24
encoraja reflexões mais amplas sobre a natureza do pensamento matemático, do
ponto de vista cognitivo, histórico, cultural, social e pedagógico.
Esse autor é considerado o “pai da Etnomatemática” e grande motivador da
abordagem no Brasil, sendo o primeiro a mencionar o termo em meados da década
de 70. Sobre a origem do termo, refere que “Etnomatemática é a arte ou técnica
(techné = tica) de explicar, de entender, de desempenhar na realidade (matema),
dentro de um contexto cultural próprio (etno)”, procura, dessa forma, entender o
saber/fazer matemático ao longo da história da humanidade, contextualizado-o em
diferentes grupos de interesse, comunidades, povos e nações (D’AMBRÓSIO, 2002).
A Etnomatemática como o corpo de artes, técnicas, modos de conhecer,
explicar, entender, lidar com os diferentes ambientes naturais e sociais,
estabelecidos por culturas distintas, inclui maneiras de comparar, classificar, ordenar,
medir, contar, inferir, e muitas outras. Por isso, no decorrer dos anos tem se
apresentado de maneira bastante relevante para os estudos e pesquisas em
Educação Matemática, com implicações pedagógicas.
Nessa direção, D’Ambrosio (2002) argumenta que é necessário reconhecer
as diferentes matemáticas encontradas em diferentes contextos culturais, para que
as instituições escolares ampliem suas referências discursivas a fim de incluírem e
legitimarem diferentes formas de pensar e fazer Matemática.
Conseqüentemente, percebemos a importância, para o educador, do
conhecimento da prática cotidiana do aluno no seu ambiente de trabalho, visando a
contextualizar os saberes matemáticos.
Para Wanderer:
Considerando a cultura dos alunos, seus modos de lidar com o
conhecimento, suas histórias e trajetórias, suas opiniões, penso que a
Matemática pode receber um outro enfoque. Ao invés de um conjunto de
técnicas e fórmulas descontextualizadas, o conhecimento matemático a se
conectar mais com a vida dos alunos, com suas formas de lidar com seu
mundo social, auxiliando-os na compreensão e problematização de
situações concreta de sua vida (2002, p. 35-6).
A denominação Etnomatemática resulta de uma preocupação dessa autora
com as tentativas de propostas de uma outra epistemologia e, em entender a
aventura da espécie humana, na busca de conhecimento.
Conforme D’Ambrósio (2002), a Etnomatemática é parte do cotidiano, que é o