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UFRRJ
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
TESE
Caracterização da Qualidade Nutricional, Microbiológica, Física e
de Vida Útil Pós-Colheita de Alface (Lactuca sativa L.) in natura,
Cultivadas por Agricultura Natural, Hidroponia e Método
Convencional, Higienizadas e Acondicionadas em Atmosfera
Natural
Marilene de Oliveira Leite
2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE
ALIMENTOS
CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE NUTRICIONAL,
MICROBIOLÓGICA , FISICA E DE VIDA ÚTIL PÓS-COLHEITA DE
ALFACE (Lactuca sativa L.) IN NATURA ,CULTIVADAS POR
AGRICULTURA NATURAL, HIDROPONIA E MÉTODO
CONVENCIONAL, HIGIENIZADAS E ACONDICIONADAS EM
ATMOSFERA NATURAL
MARILENE DE OLIVEIRA LEITE
Sob a Orientação do Professor
Dr. Armando Ubirajara Oliveira Sabaa Srur
Tese submetida como requisito parcial
para obtenção do grau de Doutora, no
Curso de Pós-Graduação em Ciência e
Tecnologia de Alimentos, Área de
Concentração Ciência dos Alimentos.
Seropédica, RJ
Setembro de 2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
MARILENE DE OLIVEIRA LEITE
Tese submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Ciências dos
Alimentos, no Curso de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, área de
concentração Ciência dos Alimentos.
Tese aprovada em 18 /09 /2007.
Armando Ubirajara Oliveira Sabaa Srur . Doutor. UFRRJ.
Orientador
Carlos Alberto Bento da Silva. Doutor. UBM/ UFRRJ.
Luciana Helena Maia Porte. Doutora. UFRRJ.
Vera Lúcia Mathias da Silva. Doutora. UFRJ.
Alexandre Porte. Doutor.UNISUAM
DEDICATÓRIA
O tempo
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
Mário Quintana
AGRADECIMENTOS
Sinceros agradecimentos:
Ao Prof. Dr. Armando Ubirajara Oliveira Sabaa Srur , que dedica parte de seu
precioso tempo ao crescimento e anseios de seus orientados,
tornando possível a conclusão deste trabalho.
A Associação dos Pequenos Produtores Rurais de Santa Rita de Cássia,
pela parceria , incentivo e colaboração no cultivo das hortaliças.
Aos Professores da Banca Examinadora, por aceitar o desafio desta avaliação.
A Reitoria do UBM pela oportunidade concedida.
A Coordenação do Curso de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia
de Alimentos da UFRRJ,que conseguiu resgastar com
muita propriedade o reconhecimento deste curso.
Aos colegas professores, em especial, ao
Prof. André Seixas de Novais, pela colaboração na parte Estatística,
Prof.Carlos Alberto Bento da Silva pela ajuda na correção final,
Profª Maricinéia Meireles pela correção de ortografia,
Profª Vera Mathias pelas sugestões nas correções finais.
Aos meus queridos alunos pela força e incentivo no dia a dia.
Aos meus pais, esposo e irmãos pela parceria de mais esta conquista.
BIOGRAFIA
1950 - Abril, 9: nasce Marilene de Oliveira Leite em Barra Mansa, Rio de Janeiro; filha
de Manoel Ferreira Leite e Maria Petrina de Oliveira Leite.
1962 - Conclui o curso primário no Grupo Escolar Comendador Pereira Ignácio em
Barra Mansa.
1966 - Conclui o curso ginasial no Colégio Estadual de Barra Mansa.
1969 - Forma-se professora pela Escola Normal do Colégio Estadual de Barra Mansa
1970 - Ingressa no quadro de professores da Secretaria de Educação e Cultura do Estado
do Rio de Janeiro – 1º grau
1975 - Bacharela-se em Ciências Físicas e Biológicas pela Faculdade de Filosofia
Ciências e Letras de Barra Mansa – SOBEU.
1978 - Ingressa no quadro de professores do Colégio Paulo Monteiro Mendes, Volta
Redonda – 2º grau.
1979 - Conclui o Curso de Pós-Graduação Latu Sensu em Ciências Domésticas –
(Nutrição), pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
1079 - Apresenta a Monografia “Mandioca – Hábito Alimentar de Conseqüências
Discutíveis”.
1979 - Conclui o Curso de Pós-Graduação Latu Sensu em Biologia (Parasitologia), pela
Fundação Educacional Severino Sombra – Vassouras.
1979- Ingressa no quadro de professores do Colégio Nossa Senhora do Amparo
assumindo a coordenação do Curso de Patologia Clínica, em Barra Mansa.
1980 - Integra-se ao corpo docente da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Barra
Mansa como professor assistente da Cadeira de Genética.
1980- Inicia o Curso de Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos na UFRRJ,
após concurso de admissão.
1981 - Ingressa no quadro de professores do Colégio Verbo Divino, curso Patologia
Clínica, em Barra Mansa.
1981- Integra-se ao corpo docente da Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia de Barra
Mansa como professor titular da Cadeira de Nutrição.
1981- Recebe homenagem no II Seminário de Nutrição do Hospital da Companhia
Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda após proferir palestra sobre “Proteína
Unicelular”
1982 - Integra-se ao corpo docente da Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia de Barra
Mansa como professor titular da Cadeira de Parasitologia.
1882- Integra-se ao corpo docente da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Barra
Mansa como professor assistente da Cadeira de Microbiologia.
1982- Termina os créditos do Curso de Mestrado da UFRRJ.
1983 - Conclui o curso de Pós-Graduação Latu Sensu em Biologia Geral
POSGRAD/CAPES – ABT Brasília.
1983 - Recebe homenagem pela Coordenação da I Semana de Enfermagem de Barra
Mansa.
1984 - Eleita membro da Congregação da Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia de
Barra Mansa, como representante dos professores titulares.
1984 - Defende Tese de Mestrado, Strictu Sensu, na Universidade Federal Rural do Rio
de Janeiro.
1998 - Eleita membro do CONSEPE como representante professores dos cursos de
graduação do UBM.
1999 - Assume coordenação do Curso de Bacharelado em Nutrição do UBM.
2000 - Eleita membro do CONSEPE como representante professores dos cursos de
graduação do UBM.
Top educacional – Projeto Tecnologia Alternativa para o Cultivo de Vegetais,
ABMES.
Top educacional – O Profissional Nutricionista no Novo Milênio, ABMES.
2002 - Eleita membro do CONSEPE como representante professores dos cursos de
graduação do UBM.
2004- Eleita membro do CONSEPE como representante dos coordenadores dos cursos
de graduação do UBM
2006 –
2006 –
2006 –
Eleita membro do CONSUNI como representante dos professores dos cursos de
graduação do UBM.
Consultora ad hoc Revista Científica do Centro Universitário de Barra Mansa –
UBM.
Membro do Conselho de Ética e Pesquisa Experimental – CEPE , Centro
Universitário de Barra Mansa –UBM.
2006 - XIX Congresso Brasileiro de Nutrição apresentação Oral do trabalho: A
Importância do Nutricioista na Equipe Multiprofissional, no Controle da Infecção
Hospitalar
2007 –
2007 -
Consultora ad hoc Revista Científica do Centro Universitário de Barra Mansa –
UBM.
Conclui curso de Doutorado em Ciência de Alimentos, pelo programa de Pós
Graduação de Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro.
RESUMO
LEITE, Marilene de Oliveira. Caracterização da qualidade nutricional, microbiológica,
fisica e de vida útil pós-colheita de alface (lactuca sativa l.) in natura ,cultivadas por
agricultura natural, hidroponia e método convencional, higienizadas e acondicionadas
em atmosfera natural. 2007. 97p. Tese (Doutorado em Ciência e Tecnologia de Alimentos.
Instituto de Tecnologia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2007.
Dentre as hortaliças de grande consumo no Brasil, encontra-se a alface, Lactuca sativa L.,
tendo a forma de comercialização predominante in natura. Caracterizam-se pela alta
perecibilidade e, conseqüentemente, apresentam vida útil muito curta que, aliada ao manuseio
inadequado durante a colheita, transporte e comercialização, geram perdas sensíveis desses
produtos, diminuindo a quantidade e a qualidade do produto que chega ao consumidor. Este
trabalho teve como objetivo caracterizar a qualidade nutricional, física, microbiológica, e vida
útil de pós-colheita da alface (Lactuca sativa L.) cultivada por agricultura natural (EM
4
),
hidroponia e convencional segundo tipo de variedade, (cv. Verônica e Regina), oferecendo ao
consumidor, um produto in natura, integral, higienizado e acondicionado em atmosfera
natural, aumentando o tempo de vida útil e mantendo qualidade. Cada planta inteira foi
acondicionada, manualmente, em embalagem de Polipropileno, e armazenada em geladeira
doméstica (comum), e mantida em temperatura variando de 5 a 7°C. A avaliação foi feita
durante 21 dias. Os resultados mostraram que a temperatura, o tempo de armazenamento e a
interação entre ambos não afetaram a forma e a aparência natural das alfaces estocadas.
Também a embalagem utilizada evitou a perda de umidade via evaporação, o que manteve o
frescor e a qualidade das mesmas. A variedade Verônica sanitizada apresentou melhores
características em relação ao acondicionamento. As amostras de alface independente do
sistema de cultivo apresentaram boa aparência e conformação sem defeitos. Na avaliação
nutricional a variedade Regina se destacou em relação a variedade Verônica. Os resultados
obtidos na avaliação microbiológica, revelaram a presença coliformes totais em todas as
amostras analisadas, logo após a colheita, decrescendo após sanitização; o que reforça a
necessidade de medidas que garantam uma qualidade sanitária adequada. Não foram
detectadas espécies do gênero Salmonella. Pode-se então inferir a importância dos métodos e
matérias utilizados neste estudo, dado ao alto consumo sob a forma crua principalmente em
nosso país.
Palavras-chave: Alface. Higienização e Acondicionamento. Vida útil.
ABSTRACT
LEITE, Marilene de Oliveira. Characterization of the nutricional, microbiological, fisica
quality and of useful life lettuce after-harvest (lactuca sativa l.) in natura, cultivated for
natural, hidroponia agriculture and conventional method, higienizadas and conditioned
in natural atmosphere. 2007. 97p. Thesis (Doutorado in Science and Food Technology.
Department of Technology, Agricultural Federal University of Rio De Janeiro, Seropédica,
RIO DE JANEIRO, 2007.
Amongst the hortaliças of great consumption in Brazil, it meets lettuce, sativa Lactuca L.,
having the form of predominant commercialization in natura. They are characterized for the
high perecibilidade and, consequently, they very present short useful life that, allied the
inadequate manuscript during the harvest, has carried and commercialization, generate
sensible losses of these products, diminishing the amount and the product quality that arrive at
the consumer. This work had as objective to characterize the nutricional, physical,
microbiological quality, and useful life of after-harvest of the lettuce (sativa Lactuca L.)
cultivated for natural agriculture (EM4), hidroponia and conventional according to type of
variety, (cv. Verônica and Regina), offering the consumer, a product in natura, integral,
higienizado and conditioned in natural atmosphere, increasing the time of useful life and
keeping quality. Each entire plant was conditioned, manually, in Polypropylene packing, and
stored in refrigerator domestic (common), and kept in temperature varying of 5 7°C. The
evaluation was made during 21 days. The results had shown that the temperature, the time of
storage and the interaction enter both had not affected the form and the natural appearance of
the storaged lettuces. Also the used packing prevented the loss of humidity saw evaporation,
what it kept the coolness and the quality of the same ones. Sanitizada the Verônica variety
presented better characteristics in relation to the preservation. The samples of independent
lettuce of the culture system had presented good appearance and conformation without
defects. In the nutricional evaluation the Regina variety if detached in relation the Verônica
variety. The results gotten in the microbiological evaluation, had disclosed to the presence
coliformes total in all the analyzed samples, then after the harvest, decreasing after
sanitização; what it strengthens the necessity of measures that guarantee adequate a sanitary
quality. Species of the Salmonella sort had not been detected. It can then be mainly inferred
the importance of the methods and substances used in this study, given to the high
consumption under the raw form in our country.
Key-word: Lettuce. Hygienic cleaning and Preservation. Useful life.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Sementeira - bandejas multicelulares ............................................................. 54
Figura 2 – Sistema de produção de mudas de alface em canteiro (EM
4
)........................ 54
Figura 3 – Preparo de canteiro para cultivo natural EM
4
................................................. 55
Figura 4 – Preparo de canteiro para cultivo convencional............................................... 55
Figura 5 – Preparo para cultivo hidropônico................................................................... 55
Figura 6 – Colheita – sistema de cultivo hidropônico..................................................... 57
Figura 7 – Colheita – sistema de cultivo hidropônico..................................................... 57
Figura 8 – Alface sobre a bancada, para retirada do excesso de água............................ 58
Figura 9 – Alfaces acondicionadas em embalagem de Polipropileno.............................. 58
Figura 10: Alface crespa ( Verônica)............................................................................... 58
Figura 11 – Figura.11: Alface lisa ( Regina )................................................................... 58
LISTA DE FLUXOGRAMAS
Fluxograma 1 – Processo de contaminação..................................................................... 21
Fluxograma 2 - Origens dos nutrientes no cultivo em solo e hidroponia........................ 39
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Determinação do número de heterótropos totais por amostra segundo o
intervalo de tempo após a colheita...................................................................................
70
Gráfico 2 – Determinação do número de heretótrofos totais por amostra segundo o
intervalo de tempo após a colheita...................................................................................
71
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Agricultura natural segundo mokiti okada.................................................... 23
Quadro 2 – Resumo das principais funções dos nutrientes nas plantas........................... 36
Quadro 3 – Descrição dos sintomas de deficiência de nutrientes.................................... 37
Quadro 4 – Sintomas visuais gerais de excesso de nutrientes em vegetais..................... 38
Quadro 5 – Croqui do Experimento................................................................................ 60
Quadro 6 – Detalhes de uma parcela............................................................................... 61
Quadro 7 – Detalhes de um canteiro................................................................................ 61
Quadro 8 – Análise de variância...................................................................................... 62
Quadro 9 – Variação dos métodos em relação às variedades.......................................... 62
Quadro 10 – Variação dos métodos em relação às variedades........................................ 63
Quadro 11 – Análise microbiológica e características sensoriais.................................... 64
Quadro 12 – Análise de variâncias.................................................................................. 64
Quadro 13 – Influência do tempo.................................................................................... 65
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Teores médios: Proteína (Pt), Umidade (U), Cinzas (Ci), Extrato etereo
(Ee), Fibra alimentar (Fa) Glicídios totais (GT) e valor calórico (Kcal) da parte aérea
de duas cultivares de alface produzidos sob cultivos (natural-EM; hidroponia e
convencional) durante o período de julho a novembro de 2000 no município de Barra
Mansa RJ.........................................................................................................................
66
Tabela 2: Análise de correlações entre os métodos de cultivo......................................... 67
Tabela 3 - Análise de correlações entre os métodos de cultivo....................................... 67
Tabela 4 - Análise física – biométrica.............................................................................. 68
Tabela 5 - Resultados das análises microbiológicas dos diferentes tipos de alfaces
logo após a colheita..........................................................................................................
69
Tabela 6 - Resultados das análises microbiológicas dos diferentes tipos de alfaces 7
dias após a colheita...........................................................................................................
69
Tabela 7 - Resultados das análises microbiológicas dos diferentes tipos de alfaces 14
dias após a colheita...........................................................................................................
70
Tabela 8 - Tempo de acondicionamento variedade Regina............................................ 72
Tabela 9 - Tempo de acondicionamento variedade Verônica......................................... 73
Tabela 10 - Análise realizada nas médias do atributo aparência ao final de 21 dias
de experimento.................................................................................................................
73
Tabela 11 - Análise realizada nas médias do atributo turgor ao final de 21 dias de
experimento......................................................................................................................
74
Tabela 12 - Médias da avaliação da performance (aparência e turgor em conjunto)
características sensoriais ao final de 21 dias de experimento.........................................
75
Tabela 13: Médias da performance das variedades......................................................... 75
Tabela 14: Anova............................................................................................................. 75
Tabela 15: Teste – Tukey.................................................................................................
76
LISTA DE ABREVIATURAS
EM - Effective Microorganisms
pH - potencial hidrogenionico
PNAE – Programa de alimentação escolar
MAP - fosfato monoamônico purificado
MKP – fosfato monopotássico
DAP – fosfato diamônico
DNA – ácido desoxirribonucleico
RNA – ácido ribonucleico
ATP – adenosina trifosfato
NFT – nutrient film technique
RMP - processed minimally refrigerated
GPS - Global Positioning System
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................
18
1.1 Objetivos................................................................................................................
19
1.1.1 Objetivo Geral.....................................................................................................
19
1.1.2 Objetivos Específicos..........................................................................................
19
2 REVISÃO DE LITERATURA................................................................................
20
2.1 Sistemas de Cultivo................................................................................................
20
2.1.1 O Solo...................................................................................................................
20
2.1.2 Agricultura Natural ou Orgânica.....................................................................
22
2.1.3 Horta Natural.....................................................................................................
27
2.1.4 Hortas Escolares.................................................................................................
28
2.1.5 Merenda Escolar.................................................................................................
28
2.1.6 Hidroponia...........................................................................................................
31
3 CULTIVO CONVENCIONAL...............................................................................
33
4 NUTRIÇÃO MINERAL DOS VEGETAIS...........................................................
34
5 CULTIVO PROTEGIDO DE HORTALIÇAS......................................................
40
6 CULTIVO DE ALFACE..........................................................................................
42
6.1 Formação de Mudas..............................................................................................
45
6.2 Formação da Alface...............................................................................................
46
6.3 Estruturas para Cultivo........................................................................................
46
6.4 Solução Nutritiva...................................................................................................
46
7 COLHEITA, PÓS-COLHEITA E COMERCIALIZAÇÃO................................
49
8 PRODUTOS MINIMAMENTE PROCESSADOS...............................................
51
9 MATERIAL E MÉTODOS.....................................................................................
53
9.1 Procedência, Colheita e Preparo das Amostras..................................................
53
9.1.1 Sementes.............................................................................................................
53
9.1.2. Sementeiras........................................................................................................
53
9.1.3 Preparo do Solo...................................................................................................
53
9.1.4 Colheita................................................................................................................
56
9.1.5 Acondicionamento..............................................................................................
56
9.1.6 Avaliação das Características Pós-Colheita do Produto Embalado..............
56
9.1.7 Análise Física – Biométrica
59
9.1.8 Análise Microbiológica
59
9.1.9 Análise Físico-Química
59
10 ANÁLISE ESTATÍSTICA
60
10.1 Acondicionamento
63
11 RESULTADOS E DISCUSSÃO...........................................................................
66
11.1Qualidade Nutricional.........................................................................................
66
11.2 Análise Física – Biométrica.................................................................................
68
11.3 Análise Microbiológica.......................................................................................
69
11.4 Avaliação das Características Pós-colheita do Produto Embalado................
72
11.4.1 Tempo de acondicionamento ..........................................................................
72
11.4.2 Medias das características sensoriais pós-colheita do produto embalado
73
12 CONCLUSÕES.......................................................................................................
77
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.......................................................................
79
INTRODUÇÃO
Ao observar a qualidade de vida da humanidade, o que mais chama a atenção é a
vontade do homem de tentar dominar a natureza. A natureza é a condição material primeira de
existência da espécie humana e o homem é fundamentalmente constituído por ela. Esta
natureza, por sua vez, sofre transformações pela ação dos homens em sociedade, com o
objetivo de assegurarem melhores condições de sobrevivência (ALMEIDA, 1998).
Especialistas vêm mostrando que a saúde da população mundial está se deteriorando
gradualmente. Esse fato é bastante evidenciado, sobretudo, nos países industrializados, pelo
aumento de enfermidades, detectadas tanto nos adultos como nas crianças (doenças
cardíacas, diabetes, obesidade, etc.).
Esse aumento de situações anormais pode ser atribuído a várias causas, uma das quais
é a deterioração da saúde. Assim, pode-se concluir que a modernização e a complexidade da
vida cotidiana que acompanham o progresso da ciência deram origem a novas enfermidades.
Outra causa importante são as mudanças observadas na alimentação. A contaminação
gradual dos alimentos (que acompanha o progresso da cultura nos países adiantados),
possibilita novas enfermidades, que são chamadas “contemporâneas”.
Quando se enfoca o problema da mudança de hábitos verificada na alimentação
humana, existe uma tendência a centralizar as investigações no balanço da dieta, ou seja, a
relação entre a proporção de carnes e vegetais, e nas influências causadas pela mudança de
conteúdo das dietas. Entretanto, um fator dos mais importantes, é o que se relaciona com a
qualidade dos alimentos. A sanidade e a pureza dos vegetais, das frutas, hortaliças, carne,
leite, ovos e peixes dependem das técnicas agrícolas que vêm sendo desenvolvidas pelo
homem.
Cientistas brasileiros alertam que o Brasil se tornou um dos líderes no uso de
agrotóxicos, sofrendo com isso graves problemas sanitários e ambientais (O GLOBO, 1995).
O país gasta ao ano US$ 1,4 bilhões com a compra de agrotóxicos, sendo o quinto maior
consumidor do mundo destes produtos. A demanda nacional por essas substâncias cresce
6,5% ao ano e o uso indiscriminado afeta não só a lavoura, mas também rios e mares para
onde escoam 25% dos resíduos (VEJA, 1998).
Segundo FERRAZ (1995), a produtividade das maiores culturas brasileiras não
aumenta na mesma proporção em relação ao aumento de agrotóxicos. SILVA (1995) mostrou
que os resíduos de fertilizantes que escorrem para os rios, por causa da erosão provocada pela
irrigação ou pelas chuvas, induzem a liberação de 12 toxinas pelas micro-algas que formam o
fitoplâncton.
Aproximadamente 30 a 40% dos produtos hortícolas colhidos em países em
desenvolvimento, não chegam a atingir o consumidor final em virtude de deteriorações e de
manipulações incorretas que ocorrem durante a colheita,transporte, acondicionamento e
distribuição. (MILLER, 1991).
Para REYES (1996), apesar do aumento da demanda mundial por vegetais frescos
prontos para o consumo, tanto no mercado interno como externo, tem sido dificultada pela
curta vida de prateleira desses produtos.
Dessa maneira, o homem vem se preocupando com a cultura de vegetais sem o uso de
agrotóxicos, de modo a contribuir para a qualidade de vida da população.
Portanto, o presente trabalho visa contribuir para essa melhoria por meio de um estudo
de alternativas alimentares: diferentes tecnologias de cultivo, qualidade nutricional e
microbiológica, pós-colheita da alface (Lactuca sativa L.), minimamente processada.
1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivo Geral
Avaliar a qualidade nutricional, microbiológica, física, característica sensorial
(aparência e turgor) e vida útil de pós-colheita da alface (Lactuca sativa L.) cultivada por
agricultura natural (EM
4
), hidroponia e convencional segundo tipo de variedade.
1.1.2 Objetivos Específicos
Identificar o perfil nutricional das variedades da alface (Lactuca sativa L.) cultivadas
por diferentes tecnologias.
Avaliar a contagem de microorganismos: heterótrofos mesófilos totais, coliformes
fecais e Salmonella sp.
Verificar a característica sensorial das diferentes variedades da alface (Lactuca sativa
L.) produzidas por diferentes tecnologias de cultivo.
Avaliar a influência do tempo de acondicionamento da alface (Lactuca sativa L.) de
forma integral, em suas características sensoriais (aparência e turgor).
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Sistemas de Cultivo
2.1.1 O Solo
Na prática da agricultura, no manejo do solo e das plantas deve-se encarar a terra
como um mundo complexo e interado onde devem viver em equilíbrio um número
incalculável de seres microscópicos animais e vegetais que garantem a perfeita fertilidade
do solo e a sanidade das plantas. O solo possui três aspectos importantes: o físico, o
químico e o biológico. Cada um corresponde a um estágio de fertilidade: a física, a
química e a biológica. Em climas quentes, como no Brasil, o desgaste de matéria orgânica
do solo é constante, ao contrário da Europa, onde o inverno rigoroso descansa a terra e
reduz a atividade microbiológica (GUIA RURAL, 1991).
O aspecto físico diz respeito à estrutura e a textura. O solo é feito de água, ar,
minerais (areia e argila) e matéria orgânica. A predominância de um ou outro elemento faz
com que o solo seja bem ou mal estruturado; de textura grossa (arenosa); média (arenoso –
argiloso) ou fina (argiloso). (MARQUES et al, 2002)
A fertilidade física da terra é a base para a fertilidade química e biológica, pois sem
espaço adequado para a circulação do ar e da água não é possível haver reações químicas,
nem vida (GUIA RURAL, 1991).
O aspecto químico diz respeito aos nutrientes que se encontram na água ou nos
minerais do solo. As raízes só são capazes de absorver nutrientes que estejam dissolvidos
na água, e em formas químicas simples. São os microorganismos e o tipo de material de
que é composto o solo (areia, argila e matéria orgânica) que agem como intermediários
entre os nutrientes e as raízes. (BENINI et al, 2002)
O aspecto biológico representa todas as formas de vida que habitam o solo. Milhares
de espécies de fungos, bactérias, vírus, vermes, algas, entre outros,são responsáveis pela
decomposição de matéria orgânica. A fertilidade biológica e a própria estrutura do solo
dependem de todos esses microorganismos. (MENGEL & KIRKBY, 2001)
Fertilizando-o artificialmente, os resultados podem ser melhores por algum tempo;
porém, com o uso excessivo de fertilizantes, existem, entretanto, riscos de salinização do
solo, entupimentos de emissores e de contaminação ambiental, pois o solo poderá deixar de
receber estímulos de forma eficiente. (VAN DER BOON et al, 1990)
Em se tratando de fertilização de hortaliças, no caso a alface, sua produtividade
está relacionada com diversos aspectos, incluindo fitossanidade, umidade do solo e os
teores de nutrientes disponíveis para a planta, quer seja oriundo da fertilidade natural do
solo quer resultante da adição de fertilizantes. A adubação das hortaliças é geralmente
realizada por meio da aplicação dos fertilizantes menos solúveis e parte dos solúveis em
pré-plantio e o restante em coberturas ao longo do ciclo da cultura. (ANDRADE &
GONTIJO, 1990)
De acordo com as quantidades requeridas, esses minerais são classificados em macro e
micronutrientes. Os macronutrientes são: nitrogênio (N),fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca),
magnésio (Mg) e enxofre (S), enquanto os micronurientes são: boro (B), cloro (Cl), cobre
(Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo),etc... Além dos macro e micronutrientes
minerais, a planta necessita do carbono (C), do hidrogênio (H) e do oxigênio (O) que são
providos pelo ar e pela água. (RIBEIRO et al, 1999)
Dessa maneira, a poluição por meio de fertilizantes pode ser comparada à intoxicação
do homem por meio de drogas (fluxograma 1), ou seja, uma superdosagem, refletindo na
saúde das populações de forma negativa, tendo em vista que, para o desenvolvimento normal,
as plantas necessitam de 16 elementos, dos quais 13 são nutrientes minerais. (FOLEGATTI,
1999)
Fluxograma 1 – Processo de contaminação.
FONTE: LEITE, Marilene de Oliveira. Tecnologia Alternativa para o Cultivo de Vegetais, UBM (1998)
Peixes
Aditivos
Rios, Lagoas,
Mananciais
Água de Despejos,
Enxurradas
Solo de
Culturas
Produtos
Agrícolas
Alimentos
Produtos
Elaborados
Homem
Fertilizantes
Agrotóxicos
Aditivos
Aditivos
Forragens e
Rações
Leite,
Carne e
Ovos
Pesquisa desenvolvida pelo Instituto de Biologia da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, para a Secretária Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, revela
que a contaminação é feita por agrotóxicos em 36% das folhagens em geral. Alguns
apresentam contaminação em grau tolerável. Dentre os produtos com alto índice de
contaminação, estão salsa, agrião e alface. Levando-se em consideração que no ser humano
esse índice é cumulativo, pois desde criança se consome alimentos contaminados, as
patologias são inevitáveis. (O GLOBO, 2006)
A consciência, por parte dos consumidores, da utilização de substâncias tóxicas na
agricultura convencional, assim como o consumo de alimentos excessivamente processados e
geneticamente modificados têm levado estes à busca por uma alternativa mais segura, tanto
para a sua própria saúde como para a preservação do meio ambiente. Essas razões motivaram
algumas pessoas, em todo o mundo, a utilizar alimentos organicamente cultivados.
(DAROLT, 2004)
No entanto, alguns produtores e pesquisadores questionam a qualidade de alimentos
orgânicos, que atendam parâmetros ambientais, econômicos e humanos, principalmente nos
aspectos microbiológicos e parasitológicos, essencialmente pela utilização em grande escala
de adubos provenientes de fezes de vários animais, tornando o mesmo mais suscetível à
contaminação por microrganismos patógenos, visto que nas fezes de animais, freqüentemente,
estão presentes bactérias responsáveis por surtos de toxinfecção alimentar, assim como
helmintos e protozoários causadores de diversas patologias humana. (REZENDE e FARINA,
2001)
Independentemente do sistema de cultivo, o consumo de vegetais “in natura” constitui
um importante meio de transmissão de várias doenças infecciosas. Dentre esses alimentos, as
hortaliças folhosas se destacam como um dos veículos de contaminação mais significativos,
principalmente aquelas que apresentam folhas imbricadas e de superfície irregular, pois estas
oferecem maiores condições para retenção e sobrevivência dos organismos nelas depositados.
(ROLIM e TORRES, 1992)
Outra fonte original de contaminação de hortaliças é a água de irrigação que pode
apresentar uma grande quantidade de contaminantes como coliformes de origem fecal,
salmonelas, ovos de helmintos, cistos de protozoários e outros, quando associada a descargas
de esgotos ou até mesmo a presença de animais pastando próximo a essas áreas (PACHECO
et al., 2002).
2.1.2 Agricultura Natural ou Orgânica
A história da agricultura orgânica remonta ao início da década de 20, com o trabalho
do pesquisador inglês Albert Howard que, em viagem à Índia, observou as práticas agrícolas
de compostagem e adubação orgânica utilizadas pelos camponeses, relatando-as
posteriormente em seu livro “Um testamento agrícola”, de 1940.
Na mesma época, na França, Claude Aubert difundiu o conceito e as práticas da
agricultura biológica, na qual os produtos são obtidos pela utilização de rotação de culturas,
adubos verdes, estercos, restos de culturas, palhas e outros resíduos vegetais ou animais, bem
como controle natural de pragas e doenças. O uso de fertilizantes, adubos e defensivos
sintéticos é suprimido no manejo das lavouras. Aceleradores artificiais de crescimento ou
engorda também são abolidos no manejo de animais, somente sendo aplicadas as vacinas
obrigatórias. A fitoterapia, a homeopatia e a acupuntura são os tratamentos utilizados em caso
de doenças.
Na Alemanha, em 1924, Rudolf Steiner lançou as bases da agricultura biodinâmica,
que busca a harmonia e o equilíbrio da unidade produtiva (terra, plantas, animais e o homem)
utilizando as influências do sol e da lua. A tese advoga que, para se estabelecer o elo entre as
formas de matéria e de energia presentes no ambiente natural, somente devem ser utilizados
os elementos orgânicos produzidos na propriedade agrícola, já que esta é considerada um
organismo, um ser indivisível.
No Japão, em 1935, Mokiti Okada definiu a filosofia do que seria uma “agricultura
natural”, segundo a qual existem espírito e sentimento em todos os seres vivos (vegetal e
animal). A agricultura natural valoriza o solo como fonte primordial de vida e, para fertilizá-
lo, procura fortalecer sua energia natural utilizando os insumos disponíveis no local de
produção para adubar e fertilizar a terra. Seu objetivo máximo é obter produtos por sistemas
agrícolas que se assemelhem às condições originais do ecossistema.
Mokiti Okada, já previa o perigo de destruição da saúde da humanidade e o
enfraquecimento da agricultura moderna. Seu principal objetivo era proporcionar um método
concreto para uma agricultura verdadeira. Ele criou e iniciou a difusão do processo
denominado “Agricultura Natural”. Para ele, utilizando-se corretamente as forças e energia da
natureza, é possível obter-se nas colheitas produtos suficientes, sem a necessidade de usar
agrotóxicos.
Agricultura Natural tem como meta o total abastecimento de alimentos que eliminem
a doença, a pobreza e o conflito. Para tanto se deve atentar para as leis fundamentais da
sobrevivência alicerçadas na correta visão sobre a natureza. (OKADA, 1995)
Quadro 1 - Agricultura Natural, segundo Mokiti Okada
1° Estágio – Alimentação e medicina partem da mesma origem
2° Estágio – Produtor e consumidor deverão ter vantagens econômicas e espirituais iguais
3° Estágio – Ter caráter permanente e ser praticável por qualquer pessoa
4° Estágio – Responsabilizar-se pelo meio ambiente
5° Estágio–Responsabilizar-se pela produção de alimentos, que atenda o aumento da população
Fonte: HIGA, TERUO. Agricultura Natural (1991)
Para Mokiti Okada tudo o que tem vida e evolui, teve sua gênese a partir de três
elementos: o fogo (energia radiada pelo Sol), a água (energia irradiada pela Lua) e o solo
(energia irradiada pelo Globo Terrestre, que alcança até um determinado nível da
estratosfera). Tais energias denominadas por ele como “forças vitais” ou “forças naturais”,
usadas de forma adequada dão condições ao solo, para que em conjunto produzam a vida.
Partindo-se do princípio de que o solo é algo vivente, do mesmo modo que o homem
que mais trabalha é o mais sadio, assim também o solo mais intensamente cultivado produz
melhor. Se o estado natural do solo for mantido, mesmo que se façam culturas repetidas, ele
se adaptará, não se tornando empobrecido. (PASCHOAL, 1994)
Em um mundo natural, as forças do solo se manifestarão em sua expressão máxima.
Na realidade, é um método agrícola simples, conciso, seguro e permite produção abundante
de alimentos sadios e saborosos. Dr. Teruo Higa, professor da Universidade de Ryerkyus, no
Japão, grande conhecedor na área de produção agrícola e industrialização de alimentos, vem
pesquisando a atuação de microorganismo no solo desde 1970 (HIGA,1991).
Acreditando que a melhor forma de tornar viável a Agricultura Natural é através da
utilização dos microorganismos, foi iniciada em 1982 experimentos em campo, em várias
regiões do Japão, com resultados positivos.
Os microorganismos são seres microscópios que exercem um papel fundamental em
toda vida, desde a captação de energia solar, até suas várias transformações na Terra; ou seja,
toda a vida no planeta depende em última instância das atividades dos microorganismos.
(PENTEADO, 2000)
O sistema orgânico é um investimento do qual se espera a conservação dos recursos
naturais, garantindo a sustentabilidade do solo, da água e da biodiversidade, sem comprometer
a eficiência na meta produtiva. Além de favorecer uma melhor distribuição de renda, a
agricultura orgânica oferece um produto de melhor qualidade, proporcionando ao consumidor
a certeza de não estar ingerindo um alimento com resíduos de defensivos agrícolas uma vez
que esse tipo de cultivo dispensa o uso de adubos e defensivos químicos sintéticos. Neste
contexto, os alimentos orgânicos ganharam mais impulso e mercado (SEGOVIA, 1991).
Os cientistas deduziram que os microorganismos originaram-se aproximadamente há
quatro bilhões de anos, a partir de um material orgânico complexo em águas oceânicas, ou
possivelmente de nuvens que circundavam nossa primitiva Terra. Como os primeiros indícios
de vida na Terra, os microorganismos são considerados ancestrais de todas as outras formas
de vida. (PELCZAR, JR. 1996)
A maioria dos produtos utilizados pelo homem é resultante de processos que envolvem
a atividade dos microorganismos. Segundo o professor Higa (1991), os microorganismos
podem de maneira simples ser divididos em dois grandes grupos quanto a sua direcionalidade,
a saber: microorganismos com capacidade de regeneração e microorganismos com capacidade
degenerativa. Os primeiros produzem substâncias orgânicas úteis às plantas, e no seu
metabolismo secundário produzem hormônios e vitaminas, melhorando assim as propriedades
físicas, químicas e biológicas do solo. Os degenerativos produzem no seu metabolismo
primário, amônia, sulfeto de hidrogênio, mercaptana e outros, o que não só prejudica as
plantas como também endurece o solo, induzindo a freqüentes infestações de pragas e
doenças.
Segundo ALTIERI 2001, o objetivo é trabalhar e alimentar sistemas agrícolas
complexos onde as interações ecológicas e sinergismos entre os componentes biológicos
criem, eles próprios, a fertilidade do solo, a produtividade e a proteção das culturas.
As condições de umidade e aeração e o equilíbrio do meio ambiente são fatores
determinantes para a sobrevivência desses microorganismos e, conseqüentemente, sua
utilização como agentes protetores e preservadores do solo. Por essa razão, uma das principais
práticas utilizadas nos cultivos orgânicos é o fornecimento e/ou preservação de
microorganismos do solo, para que as condições ideais de transformação biológica sejam
asseguradas. (CIRCUITO AGRÍCOLA, 2000).
Os microorganismos utilizados por ele pertencem ao grupo dos que apresentam
capacidade de regeneração. Esse “pool” de microorganismos passou a ser denominado
(Effective Microorganisms), Microorganismos Eficazes ou simplesmente E.M. (HIGA,1991).
O E.M. é constituído por um grupo de microorganismos, com funções diferenciadas
entre as quais podemos citar bactérias, produtoras de ácido lático, leveduras, actinomicetos,
fungos filamentosos e bactérias fotossintéticas, que através de mecanismos especiais,
coexistem dentro de um mesmo meio líquido. (HIGA,1991)
As enzimas, as substâncias bioativas, os aminoácidos, os ácidos nucléico e outros,
produzidos pelas diversas espécies de microorganismos exercem direta ou indiretamente
influência positiva no crescimento da planta (FREITAS et al, 2001).
O E.M. é constituído de seres vivos, por isso se faz necessário haver condição no solo
para sua fixação, multiplicação e atividade. Há duas condições fundamentais: a presença de
matéria orgânica, sendo ideal a incorporação de material orgânico ainda verde e umidade
adequada, que permita a atividade dos microorganismos. (MIYAZAWA et al, 2000).
É importante salientar que os microorganismos eficazes não são nocivos ao homem ou
a outros animais. O trabalho no solo com repetição de cultura, está sendo comprovado no
Japão, Tailândia e Brasil, e resultados interessantes vêm sendo obtidos (ARCHER, 2002).
As funções desempenhadas por cada espécie são as seguintes:
- Bactérias produtoras de ácido láctico: transformam açúcares produzidos pelas bactérias
fotossintéticas, leveduras e açúcares presentes nos vegetais, em ácido láctico. Em
condições anaeróbicas, elas decompõem as proteínas em aminoácidos. Também
apresentam uma forte capacidade bactericida, em especial, no controle da reprodução de
microorganismos nocivos e no controle da rápida decomposição putrefativa da matéria
orgânica. Solubilizam matéria orgânica de difícil decomposição como celulose e lignína, e
ao mesmo tempo eliminam os efeitos nocivos causados pela matéria orgânica não
decomposta (AZEVEDO, 2004).
- Leveduras: Adotam a energia fermentativa e como matéria prima, as substâncias
secretadas pelas raízes das plantas, os aminoácidos, os açúcares produzidos pelas bactérias
fotossintéticas e a matéria orgânica existente dentro do solo. Produzem em especial as
substâncias bioativas, os hormônios produzidos por elas ativam a divisão celular das
raízes. Também produzem substâncias necessárias para a reprodução de outros
microorganismos eficazes (bactérias lácticas e actimomicetos) (ASAMI et al, 2003).
- Actinomicetos: São microorganismos intermediários entre as bactérias e os fungos.
Aproveitam os aminoácidos produzidos pelas bactérias fotossintéticas e produzem
substâncias antimicrobianas, que controlam os microorganismos patogênicos, a produção
antecipada de substâncias necessárias ao aumento dos fungos e de bactérias nocivas,
tornando o ambiente favorável a outros microorganismos úteis. Quando os actinomicetos
coexistem com as bactérias fotossintéticas, sua ação purificadora se duplica, caso
compararmos aos mesmos de forma isolada. Auxiliam também a atuação da
azotobactérias e micorriza (BERBARI et al, 2001).
- Fungos filamentosos: Eles se encontram presentes na produção de alimentos
fermentados. São eficazes no aumento de ésteres dentro do solo. Sua forte capacidade de
formação de álcool e ácidos orgânicos tem prevenido a aparição de larvas e outros insetos
daninhos; se observa também grande efeito na dissipação dos odores (FERREIRA et al,
2003).
- Bactérias fotossintéticas: São autotróficas, têm como fonte de energia a luz e o calor
recebidos pelo solo. Seus alimentos são as secreções que saem das raízes das plantas,
matéria orgânica e gases nocivos (sulfeto de hidrogênio). Sintetizam aminoácidos, ácidos
nucléicos, substâncias bioativas e açúcares. Essas substâncias metabolizadas são
absorvidas pelas plantas e se fazem igualmente substratos utilizados por outros
microorganismos. A fixação e a reprodução das bactérias fotossintéticas no solo
estimulam outros microorganismos do solo. Os aminoácidos que são produzidos pelas
bactérias fotossintéticas aumentam as micorrizas (rizoide e pêlos absorventes); permitindo
que o fósforo insolúvel, que não é absorvido pela raiz da planta, passe a estar disponível
para a planta. Elas também fazem simbiose com uma espécie fixadora de nitrogênio
(azotobacter) ativando a capacidade de fixação de nitrogênio.
Existem os seguintes tipos de E.M.:
- EM-2 (microorganismos eficazes I)
Trata-se de uma mistura de mais de dez gêneros e de 80 espécies dos microorganismos
misturados (bactérias fotossintéticas, actinomicetos, leveduras, fungos e outros), que foram
cultivados em meio líquido com um pH 7.0 e armazenado em um pH 8.5. O número de
microorganismos na suspensão é de 10
9
/g. (PACHECO, 2002)
- EM-3
Trata-se de uma mistura de microorganismos eficazes dos quais 95% são constituídos
por bactérias fotossintéticas. Cultivadas em meio líquido com um pH 8.5. O número de
microorganismos na suspensão é de 10
9
/g. (RODRIGUES, 2003)
- EM-4
Trata-se de uma mistura de microorganismos eficazes sendo que mais de 90% são
constituídos por lactobacilos e microorganismos produtores de ácido lático. Pode fermentar
materiais orgânicos e torná-los solúveis à água mesmo sob condições anaeróbicas. Cultivados
em um meio líquido com um pH 4.5. O número de microorganismos na solução é de 10
9
/g.
(BOINK & SPEIJERS, 2001)
- EM-5
É desenvolvido a partir do EM-4, onde se acrescentaram propriedades de prevenção e
combate a doença e pragas. No caso de ocorrência de pragas, efetuam-se pulverizações
foliares duas vezes por semana, na concentração de 1:1000 a 1:2000, sempre ao final da tarde
(KROHN et al, 2003).
- EM-BOKASHI
É um composto de nutrientes que contribui para o pleno desenvolvimento do EM e,
por conseguinte da planta. Constitui-se de uma mistura de farelos diversos inoculados com
EM. Sua utilização é opcional; uma vez que sua função é assegurar uma fermentação
perfeita. Encontram-se em sua composição: 50% de farelo de trigo ou arroz; 30% de farelo de
mamona ou soja, ou ainda casca de amendoim, 15% de casca de arroz (máximo); 3% de
farinha de carne e osso e 2% de farinha de peixe (máximo). (COMETTI et al, 2000)
Para Souza (2003), a produção de alimentos orgânicos não significa apenas a
substituição de insumos sintéticos por orgânicos no manejo dos cultivos que se pretende
fazer, representa, também, o cumprimento de requisitos no âmbito dos direitos trabalhistas, do
estatuto da criança e do adolescente, dos princípios e das técnicas de produção e, em algumas
situações, da certificação dos produtos, para alcance de credibilidade do mercado.
De acordo com o regulamento da Comunidade Econômica Européia (CEE), de 1991,
“a fertilidade e a atividade biológica dos solos devem ser mantidas ou melhoradas, nos casos
adequados, através do cultivo de produtos hortícolas, fertilizantes verdes ou plantas com
sistema radicular profundo, no âmbito de um programa de rotação plurianual adequado; e/ou
da incorporação aos solos de matérias orgânicas de compostagem ou não...”.
2.1.3 Horta Natural
Quando Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil, encontrou matas exuberantes e terras
que “em se plantando tudo dá”, inclusive hortaliças. E mesmo sem plantar. Os europeus
trouxeram para nova terra, hortaliças como couve, alface, nabo, rabanete, pepino, coentro,
salsa, alho agrião, cenoura, berinjela e espinafre. Frutas como laranja, limão, figo, cidra, romã
e cana-de-açúcar. (CASCUDO, 1983)
De lá para cá, a história das hortas no Brasil passou por idas e vindas. Avanços e
retrocessos, com a influência decisiva da progressiva chegada de vários povos e raças. Mesmo
com heranças tão valiosas (a indígena, a portuguesa e a africana), o brasileiro que surgiu a
partir desses três influências básicas não se distinguiu por ser um consumidor do verde. A
partir do começo do século XVII, as hortaliças, pouco a pouco, passaram a categoria de
“mistura”, complemento eventual preteridas pelas carnes de gado, de peixe e de caça, muito
abundantes e baratas. (FERRÃO, 1993)
Mudanças realmente significativas vieram com os japoneses que começaram a chegar
1908, e inicialmente trabalharam para as grandes fazendas de café. Pouco a pouco
canalizaram sua disciplina e eficiência no trabalho para a produção hortifrutigranjeira, em
pequenas propriedades próximas a grandes cidades, formando, por exemplo, o “cinturão
verde” na grande São Paulo. Passaram a produzir em larga escala, com modernas técnicas,
criando uma maior demanda de alimentos.
A horta reúne, num pequeno espaço, vegetais diferenciados. Eles têm ciclos de vida
diversificados, respondem de maneira diversa ao clima; pedem nutrientes diferentes; atraem
insetos, bactérias, fungos e vírus variados, mas dependem uns dos outros para dar o melhor de
si ao cultivador. Formar uma horta é quase “reorganizar” a natureza, procurando garantir a
melhor relação entre as plantas, os outros seres vivos e o meio ambiente. (RAYMOND, 1985)
Enfim, cada pedaço de terra é um “mundo” que é preciso observar, compreender e ao
qual o homem deve se integrar, como um elemento a mais que, com sua ação, vai modificar
todo o conjunto anterior, pois qualquer mudança, por menor que seja, altera a totalidade, e por
isso tem de ser feita com muito respeito. (SEABROCK, 1993)
O trabalho de uma horta numa propriedade começa pela escolha do local mais
adequado e pelo planejamento global de o quê vai ficar onde. Uma horta exige atenção diária
(nas regas, semeaduras, transplantes, controle do mato e pragas). Verduras e legumes exigem
muito sol, se possível o dia inteiro. Outro ponto importante é a disponibilidade de água
abundante e limpa. As hortaliças precisam de muita água para crescer. (NOLASCO, 1986)
O terreno da horta deve ser isolado de pequenos animais silvestres e domésticos,
através de cercas. O local deverá estar protegido dos ventos fortes, e é muito importante que
se conheça o solo; como já foi citado anteriormente. (BORGES, 1986)
2.1.4 Hortas Escolares
As hortas escolares, além de enriquecer a merenda escolar com a implementação de
produtos naturais, favorecem o preenchimento das quotas vitamínicas e minerais,
promovendo mudanças de hábitos alimentares de alunos e da comunidade escolar. Com
parcerias, as Secretarias da Educação devem promover cursos de capacitação, desenvolvendo
o processo de formação de pessoas ligadas ao projeto (pais e profissionais das Unidades
Escolares).
Com o propósito de motivar as unidades escolares que dispõem de espaço físico
reduzido, ou impróprio para o cultivo e com a finalidade de produzir alguns tipos de
hortaliças, deve ser criado uma horta alternativa que consiste no cultivo de alface em
recipientes dispostos em lugar ensolarado, utilizando-se de material possível de ser obtido
junto à comunidade local, tendo como objetivo, sempre promover e melhorar a qualidade da
merenda escolar. (RUCHEINSKY, 2002)
2.1.5 Merenda Escolar
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), determina que a alimentação
escolar deva suprir, no mínimo, 15% das necessidades diárias dos alunos matriculados em
creches, pré-escolas e ensinos fundamentais e 30% das necessidades nutricionais diárias dos
alunos indígenas durante sua permanência em sala de aula. Esse programa visa atender cerca
de 37 milhões de crianças, 5560 municípios, 26 estados e o Distrito Federal em todo o País
(CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONICTAS, 2005).
Os objetivos do novo programa não visam à solução para evasão escolar, mas a
contribuição para a aprendizagem e a promoção do rendimento escolar, além da formação de
hábitos alimentares saudáveis e a dinamização da economia local, bem como o respeito aos
hábitos regionais e a vocação agrícola da região (PEIXINHO, 2005).
Diante da nova realidade adotada pelo PNAE, percebe-se que o enfoque da
Agroecologia e produção familiar de alimentos orgânicos conciliam esses objetivos e
viabilizam a produção de alimentos de qualidade numa perspectiva que aponta o
restabelecimento de uma relação saudável entre a natureza e a sociedade e a consolidação do
acesso da criança ao alimento e à segurança alimentar e nutricional sustentável em nível local
(CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS, 2005).
A introdução de alimentos de origem orgânica na merenda escolar dos sistemas
públicos estaduais e municipais de educação se configura atualmente como uma das mais
promissoras iniciativas a nível institucional no sentido de incentivar a produção familiar
orgânica e revitalizar o meio rural (DHIMAN, 2001).
O investimento na qualidade da merenda escolar é uma forma de garantir o
desenvolvimento e a manutenção da saúde das crianças. Em algumas famílias as refeições na
escola são as únicas fontes de alimentação das crianças durante o dia e preocupar-se com a
qualidade dessa alimentação é um dos aspectos determinantes para uma vida futura saudável
(SMITH, 1993).
Sabe-se que em muitos estados brasileiros a qualidade da merenda escolar oferecida
ainda é questionável, com grande oferta de alimentos industrializados, de preparo instantâneo
ou desidratados, de maior tempo de prateleira, mas de baixo valor nutricional. Muitas vezes o
fator custo determina as compras de alimentos nas licitações, mas a merenda das crianças
também espelha a dieta contemporânea estimulada pela mídia e pelo padrão técnico moderno
de produção de alimentos. (CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS, 2005)
O papel social da merenda escolar é inquestionável e o Estado tem o dever de garantir
o direito a uma alimentação verdadeiramente promotora de saúde. A inserção da merenda
orgânica a partir da perspectiva da produção familiar orgânica, noções de educação alimentar
e nutricional, de consciência ecológica, de direito ao alimento e de estímulo à cidadania, além
de aspectos de resgate cultural, de cuidado com o meio ambiente e de inserção social podem
ser trabalhados com as crianças na escola formando cidadãos mais conscientes. (HAGLUND
& JOHANSSON, 1995)
Em estados americanos, como na Califórnia, o impulso a produção orgânica foi
potencializado pela introdução de alimentos orgânicos na merenda da rede pública de
educação.
EHLERS (1996) aponta duas revoluções agrícolas. A primeira, no século XVIII e
início do século XIX, focou o aumento da escala de produção; a segunda iniciou em meados
do século XIX e baseou-se nos avanços tecnológicos e nas descobertas científicas -
fertilizantes químicos, melhoramento genético e mecanização - que consolidaram o Padrão
Técnico Moderno de agricultura.
Outra questão importante da merenda com base na agroecologia é a possibilidade da
valorização da cultura alimentar regional. Muitas crianças que freqüentam a rede pública de
educação são filhos de ex-agricultores, famílias que deixaram suas terras e partiram para as
cidades em busca de melhores perspectivas. Oferecer o alimento orgânico é uma forma de
retorno social para esses cidadãos, que perderam mais do que as suas terras. É também uma
maneira singular de dignificar o cidadão a partir da valorização do trabalhador rural.
(MELLO, 2001)
A merenda escolar de origem orgânica provê a oferta de alimentos mais saudáveis para
crianças. O conceito de saúde aliado à agricultura familiar orgânica pode reverberar dentro de
uma abordagem ampla de saúde que inclui conceitos de saúde social (quando se pensa na
promoção do bem-estar e da qualidade de vida dos agricultores, respeitando o seu ambiente
físico e social com repercussões perceptíveis tamm na qualidade de vida do cidadão
urbano), da saúde ambiental (a partir do enfoque de preservação da biodiversidade e de
cuidados com o meio ambiente que repercutem na saúde de todos os indivíduos) e da saúde
humana propriamente dita (quando se aborda a oferta de alimentos com baixa toxicidade e de
valor nutricional equilibrado e a repercussão do seu consumo na promoção da saúde e
prevenção de doenças) (AZEVEDO, 2004).
Todos esses conceitos são relevantes para se abordar saúde e agricultura familiar
orgânica, porém será dado um enfoque ao último conceito de saúde mencionado a partir da
discussão sobre qualidade dos alimentos. O termo qualidade alimentar é muito vasto e inclui
uma série de critérios que têm base especialmente na garantia do valor nutricional e na
inocuidade do alimento frente aos agentes biológicos. Introduzindo o contexto dos orgânicos
o termo qualidade dos orgânicos pode ser ampliado para alimentos frescos e integrais, de
valor nutricional (PIAMONTE, 1996).
Apesar da legislação de orgânicos o vetar outras formas de tecnologias além do uso
dos aditivos químicos sintéticos e da irradiação, ressalta-se que para ampliar o conceito de
qualidade, os alimentos orgânicos deveriam, sempre que possível, evitar processos industriais
agressivos que interfiram no seu valor nutricional. Procedimentos como o refinamento, a
esterilização à alta temperatura e a hidrogenação química desnaturam, oxidam e destroem
nutrientes e fibras comprometendo assim o valor nutricional dos alimentos orgânicos
produzidos em solos ricos e equilibrados com o intuito maior de preservar a qualidade dos
alimentos neles produzidos (RAUPP, 1996).
Os alimentos orgânicos têm valor nutricional equilibrado porque são produzidos em
solo balanceado em nutrientes. Além disso, eles não apresentam resíduos de agrotóxicos e
fertilizantes sintéticos, de hormônios e drogas veterinárias usadas na produção animal e de
aditivos químicos, vitaminas e minerais sintéticos e substâncias radioativas resultantes da
irradiação dos alimentos (FURLANI, 1997).
O cultivo, o manejo animal, os métodos de higienização e de processamento industrial
utilizados para os alimentos orgânicos devem buscar a manutenção de sua qualidade
nutricional, seu sabor, odor e textura originais, além do aspecto natural do alimento. O
consumo regular dos alimentos orgânicos está relacionado à ação preventiva de algumas
doenças carenciais e crônico-degenerativas A agroecologia e o alimento orgânico merecem
ocupar um lugar de destaque nas discussões sobre educação e saúde e acesso da criança ao
alimento saudável. (AZEVEDO, 2003)
2.1.6 Hidroponia
Hidroponia no grego significa; hydro = água e ponos = trabalho; resulta num cultivo
onde o vegetal recebe através de raízes nutrientes via água (BRANCO, 1983).
O cultivo hidropônico é uma alternativa de produção agrícola interessante onde a
produtividade seguida de boa qualidade, vem sendo cada vez mais exigida. Nessa técnica, os
vegetais não entram em contato com o solo, sendo produzidos em soluções nutritivas que
circulam entre as raízes. Como na agricultura orgânica, na hidroponia não se usam defensivos
agrícolas.
Segundo Malavolta (1980), os alemães Saches (1860) e Knop (1865) foram os
primeiros a cultivar plantas em meio líquido de semente a semente, usando soluções aquosas
com o fornecimento de elementos indispensáveis como N, P, K, Ca, Mg, Cl e Fe.
Porém, somente a partir de 1930 o professor Willian F. Gericke, da Universidade da
Califórnia, passou ao cultivo prático de hortaliças entre outras, batizando assim essa técnica
como hidroponia. Esse tipo de cultivo vem sendo discutido e desenvolvido no mundo inteiro.
No Brasil o cultivo hidropônico é recente, tendo o Estado de São Paulo como o maior
produtor de alface nesse sistema. (BERNARDES, 1996)
A alface (Lactuca sativa) é a hortaliça folhosa mais comercializada no Brasil, sendo
considerada uma cultura hortícola de grande consumo. È a sexta hortaliça em importância
econômica e a oitava em termos de volume produzido no Brasil (BIASI et al, 1991).
Devido ao seu baixo valor calórico qualifica-se para diversas dietas, o que favorece o
seu consumo de uma maneira geral, constituindo-se em componente imprescindível das
saladas dos brasileiros. Dados da comercialização no mercado atacadista Ebal/Ceasa
(Empresa Baiana de Alimentos) revelaram que o Estado da Bahia comercializou, no ano de
2005, cerca de 1.518.487,50 kg de alface, com um valor comercial de R$ 2.237.995,86. Desse
montante comercializado, apenas 137.860,50 Kg do produto são oriundos do Estado da Bahia,
com destaque para as regiões de Jaguaquara, Morro do Chapéu, Amélia Rodrigues e
Conceição do Jacuípe; sendo o restante fornecido pelos Estados de São Paulo (365.482,84
Kg) e de Sergipe (15.144,16 Kg).
Nos últimos anos, o interesse por produtos oriundos da agricultura orgânica cresce
intensamente. Conseqüentemente, o consumidor tem uma possibilidade de escolha ampliada
nos pontos de venda das grandes cidades, podendo optar pelo produto orgânico, hidropônico
ou convencional. No entanto, a não ser pelas diferenças práticas entre os três tipos de cultivo,
o consumidor não possui dados indicativos sobre a qualidade e as propriedades das hortaliças
oriundas dos diferentes cultivos. (RAIJ et al, 1997)
Na região Sudeste, pelas características de clima subtropical e sem baixas
temperaturas, a produção é normal e regular nos meses de abril a dezembro; diminuindo em
janeiro, fevereiro e março, no cultivo de verão. (GOTO, 1998)
Tendo em vista a alta demanda de consumo; por produtos de qualidade e isentos de
agrotóxicos, o cultivo em ambientes protegidos vem apresentando crescente adoção pelos
produtores em razão da possibilidade do controle parcial dos fatores ambientais adversos,
facilidade do manejo, redução de riscos, previsibilidade e constância de produção. (SOUZA et
al, 1994).
O cultivo hidropônico protege a hortaliça contra fatores adversos do meio ambiente,
como chuvas, geadas e ventos fortes e outros, favorecendo a produtividade do produto. As
hortaliças hidropônicas devem, necessariamente, receber nutrientes previamente dissolvidos
em água, pois são cultivadas fora de seu ambiente natural (terra), em tubos plásticos, por onde
circula a água contendo os fertilizantes químicos. (CAETANO et al, 1999)
No cultivo hidropônico três aspectos são de grande importância e devem ser bem
observados pelo produtor: conhecimento técnico básico sobre o sistema; água de boa
qualidade química e microbiológica e existência de mercado consumidor. Como todo
processo de cultivo, o hidropônico apresenta vantagens, mas também, desvantagens, quando
comparado ao cultivo em solo (RUSCHEL et al, 1998).
O produtor realiza um trabalho mais leve e limpo; produtividade e uniformidade da
cultura, produção em pequenas áreas, utilização de baixo volume de água com controle de
qualidade, mais qualidade e aceitação do produto; dispensa rotação de cultura, produção fora
de época, redução dos riscos advindos de adversidades climáticas, redução do número de
operações durante o ciclo da cultura e antecipação da colheita, devido ao encurtamento do
ciclo da planta. (ANDRADE et al, 1992)
Como desvantagem tem-se o custo inicial, que é relativamente caro, pois há
necessidade de uma infra-estrutura adequada, tendo em vista que o plantio sai do solo, sendo
feito em estufas ou locais protegidos; o produtor deve ter conhecimento técnico efetivo sobre
o sistema pois requer um acompanhamento permanente do funcionamento de todo o sistema e
controle da solução nutritiva (BASTOS, 1994).
3 CULTIVO CONVENCIONAL
Caracteriza-se pelo cultivo intensivo a céu aberto, na forma de monocultura, com o
auxílio de irrigação com bomba à base de energia elétrica. Esse produto depende de alto
consumo de fertilizantes sintéticos e pesticidas. Ou seja, o modelo convencional de produção,
baseia-se em doses consideráveis de insumos químicos, fazendo com que o solo fique cada
vez menos próprio para o cultivo. Tradicionalmente, o cultivo de alface é realizado em
canteiros nos campos e utilizando, principalmente o método de irrigação por aspersão
convencional.
A exemplo, tem-se o declínio nos teores de açúcar no morango, por ser cultivado em
solos pobres, refletindo-se num produto azedo e sem cor. O tomate que há quinze anos
permanecia até quatro dias nas bancas dos mercados, atualmente, não suporta mais que
quarenta e oito horas fora do pé. As uvas perderam o açúcar, comprometendo não só seu
consumo, como também sua utilização ao fabricar vinhos. A produtividade dos canteiros está
em queda e as doenças em alta. Inclusive, o apodrecimento precoce, ameaça o comércio a
longas distâncias. (MONDIM, 1996)
Depois de quatro décadas de uma exploração intensivas baseada na química, na
hibridação e mecanização nem sempre adequadas, os solos agrícolas do planeta dão sinais de
alarme e principalmente do seu esgotamento. O Brasil, não escapou à escalada vertiginosa,
dessa destruição. Aqui, a erosão carrega um bilhão de toneladas de terra por ano, arrastando
de roldão mais de 35 milhões de toneladas de nutrientes. (GASKELL, 1991)
A revolução química do pós-guerra que se implantou em escala universal, começou a
chocar-se com a complexidade dos fenômenos naturais. Passou-se a ter uma agricultura
asséptica, sem cheiro de esterco, sem microorganismos no solo, sem sujeira de matéria
orgânica em decomposição. A agricultura limpa traduziu-se num progressivo
comprometimento das paisagens, da nutrição, da terra, da água, da saúde e da receita do
produtor. (GLOBO RURAL, 1991)
4 NUTRIÇÃO MINERAL DOS VEGETAIS
Os elementos químicos essenciais requeridos pelos vegetais superiores, são
exclusivamente de natureza inorgânica. A identificação desses nutrientes atende aos critérios
de essencialidade propostos por Arnon & Stont (1939), citados por Resch (1996).
A deficiência ou a falta de um elemento impossibilita o vegetal de completar o seu
ciclo biológico; a deficiência é específica para o elemento em questão; o elemento deve estar
envolvido diretamente na nutrição do vegetal, quer seja constituindo um metabólito essencial,
quer seja requerido para ação de um sistema enzimático.
A produtividade da alface, está diretamente relacionada com diversos aspectos,
incluindo fitossanidade, umidade do solo e os teores de nutrientes disponíveis para a planta,
quer seja oriundo da fertilidade natural do solo quer resultante da adição de fertilizantes.
(FURLANI, 1997)
A adubação é geralmente realizada por meio da aplicação dos fertilizantes menos
solúveis e parte dos solúveis em pré-plantio e o restante em coberturas ao longo do ciclo da
cultura. Com o incremento do uso de sistemas de irrigação pressurizados, como o
gotejamento, assumindo papel primordial como fator de aumento de produtividade e redução
do seu custo (PEREIRA et al, 1989).
Para o desenvolvimento normal, as plantas necessitam de 16 elementos, dos quais 13
são nutrientes minerais. De acordo com as quantidades requeridas, esses minerais são
classificados em macro e micronutrientes.
Os macronutrientes são: nitrogênio (N),fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio
(Mg) e enxofre (S), enquanto os micronurientes são: boro (B), cloro (Cl), cobre (Cu), ferro
(Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo) etc... Além dos macro e micronutrientes minerais,
a planta necessita do carbono (C) do hidrogênio (H) e do oxigênio (O) que são providos
pelo ar e pela água (VOLPE, 1988).
Para os nutrientes absorvíveis como fósforo e zinco que apresentam forte interação
com a matriz do solo, e que se movimentam predominantemente por difusão, aumentando a
eficiência da adubação principalmente em solos arenosos, onde concentra o fertilizante na
região de maior umidade e maior densidade de raízes. Por saturar os sítios de ligação, propicia
maior disponibilidade do nutriente para absorção pela planta e favorece sua movimentação no
solo. (SGARBIERI, 1987)
O nitrogênio está presente na constituição de diversas moléculas de ação biológica tais
como ácidos nucléicos, aminoácidos e proteínas, desempenhando papel fundamental no
crescimento e desenvolvimento das plantas, sendo talvez o elemento de maior influência na
produção das culturas. (CAETANO et al,1999).
A carência de nitrogênio reduz o crescimento e provoca clorose das folhas mais
velhas, que podem até secar se a deficiência permanecer por longo tempo. Em períodos
quentes e de alta luminosidade, a quantidade de N pode ser aumentada para possibilitar um
contínuo crescimento e maximizar a produção de frutos (BENDIX et al, 1982).
No entanto, o excesso de N em hortaliças de frutos provoca um vigoroso crescimento
vegetativo em detrimento da produção de frutos, intensifica a coloração verde, afeta
negativamente a qualidade do fruto e faz com que as plantas fiquem mais suscetíveis ao
ataque de insetos-praga e doenças. (FERNANDES, 1990)
As principais fontes de adubos nitrogenados para uso nas hortaliças são o nitrato de
cálcio (14 a 15,5% N), o nitrato de potássio (13% N), o nitrato de amônio (34% N) a uréia
(45% N), o MAP purificado (11% N), o DAP (16% N) e o sulfato de amônio (21% N). No
início do ciclo da cultura, devem-se usar formas amoniacais, que são mais bem aproveitadas
por plantas jovens, ou amídicas, que são transformadas no solo para amônio, como o MAP e a
uréia. A partir de certo período, com o início do florescimento, as formas nítricas são mais
prontamente absorvidas e translocadas para a parte aérea da planta. (GOLDEN & LEIFERT,
1999)
Considerando os aspectos custos, lixiviação e volatilização, é recomendável ao
máximo desenvolvimento vegetativo ou do início da floração que haja um balanço entre as
formas nítrica e amídica ou amoniacal, podendo-se aplicar uma combinação de 30 a 65% do
N na forma nítrica e o restante na forma amídica (uréia), que é o fertilizante de menor custo
por unidade de N. (CHITARRA, 1998)
O potássio (K) age como catalisador de algumas reações enzimáticas e está envolvido
com a turgidez das células, abertura e fechamento dos estômatos, e no processo de síntese,
acumulação e transporte de carboidratos. Plantas com deficiência de K produzem frutos de
pior qualidade, com menor teor de sólidos solúveis e mais azedos, com maturação sem
uniformidade, ocos e com manchas esverdeadas na parte basal, o que também prejudica a
maturação. Teores adequados de K na planta podem aumentar a resistência ao armazenamento
pós-colheita. (SCHLIMME & ROONEY, 1997)
As fontes de K mais usadas para as hortaliças são o cloreto de potássio (50% K), o
nitrato de potássio (36% K), o sulfato de potássio de hortaliças (41% K) e o fosfato
monopotássico (28% K). O cloreto e o sulfato deve ser evitado em solos salinos ou em solos
submetidos a condições favoráveis à salinização, como no cultivo em casas de vegetação.
(TRENBATH, 1975)
O fósforo (P) desempenha papel fundamental nos processos energéticos das plantas e
está presente nos compostos que constituem as substâncias responsáveis pela transmissão do
código genético das células (DNA e RNA). A carência de fósforo reduz o crescimento,
principalmente após a emissão das folhas novas. Os sintomas de sua deficiência aparecem
primeiro nas folhas mais velhas, que apresentam coloração arroxeada, iniciando-se nas
nervuras. O excesso afeta a assimilação do nitrogênio, tornando o tecido duro e quebradiço, e
diminui o crescimento da planta, provavelmente por afetar a absorção de Zn, Fe e Cu. (BAR-
YOSEF, 1999)
Todo o P é geralmente aplicado no plantio na forma de formulações NPK. No
entanto, resultados de pesquisa têm demonstrado que a aplicação de uma parte do fósforo, na
forma P solúvel, pode aumentar significativamente a produtividade, comparativamente à
aplicação de 100% do P em pré-plantio. As principais fontes de fósforo para hortaliças são o
ácido fosfórico (22 a 32% P), o fosfato monopotássico (MKP-23% P), o fosfato
monoamônico purificado (MAP-26% P) e o fosfato diamônico. (DAP-16% P).
(MARSCHNER, 1995)
O cálcio é absorvido em grandes quantidades pela maioria das hortaliças, sendo
responsável pelo bom desenvolvimento radicular e fortalecimento da parede celular. O
suprimento de cálcio e magnésio às plantas é, normalmente, realizado por meio da calagem,
com a aplicação de calcário dolomítico ou calcítico, ou por ocasião do plantio, usando
fertilizantes contendo tais elementos. (PEREIRA et al, 1989)
Os nutrientes essenciais; sem os quais o vegetal não vive são: carbono, hidrogênio,
oxigênio, nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, boro, cloro, cobre, ferro,
manganês, molibdênio e zinco. Com exceção dos elementos não minerais carbono, hidrogênio
e oxigênio; que os vegetais obtêm da atmosfera e da água, os demais nutrientes são
absorvidos pelas raízes. As quantidades e proporções adequadas para atender a exigência do
vegetal, em todas as fases de seu ciclo; devem estar presentes no solo ou na solução nutritiva
no caso da hidroponia. (COSTA, 1994)
Quadro 2 - Resumo das principais funções dos nutrientes nas plantas.
Nutriente
Funções
Nitrogênio
Constituinte de aminoácidos, proteínas, enzimas, vitaminas, clorofila, ácidos nucléicos.
Fósforo
Componente de ácidos nucléicos, membrana celular, coenzimas, compostos ricos em energia
(ATP) – participa dos processos de síntese e degradação de compostos orgânicos.
Potássio
Não faz parte de compostos. Ativador de diversas enzimas em muitos processos metabólicos.
Participa da síntese e transporte de açúcares e nas propriedades osmóticas. Confere resistência à
geada, seca, doenças e melhora a qualidade do produto.
Cálcio
Componente da parede celular. Ativador de enzimas. Importante na absorção de nutrientes e na
fecundação.
Magnésio
Componente da clorofila. Ativador enzimático. Participa de reações de armazenamento e
transferência de energia (ATP).
Enxofre
Constituinte de aminoácidos, proteínas, coenzimas e vitaminas. Participa da fotossíntese, síntese
de gorduras, proteínas e respiração.
Boro
Não faz parte de compostos. Síntese de ácidos nucléicos. Transporte de carboidratos. Síntese de
lignina e celulose. Formação de fenóis. Processo de fecundação.
Cloro
Fotossíntese – quebra fotoquímica da água.
Cobre
Componente da plastocianina (fotossíntese), citocromo oxidase (cadeia respiratória), dismutase de
superóxido. Ativador ou componente de enzimas de oxi-redução.
Ferro
Componente de enzimas de oxi-redução. Participa da fotossíntese, respiração, síntese da clorofila
e redução do nitrato.
Manganês
Ativador de enzimas fosforilativas. Fotossíntese-fotólise da água. Formação e funcionamento dos
cloroplastos.
Molibdênio
Componente da redutase de nitrato (redução do nitrato) e nitrogenase (fixação biológica do N
2
).
Síntese do ácido ascórbico (Vitamina C) e açúcares.
Zinco
Participa na formação do AIA, síntese e degradação do RNA, síntese de proteínas, divisão e
alongação celular.
Fonte: Documentos IAC, Campinas, 55, 1995
Quadro 3: Descrição dos sintomas de deficiência de nutrientes
Nitrogênio: amarelecimento da folhagem, palidez e queda das folhas mais velhas e denso sistema radicular.
Fósforo: plantas achatadas e em forma de roseta, podendo as folhas apresentar coloração verde-escura, púrpura
ou vermelho-bronzeada.
Potássio: as folhas são verdes-escuras e menos crespas que o normal, podendo tornar-se pecioladas,
arredondadas ou em forma de coração, com manchas cloróticas desenvolvendo-se nas extremidades das folhas
mais velhas, coalescendo e tornando-se necróticas.
Cálcio: folhas com crescimento aberto em roseta,, folhas mais novas, mais escuras e mais enrugadas que o
normal, apresentando lesões de coloração marrom a cinza irregularmente distribuídas nas margens das folhas
mais novas, que coalescem e levam a folha a morrer da extremidade e margens para dentro.
Magnésio: folhas mais velhas mostram coloração amarelada, que se espalha das margens para dentro, entre as
nervuras.
Enxofre: coloração amarelo-esverdeado, folhas mais crespas, mais grossas e firmes que o normal, folhas mais
escuras e opacas.
Boro: ocorre o aparecimento de necrose e enrugamento das nervuras das folhas, muito similar à deficiência de
cálcio. Com deficiência de boro, a necrose torna-se mais intensa para o ponto de crescimento, o qual fica
completamente enegrecido, causando falha na formação da cabeça, ficando com aspecto de roseta; as folhas
novas são deformadas, quebradiças e apresentam nervura central proeminente.
Cloro: sintomas de deficiência de difícil ocorrência. É mais comum o excesso, o qual se caracteriza pela queima
das margens das folhas externas.
Cobre: as folhas são alongadas e cloróticas curvadas nas margens. As folhas novas são deformadas mantendo-se
as margens cloróticas curvadas para baixo. Num estágio mais avançado, as folhas murcham a partir das margens
laterais e extremidades; o crescimento é severamente reduzido e em cultivares de cabeça, esta não se forma.
Ferro: as folhas novas apresentam clorose internerval; em casos extremos de deficiência de ferro as folhas novas
podem surgir completamente destituídas de cor verde.
Manganês: a planta toda e especialmente as folhas velhas apresentam-se de coloração verde pálido. Em estágios
mais avançados, podem ocorrer clorose internerval com pontuações marrom-castanho necróticas nas folhas
velhas.
Zinco: as plantas deficientes são pequenas e em forma de roseta, com áreas maiores finas e com margens
espessas entre nervuras.
Molibdênio: plantas novas apresentam-se de coloração verde pálido; em casos extremos, as margens das folhas
apresentam de início, coloração amarelo-castanha, que perde intensidade e secam. As plantas mais velhas são
afetadas primeiro; o crescimento é bem retardado e pode ocorrer morte das plantas.
Fonte: (ROORDA VAN EYSINGA ET AL., 1971; GARCIA ET AL., 1982B; SCAIFE E TURNER, 1983)
Quadro 4: Sintomas visuais gerais de excesso de nutrientes em vegetais
Elemento Nutriente Sintomas
Nitrogênio Em geral, não-identificados. Atraso e redução de floração e frutificação e
acamamento.
Fósforo
Indução de deficiência de Cobre, Ferro, Manganês e Zinco.
Potássio
Indução de deficiência de Cálcio e/ou Magnésio provavelmente.
Cálcio
Indução de deficiência de Magnésio e/ou Potássio provavelmente.
Magnésio
Indução de deficiência de Potássio e/ou Cálcio provavelmente.
Enxofre
Clorose internerval em algumas espécies.
Boro
Clorose reticulada e queima das margens das folhas do ápice para a base.
Cloro
Necrose das pontas e margens, amarelecimento e queda das folhas.
Cobre Manchas aquosas e depois necróticas nas folhas. Amarelecimento das folhas, da
base para o ápice, seguindo a nervura central.
Ferro
Manchas necróticas nas folhas, manchas amarelo-pardas.
Manganês Deficiência de Ferro induzida, depois manchas necróticas ao longo do tecido
condutor.
Molibdênio
Manchas amarelas globulares no ápice da planta.
Zinco
Indução de carência de Fósforo e/ou Zinco.
Fonte: MALAVOLTA et. al (1989)
Fluxograma 2: Origens dos nutrientes no cultivo em solo e hidroponia
Mi
Fonte: Documentos IAC, CAMPINAS, 55.1995
Solo Hidroponia
Fração Inorgânica
Fração
Orgânica
Sais Inorgânicos
Húmus
Minerais decompostos
Dissolução em água do solo
Solução do Solo
Absorção de águas e nutrientes
Raízes
Parte aérea da planta
Solução Nutritiva
Dissolução
em água
5 CULTIVO PROTEGIDO DE HORTALIÇAS
O cultivo protegido nada mais é do que uma atividade agrícola feita sob uma estrutura
de cobertura plástica ou materiais similares. O sistema de produção de hortaliças em ambiente
protegido tem para a olericultura nacional alguns aspectos positivos, pois a finalidade desse
tipo de atividade é oferecer as plantas as melhores condições para se obter seu máximo
potencial. Esse tipo de cultivo é uma realidade em diferentes regiões produtoras. O sistema
mais difundido atualmente é a utilização de estufas ou estruturas afins, permitindo a
produtividade em pequenas áreas e principalmente em períodos de entressafra.
(CASTELANE & ARAÚJO, 1995.)
Estima-se que a produção atual de hortaliças no Brasil seja superior a 11 milhões de
toneladas com um valor aproximado de 2,5 bilhões de dólares. Essa produção apresenta
características contrastantes, revelando enormes diferenças na adoção de insumos e
tecnologias. A crescente demanda e a exigência por produtos de melhor qualidade, tem
afetado significativamente a forma da produção e comercialização das hortaliças. Entretanto,
este sistema requer um alto investimento inicial, com o máximo da produção. (CAMARGO &
MAZZEI,1994).
Nesse sentido, nota-se em diferentes regiões do país, o emprego de novas tecnologias
visando à otimização da produção olerícola. Incluindo o "Global Positioning System" (GPS),
cultivo protegido, "mulching", sistemas computadorizados, fertirrigação, hidroponia,
programas de manejo integrado de pragas e doenças, uso de sementes híbridas e/ou produtos
geneticamente modificados (transgênicos), mudanças nos hábitos alimentares, e
consequentemente mudanças na forma de comercialização, vem sendo associados com a
produção olerícola. (STRECK,1994)
Segundo FONTES (1999) a introdução desse sistema poderá ajudar a expandir a
olericultura nas atividades de lazer, socialização, treinamento, produção da própria hortaliça e,
como terapia, em locais pouco convencionais como hotéis-fazenda, presídios, apartamentos,
chácaras, orfanatos, escolas, fundo de quintal, entre outros.
A expressão cultivo protegido tem sido utilizada, na literatura internacional, com um
significado bastante amplo. Ela engloba um conjunto de práticas e tecnologias (quebra-vento,
mulches de solo, casas de vegetação, túneis altos, túneis baixos, irrigação, etc.), utilizado
pelos produtores para um cultivo mais seguro e protegido de suas lavouras. (WITTWER &
CASTILLA, 1995)
O cultivo em ambiente protegido é uma importante alternativa para superar limitações
climáticas. Entretanto, há necessidade de compreender de maneira eficaz as interações entre o
meio interno dos ambientes protegidos e o meio externo; pois fatores como radiação solar,
temperatura, umidade relativa do ar e a evapotranspiração, determinam o sucesso ou o
fracasso do cultivo. (CONTI, 1994)
A técnica do "mulching" (uso de coberturas em canteiros, principalmente polietileno)
também vem sendo utilizada em algumas espécies a vários anos. As vantagens conhecidas
dessa tecnologia são: a melhor retenção de umidade no solo, minimizando assim a utilização
de irrigação e consequentemente diminuindo custos; o maior controle de plantas daninhas; o
maior controle de doenças (através da solarização); a redução da lixiviação de fertilizantes; a
maior precocidade, devido a maior temperatura do solo; a diminuição da compactação do
solo; a obtenção de maiores produtividades e de produtos de melhor qualidade (SEGOVIA,
1991).
O sistema de hidroponia bem como outros sistemas "soilless" tem também aumentado
significativamente nos últimos anos. Embora a alface seja a principal cultura, outros cultivos
folhosos como agrião, salsa, coentro, rúcula, são produzidos neste sistema. As vantagens são
um menor consumo de água e fertilizantes, ausência de lixiviação de fertilizantes, uma menor
incidência de pragas e doenças, uma maior densidade de plantas, e maiores produtividades.
(COLJAP, 1994)
Na forma de irrigação, significativas mudanças dentro do sistema de produção de
hortaliças. A escassez de água nas regiões produtoras, o alto custo da irrigação, a qualidade da
água, e os problemas fitosanitários afetando consideravelmente a produtividade e a qualidade
dos produtos obtidos, tem alterado a forma de irrigação para muitos olericultores; soma-se a
isto, o incremento da plasticultura, como "mulching", túneis e estufas. (CERMEÑO,1979).
Assim, a irrigação por gotejamento, bem como a fertirrigação são atualmente
sinônimos de alta tecnologia aliada a altas produtividades. O uso racional da água e
fertilizantes se complementa, com reduzido desperdício. Em menor escala, mas com
perspectiva de crescimento, é a mecanização na etapa da colheita. (ANDRIOLO, 1996)
6 CULTIVO DE ALFACE
O período compreendido entre a semeadura e o estabelecimento das plântulas é uma
fase crucial da produção olerícola. Assim, sementes de alta qualidade e condições que
permitam uma máxima germinação em um menor tempo possível, com uma máxima
uniformidade de plântulas, é, sem dúvida alguma, uma busca constante daqueles envolvidos
na cadeia produtiva de hortaliças. (URBAIN, 1986)
Utilizando sementes com alta germinação e vigor, os produtores terão maior
probabilidade de êxito na formação da lavoura; a utilização de sementes de alta qualidade
fisiológica irá minimizar o risco com perdas durante o estabelecimento de plântulas, seja na
estufa (transplante) ou no campo (semeadura direta). Isso se torna bastante importante neste
segmento, visto que em um grande número de espécies olerícolas, cada semente irá produzir
um único produto comercial (isto é, "cabeça" de alface ou repolho, raiz de cenoura, bulbo de
cebola, etc.). Soma-se a isto, o alto custo das sementes das novas cultivares ou híbridos de
hortaliças. (MAROTO-BORREGO, 1986)
Com manejo adequado, quase todos os cultivares de alface podem ser plantados em
ambiente protegido durante todo o ano, sendo importante a escolha, devido às diferenças
quanto ao ciclo, rendimento, resistência ao frio e tolerância ao calor.
O crescimento vegetativo da alface é definido com o período que vai desde a
emergência das plantas até a iniciação floral. Da semeadura até o transplante das mudas, o
crescimento da parte aérea e do sistema radicular é lento. (BECKER, 1990)
Passado essa fase, inicia-se uma etapa de intensa produção de folhas e de acúmulo de
massa seca, atingindo seu máximo em função das cultivares e condições climáticas. Fatores
como a intensidade luminosa, fotoperíodo, concentração de CO
2
e temperatura influenciam
sensivelmente no desenvolvimento e o crescimento da alface. (MILLER, 1991)
São consideradas temperaturas ótimas de crescimento entre 15 e 20
º
C, e temperaturas
noturnas inferiores a 15
º
C; principalmente para formação de cabeça. No inverno, o ar frio das
baixas temperaturas retarda o crescimento da alface e danifica as plantas, queimando-as.
(FILGUEIRA, 1982)
Temperaturas acima de 30
º
C interrompem o desenvolvimento da alface (SERRANO
CERMEÑO, 1996). A L.sativa L. é cultivada por causa de suas folhas em todas as regiões
temperadas e tropicais. Quando o cultivo acontece no solo, a planta cresce rente ao chão onde
os respingos da chuva e os borrifos da irrigação mancham as folhas e onde é facilmente
alcançadas por insetos, caracóis, lesmas e outros pequenos animais.
Normalmente a alface é consumida em estado crú e freqüentemente com pouca
lavagem ou preparação. Na maioria das vezes é misturada a outros ingredientes, como batata,
ovos e outros, que são excelentes substratos para multiplicação de germes patógenos.
Alface tem alto teor de água, com pouco tecido firme. O epitélio, uma barreira
importante contra invasões, é fino e frágil. A contaminação por germes patógenos fecais, o
maior perigo para a saúde provocado pela alface, começa no campo. Muitos organismos dos
dejetos ou das águas servidas sobrevivem durante longos períodos sobre as folhas ou no solo.
Essa contaminação primária pode ser prevenida ou minimizada. A deterioração pode ser
moderada pela escolha correta do cultivador.
O segmento de produtos lavados, descascados, cortados ou fatiados, embalados crus e
armazenados sob refrigeração, é conhecido como minimamente processado. (BERBARI et al,
2001). O processamento mínimo inclui todas as operações de limpeza, lavagem, seleção,
descascamento, corte, embalagem e armazenamento (ROSA et al, 2000) que interferem nos
fatores físicos, químicos e biológicos responsáveis pela deterioração do produto.
Cortes ou danos no tecido da planta promovem liberação de nutrientes e enzimas
intracelulares que favorecem a atividade enzimática e a proliferação de microrganismos
(FANTUZI et al, 2004). Além disso, prejudicam a aparência, aceleraram a senescência e a
liberação de odores indesejáveis devido à aceleração da respiração e da produção de etileno
nos locais cortados. (MATTIUZ et al, 2003)
A alface apresenta microbiota natural que provém do ambiente, sendo influenciada
pela estrutura da planta, técnicas de cultivo, transporte e armazenamento. Conseqüentemente,
a microbiota encontrada na produção no campo, constituída tipicamente por microrganismos
que não são patogênicos para o homem. (ZAGORY, 1999)
No entanto, mudanças em práticas agronômicas ou de processamento, preservação,
embalagem, distribuição e comercialização dos alimentos têm sido responsabilizadas pelo
aumento no número de surtos ou infecções causadas por patógenos veiculados por vegetais.
Tais alterações incluem o uso de esterco animal que não sofreu compostagem como
fertilizante e o uso de esgoto ou de água de irrigação não-tratada, as quais podem contribuir
para a contaminação do alimento por patógenos ainda no campo. (BEUCHAT, 2002)
A contaminação ocorre durante as operações de corte e fatiamento, nas quais
patógenos presentes na superfície da matéria-prima ou nas mãos dos manipuladores passam
para o produto (ROSA et al, 2000). Assim, o manuseio sob condições inadequadas de higiene
durante o processamento, associado ao aumento dos danos aos tecidos e à higienização
insatisfatória dos equipamentos, contribui para aumento da população microbiana em
vegetais. Tal fato aumenta o risco da presença de patógenos e de microrganismos
deterioradores nesses produtos. (VITTI et al, 2004)
A refrigeração imprópria também tem sido associada ao aumento de microrganismos
aeróbios mesófilos em produtos minimamente processados (BAABIC et al, 1996). Entre os
patógenos isolados em produtos minimamente processados podem ser citados: Salmonella,
Shigella, Campylobacter, Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Clostridium, Bacillus
cereus e psicrotróficos como Listeria monocytogenes, Yersinia enterocolitica e Aeromonas
hydrophyla. (SILVA & GUERRA, 2003)
O baixo pH da alface e a temperatura de refrigeração favorecem o desenvolvimento de
fungos, os quais podem se tornar predominantes no produto. Além de implicados na redução
da vida de prateleira do produto podem representar risco à saúde do consumidor, uma vez que
alguns fungos patógenos de plantas (Fusarium, Alternaria e Phoma) são também toxigênicos.
(TOURNAS, 2005).
Recentemente, (SILVA et al, 2001), pesquisando alfaces adquiridas em um
supermercado em São Paulo, detectaram em trinta amostras que foram submetidas às análises
de coliformes totais (35°C) e fecais (45°C), contagem de psicrotróficos, contagem de bolores
e leveduras, contagem de Staphylococcus coagulase positiva e presença de Salmonella sp,
segundo metodologias descritas pelo autor da pesquisa.
Os resultados das avaliações microbiológicas, em relação à contagem de coliformes
totais (35°C), 53,3% das amostras de hortaliças/tubérculos analisadas e 33% das amostras,
apresentaram resultados superiores a 103NMP/g.
BERBARI et al (2001) consideram elevadas as contagens de coliformes totais acima
de 103NMP/g. Tendo em vista que o produto minimamente processado já deveria ter tido
algum tipo de assepsia (como lavagem em água corrente, e/ou sanificação), contagens
elevadas de coliformes totais podem indicar processamento em condições higiênico-sanitárias
insatisfatórias. Contagens elevadas também podem diminuir a vida de prateleira dos produtos
e representar riscos para o consumidor, pois se trata de grupo de microrganismos indicadores
de contaminação fecal.
A RDC 12, de 02 de janeiro de 2001, da ANVISA (2001) estabelece os seguintes
limites para a contagem de coliformes fecais (45°C): 102 NMP/g para hortaliças, 5x102
NMP/g para frutas e 103 NMP/g para raízes, tubérculos e similares pertencem à categoria
frescos, “in natura”, preparados, sanificados, refrigerados ou congelados para consumo
direto. A referida legislação exige ausência de Salmonella sp./25 g para todos os produtos
mencionados anteriormente. Verificou-se que 13,3% das alfaces apresentaram contagem de
coliformes fecais acima do padrão recomendado pela legislação vigente. Dessas, 66,6% foram
positivas para presença de Salmonella sp. e consideradas impróprias para o consumo.
Provavelmente as amostras de alface, durante o seu preparo, sofrerão redução da carga
microbiana pela ação do calor, minimizando os riscos associados ao seu consumo. Tratando-
se de produto para ser consumido cru, tal contaminação representa grande risco à saúde
humana (REIS et al , 2003)
A adaptação de microrganismos patogênicos às condições de estresse ambiental, como
a sobrevivência em pH muito ácido em alimentos e no estômago contribui para essa situação.
Além disso, o uso de sanificantes na água de lavagem ao mesmo tempo em que reduz a carga
microbiana inicial de 1-2 ciclos logarítmicos pode favorecer o crescimento do patógeno pela
diminuição da microbiota competitiva (ZAGORY, 1999).
A falta de eficácia do sanificante usado para descontaminar a superfície de alfaces
cruas tem sido amplamente atribuída à inabilidade dos componentes ativos da solução em
inibir ou inativar as células microbianas (BECHAUT, 2002)
Outros fatores, como a concentração do sanificante e o tempo de contato com a
superfície a ser desinfetada, também contribuem para a eficiência ou não do processo de
limpeza e sanitização (RÊGO & FARO, 1999)
BERBARY et al, (2001) relataram que a população de bolores e leveduras em alface
americana minimamente processada atingiu a ordem de 103 UFC/g no final de nove dias de
armazenamento a 2°C.
WADE et al, (2003) alertam para o fato de que associações metabióticas entre fungos
e bactérias que podem causar doenças ao homem são de interesse de saúde pública. O
desenvolvimento de fungos pode provocar aumento do pH de produtos vegetais ácidos (como,
por exemplo, tomates e seus derivados) para valores de pH favoráveis ao crescimento de
bactérias patogênicas (tais como Salmonella e C. botulinum), podendo desencadear surtos de
toxinfecção alimentar.
As características das amostras, sobretudo em relação à acidez, podem contribuir para
a não-proliferação desse microrganismo. O risco de contaminação por patógenos
psicrotróficos está associado à presença de microrganismos como L. monocytogenes. Vale
ainda salientar que muitos microrganismos deterioradores são psicrotróficos e a presença
elevada desse grupo de microrganismos pode contribuir para redução da vida de prateleira de
minimamente processados e indicar também que as operações de limpeza e sanitização
empregadas durante o processamento não foram eficientes.
O cultivo por hidroponia pode permitir melhor controle da contaminação, desde que as
fontes de água sejam inspecionadas e controladas.
6.1 Formação de Mudas
A produção de mudas de alface constitui-se numa das etapas de cultivo mais
importante, devido a sua influência no desenvolvimento final das plantas. Para o sucesso de
qualquer sistema, é fundamental o uso de sementes de qualidade, adquiridas de firmas
idôneas. A variedade a escolher dependerá da região e, como não existem recomendações
baseadas em pesquisas científicas de cultivares para hidroponia pode-se utilizar os cultivares
utilizados por alguns produtores; variedades lisas (Regina, Elisa); variedades crespas. (SILVA
& GUERRA, 2003)
As sementes devem ser peletizadas; pois elas têm alto vigor, poder germinativo
superior a 90%, pureza superior a 99% e homogeneidade de germinação (são sementes
pregerminadas, por isso têm essas características).
No entanto é preciso cuidado especial quanto ao manejo e validades das sementes
peletizadas, pois com pouca umidade já se dá o início do processo de germinação. É preciso
protegê-las da luminosidade e umidade.
Na produção de mudas em ambiente protegido, em geral, são utilizados bandejas
multicelulares de poliestireno expandido (isopor) de 200 a 288 células cada uma, como
formato de pirâmide invertida e orifício basal que permite a saída das raízes, que em contato
com o ar secam naturalmente (podas ao ar), o que reduz a possibilidade de contaminação. No
caso da semente peletizada é colocada uma semente por célula. A muda está pronta para ser
transplantada, quando apresenta quatro a cinco folhas definitivas, com 8 a 10 cm de altura.
Um bom desenvolvimento de mudas depende de substratos adequados. Por não se ter
recomendações, a formulação fica a critério do agricultor, porém é importante ressaltar que o
material esteja devidamente esterilizado. O mais utilizado é a vermiculita por ser material
inerte, livre de contaminações e com alto potencial de retenção de água (até sete vezes o seu
peso).
As plantas ficam na bandeja por um período de 25 a 28 dias, dependendo da variedade
utilizada, épocas do ano e fatores climáticos. (HAMADA, 1993)
6.2 Formação da Alface
As plantas devem ser inspecionadas regularmente à procura de doenças conforme
exigem as recomendações hortículas.
Na hidroponia para o crescimento final da alface usam-se estufas de crescimento. As
plantas ficam nas bancadas até atingirem o seu crescimento total e em média levam de 28 a 30
dias para obtenção da cabeça formada.
Um cuidado que se deve ter é que, ultrapassado esse período de crescimento, inicia-se
a fase reprodutiva da planta, marcada pelo acúmulo de látex em seu organismo, que provoca
um sabor amargo. Às vezes, uma planta muito grande e vistosa não tem tanto valor comercial
devido ao seu sabor amargo: é preciso pensar também na palatabilidade do consumidor.
6.3 Estruturas para Cultivo
No tipo de sistema sólido (solo) o módulo ideal para a produção de hortaliças
suficientes para alimentar fartamente uma pessoa, durante o ano todo, é de 10m
2
. Porém com
criatividade podem-se aproveitar mesmo os espaços mais exíguos até os tradicionais canteiros
para produção de hortaliças frescas e nutritivas.
Os tipos de sistema líquido (hidroponia) determinam estruturas com características
próprias. As instalações de um sistema nutrient film technique (NFT) ou técnica do fluxo
laminar de nutrientes, para o cultivo da alface, são compostos por estufas de dimensões
desejadas, bancadas para produção de mudas e desenvolvimento das plantas, um sistema
hidráulico previamente dimensionado, composto por um tanque de solução nutritiva, de um
sistema de bombeamento, dos canais de cultivo e de um sistema de retorno ao tanque.
O sistema é automatizado e a circulação da solução nutritiva é internamente,
controlada por um temporizador. É necessário o controle do pH da solução (peagâmetro
portátil) e condutividade elétrica (condutivímetro portátil).
A produção e o consumo de alface obtida pela técnica do fluxo laminar de solução têm
aumentado consideravelmente, devido ao seu melhor aspecto visual, à sua maior durabilidade
e à facilidade na limpeza, no entanto, praticamente nada se sabe sobre sua qualidade
nutricional.
6.4 Solução Nutritiva
Não existe uma solução nutritiva ideal para todas as culturas de hortaliças, motivo pelo
qual diversos experimentos são conduzidos para estudar a exigência nutricional, que varia de
espécie para espécie; duração do período de luz (época do ano); idade da planta; temperatura;
umidade; parte da planta colhida, etc.
Na literatura nacional encontra-se uma série de soluções nutritivas para o cultivo da
alface. No entanto o uso de sais com o N na forma amoniacal (N – NH
4
), não deve ultrapassar
de 15
a 20% da quantidade total de nitrogênio na solução; pois em concentração superior à
citada é fitotóxico, reduzindo a produção e qualidade visual do produto, como mostrado para
alface por FAQUIN et al (1994); concorrendo também para deficiência de cálcio. É
importante ressaltar que o potencial fitotóxico do Mn, Fe, B, Zn, Cu, Mo, Cl
(micronutrientes), é muito maior que o dos macronutrientes N, P, K, Ca, Mg e S. Se houver
um erro na adição de um micronutrientes a toxidez será bem maior, mesmo que por pouca
quantidade; tornando-se fatal para a planta. No manejo da solução nutritiva além de sua
composição, deve-se preocupar com a proporção entre os elementos que a rigor deveria ser
mantida baseando-se em análise das soluções nutritivas e de maneira indireta tem sido
acompanhada por:
Condutividade elétrica: avalia a quantidade total de sais na solução. Considera-se
como condutividade adequada entre 1,5 a 3 milisiemens / cm.
Pressão Osmótica: é mantida pela presença de sais na solução, em média
considerada como pressão osmótica adequada entre 0,5 – 1,0 atmosfera.
pH de solução nutritiva – interfere na disponibilidade dos elementos pela
precipitação de alguns minerais essenciais ou pela competição iônica entre os
elementos e o H
+
.
Aeração da solução nutritiva – a absorção dos nutrientes dependerá da intensidade
da respiração das raízes, que resume no metabolismo das plantas, depende da
quantidade de oxigênio, e será auxiliado pelo gradiente da concentração existente
na solução em relação as células das raízes. A aeração pode ser processada
artificialmente ou pela queda da solução nutritiva no reservatório de captação,
durante o retorno das soluções.
Temperatura – o metabolismo da planta é muito influenciado pela temperatura, daí
a solução deve ser fornecida a temperatura ideal para a espécie que está sendo
cultivada 30ºC (tomate, pepino, pimentão), 25ºC (alface, rúcula, agrião).
O sistema líquido (NFT: técnica de fluxo laminar de nutrientes), que consiste na
passagem de um fluxo laminar de solução nutritiva canalizada, através do sistema radicular,
de forma intermitente, permite a recuperação da solução nutritiva e seu reaproveitamento
(IAC, 1995).
nos sistemas hidropônicos de cultivos comerciais da alface (NFT), a circulação da
solução nutritiva pelos canais de cultivo é efetuada apenas durante o dia (das 6:00 às 18:00
horas, por exemplo), e de maneira intermitente com intervalos de 15 minutos. À noite, a
circulação por 15 minutos é usada apenas a intervalos de 3 a 4 horas. Assim, a quantidade de
NO3
-
absorvida durante a noite é bastante pequena, não se esperando, nesse caso, um
acúmulo significativo de nitrato nas plantas colhidas pela manhã em relação àquelas colhidas
a tarde.
Esse fato foi confirmado por FAQUIN et al. (1996), que analisaram (de acordo com
CATALDO et al., 1975) os teores de nitrato (NO3
-
) em folhas de alface cultivar colhida aos
30 dias após o transplante (ponto comercial). A solução nutritiva utilizada foi a proposta por
FURLANI (1995), condutividade elétrica mantida entre 2,0 a 2,5 mS cm-1 e pH 5,5 a 6,5,
monitorados diariamente. Durante o dia (das 6:00 às 18:00 h), houve circulação intermitente
da solução com intervalos de 15 minutos e à noite, circulação por 15 minutos às 22:00 e 2:00
h. Os resultados obtidos foram os seguintes (média de 5 repetições): _ colheita às 6:00 h =
406,2 mg kg-1 de NO3
-
em folhas frescas_ colheita às 16:00h = 436,9 mg kg-1 de N03
-
em
folhas frescas.
Concomitantemente, os mesmos autores analisaram os teores de NO3
-
em folhas de
alface cultivar Regina, no ponto de comercialização, cultivada em solo sob estufa. A
fertilização foi a seguinte: no canteiro – 150g m-2 de 4-14-8 e 5 litros m-2 de esterco de curral
curtido; duas coberturas nitrogenadas com sulfato de amônio, totalizando 30mg m-2 de N. Os
resultados foram (média de 5 repetições): _ colheita às 6:00 h = 459,9 mg kg-1 de NO3
-
em
folhas frescas _ colheita às 16:00 h = 370,6 mg kg-1 de NO3
-
em folhas frescas
Os resultados obtidos permitem as seguintes conclusões:
_ no período noturno não houve acúmulo de NO3
-
na alface hidropônica, mas sim, uma
diminuição no seu teor em torno de 7%;
_ para a alface cultivada no solo sob estufa, na ausência de luz, houve um aumento do teor de
NO3
-
em torno de 20%;
_ considerando o acúmulo de NO3
-
a colheita da alface hidropônica pode ser realizada a
qualquer hora do dia;
Tanto para alface hidropônica quanto para a cultivada no solo sob estufa, os teores de
NO3
-
estiveram, nas condições analisadas, bem abaixo dos limites máximos admitidos na
Europa para essa hortaliça, não comprometendo, portanto, sua qualidade.
7 COLHEITA, PÓS-COLHEITA E COMERCIALIZAÇÃO
A colheita deve ser feita nas horas mais frescas do dia e com bastante cuidado para
evitar danos. A eliminação das folhas velhas, geralmente amareladas, é importante. Em geral
as plantas estarão com um peso ao redor 200 a 300 gramas.
O consumidor tem exigido, cada vez mais, produtos de qualidade. A obtenção e a
preservação desta qualidade dependem da adoção de tecnologias de pré e pós-colheita,
respectivamente.
A finalidade dos produtos hortícolas se faz no campo, porém a preservação dessa
qualidade está na dependência de tecnologias pós-colheita. Estudos comprovam uma perda
substancial de hortaliças que podem chegar a 35%.
Após a colheita, o vegetal continua suas reações (respiração / transpiração) e,
consequentemente, perdem água; mas a maior perda da água é causada pelos danos mecânicos
(cortes e impactos), como acontece com a alface plantada no solo, em função do processo de
colheita. A maioria das cultivares desta folhosa apresenta constituição física frágil e é sensível
a ferimentos, a desidratação.
Os produtores hidropônicos contam com essa vantagem: o seu produto (alface) é
colhido completo (folhas + raízes), não deixando assim uma porta de saída para a água.
Com esse método e um controle sanitário total (feito profilaticamente e não utilizando
defensivos agrícolas), além de outros fatores que devem ser controlados, a durabilidade do
produto chega a ser cinco vezes maior em relação ao cultivo tradicional. Uma alface plantada
na terra, além de poder conter contaminantes, dura apenas um dia após a colheita, já a
hidropônica, além de isenta de qualquer contaminante (devido ao processo de controle de
água) dura de quatro a cinco dias.
Na colheita, é feita também uma seleção de qualidade, comercializando-se apenas as
plantas dentro do padrão estipulado com o consumidor.
O maior aproveitamento dos produtos, ou seja, esse sucesso na pós-colheita, que
permite um maior tempo de consumo, é baseado em fatores biológicos e ambientais:
Qualidade inicial de mudas ou sementes;
Maturidade adequada do produto na colheita;
Manuseio adequado;
Limpeza do ambiente de conservação;
Controle das condições ambientais: T ºC (temperatura do ambiente), UR (umidade
relativa do ar), ventilação.
Para competir com vantagem no mercado de hortaliças é preciso uma eficiente
retaguarda científica e tecnológica garantindo elevado padrão de qualidade das cultivares e de
suas sementes.
O mercado especializou-se, a agroindústria mudou o perfil de qualidade das hortaliças
principalmente para processamento. O consumidor passou a ser mais exigente. A tipologia do
produto, agora, é decisiva para ter um alto valor comercial. E, nas lavouras, sanidade e
tolerância às condições ambientais, combinadas com alta produtividade, passaram a ser vitais
para o retorno do investimento. No transporte e na comercialização a alface não deve ser
exposta ao etileno que causa o aparecimento de manchas escuras, principalmente próximo as
nervuras (BHAGWAT et al, 2004)
Finalmente, a forma de comercialização dos produtos hortícolas passa por mudanças
que visam atender as necessidades dos produtores, dos atacadistas, dos supermercados, etc.,
como uma redução pós-colheita, por exemplo, como também dos consumidores. A
classificação, padronização, embalagens, origem do produto, etc., vêm sendo mais e mais
exigidas por parte dos atacadistas e supermercados. Produtos congelados ou minimamente
processados ("fresh cut") são também segmentos em franca expansão, principalmente nos
grandes centros consumidores. O crescimento espantoso de empresas de alimentação do tipo
"fast food" tem também contribuído significativamente para o aumento deste segmento.
Agregar valor ao produto, como beneficiamento, embalagem, rotulagem, códigos de
barra, informações sobre conservação, valor nutricional, receitas culinárias, modos de
consumo, etc., também resultam em uma melhor imagem, aceitação e confiabilidade do
produto olerícola. Tudo isso permitirá um maior e melhor abastecimento interno e uma maior
competitividade aos produtos importados, bem como às exportações.
8 PRODUTOS MINIMAMENTE PROCESSADOS
As frutas e hortaliças refrigeradas, minimamente processadas, constituem, dentro dos
alimentos RMP, uma classe que está desenvolvendo-se de forma rápida e importante. Esses
produtos têm atraído o interesse das indústrias alimentícias em diferentes áreas
(AHVENAINEN, 1996). Europa Ocidental, Japão e Estados Unidos vêm desenvolvendo os
RMP em resposta a uma forte demanda por parte do consumidor, tanto individual como
institucional. (WILEY, 1997)
A introdução desses produtos no mercado brasileiro se deu a partir de 1990, nos EUA
há 30 anos e no mercado francês no início dos anos 80. Atualmente, os produtos RMP, são
amplamente comercializados e a demanda tem aumentado, principalmente devido à expansão
dos serviços de comida rápida (fast food), restaurantes, hotéis, hospitais, catering, etc., que
requerem produtos pré-preparados, simplificando assim o preparo das refeições. (OHLSSON,
1994)
Além de ganho em termo de tempo no preparo, temos a questão do espaço e
qualidade. O espaço é cada vez menor. Obtendo-se um produto pré-preparado se ganha em
espaço e tempo para estocagem, armazenamento e transporte. Tem-se um produto de melhor
qualidade em função dos tratamentos oferecidos. Percebe-se que os produtos têm uma vida
útil maior. O objetivo dos alimentos RMP é proporcionar ao consumidor um produto frutícola
ou hortícola muito parecido com o fresco, com uma vida útil prolongada e ao mesmo tempo,
garantir a seguridade dos mesmos, mantendo uma sólida qualidade nutritiva e sensorial.
(WILEY, 1997)
Frutas e hortaliças vêm sendo protegidas dos contaminantes ambientais em
embalagens poliméricas. A embalagem destina-se a condicionar o produto final e a escolha do
material da mesma é muito importante para a manutenção da qualidade. A especificação da
embalagem para frutas e hortaliças requer a otimização de parâmetros físicos, químicos,
bioquímicos e ambientais. Dentre os parâmetros físicos devem ser considerados: o tamanho
da embalagem em relação ao peso do produto, o volume de espaço – livre no interior da
embalagem e suas características de permeabilidade a gases e ao vapor d’água. Tratamentos
fitossanitários e processos adequados de higienização devem ser aplicados nos vegetais que
serão embalados. O controle da temperatura e boas condições sanitárias são imprescindíveis
para o sucesso da tecnologia. Com isso, o preço dos produtos minimamente processados é, em
média, cerca de 180% superior ao das mesmas frutas comercializadas a granel. (SAABOR,
1999).
Enquanto a maioria das técnicas de processamento de alimentos estabiliza os produtos,
estendendo sua vida de prateleira, o processamento mínimo de hortaliças aumenta sua
perecibilidade. (SHEWFELT, 1986)
Por isso, além de maior controle da sanitização, é recomendável que outras técnicas
sejam utilizadas adicionalmente para que o período de conservação do produto seja estendido
(WATADA et al, 1990).
O CONNOR-SHAW et al. (1994) obtiveram uma vida de prateleira de 04 dias para
alface minimamente processada embalada em caixas de polipropileno a temperatura de 4° C.
As causas das perdas observadas foram a descoloração e o amaciamento. O crescimento
microbiano não contribuiu para a deterioração da aparência do produto neste período.
Segundo AHVENAINEN (1996), durante o descascamento, corte e fatiamento, a superfície
do produto vegetal é exposta ao ar e, com isso é possível a contaminação com bactérias,
leveduras e mofos. A microbiota de hortaliças frescas consiste, em geral, de espécies de
Enterobactérias e Pseudomonas, enquanto bactérias do ácido lático e fungos podem estar
presentes em números relativamente baixos (NGUYEN et al, 1994).
O armazenamento de produtos minimamente processados em condições adequadas é
um ponto fundamental para o sucesso dessa tecnologia. Temperatura, umidade relativa e
composição atmosférica no interior da embalagem são condições ambientais que podem ser
manipuladas para diminuir a respiração. (SCHLIMME & ROONEY, 1997)
A especificação de sistemas de embalagem com atmosfera modificada para hortaliças
frescas e minimamente processadas é muito complexa, pois diferentemente dos outros
alimentos, esses produtos continuam respirando após a colheita e durante a sua
comercialização. (SARANTÓPOULOS, 1999)
A atmosfera modificada pode ser de forma passiva ou ativa. No caso da atmosfera
passiva, o produto é acondicionado em embalagem e a atmosfera é modificada pela sua
própria respiração. A atmosfera modificada ativa é criada injetando-se no espaço livre da
embalagem uma mistura gasosa pré-determinada. Uma das vantagens da atmosfera
modificada ativa é permitir a rápida estabilização da atmosfera desejada (ZAGORY 1988),
porém, a atmosfera final, dentro da embalagem, é semelhante no processo.
Nos Estados Unidos há um acordo geral de que para o comércio a longas distâncias
(entre estados), se requer 21 dias de vida útil entre o processamento e a compra final. Na
comercialização regional, se necessita no mínimo cinco dias. (SCHLIMNE & ROONEY,
1997)
No Brasil, o que tem sido observado em supermercados, para a maior parte destes
produtos, é a indicação de vida útil de 5 a 7 dias, embora a vida de prateleira comercialmente
viável seja de pelo menos 15 dias. (PAZINATO, 1999)
Segundo WILEY (1997), a ionização com radiações gama permite a desinfecção de
produtos minimamente processados já embalados. A irradiação a doses baixas (1,0 kGy ou
menor) tem sido sugerida como uma técnica de processamento mínimo para prolongar a vida
útil das hortaliças. (TAPE, 1996)
A irradiação, utilizada isoladamente ou em conjunto com outras técnicas de
preservação, como o processamento mínimo, pode facilitar o alcance dos objetivos de
segurança de alimentos e redução de perdas pós-colheita (SANTIN, 2000). Todas as
embalagens testadas nas doses de 0,4 e 0,5 kGy foram as mais eficientes no controle dos
microrganismos mesófilos e psicotróficos, concordando com SARANTÓPOULOS (1999), no
qual cita que a especificação de sistemas de embalagem com atmosfera modificada para
hortaliças frescas e minimamente processadas é muito complexa, pois diferentemente dos
outros alimentos, estes produtos continuam respirando após a colheita e durante a sua
comercialização.
GARG et al, (1990), que trabalham com hortaliças, verificaram que fungos
filamentosos constituíam a minoria da população microbiana em repolho, alface, espinafre,
cebola e couve-flor, sendo que os fungos predominantes eram as levedura
9 MATERIAL E MÉTODOS
9.1 Procedência, Preparo das Amostras e Colheita
9.1.1. Sementes
Foram utilizadas sementes peletizadas para os diferentes cultivos. As sementes
adquiridas são comercializadas pela Agroflor (variedade Verônica-crespa), Asgrow
(variedade Regina 444 – lisa) Vigopark – Seed (Holanda).
9.1.2 Sementeiras
Realizou-se a semeadura em bandejas multicelulares próprias para tal. A seguir, as
mesmas foram conduzidas para uma estufa e receberam irrigação em dias alternados devido à
temperatura interna do ambiente se manter amena, conservando-se assim o grau de
umidade.Após a germinação, efetuou-se o transplante para os diferentes sistemas de cultivo
(fig.1). Também foram realizadas semeaduras em canteiros , EM
4
( fig.2)
9.1.3 Preparo do Solo
O preparo do solo, no caso da agricultura convencional e agricultura natural – EM
4
foram semelhantes, diferindo , entretanto, nos seguintes aspectos:
a) Na agricultura convencional, o adubo químico foi misturado ao solo com
revolvimento da terra. Nesses períodos, os canteiros foram regados uma vez ao dia
sempre, ao entardecer (fig. 4)
b) Na agricultura natural - EM
4
o preparo do solo contou com o revolvimento da terra e
incorporação de matéria verde (3 cm); EM
4
(1ml:100ml); melaço (1ml:500ml) e
Bokashi (200gr:1m
2
), sendo mantido em fermentação por um período de 20 dias.
Nesse período, os canteiros foram irrigados uma vez ao dia, sempre ao entardecer. A
utilização do EM
4
na cultura foi realizada uma vez por semana no primeiro mês, na
proporção de 10 ml de EM
4
, para 10 litros de água em cada canteiro. Após esse
período, a ação aconteceu uma vez por mês. O cultivo, com utilização de EM
4
foi
realizado no Campus do Centro Universitário de Barra Mansa – UBM, o cultivo
convencional e hidropônico na Estufa Santa Rita, estes também foram realizados no
município de Barra Mansa.( fig.3)
c) Parcelas da Hidroponia - No sistema NFT, a solução nutritiva foi armazenada em
um reservatório de onde foi recalcada para a parte superior do leito de cultivo,
passando pelos canais (tubos PVC) e recolhidos na parte inferior do leito, retornando
ao tanque. O controle do sistema aconteceu de forma automatizada. ( fig.5).
Figura 1 – Sementeira - bandejas multicelulares Fonte: Material do autor
Figura 2 – Sistema de produção de mudas de alface em canteiro (EM
4
) Fonte: Material do autor
Figura 3 – Preparo de canteiro para cultivo natural EM
4
Fonte: Material do autor
Figura 4 – Preparo de canteiro para cultivo convencional Fonte: Material do autor
Figura 5 – Preparo para cultivo hidropônico Fonte: Material do autor
9.1.4 Colheita
Realizou-se a colheita de 28 dias (EM
4
), 30 dias (Hidroponia) e 40 dias (convencional)
após o transplante das mudas. Foram utilizados 48 pés de alface (8 para cada tratamento)
para o acondicionamento, e outros 18 pés para as demais análises ( fig. 6 e fig. 7)
9.1.5 Acondicionamento
As plantas inteiras de alface (cv. Verônica e cv. Regina) cultivadas nos diferentes
sistemas procedentes do Município de Barra Mansa, RJ, foram colhidas, ao acaso, no período
da manhã, e levadas ao Laboratório de Técnicas Dietética do UBM para o seu processamento.
Cada planta foi lavada individualmente em água potável, imersa em recipiente com
solução de cloro (comprimidos Dicloroisocianurato de Sódio 2.5g) por 15 minutos,
enxaguada, e colocada sobre a bancada, para retirada do excesso de água. O ambiente foi
mantido climatizado em 18º C ( fig.8 )
Cada planta inteira foi acondicionada manualmente, em embalagem de Polipropileno,
igual para todos, disponível no mercado para acondicionamento de alimentos e armazenadas
em geladeira doméstica (comum), e mantidas em temperatura variando de 5 a 7º C ( fig. 9;
fig. 10 e fig. 11).
Sua raiz foi mantida em uma preparação geleificada ( gelatina incolor), com vista a
manter suas reações (respiração e transpiração) e, consequentemente, impedir a perda de
água.
De acordo com o tipo de acondicionamento, de cada combinação de tratamento (A, B,
C, D, E, F) foram colhidos oito pés de alface, perfazendo um total de 48 pés de alfaces. Cada
grupo foi analisado na colheita 0 dias, 7 dias, 14 dias e 21 dias, considerando os tratamentos
A, B, C, D, E, F.
9.1.6 Avaliação das Características Pós-Colheita do Produto Embalado
Para obtenção dessas variáveis, os pés de alface tiveram dois tipos de
acondicionamento (com sanitizante e sem sanitizante) e armazenados em geladeira com
temperatura variando entre 5 a 7º C. O método utilizado foi a Análise Descritiva Qualitativa,
por meio de escala hedônica de cinco pontos, com limite de aceitação para consumo com dois
pontos. Os dados obtidos foram submetidos a análise de variância (ANOVA) e teste de
Tukey.
A avaliação da aparência e o turgor das alfaces foram realizadas aos 0, 7, 14, 21 dias,
pela equipe do laboratório, no papel de consumidoras. As mesmas foram previamente
orientadas. Na avaliação das características pós-colheita do produto embalado levou-se em
consideração a vida de prateleira, a aparência e o turgor.
Figura 6: Colheita – sistema de cultivo hidropônico Fonte: Material do autor
Figura 7: Colheita – sistema de cultivo hidropônico Fonte: Material do autor
Figura 8: Alface sobre a bancada, para retirada do excesso de água Fonte: Material do autor
Figura 9: Alfaces acondicionadas em embalagem de Polipropileno Fonte: Material do autor
Figura 10: Alface crespa ( Verônica) Figura.11: Alface lisa ( Regina ) Fonte: Material do autor
9.1.7 Análise Física - Biométrica
Foram avaliados o tamanho das folhas e da cabeça da alface, largura da folhas,
conformação, cor, textura, período de colheita das variedades nas diferentes formas de
cultivo, através de observações visuais e medições com régua milimetrada.
9.1.8 Análise Microbiológica
A análise microbiológica foi realizada através de pesquisa de Salmonella , contagem
de heterótrofos mesófilos totais e coliformes fecais. (SILVA. et al, 1997).
9.1.9 Análise Físico-Química
As seguintes determinações foram realizadas nos laboratórios da Embrapa.
Umidade – realizada em balança infra vermelho (METTLER) até peso constante.
Cinza – obtida em mufla a 550ºc até peso constante (AOAC, 2000).
Gordura – Determinadas em extrator de Soxhlet com éter de petróleo durante 10
horas (Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz, 1985).
Proteína – Determinação feita pelo processo Kjeldahl recebendo o destilado em
ácido bórico a 2% e posterior titulação com ácido súlfurico a 0,1 N, usando
vermelho de metila como indicador. O fator utilizado em todas as análises de
proteína foi de 6,25 (Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz, 1985).
Carboidratos – Foram obtidos por diferença (AOAC, 2000).
Fibra alimentar- Gravimetria (AOAC,2000)
Valor Calórico Total (Kcal) – obtido pela soma dos seguintes produtos: proteína x
4, carboidrato x 4 e gordura x 9.
10 ANÁLISE ESTATÍSTICA
A pesquisa foi desenvolvida no delineamento inteiramente casualizado, onde se
estudaram dois tipos de variedades (Regina-lisa e Verônica-crespa) e três sistemas de cultivo
(convencional, agricultura natural – EM
4
e hidroponia).
Das combinações entre as variedades e os tipos de cultivo obtiveram-se as
combinações possíveis, constituindo seis tratamentos denominados por:
A - cv.Regina método EM4
B - cv.Verônica método EM4
C - cv.Regina método hidroponia
D - cv.Verônica método hidroponia
E - cv.Regina método convencional
F - cv.Verônica método convencional
Nesse delineamento foram utilizadas três repetições por tratamento, perfazendo um
total de 18 parcelas. O número de repetições por tratamento foi determinado segundo
orientação de PIMENTEL GOMES (1990) que recomenda no mínimo 10 graus de liberdade
para o resíduo da análise de variância.
Como os canteiros foram preparados de modo a obter a maior uniformidade possível,
cada um deles foi subdividido em três parcelas. Dessa forma, existiram quatro canteiros. As
outras seis parcelas foram usadas separadamente, tendo em vista que foi outro método de
cultivo, o de hidroponia.
Quadro 5: Croqui do Experimento
Croqui do Experimento
VO RC RO VC
Canteiro 1 Canteiro 2 Canteiro 3 Canteiro 4
P
1
C P
4
A P
7
B P
10
D
P
2
C P
5
A P
8
B P
11
D
P
3
C P
6
A P
9
B P
12
D
Para facilitar o cultivo, as repetições de cada tratamento ficaram no mesmo canteiro e
nenhuma influência era esperada, haja vista que o solo foi homogeneizado para formar os
canteiros. Assim, em cada canteiro havia três parcelas experimentais.
O espaçamento adotado foi o de 0,20m entre linhas e 0,40m entre plantas.
Quadro 6: Detalhes de uma parcela
0, 125
0,20 0,4 0,40 0,40 0,20
0, 125
0, 125
0, 125
0, 125
Área de uma parcela: 1,20m X 1m = 1,20m
2
Área útil ocupada por uma planta: 0,40m X 0,25m = 0,10m
2
.
Quadro 7: Detalhes de um canteiro
3,6m
Parc. 1
Parc. 2 Parc. 3
Área de um canteiro: 3,60m X 1m = 3,60m
2
De cada parcela, foi escolhida, aleatoriamente, uma planta para fazer a análise físico-
química. Dessa maneira, cada característica físico-química apresentou 18 valores, isto é, 3
valores para cada tratamento.
A análise da variância foi realizada conforme quadro abaixo:
Quadro 8: Análise de variância
FV
GL
Total 17
Var. 1
Hidrop X (Trad + EM) 1gl
Métodos 2
Var. X Métodos 2
Trad X EM 1gl
Resíduo 12
A interação variedade x método foi significativa, portanto, houve desdobramento da
ANOVA, como se vê a seguir:
ANOVA
Quadro 9: variação dos métodos em relação às variedades
FV
GL
Total
17
Var.
1
Métodos dentro
Var 1
2
Métodos dentro
Var 2
2
Resíduo
12
ou senão:
Quadro 10: variação dos métodos em relação às variedades
FV
GL
Total
17
Var.
1
(Trad + EM) x hidroponia dentro V 1
1
Trad X EM d. V1
1
(Trad + EM) x hidroponia
dentro V2
1
Trad x EM d. V2
1
Resíduo
12
10.1 Acondicionamento
Para analisar os pés de alface de acordo com o tempo de acondicionamento, de cada
combinação de tratamento (A, B, C, D, E, F) foram colhidos oito pés de alface, perfazendo
um total de 48, assim distribuídos:
Grupo 1 – Alface sem sanitizante
Grupo 2 – Alface com sanitizante.
Cada grupo foi analisado na colheita, aos 7 dias, aos 14 dias e aos 21 dias,
considerando os tratamentos A, B, C, D, E, F. dessa maneira, obteve-se :
1. Na colheita
Grupo 1 – A, B, C, D, E, F.
Grupo 2 – A, B, C, D, E, F.
2. Aos 7 dias
Grupo 1 – A, B, C, D, E, F.
Grupo 2 – A, B, C, D, E, F.
3. Aos 14 dias
Grupo 1 – A, B, C, D, E, F.
Grupo 2 – A, B, C, D, E, F.
4. Aos 21 dias
Grupo 1 – A, B, C, D, E, F.
Grupo 2 – A, B, C, D, E, F.
Portanto, em cada tratamento houve 8 pés de alface para análise microbiológica e
características sensoriais, conforme, conforme a quadro 11:
Quadro 11: Análise microbiológica e características sensoriais
A B C D E F Tratamento
Tempo
c/s s/s c/s s/s c/s s/s c/s s/s c/s s/s c/s s/s
Colheita X X X X X X X X X X X X
7 dias X X X X X X X X X X X X
14 dias X X X X X X X X X X X X
21 dias X X X X X X X X X X X X
Os 12 primeiros pés de alface não precisaram ser mantidos em geladeira, mas os 36
restantes sim. As análises de variância foram dadas por:
Quadro 12: Análise de variâncias
FV
GL
Total
47
Tempo de análise
3
Variedades
1
Métodos
2
Tempo x variedades
3
Tempo x métodos
6
Variedades x métodos
2
Tempo x variedades x métodos
6
Resíduo
24
As ANOVAS modificaram se de acordo com a significância das interações.
Uma outra ANOVA, onde se procurou estudar a influência do tempo, foi dada por:
Quadro 13: Influência do tempo
FV
GL
Total
47
Regr. Linear
1
Regr. Quadrática
1
Regr. Cúbica
1
Variedades
1
Métodos
2
Tempos x variedades
3
Tempos x métodos
6
Variedades x métodos
2
Tempos x variedades x métodos
6
Resíduo
24
Com esta última ANOVA, foram ajustados aos valores observados, uma função
linear, quadrática ou cúbica, dadas por:
Regressão linear – y
i
= â + bx
i
Regressão quadrática – y
i
= â + bx
i
+ cx
i
2
Regressão cúbica– y
i
= â + bx
i
+ cx
i
2
+ dx
i
3
11 RESULTADOS E DISCUSSÃO
11.1Qualidade Nutricional
Tabela 1 –Teores médios: Proteína (Pt), Umidade (U), Cinzas (Ci), Extrato etereo (Ee), Fibra alimentar (Fa) Glicídios totais (Gt) e valor calórico (Kcal) da parte aérea de
duas cultivares de alface produzidos sob cultivos (natural-EM; hidroponia e convencional) durante o período de julho a novembro de 2000 no município de Barra Mansa RJ
.
Variedade
Cultivar
Cultivo
Qualidade Nutricional
Pt Ll Ci Ee Fa GT Kcal/100g
A – EM
4
1,60 95,10 1,01 0,31 1,43 0,55 11,39
C – Hidrop 1,57 94,99 1,04 0,29 1,40 0,71 11,73
Regina
E – Conv 1,64 95,21 0,97 0,33 1,49 0,36 10,97
A – EM
4
1,57 93,74 0,96 0,37 2,18 1,18 14,30
C – Hidrop 1,60 93,74 0,98 0,40 2,13 1,15 14,60
Verônica
E – Conv 1,55 93,72 0,93 0,34 2,23 1,23 14,18
Média 1,59 94,41667 0,981667 0,34 1,81 0,863333 12,86
DesvPad. 0,031885 0,751816 0,038687 0,04 0,407578 0,372004 1,664541
Interv.Conf 0,025513 0,601567 0,030955 0,032006 0,326125 0,297659 1,331886
CV 0,020075 0,007963 0,039409 0,117647 0,225181 0,430892 0,129419
CV(%) 2,007463 0,796274 3,940928 11,76471 22,51813 43,08922 12,94188
Variação em torno da média
1,59
+-0,03
94,42
+-0,75
0,98
+-0,04
0,34
+-0,03
1,81
+-0,33
0,86
+-0,30
12,86
+-1,33
A análise de variância para algumas características da composição centesimal
(proteína, umidade, cinzas, extrato etéreo, fibra alimentar, glicídios totais, valor calórico total,
mostrou que as variedades não diferiram quanto ao teor de proteína, umidade, cinzas (Tabela
1). Esses valores foram semelhantes aos citados por MENDEZ (1992).
Quanto ao valores médios de extrato etéreo de 0,2 citados por MARTINS & RIELLA
(1993) para alfaces cultivadas por método hidropônico diferem dos encontrados neste estudo.
O teor de fibra alimentar revelou diferença entre as cultivares de alface tipo lisa -
Regina e crespa – Verônica, (Tabela 1). SGARBIERI (1987) cita 0,6 e 0,7g 100g
-1
MENDEZ (1992) cita 1,57g/100g. Percebe-se que a alface crespa tende a ter maior teor de
fibra do que a alface lisa. Provavelmente isso se deve ao fato de apresentar uma textura mais
consistente e tamanho de parte aérea maior.
O menor teor de glicídios totais encontrados (Tabela 1) sugere um erro amostral, o que
conseqüentemente interferiu no valor calórico total.
A análise e de correlações para se verificar qual das variedades apresentou melhores
resultados mostra que a variedade Regina cultivada pelo método natural EM
4
se comportou
melhor que a mesma variedade quando cultivada pelos métodos hidropônico e convencional.
A variedade Verônica cultivada pelo método natural EM
4
foi melhor do que quando
cultivada pelo método convencional e hidropônico, conforme Tabela 2.
Tabela 2 – Análise de correlações entre as variedades Regina e Verônica
ANÁLISE DE CORRELAÇÕES - para se verificar qual das variedades apresentou melhores resultados.
Variedade Regina Variedade Verônica
A/C 0,999992 B/D 0,999994
A/E 0,999987
B/F
0,999999
C/E 0,999959
D/F 0,999988
Através de outra correlações, levando-se em consideração o método de cultivo, o
natural EM
4
apresentou melhores resultados, tanto para variedade Regina como para
variedade Verônica ( Tabela 3)
Tabela 3 – Análise de correlações entre os métodos de cultivo
Outras correlações - considerando agora os métodos de cultivo
Método de cultivo Natural EM
4
: A/B 0,999482
Método de cultivo Hidroponia: C/D 0,999503
Método de cultivo Convencional: E/F 0,999363
Assim, pode-se concluir que nos três tipos de cultivos estudados, a variedade Regina
(lisa) se destacou em relação à variedade Verônica (crespa)
11.2 Análise Física - Biométrica
Tabela 4: Análise física - biométrica
Análise Física
Folha
Variedade
Cultivar
Cultivo
Início
Colheita
(dias)
Planta Cor Textura Diâmetro
(cm)
Altura
(cm)
Nº/
Comp.
(cm)
Larg
(cm)
Tipo
A – EM
4
56 Bem
conformada
Verde claro
macia firme
40 20 50 26 17,5 Lisa
C – Hidrop 60 Bem
conformada
Verde claro
macia firme
35 18 45 20 16 Lisa
Regina
E – Conv. 70 Bem
conformada
Verde claro
macia firme
29 18 36 17 13 Lisa
B – EM
4
58 Crespa
grande porte
Verde claro
consistente
39 21 47 26 17 Enrugada repicada
D – Hidrop 60 Crespa
grande porte
Verde claro
consistente
39 18 45 20 16 Enrugada repicada
Verônica
F – Conv. 70 Crespa
grande porte
Verde claro
macia firme
29 17 38 19 14,5 Enrugada repicada
O desenvolvimento dos cultivares Regina e Verônica com EM
4
foi bem mais expressivo, por apresentar melhor aparência, maiores
número de folhas, comprimento e largura , com excelente conformação e apresentação sem defeito. A colheita foi realizada 14 dias de antes do
cultivo convencional, para a variedade Regina, e 12 dias para a variedade Verônica, ambas no solo.
No cultivo hidropônico apresentaram uma diferença pequena em relação a cultivada por EM
4
, não chegando a comprometer a qualidade
de sua forma de apresentação, porém a colheita aconteceu 10 dias antes do cultivo pelo método convencional, para ambas as variedades.
No método convencional, as variedades caracterizaram-se por tamanhos menores e formatos irregulares.
11.3 Análise Microbiológica
Os resultados das análises microbiológicas das amostras de alface realizadas logo após
a colheita podem ser observados na Tabela 5. Estes dados revelam que a amostra de alface do
tipo Verônica cultivada em hidroponia foi a que apresentou maior número de heterótrofos
totais, embora este resultado não seja acompanhado pelos maiores valores obtidos para os
coliformes totais e ou fecais. Neste sentido, a amostra de alface do tipo Verônica de cultivo
convencional, que obteve o segundo maior número de heterótrofos totais, apresentou também
o maior valor para coliformes totais e, concomitantemente, foi a única a apresentar coliformes
fecais.
Tabela 5 - Resultados das análises microbiológicas dos diferentes tipos de alfaces logo após a colheita
Variedade
Cultivar
cultivo
Aeróbios
mesófilos
UFC/g
Coliformes totais
UFC/g
Coliformes fecais
UFC/g Salmonella spp.
A – EM
4
1,0 x 10
4
Ausentes Ausentes Ausente
C – Hidrop 1,6 x 10
4
2 Ausentes Ausente
Regina
E - Conv 1,9 x 10
5
79 Ausentes Ausente
B – EM
4
6,4 x 10
4
21 Ausentes Ausente
D – Hidrop 1,1 x 10
5
8 Ausentes Ausente
Verônica
F - Conv 2,6 x 10
5
1,6 x 10
3
7 Ausente
A tabela 6 apresenta os resultados destas análises sete dias após a colheita. Nesse
grupo de resultados observa-se que a amostra de alface do tipo Verônica de cultivo
convencional segue apresentando valores mais elevados, tanto para os heterótrofos totais,
quanto para os coliformes totais. Note-se ainda que apenas nesta amostra foram detectados
coliformes fecais.
Esses dados são coerentes com o fato de que o aumento do número de microrganismos
está diretamente relacionado com o tempo transcorrido após a colheita. Outro fato notório diz
respeito à detecção de coliformes fecais nesta mesma amostra, que parece estar vinculada à
sensibilidade do método utilizado, onde as cepas mais estressadas pelo transcurso do tempo
teriam sido detectadas apenas na amostra com maior número de microrganismos.
Tabela 6 - Resultados das análises microbiológicas dos diferentes tipos de alfaces 7 dias após a colheita
Variedade
Cultivar
Cultivo
Aeróbios
mesófilos
UFC/g
Coliformes Totais
UFC/g
Coliformes
Fecais
UFC/g
Salmonella spp
A – EM
4
1,2 x 10
4
Ausentes Ausentes Ausente
C – Hidrop 2,1 x 10
4
Ausentes Ausentes Ausente
Regina
E -- Conv
1,4 x 10
5
33 Ausentes Ausente
B – EM
4
2,4 x 10
4
13 Ausentes Ausente
D – Hidrop 1,9 x 10
5
Ausentes Ausentes Ausente
Verônica
F -- Conv 8,7 x 10
4
3,4 x 10
2
4 Ausente
Com relação aos resultados das análises microbiológicas das amostras de alface 14
dias após a colheita, apresentados na Tabela 7, observa-se novamente o comportamento
diferenciado da amostra de alface do tipo Verônica de cultivo convencional em relação às
demais. Novamente, essa amostra foi a única a apresentar contaminação por coliformes totais
e fecais, o que poderia estar relacionado com o tipo de cultivo, já que este comportamento é
repetitivo.
Tabela 7 - Resultados das análises microbiológicas dos diferentes tipos de alfaces 14 dias após a colheita
Variedade
Cultivar
Cultivo
Aeróbios
mesófilos
UFC/g
Coliformes
totais
UFC/g
Coliformes fecais
UFC/g
Salmonella spp.
A – EM
4
1,7 x 10
4
Ausentes Ausentes Ausente
C – Hidrop 3,3 x 10
4
Ausentes Ausentes Ausente
Regina
E -- Conv
1,1 x 10
5
Ausentes
Ausentes
Ausente
B – EM
4
2,2 x 10
4
Ausentes Ausentes Ausente
D – Hidrop 1,6 x 10
5
Ausentes Ausentes Ausente
Verônica
F -- Conv 1,1 x 10
5
13 4 Ausente
No gráfico nº. 1 os valores, separados por grupos de amostras analisadas, podem ser
comparados com maior facilidade. Assim, pode-se verificar que o grupo de amostras de
cultivo convencional, foi o que apresentou maiores valores de microrganismos em quase todas
as análises realizadas, excetuando-se apenas a amostra recém-colhida, fato que pode estar
associado, inclusive, aos fatores intervenientes do método analítico. O primeiro grupo de
amostras analisadas, no entanto, apresentou os valores mais baixos. O comportamento oposto
para estes dois grupos pode estar relacionado ao fato de que o método natural estabelece uma
competição entre as cepas utilizadas no cultivo e aquelas provenientes do meio ambiente.
Como as primeiras não são detectadas na colimetria, verificaram-se, então, baixos números de
heterótrofos totais, os quais seriam remanescentes do processo competitivo.
Gráfico 1: Determinação do número de heterótropos totais por amostra segundo o intervalo de tempo
após a colheita.
Determinação do número de heterótrofos totais por amostra de alface do tipo
Verônica, segundo o intervalo de tempo após a colheita e o tipo de cultivo
0
50000
100000
150000
200000
250000
300000
123
B = EM4 D = Hidrop F=Conv
UFC/g
Recém-colhidas
7 dias após
14 dias após
No gráfico nº. 2 pode-se observar um comportamento similar ao apresentado no
gráfico anterior. Deste modo, pode-se dizer que o tipo de alface estudado não foi o fator
preponderante no comportamento microbiológico dessas amostras.
Por outro lado o tempo transcorrido após a colheita parece ter influenciado de forma
negativa a qualidade deste produto, do ponto de vista microbiológico.
Gráfico 2 – Determinação do número de heretótrofos totais por amostra segundo o intervalo de tempo após a
colheita.
Determinação do número de heterótrofos totais por amostra de alface do tipo
Regina, segundo o intervalo de tempo após a colheita
0
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
160000
180000
200000
123
A = EM4 C = Hidrop E = Conv
UFC/g
Recém-colhidas
7 dias após
14 dias após
O método de cultivo natural comporta-se como o que apresenta os números mais
baixos de microrganismos também para as amostras do tipo Regina. Nesse sentido, o aspecto
microbiológico parece ser mais uma vantagem que se soma às já apregoadas para este tipo de
cultivo.
Não foram detectadas espécies do gênero Salmonella em nenhuma das amostras
analisadas, o que se apresenta em concordância às exigências da legislação em vigor.
Ressalta-se ainda que, com relação aos números de coliformes totais detectados nos
três métodos de cultivo, foram observados valores mais baixos na cultura natural, sendo que
nos outros dois métodos de cultivo (sistema convencional e cultura hidropônica) estes valores
estavam acima do limite máximo permitido para o consumo. Cabe discutir, contudo, que estes
microrganismos são naturalmente encontrados no meio ambiente e nem sempre estão
associados à contaminação de origem fecal. Nesse sentido, apenas o cultivo realizado pelo
método convencional parece oferecer risco de contaminação por microrganismos patogênicos,
já que foi também o único a apresentar contaminação por coliformes fecais.
Os resultados do 21º dia foram descartados por contaminação.
11.4 Avaliação das Características Pós-Colheita do Produto Embalado
As plantas inteiras de alface (cv. Verônica e Regina) cultivadas nos diferentes sistemas
procedentes do Município de Barra Mansa, RJ, foram colhidas, ao acaso, no período da
manhã, e levadas ao Laboratório de Técnica Dietética do UBM para o seu processamento.
Cada planta foi lavada individualmente em água potável, imersa em recipiente com
solução de cloro (comprimidos AQUATABS 100ppm) por 15 minutos, enxaguada, e colocada
sobre a bancada, para retirada do excesso de água. O ambiente foi mantido climatizado em
18º C.
Cada planta inteira foi acondicionada manualmente, em embalagem de Polipropileno,
igual para todas, disponível no mercado para acondicionamento de alimentos, armazenadas
em geladeira doméstica (comum), e mantidas em temperatura variando de 5 a 7º C.
Sua raiz foi mantida em uma preparação geleificada com vista a manter suas reações
(respiração e transpiração) e, consequentemente impedir perda de água.
A avaliação física em relação a aparência e turgor das alfaces foram realizadas aos: 0,
7, 14,21 dias, pela equipe do laboratório, no papel de consumidoras, que foram previamente
orientadas. O método utilizado foi a Análise Descritiva Qualitativa, por meio de escala
hedônica de cinco pontos, com limite de aceitação para consumo com dois pontos. Os dados
obtidos foram submetidos a análise de variância (ANOVA) e à comparação das médias pelo
teste de Tukey.
11.4.1 Tempo de acondicionamento
Tabela 8: Tempo de acondicionamento variedade Regina
Variedade Regina
Tempo de Acondicionamento (dias)
0 7 14 21
Tratamento Sanitizante
Escore Cultivar
Cultivo
Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com
A- EM
4
5 4,9 4,9 4,8 4,5 4 3 2,8
C- Hidrop
5 4,9 4,8 4,8 4,5 4 3 2,9
Aparência
E- Conv 5 4,7 4,8 4,7 4 3,9 2,8 2
A- EM
4
5 4,9 4,9 4,8 4,5 4 2,7 2,8
C- Hidrop 5 4,8 4,8 4,8 4,5 4 2,4 2,5
Turgor
E- Conv 5 4,7 4,8 4,7 4 3,9 2,8 2
Tabela 9: Tempo de acondicionamento variedade Verônica.
Variedade Verônica
Tempo de Acondicionamento (dias)
0 7 14 21
Tratamento Sanitizante
Escore Cultivar
Cultivo
Sem Com Sem Com Sem com Sem Com
B -EM
4
5 5 4,9 4,9 4,5 4 3 2,8
D-Hidrop
5 5 4,8 4,8 4,5 4 3 2,9
Aparência
F-Conv 5 5 4,8 4,7 4 3,9 2,8 2
B-EM
4
5 4,9 4,9 4,8 4,5 4 3 2,8
D-Hidrop 5 4,8 4,8 4,8 4,5 4 2,9 2,9
Turgor
F-Conv 5 4,7 4,8 4,7 4 3,9 2,8 2
11.4.2 Médias das características sensoriais pós-colheita do produto embalado
Admitindo que as variedades de alfaces apresentaram uma distribuição
aproximadamente normal dos escores médios em relação ao acondicionamento e utilizando
um nível de significância de 0,05 observou-se as seguintes médias das variedades:
Tabela 10: Análise realizada nas médias do atributo aparência ao final de 21 dias de experimento.
Médias ao final do experimento
(tempo de acondicionamento – 21 dias)
Tratamento Sanitizante
Variedade
Escore Cultivo/cultivar
sem com
A – EM
4
4,350 4,125
C – Hidrop 4,325 4,150
E – Conv 4,150 3,825
Regina
Aparência
Média +
D.P. 4,275+0,109 4,033+0,181
B – EM
4
4,350 4,175
D - Hidrop 4,325 4,175
F. Conv 4,150 3,900
Verônica
Aparência
Média +
D.P. 4,275+0,109 4,083+0,159
Como há diferença entre as médias foi realizado uma análise de variância onde
observou-se um F=2,361 menor que o F crítico de 4,066 a um gl entre grupos de 3 e um gl
dentro dos grupos de 8 e um nível de significância de 0,05, ou seja, a hipótese nula foi aceita
admitindo assim que não há diferença significativa entre as médias
Tabela 11: Análise realizada nas médias do atributo turgor ao final de 21 dias de experimento.
Médias ao final do experimento
(tempo de acondicionamento – 21 dias)
Tratamento Sanitizante
Variedade
Escore Cultivo/cultivar
Sem com
A – EM
4
4,275 4,125
C – Hidrop 4,175 4,025
E – Conv 4,150 3,825
Regina Turgor
Média + D.P. 4,200+0,066 3,992+0,153
B – EM
4
4,350 4,125
D – Hidrop 4,300 4,125
F – Conv 4,150 3,825
Verônica
Turgor
Média +
D.P. 4,267+0,194 4,025+0,173
Como há diferença entre as médias foi realizado uma análise de variância onde
observou-se um F=3,117 menor que o F crítico de 4,066 a um gl entre grupos de 3 e um gl
dentro dos grupos de 8 e um nível de significância de 0,05, ou seja, a hipótese nula foi aceita
admitindo assim que não há diferença significativa entre as médias.
Conclui-se que na avaliação individualizada dos atributos aparência e turgor, não foi
necessário realizar o Teste de Tukey pois não há diferença entre as médias.
Para analisar a diferença entre as médias de cada variedade foi realizado a análise de
variância e o Teste de Tukey, onde para melhor interpretação dos dados codificou-se as
variedades como:
GRUPO A = Regina sem salinizante
GRUPO B = Regina com salinizante
GRUPO C = Verônica sem salinizante
GRUPO D = Verônica com salinizante
Analisando a PERFORMANCE (aparência e turgor em conjunto) admitindo que as
variedades de alfaces apresentaram uma distribuição normal dos escores médios e
utilizando um nível de significancia de 0,05 observou-se as seguintes médias da performance
das variedades:
Tabela 12: Médias da avaliação da performance (aparência e turgor em conjunto) características sensoriais ao
final de 21 dias de experimento
Médias ao final do experimento
(tempo de acondicionamento – 21 dias)
Tratamento Sanitizante
Variedade
Escore Cultivo/cultivar
sem com
A – EM
4
4,350 4,125
C – Hidrop 4,325 4,150
Aparência
E – Conv 4,150 3,825
A – EM
4
4,275 4,125
C – Hidrop 4,175 4,025
E – Conv 4,150 3,825
Regina
Turgor
Média +
D.P Gr.A 4,238 +0,090 Gr.B 4,013 +0,151
B – EM
4
4,350 4,175
D - Hidrop 4,325 4,175
Aparência
F. Conv 4,150 3,900
B – EM
4
4,350 4,125
D – Hidrop 4,300 4,125
F – Conv 4,150 3,825
Verônica
Turgor
Média +
D.P Gr.C 4,271+0,095 Gr.D 4,054 +0,152
Tabela 13: Médias e variâncias da performance das variedades
RESUMO
Grupo Contagem Soma Média Variância
A 6 25,425 4,238 0,0081875
B 6 24,075 4,013 0,0229375
C 6 25,625 4,271 0,009104167
D 6 24,325 4,054 0,023104167
Tabela 14: Anova (Análise de Variância)
ANOVA
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico
Entre grupos
0,301 3 0,100 6,340 0,003 3,098
Dentro dos grupos
0,317 20 0,016
Total
0,618 23
A análise de variância observou um F=6,34 maior que o F crítico de 3,098 a um gl
entre grupos de 3 e um gl dentro dos grupos de 20 e um nível de significância de 0,05, ou seja,
a hipótese nula foi rejeitada admitindo assim uma diferença significativa entre as médias.
Tabela 15: Teste de Tukey
Teste - Tukey
4,013 4,054 4,238 4,271
B D A C
B
0,042
0,225 0,258
D
0,183
0,217
A
0,033
C
Gl
20
K
4
Significância
0,050
q0,05
3,96
DHS
0,203
A diferença entre as médias C com B, C com D e A com B são
significantes.
O Teste de Tukey destacou que a diferença entre as médias da variedade Verônica s/s
em relação as variedades Verônica c/s e Regina c/s é significante. A diferença entre os escores
médios da variedade Regina s/s em relação a Regina c/s também é significante. Já a diferença
entre os escores médios das variedades Verônica c/s e Regina c/s pode ser encarada como erro
amostral.
Conclui-se assim que a variedade Verônica s/s apresentou melhores características em
relação ao acondicionamento.
12 CONCLUSÕES
A produção de hortaliças passa por transformações em busca de modernização
necessária para melhorar a eficiência produtiva do sistema, aumentando a competitividade dos
produtos, reduzindo os riscos e custos, agregando qualidade e valor.
No Brasil, o cultivo orgânico das hortaliças vem conquistando uma parcela crescente
de consumidores, e em nossa região não é diferente.
Apesar da demanda mundial por vegetais frescos minimamente processados e
prontos para o consumo, uma maior expansão neste segmento de mercado (interno e externo)
tem sido dificultada pela vida útil dos mesmos.
As técnicas de conservação pós-colheita como sanitização, embalagem para
comercialização, impactam a qualidade melhorando a vida útil, a rentabilidade ao produtor e
ao comerciante, gerando produtos de diferentes qualidade para o consumidor.
Nenhuma técnica de produção de alface estudada neste trabalho está isenta de
impactos, ou pode ser classificada como “ambientalmente mais adequada”.
O perfil nutricional das variedades estudadas, a cv. Regina se destacou em relação a
cv. Verônica, porém no método de cultivo ambas cv. se destacaram no cultivo EM
4
.
Nas análises microbiológicas, não foram detectadas espécies do gênero Salmonella
sp.; no entanto para heterótrofos totais e coliformes totais, observou-se valores mais baixos na
cultura EM
4
, sendo que nos outros dois métodos de cultivo (convencional e hidropônico) estes
valores estavam acima do limite máximo permitido para o consumo de acordo com a RDC nº
12, de 02 de janeiro de 2001 – ANVISA.
Apenas a cv. Verônica no cultivo convencional apresentou contaminação por
coliformes fecais e, também maior nº de heterótrofos totais e coliformes totais.
Na análise biométrica o desenvolvimento das cv. Regina e Verônica pelo método de
cultivo EM
4
apresentou melhor produtividade e performance em relação ao convencional e
hidropônico, por apresentar melhor aparência, nº de folhas, comprimento e largura e a colheita
com menor tempo de desenvolvimento, portanto melhor aceitabilidade.
O método de cultivo hidropônico apresentou pequena diferença do em relação ao
cultivo por EM
4
não chegando comprometer a qualidade.
O método convencional caracterizou-se por tamanhos menores e formato irregulares.
Em relação aos diferentes tratamentos para acondicionamento a cv. Verônica não
sanitizada apresentou diferença significativa em relação a cv. Regina e cv. Verônica com
sanitização.
A cv. Regina não sanitizada também apresentou diferença significativa em relação a
cv. Regina sanitizada.
a diferença entre os escores médios das variedades Verônica c/s e Regina c/s pode
ser encarada como erro amostral.
No acondicionamento a cv Verônica mostrou melhor performace. (aparência e turgor
em conjunto).
Concluindo, pode-se inferir a importância dos métodos e matérias utilizados neste
estudo, oferecendo ao consumidor produtos in natura, integral, higienizados e acondicionados
em atmosfera natural, com melhor tempo de vida útil e qualidade.
Recomenda-se a prática da agricultura orgânica do ponto de vista sócio-ambiental
pelo uso mais racional de adubos sintéticos e por não adotar o uso dos pesticidas. O sistema
orgânico é mais eficiente, garantindo a liberdade de crescimento e amadurecimento da planta,
garantindo a nutrição de forma natural de acordo com as leis da natureza.
Algo que poderia alavancar uma ação mais crítica e consciente é o incentivo, por
exemplo, às hortas escolares, pois assim promove-se a produção de hortaliças para o consumo
na merenda escolar, fazendo com que o estudante participe, não só do processo de cultivo,
como também, do estímulo á produção adequada de frutos e legumes, e desenvolva atitude de
amor, cidadania e respeito ao meio ambiente.
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