RESUMO
Esta pesquisa avaliou a influência do número de camadas de adesivo de três
sistemas adesivos sobre: 1) a resistência de união à microtração (µT) à
dentina e o padrão de fratura; 2) a adaptação interna (AInt) entre estrutura
dentinária e restauração de resina composta. Nas faces vestibulares de 30
incisivos bovinos foram confeccionadas duas cavidades, uma incisal e uma
cervical, distantes 2 mm entre si, com 4 x 4 x 2 mm nas amostras para a AInt
e 3,5 x 3,5 x 1,5 mm para a µT (fator C=3). Os adesivos Scotchbond Multi-
Uso (MP), Single Bond 2 (SB) (3M/ESPE) e Clearfil SE Bond (CF) (Kuraray)
foram aplicados em uma camada (MP-I, SB-I e CF-I) e em duas camadas
(MP-II, SB-II e CF-II), sendo fotopolimerizadas separadamente por 20 s. A
resina composta Z250 (3M/ESPE), na cor A3, foi inserida em incrementos.
Para cada sistema adesivo foram utilizados dez dentes, sendo cinco para
cada teste. Após 48 h foram obtidos palitos de resina/dentina (n=15/grupo),
com área adesiva média de 0,53 mm
2
, para a µT, e fatias com espessura
entre 0,15 - 0,20 mm contendo as duas restaurações (n=15/grupo) para a
AInt. Os palitos foram submetidos ao ensaio de µT na máquina EMIC DL2000
e, após o teste, as extremidades foram analisadas em MEV para
classificação do padrão de fratura. As fatias foram analisadas com 10 x de
aumento em microscópio óptico Leica DMR com sistema de luz polarizada e
contraste interferencial. As imagens das restaurações foram capturadas por
uma câmera digital Nikon Coolpix 990, sendo analisados os tipos e
quantidades de falhas (fenda, trinca, ruptura). Os valores médios de µT foram
submetidos à ANOVA Fatorial e teste de Tukey (á=0,05). Os fatores adesivos
(p=0,001) e camadas (p=0,025) apresentaram diferença significativa, mas a
interação entre eles não teve diferença significativa (p=0,189). Os valores
médios de µT foram os seguintes: MP-II: 56,92; MP-I: 52,23; CF-II: 47,77; CF-
I: 42,25; SB-I: 35,12; SB-II: 34,69. A fratura do tipo mista foi predominante.
Em relação à AInt, houve diferença estatística entre os adesivos para trincas
e rupturas de acordo com o teste de Kruskal-Wallis (á=0,05). O SB-I e II teve
os maiores valores de trincas e, o MP-I, os menores. Para rupturas, SB-II
apresentou valores estatisticamente superiores. A aplicação de duas
camadas não favoreceu os resultados de µT e de AInt.