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psicologia, serviço social, nutrição, farmácia, entre outros. Algumas cidades ainda mantêm
profissionais especialistas em territórios com maior demanda que também atuam na atenção
básica como pediatras, ginecologistas e psiquiatras.
Nessa perspectiva, a atenção básica orientada pela ESF tem como princípios a
universalidade, a acessibilidade e a coordenação do cuidado, o vínculo e continuidade, a
integralidade, a responsabilização, a humanização, a equidade e a participação social. Considera
o sujeito em sua singularidade, na complexidade, na integralidade e na inserção sócio-cultural e
busca a promoção de sua saúde, a prevenção e tratamento de doenças e a redução de danos ou de
sofrimentos que possam comprometer suas possibilidades de viver de modo saudável (BRASIL,
2006b).
Recentemente, a Portaria 648 de 28 de março de 2006 veio aprovar a nova Política
Nacional de Atenção Básica e, para isto, estabeleceu uma revisão de diretrizes e normas para a
organização da Atenção Básica, para a Estratégia de Saúde da Família e para o Programa de
Agentes Comunitários de Saúde (PACS)
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. Esta revisão se deu em decorrência da necessidade de
adequação das normas nacionais ao atual momento de atenção básica no Brasil considerando a
expansão do PSF, o qual se consolidou como a estratégia prioritária para reorganização da
atenção básica, a experiência acumulada nos diversos estados e municípios brasileiros, além dos
princípios e diretrizes propostos nos Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão
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que,
necessário elabora projetos terapêuticos dos usuários que são atendidos por ambas as equipes, e apóia as
equipes de saúde na incorporação de conhecimentos para lidar com casos mais simples. O apoio matricial é,
portanto, uma forma de organizar e ampliar a oferta de ações em saúde, que lança mão de saberes e práticas
especializadas, sem que o usuário deixe de ser cliente da equipe de saúde da família (BRASIL, 2004e, p.7-9).
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O PACS foi implantado num contexto de ambigüidades na condução da política de saúde e atendendo as
indicações do Banco Mundial para a reorientação do sistema de saúde. Iniciado pela experiência do Ceará, em
1991 foi proposto pelo Ministério da Saúde para todo território nacional. Este Programa esteve, originalmente,
vinculado a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) sendo implantado nas Regiões Nordeste e Norte com a
finalidade de contribuir na redução da mortalidade infantil e materna. No ano de 1992 o PACS foi
implementado em outras regiões do país, através de convênio entre FUNASA, MS e Secretarias Estaduais de
Saúde, sendo estes responsáveis pelo repasse de recursos para o custeio do programa e do pagamento dos
Agentes Comunitários de Saúde (ACS) (BRASIL, 2002, P.13).
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Pacto firmado entre os gestores do Sistema Único de Saúde publicado pela Portaria/GM nº. 399, de 22 de
fevereiro de 2006. Este Pacto Foi discutido e firmado conjuntamente com o Ministério da Saúde, o Conselho
Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde
(Conasems), os quais pactuaram responsabilidades entre os três níveis do SUS, no campo da gestão do Sistema
e da atenção à saúde, a partir de uma unidade de princípios que, guardando coerência com a diversidade
operativa, respeita as diferenças loco-regionais, agrega os pactos anteriores, reforça a organização das regiões