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Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
Faculdade de Odontologia de Araraquara
Isabella Gagliardi Haneda
Avaliação da resistência ao
cisalhamento de sistemas para reparo
em metalocerâmicas. Efeito do
armazenamento em água
Araraquara
2007
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Isabella Gagliardi Haneda
Avaliação da resistência ao cisalhamento de
sistemas para reparo em metalocerâmicas.
Efeito do armazenamento em água
Araraquara
2007
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Reabilitação Oral Área de Prótese,
da Faculdade de Odontologia de Araraquara, da
Universidade Estadual Paulista, para obtenção do
título de Mestre em Reabilitação Oral – Área de
Prótese.
Orientadora:
Profa. Dra. Renata Garcia Fonseca
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Haneda, Isabella Gagliardi
Avaliação da resistência ao cisalhamento de sistemas para
reparo em metalocerâmicas. Efeito do armazenamento em água /
Isabella Gagliardi Haneda . – Araraquara : [s.n.], 2007.
134 f. ; 30 cm.
Dissertação (Mestrado)
Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Odontologia.
Orientadora: Profa. Dra. Renata Garcia Fonseca
1. Ligas metalo-cerâmicas 2,. Reparação em prótese dentária
3. Resistência ao cisalhamento I. Título.
Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Marley Cristina Chiusoli Montagnoli CRB 8/5646
Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação da Faculdade de Odontologia de Araraquara / UNESP
ISABELLA GAGLIARDI HANEDA
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DE SISTEMAS PARA
REPARO EM METALOCERÂMICAS. EFEITO DO ARMAZENAMENTO EM
ÁGUA
COMISSÃO JULGADORA
DISSERTAÇÃO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE
Presidente e Orientadora: Profa. Dra. Renata Garcia Fonseca
2º Examinador: Prof. Dr. Carlos Alberto dos Santos Cruz
3º Examinador: Prof. Dr. Mauro Antonio de Arruda Nobilo
Araraquara, 22 de março de 2007.
Dados Curriculares
Isabella Gagliardi Haneda
Nascimento: 13/12/1982
Taquaritinga – SP
Filiação: Humberto Reichi Haneda
Josefina Gagliardi Haneda
2001-2004: Curso de Graduação
Faculdade de Odontologia de Araraquara
Universidade Estadual Paulista - UNESP
2005-2007: Curso de Mestrado – Área de Prótese
Programa de Pós-Graduação em Reabilitação Oral
Faculdade de Odontologia de Araraquara
Universidade Estadual Paulista - UNESP
Dedico com amor este trabalho:
aos meus pais, Humberto e Josefina,
pelo exemplo de vida, pelo amor
e confiança que me ajudaram a chegar até aqui.
Vocês fazem realmente valer a
pena cada conquista!
ao meu irmão, Rodrigo,
pela amizade, apoio e carinho
em todos os momentos de minha vida
ao meu namorado, ,
pelo amor, incentivo, compreensão e por
fazer de mim uma pessoa mais feliz.
Agradeço, de maneira especial,
À minha orientadora Profa Dra Renata Garcia
Fonseca, responsável por minha iniciação na vida
científica, exemplo de competência e dedicação.Meu
sincero agradecimento pela orientação criteriosa,
pela amizade, confiança, carinho e por todos os
ensinamentos, não só no aspecto profissional, mas em
todos os aspectos da vida.
Muito Obrigada!
À amiga Profa Juliana Gomes dos Santos pelas orientações que
muito colaboraram para a realização desta pesquisa e pela prontidão
com que sempre nos atendeu;
Aos professores Dr Carlos Alberto Dos Santos Cruz, Dr
Gelson Luis Adabo e Dr Luís Geraldo Vaz pela atenção,
carinho e disponibilidade em nos auxiliar em várias etapas deste
trabalho;
Ao Prof Dr Marco Antonio Compagnoni pelo apoio, atenção e
convivência harmoniosa;
Aos docentes do Departamento de Materiais Odontológicos e
Prótese, pela contribuição em minha formação profissional;
Aos funcionários do departamento de Materiais Odontológicos e
Prótese pelo convívio e solidariedade e por todos os serviços
prestados, em especial à Malú por me permitir a utilização do
fotopolimerizador;
Ao funcionário Manoel da Disciplina de Prótese Parcial Fixa.
pelo auxílio na fase experimental desta pesquisa;
À funcionária Cláudia da Disciplina de Periodontia por fornecer
água destilada para realização da termociclagem;
Aos funcionários da Seção de Pós-Graduação pela disponibilidade e
simpatia;
Aos Funcionários da Biblioteca pelas orientações na finalização
deste trabalho;
A todos os colegas do curso de Mestrado, Alejandro, Carol, Jú,
Laiza, Lívia, Lú e Paula por todos os momentos que passamos
juntos e experiências compartilhadas;
Aos colegas do curso de Doutorado em Reabilitação Oral pelo
convívio e por todas as dicas;
A todos os meus amigos e familiares que acreditam em mim e
muito me incentivaram nesta etapa de minha vida;
À Faculdade de Odontologia de Araraquara Universidade
Estadual Paulista, representados pela digníssima Diretora Profa
Dra Rosemary Adriana Chiérice Marcantonio e pelo Vice-
Diretor Prof Dr José Cláudio Martins Segalla;
A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a
realização deste trabalho,
Meus sinceros agradecimentos.
Sumário
Resumo .........................................................................
Abstract .........................................................................
Introdução ......................................................................
Revisão da literatura ......................................................
Proposição .....................................................................
Material e método ..........................................................
Resultado ......................................................................
Discussão ......................................................................
Conclusão .....................................................................
Referências ...................................................................
Apêndice .......................................................................
13
16
19
24
86
88
97
110
122
124
132
Haneda IG. Avaliação da resistência ao cisalhamento de sistemas para
reparo em metalocerâmicas. Efeito do armazenamento em água
[Dissertação de Mestrado]. Araraquara: Faculdade de Odontologia da
UNESP; 2007.
Resumo
O reparo de restaurações metalocerâmicas fraturadas pode ser
considerado um desafio, principalmente quando grande quantidade de
metal é exposta. O estabelecimento de uma união forte e durável entre
material reparador e substrato da restauração fraturada é essencial para o
sucesso do reparo. Este estudo avaliou a resistência ao cisalhamento
entre diferentes sistemas de reparo e liga de NiCr e a durabilidade desta
união após armazenamento em água por um longo período. Foram
confeccionados 100 discos (9 × 3 mm) em liga de NiCr. Esses foram
incluídos em anel de PVC com resina acrílica e tiveram suas superfícies
regularizadas com lixas (120, 220 e 320) em politriz. Cada espécime
recebeu um dos seguintes tratamentos: 1) Clearfil SE Bond, 2)Bistite II
DC, 3)Cojet, 4) Scotchbond Multi Uso Plus (Grupo controle), e 5) uma
variação do Grupo controle, na qual foram empregadas partículas de
sílica do sistema Cojet Sand em substituição às de óxido de alumínio. Os
espécimes foram armazenados água destilada a 37ºC por 24 horas,
termociclados (1.000 ciclos - 5
º
e 55
º
C) e, então, armazenados nas
mesmas condições descritas anteriormente, por um período adicional de
24 horas ou 6 meses. O ensaio de cisalhamento foi realizado em máquina
de ensaios Material Test System 810 com velocidade de 0,5 mm/minuto.
Para cada período de armazenamento, os resultados foram analisados
por meio de análise de varncia (ANOVA) e teste de Tukey. Para cada
sistema, os valores obtidos às 24 horas foram comparados aos
encontrados após 6 meses empregando-se teste t de Student não
________________________________________________ __Resumo 14
pareado. O tipo de fratura foi avaliado em lupa estereoscópica (30x). Às
24 horas, as médias de resistência dos grupos de 1 a 5 foram
respectivamente: 14,20 + 2,45
b
, 6,14 + 0,88
c
, 20,54 + 1,06
a
, 13,80 +
1,12
b
, e 15,51 + 2,84
b
. Aos 6 meses foram: 7,83 + 1,21
c
, 8,31 + 0,69
c
,
15,95 + 1,72
b
, 15,28 + 0,83
b
, e 19,67 + 0,92
a
. O armazenamento em água
afetou significativamente a resistência de união de todos os grupos. Às 24
horas, a resistência ao cisalhamento do sistema Cojet foi
significativamente maior em relação aos demais grupos. Aos 6 meses, a
combinação Cojet Sand/ Scotchbond Multi Uso Plus foi estatisticamente
superior aos demais grupos. Após 6 meses de armazenamento em água,
os sistemas Bistite II DC, Grupo controle e Cojet Sand/ Scotchbond Multi
Uso Plus apresentaram aumento significativo da resistência, enquanto o
sistemas Clearfil SE Bond e Cojet apresentaram significativa redução.
Palavras-chave: Reparação em prótese dentária; ligas metalo-cerâmicas;
resistência ao cisalhamento.
Haneda IG. Shear bond strength of metal-ceramic repair systems. Effects
of water storage [Dissertação de Mestrado]. Araraquara: Faculdade de
Odontologia da UNESP; 2007.
Abstract
When clinical fractures of metal-ceramic prostheses occur, exposing the
metal substructure, repair may be considered a challenge. The clinical
success of repair depends on establishing a strong and long-term durable
bond between the repair material and the metal surface of the failed
restoration. This study evaluated shear bond strength of different repair
systems to NiCr alloy and bond durability after long-term water storage.
One hundred cylindrical specimens (9 × 3 mm) were fabricated in a nickel-
chromium alloy. The NiCr cylinders were embedded in a PVC ring and all
specimen bonding surfaces were smoothed with silicon carbide papers
(120, 220, and 320 grit) using a polisher. Specimens were divided into 5
groups of 20, which received one of the following bonding and resin
composite repair systems (n=10): 1) Clearfil SE Bond/Clearfil AP-X, 2)
Bistite II DC/Palfique, 3) Cojet /Z100, 4) Scotchbond Multipurpose Plus
/Z100 control group), and 5) Cojet Sand plus Scotchbond Multipurpose
Plus /Z100. The specimens were stored in distilled water for 24 hours at
37
º
C, thermal cycled (1,000 cycles 5
º
to 55
º
C) and stored in distilled
water at 37
o
C for either 24 hours or 6 months. Shear bond tests were
performed in a mechanical testing machine with a crosshead speed of 0.5
mm/minute. Data (MPa) were analyzed using 1-way ANOVA and Tukey
HSD test (α=.05) for each storage time. The results obtained at 24 hours
for each repair system were compared with those found at 6 months using
Student’s t-test. Each specimen was examined under a stereoscopic lens
with ×30 magnification, and mode of failure was classified as adhesive,
cohesive or combination. At 24 hours, the mean values for the groups 1 to
____________________________________________________ _Abstract 17
5 were, respectively 14.20 + 2.45
b
, 6.14 + 0.88
c
, 20.54 + 1.06
a
, 13.80 +
1.12
b
, and 15.51 + 2.84
b
. After 6 months, the mean of each group was,
respectively 7.83 + 1.21
c
, 8.31 + 0.69
c
, 15.95 + 1.72
b
, 15.28 + 0.83
b
, and
19.67 + 0.92
a
. Within each storage time, identical small letters denote no
significant differences among groups. Long-term water storage
significantly affected all groups. Bond strength at 24 hours was
significantly higher using the Cojet system (P<.001). After 6 months, Cojet
Sand/Scotchbond Multipurpose Plus system was statistically superior to
the other groups (P<.001). At 6 months, the Bistite II DC, control group
and Cojet Sand/Scotchbond Multipurpose Plus groups presented a
significant increase in shear bond strengths, while Clearfil SE Bond and
Cojet groups showed significant reduction.
Keywords: Dental prosthesis repair; metal ceramic alloy;shear strength.
1 Introdução
As restaurações metalocerâmicas ainda são uma das
principais opções em reabilitações orais
9,10,20,36,46,52
, pois combinam a
estética das cerâmicas com a resistência do metal
19,30
, podendo ser
empregadas em maiores extensões e em regiões de grande esforço
mastigatório graças à sua resistência mecânica
23,61
.
O sucesso destas restaurações depende, dentre outros
fatores, de uma união eficiente entre a cerâmica e a estrutura metálica
50
,
e apesar do esforço crescente para melhorar a união destes materiais,
ainda podem ocorrer fraturas na faceta cerâmica resultantes de
determinadas condições clínicas
45
. Segundo Latta, Barkmeier
32
(2000),
essas falhas o a segunda maior causa de substituição de restaurações
após a cárie dental.
Vários são os motivos de tais fraturas, as quais podem
resultar de traumas
3,9,12,15,17,32,44,49
, ajuste oclusal inadequado
9,12,17,32-44
,
hábitos parafuncionais
32,44
, fadiga flexural da estrutura metálica
32,44,46
,
incompatibilidade do coeficiente de expansão térmica entre cerâmica e
estrutura metálica
18,45
, falhas na união adesiva
15,32,33,44
, redução
inadequada do preparo dental
9,12,45,46
, porosidades na cerâmica
44,46
, e
espessura incorreta da infra-estrutura
9,12,15,33,44,46
.
Essas fraturas podem ser classificadas em simples,
envolvendo apenas o corpo da cerâmica; mistas, sendo associadas à
exposição de metal e cerâmica ou mais complexas, quando grande área
metálica é exposta
15,20,32
.
Fatores como custo elevado, risco de novo desgaste da
estrutura dental, falta de disponibilidade do paciente e dificuldade de
remoção das restaurações, podem, ocasionalmente protelar a substituição
de uma restauração metalocerâmica fraturada, por uma nova
3,17,23,49
.
Assim, frente a uma situação de fratura, na qual a restauração continua
_________________________________________________ _ Introdução 20
preenchendo os requisitos para a preservação da saúde dento-
periodontal, e, por alguma razão não seja viável a substituição, o reparo
estaria bem indicado
16,49,53
.
Os reparos em restaurações metalocerâmicas visam
restabelecer a função e a estética, já que 65% das fraturas ocorrem na
região anterior, sendo 75% localizadas na arcada superior
46
.
As técnicas de reparo podem ser classificadas em dois tipos:
reparo direto, no qual é aplicada resina composta sobre a restauração
fraturada, e reparo indireto, que inclui procedimentos laboratoriais para
confeccionar uma nova faceta, que secimentada sobre a restauração
fraturada
14,35
.
Considerando as duas possibilidades apresentadas
anteriormente, os reparos diretos são vantajosos em relação ao tempo
consumido, custo e complexidade da técnica
13,14
e por isso são os mais
utilizados. O ponto crítico do reparo é a união dos materiais reparadores
aos substratos da restauração fraturada, ou seja, metal e/ou
porcelana
2,43,61
.
Por isso, devem ser realizados tratamentos prévios de
superfície, os quais podem promover: retenção mecânica, como o
jateamento com óxido de alumínio
7,8,19,24,26,29,31,34,41,55-57,63-65
, asperização
por ponta diamantada
28,42
, condicionamento com ácido fluorídrico
19,29,39,49
,
ácido fosfórico
33
, ou com flúor fosfato acidulado
31,62
, e aplicação de
laser
41
; adesão química como a silanização
1,2,6,8,11,19,21,22,29,39,49
e a
aplicação de primers para metal
54,59,66
e, por fim, tanto retenção mecânica
como adesão qmica como a deposição de sílica por jateamento
convencional
7,20,26,44,46,51,58,63
ou pela utilização de equipamentos
específicos
34,47
e a eletrodeposição de estanho
34
. A associação destas
modalidades de tratamento é freqüentemente utilizada, pois gera
resultados mais satisfatórios
4,14,19,26,35,39,41,60
.
Entretanto, é importante esclarecer que a indicação do
tratamento superficial está na dependência do tipo de fratura ocorrida e,
_________________________________________________ _ Introdução 21
conseqüentemente da superfície a ser reparada
20,32
. Alguns tratamentos
de superfície o compatíveis com o metal, outros, com a porcelana e
outros, com ambos os substratos.
No metal, em particular, mesmo diante da existência de
tratamentos de superfície específicos, como por exemplo, os primers para
metal, o reparo direto ainda pode ser considerado um desafio
11,27,58
.
Fatores relacionados aos materiais reparadores propriamente ditos, como
sua capacidade de união ao substrato metálico e sua resistência, também
devem ser considerados.
Atualmente, no mercado odontológico, existem sistemas de
reparo que podem ser utilizados tanto sobre porcelana quanto sobre
metal, como é o caso do Bistite II DC, que apresenta em sua composição
o monômero funcional 11-methacryloyloxundecan 1,1- dicarboxylic acid
(MAC10) responsável pela união química entre material reparador e
superfície metálica, do sistema Clearfil SE Bond que apresenta em seu kit
os primers para metal Alloy Primer e Cesead Opaco Primer que contêm o
momero 10-methacryloyloxydecryl dihydrogen phosphate (MDP) e
possuem função semelhante ao MAC 10 e do sistema Cojet que, por meio
de jateamento, deposita partículas modificadas por sílica que promovem a
união química e mecânica entre substrato e material reparador.
No entanto, poucos estudos que mostrem o desempenho
destes sistemas de reparo em fraturas complexas, ou seja, quando ocorre
exposição total da superfície metálica, o que não é incomum de ocorrer
clinicamente
46,48
.
Outro fator agravante que deve ser levado em consideração
é o ambiente bucal, onde condições como variação de temperatura,
variação de pH, incidência de forças mastigatórias e umidade podem levar
à degradação dos materiais reparadores, diminuindo, desta forma, a
durabilidade do reparo
5,25,33
. A avaliação da resistência inicial não mostra
se haverá sucesso a longo prazo
33
, que alguns componentes utilizados
em reparos diretos são instáveis em ambientes úmidos, como é o caso do
_________________________________________________ _ Introdução 22
silano, muito susceptível à hidrólise
6,36
. Segundo Quaas et al.
51
(2005),
materiais reparadores diferentes respondem de maneira diversa às
condições a que são submetidos na cavidade oral.
Desta forma, considerando a) os benefícios que um reparo
direto, quando bem feito e corretamente indicado, pode trazer, b) a
dificuldade em definir o melhor tratamento para se obter uma resistência
de união efetiva entre material reparador e metal, c) a escassez de
trabalhos relacionados a reparos de fraturas complexas e d) os efeitos da
umidade do meio bucal sobre a durabilidade do reparo, julgou-se
oportuno avaliar, em dois tempos de armazenamento diferentes, a
resistência de união entre liga de NiCr e alguns sistemas de reparo mais
recentes no mercado, comparando-os com um protocolo de menor custo.
2 Revisão da literatura
Simonsen, Calamia
56
(1983) avaliaram o efeito de diferentes
tempos de condicionamento ácido na resistência à tração entre porcelana
e resina composta. Foram confeccionadas 25 amostras em porcelana
feldspática. Estas foram divididas em cinco grupos (n=5), os quais foram
condicionados com ácido fluorídrico 7,5% pelos seguintes períodos: 1)
sem condicionamento ácido (controle), 2) 2,5 minutos, 3) 5 minutos, 4) 10
minutos, 5) 20 minutos. Após os tratamentos, uma amostra de cada grupo
foi analisada em microscopia eletrônica. Um cilindro em resina composta
pré-polimerizada foi unido às amostras após os tratamentos. O teste de
tração foi realizado em máquina de ensaios mecânicos (Instron). Na
análise em microscopia eletrônica foram observadas porosidades na
porcelana em todas as amostras que receberam o ácido (Grupos 2, 3, 4 e
5). No teste de tração, os valores das médias dos grupos variaram entre
0,6 MPa (Grupo controle) e 7,5 MPa (Grupo 5). O Grupo 1 promoveu
falha adesiva, enquanto os demais grupos apresentaram falha mista,
sendo uma parte da fratura adesiva e outra parte coesiva da porcelana.
Nayyar et al.
42
(1985) avaliaram o efeito de sistemas de
reparo na resistência à tração entre porcelana e resina composta. Neste
estudo, foram confeccionadas 40 placas (13,0 mm x 13,0 mm) em metal
não nobre. Sobre estas, foi aplicada uma camada (2,5 mm) de porcelana
feldspática. A superfície em porcelana das amostras foi asperizada com
ponta diamantada. As amostras foram divididas em 4 grupos, os quais
receberam um dos seguintes sistemas de reparo: 1) Cyano-Venner, 2)
Den-Mat, 3) Enamelite 500, 4) Fusion-Prisma. Os sistemas foram
aplicados de acordo com as especificações dos fabricantes e, sobre
estes, foi aplicada uma camada de resina composta (indicada para cada
material), a qual foi fotopolimerizada no local. Nas superfícies superior e
___________________________________________Revisão da literatura 25
inferior dos espécimes foi unido um cilindro metálico para que as
amostras pudessem ser presas à máquina de ensaios mecânicos para a
realização do teste de tração. Os Grupos 4 (19,72 MPa), 3 (15,39 MPa) e
2 (14,86 MPa) foram iguais entre si e superiores ao Grupo 1 (5,64 MPa).
Em todos os grupos predominou a falha adesiva.
Calamia et al.
8
(1985) avaliaram o efeito do ácido fluorídrico
na resistência à tração entre porcelanas e resina composta. Para este
estudo, foi utilizado o ácido fluorídrico nas concentrações de 5%, 7,5% e
10%, com tempos de condicionamento de 2,5 e 20 minutos, aplicado
sobre três porcelanas feldspáticas (Biobond, Ceramco e Vita) e uma
porcelana reforçada por alumina (Aluminous). Após as combinações de
todos os tratamentos sobre todas as porcelanas, foi aplicada sobre as
amostras uma resina composta, a qual foi fotopolimerizada no local. O
teste de tração foi realizado em máquina de ensaios mecânicos. Os
maiores valores foram encontrados com o ácido fluorídrico 5%, sendo que
as médias deste após 2,5 e 20 minutos foram, respectivamente: Biobond
(17,5 e 5,3 MPa), Ceramco (21,0 e 7,0 MPa), Vita (18,3 e 8,3 MPa),
Aluminous (11,7 e 2,3 MPa). Para todas as concentrações do ácido
fluorídrico, o tempo de condicionamento de 2,5 minutos promoveu
resultados significativamente maiores do que aqueles obtidos com o
tempo de 20 minutos. As porcelanas feldspáticas apresentaram
resultados estatisticamente superiores à porcelana reforçada por alumina,
em todas as combinações de tratamento.
Stangel et al.
57
(1987) avaliaram as alterações na superfície
da porcelana causadas por diferentes tratamentos, além do efeito de
alguns desses tratamentos na resistência ao cisalhamento entre
porcelana e resina composta. Primeiramente foram confeccionados
discos (n=6) (10,0 mm de diâmetro e 2,0 mm de espessura) em porcelana
feldspática (Microbond). Estes discos foram divididos em grupos e
___________________________________________Revisão da literatura 26
submetidos a um dos seguintes tratamentos de superfície: 1) sem
tratamento (controle), 2) ácido fluorídrico 52% por 1,5 minutos, 3) ácido
fluorídrico 20% por 2,5 minutos, 4) ácido fluorídrico 20 % por 5 minutos, 5)
ácido fluorídrico 20% por 10 minutos, 6) ácido fluorídrico 20% por 20
minutos. As amostras foram analisadas em microscopia eletrônica para a
avaliação da morfologia da superfície. Nesta análise observou-se que, no
Grupo 2, a porcelana apresentou dissolução da fase vítrea e a fase
cristalina uniforme. No Grupo 3, apresentou dissolução da fase cristalina
com grandes porosidades em meio à fase trea, que se apresentava
irregular. Com o aumento no tempo de condicionamento ácido (Grupos 4,
5 e 6), a superfície continuou irregular, mas o número de poros diminuiu,
uma vez que, além da fase cristalina, a fase vítrea também foi dissolvida.
Segundo os autores, a superfície com maior retenção micromecânica foi
proporcionada pelo tratamento 3. Em uma segunda fase do experimento,
foram confeccionados mais 42 discos em porcelana feldspática, os quais
foram divididos em 2 grupos (n=21). Um dos grupos não recebeu nenhum
tratamento de superfície, enquanto o outro foi condicionado com ácido
fluorídrico 20% por 2,5 minutos. Cada grupo foi dividido em 3 subgrupos
(n=7), os quais receberam um dos seguintes tratamentos: A) sem
tratamento, B) silano (Porcelain Bonding), C) silano/adesivo (Creation
Bond). Sobre todas as amostras foi aplicada resina composta (Visar
Seal), a qual foi fotopolimerizada no local com o auxílio de uma matriz. Os
corpos-de-prova foram armazenados em água a temperatura ambiente
por 7 dias e submetidos ao teste de cisalhamento em máquina de ensaios
mecânicos com velocidade de 2,0 mm/min. As médias dos resultados das
amostras sem tratamento e condicionadas com ácido foram,
respectivamente: Grupo A (3,08 e 15,58 MPa), Grupo B (5,24 e 18,68
MPa) e Grupo C (8,80 e 19,37 MPa). Houve diferença significativa entre
todos os grupos, com exceção dos Grupos B e C após o condicionamento
ácido, os quais foram iguais entre si e apresentaram os maiores
resultados. O condicionamento ácido aumentou significativamente a
___________________________________________Revisão da literatura 27
resistência de união nos três grupos. O uso do silano tamm aumentou a
média dos resultados em todos os grupos. Já o adesivo melhorou a
resistência de união somente nas amostras que não receberam o
condicionamento ácido. Sem o tratamento com o ácido, os Grupos A, B e
C apresentaram falha adesiva. quando o ácido foi utilizado, o Grupo A
apresentou falha mista e os Grupos B e C apresentaram falha coesiva da
porcelana.
Lüthy et al.
34
(1988) avaliaram o efeito de tratamentos de
superfície e do armazenamento em água na resistência à tração entre
metal e resina composta. Para este estudo, foram confeccionados discos
(área de 50,0 mm
2
) em liga de níquel-cromo-berílio. Estas amostras foram
jateadas com óxido de alumínio ou tratadas com sílica (Silicoater) ou
receberam banho eletrolítico. Após o tratamento, os discos metálicos
receberam um dos seguintes silanos: 1) silano com partícula de sílica (40
nm de diâmetro), 2) silano com partículas treas (2,0 µm de diâmetro).
Os discos que receberam o mesmo tratamento foram unidos aos pares
com uma das seguintes resinas compostas quimicamente ativadas
(camada de 100 µm de espessura) as quais possuíam a mesma matriz
orgânica (Bis-GMA e TEGDMA com uma relação de 2:1): 1)
macroparticulada, 2) microparticulada. Metade das amostras de cada
grupo foi armazenada a 37ºC por 1 dia, até a realização do teste de
tração em máquina de ensaios mecânicos com velocidade de 2,0
mm/min. A outra metade foi armazenada nas mesmas condições
descritas acima por 30 dias, anteriormente à realização do ensaio
mecânico. Os resultados variaram entre 4,2 e 20,5 MPa. Não houve
diferença estatística entre as resinas macroparticulada e microparticulada.
Os diferentes silanos tamm não apresentaram diferença significativa.
Os melhores resultados foram atingidos com a associação do jateamento
com o óxido de alumínio e o tratamento com partículas de sílica. A
___________________________________________Revisão da literatura 28
resistência de união aumentou após o armazenamento por 30 dias,
quando o tratamento com partículas de sílica foi realizado.
Gregory et al.
18
(1988) avaliaram o efeito de sistemas de
reparo e do armazenamento na resistência à tração entre porcelana e
resina composta. Neste estudo, foram confeccionados 80 discos (9,0 mm
de diâmetro e 7,0 mm de espessura) em porcelana feldspática (Vita VMK
68), os quais foram regularizados com lixa (600). Estes foram divididos
em 6 grupos (n=15), os quais receberam um dos seguintes sistemas de
reparo associados à resina composta Command Ultrafine (C) ou à resina
composta Silux (S): 1) Porcelain Repair/C (resina própria do sistema), 2)
Silanit/C, 3) Scotchprime/C, 4) Scotchprime/S (resina própria do sistema),
5) Fusion/C, 6) Ultrabond/C. Os sistemas de reparo foram aplicados de
acordo com as recomendações dos fabricantes e a resina composta foi
fotopolimerizada sobre a superfície tratada. Os corpos-de-prova de cada
grupo foram divididos em 3 subgrupos (n=5), os quais foram
armazenados em água a 37ºC durante 1, 7 ou 28 dias. Após o
armazenamento, o teste de tração foi realizado em máquina de ensaios
mecânicos com velocidade 0,5 mm/min. Os grupos armazenados por 7
dias e 28 dias reduziram significativamente suas médias quando
comparados ao grupo com 1 dia de armazenamento. Após 1 dia de
armazenamento, os Grupos 1 e 3 foram iguais entre si e melhores que os
demais grupos. Após 7 dias, os Grupos 1 e 3 e os Grupos 2 e 3 foram
iguais entre si e significativamente maiores que os Grupos 4, 5 e 6. O
Grupo 1 foi superior também ao Grupo 2. Após 28 dias, apenas o Grupo 2
obteve aumento significativo em sua resistência quando comparado aos 7
dias de armazenamento. o Grupo 3 apresentou resultados iguais
nestes dois períodos de armazenamento e os Grupos 1, 4, 5 e 6
reduziram significativamente suas médias. Quando os sistemas completos
(Grupos 1 e 4) foram comparados à associação entre eles (Grupo 3),
independente do tempo de armazenamento, o Grupo 3 foi
___________________________________________Revisão da literatura 29
significativamente maior que o Grupo 4 e igual ao Grupo 1. Em todos os
grupos houve predomínio de falha adesiva.
Lacy et al.
31
(1988) avaliaram o efeito de tratamentos de
superfície na resistência ao cisalhamento entre porcelana e resina
composta. Para este estudo, foram confeccionadas 60 placas
retangulares (10,0 mm x 20,0 mm) em liga de níquel-cromo. Sobre
metade da área destas placas (10,0 mm x 10,0 mm) foi aplicada uma
camada de porcelana feldspática (Will-Ceram). Na extremidade da outra
metade da placa foi realizado um orifício (2,0 mm de diâmetro), o qual foi
utilizado para prender o corpo-de-prova na máquina de ensaios
mecânicos. As amostras foram asperizadas com ponta diamantada e
divididas em 6 grupos (n=10), os quais receberam um dos seguintes
tratamentos sobre a porcelana: 1) sem tratamento (controle), 2) silano
(Scotchprime), 3) flúor fosfato acidulado 1,23% por 10 minutos, 4) flúor
fosfato acidulado 1,23% por 10 minutos e silano (Scotchprime), 5) ácido
fluorídrico 9,5% por 4 minutos, 6) ácido fluorídrico 9,5% por 4 minutos e
silano (Scotchprime). Sobre todas as amostras foram aplicados o sistema
adesivo Scotchbond e a resina composta P-30 foi fotopolimerizada no
local com o auxílio de uma matriz (5,0 mm de diâmetro). Os corpos-de-
prova foram armazenados em água a 37
º
C por 24 horas até a realização
do teste de cisalhamento em máquina de ensaios mecânicos com
velocidade de 5,0 mm/min. Os melhores resultados foram apresentados
pelos Grupos 4 (38,72 MPa) e 6 (43,91 MPa), os quais foram
estatisticamente iguais entre si e superiores aos demais grupos. O Grupo
2 (15,09 MPa) foi significativamente melhor que os Grupos 1 (6,92 MPa),
3 (7,96 MPa) e 5 (9,40 MPa), os quais foram iguais entre si. A falha
coesiva da porcelana predominou apenas nos Grupos 4 e 6, sendo que
os demais grupos apresentaram falha adesiva. Segundo os autores, o uso
do silano tem grande importância na resistência de união entre porcelana
___________________________________________Revisão da literatura 30
e resina composta, principalmente quando este está associado ao
condicionamento ácido.
Senda et al.
55
(1989) avaliaram o efeito de ácidos na
superfície da porcelana. Foram confeccionados 84 discos em porcelana
feldspática. Estes foram divididos em 3 grupos: 1) flúor fosfato acidulado,
2) ácido fluorídrico, 3) (controle) sem tratamento. O Grupo 1 promoveu
pequenas alterações na superfície da porcelana. no Grupo 2, a
superfície se apresentou com maiores rugosidades. Segundo os autores,
a rugosidade superficial promovida na porcelana pelo flúor fosfato
acidulado pareceu ser insuficiente para promover a união com a resina
composta. o ácido fluorídrico promoveu retenções micromecânicas
satisfatórias para a efetividade desta união.
Gregory, Moss
17
(1990) avaliaram o efeito da combinação de
resinas compostas e diferentes períodos de armazenamento na
resistência à tração entre resina composta e porcelana. Para este estudo,
foram confeccionados 132 discos (9,0 mm de diâmetro e 7,0 mm de
espessura) em porcelana feldspática (Vita VMK 68). Estes foram incluídos
em resina acrílica e regularizados com lixa (600). Todas as amostras
foram limpas com ácido fosfórico a 37% durante 60 segundos e um dos
seguintes silanos, dependendo da resina composta que foi utilizada em
contato com a porcelana, foi aplicado: silano Scotchprime (Concise e
Silux Plus), silano Porcelain Repair (Herculite). Após a aplicação do
adesivo, uma das seguintes combinações de resina composta foi aplicada
com o auxílio de uma matriz (4,0 mm de diâmetro e 6,0 mm de altura): 1)
(controle) Concise - macroparticulada (n=11), 2) (controle) Herculite –
híbrida (n=11), 3) (controle) Silux Plus microparticulada (n=11), 4)
Concise + Herculite (n=33), 5) Concise + Silux Plus (n=33), 6) Herculite +
Silux Plus (n=33). As amostras foram armazenadas em água destilada a
37°C, sendo que o teste de tração nos Grupos 4, 5 e 6 foi realizado após
___________________________________________Revisão da literatura 31
24 horas (n=11), 7 dias (n=11) e 28 dias (n=11), em máquina de ensaios
mecânicos com velocidade de 0,5 mm/min. Os Grupos controle (1, 2 e 3)
foram submetidos ao teste mecânico apenas após 28 dias de
armazenamento. Nos Grupos controle, a resina macroparticulada (21,52
MPa) apresentou resultado superior às resinas híbrida (16,91 MPa) e
microparticulada (6,40 MPa). Os Grupos 4 e 5, após 24 horas e 28 dias,
foram iguais entre si e significativamente maiores que o Grupo 6. Após 28
dias os Grupos 1 e 4 foram iguais. Para todos os grupos (4, 5 e 6), a
resistência de união após 7 dias foi menor que após 24 horas e 28 dias,
sendo que estes últimos foram iguais entre si. Houve predomínio de falha
adesiva em todos os grupos.
Wolf et al.
64
(1992) avaliaram o efeito de tratamentos de
superfície, agentes de união e termociclagem na resistência à tração
entre porcelana e resina composta. Foram confeccionados discos (10,0
mm de diâmetro e 2,0 mm de espessura) em porcelana feldspática
(Ceramco II). Estes foram regularizados com lixa (600) e divididos em 3
grupos, os quais receberam um dos seguintes tratamentos: 1)
condicionamento com ácido fluorídrico 9,5% durante 5 minutos, 2)
jateamento com óxido de alumínio (50 µm), 3) asperização com ponta
diamantada. As amostras de cada grupo foram divididas em 4 subgrupos,
sobre as quais foi aplicado um dos seguintes sistemas de reparo: Clearfil
Porcelain Bond (CPB), Porcelain Liner M (PLM), Porcelain Liner M com
Super-Bond C & B (PLMSB), Scotchprime (SP). A aplicação dos sistemas
foi feita de acordo com as especificações dos fabricantes. A resina
composta Herculite foi fotopolimerizada sobre as amostras com o auxílio
de uma matriz em forma de cone (3,0 mm de diâmetro na porção inferior,
5,0 mm de diâmetro na porção superior e 5,0 mm de altura). Metade dos
corpos-de-prova de cada subgrupo foi armazenada a 37°C, em umidade
relativa de 100% por 24 horas e submetida ao teste de tração em
máquina de ensaios mecânicos (Instron) com velocidade de 0,5 mm/min.
___________________________________________Revisão da literatura 32
A outra metade foi termociclada (1.000 ciclos de 1 minuto 8
º
e 50°C)
anteriormente ao teste mecânico. A termociclagem diminuiu a resistência
de união nos 3 tratamentos de superfície. Os grupos que receberam os
sistemas CPB apresentaram os maiores valores de resistência, seguidos
dos tratamentos com SP, PLMSB e PLM. Os grupos tratados com SP e
PLMSB foram iguais entre si e superiores ao Grupo PLM. A maior
resistência de união, às 24 horas e após termociclagem, foi atingida pelos
grupos jateados com óxido de alumínio, associados aos sistemas SP
(23,7 e 16,3 MPa) e CPB (23,4 e 12,5 MPa). No tratamento com o ácido
fluorídrico, a maior resistência foi atingida pelo Grupo CPB (20,0 e 12,4
MPa). A menor resistência de união, nos 3 tratamentos, foi obtida pelo
sistema PLM, com variação de valores entre 4,9 e 12,8 MPa (às 24 horas)
e entre 3,7 e 8,5 MPa (após termociclagem). Os maiores valores foram
alcançados após o tratamento com o óxido de alumínio, seguido pelo
ácido fluorídrico e pela asperização com ponta diamantada. A falha
adesiva predominou nos sistemas SP, PLMSB e PLM, associados ao
jateamento ou à asperização com ponta diamantada. Os grupos que
receberam o sistema CPB e as amostras tratadas com o ácido fluorídrico
apresentaram falha coesiva da porcelana.
Hayakawa et al.
21
(1992) avaliaram o efeito de diferentes
tratamentos e do uso do silano na resistência ao cisalhamento entre
porcelana e resina composta. Foram confeccionados discos (10,0 mm de
diâmetro e 2,0 mm de espessura) em porcelana feldspática (Lamina
Porcelain). Estes foram divididos em 3 grupos, os quais receberam os
seguintes tratamentos: 1) polimento com lixa (1.000), 2) ácido fosfórico
por 60 segundos após polimento com lixa (1.000), 3) ácido fluorídrico por
60 segundos após polimento com lixa (1.000). Amostras dos três
tratamentos foram analisadas em microscopia eletrônica. Os grupos foram
divididos em 4 subgrupos, os quais foram tratados com os seguintes
silanos: 1) (controle) sem silano, 2) Cosmotech Porcelain Prime, 3)
___________________________________________Revisão da literatura 33
Laminabond Porcelain Prime, 4) Optec Silane. A resina composta
Laminabond foi aplicada sobre todas as amostras, sendo fotopolimerizada
no local com o auxílio de uma matriz (3,2 mm de diâmetro e 2,0 mm de
altura). Os corpos-de-prova foram armazenados em água a 37°C por 24
horas. O teste foi realizado em máquina de ensaios mecânicos com
velocidade de 2,0 mm/min. Nos grupos que não receberam o silano, o
tratamento com o ácido fluorídrico foi o que demonstrou melhores
resultados. O tratamento com o ácido fluorídrico promoveu falha mista,
enquanto os tratamentos com o ácido fosfórico e com o polimento com
lixa promoveram falha adesiva. Quando o silano Cosmotech Porcelain
Primer foi utilizado, a maior resistência de união foi alcançada no grupo
tratado com o ácido fluorídrico, sendo que este tratamento foi
significativamente maior que os demais. Para este silano, houve
predomínio de falha mista. Não houve diferença estatística entre os
tratamentos quando os silanos Laminabond Porcelain Primer e Optec
Silane foram utilizados. Nestes grupos, predominou a falha coesiva da
porcelana. Na análise em microscopia eletrônica, o ácido fluorídrico
promoveu maior rugosidade na superfície da porcelana.
Agra et al.
1
(1993) avaliaram, por meio de revisão de
literatura, a importância do silano na união química entre porcelana e
resina composta. Os autores concluíram que a união química ou a união
mecânica, isoladamente, não são suficientes para suportar as forças
mastigatórias que incidem na interface porcelana/resina composta. A
melhor opção seria a associação entre os dois tipos de uno, aplicando o
silano (química) sobre a porcelana feldspática anteriormente condicionada
com ácido fluorídrico (mecânica).
Kern, Thompson
24
(1993) avaliaram o efeito do jateamento
com óxido de alumínio e da deposição de sílica na perda de volume,
alteração de superfície e composição de ligas metálicas. Neste estudo,
___________________________________________Revisão da literatura 34
foram confeccionados 130 discos metálicos, sendo 50 em liga de níquel-
cromo (NiCr – Wiron 99) e 50 em liga nobre de ouro-prata-cobre (AuAgCu
Firmalay), tendo estes 9,0 mm de diâmetro e 3,4 mm de espessura. Os
30 discos restantes foram confeccionados em liga de cobalto-cromo
(CoCr Wirobond) com 6,2 mm de diâmetro e 3,4 mm de espessura.
Todas as amostras foram polidas com lixa (600) e limpas em ultrassom
com etilacetato por 10 minutos. Amostras de cada uma das ligas (n=30)
foram tratadas (área de 5,0 mm de diâmetro) com os componentes do
sistema Rocatec, com pressão de 0,25 MPa, durante 14 segundos nas
diferentes condições: 1) óxido de alumínio 110 µm (Rocatec Pre) sobre a
superfície polida com lixa, 2) partículas de sílica 110 µm (Rocatec Plus)
sobre a superfície polida com lixa, 3) partículas de sílica 110 µm (Rocatec
Plus) sobre a superfície previamente tratada com óxido de alumínio 110
µm. O restante das amostras em NiCr (n=20) e AuAgCu (n=20) foram
jateadas com óxido de alumínio 250 µm (área de 8,0 mm de diâmetro),
com pressão de 0,25 MPa (n=10) ou 0,40 MPa (n=10). Após os
tratamentos, todas as amostras foram limpas em ultrassom com
etilacetato por 10 minutos. A perda de massa nos discos metálicos foi
determinada em balança de precisão (precisão de 0,01 mg), comparando
a massa dos mesmos após o polimento com a massa após a realização
dos tratamentos e limpeza em ultrassom. A massa perdida foi convertida
em volume (mm
3
), utilizando a densidade específica de cada liga metálica
fornecida pelo fabricante. A morfologia da superfície foi analisada em
microscopia eletrônica. Para a análise da composição da superfície, 6
discos de cada liga foram novamente lixados (600), polidos com alumina
1,0 µm (Micropolish) e limpos em ultra-som com etilacetato por 10
minutos. Uma amostra de cada liga foi submetida a um dos 6 tratamentos:
1) sem tratamento (polimento), 2) jateamento com óxido de alumínio, 3)
jateamento com óxido de alumínio/jateamento com lica, 4) jateamento
com óxido de alumínio/limpeza em ultra-som, 5) jateamento com óxido de
alumínio/jateamento com sílica/limpeza em ultra-som, 6) jateamento com
___________________________________________Revisão da literatura 35
óxido de alumínio/limpeza em ultra-som/aplicação de sílica líquida
(Sililink)/unidade MD (para a fixação da sílica) com tempo e temperatura
programados para cada tipo de liga, de acordo com as especificações do
fabricante. Para todos os grupos, o jateamento (óxido de alumínio ou
sílica) foi realizado com partículas de 110 µm e pressão de 0,25 MPa. A
limpeza em ultra-som foi sempre realizada com etilacetato durante 10
minutos. A composição da superfície nos diferentes grupos foi
determinada pelo EDS (energy dispersive spectroscopy). Todos os
tratamentos promoveram maior perda de massa na liga nobre em
comparação com as ligas não nobres (NiCr e CoCr). Com os tratamentos
do sistema Rocatec, a perda de massa nas ligas variou entre: NiCr (0,150
e 0,179 mm
3
), CoCr (0,184 e 0,208 mm
3
), AuAgCu (0,244 e 0,307 mm
3
).
Já a perda de massa nos discos metálicos tratados com óxido de alumínio
250 µm foi diretamente proporcional ao aumento da pressão com valores
de: NiCr (0,102 e 0,211 mm
3
), AuAgCu (0,163 e 0,301 mm
3
). Na análise
em microscopia eletrônica observou-se que, no jateamento com óxido de
alumínio, houve aumento na rugosidade da superfície metálica, o qual foi
igual para os diferentes tamanhos de partículas (110 e 250 µm). Essas
partículas de alumínio ficaram unidas à superfície, mas foram
parcialmente removidas após a limpeza em ultra-som. O jateamento com
sílica promoveu uma superfície metálica recoberta com sílica. No entanto,
grande parte dessas partículas foi removida com a limpeza em ultra-som.
No EDS observou-se que os tratamentos que utilizaram o jateamento com
óxido de alumínio aumentaram a quantidade de alumínio na superfície em
comparação às amostras polidas. A limpeza em ultra-som e o tratamento
com sílica não reduziram significativamente a quantidade de alumínio nas
amostras que foram jateadas com o óxido de alumínio. O jateamento com
sílica aumentou a quantidade de sílica na superfície metálica em
comparação ao controle e às amostras tratadas com óxido de alumínio. A
aplicação da solução de sílica tamm aumentou a concentração de sílica
nos diferentes substratos. No entanto, esse aumento foi o mesmo
___________________________________________Revisão da literatura 36
promovido pelo jateamento com sílica. Nas ligas de NiCr e CoCr, a
limpeza em ultra-som não influenciou na concentração de sílica. Já na liga
de AuAgCu, a concentração de sílica diminuiu após a limpeza em ultra-
som.
Wolf et al.
65
(1993) avaliaram a influência de diferentes
tratamentos na resistência à trão entre resina composta e porcelana.
Neste estudo, foram confeccionados 45 discos (10,0 mm de diâmetro e
2,0 mm de espessura) em porcelana feldspática (Ceramco II), os quais
foram regularizados com lixa (600). Os espécimes foram divididos em 2
grupos que receberam um dos seguintes tratamentos: 1) condicionamento
com ácido fluorídrico 9,5% (n=20), 2) jateamento com óxido de alumínio
(n=25). O grupo 1 foi dividido em 4 subgrupos (n=5), de acordo com o
tempo do condicionamento ácido: 30, 60, 150 e 300 segundos. O grupo 2
foi dividido em 5 subgrupos, de acordo com o tamanho da partícula de
óxido de alumínio: 33,5 µm (seco), 48,0 µm (seco), 78,0 µm (seco), 10,2
µm (umedecido em solução de álcool etílico a 25%), 50,0 µm (seco)
(controle). Os espécimes do Grupo 2 foram limpos com ácido fosfórico
35% após o jateamento. A rugosidade da superfície dos espécimes dos
Grupos 1 e 2 foi mensurada em perfilômetro com capacidade de leitura de
0,005 µm. O silano Scotchprime Ceramic Prime e o sistema adesivo
Scotchbond 2 foram aplicados sobre todas os espécimes. Uma camada
(1,0 mm) de resina composta (HerculiteXRV) foi aplicada sobre a
porcelana e fotopolimerizada. Os espécimes foram armazenados em
umidade relativa de 100% a 37°C durante 24 horas. O teste de tração foi
realizado em máquina de ensaios mecânicos (Instron), com velocidade de
0,5 mm/min. Com o aumento no tempo do condicionamento ácido, a
rugosidade da superfície aumentou de 0,74 para 3,84 µm. Com o
aumento do tamanho das partículas de óxido de alumínio, a rugosidade
aumentou de 0,38 para 2,41 µm. O grupo controle do jateamento (50 µm)
promoveu rugosidade de superfície de 1,87 µm. As resistências dos
___________________________________________Revisão da literatura 37
espécimes condicionados por 60 (20,0 MPa), 150 (27,0 MPa) e 300
segundos (25,0 MPa) foram iguais entre si e maiores que as obtidas aos
30 segundos (15,0 MPa). Os espécimes tratados com o ácido
apresentaram maior resistência que as amostras jateadas, exceto para o
grupo controle de 50 µm (19,0 MPa). O Grupo controle (50 µm) foi igual
aos grupos jateados com partículas de 10,2 µm (12,0 MPa), 35,5 µm (11,0
MPa) e 48,0 µm (14,0 MPa), e maior que o grupo jateado com partículas
de 78,0 µm (7,0 MPa). Todos os grupos jateados, com exceção do
controle, foram iguais entre si. A falha coesiva da porcelana ocorreu nos
grupos condicionados durante 60 e 150 segundos. O grupo condicionado
por 300 segundos e o Grupo controle do jateamento apresentaram falha
mista. o grupo condicionado por 30 segundos e os demais grupos
jateados apresentaram falha adesiva.
Appeldoorn et al.
3
(1993) avaliaram o efeito de sistemas de
reparo na resistência ao cisalhamento entre porcelana e resina composta.
Foram confeccionados 160 cilindros (12,0 mm de diâmetro e 5,5 mm de
espessura) metálicos. Sobre estes foi feita uma cavidade (5,8 mm de
diâmetro e 1,5 mm de profundidade), na qual a porcelana feldspática
(Ceramic II) foi aplicada. Os espécimes foram regularizados com lixa
(320) e divididas em 8 grupos (n=20), de acordo com o sistema de reparo
e a resina composta utilizados: 1) All Bond 2 e Bis-Fil, 2) Cerinate Prime e
Ultra Bond, 3) Clearfil Porcelain Bond e Clearfil Photo-Anterior, 4) Etch-
Free e Bis-Fil, 5) Monobond S e Heliomolar Radopaque, 6) Porcelite e
Herculite XRV, 7) Scotchprime e Silux Plus, 8) Silistor e Multifil VS. Os
sistemas foram aplicados de acordo com as especificações do fabricante.
A resina composta foi aplicada com o auxílio de uma matriz (4,3 mm de
diâmetro) e fotopolimerizada no local. A metade de cada grupo (n=10) foi
armazenada em água destilada a 37°C por 24 horas e o teste foi realizado
em máquina de ensaios mecânicos (Instron) com velocidade de 5,0
mm/min. A outra metade (n=10) foi armazenada nas mesmas condições
___________________________________________Revisão da literatura 38
descritas acima por 3 meses, termociclada (2.500 ciclos de 1 minuto 5
º
e 55°C) e submetida ao teste de cisalhamento. Os resultados obtidos
após 24 horas e após 3 meses foram, respectivamente: 1 (22,3 e 17,0
MPa), 2 (12,0 e 8,8 MPa), 3 (18,5 e 20,7 MPa), 4 (23,5 e 18,4 MPa), 5
(14,1 e 12,6 MPa), 6 (15,1 e 15,4 MPa), 7 (15,1 e 14,9 MPa), 8 (12,2 e 4,2
MPa). Após 24 horas, os Grupos 1, 3 e 4 apresentaram as maiores
médias, sendo iguais entre si e melhores que os demais grupos. Após 3
meses, o Grupo 3 foi significativamente melhor que os demais grupos. Os
Grupos 3, 6 e 7 o apresentaram diferença estatística entre os tempos
de 24 horas e 3 meses de armazenamento. A falha coesiva predominou
nos espécimes armazenados por 24 horas, com exceção do Grupo 4, no
qual predominou a falha adesiva. Nos corpos-de-prova armazenados por
3 meses, os Grupos 1, 3, 6 e 7 apresentaram falha coesiva da porcelana
e os Grupos 2, 4, 5 e 8 apresentaram falha adesiva.
Diaz-Arnold et al.
12
(1993) avaliaram a resistência ao
cisalhamento entre resina composta e porcelana após a realização de
reparo com seis sistemas adesivos. Foram confeccionados discos (10,0
mm de diâmetro e 5,0 mm de espessura) em porcelana feldspática (Vita
VMK 68). Estes foram regularizados com lixa (220) e limpos em ultra-som
com solução de metanol 99,8% e água destilada. As amostras foram
divididas em 6 grupos (n=10): 1) All Bond 2, 2) Clearfil Porcelain Bond, 3)
C & B Metabond Etch Free, 4) Scotchprime, 5) Ceram-Etch, 6) Ultradent.
Os sistemas foram aplicados de acordo com as especificações do
fabricante e discos (2,3 mm de diâmetro e 1,0 mm de espessura) em
resina composta (Herculite) fotopolimerizada no local foram unidos à
porcelana. Os espécimes foram armazenados em água destilada a 37°C
por 24 horas e termociclados (300 ciclos de 1 minuto5
º
e 55°C). Após a
termociclagem, os espécimes foram armazenados, nas mesmas
condições descritas acima, por mais 35 dias e submetidos ao teste de
cisalhamento em máquina de ensaios mecânicos (Instron) com
___________________________________________Revisão da literatura 39
velocidade de 0,5 mm/min. O Grupo 5 (11,5 MPa) apresentou resultado
estatisticamente menor que os demais grupos, os quais foram iguais entre
si, com resultados variando entre 17,0 e 18,5 MPa. Houve predomínio de
falha coesiva da porcelana em todos os grupos, com exceção do Grupo 5,
no qual predominou a falha adesiva.
Kern, Thompson
25
(1994) avaliaram a influência do
armazenamento em água combinado à termociclagem na durabilidade da
união entre sistemas adesivos/cimentos resinosos e liga de NiCr. Cilindros
de 9 mm de diâmetro e 3,4 mm de altura foram fundidos em liga de NiCr
(Wiron 99, Bego), polidos com lixa 600, jateados com óxido de alumínio
de 110 m e limpos com etilacetato em ultrassom por 3 minutos (exceto o
grupo ROC que dispensa a limpeza em ultrassom). Foram utilizados 6
diferentes sistemas de união: grupo SAND aplicação do sistema
adesivo/ cimento resinoso (Adhesive Bond/ Twinlook, Heraeus Kulzer)
sobre a superfície jateada; grupo SIL aplicação do silano Espe-Sil (3M
ESPE) antes da aplicação do sistema Adhesive Bond/ Twinlook; grupo
ROC jateamento com partículas modificadas por sílica (Rocatec
System, 3M ESPE), aplicação de silano Espe-Sil e do sistema Adhesive
Bond/ Twinlook; grupo SMD aplicação térmica de sílica (Silicoater MD,
Heraeus Kulzer), silano Silseal (Heraeus Kulzer) e sistema Adhesive
Bond/ Twinlook; grupo PEX – aplicação de cimento resinoso adesivo
Panavia Ex sobre a superfície jateada e grupo PNS utilização de um
cimento resinoso experimental Panavia TPN-S. Uma camada de resina
composta quimicamente ativada (Clearfil FII) de 3,3 mm de altura foi
depositada sobre as superfícies tratadas. Cada grupo (n = 24) foi dividido
em 3 subgrupos de 8 espécimes de acordo com o tempo de
armazenamento e o número de ciclos entre e 55°C: 1 dia de
armazenamento sem termociclagem; 30 dias com 7.500 ciclos ou 150
dias com 37.500 ciclos. Todos os espécimes foram então armazenados
em solução isotônica de saliva artificial a 37°C, submetidos a 2.500 ciclos
___________________________________________Revisão da literatura 40
térmicos. Foi realizado o ensaio mecânico de tração e o tipo de fratura foi
analisado em microscópio de luz (30x). Após 150 dias, os grupos SAND e
SIL apresentaram valores mais baixos que os demais grupos (13,6 MPa e
17,9 MPa respectivamente). Neste mesmo período de armazenamento,
os grupos ROC, SMD e PEX apresentaram valores de resistência por
volta de 50 MPa e para cada um desses grupos, o houve diferença
significativa entre os valores obtidos após 1 dia e 150 dias de
armazenamento. O grupo PNS apresentou média de resistência inicial
(após 1 dia) de 55,0 MPa mas, após 150 dias, diminuiu significantemente
para 36,9 MPa. No tempo final de armazenamento, o tipo de fratura foi
100% adesiva para o grupo SAND e 97% adesiva para o grupo SIL. Para
o grupo PNS foi 100% coesiva do cimento resinoso. Para os grupos ROC,
SMD e PEX, os tipos de fratura foram parcialmente coesivas do cimento
resinoso e parcialmente da resina composta.
Tylka, Stewart
62
(1994) avaliaram a rugosidade da superfície
de duas porcelanas após o condicionamento com diferentes ácidos, além
da resistência de união entre estas e uma resina composta. Para este
estudo, foram confeccionados discos (4,0 mm de diâmetro e 3,0 mm de
espessura) com as porcelanas feldspáticas (n=6) Will-Ceram e Biobond.
Metade das amostras de cada grupo (n=3) foi tratada com flúor fosfato
acidulado gel 1,23% durante 10 minutos e a outra metade com ácido
fluorídrico 9,5% durante 5 minutos. Estas amostras foram analisadas em
microscopia eletrônica. Para o teste de torção foram confeccionados
cilindros em metal sobre os quais foram aplicadas as porcelanas. As
amostras metalocerâmicas foram separadas aos pares, os quais
receberam um dos condicionamentos ácidos descritos anteriormente.
Todas as amostras foram silanizadas (Prilane) e, cada par foi unido com
uma camada (2,0 mm) de resina composta (Command Ultrafine). Os
espécimes foram armazenados em água destilada a 37°C por 1 semana
até a realização do teste de torção, no qual o espécime era preso por
___________________________________________Revisão da literatura 41
suas extremidades (cilindros metálicos) em máquina de ensaios
mecânicos e uma força por movimento de torção era aplicada sobre ele a
uma velocidade de 1Nm/min, gerando estresse na interface de união. A
análise em microscopia eletrônica demonstrou que, o ácido fluorídrico
9,5% promoveu grande rugosidade na superfície das porcelanas,
enquanto o flúor fosfato acidulado 1,23% manteve a superfície das
porcelanas praticamente sem alteração. Em relação à resistência de
união, não houve diferença estatisticamente significativa entre os
tratamentos nas duas porcelanas. As amostras de todos os grupos
apresentaram falha coesiva da porcelana.
Thurmond et al.
60
(1994) avaliaram a resistência ao
cisalhamento entre resina e porcelana após diferentes tratamentos de
superfície. Neste estudo, foram confeccionados 200 discos (12,0 mm de
diâmetro e 5,5 mm de espessura) em metal, nos quais foram preparadas
cavidades (5,8 mm de diâmetro e 1,5 mm de profundidade). A porcelana
feldspática (Ceramco II) foi aplicada nestas cavidades e regularizada com
lixa (240). As amostras foram divididas em 10 grupos (n=20), os quais
foram tratados com diferentes combinações dos componentes do sistema
adesivo All Bond 2: 1) (controle) sem tratamento, 2) jateamento com óxido
de alumínio (50 µm)/ácido fosfórico 32% (Uni-Etch)/silano (Porcelain
Prime), 3) sistema adesivo (Primer A & B), 4) silano/sistema adesivo, 5)
asperização com ponta diamantada/ácido fosfórico/silano, 6) ácido
fluorídrico 8% (Porcelain Etchant), 7) ácido fluorídrico/silano, 8)
jateamento com óxido de alumínio/ácido fluorídrico/silano, 9) jateamento
com óxido de alumínio, 10) jateamento com óxido de alumínio/ácido
fosfórico/adesivo. Após os tratamentos, cilindros em resina composta (Bis-
Fil) pré-polimerizada foram unidos à porcelana. Metade dos espécimes de
cada grupo (n=10) foi armazenada em água destilada a 37°C por 24 horas
e submetida ao teste de cisalhamento em máquina de ensaios mecânicos
(Instron). A outra metade (n=10) foi armazenada durante 3 meses e
___________________________________________Revisão da literatura 42
termociclada (2.500 ciclos de 2 minutos 5
º
e 55°C) anteriormente à
realização do teste mecânico. Após 24 horas de armazenamento,
observou-se que não houve diferença significativa entre os Grupos 2
(22,4 MPa), 4 (25,0 MPa), 6 (23,4 MPa), 7 (22,7 MPa) e 8 (20,9 MPa). No
entanto, os resultados destes grupos foram estatisticamente maiores que
os dos Grupos 1 (10,6 MPa), 3 (13,9 MPa), 5 (16,4 MPa), 9 (13,2 MPa) e
10 (17,0 MPa), os quais foram iguais entre si. A falha coesiva da
porcelana predominou nos Grupos 2, 4, 5, 6, 7 e 8. nos Grupos 1, 3, 9
e 10 predominou a falha adesiva. Após o armazenamento por 3 meses e
a termociclagem observou-se que a resistência de união do Grupo 8 (17,4
MPa) foi significativamente maior que a dos demais grupos, os quais
apresentaram resultados que variaram entre 0,1 e 13,4 MPa. A falha
coesiva da porcelana predominou apenas no Grupo 8, sendo que nos
demais grupos houve predomínio de falha adesiva. A resistência de união
de cada grupo após 24 horas de armazenamento, foi significativamente
maior que a observada após os 3 meses associado à termociclagem, com
exceção do Grupo 9, que não apresentou diferença entre os resultados
(13,2 e 11,8 MPa). Segundo os autores, na resistência ao cisalhamento
entre porcelana e resina composta, a união mecânica foi mais importante
que a união química, uma vez que a segunda depende da primeira para
ser eficaz. A associação entre o jateamento com óxido de alumínio, ácido
fluorídrico e silanização foi considerada o melhor tratamento.
Aida et al.
2
(1995) avaliaram a resistência ao cisalhamento
entre resina composta e porcelana após diferentes tratamentos de
superfície. Foram confeccionados 120 discos (10,0 mm de diâmetro e 2,0
mm de espessura) em porcelana feldspática, os quais foram incluídos em
resina acrílica e receberam um dos seguintes tratamentos (n=24): 1)
polimento com lixa (1.000); 2) polimento com lixa (1.000) e
condicionamento com ácido fosfórico durante 60 segundos; 3) polimento
com lixa (1.000), condicionamento com ácido fosfórico durante 60
___________________________________________Revisão da literatura 43
segundos e limpeza em ultra-som durante 20 minutos; 4) polimento com
lixa (1.000) e condicionamento com ácido fluorídrico durante 60
segundos; 5) polimento com lixa (1.000), condicionamento com ácido
fluorídrico durante 60 segundos e limpeza em ultra-som durante 20
minutos. Após os tratamentos, as amostras foram observadas em
microscopia eletrônica para análise da rugosidade da superfície. As
amostras de cada tratamento foram divididas em 3 subgrupos (n=8), os
quais receberam um dos seguintes silanos: Porcelain Liner M (PLM),
Tokuso Ceramic Primer (TCP) ou solução de etanol a 2% -
metacriloxipropil trimetoxisilano (-MPTS/EtOH) (não disponível
comercialmente). Os silanos foram aplicados na superfície cerâmica
tratada e discos (3,2 mm de diâmetro e 2,0 mm de espessura) em resina
composta (Laminabond Composite Paste Universal) foram
fotopolimerizados sobre a superfície silanizada com o auxílio de uma
matriz de silicone. Os espécimes foram armazenados em água a 37°C por
1 dia, quando foi realizado o teste em máquina de ensaios mecânicos
(TCM-500CR) com velocidade de 2,0 mm/min. Nos grupos que receberam
o silano -MPTS/EtOH, os corpos que foram apenas lixados não
apresentaram adesão com a resina composta, os corpos tratados com
o ácido fluorídrico apresentaram resistência de união significativamente
maior que aqueles tratados com o ácido fosfórico. Os grupos que
receberam os silanos PLM e TCP o sofreram influencia dos diferentes
tratamentos de superfície e apresentaram resultados iguais entre si e
maiores que os grupos tratados com o silano -MPTS/EtOH. A falha
coesiva da porcelana predominou nos espécimes tratados com os silanos
PLM e TCP. nos tratados com o silano -MPTS/EtOH, predominou a
falha adesiva. O tratamento com o ácido fluorídrico, independente da
limpeza com o ultra-som, promoveu a maior rugosidade na superfície da
porcelana em comparação aos demais tratamentos realizados. Segundo
os autores, a utilização do silano é importante na resistência de união
entre a porcelana feldspática e a resina composta.
___________________________________________Revisão da literatura 44
Mukai et al.
40
(1995) avaliaram a relação entre as condições
de jateamento com óxido de alumínio e a resistência de união entre resina
composta e ligas metálicas não nobres. As duas ligas utilizadas foram:
AgPd (Microcast Mc) e NiCr (Ad Cast II). Espécimes de 20 mm x 10 mm x
1,5 mm foram fundidos, regularizados com lixa 400 e jateados com
partículas de óxido de alumínio de 37 m ou 250 m, nas seguintes
condições: 3 Kg/cm
2
por 30 segundos; 5Kg/cm
2
por 10, 30 e 45 segundos
e 7 Kg/cm
2
por 30 segundos. As superfícies foram analisadas em
microscópio eletrônico e a capacidade de molhamento da superfície foi
mensurada. Os espécimes limpos com etilacetato (Siliclean, Kulzer) e
submetidos a um tratamento de superfície com sílica (Silicoater, Kulzer).
Foram aplicados sobre as superfícies tratadas um agente silano (Silicoup,
Kulzer) e uma camada de 6 mm de diâmetro e aproximadamente 200 m
de altura de resina composta opaca (Dentacolor Opaquer, Kulzer). Para
cada condição de jateamento foram confeccionados 10 espécimes
divididos em 2 subgrupos (n=5): 1) armazenamento a seco por 7 dias e 2)
termociclagem com 10.000 ciclos com temperaturas variando entre e
60°C. Os espécimes foram submetidos a ensaio de cisalhamento. A
capacidade de molhamento foi maior nas superfícies jateadas quando
comparadas a uma superfície polida, sendo influenciada pelo tamanho
das partículas, tipo de liga, pressão e tempo de jateamento. Para a liga de
AgPd, diferenças significantes na resistência ao cisalhamento foram
encontradas de acordo com o tamanho da partícula, tempo e pressão de
jateamento e para a liga de NiCr, os valores apresentaram diferenças
significantes na resistência relacionadas ao tempo e pressão de
jateamento. Para as duas ligas, os valores de resistência sofreram
redução significativa após termociclagem.
Yoshida et al.
66
(1995) avaliaram a resistência ao
cisalhamento entre 4 cimentos resinosos e liga de CoCr, utilizando 2
primers para metal. Espécimes cilíndricos de dois tamanhos (10 mm de
___________________________________________Revisão da literatura 45
diâmetro x 2 mm de espessura ou 6 mm de diâmetro x 2 mm de
espessura) foram confeccionados em liga de CoCr (Metacast). As
superfícies foram regularizadas com lixa 600 e jateadas com partículas de
óxido de alumínio de 50 µm. Os primers metálicos utilizados foram Metal
Primer (GC Dental Industrial Corp.) e Cesead Opaque Primer (Kuraray).
Espécimes sem aplicação de primer foram adotados como controle (CT).
Quatro cimentos resinosos foram testados: Imperva Dual (Shofu), Panavia
21 (Sun-Medical Co.), Super Bond C&B (Sun-Medical Co.) e Bistite Resin
Cement (Tokuyama). Cada cilindro metálico de 10 mm de diâmetro foi
unido a um cilindro de 6 mm de diâmetro utilizando um dos cimentos
resinosos. Os espécimes foram armazenados em água destilada a 3C
por 1 dia e divididos em 3 subgrupos (n=5) de acordo com o número de
ciclos térmicos: sem termociclagem, 50.000 ciclos com temperaturas de
4° e 60° C e 1 minuto de banho de imersão ou 100.000 ciclos nas
mesmas condições descritas anteriormente. A aplicação do Cesead
Opaque Primer aumentou a resistência ao cisalhamento dos cimentos
Imperva Dual, Super Bond C&B e Bistite, em relação ao Metal Primer e
aos espécimes sem primer. Para os espécimes cimentados com Panavia
21, a aplicação de primers metálicos não influenciou nos resultados. A
termociclagem diminuiu significativamente a resistência ao cisalhamento
dos grupos em que o Cesead Opaque Primer foi combinado aos cimentos
Imperva Dual, Super Bond C&B e Bistite.
Pameijer et al.
49
(1996) determinaram o melhor tratamento
da porcelana para a realização de reparo, além do efeito do silano e da
termociclagem na resistência ao cisalhamento entre porcelana e resina
composta. Numa primeira etapa, foram confeccionados 50 cilindros (10,0
mm de diâmetro e 10,0 mm de altura) em porcelana feldspática (Vita
VMK). As amostras foram regularizadas com lixa 320 e divididas em 5
grupos, os quais receberam os seguintes tratamentos de superfície: A)
glaze, B) jateamento com óxido de alumínio (50 µm), C) jateamento com
___________________________________________Revisão da literatura 46
óxido de alumínio e condicionamento com ácido fluorídrico, D)
asperização com ponta diamantada, E) condicionamento com ácido
fluorídrico. Todas as amostras foram silanizadas (Scotchprime), o sistema
adesivo (Permagem A & B) foi aplicado e cilindros em resina composta
(Amelogem) pré-polimerizada foram unidos à porcelana. O teste de
cisalhamento foi realizado em máquina de ensaios mecânicos com
velocidade de 0,5 mm/min. O melhor resultado foi obtido pelo Grupo C
(14,32 MPa), seguido dos Grupos E (13,65 MPa), B (10,64 MPa), D (9,34
MPa) e A (3,75 MPa). Os Grupos C e E foram estatisticamente iguais e
melhores que os Grupos B, D e A. Segundo os autores, apesar da
igualdade estatística, o condicionamento ácido (E) foi o melhor tratamento
por promover maior facilidade clínica em relação ao jateamento associado
ao ácido (C). Em uma segunda etapa, foram confeccionados mais 40
cilindros em porcelana, os quais tiveram suas superfícies preparadas de
forma idêntica ao Grupo E da fase anterior. As amostras foram divididas
em 4 grupos: F) silano (Ultradent)/sistema adesivo (Permagem A &
B)/resina (Amelogem), G) sistema adesivo (Permagem A & B)/resina
(Amelogem), H) silano (Kerr)/sistema adesivo (Optibond)/resina (XRV), I)
silano (Porcelain Prime)/sistema adesivo (All Bond 2)/resina (Aelite). Os
corpos-de-prova foram submetidos ao teste de cisalhamento nas mesmas
condições citadas anteriormente. Os maiores valores foram encontrados
nos Grupos F (15,66 MPa) e I (14,90 MPa), os quais receberam silano. O
Grupo H (10,80 MPa), que também recebeu silano, apresentou resultado
inferior aos Grupos F e I, sendo seus valores compatíveis com o Grupo G
(10,44), que não foi silanizado. Segundo os autores, a silanização foi um
passo importante para a boa resistência de união entre porcelana e resina
composta. Ainda numa terceira fase, foram confeccionadas mais 50
amostras as quais também foram preparadas de forma idêntica ao Grupo
E da primeira fase. Estas foram divididas em 5 grupos: J) idêntico ao
grupo E, K) silano (Scotchprime)/sistema adesivo (Scotchbond
Multipurpose)/resina Z100, L) silano (Ultradent)/adesivo (Permagem): não
___________________________________________Revisão da literatura 47
utilizou o primer do sistema/resina (Amelogem), M) idêntico ao Grupo F,
N) idêntico ao Grupo G. Anteriormente ao teste mecânico, os corpos-de-
prova foram termociclados (800 ciclos de 30 segundos 5
º
e 50°C). Os
maiores valores foram obtidos pelo Grupo M (9,4 MPa) e os menores pelo
Grupo J (6,8 MPa). Os Grupo J, M e N (6,2 MPa), que sofreram ciclagem
térmica, apresentaram resultados estatisticamente inferiores em relação
aos Grupos E (13,65 MPa), F (15,66) e G (10,44 MPa), que não foram
termociclados. Segundo os autores a termociclagem diminui a resistência
de união entre porcelana e resina composta.
Kupiec et al.
29
(1996) avaliaram a resistência ao
cisalhamento entre a resina composta e a cerâmica após diferentes
tratamentos de superfície e diferentes condições de armazenamento.
Para este estudo, foram confeccionados 480 cilindros em porcelana
(Ceramco II), os quais foram divididos em 3 grupos (n=160) e submetidos
a diferentes tratamentos: jateamento com óxido de alumínio (50 µm),
ácido fluorídrico a 8% ou a associação dos dois tratamentos anteriores.
Cada grupo foi dividido em 8 subgrupos (n=20), os quais foram
submetidos a diferentes combinações de tratamentos com os
componentes do sistema adesivo Pro-Bond: 1) silano/primer/adesivo, 2)
silano/adesivo, 3) silano, 4) primer/adesivo, 5) primer, 6) adesivo, 7)
silano/primer, 8) nenhum agente de união. Sobre estas superfícies foram
unidos cilindros (5,0 mm de altura) em resina composta pré-polimerizada
(TPH). Os espécimes foram armazenados em água destilada a 37°C.
Metade dos espécimes (n=10) foi submetida ao teste de cisalhamento, 24
horas após o armazenamento, em máquina de ensaios mecânicos a uma
velocidade de 5,0 mm/min. Os demais espécimes foram armazenados
durante 3 meses, termociclados (2.500 ciclos de 2 minutos 5
º
e 55°C) e
submetidos ao ensaio mecânico. O armazenamento por 3 meses
associado à termociclagem diminuiu significativamente a resistência de
todos os grupos. Os melhores resultados foram encontrados com a
___________________________________________Revisão da literatura 48
associação do jateamento ao condicionamento ácido e os piores, com o
jateamento de óxido de alumínio. A silanização melhorou os resultados
em todos os grupos. Segundo os autores, o tratamento da porcelana com
o silano é um fator crítico na resistência de união entre esta e a resina
composta.
Chung, Hwang
9
(1997) avaliaram o efeito de vários
tratamentos de superfície na resistência ao cisalhamento entre sistemas
de reparo e metal ou porcelana. Para este estudo, foram confeccionadas
amostras em forma de discos (8,0 mm de diâmetro e 4,0 mm de
espessura) utilizando liga de Ni-Cr-Be (Biobond II) e porcelana feldspática
(Biobond porcelain system). As amostras possuíam três tipos de
superfície: em metal, em porcelana ou mista. As amostras metálicas
foram divididas em 2 grupos, sendo um sem tratamento (controle) e outro
jateado com óxido de alumínio 50 µm. As amostras em porcelana foram
divididas em 3 grupos, sendo que, além dos tratamentos descritos
acima, um terceiro grupo foi condicionado com ácido fluorídrico a 9,5%.
As amostras mistas tamm foram divididas em 3 grupos que, além do
controle e do jateamento com o óxido de alumínio (50 µm), apresentou
um terceiro grupo, no qual a região metálica foi tratada com o óxido de
alumínio (50 µm) e a região em porcelana foi tratada com o ácido
fluorídrico. Foram utilizados 6 sistemas de reparo compostos por um
primer, um adesivo e uma resina composta. Os materiais utilizados em
cada sistema foram: 1) Silanit/Heliobond/Heliomolar, 2) Liner
M/Superbond C&B/Clearfil, 3) Silistor/Silibond/Charisma, 4)
Optec/Universal/Conquest, 5) Scotchprime/Scotchbond/Z100, 6) Prime &
Bond/Prime & Bond/TPH. Os espécimes foram armazenados em água
destilada a 37°C por 8 dias até a realização do teste de cisalhamento em
máquina de ensaios mecânicos com velocidade de 5,0 mm/min. No
metal, os melhores resultados foram obtidos com a utilização do sistema
Liner M/Superbond C & B/Clearfil, com ou sem o jateamento, sendo os
___________________________________________Revisão da literatura 49
valores 17,0 e 15,9 MPa, respectivamente. Na porcelana, não houve
diferença significativa entre os tratamentos e o Grupo controle, para cada
sistema utilizado. Os melhores resultados foram obtidos com a utilização
dos sistemas Optec/Universal/Conquest (8,3; 14,3 e 7,3 MPa),
Scotchprime/Scotchbond/Z100 (12,7; 16,2 e 14,7 MPa) e Prime &
Bond/TPH (12,0; 16,8 e 16,8 MPa), sendo estes valores relacionados ao
Grupo controle, ao jateamento e ao condicionamento ácido,
respectivamente. Nas amostras mistas, os melhores resultados foram
obtidos pelos sistemas Prime & Bond/TPH (14,9 e 15,3 MPa), Liner
M/Superbond/Clearfil (13,4 e 14,7 MPa) e Scotchprime/Scotchbond/Z100
(13,3 e 14,3 MPa). Não houve diferença significativa entre os grupos
apenas jateados e os que receberam tratamentos combinados, para cada
sistema utilizado. No entanto, o grupo que não recebeu tratamento
apresentou resultados estatisticamente menores.
Taira et al.
59
(1998) avaliaram o efeito de primers adesivos
na resistência de união entre metal e cimento resinoso. Para este estudo,
foram confeccionados 320 discos em titânio comercialmente puro, sendo
160 com 10,0 mm de diâmetro e 2,5 mm de espessura e outros 160 com
6,0 mm de diâmetro e 2,5 mm de espessura. Todas as amostras foram
regularizadas com lixa 600, jateadas com óxido de alumínio (50 µm) e
divididas aos pares (n=160). Cada par era formado por um disco de 10,0
mm e outro de 6,0 mm de diâmetro. Os pares foram divididos em 16
grupos (n=10), sendo que 12 receberam diferentes combinações de
tratamento com aplicação de um dos primers adesivos (Cesead Opaque
Primer, Metal Primer ou Metal Primer II) e de um dos cimentos resinosos
(Superbond C & B, Imperva Dual, Bistite Resin Cement ou Panavia 21),
os quais foram utilizados para a união do par de discos metálicos. Os 4
grupos restantes foram confeccionados com a união do par de discos de
titânio apenas pela aplicação dos cimentos resinosos, sendo
considerados grupos controle. Os espécimes foram armazenados em
___________________________________________Revisão da literatura 50
água destilada a 37ºC durante 24 horas, quando metade das amostras de
cada grupo (n=5) foi submetida ao teste de resistência ao cisalhamento
em máquina de ensaios mecânicos com velocidade de 0,5 mm/min. A
outra metade foi termociclada (100.000 ciclos de 1 minuto 4
º
e 60
º
C)
anteriormente à realização do ensaio mecânico. Não houve diferença
estatística entre os grupos não termociclados, sendo que os resultados
variaram entre 35,5 e 45,1 MPa. quando a ciclagem térmica foi
realizada, os grupos tratados com os primers Cesead Opaque Primer ou
Metal Primer II em associação com os cimentos Imperva, Panavia 21 ou
Super-Bond apresentaram os melhores resultados, sendo estes iguais
entre si, variando entre 44,1 e 50,7 MPa. Os demais grupos apresentaram
resultados significativamente inferiores, variando entre 13,8 e 38,5 MPa.
Segundo os autores, a resistência de união entre cimento resinoso e
titânio é influenciada pelo primer e cimento utilizados e também pelas
alterações térmicas do meio bucal.
Özcan et al.
47
(1998) avaliaram, por meio de revisão de
literatura, as vantagens e desvantagens de vários tratamentos de
superfície e seus mecanismos de ação, para promoverem a união entre
ligas metálicas (nobres e o-nobre) ou cerâmicas com as resinas
compostas (químicas ou fotoativadas), além do efeito da ciclagem térmica
e do armazenamento em água nessa união. Os autores concluíram que a
união química introduzida por técnicas mais recentes, promoveu melhores
resultados quando comparada à união mecânica.
Leibrock et al.
33
(1999) avaliaram a resistência ao
cisalhamento entre sistemas de reparo e porcelana, considerando o efeito
das ciclagens térmica e mecânica. Para este estudo, 160 placas em liga
de Co-Cr-Mo (10,0 mm x 20,0 mm x 2,0 mm) foram confeccionadas.
Sobre 140 dessas placas, foi aplicada uma camada de 2,0 mm de
porcelana feldspática (Vita VMK 68) e estas foram divididas em 7 grupos
___________________________________________Revisão da literatura 51
(n=20). Cada grupo recebeu um diferente sistema de reparo, o qual foi
aplicado de acordo com as especificações do fabricante. Os sistemas de
reparo utilizados foram: Z100 Kit, Monobond S Tetric, Silistor, Command
Ultrafine, All Bond 2 (após condicionamento com ácido fluorídrico), All
Bond 2 (após condicionamento com ácido fosfórico), Porcelain Etch. A
resina composta de cada sistema foi aplicada sobre a porcelana com o
auxílio de uma matriz metálica. As 20 placas metálicas restantes foram
utilizadas como Grupo controle, onde a resina composta (Visio-Gem) foi
aplicada sobre o metal, após este receber tratamento com o sistema
Rocatec (deposição de sílica). Os espécimes foram armazenados em
água por 24 horas. Após este período, metade das amostras de cada
grupo (n=10) foi submetida ao teste de resistência de união em máquina
de ensaios mecânicos numa velocidade de 1,0 mm/min. A outra metade
(n=10) sofreu ciclagens térmica (2.400 ciclos - 5
º
e 55°C) e mecânica
(480.000 ciclos, com força de 50N e freqüência de 1,66 Hz),
anteriormente ao teste mecânico. Dentre os grupos que sofreram
estresse, os maiores valores foram atribuídos ao sistema Z100 Kit. Os
sistemas Z100 Kit, Monobond S Tetric e Porcelain Etch não sofreram
redução em suas médias após as ciclagens térmica e mecânica, tendo os
seus resultados sido semelhantes ao do Grupo controle (Rocatec). os
sistemas Silistor e All Bond 2 apresentaram uma diminuição significativa
em suas médias após as ciclagens. O sistema Command Ultrafine teve
um aumento em sua média após as ciclagens, porém seus valores
continuaram inferiores ao do Grupo controle. Para todos os grupos, houve
predomínio da falha coesiva da porcelana, com exceção dos sistemas
Silistor e Command Ultrafine, nos quais predominou a falha mista.
Berry et al.
6
(1999) avaliaram o efeito do armazenamento em
água na resistência ao cisalhamento entre resina composta e porcelana,
após a aplicação de diferentes silanos. Para este estudo, foram
confeccionadas 160 placas quadrangulares (12,0 mm x 12,0 mm x 2,0
___________________________________________Revisão da literatura 52
mm) em porcelana feldspática (Vita VMK 68). Estas foram divididas em 4
grupos (n=40), de acordo com os diferentes silanos: Cerinate Prime -
única mistura (CP), Mirage - única mistura (M1), Mirage - dupla mistura
(M2), Fusion - dupla mistura. Cada grupo foi dividido em 4 subgrupos
(n=10), de acordo com os diferentes tempos de armazenamento: 24
horas, 1 semana, 1 mês e 3 meses. Os silanos foram aplicados na
porcelana de acordo com as recomendações do fabricante. Uma matriz
de teflon (2,97 mm de diâmetro e 2,00 mm de altura) foi posicionada
sobre a porcelana silanizada e preenchida com resina composta (Mirage
FLC), tendo esta, sido fotativada por 120 segundos. Os corpos-de-prova
foram armazenados em água à temperatura ambiente durante os
períodos citados anteriormente, sendo, então, verificada a resistência ao
cisalhamento em máquina de ensaios mecânicos a uma velocidade de 0,5
mm/min. Todos os grupos demonstraram um aumento significativo na
resistência de uno após 1 semana de armazenamento, quando
comparados aos grupos de 24 horas. Após 1 mês e 3 meses, apenas o
Grupo CP não demonstrou aumento significativo na resistência de união,
em relação ao Grupo controle (24 horas). A falha coesiva da porcelana
predominou em todos os grupos, com exceção do período de 24 horas de
armazenamento, em que predominou a falha adesiva.
Tulunoglu, Beydemir
61
(2000) avaliaram a resistência ao
cisalhamento de 4 agentes de união aplicados em liga metálica não nobre
(NiCr) e em porcelana feldspática, além da influência da contração de
polimerização nesta resistência de união. Os sistemas adesivos utilizados
neste estudo, foram: Metabond C & B, Silistor, Clearfil Lustre e
Scotchbond Multipurpose Plus. Para cada sistema adesivo foram
confeccionados 32 discos, sendo 16 em metal (9,0 mm de diâmetro e 1,0
mm de espessura) e 16 em porcelana (9,0 mm de diâmetro e 2,0 mm de
espessura) e os respectivos sistemas foram aplicados. Em 8 destes
discos, a resina composta (Cavex) foi aplicada e polimerizada no local; os
___________________________________________Revisão da literatura 53
8 restantes receberam a resina pré-polimerizada. Os espécimes foram
armazenados em água destilada a 37°C por 48 horas e então,
termociclados (500 ciclos de 40 segundos 5
º
e 55°C). A resistência de
união foi avaliada em máquina de ensaios mecânicos com velocidade de
0,5 mm/min. Os autores concluíram que os maiores valores foram obtidos
nos corpos-de-prova unidos à resina composta pré-polimerizada, quando
comparado à resina composta polimerizada diretamente sobre o adesivo.
No metal, o grupo do Metabond C & B apresentou os maiores valores,
tanto para a resina polimerizada diretamente (34,55 MPa), quanto para a
resina pré-polimerizada (35,27 MPa). na porcelana, os maiores
resultados foram obtidos com o adesivo Scotchbond Mulipurpose Plus
(16,26 MPa e 20,71 MPa).
Kelsey et al.
23
(2000) avaliaram o efeito de três sistemas
adesivos na resistência ao cisalhamento entre porcelana e resina
composta. Neste estudo, foram confeccionados 80 cilindros de porcelana
feldspática (Ceramco II). Estes tiveram suas superfícies regularizadas
com lixa 600, foram jateados com óxido de alumínio 50 µm e divididos em
4 grupos de 20, os quais receberam um dos seguintes tratamentos: Grupo
1 (controle): sem tratamento adicional; Grupo 2: adesivo Clearfil Photo
Bond; Grupo 3: adesivo Clearfil SE Bond; Grupo 4: adesivo Single Bond.
Cilindros (4,5 mm de diâmetro e 10,0 mm de altura) em resina composta
pré-polimerizada (Clearfil AP-X) foram unidos à porcelana tratada. Os
espécimes foram armazenados em água destilada a 37°C. Metade das
amostras de cada grupo (n=10), foi submetida ao teste de cisalhamento
24 horas após sua confecção, em máquina de ensaios mecânicos
(Instron) a uma velocidade de 5,0 mm/min. Os demais espécimes
continuaram armazenados, nas mesmas condições citadas acima, até
completarem 30 dias, quando foram termociclados (1.000 ciclos 5
º
e
55°C) e submetidos ao teste mecânico. Os resultados, após 24 horas e 30
dias foram, respectivamente: Grupo 1 (controle) (9,0 MPa e 2,4 MPa);
___________________________________________Revisão da literatura 54
Grupo 2 (16,8 MPa e 17,4 MPa); Grupo 3 (24,0 MPa e 16,6 MPa); Grupo
4 (12,2 MPa e 3,3 MPa). Os espécimes tratados com os adesivos Photo
Bond e SE Bond apresentaram resistência de união significativamente
maior que o Grupo controle, tanto às 24 horas, quanto aos 30 dias. Aos
30 dias, os grupos tratados com os adesivos Photo Bond e SE Bond
foram estatisticamente iguais. Os Grupos 1, 3 e 4; aos 30 dias,
apresentaram resultados significativamente menores que os resultados
encontrados após 24 horas. O grupo tratado com o adesivo Single Bond,
não apresentou diferença significativa em relação ao Grupo controle.
Segundo os autores, os adesivos Photo Bond e SE Bond são produtos
aceitáveis para a realização de reparo em porcelana com resina
composta.
Sun et al.
58
(2000) compararam as características da união
de uma resina composta à liga de ouro e à porcelana feldspática, após o
jateamento com sílica, tendo como Grupo controle o jateamento com
óxido de alumínio. Para este estudo, foram confeccionadas 40 placas
retangulares (25,0 mm x 8,0 mm x 1,8 mm) em liga de ouro (n=20) e em
porcelana (n=20). As placas foram cortadas ao meio com ponta
diamantada, no sentido transversal, resultando em duas placas menores
(12,5 mm x 8,0 mm x 1,8 mm). Cada material recebeu dois tipos de
tratamento: jateamento com sílica 30 µm (Cojet) (n=10) ou jateamento
com óxido de alumínio 50 µm (n=10). As duas metades de uma mesma
placa, as quais receberam o mesmo tratamento, foram unidas, lado a
lado, por meio de fita adesiva. As regiões livres das placas de metal e
porcelana foram silanizadas e placas de resina composta (Pertac II) pré-
polimerizadas (25,0 mm x 8,0 mm x 1,0 mm) foram superpostas e unidas
à superfície tratada com uma camada adicional da mesma resina
composta (fotopolimerizada por 40 segundos). Os espécimes foram
submetidos a um ciclo de carga em máquina de ensaios mecânicos, a
uma velocidade de 0,1 mm/min, até que ocorresse a fratura dos mesmos.
___________________________________________Revisão da literatura 55
Este teste de fratura a partir da deformação da interface por flexão em 4
pontos foi preconizado por Charalambides et al. (1989) e mede a
resistência de união pela tensão liberada, permitindo, assim, que as
resistências de materiais de naturezas diferentes possam ser comparadas
entre si. Os autores concluíram que o jateamento com sílica, tanto no
metal, quanto na porcelana, promoveu um aumento na tensão liberada,
quando comparado ao jateamento com óxido de alumínio. O sistema
Cojet aparentou oferecer vantagens clínicas significativas no reparo de
restaurações fraturadas.
Latta, Barkmeier
32
(2000) demonstraram a utilização clínica
de alguns sistemas de reparo para restaurações metalocerâmicas
(Scotchbond Multipurpose Plus, All Bond 2, Clearfil Photo Bond, Clearfil
SE Bond, Cojet System). Todos os sistemas comentados possuem
princípios em comum em sua utilização. No entanto, possuem tamm
detalhes específicos que os diferem uns dos outros em relação aos seus
mecanismos de adesão. Os sistemas Scotchbond Multipurpose Plus e
Clearfil utilizam o condicionamento com o ácido fosfórico após o
jateamento com o óxido de alumínio. O sistema All Bond 2 utiliza, na
porcelana, o condicionamento com o ácido fluorídrico e, no metal, a
mistura do bifenil dimetacrilato com o NTG-GMA, que funciona como um
primer metálico para acelerar a presa do opaco. o sistema Cojet utiliza
a abrasão da superfície com sílica, a qual é impregnada ao substrato no
momento do jateamento. O silano aplicado se une quimicamente a essas
partículas de sílica, promovendo uma boa retenção da resina composta
com o metal e com a cerâmica, mesmo quando a superfície não
apresenta boa retenção mecânica. Segundo os autores, a não
necessidade do condicionamento ácido e de grandes retenções
micromecânicas quando se utiliza o sistema Cojet, torna este o material
de escolha para a realização de reparo em metal e em cerâmica,
principalmente com o crescimento da nova geração de cerâmicas livres
___________________________________________Revisão da literatura 56
de metal, as quais o sofrem alteração de superfície com o
condicionamento ácido.
Knight et al.
27
(2000) avaliaram a resistência ao
cisalhamento entre resina composta e liga de NiCr, usando 8 sistemas
adesivos diferentes. Foram confeccionados cilindros de 5,5 mm de
diâmetro em liga de NiCr (Rexillium III). Esses cilindros foram incluídos
em resina acrílica autopolimerizável e polidos com lixas 120, 400 e 600. A
superfície do metal foi jateada com partículas de óxido de alumínio de 50
µm e lavada com água por 5 segundos. Os espécimes foram divididos em
8 grupos (n = 10) de acordo com os seguintes materiais empregados: 1)
primer PermaQuick (Ultradent Products) e adesivo PermaQuick (Ultradent
Products); 2) sistema adesivo Optibond Solo (Kerr); 3) sistema adesivo
Prime & Bond 2.1 (Dentsply Caulk); 4) 2 camadas do sistema 3M Single
Bond Adhesive (3M); 5) ED Primer (Kuraray) e cimento resinoso Panavia
21 (Kuraray); 6) cimento Panavia 21 sem primer; 7) primer Optibond FL
(Kerr) e adesivo Optibond FL (Kerr); 8) sistema adesivo All Bond 2 (Bisco
Dental Products). Sobre as superfícies preparadas, foi acrescentada uma
camada de resina composta híbrida Herculite (Kerr). Os espécimes foram
armazenados em água destilada a 37°C por 2 horas e então submetidos
ao ensaio de cisalhamento. Os maiores valores de resistência foram
apresentados pelos sistemas All Bond 2, 3M Single Bond e Optibond FL
(com médias de 16,72 MPa, 14,26 MPa e 14,42 MPa respectivamente),
estatisticamente iguais entre si. Os grupos do cimento Panavia 21 (com e
sem primer) apresentaram os menores valores de resistência ao
cisalhamento (11,91 MPa e 12,96 MPa respectivamente), porém diferente
estatisticamente somente dos grupos Optibond FL e All Bond 2. Os
demais grupos apresentaram resistências intermediárias.
Cobb et al.
11
(2000) avaliaram a resistência de união entre
metal e resina composta após quatro diferentes tratamentos de superfície.
___________________________________________Revisão da literatura 57
Para este estudo, 100 discos de ouro-paládio (Porcelain 76) com 8,0 mm
de diâmetro e 1,0 mm de espessura foram confeccionados. Destes, 90
foram incluídos em resina acrílica, regularizados com lixa (320) e divididos
em três grupos de 20 e um grupo de 30, os quais foram submetidos aos
respectivos tratamentos: 1) asperização com ponta diamantada; 2)
jateamento com óxido de alumínio (50 µm), utilizando jateador intra-oral;
3) abrasão a ar com sistema de preparo cavitário KCP-2000, utilizando
partículas de óxido de alumínio (27 µm); 4) jateamento com partículas de
sílica (30 µm), utilizando o sistema intra-oral Cojet. Nos Grupos 1, 2 e 3
(n=20), 10 amostras foram silanizadas (Porcelain Prime) e as outras 10
não foram tratadas com o silano. no Grupo 4 (n=30), 20 amostras
foram silanizadas, sendo 10 com Porcelain Prime e 10 com ESPE-Sil e as
outras 10 amostras não receberam silano. Sobre todas as amostras, o
adesivo All Bond 2 foi utilizado anteriormente à aplicação da resina
composta Pertac-Hybrid, a qual foi inserida com o auxílio de uma matriz
metálica de 4,3 mm de diâmetro por 2,0 mm de altura. Trinta minutos
após a confecção, os espécimes foram armazenados em água destilada a
37°C por 48 horas, termociclados (300 ciclos – 5
º
e 55°C) e, então,
submetidos ao teste de resistência ao cisalhamento em máquina de
ensaios mecânicos (Zwick), a uma velocidade de 5,0 mm/min. Os 10
discos que restaram do total foram divididos em 5 grupos de 2 e
submetidos a um dos 4 tratamentos de superfície citados anteriormente,
sendo que um dos grupos não recebeu nenhum tratamento, servindo
como controle. Estes foram submetidos à microscopia eletrônica e ao
EDS (energy-dispersive espectroscopy). Os autores concluíram que o
jateamento com partículas do Cojet Sand, seguido da silanização,
apresentou resistência de união significativamente maior que os demais
tratamentos, sendo que o Porcelain Prime (13,5 MPa) foi mais eficiente
que o ESPE-Sil (9,7 MPa). A asperização com ponta diamantada,
independentemente da aplicação do silano, demonstrou os menores
valores em relação aos demais tratamentos de superfície. Para todos os
___________________________________________Revisão da literatura 58
demais grupos, não houve diferença significativa entre os resultados.
Observou-se, na superfície metálica, um aumento na concentração de
alumínio após o jateamento com óxido de alumínio, e um aumento nas
concentrações de alumínio e sílica, após o jateamento com partículas do
Cojet Sand.
Haselton et al.
20
(2001) avaliaram a resistência ao
cisalhamento de dois sistemas de reparo intra-orais aplicados em metal e
em porcelana. Para este estudo, foram confeccionados 60 discos, sendo
20 em porcelana feldspática (P), 20 em liga de ouro-paládio (M) e 20 em
porcelana e metal (PM). Estes foram divididos em subgrupos de 10 e
cilindros de resina composta fotoativada no local foram unidos a cada
substrato com dois diferentes sistemas de reparo: Sistema Cojet (CJ) e
Ceramic Repair (CR). Os espécimes foram armazenados em água
destilada a 37°C por 24 horas e termociclados (300 ciclos de 1 minuto – 5
º
e 55°C). Foram, então, armazenados novamente nas mesmas condições
descritas acima por mais 8 dias e submetidos ao teste de resistência de
união em máquina de ensaios mecânicos a uma velocidade de 5,0
mm/min. Os resultados obtidos foram: PM-CR (19,3 MPa); PM-CJ (25,0
MPa); M-CR (14,3 MPa); M-CJ (23,0 MPa); P-CR (18,3 MPa); P-CJ (22,4
MPa). O sistema CJ foi melhor que o CR nos três substratos. Não houve
diferença estatística entre os três substratos tratados com o sistema CJ. O
sistema CR não promoveu diferença significativa entre os Grupos P e PM.
Apenas o Grupo M foi estatisticamente menor que os demais substratos
quando o sistema CR foi utilizado. Os Grupos P apresentaram falha
coesiva da porcelana; os Grupos PM apresentaram falha mista (coesiva
na porcelana e adesiva no metal) e os Grupos M apresentaram falha
adesiva.
Özcan, Niedermeier
46
(2002) analisaram por meio de estudo
clínico, as razões e a localização de falhas em restaurações
___________________________________________Revisão da literatura 59
metalocerâmicas, além da longevidade do sistema de reparo intra-oral
Cojet, o qual utiliza o jateamento com partículas de sílica. Para este
estudo, 289 coroas fraturadas foram reparadas. O local da fratura foi
jateado com partículas de sílica de 30µm, do sistema Cojet, e os materiais
utilizados para a realização do reparo foram: o silano ESPE-Sil; os opacos
Visiogem, Sinfony ou Dentacolor e as resinas compostas Pertac II Aplitip,
Sinfony ou Charisma, sem a discriminação dos grupos pelos autores. As
coroas reparadas foram acompanhadas por um período médio de
aproximadamente 3 anos. Observou-se que a maioria das falhas ocorreu
na região anterior (65%), predominantemente na face vestibular dos
dentes superiores (75%). As razões para a ocorrência de fraturas foram a
função normal (66%), fatores iatrogênicos (18%), acidentes (10%) e
procedimentos cirúrgicos (6%). O sistema Cojet mostrou-se como uma
opção rápida e promissora, com um índice de sucesso superior a 3 anos
em 89% dos casos.
Hooshmand et al.
22
(2002) estudaram a influência de vários
métodos de aplicação de silano na resistência à tração entre resina
composta e porcelana e avaliaram a durabilidade desta união. Para este
estudo, foram confeccionados cilindros em liga de NiCr com 4 mm de
diâmetro e 15 mm de altura, sobre os quais foi aplicada uma porcelana
reforçada por leucita (Mirage, Myron Inc.). As superfícies de porcelana
foram regularizadas com lixas 400 e 600 e polidas com uma mistura de
partículas de diamante (Buehler-met AS). Os espécimes foram
enxaguados com água destilada, submetidos à limpeza ultrassônica com
acetato e então divididos em 10 grupos (n = 30) de acordo com a
aplicação do agente silano γ-MPTS (Sigma Chemical Co.): 1) imersão em
solução de silano por 60 segundos e secagem com ar comprimido à
temperatura ambiente por 15 segundos; 2) imersão em solução de silano
por 60 segundos e secagem em forno a 100°C por 2 minutos; 3) aplicação
de silano com pincel por 60 segundos e secagem com ar comprimido à
___________________________________________Revisão da literatura 60
temperatura ambiente; 4) idem ao item 3, porém com secagem à 100°C
por 2 minutos; 5) idem ao item 3, pom com secagem com ar aquecido a
aproximadamente 50°C por 15 segundos; 6) igual ao item 5, seguido por
enxágüe com água a 80°C e secagem com ar aquecido; 7) como em 6,
seguido pela aplicação de uma fina camada de resina Variolink
(Vivadent); 8) jateamento com óxido de alumínio de 50µm seguido pelo
mesmo tratamento descrito no item 7; 9) condicionamento com ácido
fluorídrico a 10% seguido pelo mesmo tratamento do item 7; 10)
jateamento com óxido de alumínio de 50 µm e condicionamento com
ácido fluorídrico a 10% seguido pelo mesmo tratamento do item 7. Pares
de espécimes de cada grupo foram unidos com cimento resinoso dual
(Variolink, Vivadent) e armazenados a seco por 24 horas, à temperatura
ambiente, por 24 horas, previamente ao ensaio de tração. O modo de
fratura foi avaliado em microscópio de luz (40x). Para avaliar a
durabilidade da união porcelana/ resina composta, espécimes adicionais
foram confeccionados seguindo os métodos descritos nos itens 7, 8, 9 ou
10, sendo, então, divididos em 3 subgrupos de acordo com as condições
de armazenamento: armazenamento em água destilada a 37°C por
períodos de 24 horas, 1 semana, 1 mês e 3 meses; armazenamento em
água destilada a 37°C por 24 horas e termociclagem (3.000 ciclos e
55°C banho de imersão de 30 segundos); armazenamento em água
destilada a 100°C por 24 horas. O grupo 7 apresentou resistência mais
alta que os grupos 1, 2, 3, 4 e 6. Não houve diferença significante entre os
valores do grupo 7 (superfície polida) e os grupos 8, 9 e 10 (previamente
submetidos a tratamentos de retenção mecânica). O modo de fratura
predominante para os grupos 1 4 foi adesiva, e para os grupos 5 10,
coesiva do cimento resinoso. Não houve diminuição da força de união
após 3 meses de armazenamento ou termociclagem para nenhum dos
grupos. Após armazenamento em água a 100°C, houve redução da
resistência para todos os grupos, porém o tipo de fratura continuou a ser
___________________________________________Revisão da literatura 61
coesiva, indicando que o cimento resinoso sofreu maior degradação que a
interface adesiva.
Goharian et al.
15
(2002) avaliaram a resistência ao
cisalhamento de facetas de porcelana a uma liga de NiCrBe utilizando
diferentes sistemas adesivos. Oitenta espécimes cilíndricos foram
confeccionados em liga de NiCrBe, jateados com partículas de óxido de
alumínio de 50 µm e divididos em 4 grupos (n = 20). No grupo C
(controle), a porcelana Vita Omega (Vita) foi diretamente aplicada sobre o
metal jateado, de acordo com as indicações do fabricante. Para os
demais grupos foram confeccionados espécimes cilíndricos em porcelana.
Estes foram jateados com óxido de alumínio de 50 µm, condicionados
com ácido fluorídrico e unidos aos espécimes metálicos com um dos
seguintes sistemas: grupo S aplicação do sistema adesivo Scotchbond
Multipurpose (3M) sobre o metal e união dos espécimes com o cimento
Duo Cement (Coltene/Whaledent); grupo O aplicação do sistema
adesivo One Coat Bond (Coltene/Whaledent) na superfície da porcelana e
união dos espécimes com cimento Duo Cement (Coltene/Whaledent) ou
grupo P união dos espécimes com cimento Panavia 21. Após
armazenamento por 24 horas e termociclagem (500 ciclos e 55° C),
foi realizado ensaio mecânico de cisalhamento. As médias de resistência
encontradas para os grupos C, P, S e O foram, respectivamente, de 25,39
MPa, 19,10 MPa, 15,81 MPa e 13,69 MPa. O Grupo controle apresentou
resistência significativamente maior que os demais grupos, seguido do
grupo P, estatisticamente diferente somente do grupo O.
Kussano et al.
30
(2003) avaliou a resistência ao cisalhamento
entre resina composta e porcelana. Para este estudo, 40 espécimes
cilíndricos foram confeccionados em liga de NiCr (Durabond) e recobertos
por porcelana IPS Classic (Ivoclar). Os espécimes foram divididos em 4
grupos de acordo com o tratamento de superfície recebido: 1) sem
___________________________________________Revisão da literatura 62
tratamento, 2) retenções mecânicas realizadas com ponta diamantada, 3)
condicionamento com ácido fosfórico e aplicação de silano Ceramic
Primer (3M) e 4) condicionamento com ácido fluorídrico e aplicação de
Ceramic Primer (3M). Após tratamento de superfície, todos os espécimes
receberam uma camada de adesivo Scotchbond Multi Uso Plus (3M) e
resina composta Z 100 (3M). Os espécimes foram armazenados em água
destilada à temperatura ambiente por uma semana e submetidos a ensaio
de cisalhamento. As médias de resistência dos grupos de 1 a 4 foram,
respectivamente, de 4,71 MPa, 4,81 MPa, 11,76 MPA e 11, 07 MPa. Os
grupos 3 e 4 não apresentaram diferença estatística e foram
significativamente superiores aos grupos 1 e 2, estatisticamente iguais
entre si.
Mancuso
35
(2003) por meio de relato de caso clínico,
apresentou uma técnica desenvolvida para reparar próteses
metalocerâmicas fraturadas através de faceta metalocerâmica. Para
tanto, foi feita a remoção da porcelana remanescente na superfície
vestibular da prótese fraturada com ponta diamantada e realizada
moldagem com silicona de adição para a confecção da faceta. Orifícios de
retenção foram confeccionados na superfície vestibular da estrutura
metálica da prótese e então esta superfície e a porção interna da faceta
foram jateadas. A estrutura metálica da prótese e a superfície dental
exposta na cervical foram submetidas a condicionamento com ácido
fosfórico. A superfície dental foi rehidratada utilizando um
dessensibilizante dentinário Super Seal (Pheonix Dental). Uma camada
de adesivo Single Bond (3M ESPE) foi aplicada no dente preparado e na
porção interna da faceta. Após fotopolimerização do adesivo, a faceta
metalocerâmica foi fixada à estrutura metálica da prótese com cimento
resinoso dual Rely X (3M ESPE). Os excessos foram removidos antes da
fotopolimerização. Foram realizados procedimentos de acabamento,
polimento e ajuste da oclusão. Ao final, tanto o paciente quanto o
___________________________________________Revisão da literatura 63
cirurgião-dentista consideraram o resultado satisfatório funcional e
esteticamente.
Nepplenbroek et al.
43
(2003) avaliaram, por meio de revisão
de literatura, os métodos de reparo para as próteses metalocerâmicas e
discutiram sobre aspectos como a importância de uma ótima adesão
entre material reparador e substrato da restauração fraturada e da
aplicação de um tratamento de superfície adequado para o sucesso do
reparo. Vários tratamentos de superfície, como condicionamento ácido,
asperização por ponta diamantada, jateamento com óxido de alumínio e
aplicação de silano foram abordados, assim como os materiais
reparadores disponíveis no mercado. Os autores concluíram que, para os
casos de fratura da cerâmica, o tratamento mecânico pode ser realizado
por asperização por ponta diamantada, jateamento com óxido de alumínio
ou condicionamento com ácido fluorídrico ou flúor fosfato acidulado,
seguido pelo tratamento químico com silano e aplicação de sistema
adesivo e resina composta; para a superfície metálica exposta, o
tratamento mecânico por ponta diamantada ou jateamento abrasivo deve
preceder ao tratamento químico específico para a liga (eletrodeposição de
estanho para ligas nobres ou sistemas específicos para ligas não nobres)
e no caso de fratura mista, tratamentos específicos devem ser aplicados
tanto à superfície do metal exposta quanto da porcelana fraturada.
Özcan
44
(2003) avaliou, por meio de revisão de literatura,
técnicas alternativas de reparo intra-oral para fraturas em restaurações
metalocerâmicas e observou que o sucesso do reparo é promovido tanto
pela uno mecânica, quanto pela união química do metal e/ou porcelana
com a resina composta. Vários tratamentos de superfície foram
analisados como: aplicação de ácidos, asperização da superfície com
pontas diamantadas, jateamento com óxido de alumínio e sílica, silanos e
tratamentos combinados. O tipo de resina composta utilizada para o
___________________________________________Revisão da literatura 64
reparo da fratura e a influência da termociclagem na interface de união
dos materiais também foram considerados. O autor concluiu que os
ácidos utilizados no tratamento da porcelana aumentaram a retenção
micromecânica. No entanto, o uso intra-oral desses materiais não é
indicado, por provocarem danos aos tecidos; a asperização com pontas
em restaurações metalocerâmicas promove o início e a propagação de
trincas no corpo de cerâmica; o jateamento com óxido de alumínio
aumenta as retenções micromecânicas, sendo que, maiores alterações
físicas na cerâmica são alcançadas com o uso de partículas de 50 µm;
o jateamento com a sílica demonstrou resultados promissores em relação
às uniões química e mecânica entre o metal e a resina composta, sendo o
sistema Cojet uma boa opção para a realização de reparos, pois não
expõe o paciente a ácidos e pode ser utilizado tanto para fraturas em
metal quanto em porcelana; os silanos não se unem ao metal com a
mesma eficácia que o fazem com a porcelana, além de serem
degradados pela água absorvida pelas resinas compostas no meio bucal;
combinações de tratamentos químicos e mecânicos otimizam a
resistência de união ente os materiais; o tipo de resina composta
influencia a resistência de união entre os materiais, sendo as resinas
híbridas as que promovem melhores resultados; a termociclagem tende a
diminuir a resistência de união entre os materiais, além de enfraquecer a
estrutura da resina composta.
Özcan
45
(2003) avaliou as causas de fratura em
restaurações metalocerâmicas por meio de revisão de literatura e verificou
que a prevalência de fratura da porcelana nesse tipo de restauração era
de 5% a 10% após 10 anos e que se tratava de um problema multifatorial.
As principais causas foram atribuídas: às propriedades dos materiais,
como a diferença entre os módulos de elasticidade e a presença de
microtrincas na porcelana produzidas durante o processo de cocção; às
condições bucais do indivíduo, como umidade, força de mordida
___________________________________________Revisão da literatura 65
excessiva e parafunção; ao conhecimento do cirurgião dentista para o
correto planejamento, execução da técnica de preparo, cimentação e
ajuste oclusal; às falhas laboratoriais como incorreta anatomia da
restauração, poros na cerâmica por falha na condensação e falha na
forma e/ou na espessura da estrutura metálica que suporta a cerâmica,
além do trauma, que promove fratura principalmente na região dos dentes
anteriores.
Kumbuloglu et al.
28
(2003) avaliaram a influência de
sistemas de reparo na resistência ao cisalhamento entre resina composta
e cerâmica. Foram confeccionados 60 discos (10,0 mm de diâmetro e 2,0
mm de espessura) em IPS Empress 2. Os discos foram regularizados
com ponta abrasiva (1.200) e limpos em banho de ultrasom durante 10
minutos. A rugosidade da superfície, após os diferentes tratamentos que
seriam realizados cada grupo (condicionamento com ácido fosfórico 37%
ou asperização com ponta diamantada), foi mensurada, tendo como
Grupo controle a superfície regularizada com ponta abrasiva (1.200). As
amostras foram divididas em 3 grupos (n=20), os quais receberam os
seguintes sistemas de reparo: 1) Ceramic Repair - ácido fosfórico 37%,
silano Monobond S, sistema adesivo Heliobond, resina composta Tetric
Ceram; 2) Cimara asperização com ponta diamantada, Opaquer Liquid
Cimara, resina composta Arabesk Top; 3) Silistor – asperização com
ponta diamantada, silano Silicer, sistema adesivo Silibond e resina
composta Charisma. Em todos os grupos, a resina composta foi
fotoativada sobre as amostras com o auxílio de uma matriz (3,6 mm de
diâmetro por 5,0 mm de altura). Os espécimes foram armazenados em
água destilada a 37
º
C durante 24 horas. Após este período, metade das
amostras de cada grupo foi submetida ao teste de cisalhamento em
máquina de ensaios mecânicos com velocidade de 1,0 mm/min. A outra
metade foi termociclada (6.000 ciclos de 1 minuto 5
º
e 55 ºC)
anteriormente ao teste mecânico. Na análise da superfície, a maior
___________________________________________Revisão da literatura 66
rugosidade foi promovida pela asperização com ponta diamantada nos
Grupos 2 (1,30 µm) e 3 (1,10 µm), seguidos dos Grupos 1 (0,20 µm) e
controle (0,05 µm). A maior resistência de união, com e sem
termociclagem, foi observada no Grupo 1 (7,0 e 2,5 MPa), seguido dos
Grupos 2 (3,5 e 0,2 MPa) e 3 (0,6 e 0,0 MPa). Em todos os grupos, houve
predomínio de falha adesiva. Segundo os autores, a maior rugosidade de
superfície o está relacionada à maior resistência de união. Os sistemas
de reparo testados promoveram pouca ou nenhuma resistência ao
cisalhamento entre resina composta e cerâmica livre de metal.
Meyer Filho et al.
39
(2004) avaliaram a influência de
diferentes tratamentos de superfície na resistência à microtração entre
resina composta e uma porcelana reforçada por dissilicato de lítio. Para
este estudo, foram confeccionados 4 blocos de porcelana IPS Empress2
(Ivoclar) nas dimensões de 7 x 7 x 5 mm. Todos os blocos foram polidos
com lixa 600 e, em seguida, jateados com partículas de óxido de alumínio
de 50 µm. Os blocos de porcelana foram então divididos em 4 grupos: 1)
condicionamento com ácido fluorídrico a 9,5% por 20 s e aplicação do
silano Rely X Ceramic Primer (3M ESPE) por 3 min; 2) aplicação do silano
Rely X Ceramic Primer por 3 min; 3) condicionamento com ácido
fluorídrico a 9,5% por 20 s e 4) sem tratamento. Após os tratamentos de
superfície, uma camada de adesivo Scotchbond Multi-Purpose Plus (3M
ESPE) foi aplicada e fotopolimerizada por 20 s. Em seguida, a resina
composta Z-250 (3M ESPE) foi aplicada em quatro camadas de 1mm de
espessura, tendo cada camada sido fotopolimerizada por 40 s. As
amostras foram então armazenadas em água destilada a 37°C por 24
horas e cortadas transversalmente em barras de 0,9 mm x 0,9 mm antes
do ensaio mecânico. Para cada grupo, 25 barras de resina composta-
porcelana foram submetidas a ensaio de microtração à velocidade de 0,5
mm/min, exceto para o grupo 4, cujas amostras falharam durante o
procedimento de corte. Os fragmentos de cada amostra foram analisados
___________________________________________Revisão da literatura 67
em microscópio eletrônico. Os grupos 1, 2 e 3 apresentaram médias de
resistência respectivamente de 56,8 MPa, 44,8 MPa e de 35,1 MPa, tendo
havido diferença significativa entre todos os valores. Todas as falhas
foram do tipo adesiva. Os autores atribuíram ao tratamento de superfície
com silano a principal influência na união entre resina composta e
porcelana e concluíram que somente o jateamento com óxido de alumínio
não promove forças de união adequadas.
Behr et al.
5
(2005) avaliaram a influência da polimerização
adicional por meio de irradiação eletrônica na resistência de união (tração
e cisalhamento) entre resina composta e os metais Ti c.p. e CoCr,
utilizando diferentes sistemas de união. Noventa espécimes de 20 mm x
10 mm x 2 mm em Ti c.p. (Dentaurum) foram torneados, sendo as
superfícies regularizadas com lixa 800. Os espécimes em CoCr (n = 90)
foram obtidos por meio de fundição e polidos com lixa 800. A área
adesiva (19,625 mm
2
) foi delimitada por uma fita adesiva e, para cada
liga, 3 sistemas de união foram testados: Rocatec/ Sinfony jateamento
com óxido de alumínio 110 µm (Rocatec Pré, 3M ESPE), jateamento com
partículas modificadas por sílica (Rocatec Plus, 3M ESPE), aplicação de
um agente silano, aplicação de duas camadas do opaco Sinfony (3M
ESPE) e condensação de resina composta Sinfony sobre o opaco, sendo
cada camada fotopolimerizada por 10 segundos e posteriormente
polimerizada à vácuo no equipamento Visio Beta (3M ESPE); Metal
Primer II/ Gradia jateamento com óxido de alumínio de 120 µm, limpeza
em ultrassom, aplicação de Metal Primer II (GC-Europe) e secagem por
60 segundos, aplicação de duas camadas do opaco Gradia (Dentacolor
XS, Heraeus Kulzer) e aplicação de resina composta Gradia, sendo esta
polimerizada adicionalmente em forno belleGlass HP a 144°C por 20
minutos; SR Link/ Adoro - jateamento com óxido de alumínio de 120 µm,
limpeza em ultrassom, aplicação do primer SR Link (Ivoclar, Vivadent), de
duas camadas de opaco e aplicação da resina composta Adoro (Ivoclar,
___________________________________________Revisão da literatura 68
Vivadent), polimerizada da mesma forma descrita para a resina composta
Gradia. Os espécimes foram divididos em 3 subgrupos (n = 10): 1)
armazenamento em água destilada a 37°C por 24 horas (grupo controle);
2) irradiação eletrônica em uma dose de irradiação de 100 kGy e 3)
irradiação eletrônica como em 2 e termociclagem (12000 ciclos e
55°C 2 minutos). Em seguida, foi realizado ensaio de cisalhamento.
Noventa espécimes adicionais em liga de CoCr foram confeccionados da
mesma forma descrita anteriormente para ensaio de tração. O tipo de
fratura foi determinado por meio de microscópio de luz. Para os
espécimes em titânio, após armazenamento por 24 horas, o sistema
Rocatec/ Sinfony apresentou valores significantemente mais baixos que
os outros dois sistemas; após irradiação, os valores de resistência
aumentaram significantemente para todos os sistemas. Para os
espécimes em CoCr, não houve diferença significante entre os 3 sistemas
após 24 horas de armazenamento; após irradiação, somente os
espécimes tratados com Metal Primer II apresentaram um aumento
significante da resistência de uno. Não houve diferença entre os testes
de cisalhamento e tração e a termociclagem não interferiu nos resultados.
Os tipos de fratura mais observados foram adesivas e mistas, tendo
ocorrido fraturas coesivas somente em espécimes submetidos à
irradiação.
Valandro et al.
63
(2005) estudaram o efeito do jateamento
com partículas de óxido de alumínio modificadas por sílica na união entre
resina composta e uma cerâmica constituída por óxido de alumínio.
Foram confeccionados 15 blocos de porcelana Procera AllCeram (Nobel
Biocare). As superfícies foram regularizadas com lixa 1200 e, para cada
bloco de porcelana, foi confeccionada uma plica em resina composta
W3D Master (Wilcos), utilizando um molde de silicona de adição Elite HD
(Zhermack). Os blocos de porcelana foram divididos em 3 grupos (n = 5):
grupo SB jateamento com partículas de óxido de alumínio de 110 µm;
___________________________________________Revisão da literatura 69
grupo RS utilização do sistema Rocatec (3M ESPE), que inclui
jateamento prévio com partículas de óxido de alumínio de 110 µm, um
segundo jateamento com partículas de óxido de alumínio modificadas por
sílica de 110 µm e aplicação de silano Rocatec-Sil na superfície jateada;
grupo CS utilização do sistema Cojet (3M ESPE), que consiste em
jateamento com partículas de 30 µm de óxido de alumínio modificadas por
sílica e aplicação do silano ESPE-Sil na superfície jateada. Uma amostra
adicional de cada grupo foi preparada para análise da superfície tratada
em microscópio eletrônico. Em seguida, cada bloco de porcelana foi unido
ao seu respectivo bloco de resina composta usando cimento resinoso
dual Panavia F (Kuraray). Os blocos foram armazenados em água
destilada por 7 dias e então cortados de modo a se obter 6 amostras por
bloco (n = 30). Foi realizado ensaio de microtração com velocidade de
1mm/min e as superfícies fraturadas foram analisadas em microscópio de
luz e microscópio eletrônico. Os grupos RS (17,1 MPa) e CS (18,5 MPa)
foram estatisticamente iguais entre si e apresentaram resultados
significativamente maiores que o grupo SB (12,7 MPa). Todas as falhas
foram do tipo adesiva. Através deste estudo, os autores concluíram que o
jateamento com sílica aumenta a resistência à tração entre o cimento
resinoso Panavia F e a porcelana Procera AllCeram.
Galiatsatos
14
(2005) apresentou, por meio de relato de caso
clínico, um método de reparo indireto de uma prótese metalocerâmica
fraturada utilizando uma “overlay“ metalocerâmica. Uma paciente de 48
anos, cuja queixa principal era o desejo de trocar ou reparar uma
restauração existente no primeiro quadrante, foi examinada e informada
sobre as possibilidades de tratamento. Após discussão com o cirurgião-
dentista, a paciente optou por um reparo indireto da prótese fraturada. Foi
feita a remoção de toda a porcelana remanescente com uma ponta
diamantada 38GS (Uniprep C&B Set), dando forma adequada ao preparo
para a colocação da nova overlay. Foi realizada uma moldagem da
___________________________________________Revisão da literatura 70
estrutura preparada com silicona de adição (Panasil, Kettenbach) e uma
moldagem do arco oposto com hidrocolóide (Blueprint Cremix, Dentysply).
A overlay foi confeccionada em liga de NiCr (Wiron 99) e porcelana
feldspática de baixa fusão (Omega 900, Vita). Após avaliação intra-oral e
ajuste oclusal a nova overlay foi fixada à estrutura antiga com cimento
resinoso Panavia 21 (Kuraray). O autor afirma que a vantagem dos
reparos indiretos é que estes apresentam maior longevidade quando
comparados aos reparos diretos com resina composta, especialmente
quando grande quantidade de porcelana foi perdida.
Quaas et al.
51
(2005) avaliaram a influência de métodos de
limpeza na união de uma resina composta à liga de NiCr, utilizando vários
sistemas de união. Para este estudo, foram confeccionados discos de 6
mm de diâmetro x 3,4 mm de espessura em liga de NiCr (Wiron 99,
Bego). Esses discos foram polidos com lixa 500 e jateados com óxido de
alumínio 110 µm. Cilindros de 3,3 mm de diâmetro de resina composta
autopolimerizável (Clearfil F2, Kuraray) foram confeccionados e unidos
aos discos de NiCr através dos seguintes sistemas: grupo ROC -
jateamento com partículas de sílica do sistema Rocatec, aplicação do
silano ESPE-Sil e aplicação de sistema adesivo/ cimento resinoso dual
Estiseal LC/ Twinlook; grupo PAN - aplicação do cimento resinoso
adesivo Panavia 21 direto sobre a superfície jateada com óxido de
alumínio e grupo KEV - aplicação do acrílico Kevloc e de sistema adesivo/
cimento resinoso dual Estiseal LC/ Twinlook após o jateamento com óxido
de alumínio. Para cada tratamento, 3 métodos de limpeza foram usados
após o último jateamento: B) limpeza com uma escova rígida; A) limpeza
com isopropanol 9em ultrassom por 3 min; N) limpeza com solução
detergente neutra em ultrassom, enxágüe em água destilada e secagem
por 3 min. Para cada combinação foram confeccionadas 20 amostras.
Subgrupos de 10 amostras foram armazenadas em água destilada a 37°C
por 3 dias ou termociclados (37.500 ciclos 5°C a 55°C tempo de
___________________________________________Revisão da literatura 71
imersão de 30 s) durante 150 dias. As amostras foram submetidas a
ensaio de tração e a superfície fraturada foi analisada em microscópio de
luz com aumento de 40x e em microscópio eletrônico. As amostras limpas
em ultrassom com isopropanol apresentaram valores significativamente
mais altos para todos os grupos, após 3 dias de armazenamento. Após
termociclagem, o grupo KEV apresentou uma significativa redução na
força de união. Os grupos ROC e PAN apresentaram forças de união
duráveis aos 150 dias de termociclagem. Após armazenamento por 3
dias, o tipo de falha foi predominantemente coesiva do cimento resinoso
exceto para os grupos PAN/N e PAN/A que apresentaram predominância
de falha coesiva da resina composta. Após 150 dias de armazenamento,
o Grupo KEV apresentou predominância de falha adesiva e os grupos
ROC e PAN, falha coesiva do cimento resinoso.
Bottino et al.
7
(2005) avaliaram o efeito do jateamento com
partículas modificadas por sílica na união de um cimento resinoso a uma
porcelana com alto conteúdo de zircônia. Para este estudo, 15 blocos de
porcelana In-Ceram Zirconia (Vita) com dimensões de 5 mm x 5 mm x 4
mm foram confeccionados e polidos com lixas 600 e 1200. Cada bloco de
porcelana foi duplicado em resina composta Z-250 (3M ESPE). Os blocos
de porcelana foram divididos em 3 grupos: 1) jateamento com partículas
de óxido de alumínio de 110 µm; 2) sistema Rocatec (3M ESPE) –
jateamento com óxido de alumínio de 110 µm, posterior jateamento com
partículas de sílica de 110 µm e aplicação do silano Rocatec Sil e 3)
sistema Cojet (3M ESPE) – jateamento com óxido de alumínio de 110 µm,
jateamento com partículas sílica de 30 µm e aplicação do silano ESPE-Sil.
Cada bloco de cerâmica foi unido ao respectivo bloco de resina composta
com cimento resinoso Panavia F (Kuraray). As amostras foram
armazenadas em água destilada 37°C por 7 dias e então cortadas,
obtendo-se 9 partes de cada amostra para ensaio de microtração. As
superfícies fraturadas foram analisadas em microscópio de luz com
___________________________________________Revisão da literatura 72
aumento de 50x. Os grupos 2 (23,0 MPa) e 3 (26,8 MPa), jateados com
partículas de sílica, apresentaram valores significantemente superiores ao
grupo 1 (15,1 MPa) e foram iguais estatisticamente entre si. Todas as
falhas foram do tipo adesiva.
Güler et al.
19
(2005) avaliaram a resistência ao cisalhamento
entre resina composta e porcelana de acordo com o tratamento de
superfície. Foram confeccionados 108 blocos de porcelana feldspática
(Vita VMK95, Vivadent) nas dimensões 7 mm x 7 mm x 3 mm. Estes
foram incluídos em resina acrílica e polidos com lixas 320, 400 e 600. As
amostras foram divididas em 9 grupos (n = 12) de acordo com o
tratamento de superfície: grupo S
50
jateamento com óxido de alumínio
50 µm; grupo S
110
jateamento com óxido de alumínio 110 µm; grupo A
condicionamento com ácido fluorídrico 9,6%; grupo Si – aplicação de
silano Bond Enhancer (Pulpdent); grupo S
50
Si jateamento com óxido de
alumínio 50 µm e aplicação de silano; grupo S
110
Si jateamento com
óxido de alumínio 110 µm e aplicação de silano; Grupo ASi
condicionamento com ácido fluorídrico 9,6% e aplicação de silano; grupo
S
50
ASi jateamento com óxido de alumínio 50 µm, condicionamento com
ácido fluorídrico 9,6% e aplicação de silano; grupo S
110
ASi jateamento
com óxido de alumínio 110 µm, condicionamento com ácido fluorídrico
9,6% e aplicação de silano. Uma camada de adesivo Prime & Bond NT foi
aplicada e fotopolimerizada por 20 s. Com o auxílio de um molde de
Teflon (DuPont) com 2 mm de espessura e um orifício interno de 5 mm de
diâmetro, uma resina composta microhíbrida (Arabesk Top) foi
condensada sobre as superfícies tratadas. As amostras foram
armazenadas em água destilada a 37°C por 24 horas e então submetidas
a ensaio de cisalhamento. Os menores valores foram obtidos para o
grupo Si (4,09 MPa) e os maiores, para os grupos S
50
ASi (12,34 MPa) e
ASi (11,97 MPa), estatisticamente iguais entre si. Somente
condicionamento ácido ou jateamento com óxido de alumínio não
___________________________________________Revisão da literatura 73
promoveu resistência ao cisalhamento adequada. Apesar de a aplicação
isolada de silano não ter promovido resistência adequada, o silano foi
efetivo após jateamento ou condicionamento ácido, pois os grupos com
silano (S
50
Si, S
110
Si e ASi) apresentaram valores mais altos que os
grupos sem silano (S
50
, S
110
e A).
Murray et al.
41
(2005) avaliaram o efeito da aplicação de um
laser XeCL como tratamento de superfície na resistência à tração entre
liga de NiCr e um cimento resinoso em comparação com um jateamento
tradicional. Foram confeccionados 80 cilindros de NiCr (Wiron 99), com 5
mm de diâmetro e área adesiva de 19,6 mm
2
. Estes foram divididos em 4
grupos: 1) jateamento com óxido de alumínio 50 µm; 2) aplicação de laser
de baixa fluência (3,0 J/cm
2
); 3) aplicação de laser de média fluência (4,0
J/cm
2
); 4) aplicação de laser de alta fluência (4,9 J/cm
2
); 5) jateamento
com óxido de alumínio 50 µm e aplicação de laser de média fluência (4,0
J/cm
2
). Pares de cilindros de cada grupo (n = 8) foram unidos com
cimento resinoso Panavia 21 (Kuraray). As amostras foram armazenadas
em água deionizada a 37°C por 24 horas e em seguida, submetidas ao
ensaio mecânico de tração. Para determinar o potencial de ablação do
laser, uma amostra plana em liga de NiCr foi submetida à aplicação de
laser com fluências crescentes e as profundidades dos orifícios
resultantes foram mensuradas em microscópio de luz. A maior resistência
à tração foi obtida pelo grupo 5 (41,8 MPa). Não houve diferença
estatística entre os grupos tratados somente com laser e o grupo
submetido somente ao jateamento. Uma relação linear foi encontrada
entre a profundidade de ablação e a fluência do laser aplicado na
superfície da amostra plana de NiCr. Como não houve diferença
estatística nas resistências entre qualquer dos grupos tratados somente
com laser e o grupo somente jateado, os autores sugerem que a
aplicação do laser XeCl pode ser uma alternativa ao jateamento como
tratamento de superfície de uma liga de NiCr.
___________________________________________Revisão da literatura 74
Kim et al.
26
(2005) avaliaram a resistência à tração entre
uma resina composta e diferentes cerâmicas para infraestrutura
submetidas a vários tratamentos de superfície. Quatro tipos de porcelana
foram utilizados: reforçada por dissilicato de lítio (IPS Empress2 [E]);
reforçada por alumina (In-Ceram Alumina [I]); reforçada por zircônia (Zi-
Ceram [Z]) e feldspática (Duceram Plus [F]). Para cada tipo de porcelana,
30 blocos de 10 mm x 10 mm x 2 mm foram incluídos em resina acrílica e
divididos em 3 grupos (n = 10) de acordo com o tratamento de superfície:
grupo Ab jateamento com óxido de alumínio 50 µm; grupo Ae
jateamento com óxido de alumínio 50 µm e condicionamento com ácido
fluorídrico a 4%; grupo Si jateamento com partículas de sílica de 30 µm
Rocatec Soft (3M ESPE). Após os tratamentos, as superfícies foram
limpas e receberam uma camada de silano ESPE-Sil (3M ESPE). Um
adesivo (One-Step, Bisco Inc) foi aplicado e cilindros de 5 mm de
diâmetro x 10 mm de altura de resina composta Z-100 (3M ESPE) foram
confeccionados sobre as superfícies tratadas. As amostras foram
armazenadas em solução salina por 72 horas e então submetidas a
ensaio de tração. Foi realizada análise em microscópio eletrônico dos
diferentes tratamentos de superfície e das superfícies fraturadas. Para a
porcelana feldspática, o grupo Ab apresentou maior rugosidade
superficial; cristais de dissilicato de lítio foram expostos na superfície da
porcelana IPS Empress2 após condicionamento ácido; as porcelanas
reforçadas por alumina ou zircônia apresentaram maior rugosidade que
os outros dois materiais quando submetidas a jateamento com partículas
de sílica. Para as porcelanas reforçadas por alumina ou zircônia, o
jateamento com óxido de alumínio e o condicionamento ácido pouco
contribuíram para uma resistência à tração adequada com a resina
composta. Estas porcelanas, quando submetidas a jateamento com
partículas de sílica, apresentaram os maiores resultados assim como a
porcelana IPS Empress2 quando submetida a condicionamento ácido ou
___________________________________________Revisão da literatura 75
jateamento com óxido de alumínio. Para a porcelana feldspática, os
maiores valores foram obtidos quando esta foi submetida a
condicionamento ácido.
Prado et al.
50
(2005) avaliaram a força de união de 3
sistemas cerâmicos a 3 ligas de NiCr. As ligas de NiCr usadas foram:
Durabond (Comercial Odonto Import Ltd); Verabond (Aalba Dent Inc) e
Wiron (BEGO). Foram fundidos 30 discos de 6 mm de diâmetro x 15 mm
de espessura de cada liga. Após a fundição, as amostras foram limpas e
cortadas de forma que suas extremidades ficassem paralelas. As
amostras foram divididas em 3 subgrupos (n=10), de acordo com o
sistema cerâmico aplicado: Duceram (Degussa); Williams (Williams Dental
Co.) e Noritake (Noritake Co.). A porcelana foi aplicada em 2 etapas, uma
para a aplicação do opaco e outra para a confecção do corpo da
porcelana, resultando em um total de 3 mm de altura. As amostras foram
submetidas a ensaio de cisalhamento. O sistema cemico Noritake
associado à liga Wiron apresentou os maiores resultados (32,93 MPa),
enquanto o sistema Duceram associado à liga Verabond apresentou a
menor média de resistência (16,31 MPa). As combinações
Wiron/Duceram e Verabond/Noritake promoveram resultados
intermediários. As combinações do sistema cerâmico Williams e as ligas
de NiCr apresentaram médias semelhantes entre si.
Santos et al.
52
(2006) avaliaram a resistência ao
cisalhamento de vários sistemas de reparo, em metal e porcelana,
comparando-os a um protocolo de menor custo. Cinqüenta cilindros de 9
mm de diâmetro e 3 mm de espessura foram confeccionados em NiCr
(VeraBond II, Aalba Dent Inc) e 50 cilindros de 7,8mm de diâmetro e 2,7
mm de espessura foram confeccionados em porcelana feldspática
(Noritake Super Porcelain EX-3, Noritake Co). Os cilindros em metal e
porcelana foram incluídos em anel de PVC com resina acrílica e suas
___________________________________________Revisão da literatura 76
superfícies foram regularizadas com lixas 120, 220 e 320. Os espécimes
de cada substrato foram divididos em 5 grupos (n = 10), de acordo com o
sistema de reparo aplicado: grupo CL Clearfil SE Bond/ Clearfil AP-X;
grupo BT Bistite II DC/ Palfique; grupo CJ Cojet System/ Z 100; grupo
SB Scotchbond Multipurpose Plus/ Z100, adotado como grupo controle
e grupo CJSB –variação do grupo controle, no qual foi realizado
jateamento com partículas modificadas por sílica de 30µm (Cojet Sand,
3M ESPE), como no grupo CJ. Nos demais grupos, foi realizado
jateamento com óxido de alumínio de 50 µm previamente à aplicação do
sistema de reparo. Os espécimes foram armazenados em água destilada
a 37° C por 24 horas, termociclados (1.000 ciclos e 55° C 30
segundos de banho de imersão) e novamente armazenados nas
condições descritas anteriormente por 8 dias. Foi realizado ensaio de
cisalhamento e as superfícies fraturadas foram analisadas em lupa
estereoscópica (30x). Para os espécimes em metal, o grupo CJ
apresentou superioridade estatística em relação aos demais grupos.Os
grupos CL e SB foram estatisticamente iguais entre si, mas somente o
grupo CL apresentou resultados significativamente maiores que o grupo
CJSB. O grupo BT apresentou os menores valores de resistência. Para os
espécimes em porcelana, não houve diferença significativa entre os
grupos SB, CJ e BT, mas apenas o grupo SB apresentou resultados
significativamente maiores que os grupos CL e CJSB. Os tipos de fratura
predominantes em metal foram: adesiva para os grupos BT, CJ, SB e
CJSB e coesiva do material reparador para o grupo CL. Em porcelana,
todos os grupos apresentaram predominância de falha coesiva da
porcelana.
Matinlinna et al.
37
(2006) compararam o efeito de 5 agentes
silano na união de um cimento resinoso ao titânio. Espécimes metálicos
de 20 mm de espessura e 40 mm de largura foram torneados, jateados
com óxido de alumínio de 50 µm, limpos em ultrassom com álcool por 10
___________________________________________Revisão da literatura 77
minutos e submetidos a jateamento com partículas modificadas por sílica
(Rocatec Plus, 3M ESPE) de 110 µm. Após nova limpeza em ultrassom,
os espécimes foram divididos em 5 grupos de acordo com o silano
utilizado: BIS – Bisco Porcelain Primer (Bisco); CIM – Cimara (Voco); ESP
silano ESPE-Sil (3M ESPE); PUL Pulpdent Silane Bond Enhancer
(Pulpdent) e REL Rely-X Ceramic Primer (3M ESPE). Sobre as
superfícies silanizadas, foi aplicado o cimento resinoso Rely-X ARC. Duas
condições de armazenamento foram testadas: armazenamento a seco por
1 hora ou termociclagem (6.000 ciclos e 5C 30 segundos de
banho de imersão). Os maiores valores de resistência foram obtidos pelo
grupo REL (19,5 MPa) e os menores, pelo grupo PUL (5,3 MPa), sendo
somente o grupo PUL diferente estatisticamente dos outros grupos. Após
termociclagem, os valores de resistência somente dos grupos ESP e CIM
apresentaram redução significante.
Matinlinna et al.
38
(2006) avaliaram 3 agentes silanos na
união de uma porcelana reforçada por zircônia a um cimento resinoso e a
uma resina composta experimental. Para este estudo, 72 espécimes de
porcelana Procera (Nobel Biocare) de 10 mm x 10 mm x 3 mm foram
confeccionados e incluídos em resina acrílica. Os espécimes foram
jateados com óxido de alumínio de 110 µm e limpos em ultrassom com
etanol. Após secagem com jato de ar, foi realizado um jateamento com
partículas modificadas por sílica de 110 µm (Rocatec Plus, 3M ESPE) e
nova limpeza ultrassônica. Os espécimes foram divididos em 3 grupos de
acordo com a solução de agente silano utilizada: 1) 1 vol% de 3-
methacryloyloxypropyltrimethoxysilane (MPS), 2) 1 vol% de 3-
acryloyloxypropyltrimethoxysilane (ACPS) e 3) 1 vol% de 3-
isocyanatopropyltriethoxysilane (ICS). Sobre as superfícies silanizadas foi
adicionada uma camada de resina composta experimental sem carga ou
de cimento resinoso Rely-X ACR (3M ESPE). Metade dos espécimes foi
armazenada a seco por 24 horas, à temperatura ambiente e a outra
___________________________________________Revisão da literatura 78
metade foi submetida à termociclagem (6.000 ciclos e 55° C 30
segundos de banho de imersão). Foi realizado ensaio de cisalhamento.
Não houve diferença significante entre os valores obtidos pelos
espécimes tratados com as soluções de silano MPS e ACPS. Os valores
apresentados pelos espécimes tratados com silano ICS foram
significativamente mais baixos. Somente quando a resina composta
experimental foi utilizada, a termociclagem teve influência significante. As
falhas foram predominantemente do tipo adesiva para todos os grupos.
Seimenis et al.
54
(2006) avaliaram a resistência ao
cisalhamento de liga de NiCr a 3 resinas compostas indiretas, utilizando
diferentes tratamentos de superfície. Setenta e dois discos de 10 mm de
diâmetro e 1,5 mm de espessura foram fundidos em liga de NiCr
(Heranium NA, Heraus-Kulzer). Estes foram jateados com óxido de
alumínio de 250 µm e limpos em ultrassom por 5 minutos. Os tratamentos
de superfície empregados foram: 1) aplicação do primer Metal Photo
Primer (Shofu) e 2) utilização do sistema Siloc (Heraus-Kulzer) para
deposição de sílica na superfície do metal. Os espécimes foram divididos
em 3 subgrupos (n = 12), de acordo com a resina utilizada: Solidex
(Shofu), Artglass (Heraus-Kulzer) ou Signum (Heraus-Kulzer). Após
termociclagem (1.000 ou 5.000 ciclos e 55° C 10 segundos de
banho de imersão), foi realizado ensaio de cisalhamento e as superfícies
fraturadas foram analisadas em microscópio de luz (25x). Não houve
diferença significante entre os dois tratamentos de superfície
empregados. A resina Solidex apresentou valores de resistência
significativamente maiores. Não houve diferença significante entre os
grupos submetidos a 1.000 ciclos térmicos e os submetidos a 5.000
ciclos. Os tipos de falha encontrados foram: adesiva para os grupos da
resina Solidex e, mista para os demais grupos.
___________________________________________Revisão da literatura 79
Atsu et al.
4
(2006) avaliaram o efeito de diferentes
tratamentos de superfície na união entre uma porcelana reforçada por
óxido de zircônia e um cimento resinoso adesivo. Sessenta cubos de
5mm x 5mm x 1,5mm foram confeccionados em porcelana Cercon
(Degussa). Estes foram jateados com óxido de alumínio de 125 µm e
limpos com álcool em ultrassom, por 3 minutos. Os espécimes foram
divididos em 6 grupos (n = 10) de acordo com o tratamento de superfície:
grupo C sem tratamento de superfície adicional (grupo controle); grupo
SIL aplicação de agente silano Clearfil Porcelain Bond Activator
(Kuraray); grupo BSIL – aplicação do adesivo Clearfil Bond Liner 2V
Primer (Kuraray), seguido pelo silano Clearfil Porcelain Bond Activator;
grupo SC jateamento com partículas modificadas por sílica de 30 µm
(Cojet Sand, 3M ESPE); grupo SCSIL jateamento com Cojet Sand e
aplicação de silano ESPE-Sil; grupo SCBSIL – jateamento com Cojet
Sand, aplicação do adesivo Clearfil Bond Liner 2V Primer (Kuraray),
seguido pelo silano Clearfil Porcelain Bond Activator. Um espécime
adicional de cada grupo foi confeccionado para análise em microscópio
eletrônico de varredura (x400). Cilindros de resina composta Z 250 (3M
ESPE) com 3 mm de diâmetro e 3 mm de espessura foram unidos à
porcelana com cimento resinoso adesivo Panavia F (Kuraray). Os
espécimes foram armazenados em água destilada a 37° C por 24 horas e
submetidos a ensaio de cisalhamento. Foi realizada análise das fraturas
em lupa estereoscópica (40x). Os grupos jateados com partículas
modificadas por sílica (CS, SCSIL e SCBSIL) não apresentaram diferença
significante em seus valores de resistência, sendo superiores aos grupos
C, SIL e BSIL, estatisticamente iguais entre si. Os tipos de falha
predominantes foram: adesiva para os grupos C, SIL e BSIL, mista para
os grupos SC e SCSIL e, para o grupo SCBSIL, metade dos espécimes
apresentou falha coesiva do cimento resinoso e metade mista.
___________________________________________Revisão da literatura 80
Duke et al.
13
(2006) apresentaram, por meio de relato de
caso clínico, um método de reparo direto com resina composta em uma
prótese metalocerâmica fraturada. Um paciente de 78 anos, hipertenso e
diabético se apresentou à Universidade de Tennessee de Odontologia,
tendo com queixa principal a aparência de seu sorriso. Durante o exame
clínico, foi observada presença de fraturas nas superfícies vestibular e
incisal de uma prótese metalocerâmica na região anterior superior.
Também foi observado histórico de bruxismo, relatado pelo paciente.
Levando em consideração o tempo disponível pelo paciente e os
aspectos financeiros do tratamento, optou-se por um reparo direto da
prótese fraturada. Para o reparo, foram utilizados os produtos
pertencentes ao kit do sistema Clearfil SE Bond (Kuraray), selecionado
pelos cirurgiões-dentistas por dispensar o uso de ácido fluorídrico. Após
colocação de isolamento absoluto, foi realizada confecção de bisel nas
margens da porcelana fraturada. A superfície fraturada foi jateada com
óxido de alumínio de 50 µm e condicionada com ácido fosfórico K-Etchant
Gel. Onde houve exposição de metal foi utilizado o primer para metal
Metaltite (Tokuyama). Sobre as superfícies tratadas foi aplicado silano
Clearfil Porcelain Activator e sistema adesivo SE Bond. Sobre o metal
exposto foi adicionado opaco Kerr Kolor Plus (Kerr USA). Por fim, foi
aplicada resina composta Kerr Esthet-X. O polimento foi realizado com o
sistema Soflex XT (3M) e uma placa oclusal de resina acrílica foi
confeccionada para o paciente. Após 1 ano de acompanhamento o reparo
se apresentou intacto e em boa função.
Özcan et al.
48
(2006) avaliaram quatro métodos de reparo
em restaurações metalocerâmicas, variando os tratamentos de superfície
e aplicando uma resina composta reforçada por fibra de vidro sob a resina
composta reparadora. Para este estudo, próteses metalocerâmicas em
liga de CoCr (Wirabond C) e porcelana feldspática (Vita Omega) foram
confeccionadas e cimentadas sobre troquéis metálicos de incisivos
___________________________________________Revisão da literatura 81
centrais superiores. Os troqueis metálicos com as próteses cimentadas
foram incluídos em moldes de polimetilmetacrilato e levados a uma
máquina de ensaios mecânicos, onde uma força com direção incisal foi
aplicada sobre os espécimes por meio de um dispositivo circular, até a
fratura da prótese. As próteses fraturadas foram divididas em 4 grupos, de
acordo com o tratamento de superfície empregado: 1) condicionamento
com ácido fluorídrico a 9,5% por 90 segundos; 2) jateamento com óxido
de alumínio de 50 µm; 3) jateamento com partículas modificadas por sílica
de 30 µm (Cojet Sand, 3M ESPE) e 4) aplicação de 2 camadas de resina
composta reforçada por fibra de vidro Stick (Stick Tech). Sobre as
superfícies tratadas, foi aplicado Silano ESPE-Sil, sistema adesivo
Scotchbond Multipurpose (3M ESPE), opaco Visiogem (3M ESPE), onde
houve exposição de metal, e resina composta Tetric Ceram (Vivadent
Ivoclar). Todos os espécimes foram submetidos à fratura como descrito
anteriormente e novamente reparados. Cada grupo foi submetido a 4
ciclos de reparo, sendo realizado jateamento com óxido de alumínio entre
cada ciclo. No 4º ciclo de reparo, os espécimes foram armazenados em
água destilada a 3C por 24 horas e termociclados (6.000 ciclos 5° e
55° C 30 segundos de banho de imersão) previamente ao ensaio
mecânico.As superfícies fraturadas foram analisadas através de
fotografias tiradas em máquina digital Nikon Coolpix 990. Os grupos 1, 2 e
3 foram estatisticamente iguais entre si e apresentaram valores
significativamente menores que o grupo 4. Os resultados do grupo 4
foram estatisticamente iguais aos obtidos após fratura da prótese intacta.
Os valores encontrados após o 1º, 2º e 3º ciclos não apresentaram
diferença significativa. As falhas foram predominantemente do tipo
adesiva para os grupos 1, 2 e 3 e coesiva entre as duas camadas de
resina composta reforçada por fibra de vidro para o grupo 4.
Goia et al.
16
(2006) avaliaram a resistência à microtração de
um reparo em resina composta a uma porcelana reforçada por alumina
___________________________________________Revisão da literatura 82
após 3 diferentes tratamentos de superfície. Blocos de 5 mm x 5 mm x 4
mm foram confeccionados em porcelana Vitadur-α (Vita). As superfícies
foram polidas com lixa 1200. Estes blocos foram limpos em ultrassom
com água destilada por 3 minutos e divididos em 3 grupos (n = 10), de
acordo com o tratamento de superfície: 1)condicionamento com ácido
fluorídrico a 9,6% por 1 minuto; 2) jateamento com óxido de alumínio de
110 µm 3) jateamento com partículas modificadas por lica de 30 µm
(Cojet Sand, 3M ESPE). Após os tratamentos de superfície foi a plicado
silano ESPE-Sil, sistema adesivo Single Bond (3M ESPE) e resina
composta W3D-Master (Wilcos). Os espécimes foram armazenados em
água destilada a 37° C por 24 horas e cortados com disco diamantado,
obtendo-se 15 fatias por bloco. Essas fatias foram submetidas a ensaio
de microtração e as superfícies fraturadas foram analisadas em
microscópio eletrônico de varredura (2000x). O grupo 1 apresentou
valores significativamente mais altos que os grupos 2 e 3,
estatisticamente iguais entre si. Todos os grupos apresentaram
predominância de fratura do tipo mista.
Saygili et al.
53
(2006) avaliaram a estabilidade de cor de 3
resinas compostas utilizadas para reparo direto de próteses
metalocerâmicas e de 1 porcelana, após envelhecimento artificial
acelerado. Os materiais utilizados para o estudo foram: porcelana IPS
Empress (Ivoclar), utilizada como controle, e as resinas compostas
Charisma (Heraus-Kulzer), Clearfil (Cavex Holland BV) e Silux Plus (3M).
Discos de 10 mm de diâmetro e 3mm de espessura foram confeccionados
para cada material. A cor foi medida de acordo com os parâmetros da
comissão CIELAB (Comission International de I’Eclairage Lab), sendo,
portanto, observadas 3 coordenadas: claridade, componente
verde/vermelho, componente amarelo/azul. As coordenadas acima
descritas foram medidas por meio de um colorímetro (Minolta CR-321),
logo após a confecção dos espécimes e após envelhecimento artificial
___________________________________________Revisão da literatura 83
destes. O envelhecimento foi realizado em uma máquina (Ci 35
Weather-Ometer) que combina exposição a raios ultravioletas, mudanças
de temperatura e umidade, simulando um envelhecimento de 1 ano de
uso. Para quantificar as alterações na coloração, os espécimes em resina
foram comparados aos espécimes em porcelana (devido à maior
estabilidade de cor das porcelanas quando comparadas às resinas
compostas), antes e após envelhecimento. Após envelhecimento artificial,
todas as resinas compostas estudadas apresentaram alteração de cor,
entretanto, os grupos Charisma e Clearfil não apresentaram diferenças
significantes com o grupo da porcelana. A resina composta Silux Plus,
microparticulada, apresentou menor estabilidade de cor.
Matinlinna, Vallittu
36
(2007) avaliaram, por meio de revisão
de literatura, diferentes tratamentos de superfície empregados sobre
metal, discutindo sobre o uso de silano em superfícies metálicas.
Segundo os autores, condicionamento pode ser definido como um
tratamento de superfície que aumenta a energia superficial, melhorando o
molhamento do líquido (primer ou silano). A energia superficial depende
da rugosidade e morfologia da superfície e da composição do substrato.
Os autores abordaram como métodos de tratamento de superfícies
metálicas o ataque eletrolítico, a eletrodeposição de estanho, a deposição
de sílica por meio de calor, como os sistemas Silicoater MD (Heraeus
Kulzer) e Siloc (Heraeus Kulzer), sendo estes métodos pouco utilizados
atualmente, e o método mais comumente empregado, o jateamento
partículas de óxido de alumínio ou de sílica. O silano é utilizado para
condicionar superfícies em porcelana ou superfícies metálicas
previamente tratadas com sílica, pois apresenta-se como um composto
bifuncional, capaz de se ligar tanto aos monômeros de cimentos
resinosos e resinas para reparo (porção organofuncional) quanto ao
substrato (porção inorgânica). De acordo com os autores, a aplicação de
silano após a deposição de lica em ligas nobres e ligas não nobres,
___________________________________________Revisão da literatura 84
como as de NiCr e CoCr aumenta a força de união entre estes substratos
e materiais resinosos. Em relação ao titânio, trabalhos recentes
demonstraram que somente a aplicação do silano, sem tratamento de
superfície prévio com sílica, é capaz de promover união química entre
este metal e resina composta. Os autores concluíram que a associação
do jateamento com partículas de sílica à aplicação do silano é o
tratamento de superfície mais comumente utilizado em superfícies
metálicas e promove uma união mais forte entre este substrato e
materiais resinosos.
Çiftçi et al.
10
(2007) avaliaram a resistência ao cisalhamento
entre 4 materiais estéticos diferentes e liga de NiCr. Quarenta espécimes
quadrados (10 mm x 10 mm x 1,5 mm) foram confeccionados em liga de
NiCr (Wiron 99, Bego) e tiveram suas superfícies regularizadas com lixa
400. Os espécimes foram jateados com partículas de óxido de alumínio
de 50 µm, limpos em ultrassom com água destilada e divididos em 4
grupos (n=10) de acordo com o material estético aplicado: 1) porcelana
feldspática (VMK 95, Vita), (Grupo controle); 2) resina Artglass (Heraeus
Kulzer); 3) sistema Targis/ Vectris (Ivoclar) que preconiza a aplicação de
um primer para metal (Targis Link) sobre a superfície jateada antes da
aplicação da resina e 4) resina Biodent (Dentsply), cujos espécimes
metálicos foram confeccionados de forma diferente, apresentando
retenções adicionais circulares de 350 µm na superfície. Os espécimes
foram armazenados em água destilada a 37° C por 24 horas e
submetidos a ensaio de cisalhamento. O Grupo controle apresentou
resistência (34,96 MPa) significativamente maior que os demais grupos e
predominância de fraturas do tipo adesiva. Não houve diferença
estatística entre os grupos 2 (13,64 MPa) e 3 (14,17MPa), havendo
predominância de falha do tipo adesiva para ambos. O grupo 4
apresentou resistência (10,56 MPa) significativamente menor que os
demais grupos e predominância de falha coesiva da resina.
3 Proposição
Considerando os fatos abordados anteriormente, julgou-se
oportuno:
Avaliar a resistência ao cisalhamento entre liga de NiCr e os
sistemas Clearfil SE Bond (Kuraray), Bistite II DC (Tokuyama),
Cojet (3M ESPE), Scotchbond Multi Uso Plus (3M ESPE),
empregado como Grupo controle e uma varião do Grupo
controle, na qual as partículas revestidas por sílica do sistema
Cojet foram empregadas em substituição às de óxido de alumínio;
avaliar o efeito do armazenamento em água sobre estes sistemas;
analisar, por meio de lupa estereoscópica, o tipo de fratura
predominante em cada condição experimental.
4 Material e método
Para este estudo, foram confeccionados 100 corpos
cilíndricos com dimensões próximas a 9,0 mm de diâmetro e 3,0 mm de
espessura em liga de NiCr Verabond II (AALBA Dent. Inc., USA).
4.1 Confecção dos corpos cilíndricos em liga metálica
Para a confecção dos corpos cilíndricos em liga de NiCr foi
utilizada uma matriz metálica circular contendo um orifício de 9,0 mm de
diâmetro e 3,0 mm de altura (Figura 1).
Essa matriz foi isolada com vaselina, posicionada sobre uma
tira de poliéster (Polidental) e seu orifício, com o auxílio de um conta
gotas, foi preenchido com cera Excelsior (S.S.White) fundida no aparelho
Dippy Pro (Yeti Dental) a uma temperatura de 83°C. Após o
preenchimento do orifício, outra tira de poliéster e uma massa de 500 g
foram posicionadas sobre o conjunto para a padronização da pressão.
FIGURA 1 Matriz metálica para a
confecção das amostras metálicas.
__________________________________________ ____Material e método 89
Este conjunto foi deixado sobre bancada, por um período de
5 minutos, para aguardar o seu resfriamento e, então, o padrão de cera
foi destacado da matriz. Em cada anel de silicone para fundição, foram
posicionados, por meio de sprues de cera pré-fabricados, três padrões, de
forma que ficassem na mesma altura. Após aplicação do anti-bolhas, 90,0
g de e 22, 5 mL do líquido do revestimento fosfatado Heat Shock
(Polidental) foram espatulados mecanicamente à vácuo e a mistura foi
vertida no anel. Vinte minutos após o vazamento, o conjunto foi removido
do anel e a superfície superior do revestimento foi recortada para facilitar
a eliminação dos gases durante o processo de fundição. Este conjunto,
juntamente com o cadinho empregado na fundição, foram levados ao
forno EDGCON 3P (EDG, São Carlos), o qual já se encontrava pré-
aquecido à temperatura de 800°C, para eliminação da cera. Ambos
permaneceram em seu interior pelo tempo necessário para que a
temperatura atingisse 950°C e se mantivesse neste patamar por 10
minutos.
Após este período, o cadinho foi removido do forno,
posicionado na centrífuga e, no seu interior, foram colocados 9,45 g de
liga (correspondente a 2 lingotes), a qual foi fundida com maçarico de
gás-oxigênio. O molde de revestimento foi retirado do forno, posicionado
na centrífuga e a liga fundida foi injetada no interior do mesmo. Após o
resfriamento do conjunto à temperatura ambiente, as peças foram
desincluídas, os condutos eliminados com disco de carburundum e os
corpos cilíndricos metálicos jateados com óxido de alumínio de 100 m
para a limpeza das superfícies, com pressão de 45,0 psi e distância de
10,0 mm entre a ponta do aparelho e a superfície em metal.
4.2 Inclusão dos corpos cilíndricos
Obtidos os corpos cilíndricos em NiCr, os mesmos foram
incluídos em anel de PVC de 12,7 mm de diâmetro e 27,0 mm de altura,
__________________________________________ ____Material e método 90
com resina acrílica quimicamente ativada Clas-Mold (Artigos
Odontológicos Clássico Ltda, São Paulo) de forma que uma de suas
superfícies ficasse exposta e centralizada no tubo (Figura 2).
4.3 Reparo nos corpos cilíndricos
Após a inclusão dos corpos metálicos, os mesmos tiveram
suas superfícies regularizadas com lixas de granulações decrescentes
(120, 220, 320) em politriz (Buehler Ltd, England).
Os corpos cilíndricos foram divididos aleatoriamente em 5
grupos de 20 amostras, os quais receberam um dos seguintes sistemas
de reparo: Clearfil SE Bond (Kuraray Co. Ltd, Japan), Bistite II DC
(Tokuyama, Japan), Cojet (3M ESPE, Germany), Scotchbond Multi Uso
Plus (3M ESPE, Germany), empregado como Grupo controle, e uma
variação deste grupo, na qual foram empregadas partículas de sílica do
sistema Cojet em substituição às de óxido de alumínio utilizadas no Grupo
controle.
Na Tabela 1, estão apresentadas as seqüências de
procedimentos, determinada pelos fabricantes, referentes a cada sistema
de reparo.
FIGURA 2 – Amostra metálica incluída.
__________________________________________ ____Material e método 91
Tabela 1 – Seqüência de aplicação dos sistemas
Clearfil SE
Bond
Bistite II DC Cojet
SBMUP
(controle)
Cojet Sand +
SBMUP
jateamento
com óxido de
alumínio
(50m)
jateamento
com óxido de
alumínio
(50m)
jateamento
com partículas
de lica
(30m)
jateamento
com óxido de
alumínio
(50m)
jateamento
com partículas
de lica
(30m)
Alloy Primer
(aguardar 60
segundos)
cimento dual
(fotopolimerizar
40 segundos)
silano Espe-Sil
(aguardar 30
segundos)
ácido fosfórico
(15 segundos)
lavar, secar
silano SBMUP
(aguardar 60
segundos)
Cesead Opaco
Primer
(aguardar 60
segundos)
Resina
composta
Palfique
(fotopolimerizar
60 segundos)
opaco Sinfony
(fotopolimerizar
40 segundos)
adesivo
SBMUP
(fotopolimerizar
10 segundos)
adesivo
SBMUP
(fotopolimerizar
10 segundos)
opaco
(fotopolimerizar
40 segundos)
adesivo Visio-
Bond
(fotopolimerizar
20 segundos)
opaco
(fotopolimerizar
40 segundos)
opaco
(fotopolimerizar
40 segundos
resina
composta
Clearfil AP-X
(fotopolimerizar
60 segundos)
resina
composta
Z100
(fotopolimerizar
60 segundos)
resina
composta
Z100
(fotopolimerizar
60 segundos)
resina
composta
Z100
(fotopolimerizar
60 segundos)
SBMUP: sistema adesivo Scotchbond Multi Uso Plus
__________________________________________ ____Material e método 92
O jateamento foi realizado durante 20 segundos em jateador
Basic Classic (Renfert, Germany) com pressão de 35,0 psi e distância de
10,0 mm entre a ponta do aparelho e a superfície em metal.
Após o jateamento, um jato de ar foi aplicado sobre as
amostras para que o excesso de pó fosse removido.
O cimento dual do sistema Bistite II DC e o opaco Sinfony do
sistema Cojet, que possuem dois componentes (pasta-pasta e pó-líquido,
respectivamente), foram proporcionados em massa em balança de
precisão (Sartorius, Germany), sendo o primeiro manipulado durante 20
segundos e o segundo durante 45 segundos antes de serem aplicados
sobre as amostras.
O opaco foi aplicado com o auxílio de uma matriz metálica
com diâmetro interno de 4,0 mm e 0,3 mm de altura, a qual foi
posicionada sobre a superfície metálica por um anel metálico
centralizador preso ao tubo de PVC (Figura 3).
A resina composta foi aplicada por meio de uma matriz
metálica bipartida com diâmetro interno de 4,0 mm e 2,0 mm de altura, a
qual também foi posicionada sobre a superfície do espécime por um anel
metálico centralizador preso ao tubo de PVC (Figura 4).
A fotoativação das resinas fluidas dos sistemas adesivos,
dos agentes opacificadores, do cimento dual e das resinas compostas foi
realizada com aparelho Curing Light XL3000 (3M, USA) com intensidade
de luz de aproximadamente 650 mW/cm
2
e a uma distância de 5,0 mm
entre a ponta do aparelho e a superfície do material. Anteriormente a
cada sessão de aplicação dos sistemas de reparo, a potência do aparelho
era verificada em radiômetro.
__________________________________________ ____Material e método 93
Posteriormente à confecção dos espécimes (Figura 5), os
mesmos foram armazenados no interior de frascos contendo água
destilada, em estufa a 37°C por 24 horas, termociclados em Máquina
Simuladora de Ciclagem Térmica (modelo MSCT-3), num total de 1000
ciclos, com temperatura variando entre e 55°C, e tempo de imersão de
30 segundos em cada banho.
Com o objetivo de investigar o efeito do armazenamento em
água na resistência de união dos sistemas de reparo empregados, após a
termociclagem, espécimes foram armazenados nas mesmas condições
descritas anteriormente, por um tempo adicional de: a) 24 horas ou b) 6
meses e então submetidos ao teste de resistência ao cisalhamento,
realizado em máquina de ensaios Material Test System 810 (Minnesota,
USA), com célula de carga de 10 kN e velocidade do atuador de 0,5
mm/min.
Para o teste, utilizou-se uma haste cilíndrica com ponta em
forma de cunha, a qual tangenciava a superfície plana do espécime,
promovendo força compressiva vertical na interface adesiva
(metal/sistema de reparo) (Figura 6).
FIGURA 3 – Matriz utilizada para a
aplicação do opaco.
FIGURA 4 – Matriz utilizada para a
aplicação da resina.
__________________________________________ ____Material e método 94
Os valores de resistência ao cisalhamento foram registrados
em MPa e tabulados para a análise estatística.
4.4 Análise da fratura
Após o ensaio mecânico, a fratura dos corpos-de-prova foi
analisada em lupa estereoscópica (Carl Zeiss, Jena) com aumento de 30
vezes, sendo as imagens capturadas pelo programa Leika (CK Comércio
Ltda, São Paulo) e classificadas por um único observador calibrado como
adesiva, coesiva ou mista. Para esta classificação, a área adesiva foi
dividida em quadrantes e em cada um deles foi observado o tipo de
fratura predominante. A fratura foi classificada como adesiva ou coesiva
caso um destes tipos de fratura predominasse em três ou mais
quadrantes, e classificada como mista, caso dois quadrantes
apresentassem falha adesiva e os outros dois, falha coesiva.
Para efeito de ilustração, o tipo de fratura predominante em
cada grupo experimental também foi observado em microscópio eletrônico
de varredura JSM – T330A (Jeol, Japan), com aumento de 500 vezes.
FIGURA 5 – Espécime após a
aplicação do sistema.
FIGURA 6 – Teste de resistência ao
cisalhamento.
__________________________________________ ____Material e método 95
4.5 Planejamento experimental
Inicialmente foram adotados 10 espécimes para cada
condição, tendo por base a literatura. Tendo os coeficientes de variação
ficado abaixo de 20%, o volume amostral foi mantido.
Foram realizadas as seguintes análises:
1) entre os cinco sistemas de reparo às 24 horas de armazenamento,
2) entre os cinco sistemas de reparo aos 6 meses de
armazenamento,
3) para cada sistema de reparo, entre ambos os tempos de
armazenamento.
Uma vez que os valores originais preencheram os requisitos
necessários para a aplicação de testes paramétricos (normalidade e
homogeneidade), as comparações descritas nos itens1 e 2 foram
realizadas por meio de análise de variância com 1 critério de classificação
de Tukey. Em contrapartida, as citadas no item 3 foram feitas
empregando-se teste t de Student não pareado. Foi adotado nível de
significância de 5%.
5 Resultado
Os valores de resistência ao cisalhamento dos sistemas de
reparo avaliados após 24 horas e 6 meses de armazenamento
encontram-se, respectivamente, nas Tabelas A1 e A2 dos Apêndices 1 e
2.
5.1 Comparação entre os tratamentos às 24 horas de armazenamento
Na Tabela 2 encontra-se a análise de variância que indica
haver diferença entre os sistemas de reparo no tempo de armazenamento
de 24 horas (P<0,05). Na Tabela 3, estão apresentadas as médias,
desvios-padrão e os grupamentos apontados pelo teste de Tukey. Para
efeito de ilustração, foi confeccionada a Figura 7.
Tabela 2 - Análise de variância
Fonte de
variação
Soma dos
quadrados
G.L. Quadrados
médios
F
Prob
(H0)
Entre colunas 1068,884 4 267,221 77,497
0,000
Resíduo 155,167 45 3,448
Variação total 1224,050 49
__________________________________________________ _Resultado 98
Tabela 3 – Médias (MPa), desvios-padrão e grupamentos
Grupos Médias + D.P. Grupamentos
Cojet 20,54 + 1,06 A
Cojet Sand + SBUMP 15,51 + 2,84 B
Clearfil SE Bond 14,20 + 2,45 B
SBMUP 13,80 + 1,13 B
Bistite II DC 6,14 + 0,88 C
valor crítico: 2,05
letras maiúsculas diferentes indicam diferença significante
FIGURA 7 – Resistência ao cisalhamento dos sistemas de reparo às 24 horas.
A Tabela 3 aponta superioridade estatística para o material
Cojet em relação aos demais grupos. Os sistemas Clearfil SE Bond,
SBMUP (controle) e Cojet Sand + SBMUP foram estatisticamente iguais
entre si. O grupo Bistite II DC apresentou a menor resistência.
0
5
10
15
20
25
Clearfil SE Bond
Bistite II DC Cojet
SBMUP
Cojet Sand + SBMUP
__________________________________________________ _Resultado 99
5.2 Comparação entre os tratamentos aos 6 meses de
armazenamento
Na Tabela 4 encontra-se a análise de variância que indica
haver diferença entre os tratamentos no tempo de armazenamento de 6
meses (P<0,05). Na Tabela 5, estão apresentadas as médias, desvios-
padrão e os grupamentos apontados pelo teste de Tukey. Para efeito de
ilustração, foi confeccionada a Figura 8.
Tabela 4 - Análise de variância
Fonte de
variação
Soma dos
quadrados
G.L. Quadrados
médios
F
Prob
(H0)
Entre colunas
1063,045 4 265,761 207,078
0,000
Resíduo 57,752 45 1,283
Variação total
1120,798 49
__________________________________________________ _Resultado 100
Tabela 5 – Médias (MPa), desvios-padrão e grupamentos
Grupos Médias + D.P. Grupamentos
Cojet Sand + SBMUP 19,67 + 0,92 A
Cojet 15,95 + 1,72 B
SBMUP 15,28 + 0,83 B
Bistite II DC 8,31+ 0,69 C
Clearfil SE Bond 7,83 +1,21 C
valor crítico: 0,95
letras maiúsculas diferentes indicam diferença significante
FIGURA 8 – resistência ao cisalhamento dos sistemas de reparo aos 6 meses
A Tabela 5 aponta superioridade estatística do grupo Cojet
Sand + SBMUP. Os sistemas Cojet e SBMUP (controle) encontram-se em
uma posição intermediária, não havendo diferença estatística entre os
mesmos. Os sistemas Clearfil SE Bond e Bistite II DC apresentaram os
menores valores de resistência, sendo estatisticamente iguais entre si.
0
5
10
15
20
25
Clearfil SE Bond
Bistite II DC
Cojet
SBMUP
Cojet Sand + SBMUP
__________________________________________________ _Resultado 101
5.3 Comparação entre os tempos de armazenamento para cada
tratamento
As Tabelas 6, 7, 8, 9 e 10 mostram as médias, desvios-
padrão e valores de P resultantes do teste t de Student realizado
individualmente para cada tratamento.
Clearfil SE Bond
Tabela 6 - Médias, desvios-padrão e valor de p
24 horas 6 meses P
14,20 + 2,45 (A) 7,83 + 1,21 (B) 0,000
letras maiúsculas diferentes indicam diferença significante
Bistite II DC
Tabela 7 - Médias, desvios-padrão e valor de p
24 horas 6 meses P
6,14 + 0,88 (B) 8,31 + 0,69 (A) 0,000
letras maiúsculas diferentes indicam diferença significante
Cojet
Tabela 8 - Médias, desvios-padrão e valor de p
24 horas 6 meses P
20,54 + 1,06 (A) 15,95 + 1,72 (B) 0,000
letras maiúsculas diferentes indicam diferença significante
__________________________________________________ _Resultado 102
SBMUP
Tabela 9 - Médias, desvios-padrão e valor de p
24 horas 6 meses P
13,80 + 1,13 (B) 15,28 + 0,83 (A) 0,003
letras maiúsculas diferentes indicam diferença significante
Cojet Sand + SBMUP
Tabela 10 - Médias, desvios-padrão e valor de p
24 horas 6 meses P
15,51 + 2,84 (B) 19,67 + 0,92 (A) 0,000
letras maiúsculas diferentes indicam diferença significante
Após armazenamento em água por 6 meses, os sistemas
Clearfil SE Bond e Cojet apresentaram redução significativa dos valores
de resistência quando comparados aos valores obtidos às 24 horas. Em
contrapartida, os sistemas Bistite II DC, SBMUP (controle) e SBMUP +
Cojet Sand apresentaram aumento significativo da resistência aos 6
meses de armazenamento.
5.4 Análise de fratura
As Tabelas 11 e 12 mostram, respectivamente, os tipos de
fratura predominantes dos sistemas de reparo às 24 horas e 6 meses de
armazenamento.
__________________________________________________ _Resultado 103
Tabela 11 Tipos de fratura dos sistemas de reparo às 24 horas de
armazenamento
Grupos Adesiva Coesiva* Mista*
Clearfil SE Bond 83,3% _ 16,7%
Bistite II DC 100% _ _
Cojet 13,3% 66,7% 20%
SBMUP 100% _ _
Cojet Sand + SBMUP
100% _ _
* todas as falhas coesivas ocorreram na camada do opaco
As Figuras 9, 10, 11, 12 e 13 mostram os tipos de falha
predominante às 24 horas de armazenamento dos sistemas de reparo.
__________________________________________________ _Resultado 104
FIGURA 10 - Bistite II DC. FIGURA 9 - Clearfil SE Bond.
FIGURA 11 – Cojet.
FIGURA 13 - Cojet Sand + SBMUP.
FIGURA 12 – SBMUP.
__________________________________________________ _Resultado 105
Tabela 12 Tipos de fratura dos sistemas de reparo aos 6 meses de
armazenamento
Grupos Adesiva Coesiva* Mista*
Clearfil SE Bond 52,9% 29,4% 17,7%
Bistite II DC 100% _ _
Cojet 5,9% 76,5% 17,6%
SBMUP 100% _ _
Cojet Sand +
SBMUP
23,5% 35,3% 41,2%
* todas as falhas coesivas ocorreram na camada do opaco
As Figuras 14, 15, 16, 17 e 18 mostram os tipos de falha
predominante aos 6 meses de armazenamento dos sistemas de reparo.
__________________________________________________ _Resultado 106
FIGURA 14 - Clearfil SE Bond. FIGURA 15Bistite II DC.
FIGURA 16 - Cojet.
FIGURA 17SBMUP.
FIGURA 18 - Cojet Sand + SBMUP.
__________________________________________________ _Resultado 107
Para efeito de ilustração, o tipo de fratura predominante em
cada grupo experimental tamm foi observado em microscópio
eletrônico de varredura JSM T330A (Jeol, Japan), com aumento de 500
vezes.
As Figuras 19, 20 e 21 ilustram os diferentes tipos de fratura
observados em microscopia eletrônica.
FIGURA 19 – Fratura do tipo adesiva.
__________________________________________________ _Resultado 108
FIGURA 20 – Fratura do tipo mista.
FIGURA 21 – Fratura do tipo coesiva do
opaco.
Metal
Opaco
6 Discussão
O reparo direto é uma opção de tratamento que possibilita o
aumento da longevidade da restauração fraturada, preservando a
estrutura dental, além de ser uma alternativa rápida e de menor custo
16,48
.
Entretanto, aspectos como estabilidade de cor do material reparador e
resistência e durabilidade de união entre este e o substrato da
restauração podem interferir no sucesso deste tipo de reparo
38,43,44,53
.
Para conseguir uma união eficiente entre material reparador
e substrato da restauração, tratamentos de superfície devem ser
realizados previamente à aplicação do sistema de reparo.
Um dos tratamentos de superfície utilizados neste trabalho
foi o jateamento com partículas de óxido de alumínio, um procedimento
comumente utilizado, que aumenta a rugosidade superficial e,
conseqüentemente a área adesiva, favorecendo a imbricação mecânica
entre material reparador e substrato
9,10,40,44
. Foram associados ao
jateamento com óxido de alumínio três sistemas de reparo: Clearfil SE
Bond, Bistite II DC e SBMUP (controle).
O sistema Clearfil SE Bond propõe um tratamento de
superfície adicional pela aplicação de dois primers para metal, o Alloy
Primer e o Cesead Opaco Primer, que contêm o momero funcional
MDP, capaz de se unir quimicamente aos óxidos metálicos da superfície
de ligas não nobres
59,63,66
.
no sistema Bistite II DC, o cimento resinoso, em cuja
composição encontra-se o monômero funcional MAC-10, é aplicado
diretamente sobre a superfície metálica. O momero MAC-10, assim
como o MDP, quando em contato com ligas não nobres, promove a união
química entre o material reparador e os óxidos presentes na superfície
metálica
52,59,66
.
____________________________________________________Discussão 111
O grupo SBMUP, ao contrário dos anteriormente citados,
baseia-se apenas na imbricação mecânica promovida pelo jateamento
com óxido de alumínio, pois não apresenta em seu kit produtos que visem
uma união química entre material reparador e superfície metálica. Este foi
adotado como Grupo controle por ser um sistema bem estabelecido
43,61
, e
por se apresentar como um protocolo de menor custo, sendo um material
bastante acessível, comumente encontrado em consultórios dentários
para a realização de restaurações diretas.
Outro tratamento de superfície utilizado neste trabalho foi a
deposição de partículas recobertas com sílica por meio de jateamento
(Cojet Sand, 3M ESPE). A deposição de sílica em uma determinada
superfície pode ser promovida de várias maneiras, sendo que alguns
equipamentos desenvolvidos para este fim são de uso exclusivamente
laboratorial, como o Silicoater MD (Heraeus-Kulzer)
25,36,40
, o Kevloc AC
(Heraeus-Kulzer)
51
, o Siloc (Heraeus-Kulzer)
36,54
e o Rocatec (3M
ESPE)
5,7,37,38,47,51,63
. O surgimento do sistema Cojet (3M ESPE), uma
versão para uso clínico, possibilitou o emprego desta técnica em reparos
intra-orais
4,37,38,44
. Neste sistema, o utilizado é composto por partículas
de óxido de alumínio recobertas por lica. Durante o jateamento, essas
partículas são lançadas sob pressão contra o substrato, e neste
permanecem promovendo retenções micromecânicas. Além disso, a sílica
que reveste as partículas reage quimicamente com o silano
11,24,36
. A
deposição de sílica em superfície metálica, seguida pela aplicação de
silano, tem mostrado melhora significativa na união entre este tipo de
superfície e materiais resinosos
36,37,40,44,48,51,52,54
.
Neste estudo, o jateamento com partículas revestidas por
sílica (Cojet Sand, 3M ESPE) foi utilizado em associação com os produtos
de seu próprio kit de reparo, o sistema Cojet (3M ESPE), ou associado ao
sistema SBMUP, uma variação do grupo controle.
____________________________________________________Discussão 112
6.1 Resultado às 24 horas
Às 24 horas de armazenamento em água, o sistema Cojet
apresentou média de resistência (20,54 MPa) significativamente maior
que as dos demais grupos, com predominância de fratura do tipo coesiva
do opaco (66,7%). A predominância deste tipo de fratura indica que a
resistência ao cisalhamento entre material reparador e substrato foi maior
que a resistência mecânica do opaco
5
. A alta resistência encontrada na
interface entre material reparador e substrato pode ser explicada pela
efetividade da união mecânica e química, tendo a primeira sido promovida
pelo jateamento e a segunda pela reação química entre a sílica que
reveste as partículas e o silano aplicado na seqüência. Santos et al.
52
(2006) avaliaram, também em liga de NiCr, a resistência ao cisalhamento
dos mesmos sistemas de reparo intra-orais empregados no presente
estudo e, após 8 dias de armazenamento, igualmente observaram média
significativamente maior do sistema Cojet. Não na literatura
consultada, outros trabalhos que relatem a resistência de união deste
sistema em liga de NiCr. Özcan et al.
48
(2006) observaram em seu
trabalho que, embora não houvesse diferença significante entre as
médias obtidas pelos diferentes tipos de tratamento de superfície
(condicionamento com ácido fluorídrico, jateamento com óxido de
alumínio ou jateamento com partículas do Cojet Sand) uma tendência de
valores mais altos ocorreu quando o Cojet Sand foi utilizado sobre as
superfícies fraturadas de restaurações metalocerâmicas confeccionadas
em liga de CoCr. Alguns trabalhos mostram que o jateamento com
partículas revestidas por sílica melhora a união entre materiais resinosos
e ligas nobres
11,20,58
.
Os sistemas Clearfil SE Bond (14,20 MPa), SBMUP
(controle) (13,80 MPa) e Cojet Sand + SBMUP (15,51 MPa) apresentaram
resultados intermediários, sendo estatisticamente iguais entre si. Para os
três sistemas houve predominância de falha do tipo adesiva. Apesar da
____________________________________________________Discussão 113
igualdade estatística e predominância de fraturas na interface entre
material reparador e substrato, estes sistemas baseiam-se em
tratamentos de superfície diferentes. O sistema Clearfil SE Bond, além da
imbricação micromecânica promovida pelo jateamento com óxido de
alumínio, propõe união química entre material reparador e os óxidos
presentes na superfície metálica promovida pela aplicação do Alloy Primer
e do Cesead Opaco Primer. O sistema Cojet Sand + SBMUP também
apresenta proposta de união mecânica e química entre material reparador
e substrato, pois as partículas revestidas por sílica impregnadas na
superfície irão atuar como retenções promovendo imbricação mecânica
entre a superfície tratada e o material reparador, além de viabilizarem a
união química entre esta superfície e o silano, o qual se unirá a essas
partículas através de sua porção sílico-funcional
36,44
. no Grupo
controle, existe apenas imbricação micromecânica promovida pelo
jateamento com óxido de alumínio, que pode ter sido favorecida pelo
adesivo cuja finalidade seria aumentar o molhamento e,
conseqüentemente o contato entre o opaco e a superfície metálica
tratada. Na literatura, Santos et al.
52
(2006) tamm observaram
igualdade estatística entre os sistemas Clearfil SE Bond e SBMUP
(controle). Em contrapartida, verificaram que o sistema Cojet Sand +
SBMUP foi estatisticamente igual ao Grupo controle, porém apresentou
valores significativamente mais baixos que o sistema Clearfil SE Bond.
Esta diferença entre os resultados obtidos por Santos et al.
52
e dos
resultados observados no presente trabalho pode ser explicada pelo fato
de, no grupo Cojet Sand + SBMUP, não realizarmos a aplicação de ácido
fosfórico sobre a superfície tratada com Cojet Sand que, possivelmente,
foi responsável pela remoção de sílica da superfície dos espécimes
utilizados no trabalho de Santos et al.
52
, prejudicando a união química
entre o silano e a lica depositada sobre o substrato. Em nosso estudo, o
silano Ceramic Primer, do sistema SBMUP, foi diretamente aplicado sobre
a superfície metálica jateada com partículas revestidas por lica. Outros
____________________________________________________Discussão 114
trabalhos avaliaram o sistema SBMUP em liga de NiCr jateada com
partículas óxido de alumínio. Tulunoglu, Beydemir
61
(2000) compararam a
resistência ao cisalhamento de vários sistemas de reparo a liga de NiCr,
observando uma média de resistência de 9,94 MPa. Chung, Hwang
9
(1997) avaliaram a força de união entre seis diferentes sistemas de reparo
e liga de NiCrBe e observaram média de resistência de 10,2 MPa para o
sistema SBMUP. As diferenças entre as resistências encontradas no
presente trabalho e os anteriormente citados podem ser atribuídas a
diferenças na metodologia.
O sistema Bistite II DC apresentou a menor média de
resistência. Apesar de seu mecanismo de união basear-se tanto no
tratamento micromecânico, por meio de jateamento com óxido de
alumínio, quanto na união química entre o cimento resinoso e a superfície
metálica, promovida pelo momero MAC 10, seu mecanismo de união
demonstrou ser menos efetivo que os tratamentos preconizados pelos
outros materiais, possivelmente pela falta de um componente
intermediário que aumente o molhamento do meio, facilitando o contato
do cimento, que possui elevada viscosidade, com a liga. O tipo de falha
foi predominantemente adesiva. Estes resultados também foram
observados por Santos et al.
52
, não havendo na literatura outros trabalhos
que tenham avaliado a eficácia deste sistema como material reparador.
6.2 Resultado ao 6 meses
Aos 6 meses de armazenamento em água, a maior média foi
apresentada pelo sistema Cojet Sand + SBMUP (19,67 MPa),
estatisticamente superior aos demais sistemas. Como explicado
anteriormente, a união promovida pelo jateamento com as partículas do
Cojet Sand ocorre tanto química quanto micromecanicamente e,
possivelmente, a eficiência do mecanismo de união deste sistema, após 6
____________________________________________________Discussão 115
meses, tenha sido responsável pela predominância de fratura do tipo
mista (41,2%) e pela grande ocorrência de fratura coesiva do opaco
(35,3%). Portanto, a média de resistência deste sistema está relacionada
à resistência mecânica do opaco. Assim, a superioridade do sistema Cojet
Sand + SBMUP sobre os sistemas Cojet (15,95 MPa) e SBMUP (controle)
(15,28 MPa), estatisticamente iguais entre si, pode ser explicada pela
elevada resistência mecânica do opaco, pois apesar de no Grupo controle
o mesmo opaco ter sido utilizado, o tipo de falha predominante foi adesiva
(100%), ficando evidente que, no Grupo controle, cuja proposta de união
é exclusivamente por imbricação micromecânica, a resistência ao
cisalhamento entre material reparador e substrato foi inferior à resistência
mecânica do opaco. para o sistema Cojet, cujo mecanismo de união
entre material reparador e substrato é o mesmo do sistema Cojet Sand +
SBMUP, o tipo de fratura foi predominantemente coesiva do opaco
(76,5%). Assim como no sistema Cojet Sand + SBMUP, a resistência
observada para o sistema Cojet corresponde à resistência do opaco.
Desta forma, podemos dizer que, a longo prazo, a resistência do opaco
empregado no grupo Cojet Sand + SBMUP foi superior à do opaco
Sinfony, preconizado pelo Cojet.
Embora o sistema Cojet tenha sido superior ao Grupo
controle às 24 horas de armazenamento, provavelmente, a degradação
do opaco do sistema Cojet pela água, promoveu redução da resistência
deste sistema igualando-o estatisticamente ao sistema SBMUP, apesar
de apresentarem propostas de união diferentes.
o há na literatura trabalhos que tenham estudado estes
três sistemas citados anteriormente sobre superfície metálica, após
longos períodos de armazenamento. Somente trabalhos que empregaram
o adesivo e o silano do sistema SBMUP sobre porcelana foram
encontrados.
Outros trabalhos relacionados à durabilidade da união entre
resina composta e liga de NiCr estudaram o jateamento com partículas
____________________________________________________Discussão 116
modificadas por sílica do sistema Rocatec, semelhante ao sistema Cojet,
porém de uso exclusivamente laboratorial, associado ao silano Espe-Sil.
Kern, Thompson
25
(1994) avaliaram o efeito do armazenamento em água
combinado à termociclagem na resistência à tração entre resina composta
e liga de NiCr. Após 150 dias de termociclagem (37.500 ciclos entre 5° e
55° C), a média de resistência encontrada para o grupo Rocatec/ Espe-Sil
foi de 48,0 MPa com predominância de fratura coesiva da resina
composta. Quaas et al.
51
(2005) observaram valores de resistência à
tração entre resina composta e liga de NiCr por volta de 43,0 MPa, após
37.500 ciclos térmicos entre e 55° C, durante 150 dias, quando o
sistema Rocatec foi associado ao silano Espe-Sil. A diferença entre as
resistências encontradas por estes autores e as obtidas em nosso
trabalho podem ser atribuídas a diferenças na metodologia dos trabalhos.
Em ambos os trabalhos foi realizado ensaio mecânico de tração,
enquanto em nosso estudo foi realizado ensaio mecânico de
cisalhamento, além de diferenças no tratamento de superfície preconizado
pelo sistema Rocatec, sendo realizado um jateamento prévio com
partículas de óxido de alumínio de 110 µm e o segundo jateamento com
partículas recobertas por sílica de 110 µm, enquanto no sistema Cojet,
somente um jateamento com partículas revestidas por sílica de 30 µm é
realizado.
Os grupos Bistite II DC e Clearfil SE Bond apresentaram os
menores valores de resistência, sendo estatisticamente iguais entre si. O
sistema Bistite II DC apresentou 100% de fratura do tipo adesiva, devido
aos problemas comentados às 24 horas, ou seja, a ausência de um
componente intermediário que aumente o molhamento do meio,
facilitando o contato do cimento, que possui elevada viscosidade, com a
liga, levando a uma união fraca entre material reparador e substrato,
mesmo apesar de ter como proposta união mecânica e química.
Para o sistema Clearfil SE Bond a predominância continuou
a ser de falhas do tipo adesiva (52,9%), porém 29,4% das falhas foi do
____________________________________________________Discussão 117
tipo coesiva do opaco e 17,7% mista e, portanto, neste sistema, a
resistência mecânica do opaco teve maior influência nos resultados
encontrados após 6 meses de armazenamento. Além disso, a água
provavelmente afetou as ligações entre o momero MDP, presente tanto
no Alloy Primer quanto no Cesead Opaco Primer, e os óxidos presentes
na superfície da liga, reduzindo desta forma a resistência de união entre
material reparador e substrato, que houve predominância de falha do
tipo adesiva. Kelsey et al.
23
(2000) também observaram, que após 30 dias
de armazenamento em água, a resistência do sistema Clearfil SE Bond
diminuiu significativamente comparada à resistência inicial de 24 horas.
Entretanto, os autores atribuíram essa redução de resistência às trincas
possivelmente formadas na superfície da porcelana, e não ao material
reparador, já que houve predominância de fratura coesiva da porcelana. A
diferença de substrato utilizado não permite comparações com o nosso
trabalho.
6.3 Efeito do armazenamento em água
A termociclagem e o armazenamento em água são
eficientes métodos in vitro para simular o desempenho de materiais
dentários in vivo
44
. Segundo Kern, Thompson
25
(1994) estes dois artifícios
são recomendados para determinar mais precisamente a durabilidade da
união resina composta/ metal assim como a resistência coesiva da resina
composta, sendo a determinação do tipo de falha predominante um
aspecto importante nestes estudos.
Ainda, durante todo o período de armazenamento, dois
fenômenos devem ser considerados e entendidos como agindo ao
mesmo tempo: progressão de polimerização, responsável pelo aumento
da resistência
22,54
, e degradação hidrolítica, responsável pela redução
desta propriedade
37,44
.
____________________________________________________Discussão 118
No presente estudo, para cada um dos sistemas, houve
diferença significativa entre os resultados obtidos após 24 horas e 6
meses de armazenamento. Para os sistemas Bistite II DC, Cojet Sand +
SBMUP e Grupo controle, ocorreu aumento significativo da resistência ao
cisalhamento após 6 meses. Pôde-se observar tamm que, para os
sistemas Bistite II DC e SBMUP (controle), a predominância de falha
continuou a ser do tipo adesiva, enquanto para o sistema Cojet Sand +
SBMUP, o tipo de falha predominante deixou de ser adesiva e passou a
ser mista após 6 meses. Estes resultados indicam que houve um aumento
da resistência adesiva entre material restaurador e substrato para os três
sistemas. Conforme comentado anteriormente, o aumento da força de
união entre resina composta/ metal está relacionado à progressão de
polimerização da resina. Além disso, segundo Hooshmand et al.
22
(2002)
a expansão higroscópica da resina, após armazenamento em água, reduz
o estresse gerado na interface pela contração de polimerização. Estes
autores tamm sugerem que a absorção de água pela resina composta
reduz o módulo de elasticidade deste material, principalmente nas
margens, levando a uma distribuição mais favorável de estresse na
interface com o substrato.
Os sistemas Clearfil SE Bond e Cojet apresentaram valores
de resistência significativamente menores após 6 meses de
armazenamento. Em ambos os sistemas não houve alteração quanto ao
tipo de falha predominante. Para o sistema Cojet, a degradação do opaco
pela água levou à diminuição da média de resistência, que o tipo de
falha predominante foi coesiva do opaco em ambos os tempos.
No sistema Clearfil SE Bond, foi observado aumento de
falhas do tipo coesiva do opaco, evidenciando a ocorrência de
degradação hidrolítica deste material. Entretanto, o tipo de fratura
predominante continuou a ser adesiva e, portanto, a redução da
resistência de união após 6 meses também deve estar relacionada à
degradação das ligações entre o monômero MDP e os óxidos metálicos
____________________________________________________Discussão 119
da superfície da liga. Apesar da drástica redução de resistência
observada no presente estudo, o sistema Clearfil SE Bond parece
apresentar um bom desempenho clínico. Duke et al.
13
(2006)
apresentaram um relato de caso clínico de reparo direto de prótese
metalocerâmica com o sistema Clearfil SE Bond e, após um ano de
acompanhamento, o reparo ainda se apresentava intacto e com boa
função.
6.4 Considerações Finais
Conforme pôde ser observado, o reparo de restaurações
metalocerâmicas representa um grande desafio na clínica, principalmente
quando ocorre a exposição da infra-estrutura metálica, sendo necessário
unir resina composta ao metal
27,40,48,58
. Em geral, os sistemas de reparo
utilizados atualmente apresentam alta resistência de união a porcelana.
Em contrapartida, com relação ao metal, existe uma maior variabilidade
da resistência de acordo com o material empregado
27,54
.
Inicialmente, somente retenção mecânica era conseguida
entre resina composta e metal. Hoje, é possível obter ligação química
entre estes dois materiais
5,36
conferindo maior longevidade à
restauração
54
. No entanto, mesmo diante do crescente esforço para
melhorar a união entre resina composta e metal, poucos trabalhos
relacionados a reparos intra-orais sobre superfície metálica são
encontrados, dificultando a seleção do material mais apropriado para este
tipo de substrato.
De acordo com os resultados deste trabalho, a melhor opção
para reparo de fraturas com envolvimento da superfície metálica seria o
sistema Cojet Sand + SBMUP, pois, a longo prazo, apresentou a maior
resistência e, apesar de ter sido inferior ao sistema Cojet às 24 horas, sua
média de resistência foi próxima da resistência de união entre porcelana e
____________________________________________________Discussão 120
liga de NiCr neste período inicial. Prado et al.
50
(2005) avaliaram a
resistência ao cisalhamento entre três marcas comercias de porcelana
feldspática e três marcas de ligas de NiCr e encontraram médias variando
entre 16,31 MPa e 32,93 MPa, de acordo com os materiais utilizados.
Além disso, o sistema Cojet Sand + SBMUP é uma alternativa de menor
custo que o sistema Cojet e mais comumente encontrado nos
consultórios, com exceção do Cojet Sand.
Apesar da superioridade observada, neste estudo, pelo
sistema de reparo Cojet Sand + SBMUP, novas pesquisas devem ser
realizadas, analisando o comportamento dos materiais do presente
estudo em períodos de armazenamento mais longos bem como após
serem submetidos a estresse mecânico, a fim de se obter parâmetros
mais seguros, para que os mesmos possam ser indicados na clínica
odontológica.
7 Conclusão
Considerando os resultados obtidos nas condições
experimentais deste trabalho, concluiu-se que:
às 24 horas, o sistema Cojet apresentou média de resistência ao
cisalhamento significativamente maior em relação aos demais
grupos, seguido pelos sistemas Clearfil SE Bond, Grupo controle e
Scotchbond Multi Uso Plus associado ao jateamento com
partículas do Cojet Sand, estatisticamente iguais entre si. O
sistema Bistite II DC apresentou a menor resistência;
aos 6 meses, a associação do sistema Scotchbond Multi Uso Plus
ao jateamento com partículas do Cojet Sand apresentou os
melhores resultados, seguido pelo Grupo controle e sistema
Cojet, estatisticamente iguais entre si e superiores aos sistemas
Clearfil SE Bond e Bistite II DC;
o armazenamento em água afetou significativamente a resistência
ao cisalhamento de todos os sistemas, diminuindo a resistência
dos sistemas Clearfil SE Bond e Cojet e aumentando a dos demais
sistemas;
às 24 horas, houve predominância de falha adesiva para todos os
sistemas, exceto para o sistema Cojet, com predominância de
falha do tipo coesiva do opaco;
aos 6 meses de armazenamento, os sistemas Clearfil SE Bond,
Bistite II DC e Grupo controle apresentaram predominância de
falha adesiva, o sistema Cojet apresentou predominância de falha
do tipo coesiva do opaco e o sistema Scotchbond Multi Uso Plus
associado ao jateamento com partículas recobertas por sílica do
tipo mista.
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Apêndice
Apêndice1 - Tabela A1 - Valores originais, médias, desvios-padrão e
coeficientes de variação de resistência ao cisalhamento (MPa) dos
sistemas de reparo às 24 horas
Clearfil SE
Bond
Bistite II
DC
Cojet
SBMUP
(controle)
Cojet Sand
+ SBMUP
12,00 4,50 18,22 11,89 9,75
12,18 5,14 19,66 12,35 12,95
12,53 5,60 19,77 13,00 13,23
12,77 5,68 20,51 13,54 14,77
13,02 6,38 20,80 13,76 16,35
13,28 6,50 20,90 13,82 16,65
14,02 6,61 20,95 14,60 17,04
16,14 6,71 21,28 14,90 17,32
16,43 6,94 21,41 14,96 17,80
19,62 7,33 21,87 15,14 19,26
Média 14,20 6,14 20,54 13,80 15,51
D.V. 2,45 0,88 1,06 1,13 2,84
C.V.% 17,25 14,33 5,16 8,19 18,31
_____________________________________________________Apêndice 133
Apêndice 2 - Tabela A2 Valores originais, médias, desvios-padrão e
coeficientes de variação de resistência ao cisalhamento (MPa) dos
sistemas de reparo aos 6 meses
Clearfil SE
Bond
Bistite II
DC
Cojet
SBMUP
(controle)
Cojet Sand
+ SBMUP
5,64 7,00 13,33 13,68 17,85
6,86 7,26 13,65 14,64 18,63
7,23 8,25 14,13 14,79 19,4
7,27 8,27 15,72 14,94 19,7
7,39 8,35 15,82 15,35 19,74
7,73 8,49 16,52 15,42 19,81
8,62 8,67 17,19 15,73 19,82
8,84 8,69 17,6 15,75 19,98
8,97 8,87 17,72 15,79 20,83
9,72 9,24 17,78 16,74 20,93
Média 7,83 8,31 15,95 15,28 19,67
D.V. 1,21 0,69 1,72 0,83 0,92
C.V.% 15,45 8,30 10,78 5,43 4,68
Autorizo a reprodução deste trabalho.
Araraquara, 22 de março de 2007.
ISABELLA GAGLIARDI HANEDA
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