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Por outro lado, a formação de um óxido ternário (como postulado abaixo), mesmo
que de estequiometria variável e/ou desordenado, indica que o TiO
2
é parcialmente reduzido
pela ação mecânica da moagem. Assim, é plausível a disponibilização de titânio metálico para
reação com o ferro.
Levando em conta as considerações acima, e que o campo hiperfino magnético médio
encontrado para a contribuição magnética foi de 32,8 T, i.e. pouco menor do que o campo do
α-Fe ordinário (Bhf = 33 T), a contribuição pode ser atribuída a ferro (bcc) puro ou,
possivelmente, com algum titânio dissolvido. Como o singleto que aparece em todas as
medidas apresenta um deslocamento isomérico variando de -0,26 a -0,09 mm/s, esta
componente também é relacionada a uma fase metálica, provavelmente α–Fe(Ti) na fomra de
finas partículas ou, então, com teor maior de titânio.
Quanto às outras componentes (i.e., os dubletos), é imediato verificar que não
pertecem a fases metálicas. Neste sentido, entendeu-se que os dubletos incluídos nos ajustes, e
cujos parâmetros hiperfinos remetem aos cátions Fe
2+
e Fe
3+
, devem ser associados a um
óxido misto (i.e., Fe-Ti-O). Este poderia ser uma fase espinélio “tipo-ulvospinel”, Fe
1+X
Ti
2-
X
O
4-Y
, bastante desordenada e, possivelmente, hipoestequiométrica com relação ao oxigênio
(i.e., Y ≥ 0), devido à atmosfera inerte da moagem. Ou, em mesmo grau de desordem, uma
fase “tipo-pseudobrokita”, Fe
1+X
Ti
2-X
O
5
, onde o ferro pode assumir tanto a valência de um
cátion férrico como de um ferroso, dependendo dos valores de X.
Com base em trabalhos reportados na literatura (resumidos na seção 2.2), sabe-se que
o ferro ocupa na rede cristalina do ulvospinel o sítio tetrahedral A e o octaedral B, na forma de
cátions Fe
2+
. Por outro lado, é sabido que cátions trivalentes e divalentes podem ser explicados
atribuindo-os às soluções sólidas da pseudobrookita, onde ambos os cátions A e B ocupam