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Universidade do Extremo Sul Catarinense
Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais
ÁRVORES DE UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO:
CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO VEGETATIVA E
POTENCIALIDADES MEDICINAIS DAS ESPÉCIES
Aline Costa Brum Figueiró-Leandro
Criciúma
2007
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Universidade do Extremo Sul Catarinense
Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais
ÁRVORES DE UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO:
CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO VEGETATIVA E
POTENCIALIDADES MEDICINAIS DAS ESPÉCIES
Aline Costa Brum Figueiró-Leandro
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Ciências Ambientais da
Universidade do Extremo Sul Catarinense,
para obtenção do título de Mestre em
Ciências Ambientais.
Área de Concentração:
Ecologia e Gestão de Ambientes Alterados
Orientadora:
Profª Drª Vanilde Citadini-Zanette
Criciúma
2007
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Bibliotecária Rosângela Westrupp – CRB 364/14ª -
Biblioteca Central Prof. Eurico Back - UNESC
F475a Figueiró-Leandro, Aline Costa Brum.
Árvores de um fragmento florestal urbano: chave de
identificação vegetativa e potencialidas medicinais das
espécies / Aline Costa Brum Figueiró-Leandro; orientadora:
Vanilde Citadini-Zanette. -- Criciúma: Ed. do autor, 2007.
140 f. : il. ; 30 cm.
Dissertação (Mestrado) - Universidade do Extremo
Sul Catarinense, Criciúma (SC), 2007.
1. Árvores - Identificação. 2. Levantamentos florestais
3. Vegetação urbana. 4. Plantas medicinais. 5. Mata
Atlântica. I. Título.
CDD. 21ª ed. 582.16
ii
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iii
Ao Deus grandioso e eterno, ser maravilhoso, que conduziu
meus passos até aqui, me dando forças e sabedoria para
realizão deste sonho, e que continua me conduzindo
sempre aonde quer que eu vá e aos meus pais
Samuel e Lourdes, pelo amor, carinho
e dedicão destinados a mim ao
longo da minha vida.
Dedico
iv
AGRADECIMENTOS
À Deus, por se fazer presente em todos os momentos de minha vida, tanto
nos difíceis como também nos mais felizes e por todas as bençãos recebidas até
aqui, e por tudo que Ele é e representa na minha vida. Obrigada Senhor!
A minha família pelo apoio, dedicação e cuidado sempre que precisei. Amo
vocês!
A minha orientadora Pro Drª. Vanilde Citadini Zanette, pela orientação,
críticas e elogios quando necessários, e palavras de incentivo e carinho no
momento certo. E acima de tudo, pela amizade e confiança consolidada durante
estes anos. Por me ensinar a buscar e querer sempre o melhor.
Ao Prof. Dr. Robson dos Santos pela amizade e importantes sugestões no
presente estudo.
Aos colegas da família Herbário e a colegas queridos que um dia já fizeram
parte desta família, MSc. Alecsandro Schardosim Klein, Biól. Jader Lima Pereira,
MSc. Rafael Martins e Engª. Florestal Joanna Caznok pela amizade e colaboração
neste trabalho.
A minha querida amiga Edilane Rocha, pelo auxílio no glossário botânico de
termos técnicos e na revisão das citações e referências bibliográficas.
Ao Botânico Marcos Sobral, essa pessoa tão maravilhosa, que sem medir
esforços esteve sempre pronto a me ajudar com seus conhecimentos botânicos,
colaborando com suas sugestões até a última fase deste trabalho. Muito Obrigada,
de coração!
Ao Botânico Prof. Dr. João André Jarenkow pela contribuição na
identificação e confirmação de algumas entidades taxonômicas.
Ao meu irmão Ricardo Brum Figueiró, pelo auxílio nas ilustrações, e na
digitalização das imagens dos exemplares botânicos deste estudo.
À todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Ciências
Ambientais que muito contribuíram para a minha formação, transmitindo suas
experiências profissionais e conhecimentos.
A Universidade do Extremo Sul Catarinense, pela oportunidade da
realização deste Curso.
Aos colegas do Mestrado em Ciências Ambientais pelo agradável convívio.
A todos que, direta ou indiretamente, colaboraram na execução deste
trabalho.
Muito obrigada!
v
RESUMO
Os recursos naturais no Sul de Santa Catarina desde a ocupação urbana têm
passado por processos de degradação intensos, sobretudo pelas atividades de
extração de carvão mineral e pela agricultura, reduzindo drasticamente a vegetação
original e resultando em formações secundárias com diferentes estádios
sucessionais. Atualmente, a fragmentação florestal é uma realidade, levando a
ocorrência de remanescentes naturais com áreas menores e isoladas. O presente
estudo foi realizado em um fragmento florestal urbano e teve por objetivos elaborar
uma chave de identificação botânica das espécies arbóreas, baseada em
caracteres vegetativos e verificar as potencialidades medicinais das espécies
encontradas no Parque. O Parque Ecológico Municipal José Milanese (PEMJM) é
um fragmento florestal urbano, localizado no município de Criciúma, Sul de Santa
Catarina, nas coordenadas 28º48’S e 49º25’W, altitude média de 34m, com 7,7
hectares de área, sendo 5,2 hectares cobertos pela Floresta Atlântica (Floresta
Ombrófila Densa Submontana). Constitui-se de vegetação primária, que passou por
corte seletivo nos anos 80, com extração do palmiteiro (Euterpe edulis Mart.) e de
algumas espécies de interesse madeireiro, mas que manteve sua fitodiversidade. A
região estudada, segundo a classificação de Köppen, pertence ao grupo climático
Cfa, estando a umidade relativa anual entre 80 e 85% e a precipitação média entre
1.400 e 1.600mm/ano, não havendo índices pluviométricos mensais inferiores a
60mm. A base para este estudo foi um levantamento florístico-fitossociológico
realizado nos anos de 2005/2006 no PEMJM, além de registros botânicos
realizados por meio de caminhadas na área do Parque. Consideraram-se as
espécies arbóreas com PAP 15cm. As chaves de identificação constam de 145
espécies, pertencentes a 91 gêneros e a 45 famílias. Estas chaves, com caracteres
exclusivamente vegetativos, permitem o reconhecimento das espécies, facilitando a
identificação no campo e no laboratório. Destas espécies, 31 (21,4%) apresentaram
potencialidades medicinais citadas nas referências consultadas. Casearia sylvestris
Sw. (guaçatonga) foi a mais citada (23 vezes). Pesquisas da vegetação da Floresta
Atlântica (stricto senso) no Sul de Santa Catarina precisam ser intensificadas e a
vegetação preservada, pois com o ritmo acelerado de destruição podem-se perder
muitas espécies, possivelmente, com potencialidades medicinais desconhecidas
para a ciência e que poderão, com estudos mais avançados, constituir fonte para
importantes fitomedicamentos.
vi
ABSTRACT
The natural resources of the south region of Santa Catarina, Brazil, have
undergone, due to urban occupation processes, a severe degradation, mostly as
consequence of agricultural and coal mining activities, which has led to a drastic
decrease of original vegetation and development of secondary formations at various
successional stages. At the present moment, forest fragmentation constitutes, an
event which has led isolated and smaller natural forest remnants. This study was
undertaken in an urban forest fragment and aimed at the development of a botanical
identification key-trees specific - based on vegetative features; furthermore, the
study aimed at the analyses of potential medicinal properties of the species found in
the area. José Milanese Ecological Park Municipal (PEMJM), consists of an urban
forest fragment, located in the municipality of Criciúma, south of Santa Catarina
state. Its coordinates are 28º 48’ S and 49º 25’ W, it is situated at about 34 m above
sea level and has a 7,7 ha area, and 5,2 ha of this area covered by Atlantic Forest
(Dense Ombrofilous Submontane Forest). Despite the selective exploitation,
specially during the 80’s, mainly due to palm tree (Euterpe edulis Mart.) and other
timber products, the park consists of primary vegetation keeping its phytodiversity.
The studies area, according to Köppen, belongs to climatic group Cfa, its relative
annual humidity is situated between 80 and 85%, with an average rainfall
(precipitation) of about 1.400 to 1.600 mm/year. There is no monthly precipitation
under 60mm. The basis for this study was a phytosociological-floristic survey,
undertaken during 2005/2006 at PEMJM, which included random trekking
throughout the park. The data assessment considered trees specimens with PBH
15cm. The botanic key consisted of 145 species, representing 91 genera and 45
botanical families. These key, based only on vegetative features, allows the practical
species recognition, making the identification easier both in the laboratory and on
the field. From these species, 31 (21,4%) presented medicinal potentialities referred
on the consulted bibliography. Casearia sylvestris Sw. (guaçatonga) was the most
referred species (23 citations). Researches on Atlantic Forest (stricto senso) in the
South of Santa Catarina need to be intensified, otherwise a great number of
potential curative species unknown to science could disappear, that will be able to
constitute of sources of important phytomedicines if further studies are led.
vii
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO................................................................................................... 1
CAPÍTULO 1: CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO BASEADA EM CARACTERES
VEGETATIVOS PARA ESPÉCIES ARBÓREAS NO PARQUE ECOLÓGICO
MUNICIPAL JOSÉ MILANESE, CRICIÚMA, SANTA CATARINA.......................... 6
Resumo .................................................................................................................. 6
Abstract.................................................................................................................. 6
Introdução.............................................................................................................. 7
Material e Métodos ................................................................................................ 8
Área de estudo
.................................................................................................................... 8
Metodologia
....................................................................................................................... 11
Resultados e Discussão.......................................................................................13
Chaves de identificação com base em caracteres vegetativos para as árvores do
Parque Ecológico Municipal José Milanese, Criciúma, Santa Catarina
....................... 19
Chave I – Monilophyta (sensu lato)
................................................................................. 19
Chave II – Palmeiras
......................................................................................................... 19
Chave III – Plantas com folhas compostas
..................................................................... 19
Chave IV – Plantas com folhas simples e filotaxia oposta a suboposta
....................... 21
Chave V – Plantas com folhas simples e filotaxia alterna
............................................. 27
Conclusões ...........................................................................................................34
Referências ...........................................................................................................35
Glossário...............................................................................................................40
Ilustrações.............................................................................................................52
Ilustrações (fotos).................................................................................................61
Índice remissivo das espécies estudadas ........................................................105
CAPÍTULO 2: ÁRVORES MEDICINAIS DE UM FRAGMENTO FLORESTAL
URBANO NO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA, SANTA CATARINA..........................108
Resumo ...............................................................................................................108
Abstract...............................................................................................................108
Introdução...........................................................................................................109
Material e Métodos .............................................................................................112
Área de Estudo
................................................................................................................ 112
Medodologia
.................................................................................................................... 113
Resultados e Discussão.....................................................................................114
Conclusões .........................................................................................................129
Referências .........................................................................................................130
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................135
REFERÊNCIAS....................................................................................................137
APRESENTAÇÃO
O Brasil é um dos países de maior megadiversidade no planeta
(MITTERMEIER et al., 2005). Não existem dados precisos sobre a diversidade total
de sua flora, mas considerando-se apenas o grupo das angiospermas, estima-se
que possua entre 40.000 e 45.000 espécies, ou seja, cerca de 18% do total
estimado para o planeta (LEWINSOHN; PRADO, 2005).
No Brasil, uma única obra concentrou todas as espécies então conhecidas,
a Flora Brasiliensis (FB). Esta obra foi produzida entre 1840 e 1906 pelos editores
Carl Friedrich Philipp von Martius, August Wilhelm Eichler e Ignatz Urban, com a
participação de 65 especialistas de vários países. Contém tratamentos taxonômicos
de 22.767 espécies, a maioria de angiospermas brasileiras (CRIA, 2005). Segundo
Shepherd (2003), todas as estimativas futuras para as espécies de angiospermas
do Brasil, foram baseadas nesta obra. Essa é ainda a mais importante e completa
Flora do Brasil (GIULIETTI et al., 2005). Outras floras foram iniciadas antes da FB,
mas não tiveram continuidade, a Flora Fluminensis (J.M. da C. Vellozo), Flora
Brasiliae Meridionalis (A. Saint-Hilaire) e a Flora Paulista (A.Löfgren).
Em diversos momentos cientistas em diferentes instituições brasileiras
planejaram e iniciaram projetos para elaboração de floras estaduais ou regionais.
Na primeira metade do século 20 destacaram-se a Flora da Bahia, coordenada por
E.Ule (1901), a Flora do Itatiaia, coordenada por P. Dusén (1909), prosseguida em
1956 e a Flora Brasílica (1940), coordenada por F.C.Hoehne, porém nenhuma
delas alcançou o conjunto de espécies de suas áreas de abrangência (PEIXOTO;
THOMAS, 2006). Pelo grande número de projetos iniciados e não concluídos pode-
se perceber o quanto é difícil dar continuidade a este tipo de trabalho, pelo fato de
existir um pequeno mero de taxonomistas e aos escassos recursos designados
até hoje a esta atividade.
A Sociedade Botânica do Brasil (SBB), segundo Wanderley et al. (2005),
recomenda e incentiva a realização de uma flora atualizada para o Brasil, a qual
devido a grande extensão do país e condições de infra-estrutura e peculiaridades
de cada região deveria ser realizada por estados.
Alguns estados brasileiros possuem suas floras em andamento muitos
anos, que têm destaque pela sua continuidade aos dias de hoje, bem como pelo
volume de informações publicadas, como é o caso de Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Goiás e Tocantins, cujas floras vêm sendo publicadas em partes, por
2
famílias ou gêneros, à medida que são concluídas. Mais recentemente, a Flora
Fanerogâmica do Estado de São Paulo, está sendo editada. Outros estados
brasileiros seguindo as recomendações da SBB, deram o primeiro passo
preparando suas checklists e estudos iniciais para elaboração de suas floras, como
por exemplo, Distrito Federal e a Paraíba (PEIXOTO; THOMAS, 2006).
Neste contexto, as florestas tropicais brasileiras, ambientes que abrigam
altíssima biodiversidade, precisam urgentemente serem estudadas para adquirir-se
máximo conhecimento das espécies que fazem parte da flora regional de cada
localidade ou que simplesmente ainda não foram descobertas pela ciência.
O Bioma Mata Atlântica (IBGE, 2004; BRASIL, 2006), considerado como um
dos mais ricos conjuntos de ecossistemas em diversidade biológica do planeta, é
composto por fitofisionomias bastante diversificadas e, como conseqüência, a
evolução de um complexo biótico de natureza vegetal e animal altamente rico
(CAPOBIANCO, 2002; PEIXOTO; ROSA; SILVA, 2002).
A Lei Federal n.º
11.428/2006 (BRASIL, 2006), assim se expressa quanto ao
Bioma Mata Atlântica:
Para os efeitos desta Lei, consideram-se integrantes do Bioma
Mata Atlântica as seguintes formações florestais nativas e
ecossistemas associados, com as respectivas delimitações
estabelecidas em mapa do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística - IBGE, conforme regulamento: Floresta Ombrófila
Densa; Floresta Ombrófila Mista, também denominada de Mata de
Araucárias; Floresta Ombrófila Aberta; Floresta Estacional
Semidecidual; e Floresta Estacional Decidual, bem como os
manguezais, as vegetações de restingas, campos de altitude,
brejos interioranos e encraves florestais do Nordeste.
O Bioma Mata Atlântica, embora tenha sido em grande parte destruído e
fragmentado, é considerado um dos 34 hotspots mundiais de biodiversidade
(MITTERMEIER et al., 2004). Atualmente, o Bioma está reduzido a menos de 7%
dos 1.350.000km
2
de sua extensão original.
A dinâmica da destruição foi mais
acentuada nas últimas três décadas, resultando em alterações severas para os
ecossistemas pela alta fragmentação do hábitat e perda de sua biodiversidade
(SOS MATA ATLÂNTICA; INPE, 2002).
O processo de fragmentação do ambiente existe naturalmente, mas tem
sido intensificado pela ação humana. Desta ação tem resultado um grande número
de problemas ambientais. Segundo Fiszon et al. (2003), alguns dos principais
fatores antrópicos identificados que desencadearam a devastação das florestas
nativas foram: caça, exploração agropecuária, agricultura, queimadas, extração
3
vegetal, lazer, urbanização e implantação de infra-estrutura de transportes, energia
e saneamento.
Dentre as conseqüências mais agravantes do processo de fragmentação
pode-se citar: diminuição da diversidade biológica devido a perda de hábitats,
mudanças climáticas, degradação dos recursos naturais, distúrbio do regime
hidrológico das bacias hidrográficas e a deteriorização da qualidade de vida das
populações tradicionais, entre outros (RAMBALDI; OLIVEIRA, 2003). A
fragmentação de hábitats é considerada atualmente uma das maiores ameaças à
biodiversidade global (LAURANCE; BIERREGAARD, 1997; PIRES; FERNANDEZ;
BARROS, 2006).
A Floresta Atlântica, mesmo reduzida e muito fragmentada, possui uma
admirável importância, pois exerce influência direta na vida de mais de 80% da
população brasileira que vive em seu domínio. Nas cidades, áreas rurais,
comunidades caiçaras e indígenas, ela regula o fluxo dos mananciais hídricos,
assegura a fertilidade do solo, controla o clima e protege escarpas e encostas das
serras, além de preservar um patrimônio histórico e cultural imenso (SCHÄFFER;
PROCHNOW, 2002; MEDEIROS, 2002).
O Estado de Santa Catarina tem uma extensão territorial de 95.558,5 km
2
e
está totalmente inserido no Bioma Mata Atlântica, incluindo as diversas fisionomias
vegetais e ecossistemas associados. No estado atualmente, está reduzido a cerca
de 23% de sua extensão original (SOS Mata Atlântica; INPE, 2006).
As florestas no Sul de Santa Catarina, ao longo de muitos anos, passaram
por processos intensos de degradação, sobretudo pelas atividades de extração de
carvão mineral e pela agricultura intensiva, resultando em sua maioria em
formações secundárias.
Na região carbonífera catarinense, estudos em Floresta Ombrófila Densa
foram realizados por Veloso e Klein (1963, 1968); Pfadenhauer e Winkler (1978);
Citadini-Zanette (1982); Citadini-Zanette e Boff (1992); Citadini-Zanette (1995); Boff
et al. (2000); Citadini-Zanette (2000); Santos (2003); Santos et al. (2004); Santo et
al. (2004); Remor (2004); Martins et al. (2004); Martins (2005); Klein et al. (2005);
Klein (2006) e Silva (2006). De forma generalizada, estes estudos objetivaram a
composição de dados científicos visando à recuperação de áreas degradadas pela
mineração de carvão a céu aberto na região.
Estudos taxonômicos mais detalhados de espécies presentes na Floresta
Ombrófila Densa, foram os iniciados em Santa Catarina na década de cinqüenta
4
(REITZ, 1965), e são apresentados na Flora Ilustrada Catarinense que se utiliza de
chaves de identificação botânica, descrições e ilustrações, que são de grande valia
para pesquisadores, estudantes e profissionais de áreas relacionadas à botânica.
O termo chave de identificação vem do mbolo da matemática que agrupa
conjuntos de elementos semelhantes (BDT, 1996). As chaves podem utilizar
caracteres vegetativos e/ou reprodutivos para identificação, porém, dada a
dificuldade de se encontrar num mesmo período todas as espécies férteis, este tipo
de chave traz a vantagem de ser usada em qualquer época do ano (BATALHA;
MANTOVANI,1999; BRAZ; MOURA; ROSA, 2004).
As espécies de algumas famílias botânicas são mais difíceis de se identificar
apenas com caracteres vegetativos, como por exemplo, Lauraceae e Myrtaceae
(SOBRAL et al., 2006). Mas mesmo assim, este tipo de chave torna-se muito útil
para identificações botânicas tanto no campo quanto em laboratório.
A região de Criciúma apresenta graves problemas ambientais, devido a sua
economia estar vinculada durante muito tempo à extração e beneficiamento do
carvão mineral, o que causou sérios problemas de saúde à população, doenças
como por exemplo, afecções gastrointestinais, afecções do aparelho circulatório e
respiratório, entre outras (UNESC et al., 2000), conseqüentemente, diminuindo a
qualidade de vida das pessoas. Problemas de saúde, por exemplo, os respiratórios
(gripes, resfriados), febres, entre outros, podem ser sanados com o atendimento
primário a saúde, e com a utilização de plantas medicinais, atualmente,
revalorizado em todo mundo.
Montanari Junior (2002) ressalta que a revalorização do uso das plantas
medicinais foi mais acentuada nas duas últimas décadas, podendo ser explicada
principalmente por três fatores: crescente aceitação do consumidor por
medicamentos extraídos de plantas; interesse da indústria farmacêutica, devido à
aceitação por parte dos usuários, pelos menores custos envolvidos no
desenvolvimento de um novo produto a partir de plantas; interesse científico
visando a validação de plantas conhecidas como medicinais.
A flora brasileira é riquíssima em espécies com princípios ativos prontos,
esperando apenas para serem testados. Embora reúna grande biodiversidade,
apenas 0,4% das espécies são conhecidas quimicamente (SILVA JUNIOR, 2003), e
cerca das 50.000 espécies que se estima existir no Brasil, 1.100 já foram avaliadas
em suas propriedades medicinais (GARCIA et al., 1996).
5
A exploração de plantas medicinais da floresta atlântica, geralmente deve
ser conciliada com um objetivo social (alternativa econômica para pequenos e
grandes produtores), um objetivo medicinal (que traga saúde para as pessoas) e
um objetivo ecológico (que ajude na preservação do ecossistema) (MONTANARI
JUNIOR, 2002). Neste contexto, a exploração de plantas medicinais deve ser feita
de forma a suprir todos estes objetivos citados acima, sendo que o último merece
um destaque especial, para a conservação da biodiversidade da floresta atlântica.
Num planeta cada vez mais modificado pela ação antrópica, onde
fragmentos de vegetação natural tornam-se muitas vezes os únicos remanescentes
de um patrimônio natural de toda uma região, a conservação e o estudo de
organismos nesses fragmentos florestais representam um investimento valioso
(ALEIXO, 1995).
Pelo exposto, o presente trabalho teve por objetivo elaborar chaves
analíticas dicotômicas, baseadas em caracteres vegetativos, para espécies
arbóreas do Parque Ecológico Municipal José Milanese, Criciúma, Santa Catarina,
contribuindo para identificação das espécies do Parque e estudar as
potencialidades medicinais destas árvores, visando ao conhecimento futuro para
descoberta de novos fármacos.
Os resultados do presente trabalho, foram apresentados na forma de
capítulos. O Capítulo 1 traz as chaves de identificação botânica com base em
caracteres vegetativos para as árvores do Parque e o Capítulo 2 traz um estudo
das árvores identificadas usadas e/ou com potencial de uso medicinal.
6
CAPÍTULO 1: CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO BASEADA EM
CARACTERES VEGETATIVOS PARA ESPÉCIES ARBÓREAS
NO PARQUE ECOLÓGICO MUNICIPAL JOSÉ MILANESE,
CRICIÚMA, SANTA CATARINA
Aline Costa Brum Figueiró-Leandro
Vanilde Citadini-Zanette
Resumo
O presente trabalho objetivou a elaboração de uma chave dicotâmica com base em
caracteres exclusivamente vegetativos que, permite a identificação das espécies
em qualquer época do ano, o que amplia a sua aplicabilidade. O estudo foi
realizado no Parque Ecológico Municipal José Milanese (28º48’S e 49º25’W,
altitude de 34m), que localiza-se no município de Criciúma, Sul de Santa Catarina,
com 7,7 hectares de área, sendo 5,2 hectares cobertos pela Floresta Ombrófila
Densa Submontana. Embora situado em área urbana, o Parque, apresenta
fitofisionomia de floresta primária. A chave de identificação foi elaborada tendo
como base, características morfológicas vegetativas, tais como a filotaxia e forma
das folhas, presença ou ausência de estípulas, exsudado, e tipos de lenticelas,
indumentos e glândulas. Os espécimes para elaboração da chave foram obtidos de
levantamentos florísticos e da estrutura fitossociológica das árvores, realizados no
Parque entre os anos de 2004 e 2006. A chave analítica consta de 145 espécies,
pertencentes a 91 gêneros e a 45 famílias.
Palavras-Chave: Mata Atlântica, chave dicotômica, espécies arbóreas.
Abstract
The present paper aimed at the development of a dichotomic key with based
exclusively on vegetative characteristics, which would allow the practical
identification of the species at any period of the year, in the laboratory and on the
field. The study was carried out at José Milanese Ecological Park Municipal (28º 48’
S, 49º 25’ W, medium altitude of 34 m), located in the municipality of Criciúma,
South of Santa Catarina state, with 7,7 ha of area, being 5,2 ha covered by Atlantic
Forest (Dense Ombrofilous Submontane Forest). Although it is located in the
vicinities of an urban area, the Park shows almost no deprestation, as well as a
great floristic diversity. The dichotomic key for trees species identification was
elaborated based on vegetative morphological features, such as phyllotaxis and the
shape of the leaves, presence or absence of stipule, exudate, lenticel, indument and
glands.The botanic specimens for the objectives purposed were obtained from the
previous phytosociological floristic survey in the Park during 2005/2006. The analytic
key consists of 145 trees species, belonging to 91 genera and 45 botanic families.
Key-Words: Atlantic Forest, dichotomic key, trees species.
7
Introdução
As chaves de identificação são esquemas úteis na identificação de uma
planta desconhecida. O termo chave de identificação, vem do símbolo da
matemática que agrupa conjuntos de elementos semelhantes. É ferramenta
importante na Sistemática Vegetal, pois ordena os táxons seguindo uma lógica e
hierarquia em que caracteres morfológicos mais abrangentes agrupam espécies
que são distintas por caracteres específicos (BDT, 1996).
As chaves de identificação representam um tipo de literatura taxonômica. É
um arranjo analítico artificial, pelo qual é proporcionada uma escolha entre duas
proposições contraditórias, dela resultando a aceitação de uma ou rejeição de
outra. O tipo de chave habitualmente convencional é o de chave dicotômica, que
permite a escolha entre duas alternativas, seguindo até a identificação da planta
(LAWRENCE, 1973). Estas chaves podem utilizar caracteres vegetativos e/ou
reprodutivos para identificação, porém, dada a dificuldade de se encontrar num
mesmo período todas as espécies férteis, a utilização de caracteres exclusivamente
vegetativos amplia a sua aplicabilidade, tanto no campo como em laboratório.
Chaves regionais com caracteres vegetativos são importantes, porque
podem auxiliar trabalhos em ecologia, pois o pesquisador pode, no campo,
identificar as espécies que estão interagindo com outros organismos, alvos do seu
trabalho. Outra vantagem deste tipo de chave é que sua utilização pode ocorrer em
qualquer época do ano, pois independe das espécies estarem férteis, sendo seu
efeito disseminador de conhecimento multiplicado (BDT, 1996).
Uma chave de identificação para o nível de espécie, baseada em caracteres
vegetativos, tem uso restrito à formação florestal e região para a qual ela foi
elaborada, pois o universo amostral contemplado (conjunto de espécies de uma
área) é diferente de região para região, mesmo que estas estejam próximas entre
si. Este tipo de chaves de identificação, são pouco freqüentes, podendo-se citar as
elaboradas para estudos da vegetação arbustiva e/ou arbórea no estado da Bahia
(VELOSO, 1946), Rio de Janeiro (VELOSO, 1945; LIMA et al., 1994; BRAZ;
MOURA; ROSA, 2004; CARDOSO; SAJO, 2004), São Paulo (MANTOVANI;
LEITÃO-FILHO; MARTINS, 1985; MANTOVANI, 1987; ROSSI, 1994; ARAGAKI,
1997; BATALHA; ARAGAKI; MANTOVANI, 1998; BATALHA; MANTOVANI, 1999;
GARCIA; PIRANI, 2001) e para o Rio Grande do Sul (SOBRAL; BACKES;
RODRIGUES, 1998; SOBRAL et al., 2006).
8
Segundo Giulietti et al. (2005), para obter-se um número maior de espécies
catalogadas, necessita-se de taxonomistas com experiência de campo e de
laboratório, que se especializem em algumas famílias e que façam coleções e
levantamentos florísticos em vel nacional. Deste modo, pode-se dizer que se está
em uma grande corrida, em busca do conhecimento e contra destruição. Para se
vencer a corrida é imprescindível uma política de conservação e desenvolvimento,
que garanta o futuro desta geração e das gerações futuras (GIULIETTI; FOREIRO,
1990).
A conservação em países de megadiversidade enfrenta o desafio de evitar a
perda de espécies que se quer se conhece. Antes de mais nada, sua inexorável
incerteza é eloqüente, pois mostra quanto falta ainda para que se cumpra até
mesmo a missão básica de ter a biota completamente nomeada e catalogada
(LEWINSOHN; PRADO, 2005).
O Bioma Mata Atlântica (IBGE, 2004), embora tenha sido em grande parte
destruído e fragmentado, é considerado um dos 34 hotspots mundiais de
biodiversidade (MITTERMEIER et al., 2004). Para Rebelo (2002), a Mata Atlântica
em Santa Catarina é um imenso reservatório de conhecimento a ser desvendado/
investigado e o estabelecimento de suas potencialidades deverá ser intensificado
nos próximos anos. Para tanto, a preservação e a ampliação das suas áreas de
domínio deverão ser priorizadas, sob pena de perdermos informações que exigiram
muitos anos para serem geradas.
Sendo assim, este trabalho objetivou elaborar uma chave analítica, baseada
em caracteres vegetativos, para espécies arbóreas, permitindo identificação
independente da época de floração e/ou frutificação dessas espécies. Contribuiu,
ainda, para conhecer a composição florística do fragmento florestal urbano do
Parque Ecológico Municipal José Milanese e áreas de entorno com o mesmo tipo
de vegetação.
Material e Métodos
Área de estudo
O município de Criciúma, localizado no Sul de Santa Catarina, possui
170.420 habitantes e extensão territorial de 236 km
2
(IBGE, 2000), com altitude de
46m-sede. No Bairro Mina União, em Criciúma está localizado o Parque Ecológico
Municipal José Milanese (PEMJM), onde foi realizado o presente estudo (Figura
1.1). O Parque situa-se nas coordenadas 28º48’S e 49º25’W, altitude média de 34
9
m, com 7,7 ha de área, sendo 5,2 ha cobertos pela Floresta Ombrófila Densa
Submontana (Figura 1.2).
Figura 1.1: Vista aérea localizando o Parque Ecológico Municipal José Milanese
(limites do Parque em pontilhado vermelho), Criciúma, Santa Catarina
(28º 48’ S e 49º 25’ W, altitude média de 34 m) Fonte: PMC (2002),
modificado.
O PEMJM, um dos fragmentos florestais urbanos mais preservados do
município, foi criado pela Lei Municipal n.º 2.856/1993 (CÂMARA MUNICIPAL DE
CRICIÚMA, 2006), com objetivo da preservação de espécies nativas da flora e
fauna da Mata Atlântica regional; propagação de informações sobre a temática
ambiental em geral; produção de mudas de árvores nativas e exóticas; base de
apoio ao Centro Integrado de Educação Ambiental Permanente do município e local
de lazer ecológico para a população em geral (PREFEITURA MUNICIPAL DE
CRICIÚMA, PMC, 2003). Mesmo com o crescimento urbano nesta localidade, o
fragmento florestal se manteve preservado, e constitui refúgio natural, cuja riqueza
da flora quando comparada com outros estudos realizados na região carbonífera,
apresenta-se com alta diversidade de espécies arbóreas, superior a encontrada em
10
fragmentos florestais estudados por Citadini-Zanette (1995), em Orleans e por
Santos (2003) e Martins (2005), em Siderópolis.
Figura 1.2: Localização geográfica da região Sul do Estado de Santa Catarina,
destacando a região carbonífera (amarelo-esverdeado) e o município de
Criciúma (amarelo) 28º 40’ S e 49º 22’ W, altitude de 46 m-sede.
Alguns estudos foram realizados no PEMJM por Bertolin (2007) e Silva
(2006) e outros estão sendo realizados por pesquisadores e estagiários da
Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), envolvendo a entomofauna e a
vegetação (herbácea terrícola, regeneração natural e árvores com potencialidades
medicinais).
A região estudada segundo a Classificação de Köppen, pertence ao grupo
climático Cfa, ou seja, mesotérmico úmido, sem estação seca definida e com verão
quente (OMETTO, 1981). A umidade relativa anual está entre 80 e 85%, sendo a
precipitação média na região de 1.400 a 1.600 mm/ano, não havendo índices
11
pluviométricos mensais inferiores a 60 mm (EPAGRI; CIRAM, 2001). Segundo
Nimer (1990), a Região Sul é uma das que apresentam maior grau de uniformidade
climática. É privilegiada pela altura e regime anual de precipitação pluviométrica,
sendo uma das zonas terrestres mais bem regadas pelas chuvas, cuja uniformidade
de distribuição rarissimamente determina período seco ou subseco, portanto,
não há no sul do Brasil nenhum lugar caracterizado por carência de chuvas.
O solo desta região é caracterizado como Podzólico Vermelho-Amarelo
Latossólico Álico e Podzólico Vermelho-Amarelo Álico (SANTA CATARINA, 1986).
A vegetação na região de estudo pertence à Floresta Ombrófila Densa
Submontana, pela cota altitudinal apresentada, caracterizada pela presença de
fanerófitos (macro e mesofanerófitos), além de lianas e epífitos em abundância que
o diferenciam das outras classes de formações. Porém, sua característica ecológica
principal reside nos ambientes ombrófilos que marcam muito bem a região florística
florestal (IBGE, 1992).
Com base na Resolução CONAMA nº. 004/1994 (BRASIL, 1994), esta
Floresta constitui-se de vegetação primária, corroborada por relato de antigo
proprietário que declarou ocorrer corte seletivo nos anos 80, com a extração dos
palmiteiros (Euterpe edulis Mart.), e de algumas espécies com interesse madeireiro.
Metodologia
Os espécimes botânicos para elaboração das chaves dicotômicas, foram
obtidos do levantamento florístico e fitossociológico realizado no PEMJM no ano de
2004 (SILVA, 2006). O método utilizado foi o de parcelas contíguas (MUELLER-
DOMBOIS; ELLENBERG, 1974). Foi estabelecido amostragem de um hectare
subdividido em 100 parcelas de 10 x 10m.
No período de outubro/2005 a março/2006 foram realizadas caminhadas
pela área do PEMJM, para coleta de material botânico e observações de campo. As
espécies presentes no parque e não registradas anteriormente nas parcelas, foram
coletadas e acrescentadas à lista, que serviu de base para elaboração da chave de
identificação. Sendo assim, a partir do material coletado e herborizado, foram
construídas chaves indentadas (LAWRENCE, 1973; RADFORD et al., 1974),
baseadas em caracteres vegetativos. Foram utilizadas características observadas
em espécimes adultos, evitando-se variações em indivíduos jovens e plântulas.
As espécies foram agrupadas nas famílias botânicas segundo delimitações
do Angiosperm Phylogeny Group (APG II, 2003). Para Monilophyta foi adotado o
Sistema de Pryer et al. (2004). As espécies com identificação duvidosa (cf.) foram
12
incluídas na chave por fazerem parte dos levantamentos, aguardando-se
confirmação futura da espécie.
As técnicas de coleta e processamento do material botânico seguiram as
recomendações de Fidalgo e Bononi (1984), e a incorporação foi feita no acervo do
Herbário Pe. Dr. Raulino Reitz CRI, Universidade do Extremo Sul Catarinense
(UNESC).
A identificação taxonômica dos espécimes foi realizada por meio de
bibliografia especializada, consulta a especialistas e comparação com as coleções
depositadas no Herbário CRI da UNESC.
O conceito de indivíduo arbóreo neste trabalho foi baseado nos termos
empregados por Martins (1993), ou seja, aquele que apresenta forma dendróide,
caule com estrutura secundária e PAP (perímetro a altura do peito ou 30 cm do
solo) 15 cm.
Para cada material analisado foram preenchidas fichas, contendo as
características morfológicas dos diversos órgãos vegetativos (morfologia foliar,
filotaxia, ocorrência e forma de espinhos, acúleos, tricomas, domácias, glândulas,
entre outros) além das observações contidas na etiqueta de campo de cada planta
(altura, PAP, etc.).
As dimensões das estruturas morfológicas foram tomadas com régua
milimetrada e paquímetro digital (Marca Starretti 727). Foram utilizadas folhas a
partir do terceiro ou quarto nó (BRAZ; MOURA; ROSA, 2004). As estruturas menos
evidentes como tricomas e glândulas, entre outros, foram analisadas em
microscópio estereoscópico (Marca Equipal, com aumento de 7 a 45 vezes).
Os termos empregados na elaboração da chave seguiram os conceitos de
Radford et al. (1974); Hickey (1979); Vidal e Vidal (2000), para a morfologia e tipo
de venação da lâmina foliar, Theobald; Krahulik; Rollins (1979), para os tipos de
tricomas, Wilkinson (1979), para os tipos de domácias, Font Quer (1985) e Ribeiro
et al. (1999) para as demais estruturas.
A montagem da chave foi realizada com base na identificação das plantas
em nível específico (espécie botânica). As espécies aqui consideradas foram
divididas em cinco grupos: Monilophyta sensu lato (Chave I), Palmeiras (II), plantas
com folhas compostas (Chave III), folhas simples e filotaxia oposta e suboposta
(Chave IV) e folhas simples e filotaxia alterna (Chave V).
Para auxiliar no processo de utilização da chave, foram realizadas
ilustrações de algumas estruturas importantes para a identificação botânica.
13
Um glossário é apresentado, visando à conceituação dos termos
empregados na elaboração da chave de identificação com base em Ferri; Menezes;
Scanavacca (1969); Hickey (1979); Font Quer (1985); Houaiss (2001) e Sobral et al.
(2006).
A presença de tricomas considerada nas chaves, consiste na visibilidade a
olho nu e por meio do microscópio estereoscópico quando necessário, indicando se
são simples, complexos, longos ou curtos.
Para facilitar o reconhecimento e identificação, as árvores (ramos
herborizados vegetativos/férteis e/ou frescos) foram fotografadas com câmera
digital da marca Sony (7.2 megapixels). As fotos seguiram a numeração das
espécies que constam na tabela 1.1 e as ilustrações apresentadas juntamente com
as fotos, foram extraídas da Flora Brasiliensis on-line” (CRIA, 2005), com alguns
ajustes nas imagens.
Resultados e Discussão
A chave analítica consta de 145 espécies arbóreas, pertencentes a 91
gêneros, distribuídas em 45 famílias (Tabela 1.1).
Tabela 1.1: Espécies arbóreas num fragmento urbano de Floresta Ombrófila Densa
Submontana, Parque Ecológico Municipal José Milanese, Criciúma, Santa Catarina.
FAMÍLIA/Espécie nome popular
ANNONACEAE
1
Annona cacans Warm.
araticum-cagão
2
Duguetia lanceolata A.St.-Hil.
pindabuna
3
Guatteria australis A.St.-Hil.
cortiça
4
Rollinia cf. rugulosa Schltdl.
araticum, quaresma
5
R. sericea R.E.Fr.
araticum
APOCYNACEAE
6
Aspidosperma australe ll. Arg.
peroba
7
A. camporum ll.Arg.
peroba
8
A. parvifolium A.DC.
peroba
9
A. tomentosum Mart.*
peroba
AQUIFOLIACEAE
10
Ilex brevicuspis ReisseK
caúna-da-serra
11
Ilex paraguariensis A.St.-Hill.
erva-mate
ARALIACEAE
12
Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire, Steyerm. et Frodin
pau-mandioca
ARECACEAE
13
Euterpe edulis Mart.*
palmiteiro
14
Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman*
coqueiro-jerivá
14
FAMÍLIA/Espécie nome popular
ASTERACEAE
15
Piptocarpha tomentosa Baker
toucinho-de-folhas
16
Vernonia discolor (Spreng.) Less.
vassourão-preto
BIGNONIACEAE
17
Jacaranda puberula Cham.
caroba
BORAGINACEAE
18
Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. ex Steud.
louro
BURSERACEAE
19
Protium kleinii Cuatrec.
almíscar
CANNABACEAE
20
Trema micrantha (L.) Blume
grandiúva
CARDIOPTERIDACEAE
21
Citronella paniculata (Mart.) R.A.Howard
congonha
CHRYSOBALANACEAE
22
Hirtella hebeclada Moric. ex DC.
macucurana
CLUSIACEAE
23
Garcinia gardneriana (Planch. et Triana) Zappi
bacupari
COMBRETACEAE
24
Buchenavia kleinii Exell
garajuva
CUNONIACEAE
25
Lamanonia ternata Vell.
guaperê
CYATHEACEAE
26
Alsophila setosa Kaulf.
xaxim-de-espinho
ELAEOCARPACEAE
27
Sloanea monosperma Vell.
árvore-carrapicho
28
S. guianensis (Aubl.) Benth.
laranjeira-do-mato
EUPHORBIACEAE
29
Alchornea glandulosa Poepp. et Endl.*
tanheiro
30
A. triplinervia (Spreng.) Müll.Arg.
tanheiro
31
Gymnanthes concolor Spreng.*
laranjeira-do-mato
32
Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill.
coração-de-bugre
33
Tetrorchidium rubrivenium Poepp. et Endl.
canemuçu
FABACEAE
34
Abarema langsdorfii (Benth.) Barneby et J.Grimes
gambazeiro
35
Inga marginata Willd.
ingá-feijão
36
I. sessilis (Vell.) Mart.
ingá-ferradura
37
I. cf. vera Willd.
ingá-banana
38
Lonchocarpus cultratus (Vell.) Azevedo-Tozzi et H.C Lima
feijão-cru
39
Machaerium cf. aculeatum Raddi
espinho-amarelo
40
Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr.*
pau-jacaré
41
Zollernia ilicifolia (Brongn.) Vog.
carapicica-de-folha-lisa
LAURACEAE
42
Aiouea saligna Meisn.
canela-sebo
43
Aniba firmula (Ness et Mart. ex Nees) Mez
canela-abacate
44
Cinnamomum glaziovii (Mez) Kosterm.
canela-papagaio
15
FAMÍLIA/Espécie nome popular
45
Cryptocarya moschata Nees et Mart. ex Nees
noz-moscada-do brasil
46
Endlicheria paniculata (Spreng.) J. F. Macbr.
canela-burra
47
Nectandra membranacea (Sw.) Griseb.
canela
48
N. oppositifolia Nees
canela-amarela
49
Ocotea cf. floribunda (Sw.) Mez
canela
50
O. indecora (Schott) Mez
canela
51
O. lanata (Nees et Mart.) Mez
canela
52
O. laxa (Nees) Mez*
canela-pimenta
53
O. odorifera (Vell.) Rohwer
canela-sassafrás
54
O. puberula (Rich.) Nees
canela-sebo
55
O. silvestris Vattimo-Gil
canela
56
O. urbaniana Mez
canela
LYTHRACEAE
57
Lafoensia vandelliana Cham. et Schltdl.*
dedaleiro
MAGNOLIACEAE
58
Magnolia ovata (A. St.-Hil.) Spreng.
baguaçu
MALPIGHIACEAE
59
Bunchosia maritima (Vell.) J.F Macbr.
riteira
60
Byrsonima ligustrifolia A. Juss.
baga-de-pomba
MALVACEAE
61
Luehea divaricata Mart. et Zucc.
açoita-cavalo
62
Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A Robyns
embiruçu
MELASTOMATACEAE
63
Leandra dasytricha (A. Gray) Cogn.
pixirica
64
Miconia cabucu Hoehne
pixiricão
65
M. cinerascens Miq.
pixirica
MELIACEAE
66
Cabralea canjerana (Vell.) Mart.
canjerana
67
Cedrela fissilis Vell.
cedro
68
Guarea macrophylla Vahl
pau-d’arco
69
Trichilia cf. casarettoi C.DC.
guacá-maciele
70
T. lepidota Mart.
baga-de-morcego
71
T. pallens C.DC.
catiguá
MONIMIACEAE
72
Mollinedia cf. clavigera Tul.
pimenteira
73
M. schottiana (Spreng.) Perkins
espinheira-santa-falsa
74
M. triflora (Spreng.) Tul.
pau-de-espeto
MORACEAE
75
Brosimum glazioui Taub.
leiteiro
76
Ficus adhatodifolia Schott
figo-de-purga
77
F. luschnathiana (Miq.) Miq.
figueira
78
Maclura tinctoria (L.) Don ex Steud.
tajuva
79
Sorocea bonplandii (Baill.) W.C.Burger, Lanj. et Boer
cincho
MYRISTICACEAE
80
Virola bicuhyba (Schott) Warb.
bicuíba
16
FAMÍLIA/Espécie nome popular
MYRSINACEAE
81
Myrsine coriacea (Sw.) R.Br.
capororoca-ferrugem
82
M. cf. guianensis (Aubl.) Kuntze
capororoca
83
M. umbellata Mart.
capororoca
MYRTACEAE
84
Calyptranthes grandifolia O.Berg
guaramirm-araçá
85
C. lucida Mart. ex DC.
guaramirim-ferro
86
Eugenia bacopari D. Legrand
bacupari
87
E. handroana D. Legrand
guamirim
88
E. multicostata D. Legrand
pau-alazão
89
E. neoverrucosa Sobral
araçá
90
E. platysema O. Berg
guamirim
91
E. stigmatosa DC.
guamirim
92
E. cf. subterminalis DC.
guamirim-ferro
93
E. ternatifolia Cambess
guamirim
94
Gomidesia squamata Mattos et D.Legrand
guamirim
95
Marlierea eugeniopsoides (D.Legrand et Kausel) D.Legrand
guaramirim-chorão
96
M. cf. krapovickae C.D. Legrand
guamirim-branco
97
M. parviflora O.Berg*
goiabeira-do-mato
98
M. silvatica (O.Berg) Kiaersk.
guaramirim
99
Myrceugenia myrcioides (Cambess.) O.Berg
camboim
100
Myrcia anacardiifolia Gardner
guamirim
101
M. brasiliensis Kiaersk.
guamirim
102
M. glabra (O.Berg) D.Legrand
guaramirim
103
M. hebepetala DC.
guamirim-perta-goela
104
M. cf. pubiflora Kiaersk.
guamirim
105
M. pubipetala Miq.
guaramirim-araçá
106
M. richardiana (O.Berg)
ingabaú
107
M. splendens (Sw.) DC.
guamirim-de-folha-fina
108
M. spectabilis DC.
guaramirim-araçá
109
M. tijucensis Kiaersk.
ingabaú
110
Myrciaria floribunda (West ex Willd.) O.Berg
cambuí
111
M. plinioides D.Legrand
camboim
112
Neomitranthes cordifolia (D.Legrand) D.Legrand
guamirim
113
Plinia cf. brachybotrya (D.Legrand) Sobral
-------------
114
Psidium cattleianum Sabine
araçazeiro
NYCTAGINACEAE
115
Guapira opposita (Vell.) Reitz
carne-de vaca
116
Pisonia zapallo Griseb.
maria-mole
OCHNACEAE
117
Ouratea parviflora (DC.) Baill.
garaparim-miúdo
118
O. salicifolia (A.St.-Hil. et Tul.) Engl.*
garaparim
OLEACEAE
119
Chionanthus cf. filiformis (Vell.) P.S.Green.
carne-de-vaca
17
FAMÍLIA/Espécie nome popular
PHYLLANTHACEAE
120
Hieronyma alchorneoides Allemão
licurana
PICRAMNIACEAE
121
Picramnia cf. parvifolia Engl.
pau-amargo
RUBIACEAE
122
Cordiera concolor (Cham.) Kuntze
guamirim
123
Faramea latifolia (Cham. et Schltdl.) DC.
pimenteira-selvagem
124
F. montevidensis (Cham. et Schltdl.) DC.*
pimenteira
125
Posoqueria latifolia (Rudge) Roem. et Schult.
fruto-do-macaco
126
Psychotria cf. leiocarpa Cham. et Schltdl.*
grandiúva-d’anta
127
P. suterella Müell.Arg.
café-do-mato
128
P. vellosiana Benth.
orelha-de-gato
129
Rudgea jasminoides (Cham.) Müell.Arg.
café-do-mato
RUTACEAE
130
Esenbeckia grandiflora Mart.
pau-cutia
131
Zanthoxylum rhoifolium Lam.
mamica-de-cadela
SABIACEAE
132
Meliosma sellowii Urb.
pau-fernandes
SALICACEAE
133
Casearia obliqua Spreng.
guaçantonga
134
C. decandra Jacq.
guaçatonga
135
C. sylvestris Sw.
guaçatonga
SAPINDACEAE
136
Allophylus edulis (A.St.-Hil., Cambess. et A.Juss.) Radlk.
chal-chal, vacum
137
Cupania vernalis Cambess.
camboatá
138
Matayba elaeagnoides Radlk.
camboatá
139
M. guianensis Aubl.*
camboatá-branco
SAPOTACEAE
140
Chrysophyllum inornatum Mart.
murta
141
C. viride Mart. et Eichler
aguaí-vermelho
142
Pouteria cf. gardneriana (DC.) Radlk.
aguaí-guaçu
SOLANACEAE
143
Solanum sanctaecatharinae Dunal
joá-manso
STYRACACEAE
144
Styrax acuminatus Pohl
pau-de-remo
URTICACEAE
145
Cecropia glaziovii Snethl.
embaúba
* Espécies encontradas fora das parcelas de Silva (2006).
No levantamento fitossociológico realizado por Silva (2006) no PEMJM,
foram encontradas 136 espécies arbóreas. No presente estudo, foram registradas
mais 12 espécies, indicadas por um asterisco na Tabela 1.1.
Klein (1980) destaca a alta densidade de Euterpe edulis Mart. para a floresta
atlântica (30% a 50% dos indivíduos no interior da floresta). A ausência de E. edulis
18
no levantamento fitossociológico é explicada pelas alterações que o fragmento
sofreu no passado pela exploração de espécies com valor econômico. Observaram-
se alguns indivíduos jovens, introduzidos recentemente no fragmento (SILVA,
2006). A inclusão de E. edulis na chave foi devido à importância da espécie como
fonte de alimento para a fauna e pelos altos valores de densidade encontrados em
estudos na região (CITADINI-ZANETTE, 1995; SANTOS, 2003; MARTINS, 2005).
Caracteres vegetativos variam muito mais do que caracteres reprodutivos.
Por isso, observou-se ramos de vários indivíduos da espécie que se desejou
identificar. Neste exame, foram desprezados ramos de brotamento e os acometidos
por doenças, pois estes, segundo Mantovani; Leitão-Filho, Martins (1985)
apresentam grandes variações na forma e textura, sendo impossível determinar sua
forma típica.
Ao decorrer da elaboração das chaves, procurou-se utilizar caracteres que
não apresentassem grande plasticidade para separação das espécies, que fossem
de fácil diagnóstico. Em alguns casos, contudo, as espécies puderam ser
separadas apenas pelo tamanho de determinada estrutura, que por ser um
caractere plástico, não permite identificação segura.
A chave que apresentou maior número de espécies foi a Chave V (folhas
simples e filotaxia alterna), com 65 espécies, seguida pela Chave IV (folhas simples
e filotaxia oposta e suboposta), com 55 espécies, pela Chave III (folhas compostas),
com 24 espécies, pela Chave II (palmeiras), com duas espécies e Chave I
(Monilophyta sensu lato), com uma única espécie.
As espécies vegetais registradas no PEMJM, segundo os critérios
estabelecidos para o presente estudo, foram agrupadas conforme as características
a seguir apresentadas:
19
Chaves de identificação com base em caracteres vegetativos para as árvores
do Parque Ecológico Municipal José Milanese, Criciúma, Santa Catarina
Chave I – Monilophyta (sensu lato)
1. Frondes compostas, com lâminas de até 3 m de comprimento, pinadas, tripinatissecta, ao menos na
parte basal; cáudice arborescente, ereto, de até aproximadamente 10 m de altura, com espinhos
sobre as bases de estípites remanescentes das frondes caídas; estípites das frondes ascendentes
com espinhos nigrescentes e curvos na porção inferior e apresentando, na porção basal, 2-4 pares
de aflébias................................................................................................................26.Alsophila setosa
Chave II – Palmeiras
1. Caule (estipe), cerca de 12m de comprimento e 430-470mm
de diâmetro; folhas em mero de 8-15,
com 1-2,5 m de comprimento e com 65-72 pares de foolos, em um único plano, distribuídos
regularmente ao longo da raque, ficando horizontalmente ou ndulos (menos anguloso que o Syagrus);
peolo com ca. 290mm de comprimento e 30 mm de largura; raízes adventícias presentes na base do
estipe de colorão avermelhada ou castanho-avermelhada..............................................13.Euterpe edulis
1. Caule (estipe), cerca de 5m de comprimento, e 1000mm de diâmetro; folhas em número de 14-18,
com 3-5 m de comprimento e com 150-250 pares de folíolos, em diferentes planos, distribuídos
irregularmente ao longo da raque, ficando pêndulos; pecíolo com ca. 980mm de comprimento e 60
mm de largura; raízes adventícias presentes na base do estipe, mas não como as descritas
acima.............................................................................................................14.Syagrus romanzoffiana
Chave III – Plantas com folhas compostas
1. Folhas opostas..................................................................................................................................... 2
2. Folhas bipinadas, imparipinadas, de até 250mm de comprimento, com 4 a 7 pares de pinas e
nestas até 10 pares de folíolos; folíolos rômbico-elípticos, elípticos-lanceolados, e às vezes com
folíolo terminal obovado-elíptico (maiores que os basais e mediais), comumente serrados na
metade do terço superior de cada margem, inteiros; domácias presentes; pontuações presentes
na face abaxial das lâminas....................................................................... 17.Jacaranda puberula
2. Folhas digitadas com outro conjunto de caracteres...................................................................... 3
3. Folhas com 4-9 folíolos; folíolos com margem inteira, com cerca de 280mm de comprimento
e 110mm de largura, glabras; domácias ausentes; venação craspedódroma ou
semicraspedódroma.................................................................62. Pseudobombax grandiflorum
3. Folhas com 3-5 folíolos com margem serrada, com cerca de 100mm comprimento e 40mm
de largura, pilosas na face abaxial; domácias presentes em tufos de pêlos nas axilas das
nervuras secundárias dos folíolos, apresentando dilatações; venação broquidódroma
.................................................................................................................. 25. Lamanonia ternata
1. Folhas alternas ..................................................................................................................................... 4
4. Folhas trifolioladas ou digitadas........................................................................................................ 5
5. Folhas trifolioladas ; folíolos lanceolados, de margem serreada, lâminas coriáceas a
subcoriáceas; venação no padrão craspedródomo; domácias presentes..... 136. Allophylus edulis
5. Folhas digitadas e apresentando outro conjunto de caracteres; lâmina foliar discolor, verde-
escura na face adaxial e verde-clara ou prateada na abaxial; folíolos de 7-12, de até 40mm de
comprimento por 100mm de largura, lanceolados; fuste com cicatrizes anelares; plantas
lactescente................................................................................................12.Schefflera morototoni
4. Folhas pinadas ou bipinadas ............................................................................................................ 6
6. Plantas providas de estípulas e/ou estipelas ................................................................................ 7
7. Folhas pinadas .......................................................................................................................... 8
8. Folhas paripinadas............................................................................................................. 9
9. Raque foliar alada apresentando uma glândula entre cada par de
folíolos........................................................................................................................... 10
10. Folhas glabras ou glabrescentes, com 2-3 pares de folíolos......... 35.Inga marginata
10. Folhas pilosas..........................................................................................................11
20
11. Folhas com 5-7 pares de folíolos; pubescência mais densa nos folíolos; raque
com mais de 200mm de comprimento .......................................36.Inga sessilis
11. Folhas com 4-5 pares de folíolos; pubescência mais esparsadas nos folíolos;
raque com menos de 200mm de comprimento .............................. 37.Inga vera
9. Raque foliar não alada e com outro conjunto de caracteres; raque foliar apresentando
projeção apical com largura superior a 0,5mm; folíolos glandular-pontuados, mais evidente
na face adaxial; folíolos densamente pilosos na face abaxial, com tricomas simples e
eretos; folíolos com 2-9 folíolos oblanceolados ou ovados................. 68.Guarea macrophylla
8. Folhas imparipinadas....................................................................... ................................12
11. Folhas com 7-9 folíolos elípticos, oblongos ou ovais, com até 106mm de comprimento
cerca de 30mm de largura (geralmente menos); ápice acuminado; plantas inermes;
foolos densamente pilosos na face abaxial..............................38.Lonchocarpus cultratus
11. Folhas com 25-61 folíolos lineares, com cerca de 15mm de comprimento e 5-7 mm
de largura; ápice retuso ou truncado e com múcron; plantas armadas; folíolos
discretamente pilosos na face abaxial...........................39.Machaerium cf. aculeatum
7. Folhas bipinadas......................................................................................................................13
13.
Plantas armadas; estípulas lanceoladas; folíolos de 26-46 pares por pina; glândula sub-
basal orbicular séssil ou pedunculada no pecíolo, ou entre o par de pinas terminal
..................................................................................................40.Piptadenia gonoacantha
13. Plantas inermes; estípulas setáceas; folíolos de 12-23 pares por pina; glândulas
urceoladas (1-3) na inserção do 1º e últimos pares de pinas; pecíolo quase sempre sem
glândulas .......................................................................................... 34.Abarema langsdorfii
6. Plantas desprovidas de estípulas e/ou estipelas .........................................................................14
14. Domácias presentes.............................................................................................................15
15. Folíolos com margem crenada ou denteada.....................................................................16
16. Tronco, ramos e folhas armados; casca externa com acúleos pontiagudos; lâmina
foliar com pontuações translúcidas esparsas no limbo na margem; margem crenada,
glândulas presentes entre as crenas; raque foliar com 3-13 pares de folíolos; folíolos
com cerca de 20-80mm de comprimento e 10-20mm de largura (no Parque em torno
de 40mm de comprimento e 15mm de largura); nervuras secundárias dos folíolos
formando um reticulado laxo; folíolos esparsamente pilosos em ambas as faces, com
tricomas dentríticos-estrelados........................................... 131. Zanthoxylum rhoifolium
16. Tronco, ramos e folhas inermes; casca externa sem acúleos pontiagudos; lâmina foliar
sem pontuações translúcidas; margem denteada glândulas ausentes entre os dentes; raque
foliar com 5-9 pares de foolos; folíolos com cerca de 50-150mm de comprimento e 20-
50mm de largura (no Parque em torno de 110mm de comprimento e 40mm de largura);
nervuras secundárias dos folíolos formando um reticulado denso; folíolos glabros na face
adaxial e densamente pilosos na face abaxial, mais precisamente sobre as nervuras, com
tricomas simples............................................................................................ 37.Cupania vernalis
15. Folíolos com margem inteira............................................................................................. 17
17. Folhas paripinadas....................................................................................................18
18. Folhas com 2-13 folíolos; raque foliar com um apêndice apical; folhas glabras;
domácias presentes na axila das nervuras secundárias dos folíolos; nervuras
terciárias conspícuas na face abaxial .........................138.Matayba elaeagnoides
18. Folhas com 6-30 folíolos; base assimétrica ou arredondada e outro conjunto de
caracteres ........................................................................................................... 19
19. Raque foliar com 5-13 pares de folíolos; folíolos assimétricos; retículo das
nervuras terciárias inconspícuo na face adaxial; folíolos glabros; tronco com
fissuras longitudinais rasas......................................... 66.Cabralea canjerana
19. Raque foliar com 8-24 pares de folíolos, podendo chegar a trinta (raro);
folíolos simétricos; retículo das nervuras terciárias denso e conspícuo na
face adaxial; folíolos pilosos; tronco com fissuras longitudinais profundas
.............................................................................................67.Cedrela fissilis
17. Folhas imparipinadas................................................................................................. 20
21
20. Folhas glabras, alternas e com 5-7 pares de folíolos opostos; pecíolos longos e
com saliência espessada na base; depressão na raque foliar entre os pares de
folíolos.........................................................................................19.Protium kleinii
20. Folhas pilosas e sem os caracteres apresentados acima .................................. 21
21. Ramos, pecíolos, raque foliar e folíolos (na face abaxial) densamente
pilosos, com indumento ferrugíneo, tricomas lepidoto-estrelados; folíolos de
oblongos a oblongo-lanceolados...................................... 70.Trichila lepidota
21. Ramos, pecíolos, raque foliar e folíolos com indumento não ferrugíneo e
outro conjunto de caracteres....................................................................... 22
22. Folíolos com mais de 100mm de comprimento; folíolos
oblanceolados............................................................ 71. Trichilia pallens
22. Folíolos com menos de 100mm de comprimento; folíolos ovado-
elípticos, oblongo-elípticos................................69.Trichilia cf. casarettoi
14. Domácias ausentes ou não evidentes................................................................................... 23
23. Árvore de 15-20m de altura; folhas com 5-9 folíolos, com cerca de 50-150mm
(podendo chegar a350mm) de comprimento por 15-55mm de largura, pouco ou não
assimétricos, glabros em ambas as faces ou piloso na abaxial; folhas com até 15-35
cm de comprimento; raque com projeção apical acicular; folíolos oblongo-lanceolados;
peciólulo dilatado na base.......................................................... 139.Matayba guianensis
23. Árvore de 3-6m de altura; folhas com 9-21 folíolos, com cerca de 25-90mm de
comprimento por 6-30mm de largura, muito assimétricos, denso a esparsamente
pubescentes; folhas de 10-30cm de comprimento; raque sem projeção apical; folíolos
oblongo-elípticos e os basais ovado-elípticos; peciólulo não dilatado na
base....................................................................................... 121. Picramnia cf. parvifolia
Chave IV – Plantas com folhas simples e filotaxia oposta a suboposta
1. Folhas com nervação no padrão acródromo ....................................................................................... 2
2. Nervação no padrão acródromo suprabasal perfeito ........................................... 64.Miconia cabucu
2. Nervação no padrão acródromo basal perfeito ................................................................................ 3
3. Lâminas com largura inferior a 30mm de comprimento, concolores, se algo discolores, mais
claras na face abaxial; face adaxial pilosa, coberta de forma regular com tricomas simples e
curtos; face abaxial densamente coberta com tricomas simples, longos e dentríticos,
revestindo de forma mais intensa a nervura central; pecíolos altamente tomentosos com
tricomas simples e médios, esbranquiçados............................................ 63.Leandra dasytricha
3. Lâminas com largura superior a 30mm de comprimento, visivelmente discolores,
acinzentadas e acastanhadas na face abaxial; face adaxial glabra; face abaxial densamente
coberta por tricomas estrelado-lepidoto ou dentríticos curtos; pecíolos discretamente pilosos
com tricomas simples curtos ou dentríticos curtos, castanho-escuros ou pardos
............................................................................................................... 65. Miconia cinerascens
1. Folhas com nervação no padrão camptódromo................................................................................... 4
4. Venação eucamptódroma ............................................................................................................. ...5
5. Plantas latescentes, látex com coloração amarelada (ás vezes); lâminas foliares com de
80-170mm de comprimento e 20-60mm de largura, glabras; canais laticíferos escuros e
geralmente visíveis; ramos sem rugosidades e glabros; folhas não enegrecidas em material
herborizado; pecíolos dilatados com estrias longitudinais; nervuras secundárias muito
evidentes e muitas vezes formando ângulos com a nervura central (geralmente de
90°).....................................................................................................23.Garcinia gardneriana
5. Plantas não latescentes ; lâminas foliares com de 100-180mm comprimento e 40-80 mm de
largura; glabras, ou discretamente pubescente na face abaxial (pode conter pubescência
também na face adaxial (raro); sem canais laticíferos ; ramos com rugosidades e discretas
pilosidades; folhas enegrecidas em material herborizado; pecíolos não dilatados sem
estrias; nervuras secundárias evidentes mas não com as características descritas
acima........................................................................................................... 16.Pisonia zapallo
4. Venação broquidódroma.................................................................................................................. 6
6. Plantas com estípulas................................................................................................................... 7
22
7. Estípulas intrapeciolares............................................................................................................8
8. Domácias presentes............................................................................................................... 9
9. Lâmina foliar com comprimento acima 50mm.................................................................. 10
10. Folhas grandes (>60mm de comprimento); pecíolos de 10-30mm de comprimento,
apresentando dilatação conspícua em sua base; arco das nervuras secundárias
pronunciados e dispostos de forma irregular longe da margem foliar de 3-4mm
......................................................................................................28.Sloanea guianensis
10. Folhas pequenas (<60mm de comprimento); pecíolos de 3-15mm de comprimento,
apresentando dilatação conspícua em sua base; arco das nervuras secundárias
pronunciados e dispostos de forma regular próxima a margem foliar 1-
2mm.......................................................................................... 27.Sloanea monosperma
9. Lâmina foliar com comprimento inferior 50mm e outro conjunto de caracteres; domácias
muito evidentes na maior parte das axilas das nervuras secundárias; nervuras terciárias
inconspícuas em ambas as faces .......................................... 119.Chionanthus cf. filiformis
8. Domácias ausentes e outro conjunto de caracteres; plantas com glândulas ausentes;
estípulas bastante evidentes, bem desenvolvidas em número de 2; folhas jovens, caule e
pecíolo densamente pusbescentes (tricomas ferrugíneos); lâminas com comprimento
geralmente inferior a 85mm, geralmente enegrecidas quando herborizadas
...................................... ....................................................................60.Byrsonima ligustrifolia
7. Estípulas interpeciolares..........................................................................................................11
11. Estípulas decíduas............................................................................................................12
12. minas com até 30mm de largura; estípulas com 1-4mm de comprimento,
basalmente conadas, com 2-3 lacínias estreitamente ovadas, distalmente
acuminadas; lâmina foliar com 50-140mm de comprimento por 20,5-40mm largura,
glabras e/ou pilosas quando jovens........................................ 127.Psychotria suterella
12. minas com mais de 30mm de largura; estípulas com 4-15mm de comprimento,
basalmente conadas, largo-ovadas, membranáceas, com muitos apêndices
aciculares inseridos na margem e dorso da bainha basal, que permanecem por
algum tempo; lâmina foliar com 50-180mm de comprimento por 40-70mm largura,
pilosas na face abaxial e glabras na adaxial .........................129. Rudgea jasminoides
11. Estípulas persistentes ....................................................................................................... 13
13. Estípulas de ápice bidentado ..................................................................................... 14
14. Estípulas com 4-7mm de comprimento, concrescidas na base em bainha
membranácea truncada, com duas extensões lineares prolongadas; lâmina foliar
com 30-140mm de comprimento; ramos glabros; nervura central na face abaxial
amarelada e com tricomas simples, de dios a longos (>0,05mm)
.......................................................................................... 128.Psychotria vellosiana
14. Estípulas aciculares de 0,7-2mm de comprimento, unidas por uma bainha basal;
lâmina foliar com 40-110mm de comprimento; ramos pilosos; nervura central na
face abaxial não amarelada e com tricomas simples e curtos (<0,5mm)
.......................................................................................126.Psychotria cf. leiocarpa
13. Estípulas de ápice inteiro ...........................................................................................15
15. Estípulas triangulares..........................................................................................16
16. Estípulas de 5-11mm de comprimento, ou foliáceas de até 30mm de
comprimento, na base e no meio 10,5mm de largura, oblongas, obtusas na
base, (na maioria das vezes), glabras; domácias ausentes; pecíolos de 8-
20mm de comprimento, glabros; nervuras terciárias inconspícuas na face
abaxial...............................................................................Posoqueria latifolia
16. Estípulas de 0,5-3,5mm de comprimento, largamente ovadas ou
triangulares, conadas, subtruncadas ou agudas, levemente pubérulas;
domácias presentes; pecíolos de 1-9mm de comprimento, discretamente
pilosos; nervuras terciárias conspícuas na face
abaxial..........................................................................122.Cordiera concolor
15. Estípulas não triangulares; orbiculares e/ou apresentando outras
características.....................................................................................................17
23
17. Lâmina foliar com glândulas vernicosas, salientes (em n.º de duas), na face
abaxial da lâmina........................................................ 59.Bunchosia maritima
17. Lâmina foliar sem glândulas, se apresentar glândulas nunca como as
descritas acima............................................................................................18
18. Estípulas orbiculares, com aristas subdorsais cerca de 5mm
comprimento; nervuras secundárias não interligadas
................................................................................123.Faramea latifolia
18. Estípulas não orbiculares ou truncadas, de 3,5-5mm de comprimento,
lisas, abrupta e rigidamente aristadas com ápice linear comprido;
nervuras secundárias interligadas formando arcos pronunciados entre
si................................................................. 124.Faramea montevidensis
6. Plantas sem estípulas.................................................................................................................. 19
19. Bordos recortados ................................................................................................................ 20
20. Glândulas monimióides presentes nos dentes das folhas; lâmina foliar com 80-120mm
de comprimento e 20,5-50mm de largura; ramos e folhas inodoros, ou apresentando
odor desagradável quando amassados; lâmina foliar lanceolada, ovado-elíptica ou
elíptica, margem serreada ou crenado-serreada na metade ou no terço superior das
lâminas ..................... ..................................................................73.Mollinedia schottiana
20. Glândulas monimióides ausentes nos dentes das folhas e outro conjunto de
caracteres ......................................................................................................................21
21. Folhas com 40-100mm de comprimento por 20,5-40mm largura; lâmina foliar
ovada ou lanceolada, margem inteira ou com dentes irregulares, raramente
denteada no terço superior; na face abaxial amarelo-pilosa, às vezes
glabrescente...............................................................................74.Mollinedia triflora
21. Folhas com 50-80mm comprimento por 10,5-10,8mm de largura; lâmina foliar
obovada ou oblanceolada, margem recortada, sempre denteadas no terço
superior, plantas secas de coloração verde-oliva ........... 72.Mollinedia cf. clavigera
19. Bordos inteiros ou ondulados .............................................................................................. 22
22. Folhas frescas quando maceradas apresentando forte odor (óleos essenciais), lâmina
foliar com pontuações translúcidas ou opacas (glândulas) e freqüentemente com
nervura marginal.......................................................................................................... . 23
23. Lâminas com largura inferior a 15 mm......................................107.Myrcia splendens
23. Lâminas com largura superior a 15mm ...................................................... ............ 24
24. Lâminas com largura inferior a 30 mm ............................................................25
25. Córtex liso................................................................................................. 26
26. Ramos glabros ...................................................................................27
27. Nervuras secunrias conspícuas em ambas as faces ou o........ 28
28. Nervura central e nervuras secundárias salientes na face abaxial
e com pilosidades; nervuras secundárias interligadas entre si e
formando arcos pronunciados ................ 94.Gomidesia squamata
28. Nervura central e nervuras secundárias impressas na face
abaxial e sem pilosidades; nervuras secundárias
interligadas entre si e não formando arcos pronunciados
(paralelas ao bordo da lâmina)...........................................29
29. Pecíolos com 2-3mm de comprimento por 0,9mm de
largura; nervuras secundárias de 10-12 pares; ápice
longo-acuminado............... 92.Eugenia cf. subterminalis
29. Pecíolos com 2-10mm de comprimento por 0,5-1mm
de largura; nervuras secundárias de 15-20 pares; ápice
acuminado................................ 110.Myrciaria floribunda
27. Nervuras secundárias inconspícuas em ambas as
faces.......................................................................................... 30
24
30. minas obovadas ou lanceolado-obovadas
........................................................114.Psidium cattleianum
30. Lâminas de outras formas.................................................. 31
31. Nervuras secundárias com 10-15 pares; folhas de 65-
100mm de comprimento e 25-30mm largura; pecíolos
de 5-10mm comprimento e 1-1,2mm de largura
.................................................... 97.Marlierea parviflora
31. Nervuras secundárias com 9-12 pares; 30-60mm de
comprimento e 14-30mm de largura; pecíolos de
4,5mm de comprimento e 0,8mm de largura
..............................................113.Plinia cf. brachybotrya
26. Ramos pilosos ................................................................................... 32
32. Lâminas com base aguda ou cuneada, glabras; pecíolos com 4-
8mm de comprimento; glândulas translúcidas evidentes e
salientes em ambas as faces, e na face abaxial, na forma de
grandes manchas enegrecidas e vernicosas, às vezes
postuliformes, distribuição irregular e de tamanhos variados;
lâmina foliar de 35-100mm de comprimento e 20-45mm de
largura; ápice de agudo a acuminado .......91.Eugenia stigmatosa
32. Lâminas com base obtusa, glabra na face adaxial e pilosa na
face abaxial, mais densamente na nervura central; pecíolos com
2-3 mm de comprimento; glândulas translúcidas não salientes
em ambas as faces, distribuição regular e de tamanhos
uniformes; lâmina foliar de 45-55mm de comprimento e 18-
20mm de largura; ápice de agudo a longo-acuminado
................................................................. 111.Myrciaria plinioides
25. Córtex rugoso ............................................................................................33
33. Ramos jovens, folhas adultas e jovens glabras ................................ 34
34. Lâminas oblongas .....................................87.
Eugenia handroana
34. Lâminas de outras forma s..........................................................35
35. Lâminas discolores, enegrecidas depois de herborizadas,
com 15-20 pares de nervuras secundárias; nervura central,
nervuras secundárias e terciárias salientes na face abaxial;
nervuras secundárias interligadas entre si e formando arcos
pronunciados ................................ 89.Eugenia neoverrucosa
35. Lâminas concolores, se algo discolores, verde-clara na face
abaxial, não enegrecidas depois de herborizadas, com 10-
15 pares de nervuras secundárias; nervura central,
nervuras secundárias e terciárias não salientes na face
abaxial, quase invisíveis; nervuras secundárias interligadas
entre si mas não formando arcos pronunciados
(acompanham o bordo) ..................... 90.Eugenia platysema
33. Ramos jovens pilosos, folhas adultas e jovens pilosas .................... 36
36. Lâminas com uma nervura marginal; pecíolos com cerca de 5-
7mm de comprimento ............................... 93.Eugenia ternatifolia
36. Lâminas geralmente com duas nervuras marginais e outros
caracteres.................................................................................. 37
37. Base cordada; pecíolos de 1,5-2,5mm de comprimentos;
glândulas translúcidas salientes em ambas as faces,
saliências mais evidentes na face
abaxial...................................... 112.Neomitranthes cordifolia
37. Base cuneada e/ou obtusa e outros caracteres. ............... 38
25
38. Folhas lanceoladas, densamente pilosas na face
abaxial, tricomas eretos; nervuras secundárias e
terciárias conspícuas na face abaxial; nervuras
secundárias subopostas e com 2-4mm de distância
uma das outras..............................103.Myrcia hebepetala
38. Folhas elípticas, discretamente pilosas na face abaxial,
tricomas adpressos e não apresentando as
características citadas acima...................................... 39
39. Glandulas translúcidas presentes e evidentes;
nervuras secundárias opostas a subopostas,
conspícuas em ambas as faces; nervuras
secundárias e terciárias de cor mais clara do que a
lâmina; nervuras terciárias conspícuas em ambas
as faces; ápice acuminado..106.Myrcia richardiana
39. Glandulas translúcidas ausentes, se presentes o
evidentes; nervuras secundárias opostas a subopostas,
inconscuas em ambas as faces; nervuras
secundárias e terciárias da mesma cor da lâmina e
apresentando outro conjunto de caracteres ................ 40
40. mina foliar comprimento superior a 70mm;
pecíolos com rugosidades e estrias transversais;
nervuras secundárias de 12-18 pares, com 5-
8mm de disncia uma das outras; nervuras
terciárias inconscuas em ambas as
faces....................................... 86.Eugenia bacopari
40. mina foliar comprimento inferior a 70mm;
pecíolos sem as características descritas
acima; nervuras secundárias de 14-16 pares,
com 1-2mm de distância uma das outras;
nervuras terciárias conspícuas na face
abaxial............................. 104.Myrcia pubiflora
24. Lâminas com largura superior a 30mm ............................................................41
41. minas com relação entre comprimento/largura superior a 2:1............ 42
42. Ramos jovens com duas saliências longitudinais com 0,5-1 mm de
altura; ramificação dicotômica; nervuras secundárias de 20-25 pares,
pouco evidente na face adaxial e visíveis e às vezes salientes na
face abaxial .................................................... 85.Calyptranthes lucida
42. Ramos jovens com outras características, sem saliências
longitudinais ...................................................................................... 43
43. Córtex liso ; ramos novos glabros; córtex descamante, alaranjado,
avermelhado ou acastanhado.......................88.Eugenia multicostata
43. Córtex rugoso e apresentando outro conjunto de caracteres.....44
44. Tricomas castanhos, ferruneos ou castanho-
avermelhados.......................................................................... 45
45. Lâmina foliar com comprimento acima de 140mm..........46
46. Face abaxial da mina foliar densamente pilosa,
tricomas eretos e longos, com 1mm de
comprimento; nervura central densamente pilosa;
nervuras secunrias e terciárias não evidentes em
ambas as faces..............................98.Marlierea silvatica
46. Face abaxial da lâmina foliar pilosa, tricomas
adpressos longos (com 1mm de comprimento) e
curtos (com 0,02mm de comprimento); nervura
central esparsamente pilosa; nervuras secunrias e
terciárias evidentes em ambas as
faces..............................................108.Myrcia spectabilis
26
45. Lâmina foliar com comprimento inferior a 140mm
................................................................................... . 47
47. Tricomas densamente distribuídos sobre a nervura
central e lâminas na face abaxial; tricomas longos
(0,05mm); glândulas evidentes apenas na face
adaxial, não evidente na abaxial devido a densa
pilosidade ....................96.Marlierea cf. krapovickae
47. Tricomas esparsos distribuídos sobre a nervura
central e mina na face abaxial; tricomas curtos
(0,05mm); glândulas evidentes em ambas as
faces .......................... 95.Marlierea eugeniopsoides
44. Tricomas com outras características.......................... 48
48. Lâminas com comprimento superior a 100mm....49
49. mina foliar densamente pilosa na nervura
central da face abaxial, tricomas eretos, com
1mm de comprimento ou mais, geralmente
mais restritos as nervuras; distância das
nervuras secundárias superior a 10mm;
nervuras secundárias interligadas formanco
arcos pronunciados; nervuras secundárias e
terciárias mais claras que a lâmina, evidentes
na face abaxial..........100.Myrcia anacardiifolia
49. Lâmina foliar esparsamente pilosa na nervura
central da face abaxial, tricomas adpressos,
inferior a 1mm de comprimento; distância das
nervuras secundárias inferior a 10mm; nervuras
secunrias interligadas não formanco arcos
pronunciados; nervuras secundárias e terciárias
da mesma cor da lâmina e o evidentes na
face abaxial.............84.Calyptranthes grandifolia
48. Lâminas com comprimento inferior a 100mm......50
50. Tricomas curtos na face abaxial, com 0,3mm de
comprimento, distribuídos regularmente tanto na
lâmina foliar quanto na nervura central; ângulo de
divergência da nervura central com as
secundárias acima de 25°; nervuras secundárias
e terciárias inconspícuas na face abaxial
..................................99. Myrceugenia myrcioides
50. Tricomas longos na nervura central, com 0,8mm
de comprimento e curtos na mina foliar com
0,3mm de comprimento; ângulo de divergência
da nervura central com as secundárias abaixo de
2; nervuras secunrias e tercrias conspícuas
na face abaxial...................109.Myrcia tijucensis
41. Lâminas com relação entre comprimento/largura inferior a 2:1................51
51. Ramos jovens e folhas glabros; folhas elípticos-obovadas
................................................................................. 102.Myrcia glabra
51. Ramos jovens e folhas pilosos; lâminas de outras formas ..............52
52. Nervuras secunrias com 10-13 pares, ângulo de divergência de
25°-30°, cerca de 3-5mm de distância uma das outras; face adaxial
da lâmina, com reticulações inconspícuas; ápice acuminado;
esparsamente pilosa na face abaxial, com tricomas amarelados;
nervura central com pilosidade esparsa na face abaxial; lâmina
foliar 50-70mm de comprimento e 35-40mm de
largura...............................................................101.Myrcia brasiliensis
27
52. Nervuras secundárias com 15-20 pares, ângulo de divergência
de 1-20°, cerca de 2-3mm de distância uma das outras; face
adaxial da lâmina com reticulações conspícuas; ápice longo-
acuminado; densamente pilosa na face abaxial, com tricomas
esbranquiçados; nervura central densamente pilosa na face
abaxial; lâmina foliar com 90-130mm de comprimento e 55-
65mm de largura .......................................105.Myrcia pubipetala
22. Folhas não apresentando o conjunto de caracteres ...................................................... 53
53. Glândulas presentes, impressa no ápice da lâmina foliar na face abaxial ; lâminas
foliares de 100-150mm de comprimento, inteiras, lisas, lustrosas e coriáceas,
oblongas, mas geralmente obovadas, obtusamente acuminadas; nervuras
secundárias muito evidentes e regulares ........................57.Lafoensia vandellianna
53. Glândulas ausentes sem as características citadas acima................................... 54
54. minas e ramos enegrecidos em material herborizado; lâmina foliar glabra
ou com tricomas não ferrugíneos na face abaxial; nervuras terciárias não
evidentes em ambas as faces, não oblíquas; ramos com folhas sempre
alternas .............................................................................115.Guapira opposita
54. Lâminas e ramos não enegrecidos em material herborizado; lâmina foliar com
tricomas ferrugíneos na face abaxial; nervuras terciárias mais evidentes na
face abaxial, oblíquas; ramos com pelo menos algumas folhas subopostas ou
menos (mais raro) perfeitamente opostas.................48.Nectandra oppositifolia
Chave V – Plantas com folhas simples e filotaxia alterna
1. Lâmina foliar palmatinérvea, com cerca de 200mm de comprimento; indumento nas folhas e na
estípula terminal avermelhado ou castanho-avermelhado; caule com cicatrizes aneladas das antigas
folhas; triquílias presentes na base do pecíolo....................................................145.Cecropia glaziovii
1. Lâmina foliar não palmatinérvea; lâmina foliar com margem recortada e apresentando outras
características ....................................................................................................................................... 2
2. Lâmina foliar recortada, de margem serreada, crenada, denteada ou aculeada............................. 3
3. Margem denteado-aculeada ......................................................................................................... 4
4. Planta com látex amarelo-avermelhado; plantas sem estípulas, ou se tiver, estas não são
evidentes; lâmina foliar obovada-oblanceolada e ápice acuminado; nervuras secundárias
divergindo da nervura central em ângulos de 65º-80º............................ 79.Sorocea bonplandii
4. Plantas sem látex; plantas com estípulas lineares ou aciculares nas axilas das folhas, com 2-
5mm de comprimento; lâmina foliar elípitica estreita e ápice obtuso; nervuras secundárias
divergindo da nervura central em ângulos de 45º-65.................................. 41.Zollernia ilicifolia
3. Margem com outras características.............................................................................................. 5
5. Folhas orbiculares, suborbiculares, largo-ovadas ou ovadas; nervação actinódroma,
glândulas sésseis na base da lâmina foliar, entre as nervuras..................................................6
6. Lâminas recurvadas nos bordos, pilosas; folhagem densa; 4-5 glândulas vernicosas
evidentes na face abaxial, na junção das três nervuras principais e com algumas destas
glândulas dispostas na inserção das nervuras secundárias
.......................................................................................................... 29.Alchornea glandulosa
6. Lâminas completamente planas ou quase planas, glabras (folhagem menos densa que A.
glandulosa); 4-5 glândulas vernicosas evidentes na face abaxial, presentes somente na
junção das três nervuras principais....................................................30.Alchornea triplinervia
5. Folhas com outras características ............................................................................................7
7. Lâminas com largura inferior a 35 mm...................................................................................8
8. Plantas com glândulas translúcidas presentes na lâmina foliar.........................................9
9. Nervuras secundárias divergindo da central em ângulos superiores a 45º, nunca
percorrendo extensão superior a metade do comprimento da folha.. 134.Casearia decandra
9. Pelo menos o primeiro ou o segundo par de nervuras secundárias divergindo da central em
ângulo inferior a 45º, percorrendo, na região mediana do comprimento, extensão
equivalente a cerca da metade do comprimento da folha...................... 133.Casearia obliqua
28
8. Plantas sem glândulas translúcidas na lâmina foliar ........................................................10
10. Plantas glabras............................................................................ 11.Ilex paraguariensis
10. Plantas pilosas............................................................................................................ 11
11. Relação comprimento / largura da lâmina foliar inferior a 5:1 ................................12
12. Tricomas simples, de consistência áspera, presentes na face adaxial das
folhas; face abaxial glabra ou vilosa; folhas verde-escuras na face adaxial e
verde-claras na abaxial; margem completamente serrilhada; lâminas com três
a cinco nervuras partindo da base; estípulas presentes.....20.Trema micrantha
12. Tricomas estrelados ou dentríticos, de consistência eventualmente flocosa,
presentes na face abaxial das folhas; face adaxial glabra ou ligeiramente
pubescente; folhas verde-pálido na face adaxial e castanho ou castanho-
amarelado na abaxial; margem serreada na metade ou no terço superior das
lâminas, que apresentam apenas a nervura central partindo da base;
estípulas ausentes.................................................... 15.Piptocarpha tomentosa
11. Relação comprimento / largura da lâmina foliar superior a 5:1.....10.Ilex brevicuspis
7. Lâminas com largura superior a 35 mm............................................................................... 12
12. Plantas com estípulas intrapeciolares presentes .......................................................... 13
13. Estípulas ovadas, inteiras e pilosas; planta com látex; pecíolos com duas glândulas
salientes na face adaxial, às vezes mais evidentes em folhas novas, ou com duas
glândulas estipitadas na face abaxial, exatamente no ponto de inserção com a
folha............................................................................ 33.Tetrorchidium rubrivenium
13. Estípulas oblanceoladas, serreadas e tomentosas (esbranquiçadas); planta sem
látex; pecíolos sem glândulas, ou se tiver não como as descritas acima
.................................................................................................. 61.Luehea divaricata
12. Plantas sem estípulas, não evidentes ou caducas........................................................ 14
14. Plantas com glândulas translúcidas presentes na lâmina foliar; ramos e lâminas
glabras ou ligeiramente pubescente (muito raro); lâmina foliar com base
assimétrica, discolor, margem serrilhada; lâminas com somente a nervura central
partindo da base; lâminas
com relação comprimento/largura da lâmina inferior a
10:1 (geralmente 5:1 ou menos); estípulas subovadas, escamosa com 1-1,5mm
de comprimento, caducas ....................................................135.Casearia sylvestris
14. Plantas sem glândulas translúcidas na lâmina foliar ou não evidentes; plantas com
outras características............................................................................................. 15
15. Folhas glabras; plantas com látex; lâminas com somente a nervura central
partindo da base; nervuras secundárias divergindo inicialmente da central em
ângulos superiores a 60° (até 75°), formando arcos longos e, próximo à
borda, alterando seu ângulo em relação a central para menor de 30º
estendendo-se quase paralelamente junto a borda até uma região da lâmina
além do ponto de inserção da segunda ou terceira nervura secundária
distalmente contígua; nervuras terciárias freqüentemente em ângulos mais
abertos (superiores a 80º) que as secundárias...............118.Ouratea salicifolia
15. Folhas pilosas; outros conjuntos de caracteres..............................................16
16. Plantas latescentes; ramos com espinhos; apresenta saponemas (raízes
tubulares); casca quase lisa, cinzento-amarelada, com lenticelas; látex
amarelo; folhas elípticas a lanceoladas, de até 150mm de comprimento e
até 50mm de largura.................................................... 78.Maclura tinctoria
16. Plantas não latescentes; outros conjuntos de caracteres.........................17
17. Relação comprimento/largura das lâminas menor que 5:1; peciolos
cerca de 20mm de comprimento; lâminas de 120-145mm de
comprimento e 36-45mm largura.........................16.Vernonia discolor
17. Relação comprimento/largura das lâminas acima de 5:1; pecíolos
cerca de 5mm ou mais de comprimento; lâminas de 70-200mm de
comprimento e 30-90mm de largura..................132.Meliosma sellowii
2. Lâmina foliar de margem íntegra....................................................................................................18
29
18. Plantas com exsudatos.............................................................................................................19
19. Estípulas ausentes.............................................................................................................20
20. Plantas resiníferas; resina de coloração vermelho intenso...............80.Virola bicuhyba
20. Plantas não resiníferas; plantas latescentes.............................................................. 21
21. Lâminas adultas glabras...................................................................................... 22
22. Lâminas com cerca de 70mm de comprimento e 20mm de largura, geralmente
elípticas, podendo apresentar-se nas formas estreito-lanceoladas até obovada-
lanceoladas; relão comprimento /largura da mina menor ou igual a 3,5:1;
folhas frequentemente ndulas nos ramos; ramos novos com lenticelas
evidentes; lâminas discolores, mais claras na face abaxial; pecíolos com mais
de 20mm de comprimento.............................................. 6.Aspidosperma australe
22. minas com cerca de 140mm de comprimento e 20mm de largura, geralmente
oblongas, oblongo-lanceoladas ou oblanceoladas; relão comprimento /largura
da lâmina menor ou igual a 4-6:1; folhas raramente ndulas nos ramos; ramos
novos sem lenticelas ou não evidentes; minas geralmente concolores, se algo
discolores, a face abaxial apresenta tonalidade mais clara que a adaxial; pecíolos
com cerca de 5mm de comprimento... ......................... 142.Pouteria cf. gardneriana
21. Lâminas adultas pilosas..............................................................................................23
23. Lâminas acuminadas.......................................................................................... 24
24. mina foliar oblonga, com comprimento superior a 80mm; nervuras
secundárias e terciárias salientes e conspícuas em ambas as faces; pecíolos
com comprimento superior a 10mm................... 140.Chrysophyllum inornatum
24. Lâmina foliar elíptica, com comprimento inferior a 80mm; nervuras
secundárias e terciárias não salientes e incospícuas em ambas as faces;
pecíolos com comprimento inferior a 10mm........... 141.Chrysophyllum viride
23. Lâminas não acuminadas.................................................................................... 25
25. Ramos suberosos; folhas congestas no ápice dos ramos........................... 26
26. Árvore de 4-25m; lâmina foliar de 100-150mm de comprimento e 40-
80mm de largura; lâminas discolores; face adaxial glabra, de coloração
verde e na face abaxial claro-aveludadas (pilosidade
amarelada).................................................. 7.Aspidosperma camporum
26. Árvores de 1-6m; lâmina foliar de 190-260mm de comprimento e
90mm de largura; lâminas concolores, e se algo discolores,na face
abaxial mais clara e pouco evidente; face adaxial glabra, densamente
lanosa quando jovem, face abaxial vilosa a densamente lanosa
quando jovem........................................... 9..Aspidosperma tomentosum
25. Ramos não suberosos; folhas não congestas no ápice dos ramos e
apresentando outro conjunto de caracteres; árvores 5-10m de altura; ramos
com lenticelas; pilosidades ferrugíneo-velutina nas partes jovens; folhas
subcoriáceas a membranáceas; pecíolo de 10mm; lâminas de 55 mm de
comprimento e 15mm de largura, estreito-lanceolada até obovada-
lanceolada, ápice agudo ou obtuso, base cuneada, margem inteira ou
ondulada, um pouco revoluta, face adaxial opaca glabra, face abaxial com
pilosidade ferrugíneo-velutina, nervuras imersas até impressas na face
adaxial e proeminentes na abaxial......................8.Aspidosperma parvifolium
19. Estípulas presentes...............................................................................................................27
27. minas trinervadas na base (isto é, o primeiro ou segundo par de nervuras secundárias
formam um ângulo menor que as demais em relação à nervura central) ............................ 27
28. Relação entre comprimento da lâmina/comprimento do pecíolo 6-7:1; relação
entre comprimento/largura do pecíolo 9,5-10,1:1; cicatrizes das folhas nos ramos
conspícuas........................................................................... 76.Ficus adhatodaefolia
28. Relação entre comprimento da lâmina/comprimento do pecíolo menor que 4:1;
relação entre comprimento/largura do pecíolo maior que 10:1 (cerca de 20:1);
cicatrizes das folhas nos ramos inconspícuas...................... 77.Ficus luschnathiana
27. Lâminas não trinervadas na base..................................................................................29
30
29. Plantas com látex apresentando outras colorações (amarelado, avermelhado ou
quase transparente............................................................ 31.Gymnanthes concolor
29. Plantas com látex branco (algumas vezes mudando a coloração quando
oxidado)................................................................................................................. 30
30. Plantas com glândulas presentes no pecíolo; peolos com duas glândulas
salientes na face adaxial, às vezes mais evidentes em folhas novas, ou com duas
glândulas estipitadas na face abaxial, exatamente no ponto de inseão com a
folha; espulas axilares, ovadas e persistentes......... 33.Tetrorchidium rubrivenium
30. Plantas sem glândulas no pecíolo; estípulas terminais, cônicas, caducas, mas
que deixam cicatriz muito evidente...................................75.Brosimum glazioui
18. Plantas sem exsudatos ............................................................................................................ 31
31. Estípulas presentes ........................................................................................................... 32
32. Plantas com glândulas na lâmina foliar , concolor, com los escamiformes
esparsos; glândulas distribuídas por toda lâmina, principalmente próximo à nervura
central ................................................................................................. 32.Pera glabrata
32. Plantas sem glândulas na lâmina foliar ......................................................................33
33. Lâminas com nervuras secundárias não interligadas entre si, partindo da central
e seguindo diretamente à borda da folha; nervura secundária divergindo da
central em ângulos superiores a 6 (até 75º), formando arcos longos e,
próximos à borda, alterando seu ângulo em relação a central pra menos de 30º
e estendendo-se quase paralelamente à borda................. 117.Ouratea parviflora
33. Lâminas com nervuras secundárias interligadas entre si e apresentando outro
conjunto de caracteres ...................................................................................... 34
34. Lâminas concolores, ou se algo discolores, verde-claro na face abaxial, elípticas
a lanceoladas; nervuras secundárias 8-13 pares.................22.Hirtella hebeclada
34. Lâminas discolores, acinzentadas, prateadas ou amarelo-acastanhada na
face abaxial, suborbiculares, oblongas até ovado-elípiticas; nervuras
secundárias 7-10 pares.................................. .120.Hieronyma alchorneoides
31. Estípulas ausentes, pouco evidentes, caducas ................................................................35
35. Lâmina foliar glabra ou pilosidades apenas nas nervuras ........................................ 36
36. Plantas com glândulas presentes na lâmina foliar............................................ . 37
37. Glândulas translúcidas.................................................................................. 38
38. Lâmina foliar de coloração acinzentada, quando herborizada, em
ambas as faces; com glândulas translúcidas dispostas de forma
ordenada, e apresentando a mesma forma e tamanho; folhas glabras;
pecíolos com 5- 10-15(-18) mm de comprimento,
dilatados e com
rugosidades em disposição transversal; ramos glabros, enegrecidos
em material herborizado e descamante; nervuras secundárias opostas
a subopostas ................................................ 130. Esenbeckia grandiflora
38. Lâmina foliar de coloração verde-escura quando herborizada, e verde
um pouco mais claro na face abaxial, com glândulas translúcidas
dispostas de forma ordenada, apresentando diferentes formas e
tamanhos; pecíolos com 4-8(-10)mm
de comprimento, não
dilatados e
sem rugosidades em disposição transversal; folhas glabras ou
glabrescente na face abaxial; ramos castanho-ferrugíneo em material
herborizado, discretamente pilosos e não descamante; nervuras
secundárias alternas...........................................135.Casearia sylvestris
37. Glândulas não translúcidas......................................................................... 39
39. Ramos pilosos e estriados, tricomas ferrugíneos; folhas glabras na
face adaxial e pilosas na face abaxial, tricomas esbranquiçados;
lâmina foliar 50-100,3(-140,3)mm de comprimento e (7-)10,3-20,7(-
40)mm de largura; folhas distribuídas de forma regular por todo ramo,
e densamente foliada; nervuras secundárias pouco ou não visíveis,
superfície abaxial com pontuações glandulares escuras, cerca de
0,1mm de diâmetro.................................................. 81.Myrsine coriacea
31
39. Ramos glabros e enrugados, apresentando outro conjunto de caracteres .. 39
40. mina foliar com 90-140,8 (-180,2)mm de comprimento e 30,7-60
(70,1)mm de largura; folhas distribuídas regularmente nos ramos;
pontuações glandulares dispostas na face abaxial da lâmina foliar,
distribuição irregular, mais próxima a nervura central; lâmina foliar
lisa em ambas as faces; lâminas de coloração verde- escuro na
face adaxial e verde-claro na face adaxial depois de herborizadas;
nervuras secudárias e terciárias inconspícuas em ambas as
faces
.
....................................................... .82.Myrsine cf. guianensis
40. Lâmina foliar de 70-180 (-230)mm de comprimento e 20-60 (-90)mm
de largura; folhas dispostas densamente no ápice dos ramos;
pontuações glandulares em ambas as faces da lâmina foliar,
distribuição regular, por toda lâmina; lâmina foliar com rugosidades
em ambas as faces; lâminas de coloração amarronzada depois de
herborizadas; nervuras secundárias e terciárias conspícuas e
salientes em ambas as faces.............................83.Myrsine umbellata
36. Plantas com glândulas ausentes na lâmina foliar; outro conjunto de caracteres
............................................................................................................................ 41
41. Lâminas com comprimento superior a 80mm ............................................. 42
42. Folhas dispostas disticamente nos ramos ............................................43
43. Lâminas evidentemente discolores; domácias presentes; minas
com 60-170mm de comprimento e 20-90mm de largura, assimétricas;
minas, se revolutas, mais próximo a base; margem com
espessamento amarelado de 0,1-0,3mm..........21.Citronella paniculata
43. Lâminas concolores ou discretamente discolores (pouco evidente);
outros caracteres ..........................................................................44
44. Nervuras secundárias divergindo da central em ângulos menores
ou igual a 30º, bem definidas e com poucas nervuras
intersecunrias; nervura central plana ou impressa (próximo à
base) na face adaxial e não muito evidente na face abaxial;
nervuras secunrias e terciárias bem definidas na face abaxial;
base das folhas o decurrente sobre o peolo; peolos com
menos de 10mm de comprimento e 1,5mm de largura e com
rugosidades transversais; folhas jovens no ápice dos ramos
menores que as demais.................................. 3.Guatteria australis
44. Nervuras secundárias divergindo da central em ângulos
maiores que 30º (cerca de 50º), pouco definidas e com muitas
nervuras intersecundárias; nervura central impressa na face
adaxial e muito saliente na face abaxial; nervuras secundárias
e terciárias não muito definidas na face abaxial; base das
folhas decurrente sobre o pecíolo; pecíolos (11) 18-19mm
comprimento e 1,5-1,8mm de largura e sem rugosidades;
folhas jovens no ápice dos ramos maiores que as
demais............................................................1.Annona cacans
42. Folhas dispostas helicoidalmente nos ramos ...................................... 45
45. Pecíolos acima de 12mm de comprimento (18-24mm); folhas
assimétricas; lâminas lanceoladas, 110-145mm comprimento e
30-43mm largura; relação comprimento/largura das lâminas cerca
de 3,5:1 ................................................................ 42.Aiouea saligna
45. Pecíolos menores de 12mm de comprimento ; outro conjunto de
caracteres .................................................................................... 46
46. Ramos lenticelados; pecíolo 8-10mm de comprimento,
canaliculado, estriado; nervuras secundárias 8-13 pares alternos,
ângulo de divergência de cerca 45°, nervuras intersecunrias
compostas, denso-reticuladas...............................43.Aniba firmula
46. Ramos não lenticelados e sem as caracterísiticas descritas
acima ..................................................................................... 47
32
47. Nervura central e nervuras secundárias evidentes na face
abaxial e de colorão ferrugínea ..... 49.Ocotea cf. floribunda
47. Nervura central e nervuras secundárias evidentes ou não
na face abaxial e com outras colorações .......................48
48. Folhas enegrecidas depois de herborizadas;
domácias ausentes; nervuras secundárias 4-7 pares
alternos, ângulo de divergência 35°-45°; lâmina foliar
lanceolada, com 50-100mm de comprimento e 20-
40mm de largura .........................55.Ocotea silvestris
48. Folhas não enegrecidas depois de herborizadas;
domácias presentes (no primeiro ou segundo par de
nervuras secundárias); nervuras secundárias 5-10
pares alternos, ângulo de divergência de 40°-45°;
lâmina foliar obovada ou obovado-lanceolada, com
40,5-140,5mm de comprimento e 10,5-50,5mm de
largura..........................................50.Ocotea indecora
41. Lâminas com comprimento inferior a 80mm ...............................................49
49. mina foliar com 30,5-60mm comprimento e 10,5-20mm de largura;
base obtusa; lâminas com dentes pouco evidentes, geralmente
restritos ao terço distal do comprimento da lâmina; relação entre o
comprimento/largura acima de 3:1; pecíolos cerca de 6-12 mm; folhas
não decurrentes pelo comprimento do pecíolo; nervura central
esparsamente pubérula na face abaxial.....................10.Ilex brevicuspis
49. Lâmina foliar com (30-) 50-80mm de comprimento e (20-) 30-40 (-
40,6)mm de largura; base atenuada; dentes distribuídos mais ou
menos igualmente ao longo do comprimento das folhas; relação entre
o comprimento/largura cerca de 2:1; pecíolos de 7-17mm de
comprimento; folhas decurrentes pelo comprimento do pecíolo; nervura
central glabra na face abaxial...............................11.Ilex paraguariensis
35. Lâmina foliar pilosa em pelo menos uma das faces .................................................. 50
50. Tricomas complexos............................................................................................ 51
51. Tricomas escamosos na face abaxial das folhas e ramos; lâminas
concolores, se algo discolores, mais clara na face abaxial (verde-claro);
lâmina foliar glabra na face adaxial e com pontos
negros...........................................................................2.Duguetia lanceolata
51. Tricomas dentríticos na face abaxial das folhas e outro conjunto caracteres
.................................................................................................................... 52
52. Face adaxial da lâmina foliar pilosa (tricomas simples); ramos
glabros................................................................144.Styrax acuminatum
52. Face adaxial da lâmina foliar glabra; ramos pilosos ou
lenticelados.......................................................................................... 53
53. Ramos pilosos (tricomas dentríticos); o lenticelados
..............................................................143.Solanum sanctaecatharinae
53. Ramos não pilosos; lenticelados ......................18.Cordia trichotoma
50. Tricomas simples................................................................................................. 54
54. Lâminas com largura superior a 80mm........................................................ 55
55. Ramos lenticelados; ramos novos com cicatrizes de estípulas;
pilosidades discretas em ambas as faces; folhas
concolores...................................................................58.Magnolia ovata
55. Ramos não lenticelados; ramos sem cicatrizes de estípulas; folhas
claramente discolores..............................................16.Vernonia discolor
54. Lâminas com largura inferior a 80mm......................................................... 56
56. Lâminas trinervadas na base........................... 44.Cinnamomum glaziovii
56. minas não trinervadas na base ........................................................57
33
57. Lâminas com largura superior a 50mm..........................................58
58. minas concolores, e se algo discolores muito
discretas................................................................................ 59
59. Docias presentes em tufos de pêlos na inseão das
nervuras secundárias............................................................60
60. Tricomas curtos (0,05mm de comprimento); mina
foliar glabra ou glabrescentes na face adaxial, às
vezes pouco evidentes na face abaxial, mais
restritos as nervuras; nervuras secundárias
divergindo da central em ângulos fechados,
próximos de 30º; nervuras central, secundárias e
terciárias evidentes........... 47.Nectandra membranacea
60. Tricomas longos (0,05mm de comprimento) e
apresentando outro conjuto de caracteres..............61
61. Ttricomas completamente eretos na face abaxial,
mais densos na nervura central e secundárias,
nervuras amareladas; lâmina foliar com superfície
lanosa; nervura central inconspícua na face
adaxial; nervuras terciárias com reticulação
densa; padrão de nervação eucamptódromo;
folhas somente alternas e não agrupadas no
ápice dos ramos.............46.Endlicheria paniculata
61. Tricomas não eretos na face abaxial, mais
densos na nervura central e secundárias,
nervuras na coloração da folha; lâmina foliar
com superfície pubescente; nervura central
amarelada conspícua na face adaxial; nervuras
terciárias com, reticulação laxa; padrão de
nervação broquidódromo; folhas alternas a
subopostas, agrupadas no ápice dos
ramos........................................51.Ocotea lanata
59. Domácias ausentes........................................................ 62
62. Ramos lisos, com pilosidades esbranquiçadas; sem
ramificação dicotômica visível; folhas dispostas
helicoidalmente nos ramos; nervuras terciárias mais
numerosas (face abaxial); pecíolos não rugosos e
sem estrias transversais; lâminas obovadas,
geralmente agrupadas nas extremidades dos
ramos........................................... 53.Ocotea odorifera
62. Ramos rugosos, glabrescentes (pilosidades
ferrugíneas) ou glabros, com ramificação dicotâmica
visível; folhas dispostas disticamente nos ramos;
nervuras terciárias menos numerosas (face abaxial)
que a citada acima; pecíolos rugosos e com estrias
transversais; lâminas lanceoladas, não agrupadas
nas extremidades dos ramos.... 4.Rollinia cf. rugulosa
58. Lâminas discolores ................................................................. 63
63. Tricomas longos (0,5mm de comprimento),
castanho-ferrugíneo na face abaxial da lâmina foliar,
superfície vilosa ; margem foliar ciliada, superfície
serícea...................................... 24.Buchenavia kleinii
63. Tricomas curtos (0,5mm de comprimento) na face
abaxial da lâmina foliar e apresentando outros
caracteres................................................................ 64
64. Folhas dispostas disticamente nos ramos; ramos
rugosos e com lenticelas; pêlos curtos na face
abaxial e densos, por toda lâmina foliar e de
forma mais acentuada nas nervuras secundárias
34
e central, superfície serícea; nervuras terciárias
mais numerosas (face abaxial); nervura central
e nervuras secundárias evidentes na face
adaxial ...................................... 5.Rollinia sericea
64. Folhas dispostas helicoidalmente nos ramos e
outro conjunto de caracteres............................65
65. Tricomas ferrugíneos; nervuras terciárias
oblíquas, evidentes apenas na face abaxial;
ramos com pelo menos algumas folhas
subopostas ou menos (mais raro)
perfeitamente opostas ; ramos de coloração
castanha em material herborizado
.............................48.Nectandra oppositifolia
65. Tricomas com outras colorações e outro
grupo de caracteres..................................66
66. Nervação semicraspedódroma; lâmina
foliar discretamente pilosa na face
abaxial; nervuras terciárias
inconspícuas em ambas as faces
(laxa); pecíolo dilatado na
base.................... 132.Meliosma sellowii
66. Nervação broquidódroma; lâmina foliar
glabrescente ou glabra na face abaxial;
nervuras terciárias conspícuas,
(reticuladas) em ambas as faces;
pecíolo dilatado na base; ramos
pilosos...........45.Cryptocarya moschata
57. Lâminas com largura inferior a 50mm .......................................... 67
67. Ápice acuminado (acúmen longo, de 1-1,4mm de
comprimento); ramos glabros............................52.Ocotea laxa
67. Ápice agudo, obtuso ou acuminado, mas nunca como as
características do descrito acima; ramos pilosos .................. 68
68. Lâmina foliar com 100-160mm de comprimento e 20-
50mm de largura; pilosa na face abaxial, pêlos curtos
(0,5mm) (adpressos) e superfície serícea; nervura
central e secundárias ferrugíneas; lâmina foliar
densamente reticulada em ambas as faces
.............................................................. .54. Ocotea puberula
68. mina foliar com 85-115mm de comprimento e 25-
30mm de largura; densamente pilosa na face abaxial,
pêlos longos (0,5mm) e superfície lanosa; lâmina foliar
reticulada na face adaxial e reticulações insconspícuas
na face abaxial devido a pilosidade
densa................................................56.Ocotea urbaniana
Conclusões
Embora situado próximo a uma área com grande densidade populacional, o
fragmento florestal urbano mantém-se preservado e apresenta-se com alta riqueza
de espécies arbóreas, superior aos fragmentos florestais estudados na região
carbonífera, por Citadini-Zanette (1995), em Orleans, e por Santos (2003) e Martins
(2005), em Siderópolis
.
35
Como as espécies não florescem durante todo ano, chaves de identificação
baseada em caracteres vegetativos, como as apresentadas neste estudo, têm a
vantagem de poderem ser utilizadas em qualquer época do ano, sendo sua
aplicabilidade ampliada, tanto no campo como em laboratório, permitindo a
identificação correta de uma planta desconhecida.
Chaves regionais com caracteres vegetativos são importantes, porque
podem auxiliar vários trabalhos em ecologia e/ou botânica, pois o pesquisador
pode, no campo, identificar as espécies que estão interagindo com outros
organismos, alvos de seu trabalho. Outra vantagem deste tipo de chave é que sua
utilização pode ocorrer em qualquer época do ano, pois independe das espécies
estarem férteis.
Algumas dificuldades foram encontradas com determinadas famílias, como
por exemplo, Myrtaceae, Lauraceae, Annonaceae e Monimiaceae. Estas famílias,
apresentam espécies com variações morfológicas muito tênues, de difícil separação
na forma vegetativa. Para facilitar e sanar tais dificuldades procurou-se fornecer o
maior número de informações possíveis.
Uma chave de identificação em nível específico, baseada em caracteres
vegetativos, tem uso restrito à formação florestal estudada e à região para a qual foi
elaborada, pois o universo amostral contemplado (conjunto de espécies de uma área)
é diferente de rego para região, mesmo que estas estejam próximas entre si. Desta
forma, o uso destas chaves é local e a sua utilização em outras áreas pode ocasionar
erros de identificação.
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40
Glossário
Abaxial: a superfície inferior ou dorsal da folha; o oposto de adaxial (Figura 1.5).
Acicular: aparência fina, longa e pontiaguda (em forma de agulha), manifestada
por estrutura ou órgãos vegetais.
Acródomo: com duas ou mais nervuras primárias ou secundárias desenvolvidas,
formando arcos convergentes no ápice foliar.
Acródomo-basal: plantas com duas ou mais nervuras primárias ou secundárias
originando-se na base das folhas (Figura 1.4-F).
Acródomo-suprabasal: plantas com apenas a nervura central originada na base e
as outras nervuras originando-se a certa distância da base (Figura 1.4-N).
Actinódromo: três ou mais nervuras primárias divergindo radialmente de um único
ponto.
Aculeado: provido de acúleos.
Acúleo: formação superficial gida e pontiaguda encontrada na casca de vegetais
semelhantes a espinhos, distinguindo-se destes por não serem vascularizados e
destacarem-se fácil.
Acúmen: porção apical de folha acuminada (Figura 1.9-B).
Acuminado: ápice foliar de margens côncavas, afinando para a extremidade
(Figura 1.9-B).
Adaxial: a superfície superior ou ventral da folha; o oposto de abaxial (Figura 1.5).
Afilo: desprovido de folhas.
Aflébias: diz-se de todo órgão foliáceo, semelhante a pínula adventícia, que nasce
na base das raques, na face adaxial.
Agudo: terminado em ponta; diz-se do ápice foliar que termina em ponta não
prolongada, cujo as margens formam no ápice um ângulo agudo; margens
convexas (Figura 1.9-A).
Alado: eixos guarnecidos por expansões laminares laterais (Figura 1.4-A.1 – raque
alada).
Albo-tomentoso: diz-se aparte da planta revestida com tomento de cor branca.
Amplexicaule: que abraça o caule.
Anguloso: que forma ângulos.
Alterna: vide folhas alternas.
Apical: relativo ao ápice; o oposto de basal.
Ápice: a ponta; a extremidade superior (distal) de um órgão ou estrutura (Figura 1.5).
Apiculado: ápice foliar que termine abruptamente em pequena e fina ponta (Figura 1.9-E).
Apresso: indumento (tricomas) deitado sobre uma superfície, rente a ela.
Arbusto: vegetal de porte não muito elevado, lenhoso e ramificado a partir da base.
Arco: curvatura que uma nervura secundária sofre na região próxima à margem
das lâminas, de forma a ligar-se com a nervura secundária imediatamente distal.
41
Aréola: espaço na lâmina da folha delimitado pelas nervuras de grau mais elevado,
onde geralmente não se encontram outras nervuras ou apenas nervuras que não se
anastomosam com as restantes.
Argênteo: prateado.
Arista: prolongamento perpendicular longo, delgado e rijo, encontrado no ápice de
certos órgãos e/ou estruturas.
Armado: provido de espinhos ou acúleos.
Arredondado: órgão ou estrutura ou parte delas como o ápice ou a base foliar com
forma mais ou menos redonda, circular ou globosa.
Articulado: ligado através de articulação; no caso, o folíolo destaca-se do pecíolo
trazendo seu peciólulo íntegro.
Árvore: vegetal ereto, com caule lenhoso, longo e definido, que apresenta forma
dendide, caule com estrutura secundária e PAP (perímetro a altura do peito) 15 cm.
Arvoreta: planta de porte mediano, com caule definido lenhoso e ramificado
unicamente no ápice; pequena árvore.
Assimétrico: aplica-se a órgão ou estrutura que não apresente plano de simetria;
se dividido em duas metades, ambas diferem entre si.
Atenuado: lâmina foliar cujas margens afinem gradualmente a a base (Figura 1.9-P).
Aveludado: superfície de órgão ou estrutura com indumento macio e lustroso,
formado por tricomas curtos, eretos e macios, cuja sensação de tato assemelha-se
à do veludo.
Axila: ângulo superior formado entre o eixo principal e a ramificação, tal como entre
o caule e o pecíolo ou entre a nervura central e uma secundária.
Axilar: que localiza na axila.
Bainha: parte basal e achatada da folha, que a prende ao caule envolvendo-o total
ou parcialmente.
Basal: própria ou relativo à base de órgão ou estrutura.
Base: a parte inferior (basal) de órgão ou estrutura (Figura 1.5).
Bipinada: folha duas vezes composta (bicomposta ou recomposta) (Figura 1.6-F).
Bipinatissecto: folhas bipinada, mas o recorte dos folíolos incompleto, chegando
próximo a nervura central.
Bordo: a porção marginal de lâminas foliares; margem (Figuras 1.5).
Broquidódromo: com nervuras secundárias unidas em uma série de arcos
proeminentes (Figura 1.3-A).
Bulado: diz-se a superfície que apresenta protuberâncias em forma de bolhas.
Calibre: diâmetro exterior de nervuras foliares.
Camptódromo: nervuras secundárias que não teminam na margem das folhas
(Figura 1.3-A, E).
Canaliculado: pecíolo cuja porção superior apresenta-se longitudinalmente
sulcada, formando pequeno canal.
Capítulo: inflorescência constituída geralmente por pequenas flores sésseis que se
inserem em um receptáculo dilatado, guarnecido externamente por brácteas.
Característica de espécies da família Asteraceae e ocasional na família Fabaceae.
42
Carnoso: diz-se do órgão ou parte vegetal que apresenta consistência mole, como
a carne.
Cartáceo: que tem consistência de papel cartão.
Casca: porção externa (cortical) de raízes, caule e ramos que se destaque com
maior ou menor esforço de uma porção interna (medular) lenhosa.
Caúdice: caule dos fetos arborescentes.
Cicatriz: marca sobre a casca de caule ou ramo deixada pela perda de órgão ou
estrutura, tal como uma estípula ou folha.
Ciliado: provido de pêlos pequenos e numerosos ou longo da margem foliar.
Circular: diz-se a forma de folha simétrica regular, em que tanto o eixo longitudinal
quanto o transversal têm tamanhos semelhantes, dando à folha uma forma circular.
Cladódio: caule modificado, com função fotossintetizante.
Cladódromo: com nervuras secundárias ramificando-se livremente em direção à
margem foliar.
Clatrado: diz-se a folha com nervuras primárias longitudinais e secundárias
transversais que delimitam figuras retangulares, lembrando uma grade.
Clavado: em forma de clava, com o ápice mais largo que a base.
Colmo: caule co nós bem definidos.
Concolor: folha com superfícies adaxial e abaxial de coloração da mesma
tonalidade (oposto de discolor).
Congesto: congestionado; no caso as folhas são inseridas muito próximas entre si;
perto do ápice do ramo, deixando nua grande parte deste.
Conspícua: órgão ou estrutura que é claramente visível.
Cordado: base ou lâmina foliar com contorno que se assemelha ao de um coração.
Cordiforme: em forma de coração (Figura 1.9-M).
Coriáceo: que tem a consistência de couro.
Córtex: a superfície externa da casca de caules ou ramos.
Craspedódroma: diz-se das nervuras foliares secundárias que se ligam até a
margem da folha (Figura 1.3-C).
Crasso: grosso, suculento.
Crenado: de dentes arredondados (Figura 1.10-C).
Crenulada: diminutivo de crenado. Diz-se da folhas crenadas com recortes de
pequenas dimensões (Figura 1.10-D).
Cuneado: em forma de cunha. Margens foliares formando um ângulo entre 45° e
90° (Figura 1.9-O).
Cuspidado: terminando em ponta fina, mais ou menos alongada, podendo ser
curva (Figura 1.9-K).
Decumbente: que está deitado. Diz-se de caules deitados sobre o solo, com
extremidades que se erguem.
Decurrente: folha em que a base da lâmina se estende ao longo do pecíolo e, em
certos casos, prolongando-se ao longo do caule (Figura 1.9-P).
Decussado: vide folhas decussadas.
43
Deltóide: triangular com o comprimento aproximadamente igual a largura.
Dente: incisão pontiaguda pouco profunda na margem da lâmina foliar.
Denteado: recortado em dentes; a rigor, dentes orientados perpendicularmente ao
iexo longitudinal (Figura 1.10-E).
Dendrítico: aplica-se à estrutura ou órgão que se apresente uma ou mais vezes,
assumindo a aparência de uma árvore (Figura 1.11-E).
Denso: aplica-se a tipos de indumento ou nervação que se apresentem
compactamente distribuídos e/ou comprimidos.
Descamante: tipo de casca de caule e ramos da qual se desprendem pequenas
placas de tecido morto (ritidoma) com relativa facilidade.
Dicotômica: ramificação de órgão ou estrutura cuja divisão produza dois ramos
com aproximadamente o mesmo diâmetro.
Digitada: folha composta com três ou mais folíolos inseridos no ápice do pecíolo,
os quais são mais ou menos divergentes entre si (Figura 1.6-A).
Discolor: folhas com superfícies adaxial e abaxial com coloração acentuadamente
distinta.
Distal: distanciado do ponto tomado como base ou origem; o oposto de proximal.
Dística: vide folhas dísticas.
Domácia: depressões, bolsas, sacos ou tufos de tricomas muito pequenos
localizados entre a axila da nervura central e as secundarias, na superfície inferior
(abaxial) de muitas folhas (Figura 1.3-H).
Elíptica: forma de lâmina foliar com a porção mais larga na região mediana e com
extremidades simétricas, arredondadas ou não, assemelhando-se a uma elipse
(Figura 1.8-D).
Emarginada: ápice ou lâmina foliar com pequena reentrância coincidente com a
nervura central (1.9-D).
Escabroso: áspero ou tato em decorrência a presença de pêlos rígidos e curtos.
Escamas: indumento formado por placas muito pequenas (de origem epidérmica)
encontradas na superfície de folhas e ramos novos de algumas espécies,
conferindo certa aspereza (Figura 1.11-N, O).
Espinescente: provido de espinhos.
Espinho: ramo lignificado, vascularizado, pungente e em geral fino; pode
apresentar-se longo e ramificado (distintos de acúleos que são superficiais e não
vascularizados, destacando-se facilmente).
Estipe: caule comprido, quase cilíndrico, sem ramificações.
Estipelas: escamas pareadas na base dos peciólulos.
Estipitado: aplica-se a alguma estrutura (glândulas) ou órgão que se insere no
ápice de uma pequena coluna ou pé.
Estípites: mesmo que estipe, tipo de caule.
Estípulas: apêndices em geral laminares, dispostos na região basal do pecíolo,
lateralmente a ele ou ligando dois pecíolos em algumas plantas com folhas opostas
(Figura 1.4-I-M).
Estípulas interpeciolares: estípulas soldadas entre si e pertencentes a folhas
diferentes e imediatas do mesmo nó (Figura 1.4-I-L).
44
Estípulas intrapeciolares: estípula da mesma folha, soldadas entre si e ocorrentes
entre o pecíolo e o caule (Figura 1.4-M).
Estreito-elítico: com maior largura na metade do limbo, numa proporção entre
comprimento e largura maior que 3:1.
Estrelado: em forma de estrela, com raios projetando-se a partir do centro como
raios de uma estrela.
Estriada: extremidade de ramos com linhas (arestas) ou sulcos longitudinais finos.
Estrigosa: aplica-se a talos, folhas e etc., cobertos por pêlos rígidos e com notável
aspereza.
Eucampdódromo: com nervuras secundárias voltadas para o ápice foliar e
diminuindo gradualmente, conectadas as nervuras secundárias superadjacentes
através de pequenas nervuras sem formar arcos proeminentes (Figura 1.3-E).
Excêntrico: deslocado do centro.
Excrescência: saliência ou protuberância de origem externa encontradas em
folhas e ramos jovens.
Exsudatos: são liquídos liberados quando a planta é cortada (resina, látex, goma,
seiva).
Ferrugíneo-tomentoso: diz-se a parte da planta revestida com tomento de cor
ferrugínea.
Fibras: conjunto de células muito longas que formam feixes longitudinais,
conferindo resistência quando puxadas, como em cascas de árvores.
Filiforme: com formato de fio, isto é, longo e delgado.
Filotaxia: forma em as folhas se dispõem ao longo do caule ou ramos.
Fimbricado: finamente recortado na margem, lembrando franjas.
Flocoso: superfície coberta com tufos de tricomas lanosos e macios, que em geral
se desprendem com facilidade.
Folha bipartida: folha subdividida longitudinalmente em dois segmentos,
mantendo-se unida entre o quarto apical até próximo à base (Figura 1.10-O).
Folha composta: folha com lâmina dividida em unidades chamadas folíolos,
inseridos ou não ao longo de um eixo comum (raque) (Figura 1.6).
Folhas alternas: disposição de folhas ao longo de ramos (filotaxia), onde em cada
altura deste (nó) a inserção de uma única folha; uma folha por nó (Figura 1.7-A, B).
Folhas decussadas: aplica-se ao tipo de disposição de órgãos ou estruturas que
se apresentem de forma oposta (ambos inseridos à mesma altura) e formando
ângulos retos com os pares imediatamente próximos; com disposição oposta
cruzada (Figura 1.7-D).
Folhas dísticas: disposição de folhas ao longo de ramos em duas fileiras ou séries,
em um mesmo plano; podem apresentar-se tanto em plantas com filotaxia alterna
quanto oposta (Figura 1.7-B, C).
Folhas helicoidais: folhas com disposição alterna (uma por nó), que se inserem
em planos diferentes assemelhando-se ao movimento de uma hélice ao longo de
ramo ou caule (Figura 1.7-A).
45
Folhas opostas: disposição de folhas ou longo de ramos (filotaxia) onde em cada
altura deste (nó) há inserção de duas folhas, uma em oposição à outra; duas folhas
por nó (Figura 1.7-C, D).
Folhas subopostas: disposição de folhas ao longo de ramos que se parece à
filotaxia oposta pela proximidade dos nós, mas à medida que ocorre o alongamento
dos entrenós, em geral, ocorre pequeno distanciamento entre ambas as inserções.
Foliácea: vide estípula foliácea.
Folíolo: cada um das porções laminares que compõem uma folha composta
(Figura 6.1).
Fronde: termo usado para designar as folhas das pteridófitas, palmeiras e plantas
com folhas compostas; provido de muitos ramos; folhas frondosas.
Gema: ramo vegetativo ou floral não desenvolvido e distribuído no ápice e ao longo
do caule, em geral nas axilas das folhas, e freqüentemente cobertos por escamas.
Geniculado: dobrado em forma de joelho.
Glabro: órgão ou estrutura completamente desprovidos de tricomas.
Glândula: manchas, proeminências ou depressões secretoras encontradas na
superfície de órgãos (nectários extraflorais) ou como pontos translúcidos na lâmina
foliar.
Glândulas monimióides: glândulas das monimiáceas (Figura 1.4-D).
Glândulas urceoladas: em forma de urna (Figura 1.4-A).
Glauco: de cor verde-clara ou azulada.
Helicoidal: vide folhas helicoidais.
Herborizado: planta ou parte dela que foi coletada, prensada e seca para fins de
identificação ou estudo.
Hirsuto: coberto de pêlos longo, rígidos.
Imerso: diz-se a nervura que está no mesmo plano do limbo foliar.
Imparipinada: folha composta com folíolos ao longo do eixo (raque) em cujo ápice
insere-se um, terminal e ímpar (Figura 1.6-D).
Impressa: aplica-se a nervuras foliares situadas ao longo de sulcos, abaixo do
nível geral da superfície examinada.
Inciso-serreado: diz-se da margem serreada, com recortes mais profundos.
Incurvado: formando um arco voltado para o ápice.
Indumento: revestimento externo de órgãos ou estruturas formado por tricomas,
escamas, ceras, etc.
Inerme: desprovidos de espinhos ou acúleos.
Inflado: dilatado.
Inflorescência: conjunto de flores organizadamente dispostas ao longo de um ou
mais eixos da planta.
Inserção: ponto de introdução de um órgão ou estrutura em um eixo ou em relação
a uma superfície vegetal.
Inteira: bordo ou margem foliar connua, sem incies, dentes ou lobos (Figura 1.10-A).
46
Interpeciolar: que se situa entre os pecíolos de uma planta com folhas opostas ou
verticiladas.
Intrapeciolar: que se situa na parte interna ou adaxial do pecíolo, isto é, entre o
seu eixo e o ramo de onde ele parte.
Intumescido: aplica-se a estruturas que se apresentem dilatadas, inchadas (ramo,
pecíolo, peciólulo)
Jugo (a): par de folíolos.
Lâmina: a porção laminar expandida da folha.
Lanceolado: lâmina foliar em forma de ponta de lança, isto é, muito mais longa do
que larga, estando esta na metade basal (Figura 1.8-H).
Lanceolado-oblonga: lâmina foliar lanceolada, com margens mais ou menos
paralelas entre si na maior parte da extensão.
Lanceolado-obovada: lâmina foliar lanceolada, co a porção apical mais larga e
ápice obtuso (arredondado).
Lanosa: aplica-se a órgãos cobertos de pêlos largos e suaves.
Latescente: órgão ou estrutura vegetal que, quando ferida, produz látex.
Látex: liquido geralmente leitoso que flui de órgãos vegetais quando feridos; em
geral é branco, mais pode apresentar-se incolor, amarelado, vermelho, etc.
Laxo: pouco densa ou não apertada frouxa.
Lenticela: pequena protuberância em geral alongada e de coloração distinta
encontrada na superfície (casca) de ramos, geralmente em grande quantidade. São
visíveis a olho nu.
Lepidoto: coberto de pêlos escamiformes (Figura 1.11-H).
Lepidoto-estrelados: coberto de pêlos escamiformes e estrelados.
Linear: aplica-se a folhas muito longas e estreitas, de margens praticamente
paralelas (Figura 1.10-A).
Linear-lanceolado: aplica-se as folhas lanceoladas com lâmina muito estreita.
Liso: ausência quase total de fendilhamentos e protuperâncias.
Lobada: aplica-se a folhas cuja lâmina apresenta recortes pouco profundos (lobos)
(Figura 1.10-K-P).
Margem: o bordo. A porção marginal de lâminas foliares (Figura 1.5).
Marginal: aplica-se a nervuras ou outras estruturas que ocorrem próxima as
margens de lâminas foliares.
Membranáceo: diz-se ao limbo foliar que tem consistência delicada e mole, como
uma membrana.
Mentolado: odor ou sabor que se assemelhe ao da menta.
Mucronado: lâmina foliar cujo ápice termina de forma abrupta e apresenta uma
ponta muito pequena, aguda e dura (provida de múcron) (Figura 1.9-I-J).
Multijugo: diz-se a folha composta pinada, constituída por muitos pares (julgos) de
folíolos ao longo da raque. Se a folha é bipinada, um julgo representa um par de
folíolos pinados.
Nervação: retículo formado pelos feixes vasculares (nervuras ou veias) em órgãos
de natureza foliar; venação.
47
Nervura: um dos cordões, constituídos por feixes vasculares, paralelos ao eixo
longitudinal da folha, poucos numerosos e escassamente ramificados, evidentes a
olho nu.
Nervura central: é a nervura principal, aproximadamente central, em lâminas
foliares (Figura 1.5).
Nervuras secundárias: aplicam-se as ramificações laterais da nervura central de
uma lâmina foliar (Figura 1.5).
Nervuras terciárias: nervuras foliares originarias a partir de ramificações de uma
nervura secundaria.
Nigrescente: levemente escurecida.
Nó: cada uma das regiões do caule, em que podem nascer ramos, folhas, etc.
Oblanceolado: lâmina foliar lanceolada com a porção mais larga no terço apical da
lâmina.
Oblongo: lâmina foliar mais longa do que larga, e com margens mais ou menos
paralelas entre si na maior parte de sua extensão (Figura 1.8-G) .
Oblongo-elíptico: lâmina foliar mais ou menos oblonga com o ápice e a base
agudos.
Oblongo-lanceolado: lâmina foliar oblongo, mas poupo larga.
Obovado: lâmina foliar oval com a porção mais larga na metade distal (Figura 1.8-E).
Obtuso: aplica-se ao ápice ou à base foliar cujos bordos delimitam inteiramente um
ângulo obtuso, isto é, de forma arredondada (Figura 1.9-C-L).
Ócrea: estrutura situada acima da inserção de pecíolos, resultante da fusão de
estipulas e assemelhando-se a uma bainha ou anel.
Ondulada: aplica-se o limbo foliar com margens sinuosas (com ondulações), isto é,
com subidas e decidas sucessivas.
Opostas: vide folhas opostas.
Orbicular: que apresenta ápice, base e lados aproximadamente iguais, em forma
de disco (Figura 1.8-C).
Ovada: lâmina foliar oval com a porção mais larga na metade basal (Figura 1.8-F).
Palmatilobado: com lobos distribuídos em forma de palma (Figura 1.10-K).
Palmatinérvea: tipo de nervação foliar em que as nervuras, todas mais ou menos
do mesmo calibre, originam de um ponto e divergem entre si à semelhança dos
dedos de uma mão aberta.
Paralelódromo: com duas ou mais nervuras primárias paralelas entre si e entre a
margem foliar.
Paripinada: tipo de folha composta em que os folíolos se inserem ao longo da
raque, em ambos os lados, com o ápice terminando em numero par (Figura 1.6-E).
Peciolada: aplica-se à folha que não apresenta bainha, somente pecíolo e lâmina
(Figura 1.5).
Pecíolo: porção afilada da folha que sustenta a lâmina e a une diretamente com o
caule ou à bainha (Figura 1.5).
Peciólulo: porção afilada que sustenta o folíolo e que se insere na raque de folhas
compostas.
48
Pedicelo: eixo que une a flor à raque ou à ráquila em inflorescências.
Pedunculada: estrutura ou órgão sustentado por uma pequena haste (pedúnculo)
que a une ao eixo principal; que tem pedúnculo.
Pêlo: formação epidérmica uni ou pluricecular, uni ou plurisserial, simples ou
ramificada, pontiaguda ou capitada, com diversas funções. Aqui utilizado como
sinônimo de tricoma.
Pêndula: aplica-se à lâmina foliar que se apresenta pendente e suspensa pelo
pecíolo, ao longo de ramos.
Pilosa: estrutura ou órgão que se apresenta revestido de tricomas.
Pina: cada um dos conjuntos de porções laminares que compõem uma folha
composta (pinada ou penada).
Pinada: tipo de folha composta em que os folíolos inserem-se ao longo da raque,
em ambos os lados; pinaticomposta.
Pinatífido: com recorte chegando à metade da folha (Figura 1.10-N).
Pinatisecto: com recorte chegando próximo à nervura central (Figura 1.10-R).
Plateliforme: em forma de prato.
Postuliformes: em forma de pústulas.
Procumbente: caule flexuoso, que não se mantém ereto, mas que rasteja sobre o
solo sem nele se enraizar.
Projeção apical: pequena extensão encontrada no ápice da raque de algumas
folhas compostas.
Projeção acicular: extensão estreita no ápice da raque, levemente lateral, formada
por folíolo abortivo.
Projeção capituliforme: extensão formada por brotos terminais da raque de folhas
compostas, levemente espessada no ápice, que demonstra crescimento
intermitente.
Prostrado: caule que se apresenta deitado sobre o solo.
Proximal: situados próximo ao ponto tomado como base de origem; o oposto de
distal.
Pubérulo: minutamente pubescente.
Pubescente: coberta de pêlos finos, curtos e suaves, dando ao toque uma
sensação aveludada.
Púlvino: pecíolo dilatado
Pulvínulo: peciólulo dilatado
Puntiforme: que tem forma ou aparência de ponto.
Quilha: porção de tecido elevada sobre a superfície de um órgão, como no pecíolo
de Magnolia.
Ramento: restos de estipulas que permanecem nos ramos após a queda das
folhas, assemelhando-se a cicatrizes.
Ramificado: estrutura ou órgão cujo eixo se divide em duas ou mais partes; que
apresenta ramificação.
Ramo: porções apicais de plantas, geralmente providas de folhas, pouco
lignificadas ou de consistência herbácea.
49
Raque: eixo ou nervura central que continua do pecíolo, após a inserção do(s)
primeiro(s) folíolo(s), em folhas compostas ou em inflorescências, que continua ou
pedúnculo após a inserção do(s) primeiro(s) pedicelo(s) (Figura 1.6-D-F).
Ráquila: eixo secundário de uma folha composta ou inflorescência.
Recortada: aplica-se a lâmina foliar cuja margem não se apresenta inteira, mas com
recortes de tamanhos variáveis, como dentes, depressões ou recortes (Figura 1.10).
Recurvada: eixo ou órgão que se apresenta com curvatura; encurvado.
Resina: exsudado geralmente viscoso que fui de órgãos vegetais quando feridos;
em geral é incolor e oxida em contato com o ar, solidificando-se.
Ressupinado: torcido. Diz-se da folha que sofre torção, tendo voltada para baixo a
face que normalmente esta voltada para cima, e vice-versa.
Reticulado: aplica-se à nervação foliar, cujos contornos se assemelham à malha
de uma rede.
Reticulódromo: com nervuras secundárias perdendo sua identidade em direção à
margem foliar através de repetidas ramificações.
Revoluta: aplica-se à margem foliar cujas bordas virem ou enrolem-se em direção
à face abaxial (inferior).
Rômbico: com a maior largura na metade do limbo, mas com as margens retas.
Formando ângulos obtusos, numa proporção de 2:1 e 3:2 entre comprimento e
largura.
Rômbico-eliptico: que tem variação na forma, entre rombóide (rômbico) e elíptica.
Rugoso: tronco com aspecto enrugado, com fendas pequenas e pouco profundas.
Saculiforme: em forma de saco.
Sagitado: em forma de seta, isto é, pontiagudo com a base bilabiada, sendo os
lobos igualmente pontiagudos.
Saliente: glândulas ou nervuras que sobressaiam da superfície de um dado órgão
ou estrutura.
Secundária: vide nervura secundária.
Sedosa: superfície coberta com tricomas finos e macios ao tato.
Segmentado: aplica-se a ramos nos quais cicatrizes de órgão ou estruturas, em
geral perdidos, delimitem porções, dando aspecto segmentado.
Segmento: cada uma das partes que formam uma estrutura ou órgão segmentado.
Segmentos foliares: “folíolos” das folhas das palmeiras, em que se distribuem
uniformemente (seguimentos eqüidistantes) ou agrupados em feixes (seguimentos
em fascículos).
Semicraspedódromo: com nervuras secundárias ramificando-se em duas, um
ramo terminando na margem foliar e o outro conectando-se a nervura secundária
superadjacente.
Seríceo: tipo de indumento onde os tricomas são lustrosos, longos e macios ao tato
e freqüentemente apressos.
Serreado: que apresenta recortes semelhantes ao de uma serra, com dentes de
orientação com ângulos agudo em direção ao ápice (Figura 1.10-I).
Serrilhado: minutamente serreado (Figura 1.10-J).
50
Séssil: aplica-se à estrutura ou órgão inserido diretamente sobre o eixo que o
sustenta, como glândulas (diretamente na folha), folhas sobre o caule (sem pecíolo)
ou folíolo sobre a raque.
Setáceas: fina como uma seta; folhas terminadas em ponta fina.
Simétrica: aplica-se a órgão ou estrutura que se apresente simétrico, isto é, se
dividindo em duas metades, ambas são iguais entre si.
Simples: órgão ou estrutura que não se apresente dividido ou ramificado.
Suberoso: tronco com fendas muito grandes e profundas, formando placas ou
costas muito espessas.
Suboposta: vide folhas subopostas.
Subulado: com forma que apresenta estreitamento em direção ao ápice ate
terminar em ponta fina.
Suculento: diz-se de qualquer órgão vegetal, ou de uma de suas partes, quando
espessos e carnosos, com muito suco.
Sulcada: superfície de órgãos ou estruturas com sulcos ou depressões estreitos;
nervuras que se encontram ao longo de depressões ou sulcos (abaixo do nível
geral da superfície examinada).
Terciária: vide nervura terciária.
Terminal: estrutura ou órgão que se situe na extremidade apical de um eixo.
Ternado: folhas trifoliadas (Figura 1.10-G-I).
Tomentoso: revestido por tomento,
formado por pêlos simples ou ramificados,
geralmente entrelaçados e muito densos, assemelhando-se a lã.
Translúcida: pequenas glândulas presentes em lâminas foliares que são
evidenciadas pela observação desta contra a luz, aparecendo como pequenos
pontos que permitem sua passagem (Figura 1.4-G).
Tricoma: excrescências ou protuberâncias epidérmicas de qualquer forma ou
tamanho encontradas sobre a superfície de órgãos ou estruturas vegetais, como
los (simples, ramificados, etc. – Figura 1.11 A a M) e escamas (Figura 1.11-N, O).
Tricoma dendrítico: tricoma ramificado uma ou mais vezes ao longo de um eixo
central, assumindo a aparência de uma árvore (Figura 1.11-E).
Tricoma lepidoto: tricoma ramificado sem eixo central (Figura 11-H).
Tricoma simples: tricoma com um único eixo, o ramificado (Figura 1.11-F-I-J-K-L-M).
Trifoliolada: folha composta formada por três folíolos (Figura 1.6-C).
Trinervada: lâmina foliar com três nervuras que partem de sua base.
Tripinada: folha três vezes pinada.
Tripinatissecto: folhas tripinadas, mas o recorte dos folíolos de terceira ordem
incompleto, chegando próximo da nervura central.
Triquílias: estruturas dilatadas na base do pecíolo de algumas plantas, que
apresentam substâncias ricas em lipídios, geralmente coletadas pelas formigas
(Figura 1.4-B).
Truncado: diz-se da folha que parece ter sido cortada em uma das extremidades.
Com as margens formando ângulo reto no ápice ou na base (Figura 1.9-G-N).
Uninervada: lâmina foliar com uma única nervura.
51
Urticante: órgão ou estrutura cuja superfície se apresenta revestida por tricomas
urticantes, isto é, que causem irritação ao contato com a pele fina (como uma
queimadura).
Vegetativo: aplica-se a uma planta ou a um ramo que apresente destituído de
órgãos reprodutivos; sem flores e/ou frutos.
Velutino: coberto densamente com pêlos retos, longos e macios, que dão ao toque
uma sensação aveludada.
Vernicoso: órgão ou estrutura vegetal com superfície brilhante, semelhante a uma
que tenha sido envernizada.
Verticiladas: disposição de folhas ao longo de ramos (filotaxia), onde em cada altura
deste (nó) há a inserção de três ou mais folhas que em geral divergem entre si.
Zigue-zague: aplica-se a ramos que, a partir de cada nó, apresentam alternância
na direção do crescimento (em um nó numa direção e no seguinte direção oposta).
Adaptado de:
FERRI, M. G.; MENEZES, M. L.; SCANAVACCA, W. R. M. Glossário de termos
botânicos. São Paulo: Edgard Blücher, 1969. 200p.
FONT QUER, P. Dicionário de Botânica. Barcelona: Labor, 1985. 1294 p.
HICKEY, L. J. A revised classification for the architeture of dicotyledonous leaves.
In: METCALFE, C. R.; Chalk, L. Anatomy of the Dicotyledons. Systematic
anatomy of the leaf and stem, with a brief history of the subject, 2. 2nd ed.
Claredon Press, Oxford, p. 25-39. 1979.
HOUAISS, A. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva,
2001. 2925p.
SOBRAL, M.; JARENKOW, J. A.; BRACK, P.; IRGANG, B.; LOROCCA, J.;
RODRIGUES, R. S. Flora arbórea e arborescente do Rio Grande do Sul, Brasil.
Organizado por Marcos Sobral e João André Jarenkow. São Carlos: RiMa: Novo
Ambiente, 2006. 350p.
52
Ilustrações
Figura 1.3: Características vegetativas utilizadas nas chaves: A 1-2: Ilex
paraguariensis, nervação camptódroma, broquidódroma; B Alchornea glandulosa,
glândulas vernicosas na base das folhas; C 1-2: Allophylus edulis, nervação
craspedódroma simples; D Sorocea bonplandii, margem denteado-aculeada;
E 1-2 e F: Tetrorchidium rubrivenium, nervação camptódroma, eucamptódroma;
e glândulas estipitadas no pecíolo; G Piptadenia gonoacantha, glândula séssil;
H Allophyllus edulis: domácias em tufos de pêlos; I – Gymnanthes concolor:
glândulas na base do pecíolo; J Zanthoxylum rhoifolium: glândulas marginais (as
figuras A, C, E e F foram extraídas e modificadas da Flora Brasilensis on-line”,
CRIA, 2005 e as figuras B, D, G, H, J foram extraídas e modificadas de BRAZ;
MOURA; ROSA, 2004).
53
Figura 1.4: Características vegetativas utilizadas nas chaves: A Inga vera, 1:
detalhe da raque alada, 2: glândula urceolada entre o par de folíolos, 3: detalhe do
fruto; B Cecropia glaziovii, 1: detalhes do caule, 2: detalhe das triquílias na base
do pecíolo; C Pera glabrata, detalhes das glândulas; D Mollinedia schottiana,
glândulas monimióides nas projeções denteadas da margem foliar; E Lafoensi
vandelliana, glândula no ápice da folha (face abaxial); F Leandra sp., nervação
acródoma suprabasal perfeita; G glândulas translúcidas; H glândulas em
pontuações enegrecidas; I Rudgea sp., estípula interpeciolar tridentada;
J Faramea sp., estípula interpeciolar aristada; K Psychotria sp., estípula
interpeciolar bidentada; L – Posoqueria sp., estípula interpeciolar arredondada;
M Zollernia ilicifolia, estípulas intrapeciolares; N Miconia sp., nervação
acródroma basal perfeita; O Protium kleinii, saliências na base do pecíolo (as
figuras A, B, E, M, O foram extraídas e modificadas da Flora Brasilensis on-line”,
CRIA, 2005, e a figura D foi extraída e modificada de BRAZ; MOURA; ROSA,
2004).
54
Figura 1.5: Brosimum glazioui, folha simples, margem inteira (a- ápice, nc- nervura
central, fab- face abaxial, fad- face adaxial, p- pecíolo, ns- nervuras secundárias e
b- base).
55
Figura 1.6: Folhas Compostas: A – palmada ou digitada; B – bifoliada; C – trifoliada;
D imparipinada; E paripinada; F bipinada ou recomposta; G biternada;
H – intermediária entre bi e triternada; I – triternada.
56
Figura 1.7: Disposição das folhas (filotaxia): A Folhas alternas helicoidais; B
Folhas alternas dísticas; C – Folhas opostas dísticas; D – Folhas opostas cruzadas.
57
Figura 1.8: Forma das folhas: A linear; B espatulada; C orbicular; D elíptica;
E – obovada; F – ovada; G – oblonga; H – lanceolada.
58
Figura 1.9: Ápice das folhas: A agudo; B acuminado; C arredondado;
D emarginado; E apiculado; F longo-acuminado; G truncado; H retuso;
I mucronado e emarginado; J mucronado; K cuspidado; Base das folhas:
L – arredondada; M – cordada; N – truncada; O – cuneada; P – atenuada.
59
Figura 1.10: Margem das folhas: A inteira; B - sinuada; C crenada;
D crenulada; E denteada; F denticulada; G lobada; H lobulada;
I serreada; J serrilhada; K palmatiloba; L palmatipartida; M palmatisecta;
N palmatífida; O bífida; P pinatilobada; Q pinatipartida; R pinatisecta;
S – pinatífida; T – trífida.
60
Figura 1.11: Tipos de tricomas: A-B bífidos, trífidos (dendríticos);
C-D estrelados; E dentríticos; F acúleos; G tricomas aracnóides;
H escamas lepidotas; I tricomas em forma de T (malpighiáceos); J papilas;
K uncinados; L cerdas; M glandulares; N-O escamiformes (modificado de
RIBEIRO et al., 1999).
61
Ilustrações (fotos)
1
1. Annona cacans Warm. (ANNONACEAE) 2. Duguetia lanceolata A.St.-Hil. (ANNONACEAE)
3. Guatteria australis A.St.-Hil. (ANNONACEAE) 4. Rollinia rugulosa Schltdl. (ANNONACEAE)
1
As fotos e ilustrações bonicas seguem a seqüência numérica da tabela 1.1 (mesma numeração nas chaves de identificação).
As ilustrações (desenhos) foram obtidas da Flora Brasiliensis on-line” (CRIA, 2005). A escala utilizada na digitalização das
imagens foi de 170mm. As fotos indicadas com (*) o de autoria de Sobral et al. (2006).
62
5. Rollinia sericea R.E.Fr. (ANNONACEAE) 6. Aspidosperma australe Müll. Arg. (APOCYNACEAE)
7. Aspidosperma camporum Müll. Arg. (APOCYNACEAE)
63
8. Aspidosperma parvifolium A.DC. (APOCYNACEAE)
9. Aspidosperma tomentosum Mart. (APOCYNACEAE)
64
10. Ilex brevicuspis Reissek (AQUIFOLIACEAE) 11. Ilex paraguariensis A.St.-Hill. (AQUIFOLIACEAE)
11. Ilex paraguariensis A.St.-Hill. (AQUIFOLIACEAE)
65
12. Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire, Steyerm. et Frodin (ARALIACEAE)
13. Euterpe edulis Mart. (ARECACEAE) 14. Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman (ARECACEAE)
66
15. Piptocarpha tomentosa Baker (ASTERACEAE) 16. Vernonia discolor (Spreng.) Less. (ASTERACEAE)
16. Vernonia discolor (Spreng.) Less. (ASTERACEAE)
67
17. Jacaranda puberula Cham.
(BIGNONIACEAE)
18. Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. Ex Steud.
(BORAGINACEAE)
19. Protium kleinii Cuatrec. (BURSERACEAE)
20. Trema micrantha (L.) Blume (CANNABACEAE)
68
21. Citronella paniculata (Mart.) R.A.
Howard (CARDIOPTERIDACEAE)
22. Hirtella hebeclada Moric. ex DC.
(CHRYSOBALANACEAE)
23. Garcinia gardneriana (Planch. et Triana) Zappi
(CLUSIACEAE)
24. Buchenavia kleinii Exell
(COMBRETACEAE)
69
25. Lamanonia ternata Vell. (CUNONIACEAE) 26. Alsophila setosa Kaulf. (CYATHEACEAE)
27. Sloanea monosperma Vell.
(ELAEOCARPACEAE)
28. Sloanea guianensis (Aubl.) Benth.
(ELAEOCARPACEAE)
70
29. Alchornea glandulosa Poepp. et Endl.
(EUPHORBIACEAE)
30. Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll.Arg.
(EUPHORBIACEAE)
31. Gymnanthes concolor Spreng.
(EUPHORBIACEAE)
71
32. Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. (EUPHORBIACEAE)
33. Tetrorchidium rubrivenium Poepp. et Endl. (EUPHORBIACEAE)
72
34. Abarema langsdorfii (Benth.) Barneby et J.Grimes (FABACEAE)
*
35. Inga marginata Willd. (FABACEAE)
73
36. Inga sessilis (Vell.) Mart. (FABACEAE)
37. Inga cf. vera Willd. (FABACEAE)
74
38. Lonchocarpus cultratus (Vell.) Azevedo-Tozzi et H.C.Lima (FABACEAE)
39. Machaerium aculeatum Raddi (FABACEAE)
75
40. Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. (FABACEAE)
41. Zollernia ilicifolia (Brongn.) Vog. (FABACEAE)
76
42. Aiouea saligna Meisn. (LAURACEAE) 43. Aniba firmula (Ness et Mart. ex Nees) Mez
(LAURACEAE)
44. Cinnamomum glaziovii (Mez) Kosterm. (LAURACEAE)
77
45. Cryptocarya moschata Nees et Mart. ex Nees (LAURACEAE)
46. Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F.Macbride
(LAURACEAE)
47. Nectandra membranacea (Sw.) Griseb.
(LAURACEAE)
78
48. Nectandra oppositifolia Nees (LAURACEAE)
49. Ocotea floribunda (Sw.) Mez
(LAURACEAE)
*
50. Ocotea indecora (Schott) Mez. 51. Ocotea lanata (Nees et Mart.) Mez (LAURACEAE)
79
52. Ocotea laxa (Nees) Mez. (LAURACEAE) 53. Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer (LAURACEAE)
54. Ocotea puberula (Rich.) Nees (LAURACEAE)
*
55. Ocotea silvestris Vattimo-Gil (LAURACEAE)
*
80
56. Ocotea urbaniana Mez (LAURACEAE) 57. Lafoensia vandelliana Cham. et Schltdl.
(LYTHRACEAE)
58. Magnolia ovata (A.St.-Hil.) Spreng. (MAGNOLIACEAE)
81
59. Bunchosia maritima (Vell.) J.F.Macbr.
(MALPIGHIACEAE)
60. Byrsonima ligustrifolia A.Juss.
(MALPIGHIACEAE)
61. Luehea divaricata Mart. et Zucc.
(MALVACEAE)
62. Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A.
Robyns (MALVACEAE)
82
63. Leandra dasytricha (A. Gray) Cogn.
(MELASTOMATACEAE)
64. Miconia cabucu Hoehne
(MELASTOMATACEAE)
65. Miconia cinerascens Miq.
(MELASTOMATACEAE)
66. Cabralea canjerana (Vell.) Mart.
(MELIACEAE)
83
67. Cedrela fissilis Vell. (MELIACEAE)
68. Guarea macrophylla Vahl (MELIACEAE) 69. Trichilia cf. casarettoi C.DC. (MELIACEAE)
84
70. Trichilia lepidota Mart. (MELIACEAE) 71. Trichilia pallens C.DC. (MELIACEAE)
72. Mollinedia cf. clavigera Tul.
(MONIMIACEAE)
73. Mollinedia schottiana (Spreng.) Perkins
(MONIMIACEAE)
85
74. Mollinedia triflora (Spreng.) Tul.
(MONIMIACEAE)
75. Brosimum glazioui Taub. (MORACEAE)
76. Ficus adhatodifolia Schott (MORACEAE) 77. Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. (MORACEAE)
86
78. Maclura tinctoria (L.) Don ex Steud.
(MORACEAE)
79. Sorocea bonplandii (Baill.) W.C.Burger,
Lanj. et Boer (MORACEAE)
80. Virola bicuhyba (Schott) Warb.
(MYRISTICACEAE)
81. Myrsine coriacea (Sw.) R.Br.
(MYRSINACEAE)
87
82. Myrsine cf. guianensis (Aubl.) Kuntze
(MYRSINACEAE)
83. Myrsine umbellata Mart.
(MYRSINACEAE)
84. Calyptranthes grandifolia O. Berg
(MYRTACEAE)
85. Calyptranthes lucida Mart. ex DC.
(MYRTACEAE)
88
86. Eugenia bacopari D. Legrand
(MYRTACEAE)
87. Eugenia handroana D. Legrand
(MYRTACEAE)
88. Eugenia multicostata D. Legrand
(MYRTACEAE)
89. Eugenia neoverrucosa Sobral
(MYRTACEAE)
89
90. Eugenia platysema O.Berg (MYRTACEAE) 91. Eugenia stigmatosa DC. (MYRTACEAE)
92. Eugenia cf. subterminalis DC. (MYRTACEAE) 93. Eugenia ternatifolia Cambess (MYRTACEAE)
90
94. Gomidesia squamata Mattos et D.Legrand
(MYRTACEAE)
95. Marlierea eugeniopsoides (D.Legrand et Kausel) D.
Legrand (MYRTACEAE)
96. Marlierea krapovickae C.D.Legrand
(MYRTACEAE)
97. Marlierea parviflora O.Berg
(MYRTACEAE)
91
98. Marlierea silvatica (O.Berg) Kiaersk.
(MYRTACEAE)
99. Myrceugenia myrcioides
(Cambess.) O.Berg (MYRTACEAE)
100. Myrcia anacardiifolia Gardner
(MYRTACEAE)
101. Myrcia brasiliensis Kiaersk.
(MYRTACEAE)
92
102. Myrcia glabra (O.Berg) D.Legrand
(MYRTACEAE)
103. Myrcia hebepetala DC.
(MYRTACEAE)
*
104. Myrcia cf. pubiflora Kiaersk. (MYRTACEAE) 105. Myrcia pubipetala Miq. (MYRTACEAE)
93
106. Myrcia richardiana (O.Berg) (MYRTACEAE) 107. Myrcia splendens (Sw.) DC .(MYRTACEAE)
108. Myrcia spectabilis DC. (MYRTACEAE) 109. Myrcia tijucensis Kiaersk. (MYRTACEAE)
94
110. Myrciaria floribunda (West ex Willd.) O.Berg
(MYRTACEAE)
111. Myrciaria plinioides D.Legrand
(MYRTACEAE)
112. Neomitranthes cordifolia (D.Legrand) D.
Legrand (MYRTACEAE)
113. Plinia brachybotrya (D.Legrand) Sobral
(MYRTACEAE)
95
114. Psidium cattleianum Sabine (MYRTACEAE) 115. Guapira opposita (Vell.) Reitz
(NYCTAGINACEAE)
116. Pisonia zapallo Griseb. (NYCTAGINACEAE)
*
117. Ouratea parviflora (DC.) Baill.
(OCHNACEAE)
96
118. Ouratea salicifolia (A.St.-Hil. et Tul.) Engl.
(OCHNACEAE)
119. Chionanthus filiformis (Vell.) P.S. Green
(OLEACEAE)
120. Hieronyma alchorneoides Allemão
(PHYLLANTHACEAE)
97
121. Picramnia cf. parvifolia Engl. (PICRAMNIACEAE)
122. Cordiera concolor (Cham.) Kuntze (RUBIACEAE)
98
124. Faramea montevidensis (Cham. et Schltdl.) DC. (RUBIACEAE)
125. Posoqueria latifolia (Rudge) Roem. et Schult. (RUBIACEAE)
99
126. Psychotria cf. leiocarpa Cham. et Schltdl. (RUBIACEAE)
127. Psychotria suterella Müell. Arg. (RUBIACEAE) 128. Psychotria vellosiana Benth. (RUBIACEAE)
100
129. Rudgea jasminoides (Cham.) Müell. Arg.
(RUBIACEAE)
130. Esenbeckia grandiflora Mart. (RUTACEAE)
131. Zanthoxylum rhoifolium Lam.
(RUTACEAE)
132. Meliosma sellowii Urb. (SABIACEAE)
101
133. Casearia obliqua Spreng. (SALICACEAE)
*
134. Casearia decandra Jacq. (SALICACEAE)
135. Casearia sylvestris Sw. (SALICACEAE)
102
136. Allophylus edulis (A.St.-Hil., Cambess. et A. Juss.) Radlk. (SAPINDACEAE)
137. Cupania vernalis Cambess. (SAPINDACEAE)
138. Matayba elaeagnoides Radlk.
(SAPINDACEAE)
103
139. Matayba guianensis Aubl.
(SAPINDACEAE)
140. Chrysophyllum inornatum Mart.
(SAPOTACEAE)
141. Chrysophyllum viride Mart. et Eichler
(SAPOTACEAE)
142. Pouteria gardneriana (DC.) Radlk.
(SAPOTACEAE)
*
104
143. Solanum sanctaecatharinae Dunal
(SOLANACEAE)
144. Styrax acuminatum Pohl
(STYRACACEAE)
145. Cecropia glaziovii Snethl. (URTICACEAE)
105
Índice remissivo das espécies estudadas
1
Alsophila setosa (Cyatheaceae)..............................................................................................
p. 19, 69
Abarema langsdorfii (Fabaceae)..............................................................................................
p. 20, 72
Aiouea saligna (Lauraceae).....................................................................................................
p. 31, 76
Alchornea glandulosa (Euphorbiaceae)...................................................................................
p. 27, 70
Alchornea triplinervia (Euphorbiaceae)....................................................................................
p. 27, 70
Allophylus edulis (Sapindaceae)..............................................................................................
p. 19, 102
Aniba firmula (Lauraceae).......................................................................................................
p. 31, 76
Annona cacans (Annonaceae)………......................................................................................
p. 31, 61
Aspidosperma australe (Apocynaceae)...................................................................................
p. 29, 62
Aspidosperma camporum (Apocynaceae)...............................................................................
p. 29, 62
Aspidosperma parvifolium (Apocynaceae)..............................................................................
p. 29, 63
Aspidosperma tomentosum (Apocynaceae)............................................................................
p. 29, 63
Brosimum glazioui (Moraceae)................................................................................................
p. 30, 85
Buchenavia kleinii (Combretaceae).........................................................................................
p. 33, 68
Bunchosia maritima (Malpighiaceae).......................................................................................
p. 23, 81
Byrsonima ligustrifolia
(Malpighiaceae)...................................................................................
p. 22, 81
Chrysophyllum inornatum (Sapotaceae).................................................................................
p. 29, 103
Chrysophyllum viride (Sapotaceae).........................................................................................
p. 29, 103
Cabralea canjerana (Meliaceae)..............................................................................................
p. 20, 82
Calyptranthes grandifolia
(Myrtaceae).....................................................................................
p. 26, 87
Calyptranthes lucida
(Myrtaceae)............................................................................................
p. 25, 87
Casearia decandra (Salicaceae)..............................................................................................
p. 27, 101
Casearia obliqua (Salicaceae).................................................................................................
p. 27, 101
Casearia sylvestris (Salicaceae)..............................................................................................
p. 28, 30, 101
Cecropia glaziovii (Urticaceae)................................................................................................
p. 27, 104
Cedrela fissilis (Meliaceae)......................................................................................................
p. 20, 83
Chionanthus cf. filiformis (Oleaceae).......................................................................................
p. 22, 96
Cinnamomum glaziovii (Lauraceae)........................................................................................
p. 32, 76
Citronella paniculata (Cardiopteridaceae)................................................................................
p. 31, 68
Cordia trichotoma (Boraginaceae)...........................................................................................
p. 32, 67
Cordiera concolor (Rubiaceae)................................................................................................
p. 22, 97
Cryptocarya moschata
(Lauraceae).........................................................................................
p. 34, 77
Cupania vernalis (Sapindaceae)..............................................................................................
p. 20, 102
Duguetia lanceolata (Annonaceae).........................................................................................
p. 32, 61
Endlicheria paniculata (Lauraceae).........................................................................................
p. 33, 77
Esenbeckia grandiflora
(Rutaceae).........................................................................................
p. 30, 100
Eugenia bacopari (Myrtaceae).................................................................................................
p. 25, 88
Eugenia handroana (Myrtaceae).............................................................................................
p. 24, 88
Eugenia multicostata (Myrtaceae)...........................................................................................
p. 25, 88
Eugenia neoverrucosa (Myrtaceae)………..............................................................................
p. 24, 88
Eugenia platysema (Myrtaceae)..............................................................................................
p. 24, 89
Eugenia stigmatosa (Myrtaceae).............................................................................................
p. 24, 89
Eugenia cf. subterminalis (Myrtaceae).....................................................................................
p. 23, 89
Eugenia ternatifolia (Myrtaceae)..............................................................................................
p. 24, 89
Euterpe edulis (Arecaceae).....................................................................................................
p. 19, 65
Faramea latifolia (Rubiaceae)...............................................................................................
...
p. 23
Faramea montevidensis (Rubiaceae
)......................................................................................
p. 23, 98
Ficus luschnathiana (Moraceae)..............................................................................................
p. 29, 85
Ficus adhatodaefolia (Moraceae)............................................................................................
p. 29, 85
Garcinia gardneriana
(Clusiaceae)..........................................................................................
p. 21, 68
Gomidesia squamata (Myrtaceae)........................................................................................
...
p. 23, 90
Guapira opposita
(Nyctaginaceae)..........................................................................................
p. 27, 95
Guarea macrophylla (Meliaceae).............................................................................................
p. 20, 83
Guatteria australis (Annonaceae)............................................................................................
p. 31, 61
Gymnanthes concolor (Euphorbiaceae)..................................................................................
p. 30, 70
Hirtella hebeclada (Chrysobalanaceae)...................................................................................
p. 30, 68
Hieronyma alchorneoides (Phyllanthaceae)............................................................................
p. 30, 96
Ilex brevicuspis (Aquifoliaceae)...............................................................................................
p. 28, 32, 64
1
O primeiro número indicado corresponde às chaves de identificação e o outro às ilustrações (fotos)
106
Ilex paraguariensis (Aquifoliaceae)..........................................................................................
p. 28, 32, 64
Inga marginata (Fabaceae).....................................................................................................
p. 19, 72
Inga sessilis (Fabaceae)..........................................................................................................
p. 20, 73
Inga cf. vera (Fabaceae)..........................................................................................................
p. 20, 73
Jacaranda puberula (Bignoniaceae)........................................................................................
p. 19, 67
Lafoensia vandelliana (Lythraceae).........................................................................................
p. 27, 80
Lamanonia ternata (Cunoniaceae)..........................................................................................
p. 19, 69
Leandra dasytricha (Melastomataceae).................................................................................
..
p. 21, 82
Lonchocarpus cultratus (Fabaceae)........................................................................................
p. 20, 74
Luehea divaricata (Malvaceae)................................................................................................
p. 28, 81
Machaerium cf. aculeatum (Fabaceae)...................................................................................
p. 20, 74
Maclura tinctoria (Moraceae)...................................................................................................
p. 28, 86
Magnolia ovata (Magnoliaceae)...............................................................................................
p. 32, 80
Marlierea eugeniopsoides (Myrtaceae)......................................................................................
p. 26, 90
Marlierea cf. krapovickae (Myrtaceae)……..............................................................................
p. 26, 90
Marlierea parviflora (Myrtaceae)..............................................................................................
.
p. 24, 90
Marlierea silvatica (Myrtaceae).................................................................................................
p. 25, 91
Matayba elaeagnoides (Sapindaceae)....................................................................................
p. 20, 102
Matayba guianensis (Sapindaceae).........................................................................................
p. 21, 103
Meliosma sellowii (Sabiaceae).................................................................................................
p. 28, 34, 100
Miconia cinerascens (Melastomataceae).................................................................................
p. 21, 82
Miconia cabucu (Melastomataceae)........................................................................................
p. 21, 82
Mollinedia cf. clavigera (Monimiaceae)...................................................................................
p. 23, 84
Mollinedia schottiana (Monimiaceae).......................................................................................
p. 23, 84
Mollinedia triflora (Monimiaceae)...........................................................................................
..
p. 23, 85
Myrceugenia myrcioides (Myrtaceae)......................................................................................
p. 26, 91
Myrcia anacardiifolia (Myrtaceae)............................................................................................
p. 26, 91
Myrcia brasiliensis (Myrtaceae).....................................................................………………….
p. 26, 91
Myrcia glabra (Myrtaceae).......................................................................................................
p. 26, 92
Myrcia hebepetala
(Myrtaceae)...............................................................................................
p. 25, 92
Myrcia cf. pubiflora (Myrtaceae)...............................................................................................
p. 25, 92
Myrcia pubipetala (Myrtaceae).................................................................................................
p. 27, 92
Myrcia richardiana
(Myrtaceae)...............................................................................................
p. 25, 93
Myrcia spectabilis (Myrtaceae)...........................................................
.....................................
p. 25, 93
Myrcia splendens
(Myrtaceae).................................................................................................
p. 23, 93
Myrcia tijucensis (Myrtaceae)..................................................................................................
p. 26, 93
Myrciaria floribunda (Myrtaceae).............................................................................................
p. 23, 94
Myrciaria plinioides (Myrtaceae)..............................................................................................
p. 24, 94
Myrsine coriacea (Myrsinaceae)..............................................................................................
p. 30, 86
Myrsine cf. guianensis (Myrsinaceae)......................................................................................
p. 31, 87
Myrsine umbellata (Myrsinaceae)............................................................................................
p. 31, 87
Nectandra membranacea
(Lauraceae)....................................................................................
p. 33, 77
Nectandra oppositifolia (Lauraceae)……….............................................................................
p. 27, 34, 78
Neomitranthes cordifolia (Myrtaceae)......................................................................................
p. 24, 94
Ocotea cf. floribunda (Lauraceae)...........................................................................................
p. 32, 78
Ocotea indecora (Lauraceae)..................................................................................................
p. 32, 78
Ocotea lanata (Lauraceae)..........................................................................................
............
p. 33, 78
Ocotea laxa
(Lauraceae).........................................................................................................
p. 34, 79
Ocotea odorifera (Lauraceae)..............................................................
....................................
p. 33, 79
Ocotea puberula
(Lauraceae)..................................................................................................
p. 34, 79
Ocotea silvestris (Lauraceae)........................................
..........................................................
p. 32, 79
Ocotea urbaniana
(Lauraceae)................................................................................................
p. 34, 80
Ouratea parviflora (Ochnaceae)..............................................................................................
p. 30, 95
Ouratea salicifolia (Ochnaceae)..............................................................................................
p. 28, 96
Pera glabrata (Euphorbiaceae)................................................................................................
p. 30, 71
Picramnia cf. parvifolia (Picramniaceae)..................................................................................
p. 21, 97
Piptadenia gonoacantha (Fabaceae).......................................................................................
p. 20, 75
Piptocarpha tomentosa (Asteraceae)......................................................................................
p. 28, 66
Pisonia zapallo (Nyctaginaceae).............................................................................................
.
p. 21, 95
Plinia cf. brachybotrya (Myrtaceae).........................................................................................
p. 24, 94
Posoqueria latifolia (Rubiaceae)..............................................................................................
p. 22, 98
Pouteria cf. gardineriana (Sapotaceae)...................................................................................
p. 29,103
Protium kleinii (Burseraceae)...................................................................................................
p. 21, 67
Pseudobombax grandiflorum (Malvaceae)..............................................................................
p. 19, 81
107
Psidium cattleianum (Myrtaceae)..........................................................................................
...
p. 24, 95
Psychotria cf. leiocarpa (Rubiaceae).......................................................................................
p. 22, 99
Psychotria suterella (Rubia
ceae).............................................................................................
p. 22, 99
Psychotria vellosiana (Rubiaceae)................................
..........................................................
p. 22, 99
Rollinia cf. rugulosa (Annonaceae)..........................................................................................
p. 33, 61
Rollinia sericea (Annonaceae)…………..................................................................................
p. 34, 62
Rudgea jasminoides (Rubiaceae)............................................................................................
p. 22, 100
Schefflera morototoni (Araliaceae)..........................................................................................
p. 19, 65
Sloanea guianensis
(Elaeocarpaceae)....................................................................................
p. 22, 69
Sloanea monosperma (Elaeocarpa
ceae)................................................................................
p. 22, 69
Solanum sanctacatharinae (Solanaceae)................................................................................
p. 32,104
Sorocea bonplandii (Moraceae)...............................................................................................
p. 27, 86
Styrax acuminatum (Styracaceae)...........................................................................................
P. 32, 104
Syagrus romanzoffiana (Arecaceae).......................................................................................
p. 19, 65
Tetrorchidium rubrivenium (Euphorbiaceae)............................................................................
p. 28, 30, 71
Trema micrantha (Cannabaceae)............................................................................................
p. 28, 67
Trichilia cf. casarettoi (Meliaceae)...........................................................................................
p. 21, 83
Trichilia lepidota (Meliaceae)...................................................................................................
p. 21, 84
Trichilia pallens (Meliaceae)....................................................................................................
p. 21, 84
Vernonia discolor (Asteraceae)................................................................................................
p. 32, 66
Virola bicuhyba (Myristicaceae)...............................................................................................
p. 29, 86
Zanthoxylum rhoifolium (Rutaceae).........................................................................................
p. 20, 100
Zollernia ilicifolia (Fabaceae)...................................................................................................
p. 27, 75
108
CAPÍTULO 2: ÁRVORES MEDICINAIS DE UM FRAGMENTO
FLORESTAL URBANO NO MUNICÍPIO DE
CRICIÚMA, SANTA CATARINA
Aline Costa Brum Figueiró-Leandro
Vanilde Citadini-Zanette
Resumo
O presente estudo faz uma revisão bibliográfica sobre potencialidades medicinais
das árvores de um fragmento florestal urbano, pertencente à Floresta Ombrófila
Densa Submontana, que futuramente poderão servir para a obtenção de novos
fitomedicamentos. As árvores medicinais estudadas fazem parte de um
levantamento florístico-fitossociológico realizado no Parque Ecológico Municipal
José Milanese, Criciúma, sul de Santa Catarina (28º48’S e 49º25’W, altitude de
34m). Das 145 espécies amostradas, 31 (21,4%) apresentaram potencialidades
medicinais com uso para 64 patologias e 43 funções terapêuticas. Muitas espécies
apresentaram uso terapêutico variado e outras somente uma única indicação.
Casearia sylvestris Sw. (guaçatonga) foi a mais citada (23 vezes). O grupo que
apresentou maior número de plantas medicinais foi o pertencente as afecções
cutâneas com 17 espécies para sua terapêutica, seguido pelo grupo das afecções
gastrointestinais (16), doenças reumáticas (12), e por último o grupo das patologias
do aparelho respiratório, das plantas antitérmicas, das plantas antitumorais e
antiulcerativas, com 11 espécies cada. Muitas são as plantas que ainda precisam
ser estudadas e validadas quanto ao seu uso terapêutico, ampliando perspectivas,
para novas pesquisas da vegetação da Floresta Atlântica no sul de Santa Catarina,
pois nesse ambiente o potencial de novos medicamentos é proporcional ao número
de espécies.
Palavras–chave: Plantas medicinais, fitomedicamentos, etnobotânica, Floresta
Atlântica.
Abstract
The present study aimed at carrying out a literature review on medicinal
potentialities of trees species found in an urban forest fragment, that could provide
support for further studies on the subject, including the possibilities for the
development of new phytomedicines. The species assessed are part of a floristic-
phytosociological survey carried out at José Milanese Ecological Park (PEMJM),
located in the municipality of Criciúma, South of Santa Catarina state (28º 48’ S e
49º 25’ W, medium altitude of 34 m). From 145 species sampled, 31 (21,4%)
presented medicinal potentialities for 64 pathologies and 43 therapeutic functions.
Many species presented several therapeutic uses, while others presented only one
recommendation. Casearia sylvestris Sw. (guaçatonga) was the most referred
species (23 citations). The pathologic groups that presented a greater number of
medicinal plants were: cutaneous affections (17 species), followed by
gastrointestinal affections (16), rheumatic disease (12) and respiratory pathologies.
Antifever, antineoplasic and antiulcerative plants presented each one11 citations.
109
Many of these plants need further studies for validation of its therapeutic uses, and
this fact could support the work of new researches (stricto senso Atlantic forest in
the South of Santa Catarina).
Key-Words: Medicinal plants, phytomedicine, ethnobotany, Atlantic forest.
Introdução
O Bioma da Mata Atlântica (IBGE, 2004), embora tenha sido em grande
parte destruído e fragmentado, apresenta megadiversidade biológica, sendo
considerado um dos 34 hotspots mundiais em biodiversidade (MITTERMEIER et al.,
2004).
Embora apresente as formações florestais mais ameaçadas do Brasil
(PAVAN-FRUEHAUF, 2000; SOS Mata Atlântica; INPE, 2002) e, sendo estas
dentre as florestas tropicais do mundo, uma das que mais correm risco de extinção
(REIS; ZAMBONIM; NAKAZONO, 1999; PEIXOTO; ROSA; SILVA, 2002;
MITTERMEIER et al., 2005), este Bioma, abriga mais de 20 mil espécies de
plantas vasculares, das quais estima-se que 40% sejam endêmicas
(MITTERMEIER et al., 2004). Atualmente, está reduzido a menos de 7% de sua
extensão original (SOS Mata Atlântica; INPE, 2006), resultando em poucas florestas
primárias e pequenos fragmentos florestais em diferentes estádios sucessionais
(SOS Mata Atlântica; INPE, 2002).
Originalmente, a Floresta Atlântica (stricto senso) ocupava toda a costa
brasileira, desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, correspondendo a
12% da superfície territorial do país (IBAMA, 1999). Posteriormente, com as novas
classificações do Decreto de Lei 750/1993 (BRASIL, 1993), do Mapa da Vegetação
Brasileira (IBGE, 2004) e a Lei n.º 11.428/2006 (BRASIL, 2006), esta formação,
juntamente com outras formações florestais do Brasil, passaram a ser o “Domínio
Mata Atlântica” , e atualmente “Bioma Mata Atlântica”.
Segundo Pavan-Fruehauf (2000) uma das atividades que se intensificou na
Floresta Atlântica foi à extração de plantas medicinais, fonte de recursos
econômicos para populações locais, uma vez que as fortes restrições legais,
condicionadas pela conservação ambiental, diminuem a possibilidade de
alternativas financeiras. Esta atividade é ainda incentivada por um mercado
promissor. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 80% da população
mundial, principalmente a dos países em desenvolvimento, utiliza a chamada
“medicina tradicional” para suprir as suas necessidades médicas primárias (RATES,
2001), e que cerca de 85% da medicina tradicional envolve o uso de extratos de
110
plantas, o que significa que aproximadamente de 3,5 a 4,0 bilhões de pessoas
dependem destas como fonte de drogas (PAVAN-FRUEHAUF, 2000).
No Brasil o consumo de fitoterápicos vem crescendo à razão de 20% ao
ano, acompanhando a revalorização mundial do uso de plantas medicinais no
tratamento de inúmeras doenças (MONTANARI JUNIOR, 2002). Segundo este
autor, esta revalorização foi mais acentuada nas duas últimas décadas, podendo
ser explicada principalmente por três fatores: crescente aceitação do consumidor
por medicamentos extraídos de plantas; interesse da indústria farmacêutica, devido
à aceitação por parte dos usuários, pelos menores custos envolvidos no
desenvolvimento de um novo produto a partir de plantas; interesse científico
visando a validação de plantas conhecidas como medicinais.
O extrativismo de plantas medicinais pelas suas características, apresenta
grande potencial para utilização racional, uma vez que não implica na remoção da
floresta e, comparativamente com outros usos, pode gerar menores impactos
ambientais (PAVAN-FRUEHAUF, 2000). Estes impactos serão menores se o
uso deste recurso natural for realmente racional, ou melhor, sustentável, pois o
apelo econômico incentiva o extrativismo e coloca em perigo a sobrevivência de
muitas plantas medicinais nativas.
No caso da Floresta Atlântica no sul de Santa Catarina, pode-se mencionar
algumas espécies de plantas medicinais arbóreas que são citadas pelo IBAMA na
Portaria nº 37-N, 03/04/1992 (IBAMA, 1992) como espécies da flora brasileira
ameaçadas de extinção: Maytenus muelleri Schwacke (espinheira-santa), Ocotea
odorifera (Vell.) Rohwer (canela-sassafrás), Ocotea catharinensis Mez (canela-
preta), entre outras.
A flora medicinal constitui um arsenal terapêutico de admirável importância.
A exploração destes ambientes naturais é realizada pelos povos tradicionais e o
papel que eles desempenham na exploração destes ambientes é de grande valor.
Diante da crescente urbanização e das possíveis influências da aculturação, é
preciso resgatar o conhecimento que a população detém sobre o uso de recursos
naturais (PASA; SOARES; GUARIM NETO, 2005). Além disso, cada vez mais se
reconhece que a exploração dos ambientes naturais por povos tradicionais podem
fornecer subsídios para estratégias de manejo e exploração que sejam sustentáveis
a longo prazo (AMOROZO, 2002).
O interesse acadêmico sobre o conhecimento que as pessoas detêm sobre
plantas e seus usos, têm crescido após a constatação de que a base empírica
111
desenvolvida por elas ao longo dos séculos pode, em muitos casos, ter
comprovação científica, que habilitaria a extensão destes usos à sociedade
industrializada (FANSWORTH, 1988).
É por meio da etnobotânica que se busca o conhecimento e o resgate do
saber botânico tradicional, particularmente relacionado ao uso dos recursos da flora
(MARTIN, 1995; GUARIM NETO; SANTANA; SILVA, 2000; ALBUQUERQUE,
2005). Pela etnofarmacologia se realiza a exploração científica multidisciplinar dos
agentes biológicos ativos, empregados ou observados tradicionalmente pelo
homem (HOLMSTEDT; BRUHN, 1983), muito embora, a farmacologia como
disciplina, seja refratária a potenciais contribuições da etnofarmacologia em termos
de paradigmas de ação e/ou uso de drogas (ELISABETSKY, 2004). Sendo assim,
dados etnobotânicos e etnofarmacológicos continuam sendo a base principal para
escolha de plantas medicinais para estudos com a finalidade de se obter novos
fitomedicamentos, especialmente quando trata-se de espécies nativas de
ecossistemas pouco conhecidos em sua complexidade (DI STASI; HIRUMA-LIMA,
2002).
Considerando-se que o Brasil possui a flora mais rica do globo terrestre,
totalizando quase 19% da flora mundial (GIULIETTI et al., 2005), o potencial de
novos fitomedicamentos é proporcional ao número de espécies destes ambientes.
O número de plantas medicinais estudadas no Brasil, ao longo de mais de
40 anos é reduzido (BRITO; BRITO, 1993) e a Floresta Atlântica, em Santa
Catarina, é um imenso reservatório de conhecimento ainda inexplorado e o
estabelecimento de suas potencialidades deverá ser intensificado nos próximos
anos, devido a revalorização das plantas medicinais em todo mundo.
A utilização de plantas medicinais vem sendo cada vez mais difundida no
país, e é enriquecida pela vasta biodiversidade e pela miscigenação das culturas
indígenas, negra e européia, cujo dados sobre o uso destas plantas encontram-se
registrados em vasta bibliografia e as informações nelas contidas certamente
representam um importante instrumento na triagem de material botânico para
avaliação farmacológica (OLIVEIRA et al., 2003).
Pelo exposto, o presente estudo objetiva compilar o conhecimento
etnobotânico sobre potencialidades medicinais das árvores de um fragmento
florestal urbano no sul de Santa Catarina, por meio de estudo de revisão
bibliográfica, reunindo informações destas espécies citadas na literatura pertinente,
que poderão futuramente servir para estudos de novos fitomedicamentos.
112
Material e Métodos
Área de Estudo
O município de Criciúma, localizado no Sul de Santa Catarina, possui
170.420 habitantes e extensão territorial de 236 km
2
(IBGE, 2000), com altitude de
46m-sede. No Bairro Mina União está localizado o Parque Ecológico Municipal José
Milanese (PEMJM), que serviu de fonte de informação para a realização do
presente estudo (Figura 2.1). O Parque situa-se nas coordenadas 28º48’S e
49º25’W, altitude média de 34 m, com 7,7 ha de área, sendo 5,2 ha cobertos pela
Floresta Ombrófila Densa Submontana (Figura 2.2). Esta Floresta passou por corte
seletivo nos anos 80, porém apresenta características de floresta primária
(FIGUEIRÓ-LEANDRO; CITADINI-ZANETTE, inédito).
Figura 2.1: Vista aérea localizando o Parque Ecológico Municipal José Milanese
(limites do Parque em pontilhado vermelho), Criciúma, Santa Catarina
(28º 48’ S e 49º 25’ W, altitude média de 34 m) Fonte: PREFEITURA
MUNICIPAL DE CRICIÚMA, PMC (2002), modificado.
.
113
Figura 2.2: Localização geográfica da região Sul do Estado de Santa Catarina,
destacando a região carbonífera (amarelo-esverdeado) e o município de
Criciúma (amarelo) 28º 40’ S e 49º 22’ W, altitude de 46 m-sede.
A região estudada segundo a Classificação de Köppen, pertence ao grupo
climático Cfa, ou seja, mesotérmico úmido, sem estação seca definida e com verão
quente (OMETTO, 1981). A umidade relativa anual está entre 80 e 85% e a
precipitação média de 1.400 a 1.600mm/ano, não havendo índices pluviométricos
mensais inferiores a 60mm (EPAGRI; CIRAM, 2001).
O solo é caracterizado como Podzólico Vermelho-Amarelo Latossólico Álico
e Podzólico Vermelho-Amarelo Álico (SANTA CATARINA, 1986).
Medodologia
As árvores selecionadas para o estudo fazem parte de um levantamento
florístico e fitossociológico realizado nos anos de 2004 e 2006 no PEMJM (SILVA,
114
2006; FIGUEIRÓ-LEANDRO; CITADINI-ZANETTE, inédito), elencaram-se aquelas
com potencialidades medicinais registradas na bibliografia especializada.
Foram compilados trabalhos etnobotânicos, etnoecológicos, taxonômicos e
florísticos que indicassem ou citassem plantas medicinais da Floresta Atlântica.
Para esta finalidade, utilizaram-se informações contidas em: Reitz (1950); Reitz
(1965-1989); Pio Corrêa (1984); Reis (1989-2007); Camargo (1985); Cervi;
Negrelle; Sbalchiero;. (1989); Alice et al. (1995); Körbes (1995); Silva Júnior (1997);
Michalak (1997); Lorenzi (1992); Lorenzi (1998); Simões et al. (1998); Marcuzzo
(1998); Valente e Silva (1999); Rossato; Leitão-Filho; Begossi (1999); Pavan-
Fruehauf (2000); Teske e Trentini (2001); Franco (2001); Franco e Fontana (2001);
Gonzales et al. (2001); Marques (2001); Rodrigues e Carvalho (2001); Amorozo
(2002); Lorenzi e Matos (2002); Rodrigues et al. (2002); Backes e Irgang (2002);
Coelho; Di Stasi; Vilegas (2003); Guarim Neto e Morais (2003); Backes e Irgang
(2004); Fonseca-Kruel e Peixoto (2004); Medeiros; Fonseca; Andreata (2004);
Pasa; Soares; Guarim-Neto (2005); Silva e Andrade (2005) e Silva Junior (2006).
Os dados foram organizados em forma de tabela onde registraram-se para
cada espécie: família, nome científico
e popular, farmacógenos (partes utilizadas) e
atributos medicinais (usos). Foram feitas atualizações dos nomes científicos por
meio de consulta a especialistas ou a bibliografias mais recentes. Quando
atualizada a sinonímia e o trabalho em que foi citada encontram-se logo abaixo do
nome válido da espécie.
As espécies foram agrupadas nas famílias botânicas segundo delimitações
do Angiosperm Phylogeny Group (APG II, 2003).
Resultados e Discussão
Das 145 espécies arbóreas levantadas nos estudos realizados por Silva
(2006); Figueiró-Leandro e Citadini-Zanette (inédito), 31 espécies foram citadas na
literatura especializada, por apresentaram potencialidades medicinais,
representando 21,4% do total das espécies amostradas no PEMJM. Estas espécies
medicinais pertencem a 27 gêneros, distribuídos em 23 famílias (Tabela 2.1), sendo
Lauraceae (seis espécies) e Sapindaceae (três) as mais bem representadas.
Das espécies com potencialidades medicinais (Tabela 2.2), Casearia
sylvestris Sw. (guaçatonga) foi a mais citada (23 vezes), ou seja, mencionada em
69,7% das 33 bibliografias consultadas; seguida por Protium kleinii Cuatrec.
(almíscar) citada em oito (24,2%) e por Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer (canela-
115
sassafrás), Luehea divaricata Mart. et Zucc. (açoita-cavalo), Cabralea canjerana
(Vell.) Mart. (canjerana), Psidium cattleianum Sabine
(araçá) e Zanthoxylum
rhoifolium Lam. (mamica-de-cadela) citadas em sete (21,2%), Ilex paraguariensis
A.St.-Hill. (erva-mate), Cedrela fissilis Vell. (cedro), Cecropia glaziovii Sneth.
(embaúba) e Cupania vernalis Cambess. (camboatá) citadas em seis (18,2%) e
Virola bicuhyba Warb. (bicuíba) citada em cinco referências (15,1%). As demais
espécies foram citadas menos de quatros vezes na bibliografia consultada.
Tabela 2.1: Espécies arbóreas com potencialidades medicinais encontradas no
fragmento de Floresta Ombrófila Densa Submontana, Parque Ecológico Municipal
José Milanese, Bairro Mina União, Criciúma, Santa Catarina.
FAMÍLIA/Nome científico Nome popular
APOCYNACEAE
Aspidosperma australe ell. Arg.
peroba
Aspidosperma tomentosum Mart.
peroba
AQUIFOLIACEAE
Ilex paraguariensis A.St.-Hill.
erva-mate
ARALIACEAE
Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire , Steyerm. et Frodin
pau-mandioca
ARECACEAE
Euterpe edulis Mart.
palmiteiro
BIGNONIACEAE
Jacaranda puberula Cham.
carobinha
BURSERACEAE
Protium kleinii Cuatrec.
almíscar
CANNABACEAE
Trema micrantha (L.) Blume
grandiúva
CLUSIACEAE
Garcinia gardneriana (Planch. et Triana) Zappi
bacopari
FABACEAE
Zollernia ilicifolia (Brongn.) Vogel
carapicica-de-folha-lisa
LAURACEAE
Aiouea saligna Meisn.
canela-sebo
Cryptocarya moschata Nees et Mart. ex Nees
noz-moscada-do brasil
Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer
canela-sassafrás
Ocotea indecora (Schott) Mez.
canela
Ocotea puberula (Rich.) Nees
canela-sebo
Nectandra oppositifolia Nees
canela-amarela
LYTHRACEAE
Lafoensia vandelliana Cham. et Schltdl.
dedaleiro
MAGNOLIACEAE
Magnolia ovata (A.St.-Hil.) Spreng.
baguaçu
MALVACEAE
Luehea divaricata Mart. et Zucc.
açoita-cavalo
MELIACEAE
Cedrela fissilis Vell.
cedro
Cabralea canjerana (Vell.) Mart.
canjerana
116
FAMÍLIA/Nome científico Nome popular
MYRISTICACEAE
Virola bicuhyba (Schott) Warb.
bicuíba
MORACEAE
Sorocea bonplandii (Baill.) W. C. Burger, Lanj. et Boer
cincho, caxim
MYRTACEAE
Psidium cattleianum Sabine
araçá
MYRSINACEAE
Myrsine umbellata Mart.
capororoca-vermelha
RUTACEAE
Zanthoxylum rhoifolium Lam.
mamica-de-cadela
SALICACEAE
Casearia sylvestris Sw.
guaçatonga
SAPINDACEAE
Allophylus edulis (A.St.-Hil., Cambess. et A. Juss.) Radlk.
vacum, chal-chal
Cupania vernalis Cambess
camboatá
Matayba elaeagnoides Radlk.
camboatá-branco
URTICACEAE
Cecropia glaziovii Sneth.
embaúba
Foram listadas cerca de 64 patologias e 43 funções terapêuticas. Das
patologias e funções terapêuticas citadas para as plantas medicinais encontradas,
verificou-se que 31,8% destinaram-se ao tratamento de afecções gastrointestinais e
afecções da pele (15,9% e 14,9% respectivamente), 11,2% ao aparelho respiratório
(tosse, gripe, laringite, bronquite, asma, entre outras), 10,3% ao aparelho
circulatório e afecções do sangue, 7,4% ao reumatismo em geral e afecções do
aparelho urinário e 1,9% à herpes. Houve grande variação em relação a quantidade
de funções terapêuticas/patologias que cada planta apresentou (plantas com
apenas uma única função até plantas com 54 funções terapêuticas e patologias).
As plantas que apresentaram mais finalidades terapêuticas e patologias
foram: Casearia sylvestris Sw. (54), Virola bicuhyba Warb. (35), Luehea divaricata
Mart. et Zucc. (29), Ilex paraguariensis A.St.-Hill. (23), Cecropia glaziovii Sneth.
(22), Cedrela fissilis Vell. (21), Cupania vernalis Cambess (19), Cabralea canjerana
(Vell.) Mart. (17), Zanthoxylum rhoifolium Lam. (17), Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer
(16) e Jacaranda puberula Cham. (14).
Muitas espécies têm usos terapêuticos variados e outras têm somente uma
única indicação de uso, mas neste estudo a grande maioria das espécies
apresentou mais de uma indicação terapêutica. Espécies citadas, na bibliografia
consultada, mais vezes para uma única indicação podem sugerir pesquisas mais
específicas para comprovação científica das suas atividades, como por exemplo
Casearia sylvestris, sendo suas ações como antiulcerativa, antiofídica, depurativa
117
do sangue, anti-reumática, cicatrizante, antiobésica, antiinflamatória, antitérmica e
para afecções cutâneas em geral.
Os grupos que apresentaram maior número de plantas foram os das
afecções cutâneas, com 17 espécies para sua terapêutica (54,8%), seguido pelo
grupo das afecções gastrointestinais, com 15 espécies (48,4%), pelo grupo das
doenças reumáticas, com 14 espécies (45,1%), pelos grupos das patologias do
aparelho circulatório, respiratório e das plantas com atividade antitumoral, com 11
espécies cada uma (35,5%), e finalizando com o grupo das plantas antitérmicas,
com 10 espécies (32,2%).
Relacionando-se os grupos acima citados com o uso de plantas medicinais
de cada um, observou-se que 27 plantas (87%) foram mencionadas para uso nos
sete grupos de patologias citados. Casearia sylvestris Sw. foi mencionada para
todos estes grupos, seguida por Cupania vernalis Cambess, Ilex paraguariensis
A.St.-Hill., Luehea divaricata Mart. et Zucc. e Virola bicuhyba Warb. citadas em seis
grupos de patologias, Cabralea canjerana (Vell.) Mart., Cedrela fissilis Vell. e
Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer, citada em cinco grupos, Matayba elaeagnoides
Radlk. e Zanthoxylum rhoifolium Lam., citadas em quatro grupos, Allophylus edulis
(A.St.-Hil., Cambess. et A. Juss.) Radlk. e Cecropia glaziovii Sneth., citadas em três
grupos. As demais plantas foram citadas em dois grupos ou em um.
Segundo UNESC et al. (2000), as doenças do aparelho circulatório foram
responsáveis pelo maior número de óbitos (36,5%) no ano de 1997 na Associação
dos Municípios da Região Carbonífera (AMREC), no sul de Santa Catarina,
acompanhando as estatísticas de todo o país e do estado. Relatam ainda, que
outras doenças foram causadoras de grande número de óbitos na região
carbonífera, entre elas: neoplasias-tumorais (14,8%), mortes violentas (14,5%),
afecções do aparelho respiratório (11,2%) e afecções gastrointestinais (5,4%).
Comparando-se os dados apresentados por UNESC et al. (2000) com os
obtidos neste trabalho, verificou-se que os sete grupos de patologias que
apresentaram maior mero de espécies medicinais estão relacionados com
algumas das doenças que mais causam morte na AMREC (afecções
gastrointestinais, afecções dos aparelhos circulatório e respiratório e neoplasias-
tumorais), e estes grupos ocupam o segundo e o quarto lugar respectivamente
neste estudo, apresentando grande quantidade de plantas para o tratamento.
A AMREC apresenta graves problemas ambientais, devido a sua economia
estar vinculada durante muito tempo à extração e beneficiamento do carvão
118
mineral, o que causou sérios problemas de saúde à população. A incidência de
doenças do aparelho respiratório no município de Criciúma, por exemplo, entre os
anos de 1981-1994, foi significativamente maior que a verificada nos demais
municípios da AMREC (UNESC; FATMA; JICA, 1997). Problemas mais simples,
como afecções do aparelho respiratório, afecções cutâneas e febre, representaram
cerca de 71% de todas as espécies citadas neste estudo, ou seja, problemas que
são possíveis de serem resolvidos no atendimento primário à saúde, com o uso de
plantas medicinais existentes na região.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a difusão dos
conhecimentos necessários ao uso racional das plantas medicinais e/ou
fitoterápicos na atenção à saúde da população (AMARAL; SIMÕES; FERREIRA,
2005). Visto por esta perspectiva, o estudo das plantas medicinais brasileiras é de
crucial importância para a saúde pública, e, por apresentar baixo custo, se torna
mais acessível à população de baixa renda.
A região sul do estado de Santa Catarina possui grande diversidade de
plantas medicinais para as mais variadas patologias. Assim como em todo o país,
estudos relacionados a esta área ainda são incipientes e, por isso, dados
etnobotânicos têm grande valor para ciência. Com base na informação de um
determinado efeito terapêutico, a planta pode constituir-se em valioso instrumento
para a descoberta de novos fármacos, que o uso tradicional pode ser
considerado uma pré-triagem quanto à utilidade terapêutica (ELISABETSKY;
SOUZA, 2003).
119
Tabela 2.2: Espécies arbóreas potencialmente medicinais de um fragmento florestal urbano de Floresta Atlântica (Floresta Ombrófila
Densa), Criciúma, Sul de Santa Catarina, com indicações das partes utilizadas (farmacógeno) e de usos, citados na literatura consultada,
onde: (1) toda planta; (2) raíz; (3) caule; (4) casca; (5) folha; (6) flor; (7) fruto; (8) resina ou látex; (9) semente; (10) broto; (SI) Sem
informação. Uso citado na literatura onde: (I) Reitz (1965-1989) e Reis (1989-2005); (II) Reitz (1950); (III) Pio Corrêa (1984); (IV)
Camargo (1985); (V) Cervi; Negrelle; Sbalchiero (1989); (VI) Alice et al. (1995); (VII) Körbes (1995)
; (VIII) Silva Júnior (1997); (IX)
Michalak (1997); (X) Lorenzi (1992) e Lorenzi (1998); (XI) Simões et al. (1998); (XII) Marcuzzo (1998); (XIII) Valente e Silva (1999); (XIV)
Rossato; Leitão-Filho; Begossi (1999); (XV) Pavan-Fruehauf (2000); (XVI) Teske e Trentini (2001); (XVII) Franco (2001); (XVIII) Franco e
Fontana (2001); (XIX) Gonzales et al. (2001); (XX) Marques (2001); (XXI) Rodrigues e Carvalho (2001); (XXII) Amorozo (2002); (XXIII)
Lorenzi e Matos (2002); (XXIV) Rodrigues et al. (2002); (XXV) Backes e Irgang (2002); (XXVI) Coelho; Di Stasi; Vilegas (2003); (XXVII)
Guarim Neto e Morais (2003); (XXVIII) Backes e Irgang (2004); (XXIX) Fonseca-Kruel e Peixoto (2004); (XXX) Medeiros; Fonseca;
Andreata. (2004); (XXXI) Pasa; Soares; Guarim-Neto (2005); (XXXII) Silva e Andrade (2005); (XXXIII) Silva Junior (2006).
FAMÍLIA/Espécie
Nome popular Parte utilizada Uso
APOCYNACEAE
Aspidosperma australe Muell.Arg.
peroba, peroba-branca,
peroba-tambu, guatambu-
amarelo, tambu-verde, tambu-
canudo, pequiá, guatambu.
-
Apenas citada como medicinal (X, XXXI)
Aspidosperma tomentosum Mart.
peroba, pequiá, guatambú-do-
campo, guatambú-do cerrado,
orelha-negra, pau-pereira,
pequiá-de-pedra, pereira-
branca, pereiro, pereiro-do-
campo, pereiro-de-leite,
pereiro-peludo, pereiro-preto,
peroba-do-campo, peroba-de-
cerrado, perobinha-branca,
pitia, tambu, tambu-café,
vinagreira, peroba-amarela.
4
Tônica e febrífuga e antidispnéia (XIII)
5 Diurética, estimulante, combate fadiga, digestiva, sudorífera,
para gripes, para cólicas renais, neurastenia, depressão
nervosa, feridas (I)
AQUIFOLIACEAE
Ilex paraguariensis A.St.-Hil.
erva-mate, congonha, erveira,
congonheira, erva-congonha,
erva-mate, congoín, caáguaçu,
congonha-grande, orelha-de-
5 Digestiva (V)
120
FAMÍLIA/Espécie
Nome popular Parte utilizada Uso
5 Estimulante, estomáquica, tônica, diurética, antiúlcera (uso
interno), feridas (externo) (XI)
5 Estimulante, tratamento de feridas e úlceras, reduz a fadiga,
melhora o apetite e ajuda na digestão, contra fadiga muscular e
mental (XXIII)
5 Estimulante, tônica, diurética, estomáquica e sudorífera (XXV)
SI Estimulante, diurética, excita o nervo pneumogástrico, dissipa a
fadiga, estimula a concentração muscular, excita ou ativa o
apetite, sem causar problemas de estômago, facilitando a
digestão e conjurando constipações, estimulante das funções
principalmente da inteligência e da motilidade (III)
burro, caá, erva-piriquita, erva-
verdadeira.
SI Estimulante do cérebro, ativa a circulação, estimulante contra
fadiga, pele (estética), digestiva e laxante (XVIII)
ARALIACEAE
Scheflera morototoni (Aubl.) Maguire,
Steyerm. et Frodin
Nas bibliografias (XXIV e XXVI) citada
como Didymopanax morototoni (Aubl.)
Decne.
pau-mandioca, caixeta, caxeta,
morototó, mandioqueiro,
mataúba, visgueiro, mandiocão
5 Problemas ósseos e reumatismo (XXXII)
3 Para estancar sangue (anti-hemorrágica) (III)
3 Estancar hemorragias (XXVIII)
5 Anti-hemorrágica (I)
ARECACEAE
Euterpe edulis Mart.
içara, ensarova, palmiteiro,
palmito, ripeiro, ripa, juçara,
palmiteiro-doce, palmito-juçara
5 Dores no estômago (XXX)
BURSERACEAE
Protium kleinii Cuatrec.
almécega, guapoí, almesca,
almecegueiro, ameciqueira,
3-4-5-8 Emplastro para berne, chá antiinflamatório, gangrena, úlceras
em geral (I)
121
FAMÍLIA/Espécie
Nome popular Parte utilizada Uso
4-5 Úlceras gangrenosas e inflamações em geral (III)
4-5 Hemostática, cicatrizante e antiinflamatória, no tratamento de
úlceras gangrenosas e inflamações em geral,
descongestionante nasal (XXIII)
4-5-8 Expectorante, antiinflamatória, antiulcerativa (úlceras
gangrenosas), emplastro para berne (II)
4-5-8-10 Apenas citada como medicinal (XXII)
- Apenas citada como medicinal (XXVII, XXXI, XXXIII)
2-4 Afecções dos rins e bexiga, amebas intestinais, dores
reumáticas, inflamação da garganta, tratamento de feridas, anti-
sifílica e depurativa (XV)
4-5 Dermatoses e escabiose (V)
4-5 Sudorífera, para sífilis, afecções da pele, úlceras e condilomas
(XII)
BIGNONIACEAE
Jacaranda puberula Cham.
carobinha, caroba-miúda,
caroba, caroba-mato
4-10 Depurativa, anti-sifilítica (III)
4 Adstringente (III)
5 Adstringente, anti-sifilítica e anti-reumática (VIII)
5 Sífilis, feridas e reumatismo (XXVIII)
CANNABACEAE
Trema micrantha (L.) Blume
grandiúva, candiúba, coatidiba,
coatiudiba, crindiúva, curindiba,
curindiba, corindiba, gurindiba,
orindeúva, orindiba, orindiuva,
orinduíba, periquiteira, pau-de-
pólvora, taleira, pau-pólvara
- Apenas citada como medicinal (XVIII)
CLUSIACEAE
Garcinia gardneriana (Planch. et
Triana) Zappi
bacupari, bacopari, ábio-do-
mato, bacuparé
SI Afecções do aparelho urinário (XII, XXVIII)
FABACEAE
Zollernia ilicifolia (Brongn.) Vog.
carapicica-de-folha-lisa,
mocitaíba
- Antiulcerogênica, analgésica, tóxica (XXIV, XXVI, XXXIII)
122
FAMÍLIA/Espécie
Nome popular Parte utilizada Uso
3-4 Adstringente (I)
LAURACEAE
Aiouea saligna Meisn.
canela-sebo, canela-anhoaíba
canela-anhuíba,
canela-do-rio-grande
4
Adstringente (XXV, XXVIII)
3-4 Antidiarréica, para cólicas, para vias digestivas (I)
4 Estomáquica, antidiarréica, cólicas (III)
Cryptocarya moschata Nees et Mart.
ex Nees
Na bibliografia (III) citada como
Cryptocarya mandiocana Meisn.
canela-fogo, canela-nhutinga
canela-branca, pau-santo
canela-de-papagaio,
canela-cega, cajati,
canela-lageana,
canela-noz-moscada
7 Dores estomáquicas (XX)
3-2-4-5-6 Sudorífica, anti-reumática, anti-sifilítica (III)
4 Analgésica, estimulante, digestiva, anticoagulante, afecções da
pele, supressão da transpiração, contra reumatismo artrítico e
intoxicações metálicas (VII)
4-5-6 Sudorífera, depurativa do sangue, anti-reumática, anti-sifilítica,
diurética e como repelente para insetos (XXIII)
5 Contusões (XII)
- Apenas citada como medicinal (XXIV)
Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer
Nas bibliografias (XXIV e XXVI) encontra-
se citada como: Ocotea pretiosa (Nees)
Mez.
Na bibliografia (III) encontra-se citada
como: Mespilodaphne sassafras Meisn.
canela-sassafrás,
canela-cheirosa,
canela-funcho, canela-parda,
casca-cheirosa, louro-cheiroso,
sassafráz, sassafráz-preto,
sassafrazinho,
sassafráz-amarelo
SI
Gota, sífilis, reumatismo, intoxicações metálicas, dermatoses
(XXVIII, XXV)
Ocotea indecora Schott Meisn.
canela 2-3-4 Sudorífica, anti-reumática, anti-sifilítica (III, XIX)
4 Emplastro para puxar espinhos ou estrepes, combate diarréias
e disenterías (VII)
Ocotea puberula (Rich.) Nees
canela-sebo, canela-guaincá,
canela-amarela, canela-pinho,
canela-babosa,
canela-pimenta
SI Furúnculos e diarréias (XXVIII)
3-5-8 Anti-reumática, flatulência (I)
Nectandra oppositifolia Nees
Citada na bibliografia (III) como Nectandra
rigida (H. B. K.) Nees.
canela-amarela, canela-
branca,
canela-fedorenta, canela-
garuva, canela-inuçara, canela-
ferrugem
5 Anti-reumática, flatulência (III)
123
FAMÍLIA/Espécie
Nome popular Parte utilizada Uso
2-9 Antidiarréica, febrífuga, tônica (III) LYTHRACEAE
Lafoensia vandelliana Cham. et
Schltdl.
Nas bibliografias (XXVII, XXXI) citada
como Lafoensia pacari A.St.-Hil
dedaleiro, pacari
- Apenas citada como medicinal (XXVII, XXXI)
- Tóxica, antitérmica (I) MAGNOLIACEAE
Magnolia ovata (A.St.-Hil.) Spreng.
baguaçu, pinheiro-do-brejo,
pinha-do-brejo, araticum,
araticum-fruta-de-pau,
canela-do-brejo, pau-pombo
magnólia-do-brejo, avaguaçu,
magnólia-branca, papu-palheta
4 Febrífuga (III, XXV, XXVIII)
4-5 Hemorragias, disenterias e reumatismo, afecções do aparelho
respiratório, laringites, bronquites, artrites e inflamações (XII)
4-5-6 Afecções do aparelho respiratório (laringites, bronquites, etc) e
ação adstringente (II)
4-5-6 Adstringente, tônica, calmante, antiartrítica, antipirética,
estomáquica, afecções gastrointestinais, hepáticas e
respiratórias (bronquite, laringite e tosse), antiinflamatória,
antidiarréica, antileucorréica, antiespasmódica (VI)
4-5-6
Clísteres, disenterias, câimbras de sangue, úlceras internas,
limpa o sangue, combate tumores (câncer) e inflamações
internas, leucorréias e males da bexiga; para tosse, gripe,
reumatismo, afecções da garganta, insônia, para lavar e aplicar
em feridas. Calmante em geral; agindo como depurativa,
antiinflamatória, antitumoral, anti-hemorrágica e antiulcerativa
(VII)
- Apenas citada como medicinal (XXVII)
MALVACEAE
Luehea divaricata Mart. et Zucc.
açoita-cavalo, ivitinga
SI Anti-reumática, antidiarréica, anti-séptica, expectorante e
depurativo (XXV, XXVIII)
MELIACEAE cedro, cedro-cheiroso, cedro- 3 Antiinflamatória, emética, antidiarréica, adstringente (I)
124
FAMÍLIA/Espécie
Nome popular Parte utilizada Uso
3-4 Adstringente, tônico estomacal (disenterias, diarréias),
antitérmica, feridas e úlceras (II)
4
Tônico, adstringente, no combate a febre, contra leucorréia,
para lavar feridas e úlceras (XII)
4
Adstringente, febrífuga, antidisentérica, antiinflamatória (catarro
nos pulmões, artrite, artrose, para banhar feridas e testículos
inflamados) (XVIII)
4-5 Febrífuga, adstringente, vermífuga, anti-
reumática, antimalárica,
para dores no corpo, resfriados, gripes (XXIII)
Cedrela fissilis Vell.
A bibliografia (XXIII) cita que esta espécie
tem características semelhantes a
Cedrela odorota L., e possivelmente
propriedades medicinais também.
Portanto, os usos aqui citados são da C.
odorota para bibliografia (XXIII)
do-amazonas, cedro-amargo,
cedro-batata, cedro-amarelo,
cedro-branco, cedro-rosa,
cedro-setim, cedro-do-brejo,
cedro-pardo, cedro-vermelho,
cedro-da-várzea, acajú, acujo,
cuju-catinga, basáquiva, cedro-
colorado, cedro-pinta
(Paraguai) cedro misionero,
cedrorosado, cedro blanco
(Argentina)
5 Contra tonturas (V)
2-3-4 Laxativa, febrífuga, emética, adstringente, antidispéptica (I)
2-3-4 Antidispéptica, afecções da pele, purgativa, febrífuga,
adstringente, emética, narcótica, hidropsia, tumores artríticos
(III)
2-4 Purgativa e no combate a febre (XII)
4 Dispepsias, febre, prisão de ventre, diarréia, hidropsia e
afecções da pele (VII)
4 Reconstituinte, digestiva, febrífuga, combate a prisão-de-ventre,
diarréia e afecções da pele (XVIII)
Cabralea canjerana (Vell.) Mart.
c
anjerana, canjarana, cajarana,
canjerana-de-prego,
canharana (Santa Catarina),
cedro-canjerana
pau-de-santo, cancharana
(Argentina)
cedrora (Paraná)
4 Purgativa e febrífuga (XXV, XXVIII)
5 Calmante, equilibra a pressão arterial, eficaz em banhos e para
dores reumáticas (XVIII)
MORACEAE
Sorocea bonplandii (Baill.)
W.C.Burger, Lanj. et Boer
cincho, caxim
SI Analgésica e antiulcerogênica (XXIX, XXXIII)
5 Picadas de cobra, tumores e feridas (XXI) MYRSINACEAE
Myrsine umbellata Mart.
capororoca-vermelha,
capororocão
- Apenas citada como medicinal (XXIV)
MYRISTICACEAE
Virola bicuhyba (Schott) Warb
bicuíba, bicuva, bocuba,
bucuva, bicuíva, candeia-de-
caboclo
3-4 Adstringente, hemostática, contra diarréia, disenteria,
hemoptise, leucorréia, blenorragia, para ulcerações (umbigo de
criança) (III)
125
FAMÍLIA/Espécie
Nome popular Parte utilizada Uso
3-4-9 Adstringente, antidiarréica, hemoptise, leucorréia, blenorragia,
umbigo ulcerado de criança, moléstias da pele, erisipela,
boubas, tumores artríticos, anti-reumática, nelvragia,cancro,
hemorróida, para vias digestivas, asma, antídoto para veneno
de cobra, estimulante, mau-hálito, para memória (I)
4-5-8
Emoliente, afecções do estômago, cólicas intestinais, erisipela,
inflamações, ferimentos, cicatrizante, tosse, desinfetante oral,
afta e hemorróida (XXIII)
A bibliografia (XXIII) cita que esta espécie
tem características e propriedades
semelhantes à Virola surinamensis (Rol
ex Rottb.) Warb. Portanto, os usos aqui
citados são da V. surinamensis para
bibliografia (XXIII)
Citada como Virola oleifera (Schott)
A.C.Sm. nas bibliografias (XXV e XXVIII)
4-8-9 Hemostática, anti-hemorróida, antidiarréica, anti-reumática,
antiasmática e contra tumores, vermes, flatulência, nevralgias,
bronquite (XXV, XXVIII)
4-5 Fluxos intestinais (III)
4-5 Antidiarréica e antidisentérica (VI)
4-5 Problemas intestinais, diurética (XII)
5 Antidiarréica, antiespasmódica (V)
- Apenas citada como medicinal (XIV)
MYRTACEAE
Psidium cattleianum Sabine
Na bibliografia (VI) é citada como P.
littorale Raddi, P. variabile Berg.
araçá, araçá-do-campo
SI Antidiarréica e anti-hemorrágica (intestinos) (XXV, XXVIII)
2
Adstringente, estimulante, antifebril, tônica, carminativa,
antiespasmódica, dor de dente (XI)
2-3-4-5 Adstringente, tônica, para vias digestivas,antitérmica,
flatulência, cólicas, dor de dente, dor de ouvido, analgésica (I)
2-4-5 Adstringente, tônica, estomáquica, febrífuga, dispepsia,
flatulência e cólica, dores de dente e ouvido (III)
4 Tônica, combate a dor de dente, ouvido, eficaz contra gases,
azia e picadas de cobra (VII)
4 Úlcera (V)
4 Dores de ouvido e dente, picada de cobra (IX)
RUTACEAE
Zanthoxylum rhoifolium Lam.
Na bibliografia (I) é citada como Fagara
rhoifolia (Lam.) Engler
mamica-de-cadela, juva,
juvevê, mamica-de-porca, teta-
de-cadela, teta-de-porca,
espinho-de-vintém, espinheira-
de-vintém, tembetaru,
tambatarão, tamanqueira,
tamanqueiro, tamanqueira-da-
terra-firme, tinguaciba, guarita,
tinonaciba, tamangueira
- Apenas citada como medicinal (XXVII)
126
FAMÍLIA/Espécie
Nome popular Parte utilizada Uso
2-4-5 Depurativa, anti-
reumática, vulnerária, cardiotônica, antiobésica,
diurética, antiartrítica, hemostática, anestésica tópica em lesões
da pele, anticolesterolêmica, cardiotônica, afrodisíaca,
antipirética, cicatrizante (barba, espinhas), anti-séptica,
eupéptica, anti-herpética antiulcerogênica, antidiarréica,
antimicrobiana, fungicida, antiobésica, estimulante da
circulação, anti-sifilítica, calmante, diaforética, depurativa e
antiespasmódica (VIII)
3-4-5 Antidiarréica, antifebril, depurativo, anti-
reumática, nas afecções
da pele e nas mordeduras de cobras (XXI)
4-5 Depurativa, antidiarréica, febres inflamatórias, moléstias
hepáticas, picadas de cobra, anti-reumática, afecções da pele
(sífilis) (III)
4-5 Antidiarréica, antiinflamatória, anti-reumática, diurética, usada
nas afecções da pele como cicatrizante (VI)
4-5 Queimadura, ferimento, herpes labial e genital, pequenas
afecções cutâneas, gastrite, úlcera interna e mau-hálito
(halitose), gengivites, estomatite, aftas e feridas na boca.
Tônica, depurativa, anti-reumática, antiinflamatória, antiofídica,
analgésica, hemostática (mucosa e lesões cutâneas),
depurativa, cicatrizante, antiulcerativa (XXII)
4-5 Antidiarréica, anti-reumática, depurativa, cicatrizante, controle
de hemorragias, febres inflamatórias, moléstias herpéticas,
sífilis, contra picadas de cobra (XV)
4-5 Depurativa, anti-reumática, cicatrizante, antiinflamatória, eficaz
contra picadas de cobra (XXV, XXVIII)
5 Antídoto para veneno de cobra, dores pleuríticas, antitérmico,
depurativo, para reumatismo, eczemas, sarnas (I)
SALICACEAE
Casearia sylvestris Swartz
chá-de-bugre, guaçatonga,
apiá-açonoçú, baga-de-pomba,
bugre-branco, café-bravo, café-
de-fraile, café-do-diabo,
cafezeiro-bravo, cafezeiro-do-
mato, cafezinho-do-mato,
caimbim, cambroé, caroba,
carvalhinho, chá-de-frade, chá-
de-são-gonçalinho, erva-da-
pontada, erva-de-pontada,
erva-de-bugre, erva-de-
guaçatunga-falsa, erva-de-
lagarto, erva-de-pontada,
estralador, fruta-de-saíra,
gaibim, gaimbim, guaçatunga,
guaçatunga-branca,
guaçatunga-falsa, guaçatunga-
preta, guaçutonga,
guaçutunga, língua-de-lagarto,
língua-de-tiú, marmelada-
vermellha, marmelinho-do-
campo, paratudo, pau-de-
bugre, pau-de-lagarto,
petumba, pioia, pióia, pitumba-
de-folha-miúda, pombeiro,
quacitunga, saritã, uassatonga,
vacatunga, varre-forno,
vassitonga, vassatunga
5 Depurativa (afecções cutâneas, feridas, sífilis, eczema, sarna,
úlcera, etc); Anti-reumática, febrífuga, antiartrítica (combate as
causas desta doenças), diurética, cardiotônico, antiobésico,
tonificante do coração e regularizadora do rim (II)
127
FAMÍLIA/Espécie
Nome popular Parte utilizada Uso
5 Cicatrizante, diurética, diaforética, depurativa, hemostática,
anestésica nas afecções da pele em geral, feridas, lesões
provocadas por picadas de cobra, hematomas e sífilis (IV)
5 Afecções cutâneas, cicatrizante (V)
5 Antidiarréica, depurativa, anti-
reumática, afecções da pele como
cicatrizante, calmante e antiinflamatória (XI)
5 Cicatrizante, anti-séptica, antiúlcera, diurética, tônica,
estimulante, antimicrobiana, fungicida, depurativa (XVI)
5 Cicatrizante, antitérmica, antimicrobiana, eupéptica,
estomáquica, anti-herpética, anestesiante e hemostática; Eficaz
contra afta, sapinho, herpes, eczema, úlcera gástrica, prurido,
picadas de insetos e obesidade (XVII)
5 Apenas citada como medicinal (X)
- Apenas citada como medicinal (X, XXI, XXIV, XXVII, XXXII)
SI Diurética, anti-reumática, contra obesidade, combate colesterol,
estimulante da circulação, ação tônica sobre o coração, baixa
pressão, para afecções da pele, feridas crônicas e sifilíticas,
contra picada de cobra, picadas de aranha e abelha (VII)
SI Colesterol, reumatismo, obesidade, inchaço nas pernas,
doenças da pele, feridas crônicas, circulação do sangue e como
fortificante do coração (IX)
SI Diurética, controla colesterol e obesidade, depurativa, auxiliar
em problemas de ovário, úlcera gástrica, enxaqueca, próstata e
coração, estimulante da circulação, para picadas de cobra,
aranha e abelha (XVIII)
SAPINDACEAE
Allophylus edulis (A.St.-Hil.,
Cambess. et A.Juss.) Radlk.
chal-chal, vacum, fruta-de-
pombo
5-7
Adstringente, contra inflamações da garganta e intestinos, para
pressão alta e para lavar feridas (VII)
Cupania vernalis Cambess
camboatá-vermelho, camboatá-
da-folha-grande, camboatã
4 Digestiva, calmante, antitérmica, tônica para azia e fígado,
eficaz para banhar tumores e dores reumáticas, dá resistência
ao organismo contra inflamações em geral (XVIII)
128
FAMÍLIA/Espécie
Nome popular Parte utilizada Uso
4 Adstringente, contra asma e tosse convulsiva (XXI)
4 Bronquite, asma, tosse, antifebril, anti-séptica em feridas (XXI,
XXVIII)
5 Tônica, febrífuga, para afecções do fígado, bexiga e estômago
(chá depois das refeições), bom em banhos contra inflamações,
tumores e reumatismo (VII)
- Apenas citada como medicinal (XXVII)
5 Tônica, febrífuga, para afecções do fígado, bexiga e estômago
(chá depois das refeições), bom em banhos contra inflamações,
tumores e reumatismo (VII)
Matayba elaeagnoides Radlk.
Na bibliografia (VII) citada como Matayba
elacagnoides Radlk.
camboatá-branco, cuvantã,
arco-de-peneira, camboatá,
caá-boatã
SI Energética (XXV, XXVIII)
2-5-7-8-10 Adstringente, béquica nervosa, antidiabética, hipotensora,
diurética, cardiotônica, vulnerária, expectorante, anti-
hipertensiva, anti-hidrópica, hepática, estimulante do músculo
cardíaco, antileucorréica, antiblenorrágica, antiasmática,
antigripal e reguladora do ritmo cardíaco (VIIII)
5 Controle da hipertensão (XV)
5 Diurética, antiinflamatória, anti-hipertensiva (XXIII)
5-2-10 Diurética, anti-hipertensiva, ativa circulação e batimentos
cardíacos, asma, bronquite, tosse, coqueluche e problemas
respiratórios em geral (XVIII)
10 Coqueluche (XXIX)
URTICACEAE
Cecropia glaziovii Sneth.
A bibliografia (XXIII) cita que esta espécie
tem propriedades semelhantes a
Cecropia
pachystachya Trécul. Portanto, os dois
primeiros usos citados são da C.
pachystachya e o terceiro de C. glaziovii,
todos na mesma bibliografia
embaúba, pau-formiga,
ambahú, ambaí, ambaíba,
ambaitinga, ambati, ambaú,
árvore-da-preguiça, baibeira,
caixeta, figueira-de-surinam,
ibaíba, ibaituga, imbaíba,
imbaúba, pau-de-lixa, torém,
umbaúba, imbaubão
SI Apenas citada como medicinal (XIV)
129
Conclusões
A Floresta Atlântica do sul de Santa Catarina apresenta uma grande
diversidade de plantas medicinais, que precisam ser estudadas cientificamente para
descoberta de novos fármacos. Nestes ambientes o potencial de novos
fitomedicamentos é proporcional ao número de espécies, o que ressalta a
impotrtância desse ecossitema por sua grande riqueza florística.
Um instrumento de grande valor para etnofarmacologia, é o conhecimento
das comunidades tradicionais, o “conhecimento popular”, que são fontes de
informação, que impulsionam as pesquisas científicas, pois o uso tradicional pode
ser considerado uma pré-triagem quanto à utilidade terapêutica em humanos.
Neste contexto, procurou-se neste estudo, selecionar espécies com
potencialidades medicinais e relacioná-las segundo seus usos populares na
bibliografia pertinente.
Observou-se, que muitas espécies têm usos terapêuticos variados e outras
têm somente uma única indicação. Espécies citadas mais vezes para uma única
indicação podem sugerir pesquisas mais específicas para comprovação científica
das suas atividades.
Criciúma é um município que apresenta problemas de saúde pública, muitos
deles relacionados à degradação ambiental, causada pela mineração de carvão
mineral e grande é o número de plantas medicinais com potencialidades ativas para
as doenças que causaram e ainda causam muitos sofrimentos e óbitos na região.
O estudo das plantas medicinais precisa ser interdisciplinar, envolvendo as
mais variadas áreas relacionadas à pesquisa dos agentes bioativos, pois o caminho
para que uma planta possa ser comercializada como medicamento é longo. A
Interdisciplinariedade é que impulsiona estas pesquisas, pois estudos
etnobotânicos, fornecem subsídios para pesquisas etnofarmacológicas. Desta
forma a planta será sucessivamente investigada em todas as áreas relacionadas
até ter referências suficientes para ser validada cientificamente. A planta medicinal
após sua validação, tem a mesma qualidade e é tão eficaz quanto um medicamento
alopático.
A importância de se estudar o uso tradicional das plantas medicinais pode
resgatar o patrimônio cultural tradicional, assegurando a sobrevivência e
perpetuação do mesmo; otimizar os usos populares correntes, desenvolvendo
preparados terapêuticos (remédios caseiros) de baixo custo e organizar os
130
conhecimentos tradicionais de maneira a utilizá-los em processos de
desenvolvimento tecnológico (ELISABETSKY; SOUZA, 2003).
Montanari Junior (2002) salienta que, o importante é não perder a
perspectiva de que o objetivo maior de qualquer trabalho em pesquisa com plantas
medicinais é o de levar a saúde às pessoas.
Muitas são as plantas que ainda precisam ser estudadas e validadas quanto
aos seus usos terapêuticos, ampliando perspectivas para novas pesquisas da
vegetação da Floresta Atlântica no sul de Santa Catarina. Nesta busca incessante
do conhecimento pela bioprospecção, a descoberta de novos fitomedicamentos é a
recompensa para qualquer pesquisador.
Referências
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Canoas: ULBRA. 1995. 205 p. (Série alfa, 7.)
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AMARAL; A. C. F.; SIMÕES, E. V.; FERREIRA, J. L. P. (Coord.). Coletânea
científica de plantas medicinais. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2005. 220p.
AMOROZO, M.C.M. Uso e diversidade de plantas medicinais em Santo Antonio do
Leverger, MT, Brasil. Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v.16, n. 2, p. 189-203.
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2004. 396p.
BRASIL. Decreto n. 750, de 10 de fevereiro de 1993. Confere o art. 84, inciso IV, e
tendo em vista o disposto no art. 225, § 4°, da Constituição, e de acordo com o
disposto no art. 14, alíneas a e b, da Lei 4.771, de 15 de setembro de 1965, no
Decreto-Lei n° 289, de 28 de fevereiro de 1967, e na Lei n° 6.938, de 31 de agosto
de 1981, Dispõe a proibição do corte, a exploração e a supressão de vegetação
primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração da Mata Atlântica.
Coletânea de legislação do IBAMA. Disponível em: <http://www2.ibama.gov.br/
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______. Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006. Dispõe sobre a utilização e
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Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, nº 246, Poder Executivo,
Brasília, DF, 26 dez. 2006, Seção 1. Disponível em: <http://www.in.gov.br/
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135
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As chaves de identificação são esquemas úteis na identificação de uma
planta desconhecida. Como as espécies não florescem durante todo ano, uma
chave de identificação baseada em caracteres vegetativos tem a vantagem de
poder ser utilizada em qualquer época do ano, sendo sua aplicabilidade ampliada.
Algumas dificuldades foram encontradas com determinadas famílias
botânicas, como por exemplo, Myrtaceae, Lauraceae, Annonaceae e Monimiaceae,
entre outras. Estas famílias apresentam espécies com variações morfológicas muito
tênues, de difícil separação na forma vegetativa.
Uma chave de identificação em nível de espécie, baseada em caracteres
vegetativos, tem uso restrito à formação florestal e região para a qual ela foi
elaborada, neste caso Parque Ecológico Municipal José Milanese (PEMJM), pois o
universo amostral contemplado é diferente de região para região, mesmo que estas
estejam próximas entre si. Desta forma, o uso destas chaves é local e a sua
utilização em outras áreas pode ocasionar erros de identificação. O uso da chave é
restrito, mas se por meio de estudos florísticos-fitossociológicos forem observadas
que, determinadas áreas no seu entorno são muito próximas floristicamente à área
de estudo, esta chave poderá ser utilizada, mas exigirá certos cuidados. Os
desenhos dos caracteres vegetativos, as ilustrações e fotografias digitais das
espécies, podem facilitar a identificação botânica.
Estudos etnobotânicos fornecem subsídios para pesquisas
etnofarmacológica, formando vínculos importantes de interdisciplinariedade, porque
cada ciência não produz nada isoladamente. Desta forma, as plantas são
sucessivamente investigadas em todas as áreas relacionadas até ter referências
suficientes para ser validada cientificamente.
Criciúma é um município que apresenta muitos problemas de saúde
relacionados a degradação ambiental, causada pela mineração de carvão mineral e
neste estudo muitas plantas medicinais com potencialidades ativas foram indicadas
para as doenças que causaram e ainda causam muitos problemas e óbitos na
região. Neste contexto, muitas são as espécies que ainda precisam ser estudadas e
validadas quanto aos seus usos terapêuticos, ampliando perspectivas para novas
pesquisas da vegetação da Floresta Atlântica no Sul de Santa Catarina.
136
O conhecimento gerado neste trabalho, poderá fornecer subsídios para o
conhecimento da população em geral, informando-a sobre as espécies arbóreas
que estão presentes no Parque, bem como, quanto as potencialidades das árvores
medicinais, constituindo desta forma, importante ferramenta para ações futuras de
Educação Ambiental e de pesquisas na região.
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