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Universidade Federal de Campina Grande
Centro de Engenharia Elétrica e Informática
Coordenação de Pós-Graduação em Informática
Dissertação de Mestrado
Abordagem Híbrida para Avaliação da Usabilidade de
Dispositivos Móveis
Danilo de Sousa Ferreira
Campina Grande
Janeiro – 2007
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ii
Universidade Federal de Campina Grande
Centro de Engenharia Elétrica e Informática
Coordenação de Pós-Graduação em Informática
Abordagem Híbrida para Avaliação da Usabilidade de
Dispositivos Móveis
Danilo de Sousa Ferreira
Dissertação submetida à Coordenação de
Pós-Graduação em Informática do Centro
de Engenharia Elétrica e Informática da
Universidade Federal de Campina Grande
como requisito parcial para obtenção do
grau de mestre em Informática (MSc).
Profº José Eustáquio Rangel de Queiroz, DSc.
Profª Maria de Fátima Queiroz Vieira Turnell, PhD.
(Orientadores)
Área de Concentração: Ciência da Computação
Linha de Pesquisa: Engenharia de Software
Campina Grande - Paraíba
Janeiro de 2007
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iii
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL DA UFCG
F383
2007
Ferreira, Danilo de Sousa
Abordagem Híbrida para avaliação da usabilidade de dispositivos móveis / Danilo de
Sousa Ferreira. Campina Grande, 2007.
227f.: il.
Referências.
Dissertação (Mestrado em Informática) – Universidade Federal de Campina Grande,
Centro de Engenharia Elétrica e Informática.
Orientadores: José Eustáquio Rangel de Queiroz
Maria de Fátima Queiroz Vieira Turnell.
1 Interfaces com o Usuário 2 Avaliação de Usabilidade 3 Dispositivos Móveis
4 Metodologia Híbrida ITítulo
CDU 004.5
iv
"O único progresso verdadeiro é o progresso
moral. O resto é simplesmente ter mais ou
menos bens."
(José Saramago)
v
Dedico este trabalho a todos aqueles que de
alguma forma torceram por mim. Em especial,
aos meus pais e irmãos.
vi
Agradecimentos
A Deus por dar-me forças para continuar sempre quando mais precisei.
Aos meus pais Natanael e Dalva pelo incentivo, dedicação, confiança e
“cobrança”.
Aos meus familiares, em especial aos meus irmãos Daniel e Samara, pela
preocupação e confiança no meu trabalho.
Aos meus orientadores Eustáquio e Fátima, pela confiança, dedicação,
empenho, apoio e contribuições valiosas que enriqueceram o trabalho.
Ao professor Angelo Perkusich pela ajuda prestada ao disponibilizar recursos
indispensáveis para a realização desta pesquisa.
Aos antigos e novos amigos do PET, pelos bons momentos de descontração
vivenciados.
Aos amigos do LIHM, Yuska e Pedrosa, pelo aprendizado conjunto e
vivência compartilhada durante avaliações de usabilidade.
A todos aqueles que participaram voluntariamente deste trabalho como
usuários de teste.
A todos os funcionários da COPIN, em especial a Aninha.
A todos os professores da COPIN.
Enfim, a todos aqueles que contribuíram, direta ou indiretamente, para a
realização deste trabalho.
vii
Resumo
Este trabalho consistiu na adaptação de uma abordagem híbrida para
avaliação da usabilidade de dispositivos do tipo desktop para dispositivos
móveis. Assim como a abordagem original, esta também é baseada em três
enfoques avaliatórios: (i) inspeção de conformidade; (ii) mensuração do
desempenho; e (iii) satisfação do usuário. A abordagem concentrou-se nos
dois últimos enfoques e nos métodos empregados na avaliação, dadas as
características dos dispositivos móveis. A validação da abordagem consistiu
em um estudo de caso envolvendo a avaliação da usabilidade de um internet
tablet que possibilitou a avaliação do impacto das adaptações realizadas.
Neste estudo, foram comparados os resultados de testes conduzidos no
laboratório e no campo e entre testes laboratoriais conduzidos com o
dispositivo fixado a uma mesa e livre para a locomoção do usuário pelo
laboratório. Este estudo investigou o efeito do grau de mobilidade do
dispositivo sobre a qualidade dos resultados obtidos e, conseqüentemente, a
necessidade de adaptação da metodologia original a este novo contexto de
avaliação.
Palavras-Chaves: interfaces com o usuário, avaliação de usabilidade,
dispositivos móveis, metodologia híbrida.
viii
Abstract
This work aimed to adapt a hybrid approach for evaluating the usability of
desktop applications to mobile ones. It combines (i) standard conformity
assessment; (ii) performance measurement; and (iii) user satisfaction
measurement, as the original approach. The approach focused mainly on the
last two strategies as well as on the evaluation settings and techniques
employed in the evaluation process. Its validation consisted of a case study
involving the usability evaluation of an Internet tablet device. This case study
supports the presentation of the proposed evaluation method as well as the
discussion of the impact of device mobility on the evaluation results. In this
research, device mobility was the focal aspect of the study and was analysed
through the comparison between the laboratory and field evaluation.
Keywords: user interfaces, usability evaluation, mobile devices, hybrid
approach.
ix
Lista de Figuras
Figura 1 - Número de assinantes do serviço móvel pessoal e número de computadores
em uso no Brasil. ............................................................................................16
Figura 2 - Relacionamento dos termos móvel, portátil e sem fio. ............................30
Figura 3 - Classificação dos dispositivos móveis. .................................................. 31
Figura 4 - Classificação da computação pessoal. ..................................................32
Figura 5 - Telefones celulares: (a) SonyEricsson W800; (b) Nokia 1100; e (c)Motorola
V635. ............................................................................................................36
Figura 6 - Pagers: (a) RIM Wireless Handheld; e (b) Motorola Timeport P935...........37
Figura 7 - PDA: (a) Tugsten T5; e (b) Palm Zire 72. .............................................37
Figura 8 - Smartphones: (a) PalmOne Treo 650; e (b) Sony Ericsson P800..............38
Figura 9 - Tablets: (a) Acer TravelMate 100; e (b) Nokia 770 Internet Tablet. .......... 39
Figura 10 - Telas de visualização. a) Tungsten T5; b) SonyEricsson T610 ................ 41
Figura 11 - Teclado numérico em telefones celulares. ...........................................42
Figura 12 - Teclado QWERTY (a) RIM Wireless Handheld; e (b) Stowaway XT Ultra-
Thin Portable Keyboard. ..................................................................................44
Figura 13 - Teclado Fastap
TM
.............................................................................45
Figura 14 - Teclado QWERTY em tela - Nokia 770 Internet Tablet. .......................... 45
Figura 15 – Reconhecimento de escrita - Nokia 770 Internet Tablet. .......................46
Figura 16 - (a) VKB Virtual Keyboard; e (b) Senseboard Virtual Keyboard................47
Figura 17 – Equipamento utilizado nos ensaios de interação realizados em campo por
Betiol (2004). .................................................................................................58
Figura 18 – Tripé para fixação de câmera (Weiss, 2002). ......................................59
Figura 19 – Equipamentos para condução de testes em campo. No detalhe, micro-
câmeras acopladas ao......................................................................................60
Figura 20 - Descrição da abordagem híbrida proposta por Queiroz (2001). ..............71
Figura 21 - Descrição da abordagem híbrida adaptada para avaliação de dispositivos
móveis...........................................................................................................75
Figura 22 - Indicadores de usabilidade da abordagem híbrida adotada. ................... 86
Figura 23 – Nokia 770 Internet Tablet ................................................................88
Figura 24 – Visão frontal do Nokia 770 Internet Tablet..........................................90
Figura 25 – Visão superior do Nokia 770 Internet Tablet. ...................................... 90
Figura 26 - Tela do Nokia 770 Internet Tablet......................................................91
Figura 27 – Padrões utilizados na inspeção de conformidade.................................. 92
Figura 28 – Laboratório de Interface Homem-Máquina.......................................... 94
Figura 29 – Metodologia adotada para condução da avaliação. ...............................95
Figura 30 – Teste-piloto em ambiente laboratorial.............................................. 106
Figura 31 – Equipamento de gravação para teste de campo................................. 107
Figura 32 – Atividades realizadas na condução do ensaio de interação. ................. 109
Figura 33 – Equipamento de suporte para micro-câmera..................................... 110
Figura 34 – Distribuição numérica das falhas detectadas aos ambientes de realização
dos testes. ................................................................................................... 120
Figura 35 – Distribuição numérica das falhas detectadas às categorias de usuários. 122
Figura 36 – Hipóteses do experimento.............................................................. 132
Figura 37 – Hipóteses do experimento.............................................................. 141
x
Figura 38 – Distribuição numérica do Grau de Instrução dos respondentes. ........... 145
Figura 39 – Distribuição numérica do Sexo dos respondentes. ............................. 145
Figura 40 – Distribuição numérica da Destreza Manual dos respondentes. ............. 145
Figura 41 – Distribuição numérica do Uso de Corretivos Visuais dentre os
respondentes................................................................................................ 146
Figura 42 – Distribuição numérica da Faixa Etária dos respondentes..................... 146
Figura 43 – Distribuição numérica da Plataforma Computacional mais utilizada pelos
respondentes................................................................................................ 147
Figura 44 – Distribuição numérica do nível de Conhecimento em Informática dos
respondentes................................................................................................ 147
Figura 45 – Distribuição numérica da Freqüência de Uso do Produto. .................... 148
Figura 46 – Distribuição numérica da Experiência Prévia com Produtos Similares.... 148
xi
Lista de Quadros
Quadro 1 – Classificação dos dispositivos computacionais.............................................35
Quadro 2 – Diferenças entre telefones celulares, pagers, PDAs, smartphones e tablets. ... 39
Quadro 3 – Comparação entre as técnicas multi-tap e T9
®
. .......................................... 43
Quadro 4 – Técnicas para Ensaio de Usabilidade. (1/2) ................................................ 54
Quadro 4 – Técnicas para Ensaio de Usabilidade. (2/2) ................................................ 55
Quadro 5 - Técnicas para Inspeções de Usabilidade. .................................................... 56
Quadro 6 – Principais estratégias para realização de ensaios de interação com dispositivos
móveis...................................................................................................................64
Quadro 7 – Métodos emergentes para avaliação de dispositivos e sistemas móveis. ........65
Quadro 8 – Procedimento de teste de usabilidade desenvolvido por Rubin (1994). .......... 66
Quadro 9 – Generalização da Abordagem Metodológica (Queiroz, 2001)......................... 68
Quadro 10 – Procedimento metodológico seguido por Betiol (2004)............................... 69
Quadro 11 – Síntese do conteúdo das partes que compõem o padrão ISO 9241.............. 77
Quadro 12 – Generalização da abordagem metodológica. ............................................. 80
Quadro 13 - Atributos do contexto de uso. .................................................................84
Quadro 14 – Exemplos de indicadores de usabilidade...................................................85
Quadro 15 – Características do Nokia 770 Internet Tablet ............................................89
Quadro 16 – Características dos perfis de usuários de teste.......................................... 96
Quadro 17 – Aspectos gerais do ensaio de interação....................................................99
Quadro 18 – Aspectos específicos relativos ao teste de usabilidade.............................. 100
Quadro 19 – Aspectos específicos relativos à sondagem do perfil e da satisfação dos
usuários. .............................................................................................................. 101
Quadro 20 – Síntese do planejamento das tarefas de teste......................................... 102
Quadro 21 – Síntese do planejamento da sondagem do usuário. ................................. 104
Quadro 22 – Síntese do planejamento das tarefas de teste para o teste-piloto. ............. 106
Quadro 23 – Materiais utilizados nos testes de usabilidade ......................................... 111
Quadro 24 – Tipos de Dados Coletados .................................................................... 113
Quadro 25 – Recomendações não adotadas no Nokia 770 Internet Tablet..................... 115
Quadro 26 – Falhas e Parecer sobre o Nokia 770 Internet Tablet com base na inspeção de
conformidade........................................................................................................ 117
Quadro 27 – Sumário das falhas detectadas na mensuração do desempenho................ 119
Quadro 28 – Síntese da Classificação dos Problemas.................................................. 119
Quadro 29 – Classificação dos problemas encontrados na mensuração do desempenho.. 120
Quadro 30 – Associação das falhas aos ambientes de teste e perfis de usuários. ........... 121
Quadro 31 – Correlações mais fortes identificadas..................................................... 131
Quadro 32 – Variáveis selecionadas para o teste F ANOVA fator único.......................... 131
Quadro 33 – Correlações mais fortes identificadas..................................................... 140
Quadro 34 – Variáveis selecionadas para o teste F ANOVA fator único.......................... 140
Quadro 35 – Análise do indicador de satisfação subjetiva do USE. ............................... 153
Quadro 36 – Sumário das falhas detectadas no processo de sondagem da satisfação dos
usuários. .............................................................................................................. 155
Quadro 37 – Confronto dos resultados obtidos a partir dos diferentes enfoques avaliatórios
(1/2). .................................................................................................................. 157
xii
Lista de Tabelas
Tabela 1 – Índices de aplicabilidade dos padrões utilizados.................................. 116
Tabela 2 – Taxas de Adoção............................................................................ 116
Tabela 3 – Indicadores quantitativos coletados a partir do teste de usabilidade. ..... 125
Tabela 4 – Valores mínimos e máximos associados a cada indicador quantitativo.... 126
Tabela 5 – Síntese das estasticas univariadas.................................................. 129
Tabela 6 – Matrizes de correlação. ................................................................... 130
Tabela 7 – Resultados da aplicação do teste F ANOVA fator único......................... 133
Tabela 8 – Indicadores quantitativos coletados a partir do teste de usabilidade. ..... 136
Tabela 9 – Valores mínimos e máximos associados a cada indicador quantitativo.... 137
Tabela 10 – Síntese das estatísticas univariadas. ............................................... 138
Tabela 11 – Matrizes de correlação. ................................................................. 139
Tabela 12 – Resultados da aplicação do teste F ANOVA fator único. ...................... 142
Tabela 13 – Síntese dos resultados da sondagem do perfil dos usuários. ............... 144
Tabela 14 – Síntese dos resultados da sondagem da satisfação dos usuários (1/4). 150
xiii
Sumário
Capítulo 1 – Considerações Iniciais ...............................................................15
1.1 Introdução............................................................................................ 15
1.2 Motivação e Justificativa da Pesquisa........................................................ 18
1.3 Objeto da Pesquisa ................................................................................ 20
1.4 Objetivos da Pesquisa ............................................................................ 21
1.4.1 Geral ............................................................................................. 22
1.4.2 Específicos...................................................................................... 22
1.5 Organização do Documento..................................................................... 22
Capítulo 2 – A Usabilidade e os Dispositivos Móveis ......................................24
2.1 Usabilidade........................................................................................... 24
2.1.1 Usabilidade de Software ................................................................... 25
2.1.2 Usabilidade como Fator Determinante de Sucesso ................................ 27
2.2 Caracterização dos Dispositivos Móveis..................................................... 28
2.2.1 Definições ...................................................................................... 28
2.2.2 Classificação dos Dispositivos de Computação Pessoal........................... 30
2.2.2.1 Desktop ................................................................................... 32
2.2.2.2 Laptop ..................................................................................... 33
2.2.2.3 Palmtop ................................................................................... 33
2.2.2.4 Handheld.................................................................................. 34
2.2.2.5 Wearable.................................................................................. 34
2.2.3 Características dos Dispositivos Móveis ............................................... 40
2.2.3.1 Telas de Visualização ................................................................. 40
2.2.3.2 Entrada de Dados ...................................................................... 41
2.3 Usabilidade de Dispositivos Móveis ........................................................... 47
2.3.1 Internet Móvel x Internet Estática ...................................................... 48
2.3.2 Contexto de Uso.............................................................................. 49
2.3.3 Principais Problemas com os Dispositivos Móveis.................................. 51
2.4 Métodos de Avaliação de Interfaces Usuário-Computador ............................ 52
2.5 Avaliação da Usabilidade de Dispositivos Móveis......................................... 56
2.5.1 Abordagens para Avaliação da Usabilidade de Dispositivos Móveis .......... 57
2.5.2 Procedimentos Metodológicos de Avaliação de Usabilidade..................... 65
Capítulo 3 – A Metodologia para Avaliação de Dispositivos Móveis................70
3.1 A Metodologia Original............................................................................ 70
3.1.1 Enfoques Avaliatórios ....................................................................... 71
3.1.1.1 Inspeção da Conformidade de um Produto a um Padrão .................. 71
3.1.1.2 Mensuração do Desempenho do Usuário ....................................... 72
3.1.1.3 Sondagem da Satisfação Subjetiva do Usuário ............................... 73
3.1.2 Discussão ....................................................................................... 74
3.2 A Abordagem Híbrida de Avaliação para Dispositivos Móveis ........................ 75
3.2.1 Inspeção de Conformidade................................................................ 75
3.2.1.1 Padrões ISO.............................................................................. 76
3.2.1.2 Padrões ITU.............................................................................. 78
3.2.2 Mensuração do Desempenho ............................................................. 79
3.2.3 Sondagem da Satisfação Subjetiva..................................................... 79
3.2.4 Metodologia Adotada........................................................................ 79
3.2.4.1 Planejamento dos Experimentos Avaliatórios ................................. 80
3.2.4.2 Treinamento do Universo Amostral............................................... 81
3.2.4.3 Elaboração do Material do Ensaio ................................................. 81
3.2.4.4 Condução do Ensaio e Coleta de Dados......................................... 82
3.2.4.5 Tabulação e Análise dos Dados Coletados...................................... 82
3.2.4.6 Apresentação dos Resultados ...................................................... 83
3.3 O Padrão ISO 9241-11 e a Abordagem brida........................................... 83
xiv
Capítulo 4 – O Estudo de Caso .......................................................................87
4.1 O Produto-alvo...................................................................................... 87
4.1.1 Nokia 770 Internet Tablet ................................................................. 88
4.1.2 Escopo de Avaliação do Produto......................................................... 89
4.2 A Inspeção de Conformidade................................................................... 91
4.3 Mensuração do Desempenho e Sondagem da Satisfação do Usuário.............. 93
4.3.1 Contextos de Uso ............................................................................ 93
4.3.2 Metodologia Adotada........................................................................ 95
4.3.2.1 Planejamento dos Experimentos Avaliatórios ................................. 95
4.3.2.2 Treinamento do Universo Amostral..............................................101
4.3.2.3 Elaboração do Material do Ensaio................................................101
4.3.2.4 Condução do Ensaio e Coleta de Dados........................................108
4.3.2.5 Tabulação e Análise dos Dados Coletados.....................................111
4.3.2.6 Apresentação dos Resultados .....................................................112
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados............................... 113
5.1 Resultados da Inspeção de Conformidade ................................................113
5.2 Resultados da Mensuração do Desempenho..............................................118
5.2.1 Problemas Identificados a partir da Mensuração do Desempenho do Usuário
............................................................................................................118
5.2.2 Análise dos Indicadores Quantitativos................................................123
5.3 Resultados da Sondagem da Satisfação do Usuário....................................143
5.3.1 Resultados da Análise do Perfil dos Usuários.......................................143
5.3.2 Resultados da Análise da Satisfação dos Usuários................................149
5.4 Síntese dos Resultados Apresentados ......................................................156
Capítulo 6 – Considerações Finais ...............................................................161
6.1 Visão Contextual da Pesquisa .................................................................161
6.2 Conclusões ..........................................................................................162
6.3 Proposições para Trabalhos Futuros.........................................................164
Referências Bibliográficas ........................................................................... 166
Anexo A – Material de Treinamento.............................................................175
Anexo B - Cadastro de Participação.............................................................177
Anexo C - Documento de Aceitação das Condições de Teste ........................178
Anexo D - Termo de Confidencialidade ........................................................179
Anexo E - Questionário para Delineamento do Perfil ...................................180
Anexo F - Questionário para Sondagem da Satisfação.................................182
Anexo G - Roteiro das Tarefas de Teste – Versão Avaliador......................... 186
Anexo H - Roteiro das Tarefas de Teste – Versão Usuário ...........................194
Anexo I - Ficha de Registro de Eventos .......................................................199
Anexo J - Guia para Entrevista Não Estruturada .......................................... 201
Anexo K - Lista de Inspeção ISO 9241 – Parte 14.....................................202
Anexo L - Lista de Inspeção – ISO 9241 – Parte 16.....................................211
Anexo M - Lista de Inspeção – ISO 9241 – Parte 17 ....................................215
Anexo N – Falhas Detectadas no Processo de Inspeção de Conformidade ...222
Anexo O – Falhas Detectadas no Processo de Mensuração do Desempenho 225
Anexo P – Sugestões de Melhoria no Produto.............................................. 227
15
Capítulo 1 – Considerações Iniciais
Neste capítulo, apresenta-se uma visão global da importância da avaliação da
usabilidade de dispositivos móveis e, conseqüentemente, da importância da
investigação de abordagens metodológicas para avaliação da usabilidade desta
categoria de dispositivos.
1.1 Introdução
Nos últimos anos, as atividades cotidianas de indivíduos do mundo inteiro vêm
exigindo cada vez mais o uso de aplicações e/ ou dispositivos computacionais.
São várias as tarefas apoiadas por tecnologias computacionais, dentre as
quais podem ser mencionadas: transações bancárias, compras, pesquisas e
serviços de comunicação.
Segundo Rosson e Carroll (2002), as tecnologias atuais têm evoluído na
direção da computação ubíqua
1
(e.g. handhelds, palmtops e celulares). Estes
dispositivos integram a computação móvel, i.e. atividades auxiliadas por
computador (computer-based) que podem ser executadas quando os usuários
não estão nos seus locais de trabalho.
Diante da evolução dos dispositivos computacionais e das tecnologias de
um conceito estático
2
para um contexto móvel, torna-se perceptível a adoção
crescente de dispositivos móveis, dentre os quais se destacam os celulares,
que vêm se tornando cada vez mais populares.
Alguns dos mais importantes avanços na computação ubíqua vêm
ocorrendo na indústria de telecomunicações (Rosson & Carroll, 2002). Além do
mercado de telefonia celular e dos seus serviços, constata-se um aumento
considerável na comercialização de PDA (Personal Digital Assistants) e
smartphones
3
.
Através da variedade de serviços fornecidos, tais como e-mail, acesso
remoto a dados, acesso à Internet, e-business e e-commerce, configuração
remota de dispositivos, aplicações de entretenimento, além de chamadas
1
Em 1991, Weiser (1991) usou o termo computação ubíqua para descrever uma visão do futuro, na qual os
computadores estariam integrados ao mundo, auxiliando os usuários nas suas tarefas diárias.
2
Sem mobilidade, sem portabilidade.
3
Dispositivos que agregam funcionalidades de PDA e de telefones celulares.
16
telefônicas, os dispositivos móveis atingem cada vez mais usuários. Segundo
dados divulgados pela ANATEL
4
(2006), em dezembro de 2006 o Brasil atingiu
a marca de 99,9 milhões de acessos móveis, gerando uma densidade de 53,2
celulares a cada 100 habitantes. No mesmo mês, o país tinha em 2004 65,6
milhões de assinantes, o que representa um crescimento de mais de 52%.
Através da Figura 1 é possível visualizar uma comparação entre o número de
assinantes do serviço móvel pessoal e o número de computadores em uso no
Brasil. Em contrapartida, a previsão é que somente em 2009, o Brasil venha a
atingir a marca de 50 milhões de computadores (Braun, 2006; Cruz, 2006).
Figura 1 - Número de assinantes do serviço móvel pessoal e número de
computadores em uso no Brasil.
Fonte: ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações; (Braun,2006); (Cruz,2006)
A grande difusão do mercado dos dispositivos móveis, inclusive superior
à difusão de computadores desktop, significa que cada vez mais indivíduos de
diferentes localidades e de níveis culturais e contextos de uso os mais
diversificados sejam potenciais consumidores. Este fato, aliado à adoção de
tais dispositivos como ferramenta de trabalho em diversos setores (e.g.
vendas, turismo, construção civil), tem impulsionado o interesse de grupos de
pesquisa, fabricantes e prestadores de serviço em aspectos relativos à
4
Agência Nacional de Telecomunicações
Número de Assinantes de Serviço Móvel Pessoal
Número de computadores em uso
(em milhões)
99,9
90,6
86,2
65,6
39,2
32
30
24
0
20
40
60
80
100
120
dez/04 dez/05 abr/06 dez/06
Nº de assinantes Nº de computadores em uso
(previsão)
17
usabilidade destes dispositivos.
Portanto, os dispositivos móveis e suas aplicações, em especial os
celulares, são atraentes em termos de oportunidade e nichos de pesquisa,
tanto em nível de projeto quanto de avaliação
da interação com o usuário.
A crescente utilização destas novas tecnologias impõe novos desafios
técnicos e metodológicos à avaliação da usabilidade
de sistemas e dispositivos
móveis, principalmente no que diz respeito à realização de estudos empíricos
em ambientes naturais. É necessário salientar que a mobilidade de um usuário
implica o tráfego por entre ambientes os mais diversos, além de sua
movimentação física em cada um desses ambientes e da rápida alteração de
características contextuais conseqüente. Isto acarreta mais complexidade à
interação do usuário com o sistema e ao processo de coleta de dados pelo
analista (Salembier et al., 2005).
São vários os desafios a serem vencidos no tocante a estes dispositivos,
tais como dimensões da tela e do teclado, custos de conexão à Internet,
mecanismos de ajuda e possibilidades de navegação. É importante evidenciar
que aspectos relacionados à usabilidade do produto, assim como as
características funcionais, devem ser considerados desde as fases iniciais do
ciclo de desenvolvimento do produto, pois a incorporação de tais aspectos
durante todas as fases do desenvolvimento tem seus custos justificados pela:
minimização de alterações de projeto em estágios avançados do processo,
redução de gastos com treinamento, aumento da produtividade, redução do
número de erros cometidos pelo usuário e redução da necessidade de suporte
técnico.
O crescimento da importância do papel da usabilidade no
desenvolvimento de produtos de software pode ser fortalecido pelo crescente
aumento do percentual de orçamento de projeto destinado aos aspectos de
usabilidade. Queiroz (2001) relatou que, em cerca de 20 anos, o percentual
médio do orçamento gasto com aspectos relacionados à usabilidade de
sistemas cresceu cerca de 100%, partindo de uma estimativa de 3% em 1971
para 6% em 1993. Segundo Nielsen (2003), os projetos gastam em média
10% do seu orçamento com usabilidade.
Então, diante dos novos desafios impostos pelo crescente uso destas
novas tecnologias e pela ascensão da importância do aspecto de usabilidade
no desenvolvimento de produtos, mostra-se pertinente a concepção de uma
18
metodologia adequada à avaliação da usabilidade de dispositivos móveis
visando garantir vantagens competitivas aos produtos.
1.2 Motivação e Justificativa da Pesquisa
A incorporação sempre crescente de produtos de software e hardware às
atividades humanas do cotidiano atual e, conseqüentemente, a demanda por
funcionalidades e características cada vez mais complexas, têm tornado
extremamente importante a investigação da forma como se dá a interação do
usuário com tais produtos. Assim, a consideração do aspecto usabilidade
como
princípio de projeto vem se consolidando como um fator diretamente
relacionado ao sucesso de produtos.
A partir do momento no qual as tecnologias direcionam-se para o
surgimento de um novo tipo de dispositivo ou de mecanismos e modos de
interação, a investigação desse novo modo de interação passa a ser um
importante alvo de estudo. Deste modo, a miniaturização e a mobilidade dos
dispositivos computacionais, fatores passíveis do comprometimento do modo
de interação e da geração de novas formas de uso, impõem novos desafios às
atuais tendências dos processos interativos homem-máquina.
Adicionalmente, o processo de globalização que se instaurou no mundo
atual tem propiciado a disponibilização simultânea de vários produtos em
diferentes mercados internacionais, sem a devida apreciação de aspectos
socioculturais e antropométricos de suas populações (Queiroz, 2001). Além do
que, conforme ressaltado por vários pesquisadores, e.g. Kim et al. (2002) e Po
(2003), o contexto de uso influencia diretamente no modo como os usuários
interagem com sistemas e dispositivos computacionais. Eis porque se tornam
nichos de pesquisa bastante promissores a investigação de tais contextos de
uso e a simulação de ambientes de testes o mais próximo possível dos
ambientes reais, conjuntamente à concepção de novas técnicas e métodos de
avaliação da usabilidade.
Segundo Mallick (2003), as experiências mostram que os seres
humanos sempre interagem com sistemas de formas inusitadas. Uma vez que
a previsão de tais formas de interação não é uma tarefa trivial, a realização de
testes constitui uma atividade crítica para a garantia da usabilidade do
software/ hardware associado ao contexto de uso considerado. Neste
contexto, a inclusão de usuários reais nos testes é imprescindível para o
19
delineamento do perfil do usuário, e a conseqüente adequação dos produtos a
ele destinados.
A customização de produtos a perfis específicos de consumidores não
constitui, na maioria dos casos, uma alternativa economicamente viável do
ponto de vista do fabricante. Todavia, algumas características podem adequar-
se a recomendações contidas em padrões nacionais/ internacionais, como
ocorre com produtos de diversas áreas do setor industrial (e.g. produtos da
indústria automobilística).
É fato que as metodologias de avaliação da usabilidade de tais
dispositivos ainda não estão consolidadas. Vários estudos têm sido realizados,
sobretudo nos últimos anos, a fim de confrontar diferentes estratégias de
avaliação, evidenciando seu potencial e suas limitações a partir de alguns
indicadores, tais como o número e a natureza dos problemas identificados, o
tempo de execução dos procedimentos metodológicos, e a relação custo/
benefício (Betiol, 2004).
O estado da arte na avaliação da usabilidade de produtos permite
verificar a focalização de diferentes iniciativas de pesquisa na área de
dispositivos móveis, e.g. uso em ambientes específicos (Bowden et al., 2003);
atenção do usuário durante o uso (Kjeldskov, 2005); e a comparação de
abordagens avaliatórias de tais dispositivos (Betiol, 2004).
Kjeldskov e Stage (2004) identificaram 114 artigos relacionados à
interação de sistemas móveis, dos quais 1,7% tratavam apenas de aspectos
gerais de avaliação, 31,6% não conduziram testes de usabilidade, 13,1% não
descreveram como realizaram tais testes, 9,7% conduziram as avaliações
através de um simulador, 38,6% utilizaram técnicas tradicionais de avaliação
e apenas 5,3% utilizaram novas técnicas de avaliação. Tais percentuais
revelam um cenário ainda incipiente relacionado às pesquisas de usabilidade
em dispositivos móveis.
Não foram encontradas na literatura iniciativas para o desenvolvimento
de uma abordagem metodológica específica para dispositivos móveis baseada
em várias facetas de avaliação. Assim sendo, constitui-se uma contribuição
importante a disponibilização de uma abordagem desta natureza, uma vez que
esta categoria de dispositivos possui características bem distintas daquelas
apresentadas pelos computadores desktop.
20
1.3 Objeto da Pesquisa
Computadores desktop diferenciam-se substancialmente dos dispositivos
móveis no que concerne a vários aspectos, dentre outros: (i) uso; (ii) forma/
dimensões; (iii) mobilidade; (iv) conectividade; (v) mecanismos de entrada;
(vi) tela de visualização; e (vii) capacidades de processamento e
armazenamento. Portanto, supõe-se que as metodologias de avaliação para
sistemas desktop não podem ser aplicadas diretamente aos dispositivos
móveis, os métodos de teste precisam ser adaptados.
A possibilidade de acesso a aplicações em ambientes os mais diversos
possíveis tornaram o contexto de uso dos dispositivos móveis uma importante
área de investigação e, conseqüentemente, a investigação da influência das
variáveis contextuais no desempenho do usuário. Segundo Kim et. al. (2002),
tanto aspectos emocionais e físicos, quanto a localização do usuário e a
quantidade de pessoas no ambiente podem causar impacto no uso.
Adicionalmente, algumas pesquisas apontam para aspectos relacionados aos
contextos sociais e culturais nos quais os produtos são utilizados (Nieminen-
Sundell & Väänãnen-Vainio-Matilla, 2003).
Várias limitações e falhas podem ser percebidas na maioria dos testes
de usabilidade conduzidos em dispositivos móveis. Algumas estão relacionadas
a fatores orçamentários, tecnológicos ou mesmo de recursos humanos,
enquanto outras estão relacionadas à falta de adequação das metodologias
empregadas. E, uma vez que adaptação seja implantada, é necessário
investigar o impacto desta adaptação nos resultados.
Os resultados de alguns estudos realizados apresentam-se
estatisticamente insignificantes, pois além dos testes serem aplicados a um
número restrito de usuários, os dados coletados não são submetidos a um
processamento estatístico adequado (Waterson et al., 2002; Klockar et al.,
2003; Weiss, 2002). Outros estudos não consideram o caráter móvel de tais
dispositivos, aplicando métodos de avaliação tradicionais (Duda, 2001; Klockar
et al., 2003; Trigenix, 2004; Weiss, 2002).
Percebe-se, portanto, que não se encontra na literatura da área relatos
de aplicação de uma metodologia específica para a avaliação da usabilidade de
dispositivos móveis que considere as peculiaridades de tais dispositivos e
apresente resultados estatisticamente representativos.
21
Diante disso, o propósito deste trabalho é conceber uma abordagem de
avaliação que contemple métodos e técnicas adequadas às características dos
dispositivos móveis. E, além disso, investigar o impacto da incorporação
destas estratégias de avaliação.
O Grupo de Interfaces Homem-Máquina do DEE-DSC/UFCG (GIHM),
através do Laboratório de Interfaces Homem-Máquina (LIHM), utiliza em suas
atividades de avaliação de usabilidade de produtos de software/ hardware uma
abordagem híbrida fundamentada em três enfoques, a saber: (i) mensuração
do desempenho do usuário ao utilizar o produto; (ii) sondagem da satisfação
subjetiva do usuário no tocante ao produto; e (iii) inspeção da conformidade
do produto a padrões.
Uma vez que esta abordagem metodológica foi concebida visando à
avaliação da usabilidade de aplicações desktop (produtos interativos estáticos,
i.e. sem mobilidade), afigura-se pertinente a investigação da adequação desta
metodologia para avaliação da usabilidade de aplicações móveis.
Neste contexto, também foram investigadas estratégias e métodos a
serem incorporados ou suprimidos da metodologia original de forma a adequá-
la aos dispositivos móveis. Também foi investigado o impacto de tais
estratégias na abordagem híbrida, no tocante à condução da avaliação e dos
resultados alcançados (e.g. avaliação laboratorial e de campo, imobilidade ou
mobilidade do dispositivo avaliado em avaliações laboratoriais, adequação de
padrões internacionais).
Para tanto, formularam-se duas hipóteses principais a serem
investigadas:
H1: Os dados coletados nos testes de campo diferenciam-se
daqueles coletados nos testes laboratoriais; e
H2: Os dados coletados em laboratório com o dispositivo afixado a
uma superfície diferenciam-se daqueles coletados nos testes
laboratoriais com o dispositivo livre para o deslocamento do usuário
pelo ambiente de teste.
1.4 Objetivos da Pesquisa
Nesta seção, são descritos o objetivo geral e os objetivos específicos que
nortearam o desenvolvimento desta pesquisa.
22
1.4.1 Geral
Instanciar a metodologia híbrida de avaliação concebida por Queiroz
(2001) de forma a adequá-la à avaliação da usabilidade de dispositivos
móveis.
1.4.2 Específicos
Incorporar à abordagem metodológica original aspectos inerentes aos
dispositivos móveis, de forma a tornar a abordagem híbrida, já
consolidada para sistemas desktop, eficiente e eficaz para esta
categoria de dispositivos;
Disponibilizar uma abordagem de avaliação de interfaces para
dispositivos móveis baseada tanto no estudo analítico (inspeção por
especialistas) quanto empírico (interação usuário-produto);
Considerar aspectos do contexto de uso na definição das técnicas de
avaliação que integrarão a abordagem híbrida instanciada;
Confrontar a natureza das falhas identificadas a partir de cada um
dos enfoques avaliatórios da abordagem híbrida instanciada;
Investigar o impacto das adaptações incorporadas à abordagem de
avaliação.
1.5 Organização do Documento
Este documento está dividido em seis capítulos. Este capítulo (Considerações
Iniciais) tem por objetivo situar o leitor acerca do nicho investigado dentro da
área de pesquisa, mais ampla, de avaliação da usabilidade de produtos.
Adicionalmente, focaliza-se o objeto da pesquisa, assim como os objetivos que
a norteiam. Por fim, esta seção explicita a estrutura deste documento,
apresentando uma descrição sumária dos demais capítulos.
No Capítulo 2, é apresentada uma revisão bibliográfica acerca da
definição de usabilidade sob o ponto de vista de alguns autores, alguns
conceitos relacionados à área de dispositivos móveis são definidos e
apresenta-se uma classificação para os dispositivos de computação pessoal.
Apresenta-se ainda uma revisão na literatura dos métodos, técnicas e
abordagens metodológicas de avaliação da usabilidade, além de uma revisão
23
acerca de pesquisas relacionadas à usabilidade de dispositivos móveis.
No Capítulo 3, a metodologia híbrida de avaliação da usabilidade para
dispositivos móveis é descrita. As abordagens que compõem a metodologia
(Inspeção de conformidade, Mensuração do desempenho e Sondagem da
satisfação do usuário) são apresentadas de maneira detalhada, justificando-se
cada método, instrumento, documento, equipamento e estratégia utilizada.
O Capítulo 4 contém o estudo de caso escolhido para a validação da
abordagem de avaliação da usabilidade de dispositivos móveis, enquanto no
Capítulo 5 são apresentados e discutidos os resultados obtidos com a
aplicação da metodologia ao referido caso.
No Capítulo 6, são apresentadas as conclusões advindas da análise dos
resultados obtidos a partir do estudo de caso considerado. São também
formuladas sugestões de temas para trabalhos futuros nesta linha de
pesquisa.
24
Capítulo 2 – A Usabilidade e os Dispositivos
Móveis
Este capítulo tem como propósito apresentar algumas visões clássicas de
usabilidade, introduzir conceitos relacionados ao tema da pesquisa e explicitar
questões inerentes à usabilidade de dispositivos móveis.
Apresenta-se ainda uma revisão bibliográfica das técnicas comumente
empregadas nas avaliações da usabilidade de produtos e uma revisão acerca
dos estudos avaliatórios conduzidos em dispositivos móveis.
2.1 Usabilidade
A evolução das tecnologias tem estimulado cada vez mais os indivíduos a
utilizarem sistemas computacionais em suas tarefas rotineiras. As tendências
atuais da engenharia de sistemas estão direcionadas para estratégias de
concepção e desenvolvimento de sistemas que visem à solução de problemas
reais da sociedade.
Constata-se, em geral, que os custos envolvidos em processos de
desenvolvimento de software estão associados, sobretudo, a quão
adequadamente o software é projetado, codificado e documentado, no que diz
respeito à manutenção, portabilidade, interoperabilidade e atualização, dentre
outros aspectos (Queiroz, 2001).
A partir do momento no qual a satisfação subjetiva do usuário passou a
ser encarada como fator determinante para o sucesso e aceitação de produtos
de software, o usuário passou a ocupar um lugar importante nos processos de
desenvolvimento de software. Assim, surgiram novos enfoques de
investigação que direcionam o processo de desenvolvimento de software para
a usabilidade do produto final, tanto em nível do processo (e.g. surgimento de
várias metodologias de desenvolvimento centradas no usuário (UCD
5
)) quanto
do produto.
Na subseção 2.1.1, Usabilidade de Software, são apresentadas três
visões clássicas da usabilidade enquanto atributo mensurável de produtos.
Na subseção 2.1.2, Usabilidade como Fator Determinante de
5
User centered development (Desenvolvimento centrado no usuário)
25
Sucesso, são mencionados os benefícios advindos da incorporação de
aspectos de usabilidade no ciclo de desenvolvimento de produtos.
2.1.1 Usabilidade de Software
Devido à revolução dos computadores pessoais e à redução dos custos de
hardware, que tem tornado os sistemas computacionais cada vez mais
acessíveis a um número maior de usuários, as interfaces usuário-computador
tornaram-se entidades muito mais significativas do que costumavam ser há
pouco mais de duas décadas. Enquanto há algum tempo apenas especialistas
técnicos desenvolviam sistemas para uso próprio ou para outros especialistas
técnicos, hoje em dia os sistemas são praticamente onipresentes e
desenvolvidos para um segmento crescente de usuários principiantes.
Há cerca de duas décadas, alguns autores já argumentavam que
investir na usabilidade de produtos era tão importante quanto investir em suas
funcionalidades, argumentando que um sistema usável custaria aos usuários,
no mínimo, menos tempo e esforço (Queiroz, 2001).
As visões mais expressivas da usabilidade como princípio de projeto são
as de Shackel (1991), Nielsen (1993) e o padrão ISO
6
9241 (1998).
Shackel (1991) concebeu um modelo de percepção de produtos baseado
na aceitação. Esta aceitação é diretamente dependente da utilidade, da
capacidade de agradar, dos custos e da usabilidade.
A utilidade
refere-se ao mapeamento das necessidades dos usuários
com as funcionalidades do produto; a capacidade
de agradar está relacionada
às avaliações subjetivas do usuário; os custos
estão relacionados aos encargos
econômicos, sociais e organizacionais decorrentes da aceitação do produto; e
a usabilidade
diz respeito à facilidade de utilização prática das funcionalidades
do produto.
É sugerido que alguns critérios sejam satisfeitos para que um sistema
seja considerado usável, tais como:
efetividade - relativa ao tempo gasto e número de erros cometidos
durante a execução das tarefas;
facilidade de aprendizado - relacionada ao desempenho,
quantidade de treinamento e freqüência de uso;
6
International Organization for Standardization.
26
flexibilidade - associada à possibilidade de adaptar-se às tarefas e
aos ambientes; e
atitude mental e comportamental - relativas a aspectos como
fadiga, desconforto, frustração e empenho.
Nielsen (1993) considerou que a aceitação de um sistema podia ser
mensurada a partir de vários critérios, e.g. confiabilidade, custos,
compatibilidade, aplicabilidade (usefulness). A aplicabilidade, por sua vez, foi
definida através da utilidade e da usabilidade
do produto. O autor não
apresentou definições descritivas de usabilidade; no entanto, empregou alguns
critérios para esclarecer tal conceito, a saber:
aprendizado - aprender a utilizar um novo sistema deve ser fácil
suficiente para que o usuário comece a usá-lo rapidamente;
eficiência - o sistema deve ser eficiente de tal forma que os usuários
possam atingir uma alta produtividade;
memorização - um usuário ocasional do sistema não precisa
reaprender a utilizar o sistema, o sistema precisa ser intuitivo;
erros - o sistema deve ser facilmente recuperável de erros e deve
parar o usuário quando este cometer erros; e
satisfação - o usuário deve ficar satisfeito com o uso do sistema.
A Parte 11 (Especificações de usabilidade) do padrão internacional ISO
9241 (1998), Ergonomic Requirements for Office Work with Visual Display
Terminals, define usabilidade como a efetividade, eficiência e satisfação com
as quais usuários específicos atingem metas específicas em ambientes
específicos, i.e. em um determinado contexto de uso. Descrevendo-os, tem-
se:
Efetividade - diz respeito à precisão e à completude com a qual os
usuários alcançam metas específicas;
Eficiência - diz respeito aos recursos necessários em face à
completude e precisão para que os usuários alcancem suas metas; e
Satisfação - diz respeito ao conforto e à aceitação do uso do sistema
pelos usuários.
Percebe-se então que Nielsen (1993) e Shackel (1991) consideram a
usabilidade como um aspecto da aceitação de um produto pelo consumidor,
27
i.e. centrados no usuário, enquanto o padrão internacional ISO 9241 (1998)
tem um foco direcionado para a avaliação da qualidade do trabalho (Queiroz,
2001).
2.1.2 Usabilidade como Fator Determinante de Sucesso
A interface é um fator decisivo para aceitação de produtos. Se a
funcionalidade está correta, mas a interface não se comporta de maneira
consistente e adequada, o usuário não ficará satisfeito com a utilização do
produto e, conseqüentemente, o desempenho ao usá-lo também tende a cair.
Em se tratando do mercado de dispositivos móveis, principalmente de
telefones celulares, a usabilidade pode tornar-se um importante diferencial
competitivo.
A usabilidade incipiente de um dispositivo móvel pode implicar várias
conseqüências no tocante ao usuário, dentre as quais: (i) a incapacidade de
completar tarefas de interesse; (ii) a incapacidade de utilizar serviços; e (iii) a
insatisfação com o produto. Infelizmente, nem sempre os usuários podem
distinguir se o problema é causado pela interface do produto, pela conexão de
rede ou pelo serviço utilizado. Para as operadoras de telefonia e para os
provedores de serviço, falhas na usabilidade levam à queda no uso dos
serviços. Para os fabricantes, isto vem a culminar na queda das vendas dos
dispositivos (Ketola & Röykkee, 2002).
A incorporação das várias facetas relativas à usabilidade no
desenvolvimento de um produto conduz a uma variedade de benefícios
potenciais, a saber: (i) minimização de alterações de projeto em estágios
avançados do processo; (ii) minimização de gastos com treinamento dos
usuários; (iii) aumento da produtividade do usuário; (iv) redução do número
de erros cometidos pelos usuários; e (v) redução da necessidade de suporte
para o usuário.
Apesar do teste de usabilidade auxiliar as equipes de desenvolvimento
na identificação de falhas e dificuldades de uso, esta prática tem sido
considerada muito onerosa, pelos gerentes de projeto, com relação ao tempo
e orçamento (Weiss, 2002). Mas esta rejeição é dissonante às várias
estatísticas de casos de sucesso e levantamentos que atestam que nem todos
os ensaios de usabilidade implicam gastos excessivos.
Ainda segundo Weiss (2002), há várias maneiras de controlar os custos
28
ao realizar ensaios deste tipo. Uma das mais utilizadas é a limitação do
número de usuários de teste. Todavia, o autor alerta que ao reduzir
excessivamente o número de participantes nos ensaios, corre-se o risco de
reduzir a quantidade de falhas passíveis de identificação. Por outro lado,
alguns autores, e.g. Nielsen (2000) e Spool (2001), acreditam que para
propósitos avaliatórios cinco usuários são suficientes para detectar
aproximadamente 85% das falhas de usabilidade. Mas, outros autores (e.g.
Faulkner (2003)), já realizaram estudos a fim de desmistificar esta hipótese.
2.2 Caracterização dos Dispositivos Móveis
Há alguns anos, já se percebia um processo de automatização das tarefas
realizadas manualmente. Atualmente, esta automatização continua
acontecendo, no entanto, o que tem causado grande impacto na relação
homem-máquina tem sido a possibilidade de realizar tais tarefas com auxílio
de dispositivos móveis.
Assim, as diversas possibilidades de aplicação dos dispositivos móveis
às tarefas cotidianas vêm impulsionando o número de pesquisas relacionadas
ao uso de tais dispositivos. Todavia, algumas divergências são encontradas
quanto às terminologias e classificações adotadas por diferentes
pesquisadores. O uso incorreto de determinados termos tem levado, por
exemplo, à confusão do que é tipo de dispositivo (classificação) do que é
marca ou família de dispositivo.
O objetivo desta seção é caracterizar o dispositivo adotado no estudo de
caso concebido para validar a metodologia híbrida de avaliação da usabilidade
de dispositivos móveis, que constitue o foco desta pesquisa. Para tanto,
inicialmente são definidos alguns termos que serão utilizados ao longo deste
trabalho (Seção 2.2.1 – Definições), classificam-se os dispositivos de
computação pessoal (Seção 2.2.2 Classificação dos Dispositivos de
Computação Pessoal), além de destacar as principais características da
categoria de dispositivo escolhida para ser foco da metodologia de avaliação
supracitada (Seção 2.2.3 – Características dos Dispositivos Móveis).
2.2.1 Definições
Ao analisar as iniciativas de pesquisa na investigação da usabilidade de
dispositivos móveis percebem-se definições imprecisas, usos incorretos e
29
discordâncias de conceitos. Termos como móvel (mobile), sem fio (wireless),
pervasivo (pervasive) e ubíquo (ubiquitous) têm sido, freqüentemente,
utilizados com conotações distintas. Em algumas situações, alguns desses
termos acabam sendo utilizados de forma inadequada. Portanto, tais
terminologias serão definidas em seguida e, ao longo deste documento, onde
tais termos aparecem estes estarão se referindo à conceituação aqui definida.
Móvel é a habilidade de estar em movimento. Na definição aqui
empregada, móvel é uma característica de algo que pode ser utilizado em
movimento. Portanto, a característica móvel pode ser empregada em um
dispositivo computacional se tal dispositivo pode ser facilmente transportado
de um local para outro enquanto o usuário interage com ele. Ou seja, a
mobilidade é um atributo tanto do dispositivo quanto do usuário.
Aqueles dispositivos que podem ser transportados para qualquer local,
mas exigem que o usuário permaneça parado (sem movimentação) durante a
interação são, nada mais, do que portáteis (i.e. de fácil transporte) (Gorlenko
& Merrick, 2003).
Em muitos casos, conforme apresentado por Mallick (2003), os termos
móvel e sem fio são utilizados de forma inversa. Sem fio (wireless) refere-
se à transmissão de dados através de ondas de rádio. Na Figura 2 é ilustrado
o relacionamento entre a conceituação dos termos móvel, sem fio e portátil.
Há dispositivos (i) móveis sem acesso à transmissão de dados, seja com fio
(wired) ou sem fio (wireless) (e.g. jogos eletrônicos, câmeras e reprodutores
de MP3); (ii) apenas portáteis, mas com transmissão de dados sem fio (e.g.
laptop com acesso wireless à Internet); (iii) desktop (dispositivos
estacionários) com acesso sem fio.
Na categoria de dispositivos sem fio, destacam-se os laptops, tablets,
dispositivos portáteis (e.g. PDA), dispositivos de troca de mensagens, pagers,
telefones celulares e smartphones (DISA, 2005).
O termo computação ubíqua (ubiquitous computing) foi definido,
inicialmente, pela Xerox PARC (Palo Alto Research Center) em 1988, como
uma forma de uso de computadores onde muitos computadores estão
disponíveis no ambiente físico, mas de forma invisível para o usuário (Weiser,
1993). Weiser visualiza um cenário no qual as pessoas interagem com
pequenos dispositivos digitais (e.g. um cartão inteligente ou um assistente
pessoal digital) para dar suporte à realização de suas tarefas diárias (Rosson,
30
2002).
Figura 2 - Relacionamento dos termos móvel, portátil e sem fio.
Conforme comentada por Gorlenko & Merrick (2003), a computação
pervasiva (pervasive computing) tem como objetivo o gerenciamento da
informação e redução da complexidade do trabalho de uma sociedade móvel.
A IBM’s Pervasive Computing define tal termo como “tudo sendo sem fio,
móvel e via voz”.
Gorlenko & Merrick (2003) ainda comentam que a computação ubíqua
enfatiza a invisibilidade dos dispositivos computacionais no ambiente,
enquanto a computação pervasiva enfatiza o poder computacional
proporcionado pela integração de tais dispositivos.
2.2.2 Classificação dos Dispositivos de Computação Pessoal
São perceptíveis as iniciativas de melhorias e evolução dos dispositivos de
computação pessoal no sentido de facilitar cada vez mais a realização de
tarefas diárias de um número cada dia maior de usuários com perfis os mais
diferenciados. Então, pode ser encontrada uma grande variedade de
dispositivos desta natureza. No entanto, verificam-se apenas algumas
iniciativas para classificação de tais dispositivos em categorias bem definidas.
Enquanto Mallick (2003) apresenta uma classificação para os
dispositivos móveis, Gorlenko & Merrick (2003), baseados na classificação
feita por Weiss (2002), apresentam uma classificação mais ampla, uma
Dispositivos com Fio
(wired)
Dispositivos sem Fio
(wireless)
Dispositivos Móveis
(mobile)
Dispositivos Portáteis
Dispositivos Estacionários
31
categorização para os dispositivos de computação pessoal.
Mallick (2003) apresenta uma classificação baseada em 08 (oito)
categorias principais de dispositivos, a saber: (i) Web-enabled phones,
telefones celulares com acesso à Internet; (ii) two-way pagers, dispositivos
para comunicação bidirecional através de mensagens; (iii) low-end smart
phones, telefones celulares com possibilidade de rodar aplicações locais; (iv)
palm-sized PDAs, assistentes pessoais digitais; (v) high-end smart
phones, telefones celulares com suporte a aplicações mais poderosas; (vi)
handheld PCs, similares aos laptops; (vii) tablet PCs, são semelhantes aos
laptops, mas são menores e possuem mecanismos distintos de entrada de
dados; e (viii) notebook/
laptop, semelhantes a computadores desktop,
mas com característica portátil (Figura 3).
Figura 3 - Classificação dos dispositivos móveis.
Fonte: (Mallick, 2003).
Tal classificação foi concebida com o objetivo principal de auxiliar
empresas e profissionais a escolher o dispositivo adequado às necessidades do
negócio específico. Na Figura 3, apresenta-se uma relação entre algumas
categorias da classificação concebida por Mallick (2003). Observa-se que o
formato pirâmide de tal figura mostra que a difusão no mercado de
determinada categoria de dispositivos está diretamente relacionada ao custo
desta.
Antoniac (2005) classificou os dispositivos móveis em cinco categorias,
a saber: (i) wearable, compreende os dispositivos que podem ser “vestidos”
pelo usuário; (ii) remoto, que engloba os dispositivos de comunicação que
Tablet PCs
Handheld PCs
High-end smart phones
Palm-sized PDAs with integrated wireless
Palm-sized PDAs
Low-end smart phones
Web-enabled phones
Aumento de
preço
Aumento de
dispositivos
vendidos
32
acessam recursos remotos; (iii) portátil, associada àqueles dispositivos
passíveis de mobilidade, apesar de não serem suficientemente pequenos para
caber nas mãos do usuário (e.g. laptop); (iv) handheld, associada aos
dispositivos móveis operáveis na mão do usuário (e.g. PDA); e (v) ubíquo, que
compreende os dispositivos invisíveis ao usuário, mas que lhes servem de
auxílio em tarefas que requerem mobilidade.
A classificação adotada neste trabalho será baseada em dois tipos de
categorizações: primeiramente, serão categorizados os dispositivos de
computação pessoal; e, em seguida, na categoria computação pessoal serão
apresentados os dispositivos que se enquadram nesta categoria. Na Figura 4,
retrata-se a classificação da computação pessoal, concebida por Gorlenko &
Merrick (2003), através de 5 categorias distintas de dispositivos.
Observa-se, através da Figura 4, que o tamanho do dispositivo diminui
à medida que o grau de mobilidade aumenta. Adicionalmente, conforme
ressaltado por Weiss (2002), pode-se perceber que a fronteira entre as
categorias é tênue. Esta interseção entre as categorias mostra que algumas
dificuldades podem ser encontradas ao tentar classificar determinados
dispositivos em apenas uma das categorias. As categorias identificadas na
Figura 4 e descritas em seguida, foram diferenciadas conforme aspectos de
dimensão, peso e grau de mobilidade. Este último aspecto permite analisar a
influência de tal aspecto no modo de interação.
Figura 4 - Classificação da computação pessoal.
Fonte: (Gorlenko & Merrick, 2003).
2.2.2.1 Desktop
Mais acessível e bastante comum em casas e escritórios, um computador
desktop é um dispositivo de computação pessoal projetado para ser,
tipicamente, colocado sobre uma mesa de escritório.
De acordo com Weiss (2002), computadores desktop caracterizam-se,
33
na maioria dos casos, por ter os seguintes componentes: (i) unidade central
de processamento (UCP
7
); (ii) display de visualização, geralmente um terminal
de vídeo; (iii) teclado; (iv) dispositivo de seleção e apontamento, tipicamente
um mouse; e (v) cabos para conexão dos componentes entre si, à Internet e à
energia.
Além das grandes dimensões, o peso e a forma dos computadores
desktop exigem um ambiente adequado para uso. Seus módulos de entrada/
saída e processamento, completamente separados, normalmente precisam
estar sobre uma superfície plana e horizontal para uso. Com relação à
mobilidade, estes são classificados como fixos. O modo de interação é
estacionário, uma vez que ambos, usuário e dispositivo computacional, se
encontram parados durante a interação.
2.2.2.2 Laptop
Um laptop, também chamado de notebook, é um dispositivo de computação
pessoal que tem como principal característica a portabilidade. Geralmente, são
mais caros se comparados a computadores desktop com capacidades
semelhantes.
Muito mais leves e menores do que os computadores desktop,
normalmente do tamanho de uma pasta de documentos e pesando alguns
poucos quilos, os laptops ainda precisam ser apoiados sobre uma superfície
para uso (e.g. uma mesa, ou mesmo o colo do usuário). Basicamente, é
composto por um único módulo, mas é possível fazer conexão de mecanismos
externos de entrada/
saída.
Em relação à mobilidade, estes são classificados como portáteis e não
como móveis, uma vez que durante processo interativo, tanto o usuário
quanto o dispositivo usualmente devem permanecer estacionários.
2.2.2.3 Palmtop
Os palmtops são muito semelhantes aos laptops, mas são significativamente
menores e mais leves. Tipicamente, cabem em um bolso. Se comparados aos
dispositivos das categorias desktop e laptop, palmtops são
significativamente limitados, mas são extremamente úteis para determinadas
funções, e.g. catálogo de endereços e telefones e agenda de compromissos.
7
Equivalente ao termo em inglês CPU – Central processing unit.
34
Composto por um único módulo, a conexão de mecanismos externos de
entrada/
saída é opcional. Em processos interativos rápidos, as mãos do
usuário são suficientes para interagir e segurar o dispositivo. Enquanto em
interações mais duradouras torna-se necessária uma superfície plana para
apoio do dispositivo. Assim sendo, tais dispositivos são, predominantemente,
portáteis e, portanto, estacionários quanto ao modo de interação.
Palmtop computers como tipo de dispositivo computacional não deve
ser confundido com a família de produtos Palm, a qual pertence à categoria
de dispositivos handheld (Gorlenko & Merrick, 2003).
2.2.2.4 Handheld
Os dispositivos classificados nesta categoria são menores e mais leves do que
os dispositivos categorizados anteriormente. Diferentemente dos palmtops,
handhelds não exigem uma superfície de apoio para uso, bastando que o
usuário os segure com uma das mãos. Assim como os laptops e os
palmtops, tais dispositivos são compostos por um único módulo, mas há
possibilidade de conexão com mecanismos externos de entrada/
saída. Quanto
ao grau de mobilidade, estes são classificados como completamente móveis,
dado que o usuário, mesmo em movimento, pode interagir com o dispositivo.
Consequentemente, o modo de interação é móvel.
Os handhelds têm como principais características: (i) portabilidade; (ii)
capacidade de operação sem cabos, exceto temporariamente (e.g. recarga de
bateria, sincronização com outros dispositivos); (iii) manuseio somente com as
mãos, sem necessidade de apoiá-lo sobre uma mesa; e (iv) possibilidade de
inclusão de aplicações ou de suporte de conexão à Internet (Weiss, 2002).
São pertencentes a esta categoria de dispositivos os telefones celulares,
pagers, PDAs, smart phones e tablets. Os dispositivos do tipo tablet, pelo
menos os de maiores dimensões, não são categorizados por Weiss (2002)
como handheld, devido ao seu tamanho. Todavia, neste trabalho os tablets
serão considerados como pertencentes à categoria dos handhelds, pois o seu
modo de interação (móvel) assemelha-se àquele que caracteriza a categoria.
2.2.2.5 Wearable
Dispositivos wearables são componentes essencialmente pequenos e leves o
suficiente para serem “vestidos” pelo usuário para a realização de uma
35
determinada tarefa. É um tipo de dispositivo que está sempre acessível ao
usuário e no qual podem ser executados determinados comandos, enquanto o
usuário realiza outras atividades.
Apesar de alguns dispositivos desta categoria serem compostos por um
único módulo, normalmente, os módulos de entrada/
saída destes dispositivos
são acoplados próximos dos sistemas sensores do usuário (visão e audição) e
dos atuadores (mãos e boca). Portanto, no tocante à característica de
modularidade, pode-se dizer que tais dispositivos são completamente
modularizados.
Por definição, não necessitam de nenhuma outra superfície para apoio
além do corpo do usuário. Portanto, são classificados como completamente
móveis e, por conseguinte, seu modo de interação é móvel.
No Quadro 1, são sumariadas as principais características das cinco
categorias de dispositivos supracitadas, quanto ao grau de mobilidade, o
tamanho e peso, o modo de interação e a modularidade de seus componentes.
Os dispositivos-alvos desta pesquisa, cujo objetivo é propor uma metodologia
de avaliação da usabilidade, são aqueles enquadrados na categoria handheld.
Tal categoria se afigura como o nicho de pesquisa promissor, devido às
características de mobilidade total e, por conseguinte, modo de interação
móvel.
Quadro 1 – Classificação dos dispositivos computacionais.
Categoria do
Dispositivo
Tamanho Físico
Grau de
Mobilidade
Modo de Interação Modularidade
Desktop Grande Fixo Estacionário
Completamente
modularizado
Laptop Médio Portátil Estacionário Módulo único
Palmtop Pequeno Portátil
Predominantemente
estacionário
Módulo único
Handheld Médio/Pequeno Móvel Móvel Módulo único
Wearable Pequeno Móvel Móvel
Completamente
modularizado
Fonte: (Gorlenko & Merrick, 2003).
Ao longo deste documento, o emprego do termo dispositivo móvel se
referirá aos dispositivos contemplados na categoria handheld, a qual engloba
várias famílias de dispositivos, a saber:
36
(A) Telefones celulares
Dentre os dispositivos sem fio, estes são os com maior difusão no mercado
consumidor. Tipicamente, seu uso está associado à realização de chamadas
telefônicas (comunicação vocal), envio de SMS (Short Message Services) e
acesso à Internet Móvel.
Há uma grande variedade de modelos/
famílias de celulares, mas a
entrada de dados é, basicamente, realizada através de: (i) 12 teclas
alfanuméricas; (ii) teclas talk e end; (iii) botão de ligar/
desligar; (iv) 1 ou 2
softkeys, cuja função está associada ao conteúdo exibido no display; e, em
alguns casos, (v) 2 ou 4 teclas direcionais (Weiss, 2002; Lindholm, 2003;
Mallick, 2003). Na Figura 5, são mostrados alguns modelos de celulares
atualmente disponíveis no mercado.
Figura 5 - Telefones celulares: (a) SonyEricsson W800; (b) Nokia 1100; e
(c)Motorola V635.
Fonte: (SonyEricsson, 2005c) © Copyright 2005. SonyEricsson. Todos os direitos reservados.
(Nokia, 2005b) © Copyright 2005. Nokia. Todos os direitos reservados.
(Motorola, 2005b) © Copyright 2005. Motorola. Todos os direitos reservados.
(B) Pagers
Tais dispositivos são usados prioritariamente para envio de pequenas
mensagens textuais via e-mail, i.e. comunicação bidirecional (two-way email
communication), mas também têm algumas características de assistente
pessoal, tais como agenda de contatos e calendário.
A evolução dos pagers tem apontado para a inclusão de novas
aplicações e funcionalidades, tais como navegadores Web, funções vocais,
além de funcionalidades típicas de PDA (Personal Digital Assistants). Todavia,
uma característica que ainda os distingue dos PDA é o mecanismo de entrada,
tipicamente um teclado QWERTY, enquanto nos PDA predomina a tela sensível
ao toque.
(b)
(c)
(a)
37
Na Figura 6, são ilustrados alguns modelos de pagers. É importante não
confundir os pagers com os beepers. Estes últimos são comunicadores
unidirecionais (one-way email communication) com display de visualização de
apenas uma linha (Weiss, 2002).
Figura 6 - Pagers: (a) RIM Wireless Handheld; e (b) Motorola Timeport P935.
Fonte: (RIM, 2005) © Copyright 2005. RIM. Todos os direitos reservados.
(Motorola, 2005a) © Copyright 2005. Motorola. Todos os direitos reservados.
(C) PDA (Personal Digital Assistants)
Tais dispositivos, exemplificados nas ilustrações da Figura 7, têm como uso
básico o armazenamento e a recuperação de informação através dos diversos
aplicativos disponibilizados, tais como catálogo de endereços, calendários, e-
mail, anotações, além de mecanismos de sincronização de dados com
computadores desktop.
Figura 7 - PDA: (a) Tugsten T5; e (b) Palm Zire 72.
Fonte: (PalmOne, 2005c) © Copyright 2005. PalmOne. Todos os direitos reservados.
(PalmOne, 2005a) © Copyright 2005. PalmOne. Todos os direitos reservados.
O principal mecanismo de entrada de dados é o uso da caneta stylus
associada à tela sensível ao toque, mas alguns PDA também trazem teclado
QWERTY. O display de visualização, geralmente colorido, tem cerca de 320 x
(a)
(b)
(a)
(b)
38
240 pixels. Embora sejam parecidos, palmtops não são PDA. Os PDA de
maiores dimensões são ligeiramente menores do que os palmtops, enquanto
os menores modelos são maiores do que os telefones celulares.
(D) Smartphones
Smartphones são dispositivos que possibilitam, além da realização de
chamadas telefônicas tradicionais, a execução de aplicações locais (Mallick,
2003).
Suas dimensões e formas se encontram em uma faixa intermediária
entre os telefones celulares e os PDA. Tipicamente, tais dispositivos têm um
mecanismo de flip para exibir a tela completa e o teclado. Quando fechados,
parecem celulares de grandes dimensões com teclado numérico. Quando
abertos, apresentam telas que podem variar de 640 x 200 a 320 x 240 pixels
e, freqüentemente, possuem um teclado para entrada de dados. Na Figura 8,
são exemplificados alguns modelos de smartphones.
Figura 8 - Smartphones: (a) PalmOne Treo 650; e (b) Sony Ericsson P800.
Fonte: (PalmOne, 2005b) © Copyright 2005. PalmOne. Todos os direitos reservados.
(SonyEricsson, 2005a) © Copyright 2005. SonyEricsson. Todos os direitos reservados.
(E) Tablets
Com relação ao tamanho, estes dispositivos são menores do que os laptops.
Alguns modelos podem alternar os modos de interação entre o uso de um
teclado (semelhante a um laptop) ou tela sensível ao toque (típico de tablets).
Na Figura 9, são exibidos alguns modelos de tablets.
(a)
(b)
39
Figura 9 - Tablets: (a) Acer TravelMate 100; e (b) Nokia 770 Internet Tablet.
Fonte: (Acer, 2005) © Copyright 2005. Acer. Todos os direitos reservados.
(Nokia, 2005a) © Copyright 2005. Nokia. Todos os direitos reservados.
No Quadro 2, sumariam-se as principais características dos dispositivos
classificados neste documento como dispositivos móveis e comentados nos
parágrafos anteriores.
Quadro 2 – Diferenças entre telefones celulares, pagers, PDAs, smartphones
e tablets.
Dispositivo Principal Função
Mecanismo de
Entrada
Tamanho da Tela
Tamanho
Físico
Telefone
Celular
Ligações telefônicas Teclado Numérico Muito pequena.
Geralmente, 12
caracteres por 4 linhas.
Pequeno
Pager
Envio de mensagens
textuais
Teclado QWERTY Varia de 1 linha por 16
caracteres até 160 x
160 pixels
Pequeno
PDA
Armazenamento e
recuperação de
informação
Tela sensível ao toque 160 x 160 pixels é
comum, mas são
geralmente maiores
Médio
Smartphone
Ligações telefônicas;
Armazenamento e
recuperação de
informação
Teclado Numérico;
Teclado para entrada de
dados textuais
De 640 x 200 a 320 x
240 pixels
Médio
Tablet
Armazenamento e
recuperação da
informação
Tela sensível ao toque Até 1024 x 768 pixels Grande
Fonte: Adaptado de Weiss, S. Handheld usability. John Wiley & Sons, LTD, 2002, p. 22.
Diante da constante evolução dos dispositivos móveis, à medida que
novos produtos são lançados no mercado, é importante ressaltar que tanto as
categorias quanto a classificação das famílias de dispositivos segundo estas
categorias são passíveis de mudanças. Neste sentido, vale a pena ressaltar
que, uma vez que os dispositivos têm sido lançados no mercado com uma
convergência cada vez maior de funcionalidades, sua classificação com base
neste aspecto tende a ser modificada.
(a)
(b)
40
2.2.3 Características dos Dispositivos Móveis
Os dispositivos móveis, i.e. os dispositivos categorizados como handhelds,
podem ser identificados a partir de uma série de características, conforme
visto no Quadro 1. Estas características impactam diretamente o modo de
interação dos usuários com tais dispositivos. E, consequentemente, tais
especificidades irão exigir mudanças nas estratégias de avaliação da
usabilidade destes produtos.
Várias limitações relativas aos handhelds tais como: velocidade de
conexão, capacidades de armazenamento e processamento, duração da
bateria podem ser minimizadas à medida que a tecnologia evoluir. Todavia,
algumas características de tais dispositivos ainda permanecerão e algumas
influenciarão de forma mais significativa o modo de interação, a saber: os
mecanismos de entrada de dados e os displays de visualização.
Na subseção 2.2.3.1, Telas de Visualização, aborda-se a
característica de displays de visualização com dimensões reduzidas nos
dispositivos móveis. Na subseção 2.2.3.2, Entrada de Dados, apresentam-se
as principais estratégias de hardware e software utilizadas para realizar
entrada de dados nos dispositivos móveis.
2.2.3.1 Telas de Visualização
Todos os dispositivos móveis, alvo de estudo deste trabalho, apresentam em
comum a característica de telas de visualização pequenas. Tal característica
influencia diretamente no modo de interação, uma vez que torna a leitura
mais difícil, e exige modelos de apresentação da informação diferenciados a
fim de maximizar a utilização do espaço.
As telas de visualização variam de acordo com as dimensões do
dispositivo, suporte a exibição de bitmaps, resolução, quantidade de cores e
sensibilidade ao toque ou à caneta stylus. Na Figura 10 são exibidos alguns
exemplos de telas de visualização.
Basicamente, há dois tipos de dimensões de telas: (i) pequenas; e (ii)
estilo PDA (PDA-style). As telas pequenas têm até 6 linhas, com 20 caracteres
em cada, enquanto aquelas no estilo PDA podem atingir a marca de 20 linhas
com 20 caracteres em cada uma delas (Weiss, 2002). Apesar de alguns
aparelhos ainda serem monocromáticos, as telas coloridas já fazem parte da
41
maioria destes dispositivos.
Figura 10 - Telas de visualização. a) Tungsten T5; b) SonyEricsson T610
Fonte: (PalmOne, 2005c) © Copyright 2005. PalmOne. Todos os direitos reservados.
(SonyEricsson, 2005b) © Copyright 2005. SonyErisccson. Todos os direitos
reservados.
Dimensões reduzidas dos displays de visualização é uma característica
peculiar dos dispositivos móveis, decorrente do tamanho reduzido do próprio
dispositivo. Portanto, apresentar as informações de forma mais eficiente na
tela é uma regra básica para os projetistas de aplicativos móveis. Uma das
regras básicas para maximização do uso da tela é que o conteúdo deve ser
apresentado de forma contínua, sem linhas em branco.
2.2.3.2 Entrada de Dados
Os mecanismos de entrada de dados é um dos aspectos mais importantes no
que concerne à interação do homem com os dispositivos móveis. Ao contrário
dos computadores desktop, os dispositivos móveis ainda não possuem uma
forma padrão para entrada de dados. Na verdade, percebe-se a adoção de
várias estratégias, seja de hardware ou de software, para entrada de dados.
Tais estratégias são abordadas adiante.
Segundo MacKenzie & Soukoreff (2002), existem, basicamente, dois
paradigmas para entrada de texto em dispositivos móveis: um baseado no uso
de teclado (keyboard-based) e outro baseado em tela sensível ao toque (pen-
based).
A maioria dos telefones celulares apresenta como mecanismo de
(a)
(b)
42
entrada de dados um teclado de 12 teclas, que consiste de teclas com os
números de 0-9 e duas teclas adicionais (* e #), conforme pode ser visto na
Figura 11. Observa-se também que as 26 letras do alfabeto, para entrada
textual, são distribuídas nas teclas de 2-9.
Figura 11 - Teclado numérico em telefones celulares.
Fonte: (Nokia, 2005c) © Copyright 2005. Nokia. Todos os direitos reservados.
Tal teclado se apresenta eficiente para entrada de dados numéricos,
mas é incômodo para entrada de texto, uma vez que cada tecla representa,
geralmente, 3 ou 4 letras. A entrada de texto através de um teclado numérico
é realizada, geralmente, através de duas abordagens, a saber: (i) multi-tap; e
(ii)T9
®
(Tegic, 2005).
O multi-tap, também chamado de triple tap, é o método mais comum
para entrada de texto em telefones celulares. Nesta abordagem, o usuário
deve pressionar uma mesma tecla até 4 vezes para encontrar o caractere
desejado. Por exemplo, a tecla 5 deve ser pressionada 1 vez se o caractere
desejado é J, 2 vezes se é K e 3 vezes caso a letra desejada seja a L
(MacKenzie & Soukoreff, 2002; Weiss, 2002). Um dos problemas desta técnica
está na inserção seguida de caracteres agrupados em uma mesma tecla.
Neste caso o usuário deve esperar o timeout do sistema. Por exemplo, para
entrar com a seguinte seqüência de caracteres “CA”, o usuário deve pressionar
por 3 vezes a tecla 2, esperar o timeout do sistema (sinalização de que o
usuário pode digitar outro caractere) e pressionar 1 vez a tecla 2. Alguns
fabricantes, e.g. Nokia (Nokia Group, 2005), além de utilizar um timeout de
43
1,5 segundos, ainda utiliza uma tecla para pular o timeout (tecla de seta para
baixo) (MacKenzie & Soukoreff, 2002). Segundo Weiss (2002), esta técnica é
difícil de usar e pouco intuitiva.
A segunda abordagem, T9
®
, ao contrário da apresentada anteriormente,
é patenteada. Criada por uma pequena companhia americana, a Tegic, a
tecnologia T9
®
é atualmente controlada pela AOL (América Online) que detêm
os direitos sobre a concessão de uso de tal tecnologia (Silfverberg, 2003).
Esta técnica baseia-se em um dicionário de palavras previamente inseridas no
dispositivo. Para cada letra que se deseja digitar basta pressionar cada tecla
apenas uma vez. Por exemplo, para digitar a palavra “CASA”, basta que o
usuário pressione a seguinte seqüência de teclas 2, 2, 7, 2, 0. A tecla 0 é
utilizada para inserir espaço, indicando o fim da palavra.
Um dos problemas desta técnica é a curva de aprendizado dos usuários,
inicialmente estes acham tal técnica confusa. Outro problema, diz respeito à
ambigüidade gerada por determinadas seqüências de caracteres. Por exemplo,
para inserir as palavras “ABRA”, “CAPA”, “CASA” e “CARA” a seqüência de
teclas que devem ser pressionadas é a mesma 2, 2, 7, 2. Neste caso, uma
tecla é disponibilizada para que o usuário navegue entre as possibilidades
(geralmente, a tecla asterisco *). No Quadro 3, é apresentada uma
comparação entre uma entrada de texto utilizando as tecnologias multi-tap e
T9®.
Quadro 3 – Comparação entre as técnicas multi-tap e T9
®
.
Multi-tap T9
®
Tecla pressionada Tela Tecla pressionada Tela
7 P 7 S
7 Q 3 Se
7 R 8 Seu
3 Rd 6 Reto
3 Re 4 Reuni
8 Ret 2 Reunia
8 Reu 6 Reunião
6 Reum
6 Reun
4 Reung
4 Reunh
4 Reuni
2 Reunia
6 Reuniam
6 Reunian
6 Reuniao
Fonte: Adaptado de Weiss, S. Handheld usability. John Wiley & Sons, LTD, 2002, p. 45.
44
O teclado QWERTY, comum nos computadores desktop, também tem
versões para os dispositivos móveis. Conforme pode ser visto na Figura 12, há
versões miniaturizadas deste teclado como também versões completas. As
versões em miniatura, os chamados QWERTY keypads, têm botões menores e
são geralmente disponibilizados em pagers. As versões maiores, QWERTY
keyboards, apresenta teclas maiores e são geralmente disponibilizados como
acessório para PDAs.
Figura 12 - Teclado QWERTY (a) RIM Wireless Handheld; e (b) Stowaway XT
Ultra-Thin Portable Keyboard.
Fonte: (RIM, 2005) © Copyright 2005. RIM. Todos os direitos reservados.
(ThinkOutside, 2005) © Copyright 2005. Think Outside. Todos os direitos reservados.
Outra alternativa baseada no uso de teclado, é o teclado Fastap
TM
(DigitWireless, 2005). Esta tecnologia apresenta-se promissora uma vez que,
além de disponibilizar um teclado completo num monofone de celular, esta
alternativa pode facilitar significativamente o processo de entrada de texto.
Conforme pode ser observado na Figura 13, este teclado baseia-se num
modelo, no qual os caracteres alfabéticos estão em teclas menores e com
discretas saliências, enquanto os caracteres numéricos são disponibilizados
através de teclas maiores e em depressões. A Digit Wireless, fabricante de tal
tecnologia, ainda tem uma versão QWERTY em tamanho menor do que o de
um cartão de crédito.
No tocante ao paradigma para entrada de texto baseado em telas
sensíveis ao toque percebem-se algumas alternativas disponíveis. Esta
abordagem utiliza um dispositivo de apontamento, tipicamente uma caneta
stylus, para selecionar caracteres na tela ou escrevê-los diretamente.
Conforme pode ser observado na Figura 14, o dispositivo de apontamento é
utilizado para selecionar os caracteres desejados através de um teclado
(a)
(b)
45
apresentado na tela do dispositivo (on-screen keyboards).
Além dos teclados apresentados na tela, um outro mecanismo de
entrada nas telas sensíveis ao toque é o reconhecimento de escrita (Figura
15). Existem várias alternativas de reconhecimento de escrita, algumas
reconhecem apenas caracteres simples, de um ou vários traços (single-stroke
e multistroke), enquanto outras alternativas mais sofisticadas reconhecem
palavras inteiras. As implementações mais conhecidas para reconhecimento de
escrita são a Unistroke, Graffiti
®
e Jot
®
.
Figura 13 - Teclado Fastap
TM
Fonte: (DigitWireless, 2005) © Copyright 2005. Digit Wireless. Todos os direitos reservados.
Figura 14 - Teclado QWERTY em tela - Nokia 770 Internet Tablet.
Fonte: (Nokia, 2005a) © Copyright 2005. Nokia. Todos os direitos reservados.
46
Conforme ressaltado por MacKenzie & Soukoreff (2002), um dos
maiores problemas enfrentados pelas implementações de reconhecimento de
escrita são as expectativas dos usuários quanto a taxas de erros aceitáveis.
Mas, segundo os autores, com base em pesquisas e relatórios de avaliação
destas tecnologias, as taxas de acerto, que têm ficado entre 87% e 97%,
estão muito próximas das taxas aceitáveis por usuários experientes.
Figura 15 – Reconhecimento de escrita - Nokia 770 Internet Tablet.
Fonte: (Nokia, 2005a) © Copyright 2005. Nokia. Todos os direitos reservados.
Além das estratégias apresentadas nos parágrafos anteriores, há ainda
várias iniciativas de pesquisa a fim de encontrarem novas possibilidades para
inserção de texto em dispositivos móveis, e.g. Silfverberg (2003) e Chincholle
(1999). Alguns modelos disponíveis no mercado apresentam como
mecanismos de entrada para realização de funções específicas o
reconhecimento vocal. Todavia, tal técnica ainda é considerada pouco eficiente
por grande parte dos usuários.
Existem também algumas iniciativas ligadas à realidade virtual. O
Virtual Keyboard (VKB, 2005), por exemplo, baseia-se na projeção de um
teclado virtual via raio laser sobre uma superfície plana (Figura 16). A ativação
das teclas acontece quando o dispositivo percebe que linhas de projeção foram
interrompidas. Constata-se ainda o uso de tecnologias ápticas para entrada de
dados em dispositivos móveis. Os sensores colocados nas mãos detectam os
movimentos dos dedos do usrio e converte tais movimentos na ativação de
uma tecla, a qual ele teve a intenção de pressionar.
Outras estratégias para entrada de texto em dispositivos móveis podem
47
ser encontradas em MacKenzie & Soukoreff (2002) e no site da Little Springs
Design (Little, 2005).
Ao visualizar estas estratégias para entrada de dados, principalmente
inserção de texto, é importante perceber que algumas das alternativas
apresentadas (e.g. Virtual Keyboard, teclados virtuais com sensores, teclado
QWERTY como acessório para PDAs) mudam significativamente o modo de
interação. E, dessa forma, um dispositivo, por exemplo, pode ter seu modo de
interação modificado de móvel para estacionário.
Figura 16 - (a) VKB Virtual Keyboard; e (b) Senseboard Virtual Keyboard.
Fonte: (VKB, 2005) © Copyright 2005. Virtual Devices, Inc. Todos os direitos reservados.
(Senseboard, 2005) © Copyright 2005. Senseboard Technologies. Todos os direitos
reservados.
2.3 Usabilidade de Dispositivos Móveis
A investigação de facetas relativas à usabilidade de dispositivos móveis tem se
tornado um importante nicho de pesquisa, graças: (i) à crescente difusão dos
dispositivos móveis, especialmente os celulares, nos mercados de consumo;
(ii) às suas possibilidades de interação com usuários de perfis
substancialmente distintos; e (iii) às suas características intrínsecas e distintas
dos dispositivos tradicionais. Esta linha de pesquisa é ainda fortalecida pelos
interesses mercadológicos da atual sociedade globalizada.
No entanto, a usabilidade de dispositivos móveis diferencia-se em vários
(a)
(b)
48
aspectos das abordagens avaliatórias de usabilidade para dispositivos não-
móveis. As próximas subseções tratarão de alguns aspectos relacionados à
usabilidade de dispositivos móveis.
Na subseção 2.3.1, Internet Móvel x Internet Estática, é
apresentada uma análise comparativa do acesso à Internet através dos
dispositivos caracterizados na seção anterior. Na subseção seguinte, Contexto
de Uso, procura-se reforçar a importância do contexto de uso na forma pela
qual os usuários interagem com o dispositivo.
Na subseção 2.3.3, Principais Problemas com Dispositivos Móveis,
são apresentados os principais problemas encontrados e investigados nos
dispositivos/
sistemas móveis.
2.3.1 Internet Móvel x Internet Estática
Internet Móvel pode ser definida como o segmento da Internet acessado via
dispositivos móveis, tais como telefones celulares ou PDA. A Internet Móvel é
considerada bastante distinta da Internet Convencional
8
(Estática), sobretudo
em dois aspectos: (i) a Internet Móvel pode ser utilizada em vários contextos,
enquanto a Convencional é mais utilizada em ambientes predeterminados; e
(ii) o acesso à Internet Móvel se dá através de dispositivos com maiores
limitações de alguns recursos com relação àqueles de acesso à Internet
Convencional, e.g. dimensões dos dispositivos de visualização (telas),
mecanismos de entrada mais limitados, baixa velocidade de transmissão e
baixa capacidade de processamento (Kim et al., 2002).
O uso da Internet tradicional não exige um entendimento muito
detalhado do sistema, pois qualquer usuário com conhecimentos e habilidades
básicas em informática consegue utilizá-la através de um teclado e/
ou de um
dispositivo de seleção e apontamento, ou seja, o equipamento necessário é
praticamente o mesmo para todos os tipos de usuários. Por outro lado, o
acesso à Internet Móvel se dá através de uma grande diversidade de
dispositivos. Além dos celulares, há outros produtos com especificações
técnicas e conceitos de usabilidade distintos, tais como PDA e smartphones
(Duda et al., 2001).
Pesquisadores da área de usabilidade móvel (e.g. Kim et al. (2002) e Po
(2003)), respaldados em estudos e pesquisas, afirmam que o contexto de uso
8
Internet acessada através de dispositivos não móveis, tal como computadores desktop.
49
influencia tanto o uso dos dispositivos per si (hardware) quanto das aplicações
de software neles instaladas. Assim sendo, o estudo da influência do contexto
e de suas variáveis nos usuários mostra-se um importante campo de estudo.
2.3.2 Contexto de Uso
Como dito anteriormente, sob a perspectiva da interação homem-máquina, o
contexto de uso tem uma grande importância no entendimento e no
desenvolvimento de sistemas computacionais interativos. Segundo a ISO
(1998), a usabilidade é dependente do contexto de uso, e o nível de
usabilidade a ser atingido depende das circunstâncias específicas nas quais um
produto é utilizado.
A ISO (2001) recomenda que para melhorar a ergonomia de um
sistema, ou avaliá-la, algumas tarefas devem ser seguidas, dentre elas, a
especificação dos requisitos ergonômicos. Estes requisitos estão relacionados
aos objetivos de usabilidade, saúde e segurança, e ao contexto de uso do
sistema, incluindo características dos usuários, das tarefas e do ambiente.
O contexto de uso, segundo a Parte 11 (Especificações de usabilidade)
do padrão internacional ISO 9241 (2001), deve ser definido baseando-se em
quatro aspectos, são eles:
i. usuário: características relacionadas aos conhecimentos,
habilidades, experiência, educação, características físicas e
capacidades motores e sensoriais;
ii. tarefa: características específicas das tarefas que podem influenciar
na usabilidade devem ser descritas (e.g. freqüência, duração,
flexibilidade, exigências físicas e mentais, riscos de erro);
iii. equipamento: características relevantes relacionadas ao hardware,
software e outros materiais associados devem ser descritas;
iv. ambiente: características relacionadas tanto ao ambiente físico
quanto social devem ser descritas (e.g. local, mobiliário,
temperatura, umidade, luminosidade, práticas e estrutura
organizacional).
Kim et al. (2002) definiram contexto móvel como qualquer informação
pessoal e ambiental que pode influenciar um indivíduo ao utilizar a Internet
Móvel, i.e. tanto aspectos emocionais e físicos (contexto pessoal) quanto à
50
localização do usuário e a quantidade de pessoas no ambiente (contexto
ambiental) podem causar impacto no uso. Ao investigarem a relevância do
contexto de uso na Internet Móvel, os autores alcançaram 3 importantes
constatações: (i) as pessoas não utilizam a Internet Móvel em qualquer
contexto possível; (ii) a disponibilidade das mãos, o movimento das pernas e o
nível de distração têm um impacto significante durante o uso; e (iii) os
diferentes problemas de usabilidade são causados, mais freqüentemente, por
diferentes contextos de uso. Tal estudo apresenta algumas limitações, dentre
as quais o fato de que os resultados não podem ser aplicados diretamente em
outros países, pois todos os participantes eram coreanos. Todavia, os
resultados têm várias implicações positivas de perspectiva prática e teórica.
Teoricamente, o estudo fornece um framework de contextos de uso e
problemas de usabilidade na Internet Móvel. De ordem prática, o resultado
dos estudos indicam que a Internet Móvel é mais usada em poucos contextos.
Em se tratando do mercado de dispositivos móveis, é crucial que sejam
compreendidas não somente as necessidades funcionais e cognitivas dos
usuários, mas também aspectos relacionados com os contextos sociais e
culturais nos quais os produtos são utilizados.
Cultura não significa apenas o idioma ou regras formais impostas aos
usuários em virtude de sua nacionalidade. Significa também valores, hábitos e
estruturas de pensamento que organizam suas atividades diárias (Nieminen-
Sundell & Väänãnen-Vainio-Matilla, 2003).
Segundo Konkka (2003), tanto as necessidades funcionais quanto
emocionais variam culturalmente. O que é prazeroso aos olhos e ouvidos ou
socialmente aceitável é, sem dúvida, determinado por aspectos culturais. As
cores, por exemplo, têm significados ligados à cultura. Entretanto, adequar-se
às necessidades culturais não implica necessariamente o desenvolvimento de
produtos completamente distintos. Pequenas mudanças na interface com o
usuário podem, algumas vezes, fazer diferença. Por exemplo, o fato de
permitir aos usuários adicionar saudações ou símbolos religiosos em
mensagens pode agregar um grande valor emocional às pessoas da Índia.
Embora tido como aspecto de grande importância nos processos de
concepção e avaliação, sobretudo de dispositivos móveis, o contexto de uso
ainda recebe pouca ou quase nenhuma atenção nos experimentos registrados
na literatura da área.
51
Não é adequado testar aplicações e dispositivos móveis apenas através
dos tradicionais testes laboratoriais, nos quais o controle do contexto de uso é
mais efetivo, uma vez que tal fato difere do uso real de dispositivos e
aplicações de natureza móvel. O uso corrente de tais dispositivos ocorre em
ambientes e circunstâncias as mais diversas, e.g. no meio da rua, no meio da
selva, na praia, durante uma forte chuva ou mesmo um furacão. Assim sendo,
é preciso diminuir as diferenças entre os ambientes de teste e os ambientes
reais de uso.
Apesar de considerarem aspectos de movimentação do usuário na
realização dos testes, Kjeldskov e Stage (2004) ainda deixaram lacunas no
tocante à integração do usuário de testes com o contexto social (e.g. interação
simultânea com o dispositivo e com outras pessoas).
Como os atuais métodos de avaliação da usabilidade de produtos,
supostamente, não oferecem suporte aos aspectos específicos desta natureza,
constata-se a necessidade de adaptação dos métodos convencionais para o
contexto da usabilidade de dispositivos móveis.
2.3.3 Principais Problemas com os Dispositivos Móveis
O estudo da interação homem-máquina para dispositivos móveis é um campo
de pesquisa relativamente novo. Uma revisão da literatura revela os atuais
problemas na usabilidade de dispositivos móveis seja no que diz respeito ao
software ou ao hardware.
Há uma grande variedade de aspectos em telefones celulares carentes
de investigação, tais como: facilidades de reconhecimento de voz (Zhu, 2004),
estrutura de menus (St. Amant et al., 2004; Klockar et al., 2003),
recomendações e guidelines para o conteúdo da Internet Móvel (Duda et al.,
2001; Grant, 2004) e utilização do espaço reduzido mais eficientemente
(Kamba et al., 1996).
Kjeldskov (2002) identificou três obstáculos principais de usabilidade
que podem ser encontrados no projeto de aplicações para dispositivos móveis,
a saber: (i) visor bastante reduzido; (ii) mecanismos de entrada de dados
limitados; e (iii) contextos de uso dinâmicos.
Algumas pesquisas (vide e.g. Croasmun (2004)) sugerem que a maioria
dos celulares disponíveis no mercado tem teclas de tamanho adequado ao
52
dedo de uma criança de 5 anos de idade. E, com a miniaturização cada vez
maior destes dispositivos, outros mecanismos de entrada de dados precisam
ser fornecidos aos usuários.
Ao avaliar alguns portais WAP
9
, Duda et al. (2001) concluíram que a
enorme discrepância existente entre as expectativas dos usuários e a
qualidade dos produtos e serviços é uma das limitações para que a Internet
Móvel seja utilizada em massa. Os autores apontaram também que, dentre
outros fatores, interface usável e navegação e apresentação da informação
são melhorias que podem levar a um aumento no acesso à Internet através
dos dispositivos móveis.
St. Amant et al. (2004) relataram que o projeto de menus hierárquicos
para telefones celulares é um problema não trivial devido a alguns fatores: (i)
necessidade de ações de seleção discreta, sob a forma de ativação das teclas,
para o movimento de um item de menu para outro, uma vez que a maioria
dos telefones celulares carece de facilidades de seleção mais direta (e.g. um
mouse ou uma tela sensível ao toque); (ii) dimensões reduzidas das telas de
celulares, o que permite a visualização de somente um item de menu por vez;
e (iii) pouca padronização em nível de hardware de suporte à navegação via
menus para telefones celulares quando comparada às iniciativas de
padronização para computadores desktop.
2.4 Métodos de Avaliação de Interfaces Usuário-
Computador
Avaliação da usabilidade consiste em qualquer estudo de natureza analítica ou
empírica de um sistema ou protótipo, cuja meta de avaliação é fornecer um
diagnóstico do produto ou sistema avaliado.
Os estudos avaliatórios podem ser denominados formativos ou
somativos. Avaliações formativas (formative evaluation) ocorrem durante
o ciclo de desenvolvimento do produto, inclusive durante a fase de projeto. O
objetivo dos estudos formativos é identificar aspectos no produto, seja um
protótipo ou versões de teste, que podem ser melhorados, i.e. sugerir
mudanças a serem incorporadas ao produto final.
Enquanto as avaliações somativas (summative evaluation) têm o
9
Wireless Application Protocol (Protocolo para aplicações sem fio)
53
propósito de fornecer diagnósticos da interface ao término de diferentes
etapas de seu desenvolvimento. Este tipo de avaliação geralmente acontece
no fim do processo de desenvolvimento, quando se testa o produto para
avaliar se as metas de usabilidade foram alcançadas. Tais estudos também
podem acontecer em etapas críticas do desenvolvimento para verificar quão
próximo o produto está de atingir suas metas de usabilidade.
Preece et al. (2005) identificaram quatro paradigmas centrais de
avaliação, a saber: (i) avaliações rápidas (quick-and-dirty methods) e
econômicas (discount methods); (ii) testes de usabilidade; (iii) estudos de
campo; e (iv) avaliação preditiva. Avaliação rápida e econômica é aquela
na qual os projetistas obtêm um feedback informal dos usuários ou
consultores. Podendo ser realizada em qualquer etapa do ciclo de
desenvolvimento com o objetivo de fornecer, de forma rápida e barata,
opiniões sobre o produto. Os testes de usabilidade envolvem a avaliação do
desempenho de usuários típicos na realização de tarefas típicas.
Os estudos de campo caracterizam-se por serem realizados em
ambientes reais ou próximos do real, cujo objetivo principal é maximizar o
entendimento acerca de como os usuários agem e de como a tecnologia
impacta em suas atividades. Por fim, nas avaliações preditivas os usuários
não precisam estar presentes. Os especialistas aplicam seus conhecimentos
guiados, geralmente, por heurísticas ou recomendações de usabilidade.
Independente de sua natureza, os estudos avaliatórios de usabilidade
têm como objetivo principal avaliar um produto sob a perspectiva dos
aspectos que impactam diretamente no seu uso. Mas, é importante perceber
que conduzir um estudo ou avaliação pode envolver uma ou mais técnicas
10
adequadas aos objetivos da avaliação.
Diversas iniciativas de categorizar técnicas de avaliação podem ser
encontradas na literatura clássica de HCI (Human Computer Interaction). Uma
das classificações mais conhecidas é aquela que categoriza os métodos em
empíricos e analíticos.
Os métodos empíricos caracterizam-se pelo envolvimento dos
usuários no processo avaliatório. Tais métodos podem ser informais, e.g.
observação de usuários ao utilizar protótipos do sistema, ou formais, e.g.
10
Alguns autores distinguem os termos método e técnica, enquanto outros não fazem distinção. Nesta pesquisa, tais
termos são empregados indistintamente.
54
observação em ambiente laboratorial controlado (Rosson & Carroll, 2002). Os
métodos analíticos
fundamentam-se na análise das interfaces por
avaliadores (ergonomistas, engenheiros de software ou de usabilidade) que
investigam aspectos da usabilidade do produto baseado em recomendações,
padrões ou heurísticas.
Os métodos e técnicas podem ainda serem classificados como
pertencentes às categorias de ensaios de usabilidade (usability testing) ou
inspeções de usabilidade
(usability inspections).
Os principais métodos de ensaios de usabilidade são apresentados no
Quadro 4. Aqueles métodos classificados como de inspeção da usabilidade
são listados no Quadro 5. Técnicas adaptativas ou inovadoras vêm sendo
pesquisadas e continuamente propostas, uma vez que o surgimento de novas
tecnologias, de hardware ou software, têm imposto novas formas de interação
com o usuário. Portanto, o nicho de pesquisa relacionado aos métodos para
avaliação de usabilidade mostra-se promissor e em constante mudança.
Quadro 4 – Técnicas para Ensaio de Usabilidade. (1/2)
Métodos Variantes Descrição Observações
Observação
Cooperativa
do Usuário
Consiste na observação, por uma equipe
de especialistas, de usuários interagindo
com um protótipo ou versão de teste do
produto. Tarefas específicas podem ser ou
não definidas.
Observação em
Ambiente Controlado
(laboratorial)
Consiste na observação, por especialistas,
na qual os usuários de teste são
observados durante a execução de tarefas
pré-definidas. Os avaliadores podem
observá-los na mesma sala ou através de
uma superfície refletora unidirecional.
Observações
Observação em
Ambiente Natural (de
campo)
Consiste na observação de usuários
realizando tarefas, pré-definidas ou não,
em seu ambiente natural (e.g. ambiente de
trabalho).
Geralmente, registros
em áudio e vídeo são
utilizados como
instrumentos de coleta
de dados.
Questionário
Conduzido por um
Entrevistador
Entrevistadores treinados conduzem tais
questionários, permitindo um melhor
controle no processo de aquisição de
dados, maior interação com os usuários e
flexibilidade na seleção de questões em
função das diferentes categorias de
usuários.
Questionários
Questionário
Auto-dirigido
Os próprios usuários fazem o
preenchimento, sendo assim mais diretos
no tocante à condução.
Os questionários
podem ser abertos,
consistindo em
anotações subjetivas
dos usuários, ou
fechados, nos quais
os usuários escolhem
uma resposta a partir
de um conjunto de
opções.
Fonte: Adaptado de (Queiroz, 2001).
55
Quadro 4 – Técnicas para Ensaio de Usabilidade. (2/2)
Métodos Variantes Descrição Observações
Entrevista Aberta
Padronizada
Consiste na aplicação de questões do
mesmo modo para uma amostra de
usuários.
Entrevista Estruturada
ou Guiada
Um entrevistador conduz um
questionamento mais formal para os
participantes sobre o tema em questão.
Entrevistas
Entrevista Informal ou
Coloquial
O entrevistador adapta os
questionamentos, de forma a respeitar as
diferenças individuais ou acompanhar
alterações comportamentais.
O registro de áudio,
com posterior
transcrição, pode ser
feito em substituição
às anotações.
Verbalização de
Procedimentos
(Thinking aloud)
Consiste na verbalização, por parte do
usuário de teste, de todos os
procedimentos, idéias, encadeamentos
lógicos e opiniões indispensáveis à
conclusão da tarefa. Apresenta duas
variantes: (i) avaliação cooperativa, na qual
o avaliador age como um colaborador; e (ii)
método da instrução, no qual usuários
treinados devem explicar o funcionamento
do sistema para usuários principiantes.
Interação
Construtiva
(Constructive
interaction)
Consiste em dois usuários operando
conjuntamente o produto-alvo da avaliação.
É denominada também de aprendizagem a
partir do compartilhamento de descobertas
(codiscovery learning).
Ensaio Retrospectivo
Clássico
Consiste no registro em vídeo da sessão
de teste e na análise posterior das ações
dos usuários sem a presença destes.
Ensaio
Retrospectivo
(Retrospective
testing)
Co-visualização Consiste no registro em vídeo da sessão
de teste e na análise posterior das ações
dos usuários com a presença destes.
Câmeras de vídeo
devem registrar pelo
menos os eventos
ocorridos em tela, as
expressões faciais e
as mãos do usuário
de teste.
Captura
Automática
(Automatic
logging)
Consiste na monitoração e coleta
automática de informações relativas ao uso
do sistema sob avaliação.
Vários dados podem
ser coletados, e.g.
ações com o mouse,
teclas acionadas.
Discussões em
Grupo
(Focus groups)
De caráter informal, tal técnica é utilizada
para coletar informações sobre as
necessidades e opiniões dos usuários.
Consiste na reunião, mediada por um
moderador, de seis a nove usuários.
Ensaio de
Usabilidade
Remoto (Remote
usability testing)
Consiste num ensaio de usabilidade
conduzido em situações nas quais
avaliadores e usuários de teste se
encontram separados espacial e/ou
temporalmente.
Várias alternativas
podem ser utilizadas
para conduzir testes
remotos: quadro de
avisos eletrônico,
vídeo-conferência,
relatórios on-line,
correio eletrônico.
Fonte: Adaptado de (Queiroz, 2001).
56
Quadro 5 - Técnicas para Inspeções de Usabilidade.
Métodos Variantes Descrição
Revisão Sistemática
Tradicional
Consiste na análise estruturada de qualquer
produto por uma equipe de especialistas.
Revisão Sistemática
Cognitiva
(Cognitive walkthrough)
Consiste na avaliação, por parte de um grupo de
especialistas, das diferenças existentes entre as
metas e expectativas dos usuários e os
procedimentos requisitados pela aplicação.
Revisão Sistemática
Cognitiva Automatizada
(Automated cognitive
walkthrough)
As várias respostas e questões relativas às ações
do usuário são coletadas automaticamente.
Revisão Sistemática
Pluralista de Usabilidade
(Pluralistic usability
walkthrough)
Revisão na qual tanto a população usuária, como
os projetistas do produto e os especialistas em
fatores humanos agem de forma colaborativa ao
analisar o sistema.
Revisões
Sistemáticas
(Walkthroughs)
Jogthrough
Revisão conduzida em um “ritmo mais acelerado”,
i.e. tal técnica apresenta-se como uma versão
abreviada da Revisão Sistemática Tradicional.
Inspeções baseadas
em Diretrizes de
Projeto
Diretrizes de projeto são sugestões e
recomendações técnicas que sumariam princípios
bem conhecidos aplicáveis a projetos de interface
de usuário.
Inspeções baseadas
em Guias de Estilo
Guias de estilo são documentos que sumariam
padrões industriais e contém informações
prescritivas, ao invés de sugestivas.
Inspeções baseadas
em Padrões
Os padrões especificam como as interfaces
deveriam ser apresentadas ao usuário.
Representam um consenso.
Avaliações
Heurísticas
Consiste num estudo conduzido por especialistas,
cujo propósito é a identificação de problemas na
usabilidade a partir de heurísticas que guiam as
atividades dos avaliadores.
Fonte: Adaptado de (Queiroz, 2001).
2.5 Avaliação da Usabilidade de Dispositivos Móveis
Constata-se na literatura da área a existência de uma série de pesquisas
destinadas a avaliar a usabilidade de dispositivos móveis. Uma das
dificuldades encontradas é que grande parte de tais pesquisas não descreve
muitos detalhes acerca dos procedimentos metodológicos seguidos durante a
avaliação.
Algumas iniciativas têm tentado avaliar a necessidade de adaptação dos
métodos, técnicas e laboratórios tradicionais para avaliação da usabilidade de
dispositivos móveis. Na subseção 2.5.1, Abordagens de Avaliação da
Usabilidade de Dispositivos Móveis, apresenta-se uma revisão bibliográfica
acerca de pesquisas conduzidas nesta área. Além dos equipamentos, relatam-
se as estratégias utilizadas para avaliar os dispositivos e sistemas móveis.
57
Destacam-se também os resultados alcançados pelos estudos comparativos
entre as novas técnicas e as tradicionais.
Na subseção 2.5.2, Procedimentos Metodológicos de Avaliação de
Usabilidade, são apresentadas diversas metodologias utilizadas para
condução de ensaios de interação. São apresentadas tanto abordagens
tradicionais como aquelas utilizadas em avaliações de dispositivos/ sistemas
móveis.
2.5.1 Abordagens para Avaliação da Usabilidade de Dispositivos
Móveis
Betiol (2004) conduziu um estudo comparativo entre diferentes abordagens
para ensaios de interação, cujo objetivo era investigar a influência do contexto
de avaliação nos resultados dos testes. Os ensaios de interação, cujo produto-
alvo era a interface de uma aplicação Web para telefone celular, foram
realizados seguindo três diferentes abordagens, a saber: (i) ensaio de
interação realizado num emulador, em um laboratório de usabilidade; (ii)
ensaio de interação realizado no telefone celular, também em um ambiente
laboratorial; e (iii) ensaio de interação realizado no telefone celular, fora do
laboratório, i.e. no campo.
Foram recrutados 36 usuários de teste, divididos igualmente em três
grupos, para realizar o ensaio de interação seguindo as três diferentes
abordagens. No segundo contexto de avaliação, no qual o telefone celular foi
utilizado dentro do laboratório, fixo à mesa através de um tripé, os registros
em vídeo da tela do dispositivo e da interação do usuário com o teclado foram
realizados através de uma câmera devidamente posicionada. Os registros em
vídeo dos ensaios realizados fora do laboratório foram feitos por um
equipamento móvel com uma micro-câmera sem fio, com microfone acoplado
e que funciona com bateria. (Figura 17).
Os contextos do emulador, da avaliação laboratorial e da avaliação em
campo possibilitaram a identificação de, respectivamente, 81,4%, 95,3% e
88,3% do total de 43 problemas de usabilidade identificados. O segundo
contexto possibilitou a identificação do maior percentual de falhas, devido
principalmente ao ambiente controlado e a qualidade do áudio e vídeo
registrados. Todavia, constataram-se, em algumas tarefas, níveis menores de
eficiência, eficácia e satisfação do usuário. Tais índices decorreram
58
principalmente do desconforto causado ao utilizar o dispositivo imobilizado
sobre um tripé.
Figura 17 – Equipamento utilizado nos ensaios de interação realizados em
campo por Betiol (2004).
A avaliação laboratorial com o celular foi considerada a melhor na
relação custo/
benefício, uma vez que permitiu a identificação de um número
maior de problemas, incluindo os mais graves, por hora de avaliação. Não
foram encontradas diferenças significativas estatisticamente entre os três
contextos de avaliação. Portanto, rejeitou-se a hipótese inicial de que a
avaliação dentro do laboratório, por não incluir aspectos contextuais,
forneceria resultados menos satisfatórios do que experimentos de campo.
Outros pesquisadores, e.g. Weiss (2002), Trigenix (2004), têm fixado
também o dispositivo móvel para que uma câmera consiga registrar imagens
do display de visualização e da interação do usuário com o teclado do
dispositivo (Figura 18). Limitação semelhante pode ser encontrada nos ensaios
conduzidos por Kjeldskov et al. (2005), nos quais os usuários eram
restringidos a manter o dispositivo dentro de uma área física previamente
delimitada, para que uma câmera devidamente posicionada atrás do usuário
conseguisse captar boas imagens do dispositivo.
59
Figura 18 – Tripé para fixação de câmera (Weiss, 2002).
Apesar de não fixar o dispositivo, Klockar et al. (2003), ao realizarem os
ensaios de interação, restringiram os usuários a permanecerem sentados para
que uma câmera posicionada atrás destes, pudesse filmar a interação com o
dispositivo. No estudo conduzido por Eija Kaasinen et al. (2000), os testes dos
serviços para dispositivos móveis foram conduzidos apenas em um simulador
com tela sensível ao toque.
Uma vez que a restrição de mobilidade e o uso de um sistema móvel
através de um emulador não representam de forma real a interação do
usuário, tais estratégias podem ser consideradas aspectos limitantes da
avaliação.
Salembier et al. (2005) adototaram uma outra estratégia para registrar
em vídeo os ensaios de interação realizados em campo. Uma micro-câmera,
com microfone, foi acoplada aos óculos do usuário para possibilitar o registro
da interação, sob a perspectiva do usuário. Os transmissores de áudio e vídeo,
baterias e gravador são acondicionados em uma mochila, a ser usada pelo
usuário de teste. Estratégia semelhante é adotada por Mark et al. (2001).
A fim de enriquecer os dados coletados, Salembier et al.(2005)
alocaram alguns avaliadores para capturar, sob uma visão contextual, o
ensaio de interação. Uma ferramenta de logging automático foi desenvolvida
para o aplicativo em teste, a fim de suprir lacunas ou deficiências do registro
em vídeo, por conta de reflexos na tela do dispositivo e /ou mudança de foco
do olhar do usuário.
60
Os autores concluíram que, apesar de vários problemas de usabilidade
serem passíveis de detecção em sessões de avaliação de curta duração, um
entendimento mais profundo do uso de tais dispositivos requer um número
muito grande de experiências com usuários em situações reais. Por
conseguinte, foi sugerida a extensão do escopo dos métodos de avaliação com
uso de técnicas de relatórios diários e entrevistas, associados às ferramentas
de coleta automática de dados.
Roto et al. (2004) desenvolveram um equipamento para conduzir testes
de usabilidade de campo em sistemas móveis (Figura 19). O equipamento
utilizado pelo usuário de teste é composto basicamente por: (i) micro-câmera
acoplada ao dispositivo móvel para captar imagens do display de visualização
e do teclado do dispositivo; (ii) micro-câmera acoplada ao dispositivo móvel
para captação das reações faciais do usuário; (iii) mochila com os
equipamentos de gravação (e.g. receptores de vídeo, baterias, etc); e (iv)
micro-câmera acoplada à alça da mochila para capturar imagens do ambiente.
Dentre outros equipamentos, o moderador do teste também utiliza uma
micro-câmera para capturar imagens do ambiente de teste.
Figura 19 – Equipamentos para condução de testes em campo. No detalhe,
micro-câmeras acopladas ao dispositivo móvel.
Fonte: (Roto, 2004)
Po (2003) conduziu um estudo com o objetivo de validar a incorporação
de aspectos contextuais nas técnicas de avaliação. Sua pesquisa
fundamentou-se na hipótese de que a incorporação de aspectos contextuais à
61
avaliação heurística aumenta a probabilidade de identificação de mais
problemas ou de problemas com maior grau de severidade. Foram conduzidos
três estudos: (i) avaliação heurística em laboratório (heuristic evaluation); (ii)
revisão sistemática heurística conduzida em laboratório (heuristic
walkthrough); e (iii) revisão sistemática contextual conduzida em campo
(contextual walkthrough).
O primeiro estudo identificou o menor número de problemas de
usabilidade e, além disso, a maioria das falhas apresentava grau de
severidade pequeno. O segundo estudo (revisão sistemática heurística)
apresentou um resultado melhor em comparação com o primeiro, pois
permitiu a identificação de mais problemas de usabilidade com maior grau de
severidade. Tal resultado é explicado pela incorporação das tarefas para guiar
a avaliação heurística. Em média, o terceiro estudo permitiu identificar o
mesmo número de problemas de usabilidade do segundo. No entanto, o
estudo realizado em campo possibilitou a identificação de mais problemas com
o maior grau de severidade.
Todavia, as conclusões de Po (2003) carecem de um processamento
estatístico adequado dos dados coletados, a fim de comparar a relevância das
diferenças existentes nos resultados dos três estudos.
Kjeldskov & Stage (2004) realizaram uma pesquisa bibliográfica sobre
avaliação da usabilidade de sistemas móveis, na qual mais de 600 trabalhos
foram examinados. Esta revisão possibilitou a identificação de apenas seis
trabalhos nos quais eram empregadas abordagens diferentes de avaliação.
Tais estudos encaixam-se em basicamente duas categorias de abordagens: (i)
mobilidade do usuário, e.g. utilizar o dispositivo enquanto caminha numa
esteira, dentro do laboratório ou mesmo na rua; e (ii) divisão da atenção do
usuário, e.g. uso do dispositivo enquanto dirige um automóvel.
Então, os autores apresentaram e avaliaram seis novas técnicas para
avaliação da usabilidade de sistemas móveis. Os usuários de teste foram
submetidos aos seguintes cenários em laboratório: (i) sentado à mesa; (ii)
caminhando numa esteira com velocidade constante; (iii) caminhando numa
esteira com velocidade variável; (iv) caminhando num percurso variável com
velocidade constante; e (v) caminhando num percurso variável com
velocidade variável. E, ao seguinte cenário em campo: (vi) caminhar por uma
rua.
62
A primeira técnica, na qual o usuário realizou o teste sentado à mesa,
possibilitou a identificação do maior número de falhas. Uma das razões
apresentadas para este resultado é que, se comparada às outras técnicas, a
primeira demanda, significativamente, menos atividade mental do usuário.
Outra razão diz respeito à ligação existente entre a identificação de problemas
de usabilidade e à verbalização dos procedimentos do usuário (thinking aloud).
Com esta técnica, o usuário verbaliza muito mais suas ações, pois nas técnicas
de 2 a 6 o usuário tem sua atenção dividida com outras ações (e.g.
movimentar-se, falar, resolver a tarefa em si) e, consequentemente,
possibilita a identificação de um número maior de falhas de usabilidade. No
entanto, esta diferença está ligada, principalmente, aos problemas com menor
grau de severidade.
Percebeu-se também que nas técnicas que demandam outras atividades
do usuário (técnicas de 2 a 6) estes cometem um número maior de erros. As
diferenças encontradas nos resultados destes testes não podem ser
consideradas significativas, uma vez que não foi realizado processamento
estatístico sobre tais diferenças. Os autores concluíram também que efetuar
coleta de dados (e.g. vídeo de alta qualidade da interação usuário-dispositivo)
em experimentos conduzidos fora do laboratório é muito difícil.
Em outro trabalho, Kjeldskov et al. (2004) comparou os resultados
produzidos por uma avaliação conduzida em laboratório e em campo. Os
ensaios de interação realizados em um aplicativo móvel hospitalar foram
conduzidos com seis usuários em cada ambiente. Tal estudo mostrou que os
testes conduzidos em laboratório identificaram mais problemas de usabilidade
(36 do total de 37 falhas de usabilidade) do que aqueles conduzidos em
campo (23 do total de 37). Tal diferença é extremamente significativa. Dentre
outras, os autores chegaram as seguintes conclusões: (i) experimentos em
campo adicionam pouco valor aos resultados; (ii) a falta de controle em
experimentos de campo dificulta a condução da avaliação; (iii) ambos os
experimentos de teste, laboratorial e em campo, identificaram problemas
relacionados ao contexto de uso; e (iv) a micro-câmera acoplada, através de
equipamento especialmente desenvolvido (semelhante ao apresentado na
Figura 17), ao dispositivo conseguiu registrar vídeo de alta qualidade.
Kjeldskov et al. (2005) conduziu um estudo baseado em quatro
abordagens distintas para avaliação de um guia móvel, a saber: (i) ensaio de
63
interação em campo; (ii) ensaio de interação laboratorial; (iii) revisão
sistemática heurística (heuristic walkthrough); e (iv) reflexão rápida (rapid
reflection). As avaliações laboratoriais, realizadas com 5 usuários de teste,
restringiram os usuários a movimentar o dispositivo apenas numa área
delimitada sobre a mesa, para que, dessa forma, um avaliador devidamente
posicionado atrás do usuário conseguisse realizar o registro em vídeo da
interação.
As avaliações em campo mostraram-se intrusivas, uma vez que um
avaliador “perseguia” o usuário, tentando registrar sua interação com o
dispositivo móvel. A terceira abordagem, revisão sistemática heurística,
apresenta-se como uma junção da avaliação heurística tradicional com a
revisão sistemática cognitiva (cognitive walkthrough), i.e. uma avaliação
baseada em um conjunto de heurísticas e guiada pela realização de tarefas. A
quarta e última técnica, reflexão rápida, envolveu todos os pesquisadores
participantes dos ensaios de interação em discussões reflexivas dos dados
empíricos coletados.
Cada abordagem avaliatória identificou 13 dos 22 problemas de
usabilidade identificados na avaliação. Apesar de se constatar algumas
diferenças nos graus de severidade das falhas identificadas em cada
abordagem, nenhuma conclusão mais significativa pode ser inferida, uma vez
que não houve processamento estatístico sobre os dados, a fim de verificar a
relevância das diferenças encontradas. Todavia, os autores concluíram que
cada método/
técnica tem suas vantagens e nenhum deles por si só é
suficiente para encontrar grande parte dos problemas de usabilidade, portanto
eles sugeriram que sejam utilizados vários métodos.
Kaikkonen et al. (2005) conduziram um estudo comparativo entre
testes laboratoriais e de campo. O principal questionamento da pesquisa
conduzida era descobrir se testes de campo são críticos quando se avalia a
usabilidade de aplicativos móveis. Os testes foram conduzidos com 20
usuários de teste em cada ambiente. Dentre outros, chegou-se aos seguintes
resultados: (i) não houve diferenças no número de problemas de usabilidade;
(ii) não houve diferenças no grau de severidade dos problemas encontrados;
(iii) não houve diferenças nos tempos de execução das tarefas; (iv) testes em
campo demandam mais tempo do que testes em laboratório; e (v) apesar de
testes de campo terem potenciais interrupções, tais interrupções parecem não
64
afetar o desempenho do usuário.
No tocante à condução de ensaios de interação, podem ser percebidas
algumas estratégias-chave utilizadas tanto dentro como fora de um ambiente
laboratorial (Quadro 6) na investigação da usabilidade de dispositivos/
sistemas móveis. A condução de ensaios de interação e de avaliações de
usabilidade, de forma geral, exige que um procedimento metodológico
adequado seja seguido. Alguns procedimentos metodológicos são
apresentados na próxima subseção.
Quadro 6 – Principais estratégias para realização de ensaios de interação
com dispositivos móveis.
Ambiente Estratégias
Laboratório
- Uso de tripé de fixação;
- Limitação da área de movimentação;
- Usuário sentado e avaliador posicionado com câmera de vídeo atrás
do usuário;
Ensaio de
Interação
Campo
- Uso de micro-câmera;
- Avaliador segue usuário com câmera de vídeo.
De uma forma mais abrangente, Hagen et al. (2005) apresentaram um
framework das metodologias emergentes na área de interação homem-
máquina para sistemas/
dispositivos móveis. A pesquisa direcionada a partir
das principais conferências da área reuniu 149 trabalhos de pesquisa e
constatou-se o resultado apresentado no Quadro 7.
A maioria dos estudos desenvolvidos é estatisticamente insignificante
em virtude do número restrito de usuários, e.g. Waterson et al. (2002),
Klockar et al. (2003), Weiss (2002). Embora, alguns autores, a exemplo de
Nielsen (2000) e Spool (2001), acreditem que, para propósitos avaliatórios, 5
usuários são suficientes para detectar a maioria dos problemas de usabilidade
presentes.
Outros estudos mostram-se significativamente irrelevante uma vez que
não realizam processamento estatístico adequado para avaliar a significância
dos resultados encontrados, e.g. Po (2003), Kjeldskov & Stage (2004).
Várias limitações e falhas podem ser identificadas nos ensaios de
usabilidade conduzidos em dispositivos móveis. As limitações estão
relacionadas, principalmente, às restrições de mobilidade, ao número de
usuários participantes e ao processamento estatístico dos dados.
65
Quadro 7 – Métodos emergentes para avaliação de dispositivos e sistemas
móveis.
Abordagem Descrição Técnicas
Coleta de
Dados
Mediada
Usuários e equipamentos móveis mediam a coleta
de dados sobre o uso em ambientes naturais.
Faça Participantes fazem a coleta de dados. Self-reporting, diários
Use
Participantes fazem uso da tecnologia e os dados são
capturados automaticamente.
Ferramentas de logging.
Vista
Participantes seguem sua rotina diária, mas fazem
uso de dispositivos de registro (e.g. sensores ou
câmeras).
Ferramentas de logging, registros
em vídeo.
Simulações e
Ensaios
Simulações e ensaios são usados para tornar
disponíveis informações do contexto real de uso.
Simulações
Suporte físico, ergonômico ou ambiental são usados
mais frequentemente dentro do laboratório para
simular aspectos de uso do mundo real.
Testes laboratoriais, cenários,
heurísticas, protótipos,
emuladores, simuladores.
Ensaios
(Enactments)
Role-playing tradicional é estendido para situações
onde a tecnologia é utilizada.
Cenários, role-playing,
prototipação, storyboarding
Combinações
Métodos já existentes, e/ou coleta de dados
mediada e/ou simulações e ensaios são
combinados para permitir acesso a dados
complementares.
Fonte: HAGEN, P. et al. Emerging research methods for understanding mobile technology use. In
Proceedings of OZCHI 2005, Australia, November, 2005.
Apesar das limitações existentes nos resultados apresentados pelos
trabalhos comentados nesta subseção, é possível apreender alguns pontos:
Realizar ensaios de interação dentro de um ambiente controlado
possibilita a detecção de um grande percentual de falhas de
usabilidade;
Limitar a movimentação do dispositivo móvel, e.g. através de um
tripé, causa impactos na eficiência, eficácia e satisfação do usuário;
Incorporar aspectos contextuais, e.g. realizar experimentos em
campo, traz uma série de dificuldades na condução dos testes, o
que pode impactar na detecção de falhas;
Conduzir ensaios de interação e coletar dados no campo é difícil; e
Realizar um processamento estatístico adequado é de extrema
importância para a consideração dos resultados do estudo.
2.5.2 Procedimentos Metodológicos de Avaliação de Usabilidade
De maneira geral, as pesquisas apresentadas na área de usabilidade e, mais
especificamente, usabilidade móvel não apresentam detalhes dos
66
procedimentos metodológicos utilizados para conduzir as avaliações de
usabilidade, principalmente os ensaios de usabilidade envolvendo usuários.
Constata-se na literatura a existência de procedimentos metodológicos,
desde tradicionais, e.g. Rubin (1994), Dumas & Redish (1999), até
procedimentos utilizados especificamente para avaliação de dispositivos
móveis, e.g. Weiss (2002), Betiol (2004).
No procedimento descrito por Rubin (1994), observam-se as seguintes
etapas: (i) a identificação do propósito da avaliação é alcançada através
da identificação das características alvo e dos objetivos da avaliação; (ii) o
planejamento do teste inclui, dentre outras, atividades de identificação do
perfil alvo dos usuários, desenvolvimento das tarefas e cenários de teste e
especificação do material a ser utilizado nos testes; (iii) a obtenção dos
usuários envolve tarefas de identificação de usuários de testes, posterior
recrutamento e definição de questionários pré-teste; (iv) a configuração do
teste contempla atividades de preparação de todo material a ser utilizado nas
avaliações; (v) a condução dos testes inclui as atividades diretamente
relacionadas à execução da avaliação com os usuários de teste; (vi) a próxima
etapa está relacionada à análise dos dados coletados na etapa anterior; e
(vii) a partir dos resultados apresentados pela etapa anterior, deve-se fazer os
ajustes no produto. Vide Quadro 8.
Quadro 8 – Procedimento de teste de usabilidade desenvolvido por Rubin
(1994).
Etapas Sub-Etapas
Identificação do propósito da avaliação
Identificação dos objetivos;
Planejamento do teste
Identificação do perfil alvo dos usuários;
Determinação do projeto experimental;
Definição das tarefas e cenários;
Especificação do material de teste;
Identificação do pessoal requisitado;
Obtenção dos usuários
Identificação dos usuários alvo;
Recrutamento dos usuários;
Definição de questionários pré-teste;
Configuração do teste
Preparação do material de teste;
Condução dos testes
Introdução de informações ao participante;
Execução das tarefas;
Coleta de dados;
Debriefing;
Análise dos dados
Identificação de grandes problemas;
Análise dos dados de desempenho;
Análise de dados preferenciais;
Realização de ajustes no produto
67
Dumas & Redish (1999) recomendam várias etapas para o
planejamento e execução de testes de usabilidade. A etapa inicial consiste no
planejamento da avaliação, seguido pela definição das metas e do perfil dos
participantes. Em seguida, os participantes devem ser recrutados.
Selecionam-se as tarefas e os cenários de teste, decidem-se as métricas de
usabilidade a serem utilizadas, prepara-se o material, o ambiente e a equipe
de teste, e, em seguida, o teste-piloto deve ser conduzido. Após a condução
dos testes com os usuários, os dados coletados devem ser analisados,
alterações recomendadas e resultados divulgados. Os autores recomendam a
preparação de uma amostra dos vídeos do teste e, por último, a incorporação
das mudanças recomendadas no produto.
Queiroz (2001) adotou um procedimento metodológico específico para a
condução de experimentos avaliatórios, cujas etapas e sub-etapas são
sumariadas no Quadro 9.
Weiss (2002) apresentou um procedimento metodológico ao realizar
testes de usabilidade em dispositivos móveis. Uma vez definido o produto a
ser avaliado, o questionário para seleção dos usuários de teste é elaborado e,
por conseguinte, tais participantes são recrutados. Em seguida, elabora-se o
material informativo do teste, as questões pré e pós-teste e as tarefas de
teste. Então, os ensaios de interação são conduzidos, sendo finalizados com
uma sessão de discussão (debriefing com todos os observadores dos testes e
membros da equipe de desenvolvimento do produto). Em seguida, os dados
coletados são analisados e as recomendações elaboradas e apresentadas.
Betiol (2004), ao realizar seus experimentos com dispositivos móveis,
seguiu o procedimento metodológico apresentado no Quadro 10.
De forma geral, as várias etapas e sub-etapas dos diversos
procedimentos metodológicos apresentados para a condução de ensaios de
interação apresentam muitas semelhanças. Algumas metodologias, e.g.
Queiroz (2001), por apresentarem mais detalhes, são aparentemente maiores.
Outras optam pelo agrupamento de etapas, como forma de simplificar o
processo. Às vezes, determinadas etapas não são mencionadas por
determinados autores, pois tais etapas não se faziam necessárias ao
experimento.
É importante destacar que ensaios de usabilidade devem fundamentar-
se numa metodologia ou procedimento e que o mais importante é instanciá-
68
las de forma que se adapte às necessidades da avaliação.
Quadro 9 – Generalização da Abordagem Metodológica (Queiroz, 2001).
Etapas Sub-etapas
Planejamento dos
experimentos avaliatórios
Caracterização do alvo de estudo;
Definição das metas e interesses;
Caracterização do universo amostral;
Levantamentos dos usuários de teste potenciais;
Definição do modo de recrutamento dos participantes;
Decisão do número de participantes do ensaio avaliatório;
Seleção das técnicas de avaliação;
Definição de indicadores objetivos e subjetivos;
Treinamento do universo
amostral
Familiarização dos usuários de teste com a ferramenta a ser testada;
Capacitação do universo amostral de teste;
Elaboração do material do
ensaio
Definição e estruturação das atividades associadas à avaliação do
produto;
Definição dos recursos necessários à execução de cada tarefa;
Elaboração da ficha cadastral do participante e do documento de
aceitação das condições de teste;
Elaboração do material necessário à condução do processo
avaliatório;
Discussão das abordagens de avaliação da usabilidade do produto;
Modelagem da tarefa e da interação
Elaboração dos roteiros da tarefa
Validação do material elaborado
Condução do ensaio e coleta
de dados
Aplicação das estratégias avaliatórias pré-definidas;
Registro dos indicadores pré-definidos;
Tabulação e análise dos dados
Triagem preliminar dos dados coletados;
Triangulação dos dados coletados;
Tabulação e síntese dos dados coletados;
Organização dos problemas listados;
Apresentação dos resultados
Definição do modo de divulgação dos resultados;
Priorização dos dados apresentados de acordo com os usuários finais
dos resultados;
Elaboração do documento final;
Apreende-se a partir da leitura deste capítulo, especialmente da
subseção 2.5.1, que uma abordagem híbrida para avaliação da usabilidade de
dispositivos móveis mostra-se uma importante contribuição, sendo fortalecida
inclusive pela validação estatística que avaliará o impacto das adaptações
realizadas na abordagem tradicional.
69
Quadro 10 – Procedimento metodológico seguido por Betiol (2004).
Etapas Sub-Etapas
Definição do produto-alvo de avaliação
Definição do contexto de uso
Definição dos contextos de avaliação
Definição da amostra de participantes
Definição do perfil dos participantes;
Definição do número de participantes;
Recrutamento dos participantes;
Definição do script das tarefas
Escolha das medidas e métricas de usabilidade
Definição dos critérios de comparação dos desempenhos
das avaliações
Condução dos Ensaios de Interação Introdução do participante no ambiente
de teste;
Aplicação de questionário pré-teste;
Realização de treinamento;
Execução das tarefas de teste;
Aplicação de questionários pós-teste;
Debriefing;
Levantamento dos dados coletados
Análise das fitas de vídeo
Análise dos problemas de usabilidade
Análise estatística
Apresentação dos resultados
70
Capítulo 3 – A Metodologia para Avaliação de
Dispositivos Móveis
Este capítulo descreve a metodologia híbrida de avaliação, originalmente
proposta para avaliar a usabilidade de sistemas interativos, e aqui, adaptada
para avaliar dispositivos/ sistemas móveis. Além disso, mostra-se como a
abordagem híbrida proposta adequa-se às especificações e recomendações
feitas pela Parte 11 do padrão internacional ISO 9241 (ISO, 1998).
3.1 A Metodologia Original
Queiroz (2001) categorizou as iniciativas de avaliação como pertencentes a
uma de quatro grandes categorias, a saber: (i) centrada na interação usuário-
produto; (ii) centrada na inspeção do produto por especialistas; (iii) centrada
em modelos; e (iv) adaptativa (ou híbrida).
Cada categoria contempla uma variedade de métodos de teste. Nas
abordagens centradas na interação usuário-produto se encaixam métodos de
observação, entrevistas, verbalização de procedimentos, discussões em grupo,
captura automática, dentre outros. Na categoria de inspeção por especialistas
encaixam-se as avaliações heurísticas, o uso de diretrizes, as revisões
sistemáticas e as inspeções formais, de consistência, de características e de
padrões.
A categoria centrada em modelos compreende os métodos avaliatórios
cognitivos, lingüísticos, físicos e de interação. Por sua vez, as abordagens
híbridas caracterizam-se pela associação de duas ou mais das categorias
citadas anteriormente.
Queiroz (2001) propôs uma abordagem híbrida (Figura 20), que
incorpora 3 abordagens metodológicas de avaliação: (i) mensuração do
desempenho do usuário ao utilizar o produto; (ii) sondagem da satisfação
subjetiva do usuário; e (iii) inspeção de conformidade do produto.
Na subseção 3.1.1, Enfoques Avaliatórios, descreve-se a importância
de cada enfoque para a metodologia. Na subseção 3.1.2, Metodologia
Adotada, é apresentada a metodologia que foi adotada na condução dos
experimentos avaliatórios com os usuários. Por fim, na subseção 3.1.3, são
feitos alguns comentários relacionados à possibilidade de adaptação desta
71
abordagem.
Figura 20 - Descrição da abordagem híbrida proposta por Queiroz (2001).
3.1.1 Enfoques Avaliatórios
Conforme visualizado na Figura 20, a abordagem híbrida original é composta
por três enfoques avaliatórios: (i) inspeção da conformidade de um produto a
um padrão; (ii) mensuração do desempenho do usuário; e (iii) sondagem da
satisfação subjetiva do usuário. Nas subseções seguintes são relatados a
importância e os benefícios advindos de cada enfoque que justificaram a
metodologia originalmente proposta por Queiroz (2001).
3.1.1.1 Inspeção da Conformidade de um Produto a um Padrão
Diversas organizações têm evoluído na definição de regras e procedimentos
bem estruturados (i.e. elaboração de guias de estilo ou adoção de padrões
destinados ao desenvolvimento de produtos ergonômicos) para garantir a
usabilidade dos produtos desenvolvidos.
Segundo a ISO (2006b), padrões são acordos documentados contendo
especificações técnicas a serem adotadas como regras, diretrizes ou definições
de características, a fim de assegurarem a adequação de produtos, processos
e serviços aos propósitos a que se destinam. A IEC (2000) ainda complementa
esta definição, afirmando que um padrão é um documento estabelecido por
consenso, que oferece, para uso comum e repetido, regras, diretrizes ou
características de atividades ou de seus resultados, almejando atingir o estado
ótimo de ordem em um dado contexto.
Usabilidade
do produto
Questionário pós-teste
Comentários verbais
Avaliação Laboratorial
Mensuração do
Desempenho do
Usuário
Sondagem da
Satisfação do Usuário
ISO 9241
Inspeção da
Conformidade do
Produto a um Padrão
Influência
72
Nos últimos dez anos, a indústria têm mostrado maior preocupação com
a padronização de algumas partes do software (e.g. linguagens ou protocolos
de comunicação), ao contrário do que acontecia há algumas décadas quando o
foco era a padronização de itens de hardware.
Padronizar não significa apenas minimizar variações desnecessárias.
Vários argumentos têm sido utilizados para fundamentar a importância da
padronização voltada para a ergonomia de produtos de software. O primeiro
deles diz respeito à focalização da atenção sobre a consistência tanto em nível
da facilidade de aprendizado quanto da facilidade de memorização dos
mecanismos de interação pelo usuário. O segundo concerne à otimização das
práticas de projeto e avaliação de interfaces mediante a adoção de padrões
bem concebidos, o que pode conduzir à disponibilização de produtos de
software mais usáveis e, por conseguinte, melhores do ponto de vista do
mercado de consumo, além de contribuírem para o reaproveitamento do
código da interface. O terceiro argumento é relativo ao aumento do conforto e
bem-estar do usuário e, por conseguinte, de sua satisfação.
O quarto argumento concerne à padronização como uma base para o
entendimento comum entre os agentes envolvidos no projeto, manufatura,
avaliação e uso de produtos. O quinto refere-se à priorização apropriada das
questões relativas à interface usuário-computador no contexto maior do
desenvolvimento do produto. O penúltimo argumento diz respeito ao
cumprimento de requisitos legais, e.g. segurança e saúde no trabalho com
dispositivos de visualização. Finalmente, o sétimo e último argumento é o
aumento da produtividade, promovido pela otimização da usabilidade do
produto.
Além disso, a adoção de padrões distintos por diferentes países ou
regiões para tecnologias similares pode contribuir para o estabelecimento de
“barreiras técnicas” nos processos de exportação e importação,
comprometendo a dinâmica do mercado internacional.
3.1.1.2 Mensuração do Desempenho do Usuário
Além das metas qualitativas de usabilidade, inegavelmente importantes, as
metas quantitativas de usabilidade possibilitam atingir níveis de especificidade
necessários à validação de análises através de seu caráter objetivo e
mensurável.
73
A mensuração do desempenho dos usuários ao interagir com produtos
de software é imprescindível por diversas razões, dentre elas: (i) apóia a
verificação de produtos, no tocante à adoção de especificações de usabilidade;
(ii) auxilia nas tomadas de decisões de projeto; e (iii) possibilita a
quantificação das componentes da usabilidade (eficiência e efetividade).
A mensuração do desempenho consiste em avaliar o uso do produto-
alvo por um conjunto representativo de usuários, durante a realização de um
conjunto de tarefas típicas. Além da coleta de dados quantitativos, ainda é
possível coletar dados de natureza qualitativa através dos comentários verbais
feitos pelos próprios usuários de teste durante as sessões.
Este enfoque mostra-se pertinente também, pois ele avalia o produto
sob o ponto de vista do usuário final, expondo suas expectativas e
necessidades ao usar o produto.
3.1.1.3 Sondagem da Satisfação Subjetiva do Usuário
Produtos de software devem fundamentar-se na satisfação subjetiva do
usuário, i.e. o uso dos produtos deve ser agradável aos usuários. Desta forma,
tais produtos serão mais facilmente aceitos do que aqueles que irritam,
frustram ou desagradam.
Nos últimos anos, a estratégia mais comum empregada nas avaliações
para análise das atitudes, opiniões e preferências dos usuários tem sido o uso
de questionários como instrumentos para o delineamento do perfil e a
sondagem da satisfação subjetiva do usuário.
A sondagem a partir de questionários apresenta três vantagens
principais, a saber: (i) focalização direta do tema de interesse do avaliador,
possibilitando o controle do grau de especificidade almejado; (ii) produção de
escores passíveis de descrição e análise estatística, mediante técnicas de
correlação e regressão; e (iii) possibilidade de respaldar inferências
estatísticas, a partir da relação entre a amostra inspecionada e a população
correspondente (Oliveira, 2005).
Questionários informatizados são, em geral, ferramentas de sondagem
de aplicação rápida, e, conseqüentemente, pode reduzir os custos envolvidos
com a administração e computação dos resultados. Além disso, estes
possibilitam a coleta de grandes quantidades de dados.
74
Por outro lado, o uso de questionários também tem algumas
desvantagens, dentre elas: (i) proporção de questionários de sondagem
preenchidos corretamente e devolvidos, i.e. o número de indivíduos que
preencheram adequadamente e devolveram os questionários pode não ser
representativo; (ii) subjetividade das respostas, pois apesar dos questionários
fornecerem informações sobre atitudes e reações dos respondentes, estes o
fazem segundo suas percepções individuais; (iii) necessidade de
complementação das informações obtidas, uma vez que o ponto de vista do
usuário constitui apenas uma das facetas de investigação.
3.1.2 Discussão
A abordagem híbrida original, apresentada ao longo da seção 3.1.1, é uma
abordagem genérica de avaliação passível de instanciações/ adaptações para
contextos específicos de avaliação. A abordagem está apenas atrelada aos
enfoques avaliatórios (inspeção de conformidade a um padrão, mensuração do
desempenho e sondagem da satisfação subjetiva do usuário), os quais são
justificados pelos aspectos apresentados anteriormente na subseção 3.1.1.
Dependendo do contexto, do produto-alvo e das metas e interesses de
avaliação, as adaptações recairão sobre a escolha: (i) do(s) padrão(ões),
guia(s) de estilo, diretriz(es) de projeto, etc. a ser(em) utilizado(s); (ii) da(s)
técnica(s) a ser(em) empregada(s) para a mensuração do desempenho e de
seus indicadores quantitativos e qualitativos; e (iii) dos aspectos a serem
levantados através dos questionários de sondagem.
Na adaptação da abordagem híbrida original para o contexto de
avaliação de dispositivos móveis, focalizou-se uma atenção especial para o
enfoque da mensuração do desempenho do usuário, uma vez que aspectos
relacionados às dimensões, à mobilidade e ao contexto de uso de tais
dispositivos diferem significativamente daqueles dispositivos/ sistemas
desktop, para o qual a metodologia foi originalmente desenvolvida.
Outro aspecto que mereceu atenção durante a adaptação refere-se aos
padrões utilizados na inspeção, uma vez que ainda não há, em nível
internacional, um padrão para interfaces de dispositivos móveis, com moldes
similares aos das partes 10 a 17 do padrão ISO 9241, destinado a interfaces
de software de sistemas desktop. Portanto, a adaptação, no que concerne aos
padrões, pode direcionar-se pela adaptação de tais padrões para interfaces de
75
sistema móveis.
3.2 A Abordagem Híbrida de Avaliação para
Dispositivos Móveis
A abordagem híbrida de avaliação para dispositivos móveis apresenta
adaptações em relação àquela originalmente proposta. Conforme pode ser
observado na Figura 21, os focos de avaliação são mantidos: (i) inspeção da
conformidade do produto a um padrão; (ii) mensuração do desempenho do
usuário; e (iii) sondagem da satisfação subjetiva do usuário. No entanto,
constatam-se adaptações relacionadas a cada um destes enfoques, a saber:
(i) incorporação de outros padrões internacionais (ISO e ITU); (ii) inclusão da
avaliação de campo; (iii) inclusão de uma entrevista não-estruturada.
Figura 21 - Descrição da abordagem híbrida adaptada para avaliação de
dispositivos móveis.
As subseções seguintes versarão a respeito das adaptações realizadas
nos três enfoques.
3.2.1 Inspeção de Conformidade
No que concerne à inspeção de conformidade de um dispositivo móvel a um
padrão, investigou-se uma série de padrões específicos e a adequação do
padrão ISO 9241 – Ergonomic Requirements for Office Work with Visual
Display Terminals (VDTs) (ISO, 1997) na avaliação de dispositivos móveis.
Além do padrão ISO 9241, percebeu-se a aplicabilidade dos seguintes
Usabilidade dos
dispositivos móveis
Questionário pós-teste
Entrev. não-estruturada
Comentários verbais
Avaliação Laboratorial
Avaliação de Campo
Mensuração do
Desempenho do
Usuário
Sondagem da
Satisfação do Usuário
Padrões ISO
Padrões ITU
Inspeção da
Conformidade do
Produto a um Padrão
Influência
76
padrões: (i) ISO 14754 – Pen-Based Interfaces – Common gestures for Text
Editing with Pen-Based Systems (ISO, 1999); (ii) ISO 18021 – User interfaces
for mobile tools for management of database communications in a client-
server model (ISO, 2002); e (iii) ISO 24755 – Screen icons and symbols for
personal mobile communication device (ISO, 2006a). É importante lembrar
que tais padrões, apesar de serem, em geral, adequados aos dispositivos
móveis, estão intimamente associados ao dispositivo alvo da avaliação, i.e. a
aplicabilidade do padrão está ligada ao produto-alvo da avaliação.
Além da ISO (International Standard Organization), a ITU (International
Telecommunication Union) também tem desenvolvido padrões relacionados
aos serviços de telecomunicação e, consequentemente, atingindo alguns
aspectos dos dispositivos móveis.
3.2.1.1 Padrões ISO
O padrão internacional ISO 9241, utilizado na abordagem híbrida original,
estabelece requisitos ergonômicos para o uso de terminais de vídeo na
realização de tarefas de escritório. O principal objetivo deste padrão é auxiliar
projetistas no desenvolvimento de sistemas com terminais de visualização de
acordo com regras ergonômicas.
O padrão ISO 9241 está dividido em 17 partes. No Quadro 11 são
apresentadas as partes que compõem este padrão, descrevendo foco de cada
uma das partes. Em 2006, a Parte 10 foi descontinuada a partir da publicação
de uma revisão, passando a se chamar de ISO 9241 – Ergonomics of human-
system interaction – Part 110: Dialogue principles.
As partes 10, 11, 14, 16 e 17, destacadas no Quadro 11, são utilizadas
no âmbito desta pesquisa, conforme será visto nos capítulos seguintes. A
Parte 11, Especificações de usabilidade (Guidance on usability), é utilizada
como referência para a escolha das estratégias de avaliação envolvidas na
abordagem. Enquanto as demais partes destacadas serão utilizadas na
inspeção de conformidade do produto.
As tarefas de escritório (office tasks) citadas no padrão ISO 9241
incluem uma grande variedade de tarefas de processamento de texto e de
dados. Devido à similaridade destas tarefas com as tarefas executadas em
outros ambientes, e.g. científico, de telecomunicação, salas de controle e
acesso público, os requisitos especificados neste padrão mostram-se
77
apropriados para tais ambientes. Portanto, algumas partes deste padrão
podem ser aplicadas para o contexto das tarefas executadas com dispositivos
móveis.
Quadro 11 – Síntese do conteúdo das partes que compõem o padrão ISO
9241.
ISO 9241 - Ergonomic Requirements for Office Work with Visual Display Terminals (VDTs)
Parte Conteúdo
1: General introduction
Apresentação do padrão ISO 9241 e suas partes. Instruções sobre a
utilização do padrão.
2: Guidance on task requirements
Apresentação de diretrizes para a especificação de requisitos das
tarefas envolvendo terminais de visualização.
3: Visual display requirements
Estabelecimento de requisitos para a qualidade da imagem durante o
projeto e avaliação de terminais de visualização.
4: Keyboard requirements
Fornece um guia de características ergonômicas de teclado
alfanumérico e especificações para o projeto de sistemas de escritório
envolvendo teclados alfanuméricos.
5: Workstation layout and postural
requirements
Especificação de requisitos ergonômicos para estações de trabalho
com terminais de visualização, para que o usuário adote uma postura
confortável e eficiente.
6: Guidance on the work enviroment
Fornecimento de um guia com princípios básicos para o projeto
ergonômico do ambiente de trabalho do usuário envolvendo terminais
de visualização.
7: Requirements for display with
reflections
Especificação de métodos para mensuração de características
específicas de superfícies refletoras de terminais de visualização.
8: Requirements for displayed
colours
Especificação de requisitos ergonômicos para terminais de vídeo
coloridos.
9: Requirements for non-keyboard
input devices
Apresentação de requisitos ergonômicos para dispositivos de entrada
não baseados em teclado (e.g. mouse, trackball) possíveis de serem
utilizados juntamente com terminais de vídeo.
10: Dialogue principles
Apresentação de sete princípios ergonômicos importantes para o
projeto e avaliação de diálogos usuário-computador.
11: Guidance on usability
Apresentação de orientações sobre usabilidade em termos de
medidas de desempenho e satisfação do usuário.
12: Presentation of information
Apresentação de aspectos ergonômicos envolvidos na apresentação
das informações em terminais de vídeo.
13: User guidance
Apresentação de recomendações para o projeto e avaliação de
atributos para orientar o usuário durante o uso do produto.
14: Menu dialogues
Apresentação de princípios ergonômicos para o projeto e
avaliação de diálogos via menu.
15: Command dialogues
Apresentação de princípios ergonômicos para o projeto e avaliação de
diálogos através de linhas de comando.
16: Direct manipulation dialogues
Apresentação de princípios ergonômicos para o projeto e
avaliação de diálogos de manipulação direta.
17: Form filling dialogues
Apresentação de princípios ergonômicos para o projeto e
avaliação de diálogos via preenchimento de formulários.
Fonte: Adaptado de Queiroz (2001) e ISO (1997).
Segundo o padrão, um terminal de visualização (VDT - visual display
terminal) compreende uma tela de visualização, um teclado, e alguns
78
dispositivos e/ou equipamentos eletrônicos associados, podendo incluir
também outros dispositivos de entrada (e.g. dispositivo de apontamento e
seleção) e saída (e.g. caixas de som). Então, constata-se que um dispositivo
móvel, em geral, encaixa-se na definição de VDT.
Uma revisão na literatura revela que não pode ser encontrado um
padrão equivalente ao padrão internacional ISO 9241 que envolva requisitos
ergonômicos para trabalho com dispositivos móveis.
O comitê técnico JTC 1, sub-comitê SC 35 – user interfaces, produziu
dois documentos relacionados com dispositivos móveis; (i) ISO 18021, padrão
internacional já publicado; e (ii) ISO 24755, ainda em desenvolvimento.
O primeiro documento, o padrão ISO 18021 - User interfaces for mobile
tools for management of database communications in a client-server model
(ISO, 2002), define funções da interface com o usuário para gerenciar a
comunicação com banco de dados do lado cliente de um MBT (MoBile Tool)
capaz de trocar informações com um servidor.
O segundo documento, ISO 24755 Screen icons and symbols for
personal mobile communication device (ISO, 2006a) ainda não é um padrão
internacional, uma vez que o documento ainda está em elaboração. Sua
versão atual (draft version) define e recomenda um conjunto de ícones e
símbolos que, normalmente, estão presentes em dispositivos de comunicação
móvel pessoal. Suas recomendações de ícones e símbolos estão relacionadas
às características de configuração do próprio dispositivo (e.g. teclado, bateria,
toques e sons) e às suas aplicações (e.g. catálogo de endereços, imagens,
filmes, áudio, acesso à Web, jogos, agenda, mensagens).
O sub-comitê SC 35 é responsável também pela produção do padrão
ISO 14754 – Pen-Based Interfaces – Common gestures for Text Editing with
Pen-Based Systems (ISO, 1999) o qual define os comandos gestuais básicos e
ações para execução de tais comandos para edição de texto em sistemas
baseados em reconhecimento de escrita, e.g. seleção, exclusão, quebra de
linha, copiar, colar, recortar, desfazer.
3.2.1.2 Padrões ITU
A ITU (International Telecommunicaton Union) também desenvolve padrões
relacionados aos serviços de telecomunicação e, consequentemente, alguns
79
deles incorporam aspectos relacionados aos dispositivos móveis.
Dentre as recomendações da ITU investigadas, destaca-se a
recomendação E.161 (Arrangement of digits, letters and symbols on
telephones and other devices that can be used for gaining access to a
telephone network) (ITU, 2001) que está relacionada ao posicionamento dos
dígitos, letras e símbolos em telefones e outros dispositivos móveis.
3.2.2 Mensuração do Desempenho
Uma vez que o contexto de uso dos dispositivos móveis mostra-se
significativamente distinto do contexto de uso de sistemas estacionários
(baseados em desktop) incluiu-se a avaliação de campo para mensurar o
desempenho do usuário. Pois, dessa forma, tenta-se aproximar o ambiente de
teste do ambiente real de uso de tais dispositivos. Assim, o enfoque
avaliatório da mensuração do desempenho passou a ser compreendido por
dois métodos de avaliação: (i) avaliação laboratorial; (ii) avaliação de campo.
Conforme já foi visto no Capítulo 2, não há um consenso entre os
pesquisadores da área a respeito da supremacia dos testes de campo sobre os
testes laboratoriais. Então, nesta pesquisa, será avaliado também o impacto
da inclusão da avaliação de campo.
3.2.3 Sondagem da Satisfação Subjetiva
No que diz respeito à sondagem da satisfação dos usuários ao utilizarem o
produto, serão coletados dados relacionados a este aspecto a partir de três
métodos distintos: (i) aplicação do questionário informatizado de sondagem da
satisfação dos usuários; (ii) anotações dos comentários verbais feitos pelos
usuários durante a sessão de teste; e (iii) dados coletados na entrevista não
estruturada (debriefing) realizada no fim das sessões de teste.
3.2.4 Metodologia Adotada
A metodologia a ser adotada na condução dos experimentos avaliatórios da
abordagem híbrida ora proposta, baseia-se fundamentalmente na metodologia
conduzida por Queiroz (2001).
O Quadro 12 apresenta, em linhas gerais, as etapas que compõem a
parte experimental da metodologia (mensuração do desempenho e sondagem
80
da satisfação subjetiva do usuário). Nas subseções seguintes são descritas as
etapas que compuseram o procedimento metodológico proposto.
Quadro 12 – Generalização da abordagem metodológica.
ETAPA SUB-ETAPAS
PLANEJAMENTO DOS
EXPERIMENTOS AVALIATÓRIOS
Definição das metas e interesses
Caracterização do universo amostral
Levantamento dos usuários de teste potenciais
Definição do modo de recrutamento dos participantes
Decisão do número de participantes do ensaio avaliatório
Seleção das técnicas de avaliação
Definição de indicadores objetivos e subjetivos
TREINAMENTO DO UNIVERSO
AMOSTRAL
Familiarização dos usuários de teste com o produto-alvo
ELABORAÇÃO DO MATERIAL DO
ENSAIO
Planejamento e Estruturação das Tarefas de Teste
Elaboração dos seguintes documentos:
Ficha cadastral do participante;
Documento de aceitação das condições de teste;
Termo de confidencialidade.
Elaboração do material necessário à condução do processo avaliatório:
Questionário pré e pós-teste;
Roteiros das tarefas de teste;
Ficha de registro de eventos;
Guia para entrevista não-estruturada.
Validação do material elaborado (Teste-piloto)
CONDUÇÃO DO ENSAIO E
COLETA DE DADOS
Aplicação das estratégias avaliatórias pré-definidas
Registro dos indicadores pré-definidos
Etapas:
Introdução do participante no ambiente de teste;
Treinamento do usuário (2ª etapa);
Aplicação de questionário para delineamento do perfil;
Execução das tarefas de teste;
Aplicação de questionários para sondagem da satisfação;
Realização de entrevista não-estruturada.
TABULAÇÃO E ANÁLISE DOS
DADOS
Triagem preliminar dos dados coletados
Triangulação dos dados coletados
Tabulação e síntese dos dados coletados
Organização dos problemas listados
APRESENTAÇÃO DOS
RESULTADOS
Definição do modo de divulgação dos resultados
Priorização dos dados apresentados
Elaboração do documento final
3.2.4.1 Planejamento dos Experimentos Avaliatórios
Esta etapa do procedimento metodológico demanda uma série de atividades a
serem desempenhadas, as quais estão agrupadas em sub-etapas, a saber:
(i) Definição das Metas e Interesses
: definição dos objetivos genéricos e
específicos que fundamentam a condução da avaliação;
(ii) Caracterização do Universo Amostral
: especificação das
81
características relevantes para o delineamento do(s) perfil(s) dos
usuários de teste;
(iii) Levantamento dos Usuários de Teste Potenciais
: mapeamento do
contingente de potenciais usuários de teste e sondagem informal da
disponibilidade e interesse de participação nos ensaios avaliatórios;
(iv) Definição do Modo de Recrutamento dos Participantes
: definição e
estruturação de uma estratégia de recrutamento dos participantes,
e.g. envio de correspondências, aplicação de questionário pré-teste,
contato telefônico;
(v) Decisão do Número de Participantes do Ensaio Avaliatório
: definição
do número de participantes do ensaio baseada nos resultados da
sondagem formal do universo de potenciais usuários de teste e nos
resultados da caracterização do universo amostral;
(vi) Seleção das Técnicas de Avaliação
: definição das técnicas de
avaliação da usabilidade do produto-alvo tanto em função dos
recursos humanos, físicos e materiais disponíveis quanto das
informações coletadas nas sub-etapas anteriores;
(vii) Definição de Indicadores Objetivos e Subjetivos
: definição dos
indicadores objetivos e subjetivos mais significativos a partir das
técnicas de avaliação e das metas e interesses previamente
selecionados.
3.2.4.2 Treinamento do Universo Amostral
A etapa de treinamento do universo amostral consiste em fornecer aos
usuários um determinado nível de familiaridade com o produto a ser testado.
Dependendo do produto-alvo e do universo amostral esta etapa pode
ser suprimida da abordagem metodológica, i.e. quando não houver
necessidade da realização de treinamento.
3.2.4.3 Elaboração do Material do Ensaio
Esta etapa compreende as seguintes sub-etapas:
(i) Planejamento e Estruturação de Tarefas de Teste
: planejamento,
elaboração e estruturação das tarefas relevantes ao contexto do
produto-alvo da avaliação considerando os recursos humanos, físicos
materiais e temporais e as metas e interesses do ensaio avaliatório;
82
(ii) Elaboração da Ficha Cadastral do Participante, do Documento de
Aceitação das Condições de Teste e do Termo de Confidencialidade:
redação de uma ficha de cadastro e de documentos descrevendo as
condições de teste às quais os participantes serão submetidos;
(iii) Elaboração do Material Necessário à Condução do Processo
Avaliatório: preparação do material a ser utilizado pelos avaliadores e
usuários durante o processo avaliatório do produto (e.g.
questionários pré e pós-teste, roteiros de tarefas para o usuário de
teste e para o avaliador, fichas de registro de eventos, guia para
entrevistas informais);
(iv) Validação do Material Elaborado
: condução de um teste-piloto cujo
objetivo é a detecção de problemas nos métodos planejados, no
material de teste elaborado, no produto e na sua documentação.
3.2.4.4 Condução do Ensaio e Coleta de Dados
Esta etapa caracteriza-se pela aplicação de duas sub-etapas: (i) aplicação das
técnicas pré-definidas de avaliação da usabilidade; e (ii) coleta dos indicadores
objetivos e subjetivos que permitam a verificação das hipóteses previamente
definidas.
A condução de cada ensaio de interação consiste nas seguintes etapas:
(i) introdução do participante no ambiente de teste; (ii) fornecimento de mais
informações sobre o produto; (iii) aplicação de questionário para delineamento
do perfil do usuário; (iv) observar a execução das tarefas de teste; (v)
aplicação de questionário para sondagem da satisfação subjetiva do usuário; e
(vi) realização de entrevista não-estruturada afim de coletar mais informações
do usuário.
3.2.4.5 Tabulação e Análise dos Dados Coletados
Esta etapa foi dividida em quatro sub-etapas, a saber:
(i) Triagem Preliminar dos Dados
: execução de uma triagem preliminar
dos dados coletados, a fim de detectar problemas colaterais não
evidenciados através de uma leitura direta dos dados;
(ii) Triangulação dos Dados
: confrontação das três categorias de dados
coletados, visando à detecção de problemas colaterais adicionais não
evidenciados durante a triagem isolada dos dados obtidos a partir de
83
cada enfoque considerado;
(iii) Tabulação e Síntese dos Dados
: conclusão do processo de tabulação
dos dados iniciados nas duas sub-etapas anteriores;
(iv) Organização dos Problemas Listados
: organização dos problemas
evidenciados a partir da condução dos processos avaliatórios.
3.2.4.6 Apresentação dos Resultados
A etapa final do processo avaliatório pode ser decomposta em: (i) definição do
modo de divulgação dos resultados obtidos; (ii) priorização dos dados; e (iii)
elaboração do documento final.
3.3 O Padrão ISO 9241-11 e a Abordagem Híbrida
Conforme atestado no Capítulo 2, A Usabilidade e os Dispositivos Móveis,
a Parte 11 do padrão ISO 9241 (ISO, 1998) define usabilidade como a
efetividade, eficiência e satisfação com as quais usuários específicos atingem
metas específicas em ambientes específicos, i.e. em um contexto de uso
específico.
A efetividade ou eficácia está relacionada à precisão e à completude
com a qual os usuários alcançam os seus objetivos. A eficiência diz respeito
aos recursos necessários (face à completude e precisão) para que os usuários
alcancem seus objetivos. Enquanto a satisfação está relacionada ao conforto
e à aceitação do uso do sistema pelos usuários.
O contexto de uso é formado pelos usuários, tarefas, equipamentos
(hardware, software e outros materiais) e pelo ambiente físico e social no qual
o produto é utilizado. Tais componentes podem influenciar diretamente a
usabilidade de um produto. No Quadro 13, são apresentados exemplos de
atributos do contexto de uso.
Para determinar o nível de usabilidade alcançado, é necessário medir o
desempenho e a satisfação dos usuários durante o uso do produto,
mensurando a usabilidade com pelo menos um indicador em cada um dos
aspectos (efetividade, eficiência, satisfação). No Quadro 14, são apresentados
alguns exemplos de indicadores de efetividade, eficiência e satisfação.
84
Quadro 13 - Atributos do contexto de uso.
Usuários Tarefas Equipamentos
Tipos de Usuários
Primários
Secundários e indiretos
Habilidades e conhecimentos
Conhecimento do produto
Conhecimento do sistema
Experiência na tarefa
Experiência organizacional
Nível de treinamento
Habilidade com dispositivos de
entrada
Qualificação
Habilidades de linguagem
Dados Pessoais
Idade
Sexo
Capacidades físicas e cognitivas
Limitações físicas e cognitivas
Capacidade intelectual
Atitude
Motivação
Nome
Estrutura
Freqüência
Duração
Flexibilidade
Demanda física e mental
Dependências
Resultados
Riscos resultantes de erros
Demandas críticas de
segurança
Descrição básica
Identificação do produto
Descrição do produto
Principais áreas de aplicação
Principais funções
Especificação
Hardware
Software
Materiais
Serviços
Outros itens
Ambiente
Organizacional Técnico Físico
Estrutura
Horas de trabalho
Grupos de trabalho
Função
Práticas de trabalho
Assistência
Interrupções
Estrutura da gerência
Estrutura de comunicação
Atitudes e cultura
Política de uso dos
computadores
Objetivos organizacionais
Relações industriais
Projeto do trabalho
Flexibilidade
Monitoramento do desempenho
Retorno do desempenho
Velocidade
Autonomia
Discrição
Configuração
Hardware
Software
Materiais de referência
Condições do local de
trabalho
Condições atmosféricas
Ambiente acústico
Ambiente térmico
Ambiente visual
Instabilidade ambiental
Projeto do local de trabalho
Espaço físico
Mobiliário
Postura do usuário
Localização
Segurança do local de
trabalho
Riscos para a saúde
Roupas e equipamentos de
proteção
Fonte: Traduzido de ISO 9241, Parte 11 (ISO, 1998).
85
Quadro 14 – Exemplos de indicadores de usabilidade.
Indicadores de Usabilidade
Efetividade Eficiência Satisfação
Percentual de metas alcançadas
Percentual de usuários que
completaram a tarefa com
sucesso
Número de consultas à ajuda
Número de consultas à
documentação
Número de consultas ao setor
de suporte
Número de erros ocorridos
Número de opções de menu
selecionadas incorretamente
Tempo para completar a tarefa
Custo financeiro para executar a
tarefa
Tempo gasto na primeira
tentativa
Tempo gasto para re-
aprendizado
Tempo produtivo
Tempo gasto para corrigir erros
Escala de satisfação
Freqüência de reclamações
Freqüência de reuso
Escala para facilidade de
aprendizado
Escala para manipulação de
erros
Escala para desconforto visual
Fonte: Traduzido de ISO 9241, Parte 11 (ISO, 1998).
A abordagem híbrida ora proposta atende aos requisitos de usabilidade
definidos na Parte 11 do padrão internacional ISO 9241 (ISO, 1998), uma vez
que, principalmente, os enfoques Mensuração do Desempenho e
Sondagem da Satisfação Subjetiva do Usuário vão ao encontro do que é
definido pelo padrão. A Inspeção de Conformidade também se associa
positivamente a esta definição, uma vez que se a inspeção for realizada antes
da mensuração do desempenho, os resultados obtidos por ela podem auxiliar
na definição dos objetivos da mensuração do desempenho, focando áreas alvo
do produto.
Conforme será apresentado em detalhes no próximo capítulo, os
indicadores de usabilidade utilizados pela abordagem híbrida durante a
condução da Mensuração do Desempenho estão de acordo com aqueles
definidos no padrão internacional. No tocante à eficiência, o indicador adotado
será o tempo de execução das tarefas. No que diz respeito à efetividade ou
eficácia, os indicadores utilizados serão o número de ações incorretas, o
número de opções incorretas, o número de erros repetidos e o número de
consultas à ajuda. Como indicadores de satisfação, a metodologia utiliza, além
dos comentários verbais (feitos pelos usuários durante as sessões de teste),
as respostas verbais coletadas na entrevista não estruturada e o índice de
satisfação obtido a partir dos dados coletados pela aplicação do questionário
de satisfação USE (User Satisfaction Enquirer), disponível no WebQuest
(2005). Na Figura 22, apresentam-se os indicadores de usabilidade utilizados
pela abordagem híbrida ora proposta.
86
Figura 22 - Indicadores de usabilidade da abordagem híbrida adotada.
Usabilidade
Satisfação
Eficiência
Efetividade
Tempo de execução da tarefa
Índice de satisfação subjetiva
Entrevista não estruturada
Comentários verbais
Número de ações incorretas
Número de opções incorretas
Número de erros repetidos
Número de consultas à ajuda
87
Capítulo 4 – O Estudo de Caso
Uma vez adaptada aos dispositivos móveis, aplicou-se a abordagem híbrida a
um produto-alvo. Descreve-se, em detalhes, neste capítulo, como se deu a
validação da abordagem híbrida ora proposta a um dispositivo móvel.
De acordo com o que foi apresentado nos capítulos anteriores, percebe-
se que não existe uma ordem de precedência explícita no tocante à aplicação
dos enfoques apresentados a um produto. Na verdade, os enfoques
Mensuração do Desempenho e Sondagem da Satisfação do Usuário
estão diretamente relacionados, pois a satisfação dos usuários será
mensurada durante e/ou após as sessões de teste de usabilidade (método
utilizado no enfoque da mensuração do desempenho). Estes enfoques estão
ligados, principalmente, quando se trata de usuários que não têm experiência
prévia com o produto avaliado, pois sua satisfação será mensurada
fundamentando-se apenas na experiência obtida durante a mensuração do
desempenho.
Por outro lado, a Inspeção de Conformidade pode ser realizada
antes, durante ou depois dos outros enfoques. No entanto, destaca-se que é
melhor iniciar o processo de avaliação pela inspeção de conformidade, uma
vez que os resultados alcançados pela inspeção podem direcionar a avaliação
dos demais enfoques, de forma a enfatizar ou refutar problemas-alvo já
detectados. Além disso, a realização da inspeção proporcionará ao avaliador
maior conhecimento do produto, permitindo-lhe selecionar melhores cenários
de teste para a etapa de mensuração do desempenho, assim como direcionar
os questionamentos na sondagem da satisfação.
Uma vez que as técnicas, métodos e estratégias utilizadas na
abordagem estão diretamente relacionadas ao produto avaliado, a escolha do
produto-alvo é o passo inicial desta abordagem.
4.1 O Produto-alvo
A escolha do produto-alvo em um processo de avaliação da usabilidade tem
um papel importante no direcionamento das estratégias e métodos a serem
adotados. Inicialmente, a escolha do produto-alvo foi direcionada para a
escolha de um telefone celular, uma vez que tal dispositivo abrange maior
88
número de usuários, devido a vários fatores, principalmente ao baixo custo.
Posteriormente, a escolha foi redirecionada para o Nokia 770 Internet
Tablet, um dispositivo que havia sido lançado recentemente no mercado
internacional, o que reforçou o argumento de que o produto mostrava-se
como uma nova tendência dentro da categoria de dispositivos móveis.
4.1.1 Nokia 770 Internet Tablet
No primeiro semestre de 2005, a fabricante finlandesa Nokia apresentou o
Nokia 770 Internet Tablet (Figura 23), um dispositivo móvel com funções
de PDA (Personal Digital Assistant), mas sem funcionalidades de telefone.
Lançado no último trimestre de 2005, tal dispositivo teve como alvos alguns
mercados selecionados da América e da Europa.
Figura 23 – Nokia 770 Internet Tablet
Fonte: (Nokia 770, 2006) © Copyright 2006. Nokia. Todos os direitos reservados.
Os seguintes mecanismos de interação estão disponíveis no produto: (i)
botões apresentados na parte frontal e superior do dispositivo; e (ii) tela
colorida sensível ao toque, com resolução de 800 x 480 pixeis. O dispositivo
conecta-se à Internet através de conexões Wi-fi ou Bluetooth.
O produto apresenta uma variedade de aplicativos, dentre os quais
destacam-se: navegador (browser) com suporte a animações Flash, aplicativo
de correio eletrônico, visualizador de arquivos PDF, visualizador de imagens,
calculadora e jogos. Adicionalmente, o pacote de programas inclui leitor de
notícias em RSS, rádio via internet e tocador de mídia em diversos formatos.
89
No Quadro 15, apresentam-se as principais características do dispositivo
Nokia 770 Internet Tablet.
Quadro 15 – Características do Nokia 770 Internet Tablet
Nokia 770 Internet Tablet
Características Gerais
Telefone Não
PDA Sim
Ano de Lançamento 2005
Sistema Operacional Internet Tablet 2005 (baseado na distribuição Debian Linux)
Aplicativos
Navegador Web (browser), Flash Player v.6, Aplicativo de correio
eletrônico, Rádio de Internet, Visualizador de notícias (News Reader -
RSS), Tocadores multimídia, Visualizador de arquivos PDF, Visualizador
de imagens, Calculadora, Relógio, Jogos, dentre outros.
Memória RS-MMC (Reduced size – Multimedia card) de 64 MB
Flash 128MB
Dimensões 141 x 79 x 19 mm
135 x 78 x 14 mm (sem a capa protetora)
Peso 230 g
185 g (sem a capa protetora)
Bateria
Autonomia em stand-by 168 horas (7 dias)
Autonomia em uso 3 horas
Tela
Tamanho 4.13’’
Resolução 800 x 480
Nº de cores 65.536
Sensível ao toque (touch screen) Sim
Conectividade
Wi-fi 802.11b/g Bluetooth 1.2
USB Slot RS-MMC
Saída de áudio estéreo de 3,5 mm Tomada de alimentação de 2 mm
Entrada de Dados
Tela sensível ao toque Teclado QWERTY
Botões Reconhecimento de escrita
Fonte: (Nokia, 2006) © Copyright 2006. Nokia. Todos os direitos reservados.
4.1.2 Escopo de Avaliação do Produto
Definido o produto, a etapa seguinte consistiu em definir o escopo de
avaliação, i.e. decidir quais os aspectos de software e/ou hardware a serem
avaliados. No que diz respeito à parte física e ao hardware, decidiu-se avaliar
os seguintes aspectos: (i) tamanho e peso do dispositivo; (ii) localização e
facilidade de uso dos botões; (iii) localização e facilidade de uso da caneta
stylus; (iii) brilho/ reflexo da tela de visualização; (iv) capacidade e velocidade
de processamento. Ver a Figura 24 e a Figura 25.
90
No que diz respeito aos aspectos de software, o escopo foi delimitado de
forma a abranger a tela inicial do dispositivo, incluindo o Navegador de
Tarefas (e seus símbolos e menus associados), a Área de Indicação de
Status (Figura 26), e os seguintes aplicativos: (i) navegador (browser) Web;
(ii) aplicativo de correio eletrônico; (iii) editor de anotações (Notes); (iv) leitor
de arquivos PDF (PDF Reader); e (v) aplicativo de reprodução de mídia de
áudio (Audio Player). Tais aplicativos foram incluídos no escopo da avaliação
por serem nativos do dispositivo, i.e. são disponibilizados com o Nokia 770
Internet Tablet.
Figura 24 – Visão frontal do Nokia 770 Internet Tablet.
Fonte: (Nokia 770, 2006) © Copyright 2006. Nokia. Todos os direitos reservados.
Figura 25 – Visão superior do Nokia 770 Internet Tablet.
Fonte: (Nokia 770, 2006) © Copyright 2006. Nokia. Todos os direitos reservados.
91
Além dos modos de entrada textual, teclado virtual e reconhecimento de
escrita, também foram incluídos no escopo de avaliação o manual do produto
(ajuda off-line) e o Help (ajuda on-line).
Figura 26 - Tela do Nokia 770 Internet Tablet.
Fonte: (Nokia 770, 2006) © Copyright 2006. Nokia. Todos os direitos reservados.
4.2 A Inspeção de Conformidade
Conforme relatado anteriormente, a etapa de inspeção de conformidade de um
produto a um padrão pode ser realizada antes, durante ou depois da
realização dos outros dois enfoques: mensuração do desempenho e sondagem
da satisfação dos usuários. Neste trabalho de pesquisa, a etapa de inspeção
ocorreu em dois momentos, antes e durante a mensuração do desempenho,
devido ao processo de aquisição do padrão ISO 14754, o qual o GIHM (Grupo
de Interfaces Homem-Máquina) ainda não possuía.
Uma vez identificados e investigados os padrões internacionais
apresentados no Capítulo 3, A Metodologia Híbrida de Avaliação,
verificaram-se quais seriam aplicáveis ao produto em questão. Além da
aplicabilidade do conteúdo do padrão ao produto e escopo delimitado, tal
decisão considerou também aspectos de tempo e custo. Assim, verificou-se
que os seguintes padrões eram aplicáveis ao escopo delimitado para o
produto-alvo (Figura 27): (i) ISO 14754 – Pen-based interfaces – Common
1
Navegador de tarefas
2 – Área de título da aplicação
3 – Área de indicação de status
4 – Área da aplicação
92
gestures for text editing with pen-based systems (ISO, 1999a); (ii) ISO 24755
– Screen icons and symbols for personal mobile communication device (draft
version) (ISO, 2005); (iii) ISO 9241 – Part 10 – Dialogue Principles (ISO,
1996); (iv) ISO 9241 – Part 14 – Menu dialogues (ISO, 1997); (v) ISO 9241 –
Part 16 – Direct manipulation dialogues (ISO, 1999b); e (vi) ISO 9241 – Part
17 – Form filling dialogues (ISO, 1998b).
Figura 27 – Padrões utilizados na inspeção de conformidade.
O padrão internacional ISO 14754 (ISO, 1999a) mostrou-se adequado
ao escopo da inspeção de conformidade do produto selecionado, pois trata
especificamente da edição de texto com caneta stylus, i.e. um dos modos de
entrada textual do dispositivo.
O ISO 24755 (ISO, 2005) ainda não adquiriu o status de padrão
internacional, uma vez que ainda está em elaboração (discussão). No entanto,
incluiu-se a inspeção com sua versão draft, uma vez que as recomendações
contidas neste documento mostraram-se aplicáveis ao escopo do produto
avaliado.
Apesar da Parte 10 do padrão ISO 9241 (ISO, 1996) ter sido
descontinuada, chamando-se agora de ISO 9241 – Ergonomics of human-
system interaction – Part 110: Dialogue principles (ISO, 2006), incorporou-se
a versão antiga do padrão, por ser a versão disponível para a pesquisa.
Este padrão sugere que durante as fases de especificação,
desenvolvimento e avaliação de sistemas baseados em diálogos de interação,
sejam aplicados sete princípios de diálogo. Entretanto, tais princípios devem
ser aplicados apenas como diretrizes, pois seu uso está relacionado às
características dos usuários, das tarefas, do ambiente de uso e da própria
técnica de diálogo utilizada.
Uma vez que a interface do Nokia 770 Internet Tablet apresenta
diálogos com o usuário através de painéis de menu, manipulação direta de
ISO 9241
ISO 14754
ISO 24755
Inspeção de Conformidade
Nokia 770 Internet Tablet
Parte 14
Parte 16
Parte 17
93
objetos visuais e preenchimento de formulários, as partes 14 (ISO, 1997), 16
(ISO, 1999b) e 17 (ISO, 1998b) do padrão ISO 9241 foram consideradas
aplicáveis.
É importante destacar que a Parte 11 do padrão internacional ISO 9241
(ISO, 1998a) embora não seja utilizada para inspecionar o produto, foi
utilizada para nortear a abordagem híbrida como um todo, principalmente no
que diz respeito à mensuração do desempenho e à sondagem da satisfação
dos usuários.
Portanto, embora o enfoque inspeção de conformidade envolva as
partes 10 e 11 do padrão ISO 9241, utilizou-se apenas as partes descritas na
Figura 27 (i.e. partes 14, 16 e 17) no processo de inspeção de conformidade
do produto.
4.3 Mensuração do Desempenho e Sondagem da
Satisfação do Usuário
Nesta seção, apresentam-se detalhadamente as etapas seguidas para a
condução da avaliação da usabilidade a partir da mensuração do desempenho
e da sondagem da satisfação dos usuários.
Inicialmente, apresentam-se na subseção 4.3.1, Contextos de Uso, os
aspectos relacionados à definição dos contextos de uso de realização da
mensuração do desempenho e, conseqüentemente, da sondagem da
satisfação.
Na subseção seguinte, Metodologia Adotada, são apresentadas as
etapas que caracterizam a avaliação ora relatada.
4.3.1 Contextos de Uso
A abordagem híbrida de avaliação apresentada nesta pesquisa contempla a
realização de testes com usuários em dois contextos de uso, laboratorial e de
campo.
O contexto laboratorial compreende a realização da sessão de teste em
um laboratório de usabilidade, no qual a sala de testes assemelha-se a uma
sala de estar ou de escritório. Os testes de usabilidade ocorreram no
Laboratório de Interfaces Homem-Máquina (LIHM). A infra-estrutura,
composta, dentre outras coisas, por um ambiente climatizado, já estava
94
praticamente pronta, com exceção de alguns ajustes feitos na disposição do
mobiliário e na instalação de um ponto de acesso sem fio. Na Figura 28 é
ilustrada uma vista superior do LIHM.
Figura 28 – Laboratório de Interface Homem-Máquina.
As avaliações de campo, segundo contexto de uso, ocorreram no 3º piso
do Departamento de Sistemas e Computação da UFCG (Universidade Federal
de Campina Grande). Os usuários de teste deste contexto poderiam deslocar-
se para qualquer lugar do 3º piso do prédio, podendo inclusive usufruir de um
ambiente com cadeiras e mesa.
Inicialmente, havia sido planejado que os testes de campo ocorreriam
em um ambiente aberto (e.g. jardim, estacionamento). No entanto, dado que
as tarefas de teste incluíam acesso à Internet através de conexão wireless,
optou-se por este ambiente para a realização dos testes de campo, em virtude
do acesso irrestrito à rede.
Montou-se, no mesmo piso, uma sala de apoio, onde o receptor do sinal
da micro-câmera ficou ligado à televisão e vídeo cassete para gravação em
VHS. Apesar do acesso à rede sem fio também estar disponível nos demais
pisos do prédio, havia uma restrição relacionada à distância máxima permitida
para captação do sinal da micro-câmera utilizada para registrar os vídeos da
sessão.
95
Para a gravação do vídeo em campo, foram desenvolvidos, ao longo da
pesquisa, dois equipamentos, a serem apresentados mais adiante, para
acoplar a micro-câmera ao dispositivo avaliado.
4.3.2 Metodologia Adotada
A metodologia adotada para condução da avaliação, sob a ótica dos enfoques
da mensuração do desempenho e da sondagem da satisfação do usuário,
compôs-se de seis etapas principais, ilustradas na Figura 29 e descritas nas
próximas subseções.
A etapa Condução do Ensaio e Coleta de Dados encontra-se
destacada na Figura 29 para indicar que esta etapa compreende os testes
laboratoriais e de campo.
Figura 29 – Metodologia adotada para condução da avaliação.
4.3.2.1 Planejamento dos Experimentos Avaliatórios
Uma vez que o produto-alvo de estudo e seu escopo já estavam definidos, a
etapa de planejamento foi iniciada pela Definição das Metas e Interesses
da
avaliação: diagnosticar de maneira objetiva e subjetiva o processo interativo
usuário produto-alvo.
Em seguida, iniciou-se a etapa de Caracterização do Universo Amostral
de Usuários, na qual, com base no produto-alvo escolhido e nas metas e
interesses da avaliação, foram definidas as principais características para o
delineamento dos perfis dos usuários. O universo de usuários foi categorizado
em três perfis: principiantes, intermediários e experientes.
Destacam-se como características dos usuários principiantes do
Elaboração do Material
do Ensaio
Apresentação dos
Resultados
Tabulação e Análise
dos Dados Coletados
Treinamento do
Universo Amostral
Planejamento da
Avaliação
Condução do Ensaio e
Coleta de Dados
96
experimento ora relatado: (i) inexperiência com o uso do produto; (ii) pouco
conhecimento em informática; e (iii) atuação em áreas de formação distintas
de informática e/ou engenharia elétrica.
Como características dos usuários intermediários, destacam-se: (i)
inexperiência com o uso do produto; e (ii) conhecimentos avançados no uso
de sistemas computacionais; e (iii) formação em informática.
Por fim, os usuários experientes apresentaram as seguintes
características: (i) experiência com o uso do produto; e (ii) conhecimentos
avançados no uso de sistemas computacionais.
Tendo em vista que o produto-alvo testado apresenta sua interface em
língua inglesa, inclusive a ajuda (on-line e off-line), um dos pré-requisitos
para recrutamento dos usuários de teste foi o conhecimento básico em língua
inglesa (capacidade de leitura).
No Quadro 16 , são apresentadas as características que delimitam cada
um dos perfis de usuário considerados neste experimento. Dois perfis de
usuários (principiantes e intermediários) caracterizam-se pela inexperiência
com o produto, pois o Nokia 770 Internet Tablet, além de ser um produto
novo no mercado de dispositivos móveis, ainda não é largamente
comercializado no Brasil.
Quadro 16 – Características dos perfis de usuários de teste.
Categoria
Característica
Principiantes Intermediários Experientes
Conhecimento mínimo em
língua inglesa
Sim Sim Sim
Conhecimento em
Informática
Básico/ Intermediário Intermediário/ Avançado Intermediário/ Avançado
Experiência com o
produto
Não Não Sim
A etapa seguinte consistiu no Levantamento dos Usuários de Teste
Potenciais, e foi caracterizada por uma sondagem informal da quantidade de
usuários disponíveis e interessados em participar dos testes de usabilidade.
Um levantamento inicial dos potenciais usuários de teste mostrou que
havia cerca de 50 usuários. Este número já se mostrava superior ao número
de sessões de teste almejadas. No entanto, este levantamento mostrou a
predominância de usuários intermediários e um número pouco expressivo de
usuários experientes. Constatou-se também que não seria possível recrutar
97
muitos usuários experientes, uma vez que o produto não é largamente
comercializado no Brasil e que, no âmbito da instituição onde esta pesquisa foi
conduzida havia apenas cerca de uma dezena de potenciais usuários de teste
experientes.
Uma vez que o universo potencial de usuários já estava identificado e
sua categorização também, partiu-se para a etapa de Definição do Modo de
Recrutamento dos Usuários, na qual se decidiu como estratégia de
recrutamento o contato pessoal por telefone e/ou e-mail.
Uma das premissas da abordagem híbrida e de sua aplicação consiste
na definição de um número significativo de usuários de teste. Portanto, a
etapa de Decisão do Número de Participantes do Ensaio Avaliatório
resultou na
realização dos ensaios de avaliação com 42 usuários de teste, sendo dois
destes usuários participantes dos testes-piloto.
A escolha do número de usuários justifica-se pela premissa de que um
número maior de usuários possibilita a detecção de um número maior de
falhas, além de possibilitar maior diversidade de perfis de usuários recrutados
para os testes. Além disto, considerou-se também a disponibilidade de
recursos humanos, orçamentários e de tempo para a realização dos testes.
Assim, o universo amostral, totalizado em 40 usuários, foi dividido em
três subgrupos de forma a contemplar as categorias de usuários de teste -
principiantes, intermediários e experientes – na proporção de 16:16:8,
respectivamente. Como os ensaios de avaliação seriam conduzidos em dois
contextos de uso distintos, planejou-se a realização de 20 sessões de teste em
cada um deles, estabelecendo a proporção 8:8:4 (principiantes,
intermediários, experientes) para cada um dos contextos (laboratório e
campo).
Em seguida, foram selecionadas as Técnicas de Avaliação
de usabilidade
que seriam empregadas para avaliar o produto a partir da mensuração do
desempenho e da sondagem da satisfação. Tais técnicas foram escolhidas em
função dos recursos humanos, físicos, orçamentários e de prazo disponíveis,
assim como baseadas nas informações coletadas durante as atividades
anteriores.
Para a sondagem da satisfação subjetiva dos usuários optou-se pela
utilização de questionários, anotações de comentários verbais e dados
coletados a partir de uma entrevista não estruturada. Para auxiliar o processo
98
de coleta de dados através de questionários, foi utilizada a ferramenta
WebQuest (Queiroz, 2005; Oliveira, 2005; WebQuest, 2006).
O WebQuest foi desenvolvido para auxiliar avaliadores e projetistas de
sistemas interativos no processo sondagem da satisfação do usuário e,
conseqüentemente, no cálculo de um índice de satisfação subjetiva dos
usuários. A ferramenta gerencia desde a etapa da concepção de questionários
pelo avaliador até a computação e exibição dos resultados. Dois questionários
são disponibilizados pela ferramenta e foram utilizados nesta pesquisa: o
USer (User Sketcher) para delineamento do perfil dos usuários, e o USE
(User Satisfaction Enquirer) utilizado para sondagem da satisfação.
No que concerne à mensuração do desempenho optou-se pela utilização
da técnica de observação direta com registro em vídeo, tanto para o ambiente
de teste em laboratório quanto para o ambiente de teste realizado em campo.
Além desta técnica, decidiu-se que, durante as sessões de teste, os usuários
fossem incentivados a verbalizar seus procedimentos (thinking aloud).
Para finalizar o planejamento, ainda é necessário Definir os Indicadores
Objetivos e Subjetivos mais significativos para esta pesquisa. Foram
selecionados indicadores de natureza quantitativa e qualitativa. Os indicadores
quantitativos considerados neste experimento foram: (i) tempo execução da
tarefa; (ii) número de opções incorretas; (iii) número de ações incorretas; (iv)
número de erros repetidos; e (v) número de consultas à ajuda (on-line e off-
line).
No que diz respeito aos indicadores qualitativos considerou-se: (i)
facilidade de uso do produto; (ii) facilidade de uso dos mecanismos de entrada
de dados; (iii) facilidade de uso dos modos de entrada de texto; (iv) facilidade
de compreensão dos termos e símbolos do produto; (v) facilidade de
compreensão das mensagens de erro/ advertência do produto; e (vi) eficiência
da ajuda.
Apesar de estes indicadores tratarem especificamente da mensuração
do desempenho e da sondagem da satisfação, eles também estão relacionados
a aspectos focados na inspeção de conformidade.
Os Quadros 17, 18 e 19 resumem esta etapa de planejamento finalizada
pela definição dos indicadores objetivos e subjetivos.
99
Quadro 17 – Aspectos gerais do ensaio de interação.
ASPECTOS GERAIS DO ENSAIO
PRODUTO
Nokia 770 Internet Tablet
NATUREZA DO PRODUTO
Dispositivo móvel com funções de um assistente pessoal digital
(PDA – Personal Digital Assistant) com acesso à Internet
OBJETIVO GERAL
Avaliação de aspectos do processo interativo usuário-produto
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
i. Observação da facilidade de uso do produto;
ii. Observação da facilidade de execução das tarefas;
iii. Observação da facilidade de uso dos mecanismos de
entrada de dados;
iv. Observação da eficiência dos modos de entrada de texto;
v. Observação da clareza dos termos e símbolos utilizados no
produto;
vi. Mensuração do tempo de conclusão das tarefas;
vii. Mensuração do número de ações incorretas durante a
execução da tarefa;
viii. Mensuração do número de opções incorretas durante a
execução da tarefa;
ix. Mensuração do número de erros repetidos durante a
execução das tarefas;
x. Mensuração do número de consultas à ajuda durante a
execução das tarefas;
NATUREZA DA AVALIAÇÃO
Somativa objetiva/ subjetiva e qualitativa/ quantitativa
NATUREZA DOS TESTES
Laboratorial/ De campo
NÚMERO DE AVALIADORES
01
NATUREZA DAS TAREFAS AVALIADAS
Mais freqüentes e mais críticas
DIMENSÃO DO UNIVERSO AMOSTRAL
40 (quarenta) usuários de teste
DURAÇÃO COMPLETA DO ENSAIO
12 semanas (do planejamento até a condução das sessões de
teste)
100
Quadro 18 – Aspectos específicos relativos ao teste de usabilidade.
ASPECTOS ESPECÍFICOS DO ENSAIO – Teste Laboratorial e de Campo
META
Diagnóstico objetivo e subjetivo do processo interativo usuário-
produto.
INTERESSE GERAL
Investigação de problemas associados à navegação no produto,
ao uso das principais funções, aos mecanismos de entrada de
dados, aos modos de entrada textual e eficiência da ajuda on-
line/off-line.
TÉCNICA DE AVALIAÇÃO
Observação Direta
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
i. Investigação da capacidade de escolha de opções para a
verificação da facilidade de uso pelos usuários;
ii. Investigação da seleção de opções corretas nos menus e
barras de ferramentas para a verificação da facilidade de
navegação e uso do produto;
iii. Investigação do mecanismo de entrada de dados mais
utilizado para verificação da facilidade de uso de tais
mecanismos;
iv. Investigação do modo de entrada de texto preferencial para
a verificação da facilidade de uso e eficiência de tais modos;
v. Investigação da compreensão da terminologia e simbologia
utilizada nos rótulos, opções e mensagens de erro e
advertência do produto;
vi. Investigação da necessidade de consultas à ajuda para a
verificação da eficácia da ajuda on-line do produto;
INDICADORES QUANTITATIVOS
i. Tempo de execução das tarefas;
ii. Número de ações incorretas;
iii. Número de opções incorretas;
iv. Número de erros repetidos;
v. Número de consultas à ajuda;
INDICADORES QUALITATIVOS
i. Facilidade de uso do produto;
ii. Facilidade de uso dos mecanismos de entrada de dados;
iii. Facilidade de uso dos modos de entrada de texto;
iv. Facilidade de compreensão dos termos e símbolos do
produto;
v. Facilidade de compreensão das mensagens de
erro/advertência do produto;
vi. Eficiência da ajuda;
DIMENSÃO DO UNIVERSO AMOSTRAL
40 (quarenta) usuários de teste
CATEGORIA DE USUÁRIOS DE TESTE
Principiantes, intermediários e experientes.
NÚMERO DE SESSÕES DE TESTE
40 (quarenta)
Laboratorial 54 min.
DURAÇÃO DA SESSÃO DE TESTE
De campo 54 min.
PROBLEMAS-ALVOS
i. Com a forma/ dimensões do produto;
ii. Com os mecanismos e modos de entrada de dados;
iii. Com a capacidade de processamento de informação;
iv. Com a navegação no produto;
TIPOS DE RESULTADOS PREVISTOS
i. Confirmação da existência dos problemas-alvo;
ii. Detecção de outros problemas;
101
Quadro 19 – Aspectos específicos relativos à sondagem do perfil e da
satisfação dos usuários.
ASPECTOS ESPECÍFICOS – Sondagem do Perfil e da Satisfação dos Usuários
META
Diagnóstico objetivo do processo interativo usuário produto
INTERESSE GERAL
Sondagem dos perfis do universo amostral de usuários de
teste e da satisfação subjetiva dos usuários no tocante ao uso
do produto
TÉCNICA DE AVALIAÇÃO
Aplicação dos questionários USE e USer, disponíveis na
ferramenta WebQuest.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
i. Delineamento dos perfis do universo amostral de usuários
de teste para sua discriminação em categorias
(principiantes, intermediários e experientes);
ii. Investigação da satisfação subjetiva dos usuários de teste
para a confrontação com os demais fatores de avaliação
considerados no experimento;
INDICADORES QUALITATIVOS
Satisfação subjetiva
DIMENSÃO DO UNIVERSO AMOSTRAL
40 (quarenta) usuários de teste
TIPOS DE RESULTADOS PREVISTOS
i. Estudo discriminatório dos respondentes do questionário
pré-teste;
ii. Estudo analítico da satisfação subjetiva dos respondentes
dos questionários pós-teste.
4.3.2.2 Treinamento do Universo Amostral
O treinamento do universo de usuários aconteceu de forma individual e
consistiu em duas etapas. Uma vez recrutado um usuário e agendada sua
sessão era lhe enviado, por e-mail, o material básico acerca das funções
básicas do produto e sua utilização (vide Anexo A).
Posteriormente, na ocasião da sessão de teste e durante a etapa de
introdução do participante no ambiente de avaliação, o avaliador responsável
pela condução da sessão de teste apresentava o produto ao usuário,
descrevendo suas principais funções e formas de uso. Nesta ocasião eram
esclarecidas potenciais dúvidas relacionadas ao produto.
As etapas de treinamento foram principalmente direcionadas para os
perfis de usuário principiantes e intermediários, uma vez que os usuários
experientes já detinham conhecimento sobre o produto e sua utilização.
4.3.2.3 Elaboração do Material do Ensaio
Esta etapa de elaboração dos materiais que auxiliaram os ensaios de interação
foi decomposta em quatro sub-etapas ou atividades.
A primeira atividade consistiu no Planejamento e Estruturação das
Tarefas de Teste. Tomando como ponto de partida o conhecimento do
102
avaliador acerca do produto, adquirido durante as atividades de investigação
do escopo, foram definidas, inicialmente, 8 tarefas de teste. Tal decisão
também foi guiada pelos resultados preliminares obtidos com a inspeção de
conformidade.
Após a realização dos testes piloto, as sessões de teste foram
reestruturadas, totalizando 6 tarefas. As tarefas de teste foram planejadas de
forma a contemplar desde a inicialização do dispositivo até o uso dos seus
principais aplicativos e funções (e.g. correio eletrônico, navegador Web,
tocador de áudio, edição de anotações), explorando inclusive os modos de
entrada de dados e textuais. Tais tarefas também estão em consonância com
o escopo anteriormente definido. No Quadro 20, apresenta-se uma síntese das
tarefas de teste planejadas.
Observa-se, no Quadro 20, que foram consideradas na avaliação
laboratorial e de campo as mesmas tarefas de teste. Tal decisão foi tomada
após a validação do material nas sessões de teste-piloto, de forma a
possibilitar a posterior comparação entre os resultados obtidos em ambos os
contextos de avaliação.
Quadro 20 – Síntese do planejamento das tarefas de teste.
PLANEJAMENTO DAS TAREFAS DE TESTE
NATUREZA DO ENSAIO
Laboratorial / De Campo.
Laboratorial
06
NÚMERO DE TAREFAS
De Campo
06
Tarefa 1
Inicialização do dispositivo
Tarefa 2
Acesso à Web
Tarefa 3
Visualização de arquivos PDF
Tarefa 4
Entrada de dados textuais
Tarefa 5
Uso do correio eletrônico
Laboratorial
(20 usuários)
Tarefa 6
Uso do aplicativo tocador de áudio
Tarefa 1
Inicialização do dispositivo
Tarefa 2
Acesso à Web
Tarefa 3
Visualização de arquivos PDF
Tarefa 4
Entrada de dados textuais
Tarefa 5
Uso do correio eletrônico
ESPECIFICAÇÃO DAS
TAREFAS
De campo
(20 usuários)
Tarefa 6
Uso do aplicativo tocador de áudio
Em seguida, foi elaborada a Ficha Cadastral do Participante, cujo
propósito principal é fazer um cadastro dos participantes, de forma a criar
uma base própria, e cada vez maior, de potenciais usuários de teste para o
LIHM. Esta ficha pode ser visualizada no Anexo B.
103
Além disso, foram elaborados: (i) o Documento de Aceitação das
Condições de Teste (Anexo C), que trata das questões éticas relacionadas ao
registro em vídeo da sessão de teste; e (ii) o Termo de Confidencialidade
(Anexo D), que está relacionado à divulgação de informações relacionadas ao
produto.
Em seguida, foi elaborado o Material Necessário à Condução do
Processo Avaliatório, a saber: (i) questionários pré e pós-teste; (ii) roteiros
das tarefas de teste para o usuário e para o avaliador; (iii) fichas de registro
de eventos; (iv) questionamentos para guiar a entrevista não-estruturada; (v)
documentos de preparação do ambiente de teste.
O processo de delineamento do perfil dos usuários e da sondagem da
sua satisfação, realizada através da aplicação dos questionários pré-teste e
pós-teste, foi apoiado pela ferramenta de questionários WebQuest (2006).
O WebQuest oferece um conjunto inicial de questões, permitindo que
sejam modificadas, adicionadas ou excluídas. Uma vez que esta ferramenta é
direcionada para avaliação de sistemas interativos, grande parte das questões
se mostrou adequada ao contexto da avaliação de um dispositivo móvel. O
questionário pré-teste corresponde ao USer (User Sketcher), enquanto o pós-
teste corresponde ao USE (User Satisfaction Enquirer).
As principais premissas que nortearam a elaboração de tais
questionários foram: (i) os questionários deveriam estar alinhados com o
escopo avaliado e, consequentemente, com as tarefas selecionadas, de forma
a confrontar a execução prática com o resultado dos questionários; (ii) os
questionários não deveriam ser muito longos, de forma a não causar cansaço
ou desconforto ao usuário.
Os questionários pré-teste (Delineamento do Perfil dos Usuários) e pós-
teste (Sondagem da Satisfação Subjetiva dos Usuários) utilizados compõem,
respectivamente, os Anexos E e F. No Quadro 21 apresenta-se uma síntese do
planejamento relacionada à sondagem do perfil e da satisfação do usuário.
Nesta sub-etapa, foram também desenvolvidos: (i) os Roteiros das
Tarefas de Teste, uma versão para o avaliador e outra para o usuário (Anexos
G e H, respectivamente); e (ii) a Ficha de Registro de Eventos (Anexo I) para
auxiliar o avaliador no registro dos eventos importantes ocorridos durante a
sessão de teste, principalmente no que diz respeito aos indicadores objetivos.
104
Quadro 21 – Síntese do planejamento da sondagem do usuário.
PLANEJAMENTO DA SONDAGEM DO USUÁRIO
NATUREZA DA
SONDAGEM
PROBLEMAS-
ALVO
OBJETIVOS
DA SONDAGEM
TÉCNICA FASE
INSTRUMENTO DE
SONDAGEM
CARACTERÍSTICAS DO USUÁRIO
EXPLORADAS
Físicas
Sexo
Faixa Etária
Destreza manual
Uso de lentes
corretivas
Pré-teste
USEr
(WebQuest)
Relativas ao
conhecimento e à
experiência
Grau de instrução
Experiência
computacional prévia
Tempo de uso de
sistemas
computacionais
Freqüência de uso de
sistemas
computacionais
Plataforma
computacional mais
utilizada
Experiência prévia
com o Nokia 770
Freqüência de uso do
Nokia 770
Experiência prévia
com produtos similares
Familiaridade com a
língua inglesa
DE CAMPO
I
II
III
IV
i
ii
APLICAÇÃO DE
QUESTIONÁRIOS
Pós-teste
USE
(WebQuest)
Relativas à Atitude
e à Motivação
Aspectos de uso do
Nokia 770
Documentação on-line
e off-line
Interação geral com o
Nokia 770
I. Com a forma/ dimensões do produto;
II. Com os mecanismos e modos de entrada de dados;
III. Com a capacidade de processamento de informação;
IV. Com a navegação no produto;
i. Confirmação da existência de problemas;
ii. Identificação de outros problemas;
105
Por fim, foi desenvolvido nesta sub-etapa um Guia para a Entrevista
Não Estruturada (Anexo J), cujo propósito era auxiliar o avaliador na condução
dos questionamentos. Como se tratava de uma entrevista não estruturada,
informal, o avaliador podia fazer adaptações, de acordo com o comportamento
do usuário e o andamento da sessão de teste.
A última atividade relacionada à etapa de elaboração do material do
ensaio consistiu na Validação do Material Elaborado
. A validação deu-se
através da condução de duas sessões de teste-piloto, uma no laboratório e
outra em campo, com o propósito de detectar problemas com o material
previamente produzido (e.g. questionários, roteiros das tarefas de teste) e
com a estratégia de condução dos ensaios.
Decidiu-se conduzir as sessões de teste-piloto com usuários
intermediários, tanto por apresentarem características de ambas as demais
categorias de usuários consideradas quanto por constituírem o maior
contingente de usuários disponíveis para o experimento.
As sessões de teste-piloto contemplaram a execução de 8 (oito) tarefas
para o teste laboratorial e 7 (sete) tarefas para o realizado em campo (Quadro
22). A estimativa de tempo para execução das tarefas era de 65 minutos em
laboratório, e 61 minutos no campo. O teste laboratorial compreendia uma
oitava tarefa relacionada ao compartilhamento de dados, via interface USB,
entre o Internet Tablet e o computador. Baseada nas descrições dos
contextos de uso utilizados, apresentadas anteriormente neste capítulo,
verifica-se que a Tarefa 8 aplicou-se apenas ao contexto laboratorial.
Nos testes laboratoriais, a comunicação entre o usuário e a equipe de
avaliação era realizada através de microfone e som ambientes. Além de mesa
e cadeira, disponibilizou-se o material de teste necessário para condução do
ensaio de interação, i.e. roteiro das tarefas (versão do usuário) e manual
impresso do produto.
Foram utilizadas três câmeras na sala de teste, a saber: (i) uma câmera
com funções de pan (movimento horizontal da esquerda para direita, e vice-
versa), tilt (movimento vertical de cima para baixo, e vice-versa) e zoom ótico
e digital, para a captura de informações da tela do dispositivo (Figura 28 - B);
(ii) câmera comum de teto, para a captura de uma visão geral da sala de teste
(Figura 28 - C); e (iii) uma micro-câmera, para a captura das expressões
faciais do usuário (Figura 28 - D).
106
Quadro 22 – Síntese do planejamento das tarefas de teste para o teste-piloto.
PLANEJAMENTO DAS TAREFAS DE TESTE – TESTE-PILOTO
NATUREZA DO ENSAIO
Laboratorial / De Campo.
Laboratorial
08 65 min.
NÚMERO DE TAREFAS
De Campo
07 61 min.
Tarefa 1
Inicialização do dispositivo
Tarefa 2
Acesso à Web
Tarefa 3
Visualização de arquivos PDF
Tarefa 4
Entrada de dados textuais
Tarefa 5
Uso do correio eletrônico
Tarefa 6
Uso do aplicativo tocador de áudio
Tarefa 7
Uso de aplicativo de desenho
Laboratorial
01 usuário
Tarefa 8
Compartilhamento de dados com o computador
Tarefa 1
Inicialização do dispositivo
Tarefa 2
Acesso à Web
Tarefa 3
Visualização de arquivos PDF
Tarefa 4
Entrada de dados textuais
Tarefa 5
Uso do correio eletrônico
Tarefa 6
Uso do aplicativo tocador de áudio
ESPECIFICAÇÃO DAS
TAREFAS
De campo
01 usuário
Tarefa 7
Uso de aplicativo de desenho
O mobiliário utilizado (cadeira e mesa) foi posicionado a fim de que a
câmera, com pan & tilt, fixada no teto da sala pudesse capturar a tela do
Nokia 770 Internet Tablet, assim como o manuseio do dispositivo. Como as
tarefas de teste compreendiam o acesso à Internet, um ponto de acesso sem
fio (wireless access point) foi instalado no laboratório. Na Figura 30, mostra-se
uma ilustração da imagem gerada pela câmera de zoom durante a sessão de
teste-piloto.
Figura 30 – Teste-piloto em ambiente laboratorial.
107
Na sala de controle, i.e. sala da equipe de avaliação, o material utilizado
compreendeu os roteiros das tarefas (versão do avaliador) e a ficha de
registro de eventos. Além disso, cronômetros foram utilizados para a
mensuração do tempo de execução das tarefas.
A primeira dificuldade encontrada nos testes de campo deu-se no
tocante à estratégia de captura da interação do usuário com o produto. Uma
revisão na literatura constatou a iniciativa de alguns pesquisadores no
desenvolvimento de suportes que adaptados a uma micro-câmera, auxiliavam
no registro em vídeo, e.g. Betiol (2004), Roto et al. (2004), Weiss (2002).
Então, desenvolveu-se um aparato para acoplar a micro-câmera sem fio ao
dispositivo alvo da avaliação (Figura 31).
Foi montada uma sala de apoio para comportar a infra-estrutura
necessária nos testes de campo, i.e. o receptor do sinal da micro-câmera, a
televisão e vídeo cassete responsáveis pela gravação da sessão em fita VHS.
Figura 31 – Equipamento de gravação para teste de campo.
A execução das tarefas de teste nas sessões-piloto demandaram mais
de 83 minutos, em laboratório, e cerca de 76 minutos, no campo.
Considerando o tempo gasto nas outras etapas do teste, i.e. introdução do
participante no ambiente, treinamento, questionários e entrevista, cada
sessão de teste excedeu 2 horas de duração. Os registros em vídeo e as
observações verbais informais dos usuários mostraram que a longa duração
108
das sessões de teste-piloto causou desconforto e cansaço nos usuários.
Assim sendo, decidiu-se reduzir o número de tarefas de teste e seu
escopo. A Tarefa 07 foi excluída, uma vez que seu propósito era avaliar o
controle do usuário ao manipular o dispositivo com a caneta stylus e ter-se
percebido, no decorrer do teste-piloto, que tal avaliação poderia ser feita ao
longo da sessão.
A Tarefa 08 também foi excluída, pois o seu objetivo inicial, avaliar o
compartilhamento de dados com o computador desktop, foi descaracterizado,
uma vez que a manipulação de arquivos entre os dispositivos (Nokia 770
Internet Tablet e computador) era realizada utilizando o computador. Os
escopos das Tarefas 4 e 5 foram alterados, de modo a simplificá-las, enquanto
outras tarefas tiveram seus tempos de execução re-estimados. Assim,
conforme já foi explicitado no Quadro 18, a execução das tarefas de teste,
quer no laboratório ou no campo, foi re-estimado para 54 min.
Após a condução dos testes piloto, percebeu-se que seria inviável
analisar os vídeos das sessões de teste com a qualidade do vídeo adquirida,
tanto nos testes de campo quanto nos testes laboratoriais. A qualidade do
vídeo registrado mostrou-se inadequado devido, principalmente: (i) às
limitações da micro-câmera; e (ii) ao brilho do display de visualização,
bastante influenciado pela luminosidade do ambiente.
Após a realização dos testes-pilotos, uma revisão na literatura a
respeito de aplicativos para captura remota de tela identificou o x11VNC
(2006), uma versão do VNC Server (2006) para o Nokia 770 Internet
Tablet. Com o x11VNC permitiu-se a visualização remota, em alta qualidade,
da tela do dispositivo avaliado. Assim, o software de gravação CamStudio
(2006) permitiu registrar a visualização como arquivos de vídeo.
4.3.2.4 Condução do Ensaio e Coleta de Dados
Esta etapa caracterizou-se pela aplicação das técnicas pré-definidas de
avaliação da usabilidade e pela coleta de indicadores objetivos e subjetivos
que respaldassem a verificação da veracidade das hipóteses previamente
definidas.
A condução do ensaio, conforme citado anteriormente, aconteceu em
dois contextos de uso, no laboratório e no campo. As sessões de teste
109
compreenderam as seguintes atividades (Figura 32): (i) introdução do
participante no ambiente de teste; (ii) realização de treinamento; (iii)
aplicação de questionário pré-teste; (iv) execução do roteiro das atividades de
teste; (v) aplicação de questionário pós-teste; e (vi) realização de entrevista
não estruturada com o usuário.
Figura 32 – Atividades realizadas na condução do ensaio de interação.
A introdução do usuário no ambiente de teste consistiu no
esclarecimento de tópicos acerca da usabilidade, do propósito do teste e dos
procedimentos a serem seguidos durante a sessão. Na ocasião, foram também
abordadas as questões éticas envolvidas. Neste sentido, o avaliador
comprometeu-se em não divulgar os dados pessoais dos usuários, nem
identificá-los no relatório de falhas. Por outro lado, os usuários
comprometeram-se, através da assinatura do Termo de Confidencialidade, em
não divulgar informações acerca do produto testado. Os usuários também
optaram por autorizar, ou não, o uso do áudio e vídeo de sua sessão para
elaboração de relatórios multimídia (Documento de Aceitação das Condições
de Teste).
Em seguida, foi realizada a segunda etapa do treinamento, na qual,
além de serem explicitados os principais objetivos e funções do dispositivo
testado, esclareciam-se potenciais dúvidas do usuário.
A administração do questionário pré-teste (User Sketcher) teve como
objetivo coletar dados sobre o perfil dos usuários (e.g. sexo, faixa etária, grau
de instrução) e dados relacionados ao conhecimento prévio do usuário com o
Execução das
tarefas de teste
Introdução do
usuário no ambiente
de teste
Treinamento do
usuário
Aplicação de
questionário pré-
teste
Aplicação de
questionário pós-
teste
Realização de
entrevista não
estruturada
Condução do Ensaio
e Coleta de Dados
110
produto avaliado.
A execução das tarefas pelos usuários de teste foi guiada pelo roteiro
que se encontra no Anexo H. Compreendeu também a observação do usuário
pelo avaliador, com registro em vídeo e coleta de indicadores objetivos e
subjetivos.
O registro em vídeo das sessões de teste realizadas em campo foi
auxiliado por um segundo equipamento para acoplar a micro-câmera sem fio
ao dispositivo avaliado (Figura 33). Este segundo equipamento pesa 245g em
vez das 360g do primeiro equipamento desenvolvido e fornece maior liberdade
de ajuste da micro-câmera.
Figura 33 – Equipamento de suporte para micro-câmera.
O questionário pós-teste (User Satisfaction Enquirer) foi administrado
com o propósito de coletar dados relativos à satisfação do usuário no tocante
ao uso do produto, à navegação pela interface e à documentação. Tanto o
questionário pós-teste quanto o questionário pré-teste foram aplicados
suportado pela ferramenta WebQuest (2006).
Após o preenchimento do questionário, o avaliador conduziu uma
111
entrevista não-estruturada (Anexo J), a fim de coletar informações sobre as
impressões do usuário.
Por fim, após a finalização de uma sessão de teste, preparava-se o
produto e o ambiente para a próxima sessão de teste. No Quadro 23, são
descritos os materiais utilizados nas sessões de teste, laboratorial e de campo.
Quadro 23 – Materiais utilizados nos testes de usabilidade
TESTE LABORATORIAL
NATUREZA ESPECIFICAÇÃO
Hardware
Estação de trabalho baseada em PC (2)
Câmeras de vídeo (3)
Microfones (2)
Software
Software de captura da tela do dispositivo alvo (x11VNC)
Software de geração de vídeos (CamStudio)
Ferramenta para delineamento do perfil do usuário (WebQuest)
Ferramenta para sondagem da satisfação subjetiva do usuário (WebQuest)
Outros
Cronômetro (1)
Ficha de cadastro de participante
Documentos de aceitação das condições de teste
Roteiros das Tarefas de Teste (versões usuário e avaliador)
Ficha de registro de eventos
Manual do produto avaliado
CDs para backup dos vídeos
Produto-alvo
Nokia 770 Internet Tablet
TESTE DE CAMPO
NATUREZA ESPECIFICAÇÃO
Hardware
Estação de trabalho baseada em PC – laptop (1)
Micro-câmera sem fio (1)
Equipamento de suporte para a micro-câmera (1)
TV (1)
Vídeo cassete (1)
Software
Software de captura da tela do dispositivo alvo (x11VNC)
Software de geração de vídeos (CamStudio)
Ferramenta para delineamento do perfil do usuário (WebQuest)
Ferramenta para sondagem da satisfação subjetiva do usuário (WebQuest)
Outros
Cronômetro (1)
Ficha de cadastro de participante
Documentos de aceitação das condições de teste
Roteiros das Tarefas de Teste (versões usuário e avaliador)
Ficha de registro de eventos
CDs e Fitas VHS para backup dos vídeos
Produto-alvo
Nokia 770 Internet Tablet
4.3.2.5 Tabulação e Análise dos Dados Coletados
Esta etapa consistiu nas atividades associadas à análise, triagem e síntese dos
dados coletados na etapa anterior.
A primeira atividade realizada foi uma Triagem Preliminar dos Dados.
112
Tal atividade consistiu na detecção e listagem de diferentes categorias de
dados (e.g. contagem de tempos de execução, número de opções e ações
incorretas, número de consultas à ajuda, comentários verbais, opiniões, falhas
detectadas na inspeção) e, em seguida, na análise dos dados triados, de
forma a detectar problemas não identificados diretamente durante as sessões
de teste.
Em seguida, realizou-se a Triangulação dos Dados Coletados
, i.e. os
dados relacionados à mensuração do desempenho, sondagem da satisfação e
inspeção de conformidade foram confrontados, de maneira a detectar
problemas adicionais não detectados isoladamente, além de inconsistências
nos dados.
Posteriormente, os dados foram sintetizados (atividade de Tabulação e
Síntese dos Dados Coletados). E, por fim, os problemas identificados foram
listados durante a sub-etapa de Organização dos Problemas Identificados
.
4.3.2.6 Apresentação dos Resultados
A etapa final do processo avaliatório pode ser decomposta em: (i) definição do
modo de divulgação dos resultados obtidos; (ii) priorização dos dados; e (iii)
elaboração do documento final.
A análise dos resultados obtidos na inspeção de conformidade,
mensuração do desempenho e sondagem da satisfação dos usuários é
apresentada no Capítulo 5.
113
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos
Resultados
Neste capítulo, são apresentados e discutidos os resultados obtidos a partir da
condução da avaliação da usabilidade do Nokia 770 Internet Tablet,
adotando a abordagem híbrida de avaliação apresentada e discutida nos
capítulos anteriores.
Assim como a abordagem híbrida original, a abordagem adaptada à
avaliação de dispositivos móveis propiciou a coleta de dados de natureza
qualitativa e quantitativa, conforme sumariado no Quadro 24.
A apresentação e análise dos dados coletados a partir de cada enfoque
são apresentadas nas seções seguintes.
Quadro 24 – Tipos de Dados Coletados
ENFOQUE DADO NATUREZA
Inspeção de Conformidade Verificação de recomendações Qualitativa
Características dos usuários
Sondagem da Satisfação
Opiniões do usuário sobre o produto
Qualitativa
Tempo de execução da tarefa
Número de opções incorretas
Número de ações incorretas
Número de erros repetidos
Mensuração do Desempenho
Número de consultas à ajuda
Quantitativa
5.1 Resultados da Inspeção de Conformidade
Em essência, a inspeção de conformidade possibilita a geração de séries de
dados qualitativos relacionadas às falhas detectadas em um produto e
respectivas recomendações para a correção dessas falhas. A análise de dados
desta natureza possibilita a elaboração de pareceres parcial e global sobre o
produto (resultados de natureza qualitativa). Adicionalmente, a análise ainda
possibilita a totalização de taxas de adoção das recomendações (resultados de
natureza quantitativa).
Conforme mencionado no capítulo anterior, o produto-alvo escolhido
possibilitou a aplicação de dois padrões internacionais de facto, o ISO 9241 e
ISO 14754, e do draft do padrão ISO 24755.
114
Ao contrário das demais partes do padrão ISO 9241 utilizadas no
processo de avaliação, as partes 10 (Princípios de diálogo) e 11
(Especificações de usabilidade) foram utilizadas no processo de inspeção do
produto apenas como guias para os demais processos de avaliação. Os
princípios de diálogo, listados na Parte 10 (ISO, 1996), foram utilizados de
forma implícita na inspeção das outras partes e também no processo de
detecção de falhas durante o processo de mensuração do desempenho. Por
outro lado, a Parte 11 (ISO, 1998a) foi utilizada para direcionar e
fundamentar, de forma mais geral, toda a abordagem de avaliação da
usabilidade.
As partes 14 (ISO, 1997), 16 (ISO, 1999b) e 17 (ISO, 1998b) contêm
listas de inspeção (checklists) em formato tabular que sumariam as
recomendações contidas em cada uma das partes. Além disso, o checklist é
utilizado durante o próprio processo de inspeção de forma a documentar a
aplicabilidade e a adoção das recomendações. As listas de inspeção relativas à
avaliação da conformidade do Nokia 770 Internet Tablet com relação às
partes 14, 16 e 17 compõem, respectivamente, os Anexos K, L e M.
No Quadro 25, são sintetizadas as recomendações que não foram
adotadas pelo produto avaliado, i.e. as falhas de usabilidade do ponto de vista
da inspeção de conformidade.
Conforme mencionado em capítulos anteriores, com exceção do padrão
em desenvolvimento ISO 24755, ainda não existem padrões internacionais
direcionados a dispositivos móveis. Por essa razão, os padrões utilizados na
inspeção de conformidade não se destinam especificamente à categoria de
dispositivos móveis. Todavia, uma vez que o padrão ISO 9241 aplica-se de
modo genérico a terminais visuais de uso em escritório, mostra-se pertinente
sua aplicação à classe de dispositivos considerados neste trabalho.
Então, apesar de não ser citado pelo padrão ISO 9241, o cálculo do
índice de aplicabilidade do padrão internacional ao dispositivo avaliado mostra-
se adequado. Este índice foi calculado como a razão percentual do número de
recomendações contidas em cada padrão (#R) pelo número de
recomendações julgadas aplicáveis ao contexto (#RA) (i.e. número de células
assinaladas na coluna S da lista de inspeção das partes 14, 16 e 17 da ISO
9241). Conforme pode ser visualizado na Tabela 1, o padrão internacional ISO
14754 obteve uma taxa de aplicabilidade de 100%, pois um dos modos de
115
entrada textual é o reconhecimento de escrita através de caneta stylus.
Quadro 25 – Recomendações não adotadas no Nokia 770 Internet Tablet.
PADRÃO RECOMENDAÇÕES NÃO ADOTADAS
5.2.1 – Grupos lógicos
5.3.1 – Consistência
5.3.2 – Importância
5.3.3 – Ordem convencional
6.1.3 – Técnicas gráficas
7.4.1 – Opções em colunas – item b)
8.2.8 – Letras – item a)
ISO 9241 – Parte 14
8.3.10 – Condução a outro diálogo
5.1.1 – Disponibilização de um contexto estrutural (framework)
5.3.2 – Apontadores de indicação de não disponibilidade
6.2.3 – Mecanismos simples de seleção
6.2.4 – Mecanismos de seleção múltipla
6.2.12 – Seleção contínua de objetos
6.3.2 – Arrasto de um grupo de objetos
ISO 9241 – Parte 16
6.3.3 – Interações pré-definidas entre objetos
5.1.4 – Instruções
6.1.1 – Movimento do cursor
6.5.1 – Validação de campo simples
7.2 – Posição do cursor e do apontador
ISO 9241 – Parte 17
8.2 – Movimento entre os campos
6.2 – Excluir
6.3 – Inserir espaço em branco
7.1.2 – Copiar
7.2.1 – Recortar
7.2.2 – Copiar para buffer
7.2.3 – Colar
ISO 14754
8.2 – Desfazer
ISO 24755
6.14 – Conexão de rede sem fio
Apesar do draft do padrão ISO 24755 ser direcionado para dispositivos
móveis, apenas 35% das recomendações mostraram-se aplicáveis, pois as
recomendações contidas, relacionadas a símbolos e ícones, são mais
direcionadas para telefones celulares. Enquanto as partes 14, 16 e 17 do
padrão ISO 9241 obtiveram, respectivamente, 55,8%, 46,5% e 66,7% das
recomendações aplicáveis ao produto-alvo.
Através dos índices apresentados na Tabela 1, conclui-se que alguns
padrões já difundidos para sistemas desktop podem ser aplicados, com as
devidas adaptações, a dispositivos/sistemas móveis.
116
Tabela 1 – Índices de aplicabilidade dos padrões utilizados.
PADRÃO #RA #R IA (%)
ISO 9241-14 53 95 55,8
ISO 9241-16 33 71 46,5
ISO 9241-17 52 78 66,7
ISO 14754 11 11 100,0
ISO 24755 07 20 35,0
Legenda: R Recomendações listadas no padrão
RA – Recomendações Aplicáveis
IA – Índice de Aplicabilidade
A ISO recomenda o cálculo da taxa de adoção. A taxa de adoção é
definida como a razão percentual do número de recomendações adotadas pelo
produto (i.e. número de células assinaladas na coluna P da lista de inspeção)
pelo número de recomendações aplicáveis ao produto avaliado (i.e. número de
células assinaladas na coluna S da lista de inspeção).
De acordo com a Tabela 2, as taxas de adoção do produto às
recomendações dos padrões utilizados mostram-se aceitáveis, com exceção da
taxa de adoção associada ao padrão ISO 14754 (Pen-Based Interfaces –
Common gestures for Text Editing with Pen-Based Systems). Tais resultados
apontam necessidades de melhorias no produto, principalmente no que diz
respeito ao processo de entrada de texto via reconhecimento de escrita.
Tabela 2 – Taxas de Adoção.
PADRÃO #P #S TA (%)
ISO 9241-14 45 53 84,9
ISO 9241-16 26 33 78,8
ISO 9241-17 47 52 90,4
ISO 14754 04 11 36,4
ISO 24755 06 07 85,7
Legenda: P – Recomendações adotadas pelo produto
S – Recomendações aplicáveis ao produto avaliado
TA – Taxa de Adoção
A taxa de adoção, apesar de ser um indicador numérico, apresenta
caráter subjetivo, uma vez que se fundamenta em julgamentos de um
especialista em usabilidade a partir de um conjunto de recomendações.
No Quadro 26, apresenta-se um sumário das falhas detectadas no
processo de inspeção de conformidade, além de um parecer do produto, sob o
ponto de vista do processo de inspeção de conformidade. Mais detalhes a
respeitos das falhas detectadas podem ser encontrados no Anexo N.
%100x
R
RA
IA =
%100x
S
P
TA =
117
Quadro 26 – Falhas e Parecer sobre o Nokia 770 Internet Tablet com base na
inspeção de conformidade.
PADRÃO
# DA
FALHA
DESCRIÇÃO
01 A opção de menu Utilities está no agrupamento incorreto.
02 A opção Details está no agrupamento incorreto.
03 Inconsistência na localização das opções do painel de menu View.
04 Inconsistência no agrupamento das opções do painel de menu Details.
05 A sub-opção New window deveria ser a primeira opção do painel.
06
O painel de menu associado à opção Folders não mantém a ordem convencional
das sub-opções.
07
A técnica gráfica (...) deve ser utilizada junto a sub-opção Personalization do
menu Home | Screen.
08
A técnica gráfica utilizada para distinguir opções de menu de mensagens de
aviso, no painel de menu associado ao correio eletrônico, não é adequada.
09 Os menus não são dotados de seleção cíclica.
10
O tamanho e tipo da fonte empregado em “No new messages” não distingue essa
mensagem das demais opções do painel.
ISO 9241
Parte 14
11
A sub-opção Personalization conduz a outro diálogo, mas não indica tal
condução.
12 As metáforas utilizadas para as opções Zoom e Find são muito semelhantes.
13
Ausência de uma indicação visual de indisponibilidade no processo de mover e-
mails entre determinadas pastas.
14
No aplicativo de correio eletrônico, não é possível termos nenhum item (e-mail)
selecionado.
15
A seleção de uma pasta no aplicativo de correio eletrônico implica na seleção
automática do primeiro e-mail contido na pasta.
16 Ausência de mecanismos de seleção múltipla no aplicativo de correio eletrônico.
17 Ausência de seleção contínua de objetos no aplicativo de correio eletrônico.
18 Ausência de mecanismo para arrastar um grupo de objetos (e-mails).
ISO 9241
Parte 16
19
Ao mover um e-mail, arrastando-o com a caneta, a indicação visual apresentada
(+) está incorreta.
20
Ausência de mecanismos de ajuda no formulário Add contact do correio
eletrônico.
21 A movimentação do cursor entre os campos de um e-mail é falha.
22
A movimentação entre as partes dia, mês e ano do campo Time period não é
automática.
23 O campo Minimum file size não verifica se o valor digitado é aceito.
ISO 9241
Parte 17
24 Inconsistência no posicionamento inicial do cursor em distintos formulários.
25 O comando via reconhecimento de escrita para exclusão não foi adotado.
26
O comando via reconhecimento de escrita para inserção de espaços em branco
não foi adotado.
27
O comando via reconhecimento de escrita para copiar trechos selecionados de
texto não foi adotado.
28
O comando via reconhecimento de escrita para copiar trechos selecionados de
texto, com uso de buffer, não foi adotado.
29
O comando via reconhecimento de escrita para recortar trechos selecionados de
texto não foi adotado.
30
O comando via reconhecimento de escrita para colar trechos selecionados de
texto não foi adotado.
ISO 14754
31
O comando via reconhecimento de escrita para desfazer uma ação anterior não
foi adotado.
ISO 24755
32
O ícone de indicação do status da conexão sem fio não indica visualmente se a
conexão está forte, regular ou fraca.
PARECER: Considerando os padrões utilizados, constata-se que, apesar de algumas falhas não
comprometer muito o processo de execução das tarefas, tais falhas necessitam ser corrigidas, a fim de que o
processo de interação seja melhorado e torne-se mais ágil para o usuário.
118
5.2 Resultados da Mensuração do Desempenho
Nesta seção, apresentam-se os resultados obtidos na mensuração do
desempenho dos usuários durante o uso do Nokia 770 Internet Tablet.
Na primeira subseção, apresentam-se as falhas de usabilidade
detectadas durante os testes de usabilidade, a partir da observação direta e
da análise retrospectiva de vídeo. Na subseção seguinte, Análise dos
Indicadores Quantitativos, apresenta-se uma análise dos indicadores
quantitativos coletados durante os testes de usabilidade, sob duas
perspectivas: (i) confronto dos indicadores coletados nos testes laboratoriais
com aqueles coletados no campo; e (ii) confronto dos indicadores coletados
em laboratório quando o dispositivo testado era fixado à mesa e quando
permanecia móvel.
5.2.1 Problemas Identificados a partir da Mensuração do
Desempenho do Usuário
No Quadro 27, apresenta-se um sumário das falhas detectadas a partir dos
testes de usabilidade laboratoriais e de campo (vide detalhes das falhas no
Anexo O). A mensuração do desempenho ainda permitiu a coleta de algumas
sugestões de melhorias citadas pelos próprios usuários de teste (Anexo P).
Baseando-se na quantidade e na natureza das falhas, de acordo com a
classificação apresentada no Quadro 28, apresenta-se, no Quadro 27, um
parecer parcial do produto sob o ponto de vista da mensuração do
desempenho.
O agrupamento das falhas por categoria (vide Quadro 29) possibilita a
verificação de que o produto-alvo não apresenta falhas graves de usabilidade.
Todavia, a existência de falhas de usabilidade superficiais e intermediários
implica a necessidade de correção, com vistas ao melhoramento da
usabilidade do produto.
119
Quadro 27 – Sumário das falhas detectadas na mensuração do desempenho.
ID DESCRIÇÃO
01 Menus disponíveis no aparelho não são cíclicos.
02
Inserção do acento til (~).
03 Operação de zoom é lenta.
04 Ausência de um campo para que o usuário especifique um valor de zoom próprio.
05 Associação errônea para zoom de 100%.
06 A operação de zoom limita-se a alguns aplicativos.
07 Arquivo anexo a e-mail é carregado diretamente com um clique.
08 Operação de salvamento de anexo é lenta e não fornece retorno visual de processamento.
09 Aplicativo de correio eletrônico não mantém contexto de salvamento anterior.
10 Não é possível alternar entre os campos do e-mail com a tecla TAB.
11 A barra de progresso do aplicativo de correio eletrônico não indica a taxa de carregamento real.
12
Audio player não salva modificações na playlist e, nem questiona o usuário se as alterações devem ou
não ser salvas.
13 Ausência de indicação visual para a caneta stylus.
14 Dificuldade de acesso ao botão direcional esquerdo.
15 Suporte de apoio para mesa mostrou-se inadequado em algumas situações.
16 Baixa capacidade de processamento associada à ausência de indicação visual de processamento.
17 Após uso prolongado, dispositivo apresenta concentração de calor.
18 Dispositivo torna-se pesado em sessões de uso longas.
19 Ausência de opção de salvamento no menu popup.
20 Indicação de seleção muito discreta.
21 Manual impresso contém poucas informações.
22 Manual impresso não está consistente com o aplicativo.
23 O contexto de seleção de itens não é mantido na ajuda on-line.
PARECER: Apesar da maioria das falhas serem superficiais, e não ter sido detectada nenhuma falha grave, as
correções precisam ser implementadas de maneira a não comprometer o processo de interação do usuário
com o produto.
Quadro 28 – Síntese da Classificação dos Problemas
NÍVEL
CLASSE DO
PROBLEMA
DESCRIÇÃO
Superficial
Causa desconforto ao usuário, porém não compromete a execução das ações
intentadas, exigindo-lhe apenas um processo de adaptação. Tal fato não implica que o
problema de usabilidade não deva ser solucionado, partindo do pressuposto que não é
o usuário quem deve se "amoldar" às características do produto e, sim, o inverso (e.g.,
falta de clareza em mensagens de erro, ausência de realimentação no processo
interativo).
Intermediário
Causa desconforto ao usuário, além de forçá-lo a alterar o curso de suas ações para
atingir o propósito almejado, e.g., uma falha no acesso de uma opção ou subopção do
menu de uma interface multimodal (menus, linguagem de comandos e manipulação
direta) destinados a diferentes categorias de usuários [Quei94].
1
Grave
Causa grande desconforto ao usuário, por comprometer seriamente a execução de um
curso de ações, e.g., o travamento de uma função que exija o reinício do processo
(travamento parcial) ou de todo o sistema (travamento total).
De
consistência
Relativo a conflitos entre partes do sistema avaliado, tanto em nível estrutural e
estético, quanto semântico e operacional, e.g., apresentação de mensagens de erro
referentes à mesma função do aplicativo ou funções afins em diferentes regiões da tela
em cores distintas (estrutura e estética) e/ou apresentação de mensagens de erro
semanticamente divergentes relativas à mesma função do aplicativo ou funções afins
(semântica).
Recorrente
Interfere no processo interativo a cada vez que se repetem determinadas condições
operacionais, e.g., a "quebra" do retorno de informações ao usuário cada vez que este
solicita a aquisição de parâmetros estatísticos relativos a uma imagem analisada em
um sistema de processamento de imagens.
2
Geral
Afeta várias partes do sistema, e.g., falhas que induzem panes parciais ou totais no
sistema.
Fonte: Queiroz (2001)
120
Quadro 29 – Classificação dos problemas encontrados na mensuração do
desempenho.
NÍVEL CLASSE DO PROBLEMA FALHAS
Superficial
01, 02, 04, 05, 06, 07, 11, 13, 15, 16, 20, 21, 22, 23
Intermediário
03, 08, 09, 10, 12, 14, 17, 18, 19
1
Grave
De consistência
05, 06, 07, 10, 11, 12, 13, 16, 21, 22, 23
Recorrente
01, 02, 03, 04, 08, 09, 14, 15, 19, 20
2
Geral
17, 18
O processo de mensuração do desempenho permitiu constatar 23 falhas
(vide Figura 34). Observa-se que 21 falhas foram detectadas nos testes
realizados em laboratório, enquanto 14 falhas foram identificadas a partir dos
testes de campo.
21
14
23
0
5
10
15
20
25
Número de Falhas
Falhas
Laborario Campo Total
Figura 34 – Distribuição numérica das falhas detectadas aos ambientes de
realização dos testes.
Conforme pode ser visualizado no Quadro 30, as sessões de teste
realizadas em campo permitiram a detecção exclusiva de duas (02) falhas,
enquanto aquelas sessões realizadas em laboratório permitiram a detecção
exclusiva de nove (09) falhas. Quatro (04) das nove (09) falhas detectadas
exclusivamente nos experimentos laboratoriais só poderiam ser detectadas
neste contexto devido à sua natureza e às condições de realização dos testes.
As células destacadas indicam que tais células não podem ser assinaladas.
As falhas 21 e 22, relacionadas ao manual do produto, não poderiam ser
121
detectadas nos experimentos de campo, pois apenas a ajuda on-line foi
disponibilizada neste contexto. O manual não foi disponibilizado para o
usuário, a fim de tornar o ambiente mais próximo do real, pois, em geral,
usuários, em seu cotidiano, não conduzem o manual junto ao produto.
A Falha 14, relacionada ao acesso ao botão de navegação quando o
dispositivo é utilizado com a capa protetora, não poderia ser detectada nos
testes de campo, em virtude do equipamento de gravação acoplado ao
dispositivo não permitir o uso da capa protetora.
A Falha 15, relacionada ao suporte de mesa para o Nokia 770
Internet Tablet, também só poderia ser detectada nos testes laboratoriais,
pois nos testes realizados em campo tal suporte não era utilizado.
Quadro 30 – Associação das falhas aos ambientes de teste e perfis de usuários.
AMBIENTE PERFIL
ID DESCRIÇÃO
L C P I E
01 Menus disponíveis no aparelho não são cíclicos.
02 Inserção do acento til (~).
03 Operação de zoom é lenta.
04
Ausência de um campo para que o usuário especifique um valor de
zoom próprio.
05 Associação errônea para zoom de 100%.
06 A operação de zoom limita-se a alguns aplicativos.
07 Arquivo anexo a e-mail é carregado diretamente com um clique.
08
Operação de salvamento de anexo é lenta e não fornece retorno
visual de processamento.
09
Aplicativo de correio eletrônico não mantém contexto de salvamento
anterior.
10 Não é possível alternar entre os campos do e-mail com a tecla TAB.
11 A barra de progresso não indica a taxa de carregamento real.
12
Audio player não salva modificações na playlist e, nem questiona o
usuário se as alterações devem ou não ser salvas.
13 Ausência de indicação visual para a caneta stylus.
14 Dificuldade de acesso ao botão direcional esquerdo.
15
Suporte de apoio para mesa mostrou-se inadequado em algumas
situações.
16
Baixa capacidade de processamento associada à ausência de
indicação visual de processamento.
17 Após uso prolongado, dispositivo apresenta concentração de calor.
18 Dispositivo torna-se pesado em sessões de uso longas.
19 Ausência de opção de salvamento no menu popup.
20 Indicação de seleção muito discreta.
21 Manual impresso contém poucas informações.
22 Manual impresso não está consistente com o aplicativo.
23 O contexto de seleção de itens não é mantido na ajuda on-line.
Legenda: L – Laboratório; C - Campo
P – Principiantes; I – Intermediários ; E – Experientes
122
Assim, excluindo as falhas 14, 15, 21 e 22, totalizam-se 19 falhas
passíveis de detecção em ambos os contextos de avaliação. Deste total, 17
falhas (89,5%) foram identificadas nos testes laboratoriais, enquanto 14
falhas (73,7%) foram identificadas nos testes realizados em campo.
Foram detectadas 21 falhas nos testes conduzidos em laboratório, mas
uma delas (Falha 15) só poderia ser detectada quando o dispositivo estava
fixo à superfície. Portanto, para efeitos de comparação serão consideradas 20
falhas. Constatou-se que, quando o dispositivo estava fixo à mesa, foram
detectadas 12 falhas, enquanto 15 falhas foram detectadas quando o
dispositivo permaneceu móvel. Os testes conduzidos com o dispositivo fixo à
mesa detectaram de forma exclusiva 5 falhas, enquanto aqueles conduzidos
com o dispositivo móvel detectaram de forma exclusiva 8 falhas. Portanto, no
que diz respeito ao número de falhas detectadas constatou-se não existir
diferenças significativas entre os testes laboratoriais nos quais o dispositivo foi
fixado à mesa e aqueles nos quais o dispositivo permaneceu móvel.
Na validação da abordagem, investigou-se também a relevância de cada
uma das categorias de usuários (principiantes, intermediários e experientes)
na detecção das falhas de usabilidade (Figura 35). Constatou-se que das 23
falhas (100%) detectadas, os usuários principiantes detectaram 69,5% delas,
os usuários intermediários 65,2% e os usuários experientes 52,1% das falhas.
16
15
12
23
0
5
10
15
20
25
Número de Falhas
Falhas
Principiantes Intermediários Experientes Total
Figura 35 – Distribuição numérica das falhas detectadas às categorias de
usuários.
O cruzamento dos dados apresentados na Figura 35 e no Quadro 30
123
permite verificar que apenas uma (01) falha foi detectada exclusivamente
pelos usuários principiantes, enquanto os usuários intermediários e
experientes detectaram, de forma exclusiva, quatro (04) e cinco (05) falhas,
respectivamente. Esses dados permitem concluir que os usuários
categorizados como intermediários e experientes mostraram-se mais
representativos para os resultados, no que diz respeito à detecção de falhas.
5.2.2 Análise dos Indicadores Quantitativos
Nesta subseção, apresenta-se uma análise dos dados quantitativos coletados
durante a mensuração do desempenho do usuário sob duas perspectivas: (i)
confronto dos dados coletados nos testes laboratoriais com aqueles coletados
no campo; e (ii) confronto dos dados coletados em laboratório quando o
dispositivo avaliado estava afixado e quando permaneceu móvel.
5.2.2.1 Análise do Ambiente de Execução dos Testes
Os indicadores quantitativos coletados durante as sessões de teste com o
Nokia 770 Internet Tablet são apresentados na Tabela 3. Dos 40 usuários
que compuseram o universo amostral de usuários desta pesquisa, 20
realizaram testes em laboratório e a outra metade em campo. Os usuários de
teste atuantes nos testes laboratoriais foram identificados como UT01 a UT08
(principiantes), UT17 a UT24 (intermediários) e UT33 a UT36 (experientes).
Similarmente, os grupos UT09 a UT16, UT25 a UT32 e UT37 a UT40
realizaram os testes de usabilidade em campo e equivalem, respectivamente,
às categorias principiantes, intermediários e experientes. Portanto, para cada
contexto de teste preservou-se a proporção 8:8:4 para as categorias de
usuários.
Algumas células da Tabela 3, relacionadas ao indicador tempo de
execução foram preenchidas com NCC (Não conseguiu concluir),
correspondendo às tarefas que não foram concluídas em tempo hábil pelos
usuários de teste. Conforme pode ser observado no Anexo G, os tempos de
execução das tarefas de teste foram de 4 minutos (240 segundos) para a
Tarefa 1, e 10 minutos (600 segundos) para as demais tarefas (Tarefas 2 a 6).
Aqueles tempos excedidos em até 10% do tempo pré-determinado ainda
foram contabilizados como dentro do limite aceitável, resultando assim em
264 segundos para a Tarefa 01 e 660 segundos para as demais tarefas.
124
A Tabela 4 contém um sumário da Tabela 3, sendo exibidos apenas os
valores mínimos e máximos dos indicadores quantitativos coletados para cada
ambiente de condução dos testes.
Alguns indicadores (e.g. número de opções incorretas, número de ações
incorretas, número de erros repetidos) estão diretamente relacionados ao uso
da parte de software do dispositivo, i.e. o dispositivo já deve estar ligado e
inicializado. Portanto, tais indicadores possuem valores mínimos e máximos
iguais à zero (0) para a Tarefa 01 (relacionada à inicialização do dispositivo).
Com exceção das tarefas 03 e 06, o valor mínimo para o indicador
tempo de execução foi menor nos testes laboratoriais, ao que se atribui à
maior concentração do usuário na execução das tarefas em ambiente
controlado. Por outro lado, dentre os diversos fatores que desviaram a
atenção dos usuários nos testes de campo, destacam-se: (i) circulação de
pessoas pelo ambiente; (ii) ruído ambiental; (iii) não climatização do
ambiente; (iv) interrupção da execução do teste por passantes.
O número de opções incorretas apresenta valor máximo maior nos
testes laboratoriais se comparados ao testes de campo em 4 (tarefas 2, 3, 5 e
6) das 5 tarefas.
Em relação ao demais indicadores, o número de ações incorretas
apresenta valores mais altos, especialmente na Tarefa 04, uma vez que esta
tarefa envolveu entrada de dados textuais através do teclado virtual e do
reconhecimento de escrita.
125
Tabela 3 – Indicadores quantitativos coletados a partir do teste de usabilidade.
SÍNTESE DOS INDICADORES QUANTITATIVOS
AVALIAÇÃO LABORATORIAL AVALIAÇÃO DE CAMPO
Usuário
Usuário
Tarefa
01 02 03 04 05 06 07 08 17 18 19 20 21 22 23 24 33 34 35 36 09 10 11 12 13 14 15 16 25 26 27 28 29 30 31 32 37 38 39 UT40
Indicador
194 ncc ncc ncc ncc 255 183 ncc ncc ncc ncc 149 148 231 201 183 172 118 107 81 142 231 164 140 142 243 ncc 179 104 ncc 155 125 155 153 153 238 147 115 100 149
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Tarefa 01
0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ncc ncc ncc ncc ncc ncc NCC NCC NCC NCC 525 605 NCC NCC 578 NCC 552 215 161 357 NCC NCC NCC NCC NCC NCC NCC NCC 390 NCC 594 582 508 539 NCC 473 276 280 169 303
2 3 7 13 2 5 6 1 9 3 0 5 5 3 6 4 0 0 0 3 9 8 3 8 11 9 2 12 4 6 4 1 3 3 5 2 1 0 0 2
15 5 2 10 1 5 5 7 6 9 4 9 6 5 6 7 2 0 0 10 3 7 8 7 9 13 10 4 3 9 5 14 8 8 9 3 1 0 0 1
1 0 2 7 0 2 1 0 3 3 0 6 9 6 0 4 0 0 0 2 8 3 0 9 8 2 2 3 0 7 5 0 3 3 8 0 0 0 0 0
Tarefa 02
0 0 0 0 0 0 2 0 2 0 0 1 2 1 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ncc NCC NCC NCC NCC NCC 525 NCC 592 408 ncc 591 499 ncc 615 346 ncc 363 393 352 ncc ncc 488 523 ncc 627 ncc 653 580 415 577 621 420 608 329 ncc 373 502 262 412
3 10 3 1 15 1 3 5 2 4 3 1 0 3 2 1 0 0 0 0 3 6 3 4 4 2 3 0 5 2 0 2 2 3 0 4 0 1 0 1
12 11 11 17 13 13 1 2 4 3 4 5 2 7 5 2 5 2 2 3 16 11 3 4 8 4 1 3 5 2 7 14 5 2 1 9 2 5 0 0
5 3 1 12 7 5 1 1 1 1 3 0 1 1 0 0 1 0 0 0 2 4 2 1 11 1 1 0 7 0 13 6 3 0 0 1 0 0 0 0
Tarefa 03
1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ncc ncc ncc ncc ncc ncc ncc ncc ncc ncc ncc ncc ncc ncc ncc ncc ncc ncc 503 453 ncc ncc ncc ncc ncc ncc ncc ncc ncc ncc ncc ncc 554 ncc 508 ncc ncc ncc 498 ncc
1 5 8 8 0 5 3 2 6 0 3 0 2 1 0 2 1 0 0 3 3 4 3 8 3 11 7 3 4 0 3 3 1 2 0 2 0 3 2 1
52 49 88 100 87 88 95 47 53 58 64 77 70 76 54 24 64 41 16 27 4 99 44 76 107 36 126 66 81 40 47 52 33 87 36 79 32 31 26 54
2 0 3 18 9 5 2 0 5 1 0 0 3 0 0 0 0 0 0 1 1 7 0 5 16 5 4 5 11 0 0 2 2 0 0 1 0 2 0 1
Tarefa 04
0 1 0 0 0 0 2 0 1 2 0 1 1 1 1 2 2 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 2 0 0
ncc 476 ncc ncc 655 493 605 619 412 417 ncc 404 528 650 590 344 ncc 414 329 244 436 513 539 482 ncc 568 485 444 335 396 356 328 515 409 ncc ncc 396 499 362 600
1 1 4 0 20 2 3 0 2 0 7 0 1 2 0 0 2 1 2 0 1 2 2 0 6 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0
13 13 12 10 11 18 11 10 4 4 11 3 36 8 5 4 109 6 2 5 12 7 16 8 10 9 10 4 5 2 8 5 20 8 65 9 4 1 7 40
2 0 0 2 0 0 1 3 0 0 3 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 1 0 7 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
Tarefa 05
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ncc ncc ncc ncc ncc ncc ncc ncc ncc ncc ncc ncc 533 612 565 469 626 ncc 460 595 563 ncc 586 ncc 602 ncc ncc 470 ncc ncc 447 467 555 528 418 ncc 373 627 625 623
4 0 9 4 8 1 1 7 5 4 2 0 0 3 0 2 0 1 0 0 4 3 0 1 7 4 3 0 1 0 4 0 2 0 0 1 0 1 1 0
5 6 6 10 10 11 3 4 1 1 2 4 4 3 3 3 5 4 2 5 1 3 4 9 3 1 2 3 4 7 6 4 3 4 1 4 2 6 3 6
0 0 10 6 9 1 0 4 0 2 0 0 0 0 0 1 2 2 2 2 0 1 1 6 3 0 0 0 1 0 2 2 1 0 0 1 0 2 2 5
Tarefa 06
0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0
LEGENDA:
Tempo de Execução das Tarefas
Número de Opções Incorretas
Número de Ações Incorretas
Número de Erros Repetidos
Número de Consultas à Ajuda
Nota: O indicador tempo de execução está representado em segundos (s).
126
Tabela 4 – Valores mínimos e máximos associados a cada indicador quantitativo.
TAREFAS
Tarefa 01 Tarefa 02 Tarefa 03 Tarefa 04 Tarefa 05 Tarefa 06
Categoria
Valor
L C L C L C L C L C L C
Mínimo 81 100 161 169 346 262 453 498 244 328 460 373
Máximo 255 243 605 594 615 653 503 554 655 600 626 627
Mínimo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Máximo 0 0 13 12 15 6 8 11 20 6 9 7
Mínimo 0 0 0 0 1 0 16 4 2 1 1 1
Máximo 0 0 15 14 17 16 100 126 109 65 11 9
Mínimo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Máximo 0 0 9 9 12 13 18 16 3 7 10 6
Mínimo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
INDICADORES
Máximo 1 1 2 1 1 1 2 2 2 0 1 1
LEGENDA: L - Avaliação Laboratorial
C - Avaliação de Campo
Nota: O indicador tempo de execução está representado em segundos (s).
127
O número elevado de ações incorretas deveu-se principalmente ao
processo de inserção de texto via reconhecimento de escrita. A entrada textual
via teclado virtual registrou, em média, 02 ações incorretas, enquanto via
reconhecimento de escrita registrou, em média, 55 ações incorretas.
Conseqüentemente, gastou-se para a mesma entrada de texto, em média, 85
segundos com o teclado virtual e 423 segundos com o reconhecimento de
escrita.
Constatou-se que os usuários consultaram mais a ajuda nos testes
laboratoriais. Nos testes realizados em laboratório foram disponibilizadas tanto
a ajuda on-line (consultada 5 vezes) quanto a ajuda off-line (consultada 32
vezes), enquanto nos teste realizados em campo foi disponibilizada apenas a
ajuda on-line (consultada 11 vezes). Optou-se por disponibilizar nos testes de
campo apenas a ajuda on-line como forma de aproximar o ambiente de teste
de situações reais de uso, onde um usuário típico não carrega consigo o
manual do produto.
Constatou-se também que nas sessões laboratoriais, os usuários
preferiram utilizar a ajuda off-line à ajuda on-line. Nestas sessões, o manual
do produto foi consultado 32 vezes, enquanto a ajuda on-line do produto foi
utilizada apenas em 5 ocasiões.
É precipitado concluir algum resultado mais significativo a partir dos
resultados apresentados na Tabela 4, pois os valores máximos e/ou mínimos
indicados podem representar o comportamento de um usuário em específico
que seja diferente dos demais usuários do universo amostral.
No que diz respeito ao comportamento dos usuários, percebeu-se que
nos testes realizados em campo, uma vez que o avaliador está mais próximo
do usuário, acompanhando-o, este se sente mais à vontade para questionar o
avaliador quando se depara com alguma dificuldade. Enquanto nos testes
laboratoriais, apesar de ter consciência de que está sendo monitorado e
acompanhado, como o usuário permanece sozinho na sala de teste, o número
de questionamentos registrados é bem menor.
Nas sessões realizadas com usuários principiantes, o avaliador
desempenhou um papel de instrutor, visto que tais usuários, devido à sua
baixa/média experiência no uso de sistemas computacionais, necessitavam de
mais auxílio para concluírem as tarefas de teste. Para aqueles usuários
categorizados como intermediários e experientes, o avaliador desempenhou
128
um papel de mediador, visto que tais usuários apresentam um nível de
conhecimento mais elevado na manipulação de sistemas computacionais.
Conforme dito anteriormente, a amostra de usuários participantes da
pesquisa foi formada por 40 usuários, assim foi possível categorizá-la como
grande amostra (n > 30).
O principal propósito da análise estatística é verificar e avaliar a
existência de diferenças entre os indicadores quantitativos coletados nos
testes laboratoriais com aqueles coletados no campo. Então, optou-se pelo uso
do teste F ANOVA fator único para verificar a existência de diferenças entre as
médias dos dois grupos de dados (laboratório e campo).
Após a contabilização dos indicadores quantitativos para cada uma das
sessões de testes, exibido na Tabela 3, gerou-se um relatório de estatísticas
univariadas (Tabela 5). Após a geração das estatísticas univariadas, foram
construídas as matrizes de correlação dos indicadores quantitativos utilizados
na pesquisa, com o propósito de analisar as relações entre os indicadores
considerados (vide Tabela 6). Os valores associados a algumas células foram
omitidos, por apresentarem uma indeterminação no cálculo dos coeficientes de
correlação, e.g. devido a séries de dados nulas. As células destacadas
correspondem aos coeficientes de correlação com fortes associações positivas
(0,75 < p 1) ou negativas (-0,75 > p -1) entre dois indicadores
quantitativos.
O Quadro 31 apresenta uma síntese das correlações mais fortes, entre
dois indicadores, identificadas na matriz de correlação.
Em seguida, levando-se em consideração as correlações mais fortes
identificadas e os dados brutos apresentados na Tabela 3 e na Tabela 5,
selecionaram-se as variáveis a serem submetidas ao teste F ANOVA fator
único (vide Quadro 32), a fim de verificar a existência de diferenças
estatisticamente aceitáveis entre os dados coletados no laboratório e no
campo.
129
Tabela 5 – Síntese das estatísticas univariadas.
SÍNTESE DE ESTATÍSTICAS UNIVARIADAS
LABORATÓRIO CAMPO
Tarefa Estatística
Te (s) Noi Nai Ner Nca Te (s) Noi Nai Ner Nca
Média 168,50 0,00 0,00 0,00 0,20 157,50 0,00 0,00 0,00 0,10
Desvio Padrão 50,74 0,00 0,00 0,00 0,41 41,83 0,00 0,00 0,00 0,31
Tarefa 01
Variância 2574,27 0,00 0,00 0,00 0,17 1750,03 0,00 0,00 0,00 0,09
Média 427,57 3,85 5,70 2,30 0,50 411,40 4,65 6,10 3,05 0,10
Desvio Padrão 182,72 3,33 3,76 2,75 0,83 148,48 3,67 4,13 3,28 0,31
Tarefa 02
Variância 33385,29 11,08 14,12 7,59 0,68 22046,71 13,50 17,04 10,79 0,09
Média 468,40 2,85 6,20 2,15 0,15 492,67 2,25 5,10 2,60 0,05
Desvio Padrão 107,97 3,70 4,81 3,05 0,37 119,95 1,80 4,51 3,82 0,22
Tarefa 03
Variância 11656,93 13,71 23,12 9,29 0,13 14387,52 3,25 20,31 14,57 0,05
Média 478,00 2,50 61,50 2,45 0,75 520,00 3,15 57,80 3,10 0,25
Desvio Padrão 35,36 2,63 23,93 4,37 0,79 29,87 2,76 31,23 4,23 0,55
Tarefa 04
Variância 1250,00 6,89 572,58 19,10 0,62 892,00 7,61 975,54 17,88 0,30
Média 478,67 2,40 14,75 0,70 0,10 450,76 0,75 12,50 0,50 0,00
Desvio Padrão 126,70 4,49 23,40 1,17 0,45 82,77 1,45 14,94 1,57 0,00
Tarefa 05
Variância 16053,67 20,15 547,67 1,38 0,20 6850,82 2,09 223,11 2,47 0,00
Média 551,43 2,55 4,60 2,05 0,15 529,54 1,60 3,80 1,35 0,05
Desvio Padrão 66,84 2,87 2,85 3,00 0,37 86,01 1,96 2,12 1,69 0,22
Tarefa 06
Variância 4467,62 8,26 8,15 9,00 0,13 7397,44 3,83 4,48 2,87 0,05
Nota: O indicador tempo de execução está representado em segundos (s).
130
Tabela 6 – Matrizes de correlação.
ANÁLISE DA CORRELAÇÃO ENTRE OS INDICADORES QUANTITATIVOS
LABORATÓRIO CAMPO
Tarefa Indicador
Te (s) Noi Nai Ner Nca Te (s) Noi Nai Ner Nca
Te (s)
1 1
Noi
1 1
Nai
1 1
Ner
1 1
T01
Nca
1 0,128 1
Te (s)
1 1
Noi
0,544 1 0,632 1
Nai
0,544 0,333 1 0,823 0,283 1
Ner
0,371 0,556 0,37 1 0,64 0,656 0,287 1
T02
Nca
0,428 0,334 0,085 0,531 1 0,432 0,033 0,075 0,307 1
Te (s)
1 1
Noi
0,34 1 0,391 1
Nai
0,617 0,395 1 0,571 0,431 1
Ner
0,3 0,342 0,838 1 0,384 0,222 0,452 1
T03
Nca
0,399 -0,06 0,161 -0,02 1 0,228 0,151 0,518 1
Te (s)
1 1
Noi
-1 1 -0,17 1
Nai
-1 0,389 1 0,385 0,299 1
Ner
-1 0,539 0,567 1 0,986 0,373 0,588 1
T04
Nca
-0,29 -0,06 -0,35 1 0,286 -0,19 0,102 1
Te (s)
1 1
Noi
0,431 1 0,464 1
Nai
0,362 0,01 1 0,608 -0,08 1
Ner
0,188 -0,05 -0,13 1 0,185 0,891 -0,06 1
T05
Nca
-0,02 0,948 -0,14 1 1
Te (s)
1 1
Noi
0,034 1 0,242 1
Nai
0,68 0,214 1 0,356 -0,27 1
Ner
-0,07 0,748 0,525 1 0,556 0,044 0,681 1
T06
Nca
-0,12 0,267 -0,14 0,28 1 0,34 -0,07 0,245 0,09 1
131
Quadro 31 – Correlações mais fortes identificadas.
PAR DE INDICADORES SINAL DE ρ TAREFA SUB-GRUPO
tempo de execução opções incorretas - 4
Laboratório
+ 2
Campo
tempo de execução ações incorretas
- 4
Laboratório
+ 4
Campo
tempo de execução erros repetidos
- 4
Laboratório
opções incorretas erros repetidos + 5
Campo
ações incorretas erros repetidos + 3
Laboratório
ações incorretas consultas à ajuda + 5
Laboratório
Quadro 32 – Variáveis selecionadas para o teste F ANOVA fator único.
TAREFA INDICADORES OBJETIVOS JUSTIFICATIVA
tempo de execução
1
número de consultas à ajuda
Conforme se observa na Tabela 3 e na Tabela 5, não é
possível conduzir o teste ANOVA para as variáveis Noi, Nai
e Ner, tendo em vista que pelo menos uma das séries de
dados relativos às categorias laboratório e campo ser nula.
tempo de execução
número de opções incorretas
número de ações incorretas
número de erros repetidos
2
número de consultas à ajuda
Tarefa cujas séries de dados permitem a condução do teste
ANOVA para todas as variáveis consideradas no
experimento, tendo em vista que não há nenhuma série de
dados totalmente nula.
tempo de execução
número de opções incorretas
número de ações incorretas
número de erros repetidos
3
número de consultas à ajuda
Tarefa cujas séries de dados permitem a condução do teste
ANOVA para todas as variáveis consideradas no
experimento, tendo em vista que não há nenhuma série de
dados totalmente nula.
tempo de execução
número de opções incorretas
número de ações incorretas
número de erros repetidos
4
número de consultas à ajuda
Tarefa cujas séries de dados permitem a condução do teste
ANOVA para todas as variáveis consideradas no
experimento, tendo em vista que não há nenhuma série de
dados totalmente nula.
tempo de execução
número de opções incorretas
número de ações incorretas
5
número de erros repetidos
Conforme se observa na Tabela 3 e na Tabela 5, não é
possível conduzir o teste ANOVA para as variáveis Nca,
tendo em vista que pelo menos uma das séries de dados
relativos às categorias laboratório e campo ser nula.
tempo de execução
número de opções incorretas
número de ações incorretas
número de erros repetidos
6
número de consultas à ajuda
Tarefa cujas séries de dados permitem a condução do teste
ANOVA para todas as variáveis consideradas no
experimento, tendo em vista que não há nenhuma série de
dados totalmente nula.
132
Assim, é necessário verificar a hipótese nula de que não há diferença
nas médias aritméticas face à hipótese alternativa de que há diferenças entre
tais médias (Figura 36), onde µ
L
e µ
C
representam as médias relacionadas aos
dados coletados, respectivamente, nas sessões laboratoriais e nas sessões de
campo.
Figura 36 – Hipóteses do experimento.
Na Tabela 7, são apresentados os resultados da aplicação do teste F
ANOVA fator único. Para os testes em que a hipótese nula (H
0
) foi rejeitada,
i.e. as médias são diferentes, os pares F e F
crit
aparecem destacados, assim
como o valor p associado. Uma vez que o valor p é menor do que o valor de
α
(p < α), constata-se, com o nível de confiança de 95% (
α
= 0,05), a
existência de diferenças relativas ao indicador número de consultas à ajuda
para as Tarefas 2 e 4.
As diferenças estatisticamente significativas entre o número de
consultas à ajuda relacionadas aos testes laboratoriais e de campo podem ser
explicadas pelo fato de nos testes laboratoriais estarem disponibilizadas duas
formas de ajuda (on-line e off-line), enquanto nos testes de campo apenas
uma delas, a ajuda on-line.
Ao considerar apenas o uso da ajuda on-line, disponibilizada nos dois
ambientes, verifica-se a ausência de diferenças significativas entre o número
de consultas à ajuda on-line nos testes de campo e nos testes laboratoriais.
Durante a entrevista não-estruturada, os usuários de teste admitiram
que em um contexto real de uso eles não executariam tais tarefas em
movimento, pois elas demandam atenção. Apesar de, durante os testes de
campo, o avaliador incentivar os usuários a se locomoverem pelo ambiente,
eles preferiram sentar-se e apoiar o dispositivo sobre a mesa. A locomoção foi
registrada apenas quando estes aguardavam algum tipo de processamento
(e.g. carregamento de uma página web). Este tipo de comportamento do
usuário mostra-se como um dos fatores que tornaram semelhantes os dados
obtidos no campo com aqueles coletados no laboratório.
H
0
: µ
L
= µ
C
H
A
: as médias são diferentes
133
Tabela 7 – Resultados da aplicação do teste F ANOVA fator único.
ANOVA (Single factor) a = 0,05
TEMPO DE EXECUÇÃO NÚMERO DE OPÇÕES INCORRETAS NÚMERO DE AÇÕES INCORRETAS NÚMERO DE ERROS REPETIDOS NÚMERO DE CONSULTAS À AJUDA
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico
Entre grupos 871,2 1 871,2 0,4201 0,5222 4,196 Entre grupos 0,1 1 0,1 0,76 0,3888 4,0982
Dentro dos grupos 58068 28 2073,8 Dentro dos grupos 5 38 0,1316
T01
Total 58939 29 Total 5,1 39
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico
Entre grupos 1076,8 1 1076,8 0,0405 0,8432 4,5431 Entre grupos 6,4 1 6,4 0,5207 0,475 4,0982 Entre grupos 1,6 1 1,6 0,1027 0,7504 4,0982 Entre grupos 5,625 1 5,625 0,6122 0,4388 4,0982 Entre grupos 1,6 1 1,6 4,1081 0,0497 4,0982
Dentro dos grupos 398732 15 26582 Dentro dos grupos 467,1 38 12,292 Dentro dos grupos 592 38 15,579 Dentro dos grupos 349,15 38 9,1882 Dentro dos grupos 14,8 38 0,3895
T02
Total 399809 16 Total 473,5 39 Total 593,6 39 Total 354,78 39 Total 16,4 39
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico
Entre grupos 3533,2 1 3533,2 0,2653 0,6114 4,2793 Entre grupos 3,6 1 3,6 0,4244 0,5186 4,0982 Entre grupos 12,1 1 12,1 0,5573 0,4599 4,0982 Entre grupos 2,025 1 2,025 0,1697 0,6827 4,0982 Entre grupos 0,1 1 0,1 1,0857 0,304 4,0982
Dentro dos grupos 306338 23 13319 Dentro dos grupos 322,3 38 8,4816 Dentro dos grupos 825 38 21,711 Dentro dos grupos 453,35 38 11,93 Dentro dos grupos 3,5 38 0,0921
T03
Total 309871 24 Total 325,9 39 Total 837,1 39 Total 455,38 39 Total 3,6 39
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico
Entre grupos 2116,8 1 2116,8 2,0931 0,2438 10,128 Entre grupos 4,225 1 4,225 0,5827 0,45 4,0982 Entre grupos 136,9 1 136,9 0,1769 0,6765 4,0982 Entre grupos 4,225 1 4,225 0,2285 0,6354 4,0982 Entre grupos 2,5 1 2,5 5,4286 0,0252 4,0982
Dentro dos grupos 3034 3 1011,3 Dentro dos grupos 275,55 38 7,2513 Dentro dos grupos 29414 38 774,06 Dentro dos grupos 702,75 38 18,493 Dentro dos grupos 17,5 38 0,4605
T04
Total 5150,8 4 Total 279,78 39 Total 29551 39 Total 706,98 39 Total 20 39
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico
Entre grupos 6203,8 1 6203,8 0,5566 0,4614 4,1709 Entre grupos 27,225 1 27,225 2,4483 0,1259 4,0982 Entre grupos 50,625 1 50,625 0,1314 0,719 4,0982 Entre grupos 0,4 1 0,4 0,2077 0,6512 4,0982
Dentro dos grupos 334364 30 11145 Dentro dos grupos 422,55 38 11,12 Dentro dos grupos 14645 38 385,39 Dentro dos grupos 73,2 38 1,9263
T05
Total 340568 31 Total 449,78 39 Total 14695 39 Total 73,6 39
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico
Entre grupos 2180,3 1 2180,3 0,3396 0,5673 4,4139 Entre grupos 9,025 1 9,025 1,4927 0,2293 4,0982 Entre grupos 6,4 1 6,4 1,0133 0,3205 4,0982 Entre grupos 4,9 1 4,9 0,8257 0,3692 4,0982 Entre grupos 0,1 1 0,1 1,0857 0,304 4,0982
Dentro dos grupos 115575 18 6420,8 Dentro dos grupos 229,75 38 6,0461 Dentro dos grupos 240 38 6,3158 Dentro dos grupos 225,5 38 5,9342 Dentro dos grupos 3,5 38 0,0921
T06
Total 117755 19 Total 238,78 39 Total 246,4 39 Total 230,4 39 Total 3,6 39
134
5.2.2.2 Análise da Mobilidade do Dispositivo
Nesta subseção, apresenta-se um confronto nos dados coletados durante as
sessões de teste realizadas em laboratório, nas quais o Nokia 770 Internet
Tablet foi afixado à mesa, e aqueles obtidos a partir das sessões nas quais o
dispositivo não foi afixado à mesa.
A Tabela 8 contém os indicadores quantitativos coletados durante as 20
sessões de teste realizadas em laboratório. Os usuários que participaram dos
testes laboratoriais com o dispositivo afixado à mesa foram aqueles
identificados como UT01 a UT04 (principiantes), UT17 a UT20 (intermediários)
e UT33 a UT34 (experientes). Similarmente, os grupos UT05 a UT08, UT21 a
UT24 e UT35 a UT36 representam os grupos de usuários principiantes,
intermediários e experientes que realizaram os testes de usabilidade sem fixar
o dispositivo. Portanto, para cada condição de mobilidade preservou-se a
proporção 4:4:2 para as categorias de usuários.
Os valores mínimos e máximos dos indicadores quantitativos para cada
conjunto de sessões de teste laboratorial realizada com e sem mobilidade do
dispositivo são apresentados na Tabela 9.
Os valores mínimo e máximo do indicador tempo de execução
relacionado à Tarefa 04 foram omitidos da Tabela 9, pois, tal como foi
mostrado na Tabela 8, nenhum dos 10 usuários de teste que executaram as
tarefas com o dispositivo fixo conseguiram concluir a tarefa (ncc). Observa-se
que estes valores mínimos associados ao tempo de execução foram sempre
menores quando o dispositivo não estava fixo à mesa. A partir daí, infere-se
que a fixação do dispositivo impacta no tempo para conclusão das tarefas.
Quanto aos indicadores número de opções incorretas e número de erros
repetidos, observa-se que os valores máximos apresentam certo equilíbrio,
sendo maior em determinadas tarefas quando o dispositivo está fixo à mesa e,
em outras tarefas, quando está “solto”. Observa-se que um número maior de
ações incorretas são cometidas quando o dispositivo está fixo à mesa.
Por fim, o número de consultas à ajuda apresenta, em quatro (tarefas
2, 3, 4 e 6) das 6 tarefas de teste o valor máximo igual para os dois contextos
de avaliação, i.e. com o dispositivo fixo e com o dispositivo não fixado.
Os dados apresentados e comentados nos parágrafos anteriores
permitem constatar que os indicadores tempo de execução e número de ações
135
incorretas apresentaram valores, respectivamente, mínimo e máximo, maiores
naquelas sessões de teste onde o dispositivo estava fixo à mesa.
A partir deste resultado pode-se inferir que imobilizar o dispositivo
influencia no tempo para a conclusão das tarefas e no número de ações
incorretas cometidas. No entanto, conclusões com a análise apenas destes
dados seriam precipitadas e, talvez, incorretas.
A execução das sessões laboratoriais sob dois graus de mobilidade para
o dispositivo permitiu a avaliação da influência desta mobilidade no
desempenho do usuário. Optou-se pelo uso do teste F ANOVA fator único para
evidenciar a existência de diferenças entre as médias dos dois grupos de
dados (sessões laboratoriais com dispositivo fixo e como dispositivo móvel).
Após a contabilização dos indicadores quantitativos para cada uma das
sessões de testes, gerou-se um relatório de estatísticas univariadas (Tabela
10).
A média, o desvio padrão e a variância relacionada ao tempo de
execução da Tarefa 04 não são exibidos devido à série de dados nula, i.e. nos
testes realizados como o dispositivo fixo à mesa nenhum dos usuários
conseguiu concluir a tarefa no tempo pré-estabelecido. Além disto, apenas um
usuário conseguiu concluir a Tarefa 06 em tempo hábil, de modo que o desvio
padrão e a variância não podem ser calculados.
Em seguida, construíram-se as matrizes de correlação dos indicadores
quantitativos, cujo propósito era analisar as relações entre os indicadores
considerados (Tabela 11). Os valores associados a algumas células foram
omitidos, pois apresentam indeterminações no cálculo dos coeficientes de
correlação. Tais indeterminações nos cálculos estão associadas às séries de
dados nulas. Os valores destacados correspondem aos coeficientes de
correlação com fortes associações (0,75 < p 1 e -0,75 > p -1) entre dois
indicadores quantitativos. Apresenta-se no Quadro 33 uma síntese das
correlações mais fortes identificadas.
Considerando as correlações mais fortes identificadas e os dados brutos
apresentados na Tabela 8 e na Tabela 10, foram selecionadas as variáveis a
serem submetidas ao teste F ANOVA fator único (Quadro 34), cujo propósito
era verificar a existência de diferenças estatísticas entre os dados coletados
em laboratório quando o dispositivo foi fixado à mesa e quando o dispositivo
permaneceu móvel.
136
Tabela 8 – Indicadores quantitativos coletados a partir do teste de usabilidade.
SÍNTESE DOS INDICADORES QUANTITATIVOS REGISTRADOS
AVALIAÇÃO LABORATORIAL
DISPOSITIVO FIXO À MESA DISPOSITIVO MÓVEL
Usuário Usuário
Tarefa
UT01 UT02 UT03 UT04 UT17 UT18 UT19 UT20 UT33 UT34 UT05 UT06 UT07 UT08 UT21 UT22 UT23 UT24 UT35 UT36
Indicador
194 NCC NCC NCC NCC NCC NCC 149 172 118 NCC 255 183 NCC 148 231 201 183 107 81
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Tarefa 01
0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
NCC NCC NCC NCC NCC NCC 525 605 552 215 NCC NCC NCC NCC NCC NCC 578 NCC 161 357
2 3 7 13 9 3 0 5 0 0 2 5 6 1 5 3 6 4 0 3
15 5 2 10 6 9 4 9 2 0 1 5 5 7 6 5 6 7 0 10
1 0 2 7 3 3 0 6 0 0 0 2 1 0 9 6 0 4 0 2
Tarefa 02
0 0 0 0 2 0 0 1 0 0 0 0 2 0 2 1 0 2 0 0
NCC NCC NCC NCC 592 408 NCC 591 NCC 363 NCC NCC 525 NCC 499 NCC 615 346 393 352
3 10 3 1 2 4 3 1 0 0 15 1 3 5 0 3 2 1 0 0
12 11 11 17 4 3 4 5 5 2 13 13 1 2 2 7 5 2 2 3
5 3 1 12 1 1 3 0 1 0 7 5 1 1 1 1 0 0 0 0
Tarefa 03
1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
NCC NCC NCC NCC NCC NCC NCC NCC NCC NCC NCC NCC NCC NCC NCC NCC NCC NCC 503 453
1 5 8 8 6 0 3 0 1 0 0 5 3 2 2 1 0 2 0 3
52 49 88 100 53 58 64 77 64 41 87 88 95 47 70 76 54 24 16 27
2 0 3 18 5 1 0 0 0 0 9 5 2 0 3 0 0 0 0 1
Tarefa 04
0 1 0 0 1 2 0 1 2 1 0 0 2 0 1 1 1 2 0 0
NCC 476 NCC NCC 412 417 NCC 404 NCC 414 655 493 605 619 528 650 590 344 329 244
1 1 4 0 2 0 7 0 2 1 20 2 3 0 1 2 0 0 2 0
13 13 12 10 4 4 11 3 109 6 11 18 11 10 36 8 5 4 2 5
2 0 0 2 0 0 3 0 0 3 0 0 1 3 0 0 0 0 0 0
Tarefa 05
0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
NCC NCC NCC NCC NCC NCC NCC NCC 626 NCC NCC NCC NCC NCC 533 612 565 469 460 595
4 0 9 4 5 4 2 0 0 1 8 1 1 7 0 3 0 2 0 0
5 6 6 10 1 1 2 4 5 4 10 11 3 4 4 3 3 3 2 5
0 0 10 6 0 2 0 0 2 2 9 1 0 4 0 0 0 1 2 2
Tarefa 06
0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0
LEGENDA:
Tempo de Execução das Tarefas
Número de Opções Incorretas
Número de Ações Incorretas
Número de Erros Repetidos
Número de Consultas à Ajuda
Nota: O indicador tempo de execução está representado em segundos (s).
137
Tabela 9 – Valores mínimos e máximos associados a cada indicador quantitativo.
TAREFAS
Tarefa 01 Tarefa 02 Tarefa 03 Tarefa 04 Tarefa 05 Tarefa 06
Categoria
Valor
F M F M F M F M F M F M
Mínimo 118 81 215 161 363 346 - 453 404 244 626 460
Máximo 194 255 605 578 592 615 - 503 476 655 626 612
Mínimo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Máximo 0 0 13 6 10 15 8 5 7 20 9 8
Mínimo 0 0 0 0 2 1 41 16 3 2 1 2
Máximo 0 0 15 10 17 13 100 95 109 36 10 11
Mínimo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Máximo 0 0 7 9 12 7 18 9 3 3 10 9
Mínimo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
INDICADORES
Máximo 1 0 2 2 1 1 2 2 2 0 1 1
LEGENDA: F - Dispositivo Fixo à Mesa
M - Dispositivo Móvel
Nota:
O indicador tempo de execução está representado em segundos
(s).
138
Tabela 10 – Síntese das estatísticas univariadas.
SÍNTESE DE ESTATÍSTICAS UNIVARIADAS
DISPOSITIVO FIXO À MESA DISPOSITIVO MÓVEL
Tarefa Estatística
Te (s) Noi Nai Ner Nca Te (s) Noi Nai Ner Nca
Média 158,25 0,00 0,00 0,00 0,40 173,63 0,00 0,00 0,00 0,00
Desvio Padrão 32,52 0,00 0,00 0,00 0,52 59,18 0,00 0,00 0,00 0,00
Tarefa 01
Variância 1057,58 0,00 0,00 0,00 0,27 3501,98 0,00 0,00 0,00 0,00
Média 474,25 4,20 6,20 2,20 0,30 365,33 3,50 5,20 2,40 0,70
Desvio Padrão 176,00 4,34 4,57 2,57 0,67 208,62 2,07 2,90 3,06 0,95
Tarefa 02
Variância 30975,58 18,84 20,84 6,62 0,46 43524,33 4,28 8,40 9,38 0,90
Média 488,50 2,70 7,40 2,70 0,20 455,00 3,00 5,00 1,60 0,10
Desvio Padrão 120,35 2,91 4,97 3,62 0,42 108,42 4,52 4,57 2,41 0,32
Tarefa 03
Variância 14483,00 8,46 24,71 13,12 0,18 11754,00 20,44 20,89 5,82 0,10
Média - 3,20 64,60 2,90 0,80 478,00 1,80 58,40 2,00 0,70
Desvio Padrão - 3,29 18,54 5,57 0,79 35,36 1,62 29,05 2,98 0,82
Tarefa 04
Variância - 10,84 343,60 30,99 0,62 1250,00 2,62 843,82 8,89 0,68
Média 424,60 1,80 18,50 1,00 0,20 505,70 3,00 11,00 0,40 0,00
Desvio Padrão 29,13 2,20 32,04 1,33 0,63 148,86 6,07 9,92 0,97 0,00
Tarefa 05
Variância 848,80 4,84 1026,50 1,78 0,40 22159,12 36,89 98,44 0,93 0,00
Média 626,00 2,90 4,40 2,20 0,20 539,00 2,20 4,80 1,90 0,10
Desvio Padrão -- 2,88 2,72 3,33 0,42 63,75 2,97 3,12 2,81 0,32
Tarefa 06
Variância -- 8,32 7,38 11,07 0,18 4063,60 8,84 9,73 7,88 0,10
Nota: O indicador tempo de execução está representado em segundos (s).
139
Tabela 11 – Matrizes de correlação.
ANÁLISE DA CORRELAÇÃO ENTRE OS INDICADORES QUANTITATIVOS
DISPOSITIVO FIXO À MESA DISPOSITIVO MÓVEL
Tarefa Indicador
Te (s) Noi Nai Ner Nca Te (s) Noi Nai Ner Nca
Te (s) 1 1
Noi 1 1
Nai 1 1
Ner 1 1
T01
Nca
1 1
Te (s) 1 1
Noi 0,495 1 0,999 1
Nai 0,753 0,306 1 0,568 0,389 1
Ner 0,495 0,802 0,488 1 -0,03 0,298 0,278 1
T02
Nca
0,495 0,394 0,087 0,345 1 0,481 0,186 0,658 1
Te (s) 1 1
Noi -0,02 1 0,614 1
Nai 0,931 0,255 1 0,411 0,559 1
Ner 0,11 0,022 0,816 1 0,407 0,743 0,887 1
T03
Nca
0,568 -0,13 0,117 -0,03 1 0 0,154 -0,09 1
Te (s) 1 1
Noi 1 -1 1
Nai 0,56 1 -1 0,266 1
Ner 0,65 0,665 1 -1 0,092 0,618 1
T04
Nca
-0,54 -0,4 -0,41 1 0,033 0,136 -0,32 1
Te (s) 1 1
Noi 0,16 1 0,395 1
Nai 0,976 0,079 1 0,279 0,028 1
Ner -0,2 0,303 -0,23 1 0,339 -0,17 -0,03 1
T05
Nca
0,032 0,992 -0,26 1 1
Te (s) 1 1
Noi 1 0,186 1
Nai 0,048 1 0,562 0,376 1
Ner 0,697 0,531 1 -0,37 0,815 0,543 1
T06
Nca
0,658 -0,17 0,602 1 -0,05 -0,26 -0,09 -0,24 1
140
Quadro 33 – Correlações mais fortes identificadas.
PAR DE INDICADORES SINAL DE ρ TAREFA SUB-GRUPO
+ 2 Móvel
tempo de execução opções incorretas
- 4 Móvel
2 Fixo
3 Fixo
+
5 Fixo
tempo de execução ações incorretas
- 4 Móvel
tempo de execução erros repetidos - 4 Móvel
2 Fixo
opções incorretas erros repetidos +
6 Móvel
ações incorretas erros repetidos + 3 Fixo, Móvel
ações incorretas consultas à ajuda + 5 Fixo
Quadro 34 – Variáveis selecionadas para o teste F ANOVA fator único.
TAREFA INDICADORES OBJETIVOS JUSTIFICATIVA
1
tempo de execução
Conforme se observa na Tabela 7 e na Tabela 10, não é
possível conduzir o teste ANOVA para as variáveis Noi,
Nai, Ner e Nca, tendo em vista pelo menos uma das séries
de dados relativos às categorias dispositivo fixo e
dispositivo móvel ser nula.
tempo de execução
número de opções incorretas
número de ações incorretas
número de erros repetidos
2
número de consultas à ajuda
Tarefa cujas séries de dados permitem a condução do
teste ANOVA para todas as variáveis consideradas no
experimento, tendo em vista que não há nenhuma série de
dados totalmente nula.
tempo de execução
número de opções incorretas
número de ações incorretas
número de erros repetidos
3
número de consultas à ajuda
Tarefa cujas séries de dados permitem a condução do
teste ANOVA para todas as variáveis consideradas no
experimento, tendo em vista que não há nenhuma série de
dados totalmente nula.
número de opções incorretas
número de ações incorretas
número de erros repetidos
4
número de consultas à ajuda
Conforme se observa na Tabela 7 e na Tabela 10, não é
possível conduzir o teste ANOVA para a variável Te, tendo
em vista pelo menos uma das séries de dados relativos às
categorias dispositivo fixo e dispositivo móvel ser nula.
tempo de execução
número de opções incorretas
número de ações incorretas
5
número de erros repetidos
Conforme se observa na Tabela 7 e na Tabela 10, não é
possível conduzir o teste ANOVA para a variável Nca,
tendo em vista pelo menos uma das séries de dados
relativos às categorias dispositivo fixo e dispositivo móvel
ser nula.
tempo de execução
número de opções incorretas
número de ações incorretas
número de erros repetidos
6
número de consultas à ajuda
Tarefa cujas séries de dados permitem a condução do
teste ANOVA para todas as variáveis consideradas no
experimento, tendo em vista que não há nenhuma série de
dados totalmente nula.
141
Assim como no processamento estatístico apresentado na subseção
anterior, verificou-se a validade da hipótese nula face à hipótese alternativa
(Figura 37), onde µ
F
e µ
M
representam as médias relacionadas aos dados
coletados, respectivamente, nas sessões laboratoriais com o dispositivo fixo e
com o dispositivo móvel.
Figura 37 – Hipóteses do experimento.
Na Tabela 12, apresentam-se os resultados da aplicação do teste F
ANOVA fator único. Constata-se, com o nível de confiança de 95% (
α
= 0,05),
que não houve diferenças entre as médias dos dados coletados em laboratório
com o dispositivo fixo e móvel.
H
0
: µ
F
= µ
M
H
A
: as médias são diferentes
142
Tabela 12 – Resultados da aplicação do teste F ANOVA fator único.
ANOVA (Single factor) a = 0,05
TEMPO DE EXECUÇÃO NÚMERO DE OPÇÕES INCORRETAS NÚMERO DE AÇÕES INCORRETAS NÚMERO DE ERROS REPETIDOS NÚMERO DE CONSULTAS À AJUDA
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico
Entre grupos 630,38 1 630,38 0,2277 0,6435 4,9646
Dentro dos grupos 27687 10 2768,7
T01
Total 28317 11
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico
Entre grupos 20336 1 20336 0,565 0,4861 6,6079 Entre grupos 2,45 1 2,45 0,2119 0,6508 4,4139 Entre grupos 5 1 5 0,3419 0,566 4,4139 Entre grupos 0,2 1 0,2 0,025 0,8761 4,4139 Entre grupos 0,8 1 0,8 1,1803 0,2916 4,4139
Dentro dos grupos 179975 5 35995 Dentro dos grupos 208,1 18 11,561 Dentro dos grupos 263,2 18 14,622 Dentro dos grupos 144 18 8 Dentro dos grupos 12,2 18 0,6778
T02
Total 200312 6 Total 210,55 19 Total 268,2 19 Total 144,2 19 Total 13 19
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico
Entre grupos 2693,4 1 2693,4 0,2108 0,6584 5,3177 Entre grupos 0,45 1 0,45 0,0311 0,8619 4,4139 Entre grupos 28,8 1 28,8 1,2632 0,2758 4,4139 Entre grupos 6,05 1 6,05 0,6387 0,4346 4,4139 Entre grupos 0,05 1 0,05 0,36 0,556 4,4139
Dentro dos grupos 102219 8 12777 Dentro dos grupos 260,1 18 14,45 Dentro dos grupos 410,4 18 22,8 Dentro dos grupos 170,5 18 9,4722 Dentro dos grupos 2,5 18 0,1389
T03
Total 104912 9 Total 260,55 19 Total 439,2 19 Total 176,55 19 Total 2,55 19
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico
Entre grupos 9,8 1 9,8 1,4554 0,2433 4,4139 Entre grupos 192,2 1 192,2 0,3237 0,5764 4,4139 Entre grupos 4,05 1 4,05 0,2031 0,6576 4,4139 Entre grupos 0,05 1 0,05 0,0769 0,7847 4,4139
Dentro dos grupos 121,2 18 6,7333 Dentro dos grupos 10687 18 593,71 Dentro dos grupos 358,9 18 19,939 Dentro dos grupos 11,7 18 0,65
T04
Total 131 19 Total 10879 19 Total 362,95 19 Total 11,75 19
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico
Entre grupos 21924 1 21924 1,4052 0,2571 4,6672 Entre grupos 7,2 1 7,2 0,345 0,5642 4,4139 Entre grupos 281,25 1 281,25 0,5 0,4885 4,4139 Entre grupos 1,8 1 1,8 1,3279 0,2643 4,4139
Dentro dos grupos 202827 13 15602 Dentro dos grupos 375,6 18 20,867 Dentro dos grupos 10125 18 562,47 Dentro dos grupos 24,4 18 1,3556
T05
Total 224751 14 Total 382,8 19 Total 10406 19 Total 26,2 19
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico
Entre grupos 6487,7 1 6487,7 1,5965 0,2621 6,6079 Entre grupos 2,45 1 2,45 0,2854 0,5997 4,4139 Entre grupos 0,8 1 0,8 0,0935 0,7633 4,4139 Entre grupos 0,45 1 0,45 0,0475 0,8299 4,4139 Entre grupos 0,05 1 0,05 0,36 0,556 4,4139
Dentro dos grupos 20318 5 4063,6 Dentro dos grupos 154,5 18 8,5833 Dentro dos grupos 154 18 8,5556 Dentro dos grupos 170,5 18 9,4722 Dentro dos grupos 2,5 18 0,1389
T06
Total 26806 6 Total 156,95 19 Total 154,8 19 Total 170,95 19 Total 2,55 19
143
5.3 Resultados da Sondagem da Satisfação do Usuário
Nesta seção, são apresentados os resultados obtidos com a aplicação dos
questionários durante o processo de avaliação.
Na primeira subseção, Resultados da Análise do Perfil dos
Usuários, apresentam-se os resultados advindos da aplicação do questionário
USer (User Sketcher). Os resultados apresentados não têm como objetivo
esboçar o perfil típico dos atuais usuários do Nokia 770 Internet Tablet,
pois apenas uma categoria de usuários (experientes) já conhecia e utilizava o
produto. O objetivo é ilustrar como a amostra de participantes escolhida foi
diversificada, no que concerne ao nível de conhecimento (principiantes,
intermediários e experientes), e equilibrada, ao comparar os participantes dos
testes laboratoriais com aqueles que participaram dos testes em campo.
Na segunda subseção, Resultados da Análise da Satisfação dos
Usuários, são apresentados os resultados obtidos com a aplicação do
questionário USE (User Satisfaction Enquirer).
5.3.1 Resultados da Análise do Perfil dos Usuários
Na Tabela 13, apresenta-se a totalização das respostas dos usuários de teste
ao questionário de delineamento do perfil dos usuários. Para cada item do
questionário, apresentam-se as opções de resposta e o número de usuários
que selecionaram cada uma das opções nos testes realizados em campo e
naqueles realizados em laboratório.
O questionário para delineamento do perfil dos usuários compôs-se de
14 itens, destinados à sondagem de características físicas (itens 2, 3, 4 e 5) e
ao conhecimento e experiência do usuário (itens 1, 6 a 14).
Os resultados do perfil dos usuários são apresentados, graficamente,
nas figuras 38 a 46. Na parte a) de cada uma das figuras, apresentam-se os
dados relacionados aos usuários dos testes laboratoriais, enquanto na parte b)
são aprersentados os dados relacionados aos testes em campo.
144
Tabela 13 – Síntese dos resultados da sondagem do perfil dos usuários.
DELINEAMENTO DO PERFIL DOS USUÁRIOS
USer (User Sketcher)
AMBIENTE
# ITEM OPÇÕES
L C
T
Ensino Médio Incompleto 0 1 1
Ensino Médio Completo 0 0 0
Superior Incompleto 8 7 15
Superior Completo 2 3 5
Pós-graduação Incompleta 9 8 17
01 Seu grau de instrução:
Pós-graduação Completa 1 1 2
Masculino 9 7 16
02 Você é do sexo:
Feminino 11 13 24
Destro 15 19 34
Canhoto 4 0 4
03 Você é:
Ambidestro 1 1 2
Sim 9 13 22
04 Você usa óculos ou lentes de contato?
Não 11 7 18
Menos de 18 anos 0 1 9
18-23 anos 8 11 23
24-29 anos 12 8 8
30-35 anos 0 0 0
05 Você pertence à faixa etária de:
Acima de 35 anos 0 0 0
Sim 20 20 40
06
Você tem experiência prévia no uso de sistemas
computacionais?
Não 0 0 0
Menos de 3 meses 0 0 0
Entre 3 meses e 1 ano 0 0 0
Mais de 1 ano 20 20 40
07
Há quanto tempo você usa sistemas
computacionais?
Não se aplica 0 0 0
Diariamente 18 18 36
Algumas vezes por semana 2 2 4
Algumas vezes por mês 0 0 0
Ocasionalmente 0 0 0
08
Com que freqüência você usa sistemas
computacionais?
Não se aplica 0 0 0
Windows 17 15 32
Linux 3 5 8
Outra 0 0 0
09
Qual a plataforma computacional que você utiliza
com mais freqüência?
Não se aplica 0 0 0
Básico 3 7 10
Intermediário 5 2 7
Avançado 12 11 23
10 Qual o seu nível de conhecimento em informática?
Não se aplica 0 0 0
Sim 4 4 8
11
Você já utilizou o dispositivo Nokia 770 Internet
Tablet?
Não 16 16 32
Diariamente 0 0 0
Algumas vezes por semana 0 1 1
Algumas vezes por mês 1 0 1
Ocasionalmente 3 3 6
12
Com que freqüência você utiliza o Nokia 770 Internet
Tablet?
Não se aplica 16 16 32
Telefone celular 20 20 40
PDA (Personal Digital Assistant) 6 4 10
Smartphone 4 3 7
13
Qual dos produtos listados abaixo você utiliza ou já
utilizou?
Nenhum destes 0 0 0
Péssima 1 0 1
Ruim 0 0 0
Regular 8 8 16
Boa 7 10 17
14 Qual a sua familiaridade com a língua inglesa?
Ótima 4 2 6
Legenda: L – Usuários dos testes laboratoriais
C – Usuários dos testes de campo
T – Total de usuários
145
Figura 38 – Distribuição numérica do Grau de Instrução dos respondentes.
Figura 39 – Distribuição numérica do Sexo dos respondentes.
Figura 40 – Distribuição numérica da Destreza Manual dos respondentes.
Grau de Instrução
0
1010
Ensino médio Superior Pós-graduação
Grau de Instrução
1
10
9
Ensino médio Superior Pós-graduação
a)
Laboratório
b)
Campo
Sexo
9
11
Masculino Feminino
Sexo
7
13
Masculino Feminino
a)
Laboratório
b)
Campo
Destreza Manual
15
4
1
Destro Canhoto Ambidestro
Destreza Manual
19
0
1
Destro Canhoto Ambidestro
a)
Laboratório
b)
Campo
146
Figura 41 – Distribuição numérica do Uso de Corretivos Visuais dentre os
respondentes.
Figura 42 – Distribuição numérica da Faixa Etária dos respondentes.
Conforme estabelecido na etapa de planejamento, todos os usuários dos
testes possuem experiência prévia no uso de sistemas computacionais há mais
de um ano e, em sua maioria (36 indivíduos ou 90% do universo amostral),
utilizam tais sistemas diariamente (vide Tabela 13). Além disto, todos os
usuários recrutados possuem familiaridade com a língua inglesa. Apenas um
respondente classificou sua familiaridade com tal língua como péssima,
enquanto a grande maioria (33 indivíduos ou 82,5% do universo amostral)
classificou sua familiaridade como regular ou boa.
Conforme apresentado na Figura 43, a grande maioria dos usuários
utiliza, predominantemente, a plataforma computacional Windows (32
indivíduos ou 80% do universo amostral). Este questionamento mostrou-se
pertinente no âmbito desta pesquisa, uma vez que o sistema operacional do
Nokia 770 Internet Tablet é baseado numa distribuição do Linux (Debian).
Uso de Corretivos Visuais
9
11
Sim Não
Uso de Corretivos Visuais
13
7
Sim Não
a)
Laboratório
b)
Campo
Faixa Etária
0
8
12
Menos de 18 anos 18-23 anos 24-29 anos
Faixa Etária
1
11
8
Menos de 18 anos 18-23 anos 24-29 anos
a)
Laboratório
b)
Campo
147
Figura 43 – Distribuição numérica da Plataforma Computacional mais
utilizada pelos respondentes.
Constata-se uma predominância de respondentes que se auto-avaliaram
usuários avançados de informática (23 indivíduos ou 57,5% do universo
amostral), enquanto 7 indivíduos (17,5% do universo amostral) declararam-se
como usuários intermediários e 10 participantes (25% do universo amostral)
declararam-se como usuários com conhecimento básico em informática.
Figura 44 – Distribuição numérica do nível de Conhecimento em Informática
dos respondentes.
Conforme o item 11 da Tabela 13, apenas oito usuários do universo
amostral tinham experiência prévia com o produto avaliado, compreendendo
assim a categoria de usuários experientes. A maioria deste contingente de
usuários experientes (6 participantes ou 75% do universo de usuários
experientes) utiliza o produto avaliado ocasionalmente (Figura 45).
Conforme pode ser visto na Figura 46, todos os usuários possuíam
Plataforma Computacional
17
3
Windows Linux
Plataforma Computacional
15
5
Windows Linux
a)
Laboratório
b)
Campo
Conhecimento em Informática
3
5
12
Básico Intermediário Avançado
Conhecimento em Informática
7
2
11
Básico Intermediário Avançado
a)
Laboratório
b)
Campo
148
experiência prévia com telefones celulares, 10 indivíduos (25% do universo
amostral) já utilizaram um PDA (Personal Digital Assistant) e 7 usuários
(17,5% do universo amostral) já utilizaram um smartphone. Portanto, todos
os participantes possuíam experiência com dispositivos móveis.
Figura 45 – Distribuição numérica da Freqüência de Uso do Produto.
Figura 46 – Distribuição numérica da Experiência Prévia com Produtos
Similares.
Observa-se que os participantes dos testes laboratoriais e dos testes de
campo apresentam características similares. Apenas no que se refere às faixas
etárias, constata-se que houve uma inversão na predominância relacionada às
duas faixas etárias mais representativas.
Com os dados coletados com o USer (User Sketcher), é possível afirmar
Freqüência de uso do Nokia 770
0
1
3
Algumas vezes por semana
Algumas vezes por mês
Ocasionalmente
Freqüência de uso do Nokia 770
1
0
3
Algumas vezes por semana
Algumas vezes por mês
Ocasionalmente
a)
Laboratório
b)
Campo
0
5
10
15
20
Experiência com Dispositivos
veis
Telefone celular PDA Smartphone
0
5
10
15
20
Experiência com Dispositivos
veis
Telefone celular PDA Smartphone
a)
Laboratório
b)
Campo
149
que o participante típico no processo de avaliação do Nokia 770 Internet
Tablet apresenta as seguintes características:
possui como grau de instrução pós-graduação (completa ou
incompleta) ou graduação (completa ou incompleta), é
predominantemente do sexo feminino, encaixa-se na faixa etária de
18 a 29 anos, destro e usa corretivos visuais (óculos ou lentes de
contato);
possui experiência no uso de sistemas computacionais há mais de 1
ano, utilizando-os diariamente;
possui nível de conhecimento classificado como
intermediário/avançado em informática;
possui experiência prévia no uso de dispositivos móveis; e
não possui experiência prévia com o produto avaliado.
5.3.2 Resultados da Análise da Satisfação dos Usuários
O questionário para sondagem da satisfação dos usuários (USE - User
Satisfaction Enquirer), composto por 38 itens, divide-se em três seções: (i)
Uso e Navegação, composta por 17 itens relacionados à comunicação do
produto, à localização dos itens de menu e navegação, à compreensão das
mensagens apresentadas, ao uso dos aplicativos mais comuns e ao uso dos
modos de entrada de dados do dispositivo; (ii) Documentação on-line e off-
line, formada por 6 questões relacionadas ao uso da ajuda on-line e off-line
(manual) do produto; e (iii) Você e o Produto, composta por 15 itens
relacionados às impressões do usuário sobre alguns aspectos sondados nas
seções precedentes, assim como aspectos relacionados a sua aceitação do
produto.
As 23 primeiras questões, relacionadas às seções Uso e Navegação e
Documentação on-line e off-line, estão associadas a uma escala de 5 pontos,
constituída dos adjetivos muito fácil, fácil, nem fácil nem difícil, difícil e muito
difícil. Enquanto as últimas 15 questões, relacionadas à seção Você e o
Produto, estão associadas à seguinte escala de 5 pontos: concordo totalmente,
concordo, nem concordo nem discordo, discordo e discordo totalmente.
Para cada questão apresentada, além de assinalar uma resposta nesta
escala, os usuários de teste deveriam associar um grau de importância (valor
150
entre 0 e 10) para cada item do questionário. Utilizando essas duas
informações fornecidas por cada um dos usuários, a ferramenta WebQuest
(2006) calcula um índice de satisfação subjetiva dos usuários em relação ao
produto (Oliveira, 2005; Queiroz, 2005).
A Tabela 14 contém a totalização das respostas dos usuários de teste ao
USE, administrado imediatamente após a utilização do produto avaliado. Para
cada item do questionário, apresentam-se as opções de resposta e o número
de usuários que optaram por cada uma das opções nos testes realizados em
campo e naqueles realizados em laboratório.
Tabela 14 – Síntese dos resultados da sondagem da satisfação dos usuários
(1/4).
SONDAGEM DA SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS
USE (User Satisfaction Enquirer)
AMBIENTE
# ITEM OPÇÕES
L C
T
Muito fácil 1 2 3
Fácil 11 8 19
Nem fácil nem difícil 7 8 15
Difícil 1 2 3
01 Uso do produto na realização de tarefas de interesse
Muito difícil 0 0 0
Muito fácil 3 1 4
Fácil 8 7 15
Nem fácil nem difícil 6 9 15
Difícil 3 2 5
02
Comunicação com o produto (terminologia, simbologia,
linguagem, realimentação da informação e das ações em
geral)
Muito difícil 0 1 1
Muito fácil 2 2 4
Fácil 7 9 16
Nem fácil nem difícil 7 3 10
Difícil 4 6 10
03 Localização dos itens de menu associados às tarefas
Muito difícil 0 0 0
Muito fácil 2 1 3
Fácil 4 6 10
Nem fácil nem difícil 10 6 16
Difícil 3 6 9
04 Visualização das instruções e advertências do produto
Muito difícil 1 1 2
Muito fácil 2 1 3
Fácil 8 10 18
Nem fácil nem difícil 6 5 11
Difícil 4 4 8
05 Compreensão das instruções e advertências do produto
Muito difícil 0 0 0
Muito fácil 3 0 3
Fácil 13 14 27
Nem fácil nem difícil 2 4 6
Difícil 2 2 4
06 Navegação pelas janelas de diálogo do produto
Muito difícil 0 0 0
Muito fácil 3 0 3
Fácil 5 6 11
Nem fácil nem difícil 9 11 20
Difícil 3 3 6
07 Recuperação de situações de erro
Muito difícil 0 0 0
Muito fácil 4 1 5
Fácil 7 9 16
Nem fácil nem difícil 7 9 16
Difícil 2 1 3
08 Compreensão das mensagens de erro apresentadas
Muito difícil 0 0 0
151
Tabela 14 – Síntese dos resultados da sondagem da satisfação dos usuários
(2/4).
SONDAGEM DA SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS
USE (User Satisfaction Enquirer)
AMBIENTE
# ITEM OPÇÕES
L C
T
Muito fácil 3 3 6
Fácil 11 8 19
Nem fácil nem difícil 4 7 11
Difícil 2 2 4
09
Navegação através das diferentes opções do menu,
janelas de diálogo e barra de ícones do produto
Muito difícil 0 0 0
Muito fácil 2 2 4
Fácil 9 8 17
Nem fácil nem difícil 6 4 10
Difícil 3 6 9
10
Compreensão da estruturação dos menus, barras de
ícones ou listas de informações disponibilizadas pelo
produto
Muito difícil 0 0 0
Muito fácil 6 2 8
Fácil 4 12 16
Nem fácil nem difícil 6 5 11
Difícil 4 1 5
11
Uso dos botões de Navegação, Cancelar, Menu e Início
(Home)
Muito difícil 0 0 0
Muito fácil 5 5 10
Fácil 5 13 18
Nem fácil nem difícil 8 2 10
Difícil 2 0 2
12 Uso das funções/ botões de zoom e tela cheia
Muito difícil 0 0 0
Muito fácil 15 11 26
Fácil 3 8 11
Nem fácil nem difícil 1 1 2
Difícil 0 0 0
13 Uso da caneta stylus associada à tela sensível ao toque
Muito difícil 1 0 1
Muito fácil 9 8 17
Fácil 8 7 15
Nem fácil nem difícil 2 4 6
Difícil 0 1 1
14
Processo de entrada de dados textuais através do teclado
virtual
Muito difícil 1 0 1
Muito fácil 0 0 0
Fácil 4 2 6
Nem fácil nem difícil 4 6 10
Difícil 7 5 12
15
Processo de entrada de dados textuais através do
reconhecimento de escrita
Muito difícil 5 7 12
Muito fácil 7 4 11
Fácil 9 4 13
Nem fácil nem difícil 4 11 15
Difícil 0 1 1
16 Processo de navegação em páginas Web
Muito difícil 0 0 0
Muito fácil 5 4 9
Fácil 13 10 23
Nem fácil nem difícil 2 5 7
Difícil 0 1 1
17 Uso do aplicativo de correio eletrônico
Muito difícil 0 0 0
Muito fácil 0 1 1
Fácil 2 1 3
Nem fácil nem difícil 16 17 33
Difícil 2 1 3
18
Localização e acesso aos mecanismos de ajuda on-line do
produto
Muito difícil 0 0 0
Muito fácil 0 1 1
Fácil 1 0 1
Nem fácil nem difícil 17 18 35
Difícil 2 1 3
19 Uso dos mecanismos de ajuda on-line do produto
Muito difícil 0 0 0
Muito fácil 0 1 1
Fácil 1 0 1
Nem fácil nem difícil 17 18 35
Difícil 2 1 3
20
Compreensão das informações de interesse existentes na
ajuda on-line.
Muito difícil 0 0 0
152
Tabela 14 – Síntese dos resultados da sondagem da satisfação dos usuários
(3/4).
SONDAGEM DA SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS
USE (User Satisfaction Enquirer)
AMBIENTE
# ITEM OPÇÕES
L C
T
Muito fácil 3 0 3
Fácil 8 1 9
Nem fácil nem difícil 6 3 9
Difícil 3 0 3
21
Localização e acesso às informações de interesse no
manual do produto (ajuda off-line).
Muito difícil 0 0 0
Muito fácil 1 0 1
Fácil 9 1 10
Nem fácil nem difícil 8 3 11
Difícil 2 0 2
22 Uso do manual do produto (ajuda off-line)
Muito difícil 0 0 0
Muito fácil 2 0 2
Fácil 9 1 10
Nem fácil nem difícil 8 3 11
Difícil 1 0 1
23
Compreensão das informações de interesse existentes no
manual do produto (ajuda off-line)
Muito difícil 0 0 0
Concordo totalmente 9 10 19
Concordo 9 6 15
Nem concordo nem discordo 1 3 4
Discordo 1 1 2
24
Acho que o produto é bastante atraente, o que estimula
seu uso.
Discordo totalmente 0 0 0
Concordo totalmente 3 3 6
Concordo 10 7 17
Nem concordo nem discordo 6 6 12
Discordo 1 4 5
25 Acho a interface do produto bastante clara e compreensível
Discordo totalmente 0 0 0
Concordo totalmente 4 3 7
Concordo 12 7 19
Nem concordo nem discordo 3 3 6
Discordo 1 6 7
26
Os ícones, botões e símbolos apresentados pelo produto
têm tamanhos satisfatórios e são facilmente reconhecíveis
pelos usuários
Discordo totalmente 0 1 1
Concordo totalmente 0 1 1
Concordo 4 3 7
Nem concordo nem discordo 4 2 6
Discordo 5 9 14
27
A interface Web deste produto é suficientemente similar à
interface de outros produtos que eu já utilizei
Discordo totalmente 7 5 12
Concordo totalmente 3 3 6
Concordo 8 5 13
Nem concordo nem discordo 5 8 13
Discordo 4 4 8
28
A visualização e a leitura das informações na tela do
dispositivo é agradável.
Discordo totalmente 0 0 0
Concordo totalmente 2 0 2
Concordo 1 3 4
Nem concordo nem discordo 1 1 2
Discordo 10 13 23
29
O brilho/reflexo da tela dificulta a visualização das
informações.
Discordo totalmente 6 3 9
Concordo totalmente 9 9 18
Concordo 7 8 15
Nem concordo nem discordo 2 1 3
Discordo 1 2 3
30
O tamanho e peso do produto são convenientes para seu
uso e transporte.
Discordo totalmente 1 0 1
Concordo totalmente 3 2 5
Concordo 6 4 10
Nem concordo nem discordo 5 5 10
Discordo 5 6 11
31 As respostas do produto às minhas ações é muito lenta.
Discordo totalmente 1 3 4
Concordo totalmente 3 3 6
Concordo 4 3 7
Nem concordo nem discordo 9 8 17
Discordo 4 5 9
32
Sempre me sinto no controle das ações quando uso o
produto.
Discordo totalmente 0 1 1
153
Tabela 14 – Síntese dos resultados da sondagem da satisfação dos usuários
(4/4).
SONDAGEM DA SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS
USE (User Satisfaction Enquirer)
AMBIENTE
# ITEM OPÇÕES
L C
T
Concordo totalmente 3 1 4
Concordo 9 11 20
Nem concordo nem discordo 7 4 11
Discordo 1 3 4
33
Consigo executar as tarefas de modo direto ao usar o
produto.
Discordo totalmente 0 1 1
Concordo totalmente 2 0 2
Concordo 7 2 9
Nem concordo nem discordo 7 14 21
Discordo 3 3 6
34
Não acho que as informações da ajuda deste produto são
suficientemente eficazes para tirar minhas dúvidas.
Discordo totalmente 1 1 2
Concordo totalmente 2 0 2
Concordo 6 3 9
Nem concordo nem discordo 5 14 19
Discordo 7 3 10
35
De um modo geral, a quantidade de informações
oferecidas pela ajuda do produto é insuficiente para
solucionar meus problemas e dúvidas.
Discordo totalmente 0 0 0
Concordo totalmente 2 0 2
Concordo 7 2 9
Nem concordo nem discordo 6 15 21
Discordo 5 3 8
36
De um modo geral, a qualidade das informações
oferecidas pela ajuda do produto não contribui para a
solução dos meus problemas e dúvidas.
Discordo totalmente 0 0 0
Concordo totalmente 4 4 8
Concordo 14 11 25
Nem concordo nem discordo 1 3 4
Discordo 1 2 3
37 De um modo geral, sinto-me satisfeito ao usar o produto.
Discordo totalmente 0 0 0
Concordo totalmente 6 7 13
Concordo 10 8 18
Nem concordo nem discordo 4 0 4
Discordo 0 5 5
38
Recomendaria sem hesitação o uso do produto aos meus
colegas.
Discordo totalmente 0 0 0
Legenda: L – Usuários dos testes laboratoriais
C – Usuários dos testes de campo
T – Total de usuários
Oliveira (2005), baseado em alguns autores (e.g. Bayley e Pearson
(1983)), concebeu uma análise do índice de satisfação subjetiva, apresentada
no Quadro 35, na qual é associada uma descrição textual para cada uma das
faixas de valores dos índices.
Quadro 35 – Análise do indicador de satisfação subjetiva do USE.
INTERVALO DESCRIÇÃO
0,67 a 1,00 Satisfação Máxima
0,33 a 0,66 Bastante Satisfeito
0,01 a 0,32 Pouco Satisfeito
0,00 Neutro
-0,01 a -0,32 Pouco Insatisfeito
-0,33 a -0,66 Bastante Insatisfeito
-0,67 a -1,00 Insatisfação Máxima
Fonte: Oliveira (2005).
O índice de satisfação subjetiva obtido na avaliação do Nokia 770
154
Internet Tablet foi 0,330 (BASTANTE SATISFEITO) para os testes
laboratoriais e 0,237 (POUCO SATISFEITO) para os testes realizados em
campo. De forma geral, tais índices revelam que os usuários avaliaram o
produto de forma positiva
.
Sob o ponto de vista da confrontação dos resultados laboratoriais com
os de campo, constata-se que o índice de satisfação foi menor no campo do
que em laboratório. Mais uma vez, infere-se que tal resultado esteja associado
ao ambiente de teste, uma vez que testes de campo propiciam maior nível de
distração dos usuários.
Verifica-se que em 13 dos 38 itens
(01, 03, 04, 10, 16, 17, 25 a 27, 32,
33, 37, 38) a avaliação negativa (Difícil ou Muito difícil) foi maior nos testes de
campo
, em 14 itens (08, 11 a 13, 18 a 23, 31, 34 a 36) a avaliação negativa
foi maior no laboratório e nos demais itens (11) a mesma quantidade de
usuários do laboratório e do campo avaliou o produto negativamente.
Por outro lado, em 23 itens
(01, 02, 06 a 10, 14 a 17, 21 a 26, 28, 32 e
35 a 38) a avaliação positiva (Fácil e Muito fácil) foi maior nos testes
laboratoriais, em 8 itens (03 a 05, 11 a 13, 30 e 31) a avaliação positiva foi
maior nos testes de campo e nos 7 itens restantes a mesma quantidade de
usuários de laboratório e de campo avaliou o produto de forma positiva.
Portanto, constata-se que há diferenças no que diz respeito à satisfação
subjetiva dos usuários na avaliação laboratorial e na avaliação de campo.
Como a avaliação positiva foi significativamente maior nos testes laboratoriais
em relação aos testes de campo, o índice de satisfação subjetiva, conforme
apresentado anteriormente, foi maior nos testes realizados em laboratório em
relação àqueles realizados em campo.
Conforme apresentado na Tabela 14, a maioria dos itens do
questionário de satisfação foi avaliada de forma positiva e/ou neutra. As
respostas aos itens 3 e 10 mostram que cerca de 10 usuários de teste, em
cada item, avaliaram de forma negativa aspectos relacionados aos menus do
dispositivo. Resultado condizente com a Falha 01 da mensuração do
desempenho (Quadro 27) e com as falhas relacionadas à Parte 14 do padrão
ISO 9241 (Quadro 26).
Os itens 14 e 15, relacionados ao processo de entrada de texto,
reforçam a Falha 02 (Quadro 27) e as falhas 25 a 31, relacionadas ao padrão
ISO 14754 (Quadro 26). Tal resultado ainda é corroborado pelos comentários
155
verbais dos usuários durante as sessões de teste, onde estes indicaram sua
preferência pelo teclado virtual.
O item 31, relacionado à capacidade de processamento do dispositivo,
reforça as falhas 03, 08 e 16 relativas à mensuração do desempenho. As
respostas ao item 35 mostram que 11 usuários de teste (27,5% do universo
amostral) acreditam que a quantidade de informações disponíveis na ajuda é
insuficiente. Tal resultado tem relação com as falhas 21 e 22 detectadas
durante a mensuração do desempenho.
Oito usuários de teste avaliaram de forma negativa o item 26,
associando este resultado à Falha 12, relacionada à Parte 16 do padrão ISO
9241 (Quadro 26).
Os itens 18 a 23 apresentam uma grande concentração das respostas
em uma avaliação neutra (Nem fácil nem difícil). Este resultado é decorrente
do baixo número de consultas à ajuda, principalmente nos testes de campo.
Uma vez que o manual do produto não foi disponibilizado nos testes de
campo, apenas os usuários categorizados como experientes poderiam avaliar
este tipo de ajuda, pois já conheciam o produto. Portanto, observa-se que os
itens 21, 22 e 23 apresentam seus resultados relacionados a 24 usuários, 20
usuários dos testes laboratoriais e quatro (4) usuários experientes dos testes
de campo. O número pequeno de avaliações negativas para os itens 21, 22 e
23, também relativos ao manual, está relacionado ao fato que apenas dois (2)
usuários detectaram as falhas relacionadas ao manual do produto (falhas 21 e
22, vide Quadro 27).
No Quadro 36 apresenta-se um sumário dos problemas detectados e um
parecer sobre o produto avaliado com base na sondagem da satisfação do
usuário.
Quadro 36 – Sumário das falhas detectadas no processo de sondagem da
satisfação dos usuários.
ID ASPECTO ITEM DO USE
01 LOCALIZAÇÃO E SEQÜÊNCIA DAS OPÇOES DE MENU 03, 10
02 APRESENTAÇÃO DAS OPÇÕES NOS MENUS 02, 26
03 SÍMBOLOS E ÍCONES 26
04 ENTRADA DE DADOS TEXTUAIS ATRAVÉS DA CANETA STYLUS 15
05 CAPACIDADE DE PROCESSAMENTO 31
06 EXECUÇÃO DE SEQÜÊNCIA DE AÇÕES DE MODO DIRETO 32, 33
07 MECANISMOS DE AJUDA ON-LINE E OFF-LINE 18 a 23
PARECER: Apesar dos respondentes do questionário de satisfação terem avaliado o Nokia 770 Internet
Tablet de forma positiva, os aspectos que apresentam problemas precisam ser corrigidos a fim de otimizar o
processo de interação do usuário com o produto.
156
Além da aplicação do questionário, a sondagem da satisfação dos
usuários foi mensurada pelos comentários verbais feitos durante os testes e
pela entrevista não-estruturada ao fim das sessões de teste. A realização da
entrevista mostrou-se bastante positiva, pois permitiu: (i) esclarecer
determinadas reações dos usuários; (ii) coletar a opinião do usuário
relacionada a alguns aspectos-chave do produto; e (iii) sintetizar suas
principais impressões sobre o produto.
5.4 Síntese dos Resultados Apresentados
No Quadro 37, apresenta-se uma comparação dos resultados obtidos a partir
dos três enfoques avaliatórios que fundamentam a abordagem de avaliação
ora descrita. Os resultados estão agrupados em 13 níveis genéricos de
problemas detectados na condução da avaliação (coluna Nível Genérico) e,
para cada categoria de problema, há um ou mais subníveis de problemas
(coluna Nível Específico). Os problemas listados nesta última coluna estão
diretamente relacionados às falhas detectadas durante o processo de inspeção
de conformidade e de mensuração do desempenho.
As três últimas colunas, IC (Inspeção de Conformidade), MD
(Mensuração do Desempenho) e SS (Sondagem da Satisfação) associam os
problemas listados nos níveis genérico e específico aos enfoques avaliatórios
considerados na abordagem híbrida.
157
Quadro 37 – Confronto dos resultados obtidos a partir dos diferentes enfoques avaliatórios (1/2).
ID NÍVEL GENÉRICO NÍVEL ESPECÍFICO IC MD SS
A opção de menu Utilities está no agrupamento incorreto.
9
A opção Details está no agrupamento incorreto.
9
Inconsistência na localização das opções do painel de menu View.
9
Inconsistência no agrupamento das opções do painel de menu Details.
9
A sub-opção New window deveria ser a primeira opção do painel.
9
O painel de menu associado à opção Folders não mantém a ordem convencional das sub-opções.
9
01
LOCALIZAÇÃO E SEQÜÊNCIA DAS
OPÇOES DE MENU
Ausência de opção de salvamento no menu popup.
9
9
02 NAVEGAÇÃO NOS MENUS
Os menus não são dotados de seleção cíclica.
9 9
8
A técnica gráfica (...) deve ser utilizada junto a sub-opção Personalization do menu Home | Screen.
9
A técnica gráfica utilizada para distinguir opções de menu de mensagens de aviso, no painel de
menu associado ao correio eletrônico, não é adequada.
9
O tamanho e tipo da fonte empregado em “No new messages” não distinguem essa mensagem das
demais opções do painel.
9
03
APRESENTAÇÃO DAS OPÇÕES NOS
MENUS
A sub-opção Personalization conduz a outro diálogo, mas não indica tal condução.
9
9
Ausência de uma indicação visual de indisponibilidade no processo de mover e-mails entre
determinadas pastas.
9
A barra de progresso do aplicativo de correio eletrônico não indica a taxa de carregamento real.
9
04 RETORNO DE INFORMAÇÕES
Indicação de seleção muito discreta.
9
8
Ausência de mecanismos de seleção múltipla no aplicativo de correio eletrônico.
9
Ausência de seleção contínua de objetos no aplicativo de correio eletrônico.
9
Ausência de mecanismo para arrastar um grupo de objetos (e-mails).
9
Ao mover um e-mail, arrastando-o com a caneta, a indicação visual apresentada (+) está incorreta.
9
No aplicativo de correio eletrônico, não é possível termos nenhum item (e-mail) selecionado.
9
05 MANIPULAÇÃO DE OBJETOS
A seleção de uma pasta no aplicativo de correio eletrônico implica na seleção automática do
primeiro e-mail contido pasta.
9
As metáforas utilizadas para as opções Zoom e Find são muito semelhantes.
9
06 SÍMBOLOS E ÍCONES
O ícone de indicação do status da conexão sem fio não indica visualmente se a conexão está forte,
regular ou fraca.
9
9
O comando via reconhecimento de escrita para exclusão não foi adotado.
9
O comando via reconhecimento de escrita para inserção de espaços em branco não foi adotado.
9
O comando via reconhecimento de escrita para copiar trechos selecionados de texto não foi
adotado.
9
07
ENTRADA DE DADOS TEXTUAIS
ATRAVÉS DA CANETA STYLUS
O comando via reconhecimento de escrita para copiar trechos selecionados de texto, com uso de
buffer, não foi adotado.
9
9
158
Quadro 37 – Confronto dos resultados obtidos a partir dos diferentes enfoques avaliatórios (2/2).
ID NÍVEL GENÉRICO NÍVEL ESPECÍFICO IC MD SS
O comando via reconhecimento de escrita para recortar trechos selecionados de texto não foi
adotado.
9
O comando via reconhecimento de escrita para colar trechos selecionados de texto não foi adotado.
9
07
ENTRADA DE DADOS TEXTUAIS
ATRAVÉS DA CANETA STYLUS
O comando via reconhecimento de escrita para desfazer uma ação anterior não foi adotado.
9
9
Inserção do acento til (~).
9
8
Operação de zoom é lenta.
9
Operação de salvamento de anexo é lenta e não fornece retorno visual de processamento.
9
09 CAPACIDADE DE PROCESSAMENTO
Baixa capacidade de processamento associada à ausência de indicação visual de processamento.
9
9
Ausência de indicação visual para a caneta stylus.
9
Dificuldade de acesso ao botão direcional esquerdo.
9
Suporte de apoio para mesa mostrou-se inadequado em algumas situações.
9
Após uso prolongado, dispositivo apresenta concentração de calor.
9
10 ASPECTOS DE HARDWARE
Dispositivo torna-se pesado em sessões de uso longas.
9
8
Ausência de um campo para que o usuário especifique um valor de zoom próprio.
9
Arquivo anexo a e-mail é carregado diretamente com um clique.
9
Aplicativo de correio eletrônico não mantém contexto de salvamento anterior.
9
Audio player não salva modificações na playlist e, nem questiona o usuário se as alterações devem
ou não ser salvas.
9
Associação errônea para zoom de 100%.
9
11
EXECUÇÃO DE SEQÜÊNCIA DE AÇÕES
DE MODO DIRETO
A operação de zoom limita-se a alguns aplicativos.
9
9
O contexto de seleção de itens não é mantido na ajuda on-line.
9
Manual impresso contém poucas informações.
9
12
MECANISMOS DE AJUDA ON-LINE E OFF-
LINE
Manual impresso não está consistente com o aplicativo.
9
9
Ausência de mecanismos de ajuda no formulário Add contact do correio eletrônico.
9
A movimentação do cursor entre os campos de um e-mail é falha.
9 9
A movimentação entre as partes dia, mês e ano do campo Time period não é automática.
9
O campo Minimum file size não verifica se o valor digitado é aceito.
9
13 PROCESSAMENTO DE FORMULÁRIOS
Inconsistência no posicionamento inicial do cursor em distintos formulários.
9
Legenda: IC – Inspeção de Conformidade
MD – Mensuração do Desempenho
SS – Sondagem da Satisfação Subjetiva
159
É importante observar que as células relacionadas às colunas de
Inspeção de Conformidade (IC) e Mensuração do Desempenho (MD)
possuem a mesma dimensão das células associadas à coluna Nível
Específico. Por outro lado, as células associadas à coluna Sondagem da
Satisfação (SS) possuem a mesma dimensão daquelas células associadas à
coluna Nível Genérico. Portanto, os problemas listados no Nível Específico
estão diretamente relacionados com as falhas detectadas durante o
processo de inspeção e mensuração do desempenho, enquanto coluna
relativa à sondagem da satisfação exibe resultados em um nível mais
genérico.
A sondagem da satisfação dos usuários tem como um dos seus
propósitos reforçar ou refutar os problemas de usabilidade detectados nos
demais enfoques. Indica-se na coluna Sondagem da Satisfação (SS),
através de um marcador apropriado, se os resultados obtidos reforçam
(9)
ou refutam
(8) as falhas detectadas nos demais enfoques.
Refutar um problema de usabilidade, não significa sua inexistência ou
que não deve ser corrigido. Refutá-lo indica um impacto menor na execução
das tarefas, tendo sido, portanto, pouco percebido pela maioria dos
usuários de teste.
A categoria de problemas Navegação nos menus foi refutada pelos
resultados obtidos com a sondagem da satisfação dos usuários, pois o item
09 do USE foi avaliado, em sua maioria, positivamente. Quanto ao Retorno
das informações, os dados coletados a partir do item 02 mostram que uma
pequena quantidade de usuários (06) avaliou o produto de forma negativa
(vide Tabela 14).
A Entrada de dados através do teclado virtual foi bem avaliada (item
14), pois apenas dois (02) usuários avaliaram este aspecto do produto-alvo
negativamente. Apesar deste resultado ir de encontro à Falha 02, detectada
durante a mensuração do desempenho, tal falha necessita ser corrigida.
Por fim, a sondagem da satisfação ainda refutou os problemas
relacionados ao Hardware do dispositivo. As respostas aos itens 11 a 13, 29
e 30 do USE, de forma geral, avaliaram o produto de maneira positiva.
Enquanto durante a mensuração do desempenho foram detectados cinco
(05) problemas relacionados ao hardware do dispositivo.
Observando o Quadro 37, constata-se que algumas categorias de
160
falhas estão mais relacionadas a um determinado enfoque avaliatório. Por
exemplo, os problemas relacionados à capacidade de processamento, a
aspectos de hardware e aos mecanismos de ajuda estão ligados à
mensuração do desempenho, enquanto aqueles problemas relativos à
apresentação das opções nos menus, a manipulação de objetos e aos
símbolos e ícones utilizados estão mais relacionados ao processo de
inspeção de conformidade do produto a um padrão.
Em todo o processo de avaliação foram detectados 55 problemas de
usabilidade. Apenas dois problemas (3,6%) foram detectados por ambos os
enfoques, inspeção de conformidade e mensuração do desempenho,
resultando, assim, em 53 problemas de usabilidade.
Foram detectadas 32 falhas (58,2%) no processo de inspeção de
conformidade e 23 (41,8%) no processo de mensuração do desempenho
dos usuários. Constata-se ainda que 78,2% (43) dos problemas detectados
na inspeção de conformidade e na mensuração do desempenho foram
corroborados ou refutados pelos dados obtidos com a sondagem da
satisfação dos usuários. Apenas os problemas relacionados à Navegação nos
menus e ao Processamento de formulários não foram cobertos pelo
questionário de sondagem da satisfação dos usuários.
A partir dos resultados obtidos com a validação da metodologia,
percebeu-se que: (i) os enfoques avaliatórios que compõem a abordagem
híbrida ora discutida se complementam, a fim de produzirem uma avaliação
mais completa do que se aplicados separadamente; (ii) não existem
diferenças significativas entre os dados coletados nos testes laboratoriais e
aqueles coletados nos testes de campo; (iii) não existem diferenças entre
os dados laboratoriais coletados quando o dispositivo estava afixado à mesa
e quando permaneceu móvel; e (iv) aqueles usuários categorizados como
intermediários e experientes foram mais significantes com relação à
detecção de problemas de usabilidade.
161
Capítulo 6 – Considerações Finais
Neste capítulo, são apresentadas as discussões finais acerca deste trabalho
de pesquisa. Inicialmente, retoma-se o contexto de desenvolvimento deste
trabalho, apresentando as motivações e justificativas para seu
desenvolvimento. Em seguida, apresentam-se as conclusões advindas com
os resultados obtidos com a aplicação da abordagem híbrida. E, por fim,
apresentam-se algumas proposições para trabalhos futuros.
6.1 Visão Contextual da Pesquisa
A avaliação da usabilidade de um produto pode ser realizada a partir de
uma diversidade de técnicas e/ou enfoques avaliatórios. Assim como a
abordagem híbrida original, a abordagem híbrida para avaliação da
usabilidade de dispositivos móveis ora apresentada fundamenta-se na
premissa que ao envolver mais de um enfoque avaliatório, melhores
resultados são alcançados, uma vez que os resultados de cada enfoque
podem ser confrontados.
Conforme mencionado em capítulos anteriores (e.g. Capítulos 1 e 2),
há discussões na literatura acerca da necessidade de adaptações nas
abordagens e técnicas tradicionais de avaliação quando os alvos do
processo de avaliação são os dispositivos móveis.
Diante disso, investigou-se as adaptações necessárias a serem feitas
na abordagem híbrida de avaliação concebida por Queiroz (2001). Assim
sendo, a adaptação focalizou dois aspectos, do ponto de vista do enfoque
da mensuração do desempenho dos usuários, a saber: (i) o ambiente de
realização dos testes; e (ii) a mobilidade do dispositivo durante a condução
dos testes de usabilidade. Então, formularam-se duas hipóteses de
investigação: (i) os dados coletados nos testes de campo diferenciam-se
daqueles coletados nos testes laboratoriais; e (ii) os dados coletados em
laboratório com o dispositivo fixo a uma superfície diferenciam-se daqueles
coletados nos testes laboratoriais com o dispositivo livre para
deslocamento.
Investigaram-se também as necessidades de adaptação relacionadas
à sondagem da satisfação dos usuários através do uso de questionários,
além da investigação no enfoque da inspeção de conformidade, de forma a
162
identificar a necessidade de incorporação de padrões específicos para esta
categoria de dispositivos.
Após a concepção teórica da adaptação requerida na abordagem
original, a aplicação da abordagem proposta, através de um estudo de caso,
possibilitou a avaliação da abordagem híbrida adaptada à avaliação de
dispositivos móveis.
Assim, esta pesquisa teve como objetivo geral investigar a adequação
necessária na abordagem híbrida original, de forma a possibilitar a
avaliação de dispositivos móveis, focando em aspectos: (i) vantagens da
realização de testes de usabilidade no campo, uma vez que o contexto de
uso de um dispositivo móvel não se limita a um ambiente de escritório
simulado em laboratório; e (ii) impacto da mobilidade do dispositivo, em
ambiente laboratorial, nos resultados obtidos.
6.2 Conclusões
A partir da aplicação da abordagem híbrida para avaliação da usabilidade de
dispositivos móveis, conclui-se que os três enfoques de avaliação que
compõem a metodologia (inspeção de conformidade, mensuração do
desempenho e sondagem da satisfação) complementam-se, possibilitando
uma avaliação mais completa. Portanto, o caráter complementar dos
enfoques avaliatórios que compõem a abordagem, já verificado por Queiroz
(2001) para dispositivos desktop, também é válido para dispositivos
móveis.
Conclui-se que os enfoques inspeção de conformidade e mensuração
do desempenho detectam problemas de usabilidade de naturezas distintas,
enquanto a sondagem da satisfação do usuário possibilita corroborar ou
refutar os problemas de usabilidade detectados, indicando inclusive o
impacto das falhas nas tarefas.
No que concerne à inspeção de conformidade, listam-se como
resultados obtidos o conjunto de padrões passíveis de aplicação nos
dispositivos móveis e a verificação da aplicabilidade de padrões destinados
a sistemas desktop (partes 14, 16 e 17 do padrão internacional ISO 9241)
para a inspeção de sistemas e/ou dispositivos móveis.
A adaptação da abordagem de avaliação original fundamentou-se
163
principalmente na mensuração do desempenho, na qual se incluiu a
realização de testes de campo. O estudo comparativo realizado para avaliar
o impacto da mobilidade do usuário mostrou não existir diferenças
significativas entre os resultados obtidos no laboratório e aqueles obtidos no
campo, no que diz respeito aos indicadores objetivos selecionados (tempo
de execução, número de opções incorretas, número de ações incorretas,
número de erros repetidos e número de consultas à ajuda). Na verdade,
constatou-se apenas uma diferença relacionada ao número de consultas à
ajuda, entretanto tal diferença, conforme explicado no capítulo anterior,
deveu-se às formas de ajuda disponibilizadas em cada ambiente de teste.
Portanto, o experimento demonstrou que aplicações que requerem muita
interação com o usuário, especialmente entrada textual são inapropriadas
para serem executadas enquanto este se movimenta pelo ambiente de
teste, devido à divisão de atenção exigida. Isto reforça o fato de que, para o
escopo do produto-alvo avaliado, o ambiente de avaliação não necessitava
diferir do ambiente utilizado para avaliar dispositivos desktop.
Considerando as especificidades e dificuldades inerentes à realização
de testes no campo e as peculiaridades do dispositivo avaliado, conclui-se
que, para esta avaliação, a relação custos-benefícios da realização de testes
de campo não se mostrou compensadora, uma vez que exigiu muito mais
esforço do avaliador para realizá-los no tocante ao acompanhamento da
sessão de teste, ao registro da interação e ao controle dos equipamentos de
apoio ao registro do processo interativo.
A avaliação da mobilidade do dispositivo sobre os dados coletados
durante os testes laboratoriais (dispositivo fixado à mesa versus dispositivo
livre para movimentação) permitiu constatar que não houve diferença
estatística significativa entre os dados relativos às duas situações de teste.
Ou seja, a fixação do dispositivo não causou nenhum impacto sobre os
indicadores objetivos coletados nem sobre o número de falhas detectadas.
Do ponto de vista do número de falhas, constatou-se que, no tocante
ao perfil dos usuários, aqueles categorizados como intermediários e
experientes contribuíram de forma mais significativa para a detecção de
falhas.
Dentre os resultados obtidos neste trabalho, pode-se ainda citar o
desenvolvimento do aparato para suporte da micro-câmera sem fio (Figura
33), a fim de tornar possível o registro em vídeo da interação dos usuários
164
com o dispositivo nos testes de campo. O aparato desenvolvido sofreu
adaptações no curso da pesquisa, evoluindo de um equipamento maior e
mais pesado (360g) para um aparato mais leve e simples (245g). Apesar
de, durante a entrevista não-estruturada, os usuários afirmarem que o
aparato não interferiu na execução das tarefas, percebeu-se que eles
preferiram apoiá-lo sobre a mesa disponível no ambiente de teste de
campo. Portanto, acredita-se ainda que sua otimização venha a torná-lo
menos intrusivo.
Apesar de ser considerado como um resultado de natureza
secundária, pois não era o foco principal deste trabalho, cita-se ainda como
resultado desta pesquisa o relatório de avaliação do dispositivo Nokia 770
Internet Tablet.
Portanto, a partir da aplicação da abordagem híbrida, dos dados
coletados e da análise realizada, conclui-se que a abordagem híbrida se
mostrou eficaz na detecção de problemas de usabilidade com
dispositivos móveis e que adaptações mínimas nas técnicas de
avaliação tradicionais são suficientes para englobar a avaliação de
dispositivos móveis.
6.3 Proposições para Trabalhos Futuros
É importante dar continuidade à linha de pesquisa de avaliação da
usabilidade de dispositivos móveis, a fim de fortalecer a abordagem
descrita. Apesar da possibilidade de generalização dos resultados obtidos
com esta pesquisa, é preciso considerar que a avaliação foi conduzida para
um produto específico e em função de um conjunto de condições específicas
(e.g. o escopo de avaliação do produto).
Com o objetivo de consolidar a validação da abordagem de avaliação
apresentada e discutida neste documento, mostra-se pertinente a aplicação
do processo de avaliação da usabilidade ora descrito a outras categorias de
dispositivos móveis (e.g. telefones celulares, smartphones), sendo mantidas
as hipóteses desta pesquisa, de forma a corroborar (ou refutar) os
resultados obtidos neste trabalho (i.e. influência da mobilidade do usuário e
da mobilidade do dispositivo sobre os resultados dos testes).
Sugere-se a realização de testes de campo em ambiente totalmente
aberto, sujeito a variações de temperatura e iluminação (e.g. ambientes
165
sujeitos à iluminação solar).
Sugere-se também uma nova comparação da influência da
mobilidade do dispositivo nos testes laboratoriais, desta vez feita com um
número maior de usuários de teste em laboratório (> 30), de modo a
reforçar a validação dos resultados obtidos nesta pesquisa.
Sugere-se ainda o uso de telefones celulares como estudo de caso
para aplicação da abordagem ora apresentada, uma vez que tais
dispositivos apresentam uma grande difusão no mercado consumidor. A
condução da avaliação da usabilidade de outros dispositivos móveis,
especialmente no campo, possibilitará também aperfeiçoar o aparato de
suporte/ afixação da micro-câmera utilizada para o registro da interação do
usuário com o dispositivo.
Encontram-se na literatura várias opiniões acerca da relação entre o
número de usuários e o número de falhas detectadas. Assim, propõe-se
como trabalho futuro a análise desta relação, de forma a identificar um
número mínimo de usuários necessário para atingir um percentual pré-
especificado de identificação de falhas (e.g. 85% das falhas de usabilidade
de um dispositivo móvel está associada à pelo menos 10 usuários de teste).
A investigação de alternativas para captura automática de dados, de
forma transparente ao usuário, durante a interação usuário-produto
também se mostra como um importante nicho de pesquisa. Por exemplo, a
adaptação do software de captura remota de vídeo, utilizado nesta
pesquisa, a uma outra categoria de dispositivos móveis.
No que diz respeito à infra-estrutura do LIHM (Laboratório de
Interfaces Homem-Máquina), sugere-se o desenvolvimento de aplicativos
que auxiliem no processo de condução dos testes de usabilidade, de forma
a possibilitar a geração integrada de vídeos de melhor qualidade,
possibilitando análises retrospectivas mais ágeis e melhor contextualizadas
das sessões de teste.
166
Referências Bibliográficas
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175
Anexo A – Material de Treinamento
DSC/CCT/UFCG
DSC/CCT/UFCG
2
2
[email protected]fcg.edu.br danilo.sousa@gmail.comdanilo@dsc.ufcg.edu.br danilo.sous[email protected]
Roteiro
Roteiro
Introdução
Principais Funções
O Dispositivo
Mecanismos de Entrada de Texto
Meios de Acesso à Internet
3
3
[email protected]fcg.edu.br danilo[email protected]danilo@dsc.ufcg.edu.br danilo.sousa@gmail.com
Introdução
Introdução
O Nokia 770 Internet Tablet é um dispositivo
móvel com funções de PDA (Personal Digital
Assistant), mas sem funcionalidades de
telefone.
Foi lançado em 2005, em mercados
selecionados da Europa e da América do
Norte.
O Nokia 770 Internet Tablet é um dispositivo
móvel com funções de PDA (Personal Digital
Assistant), mas sem funcionalidades de
telefone.
Foi lançado em 2005, em mercados
selecionados da Europa e da América do
Norte.
4
4
[email protected]fcg.edu.br danilo[email protected]danilo@dsc.ufcg.edu.br danilo.sousa@gmail.com
Principais Funções
Principais Funções
Browser Web
Correio Eletrônico
Browser Web
Correio Eletrônico
5
5
danilo@dsc.ufcg.edu.br danilo.sousa@gmail.comdanilo@dsc.ufcg.edu.br danilo.sousa@gmail.com
Principais Funções
Principais Funções
Visualização de Imagens
Aplicativo de Áudio e Vídeo
Visualização de Arquivos PDF
Calculadora
Jogos
Outros
Visualização de Imagens
Aplicativo de Áudio e Vídeo
Visualização de Arquivos PDF
Calculadora
Jogos
Outros
6
6
[email protected]fcg.edu.br danilo[email protected]danilo@dsc.ufcg.edu.br danilo.sousa@gmail.com
O Dispositivo
O Dispositivo
176
7
7
danilo@dsc.ufcg.edu.br danilo.sousa@gmail.comdanilo@dsc.ufcg.edu.br danilo.sousa@gmail.com
O Dispositivo
O Dispositivo
1 – Conector para o carregador
2 – Porta mini USB
3 – Saída de Áudio
4 – Caneta stylus
1 – Conector para o carregador
2 – Porta mini USB
3 – Saída de Áudio
4 – Caneta stylus
8
8
[email protected]fcg.edu.br danilo[email protected]danilo@dsc.ufcg.edu.br danilo.sousa@gmail.com
Modos de Entr ada Textual
Modos de Entrada Textual
Teclado Virtual
Reconhecimento de Escrita
Teclado Virtual
Reconhecimento de Escrita
Teclado Virtual
Reconhecimento de Escrita
9
9
[email protected]fcg.edu.br danilo[email protected]danilo@dsc.ufcg.edu.br danilo.sousa@gmail.com
Acesso à Internet
Acesso à Internet
Duas formas de acesso:
WLAN (wireless local area network)
Rede local sem fio
Telefone Celular com Bluetooth
Duas formas de acesso:
WLAN (wireless local area network)
Rede local sem fio
Telefone Celular com Bluetooth
Internet
Rede sem fio
Nokia 770
Acesso Wi-fi
Telefone Celular
Internet
Nokia 770
Acesso Bluetooth
[email protected]g.edu.br danilo.sousa@gmail.com
[email protected]g.edu.br danilo.sousa@gmail.com
DSC/CCT/UFCG
DSC/CCT/UFCG
Grupo de
Interfaces
GIHM
GIHM
Universidade Federal de Campina Grande
Departamento de Engenharia Elétrica
Departamento de Sistemas e Computação
Fundação Parque Tecnológico da Paraíba
Homem-Máquina
177
Anexo B - Cadastro de Participação
Cadastro de Participação
LIHM – Laboratório de Interface Homem-Máquina
www.lihm.paqtc.org.br
Dados Pessoais
Nome
Endereço Residencial
Logradouro Número
Complemento
Bairro CEP
Cidade Estado
Telefone Celular
E-mail
Endereço Profissional
Empresa/Instituição
Logradouro Número
Complemento
Bairro CEP
Cidade Estado
Telefone Fax
E-mail
Endereço preferencial para contato
( ) Residencial ( ) Profissional
Nível de instrução
( ) Ensino médio incompleto
( ) Ensino médio completo
( ) Superior incompleto
( ) Superior completo
Área de Formação (Nível Superior)
( ) Outro
Observações:
178
Anexo C - Documento de Aceitação das Condições de
Teste
LIHM – Laboratório de Interface Homem-Máquina
www.lihm.paqtc.org.br
Autorização
Autorizo a utilização das imagens e sons registrados durante a sessão de teste com
produto Nokia 770 Internet Tablet, realizada em ____ de _____________ de ______.
Saliento que tais imagens e sons poderão ser utilizados para fins de análise de dados e
geração de relatórios.
Campina Grande, ____ de _______________ de ______.
______________________________________________
Nome:
CPF:
RG:
179
Anexo D - Termo de Confidencialidade
LIHM – Laboratório de Interface Homem-Máquina
www.lihm.paqtc.org.br
Termo de CONFIDENCIALIDADE
Comprometo-me a manter completo e absoluto sigilo, em relação a quaisquer dados,
materiais, informações transmitidas, documentos, especificações técnicas ou comerciais, de que
venha a ter conhecimento, ou acesso de forma verbal e/ou escrita; ou que a mim venha a ser
confiado em razão deste teste com o produto Nokia 770 Internet Tablet, realizado em ____ de
_______________ de ______. Não podendo, sob qualquer pretexto, reproduzir, divulgar, ceder,
vender, doar, explorar, comercializar, revelar, utilizar ou dele dar conhecimento a terceiros
estranhos.
Declaro estar ciente de que, na forma da lei, sou responsável civilmente
pela divulgação indevida, descuidada ou incorreta utilização das informações de
natureza confidencial que me tenham sido reveladas.
Campina Grande, ____ de _______________ de ______.
______________________________________________
Nome:
CPF:
RG:
180
Anexo E - Questionário para Delineamento do Perfil
LIHM – Laboratório de Interface Homem-Máquina
www.lihm.paqtc.org.br
USer (User Sketcher)
1 – Você é do sexo:
{ Masculino { Feminino
2 – Seu grau de instrução:
{ Ensino Médio Incompleto { Superior Completo
{ Ensino Médio Completo { Pós-graduação Incompleta
{ Superior Incompleto { Pós-graduação Completa
3 – Você é:
{ Destro (Direito) { Ambidestro (Direito e Esquerdo)
{ Canhoto (Esquerdo)
4 – Você usa óculos ou lentes de contato:
{ Sim { Não
5 – Você pertence à faixa etária de:
{ Menos de 18 anos { 30 -35 anos
{ 18-23 anos { Acima de 35 anos
{ 24-29 anos
6 – Você tem experiência prévia no uso de sistemas computacionais (computador)? Caso sua
resposta seja Não, assinale a opção “Não se aplica” nas questões 7, 8, 9 e 10.
{ Sim { Não
7 – Há quanto tempo você usa sistemas computacionais (computador)?
{ Menos de 3 meses { Mais de 1 ano
{ Entre 3 meses e 1 ano { Não se aplica
8 – Com que freqüência você usa sistemas computacionais (computador)?
{ Diariamente { Ocasionalmente
{ Algumas vezes por semana { Não se aplica
{ Algumas vezes por mês
9 – Qual a plataforma computacional que você utiliza com mais freqüência?
{ Windows { Outra
{ Linux { Não se aplica
10 – Qual o seu nível de conhecimento em Informática?
{ Básico { Avançado
{ Intermediário { Não se aplica
11 – Você já utilizou o dispositivo Nokia 770 Internet Tablet? Caso sua resposta seja Não, assinale
a opção “Não se aplica” na questão 12.
{ Sim { Não
181
12 – Com que freqüência você utiliza o Nokia 770 Internet Tablet?
{ Diariamente { Ocasionalmente
{ Algumas vezes por semana { Não se aplica
{ Algumas vezes por mês
13 – Qual dos produtos listados abaixo você utiliza ou já utilizou?
Telefone Celular Smartphone
PDA (Personal Digital Assistant) Nenhum destes
14 – Qual a sua familiaridade com a língua inglesa?
{ Péssima { Boa
{ Ruim { Ótima
{ Regular
182
Anexo F - Questionário para Sondagem da Satisfação
LIHM – Laboratório de Interface Homem-Máquina
www.lihm.paqtc.org.br
USE (User Satisfaction Enquirer)
Uso e Navegação
1 Uso do produto na realização de tarefas de interesse. Importância
(0-10)
{ Muito fácil { Fácil { Nem fácil nem difícil { Difícil { Muito difícil ____
2 Comunicação com o produto (terminologia, simbologia, linguagem, realimentação
da informação e das ações em geral).
Importância
(0-10)
{ Muito fácil { Fácil { Nem fácil nem difícil { Difícil { Muito difícil ____
3 Localização dos itens de menu associados às tarefas. Importância
(0-10)
{ Muito fácil { Fácil { Nem fácil nem difícil { Difícil { Muito difícil ____
4 Visualização das instruções e advertências do produto. Importância
(0-10)
{ Muito fácil { Fácil { Nem fácil nem difícil { Difícil { Muito difícil ____
5 Compreensão das instruções e advertências do produto. Importância
(0-10)
{ Muito fácil { Fácil { Nem fácil nem difícil { Difícil { Muito difícil ____
6 Navegação pelas janelas de diálogo do produto. Importância
(0-10)
{ Muito fácil { Fácil { Nem fácil nem difícil { Difícil { Muito difícil ____
7 Recuperação de situações de erro. Importância
(0-10)
{ Muito fácil { Fácil { Nem fácil nem difícil { Difícil { Muito difícil ____
8 Compreensão das mensagens de erro apresentadas. Importância
(0-10)
{ Muito fácil { Fácil { Nem fácil nem difícil { Difícil { Muito difícil ____
9 Navegação através das diferentes opções do menu, janelas de diálogo e barras de
ícones do produto.
Importância
(0-10)
{ Muito fácil { Fácil { Nem fácil nem difícil { Difícil { Muito difícil ____
10 Compreensão da estruturação dos menus, barras de ícones ou listas de
informações disponibilizadas pelo produto.
Importância
(0-10)
{ Muito fácil { Fácil { Nem fácil nem difícil { Difícil { Muito difícil ____
11 Uso dos botões de Navegação, Cancelar, Menu e Início (Home). Importância
(0-10)
{ Muito fácil { Fácil { Nem fácil nem difícil { Difícil { Muito difícil ____
12 Uso das funções/ botões de zoom e tela cheia. Importância
(0-10)
{ Muito fácil { Fácil { Nem fácil nem difícil { Difícil { Muito difícil ____
183
13 Uso da caneta stylus associada à tela sensível ao toque. Importância
(0-10)
{ Muito fácil { Fácil { Nem fácil nem difícil { Difícil { Muito difícil ____
14 Processo de entrada de dados textuais através do teclado virtual. Importância
(0-10)
{ Muito fácil { Fácil { Nem fácil nem difícil { Difícil { Muito difícil ____
15 Processo de entrada de dados textuais através do reconhecimento de escrita. Importância
(0-10)
{ Muito fácil { Fácil { Nem fácil nem difícil { Difícil { Muito difícil ____
16 Processo de navegação em páginas Web. Importância
(0-10)
{ Muito fácil { Fácil { Nem fácil nem difícil { Difícil { Muito difícil ____
17 Uso do aplicativo de correio eletrônico. Importância
(0-10)
{ Muito fácil { Fácil { Nem fácil nem difícil { Difícil { Muito difícil ____
Documentação on-line e off-line
18 Localização e acesso aos mecanismos de ajuda on-line do produto. Importância
(0-10)
{ Muito fácil { Fácil { Nem fácil nem difícil { Difícil { Muito difícil ____
19 Uso dos mecanismos de ajuda on-line do produto. Importância
(0-10)
{ Muito fácil { Fácil { Nem fácil nem difícil { Difícil { Muito difícil ____
20 Compreensão das informações de interesse existentes na ajuda on-line. Importância
(0-10)
{ Muito fácil { Fácil { Nem fácil nem difícil { Difícil { Muito difícil ____
21 Localização e acesso às informações de interesse no manual do produto (ajuda off-
line).
Importância
(0-10)
{ Muito fácil { Fácil { Nem fácil nem difícil { Difícil { Muito difícil ____
22 Uso do manual do produto (ajuda off-line). Importância
(0-10)
{ Muito fácil { Fácil { Nem fácil nem difícil { Difícil { Muito difícil ____
23 Compreensão das informações de interesse existentes no manual do produto
(ajuda off-line).
Importância
(0-10)
{ Muito fácil { Fácil { Nem fácil nem difícil { Difícil { Muito difícil ____
Você e o Produto
24 Acho que o produto é bastante atraente, o que estimula seu uso. Importância
(0-10)
{ Concordo totalmente { Discordo ____
{ Concordo { Discordo totalmente
{ Nem concordo nem discordo
25 Acho a interface do produto bastante clara e compreensível. Importância
(0-10)
{ Concordo totalmente { Discordo ____
{ Concordo { Discordo totalmente
{ Nem concordo nem discordo
26 Os ícones, botões e símbolos apresentados pelo produto têm tamanhos Importância
184
satisfatórios e são facilmente reconhecíveis pelos usuários.
(0-10)
{ Concordo totalmente { Discordo ____
{ Concordo { Discordo totalmente
{ Nem concordo nem discordo
27 A interface Web deste produto é suficientemente similar à interface de outros
produtos que eu já utilizei.
Importância
(0-10)
{ Concordo totalmente { Discordo ____
{ Concordo { Discordo totalmente
{ Nem concordo nem discordo
28 A visualização e a leitura das informações na tela do dispositivo é agradável. Importância
(0-10)
{ Concordo totalmente { Discordo ____
{ Concordo { Discordo totalmente
{ Nem concordo nem discordo
29 O brilho/reflexo da tela dificulta a visualização das informações. Importância
(0-10)
{ Concordo totalmente { Discordo ____
{ Concordo { Discordo totalmente
{ Nem concordo nem discordo
30 O tamanho e peso do produto são convenientes para seu uso e transporte. Importância
(0-10)
{ Concordo totalmente { Discordo ____
{ Concordo { Discordo totalmente
{ Nem concordo nem discordo
31 As respostas do produto às minhas ações é muito lenta. Importância
(0-10)
{ Concordo totalmente { Discordo ____
{ Concordo { Discordo totalmente
{ Nem concordo nem discordo
32 Sempre me sinto no controle das ações quando uso o produto. Importância
(0-10)
{ Concordo totalmente { Discordo ____
{ Concordo { Discordo totalmente
{ Nem concordo nem discordo
33 Consigo executar as tarefas de modo direto ao usar o produto. Importância
(0-10)
{ Concordo totalmente { Discordo ____
{ Concordo { Discordo totalmente
{ Nem concordo nem discordo
34 Não acho que as informações de ajuda deste produto são suficientemente eficazes
para tirar minhas dúvidas.
Importância
(0-10)
{ Concordo totalmente { Discordo ____
{ Concordo { Discordo totalmente
{ Nem concordo nem discordo
35 De um modo geral, a quantidade de informações oferecidas pela ajuda do produto
é insuficiente para solucionar meus problemas e dúvidas.
Importância
(0-10)
{ Concordo totalmente { Discordo ____
{ Concordo { Discordo totalmente
{ Nem concordo nem discordo
36 De um modo geral, a qualidade das informações oferecidas pela ajuda do produto Importância
(0-10)
185
não contribui para a solução dos meus problemas e dúvidas.
{ Concordo totalmente { Discordo ____
{ Concordo { Discordo totalmente
{ Nem concordo nem discordo
37 De um modo geral, sinto-me satisfeito ao usar o produto. Importância
(0-10)
{ Concordo totalmente { Discordo ____
{ Concordo { Discordo totalmente
{ Nem concordo nem discordo
38 Recomendaria sem hesitação o uso do produto aos meus colegas. Importância
(0-10)
{ Concordo totalmente { Discordo ____
{ Concordo { Discordo totalmente
{ Nem concordo nem discordo
186
Anexo G - Roteiro das Tarefas de Teste – Versão
Avaliador
Roteiro: Um amigo estará aniversariando no próximo mês e você está interessado em
presenteá-lo com um livro ou um CD. Então, primeiramente, você resolveu fazer
uma pesquisa na Internet por livros de interesse. Tais tarefas serão executadas
através do dispositivo móvel Nokia 770 Internet Tablet.
Como você conhece seu amigo há algum tempo, sabe que ele tem preferências
pelos livros de José Saramago, e que, inclusive, já leu “A Caverna” e “O Homem
Duplicado”.
Tempo Total Estimado das Tarefas: 54 min.
Glossário:
Termo em Português Termo em Inglês no Internet Tablet
Tocador de áudio Audio Player
Visualizador de arquivos PDF PDF Reader
Favoritos Bookmarks
Navegador Browser
Caixa de Entrada Inbox
Tarefa 01
Tarefa 01: Inicialização do Dispositivo.
Tempo Estimado: 04 min.
Roteiro: Você irá participar da execução de algumas atividades que envolvem o uso do
dispositivo móvel Nokia 770 Internet Tablet. Nesta tarefa você irá inicializar o
dispositivo de forma a colocá-lo em operação para que as tarefas seguintes
possam ser executadas.
Instruções:
Usuário deve receber o dispositivo desligado e dentro da capa protetora.
o Pegue o dispositivo Nokia 770 Internet Tablet;
o Retire-o da capa protetora;
o Ligue-o.
o Para que você possa passar para a tarefa seguinte as seguintes condições devem
ser obedecidas:
Sistema do dispositivo totalmente iniciado;
Dispositivo ligado e devidamente encaixado na capa;
Caneta stylus na mão do usuário.
Observações:
o Sinta-se à vontade para consultar o manual do produto a qualquer instante;
187
o Caso encontre alguma dificuldade que não comprometa a realização da tarefa,
não se preocupe e siga em frente.
Objetivo Geral: Investigação dos aspectos ergonômicos do produto relacionados ao
manuseio do dispositivo e da capa protetora e investigação da facilidade
de identificação da caneta stylus e do botão Ligar/ Desligar.
Objetivos Específicos:
Observação da facilidade de execução da tarefa;
Mensuração do tempo de execução da tarefa;
Mensuração do número de ações incorretas;
Mensuração do número de consultas ao manual;
Mensuração do número de erros repetidos.
Indicadores:
Facilidade de execução da tarefa (observação direta);
Tempo de execução da tarefa (mensuração do desempenho);
Número de ações incorretas (mensuração do desempenho);
Número de consultas à ajuda (mensuração do desempenho);
Número de erros repetidos (mensuração do desempenho).
Tarefa 02
Tarefa 02: Busca por livros em lojas on-line.
Tempo Estimado: 10 min.
Roteiro: Nesta tarefa, você deverá visitar lojas de comércio eletrônico. Você deve verificar
o preço de um livro do autor José Saramago em uma loja on-line*.
Instruções:
Avaliador deve conectar o dispositivo à rede sem fio e ligar o x11vnc.
Abra o aplicativo para navegação em páginas Web (browser);
Visite uma loja on-line de sua escolha e verifique o preço do livro “Ensaio sobre a
cegueira” do autor José Saramago;
Adicione a página visitada à lista de Favoritos do seu navegador (browser);
Feche o aplicativo de navegação (browser).
* Sugestões de lojas on-line:
Americanas www.americanas.com
;
Submarino www.submarino.com.br
;
Livraria Cultura – www.livrariacultura.com.br;
Siciliano www.siciliano.com.br
Observações:
Sinta-se à vontade para consultar a ajuda ou o manual do produto a qualquer instante;
188
Caso encontre alguma dificuldade que não comprometa a realização da tarefa, não se
preocupe e siga em frente.
Objetivo Geral: Detecção de problemas durante a navegação em páginas Web.
Objetivos Específicos:
Observação da facilidade de execução da tarefa;
Observação da facilidade de uso de links, formulários e do browser;
Mensuração do tempo de execução da tarefa;
Mensuração do número de ações incorretas;
Mensuração do número de opções incorretas;
Mensuração do número de consultas à ajuda;
Mensuração do número de erros repetidos.
Indicadores:
Facilidade de execução da tarefa (observação direta);
Facilidade de uso do browser e dos mecanismos disponibilizados em páginas Web
(observação direta);
Tempo de conclusão da tarefa (mensuração do desempenho);
Número de ações incorretas (mensuração do desempenho);
Número de opções incorretas (mensuração do desempenho);
Número de consultas à ajuda (mensuração do desempenho);
Número de erros repetidos (mensuração do desempenho).
Tarefa 03
Tarefa 03: Visualização de arquivos PDF
Tempo Estimado: 10 min.
Roteiro: Na tarefa anterior você buscou por livros do autor José Saramago e deve ter
encontrado entre os livros publicados o livro “Ensaio sobre a cegueira”. Nesta
tarefa você irá visitar um site a fim de fazer o download de um arquivo, em
formato PDF, que contém a sinopse de tal livro.
Instruções:
o Visite o seguinte site: www.dsc.ufcg.edu.br/~danilo/fechado
;
o Utilize o logingihm” e senhamobile05” para entrar no site;
o Faça download do arquivo “Ensaio sobre a cegueira.pdf” que contém a sinopse de tal
livro;
o Faça download do arquivo “Outras sinopses.pdf” que contém a sinopse de outros
livros;
Salve os arquivos na pasta “Nokia770/Documents”;
o Feche o aplicativo de navegação (browser).
o Abra o aplicativo de visualização de arquivos PDF;
189
o Abra os arquivos “Ensaio sobre a cegueira.pdf” e “Outras sinopses.pdf” que está na
pasta Nokia770/Documents”;
o Leia em voz alta o conteúdo dos arquivos;
o Utilize os controles de zoom e tela cheia para ler o documento;
o Feche o aplicativo de visualização de arquivos PDF.
Observações:
Sinta-se à vontade para consultar a ajuda ou o manual do produto a qualquer instante;
Caso encontre alguma dificuldade que não comprometa a realização da tarefa, não se
preocupe e siga em frente.
Objetivo Geral: Detecção de problemas nos mecanismos de visualização das informações
e zoom.
Objetivos Específicos:
Observação da facilidade de execução da tarefa;
Observação da facilidade de uso dos controles de zoom;
Mensuração do tempo de execução da tarefa;
Mensuração do número de ações incorretas;
Mensuração do número de opções incorretas;
Mensuração do número de consultas à ajuda;
Mensuração do número de erros repetidos;
Indicadores:
Facilidade de execução da tarefa (observação direta);
Facilidade de uso dos controles de zoom (observação direta);
Tempo de conclusão da tarefa (mensuração do desempenho);
Número de ações incorretas (mensuração do desempenho);
Número de opções incorretas (mensuração do desempenho);
Número de consultas à ajuda (mensuração do desempenho);
Número de erros repetidos (mensuração do desempenho).
Tarefa 04
Tarefa 04: Entrada de dados textuais
Tempo Estimado: 10 min.
Roteiro: Nesta tarefa você irá digitar um pequeno trecho do livro “Ensaio sobre a
cegueira”, para, futuramente (em outra tarefa), enviar para um amigo.
Instruções:
Subtarefa 01:
o Abra o aplicativo de edição de notas (anotações);
o Digite o seguinte texto, seguindo a mesma formatação apresentada, através do
modo de entrada textual “Teclado Virtual”:
190
A rapariga dos óculos escuros disse, A minha intenção era boa...
o Salve o arquivo com o nome “Nota01 na pasta “Nokia770/ Documents”;
Subtarefa 02:
o Crie um novo arquivo;
o Digite o seguinte texto, seguindo a mesma formatação apresentada, através do
modo de entrada textual “Reconhecimento de Escrita”:
A rapariga dos óculos escuros disse, A minha intenção era boa...
o Salve o arquivo com o nome “Nota02” na pasta “Nokia770/Documents”;
o Feche o aplicativo de edição de notas.
Observações:
Sinta-se à vontade para consultar a ajuda ou o manual do produto a qualquer instante;
Caso encontre alguma dificuldade que não comprometa a realização da tarefa, não se
preocupe e siga em frente.
Objetivo Geral: Investigação dos modos de entrada de texto do dispositivo: (i) teclado
virtual; e (ii) reconhecimento de escrita.
Objetivos Específicos:
Observação da facilidade de execução da tarefa;
Observação da facilidade de entrada de dados textuais;
Mensuração do tempo de execução da tarefa;
Mensuração do número de ações incorretas;
Mensuração do número de opções incorretas;
Mensuração do número de consultas à ajuda;
Mensuração do número de erros repetidos.
Indicadores:
Facilidade de execução da tarefa (observação direta);
Facilidade de entrada de dados textuais (observação direta);
Tempo de execução da tarefa (mensuração do desempenho);
Número de ações incorretas (mensuração do desempenho);
Número de opções incorretas (mensuração do desempenho);
Número de consultas à ajuda (mensuração do desempenho);
Número de erros repetidos (mensuração do desempenho).
Tarefa 05
Tarefa 05: Uso do correio eletrônico.
Tempo Estimado: 10 min.
Roteiro: Nesta tarefa, você enviará um e-mail para um amigo pedindo a opinião dele a
respeito da compra do livro.
191
Instruções:
o Abra o aplicativo de correio eletrônico disponível no Internet Tablet;
o Verifique se há novas mensagens na caixa de entrada;
o Envie um e-mail com os seguintes dados:
Destinatário: [email protected];
Assunto: Presente;
Mensagem:
“Oi Danilo,
Envio em anexo a sinopse e um trecho do livro “Ensaio sobre a cegueira”.
O que achas de presentearmos o aniversariante com este livro?
Abraços,
<Seu nome>”
Arquivos anexos:
Ensaio sobre a cegueira.pdf (local: “Nokia770/Documents”)
Nota01.note (local: “Nokia770/Documents”)
o Feche o aplicativo de correio eletrônico.
Observações:
Sinta-se à vontade para consultar a ajuda ou o manual do produto a qualquer
instante;
Caso encontre alguma dificuldade que não comprometa a realização da tarefa, não se
preocupe e siga em frente.
Objetivo Geral: Detecção de problemas durante o processo de envio e recebimento de e-
mails.
Objetivos Específicos:
Observação da facilidade de execução da tarefa;
Observação da facilidade de entrada de dados textuais;
Mensuração do tempo de execução da tarefa;
Mensuração do número de ações incorretas;
Mensuração do número de opções incorretas;
Mensuração do número de consultas à ajuda;
Mensuração do número de erros repetidos.
Indicadores:
Facilidade de execução da tarefa (observação direta);
Facilidade de entrada de dados textuais (observação direta);
Tempo de execução da tarefa (mensuração do desempenho);
Número de ações incorretas (mensuração do desempenho);
Número de opções incorretas (mensuração do desempenho);
Número de consultas à ajuda (mensuração do desempenho);
192
Número de erros repetidos (mensuração do desempenho).
Tarefa 06
Tarefa 06: Uso do aplicativo tocador de áudio.
Tempo Estimado: 10 min.
Roteiro: Após o envio da mensagem na tarefa anterior, você lembrou que Danilo havia lhe
enviado um e-mail com músicas de uma das bandas preferidas do aniversariante,
“O Rappa”.
Instruções:
Abra o aplicativo de correio eletrônico;
Abra o e-mail de Danilo na caixa de entrada, cujo assunto é “Músicas”;
Salve o arquivo anexado na pasta “Nokia770/Audio clips”;
Abra o aplicativo tocador de áudio;
Abra a playlist MinhasMusicas (localizada na pasta “Nokia770/Audio clips”);
Adicione, nesta lista, a música que foi enviada por e-mail;
Dê início à execução desta lista;
Feche o aplicativo;
o Abra novamente o aplicativo tocador de áudio;
o Abra a playlist MinhasMusicas (localizada na pasta Nokia770/Audio clips”);
o Utilizando apenas os botões do dispositivo (sem uso da caneta stylus),
execute os seguintes passos:
Dê início à execução da lista (primeira música);
Passe a execução para a 4ª música da lista;
Aumente o volume;
Volte para o início da 4ª música da lista;
Execute a 3ª música da lista;
Execute a 1ª música da lista.
o Feche a janela do tocador de áudio.
Observações:
Sinta-se à vontade para consultar a ajuda ou o manual do produto a qualquer instante;
Caso encontre alguma dificuldade que não comprometa a realização da tarefa, não se
preocupe e siga em frente.
193
Objetivo Geral: Detecção de problemas com o volume do áudio, com a localização da
caixa de som no dispositivo e com os botões de navegação.
Objetivos Específicos:
Observação da facilidade de execução da tarefa;
Observação do aspecto ergonômico da localização da caixa de som;
Observação do aspecto ergonômico dos botões de navegação;
Mensuração do tempo de execução da tarefa;
Mensuração do número de ações incorretas;
Mensuração do número de opções incorretas;
Mensuração do número de consultas à ajuda;
Mensuração do número de erros repetidos;
Indicadores:
Facilidade de execução da tarefa (observação direta);
Localização da caixa de som versus Mãos do usuário (observação direta);
Facilidade de uso dos botões de navegação (observação direta);
Tempo de conclusão da tarefa (mensuração do desempenho);
Número de ações incorretas (mensuração do desempenho);
Número de opções incorretas (mensuração do desempenho)
Número de consultas à ajuda (mensuração do desempenho);
Número de erros repetidos (mensuração do desempenho).
194
Anexo H - Roteiro das Tarefas de Teste – Versão
Usuário
Roteiro: Um amigo estará aniversariando no próximo mês e você está interessado em
presenteá-lo com um livro ou um CD. Então, primeiramente, você resolveu fazer
uma pesquisa na Internet por livros de interesse. Tais tarefas serão executadas
através do dispositivo móvel Nokia 770 Internet Tablet.
Como você conhece-o há algum tempo, sabe que ele tem preferências pelos livros
de José Saramago, e que, inclusive, já leu “A Caverna” e “O Homem Duplicado”.
Glossário:
Termo em Português Termo em Inglês no Internet Tablet
Tocador de áudio Audio Player
Visualizador de arquivos PDF PDF Reader
Favoritos Bookmarks
Navegador Browser
Caixa de Entrada Inbox
Tarefa 01
Tarefa 01: Inicialização do Dispositivo.
Roteiro: Você irá participar da execução de algumas atividades que envolvem o uso do
dispositivo móvel Nokia 770 Internet Tablet. Nesta tarefa você irá inicializar o
dispositivo de forma a colocá-lo em operação para que as tarefas seguintes
possam ser executadas.
Instruções:
Pegue o dispositivo Nokia 770 Internet Tablet;
Retire-o da capa protetora;
Ligue-o.
Para que você possa passar para a tarefa seguinte as seguintes condições devem ser
obedecidas:
o Sistema do dispositivo totalmente iniciado;
o Dispositivo ligado e devidamente encaixado na capa;
o Caneta stylus na mão do usuário.
Observações:
Sinta-se à vontade para consultar o manual do produto a qualquer instante;
Caso encontre alguma dificuldade que não comprometa a realização da tarefa, não se
preocupe e siga em frente.
195
Tarefa 02
Tarefa 02: Busca por livros em lojas on-line.
Roteiro: Nesta tarefa, você deverá visitar lojas de comércio eletrônico. Você deve verificar
o preço de um livro do autor José Saramago em uma loja on-line*.
Instruções:
Abra o aplicativo para navegação em páginas Web (browser);
Visite uma loja on-line de sua escolha e verifique o preço do livro “Ensaio sobre a
cegueira” do autor José Saramago;
Adicione a página visitada à lista de Favoritos do seu navegador (browser);
Feche o aplicativo de navegação (browser).
* Sugestões de lojas on-line:
Americanas www.americanas.com
;
Submarino www.submarino.com.br
;
Livraria Cultura – www.livrariacultura.com.br;
Siciliano www.siciliano.com.br
Observações:
Sinta-se à vontade para consultar a ajuda ou o manual do produto a qualquer instante;
Caso encontre alguma dificuldade que não comprometa a realização da tarefa, não se
preocupe e siga em frente.
Tarefa 03
Tarefa 03: Visualização de arquivos PDF
Roteiro: Na tarefa anterior você buscou por livros do autor José Saramago e deve ter
encontrado entre os livros publicados o livro “Ensaio sobre a cegueira”. Nesta
tarefa você irá visitar um site a fim de fazer o download de um arquivo, em
formato PDF, que contém a sinopse de tal livro.
Instruções:
o Visite o seguinte site: www.dsc.ufcg.edu.br/~danilo/fechado
;
o Utilize o logingihm” e senhamobile05” para entrar no site;
o Faça download do arquivo “Ensaio sobre a cegueira.pdf” que contém a sinopse de tal
livro;
o Faça download do arquivo “Outras sinopses.pdf” que contém a sinopse de outros
livros;
Salve os arquivos na pasta “Nokia770/Documents”;
o Feche o aplicativo de navegação (browser).
o Abra o aplicativo de visualização de arquivos PDF;
196
o Abra os arquivos “Ensaio sobre a cegueira.pdf” e “Outras sinopses.pdf”que está na
pasta Nokia770/Documents”;
o Leia em voz alta o conteúdo dos arquivos;
o Utilize os controles de zoom e tela cheia para ler o documento;
o Feche o aplicativo de visualização de arquivos PDF.
Observações:
Sinta-se à vontade para consultar a ajuda ou o manual do produto a qualquer
instante;
Caso encontre alguma dificuldade que não comprometa a realização da tarefa, não se
preocupe e siga em frente.
Tarefa 04
Tarefa 04: Entrada de dados textuais
Roteiro: Nesta tarefa você irá digitar um pequeno trecho do livro “Ensaio sobre a
cegueira”, para, futuramente (em outra tarefa), enviar para um amigo.
Instruções:
Subtarefa 01:
o Abra o aplicativo de edição de notas (anotações);
o Digite o seguinte texto, seguindo a mesma formatação apresentada, através do
modo de entrada textual “Teclado Virtual”:
A rapariga dos óculos escuros disse, A minha intenção era boa...
o Salve o arquivo com o nome “Nota01 na pasta “Nokia770/ Documents”;
Subtarefa 02:
o Crie um novo arquivo;
o Digite o seguinte texto, seguindo a mesma formatação apresentada, através do
modo de entrada textual “Reconhecimento de Escrita”:
A rapariga dos óculos escuros disse, A minha intenção era boa...
o Salve o arquivo com o nome “Nota02” na pasta “Nokia770/Documents”;
o Feche o aplicativo de edição de notas.
Observações:
Sinta-se à vontade para consultar a ajuda ou o manual do produto a qualquer
instante;
Caso encontre alguma dificuldade que não comprometa a realização da tarefa, não se
preocupe e siga em frente.
197
Tarefa 05
Tarefa 05: Uso do correio eletrônico.
Roteiro: Nesta tarefa, você enviará um e-mail para um amigo pedindo a opinião dele a
respeito da compra do livro.
Instruções:
o Abra o aplicativo de correio eletrônico disponível no Internet Tablet;
o Verifique se há novas mensagens na caixa de entrada;
o Envie um e-mail com os seguintes dados:
Destinatário: [email protected];
Assunto: Presente;
Mensagem:
“Oi Danilo,
Envio em anexo a sinopse e um trecho do livro “Ensaio sobre a cegueira”.
O que achas de presentearmos o aniversariante com este livro?
Abraços,
<Seu nome>”
Arquivos anexos:
Ensaio sobre a cegueira.pdf (local: “Nokia770/Documents”)
Nota01.note (local: “Nokia770/Documents”)
o Feche o aplicativo de correio eletrônico.
Observações:
Sinta-se à vontade para consultar a ajuda ou o manual do produto a qualquer
instante;
Caso encontre alguma dificuldade que não comprometa a realização da tarefa, não se
preocupe e siga em frente.
Tarefa 06
Tarefa 06: Uso do aplicativo tocador de áudio.
Roteiro: Após o envio da mensagem na tarefa anterior, você lembrou que Danilo havia lhe
enviado um e-mail com músicas de uma das bandas preferidas do aniversariante,
“O Rappa”.
Instruções:
o Abra o aplicativo de correio eletrônico;
o Abra o e-mail de Danilo na caixa de entrada, cujo assunto é “Músicas”;
o Salve o arquivo anexado na pasta Nokia770/Audio clips”;
198
o Abra o aplicativo tocador de áudio;
o Abra a playlist MinhasMusicas (localizada na pasta “Nokia770/Audio clips”);
o Adicione, nesta lista, a música que foi enviada por e-mail;
o Dê início à execução desta lista;
o Feche o aplicativo;
o Abra novamente o aplicativo tocador de áudio;
o Abra a playlist MinhasMusicas (localizada na pasta Nokia770/Audio clips”);
o Utilizando apenas os botões do dispositivo (sem uso da caneta stylus), execute os
seguintes passos:
Dê início à execução da lista (primeira música);
Passe a execução para a 4ª música da lista;
Aumente o volume;
Volte para o início da 4ª música da lista;
Execute a 3ª música da lista;
Execute a 1ª música da lista.
o Feche a janela do tocador de áudio.
Observações:
Sinta-se à vontade para consultar a ajuda ou o manual do produto a qualquer instante;
Caso encontre alguma dificuldade que não comprometa a realização da tarefa, não se
preocupe e siga em frente.
199
Anexo I - Ficha de Registro de Eventos
Sessão de Teste - ____
Produto:
Nokia 770 Internet Tablet
Usuário de Teste:
Data da Sessão: (dd/mm/aaaa)
Categoria do Usuário:
{ Iniciante { Intermediário { Experiente
Início: (hh:mm) Fim: (hh:mm) Natureza:
{ Laboratorial
{ Campo
Dispositivo:
{ Preso
{ Móvel
Tempo para Questionários
Delineamento do Perfil: (hh:mm:ss) Sondagem da Satisfação: (hh:mm:ss)
Indicadores Quantitativos - Legenda
Tempo de Leitura
Tempo de Execução
Nº de Consultas à Ajuda on-line
Nº de Consultas à Ajuda off-line
Nº de Ações Incorretas
Nº de Opções Incorretas
Nº de Erros Repetidos
Registro de Eventos de Teste
TAREFA ____
EVENTO COMENTÁRIOS
1
2
3
4
200
Ficha de Registro de Eventos – Sumário da Sessão
Indicadores Quantitativos
Produto:
Nokia 770 Intenet Tablet
Participante:
Tarefa Observações
(hh:mm:ss)
Notas Adicionais:
201
Anexo J - Guia para Entrevista Não Estruturada
LIHM – Laboratório de Interface Homem-Máquina
www.lihm.paqtc.org.br
Entrevista Não Estruturada
Sobre o produto:
1 - Uso da Ajuda on-line e off-line
2 - O que você achou do modo de interação (botões e caneta stylus)?
3 - O que você achou dos modos de entradas de dados textuais (teclado virtual,
reconhecimento de escrita)?
4 - O que você achou da apresentação da interface (menus, ícones, cores, etc.)?
5 - O que você achou do layout do dispositivo (tamanho, peso, botões, caneta
stylus)?
6 - O que você achou do acesso à Web através deste dispositivo?
7 - O que você achou da leitura de informações através deste dispositivo?
8 - De forma geral, você gostou ou não do produto?
9 – O equipamento de gravação lhe incomodou? Influenciou na sua forma de
interação?
202
Anexo K - Lista de Inspeção – ISO 9241 – Parte 14
Verificação da Adoção do ISO 9241-14 pelo Nokia 770 Internet Tablet
Aplicabilidade Adoção
Resultados Método usado Método usado Resultados
Recomendações
S N AA EE OO AA AE MD MM OO EE AA AE MD P F
Comentários
(incluindo
fontes)
5 Estrutura de Menus
5.1 Estruturação em níveis e menus
5.1.1 Categorias convencionais
Opções ordenadas em grupos convencionais ou naturais ou
5.1.2 Categorias lógicas
Ordenadas de forma a evitar ambigüidades e ser facilmente
apre(e)didas pela população usuária; níveis minimizados; número
de opções maximizadas ou
5.1.3 Categorias arbitrárias
Se não for possível o agrupamento lógico, as opções devem ser
arranjadas em grupos de 4 a 8 opções por nível, e
5.1.4 Considerações sobre o tempo de busca
Se for relevante, deve-se incluir tantas opções e níveis quantos
forem possíveis em um único painel de menu. Ver também 8.2.2.
5.2 Agrupamento de opções em um menu
5.2.1 Grupos lógicos
As opções deverão ser agrupadas por função ou em categorias
lógicas, ou
z
5.2.2 Grupos arbitrários
Oito ou mais opções deverão ser arranjadas em grupos arbitrários
utilizando-se a seguinte equação:
ng =
5.3 Seqüenciação de opções em grupos
5.3.1 Consistência
As opções devem ser consistentemente posicionadas, na mesma
ordem, no grupo de opções.
(Ver também 5.2.1), e
z
5.3.2 Importância
As opções importantes deverão ser listadas em primeiro lugar, e/ou
z
5.3.3 Ordem convencional
Se for possível manter a ordem convencional, ou
z
203
Aplicabilidade Adoção
Resultados Método usado Método usado Resultados
Recomendações
S N AA EE OO AA AE MD MM OO EE AA AE MD P F
Comentários
(incluindo
fontes)
5.3.4 Ordem existente
Se o esquema existente de ordenação for amplamente utilizado, ou
5.3.5 Ordem de uso
Se a ordem de uso for conhecida, arranjar segundo tal ordem, ou
5.3.6 Freqüência de uso
Se os grupos forem pequenos (8 ou menos), ou
5.3.7 Ordem alfabética
Se a freqüência não for conhecida ou os grupos forem grandes
6 Navegação por menus
6.1 Aspectos da navegação
Títulos
a) Distinguíveis e descritivos, e
6.1.1
b) Compostos por termos relacionáveis, e/ou
6.1.2 Esquema de numeração
Estrutura óbvia para o usuário, e/ou
6.1.3 Técnicas gráficas
Consistentemente aplicadas e com propósito óbvio para o usuário,
e/ou
z
6.1.4 Apresentação simultânea
As relações hierárquicas entre painéis visualizados
simultaneamente deverão ser claras para os usuários, e
6.1.5 Mapas de menus
Deverão representar claramente a estrutura de menus e estarem
disponíveis quando requisitados
6.2 Navegação rápida
6.2.1 Tempo de acesso
Se os menus forem acessados de uma estrutura hierárquica,
deverão ser apresentados no mais curto intervalo de tempo possível
(recomenda-se um valor em torno de 500 ms) e
6.2.2
Acesso aos nós
Os usuários deverão ser capazes de ir de uma parte (nó) a outra
sem terem que retornar ao nó inicial comum, e
6.2.3 Retorno ao menu inicial
Simples e consistente, e
6.2.4
Ascensão de nível
Modo simples e consistente de ascensão de níveis na estrutura de
menus.
6.2.5
Caminhos múltiplos
Fornecer alternativas, se tal estratégia se mostrar lógica e fizer
sentido.
204
Aplicabilidade Adoção
Resultados Método usado Método usado Resultados
Recomendações
S N AA EE OO AA AE MD MM OO EE AA AE MD P F
Comentários
(incluindo
fontes)
7 Seleção e execução de opções
7.1 Métodos de seleção
7.1.1 Métodos alternativos
Fornecer métodos alternativos ou habilitar dispositivos de entrada
alternativos, se estes forem compatíveis com as limitações do
sistema e
7.1.2 Ações de seleção e execução dissociadas
De opções, a menos que o acesso rápido seja importante e/ou os
erros sem conseqüências remarcáveis, e/ou
Acesso rápido
Se os usuários forem experientes e/ou necessitarem de acesso
rápido a opções específicas do menu
a) Mecanismos de atalho – fornecidos para menus intermediários,
e/ou
7.1.3
b) Seleção e execução combinadas– dotadas de undo, e
7.1.4 Retorno ao usuário
Retorno consistente fornecido na opção selecionada, e
7.1.5 Desseleção e desfazimento de opções
Fornecer meios para a desseleção de opções, prioritariamente aos
mecanismos de execução ou desfazimento oferecidos, e
7.1.6 Atraso na resposta
Se a resposta sofrer um atraso de mais de 3 segundos, deve-se
fornecer uma indicação de que o computador está processando a
solicitação, e
7.1.7 Seleção múltipla
Se for permitida a seleção múltipla, permitir que todas as escolhas e
alterações sejam feitas antes da execução.
7.2 Teclado alfanumérico
7.2.1 Minimização de atalhos e
7.2.2 Localização de linha de comando
Em uma posição consistente no painel de menu e ao longo dos
diferentes painéis de menu, e
7.2.3 Equivalência de maiúsculas e minúsculas
As opções deverão ser selecionadas a partir de entradas digitadas
pelo usuário em minúsculas, maiúsculas ou combinações de ambas
e
7.2.4 Designadores alfabéticos
As opções deverão ser designadas por uma ou mais letras-chaves
(mnemônicos) (Ver também 8.1.11), se
205
Aplicabilidade Adoção
Resultados Método usado Método usado Resultados
Recomendações
S N AA EE OO AA AE MD MM OO EE AA AE MD P F
Comentários
(incluindo
fontes)
7 Seleção e execução de opções
a) A lógica e exclusividade de tais letras forem asseguradas e
7.2.4
b) A ordenação seqüencial das opções não for importante e
7.2.5 Regra fácil para os designadores
Designadores alfabéticos deverão ser gerados a partir de uma regra
que seja de fácil aprendizado pelos usuários ou
7.2.6 Designadores numéricos
Começando por “1” não por “0” e
7.2.7 Estrutura e sintaxe dos designadores
Consistente entre os designadores.
7.3 Teclas de função
7.3.1 Designadores
Deverão corresponder aos rótulos das teclas de função e
7.3.2 Apresentação de atribuições
Se a atribuição-chave não for apresentada continuamente, então
apresentá-la quando solicitada, e
7.3.3 Orientação de menu
Mesma que as das teclas de função, quando um tempo de resposta
rápido ao usuário for importante, e
7.3.4 Consistência das atribuições
Opções consistentemente selecionadas e executadas a partir das
mesmas teclas de função.
7.4 Seleção de teclas de movimentação do cursor
Opções em colunas
a) As teclas com setas para cima e para baixo movem o cursor para
cima e para baixo na estrutura vertical de opções do menu e
7.4.1
b) Se o menu for dotado de seleção cíclica (wrap around), a tecla
com seta para baixo move o cursor da última opção para a
primeira opção da estrutura vertical de opções do menu, enquanto
a tecla com seta para cima move o cursor da primeira opção para
a última opção da estrutura vertical de opções do menu e
z
7.4.2 Opções em linhas
a) As teclas com setas para a esquerda e para a direita movem o
cursor para a esquerda e para a direita na estrutura horizontal de
opções do menu e
206
Aplicabilidade Adoção
Resultados Método usado Método usado Resultados
Recomendações
S N AA EE OO AA AE MD MM OO EE AA AE MD P F
Comentários
(incluindo
fontes)
7 Seleção e execução de opções
7.4.2 b) Se o menu for dotado de seleção cíclica (wrap around), a tecla
com seta para a direita move o cursor da última opção para a
primeira opção da estrutura horizontal de opções do menu,
enquanto a tecla com seta para a esquerda move o cursor da
primeira opção para a última opção da estrutura horizontal de
opções do menu e
7.4.3 Grupos de opções
Uma tecla diferente das teclas com setas deverá ser usada para
mover o cursor entre grupos de opções e
7.4.4 Tempo de resposta do cursor
O movimento de resposta do cursor na tela deverá ser tão rápido
quanto possível (um valor apropriado é em torno de 200 ms)
7.5 Apontamento
7.5.1 Área de apontamento
a) Telas sensíveis ao toque – Área extensa o suficiente para
minimizar “lapsos” (e.g., as mesmas dimensões do rótulo da
opção mais meio caractere em torno do rótulo, ou na faixa de 20
mm x 20 mm a 30 mm x 30 mm, qualquer que seja o valor), ou
b) Área não rotulada – Área extensa o suficiente para assegurar que
o dispositivo de apontamento não obscureça o (e.g., pelo menos
duas vezes a área ativa do dispositivo de seleção ou a área de
visualização do apontador, porém não menor do que 4 mm²) e
Ativação não intencional
Minimizada pelos seguintes meios:
a) Estabelecimento de uma separação adequada entre áreas
selecionáveis, e
7.5.2
b) Inclusão de retorno audível ou visual para o usuário (ver 7.1.2) e
7.5.3 Uso equivalente do teclado
A seleção e execução de opções via teclado deverá ser permitida,
alternativamente ao uso de dispositivos de apontamento.
7.6 Voz
7.6.1 Discriminação fonética
As palavras utilizadas para a seleção de opções por voz deverão ser
foneticamente distintas e
207
Adoção Aplicabilidade
Resultados Método usado Método usado Resultados Recomendações
S N AA EE OO AA AE MD MM OO EE AA AE MD P F
Comentários
(incluindo fontes)
7.6.2 Consistência
As opções deverão ser consistentemente aplicadas ao longo
dos componentes das tarefas e
7.6.3 Ruído
Ruído ambiental reduzido.
8 Apresentação de menus
8.1 Acesso a opções e discriminação de opções
8.1.1 Opções críticas
Continuamente apresentadas e
8.1.2 Uso freqüente
Opções posicionadas em uma região da tela que não oculte os
dados da tarefa e/ou
8.1.3 Uso ocasional
Menus apresentados conforme solicitação do usuário e
8.1.4 Opções disponíveis
Apresentadas sozinhas, a menos que sejam solicitadas
informações concernentes a outras opções, ou
8.1.5 Opções não disponíveis complementando opções
disponíveis
Se puderem se tornar disponíveis em algum outro ponto do
diálogo (tais opções deverão ser apresentadas com codificação
visual apropriada) e
Seleção default/realçada
Em uma das seguintes opções:
a) Opção mais freqüente – se a probabilidade de seleção for
conhecida ou
b) Primeira opção – no grupo, se a repetição não for
importante, ou
c) Opção Anterior – a repetição da opção anterior for
importante ou
8.1.6
d) Opção menos destrutiva e
Títulos
a) Primeiro menu – título descritivo curto ou evidenciação do
propósito deverá ser evidente por sua posição ou
associação e/ou
b) Menu de nível inferior – em série ou:
1) Título como em a) ou
8.1.7
2) Evidenciação da dependência de uma opção de nível
superior e
8.1.8 Menus/ Grupos de opções múltiplos
Menus/Grupos de opções deverão ser visualmente distintos e
usados consistentemente, se possuírem título e/ou
208
Adoção Aplicabilidade
Resultados Método usado Método usado Resultados Recomendações
S N AA EE OO AA AE MD MM OO EE AA AE MD P F
Comentários
(incluindo fontes)
8.1.9 Seleção múltipla
Indicações visuais deverão ser fornecidas em uma
posição consistente e/ou
8.1.10 Designadores explícitos
Letras maiúsculas e minúsculas não deverão
causar confusão (Ver também 7.2.3 e 7.2.4) ou
8.1.11 Designadores implícitos
Letras realçadas e seleção e execução
combinadas (ver 7.1.3b).
8.2 Posicionamento
Consistência do layout
a) Menus de comprimento fixo – adotar
posicionamento absoluto ou
8.2.1
b) Menus de comprimento variável – adotar
posicionamento relativo e
8.2.2 Títulos
Consistentemente posicionados no topo e
centralizados ou alinhados pela esquerda e
8.2.3 Designadores explícitos
Posicionados à esquerda do nome da opção
(separados deste por 2 ou 3 caracteres de
espaçamento) e
8.2.4 Teclas aceleradoras
Códigos posicionados à direita do nome da opção
(e preferencialmente alinhados pela direita) e
Opções em colunas
a) Espaçamento – se disponíveis, as opções
deverão ser apresentadas em espaço vertical
duplo ou
b) Espaçamento simples – se as opções forem
apresentadas em espaço simples, usar letras
minúsculas ou minúsculas com a letra inicial
maiúscula e
c) Grupos de opções – separados por um
espaçamento vertical que seja uma vez e meia
a duas vezes igual ao espaçamento vertical
das opções existentes em cada grupo e
d) Alinhamento – As opções deverão ser
alinhadas pela esquerda (flush left) e
e) Múltiplas colunas de opções - deverão ser
separadas por, pelo menos, 3 caracteres de
espaçamento e
8.2.5
f) Designadores seqüenciados – designadores
numéricos ou alfabéticos deverão ser
alinhados seqüencialmente em colunas e
209
Adoção Aplicabilidade
Resultados Método usado Método usado Resultados Recomendações
S N AA EE OO AA AE MD MM OO EE AA AE MD P F
Comentários
(incluindo fontes)
8.2.6 Opções em linhas
Se posicionadas horizontalmente, deverão ser suficientemente
separadas para permitir discriminação visual e/ou
8.2.7 Cor
O mesmo código de cores deverá ser adotado para as opções de
um grupo particular de opções (limitando-se a 4 cores) e/ou
Letras
Se forem usados estilos e tamanhos de letras, considerar:
a) Legibilidade – estilos e tamanhos de letras deverão ser
legíveis e distingüíveis e
z
8.2.8
b) Quantidade – combinações únicas de estilos e tamanhos de
letras em um menu não deverão exceder três (não contando
maiúsculas/minúsculas) e/ou
Bordas e linhas:
a) As bordas e linhas deverão ser mantidas simples e
8.2.9
b) As bordas e linhas deverão ser suficientemente separadas
das opções de modo a não interferirem com a legibilidade
8.3 Estrutura e sintaxe de opções textuais
8.3.1 Nomes e títulos não ambíguos
Nomes de opções e títulos de grupos de opções deverão ser
semanticamente distintos e
8.3.2 Palavras-chaves:
a) Início com palavras-chaves (a menos que seja anti-naturais
para o idioma) e
b) Palavras-chaves sugestivas deverão ser usadas, enquanto
palavras-chaves inócuas evitadas e
8.3.3 Terminologia das opções
Familiar aos usuários e
8.3.4 Fraseado das opções
Conciso e consistente e
8.3.5 Opções de ações
Expressas através de verbos e/ou
8.3.6 Opções de objetos
Expressas através de substantivos (nomes) e/ou
8.3.7 Opções de ações e objetos
Representadas por sintaxe verbo-nominal e
8.3.8 Transição para linguagem de comandos
Uso de maiúsculas e sintaxe dos nomes das opções devem ser
consistentes com a linguagem de comandos e
210
Adoção Aplicabilidade
Resultados Método usado Método usado Resultados Recomendações
S N AA EE OO AA AE MD MM OO EE AA AE MD P F
Comentários (incluindo
fontes)
8.3.9 Condução a outra opção
Se uma opção conduz a outro menu ao invés de
conduzir à execução, fornecer indicações
apropriadas ou
8.3.10 Condução a outro diálogo
Se a opção conduz a outro diálogo, fornecer
indicações consistentes.
z
8.4 Estrutura e sintaxe de opções gráficas
8.4.1 Rótulos de ícones
Caso seja possível ambigüidade de ícones e
8.4.2 Agrupamento
Ícones de objetos e de ações posicionados em
diferentes grupos de um menu e
8.4.3 Discriminação visual
Ícones devem ser selecionados para representar
opções visualmente distintas e seu significado
deverá ser facilmente reconhecido.
8.5 Estrutura e sintaxe de opções audíveis
8.5.1 Número de opções
O menor possível (3 ou 4) e
8.5.2 Sintaxe
A sintaxe de opções/designadores preferida e
8.5.3 Discriminação acústica
Opções do menu de voz compreendidas de itens
distintos em termos auditivos e traduzidos por
palavras únicas suficientemente espaçadas (no
tempo), a fim de permitir a discriminação pelo
usuário, e
8.5.4 Capacidade de repetição
Deverá ser oferecida.
Legenda:
S = Sim (se aplicável)
N = Não (se não aplicável)
A = Análise da Documentação do Sistema
E = Evidência documentada
O = Observação
AA = Avaliação Analítica
AE = Avaliação Empírica
DM = Método Diferente
M = Mensuração
P = Passou (atendeu à recomendação)
F = Falhou (não atendeu à recomendação)
211
Anexo L - Lista de Inspeção – ISO 9241 – Parte 16
Verificação da Adoção do ISO 9241-16 pelo Nokia 770 Internet Tablet
Ap
licabilidade
A
do
ç
ão
Resultado Método usado Método usado Resultado
Recomendações
S N A E O AA AE MD M O E AA AE MD P F
Comentários
(incluindo fontes)
5 Informação Geral
5.1 Metáforas
5.1.1 Disponibilização de um contexto estrutural (framework)
z
5.1.2 Metáforas reconhecíveis
5.1.3 Limitações de metáforas
5.2 Aparência dos objetos usados em manipulação direta
5.2.1 Dimensões apropriadas de áreas manipuláveis
5.2.2
Discriminação das representações de objetos e ícones de controle da
manipulação direta
5.2.3 Aparência de objetos não disponibilizados e ícones de controle
5.2.4 Apresentação em segundo plano de objetos menos importantes
5.2.5 Representação de objetos
5.3 Retorno de informações
5.3.1 Apontadores de indicação de tipos de manipulação direta
5.3.2 Apontadores de indicação de não disponibilidade
z
5.3.3 Indicações para opções solicitadas
5.3.4
Retorno imediato e contínuo de informações para os diferentes níveis de
manipulação direta
5.3.5 Apresentação de objetos recentemente criados ou ativados
5.4 Dispositivos de entrada
5.4.1 Dispositivos alternativos
5.4.2 Técnicas equivalentes de manipulação direta via teclado
5.4.3 Alternância mínima entre dispositivos de entrada
5.4.4 Botões múltiplos
212
A
plicabilidade Adoção
Resultado Método usado Método usado
Resultado
Recomendações
S N A E O AA AE MD M O E AA AE MD P F
Comentários
(incluindo fontes)
6 Manipulação de objetos
6.1 Considerações Gerais
6.1.1 Manipulações diretas genéricas
6.1.2 Seqüência de objetos de manipulação direta
6.1.3 Indicação automática de objetos ou manipulações diretas
disponíveis
6.1.4 Manipulação direta de saída
6.1.5 Retorno a estados anteriores a manipulações diretas
6.1.6 Manipulação direta de atributos
6.2 Apontamento e seleção
6.2.1 Visualização do apontamento e seleção
6.2.2 Apontamento sobre objetos e entre objetos
6.2.3 Mecanismos simples de seleção
z
6.2.4 Mecanismos de seleção múltipla
z
6.2.5 Manipulação direta simultânea de vários objetos
6.2.6
Áreas selecionáveis para a manipulação direta de objetos
6.2.7 Estruturação destinada à seleção de objetos
6.2.8 Acesso a objetos superpostos
6.2.9 Eficiência dos mecanismos
6.2.10 Uso de “clique” duplo
6.2.11
Configuração do usuário para “cliques” múltiplos dependentes
do tempo
6.2.12 Seleção contínua de objetos
z
6.2.13 Redirecionamento de focos de entrada
6.3 Arrasto
6.3.1 Visualização do arrasto
6.3.2 Arrasto de um grupo de objetos
z
213
A
plicabilidade
A
doção
Resultado Método usado
Método usado Resultado
Recomendações
S N A E O AA AE MD M O E AA AE MD P F
Comentários
(incluindo fontes)
6.3.3 Diferenciação semântica no processo de arrasto
z
6.3.4 Interações pré-definidas entre objetos
6.3.5 Controle das posições dos objetos pelo usuário
6.3.6 Acesso a objetos ocultos
6.3.7 Visualização automática de objetos em janelas
6.3.8 Posicionamento manual de objetos em janelas
6.4 Dimensionamento de objetos
6.4.1
Visualização do processo de dimensionamento
6.4.2 Mecanismos de dimensionamento
6.4.3 Indicador de dimensões
6.4.4 Mani
p
ula
ç
ões diretas com
p
lementares de dimensionamento
6.4.5 Manipulação de escala
6.4.6 Manipulação direta do fator de escala
6.5 Rotação
6.5.1 Visualização do processo de rotação
6.5.2 Rotação de objetos
7
Recomendações adicionais para a
manipulação direta de objetos de texto
7.1 Apontamento e seleção
7.1.1 Posicionamento do cursor de texto
7.1.2 Seleção acelerada de objetos de texto
7.2 Dimensionamento de textos
7.2.1 Manipulação direta de atributos do layout de página
7.2.2 Manipulação direta de atributos do texto
8
Recomendações adicionais para a
manipulação direta de janelas
8.1 Considerações Gerais
214
Aplicabilidade Adoção
Resultado Método usado Método usado Resultado
Recomendações
S N A E O AA AE MD M O E AA AE MD P F
Comentários
(incluindo fontes)
8.1.1
Movimentação do conteúdo de uma janela em múltiplas
unidades
8.1.2
Movimentação do conteúdo de uma janela a partir de barras
de rolagem
8.2
Apontamento e seleção
8.2.1
Rearranjo do conteúdo visualizado de uma janela de
acordo com a seleção do usuário
8.2.2 Minimização da entrada de dados pelo usuário
8.3
Dimensionamento de janelas
8.3.1 Manipulação direta das dimensões de janelas
8.3.2 Limites mínimo e máximo das dimensões de janelas
8.3.3 Atalhos para o dimensionamento
8.3.4 Manipulação de escala
8.3.5
Efeitos do dimensionamento de uma janela sobre seu
conteúdo
9
Recomendações adicionais para a
manipulação direta de ícones de controle
9.1 Apontamento e seleção
9.1.1 Ativação de ícones de controle
9.1.2 Indicação de tipos de manipulação direta
9.1.3 Indicação de tarefas do usuário
9.1.4 Indicação de disponibilidade
9.1.5 Separação entre seleção e ativação
9.1.6 Uso apropriado de controles
NOTA: Usuários do ISO 9241-16 poderão reproduzir livremente esta lista de verificação, a fim de que ela possa ser utilizada para seu propósito primordial, podendo também publicar posteriormente a lista de verificação
preenchida.
Legenda
S = Sim (se aplicável)
N = Não (se não aplicável)
A = Análise da documentação do sistema
E = Evidência Documentada
O = Observação
AA = Avaliação Analítica
AE = Avaliação Empírica
MD = Método Diferente
M = Mensuração
P = Passou (atendeu à recomendação)
F = Falhou (não atendeu à recomendação)
215
Anexo M - Lista de Inspeção – ISO 9241 – Parte 17
Verificação da Adoção do ISO 9241-17 pelo Nokia 770 Internet Tablet
Aplicabilidade Adoção
Resultado Método usado Método usado Resultado
Recomendações
S N AA EE OO AA AE MD MM OO EE AA AE MD P F
Comentários
(incluindo
fontes)
5 Estrutura do Formulário
5.1 Geral
5.1.1
Títulos
Formulários, caixas de diálogo, telas de entrada intituladas para indicar claramente a finalidade.
5.1.2
Codificação Visual
Codificação visual distinta usada para descrever entradas do usuário, valores default, e dados de
entrada previamente.
5.1.3
Densidade Apresentada no Formulário
Densidade total menor que 40% (baseado no percentual do total disponível no formulário preenchido)
5.1.4 Instruções
Instruções fornecidas na tela (ou facilmente acessado através de uma facilidade de “ajuda”) para
completar, salvar e transmitir o formulário.
z
5.1.5 Geral da Estrutura
Se o formulário é complexo, uma vista geral ou apresentação visual da estrutura deve ser fornecida.
5.2 Layout
5.2.1
Papel de Origem do Documento
Se usado, a tela de diálogo, do preenchimento do formulário deve ser consistente com o layout da
origem do papel do documento.
5.2.2
Nenhum Documento de Origem
Campos de entrada agrupados por função, importância, etc, ou otimize a seqüência de entrada do
ponto de vista do usuário.
5.2.3
Campos Requeridos e Campos Opcionais
Os campos requeridos são posicionados primeiro a menos que tal posicionamento seja inapropriado
para a tarefa do usuário
5.2.4
Alinhamento de campo alfanumérico
Se apropriado para o índice da linguagem, os campos de entrada devem ser alinhados verticalmente
em colunas e justificados a esquerda
5.2.5 Alinhamento de campo numérico
Se os tamanhos dos campos são diferentes, justifique a direita. Se são decimais, alinhe no ponto
decimal.
5.2.6 Valores dos campos permitidos
Informação provida concerne com valores dos campos permitidos
216
Aplicabilidade Adoção
Resultado Método usado Método usado Resultado
Recomendações
S N AA EE OO AA AE MD MM OO EE AA AE MD P F
Comentários
(incluindo
fontes)
5.2.7 Tamanho de rótulos diferentes
Se campos de textos ou alfanuméricos são alinhados verticalmente em colunas e se os tamanhos das
letras dos campos diferem significativamente e a tarefa envolve entrada de dados seqüenciais, os
textos devem ser justificados a direita e os campos à esquerda.
5.2.8 Tamanho de rótulos semelhantes
Se campos de textos ou alfanuméricos são alinhados verticalmente em colunas e se os tamanhos das
letras dos campos não diferem significativamente, ambos os textos e os campos devem ser justificados
a esquerda.
5.2.9 Instancias múltiplas de um campo
Se o rótulo (texto) é usado por múltiplas instancias de um campo, o rótulo é localizado acima da coluna
ou à esquerda da linha.
5.2.10 Páginas múltiplas
a) Cada página identificada consistentemente no mesmo local do formulário
b) Se o formulário é colunar, rótulos em colunas inseridos novamente.
5.3 Campos e Rótulos
5.3.1
Campos de tamanho fixo
Se os campos de entrada são de tamanho fixo, os tamanhos são explicitamente mostrados.
5.3.2 Campos obrigatórios versus opcionais
Usuários são facilmente capazes de distinguir entre campos obrigatórios e opcionais
5.3.3 Campos modificáveis versus não-modificáveis
Usuários são facilmente capazes de distinguir entre campos modificáveis e não modificáveis.
5.3.4
Rótulos de campo descritivos
Rótulos de campos devem, claramente e de uma forma não ambígua, descrever os dados a serem
entrados.
5.3.5
Rótulos distintos
Palavras e/ou códigos distintos e consistentes usados para rótulos de campos.
5.3.6 Símbolos ou unidades
Símbolos ou unidades apresentadas como um rótulo adicional.
5.3.7 Sugestões
Sugestões para formato de entrada de dados (e.g. mm/dd/yy) mostrados dentro de uma campo de
entrada ou em rótulos de campos e o uso de abreviações claras para o usuário.
5.3.8 Letra inicial maiúscula para rótulos de campos
Rótulos dos campos começam com letra maiúscula, seguida por letras minúsculas até o final do texto.
217
Aplicabilidade Adoção
Resultado Método usado Método usado Resultado
Recomendações
S N AA EE OO AA AE MD MM OO EE AA AE MD P F
Comentários
(incluindo
fontes)
6 Considerações de Entrada
6.1 Geral
6.1.1 Movimento do cursor
A ação requisitada para mover o cursor de um campo de entrada para o próximo deve ser
minimizada.
z
6.1.2 Campo de entrada de texto incompleto
Se a entrada não preenche o campo todo, é permitido que o usuário mova diretamente para o
próximo campo.
6.1.3 Valores default
a) Campo contém valores default onde quer que possível e apropriado para a tarefa, e
b) Campos default de texto editáveis.
6.1.4 Alternando entre dispositivos de entrada
Se apropriado para a tarefa, deve ser minimizado o trabalho de alternar entre dispositivos de entrada.
6.1.5 Dispositivos de apontamento
Se um dispositivo de apontamento pode ser usado para entrada num formulário, ele deveria ser
usado também para navegação.
6.2 Entrada de Texto Alfanumérico
6.2.1 Justificativa das entradas
O sistema justifica a entrada, não o usuário.
6.2.2 Condução Zero
Se condução a zeros é necessária para entrada numérica, o sistema deve provê-las.
6.2.3 Linhas múltiplas
Se o campo contém múltiplas linhas de texto (i.e. sentenças ou parágrafos):
a) tamanho da área de entrada – o tamanho da área de
entrada claramente indicada, e
b) auto envolver – capacidade de se auto envolver, e
c) editar e navegar – convenções normais.
6.2.4 Campos mutuamente exclusivos
Sugestão visual indica só um dos campos ser usados por vez.
6.2.5 Regras de interdependência
O uso de regras complexas de interdependência, do tipo if/then, entre campos de entrada deve ser
evitado.
6.2.6 Área do Campo de Entrada de Texto
Campos de texto grandes suficientes para acomodar a maioria das entradas sem rolagem.
218
Aplicabilidade Adoção
Resultado Método usado Método usado Resultado
Recomendações
S N AA EE OO AA AE MD MM OO EE AA AE MD P F
Comentários
(incluindo
fontes)
6.3 Entradas de Escolha
6.3.1 Opções de entrada limitadas
Mecanismo provê capacitar o usuário visualizar e selecionar as opções disponíveis.
6.3.2 Sugestões visuais discriminativas
Sugestões visuais discriminadas usadas para discriminar entre diferentes tipos lógicos de escolhas de
entrada na aplicação.
6.3.3 Menus
a) Sugestões visuais – uma sugestão visual que um menu é associado com o campo é provido a
menos que a lista de opções é continuamente visível.
b) Valor do campo – O campo do formulário contém a mais recente seleção do menu como valor
corrente.
Listas
a) Sugestões visuais - Uma sugestão visual fornecida para discriminar opções selecionadas de não
selecionadas
6.3.4
b) Listas longas – Um mecanismo provê permitir que usuários rapidamente naveguem através da lista.
6.3.5 Botões
Os botões devem ser usados se os usuários selecionam um pequeno número de opções (2 a 5) e as
opções são ativadas imediatamente depois da seleção
6.3.6 Botões de Escolha
a) Conjunto de escolhas – Escolha exclusiva de botões
aparecem em conjunto de 2 ou mais escolhas
b) Escolha default – Se há um default para o campo, a escolha default deve estar visivelmente
selecionada
Conjuntos de Estado Binário
a) Apresentação do grupo – Botões de estado binário devem ser apresentados num grupo.
6.3.7
b) Indicação do estado – Quando o formulário é apresentado, botões de estado binário fornecem uma
indicação visual de seu estado corrente.
Botões deslizantes
a) Escolha inicial – A escolha inicialmente mostrada deve ser a mais apropriada escolha default.
6.3.8
b) Modificar valores – Usuários permitidos modificar valores a fim de navegar rapidamente entre
escolhas.
6.4 Controle
6.4.1 Correções antes do processamento
Deve ser permitido ao usuário iniciar a preencher novamente, cancelar entradas, ou mudar alguma
entrada antes do formulário ser processado.
219
Aplicabilidade Adoção
Resultado Método usado Método usado Resultado
Recomendações
S N AA EE OO AA AE MD MM OO EE AA AE MD P F
Comentários
(incluindo
fontes)
Identificação e localização erros
a) Se a validação indicar que o campo foi preenchido com erros, o cursor é colocado no primeiro campo
do erro e ao usuário é permitido facilmente mover através dos campos com erro.
6.4.2
b) Se existem dependências entre campos, e se é apropriado para a tarefa, erros potenciais são
indicados pelo sistema.
6.4.3 Re-entrada de dados
Se o campo contém erros, o usuário é requisitado a corrigir somente a parte errada da entrada.
6.4.4 Áreas não disponíveis
Áreas da tela não disponíveis para entrada do usuário, não acessível pelo usuário e visualmente
codificado de acordo.
6.4.5 Transmissão fácil
Transmissão dos campos de entrada realizada pelo significado de uma simples ação explícita.
6.4.6 Controle do usuário
A menos que seja óbvio para o usuário, o formulário deve indicar como realizar as seguintes ações:
sinalize a conclusão do formulário e apresente um formulário vazio para a entrada de dados novos;
sinalize a conclusão do formulário e apresente a versão previamente terminada do formulário ou uma
versão default do formulário; permita a saída do formulário sem mudar nenhum dado no sistema (opção
cancelar).
6.4.7 Salvamento Temporário
Se apropriado para a tarefa e as restrições do sistema permitam, uma função para salvar
temporariamente deveria ser provida.
6.5 Validação de Campos
6.5.1 Validação de campo simples
Se a capacidade do sistema permite, os campos de entrada devem ser checados antes da aceitação.
z
6.5.2 Validação de múltiplos campos
Se houver dependência entre campos no formulário, ou entre campos com outra incidência no mesmo
formulário, uma validação adicional deve ser checada.
7 Feedback (Retorno ao Usuário)
7.1 Ecoar
Caracteres digitados são ecoados para o usuário assim como foram digitados.
7.2 Posição do Cursor e do Apontador
a)
A ‘posição do cursor é claramente indicada visualmente, e
b) Se o dispositivo de apontar está disponível, a posição do apontador deve estar
claramente visível.
z
220
Aplicabilidade Adoção
Resultado Método usado Método usado Resultado
Recomendações
S N AA EE OO AA AE MD MM OO EE AA AE MD P F
Comentários
(incluindo
fontes)
7.3 Erros nos Campos
Se o campo contém erros e é apropriado para a tarefa, o feedback do erro deve ser
mostrado assim que o usuário complete o campo
7.4 Reconhecimento de Transmissão
O sistema provê um reconhecimento de que a entrada do formulário foi aceita pelo
sistema.
7.5 Mudanças na base de dados
Se o preenchimento do formulário faz mudanças na base de dados, um feedback que o
banco de dados tem sido atualizado é fornecido ao usuário.
8 Navegação
8.1 Posição Inicial do Cursor
O cursor é posicionado automaticamente no primeiro campo do formulário que deve ser
completado pelo usuário.
8.2 Movimento entre os Campos
a)
O usuário é provido com capacidade para mover o cursor para trás e para frente entre
os campos do formulário dentro de um grupo, e se apropriado, mover para campos
adjacentes em outros grupos
b) Se um acesso rápido para especificar um campo requerido, um método de acesso é
provido.
z
8.3 Retorno ao Campo Inicial
Se é apropriado para a tarefa, uma chave ou um comando é provido para permitir que o
usuário retorne para o campo inicial no formulário.
8.4 Tabulação
8.4.1 Campos parcialmente preenchidos
Um tabular manual para mover de um campo para outro.
8.4.2 Campos completamente preenchidos
Auto-skip tabular de um campo para outro provido.
8.4.3 Misturando abordagens
As duas abordagens acima não devem ser misturadas num dado preenchimento do formulário se o
desempenho for prejudicado.
8.4.4 Campos mutuamente exclusivos
Se campos mutuamente exclusivos são presentes no formulário, saltar as opções restantes que não
foram escolhidas.
8.4.5 Seções do formulário
Se o formulário é organizado em grupos (seções) com um determinado significado, usuários são
providos com a capacidade de mover de um grupo para outro.
221
Aplicabilidade Adoção
Resultado Método usado Método usado Resultado
Recomendações
S N AA EE OO AA AE MD MM OO EE AA AE MD P F
Comentários
(incluindo
fontes)
8.4.6 Ciclo de registros
Se os dados são organizados em registros seqüenciais e o formulário
representa uma visão dos dados de um registro, um mecanismo é provido
para circular de um registro para outro, para frente e para trás.
8.4.7 Dispositivo de apontamento e formulários múltiplos
Se um dispositivo de apontamento é usado para entrada as tarefas que
invocam múltiplos formulários, um mecanismo para navegar entre
formulários usando o dispositivo é provido.
8.5 Rolamento
8.5.1 Rolamento num campo
Se o máximo dos dados a serem apresentados
num campo é maior que o campo, um mecanismo de scrolling é provido.
8.6 Seleção de Formulários
8.6.1 Acesso direto ao formulário
O usuário é capaz de endereçar formulários tanto pelo nome do formulário
ou pela seleção de um menu.
8.6.2 Movimento entre os formulários
Se o formulário pode ser acessado independentemente e se é apropriado
para a tarefa, o usuário é capaz de mover de um formulário para outro para
frente e para trás numa seqüência pré-definida.
8.6.3 Movimento no nível hierárquico
Se o conjunto de formulários é hierárquico, o usuário deve ser capaz de
mover para o próximo nível mais alto e para o nível mais baixo na hierarquia.
8.6.4 Retornando ao formulário inicial
Se o conjunto de formulários é hierárquico, o usuário deve ser capaz de
voltar ao formulário inicial de qualquer um formulário na hierarquia.
8.6.5 Formulários num ambiente de janela
Se mais de um formulário pode ser apresentado, somente o último
selecionado está ativo e pronto para entradas do usuário.
8.6.6 Formulário default
Se um formulário é mais provável ser usado, este formulário deve ser o
inicial.
Legenda
S = Sim (se aplicável)
N = Não (se não aplicável)
A = Análise da documentação do sistema
E = Evidência Documentada
O = Observação
AA = Avaliação Analítica
AE = Avaliação Empírica
MD = Método Diferente
M = Mensuração
P = Passou (atendeu à recomendação)
F = Falhou (não atendeu à recomendação)
222
Anexo N – Falhas Detectadas no Processo de Inspeção de Conformidade
PADRÃO
# DA
FALHA
DESCRIÇÃO RECOMENDAÇÃO
01
A opção de menu Utilities está agrupada incorretamente, pois esta opção tem
natureza distinta das demais opções do grupo (File Manager, Control Panel e
Connection Manager), i.e. opções de configuração.
Recomenda-se que a opção de menu Utilities localize-se no
último agrupamento do menu.
5.2.1
02
A sub-opção Details, agrupada na opção Web page do navegador Web, está
agrupada incorretamente, pois as demais opções do grupo referem-se às ações
a serem realizadas sobre uma página.
Recomenda-se que a sub-opção Details forme outro grupo
dentro do menu associado à opção Web page.
03
Há uma inconsistência na localização das opções do painel de menu View do
navegador Web e do painel de menu View do correio eletrônico.
Recomenda-se que, apesar de se tratar de aplicativos
distintos, a consistência deve ser mantida, pois ambos são
aplicativos nativos.
5.3.1
04
Há uma inconsistência no agrupamento das opções do painel de menu Details
do navegador se comparado ao agrupamento do aplicativo de correio eletrônico.
Recomenda-se que a consistência seja mantida nos menus
entre os aplicativos nativos do dispositivo.
5.3.2
05
As opções de menu mais importantes devem ser listadas primeiro, assim A sub-
opção New window deveria ser a primeira opção do painel de menu .
A sub-opção New window, da opção Windows deve
posicionar-se acima do agrupamento de páginas abertas.
5.3.3
06
O painel de menu associado à opção Folders do correio eletrônico não mantém a
ordem convencional das sub-opções.
A ordem convencional das opções deve ser mantida. No
painel de menu da opção Folders do aplicativo de correio
eletrônico que a sub-opção Delete deveria manter-se logo
após a opção Rename.
07
A técnica gráfica reticências (...) deve ser utilizada junto à opções de menu para
indicar o carregamento de uma janela de diálogo
Recomenda-se a aplicação da técnica gráfica reticências
(...) deve ser utilizada junto a sub-opção Personalization do
menu Home | Screen.
6.1.3
08
A técnica gráfica utilizada para distinguir opções de menu de mensagens de
aviso ('No new messages' e 'Last update'), no painel de menu associado ao
correio eletrônico, não é adequada, pois diferencia-se muito pouco da técnica
gráfica utilizada para as opções de menu, o que pode confundir os usuários.
Então, sugere-se que uma outra técnica seja empregada de
forma que a diferença entre elas seja mais explícita e visível
aos usuários.
7.4.1
09
Nenhum painel de menu no produto avaliado é dotado de seleção cíclica.
Recomenda-se que os painéis de menu sejam dotados de
seleção cíclica afim de facilitar e tornar o trabalho do usuário
mais ágil.
ISO 9241
Parte 14
Subseção
8.2.8
10
O tamanho e tipo da fonte empregado em “No new messages” não distingue
essa mensagem das demais opções do painel.
Os tamanhos e tipos de fontes utilizados para realçar
visualmente a distinção entre grupos de opções ou títulos,
devem ser legíveis e distinguíveis.
223
8.3.10
11
A sub-opção Personalization conduz a outro diálogo, mas não indica tal
condução.
Inserir a técnica gráfica de reticências (...) ao lado da opção
Personalization.
5.1.1
12
As metáforas utilizadas para as opções Zoom e Find no navegador Web são
muito semelhantes.
Recomenda-se que seja utilizada a metáfora do binóculo
para a opção de Find.
5.3.2
13
Uma vez que determinadas operações de movimentação de e-mails entre pastas
não são permitidas, deve ser fornecida uma indicação visual de indisponibilidade.
Recomenda-se o uso da metáfora de proibido ([) durante o
movimento do objeto.
14
No aplicativo de correio eletrônico sempre há pelo menos um e-mail selecionado.
Recomenda-se que seja possível a situação na qual
nenhum item esteja selecionado.
6.2.3
15
A seleção automática do primeiro e-mail ao selecionar a pasta que o contém
mostra-se confusa aos usuários, pois apesar do realce gráfico ser atribuído à
pasta, as operações agem sobre o e-mail.
Recomenda-se que a seleção continue sobre a pasta, ou
que seja realçado, de maneira significativa, o e-mail.
6.2.4
16
Apesar de adequado ao aplicativo de correio eletrônico, mecanismos de seleção
múltipla, através da caneta stylus, não são fornecidos.
Recomenda-se a inclusão de mecanismos de seleção
múltipla no correio eletrônico.
6.2.12
17
Ao selecionar um e-mail, clicar no botão Forward e, em seguida, cancelar a
operação, a seleção deveria permanecer no e-mail. No entanto, o realce da
seleção é aplicado sobre a pasta onde está localizado o e-mail.
Recomenda-se a inclusão de seleção contínua de objetos
no correio eletrônico.
6.3.2
18
Ausência de mecanismo para arrastar um grupo de objetos (e-mails).
Recomenda-se a inclusão da operação de arrasto de grupo
de objetos a fim de tornar a tarefa mais ágil.
ISO 9241
Parte 16
Subseção
6.3.3
19
Ao mover um e-mail com a caneta stylus, a indicação visual apresentada (+) é
incorreta. Tal indicação deve ser utilizada para funções de copiar.
Recomenda-se o uso de uma indicação visual adequada à
operação de arrasto.
5.1.4
20
O formulário Add Contact do aplicativo de correio eletrônico, acessado através
da opção de menu Tools, não apresenta um mecanismo de ajuda.
Recomenda-se a disponibilização de mecanismos de ajuda
contextuais.
21
Não é possível movimentar o cursor do campo To para Subject, do formulário de
e-mail, utilizando a tecla TAB.
Recomenda-se que o movimento entre os campos de um
formulário seja possível também com a tecla TAB.
6.1.1
22
A movimentação entre os valores dia, mês e ano do campo Time period poderia
ser minimizada se, ao entrar com dois números para cada uma das partes, a
movimentação do cursor fosse automática.
Recomenda-se a inclusão de movimentação automática
entre os campos citados.
ISO 9241 Parte 17
Subseção
6.5.1
23
O campo Minimum file size não verifica se o valor digitado é válido, aceitando a
inserção de valores negativos.
Recomenda-se que valores não permitidos não sejam
aceitos.
224
7.2
24
O posicionamento inicial do cursor nos formulários é inconsistente. Por exemplo,
às vezes o cursor é posicionado no fim do campo, às vezes no início e, em
outras ocasiões, o cursor seleciona o valor default do campo.
Recomenda-se que o cursor seja posicionado no início do
primeiro campo.
6.2
25
O comando de reconhecimento de escrita para exclusão não foi adotado.
6.3
26
O comando de reconhecimento de escrita para inserção de espaços em branco
não foi adotado.
7.1.2
27
O comando de reconhecimento de escrita para copiar trechos selecionados de
texto não foi adotado.
7.2.2
28
O comando de reconhecimento de escrita para copiar trechos selecionados de
texto, com uso de buffer, não foi adotado.
7.2.1
29
O comando de reconhecimento de escrita para recortar trechos selecionados de
texto não foi adotado.
7.2.3
30
O comando de reconhecimento de escrita para colar trechos selecionados de
texto não foi adotado.
ISO 14754
Subseção
8.2
31
O comando de reconhecimento de escrita para desfazer uma ação anterior não
foi adotado.
Inclusão dos comandos gestuais para edição de texto.
ISO
24755
Subseção
6.14
32
O ícone de indicação do status da conexão sem fio não indica o status da
conexão, i.e. forte, regular ou fraca.
Recomenda-se a inclusão de uma representação gráfica
que indique os status da conexão.
225
Anexo O – Falhas Detectadas no Processo de Mensuração do Desempenho
# DA
FALHA
DESCRIÇÃO RECOMENDAÇÃO
01 Os menus disponíveis no aparelho não são cíclicos.
Recomenda-se que os menus sejam cíclicos, pois tal
mecanismo torna o processo de interação mais ágil (vide
Falha 09 associado ao processo de inspeção de
conformidade).
02
O acento til (~) é ecoado na tela apenas se seguido de uma vogal ou de um espaço em branco.
Quando da inserção com o espaço, dois caracteres são ecoados na tela, o ~ e o espaço em
branco (“~ ”). Deveria ser mantido o comportamento utilizado e amplamente conhecido por
usuários de computadores desktop.
Os usuários de teste mostraram-se impacientes ao deparar-se com este problema, pressionando
a tecla associada ~ repetidamente, acarretando em mais erros cometidos.
Recomenda-se que:
(i) o ~ seja ecoado na tela após a ativação de uma vogal,
consoante, espaço, ou qualquer outro caracter;
(ii) a seqüência <~><ESPAÇO> ecoe na tela apenas um
caracter, “~” .
03
Como a operação de zoom é lenta e a mensagem indicativa (lado superior direito da tela) não
indica com clareza processamento, os usuários efetuavam a operação repetidamente,
acarretando em mais erros.
Recomenda-se uma melhoria na velocidade da operação
de zoom e que a mensagem associada indique, de
maneira mais clara, que a operação está sendo realizada.
04 No aplicativo PDF Reader,o é possível especificar um valor próprio de zoom.
Recomenda-se que seja inserido um campo para que o
usuário possa especificar o valor do zoom.
05
No aplicativo PDF Reader, o valor de zoom em 100% não significa a visualização em tamanho
real, ou seja, como se o documento estivesse impresso.
Recomenda-se a correção no valor de zoom de 100%.
06
O principal objetivo de funções de zoom num dispositivo com display reduzido é facilitar a leitura,
principalmente para usuários que possuem alguma redução na capacidade de visão, no entanto
a operação de zoom limita-se a alguns aplicativos. Por exemplo, caso um usuário apresente
dificuldades na leitura das opções do menu principal, não há como auxiliá-lo, através das
operações de zoom.
Recomenda-se que o produto ofereça funções de zoom
para qualquer área do dispositivo.
07 Arquivo anexo a e-mail é carregado diretamente com um clique.
Recomenda-se que ao selecionar com a caneta stylus um
arquivo anexado a um e-mail, uma janela de diálogo seja
carregada com opções para salvar ou abrir o arquivo.
08 Operação de salvamento de anexo é lenta e não fornece retorno visual de processamento.
Recomenda-se uma otimização na velocidade para
salvamento e de uma indicação visual de processamento.
09
Aplicativo de correio eletrônico não mantém o contexto de salvamento, i.e. o diretório no qual o
último arquivo foi salvo.
Recomenda-se que todos os aplicativos do dispositivo
mantenham o contexto, pois facilita a tarefa do usuário na
execução de ações repetitivas, e.g. salvamento
consecutivo de arquivos.
10
Não é possível alternar entre os campos do formulário de e-mail com a tecla TAB (vide Falha 21
relacionada à inspeção de conformidade).
Recomenda-se que o movimento entre os campos de um
formulário seja possível também com a tecla TAB.
226
11 A barra de progresso do aplicativo de correio eletrônico não indica a taxa de carregamento real.
Recomenda-se que a barra indique o progresso real do
carregamento.
12
Audio player não salva modificações na playlist, ao fechar o aplicativo, e, nem questiona o
usuário se as alterações devem ou não ser salvas.
Recomenda-se que caso o aplicativo seja finalizado sem
salvar as modificações, o sistema questione se as
alterações devem ser salvas.
13 Ausência de indicação visual adequada para a caneta stylus.
Recomenda-se o uso de instruções gráficas na parte
traseira do dispositivo e que a caneta tenha uma cor
distinta do dispositivo.
14
O acesso ao botão de navegação direcional esquerdo fica comprometido quando o dispositivo é
utilizado com a capa protetora.
Recomenda-se que exista uma maior distância entre a
capa protetora e os botões de navegação de forma que a
capa não interfira na manipulação destes botões.
15
Suporte de apoio para mesa mostrou-se inadequado. Em algumas situações de uso, o dispositivo
caiu do suporte de fixação à mesa.
Recomenda-se o re-projeto do suporte para manter, de
forma mais segura, o dispositivo sobre o suporte.
16
A baixa capacidade de processamento, associada à ausência de indicação visual, induz os
usuários a cometerem ações repetitivas.
Recomenda-se tanto a re-avaliação da capacidade de
processamento do dispositivo como a inclusão de
indicações de processamento adequadas.
17 Após uso prolongado, dispositivo apresenta concentração de calor.
Recomenda-se re-avaliar o projeto físico do dispositivo e
da sua bateria.
18 Dispositivo torna-se pesado em sessões de uso longas.
Recomenda-se re-avaliar o projeto do dispositivo de forma
a tentar diminuir o seu peso.
19 Ausência de opção de salvamento no menu popup do aplicativo de navegação Web.
Recomenda-se a inclusão de uma opção de salvamento
no menu popup, uma vez que, além de ser muito utilizada,
esta opção de menu é padrão nos browsers para
computadores desktop.
20
A técnica gráfica (background azul) utilizada para indicar visualmente a seleção de um texto,
palavra ou caractere, é muito discreta dificultando a visualização, principalmente quando o
ambiente é muito iluminado.
Recomenda-se utilizar uma cor com maior destaque.
21
O manual (ajuda off-line) contém poucas informações acerca dos aplicativos do produto, e.g.
Audio player, Video player, PDF Reader. Por exemplo, não há informação no manual que, no
contexto deste aplicativo, os botões de zoom controlam o volume
Recomenda-se a inclusão de maiores informações sobre
os aplicativos do produto.
22
Manual não está consistente com o aplicativo. No manual recomenda-se selecionar Bookmark... |
Web page | Add bookmark...No entanto, a seqüência correta seria Web | Web page | Add
bookmark...
Recomenda-se adequar o manual conforme o aplicativo.
23 O Help (ajuda on-line) não mantém o contexto da última opção selecionada pelo usuário.
Recomenda-se que após a seleção e visualização de um
item, ao retornar, a seleção deve ser retornada para o
item previamente selecionado.
227
Anexo P – Sugestões de Melhoria no Produto
ID SUGESTÃO
01
Sugere-se a incorporação de uma indicação visual (e.g. LED) para informar se o dispositivo está ligado ou não. Pois, ao diminuir a luminosidade do display de
visualização, os usuários podem achar que o dispositivo está desligado.
02
No aplicativo PDF Reader, não é possível fechar todos os arquivos e manter o aplicativo aberto. Sugere-se esta alteração, pois os aplicativos semelhantes para
computadores desktop (e.g. Adobe Reader) possuem esta característica.
03
Sugere-se também uma melhor identificação do botão ENTER no teclado virtual. Apesar de o símbolo utilizado estar correto (), sugere-se identificá-lo com o nome
“ENTER”, uma vez que esta opção mostra-se mais significativa para os usuários.
04
Sugere-se um mecanismo que permita a visualização de rótulos para os botões, semelhante ao que se tem em aplicativos para computadores desktop quando se
posiciona o mouse sobre o botão.
05
Sugere-se que a caneta stylus seja guardada um pouco mais acima da posição atual, pois no posicionamento atual não é possível retirá-la ou colocá-la quando se
está utilizando a capa protetora.
06
Sugere-se uma mudança na localização da caixa de som do dispositivo, pois, uma vez que o usuário segurará o dispositivo com a mão esquerda, o seu dedo polegar
pode ficar sobre a caixa de som.
07 Sugere-se a inclusão de um mecanismo mecânico na lateral direita do dispositivo para fazer rolagem vertical em documentos ou páginas web.
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