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[...] Gosto muito de Machado de Assis, na prosa, Carlos Drummond na po-
esia. Eles me influenciaram muito e são autores desta mesma família, que
escrevem com extrema precisão. [...] Eu, realmente, sempre tive esta minha
preocupação, são virtudes estilísticas que nos ensinam os livros de Portu-
guês, de como ser claro e preciso. É uma tradição mineira. (Cunha, 2002,
grifo nosso.)
Sobre conhecimento
Escrever, para mim, é uma conseqüência do que eu vivo: do que eu penso,
sinto, vejo, faço. (Barros, 1967.)
Aos 12 anos, li quase todo o Tarzan, de Edgard Rice Burroughs; alguns li-
vros de Kipling; outros de P. C. Wren (fora montanhas de histórias em qua-
drinhos). Aos 13 anos, Conan Doyle, Sax Rohmer, Júlio Verne, Robert
Louis Stevenson, Dickens, Malba Tahan, Ruy Barbosa, Castro Alves, Plu-
tarco, a Bíblia, a Imitação de Cristo. Aos 14, li Gogol, Tolstoi, Tchekhov,
Montaigne, Voltaire, Balzac, Dumas, Anatole France, Oscar Wilde, Shaw,
Bernanos, Mauriac, Gide, Thomas Mann, Liam O’Flaherty. Aos 15 e 16,
Pascal, Nietzsche, Kierkegaard, Marx, Unamino, Sartre, quase toda a litera-
tura ocidental moderna e, praticamente, toda a literatura brasileira moderna,
e antiga, sem falar na portuguesa. São centenas de autores e livros. Quais as
influências? Sinceramente, não sei. Há, porém, alguns escritores que li na
adolescência e que eu sempre volto a ler. É possível que estejam neles as
principais influências. São Machado, Drummond, Graciliano, Pessoa, T-
chekhov, Kafka, Joyce, Hemingway, Camus e Beckett. (Anexo, 1971, in
Zamboni, [n.p.].)
Shakespeare, Cervantes, Rabelais: três dos meus autores preferidos. Rim-
baud, Pessoa, Eliot: três poetas que leio sempre. Nietzsche, Beethoven, Van
Gogh: três companheiros de caminhada, dos quais nunca me separo. [...]
Machado é o maior prosador brasileiro, Drummond o maior poeta. (Vilela,
1975, inédito, in Zamboni, [n.p.].)
A realidade cotidiana brasileira é a matéria-prima de minha ficção. [...] Eu
nunca escreveria sobre o que não conheço ou o que conheço mal, embora
isso me seja perfeitamente possível. (Vilela, 1981, entrevista para a Editora
Ática, in Zamboni, [n.p.].)
Me lembro de ter descoberto, deslumbrado, um tipo de literatura mais pró-
ximo da vida e da realidade, através, por exemplo, de Graciliano Ramos.
(Coutinho, 1983.)