96
Segundo Assis (1994, p.9),
a questão da interdisplinariedade, no enfrentamento do problema, é a aquisição
recente mais importante, em conjunto com a "descoberta" da importância da
participação de toda a sociedade, indiscriminadamente, para se alcançar
medidas preventivas eficazes. A luta pela prevenção dos mais diversos tipos
de violência, em todos os níveis, assim como pela reabilitação dos casos já
ocorridos, deve ocupar posição privilegiada na enorme tarefa que se apresenta.
Castro e Cardoso apresentam um quadro das dimensões da prevenção da
violência:
Quadro 3 - Dimensões da Prevenção da Violência
PREVENÇÃO PRIMÁRIA PREVENÇÃO SECUNDÁRIA PREVENÇÃO TERCIÁRIA
Eliminação ou redução dos fatores:
sociais, culturais e ambientais, que
favorecem os maus-tratos.
Unidades Básicas de Saúde
(Centros e Postos de Saúde,
Programa Família Saudável)
espaço propício para identificação
de famílias com potencial de risco
(gravidez precoce, gravidez
indesejada, mulher com rede social
depauperada, família com fronteiras
rígidas, inversão de papéis nas
relações familiares, dependentes
químicos no espaço doméstico,
isolamento social, recursos
financeiros escassos, idosos com
pouco cuidado) captadas a partir de
diversos programas de saúde: Pré-
Natal, Crescimento e
Desenvolvimento, Planejamento
familiar, Atenção ao adolescente.
"Extra-Muro", a interface dos
profissionais de saúde com outras
entidades, ampliar estratégias
protetivas: reuniões nas escolas,
campanhas nas mídias, abordagem
nos currículos escolares, reuniões
com organismos sociais (pastorais
e outras entidades religiosas,
movimentos sociais, grupos de
terceira idade), capacitação de
profissionais vinculados a
instituições de cuidado – creche,
pré-escolar públicos e privados,
abrigos, entidades de internação,
dentre outros.
Atua em situações já existentes de
caráter leve até moderado,
viabilizando suporte e
encaminhamento dos casos,
impedindo a sua repetição e(ou)
agravamento.
Destaca casos de negligência,
sintoma de distorção no
entendimento da proteção integral.
Monitoramento da família. Entende
ser de competência da Atenção
Básica de Saúde este
acompanhamento.
Acompanhamento integral e
tratamento das situações severas
realizados por profissionais
especializados, em serviços
específicos, com objetivo de evitar
as seqüelas mais graves.
Fonte: Castro e Cardoso (2005, p.55-56)