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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DE BAHIA – UESB
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
CAMPUS DE ITAPETINGA
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE ALIMENTOS PARA
RUMINANTES
JACQUELINE FIRMINO DE SÁ
ITAPETINGA - BA
AGOSTO - 2007
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JACQUELINE FIRMINO DE SÁ
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE ALIMENTOS PARA RUMINANTES
Dissertação apresentada à Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia UESB / Campus de Itapetinga BA, para obtenção do
título de Mestre em Zootecnia Área de Concentração em
Produção de Ruminantes.
Orientador: Profº D. Sc. Márcio dos Santos Pedreira
Co-orientadores: Profº D.Sc. Fabiano Ferreira da Silva
Profº D.Sc. Paulo Bonomo
ITAPETINGA - BA
AGOSTO - 2007
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Catalogação na Fonte:
Rogério Pinto de Paula – CRB 1746 - 6ª Região
Diretor da Biblioteca – UESB – Campus de Itapetinga-BA
636.085
S111a
Sá, Jacqueline Firmino de.
Avaliação nutricional de alimentos para ruminantes./ Jacqueline
Firmino de Sá. – Itapetinga-BA: UESB / Mestrado em Zootecnia, 2007.
70p. Il.
Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia
da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB - campus de
Itapetinga. Área de concentração em Produção de Ruminantes. Sob a
orientação do Profº D. Sc. Márcio dos Santos Pedreira e dos Co-
orientadores: Profº D.Sc. Fabiano Ferreira da Silva e Pro D.Sc. Paulo
Bonomo.
Bibliografia: cap.1, p.34-37; cap.2, p.53-55; cap.3, p.68-70.
Normalizada e revisada por Rogério Pinto de Paula Diretor de
Biblioteca CRB 1746 – 6ª Região.
1. Ruminantes Avaliação nutricional Alimentação animal. 2.
Nutrição animal: Braquiária Degradabilidade Co-produtos. 3.
Alimentação animal: Tanzânia – Tifton Algaroba – Bagaço de mandioca.
4. Cacau – Dendê. I. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB,
Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, campus de Itapetinga. II.
Pedreira, Márcio dos Santos (Orientador). III. Silva, Fabiano Ferreira da
(Co-orientador). IV. Bonomo, Paulo (Co-orientador). V. Título.
CDD(21): 636.085
Índice Sistemático para desdobramentos por Assunto:
1. Ruminantes – Avaliação nutricional – Alimentação animal.
2. Nutrição animal – Braquiária – Degradabilidade – Co-produtos
3. Alimentação animal – Tanzânia – Tifton – Algaroba – Bagaço de mandioca
4. Cacau – Dendê.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
Área de Concentração em Produção de Ruminantes
Campus de Itapetinga -BA
DECLARAÇÃO DE APROVAÇÃO
Título: “Avaliação nutricional de alimentos para ruminantes”
Autor: Jacqueline Firmino de Sá
Aprovada como parte das exigências para obtenção do Título de MESTRE EM ZOOTECNIA, ÁREA
DE CONCENTRAÇÃO EM PRODUÇÃO DE RUMINANTES, pela Banca Examinadora:
__________________________________________
Profº. D. Sc. Márcio dos Santos Pedreira – UESB
Presidente
__________________________________________
Profº. D. Sc. Aureliano José Vieira Pires – UESB
__________________________________________
Profº. D. Sc. Luiz Gustavo Ribeiro Pereira – CPATSA - EMBRAPA
Data de realização: 13 / 08 / 2007.
UESB – Campus Juvino de Oliveira, Praça Primavera, nº 40 – Telefone: (77) 3261-8628 – Fax: (77) 3261-8600
Itapetinga – BA – CEP: 45700-000 - E-mail: mestrado.zootecnia@uesb.br
“De tudo, ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre a começar...
A certeza de que é preciso continuar...
A certeza de que seremos interrompidos...
Portanto devemos:
Fazer da interrupção um novo caminho...
Da queda um passo de dança...
Do sonho uma ponte...
Da procura um encontro...
(Fernando Pessoa)
Aos meus amados pais Brasilino Camboim de Sá e
Dalvinete Firmino de Sá pela educação, amor e afeto.
Aos meus amados irmãos, pela amizade e carinho.
Aos meus sobrinhos, Alice, Caio e João, pelo amor
e importância que cada um tem para mim.
DEDICO
A ÌCARO DE SÁ FERREIRA SILVA
Por ser um presente de Deus em minha vida e
por quem procuro fazer o melhor.
A FABIANO FERREIRA DA SILVA
Pelo amor, respeito, cumplicidade, exemplo como
pessoa e por fazer parte da minha vida.
OFEREÇO
AGRADECIMENTOS
A DEUS, por conceder-me força e saúde para superar as minhas limitações e
concretizar mais um objetivo;
À Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e ao Programa de Pós-Graduação em
Zootecnia pela oportunidade de realização deste curso;
A FAPESB-Fundação de Apoio e Amparo á Pesquisa do Estado da Bahia, pela
concessão da bolsa;
Ao professor D.Sc. e orientador Márcio dos Santos Pedreira pela orientação,
paciência e ensinamentos transmitidos;
Ao professor D. Sc. Paulo Bonomo pela co-orientação, pela amizade e pelos
conhecimentos adquiridos em suas disciplinas;
Ao professor Dr. Aureliano José Vieira Pires, pela motivação e disposição em
cooperar sempre que solicitado;
Ao professor Dr. Fabiano Ferreira da Silva pela co-orientação, incentivo, paciência e
dedicação a todo o momento;
Aos demais professores do Programa de Pós-graduação em Zootecnia, pelos
ensinamentos e convivência;
Aos colegas de curso, André, Paulo Valter, José Nobre, Rita, Rogério, Cristiane,
Gesiane, Lizziane e Fábio pela amizade e agradável convivência;
A colega e grande amiga Luciana (Póia), pelo incentivo e amizade;
Aos alunos da graduação Danilo, Diogo e Julinessa pela ajuda e dedicação;
A equipe da LNA (Kal, Thiago, Pedro) e o prof. D. Sc. Mauro Figueiredo pela
disponibilidade e auxilio durante as análises laboratoriais;
A minha grande amiga e incentivadora de todas as horas Roberta Ornellas (Toteta);
Ao funcionário Zé, do laboratório de forragem pelo auxílio, apoio e dedicação;
A todas as pessoas que direta ou indiretamente colaboraram para a realização desse
trabalho.
O meu muito obrigado!
BIOGRAFIA
JACQUELINE FIRMINO DE SÁ, filha de Brasilino Camboim de e Dalvinete
Firmino de Sá, nasceu na cidade de Itabuna, Estado da Bahia, em 18 de Julho de 1978.
Em Março de 2000, ingressou na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB,
na qual, em 2004, obteve o título de Zootecnista.
Em março de 2005, iniciou o Programa de Mestrado em Zootecnia, área de
concentração em Produção de Ruminantes, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia -
UESB.
RESUMO
Sá, Jacqueline Firmino de. Avaliação nutricional de alimentos para ruminantes./ Jacqueline Firmino de
Sá. – Itapetinga-BA: UESB / Mestrado em Zootecnia, 2007. 70p. Il.
Foram estudadas a diferentes idades de corte de gramíneas tropicais no fracionamento dos
carboidratos e das proteínas, bem como a cinética da fermentação ruminal da Bachiaria brizanta cv
marandu e o fracionamento do carboidratos e das proteínas para diferentes co-produtos. Foram
conduzidos três experimentos, no Campus Juvino Oliveira, da Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia (UESB), município de Itapetinga-BA. No primeiro experimento as gramíneas avaliadas foram o
capim - tanzânia (Panicum maximum cv. Tanzânia), o capim-marandu (Brachiaria brizantha cv.
Marandu) e o capim-Tifton 85 (Cynodon dactylon cv. 85), cultivadas isoladamente em canteiros com
dimensões de 9x3m cortadas em diferentes idades 28, 35 e 54 dias de dezembro de 2005 a janeiro de
2006. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente ao acaso em parcelas subdivididas,
sendo as gramíneas localizadas nas parcelas e as idades de corte nas subparcelas. Utilizou-se 4
repetições totalizando 12 canteiros. Houve efeito significativo (P<0,05), com aumento linear crescente
com o avanço da idade para os teores MS, FDNCP, NIDIN, CT. Os teores de PB apresentaram
declínio com o avanço da idade para as três gramíneas. Para as frações de carboidratos houve
diferença entre as gramíneas e o capim-marandu apresentou teores elevados para a fração A+B1, e B2
com médias de 25,5 e 34,8% da PB aos 28 dias. Para frações de proteína o capim-marandu também foi
o que apresentou os maiores teores da fração A, 28,1% da PB aos 35 dias, B1+B2, 53,8% da PB aos
28 dias, e os menores valores médios para a fração B3 e C (16% e 12,9% da PB, respectivamente.). O
capim-Tifton 85 foi o que apresentou os maiores teores para a fração B3, 32,7%PB. No segundo
experimento avaliou-se a digestibilidade in vitro da Brachiaria brizantha cv. Marandu, cortadas aos
28, 35 e 54 dias de idade, com altura de 20 cm do solo no período de dezembro de 2005 a janeiro de
2006 através da técnica de produção de gases. Os dados da produção de gases foram ajustados ao
modelo logístico bicompartimental, para a obtenção dos parâmetros da cinética de produção de gases e
posteriores comparações entre os parâmetros na diferentes idades. As leituras de pressão e volume
foram realizadas nos tempos de 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 17, 20, 24, 28, 32, 48, 72 e 96 horas. O
delineamento utilizado foi inteiramente casualizado. Os dados foram submetidos à análise de variância
e de regressão, ao nível de 5% de probabilidade. Houve efeito significativo (P<0,05), para as variáveis
MS, FDN
CP
, FDA, NIDIN, NIDA, CT, B2, com aumento linear à medida que avançou a idade de
corte. O FP foi superior aos 35 dias quando obteve maior PG e menor DMS. Para os parâmetros
cinéticos a produção de gases da fração A foi semelhante entre as idades de 28 e 35 dias, com
95,75mL e 116,8mL/g de MS, respectivamente. A idade recomendada para obtenção do melhor valor
nutricional do capim-marandu foi aos 28 dias. No terceiro experimento foram colhidas amostras de
cinco co-produtos, farelo de cacau (Theobroma cacao), casca de café (Coffea rábica, L.), torta de
dendê (Elaeis guineensis), bagaço de mandioca (Manihot esculenta) e a vagem de algaroba (Prosopis
juliflora), para avaliar sua composição química. Os alimentos avaliados apresentaram composição
química semelhantes aos alimentos alternativos frequentemente utilizados na alimentação animal. O
farelo da vagem da algaroba e o bagaço da mandioca demonstraram ser excelentes fontes de energia
para o crescimento dos microrganismos ruminais. A casca de café apresentou alto conteúdo da fração
indisponível podendo limitar o desenvolvimento dos microrganismo ruminais.
Palavras Chave: Frações, degradabilidade, braquiária, co-produtos.
_________________________
*Orientador: Márcio dos Santos Pedreira, D.Sc., UESB e Co-orientadores: Fabiano Ferreira da Silva,
D.Sc..M.V., UESB e Paulo Bonomo, D.Sc., UESB.
ABSTRAT
Gas production, carbohydrates and proteins fractions of tropical grasses and by-products
Were studied different ages of cut of tropical grasses in the carbohydrates and proteins
fractions, as well as the gas production of Bachiaria brizanta cv Marandu and the carbohydrates and
proteins fractions of the for different by-products. Three experiments were conducted, in the Campus
Juvino Oliveira, of the Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), district of Itapetinga-BA.
In the first experiment the grasses evaluated were Tanzania (Panicum maximum cv. Tanzania),
Braquiarão (Brachiaria brizantha cv. Marandu) and Tifton 85 (Cynodon dactylon cv. Tifton 85),
cultivated separately in stonemasons with dimensions of 9x3m cut in different ages (28, 35 and 54
days) between of December of 2005 to January of 2006. The design was used completely randomized
with portions subdivided, being the located grasses in the portions and the cut ages in the subdivided.
It was used 4 repetitions totaling 12 stonemasons. There was significant effect (P <0,05), with growing
lineal increase with the progress of the age for the percentage of dry matter (DM), neutral detergent
fiber correct to protein and ash (NDFPA), nitrogen insoluble in neutral detergent (NIDIN), total
carbohydrate (TC). The crude protein (CP) contents decline with the progress of the age for the three
grasses. For the carbohydrates fractions there was difference between the grasses and grass-marandu
presented high contents for the fraction A+B1, and B2 with averages of 25,5 and 34,8% of the CP at
28 days of age. For protein fractions the grass-marandu it was also who presented the largest
percentages of the fraction A, 28,1% of the CP to the 35 days, B1+B2, 53,8% of the CP to the 28 days,
and the smallest medium values for the fraction B3 and C (16% and 12,9% of the CP, respectively).
Grass-Tifton 85 was who presented the largest percentages for the fraction B3, 32,7% of the CP. In the
second experiment the in vitro digestibility of Brachiaria brizantha cv. Marandu, was evaluated cut to
the 28, 35 and 54 days of age, with height of 20 cm of the soil in the period of December of 2005 to
January of 2006 through the technique of gas production. The data of the gas production were adjusted
to the model logistic bicompartimental, for the obtaining of the parameters of the kinetics of gases
production and subsequent comparisons among the parameters in the different ages. The pressure
readings and volume were accomplished in the times of 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 17, 20, 24, 28, 32, 48, 72
and 96 hours. The design was used completely randomized. The data were submitted to the variance
analysis and of regression, at the level of 5% of probability. There was significant effect (P <0,05), for
the variables CP, NDFPA, acid detergent fiber, NIDIN, nitrogen insoluble in acid detergent, TC, B2,
with lineal increase as it advanced the cut age. Partition factor was superior to the 35 days when
obtained larger gas production and smaller DM digestibility. For the kinetic parameters the gas
production of the A fraction was similar between the ages of 28 and 35 days, with 95,75mL and
116,8mL/1g of DM, respectively. The age recommended for obtaining of the best nutritional value of
the grass-marandu it went to the 28 days. In the third experiment samples of five by-products were
collected, cocoa meal (Theobroma cocoa), coffee hulls (Coffea rábica, L.), palm cake (Elaeis
guineensis), cassava pulp (Manihot esculenta) and the mesquite pods meal algaroba green bean
(Prosopis juliflora), to evaluate yours chemical composition. The by-products evaluated presented
chemical composition similar to the alternative feeds used in the animal feeding. The bran of the green
bean of the algaroba and the pulp of the cassava demonstrated to be excellent sources of energy for the
growth of the ruminal microorganisms. The coffee hulls presented elevated contents of the fraction C
needing larger studies in yours use in the animal feeding.
Words Key: Fractions, degradabilidade, braquiária, by-products
_________________________
*Adviser: Márcio dos Santos Pedreira, D.Sc., UESB e Co-advises: Fabiano Ferreira da Silva, D,Sc.,
UESB e Paulo Bonomo, D.Sc., UESB.
LISTA DE TABELAS
TRABALHO 1
Tabela 1 -
Teores de matéria seca (MS), e matéria orgânica (MO), das
gramíneas, Tifton 85, Marandu e Tanzânia, em três idades de
corte......................................................................................................
20
Tabela 2 -
Teores de proteína bruta (PB), e nitrogênio insolúvel em detergente
ácido (NIDIN), das gramíneas, Tifton 85, Marandu e Tanzânia, em
três diferentes idades de corte..............................................................
22
Tabela 3 -
Teores de fibra em detergente neutro corrigido para cinzas e proteína
(FDNCP), fibra em detergente ácido (FDA) e lignina (LIG), das
gramíneas, Tifton 85, Marandu e Tanzânia, em três idades de corte...
23
Tabela 4 -
Teores de extrato etéreo (EE), carboidratos totais (CT) e
carboidratos não fibrosos (CNF), das gramíneas, Tifton 85, Marandu
e Tanzânia, em três idades de corte......................................................
26
Tabela 5 -
Frações de carboidratos, fração (A + B1), (B2) e (C), expressos em
% dos carboidratos totais (CT) das gramíneas, Tifton 85, Marandu e
Tanzânia, em três idades de corte.........................................................
27
Tabela 6 -
Fracionamento de proteínas, fração (A), (B1 + B2), (B3) e (C), das
gramíneas, Tifton 85, Marandu e Tanzânia, em três idades de corte...
30
TRABALHO 2
Tabela 1 -
Composição bromatológica, equações de regressão e coeficientes de
determinação e de variação do capim - marandu, em função das
idades de corte......................................................................................
45
Tabela 2 -
Produção de gases (PG; ml), degradação da matéria seca (DMS; %)
e fator de partição (FP) da Brachiaria brizanta cv Marandu
cortadas aos 28, 35 e 54 dias de rebrota, durante 96 horas de
incubação..............................................................................................
47
Tabela 3 -
Comparação média dos parâmetros da cinética da digestão (mL/g
MS) da Brachiaria brizanta, cortada em diferentes idades, pelo
método de digestibilidade in vitro/gases no período total de 96
horas.....................................................................................................
48
TRABALHO 3
Tabela 1 -
Composição química dos alimentos..................................................... 61
Tabela 2 -
Fracionamento dos carboidratos dos co-produtos............................... 64
LISTA DE FIGURAS
TRABALHO 2
Figura 1
Produção cumulativa de gases (PG) do capim-marandu cortado aos
28, 35 e 54 dias de rebrota, ao final de 96 horas..................................
50
Figura 2
Produção cumulativa de gases (PG) dos carboidratos fibrosos (CF) e
carboidratos o fibrosos (CNF) do capim-marandu cortado aos 28
dias de rebrota, durante as 96 horas de incubação...............................
51
Figura 3
Produção cumulativa de gases (PG) dos carboidratos fibrosos (CF) e
carboidratos o fibrosos (CNF) do capim-marandu cortado aos 35
dias de rebrota, durante as 96 horas de incubação...............................
51
Figura 4
Produção cumulativa de gases (PG) dos carboidratos fibrosos (CF) e
carboidratos o fibrosos (CNF) do capim-marandu cortado aos 54
dias de rebrota, durante as 96 horas de incubação...............................
51
SUMÁRIO
TRABALHO 1
Fracionamento de carboidratos e proteínas de gramíneas
tropicais em diferentes idades.............................................................
14
Resumo..................................................................................................
14
Abstract.................................................................................................
15
1 Introdução.............................................................................................
16
2 Materiais e Métodos.............................................................................
18
3 Resultados e Discussão.........................................................................
20
4 Conclusão..............................................................................................
33
5 Referências............................................................................................
34
TRABALHO 2
Cinética da fermentação ruminal in vitro da Brachiaria brizantha
cv. Marandu em diferentes idades de corte.......................................
38
Resumo..................................................................................................
38
Abstract.................................................................................................
39
1 Introdução.............................................................................................
40
2 Materiais e Métodos.............................................................................
42
3 Resultados e Discussão.........................................................................
45
4 Conclusão..............................................................................................
52
5 Referências............................................................................................
53
TRABALHO 3
Composição química e fração dos carboidratos de diferentes co-
produtos agroindustriais......................................................................
56
Resumo...................................................................................................
56
Abstract.................................................................................................
57
1 Introdução.............................................................................................
58
2 Materiais e Métodos.............................................................................
60
3 Resultados e Discussão.........................................................................
61
4 Conclusão...............................................................................................
67
5 Referências............................................................................................
68
TRABALHO 1 - RESUMO
Sá, Jacqueline Firmino de. Fracionamento de carboidratos e proteínas de gramíneas tropicais em
diferentes idades./ Jacqueline Firminode Sá. Itapetinga-BA: UESB/Mestrado em Zootecnia, cap. 1,
2007.
Objetivou-se avaliar o fracionamento dos carboidratos e das proteínas de gramíneas
tropicais (Cynodon dactylon cv. Tifton 85, Brachiaria brizantha cv. Marandu, Panicum maximum
Jacq. cv. Tanzânia) cortadas aos 28, 35 e 54 dias de idade, no período de dezembro 2005 a janeiro de
2006. Após a coleta das amostras foram determinados os teores de matéria seca, matéria orgânica,
proteína bruta, extrato etéreo, fibra em detergente neutro corrigida para cinzas e proteína, fibra em
detergente ácido, lignina, nitrogênio insolúvel em detergente neutro e nitrogênio insolúvel em
detergente ácido (MS, MO, PB, EE, FDN
CP
, FDA, LIG, NIDIN, E NIDA). Para a proteína bruta (PB)
determinaram-se as frações A (nitrogênio não-protéico), fração B1+B2 (proteína verdadeira de rápida
e intermediária degradação), fração B3 (proteína com taxa de degradação lenta) e fração C (proteína
indigestível). Para os carboidratos, determinaram-se as frações A+B1 (frações de rápida e média
degradação ruminal), fração B2 (fração lentamente degradada no rúmen) e a fração C (carboidratos
não digeríveis no rúmen). Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado com parcelas
subdivididas (cultivares como parcelas e idade ao corte como subparcelas) e quatro repetições com
analises de regressão para os fatores idade x gramínea e teste de média para as gramíneas (tukey a
5%). Houve efeito significativo (P<0,05), com aumento linear crescente com o avanço da idade para
os teores MS, FDNCP, NIDIN, CT. Os teores de PB apresentaram declínio com o avanço da idade
para as três gramíneas. Para as frações de carboidratos e proteínas houve diferença entre as gramíneas
e o capim-marandu apresentou teores elevados para a fração A+B1, e B2 dos carboidratos, com
valores médios de 25,5 e 34,8% CT aos 28 dias. para as frações protéicas, o capim-marandu
apresentou teores elevados para a fração A de 28,1% PB aos 35 dias, para a fração B1+B2 teores de
53,8% PB, aos 28 dias, e os menores valores médios para a fração B3 e C (16% e 12,9% PB,
respectivamente.).
Palavras-chave: braquiária, tanzânia, tifton.
14
WORK 1 - ABSTRACT
Carbohydrates and proteins fractions of tropical grasses in different age
The objective was to evaluate the carbohydrate and proteins fractions of tropical grasses
(Cynodon dactylon cv. Tifton 85, Brachiaria brizantha cv. Marandu, Panicum maximum Jacq. cv.
Tanzania;) cut to the 28, 35 and 54 days of age, in the period of December 2005 to January of 2006.
After the collection of the samples they were made them analyze chemistries, dry matter, organic
matter, crude protein, ethereal extract, neutral detergent fiber corrected for ashes and protein, acid
detergent fiber, lignin, insoluble nitrogen in neutral detergent, insoluble nitrogen in acid detergent and
total carbohydrates (DM, OM, CP, EE, NDF
CP
, ADF, NDIP, ADIP and TC). For CP they were
determined the fractions A (non-protein nitrogen), fraction B1+B2 (true protein of fast and middleman
degradation), fraction B3 (protein with tax of slow degradation) and fraction C (indigestible protein).
For the carbohydrate, were determined the fractions A+B1 (fractions of fast and average degradation
ruminal), fraction B2 (fraction slow rumen digestibility) and the fraction C (carbohydrate no digestible
in the rumen). The design was used completely randomized with portions subdivided (grasses as plots
and cut age as sub-plots) and four repetitions with analyze of regression for the factors age x grasses
and average test for the grasses (tukey to 5%). There was significant effect (P <0,05), with growing
lineal increase with the progress of the age for the contents of DM, NDF
CP
, NDIP, TC. The CP
contents presented decline with the progress of the age for the three grasses. For the carbohydrates
fractions and proteins there was difference between the grasses and the grass-braquiarão it presented
high percentage for the fraction A+B1, and B2 of the carbohydrates, with medium values of 25,5 and
34,8% of the TC to the 28 days. Already for the fractions proteins, the grass-marandu it presented high
percentage for the fraction A of 28,1% of the CP to the 35 days, for the fraction B1+B2 percentage of
53,8% of the CP, to the 28 days, and the smallest medium values for the fraction B3 and C (16% and
12,9% of the CP, respectively.).
Key -Word: braquiária, tanzânia, Tifton.
15
1 - INTRODUÇÃO
No Brasil, a grande maioria das áreas de pastagens é constituída por plantas
forrageiras tropicais (CORSI, 1986). Dentre as espécies mais comuns destacam-se o Panicum
maximum Jacq. cv. Tanzânia; a Brachiaria brizantha cv. Marandu; e o Cynodon spp Tifton
85. Essas espécies apresentam alto potencial de produção e baixo custo (REIS, 2005),
chegando a produzir, 26 ton/MS/ha/ano (JANK et al. 1995), 18 ton/MS/ha/ano (CRISPIM e
BRANCO, 2002), e 16,6 ton/MS/ha/ano (HILL et al. 1993).
Devido às variações climáticas anuais caracterizadas por períodos de chuva seguidos
de períodos de seca, ocorre uma drástica variação no teor protéico e na fibra associada a
concentração de lignina nas plantas. A lignina forma uma barreira que impede a aderência
microbiana e a hidrólise enzimática da celulose e da hemicelulose, indisponibilizando os
carboidratos estruturais potencialmente degradáveis presentes na parede celular, diminuindo a
digestibilidade da fibra, a qualidade e o aproveitamento da forragem (RODRIGUES et al.,
2004), assim a qualidade da forragem disponível declina com o seu crescimento
(CANENSIN, 2006).
Determinar a composição bromatológica e as características de degradação dos
alimentos é fundamental para aumentar a eficiência de utilização dos mesmos. Os carboidratos
são as principais fontes de energia para o crescimento microbiano e a proteína microbiana, a
principal fonte de aminoácidos para o hospedeiro, as variações em suas frações, bem como nas
taxas de digestão entre e dentro de alimentos, podem afetar o suprimento de proteína microbiana
ao intestino delgado e, conseqüentemente, o desempenho animal.
SNIFFEN et al. (1992) sugeriram que na avaliação de alimentos os mesmos tenham os
teores de nitrogênio e carboidratos fracionados, possibilitando a formulas de dietas que
promovam uma perfeita sincronização entre a disponibilidade de carboidratos e N no rúmen,
aumentando assim, a eficiência microbiana e a redução das perdas energéticas (CH4) e
nitrogenadas decorrentes da fermentação ruminal.
O sistema de Cornell Net Carbohydrate and Protein System (CNCPS), considera a
dinâmica da fermentação ruminal e a perda potencial de nitrogênio como amônia na avaliação
dos alimentos. Classificando ainda os microrganismos ruminais em dois grandes grupos: os
fermentadores de carboidratos fibrosos, que utilizam amônia como fonte de N, e os
fermentadores de carboidratos não-fibrosos, que utilizam tanto a amônia como aminoácidos
16
ou peptídeos como fonte de N.
Esse sistema permite o fracionamento dos carboidratos nas frações A (açúcares
simples) e B1 (amido e pectina), de rápida e média degradação ruminal, respectivamente;
fração B2 (parede celular disponível de acordo com as taxas de passagem e degradação) e
fração C (lignina) não degradada pelos microrganismo ruminais.
Segundo VAN SOEST (1994), os constituintes químicos e as taxas de degradação dos
alimentos produzidos em condições tropicais diferem grandemente daqueles produzidos em
regiões de clima temperado. que as forrageiras de clima tropical quando comparadas às de
clima temperado, apresentam baixos teores de carboidratos solúveis e altos teores de
carboidratos estruturais, e conseqüentemente maiores proporções de parede celular.
Característica essa de natureza anatômica das espécies tropicais, em razão da alta proporção
de tecidos vasculares.
Tendo em vista a grande variação edafoclimática das regiões produtivas do Brasil, a
variabilidade genética das espécies forrageiras disponíveis e a busca por forrageiras cada vez
mais adaptadas, produtivas e de boa qualidade, é de suma importância à avaliação das frações
de carboidratos e proteínas das forrageiras em diferentes idades de corte, permitindo não a
comparação entre diferentes espécies, mas também, o estudo do melhor estágio de maturação
para estabelecimento de manejo de utilização das plantas. Sabe-se, ainda, que a produção de
matéria seca deve influenciar a escolha e o manejo de forrageiras (RODRIGUES et al., 2004).
Objetivou-se com esse trabalho avaliar o fracionamento dos carboidratos e das proteínas
de gramíneas tropicais (como o capim-Tanzânia, a Brachiaria brizantha e o Tifton 85), colhidas em
três diferentes idades.
17
2 - MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no Campus Juvino Oliveira, da Universidade Estadual
do Sudoeste da Bahia (UESB), município de Itapetinga-BA, localizada a 109’ 07” de latitude
sul, 40º 15’ 32” de longitude oeste, precipitação dia anual de 800 mm, temperatura media anual de
27ºC e com altitude média de 268 m.
As gramíneas avaliadas foram capim-Tanzânia (Panicum maximum cv. Tanzânia),
capim-braquiarão (Brachiaria brizantha cv. Marandu) e capim-Tifton 85 (Cynodon dactylon
cv. Tifton 85), cultivadas isoladamente em canteiros com dimensões de 9x3m, O delineamento
experimental utilizado foi o inteiramente ao acaso em parcelas subdivididas, sendo as
gramíneas localizadas nas parcelas e as idades de corte nas subparcelas. Utilizou-se 4 canteiros
(repetições) para cada espécie avaliada, totalizando 12 canteiros (3 gramíneas x 4 repetições). Em
cada canteiro foi destinada uma área de 2x2m, onde foram coletadas as amostras das
forragens para as três idades de corte, rejeitando 30 cm de borda,
Os cortes foram feitos entre dezembro de 2005 e janeiro de 2006, estação
representativa do verão, nas idades de 28, 35 e 54 dias de rebrota, retirou-se uma amostra de
cada canteiro com o auxilio de um quadrado com dimensão de 0,5 x 0,5 m. As alturas de corte
para cada um dos capins foram de 30 cm para o capim-Tanzânia, 20 cm para o capim-
braquiarão, e 10 cm para o capim-Tifton 85, em relação ao nível do solo.
Após o corte, a forragem foi pesada em balança de precisão com o objetivo de se
determinar a massa verde. Em seguida foram identificadas e colocadas em sacos de papel para
realização da pré-secagem (55ºC) em estufa de ventilação forçada durante 72 horas.
Posteriormente, todos os alimentos foram processados em moinhos com peneira com crivos
de 1 mm para determinação da matéria seca (MS), lignina (LIG), com ácido sulfúrico a 72%,
matéria mineral (MM), proteína bruta (PB) e extrato etéreo (EE), de acordo com SILVA &
QUEIROZ (2002), e fibra em detergente neutro corrigido para cinzas e proteínas (FDN
CP
) e
fibra em detergente ácido (FDA), realizadas por meio do método seqüencial proposto pela
ANKOM Fiber Analyser (ANKOM
200
), citado por HOLDEN (1999). As análises de
nitrogênio insolúvel em detergente neutro (NIDIN) e em detergente ácido (NIDA) foram
realizadas segundo procedimentos descritos por SILVA & QUEIROZ (2002), utilizando uma
sub-amostra do resíduo da análise da FDN e FDA da amostra original dos alimentos,
respectivamente.
18
A matéria orgânica (MO) das amostras foi obtida por diferença (100 – Cinzas).
Os carboidratos totais foram calculados a partir da fórmula CT = 100 - (%PB + %EE +
%Cinzas); a fração C foi obtida a partir do FDN indigestível após 144 horas de incubação in
situ; a fração B2, a partir da subtração da fração C da fibra em detergente neutro corrigido
para cinzas e proteínas (FDNcp); e os carboidratos não fibrosos (CNF), a partir da fórmula:
CNF = 100 - (%PB + %FDNcp + %EE + %MM), de acordo com SNIFFEN et al. (1992). As
frações dos carboidratos foram expressas em percentagem dos CT. O fracionamento das
proteínas foi feito de acordo com a metodologia descrita por LICITRA et al. (1996),
constituído de fração A, referente ao nitrogênio solúvel em ácido tricloroacético (TCA) 10%,
a fração B3 de lenta degradabilidade ruminal determinada pela diferença entre os teores de
NIDIN e NIDA e a fração C (proteína indigestível no trato gastrintestinal) referente ao NIDA.
A fração B1+B2 (proteína verdadeira de rápida e intermediaria degradação) foi determinada
pela diferença entre NT - (A + B3 + C). Os valores obtidos para as frações das proteínas
foram expressos em percentagem da PB.
Os resultados foram submetidos a analise de variância, considerando como fontes de
variação as gramíneas, idade e interação entre esses fatores, testados a 5% de probabilidade. A
interação ou não, foi desdobrada de acordo com o nível de significância. O efeito da idade foi
avaliado por análise de regressão, por meio de polinômios ortogonais, pela decomposição da
respectiva soma do quadrado em efeitos linear e quadrático. Também foram observados os
coeficientes de variação. As espécies foram comparadas pelo teste Tukey a 5%. Para
realização das análises estatísticas foi utilizado o Sistema de Análises Estatística e Genética
SAEG (RIBEIRO JR., 2001).
19
3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os teores de MS, e MO, das gramíneas cortadas em diferentes idades, estão
apresentados na Tabela 1. Houve interação (P<0,05), entre as gramíneas e idade de cortes
para o teor de MS e observou-se um aumento linear crescente com o avanço da idade de corte,
para todas as gramíneas. Entre as gramíneas o capim-Tifton foi o que apresentou maiores
teores de MS. em relação aos teores de MO, não houve diferença (P>0,05) com o aumento
da idade. O capim-Tanzânia apresentou os menores valores de MO.
Tabela 1 – Teores de matéria seca (MS), e matéria orgânica (MO), das gramíneas, Tifton 85,
Marandu e Tanzânia, em três idades de corte
Idade
Gramínea
28 35 54
MS (%)
ER r
2
Tifton-85
18,2
a
20,5
a
27,9
a
Ŷ = 7,48 + 0,37x
0,99
Marandu
13,3
b
15,6
b
20,5
b
Ŷ = 5,84+ 0,27x
0,97
Tanzânia
14,1
b
17,1
b
20,8
b
Ŷ = 7,80+ 0,25x
0,96
Média
15,2 17,7 23,1
CV%
4,4
28 35 54
MO (%)
ER
Tifton-85
91,7 90,7 92,7
Ŷ = 91,7
a
Marandu
91,1 89,9 92,4
Ŷ = 91,2
a
Tanzânia
90,1 88,9 89,9
Ŷ = 89,7
b
Média
91,0 89,8 91,6
CV%
0,8
Médias, na coluna, seguidas de mesmas letras não diferem (P>0,05) pelo teste Tukey.
Esses resultados demonstram que o intervalo entre cortes é um fator de manejo que
contribui para determinar a produção e a qualidade da forragem. Sabe-se que com o
envelhecimento da planta o teor de umidade é reduzido, resultando em maiores produções de
MS. Cortes a intervalos maiores resultam em maior produção de matéria seca, mas por outro
lado, promovem decréscimo acentuado na qualidade. Segundo VAN SOEST (1994). O
avanço na idade da planta causa aumento na lignificação do tecido estrutural. Esse aumento
na lignificação restringe a atuação das enzimas digestivas produzidas pelos microrganismos
do rúmen e, consequentemente, diminui a digestibilidade (WILKINS, 1969).
20
VALADARES FILHO et al. (2006) observaram teores médios de MS variando de
17,89% a 27,88% para o capim-Tifton, de 16,70 a 25,5% para o capim-marandu e valores
médios de 19,68% para o capim-Tanzânia. Os valores de MS encontrados são adequados para
a utilização dessas forrageiras na alimentação animal. VALADARES FILHO et al.
(2006) encontraram para capim-Tifton, capim-marandu e capim-Tanzânia teores de MO de
92, 28%, 90,65% e 90,95% da MS, respectivamente Observa-se que os valores presentes na
Tabela 1 são semelhantes aos relatados por VALADARES FILHO et al. (2006) o que se trata
de uma coletânea de vários experimentos.
Não houve interação (P>0,05) entre gramíneas e idades para os teores de PB e NIDIN
(Tabela 2). Para as três gramíneas observa-se que houve efeito significativo (P<0,05) para os
teores de PB com o avanço da idade, ocorrendo um decréscimo linear. Esse efeito pode ser
explicado porque na medida em que a planta avança no estágio de maturação, ocorre drástica
diminuição do teor protéico em função do aumento do teor de fibra (RODRIGUES et al.,
2004). Os teores de PB o diferiram entre as idades. Resultados semelhantes foram citados
por CECILIO FILHO et al. (2002) que analisando diferentes tipos de gramíneas dentre elas o
capim-Tifton, capim-marandu e o capim-Tanzânia, durante três anos em diferentes estações
do ano, com intervalo de corte de 35 e 49 dias, observaram que no período chuvoso essas
gramíneas apresentavam valores de PB variando entre, 17,1 a 10,1% PB, 16,0 a 6,2% PB e
13,3 a 7,0% PB na MS, respectivamente. GERDES et al. (2000) evidenciaram, no capim-
Tanzânia, durante a primavera, em relação ao verão decréscimos no teor de PB, de 13,6 para
10,8%. No Presente trabalho o capim-Tanzânia foi o que apresentou valores de PB (5,5%) aos
54 dias, abaixo de 6%, limite mínimo para garantir bom crescimento microbiano. De acordo
com ÍTAVO et al. (2002) a redução da proteína da dieta abaixo de 7% e a diminuição da
disponibilidade de N podem reduzir a digestão da fibra e, subseqüentemente, restringir o
consumo, em conseqüência da lenta passagem dos alimentos pelo rúmen. Caso o objetivo para
a utilização dessa forrageira nessa idade seja para diferimento da pastagem, vale salientar que,
será necessário suplementar como uma fonte protéica, á fim de se impedir diminuição do
consumo e conseqüentemente queda no desempenho animal.
Tabela 2 Teores de proteína bruta (PB), e nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDIN),
das gramíneas, Tifton 85, Marandu e Tanzânia, em três diferentes idades de corte
21
Idade
Gramínea
28 35 54
Médias
PB (%MS)
ER r
2
Tifton-85
15,5 10,7 6,9 11,0
Marandu
14,8 10,3 6,7 10,6
Tanzânia
14,7 10,6 5,5 10,3
Média
15,0 11,0 6,4
Ŷ = 22,97 – 0,31x
0,95
CV%
8,8
28 35
54
Médias
NIDIN (%NT)
ER
r
2
Tifton-85
39,0 46,2 47,8
44,3
a
Marandu
21,2 26,6 30,1
26,0
b
Tanzânia
34,9 46,6 47,2
42,9
a
Média
31,7 39,8 41,7
37,7
Ŷ = 25,16 + 0,32x
0,68
CV%
7,3
Médias, na coluna, seguidas de mesmas letras não diferem (P>0,05) pelo teste Tukey.
Para os teores de NIDIN, não houve interação entre os fatores idade e gramínea,
(P>0,05), e em todas as gramíneas, os teores de NIDIN aumentaram linearmente com o
avanço da idade de corte. Entre as gramíneas, o capim-marandu apresentou os menores teores.
MALAFAIA et al. (1997) encontraram valores de NIDIN de 43,9% da PB para o
capim-Tifton 85, e de 45,4% da PB para a brachiária brizanta. Valores próximos foram
relatados por VALADARES FILHO et al. (2006), 42,67%, para o capim-Tifton, variando de
24% a 36% da PB para o capim-marandu nas idades de 0 a 60 dias e para o capim-Tanzânia
os valores médios de NIDIN foram de 41,15% da PB.
Os valores de FDN
CP
, FDA e LIG encontram-se na Tabela 3. Houve interação entre
gramíneas e idade (P<0,05) para a FDN
CP.
À medida que aumentou a idade de corte, ocorreu
um efeito linear crescente nos teores de FDN
CP.
Esse resultado é comum, devido ao acréscimo
nos constituintes da parede celular, com o avanço da idade. O que pode ocasionar para os
ruminantes uma redução no consumo voluntário. VAN SOEST (1994) relataram que o teor de
FDN é o fator mais limitante do consumo de volumosos, sendo que os teores dos constituintes
da parede celular superiores a 55-60% na massa seca correlacionam-se de forma negativa com
o consumo de forragem.
Tabela 3 Teores de Fibra em detergente neutro corrigido para cinzas e proteína (FDN
CP
), fibra
em detergente ácido (FDA) e lignina (LIG), das gramíneas, Tifton 85, Marandu e
Tanzânia, em três idades de corte
22
Idade
Gramínea
28 35 54 dias
FDNCP
1
ER r
2
Tifton-85
70,3
a
76,3
a
80,0
b
75,5
Ŷ = 62,45 + 0,34x
0,85
Marandu
64,6
b
66,0
c
75,8ª
68,8
Ŷ = 51,28 + 0,45x
0,98
Tanzânia
66,7
ab
72,1
b
74,8
a
71,2
Ŷ = 60,51 + 0,27x
0,81
Média
67,2 71,5 76,9 71,8
CV%
2,8
28 35 54 dias
FDA
1
ER r
2
Tifton-85
43,5 45,6 48,1
45,7
b
Marandu
42,5 44,3 49,6
45,5
b
Tanzânia
47,8 49,4 52,9
50,1
a
Média
44,6 46,5 50,2 47,1
Ŷ = 38,86 + 0,21x
0,99
CV%
4,7
28 35 54 dias
LIG
1
ER
Tifton-85
4,9 3,9 5,3
4,7
Ŷ = 4,7
ab
Marandu
4,7 4,3 4,5
4,5
Ŷ = 4,5
b
Tanzânia
4,7 5,1 5,5
5,1
Ŷ = 5,1
a
Médias
4,8 4,4 5,1 4,8
CV%
12,9
Médias, na coluna, seguidas de mesmas letras não diferem (P>0,05) pelo teste Tukey.
1 = % da MS
Aos 28 dias de idade o capim-Tifton apresentou valores médios de FDN
CP
superiores
ao capim-marandu e semelhante ao capim-Tanzânia, entretanto aos 35 dias, o capim-Tifton 85
foi superior ao capim-Tanzânia e este superior ao capim-marandu, e com 54 dias o capim-
Tifton novamente, apresentou os maiores teores de FDNcp. Os valores de FDNcp, que
variaram entre 66,7 e 74,8% MS para o capim-Tanzânia foram semelhantes aos dados
observados por MACHADO et al. (1998), cujo valor médio de FDN foi de 71,1% para a
mesma gramínea. BARBOSA & EUCLIDES (1997), estudando o valor nutritivo de três
ecotipos de P. maximum, entre eles o capim-Tanzânia, obtiveram teor dio de FDN de
72,9% na MS e MALAFAIA et al. (1997) obtiveram valores de FDNcp de 73,6 e 73,5% MS
para o capim-Tifton e a brachiaria brizanta, respectivamente, cortados aos 60 dias após a
rebrota.
23
Observa-se concordância dos valores obtidos neste estudo com os observados na literatura.
Conforme sugerido por MERTENS (1992), o consumo de FDN acima de 1,2% do PC
(peso corporal) limita o consumo por mecanismos físicos. Entretanto, ÍTAVO et al. (2002)
relataram que o consumo de FDN, em dietas exclusivas com volumosos é maior que 1,2%
PC, pois estes autores encontraram valores para o consumo do FDN do feno de capim-Tifton
85 para novilhos nelores na fase de recria de até 1,87% do PC. Diante desse fato, pode-se
observar no presente trabalho as gramíneas apresentaram aos 28 dias, as os menores valores
de FDNcp, o que propiciou os maiores consumos de MS em % do PC, 2,27%, 2,47% e
2,39%, para o capim-Tifton, capim-marandu e o capim-Tanzânia, respectivamente,
considerando um consumo máximo de FDN de 1,6% do PC (ÍTAVO et al., 2002). Em
contrapartida aos 54 dias as gramíneas apresentaram valores mais elevados para os teores de
FDNcp e um menor consumo estimado de MS em % do PC, 2,0, 2,11% e 2,13%,
respectivamente.
Foi observado, também, aumento nos valores de FDA com o avanço da idade. Entre as
gramíneas o capim-Tanzânia foi quem apresentou maiores teores de FDA. Resultados
semelhantes foram relatados por CECILIO FILHO et al. (2002) que observaram valores
médios de 42,3, 42,0 e 44,9% de FDA para o capim-Tifton, capim-braquiarão, e capim-
Tanzânia cortados em intervalo de 35 dias durante o período chuvoso.
A lignina não foi influenciada pela idade de corte (P>0,05), não ocorrendo efeito de
idade e de gramínea, apenas o capim-Tanzânia apresentou valores médios superiores (5,1%)
ao capim-marandu (4,5%) e semelhantes ao capim-Tifton (4,7%). O capim-Tifton apresentou
queda acentuada no teor de lignina aos 35 dias, pode ter sido devido a metodologia utilizada
para sua determinação. De acordo com MIGITA & KAWAMURA (1944) parte considerável
da fração de lignina é potencialmente solúvel na solução de ácido sulfúrico podendo então
subestimar o teor de lignina nas amostras avaliadas. HERNANDEZ et al. (2002), relatam
valores de lignina 6,81 e 3,92% da MS respectivamente, para o feno de capim-Tifton
coletados com 5 semanas de idade e para o capim-braquiarão coletado no inicio das águas
com 45 dias de idade. O capim-Tanzânia apresentou valores de lignina condizentes com os
valores relatados por SILVA et al. (2006), onde 153 amostras de capim-Tanzânia
apresentaram média de 4,66% para os teores de lignina.
Os valores de extrato etéreo (EE), Carboidratos totais (CT) e carboidratos não fibrosos
(CNF), estão expressos na Tabela. 4. Houve interação (P<0,05) entre as gramíneas e a idade
para o EE, ocorrendo feito linear crescente para o capim-Tifton com avanço da idade de corte.
24
No capim-marandu e no capim-Tanzânia, a idade não influenciou os teores de EE. Em todas
as idades de corte o capim-marandu apresentou os maiores valores de EE. O comportamento
apresentado pelo capim-Tifton em relação ao teor de EE pode ter sido em função da
contaminação pela cera cutícular. De acordo com OLIVEIRA & PRATES (2000) os n-
alcanos são compostos orgânicos que compõem a cera das plantas. Esses compostos podem
causar variação nas proporções dos constituintes da cera dependendo da idade das folhas e,
possivelmente, também da parte da planta coletada, (HORN et al. 1964). Sabe-se que esta
substância entra no conteúdo do EE sem gerar energia para o animal, o que leva a um erro no
cálculo do NDT, porém, o NRC (2001) prevendo esta situação considera o EE como ácidos
graxos totais descontando do EE uma unidade numérica AGT = EE-1. VALADARES FILHO
et al. (2006) observaram valores de EE, de 4,55 a 4,04% da MS para o capim-marandu, com 0
a 30 e 46 a 60 dias de idade, de 2,38% (±1,05) e 2,18% (±1,03), para o capim-Tifton e o
capim-Tanzânia, respectivamente.
Para os CT, não houve interação (P>0,05) entre as idades x gramíneas, e ocorreu efeito
de idade causando um aumento linear nos teores de CT com o avanço da idade, para as três
gramíneas. Entre as gramíneas, o capim-Tifton apresentou valores médios superiores ao
capim-marandu e semelhantes ao capim-Tanzânia. Em gramíneas tropicais, os CT
representam a maior proporção da MS das plantas, e se elevam com o avanço da idade em
função da elevação dos constituintes da parede celular. Segundo BALSALOBRE et al.
(2003), a variação na qualidade dessa fração interfere diretamente na disponibilidade de
energia para o ruminante, ou seja, o avanço da idade da planta causa um aumento nos
constituintes da parede celular, diminuindo assim os teores de CNF e consequentemente o
fornecimento de energia de rápida degradação para os microrganismos ruminais. Esses
mesmo autores encontraram para amostras de pastejo simulado do capim-Tanzânia valores de
CT, variando entre 74 a 78%.
Tabela 4 Teores de extrato etéreo (EE), Carboidratos totais (CT) e carboidratos não fibrosos
(CNF), das gramíneas, Tifton 85, Marandu e Tanzânia, em três idades de corte.
25
Idade
Gramínea
28 35 54 Médias
EE
1
ER r
2
Tifton-85
1,6
c
1,7
b
3,1
b
2,1
Ŷ = -0,35 + 0,06x
0,98
Marandu
4,1
a
4,4
a
4,2
a
4,2
Ŷ = 4,2
Tanzânia
2,7
b
2,2
b
3,1
b
2,6
Ŷ = 2,6
Médias
2,8 2,8 3,5
CV%
10,6
28 35 54 Médias
CT
1
ER r
2
Tifton-85
74,7 77,3 82,7
78,2
a
Marandu
72,3 75,0 81,5
76,2
b
Tanzânia
72,8 76,1 81,4
76,8
ab
Média
73,2 76,1 81,8
Ŷ = 64,43 + 0,32x
0,99
CV%
1,7
28 35 54 Médias
CNF
1
ER r
2
Tifton-85
4,4 2,0 2,7
3,0
c
Marandu
7,7 9,0 5,7
7,4
a
Tanzânia
6,1 4,7 6,6
5,5
b
Média
6,1 5,2 5,0 5,2
Ŷ =2,69 + 0,07x
0,13
CV%
27,9
Médias, na coluna, seguidas de mesmas letras não diferem (P>0,05) pelo teste Tukey.
1= %MS
Não houve interação entre idades e gramíneas para os valores de CNF (P>0,05). Entre
as gramíneas o capim-marandu apresentou os maiores teores de CNF. CABRAL et al. (2004)
encontraram para CT e CNF, do feno do capim-Tifton 85, valores de 86,80 e 6,09%
respectivamente. Cortados com 80 dias de idade. HERNANDEZ et al. (2002) encontraram
valores de 86,69 e 74,94% de CT e 9,89 e 8,08% da MS de CNF para o capim-braquiarão e
para o capim-Tifton cortados aos 45 dias. MALAFAIA et al. (1998), observaram valores de
85,3 e 11,9% para os CT e CNF, para a Brachiaria brizanta cortadas aos 60dias de rebrota. Os
valores de CNF encontrados no presente trabalho diferem dos citados na literatura o que pode
ter sido em função das diferenças climáticas e idades de corte nos trabalhos pesquisados.
Os resultados das frações de carboidratos estão apresentados na Tabela 5. Houve
interação entre idade e gramínea (P<0,05), para as frações de carboidratos, (A + B1), (B2) e
(C). Com o avanço da idade a fração A + B1 reduziu linearmente para as gramíneas avaliadas.
Observam-se valores maiores de A + B1, para o capim-marandu, e para o capim-Tanzânia,
em todas as idades.
26
O capim-Tifton apresentou os menores teores desta fração. Pode ser causado devido ao ciclo
de vida do capim-Tifton for mais curto em relação às outras gramíneas
Tabela 5 Frações de carboidratos, fração (A + B1), (B2) e (C), expressos em % dos
carboidratos totais (CT) das gramíneas, Tifton 85, Marandu e Tanzânia, em três
idades de corte.
Idade
Gramínea
28 35 54
Média
A + B1
1
ER r
2
Tifton-85
22,1
b
18,2
c
16,5
b
18,9
Ŷ = 26,30 – 0,19x
0,78
Marandu
25,5
a
25,0
a
19,7
a
23,4
Ŷ = 32,56 - 0,23x
0,97
Tanzânia
24,2
a
21,2
b
20,5
a
22,0
Ŷ = 26,65 – 0,12x
0,68
Média
23,9 21,4 18,9
CV%
6,0
B2
1
Média
ER r
2
Tifton-85
41,5
a
45,6
a
44,9
a
44,0
Ŷ = 40,29 + 0,09x
0,34
Marandu
34,8
b
36,6
b
44,6
a
38,7
Ŷ = 23,68 + 0,38x
0,99
Tanzânia
35,7
b
35,3
b
34,6
b
35,2
Ŷ = 36,86 – 0,04x
0,99
Média
37,3 39,2 41,3
CV%
5,1
C
1
Média
ER r
2
Tifton-85
11,0
a
13,4
b
21,3
b
15,2
Ŷ = -0,3 + 0,40x
0,99
Marandu
11,8
a
12,9
b
17,2
c
14,0
Ŷ = 5,84 + 0,21x
0,99
Tanzânia
12,9
a
19,6
a
26,3
a
19,6
Ŷ = 0,78 + 0,48x
0,93
Média
11,9 15,3 21,6
CV%
7,5
Médias, na coluna, seguidas de mesmas letras não diferem (P>0,05) pelo teste Tukey.
1= % CT
A porção dos carboidratos de rápida degradação ruminal (frações A+B1), que
correspondem aos carboidratos solúveis e ao amido, apresentaram valores entre 16,5 e 25,2%
dos CT, apresentando um efeito linear descrente para essa fração com o avanço da idade, para
as três gramíneas, fato este esperado, pois os componentes estruturais da parede celular
aumentam à medida que a planta se desenvolve em detrimento dos carboidratos não-fibrosos
(VAN SOEST, 1994). Justificando os teores inferiores da fração (A+B1) encontrados neste
estudo, para o capim-Tifton em relação às outras gramíneas avaliadas, uma vez que a fibra em
detergente neutro dessa forrageira teve valores relativamente altos, variando de 70 a 80% da
MS. No presente trabalho os resultados encontrados para as frações (A+B1), estão superiores
ao relatados na literatura de 5,5% e 11,3% para capim-Tifton e o capim-Tanzânia,
respectivamente (MALAFAIA, 1997 e 1998, GONÇALVES, 2003). BALSALOBRE et al.
27
(2003), encontraram valores semelhantes aos desse trabalho para o capim-Tanzânia, (15,38,
23,18% dos CT). De acordo com VIEIRA et al. (2000) as gramíneas tropicais apresentam
teores de carboidratos da fração (A + B1) raramente superiores a 20% dos CT. Segundo o
NRC (2001), as concentrações máximas de CNF (fração A +B1) em dietas de vacas em
lactação variam entre 36 a 44% da MS, dependendo do teor de FDN que deve ser de no
mínimo 25% da dieta (MERTENS, 1994) sendo da forragem, o mínimo de 15 a 19% da MS,
respectivamente. Neste experimento, as três gramíneas aos 28 dias de idade e os capins
marandu e Tanzânia também aos 35 dias de idade apresentaram valores de frações solúveis
satisfatórios (acima de 20% dos CT) o que demonstra que essas espécies podem ser utilizadas
como fonte de energia de rápida degradação ruminal, sem risco de acidose.
Com relação aos carboidratos fibrosos potencialmente digestíveis (fração B2), o
capim-Tifton e o capim-marandu apresentaram comportamento linear crescente com o avanço
da idade, e o capim-Tanzânia comportamento inverso. Entre as gramíneas o capim-Tifton foi
quem apresentou maiores teores da fração B2, aos 28 e 35 dias, sendo semelhante ao capim-
marandu nos 54 dias de rebrota. MORAES et al. (2006), relataram valores de 46,96% da
fração B2 (% CT), em pastagem diferida de Brachiaria brizanta. MALAFAIA et al. (1997)
encontraram valores para a fração B2 de 32,97% PB para a Brachiaria brizanta com 60 dias de
rebrota.
CABRAL et al. (2004) relataram ser esta a principal fração dos carboidratos do feno
de capim-Tifton, obtendo valores de 51,20%, um pouco a cima dos valores encontrados nesse
trabalho. Para amostra de pastejo simulado do capim-Tanzânia BALSALOBRE et al. (2003)
encontraram valores de fração B2 de 53,61% do CT. Os valores da fração B2 encontrados no
presente trabalho, estão inferiores a maioria dos resultados apresentados para gramíneas
tropicais na literatura. De acordo com RUSSELL et al. (1992) a fração B2 das forrageiras é a
principal fonte de energia para crescimento microbiano. Valores elevados destas frações, as
quais apresentam lenta taxa de degradação, juntamente com a fração C (indigestível), tendem
a afetar o consumo negativamente pelo enchimento do rúmen, conseqüentemente afetando o
desempenho animal (MERTENS, 1987).
A proporção indigestível da parede celular (fração C) apresentou comportamento
linear crescente com o avanço na idade de corte (Tabela 5), o que pode ser atribuído ao
aumento na fração de hemicelulose e celulose indigestivel da parede celular, que a lignina,
que também compõe essa fração não foi influenciada pela idade do corte. Os valores da fração
C das gramíneas estudadas apresentaram valor mínimo (11,0%) aos 28 dias e máximo
28
(26,3%) aos 54 dias de idade de corte. Segundo VAN SOEST (1994), a fração indigestível
dos carboidratos totais tende a aumentar com o avanço na maturidade da planta. Resultados
semelhantes a esses foram observados por MALAFAIA et al. (1998), os quais encontraram
níveis crescentes para os teores da fração C, 16, 18,43 e 18,93 dos CT, para amostra do
pastejo simulado de capim-Tanzânia em diferentes estações do ano. BALSALOBRE et al.
(2003) relataram valores para a fração C, de 20,2% CT, para o feno do capim-Tifton cortado
com 5 semanas de idade, e 18,8% dos CT, para a Brachiaria brizanta cortada aos 60 dias de
rebrota.
Os resultados encontrados para as frações de proteína, A, B1 + B2, B3 e C, estão
apresentados na Tabela 6. Não houve efeito (P>0,05) para a fração A com o aumento da
idade. Os maiores teores dessa fração ocorreram aos 35 dias para o capim-Tifton e o capim-
marandu. REIS (2005) encontrou para a fração A (%PB), valores de 24,95%, para o capim-
Tifton aos 42 dias de idade; RIBEIRO et al. (2001) encontraram valores entre 24,63 a
35,13%, para o feno de capim-Tifton aos 28 e 56 dias. BALSALOBRE et al. (2003)
determinaram teores entre 18 a 28% para o capim-Tanzânia em pastejo simulado. Observam-
se valores da literatura semelhantes aos encontrados nesse estudo. SANTOS et al. (2004),
analisando a concentração da fração A (NNP, rapidamente degradados no rúmen: amônia,
peptídeos e aminoácidos, além de pequenas quantidades de substância nitrogenada como o
nitrato) das folhas e caules, verdes e secos em pastagem diferida de Brachiaria decumbens
encontraram valores entre 32,92% a 16,07% PB. Segundo RUSSELL et al. (1992), fontes de
NNP são fundamentais para o bom funcionamento ruminal, pois os microrganismos ruminais,
fermentadores de carboidratos estruturais, utilizam amônia como fonte de nitrogênio.
Todavia, altas proporções de NNP podem resultar em perdas nitrogenadas, se houver a falta
do esqueleto de carbono prontamente disponível para a síntese de proteína microbiana.
Tabela 6 Fracionamento de proteínas, fração (A), (B1 + B2), (B3) e (C), das gramíneas,
Tifton 85, Marandu e Tanzânia, em três idades de corte
29
Idade
Gramínea
28 35 54
Médias
A
1
ER
Tifton-85
25,3 28,7 23,3 25,7
a
Ŷ = 25,7
Marandu
24,9 28,1 25,1 26,0
a
Ŷ = 26,0
Tanzânia
28,4 19,51 16,49 21,5
b
Ŷ = 21,5
Médias
CV%
13,6
B1 + B2
1
Médias
ER r
2
Tifton-85
35,6
b
25,1
b
28,9
b
Ŷ = 36,15 – 0,16x 0,17
Marandu
53,8
a
45,3
a
39,4
a
Ŷ = 65,74 – 0,50x 0,87
Tanzânia
36,7
b
38,8
a
33,5
b
Ŷ = 42,37 – 0,16x 0,61
Médias
CV%
12,6
B3
1
Médias
Tifton-85
29,9 34,6 33,7 32,7
a
ER r
2
Marandu
11,6 15,0 21,4 16,0
c
Tanzânia
24,4 33,4 29,1 29,0
b
Média
22,0 27,7 28,1 25,9
Ŷ =18,45 + 0,19x 0,56
CV%
9,5
C
1
Médias
ER r
2
Tifton-85
9,1
a
11,7
a
14,1
b
Ŷ = 4,69 + 0,18x 0,93
Marandu
9,7
a
11,7
a
12,9
b
Ŷ = 7,15 + 0,11x 0,85
Tanzânia
10,6
a
13,2
a
18,2
a
Ŷ = 2,95 + 0,28x 0,99
Média
CV%
11,0
Médias, na coluna, seguidas de mesmas letras não diferem (P>0,05) pelo teste Tukey.
1= % Nitrogênio Total
Houve interação entre as idades e as gramíneas para as frações B1+B2. O avanço da
idade reduziu linearmente os teores das frações B1 + B2, e o capim-marandu apresentou os
maiores teores destas frações em todas as idades, sendo aos 35 dias semelhantes ao capim-
Tanzânia. Segundo BALSALOBRE et al. (2003), a fração B1 tem pouca importância em
gramíneas forrageiras, pois, normalmente, representa valores menores que 10% do total da
proteína bruta. O capim-marandu e o capim-Tifton apresentaram maiores teores da fração
B1+B2 aos 28 dias de idade, apesar da equação de regressão ter apresentado um R
2
baixo
(Tabela 6), porém, GONÇALVES et al. (2003), também observaram valores elevados aos 28
dias e um efeito linear decrescente com o aumento da idade de corte, para o feno do capim-
Tifton cortados com 28, 42, 63 e 84 dias de idade com, valores de 35,7, 32,8, 30,9 e 30,8% para
as frações B1+B2% da PB, próximos aos resultados encontrados no presente trabalho.
30
De acordo com BRENNECKER, (2007), os valores observados para as frações B1 e
B2 para amostra de pastejo simulado da brachiaria brizanta, foram de 16% e 24,5% da PB, ou
seja, esses valores somados são de 40,5% para as frações B1+B2 da PB. Para SNIFFEN et al.
(1992), e WINTER et al. (1964), a fração B1 + B2, por apresentar rápida taxa de degradação
ruminal em relação à fração B3, tende a ser extensivamente degradada no rúmen, contribuindo
para o atendimento dos requerimentos de nitrogênio dos microrganismos ruminais, porém, a
rápida proteólise no rúmen destas frações pode levar ao acúmulo de peptídeos e permitir o seu
escape para os intestinos, uma vez que a utilização de peptídeos é considerada limitante a
degradação de proteínas. BALSALOBRE et al. (2003) encontraram valores de 18 a 33% em
relação a PB para a fração B1+B2 do capim-Tanzânia irrigado sob três níveis de resíduo pós-
pastejo simulado (baixo, médio e alto).
Para a fração B3 não houve interação significativa entre idade e gramíneas (P>0,05).
Em relação às gramíneas pode se observar que o capim-Tifton apresentou os maiores teores
(32,7%) para a fração B3, o capim-Tanzânia valores intermediários (29,0%) e o capim-marandu
os menores valores (16,0%). Os avanços da idade das gramíneas aumentaram linearmente os
teores da fração de lenta degradação (B3). Esta fração é representada pelas extensinas, proteínas
ligadas à parede celular, portanto apresentam lenta taxa de degradação, sendo principalmente
digeridas nos intestinos. Diante desse fato, torna-se necessário durante o período de transição, a
utilização de suplementação com fonte ricas em fração B1+B2 como o farelo de soja e o milho
em grão (VALADARES FILHO et al. (2006)), para animais em pastejo, para atender as
necessidades da síntese protéica microbiana, pois, neste período as forrageiras, além de
apresentarem declínio nos seus teores protéicos, apresentam um maior teor das frações B3 e C e
um menor teor da fração B1+B2.
Dependendo dos objetivos de ganhos almejados pelo produtor, pode-se, também,
utilizar a suplementação protéica durante o período das águas. A exigência de PB de novilhos
com 300 kg de peso corporal para mantença e ganho de PC de 1,5 kg/dia é de 994 g/dia,
segundo o NRC (1996). Considerando o capim-marandu como exemplo, aos 28 dias de idade,
esta gramínea propiciaria um consumo máximo de MS de 2,5% do PC, levando-se em conta a
sua composição de FDN e o limite máximo de consumo de FDN de 1,6% do PC, segundo
ÍTAVO et al. (2002). Já aos 54 dias de idade o consumo máximo de MS seria de 2,1% do PC. O
consumo absoluto de MS do capim-marandu seria de 7,5 kg e 6,3 kg de MS aos 28 e 54 dias de
rebrota, respectivamente, o que exige que as dietas dos novilhos contenham 13,25 e 15,77% de
PB para atender as xigências de mantença e ganhos de 1,5 kg de PC/dia (994 g de PB/dia).
31
O teor de PB do capim-marandu aos 28 e 54 dias de rebrota é de 14,8 e 6,7%, respectivamente.
Pode-se observar que para altas taxas de ganho de peso, dietas contendo exclusivamente
gramíneas podem suprir as exigências apenas em idades jovens (<28 dias), pois propiciam
maiores consumos e apresentam maiores teores protéicos. No período chuvoso, gramíneas
manejadas para pastejo com descanso acima de 28 dias de rebrota podem não suprir as
exigências requeridas para elevados ganhos de peso, portanto em algumas situações recomenda-
se a suplementação protéica mesmo neste período, dependendo do objetivo de ganho.
Ao contrário da fração B3, a fração C, apresentou efeito linear decrescente com
aumento da idade de corte. As gramíneas apresentaram comportamentos semelhantes, exceto
aos 54 dias quando o capim-Tanzânia demonstrou teores de fração C mais elevados do que as
demais.
Os valores de B3 do capim-Tifton encontrados na literatura variaram de 24,2 a 29%
PB sendo inferiores aos resultados do presente trabalho, porém na fração C dessa mesma
gramínea, foi observado comportamento semelhante, ou seja, um efeito linear decrescente nos
teores da fração C com aumento da idade, variando entre 17,4 a 22,83% PB. Para a brachiaria
brizantha, MALAFAIA et al. (1997) encontraram valores para a fração B3 e C variando entre
17,55 a 34,17% e 11,66 a 27,73% da PB, respectivamente. Esses resultados foram superiores
aos valores relatados no presente trabalho, isso se deve ao fato de que, no trabalho desses
autores a brachiaria brizantha tenha apresentado pior qualidade da proteína, uma vez que a
soma das frações B3 e C foi de 51,9% da PB, e o maior valor encontrado para a soma dessas
duas frações no trabalho em questão foi de 34,3% da PB, aos 54 dias. BALSALOBRE, (2003)
encontraram para amostra de pastejo simulado do capim-Tanzânia valores médios de 40%, para
a fração B3, e para a fração C valores entre 6,48 a 11,94% da PB respectivamente.
32
4 - CONCLUSÃO
Os teores de proteína bruta declinaram com o avanço da idade. Tal fato demonstra que
a época de corte é importante para garantir à proteína bruta dos capins, sendo 28 dias a idade
recomendada, para categoria animal mais exigente onde as gramíneas apresentaram dia de
15% de PB, e o corte aos 35 dias pode ser recomendado para categorias menos exigentes.
Considerando os resultados obtidos para o fracionamento protéico e de carboidratos, a
forrageira que apresenta as melhores características, para sua utilização na alimentação animal
é, o capim-marandu. Podendo garantir um melhor sincronismo da fermentação entre os
carboidratos e proteína no rúmen e conseqüentemente promover um melhor crescimento
microbiano. Vale salientar que as demais gramíneas podem ter apresentado resultado inferior ao
capim-marandu por apresentarem ciclos de desenvolvimento diferenciado necessitando de
manejo também diferenciado para um melhor aproveitamento das mesmas.
33
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37
TRABALHO 2 - RESUMO
Sá, Jacqueline Firmino de. Cinética da fermentação ruminal in vitro da Brachiaria brizantha cv.
Marandu em diferentes idades de corte./ Jacqueline Firminode Sá. Itapetinga-BA: UESB/Mestrado
em Zootecnia, cap. 2, 2007.
.
O objetivo foi avaliar a cinética de fermentação ruminal da Brachiaria brizantha cv.
Marandu, cortadas aos 28, 35 e 54 dias, pela técnica in vitro semi-automática de produção de gases.
Após a coleta das amostras foram feitas as analises químicas, matéria seca (MS), matéria orgânica
(MO), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), fibra em detergente neutro corrigida para cinzas e
proteína (FDN
CP
), fibra em detergente ácido (FDA), nitrogênio insolúvel em detergente neutro
(NIDIN) e nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA). Para os carboidratos, determinaram-se os
carboidratos totais (CT), os carboidratos o fibrosos (CNF), a fração B2 (fração lentamente
degradada no rúmen) e a fração C (carboidratos não digeríveis no rúmen). Para o fator de partição (FP)
estudou-se a diferença entre a produção de gases (PG) e a degradação da matéria seca (DMS) nas 96
horas de incubação. Os dados da produção de gases foram ajustados ao modelo logístico
bicompartimental, para a obtenção dos parâmetros da cinética de produção de gases e posteriores
comparações entre os parâmetros na diferentes idades. As leituras de pressão foram realizadas nos
tempos de 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 17, 20, 24, 28, 32, 48, 72 e 96 horas. O delineamento utilizado foi
inteiramente casualizado. Os dados foram submetidos à análise de variância e de regressão, ao nível de
5% de probabilidade. Para a composição química, a influência das idades foi avaliada por análise de
regressão. Houve efeito (P<0,05) para as variáveis MS, FDN
CP
, FDA, NIDIN, NIDA, CT, B2, com
aumento linear à medida que avançou a idade de corte. O FP foi superior aos 35 dias quando obteve
maior PG e menor DMS. Para os parâmetros cinéticos a produção de gases da fração A foi semelhante
entre as idades de 28 e 35 dias, com 95,75 mL e 116,8 mL/1g de MS, respectivamente. A idade
recomendada para obtenção do melhor valor nutricional do capim-Marandu foi aos 28 dias.
PALAVRA CHAVE: Cinética, degradabilidade, gases.
38
WORK 2 – ABSTRACT
In vitro ruminal fermentation kinetics of the Brachiaria brizantha cv. Marandu in different cut
ages
The objective was to evaluate the ruminal fermentation kinetics of Brachiaria brizantha
cv. Marandu, cut to the 28, 35 and 54 days, for the semiautomatic in vitro technical of gas production.
After the collection of the samples they were made them analyze chemistries, matter dry (DM),
organic matter (OM), crude protein (CP), ethereal extract (EE), fiber in neutral detergent corrected for
ashes and protein (NDF
CP
), fiber in acid detergent (ADF), lignin (LIG), insoluble nitrogen in neutral
detergent (NDIP), and insoluble nitrogen in acid detergent (ADIP). For the carbohydrates, they were
determined the total carbohydrates (TC), the not fibrous carbohydrates (NFC), the fraction B2
(fraction slowly degraded in the rúmen) and the fraction C (carbohydrates no digestible in the rúmen)
of the carbohydrates. The partition factor (PF) it was studied the difference among the gas production
(GP) and the DM degradation in 96 hours of incubation. The data of the gas production were adjusted
to the model logistic bicompartimental, for the obtaining of the parameters of the gases production
kinetics and subsequent comparisons among the parameters in the different ages. The pressure
readings were accomplished in the times of 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 17, 20, 24, 28, 32, 48, 72 and 96
hours. The design was used completely randomized. The data were submitted to the variance analysis
and of regression, at the level of 5% of probability. To the chemical composition, the influence of the
ages was evaluated by regression analysis. There was significant effect (P <0,05), for the variables
DM, NDF
CP
, ADF, NDIP, ADIP, TC, B2 fraction of carbohydrate, with lineal increase as it advanced
the cut age. PF was superior to the 35 days when it obtained larger GP and smaller DMS. For the gas
production kinetic parameters of the fraction A was similar between the ages of 28 and 35 days, with
95,75 mL and 116,8 mL/1g of DM, respectively. The age recommended for obtaining of the best
nutritional value of the grass-Marandu it went to the 28 days.
KEY WORD: kinetics, degradabilidade, gases.
39
1 - INTRODUÇÃO
As forrageiras tropicais representam um dos recursos alimentares mais econômicos
para a produção animal, sendo favorecidas no Brasil pelas características climáticas, o que lhe
proporciona um elevado potencial de produção de biomassa vegetal (SILVA, 2006). Dentre as
forrageiras que constituem a principal opção para a alimentação do rebanho Brasileiro,
encontra-se os capins do gênero Brachiaria, ocupando cerca de 60 milhões de hectares em
pastagens cultivada no Brasil. A espécie Braquiária brizanta, cv Marandu, destaca-se por sua
adaptação a solos ácidos, e pela resistência a cigarrinhas, além de apresentar produção de
massa de forragem satisfatória.
A qualidade de uma forrageira depende de seus constituintes, os quais variam, dentro
de uma mesma espécie, de acordo com a idade e parte da planta, fertilidade do solo, entre
outros (VAN SOEST, 1994). Em razão da determinação da qualidade nutricional das
forrageiras serem de extrema importância, se faz necessária a utilização de ensaio in vivo
envolvendo produção animal e digestibilidade como método mais adequado para determinar o
valor nutricional dos alimentos utilizado na nutrição dos ruminantes. Entretanto, o mesmo
requer considerável uso de animais, alimentos, o-de-obra, tempo e alto custo financeiro,
limitando assim a sua aplicabilidade. Como conseqüência, algumas metodologias têm sido
constantemente desenvolvidas com o intuito de facilitar a determinação do valor nutricional
desses alimentos.
Um método que tem sido utilizado com sucesso nas avaliações de cinética de
fermentação ruminal é a técnica de produção de gases, proposta por MENKE e STEINGASS
(1988), PELL e SCHOFIELD (1993), MAURÍCIO et al (1999). Que consiste em estimar a
qualidade nutricional de grande número de alimentos através da produção de gases. Esses por
sua vez são liberados durante a fermentação da amostra incubada em líquido ruminal
tamponado e acumulado em frascos de volume fixo conhecido e calculado segundo as
variações na pressão, o que a tornou mais precisa, confiável e segura.
A cnica in vitro semi-automática de produção de gases (MAURICIO et al. 1999)
apresenta comprovado potencial em descrever a cinética da fermentação no rúmen, bem como
medir produtos da fermentação de partes solúveis e insolúveis de substratos. Essa técnica
permite avaliar grande número de substratos por xperimento, apresentando alta acurácia nas
40
medições, simplicidade no manuseio de equipamentos e baixo custo na implantação e por
amostra analisada.
MALAFAIA et al. (1998), avaliando a cinética da degradação da matéria seca de
alguns volumosos produzidos no Brasil, como capim-Tifton, capim-elefante, algumas
braquiarias, soja perene e silagem de milho, pelos diferentes métodos in situ, in vitro e pela
produção de gases sistema manométrico, concluíram que a determinação manométrica e
volumétrica da produção de gases apresentou menores variações nas mensurações, sendo,
portanto, recomendada para estimar as taxas de degradação dos alimentos utilizados na
alimentação de ruminantes.
ROLIM (1976) e LAVEZO et al. (1980) ao trabalharem com forrageiras tropicais
cortadas em diferentes idades, observaram decréscimo na digestibilidade in vitro da matéria
seca com o envelhecimento das plantas. que o aumento da maturidade, principalmente em
gramíneas tropicais, implica no aumento da síntese de constituintes da parede celular, bem
como do seu espessamento e da deposição de lignina, o que tende a aumentar a fração
indigerível, reduzindo dessa forma, a fração potencialmente digerível (WILSON, 1994).
Objetivou-se com este trabalho avaliar a cinética de fermentação ruminal da Brachiaria
brizantha cv. Marandu, pela técnica in vitro semi-automática da produção de gases.
41
2 - MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no Campus Juvino Oliveira, da Universidade Estadual
do Sudoeste da Bahia (UESB), município de Itapetinga-BA, localizada a 109’ 07” de latitude
sul, 40º 15’ 32” de longitude oeste, precipitação dia anual de 800 mm, temperatura media anual de
27ºC e com altitude média de 268 m. A gramínea avaliada foi a Brachiaria brizantha cv.
Marandu cultivada isoladamente em canteiros estabelecidos com dimensões de 9x3m. O
Delineamento utilizado foi inteiramente casualizado. O experimento foi composto por 4 canteiros
experimentais da cultivar Marandu sendo os canteiros as repetições de campo. Em cada canteiro foi
destinada uma área de 2x2m para coleta de amostra das forragens, rejeitando 30 cm de
bordadura. Os cortes foram feitos entre dezembro e janeiro de 2006, na estação representativa
do verão, nas idades de 28, 35 e 54 dias, retirando-se uma amostra em cada canteiro com o
auxilio de um quadrado com dimensões de 0,5 x 0,5 m. A altura de corte utilizada foi de 20
cm em relação ao nível do solo. Em seguida foram identificadas e colocadas em sacos de
papel para posterior analises. Essas amostras foram submetidas à pré-secagem (55ºC) em
estufa de ventilação forçada durante 72 horas. Posteriormente, o material foi processado em
moinhos contidos de peneira com crivos 1 mm para determinação da matéria seca (MS),
proteína bruta (PB), lignina (LIG, com ácido sulfúrico a 72%), de acordo com SILVA &
QUEIROZ (2002), e fibra em detergente neutro corrigida para cinzas e proteínas (FDN
CP
) e
fibra em detergente ácido (FDA), realizadas através do método seqüencial proposto pela
ANKOM Fiber Analyser (ANKOM
200
), citado por HOLDEN (1999). As análises de
nitrogênio insolúvel em detergente neutro (NIDIN) e ácido (NIDA) foram realizadas segundo
procedimentos descritos por SILVA & QUEIROZ (2002), utilizando uma sub-amostra do
resíduo da análise da FDN e FDA da amostra original dos alimentos.
Os carboidratos totais foram calculados a partir da fórmula CT = 100 - (%PB + %EE +
%Cinzas); a fração C foi obtida a partir do resíduo indigerível do FDN após 144 horas de
incubação in situ; a fração B2, a partir da subtração da fração C da FDNcp; e os carboidratos
não fibrosos (CNF), a partir da fórmula: CNF = 100 - (%PB + %FDNcp + %EE + %Cinzas),
de acordo com SNIFFEN et al. (1992).
A técnica de produção de gases in vitro foi conduzida no Laboratório de Nutrição
Animal da UESB, em Vitória da Conquista, Bahia localizada a 14º52’ de latitude sul, 40º 50’ de
longitude oeste e com altitude média de 923 m. O processo fermentativo foi realizado em frascos
42
(160 mL) previamente lavados com água destilada e secos em estufa, segundo a técnica in
vitro semi-automática de produção de gases descrita por MAURÍCIO et al. (1999). Pesou-se
um grama da amostra seca (65°C) dos substratos (capim-marandu) moída a 1 mm. O meio de
cultura foi preparado segundo THEODOROU et al. (1994). Para a obtenção do inóculo,
coletou-se o fluido ruminal de uma vaca não lactante, mestiça, (5/8 Holandesa x Zebu),
provida de cânula ruminal, recebendo dieta exclusiva de volumosos (Pennisetum purpureum e
Brachiaria spp.). No laboratório, o líquido ruminal foi filtrado em sacos de nylon com
porosidade de 100 micras e, na seqüência, 10 mL foram introduzidos em cada frasco. Para
cada um deles, adicionou-se 90 mL do meio de cultura, incubando-os a 39°C em estufa.
As leituras de pressão e volume foram realizadas nos tempos de 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 17,
20, 24, 28, 32, 48, 72 e 96 horas. A pressão (psi = pressão por polegada quadrada), resultante
do processo fermentativo, foi medida utilizando-se um transdutor de pressão (tipo T443A;
Bailey e Mackey, Inglaterra) enquanto o volume foi medido com o auxílio de uma seringa
graduada (20 ml). Pressão e volume foram medidos nos tempos de fermentação
contabilizando-se os volumes produzidos de gases nos períodos descritos acima. O volume de
gases foi estimado através da equação, proposta por FIGUEIREDO et al. (2003) o volume de
gases (mL) = - 0,02 + 4,30 p + 0,07 p2 R
2
= 0,99, onde V” é o volume (mL) e p” é a
pressão dos gases medida em psi.
Nos tempos de fermentação 12, 24, 48, 72 e 96 horas, quatro frascos por tratamento
foram retirados, procedendo-se a filtração do material para a obtenção das degradabilidades
dos substratos. Para descontar o volume de gases oriundo do líquido do rúmen e do meio
fermentador, um frasco para cada tempo de incubação foi incubado sem amostra (branco);
dessa forma, para cada tempo de leitura, o volume de gases dos frascos com amostra foi
subtraído do volume dos frascos sem amostra.
Após a retirada dos frascos para a determinação da degradabilidade da matéria seca
(DMS), colocaram-se os frascos na geladeira, a fim de interromper o processo de
fermentação. Os resíduos da fermentação foram obtidos através de filtragem do conteúdo dos
frascos de fermentação em cadinhos de porosidade 1 nos tempos 12, 24, 48, 72 e 96 h. Os
cadinhos com os resíduos foram lavados com água quente para não deixar resíduo nos frasco
e em seguida, levados a estufa de 105º C por 24 horas e pesados. Os resultados da produção
de gases foram ajustados ao modelo logístico bicompartimental, proposto por PELL e
SCHOFIELD et al. (1994):
y = A / {1 + EXP [2 + 4 * B * (C - T)]} + D/ {1+ EXP [2 + 4 * E * (C - T)]} em que,
43
y = Volume total de gases no tempo T (extensão da degradação);
A e D = volume de gases (mL) das frações de degradação de rápida (açúcares solúveis e
amido) e lenta digestão (celulose, hemicelulose), respectivamente;
B e E = taxas de degradações das frações de digestão rápida e lenta (%/h), respectivamente;
C = tempo de colonização das bactérias (h).
Utilizou-se o fator de partição (FP) obtido pela divisão dos valores da produção de
gases pela degradabilidade da matéria seca (PG/DMS) de acordo com BLÜMMEL et al.
(1997) para comparar substratos com diferentes relações entre PG e DMS.
Os dados estatísticos foram submetidos à análise de variância e de regressão, ao nível
de 5% de probabilidade, com o auxílio do programa Statistical Analyses System - SAS (SAS,
1996). Para a composição química, a influência das idades foi avaliada por análise de
regressão, pelo Sistema de Analises estatística e Genética – SAEG (RIBEIRO JR., 2001).
44
3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados da composição bromatológica do capim-marandu, cortado nas diferentes
idades, estão apresentados na Tabela-1. Os teores de MS, FDN
CP
, FDA, NIDIN, NIDA, CT, e
a fração B2, aumentaram linearmente (P<0,05), com o avanço da idade os teores de PB e
CNF, decresceram. O teor de lignina não foi influenciado (P>0,05) pelas idades de corte,
apresentando valor médio de 4,55% MS.
Tabela 1. Composição bromatológica, equações de regressão e coeficientes de determinação e
de variação do capim - marandu, em função das idades de corte.
Idade de corte, dias
Variáveis
28 35 54 ER
R
2
CV%
MS
1
13,3 15,6 20,5
Ŷ = 5,84 + 0,27x, 0,99
4,4
PB
1
14,8 10,3 6,7
Ŷ = 21,86 - 0,29x, 0,92.
8,8
FDN
CP
1
64,6 66,0 75,8
Ŷ = 51,28 + 0,45X 0,99
2,8
FDA
1
42,5 44,4 49,6
Ŷ = 34,77 + 0,28x 0,99
4,7
LIG
1
4,73 4,37 4,5
Ŷ = 4,55
- 12,9
NIDIN
2
21,3 26,6 30,2
Ŷ = 13,97 + 0,31x 0,86
7,3
NIDA
2
9,7 11,6 12,8
Ŷ = 7,15 + 0,11x, 0,85
11,0
B2
3
34,8 36,6 44,6
Ŷ = 23,68 + 0,38x 0,99
5,1
CT
1
72,3 75,0 81,5
Ŷ = 62,55 + 0,35x 0,99
1,7
CNF
3
7,7 9,0 5,7
Ŷ =11,29 – 0,10x 0,62
27,9
1 = % MS, 2 = % PB, 3 = %CT. Matéria seca (MS), Proteína bruta (PB), Fibra em detergente neutro corrigida para cinzas e
proteína (FDNCP), Fibra em detergente ácido (FDA), Lignina (LIG), Nitrogênio insolúvel em detergente neutro (NIDIN),
Nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA), Carboidratos Totais (CT), Carboidrato não fibrosos (CNF), Fração (B2),
Coeficiente de variação (CV).
O capim-marandu apresentou valores variando de 13,3 a 20,5% para a MS. Esses
resultados estão próximos aos relatados por VALADARES FILHO et al (2006) de 16,70 a
25,56% para MS do capim-marandu com idades de 0 a 30 dias. Para os teores de PB do
capim-marandu ocorreu um declínio com avanço da idade, variando de 14,8 a 6,7% da MS,
semelhantes aos resultados encontrados por CECÍLIO FILHO, et al (2002), de 16,0 a 6,2% da
MS para a PB, do capim-marandu cortado em intervalo de 35 dias. O capim-marandu
apresentou, com o avanço da idade, aumento nos teores da FDN
CP
variando de 64,6 a 75,8%
da MS, de FDA variando de 42,5 a 49,6% da MS e de NIDIN variando de 21,3 a 30,2% da
PB. Esses resultados estão condizentes com os pesquisados na literatura. CECÍLIO FILHO et
al. (2002) observaram valores de 42% da MS para os teores de FDA do capim-marandu
45
cortado em intervalo de 35 dias. MALAFAIA et al (1997) encontraram valores de 73,53%
para FDN
CP
em % da MS e 45,4% NIDIN em relação PB para a Brachiaria brizanta cortadas
aos 60 dias. Em relação aos valores das frações de carboidratos foram observados teores entre
72,3% a 81,5% dos CT, 7,7% a 5,7% da MS para CNF e 34,8 a 44,6% dos CT para a fração
B2. HERNANDEZ et al., (2002). Encontraram valores de 86,69%MS para os CT e 9,89% dos
CT, para os CNF, para a Brachiaria brizanta aos 45 dias de idade. MORAES et al. (2006),
encontraram valores de 83,1% MS para os CT, 16% CT, para os CNF e 46,96% dos CT para a
fração B2 em pastagem diferida de Brachiaria brizanta, de acordo com os valores encontrados
no presente trabalho.
Os valores de produção de gases (PG) do capim-marandu foram de 180,6, 186,5 e
160,0 mL respectivamente, paras as idades de 28, 35 e 54 dias, ao final das 96 horas de
fermentação (Tabela 2). Observou-se um maior potencial de produção de gases aos 35 dias, e
a maior degradabilidade da matéria seca (DMS), ocorreu aos 28 dias, (73,7%). A DMS foi
superior aos 28 dias, provavelmente devido à quantidade de material solúvel, já que as frações
solúveis dos alimentos contribuem muito para a produção dos ácidos graxos voláteis, sendo a
principal fonte de energia para os ruminantes. Além dos menores teores da fração de lenta
degradação B2 aos 28 dias, o que pode ter influenciado na DMS. Sabe-se que, dietas que
proporcionam altos teores de proteína bruta apresentam baixa produção de gás. Os menores
valores de PG e DMS foram encontrados para os 54 dias, o que pode ser explicado pelo fato,
de que, nessa idade o capim-marandu apresentou os menores teores de CNF, e para a PB
valores elevados para a fração B2, causando, portanto uma redução no crescimento
microbiano e conseqüentemente na produção de gases. O FP foi sempre maior nas idades de
corte das plantas aos 35 dias, em relação às demais idades avaliadas, demonstrando haver
maior PG e menor DMS. Esses resultados demonstram que a técnica da produção de gás é um
indicativo para estudos futuros na redução da emissão de metano para a atmosfera, já que essa
técnica permite avaliar alimentos capazes de suprir as necessidades do metabolismo animal e
simultaneamente com menor produção de s. De acordo com COTTON e PIELKE (1995) o
metano além de ser caracterizado como um importante gás de efeito estufa, contribuindo com
cerca de 15% para o aquecimento global.
Tabela 2. Produção de gases (PG; ml), degradação da matéria seca (DMS; %) e fator de
partição (FP) da Brachiaria brizanta cv Marandu cortadas aos 28, 35 e 54 dias de rebrota,
durante 96 horas de incubação.
46
Idades, dias
28 35 54
HORA
PG DMS FP PG DMS FP PG DMS PF*
96 180,6 73,7 2,45 186,5 71,8 2,59 160,0 67,0 2,39
72 160,0 70,1 2,28 166,6 68,0 2,44 140,0 65,0 2,15
48 145,6 64,7 2,24 150,9 65,1 2,31 116,6 55,9 2,08
24 76,1 52,3 1,45 77,9 46,1 1,68 55,3 37,8 1,46
12 20,6 34,1 0,60 19,3 27,6 0,69 14,8 21,8 0,67
(*) Fator de partição: PG/DMS.
Esse fato pode ter uma relação com o tipo de substrato e o crescimento microbiano.
Determinados alimentos podem gerar alta concentração de AGV’s proporcionalmente ao
baixo crescimento microbiano, o que pode levar a alterações na relação da produção de gases
por unidade de matéria orgânica degradada. Se esta relação varia durante o curso de
incubação a taxa de produção de gases pode não representar com eficiência a taxa de substrato
degradado. Este fato se torna relevante em forragens com baixa concentração de proteína, ou
quando a fração B3 das proteínas é alta e existe uma considerável concentração de
carboidratos solúveis (LÓPEZ 2005). NOGUEIRA et al. (2006) avaliando a relação entre
produção de gases e degradação de substratos, encontraram para o capim-colonião original e
lavado (extração de parte dos carboidratos solúveis), valores de 74 e 66%, para DMS, 3,4 e
4% para o FP, e 255 e 266% para a PG, respectivamente, ou seja, demonstrando também
haver maior PG, e menor DMS, semelhantes aos resultados discutidos no presente trabalho.
Segundo esses mesmos autores esse fato ocorreu devido à retirada da maioria dos compostos
solúveis, o que resultou em aumento na concentração de fibras e a retirada da proteína
solúvel, pois a maior quantidade de proteína poderia levar à menor PG. Durante a incubação
existem grande produção de massa microbiana, gases provenientes da autofermentação e
fração solúvel não digestível que entram no cálculo do resíduo podendo subestimar a
digestibilidade verdadeira.
Os valores correspondentes aos parâmetros da cinética de fermentação obtidos através
do modelo de PELL e SCHOFIELD et al. (1994), são apresentados na Tabela 3. Apenas para
os valores da produção acumulativa de gases representado pelo A, que corresponde ao volume
de gases (mL) oriundos da fermentação da fração de digestão rápida, observou-se influência
da idade (P<0,05), as demais variáveis observadas apresentaram comportamento
semelhantes, com o aumento da idade de corte.
47
Tabela 3. Comparação média dos parâmetros da cinética da digestão (mL/g MS) da Brachiaria
brizanta, cortada em diferentes idade, pelo método de digestibilidade in vitro/gases no período
total de 96 horas.
Parâmetros da Cinética de digestão
1
Idades
CNF C
1
L CF C
2
CNF + CF R
2
28
95,75
ab
0,05
a
12,9
a
83,25
a
0,01
a
179
a
0,97
35
116,8
a
0,05
a
13,2
a
68,25
a
0,01
a
185
a
0,97
54
68
b
0,05
a
14,6
a
92,25
a
0,01
a
160
a
0,98
1 Parâmetros obtidos pela curva de produção de gases in vitro com base em 100 mg de matéria seca. Pelo modelo:
y = CNF/ {1+ Exp [2 + 4 * C
1
* (L - t )]} + CF / {1 + Exp [ 2 + 4 * C
2
* (L - t )]}; em que: y = volume total de
gases (mL); CNF e CF = volume de gases (mL) da degradação da fração de digestão rápida e lenta,
respectivamente; C
1
e C
2
= taxas de degradações das frações de digestão rápida e lenta (/h), respectivamente; L=
“lag time” (h); R2 = coeficiente de determinação.
Médias, na coluna, seguidas de mesmas letras não diferem (P>0,05) pelo teste Tukey.
Os maiores volumes de gases produzidos para a fração de rápida degradação do
capim-marandu foi semelhante estatisticamente aos 35 dias de idade, isso foi possível devido
aos teores elevados de carboidratos solúveis disponíveis para os microrganismos, uma vez que,
essa mesma gramínea apresentou com a mesma idade maiores teores de CNF, e aos 54 dias
maiores teores da fração de lenta digestão a B2, diminuindo assim a produção de gases. As taxa
de degradação das frações rápidas e lenta apresentaram valores semelhantes de 0,05 e 0,01/h
entre as idades de corte, acontecendo o mesmo comportamento, para a taxa de colonização das
bactérias L, a fração de lenta degradação CF e a produção total de gases CNF + CF. Apesar
dessas frações terem apresentando resultados semelhantes entre as idades de corte, divergem
dos resultados citados na literatura. O que justifica que este alto tempo para colonização das
bactérias (L) pode ser devido ao tipo de inóculo, alimentação do animal doador, ambiente
ruminal, manipulação do líquido. Também pode ser verificado que a taxa de digestão da fração
de rápida digestão C é baixa 0,05%/h e que tem sido frequentemente de 0,1 a 0,2%/h nos
trabalhos publicados. Por outro lado a produção de gases totais foi alta. Sugerindo que as
bactérias demoraram inicialmente para se adaptar.
MALAFAIA (1997) encontrou os seguintes valores para as frações CNF = 20,51 mL;
C
1
= 37,86%/h; L = 10,40/h; CF = 33,77mL; C
2
= 2,28%/h e CNF + CF = 58,37mL dos
parâmetro cinéticos para 360mg de amostra na matéria seca, para a Brachiaria brizanta cortada
aos 60 dias de rebrota. Mesmo fazendo a conversão para 1 g de amostra, que foi a quantidade
utilizada no presente trabalho, os valores encontrado foram de 56,97 mL, 37,86%/h, 28,88/h,
93,80 mL, 2,28%/h e 162mL para as frações CF, C
1
, L, CNF, C
2
, e CNF + CF, respectivamente.
Sendo observado valores próximos aos encontrados no presente trabalho apenas para a fração
48
CF e CNF, o que pode ser devido a idade de corte da gramínea estudada por esses autores, com
60 dias de rebrota, acarretando a valores bem mais altos para a fração B2 dos CT (69,99% CT),
e consequentemente maiores taxas de PG para essa fração. Essas variações também podem ser
atribuídas aos diferentes tipos de inoculo utilizado pelo autor, além das variações ligadas aos
doadores de inóculo ruminal, que dependendo da categoria, sexo e estado fisiológico, poderão
apresentar diferenças no potencial fermentativo do inoculo (CAMPOS et al., 2000).
EVITAYANI et al. (2005), analisando a Brachiaria decumbens durante a estação seca
e chuvosa encontraram valores para a produção de gases de 36,1mL/200g MS para a estação
chuvosa, ou seja, em torno de 180,5mL para 1 gr de MS, acima dos valores encontrados neste
trabalho, embora fique difícil a comparação, uma vez que, os autores o tenha citado a idade
da gramínea utilizada apenas que foi coletado amostra da porção vegetativa (folhas e caules). Já
CAMPOS et al. (2001), avaliando volumosos exclusivos ou combinados encontraram para o
capim elefante com 60 e 180 dias, valores de 6,2 e 4,1 mL, 0,10 e 0,12%/h, 1,6 e 1,4/h, 10,7 e
7,6 mL, 0,023 e 0,024%/h, e 16,9 e 11,7 mL, respectivamente, para as frações dos parâmetro
cinéticos, CF, C
1
, L, CNF, C
2
, e CNF + CF, para 100 mg de MS, obtidos pelo método de
digestibilidade in vitro/gases no período total de 48 horas. Esses valores convertidos para 1 gr
de amostra correspondem a 62 e 41mL, 0,10 e 0,12%/h, 16 e 14/h, 107 e 76 mL, 0,023 e
0,024%/h, e 169 e 117mL, respectivamente.
A curva de produção de gases da MS, do capim-marandu apresentada na Figura 1.
Demonstra que nos tempos iniciais de incubação (até as 16 hs) o capim cortado aos 28 e 35 dias
de rebrota apresentaram maiores produção cumulativa de gases (PCG), porém, a partir das 32 hs
de fermentação o capim-marandu cortado aos 35 dias de rebrota mostrou-se superior as demais
idades avaliadas. O que sugere que aos 35 dias o capim-marandu, além de apresentar os maiores
teores de CNF fornecendo inicialmente carboidratos solúveis prontamente disponíveis para os
processos digestivos também apresentou teores de fração B2 mais elevados o que contribuiu
para um maior potencial de degradação.
Figura 1. Produção cumulativa de gases (PG) do capim-marandu cortado aos 28, 35 e 54 dias
de rebrota, ao final de 96 horas.
49
0
50
100
150
200
0 16 32 48 64 80 96
Tem po de incubação (h)
Produção cumulativa de gases
(ml/g MS)
28 dias 35 dias 54 dias
O capim-marandu obteve produção máxima de gases após as 80 hs, com valores
superiores para as amostras cortadas aos 35 dias de rebrota., com exceção para os 54 dias de
rebrota, onde pode ser observado, a produção cumulativa de gases foi inferior as demais idades,
durante todo tempo de incubação e com continua elevação após as 80 hs de incubação. O que
pode ser devido maiores conteúdos fibrosos apresentado por essa gramínea aos 54 dias, que
nessa idade o capim-marandu apresentou os menores teores para a fração dos CNF (5,7% do
CT) e os maiores teores para a fração B2 (44,1% do CT). De acordo com RUSSELL et al.
(1992) valores elevados da fração B2 podem apresentam lenta taxa de degradação.
A produção cumulativa de gás para os CNF e CF apresentada na Figura 2. Demonstra
que aos 28 dias ocorreu uma maior produção de gases para a fermentação dos CF em relação
aos CNF. Esse resultado foi possível devido ao capim-marandu nessa idade apresentar maiores
teores de proteína, o que contribui para o desenvolvimento dos microorganismos ruminais, além
disso, a fibra estava mais digestível. Sabe-se que os CF geram mais gases que CNF por unidade
metabolizada, contribuindo assim para uma maior produção de gases. Na Figura 3. Os CNF
apresentaram maiores produções de gases em relação aos CF mantendo-se constante após as 48
h. Esse resultado foi possível em função dos teores de CNF terem sido maiores aos 35 dias de
rebrota. aos 54 dias Figura 4. a produção de gases também foi maior para os CNF, fato esse
que pode ser explicado pelo teor da fração de lenta degradação (B2) ter sido mais elevado.
Sabe-se que, dietas que proporcionam alta taxa de digestão reduzem a produção PG, visto que o
alimento não permanece por tempo prolongado no rúmen (AAFC, 2003).
50
Figura 2. Produção cumulativa de gases (PG) dos carboidratos fibrosos (CF) e carboidratos
não fibrosos (CNF) do capim-marandu cortado aos 28 dias de rebrota, durante as 96 horas de
incubação.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
0 24 48 72 96
Tem po de incubação (horas)
Volume dos gases (mL)
CNF CF
Figura 3. Produção cumulativa de gases (PG) dos carboidratos fibrosos (CF) e carboidratos não
fibrosos (CNF) do capim-marandu cortado aos 35 dias de rebrota, durante as 96 horas de
incubação.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
0 24 48 72 96
Tem po de incubação (horas)
Volume dos gases (mL)
CNF CF
Figura 4. Produção cumulativa de gases (PG) dos carboidratos fibrosos (CF) e carboidratos não
fibrosos (CNF) do capim-marandu cortado aos 54 dias de rebrota, durante as 96 horas de
incubação.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
0 24 48 72 96
Tempo de incubação (horas)
Volume dos gases (mL)
CNF CF
51
4 - CONCLUSÃO
Os resultados mostram a importância de realizar a DMS em conjunto com a PG para
que os substratos que apresentam maior volume de gases, durante as fermentações in vitro,
mas com inferiores porcentagens de DMS não sejam selecionados.
Recomenda-se a idade aos 28 dias de rebrota, para avaliar o valor nutricional do
capim-marandu, que a mesma apresentou para essa idade a maior DMS, e baixa produção
de gases para parâmetros cinéticos avaliados.
52
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55
TRABALHO 3 - RESUMO
Sá, Jacqueline Firmino de. Composição química e fracionamento dos carboidratos de
diferentes co-produtos agroindustriais. / Jacqueline Firminode Sá. Itapetinga-BA:
UESB/Mestrado em Zootecnia, cap. 3, 2007.
Foram recolhidas amostras de cinco co-produtos, farelo de cacau (Theobroma
cacao), casca de café (Coffea rábica, L.), torta de dendê (Elaeis guineensis), bagaço de
mandioca (Manihot esculenta) e a vagem de algaroba (Prosopis juliflora). Foram feitas as
seguintes analises, matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), extrato
etéreo (EE), fibra em detergente neutro corrigido para cinzas e proteínas (FDN
CP
) e fibra em
detergente ácido (FDA). Para os carboidratos, determinaram-se as frações A+B1 (frações de
rápida e média degradação ruminal), fração B2 (fração lentamente degradada no rúmen) e a
fração C (carboidratos não digeríveis no rúmen). Os alimentos avaliados apresentaram
composição química semelhantes aos alimentos alternativos frequentemente utilizados na
alimentação animal. O farelo da vagem da algaroba e o bagaço da mandioca demonstraram
ser excelentes fontes de energia com valores para a fração A+B1 dos carboidratos de 55,61 e
80,57% dos carboidratos totais (CT) respectivamente. A casca de café e a torta de dendê
apresentaram teores da fração C elevados 44,33 e 25,02% dos CT, respectivamente.
Palavras-Chave: Algaroba, bagaço de mandioca, co-produtos, cacau, dendê.
56
WORK 3 - ABSTRACT
Chemical composition and carbohydrates fractions of differents by-products
Samples of five by-products were collected, cocoa meal (Theobroma shark),
coffee hulls (Coffea rábica, L.), palm cake (Elaeis guineensis), cassava pulp (Manihot
esculenta) and the green bean of the algarroba (Prosopis juliflora). The following ones were
made analyze, dry matter (DM), organic matter (OM), crude protein (CP), ethereal extract
(EE), fiber in neutral detergent corrected for ashes and proteins (NDFCP) and fiber in acid
detergent (ADF). To the carbohydrates, were determined the fractions A+B1 (fractions of fast
and average degradation ruminal), fraction B2 (fraction slowly degraded in the rumen) and
the fraction C (carbohydrates no digestible in the rumen). The by-products presented chemical
composition similar to the alternative feeds used in the animal feeding. The bran of the green
bean of the algaroba and the pulp of the cassava demonstrated to be excellent sources of
energy with values for the fraction A+B1 of the carbohydrate of 55,61 and 80,57% of total
carbohydrates (TC), respectively. The coffee hulls and the palm cake presented tenors of the
fraction C high 44,33 and 25,02% of TC, respectively.
Words Key: Algaroba, by-products, cassava pulp, cocoa, palm.
57
1 - INTRODUÇÃO
Os custos com a alimentação são um dos fatores que mais oneram a produção animal,
sendo fundamental o estudo de alternativas que reduzam os custos. Portanto, o uso de co-
produtos agroindustriais, substituindo em parte os principais ingredientes utilizados
tradicionalmente, pode ser de grande importância. No Estado da Bahia, o farelo de cacau, a
torta de dendê, a vagem da algaroba, bem como a bagaço de mandioca, representam potencial
alternativo.
O farelo de cacau é um co-produtos das amêndoas, resultante da retirada da casca,
após ser lavada, seca ao ar e submetida a vapor. Pode ser obtido ainda no processo de
torrefação para produção de manteiga ou chocolate. O estado da Bahia é responsável por toda
produção de cacau do Nordeste e por 65,8 % da produção total brasileira (IBGE, 2005).
Ainda como co-produtos agroindustriais, podemos destacar a torta de dendê (Elaeis
guineensis, Jacq), cultivada na Bahia e no estado do Pará, o dendezeiro (Elaeis guineensis) é
uma palmeira de origem africana, que se desenvolve em regiões tropicais com clima quente e
úmido. Do seu fruto, no mesocarpo, produz-se o óleo de dendê ou de palma, o resíduo
industrial que sobra, é a torta de dendê (CEPLAC, 2000). Segundo RODRIGUES FILHO et
al. (1996) a torta de dendê, parece ser uma boa alternativa para alimentação animal, sendo
disponível permanentemente ao longo do ano.
A mandioca e seus co-produtos têm potencial e disponibilidade para serem utilizados
na alimentação animal. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de mandioca, com
produção anual estimada em 27 milhões de toneladas, (JORGE et al., 2002). O farelo ou
bagaço de mandioca é composto pelo material fibroso de raiz e amido residual sendo
produzido durante a separação da fécula (amido proveniente da mandioca polvilho)
podendo apresentar até 60% de amido, sendo, portanto, uma fonte de carboidrato de rápida
fermentação, (BUTRIAGO, 1990).
Além dos co-produtos mencionados, existem outros considerados por alguns
pesquisadores, de grande potencial para sua utilização na alimentação animal, como é o caso
da casca de café e do farelo da vagem da algaroba. A casca de café por sua vez é oriunda da
limpeza do café em coco, composta de epicarpo (casca), mesocarpo (polpa ou mucilagem),
endocarpo (pergaminho) e película prateada (BARCELOS et al., 2002). Dependendo da
variedade, a casca de café apresenta componentes fibrosos elevados, com valores de FDN e
58
FDA, que variam de 75,7 a 89,3% e 62,3 a 80,8%, respectivamente, sendo utilizado também
como um volumoso (TEIXEIRA 1999). A sua utilização na alimentação de ruminantes têm
demonstrado que é economicamente viável para o produtor que tem disponibilidade do
resíduo (BARCELOS et al., 1997a,b).
A algarobeira é uma leguminosa arbórea do gênero Prosopis introduzida no Brasil no
estado do Pernambuco na década de 40, a partir de sementes oriundas do Peru. Desde então,
principalmente suas vagens, vêm sendo usadas como suplemento ou parte integrante de rações
na alimentação animal (FIGUEIREDO et al., 2007).
Como todo co-produtos para a alimentação animal deve inicialmente ser analisado
quanto à sua composição química, para determinar se o material tem ou não condições de ser
utilizado, é importante avaliar e quantificar esse potencial, uma vez que os nutrientes como
proteína, carboidratos, fibras e minerais são vitais para o animal e sua flora microbiana,
especialmente ruminantes. Conhecer o valor desses nutrientes é importante para indicar ou
não sua utilização na alimentação animal (BARCELOS et al., 2002). Além disso, os co-
produtos apresentam composição heterogênea devido ao processo de obtenção, necessitando
de avaliações regionais. Devido à escassez de dados de fracionamento desses alimentos na
literatura.
Objetivou-se com esse trabalho avaliar, a composição química dos co-produtos
agroindustriais com potencial de utilização.
59
2 - MATERIAIS E MÉTODOS
Foram recolhidas amostras de cinco co-produtos de alimentos comercializados, no
Município de Itapetinga – Bahia. O farelo de cacau (Theobroma cacao), casca de café (Coffea
arabica, L.), torta de dendê (Elaeis guineensis), bagaço de mandioca (Manihot esculenta) e a
vagem de algaroba (Prosopis juliflora). Após a coleta das amostras as mesmas foram
identificadas e colocadas em sacos plásticos, para posterior análises. As amostras de torta de
dendê e algaroba foram submetidas à pré-secagem (55ºC) em estufa de ventilação forçada
durante 72 horas. Posteriormente, todos os alimentos foram moídos em moinhos com peneira
de malha de 1 mm para determinação da matéria seca (MS), matéria mineral (MM), proteína
bruta (PB) e extrato etéreo (EE), de acordo com SILVA & QUEIROZ (2002), e fibra em
detergente neutro corrigidos para cinzas e proteínas (FDNcp) e fibra em detergente ácido
(FDA) realizadas através do método seqüencial proposto pela ANKOM Fiber Analyser
(ANKOM
200
), citado por HOLDEN (1999). As análises de nitrogênio insolúvel em detergente
neutro (NIDIN) e ácido (NIDA) foram realizadas segundo procedimentos descritos por
SILVA & QUEIROZ (2002), utilizando uma sub-amostra do resíduo da análise da FDN e
FDA da amostra original dos alimentos. A matéria orgânica (MO) das amostras foi obtida por
diferença (100 – MM).
Os carboidratos totais foram calculados a partir da fórmula CT = 100 - (%PB + %EE +
%MM); a fração C foi obtida a partir do resíduo indigerível após 144 horas de incubação in
situ; a fração B2, a partir da subtração da fração C da FDNcp; e os carboidratos o fibrosos
(CNF), a partir da fórmula: CNF = 100 - (%PB + %FDNcp + %EE + %Cinzas), de acordo
com SNIFFEN et al. (1992).
Não se procedeu à realização de analises estatística, visto que foi coletada apenas uma
amostra de cada alimento, com o objetivo de demonstrar a sua composição química.
60
3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
A composição quimíco-bromatológica dos alimentos, farelo da vagem de algaroba
(FVA), bagaço de mandioca (BM), farelo de cacau (FC), casca de ca(CC), e da torta de
dendê (TD), estão apresentados na tabela. 1.
Tabela. 1 Composição química dos alimentos.
VARIÁVEIS
1
Co-produtos
MS
2
PB
2
MO
2
EE
2
FDNCP
2
FDA
2
Farelo da Vagem da
Algaroba
83,0 10,2 95,8 2,4 28,6 18,0
Bagaço de Mandioca
87,7 2,2 98,4 0,7 14,5 7,4
Farelo de Cacau 89,0 16,1 90,4 4,7 41,4 38,4
Casca de Café 88,9 8,0 94,1 0,9 58,6 46,7
Torta de Dendê 89,9 14,6 97,1 6,1 75,1 46,4
1 = Matéria seca (MS); Proteína bruta (PB); Extrato etéreo (EE); Matéria orgânica (MO); Fibra em detergente
neutro corrigida para cinzas e proteína (FDNCP); Fibra em detergente ácido (FDA); 2 = % MS.
Por apresentar teores elevados de carboidratos não fibrosos a FVA tem sido utilizada
em alguns experimentos como um alimento alternativo e em alguns casos em substituição ao
milho, em dietas para galinhas poedeiras (SILVA et al., 2002b), eqüinos (STEIN, 2002),
suínos (PINHEIRO et al., 1986) e ruminantes (BARROS e QUEIROZ FILHO, 1982). A FVA
apesar de ser um alimento energético apresenta valores protéicos satisfatórios, podendo ser
utilizado como fonte de proteína para ruminantes, entretanto é necessário verificar o
aproveitamento dessa proteína no ambiente ruminal. Segundo SGARBIERI (1996), as
leguminosas apresentam alta concentração de tanino, que estão negativamente relacionados
com a digestibilidade da proteína, devido às ligações covalentes que os taninos podem formar
com alguns grupos funcionais das proteínas, principalmente os grupos sulfidrílicos da cisteína
e da lisina, indisponibilizando-as. VALADARES FILHOS et al. (2006), relataram valores
para a composição química do farelo da vagem de algaroba de 88,54% MS, 9,34% PB
28,79% FDN, 18,61% FDA, 93,72% MO e 1,35% EE. FIGUEIREDO et al. (2007) estudando
as frações de carboidratos, compostos nitrogenados e a digestibilidade verdadeira in vitro do
61
FVA, encontraram valores de 90,64% MS, 8,89% PB, 96,53% MO, 0,63% EE, 28,34% FDN,
e 17,74% FDA. A exceção do EE a composição química é semelhante a encontrada no
presente trabalho.
Os valores da composição química apresentados pelo BM (87,71%, MS, 2,23% PB,
14,55% FDNcp, 7,46% FDA, 0,71% EE e 98,46% MO) estão próximos aos encontrados por
DIAS, (2006) de 87,5% MS, 1,95% PB, 12,02% FDN, 6,73% FDA, 0,60% EE e 98,38% MO.
Em função da sua composição química o BM assim como o FVA também é considerado
como um alimento energético (CALDAS NETO et al. 2000a), e semelhante aos vários
resíduos da mandioca utilizados na alimentação animal, introduzidos nas dietas em
substituição parcial do milho (MARQUES 1999 e JORGE et al. 2000). Entretanto, devido ao
seu baixo valor protéico faz-se necessário a inclusão de uma fonte de proteína, a fim de se
manter o equilíbrio da flora ruminal, visto que o BM é rico em amido, carboidratos
prontamente disponíveis para os microrganismo ruminais. CALDAS NETO et al. (2000a)
fornecendo a novilhos holandeses rações com milho, milho + casca de mandioca, raspa de
mandioca e farinha de varredura, observaram maior eficiência microbiana, quando a fonte de
amido utilizada foi a farinha de varredura, em combinação com o farelo de soja. RAMOS et
al. (2000) constataram que a substituição do milho por BM não alterou os coeficientes de
digestibilidade de MS, MO, FDN, FDA e energia digestível (ED), nem o consumo de matéria
seca digestível (MSD), matéria orgânica digestível (MOD), fibra em detergente neutro
digestível (FDND), ED e energia metabolizável (EM). Afirmaram ainda que a inclusão de
bagaço de mandioca com 61% de digestibilidade até o nível de 66% de substituição ao milho
no concentrado para bovinos não altera o ganho médio diário (GMD) e nem a conversão
alimentar (CA) dos animais.
O FC destacou-se pelo teor protéico na sua composição, o que beneficia a sua
utilização na alimentação animal. Entretanto, seus elevados teores de fibra podem restringir os
níveis de utilização na dieta. De acordo com ULLOA et al. (2004) o uso de resíduos e co-
produtos agroindustriais como ingredientes na alimentação animal podem ser restringidos por
aspectos nutricionais (níveis de proteína baixo e fibra alto) e pela presença de fatores
antinutricionais (polifenóis, taninos e cafeína), os quais podem limitar sua inclusão em altos
níveis na dieta animal. No FC es presente a teobromina, uma substância tóxica que, em
determinados níveis, pode provocar alterações no sistema nervoso central, limitando o seu
fornecimento na alimentação animal.
62
A teobromina (3,7 dimetilxantina) é um alcalóide do grupo das xantinas, variando de
1,0 a 2,3% nas amêndoas (MAGALHAES, 1960). PIRES et al. (2002) observaram lesões
superficiais na pele dos membros, região do ventre e na barbela em animais 13 dias após
alimentação com 50% de FC em substituição ao concentrado padrão. Afirmaram ainda, que
parece ser necessário um período de adaptação dos animais, pois animais que receberam
principalmente concentrado com 25% de substituição pelo FC e em seguida 50% de
substituição não apresentaram sintomas de intoxicação. SILVA et al. (2005) constataram que
o FC pode ser incluso em a9,23% da matéria seca da dieta, respectivamente, sem reduzir o
consumo e a produção do leite de cabra. E que a inclusão de 18,47% de FC na matéria seca da
dieta de cabras afetou negativamente o consumo e a produção de leite.
A casca de café apresentou de 88,99% MS, 8,07%PB, 58,69% FDN
CP
, 46,78% FDA,
94,14% MO e 2,18% EE. Esses valores estão de acordo com os resultados encontrados por
SOUZA et al. (2005) os quais foram de 86,1% MS, 8,4% PB, 53,6% FDN
CP
, 44,7% FDA,
92,6% MO, e 1,0% EE. Esses resultados mostram que a CC possui conteúdos fibrosos
elevados em sua composição, podendo restringir a sua utilização na alimentação animal, além
da CC possui fatores antinutricionais como a cafeína e os taninos, que podem interferir no
desempenho animal. De acordo com CABEZAS et al., (1978), a utilização da CC na
alimentação de ruminantes pode promover redução do consumo voluntário dos bovinos, com
reflexo significativo no desempenho animal, principalmente quando é o principal alimento da
dieta, pois alguns compostos presentes na casca podem ter efeito negativo no consumo
animal, como cafeína, taninos e polifenóis, além de altos teores de lignina.
SOUZA et al. (2003a,b) ao incluírem a casca de café em substituição ao milho no
concentrado de vacas em lactação (0,0; 8,75; 17,5 e 26,25% da MS), observaram decréscimo
no coeficiente de digestibilidade dos nutrientes. O consumo de MS e a produção e
composição do leite não foram alterados pelos níveis de casca de café utilizados. Todavia,
menor custo com a alimentação e maior margem bruta foram obtidos com os maiores níveis
de casca de café. Assim, esses autores recomendaram a inclusão de até 26,25% deste co-
produto em substituição ao milho no concentrado para vacas em lactação, o que representa
10,5% de casca de café na MS da dieta.
A TD apresentou valores de 89,96% MS, 14,61% PB, 75,12% FDN
CP
, 46,46% FDA,
97,19% MO, e 6,12% EE. CARVALHO et al, (2006) encontraram valores para a composição
química da TD de 88,09% MS, 14,23% PB, 71,29% FDN e 41,29% FDA. SILVA et al.
(2005) relataram valores para a TD de 88,38%% MS, 14,51% PB, 81,85% FDN, 42,30%
63
FDA, 95,57% MO, e 7,19% EE, respectivamente. A composição química da TD pode variar
um pouco, o que segundo RODRIGUES FILHO et al. (1987) se deve em função de alterações
nos processos industriais, e que essas variações, têm dificultado o uso adequado desse
material na alimentação animal. De acordo com a FAO (2002) bovinos de corte tiveram GMD
de 0,388 g alimentados exclusivamente com TD, em mistura com outros alimentos,
garantiram ganhos diários de até 0,793 kg. Para os bovinos leiteiros, não houve diferenças
para utilização da torta de dendê em substituição total, a rações comerciais, alcançando
produções dias de 7,7 kg de leite diário em um período de 200 dias, tendo como uma
grande vantagem, o menor custo da ração. SILVA et al. (2005) alimentando cabras em
lactação verificaram que o consumo da dieta contendo 15 a 30% de torta de dendê, o
diferenciou da dieta padrão à base de milho e soja. CARVALHO et al. (2004) estudando os
efeitos de diferentes níveis de torta de dendê (0, 15 e 30%) em substituição ao milho e farelo
de soja no concentrado, sobre o comportamento ingestivo de cabras Saanen lactantes,
observaram que a adição dos co-produtos no concentrado em até (30%) elevaram os teores de
FDN e MS das dietas, além de não afetar a digestibilidade aparente da MS, MO, PB, FDN,
FDA, CT, e dos CNF.
Os resultados encontrados para as frações de carboidratos, A, B1 + B2, B3 e C, dos
carboidratos dos co-produtos estão apresentados na Tabela 2.
Tabela 2. Fracionamento dos carboidratos dos co-produtos
VARIAVEIS
1
Co-produtos
CT
A+B1
3
B2
3
C
3
Farelo da Vagem
da Algaroba
83,0 55,6 8,0 19,4
Bagaço de
Mandioca
95,5 80,5 10,5 3,5
Farelo de Cacau 69,5 37,1 15,1 19,6
Casca de Café 85,1 28,7 12,7 44,3
Torta de Dendê 76,4 21,3 30,3 25,0
1 = % Carboidratos totais (CT), carboidratos o fibrosos (CNF), fração (A+B1), fração (B2), fração (C), dos
CT; 3 = % CT
64
O FVA apresentou valores elevados paras os CT 83,09%, sendo a maior parte desses
carboidratos correspondentes a fração A+B1 a qual a é de rápida degradação 55,61% dos CT.
Do total dos carboidratos do FVA, 19,44% correspondeu a fração C. Isso demonstra que o
FVA embora apresente valores, de frações solúveis elevados, também apresentou valores
altos para a fração indigestível da parede celular, fração C, sendo necessário mais estudo da
cinética ruminal, a fim de se obter melhores resultados nos níveis de utilização da FVA como
fonte de rápida degradação para os microrganismos ruminais. Resultados semelhantes a esses
foram, obtidos por FIGUEIREDO et al. (2007) que relataram valores para o fracionamento
dos carboidratos do FVA de 87,01% para os CT, 59,97% para os CNF (nesse trabalho essa
fração representou a fração A+B1), 16,52% para a fração B2, e 10,57% para a fração C.
Pode ser observado que o BM apresentou teores elevados de CT 95,52%, e destes a maior
participação foi da fração A + B1 (80,57% dos CT) e baixos teores da fração C (3,59% dos
CT). Demonstrando ser uma ótima fonte de energia para o crescimento dos microrganismos
que utilizam carboidratos não fibrosos. Alimentos com elevada fração A+B1 são considerados
boas fontes de energia para o crescimento de microrganismos que utilizam carboidratos o
fibrosos. Contudo, é necessária a inclusão de fontes protéicas de rápida e média degradação
no rúmen, quando a fração A+B1 compõe a principal fração dos carboidratos da dieta,
objetivando a sincronização entre a liberação de energia e nitrogênio (Valadares Filho, 2000).
SOUZA FILHO et al. (2006) avaliando o fracionamento de carboidratos da silagem da massa
da mandioca entre 0 a 60 dias encontraram valores de CT variando entre 86,125 a 88,10 %
dos CT, para a fração A + B1 entre 90,125 a 91,15% CT, para a fração B2 entre 9,84 a 8,81%
CT, e para a fração C 0,047 a 0,04% CT,
O FC apresentou valores consideráveis para a fração A + B1 37% dos CT, entretanto
valores elevados para os teores da fração C 19,63% dos CT. Tudo indica que os valores tão
elevados para essa fração tenham ocorrido pelo alto teor de lignina presente no FC (17,08%
MS, VALADARES FILHO et al., 2006). Uma vez que a lignina se constitui em um polímero
fenólico associado aos carboidratos estruturais, celulose e hemicelulose, e é o componente
que reconhecidamente mais limita a digestão dos polissacarídeos da parede celular no rúmen
(GARCIA et al., 2006). Esses mesmos autores avaliaram o capim-elefante com adição de
diferentes níveis de farelo de cacau e encontraram valores para os CT e CNF do FC de
69,25% e 25,69% MS, respectivamente. E para a silagem do capim-elefante com adição de 0
a 28% de FC na matéria natural, observaram valores variando entre 12,29% a 26,15% dos CT,
para a fração A + B1, 55,14% a 37,03% dos CT, para a fração B2, e 32,57% a 36,82% dos CT
65
para a fração C.
Os teores das frações de carboidratos encontrados para a CC foram de 85,10% para os
CT, 28,72% dos CT, para a fração A + B1, 12,75% dos CT, para a fração B2 e 44,33% dos
CT para a fração C. Podendo ser observado que a CC possui um alto conteúdo da fração
indisponível no rúmen. O que pode ser influenciado também pelo momento da separação da
casca do cano processo industrial, resultando em um material mais fibroso, além do seu
elevado teor de lignina, 12,90% ± 1,47, segundo VALADARES FILHO et al. (2006).
BARCELOS et al. (2001) avaliando três cultivares de café, encontrou valores para a fração
dos carboidratos variando entre, 9,2% a 11,29% dos CT para a fração A + B1, 65,20%
66,74% dos CT, para a fração B2, e 23,42% a 24,13% dos CT,para a fração C.
A TD apresentou teores de CT de 76,46%, para a fração A + B1 de 21,35% dos CT,
para a fração B2 de 30,33% dos CT e para a fração C de 25,02% dos CT,. A TD demonstrou
ser um alimento de degradação lenta devido ao seu alto teor da fração B2, além de apresentar
também elevados teores para a fração C. Deve-se conhecer os níveis de utilização da TD, a
fim de evitar uma redução no consumo alimentar. Para MERTENS (1987) valores elevados
das frações B2, as quais apresentam lenta taxa de degradação, juntamente com a fração C
(indigestível), tendem a afetar o consumo negativamente pelo enchimento do rúmen,
conseqüentemente afetando o desempenho animal.
66
4 - CONCLUSÃO
Todos os alimentos apresentaram potencial para a sua utilização na alimentação
animal, sendo necessário verificar os níveis de utilização, a fim de se evitar baixo
desempenho animal.
Para o fracionamento de carboidratos o FVA e o BM, demonstraram ser excelentes
fontes de energia para o crescimento dos microrganismos ruminais, por apresentarem
elevados teores da fração A + B1 e menores teores da fração indigestível C.
A CC apresentou teores da fração C elevados, necessitando de maiores estudos da sua
composição química, para uma melhor utilização na alimentação animal.
67
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