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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAQUARA – UNIARA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO
REGIONAL E MEIO AMBIENTE
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HEMERSON CLEITON DE PIETRO
ARARAQUARA
2007
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAQUARA – UNIARA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO
REGIONAL E MEIO AMBIENTE
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HEMERSON CLEITON DE PIETRO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação – Mestrado
em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente – Centro
Universitário de Araraquara - UNIARA para obtenção do título de
Mestre.
ORIENTADOR: PROF º DR. JOÃO ALBERTO DA SILVA SÉ
ARARAQUARA / SP
2007
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FICHA CATALOGRÁFICA
0468i PIETRO, Hemerson Cleiton De
A informática como ferramenta da Educação Ambiental: Um estudo
de caso utilizando a Serra do Jabuticabal como tema para a capacitação
de professores do Ensino Fundamenal de Taquaritinga/SP. Hemerson
Cleiton De Pietro.Araraquara: Centro Universidade de Araraquara,
2007
Dissertação de Mestrado Programa de Pós-graduação em
Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente – Centro Universitário de
Araraquara - UNIARA.
Área de concentração: Dinâmica Regional e Alternativas de
Sustentabilidade.
Orientador : Sé, João Alberto da Silva.
1. Educação Ambiental 2. Professor 3.Educação à Distância
4. Serra do Jabuticabal 5. Curso via Internet.
C.D.U. 504.03
4
5
Dedico este trabalho a minha esposa Cileni
Silva Tiezi De Pietro que me ajudou muito e
não mediu esforços nas horas difíceis
durante os meus estudos, sempre com
paciência amor, carinho e dedicação. A
minha filha Liz Tiezi De Pietro que me
trouxe inspiração para nunca desistir mesmo
nos momentos mais complexos da minha
dissertação. Aos meus pais Antonio De
Pietro e Ivete T. Balista de Pietro que me
deram carinho, atenção e apoio sabendo me
entender durante estes anos fazendo com que
eu concluísse mais uma fase importante da
minha vida.
6
AGRADECIMENTOS
Ao dar por concluído este trabalho de dissertação, o sentimento que me envolve é
de profunda gratidão àqueles que contribuíram direta ou indiretamente para a sua
realização.
Agradeço à Deus, a minha família, em especial a minha esposa Cileni S. Tiezi de
Pietro, por estar sempre me aconselhando e dando forças para que este trabalho
fosse concretizado. A minha filha Liz Tiezi de Pietro pelo amor e carinho. Aos
meus pais pela vida e empenho nesta vitória.
A todos os professores em especial ao Prof. Dr. João Alberto Da Silva pela
capacidade de me orientar durante todo este trabalho.
Aos funcionários do curso, que de uma forma ou de outra, colaboraram para o
desenvolvimento deste trabalho.
Aos grandes amigos Fábio Luis Sobral, Alessandra B. N. Ferreira, Eliana Saraiva
que me ajudaram a conseguir essa gratificante conquista e em especial a Miguel
Anselmo Neto, sem ele não teria como obter informações referentes a Serra do
Jabuticabal e com certeza este projeto não teria sucesso.
7
SUMÁRIO
RESUMO............................................................................................................................... x
ABSTRACT..........................................................................................................................xi
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
Apresentação e Delimitação do Tema............................................................................... 1
Justificativa........................................................................................................................ 4
Problematização................................................................................................................. 7
Objetivos Gerais................................................................................................................. 8
Objetivos Específicos......................................................................................................... 9
Hipótese ........................................................................................................................... 10
Procedimentos Metodológicos......................................................................................... 10
1. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL, OS PCN E A INFORMÁTICA NO
CONTEXTO
DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA REDE DE ENSINO..................................... 14
1.1 Aspectos Conceituais da Educação Ambiental........................................................ 14
1.2 Alguns Antecedentes Históricos da Educação Ambiental....................................... 17
1.3 Educação Ambiental no Brasil: aspectos importantes para esta pesquisa ............... 24
1.3.1 Os Parâmetros Curriculares Nacionais e as Questões Ambientais................... 29
1.4 O Professor e a Tecnologia...................................................................................... 31
1.4.1 A História e o Professor.................................................................................... 31
1.4.2 O Professor na Atualidade................................................................................ 34
1.4.3 Dificuldades dos Professores com a Tecnologia.............................................. 37
1.4.4 O Professor na Era da Informática ................................................................... 39
1.4.5 A Internet e seu Crescimento como Mídia....................................................... 45
1.4.6 A Internet como Ferramenta na Educação ....................................................... 47
1.4.7 A internet como Ferramenta de Apoio ao Professor ........................................ 49
1.4.8 As Facilidades da Internet ................................................................................ 50
1.5 Educação à Distância ............................................................................................... 51
1.5.1 Conceito de Educação à Distância.................................................................... 51
1.5.2 Aspectos Históricos da Educação à Distância.................................................. 52
1.5.3 Aspectos Positivos e Negativos da Educação à Distância................................ 54
8
1.5.4 Situação da Educação à Distância no Brasil..................................................... 55
1.5.5 Legislação......................................................................................................... 57
2 . A PESQUISA EMPÍRICA............................................................................................ 59
2.1 Apresentação do Site e do Curso on-line................................................................. 59
2.1.1 Tela Principal.................................................................................................... 59
2.1.2 Criando seu Cadastro........................................................................................ 60
2.1.3 Iniciando o Curso.............................................................................................. 61
2.1.4 Respondendo à Primeira Avaliação.................................................................. 62
2.1.5 Gerando o Primeiro Relatório........................................................................... 64
2.1.6 Curso Liberado................................................................................................. 64
2.1.7 Respondendo à Segunda Avaliação.................................................................. 65
2.1.8 Administrador do Site....................................................................................... 67
2.1.9 Criando o Curso................................................................................................ 67
2.1.10 Inserindo e Visualizando as Questões ............................................................. 68
2.1.11 Inserindo e visualizando Aulas do Curso ......................................................... 70
2.2 Avaliando um Curso (Serra do Jabuticabal) com Professores de
Taquaritinga ......................................................................................................................... 71
3. CONSIDERAÇÔES FINAIS........................................................................................... 95
4. REFERÊNCIAS............................................................................................................... 97
ANEXO 1........................................................................................................................... 106
ANEXO 2........................................................................................................................... 111
9
LISTA DE FIGURAS
1. Tela Principal.................................................................................................................... 60
2. Tela de Cadastramento...................................................................................................... 61
3. Tela de Entrada no Curso, acesso à 1ª Avaliação ............................................................. 62
4. Questão fechada com alternativas de respostas simples (sim/não), acompanhada
de questão aberta................................................................................................................... 63
5. Questão fechada com várias alternativas de respostas, acompanhada de questão
Aberta.................................................................................................................................... 63
6. Relatório com as respostas e justificativas do professor para cada questão ................... 64
7. Conteúdo inicial do Curso sobre a Serra do Jabuticabal................................................... 65
8. Tela de finalização da 2ª Avaliação.................................................................................. 66
9. Relatório da 2ª Avaliação.................................................................................................. 66
10. Tela de acesso do administrador no sistema de gerenciamento..................................... 67
11. Tela para a criação de um novo Curso............................................................................ 68
12. Tela de elaboração e de inserção de questões nos cursos criados................................... 69
13. Tela de visualização, alteração (ou exclusão) de questões nos (dos) cursos ................. 69
14. Tela de elaboração e inserção de aula no curso desejado ............................................... 70
15. Visualização da organização das questões no curso, podendo-se alterar e/ou
excluir.................................................................................................................................... 71
16. Google Earth - Serra do Jabuticabal................................................................................ 86
17. Fatores causadores da degeneração da Serra do Jabuticabal .......................................... 90
10
LISTA DE GRÁFICOS
1. (Q1) Você sabe o que é Meio Ambiente e Educação Ambiental?................................ 72
2. (Q2) Você desenvolve algum trabalho de Educação Ambiental?................................... 72
3. (Q3) Você sabe qual o nome da serra que está localizada, em sua maior parte,
em Taquaritinga?.................................................................................................................. 73
4. (Q4) Você já esteve na Serra do Jabuticabal?................................................................. 74
5. (Q5) Você sabe em quantos, e quais, municípios se localiza a Serra do
Jabuticabal?.......................................................................................................................... 74
6. (Q6) Você sabe qual é o tamanho da Serra do Jabuticabal em área (km
2
) e em
perímetro (km)?.................................................................................................................... 75
7. (Q7) Você sabe qual a extensão (km) e a altitude (cota) máxima (m) da Serra
do Jabuticabal entre os municípios de Taquaritinga e Monte Alto?.................................... 76
8. (Q8) Você já abordou sobre a importância ambiental da Serra do Jabuticabal
com
seus alunos em sala de aula?................................................................................................ 76
9. (Q9) Você sabe como a Serra do Jabuticabal é formada e que tipo de vegetação
encontramos nela?................................................................................................................ 77
10. (Q10) Você sabe o que é bacia hidrográfica? ................................................................ 78
11. (Q11) Você sabe em quais bacias hidrográficas a Serra do Jabuticabal
está localizada?..................................................................................................................... 79
12. (Q12) Você sabe qual é a bacia hidrográfica em que está localizada a região
de Taquaritinga?................................................................................................................... 79
13. (Q13) Você sabe quais os rios, riachos ou córregos de Taquaritinga que têm
Nascentes na Serra de Jabuticabal?..................................................................................... 80
14. (Q14) Você sabe qual o curso d’água (córrego, riacho ou rio) que atravessa
praticamente toda a área urbana da cidade de Taquaritinga e qual é o seu estado
de conservação? ................................................................................................................... 81
15. (Q15) Você sabe o que é Área de Preservação Permanente (APP)? ............................ 82
16. (Q16) Você sabe o que é mata ciliar? ........................................................................... 83
17. (Q17) Você sabe qual é a declividade mínima que o Código Florestal
Brasileiro
11
estabelece para que uma área seja de Preservação Permanente?......................................... 84
18. (Q18) Você sabe quais são as declividades mínima e máxima da Serra do
Jabuticabal?.......................................................................................................................... 84
19. (Q19) Você sabe quantos metros a partir da ruptura do relevo, tanto na parte
inferior como superior da Serra, são necessários para que ela seja Área de
Preservação
Permanente?......................................................................................................................... 85
20. (Q20) Você sabe qual a importância da preservação e conservação da Serra do
Jabuticabal tanto para as propriedades agrícolas limítrofes, quanto para a
população da
cidade de Taquaritinga? ...................................................................................................... 87
21. (Q21) A Serra do Jabuticabal vem sofrendo um intenso processo de
degradação e degeneração da flora e fauna entre os municípios de Taquaritinga e
de Monte Alto.
Você saberia dizer o quanto ela já foi degradada em porcentagem,
aproximadamente? ............................................................................................................... 88
22. (Q22) Você sabe o que é uma ONG?............................................................................ 91
23. (Q23) Você já ouviu falar da ONG “Amigos da Serra”?.............................................. 92
24. (Q24) A ONG “Amigos da Serra” em parceria com o IBAMA, o DEPRN, o
Ministério Público, a Prefeitura Municipal e a UNESP desenvolveram um projeto
de reflorestamento das áreas degradadas da Serra. Você saberia dizer quantas
mudas de
espécies arbóreas nativas já foram plantadas?..................................................................... 93
25. (Q25) Se você tivesse a oportunidade de conhecer a Serra, você iria?.......................... 94
12
LISTA DE TABELAS
1. Como a Internet no Brasil cresceu nos últimos 10 anos ............................................... 46
13
RESUMO
PIETRO, H.C.D. A Informática como Ferramenta no Desenvolvimento da
Educação Ambiental: Um Estudo de caso utilizando a Serra do Jabuticabal
como Tema para Capacitação de Professores do Ensino Fundamental na
Cidade de Taquaritinga/SP. Araraquara, 2007. 112f. Dissertação (Mestrado em
Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente) Programa de Pós-Graduação –
Centro Universitário de Araraquara – UNIARA.
Este trabalho apresenta uma proposta para curso de capacitação à distância,
usando como ferramenta a internet, tendo como tema Professores do Ensino
Fundamental, Educação Ambiental e a Serra do Jabuticabal. Este curso on-line
irá trabalhar com temáticas referentes à questão ambiental tanto local como
regional, no qual os professores possam buscar assuntos diversos para serem
ministrados em sala de aula. Este projeto estará diretamente ligado com a
preservação da Serra do Jabuticabal na cidade de Taquaritinga-SP. Neste processo
de conhecimento da referida serra, são levados em consideração os níveis de
degradação dos ecossistemas nativos, fazendo-se assim, um levantamento das
condições em que se encontram e qual a importância econômica destas para a
sociedade taquaritinguense e região. O curso foi realizado com 48 educadores de
escolas particulares de Taquaritinga, os quais tiveram a oportunidade de obter
informações da Serra, conhecer seus problemas, suas necessidades de
reflorestamento e o que está sendo feito por ela no momento. Ficou evidenciada a
importância deste tipo de trabalho junto aos professores, pela falta de
conhecimento demonstrada sobre os problemas ambientais locais, regionais e em
especial os da Serra do Jabuticabal. Podemos perceber que o propósito do curso
foi alcançado com sucesso, de modo que este curso on-line se apresenta como
mais uma ferramenta importante de apoio ao desenvolvimento da Educação
Ambiental.
Palavra-chave: Capacitação à Distância, Professores, Curso via Internet, Serra do
Jabuticabal e Educação Ambiental.
14
ABSTRACT
PIETRO, H.C.D. Computer Science as a tool in the development of the
environmental education. A studying using the Jabuticabal mountain range as
subject for qualification of professors of basic education in the city of
Taquaritinga/SP. Araraquara, 2007. 112f. Dissertação (Mestrado em
Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente) Programa de Pós-Graduação –
Centro Universitário de Araraquara – UNIARA.
This work presents a proposal for course of long-distance qualification, using as
tool the internet, having as subject professors of basic education, ambient
education and the mountain range of Jabuticabal. This on-line course will work
with theme referring to environmental subject in a local and regional way, in
which professors can search subjects to be given in classrooms. This project will
be linked up with the preservation of the mountain range of Jabuticabal in the city
of Taquaritinga SP. In the discovery process of this mountain range, the levels
of degradation of native ecosystems are taken in consideration becoming thus, a
survey of the conditions they are and which the economic importance of these for
the taquaritinguense society and region. This course was carried through with 48
educators of particular schools of Taquaritinga, which had had the chance to get
information of the mountain range, to know its problems, its necessities of
reforestation and what is being made for it at the moment. It was evidenced the
importance of this type of work with the professors, for the lack of know ledge
demonstrated on local and regional ambient problems end in special the mountain
range of Jabuticabal. We could perceive that the intention of the course was
reached successfully, in a way that it can be important tool of support to the
development of the ambient education.
Key-words: long-distance qualification, professors, internet course, mountain
range of Jabuticabal and ambient education.
1
INTRODUÇÃO
I. Apresentação e Delimitação do Tema
Com a chegada do novo milênio, observa-se que a humanidade vive
transformações que apontam para um futuro com perspectivas nebulosas e muitas
dificuldades entre avanços tecnológicos com descobertas anunciadas a cada dia.
E, em meio a tantas mudanças, não se pode passar despercebido que para a
sobrevivência humana não são suficientes somente as tecnologias, é
imprescindível a manutenção da qualidade do meio ambiente, que nós, seres
humanos, dependemos de seus componentes: água, ar e terra (SCHUELTER,
2001, p.14).
Segundo Lohn (1999, p.1),
“... a questão ambiental está se tornando cada vez mais urgente
e importante para a humanidade, o futuro depende da relação
entre homem/natureza e o tipo de uso que a humanidade faz dos
recursos naturais disponíveis”.
Essa realidade torna essencial o conhecimento da Educação Ambiental,
podendo-se chegar a um futuro com melhores condições de sobrevivência para a
humanidade. Assim, a Educação assume um papel fundamental, tanto como
processo voltado para mudanças radicais que ocorrem no mundo do trabalho, mas
também, sobretudo para a construção da modernidade que seja ética e humanista.
(SCHUELTER, 2001, p.1)
Neste contexto, a ação docente e inovadora precisa contemplar a
instrumentalização dos diversos recursos disponíveis, em especial, os
computadores e a rede de informação. Cabe aos professores e alunos tomar parte
de um processo conjunto para aprender de forma criativa, dinâmica e
encorajadora, que tenha como essência o diálogo e a descoberta (FREIRE, 1996).
Para que o aprendizado se concretize nas instituições de ensino, é
necessário que os professores tenham conhecimentos adequados para transmitir
2
aos seus alunos. E para que isto aconteça, o professor precisará conhecer mais
amplamente os conceitos e os procedimentos da área para poder abordá-los de
modo adequado à faixa etária, embora o mais importante não seja conseguir com
que os alunos dominem a fundo os conceitos mais complexos, como por exemplo,
diversidade e sustentabilidade, mas sim, que tenham noções básicas do que
acontece em nosso planeta e o que devemos fazer para ajudar
(
FREIRE
, op.cit.)
.
Cabe ao docente buscar conhecer os conceitos cada vez melhor, para que
a partir deles, possa integrar os diversos conteúdos e abordar a realidade natural e
social de forma mais abrangente e rica, mostrando como os seus componentes se
interconectam, se complementam e interagem entre si. A tecnologia, mais
especificamente o computador, trouxe inúmeras e profundas mudanças sociais e
culturais tais como, aproximação dos povos e culturas, evidenciando os contrastes
nesse mundo interconectado e globalizado, uso de aparelhos e máquinas
facilitando as tarefas humanas no serviço, nos bancos, residências, etc (BASTOS,
2002).
Daí, o computador não é somente mais uma invenção eletrônica, mas
sim uma poderosa ferramenta que está mudando tão radicalmente não somente a
Educação, mas todos os aspectos de nossas vidas. Olhando para o ponto de vista
histórico dos séculos de mudanças educacionais, a informática não deve ser
temida, ao contrário, ela deve ser encarada como dádiva que torna possíveis
muitos ideais pelos quais os educadores têm tradicionalmente se esforçado
(BASTOS, op.cit.).
Compreende-se a resistência da maioria dos docentes quanto à aceitação
do uso de computadores na sala de aula e em suas práticas pedagógicas, pois a
introdução de um novo elemento, aparentemente um complicador acrescentando
trabalho e estudo à sua carga de atribuições, tem causado pelo menos perplexidade
(GIESEN, 2002).
No entanto, mudanças somente ocorrerão na medida em que o professor
estiver disposto a formar uma mentalidade nova, acreditando que é preciso tomar
consciência, e se posicionar dentro do inexorável e irreversível processo de
informatização da sociedade (BARROS, 2002).
3
Não necessidade de o professor se especializar na área de educação
ambiental, mas que busque informações em várias fontes de pesquisa como em
livros, com pessoas experientes da comunidade e também na rede mundial de
computadores (a internet), que hoje é tida como a maior fonte de pesquisa para
todas as áreas de estudos.
Segundo Moran (1994) “... ensinar é orientar, estimular, relacionar, mais
que informar e só orientar aquele que conhece, que tem base teórica e sabe
comunicar-se. O professor vai atualizar-se sem parar, vai precisar abrir-se para as
informações, vai trazer para o aluno, aprender com o aluno e interagir com ele”.
O computador terá seu valor na educação quando o professor, após
dominar o sistema computacional, encontrar sua melhor utilização dentro de sua
área ou disciplina para a realização de trabalhos individuais ou em grupos
(VALENTE, 1998).
E assim proporcionar ao aluno, atendimento simultâneo e cooperativo
com possibilidades de imediata retroalimentação, o que facilite a tarefa global de
todos os componentes envolvidos neste dinâmico e diferente processo de
construção de novos conhecimentos (VALENTE, op.cit.).
Diante dessa premissa, para haver mudanças, o necessárias propostas
com abordagens interdisciplinares no sentido de valorizar a construção do
conhecimento do sujeito para uma formação integral. Por isso, esperamos que
tais mudanças venham a contribuir de forma significativa nas posturas, tanto do
professor, quanto do aluno.
Por que usar o computador, no processo de ensino-aprendizagem da
educação ambiental?
No processo de ensino-aprendizagem é necessário que se formem
cidadãos conscientes para o exercício da cidadania. A mentalidade de preservação
precisa surgir e, somente será realidade, quando o indivíduo perceber o seu papel
e a importância dele neste processo. Fornecer elementos para que ele consiga essa
percepção, é também tarefa da Educação Ambiental.
4
O avanço tecnológico mostra novos modelos em relação ao saber, ao
conhecer, proporcionando assim mais possibilidades para uma melhor interação
entre as pessoas e o ambiente. Portanto, são fortes os desafios da educação
ambiental, aliada à tecnologia, aliada à informática, propondo-se uma nova visão
didática junto às unidades escolares. Primeiro, deverá ser uma ferramenta que
permitirá a comunicação ente o mundo virtual e o real. Segundo, a informática
poderá ser usada para apoiar a realização de uma proposta lúdica, fomentando
novos projetos, os quais possam proporcionar novos horizontes para docentes e
discentes no que tange ao ensino-aprendizagem junto a uma futura sociedade
sustentável.
II. Justificativa
As informações apresentadas a seguir sobre a Serra do Jabuticabal, foram
obtidas por meio de um grande conhecedor da área, Miguel Anselmo Neto
1
.
Miguel Anselmo, como é conhecido na cidade de Taquaritinga, sempre esteve
pronto para responder a todas as questões referentes à Serra (localização,
extensão, altitude, desmatamento, reflorestamento) e, principalmente, sobre a
ONG “Amigos da Serra”, que é atualmente é a grande responsável pela proteção e
pela recuperação da Serra do Jabuticabal.
Em Taquaritinga-SP, encontramos em grande parte a Serra do
Jabuticabal, que se inicia ao leste do município de Santa Ernestina e atravessa
Taquaritinga em direção ao norte até o município de Monte Alto, perfazendo um
total de 14 km de extensão e altitude máxima de 718 metros, com características
físicas e bióticas bastante peculiares para essa região.
Com escarpas cujas inclinações se iniciam com 45
o
, e em certos pontos
chegam a 70º e declividades que atingem aproximadamente 260 metros, ela é o
último remanescente relativamente contínuo da vegetação original desses
municípios.
1
Miguel Anselmo Neto, Secretário do Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Taquaritinga, é
um dos grandes responsáveis pela criação da ONG “Amigos da Serra”.
5
É na Serra do Jabuticabal que se encontra quase a totalidade das fontes e
nascentes que concorrem para a formação dos cursos d´água que percorrem esses
municípios circunvizinhos e contribuem para o abastecimento público, como é o
caso do córrego Ribeirãozinho, que atravessa a área urbana de Taquaritinga.
Também é preciso ressaltar que, de acordo com sua constituição física, a
Serra do Jabuticabal se enquadra nas alíneas d, e e g do Artigo do Código
Florestal Brasileiro (Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965) que estabelece:
Art. - Considera-se de preservação permanente, pelo efeito desta
Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas:
(...)
d) no topo dos morros, montes, montanhas e serras;
e) nas encostas ou parte destas com declividade superior a 45º,
equivalente a 100% na linha de maior declive;
(...)
g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura
do relevo, em faixa nunca inferior a 100 m (cem metros) em projeções
horizontais.
Em maio de 2001, sensibilizados por um grande incêndio que devastou
cerca de 15 hectares de encostas da Serra do Jabuticabal, um grupo de cidadãos
procurou o Ministério Público de Taquaritinga com o intuito de impetrar uma
ação civil pública que investigasse as responsabilidades sobre o referido incêndio.
Depois de inúmeras visitas à Serra, com o apoio da Promotoria de Justiça do Meio
Ambiente, no dia 30 de abril de 2002, lavrou-se em ata a aprovação do Estatuto e
a constituição oficial da Associação Civil “Amigos da Serra” uma ONG
(organização não-governamental) reconhecida de utilidade pública pela Lei
Municipal nº 3.271 de outubro de 2002.
Desde então, os “Amigos da Serra” têm firmado uma série de parcerias
(IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, DEPRN - Departamento
Estadual de Proteção de Recursos Naturais, Ministério Público, Prefeitura
Municipal, UNESP - Universidade Estadual Paulista, etc.) que, entre outras
atividades, visam desenvolver um levantamento topográfico de todas as áreas de
preservação permanente da parte superior das encostas, inclusive das nascentes e
6
de matas ciliares; uma planta planialtimétrica, a elaboração do projeto de
revegetação em parceria com o Instituto Zoobotânico de Franca, etc.; o que
resultou até 2006, no plantio de 104.000 unidades de espécies arbóreas nativas da
região (sistema sucessional), em uma área piloto de 47 ha, de um total de 299 ha a
serem reflorestados.
O município de Taquaritinga está inserido na Unidade de Gerenciamento
de Recursos UGRHI 16 Tietê/Batalha, localizada na região centro oeste do
Estado de São Paulo e com uma área de drenagem de 13.394 km². O principal
corpo hídrico dessa bacia hidrográfica é o rio Tietê, no trecho represado de 140
km existente entre as barragens das UHE (Usinas Hidrelétricas) de Ibitinga e de
Promissão, denominado reservatório de Promissão.
Apesar de todas as ações da ONG, elas não serão de grande valia, se não
houver um forte processo de sensibilização para que a conscientização ambiental
seja incrementada nas escolas, o que pode ter na informática, um bom instrumento
de aceleração deste processo.
“(...) Pensando em novas formas de ensinar e em uma proposta
pedagógica que possa atender às normas da Lei número 9.795
de 28 de abril de 1999, que aborda a Educação Ambiental com
uma visão multidisciplinar, temos como obrigação mudar
paradigmas da educação deixando de ver a informática apenas
como uma tecnologia e ciência de reprodução de conhecimento
e vê-la como ciência capaz de contribuir para a busca de um
equilíbrio sustentável” (VALENTE, 1999, p. 81-82).
Neste sentido, pretendemos mostrar a importância da introdução da
informática como instrumento auxiliar de ensino, não apenas para colocar em
discussão os problemas ambientais, mas também com a finalidade de contribuir
para o fomento de novas técnicas de conservação e de preservação ambiental por
meio de pesquisas, diante da utilização de computadores em salas de aula. Por
meio da visualização dos problemas ambientais da Serra do Jabuticabal, o uso da
informática junto aos professores e alunos, pode contribuir para a formação de um
maior senso crítico, para a conscientização ambiental e para a escolha de uma
vida melhor no meio ambiente em que o indivíduo vive.
7
Mesmo o professor não se especializando, precisa estar sempre
atualizado, especialmente no tocante à área de conhecimento que leciona, bem
como estar atento sobre os problemas ambientais que ocorrem ao seu redor e em
sua própria cidade, para assim buscar desenvolver com seus alunos, projetos
educacionais que tenham como objetivo a sustentabilidade.
O estudo desenvolvido por esta pesquisa, aborda formas de ensino-
aprendizagem, nas quais haja a integração entre o computador e a natureza local.
Especificamente, é o uso do computador como instrumento no desenvolvimento
de um projeto que associa internet e meio ambiente para capacitar o professor e,
conseqüentemente, contribuir para o processo de conscientização de cada um dos
seus alunos, entre outros sujeitos sociais, sobre os problemas ambientais que
afetam sua cidade e sua região.
III. Problematização
A Serra do Jabuticabal, ao longo das últimas décadas, vem sofrendo um
intenso processo de degradação por conta das ações antrópicas, à revelia da
legislação que a define como Área de Preservação Permanente – APP, e, apesar da
importância que ela assume e desempenha para os ecossistemas conexos e para o
bem estar da população que direta ou indiretamente dela se beneficia,
particularmente na área que abrange o município de Taquaritinga. Dentre vários
outros fatores que contribuem para essa degeneração, podemos identificar e
destacar os principais:
a) Coberturas de gramíneas agressivas de matéria seca, com capacidade
de queimada espontânea ou criminosa;
b) A via férrea que possibilita aos longos de seus trilhos a existência de
um capim seco, onde quaisquer fagulhas ou faíscas de trilhos
ocasionam queimadas que se alastram para pastagens próximas,
atingindo partes da serra, comprometendo a regeneração natural da
mesma;
8
c) Ocupações desordenadas de loteamentos e assentamentos ao longo
da estrada próxima à serra, com criações de animais, cercas, cortes
de árvores para o uso doméstico sem autorização do órgão
competente;
d) Agricultura invadindo as áreas de preservação permanente,
impedindo a regeneração, queimadas clandestinas das socas das
culturas;
e) A queimada da cana de açúcar no período da safra, também
comprometendo os maciços vegetais próximos aos talhões de canas a
serem queimados;
Com isso, faz-se necessária a realização do reflorestamento e também
proteger os últimos 30% de floresta da Serra, que tem início em Taquaritinga e
‘caminha’ para além da cidade de Monte Alto. A ONG “Amigos da Serra” (órgão
público e sociedade civil), foi fundamental para o início deste projeto que prevê,
nos próximos 10 anos, o reflorestamento de 500 mil árvores em 299 hectares. O
reflorestamento começou em 2002, e foram plantadas cerca de 104 mil árvores
em locais destinados à preservação.
Tal trabalho é muito importante e, a partir dele, pode ser gerado um
projeto-pedagógico baseado no respeito pela natureza, envolvendo a ONG
“Amigos da Serra” com seus projetos ecológicos, as escolas com a Educação
Ambiental com a utilização da informática como instrumento importante no
desenvolvimento de um ambiente virtual para a troca de informação, para a
capacitação e a conscientização, dentro de um amplo processo educativo.
IV. Objetivos
Objetivo Geral
Este trabalho tem por objetivo geral a proposição de um curso de
capacitação via internet, que irá trabalhar com temáticas referentes à questão
9
ambiental tanto local como regional, voltado para professores de instituições de
ensino fundamental, no qual eles possam buscar assuntos diversos para serem
ministrados em sala de aula. Este projeto estará diretamente ligado com a
preservação da Serra do Jabuticabal na cidade de Taquaritinga-SP. Neste processo
de conhecimento da referida serra, são levados em consideração os níveis de
degradação dos ecossistemas nativos, fazendo-se assim, um levantamento das
condições em que se encontram e qual a importância econômica destas para a
sociedade taquaritinguense e região.
Este projeto propõe ainda informar aos professores e também à sociedade
de Taquaritinga, bem como de toda região, sobre a situação da Serra do
Jabuticabal e sobre formas de conservação e de preservação desse ambiente.
Esta pesquisa aborda formas de ensino-aprendizagem, as quais resultem
em interação entre o universo da informática - “Internet” e o ambiente em que
vivemos. O computador é o principal veículo da informação aqui utilizado, e esta
informação deve ser transformada em conhecimento, visando o desenvolvimento
de um projeto que associe internet às questões ambientais com o objetivo de
capacitar o professor e, conseqüentemente, auxiliar nos processos de
conscientização dos alunos sobre os problemas ambientais que ocorrem em sua
cidade.
Objetivos Específicos
a) Verificar em que circunstâncias os professores recebem os conceitos de
Educação Ambiental, no sentido pedagógico e crítico que o assunto merece;
b) Verificar qual é o conhecimento dos professores em relação aos problemas
ambientais com os quais sua cidade convive.
c) Propiciar aos professores um site onde possam desenvolver cursos de
capacitação, abordando informações importantes sobre os problemas
ambientais tanto locais como regionais.
d) Incluir nesta ferramenta o maior número de temas possíveis abordados na
educação ambiental;
10
e) Abrir os caminhos de pesquisa dos professores fornecendo links que tratam de
assuntos sobre educação ambiental;
f) Disponibilizar, futuramente, exercícios práticos realizados por professores e
alunos em sala de aula e, também, visitais in loco para servirem de exemplos a
serem seguidos por outros professores em outras instituições de ensino;
g) Usar a internet como instrumento auxiliar aos processos de conscientização de
professores, alunos e a comunidade.
V. Hipóteses
Esta pesquisa tem como hipótese, que a informática como instrumento
aliado ao processo educativo pode ser fundamental na criação e desenvolvimento
de um espaço interativo, fomentando discussões sobre os problemas ambientais,
identificados por diversos atores sociais, a qual por meio da rede mundial, a
Internet, apresenta-se como uma ferramenta facilitadora de conhecimentos e
ensinamentos em toda a sociedade.
VI. Procedimentos Metodológicos
As questões ambientais da Serra do Jabuticabal são abordadas, nesta
pesquisa, no sentido de se buscar soluções para seus atuais problemas, assim
como, propor formas de se reverter o processo de degradação ambiental
identificado na atualidade.
Neste sentido, houve a seleção das principais questões ambientais, sendo,
com estes conteúdos, desenvolvida nas escolas uma estratégia de ensino para a
prática da Educação Ambiental. Portanto, os professores participantes desta
pesquisa podem utilizar a informática, por meio da internet, como ferramenta para
o desenvolvimento de sua capacitação, principalmente no que diz respeito às
questões ambientais relacionadas à Serra do Jabuticabal, voltando-se para a sua
11
própria conscientização, bem como de seus alunos e, principalmente, da sociedade
de Taquaritinga e região.
Para criar o curso de capacitação via Internet, diversas soluções foram
desenvolvidas a fim de permitir ao usuário do site, páginas personalizadas e que
oferecessem uma experiência de navegação mais dinâmica e interessante.
(a) Aspectos Técnicos da Construção do Site
Primeiramente, houve a necessidade de se analisar sobre quais seriam os
programas necessários para o desenvolvimento do sistema. Este tipo de análise
constituiu-se no processo de levantamento de requisitos do sistema, quando se
definiu qual seria a extensão do projeto e quais seriam os recursos necessários
para a sua execução.
Todo este levantamento foi realizado tanto na forma descritiva textual,
como também na linguagem gráfica, como por exemplo, diagrama IDEF0. O
diagrama IDEF0 (Integration Definition for Function Modelling), é um modelo
de compreensão de atividades, relacionamentos funcionais e dados. Ele permite
modelar processos em um modelo com uma representação hierárquica de suas
etapas.
Em seguida, houve a necessidade da utilização de um servidor Web. O
servidor utilizado foi o Apache, por se tratar de um servidor livre. Ele é de fácil
utilização, pois é um servidor compatível com o protocolo HTTP Hyper Text
Transfer Protocol (Protocolo de Transferência de Hipertexto). Este protocolo é o
responsável por fazer a transferência dos dados entre o usuário e o servidor.
Além de distribuir páginas em HTML - Hyper Text Markup Language
(Linguagem de Formatação de Hipertexto), este servidor também pode ter a sua
funcionalidade estendida por meio de módulos. Estes módulos são componentes
de software que adicionam funcionalidades para o servidor.
O módulo utilizado foi o interpretador PHP. Esta linguagem é muito
similar à linguagem C e permite programação estruturada e orientada a Objetos.
Os scripts PHP são incorporados dentro de uma página HTML e são executados
12
no servidor antes que a página seja envida ao navegador. O PHP é gratuito e seu
código é aberto.
Para a implementação da solução de software proposta para este trabalho,
que utiliza a internet como interface, fez-se necessário escolher um banco de
dados que permitisse explorar as características básicas para implementação de
um aplicativo cliente-servidor.
O aplicativo utilizado foi o MySQL, que é um gerenciador de banco de
dados relacional, implementado em linguagem de programa C e C++, que utiliza o
SQL - Structured Query Language (Linguagem Estruturada para Pesquisas) como
forma de acesso e na manipulação dos dados armazenados. Ele é um software
aberto e é distribuído gratuitamente.
(b) A Utilização do Site pelos Professores
Com o site desenvolvido e registrado na internet como
www.ceparnet.com.br, iniciou-se a pesquisa junto às escolas, que teve a
participação de 48 professores do Ensino Fundamental de 3 escolas particulares
nos horários de HTPC - Hora de Trabalho Pedagógico em Conjunto, que são
realizados nas escolas em todas as semanas e têm duração de duas horas.
Neste processo de capacitação, o professor, após acessar o site, caso seja
a primeira vez que o faça, tem que se cadastrar, inserindo todos os seus dados
pessoais e profissionais. Para fazer o curso no site, o professor tem que preencher
obrigatoriamente todos os campos para que estes dados possam fazem parte de um
registro pessoal no banco de dados do sistema.
Finalmente, após realizar o cadastro, o professor digitando os campos do
usuário e da senha, desenvolve uma avaliação inicial no sentido de verificar qual é
o seu grau de conhecimento referente à Educação Ambiental e qual a importância
da mesma para a conservação e preservação da Serra do Jabuticabal.
Esta avaliação é feita por meio do preenchimento de um questionário
(Anexo 1), que foi desenvolvido através do levantamento de informações obtido
junto a ONG Amigos da Serra” sendo elaborado com questões fechadas,
13
podendo as respostas ser positivas ou negativas, cabendo ao professor optar por
uma resposta, e caso a resposta seja positiva, o professor tem que explicar o
porquê da escolha da mesma, justificando-a, em espaço aberto adequado.
Após esta primeira avaliação, o site gera um relatório com as perguntas e
respostas do questionário respondido, demonstrando ao professor seus
conhecimentos referentes à Serra do Jabuticabal no que diz respeito às suas
características, ao seu tamanho, à sua formação e problematização. E é, a partir
deste relatório obtido pelas informações digitadas pelos professores na avaliação
inicial, que o sistema permite ao docente iniciar o curso definitivo referente à
conservação e preservação, além da problematização da Serra, de modo a se obter
informações básicas, ampliando seus conhecimentos e, por conseguinte,
difundindo-os e os multiplicando em projetos de Educação Ambiental com seus
alunos.
Após o professor terminar o curso on-line, o qual pode ser realizado por
três vezes, o sistema solicita a realização da avaliação final. Esta avaliação
também será um questionário com questões abertas, podendo ser positivas ou
negativas. Após o término da mesma, o próprio site gera um novo relatório,
demonstrando qual foi o seu desempenho.
A partir dos relatórios gerados de cada professor, pode-se avaliar e
comparar suas respostas, com o intuito de verificar se a informática é uma
importante ferramenta de iniciação a este tipo de capacitação e se contribui para o
desenvolvimento da Educação Ambiental neste contexto.
14
1. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL, OS PCNs E A INFORMÁTICA NO
CONTEXTO DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA REDE DE
ENSINO
1.1. Aspectos Conceituais da Educação Ambiental
A Educação Ambiental (EA), de modo sintético, trata de um processo
que visa à formação do cidadão, em relação às questões ambientais e sua
problemática. de se observar que o conceito em si pode ser encontrado de
formas diferenciadas em obras de vários autores diferentes, porém seus
fundamentos são sempre os mesmos, pois se referem a um método contínuo da
formação da cidadania em relação aos aspectos ambientais em toda a sua
amplitude, sendo esta formação dependente, ou melhor, com conteúdos integrados
de todas as disciplinas (CARVALHO, 2001).
As definições de Educação Ambiental estão intimamente ligadas às
definições do meio ambiente. É um processo que aborda a dimensão ambiental,
contextualizada e adequada à realidade interdisciplinar, vinculada aos termos
ambientais locais e globais (espaço físico) (CARVALHO op. cit.).
Segundo Reigota (1998),
“... a educação ambiental é interdisciplinar,
orientada para a resolução de problemas locais, possuindo características específicas: é
participativa, comunicativa, criativa e valoriza a ação”!
A Educação Ambiental é a realidade vivenciada, formadora da cidadania,
a qual transforma valores e atividades através da construção de novos hábitos,
conhecimentos e cria uma ética conscientizadora para relações conjugadas entre o
ser humano, a sociedade e a natureza, objetivando equilíbrio local e global
15
visando a melhoria da qualidade devida de todos os níveis de vida (SCHUELTER
2001, p.37).
Segundo Meyer (1991), Educação Ambiental é um processo contínuo de
aprendizagem e exercício de cidadania, fornecendo meios para o indivíduo ter
uma visão crítica da realidade e uma atuação consciente no espaço social.
Ainda Stapp et at. (apud Dias, 1994, p.25), definiram a Educação
Ambiental como
“... um processo que deve objetivar a formação de cidadãos, cujo
conhecimento acerca do ambiente biofísico e seus problemas associados, possam alertá-
los a resolver seus problemas”.
Na conferência de Tbilisi, Dias (1994, p.26) definiu a Educação
Ambiental,
“... como uma dimensão dada ao conteúdo e à prática da educação, orientada
para a resolução dos problemas concretos do meio ambiente através de enfoques
interdisciplinares e de uma participação ativa e responsável de cada indivíduo e da
coletividade”.
Dias (1994, p.26) diz que o CONAMA Conselho Nacional de Meio
Ambiente defendeu a Educação Ambiental como
“... um processo de formação e
informação, orientado para o desenvolvimento da consciência crítica sobre as questões
ambientais, e de atividades que levam à participação das comunidades na preservação do
equilíbrio ambiental”.
Um trabalho de Educação Ambiental bem feito tem como grande
enfoque a formação de uma consciência crítica nos indivíduos, para que possam
ser capazes de se situarem no contexto geral no mundo em que vivem e poderem
participar de soluções dos problemas ambientais.
Assim, para Porto (1996, p.21),
“... a Educação Ambiental, visa desenvolver
uma população que seja consciente e preocupada com o meio ambiente e com os
problemas que lhe são associados, e que tenha conhecimentos, habilidades, atitudes,
motivações e compromissos para trabalhar individual e coletivamente na busca de
soluções para os problemas existentes e para a prevenção dos novos”.
A Educação Ambiental é fundamental no processo de conscientização
para a busca do desenvolvimento sustentável, porém a ignorância ainda é um
grande obstáculo na melhoria das relações entre o ser humano e a natureza.
Como está ainda em processo de formação, passando por profundas
contradições e com um histórico complexo, a Educação Ambiental, segundo
16
afirmativa de Medina (1998),
“... é um processo que consiste em propiciar às pessoas
uma compreensão crítica e global do ambiente, para elucidar valores e desenvolverem
atitudes que permitam adotar uma posição consciente e participativa a respeito das
questões relacionadas com a conservação e adequada utilização de recursos naturais, para
a melhoria da qualidade de vida com a eliminação das desigualdades sociais e o
consumismo desenfreado”.
Neste contexto, a Educação Ambiental busca, por meio de ações
pontuais, estimular a solução de problemas mais próximos à população, em
particular de cada região. Assim sendo, os efeitos surgidos destas ações, se
somados, podem acarretar benefícios em proporções maiores, do mesmo modo
que acontece em relação às ações humanas nocivas ao meio, que se iniciam
localmente, porém, se somadas, podem resultar em impactos em escalas espaciais
maiores, tornando-se mesmo, globais (o aquecimento global, por exemplo)
(CARVALHO, 2001).
De modo complementar a este pensamento, pode-se dizer que a
Educação Ambiental é um processo que depende muito da formação do cidadão,
pois para que ele efetue uma ação ambiental com sucesso, é preciso que conheça
pelo menos os princípios da conservação/preservação do meio ambiente e,
também, a magnitude da problemática ambiental local, para assim chegar a um
olhar mais crítico do assunto a ser solucionado (CARVALHO op. cit.).
Capra (1996, p. 231), na obra “Teia da Vida”, defende que se necessita
de cidadãos ecologicamente alfabetizados, ou “eco-alfabetizados”, significando
aqueles que entendem os princípios de organização ecológica dos ecossistemas, e
que podem usar estes princípios para criar comunidades humanas sustentáveis.
Segundo este autor,
“(...) precisamos revitalizar nossas comunidades, inclusive
nossas comunidades educativas, comerciais e políticas, de modo
que os princípios da ecologia se manifestem nelas como
princípios de educação, de administração e de política”.
Capra (1996, p.231) afirma ainda que
“(...) naturalmente, muita diferença entre ecossistema e
comunidades humanas. Nos ecossistemas não existe auto
percepção, nem linguagem, nem consciência e nem cultura;
17
portanto, neles não justiça, nem democracia, mas também
não há cobiça e nem desonestidade. Não podemos aprender algo
sobre valores e fraquezas humanas a partir de ecossistemas.
Mas o que podemos aprender, e devemos aprender com eles é
como viver de maneira sustentável. Durante mais de três bilhões
de anos de evolução, os ecossistemas do planeta têm se
organizado de maneiras sutis e complexas, a fim de maximizar
a sustentabilidade. Essa sabedoria da natureza é parte essencial
da eco-alfabetização”.
Prossegue ainda, dizendo que,
“(...) baseando-se no entendimento dos ecossistemas como
redes autopoéticas e como estruturas dissipativas, podemos
formular um conjunto de princípios de organização, que podem
ser identificados como princípios básicos da ecologia e
utilizados como diretrizes para construir comunidades humanas
sustentáveis”.
Assim, têm-se importantes elementos que valorizam a formação de
cidadãos como a grande chave para se encontrarem caminhos que nos levem ao
desenvolvimento sustentável. Portanto, este processo está também fortemente
apoiado na maneira como o cidadão é educado, daí a necessidade e a
responsabilidade do sistema convencional de educação na preparação de
profissionais aptos nas mais variadas áreas de conhecimentos, bem como no
estímulo ao empenho em se engajar junto a esse novo processo educacional,
juntamente com seus educandos, no caso dos professores.
1.2. Alguns Antecedentes Históricos da Educação Ambiental
A Educação Ambiental também tem a sua história. Indícios da
preocupação mais pública com a conservação e preservação do meio ambiente
começaram a aparecer no ano de 1932, com a realização do Primeiro Congresso
Internacional a favor da Proteção da Natureza. Em 1949, foram escritos por Aldo
Leopoldo os primeiros artigos sobre ética no uso da terra (IBAMA, 1997).
Segundo Reigota (1994), a explosão da bomba atômica sobre Hiroshima
e Nagasaki em 1945, representou um forte motivo para se preocupar com a
18
questão ambiental do planeta, pois estas bombas representaram a possibilidade de
destruição, através de um objeto produzido industrialmente pelo desenvolvimento
científico e tecnológico dos próprios seres humanos.
Entre os anos 50 e 60 foi surgindo um movimento contra o poderio, a
partir deste episódio, ocorrendo uma grande corrida armamentista principalmente
entre Estados Unidos e a antiga União Soviética. Começou a surgir, então, uma
consciência planetária em relação à necessidade cada vez maior em se acabar
com a produção de armas nucleares (SILVEIRA 2003, p.36).
Paralelamente a isto, havia também grande preocupação quanto ao
crescimento da população, principalmente nos países pobres, com maiores taxas
de natalidade, e detentores da maior parte dos recursos não renováveis, sabendo-se
ainda que estes recursos representem a base para o sucesso econômico de
desenvolvimento industrial capitalista. Ao lado desta questão, uma diferença
econômica cada vez maior entre os paises ricos e pobres foi se estabelecendo,
gerando-se elites econômicas cada vez menores, com padrões de vida cada vez
mais elevados, consumindo cada vez mais recursos naturais (SILVEIRA op. cit.).
Segundo Leão e Silva (1998, p.15),
“(...) as cadas de 60, 70 e 80, foram marcadas por fortes
impactos na relação do homem com a natureza. Esse período
ficou conhecido como o momento da alienação do homem com o
próprio homem e deste com a natureza. Milhares de hectares de
florestas são derrubadas, bilhões, gastos com armamento,
produtos tóxicos sendo usados indiscriminadamente, erosão dos
solos crescentes em todos os paises, a poluição do ar provocando
doenças, mortes e comprometendo a temperatura e o clima do
planeta; nos paises pobres, o índice de mortalidade cresce a cada
dia, esgotos correm a céu aberto, a quantidade de lixo produzido
é assustadora, os mananciais hídricos em estado de degradação, a
fauna ameaçada e indústrias pesadas e poluidoras, continuam se
consolidando em escala crescente. Esses cenários foram os
alarmes que soaram em nível mundial nos meados dos anos 60,
chamando a atenção do mundo para a exaustão dos recursos
naturais e de fontes de energia, e que alertam para o
comprometimento da vida em sociedade”.
Com isto, fica comprovado que a relação homem/natureza é desarmônica
e continua provocando grandes problemas ambientais, os quais estão longe de
serem resolvidos. Como velhos e novos exemplos disto, temos que: a população
19
do mundo continua a crescer consideravelmente e os famintos morrem sem que
suas necessidades básicas sejam atendidas; as atividades agrícolas continuam a ser
realizadas de modo a atender apenas a fatores econômicos e não os sociais,
acarretando assim diferenças cada vez maiores entre os países ricos e os países
pobres; a atmosfera continua recebendo quantidades diárias cada vez maiores de
poluentes, acarretando-se problemas conhecidos como efeito estufa acelerado
(aquecimento global) e diminuição da camada de ozônio.
No ano de 1968, reuniram-se na cidade de Roma (Itália) trinta
especialistas em questões ambientais nos seus vários aspectos, provenientes de
vários países, para discutir a crise do esgotamento de alguns recursos naturais, o
chamado Clube de Roma; o qual, segundo Reigota (1994), enfatizou em seus
debates os problemas ambientais planetários, e apontou a necessidade, bem como
gerou subsídios para a realização da Primeira Conferência Mundial do Meio
Ambiente Humano em Estocolmo na Suécia pela Organização das Nações Unidas
(ONU), em 1972.
Ainda segundo Reigota, o tema central desta reunião foi a poluição
ocasionada pelas indústrias, gerando-se um consenso entre os países participantes
de que era necessário haver seu controle, excetuando-se desta posição o Brasil e a
Índia, que viviam na época o chamado “milagre econômico” e defenderam a idéia
de que a poluição era o preço que se pagava pelo “progresso”. Foi na conferência
de Estocolmo que se reconheceu, através de recomendação número noventa e seis,
o desenvolvimento da Educação Ambiental como elemento crítico para o combate
à crise ambiental no mundo (DIAS, 2001). Para isto, enfatizou-se a necessidade de
os seres humanos reordenarem suas prioridades, reconhecendo-se também a
importância de se divulgar os assuntos ambientais para o público em geral, por
meio do treinamento dos professores e do desenvolvimento de novos recursos
institucionais, métodos e programas, objetivando-se educar o cidadão comum para
a compreensão dos mecanismos de sustentação da vida na Terra, como um
caminho para o manejo e controle do meio ambiente (DIAS, op. cit.).
A partir das sugestões apresentadas por esta conferência, por meio do
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) da UNESCO, a
ONU passou a coordenar a política mundial das Nações Unidas para o meio
20
ambiente. Assim, a UNESCO, promoveu em 1975, em Belgrado (Iugoslávia), um
encontro internacional (Programa Internacional de Educação Ambiental PIEA),
com sessenta e cinco países diferentes, para debaterem e formularem proposições
relativas à Educação Ambiental (SILVEIRA 2003, p.38). Salientou-se a
importância de se reformular as alterações nos sistemas educacionais, colocando a
Educação Ambiental como um processo contínuo e multidisciplinar que
priorizasse as diferenças regionais de cada país e buscasse formatar um novo e
produtivo relacionamento entre estudantes, professores, entre a escola e a
comunidade, entre o sistema educacional e a sociedade, tudo isso publicado na
chamada “Carta de Belgrado” .
A “Carta de Belgrado”, que muito significou para a evolução da
Educação Ambiental, recomenda que os recursos do mundo devam ser utilizados
de modo que beneficie toda a humanidade e proporcione a todos, a possibilidade
do aumento da qualidade de vida, reforçando a necessidade de uma ética global
(SILVEIRA 2003, p.41).
Em 1977, houve a Primeira Conferência Intergovernamental sobre
Educação Ambiental, em Tbilisi, Geórgia (ex-URSS), a qual foi também
promovida pela UNESCO. Esta conferência foi considerada um marco conceitual
em Educação Ambiental, pois nela buscou-se elaborar uma identidade para a
Educação Ambiental, definindo-se seus objetivos, suas características e também
as estratégias necessárias para o seu desenvolvimento a nível nacional e também
internacional (SILVEIRA, op. cit., p. 41). Paralelamente a isto, definiu-se
também a necessidade de implantação da Educação Ambiental em todos os níveis
do processo educativo, considerando-se que a mesma não deve se constituir em
uma disciplina suplementar dos programas existentes, e sim partir da
interdisciplinaridade, exigindo a cooperação entre as disciplinas tradicionais, no
intuito de compreender a complexidade do meio ambiente, propondo-se assim
soluções para os mesmos (ASSUNÇÃO, 1995).
Segundo Silveira (op. cit), em 1979 foi realizado na Costa Rica, e
também promovido pela UNESCO, o Encontro de Educação Ambiental para a
América Latina, o qual promoveu uma série de seminários, constituindo-se num
dos mais fecundos encontros em termos de implantação de conduta filosófica para
21
o desenvolvimento da Educação Ambiental. Em 1983, a Assembléia Geral da
ONU decidiu criar a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) conhecido como “Comissão Brundthand”, a qual,
segundo Barbieri (1997), teve como objetivos: propor estratégias ambientais de
longo prazo para se obter um futuro “desenvolvimento sustentável”; desenvolver
uma maior cooperação entre os países com o intuito de interligar as pessoas, o
meio ambiente e o desenvolvimento; criar meios e maneiras pelos quais a
população internacional pudesse lidar com mais eficiência com as questões
ambientais; e ajudar a definir noções e esforços necessários comuns para tratar
com êxito os problemas ambientais.
Em 1987, o PNUMA realizou a Segunda Conferência
Intergovernamental sobre Educação Ambiental, em Moscou, quando foram
analisadas e reafirmadas as conquistas e dificuldades da Educação Ambiental em
todo o mundo. Nesta ocasião, foram traçadas metas para a década de noventa.
Entre elas, ficou claro que se deveria objetivar modificações comportamentais nos
campos cognitivo e afetivo, sendo necessárias atividades tanto em sala de aula
como fora dela, orientadas por meio de projetos e programas coletivos e
interdisciplinares, priorizando-se a capacidade docente, a utilização de novos
meios de comunicação e de métodos pedagógicos mais adequados para a época .
Em 1992, realizou-se no Rio de Janeiro, a Conferência das Nações
Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como Rio-92, onde
estiveram reunidos representantes de cento e setenta paises, tornando-se um dos
mais importantes eventos do século. Dias (2001) descreve os principais objetivos
do Rio-92:
a. Examinar a situação ambiental do mundo e as mudanças
ocorridas depois da Conferência de Estocolmo;
b. Identificar estratégias regionais e globais para as ações
apropriadas referentes às principais questões ambientais;
c. Recomendar medidas a serem tomadas nacional e
internacionalmente, referentes à proteção ambiental através de
política e desenvolvimento sustentado;
d. Promover o aperfeiçoamento da legislação ambiental nacional;
22
e. Examinar estratégias de promoção de desenvolvimento, entre
outros.
Segundo Assunção (1995), nesta conferência, foram criados dois
documentos importantes para a história da Educação Ambiental. O primeiro é o
tratado para “Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global”, produzido
durante o Fórum Global, evento simultâneo à Rio-92, quando educadores de todo
o mundo, provindos de movimentos sociais e organizações não-governamentais
reuniram-se na “Jornada de Educação Ambiental” (SÉ, 1999); e o segundo refere-
se ao capítulo 36 da Agenda 21 (um dos documentos da Rio-92) que trata da
“Educação, Capacitação e Sensibilidade Pública”. Estes dois documentos estão
interligados na construção de processos educativos voltados para a constituição de
sociedades e desenvolvimentos sustentáveis.
Silveira (op. cit.) diz que em 2002, a pula Mundial sobre o
Desenvolvimento Sustentável (Rio +10), reuniu líderes dos cinco continentes,
durante dez dias em Johannesburgo (África do Sul), tendo como propostas:
Reduzir à metade a proporção de seres humanos que não têm
acesso à água potável e nem acesso aos meios de saneamento
decentes, conforme o objetivo enunciado na Declaração do
Milênio de Desenvolvimento até o ano de 2015;
A base para um crescimento econômico contínuo, diminuição da
pobreza e criação de empregos, são sólidas políticas econômicas,
instituições democráticas e melhora de infra-estrutura. Daí a
importância de um bom governo para o sucesso do
desenvolvimento sustentável;
Administrar de forma racional os produtos químicos ao longo de
seu ciclo de vida, da forma que antes do ano de 2020 os processos
de utilização e fabricação não prejudiquem a saúde dos humanos;
O comprometimento da comunidade internacional em se
empenhar na ajuda pública em relação ao desenvolvimento,
anunciados em Monterrey. Aos países que ainda não o fizeram,
requere-se com insistência, que se dediquem a alcançar o objetivo
23
de uma vida pública ao desenvolvimento que representa 0,7% de
seu produto nacional;
Manter ou restabelecer as reservas a um nível que permitam obter
um rendimento máximo sustentável no intuito de atingir com
urgência esse objetivo para as reservas que estão se esgotando se
for possível antes de 2015;
A redução significativa do ritmo atual de empobrecimento da
biodiversidade e a aplicação da Convenção sobre a biodiversidade
daqui até 2010 do fornecimento de novos recursos técnicos e
financeiros aos paises em desenvolvimento;
Ao mesmo tempo em que persistem graves desafios, crises
financeiras, insegurança, pobreza e desigualdade, a globalização
oferece novas oportunidades para o crescimento da economia
mundial, desenvolvimento e a melhoria de vida mundial;
Os estados que ratificaram o Protocolo de Kyoto apelam aos que
ainda não o fizeram para ratificá-lo.
Importa aqui ressaltar que estas importantes recomendações acerca da
problemática gerada pelo modelo predominante de desenvolvimento no mundo,
são de mais difícil alcance e resolução se não forem acompanhadas de processos
de Educação Ambiental com a população mundial, a principal protagonista, em
toda a sua diversidade de sujeitos, e em todos os sentidos, da resolução destas
questões.
Assim, em face disto tudo, compreende-se que são difíceis os caminhos
para o desejado “desenvolvimento sustentável”, sendo para isto necessário
modificar a mentalidade humana por meio de uma profunda revisão das ações, das
atitudes humanas, de seus princípios e valores, rumo a um caminho chamado
educação, no qual se inclui a Educação Ambiental. Neste sentido, formar cidadãos
mais conscientes, sensíveis e perceptíveis, em um processo continuamente
melhorado, pode auxiliar na busca da melhoria da qualidade de vida humana com
sustentabilidade planetária.
24
1.3. Educação Ambiental no Brasil: aspectos importantes para esta pesquisa
Os primeiros passos do movimento ambientalista começaram a se
delinear inspirados no movimento sócio-cultural existente na Europa e EUA. Em
1968, o movimento político cultural anunciou as bandeiras de luta por um novo
modelo de sociedade e por novas relações entre os seres humanos. O relatório
oficial do Clube de Roma apontou os paises subdesenvolvidos como responsáveis
pela diminuição dos recursos naturais, devido à sua população crescente, enquanto
na conferência de Estocolmo gerou-se o receio de bloqueios no processo de
industrialização e exploração dos recursos naturais para estes mesmos países.
Assim, a delegação brasileira em tal conferência, distribuiu cartazes que
despertavam a preocupação do Brasil em relação à continuidade do progresso e do
modelo de desenvolvimento: “Bem-vindos à poluição, estamos abertos a ela. O
Brasil não tem nenhuma restrição. Temos várias cidades que receberiam de braços
abertos sua poluição; o que nós queremos são dólares para o nosso
desenvolvimento. A pior poluição é a miséria e a pobreza” (CARVALHO, 2001,
p.17).
Neste contexto, em meio a preocupações e protestos internos e externos,
em 1973, houve a criação no Brasil da Secretaria Especial de Meio Ambiente
SEMA, vinculada à Presidência da República do governo militar. Após dois anos,
em 1975, realizou-se a revisão da proposta de ciências naturais. Nesta época
surgiram vários movimentos ambientalistas em diferentes estados brasileiros
(AGAPAN-RS “Associação Gaúcha de Proteção a Natureza”, ASPAN-PE
“Associação de Proteção a Natureza de Pernambuco” e Movimento Arte e
Ecologia - SP, entre outros) (CARVALHO op. cit., p.18).
A questão acadêmica da Educação Ambiental no Brasil, iniciou-se com a
criação de cursos de Pós-Graduação, em 1976, nas Universidades do Amazonas,
Brasília, Campinas, São Carlos e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais -
INPE em São José dos Campos. Em 1981, foi instituída a Política Nacional do
25
Meio Ambiente e consolidado o Sistema Nacional de Meio Ambiente,
fortalecendo-se os órgãos estaduais do meio ambiente – CETESB - Companhia de
Tecnologia de Saneamento Ambiental, FEEMA - Fundação Estadual de
Engenharia do Meio Ambiente, CPRH - Agência Estadual de Meio Ambiente e
Recursos Hídricos, IAP - Instituto Ambiental do Paraná, etc. O Departamento do
Ensino Médio do Ministério da Educação e Cultura do Governo Federal - MEC e
a CETESB, publicam o documento “Ecologia – Uma proposta para o Ensino de 1
o
e 2
o
Graus”, em 1979. O Parecer 819/85 do MEC, em 1985, reforça a necessidade
da inclusão de conteúdos ecológicos ao longo do processo de formação do ensino
de 1
o
e 2
o
Graus, integrados em todas as áreas do conhecimento de forma
sistematizada e progressiva, possibilitando a “formação da consciência ecológica
do futuro cidadão” (ZUCCHI, 2002, p. 36).
Segundo Carvalho (2001, p.19), entre 1986 e 1988, houve a realização
dos primeiros cursos de Especialização em Educação Ambiental (Universidade de
Brasília/SEMA), criou-se o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis IBAMA, integrando a este a SUDEPE - Superintendência
do desenvolvimento de Pernambuco e o antigo IBDF - Instituto Brasileiro de
Desenvolvimento Florestal. Novos cursos de Especialização em Educação
Ambiental Universidade Federal de Nato Grosso UFMT e IBAMA, surgiram
em 1990.
Em 1991, aconteceu o encontro nacional de políticas e metodologias para
Educação Ambiental MEC/SEMA. Publicou-se também, a Portaria 678 -
Ministério da Educação, a qual trata do caráter interdisciplinar da Educação
Ambiental, determinando que a educação escolar deveria contemplar a Educação
Ambiental juntando todo o currículo dos diferentes níveis e modalidades de
ensino, sendo ainda enfatizada a necessidade de se investir na capacitação de
professores (CARVALHO, 2001, p.19).
Neste período, foi também publicada a Portaria 2421/91 do MEC,
quando se instituiu um grupo de trabalho em Educação Ambiental para definir
junto às Secretarias Estaduais de Educação, as metas e estratégias para a
implantação da Educação Ambiental no país e elaborar proposta de atuação do
26
MEC na área da educação formal e não formal para a conferência da ONU sobre o
meio ambiente e desenvolvimento (a futura Rio-92) (ZUCCHI, 2002, p. 37).
Em 1993, foi instituída a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Ambiental Cap. VII, Educação Ambiental , Art. 36, Inciso I Caráter
Interdisciplinar . Em 1994, realizou-se o III Fórum de Educação Ambiental, em
São Paulo na Pontifícia Universidade Católica - PUC. Foi também criado o
Programa Nacional de Educação Ambiental - PRONEA, com o objetivo de
capacitar o sistema de Educação formal e não-formal supletivo e
profissionalizante, em seus diversos níveis e modalidades (LEÃO & SILVA,
1998, p.17-21).
Já em 1995, surgiram novos cursos de Especialização em Educação
Ambiental na UFPE - Universidade Federal de Pernambuco e FUNDAJ -
Fundação Joaquim Nabuco. Também foi criada a Câmara Técnica Temporária de
Educação Ambiental no Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA,
determinante para o fortalecimento da Educação Ambiental . A Lei 9.276/96
que estabelece o Plano Plurianual do Governo 1996/1999, define como principais
objetivos da área de Meio Ambiente a “promoção da Educação Ambiental, através
da divulgação e uso de conhecimentos sobre tecnologias de gestão sustentável dos
recursos naturais”, procurando garantir a implementação do PRONEA (ZUCCHI,
2002, p. 37).
Segundo o MMA/MEC (1997, p.11):
“(...) a Constituição Federal estabelece no inciso VI do § do
seu art. 225, como competência do poder público, ‘promover a
Educação Ambiental em todos os veis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente’.
O dever do Estado, entretanto o exime a responsabilidade
individual e coletiva; em referência ao direito ao meio ambiente
equilibrado, o mesmo artigo constitucional diz que se impõe ao
‘poder público e à coletividade o dever de defendê-la e
preservá-la para as presentes e futuras gerações”.
Segundo Zucchi (2002), em novembro de 1997, após 20 anos de Tbilisi,
elaborou-se a Declaração de Brasília para a Educação Ambiental, documento que
constituiu a ntese de uma construção coletiva para resgatar o saber acumulado,
e que confirmou a Educação Ambiental como o espaço de criação da
27
ecocidadania. Esta declaração resultou de um processo participativo entre
Governo e entidades da sociedade civil, sendo conseqüência dos relatórios
regionais da 1ª Conferência Nacional de Educação Ambiental - CNEA.
Ainda de acordo com Zucchi (op. cit,), a Declaração de Brasília
consolidou as grandes linhas em que se podem propagar as ações governamentais,
as iniciativas do setor privado e os trabalhos de organizações não-governamentais,
e ainda apresentou as problemáticas e as recomendações para que se consiga êxito
nos objetivos de se fazer Educação Ambiental, nos mais variados temas por ela
abordados. Tal documento apontou questões de cada região distinta do Brasil,
tratando cinco temas distintos, constatando-se que as palavras ‘carência’ e ‘falta’
estão entre as mais presentes.
Os temas abordados na Declaração de Brasília para Educação Ambiental
são, segundo Zucchi (op. cit.):
Tema: “Educação Ambiental e as Vertentes do
Desenvolvimento Sustentável”.
2º Tema: “Educação Ambiental Formal: Papel e Desafios”.
Tema: “Educação Ambiental no Processo de Gestão
Ambiental: Metodologia e Capacitação”.
4º Tema: “ Educação Ambiental e as Políticas Públicas”.
Tema: “Educação Ambiental, ética e Formação de Cidadania:
Educação, Comunicação, e Informação da Sociedade”.
A declaração cita o capítulo 36 da Agenda 21, o qual aponta que o ensino
fundamental tem grande importância no sucesso do desenvolvimento sustentável e
na formação de indivíduos que possam responder aos desafios colocados pelo
estilo de desenvolvimento dominante. Ainda segundo o mesmo autor, são
apresentadas algumas problemáticas registradas nas diferentes regiões do país, em
relação ao 2º Tema:
A insensibilidade dos professores quanto à complexidade das
questões ambientais.
A carência qualitativa e quantitativa dos recursos humanos na
área da Educação Ambiental e a ineficiência de metodologias
apropriadas para o desenvolvimento da mesma.
28
A falta de capacitação de gestores ambientais, visando a
sensibilização para o desenvolvimento sustentável.
A falta de recursos humanos qualificados para a educação formal
e não-formal.
A falta de materiais didáticos para a Educação Ambiental que
contemplem as peculiaridades regionais.
A dicotomia entre a teoria (discurso) e a prática dos educadores
na busca de uma sociedade mais justa e igualitária.
A falta de trabalhos de extensão, nas universidades, de modo a
sensibilizar a comunidade para as questões ambientais.
A carência de subsídios metodológicos e pedagógicos na área de
Educação Ambiental.
A inexistência de recursos financeiros para a qualificação de
profissionais na área de Educação Ambiental.
A falta de recursos humanos qualificados para a educação formal
e não-formal.
A escola tradicional está fechada nela mesma, o se integrando
às comunidades as quais atende, não estando voltada para a
matriz ambiental e cultural local. Os Professores de todos os
níveis ainda estão pouco envolvidos com as questões ambientais e
a falta de espaço para que os professores possam ter tempo, para a
dedicação, em projetos de Educação Ambiental.
A inexistência de centros especializados em Educação Ambiental
nos estados da Federação, com o objetivo de capacitar pessoal e
divulgar conhecimentos sócio-ambientais.
Em 1999, a Lei nº 9975, dispõe sobre a educação ambiental, no seu artigo
1º, que se entendem por educação ambiental, os processos por meio dos quais o
“(...) indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências, voltadas à
conservação do meio ambiente, bem como de uso comum do
povo, essencial à sadia qualidade de vida e sustentabilidade”.
29
Educação Ambiental, no artigo 2º, é um componente essencial e
permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em
todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-
formal. No seu artigo 4º, a lei determina os princípios básicos da educação
ambiental dos quais podemos citar o enfoque humanista, holístico, democrático e
participativo. O artigo coloca os objetivos fundamentais da educação
ambiental, o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente
em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos,
psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos
(BRASIL,1997).
1.3.1. Os Parâmetros Curriculares Nacionais e as Questões Ambientais
O lançamento dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), apesar de
não tratar exclusivamente a educação ambiental, pois em seu conteúdo estão
inseridos os chamados “temas transversais” - ética, saúde, orientação sexual,
pluralidade sexual, meio ambiente, trabalho e consumo, eles levaram a uma
proposta inovadora para um número recorde de pessoas; sendo que, somente no
ensino fundamental, o censo escolar de 1994, marcou um Brasil com 31,2 milhões
de alunos (as), estudando em 194.487 escolas, com 1,3 milhões de docentes
(BRASIL, 1998, p.32).
Os Parâmetros Curriculares Nacionais reproduzem a visão de que cada
sociedade está vendo a questão ambiental com maior atenção, pois o futuro da
humanidade depende da relação entre natureza e a utilização racional dos recursos
naturais disponíveis. Daí, a importância de se introduzir o tema Meio Ambiente
nos currículos escolares, envolvendo toda a prática educacional de modo a
contribuir com o desenvolvimento integral das potencialidades dos sujeitos.
Assim, a criança pode aprender as qualidades da natureza em ciências, mas
também ser sensibilizada, pintando e escrevendo o que vê, usando sucata para
fabricar brinquedos e experimentos científicos, entre outras atividades que
formem conhecimentos, valores e atitudes de cidadania (BRASIL, op. cit.).
30
Dentro dos Parâmetros Curriculares, um tema transversal possui
qualidades como: trata-se de um tema emergente e urgente, do qual a abordagem
ultrapassa a mera transmissão de conhecimentos, inspirando os alunos a se
mobilizarem a saber como fazer; é adequado ao trabalho com a faixa etária da
criança e também pode ser considerado como linha orientadora que cada
escola/professor pode adaptar à realidade local (por exemplo, a zona rural ou
urbana) (BRASIL, op. cit.).
A educação é um elemento indispensável para a transformação da
consciência ambiental, e por isto, deve-se investir na mudança da mentalidade do
indivíduo, conscientizando-o para a necessidade de adotar novos hábitos em
relação ao meio, onde segundo expressão dos PCNs :
“(...) a questão ambiental isto é, o conjunto de temáticas
relativas não à proteção da vida no planeta mas também à
melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida das
comunidades compõe a lista dos temas de relevância
internacional.” (BRASIL, 1997, p. 23)
“(...) a Educação Ambiental como meio indispensável para se
conseguir criar e aplicar formas cada vez mais sustentáveis de
interação sociedade-natureza e soluções para os problemas
ambientais. Evidentemente a educação sozinha não é suficiente
para mudar os rumos do planeta, mas certamente é condição
necessária para tanto.” (BRASIL, op. cit., p. 24)
Os PCNs (BRASIL,
op. cit.
, p.27) firmam que a Educação Ambiental
possui fortes conseqüências sociais.
“(...) a Educação Ambiental está longe de ser uma atividade
tranqüilamente aceita e desenvolvida, porque ela implica
mudanças profundas e nada inócuas. Ao contrário quando bem
realizada, a Educação Ambiental leva a mudanças de
comportamento pessoal e a atitudes e valores de cidadania que
podem ter fortes conseqüências sociais.” (BRASIL, op. cit., p.
26)
Segundo Carvalho (2001), de acordo com os Parâmetros Curriculares
Nacionais, a principal função do tema Meio Ambiente, é contribuir para a
formação de cidadãos conscientes através de informações e conceitos. Com ele,
deve-se trabalhar com atitudes e formação de valores, ensinando a aprendizagem
31
de habilidades e procedimentos com gestos simples de solidariedade, jogar lixo
nos cestos, cuidar das plantas da escola, gestos estes que conflitam com os
estímulos propostos pela mídia que mostra valores insustentáveis de consumismo,
desperdício e irresponsabilidade.
Para que este tema seja trabalhado de forma adequada junto aos alunos, é
necessária a aquisição de muito conhecimento e informação por parte da escola.
Ela deve oferecer meios efetivos para que os alunos compreendam o que é
causado ou influenciado pelo ser humano no meio ambiente, para que possam
desenvolver suas potencialidades, promovendo assim uma sociedade ambiental
sustentável e justa, integrando-se a realidade, mudando seus hábitos já no estágio
de desenvolvimento que se encontram e por conseqüência, possibilitando o
exercício pleno de cidadania (CARVALHO,
op. cit.
, p.36).
Para que haja um comprometimento dos profissionais com os Novos
PCNs, será necessário que os educadores
tenham algum tipo de incentivo e
valorização. É importante lembrar que um dos problemas é de recursos e de
remuneração e que esta nova qualidade da educação, vai exigir um professor
atuante, muito bem informado,
sintonizado com a contemporaneidade e
preocupado com o trabalho
interdisciplinar, mas o salário do professor tem que
melhorar.
De acordo com Zucchi (2002) o simples envio dos
PCNs para as escolas,
ou mesmo diretamente para cada educador localizado nos
diversos municípios
brasileiros, não vai garantir que as metas propostas serão
consideradas e, muito
menos, que a qualidade da educação vai melhorar. Será
preciso um esforço bem
maior do MEC e das Secretarias de Educação,
promovendo
seminários, cursos de
atualização e centros de estudos remunerados, para que os
professores,
efetivamente, se interessem em conhecer o material produzido e
procurem novas
formas de capacitação.
1.4. O Professor e a Tecnologia
1.4.1. A História e o Professor
32
Segundo Ripper (1996, p. 59-60), o primeiro método de ensino-
aprendizagem e o primeiro modelo de professor vem da escola Socrática;
inovador para a sua época, por volta do ano 400 a.C., o professor tinha o papel de
induzir o aluno a criar suas próprias conclusões, fazendo com que nascesse do
aluno a sua própria verdade. Porém, este método não se fixou; o que se cristalizou
como modelo de escola no mundo cristão tinha uma proposta bastante diversa.
Na Idade Média, a escola estava ligada ao poder religioso e era um
privilégio de poucos. A prática pedagógica hegemônica foi o papel do professor
como transmissor do conhecimento pronto e acabado, que deveria ser assim
recebido pelos seus alunos. A forma de transmitir o conhecimento era realizada de
modo autoritário e dogmático, tal qual a sociedade em que se inseria
(ROTENBERG, 2002).
Com a chegada da Revolução Industrial no século XVIII, houve também
uma Revolução na Educação, em que “... aquela colocou a máquina no centro do
processo produtivo; esta erigiu a escola em forma principal e dominante da
educação” (SAVIANI, 1994, p. 163).
Os pensadores desse período, como Smith, percebiam a necessidade da
educação básica. Daí, a famosa frase a ele atribuída: Instrução para os
trabalhadores, porém, em doses homeopáticas(SAVIANI, op. cit., p. 160). E
Saviani (op. cit, p. 160) explica: “... é preciso um mínimo de instrução para os
trabalhadores e este mínimo é positivo para a ordem capitalista, mas,
ultrapassando esse mínimo, entra-se em contradição com essa ordem social.”
Segundo Rotenberg (2002), com o surgimento da industrialização, a
partir do século XIX, e a necessidade social de se atender à demanda de mão-de-
obra especializada, a escola se concretiza neste papel autoritário e dogmático.
Com isso, a necessidade de novos conhecimentos e mudanças. Enquanto na Idade
Média tinha-se como doutrina a religião, neste novo modelo de sociedade, a
ciência passa a ser o objeto de conhecimento. O surgimento da ciência no
processo produtivo envolve, a partir daí, a propagação da escrita e cria a
necessidade da expansão escolar, porém não pode ser entendida como total
processo de avanço. Assim como na sociedade da Idade Média, o professor
continua com o seu papel de transmitir o conhecimento como algo pronto, sem
33
permitir ao aluno criar novas curiosidades a este conhecimento que foi construído.
No início do século XX, surgem organizações de trabalho também autoritárias
apontadas pelos sistemas taylorista e fordista, os quais tinham como base de
trabalho a automação, com a implementação da construção contínua da produção,
a introdução de uma racionalização sistêmica e o fracionamento do trabalho, com
a atribuição a grupos pequenos da responsabilidade por tarefas específicas.
Segundo Machado (1994, p. 174):
“(...) a fragmentação do trabalho taylorista-fordista levou ao
máximo a parcelização e a especialização como formas de
intensificação do trabalho na produção seriada. À gerência se
reservava o monopólio do conhecimento e toda a organização
pressupunha um adestramento prático do trabalhador nas
tarefas mecânicas e padronizadas, de tal maneira que
‘habilidade’ tornou-se sinônimo de repetição rápida e com
margem mínima de erros de um pequeno número de gestos
predeterminados e fixos”.
Com a produção padronizada e para o consumo em massa, com custos
cada vez mais reduzidos, o fordismo representa a adaptação do taylorismo à linha
de montagem (MACHADO,
op. cit.
).
É na mesma linha de pensamento que a escola também foi influenciada
por estes sistemas de produção. De acordo com Toffler (apud RIPPER, 1996, p.
61): “... o produto desta escola (...) é um indivíduo capaz de seguir ordens com
atenção, não ser questionador, capaz de fazer algo sem se preocupar/interrogar por
que é feito desse modo e não de outro, sempre confiante em que alguém que
pensou por ele como fazer, e capaz de se esforçar para fazer o melhor em seu
posto na linha de montagem”.
Neste contexto, verifica-se que ao professor, comparando a escola como
uma “linha de montagem”, também não é dada a oportunidade de inventar, ousar
ou mudar (RIPPER, op. cit.); e, neste mesmo ambiente, entram os orientadores
pedagógicos, os coordenadores e outros profissionais, os quais treinam os
professores em como agir em suas práticas. O professor acaba sendo um mero
transmissor de informações, que segue um script previamente estabelecido, em
série, por outros especialistas, e ainda segundo Ripper (op. cit., p. 62), “... os
34
poucos que ousam são logo postos de lado pela cultura hegemônica que não
admite diversidade.”
nos meados do século XX, surgem sinais de mudanças, pois “... na
fábrica, os princípios do taylorismo/fordismo, o modelo da produção em massa,
começaram a dar sinais de esgotamento na década de 1950” (RIPPER, op. cit,
p. 62) Porém, não podemos deixar de mencionar que, em alguns setores da
sociedade, ele ainda está presente até os dias atuais. Agora, este novo operário tem
que saber pensar pois ele passa a assumir certas responsabilidades na fábrica,
como o controle da qualidade, sugerir mudanças para melhorar o processo de
fabricação, e a escola até então não preparava o indivíduo para tal.
Valente (1998b, p.31) sustenta esta idéia, quando diz que “... hoje, as
mudanças do sistema de produção e dos serviços, as mudanças tecnológicas e
sociais exigem um sujeito que saiba pensar, que seja crítico e que seja capaz de se
adaptar às mudanças da sociedade”. É necessário que, nestas mudanças, surjam
na sociedade visões mais críticas para enfrentar as situações-problema, com
competência para a tomada de decisões quando necessário.
1.4.2. O Professor na Atualidade
Com a necessidade de um cidadão mais crítico, percebemos que sejam
necessárias mudanças para um novo conceito pedagógico e, principalmente, um
novo professor, que não transmita informações prontas e acabadas apenas. As
nossas escolas e os nossos educadores, precisam se adaptar ao novo contexto
social exigido atualmente, mesmo porque no mundo em que vivemos, com a
velocidade e a facilidade de aquisição de informações, não existe mais lugar para
o professor que sabe transmití-las. Para os alunos, segundo Kenski (1996, p.
133),
“... o professor não é mais a única, nem a principal fonte do
saber. Eles aprendem, e aprendem sempre, em muitas e
variadas situações. chegam à escola sabendo muitas coisas,
ouvidas no rádio, vistas na televisão, em apelos de outdoors e
informes de mercados e shopping centers que visitam desde
bem pequenos. Conhecem relógios digitais, calculadoras
35
eletrônicas, videogames, discos a laser, gravadores e muitos
outros aparelhos que a tecnologia vem colocando à disposição
para serem usados na vida cotidiana”.
O professor, de acordo com Rotenberg (2002), precisa assumir o papel
como intermediador do processo de aquisição de informações e elaboração de
conhecimentos; portanto, nesta nova realidade, pensamos que o professor precisa
ensinar aos seus alunos uma nova forma de como pesquisar, como conhecer e
como selecionar as informações mais relevantes estimulando a curiosidade dele,
coordenar o trabalho com as informações coletadas, questionar esses dados e
contextualizá-los dentro da realidade dos alunos, e não mais ser o transmissor de
informação. Conforme comenta Giraffa (1993, p. 3), é importante “... ter cuidado
para o professor não fazer as coisas pelos alunos, ser o orientador e não o
realizador das tarefas, pois, procedendo assim, o aluno não vivencia a experiência
e nem aproveita de maneira devida o recurso, não constrói o conhecimento”.
Entendemos que o professor, também neste novo conceito, tenha o papel
de coletar a informação, e também precise escolhê-la e trabalhá-la, confrontando
visões, metodologias e resultados. Hoje, as novas exigências educacionais pedem
um novo professor capaz de ajustar sua didática às novas realidades da sociedade,
do conhecimento, do aluno, das novas tecnologias da comunicação e de
informação (ROTENBERG, 2002). Libâneo (1998, p. 29) comenta de maneira
adequada, o papel deste novo professor, agora como mediador do processo de
ensino aprendizagem, ou seja:
“(...) o ensino exclusivamente verbalista, a mera transmissão de
informações, a aprendizagem entendida somente como
acumulação de conhecimentos, não subsistem mais. Isso não
quer dizer abandono dos conhecimentos sistematizados da
disciplina, nem da exposição de um assunto. O que se afirma é
que o professor media a relação ativa do aluno com a matéria,
inclusive com os conteúdos próprios de sua disciplina, mas
considerando os conhecimentos, a experiência e os significados
que os alunos trazem à sala de aula, seu potencial cognitivo,
suas capacidades e interesses, seus procedimentos de pensar,
seu modo de trabalhar. Ao mesmo tempo, o professor ajuda no
questionamento dessas experiências e significados, provê
condições e meios cognitivos para sua modificação por parte
dos alunos e os orienta, intencionalmente, para objetivos
educativos. Está embutida a ajuda do professor para o
36
desenvolvimento das competências do pensar, em função do
que coloca problemas, pergunta, dialoga, ouve os alunos,
ensina-os a argumentar, abre espaço para expressarem seus
pensamentos, sentimentos, desejos, de modo que tragam para a
aula sua realidade vivida. É nisso que consiste a ajuda
pedagógica ou mediação pedagógica”.
Podemos perceber a necessidade de que os professores tenham
mudanças em suas atitudes pedagógicas para as novas tecnologias e informações,
as quais podem ser aliadas muito importantes nesta sua nova função, colocando o
aluno num papel mais ativo diante do seu processo de aprendizagem. Foi assim
com o rádio, a televisão, o vídeo cassete, a mídia impressa, etc. e, agora, com o
computador, os softwares educacionais e, mais recentemente, com a Internet, que
vem acrescentando novas dimensões ao processo educacional, as quais não
estariam normalmente presentes em uma sala de aula tradicional (ROTENBERG,
op. cit.
).
Para Valente (1998b, p. 49):
“(...) o computador deve ser utilizado como um catalisador de
uma mudança do paradigma educacional. Um novo paradigma
que promove a aprendizagem ao invés do ensino, que coloca o
controle do processo de aprendizagem nas mãos do aprendiz, e
que auxilia o professor a entender que a educação não é somente
a transferência de conhecimento, mas um processo de construção
do conhecimento pelo aluno, como produto do seu próprio
engajamento intelectual ou do aluno como um todo”.
Neste sentido, Giraffa (1993, p.5) afirma que: “a questão fundamental é
refletir e fazer um bom uso do computador dentro do processo educacional,
enriquecendo a prática do professor e a aprendizagem do aluno”. E complementa:
“(...) o problema de como o docente deve introduzir o
computador no ensino é bem complexo e deve-se ter cuidado
ao abordá-lo, pois se tratando de um recurso rico e poderoso,
cuja capacidade e qualidade de exploração a ser feita realmente
decidirão sua vida útil no contexto escolar, temos que evitar,
justamente, tratar do assunto como se fosse somente uma
tecnologia nova e torná-lo um outro mero modismo”.
(GIRAFFA, op.cit., p. 8)
37
Os recursos tecnológicos como o computador, softwares e a internet,
podem facilitar a busca de conhecimentos ao aluno e até mesmo ao professor,
mas não criar ou mudar a relação pedagógica entre eles, pois isto, entendemos que
depende do projeto de homem e sociedade que o professor e a escola possuem. Se
por um lado, uma atividade com os alunos utilizando a Internet, mediada por um
professor com visão conservadora e individualista, poderá reforçar ainda mais o
seu controle sobre os alunos, por outro lado, um professor mais comprometido
com a educação, juntamente com a instituição escolar, poderá encontrar neste
recurso um meio de ampliar a interação, a curiosidade e o desenvolvimento do
aluno.
Vale lembrar Kenski (1996, p. 131), quando coloca que:
“(...) é importante que tenhamos consciência de que o papel do
professor e da escola, nesta nova sociedade, mudou. Ainda que
a escola e, muitas vezes, o próprio professor – não tenha
percebido isto. Na sociedade tradicional a que criou o modelo
de escola que nós ainda temos a escola era o lócus
privilegiado do saber. O professor era a principal fonte de onde
emanava todo o conhecimento que as novas gerações
precisavam adquirir para viver bem socialmente. A escola era a
instituição responsável pela transmissão da memória social e
cultural. Era a ‘formadora’ dos sujeitos e precisava garantir-lhes
todos os instrumentos para a sua integração e realização
profissional no âmbito da sociedade”.
Portanto, nesta escola e nesta sociedade repletas de tecnologias de
comunicação, de informação a serviço de seus cidadãos, entendemos que o
professor deve se colocar no papel de mediador entre o aluno e a informação, de
modo a ser, realmente, um agente facilitador do processo de (re) construção do
conhecimento do aluno, transformando uma educação centrada no ensino, para
aquela centrada na aprendizagem e colocando o aluno num papel ativo neste
processo (ROTENBERG, 2002).
1.4.3. Dificuldades dos Professores com a Tecnologia
38
Muitos professores vêem hoje a tecnologia e os computadores como um
bicho de sete cabeças, acham que nunca conseguirão ‘domá-los’, demonstram
uma grande insegurança. Segundo Sandholtz et al (1997, p.78), à medida que os
professores aprendem a utilizar a tecnologia para seu benefício no gerenciamento
da sala de aula, descobrem que suas atitudes em relação aos computadores, vão
sendo modificadas conforme o contato no dia a dia com a máquina.
A grande revolução que o computador promove é permitir uma educação
massificada no sentido de que muita informação disponível e ao mesmo tempo
individualizada. "(...) Ao contrário do que ocorreu no início, quando os
professores expressavam preocupações sobre suas salas de aula
computadorizadas, eles agora se preocupavam por terem que lecionar em salas de
aula sem acesso à tecnologia" (SANDHOLTZ et al., op. cit., p.78). O que vai
acontecer é que o ensino não vai mais se limitar ao livro didático. Os livros
deverão ser melhores, adequados à informática, trazendo, até mesmo, sugestões de
sites (LOZZA, 2002).
Segundo Lozza (
op. cit.
), o papel é a forma mais fácil de acesso ao
conhecimento, as aulas expositivas, os trabalhos de laboratório, as pesquisas de
campo, as consultas à Internet são recursos complementares, que devem ser
utilizados de maneira integrada e inteligente. Exatamente o oposto do que faz a
educação convencional, que desperdiça o mais precioso de todos os recursos, o
professor, fazendo dele mero fornecedor de informações, quando deveria ser um
organizador de situações de aprendizagem.
“(...) novas habilidades precisam de reforço. Não se pode
esperar que os professores, ou os alunos, participem de novas
habilidades ou comportamentos se não receberem retorno e
apoio logo após serem apresentados à nova atividade. Nós
descobrimos que a empolgação e entusiasmo dos professores
em relação à integração da tecnologia muitas vezes se
esvaeciam se não recebiam apoio após algumas semanas.
(SANDHOLTZ et al., 1997, p.157)
O profissional em educação não deve pensar que irá perder seu emprego
por conta da informática, e sim, utilizá-la como meio para melhorar a qualidade de
ensino. O papel do profissional em educação é mostrar ao aluno para que serve o
39
conhecimento. Ele precisa enxergar-se como apenas uma parte do processo de
aprendizado (LOZZA, 2002).
"Os professores são, devido à natureza de seu trabalho, pragmáticos.
Eles têm que sobreviver a cada dia e estar prontos para o dia seguinte"
(SANDHOLTZ et al.,
1997
, p.163).
1.4.4. O Professor na Era da Informática
Assim como nos EUA e na França, no Brasil o uso do computador na
educação teve início com algumas experiências em universidades, no princípio da
década de 70 (BASTOS, 2002).
Segundo Bastos (op. cit.), o uso da informática na educação, no Brasil
se inicia com o primeiro e o segundo Seminário Nacional de Informática em
Educação, realizados respectivamente na Universidade de Brasília, em 1981 e na
Universidade Federal da Bahia, em 1982. Tais seminários firmaram um programa
de atuação que originou o EDUCOM e uma forma de trabalho diferente de
quaisquer outros programas educacionais iniciados pelo Ministério da Educação e
Cultura - MEC. No caso da Informática na Educação, as decisões e as propostas
nunca foram totalmente centralizadas no MEC; eram frutos de discussões e
propostas feitas pela comunidade de técnicos e pesquisadores da área, e a função
do MEC era a de acompanhar, viabilizar e implementar essas decisões. Portanto, a
descentralização das políticas na implantação da informática da educação no
Brasil, é a grande marca da diferença das políticas adotadas na França e nos
Estados Unidos. No Brasil, as políticas de implantação e desenvolvimento não são
produto somente de decisões governamentais, como na França, nem conseqüência
direta do mercado como nos Estados Unidos.
Segundo Almeida (1997), a informática segue duas linhas distintas:
A primeira refere-se ao ensino de informática, onde visa
preparar profissionais da área como programadores, analistas de
sistema, engenheiros de softwares, etc.
40
A segunda trata do aprendizado de conceitos de quaisquer áreas
de estudo por meio do uso de computadores, onde a informática
assume funções variadas de acordo com a abordagem e a
perspectiva educacional adotada.
Seguindo esta segunda linha de pesquisa, Valente (1993a, p. 2) aponta
que, por meio do uso de computadores, o ensino torna-se realidade, podendo se
realizar sob diferentes abordagens que se situam e "oscilam entre dois grandes
pólos", cuja direção de uso dos seus componentes (computador, programa
educacional e aluno) caracteriza a abordagem adotada.
Ainda segundo o mesmo autor, em um dos pólos, observa-se o ensino
sendo controlado pelo computador, a qual o mesmo é programado através de um
software (programa educacional) chamado “Instrução”. Tal Instrução(software)
transmite informações ao aluno ou verifica o volume de conhecimentos vistos
sobre determinado assunto. Neste processo de aprendizagem, o professor se
enquadra como um espectador do processo da exploração do software pelo aluno.
No outro pólo, o processo é controlado pelo aluno, o qual utiliza determinado
software para ensinar o computador a resolver um problema ou executar uma
seqüência de ações (programa escrito em uma linguagem computacional),
produzindo assim, resultados ou efeitos.
Nesta última abordagem, observa-se um importante papel do professor
no processo de aprendizagem do aluno, pois este constrói o conhecimento num
ambiente onde é desafiado e motivado para a exploração, para a reflexão, para a
depuração de idéias e para a descoberta de novos conceitos.
O computador como ferramenta educacional é tido como "uma das
maiores fontes de mudança do ensino e do processo de manipular informação",
enquanto que as abordagens de instrução auxiliada por computador "podem ser
caracterizadas como uma tentativa de computadorizar o ensino tradicional."
(VALENTE, 1992; 1993a, p.11)
Os sistemas aplicativos como Word, Excel, Access, Power Point, como
outros, também podem ser usados como ferramenta educacional, por meio da
exploração de processadores de textos, planilhas eletrônicas, gerenciadores de
bancos de dados, programas de editoração gráfica, etc., os quais foram
41
desenvolvidos para outros fins, não os educacionais, mas se constituem em
excelentes ferramentas quando explorados adequadamente, permitindo a
construção criativa e cooperativa.
A preparação do professor na questão da utilização dos computadores
em educação, é de fundamental importância, pois segundo Papert (1988) ele deve
atuar não apenas como repassador de conteúdos, mas sim como “facilitador de
aprendizagem do aluno”. Entretanto na preparação do professor, de se
considerar que deve haver uma integração entre informática e educação e não
apenas a soma das mesmas. E, para que ocorra esta integração, é necessário que
haja o domínio dos assuntos que estão integrados, e como parte deste processo de
preparação, deve-se prover ao profissional participante de um curso preparatório,
“(...) vivenciar situações em que a informática é usada como
recurso educacional, a fim de poder entender o que significa o
aprendizado através dela, qual o seu papel como educador
nessa situação, e que metodologia é mais adequada ao seu
estilo de trabalho” (VALENTE, 1993b, p.116).
Este processo possibilita ao educador assumir uma postura crítica frente
ao uso do computador, pois esta preparação permite a aquisição de "... uma dose
de conhecimento, não apenas da realidade educacional do seu país, da região ou
da sua área, como também do potencial dos instrumentos computacionais”
(ALMEIDA, 1987, p. 55). A reflexão sobre a realidade, na qual o educador se
insere, implica em um compromisso com as transformações que esta realidade
vem exigindo. Assim, na preparação dos professores, deve-se criar espaços para a
realização de estudos filosófico-antropológicos concomitantemente com estudos e
apropriação de recursos da ferramenta computacional, pois, como afirma Paulo
Freire, “... não é possível fazer reflexão sobre o que é a educação, sem refletir
sobre o próprio homem". E ainda,
“(...) se o meu compromisso é com o homem concreto, com a
causa de sua humanização, de sua libertação, não posso por
isso mesmo prescindir da ciência, nem da tecnologia, com as
quais me vou instrumentando para melhor lutar por esta causa”
(FREIRE, 1979, p. 22).
42
Diante de tal linha de pensamento, Barros (2002) diz que cabe ao
professor optar pelo seu papel como agente de transformação, por meio da escolha
de uma linha filosófica-educacional, e da definição de seus métodos, técnicas e
instrumentos de trabalho. Entretanto, o professor apresentando-se como uma
importante peça deste contexto e um agente de mudança social, deve dar
oportunidade aos educandos quanto ao desenvolvimento da sua autonomia como
sujeitos da sua ação e do processo educacional. Assim, compreende-se a ação
educativa como sendo uma ação interdisciplinar.
A proposta de uso dos computadores em educação dentro desta
abordagem, parte das idéias de Papert, que,
“(...) baseado na teoria de Jean Piaget sobre cognitivismo e
epistemologia genética, propõe uma transformação na
concepção do processo ensino-aprendizagem através do uso do
computador como uma ferramenta que propicia ao aluno
condições de explorar o seu potencial intelectual,
desenvolvendo idéias nas mais diferentes áreas do
conhecimento e realizando sucessivas ações, reflexões e
abstrações, criando assim seus próprios modelos intelectuais”
(ALMEIDA, 1991, p. 2).
O professor que atua segundo essa abordagem, é aquele que
“(...) intervém para promover o pensamento do sujeito e
engaja-se com ele na implementação de seus projetos,
compartilhando problemas, sem apontar soluções; respeitando
os estilos de pensamento e interesses individuais; estimulando
a formalização do processo empregado; ajudando assim o
sujeito a entender, analisar, testar e corrigir os erros. Esse
professor é um facilitador no sentido definido por Fagundes,
que lhe atribui a função de propor desafios para desequilibrar
as certezas inadequadas, indagar sobre algumas informações
pertinentes, mas quando suas sugestões não surtirem efeito, ele
deve interpretar isso como uma impossibilidade momentânea
de assimilar a informação sugerida, isto é, à impossibilidade de
atribuir à informação uma significação que a torne pertinente”
(ALMEIDA, op. cit., p. 2).
Assim, o papel ativo do aluno como construtor da sua aprendizagem,
exige do professor características indicadas por Piaget, o qual afirma que as
crianças se desenvolvem espontaneamente na medida em que interagem com um
meio físico e social, mas acentua a responsabilidade do educador em propiciar-
43
lhes um meio que propicie tal interação, e desafios suficientes para que possa
realizá-la ativamente (BARROS, 2002). Entretanto, o desenvolvimento da
inteligência é decorrente das relações que se estabelecem entre o indivíduo e o
meio, através da apropriação da herança cultural e da sua ação sobre o meio social
e não apenas de um processo individual (BARROS, op. cit.).
Os pensamentos de Vygotsky (1989), em relação ao estudo do
desenvolvimento da cognição em seu contexto histórico-social, têm forte
influência sobre a atuação do professor como autor do processo de aprendizagem
em ambientes informatizados, pois, enquanto na perspectiva piagetiana, ‘o
computador pode funcionar como uma tela projetiva do pensamento’, para
Vygotsky, essa tela passa a ser também ‘uma representação do significado do
mundo pelo aluno, um lugar onde ele poderá representar seus dados culturais’. No
entanto, o mestre que procura trabalhar dentro dos parâmetros dessa abordagem,
não interfere no processo de construção do aluno, e sim promove seu aprendizado,
respeitando-lhe seu interesse, através do conhecimento e estilo cognitivo.
Segundo Vygotsky, tal abordagem é definida como,
“(...) a distância entre o nível de desenvolvimento real que se
costuma determinar através da solução independente de
problemas e o nível de desenvolvimento potencial,
determinado através da solução de problemas sob a orientação
de um adulto ou em colaboração com companheiros mais
capazes. (...) Assim, os softwares educativos devem ser
ajustados à linguagem dos alunos, determinando a necessidade
de serem avaliados segundo padrões vistos, não somente sob o
ponto de vista do nível de cognição e do valor do feedback,
mas segundo padrões culturais dos sujeitos” (MENEZES,
1993, p. 177-178).
Para Barros (2002), professores e alunos têm papel fundamental nesta
abordagem, pois cabe ao computador como instrumento de cultura, o papel de
mediador do processo de promover o “pensar-com” e o “pensar-sobre-o-pensar”;
e ainda que no processo de aprendizagem, os cursos de formação de professores
para o uso do computador, destaquem as teorias construcionistas, não é correto
afirmar que os professores irão atuar segundo os pressupostos teóricos, pois ao
tentar mudar sua prática instrucionista, o professor pode substituí-la por uma
44
prática livre de regras e espontaneísta. E nesta repentina mudança, pode acontecer
uma situação de conflito do professor quando ele tende a assumir a postura
construtivista, mas ainda não reelaborou a sua prática, nem reconstruiu o seu
papel (BARROS, op. cit.).
Em relação a este conflito entre abordagens educacionais, Prado (1993)
admite que a teoria proposta trate de concepções divergentes daquelas vivenciadas
pelos professores, não será fácil pensar e agir em consonância com essa nova
teoria, pois é preciso compreendê-la e interpretá-la de acordo com o contexto
educacional, ou seja, "... recriá-la sem destituir o sentido real de seus princípios".
Tudo isso é desencadeado por um processo de reflexão, depuração e construção de
um novo conhecimento que implica em "mudanças de valores, concepções, idéias
e, conseqüentemente de atitudes". Segundo Piaget (apud PRADO,
op. cit.
, p. 99),
“(...) para a construção de um novo conhecimento, o sujeito
precisa vivenciar situações, nas quais possa relacionar,
comparar, diferenciar e integrar os conhecimentos. Isso implica
colocar em ão os processos funcionais de regulações,
abstrações e equilibração que desenvolvem novas estruturas
mentais de assimilação do conhecimento”.
Segundo Barros (2002), a reconstrução do papel do professor e de sua
prática pedagógica de acordo com o enfoque construcionista proposto por Papert
(1994) é um processo que integra o cognitivismo piagetiano, a sócio-afetividade e
o domínio da tecnologia computacional, favorecendo a construção de
conhecimentos segundo os interesses e estilos de representação do pensamento,
tornando alunos e professores sujeitos ativos da aprendizagem.
Se o professor aprender a “dominar” o computador, ele se sentirá capaz
de empregar os recursos computacionais na educação, o que muitas vezes não
ocorre de forma imediata, mas apenas através de um processo gradativo de
exploração do computador. Valente (1993b, p. 117) observa que,
(...)
dependendo do conhecimento desse profissional, a
capacidade de dominar o computador pode passar por um
processo de formação de conceitos que se assemelha muito à
formação do conceito de permanência de objeto que uma
criança desenvolve durante os seus primeiros anos de vida”.
45
Logo, para propiciar ao profissional um embasamento teórico-prático
que favorece a utilização do computador como ferramenta do processo ensino-
aprendizagem é necessário fornecer a ele, um ensino por meio da formação em
informática na educação, a qual enfoque todos os aspectos mencionados
anteriormente, a saber: teorias de aprendizagem e do desenvolvimento, domínio
do computador, ciência da computação, metodologia da pesquisa científica e
tecnologia educacional, bem como sua atuação em equipes interdisciplinares de
estudos e pesquisas, onde se pode contar com a maior biblioteca interativa que é a
Internet.
1.4.5. A Internet e seu crescimento como mídia
Quando se fala em modernidade e avanços tecnológicos, deve-se sempre
pensar na Internet, pois ela é uma fonte muito poderosa no avanço de todas as
tecnologias de estudos, trabalhos de desenvolvimento mundial, chegando-se ao
ponto de dizer que vive-se numa aldeia global, tendo-se contatos on-line com
qualquer parte do planeta a partir de nossas próprias casas. Em definição simples,
pode-se dizer que, a Internet é uma rede mundial de computadores, ou seja, ela é a
“mãe” de todas as redes, isto porque outras redes específicas podem estar ligadas
a ela como pequenos nós que levam e buscam informações de acordo com a
necessidade. Para melhor entendimento, citam-se as redes internas das
universidades ou das empresas governamentais e particulares, onde os
computadores estão ligados em servidores internos que, por sua vez, estão ligados
à rede mundial (SCHUELTER, 2003).
Neste meio global, todos podem estar ligados à Internet, seja por meio
de empresas e universidades, ou mesmo das próprias casas, sendo neste caso
necessário modem, rede telefônica e serviço de acesso por empresas provedoras
(empresas que funcionam como servidores e estão ligadas à rede mundial de
computadores). Assim, a Internet se torna gradativamente um meio de trocas de
informações de forma rápida, de acesso a especialistas em inúmeras áreas, de
formação de equipes para trabalhos cooperativos, independentemente de
distâncias geográficas e de acesso a várias formas de arquivos e repositório de
informações.
46
Segundo Schuelter (
op. cit.
), o surgimento da Internet deu-se na década
de 60, pelos militares do Departamento de Defesa dos Estados Unidos por
intermédio da Agência de Pesquisa Avançada – ARPA, tendo como objetivo
facilitar a comunicação entre seus cientistas, no auge da guerra fria, com medo do
perigo nuclear. Mais à frente, nas cadas de 70 e 80, ainda com o apoio do
governo, a Internet foi estendida para conectar os centros de supercomputadores
às redes nacionais de pesquisas científicas e acadêmicas. Outros centros ao redor
do mundo uniram-se também, fazendo surgir uma rede global para ciência e
pesquisa, tendo como principal tráfego, a transferência de arquivos e mensagens
de correio eletrônico (HINDLE, 1997).
O seu emprego em massa foi observado com a criação de uma
plataforma multimídia, a Word Wide Web (interface gráfica ao usuário ou
browser). “(...) A combinação de protocolos padrões, de canais de transmissão de
banda larga e da plataforma WWW, consideradas juntas, criou o meio de
comunicação mais rico e de rápido crescimento que o mundo já conheceu”
(HINDLE,
op.cit.
). A mídia mais promissora, desde a implantação da televisão, foi
a exploração da Internet, sendo seu crescimento, um indicador do impacto
causado em todo mundo. Entre 1993 e 1998, a Internet duplicou o tamanho todos
os anos (ANN & STILBORNE 2000, p.22).
“(...) a Status Can, relatou no início de 1998, que 45% dos lares
com crianças com menos de 18 anos (1,7 milhão) tinham
computadores em casa e estimou que 20% deles estão
navegando na INTERNET. Essa cifra crescerá 40% no final do
século. A INTERNET es penetrando nas casas tão
rapidamente quanto a televisão nos anos 50”
(Don Tapscott, autor
de Growing Up Digital: The Rise of Net Genaration, 1997).
A Internet no Brasil cresceu intensamente nos últimos 10 anos (tabela 1)
Tabela 1 - Série histórica de crescimento da Internet no Brasil (1997 –2007)
Data da
Pesquisa
População
total IBGE
Internautas
(milhões)
% da
População
Brasileira
Crescimento
Acumulado
(base=jul/97)
Fontes de pesquisa
Internautas
2006 /dez 188,6
30,01
16% 2.508% InternetWorldStats
2005 /jan 185,6
25,90
13,9% 2.152% InternetWorldStats
2004 /jan 178,4
20,05
11,5% 1.686% Nielsen NetRatings
47
2003 /jan 176,0
14,32
8,1% 1.143% Nielsen NetRatings
2002/ago 175,0
13,98
7.9% 1.115% Nielsen NetRatings
2001/set 172,3
12,04
7.0% 947% Nielsen NetRatings
2000/nov 169,7
9,84
5.8% 756% Nielsen NetRatings
1999/dez 166,4
6,79
7.1% 490% Computer Ind. Almanac
1998/dez 163,2
2,35
1.4% 104% IDC
1997/dez 160,1
1,30
0.8% 13% Brazilian ISC
1997/jul 160,1
1,15
0.7% - Brazilian ISC
FONTE: pesquisas diversas / população: variações anuais estimadas. / Internautas refere-se a quantidade
de pessoas que tem acesso à Internet nas residências, no trabalho ou locais públicos. Compilado por
www.e-commerce.org.br
A Internet também está crescendo na educação e, universidades e
escolas, para não ficarem para trás, precisam estar presentes e atuais com a
tecnologia. Uns colocam ginas personalizadas, previsíveis, em que mostram a
sua filosofia, as atividades administrativas e pedagógicas. Outros criam páginas
atraentes, com projetos inovadores e múltiplas conexões. Além disso, a educação
continuada também participa deste crescimento favorável, utilizando as várias
mídias, acessando as informações em tempo real ou de forma assíncrona.
1.4.6. A Internet como ferramenta na Educação
De acordo com Merchán, Marcos e Perales (1998, p.191-192), as
possibilidades de uso da Internet como ferramenta educacional está crescendo e os
limites dessa expansão são desconhecidos. A cada dia, surgem novas maneiras de
se usar a Internet como recurso para enriquecer e favorecer o processo de
aprendizagem.
Segundo Rotenberg (2002), com a explosão da internet no Brasil,
ocorrida em 1996, às escolas, percebendo a necessidade desta importante
ferramenta, começaram a providenciar suas conexões, a fim de atingir uma
realidade que vinha se manifestando na vida cotidiana de seus alunos. Muitos
colégios deduzindo que esta ferramenta seria um aliado muito importante para a
educação, passaram a atrair alunos usando o argumento do uso do computador e a
conexão com a Internet, até com Portais Educacionais, os quais são portais de
48
entrada para a Internet, pois se tratam de sites que oferecem as mais diversas
ferramentas de comunicação e informação, todas ligadas à educação, incluindo
ferramentas de busca que selecionam previamente a informação nas pesquisas,
evitando que o usuário acesse sites não confiáveis.
A tecnologia na escola somente funciona, se houver a criação de uma
nova forma de relacionamento do aluno com o estudo. O que não acontece com
tais colégios que desconhecem pedagogicamente estas chaves educacionais. De
nada adianta oferecer ao aluno o computador mais potente e moderno, com os
links mais velozes e seguros, se o método de ensino continuar o mesmo, com os
estudantes repetindo velhas fórmulas. Segundo o que Litwin (1997a, p. 128)
expõe,
“(...) as múltiplas representações que possibilitam as novas
tecnologias da informação permitem aos estudantes terem
contato com exemplos, analogias, demonstrações, simulações,
narrativas, debates, etc., que operam a favor da compreensão
genuína. Não se trata apenas de equipar as escolas com
hardware e alfabetizar o docente em informática, nem de
conectar as escolas a redes de informática, mas de construir
projetos pertinentes, que atendam a peculiaridades de cada
cultura, aos estilos de ensino dos docentes reais e não dos
ideais, à especialidade de cada domínio ou área do
conhecimento”.
Em face disto, não se deve esquecer que a Internet não deve substituir as
atividades e os recursos educacionais já existentes, Da mesma forma, ela não deve
ser simplesmente uma versão ampliada dos atuais métodos de pesquisa e busca de
informação, mas sim uma ferramenta de complementação que possa enriquecer e
contribuir para uma melhora na sua qualidade, valorizando o papel do professor
como mediador e orientador do processo de busca, seleção e utilização da
informação relevante, bem como no processo de comunicação das comunidades
escolares entre si, cujas pontes começamos a visualizar, especialmente através
Internet, não como único caminho, mas um dos possíveis (ROTENBERG, 2002).
Recursos computacionais não garantem ‘por si só’, que os alunos
desenvolvam estratégias para aprender a aprender, nem incentivam o
desenvolvimento das habilidades cognitivas do aluno, assim como podem levá-lo
a caminhos ainda desconhecidos e indesejáveis. O uso da Internet ou de qualquer
outro recurso computacional não atingirá seu verdadeiro objetivo se a escola não
49
tiver clareza em uma proposta pedagógica, e também se o professor não tiver
competência necessária para ensinar ou mesmo, se os estudantes não quiserem
aprender. A informática como recurso educativo, deve caminhar na direção de
uma informática cada vez mais reconstrutiva, que supere a simples transmissão de
conhecimento Litwin (1997b, p. 112).
Portanto, as mudanças das concepções pedagógicas da escola e dos
métodos de ensino do professor, nos parecem fundamentais para que o processo
de informatização do ensino se desencadeie e surta os efeitos desejados sobre a
aprendizagem do aluno.
1.4.7. A internet como ferramenta de apoio ao professor
Com o aparecimento de novas tecnologias, as escolas vem sofrendo
bastantes mudanças, tanto de comunicação como também de informação, mas
principalmente, no que diz respeito ao uso do computador na educação escolar.
Estas mudanças têm provocado um questionamento dos métodos e da prática
educacional, uma vez que a simples inserção da tecnologia não garante a melhoria
do processo educacional. Neste caso, como salienta Giraffa (1993, p. 3),
“(...) a utilização do computador fica especialmente justificada
se pensado como elemento integrante da comunidade escolar,
pela ação pedagógica que ele viabiliza. A simples modernização
de técnicas não garante melhorias significativas no processo
educativo. O substantivo é a Educação e o modo de viabilizá-la
deve estar embasado em fundamentos psico-pedagógicos que
explicitem certa concepção de ensino e aprendizagem."
Com estas modificações o professor também sofre com o seu papel de
educador, pois o computador não tem a capacidade de alterar ninguém e nenhum
contexto, porém quem o pode fazer são os professores e os alunos, como ressalta
Valente (1998a, p. 7) a este respeito:
“(...) o professor deve deixar de ser o repassador do
conhecimento o computador pode fazer isto e o faz muito
mais eficientemente do que o professor – e passar a ser o
criador de ambientes de aprendizagem e o facilitador do
processo de desenvolvimento intelectual do aluno. As novas
tendências de uso do computador na educação mostram que ele
50
pode ser um importante aliado neste processo que estamos
começando a entender".
Giraffa (1993, p. 3) expõe, de modo geral, a respeito do uso da
informática na educação que: “... o professor tem de ser sensibilizado para o uso
crítico da informática, tendo em vista a Educação como um todo (...), bem como
mudanças qualitativamente desejáveis no processo de ensino-aprendizagem.”
Sob esta reflexão, da inserção da Internet no processo educacional,
pensamos que o professor precisa analisar criticamente a questão a fim de
modificar tal processo, assim, a partir destas colocações, e justamente por ser
nosso objeto de estudo as relações pedagógicas dos professores com a Internet,
consideram importante uma breve explanação sobre o papel do educador em
diferentes fases da história.
1.4.8. As Facilidades da Internet
São inúmeras as facilidades de utilização da Internet na educação à
distância e educação continuada pois oferece uma forma de estudo livre e
independente de horário e distância. A seguir, a Internet é apresentada por meio de
suas características vantajosas, notadamente importantes no desenvolvimento dos
estudos à distância, portanto, neste sentido, segundo Maia (2000), a Internet é:
Flexível desde que exista o mínimo de recursos necessários para a
conexão da Internet, o curso pode ser acessado a qualquer hora de
qualquer lugar.
Dinâmica permite uma fácil atualização de assuntos e permite
também um fácil contato entre professores, alunos e equipe técnica.
Aberta além do ambiente do curso, oferece pesquisas em diferentes
lugares (sites, links), ampliando os conceitos e informações oferecidas.
Sem fronteiras internacionais permite trabalhar com pessoas de
qualquer parte do mundo, desde que não haja obstáculos da língua.
51
Amigável requer do aluno os mínimos conhecimentos de navegação,
como a manipulação do programa visualizador da Internet (browser).
Adaptável às necessidades do aluno a educação à distância on-line
adequa-se à formação continuada de profissionais que não podem
interromper suas atividades de trabalho e também não podem se
deslocar para participar de cursos presenciais.
1.5. Educação à Distância
1.5.1. Conceito de Educação à Distância
Segundo Gomez, a grande maioria das definições encontradas para a
educação à distância’ são de caráter descritivo, com base no ensino
convencional, destacando-se para diferenciá-las através da distância (espaço) entre
o professor e o aluno e o uso das mídias.
Peters (1983) é uma exceção, pois aplica em sua definição o
paradigma econômico elaborado para descrever o processo de produção industrial
e vai além das definições meramente descritivas, buscando explicar a ‘educação à
distância’ a partir do contexto socioeconômico. Ele também diz que a ‘educação
à distância’ é uma forma industrializada de educação, determinada pelo modelo
industrial fordista. A produtividade, a divisão de trabalho e a produção em massa,
princípios do modelo fordista, bem como a própria reestruturação do ensino em
conseqüência da crescente mecanização e automação, justificam sua análise.
Nunes (1992) frisa que o conceito de educação à distância’ com base
em suas características próprias e a ela inerentes não foram tarefas fáceis.
Inicialmente, o conceito de educação à distância’ era abordado com base na sua
comparação com o paradigma presencial de educação, o que, embora não fosse de
todo incorreto, não deixa de constituir uma visão restrita, parcial do conceito.
É ainda de Nunes (op. cit.), a afirmação de que se confundem as
expressões educação à distância’ e teleducação, significando esta apenas e
52
exclusivamente educação por televisão, em razão de associar-se "tele" à
"televisão" e não "à distância", esquecendo-se que tele vem do grego que
significa ‘ao longe’ (e não tem que ver forçosamente com a imagem) que, em
português, é sinônimo de distância. Portanto, etimologicamente, são palavras
sinônimas. O termo distância" refere-se a uma relação professor/aluno que se
por intermédio de um canal de comunicação, diferentemente daquele em que a
comunicação entre ambos se processa em regime presencial, podendo, estar
contudo, ambos distantes um do outro no tempo e no espaço .
De acordo com Carmo (1995), como termo utilizado na linguagem
científica, a designação ‘educação à distância’ começa a aparecer na literatura
portuguesa na década de oitenta e engloba todo o ensino por meio da mídia
(correspondência, rádio televisão e outros).
Por fim, cabe dizer que várias denominações foram atribuídas à
‘educação à distância’ como, por exemplo: estudo aberto, estudo em casa,
educação não tradicional, estudo externo, extensão, estudo por contrato, estudo
experimental, ensino à distância, telensino, entre outras expressões.
1.5.2. Aspectos Históricos da Educação a Distância
Segundo Gomez (2000), a partir dos anos 60, pode-se observar um
período de transição do modelo econômico predominante e de concepções
educacionais gerados principalmente pela evolução tecnológica, sendo criadas
novas formas de organização de trabalho em função disto. Na educação, o modelo
fordista pareceu atender, cada vez menos, aos anseios educacionais.
Nesta fase, tem-se como modelo de produção industrial o neo-fordismo,
o qual investiu em estratégias de alta inovação dos produtos, de alta variabilidade
do processo de produção, mas conservou ainda a organização fragmentada e
controlada do trabalho, proveniente do fordismo. Essa transição, impulsionou a
‘educação à distância’ a buscar novos caminhos na tentativa de superação dos
paradigmas da sociologia industrial. Nesse sentido, a Open University-Britânica
como modelo de Universidade Aberta é considerada como um importante marco
53
neste período de transição da primeira para a segunda geração da educação à
distância’ (GOMEZ, op. cit.).
Na década de 70, observa-se a criação de diversas universidades em
vários países como a Espanha, que criou a segunda instituição de ensino superior
exclusivamente à distância, a Universidad Nacional de Educación a Distancia
(UNED), a exemplo da Open University britânica; Israel criou a Universidade
Aberta de Israel, usando modernas técnicas de comunicação; a Alemanha fundou
a Fernuniversitätt em Vestfália na Alemanha, iniciando suas atividades em 1975
com dedicação exclusiva ao nível universitário e Portugal criou o Instituto
Português de Ensino à Distância que, em 1988, deu origem à Universidade Aberta
de Portugal (ARETIO, 1994).
A partir de 90, uma terceira geração de educação à distância’ é descrita
e caracterizada pela integração de redes de conferência por computador e estações
de trabalho multimídia, com o objetivo do desenvolvimento e a divulgação das
novas tecnologias de informação que colocam desafios importantes nos modos de
ensinar e aprender. Constituem tais desafios às redes telemáticas (bancos de
dados, e-mails, listas de discussão, sites, webs, hipertexto), CD-ROM didáticos,
etc. A característica principal destas tecnologias é a sua alta interatividade
(BELLONI, 1999).
Atualmente, mais de 80 países nos cinco continentes adotam ‘educação
à distância’ em todos os níveis de ensino, em sistemas formais e não-formais
(NETO 1998). Segundo Neto (1998), as ações em ‘educação à distância’
multiplicam-se rapidamente, sendo praticamente impossível dar conta do estado
atual da mesma no contexto internacional. Em estimativa no início da década de
90, segundo Aretio (1994), talvez tenham existido mais de 20 milhões de
estudantes vinculados à ‘educação à distância’ em todo o mundo neste período,
supondo-se que mais de 10% da população adulta participava desta modalidade
educacional. O autor diz que a forma de ensinar à distância generalizou-se de tal
modo que eram raros os países que não contavam com programas desta natureza,
já naquela época.
Pode-se dizer, portanto, que atualmente são milhões de cidadãos no
mundo tendo acesso ao conhecimento por meio da ‘educação à distância’,
54
oferecida por instituições exclusivamente ‘à distância’, instituições presenciais
que possuem departamentos de Educação à Distância’ e até instituições
presenciais que não possuem nenhum departamento para este fim, mas que o
realizam em parceria com outras.
1.5.3. Aspectos Positivos e Negativos da Educação à Distância
Vista de maneira geral, a ‘educação à distância’ é indiscutivelmente
positiva no processo educativo, pois facilita imensamente a chegada do
conhecimento até mesmo aos locais mais distantes e de difícil acesso, mas como
em todos as formas de estudo, possui algumas limitações as quais precisam ser
respeitadas (SCHUELTER, 2001). Assim, neste sentido, listaremos a seguir os
pontos positivos e os pontos negativos identificados segundo Schuelter (op.
cit.):
Pontos positivos:
a) Abertura - Eliminação ou redução das barreiras de acesso aos cursos
ou nível de estudos; diversificação e ampliação da oferta de cursos;
oportunidade de formação adaptada às exigências atuais, às pessoas que
não puderem freqüentar as escolas tradicionais.
b) Flexibilidade - Ausência de rigidez quanto aos requisitos de espaço;
eficaz combinação de estudo e trabalho; permanência do aluno em seu
ambiente de trabalho; formação fora do contexto da sala de aula.
c) Eficácia - O aluno, centro do processo de aprendizagem e sujeito ativo
de sua formação, vê respeitado o seu ritmo de aprender; a formação
teórico/prática, relacionada à experiência do aluno, em contato imediato
com a atividade profissional, que se deseja melhorar; conteúdos
instrucionais elaborados por especialistas e a utilização de recursos da
55
multimídia; comunicação bidirecional freqüente, garantindo uma
aprendizagem dinâmica e inovadora.
d) Formação Permanente de Pessoal - Capacitação para o trabalho e
superação do nível cultural de cada aluno; aluno ativo: desenvolvimento
da iniciativa, de atitudes, interesses, valores e hábitos educativos;
atendimento às demandas a aspirações dos diversos grupos, por
intermédio de atividades formativas ou não.
e) Economia - Redução de custos com relação aos sistemas presenciais
de ensino, ao eliminar pequenos grupos, ao evitar gastos de locomoção
de alunos, ao evitar o abandono do local de trabalho para o tempo extra
de formação, ao permitir a economia em escala; economia em escala
supera os altos custos iniciais.
Pontos negativos (limitações):
a) Limitação em alcançar o objetivo de socialização, em alguns tipos de
cursos.
b) O perigo da homogeneidade dos materiais instrucionais.
c) Para alguns cursos, a necessidade do aluno ser um grande entendedor
de textos.
d) Ambição de pretender alcançar grandes números de alunos
provocando numerosos abandonos, deserções ou fracassos, por falta
de bom acompanhamento do processo.
e) Custos iniciais muito altos.
f) Serviços administrativos, geralmente, mais complexos que no ensino
presencial.
Nota-se a predominância de vantagens da ‘educação à distância’,
proporcionando muitas condições de estudo às pessoas com sérios problemas de
acesso e condições de realização de educação continuada, o que é o caso de
diversos professores espalhados pelo diverso e grande Brasil.
1.5.4. Situação da Educação à Distância (EAD) no Brasil
56
Baseado nos trabalhos de Alves (1998a) e Romani e Rocha (2001) será
apresentado a seguir um pouco do desenvolvimento e da história da EAD -
“Educação à Distância” no Brasil. Segundo estes trabalhos, inexistem registros
precisos da criação da EAD no Brasil.
Devido à pouca importância que se atribuía à EAD e às muitas vezes
alegadas dificuldades do correios, o ensino por correspondência recebeu pouco
incentivo por partes das autoridades educacionais e órgãos governamentais
(ALVES, 1998a).
Em 1923, com a fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, por um
grupo liderado por Henrique Monize e Roquete Pinto, iniciou se a Educação por
Rádio, transmitindo programas de literatura, radiografia e telefonia, de línguas, de
literatura infantil e outros de interesse comunitário. A emissora foi doada ao
Ministério da Educação e Saúde em 1936, e no ano seguinte foi criado o Serviço
de Radiodifusão Educativa do Ministério da Educação (GOMEZ, 2000).
Gomez (op. cit.) enfatiza que o Instituto Universal, fundado em 1941,
também é considerado como um das primeiras experiências em EAD no Brasil,
utilizando basicamente material impresso. É atualmente considerada a maior
escola de EAD no país.
Especialmente, a partir da década de 70 têm existido muitas tentativas de
organizar a EAD no Brasil (PRETI et al, 1996), mas o que se é um eterno
recomeçar. Para Nunes (1992), o que ocorre no Brasil é uma descontinuidade de
projetos, principalmente governamentais, falta de memória administrativa pública,
dificuldades de adotar um sistema de avaliação aos programas e projetos de EAD,
entre outros problemas, que acabam travando a sua disseminação.
Na década de 80 e início dos anos 90, nota-se um grande avanço da EAD
Brasileira, principalmente em decorrência dos projetos de informatização, bem
como a difusão da língua estrangeira e cursos de auto aprendizagem, utilizando
computadores, Vídeos e Fitas K-7 etc.
Com o passar do tempo, houve melhoras na tecnologia e com isso uma
‘educação à distância’ em que professores e alunos passaram a ter maior contato
e melhor qualidade nos estudos realizados, devido à comunicação ter se tornado
bidirecional; tendo-se como exemplos recentes a videoconferência, por meio dos
57
quais os professores e alunos podem se comunicar em tempo real como se
estivessem conversando face-a-face, ou ainda a Internet com sua numerosa
quantidade de programas, fornecendo também grandes fontes de comunicação
bidirecional (SCHUELTER 2001).
Schuelter (op. cit.) diz que, atualmente, a ‘educação à distância’ está
presente em várias universidades e escolas, mas não se pode afirmar que está
completamente formada e consolidada no país, que são poucos os cursos e
trabalhos desenvolvidos, quando comparados ao tamanho do Brasil e às
tecnologias existentes e subutilizadas.
Segundo Freitas (1999, p. 12),
“(...) no Brasil, as experiências em Educação à Distância ainda
são escassas e localizadas em algumas universidades ou em
escolas particulares. Espalhados pelo país encontram-se cursos
por correspondência via correio, rádio e televisão e os projetos
mais recentes utilizam-se da Internet teleconferência e
videoconferência. Nesta área, os projetos enfrentam
dificuldades, os fatores limitantes passam pela escassez ou
subutilização de tecnologia própria no campo da transmissão e
da industrialização do produto cultural. Os meios de
comunicação em massa são bem utilizados quando se tratam da
propagação dos produtos da indústria nacional e internacional”.
1.5.5. Legislação
Segundo Schuelter (2001), o apoio legal para a ‘educação à distância’
veio com a publicação do decreto 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, que
regulamenta o art. 80 da lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assinado pelo
presidente Fernando Henrique Cardoso. Por meio do art.80, tem-se que o poder
público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a
distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.
§ A Educação à Distância, organizada com abertura e regime
especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas
pela união.
§ A união regulamentará os requisitos para a realização de exames e
registro de diplomas relativos a cursos de Educação à Distância.
58
§ As normas para produção, controle e avaliação de programas de
Educação à Distância e a autorização para sua implementação, caberão
aos respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperação e
integração entre os diferentes sistemas.
§ A Educação à Distância gozará de tratamento diferenciado, que
incluirá:
I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais e radio
difusão sonora e de sons e imagens.
II concessão de canais com finalidades exclusivamente
educativas
III reserva de tempo mínimo, sem ônus para o poder Público,
pelos concessionários de canais comerciais.
Tratando dos profissionais de educação, público-alvo desta presente
pesquisa, tem-se o art.61 que salienta que a formação dos profissionais de
educação terá como fundamento a associação entre teorias e práticas, inclusive
mediante a capacitação em serviço.
O art.67 traz que os sistemas de ensino promoverão a valorização dos
profissionais de educação, assegurando-lhes:
I Aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com
licenciamento periódico remunerado para esse fim;
II Período reservado a estudos, planejamento e avaliação
incluídos na carga de trabalho.
59
2. A PESQUISA EMPÍRICA
2.1. Apresentação do site e do curso on-line
Neste capítulo, apresentaremos o site CEPAR Centro Educacional de
Percepção Ambiental Regional”, que está no endereço www.ceparnet.com.br,
criado com o objetivo de desenvolver cursos de capacitação para professores
sobre os problemas ambientais, para que possam trabalhar com seus alunos em
projetos de Educação Ambiental, relacionados à sua região. Para um maior
entendimento do curso de capacitação de professores, elaborado e utilizado nesta
pesquisa, apresentaremos todas as páginas do site, demonstrando-o passo a passo,
desde o cadastro até a finalização do curso.
O tema do curso escolhido para esta pesquisa foi sobre a Serra do
Jabuticabal, a qual se localiza em grande parte no município de Taquaritinga, tem
parte de sua extensão longitudinal passando por Monte Alto, e perfaz um total de
14 km de extensão, sendo bastante marcante sua degradação ambiental,
caracterizada 70% de área da serra que hoje se encontram desmatados.
Também serão apresentadas informações sobre o administrador do site,
de como os relatórios são gerados, de como são criadas as questões do curso e
como as avaliações são apresentadas e processadas.
2.1.1. Tela Principal
Na página principal do CEPAR, (figura 1), além de informações
importantes sobre o Meio Ambiente, o usuário poderá ler artigos, verificar as
últimas notícias, os problemas ambientais da região, assim como participar de
60
fórum de discussões. O professor pode fazer o pedido do curso criando seu
cadastro no site.
Figura 1 - Tela Principal do Site CEPAR
2.1.2. Criando seu Cadastro
Após o professor clicar no link ‘cadastrar’ uma nova página surgirá
(figura 2), campos de preenchimento para que ele possa fazer todo o seu cadastro,
alimentando assim o banco de dados com suas informações pessoais e também
criando um Login (Usuário) e senha. Somente assim o professor terá acesso aos
cursos do CEPAR.
61
Figura 2 – Tela de Cadastramento dos Professores no Site CEPAR
2.1.3. Iniciando o Curso
Depois que o professor terminou de preencher o seu cadastro, o sistema
gera uma confirmação liberando o curso. O usuário então poderá entrar no setor
de cursos on-line, digitando seu Login (Usuário) e senha.
Após isto, poderá escolher o curso que deseja fazer, neste caso em
especial, aquele sobre a Serra do Jabuticabal. O usuário também poderá trocar sua
senha se for necessário ou clicar em sair (Logout), como mostra a figura 3 a
seguir.
A partir do momento em que escolheu o curso, o professor terá que
responder uma primeira avaliação para saber qual é o seu conhecimento sobre o
referido assunto.
62
Figura 3 – Tela de Entrada no Curso do CEPAR, acesso à 1ª Avaliação
2.1.4. Respondendo à Primeira Avaliação
Nas figuras 4 e 5, poderemos verificar o formato do questionário/eixo da
avaliação, apresentando questões fechadas e abertas, sendo que muitas questões
abertas podem apresentar diversas alternativas na forma de testes (figura 5).
É importante dizer que o modelo da questão, tanto aberta ou em forma de
teste, dependerá muito do administrador, pois o sistema está preparado para as
duas formas presentes no questionário, sendo somente necessária a simples
alimentação de conteúdos, além da escolha do modelo desejado.
63
Figura 4 Questão fechada com alternativas de respostas
simples (sim/não), acompanhada de questão aberta.
Figura 5 - Questão fechada com várias alternativas de respostas,
acompanhada de questão aberta.
64
2.1.5. Gerando o Primeiro Relatório
Após o professor finalizar a 1
a
Avaliação, automaticamente o sistema
gera um relatório (figura 6), com todas as questões respondidas e justificadas,
podendo assim até ser impressa por ele.
Figura 6 Relatório com as respostas e justificativas do
professor para cada questão no Site CEPAR
2.1.6. Curso Liberado
Com o término da 1
a
Avaliação, o sistema irá liberar o curso com todas
as informações necessárias referentes a Serra do Jabuticabal. Nas páginas do
curso, o professor terá livre acesso para poder ir e voltar em todas as páginas, mas
65
somente poderá fazer o curso completo por três vezes. Somente aí, então, o
próprio sistema finalizará o curso, pedindo para que o professor faça a 2
a
Avaliação. É importante lembrar que somente no final da 2
a
Avaliação, o sistema
irá gerar uma apostila com conteúdos referentes ao curso, para que assim o
professor possa imprimí-la e a seguir estar trabalhando com os seus alunos em
projetos de Educação Ambiental relacionados à Serra do Jabuticabal. Veja o
formato do curso na figura 7.
Figura 7 Conteúdo inicial do Curso sobre a Serra do
Jabuticabal
2.1.7. Respondendo à Segunda Avaliação
A partir do momento em que o professor fizer o curso, ele estará apto a
realizar a 2
a
Avaliação. É nesta avaliação que poderemos verificar os
conhecimentos obtidos pelos professores, pois os tipos de questões são bem
parecidos com aquelas da 1
a
Avaliação. Ao finalizar a Segunda Avaliação,
aparecerá uma mensagem (figura 8), indicando a finalização da avaliação e
pedindo para clicar no botão Ok para voltar ao curso. O relatório da 2
a
Avaliação
66
é criado, como mostra a figura 9, para que o professor possa comparar e analisar
todo o seu curso.
Figura 8 – Tela de finalização da 2ª Avaliação do Site
Figura 9 – Relatório da 2ª Avaliação do Site
67
2.1.8. Administrador do site
Todo o site do CEPAR é administrado por um sistema que gerencia todas
as informações contidas no site. Somente o administrador tem acesso a este
programa, pois será ele o responsável por criar os cursos, gerenciar os usuários,
inserir textos explicativos no site e também excluir os mesmos, se for necessário.
Para ter acesso ao banco de dados, o administrador terá que entrar no
sistema inserindo seu nome e sua senha como mostra a figura 10, somente assim
terá plenos poderes para trabalhar no site.
Figura 10 Tela de acesso do administrador no sistema de
gerenciamento do Site
2.1.9. Criando o Curso
Para criar um curso, o administrador deverá clicar em Novo Registro, dar
o nome ao curso e clicar em concluir. Um novo curso será criado (figura 11). É
68
importante lembrar que somente após existir o curso, o administrador poderá
então inserir as questões e suas aulas.
Figura 11 – Tela para a criação de um novo Curso
2.1.10 Inserindo e visualizando as questões
Para criar as questões do Curso, o administrador deverá escolher entre
questão aberta ou questão fechada (figura 12). Se for questão aberta, deverá
inserir a pergunta e escolher a ferramenta tipo: Sim/Não. Agora, se for questão em
forma de teste, deverá inserir as respostas correspondentes a cada alternativa nos
campos A, B, C, D e E. Logo a seguir, terá que escolher qual das alternativas será
a resposta correta, e também o administrador poderá optar em deixar a questão
ativa ou não, escolher qual curso fará parte e se irá aparecer somente na 1
a
Avaliação, somente na 2
a
Avaliação ou em ambas. O administrador poderá
também colocar a questão na ordem numérica que desejar e também exigir ou
não que o usuário justifique sua resposta.
Para visualizar as questões, o administrador terá que clicar no link
‘Questões’ e escolher primeiro qual o curso que ele deseja visualizar. Somente
assim ele poderá alterar ou até excluir a questão do curso. (Figura 13).
69
Figura 12 – Tela de elaboração e de inserção de questões nos
cursos criados
Figura 13 Tela de visualização, alteração (ou exclusão) de
questões nos (dos) cursos
70
2.1.11 Inserindo e visualizando aulas do Curso
Para criar as aulas no banco de dados do CEPAR, o administrador deverá
clicar no link ‘aulas’ e, então, inserir o título desejado, escrever todo o texto no
campo abaixo e caso tenha uma imagem que possa fazer parte daquele assunto,
poderá inserí-la clicando em ‘procurar’ e, para finalizar, deverá escolher de qual
curso esta aula fará parte. Após todo este processo é clicar em ‘inserir aula’
(figura 14).
Figura 14 – Tela de elaboração e inserção de aula no curso
desejado
Na figura 15, poderemos verificar como as questões ficam organizadas
e, caso haja a necessidade de se alterar ou excluir as mesmas, o administrador
poderá fazer isso sem nenhuma complicação. Para sair do site, o administrador
deverá clicar em sair.
71
Figura 15 – Visualização da organização das questões no curso,
podendo-se alterar e/ou excluir
2.2. Avaliando o Curso (Serra do Jabuticabal) com professores de
Taquaritinga
Foi elaborado um curso com 25 questões relacionadas à Serra do
Jabuticabal (Anexo 1), sendo respondidas por 48 professores de 3 escolas
particulares de Taquaritinga-SP, todos eles lecionando no Ensino Fundamental I e
II .
A seguir, iremos nos referir a cada questão, com todos os resultados
quantitativos das respostas (Anexo 2) sendo demonstrados em gráficos, avaliando-
se também os desempenhos dos professores em relação à 1
a
Avaliação e à 2
a
Avaliação.
72
2.2.1. Você sabe o que é Meio Ambiente e Educação Ambiental (Q1)?
48
0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Sim Não
1 Avaliação
48 professores
Gráfico Q1 Quantidade de professores avaliados que
dizem saber o que é Meio Ambiente e Educação Ambiental
Nesta questão, obteve-se como resposta que, independentemente de suas
formações acadêmicas, todos os 48 professores sabiam o que era Meio Ambiente
e Educação Ambiental (Gráfico Q1). É importante dizer que esta pergunta
somente apareceu no curso da Serra do Jabuticabal na 1
a
Avaliação.
2.2.2. Você desenvolve algum trabalho de Educação Ambiental (Q2)?
14
34
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Sim Não
1 Avaliação
48 professores
Gráfico Q2 - Quantidade de professores avaliados que dizem
desenvolver algum trabalho de Educação Ambiental
73
Nesta questão, o objetivo principal foi verificar se os professores em sala
de aula praticaram algum trabalho de Educação Ambiental. Como mostra o
Gráfico Q2, dos 48 professores, somente 14 desenvolveram trabalhos como
projetos de reciclagem, plantio de árvores e recolhimento de pilhas e baterias e 34
disseram que nunca desenvolveram qualquer trabalho referente ao Meio
Ambiente.
2.2.3. Você sabe qual o nome da serra que está localizada, em sua maior
parte, em Taquaritinga (Q3)?
44
4
48
0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Sim Não Sim Não
1 Avaliação 2 Avaliação
48 professores
Gráfico Q3 - Quantidade de professores avaliados que dizem saber o
nome da Serra do Jabuticabal, na 1ª e na 2ª avaliação
Quando perguntamos aos professores na 1
a
Avaliação, se eles conheciam
alguma serra que se localizava em grande parte no município de Taquaritinga,
pudemos constatar que 44 professores responderam positivamente (Gráfico Q3). É
importante salientar que a Serra se localiza bem próximo a Taquaritinga. Já na 2
a
Avaliação, após a realização do curso sobre a Serra, pôde-se verificar que os 48
professores, familiarizados com as informações e fotografias contidas no curso,
demonstraram um melhor conhecimento sobre a Serra que se estende por
Taquaritinga e Monte Alto.
74
2.2.4. Você já esteve na Serra do Jabuticabal (Q4)?
12
36
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Sim Não
1 Avaliação
48 professores
Gráfico Q4 - Quantidade de professores avaliados que
estiveram na Serra do Jabuticabal
Esta questão verificou se os professores já estiveram de alguma forma na
Serra do Jabuticabal, o que foi confirmado por apenas 12 deles (Gráfico Q4).
Ainda chamou a atenção o fato de que suas visitas à Serra nunca foram para
conhecer suas características naturais e seus problemas ambientais, mas
principalmente para fazerem caminhadas rotineiras, pois a Serra se localiza bem
próximo à cidade de Taquaritinga.
2.2.5. Você sabe em quantos, e quais, municípios se localiza a Serra do
Jabuticabal (Q5)?
2
46 48
0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Sim Não Sim Não
1 Avaliação 2 Avaliação
48 professores
Gráfico Q5 - Quantidade de professores avaliados que dizem saber em
quantos, e quais, municípios a Serra do Jabuticabal se localiza, na e
na 2ª avaliação
A Serra do Jabuticabal está localizada em quatro municípios,
Taquaritinga, Monte Alto, Piranji e Taiúva. Nesta questão, podemos verificar que
75
o conhecimento dos professores em relação à localização da Serra na 1
a
Avaliação
é bem pequena, apenas 2 professores responderam corretamente. na 2
a
Avaliação, percebemos que todos os 48 professores responderam corretamente
como mostra ainda o Gráfico Q5. O que se pôde perceber na 2
a
Avaliação, nas
respostas escritas no espaço destinado a isto, foi a admiração dos professores em
relação à extensão da Serra e às cidades que ela é circunvizinha.
2.2.6. Você sabe qual é o tamanho da Serra do Jabuticabal em área (km
2
) e
em perímetro (km) (Q6)?
0
48
46
2
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Sim o Sim Não
1 Avaliação 2 Avaliação
48 professores
Gráfico Q6 - Quantidade de professores avaliados que dizem saber sobre o
tamanho (área) e o perímetro da Serra do Jabuticabal, na e na
avaliação
Totalizando as áreas parciais nos 4 municípios, a Serra do Jabuticabal tem
uma área de 459,79km² e um perímetro de 118,9km. Nesta questão, os professores
demonstraram na 1
a
Avaliação não ter conhecimento algum sobre a extensão da
Serra, talvez por se tratar de uma pergunta técnica. Já na 2
a
Avaliação, depois de
realizado o curso, 46 professores responderam corretamente como mostra o
Gráfico Q6.
76
2.2.7. Você sabe qual a extensão (km) e a altitude (cota) máxima (m) da Serra
do Jabuticabal entre os municípios de Taquaritinga e Monte Alto (Q7)?
0
48
42
6
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Sim Não Sim o
1 Avaliação 2 Avaliação
48 professores
Gráfico Q7 - Quantidade de professores avaliados que dizem saber sobre a
extensão e a altitude máxima da Serra do Jabuticabal entre os municípios
de Taquaritinga e Monte Alto, na 1ª e na 2ª avaliação
A Serra origina-se a leste no município de Santa Ernestina e atravessa
Taquaritinga em direção ao norte até o município de Monte Alto, num total de
14km de extensão e altitude máxima de 718m. Os professores, também nesta
questão, não demonstraram conhecimento algum na 1
a
Avaliação, mas na 2
a
demonstraram um ótimo aproveitamento do curso on-line, respondendo
corretamente 42 desse professores (Gráfico Q7).
2.2.8. Você abordou sobre a importância ambiental da Serra do
Jabuticabal com seus alunos em sala de aula (Q8)?
14
12
16
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Queso Q2 Questão Q4 Queso Q8
48 professores
Gráfico Q8 - Quantidade de professores avaliados que dizem ter
abordado sobre importância ambiental da Serra do Jabuticabal com
seus alunos
77
Quando perguntamos se os professores trabalharam com seus alunos
sobre a importância ambiental da Serra, 16 disseram que sim, quantidade muito
pequena quando diz respeito à importância da Serra para a Cidade de
Taquaritinga, mas se fizermos uma comparação com outras 2 questões anteriores
mostradas no Gráfico Q6, a questão Q2 que pergunta se o professor trabalhou a
Educação Ambiental, e a questão Q4 perguntando se o professor esteve na
Serra do Jabuticabal, poderemos verificar que nessas 3 questões, os que
responderam positivamente são numericamente muito próximos. A questão Q2
nos mostra 14 professores, a questão Q4, nos mostra 12 professores. E, partindo-
se desta comparação, podemos perceber que quando os professores têm
conhecimentos sobre o assunto, poderão trabalhar e também poderão, com
freqüência, relatar aos seus alunos os problemas ambientais da região em que
vivem, assim podendo desenvolver projetos de Educação Ambiental mais
apropriados.
2.2.9. Você sabe como a Serra do Jabuticabal é formada e que tipos de
vegetação encontram nela (Q9)?
4
44
44
4
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Sim o Sim o
1 Avaliação 2 Avaliação
48 professores
Gráfico Q9 - Quantidade de professores avaliados que dizem
saber como a Serra do Jabuticabal é formada e que tipo de
vegetação é nela encontrada
Podemos dizer que a Serra é recoberta em sua maior parte, por vegetação
nativa original da região (matas de encosta e vários tipos de cerrado), e quanto à
vida animal, a área é habitada por inúmeras espécies de aves, muitas delas
incluídas na lista das espécies em extinção, publicada pelo IBAMA - Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Também são
78
encontradas na Serra, várias espécies de répteis e mamíferos, entre os quais
grandes primatas como bugios, que têm neste local um importante refúgio de vida
selvagem na região.
Por meio desta questão, podemos verificar que na 1
a
Avaliação, os
professores não tinham conhecimentos sobre o assunto, somente 4 conseguiram
responder que vegetação é encontrada na Serra. Já na 2
a
Avaliação, dos 48
professores que responderam o questionário, 44 conseguiram responder com
clareza sobre o assunto. Veja o Gráfico Q9.
2.2.10. Você sabe o que é bacia hidrográfica (Q10)?
34
14
48
0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Sim Não Sim Não
1 Avaliação 2 Avaliação
48 professores
Gráfico Q10 - Quantidade de professores avaliados que dizem
saber o que é bacia hidrográfica
Para um entendimento bem simples, bacia hidrográfica é o conjunto de
meios hídricos (aquáticos), cujos cursos (ou leitos) se interligam, sendo ainda um
conjunto de terras banhadas por um rio principal e seus tributários (afluentes,
subafluentes etc.). O que é interessante notar é que de 48 professores na 1
a
Avaliação, somente 34 sabiam o que era Bacia Hidrográfica e os 14 professores
restantes, mesmo achando que saberiam responder conceitos básicos sobre Bacia,
acharam melhor não responder, para não haver respostas equivocadas
relacionadas ao seu curso. Já na 2
a
Avaliação, todos responderam corretamente,
principalmente aqueles professores que não sabiam o siginificado de Bacia e que
na 2
a
Avaliação demosntrarm total confiança em suas respostas. Veja o Gráfico
Q10.
79
2.2.11. Você sabe em quais bacias hidrográficas a Serra do Jabuticabal está
localizada (Q11)?
0
48
46
2
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Sim o Sim o
1 Avaliação 2 Avaliação
48 professores
Gráfico Q11 - Quantidade de professores avaliados que dizem saber
em quais bacias a Serra do Jabuticabal localizada.
A Serra do Jabuticabal é formada por encostas e escarpas, coberta por
vegetação nativa e abriga várias espécies da fauna e flora regional. Localiza-se em
áreas de três grandes bacias hidrográficas do Estado de São Paulo
(Turvo/Grande, Tietê/Batalha e Mogi-Guaçu), é uma área muito importante
para preservação de mananciais, contando com grande número de nascentes.
Nesta questão, todos os professores mostraram-se surpresos em saber
que a Serra teria sua área compondo várias bacias hidrográficas. Como pode-se
ver no Gráfico Q11, na 1
a
Avaliação nenhum professor respondeu de forma
correta sobre os nomes das 3 bacias. na 2
a
Avaliação, a maioria respondeu de
forma correta.
2.2.12. Você sabe qual é a bacia hidrográfica em que está localizada a região
de Taquaritinga (Q12) ?
2
46
48
0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Sim o Sim o
1 Avaliação 2 Avaliação
48 professores
Gráfico Q12 - Quantidade de professores avaliados que dizem saber
em qual bacia hidrográfica se localiza a região de Taquaritinga
80
O município de Taquaritinga está inserido na Unidade de Gerenciamento
de Recursos Hídricos – UGRHI – 16 e a bacia hidrográfica correspondente é a do
Tietê/Batalha, localizada na região centro oeste do Estado de São Paulo e com
uma área de drenagem igual a 13.394 km². O principal corpo hídrico dessa bacia
hidrográfica é o Rio Tietê, no trecho represado de 140 km existente entre as
barragens das usinas hidroelétricas (UHE) de Ibitinga e de Promissão,
denominando-se de reservatório de Promissão.
Nesta questão, somente 2 professores conseguiram responder na 1
a
Avaliação, já na 2
a
Avaliação todos responderam de forma correta (Gráfico Q12).
2.2.13. Você sabe quais os rios, riachos ou córregos de Taquaritinga que têm
nascentes na Serra de Jabuticabal (Q13) ?
24
24
48
0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Sim Não Sim Não
1 Avaliação 2 Avaliação
48 professores
Gráfico Q13 - Quantidade de professores avaliados que dizem saber sobre
quais cursos d’água têm nascentes na Serra do Jabuticabal
As fontes e nascentes que ajudam na formação dos cursos d’água que
percorrem o Município de Taquaritinga e contribuem para o abastecimento
público, são o córrego denominado Ribeirãozinho que atravessa a área urbana, e
o Ribeirão dos Porcos que é responsável por abrigar 48 nascentes que perenizam
06 cursos d’água:
81
Curso d’água Nº de nascentes
Córrego do Barro Preto..........................................................................................06
Ribeirão da Jurema................................................................................................07
Córrego das Contendas..........................................................................................07
Ribeirãozinho.........................................................................................................07
Córrego da Fazenda Santa Maria...........................................................................17
Córrego das Posses................................................................................................06
No Gráfico Q13, podemos perceber que na 1
a
Avaliação, 24 professores
responderam de forma correta, souberam explicar sobre o Ribeirãozinho e o
Ribeirão dos Porcos. na 2
a
Avaliação, todos responderam de forma correta e
alguns se mostraram surpresos em saber que o Ribeirão dos Porcos também nascia
a partir da Serra do Jabuticabal.
2.2.14. Você sabe qual o curso d’água (córrego, riacho ou rio) que atravessa
praticamente toda a área urbana da cidade de Taquaritinga e qual é
o seu estado de conservação (Q14) ?
24
24
48
0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Sim Não Sim Não
1 Avaliação 2 Avaliação
48 professores
Gráfico Q14 - Quantidade de professores avaliados que dizem saber sobre
qual curso d’água atravessa praticamente toda área urbana da cidade de
Taquaritinga e sobre seu estado de conservação
O córrego que atravessa praticamente toda a área urbana de Taquaritinga
no sentido Norte/Sul é o córrego Ribeirãozinho; ele se constitui no principal
elemento de definição do sistema de esgotamento e drenagem da cidade que
engloba integralmente a área e recebe “in natura” toda a carga difusa de poluentes
gerada na sede do Município.
Justamente por receber “in natura” todo o esgoto doméstico, seu estado
de conservação é muito precário, o mau cheiro prevalece e as enchentes são
inevitáveis em alguns locais, necessitando-se de projetos urgentes. Por mais que o
82
córrego Ribeirãozinho passe no meio da cidade, podemos verificar no Gráfico
Q14, que na 1
a
Avaliação somente 24 professores souberam responder sobre o
nome do córrego e qual a situação do mesmo. Depois de realizado o curso, os
professores responderam à 2
a
Avaliação de modo correto.
2.2.15. Você sabe o que é Área de Preservação Permanente (APP) (Q15) ?
16
22
48
0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Sim o Sim o
1 Avaliação 2 Avaliação
48 professores
Gráfico Q15 - Quantidade de professores avaliados que dizem saber o
que é Área de Preservação Permanente (APP)
A Área de Preservação Permanente (APP) é, de modo geral, a área que
deve ser mantida intacta, ou recuperada com a vegetação nativa, em torno dos
lagos, rios e nascentes, conhecida como mata ciliar, e também os topos de morros
e encostas, sendo suas características determinadas pelo Código Florestal Federal
(Lei 4.771/65).
Como vimos no Gráfico Q15, na 1
a
Avaliação, muitos professores não
sabiam o que era uma Área de Preservação Permanente, cerca de 16 professores
entre 48 responderam não. Isto demonstra que alguns conhecimentos básicos
sobre o Meio Ambiente e Legislação Ambiental, por mais simples que sejam,
também não fazem parte dos conhecimentos dos professores. Já na 2
a
Avaliação,
todos os professores responderam corretamente, sendo que alguns justificaram sua
satisfação pelo curso e sua total melhora em suas respostas.
83
2.2.16. Você sabe o que é mata ciliar (Q16)?
34
14
48
0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Sim o Sim o
1 Avaliação 2 Avaliação
48 professores
Gráfico Q16 - Quantidade de professores avaliados que dizem saber o que
é mata ciliar
Mata ciliar é a formação vegetal que ocorre nas margens dos rios,
córregos, lagos, lagoas, olhos d’água, represas e nascentes. É considerada pelo
Código Florestal Federal (Lei 4.771/65) como área de preservação permanente
(APP). Também é conhecida por mata de galeria, mata de várzea, vegetação ou
floresta ripária.
A mata ciliar funciona como filtro ambiental, retendo poluentes e
sedimentos que chegariam aos cursos d’água, sendo fundamental para o equilíbrio
dos ecossistemas aquáticos, também os protege contra a erosão das ribanceiras e o
conseqüente assoreamento dos recursos hídricos, conservando a qualidade e o
volume das águas.
Embora protegidas por lei, as matas ciliares não foram poupadas da
degradação ao longo dos anos e a sua importância na conservação da
biodiversidade pede ações que busquem reverter a atual situação.
Podemos verificar no Gráfico Q16, na 1
a
Avaliação, que entre os 48
professores, 34 responderam que sabiam o que era Mata Ciliar, demonstrando
bom conhecimento sobre o assunto. Já na 2
a
Avaliação, todas as dúvidas dos
professores que responderam que não sabiam o que era Mata Ciliar foram
resolvidas, chegando-se ao total de professores respondendo corretamente.
84
2.2.17. Você sabe qual é a declividade mínima que o Código Florestal
Brasileiro estabelece para que uma área seja de Preservação
Permanente (Q17)?
2
46
48
0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Sim o Sim o
1 Avaliação 2 Avaliação
48 professores
Gráfico Q17 - Quantidade de professores avaliados que diz saber
qual é declividade mínima estabelecida pelo Código Florestal para
que uma área seja de preservação Permanente
A declividade mínima que o Código Florestal Brasileiro estabelece para
uma APP (Área de Preservação Permanente) é de 45º. Nesta questão, podemos
perceber que na 1
a
Avaliação somente 2 professores tinham conhecimentos sobre
declividade em APP, sendo importante observar que estes docentes dão aula de
Geografia. Na 2
a
Avaliação, todos responderam corretamente à questão.
2.2.18. Você sabe quais são as declividades mínima e máxima da Serra do
Jabuticabal (Q18)?
0
48
48
0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Sim o Sim o
1 Avaliação 2 Avaliação
48 professores
Gráfico Q18 - Quantidade de professores avaliados que dizem saber
sobre as declividades mínima e máxima da Serra do Jabuticabal
85
São encontrados na Serra do Jabuticabal, lugares cujas inclinações
iniciam-se com, no mínimo 45
o
. Em certos pontos chegam a 70º e em outros até
90
o
. Talvez, devido a estes dados serem bastante técnicos, e também pela grande
extensão da Serra, na 1
a
Avaliação nenhum professor soube responder a esta
questão, mas mostraram nas suas respostas um interesse muito grande em saber
destes valores. Após os professores realizarem o curso e responderem à 2
a
Avaliação, todos responderam corretamente e se mostraram surpresos com as
informações obtidas no curso. Veja o Gráfico Q18.
2.2.19. Você sabe quantos metros a partir da ruptura do relevo, tanto na
parte inferior como superior da Serra, são necessários para que ela
seja Área de Preservação Permanente (Q19)?
0
48
48
0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Sim Não Sim o
1 Avaliação 2 Avaliação
48 professores
Gráfico Q19 - Quantidade de professores avaliados que dizem saber
sobre quantos metros a partir da ruptura do relevo da Serra do
Jabuticabal são necessários para que ela seja Área de Preservação
Permanente
No caso da Serra do Jabuticabal, por ter uma inclinação superior a 45º a
partir de sua ruptura, tanto na parte superior como na inferior, são necessários e
obrigatórios 100 metros de área de preservação permanente. O que verificamos é
que em quase toda a serra isso não ocorre, existindo logo em suas rupturas,
plantações de cana de açúcar, de laranja e de cebola. Veja nas imagens a seguir,
fotografias da Serra do Jabuticabal, obtidas do site Google Earth, as quais
mostram desmatamentos indiscriminados em Áreas de Preservação Permanente
(Figura 16).
86
Sobre esta questão, pode-se verificar no Gráfico Q19, que na 1
a
Avaliação, nenhum dos professores soube responder, porém mostraram em suas
respostas, grande interesse em conhecer as imagens e obter informações sobre o
assunto, tanto que na 2
a
Avaliação, todos responderam corretamente.
Figura 16 Desmatamento em Área de Preservação
Permanente (APP) na Serra do Jabuticabal. Fonte: Google
Earth : Acesso em: 03 fev. 2007
87
2.2.20. Você sabe qual a importância da preservação e conservação da Serra
do Jabuticabal tanto para as propriedades agrícolas limítrofes, quanto
para a população da cidade de Taquaritinga (Q20)?
16
32
48
0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Sim Não Sim o
1 Avaliação 2 Avaliação
48 professores
Gráfico Q20 - Quantidade de professores avaliados que dizem saber
sobre a importância da preservação e conservação da Serra do
Jabuticabal para as propriedades agrícolas limítrofes e para a
população da cidade de Taquaritinga
A preservação, conservação e manejo sustentável de áreas de matas
nativas da Serra do Jabuticabal, tanto para as propriedades agrícolas limítrofes
quanto para as populações que, direta ou indiretamente, delas se beneficiam é de
grande importância. Vejamos alguns exemplos:
1. As áreas de matas nativas e/ou reflorestadas bloqueiam focos de
disseminação de plantas daninhas, os quais elevam os custos das
lavouras;
2. Elas abrigam e alimentam a fauna e, desta forma, propiciam a
existência dos inimigos naturais das pragas que infestam as lavouras,
bem como a presença de agentes polinizadores, os quais contribuem de
maneira substancial para a melhoria da qualidade e quantidade da
produção agrícola;
3. As matas desempenham funções vitais na qualidade da água dos
mananciais: absorvendo e filtrando as águas das chuvas contaminadas
com resíduos de fertilizantes e defensivos agrícolas que escorrem sobre o
solo; protegendo e evitando a contaminação das nascentes; e aumentando
o suprimento de água despoluída dos aqüíferos subterrâneos;
88
4. Diminuem os processos de erosão e de assoreamento dos rios e
represas, ou seja, onde existe vegetação ciliar, a mata forma uma barreira
física que diminui a velocidade das águas, evitando assim o escorrimento
de solo trazido pelas enxurradas para dentro dos cursos d’água;
5. Estabilizam o micro-clima regional, ou seja, as matas amortecem e
absorvem pelas raízes o excesso de água das chuvas que escorrem pela
superfície do solo, devolvendo-a à atmosfera por meio da transpiração
das árvores, o que regulariza o clima e o regime de chuvas na região.
É por meio destes exemplos importantes de funcionamento ambiental,
que perguntamos aos professores se eles tinham algum conhecimento sobre o
assunto. Na 1
a
Avaliação, 16 professores responderam corretamente e 32 disseram
não. Na 2
a
Avaliação, todos responderam corretamente, mostrando-se surpresos
com a situação em que a Serra se encontra. Veja o Gráfico Q20.
2.2.21. A Serra do Jabuticabal vem sofrendo um intenso processo de
degradação e degeneração da flora e fauna entre os municípios de
Taquaritinga e de Monte Alto. Você saberia dizer o quanto ela foi
degradada em porcentagem, aproximadamente (Q21)?
2
46
47
1
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Sim Não Sim Não
1 Avaliação 2 Avaliação
48 professores
Gráfico Q21 - Quantidade de professores avaliados que dizem saber
o quanto a Serra do Jabuticabal foi degradada em termos
percentuais
A Serra do Jabuticabal vem sofrendo um intenso processo de degradação
por conta das ações antrópicas em seu entorno e em seu interior. Dentre os vários
89
outros fatores que contribuem para essa degeneração, podemos identificar e
destacar os principais:
- Monocultura da cana de açúcar que invadiu por completo as áreas de
preservação permanente, erosão, lixiviação, assoreamento, queimada da
cana de açúcar no período da safra.
- Pressão populacional e fundiária urbana do bairro Vila São
Sebastião, cuja expansão é feita em direção ao baixio da Serra, com
ocupações desordenadas de loteamentos e assentamentos irregulares,
criação de animais, construção de cercas, cortes de árvores para uso
doméstico.
- Falta de manutenção na via férrea (Ferroban) que margeia a Serra em
sua face norte, possibilitando ao longo da estrada a existência de
gramíneas ‘agressivas’, com grande formação de biomassa, de maciços
de matéria seca, com capacidade de queima espontânea, ou mesmo
criminosa, o que é potencializado por quaisquer fagulhas e faíscas
provenientes dos atritos dos trilhos, podendo ocasionar queimadas
chegando ao da Serra, comprometendo a regeneração natural da
mesma;
- Desrespeito à legislação pertinente por parte das usinas de
processamento de álcool e açúcar, arrendatários de grande parte das
terras do entorno; desconhecimento da legislação ambiental e de
procedimentos alternativos e sustentáveis por parte dos
proprietários/produtores restantes; e falta de consciência ecológica e
ambiental dos moradores circunvizinhos da Serra.
Tudo isso contribui para a degeneração (Figura 17) em torno de 70% da
Serra do Jabuticabal entre Taquaritinga e Monte Alto.
90
Figura 17 – Fatores causadores da degradação ambiental da Serra do
Jabuticabal
Fonte: ONG “Amigos da Serra”
Nesta questão, além dos textos explicativos que são ofertados no curso,
as imagens deixam claro o que realmente está acontecendo com a Serra,
mostrando que sua situação está cada vez mais alarmante. Os professores, quando
chegam nesta fase do questionário, demonstram uma indignação e uma total
revolta com a as informações que estão recebendo por meio do curso, deixando
claro em suas respostas nesta questão, o que poderiam fazer para reverter este
processo, e se há alguém que se preocupa e como a Serra chegou nesta situação.
Como mostra o Gráfico Q21, na 1
a
Avaliação, 2 professores conseguiram
responder a esta questão, pois somente estes professores conhecem a serra e a
situação em que ela se encontra. Na 2
a
Avaliação, dos 48 professores, 47
responderam corretamente e o mais importante é que demonstraram vontade em
conhecer a Serra e principalmente em desenvolver com seus alunos projetos de
conscientização ambiental.
91
2.2.22. Você sabe o que é uma ONG (Q22)?
A sigla ONG corresponde a organização não-governamental - uma
expressão que admite muitas interpretações. A definição textual (ou seja, aquilo
que não é do governo) é tão ampla que abrange qualquer organização de natureza
não-estatal.
Em âmbito mundial, a expressão surgiu pela primeira vez na Organização
das Nações Unidas (ONU), após a Segunda Guerra Mundial, com o uso da
denominação em inglês Non-Governmental Organizations (NGOs)”, para
designar organizações supranacionais e internacionais que não foram
estabelecidas por acordos governamentais.
De acordo com o site http://www.gamba.org.br/, que é um grupo
ambientalista da Bahia, uma ONG é constituída pela vontade autônoma de
mulheres e homens, que se reúnem com a finalidade de promover objetivos
comuns de forma não lucrativa. Desenvolvem ações em diferentes áreas em que,
geralmente, mobilizam a opinião pública e o apoio da população para melhorar
determinados aspectos da sociedade.
42
6
48
0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Sim o Sim o
1 Avaliação 2 Avaliação
48 professores
Gráfico Q22 - Quantidade de professores avaliados que dizem saber o que é
uma ONG
Nesta questão, podemos verificar já na 1
a
Avaliação, que 42 professores
responderam corretamente, demonstrando muito bom conhecimento sobre o
assunto. Na 2
a
Avaliação, todas as respostas foram corretas (Gráfico Q22).
92
2.2.23. Você já ouviu falar da ONG “Amigos da Serra” (Q23)?
Em maio de 2001, sensibilizados por um grande incêndio que devastou
cerca de 15 ha de encostas da Serra do Jabuticabal, um grupo (seis) de cidadãos
procurou o Ministério Público de Taquaritinga com o intuito de impetrar uma
ação civil pública que investigasse as responsabilidades sobre o referido incêndio.
Outras duas dúzias de pessoas somaram-se a este grupo inicial, e depois de
inúmeras visitas à Serra onde constataram as situações descritas no item anterior,
com o apoio da Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, no dia 30 de abril de
2002, lavraram em ata a aprovação do Estatuto e a constituição oficial da
Associação Civil “Amigos da Serra” uma ONG reconhecida de utilidade
pública pela Lei Municipal nº 3.271 de outubro de 2002.
40
8
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Sim Não
1 Avaliação
48 professores
Gráfico 23 - Quantidade de professores avaliados que dizem ter
ouvido falar da ONG “Amigos da Serra”
Nesta questão, quisemos saber se os professores conheciam alguma
organização que se preocupasse com os problemas relacionados à Serra, o que
resultou numa surpresa bastante interessante, ou seja, na 1
a
Avaliação, dos 48
professores, 40 conheciam a ONG “Amigos da Serra” (Gráfico Q23). Alguns
professores em suas respostas, registraram a necessidade em saber mais sobre o
que esta ONG já havia feito para melhoria da Serra, e o que ainda teria que se
fazer para ajudá-la nestas tarefas.
93
2.2.24. A ONG “Amigos da Serra” em parceria com o IBAMA, o DEPRN, o
Ministério Público, a Prefeitura Municipal e a UNESP desenvolveram
um projeto de reflorestamento das áreas degradadas da Serra. Você
saberia dizer quantas mudas de espécies arbóreas nativas foram
plantadas (Q24)?
Desde sua fundação, os “Amigos da Serra” m firmado uma série de
parcerias (IBAMA, DEPRN, Ministério Público, Prefeitura Municipal, UNESP,
etc.) que, entre outras atividades (visitas a áreas degradadas; formação de brigada
voluntária contra incêndios; levantamento topográfico de todas as áreas de
preservação permanente da parte superior das encostas, inclusive das nascentes e
matas ciliares; planta planialtimétrica, elaboração do projeto de revegetação em
parceria com o Instituto Zoobotânico de Franca, etc.), resultaram no plantio de
104.000 mudas de espécies arbóreas nativas da região (sistema sucessional), em
uma área piloto de 47 ha de um total de 299 ha a serem reflorestados.
Considera-se, de acordo com o projeto inicial, que o reflorestamento de
aproximadamente 252 ha restante, somente dará certo se conseguir envolver e
ensejar a participação ativa de toda a sociedade taquaritinguense, principalmente
dos proprietários rurais da região.
0
48
48
0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Sim o Sim o
1 Avaliação 2 Avaliação
48 professores
Gráfico Q24 - Quantidade de professores avaliados que dizem saber sobre
a Quantidade de mudas de espécies arbóreas nativas plantadas na
Serra do Jabuticabal por ação da ONG “Amigos da Serra”
94
Podemos verificar no Gráfico Q24, que na 1
a
Avaliação os professores
não tinham conhecimento dos projetos realizados pela ONG “Amigos da
Serra”. Após fazerem o curso e realizarem a 2
a
Avaliação, todos responderam de
forma correta e, principalmente, demonstrando em suas respostas muito interesse
em ajudar nisto.
2.2.25 Se você tivesse a oportunidade de conhecer a Serra, você iria (Q25)?
48
0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Sim Não
2 Avaliação
48 professores
Gráfico Q25 - Quantidade de professores que iriam à Serra
caso tivessem oportunidade
Quando perguntado aos professores na 2
a
Avaliação, se eles iriam à Serra
do Jabuticabal se tivessem oportunidades para isto, todos responderam que sim.
Disseram ainda que gostariam muito de conhecer as áreas degradadas e as que
foram reflorestadas pelos “Amigos da Serra”, e se possível também conhecer as
cachoeiras que lá se encontram.
O que podemos deixar claro é que o Curso do CEPAR referente à Serra
do Jabuticabal, muito auxiliou os professores a aumentar a sua percepção sobre os
assuntos abordados. A vontade de conhecê-la foi a resposta mais freqüente deles,
principalmente quando questionados de que forma poderiam ajudá-la, e também
se comprometeram a criar projetos com seus alunos, desenvolvendo a Educação
Ambiental com o objetivo de protegê-la e, principalmente, reflorestá-la,
juntamente com a ONG “Amigos da Serra”.
95
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Somos alertados diariamente sobre as destruições ocorridas no ambiente
em que vivemos, falando-se freqüentemente no desequilíbrio crescente entre os
seres humanos, os demais seres vivos e os ecossistemas com os quais interagem,
ou seja, seu próprio meio. Em geral, estes fatos são relatados pelos meios de
comunicação e, mesmo, nas escolas, para realidades muito distantes de nós,
fazendo muitas vezes, que nos esqueçamos que existem problemas ambientais em
nossa região e, por que não dizer, em nossa própria cidade.
Muitos desses problemas ambientais tornaram-se ‘questão de
sobrevivência’, deixando de ser problemas individuais, tornando-se sociais e
principalmente morais, devido a essas agressões poderem repercutir na vida de
todos, transformando a destruição ambiental em uma forma de agressão coletiva.
A presente pesquisa teve como objetivo verificar os problemas
ambientais locais de Taquaritinga e analisar a influência da informática unida à
educação ambiental na capacitação de professores do Ensino Fundamental da rede
particular de ensino. O curso sobre a Serra do Jabuticabal foi realizado por 48
educadores, os quais tiveram a oportunidade de obter informações da Serra,
conhecer seus problemas, suas necessidades de restauração ambiental
(reflorestamento) e o que está sendo feito para isto no momento, para eles (os
professores) poderem trabalhar transversalmente a questão ambiental em suas
escolas.
Foi possível observar, por meio do desenvolvimento deste trabalho, que
a metodologia aplicada apresenta um grau de eficiência muito grande, pois
quando comparamos as duas avaliações, percebemos facilmente que as
porcentagens de acertos na segunda foram bem maiores que na primeira avaliação
como mostram os gráficos tabulados no capítulo 2.
Ficou também evidenciada a importância deste tipo de trabalho junto
aos professores, pela carência de conhecimento demonstrada sobre os problemas
ambientais locais, em especial os da Serra do Jabuticabal, e pela importância
destes conhecimentos no desenvolvimento de seu ofício. Os Parâmetros
96
Curriculares Nacionais, através dos Temas Transversais, sugerem a aplicação
desses conhecimentos por parte destes profissionais, quando na maioria das vezes
eles não dispõem deles e, assim sendo, muitas vezes, os profissionais optam por
não trabalhar esses conteúdos junto às nossas crianças.
O Projeto CEPAR - “Centro Educacional de Percepção Ambiental
Regional”, cujo objetivo é desenvolver cursos ambientais locais, revelou-se uma
experiência (para os professores) totalmente diferente de todos os trabalhos
realizados por eles durante a sua vida escolar. Entretanto, alguns professores
demonstraram dificuldades e também um grande receio de utilizar o computador
como mais uma ferramenta de auxílio à aprendizagem; diziam-se incapazes de
realizar tal projeto, pois o medo de não saber usar a máquina ou as dificuldades na
digitação, poderiam danificar computador.
Foi possível observar a importância deste curso para os professores, pois
esses demonstraram em suas respostas uma necessidade muito grande de conhecer
a Serra do Jabuticabal, concretizando a idéia de que a Internet, quando utilizada de
forma competente e criativa, pode criar nas pessoas uma necessidade de conhecer
o local, a qual antes não existia, deixando claro que o mundo virtual pode trazer
informações importantes e gerar novas demandas, novos desejos, ao auxiliar no
aumento da percepção de algo que até então somente parecia uma paisagem
distante da cidade.
Neste sentido, considerando que o CEPAR é um site cooperativo para
que os professores fiquem ‘por dentro’ de tudo que acontece em (com) seu
município e região, constitui-se realmente numa alavanca oportunizadora de um
desenvolvimento diferenciado, o qual permita e fomente uma mudança de
comportamento, de hábitos, de valores e costumes, em si mesmo e em seus
alunos, em prol de uma vida melhor e mais digna para todos nós.
Esperamos que, pela facilidade de uso, o site CEPAR, tanto no setor
administrativo como nos cursos de capacitação, possa futuramente ter seu espaço
não somente nas escolas particulares, mas também nas escolas municipais e
estaduais, e porque não dizer, seja muito útil para toda a sociedade de
Taquaritinga e região.
97
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Engenharia de Produção, UFSC, 2002.
106
ANEXO 1 Questionário para avaliação do Curso de Capacitação do
CEPAR
1. Você sabe o que é Meio Ambiente e Educação Ambiental?
( ) Sim ( ) Não
Se sim,
explique:________________________________________________________
2. Você desenvolve algum trabalho de Educação Ambiental?
( ) Sim ( ) Não
Se sim,
qual?____________________________________________________________
3. Você sabe qual o nome da serra que está localizada em sua maior parte em
Taquaritinga?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, quais seriam estes problemas?
_______________________________________
4. Você já esteve na Serra do Jabuticabal?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, qual é esta serra?
__________________________________________________
5. Você sabe em quantos, e quais, municípios se localiza a Serra do
Jabuticabal?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, quantos? E quais municípios?
___________________________________
107
6. Você sabe qual é o tamanho da Serra do Jabuticabal em área (km
2
) e em
perímetro (km)?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, explique:____________________________________________________
7. Você sabe qual a extensão (km) e a altitude (cota) máxima (m) da Serra do
Jabuticabal entre os municípios de Taquaritinga e Monte Alto?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, explique:____________________________________________________
8. Você já abordou sobre a importância ambiental da Serra do Jabuticabal
com seus alunos em sala de aula?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, explique:____________________________________________________
9. Você sabe como a Serra do Jabuticabal é formada e que tipo de vegetação
encontramos nela?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, explique:____________________________________________________
10. Você sabe o que é bacia hidrográfica?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, explique:____________________________________________________
11. Você sabe em quais bacias hidrográficas a Serra do Jabuticabal está
localizada?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, quais são elas?
_______________________________________________
108
12. Você sabe qual é a bacia hidrográfica em que está localizada a região de
Taquaritinga?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, explique:____________________________________________________
13. Você sabe quais os rios, riachos ou córregos de Taquaritinga que tem
nascentes na Serra do Jabuticabal?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, quais são eles?
_______________________________________________
14. Você sabe qual o curso d’água (córrego, riacho ou rio) que atravessa
praticamente toda a área urbana da cidade de Taquaritinga e qual é o seu
estado de conservação?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, qual é ele?
______________________________________________________
15. Você sabe o que é Área de Preservação Permanente (APP)?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, explique:____________________________________________________
16. Você sabe o que é mata ciliar?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, explique:____________________________________________________
17. Você sabe qual é a declividade mínima que o Código Florestal Brasileiro
estabelece para que uma área seja de Preservação Permanente?
( ) Sim ( ) Não
Se sim,qual é?
__________________________________________________________
109
18. Você sabe quais são as declividades mínima e máxima da Serra do
Jabuticabal?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, quais são?
_______________________________________________________
19. Você sabe quantos metros a partir da ruptura do relevo, tanto na parte
inferior como superior da Serra, são necessários para que ela seja Área de
Preservação Permanente?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, explique:___________________________________________________
20. Você sabe qual a importância da preservação e conservação da Serra do
Jabuticabal tanto para as propriedades agrícolas limítrofes, quanto para a
população da cidade de Taquaritinga?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, explique: __________________________________________________
21. A Serra do Jabuticabal vem sofrendo um intenso processo de degradação
e degeneração da flora e fauna entre a o município de Taquaritinga e Monte
Alto. Você saberia dizer o quanto ela foi degradada em porcentagem,
aproximadamente?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, quanto?
_________________________________________________________
22. Você sabe o que é uma ONG?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, explique:
________________________________________________________
110
23. Você já ouviu falar da ONG “Amigos da Serra”?
( ) Sim ( ) Não
Se quiser, comente:
______________________________________________________
24. A ONG “Amigos da Serra” em parceria com o IBAMA, DEPRN,
Ministério Público, Prefeitura Municipal e UNESP desenvolveram um
projeto de reflorestamento das áreas degradadas da Serra. Você saberia
dizer quantas mudas de espécies arbóreas nativas já foram plantadas?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, quantas?
________________________________________________________
25. Se você tivesse a oportunidade de conhecer a Serra, você iria?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, explique:____________________________________________________
111
ANEXO 2 Resultados das Respostas à e Avaliações pelos 48
Professores de 3 Escolas Privadas de Taquaritinga
Questionário relacionado a 1
a
e 2
a
Avaliação do curso da
Serra do Jabuticabal
N
o
Perguntas
N
o
de
Professores
1
a
Avaliação
2
a
Avaliação
01
Você sabe o que é Meio Ambiente e
Educação Ambiental?
48 48 X
02
Você desenvolve algum trabalho de
Educação Ambiental?
48 14 X
03
Você sabe qual o nome da serra que
está localizada em sua maior parte em
Taquaritinga?
48 44 48
04 Você já esteve na Serra do Jabuticabal?
48 12 X
05
Você sabe em quantos, e quais,
municípios se localiza a Serra do
Jabuticabal?
48 2 48
06
Você sabe qual é o tamanho da Serra do
Jabuticabal em área (km
2
) e em
perímetro (km)?
48 0 46
07
Você sabe qual a extensão (km) e a
altitude (cota) máxima (m) da Serra do
Jabuticabal entre os municípios de
Taquaritinga e Monte Alto?
48 0 42
08
Você já abordou sobre a importância
ambiental da Serra do Jabuticabal com
seus alunos em sala de aula?
48 14 X
09
Você sabe como a Serra do Jabuticabal
é formada e que tipo de vegetação
encontramos nela?
48 4 44
10 Você sabe o que é bacia hidrográfica?
48 34 48
11
Você sabe em quais bacias
hidrográficas a Serra do Jabuticabal
está localizada?
48 0 46
12
Você sabe qual é a bacia hidrográfica
em que está localizada a região de
Taquaritinga?
48 2 48
13
Você sabe quais os rios, riachos ou
córregos de Taquaritinga que tem
nascentes na Serra do Jabuticabal?
48 20 44
112
14
Você sabe qual o curso d’água (córrego,
riacho ou rio) que atravessa
praticamente toda a área urbana da
cidade de Taquaritinga e qual é o seu
estado de conservação?
48 24 48
15
Você sabe o que é Área de Preservação
Permanente (APP)?
48 16 48
16 Você sabe o que é mata ciliar?
48 34 48
17
Você sabe qual é a declividade mínima
que o Código Florestal Brasileiro
estabelece para que uma área seja de
Preservação Permanente?
48 2 48
18
Você sabe quais são as declividades
mínima e máxima da Serra do
Jabuticabal?
48 0 48
19
Você sabe quantos metros a partir da
ruptura do relevo, tanto na parte
inferior como superior da Serra, são
necessários para que ela seja Área de
Preservação Permanente?
48 0 48
20
Você sabe qual a importância da
preservação e conservação da Serra do
Jabuticabal tanto para as propriedades
agrícolas limítrofes, quanto para a
população da cidade de Taquaritinga?
48 16 48
21
A Serra do Jabuticabal vem sofrendo
um intenso processo de degradação e
degeneração da flora e fauna entre a o
município de Taquaritinga e Monte
Alto. Você saberia dizer o quanto ela
foi degradada em porcentagem,
aproximadamente?
48 2 47
22 Você sabe o que é uma ONG?
48 42 48
23
Você já ouviu falar da ONG “Amigos
da Serra”?
48 40 48
24
A ONG “Amigos da Serra” em parceria
com o IBAMA, DEPRN, Ministério
Público, Pref. Municipal e UNESP
desenvolveram um projeto de
reflorestamento das áreas degradadas
da Serra. Você sabe quantas mudas de
espécies arbóreas nativas foram
plantadas?
48 0 48
25
Se você tivesse a oportunidade de
conhecer a Serra, você iria?
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