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UFRRJ
INSTITUTO DE VETERINÁRIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS
VETERINÁRIAS
TESE
Sorologia para Borrelia burgdorferi em eqüinos do
Estado do Pará e caracterização genotípica de
isolados de Borrelia spp.
Renata Cunha Madureira
2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE VETERINÁRIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS
SOROLOGIA PARA Borrelia burgdorferi EM EQÜINOS DO ESTADO
DO PARÁ E CARACTERIZAÇÃO GENOTÍPICA DE ISOLADOS DE
Borrelia spp.
RENATA CUNHA MADUREIRA
Sob a Orientação do Professor
Adivaldo Henrique da Fonseca
e Co-orientação da Doutora
Grácia Maria Soares Rosinha
Tese submetida como requisito parcial
para obtenção do grau de Doutor em
Ciências, no Curso de Pós-Graduação
em Ciências Veterinárias, Área de
Concentração em Sanidade Animal.
Seropédica, RJ
Setembro de 2007
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UFRRJ / Biblioteca Central / Divisão de Processamentos Técnicos
636.108969
24
M183s
T
Madureira, Renata Cunha, 1977-
Sorologia para Borrelia
burgdorferi em eqüinos do Estado do
Pará e caracterização genotípica de
isolados de Borrelia spp. / Renata
Cunha Madureira. 2007.
73f. : il.
Orientador: Adivaldo Henrique da
Fonseca.
Tese (doutorado) Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro,
Instituto de Veterinária.
Bibliografia: f. 49-60.
1. Eqüino Doenças Pará
Teses. 2. Eqüino Imunologia
Teses. 3. Borrelia burgdorferi
Teses. 4. Imunodiagnóstico Teses.
I. Fonseca, Adivaldo Henrique da,
1953-. II. Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro. Instituto
de Veterinária. III. Título.
Bibliotecário: _______________________________ Data: ___/___/______
Dedico essa tese a minha família:
meus pais Marcos e Carmen Lucia;
minha irmã Gabriela e a minha
pequena sobrinha Carolina, que me dão
força, segurança e coragem para nunca
desistir de meus sonhos.
Ao mestre,
Prof. Adivaldo Henrique da Fonseca por sua orientação,
estando sempre ao meu lado com respeito, carinho,
compreensão e confiança.
Agradecimentos
À Dra. Grácia Maria Soares Rosinha pela co-orientação, amizade e apoio
incondicional, mostrando-se sempre atenciosa e disponível.
À Dra. Carina Elisei de Oliveira pela supervisão técnica e científica, além da amizade
sincera, sendo meu alicerce durante a estada no MS.
Ao Dr. Cleber Oliveira Soares que sempre me dá oportunidade de aprender cada dia
mais.
Ao Dr. Carlos Luiz Massard por seus ensinamentos e por ceder gentilmente o eqüino
enfermo para que pudessem ser realizadas as análises morfométrica e genotípica da
espiroqueta.
Aos professores da UFPA: Alessandra Scofield Amaral, José Diomedes Barbosa,
Valíria Duarte Cerqueira, Marcos Dutra Duarte e Carlos Magno Chaves Oliveira, além dos
estagiários, pela enorme ajuda na coleta de material em Castanhal e na Ilha de Marajó- PA e
incentivo durante esse etapa do projeto.
Ao Dr. Raul Kessler por ceder gentilmente a cultura de célula de carrapato
Ao técnico da Embrapa Agrobiologia, Geraldo Cruz Baeta por ter cedido gentilmente
o uso do espectrofotômetro para leitura do ensaio de imunoadsorção enzimática.
Ao Dr. Stênio Fragoso Perdigão e Adriana Umaki do Instituto de Biologia Molecular
do Paraná pelo sequenciamento das amostras, sendo sempre gentis e atenciosos.
Aos bolsistas e estagiários do Laboratório de Biologia Molecular Animal da Embrapa
Gado de Corte que me receberam com grande carinho, me ajudando prontamente sempre que
solicitado.
Aos grandes amigos Nathalie Costa da Cunha e Luiz Eduardo Roland Tavares pela
companhia diária, sempre pacientes e dedicados fazendo com que a vida na Rural- RJ fosse
especial.
À Jania Rezende, Fabíola do Nascimento Corrêa, Raquel Silva Lisboa, Luciana
Rodrigues de Almeida e Cátia Marques da Costa pela amizade de anos e convívio diário
baseado no respeito e carinho.
Aos colegas do Laboratório de Doenças Parasitárias da UFRRJ, Charles Passos
Rangel, Daniel da Silva Guedes Jr., Fábio Jorge Moreira da Silva, Rafaella Câmara Teixeira e
Matheus Dias Cordeiro pelo convívio e amizade.
À todos os meus amigos do curso de Pós-Graduação, em especial a Clarissa Pimentel
de Souza, Everton Kort Kemp, Thiago Campanharo Bahiense, Marcel Teixeira, Fabiana
Valadão Massad e Bruno Gomes de Castro, que estiveram comigo desde a graduação
reforçando a cada dia nossos laços de amizade e carinho.
A paciente com borreliose de Lyme-simile que prontamente doou seu sangue em prol
do desenvolvimento científico.
E aos animais sem os quais seria impossível a realização desse trabalho.
À UFRRJ, UFPA e Embrapa Gado de Corte por permitirem e apoiarem trabalhos
realizados em colaboração.
À CAPES, FAPERJ e ao CPGCV da UFRRJ pelo apoio financeiro indispensável.
Enfim, a todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização desse
trabalho, meu muito obrigada.
Biografia
Renata Cunha Madureira, filha de Marcos Pinto Madureira e Carmen Lucia Cunha
Madureira, nasceu em 17 de setembro de 1977, na cidade de Niterói, Estado do Rio de Janeiro
(RJ), onde cursou o ensino fundamental e médio no Colégio São Vicente de Paulo,
concluindo em 1994.
No ano de 1996, ingressou no curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), colando grau e obtendo o título de Médica Veterinária em 8
de setembro de 2001.
Foi bolsista de Iniciação Científica pelo PIBIC no período de julho de 1999 a agosto
de 2001, junto a projetos de pesquisa na área de hemoparasitologia. Foi bolsista de
Aperfeiçoamento Científico do CNPq de setembro de 2001 a fevereiro de 2002, na mesma
linha de pesquisa.
Durante o período acadêmico participou de projetos de pesquisa no Departamento de
Epidemiologia e Saúde Pública e, no Departamento de Parasitologia Animal da UFRRJ.
Colaborou no desenvolvimento de projetos de pesquisa em conjunto com a Universidade de
São Paulo, Universidade Federal Fluminense, Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento e a Embrapa Gado de Corte. Participou de 26 publicações científicas, entre
artigos em revistas científicas indexadas e em congressos e eventos científicos nacionais e
internacionais.
Em março de 2002 ingressou no Curso de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Área de Concentração Parasitologia Veterinária (CPGCV-PV), em nível de Mestrado, da
UFRRJ, onde foi bolsista do CNPq. Em março de 2004 ingressou no CPGCV Área de
Concentração Sanidade Animal, em nível de Doutorado, da UFRRJ, onde foi bolsista da
CAPES nos dois primeiros anos e posteriormente ingressou no programa de bolsas de aluno
nota 10 da FAPERJ onde permanece até o momento. E nesta data, apresenta e defende esta
tese como requisito parcial para a obtenção do título de Doutora em Ciências.
RESUMO
MADUREIRA, Renata Cunha. Sorologia para Borrelia burgdorferi em eqüinos do Estado
do Pará e caracterização genotípica de isolados de Borrelia spp. 2007. 73p. Tese
(Doutorado em Ciências Veterinárias, Sanidade Animal). Instituto Veterinária, Departamento
de Parasitologia Animal, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2007.
Espiroquetas do gênero Borrelia acometem animais e humanos em todo o mundo
determinando diferentes tipos de doenças. A única espécie de Borrelia reconhecida e
identificada no Brasil que infecta bovinos e eqüinos é Borrelia theileri, transmitida por
Rhipicephalus (Boophilus) microplus. Vários estudos têm sido feitos a fim de se identificar
outro espiroquetídeo que circula em nosso meio e infecta animais e humanos, levando a
quadro clínico semelhante à borreliose de Lyme (BL). O objetivo do presente trabalho foi
determinar a freqüência de animais soropositivos para Borrelia burgdorferi sensu stricto em
eqüinos da Ilha de Marajó e município de Castanhal, Estado do Pará, caracterizar
morfometricamente B. theileri isolado de eqüino e genotipicamente isolados de espiroquetas
obtidos de eqüino, carrapato R. (Boophilus) microplus e humano, por análise das seqüências
parciais dos genes 16S rRNA, fla e rpoB. Coletou-se 105 soros de eqüinos provenientes da
Ilha de Marajó e 103 do município de Castanhal (n=208), os quais foram analisados pelo
ELISA indireto. Observou-se 15 animais soropositivos (7,2%), sendo 10 (9,5%) animais da
Ilha de Marajó e cinco (4,9%) de Castanhal. Para caracterização morfométrica e genotípica foi
coletado sangue de um eqüino, proveniente do Estado do Rio de Janeiro. O isolado de
carrapato foi obtido a partir de sobrenadante de cultura de células de carrapatos R. (Boophilus)
microplus, proveniente do Estado do Mato Grosso do Sul. O isolado de humano foi obtido do
sangue de um indivíduo do sexo feminino, residente no município de Seropédica-RJ, com BL-
simile. Realizou-se a técnica de PCR utilizando iniciadores para o gene 16S rRNA, fla e rpoB.
Os produtos da amplificação foram clonados e sequenciados. A análise das seqüências do
isolado de eqüino para os genes 16S rRNA e fla, 99% (609/611) e 98% (222/226) de
identidade com seqüências depositadas no “GeneBank” para B. theileri, respectivamente, em
conjunto com a análise morfométrica (17,2 ± 3,6 µm de comprimento; 10 ± 2 espiras) revelou
ser o microrganismo em questão, B. theileri. Para o gene rpoB observou-se 92%(250/270) de
identidade com seqüências de B. hermisii. O sequenciamento do isolado de carrapato revelou
100% de identidade (177/177) para o gene 16S rRNA com seqüências de B. burgdorferi
depositadas no “GeneBank”, 100% de identidade (23/23) para o gene fla com B. theileri e
92% de identidade (250/270) para o gene rpoB com B. hermisii. O sequenciamento do gene
16S rRNA de sangue humano com sintomatologia para borreliose de Lyme-simile, apresentou
identidade de 99% (886/889) com B. burgdorferi. A presença de anticorpos homólogos contra
B. burgdorferi em eqüinos na Ilha de Marajó e município de Castanhal é indicativo da
presença de Borrelia sp. e, apesar da baixa freqüência de animais soropositivos é necessário
atenção para ocorrência de borreliose humana nas regiões estudadas, considerando a
importância dessa enfermidade como zoonose emergente. Esta é a primeira descrição
genotípica de isolado brasileiro de B. theileri, assim como o primeiro relato de espécie de
Borrelia diferente de B. theileri infectando R. (Boophilus) microplus e confirmação da
presença de espiroquetídeo do gênero Borrelia causando borreliose de Lyme-simile no Brasil.
Palavras chave: Spirochaetae, PCR, imunodiagnóstico
ABSTRACT
MADUREIRA, Renata Cunha. Serology of Borrelia burgdorferi in equines of the State of
Pará and genotypic characterization of isolates of Borrelia spp. 2007. 73p. Tese
(Doutorado em Ciências Veterinárias, Sanidade Animal). Instituto de Veterinária,
Departamento de Parasitologia Animal, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,
Seropédica, RJ, 2007.
Spirochetes of the genus Borrelia attack animals and humans all over the world, causing
different types of diseases. The unique species of Borrelia known and identified in Brazil
which infects bovines and equines is B. theileri, transmitted by Rhipicephalus (Boophilus)
microplus. Several studies were been made to identify another spirochete that circulates in the
country and infects both animals and humans, providing clinical symptoms regarding Lyme
disease (LD). The objectives of this work were to determine the frequency of serum-positive
animals for Borrelia burgdorferi stricto sensu in equines of the Marajó Island and the
municipality of Castanhal, State of Pará; to caracterize morfometrically and genotypically
isolates of B. theileri from equine and to analyze genotipycally spirochetes the tick
Rhipicephalus (Boophilus) microplus, and human, by analysis of partial sequence of the gene
16S rRNA, fla and rpoB. Serum from 105 equines from the Marajó Island and 103 from
Castanhal municipality were collected and analyzed by indirect ELISA test. Fifteen equines
(7.2% of the total) were serum-positive, being 10 from the Marajó Island (9.5%) and five
from the Castanhal municipality (4.9%). For the morfometric and genotypic characterization
was collected serum of equine from the Rio de Janeiro State. Tick isolate was obtained from
supernatant of a cell culture of ticks from the Mato Grosso do Sul State. Human isolate was
obtained from blood sample of a woman, from the Seropédica municipality, RJ, with LD-
simile. The PCR was carried through using primers for the gene 16S rRNA, fla and rpoB. The
products of amplification were cloned and sequenced. The analysis of the sequences of the
isolated of equine for the genes 16S rRNA and fla of 99% (609/611) and 98% (222/226) of
identity with sequences of B. theileri, respectively, in set with morfometric analysis (17.2 ±
3.6µm of length; 10 ± 2 espiras) revealed to be the microrganism in question, B. theileri. For
the gene rpoB it was observed 92%(250/270) of identity with sequences of B. hermisii. The
analysis of the sequences of the tick isolated revealed an identification of 100% (177/177) for
the gene 16S rRNA with sequences of B. burgdorferi deposited in "GeneBank", 100% of
identity (23/23) for the gene fla with B. theileri and 92% of identity (250/270) for the gene
rpoB with sequence of B. hermisii. The analysis of the sequences of the human isolated
revealed an identification of 99% (886/889) for the gene 16S rRNA with B. burgdorferi
sequences. The presence of antibodies against Borrelia burgdorferi in equines from both
places is an indicative of the presence of Borrelia sp., and, despite the lower frequency of
infected animals, attention is needed for the possible occurrence of human borreliosis in those
areas, considering the importance of this emergent zoonosis. This is the first genotypic
characterization of a Brazilian isolate of B. theileri, as well as the first report of species of
Borrelia different of B. theileri attack R. (Boophilus) microplus and confirmation of the
presence of the genus Borrelia causing LD-simile in Brazil.
Key words: Spirochaetae, PCR, imunoassay
LISTA DE TABELAS
CONTEÚDO Página
CAPÍTULO I
Tabela 1. Freqüência sorológica de anticorpos anti-Borrelia burgdorferi em eqüinos
(n=208) da Ilha do Marajó e município de Castanhal, Estado do Pará, determinada
por ELISA indireto.........................................................................................................
21
Tabela 2. Freqüência sorológica de anticorpos anti-Borrelia burgdorferi em eqüinos
(n=208) da Ilha do Marajó e município de Castanhal, Estado do Pará, quanto à raça
determinada por ELISA indireto.................................................................................... 22
Tabela 3. Freqüência sorológica de anticorpos anti-Borrelia burgdorferi em eqüinos
(n=208) da Ilha do Marajó e município de Castanhal, Estado do Pará, quanto ao sexo
determinada por ELISA indireto....................................................................................
22
Tabela 4. Freqüência sorológica de anticorpos anti-Borrelia burgdorferi em eqüinos
(n=208) da Ilha do Marajó e município de Castanhal, Estado do Pará, quanto à faixa
etária determinada por ELISA indireto...........................................................................
23
CAPÍTULO II
Tabela 1. Iniciadores para amplificação parcial dos genes 16S rRNA, fla e rpoB dos
isolados de eqüino, carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus e humano............
33
LISTA DE QUADROS E FIGURAS
CONTEÚDO Página
REVISÃO DE LITERATURA
Figura 1. Representação esquemática da classificação de espiroquetídeos,
distribuídos em sistemática.......................................................................................
3
Quadro 1. Complexo Borrelia burgdorferi sensu lato: espécies, vetores,
hospedeiros e distribuição.........................................................................................
7
CAPÍTULO I
Figura 1. Mapa do Estado do Pará...........................................................................
18
CAPÍTULO II
Figura 1. Espiroqueta em sangue periférico de eqüino........................................... 30
Figura 2. Microrganismo em cultura de célula de carrapato, mantida em meio
Leboivitz...................................................................................................................
31
Figura 3. Microrganismo em sangue de humano com borreliose de Lyme-
simile.........................................................................................................................
32
Figura 4. Plasmídeo pGEM®-T Easy utilizados para a clonagem dos fragmentos
de DNA dos genes 16S rRNA, fla e rpoB de isolado de eqüino, carrapato
Rhipicephalus (Boophilus) microplus e humano......................................................
34
Figura 5. Análise do produto da amplificação pela PCR da sequência parcial do
gene 16S rRNA de Borrelia spp................................................................................
37
Figura 6. Análise do produto da amplificação pela PCR da sequência parcial do
gene 16S rRNA de Borrelia spp isolado de humano.................................................
38
Figura 7. Análise do produto da amplificação pela PCR da sequência parcial do
gene fla de Borrelia spp............................................................................................
38
Figura 8. Análise do produto da amplificação pela PCR da sequência parcial do
gene rpoB de Borrelia spp........................................................................................
39
Figura 9. Análise do produto da amplificação pela PCR de colônia da sequência
parcial do gene 16S rRNA do isolado de eqüino.......................................................
40
Figura 10. Análise do produto da amplificação pela PCR de colônia da
sequência parcial do gene 16S rRNA do isolado de carrapato Rhipicephalus
(Boophilus) microplus..............................................................................................
40
Figura 11. Análise do produto da amplificação pela PCR de colônia da
sequência parcial do gene 16S rRNA do isolado de humano. ..................................
41
Figura 12. Análise do produto da amplificação pela PCR de colônia da
sequência parcial do gene fla do isolado de eqüino. ................................................
41
Figura 13. Análise do produto da amplificação pela PCR de colônia da
sequência parcial do gene fla do isolado de carrapato Rhipicephalus (Boophilus)
microplus..................................................................................................................
42
Figura 14.
Análise do produto da amplificação pela PCR de colônia da
sequência parcial do gene rpoB do isolado de eqüino.............................................
42
Figura 15.
Análise do produto da amplificação pela PCR de colônia da
sequência parcial do gene rpoB do isolado de carrapato
Rhipicephalus
(Boophilus) microplus..............................................................................................
43
Figura 16 Análise do produto das minipreps para os genes 16S rRNA, fla
e
rpoB..........................................................................................................................
44
Figura 17. Análise do produto da miniprep...........................................................
44
Figura 18. Análise do produto da amplificação de miniprep pela PCR.................
45
SUMÁRIO
CONTEÚDO Páginas
1 INTRODUÇÃO GERAL....................................................................................... 1
2 REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................. 3
2.1 Classificação......................................................................................................... 3
2.2 Transmissão........................................................................................................... 3
2.3 Borreliose em Animais e Humanos....................................................................... 4
2.4 Borreliose de Lyme- Histórico, Epidemiologia e Distribuição............................. 5
2.5 Borreliose de Lyme-Aspectos Clínicos................................................................. 9
2.5.1 Cães.....................................................................................................................
9
2.5.2 Bovinos............................................................................................................... 9
2.5.3 Eqüinos............................................................................................................... 9
2.6 Borreliose de Lyme simile- Brasil......................................................................... 10
2.7 Diagnóstico............................................................................................................ 11
2.7.1 Sorologia............................................................................................................. 12
2.7.2 Genética Molecular............................................................................................ 12
CAPÍTULO I- Sorologia para Borrelia burgdorferi em eqüinos da Ilha de
Marajó e município de Castanhal, Estado do Pará................................................
14
RESUMO.................................................................................................................... 15
ABSTRACT................................................................................................................
16
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................
17
2 MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................. 18
2.1 Animais estudados................................................................................................. 18
2.2 Obtenção do antígeno............................................................................................ 18
2.3 Obtenção do controle positivo............................................................................... 19
2.4 Obtenção dos controles negativos......................................................................... 19
2.5 Ensaio de imunoadsorção enzimática (ELISA) indireto....................................... 19
2.6 Análise estatística.................................................................................................. 20
3 RESULTADOS....................................................................................................... 21
4 DISCUSSÃO........................................................................................................... 24
CAPÍTULO II- Caracterização morfométrica e genotípica de isolado
brasileiro de Borrelia theileri (Laveran, 1903) e registro de Borrelia sp. em
isolados de carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus e humano................
25
RESUMO.................................................................................................................... 26
ABSTRACT................................................................................................................
27
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................
28
2 MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................. 30
2.1 Material Biológico................................................................................................. 30
2.1.1 Amostra proveniente de eqüino.......................................................................... 30
2.1.2 Amostra proveniente de carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus......... 31
2.1.3 Amostra proveniente de humano........................................................................ 31
2.2 Seleção do gene..................................................................................................... 32
2.3 Extração e quantificação do DNA......................................................................... 32
2.4 Controles positivos............................................................................................. 32
2.5 Reação de PCR ..................................................................................................... 33
2.6 Análise dos produtos de amplificação................................................................... 33
2.7 Clonagem dos fragmentos .................................................................................... 34
2.8 PCR de colônia...................................................................................................... 34
2.9 Reação de minipreparação de plasmídeos (Miniprep)...........................................
35
2.10 PCR de Miniprep................................................................................................. 35
2.11 Sequenciamento................................................................................................... 36
2.12 Análise das Seqüências (in silico) e Alinhamento...............................................
36
3 RESULTADOS ...................................................................................................... 37
3.1 Análise morfológica e morfométrica do isolado de eqüino................................... 37
3.2 Extração e quantificação do DNA......................................................................... 37
3.3 Reação de PCR...................................................................................................... 37
3.4 Clonagem dos fragmentos .................................................................................... 39
3.5 PCR de colônia...................................................................................................... 39
3.6 Reação de minipreparação de plasmídeos (Miniprep)...........................................
43
3.7 PCR de Miniprep................................................................................................... 45
3.8 Análise das Seqüências (in silico) e Alinhamento.................................................
45
4 DISCUSSÃO........................................................................................................... 46
5 CONCLUSÕES.......................................................................................................
48
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................. 49
ANEXOS.....................................................................................................................
61
Anexo A- Mapa para o acompanhamento imunoenzimático ELISA.......................... 62
Anexo B- Questionário............................................ .....................................
63
Anexo C- Alinhamento gene 16S rRNA isolado de eqüino ..................................
64
Anexo D- Alinhamento gene fla isolado de eqüino.............................................
66
Anexo E- Alinhamento gene rpoB isolado de eqüino..........................................
67
Anexo F- Alinhamento gene 16S rRNA isolado de carrapato Rhipicephalus
(Boophilus) microplus.................................................................................................
68
Anexo G- Alinhamento gene fla isolado de carrapato Rhipicephalus (Boophilus)
microplus.....................................................................................................................
69
Anexo H- Alinhamento gene rpoB isolado de carrapato Rhipicephalus (Boophilus)
microplus.....................................................................................................................
70
Anexo I- Alinhamento gene 16S rRNA isolado de humano ..................................
71
Anexo J- Alinhamento gene 16S rRNA isolado de carrapato Rhipicephalus
(Boophilus) microplus com isolado de humano..........................................................
73
1
INTRODUÇÃO GERAL
O gênero Borrelia compreende espiroquetas transmissíveis principalmente por vetores
artrópodes. Esses organismos podem ser divididos filogeneticamente em três grandes grupos.
Um grupo é constituído das espécies de Borrelia relacionadas à borreliose de Lyme,
transmitidas pelo carrapato ixodídeo, Ixodes spp. Os outros dois grupos consistem
principalmente de espécies relacionadas à febre recorrente (FR), transmitidas por carrapatos
argasíedos Ornithodorus sp.e o piolho Pediculus humanus. Sendo que um grupo encontram-
se as espécies que ocorrem no velho mundo e no outro as espécies relacionadas à FR do novo
mundo além dos agentes das espiroquetoses animais.
Borrelia burgdorferi é o agente etiológico da borreliose de Lyme na América do
Norte, Europa e Ásia. Inquéritos sorológicos nos EUA para essa espécie em eqüinos,
demonstraram até 60% de animais positivos em áreas endêmicas, alguns animais
apresentavam dermatite nos membros, edema transitório das patas e poliartrites, sugerindo
importantes implicações para a indústria eqüina no futuro. Trabalhos desenvolvidos na
Europa consideram controversa a associação entre sorologia positiva e sinais clínicos para
eqüinos, porém isso não descarta a importância desses animais em levantamentos
soroepidemiológicos para observação do agente na região.
Outra espiroqueta que infecta eqüinos é Borrelia theileri, esta tem como principal
vetor o carrapato Boophilus microplus = (Rhipicephalus (Boophilus) microplus). Borrelia
theileri forma um ramo monofilético junto de Borrelia myamotoi e Borrelia lonestari,
inseridas em um grupo maior das espécies relacionadas a FR. Essas três espécies são
transmitidas por carrapatos ixodídeos, o que pode caracterizar que elas e as outras espécies
relacionadas a FR, envolvem um ancestral comum, porém só B. theileri, B. myamotoi e B.
lonestari se adaptaram a carrapatos ixodídeos.
O carrapato R. (Boophilus) microplus é um dos vetores de B. theileri no mundo, e até
o momento esse é o único espiroquetídeo identificado nessa espécie de carrapato. A
associação patógeno-vetor é tão bem estabelecida que o diagnóstico é corriqueiramente
realizado a partir do xenodiagóstico.
No Brasil, vários estudos têm sido feitos a fim de se identificar outro espiroquetídeo
que circula em nosso meio e infecta animais e humanos, levando a quadro clínico semelhante
à borreliose de Lyme. A primeira publicação alertando a comunidade médica para a
possibilidade da ocorrência de borreliose de Lyme nesse território, foi em 1989.
Posteriormente vários registros de borreliose de Lyme simile foram feitos pelo país, Rio de
Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Amazonas.
Em artigo de revisão FONSECA et al. (2005) destacaram a importância da borreliose
Lyme simile para a dermatologia no Brasil, reforçando a importância do isolamento do agente
etiológico, que até hoje não foi possível. Ainda não se obteve também, sucesso na
amplificação de partes de genes utilizando iniciadores para o gênero Borrelia. Os vetores
ainda não foram estabelecidos, porém um estudo com carrapatos de pequenos mamíferos do
Estado de São Paulo, sugeriu Ixodes sp. como um potencial vetor para o agente da borreliose
de Lyme-simile, sendo responsável pela manutenção da espiroqueta no ambiente silvestre e o
“carrapato do cavalo” Amblyomma cajennense responsável pela transmissão ao homem.
Além disso, o agente etiológico da borreliose de Lyme-simile no Brasil não é
cultivável em meio BSK, os soros de pacientes tem baixa reatividade em testes
imunoenzimáticos frente à cepa americana G39/40 de B. burgdorferi sensu stricto e existe alta
freqüência de recorrência. Diante desse quadro, MANTOVANI et al. (2007) sugerem que
espiroquetas visualizadas em sangue de pacientes com sintomatologia para borreliose de
2
Lyme-simile não estão correlacionadas ao gênero Borrelia e atuam conjuntamente com outros
microrganismos (Chlamydia e Mycoplasma) levando a uma mimetização do quadro clinico.
O objetivo do presente trabalho foi observar a presença de anticorpos homólogos da
classe IgG contra B. burgdorferi sensu stricto em eqüinos da Ilha de Marajó e município de
Castanhal, Estado do Pará e analisar genotipicamente isolados de espiroquetas, obtidos de
eqüino, carrapato R. (Boophilus) microplus e de humano como borreliose de Lyme-simile.
3
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Classificação
Os membros da ordem Spirochaetales são bactérias finas, espiraladas que exibem
movimentos rotatórios tipo “saca-rolha”. Variam em tamanho de 3 a 500µm consistindo de
uma membrana externa e um cilindro protoplasmático (SMIBERT, 1974). Os filamentos
axiais ou flagelos são equivalentes aos de outras bactérias, porém não são localizados na
superfície da célula, mas no espaço periplasmático entre a membrana externa e o cilindro
protoplasmático.
As famílias Leptospiraceae e Spirochaetaceae compreendem as espiroquetas de
importância médica e veterinária: Leptospira, representante da primeira família e Serpulina,
Treponema, e Borrelia representantes da segunda (Figura 1) (BAKER-ZANDER;
LUKEHART, 1984; QUINN et al., 2002).
A diferenciação entre as espiroquetas do gênero Borrelia e os demais gêneros desta
família pode ser realizada pela morfometria, uma vez que estas são as maiores delas, e através
de microscopia eletrônica, pela visualização dos flagelos (BARBOUR; HAYES, 1986). As
borrélias possuem maior número de flagelos periplasmáticos (15-20) e menor número de
espiras (PFISTER et al., 1994); embora dentro de uma mesma espécie possa existir
pleomorfismo de acordo com a cepa (BENNETT, 1995). Podem ser diferenciadas pelo baixo
conteúdo de guanina e citosina no seu DNA, além de características ecológicas e bioquímicas
(BARBOUR; HAYES, 1986). São bactérias Gram negativas; microaerófilas e se reproduzem
por fissão binária transversal (AUSTIN, 1993). Crescem à temperatura de 33°C em meios
artificiais e podem ser visualizadas à microscopia de campo escuro, contraste de fase e em
tecidos por impregnações à base de prata (BARBOUR; HAYES, 1986; QUINN et al., 2002).
Domínio: Eubactéria
Filo: Spirochaetes
Ordem: Spirochaetales
Família: Leptospiraceae Leptospira
Spirochaetaceae Serpulina/Brachyspira
Treponema
Borrelia
Figura 1. Representação da classificação sistemática de espiroquetídeos. Adaptado de Kelly
et al. 1984 e Woese et al, 1990.
2.2 Transmissão
Os membros do gênero Borrelia têm como principais vetores os carrapatos, mas
também podem ser transmitidos por piolhos (HOOGSTRAAL, 1979). Os carrapatos
responsáveis pela transmissão das borrélias pertencem à família Argasidae, também
4
conhecidos como carrapatos moles. Entre esses existem diversas espécies do gênero
Ornithodorus e Argas que transmitem espiroquetas aos homens e animais. E também
carrapatos da família Ixodidae, chamados de carrapatos duros, dos quais os gêneros Ixodes,
Amblyomma, Rhipicephalus se destacam como vetores (SOARES et al., 2000).
Borrelia recurrentis transmitida por Pediculus humanus é encontrada em grande
quantidade na hemolinfa. A transmissão ocorre quando o individuo esmaga o piolho,
liberando hemolinfa infectada, que entra em contato com a área picada ou ferida
(BURGDORFER et al., 1989).
Nos carrapatos argasídeos a principal forma de transmissão de Borrelia spp. dos
instares adultos, é através do líquido coxal, ocorrendo raramente transmissão por via salivar
(BURGDORFER et al., 1989).
Alguns autores sugeriram a hipótese da inoculação de espiroquetas por carrapatos
ixodídeos ser feita junto com saliva contaminada por refluxo intestinal (BUGDORFER et al.,
1989), enquanto outros descartavam essa possibilidade, já que não observavam células
sanguíneas na saliva de carrapatos infectados por Borrelia (RIBEIRO et al., 1987). Foi
descoberto então que as borrélias começavam a se multiplicar no intestino do carrapato logo
após a fixação desse no hospedeiro vertebrado (36h pós-fixação). Após esse período
migravam para hemocele disseminando-se pelos órgãos, chegando à glândula salivar onde
eram inoculadas durante o período de osmorregulação (36-48h pós-fixação) (BENACH et al.,
1987; RIBEIRO et al., 1987). A diminuição do número de espiroquetas após o completo
ingurgitamento dos carrapatos (96h pós-fixação), reforçou a forte evidência da rota salivar
(DE SILVA; FIKRIG, 1995), além da saliva do carrapato ser capaz de inibir a imunidade
celular do hospedeiro facilitando o estabelecimento de Borrelia no sítio da picada (RIBEIRO
et al., 1987), onde permanecem por uma ou mais semanas (GERN et al., 1996). A proteína de
superfície de membrana, OspC (Outer Surface Protein C), também tem importância no
mecanismo de transmissão de Borrelia spp. Gilmore Jr et al. (2000) observaram B.
burgdorferi sensu stricto (ss) na glândula salivar de 40% dos carrapatos alimentados em
camundongos não imunizados contra OspC, enquanto apenas 7,4% dos carrapatos
alimentados em camundongos imunizados tinham a espiroqueta. Também observaram através
de anticorpos fluorescentes, a presença de OspC em borrélias encontradas no intestino de
carrapatos alimentados em camundongos não imunizados, em contra partida não observaram
a presença de OspC nas espiroquetas de carrapatos alimentados em camundongos imunizados.
A transmissão de B. burgdorferi sensu lato (sl) também pode ocorrer através de
transfusão sangüínea ou transplante de tecido, como relatado por Dorward et al. (1991) ao
visualizar esse espiroquetídeo na urina, sangue, fragmentos de bexiga, baço, fígado e cérebro
de roedores experimentalmente infectados e em urina e sangue de humanos e cães que
apresentavam manifestações clínicas compatíveis com borreliose de Lyme. Espiroquetas
foram visualizadas em leite bovino, com isso a transmissão via oral também é considerada
possível, porém rara (LEVY; DREESEN, 1992), assim como a transmissão congênita em cães
(GUSTAFSON et al., 1993) e bovinos (BURGESS, 1988).
2.3 Borreliose em Humanos e Animais
A febre recorrente epidêmica é a borreliose humana causada por Borrelia recurrentis
que tem como vetor o piolho P. humanus e a febre recorrente endêmica é causada por
borrélias relacionadas B. recurrentis transmitidas por carrapatos do gênero Ornithodorus
(BARBOUR; HAYES, 1986; MARTI RAS et al., 1996). Espiroquetas do grupo da febre
recorrente, também já foram associadas a aborto em éguas, nos EUA (WALKER et al., 2002).
Em bovinos a espiroqueta Borrelia coriacae causa a enfermidade conhecida como
aborto epizoótico bovino, que também pode ocorrer em cervídeos, transmitida por
Ornithodorus coriaceus (SOARES et al., 2000). Nas aves, as borrélias determinam uma
5
doença denominada espiroquetose aviária, causada pela Borrelia anserina transmitida pelos
carrapatos do gênero Argas (MARCHOUX; SALIMBENI, 1903).
Borrelia theileri (LAVERAN, 1903) é um espiroquetideo comum de bovinos e
eqüinos em países tropicais e também pode ser encontrado parasitando ovinos e cervídeos
(SMITH; ROGERS, 1998). O diagnóstico geralmente é feito por visualização dos espécimes
no sangue, em esfregaços corados com Giemsa ou in vivo, através de microscopia de campo
escuro (MATTON; VAN MELCKEBEKE, 1990). Por isso, a maioria dos autores que
identificaram espiroquetas do gênero Borrelia em bovinos consideraram-na como sendo B.
theileri, já que diferenciação bioquímica entre as diferentes espécies de borrélias e
identificação sorológica são difíceis devido à variação antigênica (HADANI et al., 1985).
Assim é necessária cautela ao fechar diagnóstico em regiões onde coexistam B. theileri, B.
coriacae e B. burgdoeferi sl, uma vez que todas espécies infectam bovinos (ROGERS et al.,
1999).
Torna-se necessário para definição da espécie levar-se em conta o carrapato vetor, os
hospedeiros, a infectividade em animais de laboratório, além das características morfológicas
(MARTINS et al., 1996) e genotípicas das espiroquetas (GUPTA; GRIFFITHS, 2002).
Existem relatos incriminando o carrapato Boophilus microplus = (Rhipicephalus
(Boophilus) microplus) (Canestrini, 1888) como vetor de B. theileri, na Austrália e África do
Sul (CALLOW, 1967), no Brasil (MARTINS et al., 1996) e México (VIVAS et al., 1996).
Outras espécies de carrapatos também já foram descritas como vetores de B. theileri, como
Rhipicephalus (Boophilus) decoloratus, Rhipicephalus (Boophilus) annulatus, Rhipicephalus
evertsi, Ixodes ricinus e Haemaphysalis cinnabarina punctata (VIVAS et al., 1996). Smith et
al. (1978) observaram o tropismo dessa espiroqueta pelos hemócitos, ovário e gânglio central
de R. (Boophilus) microplus e sugeriram a glândula salivar como o primeiro órgão invadido
pela espiroqueta, logo após o início do repasto sanguíneo, porém aparentemente nenhum tipo
de prejuízo ao carrapato foi observado, evidenciando um relacionamento benigno entre B.
theileri e o seu vetor (MARTINS et al., 1996).
A transmissão de B. theileri para o hospedeiro vertebrado ocorre apenas pelos estágios
de ninfa e adulto. Apesar de ocorrer transmissão transovariana, acredita-se que a larva é
incapaz de transmitir a espiroqueta por poucas delas conseguirem invadir a glândula salivar,
tornando-se difícil a sua transmissão (SMITH et al., 1978; SMITH; ROGERS, 1998).
Até hoje, existe apenas um artigo científico caracterizando B. theileri genotipicamente.
Os autores analisaram os genes 16S rRNA (subunidade menor do RNA ribossomal) e fla
(flagelina) de espiroquetas que infectavam naturalmente R. (Boophilus) microplus
provenientes do México, e concluíram que B. theileri, Borrelia miyamotoi (FUKUNAGA et
al., 1995) e Borrelia lonestari (BARBOUR et al., 1996) formam um grupo monofilético,
relacionado ao grupo das espiroquetas que causam a febre recorrente (RICH et al., 2001).
O complexo B. burgdorferi sl é composto por espiroquetas capazes de induzir infecção
em animais domésticos, silvestres e humanos determinando a enfermidade conhecida como
borreliose de Lyme.
2.4 Borreliose de Lyme - Histórico, Epidemiologia e Distribuição
Borreliose de Lyme, também conhecida como espiroquetose ou doença de Lyme é a
mais importante das borrelioses por ser uma doença de caráter sistêmico e por se tratar de
uma zoonose, que tem como vetores carrapatos da família Ixodidae.
Os primeiros indícios da borreliose de Lyme foram reportados na Europa, por
Buchwald em 1883 que descreveu uma atrofia de pele em humanos de caráter idiopático,
sendo mais tarde denominado de Acrodermatite Atrófica Crônica, por Herxheimer e Hartman.
Em 1902, Afzelius demonstrou esta lesão associada à picada de Ixodes ricinus, referindo-a
como eritema migratório. Garin e Bujadoux, em 1922, observaram meningorradiculite e
6
eritema em pacientes com histórico de picada por Ixodes hexagonus, sugerindo que o quadro
poderia ter sido causado por espiroqueta.
Várias pesquisas foram realizadas com o intuito de se conhecer mais sobre a etiologia
desta enfermidade, até que em 1975, na comunidade de Lyme, Connecticut, EUA, o Dr. Allen
C. Steere, reumatologista do Departamento de Medicina Interna da Universidade de Yale,
New Haven, acompanhou um grupo de crianças apresentando sintomas similares à Artrite
Reumatóide Juvenil associada ao eritema, com histórico de picadas de Ixodes dammini. Steere
et al. (1977a; 1977b) denominaram a enfermidade observada de artrite de Lyme, descrevendo
as manifestações e caracterizando-a como enfermidade sistêmica. Burgdorfer et al. (1982)
detectaram espiroquetas em I. dammini, de uma área endêmica para esta artrite, e após cultivo
e classificação, Johnson et al. (1984) descreveram B. burgdorferi ss como agente etiológico
da borreliose de Lyme.
Desde a primeira descrição, outras espécies de Borrelia têm sido relatadas nos EUA
(MARCONI et al., 1995; POSTIC et al., 1998), Europa (BARANTON et al., 1992; CANICA
et al., 1993; LE FLECHE et al., 1997; WANG et al., 1997) e Ásia (KAWABATA et al., 1993;
FUKUNAGA et al., 1996a; MASUZAWA et al., 2001), obtidas de humanos com
manifestações clinicas da borreliose de Lyme (SITUM et al., 2000), animais (LIN et al., 2001)
ou de carrapatos do gênero Ixodes (JENKINS et al., 2001).
Indivíduos sorologicamente positivos para B. burgdorferi sl são encontrados na
América Central (WINWARD; SMITH, 1989), América do Sul (PALÁCIOS et al., 1999;
FONSECA et al., 2005), África (ZAHAF et al., 1994), e Oceania (WILLIS; BARRY, 1991)
às vezes associados a manifestações clínicas compatíveis com a borreliose de Lyme.
Até hoje foram descritas 11 espécies pertencentes ao complexo B. burgdorferi sl
(Quadro 1), são elas: B. burgdorferi ss (JOHNSON, 1984), B. garinii (BARANTON et al.,
1992), B. afzelii (CANICA et al., 1993), Borrelia japonica (KAWABATA et al., 1993),
Borrelia andersoni (MARCONI et al., 1995), Borrelia lusitanae (LE FLECHE et al., 1997),
Borrelia valaisiana (WANG et al., 1997), Borrelia bissettii (POSTIC et al., 1998), Borrelia
turdi (FUKUNAGA et al., 1996a), Borrelia tanukii (FUKUNAGA et al., 1996a) e Borrelia
sinica (MASUZAWA et al., 2001).
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Quadro 1. Complexo Borrelia burgdorferi sensu lato: espécies, vetores, hospedeiros e
distribuição.
Agentes etiológicos
Vetores Hospedeiros Distribuição
B. burgdorferi Ixodes spp.
Animais Silvestres,
Domésticos e Homem,
América do Norte e
Europa
B. garinii Ixodes spp.
Idem Europa e Ásia
B. afzelii Ixodes spp.
Idem Europa e Ásia
B. japonica Ixodes spp. Idem Ásia
B. andersoni Ixodes spp. Idem América do Norte
B. lusitaniae Ixodes spp. Idem Europa
B valaisiana Ixodes spp. Idem Europa e Ásia
B. bissettii Ixodes spp. Idem América do Norte
B. turdii Ixodes spp. Idem Asia
B. tanukii Ixodes spp. Idem Asia
Adaptado de Soares et al. (2000) e Fonseca et al. (2005).
As comunidades médica e científica pesquisaram muito uma explicação para os casos
de borreliose de Lyme nos EUA com sorologia e cultivo negativos para B. burgdorferi ss.
Pacientes picados por carrapato Amblyomma americanum sofriam de uma doença cutânea
(Rash illness) associada ao carrapato, causada por um agente etiológico desconhecido
(SCHULZE et al., 1984). A amplificação de um fragmento de 434pb do gene 16S rRNA
dessas espiroquetas não cultiváveis encontradas no carrapato A. americanum revelou que não
se tratava de B. theileri e associaram-na a borreliose de Lyme-like ou borreliose de Lyme-
simile (ARMSTRONG et al., 1996). Evidências sugeriam que pessoas picadas por A.
americanum que desenvolviam essa lesão (indistinguível do eritema migratório característico
da borreliose de Lyme) estariam infectadas por B. lonestari. Schwan et al. (1996)
identificaram uma enzima imunodominante chamada de GlpQ (Glicerolfosfodiester
fodfodiesterase), em espiroqueta relacionada à febre recorrente e demonstraram que o soro de
humanos infectados pelas espiroquetas do grupo da febre recorrente reagiam por
immunoblotting com antígeno recombinante dessa enzima, enquanto pacientes com borreliose
de Lyme, não. Baseado nisso e no fato de B. lonestari estar mais relacionada
filogeneticamente às espiroquetas que causam febre recorrente, os autores procuraram o gene
glpQ em carrapatos positivos para B. lonestari. Com isso a descoberta do gene glpQ em B.
lonestari fortificou a noção de que essa espiroqueta está mais relacionada aos agentes da febre
recorrente do que dos agentes da borreliose de Lyme (BACON et al., 2004). Análises
filogenéticas baseadas em seqüências dos genes 16S rRNA e fla formarm um grupo irmão
entre B. lonestari, B. miyamotoi e B. theileri (RICH et al., 2001). Outra espiroqueta associada
a borreliose de Lyme-simile é Borrelia barbouri, porém essa foi considerada idêntica B.
lonestari por Rich et al. 2001.
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A manutenção de B. burgdorferi sl em uma determinada região depende da presença
de hospedeiros reservatórios adequados e de hospedeiros de manutenção de carrapatos
(QUINN et al., 2002).
Os hospedeiros reservatórios são os pequenos roedores, como camundongos, ratos,
coelhos silvestres e porcos-espinhos (QUINN et al., 2002). O camundongo da pata branca
(white-footed mouse), Peromyscus leucopus é incriminado como o principal reservatório para
manutenção de B. burgdorferi ss nos EUA (BURGESS et al., 1986). As aves migratórias
também são consideradas reservatórios por atuarem na manutenção e transmissão de B.
burgdorferi sl (STAFFORD III et al., 1995), bem como carrearem carrapatos infectados
auxiliando na dispersão de Borrelia spp. (TELFORD III et al., 1989; DURDEN et al., 2001).
Os grandes mamíferos, como cervídeos e animais domésticos são considerados os
hospedeiros de manutenção da população de carrapatos (QUINN et al., 2002). O veado da
cauda branca (White-tailed deer), Odocoileus virginianus é considerado o principal
hospedeiro de carrapatos adultos Ixodes spp (LEVY; DREESEN, 1992). Os animais silvestres
caracterizam-se como reservatórios naturais, não apresentando sintomatologia clínica
(ANDERSON, 1988), enquanto os animais domésticos são conhecidos como importantes
reservatórios de Borrelia sp. no ambiente domiciliar, favorecendo, assim, ao carrapato
veicular o patógeno até o homem e outros animais (MATHER et al., 1994).
Os carrapatos do gênero Ixodes completam o ciclo de uma geração em dois anos. As
larvas eclodem no final da primavera e se alimentam principalmente de sangue de pequenos
roedores silvestres. Estas então se desprendem do hospedeiro e na primavera seguinte fazem a
muda para o estágio de ninfa, que podem se alimentar em animais silvestres, domésticos e
homem. As ninfas caem ao solo e no final do verão mudam para o estágio adulto. O ínstar
adulto de Ixodes spp. se alimenta preferencialmente de grandes mamíferos, incluindo homens.
No início do inverno é possível encontrar carrapatos adultos nas pastagens, e na primavera as
fêmeas fazem postura de 2000 a 4000 ovos (APPEL, 1990).
No mundo os principais vetores de B. burgdorferi sl são: I. scapularis (sin. I.
dammini) e I. pacificus nos EUA, I. ricinus na Europa e Ásia, Ixodes persulcatus na Ásia,
com Ixodes ovatus, Ixodes turdus e Ixodes tanuki no Japão e Ixodes ovatus na China e Nepal
(MASUZAWA, 2004).
A infecção do carrapato por B. burgdorferi sl pode ocorrer no estágio de larva, ninfa
ou adulto. A transmissão transovariana ocorre, mas não é eficiente para a manutenção de B.
burgdorferi sl nas populações de carrapatos (SCHOELER; LANE, 1993). Burgdorfer et al.
(1988) citam que a transmissão transovariana ocorre em 100% dos carrapatos, porém apenas
1% destes são capazes de transmitir a bactéria para o hospedeiro vertebrado. Isso ocorre pelo
fato de não ser transmitido número suficiente de espiroquetas para induzir a infecção no
hospedeiro primário (pequenos roedores) (APPEL, 1990). Hoogstraal (1979) afirmou que os
espiroquetídeos vivem em simbiose com seus vetores. Estudos realizados com fêmeas de I.
pacificus revelaram que B. burgdorferi não afeta o sucesso de alimentação e reprodutividade
desse carrapato (SCHOELER; LANE, 1993). Porém outros autores observaram que maciça
infecção de teleógenas por Borrelia sp. poderia levá-las à infertilidade, havendo danos na
formação e deposição da cutícula do ovo (BURGDORFER et al., 1989).
A transmissão de B. burgdorferi sl para o hospedeiro vertebrado ocorre através do
estágio de ninfa ou adulto (LEVY; DREESEN, 1992). As espiroquetas que estão no intestino
do carrapato são estimuladas pela ingestão de sangue no início do repasto, ocorrendo então
sua migração para glândula salivar e posterior inoculação na pele do hospedeiro
(STRAUBINGER, 2000). Estas se multiplicam no sítio da picada e em algumas semanas
migram para outros tecidos, invadindo as articulações levando a processos inflamatórios, com
deposição de complexos imunes (GREENE, 1990). A produção de fatores inflamatórios e
anti-inflamatórios podem ser a razão da intermitência das artrites (YANG et al., 1994).
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2.5 Borreliose de Lyme - Aspecto Clínico
2.5.1 Cães
Em cães, o primeiro relato de borreliose foi descrito em um cão Doberman de três
anos, residente em área endêmica para doença de Lyme, em Nova York. Esse animal
apresentava dor nos quatro membros e febre. Foram realizados vários exames laboratoriais e
pesquisa para Rickettsia spp.e Babesia spp., porém todos apresentaram-se negativos. Em
cultura de sangue, foi possível isolar espiroquetas e através de sorologia o cão apresentou-se
positivo para Borrelia spp. (LISSMAN et al., 1984). Posteriormente BURGESS (1986) isolou
espiroquetas de cães clinicamente sadios e sugeriu esses animais como potenciais
reservatórios para B. burgdorferi.
A transmissão para os cães ocorre pela picada de carrapatos infectados, sendo o gênero
Ixodes com as espécies I. scapularis, I. pacificus e I. ricinus os mais importantes vetores, mas
Dermacentor variabilis e A. americanum também já foram descritos como vetores (MATHER
et al., 1994). A transmissão pode ocorrer de forma intrauterina, o que foi demonstrado
experimentalmente em cães da raça Beagle com B. burgdorferi (GUSTAFON et al., 1993).
Os sintomas clínicos primários na borreliose canina envolvem uma síndrome
musculoesquelética, invariável quanto à idade, raça ou sexo do animal, caracterizada pelo
comprometimento das articulações, principalmente carpiana e tarsiana, com quadro de artrite
progressiva (LISSMAN et al., 1984). Em conjunto com febre, letargia, inapetência e dor
articular (MAGNARELLI et al., 1985); sendo freqüente o envolvimento de mais de uma
articulação (KORNBLATT et al., 1985; LEVY; MAGNARELLI, 1992). Em casos crônicos
podem ocorrer cardiopatias, havendo bloqueio átrio-ventricular e alteração de ritmo (LEVY;
DREESEN, 1992; AZUMA et al., 1994; MCKENNA et al., 1995). No cão, pode ocorrer uma
glomerulonefrite com espessamento glomerular, decorrido da deposição de imunocomplexo
(GREENE, 1990; DURAY, 1993).
2.5.2 Bovinos
A borreliose de Lyme em bovinos apresenta-se, em sua maioria, de forma
assintomática, mesmo em animais provenientes de regiões com soroprevalência alta
(BENXIU; COLLINS, 1994; FONSECA et al., 1995a; 1996; ISHIKAWA, 1996).
Burgess (1988) isolou B. burgdorferi da urina e colostro de bovinos de uma região do
Estado de Wisconsin, onde não existe I. dammini, sugerindo a infecção oral e através de
dípteros hematófagos. Espiroquetas também foram isoladas do fluido sinovial de animais com
manqueira e aumento articular. Nesse mesmo estudo, ainda foi isolado B. burgdorferi do
sangue de um bezerro recém nascido comprovando a transmissão transplacentária. A presença
de espiroquetas no sangue de vacas que sofreram aborto sugere que a infecção por esse
espiroquetídeo cause problemas reprodutivos.
Outras manifestações clínicas também foram reportadas, como mialgia, febre e queda
de produção (PARKER; WHITE, 1992; WELLS et al., 1993). Blowey et al. (1994) e Grund et
al. (1995), detectaram na Europa e América do Norte a ocorrência de dermatite digital como
outro sinal ocasionado por B. burgdorferi.
2.5.3 Eqüinos
Os eqüinos foram caracterizados como reservatórios para B. burgdorferi por Marcelis
et al. (1987), ao observarem que a infecção por essa espiroqueta nesses animais levava a
quadro clínico. Posteriormente foi destacada a possibilidade desse espiroquetídeo ter entrado
nos EUA através de eqüinos infectados vindos da Europa e alertou-se para o risco de
introdução em áreas livres através desses animais (COHEN et al., 1988).
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Animais sorologicamente positivos para B. burgdorferi em áreas endêmicas para
borreliose de Lyme, nos EUA, apresentavam hipersensibilidade da pele, com perda de pêlo e
descamação nas áreas onde previamente havia carrapato fixado (MAGNARELLI et al., 1988).
Inquéritos sorológicos para B. burgdorferi demonstraram até 60% de animais positivos em
áreas endêmicas, alguns animais apresentavam dermatite nos membros, edema transitório das
patas e poliartrites, sugerindo importantes implicações para a indústria eqüina no futuro
(COHEN et al., 1988). Perda de peso, claudicação esporádica, febre, aumento articular,
enrijecimento muscular, panuveíte e sinais neurológicos como depressão, mudança de
comportamento, disfagia, balanço de cabeça e encefalite foram outros sintomas já descritos
(BURGESS et al., 1986; COHEN; COHEN, 1990; PARKER; WHITE, 1992).
A borreliose de Lyme em eqüinos só está bem definida nos EUA, apresentando
positividade de 10 a 75% em áreas endêmicas (COHEN et al., 1988; PARKER; WHITE,
1992). Bosler et al. (1988) analisaram por sorologia cavalos clinicamente sadios e cavalos
com clínica para borreliose de Lyme e alertaram para a possibilidade de animais
assintomáticos, soropositivos, não tratados, apresentarem manifestações clínicas
posteriormente. Trabalhos desenvolvidos na Europa consideram controversa a associação
entre sorologia positiva e sinais clínicos para eqüinos, também não conseguindo associar esses
dois quadros à PCR positivo (CARTER et al., 1994; EGENVALL et al., 2001; MULLER et
al., 2002; SCHÖNERT et al., 2002).
2.6 Borreliose de Lyme símile - Brasil
No Brasil, a primeira publicação alertando a comunidade médica para a possibilidade
da ocorrência de borreliose de Lyme nesse território, foi em 1989. Em 1990 foi formada uma
equipe multidisciplinar envolvendo médicos de diferentes especialidades e veterinários a fim
de encontrar indivíduos positivos e estudar o perfil da borreliose de Lyme no Brasil. Com isso
criou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo um laboratório e
ambulatório voltados ao atendimento de casos suspeitos da doença e posteriormente esse
serviço foi credenciado como Centro de Referência para Borreliose de Lyme (YOSHINARI et
al., 1995).
Estudos demonstraram que os marsupiais podem participar na epidemiologia da
borreliose de Lyme no Brasil (YOSHINARI et al., 1995; 1997; BATTESTI et al., 1997),
sendo observado espiroquetas com características morfológicas de Borrelia sp. em sangue
perférico de Didelphis aurita (FONSECA et al., 1995b ; ABEL, 1996).
Em artigo de revisão sobre borreliose de Lyme no Brasil, Yoshinari et al. (1995)
caracterizaram esta enfermidade como uma zoonose emergente de interesse multidisciplinar.
Relataram a identificação e estudo de 25 pacientes portadores desta doença, traçando o perfil
clínico, sorológico e epidemiológico, e discutiram a participação dos animais domésticos e
silvestres no ciclo desta enfermidade em nosso meio.
Vários registros de borreliose de Lyme simile foram feitos por todo o país, Rio de
Janeiro (AZULAY et al., 1991; BRIGGS et al., 1993), São Paulo (YOSHINARI et al., 1993a;
1993b), Mato Grosso do Sul (COSTA et al., 1996) e Amazonas (TALHARI et al., 1992).
Yoshinari et al. (2003) publicaram um estudo feito em Cotia, estado de São Paulo, onde dois
irmãos apresentavam histórico de contato com carrapato e sintomatologia compatível com
borreliose de Lyme. Foi observada presença de anticorpos homólogos contra B. burgdorferi ss
e Babesia bovis em ambos irmãos. Em Manaus, estado do Amazonas, foi visualizado Borrelia
sp. pela primeira vez, nesta região, em um corte histológico corado pela técnica de Warthin
Starry em paciente com diagnóstico clínico de eritema crônico migratório (MELO et al.,
2003).
11
Em 2005, Fonseca et al. publicam um artigo de revisão destacando a importância da
borreliose Lyme simile para a dermatologia no Brasil, reforçando a importância do isolamento
do agente etiológico, que até hoje não foi possível.
Existem diferenças entre a enfermidade que ocorre no Brasil e a que ocorre nos EUA.
Algumas delas são a impossibilidade de cultivo da espiroqueta em meio BSK, a baixa
reatividade de soros de pacientes em testes imunoenzimáticos frente à cepa americana G39/40
de B. burgdorferi ss, a alta freqüência de recorrência, além de evidencias de manifestações
clínico-laboratoriais de origem alérgica e auto-imune (YOSHINARI; MANTOVANI, 2006).
Como isso, atualmente a enfermidade que ocorre no Brasil de origem infecciosa relacionada a
espiroquetas, que determina manifestações clínicas parecidas com a borreliose de Lyme, é
denominada de Síndrome Infecto-Reacional Lyme símile (SIRLS) (YOSHINARI;
MANTOVANI, 2006).
Os vetores ainda não estão estabelecidos, porém um estudo com carrapatos de
pequenos mamíferos do estado de São Paulo, sugeriu o Ixodes spp. como um potencial vetor
para o agente da borreliose de Lyme-simile, sendo responsável pela manutenção da
espiroqueta no ambiente silvestre e Amblyomma cajennense responsável pela transmissão ao
homem (ABEL et al., 2000).
Os animais domésticos são conhecidos como importantes reservatórios de Borrelia sp.
no ambiente domiciliar, favorecendo a veiculação do patógeno pelo carrapato até o homem e
outros animais (MATHER et al., 1994); contudo faz-se necessário a realização de mais
estudos fisiográficos envolvendo esses animais, além de animais silvestres, carrapatos e
cultivo com a finalidade de esclarecer a situação da enfermidade no Brasil.
2.7 Diagnóstico
A variedade de genoespécies e sorotipos existentes de B. burgdorferi sl levam a
diferentes manifestações clínicas da borreliose de Lyme no mundo (VAN DAM et al., 1993;
HERCOGOVA et al., 2001). Em humanos, nos EUA a enfermidade se caracteriza
principalmente por problemas articulares (BURGDORFERI et al., 1982) e pelo eritema
migratório crônico (STEERE et al., 1983), relacionado à B. burgdorferi ss. Na Europa
ocorrem principalmente manifestações cutâneas tardias, conhecidas como acrodermatite
crônica atrofiante, correlacionada com B. afzelii e sintomas extracutâneos devido à
disseminação do agente, como neuroborreliose e bloqueio átrio-ventricular relacionados a B.
garinii (VAN DAM et al., 1993; HERCOGOVA et al., 2001). Em animais as manifestações
clínicas são as mais diversas entre as espécies domésticas, sendo difícil o diagnóstico
(QUINN et al., 2002). Para um diagnóstico definitivo é necessário associar vários fatores,
destacando-se a sintomatologia clínica, a epidemiologia e a sorologia positiva (DICKINSON;
BATTLE, 2000).
O cultivo e isolamento de Borrelia spp. é um método muito utilizado em estudos
científicos. Para isso, o espiroquetídeo é mantido em meio Barbour-Stoener-Kelly (BSK), em
condições microaerófilas à 33ºC, por aproximadamente 5 dias. Porém dependendo da cepa
pode-se levar semanas a meses. A cultura pode ser realizada através de saliva, hemolinfa ou
tecido de carrapatos, além de soro, fluidos corporais e tecidos de homens e animais
(ANDERSON, 1989; EWING et al., 1994; LANE et al., 1994; DICKINSON; BATTLE,
2000). Porém, esse método tem limitações, podendo apresentar baixa sensibilidade com
amostras provenientes de cães e eqüinos, devido à baixa espiroquetemia nessas espécies
(COHEN, 1996; DICKINSON; BATTLE, 2000) além do fato de algumas espécies do
complexo B. burgdorferi sl serem de difícil cultivo (SMITH; ROGERS, 1998; OLIVEIRA et
al., 2004).
A visualização de Borrelia pode ser feita através da técnica de impregnação de tecidos
pela prata (QUIN et al., 2002). É possível também a observação de borrélias em esfregaços de
12
sangue fixados em metanol e corados com Giemsa (MADUREIRA et al., 2004), ao contrário
do que ocorre com outras espiroquetas patogênicas (Treponema e Leptospira) que tem pouca
ou nenhuma afinidade por este corante (KELLY, 1984). Porém, a sensibilidade dessa técnica
é baixa quando comparada à observação direta em microscopia de campo escuro ou contraste
de fase (MATTON; MALCKEBEKE, 1990).
2.7.1 Sorologia
O ensaio imunoezimático ELISA indireto tem sido o método de diagnóstico mais
empregado e reconhecido para diagnosticar a borreliose. A sensibilidade e especificidade do
teste podem ser comprometidos por fatores como demora na soroconversão, três a oito
semanas em eqüinos, e por reações cruzadas com outras espécies de Borrelia e gêneros afins
(COHEN, 1996). Por isso, os ensaios devem ser estabelecidos para cada laboratório com os
padrões de controle adequados, título mínimo e linha de corte (cut-off) seguros.
Rogers et al. (1999) em estudo feito com bovinos, utilizando a reação de
imunofluorescência (RIF) observaram reação cruzada entre B. burgdorferi, B. theileri e B.
coriaceae. Os autores constataram que nas regiões onde ocorre coexistência desses parasitos,
os estudos soroepidemiológicos podem ser comprometidos. Ao avaliarem o teste ELISA, não
observaram reações cruzadas entre esses três agentes, sugerindo esse ensaio como o de
eleição para estudos epidemiológicos.
Reações cruzadas entre Borrelia spp. e Leptospira spp. também têm sido relatadas em
animais embora não significativas (WELLS et al., 1993; JOPPERT, 1995). No Brasil não
foram observadas reações cruzadas entre esses dois gêneros de espiroquetas segundo
levantamentos soroepidemiológicos realizados em bovinos (ISHIKAWA, 2000), cães
(SOARES et al., 1999) e eqüinos (SALLES et al., 2002), com auxílio do teste ELISA indireto
utilizando antígeno sonicado de célula total.
Muitos estudos têm sido realizados com antígenos recombinantes específicos para B.
burgdorferi, como proteínas de superfície OspA (Outer Surface Protein A)(31kDa), OspB
(Outer Surface Protein B) (34kDa), OspC (23kDa), OspE (Outer Surface Protein E) (19kDa) e
OspF (Outer Surface Protein F) (29kDa), liproproteína VlsE (suface-exposed lipoprotein),
fragmento central da flagelina p41-G (13kDa) entre outras proteínas, p22, p35, p37e p39, a
fim de aumentar a especificidade de imunoensaios para espécies como cães, eqüinos, bovinos
e humanos (GREENE et al., 1988; MAGNARELLI et al., 1997; 2000; 2004;
MAGNARELLI; FIKRIG, 2005). Embora Grodzicki e Steere (1988) não tenham observado
diferença significativa entre ELISA recombinante flagelar com ELISA de antígeno de célula
total, os antígenos recombinantes são considerados mais específicos. Porém esses estes têm
suas limitações; OspC está relacionado à respostas iniciais da infecção por B. burgdorferi,
OspF à resposta tardia e os OspA, OspB e OspE parecem não ser freqüentes em soros de cães,
eqüinos e humanos (MAGNARELLI et al., 1996; 1997). Assim, o ELISA com antígeno de
extrato de célula total foi considerado o método mais prático para a varredura inicial de um
grande número de soros e conseqüentemente para levantamentos soroepidemiológicos
(MAGNARELLI et al., 2004).
Ensaios como o western blotting têm sido empregados para confirmação do resultado,
após triagem realizada com o método ELISA, pois demonstram maior sensibilidade e
especificidade que este (GRODZICKI; STEERE, 1988). Para isso, é fundamental estabelecer
a qualidade e a quantidade das bandas reativas, de acordo com o antígeno utilizado e região
estudada (SOARES et al., 2000).
2.7.2 Genética molecular
Numerosas tentativas foram feitas no passado para se agrupar e classificar organismos
procariotos baseado em semelhanças como características morfológicas, bioquímicas e
13
fisiológicas. A maior mudança nessa consideração ocorreu com o reconhecimento que
seqüências lineares de macromoléculas em diferentes espécies, continham uma enorme
reserva de caracteres qualitativos e quantitativos derivados diretamente de um ancestral
comum. Baseado no alinhamento de seqüências de genes homólogos, o número e a natureza
da mudança de seqüências poderia ser determinado entre diferentes espécies. Isto formou a
base para deduzir a relação genealógica entre espécies baseado em seqüências moleculares
(GUPTA et al., 2002).
A diversidade de espécies de Borrelia atrai muitos estudos científicos na que se diz
respeito à evolução microbiológica. Estudos filogenéticos dessas espécies foram requeridos
para identificar organismos patogênicos e melhor conhecer a adaptação aos vetores artrópodes
e reservatórios vertebrados (WEISBURG et al., 1991; FUKUNAGA et al., 1996b). Com isso
vários genes têm sido usados como marcadores filogenéticos, como 16S rRNA (ESCUDERO
et al., 2000; RICH et al., 2001), fla (FUKUNAGA; KOREKI, 1995; FUKUNAGA et al.,
1996b; RICH et al.; 2001) e rpoB (subunidade ß da RNA polimerase)(ALEKSHUN et al.,
1997; LEE et al., 2000; RENESTO, 2000).
O genoma de B. burgdorferi é um dos mais complexos, conhecidos em procariotos,
com um cromossomo linear de 910.725pb em comprimento, 21 elementos
extracromossomais, incluindo 12 plasmideos lineares e 9 circulares, totalizando outros
610.694pb (PORCELLA; SCHWAN, 2001). O grupo rDNA (DNA ribossomal)de cepas de B.
burgdorferi sl está localizado no centro do cromossomo linear e seu arranjo é seguido pela
ordem: rrs-rrlA-rrfA-rrlB-rrfB (16S-23S-5S-23S-5S) (RANKA et al., 2004). Os RNAs
ribosomais são os marcadores filogenéticos mais investigados, especialmente os 16S rRNA,
assim como esses têm sido usados com sucesso para diferenciar domínios, subclasses, grupos
e espécie de bactérias (LUDWIG; SCHLEIFER, 1994).
Outros marcadores têm sido utilizados com sucesso, como o gene fla e rpoB. O gene
fla tem aproximadamente 1kb e sua localização no cromossomo é conservada entre as
espécies de Borrelia. É um gene único que codifica para a proteína flagelina (41kDa)
(FUKUNAGA et al., 1996b), principal constituinte flagelar peculiar às espiroquetas, que está
localizado no flagelo periplasmático abaixo da membrana externa (SITUM et al., 2000). Por o
gene fla ser altamente conservado, sua diversidade é valiosa para distinguir as espécies de
Borrelia (PICKEN, 1992; FUKUNAGA et al., 1996b).
O gene rpoB codifica para a subunidade ß de RNA polimerase, que está relacionada à
resistência a rifampicina (BOOR et al., 1995). Seu tamanho ultrapassa 3kb e codifica para
uma proteína de 129,8 kDa (ALEKSHUN et al., 1997). O desenho de oligonucleotídeos
iniciadores correspondentes à regiões altamente conservadas desse gene conseguiram
diferenciar espécies, assim como análises dos genes 16S rRNA e fla, com isso o gene rpoB foi
considerado um marcador muito útil na diferenciação de espécies de Borrelia (LEE et al.,
2000).
A técnica de reação em cadeia de polimerase (PCR) é a base para uma série de outras
técnicas como, RFLP-PCR (RANKA et al., 2004), Nested PCR (SCHÖNERT, 2002), PCR
em tempo real (PIESMAN et al., 2001) e Multiplex-PCR (COUTNEY et al., 2004) entre
outras, que têm sido muito utilizadas para identificação de Borrelia spp. em animais, humanos
e carrapatos (WALLICH et al., 1992). Por isso é considerada o ensaio mais preciso, pois
garante resultado específico por meio da amplificação do DNA do agente (LIENBLING et al.,
1993), e somada a análises fenotípicas e características biológicas são capazes de caracterizar
espécies (FUKUNAGA et al., 1995).
14
CAPÍTULO I
SOROLOGIA PARA Borrelia burgdorferi EM EQÜINOS DA ILHA DE
MARAJÓ E MUNICÍPIO DE CASTANHAL, ESTADO DO PARÁ
15
RESUMO
MADUREIRA, Renata Cunha. Sorologia para Borrelia burgdorferi em eqüinos da Ilha de
Marajó e município de Castanhal, Estado do Pará. 2007. 10p. Tese (Doutorado em
Ciências Veterinárias, Sanidade Animal). Instituto Veterinária, Departamento de Parasitologia
Animal, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2007.
O complexo Borrelia burgdorferi sensu lato é responsável por causar a enfermidade
conhecida como borreliose de Lyme no hemisfério norte. Esses espiroquetídeos infectam
animais silvestres, domésticos e humanos, sendo transmitidos por carrapatos do gênero
Ixodes. Em áreas endêmicas para borreliose de Lyme nos EUA foi relatado eqüinos
apresentando dermatite nos membros, edema transitório das patas e poliartrites, enquanto na
Europa não foi observada associação entre sorologia positiva e sinais clínicos nesses animais.
No Brasil, diversos estudos têm sido realizados em animais e humanos a fim de se esclarecer
a epidemiologia dessa enfermidade no país. O objetivo do presente trabalho foi observar a
presença de anticorpos homólogos da classe IgG contra Borrelia burgdorferi sensu stricto em
eqüinos da Ilha de Marajó e município de Castanhal, estado do Pará; determinar a freqüência
de animais soropositivos e avaliar se existe diferença estatística entre as freqüências dos
animais soropositivos da ilha e do continente. Procedeu-se a coleta de 208 soros de eqüino,
onde 105 amostras foram provenientes da Ilha de Marajó e 103 amostras foram provenientes
do município de Castanhal, as quais foram analisadas pelo ensaio de imunoadsorção
enzimática (ELISA) indireto. Registrou-se por meio de um questionário dados como raça,
sexo, idade e presença ou ausência de carrapatos. Os resultados obtidos foram avaliados
estatisticamente através dos testes não paramétricos Qui-quadrado e Fisher, com nível de
significância de 95%. Observou-se 15 animais reagentes positivos (7,2%) ao ELISA indireto,
sendo 10 animais provenientes da Ilha de Marajó (9,5%) e cinco animais de Castanhal (4,9%).
Não foi observada diferença significativa entre a soropositividade da ilha e do continente. O
mesmo foi observado para os parâmetros sexo, raça e idade. A presença de anticorpos
homólogos contra Borrelia burgdorferi em eqüinos na ilha de Marajó e Castanhal é indicativo
da presença de Borrelia sp. e, apesar da baixa freqüência de animais soropositivos é
necessário atenção para ocorrência de borreliose humana nas regiões estudadas, considerando
a importância dessa enfermidade como zoonose emergente.
Palavras chaves: Borrelia sp., Spirochaetae, imunodiagnóstico.
16
ABSTRACT
MADUREIRA, Renata Cunha. Sorology of Borrelia burgdorferi in equines of the Marajó
Island and Castanhal municipality, State of Pará. 2007. 10p. Tese (Doutorado em Ciências
Veterinárias, Sanidade Animal). Instituto de Veterinária, Departamento de Parasitologia
Animal, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2007.
The complex Borrelia burgdorferi lato sensu is responsible for causing the disease known as
Lyme borreliosis in the northern hemisphere. These spirochetes infects wild and domesticated
animals, as well as humans, being carried out by ticks of the genus Ixodes. In Lyme
borreliosis affected areas in EUA, it has been reported equines showing dermatitis in their
members, polyarthritis and transitory edemas of limbs; meanwhile, in Europe, it was not
observed any relation among positive serology and clinical symptoms. In Brazil, several
studies were been conducted in humans and animals aiming to clarify the epidemiology of
such a disease. The objectives of this work were to check out the presence of homologue
antibodies of the IgG class against Borrelia burgdorferi stricto sensu in equines of the Marajó
Island and the municipality of Castanhal, State of Pará; to determine the frequency of serum-
positive animals; and to evaluate the statistical differences among the frequencies of serum-
positive animals from the island and the continent . Serum from 208 equines were collected,
being 105 from the Marajó Island and 103 from Castanhal municipality, and analyzed by
indirect ELISA test. Race, sex, age of the animals and the presence or absence of ticks at
sample collection site were registered. Results were evaluated by the non-parametric tests of
Chi-Square and Fisher indirect, at 95% significance level. Fifteen equines (7,2% of the total)
were serum-positive, being 10 from the Marajó Island (9,5%) and five (4,9) from the
Castanhal municipality (4,9%). There was no significant difference (p>0,05) for the serum-
positive data between both places, as well as for sex, race or age of the animals. On the other
hand, the presence of antibodies against Borrelia burgdorferi in equines from both places is
an indicative of the presence of Borrelia sp., and, despite the lower frequency of infected
animals, attention is needed for the possible occurrence of human borreliosis in those areas,
considering the importance of this emergent zoonosis.
Key-words: Borrelia sp., Spirochaetaceae, imunoassay.
17
1 INTRODUÇÃO
O complexo Borrelia burgdorferi sensu lato (sl) é responsável por causar a
enfermidade conhecida como borreliose de Lyme nos Estados Unidos da América (EUA),
Europa e Ásia. Esses espiroquetídeos são transmitidos por carrapatos do gênero Ixodes aos
animais silvestres, caracterizados como reservatórios naturais (ANDERSON, 1988) e aos
animais domésticos, conhecidos como importantes reservatórios de Borrelia spp. no ambiente
domiciliar, favorecendo ao carrapato veicular o patógeno até o homem e outros animais
(MATHER et al., 1994). Inquéritos sorológicos nos EUA para B. burgdorferi em eqüinos,
demonstraram até 60% de animais positivos em áreas endêmicas, alguns animais
apresentavam dermatite nos membros, edema transitório das patas e poliartrites, sugerindo
importantes implicações para a indústria eqüina no futuro (COHEN et al., 1988). Trabalhos
desenvolvidos na Europa consideram controversa a associação entre sorologia positiva e
sinais clínicos para eqüinos (CARTER et al., 1994; EGENVALL et al., 2001; MULLER et
al., 2002; SCHÖNERT et al., 2002), porém isso não descarta a importância desses animais em
levantamentos soroepidemiológicos para observação do agente na região.
No Brasil, a primeira publicação alertando a comunidade médica para a possibilidade
da ocorrência de borreliose de Lyme nesse território, foi em 1989 (YOSHINARI et al., 1995).
Posteriormente vários registros de borreliose de Lyme simile foram feitos por todo o país, Rio
de Janeiro (AZULAY et al., 1991; BRIGGS et al., 1993), São Paulo (YOSHINARI et al.,
1993; 2003), Mato Grosso do Sul (COSTA et al., 1996) e Amazonas (TALHARI et al., 1992;
MELO et al., 2003). Além de inquéritos sorológicos em eqüinos (SALLES et al., 2002;
MADUREIRA et al., no prelo; GALO et al., no prelo), bovinos (ISHIKAWA, 1996; 2000),
búfalos (CORRÊA, 2007) e cães (SOARES et al., 1998; ALVES et al., 2004).
Em artigo de revisão FONSECA et al. (2005) destacaram a importância da borreliose
Lyme simile para a dermatologia no Brasil, reforçando a importância do isolamento do agente
etiológico, que até hoje não foi possível. Também os vetores ainda não foram estabelecidos,
porém um estudo com carrapatos de pequenos mamíferos do estado de São Paulo, sugeriu o
Ixodes spp. como um potencial vetor para o agente da borreliose de Lyme-simile, sendo
responsável pela manutenção da espiroqueta no ambiente silvestre e o “carrapato do cavalo”
Amblyomma cajennense responsável pela transmissão ao homem (ABEL et al., 2000).
Outra espiroqueta que infecta eqüinos é Borrelia theileri, esta tem como principal
vetor o carrapato Boophilus microplus (= Rhipicephalus (Boophilus) microplus) (CALLOW,
1967). ROGERS et al. (1999) alertaram para a probabilidade de comprometimento de estudos
soroepidemiológicos devido a reações cruzadas entre B. bugdorferi sl e B. theileri em regiões
onde os agentes coexistem. Porém no mesmo estudo avaliaram a especificidade do teste
ELISA com soro bovino não observando reação cruzada.
A Ilha de Marajó é a maior ilha flúvio-marinha do mundo apresentando características
fisiográficas peculiares (MARQUES et al., 2001). No lado oriental da ilha onde predomina
terras baixas e campos naturais, ocorreram cruzamentos entre várias raças de eqüinos
resultando na raça Marajoara, endêmica dessa região, adaptada ao meio e ao trabalho no
campo (MARQUES et al., 2001).
O objetivo do presente trabalho foi observar a presença de anticorpos homólogos da
classe IgG contra Borrelia burgdorferi sensu stricto (ss) em eqüinos da Ilha de Marajó e
Castanhal, Estado do Pará, determinar a freqüência de animais soropositivos e avaliar se
existe diferença estatística entre as freqüências dos animais soropositivos da ilha e do
continente.
18
2 MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 Animais estudados
Procedeu-se a coleta de 208 soros de eqüinos da Ilha de Marajó (n=105) e do
município de Castanhal (-01° 17’ 38” S; 47° 55’ 35” W) (n=103), Estado do Pará (Figura 1).
Figura 1. Mapa do Estado do Pará.
Na Ilha de Marajó coletou-se 52 amostras do município de Soure (-00° 43’ 00” S; 48°
31’ 24” W)e 53 amostras do município Cachoeira do Arari (-01° 00’ 41” S; 48° 57’ 48” W).
As amostras de soro foram colhidas por conveniência de eqüinos jovens e adultos,
aparentemente sadios, de diferentes raças, entre os meses de novembro e dezembro de 2004.
Coletou-se assepticamente o sangue destes animais, através da venopunção jugular em tubos à
vacuo sem anticoagulante e, os soros obtidos foram aliquotados em tubos tipo ‘eppendorf’ e
armazenados à -20°C até o momento da análise sorológica. Foi utilizado o ensaio de
imunoadsorção enzimática (ELISA) indireto padronizado por Salles et al. (2002) (Anexo A).
Por meio de um questionário (Anexo B) foram registrados dados como raça, sexo e
idade dos animais, onde foram agrupados em 3 faixa-etárias distintas, sendo elas: animais até
36 meses; maiores de 36 meses a 84 meses e maiores de 84 meses de idade. Observou-se
também, por ocasião da coleta, presença ou ausência de carrapatos.
2.2 Obtenção do antígeno
O meio de Kelly modificado ou meio BSK (Barbour, Stoenner e Kelly), para cultivo
de B. burgdorferi foi preparado segundo descrição original (BARBOUR, 1984).
Na obtenção do antígeno 1,0mL de cultura de B. burgdorferi stricto sensu cepa
G39/40 de origem americana, foi acrescido a 500ml do meio BSK, mantendo-o em estufa a
33°C por uma semana. Centrifugou-se o meio (12.000xg/20 min. a 4 °C); o sedimento foi
ressuspenso em tampão salino fosfatado (PBS) 0,001M MgCl2.6H2O pH 7,4 e submetido ao
19
tratamento anterior por duas vezes. O "pellet" formado foi lavado com PBS e finalmente
suspenso na mesma solução ao volume de 6,0mL. A suspensão foi submetida à sonicação
(Fisher Sonic Dismembrator, model 300, Dynatech) por três minutos, com intervalos de 15
segundos; posteriormente filtrada a 0,45µm e aliquotada, obtendo-se assim, o extrato total de
antígeno para uso nos procedimentos de ensaios imunológicos, o qual foi armazenado entre
20 a 70°C negativos até o momento de uso conforme sugeriu Grodzicki e Steere (1988).
Determinou-se a concentração protéica do extrato total de antígeno por meio da
técnica do reagente de Folin, segundo metodologia descrita por Lowry et al. (1951), obtendo-
se 1,4mg/mL de conteúdo protéico.
2.3 Obtenção do controle positivo
O soro para o controle positivo foi obtido a partir da inoculação experimental de um
potro macho, sadio, com três meses e meio de idade, pesando 113Kg de peso vivo, originário
da fazenda da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal Fluminense, localizada no
município de Cachoeiras de Macacu-RJ.
Foram realizados quatro inoculações, com intervalos de 15 dias, de antígeno inativado
de B. burgdorferi cepa G39/40, com adjuvante (Freünd), por via subcutânea, com agulhas e
seringas descartáveis de 10mL, na dose de 1,0mg/15 Kg. Obteve-se soro do animal antes do
primeiro inóculo (coleta 0) e a cada cinco dias, até completar 125 dias (coleta 25). Procedeu-
se a obtenção da curva de anticorpos IgG do animal imunizado e selecionou-se o soro da
coleta 20 (45 dias pós quarto inóculo) como controle padrão positivo ideal.
2.4 Obtenção dos controles negativos
Para obtenção dos controles negativos foram utilizados doze soros de potros puro-
sangue inglês (PSI), oriundos do Jóquei Clube do Rio de Janeiro, com idades variando de 12 a
24 meses. Os animais encontravam-se clinicamente sadios, mantidos em baias individuais,
recendo alimentação apropriada, sem histórico de contato com carrapatos.
A colheita do sangue foi realizada como descrito anteriormente (item 3.1), assim como
aliquotagem e armazenamento.
2.5 Ensaio de imunoadsorção enzimática (ELISA) indireto
As 208 amostras coletadas na Marajó de Ilha e no município de Castanhal foram
analisadas através do ELISA indireto padronizado por SALLES et al. (2002).
Realizou-se o ensaio para detectar anticorpos da classe IgG homólogos contra B.
burgdorferi sl, utilizando o antígeno de B. burgdorferi ss cepa G39/40 diluído a 20 µg/mL em
tampão carbonato pH 9,6, sensibilizando-se microplacas de poliestireno com 96 orifícios (M-
4043, Sigma Chemical), incubadas em câmara úmida a 4 °C "overnight".
Após sensibilização, as placas foram lavadas três vezes com PBS tween 20 0,05% pH
7,4 (PBS T 20) e bloqueadas com soro de coelho diluído a 1% em PBS T 20, por uma hora
em câmara úmida à temperatura ambiente. Posteriormente lavou-se as placas como descrito
anteriormente.
Os doze soros controles negativos bem como os soros controle positivo e testes foram
diluídos em duplicata a 1:800 em PBS T 20; esta etapa do ensaio foi incubada e lavada como
a anterior. Adicionou-se às placas conjugado IgG de coelho anti IgG eqüina ligado à fosfatase
alcalina (Sigma Chemical) na diluição de 1:1000 em PBS T 20. A incubação e lavagem
seguiram a fase anterior.
As placas foram forradas com a solução reveladora composta pelo substrato para-
nitro-fenil-fosfato de sódio (PNPP) (Sigma Chemical) diluído em tampão glicina pH 10,5 na
concentração de 1mg/mL. Estas permaneceram à temperatura ambiente até a revelação e
momento de leitura em espectrofotômetro para microplacas de 96 orifícios (Microplate
20
Reader model 550, Bio-Rad Laboratories), utilizando filtro para comprimento de onda de
405ηm. Em todas as fases do ensaio utilizou-se 200µL de solução por orifício. A linha de
corte do ensaio foi estabelecida pela fórmula: ? + SDt v1+(1/n) (FREY et al, 1998).
2.6 Análise estatística
Foram utilizados os testes não paramétricos Qui-quadrado e Fisher, por meio do
programa computacional INSTAT, para observação de possíveis diferenças significativas
entre as freqüências encontradas nos grupos de animais de diferentes raças, sexos e idades,
assim como entre as freqüências das regiões analisadas. Adotou-se o nível de significância de
95% de confiança.
21
3 RESULTADOS
A análise soroepidemiológica das 208 amostras de soros revelou que 15 (7,2%)
animais foram reagentes positivos ao ELISA indireto, com anticorpos da classe IgG anti B.
burgdorferi, enquanto 193 (92,8%) amostras foram negativas. Na Ilha de Marajó 10 (9,5%)
animais apresentaram-se positivos, enquanto que em Castanhal cinco (4,8%) animais foram
reagentes ao ELISA indireto. Não houve diferença significativa (P= 0,2839) de positividade
encontrada entre a ilha e o continente (Tabela 1).
Tabela 1. Freqüência sorológica de anticorpos anti-Borrelia burgdorferi em eqüinos (n=208)
da Ilha de Marajó e município de Castanhal, Estado do Pará, determinada por ELISA indireto.
Freqüência
Ilha de Marajó
(n=105)
Castanhal
(n=103)
Total
(n=208)
relativa absoluta relativa absoluta
Positivo
9,5%
(10/105)
4,8%
(10/208)
4,8%
(5/103)
2,4%
(5/208)
7,2%
(15/208)
Negativo
90,5%
(95/105)
45,7%
(95/208)
95,1%
(98/103)
47,1%
(98/208)
92,8%
(193/208)
Os dados obtidos a partir do questionário revelaram a presença de 90 animais da raça
Marajoara, 91 Mangalarga Marchador e 27 de outras raças, sendo 1 da raça Árabe, 2 da
Quarto de milha, 3 mestiços, 9 burros e 12 Purucas. Desses animais, 118 animais eram
machos e 90 eram fêmeas. Todos os animais estavam infestados por carrapatos da espécie
Anocentor nitens.
A análise segundo as diferentes raças revelou que: 10% dos animais da raça
Marajoara, 3,3% dos Mangalarga e 11,1% dos animais de outras raças eram soropositivos
para anticorpos da classe IgG contra B. burgdorferi (Tabela 2). A análise estatística não
revelou diferença significativa (P= 0,1953) entre as freqüências de animais positivos nas
diferentes raças.
22
Tabela 2. Freqüência sorológica de anticorpos anti-Borrelia burgdorferi em eqüinos (n=208)
da Ilha de Marajó e município de Castanhal, Estado do Pará, quanto à raça determinada por
ELISA indireto.
A análise segundo o sexo revelou que 6,8% dos machos e 7,8% das fêmeas eram
positivos (Tabela 3) não apresentando diferença significativa (P= 0,7931).
Tabela 3. Freqüência sorológica de anticorpos anti Borrelia burgdorferi em eqüinos (n=208)
da Ilha de Marajó e município de Castanhal, Estado do Pará, quanto ao sexo determinada por
ELISA indireto.
A análise segundo a faixa etária, dividida em três grupos revelou freqüência relativa
de: 6,1% de animais positivos com idade de até 36 meses, 5,7% dos animais positivos entre
>36 a 84 meses e 9,7% dos animais entre >84 meses positivos (Tabela 4). A análise
estatística não revelou diferença significativa entre as diferentes idades (P=0,5935).
Raças (n=208)
Marajoara Mangalarga Marchador
Outras Raças
Relativa Absoluta Relativa Absoluta Relativa Absoluta
Positivo
10%
(9/90)
4,3%
(9/208)
3,3%
(3/91)
1,4%
(3/208)
11,1%
(3/27)
1,4%
(3/208)
Negativo
90%
(81/90)
38,9%
(81/208)
96,7%
(88/91)
42,3%
(88/208)
88,9%
(24/27)
11,5%
(24/208)
Total
100%
(90/90)
43,2%
(90/208)
100%
(91/91)
43,7%
(91/208)
100%
(27/27)
12,9%
(27/208)
Sexo (n=208)
Macho Fêmea
Relativa Absoluta Relativa Absoluta
Positivos
6,8%
(8/118)
3,8%
(8/208)
7,8%
(7/90)
3,4%
(7/208)
Negativos
93,2%
(110/118)
52,9%
(110/208)
92,2%
(83/90)
39,9%
(83/208)
Total
100%
118/118
56,7%
(118/208)
100%
(90/90)
43,3%
(90/208)
23
Tabela 4. Freqüência sorológica de anticorpos anti Borrelia burgdorferi em eqüinos (n=208)
da Ilha de Marajó e município de Castanhal, Estado do Pará, quanto à faixa etária determinada
pelo ELISA indireto.
Faixa Etária (n=208)
Até 36 meses > 36-84 meses > 84 meses
Relativa Absoluta Relativa Absoluta Relativa Absoluta
Positivo 6,1%
(4/66)
1,9%
(4/208)
5,7%
(4/70)
1,9%
(4/208)
9,7%
(7/72)
3,4%
(7/208)
Negativo 93,9%
(62/66)
29,8%
(62/208)
94,3%
(66/70)
31,7%
(66/208)
90,3%
(65/72)
31,2%
(65/208)
Total 100%
(66/66)
31,7%
(66/208)
100%
(70/70)
33,6%
(70/208)
100%
(72/72)
34,6%
(72/208)
24
4 DISCUSSÃO
O resultado obtido no presente estudo de 7,2% (15/208) de soropositividade, difere
dos resultados observados em outros inquéritos sorológicos realizados em eqüinos no Brasil
(GALO et al., no prelo; MADUREIRA et al., no prelo). Galo et al. (no prelo), em estudo
realizado com eqüinos do município de Castanhal-PA observaram 26,7% de animais positivos
e Madureira et al. (no prelo) ao avaliarem eqüinos de propriedades de Três Rios e Vassouras -
RJ observaram 28,4%. Essa diferença pode ser explicada pelo fato de que na época da coleta
de soros dos animais do presente estudo, estes estavam infestados por carrapatos da espécie A.
nitens. O carrapato incriminado por transmitir Borrelia spp. a humanos e animais domésticos
no Brasil é A. cajennense (ABEL et al., 2000). Embora esse fato não tenha comprovação
científica, justificaria a baixa freqüência de animais soropositivos no presente estudo.
Em levantamento sorológico no município do Rio de Janeiro, com eqüinos mantidos
sob diferentes controles de ectoparasitas, foi possível observar animais com alta infestação de
carrapatos A. cajennense com 42,9% de positividade ao ELISA indireto, em contraste com
17,5% de animais soropositivos que viviam sob manejo regular e 0,9% sob controle rigoroso
de ectoparasitas (SALLES et al., 2002) evidenciando a correlação entre presença de
anticorpos contra B. burgdorferi e infestação por carrapatos.
A borreliose de Lyme em eqüinos só está bem definida nos EUA, apresentando
positividade de 10 a 75% em áreas endêmicas (COHEN et al., 1988; PARKER; WHITE
1992). Marcus et al. (1985) observaram 24% dos eqüinos de área endêmica para borreliose de
Lyme, nos EUA, soropositivos para B. burgdorferi, e apenas 2% de soropositivos em áreas
não endêmicas. Nesse trabalho os autores não observaram diferença estatística significativa
entre sexo e raças, o que corrobora com os dados obtidos no presente estudo. O mesmo foi
relatado por Galo et al. (no prelo) e Madureira et al.(no prelo) onde observaram que apresença
de anticorpos contra B. burgdorferi é invariável quanto à idade, raça ou sexo do animal.
O diagnóstico sorológico é de grande importância no auxílio clínico e em estudos
epidemiológicos, contudo este deve ser interpretado em conjunto com dados clínicos e
histórico dos animais, assim como das propriedades. A presença de anticorpos homólogos
contra B. burgdorferi em eqüinos na Ilha de Marajó e no município de Castanhal é indicativo
da presença de Borrelia spp. e apesar da baixa freqüência de animais soropositivos é
necessário atenção para ocorrência de borreliose humana nas regiões estudadas considerando
a importância dessa enfermidade como zoonose emergente.
25
CAPÍTULO II
CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA E GENOTÍPICA DE
ISOLADO BRASILEIRO DE Borrelia theileri (Laveran, 1903) E
REGISTRO DE Borrelia sp. EM ISOLADOS DE CARRAPATO E
HUMANO
26
RESUMO
MADUREIRA, Renata Cunha. Caracterização morfométrica e genotípica de isolado
brasileiro de Borrelia theileri (Laveran, 1903) e registro de Borrelia sp. em isolados de
carrapato e humano. 2007. 24p. Tese (Doutorado em Ciências Veterinárias, Sanidade
Animal). Instituto Veterinária, Departamento de Parasitologia Animal, Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2007.
Espiroquetas do gênero Borrelia acometem animais e humanos em todo o mundo
determinando diferentes tipos de doenças. A única espécie de Borrelia reconhecida e
identificada no Brasil que infecta bovinos e eqüinos é Borrelia theileri, transmitida por
Rhipicephalus (Boophilus) microplus. Vários estudos têm sido feitos a fim de se identificar
outro espiroquetídeo que circula em nosso meio e infecta animais e humanos, levando a
quadro clínico parecido à borreliose de Lyme (BL). O objetivo do presente estudo foi
caracterizar morfometricamente B. theileri isolado de eqüino e genotipicamente isolados de
espiroquetas obtidos de eqüino, carrapato R. (Boophilus) microplus e humano, por análise das
seqüências parciais dos genes 16S rRNA, fla e rpoB. O isolado de eqüino foi obtido do soro de
um animal jovem, proveniente do estado do Rio de Janeiro, extremamente debilitado, que
apresentava espiroquetas na circulação periférica, visualizadas em esfregaço de sangue
corados com Giemsa. O isolado de carrapato foi obtido a partir de sobrenadante de cultura de
células de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus, proveniente do Estado do Mato
Grosso do Sul, que apresentavam espiroquetas visualizadas à microscopia de contraste de
fase. O isolado de humano foi obtido do sangue de uma mulher jovem, residente no município
de Seropédica-RJ, que apresentava quadro de recorrência para borreliose de Lyme-simile e
apresentava espiroquetas na circulação periférica, visualizadas em microscopia de contraste
de fase. Realizou-se a extração do DNA genômico dos três isolados com o auxilio do Kit
comercial Easy-DNA
TM
, os quais foram submetidos a técnica de PCR utilizando iniciadores
para a amplificação dos genes 16S rRNA, fla e rpoB. Os produtos da amplificação dos
isolados de eqüino, carrapato e humano foram clonados em plasmídeo pGEM®-T Easy
Vectors e sequenciados. A análise das seqüências do isolado de eqüino em conjunto com a
análise morfométrica (17,2 ± 3,6 µm de comprimento; 10 ± 2 espiras) revelou ser o
microrganismo em questão, B. theileri. O sequenciamento do isolado de carrapato revelou
100% de identidade (177/177) para o gene 16S rRNA com seqüências de B. burgdorferi
depositadas no “GeneBank” e 92% de identidade (250/270) para o gene rpoB com seqüência
de B. hermisii. O sequenciamento do gene 16S rRNA de sangue humano com sintomatologia
para borreliose de Lyme-simile, apresentou identidade de 99% (886/889) com B. burgdorferi.
Esta é a primeira descrição genotípica de isolado brasileiro de B. theileri, assim como o
primeiro relato de espécie de Borrelia diferente de B. theileri infectando R. (Boophilus)
microplus e confirmação da presença de espiroquetídeo do gênero Borrelia causando
borreliose de Lyme-simile no Brasil.
Palavras chave: borreliose bovina, borreliose de Lyme, análise genotípica
27
ABSTRACT
MADUREIRA, Renata Cunha. Morfometric and genotypic characterization of Borrelia
theileri Brazilian isolated and registers of Borrelia sp. isolated from tick and human.
2007. 24p. Tese (Doutorado em Ciências Veterinárias, Sanidade Animal). Instituto de
Veterinária, Departamento de Parasitologia Animal, Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro, Seropédica, RJ, 2007.
Spirochetes of the genus Borrelia attack animals and humans all over the world, causing
different types of diseases. The unique species of Borrelia known and identified in Brazil
which infects bovines and equines is B. theileri, transmitted by Rhipicephalus (Boophilus)
microplus. Several studies were been made to identify another spirochete that circulates in the
country and infects both animals and humans, providing clinical symptoms regarding Lyme
disease (LD). The objective this work was to caracterize morfometrically and genotypically
isolates of B. theileri from equine and to analyze genotypically spirochetes the tick
Rhipicephalus (Boophilus) microplus, and human, by analysis of partial sequence of the gene
16S rRNA, fla and rpoB. The equine isolate was obtained from the serum of a young animal
from the Rio de Janeiro State, which was extremely debilitated and presented spirochetes in
the peripheral circulation, observed in blood samples stained with Giemsa. Tick isolate was
obtained from supernatant of a cell culture of ticks from the Mato Grosso do Sul State, which
had spirochetes seen by phase contrast microscopy. Human isolate was obtained from blood
sample of a young woman, from the Seropédica municipality, RJ, that presented recurrent
symptoms of LD-simile and had spirochetes in its peripheral circulation, as seen by phase
contrast microscopy. Genomic DNA from all samples were extracted using the commercial
Kit Easy-DNA
TM
, submitted to PCR technique using the partial amplification of the gene 16S
rRNA, fla and rpoB. The products of amplification of equine, tick and human isolates were
cloned into the plasmid pGEM®-T Easy Vectors and sequenced. The analysis of the
sequences of the isolated of equine in set with morfometric analysis (17.2 ± 3.6µm of length;
10 ± 2 espiras) revealed to be the microrganism in question, B. theileri. The analysis of the
sequences of the tick isolated revealed an identification of 100% (177/177) for the gene 16S
rRNA with sequences of B. burgdorferi deposited in "GeneBank" and 92% of identity
(250/270) for the gene rpoB with sequence of B. hermisii. The analysis of the sequences of
the human isolated revealed an identification of 99% (886/889) for the gene 16S rRNA with B.
burgdorferi sequences. This is the first genotypic characterization of Borrelia theileri
Brazilian isolated, as well as the first report of species of Borrelia different of B. theileri
attack R. (Boophilus) microplus and confirmation of the presence of the genus Borrelia
causing LD-simile in Brazil.
Key words: borreliose bovine, borreliose of Lyme, molecular characterization
28
1 INTRODUÇÃO
Espiroquetas do gênero Borrelia acometem animais e humanos em todo o mundo
determinando diferentes tipos de doenças. A transmissão dessas bactérias ocorre
principalmente através de vetores artrópodes, entre esses, o piolho Pediculus humanus e
carrapatos ixodídeos e argasídeos (SOARES et al., 2000).
As espécies de Borrelia podem ser divididas filogeneticamente em três grandes
grupos, a partir do gene fla (FUKUNAGA et al., 1996) e 16S rRNA (RICH et al., 2001). Um
grupo é constituído das espécies de Borrelia relacionadas à borreliose de Lyme, transmitidas
pelo carrapato ixodídeo, Ixodes sp.: Borrelia burgdorferi sensu sstricto (ss), Borrelia garinii e
Borrelia afzelii entre outras, que juntas são conhecidas como B. burgdorferi sensu lato (sl). Os
outros dois grupos consistem principalmente de espécies relacionadas à febre recorrente,
transmitidas por carrapatos argasíedos Ornithodorus sp.. Em um grupo encontram-se as
espécies que ocorrem no velho mundo: Borrelia crocidurae, Borrelia duttonii e Borrelia
hispanica; e no outro as espécies relacionadas à febre recorrente do novo mundo: Borrelia
turicatae, Borrelia parkeri e Borrelia hermsii, além dos agentes das espiroquetoses animais:
Borrelia coriacae (aborto epizootico bovino) e Borrelia anserina (borreliose aviária)
(FUKUNAGA et al., 1996).
Borrelia theileri forma um ramo monofilético junto de Borrelia myamotoi e Borrelia
lonestari, inseridas em um grupo maior, relacionados às espécies da febre recorrente (RICH et
al., 2001). Essas três espécies são transmitidas por carrapatos ixodídeos, o que pode
caracterizar que elas e as outras espécies relacionadas a febre recorrente envolvem um
ancestral comum, porém só a B. theileri B. myamotoi e B. lonestari se adaptaram a carrapatos
ixodídeos.
O carrapato Boophilus microplus (=Rhipicephalus (Boophilus) microplus) (Canestrini,
1888) é um dos vetores de B. theileri no mundo, e até o momento esse é o único
espiroquetídeo identificado nessa espécie de carrapato (COLLOW, 1967; SMITH et al., 1978;
MARTINS et al., 1996). A associação patógeno-vetor é tão bem estabelecida que o
diagnóstico é corriqueiramente realizado a partir do xenodiagóstico (KESSLER et al., 2000;
SMITH et al., 1985; MARTINS et al., 1996).
A única espécie de Borrelia reconhecida e identificada no Brasil por infectar bovinos e
eqüinos é B. theileri, porém a literatura sobre essa espiroqueta é escassa.
Vários estudos têm sido feitos a fim de se identificar outro espiroquetídeo que circula
em nosso meio e infecta animais e humanos, levando a quadro clínico semelhante à borreliose
de Lyme. Ainda não se teve sucesso na amplificação de partes de genes utilizando iniciadores
para o gênero Borrelia. Além disso, o agente etiológico da borreliose de Lyme-simile no
Brasil não é cultivável em meio BSK, os soros de pacientes tem baixa reatividade em testes
imunoenzimáticos frente à cepa americana G39/40 de B. burgdorferi ss, existe alta freqüência
de recorrência, além de evidencias de manifestações clínico-laboratoriais de origem alérgica e
auto-imune (YOSHINARI; MANTOVANI, 2006).
O difícil cultivo de espiroquetas e a baixa sensibilidade da técnica PCR para Borrelia,
principalmente a partir de amostras de sangue, têm sido descritos (AGUERO-ROSENFELD
et al., 2005). Por esses motivos e pela dificuldade na identificação da doença e
estabelecimento de tratamento, a literatura mundial aponta para a hipótese de que a entidade
Borrelia, sozinha, é insuficiente para o desenvolvimento da borreliose de Lyme (OWEN,
2006). A doença seria o resultado da infecção por Borrelia em interação com outros
microrganismos (bactérias, protozoários, vírus e/ou fungos) (OWEN, 2006).
29
Mantovani et al. (2007) avaliaram a borreliose de Lyme-simile no Brasil e sugeriram
que espiroquetas visualizadas em sangue de pacientes com sintomatologia para borreliose de
Lyme-simile não estão correlacionadas ao gênero Borrelia e atuam conjuntamente com outros
microrganismos (Chlamydia e Mycoplasma) levando a uma mimetização do quadro clinico.
O objetivo do presente estudo foi caracterizar genotipicamente isolados de
espiroquetas, obtidos de soro eqüino, cultura de células de carrapato R. (Boophilus) microplus
e sangue humano.
30
2 MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 Material biológico
2.1.1 Amostra proveniente de eqüino
Amostras de sangue foram coletadas de um eqüino jovem, debilitado, que apresentava
espiroquetas na circulação periférica, observadas em esfregaço sangüíneo (Figura 1). O
animal era pertencente ao Curral de Apreensão da UFRRJ e foi doado à Estação de
Parasitologia W. O. Neitz/DPA da UFRRJ para estudos parasitologicos, onde permaneceu sob
responsabilidade do Prof. Carlos Luiz Massard.
Figura 1. Espiroqueta em sangue periférico de eqüino. Esfregaço de sangue corado com
Giemsa, aumento de 1000.
Coletou-se assepticamente o sangue deste animal, através da venopunção jugular em
tubos tipo à vacuo sem anticoagulante, e, os soros obtidos foram aliquotados em criotubos
com DMSO a 80%, na proproção de 8:2 e armazenados em botijões de nitrogênio liquido no
Laboratório de Doenças Parasitárias, do Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública da
UFRRJ. Posteriormente foram transportados em gelo seco para o Laboratório de Biologia
Molecular, na área de Sanidade Animal do Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte
(CNPGC), Embrapa, no município de Campo Grande-MS, onde permaneceram em
ultrafreezer a -80°C até o momento das análises. Por ocasião da coleta de sangue,
confeccionou-se esfregaços de sangue periférico por venopunção de vasos marginais da
orelha. Os esfregaços foram fixados em metanol, corados pelo corante de Giemsa e
observados por meio de microscópio fotônico com ocular de 10X e sob objetiva de imersão de
100X.
Realizou-se análise morfométrica de 100 formas espiraladas acoplando-se ao
microscópio uma ocular micrométrica (Wild-pZo), com aumento de 15X. Foi mensurado a
quantidade de espiras e o comprimento total de cada forma parasitária.
31
2.1.2 Amostra proveniente de carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus
Coletou-se sobrenadante de cultura de células de carrapatos R. (Boophilus) microplus,
mantidas em meio Leboivitz (Sigma Chemical), no Laboratório de Hemoparasitologia da
Embrapa Gado de Corte, que apresentavam espiroquetas visualizadas à microscopia de
contraste de fase com ocular de 10X e sob objetiva de 40X (Figura 2).
Figura 2. Microrganismo em cultura de célula de carrapato, mantida em meio Leboivitz.
Microscopia de contraste de fase, aumento de 400.
A colônia de carrapatos era mantida em bovinos de raça européia, estabulados, livre de
patógenos. As amostras foram gentilmente cedidas pelo Dr. Raul Henrique Kessler,
pesquisador da referida instituição, e armazenadas em ultrafreezer -80°C até o momento das
análises.
2.1.3 Amostra proveniente de humano
Amostras de sangue foram coletadas de uma mulher, jovem, residente no município de
Seropédica-RJ, que apresentava quadro de recorrência para Borreliose de Lyme-simile
diagnosticada pela equipe do Centro de Referência para borreliose de Lyme no Brasil. Foram
visualizadas espiroquetas na circulação periférica, observadas em microscopia de contraste de
fase com ocular de 10X e sob objetiva de 40X (Figura 3).
32
Figura 3. Microrganismo em sangue de humano com borreliose de Lyme-simile. Microscopia
de contraste de fase, aumento de 400.
Coletou-se assepticamente o sangue da paciente, através da venopunção radial, em
tubos tipo ‘vacumtainer’ citratado. Aliquotas de dois mL foram armazenadas em tubos tipo
‘eppendorf’ e mantidas em freezer -20°C no Laboratório de Doenças Parasitárias, do
Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública da UFRRJ. Posteriormente foram
transportadas em gelo seco para o Laboratório de Biologia Molecular, na área de Sanidade
Animal do Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte (CNPGC), Embrapa, no município
de Campo Grande-MS, onde permaneceram em freezer a -20°C até o momento das análises.
2.2 Seleção do gene
Realizou-se a escolha do gene 16S rRNA (região Ssu-rDNA, sub-unidade menor do
ribossomo nuclear) (RICH et al., 2001), fla (flagelina B) (RICH et al., 2001) e rpoB (região β
da RNA polimerase) (Lee et al., 2000) baseado em buscas na literatura balizada em estudos de
espécies de Borrelia, sendo observado que os referidos genes têm importância em estudos
filogenéticos por se tratarem de genes altamente conservados.
2.3 Extração e quantificação do DNA
Realizou-se a extração do DNA genômico dos três isolados com o auxilio do Kit
comercial Easy-DNA
TM
(Genomic Isolation-Invitrogen). Para os isolados de eqüino (IE) e
carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus (IC) foi utilizado o protocolo número 3 do
referido kit, destinado à extração de DNA de pequenas quantidades de amostra e para o
isolado de humano (IH), utilizou-se o protocolo número 2, destinado à extração rápida de
DNA de amostras de sangue. Não foi possível a quantificação do DNA devido à pouca
quantidade obtida.
2.4 Controles positivos
Como controles positivos das reações de PCR utilizou-se a cepa americana de Borrelia
burgdorferi G39/40 e a cepa européia de Borrelia garinii 1B29, mantidas em meio BSK em
nitrogênio liquido no Laboratório de Doenças Parasitárias da UFRRJ, cedidas gentilmente
pelo Dr. Natalino Hajime Yoshinari, professor da USP.
33
2.5 Reação de PCR
Realizou-se replicação in-vitro dos genes 16S rRNA, fla e rpoB de Borrelia com
iniciadores específicos para cada gene, por meio da técnica de Reação em Cadeia da
Polimerase (PCR-‘Polymerase Chain Reaction’). Foi realizada PCR para amplificação do
gene 16S rRNA (Tabela 1) para os isolados IE, IC e IH e dos genes fla (Tabela 1) e rpoB
(Tabela 1) para os isolados IE e IC.
Tabela 1. Iniciadores para amplificação parcial dos genes 16S rRNA, fla e rpoB dos isolados
de eqüino, carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus e humano.
A reação de PCR foi preparada em um volume final de 20µL com 10mM de tris-HCl
pH 8,3; 50mM de KCl, 3,0 mM MgCl
2
, 0,25mM de cada dNTPs, 5?moles de cada iniciador,
2,5 U de Taq DNA polimerase (Invitrogen®) e 6µL de DNA genômico dos isolados.
Realizou-se uma reação para cada gene/isolado. As reações foram realizadas em
termociclador (Mastercycler personal-Eppendorf®) programado para uma temperatura de
desnaturação das fitas de DNA a 94°C; com um ciclo inicial de 3 min e posteriormente 35
ciclos de 1 min; temperatura de anelamento (de acordo com os iniciadores utilizados) (Tabela
1) por 1min; temperatura de extensão da fita de 72°C por 1 min e 30 segundos e um ciclo
final a 72°C por 7 min.
2.6 Análise dos produtos de amplificação
Os produtos de PCR foram submetidos à eletroforese em gel de agarose a 0,8% em
tampão tris EDTA acetato pH 8,0 (TAE), junto com marcador de peso molecular padrão
1Kb plus de 100 a 12000pb (Invitrogen ®) ou 1Kb DNA de 75 a 12216pb (Invitrogen ®), por
uma hora a 80V. Os géis foram corados em solução de brometo de etídeo (5µg/µL) por 15
minutos e visualizados sob luz utravioleta (UV) em transiluminador. Fotografou-se as bandas
com auxílio de máquina fotográfica digital interligada ao sistema AlphaDigidoc® (Gel
Documentation & Imagem Analysis System Alpha Innotech Corporation).
Iniciadores Seqüência de nucleotídeos
(5’-3’)
Posição
Borrelia burgdorferi
(acesso NC001318)
Temperatura
de
anelamento
Fragmento
esperado
(pb)
16SborTF GAGTCTGCGTCTTATTAGCTA 1291-1312
16SborTR AACAAGGGTTGCGCTCGTTG 427-446
59°C 850
flaBorTF AAGATTAATGCTCAAATTAGGGG
839-861
flaBorTR GCAGGCTCTTCAGTAGATCTT 557-577
45°C 350
rpoBBorF GATGATATTGACCATTTAGG 1353-1373
rpoBBorR TTCAGGGGTTTCAATAGGAC 1703-1722
45°C 370
34
2.7 Clonagem dos fragmentos
Os fragmentos de DNA do gene 16S rRNA, fla e rpoB obtidos através de PCR foram
inseridos em plasmídeo pGEM®-T Easy Vectors (Promega) (Figura 4) na seguinte
proporção: 1 µL de plasmídeo, 3µL do produto de PCR, 1 µL da enzima ligase T4, 5µL do
tampão da ligase 2X. As amostras foram homogeneizadas e incubadas por uma hora à
temperatura ambiente. Para cada isolado foi realizada uma reação em separado.
Figura 4. Plasmídeo pGEM®-T Easy utilizados para a clonagem dos fragmentos de DNA dos
genes 16S rRNA, fla e rpoB de isolado de eqüino, Rhipicephalus (Boophilus) microplus e
humano.
Os plasmídeos com o inserto (vetor-inserto) de cada gene, para cada isolado (IE, IC,
IH) foram utilizados na transformação de células competentes de E. coli DH5-a produzidas no
Laboratório de Biologia Molecular (Embrapa Gado de Corte).
Adicionou-se 10µL do vetor-inserto às células E. coli DH5-a, homogenizou-se
levemente, incubando em gelo por 30 minutos. Realizou-se choque térmico de 30 segundos
em banho-maria à 42°C e 1 minuto e 30 segundos no gelo. As amostras foram levadas à
câmara de fluxo laminar onde adicionou-se 900 µL de meio LuriaBertani (LB) e
posteriormente submetidas à agitação horizontal à 37°C por 1 hora. Os produtos
transformados foram semeados em placas de Petri 20 x 24 cm devidamente identificadas,
contendo meio LB ágar com 100 µg/mL de ampicilina, com auxílio de uma alça de vidro. As
placas foram incubadas por 12 horas à 37°C para o crescimento das colônias bacterianas.
2.8 PCR de colônia
Realizou-se PCR de colônia para identificar os clones bacterianos que continham os
insertos de interesse, com os iniciadores para o gene 16S rRNA (Tabela 1) para a os isolados
IE, IC e IH e para os genes fla (Tabela 1) e rpoB (Tabela 1) para os isolados IE e IC.
A PCR foi preparada em um volume final de 20µL com 10mM de tris-HCl pH 8,3,
50mM de KCl, 3,0 mM MgCl
2
, 0,25mM de cada dNTPs, 5pmoles de cada iniciador, 2,5 U de
Taq DNA polimerase (Invitrogen®) e 1 colônia de cada isolado (IE, IC e IH). Foram
escolhidas no total 10 colônias aleatoriamente para cada amostra. As reações foram realizadas
em termociclador (Mastercycler personal-Eppendorf®) programado para uma temperatura de
desnaturação das fitas de DNA a 94°C; com um ciclo inicial de 10 min e posteriormente 35
ciclos de 1 min; temperatura de anelamento dos iniciadores (de acordo com iniciadores
35
utilizados) (Tabela 1) por 1min; temperatura de extensão da fita de 72°C por 1 min e 30
segundos e um ciclo final a 72°C por 7 min.
Para a observação da reação, foi realizado eletroforese horizontal de 3µL do produto
da PCR , em gel de agarose a 0,8% em TAE sob corrente de 100V. O gel foi corado em
solução de brometo de etídio (5µg/µL) por 15 minutos, as bandas foram visualizadas sob luz
UV em transluminador e documentado usando o sistema AlphaDigidoc® (Gel
Documentatation & Imagem Analysis System Alpha Innotech Corporation).
2.9 Reação de minipreparação de plasmídeos (Miniprep)
Realizou-se a purificação de DNA plasmidial replicado conforme o item 2.7, com
auxilio do Kit comercial Wizard® Plus- SV Minipreps (Promega), conforme especificação do
fabricante.
As células transformadas (item 2.7), previamente selecionadas pela técnica de PCR de
colônia (item 2.8), foram transferidas para tubo do tipo Falcon de 15 mL contendo 2 mL de
meio LB com 100 µg/mL de ampicilina, e incubadas overnight à 37°C sob agitação. Foram
retirados 2mL das células cultivas, as quais foram transferidas para tubos de microcentrífuga,
devidamente identificados e centrifugados por 1 minuto a 10.000 xg. Descartou-se o
sobrenadante por inversão dos tubos e o restante foi retirado com auxílio de pipeta.
Ressuspendeu-se o pellet adicionando 50µL da solução de suspensão, homogeneizou-se no
vortex por 1 minuto. Adicionou-se 100 µL de solução de desnaturação de proteína e de DNA
bacteriano, homogeneizou-se os tubos invertendo-os por uma vez. Adicionou-se 325 µL da
solução de precipitação de proteína e de renaturação de DNA plasmidial, homogeneizou-se os
tubos invertendo-os por uma vez. Centrifugou-se os tubos por 2 minutos à 10.000 xg. O
sobrenadante com o DNA plasmidial das amostras IE, IC e IH foram transferidos para novos
microtubos, contendo coluna de sílica. Centrifugou-se o conjunto por 30 segundo à 10.000xg.
Adicionou-se 300 µL da solução de lavagem. Centrifugou-se o conjunto por 30 segundo à
10.000xg e descartou-se o líquido da solução de lavagem. Finalmente adicionou-se 50 µL de
solução de eluição, centrifugou-se o conjunto por 30 segundo à 10.000xg e descartou-se as
colunas.
Para análise da qualidade do DNA plasmidial obtido, foi realizado eletroforese
horizontal de 3µL da solução, em gel de agarose a 1% em TAE sob corrente de 80V. O gel foi
corado em solução de brometo de etídio (5µg/µL) por 15 minutos, as bandas foram
visualizadas sob luz UV em transluminador e documentado usando o sistema AlphaDigidoc®
(Gel Documentatation & Imagem Analysis System Alpha Innotech Corporation).
2.10 PCR de Miniprep
Realizou-se PCR de miniprep para a certificação da extração dos plasmideos contendo
os insertos de interesse, com os iniciadores para o gene 16S rRNA (Tabela 1) para os isolados
IE, IC e IH. E com os iniciadores para os genes fla (Tabela 1) e rpoB (Tabela 1) para os
isolados IE e IC.
A PCR foi preparada em um volume final de 20µL com 10mM de tris-HCl pH 8,3,
50mM de KCl, 3,0 mM MgCl
2
, 0,25mM de cada dNTPs, 5pmoles de cada iniciador, 2,5 U de
Taq DNA polimerase (Invitrogen®) e 1µL do produto da miniprep.
As reações foram realizadas em termociclador (Mastercycler personal-Eppendorf®)
programado para uma temperatura de desnaturação das fitas de DNA a 94°C; com um ciclo
inicial de 3 min e posteriormente 35 ciclos de 1 min; temperatura de anelamento (de acordo
com os iniciadores utilizados) (Tabela 1); temperatura de extensão da fita de 72°C por 1 min
e 30 segundos e um ciclo final a 72°C por 7 min.
Para a observação da reação, foi realizado eletroforese horizontal de 1µL do produto
da PCR , em gel de agarose a 0,8% em TAE sob corrente de 80V. O gel foi corado em
36
solução de brometo de etídio (5µg/µL) por 15 minutos, as bandas foram visualizadas sob luz
UV em transluminador e documentado usando o sistema AlphaDigidoc® (Gel
Documentatation & Imagem Analysis System Alpha Innotech Corporation).
2.11 Sequenciamento
As amostras obtidas na miniprep e placas de Petri contendo as colônias dos diferentes
isolados foram enviadas para o Instituto de Biologia Molecular do Paraná Curitiba, PR,
onde foram seqüenciadas, em seqüenciador automático ABI 3100 de 16 capilares (Applied
Biosistems), pelo método dideoxi (Sanger), segundo as recomendações do fabricante. Todas
as amostras foram seqüenciadas com iniciadores específicos do vetor pGEM-T.
2.12 Análise das Seqüências (in silico) e Alinhamento
A qualidade das seqüências foi analisada com auxílio de três pacotes computacionais
Phred, Phrap, Cross-match.
As seqüência obtidas para cada gene (16S rRNA, fla e rpoB)/para cada isolado (IE, IC,
IH) foram alinhadas pelo programa CLUSTALW (http://www.ebi.ac.uk/ clustalw) e obtidos
seqüências consenso.
A identidade das seqüências obtidas em relação às seqüências depositadas no banco de
dados “GeneBank”, foi obtida com auxílio do pacote computacional BLASTn.
37
3 RESULTADOS
3.1 Análise morfológica e morfométrica do isolado de eqüino
Ao esfregaço sanguíneo foram observados microrganismos espiralados com
comprimento médio de 17,2 ± 3,6 µm e uma média de 10 ± 2 espiras, os quais apresentavam
movimento padrão de rotação e contorção.
3.2 Extração e quantificação do DNA
Realizou-se a extração do DNA genômico das amostras obtidas, com o auxilio do Kit
comercial Easy-DNA
TM
(Genomic Isolation-Invitrogen). A quantificação do DNA genômico
não foi realizada devido a pequena quantidade obtida.
3.3 Reação de PCR
O PCR das amostras IE, IC e IH com iniciadores específicos para o gene 16S rRNA de
Borrelia apresentaram o mesmo perfil de banda que o relatado por Rich, et al. (2001), com
aproximadamente 850 pares de base (pb) (Figura 5 e 6).
Figura 5. Análise do produto da amplificação pela PCR da sequência parcial do gene 16S
rRNA de Borrelia spp. Eletroforese em gel de agarose a 0,8 % corado com brometo de etídio.
1- Padrão de massa molecular 1Kb Plus (Invitrogen); 2- controle positivo Borrelia
burgdorferi; 3- controle positivo Borrelia garinii; 4- isolado de eqüino; 5- isolado de
carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus; 6- controle negativo.
1 2 3 4 5 6
1000pb
850pb
38
Figura 6. Análise do produto da amplificação pela PCR da sequência parcial do gene 16S
rRNA de Borrelia spp isolado de humano. Eletroforese em gel de agarose a 0,8 % corado com
brometo de etídio. 1- Padrão de massa molecular 1Kb DNA (Invitrogen); 2- controle positivo
Borrelia burgdorferi; 3- isolado de humano; 4- controle negativo.
O PCR dos isolados IE e IC com iniciadores específicos para o gene fla de Borrelia
apresentaram o mesmo perfil de banda com aproximadamente 350pb que o relatado por Rich,
et al. (2001) (Figura 7).
Figura 7. Análise do produto da amplificação pela PCR da sequência parcial do gene fla de
Borrelia spp. Eletroforese em gel de agarose a 0,8 % corado com brometo de etídio. 1- Padrão
de massa molecular 1Kb Plus (Invitrogen); 2- controle positivo Borrelia burgdorferi; 3-
controle positivo Borrelia garinii; 4- isolado de eqüino; 5- isolado de carrapato Rhipicephalus
(Boophilus) microplus; 6- controle negativo.
1 2 3 4
1018pb
506pb
300pb
400pb
1 2 3 4 5 6
39
O PCR dos isolados IE e IC com iniciadores específicos para o gene rpoB de Borrelia
apresentaram o mesmo perfil de banda com aproximadamente 370 pares de base (pb) que o
relatado por Lee, et al. (2000) (Figura 8).
Figura 8. Análise do produto da amplificação pela PCR da sequência parcial do gene rpoB de
Borrelia spp. Eletroforese em gel de agarose a 0,8 % corado com brometo de etídio. 1- Padrão
de massa molecular 1Kb Plus (Invitrogen); 2- controle positivo Borrelia burgdorferi; 3-
controle positivo Borrelia garinii; 4- isolado de eqüino; 5- isolado de carrapato Rhipicephalus
(Boophilus) microplus; 6- controle negativo.
3.4 Clonagem dos fragmentos
Pela técnica de clonagem para o gene 16S rRNA foram obtidas 93, 110 e 210 colônias
do ‘produto diluído’ e 240, 281 e 305 colônias do ‘produto concentrado’, para as amostras IE,
IC e IH, respectivamente.
Na clonagem do fla foram obtidas 13 e 33 do ‘produto diluído’ e 33 e 122 colônias do
‘produto concentrado’, para as amostras IE e IC respectivamente, e para o gene rpoB foram
obtidas 37 e 11 do ‘produto diluído’ e 94 e 39 colônias do ‘produto concentrado’, para as
amostras IE e IC respectivamente
3.5 PCR de colônia
A técnica de PCR de colônia dos três isolados (IE, IC e IH) com iniciadores para o
gene 16S rRNA mostrou que das 10 colônias escolhidas, 4 continham o fragmento de interesse
para para IE (Figura 9), 2 para IC (Figura 10) e 3 para IH (Figura 11).
300pb
400pb
PM 1 2 3 4 5
40
Figura 9. Análise do produto da amplificação pela PCR de colônia da sequência parcial do
gene 16S rRNA do isolado de eqüino. Eletroforese em gel de agarose a 0,8 % corado com
brometo de etídio. 1 e 6- Padrão de massa molecular 1Kb Plus (Invitrogen); 2, 3, 4, 5, 8 e 11-
colônias negativas e 7, 9, 10 e 12- colônias positivas.
Figura 10. Análise do produto da amplificação pela PCR de colônia da sequência parcial do
gene 16S rRNA do isolado de carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus. Eletroforese em
gel de agarose a 0,8 % corado com brometo de etídio. 1- Padrão de massa molecular 1Kb Plus
(Invitrogen); 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 11- colônias negativas e 2 e 10- colônias positivas.
1 2 3 4 5 6
7 8 9 10 11 12
1000pb
850pb
1000pb
850pb
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
41
Figura 11. Análise do produto da amplificação pela PCR de colônia da sequência parcial do
gene 16S rRNA do isolado de humano. Eletroforese em gel de agarose a 0,8 % corado com
brometo de etídio. 1- Padrão de massa molecular 1Kb DNA (Invitrogen); 3, 4, 5, 6, 9, 10 e 11
- colônias negativas e 2, 7 e 8- colônias positivas.
Para gene fla a PCR de colônia mostrou que das 10 colônias escolhidas, 10 continham
o fragmento de interesse para IE (Figura 12) e 7 para IC (Figura 13).
Figura 12: Análise do produto da amplificação pela PCR de colônia da sequência parcial do
gene fla do isolado de eqüino. Eletroforese em gel de agarose a 0,8 % corado com brometo de
etídio. 1- Padrão de massa molecular 1Kb Plus (Invitrogen); 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 e 11-
colônias positivas.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
1018pb
506pb
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
400pb
300pb
42
Figura 13: Análise do produto da amplificação pela PCR de colônia da sequência parcial do
gene fla do isolado de carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus. Eletroforese em gel de
agarose a 0,8 % corado com brometo de etídio. 1- Padrão de massa molecular 1Kb Plus
(Invitrogen); 3, 5, 10- colônias negativas e 2, 4, 6, 7, 8, 9 e 11- colônias positivas.
Para gene rpoB a PCR de colônia mostrou que das 10 colônias escolhidas, 10
continham o fragmento de interesse para IE (Figura 14) e 9 para IC (Figura 15).
Figura 14: Análise do produto da amplificação pela PCR de colônia da sequência parcial do
gene rpoB do isolado de eqüino. Eletroforese em gel de agarose a 0,8 % corado com brometo
de etídio. 1- Padrão de massa molecular 1Kb Plus (Invitrogen); 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 e 11 -
colônias positivas.
400pb
300pb
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
400pb
300pb
43
Figura 15: Análise do produto da amplificação pela PCR de colônia da sequência parcial do
gene rpoB do isolado de carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus. Eletroforese em gel
de agarose a 0,8 % corado com brometo de etídio. 1- Padrão de massa molecular 1Kb Plus
(Invitrogen); 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10- colônias positivas; 11- colônia negativa.
3.6 Reação de minipreparação de plasmídeos (Miniprep)
A técnica de Miniprep para obtenção plasmidial dos isolados IE e IC apresentou
bandas de tamanho compatível com o esperado (Figura 16 e 17).
400pb
300pb
PM 1 2 3 4 5
6 7 8 9
10
44
Figura 16. Análise do produto das minipreps para os genes 16S rRNA, fla e rpoB.
Eletroforese em gel de agarose a 0,8 % corado com brometo de etídio. 1- Padrão de massa
molecular 1Kb Plus (Invitrogen); 2- isolado de eqüino, gene 16S rRNA; 3- isolado de eqüino,
gene rpoB; 4- isolado de eqüino, gene fla. 5- isolado de carrapato Rhipicephalus (Boophilus)
microplus, gene 16S rRNA; 6- isolado de carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus,
gene rpoB; 7- isolado de carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus, gene fla.
Figura 17. Análise do produto da miniprep. Eletroforese em gel de agarose a 0,8 % corado
com brometo de etídio. 1- Padrão de massa molecular 1Kb DNA (Invitrogen); 2- isolado de
humano, gene 16S rRNA.
1 2 3 4 5 6 7
3000pb
2000pb
3000pb
2000pb
1 2
45
3.7 PCR de Miniprep
A técnica de PCR com DNA plasmidial dos isolados (IE e IC) amplificados com
iniciadores para o gene 16S rRNA apresentou bandas de aproximadamente 850pb, para o gene
fla de 350pb e para o gene rpoB de 370pb, conforme o esperado (Figura 18).
Figura 18. Análise do produto da amplificação de miniprep pela PCR. Eletroforese em gel de
agarose a 0,8 % corado com brometo de etídio. 1- Padrão de massa molecular 1Kb Plus
(Invitrogen); 2- isolado de eqüino, gene 16S rRNA; 3-isolado de carrapato Rhipicephalus
(Boophilus) microplus, gene 16S rRNA; 4- isolado de eqüino, gene rpoB.; 5- isolado de
carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus, gene rpoB; 6- isolado de eqüino, gene fla; 7-
isolado de carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus, gene fla.
3.7 Análise das Seqüências (in silico) e Alinhamento
Para o isolado de eqüino foi obtido sequenciamento de 615pb para o gene 16S rRNA,
307pb para o gene fla. A análise realizada no BLASTn revelou identidade de 99% (609/611)
para o gene 16S rRNA entre o isolado de eqüino e a cepa de B. theileri depositada no
“GeneBank” (acesso U38375) (Anexo C) e 98% (222/226) para o gene fla em relação a B.
theileri (acesso U42431), entre outras espécie relacionadas filogeneticamente à febre
recorrente (Anexo D). Para o gene rpoB obteve-se 370pb, sendo observado identidade de
92% (250/270) com a cepa de B. hermisii (acesso AF164235), e 90% com Borrelia turicatae,
também pertencente ao grupo das espécies que causam febre recorrente (Anexo E). Para o
isolado de carrapato obteve-se sequenciamento de 177pb para o gene 16S rRNA, 339pb para o
gene fla e 370pb para o gene rpoB. A análise revelou identidade de 100% (177/177) para o
gene 16S rRNA com seqüência de B. burgdorferi depositada no “GeneBank” (acesso
EU025065), entre outras espécies de Borrelia do grupo da borreliose de Lyme (Anexo F). O
gene fla apresentou 100% (23/23) de identidade em relação à cepa de B. theileri (acesso
U42431) (Anexo G) e o gene rpoB, 92% (250/270) de identidade com a cepa de B. hermisii
(acesso AF164235), e 90% de identidade com B. turicatae (Anexo H) . Para o isolado de
humano, o sequenciamento do gene 16S rRNA apresentou 889pb, observando-se identidade de
99% (886/889) com seqüência de B. burgdorferi depositada no “GeneBank” (acesso
EU025065), entre outras espécies de Borrelia do grupo da borreliose de Lyme (Anexo I).
O alinhamento entre os sequenciamentos do gene 16S rRNA dos isolados de carrapato
e humano, através do programa CLUSTALW revelou 100% de identidade (Anexo J).
1 2 3 4 5 6 7
1000pb
850pb
300pb
400
pb
46
4 DISCUSSÃO
Os valores morfométricos encontrados para o isolado de eqüino de 17,2 ± 3,6 µm de
comprimento e 10 ± 2 espiras, corroboram com as mensurações descritas para espiroquetas da
espécie B. theileri. Em estudos realizados com bovinos na África do Sul e Austrália foi
observado B. theileri medindo respectivamente, de 10 a 19µm e 6 a 19,5µm de comprimento,
com número de espiras variando de 3 a 7 (CALLOW, 1967). Smith et al (1978) observaram
formas de B. theileri medindo 11,65µm ± 0,56 em sangue de bovino e comprimento de
17,66µm ± 0,46 em tecidos de carrapatos da espécie R. (Boophilus) microplus. Em trabalho
com sangue bovino, Smith et al. (1985) observaram B. theileri com comprimento variando de
8 a 17µm e 1 a 8 espiras. Estudo realizado em hemolinfa de R. (Boophilus) microplus
coletados no município de Guaíba/RS, revelou espiroquetas do gênero Borrelia medindo de
10 a 19µm, sendo sugerido que a espécie em questão era B. theileri (MARTINS et al., 1996).
Os dados obtidos na análise morfológica e morfométrica do isolado de eqüino
corroboram com o observado na análise do gene 16S rRNA e fla que apresentaram 99%
(609/611) e 98% (222/226) de identidade com as seqüências de B. theileri depositadas no
“GeneBank”. O fato da maior identidade para o gene rpoB do isolado de eqüino ter sido de
92% (250/270) com B. hermisii pode ser explicada pelo fato de não existir ainda depósito de
seqüências desse gene para a espécie B. theileri.
O isolado de carrapato apresentou 100% de identidade (177/177) para o gene 16S
rRNA com seqüências de B. burgdorferi depositadas no “GeneBank”. Para o gene fla foi
observado identidade de 100% com B. theileri, porém de apenas 23 nucleotídeos, e para o
gene rpoB observou-se identidade de 92% (250/270) com sequências depositadas de B.
hermisii. O tamanho de apenas 177pb seqüenciado para o gene 16S rRNA em conjunto com os
resultados obtidos para os genes fla e rpoB nos permitem apenas caracterizar esse isolado
como pertencente ao gênero Borrelia e afirmar que este não pertence a espécie B. theileri.
O resultado obtido com o sequenciamento do gene 16S rRNA para o isolado de
humano com 99% (886/889) de identidade com B. burgdorferi, confirmam a presença de
espiroquetídeos do gênero Borrelia infectando humanos no Brasil e causando doença. O
alinhamento dessa seqüência com a seqüência obtida para o mesmo gene do isolado de
carrapato, mostra identidade de 100%, mas esse fato não nos permite dizer que esses isolados
pertencem a mesma espécie, devido ao pequeno tamanho da seqüência obtida do isolado de
cultura de célula de carrapato. Também faz-se necessário a análise dos genes fla e rpoB do
isolado de humano, afim de esclarecer esse questionamento.
A confirmação de que o isolado de eqüino pertence a espécie B. theileri foi ao
encontro das nossas expectativas. Porém o fato da espiroqueta isolada da cultura de células de
carrapato R. (Boophilus) microplus, não pertencer a essa espécie foi uma surpresa, uma vez
que o carrapato R. (Boophilus) microplus é o vetor desse espiroquetídeo em várias partes do
mundo (COLLOW, 1967; SMITH, 1998). Até o presente momento não existe na literatura
outra espécie de borrélia infectando essa espécie de carrapato. Alertamos para o fato dessa
espiroqueta ter potencial em causar doença em animais e humanos por sua alta identidade
com B. burgdorferi para o gene 16S rRNA. Existem diversos relatos de diferentes
manifestações clínicas da doença em humanos, relacionadas a diferentes genoespécies de B.
burgdorferi sl (VAN DAM et al., 1993; HERCOGOVA et al., 2001). O mesmo ocorre em
relação a eqüinos. Grupos de pesquisa dos EUA que estudam borreliose de Lyme nesses
animais correlacionam claramente clinica em animais soropositivos (BURGESS et al., 1986;
COHEN; COHEN, 1990; PARKER; WHITE, 1992), o que não ocorre em animais da Europa,
47
que parecem ser assintomáticos (CARTER et al., 1994; EGENVALL et al., 2001; MULLER
et al., 2002; SCHÖNERT et al., 2002).
No artigo publicado por Mantovani et al. (2007), os autores avaliam o histórico da
borreliose de Lyme-simile no Brasil, e sugerem que espiroquetas visualizadas em sangue de
pacientes com sintomatologia para borreliose de Lyme-simile, não estão correlacionadas ao
gênero Borrelia. Os autores ainda associam essa doença a outros microrganismos, como já
vem sendo feito da literatura mundial (OWEN, 2006; HOPPA; BACHUR, 2007). A literatura
indica o sinergismo entre patógenos para desencadear borreliose de Lyme, inclusive sugerem
que a espiroqueta sozinha não seja capaz de induzi-la, porém o gênero Borrelia está sempre
envolvido. Com isso o sequenciamento do gene 16S rRNA de sangue humano com
sintomatologia para borreliose de Lyme-simile, com identidade de 99% (886/889) com B.
burgdorferi, corrobora com a literatura mundial, mostrando a presença de bactérias do gênero
Borrelia envolvidas na doença que ocorre no Brasil, embora ainda seja necessário mais
estudos para definição de sua real classificação.
Com isso, esta é a primeira descrição genotípica de isolado brasileiro de B. theileri,
primeiro relato de espécie de Borrelia diferente de B. theileri infectando R. (Boophilus)
microplus e confirmação da presença de espiroquetídeo do gênero Borrelia causando
borreliose de Lyme-simile no Brasil.
48
5 CONCLUSÕES
1. A freqüência de soropositivos corrobora a hipótese da ocorrência de Borrelia sp. em
eqüinos na Ilha de Marajó e no município de Castanhal;
2. A espiroqueta isolada de eqüino pertence à espécie Borrelia theileri;
3. Os microrganismos isolados de carrapato e humano pertencem ao gênero Borrelia.
49
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61
ANEXOS
Anexo A- Mapa para o acompanhamento imunoenzimático ELISA
Anexo B- Questionário
Anexo C- Alin hamento gene 16S rRNA - isolado de eqüino
Anexo D- Alinhamento gene fla - isolado de eqüino
Anexo E- Alinhamento gene rpoB - isolado de eqüino
Anexo F- Alinhamento gene 16S rRNA - isolado de células de carrapato
Rhipicephalus (Boophilus) microplus
Anexo G- Alinhamento gene fla - isolado de células de carrapato
Rhipicephalus (Boophilus) microplus
Anexo H- Alinhamento gene rpoB - isolado de células de carrapato
Rhipicephalus (Boophilus) microplus
Anexo I- Alinhamento gene 16S rRNA - isolado de humano
Anexo J- Alinhamento gene 16S rRNA isolado de células de carrapato
Rhipicephalus (Boophilus) microplus com isolado de humano
62
ANEXO A
UFRRJ CPGCV-PV Renata C. Madureira
Mapa para o acompanhamento imunoenzimático ELISA
Data:
Controle positivo (CP)
Controles negativos (CN)
Obs:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
A
CN 1 CN 2 CN 3 CN 4 CN 5 CN 6
B CN 7 CN 8 CN 9 CN 10 CN 11 CN 12
C CP
D
E
F
G
H
63
ANEXO B
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
IDENTIFICAÇÃO
MANEJO
DADOS DAS AMOSTRAS
Nº total de animais
(Eqüinos)
Presença de carrapatos Utilização de
Carrapaticida
Periodicidade de
aplicação
Nome do Proprietário
Nome da Propriedade
Município : Distrito
Localidade
Acesso:
Endereço para correspondência:
Cidade:
CEP
TELEFONE
FAX
EMAIL
IDENTIFICAÇÃO DOS ANIMAIS
Nome/Nº
Sexo Idade Raça
DATA
Coleta
Observações
64
ANEXO C
Alinhamento gene 16S rRNA - isolado de eqüino
> gb|U38375.1|BTU38375 Borrelia theileri 16S ribosomal RNA gene, partial
sequence
Length=887
Score = 1094 bits (1212), Expect = 0.0
Identities = 609/611 (99%), Gaps = 0/611 (0%)
Strand=Plus/Plus
Query 5 GAGTCTGCGTCTTATTAGCTAGTTGGTAGGGTATGAGCCTACCAAGGCTATGATAAGTAA 64
||||||||||||||||||||||||||||||||| ||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 1 GAGTCTGCGTCTTATTAGCTAGTTGGTAGGGTAAGAGCCTACCAAGGCTATGATAAGTAA 60
Query 65 CCGGCCTGAGAGGGTGATCGGTCACACTGGAACTGAGATACGGTCCAGACTCCTACGGGA 124
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 61 CCGGCCTGAGAGGGTGATCGGTCACACTGGAACTGAGATACGGTCCAGACTCCTACGGGA 120
Query 125 GGCAGCAGCTAAGAATCTTCCGCAATGGGCGAAAGCCTGACGGAGCGACACTGCGTGAAC 184
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 121 GGCAGCAGCTAAGAATCTTCCGCAATGGGCGAAAGCCTGACGGAGCGACACTGCGTGAAC 180
Query 185 GAAGAAGGTCGAAAGATTGTAAAGTTCTTTTATAAATGAGGAATAAGCTTTGTAGGAAAT 244
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 181 GAAGAAGGTCGAAAGATTGTAAAGTTCTTTTATAAATGAGGAATAAGCTTTGTAGGAAAT 240
Query 245 GACTAAGTGATGACGTTAGTTTATGAATAAGCCCCGGCTAATTACGTGCCAGCAGCCGCG 304
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 241 GACTAAGTGATGACGTTAGTTTATGAATAAGCCCCGGCTAATTACGTGCCAGCAGCCGCG 300
Query 305 GTAATACGTAAGGGGCGAGCGTTGTTCGGGATCATTGGGCGTAAAGGGTGAGTAGGCGGA 364
|||||||||||||||||||||||||||||||| |||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 301 GTAATACGTAAGGGGCGAGCGTTGTTCGGGATTATTGGGCGTAAAGGGTGAGTAGGCGGA 360
Query 365 TATGTAAGTCTATGTGTAAAATACCACAGCTCAACTGTGGAACTATGCTAGAAACTGCAT 424
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 361 TATGTAAGTCTATGTGTAAAATACCACAGCTCAACTGTGGAACTATGCTAGAAACTGCAT 420
Query 425 GACTAGAGTCTGATAGGGGAAGTTAGAATTCCTGGTGTAAGGGTGGAATCTGTTGATATC 484
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 421 GACTAGAGTCTGATAGGGGAAGTTAGAATTCCTGGTGTAAGGGTGGAATCTGTTGATATC 480
Query 485 AGGAAGAATACCAGAGGCGAAGGCGAACTTCTAGGTCAAGACTGACGCTGAGTCACGAAA 544
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 481 AGGAAGAATACCAGAGGCGAAGGCGAACTTCTAGGTCAAGACTGACGCTGAGTCACGAAA 540
Query 545 GCGTAGGGAGCAAACAGGATTAGATACCCTGGTAGTCTACGCTGTAAACGATGCACACTT 604
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 541 GCGTAGGGAGCAAACAGGATTAGATACCCTGGTAGTCTACGCTGTAAACGATGCACACTT 600
Query 605 GGTGTTAATCG 615
|||||||||||
Sbjct 601 GGTGTTAATCG 611
65
> gb|AY682920.1| Borrelia lonestari isolate MO2002-V1 16S ribosomal RNA
gene,
partial sequence
Length=1233
Score = 1022 bits (553), Expect = 0.0
Identities = 561/565 (99%), Gaps = 0/565 (0%)
> gb|AY604976.1| Borrelia miyamotoi isolate FR64b 16S ribosomal RNA
gene, partial
sequence
Length=1273
Score = 1011 bits (547), Expect = 0.0
Identities = 559/565 (98%), Gaps = 0/565 (0%)
66
ANEXO D
Alinhamento gene fla - isolado de eqüino
> gb|U42431.1|BTU42431 Borrelia theileri flagellin gene, partial cds
Length=305
Score = 396 bits (214), Expect = 2e-107
Identities = 222/226 (98%), Gaps = 0/226 (0%)
Strand=Plus/Minus
Query 1 CAGCAACTCTGTTAATTTCATCTGTAAGTTGTTCAATTTCAATTTGAATAGAACCTCTGT 60
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 226 CAGCAACTCTGTTAATTTCATCTGTAAGTTGTTCAATTTCAATTTGAATAGAACCTCTGT 167
Query 61 CTGCATCTGAGTATGTACCATTACCAGATTGAACAGCAAGTTCTTTCATTCTAACTAATA 120
||||||||||||||||||||||||||||||| |||||||||||||||||||| |||||||
Sbjct 166 CTGCATCTGAGTATGTACCATTACCAGATTGGACAGCAAGTTCTTTCATTCTTACTAATA 107
Query 121 TCTTCTCCACCTCATTCAAATTTCCTTCTGTTGTTTGAATAAAATTTATAGCCTTTGAAG 180
|||||||||||||| |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 106 TCTTCTCCACCTCAATCAAATTTCCTTCTGTTGTTTGAATAAAATTTATAGCCTTTGAAG 47
Query 181 TATTTCTAGAAGCTTGAGATAATCCCCTAATTTGAGCATTAATCTT 226
||||||||||||||||||| ||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 46 TATTTCTAGAAGCTTGAGACAATCCCCTAATTTGAGCATTAATCTT 1
> gb|AY850064.1| Borrelia lonestari isolate MO2002-V2 flagellin (fla)
gene, complete
cds
Length=987
Score = 359 bits (194), Expect = 3e-96
Identities = 216/227 (95%), Gaps = 0/227 (0%)
> gb|AY604980.1| Borrelia parkeri isolate RML flagellin (flaB) gene,
partial cds
Length=981
Score = 340 bits (184), Expect = 1e-90
Identities = 213/227 (93%), Gaps = 2/227 (0%)
67
ANEXO E
Alinhamento gene rpoB - isolado de eqüino
> gb|AF164235.1|AF164235 Borrelia hermsii RNA polymerase beta subunit gene,
partial cds
Length=329
Score = 388 bits (210), Expect = 5e-105
Identities = 250/270 (92%), Gaps = 0/270 (0%)
Strand=Plus/Minus
Query 1 GAGAGTCCTCCAGGACCCAAAGCATTAAGACGCCTCTTATGTGTCAATTCAGCCAAAGGA 60
||||| || |||||||||||||||||||||||||||||||| ||||||||||| ||||||
Sbjct 270 GAGAGCCCCCCAGGACCCAAAGCATTAAGACGCCTCTTATGAGTCAATTCAGCTAAAGGA 211
Query 61 TTAACTTGATCCATAAATTGTGAAAGCTGGCTAGTTGCAAAAAATTCTTTAACAGCAGAA 120
||||||||||||||||||||||||||||| ||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 210 TTAACTTGATCCATAAATTGTGAAAGCTGACTAGTTGCAAAAAATTCTTTAACAGCAGAA 151
Query 121 ACAATGGGTTTAACACTAATCAACTCTTGGGGTTTAAGACTAAATACCTCTTTATTAGAC 180
||||| ||||||||||| || || ||||| || |||||| |||| |||||||||||||||
Sbjct 150 ACAATAGGTTTAACACTTATTAATTCTTGAGGCTTAAGATTAAACACCTCTTTATTAGAC 91
Query 181 ATTCTATCTCTTGCAATTTTCTCTACTCTAGACATTGCTCCCTTATATATATTAGTAAGC 240
||||||||| ||||||||||||||||||| |||||||| || ||||||||||| ||||||
Sbjct 90 ATTCTATCTTTTGCAATTTTCTCTACTCTTGACATTGCACCTTTATATATATTTGTAAGC 31
Query 241 AACTCACCAACAGATCGCACTCTTCTATTT 270
|||||||||||||| || ||||||||||||
Sbjct 30 AACTCACCAACAGAACGAACTCTTCTATTT 1
> gb|AF164236.1|AF164236 Borrelia turicatae RNA polymerase beta subunit
gene, partial
cds
Length=329
Score = 359 bits (194), Expect = 4e-96
Identities = 244/269 (90%), Gaps = 0/269 (0%)
68
ANEXO F
Alinhamento gene 16S rRNA - isolado de células de carrapato Rhipicephalus
(Boophilus) microplus
> gb|EU025065.1| Borrelia burgdorferi isolate MI-1 16S ribosomal RNA (rrs) gene,
partial sequence
Length=1362
Score = 320 bits (354), Expect = 1e-84
Identities = 177/177 (100%), Gaps = 0/177 (0%)
Strand=Plus/Minus
Query 1 GTTTACAGCGTAGACTACCAGGGTATCTAATCCTGTTTGCTCCCTACGCTTTCGTGACTC 60
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 723 GTTTACAGCGTAGACTACCAGGGTATCTAATCCTGTTTGCTCCCTACGCTTTCGTGACTC 664
Query 61 AGCGTCAGTCTTGACCCAGAAGTTCGCCTTCGCCTCCGGTATTCTTTCTGATATCAACAG 120
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 663 AGCGTCAGTCTTGACCCAGAAGTTCGCCTTCGCCTCCGGTATTCTTTCTGATATCAACAG 604
Query 121 ATTCCACCCTTACACCAGAAATTCTAACTTCCTCTATCAGACTCTAGACATATAGTT 177
|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 603 ATTCCACCCTTACACCAGAAATTCTAACTTCCTCTATCAGACTCTAGACATATAGTT 547
> gb|EF488991.1| Borrelia garinii strain Nov9906 16S ribosomal RNA gene,
partial
sequence
Length=1292
Score = 235 bits (127), Expect = 2e-59
Identities = 127/127 (100%), Gaps = 0/127 (0%)
69
ANEXO G
Anexos G- Alinhamento gene fla - isolado de células de carrapato Rhipicephalus
(Boophilus) microplus
> gb|U42431.1|BTU42431 Borrelia theileri flagellin gene, partial cds
Length=305
Score = 42.8 bits (46), Expect = 0.63
Identities = 23/23 (100%), Gaps = 0/23 (0%)
Strand=Plus/Minus
Query 231 CCCCTAATTTGAGCATTAATCTT 253
|||||||||||||||||||||||
Sbjct 23 CCCCTAATTTGAGCATTAATCTT 1
70
ANEXO H
Alinhamento gene rpoB - isolado de células de carrapato Rhipicephalus
(Boophilus) microplus
> gb|AF164235.1|AF164235 Borrelia hermsii RNA polymerase beta subunit gene,
partial cds
Length=329
Score = 388 bits (210), Expect = 5e-105
Identities = 250/270 (92%), Gaps = 0/270 (0%)
Strand=Plus/Minus
Query 1 GAGAGTCCTCCAGGACCCAAAGCATTAAGACGCCTCTTATGTGTCAATTCAGCCAAAGGA 60
||||| || |||||||||||||||||||||||||||||||| ||||||||||| ||||||
Sbjct 270 GAGAGCCCCCCAGGACCCAAAGCATTAAGACGCCTCTTATGAGTCAATTCAGCTAAAGGA 211
Query 61 TTAACTTGATCCATAAATTGTGAAAGCTGGCTAGTTGCAAAAAATTCTTTAACAGCAGAA 120
||||||||||||||||||||||||||||| ||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 210 TTAACTTGATCCATAAATTGTGAAAGCTGACTAGTTGCAAAAAATTCTTTAACAGCAGAA 151
Query 121 ACAATGGGTTTAACACTAATCAACTCTTGGGGTTTAAGACTAAATACCTCTTTATTAGAC 180
||||| ||||||||||| || || ||||| || |||||| |||| |||||||||||||||
Sbjct 150 ACAATAGGTTTAACACTTATTAATTCTTGAGGCTTAAGATTAAACACCTCTTTATTAGAC 91
Query 181 ATTCTATCTCTTGCAATTTTCTCTACTCTAGACATTGCTCCCTTATATATATTAGTAAGC 240
||||||||| ||||||||||||||||||| |||||||| || ||||||||||| ||||||
Sbjct 90 ATTCTATCTTTTGCAATTTTCTCTACTCTTGACATTGCACCTTTATATATATTTGTAAGC 31
Query 241 AACTCACCAACAGATCGCACTCTTCTATTT 270
|||||||||||||| || ||||||||||||
Sbjct 30 AACTCACCAACAGAACGAACTCTTCTATTT 1
> gb|AF164236.1|AF164236 Borrelia turicatae RNA polymerase beta subunit
gene, partial
cds
Length=329
Score = 361 bits (195), Expect = 1e-96
Identities = 245/270 (90%), Gaps = 0/270 (0%)
71
ANEXO I
Alinhamento gene 16S rRNA - isolado de humano
> gb|EU025065.1| Borrelia burgdorferi isolate MI-1 16S ribosomal RNA (rrs) gene,
partial sequence
Length=1362
Score = 1582 bits (1754), Expect = 0.0
Identities = 886/889 (99%), Gaps = 2/889 (0%)
Strand=Plus/Minus
Query 1 TAACAAGGGTTGCGCTCGTTGCGGGACTTAACC-AACACCTCACAGCACGAGCTGACGAC 59
||||||||||||||||||||||||||||||||| ||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 1021 TAACAAGGGTTGCGCTCGTTGCGGGACTTAACCCAACACCTCACAGCACGAGCTGACGAC 962
Query 60 AACCATGCAGCACCTGTATATAGACCCCAAACGGGGAATAATTATCTCTAACTATATCCT 119
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 961 AACCATGCAGCACCTGTATATAGACCCCAAACGGGGAATAATTATCTCTAACTATATCCT 902
Query 120 ATATATGTCAAGCCCTGGTAAGGTTCCTCGCGTATCATCGAATTAAACCACATGCTCCAC 179
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 901 ATATATGTCAAGCCCTGGTAAGGTTCCTCGCGTATCATCGAATTAAACCACATGCTCCAC 842
Query 180 CGCTTGTGCGGGCCCCCGTCAATTCCTTTGAGTTTCACTCTTGCGAGCATACTCCCCCAG 239
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| ||
Sbjct 841 CGCTTGTGCGGGCCCCCGTCAATTCCTTTGAGTTTCACTCTTGCGAGCATACTCCCC-AG 783
Query 240 GCGGCACACTTAACACGTTAGCTTCGGTACTAACTTTTAGTTAACACCAAGTGTGCATCG 299
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 782 GCGGCACACTTAACACGTTAGCTTCGGTACTAACTTTTAGTTAACACCAAGTGTGCATCG 723
Query 300 TTTACAGCGTAGACTACCAGGGTATCTAATCCTGTTTGCTCCCTACGCTTTCGTGACTCA 359
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 722 TTTACAGCGTAGACTACCAGGGTATCTAATCCTGTTTGCTCCCTACGCTTTCGTGACTCA 663
Query 360 GCGTCAGTCTTGACCCAGAAGTTCGCCTTCGCCTCCGGTATTCTTTCTGATATCAACAGA 419
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 662 GCGTCAGTCTTGACCCAGAAGTTCGCCTTCGCCTCCGGTATTCTTTCTGATATCAACAGA 603
Query 420 TTCCACCCTTACACCAGAAATTCTAACTTCCTCTATCAGACTCTAGACATATAGTTTCCA 479
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 602 TTCCACCCTTACACCAGAAATTCTAACTTCCTCTATCAGACTCTAGACATATAGTTTCCA 543
Query 480 ACATAGGTCCACAGTTGAGCTGTGGTATTTTATGCATAGACTTATATATCCGCCTACTCA 539
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 542 ACATAGGTCCACAGTTGAGCTGTGGTATTTTATGCATAGACTTATATATCCGCCTACTCA 483
Query 540 CCCTTTACGCCCAATAATCCCGAACAACGCTCGCCCCTTACGTATTACCGCGGCTGCTGG 599
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 482 CCCTTTACGCCCAATAATCCCGAACAACGCTCGCCCCTTACGTATTACCGCGGCTGCTGG 423
Query 600 CACGTAATTAGCCGGGGCTTATTCATAAATTAACGTCATCACTTTGTCATTTCCTACAAA 659
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 422 CACGTAATTAGCCGGGGCTTATTCATAAATTAACGTCATCACTTTGTCATTTCCTACAAA 363
Query 660 GCTTATTTCTCATTTATAAAAGAATTTTACAATCTTTCGACCTTCTTCATTCACGCAGTG 719
||||||| ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 362 GCTTATTCCTCATTTATAAAAGAATTTTACAATCTTTCGACCTTCTTCATTCACGCAGTG 303
Query 720 TCGCTCCGTCAGGCTTTCGCCCATTGCGGAAGATTCTTAGCTGCTGCCTCCCGTAGGAGT 779
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 302 TCGCTCCGTCAGGCTTTCGCCCATTGCGGAAGATTCTTAGCTGCTGCCTCCCGTAGGAGT 243
72
Query 780 CTGGACCGTATCTCAGTTCCAGTGTGACCGTTCACCCTCTCAGGCCGGTTACTTATCATT 839
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 242 CTGGACCGTATCTCAGTTCCAGTGTGACCGTTCACCCTCTCAGGCCGGTTACTTATCATT 183
Query 840 GCCTTGGTAGGCATTTACCCTACCAACTAGCTAATAAGACGCAGACTCA 888
|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 182 GCCTTGGTAGGCATTTACCCTACCAACTAGCTAATAAGACGCAGACTCA 134
> emb|X85189.1|BB16S272 B.afzelii 16S rRNA gene (272 strain)
Length=1488
Score = 1472 bits (797), Expect = 0.0
Identities = 804/808 (99%), Gaps = 1/808 (0%)
> gb|EF488990.1| Borrelia garinii strain Nov7006 16S ribosomal RNA gene,
partial
sequence
Length=1292
Score = 1469 bits (795), Expect = 0.0
Identities = 804/808 (99%), Gaps = 1/808 (0%)
73
ANEXO J
Alinhamento gene 16S rRNA - isolado de células de carrapato Rhipicephalus
(Boophilus) microplus com isolado de humano
CLUSTAL W (1.83) multiple sequence alignment
IC ------------------------------------------------------------
IH TAACAAGGGTTGCGCTCGTTGCGGGACTTAACCAACACCTCACAGCACGAGCTGACGACA 60
IC ------------------------------------------------------------
IH ACCATGCAGCACCTGTATATAGACCCCAAACGGGGAATAATTATCTCTAACTATATCCTA 120
IC -----------------------------------------------------------
IH ATATGTCAAGCCCTGGTAAGGTTCCTCGCGTATCATCGAATTAAACCACATGCTCCACC 180
IC ------------------------------------------------------------
IH GCTTGTGCGGGCCCCCGTCAATTCCTTTGAGTTTCACTCTTGCGAGCATACTCCCCCAGG 240
IC ----------------------------------------------------------GT 2
IH CGGCACACTTAACACGTTAGCTTCGGTACTAACTTTTAGTTAACACCAAGTGTGCATCGT 300
IC TTACAGCGTAGACTACCAGGGTATCTAATCCTGTTTGCTCCCTACGCTTTCGTGACTCAG 62
IH TTACAGCGTAGACTACCAGGGTATCTAATCCTGTTTGCTCCCTACGCTTTCGTGACTCAG 360
************************************************************
IC CGTCAGTCTTGACCCAGAAGTTCGCCTTCGCCTCCGGTATTCTTTCTGATATCAACAGAT 122
IH CGTCAGTCTTGACCCAGAAGTTCGCCTTCGCCTCCGGTATTCTTTCTGATATCAACAGAT 420
************************************************************
IC TCCACCCTTACACCAGAAATTCTAACTTCCTCTATCAGACTCTAGACATATAGTT----- 177
IH TCCACCCTTACACCAGAAATTCTAACTTCCTCTATCAGACTCTAGACATATAGTTTCCAA 480
*******************************************************
IC ------------------------------------------------------------
IH CATAGGTCCACAGTTGAGCTGTGGTATTTTATGCATAGACTTATATATCCGCCTACTCAC 540
IC ------------------------------------------------------------
IH CCTTTACGCCCAATAATCCCGAACAACGCTCGCCCCTTACGTATTACCGCGGCTGCTGGC 600
IC -----------------------------------------------------------
IH ACGTAATTAGCCGGGGCTTATTCATAAATTAACGTCATCACTTTGTCATTTCCTACAAAG 660
IC ------------------------------------------------------------
IH CTTATTTCTCATTTATAAAAGAATTTTACAATCTTTCGACCTTCTTCATTCACGCAGTGT 720
IC ------------------------------------------------------------
IH CGCTCCGTCAGGCTTTCGCCCATTGCGGAAGATTCTTAGCTGCTGCCTCCCGTAGGAGTC 780
IC ------------------------------------------------------------
IH TGGACCGTATCTCAGTTCCAGTGTGACCGTTCACCCTCTCAGGCCGGTTACTTATCATTG 840
IC -------------------------------------------------
IH CCTTGGTAGGCATTTACCCTACCAACTAGCTAATAAGACGCAGACTCAA 889
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