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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
“EVOLUÇÃO TEMPORAL DE FRAGMENTOS DE VEGETAÇÃO
NATIVA NO MUNICÍPIO DE AGUDOS-SP, UTILIZANDO
FOTOGRAFIAS AÉREAS”.
DÉBORA ANDRÉIA NEVES
Tese apresentada à Faculdade de Ciências
Agronômicas da UNESP - Campus de
Botucatu, para obtenção do título de Doutor em
Agronomia (Energia na Agricultura).
BOTUCATU - SP
Novembro – 2007
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
“EVOLUÇÃO TEMPORAL DE FRAGMENTOS DE VEGETAÇÃO
NATIVA NO MUNICÍPIO DE AGUDOS-SP, UTILIZANDO
FOTOGRAFIAS AÉREAS”.
DÉBORA ANDRÉIA NEVES
Orientador: Prof. Dr. Zacarias Xavier de Barros
Co-orientarodora: Profa. Dra. Vera Lex Engel
Tese apresentada à Faculdade de Ciências
Agronômicas da UNESP - Campus de
Botucatu, para obtenção do título de Doutor em
Agronomia (Energia na Agricultura).
BOTUCATU - SP
Novembro – 2007
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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMENTO
DA INFORMAÇÃO – SERVIÇO TÉCNICO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - UNESP -
FCA
- LAGEADO - BOTUCATU (SP)
Neves, Débora Andréia, 1973-
N518e Evolução temporal de fragmentos de vegetação nativa no
município de Agudos-SP, utilizando fotografias aéreas /
Débora Andréia Neves. – Botucatu : [s.n.], 2007.
x, 139 f. : il., gráfs., tabs.
Tese (Doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Fa-
culdade de Ciências Agronômicas, Botucatu, 2007
Orientador: Zacarias Xavier de Barros
Co-orientador: Vera Lex Engel
Inclui bibliografia
1. Fitofisionomias. 2. Levantamentos florestais. 3. Dinâ-
mica de vegetação. 4. Fotografia aérea em florestas. I.
Barros, Zacarias Xavier de. II. Engel, Vera Lex. III. U-
niversidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
(Campus de Botucatu). Faculdade de Ciências Agronômicas.
IV. Título.
I
A idade de ser feliz
Existe somente uma idade para a gente ser feliz,
somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e ter energia bastante para realizá-las
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.
Uma só idade para a gente se encantar com a vida
e viver apaixonadamente
e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo, nem culpa de sentir prazer.
Fase dourada em que a gente pode criar
e recriar a vida,
a nossa própria imagem e semelhança
e vestir-se com todas as cores
e experimentar todos os sabores
e entregar-se a todos os amores
sem preconceito nem pudor.
Tempo de entusiasmo e coragem
em que todo o desafio é mais um convite à luta
que a gente enfrenta com toda disposição
de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO,
e quantas vezes for preciso.
Essa idade tão fugaz na vida da gente
chama-se PRESENTE
e tem a duração do instante que passa...
(Mário Quintana)
dedico
a meus pais e meu marido
Apresentação e agradecimentos II
APRESENTAÇÃO
A presente pesquisa é o resultado do trabalho conjunto do
Departamento de Engenharia Rural da Faculdade de Ciências Agronômicas da Universidade
Estadual Paulista FCA/UNESP Campus Botucatu, tendo como representante o Prof. Dr.
Zacarias Xavier de Barros e do Departamento de Ciências Florestais FCA/UNESP, tendo
como representante a Profa. Dra. Vera Lex Engel. Realizou-se esta pesquisa por meio do
convênio firmado entre a FCA/UNESP e a Empresa Duraflora/Duratex S/A, tendo como
representante o Sr. José Luis da Silva Maia.
AGRADECIMENTOS
O meu maior agradecimento vai para Deus e Nossa Senhora:
“... Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos
os mistérios e de toda a ciência; ainda que eu tivesse toda a fé, a ponto de transportar
montanhas, se não tivesse o Amor eu não seria nada. (...) Pois o nosso conhecimento é
limitado; limitada é também a nossa profecia. Agora, portanto, permanecem estas três coisas:
a fé, a esperança e o amor. A maior delas, porém, é o amor.” (1 Coríntios: 13, 2-13).
Além de muitos amigos e conhecidos que deram assistência na
construção desta pesquisa, gostaria de agradecer particularmente àquelas que auxiliaram
diretamente na elaboração desta. Sei que esquecerei de tantos que neste período me ajudaram,
mas saibam que todos estão em meu coração, obrigada!
Agradeço aos professores Prof. Dr. Zacarias Xavier de Barros,
orientador, e Profa. Dra. Vera Lex Engel, co-orientadora, pela amizade, orientação, incentivo,
ensinamentos, compreensão, liberdade de trabalho e pelo acompanhamento em todas as etapas
da elaboração deste, contribuindo de forma importante com suas experiências.
Aos professores Prof. Dr. Kleber Pereira Lanças PROF, pela
amizade e pelo encaminhamento a este doutorado e Prof. Dr. Antonio Paz Gonzaléz - TUCHO
pela orientação no doutorado sanduíche e por propiciar o acontecimento do mesmo. Aos
professores da UNESP – Campus Botucatu, pela simpatia e amizade demonstradas.
Apresentação e agradecimentos III
A empresa Duraflora/Duratex S.A., em nome do Engenheiro Florestal
José Luis da Silva Maia, por possibilitar a realização desta pesquisa nas dependências da
empresa.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CAPES, pelo apoio financeiro concedido durante a pesquisa.
Aos professores e pesquisadores Eliana Cardoso Leite, Flávio
Henrique Mingante Schlittler, José Eduardo Petrilli Mendes, Leila Cunha de Moura, Lincoln
Gehring Cardoso, Luiz Alberto Blanco Jorge e Osmar Cavassan, por terem aceitado participar
da banca de defesa, etapa final desta pesquisa.
A amiga Engenheira. Florestal Heloiza Cassola FERVO, pela
amizade, carinho, cantorias, abraços em árvores, sugestões que enriqueceram a pesquisa e
principalmente pela grande ajuda na pesquisa de campo, coleta e identificação das espécies.
Ao mateiro Manoel que com sua alegria de vida nos proporcionou uma pesquisa de campo
agradável e feliz, e, também pela identificação das espécies com seus nomes populares.
A secretária da Pós-Graduação “Energia na Agricultura” Rosangela
Moreci – RÔ, pela amizade e ajuda na vida como pesquisadora.
Aos docentes e funcionários dos departamentos de Engenharia Rural e
Recursos Naturais da Faculdade de Ciências Agronômicas FCA/UNESP Campus Botucatu,
por tornarem possível a realização desta pesquisa.
Aos amigos de Agudos/SP, Bauru/SP e Botucatu/SP que muito
enriqueceram minha vida e minha pesquisa e, aos amigos do doutorado sanduíche em La
Coruña / Espanha que me ajudaram suportar a distância da família de forma amena e alegre.
Agradeço aos meus pais, Zélia e Dimas, pelos incentivos e confiança
que sempre depositaram em mim. À minha irmã Margareth e sua família, minha irmã Cássia,
minha nova família, Marly, Adriana e Tino, por aceitarem os meus bons e maus momentos no
decorrer desta pesquisa.
Agradeço a meu “MARIDO”, Fabio Lemos, pela amizade, ajuda,
orientação, compreensão, paciência, carinho, amor, afeição, dedicação e por entender minhas
dificuldades e anseios, obrigada!
Apresentação e agradecimentos IV
(...) Enfim... um dia descobrimos que apesar de viver quase 100 anos,
esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para dizer tudo o
que tem de ser dito...
O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa
vida ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras...
Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa
explicação.
(Mário Quintana)
A todos muchas gracias.
Zu allen ein herzliches Dankeschön.
Sumário V
Sumário
Página
1. RESUMO ............................................................................................................................1
2. SUMMARY ........................................................................................................................3
3. INTRODUÇÃO...................................................................................................................5
3.1 Objetivos......................................................................................................................7
4. REVISÃO DE LITERATURA ...........................................................................................9
4.1 Sensoriamento Remoto................................................................................................9
4.1.1 Fotografias aéreas..............................................................................................11
4.1.2 Fotogrametria e fotointerpretação .....................................................................13
4.2 Biomas brasileiros: Mata Atlântica e Cerrado (sentido amplo) ................................16
4.2.1 Floresta Estacional Semidecidual......................................................................18
4.2.2 Cerrado ..............................................................................................................22
4.3 Fragmentação e seus efeitos ......................................................................................27
5. MATERIAL E MÉTODOS...............................................................................................29
5.1 Descrição da área de estudo.......................................................................................29
5.1.1 Fazenda Monte Alegre.......................................................................................29
5.1.2 Áreas de Estudo.................................................................................................31
5.2 Amostragem, coleta e análise de dados.....................................................................33
5.2.1 Levantamento por Fotointerpretação.................................................................33
5.2.2 Levantamento Florístico....................................................................................36
5.2.3 Aspectos da Regeneração Natural e Levantamento Fitossociológico...............38
6. RESULTADO E DISCUSSÃO.........................................................................................45
6.1 Levantamento por Fotointerpretação.........................................................................45
6.1.1 Fragmentos gerados pela sobreposição de imagem...........................................45
6.1.2 Análise aerofotogramétrica................................................................................46
Sumário VI
6.1.3 Análise das classes fitofisionômicas para os fragmentos A e B........................52
6.2 Inventário Florístico geral dos fragmentos................................................................66
6.2.1 Florística do fragmento A..................................................................................72
6.2.2 Florística do fragmento B..................................................................................76
6.2.3 Estimativa de riqueza dos fragmentos...............................................................80
6.2.4 Similaridade dos fragmentos .............................................................................81
6.3 Inventário fitossociológico dos fragmentos...............................................................84
6.3.1 Fitossociologia do fragmento A ........................................................................84
6.3.2 Fitossociologia do fragmento B.........................................................................90
6.4 Regeneração natural dos fragmentos.........................................................................96
6.4.1 Aspecto dos estratos ..........................................................................................96
7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.......................................................................105
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................108
9. ANEXOS.........................................................................................................................126
Índice de figuras VII
Índice de figuras
Página
Figura 1: Mapas seqüenciais do desmatamento no Estado de São Paulo (VICTOR, 1979 apud
SÃO PAULO, 2005).......................................................................................................15
Figura 2: Localização da fazenda Monte Alegre – Duratex S. A. e do Município de Agudos/SP
no Estado de São Paulo e no continente Sul Americano.............................................30
Figura 3: Áreas de estudo localizadas na Fazenda Monte Alegre (Atlas-Biota, 2007, Fotografia
aérea, 2000). ................................................................................................................32
Figura 4: Exemplo do modelo de amostragem utilizado em campo. ........................................36
Figura 5: Sobreposição realizada para os fragmentos A e B, utilizando a fotografia aérea dos
anos de 1962 e1972.....................................................................................................46
Figura 6: Fotografia aérea do ano de 1962; A – área de estudo A; B – área de estudo B.........47
Figura 7: Fotografias aéreas dos anos de 1962, 1972, 1979, 2000 e 2006 indicando as áreas de
nativas estudadas existentes na Fazenda Monte Alegre. A – fragmento florestal nativo
A; B – fragmento florestal nativo B; c – área de várzea. Áreas entorno –
reflorestamento de Pinus spp.; - áreas amostradas..................................................49
Figura 8: Histórico aerofotogramétrico dos fragmentos A e B utilizando fotografias aéreas dos
anos de 1962, 1972, 1979, 2000 e 2006, com demarcações de classes
fitofisionômicas. A – fragmento A; B – fragmento B; Áreas de entorno –
reflorestamento de Pinus spp.; - área amostrada; ? – sem várzea...........................51
Figura 9: Distribuição do número de indivíduos amostrados por família nos dois fragmentos,
perfazendo 82,7% do total...........................................................................................67
Figura 10: Distribuição do número de espécies por famílias amostrados nos fragmentos A e B
da fazenda Monte Alegre, Agudos, SP........................................................................68
Figura 11: Distribuição do número de indivíduos amostrados por família no fragmento A,
perfazendo 89,3% do total...........................................................................................73
Figura 12: Distribuição do número de espécies por famílias amostrados no fragmento A da
fazenda Monte Alegre, Agudos, SP. ...........................................................................75
Figura 13: Distribuição do número de indivíduos amostrados por família no fragmento B,
perfazendo 83,6% do total...........................................................................................77
Índice de figuras VIII
Figura 14: Distribuição do número de espécies por famílias amostrados no fragmento B da
fazenda Monte Alegre, Agudos, SP. ...........................................................................78
Figura 15: Dendrograma de similaridade florística formado a partir do índice de similaridade
de Jaccard de acordo com IVI, entre os transectos dos fragmentos A e B estudados na
Fazenda Monte Alegre/SP,..........................................................................................83
Figura 16: Distribuição dos valores de importância (IVI%) das espécies amostradas em 0,5ha
do fragmento A. A.c. – Actinostemon communis Pax & K.Hoffm; P.c. – Pterodon
emarginatus Vogel; C.h. – Coussarea hydrangeaefolia (Benth.) Benth. & Hook; X.a.
Xylopia aromatica (Lam.) Mart.; M.sp. 1 – Myrcia sp.1; O.p. – Ocotea pulchella
Mart; E.sp.2 – Eugenia sp.2; S.g. – Siparuna guianensis Aubl.; C.s. – Casearia
sylvestris SW. e L.t. – Lamanonia ternata Vell.. Fazenda Monte Alegre, Agudos/SP.
.....................................................................................................................................86
Figura 17: Distribuição dos valores de importância (IVI%) das famílias amostradas em 0,5ha
do fragmento A. Fazenda Monte Alegre, Agudos/SP.................................................88
Figura 18: Distribuição dos valores de importância (IVI%) das espécies amostradas em 0,5 ha
do fragmento B. F.c.. – Faramea cyanea Müll. Arg.; A.g.. – Amaioua guianensis
Aubl.; C.l. – Copaifera langsdorffii Desf.; O.p. – Ocotea pulchella Mart.; P.sp.2 –
Psychotria sp.2; S.g. – Siparuna guianensis Aubl.; C.sp. – Copaifera sp.; R.f. –
Rapanea ferruginea (Ruíz & Pav.) Mez; P.g. – Pera glabrata Poepp. Ex Baill. e X.a.
Xylopia aromatica (Lam.) Mart.. Fazenda Monte Alegre, Agudos/SP....................91
Figura 19: Distribuição dos valores de importância (IVI%) das famílias amostradas em 0,5ha
do fragmento B. Fazenda Monte Alegre, Agudos/SP. ................................................93
Figura 20: Distribuição do número de geral de indivíduos por família em cada estrato, também
com valores de porcentagens. EIR-Estrato inferior de regeneração - plantas < 0,5m;
EMR-estrato médio de regeneração – plantas entre 0,5m < x < 1,3m; ESR-estrato
superior de regeneração – plantas > 1,3m...................................................................99
Figura 21: Distribuição do número geral de espécies por família em cada estrato, também com
valores de porcentagens. EIR-Estrato inferior de regeneração - plantas < 0,5m; EMR-
estrato médio de regeneração – plantas entre 0,5m < x < 1,3m; ESR-estrato superior
de regeneração – plantas > 1,3m. ..............................................................................102
Índice de tabelas IX
Índice de tabelas
Página
Tabela 1: Descrição dos geoindicadores, através de fotografias aéreas dos anos de 1962, 1972,
1979, 2000 e 2006, utilizados para as análises preliminares das fitofisionomias dos
fragmentos A e B, Fazenda Monte Alegre, Agudos/SP..............................................35
Tabela 2: Situação das áreas dos fragmentos A e B em ha, nos períodos de 1962, 1972–79 e
2000–06, considerando as classes fitofisionômicas. ...................................................63
Tabela 3: Resumo dos históricos das análises aerofotogramétricas feitas na fazenda Monte
Alegre – Agudos/SP, quanto a análise da composição da vegetação nativa existente.
.....................................................................................................................................64
Tabela 4: Similaridade florística entre os transectos estudados do fragmento A da Fazenda
Monte Alegre/SP para os índices de similaridade de Jaccard e Sorensen, baseado no
IVI. TA – transecto A..................................................................................................82
Tabela 5: Similaridade florística entre os transectos estudados do fragmento B da Fazenda
Monte Alegre/SP para os índices de similaridade de Jaccard e Sorensen, baseado no
IVI. TB – transecto B. .................................................................................................82
Tabela 6: Espécies registradas na Fazenda Monte Alegre – Duratex, Agudos/SP com suas
respectivas famílias, seus nomes científicos e populares; estratos: I = inferior, M =
médio e S = superior; habitats: fragmentos A e B e o número de indivíduos - N° Ind.
* espécies invasoras,** espécies amostradas no levantamento fitossociológico. .....127
Tabela 7: Ordenação, segundo índice de valor de importância –IVI, das espécies amostradas
no estrato superior de regeneração (>= 1,30m) do fragmento A. N – número de
indivíduos; DA – densidade absoluta; DR – densidade relativa; FA – freqüência
absoluta; FR – freqüência relativa; DoA – dominância absoluta; DoR – dominância
relativa; VC – valor de cobertura; VC% valor de cobertura %; VI – valor de
importância e VI% - valor de importância %............................................................133
Tabela 8: Ordenação, segundo índice de valor de importância – IVI, das espécies amostradas
no estrato superior de regeneração (>= 1,30m) do fragmento B. N – número de
indivíduos; DA – densidade absoluta; DR – densidade relativa; FA – freqüência
absoluta; FR – freqüência relativa; DoA – dominância absoluta; DoR – dominância
Índice de tabelas X
relativa; VC – valor de cobertura; VC% valor de cobertura %; VI – valor de
importância e VI% - valor de importância %............................................................136
Resumo 1
1. RESUMO
O Brasil é o país mais rico em termos de diversidade biológica tanto de
fauna como de flora, sendo a floresta Atlântica e complexo Cerrado-Pantanal dois dos maiores
hotspots do mundo. Nas últimas décadas, as conseqüências da ação antrópica no meio florestal
nativo faz-se sentir cada vez mais, levando à fragmentação, à formação de florestas
secundárias e comprometendo a diversidade biológica, qualidade do ar, da água e do solo. A
necessidade de se desenvolver metodologias que permitissem uma análise do mosaico florestal
de forma mais rápida e eficaz levou à utilização de mapeamentos aéreos, sendo a fotografia
aérea a ferramenta utilizada de menor custo. A união dos processos de mapeamento aéreo e
inventário florestal permitirão uma análise crítica, precisa e detalhada com conclusão ágil
sobre uma floresta que se deseja estudar. Seria possível então saber se a área estudada se trata
de um cerrado no seu sentido amplo? Esta pesquisa tem como objetivos avaliar a evolução
temporal determinando indicadores da situação de dois fragmentos florestais nativos situados
dentro de plantações florestais, utilizando fotografias aéreas; avaliar a ocorrência de espécies
nativas lenhosas e não lenhosas utilizando levantamento florístico e fitossociológicos e, avaliar
o aspecto geral da regeneração natural destes fragmentos. As duas áreas de estudo reunidas
possuem aproximadamente 110 ha, parte de uma fazenda de produção de madeira localizada
no município de Agudos, SP. Para elaborar a evolução temporal foram utilizadas fotografias
aéreas dos anos de 1962, 1972, 1979, 2000 e 2006. E, para se conhecer a estrutura da floresta
realizou-se um inventário florístico e fitossociológico. Foram demarcadas classes
Resumo 2
fitofisionômicas nos fragmentos através de uma análise aerofotogramétrica. Para a análise da
estrutura das comunidades de plantas acima de 1,30 m foram calculadas densidade,
dominância e freqüência (absolutas e relativas), índice de valor de importância, índice de valor
de cobertura e os índices de diversidade de Shannon, Simpson e Eqüidade com o auxílio do
programa Fitopac 1.5 e Mata Nativa 2. A evolução temporal mostrou as modificações sofridas
pelos fragmentos no decorrer dos anos e caracterizou as áreas segundo as seis classes
fitofisionômicas estipuladas. Os levantamentos florístico e fitossociológico apresentaram a
condição atual dos fragmentos, indicando o “fragmento A” como um área menos conservada
que o “fragmento B”, porém ambos apresentam espécies de uma mata em transição entre o
cerrado no seu sentido amplo e a floresta estacional semidecidual. Apesar da ação antrópica na
região, os fragmentos se regeneram e apresentam características de recuperação. Estes
resultados foram comparados entre si. Concluindo, o uso de mapeamento aerofotogramétrico
em conjunto com técnicas fitossociológicas proporcionou uma análise fisionômica da floresta
e das áreas circunvizinhas, identificando a interação que existe entre ambas. Esta técnica é
recomendada para o estudo de fragmentos florestais nativos.
Palavras-chave: fitofisionomias; inventário florestal; fitossociologia.
Summary 3
2. SUMMARY
Brazil is the richest country in terms of biological diversity in fauna
and flora, and the Atlantic forest and Cerrado-Pantanal complex are two of the greatest
hotspots of the world. In the last decades, the consequences of the anthropic action in the
native forest have became stronger, leading to forest fragmentation, formation of secondary
forests, and compromising the biological diversity as well as quality of air, water and soil. The
necessity to develop methodologies that allow the analysis of the forest mosaic in a faster and
more efficient way resulted in the use of aerial mappings, in which air photograph is the
lowest cost used tool. The combination of the aerial mapping and forest inventory as processes
will allow a critical, detailed and proper analysis, with agile conclusion of study object, i.e.,
the forest. It would be possible then whether the area studied is a Savannah? This research has
as objectives: to evaluate the forest through time evolution, determining environmental
indicators of the situation in two native forest fragments, located in forest plantations, using air
photographs; and to evaluate the occurrence of wood and not wood native species using
floristic and phytosociological survey and evaluating the general aspect of the natural
regeneration of these fragments. The two study areas together are approximately 110 ha, part
of a private forest located in the city of Agudos, SP. Air photographs of the years of 1962,
1972, 1979, 2000 and 2006 were used to prepare the time evolution. A floristic and
phytosociological inventory was made to know the forest structure. Phytophysiognomic class
Summary 4
was delimited in each fragment through an aerophotogrammetry analysis. For the analysis of
the plants communities higher than 1.30 m, the following were calculated: structure, density,
dominance and frequency (absolute and relative); index of value of importance; index of value
of covering and the diversity indices of Shannon, Simpson and Equity, with the software
Fitopac 1.5 and Mata Nativa 2. Time evolution showed the modifications in the fragments
through the years and characterized the areas in six determined phytophysiognomic class. The
floristic and phytosociological surveys have presented the current condition of the fragments,
indicating that fragment A is less conserved than fragment B; however, both present species of
an area in transition between Cerrado lato sensu and the seasonal semi deciduous forests.
Despite the anthropic actions in the region, forest fragments regenerate and present recovered
characteristics. These results of the floristic and phytosociological surveys have been
compared among themselves. In conclusion, the use of aerophotogrametry mapping with
phytosociological techniques provided a physiognomic analysis of the forest and surrounding
areas, identifying the interaction that there is between both. This technique can be
recommended for the study of native forest fragments.
Keywords: phytophysiognomy; forest inventory; phytosociological.
Introdução 5
3. INTRODUÇÃO
O Brasil é o país mais rico em termos de diversidade biológica tanto
em fauna com em flora, sendo a floresta Atlântica e o complexo Cerrado-Pantanal
considerados como dois dos maiores hotspots do mundo (MITTERMEIER et al, 1999).
Comunidades científicas internacionais, governos e entidades não-
governamentais ambientalistas vêm alertando sobre a perda desta diversidade em todo o
mundo, particularmente nas regiões tropicais. A degradação biótica que está afetando o
planeta encontra raízes na condição humana contemporânea, agravada pelo crescimento
explosivo da população e pela distribuição desigual de riqueza. A perda da diversidade
biológica envolve desta maneira, aspectos sociais, econômicos, culturais e científicos (NEVES
& LEMOS, 2006).
A conservação e o manejo sustentável de formações florestais naturais
são dignos da atenção de uma série de processos e mecanismos que influem no funcionamento
do ecossistema e de sua diversidade biológica (NEVES & LEMOS, 2006). Assim, informações
sobre dinâmica, estrutura e composição florística são elementos básicos, no que diz respeito ao
Cerrado (LEMOS, 1976). Considerando que cerca de 45% da área do domínio do Cerrado
foram convertidas em pastagens cultivadas e lavouras diversas, é urgente que novas unidades
de conservação representativas desses fragmentos sejam criadas ou preservadas ao longo de
Introdução 6
toda a extensão deste domínio, não em sua área de concentração, mas também em seus
extremos norte, sul, leste e oeste (BERTONCINI, 1996).
O Estado de São Paulo apresenta hoje cerca de 3 % de sua cobertura
natural ocupada por florestas e diferentes fisionomias de cerrado, enquanto a estimativa de
cobertura florestal original era de 81,8% (SÃO PAULO, 2005). Segundo o inventário florestal da
vegetação natural do estado de São Paulo (SÃO PAULO, 2005) a ocupação da vegetação natural
no estado diminuiu em 36% em um período de 27 anos (1973-2000) notadamente em áreas de
cerrado, cerradão, campo cerrado e campo.
Segundo SANQUETTA (2002), para a manutenção da biodiversidade e
para garantir a sustentabilidade em maciços florestais comerciais, é importante a conservação
e a implantação de áreas com vegetação nativa, característica desejada em maciços florestais,
que acompanha a tendência mundial em se manter áreas como foram naturalmente
desenvolvidas. Desse modo, quando os ecossistemas atingem os estágios clímax, eles tendem
a possuir maior diversidade de espécies. Órgãos internacionais de proteção à natureza
propõem esta manutenção, sendo assim, madeiras vindas destas áreas possuem um maior
mercado comercial e respeitam as normas de órgãos certificadores.
Com este enfoque, o FSC Forest Stewardship council / Conselho de
Manejo Florestal (FSC, 2004) define o conceito de florestas de alto valor para a conservação
(FAVC) como um termo utilizado nos princípios e critérios universais da certificação
promovida por eles para a conservação ambiental e desenvolvimento sustentável das florestas
das mais significativas em termos mundiais. O FSC surgiu na década de 90 com o objetivo de
difundir o bom manejo florestal conforme princípios e critérios que conciliam as salvaguardas
ecológicas com os benefícios sociais e a viabilidade econômica, e são os mesmos para o
mundo inteiro. Eles (FSC, 2004) atestam que a madeira (ou outro produto de origem florestal)
utilizada em um bem é oriunda de uma floresta manejada de forma ecologicamente adequada,
socialmente justa e economicamente viável. Entretanto, a simples manutenção de fragmentos
de vegetação nativa, por si só, não garante a sua conservação e sustentabilidade a longo prazo.
São necessários estudos básicos sobre sua estrutura e dinâmica que apontem diretrizes de
manejo visando sua conservação.
A dinâmica das florestas passa por mudanças rápidas devido a fatores
que se alteram continuamente no espaço e no tempo. Fatores como a ação antrópica
Introdução 7
(adubação, melhoramento genético, dentre outros), bem como os inerentes ao clima, ao solo e
a própria planta, exercem uma ação acentuada nesta dinâmica (ENGEL, 1993). Por isso, ela
deve estar associada a técnicas de amostragem que sejam eficientes na denotação do estado
atual e temporal da floresta, a fim de gerar informações precisas e com menor custo, para
contribuir com as ações do manejo e planejamento florestal (MANTOVANI, 1990).
Segundo NAVE (1999), a necessidade de se desenvolver metodologias
que permitam a análise do mosaico florestal de forma mais rápida e eficaz levou à utilização
de mapeamentos aéreos. Tais mapeamentos são regularmente realizados por instituições
privadas ou de capital misto podendo servir para determinar o estado de conservação e
condições hierárquicas em que as florestas se encontram (PEREIRA, 1999). Desta maneira,
estudos anteriormente caros, dispendiosos de tempo e com alta demanda de mão-de-obra
tornaram-se constantes, ágeis e com custos mais baixos possibilitando a produção de relatórios
periódicos e a determinação da necessidade de intervenções de manejo na área a ser
monitorada (DEGANUTTI, 2000).
Análises realizadas através de fotografias aéreas de rios municípios
do estado de São Paulo comprovam, por exemplo, a substituição de cerrado por lavouras,
notadamente na região centro oeste do mesmo (SÃO PAULO, 2005).
A união dos processos de mapeamento aéreo e inventário
florestal/levantamento fitossociológico, permitirão uma análise crítica, precisa e detalhada da
floresta a ser estudada, pois com a análise visual de fotografias aéreas e/ou imagens de satélite
viabilizam-se soluções de complexos problemas ambientais, o que os torna imprescindível
para a formação de uma base de dados. Em razão da importância desta pesquisa, deve-se
fomentar o estudo dessa.
3.1 Objetivos
Os objetivos principais desta pesquisa estão focados em:
- avaliar uma evolução temporal indicando a situação dos fragmentos
florestais nativos, utilizando fotografias aéreas.
Introdução 8
- avaliar a ocorrência de espécies nativas lenhosas e não lenhosas
utilizando levantamento florístico e fitossociológicos.
- avaliar o aspecto da regeneração natural de fragmentos florestais
nativos situados dentro de plantações florestais.
Para tanto, foram executadas as seguintes etapas de pesquisa:
1) Mapear e analisar a evolução temporal dos fragmentos em questão
através de fotografias aéreas;
2) Caracterizar e quantificar diferentes tipos fitofisionômicos através
de fotografias aéreas;
3) Estratificar em níveis distintos de altura os fragmentos;
4) Realizar o levantamento florístico;
5) Realizar o levantamento fitossociológico;
6) Analisar a diversidade de espécies vegetais dos fragmentos através
de índices de diversidade.
Revisão de literatura 9
4. REVISÃO DE LITERATURA
4.1 Sensoriamento Remoto
O sensoriamento remoto é uma ferramenta usada para identificar e
quantificar a distribuição de regiões/áreas/objetos desde uma escala global até a local, sendo
também utilizada para monitorar a cobertura de florestas na superfície terrestre (FREITAS &
SHIMABUKURO, 2007).
Dentre as várias definições existentes, NOVO (1989), define
sensoriamento remoto como a ciência que transforma dados de radiância obtidos das análises
ambientais e florestais em informações visuais. Esta extração visual não se trata de uma
atividade simples e sua complexidade aumenta com a adição de novos sensores. Ao
analisarmos um objeto, o processo de interpretação visual da imagem será baseado em
princípios de análise que incluem métodos de detectar, identificar e medir este objeto
observado a partir de uma perspectiva aérea ou orbital (NOVO, 1989).
Para STEFFEN et al. (1996), sensoriamento remoto é um conjunto de
técnicas relacionadas com a aquisição e análise de dados obtidos por sensores remotos. Tais
sensores são em sua maioria sistemas óptico-eletrônicos capazes de detectar e registrar, sob
forma de imagens, o fluxo de energia radiante que é refletido ou emitido por objetos da
Revisão de literatura 10
superfície terrestre. Esta técnica consiste, portanto, na extração de informações sobre alvos
distantes (DEGANUTTI, 2000).
Para se identificar ou reconhecer os objetos na superfície terrestre,
sejam eles artificiais ou naturais, é preciso que estes objetos tenham assinaturas espectrais
características de cada um, isso lhes permite serem registrados por dispositivos (sensores
remotos) que operam em faixas especiais do espectro, tais como: região do visível,
infravermelho refletido, microondas, etc. (VETTORAZZI & COUTO, 1992).
Segundo PISSARRA (2002), sensoriamento remoto constitui-se de uma
tecnologia que adquire informações sobre fenômenos ou objetos, sem haver contato físico
entre eles. A energia ou radiação eletromagnética é a forma encontrada para a transferência de
dados do objeto para o sensor e estes são coletados por sensores a bordo de plataformas, como
aviões, radares e satélites.
Para DEGANUTTI (2000), a vantagem em se utilizar o sensoriamento
remoto está na facilidade em se visualizar grandes áreas de difícil acesso, atingindo também
grandes altitudes e possibilitando a visão sinóptica da superfície terrestre. VETTORAZI &
COUTO (1992) concluíram, ao analisarem imagens orbitais, que a utilização desse método
reduz o trabalho de campo e aumenta a precisão do traçado dos limites de mapeamento.
Com aparecimento da alta tecnologia e com o desenvolvimento desta,
o sensoriamento remoto evoluiu rapidamente, sendo responsável, hoje, pela coleta de diversas
informações da superfície terrestre. Assim, o sensoriamento remoto tem despertado o interesse
nos mais diversos ramos da pesquisa ambiental, onde, relacionadas ao planejamento ambiental
está desenvolvendo ferramentas para o manejo e a conservação dos recursos naturais. O uso de
sensoriamento remoto constitui então uma tecnologia adequada para este tipo de pesquisa,
contribuindo, principalmente, na tomada de decisões para a elaboração de propostas de manejo
ou gestão ambiental (TONIAL et al., 2000).
Pesquisas mostram que o uso do sensoriamento remoto para análise de
áreas ambientais e florestais é utilizado há muito tempo (BORGONOVI & CHIARINI, 1965;
CHIARINI & SOUZA COELHO, 1969; CHIARINI & DONZELI, 1973; SERRA FILHO, 1974;
CARNEIRO, 1981; ASSAD & SANO, 1998; KRONKA et al, 2002; BLANCO JORGE, 2004; SÃO
PAULO, 2005). Neste aspecto, a análise visual de fotografias aéreas e imagens de satélite
Revisão de literatura 11
viabiliza soluções de complexos problemas ambientais, tornando-os imprescindíveis para a
formação de uma base de dados.
Segundo PISSARRA (2002), para se obter informações durante o
processo de interpretação, tem-se que relacionar elementos básicos da superfície terrestre,
além de se conhecer as características espectrais, espaciais e temporais da imagem registrada,
sendo as informações de campo indispensáveis para este processo.
Seguindo as definições e características desta ferramenta, alguns
autores utilizando-se das técnicas de sensoriamento remoto encontraram formas que permitem
identificar copas de árvores através de imagens de satélite (TURNER et al., 2003), detectar
mudanças fenológicas que podem identificar tipos de vegetação até o nível de espécie
(DYMOND et al., 2002; THENKABAIL et al., 2003; TURNER et al., 2003; FREITAS &
SHIMABUKURO, 2007) e diagnosticar a diversidade de florestas utilizando-se de índices de
vegetação (FREITAS & CRUZ, 2003; FREITAS & SHIMABUKURO, 2007).
Para isto, deve existir uma conformidade entre imagem escolhida e o
propósito do levantamento, considerando época, tipo do produto e escala, deixando a
interpretação menos complicada. O conhecimento da área de estudo é importante, pois
propicia ao fotointérprete a vivência adequada para a identificação dos geoindicadores. Para
tanto, emprega-se uma chave de interpretação onde se determina geoindicadores da situação
local, tais como: tonalidade, forma, localização, etc. (PEREIRA et al., 1989).
Atualmente os métodos de análise para a extração de informações são
divididos em dois conjuntos: análise digital e análise visual de imagens, sendo nesta pesquisa
empregada somente a análise visual de imagens.
4.1.1 Fotografias aéreas
Segundo BARROS & CARDOSO (2003), o interesse na utilização da
fotografia aérea como ferramenta de trabalho em pesquisas é ressaltado desde meados do
século XVII, para fins militares, bem como na agronomia, arqueologia, engenharia, geologia
dentre outras.
Revisão de literatura 12
A vantagem em se trabalhar com esta ferramenta está na caracterização
do terreno, economia de tempo e investimento (RAY & FISCHER, 1960; GARCIA et al., 1978;
PISSARRA, 2002; BARROS & CARDOSO, 2003).
Segundo LOCH & LAPOLLI (1989), dentro dos recursos do
sensoriamento remoto, a fotografia aérea foi o primeiro produto a ser utilizado, neste caso,
câmeras fotográficas adaptadas a aviões, balões e espaçonaves. As primeiras fotografias datam
de 1851, tiradas a partir de câmeras fotográficas adaptadas em balões (BARROS et al, 2003).
Para MARCHETTI & GARCIA (1977),
“As fotografias aéreas apresentam-se como único instrumento capaz de representar
as formas e o arranjo espacial das plantas, individualmente ou em associações. Tais como são, não podem ser
consideradas como mapas, porém, a partir destas, através de métodos fotográficos, usando-se a geometria sólida e
plana, pode-se fazer mapas planimétricos e topográficos”.
Os geoindicadores empregados na identificação dos objetos/áreas em
fotografias aéreas são importantes na análise visual, onde se destacam: cor, forma, localização,
padrão, relação dos aspectos, sombras, tamanho, textura e tonalidade (AMERICAN SOCIETY OF
PHOTOGRAMMETRY, 1960; AVERY, 1977; PEREIRA et al., 1989, PISSARRA, 2002).
Segundo a AMERICAN SOCIETY OF PHOTOGRAMMETRY (1960) estes
elementos citados acima podem ser descritos como:
Cor: relaciona a reflectância dos raios de luz de um comprimento de
onda dominante de um objeto. Brilho, croma e saturação constituem estes raios e podem ser
diferenciados pelo ser humano através de 1.000 unidades coloridas.
Forma: relaciona os contornos em geral, onde formas geométricas são
indicadores de aspectos artificiais, como cultivos; e as formas irregulares são indicadores de
aspectos naturais, sem forma geométrica definida.
Localização: reflete a posição geográfica do objeto.
Padrão: disposição espacial dos objetos, ex. estradas.
Relação dos aspectos: relação mútua entre fenômenos físicos, naturais
e antrópicos.
Sombras: iluminação oblíqua da superfície terrestre pelo sol e ajudam
muito na identificação da morfologia do terreno.
Revisão de literatura 13
Tamanho: área ocupada pelo objeto ou alvo a ser estudado e somente é
válido quando se tem a escala.
Textura: freqüência de mudanças de tons dentro de uma unidade de
área e é produzida pela agregação de unidades muito pequenas e que são visualizadas em
conjunto.
Tonalidade: resposta à quantidade relativa da luz refletida ou da
radiação emitida, onde esta é registrada numa emulsão fotográfica.
Segundo PIEDADE (1983), a tonalidade registrada nas fotografias
aéreas pancromáticas corresponde à mesma encontrada no alvo, exemplo disto é a tonalidade
escura do alvo e escura na fotografia rea e a tonalidade clara no alvo e clara na fotografia
aérea, assim, verde intenso de uma floresta é gríseo ou verde escuro na fotografia aérea;
amarelo claro para solos arenosos é cinza claro ou quase branco na fotografia aérea, etc.
4.1.2 Fotogrametria e fotointerpretação
Entende-se por fotogrametria a ciência e arte de se obter medidas
dignas de confiança por meio de fotografias aéreas (MARCHETTI & GARCIA, 1977). Muito
associada à fotogrametria está a fotointerpretação que descreve as características dos
objetos/alvos que aparecem na fotografia aérea, determinando seu significado (ANDERSON &
VERSTAPPEN, 1982). Para tanto é necessário o uso da chave de interpretação e análise dos
geoindicadores exposto acima. MARCHETTI & GARCIA (1977) ainda afirmam que esses dois
processos caminham unidos, uma vez que a fotogrametria exercita o fotointérprete à prática de
fotointerpretação.
Com todas estas características, a fotografia aérea, fotogrametria e
fotointerpretação são consideradas por muitos estudiosos (KOFFLER, 1976; GARCIA et al.,
1978; LEPSCH et al., 1983; LOCH & LAPOLLI, 1989; BARROS et al., 2003) um dos mais
importantes produtos do sensoriamento remoto, pois apresentam melhor nível de detalhes
registrando o momento e possibilitando atingir inúmeras finalidades.
Pesquisa como de OLIVEIRA & PEREZ FILHO (1993) demonstraram que
o uso de fotografias aéreas reduz consideravelmente os custos dos projetos, tendo em vista o
Revisão de literatura 14
ganho de tempo e a redução do trabalho de campo, podendo a técnica ser aplicada em qualquer
região que possua um levantamento aerofotogramétrico disponível.
Utilizando-se de fotografias aéreas para estabelecer a evolução da
cobertura vegetal natural com o passar dos anos, alguns autores descrevem que a destruição da
cobertura vegetal natural do Estado de São Paulo pode ser visualizada através das fotografias
aéreas (SÃO PAULO, 2005). Esta cobertura florestal natural era, no início do século XIX, em
torno de 81,8% (SÃO PAULO, 2005) e em 1973 reduziu-se a 8,3% (Figura 1) (VICTOR, 1979;
SÃO PAULO, 2005).
BORGONOVI & CHIARINI (1965) realizaram o levantamento
aerofotogramétrico do Estado de São Paulo em 1962 onde destacaram a formação dos biomas
existentes na região com áreas de cobertura de cerrado (2,9%), cerradão (10,8%) e campo
(1,7). Mais tarde, BORGONOVI et al. (1967) refizeram o levantamento aerofotogramétrico do
Estado, baseando-se nas fotografias aéreas de 1962, onde se distinguiu as diferentes categorias
de vegetação nativa (cerrado, cerradão, campo cerrado, campo e capoeira) agrupadas como
floresta natural, representando 13,7% da área total do Estado.
Seguindo a linha de pesquisa de BORGONOVI et al (1967), em 1974,
SERRA FILHO apresentou um diagnóstico da cobertura vegetal natural também do Estado de
São Paulo, utilizando o levantamento aerofotogramétrico do período de 1971-1973. O
diagnóstico apresentava diferentes tipos de cobertura, sendo elas: mata (8,33%), cerrado
(3,16%), cerradão (0,42%), campo cerrado (0,60%), campo (0,18%) e capoeira (4,99%)
referentes à área total do Estado.
Atualmente pesquisas como KRONKA et al. (1993, 1998, 2002, 2003) e
o Inventário florestal da vegetação natural do estado de São Paulo (SÃO PAULO, 2005),
utilizando-se de levantamentos aerofotogramétricos, mostram um desmatamento considerável
da cobertura vegetal natural do Estado de São Paulo para fitofisionomias de floresta e cerrado.
Os resultados destas pesquisas indicaram 5.035.070 hectares de área remanescente de
vegetação natural para todo o Estado, correspondendo a 20,3% de sua superfície (Figura 1).
Muitas pesquisas estão sendo realizadas no meio científico através de
sensoriamento remoto, diante da importância da identificação e mapeamento dos recursos
naturais e do uso da superfície terrestre, principalmente no que diz respeito ao meio ambiente.
Revisão de literatura 15
Figura 1: Mapas seqüenciais do desmatamento no Estado de São Paulo (VICTOR, 1979 apud SÃO PAULO,
2005).
Revisão de literatura 16
Pesquisas relacionadas a estes temas são necessárias para o
desenvolvimento de projetos de proteção e recomposição de áreas vegetais naturais,
auxiliando no manejo e na conservação do ecossistema estudado.
Como se pôde observar, o Sensoriamento Remoto vem sendo adotado
com eficiência na pesquisa e mapeamento de florestas nativas, Mata Atlântica e Cerrado,
principalmente no Estado de São Paulo. Também é relevante o número de pesquisas florístico-
fitossociológicas dos biomas em questão; mas a associação de dois ou mais métodos como
critério, não tem sido muito praticada neste tipo de pesquisa. A exemplo das ciências sociais,
que tem a prática regular de estudo baseada em aferição a partir de dois ou mais instrumentos,
desenvolveu-se a presente pesquisa, visando imprimir maior eficácia aos resultados; tendo em
vista que estes ecossistemas estão sendo destruídos mais rapidamente do que a pesquisa
cientifica consegue alcançar.
4.2 Biomas brasileiros: Mata Atlântica e Cerrado (sentido amplo)
O Brasil é considerado o país de flora mais rica no mundo e detinha
uma área de aproximadamente 4,9 milhões de km² de florestas primárias, ou seja, cerca de
57% do território nacional (SOARES et al, 1993). Nas últimas décadas, as conseqüências da
ação antrópica no meio florestal nativo fazem-se sentir cada vez mais, levando à fragmentação
e à formação de florestas secundárias (NETO, 1999) e comprometendo a diversidade biológica,
qualidade do ar, da água e do solo (PASCHOAL, 2004).
Segundo NUNES (2005), grande parte da diversidade biológica ainda
existente se encontra em pequenos fragmentos florestais. Considerando que o país apresenta a
maior diversidade biológica do planeta por possuir as maiores reservas de água doce e um
terço das florestas tropicais (IBGE, 1992), é necessário que se reconheça o valor desta
diversidade biológica contida nos atuais fragmentos e que se compreenda a organização das
comunidades e a mudança nos processos ecológicos. Isso permitirá avaliar os potenciais de
perdas e conservação dos recursos naturais no longo prazo (ESPÍRITO SANTO et al., 2002).
Para LAMPRECHT (1990) a região dos trópicos se destaca pela
variedade de biomas devido à sua dimensão continental, às acentuadas diferenças climáticas e
Revisão de literatura 17
geomorfológicas; o que demonstra uma extraordinária variedade de tipos florestais,
diferenciados por sua estrutura e composição florística.
COUTINHO (2006) considera bioma uma área do espaço geográfico,
com grandes dimensões e um macroclima definido de uma determinada fitofisionomia,
organismos vivos associados, condições ambientais, altitude, solo, alagamentos, fogo, a
salinidade, entre outros. Considerando as diferentes regiões do Brasil, pode-se dizer que o país
abriga seis grandes biomas ou domínios (COUTINHO, 2006).
O IBGE (1992), os nomeia como: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata
Atlântica (incluindo nesta a floresta de araucária), Pampa e Pantanal. Estes biomas são
compreendidos em grandes regiões compostas por conjuntos de ecossistemas climaticamente
determinados e vegetação fisionomicamente semelhante (WALTER, 1986). Assim, a região
norte está associada à Floresta Amazônica, a região Nordeste à Caatinga, a região Centro-
Oeste ao Pantanal e ao Cerrado, e a região sul aos Pampas e às Florestas de Araucária
(GIULIETTI, 1992). A exceção à regra é a região Sudeste, que se caracteriza pela presença de
remanescentes florestais nativos de diferentes biomas, ocorrendo muito próximos entre si e
numa pequena amplitude latitudinal (IVANAUSKAS et al., 1999), a Mata Atlântica está
presente, pelo mapa de classificação do IBGE, nas regiões sul, sudeste, centro-oeste e nordeste
(IBGE & MMA, 2004; IBGE, 2005; COUTINHO, 2006).
Grande parte das áreas remanescentes destes biomas são ecossistemas
antropizados, ou encontram-se em diferentes estádios de regeneração, o que muitas vezes
dificulta a sua correta classificação de espécies (DURIGAN, 1994).
No Estado de São Paulo ocorrem fragmentos de pelo menos quatro
grandes formações florestais (IBGE, 1992), cada qual com composição florística, estrutura e
dinâmicas próprias, são eles: Formações Pioneiras com Influência Marinha (Floresta de
Restinga), Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica), Floresta Estacional Semidecidual
(Floresta de Planalto) e a Savana Florestada (Cerradão).
Esta pesquisa descreve somente a Floresta Estacional Semidecidual e o
Cerrado/Cerradão. A Floresta Estacional ocorre em áreas de menor umidade e sujeita a
invernos secos e mais frios, causando uma queda foliar característica. Ela difundiu-se para a
região de domínio do Cerrado, onde se restringe às linhas de drenagem, e são popularmente
conhecidas como Florestas de Galeria (LEITÃO FILHO, 1982; GIULIETTI, 1992).
Revisão de literatura 18
O Cerradão também ocorre em climas com uma marcada diferenciação
entre os períodos chuvosos e secos. A vegetação está associada a esse clima sazonal e ao tipo
de solo, que é composto, principalmente, por latossolos de baixa fertilidade, com pH ácido e
abundância de alumínio (GIULIETTI, 1992).
A fazenda Monte Alegre, local desta pesquisa, ocupa áreas de domínio
original da Mata Atlântica (Floresta Estacional Semidecidual) e do Cerrado (sentido amplo),
bem como regiões de tensão ecológica (transição) entre estes dois biomas.
Para IBGE (1992), a Resolução n°1 do CONAMA (SÃO PAULO, 1994)
e Secretaria do Meio Ambiente (SÃO PAULO, 1995) as formações dos biomas de Mata
Atlântica e de Cerrado podem ser distribuídas como:
Mata atlântica Ombrófila Densa, Ombrófila Mista (mata de
araucárias), Estacional Semidecidual e Estacional Decidual e os ecossistemas pioneiros com
influência fluvial como manguezais, restingas, brejos interioranos, campos de altitude e ilhas
costeiras e oceânicas, dentre outros (MARTINS et al, 2003).
Cerrado – o cerrado no sentido amplo não tem uma fisionomia única e
uniforme, mas sim três: a campestre (campo limpo de Cerrado), a savânica (campo sujo de
Cerrado, campo cerrado e cerrado no sentido restrito) e a florestal (cerradão), constituída por
florestas tropicais estacionais escleromorfas semidecíduas mais abertas, arvoredos ou
“woodlands” (savana florestada) (COUTINHO, 1978, 2006; WALTER, 2006).
Segundo WALTER (2006) a simples observação dos termos
mencionados acima mostra um número de opções usadas para caracterizar a vegetação
vegetação que certamente varia menos do que os nomes que lhe são aplicados. No Distrito
Federal as expressões Mata seca, Mata mesofítica, Floresta estacional, Floresta mesofítica e
Floresta mesófila (sem considerar os adjetivos) foram aplicadas para caracterizar exatamente a
mesma vegetação. Portanto, antes de facilitar, normalmente essa quantidade de nomes
confunde muito os usuários.
4.2.1 Floresta Estacional Semidecidual
A mata Atlântica, formação florestal mais antiga do Brasil com mais
de 70.000.000 anos (LEITÃO FILHO, 1987), se formava ao longo de grande parte da região
Revisão de literatura 19
litorânea, abrangendo do nordeste (Ceará) até o Estado de Santa Catarina. Com a colonização,
a devastação foi inevitável, restando, agora, fragmentos disjuntos da floresta. Seu ecossistema
foi muito alterado e apesar da vasta pesquisa sobre o assunto, ainda é pouco conhecida
(LEITÃO FILHO, 1987).
Por abranger uma área muito grande, aproximadamente 1.110.000 km²
(IBGE, 1992) e apresentar uma grande variação climática e geológica, sua florística também
varia. O bioma Mata Atlântica tem várias subdivisões, sendo a Floresta Estacional
Semidecidual umas delas (VELOSO et al., 1991), bem como o cerrado e suas transições são
encontradas na região de sudeste do país, em especial no Estado de São Paulo (WALTER,
2006).
O Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT (1981) subdivide o Estado
de São Paulo em cinco províncias geomorfológicas: Província Costeira, Planalto Atlântico,
Depressão Periférica, Cuestas Basálticas e Planalto Ocidental. A vegetação que se destaca na
Depressão Periférica era composta por Floresta Estacional Semidecidual e trechos de Cerrado,
mas hoje se encontra com cerca de 15 % de área original (KRONKA et al., 2002), incluindo
todas as formações florestais em seus diversos estádios sucessionais (LEITÃO FILHO, 1982,
1987; IVANAUSKAS et al., 1999). Ela é subdividida em três zonas: Zona do Mogi-Guaçu, do
Médio Tietê e do Paranapanema (IVANAUSKAS et al., 1999), sendo o Médio Tietê e
Paranapanema as zonas que englobam a região da pesquisa.
O conceito ecológico para o tipo de vegetação encontrado na Floresta
Estacional está condicionado pela dupla estacionalidade climática: uma tropical, com época de
intensas chuvas de verão seguidas por estiagens acentuadas; e outra subtropical, sem período
seco, mas com seca fisiológica, provocada pelo intenso frio de inverno, com temperaturas
médias inferiores a 15°C (MORELLATO et al., 1989; MORELLATO, 1995; MORELLATO & LEITÃO
FILHO, 1996).
Segundo RIZZINI (1979), a vegetação é constituída por fanerófitos com
gemas foliares protegidas da seca por escamas (catáfilos ou pêlos), tendo folhas adultas
esclerófilas ou membranáceas deciduais. Em tal tipo de vegetação, a porcentagem das árvores
caducifólias, no conjunto florestal e não das espécies que perdem as folhas individualmente, é
de 20 e 50% (RIZZINI, 1979; LEITÃO FILHO, 1992).
Revisão de literatura 20
A floresta estacional semidecidual é ainda subdividida em faixas
altimétricas (IBGE, 1992) para se avaliar o mapeamento contínuo de suas áreas. Estas
formações são consideradas, aluvial, terras baixas, submontana e montana.
Somente a Floresta Estacional Semidecidual Submontana é encontrada
na região onde se localiza esta pesquisa e está situada na faixa altimétrica que varia de 100 a
600 m de acordo com a latitude de N até 16° S; de 50 a 500 m entre os 16° até os 24° de
latitude S; e de 30 a 400 m após os 24° de latitude Sul. Esta formação ocorre freqüentemente
nas encostas interioranas das Serras da Mantiqueira e dos Órgãos e nos planaltos centrais
capeados pelos arenitos Botucatu, Bauru e Caiuá (IVANAUSKAS et al., 1999). Esta floresta
possui a riqueza das famílias como Leguminosae, Meliaceae, Rutaceae, Euphorbiaceae,
Myrtaceae, Lauraceae, Rubiaceae e Moraceae (LEITÃO FILHO, 1982) e dominância dos gêneros
amazônicos de distribuição brasileira, como por exemplo: Astronium, Cariniana,
Parapitadenia, Peltophorum, Tabebuia, dentre outros (VELOSO et al., 1991).
Segundo VELOSO et al. (1991) e IBGE (1992), a Floresta Estacional
Semidecidual apresenta sua vegetação secundária, para o Estado de o Paulo, de quatro
maneiras: estágio pioneiro, estádio inicial, estádio médio e estádio avançado. Estas
características da vegetação foram consideras para as análises aerofotogramétricas
preliminares desta pesquisa, sendo importante conhecer o seu processo de formação.
Estágio pioneiro: predomina neste estágio o estrato herbáceo, podendo
existir associações arbustivas e arbóreas. Não a ocorrência de epífitas e a serapilheira é
descontinua e/ou incipiente, podendo ocorrer ou não trepadeiras herbáceas. Este estágio
apresenta abundância de espécies vegetais heliófilas, incluindo forrageiras e invasoras de
cultura. Existe baixa diversidade e poucas espécies dominantes. Algumas famílias encontradas
neste estágio são: Apocynaceae, Asteraceae, Cecropiaceae, Compositae, Mimosaceae,
Nyctaginaceae e Ulmaceae.
Estádio Inicial: predomina neste estádio o estrato herbáceo e o
arbustivo-arbóreo, com associações herbáceas e presença de plantas heliófitas. Quase não se
encontram epífitas e a serapilheira forma uma camada fina e pouco decomposta. As árvores
têm crescimento rápido, porém são de vida curta e com baixa diversidade. As lianas, quando
presentes, aparecem na forma herbácea e lenhosa. Algumas famílias encontradas neste estádio,
Revisão de literatura 21
além das citadas no estágio pioneiro, são: Caesalpiniaceae, Cecropiaceae, Euphorbiaceae,
Flacourtiaceae, Myrsinaceae, Sterculiaceae e Ulmaceae.
Estádio médio: predomina neste estádio o estrato arbóreo apresentando
árvores de vários tamanhos, com associações arbustivas (rubiáceas, mirtáceas,
melastomatáceas e meliáceas) no sub-bosque. As epífitas aparecem em maior número em
forma de bromélias, cactáceas, liquens, musgos, orquídeas, etc. As lianas encontradas são
geralmente lenhosas e a serapilheira apresenta variações de acordo com a estação do ano.
existe neste estádio uma diversidade significante, mas pode ocorrer dominância de espécies de
rápido crescimento e o aparecimento de palmeiras e samambaiuçus. Algumas famílias
encontradas neste estádio, além das citadas anteriormente, são: Bombacaceae, Boraginaceae,
Caesalpiniaceae, Combretaceae, Fabaceae, Meliaceae, Mimosaceae e Moraceae.
Estádio avançado: predomina neste estádio também o estrato arbóreo.
No sub-bosque e em áreas mais úmidas observam-se associações herbáceo-arbustivas, sendo o
estrato herbáceo composto por bromeliáceas, aráceas, marantáceas e heliconiáceas e os
arbustos umbrófilos. Neste estádio a vegetação se encontra com uma fisionomia fechada,
apresentando três ou mais estratos, podendo ocorrer no dossel superior árvores emergentes. O
sub-bosque possui lianas lenhosas e muitas epífitas e a serapilheira já se apresenta com
diferentes camadas. Devido a sua complexidade estrutural este estádio apresenta uma
diversidade muito grande. Algumas famílias encontradas neste estádio, além das citadas
anteriormente, são: Apocynaceae, Caesalpiniaceae, Fabaceae, Lauraceae, Lecythidaceae,
Moraceae e Rutaceae.
Segundo VELOSO et al. (1991), aparentemente, a baixa capacidade de
retenção de água no solo, a porosidade e a profundidade do solo seriam impedimentos ao
desenvolvimento da Floresta Estacional em favor do Cerradão. A Floresta Estacional estaria
restrita a solos com maior teor de argila, umidade e saturação fazendo com que o gradiente
fisionômico (Floresta Estacional até Cerradão) ocorresse em um curto espaço de tempo
(CORAL et al, 1991).
Revisão de literatura 22
4.2.2 Cerrado
Inúmeras pesquisas foram realizadas sobre o Bioma Cerrado desde que
MARTIUS (1840-1906) o revelou. Este bioma localiza-se em grande parte no Planalto Central
do Brasil, abrangendo 17 Estados como Distrito Federal, Minas Gerais, Goiás, São Paulo
dentre outros (BRANDÃO et al., 2001). As regiões de Cerrado que abrangem estes Estados
apresentam características semelhantes, como climas quentes, semi-úmidos, com verões
chuvosos e invernos secos, pluviosidade em torno de 800 a 1600 mm, solos antigos, com
deficiência de nutrientes e aluminizados (ARENS, 1958). A vegetação é composta por árvores e
arbustos baixos, de troncos retorcidos, cascas espessas e resistentes ao fogo, folhas pilosas e
raízes profundas (FURLEY & RATTER, 1988).
O cerrado em seu sentido amplo apresenta uma vegetação dominada
por árvores com associações arbóreas, arbustivas e herbáceas diferenciadas. São árvores
medianamente esparsadas com alturas que variam de 4 a 6 metros e cobrem um nimo de
10% da área do solo (SÃO PAULO, 1995).
Para BRANDÃO et al. (2001), estas formações vegetais se formam pela
pedologia (vegetação dependente de qualidades edáficas e geológicas), pelas condições
climáticas (limitação sazonal da água em períodos secos) e pelas condições bióticas (ação
antrópica uso do fogo e por outros agentes da biota formigas). Segundo EINTEN (1972) o
cerrado não se originou por influência do fogo, embora mudanças características na vegetação
ao longo dos anos tenham sido provocadas pelo mesmo.
Salienta-se que por ser um complexo formado por diversos tipos de
vegetação, o Cerrado apresenta uma fisionomia diversificada com cobertura vegetal pouco
uniforme, onde podemos encontrar desde formações campestres (Savana gramíneo-lenhosa -
campo limpo), até formações florestais (Savana arborizada cerradão), passando
gradualmente, ou bruscamente, de uma para outra (IBGE, 1992; BRANDÃO et al. 2001;
COUTINHO, 2006). Entre os dois extremos encontram-se formas intermediárias conhecidas
como campo sujo, campo cerrado e cerrado senso restrito (COUTINHO, 1978). rios tipos de
vegetação ocorrem neste domínio, causando grandes controvérsias sobre o que deve ser
incluído no conceito geral de Cerrado (EINTEN, 1981).
Revisão de literatura 23
O Bioma Cerrado ou Savana (IBGE, 1992) ocupava uma área de cerca
de 2 milhões de km² no território brasileiro, correspondendo a 25% da superfície do país.
Entretanto, segundo BERTONCINI (1996) esta região foi a que mais sofreu transformações.
Uma das principais bases da economia brasileira até o final década de 70 era a pecuária
extensiva e o garimpo, principalmente no Planalto Central. A pecuária dependia da utilização
de pastagem nativa. Com isso, a ocupação da região do bioma Cerrado foi inevitável e com o
incentivo do governo a vegetação nativa começou a ser derrubada (ALMEIDA et al., 1998),
restando pouco de sua área original.
A cobertura vegetal se modificou devido ao predomínio de atividades
antrópicas, como plantios anuais de soja, arroz e milho, onde em épocas de seca a paisagem se
igualava a um deserto (BRANDÃO et al., 2001). A criação de centros urbanos, represamentos
de água e áreas degradadas pelo desmatamento, mineração, dentre outros também auxiliaram
na degradação deste ecossistema (BERTONCINI, 1996). Segundo DIAS (1999), apenas 2,5% da
área restante do cerrado são destinadas à preservação e 1,1% é legalizado como Área de
Proteção Ambiental.
Com os incentivos fiscais na área de reflorestamento para a região de
Agudos e Lençóis Paulista e com a preocupação na década de 70 da escassez de combustível,
o metanol seria a “salvação” para muitos, sendo a área florestal nativa - cerrado, considerada
ideal para o fornecimento de matéria prima (BOMBONATTI, 1979). BOMBONATTI (1979)
considerava o bioma cerrado como áreas que possuíam solos menos favorecidos e de baixa
fertilidade, bioma encontrado na região de Agudos e Lençóis Paulista. Considerava ainda esta
região propícia e recomendada para a produção do metanol, pois a cada 2,4kg de madeira
nativa, resultaria em 1 kg de metanol. Mesmo não se concretizando esta idéia, nota-se como
era o pensamento, na época, com relação ao uso de madeira nativa.
Segundo RIBEIRO et al. (1994) o uso de espécies nativas do cerrado é
uma alternativa econômica devido às várias utilidades das mesmas, como alimentação e
propriedades farmacológicas (RIZZINI & MORS, 1976), madeira bruta (SILVA & ALMEIDA,
1990) e comércio de plantas ornamentais (BRANDÃO & LACA-BUENDIA, 1991).
No estado de São Paulo resta menos de 1% da área original do Cerrado
(BERTONCINI, 1996), por isso não se encontram todas as diferentes fisionomias de vegetação.
Para o município de Agudos (SP) tem-se conhecimento de pesquisas que relatam
Revisão de literatura 24
fitofisionomias de cerrado, cerradão e floresta estacional semidecidual (CORAL et al. ,1991;
CAVASSAN et al., 1993; BERTONCINI, 1996; PASCHOAL & MONTANHOLI, 1997; CHRISTIANINI,
1999; KRONKA et al., 1998, 2003; PASCHOAL, 1997, 2004).
Cerradão – Savana Florestada
Segundo IBGE (1992) e a Secretaria do Meio Ambiente (SÃO PAULO,
1995) o cerradão apresenta um tipo de vegetação peculiar, que difere do cerrado propriamente
dito pelo seu aspecto florestal, onde o dossel é dominado por árvores altas e pouco tortuosas.
Ocorre em solos vermelhos e arenosos, ligeiramente ácidos, profundos, de média fertilidade e
com cobertura vegetal variando de 50 a 90% da área do solo, com associações arbustivas e
arbóreas diferenciadas (BRANDÃO et al., 2001). A estratificação é composta geralmente de três
camadas: estrato arbóreo (denso); estrato arbustivo (nítido e muitas vezes denso); e o estrato
herbáceo (ralo com poucas gramíneas) com ocorrência freqüente de trepadeiras e algumas
epífitas (IBGE, 1992; BRANDÃO et al., 2001). Os indivíduos arbóreos podem ser decíduos na
estação seca e apresentam copas que se tocam, porém com penetração irregular de luz
(BRANDÃO et al., 2001).
Segundo COUTINHO (2006),
“O fato dos cerradões densos e fechados conterem espécies de cerrado, não deve ser
critério para incluílos no bioma savânico do Cerrado, uma vez que a flora não deve ser levada em conta, segundo
os conceitos de bioma dos principais autores internacionais, como já se salientou atrás. Pode significar, isto sim,
que pertençam todos a uma mesma província florística. Eles estão fora dos limites fisionômicos e ambientais
deste bioma. Neles não existe um estrato herbáceo heliófilo, já não há mais ocorrência de fogo, distinguindo-se
fisionômica e funcionalmente. Tais cerradões representam transições entre o bioma de savana do Cerrado e o
bioma da floresta tropical estacional semicaducifólia.”
À exemplo da floresta estacional semidecidual, as características da
vegetação do Cerradão foram consideradas para as análises aerofotogramétricas preliminares
desta pesquisa, sendo importante conhecer o seu processo de formação. Segundo IBGE (1992)
e Secretaria do Meio Ambiente (SÃO PAULO, 1995) o Cerradão é dividido em três estádios:
Estádio inicial: predomina neste estádio o estrato herbáceo com
vegetação predominantemente herbácea composta por associações arbustivas e arbórea sendo
esta, composta por indivíduos dispersos com altura média entre 2 e 4 metros, formando uma
cobertura de até 10% da área do solo.
Revisão de literatura 25
Estádio médio: predomina neste estádio o estrato arbustivo-arbóreo
com fisionomia do Cerrado sentido restrito, onde a vegetação apresenta associações arbóreas e
arbustivas sobre a herbácea. Suas árvores apresentam alturas entre 4 e 8 metros e são
medianamente espaçadas e com grande número de plantas arbóreas jovens com cobertura de
cerca de 10%. A cobertura arbustiva é maior que 40%.
Estádio avançado: predomina neste estádio o estrato arbóreo com
fisionomia de Cerrado, sentido restrito, onde a vegetação é predominantemente arbórea, com
árvores que apresentam altura entre 8 e 12 metros. Este estádio mostra-se com plantas
lenhosas de altura maior que dois metros e sem ramificações próximas à base. Ocorrem
associações arbóreas e arbustivas diferenciadas, podendo ou não ocorrer associação herbácea.
Representando a forma mais densa do bioma cerrado este estádio apresenta uma cobertura
maior que 60% da área do solo.
Algumas famílias encontradas no cerradão são: Annonaceae,
Asteraceae, Caryocaraceae, Caesalpiniaceae, Celastraceae, Clusiaceae, Combretaceae,
Euphorbiaceae, Fabaceae, Malpighiaceae, Melastomataceae, Mimosaceae, Myristicaceae,
Poaceae, Proteaceae, Sapotaceae e Vochysiaceae.
Algumas pesquisas sobre floresta estacional semidecidual, cerrado e
cerradão foram realizados no Estado de São Paulo, região de Agudos e Bauru, para se
conhecer a estrutura e diversidade destes. VELOSO (1948), cita para a região de Bauru a
ocorrência de uma área de cerrado com fisionomia relacionada a fatores edáficos. CORAL et al.
(1991), anos mais tarde, realizando um levantamento florístico em Agudos, caracterizaram a
vegetação encontrada como cerradão, que também foi mencionado por CAVASSAN (1990) em
Bauru. O gradiente observado por CORAL et al. (1991), sugere a existência de uma forte
correlação entre as características edáficas e a vegetação da área. Esta vegetação encontrada
apresentava características de cerradão, porém em transição com a floresta estacional
semidecidual. Estas características estavam relacionadas às espécies típicas encontradas nestas
formações florestais.
FERRACINI et al. (1983) amostraram 27 espécies com diâmetros maior
ou igual a 3cm na região de Bauru. Na mesma época em Botucatu, SILBERBAUER-
GOTTSBERGER & EINTEN (1983), analisaram um hectare de cerrado em 100 quadrados de 10 x
10m, encontrando 54 espécies com perímetro maior ou igual a 10cm.
Revisão de literatura 26
A primeira pesquisa sobre floresta mesófila semidecídua na região de
Bauru foi um levantamento fitossociológico na Estação Ecológica de Bauru, antiga Reserva
Estadual de Bauru (CAVASSAN et al., 1984).
CAVASSAN et al. (1993), adotando diâmetro maior ou igual a 3 cm
caracterizaram a vegetação estudada por CORAL et al. (1991) encontrando uma diversidade de
3,38 nats/ind. Com o mesmo critério de inclusão de espécies, BICUDO (1996) estudou a
ciclagem de nutrientes através da serapilheira em Botucatu.
BERTONCINI (1996) encontrou em Agudos a maior similaridade
florística desta área com trabalhos realizados em Bauru e Botucatu em fisionomias de
cerradão. Um ano depois, PASCHOAL & MONTANHOLI (1997) caracterizando o estrato
arbustivo-arbóreo da região de Agudos encontraram espécies típicas de cerrado, porém em
uma área bastante perturbada, sem apresentar similaridade florística com outras áreas
estudadas da região.
CHRISTIANINI (1999), analisando os critérios de inclusão em uma mata
mesófila semidecídua no município de Agudos, encontrou ocorrência de algumas espécies
comumente citadas para fisionomias de cerrado. O fragmento amostrado por ela não
apresentou similaridade a nenhuma das 19 áreas de mata pesquisadas, confirmando a baixa
similaridade florística entre as matas do interior paulista.
PASCHOAL (2004), avaliando a capacidade de regeneração de uma
vegetação natural em áreas de reflorestamentos de espécies exóticas no município de Agudos,
encontrou áreas de floresta estacional semidecidual com baixa similaridade em relação a
outras comparadas por ela, mostrando que a área estudada encontrava-se frágil e de difícil
recuperação. Na mesma região, NEVES et al. (2006), encontraram baixos índices de
diversidade para os fragmentos florestais nativos amostrados em relação a outros estudos da
região.
Revisão de literatura 27
4.3 Fragmentação e seus efeitos
Segundo IBGE (2004) fragmento ou remanescente é uma parte da
cobertura vegetal nativa original de uma região que ainda permanece em meio a áreas com
vegetação alterada pela ação humana.
As fragmentações de grandes extensões territoriais causaram
transformações significantes na paisagem no último século e, dentro do contexto mundial da
transformação da paisagem, os fragmentos florestais ganharam enorme importância (Z,
1998). Segundo KAGEYAMA & GANDARA (1998), a fragmentação florestal provoca a
diminuição do número de indivíduos de uma população e esta passa a ter um tamanho menor.
A Mata Atlântica de hoje, por exemplo, se apresenta como um
mosaico composto por poucas áreas relativamente extensas, principalmente nas regiões sul e
sudeste (KAGEYAMA & GANDARA, 1998). No caso do Brasil, com pequenos percentuais do
território protegidos legalmente, os estudos em fragmentos vêm se intensificando e alcançando
grande relevância (Z, 1998).
O processo de ocupação humana transformou a Mata Atlântica e o
Cerrado em uma paisagem fragmentada, onde diversos remanescentes florestais, a maioria
com áreas inferiores a 500 ha, são cercados por diferentes tipos de uso da terra com diferentes
graus de impactos (FREITAS & CRUS, 2003). Os reflexos da ação antrópica estimulam a tomada
de consciência social da necessidade de conservação ambiental destes fragmentos (PASCHOAL,
2004). A acelerada degradação das áreas silvestres coloca em risco toda essa riqueza,
tornando-se então premente a necessidade de estudos nestes locais (PASCHOAL &
MONTANHOLI, 1997).
Segundo TONIATO & OLIVEIRA FILHO (2004), projetos de longo prazo
vêm sendo desenvolvidos em fragmentos florestais de diferentes tamanhos, procurando
conhecer os efeitos da fragmentação na fauna e na flora. Esta fragmentação mantém a
impressão de permanência da floresta, mas sem garantia de sobrevivência das espécies nativas
devido à perda de indivíduos reprodutivos, alterações no habitat e nas relações ecológicas
entre espécies (RANKIN-DE-MORENA & ACKERLY, 1987 apud TONIATO & OLIVEIRA FILHO,
2004).
Revisão de literatura 28
Para o Estado de São Paulo, a rapidez com que a vegetação nativa
desaparece revela o extremo cuidado que se deve tomar com os fragmentos restantes
(PASCHOAL & MONTANHOLI, 1997). Nas margens destes fragmentos, diversos estudos
detectam alterações nas condições microclimáticas, que podem ser acompanhadas por
mudanças na estrutura e composição florística destes locais se comparada ao interior da
floresta (TONIATO & OLIVEIRA FILHO, 2004).
Nos últimos anos foram realizados workshops para a indicação de
áreas de cerrado prioritárias para a conservação deste bioma, onde um grande número delas
são fragmentos (DURIGAN et al, 2006). Uma pesquisa realizada por DURIGAN et al. (2006),
estabeleceu critérios e indicadores, aplicando-os para a seleção de remanescentes do Cerrado
no Estado de São Paulo. Para tal, desenvolveu-se um algoritmo cuja aplicação resultou em
uma classificação hierárquica dos fragmentos segundo seu valor biológico. Interpretação de
imagens de satélite e expedições a campo foram os métodos utilizados.
O cerrado paulista se encontra na região periférica da distribuição
geográfica deste bioma e por este motivo, sua distribuição natural no Estado de São Paulo
era fragmentada, tendo somente uma porção contínua no centro do Estado (AZEVEDO, 1998).
Material e Métodos 29
5. MATERIAL E MÉTODOS
5.1 Descrição da área de estudo
5.1.1 Fazenda Monte Alegre
A fazenda Monte Alegre pertencente à empresa Duratex S.A. está
localizada no km 323 da rodovia Marechal Rondon (SP-300), no município de Agudos, Estado
de São Paulo, Brasil, (Figura 2). A fazenda em questão está delimitada pelos paralelos 22°20’
e 22°29’ de latitude Sul e pelos meridianos 48°51’ e 48°59’ de longitude oeste.
A área total da empresa ocupada pela unidade de Agudos é de
aproximadamente 16.182,67 ha, sendo eles destinados às instalações de uma fábrica de
produção de MDF (Medium Density Fiberboard placa de fibra de madeira de média
densidade), a plantios florestais de espécies de Pinus spp. e Eucalyptus spp. e a áreas
destinadas à preservação permanente de fragmentos florestais nativos, sendo compostos pelos
seguintes tipos fitosionômicos (valores aproximados): cerradão com 510 ha, campo com 250
ha, capoeira com 245 ha e várzea 55 ha (PASCHOAL, 2004). Pesquisas como as de CAVASSAN
et al. (1993), BERTONCINI (1996), KRONKA et al. (1998 e 2003), DONATELLI et al. (2004),
PASCHOAL (2004) relatam a existência destes tipos fitosionômicos na região em forma de
pequenos fragmentos distribuídos entres talhões de floresta implantada.
Material e Métodos 30
Fora isso a empresa ainda dispõe de ambientes de visitas públicas, tais
como, áreas de lazer, bosques, lagos e represas.
A localização da fazenda Monte Alegre está representada na figura
abaixo.
Figura 2: Localização da fazenda Monte Alegre – Duratex S. A. e do Município de Agudos/SP no Estado de
São Paulo e no continente Sul Americano.
Clima
A região é classificada climaticamente como Cwa (KÖPPEN, 1988). O
grupo C abrange os climas mesotérmicos; a subdivisão Wa é definida como temperaturas
moderadas com verão quente e chuvoso e inverno seco. Segundo PASCHOAL (2004), a
precipitação média anual é de 1.464mm e a média das temperaturas mais elevadas é de 24,5°C
nos meses de fevereiro e março e as médias mais baixas de 18,1°C para os meses de junho e
julho. A umidade relativa do ar tem um valor médio de 75,2% no ano. Os dados referidos por
22°
47°
22°
47°
Monte Alegre
Material e Métodos 31
esta autora foram retirados de BERTONCINI (1996) que por sua vez foram obtidos na Estação
Meteorológica de Piatã, localizada na fazenda Monte Alegre a cerca de 3 km da área onde se
desenvolveu a presente pesquisa. Nesta pesquisa, a precipitação média no ano de 2005 foi de
1.420,3 mm e a temperatura média para o mesmo ano foi de 22,5°C.
Geologia, Geomorfologia e Pedologia
Segundo IBGE (2005), no mapa geológico do Estado de São Paulo, a
área consta com a presença do Grupo Bauru, sedimentos do paleozóico e mesozóico com
predominância de argilas e calcários, areia de quartzo e cascalhos. Com relevo suavemente
ondulado, representando uma superfície nivelada, sua altitude é de aproximadamente 590
metros. O solo da Fazenda Monte Alegre é predominantemente latossolo vermelho escuro fase
arenosa e pequena área na parte sul com latossolo vermelho amarelo fase arenosa. O pH varia
entre 4,0 – 4,5, levemente ácido (DURATEX, 2006).
5.1.2 Áreas de Estudo
Realizou-se o levantamento dos dados em duas áreas de reserva
florestal constituídas por um mosaico formado por dois fragmentos de florestas nativas
circundadas por reflorestamentos de Pinus spp. e Eucalyptus spp., (principalmente das
espécies tropicais como o Pinus caribaea hondurensis, Pinus caribaea caribaea, Pinus
caribaea bahamensis, Pinus oocarpa, Eucalyptus grandis), pertencentes à empresa (Figura 3).
Tais áreas são consideradas de regeneração natural da mata nativa, constituída de poucos
remanescentes da floresta estacional semidecidual e de cerrado, segundo IBGE (1992),
KRONKA et al. (2003) e o Inventário florestal da vegetação natural do estado de São Paulo
(SÃO PAULO, 2005) e por áreas de transição com regeneração em diferentes estágios
sucessionais (PASCHOAL, 2004).
O primeiro fragmento, denominado A”, com área de 74,21 ha
localiza-se aproximadamente a 2 km da fábrica e é circundado pelas quadras 0874, 0875,
0878, 0880, 0881, 0882, 0883, 0884, 0886 e 0887 com reflorestamento de Pinus spp., sendo as
quadras 0875, 0882, 0883 e 0884 transpassadas por corredores de diversidade, implantados no
ano de 2004 (DURATEX, 2005) e interligado a uma várzea de 20,74 ha (Figura 3).
Material e Métodos 32
O segundo fragmento, denominado B”, com área de 36,25 ha
localiza-se, aproximadamente, a 3 km da fabrica e é circundado pelas quadras 0022U, 0023U,
0030, 0034, 0010 e 0011U com reflorestamento de Pinus spp., sendo as quadras 0011U,
0022U, 0030 e 0034 transpassadas por corredores de diversidade, implantados também no ano
de 2004, que as liga à mesma várzea (Figura 3). Portanto, os fragmentos estão interligados a
partir destes corredores e a área de várzea ao meio (DURATEX, 2005).
Figura 3: Áreas de estudo localizadas na Fazenda Monte Alegre (Atlas-Biota, 2007, Fotografia aérea,
2000).
Um histórico realizado com ex-funcionários da empresa e moradores
da região relata que na década de 60 áreas circunvizinhas aos fragmentos estudados eram
ocupadas por plantações de café, milho e cana-de-açúcar e por cerrado, o qual fornecia
madeira nativa para consumo na região. Eles relatam ainda que nesta época tinha-se uma
preocupação em se manter os fragmentos nativos desde a implantação da empresa
Freudenberg no ano de 1958 (PASCHOAL, 2004). Segundo BERTOLANI (1982), nesta época
Fragmento A
Fragmento B
Várzea
Pinus spp.
Pinus spp.
Pinus s
p
p.
710
7516
710
7516
Material e Métodos 33
diretor da CAFMA, hoje Duratex, projetos relacionados à reconstituição do ecossistema nativo
foram implantados pela empresa desde 1975, que reservou na época 500 hectares de reserva
nativa para tal. Ele ainda completa que “um projeto de reconstituição do ecossistema dentro de
uma empresa não obedece somente à preocupação com a natureza, mas que, esta
reconstituição também oferece proteção contra pragas e o fogo às florestas plantadas”, no caso
da CAFMA, plantações de Pinus spp..
Uma prévia análise dos fragmentos, tanto por fotografias aéreas, como
por visita de campo, permitiu algumas suposições sobre duas fitofisionomias: uma formação
florestal perturbada pela ação antrópica e com características de Mata Estacional Semidecídua
(Fragmento A) e uma floresta com elementos xeromórficos (adaptação a ambientes secos)
com algumas espécies caducifólias com características de cerradão (Fragmento B).
5.2 Amostragem, coleta e análise de dados
5.2.1 Levantamento por Fotointerpretação
A observação, demarcação das áreas e a elaboração do plano de estudo
foram realizadas utilizando material de fotointerpretação. Empregou-se fotografia aérea
ampliada colorida em escala nominal aproximada 1:6.000, gerada a partir de fotografias aéreas
coloridas do ano 2000, em escala nominal aproximada 1: 30.000, bem como fotografias aéreas
pancromáticas dos anos de 1962, 1972, escala 1: 25.000, 1979 escala 1:35.000 e 2000, 2006
escala 1: 30.000 para realização do estudo temporal das áreas de interesse, totalizando 12
fotografias aéreas. Para a análise e correção das fotografias aéreas utilizou-se o estereoscópio
de espelho marca WILD modelo ST4, bem como para observação estereoscópica da cobertura
vegetal.
Utilizou-se como base cartográfica carta planimétrica do Brasil em
escala 1:50.000, 1973, do município de Agudos - SP com eqüidistância vertical de 20 metros
editadas pelo IBGE. Também se utilizou carta planialtimétrica editada pela empresa Duraflora
S.A., escala 1: 20.000, com eqüidistância de cinco metros.
Primeiramente realizou-se um exame da coleção de fotografias aéreas
que recobrem os fragmentos estudados, para se obter uma visão geral. Definidas as áreas de
Material e Métodos 34
estudo, passou-se às atividades utilizando os materiais citados acima para o preparo e
montagem das imagens fotográficas adotando os procedimentos e algumas modificações
indicados na literatura (AMERICAN SOCIETY PHOTOGRAMMETRY, 1960; AVERY, 1977).
Durante o processo de montagem e análise estereoscópica das fotografias aéreas, foram
demarcadas as áreas de cobertura vegetal e as fitofisionomias encontradas, realizando uma
análise quantitativa das mesmas. Para a delimitação e quantificação das fitofisionomias
demarcadas a partir da observação estereoscópica, utilizou-se a mesa digitalizadora marca
DIGICON, modelo A3/MDD 1812. Para efeito de correção e comprovação das quantificações
das fitofisionomias delimitadas na mesa, também se utilizou o Software ILWIS 3.0 para
WINDOWS (ITC, 2001).
A fotografia aérea de 1962 não mostrava nesta época as fisionomias
fragmentadas, como observado atualmente, portanto, para que se pudesse realizar a evolução
temporal dos fragmentos, realizou-se uma sobreposição dos mesmos, utilizando a fotografia
aérea de 1972 por apresentar mesma escala (1: 25.000). A fotointerpretação de todas as
fotografias aéreas utilizadas foi realizada na região central das fotografias, devido a menor
distorção nesta área, sendo esta denominada “área útil”.
Com o resultado das análises estereoscópicas das fotografias aéreas e
dos documentos cartográficos, foram identificados os seguintes geoindicadores: área urbana,
solo exposto, estradas, cobertura vegetal natural, reflorestamentos com espécies exóticas e
campo aberto (Tabela 1). Após este levantamento realizou-se estudo da evolução temporal das
áreas através da análise aerofotogramétrica, demarcando as fitofisionomias das mesmas em
todas as fotografias aéreas analisadas. A partir das aferições aerofotogramétricas, realizou-se o
inventário fitossociológico para estabelecer correlações entre os padrões obtidos pelas imagens
fotográficas e a fitofisionomia da vegetação encontrada no inventário realizado em campo.
Utilizou-se o Sistema de Posicionamento Global-GPS, aparelho marca
GARMIN III plus, para encontrar as áreas ou bordas pré-determinadas na fotografia aérea
colorida ampliada do ano 2000, escala 1: 6.000, onde se realizou a estratificação dos
fragmentos. Lembrando que se optou por áreas nos fragmentos, onde a cobertura vegetal
tivesse uma fitofisionomia parecida.
Material e Métodos 35
Descrição 1962 1972 1979 2000 2006
Área urbana
Solo exposto
Estradas
Floresta nativa
Floresta plantada
Campo aberto
Tabela 1: Descrição dos geoindicadores, através de fotografias aéreas dos anos de 1962, 1972, 1979, 2000 e
2006, utilizados para as análises preliminares das fitofisionomias dos fragmentos A e B, Fazenda Monte
Alegre, Agudos/SP.
Material e Métodos 36
5.2.2 Levantamento Florístico
O levantamento florístico foi realizado nos meses de abril e maio de
2005 quando se amostrou o material botânico de indivíduos herbáceo-arbustivo, arbustivo-
arbóreo e arbóreo encontrados nas áreas pesquisadas, o modelo de amostragem pode ser
visualizado na Figura 4. Coletou-se um exemplar de cada, inclusive aqueles sem material
reprodutivo. Para indivíduos muito pequenos e/ou pouco freqüentes, coletou-se amostras em
áreas vizinhas ou fora da demarcação do transecto. Com este procedimento foi possível
conseguir uma amostragem mais fiel da flora local e facilitar a identificação de espécies sem
material fértil na ocasião do levantamento.
Figura 4: Exemplo do modelo de amostragem utilizado em campo.
O material coletado foi prensado e levado a secar em estufa, segundo o
“Manual Técnico da Vegetação Brasileira” (IBGE, 1992). Após a montagem de exsicatas
contendo exemplares de cada espécie, o material foi transportado à Botucatu para identificação
científica no Herbário da Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista
(FCA-UNESP) – Departamento de Recursos Naturais através de chaves de identificação
1 m²
2 x 10 m
10 X 100 m
A1 A2 A3
1°a
2°a
3°a
4°a
10°
10 x 10 m
Material e Métodos 37
existentes na literatura específica (GENTRY, 1993; ASSIS, 1997; LORENZI, 1998; BARROSO et
al., 1999; RIBEIRO et al., 1999; WANDERLEY et al., 2005). Para conferir a autoridade das
espécies (spp.) e a grafia dos nomes foi consultado CAMARGOS et al. (2001). Não sendo
possível chegar a uma identificação segura das espécies, manteve-se somente o gênero e/ou
família.
Para a realização da coleta do material botânico foram necessários:
caderno de coleta, tesoura de poda manual, vara de coleta, podão, fita adesiva, saco plástico
preto (100 litros) e caneta para retroprojetor. Os resultados desta coleta foram organizados em
lista florística, em arquivo Excel 2003 (Tabela 6, Anexo), segundo classificação de
CRONQUIST (1981). Após a finalização da coleta e da identificação, todo material foi
incorporado ao herbário do Departamento de Recursos Naturais, FCA-UNESP.
Foram realizados cálculos para estimativa de riqueza e similaridade na
analise do material florístico coletado.
Estimativa de riqueza
Para o cálculo da estimativa de riqueza utilizou-se o índice de Jacknife
(CHAZDON et al., 1998; KREBS, 1998).
Estimador S
jack1
(Estimador de primeira ordem “jacknife”):
k
n
n
sS
obsjack
+=
1
1
onde:
s = número total de espécies em n amostras
n = número total de amostras
k = número de espécies que ocorrem somente em uma amostra
Similaridade florística
Para a análise de similaridade florística entre os transectos amostrados,
bem como, entre os dois fragmentos adotou-se o Índice de Similaridade de Jaccard (ISj)
Material e Métodos 38
descrito por CLIFFORD & STEPHENSON (1975) e o Índice de Similaridade Sorensen (ISs). Para
o seu cálculo utilizaram-se as seguintes fórmulas:
Índice de Similaridade de Jaccard (ISj)
c
B
A
c
ISj
+
×= 100
Índice de Similaridade de Sorensen (ISs)
B
A
c
ISs
+
×=
2
100
onde:
A = número total de espécies na área x
B = número total de espécies na área y
c = número total de espécies comuns às duas áreas comparadas.
Como os índices mencionados baseiam-se apenas na presença e
ausência das espécies, em muitos casos poderão indicar uma similaridade enganosa entre duas
ou mais comunidades. Em razão disso, sugere-se o uso de parâmetros da estrutura horizontal
como, por exemplo, o Valor de Importância da espécie (GALVÃO, 2002).
Para compreender as relações de similaridade florística entre as áreas
de estudo da Fazenda Monte Alegre, montou-se uma matriz qualitativa (presença/ausência)
das espécies e realizou-se uma análise de agrupamento entre os transectos de cada fragmento.
5.2.3 Aspectos da Regeneração Natural e Levantamento Fitossociológico
Após caracterização dos fragmentos por fotointerpretação, utilizou-se,
em campo, um pré-zoneamento nos níveis de altura da floresta, para se obter no mínimo,
três estratos distintos, partindo-se do pressuposto de que a vegetação se trata da mesma
encontrada no bioma Cerrado e/ou Floresta Estacional Semidecidual, seguindo definições do
IBGE (1992) e COUTINHO (1978, 2006). Posteriormente instalaram-se as parcelas de
amostragem. Tais estratos obtiveram as seguintes definições:
1) Estrato inferior de regeneração EIR foram considerados para esta pesquisa todos os
indivíduos mensurados menores e iguais a 0,50 m de altura.
Material e Métodos 39
2) Estrato médio de regeneração EMR foram considerados para esta pesquisa todos os
indivíduos mensurados entre 0,50 m e 1,30 m de altura.
3) Estrato superior de regeneração ESR foram considerados para esta pesquisa todos os
indivíduos mensurados acima ou igual a 1,30 m de altura.
Realizou-se o levantamento fitossociológico através do método de
parcelas (GREIG-SMITH, 1983) para o ESR. Estas parcelas foram demarcadas e são
permanentes, para futuras pesquisas. A distância de 20 metros foi considerada da borda para o
início das parcelas para diminuir a densidade de invasoras, efeito de borda. A amostragem foi
realizada, portanto, na forma de transectos instalados no sentido borda-centro dos fragmentos.
Foram instalados cinco transectos de 10 x 100m, com espaçamento entre eles de 10 m,
totalizando 0,5 ha por fragmento estudado.
Para maior entendimento, optou-se por numerar e identificar com
letras os transectos, sendo utilizado para o primeiro fragmento estudado a letra A sendo os
transectos: A1, A2, A3, A4, A5 e para o segundo fragmento estudado a letra B sendo os
transectos: B1, B2, B3, B4, B5. Cada transecto de 10x100m foi subdividido em parcelas
contíguas de 10m x 10m nomeadas como: 1°a, 2°a, 3°a..., 1°b, 2°b, 3°b..., totalizando 10
parcelas por transecto e 50 parcelas por fragmento (Figura 4).
Em cada parcela de 10 x 10 m, foram amostrados todos os indivíduos
arbustivo-arbóreos e arbóreos com altura de a 1,30 m, estes por sua vez foram marcados
com fitas, identificados quanto ao nome popular, mensurado o seu DAP (diâmetro altura do
peito) e medida a sua altura total. Utilizaram-se fitas biodegradáveis na cor rosa para marcação
dos indivíduos já medidos.
A mensuração do diâmetro se deu através de fita diamétrica e suta de
alumínio para indivíduos cujo diâmetro fosse maior que quatro centímetros e paquímetro para
indivíduos cujo diâmetro fosse menor que quatro centímetros. A altura total de cada
indivíduo foi estimada através da comparação com vara de medida graduada.
Para os estratos médio e inferior de regeneração foram estimadas as
densidades absolutas e relativas, bem como índice de diversidade de Shannon (SHANNON &
WIENER, 1949). As parcelas foram demarcadas com estacas de madeira de 100 centímetros e
delimitadas com fita zebrada. Em cada um dos quatro cantos do transecto de 10x100 m foram
instaladas estacas de cimento de 100 x 10 x 10 cm, bem como na borda dos fragmentos para
Material e Métodos 40
indicar a entrada de cada transecto. A forma de distribuição dos transectos nos fragmentos
amostrados está representada na Figura 4.
Os indivíduos do estrato médio de regeneração com altura entre 0,50 e
1,30 m foram identificados e quantificados em uma sub-parcela de 2 x 10 m alocada no meio
de cada parcela principal (10 x 10 m), totalizando 50 sub-parcelas deste tamanho para cada
fragmento (Figura 4). Para a demarcação desta sub-parcela foi utilizada fita zebrada.
No estrato inferior de regeneração todo indivíduo encontrado com
altura menor ou igual a 0,50 m foi identificado e quantificado em 5 sub-parcelas de 1 x 1m,
alocadas, no mesmo sentido, nas extremidades de cada parcela principal (10 x 10 m) e a última
ao centro (Figura 4). Para a demarcação desta sub-parcela foi utilizada uma moldura de um
metro quadrado feito de MDF cedido pela empresa. Cada estrato obteve um total de 250 sub-
parcelas por fragmento.
A análise dos parâmetros fitossociológicos permite compreender a
relação existente entre as espécies numa comunidade vegetal (RODRIGUES, 1988). Para
comparar a diversidade entre comunidades é necessário que a distribuição de abundância em
todas as comunidades tenha aderência a um único modelo. Quando isso o acontece é mais
conveniente usar uma medida de riqueza ou os índices de diversidade baseados na abundância
proporcional das espécies, também chamados de índices de heterogeneidade (MAGURRAN,
1988). Para a estimativa destes parâmetros e dos índices de diversidade utilizou-se o programa
“FITOPAC” (SHEPHERD, 2001) bem como o programa “MATA NATIVA” (MATA NATIVA,
2006). Tais programas, normalmente utilizados em pesquisas desta natureza, baseiam-se em
fórmulas apresentadas por WHITTAKER (1972), MUELLER-DOMBOIS & ELLENBERG (1974),
MAGURRAN (1988), CAVASSAN (1990) e MARTINS (1993), listadas a seguir.
Parâmetros fitossociológicos
Para análise da estrutura das comunidades de plantas munidas dos
dados de DAP e altura, foram calculados os seguintes parâmetros fitossociológicos: freqüência
das espécies expressa o número de ocorrências de uma dada espécie nas diversas parcelas;
densidade número de indivíduos de cada espécie; dominância expressa a influência de
cada espécie na comunidade através de sua biomassa e do número de indivíduos (GALVÃO,
Material e Métodos 41
2002); freqüência absoluta e relativa, densidade total, absoluta e relativa e dominância total,
absoluta e relativa, bem como o índice de valor de importância (IVI) e o índice de valor de
cobertura (IVC) utilizando-se as seguintes fórmulas:
freqüência absoluta (FAe) = 100 . Pe / Pt
freqüência relativa (FRe) = 100 . FAe / FAt
densidade total absoluta (DTA) = N / A
densidade absoluta (DAe) = ne / A
densidade relativa (DRe) = 100 ne / N
dominância total absoluta (DoTA) = ABT / A
dominância absoluta (DoAe) = ABe / A
dominância relativa (DoRe) = 100 . ABe / ABT
índice de valor de importância (IVIe) = DRe + FRe + DoRe
índice de valor de cobertura (IVC) = DRe + DoRe
onde:
ne = número de indivíduos amostrados da espécie “e”;
N = número total de indivíduos amostrados;
A = área da amostra (em hectares);
ABe = área basal total da espécie “e” (em m
2
);
ABT = área basal total amostrada (em m
2
);
FAT = soma aritmética das freqüências absolutas de todas as
espécies amostrais;
Pe = número de unidades amostrais com a ocorrência da
espécie “e”;
PT = número total de unidades amostrais.
Alguns destes parâmetros fitossociológicos foram utilizados também
para estimativas de famílias. Neste caso a fórmula será acrescentada da letra f.
Índices de diversidade
Os índices de diversidade adotados foram os de Shannon, Simpson e
Equidade (SHANNON & WIENER, 1949; SIMPSON, 1949; PIELOU, 1966).
Material e Métodos 42
Índice de diversidade de Shannon-Wiener
O índice de Shannon (PIELOU, 1966) é o mais utilizado para as
medidas de diversidade por ser de fácil entendimento (KREBS, 1994). Originado da teoria da
informação (SHANNON & WIENER, 1949), o qual presume que todos os indivíduos são
coletados aleatoriamente de uma população indefinidamente grande e que todas as
espécies estão representadas na amostra (MAGURRAN, 1988; MARTINS & SANTOS, 1999), foi
proposto inicialmente por MARGALEF (1957, 1958) como uso de medida da diversidade:
=
=
S
i
ii
ppH
1
ln'
N
ni
pi =
onde:
H’= Índice de Shannon;
pi = abundância relativa da espécie i;
ni = Numero de indivíduos da espécie i;
N = Soma total de Indivíduos;
S = Soma total de espécies.
Quanto maior H’, maior o conteúdo de informação sobre um indivíduo
tomado da comunidade de modo independente e aleatório, isto é, necessidade de tomar um
número muito grande de indivíduos para que seja possível conhecer S, o número de espécies
na comunidade (MAGURRAN, 1988).
Como o valor de H’ depende da base logarítmica usada em seu
cálculo, deve-se prestar muita atenção quando se deseja comparar comunidades: H’ deve ser
calculado com a mesma base logarítmica em todas elas.
Índice de diversidade de Simpson
Quando se usa o índice de heterogeneidade de Shannon, perdem-se
todas as informações sobre a estrutura de abundância da comunidade. Porém, quando se
comparam rias comunidades, é possível ter uma idéia da variação simultânea de H’, da
riqueza e da equidade entre elas (SIMPSON, 1949). O índice de Shannon apresenta um certo
desvio em direção à riqueza específica da comunidade (MAGURRAN, 1988). Assim, é
Material e Métodos 43
interessante também conhecer o grau de concentração de abundância de espécies. A melhor
medida da concentração de dominância é o índice de concentração de Simpson (SIMPSON,
1949):
(
)
(
)
( )( )
1
1
=
NN
nn
C
ii
ou
=
2
i
pC
onde:
C = Índice de dominância;
D = Índice de Simpson;
pi = abundância relativa da espécie i;
ni = Números de indivíduos da espécie i;
N = Some total de indivíduos.
Tal índice é inversamente relacionado ao valor de H’: à medida que H’
cresce, C diminui. Por isso, alguns autores usam transformar o índice de Simpson em medida
de diversidade de Simpson D = 1 C ou D = 1 / C, de modo que, em sua forma transformada,
tenha uma relação direta com a variação de H’ (JAMES & SHUGART, 1970). Por outro lado C
tem também uma relação inversa com a eqüidade: quanto maior a eqüidade, menor a
concentração e vice-versa.
Índice de Eqüidade
Estimar a eqüidade é incerto (MAY, 1975; BATTEN, 1976), mas, apesar
disso, um dos índices de eqüidade mais usados, devido à simplicidade de cálculo, é o de
PIELOU (1966):
S
H
E
ln
'
=
onde:
E = Índice de equidade
H’ = Índice de Shannon
S = Soma total de espécies
A eqüidade é uma forma de se complementar o Índice de diversidade
de Shannon, que nos o valor objetivo do grau de eqüidade e de semelhança das proporções
Material e Métodos 44
de várias espécies. Portanto quanto mais próximo do valor 1 for a eqüidade, isto é, quanto
mais próximo de lnS for H’, mais semelhantes são as proporções de várias espécies. É
importante ressaltar que a única informação que obtemos diz respeito às proporções, através
da eqüidade não se tem valores específicos do número de espécies, se são elevados ou baixos
(MAGURRAN, 1988).
Os parâmetros fitossociológicos e os índices de diversidade não foram
calculados considerando os indivíduos mortos, que não disputam os recursos do meio e não
ocupam espaço no dossel. Lianas e ervas não foram incluídas no levantamento
fitossociológico.
Resultado e discussão 45
6. RESULTADO E DISCUSSÃO
6.1 Levantamento por Fotointerpretação
6.1.1 Fragmentos gerados pela sobreposição de imagem
Analisando os fragmentos sobrepostos, observou-se ao centro de cada
área, uma vegetação nativa aparentemente intacta (sem ação antrópica), em tom cinza escuro
para médio em alguns pontos, circundada por plantações não denominadas de tom cinza claro.
Notou-se também uma estrada e após esta a continuação da vegetação nativa, que neste caso
aparenta ser uma vegetação característica de várzea ao longo do percurso do “Córrego dos
patos” (Figura 5).
Para a fotografia aérea do ano de 1962, algumas classificações
fitofisionômicas foram estimativas baseadas na sobreposição feita através da fotografia aérea
de 1972, pois como já mencionado, não se mostrava nesta época as fisionomias fragmentadas,
como observado atualmente.
Resultado e discussão 46
Figura 5: Sobreposição realizada para os fragmentos A e B, utilizando a fotografia aérea dos anos de 1962
e1972.
6.1.2 Análise aerofotogramétrica
Nas análises aerofotogramétricas realizadas, a primeira constatação
feita refere-se à existência de um padrão de imagem característico à vegetação nativa. Este
padrão destaca-se dos demais pela textura fina à média e tonalidade cinza claro para as
fotografias aéreas dos anos de 1962, 1972 e 1979, sendo a tonalidade verde claro/médio para a
fotografia aérea dos anos de 2000 e 2006 (Tabela 1 e Figura 7).
A interpretação das análises aerofotogramétricas permitiu,
inicialmente, subdividir a vegetação encontrada, para todos os anos analisados, em duas
classes fitofisionômicas principais (Figura 7): vegetação natural (fragmentos A e B) e
reflorestamentos com espécies exóticas (área de entorno).
1962 1: 25.000 Sobreposição
Várzea
Sobreposição 1962 1:25.000 Fragmento A
Fragmento B
Resultado e discussão 47
As literaturas analisadas, como IBGE (1992), CAVASSAN et al. (1993),
BERTONCINI (1996), DURAFLORA (1999), KRONKA et al. (1998, 2003) DONATELLI et al. (2004),
PASCHOAL (2004) e Inventário florestal da vegetação natural do estado de São Paulo (SÃO
PAULO, 2005), relatam que a vegetação nativa para a região de Agudos e Bauru é formada por
regeneração natural da mata nativa, constituída de poucos remanescentes de floresta estacional
semidecidual e de cerrado no seu sentido amplo.
A princípio, as informações obtidas, por exemplo, pela fotografia aérea
do ano de 1962, sem a sobreposição dos fragmentos, apresentaram as formações
fitofisionômicas indicadas na literatura, citada no parágrafo anterior, porém sem distingui-las.
Com o auxílio dos geoindicadores paras as primeiras análises observou-se nesta figura: solo
exposto, estradas, campo aberto, reflorestamento e formações florestais nativas com
fisionomias arbóreas e arbustivas, apresentando um dossel contínuo, com árvores emergentes
e copas amplas e, em seu perímetro, formações arbóreas abertas com dossel descontínuo.
Figura 6: Fotografia aérea do ano de 1962; A – área de estudo A; B – área de estudo B.
1962 – 1: 25.000
A B
Resultado e discussão 48
A Figura 6 ainda destaca uma vegetação com aspecto homogêneo,
levando a crer que se tratava de uma única fisionomia. Nas fotografias aéreas dos anos
subseqüentes, já com a presença da fragmentação (Figura 7), esta vegetação pode ter se
modificado gerando duas novas fisionomias, mas por falta de levantamentos fitossociológicos
nos anos de 1962, 1972, 1979 e 2000 não se pôde concretizar tal afirmação.
De acordo com o histórico aerofotogramétrico realizado nos
fragmentos A e B, pôde-se observar a dinâmica destas áreas principalmente quando
visualizamos e comparamos a fotografia aérea do ano de 1962 com as dos demais anos (Figura
7), onde se a fragmentação e as transformações sofridas pela comunidade no decorrer do
tempo.
Nas análises preliminares nota-se a presença de todos os
geoindicadores descritos nesta pesquisa, principalmente no que diz respeito à floresta
plantada. Não se pode deixar de comentar o desaparecimento da várzea (Figura 7), área bem
visível nas primeiras fotografias aéreas (1962, 1972, 1979) e dominadas pelas plantações
florestais, fotografias aéreas atuais (2000 e 2006).
Segundo GAMA et al. (2005), a floresta de várzea, cuja vegetação
ocorre ao longo dos rios e das planícies inundáveis, normalmente apresenta menor diversidade
do que a terra firme e abriga animais e plantas adaptados a condições hidrológicas sazonais
(KALLIOLA et al.,1993; apud GAMA et al., 2005). A menor diversidade ocorre porque poucas
espécies dispõem de mecanismos morfofisiológicos que tolerem o ritmo sazonal de inundação
(SILVA et al., 1992; apud GAMA et al., 2005).
Visualiza-se também a formação de um pequeno fragmento, presente
nas fotografias aéreas de todos os anos, ao noroeste de cada fotografia (Figura 7). Este
fragmento não foi amostrado, mas merece atenção pelo seu desenvolvimento no decorrer dos
anos. Onde no início apresentava-se com características estruturais que indicavam solos nus e
formações arbóreas pequenas passou a uma floresta madura de dossel contínuo com algumas
árvores emergentes. Este desenvolvimento pode ter sido causado pela própria fragmentação
que toda a comunidade sofreu. Esta evolução temporal poderá ser visualizada através das
fotografias aéreas dos fragmentos A e B da Figura 8.
Resultado e discussão 49
Figura 7: Fotografias reas dos anos de 1962, 1972, 1979, 2000 e 2006 indicando as áreas de nativas
estudadas existentes na Fazenda Monte Alegre. A fragmento florestal nativo A; B fragmento florestal
nativo B; c – área de várzea. Áreas entorno – reflorestamento de Pinus spp.; - áreas amostradas.
1962
1:25.000
A
B
c
1972 – 1:25.000
A
B
c
1979 – 1:35.000
A
B
c
2000
1:
30
.000
A
B
c
2006 – 1:30.000
A
B
c
Resultado e discussão 50
Com base nas análises aerofotogramétricas foram determinadas para
cada fotografia aérea, em seus respectivos anos, as classes fitofisionômicas dentro dos
fragmentos. Os fragmentos se modificaram no decorrer dos anos, não sendo possível obter as
mesmas classes em todas as fotografias aéreas.
Auxiliada pelos geoindicadores e baseando-se nesta evolução
apresentada na Figura 7, foram determinadas para a vegetação nativa dos fragmentos A e B,
utilizando as fotografias aéreas anos de 1962, 1972, 1979, 2000 e 2006, seis classes
fitofisionômicas baseadas na estrutura do dossel destes fragmentos. São elas:
Classe 1: apresenta características estruturais onde o solo está praticamente nu,
podendo apresentar algumas árvores de pequeno porte com copas de tamanho pequeno;
Classe 2: apresenta características estruturais que indicam formações arbóreas abertas
e fechadas, com dossel descontínuo, sem árvores emergentes mas, com copas de tamanhos
variados;
Classe 3: apresenta características estruturais que indicam formações arbóreas de porte
pequeno, com dossel contínuo e sem árvores emergentes;
Classe 4: apresenta características estruturais que indicam formações arbóreas de porte
pequeno, com dossel contínuo podendo apresentar árvores emergentes com copas amplas;
Classe 5: apresenta características estruturais de uma floresta madura, com
predomínio da fisionomia arbórea sobre as demais, com dossel descontínuo, podendo
apresentar árvores emergentes com copas de tamanhos variados;
Classe 6: apresenta características estruturais de uma floresta madura, com predomínio
da fisionomia arbórea sobre as demais, com dossel contínuo, podendo apresentar árvores
emergentes com copas amplas;
Classe 7: apresenta características estruturais de estrato herbáceo e solo nu, onde as
áreas de vegetação nativa foram substituídas por outras resultantes da ação antrópica. Esta
classe foi elaborada para indicar os pomares de sementes implantados dentro do fragmento A,
pela empresa.
Para um maior esclarecimento da evolução destas áreas tem-se a
descrição e análise das classes fitofisionômicas para os fragmentos A e B, demonstradas nas
fotografias da Figura 8.
Resultado e discussão 51
Figura 8: Histórico aerofotogramétrico dos fragmentos A e B utilizando fotografias aéreas dos anos de
1962, 1972, 1979, 2000 e 2006, com demarcações de classes fitofisionômicas. A fragmento A; B –
fragmento B; Áreas de entorno – reflorestamento de Pinus spp.; - área amostrada; ? – sem várzea.
1962 – 1: 25.000 1972 – 1: 25.000
1979 – 1: 25.000
2000 – 1: 25.000 2006 – 1: 25.000
Várzea Várzea
Várzea ?
Várzea ?
Várzea ?
A
A
A
B
A
A
B
B B
B
LEGENDA
Cores
Classes de
fisionomias
Classe 1
Classe 2
Classe 3
Classe 4
Classe 5
Classe 6
Classe 7
Resultado e discussão 52
6.1.3 Análise das classes fitofisionômicas para os fragmentos A e B.
Fotografia aérea do ano de 1962
No fragmento A, a classe 1 apresentou uma área de 16,77 ha, a classe
2, uma área de 18,49 ha, a classe 4, uma área de 49,89 ha e a classe 6, uma área de 1,79 ha
Através das informações fornecidas pela classificação dada para cada classe fitofisionômica, o
fragmento sobreposto A apresenta quatro tipos distintos de fisionomias. Estas vão desde uma
formação arbórea de porte pequeno com dossel contínuo em sua parte central a uma formação
arbórea com dossel descontínuo e solos nus no sentido oeste. Este tipo de espaçamento
apresentado pela vegetação é característico para vegetações de cerrado.
No fragmento B, a classe 4 dominou todo o dossel, sendo sua área
total igual a 36,25 ha Através das informações fornecidas pela classificação dada para cada
classe fitofisionômica, o fragmento sobreposto B apresenta somente um tipo fitofisionômico
com formações arbóreas de porte pequeno e dossel contínuo. A vegetação nativa
aparentemente intacta vai se espaçando no sentido centro “bordas”, mas, fora da área
demarcada do fragmento e está circundada por plantações sem denominação (Figura 7). Como
para o fragmento A, este tipo de espaçamento é característico para vegetações de cerrado.
Segundo COUTINHO (1978) apud WALTER (2006),
“... o cerrado [é] ... um complexo de formações oreádicas, que vão desde o campo
limpo até o cerradão, representando suas formas savânicas (campo sujo, campo cerrado e cerrado ‘s.s’)
verdadeiros ecotonos de vegetação, entre aquelas duas formas extremas: a florestal, representada basicamente
pelo cerradão, e a campestre constituída pelo campo limpo. As formas savânicas podem apresentar a mais ampla
gama de características fisionômicas e estruturais intermediárias, dependendo de as condições ecológicas ... se
aproximarem ora mais do ótimo campestre, ora do ótimo florestal.” (p.21).
Segundo IBGE (1992), BRANDÃO et al. (2001) e COUTINHO (1978,
2006), o cerrado apresenta uma fisionomia diversificada com cobertura vegetal pouco
uniforme, onde podemos encontrar desde formações campestres (Savana gramíneo-lenhosa -
campo limpo), até formações florestais (Savana arborizada cerradão), passando
gradualmente, ou bruscamente, de uma para outra. No entanto, vários tipos de vegetação
ocorrem neste domínio, causando grandes controvérsias sobre o que deve ser incluído no
conceito geral de Cerrado (EINTEN, 1981).
Resultado e discussão 53
Infelizmente não há relatos de levantamentos fitossociológicos no local
para o ano de 1962; inexistindo uma comparação entre os dois tipos de levantamentos
propostos nesta pesquisa, contudo, com a análise aerofotogramétrica, os geoindicadores
encontrados, as classes fitofisionômicas e dados apresentados pelo IBGE (1992) levam a crer
que nesta época este fragmento era ocupado por vegetação de cerrado no seu sentido amplo
(COUTINHO, 1978).
Como foi exposto, um histórico realizado com ex-funcionários da
empresa e moradores da região revelam que na década de 60 áreas circunvizinhas aos
fragmentos estudados eram ocupadas por plantações de café, milho e cana-de-açúcar, alguns
vestígios disto podem ser visualizados a sudeste da Figura 8. Também consta que a madeira
nativa era utilizada para consumo na região. Desde esta época, se constata, portanto, as
primeiras fases de fragmentação, pois as áreas circunvizinhas estavam sendo exploradas
pelo homem.
Nas últimas décadas, houve considerável avanço nos estudos de
comunidades florestais, principalmente por causa de sua importância para a conservação da
diversidade biológica. Essa importância torna-se cada dia mais acentuada devido ao processo
desordenado de ocupação do solo que, nas mais diversas regiões do país, têm transformado
formações florestais nativas em fragmentos. Além disso, geralmente os remanescentes estão
localizados em propriedades particulares e estão sujeitos às mais diversas perturbações. A
fragmentação cada vez maior de florestas tropicais tem resultado na perda de espécies animais
e vegetais.
Segundo LEITÃO FILHO & MORELLATO (1995) o isolamento dos
fragmentos limita a chegada de dispersores e polinizadores de outras áreas aumentando o risco
de extinção local de espécies representadas por poucos indivíduos. PAGANO et al. (1995),
relatam que nos fragmentos de uma floresta estacional semidecidual, por exemplo, grande
parte das populações arbóreas é representada por poucos indivíduos. Portanto a extinção
dessas populações pode se dar por determinação demográfica, genética ou ambiental, e
catástrofes naturais, fatores que aumentam em importância com a diminuição do tamanho
populacional.
Resultado e discussão 54
Fotografia aérea do ano de 1972
Neste ano, os fragmentos estão presentes e os reflorestamentos de
Pinus spp. estão em seu entorno. A Rodovia Marechal Rondon pode ser visualizada no canto
esquerdo inferior em tonalidade branca e após esta a continuação das plantações florestais.
Estradas menores e trilhas de mesma tonalidade também podem ser observadas nas fotografias
aéreas principalmente cortando as plantações (Figura 7). A vegetação característica de várzea
ao sul da fotografia, claramente visualizada no ano de 1962 aparece sufocada pelas plantações
florestais e é quase imperceptível, se mesclando às mesmas.
No fragmento A nota-se uma subdivisão de fitofisionomias,
aparecendo agora uma divisão ao meio e outra a oeste do fragmento. A região leste e o meio
do fragmento são compostas por formações florestais arbóreas de pequeno porte e dossel
contínuo. O restante é composto por uma formação florestal madura de dossel descontínuo
com algumas árvores emergentes. Somente uma pequena área demonstra a formação florestal
madura com dossel contínuo (Figura 7).
Através das informações obtidas pelas classes fitofisionômicas, se
observa a formação de três tipos distintos de fisionomias, onde a classe 4 apresentou uma área
de 44,54 ha, a classe 5, uma área de 30,70 ha, e a classe 6, uma área de 1,0 ha Considerando a
classificação dada para cada classe fitofisionômica, o fragmento apresenta uma vegetação
nativa densa em toda sua área e se diferencia em alguns pontos, como exposto (Figura 8).
Este tipo de vegetação também é característico de cerrado.
Ao observarmos o fragmento A da fotografia aérea de 1962 em relação
ao de 1972, encontramos as primeiras modificações sofridas pelo efeito da fragmentação. A
mudança no dossel deste fragmento depois de 10 anos é grande. uma diferença na
fisionomia arbórea que passa de um dossel contínuo à descontínuo a leste do fragmento. No
oeste obtém-se uma “evolução”, onde a fisionomia passa de aberta a uma formação florestal
madura com dossel descontínuo.
Segundo KAGEYAMA & GANDARA (1998), a fragmentação florestal
provoca a diminuição do número de indivíduos de uma população, favorecendo a perda de
variabilidade genética. A população remanescente passa a ter então um tamanho menor que o
mínimo adequado para que o mesmo possa ter sua normal continuidade e evolução. Para
aumentar a probabilidade de manutenção das populações das espécies nos fragmentos, deve-se
Resultado e discussão 55
primeiro ter uma visão dos fragmentos como paisagem, e segundo resgatar o conceito de
metapopulação (KAGEYAMA & GANDARA, 1998).
No fragmento B, observa-se a mudança da fitofisionomia no decorrer
dos anos e o aparecimento de várias subdivisões. Ao norte do fragmento tem-se uma formação
arbórea de característica madura, com dossel contínuo e árvores emergentes. O sul é composto
por formações arbóreas de pequeno porte e uma pequena área apresenta-se com dossel
contínuo e árvores emergentes. Ao meio têm-se formações arbóreas de pequeno porte com
dossel contínuo e de grande porte com dossel descontínuo, nota-se que algumas árvores
sobressaem a outras.
Através das informações obtidas pelas classes fitofisionômicas, se
observa a formação de quatro tipos distintos de fisionomias, onde a classe 3 apresentou uma
área de 7,80 ha, a classe 4, uma área de 10,78 ha, a classe 5, uma área de 15,32 ha, e a classe
6, uma área de 2,4 ha Considerando a classificação dada para cada classe fitofisionômica, o
fragmento apresenta-se com uma vegetação nativa de porte pequeno a uma de formação
florestal madura, com árvores de grande porte, emergentes e formando um dossel contínuo
(Figura 8). Prevalecendo-se de estudos mencionados e dos geoindicadores, a área ainda
pode ser classificada como cerrado.
Ao observarmos o fragmento B da fotografia aérea de 1972 em relação
ao de 1962, encontramos, como no caso do fragmento A as modificações sofridas,
provavelmente, pelo efeito da fragmentação. Após 10 anos, este fragmento está totalmente
modificado em relação ao ano de 1962. Ele se manteve intacto, somente ao centro (Figura 8).
Estudos (VIANA et al., 1997; LAURANCE, 1991, 1997; apud CULLEN JR.
et al, 2003) mostram que o tipo de vizinhança e o uso da terra no entorno dos fragmentos pode
afetar profundamente sua diversidade biológica, os processos ecológicos e a sustentabilidade
desses remanescentes florestais. Essas ações antrópicas podem levar à colonização de cipós na
bordas, dessecação da mata pela ação do vento e do fogo, queda de árvores, invasão de outras
espécies e a extinção de espécies de fauna e flora. O resultado apresentado por este fragmento,
pode estar relacionado a estas ações ocasionadas pelos reflorestamentos.
Ex-funcionários da empresa e moradores locais relatam que nesta
época houve uma grande retirada de madeira, dando ênfase a uma espécie, o Faveiro
(Pterodon emarginatus Vogel), espécie esta, encontrada no levantamento fitossociológico
Resultado e discussão 56
realizado no ano de 2005. Este relato vem a enfatizar a ação antrópica no local, deixando
dúvidas quanto à vegetação, que pode ter se modificado.
Fotografia aérea do ano de 1979
Após sete anos os fragmentos encontram-se mais regenerados, isto
deve estar relacionada à regeneração natural das espécies dentro do fragmento. Considerando a
análise desde a foto de 1962, o dossel da floresta apresenta agora formações arbóreas mais
altas e árvores emergentes. A presença de um distúrbio pode ser claramente visualizada no
fragmento A; é a presença de três áreas reservadas pela empresa para a formação de um pomar
de sementes de espécies exóticas. As estradas são praticamente as mesmas e um aumento
da área urbana, neste caso a fábrica. Vê-se muito pouco da várzea, que se apresenta tomada
pelo reflorestamento (Figura 7).
No fragmento A observam-se outras subdivisões de fitofisionomias,
aparecendo agora uma divisão bem ao centro do fragmento. A região leste apresenta as áreas
destinadas ao pomar de sementes de espécies exóticas e a região oeste se mantém com a
mesma fisionomia. O restante é composto por uma formação florestal de pequeno porte, com
dossel contínuo com algumas árvores emergentes (Figura 7).
Através das informações obtidas pelas classes fitofisionômicas, se
observa a formação de quatro tipos distintos de fisionomias, onde a classe 3 apresentou uma
área de 2,53 ha, a classe 4, uma área de 17,84 ha, a classe 5, uma área de 54,86 ha, e a classe
7, uma área de 6,37 ha Considerando a classificação dada para cada classe fitofisionômica, o
fragmento apresenta uma vegetação nativa densa com predomínio de fisionomia arbórea sobre
as demais nas porções leste e oeste. O centro do fragmento apresenta-se com formações
arbóreas de pequeno porte, sem árvores emergentes. E ainda a presença da ação antrópica
(Figura 8).
Ao observarmos o fragmento A da fotografia aérea de 1979 em relação
ao de 1972 (Figura 8), encontramos as modificações sofridas pelo efeito da fragmentação e
por outros fatores, que podem estar relacionados às condições naturais ou antrópicas. A
primeira mudança se encontra a leste do fragmento, onde foram instalados os pomares de
sementes de espécies exóticas. Esta área, 7 anos atrás se apresentava com duas fisionomias
de mata nativa em seu dossel. Nota-se a evolução desta região que passa de uma fisionomia de
Resultado e discussão 57
pequeno porte a uma de grande porte. Como os pomares de sementes foram instalados um ano
antes, não se nota, ainda, o efeito destes no dossel desta vegetação. O oeste deste fragmento
permanece intacto, ou seja, a classe fitofisionômica não mudou no decorrer de 7 anos, o que
indica que a vegetação aumentou de 1962 até 1979, mas aparenta não ter se modificado. Ao
meio do fragmento encontra-se uma fisionomia que antes se apresentava com formações
arbóreas de porte pequeno e dossel contínuo, mas com algumas árvores emergentes e agora
não as apresenta mais.
A retirada de madeira nativa da região, utilizada para consumo
humano, poderia ser uma causa para esta regressão ou desaparecimentos de árvores
emergentes. Em histórico já mencionado nesta pesquisa (PASCHOAL, 2004), ex-funcionários da
empresa e moradores locais relatam esta grande retirada de madeira. Este relato vem a
enfatizar a ação antrópica no local. Condições climáticas também podem ter ocasionado este
distúrbio, pois não houve chuvas nos meses de junho e julho em dois anos, 1963 e 1979 e no
mês de agosto em quatro anos, 1963, 1967, 1971 e 1975 (BERTONCINI, 1996). Este fato pode
ter ocasionado um período de seca na região levando algumas espécies que compunham a
vegetação a não se regenerarem.
Outra causa para a modificação da vegetação das áreas estudadas
poderia estar relacionada com o fato dos fragmentos se encontrarem circundados por
plantações florestais, uma vez que nestas baixa incidência de incêndios. Segundo EINTEN
(1972) o cerrado não se originou por influência do fogo, embora mudanças características na
vegetação ao longo dos anos tenham sido provocadas pelo mesmo.
Considerando os geoindicadores e as características das classes
fitofisionômicas apresentadas para este fragmento, a vegetação analisada apresenta pequenas
mudanças fisionômicas em relação ao ano de 1972.
No fragmento B observa-se a mudança da fitofisionomia e as
subdivisões do fragmento no decorrer dos anos. um aumento de árvores emergentes com
copas de tamanhos variados e o dossel apresenta-se descontínuo na área central do fragmento.
Ao norte tem-se uma vegetação de pequeno porte com a presença de algumas árvores
emergentes com copas amplas. Ao sul tem-se também uma área com formações arbóreas de
pequeno porte, porém sem árvores emergentes (Figura 7).
Resultado e discussão 58
Através das informações obtidas pelas classes fitofisionômicas, se
observa a formação de três tipos distintos de fisionomias, onde a classe 3 apresentou uma área
de 6,1 ha, a classe 4, uma área de 9,28 ha e a classe 5, uma área de 20,86 ha (Figura 8).
Considerando a classificação dada para cada classe fitofisionômica, o fragmento apresenta em
sua maioria características estruturais de uma floresta madura com dossel descontínuo e
algumas árvores emergentes.
Apesar deste fragmento ter passado por diversas perturbações,
alterando sua vegetação nativa desde 1962 até 1979, pode se dizer que os últimos sete anos
(1972-1979) foram de recuperação considerando as classes fitofisionômicas, como pode ser
visto nas Figura 7 e Figura 8. A vegetação analisada apresenta pequenas mudanças
fisionômicas em relação ao ano de 1972 e demonstra que o fragmento está se modificando.
Estas mudanças dão à vegetação do dossel deste fragmento características de uma mata em
transição de cerrado para floresta estacional semidecidual.
O conceito ecológico para o tipo de vegetação encontrado na Floresta
Estacional está condicionado pela dupla estacionalidade climática (MORELLATO et al., 1989;
MORELLATO, 1995; MORELLATO & LEITÃO FILHO, 1996).
Segundo VELOSO et al. (1991) e IBGE (1992), a Floresta Estacional
Semidecidual apresenta sua vegetação secundária, para o Estado de São Paulo, em quatro
formas: estágio pioneiro, estádio inicial, estádio médio e estádio avançado. Neste último a
vegetação se encontra com uma fisionomia fechada, apresentando três ou mais estratos,
podendo ocorrer um dossel superior com árvores emergentes. Este também é o caso do
cerradão.
Diante das características, encontradas na fotografia aérea deste ano e
as apresentadas pela vegetação, as transformações ocorridas nestes fragmentos podem estar
relacionadas à própria fragmentação e em função do reflorestamento ao seu redor. Este
reflorestamento serviu como uma cortina ou cerca, formando o fragmento e fazendo com que
este preenchesse as áreas consideradas abertas, desde 1962. Os adubos utilizados nas
plantações também podem ter influenciado na modificação dos fragmentos. Segundo NEVES &
LEMOS (2006) a regeneração natural de florestas nativas em sub-bosques de reflorestamentos
de Pinus spp. ocorre em função de fragmentos florestais nativos existentes ao redor, estes por
Resultado e discussão 59
sua vez são dinâmicos e se regeneram por estarem protegidos por reflorestamentos na área de
entorno (FOEDE, 2001).
Contudo, deve-se ter cuidado ao fazer tal classificação uma vez que a
presença de trilhas no local indica uma perturbação antrópica, o que pode ter sido ocasionado
pela extração de madeira em alguns locais, segundo histórico apresentado por PASCHOAL
(2004).
Fotografia aérea do ano de 2000
Após 21 anos a vegetação do dossel dos fragmentos apresenta grandes
mudanças, principalmente no que diz respeito ao fragmento A. Esta grande mudança deve
estar relacionada à implantação dos pomares de sementes, já adultos neste ano. As estradas são
praticamente as mesmas, sendo algumas asfaltadas e um aumento da área urbana, neste
caso a fábrica. Vê-se muito pouco da várzea, que se apresenta tomada pelo reflorestamento.
O fragmento A apresenta em sua maioria, um dossel contínuo com
formações arbóreas de pequeno porte, apresentando algumas árvores emergentes. A sua
porção oeste permanece com o mesmo tipo fitofisionômico desde 1972, apresentando
características estruturais de uma floresta madura e dossel descontínuo. Esta porção está,
portanto, 28 anos sem modificações em se dossel (Figura 7). O fato de este fragmento
apresentar áreas de ação antrópica em seu interior pode ter ocasionado esta modificação em
seu dossel, pois se utilizando o pomar de sementes, a empresa se movimenta constantemente
dentro desta região.
Através das informações obtidas pela análise dos geoindicadores neste
ano, observa-se a tonalidade verde para a mata nativa e a verde escuro para as plantações
florestais de espécies exóticas (Figura 7). Nas informações obtidas pelas classes
fitofisionômicas, se observa a formação de três tipos distintos de fisionomias, onde a classe 4
apresentou uma área de 50,75 ha, a classe 5, uma área de 24,44 ha e a classe 7, uma área de
6,37 ha (Figura 8). Considerando a classificação dada para cada classe fitofisionômica, o
fragmento apresenta em sua maioria características estruturais de uma floresta de pequeno
porte com dossel contínuo e algumas árvores emergentes.
As grandes perturbações sofridas por este fragmento visualizadas
desde a fotografia aérea de 1979 mostram que o fragmento está tentando se regenerar, mas
devido a ações naturais e principalmente antrópicas ele tender a regredir. A vegetação
Resultado e discussão 60
encontrada em seu dossel ainda apresenta características de uma mata em transição entre
floresta estacional semidecidual e cerradão. Apesar de esforços no passado, da empresa, em se
preservar a natureza local (BERTOLANI, 1982), ela mesma contribui para o seu desgaste.
No fragmento B as informações obtidas pelas classes
fitofisionômicas, se observa a formação de três tipos distintos de fisionomias, onde a classe 4
apresentou uma área de 6,79 ha, a classe 5, uma área de 21,56 ha e a classe 6, uma área de
7,87 ha (Figura 8). Considerando a classificação dada para cada classe fitofisionômica, o
fragmento apresenta em sua maioria características estruturais de uma floresta madura, dossel
contínuo ao norte e descontínuo ao centro e algumas árvores emergentes.
Diante do fragmento demarcado observa-se a mudança da
fitofisionomia no decorrer dos anos, bem como as subdivisões do fragmento. Ao norte
visualiza-se uma vegetação madura e ao sul tem-se uma vegetação de pequeno porte e dossel
contínuo, apresentando árvores emergentes, o que há 21 anos atrás não apresentava (Figura 7).
A região central do fragmento permanece com a classificação 5 para a fitofisionomia,
aumentando um pouco mais a área.
As vegetações do dossel, observadas nas fotografias aéreas deste
fragmento mostraram o desenvolvimento da área e as mudanças sofridas por ele, mas esta
vegetação não aparenta ter se modificado muito, permanecendo com as mesmas características
vegetais encontradas para o ano de 1979, portanto este fragmento pode se classificado também
como mata em transição de cerrado para floresta estacional semidecidual.
O Estado de São Paulo pode ser dividido em cinco províncias
geomorfológicas e a vegetação que se destacava na Depressão Periférica é composta por
Floresta Estacional Semidecidual e trechos de Cerrado, mas hoje se encontra com cerca de 15
% de área original (KRONKA et al., 2002), incluindo todas as formações florestais em seus
diversos estádios sucessionais (LEITÃO FILHO, 1982, 1987; IVANAUSKAS et al., 1999).
Neste tipo de vegetação, a porcentagem das árvores caducifólias, no
conjunto florestal e não das espécies que perdem as folhas individualmente, é de 20 e 50%
(RIZZINI, 1979; LEITÃO FILHO et al., 1995). E somente a formação submontana, situada na
faixa altimétrica que varia de 100 a 600 m de acordo com a latitude de N até 16° S; de 50 a
500 m entre os 16° até os 24° de latitude S; e de 30 a 400 m após os 24° de latitude Sul (IBGE,
1992), pode ser encontrada na região de Agudos e Bauru.
Resultado e discussão 61
Fotografia aérea do ano de 2006
A empresa Duratex S. A. é certificada pelo FSC desde 1995. Desde
então vem tentando cumprir as diretrizes estabelecidas por uma certificadora de manejo
florestal para manter a certificação. Dentro destas diretrizes está a preservação e a manutenção
de fragmentos florestais nativos com o auxílio e incentivo à pesquisas conjuntas com
universidades da região.
Após seis anos, 2000 2006, os fragmentos florestais de vegetação
nativa localizados na fazenda Monte Alegre têm a aparência de conservados e demonstram
que, apesar dos efeitos sofridos até hoje pela fragmentação, a vegetação do seu dossel se
encontra com características estruturais de uma floresta madura. Se compararmos a fotografia
aérea deste ano ao ano de 1962, onde se efetuou uma sobreposição, gerando fragmentos
imaginários, podemos visualizar a mata com dois tipos fitofisionômicos, em 1962, com
formações arbóreas de porte pequeno e dossel contínuo e, em 2006, estrutura de uma floresta
madura, com dossel descontínuo e algumas árvores com copas de tamanho variado (Figura 7 e
Figura 8).
O fragmento A apresenta em sua maioria, um dossel descontínuo com
formações arbóreas de grande porte, apresentando algumas árvores emergentes. Somente sua
porção leste permanece com as áreas destinadas ao pomar de sementes. Nestas áreas, agora
destinadas à preservação, as espécies exóticas ali plantadas foram retiradas. Em seis anos
grande parte deste fragmento se modificou, deixando de ser uma área com árvores de pequeno
porte representadas em seu dossel e passando a ser uma área com características de uma
floresta madura. A parte oeste, que apresenta a mesma fitofisionomia desde 1972, permanece a
mesma, mostrando que para esta região, o dossel do fragmento não se modifica mais de 30
anos.
Nas informações obtidas pelas classes fitofisionômicas, se observa a
formação de dois tipos distintos de fisionomias, onde a classe 5 apresentou uma área de 75,23
ha e a classe 7, uma área de 6,37 ha (Figura 8). Considerando a classificação dada para cada
classe fitofisionômica, o fragmento A apresenta em sua maioria características estruturais de
uma floresta estacional semidecidual / cerradão.
Lamentavelmente não existem levantamentos fitossociológicos para
estes fragmentos nos anos anteriores, impossibilitando uma comparação com os resultados
Resultado e discussão 62
obtidos pelas fotografias aéreas. Somente no ano de 2005 é que se realizou um levantamento
florístico-fitossociológico nos fragmentos, os resultados produzidos por este levantamento
serão relacionados aos encontrados nas análises aerofotogramétricas.
O fragmento B, que passou por várias modificações desde 1962 até
2006, está mais homogêneo agora. Somente ao sul do fragmento encontramos uma área
diferenciada da restante, com formações arbóreas de pequeno porte. Através das informações
obtidas pelas classes fitofisionômicas, se observa a formação de dois tipos distintos de
fisionomias, onde a classe 4 apresentou uma área de 5,40 ha e a classe 5, uma área de 30,85 ha
(Figura 8). Considerando-se a classificação dada para cada classe fitofisionômica, o fragmento
B apresenta em sua maioria características estruturais de uma floresta estacional semidecidual
/ cerradão.
Os resultados do levantamento por fotointerpretação mostraram as
modificações sofridas pelos dois fragmentos em cinco anos distintos. Se compararmos o
fragmento A ao B, observamos que em 1962 eles aparentavam pertencer a uma mesma
fisionomia. Com a fragmentação, eles se modificaram distintamente e, no ano de 2006,
voltaram a apresentar um dossel semelhante, porém com características distintas das
encontradas no ano de 1962. Somente os estudos fitossociológicos realizados nas áreas pré-
estabelecidas poderão concretizar o resultado demonstrado pela evolução temporal.
É importante lembrar que na escolha das fisionomias visualizadas
através das fotografias aéreas de todos os anos, optou-se por adotar características do dossel
que fossem semelhantes aos dois fragmentos em todos os anos.
Considerando as áreas totais, em hectare, de cada fragmento,
calculadas através das somas das áreas das classes fitofisionômicas, encontrou-se um erro de
1% em algumas, não sendo este representativo no valor total amostrado.
O fragmento A apresentou todas as classes fitofisionômicas no
decorrer dos anos, mas nunca todas em um ano somente. O fragmento B apresentou somente
as classes fitofisionômicas de 3 a 6, demonstrando com isto um bom estado de conservação,
ou menos interferências naturais e antrópicas, sugerindo estar em uma condição melhor que o
fragmento A. Deve-se considerar o tamanho das áreas dos fragmentos antes de fazer
comparações, pois o fragmento A é em área mais que o dobro do fragmento B.
Resultado e discussão 63
Os resultados obtidos através da classificação fitofisionômica podem
ser observados na Tabela 2, onde estão demonstrados para cada ano e cada fragmento.
Tabela 2: Situação das áreas dos fragmentos A e B em ha, nos períodos de 1962, 1972–79 e 2000–06,
considerando as classes fitofisionômicas.
Levantamentos (ha)
Classes fitofisionômicas
Fragmento A
1962 1972 1979 2000 2006
Classe 1 16,77
Classe 2 18,49
Classe 3 2,53
Classe 4 49,89 44,54 17,84 50,75
Classe 5 30,70 54,86 24,44 75,23
Classe 6 1,79 1,0
Classe 7 6,37 6,37 6,37
Total 81,59 81,59 81,60 81,56 81,60
Levantamentos (ha)
Classes fitofisionômicas
Fragmento B
1962 1972 1979 2000 2006
Classe 1
Classe 2
Classe 3 7,80 6,1
Classe 4 36,25 10,78 9,28 6,79 5,40
Classe 5 15,32 20,86 21,56 30,85
Classe 6 2,4 7,87
Classe 7
Total 36,25 36,30 36,24 36,22 36,25
As fitofisionomias apresentadas através de suas classes, juntamente
com os geoindicadores e baseando-se no levantamento realizado pelo IBGE (1992),
auxiliaram na descrição da vegetação presente no dossel dos fragmentos, caracterizando-os
inicialmente como uma formação de cerrado, no seu sentido amplo e, com o passar dos anos,
como uma mata em transição cerrado/floresta estacional semidecidual (COUTINHO, 1978,
2006) (Tabela 3).
Resultado e discussão 64
Tabela 3: Resumo dos históricos das análises aerofotogramétricas feitas na fazenda Monte Alegre –
Agudos/SP, quanto a análise da composição da vegetação nativa existente.
Fragmentos
Ano
1962
Ano
1972
Ano
1979
Ano
2000
Ano
2006
A
Cerrado Cerrado Mata em transição
Mata em transição
Mata em transição
B
Cerrado Cerrado Mata em transição
Mata em transição
Mata em transição
A análise dos dados apresentados nas Tabela 2 e Tabela 3 para o
fragmento A indica a maior variação das classes fitofisionômicas 4 e 5 durante os anos
analisados. Enquanto a classe 4 decresce, a classe cinco cresce (Tabela 2). Esta variação deu a
característica da vegetação que ora era de pequeno porte, ora de grande porte, prevalecendo a
fitofisionomia com formações arbóreas maduras. Esta característica da vegetação permitiu,
juntamente com a análise de pesquisas realizadas na região (CORAL et al., 1991; IBGE, 1992;
CAVASSAN et al., 1993; BERTONCINI, 1996; CHRISTIANINI, 1999; KRONKA et al., 2003;
PASCHOAL, 2004; SÃO PAULO, 2005), caracterizar o tipo de formação florestal existente
atualmente (Tabela 3).
A análise dos dados apresentados nas Tabela 2 e Tabela 3 para o
fragmento B indica também a maior variação nas classes fitofisionômicas 4 e 5 durante os
anos analisados. O mesmo acontece para este fragmento, prevalecendo no final a classe 5
(Tabela 2). Da mesma forma que o fragmento A, estas análises junto à pesquisas realizadas na
região permitiram caracterizar o tipo de formação florestal atual.
Levantamentos da vegetação natural do Estado de São Paulo mostram
que as diferenças entre a fitofisionomias vegetacionais podem ser identificadas. Para esta
identificação utilizam-se de uma legenda regional e da sua adequação àquela próxima a uma
classificação de caráter universal, bem como, de procedimentos metodológicos e resultados de
levantamentos da vegetação natural que antecedem o atual permitindo inferências
retrospectivas para comparações e análises (SÃO PAULO, 2005).
Estudos recentes utilizando a fotografia aérea para mapeamento e
monitoramento de fragmentos florestais tem apresentado resultados concretos da importância
da utilização desta ferramenta. TOPPA et al. (2004, 2006), em estudo de fitofisionomias de
uma vegetação na estação ecológica de Jataí, utiliza fotografias aéreas do ano de 2000 para
Resultado e discussão 65
mapear e caracterizar a vegetação encontrada. Através da análise das fotografias aéreas, ele
mapeia as fisionomias de cerradão, floresta mesófila semidecídua, cerrado no sentido amplo,
várzea, cerrado em regeneração, campo sujo e reflorestamentos, baseando-se em uma chave de
classificação e o levantamento feito em campo. Em pesquisa semelhante o inventário florestal
da vegetação natural do estado de São Paulo (SÃO PAULO, 2005), realiza o mapeamento da
vegetação nativa do Estado.
PASCHOAL (2004) utilizou o estudo realizado por KRONKA et al.
(2003) na região de Agudos para concretizar os resultados encontrados por ela. A utilização
das fotografias aéreas permitiu o reconhecimento da área pesquisada e mostrou as
características gerais da região.
FERREIRA et al. (2007), utilizando imagens de satélite MODIS e
MOD13Q1, realizaram uma evolução temporal no período de 2000-2005, para caracterizar os
desmatamentos do Bioma cerrado, baseando-se em três mapas-base, gerados a partir de
distintas metodologias, imagens e anos de referência. O resultado desta pesquisa demonstrou
uma diminuição de aproximadamente 50% da área.
Utilizando-se de imagens de satélite Landsat 7, do ano de 2000,
FREITAS & CRUZ (2003) calcularam índices de vegetação para a caracterização de fragmentos
de mata atlântica no Estado do Rio de Janeiro. Através destes índices foram classificadas a
maior parte dos fragmentos florestais. Foram utilizados também por FREITAS & CRUZ (2003),
fotografias aéreas do mesmo ano, para comparar aos dados encontrados. Os índices de
vegetação também podem ser utilizados como indicadores biofísicos, sendo associados à
diversidade de espécies arbóreas e à biomassa florestal (FREITAS et al., 2005).
Segundo GARCIA et al. (1978), quando se monitora uma região, as
mudanças do uso de cobertura de terra necessitam de análises temporais e geralmente usam
imagens de satélite e fotografias aéreas (FREITAS & SHIMABUKURO, 2007), o melhor critério a
ser utilizado seria a fotografia aérea como verdade de campo (verdade terrestre), pois
apresenta dados mais detalhados da região que se deseja estudar. Sem levar em consideração o
menor custo por tal prestação de serviço.
Como se pôde observar, o sensoriamento remoto (fotografias aéreas e
imagens de satélite) é adotado com eficiência na pesquisa e mapeamento de florestas nativas,
Mata Atlântica e Cerrado, principalmente no Estado de São Paulo.
Resultado e discussão 66
Para FREITAS & SHIMABUKURO (2007), o sensoriamento remoto é uma
ferramenta de escala global à local e importante para a pesquisa, principalmente no
monitoramento, identificação e quantificação da distribuição de uma floresta. A utilização
dessas ferramentas reduz o trabalho de campo e aumenta a precisão do traçado dos limites de
mapeamento (VETTORAZI & COUTO, 1992). A vantagem em se trabalhar com a fotografia
aérea está na caracterização do terreno, economia de tempo e investimento (RAY & FISCHER,
1960; GARCIA et al., 1978; PISSARRA, 2002; BARROS, 2003).
6.2 Inventário Florístico geral dos fragmentos
Pesquisas realizadas com estudos florísticos e fitossociológicos em
florestas nativas do interior de São Paulo têm mostrado que tais florestas apresentam variações
em sua estrutura fitossociológica como na composição de sua flora em razão às diferenças nas
condições ambientais dentro de um único trecho contínuo (IBGE, 1992; CAVASSAN et al.,
1993; BERTONCINI, 1996; DURAFLORA, 1999; KRONKA et al., 1998, 2003; PASCHOAL, 2004,
TOPPA et al., 2000, 2004 e SÃO PAULO, 2005) o que corrobora com os resultados desta
pesquisa. Assim, foram concluídos os levantamentos de campo de estrutura da vegetação
arbórea, arbustiva e herbácea em dois (2) fragmentos compostos por vegetação nativa,
circundados por plantações de espécies exóticas de Pinus spp. e Eucalyptus spp. Lembrando
que tais fragmentos foram nomeados nesta pesquisa por Fragmento A e Fragmento B.
Foi amostrado um total de 21.401 indivíduos vivos, os quais foram
fornecidos resultados apenas dos indivíduos amostrados vivos. Estes indivíduos registrados
pertencem a 49 famílias, distribuídos em 79 gêneros com 140 espécies, onde pelo menos 95%
destas foram identificadas até família (Tabela 6, Anexo). Mesmo com o controle intensivo não
se conseguiu material reprodutivo de todas as espécies. Devido à ausência desse material,
algumas espécies ficaram com identificação incompleta ou sem identificação. Todas as
espécies encontradas foram registradas quanto a seu nome popular, portanto foram
incorporadas aos cálculos.
As famílias amostradas na Figura 9 perfazem um número total de
87,3% dos indivíduos amostrados nos fragmentos A e B da fazenda Monte Alegre. Embora
Resultado e discussão 67
não exista uma família dominante, a família Euphorbiaceae se destaca com 38,9% do total de
indivíduos amostrados, seguida de Rubiaceae com 24,5% e demais. A espécie com maior
número de indivíduos em Euphorbiaceae é o Actinostemon communis Pax & K.Hoffm. (8.034
indivíduos), em Rubiaceae, a Psychotria sp. (1.994 indivíduos), Myrtaceae, a Eugenia sp2.
(1137 indivíduos), Poaceae, a Poaceae 3 (265 indivíduos), Monimiaceae, a Siparuna
guianensis Aubl. (938 indivíduos) e, em Lauraceae, a Ocotea sp. (689 indivíduos) Portanto,
apenas 6 das 49 famílias contêm 87,3% do número total de indivíduos amostrados.
A distribuição do número de indivíduos pertencentes a uma família
botânica é denominada dominância de família (MARTINS, 1993) e está apresentada na Figura
9.
Figura 9: Distribuição do número de indivíduos amostrados por família nos dois fragmentos, perfazendo
82,7% do total.
Euphorbiaceae, Rubiaceae e Myrtaceae retêm porcentagens altas do
número total de indivíduos, contudo, Euphorbiaceae vem em primeiro lugar devido à elevada
densidade por área que apresenta apenas uma de suas espécies (A. communis Pax &
K.Hoffm.). Ao descrever aspectos taxonômicos da região de Agudos e Bauru, alguns autores
(CORAL et al., 1991; CAVASSAN et al., 1993; PASCHOAL, 1997, 2004) registram a presença
desta espécie típica de sub-bosque.
Dominância de famílias registradas
nos fragmentos A e B
Euphorbiaceae
38,9%
Rubiaceae
24,5%
Myrtaceae
11,3%
Poaceae
4,8%
Monimiaceae
4,4%
Lauraceae
3,4%
Outras (43)
12,7%
Famílias
n° de indivíduos (%)
Resultado e discussão 68
Segundo ROZZA (1997) é comum encontrar em levantamentos
fitossociológicos de florestas estacionais semideciduais uma ou duas espécies típicas como
dominantes, elas apresentam elevadas densidades populacionais e ocorrem geralmente no
estrato médio. Entretanto, poucos estudos (RODRIGUES, 1992, 1999; ROZZA, 1997; MOREIRA,
2007) relatam o aparecimento com tamanha abundância para o A. communis Pax & K.Hoffm.
Considerando as famílias com maior número de espécies, ao contrário
do número de indivíduos, obtém-se o gráfico da Figura 10, onde 6 famílias, Rubiaceae (16),
Myrtaceae (13), Fabaceae (8), Lauraceae (8), Euphorbiaceae (6) e Melastomataceae (6)
perfazem 43,1% do número total de espécies amostradas nos dois fragmentos, correspondente
a 57 espécies amostradas. As outras 43 famílias somaram 56,9%, correspondente a 83 espécies
amostradas.
Figura 10: Distribuição do mero de espécies por famílias amostrados nos fragmentos A e B da fazenda
Monte Alegre, Agudos, SP.
Embora não exista uma dominância nítida por família sobre as demais,
na Figura 10, ao contrário da Figura 9, a família Rubiaceae destaca-se apresentando o maior
número de espécies e a família Euphorbiaceae apresenta-se em 5° lugar com poucas espécies.
Porcentagens elevadas de famílias com uma única espécie foi
registrada nesta pesquisa, o que pode estar relacionado ao grau de seletividade imposto pelo
ambiente (PASCHOAL, 1997), bem como com a ação antrópica sofrida na região (PASCHOAL,
Famílias floristicamente mais ricas registradas
nos fragmentos A e B
Rubiaceae
12,1%
Myrtaceae
9,8%
Fabaceae
6,1%
Lauraceae
6,1%
Euphorbiaceae
4,5%
Outras (43)
56,9%
Melasto-
mataceae
4,5%
Famílias
n° de espécies (%)
Resultado e discussão 69
2004). Segundo TONIATO & OLIVEIRA FILHO (2004) existem famílias em florestas mesófilas e
matas ciliares que apresentam somente uma espécie, sendo a porcentagem em torno de 50% e
60% respectivamente.
A família Leguminosae tem apresentado em várias pesquisas (CORAL
et al., 1991; MARTINS, 1993; CAVASSAN et al., 1993; ROZZA, 1997; PASCHOAL, 1997, 2004)
um número grande de espécies sendo muitas vezes classificada como a família de maior
número. Como se adotou o sistema de CRONQUIST (1981) para a classificação da vegetação
encontrada e o número de espécies desta família não tiveram níveis de significância altos,
optou-se por não adotá-la.
A relação harmônica característica de plantas que se desenvolvem
sobre outras sem prejudicá-las é considerado como Epifitismo (BLANQUET, 1979). A
importância ecológica do epifitismo consiste, portanto no equilíbrio interativo entre as
espécies e na manutenção da diversidade biológica (WAECHTER, 1992). Embora existam
muitos estudos sobre epífitas no sul e sudeste do Brasil (MARTINS & CAVASSAN, 1996;
GONÇALVES & WAECHTER, 2002, 2003; WAECHTER, 1986, 1992, 1998), na região de Bauru
pouco se sabe sobre essas formas de vida, e não nenhum conhecimento quantitativo sobre
essas espécies (FABRICANTE et al., 2006). Nesta pesquisa as espécies epífitas estão
representadas pelas samambaias, com duas espécies; pelas famílias Orchidaceae com uma
espécie e Bromeliaceae, com três espécies, onde somente uma, a Bromelia balansae Mez pôde
ser identificada. As outras espécies obtiveram a mesma denominação da família.
Segundo EINTEN (1972), citado por BERTONCINI (1996), as
samambaias apresentam poucas espécies no cerrado, sendo representado normalmente pelos
gêneros Adiantum, Anemia e Polypodium. EINTEN (1972) relata ainda que para a família
Bromeliaceae algumas espécies formem grandes aglomerados no Estado de São Paulo, mas
que existem poucas espécies e que a família Orchidaceae apresenta ampla distribuição no
cerrado e pouca abundância. O restante das espécies encontradas nesta pesquisa concentra-se
em espécies terrícolas.
A família Poaceae, com espécies não identificadas cientificamente
nesta pesquisa, apresentou 1023 indivíduos para seis espécies, sendo quatro delas encontradas
nos dois fragmentos. O aparecimento de gramíneas no interior dos fragmentos pode estar
associado à ação antrópica sofrida no local e a fatores naturais, como formação de pequenas
Resultado e discussão 70
clareiras. Segundo JUNK (1990) e WORBES et al. (1991) as gramíneas o mencionadas por
como predominantes no estádio inicial de sucessão primária que ocorre nas várzeas da
Amazônia Central. No Estado de São Paulo MANTOVANI et al. (1989) relatam densas
populações de gramíneas ao longo de margens instáveis de rios. JUNK (1990) atribui a
abundância de uma espécie nos estágios iniciais de sucessão à sua habilidade de resistir à
rápida sedimentação, devido à produção de novas raízes laterais, à medida que o tronco vai
sendo soterrado.
As famílias Asteraceae, Lauraceae, Myrtaceae, Orchidaceae, Poaceae,
Portulaceae, Rubiaceae e Symplocaceae apresentaram espécies não identificadas
cientificamente, obtendo estas o nome das famílias para sua identificação.
Comparando espécies arbóreas, arbustivas e herbáceas desta pesquisa
com listagem de espécies do cerrado, cerradão e floresta estacional semidecidual apresentadas
por SANO et al. (1998), foram encontradas 62 espécies coincidentes. Este valor corresponde a
44,3% das espécies identificadas nos fragmentos da fazenda Monte Alegre e a 24,8% das
espécies listadas em todo o Estado de São Paulo. Das 266 espécies listadas por LEITÃO FILHO
(1992) para o cerrado no Estado, 48 espécies são coincidentes, correspondendo a 18% das
espécies identificadas neste estudo.
Em diversas pesquisas no Estado de São Paulo (ROZZA, 1997; SÃO
PAULO, 1997; GOMES et al., 2004; PASCHOAL, 2004; TOPPA et al., 2004 e TEIXEIRA et al.
2004), o número encontrado de espécies (140) para esta pesquisa é próximo em relação a
outros levantamentos. Esta porcentagem variou de 13 a 45% de espécies coincidentes.
PASCHOAL (2004), em dois anos e meio de levantamento florístico, encontrou um número alto
de espécies (239) em comparação a outras áreas. Segundo PASCHOAL (2004), parte da listagem
apresentada é constituída por espécies comuns à floresta estacional semidecidual,
ocasionalmente ocorrendo em cerradão ou em zonas de transição cerradão - floresta estacional
semidecidual. Em pesquisa semelhante, DURIGAN et al. (1999) em dez anos de levantamento
fitossociológico, encontraram 219 espécies e a listagem também é constituída por espécies de
mesma fitofisionomia. O fato de estas pesquisas ter efetuado coletas por um longo período de
tempo poderia ter contribuído para o grande mero de espécies encontrado (TOPPA et al,
2006).
Resultado e discussão 71
Entre as fitofisionomias encontradas, o cerrado foi o que apresentou o
maior número de espécies típicas (29 espécies), seguido de cerradão (26 espécies) e da floresta
estacional semidecidual (25 espécies). Grande parte destas espécies foi bastante variável entre
as três fitofisionomias e grande parte delas ocorrem em mais de um tipo vegetacional. Este
resultado também foi observado em pesquisas como (ROZZA, 1997; RODRIGUES, 1999; GOMES
et al., 2004; PASCHOAL, 2004; TEIXEIRA et al. 2004 e TOPPA et al, 2000, 2004).
Os resultados apresentados pela evolução temporal, classificaram a
região como mata de transição. A maioria das espécies encontradas no levantamento florístico,
neste caso, mais de 50% das espécies, apresentam-se em todas as fitofisionomias citadas
acima, portanto, os resultados são recíprocos em ambos os levantamentos. Isto vem a enfatizar
a importância das fotografias aéreas utilizadas para levantamentos de cobertura florestal,
demonstrando a qualidade e coerência nos resultados encontrados.
Somente três espécies catalogadas, Tabernaemontana fuschsiaefolia
(Apocynaceae), Vernonia ferruginea (Asteraceae) e Byrsonima intermedia (Malpighiaceae)
foram consideradas por SANO et al. (1998) como espécies invasoras. Segundo SANO et al.
(1998), as espécies invasoras ou ruderais, encontradas normalmente em áreas nativas
perturbadas, foram listadas pela grande freqüência em que são encontradas no bioma Cerrado
e são importantes nos estádios sucessionais das suas formações vegetais.
De todas as espécies registradas, 33 foram identificadas somente até
gênero. Uma vez que 140 espécies foram registradas, 46 delas são comuns em ambos os
fragmentos. Verifica-se que o fragmento A apresenta 55 espécies que lhe são típicas e o
fragmento B apresenta 38 espécies.
De acordo com LEITÃO FILHO (1992), a Secretaria do Estado do Meio
Ambiente (SÃO PAULO, 1997) e RODRIGUES (1999), algumas espécies típicas de ocorrência no
Estado de São Paulo, em cerrado, encontradas nos dois fragmentos foram: Xylopia aromatica
(Lam.) Mart., Cordia trichotona (Vell.) Arrab. e Terminalia brasiliensis (Camberss. Ex A.St.-
Hill.) Eicher. Para cerradão, algumas espécies típicas encontradas foram: Tapirira guianensis
Aubl., Cordia sellowiana Cham. Pterodon emarginatus Vogel. E, para a floresta estacional
semidecidual, algumas espécies típicas encontradas foram: Copaifera langsdorffii Desf., A.
communis Pax & K.Hoffm. e Machaerium stipitatum Vogel.
Resultado e discussão 72
A presença de 21 espécies raras nos fragmentos, aquelas que ocorrem
em levantamentos com somente um indivíduo (MARTINS, 1993), perfazem 15% do valor total
de espécies encontradas. Para DURIGAN & LEITÃO FILHO (1995), raridade de espécies é um
conceito a ser discutido, pois a interpretação dos valores pode ser equivocada, quando se trata
de espécies cuja população é por natureza, dispersa. È importante entender o conceito de
raridade para que não se tenha resultados falsos, pois quando se visa identificar espécies raras
visando a preservação de sua populações, não se pode confundir espécies endêmicas com
aquelas de baixa densidade (MIRANDA, 2000). A presença e a persistência de espécies raras na
comunidade são atualmente vistas como um dos mais importantes indicadores da integridade
do ecossistema (DURIGAN et al., 2006).
É importante ressaltar que algumas das espécies encontradas nesta
pesquisa, como, Casearia sylvestris Sw., Guapira opposita (Vell.) Reitz, A. communis Pax &
K.Hoffm. e Aegiphila sellowiana Cham., são consideradas por RODRIGUES (1999),
predominantes em estágios iniciais da sucessão e presentes em fragmentos florestais muito
perturbados. A presença destas espécies nesses fragmentos pode ser explicada pela atuação de
fatores climáticos e/ou antrópicos sofridos na região e pela fragmentação, como exposto na
evolução temporal (Figura 8).
6.2.1 Florística do fragmento A
Foram amostrados no fragmento A um total de 12.998 indivíduos
distribuídos em 102 espécies, 79 gêneros e 43 famílias onde pelo menos 90% destas foram
identificadas até família (Tabela 6, Anexo). A distribuição do número de indivíduos
pertencentes a uma família está apresentada na Figura 11.
As famílias amostradas na Figura 11 perfazem um número total de
89,3% dos indivíduos amostrados nos fragmentos A da fazenda Monte Alegre. A família
Euphorbiaceae se destaca com 61,9% do total de indivíduos amostrados, seguida de Myrtaceae
com 11,9%, Rubiaceae com 6,5% e demais. A espécie com maior número de indivíduos em
Euphorbiaceae é o A. communis Pax & K.Hoffm. (8.023 indivíduos), em Myrtaceae, a
Eugenia sp2. (837 indivíduos), Rubiaceae, a Coussarea hydrangeaefolia (Benth.) Benth. &
Hook. (418 indivíduos), Poaceae, a Poaceae 3 (265 indivíduos), Monimiaceae, a Siparuna
Resultado e discussão 73
guianensis Aubl. (296 indivíduos) e, em Lauraceae, a Ocotea sp. (264 indivíduos). Portanto,
apenas 6 das 43 famílias contêm 89,3% do número total de indivíduos amostrados.
A família Euphorbiaceae se destaca devido à elevada densidade por
área que apresenta apenas uma de suas espécies (A. communis Pax & K.Hoffm.). CORAL et al.
(1991), CAVASSAN et al. (1993) e PASCHOAL (1997, 2004) registram a presença desta espécie
típica de sub-bosque na região de Agudos e Bauru.
LARCHER (2001) relata que a luminosidade disponível no interior das
florestas interfere na composição de espécies e na distribuição das mesmas nos estratos
inferiores onde ocorre uma seleção das espécies. Com a abertura do dossel (clareiras),
provocadas por meios naturais ou antrópicos, as espécies umbrófilas são substituídas por
outras que dependem de maior luminosidade, fazendo com estas procurem ambientes mais
sombreados (ROZZA, 1997).
Figura 11: Distribuição do número de indivíduos amostrados por família no fragmento A, perfazendo
89,3% do total.
Assim, a dominância do A. communis Pax & K.Hoffm. no fragmento
A pode estar relacionada à baixa luminosidade devido à presença de um dossel contínuo com
clareiras de tamanho pequeno. Deve-se ressaltar que a presença desta espécie na área também
pode estar relacionada a eventos climáticos e históricos que podem estar favorecendo-a. Como
foi exposto anteriormente, houve uma grande retirada de madeira nativa no passado o que
pode ter ocasionado o aumento do número de indivíduos da espécie.
Dominância de famílias registradas
no fragmento A
Euphorbiaceae
61,9%
Myrtaceae
11,9%
Rubiaceae
6,5%
Poaceae
4,5%
Monimiaceae
2,3%
Lauraceae
2,2%
Outras (37)
10,7%
Famílias
n° de indivíduos (%)
Resultado e discussão 74
Segundo ROZZA (1997) é comum encontrar em levantamentos
fitossociológicos de florestas estacionais semideciduais uma ou duas espécies típicas como
dominantes, elas apresentam elevadas densidades populacionais e ocorrem geralmente no
estrato médio. Entretanto, poucos estudos (RODRIGUES, 1992; ROZZA, 1997; MOREIRA, 2007)
relatam o aparecimento com tamanha abundância para o A. communis Pax & K.Hoffm.
A elevada dominância do A. communis Pax & K.Hoffm, em relação às
demais espécies, nos três estratos amostrados no fragmento A, pode estar relacionada também
a eventos naturais, onde a interação destes com a biologia reprodutiva da espécie podem ter
favorecido ou estar favorecendo sua proliferação. Segundo RODRIGUES (1992, 1999), poucas
espécies estão adaptadas às condições mais estressantes de constante retirada e deposição da
serapilheira. Assim, como a região provém de uma ação antrópica, registrada nas fotografias
aéreas, através da fragmentação, a elevada dominância do A. communis Pax & K.Hoffm pode
também estar relacionada à perturbações deste gênero.
Através da evolução temporal realizada nos fragmentos, a área
amostrada no fragmento A se encontrava com mesma classe fitofisionômica, salvo no ano de
1962, onde não havia fragmentos (Figura 8). Ao fazer a sobreposição dos fragmentos,
utilizando a fotografia aérea do ano de 1972 como base, nota-se que esta área apresentava um
dossel descontínuo com formações florestais arbóreas de pequeno porte e solos nus (Figura 5).
Somente com o efeito da fragmentação é que esta área passou a apresentar uma vegetação de
floresta madura em seu dossel. Isto vem a somar a mais uma das possibilidades para a
ocorrência em tal proporção do A. communis Pax & K.Hoffm.
Considerando as famílias com maior número de espécies, ao contrário
do número de indivíduos, obtém-se o gráfico da Figura 12, onde 6 famílias, Rubiaceae (10),
Lauraceae (8), Myrtaceae (8), Fabaceae (6), Poaceae (5) e Caesalpiniaceae (4) perfazem
40,2% do número total de espécies amostradas nos dois fragmentos, correspondente a 37
espécies amostradas. As outras 37 famílias somaram 59,8%, correspondente a 65 espécies
amostradas.
Embora não exista dominância nítida por família sobre as demais, na
Figura 12, ao contrário da Figura 11, a família Rubiaceae destaca-se apresentando o maior
número de espécies e a família Euphorbiaceae, dominante em número de indivíduos
apresenta-se somente com três espécies.
Resultado e discussão 75
Como já exposto anteriormente, porcentagens elevadas de famílias
com uma única espécie foram registradas nesta pesquisa, o que pode estar relacionado ao grau
de seletividade imposto pelo ambiente (PASCHOAL, 1997), bem como com a ação antrópica
sofrida na região (PASCHOAL, 2004).
A família Poaceae apresentou 588 indivíduos para cinco espécies. O
aparecimento de gramíneas no interior dos fragmentos pode estar associado à ação antrópica
sofrida no local e a fatores naturais, como formação de pequenas clareiras.
Cabe ainda ressaltar que dentro e fora deste fragmento foram
observados a presença de lianas, tanto lenhosas como herbáceas. Segundo ENGEL et al. (1998)
e HORA & SOARES (2002), o impacto gerado pela fragmentação florestal no Estado de São
Figura 12: Distribuição do número de espécies por famílias amostrados no fragmento A da fazenda Monte
Alegre, Agudos, SP.
Paulo levou ao aparecimento abundante de lianas, principalmente nas
bordas, podendo interferir na dinâmica natural destas florestas, muito embora sua presença
seja mais benéfica do que prejudicial. As lianas são indesejáveis somente se os níveis de
distúrbios, na maioria antrópicos, afetam a estrutura e a função das comunidades onde estão
presentes (Engel et al., 1998).
Nos fragmentos estudados é comum observar uma volumosa cortina de
lianas nas bordas e em seu interior. Diversos estudos (MORELLATO & LEITÃO FILHO, 1996;
ENGEL et al.,1998; HORA & SOARES, 2002) comprovaram que as lianas aumentam a riqueza
Famílias floristicamente mais ricas registradas
no fragmento A
Rubiaceae
9,9%
Lauraceae
7,8%
Myrtaceae
7,8%
Fabaceae
5,9%
Poaceae
4,9%
Caesalpinaceae
3,9%
Outras (37)
59,8%
Famílias
n° de espécies (%)
Resultado e discussão 76
de espécies e que funcionam como tampão nas bordas dos fragmentos, impedindo a maior
penetração de luz na floresta, consequentemente impedindo o avanço do efeito de borda.
Segundo WEISER (2001), as investigações com lianas são escassas,
embora essas plantas constituam um componente freqüente nas comunidades vegetais e de
importância particular na estrutura destas.
Dando continuidade, entre as fitofisionomias encontradas, o cerrado
foi o que apresentou o maior número de espécies típicas (25 espécies), seguido da floresta
estacional semidecidual com (21 espécies), e de cerradão (15 espécies). É importante lembrar
que a interseção florística entre formações é grande, onde as espécies também podem ocorrer
em outras formações. Este resultado corrobora com os encontrados na evolução temporal do
fragmento A (Figura 8).
Comparando espécies arbóreas, arbustivas e herbáceas desta pesquisa
com listagem de espécies do cerrado, cerradão e floresta estacional semidecidual apresentadas
por SANO et al. (1998), foram encontradas 49 espécies coincidentes. Este valor corresponde a
35,1% das espécies identificadas nos fragmentos da fazenda Monte Alegre e a 15,5% das
espécies listadas em todo o Estado de São Paulo.
De acordo com LEITÃO FILHO (1992), a Secretaria do Estado do Meio
Ambiente (SÃO PAULO, 1997) e RODRIGUES (1999), algumas espécies típicas de ocorrência no
Estado de São Paulo, em cerrado, encontradas no fragmento A foram: Bromelia balansae
Mez, Ocotea pulchella Mart. e Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov. Para cerradão,
algumas espécies típicas encontradas foram: Platypodium elegans Vogel., Zanthoxylum
rhoifolium Lam. (que também pode ser encontrado na floresta estacional semidecidual), e
Vochysia tucanorum Mart. (que também pode ser encontrado no cerrado). E, para a floresta
estacional semidecidual, algumas espécies típicas encontradas foram: Peltophorum dubium
(Spreng.) Taub., Casearia sylvestris Sw. (típicas em fragmentos florestais) e Acacia
polyphylla A. DC..
6.2.2 Florística do fragmento B
Foram amostrados no fragmento B um total de 8.403 indivíduos
distribuídos em 86 espécies, 62 gêneros e 34 famílias onde pelo menos 90% destas foram
Resultado e discussão 77
identificadas até família (Tabela 6, Anexo). A distribuição do número de indivíduos
pertencentes a uma família está apresentada na Figura 13.
A família Rubiaceae se destaca devido à elevada densidade por área
que apresentam as espécies (Faramea cyanea Müll. Arg e Psychotria sp. 2). Estudos
realizados por PASCHOAL (2004), constam dados de caracterização das fitocenoses da Região
de Bauru, utilizadas para comparação com floresta estacional semidecidual, onde as famílias
Rubiaceae e Myrtaceae se destacam por apresentarem maior dominância e maior número de
espécies. Este mesmo resultado pode ser comparado aos desta pesquisa.
As famílias amostradas na Figura 13 perfazem um número total de
83,6% dos indivíduos amostrados nos fragmentos B da fazenda Monte Alegre. A família
Rubiaceae se destaca com 52,2% do total de indivíduos amostrados, seguida de Myrtaceae
com 10,5%, Monimiaceae com 7,6% e demais. As espécies com maior número de indivíduos
em Rubiaceae foram a Psychotria sp. 2 (1.994 indivíduos) e Faramea cyanea Müll. Arg.
(1374 indivíduos), em Myrtaceae, a Eugenia sp3. (305 indivíduos), Monimiaceae, a Siparuna
Figura 13: Distribuição do número de indivíduos amostrados por família no fragmento B, perfazendo
83,6% do total.
Dominância de famílias registradas
no fragmento B
Rubiaceae
52,2%
Myrtaceae
10,5%
Monimiaceae
7,6%
Poaceae
5,2%
Lauraceae
5,1%
Euphorbiaceae
3,0%
Outras (28)
16,4%
Famílias
n° de indivíduos (%)
Resultado e discussão 78
guianensis Aubl.. (642 indivíduos), POACEAE, a Poaceae 5 (162 indivíduos), Lauraceae, a
Ocotea pulchella Mart.. (425 indivíduos) e, em Euphorbiaceae, a Euphorbia. (147 indivíduos).
Portanto, apenas 6 das 34 famílias contêm 83,6% do número total de indivíduos amostrados.
GOMES et al. (2004), fazendo um trabalho comparativo com nove
levantamentos realizados em fisionomias semelhantes realizados no Estado de São Paulo,
encontrou dentre as 6 principais, as famílias Myrtaceae e Rubiaceae, onde Rubiaceae se
destaca com uma família de alta riqueza no cerrado paulista.
Considerando as famílias com maior número de espécies, obtém-se o
gráfico da Figura 14, onde 6 famílias, Rubiaceae (13), Myrtaceae (10), Fabaceae (6),
Melastomataceae (6), Euphorbiaceae (5) e Poaceae (4) perfazem 54,3% do número total de
espécies amostradas nos dois fragmentos, correspondente a 44 espécies amostradas. As outras
28 famílias somaram 45,7%, correspondente a 42 espécies amostradas.
Embora não exista dominância nítida por família sobre as demais na
Figura 14, a família Rubiaceae destaca-se apresentando o maior número de espécies seguidas
pela família Myrtaceae. A Figura 13 mostra a dominância da família Rubiaceae sobre as
demais devido à presença de duas espécies apresentando um número grande de indivíduos, o
que não se observou na Figura 14. Esta dominância pode estar relacionada a porcentagens
elevadas de famílias com uma única espécie, fato já discutido nesta pesquisa.
Figura 14: Distribuição do número de espécies por famílias amostrados no fragmento B da fazenda Monte
Alegre, Agudos, SP.
Famílias floristicamente mais ricas registradas
no fragmento B
Rubiaceae
16,1%
Myrtaceae
12,3% Fabaceae
7,4%
Melastomatacea
e
7,4%
Euphorbiaceae
6,2%
Poaceae
4,9%
Outras (28)
45,7%
Famílias
n° de espécies (%)
Resultado e discussão 79
Os resultados apresentados pelas análises aerofotogramétricas e pela
classificação das fitofisionomias relatam a transformação sofrida na região de estudo pela
fragmentação. Como exposto anteriormente, porcentagens elevadas de famílias com uma
única espécie foram registradas nesta pesquisa, o que pode estar relacionado ao grau de
seletividade imposto pelo ambiente (PASCHOAL, 1997), bem como pela a ação fragmentação
(Figura 8).
Neste fragmento a família Poaceae apresentou 435 indivíduos para
quatro espécies, sendo 286 indivíduos somente para duas espécies de bambu. O aparecimento
de bambus no interior do fragmento pode ter afetado o desenvolvimento de outras espécies.
Em algumas parcelas amostradas neste fragmento, foram encontradas somente estas duas
espécies da família Poaceae, isto pode estar associado a fatores naturais, como formação de
pequenas clareiras por queda de árvores. Este fragmento, ao contrário do fragmento A, não
possui históricos de atividades antrópicas, há não ser a própria fragmentação.
Segundo GUILHERME et al. (2004), é comum se encontrar clareiras
causadas por morte de arvores ou distúrbios antrópicos, isso acarreta o crescimento de árvores
recrutas (estágio inicial, pioneiras) que resulta em um padrão típico de crescimento florestal.
Entretanto é comum se encontrar nestas mesmas áreas, árvores recrutas que estão em
decréscimo em seu crescimento, ocasionando o aparecimento de bambus.
A presença de lianas, tanto lenhosas como herbáceas, também pode ser
observada no exterior e interior do fragmento. Alguns autores (ENGEL et al., 1998; RICARDO,
1999 e HORA & SOARES, 2002), chamam a atenção para o manejo deste tipo de área
(fragmentos), principalmente no que diz respeito ao avanço do efeito de borda. Eles ainda
relatam que eliminação das lianas deva ser seletiva, retirando somente as com características
muito agressivas e de grande dominância.
Entre as fitofisionomias encontradas, o cerrado e cerradão foram os
que apresentaram o maior número de espécies picas (18 espécies, cada), seguido da floresta
estacional semidecidual com (10 espécies) e corrobora com os resultados encontrados na
evolução temporal. De acordo com LEITÃO FILHO (1992), Secretaria do Estado do Meio
Ambiente (SÃO PAULO, 1997) e RODRIGUES (1999), algumas espécies típicas de ocorrência no
Estado de São Paulo, em cerrado, encontradas no fragmento B: Xylopia brasiliensis Spreng.,
Eriotheca gracilipes (K.Schum.) Bureau. e Erythroxylum deciduum A.St.Hil. Para cerradão,
Resultado e discussão 80
algumas espécies típicas encontradas foram: Didymopanax sp., Terminalia argenta
(Cambess.) Mart. (que também pode ser encontrado no cerrado), e Bowdichia virgilioides
Kunth. (que também pode ser encontrado no cerrado). E, para a floresta estacional
semidecidual, algumas espécies picas encontradas foram: Croton floribundus Spreng. (típica
em fragmentos florestais) e Eugenia sp..
Comparando espécies arbóreas, arbustivas e herbáceas desta pesquisa
com listagem de espécies do cerrado, cerradão e floresta estacional semidecidual apresentadas
por SANO et al. (1998), foram encontradas 40 espécies coincidentes. Este valor corresponde a
28,6% das espécies identificadas nos fragmentos da fazenda Monte Alegre e a 9,1% das
espécies listadas em todo o Estado de São Paulo.
6.2.3 Estimativa de riqueza dos fragmentos
A estimativa da riqueza de espécies para o total coletado ao longo
desta pesquisa nos dois fragmentos, calculado através do estimador de riqueza não-
paramétrico “Jacknife”, foi de 105,2 espécies para o fragmento A, de um total observado de
102 e, para o fragmento B foram estimadas 98 espécies para um total observado de 86
espécies.
Nota-se que os valores obtidos para o fragmento A se diferem em três
espécies a mais para o estimador em relação ao real encontrado. Já para o fragmento B este
valor se diferencia em 12 espécies a mais para o estimador em relação ao real encontrado.
Possivelmente esta diferença seja devido ao curto período de amostragem. Contudo, as
estimativas de riqueza, de modo geral, refletiram a riqueza realmente observada nas áreas, pois
tais valores acessaram cerca de 85% do valor real encontrado.
Por outro lado, o fragmento B, área com características mais
conservadas, ou em estágio mais avançado de sucessão, foi a que teve o menor valor estimado
de riqueza, enquanto o fragmento A, área com características menos conservadas, foi o que
apresentou maior valor estimado. De acordo com o estimador de riqueza, o número de
espécies para o fragmento A poderia aumentar em 3% e para o fragmento B o número de
espécies poderia aumentar em 12,2%.
Resultado e discussão 81
Segundo PALMER (1990), MORENO & HALFFTER (2000), HALFFTER et
al. (2001) e CHAO (2004), a riqueza de espécies é a forma mais simples e fácil de se medir a
diversidade de um local considerando estratégias para a priorização de áreas para conservação.
Porém, em muitos casos, é impraticável enumerar diretamente as espécies (COLWELL, 2004).
Os estimadores de riqueza, utilizados como elementos para a caracterização das áreas, são
considerados importantes, pois, por melhor que seja o método de coleta empregado,
dificilmente, todas as espécies serão coletadas.
Os estimadores de riqueza de espécies têm sido utilizados sem que
haja uma definição de qual é aquele que melhor indica a riqueza de uma área (PALMER, 1990;
GOTELLI & COLWELL, 2001). Mas, os vários trabalhos, citados neste tópico, que
apresentaram estimativas utilizando diferentes cálculos não-paramétricos têm mostrado que
um ordenamento hierárquico dos valores estimados de riqueza de espécies aponta para uma
classificação semelhante dos métodos. O emprego dos rios estimadores em contínuos
inventários em uma mesma área deverá contribuir para indicar qual deles é o melhor.
6.2.4 Similaridade dos fragmentos
Calculou-se a similaridade florística entre os 10 transectos amostrados,
sendo cinco em cada fragmento. Os maiores valores de similaridade observados, nos dois
fragmentos, para o índice de Jaccard foram (Tabela 4): fragmento A (0,66) e fragmento B
(0,67). Já os observados para o índice de Sorensen foram (Tabela 5): fragmento A (0,79) e
fragmento B (0,80). Seguindo-se o procedimento de KENT e COKER (1992), que trata valores
iguais ou superiores a 0,5 como altos, os valores encontrados para os índices foram
considerados altos, para todos apresentados (Tabela 7 e Tabela 8, Anexo). E, apesar destes
valores de similaridade encontrados entre os transectos serem altos, eles indicam que estas
unidades de conservação possuem baixa heterogeneidade florística relacionada à grande
diversidade de hábitats.
O estudo da diversidade vegetal tem como um de seus objetivos
realizar levantamentos florísticos e fitossociológicos em fragmentos florestais remanescentes e
estudar a dinâmica das comunidades vegetais, avaliando espécies pioneiras, secundárias ou
tardias na floresta (STRASBURGER, 1978). Para tanto, é importante se comparar a similaridade
Resultado e discussão 82
florística entre florestas e/ou áreas e monitorar as mudanças estruturais e florísticas em
algumas comunidades vegetacionais fazendo a construção de modelos de matrizes para
predizer os efeitos a longo prazo da fragmentação na taxa de crescimento, e a determinação de
quais parâmetros demográficos são os responsáveis por esta mudança (JAMES & SHUGART,
1970; BATTEN, 1976). Os dados aqui apresentados revelaram baixa heterogeneidade florística
para um determinado espaço de tempo e época, o que também pode ter ocasionado estes
valores.
Tabela 4: Similaridade florística entre os transectos estudados do fragmento A da Fazenda Monte
Alegre/SP para os índices de similaridade de Jaccard e Sorensen, baseado no IVI. TA – transecto A.
Índice de Jaccard - A Índice de Sorensen - A
TA1
TA2
TA3
TA4
TA5
TA1
TA2
TA3
TA4
TA5
TA1
1 TA1
1
TA2
0,59
1 TA2
0,75
1
TA3
0,53
0,62
1 TA3
0,69
0,76
1
TA4
0,58
0,6 0,56
TA4
0,74
0,75
0,71
TA5
0,65
0,64
0,65
0,66
1 TA5
0,79
0,78
0,79
0,79
1
Tabela 5: Similaridade florística entre os transectos estudados do fragmento B da Fazenda Monte
Alegre/SP para os índices de similaridade de Jaccard e Sorensen, baseado no IVI. TB – transecto B.
Índice de Jaccard - B Índice de Sorensen - B
TB1
TB2
TB3
TB4
TB5
TB1
TB2
TB3
TB4
TB5
TB1
1
TB1
1
TB2
0,59
1
TB2
0,74
TB3
0,67
0,65
1
TB3
0,80
0,79
1
TB4
0,58
0,54
0,62
1
TB4
0,74
0,7
0,76
1
TB5
0,65
0,64
0,62
0,64
1
TB5
0,79
0,78
0,77
0,78
1
O agrupamento formado a partir da combinação dos valores dos
índices de similaridades gerados a partir dos cálculos fitossociológicos do estrato superior de
regeneração produziu o dendrograma mostrado na Figura 15. Estes valores de similaridade
florística foram observados para cada transecto com base no IVI ndice de valor de
importância).
Os dendrogramas gerados a partir dos índices de similaridade de
Jaccard e Sorensen se mostraram iguais, apesar de os valores obtidos serem diferentes (Tabela
Resultado e discussão 83
4 e Tabela 5). Os cálculos foram efetuados utilizando o software Mata Nativa, que trabalha
somente com dados de IVI para agrupamento, porém cálculos realizados para valores de
densidade absoluta, dominância absoluta, dentre outros, também foram realizados gerando
dendrogramas semelhantes à encontrada na Figura 15.
A análise do dendrograma representado pela Figura 15, indica a
formação de dois grupos consistentes (fragmento A e B). Basicamente, os dois grupos
formados são marcantemente diferentes entre si. Para RIZZINI (1963), HERINGER et al. (1977) e
CASTRO (1994), citado por BALDUINO et al. (2005), a formação destes grupos teve influência
da localização das áreas (visualizado nas fotográficas reas) e da distribuição de espécies
consideradas peculiares e acessórias.
Segundo KOEHLER (2001), a distância entre os fragmentos e a
diferença de densidade arbórea entre eles é um critério de delimitação de patamares da
vegetação. KOEHLER (2001) ainda afirma que os dendrogramas obtidos com base nos valores
de importância representam melhor a situação.
Figura 15: Dendrograma de similaridade florística formado a partir do índice de similaridade de Jaccard
de acordo com IVI, entre os transectos dos fragmentos A e B estudados na Fazenda Monte Alegre/SP,
Distância de ligão
T ansecto B3
T ansecto B2
T ansecto B5
T ansecto B4
T ansecto B1
T ransecto A4
T ransect o A5
T ransecto A2
T ransecto A3
T ransecto A1
Análise de agrupamento dos Fragmentos A e B
para IVI%
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
Resultado e discussão 84
Voltando ao dendrograma representado pela Figura 15, podemos
visualizar a baixa heterogeneidade entre os transectos de cada fragmento também mostrada
nos cálculos representados pelas Tabela 4 e 5, onde quase não se percebe diferença entre eles.
Pode-se notar que os transectos 4 e 5 de ambos os fragmentos apresentam uma pequena
diferença entre os demais, que pode estar relacionado ao fato de se encontrarem mais ao centro
dos fragmentos.
Resultados baseados na distribuição de espécies do bioma Cerrado,
citados por CASTRO (1994) e BALDUINO et al. (2005) mostram a existência de padrões
fitogeográficos. A baixa heterogeneidade do componente lenhoso entre as áreas comparadas
(Figura 15) não corrobora com os resultados citados nestes trabalhos, pois as diferenças
encontradas indicam que as espécies se caracterizam por não se distribuírem espacialmente
nos mosaicos (BALDUINO et al., 2005). Esta “confusão” na distribuição de espécies nos
fragmentos pode estar relaciona aos efeitos sofridos pelos fragmentos no decorrer dos anos,
onde se pôde notar uma variação muito grande de classes fitofisionômicas (Figura 8).
6.3 Inventário fitossociológico dos fragmentos
O levantamento fitossociológico não pode ser realizado para os
fragmentos em conjunto, pois os valores dos cálculos para cada um e as espécies encontradas
se diferem muito, o que poderia gerar falsos resultados. O levantamento realizado para cada
fragmento está representado a seguir.
6.3.1 Fitossociologia do fragmento A
No levantamento fitossociológico do estrato superior de regeneração
para o fragmento A, com área de meio hectare, foram amostrados 7.607 indivíduos vivos
pertencentes a 43 famílias, e 79 espécies. Os parâmetros fitossociológicos estimados para as
espécies amostradas no levantamento encontram-se na Tabela 7 (Anexo) e estão ordenados
pelo valor de importância (VI%).
As espécies mais importantes foram a espécie A. communis Pax &
K.Hoffm., com 28,07% e a espécie Pterodon emarginatus Vogel encerrando 21,41% desta
Resultado e discussão 85
comunidade em termos de percentual de importância. Somando-se aos valores das espécies
Coussarea hydrangeaefolia (Benth.) Benth. & Hook e Xylopia aromatica (Lam.) Mart.
(3,22% e 3,09%, respectivamente), representam mais de 55% da comunidade arbórea do
fragmento (Tabela 7, Anexo).
Estas espécies também apresentaram os maiores valores de cobertura
nessa ordem, onde as espécies A. communis Pax & K.Hoffm., Pterodon emarginatus Vog.,
Coussarea hydrangeaefolia (Benth.) Benth. & Hook e Xylopia aromatica (Lam.) Mart.
apresentaram-se com 41,13%, 31,14%, 3,85% e 3,66%, respectivamente.
A elevada densidade absoluta de 15.214 ind./0,5ha, não é uma
característica comum encontrada em pesquisas realizadas na região (FERRACINI et al., 1983;
CORAL et al., 1991; CAVASSAN et al., 1993; BERTONCINI, 1996; PASCHOAL & MONTANHOLI,
1997; PASCHOAL, 2004) e está relacionada à alta densidade da espécie A. communis Pax &
K.Hoffm (10.582 ind./0,5ha), mencionada nesta pesquisa. O método de coleta dos dados
também é um fator a ser considerado nesta alta densidade, pois foi utilizado como critério de
inclusão nos cálculos, todos os indivíduos encontrados com altura de fuste maior ou igual 1,30
m. As pesquisas citadas acima trabalharam com diâmetros altura do peito - DAP maiores que
2 cm para a amostragem.
Através da análise da evolução temporal realizada nos fragmentos, a
área amostrada no fragmento A se encontrava com mesma classe fitofisionômica, salvo no ano
de 1962, onde não havia fragmentos (Figura 8). Somente com o efeito da fragmentação é que
esta área passou a apresentar uma vegetação de floresta madura em seu dossel e se manteve
assim por mais de 30 anos. Portanto, existe a possibilidade da elevada densidade absoluta estar
relacionada a esta transformação.
Em outras pesquisas realizadas no Estado de São Paulo, onde o critério
de inclusão foi igual ao desta pesquisa, os valores de densidades observados foram de 7.260
ind./ha (NICOLINI-GABRIEL, 1997), 5.586,59 ind./ha (NICOLINI-GABRIEL & PAGANO, 1993) e
4.767,56 ind./ha (CHRISTIANINI, 1999). Estes valores ainda estão bem abaixo do encontrado
nesta pesquisa.
Várias pesquisas realizadas na região de Bauru/SP, a maioria das
espécies listadas na Figura 16 foram encontradas com valores altos de IVI, mas em nenhuma
delas a espécie A. communis Pax & K.Hoffm. foi encontrada como sendo o maior valor, na
Resultado e discussão 86
realidade ela normalmente aparece no final da lista. CAVASSAN (1990), por exemplo,
encontrou no Parque Ecológico de Bauru a espécie Coussarea hydrangeaefolia (Benth.)
Benth. & Hook em segunda posição em ordem de IVI, seguida das espécies Siparuna
guianensis Aubl. e Xylopia aromatica (Lam.) Mart.. A espécie A. communis Pax & K.Hoffm.
não foi comentada por ele neste levantamento. Esta espécie esteve presente em todas as
parcelas e estratos amostrados nesta pesquisa, com freqüência absoluta igual a 100% (Tabela
7, Anexo).
Para a região de Agudo/SP, das espécies citadas em outras pesquisas,
somente a espécie Ocotea pulchella Mart. aparece nos primeiros patamares de importância
para este fragmento. Segundo CAVASSAN et al (1993), CHRISTIANINI (1999) e PASCHOAL
(2004) a espécie A. communis Pax & K.Hoffm. apresentou valores baixos de IVI e de número
de indivíduos.
Na Figura 16 foi apresentada às espécies com maiores valores de
importância e cobertura.
Figura 16: Distribuição dos valores de importância (IVI%) das espécies amostradas em 0,5ha do
fragmento A. A.c. Actinostemon communis Pax & K.Hoffm; P.c. Pterodon emarginatus Vogel; C.h.
Coussarea hydrangeaefolia (Benth.) Benth. & Hook; X.a. Xylopia aromatica (Lam.) Mart.; M.sp. 1 Myrcia
sp.1; O.p. Ocotea pulchella Mart; E.sp.2 Eugenia sp.2; S.g. Siparuna guianensis Aubl.; C.s. Casearia
sylvestris SW. e L.t.Lamanonia ternata Vell.. Fazenda Monte Alegre, Agudos/SP.
Porcentagens de valores de importância (IVI%) de
espécies em 0,5 ha do fragmento A
28,07
21,41
3,22 3,09
2,92
2,02 1,75
1,49
1,19
1,09
33,74
A.c. P.e. C.h. X.a. M.sp.1 O.p. E.sp.2 S.g. C.s. L.t. Outras
(69)
Espécies
IVI%
Resultado e discussão 87
Ainda se pode notar nesta espécie que apesar de apresentar o primeiro lugar em importância,
ele aparece em segundo lugar em dominância, atrás da espécie Pterodon emarginatus Vog.,
este, por apresentar uma grande área basal (Tabela 7, Anexo).
Somente pesquisas como RODRIGUES (1992, 1999), ROZZA (1997) e
MOREIRA (2007), relatam o aparecimento com tamanha abundância para o A. communis Pax &
K.Hoffm. no Estado de São Paulo. A espécie Pterodon emarginatus Vogel por apresentar os
maiores valores de alturas pôde ser visualizada em algumas fotografias aéreas utilizadas na
análise aerofotogramétrica, onde aparecia como uma árvore emergente e característica do
dossel deste fragmento. Espécies como a Guarea macrophyla Vahl., Ocotea sp. e Poutera sp.
também apresentaram maiores alturas.
O faveiro ou sucupira (Pterodon emarginatus Vogel) é uma árvore que
faz parte da vegetação do cerrado brasileiro e, pertencente à família Fabaceae; a sucupira é
facilmente encontrada em toda a extensão desse ecossistema (KLINK et al. 1995). Segundo
SILVA et al. (2005), além de outros potenciais de utilização, como móveis finos, é também
uma planta melífera e seus frutos são utilizados no combate a dores de garganta. É uma
espécie de ocorrência em populações densas formando bosquetes nos cerrados e cerradões
(BRANDÃO et al., 2001). Esta característica de bosquetes está bem demonstrada no fragmento
A, onde foi encontrada a maioria dos indivíduos desta espécie. Pela evolução temporal
realizada nas fotografias aéreas, foi possível, em alguns casos, obter a visualização destes
bosquetes, (exemplo: fotografia aérea do ano de 2000).
As famílias com maiores valores de importância no levantamento do
fragmento A, estão representadas na Figura 17. Novamente, como nos valores de importância
de espécies, os valores mais altos encontrados foram para as famílias Euphorbiaceae e
Fabaceae, perfazendo 52,6% do total amostrado. Este fato está diretamente relacionado à
presença da espécie A. communis Pax & K.Hoffm.. para a família Euphorbiaceae e do
Pterodon emarginatus Vogel para a família Fabaceae. Portanto, a presença de uma única
espécie foi suficiente para determinar o grau de importância de sua família no fragmento.
As espécies e famílias encontradas no fragmento A se diferem em
valor de importância de outras pesquisas realizadas na região, como as citadas neste tópico.
Contudo, são espécies e famílias comumente encontradas na região de Agudos e Bauru.
Resultado e discussão 88
Fatores climáticos e antrópicos e a dinâmica sucessional em que a
comunidade se encontra podem ter ocasionado as diferenças encontradas, principalmente pelo
fato da região ser considerada uma área perturbada, devido à fragmentação, às diversas
monoculturas ocorridas na região e à retirada de madeira nativa, com citado por PASCHOAL
(2004). Isto também de ser visualizado através evolução temporal feita nas fotografias
aéreas, que mostrou desde o ano de 1962, as profundas modificações sofridas pela área (Figura
8). A metodologia utilizada para a amostragem dos dados e o tamanho das parcelas também
podem ter influenciado nesta variação (MARTINS, 1993).
Segundo GALVÃO (2002) um inventário, em princípio, tem que incluir
a grande maioria das espécies que constitui a comunidade. Mas, para encontrá-la é preciso que
a área estudada ultrapasse um tamanho mínimo, que difere muito entre uma comunidade e
outra. Não existe um consenso geral para o tamanho mais adequado das parcelas, contudo
GREIG-SMITH (1983) considera o formato retangular mais recomendável que o quadrado
devido à tendência de agrupamentos de espécies. O tamanho e formato adotados para as
parcelas nesta pesquisa têm sido utilizados com freqüência em estudos florestais (RODRIGUES,
1989; DURIGAN, 1994, PASCHOAL, 2004).
Figura 17: Distribuição dos valores de importância (IVI%) das famílias amostradas em 0,5ha do
fragmento A. Fazenda Monte Alegre, Agudos/SP.
Porcentagens de valores de importância (IVI%) de
famílias em 0,5 ha do fragmento A
Euphorbiaceae
29,4%
Fabaceae
23,2%
Rubiaceae
7,6%
Anonaceae
7,6%
Myrtaceae
5,1%
Lauraceae
3,8%
Outras
23,3%
Famílias
IVI%
Resultado e discussão 89
Pesquisas recentes (MOREIRA, 2007; SCHILLING, 2007) relatam a
necessidade em se conhecer a metodologia utilizada nos levantamentos fitossociológicos bem
como nos cálculos. Contudo, estas metodologias devem ser adaptadas às áreas de estudo e ao
objetivo do mesmo.
Observou-se a ocorrência de agentes perturbadores (espécies de pelo
menos três fisionomias) no fragmento A, pois a área apresenta características intermediárias
entre as fisionomias de mata (BRANDÃO et al., 2001), cerradão e cerrado, já citadas no
levantamento florístico, (Tabela 6, Anexo) e no levantamento aerofotogramétrico (Figura 7 e
Figura 8). necessidade, no entanto, que se tenha cautela para analisar as espécies
encontradas nesta pesquisa e as fisionomias as quais elas pertencem, justamente por não serem
exclusivas de uma mesma fisionomia vegetal, mencionadas acima.
Segundo BRANDÃO et al. (2001), duas das 79 espécies amostradas
neste fragmento, o Pterodon emarginatus Vogel e Stryphnodendron adstringens (Mart.), além
de serem espécies protegidas por lei, também o consideradas espécies ameaçadas do bioma
cerrado.
Neste fragmento estudado, a média do índice de Shannon (H´) para as
espécies foi de 1,59 nats/ind. Considerando os cinco transectos estudados, o transecto TA5 se
destaca com um índice de Shannon de valor 3,03, nats/ind. o que pode estar relacionado à sua
instalação mais ao centro do fragmento e ao menor número de indivíduos que ele apresentou
relação ao total de espécies encontradas.
O valor do índice de Shannon encontrado para este fragmento é
considerado baixo em relação a trabalhos realizados na região, pois CAVASSAN (1990) e
CAVASSAN et al. (1993) encontraram para Bauru valores de 3,12 nats/ind. e 3,83 nats/ind.,
respectivamente. BERTONCINI (1996), CHRISTIANINI (1999) e PASCHOAL (2004) encontraram
valores de 3,28 nats/ind., 3,35 nats/ind. e 2,89 nats/ind., respectivamente. Já o valor
encontrado no último transecto se aproximou daqueles citados acima. Segundo BERTONCINI
(1996), a ocorrência de valores de diversidade semelhantes em algumas comunidades de
mesma natureza pode ser atribuída, além do aspecto fisionômico da vegetação, aos critérios de
amostragem utilizados e à distância entre elas. Dentre os trabalhos citados, apenas
CHRISTIANINI (1999) empregou o mesmo critério de inclusão de espécies utilizado nesta
pesquisa.
Resultado e discussão 90
KNIGHIT (1975) afirmou que os índices altos de diversidade, em
florestas temperadas variam de 2,0 a 3,0 nats/ind. e, em florestas tropicais de 3,83 até 5,85
nats/ind. Segundo MARGALEF (1972), usualmente o H’ apresenta valores entre 1,5 e 3,5
nats/ind.; raramente ultrapassando 4,5 nats/ind. Para ROTTA (1997) quando se inclui
indivíduos com diâmetros reduzidos em uma amostra, como neste fragmento, deixa clara a
tendência de aumentos da riqueza, mas não necessariamente da diversidade.
Algumas pesquisas (TUNER et al., 2003; FREITAS & SHIMAKURO,
2007) utilizam o sensoriamento remoto para calcular a diversidade de espécies em uma
comunidade florestal nativa. Segundo TUNER et al. (2003), o mapeamento direto de espécies e
comunidades normalmente utiliza sensores multiespectrais com resolução espectral muito alta
(ex. IKONOS), que geram imagens nas quais é possível identificar a copa das árvores. Uma
vez identificadas, a diversidade de espécies pode ser calculada gerando parâmetros ambientais
(TURNER et al. 2003) e, quanto mais avançado o estágio sucessional apresentado pelas
espécies, maior o número de espécies e menor a dominância de uma dada espécie
(HERNANDEZ-STEFANONI & PONCE-HERNANDEZ, 2004).
6.3.2 Fitossociologia do fragmento B
No levantamento fitossociológico do estrato superior de regeneração
para o fragmento B, com área de meio hectare, foram amostrados 3.451 indivíduos vivos
pertencentes a 27 famílias, e 63 espécies. Os parâmetros fitossociológicos estimados para as
espécies amostradas no levantamento encontram-se na Tabela 8 (Anexo) e estão ordenados
pelo valor de importância (VI%).
As espécies mais importantes foram a Faramea cyanea Müll. Arg.,
com 17,67% e a Amaioua guianensis Aubl., encerrando 7,52%, desta comunidade em termos
de percentual de importância. Somando-se aos valores das espécies Copaifera langsdorffii
Desf., Ocotea pulchella Mart., Psychotria sp.2 e Siparuna guianensis Aubl. (6,1%, 6,02%,
5.99% e 3,78%, respectivamente), representam mais de 47,1% da comunidade arbórea do
fragmento (Tabela 8, Anexo). Estas espécies também apresentaram os maiores valores de
cobertura nessa mesma ordem. Espécies como a Copaifera langsdorffii Desf., Ocotea
pulchella Mart., Siparuna guianensis Aubl., Xylopia aromatica (Lam.) Mart. e Qualea
Resultado e discussão 91
grandiflora Mart., são constantemente citadas em pesquisas da região com altos valores
percentuais de importância. Autores como FERRACINI et al. (1983), encontraram, por exemplo,
valores de importância de 15,2% para a espécie Copaifera langsdorffii Desf., no Município de
Bauru, assim como CAVASSAN (1990), com 33,88% e CAVASSAN et al. (1993), com 24,71%,
no Município de Agudos, CHRISTIANINI (1999) com 34,84% e PASCHOAL (2004) com 64,98%
também em Agudos, para a mesma espécie. As espécies com maiores valores de importância
deste fragmento estão representadas na Figura 18.
A espécie Faramea cyanea Müll. Arg. foi a que apresentou maior
valor de importância, maior densidade e dominância. Segundo OLIVEIRA (1994), a Faramea
cyanea Müll. Arg., pertencente à família Rubiaceae é comumente encontrada nas florestas
centrais brasileiras com alturas que variam de três a seis metros e sua dispersão ocorre
geralmente no inicio da estação seca, quando é menor a quantidade de frutos disponíveis no
bioma cerrado. Para OLIVEIRA (1998) a diversidade de estratégias fenológicas desta espécie
representa formas alternativas de sobrevivência, aumentando ou diminuindo a ocorrência de
suas espécies.
Figura 18: Distribuição dos valores de importância (IVI%) das espécies amostradas em 0,5 ha do
fragmento B. F.c.. Faramea cyanea Müll. Arg.; A.g.. Amaioua guianensis Aubl.; C.l. Copaifera
langsdorffii Desf.; O.p. Ocotea pulchella Mart.; P.sp.2 Psychotria sp.2; S.g. Siparuna guianensis Aubl.;
C.sp. Copaifera sp.; R.f. Rapanea ferruginea (Ruíz & Pav.) Mez; P.g. Pera glabrata Poepp. Ex Baill. e
X.a. – Xylopia aromatica (Lam.) Mart.. Fazenda Monte Alegre, Agudos/SP.
Porcentagens de valores de importância (IVI%) de
espécies em 0,5 ha do fragmento B
17,67
7,52
6,1 6,02 5,99
3,78
3,61 3,61
3,24 2,98
39,49
F.c. A.g. C.l. O.p. P. sp.2 S.g. C. sp. R.f. P.g. X.a. Outras
(53)
Espécies
IVI%
Resultado e discussão 92
A espécie Amaioua guianensis Aubl., também uma Rubiaceae é geralmente encontrada em
diferentes biomas, ocorrendo tanto em florestas estacionais semideciduais, como em cerradão
(PEREIRA-SILVA et al., 2006) e seu padrão espacial de distribuição de indivíduos masculinos e
femininos parecem ser influenciados pelo efeito da perturbação antrópica (AMORIM &
OLIVEIRA, 2006). Segundo PEREIRA-SILVA et al. (2006) além da Amaioua guianensis Aubl., a
Copaifera langsdorffii Desf. e a Terminalia brasiliensis (Camberss. Ex A.St.-Hill.) Eichler
(espécies com valores altos de importância neste fragmento), também são espécies
encontradas em diferentes biomas, ocorrendo tanto em florestas estacionais semideciduais,
como em cerradão.
A espécie A. communis Pax & K.Hoffm. foi a que apresentou o menor
índice de valor de importância para este fragmento de 0,18%; este resultado se assemelha com
pesquisas realizadas na região de Agudos e Bauru, citadas neste tópico, não sendo esta
espécie tão significativa para este fragmento, quanto para o outro.
Segundo MARTINS (1993), o elevado número de espécies com baixos
valores de VI são indicadores de alta diversidade, baixa densidade das populações e da
dominância. Com base nesta informação pode-se constatar que o fragmento estudado possui
uma alta densidade de populações, com a maioria das espécies possuindo valores inferiores a
um. Porém a vegetação deste fragmento, ao contrário do afirmado por MARTINS (1993), possui
muitas espécies com valores baixos de VI, mas também possui baixa diversidade.
É importante ressaltar que os fragmentos A e B estão três anos
interligados por corredores de diversidade implantados pela empresa para cumprir diretrizes
estabelecidas com uma certificadora de manejo florestal. Segundo FONSECA (2007) nos
hotspots, o isolamento dos fragmentos de floresta avança rapidamente e, com isso, os parques
e reservas não conseguem sozinhos evitar o colapso das funções ecológicas e de sua
diversidade. Porém, mosaicos com múltiplos usos da terra, em uma paisagem manejada,
podem permitir o movimento de populações por meio de "ligações" entre florestas próximas.
Assim, o corredor de diversidade é uma das melhores opções para reverter às tendências de
extinção.
A densidade absoluta para este fragmento, de 6.902 ind./0,5ha,
também se aproximou aos valores de pesquisas realizadas no Estado de São Paulo onde o
Resultado e discussão 93
critério de inclusão de indivíduos foi igual ao desta pesquisa (NICOLINI-GABRIEL, 1997;
NICOLINI-GABRIEL & PAGANO, 1993; CHRISTIANINI, 1999).
A Figura 19 possibilita a análise do valor de importância das 24
famílias botânicas encontradas no fragmento B. Novamente, como nos valores de importância
de espécies, os valores mais altos encontrados foram para as famílias Rubiaceae,
Caesalpiniaceae e Myrtaceae, perfazendo 52,9% do total amostrado. Este fato está diretamente
relacionado à presença das espécies Faramea cyanea Müll. Arg. e Amaioua guianensis Aubl.
para a família Rubiaceae, da Copaifera langsdorffii Desf. para a família Caesalpiniaceae e à
maior riqueza de espécies encontrada em Myrtaceae (Tabela 8, Anexo).
Em alguns levantamentos fitossociológicos consultados na região de
Agudos e Bauru a família Rubiaceae está presente (FERRACINI et al., 1983; CAVASSAN et al.,
1993; CHRISTIANINI, 1999) e, também no Estado de São Paulo (CÉSAR & LEITÃO-FILHO, 1990
apud CHRISTIANINI, 1999; NICOLINI-GABRIEL, 1997; ROZZA, 1997). Geralmente ela ocupa o
segundo, terceiro ou quarto lugares em IVI% nestes trabalhos, ficando geralmente atrás da
família Leguminosae, não adotada nesta pesquisa. As demais famílias são regularmente
encontradas nesta região e no Estado do São Paulo como de grande abundância em matas
mesófilas semidecíduas (LEITÃO FILHO, 1982).
Figura 19: Distribuição dos valores de importância (IVI%) das famílias amostradas em 0,5ha do
fragmento B. Fazenda Monte Alegre, Agudos/SP.
Porcentagens de valores de importância (IVI%) de
famílias em 0,5 ha do fragmento B
Rubiaceae
34,7
Myrtaceae
8,46
Lauraceae
6,02
Outras (18)
25,86
Combre-
taceae
4,21
Euphor-
biaceae
5,54
Caesal-
pinaceae
9,71
Famílias
IVI%
Resultado e discussão 94
Este fragmento B apresenta características de área mais conservada
que o fragmento A, apesar da evolução temporal ter mostrado que os dois fragmentos são bem
parecidos quanto às fitofisionomias. Suas espécies apresentam densidade, dominância e
valores de importância semelhantes dando a aparência de uma floresta equilibrada de dossel
descontínuo e árvores emergentes.
Segundo BRANDÃO et al. (2001), três das 63 espécies amostradas neste
fragmento, Bowdichia virgilioides Kunth, Pterodon emarginatus Vogel e a Qualea
grandiflora Mart., além de serem espécies protegidas por lei, são também consideradas
espécies ameaçadas.
Para este fragmento, o índice de Shannon (H´) geral para as espécies
foi de 2,56 nats/ind. Considerando os cinco transectos estudados, todos se mantiveram com
valores semelhantes ao geral, o que pode estar relacionado ao maior estado de conservação em
que este fragmento se encontra. Segundo alguns autores, o H’ também pode ser influenciado
pelo método de amostragem e/ou critérios de inclusão dos indivíduos (PAGANO et al, 1987;
MARTINS, 1993).
Em nível específico, o índice de Shannon encontrado para este
fragmento se aproximou daqueles encontrados por CAVASSAN (1990), CAVASSAN et al.
(1993), BERTONCINI (1996), CHRISTIANINI (1999) e PASCHOAL (2004) na região de Agudos e
Bauru, apesar destes trabalhos terem apresentados valores maiores. Segundo PAGANO et al
(1987), a escolha da classe de diâmetro para a amostragem é importante para a exclusão ou
inclusão de espécies. Esta pesquisa não adotou uma classe de diâmetro e sim a altura de fuste
de 1,30 m como critério de inclusão de indivíduos. Isto pode ter ocasionado a diferença entre
os valores de diversidade encontrados nas pesquisas citadas.
Como se pôde ver nos resultados apresentados por esta pesquisa, o
emprego de inclusão de espécies com altura de fuste de 1,30 m para o estrato superior de
regeneração resultou em ambos os fragmentos uma amostragem rica em número de
indivíduos, mesmo assim, não apresentaram um índice de diversidade alto comparado as
pesquisas da região, principalmente no que diz respeito ao fragmento A.
Se compararmos estes resultados aos encontrados pelas análises
aerofotogramétricas, veremos que apesar da evolução temporal ter apresentado classificações
semelhantes para o dossel dos fragmentos, o resultado apresentado pelo levantamento
Resultado e discussão 95
fitossociológico mostrou a diferença existente entre eles. As espécies amostradas em ambos se
diferenciaram em densidade, dominância, valores de importância e principalmente em valores
de cobertura, mostrando que o dossel dos fragmentos é composto por espécies diferentes.
Porém, apesar dos fragmentos apresentarem a composição do dossel diferente, não deixou de
ter características de uma mata em transição, principalmente pelo fato da maioria destas
espécies serem evidentes em várias fitofisionomias.
As fotografias aéreas mostram características do dossel dos fragmentos
através das fitofisionomias, porém não apresentaram definições concretas de quais espécies
compunham este dossel. Esta ferramenta é, portanto, indicada para avaliações a nível
fitofisionômico.
CALDAS et al. (2006), testando um sistema de obtenção de fotografias
aéreas digitais de pequeno formato, escala 1:1.000, para estudar a situação das áreas de
preservação permanente (APP) do rio Guandu, concluiram que a grande vantagem deste
sistema é o seu baixo custo e a rápida obtenção do produto final de qualidade, constituindo-se
uma interessante opção complementar a estudos e levantamentos temáticos.
Como mencionado, pesquisas como de KRONKA et al. (2003),
TOPPA et al (2006) e do Inventário florestal da vegetação natural do estado de São Paulo (SÃO
PAULO, 2005), utilizaram-se de fotografias aéreas para a classificação fitofisionômica das
regiões por eles pesquisadas. E mostraram a facilidade em se trabalhar com esta ferramenta
para este tipo de estudo. Em todas estas pesquisas, os resultados demonstrados basearam em
análises comparativas às características das regiões estudadas e a uma legenda e/ou
classificação fitofisionômica estipulada. Os resultados obtidos nestas pesquisas propiciaram a
muitos pesquisadores a possibilidades de compararem seus levantamentos de campo, com o
que foi encontrado, gerando normalmente resultados parecidos, como é o caso de PASCHOAL
(2004).
A interpretação visual é utilizada constantemente em mapeamentos de
cobertura florestal, desde o uso de mesa de luz nas décadas 70-90, até a interpretação em tela
de computador, a partir deste século. A grande diversidade de alvos existentes nas vegetações
se constitui em material riquíssimo para avaliação, necessidade, portanto, de pesquisas que
avaliem as potencialidades dos sensores atuais, tanto para mapeamentos locais, quanto para
mapeamentos e monitoramentos regionais (SILVA et al., 2006).
Resultado e discussão 96
Para complementar os resultados até agora obtidos, foram realizados
estudos no aspecto da regeneração natural dos fragmentos e seus resultados estão apresentados
a seguir.
6.4 Regeneração natural dos fragmentos
Para se analisar a regeneração dos fragmentos, observou-se em
conjunto as densidades e freqüências absolutas de espécies e famílias encontradas em cada
estrato, pois a partir destes dados, se obteve uma perspectiva de crescimento dos
indivíduos/espécies encontrados na comunidade. A análise de cada estrato em particular foi
adotada em trabalhos fitossociológicos por VELOSO & KLEIN (1957) em floresta atlântica no
sul do Brasil e por MARTINS (1993) em floresta mesófila no Estado de o Paulo por ser um
método que mais se aproxima da realidade.
Considerando cada estrato isoladamente e independente dos demais,
pode-se ter uma idéia da distribuição do número de famílias, espécies e indivíduos em cada
um. Lembrando que nesta pesquisa adotou-se para o estrato superior de regeneração - ESR
a vegetação maior que 1,30 m; para o estrato médio de regeneração EMR a vegetação
entre 0,5h e 1,3 m e para o estrato inferior de regeneração- EIR a vegetação menor que 0,5
m. Os dados aqui apresentados se referem à florística dos estratos apresentados para os dois
fragmentos em conjunto.
6.4.1 Aspecto dos estratos
Nesta pesquisa foram amostrados para o estrato superior de
regeneração um total de 11.058 indivíduos vivos. Estes indivíduos registrados pertencem a 43
famílias, distribuídas em 72 neros com 105 espécies, onde 7,4% das espécies registradas
foram identificadas até família e 32,4% das espécies registradas foram identificadas até
gênero. Para o estrato médio de regeneração foram registradas 37 famílias, distribuídas em 56
gêneros com 99 espécies e 4.996 indivíduos. Para o estrato inferior de regeneração foram
registradas 35 famílias, distribuídos em 51 gêneros com 89 espécies e 5.194 indivíduos. Duas
espécies de samambaias não foram identificadas, mas foram contabilizadas nos cálculos. Oito
Resultado e discussão 97
espécies herbáceas arbustivas também não foram identificadas, mas foram contabilizadas nos
cálculos.
As Figura 20 e Figura 21 mostram cada estrato com a distribuição do
número de indivíduos por famílias e a distribuição do número de espécies por família
amostrada para os dois fragmentos.
As famílias amostradas na Figura 20, estrato superior de regeneração,
perfazem um número total de 87,4% dos indivíduos amostrados nos fragmentos A e B da
fazenda Monte Alegre. A família Euphorbiaceae se destaca com 49,1% do total de indivíduos
amostrados, seguida de Rubiaceae com 21,8% e demais. A espécie com maior número de
indivíduos em Euphorbiaceae é o A. communis Pax & K.Hoffm., em Rubiaceae, a Faramea
cyanea Müll. Arg., Myrtaceae, a Myrcia sp. 1, Monimiaceae, a Siparuna guianensis Aubl.,
ANNONACEAE, a Xylopia aromatica (Lam.) Mart. e, em Caesalpiniaceae, a Copaifera
langsdorffii Desf.. Portanto, apenas 6 das 43 famílias contêm 87,4% do número total de
indivíduos amostrados no estrato superior de regeneração.
No estrato médio de regeneração, as famílias encontradas perfazem um
número total de 88,6% dos indivíduos amostrados nos fragmentos A e B da fazenda Monte
Alegre. A família Rubiaceae se destaca com 35,9% do total de indivíduos amostrados, seguida
de Euphorbiaceae com 23,8% e demais. A espécie com maior número de indivíduos em
Rubiaceae é a Psychotria sp.2, em Euphorbiaceae, o A. communis Pax & K.Hoffm.,
Myrtaceae, a Eugenia sp.2, Monimiaceae, a Siparuna guianensis Aubl., Lauraceae, a Ocotea
sp., e, em Melastomataceae, a. Miconia sp. 3. Portanto, apenas 6 das 37 famílias contêm
88,6% do número total de indivíduos amostrados no estrato médio de regeneração.
No estrato inferior de regeneração, as famílias encontradas perfazem
um número total de 92,7% dos indivíduos amostrados nos fragmentos A e B da fazenda Monte
Alegre. A família Euphorbiaceae se destaca com 31,8% do total de indivíduos amostrados,
seguida de Rubiaceae com 19,7% e demais. A espécie com maior número de indivíduos em
Euphorbiaceae é o A. communis Pax & K.Hoffm., em Rubiaceae é a Psychotria sp.2, Poaceae,
Poaceae 3, Myrtaceae, a Eugenia sp.2, Lauraceae, a Ocotea sp., e, em Monimiaceae, a
Siparuna guianensis Aubl.. Portanto, apenas 6 das 35 famílias contêm 92,7% do número total
de indivíduos amostrados no estrato inferior de regeneração.
Resultado e discussão 98
As famílias Euphorbiaceae, Rubiaceae e Myrtaceae retêm
porcentagens altas do número total de indivíduos em todos os estratos, contudo,
Euphorbiaceae aparece em primeiro lugar nos estratos superior e inferior devido à elevada
densidade por área que apresenta apenas uma de suas espécies (A. communis Pax &
K.Hoffm.).
A família Myrtaceae foi a mais encontrada por PASCHOAL (2004) em
todos os tipos de formações vegetais pesquisadas por ela na mesma região. Segundo MIRANDA
(2000), as famílias Euphorbiaceae e Myrtaceae estão mais presentes nestes tipos de vegetação
por apresentarem autos valores de densidade e por apresentarem muitos indivíduos de pequeno
porte. Essa condição da família Myrtaceae também foi encontrada por SARTORI et al. (2002),
SILBERBAUER-GOTTSBERGER & EINTEN (1983) e BICUDO et al. (1996) apud SARTORI et al.,
(2002) em três áreas de cerrado em fase de sucessão secundária na região de Botucatu,
confirmando a importância desta família no processo de restauração natural da vegetação da
região.
Nota-se que para o estrato inferior de regeneração a família Poaceae
aparece na terceira posição com 18,1% dos indivíduos amostrados. Lembrando que neste
estrato foram amostrados indivíduos menores ou iguais a 0,5 metros, esta família se fez
presente por apresentar espécies como gramíneas que são mencionadas como predominantes
no estádio inicial de sucessão primária (JUNK, 1990; WORBES et al., 1991).
A presença do A. communis Pax & K.Hoffm nos três estratos é bem
clara. Deve-se ter cuidado, no entanto, ao analisar os dados amostrados desta espécie, uma vez
que se fossemos demonstrar a estrutura vertical deste fragmento, sem ter antes estipulado uma
divisão artificial dos estratos amostrados, veríamos que a maioria dos indivíduos de A.
communis Pax & K.Hoffm, se encontram situados no intervalo de alturas entre 1,30m a 4,0m,
o que para muitos pesquisadores (CORAL et al., 1991; CAVASSAN et al., 1993; PASCHOAL,
1997, 2004) seria considerado com estrato médio (arbustivo-arbóreo) e não superior como o
desta pesquisa. A presença desta espécie em todos os estratos do fragmento A também pode
estar relacionada à biologia reprodutiva desta, que por algum motivo, pode estar influenciando
o aumento de novos indivíduos na comunidade. Uma possibilidade seria o fato da vegetação
desta área ter se modificado com o efeito da fragmentação e ter permanecido com estas
característica por mais de 30 anos (Figura 8).
Resultado e discussão 99
Figura 20: Distribuição do número de geral de indivíduos por família em cada estrato, também com
valores de porcentagens. EIR-Estrato inferior de regeneração - plantas < 0,5m; EMR-estrato médio de
regeneração – plantas entre 0,5m < x < 1,3m; ESR-estrato superior de regeneração – plantas > 1,3m.
ESR
EMR
Euphorbiaceae
49,10%
Rubiaceae
21,80%
Myrtaceae
7,90%
Monimiaceae
4,20%
Outras (37)
12,60%
Caesalpi-
niaceae
2,10%
Annona-
ceae
2,30%
Famílias
n° de indivíduos
Melasto-
mataceae
3%
Lauraceae
3,5%
Monimiaceae
7,8%
Outras (31)
11,4%
Myrtaceae
14,6%
Euphorbiaceae
23,8%
Rubiaceae
35,9%
Famílias
n° de indivíduos
Outras (29)
7,1%
Monimiaceae
1,6%
Lauraceae
6%
Myrtaceae
15,5%
Poaceae
18,1%
Rubiaceae
19,7%
Euphorbiaceae
31,8%
Famílias
n° de indivíduos
EIR
Resultado e discussão 100
A presença de muitas plantas do gênero Actinostemon nas submatas do
estado de São Paulo é comum, este gênero parece ser mais abundante em solos podzolizados
argilosos e dossel mais contínuo que fornece mais sombra (RODRIGUES, 1999). O fragmento
onde foi abundante apresenta tais características.
BERTONCINI (1996) encontrou em Agudos, como alturas mais
freqüentes, indivíduos situados no intervalo entre um e dois metros. Ela relata que de acordo
com HUECK (1972b) apud BERTONCINI (1996), a maior parte das espécies lenhosas
encontradas no cerrado pertence ao componente arbustivo, cuja altura predominante não
ultrapassa 1,5 metros. Já em áreas de Cerradão, BICUDO (1996) encontrou mais de 90% dos
indivíduos com altura superior a 7 metros. Segundo TOPPA et al. (2004), a altura média para o
cerradão estudado por ele foi de 5,67 m. Para florestas estacionais semideciduais as médias de
alturas foram também foram de 7 metros (CHRISTIANINI, 1999), porém esta não obteve estratos
bem delimitados para a comunidade. Essa pesquisa optou por fazer uma divisão artificial em
estratos, cujos intervalos melhor evidenciassem a influência dos critérios de inclusão no
resultado da distribuição das espécies.
A regularidade de dominância de famílias amostradas nos três estratos
mostra como a estrutura destes fragmentos é formada. A espécie mais freqüente nos três
estratos foi sem dúvida a espécie A. communis Pax & K.Hoffm, contudo a espécie Pterodon
emarginatus Vogel, também apareceu em todos eles e apesar de sua maioria se encontrar no
estrato superior de regeneração; observou-se a regeneração do mesmo nos outros estratos.
Espécies como Xylopia aromatica (Lam.) Mart., Cordia sellowiana Cham., Copaifera
langsdorffii Desf., Siparuna guianensis Aubl., Rapanea gardneriana Mez, dentre outras
também foram encontradas nos três estratos, mostrando que apesar da fragmentação e de todos
os fatores (naturais ou antrópicos) que afetaram ou afetam o desenvolvimento dos fragmentos,
as espécies se regeneram. Foram amostradas para os três estratos 58 espécies em comum que
equivale a 41% do total encontrado (Tabela 6, Anexo).
Na Figura 21 se pode ver a distribuição de espécies por famílias e nos
mostra novamente a dominância das famílias Rubiaceae e Myrtaceae. A família Poaceae
aparece novamente no estrato inferior de regeneração, onde foram encontradas todas as
espécies de gramíneas.
Resultado e discussão 101
Segundo GUIMARÃES (1998), além das definições de diversidade
biológica geralmente aceita pelos cientistas, existem muitas outras definições específicas e
quantitativas que foram elaboradas para estabelecer uma comparação entre as diversidades de
diferentes comunidades, tais como as plantas herbáceas e lenhosas. No seu nível mais simples,
a diversidade tem sido definida como o número de espécies encontradas em uma comunidade,
conhecida como riqueza de espécies (GUIMARÃES, 1998). Esta definição quantitativa de
diversidade é comumente utilizada na literatura técnica ecológica.
A estimativa da riqueza de espécies para os estratos, calculado através
do estimador de riqueza não-paramétrico “Jacknife”, foi de 119,4 espécies para o estrato
superior de regeneração, 116,6 espécies para o estrato médio de regeneração e 102,6 espécies
para o estrato inferior de regeneração. Dos valores reais de espécies observados para cada
estrato, os valores de riquezas variaram de 13,6 a 17,6 espécies a mais, calculadas pelo índice.
Contudo, são valores aproximados aos reais encontrados. DURIGAN et al. (2006), considera
que a riqueza de espécies reflete menor perturbação do ecossistema e este tem sido um critério
utilizado na seleção de reservas ao redor do mundo (SMITH & THEBERGE, 1986, apud
DURIGAN et al. 2006). Além da estimativa de riqueza calculada, o índice de diversidade de
Shannon, já apresentado nesta pesquisa para o dois fragmentos, apresentou valores baixos para
os três estratos de cada fragmento e refletiu a baixa diversidade encontrada nos estratos e nas
áreas. E, apesar do fragmento B também apresentar maiores valores para o H’ nos estratos que
o fragmento A, eles estão longe de serem considerados um exemplo de diversidade.
A dominância e riqueza de famílias em todos os estratos, tanto para o
fragmento A, quanto para o fragmento B, foram das famílias Rubiaceae, Myrtaceae,
Euphorbiaceae e Fabaceae, com pequenas variações com as famílias Melastomataceae e
Fabaceae entre eles. A presença das famílias Poaceae e Asteraceae nos estratos inferiores dos
fragmentos está relacionada à presença de gramíneas e a metodologia de inclusão de
indivíduos neste estrato, espécies menores que 0,5 m, o que deu a possibilidade da presença
destas famílias. As famílias dominantes se diferenciam entre os fragmentos, pela presença de
suas espécies e indivíduos. A exemplo, temos a presença da espécie Pterodon emarginatus
Vogel da família Fabaceae em todos os estratos do fragmento A, enquanto a espécie Faramea
cyanea Müll. Arg. da família Rubiaceae se faz presente em todos os estratos do fragmento B.
Resultado e discussão 102
Figura 21: Distribuição do número geral de espécies por família em cada estrato, também com valores de
porcentagens. EIR-Estrato inferior de regeneração - plantas < 0,5m; EMR-estrato médio de regeneração –
plantas entre 0,5m < x < 1,3m; ESR-estrato superior de regeneração – plantas > 1,3m.
Rubiaceae
11,9%
Myrtaceae
11,9%
Fabaceae
7,9%
Lauraceae
5,9%
Outras (37)
51,6%
Euphor-
biaceae
4,9%
Melastoma-
taceae
5,9%
Famílias
n° de espécies
Rubiaceae
15,1%
Myrtaceae
11,8%
Fabaceae
5,4%
Poaceae
5,4%
Outras (31)
51,5%
Melasto-
mataceae
5,4%
Euphor-
biaceae
5,4%
Famílias
n° de espécies
Rubiaceae
15,7%
Myrtaceae
10,8%
Poaceae
7,2%
Outras (29)
50,7%
Flacour-
tiaceae
3,6%
Euphor-
biaceae
6,0%
Melastoma-
taceae
6,0%
Famílias
n° de espécies
ESR
EMR
EIR
Resultado e discussão 103
A presença das famílias Caesalpiniaceae no fragmento A e da
Vochysiaceae no fragmento B está relacionada à presença das espécies Copaifera langsdorffii
Desf. e da Vochysia tucanorum Mart. para as duas famílias, respectivamente. Ambas estão
presentes nos dois fragmentos, mas apresentam valores de importância distintos para cada um,
de acordo com o levantamento fitossiciológico.
A família Caesalpiniaceae é comumente encontrada na região de
Agudos e Bauru e pode ser representada pela espécie Copaifera langsdorffii Desf.
(CAVASSAN, 1990; CAVASSAN et al., 1993, BERTONCINI, 1996; CHRISTIANINI, 1999 e
PASCHOAL, 2004). Esta espécie arbórea é típica de floresta ribeirinha, embora tenha
preferência por locais secos (RESENDE et al., 2003, apud PASCHOAL, 2004). Porém é uma
espécie que se apresenta em diferentes tipos de ambientes (PASCHOAL, 2004). Assim como as
espécies Vochysia tucanorum Mart., a Copaifera langsdorffii Desf. são típicas de cerradão,
mas também são encontradas em matas mesófilas (CORAL et al., 1991).
Por alguma razão, provavelmente relacionada à biologia reprodutiva
das espécies mais abundantes, está ocorrendo o aparecimento de mais indivíduos destas
espécies na comunidade. As causas possíveis para isto, por exemplo, podem ser as
perturbações antrópicas sofridas pelos fragmentos e o próprio reflorestamento ao seu redor.
Estas perturbações podem, por exemplo, estar causando o aparecimento de insetos
polinizadores ou dispersores a favor das espécies mais abundantes, ocasionando seu aumento.
Mudanças climáticas, umidade, solos e a luminosidade dentro dos fragmentos, também podem
ser considerados possíveis causas para isto, no entanto, como esta pesquisa se realizou em um
curto período de tempo (três meses), é necessária a continuidade de estudos desta natureza,
nos fragmentos, que poderão comprovar estas hipóteses.
As espécies mais abundantes se regeneram e foram encontradas nos
três estratos. Assim, mais de 50% das espécies encontradas estão se regenerando dentro dos
fragmentos. O fragmento A, apresenta-se com características estruturais menos conservadas
em função dos aparecimentos de poucas espécies com muitos indivíduos. Porém apresenta um
dossel descontínuo com dominância de espécies emergentes como a espécie Pterodon
emarginatus Vogel.. O fragmento B se apresenta com características estruturais mais
conservadas, como mencionado anteriormente.
Resultado e discussão 104
Os aspectos da regeneração não foram estudados na evolução temporal
realizada no fragmento, mas os resultados obtidos na análise desta regeneração corroboram
com os resultados encontrados pela evolução e pelo levantamento fitossociológico. Os estratos
de ambos os fragmentos apresentam espécies que se regeneram e que têm características de
uma mata de transição.
Sabe-se que a dinâmica do processo de regeneração natural é
condicionada por diversos aspectos, dentre os quais se destacam as características fenológicas
das espécies nativas, as condições microclimáticas e edáficas e a localização das fontes de
propágulo em relação à área em via de regeneração (SARTORI et al., 2002). Uma floresta que
se regenera após distúrbios pode não apresentar as mesmas características fisionômicas ou de
composição e diversidade de espécies que a original (TONIATO & OLIVEIRA FILHO, 2004).
Florestas resultantes de interferência antrópica geralmente apresentam
alta densidade de indivíduos de pequeno porte e baixos índices de diversidade, em comparação
com florestas maduras (VIEIRA et al., 1996). Estas características mudam com o decorrer do
tempo, ocorrendo o aumento do número de espécies do dossel (TONIATO & OLIVEIRA FILHO,
2004).
Conclusões e recomendações 105
7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
"Se eu pudesse deixar algum presente a vocês,
deixaria aceso o sentimento de amor à vida dos seres humanos.
A consciência de aprender tudo o que nos foi ensinado pelo tempo afora.
Lembraria os erros que foram cometidos, como sinais para que não mais se repetissem.
A capacidade de escolher novos rumos.
Deixaria para vocês, se pudesse, o respeito aquilo que é indispensável
além do pão, o trabalho e a ação.
E, quando tudo mais faltasse, para vocês eu deixaria, se pudesse, um segredo.
O de buscar no interior de si mesmo a resposta para encontrar a saída.”
Mahatma Ghandi
Como conclusão final em função dos resultados obtidos nesta
pesquisa, formulou-se três importantes pontos.
Fotografias aéreas
Ter o conhecimento das etapas pelas quais passaram os fragmentos florestais nativos
através de sua evolução temporal registrada nas fotografias aéreas foi decisivo para
compreensão do estado atual em que se encontram estes fragmentos. As escalas as quais os
registros aerofotogramétricos foram realizados foram suficientes para uma análise
consistente das fitofisionomias. As fotografias aéreas foram importantes para uma
Conclusões e recomendações 106
visualização total dos fragmentos e por serem de baixo custo recomenda-se o uso destas
para pesquisas desta natureza;
As fotografias aéreas mostram características do dossel dos fragmentos através das
fitofisionomias, porém não apresentou definições concretas, para esta pesquisa, de quais
espécies compõem este dossel. Esta ferramenta é, portanto, indicada para avaliações a
nível fitofisionômico, desde que seja relacionada com outras técnicas para tal conclusão;
Não se descarta a hipótese de um inventário de campo, pois a fotografia relata somente o
dossel da floresta, sendo necessário o inventário para os estratos inferiores o qual a
fotografia aérea não abrange.
Florística e fitossociologia
Os resultados deste estudo confirmam parcialmente a hipótese de que a ação da
fragmentação provocada pelas diferentes intensidades de perturbações antrópicas
apresentam diferenças na caracterização da vegetação. Algumas características da
vegetação dos fragmentos (elevado número de indivíduos concentrado em poucas espécies,
densidades absoluta e relativa, elevadas e, baixa diversidade) são atualmente diferentes aos
observados em pesquisas com fragmentos florestais nativos da região de Agudos e Bauru
e, diferentes do encontrado no estado de São Paulo. Apesar disso, os levantamentos
florístico e fitossociológico apresentaram a condição atual dos fragmentos, indicando o
fragmento A como uma área menos conservada que o fragmento B, porém ambos com
espécies de uma mata em transição entre o cerrado no seu sentido amplo e a floresta
estacional semidecidual;
Em relação à composição florística, o fragmento A apresentou maior mero de espécies
que o B, porém menor diversidade. Os fragmentos estudados apresentam baixa diversidade
comparada à encontrada em outras florestas do interior do estado de São Paulo por outros
autores, mas apresentaram baixa similaridade florística entre os fragmentos. O efeito da
fragmentação das florestas entre outros fatores pode ser a causa destes valores nestas áreas
estudadas;
Recomenda-se um levantamento florístico-fitossociológico mais abrangente nos
fragmentos, analisando não somente seu interior, mas as bordas e os corredores de
diversidade existentes entre eles.
Conclusões e recomendações 107
Aspectos da regeneração natural
Apesar de diferentes intensidades de perturbações antrópicas nos fragmentos, eles se
regeneram e apresentam características de recuperação, principalmente considerando o
potencial de regeneração natural das florestas da região. Não foi encontrado nenhum
vestígio, na vegetação atual, da introdução e/ou regeneração de espécies exóticas nos sub-
bosques dos fragmentos. Dados obtidos no campo mostram que, se a preservação dos
fragmentos persistir, os mesmos serão capazes de abrigar uma flora e fauna diversificada
após um período de quinze a vinte anos, mas recomendam-se pesquisas futuras para
comprovação desta hipótese.
A comparação dos resultados encontrados mostra que apesar da
evolução temporal dos fragmentos ter apresentado classificações semelhantes para o dossel
dos fragmentos, o resultado apresentado pelo levantamento fitossociológico mostrou a
diferença existente entre eles. As espécies amostradas em ambos se diferenciaram em
densidade, dominância, valores de importância e principalmente em valores de cobertura,
mostrando que o dossel dos fragmentos é composto por espécies diferentes. Porém, apesar dos
fragmentos apresentarem a composição do dossel diferentes não deixou de ter características
de uma mata em transição, principalmente pelo fato da maioria destas espécies serem
evidentes em várias fitofisionomias.
Utilizar fotografias aéreas para caracterização de fitofisionomias reduz
bastante o tempo de pesquisa, são fáceis de trabalhar e por serem a ferramenta mais antiga do
sensoriamento remoto, tem-se a possibilidade das análises temporais. Juntamente com o
levantamento florístico-fitossociológico, os resultados obtidos desta união mostram
concretamente a situação da área a se pesquisar.
Referências bibliográficas 108
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, S. P de Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina: EMBRAPA, CPAC, 1998. 464
p.
AMERICAN SOCIETY PHOTOGRAMMETRY. Manual of photographic interpretation.
Washington: George Bent, 1960. 868 p.
AMORIM, F. W.; OLIVEIRA, P. E. Sexual structure and reproductive ecology of Amaioua
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Anexos 126
9. ANEXOS
Anexos 127
Tabela 6: Espécies registradas na Fazenda Monte Alegre Duratex, Agudos/SP com suas respectivas famílias, seus nomes científicos e populares;
estratos: I = inferior, M = médio e S = superior; habitats: fragmentos A e B e o mero de indivíduos - Ind. * espécies invasoras,** espécies
amostradas no levantamento fitossociológico.
FAMÍLIA
Espécies
Nome popular
Estrato
I M S
Habitat
A / B
Ind
Anacardiaceae
**Tapirira guianensis Aubl. Pau pombo x x
x x
16
Annonaceae
**Xylopia aromatica (Lam.) Mart. Pimenta de macaco x x x
x x
266
**Xylopia brasiliensis Spreng. Pindaíba x x x
x
13
Apocynaceae
**Tabernaemontana fuchsiaefolia (A.DC.) Miers. *Leiteiro x x x
x
5
Araliaceae
**Didymopanax morototoni (Aubl.) Decne. & Planch. Mandioqueira x x
x
4
Asteraceae
Acanthospermum sp. Carrapicho x
x
2
Asteraceae Candeia x
x
30
**Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera Candeia-da-caatinga x x
x
31
Vernonia ferruginea Less. *Assa-peixe x x
x x
5
Bignoneaceae
**Zeyheria tuberculosa (Vell.) Bureau Ipê peludo x
x
1
Bombacaceae
**Eriotheca gracilipes (K.Schum.) A.Robyns Imbiriça x
x
1
Boraginaceae
**Cordia sellowiana Cham. Jurutê x x x
x x
89
**Cordia trichotona (Vell.) Arrab. Louro pardo x x
x x
5
Bromeliaceae
Bromelia sp.1 Bromelia de chão x
x
1
Bromelia sp.2 Abacaxi-do-mato x x
x x
9
Bromelia balansae Mez Gravatá x x
x
26
Burseraceae
**Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand Amescla x x x
x x
195
Caesalpiniaceae
**Copaifera sp. Copaíba cs x x x
x x
75
Anexos 128
FAMÍLIA
Espécies
Nome popular
Estrato
I M S
Habitat
A / B
Ind
Caesalpiniaceae
**Copaifera langsdorffii Desf. Copaíba cf x x x
x x
162
**Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. Canafístola x x
x
5
**Senna sp. Fedegoso-amarelo x
x
1
Celastraceae
**Maytenus q. robusta Reissek Verdinha x
x
1
Combretaceae
**Terminalia argenta (Cambess.) Mart. Massaranduba x x x
x
78
**T. brasiliensis (Camberss. Ex A.St.-Hill.) Eichler Captãozinho x x x
x x
86
Cunnoniaceae
**Lamanonia ternata Vell. Cangalheiro x
x
23
Erythroxylaceae
**Erythroxylum deciduum A.St.Hil. Pimenta de passarinho x x x
x x
81
Euphorbiaceae
**Actinostemon communis Pax & K.Hoffm. Cafezinho x x x
x x
8034
**Alchornea glandulosa Poepp. & Endl. Tapiá x
x
1
**Aparisthmium sp. Caxeta x x x
x
8
**Croton floribundus Spreng. Capixingui x x x
x
7
**Maprounea sp. Pau-espeto-miudo x x x
x
147
**Pera glabrata Poepp. Ex Baill. Laranja do cerrado x x x
x x
98
Fabaceae
**Andira anthelmia (Vell.) J. F. Macbr. Angelin x x
x
3
**Bowdichia virgilioides Kunth Sucupira-preta x
x
1
** Machaerium aculeatum Raddi Jacarandá bico de pato x
x
1
**Machaerium brasiliensis Vogel Jacarandá-sangue x x x
x x
17
**Machaerium stipitatum Vogel Sapuvinha x x
x x
3
**Ormosia arborea (Vell.) Harms Olho de cabra x
x x
3
**Platypodium elegans Vogel Amendoim-do-campo x x x
x
19
**Pterodon emarginatus Vogel Faveiro x x x
x x
160
Flacourtiaceae
Casearia gossypiosperma Briquet Pau espeto x x
x
2
**Casearia sylvestris Sw. Lagarteiro x x x
x
78
**Xylosma sp. Laranjinha do mato x x x
x x
65
Anexos 129
FAMÍLIA
Espécies
Nome popular
Estrato
I M S
Habitat
A / B
Ind
Lauraceae
**Lauraceae 1 Canela meleca x x x
x
6
**Lauraceae 2 Canela peluda x
x
1
**Lauraceae 3 Canela sassafrás x
x
5
**Lauraceae 4 Canela de viado x
x
4
**Nectandra lanceolata Ness. Canela-branca x
x
1
**Nectandra rigida (H. B. K.) Ness. Canela ferrugem x x
x
8
**Ocotea pulchella Mart. Canela-do-cerrado x
x x
1
**Ocotea sp. Canela x x x
x
689
Malpighiaceae
**Byrsonima intermedia A. Juss *Murici x x
x x
22
Malvaceae
**Hybiscus sp. Jangada branca x
x
2
Melastomataceae
**Miconia sp. Quaresminha rasteira x x x
x x
91
**Miconia sp. 1 Quaresma amarela x x x
x x
65
**Miconia sp. 2 Manacá x
x
3
**Miconia sp. 3 Quaresma peluda x x x
x
72
Miconia sp. 4 Quaresmeira x x
x
10
**Miconia sp. 5 Quaresma branca x x x
x
63
Meliaceae
**Cedrela fissilis Vell. Cedro Rosa x x
x
7
**Guarea macrophylla Vahl. Marinheiro x x
x
13
**Trichilia pallida Sw. Baga-de-morcego x x x
x
95
Mimosaceae
**Acacia polyphylla A. DC. Monjoleiro x x
x
3
**Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov. Barbatimão x x
x
10
Monimiaceae
**Siparuna guianensis Aubl. Negamina x x x
x x
938
Moraceae
**Ficus sp. Figueira mata pau x
x
3
Myrsinaceae
**Rapanea ferruginea (Ruíz & Pav.) Mez Capororoca vermelha x x x
x x
197
Anexos 130
FAMÍLIA
Espécies
Nome popular
Estrato
I M S
Habitat
A / B
Ind
Myrsinaceae
**Rapanea gardneriana Mez Capororoca x x x
x x
88
**Rapanea sp. Capororoca branca x
x
1
Myrtaceae
**Calyptranthes sp. Araçarana x x x
x
58
**Eugenia sp. Pau-cortiço x x x
x
4
**Eugenia sp. 2 Pitanga x x x
x x
1137
**Eugenia sp. 3 Pitanga grauda x x x
x
305
**Eugenia sp. 4 Jaboticabinha x x x
x x
156
**Eugenia sp. 5 Grumichama x x
x
21
**Myrcia sp. Araçá vassourinha x x x
x x
85
**Myrcia sp. 1 Araçá guamirim x x x
x x
510
**Myrcia sp. 2 Araçá cereja x x
x x
25
**Myrtaceae 1 Batinga x
x
3
Myrtaceae 2 Araçá goiaba x
x
1
**Psidium sp. Guamirim-açu x x x
x
73
**Psidium sp. 2 Araçá x x x
x
40
Nyctaginaceae
**Guapira opposita (Vell.) Reitz Maria-mole x
x
2
Opiliaceae
**Agonandra brasiliensis Miers Morceguinha x x
x
5
Orchidaceae
Orquidea1 Orquidea de chão x
x x
22
Palmae
**Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman Jerivá x x x
x x
8
Piperaceae
**Piper sp. Pau de junta x
x
2
Poaceae
Poacea 1 Bambu-taboca x x
x x
129
Poacea 2 Capim x x
x x
237
Poacea 3 Capim bambuzinho x x
x
265
Poacea 4 Capim colonião x
x
138
Poacea 5 Bambu x x
x
162
Anexos 131
FAMÍLIA
Espécies
Nome popular
Estrato
I M S
Habitat
A / B
Ind
Poaceae
Poacea 6 Navalha-de-macaco x x
x x
92
Polygonaceae
**Coccoloba mollis Casar. Pau oco x x
x
10
Portulaceae
Portulaceae Berdoega x
x
3
Proteaceae
**Roupala brasiliensis Klotzsch Catinga-de-barata x x x
x
43
Rhamnaceae
**Rhamnidium elaeocarpum Reissk. Saguaragui-amarelo x x
x
7
Rubiaceae
**Alibertia sessilis Schum Marmelo x x x
x x
59
**Amaioua guianensis Aubl. Falso marmelo x x x
x x
406
**Coussarea hydrangeaefolia (Benth.) Benth. & Hook. Marmelinho branco x x x
x x
493
**Faramea cyaneall. Arg. Folha seca x x x
x x
1395
**Ixora gardneriana Peenth. Bacuparú x
x
2
Palicourea marcgravii St.-Hil. Erva de rato x x
x x
574
**Psychotria sp. 1 Erva de rato crespa x x x
x x
73
**Psychotria sp. 2 Folha fina x x x
x
1994
**Randia armata (Sw.) DC. Espora de galo x x x
x
137
**Rubiaceae 1 Cabacinha do cerrado x
x
1
**Rubiaceae 2 Mandapuça-de-jacu x x x
x
19
Rubiaceae 3 Falsa gabiroba x x
x
10
Rubiaceae 4 Erva-de-rato branca x x
x
6
Rubiaceae 5 Erva-de-rato grauda x x
x
43
Rubiaceae 6 Erva-de-rato folha fina x x
x
1
**Rudgea viburnoides (Cham.) Benth. Marmelinho peludo x x
x x
19
Rutaceae
Esenbeckia grandiflora Mart. Canela de cutia x
x
1
**Helietta apiculata Benth. Falso-pau-marfim x
x
2
**Zanthoxylum rhoifolium Lam. Mamica de porca x x
x
23
**Zanthoxyllum tingoassuiba A. St.-Hil. Mamica de porca fl x
x
14
Anexos 132
FAMÍLIA
Espécies
Nome popular
Estrato
I M S
Habitat
A / B
Ind
Sapindaceae
Talisia sp. Camboatá x
x
2
Sapotaceae
**Pouteria sp. Abil x x x
x
32
Solanaceae
**Cestrum latifolium G.Don Dama-de-cheiro x x
x
5
**Solanum pseudoquina A. St.-Hil. Fabulosa x x x
x
35
**Solanum sp. Chumbinho x x x
x
48
Styracaceae
**Styrax acuminatus Pohl. Cambrão x x x
x x
46
Symplocaceae
**Symplocaceae 1 Falsa-gabiroba x x x
x
3
**Symplocos sp. Falsa-canela x x x
x
5
Thymeliaceae
**Daphnopsis fasciculata Griseb. Guatambú-de-sapo x x x
x x
30
Tiliaceae
**Luehea divaricata Mart. Acoita-cavalo x x x
x
10
**Luehea grandiflora Mart. & Zucc. Açoita-cavalo-graudo x
x
9
Verbenaceae
Aegiphila sellowiana Cham. Tamanqueira x x
x
2
Vochysiaceae
**Qualea grandiflora Mart. Pau-terra-do-cerrado x x
x
15
**Qualea jundiahy Warm. Pau-terra-da-mata x x
x
8
**Vochysia tucanorum Mart. Cinzeiro x x x
x x
38
Espécies sem identificação
Fruta de ema x
x
1
Grão de galo x
x
1
Pata de vaca x
x
1
Quaresmeira f b x
x
2
Quaresmeira peluda x
x
2
Quaresminha peluda x
x
1
Samambaia x x
x x
57
Samambaia trepadeira x
x
1
Anexos 133
Tabela 7: Ordenação, segundo índice de valor de importância –IVI, das espécies amostradas no estrato superior de regeneração (>= 1,30m) do
fragmento A. N número de indivíduos; DA densidade absoluta; DR densidade relativa; FA freqüência absoluta; FR freqüência relativa;
DoA dominância absoluta; DoR dominância relativa; VC valor de cobertura; VC% valor de cobertura %; VI valor de importância e VI% -
valor de importância %.
N Nome Científico N DA DR FA FR DoA DoR VC VC (%) VI VI (%)
1 Actinostemon communis 5291 10582 69,55 100 1,95 2,953 12,71 82,268 41,13 84,221 28,07
2 Pterodon ermaginatus 131 262
1,72 100 1,95 14,063 60,55 62,273 31,14 64,226 21,41
32
Coussarea hydrangeaefolia 268 536
3,52 100 1,95 0,972 4,19 7,709 3,85 9,662 3,22
4 Xylopia aromatica 178 356
2,34 100 1,95 1,156 4,98 7,316 3,66 9,269 3,09
5 Myrcia sp.1 418 836
5,49 100 1,95 0,304 1,31 6,803 3,4 8,756 2,92
6 Ocotea pulchella 93 186
1,22 100 1,95 0,668 2,88 4,099 2,05 6,052 2,02
7 Eugenia sp.2 182 364
2,39 100 1,95 0,21 0,9
3,297 1,65 5,25 1,75
8 Siparuna guianensis 170 340
2,23 100 1,95 0,066 0,28 2,518 1,26 4,471 1,49
9 Casearia sylvestris 71 142
0,93 100 1,95 0,156 0,67 1,604 0,8 3,557 1,19
10
Lamanonia ternata 21 42
0,28 100 1,95 0,245 1,05 1,33 0,67 3,283 1,09
11
Protium heptaphyllum 39 78
0,51 100 1,95 0,128 0,55 1,065 0,53 3,018 1,01
12
Cordia sellowiana 67 134
0,88 100 1,95 0,014 0,06 0,942 0,47 2,895 0,96
13
Trichilia pallida 42 84
0,55 100 1,95 0,069 0,3
0,848 0,42 2,801 0,93
14
Rapanea gardneriana 54 108
0,71 100 1,95 0,03 0,13 0,838 0,42 2,791 0,93
15
Vochysia tucanorum 16 32
0,21 80 1,56 0,216 0,93 1,139 0,57 2,701 0,9
16
Alibertia sessilis 25 50
0,33 100 1,95 0,075 0,32 0,651 0,33 2,604 0,87
17
Erythroxylum deciduum 43 86
0,57 100 1,95 0,017 0,07 0,639 0,32 2,592 0,86
18
Cedrela fissilis 5 10
0,07 80 1,56 0,207 0,89 0,957 0,48 2,519 0,84
Anexos 134
19
Copaifera langsdorffii 32 64
0,42 100 1,95 0,028 0,12 0,542 0,27 2,495 0,83
20
Solanum pseudoquina 14 28
0,18 100 1,95 0,078 0,34 0,52 0,26 2,473 0,82
21
Myrcia sp.2 23 46
0,3
100 1,95 0,042 0,18 0,484 0,24 2,437 0,81
22
Peltophorum dubium 2 4
0,03 40 0,78 0,37 1,59 1,619 0,81 2,4
0,8
23
Solanum sp. 33 66
0,43 100 1,95 0,002 0,01 0,444 0,22 2,397 0,8
24
Zanthoxyllum rhoifolium 26 52
0,34 100 1,95 0,019 0,08 0,422 0,21 2,375 0,79
25
Randia armata 25 50
0,33 100 1,95 0,01 0,04 0,371 0,19 2,324 0,77
26
Gochnatia polymorpha 19 38
0,25 80 1,56 0,112 0,48 0,731 0,37 2,294 0,76
27
Copaifera sp. 11 22
0,14 100 1,95 0,042 0,18 0,327 0,16 2,28 0,76
28
Styrax acuminatus 18 36
0,24 100 1,95 0,021 0,09 0,327 0,16 2,28 0,76
29
Eugenia sp.4 16 32
0,21 100 1,95 0,025 0,11 0,316 0,16 2,27 0,76
30
Luchea divaricata 10 20
0,13 80 1,56 0,123 0,53 0,661 0,33 2,224 0,74
31
Byrsonia intermedia 17 34
0,22 100 1,95 0,01 0,04 0,265 0,13 2,218 0,74
32
Eugenia sp.5 19 38
0,25 80 1,56 0,019 0,08 0,332 0,17 1,895 0,63
33
Psidium sp.2 20 40
0,26 80 1,56 0,006 0,03 0,291 0,15 1,853 0,62
34
Myrcia sp. 16 32
0,21 80 1,56 0,017 0,07 0,284 0,14 1,846 0,62
35
Amaioua guaianensis 15 30
0,2
80 1,56 0,016 0,07 0,265 0,13 1,828 0,61
36
Miconia sp.1 15 30
0,2
80 1,56 0,004 0,02 0,216 0,11 1,778 0,59
37
Guarea macrophylla 12 24
0,16 80 1,56 0,006 0,02 0,182 0,09 1,744 0,58
38
Xylosma sp. 10 20
0,13 80 1,56 0,011 0,05 0,18 0,09 1,743 0,58
39
Miconia sp. 13 26
0,17 80 1,56 0,001 0
0,174 0,09 1,737 0,58
40
Terminalia brasiliensis 10 20
0,13 80 1,56 0,009 0,04 0,172 0,09 1,734 0,58
41
Machaerium brasiliensis 6 12
0,08 80 1,56 0,011 0,05 0,125 0,06 1,688 0,56
42
Rudgea viburnoides 7 14
0,09 80 1,56 0,003 0,01 0,105 0,05 1,667 0,56
Anexos 135
43
Cordia trichotona 4 8
0,05 60 1,17 0,076 0,33 0,38 0,19 1,552 0,52
44
Faramea cyanea 9 18
0,12 60 1,17 0,049 0,21 0,328 0,16 1,5
0,5
45
Coccoloba mollis 8 16
0,11 60 1,17 0,046 0,2
0,304 0,15 1,476 0,49
46
Lauracea 3 5 10
0,07 60 1,17 0,042 0,18 0,247 0,12 1,419 0,47
47
Zanthoxyllum tingoassuiba 4 8
0,05 60 1,17 0,016 0,07 0,122 0,06 1,294 0,43
48
Platypodium elegans 6 12
0,08 40 0,78 0,094 0,41 0,485 0,24 1,266 0,42
49
Rhamnidium elaeocarpum 5 10
0,07 60 1,17 0,005 0,02 0,089 0,04 1,261 0,42
50
Psychotria sp.1 4 8
0,05 60 1,17 0
0
0,054 0,03 1,226 0,41
51
Eugenia sp. 3 6
0,04 60 1,17 0,002 0,01 0,049 0,02 1,221 0,41
52
Tapirira guianensis 3 6
0,04 60 1,17 0,002 0,01 0,048 0,02 1,22 0,41
53
Lauracea 4 4 8
0,05 20 0,39 0,148 0,64 0,69 0,35 1,081 0,36
54
Nectandra rigida 7 14
0,09 40 0,78 0,037 0,16 0,25 0,12 1,031 0,34
55
Fícus sp. 3 6
0,04 40 0,78 0,032 0,14 0,177 0,09 0,958 0,32
56
Pera glabrata 6 12
0,08 40 0,78 0,013 0,06 0,136 0,07 0,917 0,31
57
Helietta apiculata 2 4
0,03 40 0,78 0,008 0,03 0,061 0,03 0,842 0,28
58
Stryphnodendron adstringens 3 6
0,04 40 0,78 0,001 0
0,043 0,02 0,824 0,27
59
Piper sp. 2 4
0,03 40 0,78 0,002 0,01 0,037 0,02 0,818 0,27
60
Hybiscus sp. 2 4
0,03 40 0,78 0,001 0
0,029 0,01 0,81 0,27
61
Guapira opposita 2 4
0,03 40 0,78 0
0
0,027 0,01 0,808 0,27
62
Lauracea 1 1 2
0,01 20 0,39 0,043 0,19 0,2
0,1 0,59 0,2
63
Zeyheria tuberculosa 1 2
0,01 20 0,39 0,025 0,11 0,119 0,06 0,509 0,17
64
Luehea grandiflora 1 2
0,01 20 0,39 0,019 0,08 0,093 0,05 0,484 0,16
65
Agonandra brasiliensis 3 6
0,04 20 0,39 0,01 0,04 0,082 0,04 0,472 0,16
66
Machaerium aculeatum 1 2
0,01 20 0,39 0,01 0,04 0,054 0,03 0,445 0,15
Anexos 136
67
Ormosia arborea 2 4
0,03 20 0,39 0,003 0,01 0,037 0,02 0,428 0,14
68
Acacia polyphylla 2 4
0,03 20 0,39 0,001 0
0,029 0,01 0,42 0,14
69
Machaerium stipitatum 1 2
0,01 20 0,39 0,004 0,02 0,029 0,01 0,419 0,14
70
Senna 1 2
0,01 20 0,39 0,001 0,01 0,019 0,01 0,409 0,14
71
Lauracea 2 1 2
0,01 20 0,39 0,001 0
0,017 0,01 0,408 0,14
72
Rapanea ferruginea 1 2
0,01 20 0,39 0
0
0,015 0,01 0,406 0,14
73
Daphnopsis fasciculata 1 2
0,01 20 0,39 0,001 0
0,016 0,01 0,406 0,14
74
Alchornea glandulosa 1 2
0,01 20 0,39 0
0
0,015 0,01 0,406 0,14
75
Rubiácea 1 1 2
0,01 20 0,39 0
0
0,014 0,01 0,405 0,13
76
Rapanea sp. 1 2
0,01 20 0,39 0
0
0,015 0,01 0,405 0,14
77
Cestrum latifolium 1 2
0,01 20 0,39 0
0
0,014 0,01 0,404 0,13
78
Symplocaceae 1 1 2
0,01 20 0,39 0
0
0,013 0,01 0,404 0,13
79
Tabernaemontana fuchsiaefolia 1 2
0,01 20 0,39 0
0
0,013 0,01 0,404 0,13
7607 15214 100
5120 100
23,225 100
200
100 300
100
Tabela 8: Ordenação, segundo índice de valor de importância IVI, das espécies amostradas no estrato superior de regeneração (>= 1,30m) do
fragmento B. N número de indivíduos; DA densidade absoluta; DR densidade relativa; FA freqüência absoluta; FR freqüência relativa;
DoA dominância absoluta; DoR dominância relativa; VC valor de cobertura; VC% valor de cobertura %; VI valor de importância e VI% -
valor de importância %.
N Nome Científico N DA DR FA FR DoA DoR VC VC (%)
VI VI (%)
1
Faramea cyanea 1081 2162 31,32 100
2,53 4,174 19,15 50,476 25,24 53,001 17,67
2
Amaioua guaianensis 383
766 11,1 100
2,53 1,946 8,93 20,028 10,01 22,554 7,52
3
Copaifera langsdorffii 119
238 3,45 100
2,53 2,688 12,33 15,783 7,89 18,308 6,1
4
Ocotea pulchella 113
226 3,27 100
2,53 2,674 12,27 15,543 7,77 18,068 6,02
Anexos 137
5
Psychotria sp.2 526
1052 15,24 100
2,53 0,047 0,22 15,457 7,73 17,983 5,99
6
Siparuna guianensis. 292
584 8,46 100
2,53 0,076 0,35 8,808 4,4
11,334 3,78
7
Copaifera sp. 64
128 1,85 100
2,53 1,407 6,46 8,31 4,15 10,835 3,61
8
Rapanea ferruginea 130
260 3,77 100
2,53 0,989 4,54 8,305 4,15 10,83 3,61
9
Pera glabrata 57
114 1,65 100
2,53 1,208 5,54 7,196 3,6
9,721 3,24
10
Xylopia aromatica 71
142 2,06 100
2,53 0,947 4,34 6,401 3,2
8,927 2,98
11
Protium heptapyllum 77
154 2,23 100
2,53 0,716 3,28 5,516 2,76 8,041 2,68
12
Lamanonia ternata 23
46 0,67 100
2,53 1,02 4,68 5,346 2,67 7,871 2,62
13
Terminalia brasiliensis 34
68 0,99 100
2,53 0,778 3,57 4,555 2,28 7,08 2,36
14
Qualea grandiflora 15
30 0,43 80
2,02 0,903 4,14 4,579 2,29 6,599 2,2
15
Eugenia sp.3 68
136 1,97 100
2,53 0,339 1,55 3,525 1,76 6,05 2,02
16
Terminalia argenta 16
32 0,46 100
2,53 0,559 2,57 3,029 1,51 5,554 1,85
17
Maprounea sp. 70
140 2,03 100
2,53 0,115 0,53 2,556 1,28 5,081 1,69
18
Coussarea hydrangeaefolia 38
76 1,1
100
2,53 0,129 0,59 1,692 0,85 4,217 1,41
19
Eugenia sp.2 32
64 0,93 100
2,53 0,078 0,36 1,284 0,64 3,809 1,27
20
Tapirira guianensis 11
22 0,32 100
2,53 0,172 0,79 1,106 0,55 3,632 1,21
21
Psidium sp. 26
52 0,75 100
2,53 0,069 0,32 1,069 0,53 3,594 1,2
22
Daphnopsis fasciculata 18
36 0,52 100
2,53 0,035 0,16 0,68 0,34 3,205 1,07
23
Miconia sp.3 18
36 0,52 100
2,53 0,001 0
0,525 0,26 3,05 1,02
24
Myrcia sp. 14
28 0,41 100
2,53 0,011 0,05 0,454 0,23 2,979 0,99
25
Myrcia sp.1 16
32 0,46 80
2,02 0,017 0,08 0,543 0,27 2,564 0,85
26
Calyptranthes 14
28 0,41 80
2,02 0,019 0,09 0,492 0,25 2,512 0,84
27
Styrax acuminatus 5
10 0,14 60
1,52 0,172 0,79 0,934 0,47 2,45 0,82
28
Miconia sp.1 14
28 0,41 80
2,02 0,002 0,01 0,416 0,21 2,436 0,81
Anexos 138
29
Rubiacea 2 14
28 0,41 80
2,02 0,002 0,01 0,413 0,21 2,433 0,81
30
Alibertia sessilis 6
12 0,17 80
2,02 0,011 0,05 0,224 0,11 2,244 0,75
31
Miconia sp.4 7
14 0,2
80
2,02 0,003 0,02 0,219 0,11 2,239 0,75
32
Eugenia sp.4 7
14 0,2
80
2,02 0,002 0,01 0,214 0,11 2,234 0,74
33
Machaerium brasiliensis 7
14 0,2
80
2,02 0,002 0,01 0,212 0,11 2,232 0,74
34
Pterodon emarginatus 5
10 0,14 40
1,01 0,115 0,53 0,674 0,34 1,684 0,56
35
Qualea jundiahy 5
10 0,14 40
1,01 0,11 0,5
0,648 0,32 1,659 0,55
36
Didymopanax morototoni 3
6 0,09 60
1,52 0,002 0,01 0,095 0,05 1,611 0,54
37
Xylopia brasiliensis 3
6 0,09 60
1,52 0
0
0,088 0,04 1,603 0,53
38
Roupala brasiliensis 5
10 0,14 40
1,01 0,065 0,3
0,443 0,22 1,454 0,48
39
Miconia sp.2 3
6 0,09 40
1,01 0,022 0,1
0,189 0,09 1,2
0,4
40
Xylosma sp. 2
4 0,06 40
1,01 0,02 0,09 0,15 0,07 1,16 0,39
41
Byrsonia intermedia 2
4 0,06 40
1,01 0,017 0,08 0,137 0,07 1,147 0,38
42
Myrtaceae 1 3
6 0,09 40
1,01 0,005 0,02 0,108 0,05 1,118 0,37
43
Miconia sp. 3
6 0,09 40
1,01 0
0
0,088 0,04 1,098 0,37
44
Cordia sellowiana 2
4 0,06 40
1,01 0
0
0,059 0,03 1,069 0,36
45
Erythroxylum deciduum 2
4 0,06 40
1,01 0
0
0,059 0,03 1,069 0,36
46
Vochysia tucanorum 1
2 0,03 20
0,51 0,047 0,22 0,245 0,12 0,75 0,25
47
Aparisthmium sp. 6
12 0,17 20
0,51 0,008 0,04 0,213 0,11 0,718 0,24
48
Bowdichia virgilioides 1
2 0,03 20
0,51 0,025 0,12 0,145 0,07 0,65 0,22
49
Syagrus romanzoffiana 1
2 0,03 20
0,51 0,014 0,06 0,091 0,05 0,596 0,2
50
Miconia sp.5 3
6 0,09 20
0,51 0
0
0,088 0,04 0,593 0,2
51
Symplocos sp. 1
2 0,03 20
0,51 0,01 0,04 0,073 0,04 0,578 0,19
52
Machaerium stipitatum 1
2 0,03 20
0,51 0,009 0,04 0,072 0,04 0,577 0,19
Anexos 139
53
Ixora gardneriana 2
4 0,06 20
0,51 0,002 0,01 0,067 0,03 0,572 0,19
54
Eriotheca gracilipes 1
2 0,03 20
0,51 0,007 0,03 0,059 0,03 0,564 0,19
55
Croton floribundus 2
4 0,06 20
0,51 0
0
0,059 0,03 0,564 0,19
56
Maytenus q. robusta 1
2 0,03 20
0,51 0,003 0,01 0,041 0,02 0,546 0,18
57
Rudgea viburnoides 1
2 0,03 20
0,51 0,002 0,01 0,04 0,02 0,545 0,18
58
Ormosia arborea 1
2 0,03 20
0,51 0,001 0
0,031 0,02 0,536 0,18
59
Psychotria sp.1 1
2 0,03 20
0,51 0
0
0,03 0,01 0,535 0,18
60
Andira anthelmia 1
2 0,03 20
0,51 0
0
0,029 0,01 0,534 0,18
61
Myrcia sp.2 1
2 0,03 20
0,51 0
0
0,029 0,01 0,534 0,18
62
Actinostemon communis 1
2 0,03 20
0,51 0
0
0,029 0,01 0,534 0,18
63
Rapanea gardneriana 1
2 0,03 20
0,51 0
0
0,029 0,01 0,534 0,18
3451 6902 100
3960 100 21,793 100
200
100
300
100
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