
dm
-3
0 102030405060
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
com calcário
sem calcário
Sem revolvimento
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
Saturação por Al, cmol
c
dm
-3
0 102030405060
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Com calcário
Sem calcário
Lavração
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
Saturação por Al, cmol
c
dm
-3
0 102030405060
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Com calcário
Sem calcário
Escarificação
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
Saturação por Al, cmol
c
dm
-3
0 102030405060
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração
Sem revolvimento
Escarificação
Sem calcário
calagem
DMS (Tukey 5%)
Saturação por Al, cmol
c
dm
-3
0 102030405060
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração
Sem revolvimento
Escarificação
Com calcário
calagem
DMS (Tukey 5%)
Figura 11 – Saturação com alumínio em um Latossolo Vermelho sob plantio direto,
submetido a modos de preparo e calagem aos 9 meses após a
implantação do experimento.
48
Saturação por Al, cmol
c
dm
-3
0 102030405060
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
com calcário
sem calcário
Sem revolvimento
modos de preparo
DMS (Tukey 5%)
Saturação por Al, cmol
c
dm
-3
0 102030405060
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Com calcário
Sem calcário
Lavração
modos de preparo
DMS (Tukey 5%)
Saturação por Al, cmol
c
dm
-3
0 102030405060
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Com calcário
Sem calcário
Escarificação
modos de preparo
DMS (Tukey 5%)
Saturação por Al, cmol
c
dm
-3
0 102030405060
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração
Sem revolvimento
Escarificação
Sem calcário
calagem
DMS (Tukey 5%)
Saturação por Al, cmol
c
dm
-3
0 102030405060
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração
Sem revolvimento
Escarificação
Com calcário
calagem
DMS (Tukey 5%)
Figura 12 – Saturação com alumínio em um Latossolo Vermelho sob plantio direto,
submetido a modos de preparo e calagem aos 24 meses após a
implantação do experimento.
49
Saturação por bases, cmol
c
dm
-3
0 102030405060708090
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
com calcário
sem calcário
Sem revolvimento
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
Saturação por bases, cmol
c
dm
-3
0 102030405060708090
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Com calcário
Sem calcário
Lavração
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
Saturação por bases, cmol
c
dm
-3
0 102030405060708090
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Com calcário
Sem calcário
Escarificação
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
Saturação por bases, cmol
c
dm
-3
0 102030405060708090
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração
Sem revolvimento
Escarificação
Sem calcário
calagem
DMS (Tukey 5%)
Saturação por bases, cmol
c
dm
-3
0 102030405060708090
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração
Sem revolvimento
Escarificação
Com calcário
calagem
DMS (Tukey 5%)
Figura 13 – Saturação por bases em um Latossolo Vermelho sob plantio direto,
submetido a modos de preparo e calagem aos 9 meses após a
implantação do experimento.
50
Saturação por bases, cmol
c
dm
-3
0 102030405060708090
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
com calcário
sem calcário
Sem revolvimento
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
Saturação por bases, cmol
c
dm
-3
0 102030405060708090100
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Com calcário
Sem calcário
Lavração
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
Saturação por bases, cmol
c
dm
-3
0 102030405060708090
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Com calcário
Sem calcário
Escarificação
modos preparo
DMS (Tukey 5%)
Saturação por bases, cmol
c
dm
-3
0 102030405060708090
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração
Sem revolvimento
Escarificação
Sem calcário
calagem
DMS (Tukey 5%)
Saturação por bases, cmol
c
dm
-3
0 102030405060708090
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração
Sem revolvimento
Escarificação
Com calcário
calagem
DMS (Tukey 5%)
Figura 14 – Saturação por bases em um Latossolo Vermelho sob plantio direto,
submetido a modos de preparo e calagem aos 24 meses após a
implantação do experimento.
De maneira geral, observa-se que os efeitos dos diferentes tratamentos, no
pH, teores de Ca e Mg, Al, saturação por Al e por bases, estão correlacionados. Os
51
dados de calagem superficial concordam com a maioria dos trabalhos, mostrando,
após diferentes períodos de avaliação, que os efeitos do calcário quando aplicado
em superfície restringe-se a poucos centímetros da superfície (Cassol, 1995;
Pöttker; Ben, 1998; Rheinheimer et al. 2000; Moreira et al. 2001; Amaral; Anghinoni,
2001; Caires et al. 2006; Holzschuh, 2007). Conforme Haynes e Mokolobate (2001)
a descida no perfil, dos efeitos da calagem quando aplicada superficialmente é
dependente principalmente da dose de corretivo aplicada, do tempo de avaliação, do
regime hídrico, granulometria do calcário e dos próprios atributos do solo,
principalmente os teores de colóides e a macroporosidade, e secundariamente à
presença de ânions inorgânicos, como sulfatos, nitratos, cloretos e silicatos e ânions
orgânicos.
Neste caso, quando aplicado calcário na superfície por ser um solo com
textura franco-arenosa, as condições para a descida do calcário são favorecidas,
porém os efeitos se restringiram à camada de 0-5 cm, o que pode ter sido
influenciado, além da baixa solubilidade do calcário, ao fato da maior densidade do
solo na camada de 5-10 cm (Figura 1).
A lavração se mostrou o melhor método para a correção da acidez em
profundidade. Sá (1999), após quatro anos da incorporação de calcário, observou
que o uso de arado de discos e de aivecas propiciaram as melhores incorporações
de calcário em profundidade até cerca de 30 cm. Já Neto et al. (2000), encontraram
efeito da calagem quando incorporado por lavração e duas gradagens até 15 cm de
profundidade, concordando com os dados encontrados neste estudo. Portanto,
pode-se verificar que a lavração sem o uso de gradagens posteriores, pode ser uma
forma eficiente de incorporação de calcário. Porém, alguns pontos são apontados
como desfavoráveis ao revolvimento com lavração, como o elevado custo
operacional e maiores riscos de erosão, visto que ocorre a incorporação dos restos
culturais que auxiliam na proteção do solo ao impacto das gotas da chuva, além de
favorecer a decomposição tanto dos resíduos quanto da matéria orgânica,
aumentando, portanto, a probabilidade de ocorrer a desestruturação e perda de solo
e nutrientes.
A prática da lavração para resolver possíveis impedimentos físicos por outro
lado, deve ser vista com restrições, pois expõe a camada com menor quantidade de
nutrientes e com maior acidez na superfície do solo, propiciando um ambiente
menos favorável ao desenvolvimento inicial das culturas.
52
A escarificação como modo de incorporação de calcário promoveu a correção
da acidez principalmente nos primeiros 10 cm, porém para a maioria dos atributos da
acidez houve tendência de melhoria abaixo dos 10 cm de profundidade quando
comparado aos tratamentos sem aplicação de calcário. Para este modo de
incorporação de calcário devem-se considerar as possíveis variações horizontais
provocadas pelo uso desta prática, e a dificuldade de se amostrar de forma
adequada para evitar essas variações.
Para Neto et al. (2000), quando o calcário foi incorporado com escarificador e
duas passadas com grade niveladora os efeitos da calagem se restringiram a 10 cm
de profundidade, três meses após a calagem. Sá (1999) também verificou que a
incorporação com escarificação atuou até 10 cm, no primeiro ano após a calagem.
Já a partir do segundo ano este autor não evidenciou diferenças entre a aplicação de
calcário na superfície e incorporado com escarificação.
Porém, com a escarificação não ocorre a inversão de camadas na mesma
intensidade que a lavração, porém é citado que ocorre o aumento da infiltração de
água e redução da densidade do solo (Câmara; Klein, 2005), o que pode favorecer
as condições para a descida de partículas finas de calcário, e dos produtos da
dissolução do calcário, sendo que os efeitos em profundidade podem ser mais
rápidos, quando comparado a aplicação de calcário superficial é e em condições de
solo compactado.
O objetivo da calagem era de elevar o pH a 6,0, porém os resultados mostram
que a quantidade de calcário recomendada, neste caso, pelo método utilizado no RS
e SC (CQFS-RS/SC, 2004) não foi suficiente. Entretanto, isto pode ter acontecido
porque nas recomendações para o RS e SC é ressaltado que, para solos pouco
tamponados, o índice SMP pode subestimar a quantidade de calcário a aplicar.
Também como hipótese para não ter se atingido o valor de pH que era pretendido
atingir, pode-se citar que o PRNT do calcário utilizado para o cálculo da dose aplicar
foi fornecido pela indústria, o que causar diferenças em função do estado de
umidade do material e variabilidade no lote produzido.
Para os teores de fósforo e potássio não se observou tendência clara na
disponibilidade destes nutrientes, quando submetidos a modos de preparo e
calagem. Considerando-se as classes de disponibilidade para fósforo e potássio
sugeridas pela CQFS – RS/RS, (2004), se observa que para fósforo e potássio aos 9
meses (Figuras 15A e 16A), considerando a média das camadas 0-5 e 5 -10 cm, a
53
maioria dos tratamentos se encontram próximo ao limite superior da classe de
disponibilidade médio e no terço inferior da classe alto, respectivamente. Por sua
vez, aos 24 meses (Figuras 15B e 16B), os teores de fósforo se enquadraram no
terço superior da classe alto, e para potássio no terço médio da classe alto. Pelos
dados se observa que houve uma elevação, tanto nos teores de fósforo como de
potássio, da condição inicial (Tabela 1), para os 9 meses (Figuras 15A e 16A) e para
os 24 meses (Figuras 15B e 16B).
Apesar de neste estudo não haver uma tendência muito clara de distribuição
no perfil de nutrientes pelo revolvimento, geralmente em sistemas de cultivo
envolvendo preparos com mobilização mais intensa do solo proporcionam uma
distribuição mais uniforme de nutrientes, principalmente na camada arável (Eltz et al,
1989). Um dos fatores que pode ter contribuído para esta situação é que, a partir da
introdução dos tratamentos com revolvimento, estes foram mantidos sob plantio
direto, sendo que a adubação para a soja e o milho foi realizada posteriormente ao
revolvimento do solo. Aliado a este fato, a retirada de fósforo e potássio de camadas
mais profundas pelas raízes, e a deposição dos resíduos culturais na superfície do
solo, favoreceram a maior concentração destes nutrientes na superfície do solo.
A grande concentração de fósforo e potássio ocorreu na camada de 0-5 cm,
sendo que aos 24 meses houve um aumento nos teores de fósforo e potássio, o que
pode ser atribuído à adubação a lanço na cultura do trigo (30 dias antes da coleta).
P (mg dm
-3
)
0 10203040506070
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração com calcário
Lavração sem calcário
Sem revolvimento e com calcário
Sem revolvimento e sem calcário
Escarificação com calcário
Escarificação sem calcário
A
P (mg dm
-3
)
0 10203040506070
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração com calcário
Lavração sem calcário
Sem revolvimento e com calcário
Sem revolvimento e sem calcário
Escarificação com calcário
Escarificação sem calcário
B
Figura 15 – Fósforo disponível em um Latossolo Vermelho sob plantio direto,
submetido a modos de preparo e calagem aos 9 (A) e 24(B) meses
após a implantação do experimento.
54
K (mg dm
-3
)
20 40 60 80 100 120 140 160
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração com calcário
Lavração sem calcário
Sem revolvimento e com calcário
Sem revolvimento e sem calcário
Escarificação com calcário
Escarificação sem calcário
A
K (mg dm
-3
)
20 40 60 80 100 120 140 160
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração com calcário
Lavração sem calcário
Sem revolvimento e com calcário
Sem revolvimento e sem calcário
Escarificação com calcário
Escarificação sem calcário
B
Figura 16 – Potássio trocável em um Latossolo Vermelho sob plantio direto,
submetido a modos de preparo e calagem aos 9 (A) e 24(B) meses
após a implantação do experimento.
Os teores de carbono orgânico aos 9 meses (Figura 17A) após a introdução
do experimento, mostram que o revolvimento do solo propicia uma incorporação de
carbono, na camada de 5-10 cm, sendo que a lavração propiciou os maiores
aumentos nesta camada. A escarificação manteve teores intermediários entre o
plantio direto e a lavração, visto que é uma operação que não inverte as camadas de
solo, como a lavração, porém, fica evidenciado que é capaz de incorporar resíduos
orgânicos. Por sua vez, onde não foi revolvido o solo, foram encontrados os maiores
teores de carbono orgânico, na camada superficial. Este comportamento concorda
com Bayer; Mielniczuk (1997) em que, em geral, no plantio direto ocorre o acúmulo
de MO na camada superficial em relação às camadas subsuperficiais.
Aos 24 meses (Figura 17B) os teores de carbono ficaram muito próximos para
todas as camadas. Ciotta et al. (2004) em um Latossolo Bruno alumínico, argiloso,
após 4 anos da incorporação do calcário com lavração e duas gradagens não
verificou diferenças nos teores de COT deste tratamento em relação a calagem
superficial. Estes autores atribuíram à alta estabilidade coloidal da matéria orgânica
em solos argilosos e com altos teores de óxidos de ferro e alumínio, além da
localização da matéria orgânica no interior de microagregados resistentes ao manejo
do solo e isso tudo conferiria alta proteção física ao ataque de microorganismos e de
suas enzimas.
55
A aplicação de calcário não afetou os teores de carbono, nos diferentes
modos de preparo, e abaixo dos 10 cm não ocorreu diferença entre os tratamentos,
tanto aos 9 quanto aos 24 meses.
Carbono (g Kg
-1
)
468101214
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração com calcário
Lavração sem calcário
Sem revolvimento e com calcário
Sem revolvimento e sem calcário
Escarificação com calcário
Escarificação sem calcário
A
Carbono (g Kg
-1
)
4 6 8 10 12 14
Profundidade (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Lavração com calcário
Lavração sem calcário
Sem revolvimento e com calcário
Sem revolvimento e sem calcário
Escarificação com calcário
Escarificação sem calcário
B
Figura 17 - Carbono orgânico em um Latossolo Vermelho, submetido a modos de
preparo e calagem aos 9 (A) e 24 (B) meses após a implantação do
experimento.
4.2 Distribuição do sistema radicular
Nas figuras 18 e 19, estão apresentadas à distribuição do sistema radicular
até 30 e 40 cm de profundidade para a soja e o milho, respectivamente.
Para a soja, durante o ciclo da cultura houve um déficit hídrico, principalmente
nos meses de fevereiro e inicio de março (Apêndice A). De maneira geral, a análise
visual da figura 18 indica que nos tratamentos onde foi escarificado o solo houve a
melhor distribuição e camadas mais profundas foram exploradas pelas raízes, sendo
que foi encontrada uma maior presença abaixo dos 20 cm de profundidade. Nos
tratamentos com lavração as raízes se limitaram à camada revolvida (20 cm) sem
diferenças evidentes entre onde foi aplicado calcário e sem calcário. Para os
tratamentos sem revolvimento se observa que a raízes se limitaram à camada mais
superficial, sendo que a observação da raiz principal indica que esta se limitou às
camadas mais superficiais que os demais modos de preparo. Mello Ivo; Mielniczuk
(1999) também verificaram maior quantidade de raízes na camada superficial no
plantio direto do que no preparo convencional de solo. Rosolem et al. (1992)
também verificaram para o trigo que a escarificação e a lavração foram os
56
tratamentos que proporcionaram distribuição mais uniforme no perfil, sendo que o
plantio direto e a gradagem pesada apresentaram uma concentração do sistema
radicular na superfície do solo. Porém, cabe ressaltar que o revolvimento esporádico
do solo não representa à mesma situação que o sistema convencional, mas no
presente estudo pode-se observar a ocorrência de maior concentração de raízes na
superfície do solo quando não se revolveu o solo.
Sem calcário e sem revolvimento Com calcário e sem revolvimento
Sem calcário e com escarificação Com calcário e com escarificação
Sem calcário e com lavração Com calcário e com lavração
Figura 18 - Distribuição do sistema radicular da soja, no período de enchimento de
grãos, em um Latossolo Vermelho submetido a modos de preparo e
calagem.
Malha de 0,05 m x 0,05 m. Avaliação realizada aos 9 meses
após a implantação do experimento.
57
Apesar da escarificação não ser o modo mais eficiente em incorporar calcário
(Figuras 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10) se evidencia, para as condições avaliadas, que pode
ser um bom método para propiciar um ambiente mais favorável para o crescimento
do sistema radicular das culturas. Sabe-se também que as raízes não necessitam de
todo o volume de solo esteja em perfeitas condições para o seu desenvolvimento e
busca de água em profundidade, visto que cada planta tem seu mecanismo capaz
de perceber quais são os melhores locais para aprofundar o seu sistema radicular,
sendo que a representação tanto química como física às vezes pode não
representar a real condição que a planta enfrenta (Gassen; Kochhann, 1998).
Sem calcário e sem revolvimento Com calcário e sem revolvimento
Sem calcário e com escarificação Com calcário e com escarificação
Sem calcário e com lavração Com calcário e com lavração
Figura 19 - Distribuição do sistema radicular do milho, no período de plena floração,
em um Latossolo Vermelho submetido a modos de preparo e calagem.
Malha de 0,05 m x 0,05 m. Avaliação realizada aos 17 meses após a
implantação do experimento.
58
Para o milho, não se observou um déficit hídrico tão intenso quanto para a
soja (Apêndice B). A distribuição do sistema radicular (Figura 19) abaixo dos 10 cm,
parece ter sido melhor novamente onde foi escarificado, bem como onde foi lavrado.
O não revolvimento do solo propiciou condições para a concentração das raízes na
superfície do solo, devido à concentração de nutrientes na superfície e a presença
de possíveis impedimentos químicos e físicos em profundidade. Rosolem et al.
(1994), verificaram que a compactação em subsuperfície propiciou a concentração
de raízes na superfície do solo, e que a incorporação de calcário com elevação da
saturação por bases até 75% aumentou o crescimento radicular para a cultura do
milho, em um experimento de casa de vegetação.
Embora possa se argumentar que a correção apenas da camada de 0-10 cm
é suficiente para a produção satisfatória das culturas, sabe-se que as plantas podem
explorar profundidades bem maiores, desde que não tenham impedimentos, o que
pode ser muito importante em períodos de déficit hídrico e até na absorção de
nutrientes, especialmente aqueles com elevada mobilidade no solo, como o nitrato e
o sulfato.
4.3 Produção de matéria seca e ciclagem de nutrientes
Neste tópico serão discutidas a produção de matéria seca (Tabela 2) e a
ciclagem de nutrientes (Tabela 3) nas culturas da soja e milho. Os fatores de solo
envolvidos na absorção de nutrientes, dizem respeito a disponibilidade de nutrientes
e as condições físicas que permitam o crescimento radicular. O primeiro está
relacionado à forma e quantidade com que os nutrientes se encontram no solo e
com as taxas com que são liberados para a solução do solo. O segundo diz respeito
à estrutura e porosidade do solo (Kaminski; Rheinheimer, 2000). A planta possui
mecanismos próprios para absorver quantidades de nutrientes necessárias para o
seu desenvolvimento. Abaixo do teor de suficiência no solo a planta pode não
reduzir o teor no tecido, mas apenas a capacidade de produzir tecido (Produção
matéria seca), ou ambos. Acima do teor de suficiência no solo, a planta pode
acumular mais que o necessário no tecido o que é chamado de “acúmulo de luxo” ou
apenas o necessário para o seu desenvolvimento.
59
Os teores de P, K, Mg e Ca, considerando a camada mais superficial do solo
(0-10 cm), estão próximos ou acima do valor de suficiência (CQFS-RS/SC, 2004), o
que induz a menor probabilidade de respostas em produções de MS e ciclagem de
nutrientes quando realizada a aplicação de calcário, tanto na superfície quanto
incorporado.
Os dados de produção de matéria seca (Tabela 2) para a soja não diferiram,
mas, no caso do milho, quando houve a lavração sem calcário diminuiu a produção
de matéria seca, mantendo esta tendência para o acumulado do período.
Os dados de ciclagem de nutrientes (Tabela 3) seguem a mesma tendência
que o observado para a produção de matéria seca, indicando que as menores
ciclagens, quando ocorreram, foram observadas nos tratamentos com menor
produção de matéria seca. Para a soja não houve resposta, na ciclagem de
nutrientes, à aplicação de calcário em nenhum dos modos de preparo. Apenas para
K e Mg houve maior ciclagem quando foi escarificado. Para o milho, a lavração sem
calcário propiciou a menor ciclagem de P, K e Ca, quando comparado ao tratamento
com aplicação de calcário, e quando comparado aos demais modos de preparo sem
calagem foi menor para P e Ca. Onde foi aplicado calcário, a menor ciclagem de P,
K e Ca ocorreu onde não houve revolvimento do solo.
Para o N se observa valores de ciclagem na soja muito próximos ao
encontrado para o milho, embora a produção de matéria seca da soja tenha sido
muito inferior, indicando a elevada concentração de N no tecido da soja, que foi em
media de 2,9 %, enquanto que no tecido do milho foi de 0,87 %. A maior ciclagem
também foi observada para Ca e Mg, indicando a maior necessidade destes
nutrientes para a soja em comparação ao milho. Por outro lado, a maior ciclagem de
P e K ocorreu na cultura do milho. Estes dados concordam com Loneragan;
Snowball (1969) de que espécies dicotiledôneas apresentam maiores conteúdos de
cátions divalentes no tecido vegetal em relação às monocotiledôneas.
Os dados sugerem que embora a aplicação de calcário tenha elevado os
teores, principalmente de Ca e Mg no solo, ocorre uma regulação na entrada destes
cátions pela membrana plasmática e a manutenção da concentração destes
elementos na célula. Estes dados de maneira geral concordam com alguns trabalhos
desenvolvidos em áreas conduzidas sob plantio direto, nos quais não foi observada
resposta à aplicação de calcário na produção de matéria seca, e também, indicam
60
não haver diferenças nos teores de Ca, Mg, N, P e K no tecido quando submetidos à
calagem (Caíres et al. 1998; Caíres et al. 2006; Holzschuh, 2007).
61
Tabela 2 - Produção de matéria seca, safras 2005/2006 e 2006/2007, em um Latossolo Vermelho sob plantio direto, submetido a
modos de preparo e calagem.
Soja Milho Acumulado
Modo de preparo
Sem calcário Com calcário Sem calcário Com calcário Sem calcário Com calcário
------------------------------------------------------------kg ha
-1
---------------------------------------------------------
Sem revolvimento 3855 3533
ns
10879 aA 8977 bA 14734 aA 12510 bB
Lavrado 3392 4019 8930 aB 11910 aA 12322 bB 15929 aA
Escarificado 4185 4287 10553 aA 11386 aA 14738 aA 15673 aA
CV%
10
(1)
8,89
(2)
13,7
(1)
7,52
(2)
9,4
(1)
5,72
(2)
(1)
Parcela principal;
(2)
Subparcela; ns refere-se a interação entre modos de preparo e calagem e fatores isolados não significativa a 5% de probabilidade de
erro; Letras minúsculas referem-se à comparação das médias na coluna (modo de preparo), letras maiúsculas, na linha (calagem) pelo teste de Tukey ao
nível de 5% de probabilidade de erro.
62
Tabela 3 - Ciclagem de nutrientes, safras 2005/2006 e 2006/2007, em um Latossolo
Vermelho sob plantio direto, submetido a modos de preparo e calagem.
Soja Milho
Modo de preparo
S/ calcário C/ calcário
Média
S/ calcário C/ calcário
------------------------ Nitrogênio, kg ha
-1
---------------------------
Sem revolvimento 114,4 102,8
ns *
105,1 86,9
ns *
Lavrado 110,8 114,5 75,7 105,0
Escarificado 122,1 118,4 85,5 86,9
CV%
14,7
(1)
25,9
(2)
10,7
(1)
15,6
(2)
-------------------------- Fósforo, kg ha
-1
-----------------------------
Sem revolvimento 5,6 5,3
ns *
12,0 abA 11.7 bA
Lavrado 5,1 6,4 9,8 bB 15,1 aA
Escarificado 6,1 7,0 12,9 aA 12,5 bA
CV%
13,0
(1)
21,2
(2)
11,6
(1)
13,1
(2)
----------------------------- Potássio, kg ha
-1
---------------------------
Sem revolvimento 51,0 47,7
ns
49,4 b
101,5 aA 79,4 bA
Lavrado 47,4 58,3
52,8 b
83,6 aB 122,3 aA
Escarificado 57,9 65,4
61,7 a
90,3 aA 108,6 aA
Média 52,1 A 57,1 A
CV%
9,2
(1)
21,6
(2)
17,3
(1)
11,9
(2)
----------------------------- Cálcio, kg ha
-1
-----------------------------
Sem revolvimento 48,4 48,6
ns *
22,7 A a 17,2 Ab
Lavrado 45,3 53,5 16,2 B b 22 Aa
Escarificado 53,5 60,8 20,5 A a 20,6 Aa
CV%
15,7
(1)
13,7
(2)
9,5
(1)
8,7
(2)
---------------------------- Magnésio, kg ha
-1
---------------------------
Sem revolvimento 44,8 47,6
ns
46,2 ab
13,1 12,1
ns *
Lavrado 40,8 44,5
42,7 b
11,6 14,6
Escarificado 55,8 63,1 59,4 a 11,4 11,7
Média 47,2 A 51,7 A
CV (%)
18,8
(1)
12,4
(2)
10,5
(1)
19,1
(2)
(1)
Parcela principal;
(2)
Subparcela; ns refere-se a interação não significativa entre modos de preparo
e calagem, a 5% de probabilidade de erro; *sem diferença significativa entre os níveis do fator A e B.
Letras minúsculas referem-se à comparação das médias na coluna (modo de preparo), letras
maiúsculas, na linha (calagem) pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade de erro.
63
4.4 Produtividade de grãos
Para o cultivo da soja houve déficit hídrico em vários períodos durante o ciclo
da cultura, principalmente no mês fevereiro (Apêndice A), e estas baixas
precipitações afetaram a produtividade da soja, pois aconteceram durante os
estádios de floração e enchimento de grãos, quando as plantas têm alta demanda
de água. A conseqüência foi uma produtividade média de 2190 kg ha
-1
, que é
considerada baixa (Tabela 4). Possivelmente isso justifique a falta de resposta à
produtividade de grãos de soja, tanto aos modos de preparo do solo, quanto à
aplicação de calcário.
Entretanto, existe uma tendência de aumento na produtividade, onde foi
realizada a escarificação, fato reforçado pela produção de matéria seca (Tabela 2), o
que pode ser atribuído à eliminação de zonas compactadas, e por conseqüência um
maior crescimento radicular em profundidade (Figura 18), o que pode ter favorecido
as plantas, pois houve um período de déficit hídrico prolongado, como referido
anteriormente. Com isso, as plantas puderam aprofundar as raízes na busca de
água. Para Gonzalez-Erico et al. (1979) a incorporação de calcário até 30 cm,
mostrou, em relação ao método tradicional até (15 cm), um acréscimo de 1300 kg
ha
-1
na produtividade de grãos de milho em um Latossolo Vermelho-Escuro do Brasil
Central. Essa maior produtividade foi atribuída à penetração das raízes em maior
profundidade, o que permitiu que a planta resistisse por um período maior de tempo,
durante o veranico.
A tendência de maior produtividade de grãos onde foi escarificado parece
estar mais relacionada ao rompimento de impedimentos físicos (Figura 2) abaixo dos
20 cm e possibilidade de maior infiltração, maior cobertura do solo e armazenamento
de água onde foi escarificado quando comparado com a lavração, em períodos de
déficit hídrico.
O cultivo do milho no ano seguinte ocorreu sob condições climáticas menos
restritivas do que havia acontecido para a soja, no ano anterior (Apêndice B).
Contudo, a produtividade média de 5810 kg ha
-1
pode ser considerada satisfatória,
apesar do potencial do milho, nas condições de lavoura onde foi conduzido, ser
maior. Evidentemente que isso contribui para nivelar todos os tratamentos, como
comentado para a soja anteriormente, mas, no caso do milho, quando o solo foi
64
lavrado no ano anterior e não foi aplicado calcário, a produtividade de grãos foi
menor. Isso pode ter acontecido porque com a lavração ocorre a deposição em
camadas mais superficiais do solo de camadas mais profundas e que apresentavam
altos teores e saturação com Al (Figuras 9 e 10).
Nesse sentido, Caíres et al. (1998) constataram que a soja não respondeu à
aplicação de calcário, num Latossolo Vermelho-escuro sob plantio direto, com pH
em CaCl
2
de 4,5, 32% de saturação por bases e 18% de saturação com alumínio, na
camada de 0-20 cm. Para Holzschuh (2007), saturações por bases em torno de 45%
na camada de 0-10 e de 30 % na camada de 0-20 cm encontradas nas
testemunhas, não foram limitantes ao desenvolvimento da aveia e da soja. No
presente estudo, o revolvimento do solo por escarificação não reduziu a
produtividade das culturas mesmo quando sob saturação por bases de 39% na
camada de 0-10 cm (considerando a média de 0-5 e 5-10 cm) e 26% na camada de
10–20 cm (considerando a média de 10-15 e 15-20 cm) e saturações com Al de 15 e
37% para as respectivas camadas.
Em um experimento que o calcário foi incorporado ao solo com aração e
gradagem (0-20 cm) a partir do campo nativo, em dose para elevar o pH do solo em
água a 6,0. Esse solo recebeu três reaplicações de calcário (1992, 1996 e 2000) na
superfície quando em sistema plantio direto contínuo e incorporado no cultivo
convencional ou no sistema plantio direto com aração e gradagem a cada quatro
anos, ocorreram neutralização total do alumínio, elevação da saturação por bases e
melhor distribuição de nutrientes no perfil do solo com o revolvimento,
comparativamente ao sistema plantio direto contínuo (Amaral, 2002; Amaral;
Anghinoni, 2001).
Porém, as diferenças nos atributos químicos e físicos do solo decorrentes do
revolvimento ou não do solo, nos diferentes sistemas de manejo, não foram
suficientes para influir na produtividade das culturas (Marcolan; Anghinoni, 2006).
Estes dados também concordam com os observados, visto que a lavração apesar de
ser a prática mais eficiente em corrigir a acidez do solo em profundidade, não refletiu
em aumento em produtividade em relação à calagem superficial.
Em uma série de resultados experimentais com soja e milho conduzidos no
Paraná, Sá (1999) mostra que houve melhorias em condições químicas do solo com
a incorporação do calcário com lavração e gradagem, mas que isso não se refletiu
em aumentos de produtividade em relação à aplicação superficial. No entanto, esse
65
autor alerta que materiais genéticos mais sensíveis à acidez do solo são mais
responsivos que os tolerantes à correção da acidez em profundidade.
A falta de resposta à calagem também foi observada por Pöttker; Ben (1998),
Caíres et al. (1999), Caíres et al. (2000), Rheinheimer et al. (2000), Caíres et al.
(2004). Estes autores atribuem que a falta de resposta à calagem pode estar
relacionada a teores de Ca, Mg, P e K suficientes ao desenvolvimento das plantas,
atribuídos a aplicações residuais anteriores de adubação e calcário. Outro fator, que
explica estes resultados seria o menor efeito tóxico do Al, devido à redução da
concentração de espécies tóxicas (Al
+3
e AlOH
+2
) e pela complexação do Al por
ligantes orgânicos favorecidas pelas condições criadas pelo plantio direto,
principalmente na camada superficial.
Outro fator a ser considerado para a resposta das culturas à calagem é a
precipitação pluvial. Onde o solo é mantido com umidade, sem deficiência hídrica, os
resultados parecem mostrar que a acidez do solo (Freire, 1984) e a compactação
Silva (2003) em profundidade passam a não comprometer tanto as produções, pela
existência de maior disponibilidade de água, sendo que as plantas não necessitam
aprofundar o sistema radicular na busca de água.
Adicionalmente, no plantio direto há crescimento preferencial das raízes em
bioporos, cujo ambiente é mais favorável, sendo que os valores dos atributos da
acidez do solo analisados como um todo podem não representar o real ambiente de
crescimento radicular (Gassen; Kochhann, 1998). Outro fator que deve ser
considerado é que no desenvolvimento inicial das raízes ocorre em um ambiente
com baixos teores de Al, e quando as raízes atingem camadas com maiores teores,
elas toleram melhor sua presença, como observado por Rheinheimer et al. (1994)
com a cultura do fumo.
Em áreas que vem sendo cultivadas há anos, e que já sofreram aplicações de
calcário e fertilizante, as condições de resposta à calagem são menores e, portanto,
a calagem associado à incorporação por escarificação poderia ser usada pelo fato
de ter como vantagens, em relação à lavração e gradagem, além de menor risco de
erosão e menor custo operacional, maior infiltração de água e cobertura do solo
(Boller, 1996; Camara; Klein, 2005), o favorecimento do ambiente para a descida
dos efeitos do calcário e a possibilidade de rompimento de camadas compactadas
em maiores profundidades que a lavração. Em relação a calagem superficial, a
incorporação por escarificação proporciona a possibilidade de maior rapidez na
66
correção da acidez em profundidade, maior infiltração de água e rompimento de
camadas compactadas superficiais e subsuperficiais. Estes fatores favorecem o
ambiente para o desenvolvimento do sistema radicular em profundidade,
representando principalmente em períodos de déficit hídrico (apêndice A),
possibilidade de aumento na produtividade das culturas. Sá (1999) observou que
após sete cultivos a produção acumulada do período indicou que a escarificação
como modo de incorporação de calcário propiciou produtividades semelhantes aos
demais modos de incorporação.
A tomada de decisão para a aplicação de calcário na superfície ou
incorporada em áreas que vem sendo conduzidas sob plantio direto, e que
receberam calagens anteriores, deve ser tomada baseada, além dos parâmetros de
acidez do solo, na compactação do solo, no monitoramento das produtividades das
culturas, nos riscos de erosão da área, na disponibilidade de recursos, entre outros
fatores.
67
Tabela 4 – Produtividade de grãos, safras 2005/2006 e 2006/2007, em um Latossolo Vermelho sob plantio direto, submetido a
modos de preparo e calagem.
Soja Milho Acumulado
Modo de preparo
Sem calcário Com calcário Sem calcário Com calcário Sem calcário Com calcário
---------------------------------------------------------------- kg ha
-1
---------------------------------------------------------------
Sem revolvimento 2084 2162
ns
5974 aA 6041 aA 8058 aA 8203 abA
Lavrado 2028 2179 5252 bB 6087 aA 7280 bB 8266 aA
Escarificado 2255 2429 5837 aA 5670 aA 8091 aA 7994 bA
CV% 7,7
(1)
7,4
(2)
2,7
(1)
4,4
(2)
2,55
(1)
2,81
(2)
(1)
Parcela principal;
(2)
Subparcela; ns refere-se a interação entre modos de preparo e calagem e os níveis do fator A e B isolados, não significativa a 5% de
probabilidade de erro; Letras minúsculas referem-se à comparação das médias na coluna (modo de preparo), letras maiúsculas, na linha (calagem) pelo
teste de Tukey ao nível de 5%.
68
4.5 Análise econômica
A relação entre o preço dos insumos e dos produtos agrícolas é cada vez
mais importante no planejamento agrícola. O retorno econômico é uma medida
importante de rentabilidade da atividade agropecuária, uma vez que mostra a taxa
disponível de receita da atividade após o pagamento de todos os custos
operacionais, encargos, etc., inclusive depreciações (Martin et al. 1998).
Neste estudo foi avaliado qual das práticas agrícolas traria maior margem
líquida ao final de dois cultivos (soja e milho), (Tabela 5). A aplicação de calcário
comprometeu aproximadamente 6%, a escarificação 3%, a lavração 6%, a aplicação
de calcário mais escarificação 8% e a aplicação de calcário mais lavração 11% do
custo total para os cultivos de soja e milho.
Apesar de aumentar os custos de implantação dos tratamentos comparados
com a testemunha não houve diferenças na margem líquida devido ao custo destas
operações representarem um percentual de no máximo 11% do custo total, exceto
quando foi realizado apenas a lavração sem calcário.
A calagem e incorporação com lavração, apesar de ser a prática agrícola
mais onerosa, se constituiu numa prática que propiciou margem líquida próxima às
maiores margens líquidas. Porém, tem que se considerar que não foi realizado a
gradagem, o que aumentaria ainda mais os custos de implantação deste tratamento,
diminuindo a margem líquida. Já a menor margem líquida, onde foi realizado apenas
a lavração, ocorreu devido as menores produtividades (Tabela 4) neste tratamento.
Após sete cultivos Sá (1999), encontrou o melhor retorno econômico quando
a aplicação de calcário foi realizada na superfície em comparação ao calcário
incorporado, quando usou cultivares tolerantes a acidez, porém quando utilizou
cultivares suscetíveis houve um maior retorno econômico quando o calcário foi
incorporado.
Porém, sabe-se que o efeito residual da calagem é prolongado, e, portanto, a
tendência é que com o passar dos anos onde não foi aplicado calcário ocorra à
diminuição do pH e, portanto existe a tendência de redução de produtividade. Por
outro lado, onde foi revolvido o solo e incorporado calcário, a tendência é de
manutenção de pH próximo do que seria considerado ideal para as culturas por mais
tempo, além de ter revolvido possíveis camadas compactadas em profundidade, o
69
que pode propiciar ambiente favorável para a manutenção ou aumento da
produtividade com o passar do tempo. Então, com o passar dos anos, talvez onde
tenha sido aplicado calcário possa apresentar maior margem líquida do que onde
não foi aplicado calcário. Por isso, a avaliação por longos períodos, e em vários
locais é de grande importância para a definição da melhor prática agrícola a ser
realizada.
O fato de que não tenha sido encontrada diferença para os diferentes modos
de preparo e calagem sugere que o técnico e o produtor, nessas condições, podem
optar por qual operação realizar, porém alguns pontos devem ser considerados,
como: o período para uma nova intervenção na área, o risco de erosão da área,
tempo e máquinas disponíveis, o preço dos insumos utilizados, condição financeira
do produtor e condições de financiamento.
70
Tabela 5 - Análise econômica safras 2005/2006 e 2006/2007, em um Latossolo Vermelho sob plantio direto, submetido a modos de
preparo e calagem.
Receita Bruta* Custo da Implantação ** Custo total *** Margem Líquida ****
Tratamentos
S/ calcário C/ calcário S/ calcário C/ calcário S/ calcário C/ calcário S/ calcário C/ calcário
--------------------------------------------------------------- R$ ha
-1
-----------------------------------------------------------------
Sem revolvimento 2591 2641 0 85 1399 1484 1192 aA 1157 aA
Lavração 2353 2661 83 168 1482 1567 871 bB 1094 aA
Escarificação 2615 2592 40 125 1439 1524 1176 aA 1068 aA
*Receita bruta = Produtividade x Preço (Soja a R$ 383,3 e milho R$ 300,0 ton
-1
); **Custo da implantação = custo total (fixos + váriaveis) da implantação
dos tratamentos / 5 anos) x 2 anos; ***Custo Total = Custo da Implantação dos tratamentos + custo total produção (Milho e Soja); ****Margem Líquida =
receita bruta soja e milho - custo total
71
5 CONCLUSÕES
Considerando os parâmetros químicos do solo, a aplicação de calcário com
incorporação por lavração foi o modo mais eficiente de correção da acidez em
subsuperfície (10-20 cm).
A acidez em subsuperfície (10-20 cm) não foi limitante à produtividade da soja
e do milho quando a camada superficial estava em níveis recomendados pela
CQFS-RS/SC (2004), o que não permitiu a definição do melhor modo de aplicação
de calcário sob o ponto de vista de produtividade de grãos e viabilidade econômica.
72
5.1 Considerações finais
Os resultados obtidos por este trabalho permitem estabelecer algumas
considerações sobre a prática da calagem em sistema plantio direto:
a) a lavração, quando usada para corrigir possíveis problemas físicos, pode
representar redução na produtividade das culturas devido à exposição de camadas
subsuperficiais com elevada acidez na superfície do solo;
b) a escarificação como modo de preparo do solo, pode propiciar melhor
distribuição do sistema radicular em profundidade o que pode aumentar a
produtividade das culturas, principalmente em períodos de déficit hídrico;
c) não se atingiu o pH que se desejava para nenhuma camada de solo, o que
pode ser atribuído à subestimação da dose a aplicar pelo SMP e/ou o valor do PRNT
do calcário não condizer com o estabelecido na nota de venda do produto. Desse
modo, por não ter se atingido o pH que se desejava inicialmente, pode ter ocorrido
limitação no efeito do calcário;
d) do ponto de vista econômico, apesar de aumentar os custos de
implantação dos tratamentos em relação à testemunha, não houve diferenças na
margem líquida, pois o custo do calcário e das operações (distribuição de calcário,
lavração, escarificação) representou um percentual de no máximo 11% do custo total
para as culturas da soja e do milho.
73
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81
APÊNDICES
82
Apêndice A - Precipitação diária durante o ciclo da cultura da soja safra 2005/2006.
Dados obtidos Instituto Nacional de Meteorologia – INMET, Estação
Meteorológica de Cruz Alta - RS.
0
10
20
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40
50
60
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1 2 3 4 5 6 7 8 9 101112131415161718192021222324252627282930
Novembro/ 2005 dias do mês
Precipitação, mm
Precipitação diária
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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10111213141516171819202122232425262728293031
Dezembro/2005 dias do mês
Precipitação, mm
Precipitão diária
0
10
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1 2 3 4 5 6 7 8 9 101112131415161718192021222324252627282930
Janeiro/2006 dias do mês
Precipitação, mm
Precipitão diária
0
10
20
30
40
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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10111213141516171819202122232425262728
Fevereiro/2006 dias do mês
Precipitação, mm
Precipitação diária
0
10
20
30
40
50
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70
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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Março/2006 dias do mês
Precipitação, mm
Precipitão diária
0
10
20
30
40
50
60
70
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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Abril/2006 dias do mês
Precipitão, mm
Precipitação diária
83
Apêndice B - Precipitação diária durante o ciclo da cultura do milho safra 2006/2007.
Dados obtidos Instituto Nacional de Meteorologia – INMET, Estação
Meteorológica de Cruz Alta - RS.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 101112131415161718192021222324252627282930
Setembro/2006 dias do mês
Precipitação, mm
Precipitão diária
0
10
20
30
40
50
60
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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10111213141516171819202122232425262728293031
Outubro/2006 dias dos
Precipitação, mm
Precipitão diária
0
10
20
30
40
50
60
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80
1 2 3 4 5 6 7 8 9101112131415161718192021222324252627282930
Novembro/2006 dias dos
Precipitação, mm
Precipitação diária
0
10
20
30
40
50
60
70
80
12345678910111213141516171819202122232425262728293031
Dezembro/2006 dias do mês
Precipitação, mm
Precipitão diária
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 101112131415161718192021222324252627282930
Janeiro/2007 dias do mês
Precipitação, mm
Precipitação diária
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 101112131415161718 19202122232425262728
Fevereiro/2007 dias do mês
Precipitação, mm
Precipitão diária
84
Apêndice C - Estimativa dos custos das operações realizadas e insumos utilizados
para a implantação dos tratamentos.
Operação/Insumo R$/há
Lavração 184,16*
Escarificação 89,92*
Distribuição do calcário 17,45*
Abastecimento 4,00*
Calcário 168,75
R$/h
Mão-de-Obra 6,57
* Custos fixos e variáveis, incluindo a mão-de-obra;
Apêndice D - Estimativa dos custos das operações realizadas e insumos utilizados
para a soja e milho, safras 2005/2006 e 2006/2007.
Soja Milho
Custo* Custo*
Operação/Insumo
R$ ha
-1
Operação/Insumo
R$ ha
-1
Pulverização
14,67
Pulverização
14,67
Glifosato 30,00 Glifosato 30,00
Semeadura
72,18
Semeadura
65,18
Semente 65,50 Semente 200,00
Adubo 117,48 Adubo 224,40
Pulverização
14,67
Pulverização
14,67
Glifosato 30,00 Herbicida 54,00
Pulverização
14,67 Inseticida 33,00
Glifosato 30,00
Distribuição Uréia
4,09
Fungicida 50,00 Uréia 126,00
Inseticida 14,00
Colheita
85,73
Colheita
53,79
Transporte
27,00
Transporte
13,80
Total soja
520,75
Total milho
878,73
Custo Total
1399,48
* Para o custo das operações foi considerado custos fixos e variáveis levantados junto ao produtor
85
Apêndice E - Análise da variância para a produção de MS da soja.
Fonte de variação gl Soma de quadrados Quadrado médio Valor F PR > F
bloco 3 32400.67502779 10800.22500926 0.0718 0.973
A 2 1533336.39426158 766668.19713079 5.0942 0.051
bloco*A 6 902992.61336808 150498.76889468 1.2659 0.360
D 1 110342.19553704 110342.19553704 0.9282 0.361
A*D 2 904528.95613658 452264.47806829 3.8043 0.063
Média: 3878.55554167
Raiz Quad. QMres.: 344.79514401
Coef. Variação: 8.88978230
Apêndice F - Análise da variância para a produção de MS do milho
Fonte de variação gl Soma de quadrados Quadrado médio Valor F PR > F
bloco 2 1914173.66550045 957086.83275022 0.4649 0.658
A 2 3257065.64652879 1628532.82326439 0.7911 0.513
bloco*A 4 8234770.40626422 2058692.60156605 3.3440 0.091
D 1 1826791.87961250 1826791.87961250 2.9673 0.136
A*D 2 17957276.22780434 8978638.11390217 14.5843 0.005*
Média: 10438.97394444
Raiz Quad. QMres.: 784.62560712
Coef. Variação: 7.51630966
*Significativo a 5% de probabilidade
Apêndice G - Análise da variância para a MS acumulada soja e milho.
Fonte de variação gl Soma de quadrados Quadrado médio Valor F PR > F
bloco 3 2308175.98912946 769391.99637649 0.4212 0.745
A 2 10471871.92737638 5235935.96368819 2.8667 0.134
bloco*A 6 10958823.16894967 1826470.52815828 2.7268 0.086
D 1 3582911.78597204 3582911.78597204 5.3490 0.046*
A*D 2 34076320.22939430 17038160.11469715 25.4368 0.000*
Média: 14317.52945833
Raiz Quad. QMres.: 818.42788539
Coef. Variação: 5.71626472
*
Significativo a 5% de probabilidade
86
Apêndice H - Análise da variância para a produção de grãos de soja.
Fonte de variação gl Soma de quadrados Quadrado médio Valor F PR > F
bloco 3 61250.82398683 20416.94132894 0.7344 0.568
A 2 166508.27371408 83254.13685704 2.9947 0.125
bloco*A 6 166803.96627392 27800.66104565 1.0857 0.437
D 1 59477.54232067 59477.54232067 2.3228 0.162
A*D 2 8103.03418808 4051.51709404 0.1582 0.856
Média: 2171.98408333
Raiz Quad. QMres.: 160.01806487
Coef. Variação: 7.36736821
Apêndice I - Análise da variância para a produção de grãos de milho.
Fonte de variação gl Soma de quadrados Quadrado médio Valor F PR > F
bloco 3 163819.20141546 54606.40047182 1.8045 0.247
A 2 498001.35364359 249000.67682179 8.2283 0.019*
bloco*A 6 181568.32044042 30261.38674007 0.5646 0.750
D 1 360807.14449004 360807.14449004 6.7313 0.029*
A*D 2 1097950.21889159 548975.10944579 10.2418 0.005*
Média: 5810.10104167
Raiz Quad. QMres.: 231.51944183
Coef. Variação: 3.98477479
*Significativo a 5% de probabilidade
Apêndice J - Análise da variância para a produção de grãos acumulada de soja e
milho.
Fonte de variação gl Soma de quadrados Quadrado médio Valor F PR > F
bloco 3 68811.16548346 22937.05516115 0.5550 0.664
A 2 556435.78355337 278217.89177668 6.7323 0.029*
bloco*A 6 247954.35753424 41325.72625571 0.8195 0.582
D 1 713268.76252233 713268.76252233 14.1451 0.004*
A*D 2 1293281.67058650 646640.83529325 12.8238 0.002*
Média: 7982.08486250
Raiz Quad. QMres.: 224.55515013
Coef. Variação: 2.81323932
*Significativo a 5% de probabilidade
87
Apêndice K - Análise da variância para a margem líquida safra 2005/2006 e
2006/2007.
Fonte de variação gl Soma de quadrados Quadrado médio Valor F PR > F
bloco 3 5774.43537062 1924.81179021 0.3941 0.762
A 2 156438.64048025 78219.32024013 16.0154 0.004*
bloco*A 6 29304.01314473 4884.00219079 0.9256 0.520
D 1 4221.05417625 4221.05417625 0.7999 0.394
A*D 2 121537.50725271 60768.75362635 11.5162 0.003*
Média: 1093.05076465
Raiz Quad. QMres.: 72.64164956
Coef. Variação: 6.64577089
*Significativo a 5% de probabilidade
Apêndice L - Análise da variância para a ciclagem de N para a soja.
Fonte de variação gl Soma de quadrados Quadrado médio Valor F PR > F
bloco 3 1421.77125000 473.92375000 1.6800 0.269
A 2 556.89583333 278.44791667 0.9870 0.426
bloco*A 6 1692.62750000 282.10458333 0.3237 0.908
D 1 92.43375000 92.43375000 0.1061 0.752
A*D 2 236.48250000 118.24125000 0.1357 0.875
Média: 113.85416667
Raiz Quad. QMres.: 29.51916280
Coef. Variação: 25.92716952
Apêndice M - Análise da variância para a ciclagem de P para a soja.
Fonte de variação gl Soma de quadrados Quadrado médio Valor F PR > F
bloco 3 6.82004583 2.27334861 3.8543 0.075
A 2 5.41363333 2.70681667 4.5892 0.062
bloco*A 6 3.53896667 0.58982778 0.3787 0.875
D 1 2.47683750 2.47683750 1.5905 0.239
A*D 2 2.85190000 1.42595000 0.9157 0.435
Média: 5.89291667
Raiz Quad. QMres.: 1.24791882
Coef. Variação: 21.17659036
88
Apêndice N - Análise da variância para a ciclagem de K para a soja.
Fonte de variação gl Soma de quadrados Quadrado médio Valor F PR > F
bloco 3 865.99500000 288.66500000 11.5084 0.007*
A 2 644.73250000 322.36625000 12.8520 0.007*
bloco*A 6 150.49750000 25.08291667 0.1795 0.975
D 1 152.00666667 152.00666667 1.0881 0.324
A*D 2 223.49083333 111.74541667 0.7999 0.479
Média: 54.62500000
Raiz Quad. QMres.: 11.81967522
Coef. Variação: 21.63784937
*Significativo a 5% de probabilidade
Apêndice O - Análise da variância para a ciclagem de Ca para a soja.
Fonte de variação gl Soma de quadrados Quadrado médio Valor F PR > F
bloco 3 264.34833333 88.11611111 1.3351 0.348
A 2 361.39750000 180.69875000 2.7378 0.143
bloco*A 6 396.00916667 66.00152778 1.3233 0.338
D 1 165.37500000 165.37500000 3.3158 0.102
A*D 2 76.70250000 38.35125000 0.7690 0.492
Média: 51.67500000
Raiz Quad. QMres.: 7.06220378
Coef. Variação: 13.66657722
Apêndice P - Análise da variância para a ciclagem de Mg para a soja.
Fonte de variação gl Soma de quadrados Quadrado médio Valor F PR > F
bloco 3 497.84833333 165.94944444 1.9116 0.229
A 2 1249.05583333 624.52791667 7.1939 0.025*
bloco*A 6 520.88416667 86.81402778 2.3007 0.126
D 1 124.21500000 124.21500000 3.2919 0.103
A*D 2 22.41750000 11.20875000 0.2971 0.750
Média: 49.44166667
Raiz Quad. QMres.: 6.14272379
Coef. Variação: 12.42418430
*Significativo a 5% de probabilidade
89
Apêndice Q - Análise da variância para a ciclagem de N para o milho.
Fonte de variação gl Soma de quadrados Quadrado médio Valor F PR > F
bloco 2 446.72097378 223.36048689 2.3542 0.211
A 2 288.99953878 144.49976939 1.5230 0.322
bloco*A 4 379.51423656 94.87855914 0.4713 0.757
D 1 76.89653422 76.89653422 0.3820 0.559
A*D 2 1709.78583611 854.89291806 4.2464 0.071
Média: 90.84377778
Raiz Quad. QMre.: 14.18880891
Coef. Variação: 15.61891112
Apêndice R - Análise da variância para a ciclagem de P para o milho.
Fonte de variação gl Soma de quadrados Quadrado médio Valor F PR > F
bloco 2 5.31109744 2.65554872 1.3020 0.367
A 2 2.50841811 1.25420906 0.6149 0.585
bloco*A 4 8.15816489 2.03954122 0.7864 0.574
D 1 10.36338689 10.36338689 3.9960 0.093
A*D 2 32.60343544 16.30171772 6.2857 0.034*
Média: 12.30855556
Raiz Quad. QMres.: 1.61042384
Coef. Variação: 13.08377602
* Significativo a 5% de probabilidade
Apêndice S - Análise da variância para a ciclagem de K para o milho.
Fonte de variação gl Soma de quadrados Quadrado médio Valor F PR > F
bloco 2 80.43086544 40.21543272 0.1407 0.873
A 2 496.61886044 248.30943022 0.8687 0.486
bloco*A 4 1143.38128889 285.84532222 2.1137 0.197
D 1 609.58680556 609.58680556 4.5075 0.078
A*D 2 2863.24995511 1431.62497756 10.5860 0.011*
Média: 97.62388889
Raiz Quad. QMres.: 11.62917769
Coef. Variação: 11.91222540
* Significativo a 5% de probabilidade
90
Apêndice T - Análise da variância para a ciclagem de Ca para o milho.
Fonte de variação gl Soma de quadrados Quadrado médio Valor F PR > F
bloco 2 27.46918611 13.73459306 3.8847 0.116
A 2 6.74318678 3.37159339 0.9536 0.459
bloco*A 4 14.14212889 3.53553222 1.1935 0.402
D 1 0.06265800 0.06265800 0.0212 0.889
A*D 2 94.71705633 47.35852817 15.9876 0.004*
Média: 19.85988889
Raiz Quad. QMres.: 1.72110544
Coef. Variação: 8.66623903
* Significativo a 5% de probabilidade
Apêndice U - Análise da variância para a ciclagem de Mg para o milho.
Fonte de variação gl Soma de quadrados Quadrado médio Valor F PR > F
bloco 2 11.15823211 5.57911606 3.2890 0.143
A 2 7.63727511 3.81863756 2.2512 0.221
bloco*A 4 6.78511689 1.69627922 0.3026 0.866
D 1 2.73234272 2.73234272 0.4874 0.511
A*D 2 12.73017644 6.36508822 1.1355 0.382
Média: 12.41272222
Raiz Quad. QMres.: 2.36757317
Coef. Variação: 19.07376262
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