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FERNANDA ERRERO PORTO
ESTUDO CITOGENÉTICO E DE POLIMORFISMO
CROMOSSÔMICO EM POPULAÇÕES DO GÊNERO Rineloricaria
(LORICARIIDAE, SILURIFORMES) DA BACIA DO RIO PARANÁ.
Dissertação apresentada ao Curso de
s-graduação em Ciências
Biológicas (área de concentração
Biologia Celular), da Universidade
Estadual de Maringá para a
obtenção do grau de Mestre em
Ciências Biológicas.
Maringá-Paraná
2007
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FERNANDA ERRERO PORTO
ESTUDO CITOGENÉTICO E DE POLIMORFISMO
CROMOSSÔMICO EM POPULAÇÕES DO GÊNERO Rineloricaria
(LORICARIIDAE, SILURIFORMES) DA BACIA DO RIO PARANÁ.
ORIENTADORA: Prof
.
a
Dr.
a
Isabel Cristina Martins dos Santos
CO-ORIENTADORA: Prof
.
a
Dr.
a
Ana Luiza de Brito Portela Castro
Maringá-Paraná
2007
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Dedico a Deus, a minha família e
ao meu namorado Fábio
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pelas graças recebidas e por estar sempre presente
fortalecendo-me em todos os momentos da minha vida.
Sou profundamente agradecida aos meus pais pelo amor, compreensão, por
sempre me apoiarem e me incentivarem a nunca desistir dos meus objetivos. Eles são os
responsáveis por mais essa conquista.
Aos meus irmãos Rodrigo e Luciane, pela amizade, incentivo e apoio durante
todos os anos de estudo, também agradeço ao meu cunhado Ricardo pela ajuda e auxílio
em muitos trabalhos e a minha sobrinha Isabella pela alegria que trouxe em nossas
vidas.
A meu namorado Fábio, pelo tempo dedicado a mim, pela compreensão, por
compartilhar dos momentos mais importantes da minha vida e principalmente pelo
carinho e por me fazer feliz.
A professora Isabel Cristina Martins dos Santos, pela orientação, amizade,
dedicação e paciência, principalmente por sempre estar disposta a ajudar nos trabalhos
do laboratório e nas coletas, mas vale ressaltar a admiração que tenho por ela e pelo seu
trabalho.
Ao curso de pós-graduação em Ciências Biológicas e ao Departamento de
Biologia Celular e Genética, por ter dado condições para desenvolver este trabalho.
A CAPES, pelo apoio financeiro.
A professora Ana Luiza de Brito Portela Castro por toda amizade, auxílio e pela
disposição em ajudar e dar dicas e opiniões referentes ao trabalho.
Aos membros da banca examinadora, pelas críticas e sugestões.
Ao professor Cláudio Henrique Zawadzki pela ajuda nas coletas.
Aos colegas e amigos do laboratório de citogenética de peixes pelo agradável
convívio durante todos os anos da graduação e pós-graduação, Luciana, Sônia Carvalho,
nia Mizogushi, Leandro, Luiz Ricardo, Alaim, Valéria, Thiago, Giseli Fidelis, Paulo,
Lana, Marli, Kátia, Paula, Josicléia, em especial agradeço ao Alexandre, Edner, Ana
Paula, Renata, Carla e Leonardo pelas contribuições para realização deste trabalho e a
Maria José pelos conselhos, convincia e amizade.
Aos amigos Giselly Lacanallo, Greicy, Suzana, Ana Paula, Rafael, Mariana,
Judy e Fabiana por todos os bons momentos vividos e tornado os meus dias na UEM
ainda melhor.
A minha amiga querida Gislaine, pelos conselhos, cumplicidade e por ser esta
amiga com quem sempre posso contar.
Aos colegas e amigos da pós-graduação.
A todos que direta ou indiretamente contribuíram para realização deste trabalho.
APRESENTAÇÃO
Esta dissertação é composta por dois artigos, os quais foram concluídos a partir
de estudos citogenéticos de duas espécies do gênero Rineloricaria: Rineloricaria
pentamaculata (rio Keller e rregos Tatupeba e Tauá) e Rineloricaria latirostris do
ribeirão Maringá, todos pertencentes à bacia do rio Paraná. Cada artigo está diagramado
de acordo com as normas da revista a qual será submetido para publicação.
Capítulo I - Análise citogenética em duas espécies do gênero Rineloricaria
(LORICARIIDAE, SILURIFORMES) da bacia do rio Paraná. Errero-Porto F., Portela-
Castro A. L. B., Zawadzki C. H. e Martins-Santos I. C. Artigo a ser enviado para
publicação na revista Genetica.
Capítulo II - Ocorrência de cromossomos B em Rineloricaria pentamaculata
(LORICARIIDAE, SILURIFORMES) da bacia do rio Paraná. Errero-Porto F., Portela-
Castro A. L. B., Zawadzki C. H. e Martins-Santos I. C. Artigo a ser enviado para
publicação na revista Genetics and Molecular Biology.
RESUMO
No presente trabalho foram realizados estudos citogenéticos em duas espécies do
gênero Rineloricaria: R. latirostris (ribeirão Maringá) e R. pentamaculata (rio Keller e
córregos Tatupeba e Tauá). R. latirostris mostrou número diplóide de 2n=46
cromossomos distribuídos em 14m/sm + 32st/a e número fundamental (NF) igual a 60.
A análise de Ag-NOR mostrou um sistema de NOR simples localizada na região
intersticial do braço curto do segundo par de cromossomos meta-submetacêntricos. Em
R. pentamaculata a análise das três populações mostrou um número diplóide de 2n=56
cromossomos com fórmula cariotípica de 8m/sm + 48st/a e NF=64. No entanto, um
heteromorfismo estrutural esteve presente em 3 indivíduos da populão do córrego
Tauá que apresentaram fórmula cariotípica de 9m/sm + 47st/a e NF=65, devido a
presença de um cromossomo submetacêntrico grande e um acrocêntrico pequeno. Em
relação à região organizadora do nucléolo a análise pelas técnicas de Ag-NOR, CMA
3
e
FISH mostrou um sistema de NOR simples para as populações de R. pentamaculata do
rio Keller e córrego Tauá, enquanto que para população do córrego Tatupeba foi
detectado NOR múltipla presentes no primeiro e quarto pares de cromossomos subtelo-
acrocêntricos (5 e 8 respectivamente). O padrão de heterocromatina constitutiva em R.
pentamaculata foi detectado principalmente nas regiões pericentroméricas; contudo,
marcações teloméricas e intersticiais também foram observadas em alguns
cromossomos. No par heteromórfico da população do córrego Tauá, a heterocromatina
foi evidenciada em posição telomérica e centromérica no cromossomo acrocêntrico e na
região telomérica no braço curto do cromossomo submetacêntrico.
Além disso, foram observados cromossomos B em Rineloricaria pentamaculata
do córrego Tauá. Estes foram do tipo acrocêntrico pequeno, menores do que os
cromossomos do complemento A, e variaram de 0 a 3 em células mitóticas de 4
indivíduos e de 0 a 7 nas células meióticas. Pela técnica de banda C pode-se observar
que os mesmos são totalmente heterocromáticos. O estudo de células meióticas,
mostrou cromossomos bivalentes e cromossomos univalentes em 54,9% das lulas de
três indivíduos machos.
Diante disso, os estudos realizados em Rineloricaria pentamaculata de
diferentes populações, mostraram mesmo número diplóide e fórmula cariotípica, no
entanto, cada uma delas apresentou uma característica diferente. Enquanto a populações
do rio Keller e córrego Tauá o sistema de NOR foi simples, a do rrego Tatupeba
mostrou sistema de NOR múltipla. Além disso, na população do córrego Tauá foi
detectado um polimorfismo cromossômico devido à presença de cromossomos B e
heteromorfismo estrutural pela presença de um par heteromórfico.
ABSTRACT
In the present paper citogenetic studies were accomplished two species of the
genus Rineloricaria: R. latirostris (Maringá stream) and R. pentamaculata (Keller river,
Tatupeba, and Tauá streams). R. latirostris showed diploid number of 2n=46
chromosomes distributed in 14m/sm + 32st/a and fundamental number (NF) equal 60.
The Ag-NOR analysis showed a simple NOR system located in the interstitial region in
the short arm of the meta-submetacentric chromosomes (second pair). In R.
pentamaculata analysis of all the three populations showed diploid number of 2n=56
chromosomes, with karyotypic formula of 8m/sm + 48st/a and NF=64. However, a
structural heteromorphism was present in 3 individuals (50%) of the population of the
Tauá stream that presented karyotypic formula of 9m/sm + 47st/a and NF=65, due to the
presence of a large submetacentric chromosome and a small acrocentric one. In relation
to the nucleolar organizing region the analysis of Ag-NOR, CMA3 and FISH techniques
showed a simple NOR system for the populations of R. pentamaculata of the Keller
river and Tauá streams, while the population of the Tatupeba stream presented multiple
NOR detected in the first and fourth pairs of subtelo-acrocentric chromosome (5 e 8
respectively). The constitutive heterochromatin pattern in R. pentamaculata was
distributed mainly in the pericentromeric regions; however, telomeric and interstitial
marked regions were also observed for some chromosomes. In the heteromorphic pair
of the Tauá population, the heterochromatin was present in the centromeric and
teloric position of the acrocêntrico and in the telomérica region in the short arm of
the submetacentric chromosome.
In addition to these B chromosomes were observed in Rineloricaria
pentamaculata of the Tauá population. These chromosomes were of the small type
acrocentric and varied from 0 to 3 in mitotic cells of 4 individuals (66,66%) and from 0
to 7 in the meiotic cells. Through the C-banding technique B chromosomes were
observed to be totally heterochromatic. The study of meiotic cells showed univalent
chromosomes in 54, 9% of the cells of three male individuals.
Before the present study, Rineloricaria pentamaculata of different populations
showed the same diploid number and karyotypic formula. However, in the study, each
one presented different characteristics. While for Keller and Tauá populations the NOR
system was simple, the Tatupeba population showed a multiple NOR system. Besides
this, the population of the Tauá stream showed chromosomic polymorphism detected by
the presence of B chromosomes and structural heteromorphism.
CAPÍTULO I
ANÁLISE CITOGENÉTICA EM DUAS ESPÉCIES DO GÊNERO
Rineloricaria (LORICARIIDAE, SILURIFORMES) DA BACIA DO
RIO PARANÁ.
Fernanda Errero Porto, Ana Luiza de Brito Portela Castro, Cláudio Henrique
Zawadzki e Isabel Cristina Martins dos Santos.
Análise citogenética em duas espécies do gênero
Rineloricaria
(Loricariidae,
Siluriformes) da bacia do rio Paraná.
Fernanda Errero Porto
1
, Ana Luiza de Brito Portela Castro
1
, Cláudio Henrique
Zawadzki
2
& Isabel Cristina Martins dos Santos
1
.
1
Departamento de Biologia Celular e Genética, Universidade Estadual de Maringá,
Avenida Colombo 5790, 87020-900 Maringá-Pr, Brasil. (E-mail:
ferreroporto@yahoo.com.br).
2
Departamento de Biologia, Universidade Estadual de Maringá, Avenida Colombo
5790, 87020-900 Maringá-Pr, Brasil.
Palavras-chave: citogenética, Loricariidae, polimorfismo, Rineloricaria.
Resumo
No presente trabalho foram realizados estudos citogenéticos em duas espécies do
gênero Rineloricaria: R. latirostris (ribeirão Maringá) e R. pentamaculata (rio Keller e
córregos Tatupeba e Tauá). R. latirostris apresentou número diplóide de 2n=46
cromossomos distribuídos em 14m/sm + 32st/a e número fundamental (NF) igual a 60.
Através da técnica de Ag-NOR foi detectado um sistema de NOR simples localizada na
região intersticial do braço curto do segundo par de cromossomos do tipo meta-
submetacêntrico. As três populações R. pentamaculata mostraram um número diplóide
de 2n=56 cromossomos com fórmula cariotípica de 8m/sm + 48st/a e NF=64. No
entanto, um heteromorfismo estrutural esteve presente em 3 indivíduos da população do
Tauá que apresentaram fórmula cariotípica de 9m/sm + 47st/a e NF=65, devido a
presença de um par de cromossomos submetacêntrico grande e um acrocêntrico
pequeno. Em relação à região organizadora do nucléolo as técnicas de Ag-NOR, CMA
3
e FISH mostrou um sistema de NOR simples para as populações de R. pentamaculata
do rio Keller e rrego Tauá. Entretanto, os indivíduos da populão do córrego
Tatupeba revelaram um sistema de NOR múltipla, presentes no primeiro par e quarto
par de subtelo-acrocêntricos (5 e 8 respectivamente). O padrão de heterocromatina
constitutiva em R. pentamaculata esteve distribuído principalmente nas regiões
pericentroméricas e, além disso, marcações teloméricas e intersticiais também foram
observadas para alguns cromossomos. No par heteromórfico da população do córrego
Tauá, a heterocromatina foi evidenciada em posição telomérica e centromérica no
cromossomo acrocêntrico e na região telomérica no braço curto do cromossomo
submetacêntrico.
Introdução
A família Loricariidae é uma das maiores famílias de peixes de água doce da
região Neotropical, estendendo-se da Costa Rica até o norte da Argentina,
compreendendo cerca de 683 espécies distribuídas em seis subfamílias e
aproximadamente 70 gêneros (Isbrucker, 1980; Reis, Sven & Ferraris, 2003). Estes
peixes são caracterizados por apresentarem hábitos predominantemente bentônicos,
corpo coberto por várias séries de placas ósseas e boca inferior (Isbrucker, 1980; Reis,
Sven & Ferraris, 2003). Dentre as subfamílias, destaca-se a Loricariinae, composta de
31 gêneros e 209 espécies de cascudos de pequeno porte, sendo caracterizada por
apresentar pedúnculo caudal deprimido, nadadeira adiposa ausente e com um alto
dimorfismo sexual entre as espécies (Isbrucker, 1980; Reis, Sven & Ferraris, 2003).
Estudos citogenéticos foram realizados em cinco gêneros desta subfamília: Loricaria,
Loricariichthys, Sturisoma, Rineloricaria e Harttia, revelando uma grande
variabilidade cariotípica, tanto do ponto de vista numérico, quanto em relação à
estrutura cariotípica, além de um alto número de cromossomos acrocêntricos (Artoni &
Bertollo, 2001; Alves, Oliveira & Foresti, 2003).
O gênero Rineloricaria abrange cerca de 48 espécies descritas (Froese & Pauly,
2006), no entanto, apenas algumas espécies foram estudadas citogeneticamente,
observando-se uma grande variação no número diplóide. Análise citogenética em
espécies do gênero mostrou variações do número diplóide de 2n=36 em R. latirostris
(Giuliano-Caetano, 1998) à 2n=70 cromossomos em Rineloricaria n.sp. (Alves,
Oliveira & Foresti, 2003). Em estudos realizados em duas espécies de Rineloricaria,
observou-se uma grande diversidade cariotípica em R. latirostris, com a presença de
14 citótipos diferentes, presentes em 4 populações, com número diplóide variando
entre 2n=36 a 2n=48 e manutenção do número fundamental (NF) igual a 60 (Giuliano-
Caetano, 1998). Em R. pentamaculata do rio Keller (PR), o número diplóide manteve-
se constante com 2n=56 cromossomos e NF igual a 64 (Giuliano-Caetano, 1998).
Esses dados sugerem que o principal mecanismo de evolução cariotípica no gênero
seja devido a rearranjos do tipo robertsonianos (Giuliano-Caetano, 1998).
Considerando as descrições sobre a variabilidade cromossômica existente no
grupo, este trabalho teve como objetivo o estudo citogenético de duas espécies do
gênero Rineloricaria da bacia do rio Paraná, a fim de compreender as variações
numéricas ocorridas neste gênero e estabelecer os mecanismos de rearranjos
cromossômicos envolvidos durante o processo de diferenciação do grupo, assim como
as relações evolutivas do mesmo.
Materiais e Métodos
No presente estudo foram analisadas quatro populações do nero Rineloricaria,
sendo três de Rineloricaria pentamaculata dos córregos Tatupeba (sub-bacia do Ivaí) e
Tauá (sub-bacia do Pirapó) e rio Keller (sub-bacia do rio Ivaí) e uma população de
Rineloricaria latirostris do ribeirão Maringá (sub-bacia do rio Pirapó).
As preparações dos cromossomos miticos foram obtidas de células retiradas do
rim, conforme a técnica descrita por Bertollo, Takahashi & Moreira-Filho (1978). O
padrão da heterocromatina constitutiva foi caracterizado de acordo com a técnica de
banda C descrita por Sumner (1972). As regiões organizadoras do nucléolo foram
detectadas pelo método de impregnação por nitrato de prata (AgNOR) descrita por
Howell & Black (1980), coloração com cromomicina A
3
(CMA
3
), fluorocromo GC
específico, segundo a técnica de Schmid (1980) e pela técnica de hibridação
fluorescente in situ (FISH), usando sondas de DNAr 18S, seguindo a metodologia
descrita por Heslop-Harrison et al., (1991) e Cuadrado & Jouvre (1994).
Os
cromossomos foram identificados de acordo com os critérios de relação de braços (RB),
proposto por Levan, Fredga & Sandberg (1964) e classificados como metacêntricos (m),
submetacêntricos (sm), subtelocêntricos (st) e acrocêntricos (a). Para olculo do
número fundamental (NF), os cromossomos metacêntricos, submetacêntricos e foram
considerados portadores de 2 braços, enquanto os subtelocêntricos e acrocêntricos
portadores de 1 único braço.
Resultados
As três populações de R. pentamaculata estudadas mostraram um número
diplóide de 2n=56 cromossomos. Foram analisados 24 indivíduos do córrego Tatupeba,
20 do rio Keller e 6 do rrego Tauá, cuja fórmula cariotípica correspondeu a 8m/sm +
48st/a e número fundamental (NF) igual a 64 (Figura 1a). Contudo, 3 (50%) indivíduos
da população do córrego Tauá apresentaram uma fórmula cariotípica igual a 9m/sm +
47st/a e NF=65; esta diferença no cariótipo, se deve a ocorrência de um provável par
heteromórfico, sendo um submetacêntrico grande e um acrocêntrico pequeno,
encontrado em machos e fêmeas (Figura 1b). Em R. latirostris do ribeirão Marin o
número de cromossomos foi de 2n=46 arranjados em 14m/sm + 32st/a e NF igual a 60
(Figura 2). O estudo da região organizadora do nucléolo em R. latirostris, através da
coloração por nitrato prata evidenciou NOR simples intersticial localizada no braço
curto do segundo par de cromossomos meta-submetacêntricos (Figura 3).
A alise da NOR em R. pentamaculata, através das técnicas de impregnação
por nitrato de prata (AgNOR), hibridação in situ (FISH), e cromomicina (CMA
3
)
,
revelou um sistema de NOR simples nas populações do córrego Tauá e rio Keller,
abrangendo todo o braço curto do primeiro par de cromossomos subtelo-acrocêntricos,
que frequentemente mostrou um heteromorfismo de tamanho para esta região (Figura 4:
a, b e d). Na população do rrego Tatupeba, foram evidenciados três cromossomos
marcados pela prata e CMA
3
e quatro pelo FISH (primeiro par e o quarto par de
subtelo-acrocêntricos, Figura 5: a, b e d), caracterizando um sistema de NOR múltipla.
O padrão da heterocromatina constitutiva das três populações de R.
pentamaculata foi detectado principalmente em regiões pericentroméricas. Além disso,
alguns blocos de heterocromatina teloméricos e intersticiais ocorreram em
cromossomos acrocêntricos e o par portador da NOR apresentou blocos de
heterocromatina associados com esta região (Figura 4c, 5c e 6a), bem como uma
marcação intersticial no braço longo (Figura 6a).
Na população do córrego Tauá os indivíduos polimórficos apresentaram
marcações teloméricas e centroméricas no cromossomo acrocêntrico e na região
telorica no braço curto do cromossomo submetacêntrico do par heteromórfico
(Figura 6b).
Figura 1 - Cariótipo convencional de Giemsa de Rineloricaria pentamaculata: (a)
Cariótipo representativo das populações dorrego Tatupeba, Tauá e do rio Keller e (b)
Cariótipo demonstrando um polimorfismo cromossômico na população do córrego
Tauá.
Figura 2 Cariótipo convencional de Giemsa de Rineloricaria latirostris do ribeirão
Maringá.
Figura 3 - Metáfase somática submetida ao tratamento com nitrato de prata de
Rineloricaria latirostris do ribeirão Maringá. Setas indicando o par da NOR intersticial.
Figura 4 Metáfases somáticas representativas das populações de R. pentamaculata do
rio Keller e rrego Tauá, obtidas pelo tratamento com nitrato de prata (a); FISH com
sonda de DNAr 18S (b); banda-C (c) e CMA
3
(d). As setas indicam os cromossomos
portadores da NOR e as pontas de setas as marcações teloméricas e intersticiais.
Figura 5 – Metáfases somáticas de R. pentamaculata do córrego Tatupeba, obtidas pelo
tratamento com nitrato de prata (a); FISH com sonda de DNAr 18S (b); banda-C (c) e
CMA
3
(d). As setas indicam os cromossomos portadores da NOR e as pontas de setas as
marcações teloméricas e intersticiais.
Figura 6 Banda C em cromossomos de R. pentamaculata: a) par portador NOR
representativo das três populações (córregos Tatupeba, Tauá e rio Keller); b) par de
cromossomos heteromórficos encontrados na população do córrego Tauá.
Discussão
Estudos citogenéticos são escassos na família Loricariidae tendo sido realizados
em cerca de 70 espécies, demonstrando uma alta diversidade cariotípica com número
diplóide variando de 2n=36 em R. latirostris (Giuliano-Caetano, 1998) a 2n=96 em
Upsilodus sp (Kavalco et al., 2005), indicando que fusão e fissão foram os principais
rearranjos ocorridos durante a diversificação do grupo acompanhados de outros tipos de
rearranjos que modificam o número fundamental. Contudo, o número diplóide de 2n=54
cromossomos, sendo a maioria do tipo meta-submetacêntrico, é considerado
característica primitiva para esta família e neste caso outros tipos de rearranjos têm sido
sugeridos para explicar o processo evolutivo deste grupo (Kavalco et al., 2005).
As populações de R. pentamaculata analisadas no presente trabalho
apresentaram número diplóide de 2n=56 cromossomos, sendo a maioria de subtelo-
acrocêntricos. O gênero Rineloricaria conta com 48 espécies válidas (Froese e Pauly,
2006), mas apenas 5 destas e 2 não descritas foram estudadas citogeneticamente com
número diplóide variando de 2n= 36 a 2n= 70 cromossomos (Tabela 1), indicando que
assim como na subfamília os processos de fissão e fusão cêntrica e inversão pericêntrica
foram os que mais contribuíram para evolão cariotípica do grupo (Artoni e Bertollo,
2001; Kavalco et a., 2005). Um exemplo típico da ocorrência de polimorfismo
cromossômico robertsoniano é encontrado em R. latirostris que mostra uma variação de
2n=36 a 2n=48 cromossomos (Giuliano-Caetano, 1998), cujo número de metacêntricos
é inversamente proporcional ao número diplóide e NF constante igual a 60. No gênero,
a grande diversidade e o pouco número de espécies analisadas citogeneticamente não
nos permite identificar um número cromossômico basal. Contudo, considerando que
71,4% (5 das 7) das espécies analisadas apresentam número diplóide superior a 2n=56
cromossomos (Tabela 1), podemos sugerir um número basal superior a este. Além
disso, exceto pelo caráter polimórfico presentes em algumas espécies, as análises
cariotípicas no gênero Rineloricaria mostram número de cromossomos e fórmula
cariotípica espécies-específica, que podem ser utilizadas como ferramentas auxiliares na
sistemática do grupo.
Embora o número diplóide das três populações de R. pentamaculata analisadas
no presente trabalho tenha se mantido constante, na população do córrego Tauá foi
detectado um polimorfismo cromossômico em 50% dos indivíduos, devido à presença
de um provável par de cromossomos submetacêntrico grande e um acrocêntrico
pequeno. A origem deste polimorfismo cromossômico pode ser sugerida a partir de dois
eventos consecutivos: por uma não disjunção meiótica de um par de cromossomos
acrocêntricos de tamanho médio, originando uma trissômia; seguido de fusão de um
destes cromossomos com um homólogo de um par de acrocêntricos pequenos, dando
origem ao submetacêntrico extra no complemento. Estes eventos explicam a
manutenção do número diplóide de 2n=56 cromossomos e o aumento do NF de 64
(8m/sm+48st/a) para 65 (9m/sm+47st/a). Devido à ocorrência dos dois citótipos em
simpatria e sintopia seria de se esperar que um terceiro citótipo com dois cromossomos
submetacêntricos fosse encontrado a partir de cruzamentos panmíticos (figura 7). A
ausência da terceira forma, provavelmente se deve a um maior desequilíbrio getico
pela presença de genes oriundos de 4 cromossomos acrocêntricos de tamanho médio (2
acrocêntricos médios livres e 2 que formam o submetacêntrico (figura 7), mantendo o
número diplóide mas com NF igual a 66 (10m/sm+46st/a). Contudo, não podemos
descartar que a ausência deste citótipo se deva à possibilidade de estarmos lidando com
uma pequena amostra.
Em relação à região organizadora do nucléolo as populações do córrego Tauá e
rio Keller apresentaram NOR simples na posição terminal do primeiro par de
cromossomos subtelo-acrocêntricos, para os três métodos de análise utilizados no
estudo desta região (prata, CMA3 e FISH). Esta posição da NOR é encontrada em todas
as espécies da subfamília Loricariinae estudadas até o presente momento para os
gêneros Harttia (Kavalco et al., 2005; Alves et al., 2003), Rineloricaria (Maia et al,
2006; Rodrigues et al 2006; Alves et al., 2003; Giuliano-Caetano, 1998),
Loricariichthys, (Maia et al., 2006; Scavone e lio Jr., 1995; Fenocchio, 1993),
Loricaria (Scavone M. D. P. e Ferreira Julio Jr., 1993/1994) e Sturisoma (Artoni e
Bertollo, 2001) e corroboram os dados da família Loricariidae, no qual esta é uma
característica encontrada na maioria das espécies, considerada como plesiomórfica no
grupo (Artoni e Bertollo, 1996). Além disso, um heteromorfismo de tamanho das
regiões organizadoras de nucléolo também foi observado nestas duas populações de R.
pentamaculata (rio Keller e córrego Tauá) e detectado em outras espécies de
Rineloricaria, tal como, R. latirostris (Giuliano-Caetano, 1998) e R. kronei (Alves,
2003), originado provavelmente por crossing-over desigual ou transposição de gene
nesta região.
Na população do córrego Tatupeba este heteromorfismo de NOR não foi
observado, mas mostrou pela análise de FISH um sistema de NOR múltipla, presente
em quatro cromossomos subtelo-acrocêntricos, enquanto que com impregnação por
nitrato de prata apenas três cromossomos se mostraram ativos. Este sistema ainda o
havia sido detectado no gênero Rineloricaria e na subfamília Loricariinae e
provavelmente, deve ter se originado por mecanismos de translocação de genes rDNA,
duplicados em tandem nas outras populações da espécie e colocados em sistema de
NOR múltipla na população do Tatupeba. Segundo Schweizer e Loidl (1987), a
proximidade entre as regiões teloricas dentro do núcleo interfásico facilitaria a
transferência de material genético entre os cromossomos. NOR múltipla tem sido
verificada na família Loricariidae e é considerado um caráter apomórfico (Artoni et al.,
2001).
O padrão de heterocromatina constitutiva em R. pentamaculata foi semelhante
nas três populações analisadas, sendo detectados blocos pequenos de heterocromatina
teloricas e intersticiais em alguns cromossomos e, presente, principalmente nas
regiões pericentroméricas da maioria dos cromossomos. A região da NOR apresentou-
se totalmente heterocromática, como observado em R. latirostris (Giuliano-Caetano,
1998) e em outras espécies da subfamília Loricariinae como Loricariichthys
platymetopon (Scavone & Júlio Jr., 1995) e Harttia loricariformis (Kavalco et al.,
2004). Uma banda C intersticial também esteve presente no par da NOR desta espécie
(primeiro par de subtelo-acrocêntrico). Contudo, na população do córrego Tatupeba que
apresentou NOR múltipla com rDNA distribuídos em 4 cromossomos pelo método de
FISH, sendo que em apenas 3 esta região foi banda C
+
, CMA3
+
e corados pela prata,
indicando que a heterocromatina desta região é ricas em GC e que o cromossomo no
qual esta região foi Ag-NOR negativo, CMA3
-
e não heterocromática, provavelmente
deve ser o cromossomo com a NOR inativa que perdeu o segmento heterocromático
juntamente com regiões reguladoras dos genes rDNA do mesmo.
O par heteromórfico da população do córrego Tauá também mostrou marcações,
telorica e centromérica no cromossomo acrocêntrico e em posição telomérica no
braço curto do cromossomo submetacêntrico. O padrão de marcação de heterocromatina
deste par reforça a hipótese da origem por fusão de um dos homólogos a um
submetacêntrico originado por não disjunção.
Diante disso, os estudos realizados em Rineloricaria pentamaculata de
diferentes populações, mostraram número diplóide de 2n=56 cromossomos e fórmula
cariotípica similar com particularidades na estrutura cromossômica, no entanto, cada
uma delas apresentou uma característica diferente. Enquanto a populações do rio Keller
e rrego Tauá o sistema de NOR foi simples, a do córrego Tatupeba mostrou sistema
de NOR múltipla. Além disso, na população do córrego Tauá foi detectado um
polimorfismo cromossômico em 50% dos indivíduos da população.
As diferenças na estrutura cromossômica observadas entre as três populações
associadas ao fato de que se encontram isoladas geograficamente indicam uma
divergência genética, ainda que incipiente, contribuindo para a evolução cariotípica do
gênero.
Além desta espécie, também foi realizada análise citogenética em R. latirostris
do ribeirão Maringá que mostrou número diplóide de 2n=46 com 14 cromossomos
meta-submetacêntricos e 32 subtelo-acrocêntricos. A região organizadora de nucléolo
foi intersticial localizada no segundo par de cromossomos meta-submetacêntricos e
corroboram os dados da literatura para família Loricariidae, no qual em 25% dos
indivíduos estudados foi verificado a NOR nesta posição (Kavalco et al., 2005).
Contudo, dentro do gênero foi à única espécie com NOR nesta posição. Giuliano-
Caetano (1998), analisando esta espécie em três populações do rio Mogi-Guaçu (SP),
Três Bocas (PR) e Passa-Cinco (SP) observou uma diversidade cariotípica de número
diplóide de 2n=36 a 2n=48 cromossomos e nas rmulas cariotípicas, no entanto, com
mesmo número fundamental, indicando um polimorfismo inter e intrapopulacional
devido a rearranjos robertsonianos, que foram agrupados em 14 citótipos diferentes.
Entre aqueles com número diplóide de 2n=46 cromossomos encontrou dois citótipos
diferentes nos rios Três Bocas e Passa-Cinco, que foram denominados de I e II,
respectivamente. O cariótipo observado no presente trabalho mostra uma semelhança
correspondente ao citótipo II, estudado pela autora.
Assim, as análises citogenéticas realizadas para o grupo mostram, com exceção
de R. latirostris, um alto número diplóide variando de 2n=56 a 2n=70, com variações de
número fundamental, indicando que assim como a família os principais mecanismos de
evolução cariotípica no gênero foram os rearranjos de fusão e fissão, acompanhados por
outros que alteram a fórmula cariotípica. Além disso, a posição terminal da NOR nestas
espécies indica um caráter plesiomórfico para o grupo, enquanto que em L. latirostris a
condição de NOR intersticial seria derivada.
O número diplóide de R. latirostris embora variável (2n=36 a 2n=48) é bem
menor que nas outras espécies (2n=56 a 2n=70, tabela 1) o que pode ser considerado
como um caráter de distinção entre elas. Além disso, a NOR na posição intersticial
também é, até o momento, exclusiva de R. latirostris. Desta forma, essas duas
características podem ser utilizadas como marcador espécie-específica e, portanto, uma
ferramenta citotaxonômica auxiliar.
Tabela 1 - Diversidade cariotípica no gênero Rineloricaria.
Espécie Localidade 2n Fórmula cariotípica ref
Rineloricaria n. sp rio Betari, SP 70 2sm + 68a 2
Rineloricaria sp rio São José, RJ 62 2sm + 60st/a 4
rio Paraíba do Sul, RJ 62 2sm + 60st/a 4
R. cadeae rio Guairá, RG 66 2m + 64st/a 2
R. cadeae Arroio do Ribeirão 62 2m + 3sm + 57st/a 3
Barra do Ribeirão 62 2m + 3sm + 57st/a 3
R. kronei rio Itapocu, SC 64 6m/sm + 58st/a 2
R. latirostris rio Passa-Cinco, SP 44-47 _ 1
R. latirostris rio Mogi-Guaçu, SP 36-40 _ 1
R. latirostris ribeirão Três Bocas, PR 43-48 _ 1
R. latirostris ribeirão Maringá, PR 46 14m/sm + 32st/a 5
R. pentamaculata ribeirão Keller, PR 56 8m/sm + 48st/a 1/5
R. pentamaculata córrego Tatupeba, PR 56 8m/sm + 48st/a 5
R. pentamaculata córrego Tauá, PR 56 8m/sm + 48st/a 5
córrego Tauá, PR 56 9m/sm + 47st/a 5
R. strigilata Arroio do Ribeirão 68 2m + 6sm + 60st/a 3
1- Giuliano-Caetano (1998); 2 - Alves et al. (2003); 3 - Maia et al. (2006); 4 - Rodrigues
et al. (2006); 5 - presente trabalho.
Figura 7 Descendência (F1) de cruzamentos panmíticos entre indivíduos de R.
pentamaculata do córrego Tauá. Os citótipos em preto foram observados nesta
população ocorrendo em simpatria e sintopia. O citótipo em vermelho não foi
encontrado nesta população.
F
M
8m/sm+48st/a
8m/sm+48st/a
9m/sm +47st/a
9m/sm +47st/a
9m/sm +47st/a
10m/sm +46st/a
5m/sm +23st/a
4m/sm +24st/a
4m/sm +24st/a
9m/sm +47st/a
8m/sm+48st/a
4m/sm +24st/a
8m/sm+4
8st/a
4m/sm +24st/a
5m/sm +23st/a
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CAPÍTULO II
OCORRÊNCIA DE CROMOSSOMOS B EM Rineloricaria
pentamaculata (LORICARIIDAE, SILURIFORMES) DA BACIA DO
RIO PARANÁ.
Fernanda Errero Porto, Ana Luiza de Brito Portela Castro, Cláudio Henrique
Zawadzki e Isabel Cristina Martins dos Santos.
Ocorrência de cromossomos B em Rineloricaria pentamaculata (Loricariidae,
Siluriformes) da bacia do rio Paraná.
Fernanda Errero Porto, Ana Luiza de Brito Portela Castro, Cláudio Henrique Zawadzki
e Isabel Cristina Martins dos Santos.
Departamento de Biologia Celular e Genética, Departamento de Biologia,
Universidade Estadual de Maringá, Avenida Colombo 5790, 87020-900 Maringá-Pr,
Brasil. (E-mail: ferreroporto@yahoo.com.br)
Resumo
No presente trabalho foram feitas análises citogenéticas para a caracterização de
cromossomos B em Rineloricaria pentamaculata do córrego Tauá, pertencente à sub-
bacia do rio Pirapó. O número diplóide variou de 2n=56 a 2n=59 cromossomos, devido
a presença de 0 a 3 cromossomos B, que estiveram presentes em 66,66% (4 espécimes)
dos indivíduos da população. Estes cromossomos apresentaram diferenças numéricas
inter e intraindividual e mostram-se totalmente heterocromático quando submetidos à
técnica de banda C. As células meióticas em metáfase I apresentaram cromossomos
bivalentes e 0 a 7 cromossomos univalentes em três indivíduos machos. Sendo
discutidos aspectos quanto à origem e comportamento destes cromossomos.
Palavras-chave: cromossomos B, heterocromatina, Loricariinae, Rineloricaria
pentamaculata, univalentes.
Introdução
Estudos citogenéticos realizados na família Loricariidae m demonstrado uma
grande variabilidade cariotípica, com amplitude de números diplóides desde 2n=36
cromossomos em Rineloricaria latirostris (Giuliano-Caetano, 1998) até 2n=96
cromossomos em Upsilodus sp (Kavalco et al., 2005). Além disso, para alguns grupos,
tem sido relatada uma diversidade intra e interindividual devido a alterações
cromossômicas por rearranjos do tipo fues ou fissões cêntricas como ocorre em
Rineloricaria latirostris (Giuliano-Caetano, 1998) e pela presença de cromossomos
supranumerários, restritos às subfamílias Hypoptopomatinae em Microlepidogaster
leucofrenatus (Andreata et al., 1993) e Loricariinae em Loricaria sp e Loricaria prolixa
(Scavone e Ferreira Julio, 1993-94).
Os cromossomos supranumerários e/ou cromossomos B são geralmente
caracterizados como: elementos adicionais e não homólogos ao complemento padrão;
o essenciais à sobrevivência do indivíduo; diferem morfologicamente dos
cromossomos do complemento A e não apresentam segregação mendeliana (Jones e
Rees, 1982). A origem desses cromossomos tem sido proposta a partir de cromossomos
do complemento padrão da espécie (Jones e Rees, 1982) ou através de cruzamentos de
espécies intimamente relacionadas. (Bataglia, 1994; McAllister e Werren, 1997;
Perfectti e Werren, 2000). A influência dos cromossomos B em um determinado
indivíduo pode ser parasítica, neutra ou possivelmente benéfica (Jones e Rees, 1982).
A ocorrência de cromossomos B tem sido mostrada em muitas famílias de
peixes da região Neotropical como em: Prochilodontidae, no qual foi feito à primeira
descrição destes cromossomos em Prochilodus lineatus citado como Prochilodus
scrofa, (Pauls e Bertollo, 1983); Curimatidae (Venere e Galetti Jr., 1985); Paradontidae
(Falcão et al., 1984); Characidae (Salvador e Moreira-Filho, 1992; Moreira-Filho et al.,
2001; Fernandes e Martins-Santos, 2005), Pimelodidae (Fenocchio e Bertollo, 1990);
Callichthyidae (Oliveira et al., 1993) e Loricariidae (Andreata et al.; 1993; Scavone e
Ferreira Julio, 1993-94).
Apesar do grandemero de espécies válidas para o gênero Rineloricaria,
poucos são os estudos citogenéticos realizados até o presente momento. Contudo, pode-
se perceber a existência de uma diversidade cariotípica com números diplóides variando
de 2n=36 cromossomos em R. latirostris (Giuliano-Caetano, 1998) a 2n=70
cromossomos em Rineloricaria n. sp (Alves et al., 2003). Assim como no gênero
Rineloricaria, a subfamília Loricariinae também apresenta alta variabilidade cariotípica
com número de cromossomos variando de 2n=36 em R. latirostris (Giuliano-Caetano,
1998) a 2n=74 em Sturisoma cf. nigrirostrum (Artoni e Bertollo, 2001), sendo que a
ocorrência de cromossomos B foram observados no gênero Loricaria (Scavone e
Ferreira Julio, 1993-94). Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo o estudo,
da primeira descrição de cromossomos B no gênero Rineloricaria, através das análises
da distribuição e comportamento destes cromossomos em células mitóticas e meióticas.
Materiais e Métodos
No presente estudo, foram analisados 6 indivíduos de Rineloricaria
pentamaculata, coletados no córrego Tauá (sub-bacia do Pirapó) no município de
Maringá. Os cromossomos mitóticos foram obtidos a partir de células do rim conforme
a técnica descrita por Bertollo et al. (1978). Esta técnica consiste basicamente, no
tratamento do animal com colchicina 0,025% por quarenta minutos, para obtenção de
uma suspensão celular hipotonizada em KCL 0,075M e fixada em solução de metanol e
ácido acético (3:1). Para o estudo da heterocromatina constitutiva foi utilizada a técnica
de Sumner (1972). Os cromossomos meióticos foram obtidos a partir das gônadas de
três espécimes machos, de acordo com a técnica de Kligerman e Bloom (1977).
Resultados e Discussão
O estudo cariotípico de Rineloricaria pentamaculata do córrego Tauá, mostrou
um número diplóide variando de 2n=56 a 2n=59 cromossomos, em 4 dos 6 indivíduos
analisados correspondendo a uma freqüência de 66,66%. Esta variação ocorreu devido a
presença 0 a 3 cromossomos extras do tipo acrocêntrico pequeno (Figura 1a, b, c), que
pela análise de banda C mostraram-se totalmente heterocromáticos, diferenciando-os
dos demais cromossomos do complemento padrão e indicando tratarem-se de
microcromossomos B (Figura 1d). Camacho et al.(2000) sugerem que as células teriam
mecanismos que promovem a rápida heterocromatinização de elementos extras logo
após a sua formação, evitando um possível pareamento entre esses elementos e os
cromossomos A, seguido da diferenciação em cromossomos B.
Apesar da alta freqüência populacional de indivíduos com cromossomos B, a
freqüência numérica intra e interindividual foi baixa, sendo que a maioria apresentou
apenas um cromossomo B por lula (Tabela 1). A variação inter e intraindividual
destes cromossomos em R. pentamaculata, reflete a alta instabilidade mitótica destes
cromossomos durante a divisão celular.
A análise de metáfases meióticas, em 3 indivíduos machos, mostrou 28
bivalentes em metáfase I e pequenos cromossomos univalentes em 54,9% das células
analisadas (Figura 2, Tabela 2). A presença destes univalentes confirma estes
cromossomos como supranumerários, sendo que estiveram presentes em número de 0 a
7 por células e que aquelas com apenas 1 univalente foram as mais freqüentes (Figura 2,
Tabela 2). Além disso, no espécime 3, no qual foi observado até 6 cromossomos
supranumerários nas células germinativas (Tabela 2), não foram observados
cromossomos B nas células somáticas (Tabela 1). Este fato juntamente com a presença
de um maior número de cromossomos B nas células germinativas (até 7) do que nas
somáticas (até 3), indicam que a instabilidade mitótica destes cromossomos, nesta
população, é maior do que a meiótica (Tabela 1 e 2). De acordo com Camacho et al.
(2000) o número reduzido de cromossomos B nas lulas diplóides representaria o
máximo de cromossomos B que uma espécie é capaz de tolerar em indivíduos adultos.
Errero-Porto et al., (em preparação), analisando esta mesma população de R.
pentamaculata, observaram um citótipo heteromórfico devido à presença de um par de
cromossomos do tipo submetacêntrico e acrocêntrico (9m/sm + 47st/a), que difere do
cariótipo padrão com fórmula cariotípica de 8m/sm + 48st/a. Os cromossomos B, na sua
maioria, estiveram presentes nos indivíduos heteromórficos (1M ,2F, e 6F tabela 1; 3M
tabela 2) e, provavelmente, os rearranjos de fusão cêntrica seriam os responsáveis pela
formação do cromossomo submetacêntrico do par heteromórfico, bem como pela
origem destes microcromossomos B (figura 3). Vários autores têm discutido a origem
dos cromossomos B mas, de forma geral, têm sido amplamente aceito que eles sejam
derivados do complemento padrão (Jonnes e Rees, 1982; Camacho et al., 2000). A
partir disso, Camacho et al. (2000) propõe que eles sejam um produto secundário da
evolução do cariótipo padrão, ou seja, derivados a partir de polissomia de cromossomos
A, por fragmentos cêntricos resultantes da fusão de cromossomos A ou amplificação de
um fragmento da região paracentromérica de um cromossomo A.
Na subfamília Loricariinae cromossomos B foram observados nas espécies
Loricaria sp e L. prolixa (rio Paraná), presentes em 100% dos indivíduos analisados e
com alta freqüência intra e interindividual variando entre 0-5, nas duas espécies
(Scavone e Ferreira Julio, 1993-94) e alta estabilidade mitótica, o que difere dos
cromossomos B de R. pentamaculata cuja instabilidade inter e intraindividual foi alta.
Para a família Loricariidae, além da ocorrência de cromossomos B
mencionados em Loricariinae, também relatos destes cromossomos em duas
populações de Microlepdogaster leucofrenatus da subfamília Hypoptopomatinae (rio
Poço Grande e rio Marumbi), no qual foi observada uma freqüência de 1-2
cromossomos B (Andreata et al., 1993), mostrando uma alta estabilidade mitótica
intraindividual.
Portanto, com relação aos cromossomos B de R. pentamaculata parece ter
origem recente no gênero e assim como a maioria dos cromossomos B, são
heterocromáticos e o seu comportamento mitico e meiótico são mais instáveis que os
observados em espécies com cromossomos B na subfamília e mesmo dentro da família
Loricariidae.
Figura 1 - Metáfases somáticas de R. pentamaculata do córrego Tauá, contendo
cromossomos B: a) com um cromossomo B; b) com dois B; c) com três B e d) padrão
de distribuição da heterocromatina constitutiva, evidenciando um cromossomo B
totalmente heterocromático. Setas indicando os cromossomos B.
Figura 2 - Metáfases meióticas em metáfase I de R. pentamaculata: a) lula com 28
bivalentes, sem cromossomos B; b) lula com apenas um B e c) lula com três B. As
setas indicam os cromossomos B.
Figura 3Esquema proposto para explicar a origem dos cromossomos B em R.
pentamaculata do córrego Tauá. Rearranjos de fusão cêntrica entre dois cromossomos
acrocêntricos, formando um cromossomo submetacêntrico e fragmentos cêntricos
resultante deste processo, indicando a origem destes cromossomos.
Tabela 1: Número de células diplóide analisada em Rineloricaria pentamaculata do
córrego Tauá, mostrando a ocorrência de microcromossomos B.
Indivíduo
Número de B Total de
células
(Nº) e sexo 0 1 2 3
1M
2F
3M
4F
5M
6F
14 1 1 -
12 4 1 -
15 - - -
18 - - -
16 2 - -
45 7 3 1
16
17
15
18
18
56
Total 125 14 5 1 143
% 87,41 9,79 3,49 0,69
Tabela 2: Número de células haplóides encontradas em machos de R. pentamaculata do
córrego Tauá, evidenciando a ocorrência de cromossomos B.
Indivíduo Número de B Total de
células
(Nº) e sexo 0 1 2 3 4 5 6 7
1M
3M
5M
2 2 - - - - - 1
16 11 4 1 4 - 2 -
5 3 - - - - - -
5
38
8
Total 23 16 4 1 4 0 1 1
51
% 45,9 31,4 7,84 1,96 7,84 3,92 1,96
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