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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE OCEANOGRAFIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM OCEANOGRAFIA
B
IODIVERSIDADE E
A
SPECTOS
E
COLÓGICOS DE
M
ACROALGAS
M
ARINHAS
E
PÍFITAS DA ANGIOSPERMA MARINHA
H
ALODULE WRIGHTII NA
B
AÍA DE
S
UAPE
,
P
ERNAMBUCO
NATHALIA CRISTINA LIMA GUIMARÃES
Recife
2008
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GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
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NATHALIA CRISTINA LIMA GUIMARÃES
B
IODIVERSIDADE E
A
SPECTOS
E
COLÓGICOS DE
M
ACROALGAS
M
ARINHAS
E
PÍFITAS DA ANGIOSPERMA MARINHA
H
ALODULE WRIGHTII NA
B
AÍA DE
S
UAPE
,
P
ERNAMBUCO
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Oceanografia da Universidade
Federal de Pernambuco, como parte
dos requisitos para a obtenção do
Grau de Mestre em Oceanografia
Área de Concentração Oceanografia
Biológica.
Orientadora:
Profª. Dra. Mutue Toyota Fujii
Recife
2008
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GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
3
G963b Guimarães, Nathalia Cristina Lima.
Biodiversidade e aspectos ecológicos de Macroalgas Marinhas
Epífitas da Angiosperma Marinha Halodule wrightii na Baía de Suape,
Pernambuco / Nathalia Cristina Lima Guimarães. - Recife: O Autor,
2008.
103 folhas, il : figs.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco.
CTG. Programa de Pós-Graduação em Oceanografia, 2008.
Inclui bibliografia e Anexo.
1. Oceanografia. 2. Angiosperma. 3.Macroalgas Epífitas. 4.
Halodule wrightii. 5. Biodiversidade – Baía de Suape I. Título.
UFPE
551.46 CDD (22. ed.) BCTG/2008-030
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
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B
IODIVERSIDADE E
A
SPECTOS
E
COLÓGICOS DE
M
ACROALGAS
M
ARINHAS
E
PÍFITAS DA
ANGIOSPERMA MARINHA
H
ALODULE WRIGHTII NA
B
AÍA DE
S
UAPE
,
P
ERNAMBUCO
N
ATHALIA
C
RISTINA
L
IMA
G
UIMARÃES
Dissertação defendida e aprovada pela Banca Examinadora em 8 de Fevereiro de
2008.
Examinadores:
Recife
2008
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
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Dedico este trabalho a minha família:
meus pais Ricardo e Maria
Elizabeth, meus irmãos Alexandra e
Thiago, meu sobrinho Daniel e meu
noivo Marcone. Amo todos.
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
6
“És tão grande e eu sou tão
pequena, como posso retribuir tanto
amor? Eis minhas mãos vazias, mas
estendidas, a minha vida é toda tua
Senhor”.
Suely Façanha
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
7
A
GRADECIMENTOS
Muitas pessoas foram indispensáveis para a realização desse trabalho.
Nelas, pude encontrar apoio, dedicação, paciência, amor, disponibilidade... a
elas quero demonstrar todo o meu sincero agradecimento.
À Deus, em primeiro lugar, meu fiel companheiro que me deu a vida,
através das pessoas mais importantes para mim: meus pais.
Ao Programa de Pós-Graduação em Oceanografia da Universidade
Federal de Pernambuco, nas pessoas dos seus coordenadores, os professores
Lília Pereira dos Santos e Manuel Flores Montes.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq), pela concessão da bolsa.
À Profª. Dra. Mutue Toyota Fujii, pela orientação e atenção dispensada,
sempre pronta a ajudar e aconselhar, mesmo a distância, principalmente
quando da minha estadia em São Paulo, como também pelos casacos
emprestados para que não morresse de frio.
Aos professores do Curso de Pós-Graduação em Oceanografia pelo
convívio e ensinamentos transmitidos.
À Msc. Adilma de Lourdes Montenegro Cocentino, minha também
"orientadora" e conselheira desde a graduação, por ter me ajudado, e
principalmente pelas horas dedicadas a este trabalho, sem as quais este não
teria sido concluído. MUITO OBRIGADA!
À Prof. Dra. Sigrid Neumann Leitão, pela correção do Abstract e pela
ajuda dispensada sempre que necessário.
Ao Msc. Thiago Reis, pela amizade, durante estes anos de convivência
e pelo apoio indispensável na elaboração deste trabalho, principalmente pela
incondicional ajuda, até nos fins de semana.
Às biólogas Haliny Magalhães e Érika Gomes, um agradecimento
especial, pois alem de todo o apoio durante as coletas e triagem do material,
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
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deixaram nossas vidas mais iluminadas, com seus sorrisos e alegria
contagiantes.
Aos amigos que foram indispensáveis para a realização das coletas,
Alexandre, Catarina, Clayton, Débora, Ednaldo, Érika, George, Jesser, Luiz
Ernesto, Paulo, Priscila, Ricardo, Rodolfo e Thiago. Vocês foram demais!
Aos meus colegas de turma, pela convivência e experiências trocadas
no decorrer do curso.
Aos amigos e professores do LABENTOS I e II (UFPE), Adailton, Aline,
Catarina, Cristiane, Cileide, Jesser, Edinaldo, Débora, Kelly, Luiz Ernesto,
Alexandre, Josivete, Lílian, Rodolfo, Deloá, Anne Gabrielle, Aureliana, Ricardo,
Profª Marilena Ramos Porto, Profª Girlene Fábia Viana, Profª Maria Fernanda
Torres, Profª Deusinete Tenório, Profª. Lilia Santos e Profº. Petrônio Coelho.
À Myrna Lins, secretária do PPGO, com quem sempre pude contar,
especialmente com o seu sorriso e entusiasmo que facilita e agiliza as nossas
vidas.
Aos funcionários do DOCEAN, principalmente, Zacarias, Edileusa,
Mano, Hermes, Beto, com quem posso contar sempre.
À minha grande família, principalmente minhas avós.
Aos meus pais a quem tanto amo, o meu porto seguro, onde encontro
abrigo, colo e carinho. Amo vocês!
Aos meus irmãos, sobrinho e cunhados tão queridos, pela paciência,
dedicação, amor e alegria que deixam minha vida mais leve e em paz.
A meu noivo, pela dedicação e amor em todas as horas, principalmente
pelo apoio constante, paciência e força para não desanimar durante a
elaboração deste trabalho.
Enfim, a todos aqueles que de alguma forma me ajudaram a concluir
mais uma etapa da minha vida. Que Deus abençoe vocês!
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
9
S
UMÁRIO
Agradecimentos 7
Sumário 9
Lista de Figuras 11
Resumo 15
Abstract 16
1 Introdução.................... ................................................................................. 17
2 Revisão da Literatura .................................................................................... 21
3 Objetivos.........................................................................................................26
3.1 Objetivo geral................. ............................................................................ 26
3.2 Objetivos específicos ................................................................................. 26
4 Descrição da Área......................................................................................... 27
5 Metodologia....................................................................................................30
5.1 Etapa de campo ......................................................................................... 30
5.2 Etapa de laboratório ................................................................................... 31
5.3 Composição das espécies.......................................................................... 32
5.4 Biomassa.....................................................................................................32
5.5 Freqüência de ocorrência........................................................................... 33
5.6 Índice de Diversidade de Shannon-Hill ...................................................... 33
5.7 Análise de Similaridade.............................................................................. 34
5.7.1 Análise de Agrupamento ......................................................................... 34
6. Resultados........ ........................................................................................... 36
6.1 Composição das Espécies de Macroalgas Epífitas.................................... 36
6.2 Sinopse dos táxons identificados ............................................................... 37
6.3 Chave dicotômica de identificação dos gêneros encontrados.................... 39
6.4 Descrições e comentários das espécies encontradas................................ 41
6.5 Dados Ambientais ...................................................................................... 76
6.6 Biomassa.................................................................................................... 77
6.7 Freqüência de ocorrência........................................................................... 79
6.8 Diversidade de Shannon-Hill...................................................................... 82
6.9 Análise de Similaridade.............................................................................. 83
6.9.1 Análise de Agrupamento ......................................................................... 83
7 Discussão...................................................................................................... 88
8 Conclusões.................................................................................................... 93
9 Referências Bibliográficas............................................................................. 94
10 Anexos........................................................................................................103
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
10
L
ISTA DE
T
ABELAS
Tabela 1. Parâmetros ambientais coletados durante o estudo ....................... 74
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
11
L
ISTA DE
F
IGURAS
Pág
Figura 1.Localização da área de estudo com as estações de coleta - Baía de Suape PE-
Brasil (Modificado de Reis, 2003).
27
Figura 2. Representação em porcentagem das espécies identificadas.
36
Figura 3. Aspecto geral de um tufo de Haliptilon cubense.
42
Figura 4. Detalhe da região apical de Haliptilon cubense mostrando disposição dística e
tricotômica dos ramos.
42
Figuras 5. Aspecto geral de Centroceras clavulatum.
42
Figura 6. Detalhe do ramo com carposporófito.
42
Figura 7. Detalhe das células espinescentes bicelulares de Centroceras clavulatum.
42
Figura 8 Detalhe de um tetrasporângio tetraédricamente dividido de Centroceras
clavulatum.
42
Figura 9. Detalhe de um carposporófito maduro de Centroceras clavulatum.
45
Figura 10. Corte transversal do talo de Centroceras clavulatum, mostrando uma camada
de células corticais.
45
Figura 11. Detalhe de um ramo de Ceramium comptum apresentando tetrasporângios
unilateralmente nos nós.
45
Figura 12. Detalhe da região dos nós de Ceramium comptum com a presença de
rizóides.
45
Figura 13. Detalhes das porções apicais dos ramos portando tretrasporângios nos nós
em Ceramium comptum.
45
Figura 14. Detalhe da porção dos nós em Ceramium comptum, formados por células
periaxiais e células acrópetas..
45
Figura 15. Detalhe do ápice recurvado de Ceramium flaccidum.
46
Figura 16. Detalhe do nó de Ceramium flaccidum mostrando linha transversal sem
células e logo abaixo duas camadas de células basípetas.
46
Figura 17. Detalhe do ápice recurvado com crescimento desigual de Ceramium dawsonii,
mostrando também linhas transversais sem células e logo abaixo uma camada de células
basípetas.
46
Figura 18. Região do nó de Ceramium dawsonii com tetrasporângios unilateral.
46
Figura 19. Aspecto geral do talo de Dorhniella antillarum var. brasiliensis.
46
Figura 20. Detalhe das células papiliformis nos ramos laterais de Dorhniella antillarum
var. brasiliensis
46
Figura 21. Aspecto geral da planta de Spyridia filamentosa.
50
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
12
Figura 22. Detalhe de um râmulo de Spyridia filamentosa com um espinho apical.
50
Figura 23. Aspecto geral da planta de Wrangelia argus.
50
Figura 24. Detalhe da ramificação verticilada de Wrangelia argus.
50
Figura 25. Detalhe do desenvolvimento do carposporófito de Wrangelia argus.
50
Figura 26. Detalhe do desenvolvimento do carposporófito de Wrangelia argus.
50
Figura 27. Aspecto geral da planta de Acanthophora muscoides como epífita.
56
Figura 28. Detalhe de um râmulo de Acanthophora muscoides com cistocarpo.
56
Figura 29. Detalhe dos râmulos de Acanthophora muscoides com tetrasporângios.
56
Figura 30. Aspecto geral de um fragmento do talo de Chondria polyrhiza.
56
Figura 31. Detalhe da região apical com tricoblastos de Chondria polyrhiza.
56
Figura 32. Corte transversal do talo de Chondria polyrhiza mostrando estrutura
polissifônica.
56
Figura 33. Aspecto geral da planta de Herposiphonia tenella.
57
Figura 34. Detalhe da região prostada e ereta de Herposiphonia tenella, mostrando
rizóides.
57
Figura 35. Detalhe dos ramos eretos com crescimento determinado e ápices pouco
recurvados de Herposiphonia tenella.
57
Figura 36. Aspecto geral do talo de Neosiphonia gorgoniae com muitas ramificações.
57
Figura 37. Detalhe da região apical de Neosiphonia gorgoniae mostrando tricoblastos.
57
Figura 38. Vista superficial do talo de Neosiphonia gorgoniae mostrando células
quadráticas.
57
Figura 39. Aspecto geral de um fragmento do talo de Neosiphonia tepida.
58
Figura 40. Vista superficial do talo de Neosiphonia tepida mostrando células quadráticas.
58
Figura 41. Detalhe de ramos com cistocarpos de Polysiphonia denudata.
58
Figura 42. Detalhe de ramos com cistocarpos de Polysiphonia denudata
58
Figura 43. Aspecto geral de Polysiphonia denudata mostrando tricoblastos na região
apical
58
Figura 44. Corte transversal do talo de Polysiphonia denudata mostrando estrutura
polissifônica com seis células pericentrais.
58
Figura 45. Detalhe dos tricoblastos da região apical de Polysiphonia denudata.
59
Figura 46. Detalhe de uma célula-cicatriz de tricoblasto no eixo principal de Polysiphonia
denudata.
59
Figura 47. Aspecto geral da planta de Hypnea musciformis.
61
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
13
Figura 48. Detalhe de râmulos de Hypnea musciformis com cistocarpos.
61
Figura 49. Detalhe de râmulos de Hypnea musciformis com cistocarpos
61
Figura 50. Aspecto geral da planta de Hypnea spinella.
61
Figura 51. Detalhe de râmulos com cistocarpos de Hypnea spinella.
61
Figura 52. Detalhe de râmulos com cistocarpos de Hypnea spinella.
61
Figura 53. Aspecto geral da planta epífita de Solieria filiformis.
67
Figura 54. Corte transversal do talo de Solieria filiformis mostrando filamentos da região
medular e células de tamanho reduzido na região cortical.
67
Figura 55. Aspecto geral da planta de Champia feldmannii mostrando extremidades
espiraladas.
67
Figura 56. Aspecto geral da planta de Canistrocarpus cervicornis.
67
Figura 57. Detalhe da região apical com célula apical de Canistrocarpus cervicornis.
67
Figura 58. Corte transversal do talo de Canistrocarpus cervicornis mostrando uma
camada de células medulares e uma camada de células corticais
67
Figura 59. Aspecto geral da planta de Dictyopteris delicatula.
68
Figura 60. Detalhe da região apical mostrando nervura central de Dictyopteris delicatula.
68
Figura 61. Corte transversal do talo de Dictyopteris delicatula mostrando as duas
camadas de células.
68
Figura 62. Aspecto geral da planta de Dictyota ciliolata mostrando as margens laterais
denteadas
68
Figura 63. Aspecto geral da planta de Dictyota menstrualis.
72
Figura 64. Detalhe da região apical mostrando dicotomia paralela em Dictyota
menstrualis.
72
Figura 65. Aspecto geral da planta de Lobophora variegata mostrando linhas marginais.
72
Figura 66. Aspecto geral de Padina sanctae-crucis, planta epífita.
72
Figura 67. Corte transversal do talo de Padina sanctae-crucis na região apical mostrando
duas camadas de células.
72
Figura 68. Corte transversal do talo de Padina sanctae-crucis na região mediana
mostrando duas camadas de células
72
Figura 69. Corte transversal do talo de Padina sanctae-crucis na região basal mostrando
duas camadas de células.
73
Figura 70. Aspecto geral da planta de Rosenvingea sanctae-crucis.
73
Figura 71. Detalhe da região apical de Rosenvingea sanctae-crucis mostrando as
dicotomias no ápice.
73
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
14
Figura 72. Corte transversal do talo de Rosenvingea sanctae-crucis mostrando região
medular oca.
73
Figura 73. Detalhe da região basal do talo de Chaetomorpha aerea mostrando parede
espessa.
75
Figura 74. Aspecto geral do talo globoso de Ventricaria ventricosa.
75
Figura 75. Variação na biomassa (g ps.m
-2
) de Halodule wrightii, coletadas em três
estações na praia de Suape - PE, entre julho a setembro/2006 e janeiro a março/2007.
77
Figura 76. Variação na biomassa (g ps.m
-2
) das macroalgas epífitas coletadas em três
estações na praia de Suape - PE, entre julho a setembro/2006 e janeiro a março/2007.
77
Figura 77. Freqüência de ocorrência total das espécies de macroalgas epífitas de
Halodule wrightii, coletadas em três estações na praia de Suape - PE, entre julho a
setembro/2006 e janeiro a março/2007.
79
Figura 78. Freqüência de ocorrência das espécies de macroalgas epífitas das folhas de
Halodule wrightii, coletadas em três estações na praia de Suape - PE, entre julho a
setembro/2006 e janeiro a março/2007.
80
Figura 79. Freqüência de ocorrência das espécies de macroalgas epífitas do rizoma de
Halodule wrightii, coletadas em três estações na praia de Suape - PE, entre julho a
setembro/2006 e janeiro a março/2007.
81
Figura 80. Valores de Diversidade de Shannon-Hill para as estações coletadas na praia
de Suape - PE, entre julho a setembro/2006 e janeiro a março/2007.
80
Figura 81. Análise de agrupamento das estações, através das espécies epífitas
coletadas, na praia de Suape - PE, entre julho a setembro/2006 e janeiro a março/2007.
81
Figura 82. Análise de agrupamento das espécies epífitas, coletadas em três estações na
praia de Suape - PE, entre julho a setembro/2006 e janeiro a março/2007.
82
Figura 83. MDS das estações de coleta, utilizando-se as espécies epífitas coletadas em
três estações na praia de Suape - PE, entre julho a setembro/2006 e janeiro a
março/2007.
84
Figura 84. MDS da região da planta onde estavam as algas epífitas, utilizando-se as
espécies para agrupamento, coletadas em três estações na praia de Suape - PE, entre
julho a setembro/2006 e janeiro a março/2007.
85
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
15
R
ESUMO
Estudos foram realizados na Baía de Suape - PE, situada 40 km ao sul da
cidade do Recife (8º15’00”, 8º30’00”S e 34º55’00” e 35º05’00”W), com o
objetivo de conhecer a biodiversidade e os aspectos ecológicos das
macroalgas marinhas epífitas de Halodule wrightii. As amostras foram
provenientes de seis coletas realizadas entre julho/setembro de 2006 e
janeiro/março de 2007, durante as baixas-mares de sizígia. Foram delimitadas
três estações, e em cada uma foi demarcado um transecto perpendicular a
linha de costa, com 50 metros de comprimento, onde foram coletadas
aleatoriamente 20 amostras. As amostras foram transportadas ao Laboratório
de Bentos do Departamento de Oceanografia onde as espécies foram
identificadas e dados de biomassa obtidos. Foram identificados 28 táxons,
sendo 18 pertencentes ao Filo Rhodophyta, 8 Ochrophyta e 2 Chlorophyta,
além do grupo de algas vermelhas, identificado como calcárias incrustantes. A
família mais representativa foi a Ceramiaceae (Rhodophyta) com 7 espécies,
seguida pelas Rhodomelaceae (Rhodophyta) e Dictyotaceae (Ochrophyta) com
6 espécies cada. A biomassa de Halodule wrightii foi maior durante todo
período de estudo, quando comparada com a das macroalgas epífitas,
apresentando diferença significativa entre as espécies. Hypnea musciformis foi
a espécie mais freqüente, com 85% de ocorrência, enquanto que o grupo das
calcárias incrustantes e Canistrocarpus cervicornis apresentaram,
respectivamente, 70 % e 61 % de freqüência. As demais espécies tiveram
freqüência de ocorrência inferior a 55%. Na análise de agrupamento em
relação à parte da planta onde se encontravam as epífitas, formaram-se dois
grupos, um com as espécies epífitas do rizoma e o outro com as epífitas das
folhas. Já para estações foi identificado um grupo formado pelas espécies
presentes nas estações “B” e “C”, e outro com as espécies encontradas na
estação “A”. A ocorrência de Neosiphonia gorgoniae está sendo confirmada
para o litoral do nordeste e referida pela primeira vez para o litoral de
Pernambuco.
Palavras chaves: biodiversidade, macroalgas, epífitas, Halodule wrightii.
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
16
A
BSTRACT
Studies were carried out in Suape Bay - PE, located 40 km south of Recife city
(8º15’00”, 8º30’00”S and 34º55’00”, 35º05’00”W), in order to assess the
biodiversity and ecological aspects of seaweed epiphytes of Halodule wrightii.
Six collections were carried out from July/September 2006 to January/March
2007, during the spring low tide. Three stations were ploted and in each one a
perpendicular transect to the coast, with 50 m lenght, were inserted and 20
aleatory samples were collected. Samples were taken to the Benthos
Laboratory of the Department of Oceanography where identification and
biomass data were obtained. It was identified 28 taxa of which 18 belong to
the Phylum Rhodophyta, 8 to Ochrophyta and 2 to Chlorophyta, besides a
group of red algae identified as calcarious incrustate. The most representative
family was Ceramiaceae (Rhodophyta) with 7 species, followed by
Rhodomelaceae (Rhodophyta) and Dictyotaceae (Ochrophyta) with 6 species
each. Halodule wrightii biomass was higher than the macroalgae epiphytes
biomass with significant difference (p<0.5) between them, during all the studied
period. Hypnea musciformis was the most frequent species with 85% followed
by the calcarious incrustate and Canistrocarpus cervicornis with 70% and 61%
of frequency of occurrence, repectively. The other species presented less than
55%. In relation to the plant part where the epiphytes occur the cluster analysis
formed two groups, one with the epiphytes of rhyzoma and the other with
epiphytes of the leaves. In the samples cluster analysis it was formed two
groups, one with species from stations B and C, and other with species from
station A. Neosiphonia gorgoniae is confirmed to the Northeastern and recorded
by the first time to the coast of Pernambuco.
Key-word’s: biodiversity, macroalgae, epiphytic, Halodule wrightii.
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
17
1
I
NTRODUÇÃO
O fitobentos é a comunidade composta pelos seres fotossintetizantes,
capazes de transformar energia luminosa em energia química, e que vive fixo a
algum tipo de substrato no fundo de habitats aquáticos. Fazem parte desta
comunidade as algas e as angiospermas marinhas (Cocentino et al., 2004).
No ambiente marinho as macroalgas bentônicas são representadas por
três filos: Rhodophyta (algas vermelhas), Chlorophyta (algas verdes) e
Ochrophyta (algas pardas). Estes organismos podem ser encontrados no
ambiente fixas a diversos tipos de substratos, como por exemplo, em rochas
(epilíticas), sobre animais (epizóicas), sobre areia ou lama (episâmicas) ou
ainda como parasitas.
Nos ambientes aquáticos, o macrofitobentos serve de substrato, refúgio
e base da teia trófica para diversos organismos, além de apresentar papel
ecológico importante na prevenção contra a erosão das zonas costeiras. Para
obter um uso racional e sustentável dos recursos naturais, é necessário
conhecer a estrutura de comunidades, diversidade de organismos e o
funcionamento dos ecossistemas, começando pelos produtores primários
(Díaz-Piferrer, 1967).
Do ponto de vista econômico as macroalgas constituem importantes
recursos, sendo utilizadas para alimentação de homens e animais, além de
servirem como matéria-prima para indústrias de diversos setores, por meio de
ficocolóides como o ágar, a carragenana e o alginato.
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
18
O estabelecimento da flora marinha de uma região é determinado pela
interação entre os fatores bióticos (epifitismo, epizoismo, competição por
substrato disponível, herbivoria, entre outros) e os abióticos (luz, temperatura,
movimento da água, salinidade e nutrientes), sendo esses fatores de extrema
importância para o desenvolvimento de uma população de algas e
fanerógamas (Gestinari, 2004).
Os prados de angiospermas têm sido considerados como um dos mais
produtivos dentre os ecossistemas marinhos, contribuindo significativamente
para a produtividade de áreas costeiras, tanto em águas temperadas como em
tropicais (McRoy & McMillan 1977; Zieman & Wetzel 1980). As folhas das
angiospermas constituem substrato disponível para algas epífitas e
invertebrados (Reyes & Sansón, 1997) devido ao seu papel estrutural e
funcional, contribuindo para o aumento da biodiversidade e produção dos
sistemas costeiros.
Alguns fatores são essenciais para que haja a instalação das epífita, tais
como a morfologia do talo, a longevidade do hospedeiro (para que a epífita
complete seu ciclo de vida), a excreção de substâncias nocivas, entre outros. O
tamanho das estruturas de adesão e o das epífitas afetam, em certo grau, a
sobrevivência do hospedeiro, devido a reduções críticas na quantidade de luz e
disponibilidade de nutrientes (Santelices, 1977). A distribuição das epífitas
também está relacionada mais a fatores físicos que bióticos. As epífitas se
aproveitam do talo das macroalgas e das folhas das fanerógamas como
substrato para adesão e da variedade de micro-ambientes que podem
proporcionar. Podem, também, utilizar compostos de nitrogênio e fósforo
secretados por estes organismos (Díaz L., 2002).
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
19
A composição taxonômica das macroalgas associadas às angiospermas
marinhas varia de acordo com as espécies nas quais as algas estão
associadas. A morfologia das angiospermas vai determinar o domínio entre as
epífitas (den Hartog, 1977), as Rhodophyta para espécies como
Thalassodendron ciliatum (Brouns e Heijs, 1991) e H. wrightii Laborel-Denguem
(1963) e Chlorophyta para Cymodocea rotundata e C. serrulata (Heijs, 1985),
podendo também haver variações sazonais nesta composição (Romero, 1988).
A morfologia do talo das macroalgas também contribui para o
crescimento de epífitas, aumentando, assim, a biodiversidade da região
considerada, podendo-se citar exemplos de espécies de rodófitas de talos
bastante ramificados, como Digenea simplex (Wulfen) C. Agardh,
Chondrophycus papillosus (C. Agardh) Garbary & J.T. Harper, Bryothamnion
triquetrum (S.G. Gmel.) M. Howe e B. seaforthii (Turner) Kütz. Além disso,
algumas espécies apresentam estruturas que facilitam a sua condição de
epífita, tais como “gavinhas”, que ocorrem, por exemplo, em Hypnea
musciformis (Wulfen in Jacq.) J.V. Lamour. e Spyridia hypnoides (Borg in
Belanger) Papenf. (Cocentino et al., 2004).
O conhecimento da biodiversidade e dos padrões de distribuição do
macrofitobentos se faz ainda mais relevante quando consideradas as atuais
mudanças climáticas e os impactos ambientais derivados ou não de atividades
antrópicas, que podem alterar este panorama biogeográfico, promovendo a
exclusão e/ou extinção e igualmente a introdução de espécies exóticas
(Beardell et al., 1998).
O conhecimento da flora epífita de angiospermas marinhas ainda é
pequeno, visto que a maioria dos trabalhos aborda temas como a produtividade
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
20
dos prados de angiospermas, disponibilidade de nutrientes, a composição
química, fixação de Carbono, no entanto a respeito das espécies que se
encontram em relação de epifitismo com estas plantas ainda são escassos. As
linhas de estudo com macroalgas, principalmente no estado de Pernambuco,
estão voltadas para a taxonomia e biologia molecular de algumas famílias ou
gêneros.
A maioria dos estudos realizados com macroalgas o enfatiza as
epífitas, apesar de estas serem importantes e representarem parcelas
significativas da biodiversidade, assim como papel importante nas interações
entre hóspede e hospedeiro.
Em vista disso, este trabalho tem por objetivo conhecer a biodiversidade
das algas marinhas epífitas de Halodule wrightii presente na baía de Suape,
Pernambuco, como subsídio para um melhor entendimento da estrutura de
comunidades.
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
21
2
R
EVISÃO DA
L
ITERATURA
Alguns trabalhos já foram realizados sobre epifitismo de algas e animais,
sendo utilizados diversos tipos de substratos, principalmente fanerógamas
marinhas, devido à sua importância para o ecossistema. Ferreira-Correia
(1969) estudou as epífitas da alga vermelha Digenea simplex do estado do
Ceará, identificando 36 espécies de algas epífitas, sete da classe
Chlorophyceae, três de Phaeophyceae e 26 de Rhodophyceae.
Harlin (1975) analisou as relações entre epífitas e hospedeiros nas
comunidades de angiospermas marinhas, identificando que as epífitas
suprimem o crescimento do hospedeiro, onde são indesejáveis, promovem o
crescimento onde são desejáveis e podem auxiliar no monitoramento das
mudanças ambientais nos prados.
Sand-Jensen (1977), observou os efeitos de epífitas sobre a
fotossíntese de Thalassia Banks ex König e concluiu que a distribuição das
epífitas está mais associada a fatores físicos que abióticos. As epífitas utilizam
as folhas das fanerógamas como substrato, variedades de microambientes e
utilizam compostos de nitrogênio e fósforo secretados pelas folhas.
Fletcher & Day (1983) comentam que as epífitas em folhas de
fanerógamas são mais abundantes em águas calmas, do que em lugares com
fortes correntes.
Orth & Moore (1984) discutem que, em lugares eutrofizados, as epífitas
(primeiramente diatomáceas e algas filamentosas) ao colonizarem as folhas
das fanerógamas, modificam o microambiente destas por sombreamento,
interceptando os nutrientes da coluna de água.
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
22
Paes e Mello & Pereira (1983) realizaram um estudo taxonômico sobre a
família Rhodomelaceae no litoral oriental do estado do Rio Grande do Norte,
com ênfase no gênero Laurencia J.V. Lamour., verificando que das cinco
espécies citadas, Chondrophycus papillosus (como Laurencia papillosa
(Forsskal) Grev.) foi a que abrigou um maior número de epífitas.
Morgan & Kitting (1984) ao realizarem um estudo sobre produtividade,
utilizando a fixação de epífitos em Halodule wrightii Ascherson, identificaram
diversos gêneros de micro e macroalgas. Entre estas, destacam-se
Polysiphonia Grev., Acrochaetium e Cladophora Kütz. Os autores classificaram
as algas em coralinas, filamentosas, verdes, diatomáceas e comuns.
Cocentino (1994) citou, durante seu estudo sobre a família
Rhodomelaceae na praia de Serrambi, Pernambuco, que das 14 espécies
identificadas três se comportaram exclusivamente como epífitas:
Dipterosiphonia dendritica (C. Agardh) F. Schmitz in Engler & Prantl,
Herposiphonia tenella (C. Agardh) Ambronn e Polysiphonia subtilissima Mont.
Relacionou, ainda, 43 espécies que também ocorreram como epífitas dos
representantes da família em estudo.
Barros (1995) identificou 18 espécies de algas nos manguezais da Barra
de São Miguel, Alagoas, onde observou que, de uma forma geral, Bostrychia
radicans (Montagne) f. moniliforme Post. e Caloglossa leprieurii (Montagne) J.
Agardh foram as espécies que mais se utilizaram de outras rodofíceas como
substrato e Bostrychia radicans f. moniliforme, B. radicans (Montagne)
Montagne f. radicans e Caloglossa leprieurii comportaram-se como epífitas.
Széchy & Paula (1997) pesquisaram sobre as macroalgas epífitas no
gênero Sargassum C. Agardh coletadas nos estados do Rio de Janeiro e São
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
23
Paulo, identificando 81 táxons infragenéricos, a maior parte pertencente à
divisão Rhodophyta. Dentre as espécies mais freqüentes estão: Pneophyllum
lejolisii (Rosanoff) Y. Chamberlain, Dictyopteris delicatula J.V. Lamour. e
Hypnea musciformis.
Nunes (1997) realizou um levantamento das feofíceas do estado da
Bahia, comentando que Dictyopteris delicatula e Hypnea musciformis foram as
epífitas que apresentaram maior diversidade de hospedeiros, com seis e quatro
espécies diferentes, respectivamente.
Frankovich & Fourqurean (1997) observaram os organismos epífitos em
fanerógamas marinhas, na Flórida, de acordo com o gradiente de nutrientes e
encontraram sete espécies de algas sobre as folhas de Thalassia testudinum:
(Melobesia membranacea (Esper) J.V. Lamour., Hydrolithon farinosum (J.V.
Lamour.) Penrose & Y.M. Chamb. (como Fosliella farinosa), Ceramium Roth
spp., Spyridia spp., Hypnea sp., Laurencia spp. e Amphiroa fragilissima (L.) J.V.
Lamour.
Nunes & Paula (2001), quando estudaram o gênero Dictyota J.V.
Lamour. no estado da Bahia, verificaram que dos nove xons identificados,
oito foram encontrados como epífitos de outras algas. Dictyota bartayresiana
J.V. Lamour. foi a única que não ocorreu como epífita.
Barreto & Yoneshigue-Valentin (2001) estudaram o gênero Ceramium no
estado do Rio de Janeiro e identificaram nove espécies, todas como epífitas de
outras algas.
Díaz L. (2002) encontrou 179 táxons associados a Thalassia testudinum:
cinco espécies de fanerógamas, 73 Chlorophyta, 13 Phaeophyta e 88
Rhodophyta. Dentre as epífitas, o grupo morfofuncional predominante foi o de
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
24
algas crostosas. Também foi observado que o epifitismo foi baixo em 83% das
estações e a cobertura de epífitas ficou em média nos 10%.
Piazzi et al. (2002) estudando as macroalgas epífitas do rizoma de
Posidonia oceanica no Mediterrâneo, encontraram 74 espécies de macroalgas,
sendo sete Chlorophyta, oito Ochrophyta e 59 Rhodophyta. As algas do grupo
morfofuncional crostosa e foleacea foram as mais notáveis, em relação as
articuladas e corticadas.
Reis (2003), trabalhando com as Phaeophyta na baía de Suape,
Pernambuco, catalogou 18 espécies. Dentre essas, Colpomenia sinuosa (Roth)
Derber & Solier, Dictyopteris delicatula, D. justii J.V. Lamour., Dyctiota
bartayresiana, D. menstrualis (Hoyt) Schnetter, Hörnig & Weber-Peukert., D.
mertensii Kutz., Lobophora variegata (J.V. Lamour.) Womersley ex. E.C.
Oliveira, Padina boergesenii Allender & Kraft, P. gymnospora (Kutz.) Sonder e
Spatoglossum schroederi Kutz. foram encontradas também na condição de
epífita.
Paula et al. (2003), analisando a estrutura das comunidades de
macroalgas associadas a Halodule wrightii no Parque Nacional Marinho de
Abrolhos, identificaram um total de 49 espécies de macroalgas, destas nove do
filo Chlorophyta, 16 Ochrophyta e 24 Rhodophyta.
Rindi & Guiry (2004) estudando a composição espacial e temporal das
macroalgas epífitas de Fucus vesiculosus L., mencionaram 16 espécies, sendo
quatro Chlorophyta, três Phaeophyta e nove Rhodophyta.
Nesti et al. (2006) pesquisando sobre a variabilidade espacial das algas
epífitas de Posidonia oceanica, identificaram 46 espécies de macroalgas (cinco
Chlorophyta, dez Ochrophyta e 31 Rhodophyta) e constataram que as
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
25
comunidades tanto das folhas como do rizoma foram caracterizadas por uma
alta variabilidade em um pequeno espaço.
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
26
3
O
BJETIVOS
3.1
O
BJETIVO GERAL
Conhecer a biodiversidade das macroalgas marinhas que crescem como
epífitas sobre a angiosperma Halodule wrightii, presente na baía de Suape,
Pernambuco.
3.2
O
BJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar as macroalgas epífitas de Halodule wrightii na baía de
Suape, Pernambuco.
Avaliar a distribuição temporal e espacial das epífitas;
Estimar a biomassa, freqüência de ocorrência e diversidade das
espécies epífitas nas diferentes estações de coletas;
Realizar a análise de similaridade entre as estações e os períodos
de coleta.
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
27
4
D
ESCRIÇÃO DA
Á
REA
O Complexo Industrial e Portuário de Suape (CIPS) está localizado em
uma região que abrange trechos dos municípios do Cabo e Ipojuca, distando
cerca de 40 km ao sul da cidade do Recife, no Estado de Pernambuco e situa-
se entre os paralelos 8º15’00“ e 8º30’00” S e dos meridianos 34º55’00“ e
35º05’00” W (Figura 1).
Pela classificação geográfica climática do IBGE, o Município do Cabo de
Santo Agostinho, esta situado na faixa climática "Tropical Zona Equatorial", na
Zona Fisiográfica do Litoral do Nordeste do Brasil com clima quente e úmido. O
regime pluviométrico total anual é de 2110 mm, com as maiores concentrações
no período de abril a julho e a menor vai de outubro a dezembro. Durante o
período seco a precipitação total media anual em Suape é de 1400 mm, no
período regular fica em torno de 1800 mm e durante o período chuvoso o total
é de 2400 mm (EIA-RIMA, 2007).
A temperatura do ar é típica de regiões tropicais, com média anual em
torno de 26ºC e 31ºC.
A umidade relativa do ar apresenta média anual superior a 80% e a
evaporação dia anual de 170 mm. Os ventos predominantes são de
sudeste, com variação de leste e nordeste e com velocidade média em torno
de 2,5 m.s
-1
(Andrade & Lins, 1971).
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
28
Figura 1. Localização da área de estudo com as estações de coleta - Baía de Suape PE-Brasil
(Modificado de Reis, 2003).
Antes da implantação do porto, convergia para a baía de Suape, no
sentido norte–sul, os seguintes rios: Massangana, Tatuoca, Ipojuca e Merepe.
Os dois últimos tinham suas águas canalizadas pela extensa linha de recifes de
arenito, interrompida ao norte pelo cabo de Santo Agostinho. Atualmente,
convergem para a baía de Suape apenas os rios Massangana e Tatuoca, tendo
ÁREA ESTUDADA
34º58’
1
Escala 1:100.000
SUAPE
BAY
3
2
1
Station
NEW OPENING
N
Baía
Suape
8
0
23’
#
#
A
A
#
#
B
B
#
#
C
C
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
29
sido aterrada toda a parte da baía que se comunicava aos rios Ipojuca e
Merepe, para a construção do porto e terminal de tancagem. Devido à precária
comunicação destes dois últimos rios com o mar, em 1983 foi aberta uma
passagem por quebra parcial dos recifes, permitindo a ligação durante a
preamar (Neumann et al.,. 1998). Com exceção do Rio Ipojuca, que é perene
em toda a zona da Mata, os demais são perenes apenas na região do baixo
curso.
Os rios Massangana e Tatuoca estão classificados no grupo dos
pequenos rios litorâneos, considerados como uma bacia hidrográfica única em
conjunto com os rios Jaboatão e Pirapama (EIA-RIMA, 2007)0
Dados hidrológicos obtidos por Cavalcanti et al., (1980) antes da
implantação do porto permitiram a classificação do ecossistema em três zonas:
a primeira, abrangendo a baía de Suape caracterizada como marinha costeira;
a segunda, compreendendo os rios Massangana e Tatuoca, sendo uma zona
estuarina com regime salino polialino; e a terceira, estuário do Rio Ipojuca, com
regime de salinidade variando de polialino a limnético. Após a implantação do
porto, a baía de Suape continua com características marinhas, os rios
Massangana e Tatuoca apresentam altas salinidades em suas áreas mais
internas, enquanto o Rio Ipojuca continua polialino, porém com variações
máximas e mínimas mais acentuadas e com ciclos extremamente irregulares,
em conseqüência da alteração no ritmo das marés.
Na praia de Suape, pode-se encontrar algumas espécies de
angiospermas marinhas, porém na área onde foram realizadas as coletas
ocorreu Halodule wrightii, sendo esta o hospedeiro utilizado pelas macroalgas
objeto deste estudo.
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
30
5
M
ETODOLOGIA
5.1
E
TAPA DE CAMPO
A coleta do material foi realizada na praia de Suape, Pernambuco, nos
prados de angiospermas marinhas, em três estações: a primeira (estação A) na
praia de Suape, próxima a vila de moradores (08°21'56,9''S; 34°57'14,7''W); a
segunda (estação B) localizada na desembocadura dos rios Tatuoca e
Massangana (08°22'11,5''S; 357'40,1''W); e a terceira (estação C) na "Ilha do
Francês" (08°22'34,2''S; 34°57'23,7''W), assim chamada pelos moradores da
região.
Para o desenvolvimento deste trabalho foram realizadas seis coletas,
nos meses de julho, agosto e setembro de 2006 e em janeiro, fevereiro e
março de 2007, para a obtenção de dados de um período seco e outro
chuvovo, durante as baixa-mares de sizígia. Em cada estação foi plotado um
transecto perpendicular à linha de costa, com 50 metros de comprimento,
utilizando-se uma trena de fibra de vidro, onde foram coletadas aleatoriamente
20 amostras ao longo do transecto. O material foi coletado com auxilio de um
nucleador de PVC, com diâmetro de 0,2 metros, o qual era enterrado com
movimentos rotacionais, retirando-se a amostra e acondicionando-a em sacos
plásticos devidamente etiquetados. As amostras foram levadas ao laboratório
de Bentos do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de
Pernambuco, onde foram processadas.
Ainda em campo, foram medidos os dados ambientais de salinidade e
temperatura. A salinidade foi determinada com auxílio de um refratômetro (Sper
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
31
Scientific, Modelo 300011, Scottsdale, Arizona, EUA) e a temperatura tomada
com um termômetro portátil (álcool).
5.2
E
TAPA DE LABORATÓRIO
As amostras foram inicialmente separadas com o auxilio de um
estereomicroscópio (Carl Zeiss) e de uma pinça com ponta fina, as macroalgas
epífitas do seu hospedeiro (Halodule wrightii) e sendo feita a identificação das
partes da planta onde as epífitas estavam crescendo, se no rizoma ou na folha.
Foram ainda feitas observações sobre as algas que estavam epífitas em outras
algas, e não somente na angiosperma.
A identificação taxonômica das macroalgas foi realizada por meio de
observação da morfologia externa e interna. Os cortes anatômicos foram feitos
à mão livre com auxílio de lâmina e corados com solução aquosa de azul de
anilina a 0,5%, acidificada com HCl 1 N (Tsuda & Abbott, 1985). Quando
necessário, foram confeccionadas lâminas semi-permanentes, adicionando-se
solução aquosa de glicerina a 50% aos cortes e montados entre lâmina e
lamínulas.
Para a identificação dos xons foi utilizada bibliografia especializada,
tais como Pereira (1974, 1977), Bandeira-Pedrosa (1989), Cocentino (1994),
Nunes (1999), Barata (2004), Guimarães et al., (2004), Fujii & Sentíes (2005),
De Clerck et al., (2006), dentre outras, e a classificação taxonômica e
nomenclatural destas algas foi baseada em Wynne (2005) e em bibliografia
especializada mais recente.
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
32
Após o estudo, o material foi herborizado segundo as técnicas usuais
empregadas em ficologia, e posteriormente tombado no Herbário Geraldo
Mariz (UFP) da Universidade Federal de Pernambuco.
5.3
C
OMPOSIÇÃO DAS ESPÉCIES
Para uma melhor visualização da composição florística, foi feita a
sinopse taxonômica das espécies encontradas, tomando-se como base o
trabalho de Wynne (2005). As algas vermelhas calcárias incrustantes não
puderam ser identificadas e são tratadas neste trabalho simplesmente como
grupo das calcárias incrustantes. Chave dicotômica para identificação dos
táxons encontrados e uma breve descrição de cada um também estão sendo
apresentadas.
5.4
B
IOMASSA
Para a determinação da biomassa, foi realizado o peso seco tanto das
epífitas como da angiosperma, obtidas em cada ponto de coleta. Devido ao
reduzido tamanho de algumas espécies de macroalgas, estas foram pesadas
de forma total sem a separação especifica dentro das amostras. Realizou-se a
separação das algas e das angiospermas e, em seguida, cada grupo foi levado
à estufa regulada a 75°C para secagem e posterior pesagem, com o auxilio de
uma balança de precisão. A biomassa de cada ponto foi extrapolada para uma
área de um metro quadrado para fins de padronização. Para avaliar os
resultados de biomassa quanto ao seu significado estatístico, inicialmente os
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
33
dados foram transformados para Log (x+1) e posteriormente aplicada uma
análise de variância bilateral (ANOVA).
As macroalgas que foram coletadas porem não como epífitas forma
retiradas da amostragem para a realização da biomassa e estas foram
consideradas como algas associadas aos prados.
5.5
F
REQÜÊNCIA DE OCORRÊNCIA
A freqüência de ocorrência é utilizada para identificar o número de
estações onde cada espécie ocorreu, em relação ao total de estações
analisadas, e é expressa em termos percentuais, empregando-se a seguinte
fórmula:
F = n.100/N
Onde F é a freqüência de ocorrência; n é o numero estações em que a
espécie esteve presente; e, N é o número total de estações. Em função de F,
distinguiram-se as seguintes categorias.
00 |– 25 = Esporádicas
25 |– 50 = Pouco freqüente
50 |– 75 = Freqüente
75 |– 100 = Muito freqüente
5.6
Í
NDICE DE
D
IVERSIDADE DE
S
HANNON
-H
ILL
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
34
O índice de diversidade de Shannon-Hill é o índice de diversidade de
Shannon-Wiener (Shannon & Weaver, 1949) sob a forma exponencial de Hill
(1973). O índice baseia-se na composição efetiva de cada espécie e é
calculado pela fórmula
H’= Σ pi log2 pi
Onde pi é o efetivo da espécie i em relação à estação, ou seja, a
quantidade de vezes que essa espécie ocorreu naquela estação, somado pelas
réplicas.
5.7
A
NÁLISE DE
S
IMILARIDADE
5.7.1
A
NÁLISE DE
A
GRUPAMENTO
Através da matriz de dados qualitativos de presença e ausência, com
base nas estações de coleta e de espécies encontradas, foram realizadas
análises de agrupamentos, para determinar grupos semelhantes a partir das
réplicas de cada ponto amostrado. Foi utilizado o índice de dissimilaridade de
Bray-Curtis (Bray & Curtis, 1957) e o método de agrupamento aglomerativo
hierárquico de peso proporcional WPGMA. Esse método também foi
empregado para observar possíveis agrupamentos entre as espécies. Outra
análise multivariada, escalonamento multidimensional (MDS), foi realizada
através da matriz de similaridade visando gerar uma representação gráfica
para a medida de dissimilaridade de Bray-Curtis.
Foram utilizadas para as análises: Microsoft Excel
, Diversity (Species
diversity & richness) versão 1.2, pacote estatístico BioEstat 3.0, NTSYS,versão
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
35
2.10
©
2000 by Applied biostatistics, e Primer 5 for Windows (Plymouth routines
In Multivariate Ecological Research) Inc. Foi acatado o nível de significância ()
de 0,05. Para a confecção dos gráficos foi utilizado o programa Microsoft
Excel
.
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
36
6.
R
ESULTADOS
6.1
C
OMPOSIÇÃO DAS
E
SPÉCIES DE
M
ACROALGAS
E
PÍFITAS
Foram identificadas 28 espécies de macroalgas epífitas na angiosperma
marinha Halodule wrightii, distribuídas em três filos: Rhodophyta, Ochrophyta e
Chlorophyta (fig. 2), além de um grupo de algas vermelhas identificado como
calcárias incrustantes, que não está sendo incluído no trabalho para efeito de
análise da biodiversidade. Destas, 21 são novas ocorrências para a baía de
Suape e uma espécie, Neosiphonia gorgoniae (Harv.) S.M. Guim. & M.T. Fujii,
está sendo citada pela segunda vez para o litoral do nordeste. A espécie
Rosenvingea sanctae-crucis (Ochrophyta) foi citada por Pereira et al.(2002)
para o estado de Pernambuco, porem os autores não especificaram o local
exato, apenas que é uma espécie de infralitoral.
No presente trabalho, Rhodophyta esteve representado por 18 espécies
(64%), divididas em duas subclasses, quatro ordens e seis famílias;
Ochrophyta, oito espécies (29%), distribuídas em duas ordens e duas famílias
e Chlorophyta (7%), com uma ordem, duas famílias e duas espécies (Fig. 2).
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
37
Chlorophyta
7%
Rhodophyta
64%
Ochrophyta
29%
Figura 2. Representação em porcentagem das espécies identificadas na praia de Suape - PE,
entre julho a setembro/2006 e janeiro a março/2007.
Dentre as Rhodophyta, a família mais representativa, em número de
espécies, foi Ceramiaceae, com sete espécies e dentre as Ochrophyta,
destacou-se Dictyotaceae com seis espécies; o gênero Dictyota contribuiu com
33% das espécies desta família. Chlorophyta está probremente representado,
contribuindo com apenas 7% dos táxons.
6.2
S
INOPSE DOS TÁXONS IDENTIFICADOS
RHODOPHYTA
Eurhodophytina
Florideophyceae
Nemaliophycidae
Corallinales
Corallinaceae
Corallinoideae
Haliptilon cubense (Mont. ex Kütz.) Garbary & H.W. Johans.
*
Rhodymeniophycidae
Ceramiales
Ceramiaceae
Centroceras clavulatum (C. Agardh in Kunth) Mont. in Durieu de Maisonneuve
Ceramium comptum rgesen
*
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
38
Ceramium dawsonii A.B. Joly
*
Ceramium flaccidum (Kütz.)Ardiss.
*
Dohrniella antillarum var. brasiliensis A.B. Joly & Ugadim in Joly et al.,.
*
Spyridia filamentosa (Wulfen) Harv. in Hook.
*
Wrangelia argus (Mont.) Mont.
*
Rhodomelaceae
Acanthophora muscoides (L.) Bory
*
Chondria polyrhiza Collins & Herv.
*
Herposiphonia tenella (C. Agardh) Ambronn
Neosiphonia gorgoniae (Harv.) S.M. Guim. & M.T. Fujii
*
*
Neosiphonia tepida (Hollenb.)S.M. Guim. & M.T. Fujii
*
Polysiphonia denudata (Dillwyn) Grev. ex Harv. in Hook.
*
Gigartinales
Cystocloniaceae
Hypnea musciformis (Wulfen in Jacquin) J.V. Lamour.
Hypnea spinella (C. Agardh) Kütz.
*
Solieriaceae
Solieria filiformis (Kütz.) P.W. Gabrielson
*
Rhodymeniales
Champiaceae
Champia feldmannii Diaz-Pif.
*
Calcárias incrustantes
OCHROPHYTA
Phaeophyceae
Dictyotales
Dictyotaceae
Dictyopteris delicatula J.V. Lamour.
Canistrocarpus cervicornis (Kütz.) De Paula & De Clerck
*
Dictyota ciliolata Sond. ex Kütz.
*
Dictyota menstrualis (Hoyt) Schnetter, Hörnig & Weber-Peukert
Lobophora variegata (J.V. Lamour.) Womersley ex. E.C. Oliveira
Padina sanctae-crucis Børgesen
*
Ectocarpales
Scytosiphonaceae
Colpomenia sinuosa (Roth) Derbès & Solier
Rosenvingea sanctae-crucis Børgesen
*
CHLOROPHYTA
Ulvophyceae
Cladophorales
Cladophoraceae
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
39
Chaetomorpha aerea (Dillwyn) Kütz.
*
Siphonocladaceae
Ventricaria ventricosa (J. Agardh) J.L. Olsen & J.A. West
*
*
Primeira citação para a praia de Suape.
**
Primeira citação para o estado de Pernambuco.
6.3
C
HAVE DICOTÔMICA DE IDENTIFICAÇÃO DOS GÊNEROS ENCONTRADOS
1a - Algas com talo articulado, impregnado de carbonato de cálcio ..... Haliptilon
1b - Algas com talo sem impregnação de carbonato de cálcio ......................... 2
2a - Algas filamentosas . .................................................................................... 3
2b - Algas não filamentosas ............................................................................. 11
3a – Filamentos unisseriados ............................................................................ 4
3b - Filamentos multisseriados .......................................................................... 9
4a – Filamentos ramificados .............................................................................. 5
4b - Filamentos não ramificados .................................................. Chaetomorpha
5a – Talos sem corticação ................................................................................. 6
5b Talos com corticação restrita à região dos nós ou inteiramente corticados
.....................................................................................................................7
6a Ramificação alterna a irregular, com ramos laterais apresentando células
papiliformes na região apical .................................................... Dohrniella
6b – Ramificação verticilada ............................................................... Wrangelia
7a Corticação restrita à região dos nós no eixo principal e nos ramos
................................................................................................... Ceramium
7b – Corticação completa pelo menos no eixo principal .................................... 8
8a Eixo principal corticado e râmulos de última ordem com corticação restrita
aos nós ........................................................................................... Spyridia
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40
8b – Eixo principal e ramos laterais inteiramente corticados ........... Centroceras
9a – Talo com organização dorsiventral .......................................................... 10
9b – Talo ereto de organização não dorsiventral ............................ Polysiphonia
10a – Talo apresentando parte ereta com ápices recurvados ..... Herposiphonia
10b – Talo sem ápices recurvados .................................................. Neosiphonia
11a –Talo cilíndrico ....................................................................................... 12
11b- Talo achatado, globoso, em forma de fita ou de leque, ou ainda
constituído por segmentos globosos ....................................................... 16
12a – Talo constituído por cilindro ôco ........................................... Rosenvingea
12b- Talo sólido, com medula filamentosa ou não .......................................... 13
13a- Organização multiaxial .................................................................... Solieria
13b – Organização uniaxial ............................................................................. 14
14a- Organização do talo polissifônica ........................................................... 15
14b- Organização do talo não polissifônica ............................................. Hypnea
15a- Talo apresentando ramos espinescentes tendendo a espiralada
............................................................................................... Acanthophora
15b- Talo sem projeções espinescentes, com célula apical projetada
....................................................................................................... Chondria
16a- Talo segmentado, separado por um diafragma ........................... Champia
16b- Talo não segmentado .............................................................................. 17
17a- Talo globoso, liso ou rugoso ................................................................... 18
17b – Talo flabeliforme ou em forma de fita .................................................... 19
18a- Talo de cor verde, constituído por vesícula única, lisa ............... Ventricaria
18b- Talo de cor marrom, vesíclua multicelar de aspecto enrugado
................................................................................................ Colpomenia
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41
19a- Talo em forma de fita ............................................................................. 20
19b- Talo flabeliforme ...................................................................................... 21
20a- Fita com distinta nervura central ............................................... Dictyopteris
20b- Fita sem nervura central ........................................................................ 22
21a- Talo com margem apical enrolada e linhas de pêlos concêntricas .. Padina
21b- Talo sem margem apical enrolada ............................................. Lobophora
22a- Presença de indúsio nos esporângios e anterídios envoltos por paráfises
multicelulares pigmentados ................................................. Canistrocarpus
22b- Ausência de indúsio nos esporângios e anterídios envoltos por paráfises
unicelulares hialinos ....................................................................... Dictyota
6.4
D
ESCRIÇÕES E COMENTÁRIOS DAS ESPÉCIES ENCONTRADAS
Rhodophyta
Haliptilon cubense (Mont. ex Kütz.) Garbary & H.W. Johans.
J. Phycol. 18: 218. 1982.
Basiônimo: Jania cubensis Mont. ex Kütz., Spec. Algar. p. 709. 1849.
Figuras: 3-4
Plantas eretas, delicadas, formando tufos não muito densos. Talo com
ramificação di ou tricotômica ou pinada, às vezes verticilada, articulado,
formado por geniculos compostos por camada de lulas longas sem
calcificação e intergeniculos calcificados, geralmente mais longos que largos.
Alguns ramos apicais podem estar recurvados para baixo, em cujos ápices
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42
podem se observadas estruturas em forma de disco para a fixação secundária.
Os ramos laterais podem ser longos e afilados ou curtos.
Comentários:
Planta crescendo em tufos pouco densos, epifitando a região do rizoma
de Halodule wrigthii. Muito comum na estação A, durante todos os meses de
coleta, e na estação B durante o mês de agosto de 2006.
Centroceras clavulatum (C.Agardh in Kunth) Mont. in Durieu de Maisonneuve
Explor. Scient. De l'Algerie 1: 140. 1846.
Basiônimo: Ceramium clavulatum C. Agardh in Kunth, Syn. Plant. 1: 2. 1822.
Figuras: 5-10
Plantas crescendo em tufos ou como epífitas, de coloração vermelha a
rósea. Talo segmentado com e internó, medindo 1,5 cm de altura. Presença
de espinhos bi-celulares nos nós. Em corte transversal na região do nó,
observa-se uma célula axial grande envolta por camada de células periaxiais e
estas, por células corticais quadráticas. Em vista superficial do talo, fileiras de
células corticais quadráticas em arranjo paralelo ao talo, medindo 22,5-27,5 µm
de altura e 10 µm de largura. Tetrasporângios tetraédricos, dispostos em
verticilos, com 40-48 µm de altura e 36 µm de largura.
Comentários:
Planta encontrada também epifitando outras algas ou epilitica, sobre
rochas e conchas de animais. Não muito comum durante as coletas, ocorrendo
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43
nas estações B durante o mês de julho de 2006, na C no mês de agosto de
2006 e na estação A no mês de janeiro de 2007.
Figuras. 3-4 Haliptilon cubense. 3. Aspecto geral de um tufo. 4. Detalhe da região apical
mostrando disposição dística e a tricotomia. Figuras 5-8 Centroceras clavulatum. 5. Aspecto
geral da planta. 6. Detalhe do ramo com carposporófito. 7. Detalhe das células espinescentes
bicelulares. 8. Detalhe de um tetrasporângio tetraédricamente dividido.
0,5 cm
200µm
0,5cm
200µm
100µm
100µm
3
4
5
6
7
8
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44
Ceramium Roth
Representado na região estudada por três espécies. Chave de
identificação para as espécies estudadas:
1a- Células periaxiais divididas acropetamente e ausência de células basípetas
....................................................................................... Ceramium comptum
1b- Células periaxiais divididas acrópeta e basipetamente, deixando uma nítida
faixa transversal livre de células .................................................................. 2
2a- Nós apresentando uma camada de células basípetas .. Ceramium dawsonii
2b- Nós apresentando duas camadas de células basípetas ................................
....................................................................................... Ceramium flaccidum
Ceramium comptum Børgesen
Dansk Botanisk Arkiv 4: 28. 1924.
Figuras: 11-14
Talo filamentoso de coloração vermelho-vinácea, constituído por uma
fileira de células grandes, com corticação somente na região dos nós.
Organização do talo dorsiventral, apresentando uma porção prostrada da qual
partem os ramos eretos dicotomicamente ramificados, com a região apical reta
ou levemente recurvada, medindo na região apical 40-60 µm de altura e 24-28
µm de largura, na região mediana 72-92 µm de altura e 32-40 µm de largura, e
na região basal 108-120 µm de altura e 40-44 µm de largura. Células corticais
formadas a partir das células periaxiais, com desenvolvimento apenas das
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45
células acrópetas. Tetrasporângios encontrados, principalmente, na região
apical do talo, saindo unilateralmente a partir das células periaxiais.
Comentários:
Planta encontrada na condição de epífita nas folhas de Halodule wrigthii
e da clorofícea Ventricaria ventricosa, na estação A e B durante o s de julho
de 2006.
Ceramuim dawsonii A.B. Joly
Bolm Fac. Filos. Ciênc. Univ. São Paulo, ser. Bot. 14: 150. 1957.
Figuras: 17-18
Talo filamentoso de coloração vermelho-vinácea, constituído por uma
fileira de células grandes, com corticação somente na região dos nós.
Ramificação dicotômica, com ápices recurvados. Células corticais
desenvolvidas na região dos nós com células acrópetas e uma camada de
células basípetas, deixando uma faixa transversal livre de células.
Comentários:
Plantas encontradas como epífita nas folhas de Halodule wrightii e sobre
a alga vermelha Acanthophora muscoides. Esta espécie foi encontrada mais
comumente no período chuvoso, nas estações A no mês de julho de 2006 e
nas estações A, B e C no mês de agosto de 2006. Durante o período seco
ocorreu apenas na estação A no mês de janeiro de 2007.
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46
Figuras 9-10. Centroceras clavulatum. 9. Detalhe de um carposporófito maduro. 10. Corte
transversal do talo, mostrando uma camada de células corticais. Figuras 11-14. Ceramium
comptum. 11. Detalhe de um ramo apresentando nos nós tetrasporângios unilateralmente. 12.
Detalhe da região dos nós com a presença de rizóides. 13. Detalhes das porções apicais dos
ramos portando tretrasporângios nos nós. 14. Detalhe da porção dos nós formados por células
periaxiais e células acrópetas.
100µm
100µm
100µm
100µm
100µm
9
10
11 12
13
100µm
14
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47
Figuras 15-16. Ceramium flaccidum. 15. Detalhe do ápice recurvado. 16. Detalhe do
mostrando linha transversal sem células e logo abaixo duas camadas de células basípetas.
Figuras 17-18. Ceramium dawsonii. 17. Detalhe do ápice recurvado, de crescimento desigual,
mostrando também linhas transversais sem células e logo abaixo uma camada de células
basípetas. 18. Região do com tetrasporângios unilaterais. Figuras 19-20 Dorhniella
antillarum var. brasiliensis. 19. Aspecto geral do talo. 20. Detalhe das células papiliformis nos
ramos laterais.
Ceramium flaccidum (Kütz.) Ardiss.
Nuovo G. Bot. Ital. 3: 40. 1871.
Basiônimo: Hormoceras flaccidum Kützing, Tabulae Phycologicae 12: 21. 1862.
Figuras: 15-16
100µm
50µm
100µm
50µm
100µm
50µm
15
16
17
18
19
20
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48
Talo filamentoso de coloração vermelho-vinácea, constituído por uma
fileira de células grandes, com corticação somente na região dos nós.
Ramificação dicotômica, com ápices recurvados. Células corticais formadas a
partir das células periaxiais, com células acrópetas e duas camadas de células
basípetas transversalmente alongadas, deixando uma nítida faixa transversal
livre de células entre ambas as camadas.
Comentários:
Planta muito comum na área de estudo, encontrada como epífita das
folhas de Halodule wrigthii. Foi coletada na estação A, durante o mês de julho,
A e C em agosto, e C em setembro de 2006. No mês de janeiro de 2007
ocorreu na estação A, em fevereiro na estação A e B em março nas estações A
e C.
Dohrniella antillarum var. brasiliensis A.B. Joly & Ugadim in Joly et al.,.
Bolm Fac. Filos. Ciênc. Univ. São Paulo, ser. Bot. 20: 13. 5. 1963.
Figuras: 19-20
Plantas pequenas, delicadas, filamentosas, unisseriadas, de cor
vermelha a rósea, de organização dorsiventral, apresentando porção ereta e
prostrada, com ramos laterais curtos, dísticos, alternos, ocorrendo na base
destes ramos, duas células bem pequenas e mais ou menos circulares. Podem
ocorrer células papiliformes na parte apical dos ramos, sendo esta uma
característica marcante da espécie. Não foi observado exemplar fértil.
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49
Comentários:
Espécie não muito comum nas estações de coleta, encontrada como
epífita de Halodule wrightii, juntamente com Ceramium spp. e sobre Hypnea
musciformis. Foi coletada apenas durante o período seco, na estação A, em
janeiro e março de 2007.
Spyridia filamentosa (Wulfen) Harv. in Hook.
Brit. Flora 2: 336. 1833.
Basiônimo: Fucus filamentosus Wulfen, Ark. Bot. 3: 64. 1803.
Figuras: 21-22
Plantas epífitas ou não, crescendo formando emaranhado de coloração
vermelha ou vermelho-pardacenta, abundantemente ramificadas. Ramificação
alterna a irregular. Talo de organização uniaxial, com eixo principal e ramos
laterais totalmente corticados. A partir destes, desenvolvem-se os râmulos com
ápices pontiagudos, com corticação somente na região dos nós; entrenós, sem
corticação. Tetrasporângios alongados, com um pedicelo saindo
unilateralmente de cada nó dos râmulos.
Comentários:
Plantas epífita das folhas de Halodule wrigthii, ou epilítica. Foi coletada
durante todo o período de amostragem, ocorrendo na estação C no mês de
julho de 2006, A e B em agosto e setembro de 2006 e janeiro de 2007, e nas
três estações durante fevereiro e março de 2007.
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50
Wrangelia argus (Mont.) Mont.
Montagne, C. Sylloge generum specierumque cryptogamarum. pp. xxiv + 498.
1856.
Basiônimo: Griffithsia argus Mont., Plantae cellulares. In: Histoire Naturelle des
Iles Canaries, Vol.3, pp. 161-208. 1841.
Figuras: 23-26
Plantas filamentosas, delicadas, de coloração vermelho-vinácea,
abundantemente ramificadas verticiladamente, formado por ramos curtos e
encurvados. Na região apical apresenta células afiladas, recurvadas ou retas,
aumentando de tamanho e ficando mais alongadas logo abaixo desta.
Tetrasporângios esféricos, dispostos em verticilos. As células do eixo principal
medem 80-100 µm de altura e 15-25 µm de largura.
Comentários:
Planta encontrada sempre como epífita das folhas de Halodule wrightii e
de outras macroalgas como Dictyopteris delicatula, Chondria polyrhiza.
Coletada na estação B no s de agosto de 2006, na estação A, em setembro
de 2006, janeiro e fevereiro de 2007 e nas três estações em março de 2007.
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Figuras 21-22. Spyridia filamentosa. 21. Aspecto geral da planta. 22. Detalhe d e um râmulo
com um espinho apical. Figuras 23-26 Wrangelia argus. 23. Aspecto geral da planta. 24.
Detalhe da ramificação verticilada. 25-26. Detalhes do desenvolvimento do carposporófito.
Acanthophora muscoides (L.) Bory
Botanique, Cryptogamie. In: Voyage au tour du monde, exécuté par ordre du
Roi, sur la corvette de Sa Majesté, la Coquille, pendant les années 1822, 1823,
1824 et 1825. (Duperrey, L.I. Eds), pp. 97-200. 1828.
Basiônimo: Fucus muscoides Linnaeus. Sp. Plant. 1161. 1753.
Figuras: 27-29
5 mm
100 µm
50 µm
22
21
23
24
25 26
100µm
0,5cm
50 µm
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52
Plantas eretas de coloração vermelho-vinácea, crescendo formando
tufos eretos. Ramificação irregular com ramos laterais que apresentam râmulos
em forma de espinhos, estes podem ocorrer também nos ramos principais. Em
corte transversal apresenta cinco células pericentrais; na região cortical células
pigmentadas e na medular, células incolores.
Comentários:
As plantas foram encontradas como epífitas das folhas de Halodule
wrightii e sempre em associação com a Rhodophyta Chondria polyrhiza,
formando um verdadeiro complexo “Acanthophora-Chondria”. A espécie foi
muito comum na área de estudo, principalmente nas estações com influência
dos rios (estação B e C). Encontrada durante todo o período de estudo,
contribuindo, junto com Hypnea musciformis, com a maior parte da biomassa
algal.
Chondria polyrhiza Collins & Herv.
Proc. Amer. Acad. 53(1): 121. 2. 1917.
Figuras: 30-32
Planta de coloração marrom-esverdeada, com hábito prostrado, com talo
cilíndrico, de consistência delicada, medindo 2,0 cm de comprimento, na região
prostada. Ramificação alterna, ramos de última ordem com ápices agudos e
base com constrição. Eixo principal medindo 368-480 µm de diâmetro. As
células em vista superficial do talo são poligonais, medindo 64-92 µm de altura
e 20-28
µm de largura. Em corte transversal apresentam cinco células
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53
pericentrais medindo 80-144 µm de diâmetro, duas camadas de células
corticais medindo 24-28 µm, e uma camada mais interna medindo 28-64 µm.
Comentários:
Planta observada sempre em associação com Acanthophora muscoides,
formando um verdadeiro complexo "Chondria-Acanthophora", nas estações
mais próximas dos rios. Foi encontrada também sendo epifitada por Hypnea
musciformis e Canistrocarpus cervicornis. Coletada durante o período chuvoso
na estação C, no mês de julho de 2006 e na estação B em agosto de 2006.
Herposiphonia tenella (C. Agardh) Ambronn
Arch. Wiss. Bot. (3-4): 238. 8, 1846.
Basiônimo: Hutchinsia tenella C. Agardh, Spec. Algar. 2:105. 1828.
Figuras: 33-35
Plantas de coloração vermelho-amarronzada "cor de telha", de
organização dorsiventral com a região apical enrolada, crescendo como
epífitas. Cada segmento origem a um ramo de crescimento determinado,
indiviso, medindo aproximadamente 5 mm de altura, Fixação ao substrato por
meio de rizóides originados na porção ventral do talo.
Comentários:
Plantas encontradas como epífita das folhas de Halodule wrightii,
ocorrendo uma única vez durante o estudo, na estação A, no mês de julho de
2006.
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Neosiphonia M.-S. Kim & I.K. Lee
Representado na região estudada por duas espécies. Chave de
identificação das espécies estudadas:
1a- Células do eixo principal tão altas quanto largas ..... Neosiphonia gorgoniae
1b- Células do eixo principal quatráticas, ou suavemente mais altas que
largas............................................................................... Neosiphonia tepida
Neosiphonia gorgoniae (Harv.) S.M. Guim. & M.T. Fujii
Revista Brasil. Bot. 27: 168. 2004.
Basiônimo: Polysiphonia gorgoniae Harv., Smithsonian Contr. Knowl. 5(5): 39.
1853.
Figuras: 36-38
Plantas filamentosas, eretas, de coloração marrom, fixas ao substrato
por um disco basal composto de tufos de rizóides, crescendo como epífitas.
Eixo ereto de crescimento indeterminado, ecorticado, com lulas tão altas
quanto largas, apresentando em corte transversal quatro células pericentrais.
Talo mais largos na região basal, diminuindo drasticamente o diâmetro em
direção ao ápice. Apresentam ramos que substituem os tricoblastos e lulas-
cicatriz de tricoblastos em todos os segmentos. Não foi encontrado exemplar
fértil.
Comentários:
Espécie não muito comum na área de estudo, sendo coletada apenas
durante o período seco, na estação A nos meses de janeiro e fevereiro de
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2007. Sempre encontrada como epífita das folhas de Halodule wrightii. Esta é a
segunda referência de ocorrência da presente espécie no litoral nordestino,
sendo que a primeira ocorrência foi para os parrachos de Maracajaú, RN, por
Silva (2006).
Neosiphonia tepida (Hollenb.) S.M.Guim. & M.T. Fujii
Revista Brasil. Bot. 27: 171. 2004.
Basiônimo: Polysiphonia tepida Hollenb., Bull. Torrey Bot. Clu. 85:65. 1958.
Figuras: 39-40
Plantas epífitas, eretas, de coloração marrom, fixas ao substrato por
disco basal. Quando encontrada como epífita, não apresentava eixo prostrado,
apenas crescimento vertical. Eixo principal com 40-56 µm de diâmetro na
região apical, 104-112 µm de diâmetro na região mediana e 144-148 µm de
diâmetro na região basal. Segmentos ecorticados com sete-oito células
pericentrais, quadráticas ou levemente mais altas que largas. Presença de
células-cicatriz de tricoblastos em alguns dos segmentos.
Comentários:
Plantas epífitas das folhas de Halodule wrightii, porém o foi muito
comum na área de estudo, ocorrendo apenas na estação C no mês de agosto
de 2006.
Polysiphonia cf. denudata (Diillwyn) Grev. ex Harvey in Hook.
The English flora of Sir James Edward Smith, 5(1):332. 1833.
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56
Figuras: 41-46
Plantas de cor vermelha, delicadas, tendendo a formar tufos. Fixas ao
substrato por disco basal, apresentando eixo prostrado reduzido, que formam
rizóides. Ramificação alterna, eixos eretos com células mais largas que altas.
Em corte transversal apresenta 5-6 células pericentrais. Presença de poucos
tricoblastos, que por sua vez são curtos, ou ausentes e algumas células-cicatriz
de tricoblastos. Na região apical, pode-se observar algumas vezes que estes
são alargados, onde a célula apical volta a se desenvolver, dando aspecto de
proliferação. Não foram observados exemplares férteis.
Comentários:
Sempre encontrada como epífita das folhas de Halodule wrightii. Foi
coletada na estação A durante os meses de setembro de 2006, janeiro e
fevereiro de 2007, e na estação C durante o mês março de 2007.
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Figuras 27-29 Acanthophora muscoides. 27. Aspecto geral da planta como epífita. 28. Detalhe
de um râmulo com cistocarpo. 29. Detalhe dos râmulos com tetrasporângios. Figuras 30-32
Chondria polyrhiza. 30. Aspecto geral de um fragmento do talo. 31. Detalhe da região apical
com tricoblastos. 32. Corte transversal do talo mostrando estrutura polissifônica.
5 mm
5 mm
100 µm
100 µm
27
28
29
30
31
32
100 µm
100 µm
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58
Figuras 33-35. Herposiphonia tenella. 33. Aspecto geral da planta. 34. Detalhe da região
prostada e ereta, mostrando rizóides. 35. Detalhe dos ramos eretos com crescimento
determinado e ápices pouco recurvados. Figuras 36-38 Neosiphonia gorgoniae. 36. Aspecto
geral do talo com muitas ramificações. 37. Detalhe da região apical mostrando tricoblastos. 38.
Vista superficial do talo mostrando células quadráticas.
1 mm
160 µm
160 µm
33
34
35
36
37
38
0,5cm
100 µm
100 µm
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59
Figuras 39-40. Neosiphonia tepida. 39. Aspecto geral de um fragmento do talo. 40. Vista
superficial do talo mostrando células quadráticas. Figuras 41-46. Polysiphonia denudata. 41 e
42. Detalhe de ramos com cistocarpos. 43. Aspecto geral mostrando tricoblastos na região
apical. 44. Corte transversal do talo mostrando estrutura polissifônica com seis células
pericentrais.
200 µm 100 µm
100 µm
100 µm
100 µm
100 µm
39
40
41
42
43
44
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Figura 45. Detalhe dos tricoblastos da região apical. 46. Detalhe de uma célula-cicatriz de
tricoblasto no eixo principal.
Hypnea J.V. Lamour.
Representado na região estudada por duas espécies. Chave de
identificação das espécies estudadas:
1a- Tufos gregários formados por ramos laterais espinescentes, não
desenvolvendo gavinhas ................................................... Hypnea spinella
1b- Tufos com talos emaranhados, com ramos espinescentes e mais longos e
estes terminando em gavinhas ................................... Hypnea musciformis
Hypnea musciformis (Wulfen in Jacquin) J.V. Lamour.
Ann. Mus. Hist. Nat. Paris, 20: 143. 1813.
Basionimo: Fucus musciformis Wulfen in Jacq., Colletanea 3: 154. 1789.
Figuras: 47-49
Plantas crescendo em tufos densos, emaranhados, que tendem a se
enrolar em outras plantas, de coloração vermelho-vinácea. Apresenta
consistência firme, eixo cilíndrico, gavinhas na porção distal dos ramos, que
100 µm
100 µm
46
45
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
61
propicia a condição de epífita. Ramificação irregular, com numerosos ramos
curtos espinescentes que saem dos eixos principais e secundários. Foram
encontrados exemplares férteis em quase todas as coletas, mostrando um
padrão de reprodução perene da espécie. Os tetrasporângios são zonados e
encontram-se em ramos curtos, dilatados e pontiagudos.
Comentários:
Espécie muito comum na área de estudo, encontrada em todas as
estações, durante todos os períodos de coleta. Foi observada, principalmente,
epifitando as folhas de Halodule wrightii, mas crescendo também sobre as
rodofíceas Acanthophora muscoides e Champia feldmannii.
Hypnea spinella (C. Agardh) Kütz.
Spec. Algar. 759. 1849.
Basiônimo: Sphaerococcus spinellus C. Agardh, Spec. Algar. 1 (2): 323. 1822.
Figuras: 50-52
Plantas de coloração vermelho-rósea, crescendo em densos tufos
emaranhados. Eixo principal cilíndrico, de consistência cartilaginosa,
abundantemente ramificado, com inúmeros ramos curtos espinescentes, não
desenvolvendo gavinhas. Foram observados exemplares férteis, com
tetrasporângios zonados que ficam dispostos nos ramos curtos espinescentes.
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
62
Comentários:
Esta espécie foi muito comum durante o período de coleta, sendo
encontrada em todas as estações em associação com Hypnea musciformis.
Sempre coletada como epífita das folhas de Halodule wrightii. Também foi
encontrada na condição de hospedeiro para Champia feldmannii, Ceramium
spp. e Spyridia filamentosa.
Figuras 47-49. Hypnea musciformis. 47. Aspecto geral da planta. 48 e 49. Detalhe de râmulos
com estiquídios. Figuras 50-52. Hypnea spinella. 50. Aspecto geral da planta. Figura 51 e 52.
Detalhe de râmulos com estiquídios
5 mm
100 µm
5 mm
47
48
49
50
52
51
100 µm
100 µm
100 µm
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
63
Solieria filiformis (Kütz.) P.W. Gabrielson
Taxon 34(2): 278. 1985.
Basiônimo: Euhymenia filiformis Kütz., Tab. Phyc.: 13. 1863.
Figuras: 53-54
Plantas eretas, medindo 3,5 cm de altura, crescendo como epífitas na
porção do rizoma de Halodule wrightii. Talo cilíndrico, cartilaginoso, ramificação
dicotômica, alterna, oposta a irregular, com ramificações mais concentradas na
porção inferior do talo, dando um aspecto fasciculado. Em corte transversal,
apresenta células de maior tamanho na região cortical, que vai diminuindo em
direção a região medular.
Comentários:
Esta espécie ocorreu apenas uma vez durante o estudo, na estação A,
no mês de agosto de 2006.
Champia feldmannii Diaz-Piferrer
Soc. Phycol. De France, Bull. 22: 40-46. 1977.
Figura: 55
Plantas de coloração vermelho-clara, crescendo como epífitas,em forma
de tufos densos. Talo cilíndrico, segmentado, translúcido, ôco, apresentando
constricções formadas por diafragma que dividem uma vesícula da
subsequente. Ramificação irregular, com ápices de todos os ramos
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
64
intensamente recurvados formando gavinha, o que facilita o epifitismo desta
alga. Não foi encontrado nenhum exemplar fértil.
Comentários:
Espécie encontrada sempre na condição de epífita, tanto das folhas de
Halodule wrightii como de outras algas, tais como Hypnea musciformis. Planta
não muito comum na área estudada, ocorrendo na estação C no mês de
agosto de 2006, nas três estações no mês de setembro de 2006 e na estação
A no mês de janeiro de 2007.
Ochrophyta
Canistrocarpus cevicornis (t.) De Paula & De Clerck
J. Phycol. 42: 1285. 2006.
Basiônimo: Dictyota cervicornis Kütz.
Tab. Phycol. 9: 11, pl. 24, fig. 2, 1859.
Figuras: 56-58
Plantas eretas de cor marrom-esverdeada, com altura entre 2,5-4,2 cm.
Talo em forma de fita estreita, sem nervura, margem lisa ou com ondulações.
Ramificação dicotômica, com ápices arredondados. Apresenta algumas
proliferações a partir da região apical, com crescimento desigual. Tufos de
pêlos distribuídos irregularmente nas duas faces do talo. Quanto à morfologia
interna, em corte transversal do talo, apresenta uma camada de células
corticais, pequenas, quadráticas e pigmentadas, medindo 12-28
µm de altura e
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
65
16-24 µm de largura e uma camada de células medulares, alongadas, grandes
e incolores, medindo 56-152 µm de altura e 40-88 µm de largura.
Comentários:
A espécie foi encontrada como epífita das folhas de Halodule wrigthii, e
também epifitando Acanthophora muscoides. Foi coletada sempre em locais
calmos, protegidos por uma linha de recifes e esteve frequentemente epifitada
por Hypnea musciformis. Foi coletada nas estações B e C em julho e agosto de
2006, e nas três estações durante os meses de setembro de 2006, janeiro,
fevereiro e março de 2007
Dictyopteris delicatula J.V. Lamour.
Nouveau Bulletin dês Sciences por la Société Philomatique de Paris 1: 332.
1809
Figuras: 59-61
Plantas eretas de coloração marrom esverdeada a lida, com 2-2,5 cm
de altura. Talo em forma de fita estreita, apresentando nervura central bem
evidente em toda a extensão. Margem lisa a ondulada, ramificação dicotômica
com ápices arredondados e por vezes recurvados. Tufos de pêlos distribuídos
regularmente, tendendo a formar fileira ao lado da nervura, em todo o talo e
nas duas faces. Em corte transversal apresenta duas camadas de células
quadráticas.
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
66
Comentários:
Espécie encontrada sempre como epífita na região do rizoma de
Halodule wrightii. Habitando locais calmos e protegidos, sendo epifitada por
Hypnea musciformis. Foi coletada durante todo o período de coleta, nas três
estações em julho, agosto e setembro de 2006. No mês de janeiro e fevereiro
de 2007, ocorreu apenas na estação A, e em março de 2007 nas estações A e
B.
Dictyota J.V. Lamour.
Representado na região estudada por duas espécies. Chave de
identificação das espécies estudadas:
1a- Margem do talo denteada .................................................... Dictyota ciliolata
1b- Margem do talo lisa ....................................................... Dictyota menstrualis
Dictyota ciliolata Sonder ex Kütz.
Tabulae Phycologicae 9: 12. 1859.
Figura: 62
Plantas de coloração marrom-amarelada, com talo em forma de fita
estreita, sem nervuras, com margem denteada, ramificação dicotômica,
podendo apresentar crescimento desigual, conferindo aspecto de ramificação
alterna ao talo, este encontra-se levemente torcido em espiral.
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
67
Comentários:
Espécie encontrada como epífita de Halodule wrigthii, ocorrendo na
estação A, durante o mês de julho de 2006.
Dictyota menstrualis (Hoyt) Schnetter, Hörnig, & Weber-Peukert
Hydrobiologia 151/152: 195. 1997.
Basiônimo: Dictyota dichotoma var. menstrualis Hoyt, American J. Bot. 14: 161.
1927.
Figuras: 63-64
Plantas de coloração marrom-clara, com talo em forma de fita estreita,
algumas vezes retorcido, sem nervuras, margem lisa. Ramificação dicotômica,
com ápices arredondados e ramos paralelos na parte mais distal do talo. Tufos
de pêlos presentes nas duas faces do talo, distribuídos irregularmente. Não foi
observado material fértil.
Comentários:
Espécie comum na área de estudo, porém não como epífita. Foi
encontrada como epífita de Halodule wrightii apenas uma vez durante o
período das coletas, na estação A em julho de 2006
.
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
68
Figuras 53-54. Solieria filiformis. 53. Aspecto geral da planta epífita. 54. Corte transversal do
talo mostrando filamentos da região medular e lulas de tamanho reduzido na região cortical.
Figura 55. Champia feldmannii. Aspecto geral da planta mostrando extremidades espiraladas.
Figuras 56-58. Canistrocarpus cervicornis. 56. Aspecto geral da planta. 57. Detalhe da região
apical com célula apical. 58. Corte transversal do talo mostrando uma camada de células
medulares e uma camada de células corticais.
0,5 cm
1,0 cm
1 cm
200 µm
200µm
53
54
55
56
57
58
200µm
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
69
Figuras 59-61. Dictyopteris delicatula. 59. Aspecto geral da planta. 60. Detalhe da região apical
mostrando nervura central. 61. Corte transversal do talo mostrando as duas camadas de
células. Figura 62. Dictyota ciliolata. Aspecto geral da planta mostrando as margens laterais
denteadas.
Lobophora variegata (J.V. Lamour.) Womersley ex. E.C. Oliveira
Algas marinhas bentônicas do Brasil: 217. 1977.
Basiônimo: Dictyota variegata J.V. Lamour., Journal de Botanique 2: 40. 1809.
Figura: 65
Plantas com talo foliáceo expandido, em forma de leque ou flabeliforme,
sem região apical enrolada. Coloração marrom-escura, margem ondulada, com
linhas marginais nítidas. Consistência um pouco rígida, com tufos de pêlos nas
duas faces do talo. Crescimento por margem de células apicais. Em corte
transversal, apresenta cinco camadas de lulas, sendo uma na região cortical
com células arredondadas, três na região entre a cortical e a medular, sem
1,0 mm
200µm
200µm
0,5 cm
59 60
61
62
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
70
pigmentação e mais quadráticas e uma medular com células de forma mais
retangular. Não foi observado exemplar fértil.
Comentários:
Planta não muito comum nas estações de coleta. Foi encontrada apenas
uma única vez como epífita desta durante o mês de março de 2007, na estação
A, epifitando a região do rizoma da planta.
Padina sanctae-crucis Børgesen
Dansk Botanisk Arkiv 2(2): 45. 1914.
Figuras: 66-69
Plantas com talos foliáceos em forma de leque, com a região apical
enrolada, linhas de pêlos distribuídas horizontalmente, uma paralela a outra, de
coloração marrom-parda, medindo 1,7 cm de altura, quando encontrada na
condição de epífita. Ainda como epífita, apresenta fixação através de rizóides
filamentosos grossos. Em corte transversal, apresenta duas camadas de
células quadráticas na região apical, medindo 52 µm de espessura, região
mediana também com duas camadas de células, medindo 60 µm de espessura
e região basal com duas camadas de células medindo 64-76 µm de espessura.
Comentários:
Crescendo sobre Halodule wrigthii na condição de epífita na região do
rizoma. Podendo ser encontrada também sob rochas e conchas de animais.
Algumas vezes, são encontradas epifitadas por algas incrustantes, Hypnea
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
71
musciformis e Haliptilon cubense. Foi coletada durante os meses de julho de
2006, nas estações A, B e C, e nos meses de janeiro, fevereiro e março de
2007, na estação A.
Colpomenia sinuosa (Roth) Derbès & Solier
Annales dês Sciences Naturelles, Botanique 14: 265. 1850.
Basiônimo: Ulva sinuosa Roth, Catalecta Botanica 3: 327. 1806.
Plantas multicelulares, com aspecto globoso, ôcas, tornando-se lobadas
ou irregularmente expandidas, rugosa, de coloração marrom-esverdeada,
encontradas durante as coletas, sempre isoladas e como epífitas sobre as
folhas de Halodule wrigthii,
Comentários:
Planta não muito comum nas estações de coleta, e quando encontrada
estava na condição de epífita de Halodule wrightii, na região das folhas. Foi
encontrada também, epilítica nos prados ou sobre conchas de animais.
Coletada apenas durante o mês de janeiro de 2007, na estação A.
Rosenvingea sanctae-crucis Børgesen
Dansk Botanisk Arkiv 2(2): 22-25. 1914.
Figuras: 70-72
Plantas de coloração marrom-parda, tubulares ôcas, com 7,0 cm de
altura. Ramificação dicotômica, ficando mais ramificada próximo ao ápice, com
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
72
o ápice arredondado a afilado. Em corte transversal, apresentam duas
camadas de células corticais mais externas pequenas com cloroplastos e mais
internamente, duas camadas de células incolores e maiores.
Comentários:
Planta encontrada como epífita de Halodule wrigthii na porção do
rizoma. Coletada na estação A em janeiro, fevereiro e março de 2007. Foi
observada sendo epifitada por Hypnea musciformis.
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
73
Figuras 63-64. Dictyota menstrualis. 63. Aspecto geral da planta. 64. Detalhe da região apical
mostrando dicotomia paralela. Figura 65. Lobophora variegata. Aspecto geral da planta
mostrando linhas marginais. Figuras 66-69. Padina sanctae-crucis. 66. Aspecto geral de uma
planta epífita. 67. Corte transversal do talo na região apical mostrando duas camadas de
células. 68. Corte transversal do talo na região mediana mostrando duas camadas de células.
64
63
65
66
68 67
0,5 cm
0,5 cm
0,5 cm
0,5 cm
100µm
100µm
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
74
Figura 69. Corte transversal do talo de Padina sanctae-crucis na região basal mostrando duas
camadas de células. Figuras 70-72. Rosenvingea sanctae-crucis. 70. Aspecto geral da planta.
71. Detalhe da região apical mostrando as dicotomias no ápice. 72. Corte transversal do talo
mostrando região medular oca.
Chlorophyta
Chaetomorpha aerea (Dillwyn) Kütz.
Species Algarum. pp. 1-922. 1849
Basiônimo: Conferva aerea Dillwyn. British Confervae 70-81. 1806
Figura: 73
Plantas filamentosas de cor verde, com talo unisseriado, sem
ramificação. Crescem isoladamente fixas às rochas ou formando um
emaranhado sobre outras algas. Não foi possível a visualização de células
basais, pois a mesma encontrava-se sempre formando uma massa enrolada e
69
70
71
72
100µm
1 mm
100µm
1 mm
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
75
emaranhada sobre as folhas de Halodule wrightii. Células grandes medindo
272-320 µm e com parede muito espessa.
Comentários:
Planta encontrada sempre enrolada, formando um emaranhado sobre as
folhas de Halodule wrigthii e outras algas, tais como Hypnea musciformis e
Acanthophora muscoides. Espécie coletada durante o mês de agosto de 2006
nas estações B e C em setembro de 2006 e em janeiro, fevereiro e março de
2007 nas três estações de coleta.
Ventricaria ventricosa (J. Agardh) J.L. Olsen & J.A. West
Phycologia 27: 104, 1988
Basiônimo: Valonia ventricosa J. Agardh. Alg. Syst. Part 5. 96. 1887
Figura: 74
Plantas de cor verde-clara, com cerca de 1,0 cm altura, fixas ao
substrato por rizóides que formam uma massa na região basal. Talo constituído
por uma única célula grande em forma de vesícula, com superfície lisa.
Comentários:
Plantas encontradas na condição de epífitas na região do rizoma de
Halodule wrightii sempre em locais calmos dentro do prado. Epifitada por
Ceramium comptum. Coletada em julho de 2006 na estação A, na folha e no
mês de janeiro de 2007 na estação A, no rizoma.
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
76
Figura 73. Chaetomorpha aerea detalhe da região basal do talo mostrando parede espessa.
Figura 74. Ventricaria ventricosa aspecto geral do talo globoso.
6.5
D
ADOS
A
MBIENTAIS
Os dados referentes aos valores de temperatura e salinidade
encontram-se plotados na tabela 1. Observa-se que a salinidade variou entre
33 e 37 durante o período de estudo; os menores valores foram encontrados
durante o mês de julho de 2006, nas estações B e C. A temperatura variou de
26 a 34 °C, sendo os menores valores encontrados no período chuvoso.
Tabela 1. Parâmetros ambientais coletados durante o estudo
Parâmetro
Temperatura (ºC) Salinidade
Estação
Mês
A B C A B C
Jul/06
26 27 27 37 33 33
Ago/06
_ _ _ _ _ _
Set/06
27 28 30 36 36 36
Jan/07
31 34 34 37 37 37
Fev/07
31 34 34 37 37 37
Mar/07
31 31,5 33,5 36 36 36
74
73
0,5 cm
160 µm
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
77
6.6
B
IOMASSA
A determinação da biomassa foi realizada no total, sem haver a
separação entre folha e rizoma. As algas foram pesadas em conjunto, sem
separação especifica, por se tratar de epífita de tamanho reduzido, o que
impossibilitou a separação. A biomassa mostrou-se maior para o hospedeiro
(Halodule wrightii) (fig. 75 e 76). A biomassa total das algas variou de 4,0 ± 4,3
g ps.m
-2
(estação B, março/2007) a 65,0 ± 49,2 g ps.m
-2
(estação A, julho/2006)
e a biomassa total da planta variou de 41,0 ± 19,3 g ps.m
-2
(estação C,
setembro/2006) a 109,0 ± 69,3 g ps.m
-2
(estação A, março/2007). A biomassa
das plantas e das algas apresentou diferença significativa no geral na média
por mês de coleta, sendo a biomassa das algas significativamente menor que a
das plantas, na estação A (F=22,25; p=0,0011), estação B (F=19,40; p=0,0016)
e estação C (F=41,19; p=0,0002).
Foram observadas variações significativas nas biomassas das diferentes
estações (F=7,02; p<0,05), apresentando a estação A maiores valores que as
estações B e C (AxB; Q=4,1736; p<0,01e AxC; Q=4,9145; p<0,01).
Entre os períodos de coleta, também foram encontradas diferenças
significativas, em relação à biomassa das epífitas (H=15,83; p=0,0001); a
biomassa foi maior no período de julho, agosto e setembro.
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
78
PLANTA
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
jul.2006 ago.2006 set.2006 jan.2007 fev.2007 mar.2007
gps.m-2
A
B
C
Figura 75. Variação na biomassa (g ps.m
-2
) de Halodule wrightii, coletadas em três estações na
praia de Suape - PE, entre julho a setembro/2006 e janeiro a março/2007.
ALGAS
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
jul.2006 ago.2006 set.2006 jan.2007 fev.2007 mar.2007
gps.m-2
A
B
C
Figura 76. Variação na biomassa (g ps.m
-2
) das macroalgas epífitas coletadas em três estações
na praia de Suape - PE, entre julho a setembro/2006 e janeiro a março/2007.
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
79
6.7
F
REQÜÊNCIA DE OCORRÊNCIA
A freqüência de ocorrência das macroalgas com relação aos pontos de
coleta (fig. 77) mostrou que Hypnea musciformis (85%), foi a mais freqüente,
seguida pelo grupo das algas calcárias incrustantes (70%), Canistrocarpus
cervicornis (61%), Acanthophora muscoides (55%), Dictyopteris delicatula
(32%) e Haliptilon cubense (25%). As demais espécies foram consideradas
pouco freqüentes ou raras, pois apresentaram freqüência inferior a 21%.
Hypnea musciformis também apresentou a maior porcentagem de biomassa
das amostras, fato esse também comprovado pela sua alta taxa de reprodução.
A espécie foi encontrada em reprodução (tetraspórica), nos meses de julho e
fim de setembro. Apos esse período, Acanthophora muscoides e Ceramium
spp entram no período reprodutivo, ocasionando um aumento da biomassa
dessas espécies.
Quanto à freqüência de ocorrência das epífitas das folhas de Halodule
wrightii, Hypnea musciformis também foi a mais freqüente com 100% de
freqüência de ocorrências nas estações de coleta, seguida pelo grupo das
calcarias incrustantes (94,4%), Canistrocarpus cervicornisDic (88,8%), Spyridia
filamentosa, Dictyopteris delicatula, Chaetomorpha aerea e Acanthophora
muscoides todas com 72,2% de ocorrência, Haliptilon cubense (66,6%) e
Ceramium flaccidum (55,5%) (Figura 78). Nota-se a predominância de espécies
mais freqüentes do filo Rhodophyta para as epífitas das folhas. As epífitas do
rizoma mais freqüentes foram: Dictyopteris delicatula (55,5%), seguida por
Haliptilon cubense (44,4%), as demais espécies foram consideradas como
esporádicas. Das espécies que ocorreram como epífitas do rizoma existe um
predomínio das do filo Ochrophyta (Figura 79).
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
80
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Ceramium comptum
Colpomenia sinuosa
Herposiphonia tenella
Neosiphonia tepida
Solieria filiformis
Ventricaria ventricosa
Dictyota ciliolata
Dorhniella antillara
Neosiphonia gorgoniae
Polysiphonia c.f. denudata
Centroceras clavulatum
Champia feldmannii
Chondria polyrhiza
Hypnea spinella
Rosenvingia sanctae-crucis
Padina sanctae-crucis
Ceramium dawsonii
Wrangelia argus
Lobophora variegata
Ceramium flaccidum
Spyridia filamentosa
Chaetomorpha aerea
Haliptilon cubense
Dictyopteris delicatula
Acanthophora muscoides
Canistrocarpus cervicornis
incrustante
Hypnea musciformis
Figura 77. Freqüência de ocorrência total das espécies de macroalgas epífitas de Halodule
wrightii, coletadas em três estações na praia de Suape - PE, entre julho a setembro/2006 e
janeiro a março/2007.
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
81
0 20 40 60 80 100
Colpomenia sinuosa
Dictyota menstrualis
Hypnea spinella
Lobophora variegata
Neosiphonia tepida
Solieria filiformis
Ceramium comptum
Chondria polyrhiza
Dictyota jamaicensis
Dorhniella antillara
Herposiphonia tenella
Neosiphonia gorgoniae
Centroceras clavulatum
Rosenvingia sanctaecrucis
Ventricaria ventricosa
Polysiphonia cf denudata
Champia feldmannii
Ceramium dawsonii
Padina sanctaecrucis
Wranelia argus
Ceramium flaccidum
Haliptilon cubense
Acanthophora muscoides
Chaetomorpha aerea
Dictyopteris delicatula
Spyridia filamentosa
Canistrocarpus cervicornis
incrustante
Hypnea musciformis
Figura 78. Freqüência de ocorrência das espécies de macroalgas epífitas das folhas de
Halodule wrightii, coletadas em três estações na praia de Suape - PE, entre julho a
setembro/2006 e janeiro a março/2007.
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
82
0 10 20 30 40 50 60
Acanthophora muscoides
Lobophora variegata
Solieria filiformis
Ventricaria ventricosa
Wranelia argus
Canistrocarpus cervicornis
Padina sanctaecrucis
Rosenvingia sanctaecrucis
Haliptilon cubense
Dictyopteris delicatula
Figura 79. Freqüência de ocorrência das espécies de macroalgas epífitas do rizoma de
Halodule wrightii, coletadas em três estações na praia de Suape - PE, entre julho a
setembro/2006 e janeiro a março/2007.
6.8
D
IVERSIDADE DE
S
HANNON
-H
ILL
Os índices de diversidade mostraram valores maiores para a estação A
durante todos os períodos. Este índice indica o grau de organização da
comunidade (fig. 80). Os valores para a estação A foram os mais altos (> 3). A
diversidade das espécies durante o estudo variou de 2,275138 (estação C,
julho/2006) a 3,599537 (estação A, janeiro/2007).
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
83
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
Jul Ago Set Jan Fev Mar
Shannon-Hill
A B C
Figura 80. Valores de Diversidade de Shannon-Hill para as estações coletadas na praia de
Suape - PE, entre julho a setembro/2006 e janeiro a março/2007.
6.9
A
NÁLISE DE
S
IMILARIDADE
6.9.1
A
NÁLISE DE
A
GRUPAMENTO
Foi construído um dendrograma utilizando-se uma matriz de dados com
todas as estações e todos os períodos de coleta (fig. 81). Observou-se que as
estações formaram grupos entre si, independente do mês em que foi realizada
a coleta, mostrando que todas as estações apresentaram praticamente, a
mesma composição florística durante o ano.
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
84
Figura 81. Análise de agrupamento das estações, através das espécies epífitas coletadas, na
praia de Suape - PE, entre julho a setembro/2006 e janeiro a março/2007
Na analise de agrupamento das espécies evidenciou-se dois grandes
grupos. O primeiro foi formado pelas espécies exclusivamente epífitas das
folhas de Halodule wrightii durante todo o estudo (fig. 82). O segundo grupo foi
constituído pelas espécies que ocorreram como epífitas dos rizomas durante
todo o período, salvo algumas exceções, como Ceramium comptum e
Herposiphonia tenella, que ocorreram como epífitas das folhas. Pode-se inferir
que estas duas espécies agruparam-se com as espécies epífitas do rizoma, por
serem raras nas estações de coleta. O segundo grupo foi formado
possivelmente, devido estas espécies ter ocorrido poucas vezes durante o
estudo.
A
B
A/jul
A/ago
A/set
A/jan
A/fev
A/mar
B/jul
C/jul
B/ago
B/set
B/jan
C/fev
B/mar
B/fev
C/jan
C/mar
C/ago
C/set
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
85
Coeficiente
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
Acanthophoramusc
Acanthophoramusc
Chaetomorphaaere
Hypneamusciformi
incrustante
Dictyotacervicor
Spyridiafilament
Ceramiumdawsonii
Ceramiumflaccidu
Colpomeniasinuos
Neosiphoniagorgo
Polysiphoniacfde
Wraneliaargus
Centrocerasclavu
Champiafeldmanni
Neosiphoniatepid
Chondriapolyrhiz
Hypneaspinella
Dorhniellaantill
Ceramiumcomtum
Dictyotajamaicen
Herposiphoniaten
Ventricariaventr
Dictyopterisdeli
Haliptiloncubens
Lobophoravariega
Padinasanctaecru
Rosenvingiasanct
Solieriafiliform
Figura 82. Análise de agrupamento das espécies epífitas, coletadas em três estações na praia
de Suape - PE, entre julho a setembro/2006 e janeiro a março/2007.
Quanto ao agrupamento entre as estações, pode-se observar que
formaram grupos as estações B e C e um grupo isolado formado pela estação
A (fig. 83). Esse agrupamento pode ser explicado pelo fato destas estações
apresentarem diversidade específica semelhantes, enquanto na estação A
estas espécies foram mais diversificadas.
Acanthophora musoides
Chaetomorpha aerea
Incrustante
Canistrocarpus cervicornis
Spyridia filamentosa
Ceramium dawsonii
Ceramium flaccidum
Colpomenia sinuosa
Neosiphonia gorgoniae
Polysiphonia cf. denudata
Wrangelia argus
Centroceras clavulatum
Champia feldmannii
Neosiphonia tépida
Chondria polyrhiza
Hypnea spinella
Dorhniella antillarum
Ceramium comptum
Dictyota ciliolata
Herposiphonia tenella
Ventricaria ventricosa
Dictyopteris delicatula
Haliptilon cubense
Lobophora variegata
Padina sanctae-crucis
Rosenvingea sanctae-crucis
Solieria filiformis
1
2
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
86
Figura 83. MDS das estações de coleta, utilizando-se as espécies epífitas coletadas em três
estações na praia de Suape - PE, entre julho a setembro/2006 e janeiro a março/2007.
Legenda: Estação A, B e C.
Foi feito um gráfico de MDS para a visualização de possíveis grupos
formados pelas espécies do rizoma e da folha de Halodule wrightii. Assim, foi
possível a visualização de dois grupos bem distintos (fig. 84), sendo formados
pelas espécies que foram epífitas apenas das folhas e o outro pelas espécies
epífitas exclusivamente do rizoma. Pode-se verificar a preferência das espécies
por um determinado tipo do substrato, principalmente em relação as algas do
filo Ochrophyta; a maioria de suas espécies foram encontradas epifitando o
rizoma de Halodule wrightii.
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
87
Figura 84. MDS da região da planta onde estavam as algas epífitas, utilizando-se as espécies
para agrupamento, coletadas em três estações na praia de Suape - PE, entre julho a
setembro/2006 e janeiro a março/2007. Legenda: R-rizoma; F-folha.
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
88
7
D
ISCUSSÃO
No atual estudo, foram identificados um total de 28 táxons
infragenéricos, sendo o filo Rhodophyta o mais representativo em mero de
espécies (18), seguido pelo filo Ochrophyta (oito) e o filo Chlorophyta (duas).
Este padrão também foi observado por Piazzi et al.,(2002), que estudaram as
macroalgas epífitas do rizoma de Posidonia oceanica no Mediterrâneo
ocidental, onde identificaram 74 espécies de macroalgas, sendo 59 rodofíceas,
oito feofíceas e sete clorofíceas.
Díaz L. (2002), estudando o estado de conservação dos prados de
angiospermas marinhas em Matanzas, Cuba, identificou um total de 174
espécies de algas associadas, destas 73 eram Chlorophyta, 13 Ochrophyta e
88 Rhodophyta.
No estudo realizado por Paula et al., (2003), com as comunidades de
macroalgas associadas a Halodule wrightii, no Parque Nacional Marinho de
Abrolhos, Bahia, também foi observado o mesmo padrão na distribuição das
espécies por filo, sendo também as rodofíceas as mais representativas. Nesse
trabalho, os autores identificaram 49 táxons, distribuídos em 24 rodofíceas, 16
feofíceas e nove clorofíceas. Resultados semelhantes foram obtidos por Nesti
et al., (2006), quando estudaram a variabilidade espacial das algas epífitas de
Posidonia oceanica, catalogando 46 táxons, sendo 31 Rhodophyta, dez
Ochrophyta e cinco Chlorophyta.
Como não foram observadas grandes diferenças entre os fatores
abióticos como temperatura e salinidade, pode-se inferir que este ambiente
esta sujeito a Hipótese da estabilidade climática (Klopfer, 1959; Fischer, 1960;
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
89
Dunbar, 1960; Connell & Orians, 1964), "quanto mais estáveis são os fatores
ambientais (temperatura, salinidade), mais espécies estão presentes devido a
uma maior acomodação biológica.
A biomassa de Halodule wrightii foi maior, em todas as estações de
coleta, quando comparada à biomassa das macroalgas epífitas. Durante todo o
período de estudo foram observadas diferenças entre as três estações de
coleta em relação aos períodos secos e chuvosos. Os maiores valores de
biomassa de Halodule wrightii ocorreram na estação A, durante o período seco.
Ao contrário das plantas de Halodule wrightii, os maiores valores de
biomassa das macroalgas epífitas foram encontrados no período chuvoso,
estando de acordo com o observado por Harlin (1975). O autor justifica que a
biomassa das epífitas aumenta quando existe maior disponibilidade de
nutrientes na coluna d'água, liberados pela planta, quando da morte desta ou
diminuição da superfície foliar, devido à menor disponibilidade de luz durante o
inverno.
Mesmo sem ter sido realizada análise de nutrientes na água, pode-se
inferir que, o fato da biomassa das epífitas apresentarem maiores valores
durante os meses chuvosos, é devido ao aumento de nutrientes, dissolvidos na
coluna d'água, oriundo dos rios, que recebem um maior aporte de águas
pluviais durante esse período, aumentando assim o seu volume chegando em
maior quantidade ao mar.
As epífitas foram mais representativas, na estação A durante todo o
estudo, provavelmente, relacionada à estabilidade desta estação em
comparação às demais, corroborando com Fletcher & Day (1983), que
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
90
constataram que as epífitas são mais abundantes em águas calmas que em
locais com forte hidrodinamismo.
Phillips (1980) discute que as angiospermas marinhas de uma maneira
geral são tolerantes às alterações climáticas oriundas de mudanças de
estações, não modificando sua biomassa nesses períodos. Entretanto,
observou-se no presente estudo que a biomassa de Halodule wrightii foi maior
durante o período seco.
Os valores de biomassa para esta planta foram relativamente
semelhantes aos encontrados por Reis (2007), que também trabalhou nos
prados em Suape. Esse autor encontrou valores para a biomassa de Halodule
wrightii, entre 53,25 a 619,41 g ps.m
-2
. Magalhães et al.,(2003) também
trabalhando nos prados em Suape, encontrou valores para biomassa de
Halodule wrightii variando entre 184,3 e 365,3 g ps.m
-2
, esses valores foram
encontrados pelos autores nos prados que ficam próximos a vila de Suape,
onde esta localizada a estação A do presente estudo. Nesta estação, foram
encontrados os maiores valores de biomassa da planta de Halodule wrightii
durante todo o estudo (65,0 a 109,0 g ps.m
-2
).
Reis (op cit) observou que em ambientes estuarinos, na desembocadura
de rios, a biomassa das plantas de Halodule wrightii apresenta-se menor,
causado pelo hidrodinamismo imposto pelas variações de marés ocorridas
nesses locais; o que pode ser observado na presente pesquisa na estação B,
local de desembocadura de rios, onde a biomassa realmente apresentou
menor valor, juntamente com a biomassa da estação C.
Com a diminuição da biomassa de Halodule wrightii, é esperado que a
biomassa de epífita também diminua pela menor disponibilidade de hospedeiro.
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
91
Esse fato foi observado durante o presente trabalho, onde nas estações B e C
foram verificados os menores valores de biomassa de macroalgas epífitas e
também de Halodule wrightii.
Foi observado que na estação B que a água apresentava-se turva,
devido ao movimento das marés, e ao tipo de sedimento muito lamoso o que
justifica os menores valores de biomassa, que a planta necessita de
disponibilidade de luz solar para crescer. Díaz L. (2002), estudando as
comunidades de Thalassia testudinum, encontrou maiores valores de biomassa
fotossintética para as estações onde as águas são mais transparentes e as
condições ambientais são mais estáveis.
As espécies de epífitas mais freqüentes durante o estudo foram Hypnea
musciformis, calcárias incrustantes, Canistrocarpus cervicornis e Acanthophora
muscoides, observando que a maior parte destas foi do filo Rhodophyta.
Ressalta-se o fato dessas espécies estarem crescendo como epífitas das
folhas de Halodule wrightii. Quanto ao rizoma, observou-se um padrão
diferente, onde as espécies mais freqüentes foram Haliptilon cubense,
Dictyopteris delicatula e Padina sanctae-crucis, mostrando um predomínio das
feofíceas sobre as rodofíceas. Piazzi et al., (2002), estudando as epífitas do
rizoma de Posidonia oceanica, identificaram como as mais comuns, espécies
articuladas e não filamentosas.
Foi observado durante o presente trabalho diferenças na composição
das espécies de macroalgas epífitas do rizoma e da folha de Halodule wrightii,
tendo as espécies do filo Ochrophyta preferências pelo rizoma. Buia et al.,
(2000) observaram que as dinâmicas encontradas em comunidades dos
rizomas foram diferentes daquelas descritas para as folhas, possivelmente,
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
92
relacionadas com a presença de algas com ciclos de vida diferentes,
selecionando espécies do rizoma e da folha. Alguns autores interpretam essa
diferença entre as espécies de folhas e de rizomas como sendo grupos
ecológicos distintos, estratos de uma mesma comunidade ou até diferentes
biocenoses (Ballesteros et al., 1984).
Apesar das diferenças morfológicas entre Sargassum e Halodule
wrightii, foram observadas semelhanças entre as espécies encontradas por
Széchy & Paula (1997), quando realizaram estudos sobre as epífitas de
Sargassum no Rio de Janeiro e São Paulo e as do presente estudo,
principalmente para as epífitas do rizoma, onde Haliptilon cubense e
Dictyopteris delicatula foram as espécies mais freqüentes nos dois estudos.
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
93
8
C
ONCLUSÕES
O presente estudo revelou alta diversidade de espécies de macroalgas epífitas
da angiosperma marinha Halodule wrightii, tendo sido registrado um total de 28
espécies, distribuídas em três filos, sendo 18 Rhodophyta, 8 Ochrophyta e 2
Chlorophyta.
A família Ceramiaceae (Rhodophyta) foi a mais representativa em número de
espécie com um total de sete.
A espécie mais freqüente foi Hypnea musciformis com 85% de ocorrência,
seguida pelo grupo das calcárias incrustantes (70%), Canistrocarpus
cervicornis (61%) e Acanthophora muscoides (55%), predominando o filo
Rhodophyta.
A biomassa das plantas foi maior em relação a das epífitas, apresentando
diferença significativa entre elas. Os picos de biomassa para as plantas ocorreu
durante o período seco, enquanto que o das epífitas no período chuvoso.
Na analise de agrupamento foram evidenciados dois grupos distintos: o
primeiro formado pelas espécies epífitas das folhas de Halodule wrightii e o
segundo grupo formado pelas espécies que epifitaram o rizoma.
Entre as estações de coleta foram identificados grupos formados pelas
espécies que ocorrem nas estações B e C e um outro grupo formado pelas
espécies ocorrentes na estação A.
A ocorrência de Neosiphonia gorgoniae está sendo confirmada para o litoral
nordestino, referida pela primeira vez para o litoral do estado de Pernambuco e,
pela segunda vez para o nordeste.
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
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9
R
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B
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GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas...
104
ANEXOS
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas... 105
Anexo 1.Freqüência das espécies de macroalgas epífitas nas folhas de Halodule wrightii em relação as estações e os meses que ocorreram. Planilha
utilizada para a realização das análises de agrupamento.
Espécies/Estação JulA
JulB JulC
AgoA
AgoB
AgoC
SetA
SetB
SetC
JanA
JanB
JanC
FevA
FevB
FevC
MarA
MarB
MarC
Acanthophora muscoides
0
7
10
0
19
16
0
19
13
0
20
16
0
20
19
1
18
17
Centroceras clavulatum
0
1
0
0
0
1
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
Ceramium comptum
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Ceramium dawsonii
3
1
0
5
1
1
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
Ceramium flaccidum
4
1
0
2
0
1
0
0
1
19
0
0
19
2
0
9
0
1
Chaetomorpha aerea
0
0
0
0
3
12
4
2
7
6
1
3
4
0
1
9
2
11
Champia feldmannii
0
0
0
0
0
2
3
1
2
2
0
0
0
0
0
0
0
0
Chondria polyrhiza
0
0
1
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Colpomenia sinuosa
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
Dictyopteris delicatula
2
1
0
4
8
3
14
2
0
1
0
1
6
0
1
3
1
0
Canistrocarpus cervicornis
0
7
4
0
17
5
4
7
1
2
19
14
6
19
20
16
20
16
Dictyota jamaicensis
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Dictyota menstrualis
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Dorhniella antillara
0
0
0
0
0
0
0
0
0
2
0
0
0
0
0
2
0
0
Haliptilon cubense
6
1
0
9
2
1
17
0
1
16
0
0
16
0
1
17
0
1
Herposiphonia tenella
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Hypnea musciformis
9
11
8
19
19
20
20
19
18
17
16
20
18
19
20
18
18
18
Hypnea spinella
0
0
0
0
2
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
incrustante
8
1
0
19
1
17
20
9
15
20
17
20
20
15
18
20
19
12
Lobophora variegata
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
Neosiphonia gorgoniae
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
1
0
0
0
0
0
Neosiphonia tepida
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Padina sanctaecrucis
1
1
0
0
0
0
0
0
1
2
0
0
2
0
1
5
0
0
Polysiphonia cf denudata
0
0
0
0
0
0
1
0
0
2
0
0
1
0
0
0
0
1
Rosenvingia sanctaecrucis
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
2
0
0
1
0
0
Solieria filiformis
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Spyridia filamentosa
0
0
2
4
5
0
8
1
0
6
9
0
3
17
7
5
6
2
Ventricaria ventricosa
1
1
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
Wranelia argus
0
0
0
0
1
0
1
0
0
2
0
0
1
0
0
1
1
2
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas... 106
Anexo 2. Freqüência das espécies de macroalgas epífitas nos rizomas de Halodule wrightii em relação às estações e os meses que ocorreram. Planilha
utilizada para a realização das análises de agrupamento.
Espécies/Estação JulA
JulB JulC
AgoA
AgoB
AgoC
SetA
SetB
SetC
JanA
JanB
JanC
FevA
FevB
FevC
MarA
MarB
MarC
Acanthophora muscoides
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
Centroceras clavulatum
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Ceramium comptum
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Ceramium dawsonii
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Ceramium flaccidum
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Chaetomorpha aerea
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Champia feldmannii
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Chondria polyrhiza
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Colpomenia sinuosa
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Dictyopteris delicatula
1
0
0
3
8
2
14
2
0
1
0
0
7
0
0
3
1
0
Canistrocarpus cervicornis
0
0
0
0
0
0
1
2
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
Dictyota jamaicensis
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Dictyota menstrualis
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Dorhniella antillara
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Haliptilon cubense
5
0
0
9
1
0
18
0
0
17
0
0
15
0
0
18
0
1
Herposiphonia tenella
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Hypnea musciformis
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Hypnea spinella
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
incrustante
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Lobophora variegata
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
Neosiphonia gorgoniae
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Neosiphonia tepida
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Padina sanctaecrucis
0
0
0
0
0
0
0
0
0
3
0
0
2
0
0
6
0
0
Polysiphonia cf denudata
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Rosenvingia sanctaecrucis
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
2
0
0
1
0
0
Solieria filiformis
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Spyridia filamentosa
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Ventricaria ventricosa
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
Wranelia argus
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas... 107
Anexo 3 Valores de biomassa das plantas hospedeira (Halodule wrightii) e das macroalgas epífitas durante todo o período de coleta para a estação A.
PLANTA ALGA PLANTA ALGA PLANTA ALGA PLANTA ALGA PLANTA ALGA PLANTA ALGA
Julho/2006 Agosto/2006 Setembro/2006 Janeiro/2007 Fevereiro/2007 Março/2007
A - 1 139,8
44,6
79,6
0,3
63,4
17,2
159,9
9,6
75,8
15,9
A - 2 199,4
77,4
204,1
9,2
39,8
31,2
21,3
23,2
19,7
0,0
40,8
30,3
A - 3 138,2
133,4
308,3
88,5
95,2
34,7
190,1
3,2
242,0
8,9
85,0
18,5
A - 4 26,4
62,4
220,4
8,3
74,8
144,6
236,9
4,1
46,2
11,5
80,6
2,5
A - 5 5,4
5,1
261,5
10,8
34,1
42,7
149,4
8,9
74,2
3,2
58,0
2,5
A - 6 6,1
0,3
29,6
57,3
27,1
39,2
71,7
21,7
113,1
18,5
72,3
4,8
A - 7 16,6
193,9
31,2
37,3
26,8
128,7
12,4
118,5
24,8
81,2
6,7
A - 8 54,1
78,3
125,5
23,6
28,0
14,3
246,5
10,8
67,8
23,6
92,7
6,4
A - 9 136,3
140,8
113,4
3,2
67,8
20,7
125,2
10,8
46,8
1,0
48,1
A - 10 157,3
44,3
54,1
0,3
25,2
29,9
165,0
9,9
44,6
2,2
106,4
6,1
A - 11 50,3
4,1
66,2
4,1
117,5
0,3
93,0
59,6
100,0
40,8
A - 12 44,3
26,1
79,9
22,0
116,9
9,6
122,0
36,9
95,5
3,2
A - 13 22,3
5,4
58,9
51,6
130,6
30,9
199,4
43,6
71,7
1,3
A - 14 89,5
4,5
85,7
34,7
0,6
81,5
180,3
24,8
80,6
8,9
A - 15 50,0
3,8
20,4
0,3
64,3
0,6
176,8
8,0
58,6
11,8
A - 16 71,7
28,0
66,9
13,1
38,5
14,0
152,5
2,2
147,1
27,1
A - 17 45,9
2,2
100,6
25,5
52,5
8,9
46,5
3,2
A - 18 7,6
18,8
89,5
132,8
66,9
3,2
46,5
155,4
102,2
1,9
A - 19 13,7
0,3
89,8
141,1
30,3
37,9
179,0
8,3
A - 20 156,1
72,9
64,6
1,6
121,7
21,0
101,9
15,6
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas... 108
Anexo 4 Valores de biomassa das plantas hospedeira (Halodule wrightii) e das macroalgas epífitas durante todo o período de coleta para a estação B.
PLANTA ALGA PLANTA ALGA PLANTA ALGA PLANTA ALGA PLANTA ALGA PLANTA ALGA
Julho/2006 Agosto/2006 Setembro/2006 Janeiro/2007 Fevereiro/2007 Março/2007
B - 1 52,2
30,3
33,4
0,3
56,1
2,2
72,0
15,3
51,0
31,5
86,9
1,9
B - 2 5,4
15,9
11,5
1,0
45,2
0,3
50,3
6,4
26,1
0,6
113,7
1,6
B - 3 86,6
10,8
68,5
29,9
83,4
10,5
47,5
0,3
51,0
9,6
100,3
1,9
B - 4 54,5
45,5
97,1
28,3
63,1
7,6
53,2
13,4
91,7
6,7
77,7
2,9
B - 5 36,3
23,9
58,6
8,9
64,3
11,8
74,2
12,1
62,7
3,5
64,6
1,0
B - 6 30,9
0,6
46,8
1,9
62,7
7,6
95,5
2,2
29,3
0,3
81,2
0,6
B - 7 42,7
84,1
52,9
41,4
47,8
3,5
55,4
5,4
45,9
0,3
44,6
19,4
B - 8 48,1
124,2
26,8
9,9
108,6
11,1
34,7
7,0
41,1
5,4
63,7
5,4
B - 9 54,8
101,0
59,2
23,2
39,8
5,7
39,5
7,6
69,4
2,5
B - 10 61,8
82,8
76,4
25,5
53,5
13,1
55,1
15,0
90,1
7,3
B - 11 59,6
16,6
68,5
29,3
88,9
13,4
27,7
22,9
75,8
1,9
B - 12 64,0
27,7
95,2
22,6
59,9
4,8
48,1
13,4
90,1
7,6
B - 13 34,7
3,5
109,2
4,5
122,0
10,2
28,3
5,4
86,3
2,9
B - 14 64,0
5,7
47,5
86,6
64,6
0,3
45,9
11,1
67,8
4,1
B - 15 45,5
5,1
97,8
16,6
120,1
6,7
61,1
31,8
65,0
1,0
B - 16 31,2
2,9
72,9
19,7
118,5
16,9
36,0
17,5
40,1
4,1
B - 17 61,1
15,6
83,8
4,1
109,9
0,6
27,4
5,1
53,5
1,6
B - 18 98,4
18,2
38,2
0,6
43,3
3,8
28,3
47,8
73,2
1,0
B - 19 64,6
21,7
44,6
0,3
42,0
7,0
51,3
24,5
108,9
3,8
B - 20 55,7
4,1
45,9
1,9
42,7
3,8
37,9
23,6
43,9
2,5
GUIMARÃES, N. C. L. Biodiversidade e aspectos ecológicos de macroalgas marinhas... 109
Anexo 5 Valores de biomassa das plantas hospedeira (Halodule wrightii) e das macroalgas epífitas durante todo o período de coleta para a estação C.
PLANTA ALGA PLANTA ALGA PLANTA ALGA PLANTA ALGA PLANTA ALGA PLANTA ALGA
Julho/2006 Agosto/2006 Setembro/2006 Janeiro/2007 Fevereiro/2007 Março/2007
C - 1 68,5
23,6
54,1
46,8
42,7
22,6
76,8
8,9
49,7
10,8
28,3
C - 2 55,7
6,1
65,3
53,8
40,8
3,2
64,0
8,6
45,2
1,0
102,9
2,9
C - 3 53,2
4,1
120,4
31,8
57,6
17,8
16,9
0,3
79,9
1,0
99,7
C - 4 45,2
37,6
64,0
36,9
46,2
18,8
97,8
12,1
109,9
9,6
C - 5 75,5
19,7
52,5
8,3
18,5
0,3
142,0
16,2
35,4
1,3
75,2
32,2
C - 6 86,9
0,6
57,0
7,0
18,5
0,3
50,0
35,0
5,4
65,6
0,3
C - 7 116,2
13,7
35,0
0,3
78,7
1,6
96,8
15,3
49,4
3,5
66,9
1,9
C - 8 66,2
45,5
64,0
43,3
56,7
33,1
46,2
3,8
62,7
7,6
50,0
0,6
C - 9 53,2
22,9
46,5
35,4
39,5
2,2
63,7
19,1
78,3
3,8
54,8
29,6
C - 10 123,2
5,4
82,5
22,9
28,0
0,3
67,2
19,7
39,5
4,8
102,5
43,6
C - 11 47,8
1,9
19,4
0,0
122,6
2,5
96,2
7,6
15,0
C - 12 92,7
71,0
26,1
0,3
17,5
0,3
26,8
2,9
49,7
31,5
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10,8
40,8
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56,7
0,3
49,7
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47,1
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0,3
55,4
32,5
53,8
0,3
50,6
15,6
27,4
0,0
C - 15 27,1
22,3
54,5
5,1
110,8
3,8
58,0
28,7
C - 16 55,7
56,1
43,6
1,3
60,5
10,2
31,8
7,0
91,1
2,5
C - 17 36,0
14,6
11,5
0,0
45,9
1,9
23,6
2,5
66,6
5,7
C - 18 19,4
10,5
53,8
0,0
48,1
0,3
35,0
10,8
81,2
6,7
C - 19 10,8
0,6
55,4
0,3
56,4
3,8
15,6
1,6
32,2
26,8
C - 20 3,5
8,3
0,0
61,8
2,5
38,5
0,0
83,1
28,3
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