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NIÉLLI CAETANO DE SOUZA
Avaliação da influência da técnica de
fotopolimerização da resina composta e diferentes
materiais protetores pulpares na formação de
fendas.
Araraquara
2007
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NIÉLLI CAETANO DE SOUZA
Avaliação da influência da técnica de
fotopolimerização da resina composta e diferentes
materiais protetores pulpares na formação de
fendas.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação
da Faculdade de Odontologia de Araraquara,
Universidade Estadual Paulista, para obtenção do Título
de Mestre em Odontologia (Área de Concentração:
Dentística Restauradora).
Orientador:
Prof. Dr. Alexandre Henrique Susin
Co – Orientador:
Prof. Dr. Osmir Batista de Oliveira Jr
Araraquara
2007
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Niélli Caetano de Souza
Avaliação da influência da técnica de fotopolimerização da resina composta e
diferentes materiais protetores pulpares na formação de fendas.
BANCA EXAMINADORA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação
da Faculdade de Odontologia de Araraquara,
Universidade Estadual Paulista, para obtenção do Título
de Mestre em Odontologia (Área de Concentração:
Dentística Restauradora).
Prof Dr. Alexandre Henrique Susin
Prof Dr. Marcelo Ferrarezi de Andrade
Prof
a
Dr
a
. Roselaine Terezinha Pozzobon
Araraquara, 01 de fevereiro de 2007.
4
“De tudo ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre recomeçando...
A certeza de que precisamos continuar...
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...
Portanto, devemos fazer da interrupção um caminho novo...
Da queda, um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro...”
(Fernando Pessoa)
5
Dedico este trabalho,
A Deus,
por guiar os meus passos e me dar forças para vencer os obstáculos.
A minha mãe Zelaine e as minhas tias Cleone e Aneti
Muito obrigada por acreditarem em mim. Agradeço pelo incentivo, pelos
momentos de felicidade e medo que partilhamos juntas. Pelo amor
incondicional, pelas vezes que enxugaram as minhas lágrimas com palavras e
gestos de carinho. Eu amo vocês.
A minha irmã Cristiane
Exemplo de companheirismo, carinho, fidelidade, coragem e muita alegria.
Cris! Você na minha vida é fundamental muito obrigada por me apoiar e
incentivar sempre, mesmo nos momentos mais difíceis.
Ao Marcos
Pelo apoio emocional, carinho e compreensão sempre concedidos. Você é uma
pessoa incrível, se estou realizando um sonho foi porque você sempre esteve
ao meu lado. Eu te admiro muito. OBRIGADA!
6
Agradecimentos
Ao Prof. Dr Alexandre Henrique Susin, pela paciência, confiança depositada
e excelente orientação científica que me incentiva sempre a continuar nessa
caminhada.
A Prof
a
Dra Roselaine Terezinha Pozzobon pelo incentivo e exemplo de
profissionalismo.
Ao Departamento de Odontologia da Faculdade de Odontologia de
Araraquara e todo o corpo docente.
Aos funcionários do Departamento de Dentística e Secção de Pós-
Graduação da Faculdade de Odontologia de Araraquara, pela presteza e
atenção a mim dedicadas.
Aos meus colegas de mestrado pelos momentos de convivência e conquistas
que adquirimos juntos.
Ao Prof. Dr. Romeu Magnani do Instituto de Química da UNESP, pela
elaboração da análise estatística.
7
Ao Sr. Sebastião Anésio Dametto, do Instituto de Química da UNESP, pela
valiosa colaboração na microscopia eletrônica.
Ao Curso de Odontologia da Universidade Federal de Santa Maria do qual
muito me orgulho.
8
Agradeço em especial
Ao meu amigo Victor, que tive a oportunidade de conviver durante todo o
período do mestrado fazendo com que eu supere todas as dificuldades, supere
as minhas limitações e pelos momentos de alegria que passamos juntos. Muito
obrigada!
Aos meus amigos Lili, Deniz, Geanini, Pati e a Dani que mesmo longe me
deram sempre suporte emocional com palavras de conforto, mesmo que
online.
A Gabriela, Paulinha, Geraldine e José pela amizade, por me agüentarem
durante esse período difícil e terem feito com que eu nunca me sentisse
sozinha em Araraquara. Adoro vocês!
As minhas queridas amigas Adriana de Oliveira Silva e Juliana Jorge
pessoas ímpares que conheci na pós Graduação de Araraquara que realmente
dão valor a amizade e trabalho e equipe. Muito obrigada!
9
A todos os amigos que, direta ou indiretamente, torceram e acreditam em
mim. Muito Obrigada!!!
10
Sumário
Resumo.............................................................................12
Abstract.............................................................................15
1 Introdução......................................................................18
2 Revisão da Literatura.....................................................22
3 Proposição......................................................................45
4 Material e método..........................................................47
5 Resultado. .....................................................................64
6 Discussão ......................................................................70
7 Conclusão......................................................................81
8 Referências....................................................................83
9 Anexo.............................................................................91
11
Resumo
12
Souza NC. Avaliação da influência da técnica de fotopolimerização da resina composta e
diferentes materiais protetores pulpares na formação de fendas [Dissertação de Mestrado].
Araraquara: Faculdade de Odontologia da UNESP; 2007.
Resumo
O objetivo deste estudo foi avaliar a influência da fotopolimerização gradual no
deslocamento de materiais protetores pulpares em função da contração de polimerização da
resina composta através da formação de microfendas nas interfaces: estrutura
dental/material protetor pulpar/ resina composta. Cavidades classe V, com dimensões
padronizadas foram preparadas nas faces V e L de 20 terceiros molares humanos, divididos
em 4 grupos de acordo com o material protetor pulpar e técnica de fotopolimerização: (1)
Ketac Molar Easymix, 3M ESPE - (IVQ) + Fotopolimerização convencional - 850mW/cm²
por 20s (FC); (2) IVQ + Fotopolimerização gradual 100 mW/cm
2
até 1000 mW/cm
2
por
10s e 1000 mW/cm
2
por 10s (FG); (3) Vitrebond 3M ESPE (IVR) + FC; (4) IVR +FG.
Todas as cavidades foram restauradas com sistema adesivo Single Bond (3M ESPE) e
resina composta híbrida Four Seasons (Ivoclar Vivadent). O aparelho fotopolimerizador
utizado foi Optilux 501 (Demetron Kerr) no modo convenciona e gradual (RAMP). Após
ciclagem térmica um segmento longitudinal de 2 mm de espessura foi obtido na porção
central de cada restauração e, em seguida, submetidos às etapas de fixação e desidratação
em grau ascendente de etanol. A adaptação interna dos materiais à parede axial foi
analisada em MEV, com 1000x de magnificação. A análise estatística realizada pela
ANOVA a dois critérios de avaliação e pelos testes de Levene e Shapiro-Wilk (p0,05)
mostrou haver significância estatística entre as cnicas de fotopolimerização convencional
e gradual (Ramp). Há evidência de que a fotopolimerização convencional produz, em
13
média, fendas maiores do que a fotopolimerização gradual. Foi observado ainda, que a base
de cimento de ionômero de vidro químico apresentou maior amplitude de fenda nas duas
interfaces avaliadas e o cimento de ionômero modificado por resina ausência de fenda
quando em contato com o material restaurador.
Concluiu-se que a fotopolimerização gradual minimiza a formação de fendas
axiais reduzindo o deslocamento do material protetor pulpar. Porém apesar do cimento de
ionômero de vidro resinoso apresentar menor freqüência na formação de fenda entre as
interfaces estudadas, nenhum dos cimentos avaliados resistiu à influência da contração de
polimerização totalmente, e foram deslocados da parede axial pelas tensões geradas durante
a fotopolimerização.
Palavras-chave: Microscopia eletrônica de varredura; agentes protetores; resinas
compostas.
14
Abstract
15
Souza NC. Evaluation of the influence of light curing technique of composite resin and
different protect pulp materials about gap formation [Dissertação de Mestrado].
Araraquara: Faculdade de Odontologia da UNESP; 2007.
Abstract
The aim of this study was to evaluate the influence of gradual photolymerization on
the displacement of pulp protective materials due to the resin´s photopolymerization
contraction trough the formation of gaps on the following interfaces: dental structure/ pulp
protective material/ composite resin. Class V cavities with standardized dimensions were
prepared on the buccal and lingual surfaces of 20 human sound third molars, divided into 4
groups according to their pulp protective material and photopolymerization
technique:(1) Ketac Molar Easymix, 3M ESPE- (IVQ) + Conventional
photopolymerization-850 mW/cm2 for 20 seconds (FC); (2) IVQ + gradual
photopolymerization-100 mW/cm2 to 1000 mW/CM2 for 10 seconds and 1000 Mw/CM2
for 10 seconds (FG); (3) Vitrebond 3M ESPE (IVR)+ FC; (4) IVR + FG.All cavities were
restored using the adhesive system Single Bond (3M
ESPE) and hybrid composite resin Four Seasons (Ivoclar Vivadent). The
device used for photopolymerization was the Optilux 501 (Demetron-Kerr) in
both conventional and gradual (RAMP) modes. After thermal cycling, a longitudinal
segment of 2 mm of thickness was obtained from the central part of every restoration, and
submitted to fixation and dehydration with uprising levels of ethanol processes. The
internal adaptation of the materials to the axial wall of the preparation was analyzed in
16
SEM with 1,000x of magnification. The statistical analysis was made using two-way
ANOVA and Levene and Shapiro-Wilk (p 0,05) tests. Results showed statistically
significant differences between the gradual (RAMP) and conventional photopolymerization
techniques. There are evidences that the conventional technique creates wider gaps than the
gradual technique. It was also observed that the chemical glass ionomer cement linning
presented the widdest gaps on both interfaces evaluated, and the resin modified glass
ionomer cement, when in touch with the restorative materials, showed absence of gaps. It
was concluded that gradual photopolymerization minimizes the formation of axial gaps,
reducing the displacement of the pulp protective material. However, although the glass
ionomer resin cement showed the smallest frequency on the gap formation between the
interfaces, none of the cements studied resisted completely to the influence of
polymerizationcontraction and they were displaced from the axial wall by the tension forces
generated during the photopolymerization process.
Key words: Microscopy electron scanning; protective agents; resin composite.
17
Introdução
18
1 Introdução
A procura por tratamentos estéticos com procedimentos pouco invasivos,
tem resultado em um extenso uso de restaurações diretas adesivas com resina composta nos
dentes anteriores e posteriores. Para obter sucesso funcional e uma aparência natural para as
restaurações diretas, o profissional precisa conhecer as propriedades das resinas compostas,
respeitar os protocolos dos adesivos dentinários
3
e adotar uma técnica de reconstrução
incremental racional e eficiente.
A contração de polimerização da resina composta tem sido um dos
fenômenos mais estudados na odontologia nos últimos anos. Atualmente, sabe-se que
vários fatores influenciam nas tensões de contração, tais como a configuração da cavidade,
definida por Feilzer
18
como fator- C, a velocidade com que a polimerização ocorre além do
módulo de elasticidade e a própria contração, inerente ao material resinoso
8
.
O estresse resultante da tensão de contração pode induzir forças de
tracionamento sobre as paredes laterais e de fundo de um preparo cavitário e promover o
surgimento de fendas pelo deslocamento dos materiais restauradores ou protetores
60
. Estas
fendas podem causar infiltração de fluidos na interface, manchamento marginal,
sensibilidade pós-operatória, cáries recorrentes além de poder acarretar danos aos materiais
protetores pulpares, eventualmente utilizados
11
.
Na tentativa de reduzir as tensões geradas durante a polimerização das
resinas compostas sem comprometer suas propriedades mecânicas, a técnica de
polimerização gradual passou a ser considerada. Tem sido evidenciado experimentalmente
que uma lenta reação de polimerização pode causar danos menores à interface adesiva por
aumentar a possibilidade de escoamento do material, prolongando a fase pré-gel da resina
19
composta e conseqüentemente, diminuindo o estresse de contração, resultando em menor
indução de estresse mecânico e consequentemente, menores índices de fenda e infiltração
marginal
5, 8, 31, 40
.
A variação da velocidade da reação pode ser promovida através de técnicas
“soft-star” de modo a diminuir a energia inicial fornecida a resina composta quando da sua
ativação e permitir a reorganização das cadeias porliméricas. O método “soft-start” consiste
em iniciar a polimerização com uma luz de baixa intensidade (±100 mW/cm
2
) seguida da
aplicação de uma luz de alta intensidade (±800 mW/cm
2
)
46, 70
. Uma melhor integridade
marginal pode ser alcançada com a utilização desse método, sem comprometer as
propriedades mecânicas, ao mesmo tempo em que tensões de contração menores são
geradas
2, 24, 33, 39
.
Ainda, em situações críticas para a adesão, uma das técnicas que possui
grande aplicabilidade clínica é a utilização de bases com cimentos ionoméricos associadas à
resina composta
23, 28, 31
.
O cimento de ionômero de vidro é utilizado como material (camada
intermediária) entre dentina e resina composta em função de suas propriedades adesivas à
estrutura dental que ocorre através da união dos grupos carboxílicos com os íons cálcio da
estrutura dentária no momento de presa, o coeficiente de expansão térmica semelhante ao
da dentina e liberação de flúor
1, 55, 60
.
No entanto, devido a dúvidas a respeito da capacidade de adesão dos
cimentos de ionômeros de vidro modificados por resina e convencionais seu desempenho
sob restaurações de resina composta foi questionado. Brackett et al.
7
(1998) e Silva et
al.
56
(2000), avaliaram a microinfiltração em diferentes cimentos de ionômero de vidro e
20
não observaram diferenças significantes entre o modificado por resina e o convencional,
quando utilizado para restaurações classe V.
Por outro lado outros relatos na literatura têm indicado a aplicação de uma
base de cimento de ionômero de vidro modificado por resina ao invés da convencional, por
esta apresentar melhor adesão à estrutura
29, 32, 41
.
Diante do exposto, considerando que a contração de polimerização pode ser
influenciada pela presença de uma camada intermediária e pela modulação da fotoativação,
julgamos pertinente avaliar a influência da polimerização gradual de restaurações de resina
composta verificando o efeito da contração de polimerização desse material sobre o
deslocamento dos materiais protetores pulpares e conseqüente formação de fenda na parede
axial de restaurações classe V.
21
Revisão da
Literatura
22
2 Revisão da Literatura
No intuito de organizar didaticamente o assunto, dividiu-se a revisão de
literatura em dois itens, conforme apresentados a seguir:
2.1 Resinas compostas (Técnicas de fotopolimerização e Contração de
polimerização)
Unterbrink, Muessner
65
em 1995, avaliaram o efeito de diferentes
intensidades de luz na formação de fendas marginais, no desenvolvimento do módulo de
elasticidade, da resistência flexural e na profundidade de polimerização de dois sistemas
restauradores. As cavidades foram confeccionadas na face vestibular de 48 incisivos
bovinos, os quais foram divididos de acordo com os diferentes procedimentos restauradores
e intensidades de luz a serem utilizados: 1- Syntac/ Tetric/ 250 mW/cm²; 2- Syntac/ Tetric/
450 mW/cm²; 3- Scotchbond MP/ Tetric/ 250 mW/cm²; 4- Scotchbond MP / Tetric/ 450
mW/cm²; 5- Syntac/ Z100/ 250 mW/cm²; 1- Syntac/ Z100/ 450 mW/cm²; 7- Scotchbond
MP / Z100/ 250 mW/cm²; 8- Scotchbond MP / Z100/ 450 mW/cm². Em todos os grupos a
resina composta foi inserida em incremento único e fotoativada por 40 segundos. A análise
marginal mostrou que a resina composta Z100, quando utilizada tanto com Scotchbond MP
quanto com o Syntac, apresentou maior formação de fenda marginal quando fotoativada
com alta intensidade de luz. A Tetric revelou melhor adaptação marginal comparada a
Z100, quando utilizada com ambos os sistemas adesivos e com ambas as intensidades de
23
luz. A resistência e o módulo flexural de ambas as resinas compostas foram inferiores
quando fotoativadas com baixa intensidade de luz, após 30 minutos e 24 horas. Diferenças
não foram encontradas na construção volumétrica ou profundidade de polimerização,
relacionada ao método de fotoativação, para os dois materiais testados. Em um tempo de
fotoativação de 40 segundos, os materiais foram igualmente polimerizados a uma
profundidade de 4,5mm, independente da intensidade de luz utilizada. Concluiu-se que a
utilização da alta intensidade de luz pode interferir na integridade marginal, devido a maior
tensão de contração gerada, e que o desenvolvimento do módulo de elasticidade pode ser
influenciado pela intensidade de luz.
Feilzer et al.
19
(1995), estudaram o comportamento da fotopolimerização
gradual avaliando a contração de polimerização e a integridade da interface dente
restauração. Vinte e quatro dentes humanos íntegros (pré-molares e caninos) receberam
preparos classe V nas faces vestibular e lingual. A margem oclusal foi localizada em
esmalte e a margem gengival 1mm abaixo da junção amelocementária. Os dentes foram
divididos em três grupos: 1- sistema adesivo/ camada intermediária (Protect Liner)/ resina
composta; 2- sistema adesivo/resina composta; 3- sistema adesivo/ camada intermediária
(Protect Liner) como mateial restaurador. Em cada grupo a metade dos corpos-de-prova foi
fotopolimerizada com intensidade de 250 mW/cm² (2 min) e a outra metade com
intensidade de 600 mW/cm² (2 min). A observação por MEV mostrou diferença
significativa na redução da formação de fendas em restaurações polimerizadas em baixa
intensidade independente da técnica restauradora avaliada neste estudo. Os resultados desta
pesquisa sugerem que a fotopolimerização em alta intensidade afeta negativamente a
integridade marginal de restaurações classe V. Segundo os autores, isto se deve à extensão
24
do estado viscoelástico e á conseqüente redução do desenvolvimento das tensões de
contração.
Goracci et al.
24
(1996), compararam a adaptação da resina composta á
dentina após a fotoativação de forma convencional e gradual com sistema adesivo
Sctchbond Multi-Purpose e a resina Z 100 de forma incremental (40s a 250mW/cm²),
enquanto que no segundo grupo (B), foi utilizada a técnica de fotoativação lenta na
primeira camada de resina. Para isso, um aparelho regulador foi adicionado ao
convencional para permitir o aumento gradual da intensidade de luz emitida em uma faixa
de 30 a 250mW/cm² em 4 min. Posteriormente, réplicas de resina foram confeccionadas
para serem observadas através do microscópio eletrônico de varredura. O grupo A, não
apresentou fendas na interface esmalte-resina, porém o exame da interface dentina-resina
revelou a presença de fendas de aproximadamente 10 µm. Este resultado deve-se a
contração proveniente da polimerização iniciada pela fotoativação convencional, que gerou
tensão concentrada nas áreas de união mais frágeis. Em contraste, nos espécimes em que a
primeira camada de resina foi polimerizada gradualmente (B), uma continuidade estrutural
foi observada entre o material restaurador e a dentina; a tensão gerada pela contração não
foi suficiente para romper as ligações adesivas entre material restaurador e estrutura
dentária. Os autores concluíram que é possível melhorar a adaptação das resinas compostas
à superfície dentinária através da redução da velocidade de polimerização.
Hansen, Asmussen
26
(1997), avaliaram a correlação entre a profundidade de
polimerização e a distância entre a fonte de luz halógena através do teste de microdureza e
verificaram que a profundidade de polimerização diminui moderadamente de forma linear
25
com o aumento da distância da fonte. A uma distância de 12 mm houve uma redução da
profundidade de aproximadamente 1mm em comparação a fonte de luz em contato. Os
autores concluíram que em cavidades profundas é fundamental que seja realizada a técnica
de inserção incremental de camadas finas e se necessário, aumentar o tempo de
polimerização.
Koran et al.
33
(1996), compararam o efeito da fotopolimerização inicial com
baixa intensidade, gradual versus contínua com alta intensidade. Foram utilizados 5 testes
para avaliar diferentes técnicas de polimerização dentre eles a ensaio da dureza de
superfície, contração de polimerização, viscosidade, adesão e grau de polimerização
(concentração de monômero residual). Em cada teste todos os corpos-de-prova foram
confeccionados com resina composta (Pertac). Os resultados demonstraram que a
fotopolimerização em “dois passos”, método de exposição inicial com baixa intensidade
seguido de exposição em alta intensidade, não afetou a contração, dureza da superfície e
concentração de monômero residual quando comparada com a fotopolimerização
convencional em alta intensidade. Os valores de adesão foram superiores para o método de
polimerização gradual em comparação ao método contínuo. Este estudo suporta a teoria
que a polimerização gradual reduz o estresse de contração das resinas compostas
preservando a integridade marginal das restaurações.
Mehl et al.
39
, em 1997, investigaram a influência de diferentes condições de
fotoativação inicial, seguidas por uma fotoativação final com máxima intensidade de luz,
sobre a formação de fendas marginais. Adicionalmente, avaliaram o efeito destas técnicas
de fotoativação sobre as propriedades físicas (módulo flexural, resistência flexural e
26
microdureza) de duas resinas compostas. Para avaliação da qualidade marginal, cavidades
classe V foram preparadas com margens acima e abaixo da junção amelocementária, em 32
molares humanos extraídos. As cavidades foram restauradas com a resina composta Tetric
em único incremento e dividiram-se os dentes em 4 grupos, onde diferentes intensidades de
luz iniciais foram aplicadas. A intensidade de luz (100%) de 450 mW/cm² foi utilizada para
a fotoativação das restaurações do grupo I, enquanto que os grupos 2, 3, e 4 foram
fotoativados por 20 s com intensidades inicias correspondentes a 70, 50 e 37%, seguidas
por uma intensidade final máxima (100%) por 40s. As intensidades de luz utilizadas
variaram mediante o controle da distância entre a superfície do material e a fonte de luz. Os
dentes foram termociclados (500 ciclos a 5°C e 55°C por 30s) e réplicas foram preparadas
para a avaliação das fendas marginais, através de microscopia eletrônica de varredura.
Adicionalmente, os dentes foram imersos no corante e as restaurações seccionadas para a
avaliação da infiltração. O estudo in vitro da análise marginal demonstrou que a
fotoativação inicial com 56% e 70% de intensidade de luz por 20s, seguida por 100%
(intensidade máxima) por 40s, proporcionou integridade marginal significativamente
melhor quando comparada a alta intensidade de luz somente. Os resultados também
indicaram que uma fotoativação inicial com menor intensidade de luz não influenciou na
microdureza e aumentou o módulo e a resistência flexural. Os autores concluíram que a
fotoativação inicial com baixa intensidade de luz, seguida de uma intensidade máxima
final, é considerada um método confiável para a obtenção de uma melhor integridade
marginal, associada as melhores propriedades físicas do material.
Tate et al.
59
(1999), relataram em sua revisão de literatura que a intensidade
de luz afeta as propriedades físicas do material restaurador e pode prejudicar a adesão do
27
material ao elemento dental. Segundo os autores, vários pesquisadores sugerem uma
intensidade de luz mínima de 400mW/cm² a fim de assegurar uma completa polimerização.
De maneira geral, uma exposição de 60 segundos promove melhor polimerização, tendo em
vista que uma super polimerização não causaria problemas a restauração. Ainda, os autores
comentam que os fatores que influenciam na transmissão da luz através do material são a
espessura do incremento, a quantidade e tamanho das partículas (partículas de 0,01 µm a
1µm reduzem a penetração da luz devido a sua dispersão), a cor do material, o formato da
cavidade e a distância entre a fonte de luz e a superfície do material.
Bouchlicher et al.
5
(2000), avaliaram o desenvolvimento de tensão e o grau
de conversão de uma resina composta híbrida, quando submetida a diferentes métodos de
fotoativação. Confeccionaram-se espécimes de resina composta (Pertac II), os quais foram
polimerizados, utilizando-se quatro diferentes técnicas de fotoativação: convencional a 800
mW/cm² por 40s (STD), aumento gradual de 150mW/cm² até 800mW/cm² por 15s +
800mW/cm² por 25s (EXP), 150mW/cm² por 10s + 800mW/cm² por 30s (STEP),
400mW/cm² por 80s (MED). As forças provenientes da contração de polimerização foram
avaliadas e comparadas entre os grupos de conversão obtido com técnicas STD, EXP E
MED, verificadas em três profundidades (superficial, a 1 mm e a 2 mm). Os resultados
mostraram que as forças máximas de contração foram significativamente menores com a
utilização da fotoativação rampa (EXP). A intensidade intermediária (MED) também
resultou em um menor desenvolvimento das forças quando comparada ao STD e ao STEP,
porém o MED resultou em um maior grau de conversão que o EXP em uma profundidade
de 2 mm. A técnica rampa (EXP) foi capaz de tornar mais lento o grau de conversão do
material na superfície e 1mm abaixo, contudo apresentou um grau de conversão
28
estatisticamente equivalente à cnica convencional (STD). Os autores concluíram que a
menor velocidade de conversão do material observada com a técnica em rampa colaborou
para reduzir a tensão proveniente da polimerização, o que não comprometeria as
propriedades físicas desses materiais, uma vez que graus similares de conversão foram
obtidos entre esta técnica e a convencional.
Lopes et al.
36
(2001), avaliaram o grau de microinfiltração de restaurações de
resina composta classe V com margens em esmalte e dentina usando cinco diferentes
técnicas de fotopolimerização. Cinqüenta cavidades em forma de cunha foram preparadas
em caninos com margem oclusal em esmalte e gengival em dentina. O sistema adesivo
Excite (Vivadent) foi aplicado conforme as orientações do fabricante, as cavidades foram
restauradas com resina híbrida (TetricCeram) em incremento único. Os tipos de
fotopolimerização (n=10) foram: Grupo1: 40 seg (300mW/cm²); Grupo 2: 20 seg
(300mW/cm²) + 20 seg (550mW/cm²); Grupo 3: 5 seg (550mW/cm²) + 5 min sem luz + 35
seg (550mW/cm²); Grupo 4: 40 seg (550mW/cm²); Grupo 5: 5 seg (300mW/cm²)+ 5 min
sem luz + 35 seg (300mW/cm²); Depois de 24 horas em água, os dentes foram
termociclados em 250 ciclos térmicos (variação entre C e 50°C). Os espécimes foram
imersos em azul de metileno por 12 horas e seccionados longitudinalmente, com um disco
diamantado. Os resultados sugerem que a cnica do pulso com baixa intensidade pode
melhorar a capacidade de selamento marginal de restaurações adesivas.
Leonard et al.
34
(2001), desenvolveram uma pesquisa a fim de que se
pudesse determinar a irradiação mínima requerida para haver uma polimerização adequada
de um compósito híbrido (Z100) e um microparticulado (Silux Plus), polimerizados por 40
29
e 60 segundos. Avaliaram através do teste de microdureza Knoop e calcularam dureza
percentual. As intensidades de irradiação do aparelho Optilux 401 foram variadas de 100
mW/cm² a 700 mW/cm², com aumento a cada 25 mW/cm². Os resultados mostraram que a
resina composta Z100 requereu 260,1 mW/cm² com 40 segundos ou 185 mW/cm² com 60
segundos para uma polimerização satisfatória e que a resina composta Silux Plus requereu
542,9 mW/cm² com 40 segundo ou 449 mW/cm² por 60 segundos.
Rissi, Cabral
47
(2002), discutiram as principais variáveis capazes de
interferir no processo de fotopolimerização por luz halógena. Nesse trabalho foi realizado
um experimento onde se avaliou a distância da fonte de luz, a cor e a espessura de
incremento da resina composta microhíbrida TPH Spectrum (Dentsply). Os resultados
demonstraram que quanto maior a saturação e quanto maior a espessura do incremento,
menor foi a quantidade de luz que atravessou a resina, reduzindo a sua intensidade. Com
relação à distância da fonte, quanto maior á distância, menor a quantidade de energia
luminosa que atinge a superfície do material. Os autores concluíram que o controle clínico
da fotopolimerização depende da observação da técnica inerente ás resinas compostas,
considerando-se os fatores interferentes na quantidade de energia luminosa disponível para
o processo como a composição, a cor da resina composta, espessura do incremento e a
distância da fonte de luz.
Obici et al.
42
(2002), mediram a fenda resultante da contração de
polimerização de sete resinas compostas após fotoativação do material com diferentes
técnicas. Os espécimes foram confeccionados com as resinas Alert, Surefil, P60, Z250,
Z100, Definite e Flow-it e a fotoativação realizada de três diferentes formas; luz contínua
30
(500mW/cm² por 40s), em passos (150mW/cm² por 10s + 500mW/cm² por 30s) e
intermitente (450mW/cm² por 60s)l. As fendas provenientes da contração do material
foram verificadas e medidas através do MEV após 24h. Os resultados revelaram maiores
fendas quando do emprego da luz contínua, enquanto que os outros métodos demonstraram
menores fendas provenientes da contração, sem diferença significante entre eles. As resinas
Z 100, Definite e Flow-it mostraram as maiores fendas de contração comparadas ás outras
resinas. Quando a resina Z100 foi ativada pela técnica em passos, parece que a reação
ocorreu mais lentamente, produzindo menores tensões internas e permitindo um melhor
escoamento do material, o que resultou em uma contração de polimerização reduzida.
Assim, os autores verificaram que a contração da resina composta depende tanto da sua
composição, quanto do método de fotoativação utilizado.
Menezes
40
(2002), pesquisou a infiltração marginal em restaurações classe V
variando as técnicas de inserção e fotoativação da resina composta. Foram confeccionadas
64 cavidades classe V com margem cervical em dentina, as cavidades foram restauradas
com sistema restaurador Single Bond/ Z250. Os dentes foram divididos em quatro grupos:
G1-técnica de incremento único + fotoativação convencional, G2- cnica incremental +
fotoativação convencional, G3- técnica de incremento único + fotoativação gradual, G4-
técnica incremental + fotoativação gradual. Todos os corpos-de-prova foram submetidos à
ciclagem térmica de 500 ciclos e imersos em solução de fuccina básica a 0,5%. Após as
secções, obteve-se a imagem digital de cada corte e, em cada um deles foi medido o índice
de infiltração linear de corante. O autor concluiu que a técnica incremental associada a
fotoativação gradual apresentaram índices de microinfiltração, estatisticamente, menores do
que as outras técnicas experimentadas.
31
Braga et al.
8
(2005), estudaram através de revisão de literatura os fatores
primários envolvidos no estresse de contração de polimerização das resinas compostas.
Verificando que este consiste em um fenômeno multifatorial, associado à composição do
material, velocidade de reação, grau de conversão além de seu comportamento
viscoelástico. As informações obtidas através do levantamento de pesquisas permitiram
concluir que novas técnicas e materiais restauradores necessitam ser estudados para
minimizar tal problema. E, que a utilização da modulação da fotopolimerização associada à
utilização de uma camada intermediária com material de menor módulo de elasticidade
entre resina composta e a estrutura dental pode otimizar a adesão obtida.
2.2 Cimento de ionômero de vidro
Kemp-Scholte, Devidson
31
(1990), testaram a capacidade de selamento
marginal de alguns sistemas adesivos e a combinação destes com diferentes materiais de
base, os quais foram avaliados quanto a sua flexibilidade, como um mecanismo de
compensar as tensões de contração das resinas compostas. Preparos de classe V cilíndricos
foram realizados nas faces vestibulares e linguais de 96 dentes bovinos, com margens
localizadas em esmalte e dentina. Os dentes foram divididos em 12 grupos de 8 restaurados
mediante diferentes combinações entre os materiais: 1- Scotchbond 1 + Silux; 2-
Scotchbond 1 + Silux (dois incrementos); 3- Scotchbond 1 + Silux + selamento das
margens com sistema adesivo; 4- Scotchbond 2 + Silux; 5- Scotchbond 2 + camada
intermediária (Silux Enamel Bond Resin) + Silux; 6- ionômero de vidro químico (Fuji
32
Lining cement) + Scotchbond 1 + Silux; 7- ionômero de vidro químico (Fuji lining cement)
+ Scotchbond 2 + Silux; 8- ionômero de vidro químico (GI lining cement) + Scotchbond 1
+ Silux, 9- Scotchbond 2 + ionômero de vidro fotoativado (Vitrabond) + Silux; 10-
Scotchbond 2 + ionômero de vidro fotoativado (Ioline) + Silux; 11 Scotchbond 2 +
camada grossa de ionômero de vidro fotoativado (Iocomp) recobrindo toda a dentina
remanescente + Silux; 12- Tenure Bond + camada fina do ionômero de vidro fotoativado
(Zionomer Paste), cobrindo toda a superfície dentinária exposta + Silux. Todos os materiais
foram manipulados de acordo coma as instruções dos fabricantes, sendo que, nos grupos
descritos acima, a resina composta foi inserida em incremento único, com exceção do
grupo 2, no qual o material foi inserido de forma incremental. Metade dos espécimes de
cada grupo recebeu 600 ciclos de termociclagem por 2 min a 5°C e 60°C. Posteriormente,
os espécimes foram seccionados e réplicas foram feitas para análise da integridade marginal
no microscópio eletrônico de varredura. Os resultados mostraram que a termociclagem não
apresentou influência significante na adaptação marginal. As tensões provenientes da
contração de polimerização também foram avaliadas e observou-se um alívio de 20-50%
das mesmas, devido à presença de um material flexível intermediário. Pôde-se verificar
que, com a aplicação de uma camada intermediária de uma resina fluida ou de um cimento
de ionômero de vidro fotopolimerizável entre o agente de união e a resina composta, a
adaptação marginal foi completa e perfeita (grupos 5, 9, 10 e 12). Concluiu-se que a
utilização de uma camada intermediária pode compensar, em parte, as tensões da contração
de polimerização que poderiam exceder a resistência adesiva, preservando a integridade
marginal em restaurações de classe V.
Mitra
41
, em 1991, verificou a adesão à dentina dos cimentos de ionômero de
33
vidro modificado por resina (Vitrabond) e convencional (3M), indicados para bases
cavitárias. Utilizaram-se dentes bovinos, nos quais foram aplicados um dos cimentos de
ionômero de vidro (modificado por resina ou convencional), o sistema adesivo e a resina
composta (P30). Os espécimes foram termociclados e testados quanto à resistência adesiva
ao cisalhamento. Os resultados mostraram que a resistência à dentina bovina,
imediatamente e após 24h de armazenamento em água destilada, foi de 7±MPa e 12±3MPa
para o Vitrabond e 2±1 MPa e 4±2 MPa para o convencional, respectivamente, mostrando
diferenças estatisticamente significantes. Observou-se que a adesão imediata à dentina do
ionômero de vidro modificado por resina foi significativamente maior, comparada ao
ionômero de vidro convencional. Os autores associaram a alta adesão do Vitrabond às suas
boas propriedades físicas, sugerindo seu alto potencial para utilização sob restaurações de
resina composta.
Sidhu et al.
54
, 1992, estudaram a infiltração marginal de restaurações
cervicais de resina composta forradas com cimento de ionômero de vidro modificado por
resina composta. Preparos cavitários padronizados classe V foram confeccionados no terço
cervical da face vestibular de 60 dentes humanos hígidos. A margem cavo-superficial
oclusal de cada cavidade foi feita em esmalte e biselada, e a parede gengival apresentou
terminação em dentina/cemento. Os dentes foram aleatoriamente divididos em três grupos
de acordo com a técnica restauradora empregada: Grupo1: agente adesivo (Scotchbond 2) e
resina composta (Silux Plus); Grupo 2: cimento de ionômero de vidro modificado por
resina (Vitrabond) utilizado como base para o agente adesivo Scotchbond 2 e resina
composta (Silux Plus); Grupo 3: os dentes foram restaurados somente com cimento de
ionômero de vidro modificado por resina (Vitrabond). Em seguida, os dentes foram
34
armazenados em água destilada por 24 horas. A termociclagem consistiu-se de 200 ciclos
(variação entre C e 50°C). Os espécimes foram selados com verniz cosmético e cera
utilidade antes da imersão em fucsina básica a 0,5% por 24 horas em temperatura ambiente.
Os resultados revelaram que as restaurações de resina composta inseridas sobre a base de
cimento de ionômero de vidro modificado por resina demonstraram significativamente
menor microinfiltração quando comparada com os dentes que não receberam forramento.
Salama et al.
51
(1995), realizaram um estudo in vitro para avaliar a
microinfiltração marginal em cavidades classe V confeccionadas nas faces vestibular e
lingual de 30 pré-molares e molares humanos hígidos, restaurados com cimento de
ionômero modificado por resina (Photac Fill, Vitremer e Variglass VLC). Os ápices
radiculares foram selados com resina acrílica autopolimerizável e todas as faces dos dentes,
exceto de 0,5 a 1,5mm ao redor das restaurações, foram cobertos com verniz cosmético.
Após a imersão dos espécimes em azul de metileno a 5% por 4 horas, os dentes foram
seccionados no sentido vestíbulo-lingual para avaliação da microinfiltração. A formação de
espaços marginais e o mecanismo de adesão da interface dente/restauração foram
observados em microscopia eletrônica de varredura. O cimento de ionômero modificado
por resina Variglass apresentou a menor microinfiltração entre todos os cimentos de
ionoméricos modificado por resina testados. Os espaços marginais na interface
dente/restauração foram observados nos espécimes restaurados com o cimento de
ionômero modificado por resina Vitremer, e somente um dente restaurado com o cimento
de ionômero modificado por resina Variglass VLC apresentou camada de troca iônica.
Sidhu et al.
55
(1995), realizaram uma revisão de literatura comparando as
35
propriedades do cimento de ionômero de vidro modificado por resina em relação ao
cimento de ionômero de vidro convencional. Os autores chegaram á conclusão que os
cimentos de ionômero de vidro modificados por resina, como materiais restauradores, tem
se tornado uma opção promissora, pois esses materiais retêm a propriedade anticariogênica
dos cimentos convencionais, adicionada a uma superior estética. Contudo, a capacidade de
selamento desses materiais mostrou-se controversa, havendo observações que não reportam
à melhoria de cimentos modificados quando comparados aos cimentos convencionais, pelo
fato de os primeiros apresentarem coeficiente de expansão térmica e contração de
polimerização significativamente maior. Ainda, os cimentos ionoméricos modificados por
componentes resinosos são materiais recentes que necessitam de mais dados clínicos, no
entanto as evidências laboratoriais apontam-nos como materiais promissores.
Sarne et al.
53
(1996), avaliaram a infiltração marginal de diferentes cimentos
de ionômero de vidro, associados ou não com resinas compostas. Cavidades classe V foram
executadas nas faces vestibular e lingual de 20 dentes hígidos permanentes. A parede
gengival de cada preparo cavitário apresentava terminação em cemento e a margem oclusal
em esmalte com bisel de 1mm. Os dentes foram restaurados da seguinte forma: Grupo 1:
cimento de ionômero modificado por resina (Fuji LC) utilizado de acordo com as
instruções do fabricante; Grupo 2: as cavidades foram restauradas com cimento de
ionômero de vidro convencional (Ketac-Fill); Grupo 3: ataque ácido e aplicação do adesivo
(All Bond II), as cavidades foram restauradas em dois incrementos de resina composta
(Herculite XR); Grupo 4: foi utilizado base de ionômero de vidro modificado por resina
(Fuji LC) e resina composta (Herculite XR). Vale ressaltar que, tanto a base ionomérica,
como as margens em esmalte foram condicionadas com ácido fosfórico por 15 segundos.
36
Os dentes foram selados com verniz cosmético e cera utilidade exceto a 1 mm ao redor da
restauração. Após a imersão dos espécimes em azul de metileno a 1% e solução de bórax
por 24 horas, os dentes foram seccionados em 3 partes para avaliação da microinfiltração.
Os resultados mostraram que os graus de microinfiltração foram menores quando utilizado
base de cimento de ionômero modificado por resina e resina composta nas margens
cervicais das restaurações classe V. Na margem oclusal, não houve diferença
estatisticamente significante entre os grupos testados.
Trushkowsky, Gwinnett
64
(1996), estudaram a microinfiltração das resinas
compostas, técnica sanduíche e dos cimentos de ionômero modificado por resina em
cavidades classe V. Trinta e cinco dentes hígidos foram selecionados para confecção das
cavidades nas faces vestibular e lingual de cada dente, a margem oclusal em esmalte foi
biselada em 45°. Os dentes foram divididos de acordo com a cnica e o material
restaurador. A resina composta (Z 100) foi aplicada pela técnica incremental e quatro
cimentos de ionômero modificado por resina foram testados (Fuji Lining LC, Fuji II LC,
Vitrebond e Vitremer), estes foram usados como base para resina composta na Técnica
Sanduíche. Dois grupos foram restaurados unicamente com os cimentos de ionômero
modificado por resina (Fuji II LC e Vitremer). Vale ressaltar que não foi feito
condicionamento ácido sobre a base ionomérica na Técnica Sanduíche. Os espécimes foram
submetidos a 1500 ciclos térmicos (variação entre C e 50°C) antes do selamento dos
ápices radiculares com compósito (Copolite). Todas as faces dos dentes, exceto a 1 mm as
redor das restaurações, foram recobertas com verniz cosmético. Os espécimes foram
imersos em nitrato de prata e seccionados longitudinalmente para avaliação da
microinfiltração. Os resultados revelaram mínima ou nenhuma microinfiltração em ambas
37
as paredes cavitárias cervical e oclusal, sem diferença estatisticamente significante entre os
grupos.
Aboushala et al.
1
(1996), investigaram as propriedades de selamento do
cimento de ionômero de vidro através da análise da microinfiltração marginal, quando
usado como base estendida até a margem cavo-superficial gengival em restaurações de
resina composta classe II. Trinta molares e pré-molares humanos hígidos foram
selecionados para execução de cavidades padronizadas classe II. Os dentes foram divididos
em três grupos: Grupo 1: restaurados apenas com resina composta (Pertac-Hibrid); Grupo
2: base cimento de ionômero de vidro modificado por resina (Photac Aplicap) inserido na
dentina e o restante da cavidade restaurado com resina composta (Pertac-Hibrid); Grupo 4:
base cimento de ionômero de vidro modificado por resina (Photac Aplicap) inserido na
dentina estendido até a margem cavo-superficial e o restante da cavidade restaurado com
resina composta (Pertac-Hibrid). Os espécimes foram submetidos a 250 ciclos térmicos
(variação entre C e 50°C) e posteriormente imersos em fucsina básica a 0,5% por 24
horas a 37 °C. As secções foram realizadas no sentido mésio-distal para avaliação da
microinfiltração. Os resultados demonstraram que a base de ionômero de vidro
fotopolimerizável colocada sob a resina composta até o ângulo cavo-superficial, é efetiva
na redução da microinfiltração na região cervical de restaurações classe II.
Gladys et al.
23
(1998), avaliaram a retenção e adaptação marginal de
cavidades classe V restauradas com materiais estéticos por microscopia eletrônica de
varredura (MEV). Foram preparados 30 molares humanos hígidos e divididos em três
grupos de acordo com material restaurador utilizado: dois ionômeros modificados por
38
resina (Fuji II LC e Vitremer) e uma resina composta modificada por poliácido (Dyract).
Os autores demonstraram através da MEV, que quando o ionômero modificado por resina
Fuji II LC foi utilizado, ficou evidente a existência de união micromecânica. Tal união
obtida pela formação de uma camada semelhante à camada brida, o sistema indica a
aplicação do ácido poliacrílico 10% previamente á inserção do material, esse ácido
desmineraliza a dentina expondo as fibras colágenas, proporcionando microporosidades
interfibrilares. O sistema Vitremer indica o tratamento da cavidade com a aplicação do
primer, que não remove a smear layer, embora o material tenha entrado em contato com o
substrato dentinário não foi possível distinguir nenhuma zona semelhante à camada híbrida.
Nas restaurações confeccionadas com o sistema Dyract (resina modificada por poliácido)
não foi realizado condicionamento ácido prévio como tratamento da cavidade neste grupo
foi observado o maior número de fendas marginais. Os autores concluem que técnicas
microscópicas de alta resolução e análises químicas são necessárias para elucidar o
mecanismo de adesão.
Tolidis et al.
63
(1998), examinaram a contração de polimerização
volumétrica de cinco marcas comerciais de resinas compostas (Tetric Ceram, Prodigy,
Z100MP, Solitaire, Aeliteflo). Os materiais foram avaliados isoladamente (grupo A) e
associados a uma base de cimento de ionômero de vidro modificado por resina Vitrebond
(grupo B). Vinte corpos de prova de cada grupo foram obtidos e a contração volumétrica
foi medida através da subtração da espessura original pela espessura final. A espessura dos
materiais avaliados foi de 2 mm para as resinas compostas e de 0,5 mm para o ionômero de
vidro. Os resultados demonstraram que as resinas compostas apresentaram uma contração
de polimerização significativamente menor quando em contato com o CIVMR (Vitrebond),
39
comparado ao grupo no qual a resina foi polimerizada isoladamente. A contração de
polimerização das resinas compostas foi reduzida em torno de 41% na presença da base de
ionômero de vidro. Os autores concluíram que a utilização de uma base de CIVMR reduz
significativamente a contração de polimerização volumétrica das resinas compostas, uma
vez que é capaz de absorver parte da tensão proveniente da contração de polimerização.
Zanata, et al.
70
(1998), estudaram o padrão de microinfiltração em
restaurações classe V usando diferentes combinações de cimento ionomérico/resina
composta. Cinqüenta cavidades foram preparadas nas superfícies vestibular e lingual de
caninos e de pré-molares recém-extraídos. A margem gengival dos preparos estendeu-se até
a dentina/cemento, e a margem oclusal localizou-se em esmalte. As cavidades foram
restauradas como se segue: cimentos ionoméricos restauradores modificados por
componentes resinosos (Fuji II LC e Vitremer); sistema adesivo / resina composta
(Scotchbond Multi-Uso/Silux Plus); técnica sanduíche empregando-se o sistema
adesivo/resina composta descrito, com um cimento ionomérico forrador (Vitrebond e GC
Lining LC). Os espécimes foram armazenados em água destilada, polidos, submetidos à
ciclagem térmica e imersos em fucsina. A extensão de penetração do corante foi
classificada segundo o critério de escores, e os dados foram analisados estatisticamente, não
sendo observadas diferenças significativas tanto entre materiais como entre margens.
Toledano et al.
62
(1999), estudaram a microinfiltração de cavidades classe V
restauradas com cimentos de ionômero modificado por resina e compômeros. Foram
selecionados 30 molares humanos hígidos e confeccionadas cavidades classe V
padronizadas nas faces vestibular e lingual próximo da junção amelocementária, os dentes
40
foram divididos aleatoriamente em 3 grupos de acordo com o material restaurador: Grupo
1: Fuji II LC; Grupo 2: Vitremer; Grupo 3: Dyract, todos os materiais foram utilizados
conforme as instruções do fabricante. Após 24 horas, os dentes foram selados com verniz
exceto a 1 mm ao redor da restauração e submetidos a 1000 ciclos térmicos (variação entre
C e 50°C). Posteriormente, os corpos-de-prova foram imersos em fucsina básica a 0,5%
por 24 horas a 37 ° C e seccionados em 3 partes para avaliação da microinfiltração. Os
resultados demonstraram que as restaurações com os cimentos ionoméricos modificados
por resina (Fuji II LC e Vitremer) apresentam menor microinfiltração marginal que a resina
composta modificada por poliácido testada.
Russo et al.
48
(2001), avaliaram in vitro a infiltração marginal em
restaurações classe V, executadas com resina composta (RC), cimento de ionômero de
vidro modificados por resina (CIVRM) e compômeros, por meio de diferentes técnicas
restauradoras, e submetidas à ciclagem mecânica e térmica. Trinta e seis molares humanos
íntegros receberam 72 preparos de classe V nas faces vestibular e lingual. A margem
oclusal foi localizada em esmalte; a margem gengival, em dentina. Os dentes foram
divididos em nove grupos de oito espécimes cada: Grupo 1: Dyract (Dentsply); Grupo 2:
Comploglass (Vivadent); Grupo 3: Vitremer (3M); Grupo 4: Dyract + retenção; Grupo 5:
Comploglass + retenção; Grupo 6: Resina Composta Z100 (3M) + retenção; Grupo 7:
Dyract; Grupo 8: Comploglass; Grupo 9: Z100. Os grupos 1, 2, 4 e 5 não receberam
condicionamento ácido e nos grupos 4, 5 e 6 foram realizadas retenções adicionais nos
diedros áxio-oclusal e áxio-gengival, por meio de um instrumento rotatório de aço n°33 e
½. Os resultados demonstraram que a maior infiltração marginal ocorreu nos grupos 1 e 2,
onde os compômeros foram utilizados sem o prévio condicionamento ácido, seguida pela
41
do grupo 3, ionômero de vidro modificado por resina. O CIVRM exibiu infiltração
marginal superior a dos compômeros. os grupos 6 e 9, entre os quais também não houve
diferença estatística significante, apresentaram a menor infiltração em relação a todos os
demais grupos.
Tay et al.
60
(2004), avaliaram a hipótese que a interação entre cimento
resinoso modificado por resina e dentina era dependente do substrato hidratado para a
formação da camada de absorção e conseqüente melhor adesão. Foram selecionados trinta
molares humanos gidos, removido o esmalte oclusal de modo a obter dentina profunda.
Como pré-tratamento dentinário foi utilizado ácido poliacrílico 10% durante 20s, as
amostras foram divididas em dentina hidratada (úmida originada apenas da polpa via
túbulos dentinários) e dentina desidratada. Utilizaram-se duas marcas comerciais de
cimento de ionômero de vidro modificado por resina, Fuji II LC e Photac Fill, com
aplicação da camada de 2 mm de espessura, seguida de restauração com resina composta.
Os corpos de prova permaneceram armazenados em estufa a 37°C durante 24h, para então
preparo das amostras em microscopia eletrônica de transmissão, microscopia eletrônica de
varredura e teste de microtração. Foi verificada superior resistência adesiva com o substrato
dentinário hidratado, além da presença de camada hibrida em microscopia eletrônica de
transmissão. Esta camada foi relativamente mais resistente ao estresse de degradação e
mantida intacta acima da dentina após o teste de microtração. Ainda, o estudo sugere que a
camada de absorção formada pela interação do HEMA coma água presente na dentina, atua
como camada amortecedora pra reduzir o estresse induzido pela contração.
Peliz et al.
43
(2005), avaliaram a formação de microfendas entre diferentes
42
agentes de proteção do complexo dentina-polpa e a estrutura dental. Foram confeccionadas
60 cavidades classe V em terceiros molares humanos divididos em 6 grupos: G1: Single
Bond (SB), G2: Life (LF) + SB, G3: LF + Vitrebond (VT) + SB, G4: VT + SB, G5: SB +
VT, G6: SB+VT+SB, e restauradas com resina composta microhíbrida Filtek Z250,
segundo recomendação do fabricante, exceto para os grupos 5 e 6 onde a dentina foi
hibridizada previamente a aplicação do Ionômero de vidro modificado por resina. Os
resultados demonstraram que o cimento de hidróxido de cálcio e o do Ionômero de vidro
modificado por resina, aplicados sozinhos ou em conjunto, sob restauração de resina
composta, resultou em microfendas com amplitude estatisticamente maiores que quando a
dentina foi somente hibridizada previamente a restauração. A hibridização dentinária
permitiu selamento superior da interface dentina/restauração do que os demais agentes
protetores avaliados.
Coutinho et al.
14
(2006), avaliaram a efetividade de um adesivo
autocondicionante associado ao cimento de ionômero de vidro modificado por resina com o
objetivo de reduzir a sensibilidade da técnica e tempo clínico dispensando a etapa de
lavagem e secagem da estrutura dental. Foi realizada uma análise microestrurural através de
microscopia eletrônica de transmissão e avaliação da resistência adesiva por microtração,
em esmalte e dentina restaurados com cimento de ionômero de vidro modificado com
resina, Fuji Bond LC, GC. Realizaram-se quatro diferentes pré-tratamento: 1 - sem
condicionamento; 2 - condicionamento com ácido poliacrílico 25% ; 3 - adesivo
autocondicionante experimental (exp SE, GC Tóquio, Japão); 4-condicionamento com
ácido fosfórico + adesivo autocondicionante. Verificou-se que a resistência adesiva
aumentou com a utilização do adesivo autocondicionante, apresentando os maiores valores,
43
o grupo 4, adesivo autocondicionante + condicionamento com ácido fosfórico, houve
formação de camada híbrida com 5 µm, com remoção total dos cristais de hidroxiapatita.
No grupo 2, condicionamento com ácido poliacrílico 25% ocorre uma adesão química com
os cristais de hidroxiapatita do esmalte e da dentina responsável pela durabilidade destes
materiais adesivos além da interação micromecânica semelhante à camada híbrida. O
condicionamento com adesivo autocondicionante apenas (grupo 3) e utilização do cimento
de ionômero de vidro resinoso além de reduzir a sensibilidade da técnica manteve as
características da adesão química da técnica convencional com condicionamento com ácido
poliacrílico associado a formação de camada híbrida.
44
Proposição
45
3 Proposição
Este estudo tem por objetivo avaliar a influência da técnica de
fotopolimerização da resina composta no deslocamento de materiais protetores pulpares e
formação de microfendas nas interfaces entre material restaurador / material protetor e
dentina.
46
Material e Método
47
4 Material e método
4.1 Seleção dos dentes
Para o presente estudo foram selecionados 20 dentes terceiros molares humanos
hígidos, extraídos de pacientes jovens por indicação terapêutica (Banco de dentes humanos
da UFSM). Os dentes (Anexo 1) foram limpos superficialmente com auxílio de curetas
Gracey 7-8 e universais McCall 13-14 (Neumar, São Paulo Brasil), para remoção de
resíduos de tecido periodontal, sangue e fragmentos ósseos, sendo, em seguida procedida
uma minuciosa limpeza com a utilização de pedra pomes aplicada com escovas de
Robinson, em baixa rotação. Posteriormente, os mesmos foram examinados para detecção
de possíveis trincas ou defeitos que pudessem causar interferências indesejáveis na
condução do trabalho, a verificação foi feita em lupa estereoscópica Jena (Carl Zeiss
West Germany) em aumento de 10 vezes. Todos os dentes selecionados permaneceram
armazenados em solução de tymol 0,5% e mantidos em temperatura aproximada de 5
o
centígrados, até sua utilização para realização do estudo.
48
4.2 Preparo das cavidades
Foram preparadas cavidades classe V abrangendo o 1/3 cervical das faces vestibular
e palatina dos dentes selecionados, cada preparo apresentou 5 mm de diâmetro e 2 mm de
profundidade seguido de um rebaixamento central com 3 mm de diâmetro e 0,5 mm de
profundidade. A fresa utilizada foi do tipo carbide (carbeto de Tungstênio) 245 (KG
Sorensen, Barueri, SP, Brasil), acopladas em uma turbina de alta rotação (Kavo do Brasil
S.A), sob refrigeração ar-água. Cada preparo foi previamente delimitado com ponta grafite
de 0,5mm e envolveu 1,0mm além do limite amelo-cementário na extensão do preparo
(Figuras 1A e 1B).
Para padronização dos preparos, foi utilizado um gabarito apresentando 5,0 mm de
diâmetro, régua endodôntica, sonda milimetrada periodontal e paquímetro digital. Todas as
fresas utilizadas receberam limitadores de penetração, confeccionados com resina acrílica
quimicamente ativada Duralay, a 2,0 e 0,5 mm da extremidade ativa, para obtenção de
extremidades pré-determinadas, sendo que as fresas foram substituídas a cada cinco
preparos (Figuras 2, 3A e 3B).
A fresa foi posicionada perpendicular à face do dente a ser preparada aonde foi
confeccionada uma perfuração central de 2,0 mm. Este procedimento foi utilizado como
guia de modo a manter a profundidade uniforme em toda a extensão da cavidade. A parede
axial foi mantida convexa acompanhando a anatomia externa da face correspondente,
vestibular ou lingual. As paredes circundantes apresentaram-se ligeiramente convergentes e
os ângulos internos arredondados, reproduzindo a forma da fresa utilizada. O ângulo cavo-
superficial foi mantido nítido e sem bisel.
Após, essa primeira etapa, foi realizado no centro da parede axial um rebaixamento
com 3,0 mm de diâmetro e profundidade de 0,5 mm com a fresa carbide n°245, para
49
inserção da camada do agente protetor, simulando a situação de proteção pulpar in vivo
(Figuras 4 e 5).
Após realização dos preparos, todas as medidas foram conferidas sistematicamente
com paquímetro digital e sonda milimetrada periodontal.
FIGURAS 1A e 1B - Cavidade preparada aspecto vestibular e proximal em corte sagital.
50
FIGURA 2 - Corte sagital da cavidade concluída mostrando as diferentes medidas de
profundidade, correspondentes às das fresas preparadas.
FIGURAS 3A e 3B - Aferição com sonda milimetrada das respectivas pontas ativas com
2 e 0,5mm.
51
FIGURA 4 - Ilustração dos passos para confecção da cavidade: aspecto vestibular.
FIGURA 5 - Esquema com as dimensões do preparo cavitário.
Desenhos – Adriana Oliveira da Silva – Doutoranda em Dentística Restauradora FOAr –
UNESP.
52
4.3 Materiais e procedimentos restauradores
Após o preparo das 40 cavidades, todos os dentes foram armazenados em água
destilada e mantidos em refrigeração até a realização do sorteio aleatório, que foi
desenvolvido seguindo a sistemática de rodadas completas, uma a uma, até a distribuição
de todos os dentes em 4 grupos, referentes aos fatores em estudo, sendo, 2 técnicas de
fotopolimerização e 2 tipos de materiais protetores pulpares.
Os Quadros 1 e 2 apresentam os materiais e técnicas utilizados no estudo.
Quadro1 - Materiais utilizados: marca comercial, fabricante, tipo de produto, lote e
composição química
Marca
comercial
Fabricante Classificação Lote Composição
Single Bond
3M ESPE
Saint Paul,
MN.
Sistema adesivo
simplificado, total-
etch
# 5CK HEMA, BIS-GMA
Di-metacrilatos, Fotoiniciadores.
Co-polímeros do ácido
Água, Álcool
Four Seasons Ivoclar
Vivadent
Resina composta
híbrida
# F62666
Bis-GMA, TEGDMA, UDMA
Bis-HEMA, Pigmentos
Fotoiniciador, Zircônia/Sílica.
Vitrebond
MR
3M ESPE
Saint Paul,
MN.
Cimento de
ionômero de vidro
fotopolimerizável
# 5HF Pó: vidro de fluoramino silicato
Líquido: copolímero do ácido
polialcenóico, HEMA, água e
fotoativador
Ketac
TM
Molar
Easymix
3M ESPE
Saint Paul,
MN.
Cimento de
ionômero de vidro
quimicamente
ativado.
#207258 : Vidro de fluorsilicato, estrôncio e
lantânio
Líquido: ácido policarbônico, ácido
tartárico e água
53
Quadro 2 - Procedimentos restauradores realizados nos diferentes grupos experimentais
GRUPO PRÉ TRAT.
DENTINA
BASE TRAT.
DENTINA
SISTEMA
ADESIVO
RESINA
COMPOSTA
FOTOATIVAÇÃO
G 1
Ac.
Poliacrílico
10s
Ketac
TM
Molar
Easymix
Convencional (C)
G 2
Ac.
Poliacrílico
10s
Ketac
TM
Molar
Easymix
Gradual (R)
G 3
X Vitrebond
MR
Convencional (C)
G 4
X Vitrebond
MR
Gradual (R)
4.3.1 Cimento de ionômero de vidro químico - Ketac
TM
MolarEasymix: (Grupos 1 e 2)
Nestes grupos uma base de cimento de ionômero de vidro convencional foi utilizada
previamente a inserção da resina composta. Realizou-se, inicialmente, o condicionamento
da parede axial com líquido do Ketac Molar Easy mix (ácido policarbônico, ácido tartárico
e água) por 10 segundos com pincel descartável, o qual foi substituído a cada procedimento
restaurador. Em seguida a cavidade foi lavada com jatos de ar por 30 segundos e logo após
seca com papel absorvente. Posteriormente, foi confeccionada uma base de cimento de
ionômero de vidro convencional Ketac Bond EasyMix, o qual foi manipulado por 30
segundos em uma placa de vidro, de acordo com a proporção recomendada pelo fabricante
(1:1 pó/líquido). O material foi inserido na cavidade central até seu completo
preenchimento (0,5 mm) e aguardaram-se cinco minutos para presa do mesmo.
Posteriormente, a cavidade foi condicionada com ácido fosfórico a 37% durante 15
segundos em dentina e 30 segundos em esmalte, tomando-se o cuidado para que a
superfície do cimento de ionômero de vidro não fosse condicionada.
54
4.3.2 Cimento de ionômero de vidro resinoso - Vitrebond
MR
: (Grupos 3 e 4)
A aplicação do cimento de ionômero de vidro resinoso Vitrebond (3M ESPE)
previamente a inserção da resina composta foi realizada sem que a superfície dentinária
fosse condicionada, mas somente lavada com jatos de ar-água conforme preconiza o
fabricante. O material foi manipulado em placa de vidro, segundo a proporção
recomendada (1:1 pó/líquido) e, em seguida, inserido na cavidade central com instrumento
aplicador de cimento de hidróxido de cálcio. Foi confeccionada uma base com 0,5 mm de
espessura, a qual foi fotoativada com o aparelho fotopolimerizador Optilux 501 (Demetron
Kerr, USA, model 501, série 58) por 30 segundos, em uma intensidade 850 mW/cm²,
no modo de fotoativação convencional, mantendo-se a ponta do aparelho o mais próxima
possível do dente. Posteriormente, a cavidade foi condicionada com ácido fosfórico a 37%
durante 15 segundos em dentina e 30 segundos em esmalte, tomando-se o cuidado para que
o cimento de ionômero de vidro não fosse condicionado.
4.3.3 Sistema adesivo Single Bond
A aplicação do sistema adesivo dentinário Single Bond (3M ESPE) seguiu o
protocolo de duas camadas consecutivas sobre a dentina com pincel descartável, tipo
microbrush (Microbrush Corp., Grafton, WI, USA), secando-se em seguida, com leve jato
de ar por 2 a 5 segundos, para evitar que o excesso de material se acumulasse nos ângulos
internos da cavidade e auxiliar na evaporação do solvente. A fotoativação foi executada
com o aparelho Optilux 501 (Demetron Kerr) por 10 segundos, em uma intensidade de
850 mW/cm², no modo de fotoativação convencional.
55
4.3.4 Técnica Restauradora
A técnica restauradora utilizada foi à técnica incremental oblíqua, totalizando três
incrementos para cada restauração (Figura 6). Para os grupos 1 e 3 cada incremento foi
fotoativado por 20s com intensidade de 850 mW/cm
2
(fotopolimerização convencional).
Nos grupos 2 e 4 cada incremento foi fotoativado por 20s, seguindo os 10 primeiros
segundos com uma intensidade de 100 mW/cm
2
até 1000 mW/cm
2
(fotopolimerização
gradual) e durante os 10 segundos seguintes a intensidade se mantém no nível superior a
1000 mW/cm
2
.
Foi utilizada a resina composta híbrida Four Seasons (Ivoclar Vivadent, Schaan,
Liechtenstein) para todas as restaurações.
FIGURA 6 - Corte sagital ilustrando a técnica incremental oblíqua.
56
4.3.5 Modos de fotoativação
As restaurações de resina composta foram fotoativadas com o aparelho Optilux
501(Demetron – Kerr) (Figura 7), o qual proporciona diferentes técnicas de fotoativação do
material. No presente estudo, avaliamos o método convencional e gradual (rampa)
conforme descrito a seguir, de acordo com perfil do aparelho, fornecido pelo fabricante.
* Convencional (FC) modo convencional no qual o tempo de polimerização
é mostrado no visor e apresentando intensidade de 850 mW/cm
2
. Um sinal
sonoro era emitido a cada 10 segundos de polimerização (Figura 8A).
* Gradual (FG) modo de 20 segundos. Consiste em uma polimerização de
10 segundos iniciando com uma intensidade de 100 mW/cm
2
até 1000
mW/cm
2
. Durante os 10 segundos seguintes a intensidade se mantém no
nível superior a 1000 mW/cm
2
(Figura 8B).
Salientamos ainda, que o fotopolimerizador utilizado teve suas intensidades de luz
medidas com radiômetro Curing Radiometer Model (Demetron).
FIGURA 7 - Aparelho fotopolimerizador Optilux 501(Demetron – Kerr).
57
FIGURA 8A - Fotopolimerização modo convencional. FIGURA 8B - Fotopolimerição Gradual (RAMP).
4.3.6 Polimento das restaurações
Após a realização das restaurações, os dentes foram armazenados em água destilada
por 24 horas, em estufa a 37°C. Após este período, as restaurações foram polidas utilizando
o sistema de discos de lixas seqüências Sof-Lex Pop-on (3M do Brasil Ltda Produtos
Dentários, Sumaré, SP, Brasil) na ordem decrescente de abrasividade. Os discos foram
utilizados em baixa rotação, sobre pressão manual e girando no sentido da restauração para
a estrutura dental, por um tempo de 10 segundos cada. Após o polimento de cada três
restaurações, os discos foram descartados e substituídos por outros novos.
5 Preparo dos dentes para microscopia eletrônica de varredura
5.1 Ciclagem térmica
Os dentes foram submetidos à ciclagem térmica, em água nas temperaturas de C
e 55° C°, utilizando uma máquina termocicladora (ética, mod. 521.4, série 95, ética
Equipamentos Científicos S.A, São Paulo, SP, Brasil) calibrada com os seguintes dados:
500 ciclos, temperatura máxima de 55° C ± C e temperatura mínima de 5 °C ± C,
com um tempo de permanência de 30 segundos em cada banho e tempo de transferência de
10 segundos entre os banhos
22, 66, 67.
58
5.2 Secção dos dentes
Após ciclagem rmica, os dentes foram fixados em cubos de madeira, utilizando
godiva de baixa fusão verde e então, seccionados longitudinalmente no sentido mesio-distal
com disco diamantado (0.3 mm de espessura) acoplado em máquina de cortes seriados de
baixa deformação Isomet 1000 (Buehler Lake Bluff, IL, USA) separando as duas cavidades
restauradas nas faces vestibular e lingual (Figuras 9, 10 e 11). Posteriormente, as metades,
separadas foram novamente fixadas nos cubos de madeira e dois novos cortes foram
realizados no sentido ocluso-cervical, na porção central da restauração do qual era obtido
um segmento de 2 mm de espessura de cada corpo-de-prova (Figuras 12 A e 12B).
FIGURA 9 - Dente fixado com godiva em cubo de madeira para secção
longitudinal no sentido mesio-distal, separando as duas cavidades
restauradas nas faces vestibular e lingual.
59
FIGURA 10 - Máquina de corte seriados
de baixa deformação Isomet 1000
(Buehler Lake Bluff, IL, USA)
FIGURAS 12A e 12B - Duas secções ocluso-cervical e segmento obtido com 2 mm de
espessura.
FIGURA
11
Disco diamantado
com 0,3 acoplado a máquina de corte
durante secção mésio-distal.
60
5.3 Fixação da amostra
Para fixação das estruturas orgânicas as amostras recém cortadas foram imersas em
solução de glutaraldeído a 2,5% em 0.1M de cacodilato de sódio tamponado (Electron
Microscopy Sciences, Ft. Washington, PA), durante 12 horas em temperatura de C. Em
seguida, foram lavadas com solução 0.2M da mesma substância durante 1 hora, com três
trocas de substâncias. A seguir as amostras foram lavadas durante 1 minuto em água
destilada
44, 45
.
5.4 Regularização das superfícies seccionadas
Os corpos de prova obtidos para observação em Microscópio Eletrônico de
Varredura foram submetidos a polimento seqüencial em Politriz Circular Mecânica (Arotec
APL/4; Arotec S.A. Indústria e Comércio, Ribeirão Preto São Paulo, Brasil), sob
refrigeração à água, com lixas Silicon-carbide, conforme seqüência apresentada no Quadro
3.
Quadro 3 - Seqüência técnica de polimento dos corpos de prova
Seqüência técnica Tipo de lixa Tempo
Lixa silicon-carbide granulação 600 10 segundos
Lixa silicon-carbide granulação 800 10 segundos
Lixa silicon-
carbide granulação
(1500)
20 segundos- giro de ¼ de
volta a cada 5 segundos
A seguir, foram aplicadas suspensões de diamante de 2um e 1um (Electron Sciences
Microscopy), com discos de feltro durante 10 segundos cada uma.
Após a técnica de polimento, os corpos de prova foram condicionados com solução
aquosa de ácido fosfórico 10% (All-etch, Bisco) durante 10 segundos e, em seguida, limpos
61
com spray ar/água durante 10 segundos e posteriormente levados para cuba ultrasônica (alta
potência) durante 10 minutos.
5.6 Secagem das amostras
A secagem química dos corpos-de-prova foi realizada em grau ascendente de etanol,
com a seguinte seqüência: 1- imersão em solução de etanol 50% durante 5 minutos; 2
imersão em solução de etanol 70% durante 5 minutos; 3 - imersão em solução de etanol
90% durante 5 minutos; 4 - imersão em graduação alcoólica de etanol 100% durante 3
horas.
5.7 Metalização
Os corpos de prova receberam cobertura metálica de aproximadamente 120
nanômetros de ouro 24k em Metalizadora Denton, modelo DESK II (Denton Vaccum -
Tóquio, Japão), para permitir a visualização em microscópio eletrônico de varredura
(model JSM 330 A, JEOL LTD., Tokyo, Japan), cada corpo-de-prova foi
fotomicrografado com magnificação de 1000 vezes.
6 Critérios de avaliação
As imagens digitalizadas obtidas foram selecionadas em dois grandes grupos
iniciais, de acordo com presença de fendas (P) e ausência de fendas (A), nas interfaces
entre dentina / material protetor e material protetor / resina composta. Posteriormente a
amplitude de fenda foi mensurada com a utilização de software Image tool 2.00 (San
Antonio University, San Antonio, TX, USA) para que os resultados médios de amplitude
62
de fenda fossem classificados e analisados estatisticamente.
De modo a padronizar a obtenção dos dados, cada foto foi dividida
proporcionalmente por três linhas perpendiculares a fenda, através de um gabarito
eletrônico. A amplitude da fenda foi medida sobre cada uma destas linhas
58
. Os resultados
obtidos permitiram determinar à média da largura da fenda em cada fotomicrografia.
7 Metodologia estatística
Para as avaliações quantitativas utilizou-se o procedimento estatístico da análise de
variância. As condições de homogeneidade de variâncias e de normalidade dos resíduos
foram avaliadas pelos testes de Levene e de Shapiro-Wilk, respectivamente. Quando a
condição de homogeneidade não se verifica é recomendada à aplicação da correção de
Welch e a realização de comparações múltiplas entre médias pelo teste de Tamhane. Em
todos os testes empregou-se o nível de 5% de significância na tomada de decisões. Os
cálculos foram realizados pelo programa computacional SPSS 13.0 for Windows.
63
Resultad0
64
5 Resultado
Na Tabela 1 é mostrada as medidas de fendas (médias de três leituras), em µm,
respectivamente para os materiais protetores: químico (IVQ) e resinoso (IVR), de acordo
com a técnica de fotopolimerização empregada: convencional (FC) e gradual (FG),
avaliadas em dois locais: interface entre a dentina e o material protetor (D/Mat) e interface
entre o material protetor e a resina composta (Mat/A-RC).
Na Tabela 1 estão reunidas às médias e desvios padrão dos grupos de medidas de
fendas formados pelo material protetor, técnica de fotopolimerização e interface de
avaliação. Não foram produzidas quaisquer fendas com o material resinoso na interface
IVR/A-RC, de modo que este material, nesta interface, não foi considerado na análise
estatística. Nota-se também pelos desvios padrão que os valores de fendas variam mais com
o material IVQ do que com o material IVR. Essa heterogeneidade de variâncias foi
confirmada pelo teste de Levene (p=0,003), mas não ficou evidenciada falta de
normalidade dos resíduos pelo teste de Shapiro-Wilk (p=0,109).
Então, o procedimento da análise de variância com a correção de Welch foi aplicado
para os grupos experimentais onde houve produção de fendas. O sumário desta análise está
na Tabela 2. forte evidência de diferenças entre médias de fendas (p<0,001), como
era esperado pela simples observação das médias e desvios padrão na Tabela 1.
O teste de Tamhane foi aplicado para a comparação múltipla de médias e os valores
p correspondentes são mostrados na Tabela 3. O resultado da aplicação do teste de
Tamhane está indicado na Tabela 1 de tal forma que médias acompanhadas de letras iguais
não foram consideradas significativamente diferentes.
Em resumo, não se levando em consideração o material resinoso na interface
65
IVR/A-RC, onde não ocorreram fendas com as duas técnicas de fotopolimerização.
Evidencia-se que a fotopolimerização convencional produz, em média, fendas maiores do
que a fotopolimerização gradual.
No Gráfico 1 encontram-se as médias de fendas dos grupos experimentais
em estudo, juntamente com os intervalos de 95% de confiança para as médias
populacionais. Esses intervalos permitem uma avaliação quantitativa dos resultados das
análises de variâncias descritos acima: quanto maior a sobreposição dos intervalos, menor é
a evidência de diferença entre as médias. E, no Gráfico 2 esta representado a dispersão das
medidas de fenda.
66
Tabela 1 Médias e desvios padrão de fendas, em µm (médias acompanhadas de letras
iguais não são significativamente diferentes, ao nível de 5%, pelo teste de
Tamhane)
Material Técnica Estatística Interface
D/Mat Mat/A/RC
FC Média ± DP 17,0 ± 3,8
b
16,7 ± 4,9
b
IVQ
FG Média ± DP 3,4 ± 2,7
a
4,4 ± 3,0
a
FC Média ± DP 19,5 ± 1,6
b
0,0
*
IVR
FG Média ± DP 2,7 ± 2,1
a
0,0
*
* Não ocorreram fendas
Tabela 2 Sumário da análise de variância para a avaliação de médias de fendas com a
correção de Welch.
Efeito Graus de dia F p Correção de Welch
liberdade (G.L.)
quadrática
G.L.
W p
Técnica
5 617,56 58,47
<0,001
5 100,46
<0,001
Resíduo
54 10,56
25
Homogeneidade de variâncias (Levene) p= 0,003
Normalidade dos resíduos (Shapiro- Wilk) p= 0,109
Tabela 3 - Valores-p do teste de Tamhane para as comparações múltiplas de médias de
fendas
Material
Técnica
Interface {1} {2} {3} {4} {5} {6}
IVQ FC D/Mat {1}
1,000 <0,001
<0,001
0,769 <0,001
Mat/A-RC
{2}
1,000 <0,001
<0,001
0,872 <0,001
FG D/Mat {3}
<0,001
<0,001
1,000 <0,001
1,000
Mat/A-RC
{4}
<0,001
<0,001
1,000 <0,001
0,944
IVR FC D/Mat {5}
0,769 0,872 <0,001
<0,001
<0,001
FG D/Mat {6}
<0,001
<0,001
1,000 0,944 <0,001
67
0
5
10
15
20
25
FC FG FC FG
IVQ IVR
Média de fendas ( m)
D/Mat
Mat/A-RC
GRÁFICO 1 – Representação gráfica de médias de fendas (colunas) e intervalos de 95% de
confiança para as médias populacionais (barra vertical).
.
68
0
5
10
15
20
25
30
FC FG FC FG
IVQ IVR
Fenda ( m)
D/Mat
Mat/A-RC
GRÁFICO 2 - Gráfico de dispersão das medidas de fenda, em µm, de acordo com o
material, a técnica de polimerização e a interfaces de avaliação.
69
Discussão
70
6 Discussão
Em restaurações de resina composta os processos de adesão e polimerização
são bastante complexos. A inserção da resina composta na cavidade preparada leva a
competição entre as forças de contração de polimerização e as forças de adesão à estrutura
dental. Para minimizar tal efeito foram desenvolvidas técnicas restauradoras
compensatórias, que incluem procedimentos tais como: inserção incremental da resina
composta, redução de volume do material restaurador pela aplicação de agentes protetores
pulpares representado pelos forradores cavitários com baixo módulo de elasticidade, e a
polimerização gradual
4
.
A contração de polimerização das resinas compostas apresenta-se como um
grande problema ainda sem solução efetiva
6, 20, 46, 57
. Essa contração acontece como
conseqüência do re-ordenamento molecular em um espaço menor do aquele requerido na
fase inicial da reação. Anteriormente à polimerização, a distância entre as moléculas é da
ordem de 0,3 a 0,4 nm, determinada pelas forças de Van der Waals. Quando as ligações
covalentes se estabelecem entre monômeros, a distância entre eles passa a ser de 0,15nm,
resultando na contração, pelo encurtamento de cadeias poliméricas, inerente à reação de
polimerização
46, 48
. Clinicamente esta característica do material poderia promover a
formação de uma fenda marginal nas restaurações onde as forças de contração conseguem
ser maiores do que a resistência de união fornecida pelo sistema adesivo utilizado.
Pode-se dividir a contração das resinas compostas em duas fases, a pré-gel e
pós-gel, sendo que a contração do material implica na conjunção de ambas. Durante a
contração de polimerização, que ocorre na fase denominada pré-gel, as moléculas podem
deslizar e adquirir novas posições e orientações compensando a tensão de contração de
71
polimerização
50,
59
. Nesta fase, a tensão gerada não é transferida para a interface de união,
devido á capacidade de escoamento das moléculas
8
. O momento em que a resina passa do
estado fluido para o estado viscoso é conhecido como ponto gel e, a partir dele, na
denominada fase pós-gel, o material adquire um alto módulo de elasticidade, perde a
capacidade de escoamento e passa a transferir a tensão gerada no material para a interface
dente-restauração
68
.
Considerando que as tensões são transferidas para a interface adesiva a partir
do ponto gel, quanto mais longa a fase pré-gel, menor será a quantidade de tensões
transferidas, pois a conversão dos monômeros em polímeros aconteceria lentamente,
permitindo melhor escoamento do material e redução da tensão de contração na resina
composta
21
. Assim, uma importante característica das resinas quimicamente ativadas é a
menor tensão de contração desenvolvida durante a polimerização, em virtude da sua fase
pré-gel ser mais longa uma vez que estes materiais apresentam uma reação de
polimerização lenta e progressiva
6
. Diferentemente das resinas fotopolimerizáveis que
sofrem uma polimerização mais rápida, onde a geleificação ocorre dentro de segundos após
a exposição do material á fonte de luz, dificultando o controle da reação de polimerização
pelo profissional
11, 52
. Teoricamente, não há tempo suficiente para seu escoamento e,
quanto menor esta capacidade maior as tensões de contração, as quais podem ser decisivas
para o sucesso do procedimento adesivo
24
.
Como a velocidade com que uma resina foto-ativada atinge o ponto gel é
dependente da intensidade de luz aplicada no momento inicial da polimerização
49,59
. Dessa
maneira, alguns estudos
5, 18, 35, 36, 70
têm sugerido que a adaptação marginal das resinas
compostas pode ser melhorada através da fotoativação do material somente em baixa
intensidade de luz, pois a conversão dos monômeros em polímeros aconteceria lentamente,
72
permitindo melhor escoamento do material e redução da tensão de contração na resina
composta. No entanto, a baixa intensidade de luz pode não proporcionar uma adequada
polimerização da resina composta
2
, correndo-se o risco de uma incompleta conversão e,
conseqüentemente reduzida longevidade da restauração pelo comprometimento das
propriedades mecânicas e físicas do material
21, 34, 42
. Acredita-se que esses problemas
podem ser minimizados pelo aumento do tempo ou por uma irradiação adicional com alta
intensidade de luz
21, 39, 49
.
Diversos autores
15, 24, 38
afirmam que a fotoativação inicial do material com
baixa intensidade de luz, seguida pela alta intensidade, minimiza as tensões geradas pela
contração, devido ao prolongamento da fase pré-gel da resina composta. Desta forma, a
redução na velocidade de polimerização da resina, com a utilização da técnica gradual,
permitiria um maior alívio das tensões, por permitir um maior escoamento das moléculas
pela superfície não aderida, reduzindo a tensão proveniente da contração
34, 35, 46
. Isto
resultaria em menor formação de fendas marginais e na melhor adaptação do material às
paredes cavitárias sem, no entanto, prejudicar as suas propriedades físicas mecânicas e a
profundidade de polimerização
40, 42
.
Nos últimos anos, os fabricantes têm produzido aparelhos fotoativadores
com programas que permitem o escalonamento da intensidade de luz, possibilitando a
utilização de diferentes técnicas graduais de fotoativação: passos, rampa e em pulsos. O
aumento da intensidade em passos significa que uma dose reduzida de potência é
disponibilizada, por um determinado período. Logo em seguida, o aparelho eleva essa
potência para níveis máximos, que são mantidos até o final do ciclo. Na técnica rampa, há o
aumento gradual da intensidade de luz até atingir o nível máximo, o qual também se
mantém por um determinado período, até que o grau de conversão seja alcançado. Por
73
último, o aumento da potência em pulsos
30
, também denominado pulso tardio, implica na
emissão de uma dose reduzida de luz por alguns segundos (3-5 segundos), seguida de um
período de espera (3-5 minutos), para, em seguida expor a resina composta à máxima
potência de luz, completando a reação de conversão
52
. Assim, pode-se observar que são
inúmeras as alternativas para diminuir a velocidade de reação de polimerização, porém é
importante entender que o princípio básico, está relacionado com a redução inicial da
densidade de potência seguida de uma elevação a níveis adequados, para assegurar um
satisfatório grau de conversão da resina composta.
Em nosso estudo avaliamos restaurações de resina composta
fotoativadas com o aparelho Optilux 501(Demetron Kerr), o qual proporciona diferentes
técnicas de fotoativação do material. Os métodos de fotoativação utilizados foram; método
convencional (FC) e gradual (escalonado ou rampa) (FG).
Cavidades classe V foram confeccionadas por apresentarem um alto fator C
(C=5), o qual limita o escoamento e a liberação das tensões geradas durante a contração de
modo a representar um desafio na integridade das interfaces. Para minimizar o alto fator C
foi utilizada a técnica restauradora com inserção incremental da resina composta
37
.
A conformação circular dos preparos cavitários e a padronização das fresas
utilizadas garantiram a uniformidade das cavidades, enquanto que a técnica de inserção
incremental da resina composta garantiu que todas as restaurações sofressem as mesmas
influências tensionais da contração de polimerização. Assim, ficou assegurado que a
influência da técnica de polimerização da resina e o tipo de cimento de ionômero de vidro
utilizado passaram a ser os únicos fatores comparativos relevante na contração de
polimerização.
Verificamos que a fotopolimerização gradual produz, em média, fendas
74
menores do que a fotopolimerização convencional da resina composta, independentemente
da interface que foi avaliada.
Além da modulação da fotopolimerização, a utilização de materiais de baixo
módulo de elasticidade, sob restaurações de resina composta, especialmente em cavidades
com margens em dentina tem sido cada vez mais utilizada como forma de reduzir a
contração de polimerização da resina composta. Devido a questionamentos a respeito da
capacidade de adesão e redução da formação de fendas dos cimentos de ionômero de vidro
modificado por resina e químicos, optou-se por avaliar o deslocamento destas bases em
função da contração da resina. Por serem materiais de escolha em margens suscetíveis a
cárie e como forradores cavitários, foram selecionados como agentes protetores pulpares
neste estudo, o Vitrebond (3M ESPE) e o Ketac Molar Easymix (3M ESPE) para realização
deste estudo in vitro.
Kemp-Scholte et al.
31
(1990), observaram um alívio de 20 a 50% da tensão
da contração de polimerização, através da aplicação de uma camada intermediária entre a
dentina e o material restaurador apresentando o ionômero modificado por resina resultados
superiores, melhor adaptação marginal, que o convencional. Os autores afirmam também
que a melhor adaptação marginal não pode ser atribuída somente à colocação incremental
do material restaurador, mas também, as propriedades intrínsecas dos materiais utilizados.
Mitra
41
(1991), revelou que a imediata adesão do ionômero modificado à
dentina bovina é de 7 ± 2 MPa, a qual é significativamente maior que a dos quimicamente
ativados (2 ± 1 MPa), sugerindo sua indicação sob restaurações de resina composta, aliado
ás suas boas propriedades físicas.
Posteriormente, Tolidis et al.
63
, (1998), verificaram que a aplicação do
cimento de ionômero de vidro modificado por resina (Vitrabond) sob a resina composta foi
75
capaz de absorver parte das tensões de contração da mesma, reduzindo aproximadamente
em 41% da contração de polimerização volumétrica. Evidencia-se que a capacidade de
retenção e vedamento marginal dos cimentos de ionômeros híbridos provavelmente
ocorrem por aderirem-se á estrutura dentária similarmente aos convencionais, mas também
por possuírem em parte, capacidade adesiva micromecânica similar aos sistemas resinosos
convencionais, potencializando sua força de união
27,
55
.
A versão do cimento de ionômero de vidro modificado por resina apresenta
além da reação ácido base um processo de polimerização adicional, iniciado pela luz em
função da presença de pequenas quantidades de componentes resinosos como
hidroxietilmetacrilato (HEMA) ou BIS-GMA
55
. Apesar da contração de polimerização
inerente a este cimento, estudos
10, 27, 31, 41
verificam melhores propriedades físicas e
químicas quando comparado ao quimicamente ativado além de maior tempo de trabalho e
menor sensibilidade à água
10
.
Em nossos achados, a união química proporcionada entre a porção resinosa
do cimento de ionômero de vidro com a resina composta, via sistema de adesão, mostrou
ser um fator de eliminação de fendas promovidas pela contração da resina composta, uma
vez que tanto com a técnica de fotopolimerização gradual quanto convencional, a totalidade
das amostras ficou isenta de fendas nesta interface (Anexo 2 Tabelas e Figuras A3 e A4).
Acredita-se que os grupos metacrilatos disponíveis, da cadeia de poliácidos, poderiam
formar ligações químicas fortes com o agente adesivo, o que torna esta interface menos
suscetível a fendas
32
.
Segundo estudo de Hotta et al
28
(1994), o cimento de ionômero de vidro
resinoso apresenta resistência de união à dentina e à resina composta de 6,5 MPa e 9,0 MPa
respectivamente. Assim, este tipo de ionômero de vidro apresenta maior adesão à resina,
76
durante a contração de polimerização desta, podendo ser deslocado da cavidade, da qual
adere menos. Fato este, ocorrido nesta pesquisa.
Porém, por não apresentar esta união química à resina composta o cimento
de ionômero químico apresenta-se mais suscetível à formação de fendas não resistindo à
contração de polimerização, como foi visto neste estudo (Anexo 2 – Tabelas e Figuras A1 e
A2).
Este trabalho ainda evidencia que tanto os cimentos de ionômero de vidro
químico quanto resinoso sofreram a influência da contração de polimerização e foram
deslocados da parede axial pelas tensões geradas durante fotopolimerização. Apresentando,
ambos os cimentos de ionômero de vidro na técnica convencional, uma insuficiente
resistência de união quando em contato com a parede dentinária.
O protocolo de aplicação para os cimentos de ionômero de vidro químico e
resinoso seguiu as orientações do fabricante. O pré-tratamento da dentina foi realizado com
ácido poliacrílico para o Ketac Molar Easy Mix (3M ESPE). Já para o Vitrebond (3M
ESPE), o pré-tratamento dentinário não é recomendado, o fabricante alerta que o uso do
condicionador, solução de ácido poliacrílico diminui a adesão do forrador com a dentina,
não considerando também necessário o condicionamento da superfície do material,
bastando apenas à aplicação do agente adesivo para união com a resina composta. A
presença de HEMA não polimerizado na superfície do Vitrebond facilitaria o molhamento
do agente adesivo e resina composta, durante o processo de adesão
32
.
Embora muitas pesquisas tenham demonstrado vários aspectos dos cimentos
de ionômero de vidro resinoso seu mecanismo de adesão à dentina ainda não esta
totalmente esclarecido. Titley et al.
61
(1996), avaliaram em microscopia eletrônica de
varredura o efeito do contato direto, por um período de 10, 20, 30 e 120 segundos, do
77
líquido do ionômero de vidro modificado por resina (Vitrebond) sobre a dentina bovina. Os
efeitos da remoção do líquido pela lavagem com jato de água ou sob pressão, e a demora na
polimerização do material após a mistura, também foram avaliados. O líquido do Vitrebond
foi capaz de realizar um leve condicionamento da superfície pela presença do ácido
poliacrílico e o HEMA foi capaz de penetrar na dentina e contribuir para a retenção
micromecânica. Os autores concluíram que a adesão do Vitrebond à dentina foi
inicialmente química e, subseqüentemente, mecânica.
Para Brannström et al.
9
, a principal função dos agentes protetores sob
restaurações com resina composta seria de prevenir a penetração de bactérias e o
movimento dos fluidos uma vez que a presença de fendas interfaciais poderia contribuir
para o aparecimento da sensibilidade, complicações pulpares e cáries secundárias.
Em 2005, Peliz et al.
43
, verificaram através de microscopia eletrônica de
varredura a formação de microfendas entre agentes de proteção do complexo dentina-polpa
e a estrutura dental constatando maior formação de fendas quando utilizado cimento de
hidróxido de cálcio e ionômero de vidro modificado por resina sozinhos ou em conjunto,
sob restaurações de resina composta. A utilização do condicionamento com ácido fosfórico
seguido da aplicação do sistema adesivo previamente aplicação do cimento de ionômero
modificado por resina reduziu significativamente a presença de microfendas axiais.
Verificando também que somente a hibridização dentinária permitiu um selamento superior
da interface dentina/restauração.
Entretanto, Coutinho et al.
14
(2006), relatou que o pré-tratamento com ácido
fosfórico remove totalmente a hidroxiapatita interposta entre as fibrilas de colágeno
comprometendo a adesão química do cimento de ionômero de vidro modificado por resina,
a correlação entre resultados de resistência adesiva com análise de falhas através de
78
microscopia eletrônica de varredura e transmissão indicam que apesar da superior interação
micromecânica originada pelo condicionamento com ácido fosfórico, este não promove
uma adesão mais durável que a adesão proporcionada pelo condicionamento com ácido
poliacrílico.
Na tentativa de melhorar a adesão do cimento de ionômero de vidro
modificado por resina as estruturas dentais e reduzir a sensibilidade da técnica, estudos
14, 16,
17, 69
sugerem sua utilização com adesivos autocondicionantes com pH médio (pH ± 2), uma
vez que estes sistemas adesivos removem parcialmente a hidroxiapatita presente nas fibrilas
de colágeno, obtendo-se assim além de uma adesão micromecânica através da hibridização
também, uma interação química semelhante à obtida com ácido poliacrílico, dos grupos
carboxílicos e fosfato presente nos monômeros funcionais do adesivo a hidroxiapatita
residual.
Porém, Gwinnet, Tay
25
(1998), relataram à citotoxidade dos sistemas
adesivos quando utilizados como protetor do complexo dentina-polpa em cavidades
profundas. Segundo Costa et al.
12
(2002), o adesivo presente no espaço pulpar poderia
inibir a atividade das células odontoblásticas bem como despertar uma considerável
resposta inflamatória associada com desorganização tecidual. Portanto, em cavidades
profundas recomenda-se a utilização de uma base de material biocompatível e com boas
propriedades mecânicas sobre uma menor área possível para não interferir na adesão. Costa
et al.
13
(2003), afirma que a utilização de uma base de Vitrebond e hibridização apenas das
paredes laterais em cavidades profundas não demonstrou nenhum dano ao tecido pulpar
seguindo o protocolo de aplicação recomendado pelo fabricante.
Como visto o sucesso de uma restauração de resina composta é influenciado
por inúmeros fatores. Entretanto a utilização de novos métodos de fotoativação bem como a
79
utilização de camada intermediária com baixo módulo de elasticidade que apresente uma
adesão de modo a suportar a contração de polimerização da resina composta e que seja
biocompatível com o substrato dental é o que impulsiona as inúmeras pesquisas científicas
na busca de uma maior longevidade clínica.
80
Conclusão
81
7 Conclusão
Considerando a metodologia empregada e os resultados obtidos, podemos concluir
que:
1. O cimento de ionômero de vidro químico apresenta uma maior
incidência e amplitude de microfendas axiais, detina/material protetor e material protetor/
adesivo – resina composta;
2. A técnica de fotopolimerização gradual foi capaz de reduzir o estresse de
contração da resina composta causando um menor deslocamento do material protetor
pulpar quando comparada à técnica convencional;
3. Foi observada ausência de microfenda axial na interface cimento de
ionômero de vidro modificado por resina/ adesivo-resina composta, independente da
técnica de fotopolimerização utilizada;
4. Tanto o cimento de ionômero químico quanto o resinoso sofreram a
influência da contração de polimerização da resina composta e foram deslocados da parede
axial pelas tensões geradas durante a fotopolimerização.
82
Referências
83
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91
ANEXO 1
92
ANEXO 2
Fotomicrografias ilustrativas dos grupos estudados e
Fotomicrografias ilustrativas dos grupos estudados eFotomicrografias ilustrativas dos grupos estudados e
Fotomicrografias ilustrativas dos grupos estudados e
medida de fenda de cada amostra.
medida de fenda de cada amostra.medida de fenda de cada amostra.
medida de fenda de cada amostra.
Tabela A1: Medidas de fendas (µm) no Grupo 1: Dentina /Ionômero de vidro
Químico/Adesivo-Resina Composta; (Fotopolimerização convencional).
Amostra Local
D/IVQ IVQ/A-RC
1
21,0 21,2
2
13,7 12,7
3
19,9 15,0
4
13,5 10,8
5
14,9 26,3
6
12,8 12,6
7
14,6 19,3
8
24,1 18,3
9
19,2 12,0
10
17,2 19,4
Média
17,1 16,8
Desvio padrão 3,8 4,9
Figura A1. Fotomicrografias de uma amostra do Grupo 1 . Verificação da presença de
microfenda na interface dentina (D)/Ionômero de vidro químico (IVQ) e entre a interface
93
Ionômero de vidro químico (IVQ)/ Adesivo-Resina Composta (A-RC).
Tabela A2: Medidas de fendas (µm) no Grupo 2: Dentina /Ionômero de vidro
Químico/Adesivo-Resina Composta; (Técnica de Fotopolimerização gradual).
Amostra Local
D/IVQ IVQ/A-RC
1
5,8 3
2
2,0 5,07
3
5,8 6,37
4
1,27 3,3
5
0 0
6
0 2,8
7
1,8 6,0
8
6,4 9,7
9
5,0 4,03
10
7,0 0
Média
3,4 4,0
Desvio padrão
2,7 3,0
Figura A2. Fotomicrografias de uma amostra do Grupo 2. Verificação da presença de
microfenda na interface dentina (D)/Ionômero de vidro químico (IVQ) e entre a interface
Ionômero de vidro químico (IVQ)/ Adesivo-Resina Composta (A-RC).
94
Tabela A3: Medidas de fendas (µm) no Grupo 3: Dentina /Ionômero de vidro
Resinoso/Adesivo-Resina Composta; (Técnica de Fotopolimerização Convencional).
Amostra Local
D/IVR IVR/A-RC
1
18,4 0
2
20,4 0
3
17,6 0
4
20,8 0
5
20,9 0
6
21,8 0
7
19,9 0
8
17,1 0
9
20,6 0
10
17,4 0
Média
19,50 0
Desvio padrão
1,6
0
Figura A3. Fotomicrografias de uma amostra do Grupo 3. Verificação da presença de
microfenda na interface dentina (D)/Ionômero de vidro resinoso (IVR) e ausência de
microfenda na interface Ionômero de vidro resinoso (IVR)/ Adesivo-Resina Composta
(A-RC).
95
Tabela A4: Medidas de fendas (µm) no Grupo 4: Dentina /Ionômero de vidro
Resinoso/Adesivo-Resina Composta; (Técnica de Fotopolimerização Gradual).
Amostra Local
D/IVR IVR/A-RC
1
3,0 0
2
2,7 0
3
0 0
4
4,0 0
5
5,0 0
6
0 0
7
5,2 0
8
0 0
9
5,1 0
10
2,8 0
Média
2,7 0
Desvio padrão
2,1
0
Figura A4. Fotomicrografias de uma amostra do Grupo 4. Verificação da ausência de
microfenda na interface dentina (D)/Ionômero de vidro resinoso (IVR) e entre a
interface Ionômero de vidro resinoso (IVR)/ Adesivo-Resina Composta (A-RC).
96
Autorizo a reprodução deste trabalho.
(Direitos de publicação reservado ao autor)
Araraquara, fevereiro de 2007.
NIÉLLI CAETANO DE SOUZA
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