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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
ESTIMAÇÃO DA DENSIDADE DE SOLOS UTILIZANDO SISTEMAS
DE INFERÊNCIA FUZZY
LUIZ CARLOS BENINI
Tese apresentada à Faculdade de Ciências
Agronômicas da UNESP – Campus de
Botucatu, para obtenção do título de Doutor em
Agronomia (Energia na Agricultura).
BOTUCATU - SP
Dezembro - 2007
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CÂMPUS DE BOTUCATU
ESTIMAÇÃO DA DENSIDADE DE SOLOS UTILIZANDO SISTEMAS
DE INFERÊNCIA FUZZY
LUIZ CARLOS BENINI
Orientador: Prof. Dr. José Ângelo Cagnon
Co-Orientador: Prof. Dr. Ivan Nunes da Silva
Tese apresentada à Faculdade de Ciências
Agronômicas da UNESP - Campus de
Botucatu, para obtenção do título de Doutor em
Agronomia (Energia na Agricultura).
BOTUCATU - SP
Dezembro - 2007
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FCA - LAGEADO - BOTUCATU (SP)
Benini, Luiz Carlos, 1952-
B528e Estimação da densidade de solos utilizando sistemas de
inferência fuzzy / Luiz Carlos Benini. - Botucatu :
[s.n.], 2007.
xv, 194 f. : gráfs., tabs.
Tese (Doutorado)-Universidade Estadual Paulista, Facul-
dade de Ciências Agronômicas, Botucatu, 2007
Orientador: José Ângelo Cagnon
Co-orientador: Ivan Nunes da Silva
Inclui bibliografia
1. Solos – Compactação. 2. Solos - Densidade. 3. Sistema
de inferência fuzzy. I. Cagnon, José Ângelo. II. Silva,
Ivan Nunes. II. Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho” (Campus de Botucatu). Faculdade de
Ciências Agronômicas. IV. Título.
III
OFEREÇO,
A DEUS por me dar sempre a fé e a perseverança.
“Confie em Deus de todo o seu coração e não se apóie na sua própria inteligência”
(Prov. 3-5)
DEDICO,
Aos meus pais Luiz e Maria (in memorian) pela dedicação e amor, e
ensinamentos de vida.
A minha esposa e amiga Joalice, sempre querida e presente.
As minhas duas Marias, Carolina e Isabella, que são dádivas de
Deus a mim concedidas, com amor.
IV
AGRADECIMENTOS
A minha família, Joalice, Maria Carolina e Maria Isabella pelos
incentivos e forças nos momentos alegres e nos momentos difíceis.
Ao Prof. Dr. Ivan Nunes da Silva pela amizade e orientação, pela
confiança e por ter acreditado em mim na realização deste trabalho.
Ao Zider Jones e Simone pela amizade, convívio e logística durante
todo o tempo da realização deste trabalho.
Aos professores Antonio Assiz de Carvalho Filho, Edílson Ferreira
Flores, José Gilberto Spasiani Rinaldi e José Roberto Nogueira, do Departamento de
Matemática, Estatística e Computação (DMEC) da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT)
da Universidade pelo incentivo ao longo de nossa convivência durante todos estes anos.
V
Ao Prof. Dr. Messias Meneguete Junior, Prof. Dr. Suetônio de
Almeida Meira e Prof. Dr. Marcelo Messias que em mim confiaram e que sempre me
cobraram a realização deste trabalho.
A professora Rita Filomena Andrade Januário Bettini do Departamento
de Educação/FCT/UNESP, pela amizade e palavras de incentivo durante a realização do curso.
Aos funcionários da Biblioteca, da Faculdade de Ciências
Agronômicas da UNESP – Campus de Botucatu, pela competência, e pelo apoio constante
recebido no decorrer do trabalho.
As funcionárias da Secretaria de Pós-graduação, Jaqueline de Moura
Gonçalves, Kátia Otono Duarte, Marilena do Carmo Santos e Marlene Rezende de Freitas pelo
atendimento competente e paciência sempre quando solicitadas.
VI
SUMARIO
Página
1 RESUMO............................................................................................................................. 01
2 SUMMARY......................................................................................................................... 03
3 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 05
3.1 Motivação e relevância................................................................................................... 05
3.2 Objetivos ........................................................................................................................ 06
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................................... 08
4.1 O solo............................................................................................................................. 08
4.2 Porosidade do solo......................................................................................................... 10
4.3 Compactação do solo..................................................................................................... 11
4.4 Parâmetros físicos do solo............................................................................................. 19
4.4.1 Textura do solo....................................................................................................... 19
4.4.2 Densidade do solo .................................................................................................. 23
4.4.3 Teor de água no solo .............................................................................................. 27
4.5 Parâmetro mecânico do solo.......................................................................................... 29
4.5.1 Resistência à penetração......................................................................................... 29
4.6 Conceitos e fundamentos sobre conjuntos e lógica fuzzy............................................. 34
4.6.1 Operadores e operações dos conjuntos fuzzy......................................................... 42
4.6.2 Relações fuzzy ....................................................................................................... 48
4.6.3 Composição de relações fuzzy............................................................................... 51
4.6.4 Variáveis lingüísticas ............................................................................................. 54
4.6.5 Operações com variáveis lingüísticas .................................................................... 56
4.6.6 Relações de implicações ........................................................................................ 57
4.6.7 Inferência de regras fuzzy ...................................................................................... 58
4.6.8 Sistema de inferência fuzzy ................................................................................... 63
4.6.9 Agregação .............................................................................................................. 64
4.6.10 Modelo de Mamdani ............................................................................................ 66
4.6.11 Modelo de Takagi-Sugeno ................................................................................... 70
VII
4.6.12 Defuzzyficação..................................................................................................... 72
4.6.13 Método do centro de área..................................................................................... 72
4.6.14 Método da média dos máximos............................................................................ 73
5 MATERIAL E MÉTODO ................................................................................................. 74
5.1 MATERIAL................................................................................................................... 74
5.2 MÉTODO...................................................................................................................... 75
5.2.1 Tratamento dos dados ............................................................................................ 75
5.2.2 Modelo Fuzzy para a obtenção da densidade do solo............................................ 77
5.2.3 Arquitetura do modelo ANFIS............................................................................... 80
5.2.4 Algoritmo de aprendizagem da estrutura ANFIS .................................................. 85
5.2.5 Determinação dos conjuntos fuzzy ....................................................................... 89
5.2.6 Avaliação do desempenho do modelo ................................................................... 91
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 96
MODELOS FUZZY PARA A ESTIMAÇÃO DA DENSIDADE DO SOLO ................... 96
6.1 Modelo para estimação de solo não preparado do tipo I............................................... 96
6.1.1 Comparação entre o modelo neuro-fuzzy e redes neurais para solo não
preparado tipo I.....................................................................................................107
6.2 Modelo para estimação de solo não preparado do tipo II.............................................111
6.2.1 Comparação entre o modelo neuro-fuzzy e redes neurais para solo não
preparado do tipo II ..............................................................................................121
6.3 Modelo para estimação de solo não preparado do tipo III ...........................................125
6.3.1 Comparação entre o modelo neuro-fuzzy e redes neurais para solo não
preparado do tipo III.............................................................................................134
6.4 Modelo para estimação de solo preparado do tipo I.....................................................137
6.4.1 Comparação entre o modelo neuro-fuzzy e redes neurais para solo
preparado do tipo I ...............................................................................................148
6.5 Modelo para estimação de solo preparado do tipo III ..................................................152
6.5.1 Comparação entre o modelo neuro-fuzzy e redes neurais para solo
preparado do tipo III.............................................................................................163
7 CONCLUSÃO....................................................................................................................167
VIII
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ............................................................................170
9 APÊNDICES......................................................................................................................180
Apêndice 1. Solo não preparado do tipo I ...........................................................................181
Apêndice 2. Solo não preparado do tipo II..........................................................................182
Apêndice 3. Solo não preparado do tipo III.........................................................................184
Apêndice 4. Solo preparado do tipo I ..................................................................................186
Apêndice 5. Solo preparado do tipo III ...............................................................................190
IX
LISTA DE FIGURAS
Página
Figura 1. Classificação das partículas do solo, segundo as escalas (em mm) de
tamanhos de partículas............................................................................................. 20
Figura 2. Triângulo da classificação textural (USDA) adotado pela Sociedade
Brasileira da Ciência do Solo .................................................................................. 22
Figura 3. Função de pertinência triangular.............................................................................. 37
Figura 4. Função de pertinência trapezoidal............................................................................ 38
Figura 5. Função de pertinência gaussiana.............................................................................. 38
Figura 6. Função de pertinência sigmóide............................................................................... 38
Figura 7. Conjunto unitário ..................................................................................................... 39
Figura 8. Conjunto fuzzy normalizado e não normalizado ..................................................... 41
Figura 9. Altura de um conjunto fuzzy.................................................................................... 41
Figura 10. (a) Diagrama dos conjuntos A e B (b) Diagrama da união
B
A
....................... 42
Figura 11. (a) Diagrama dos conjuntos A e B (b) Diagrama da intersecção
B
A
................ 43
Figura 12. Diagrama do complemento (
A
) do conjunto A .................................................... 43
Figura 13. Composição das variáveis (x
2
,z
3
) .......................................................................... 53
Figura 14. Variável lingüística “resistência do solo à penetração” de um conjunto
fuzzy de valores discretos...................................................................................... 55
Figura 15. Representação da variável lingüística resistência do solo à penetração ................ 56
Figura 16. Mecanismo de inferência fuzzy de Mamdani ........................................................ 68
Figura 17. Mecanismo de inferência fuzzy de Takagi-Sugeno ............................................... 71
Figura 18. Divisão dos dados em grupos, utilizados para a estimativa da densidade
do solo.................................................................................................................... 76
Figura 19. Modelo Fuzzy para a determinação da densidade do solo..................................... 77
Figura 20. Inferência Fuzzy com saída precisa ....................................................................... 79
Figura 21. Arquitetura típica de um modelo ANFIS............................................................... 81
Figura 22. Diferença entre os erros de treinamento e de teste para o solo não
preparado do tipo I ................................................................................................. 97
Figura 23. Funções de pertinências para a variável de entrada resistência do solo à
penetração para o solo não preparado do tipo I...................................................... 99
Figura 24. Funções de pertinências para a variável teor de água (umidade) para o
solo não preparado do tipo I.................................................................................100
X
Figura 25. Regras do modelo da estimativa da densidade do solo para o solo não
preparado do tipo I...............................................................................................101
Figura 26. Gráfico de dispersão e de regressão das densidades do solo observadas e
obtidas pelo modelo para o solo não preparado do tipo I ....................................104
Figura 27. Gráfico de superfície de respostas para as variáveis de entrada e saída do
modelo neuro-fuzzy para o solo não preparado do tipo I ....................................107
Figura 28. Diferença entre o erro de treinamento e de teste para o solo não preparado
do tipo II...............................................................................................................112
Figura 29. Funções de pertinências para a variável de entrada resistência do solo à
penetração para o solo não preparado do tipo II..................................................113
Figura 30. Funções de pertinências para a variável de entrada teor de água para o
solo não preparado do tipo II ...............................................................................114
Figura 31. Regras do modelo da estimativa da densidade do solo para o solo não
preparado do tipo II..............................................................................................116
Figura 32. Gráfico de dispersão e de regressão das densidades do solo observadas e
obtidas pelo modelo para o solo não preparado do tipo II...................................118
Figura 33. Gráfico de superfície de respostas para as variáveis de entrada e saída do
modelo neuro-fuzzy para o solo não preparado do tipo II...................................121
Figura 34. Diferença entre o erro de treinamento e de teste para o solo não preparado
do tipo III .............................................................................................................126
Figura 35. Funções de pertinências para a variável de entrada resistência do solo à
penetração para o solo não preparado do tipo III.................................................127
Figura 36. Funções de pertinências para a variável teor de água (umidade) para o
solo não preparado do tipo III..............................................................................128
Figura 37. Regras do modelo da estimativa da densidade do solo para o solo não
preparado do tipo III ............................................................................................129
Figura 38. Gráfico de dispersão e de regressão das densidades do solo observadas e
as obtidas pelo modelo fuzzy para o solo não preparado do tipo III ...................132
Figura 39. Gráfico de superfície de respostas para as variáveis de entrada e saída
do modelo neuro-fuzzy para o solo não preparado do tipo III.............................133
Figura 40. Diferença entre os erros de treinamento e de teste para o solo preparado
do tipo I................................................................................................................138
Figura 41. Funções de pertinências para a variável de entrada resistência do solo à
penetração para o solo preparado do tipo I..........................................................140
Figura 42. Funções de pertinências para a variável de entrada teor de água (umidade)
para o solo preparado do tipo I ............................................................................141
Figura 43. Regras do modelo da estimativa da densidade do solo para o solo
preparado do tipo I...............................................................................................142
XI
Figura 44. Gráfico de dispersão e de regressão das densidades do solo observadas e
as obtidas pelo modelo fuzzy para o solo preparado do tipo I ............................145
Figura 45. Gráfico de superfície de respostas para as variáveis de entrada e saída do
modelo neuro-fuzzy para o solo preparado do tipo I...........................................147
Figura 46. Diferença entre os erros de treinamento e o de teste para o solo preparado
do tipo III .............................................................................................................153
Figura 47. Funções de pertinências para a variável de entrada resistência do solo à
penetração para o solo preparado do tipo III.......................................................154
Figura 48. Funções de pertinências para a variável teor de água (umidade) para o
solo preparado do tipo III ....................................................................................155
Figura 49. Regras do modelo da estimativa da densidade do solo para o solo
preparado do tipo III............................................................................................156
Figura 50. Gráfico de dispersão e de regressão das densidades do solo observadas e
as obtidas pelo modelo fuzzy para o solo preparado do tipo III..........................160
Figura 51. Gráfico de superfície de respostas para as variáveis de entrada e saída do
modelo neuro-fuzzy para o solo preparado do tipo III ........................................162
XII
LISTA DE TABELAS
Página
Tabela 1. Frações granulométricas segundo os sistemas de classificação USDA e
ISSS (diâmetros em mm) ........................................................................................ 21
Tabela 2. Limites de classes de resistência de solos à penetração e graus de limitação
ao crescimento das raízes ........................................................................................ 33
Tabela 3. Classificação do solo de acordo com a porcentagem de argila ............................... 75
Tabela 4. Universos de discurso das variáveis de entrada e saída do sistema fuzzy
para o solo não preparado do tipo I ......................................................................... 96
Tabela 5. Caracterização do modelo neuro-fuzzy (ANFIS) para o solo não preparado
do tipo I.................................................................................................................... 98
Tabela 6. Parâmetros das funções de pertinências para o solo não preparado do tipo I.......... 98
Tabela 7. Funções de pertinências para as variáveis fuzzy de entrada para o solo não
preparado do tipo I................................................................................................... 99
Tabela 8. Parâmetros das funções lineares de saída dos conseqüentes para o solo não
preparado do tipo I.................................................................................................100
Tabela 9. Resultados do modelo para solo não preparado tipo I (teor de argila menor
que 30%)................................................................................................................103
Tabela 10. Análise de regressão e de variância para os dados experimentais e
estimados para solo não preparado do tipo I .......................................................105
Tabela 11. Valores de densidades de solo obtidos em laboratório, por modelo neuro-
fuzzy e rede neural e os erros relativos para solo não preparado do tipo I..........108
Tabela 12. Parâmetros estatísticos para as densidades do solo experimental e
estimadas para o solo não preparado do tipo I.....................................................108
Tabela 13. Coeficientes de correlação e p-valores das combinações entre dados
experimentais e estimados para o solo não preparado do tipo I..........................109
Tabela 14. Valores de medidas estatísticas para comparar o desempenho dos
modelos de estimativas da densidade do solo para o solo não preparado
do tipo I................................................................................................................110
Tabela 15. Universos de discurso das variáveis de entrada e saída do sistema fuzzy
para solo não preparado do tipo II.......................................................................111
Tabela 16. Caracterização do modelo neuro-fuzzy (ANFIS) para solo não preparado
do tipo II ..............................................................................................................113
Tabela 17. Parâmetros das funções de pertinências para solo não preparado do tipo II .......113
Tabela 18. Funções de pertinências para as variáveis fuzzy de entrada para solo não
preparado do tipo II ............................................................................................114
XIII
Tabela 19. Parâmetros das funções lineares de saída dos conseqüentes para solo não
preparado do tipo II .............................................................................................115
Tabela 20. Resultados do modelo para solo não preparado tipo II (teor de argila entre
30% e 50%) .........................................................................................................117
Tabela 21. Análise de regressão e quadro da análise de variância para os dados
experimentais e estimados para solo não preparado do tipo II............................119
Tabela 22. Valores de densidade de solo obtidos em laboratório, por modelo neuro-
fuzzy e rede neural e os erros relativos para solo não preparado do tipo II. .......122
Tabela 23. Parâmetros estatísticos para as densidades do solo experimental e
estimadas para solo não preparado do tipo II .....................................................123
Tabela 24. Coeficientes de correlação e p-valores das combinações entre dados
experimentais e estimados para solo não preparado do tipo II............................123
Tabela 25. Valores de medidas estatísticas para comparar o desempenho dos
modelos de estimativas da densidade para solo não preparado do tipo II...........124
Tabela 26. Universos de discurso das variáveis de entrada e saída do sistema fuzzy
solo para solo não preparado do tipo III..............................................................125
Tabela 27. Caracterização do modelo neuro-fuzzy (ANFIS) para solo não preparado
do tipo III.............................................................................................................126
Tabela 28. Parâmetros das funções de pertinências para solo não preparado do tipo III......127
Tabela 29. Funções de pertinências para as variáveis fuzzy de entrada para solo não
preparado do tipo III............................................................................................127
Tabela 30. Parâmetros das funções lineares de saída dos conseqüentes para solo não
preparado do tipo III............................................................................................128
Tabela 31. Resultados do modelo para solo não preparado do tipo III (teor de argila
maior que 50%) ...................................................................................................130
Tabela 32. Análise de variância da regressão para os dados experimentais e
estimados para solo não preparado do tipo III.....................................................131
Tabela 33. Resultados dos testes de existência da regressão e do coeficiente linear para
os dados experimentais e estimados para solo não preparado do tipo III............132
Tabela 34. Valores de densidade de solo obtidos em laboratório, por modelo neuro-
fuzzy e rede neural e os erros relativos para solo não preparado do tipo III.......135
Tabela 35. Parâmetros estatísticos para as densidades do solo experimental e
estimadas para solo não preparado do tipo III.....................................................135
Tabela 36. Coeficientes de correlação e p-valores das combinações entre dados
experimentais e estimados para solo não preparado do tipo III ..........................136
Tabela 37. Valores de medidas estatísticas para comparar o desempenho dos
modelos de estimativas da densidade do solo para solo não preparado do
tipo III..................................................................................................................136
XIV
Tabela 38. Universos de discurso das variáveis de entrada e saída do sistema fuzzy
para solo preparado do tipo I ..............................................................................138
Tabela 39. Caracterização do modelo neuro-fuzzy (ANFIS) para solo preparado do
tipo I....................................................................................................................139
Tabela 40. Parâmetros das funções de pertinências para solo preparado do tipo I ...............139
Tabela 41. Funções de pertinências para as variáveis fuzzy de entrada para solo
preparado do tipo I..............................................................................................140
Tabela 42. Parâmetros das funções lineares de saída dos conseqüentes para solo
preparado do tipo I..............................................................................................141
Tabela 43. Resultados do modelo para solo preparado tipo I (teor de argila menor
que 30%).............................................................................................................143
Tabela 44. Análise de variância da regressão para os dados experimentais e
estimados para solo preparado do tipo I .............................................................145
Tabela 45. Resultados dos testes de existência da regressão e do coeficiente linear
para os dados experimentais e estimados para solo preparado do tipo I ............146
Tabela 46. Valores de densidade de solo obtidos em laboratório, por modelo neuro-
fuzzy e rede neural e os erros relativos para solo preparado do tipo I ................148
Tabela 47. Parâmetros estatísticos para as densidades do solo experimental e
estimadas para solo preparado do tipo I .............................................................150
Tabela 48. Coeficientes de correlação e p-valores das combinações entre dados
experimentais e estimados para solo preparado do tipo I....................................151
Tabela 49. Valores de medidas estatísticas para comparar o desempenho dos
modelos de estimativas da densidade para solo preparado do tipo I...................151
Tabela 50. Universos de discurso das variáveis de entrada e saída do sistema fuzzy
para solo preparado do tipo III ............................................................................152
Tabela 51. Caracterização do modelo neuro-fuzzy (ANFIS) para solo preparado do
tipo III..................................................................................................................153
Tabela 52. Parâmetros das funções de pertinências para solo preparado do tipo III.............154
Tabela 53. Funções de pertinências para as variáveis fuzzy de entrada para solo
preparado do tipo III............................................................................................154
Tabela 54. Parâmetros das funções lineares de saída dos conseqüentes para solo
preparado do tipo III............................................................................................155
Tabela 55. Resultados do modelo para solo preparado tipo III (teor de argila maior
que 50%).............................................................................................................157
Tabela 56. Análise de variância da regressão para os dados experimentais e
estimados para solo preparado do tipo III ...........................................................159
XV
Tabela 57. Resultados dos testes de existência da regressão e do coeficiente linear
para os dados experimentais e estimados para solo preparado do tipo III ..........161
Tabela 58. Valores de densidade de solo obtidos em laboratório, por modelo neuro-
fuzzy e rede neural e os erros relativos para solo preparado do tipo III..............163
Tabela 59. Parâmetros estatísticos para as densidades experimentais e estimadas para
solo preparado do tipo III ....................................................................................165
Tabela 60. Coeficientes de correlação e p-valores das combinações entre dados
experimentais e estimados para solo preparado do tipo III .................................165
Tabela 61. Valores de medidas estatísticas para comparar o desempenho dos
modelos de estimativas da densidade para solo preparado do tipo III ................166
1
1 RESUMO
Este trabalho tem por objetivo principal apresentar o desenvolvimento
de um sistema inteligente, utilizando a Teoria Fuzzy, para estimar valores aproximados da
densidade do solo a partir de medidas diretas (campo) sem a necessidade de ensaios
laboratoriais e, consequentemente, identificar a compactação do solo por meio destes valores
estimados. A densidade do solo é um dos principais parâmetros utilizado para a identificação
do grau de compactação do solo, e está relacionada com outros parâmetros tais como a
resistência à penetração do solo, o teor de água e a textura do solo.
Para o desenvolvimento do trabalho foram considerados três
parâmetros do solo: a resistência à penetração representado pelo índice de cone (em kPa), o
teor de água dado pela umidade do solo (em porcentagem, %), e a textura dada pela
quantidade de argila presente no solo (em porcentagem, %). Foram, ainda, considerados solos
preparados (passagem de arado, de grade, de escarificador, e outros) e solos não preparados
(nenhum tipo de preparado ou em solo de plantio direto). Segundo a porcentagem de argila no
solo, estes foram divididos em solo tipo I (teor de argila menor que 30%), solo tipo II (teor de
argila entre 30% e 50%), solo tipo III (teor de argila maior que 50%) para o solo não
2
preparado, e solo tipo I (teor de argila menor que 30%) e solo tipo III (teor de argila maior que
50%) para o solo preparado.
O modelo matemático proposto para determinar as estimativas da
densidade do solo foi desenvolvido com base em dados experimentais representados pelas três
características do solo: índice de cone, umidade e argila. Utilizando os dados experimentais os
modelos foram identificados por meio de um algoritmo neuro-fuzzy, em função da resistência
à penetração, teor de água e textura do solo, onde se pode analisar a densidade do solo para os
distintos valores das variáveis de entradas do modelo. Os dados experimentais e os estimados
pelo modelo foram comparados por meio de métodos estatísticos, e estes se mostraram
correlacionados, indicando uma boa exatidão para os modelos neuro-fuzzy obtidos.
3
SOIL DENSITY ESTIMATION USING FUZZY INFERENCE SYSTEMS. Botucatu,
2007, 194p. Tese (Doutorado em Agronomia/Energia na Agricultura) – Faculdade de Ciências
Agronômicas, Universidade Estadual Paulista.
Author: LUIZ CARLOS BENINI
Adviser: JOSÉ ANGELO CAGNON
Co-adviser: IVAN NUNES DA SILVA
2 SUMMARY
The present work aims to develop a intelligent system using fuzzy
theory in order to estimate approximate values for the soil density taking in account direct
measurements (in loco) disregarding laboratorial essays and, consequently, to identify the
compactation of the soil through those estimated values. The soil density is one of the main
parameters used to identify the soil compactation level, and it is also related to other
parameters such as resistance to the soil penetration, water content and soil texture.
Three soil parameters were considered for the development of this
work: resistance to the soil penetration represented by the cone index (in kPa), the water
content given by the soil humidity (percentage, %), and the texture given by the quantity of
clay present in the soil (percentage, %). Also, prepared soils were considered (plough step,
grid, disk harrow, and others) as well as non prepared soils (no kind of soil preparation or
direct planted soil). According to the percentage of clay in the soil, they were classified as soil
type I (clay content less than 30%), soil type II (clay content between 30% and 50%), soil type
III (clay content higher than 50%) for the case of non prepared soil. For the case of prepared
soil it was considered only soils type I (clay content less than 30%) and type III (clay content
higher than 50%).
The mathematical model considered to estimate the soil density was
developed on the basis of given experimental data having the three soil characteristics: Cone
index, humidity and clay content. Using the experimental data the models were identified by
means of a neuro-fuzzy algorithm in function of the resistance to the penetration, water
content and soil texture, through which one can analyze the soil density for different values of
4
the model entrance variables. The experimental data and the estimated ones by the model were
compared by means of statistical methods and revealed being correlated, what indicates a good
precision for the obtained neuro-fuzzy models.
Keywords: Fuzzy inference systems, soil density, Cone index, water content, soil texture, soil
compactation.
5
3 INTRODUÇÃO
3.1 Motivação e Relevância
A compactação constitui um campo de pesquisa de crescente interesse
nos dias atuais devido à degradação da qualidade física do solo, acarretando alteração no
arranjo das partículas do solo tornando-os mais densos, e concorrendo para a redução da
produtividade.
Caracterizada pela deformação na estrutura física do solo, a
compactação do solo tem trazido sérios problemas à área agrícola, tais como a redução na
infiltração da água no solo, a deficiência no crescimento radicular das plantas, a restrição nas
trocas de gases e a redução da produtividade agrícola.
As principais causas da compactação do solo são as pastagens de
animais, tráfego intenso e o uso excessivo de máquinas e implementos agrícolas, podendo a
compactação do solo ser avaliada a partir de diversos atributos do solo, tais como a densidade
do solo, a porosidade, a infiltração de água, a resistência ao penetrômetro e outros parâmetros
correlatos.
6
Muitos pesquisadores que se ocupam do estudo da compactação do
solo consideram, com certa restrição, que a densidade do solo é a medida quantitativa mais
direta da compactação.
No cálculo da densidade do solo é exigido tempo e trabalho, pois a
maioria dos métodos deste cálculo é realizada em laboratório. Deste modo, para avaliação da
compactação é feita de modo freqüente com a utilização da resistência do solo à penetração
por ser o método mais rápido, pois é feito diretamente no campo, mas tendo suas limitações, e
sendo muito variável em função de outros fatores como o teor de água e o tipo de solo.
Entretanto, as diversas fases envolvidas com as variáveis que
quantificam o processo de avaliação da compactação de solos são cercadas por imprecisões e
incertezas inerentes aos próprios aspectos físicos e estruturais do sistema.
Os sistemas fuzzy são usados principalmente nesses casos, pois os
mesmos objetivam o mapeamento de processos, cujos valores das variáveis de entrada
envolvidos no mesmo possuem diferentes graus de imprecisão e incerteza. Assim sendo, essas
técnicas fornecem uma estrutura poderosa para manipular informações aproximadas, em que o
processo pode ser estimado/mapeado a partir de um conjunto de regras nebulosas do tipo “Se-
Então”, as quais são capazes de tratar (coordenar) conhecimentos incompletos, incertos ou
mesmo conflitantes. A aplicação de técnicas convencionais em tais processos pode
eventualmente trazer resultados insatisfatórios, pois os mesmos podem não estar aptos para o
tratamento de informações incertas.
Tem-se como proposta neste trabalho avaliar a compactação do solo
utilizando sistema de inferência fuzzy, sendo os dados de entrada: resistência à penetração do
solo, teor de água, teor de argila e obtendo como saída dados da densidade de solo, e por
comparação com a abordagem de redes neurais artificiais, já existente na literatura, verificar a
capacidade e a eficiência dos sistemas de inferência fuzzy na estimação da densidade do solo.
3.2 Objetivos
Este trabalho tem por objetivo principal a investigação e a aplicação da
Teoria Fuzzy no processo de identificação da densidade do solo para se fazer a avaliação da
compactação do solo.
7
Deste modo, dentro deste contexto, tem-se por objetivo principal
propor uma metodologia, via a utilização de sistemas de inferência fuzzy, para obter
estimativas da densidade do solo e avaliar a compactação do solo a partir de medidas diretas
(campo) sem a necessidade de ensaios laboratoriais.
Os objetivos específicos deste trabalho são:
a) estimar valores da densidade do solo, cuja obtenção em laboratório tem certo grau de
dificuldade, em função de outros parâmetros conhecidos que podem ser obtidos com mais
facilidade;
b) disponibilizar uma ferramenta que auxilia na obtenção de valores de densidade do solo em
campo;
c) utilizar abordagens que usam técnicas de processamento inerentemente paralelas e
adaptativas;
d) dispor de uma técnica alternativa que permite fornecer valores aproximados de densidade
de solo sem a necessidade de realização de ensaios laboratoriais;
e) verificar a capacidade e a eficiência dos sistemas de inferência fuzzy na estimativa da
densidade do solo por comparação com a abordagem das redes neurais artificiais.
8
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1 O Solo
O solo é uma superfície inconsolidada que recobre as rochas e mantém
a vida animal e vegetal da Terra, sendo constituído de camadas que diferem pela natureza
física, química, mineralógica e biológica que se desenvolvem com o tempo sob a influência do
clima e da própria atividade biológica (VIEIRA, 1988).
Joffe (1949 apud VIEIRA, 1988) definiu o solo como um corpo
natural, de constituintes minerais e orgânicos diferenciados em horizontes de profundidade
variável, que diferem do material subjacente em morfologia, propriedades físicas e
constituição, propriedades químicas e composição e em características biológicas.
O solo, segundo Kiehl (1979), é constituído de um sistema composto
de três fases: sólida, líquida e gasosa. A fase sólida, geralmente a predominante, é formada por
substâncias minerais ou inorgânicos (areia, silte e argila) e materiais orgânicos, sendo a porção
mineral consistindo de partículas de diversos tamanhos, resultantes de decomposição de
rochas que deram origem ao solo e a porção orgânica consistindo dos resíduos animais e
vegetais, ocorrendo no solo em distintos estágios de decomposição. A fase líquida é
9
constituída pela solução do solo, compondo-se de água, sais em dissolução e matéria coloidal
em suspensão. A fase gasosa é constituída pelos gases que circulam entre as partículas do solo,
ou seja, é o ar do solo, assim denominado para diferir do ar atmosférico.
Buckman e Brady (1968) citaram que o solo é um conjunto de corpos
naturais, sintetizados em forma de perfil, composto de uma mistura variável de minerais
(despedaçados e desintegrados) e de matéria orgânica (em decomposição), que cobre a terra
com uma camada fina e que fornece, desde que contenha as quantidades necessárias de ar e de
água, amparo mecânico e substância para os vegetais. Segundo os mesmos autores, o solo
agrícola constitui um organismo vivo, onde as plantas devem encontrar condições favoráveis
para a germinação, crescimento e o desenvolvimento do ciclo vegetativo, beneficiando-se das
interações biológicas no volume de solo explorado pelas raízes. Tais interações existem
quando para a planta são fornecidos os seguintes fatores: luz, fixação mecânica, calor, ar, água
e nutrientes. Com exceção da luz, o solo é agente que supre, no todo ou em parte, o conjunto
de todos os outros fatores.
A parte sólida de um solo é constituída por material mineral e
orgânico, interligados entre si. O solo cujo material mineral sólido é constituído por partículas
de maior tamanho tem aspecto cascalhento ou arenoso; em outros predominam as partículas
coloidais, dando ao solo características argilosas (BUCKMAN; BRADY, 1968; KIEHL,1979).
As partes líquida e gasosa ocupam os poros do solo, que são os volumes de vazios deixados
entre as partículas sólidas (KIEHL, 1979). O volume total de um solo, de acordo com
Mantovani (1987), é constituído do volume das partículas minerais e orgânicas do solo e do
volume de poros entre as partículas.
Segundo Caputo (1973) o solo é um material constituído por um
conjunto de partículas sólidas, deixando entre si vazios que poderão ser preenchido, parcial ou
totalmente, pela água ou o ar. Quando o espaço poroso estiver totalmente preenchido com
água, compreende-se que o solo está saturado; em caso contrário, o solo está não saturado,
quando o solo estiver completamente seco e o espaço poroso ocupado pelo ar (KIEHL, 1979).
Alguns autores, como Kiehl (1979), Buckman e Brady (1968),
Alvarenga et al. (1987) e Camargo et al. (1997), afirmaram que um solo ideal com ótimas
condições para o crescimento vegetal deve apresentar 50% do volume em sólido, dos quais
45% é constituído de matéria mineral e 5% de matéria orgânica. Os outros 50% representam o
10
volume dos poros (ar e água), dos quais entre 20-30% é água e entre 20-30% é ar de acordo
com Buckman e Brady (1968) e Alvarenga et al. (1987), e segundo Kiehl (1979) e Camargo e
Alleoni (1997) esta proporção deve ser de 33,5% para a água (microporos) e de 16,5% para o
ar (macroporos).
Por ser apenas um modelo teórico, um solo dessa natureza dificilmente
será encontrado na prática (ALVARENGA et al., 1987). Em situações naturais, a proporção de
ar e água estará sujeita às grandes flutuações, dependendo das condições metereológicas e de
outros fatores (BUCKMAN; BRADY, 1968).
4.2 Porosidade do solo
A porosidade de um solo pode ser definida como sendo o volume de
vazios ou ainda o espaço do solo não ocupado pelos componentes orgânicos e minerais
(KIEHL,1979). Esta constitui uma rede de poros conectados entre si, de tamanhos variados,
que permitem o movimento de água e de ar no interior do solo, sendo a qualidade dessa rede
de poros e a sua continuidade denominada estrutura do solo. Segundo Camargo e Alleoni
(1997), a estrutura do solo se refere ao arranjo, orientação e à organização de suas partículas
sólidas e à geometria do espaço poroso. A relação entre o volume ocupado por estas frações
(água e/ou ar) e o volume total de uma massa de solo é chamada porosidade total (CAPUTO,
1973).
A porosidade depende da composição granulométrica e da estrutura
dos solos, desse modo os seus limites de variação podem ser muito amplos; solos com
partículas de tamanho uniforme são mais porosos do que os de partículas de diferentes
tamanhos (KIEHL,1979). Segundo o mesmo autor, a porosidade total de um solo não constitui
uma informação muito importante para caracterizar suas propriedades, o que é necessário
saber é a distribuição do tamanho de seus poros. Em 1860 Schumacher classificou a
porosidade em duas classes: a porosidade capilar, hoje denominada microporosidade e a
porosidade não-capilar atualmente referida como macroporosidade (KIEHL,1979). De acordo
com Héning et al. (1976) a macroporosidade corresponde aos poros mais grossos, poros de
maior diâmetro (acima de 50
m); os que serão utilizados para a circulação da água com
certa rapidez, passando os vazios a serem ocupados pelo ar, e a microporosidade corresponde
11
ao volume dos poros mais finos, poros de menor diâmetro (abaixo de 50
μ
m); principal
responsável para a retenção e a armazenagem da água no solo.
Um solo bem estruturado possui elevada porosidade, o que possibilita
fácil penetração de água e das raízes, boa circulação de ar e grande facilidade no manejo do
solo (JORGE,1969). A estrutura do solo influencia o crescimento das plantas de várias formas,
sendo os efeitos sobre o alongamento radicular os mais claros e determinantes sobre a
habilidade das raízes em extrair água e nutrientes do solo em quantidades adequadas
(MÜLLER et al., 2001).
O sistema de manejo é um fator que está correlacionado com a
estrutura do solo (KIEHL,1979) e, portanto, modificações na estrutura do solo irão produzir
um rearranjo na rede de poros com conseqüente movimentação de água e ar no solo, podendo
acarretar diminuição na porcentagem dos espaços vazios, afetando as propriedades físicas,
químicas e biológicas do solo.
Segundo Machado et al. (1978) e Alvarenga et al. (1987) o uso
agrícola intensivo do solo provoca alterações nas suas características físicas, promovendo a
deterioração destas, e com o cultivo anual aumentam-se a microporosidade e a densidade do
solo, e como conseqüência há a redução da porosidade, dificultando o desenvolvimento do
sistema radicular e diminuindo a disponibilidade da água para as plantas.
4.3 Compactação do Solo
A compactação constitui um campo de pesquisa de crescente interesse
nos dias atuais devido à degradação da qualidade física do solo, causada com o aumento da
mecanização agrícola, da prática de manejo do solo e pelo pisoteio dos animais acarretando
alteração no arranjo das partículas do solo tornando-os mais densos, e concorrendo para a
redução da produtividade.
Diversos fatores ocasionam um crescimento deficiente do sistema
radicular de plantas cultivadas, podendo ser citadas dentre estes a compactação do solo. A
compactação do solo é um fator limitante, muitas vezes, de dimensões sérias, pois ao causar
12
restrição ao crescimento e desenvolvimento radiculares, acarreta uma série de problemas que
afetam direta e indiretamente a produção das plantas (CAMARGO; ALLEONI, 1997).
O termo compactação, segundo Miranda et al. (2003), refere-se ao
processo de compressão do solo não saturado, provocando mudança na estruturação das
partículas, ocorrendo aumento da densidade em conseqüência da redução do volume pela
expulsão do ar de seus poros devido ao manejo inadequado do solo.
Segundo Mantovani (1987) a compactação do solo fica caracterizada
quando a proporção do volume total de poros, para certo volume de solo, é inadequada ao
máximo desenvolvimento de uma cultura ou manejo eficiente do campo.
Os conhecimentos da compactação do solo e de sua relação com os
tipos de operações agrícolas são elementos importantes no manejo adequado das condições
físicas do mesmo para a otimização dos sistemas de produção agrícola (FERNANDES;
SOUZA, 2003; OLIVEIRA et al., 1998; PEREIRA; BENEZ, 1998).
A compactação tem sido identificada como uma das principais
causadoras da degradação dos solos. O efeito da compactação afeta as propriedades físicas do
solo, aumentando a densidade e a sua resistência mecânica e diminuindo a porosidade total,
tamanho e continuidade dos poros, a absorção de nutrientes, a infiltração e redistribuição de
água, as trocas gasosas e o desenvolvimento do sistema radicular, resultando em decréscimo
da produção, aumento de erosão e da energia necessária para o preparo do solo (DIAS
JUNIOR et al., 1996; MIRANDA et al., 2003).
Oliveira et al (1998) citaram que a compactação é descrita como o ato
ou ação de forçar a agregação das partículas do solo, reduzindo o volume por elas ocupada,
podendo ser descrita em termos da tensão aplicada no solo e das mudanças resultantes nas
condições dele. As mudanças que ocorrem nas propriedades físicas do solo incluem: aumento
na densidade natural do solo, decréscimo no volume de macroporos, infiltração e movimento
interno de água mais lento, aeração mais pobre e maior resistência mecânica do solo ao
crescimento de raízes.
De acordo com Lanças (2000 apud NAGAOKA, 2003), a compactação
do solo é um processo de aumento da densidade e da resistência do solo, e de redução da
permeabilidade, resultante de cargas aplicadas, implicando na redução do volume de poros,
principalmente macroporosidade ou porosidade de aeração. Esta pode afetar diversas
13
características do solo, tais como a condutividade hidráulica, a temperatura, a infiltração de
água e outras características ligadas à porosidade. Ainda, além de a compactação alterar a
estrutura física do solo, esta traz inúmeros efeitos nocivos ao mesmo, tais como: impedimento
do crescimento das raízes, diminuição da ação capilar do solo (microporosidade), e redução da
infiltração da água provocando erosão nos solos em declive.
McKyes (1985) definiu a compactação do solo como um aumento da
sua densidade, a partir de um rearranjo da disposição das partículas sólidas causando a
redução da porosidade total do solo. A compactação, segundo o mesmo autor, pode resultar de
causa natural ou artificial. Compactação de causa natural pode ocorrer com o impacto das
gotas da chuva, umidade, tensão interna da água; a de causa artificial ocorre devido à pressão
exercida por máquinas usadas no manejo do solo.
Para Camargo e Alleoni (1997) a compactação do solo é resultante de
duas forças que atuam no solo e que podem ser classificadas como externas e internas. Forças
externas resultam do tráfego de veículos, animais ou pessoas, assim como do crescimento das
raízes grandes que empurram as partículas do solo para forçar sua passagem, podendo até
causar compactação. As forças internas resultam de ciclos, como congelamento e degelo,
umedecimento e secamento, e expansão e contração da massa do solo. Quando expressas
como pressão, essas forças provavelmente têm a mesma ação no sistema, não sendo necessária
distinção entre elas.
A resposta do solo às pressões externas depende de sua deformação, a
qual ocorre apenas se as partículas são capazes de se separar e se movimentar, uma em relação
às outras, o que é altamente influenciado pela estrutura do solo, ou seja, pela presença dos
agregados e pelo espaço poroso (ARAÚJO, 2004).
A compactação, reconhecidamente uma das principais causas da
degradação em áreas cultivadas como conseqüência do manejo inadequado do solo, é
resultante da ação dos implementos de seu preparo, da pressão exercida pelas rodas do intenso
tráfego de tratores e máquinas agrícolas e pelo pisoteio animal em áreas de integração lavoura-
pecuária (ALBUQUERQUE et al., 2001; ALVARENGA et al., 1987).
Conforme citado em Castro Neto (2001), a compactação do solo tem
ocorrido em conseqüência da intensiva mobilização do solo sob condições inadequadas de
umidade. Nas pastagens, o pisoteio excessivo do gado tem sido a causa da compactação na
14
camada superficial (GREENWOOD et al., 2001). Já nas áreas reflorestadas, a compactação do
solo ocorre principalmente durante as operações de colheita, por causa do tráfego de máquinas
de corte, da extração e do escoamento da produção (DIAS JUNIOR et al., 1999).
O uso de máquinas e equipamentos na agricultura vem contribuindo
para o aumento da produtividade, entretanto, a passagem sucessiva desses elementos na
mesma área, aumenta a densidade deste solo e a resistência à penetração das raízes,
influenciando negativamente no desenvolvimento das plantas cultivadas nestes solos (RUIZ,
2003).
A compactação, segundo Alves et al. (2003), está relacionada com a
menor aeração do solo, fluxo de água e resistência à penetração das raízes e, geralmente, a
causa é atribuída ao intenso tráfego de máquinas e implementos agrícolas necessários no
sistema de plantio. Os autores ainda citam que em razão da aplicação de cargas ou pressões, a
compactação provoca um aumento da densidade do solo, pela redução da porosidade e
modificação da sua estrutura. Para cada classe de solo, a uma determinada pressão, o grau de
compactação dependeria, principalmente, do teor de água.
Fernandes e Lanças (1997) citaram que solos florestais podem ser
compactados por animais e também pelas raízes de árvores; porém, mais significativos são os
efeitos ocasionados pela mecanização e, particularmente, por máquinas utilizadas no manejo
de florestas. A análise mecânica da compactação sob pneus e ferramentas agrícolas não é
simples, pois a distribuição da pressão ocorre de maneira não-uniforme no solo (MCKYES,
1985).
Segundo Marshal e Raney (1966 apud NAGAOKA, 2003) as zonas
compactadas são definidas como sendo o resultado da deterioração de sua estrutura, tendo
como conseqüência à diminuição da porosidade nas camadas logo abaixo da profundidade de
trabalho dos órgãos ativos das máquinas.
A mobilização mecânica e o tráfego de máquinas e implementos
agrícolas interferem na estrutura e no grau de cobertura do solo, e os índices de compactação,
embora existam outros fatores que exercem influência neles, como a porcentagem de argila e o
teor de umidade do solo, são aqueles relacionados com os esforços provocados na superfície
(CINTRA et al., 1983).
15
Mantovani (1987) argumenta que, embora seja a densidade do solo o
melhor método direto para determinar a compactação é a porosidade o parâmetro de maior
significado para se usar na discussão da compactação do solo, devido à descrição direta da
proporção de volume do solo disponível para raízes das plantas, da água e do ar que elas
requerem.
O tráfego contínuo de máquinas dentro de uma área tem provocado
alterações significativas no solo no que diz respeito à compactação, havendo a necessidade de
direcionar a seleção e o manejo dos equipamentos agrícolas e os sistemas de produção,
visando obter níveis de compactação ao longo do perfil do solo que não sejam restritivos ao
desenvolvimento da cultura (MAZIERO et al., 1997).
Miranda et al. (2003) descreveram que o uso intensivo de mecanização
nos solos tem alterado suas propriedades físicas, devido à utilização de máquinas agrícolas
pesadas, o que pode causar degradação de sua estrutura com conseqüente compactação,
prejudicando as produções agrícolas desses solos
Nagaoka (2001) citou que a movimentação de veículos e máquinas
agrícolas, geralmente bastante pesados, e o preparo intensivo do solo têm contribuído para a
formação de camadas compactadas. Essas camadas, além de provocarem erosão superficial do
solo, refletem na produtividade agrícola, devendo, portanto, haver uma importante relação
entre solo/máquina/planta.
Fernandes et al. (1998) avaliaram o nível de compactação do solo
causado pelo tráfego de três tipos de máquinas florestais (harvester, forwarder e guincho-
arrastador). As variáveis físicas do solo analisado foram a densidade do solo e a resistência do
solo à penetração. Foram testados o efeito da máquina, o efeito de profundidade e o efeito da
interação entre máquina e a profundidade. Com a análise dos resultados, os autores concluíram
que o “forwarder” foi o equipamento que provocou menor compactação do solo.
Guerra et al. (2000) realizaram estudos para investigar os efeitos das
cargas no solo que provocam compactação após a passagem de um rolo compactador
tracionado por trator de pneus. Foram realizadas duas séries de medições em dois tipos de
solos, sendo uma com solo mais úmido e outra com solo seco. Neste estudo concluíram que o
número de passadas influenciou na compactação do solo, sendo que na primeira e segunda
passada do rolo compactador é que foram causados os maiores aumentos de compactação. Foi
16
observado ainda que o teor de água no solo é de grande importância na determinação da
resistência do solo à penetração representada pelo índice de cone.
A compactação do solo pelo pisoteio animal pode ocorrer devido à
umidade elevada do solo durante o pastejo, ao sistema contínuo deste, à alta carga animal e à
reduzida massa de forragem nas áreas. O pisoteio animal em toda a superfície e, às vezes,
repetidamente no mesmo local, pode promover drásticas alterações nas condições físicas do
solo para o crescimento radicular. A extensão e a natureza destes efeitos são determinadas pela
taxa de pisoteio, pelo tipo de solos, principalmente pela umidade do solo na ocasião do pastejo
(LEÃO et al., 2004).
As pressões exercidas pelo pastejo animal são comparáveis às pressões
das máquinas agrícolas (GREENWOOD et al., 1997). Para os autores, a pressão exercida pelo
pisoteio de ovelhas é em torno de 50 a 80 kPa, e a pressão exercida por tratores ou veículos
rebocados não carregados varia de 60 a 80 kPa.
Lima et al. (2004) citaram que na literatura há indicações de que
tratores agrícolas podem exercer no solo pressões com valores entre 70 kPa a 350 kPa. Em
sistemas de pastejo os animais podem exercer pressões no solo de até 200 kPa (PROFFITT et
al., 1993). Greenwood et al. (1997) indicaram ainda que a pressão exercida pelos animais em
movimento é ainda bem maior, podendo ser o dobro, da exercida quando eles estão parados.
Kondo e Dias Junior (1999) em estudo sobre compressibilidade de três
latossolos em função da umidade e uso, demonstraram que o efeito da compactação causada
por máquinas no preparo do solo atingiu a camada de 20 a 30 cm, e a compactação causada
pelo pisoteio de gado em área de pastagem atingiu a camada superficial do solo de 0 a 3 cm.
A compactação do solo, segundo Oliveira et al. (2003), depende do
conteúdo de água, da pressão aplicada e do tipo de manejo do solo e tem sido avaliada por
métodos que usam estes fatores (CAMARGO; ALLEONI, 1997).
Soehne (1958 apud GREENWOOD et al., 1997) apontou que a
distribuição da pressão exercida sobre a mesma superfície vai depender da área de contato;
onde a área de contato é menor, a compactação estará localizada próxima à superfície do solo.
Greenwood et al. (1997) investigaram os efeitos de longo prazo (superior a 30 anos) da taxa de
ocupação (baixa, média e alta) em pastagens de ovelhas e observaram pelas propriedades
físicas do solo que a compactação provocada pelo pastejo dos animais foi limitada à camada
17
dos primeiros 5 cm do perfil do solo quando comparado ao solo não ocupado por pastagens. O
pastejo excessivo proporcionou a redução da porosidade, aumento da densidade e da
resistência à penetração e, portanto, baixa condutividade hidráulica saturada. Ainda, segundo
os mesmos autores, não foram encontradas diferenças nas propriedades físicas do solo sob
pastagens para as diferentes taxas de ocupações, mas foram significativas as diferenças
notadas entre solos ocupados por pastagens e aqueles não ocupados.
O estado da compactação do solo depende de vários fatores, entre os
quais se destacam as características originais de cada solo e às práticas de manejo empregadas
(CAMARGO; ALLEONI, 1997).
Os sistemas de manejo do solo têm grandes influências nas
propriedades físicas do solo, estando eles relacionados com a compactação (STREK et al.,
2004) e, segundo Tavares Filho et al. (2001), as modificações estruturais causadas no solo
pelas diferentes práticas de manejo podem resultar em maior ou menor compactação, que
poderá intervir na densidade do solo, na porosidade, na infiltração de água no solo e no
desenvolvimento radicular das culturas.
Nas práticas de manejo utilizando o sistema de plantio direto, onde o
revolvimento do solo se reduz ao longo da linha de plantio (para a abertura do sulco de
semeadura), a movimentação do solo é restrita à linha de semeadura, mas a ocorrência
sistemática de tráfego de máquinas causa compactação na camada superficial do solo
(TORMENA et al., 1998 apud STREK et al., 2004). No sistema plantio direto, devido à
ausência do revolvimento da terra, aliado ao tráfego de máquinas, pode haver a compactação
em subsuperfície, principalmente em solos com elevados teores de argila (SECCO et al.,
2004).
No sistema de manejo convencional, onde a movimentação do solo é
realizada por aração, com arado de aiveca, de uma camada mais profunda (20 a 30 cm),
seguida de mais duas movimentações da camada já revolvida utilizando gradagem niveladora
(RUIZ, 2003), se tem uma intensa mecanização, acentuando os problemas de compactação do
solo.
Machado e Brum (1978) estudaram solos submetidos aos sistemas de
plantio direto e convencional, comparando-os com solo de mata virgem e campo nativo e
observaram alterações físicas decorrentes do manejo em duas profundidades (de 0 a 15 cm e
18
de 15 a 30 cm) e em quatro condições diferentes de uso e manejo. Concluíram que em solo
submetido ao sistema convencional de cultivo, este apresentou alterações na densidade do
solo, na porosidade total, na macroporosidade e microporosidade, indicando alto grau de
compactação, e evidenciaram a necessidade de implantação de técnicas mais racionais de
cultivo.
Segundo Chancellor (1997), conforme citado por Nagaoka (2003), a
compactação pode ser avaliada em função da porosidade total, da densidade e da infiltração da
água no solo: pode também ser medida através da resistência à penetração, determinada pelo
índice de cone. Ainda, como citado em Nagaoka (2003), a determinação da densidade do solo
se constituiu no método bastante seguro de avaliação da compactação do solo.
Guimarães et al. (2002) citaram que a compactação é limitante do
crescimento radicular das plantas, compromete a capacidade de absorção de nutrientes e água,
bem como, a sua fixação ao solo, sobretudo quando a camada de compactação é superficial,
afetando ainda a parte aérea das plantas, reduzindo a área foliar e a produtividade.
Guimarães e Moreira (2001) revelaram que as plantas têm melhor
desenvolvimento em solos que não apresentam limitação ao crescimento radicular das plantas,
portanto com baixa densidade, porém alta o suficiente para oferecer bom contato entre as
raízes e as partículas de solo. Os mesmos autores observaram o desenvolvimento do arroz de
terras altas em diversos níveis de densidade, avaliando a compactação em um Latossolo
Vermelho-Escuro, textura franca, sobre duas cultivares de arroz de terras altas, avaliando o
comportamento do arroz após 40 dias de emergência por meio de parâmetros da parte aérea e
radicular da planta. O crescimento da parte aérea do arroz de terras altas diminuiu com o
aumento da densidade do solo a partir de 1,2 kg.dm
-3
; as raízes na camada compactada de 0 –
20 cm de profundidade apresentaram engrossamento, em razão do aumento da densidade do
solo, e a compactação superficial do solo diminuiu a quantidade de raízes presentes nesta
camada e na camada inferior não compactada de 20 a 40 cm de profundidade.
Castro Neto (2001) desenvolveu e avaliou equipamentos e
metodologia para a determinação de parâmetros físicos do solo, relacionados a dias
trabalháveis com máquinas agrícolas, com ênfase nas características do conjunto trator-
implemento e na pressão aplicável ao solo sem que este sofra compactação adicional. Foi
observado que houve incrementos na densidade do solo de 25%, 19% e 15%, respectivamente,
19
para as condições de tráfego a um, dois e quatro dias após a chuva, não ocorrendo incremento
significativo para seis dias após a chuva. O autor concluiu que os maiores efeitos da aplicação
de rolos compactores e do tráfego por um trator agrícola ocorreram em profundidades
inferiores a 20 cm, sendo que o tráfego pelo trator 6 dias após a chuva provocou aumento na
resistência à penetração do solo apenas para a camada de 10 a 20 cm.
4.4 Parâmetros Físicos do Solo
4.4.1 Textura do Solo
O solo deve apresentar propriedades físicas, químicas e biológicas
favoráveis ao desenvolvimento das plantas, pois além de suporte, é também fonte de minerais,
água e ar, importantes à vida vegetal. As propriedades físicas do solo dependem de vários
fatores, como o tamanho e disposição das partículas e teor em matéria orgânica (JORGE,
1968).
A resistência do solo à compactação depende dos atributos intrínsecos
do solo, com a textura sendo um dos mais importantes, pois ele influencia outras propriedades
de grande significado para o uso e o manejo do solo (IMHOFF, 2004).
A textura do solo refere-se à distribuição quantitativa das classes de
diferentes tamanhos das partículas minerais que formam o solo (BUCKMAN; BRADY, 1968;
VIEIRA, 1988). São consideradas partículas minerais: pedras, seixos, cascalhos, areia (com
diâmetro de 2,0 a 0,05 mm), silte (diâmetro de 0,05 a 0,002 mm) e a argila (diâmetro menor
que 0,002 mm) (BERTONI; LOMBARDI NETO, 1999).
A textura é estudada pela análise granulométrica, a qual permite
classificar os componentes sólidos em classes de acordo com os seus diâmetros. Para uma
mesma classe há um limite superior e um inferior de acordo com a escala adotada (KIEHL,
1979).
As diversas classes de partículas são denominadas frações
granulométricas e o processo analítico pelo qual as porcentagens das várias classes do solo são
obtidas são denominados análise mecânica (BUCKMAN; BRADY, 1968), assim quando se
fala em porcentagem de areia, porcentagem de silte e porcentagem de argila temos a textura,
20
mas quando se afirma que um solo é argiloso ou arenoso estamos nos referindo à sua classe
textural.
Existem várias classificações para definir as escalas de tamanhos de
partículas, as faixas de tamanhos para quatro desses sistemas são mostradas na Figura 1, sendo
as mais usadas as escalas desenvolvidas pelo Departamento de Agricultura dos Estados
Unidos (USDA) e da Sociedade Internacional de Ciências do Solo (ISSS) (BUCKMAN;
BRADY, 1968; PREVEDELLO, 1996).
Instituto Britânico de Padrões
Sociedade Internacional de Ciência do Solo (ISSS)
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA)
Administração de Estradas Públicas dos Estados Unidos
Figura1. Classificação das partículas do solo, segundo as escalas (em mm) de tamanhos de
partículas.
Na Tabela 1 são mostradas as frações granulométricas dos dois
principais sistemas de classificação do solo USDA e ISSS adotadas no Brasil.
0,002
2,0 mm
0,2 0,02
2,0 mm
0,6 0,2
0,06 0,02
0,006
0,002
Fino
Grosso
Areia
Fino
Areia
Grosso Médio
Silte
Grosso Médio Fino
Argila
Argila
Silte
Cascalho
Cascalho
Muito
Grosso
1,0 0,5 0,10 0,05 2,0 mm
2,0 mm 0,25
0,25
0,05 0,005
0,002
Grosso Fino
Muito
Fino
Grosso
Areia
Fino
Areia
Médio
Silte
Argila
Argila Silte
Cascalho
Cascalho
21
Tabela 1. Frações granulométricas segundo os sistemas de classificação USDA.
e ISSS (diâmetros em mm)
Frações
(texturas)
USDA ISSS
Areia muito grossa 2 a 1 - - -
Areia grossa 1 a 0,5 2 a 0,2
Areia média 0,5 a 0,2 - - -
Areia fina 0,25 a 0,1 0,2 a 0,02
Areia muito fina 0,1 a 0,05 - - -
Silte 0,05 a 0,002 0,02 a 0,002
Argila menor que 0,002 Menor que 0,002
Fonte: Kiehl, 1979
As partículas do solo de tamanho superior a 2,00 mm são
denominadas esqueleto do solo, sendo assim classificadas: cascalho fino ou seixos, de 2,00
mm a 20 mm e cascalho grosso ou pedras, de 20 mm a 50 mm de diâmetro (KIEHL, 1979), e
não são incluídas na análise de textura do solo.
Partículas menores que 2,00 mm de diâmetro (argila, silte e areia), são
as de maior importância, pois muitas das propriedades físicas e químicas da porção mineral do
solo dependem da proporção que contém dessas partículas de tamanho pequeno (BERTONI;
LOMBARDI NETO, 1999). Assim acham-se identificados três grupos fundamentais de
classes ou frações texturais: areia, silte e argila, para caracterizar a textura (BUCKMAN;
BRADY, 1968).
Segundo Bertoni e Lombardi Neto (1999) nenhum solo é composto
exclusivamente de uma única fração, há sempre uma mistura das três, e as porcentagens das
diversas frações é que diferenciam os tipos de textura. Assim, há por exemplo, de acordo com
a nomenclatura brasileira, as seguintes denominações: arenosa, arenosa-francosa, siltosa, silto-
francosa, francosa, franco-arenosa, franco-siltosa, argilosa e muito argilosa.
As características mais importantes das várias classes de textura do
solo podem ser reconhecidas através das seguintes maneiras:
a. no campo as porcentagens de partículas de areia, silte e argila em um solo são
determinadas através da sensibilidade do tato correlacionadas com o tamanho e a
distribuição das partículas do solo (BUCKMAN; BRADY, 1968);
b. em laboratório a determinação da textura se faz pela análise granulométrica ou textural,
tendo por finalidade fornecer a distribuição das partículas menores de 2,00 mm. Neste
22
caso, dos métodos para a análise textural, os mais utilizados são: tamisamento (para
separar areias em suas classes), pipeta (para determinação de argila, podendo também
determinar a fração silte) e Bouyoucos (um método expedito) (KIEHL, 1979).
Realizada a análise textural e tendo o conhecimento das proporções de
areia, silte e argila a determinação da classificação do solo é feita transportando os resultados
analíticos obtidos para um diagrama triangular.
Existem vários modelos de triângulos para auxiliar na classificação
das classes texturais. No Brasil os mais utilizados são aqueles cuja composição são definidas
pelo USDA, modificado pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo introduzindo mais uma
classe textural (argila pesada), e outro proposto pelo Instituto Agronômico de Campinas
(IAC), com base no sistema de classificação definida pela ISSS. Na Figura 2 é mostrado o
triângulo de classes texturais (KIEHL, 1979; PREVEDELLO, 1996) adotado pela Sociedade
Brasileira de Ciência do Solo com as suas diferentes classes.
Figura 2. Triângulo da classificação textural (USDA) adotado pela Sociedade Brasileira
da Ciência do Solo.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
10
40
50
60
70
80
90
100
20
30
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Argila
pesada
Argila
% argila
% silte
Argila
arenosa
Franco-
argilo-
arenoso
Franco-
arenoso
Areia
Franco-siltoso
Silte
Franco
ar
g
iloso
Argila-
siltosa
Franco
0
0
Franco-
argilo-
siltoso
% areia
Areia
franca
23
Solos cuja constituição seja de partículas do mesmo tamanho, são
menos susceptíveis ao processo de compactação, comparados aqueles onde há mistura de
argila, silte e areia. Isto se deve ao fato de as partículas de tamanhos diferentes se arranjarem e
preencherem os poros quando submetidas a uma pressão no solo (MANTOVANI, 1987).
Bacchi (1976) apud Seixas (1988), citou que os solos mais
susceptíveis à compactação são os de textura média à moderadamente grosseira (francos,
franco-arenosos, e franco-siltosos), pela maior facilidade de reorganização de suas partículas.
Ainda, segundo Seixas (1988), os solos altamente porosos são os mais susceptíveis ao
processo de compactação que os solos menos porosos.
Ohu, Ayotamuno e Folorunso (1987), citados por Dias Junior e
Miranda (2000), observaram que os solos com classe textural areia franca são mais
susceptíveis à compactação do que os solos franco-arenosos devido ao teor de areia do
primeiro ser maior do que do solo franco arenoso.
A textura do solo apresenta grande importância no processo de
compactação do solo. Quando determinada pressão externa é aplicada ao solo, o incremento
da pressão exercida por máquinas, equipamentos de transporte ou animais faz com que ocorra
um novo acomodamento e/ou arranjamento das partículas, diminuindo o espaço aéreo do solo,
incrementando a densidade e a resistência à penetração e, decorrente disso, aumentando a
compactação (LIMA, 2004).
A textura do solo influencia o processo de compactação, pois modifica
várias propriedades do solo como a relação do tamanho dos poros, retenção de água,
densidade do solo e resistência crítica do solo à penetração (ALBUQUERQUE et al., 2001).
4.4.2 Densidade do Solo
A densidade do solo é um parâmetro que expressa o peso do solo
considerando o espaço total do solo, ou seja, é uma medida de peso em que é levado em conta
o volume ocupado pelos sólidos e pelos espaços porosos em conjunto (BUCKMAN;
BRADY, 1968).
Pela sua relação direta com a compactação do solo, a densidade é a
propriedade física mais comumente usada para se descrever o estado de compactação
24
(CAMPBELL, 1994 apud ARAUJO, 2004). Segundo Mantovani (1987), o melhor método
direto para se determinar a compactação do solo é o da densidade do solo, já de acordo com
Camargo e Alleoni (1997) pode-se dizer que a densidade do solo é a medida quantitativa mais
direta da compactação.
A densidade do solo (D
s
), também denominada como densidade
aparente ou densidade global, é definida pela relação existente entre a massa (m
s
), em
kilogramas, de uma amostra do solo seco a 110º C e a soma dos volumes (V
t
), em decímetros
cúbicos, ocupados pelas partículas e pelos poros, isto é, a densidade do solo é a razão entre a
massa seca e o volume total do solo, representada pela seguinte expressão matemática:
3
dm
kg
V
m
D
t
s
s
= (1)
em que V
t
inclui o espaço ocupado por água e ar (KIEHL, 1979).
Os valores encontrados pela expressão (1) são bastante variáveis de
acordo com as características do solo, pois a densidade depende da textura, da estrutura e do
grau de compactação do solo (RUIZ, 2003). A fase líquida também afeta o volume aparente,
fazendo variar a densidade aparente conforme o estado de umidade do solo (KIEHL, 1979).
A amplitude de variação da densidade do solo se situa dentro dos
seguintes limites médios, segundo Kiehl (1979): solos argilosos, de 1,00 a 1,25 kg.dm
-3
; solos
arenosos, de 1,25 a 1,40 kg.dm
-3
; solos humíferos, de 0,75 a 1,00 kg.dm
-3
e solos turfosos, de
0,20 a 0,40 kg.dm
-3
.
Camargo e Alleoni (1997), citaram que devido à forma, ao tamanho e
ao arranjamento diferenciado das partículas de areia e argila, os valores médios de densidade
de solos arenosos (1,20 a 1,40 kg.dm
-3
) são maiores do que os solos argilosos (1,00 a 1,20 kg.
dm
-3
). Segundo os mesmos autores, deve-se ter muito cuidado ao considerar o valor absoluto
como referência para concluir se um solo está ou não compactado. São considerados valores
críticos (BOWEN, 1981 apud CAMARGO; ALLEONI, 1997) os valores de 1,55 kg.dm
-3
para
solos franco-argilosos a argilosos e 1,85 kg.dm
-3
para solos arenosos a franco-arenosos
ocorrendo restrição ao desenvolvimento de raízes quando os solos estiverem na “capacidade
de campo”.
25
Segundo Carvalho et al. (2004) não existe um consenso entre os
autores sobre um valor específico que evidencia o nível crítico para a densidade do solo, valor
acima do qual o solo é considerado compactado. Goedert et al. (2002) indicam que valores
entre 0,7 kg.dm
-3
a 1,0 kg.dm
-3
podem ser considerados normais em Latossolo Vermelho, e
propuseram 0,9 kg.dm
-3
como limite permitido quando se deseja sustentabilidade no caso de
Latossolos.
Machado e Brum (1978) afirmaram que a variação nos valores da
densidade do solo, em sua maior parte, é devida à diferença no volume total dos poros. Para
um mesmo solo pode-se ter distintos valores de densidade, segundo as variações que se
produzem no volume de poros.
Vários métodos são usados para a determinação da densidade do solo,
podendo estes ser classificados em métodos destrutivos e métodos não destrutivos. Os
métodos destrutivos são aqueles que dependem da retirada de uma amostra representativa do
solo, devendo apresentar o mínimo possível de perturbação. Neste caso, uma amostra de solo
de volume conhecido é removida, secada e pesada e a densidade é calculada pela relação entre
o peso seco e volume.
Dentre os métodos destrutivos para a determinação da densidade do
solo, destacam-se, segundo Kiehl (1997): o método do balão volumétrico (que consiste em
encher um balão volumétrico de vidro, de paredes grossa e resistentes, com terra seca ao ar,
colocando pequenas porções de cada vez, apoiando o balão sobre uma mesa e batendo com o
punho nas paredes do frasco, a fim de fazer com que a terra se acame), o método do anel ou
cilindro volumétrico (que consiste no uso de um anel de aço, conhecido como anel de
Kopeck, de bordas cortantes e capacidade interna conhecida, geralmente 50 cm
3
. Crava-se o
anel na parede do perfil ou no próprio solo, por pancadas ou pressão, removendo-o a seguir
com excesso de terra, a qual será desbastada com o auxílio de uma faca cortante, até igualar
com ambas as bocas do anel), método do torrão impermeabilizado (que consiste na
impermeabilização; com parafina, borracha crua dissolvida, resina, de um torrão ou
conglomerado, de maneira a permitir mergulhá-lo em água ou outro liquido, a fim de
determinar seus volumes).
Os métodos não destrutivos são aqueles em que são usados aparelhos
mais sofisticados (CAMARGO; ALLEONI, 1997) que permitem a obtenção de melhores
26
resultados. Estes consistem em determinar os valores da densidade do solo tanto em
laboratório como diretamente no próprio campo, através de técnicas como moderação de
nêutrons (KIEHL, 1979), que consiste na aplicação de radiação de nêutrons em amostras de
terras levadas ao laboratório, ou transportando o aparelho ao campo e determinando a
densidade do solo no próprio local, e a tomografia computadorizada de raios gama
(CAMARGO; ALLEONI, 1997).
Segundo Kiehl (1979) quanto mais elevada for a densidade, para uma
mesma classe de solo, maior será a sua compactação e o solo apresentará menor grau de
estruturação, menor porosidade total e maiores serão suas restrições para o crescimento e
desenvolvimento das plantas. A densidade pode ser interpretada como estimativa da
porosidade e compactação do solo, pois, para uma mesma classe textural, quanto maior a
densidade, menor será a quantidade de vazios no solo.
De acordo com Pedrotti et al. (2001) a densidade do solo reflete o
arranjamento das partículas do solo, que por sua vez, define as características do sistema
poroso. A densidade do solo geralmente aumenta com a profundidade do perfil do solo, pois
as pressões exercidas pelas camadas superiores sobre as subjacentes provocam o fenômeno da
compactação, reduzindo a porosidade (KIEHL, 1979).
Anjos et al. (1994) citaram ter sido constatado, em diversos trabalhos,
o efeito dos diferentes sistemas de uso e manejo do solo em suas propriedades físicas. Em
geral, verifica-se um aumento da densidade do solo e uma diminuição da porosidade, da
infiltração e condutividade hidráulica, quando os solos são submetidos a diferentes sistemas de
manejo, em relação ao seu estado natural. Segundo Oliveira Filho et al. (1987) o manejo
inadequado do solo contribui para o aumento da densidade, pela compactação da camada
superior das terras de cultura.
Segundo Pedrotti e Dias Junior (1996), citados por Pedrotti et al.
(2001), a densidade do solo é um dos mais importantes parâmetros físicos para caracterizar e
avaliar os efeitos de diferentes sistemas de manejo na compactação do solo.
O cultivo intensivo aumenta a densidade das camadas superficiais do
solo (MACHADO; BRUM, 1978). Segundo Buckman e Brady (1968) para um solo localizado
no estado de Iowa (EUA), de textura barro síltico (franco-siltoso), para um período superior a
50 anos de cultivo, chegou a apresentar uma densidade aparente de 1,13 kg.dm
-3
e 56,2% de
27
porosidade total e que o mesmo solo não cultivado apresentava uma densidade aparente de
0,93 kg.dm
-3
e uma porosidade de 62,7%. Como se pode observar, o cultivo num prazo
superior a 50 anos, aumentou a densidade aparente das camadas superficiais do solo.
Segundo Pritchett e Fisher (1987 apud SILVA, 2003) o pisoteio de
animais, o emprego de maquinaria pesada de colheita, uso recrecional intensivo ou
movimentação enquanto o solo está úmido são fatores de aumento da densidade do solo,
especialmente em solos de textura fina. Areias compactadas com densidade além de 1,75
kg.dm
-3
ou argilas com densidades maiores que 1,55 kg.dm
-3
podem impedir a penetração de
raízes das árvores.
Lorimer e Douglas (1995), citados em (MARTINS et al., 2002),
estudaram as alterações dos atributos físicos do solo sob diferentes coberturas vegetais e
observaram que, na camada superficial, solos sob pastagem plantada e floresta nativa
apresentaram menor densidade do solo do que solos sob seis cultivos contínuos de trigo.
Benez e Gamero (1982) estudaram o efeito do sistema de plantio
direto e de preparo convencional, no início e após colheita, à profundidade de 0 cm a 10 cm, e
verificaram que a densidade do solo foi significativamente maior nos preparos com aração do
que no sistema de plantio direto, e concluíram que a densidade do solo sofreu variações
induzidas pelas operações de preparo, não indicando mudanças significativas por ocasião da
colheita.
Em estudos realizados por Cintra et al. (1983) para avaliar
características físicas de um Latossolo Roxo Distrófico, em solos com sistema de cultivo
convencional por mais de 15 anos com sucessão trigo-soja e em solo sob mata, concluíram que
solos cultivados convencionalmente apresentaram em profundidade próximas a superfície
níveis altos de densidade do solo, menor porosidade e baixa taxa de infiltração de água em
comparação aos mesmos solos sob mata nativa.
4.4.3 Teor de Água no Solo
A umidade do solo é o mais importante atributo a ser levado em conta
ao se tratar de compactação de solo (CAMARGO; ALLEONI, 1997), podendo ser
determinada, segundo Caputo (1973), pela razão entre o peso da água (em gramas) contida
28
num certo volume de solo e o peso da parte sólida (em gramas) existente neste mesmo
volume, expressa em porcentagem, representada pela expressão matemática:
100×=θ
g
g
P
P
s
a
(2)
sendo
θ teor de umidade, P
a
o peso da água e P
s
o peso do solo seco.
A água é um dos principais componentes do solo, ocupando
juntamente com o ar, todo o espaço poroso existente (KIEHL, 1979), sendo que a máxima
presença de um dos componentes implica na ausência do outro. O equilíbrio entre os
componentes visa um adequado suprimento de água e ar para as plantas, constituindo um dos
mais importantes fatores do solo, indicando a sua adequação como meio de desenvolvimento
radicular (PREVEDELLO, 1996).
De acordo com Mantovani (1987) o teor de água tem grande
influência no processo de compactação do solo, sendo que o teor de umidade favorece a
obtenção da densidade do solo, ficando este próximo ao da umidade correspondente à
capacidade de campo.
Segundo Camargo e Alleoni (1997) as operações no solo devem ser
realizadas com a umidade adequada, sempre mais secos do que úmidos, pois nestas condições
a resistência à compactação é maior.
Segundo Beltrame et al. (1981) o preparo do solo destrói a estrutura
natural da camada arável, e quando realizados sob condições de excesso de umidade causam
compactação, reduzindo as taxas de infiltração, aumentando o volume do escoamento
superficial, principalmente nos solos com declividade acentuada. Nas áreas com baixa
declividade a compactação promove a redução das taxas de infiltração aumentando o tempo de
encharcamento, diminuindo consideravelmente o tempo disponível para seu preparo.
De acordo com Camargo e Alleoni (1997) seja qual for a operação
agrícola, se efetuada quando o solo apresenta teor de água inadequado, provocará deterioração
em seus atributos físicos, especialmente, estrutura e agregação. Segundo os autores, a
mobilização excessiva (tráfego de máquinas e da movimentação do solo por implementos
sobre o mesmo local), produz um número muito grande de pequenos agregados facilitando a
29
formação de crostas na superfície, fazendo com que haja uma inadequada infiltração de água,
tanto na camada superficial como no subsolo.
Em condições semelhantes de solo, o fator determinante da
compactação é o teor de umidade no momento do tráfego, como observado por vários autores.
Segundo Harris (1971 apud ARAÚJO, 2004), em geral, quanto maior
o teor de umidade do solo maior a compactação para uma mesma pressão aplicada, devido à
melhor lubrificação entre suas partículas, o que reduz o atrito entre elas e possibilita maior
compressão. Ao contrário, solos secos apresentam menor deformação com o tráfego de
máquinas resultando em baixos níveis de compactação.
Pereira e Benez (1998) analisaram o efeito de vários níveis de teor de
água e da carga aplicada na compactação de uma Terra Roxa Estruturada em amostras de
classes de agregados, e concluíram que o menor nível de teor de água proporcionou menor
densidade do solo para as condições de agregados e pressão aplicada, e que a compactação do
solo é função do teor de água, da pressão aplicada e do tamanho de agregados com maior
efeito na camada próxima a superfície do solo.
4.5 Parâmetro Mecânico do Solo
4.5.1 Resistência à Penetração
Um dos indicadores de compactação do solo é a resistência do solo à
penetração, que descreve a resistência física que o solo oferece a algo que tenta se mover
através dele, como uma raiz em crescimento ou uma ferramenta de cultivo (GENRO JUNIOR
et al., 2004). Para Balastreire (1990 apud SILVA, 2003), a resistência à penetração do solo, ou
penetrabilidade, é a resistência oferecida à introdução de um corpo sólido na massa de solo.
Segundo Perez–Gomar et al. (2002) a resistência à penetração pode ser utilizada para medir a
resistência do solo ao tráfego com maquinaria, a resistência à penetração de raízes, a
resistência a emergência de plântulas após semeadura e o estado de compactação existente.
A resistência mecânica à penetração vem sendo utilizada, há anos, em
diversos campos da pesquisa agronômica em várias aplicações, como exemplo: na detecção de
camadas compactadas, no estudo da ação de ferramentas de máquinas no solo, no
30
conhecimento de processos de umedecimento, conforme citado por Cunha et al. (2002), e tem
sido utilizada para avaliar o crescimento das culturas, estudar o elongamento das raízes e,
também, avaliar o esforço necessário para a emergência das sementes (SANTOS; LANÇAS,
1999).
Segundo Bradford (1986 apud MAIA, 1999) a resistência do solo à
penetração pode ser considerada um dos fatores mais importantes para se avaliar o grau de
dificuldade que o solo oferece ao desenvolvimento das raízes de uma determinada cultura.
De acordo com Vaz e Hopmans (2001) a resistência mecânica do solo
à penetração é um importante parâmetro do solo que afeta o crescimento da raiz, o transporte
de água e o controle de nutrientes na zona de enraizamento e, segundo Letey (1985), constitui
uma das propriedades físicas do solo diretamente relacionados com o crescimento das plantas.
O aumento da resistência à penetração do solo reduz a taxa de crescimento das raízes,
indiferentemente se for conseqüência do aumento da densidade ou pela redução do conteúdo
de água (STRECK et al., 2003).
Segundo Pedrotti et al. (2001) a resistência à penetração está
relacionada com a textura do solo, com os solos arenosos apresentando menor resistência à
penetração do que solos argilosos devido à menor coesão entre as partículas de areia em
relação às de argila. Vaz e Hopmans (2001) caracterizaram a resistência à penetração do solo
como uma propriedade que depende, além da textura, de outros fatores tais como a densidade
do solo, o teor de água, agregação, cimentação e da mineralogia.
A resistência do solo à penetração, segundo Mantovani (1987), é um
indicador secundário de compactação, não sendo, pois, uma medição física direta de qualquer
condição do solo, tendo outros fatores, além da compactação, que afetam a resistência do solo,
dentre os quais se destaca o teor de umidade do solo.
De acordo com Klein et al. (1998) a resistência do solo é influenciada
por diversos fatores, citando que os mais importantes são a densidade do solo e a umidade do
solo. Ainda, segundo os mesmos autores, como a resistência do solo à penetração aumenta
com a densidade do solo e diminui com a umidade do solo, é fundamental que, quando a
influência de um está sendo estudada, a influência da outra deverá ser controlada.
No campo, a resistência à penetração é bastante variável, sendo muito
influenciada pelas condições do manejo dado ao solo, intensidade de tráfego das máquinas
31
agrícolas, do pisoteio animal sobre o solo e é dependente da umidade do solo (SILVA et al.,
2004).
Na avaliação da resistência mecânica à penetração de raízes no solo,
têm sido utilizados, na maioria das pesquisas, estudos de penetrometria por causa da facilidade
e rapidez na obtenção dos resultados, apesar das diferenças entre uma raiz e um cone metálico
(PRADO et al., 2002).
O impedimento físico à penetração que apresenta um solo é
freqüentemente medido usando um penetrômetro, embora sejam estes muito mais resistentes
que as raízes das plantas (WHALLEY et al., 2005), fornecendo boas estimativas da resistência
mecânica do solo à penetração das raízes (IMHOFF et al., 2000), sendo a medida da
resistência à penetração expressa pela relação entre a força exercida para fazer penetrar um
cone metálico no solo e sua área basal, comumente denominada índice de cone.
Os penetrômetros vêm sendo empregados em grande escala no meio
agrícola, para diversas aplicações, de acordo com Bianchini et al. (2002), por serem de
utilização fácil, rápida e barata, com fácil interpretação dos resultados, principalmente para a
determinação da resistência do solo à penetração de raízes e detecção de camadas de solo
compactadas. Apesar das vantagens do uso dos penetrômetros, a resistência do solo à
penetração varia diretamente com a densidade do solo e inversamente com o conteúdo de água
no solo, dificultando a interpretação caso esses fatores não sejam levados em consideração
(IMHOFF et al., 2000).
O princípio do penetrômetro, de acordo com Camargo e Alleoni
(1997), é baseado na resistência do solo à penetração de uma haste, após recebimento de um
impacto provocado pelo deslocamento vertical de um bloco de ferro colocado na parte
superior da haste, por uma distância conhecida, normalmente 40 cm. Segundo os mesmos
autores, quando o aparelho atinge zonas compactadas maior é o número de impactos para que
a haste desça um comprimento conhecido, indicando uma resposta à maior resistência do solo
à penetração.
Em função do princípio de penetração, os penetrômetros podem ser
denominados de estáticos ou dinâmicos (BEUTLER, 2003). Penetrômetros estáticos consistem
de uma agulha, com um cone na extremidade, ligada a um medidor da força ou pressão
aplicada (HERRICK; JONES, 2002 apud LEÃO, 2002), quando o conjunto é pressionado
32
contra o solo a resistência à penetração é registrada em um dinamômetro (BEUTLER, 2003).
A força exercida pelo operador é normalizada com a área basal do cone fornecendo o
parâmetro índice de cone, em geral, registrado em megapascal (MPa). Penetrômetros
dinâmicos são baseados no fornecimento de uma quantidade de energia cinética ao
penetrômetro, o que faz com que uma haste penetre o solo em decorrência do impacto de um
peso que cai em queda livre de uma altura constante e a mesma se move uma determinada
distância através do solo (BEUTLER, 2003; STOLF, 1991 apud LEÃO, 2002).
Na obtenção do índice de cone podem ser utilizados penetrômetros
manuais ou hidráulicos. Os penetrômetros manuais podem causar imprecisões de leitura
devido à impossibilidade do operador manter uma velocidade constante durante o tempo de
penetração da haste. A grande vantagem dos penetrômetros hidráulicos em relação aos
manuais é que o primeiro opera com velocidade de penetração constante independente da
força resistente do solo, o que é praticamente impossível de se obter com os de acionamento
manual, segundo Lanças et al. (1996 apud SANTOS et al., 1999).
Camargo e Alleoni (1997 apud NAGAOKA, 2003) apontaram alguns
cuidados que devem ser tomados quando da utilização de um penetrômetro para a obtenção de
dados quando se pretende avaliar a resistência à penetração, alertando sobre alguns itens que,
se observados, poderão evitar problemas:
a resistência do solo à penetração é influenciada pela textura do solo;
a utilidade do penetrômetro na medida da compactação do solo é limitada às medidas
feitas para o mesmo solo à mesma umidade;
a maioria dos penetrômetros tem diâmetro maior que as porções das raízes que estão se
alongando;
a resistência real exercida pelo solo à penetração radicular é, em geral, menor que a
resistência medida pelo penetrômetro;
a ponta da raiz tem normalmente camadas de mucilagem que reduzem o coeficiente de
fricção na superfície de contato com o solo quando comparado ao penetrômetro;
a raiz se deforma facilmente, enquanto a ponta do penetrômetro é rígida;
deve-se tomar muito cuidado ao usar o penetrômetro em solos pedregosos, pois apenas um
fragmento de rocha pode invalidar a leitura;
penetrômetros diferentes, em solos iguais, dão medidas diferentes da resistência do solo.
33
De acordo com Lins e Silva (1995) as medidas dos penetrômetros,
para a obtenção do índice de cone do solo, foram padronizadas pela Sociedade Americana de
Engenharia Agrícola, ASAE (1978), traduzido do inglês American Society of Agricultural
Engineers, para atender os seguintes propósitos:
Promover um método comum, para expressar as propriedades mecânicas do solo e facilitar
as interpretações e comparações entre os trabalhos produzidos nos diferentes centros de
pesquisas;
Atender a necessidade de comparações das propriedades dos solos, em trabalhos que
utilizam diversos tipos e condições de solos; e,
Promover um sistema de caracterização de propriedades do solo, no qual pode ser possível
estabelecer relações de desempenho e predição de modelos.
Apesar das limitações, a resistência à penetração do solo é
freqüentemente utilizada para indicação comparativa de compactação, por causa da facilidade
e rapidez, na qual numerosas medidas podem ser realizadas, com os resultados expressos em
termos de força por unidade de área do cone na ponta do penetrômetro (MANTOVANI,1987).
Canarache (1990 apud CAMARGO; ALLEONI, 1997) sugeriu que
valores superiores a 2,5 MPa começam a restringir o pleno crescimento das raízes das plantas,
conforme a Tabela 2.
Tabela 2. Limites de classes de resistência de solos à penetração e graus de
limitação
ao crescimento das raízes
Classes Limites (MPa) Limitações ao crescimento das raízes
Muito baixa Menor de 1,1 Sem limitação
Baixa 1,1 a 2,5 Pouca limitação
Média 2,6 a 5,0 Algumas limitações
Alta 5,1 a 10,0 Sérias limitações
Muito alta 10,1 a 15,0 Raízes praticamente não crescem
Extremamente alta Maior de 15,0 Raízes não crescem
Fonte: Camargo e Alleoni, 1997
34
Alguns pesquisadores consideram a resistência à penetração restritiva
ao crescimento radicular acima de certos valores que variam de 1,5 a 3,0 MPa segundo Grant e
Lanfond (1993) e de 2,0 a 4,0 MPa segundo Arshad et al. (1996), conforme citados em Silva
et al. (2000). Beutler e Centurion (2003) citaram os autores Nesmith (1987), Toop et al.
(1994), Arshad et al. (1996), Tormena et al. (1998), Imhoff et al. (2000) que consideram
críticos valores de resistência à penetração variando entre 1,5 a 4,0 MPa, sendo, em geral, o
valor de 2,0 MPa aceito como impeditivo para o crescimento radicular segundo Tormena et al.
(1998). Sene et al. (1985), citados por Camargo e Alleoni (1997), consideraram como críticos
os valores variando de 6,0 a 7,0 MPa para solos arenosos e em torno de 2,5 MPa para solos
argilosos.
Como citado em Mantovani (1987) e Castro Neto (2001), a resistência
à penetração pode ser obtida facilmente em diversas profundidades, entretanto, para que os
dados possam ser comparados, o teor de umidade deverá ser o mesmo em todos os níveis de
profundidade.
Na interação da resistência à penetração com outros atributos, como a
densidade do solo e o teor de água, Mantovani (1987) afirmou que há um aumento na
resistência à penetração com o incremento da densidade do solo. Stirzaker et al. (1996 apud
BEUTLER, 2003) verificaram que o efeito do conteúdo de água na resistência à penetração foi
maior com o aumento da densidade do solo, sendo que pequenas alterações na densidade
proporcionaram acentuado aumento da resistência à penetração em solos mais compactados e
secos.
4.6 Conceitos e Fundamentos sobre Conjuntos e Lógica Fuzzy
Na teoria de conjuntos clássica, segundo algum critério, um elemento
pertence ou não a um dado conjunto, estando a pertinência do elemento baseado na função
característica, dada pela definição;
35
Definição 1. (Função característica)
Seja U um conjunto universo de discurso, A um subconjunto de U
( UA
), e x um elemento particular de U. Define-se a função característica como sendo uma
função
{}
1 , 0: U
A
com
=
Ax
Ax
x
A
se , 0
se , 1
)(
μ
(3)
Pode-se observar que a função característica, assim definida, é um
mapeamento do conjunto universo U, para os elementos do conjunto
{
}
1 , 0
, assumindo deste
modo apenas valores discretos e dividindo o conjunto universo em duas partes com fronteiras
bem definidas.
A teoria dos conjuntos fuzzy, introduzida por Zadeh (1965), surgiu
como um meio de representação e manipulação de dados imprecisos, e são conjuntos que não
possuem fronteiras bem definidas como na teoria usual de conjuntos. Estes foram propostos
pelo fato dos conjuntos clássicos apresentarem limitações para lidar com problemas onde
transições (passagem de pertinência para a não pertinência) de uma classe para outra
acontecem de forma lenta e gradual.
Zadeh (1973) propôs uma caracterização mais ampla, generalizando a
função característica de maneira que esta pudesse assumir um número infinito de valores no
intervalo [0,1], sugerindo que alguns elementos são mais membros (pertinentes) de um
conjunto do que outros. Neste caso, o grau de pertinência pode assumir qualquer valor no
intervalo fechado [0, 1], sendo o valor 0 usado para representar não-pertinência completa, o
valor 1 usado para representar pertinência completa, e os valores entre 0 e 1 usados para
representar os graus intermediários de pertinência do subconjunto A. Esta generalização, faz
com que a função característica passa a ser contínua no seu domínio, aumentando o poder de
expressão da função característica.
Na teoria dos conjuntos fuzzy, a idéia da função da inclusão é
flexibilizada, a qual indica que um determinado elemento pertence mais ao conjunto do que
outros elementos pertencentes ao mesmo conjunto, ou seja, os elementos podem pertencer
parcialmente ao conjunto.
36
A função que define o grau de pertinência de um determinado
elemento em um conjunto fuzzy, levando em consideração o seu universo de discurso, é
definida como função de pertinência. Formalmente, temos a seguinte definição:
Definição 2. (Função de pertinência) (ZADEH, 1965)
Seja U um conjunto universo não vazio (
φ
U ). Um conjunto fuzzy A
em
U é caracterizado por sua função de pertinência
[
]
)(
1 , 0 :
A
A
xx
U
μ
a
(4)
sendo
)(x
A
interpretado como o grau de pertinência do elemento x no conjunto fuzzy A para
cada
Ux
.
Pode ser observado, da definição 2, que um conjunto fuzzy
A em um
conjunto universo
U é um conjunto de pares ordenados de um elemento genérico x e seu
respectivo grau de pertinência
)(x
A
, e este é completamente determinado pelo conjunto de
n-uplas
()
{}
UxxxA
A
= )(,
μ
(5)
A família de todos (sub)conjuntos fuzzy em
U é denotado por Y (U).
Subconjuntos fuzzy da reta real são chamados de variáveis fuzzy.
A terminologia usada para denotar um conjunto fuzzy pode ser feita
das seguintes formas, para o caso quando se tem conjuntos fuzzy discretos ou contínuos:
a) Conjuntos Fuzzy Discretos
Seja um conjunto fuzzy
A discreto e finito, tendo elementos definido
no universo de discurso finito
U =
{
}
n
xxx ,,,
21
K . Neste caso, o conjunto fuzzy A, com suporte
em
U, pode ser determinado enumerando os seus elementos juntamente com os seus graus de
pertinências, e denotado por:
=
=+++=
N
1
NN2211
/)(/)(/)(/)(
i
iiAAAA
xxxxxxxxA
μμμμ
L (6)
37
sendo que a somatória se refere a operação união, e o termo
ii
xx /)(
A
, i = 1, 2, ..., N,
significa que )(
A i
x
é o grau de pertinência de x
i
em A.
b) Conjuntos Fuzzy Contínuos
Seja um conjunto fuzzy A contínuo, tendo elementos definidos no
universo de discurso U. No caso contínuo, o conjunto fuzzy A é representado por:
=
U
iiA
xxA /)(
μ
(7)
onde o sinal da integral se refere à união de conjuntos unitários fuzzy.
Quanto ao formato das funções de pertinências, este é restrito a certa
classe de funções, representadas por alguns parâmetros específicos. Os formatos mais comuns
são: linear por partes (triangular, trapezoidal), gaussiana, sigmóide e singleton (conjuntos
unitários).
1. Função Triangular:
Parâmetros (a,m,b), com a m b
()
[]
[]
=
bx
b,mx
mb
xb
m,ax
am
ax
ax
x
se ; 0
se ;
se ;
se ; 0
A
μ
(8)
Figura 3.
Função de pertinência triangular
onde a, b, m e x pertencem ao conjunto universo de discurso U.
1
m
b a x
)(
A
x
38
2. Função Trapezoidal: Parâmetros (a,m,n,b), com a m, n b e m n
()
[]
[]
[]
>
<
=
bx
bnx
nb
xb
nmx
max
am
ax
ax
x
se ; 0
, se ;
, se ; 1
, se ;
se ; 0
A
μ
(9)
Figura 4. Função de pertinência trapezoidal
onde a, b, m, n e x pertencem ao conjunto universo de discurso U.
3. Função Gaussiana:
()
2
)(
A
mxk
ex
=
μ
;
()
1>k (10)
Figura 5. Função de pertinência gaussiana
4. Função Sigmóide
()
[]
[]
=
bx
b,mx
ab
bx
m,ax
ab
ax
ax
x
se ; 1
se ; 21
se ; 2
se ; 0
2
2
A
μ
(11)
Figura 6. Função de pertinência sigmóide
onde
2
ba
m
+
=
)
(
x
A
μ
a m b
x
1
0
0
1
)(
A
x
n
m
b a x
0
x
1
)(
A
x
m
39
5. Conjunto Unitário ( Função singleton): Parâmetros (m,h)
=
=
contrário caso , 0
se ,
)(
mxh
x
A
μ
(12)
Figura 7. Conjunto unitário
Nem sempre a escolha do formato da função de pertinência mais
adequada é óbvia, podendo inclusive não estar ao alcance do conhecimento para uma
determinada aplicação (DELGADO, 2002). No entanto, existem sistemas fuzzy cujos
parâmetros das funções de pertinências podem ser completamente definidos por especialistas.
Nestes casos, a escolha de funções triangulares e trapezoidais é mais comum, pois a idéia de se
definir regiões de pertinências total, média e nula é mais intuitiva do que a especificação do
valor médio e de dispersão, conceitos estes ligados às funções gaussianas.
Outro conceito importante na teoria de conjuntos fuzzy é o de
conjunto suporte de um conjunto fuzzy A. O conjunto suporte de um conjunto fuzzy A é o
subconjunto dos pontos x de U tal que a função de pertinência seja positiva, isto é,
0)( >x
A
.
Formalmente, tem-se a seguinte definição:
Definição 3. (Conjunto Suporte)
Seja U um conjunto universo não vazio (
φ
U ), e A um subconjunto
de U (
UA ). O suporte Sup(A) do conjunto fuzzy A é o conjunto de todos os elementos
Ux tal que a função de pertinência tem valor maior que zero, ou seja,
{
}
0)()( >= xUxASup
A
μ
. (13)
h
m
x
)(
A
x
μ
40
Definição 4. (Conjunto unitário fuzzy)
Seja U um conjunto universo não vazio (
φ
U ), e A um subconjunto
de U (
UA ), então um conjunto fuzzy A cujo conjunto suporte Sup(A) é um único ponto de
U com
1)( =x
A
μ
é chamado de conjunto unitário fuzzy.
Da definição 4, observa-se que o conjunto A é um conjunto unitário, e
equivale a um conjunto unitário convencional, e ainda, por esta definição, os conjuntos
clássicos passam a ser um caso específico na teoria dos conjuntos fuzzy.
Definição 5. (Igualdade de conjuntos fuzzy)
Sejam A e B subconjuntos fuzzy de um conjunto clássico U. Os
conjuntos fuzzy A e B são iguais, e denotados A = B se, somente se,
)()( xx
BA
= para todo
Ux
.
Definição 6. (Conjunto fuzzy vazio)
Um conjunto fuzzy de um universo de discurso U , é definido um
conjunto vazio se para cada
Ux
, 0)(
=
Φ
x
Definição 7. (Conjunto universal)
O maior subconjunto fuzzy no universo de discurso U, chamado de
conjunto fuzzy universal em U, denotado por
U
1 , é definido por 1)(1
=
x
U
, para todo Ux
.
Definição 8. (Centro de um conjunto fuzzy)
Seja U um conjunto universo não vazio (
φ
U ), e A um subconjunto
de U (
UA ). O centro de um conjunto fuzzy é definido como o conjunto de elementos
Ux
, nos quais )(x
A
alcança seu valor máximo.
41
Definição 9: (Conjunto Fuzzy Normalizado)
Seja U um conjunto universo não vazio (
φ
U ), e A um subconjunto
de U (
UA ). Um conjunto fuzzy A é normalizado se pelo menos um de seus elementos
possuir grau de pertinência igual a 1, ou seja, 1)(
A
=
i
x
, com Ux
i
.
Figura 8. Conjunto fuzzy normalizado e não normalizado
Definição 10: (Altura de um Conjunto Fuzzy)
Seja U um conjunto universo não vazio (
φ
U
), e A um subconjunto
de U (
UA ). A altura de um conjunto fuzzy A corresponde ao maior grau de pertinência
assumido por um de seus elementos, ou seja, simbolicamente,
)(max)(
iA
Ux
xAAlt
i
=
, i = 1, 2, ...
Figura 9.
Altura de um conjunto fuzzy
0
x
1
A
0
0
(Normalizado)
x
1
A
μ
x
1
A
μ
(Não-Normalizado)
42
4.6.1 Operadores e Operações dos Conjuntos Fuzzy
Para os sistemas que utilizam a lógica fuzzy, o processamento de
informações fuzzy é normalmente consistido de operações que são realizadas sobre os seus
conjuntos fuzzy.
Como na lógica clássica, algumas propriedades foram definidas por
Zadeh (1965) a respeito dos operadores de conjuntos fuzzy.
Sejam A e B dois conjuntos fuzzy definidos em um universo de
discurso U com funções de pertinências
)(x
A
e )(x
B
, respectivamente. As operações fuzzy
básicas de união, intersecção e complemento são definidas por Zadeh, (1965):
Definição 11: (Conjunto União)
A união entre dois conjuntos fuzzy A e B, pertencentes a um mesmo
universo de discurso U, é formado por todos os valores máximos entre
)(x
A
e )(x
B
, para
todo
Ux . Formalmente, tem-se:
(
)
(
)
)(),(max)()()( xxxxx
BABABABA
=
=
=
(14)
(a)
(b)
Figura 10. (a) Diagrama dos conjuntos A e B (b) Diagrama da união
B
A
0
0
x
2
x
1
x
2
A B
x
1
x
1
A
μ
B
A
B A
x
1
A
μ
43
Definição 12. (Conjunto Intersecção)
A intersecção entre dois conjuntos fuzzy
A e B, pertencentes a um
mesmo universo de discurso
U, é formado por todos os valores mínimos entre )(x
A
e
)(x
B
, para todo Ux , ou seja,
(
)
(
)
)(),(min)()()( xxxxx
BABABABA
μ
μ
μ
μ
μ
μ
μ
=
=
=
(15)
(a) (b)
Figura 11. (a) Diagrama dos conjuntos
A e B (b) Diagrama da intersecção B
A
Definição 13. (Conjunto Complemento)
O complemento de um conjunto fuzzy
A, pertencente a um universo de
discurso
U, é formado pela subtração de )(
A
x
do valor unitário 1, ou seja,
)(1)(
xx
A
A
=
&&&
; Ux
. (16)
Figura 12. Diagrama do complemento (
A
) do conjunto A
0 0
x
2
x
1
x
2
x
1
A B
x
1
A
B
A
B A
x
1
A
0
x
2
x
1
A
A
x
1
A
44
Generalizando, uma coleção de conjuntos fuzzy A
i
, todos definidos em
um mesmo universo de discurso
U, tem as seguintes operações:
União total:
(
)
)(,),(),(max)(
21
1
xxxx
mi
AAAA
m
i
μμμμ
KU =
=
Intersecção Total:
(
)
)(,),(),(min)(
21
1
xxxx
mi
AAAA
m
i
μμμμ
KI =
=
Como na teoria de conjuntos clássica, se define também propriedades
para conjuntos fuzzy como segue:
i) Propriedade Comutativa:
ABABBABA
xxxx
=
=
=
)()()()(
ABABBABA
xxxx
=
=
=
)()()()(
ii) Propriedade Associativa
()
(
)
=
=
)()()( xxx
CBACBA
(
)
()
CBACBA
xxx
=
=
)()()(
()
(
)
)()()( xxx
CBACBA
μ
μ
μ
μ
=
(
)
()
CBACBA
xxx
=
=
)()()(
iii) Propriedade Distributiva
()
(
)
=
=
)()()( xxx
CBACBA
(
)
(
)
()()
CABACABA
xxxx
=
=
μ
μ
μ
μ
μ
)()()()(
()
(
)
=
=
)()()( xxx
CBACBA
μ
μ
μ
μ
(
)
(
)
()()
CABACABA
xxxx
=
=
μ
μ
μ
μ
μ
)()()()(
45
iv) Idempotência
)()( xx
AAA
μ
μ
=
)()( xx
AAA
μ
μ
=
v) Identidade
)()( xx
AA
μ
μ
=
Φ
)()( xx
A ΦΦ
=
μ
μ
)()( xx
UUA
μ
μ
=
)()( xx
AUA
μ
μ
=
vi) Lei de Morgan
)()(
)(
_______
xx
BA
BA
=
μ
μ
)()(
)(
_______
xx
BA
BA
=
μ
μ
Uma conseqüência da definição de conjunto fuzzy em contraste com
os conjuntos clássicos é a Lei do Meio Excluído e a Lei da Contradição (ORTEGA, 2003). Na
teoria de conjuntos clássica, os conjuntos usuais satisfazem:
UAA = e
Φ
=
AA . Na
teoria de conjuntos fuzzy isto não é satisfeito devido à flexibilização da função característica,
como pode ser visto nas propriedades abaixo:
vii) Contradição: UAA
viii) Meio excluído:
Φ AA
Além das operações mostradas, outras podem ser usadas para definir
operações para união e intersecção de conjuntos fuzzy. Para estas classes de operações foram
criadas duas famílias de operadores denominadas normas triangulares ou T-normas e Co-
normas triangulares ou S-normas, formalmente, definidas a seguir (FULLÉR, 1995).
46
Definição 14 (Norma triangular)
Um operador T: [0, 1] × [0, 1] [0, 1] é chamado um operador
Norma Triangular (T-norma) se, e somente se, T é um operador comutativo, associativo, não-
decrescente em cada um dos seus pontos e T(x, 1) = x, para todo
[
]
1,0
x .
Em outras palavras, da definição 14, tem-se que qualquer T-norma
satisfaz as propriedades:
T(x, y) = T(y, x) (comutatividade)
T(x, T(y, z)) = T(T(x, y), z) (associatividade)
T(x, y) T(z, w) se x z e y w (monotonicidade)
T(x, 1) = x, para todo
[
]
1,0
x (identidade)
De maneira similar, um operador Co-norma Triangular é definido
como segue:
Definição 15
(Co-norma triangular)
Um operador S: [0, 1] × [0, 1] [0, 1] é chamado um operador Co-
norma Triangular (T-conorma) se S é comutativo, associativo, não-decrescente ponto a ponto
(em cada argumento) e S(x, 0) = 1, para todo
[
]
1,0
x
.
Em outras palavras, qualquer T-conorma S deve satisfazer as
seguintes propriedades:
S(x, y) = S(y, x) (comutatividade)
S(x, S(y, z)) = S(S(x, y), z) (associatividade)
S(x, y) S(z,w) se x z e y w (monotonicidade)
S(x, 0) = x, para todo
[
]
1,0
x (identidade)
47
Definição 16. (T-norma baseada na intersecção)
Seja T uma T-norma. A T-intersecção de dois conjuntos fuzzy A e B,
em um conjunto de discurso U, é definida como:
(
)
(
)
)(),()(),(min)( xxTxxx
BABABA
=
=
(17)
para todo
Ux
.
A operação união pode ser definida através do operador co-norma
triangular.
Definição 17 (T-conorma baseada na união)
Seja S uma T-conorna. A S-união de dois conjuntos fuzzy A e B, em
um conjunto de discurso U, é definida como:
(
)
(
)
)(),()(),(max)( xxSxxx
BABABA
=
=
(18)
para todo
Ux
.
Em geral, a lei do meio excluído e o princípio da contradição não
satisfazem as propriedades de T-norma e T-conorma, definidas as operações de intersecção e a
união, como descritas a seguir:
(
)
(
)
Φ
=
=
)(),()(),(min)( xxTxxx
A
A
A
A
AA
e, portanto, Φ AA
(
)
(
)
UxxSxxx
A
A
A
A
AA
=
=
)(),()(),(max)(
μ
μ
μ
μ
μ
e, portanto, UAA
O emprego do operador mínimo representando a T-norma e do
operador máximo representando a S-norma foram propostos por Zadeh (1965), destarte,
existem outras T-normas (tais como: mínimo, produto algébrico, produto limitado, produto
drástico) e S-conormas (tais como: máximo, soma algébrica, soma limitada, soma drástica)
que podem ser empregadas na definição dos sistemas fuzzy (PEDRYCZ; GOMIDE, 1998).
48
4.6.2 Relações Fuzzy
As relações fuzzy são generalizações das relações usuais utilizadas na
teoria clássica dos conjuntos, e por serem mais gerais do que funções, estas permitem que as
dependências entre as variáveis envolvidas sejam capturadas sem que nenhuma caracterização
direcional particular seja fixada, ou seja, não há domínio e contradomínio (PEDRYCZ;
GOMIDE, 1998).
Relações fuzzy entre conjuntos fuzzy podem ser construídas a partir do
produto cartesiano dos mesmos, sendo o produto cartesiano fuzzy a intersecção entre
conjuntos fuzzy de universos de discurso diferentes (SHAW; SIMÕES, 1999).
Definição 18 (Produto cartesiano de conjuntos fuzzy)
Sejam U e V dois universos de discurso. O produto cartesiano de dois
conjuntos fuzzy A
Y (U) e B Y (V) é definido (FULLÉR, 1995) por:
{
}
)(),(min),( yxyx
BABA
=
×
, (19)
com VUyx
×),(
Pela definição, nota-se que o produto cartesiano de dois conjuntos
fuzzy
AY (U) e BY (V) é uma relação fuzzy binária em
VU
×
, ou seja,
B
A×∈Y (
VU
×
).
Sejam
U e V dois universos de discursos quaisquer. Uma relação
fuzzy, definida em um espaço bidimensional, é qualquer conjunto fuzzy do universo de
discurso, definido no produto cartesiano
VU
×
, que associa cada elemento (x, y) em
VU
×
um
grau de pertinência, denotado por
),( yx
R
, definido no intervalo unitário, ou seja,
[]
1,0: ×VUR . Neste caso, a função característica é definida como
=
contrário caso , 0
),( se , 1
),(
Ryx
yx
R
μ
(20)
49
e a relação fuzzy é vista como uma generalização do produto cartesiano clássico
{}
1,0×VU dada por:
()
{}
VUyxyxyxR
R
×= ),( ),(),,(
μ
(21)
Generalizando as relações bidimensionais fuzzy, podem ser obtidas
relações multidimensionais fuzzy, denominadas de relações fuzzy
n-ária, dadas por:
[
]
1,0:
21
×
×
×
n
UUUR L
sendo
U
1
, U
2
, ... , U
n
conjuntos universos de discurso.
De acordo com Lee (1990) uma relação
n-ária é um conjunto fuzzy em
n
UUU ××× L
21
dado por:
()
{}
nnnRn
UUUxxxxxxxxxR ×××= KKKK
21212121
),,,( ),,,(),,,,(
μ
sendo (
n
xxx ,,,
21
K ) elementos dos conjuntos nos universos de discurso.
Se os valores
n
xxx ,,,
21
K são discretos, a relação fuzzy R, definida
em (21), pode ser expressa em forma matricial, relacionando os elementos pertencentes aos
diferentes conjuntos fuzzy.
Como exemplo, suponha que se queira expressar a relação fuzzy de
um sistema de conceito “ambiente confortável” em termos de temperaturas e umidades.
Considere o universo de discurso para temperatura dado por:
{
}{ }
22 ,20 ,18,,
321
=
=
xxxU , e o
universo de discurso para os graus de umidade dado por:
{
}{ }
07 ,50 ,30,,
321
=
=
yyyV . Pode-
se estabelecer o grau de relação entre cada valor de temperatura com cada valor da umidade e,
desta forma, o conceito de ambiente confortável pode ser representado pelas funções de
pertinências:
20)7022()3022()7018()3018( ,,,,,
RRRR
=
=
=
=
60)5022()5018( ,,,
RR
=
=
50)7020()3020( ,,,
RR
=
=
μ
μ
15020
=
),(
R
50
e, deste modo, podendo ser elaborada uma matriz de relação fuzzy, onde as colunas são as
umidades, as linhas são as temperaturas consideradas e os valores são os graus com que as
temperaturas se relacionam com as umidades, dada por:
=
2,06,02,0
5,00,15,0
2,06,02,0
R
Como no caso de conjuntos fuzzy, as relações fuzzy podem ser
combinadas e definidas as operações de união, intersecção e complemento, como dadas nas
definições a seguir. Estas operações são importantes porque elas podem descrever interações
existentes entre as variáveis. Sejam
R e S duas relações fuzzy binárias em
VU ×
, dadas por
()
{}
VUyxyxyxR
R
×= ),( ),(),,(
μ
()
{}
VUyx yxyxS
S
×= ),(),(),,(
μ
Definição 19 (Intersecção de relações fuzzy)
Sejam
R e S duas relações fuzzy binárias VU
×
. A intersecção das
relações fuzzy
R e S é definida por:
()
{
}
),(),,(min),( yxyxyx
SRSR
=
, VUyx ×
),( .
Definição 20. (União de relações fuzzy)
Sejam
R e S duas relações fuzzy binárias VU
×
. A união das relações
fuzzy
R e S é definida por:
()
{
}
),(),,(max),( yxyxyx
SRSR
=
, VUyx ×
),(.
Definição 21. (Complemento de relações fuzzy)
Sejam
R e S duas relações fuzzy binárias VU
×
. O complemento de
uma relação fuzzy
R é definido por:
),(1),( yxyx
R
R
=
,
VUyx
×
),(
.
51
4.6.3 Composição de Relações Fuzzy
As relações fuzzy definidas em diferentes conjuntos de discurso
podem ser combinadas utilizando-se de diferentes operadores de composição, sendo a
composição mais conhecida dada como na definição a seguir:
Definição 22. (Composição de Relações Fuzzy)
Sejam
U, V e W três universos de discurso. Seja R uma relação fuzzy
em
VU × e S uma relação fuzzy em WV
×
. A composição das relações R e S é uma relação
fuzzy sup-
T, representada por SR o , definida como:
(
)
{
}
),/(),(),,(sup zxzyyxTSR
WU
SR
Vy
×
=
μμ
o . (22)
As composições mais usadas, definidas sobre as relações fuzzy, são
aquelas que utilizam o operador mínimo e máximo sendo, respectivamente, denominadas
composição sup-min e sup-max, que combinam relações fuzzy de produtos de espaços
diferentes. Fazendo a notação:
(
)
{
}
)z,y(),y,x(T)z,x(
SR
Vy
SR
=
sup
o
, (23)
a função de pertinência da composição de relações fuzzy, no caso discreto, a composição sup-
min é denominada max-min, podendo esta ser representada em forma matricial, sendo cada
um dos termos da matriz, ),(
zx
SRo
, dado por:
(
)
{
}
),(),,(minmax),( zyyxzx
SR
Vy
SR
μ
μ
μ
=
o
(24)
e, portanto, a composição max-min entre
R e S é o seguinte conjunto fuzzy:
=
WzVyUxzyyxzxSR
SR
Vy
,,)]}),(),,({min[max),,((
μμ
o
. (25)
Pelo que foi visto, se
R e S são duas relações fuzzy em VU
×
e
WV × , com },,,{
21 n
xxxU K= , },,,{
21 m
yyyV K
=
e },,,{
21 t
zzzW K
=
, respectivamente,
52
conjuntos fuzzy finitos, a forma matricial da relação SR o , considerando a composição max-
min, é obtida como na multiplicação de matrizes usual, substituindo a operação produto pelo
mínimo e a operação soma pelo máximo. Deste modo, se
R é uma relação fuzzy em VU
×
e S
é uma relação fuzzy em
WV ×
, então, R e S podem ser representadas, respectivamente, por:
nmnnn
m
m
m
rrrx
rrrx
rrrx
yyy
R
L
MM
L
L
L
21
222212
112111
21
= e
mtmmm
t
t
t
sssy
sssy
sssy
zzz
S
L
MM
L
L
L
21
222212
112111
21
=
e, portanto, usando a definição 22, a relação fuzzy
SRQ o
=
dada pela composição max-min,
tem a forma matricial
ntnnn
t
t
t
qqqx
qqqx
qqqx
zzz
Q
L
MM
L
L
L
21
222212
112111
21
=
onde,
)},{min(max)]},(),,({min[max),(
ijik
k
jkSkiR
y
SRij
srzyyxyxq
k
=
==
μ
μ
μ
o
De modo análogo, pode ser definida uma composição inf-
S de relações
fuzzy
R e S, com os elementos da composição definida como:
(
)
{
}
),(),,(inf),( zyyxSzx
SR
Vy
SR
=
o
que para o caso discreto, com a utilização do operador máximo, tem-se a composição min-
max, expressa como:
=
WzVyUxzyyxzxSR
SR
Vy
,,)]}),(),,({max[min),,((
μμ
o
53
Como exemplo de composição de relações fuzzy sejam R e S duas
relações fuzzy discretas, dadas por:
01800100
80018090
01800130
00903001
,,,,
,,,,
,,,,
,,,,
R = ;
103020
001030
500001
900101
,,,
,,,
,,,
,,,
S =
Para melhor compreender a composição de relações fuzzy, é
construído um grafo, explicitando a composição das variáveis (x
2
, z
3
), com x
2
correspondendo
aos valores da segunda coluna em R e os valores de z
3
correspondentes à terceira coluna em S,
e para os demais pares de variáveis o raciocínio é análogo.
Figura 13. Composição das variáveis (x
2
, z
3
)
Considerando o operador mínimo (min) como T-norna, a composição
SR o
para as variáveis (x
2
, z
3
) torna-se:
(
){}
=
=
),(),,(minmax),(
32
zyyxzx
SR
Vy
SR
o
{}
==
)1,0;0,1min();0,0;8,0min();5,0;0,1min();9,0;3,0min(max
Vy
{}
5,01,0;0,0;5,0;3,0max
=
=
Vy
0
,
1
0
,
0
0
,
5
0
,
9
1
,
0
0.8
1
,
0
0
,
3
W U
x
1
x
2
x
3
x
4
V
z
1
z
2
z
3
y
1
y
2
y
3
y
4
54
Para todos os outros pares de variáveis envolvidas, de modo análogo,
tem-se a matriz de composição dada por:
503001
909090
503001
900101
103020
000130
500001
900101
01800100
80018090
01800130
00903001
,,,
,,,
,,,
,,,
,
,,
,,
,,,
,,,
,,,,
,,,,
,,,,
,,,,
SR == oo
4.6.4 Variáveis Lingüísticas
As variáveis lingüísticas são variáveis que permitem a descrição de
informações que estão normalmente disponibilizadas de forma qualitativa, ou seja, são
variáveis cujos possíveis valores são palavras ou frases, ao invés de números (PEDRYCZ;
GOMIDE, 1998), podendo ser representadas mediante um conjunto fuzzy. Estas são expressas
qualitativamente através de termos lingüísticos, fornecendo um conceito à variável, e
quantitativamente por uma função de pertinência.
Cada variável lingüística tem um conjunto de termos fuzzy associados
(denominados termos primários) que é o conjunto de valores que a variável fuzzy pode tomar.
Por exemplo, a variável fuzzy compactação do solo pode ter o conjunto de termos primários
{baixa, média, alta}, sendo que cada termo primário representa um conjunto fuzzy específico.
Zadeh (1975) definiu, formalmente, a variável lingüística fuzzy através
da quíntupla: < X, T(X), U
X
, G, M >, com X representando o nome da variável lingüística
(rótulo associado a uma variável lingüística); T(X) representa o conjunto de termos
lingüísticos, com cada elemento de T(X) representando um rótulo l (tamanho da base) dos
termos que a variável X pode assumir; U
X
é o universo de discurso da variável lingüística X ; G
representa a gramática para a geração dos termos ou rótulos; M é a regra que associa a cada
rótulo (l), um conjunto fuzzy no universo U
X
, representando o seu significado M(l).
Como exemplo, considere como variável lingüística a “resistência do
solo à penetração (RP)”. Admitindo valores lingüísticos: baixa, média e alta, para a variável
“resistência do solo à penetração”, cada um destes valores lingüístico admite valores
numéricos num intervalo [0, RP
max
], e assim, podendo projetar os valores lingüísticos sobre o
55
intervalo [0, RP
max
] através de funções de pertinências. À atribuição de um significado para os
termos lingüísticos, é associado a cada um destes termos um conjunto fuzzy definido sobre um
universo de discurso comum. Assim, desde que uma variável lingüística tem por característica
assumir valores dentro de um conjunto de termos lingüísticos (cada termo da variável
“resistência do solo à penetração”), cada valor fuzzy da “resistência do solo à penetração”, que
são elementos de T(RP), é caracterizado por um conjunto fuzzy, digamos; baixa: [0,0 , 2,5],
média: [2,6 , 5,0] e alta: [5,1 , 15,0] , em um universo de discurso, por exemplo [0,0 , 15,0].
Na Figura 14 é mostrado como os elementos da variável fuzzy “resistência do solo à
penetração” podem ser dispostos pela quíntupla < X, T(X), U
X
, G, M >.
Figura 14. Variável lingüística “resistência do solo à penetração”
e um conjunto fuzzy de valores discretos
Pela Figura 14 pode-se citar a variável lingüística com rótulo
X = resistência do solo à penetração, com conjunto de termos T(resistência do solo à
penetração) = {baixa, média, alta}, universo de discurso U = [0,0 , 15,0] e um dos valores
M(X) escrito como:
]}MPa 50,1 , MPa 0,0[))(,({ =)( xxxbaixa
baixa
μ
M .
1,0 1,0 0,8 0,4
0,0
0,2
Universo
de discurso
0,8 0,4 0,6
0,6
1,0
Resistência do solo
à penetração
0,2
Baixa
Média
Alta
2
,
5
2
,
7
2
,
2 2
,
4
2
,
9 3
,
0
15
,
0
2
,
0
Graus de
Pertinências
Variável Fuzzy
Valores Fuzzy
56
Na Figura 15 são ilustrados três possíveis termos lingüísticos para a
variável representando a “resistência do solo à penetração”.
Figura 15. Representação da variável lingüística resistência do solo à penetração.
Supondo uma medida do universo de discurso e tendo em conta que
foram definidas três funções: duas retangulares (baixa e alta) e uma triangular (média), que
qualquer valor da resistência à penetração, por exemplo 2,2 MPa, tem um único grau de
pertinência a cada valor:
6,0)2,2(
=
baixa
4,0)2,2(
=
média
0,0)2,2(
=
alta
e, pode ser observado sobre o eixo
)(x
RP
a fuzzyficação da medida, ou seja, a conversão da
medida, de valor 2,2 MPa do universo de discurso, em valores compreensíveis para fuzzy, é
dada por:
2,2 MPa = 0,6 “baixa” + 0,4 “média” + 0,0 “alta”.
4.6.5 Operações com Variáveis Lingüísticas
As principais operações entre variáveis lingüísticas são realizadas por
meio da utilização dos conectivos “
e”, “ou” e “não”, e por meio desses conectivos podem ser
realizadas composições lógicas entre os termos das variáveis lingüísticas. Assim, dados dois
)(x
Rp
μ
BAIXA MÉDIA
ALTA
0
,
0 2
,
01
,
0 3
,
0 4
,
0 R
P
(
MPa
)
0
,
0
0
,
2
0
,
4
0
,
6
0
,
8
1
,
0
57
termos A e B de uma determinada variável lingüística, as operações compostas “A e B” e “A
ou B” são definidas, respectivamente, em função de seus graus de pertinências por:
A
e B )(x
A
e )(x
B
=
(
)
)(),(min xx
BA
A
ou B )(x
A
ou )(x
B
=
(
)
)(),(max xx
BA
Para a operação de complemento “
não” de uma variável lingüística A,
tem-se a expressão:
não A 1 –
)(x
A
μ
4.6.6 Relações de Implicações
Sejam A e B dois conjuntos fuzzy, com suas funções de pertinências
)(x
A
e )(y
B
, em
VU ×
, respectivamente. A implicação fuzzy entre os conjuntos fuzzy A e
B é um novo conjunto fuzzy C, representado por C =
BA
, se define como um tipo especial
de relação fuzzy em
VU × , definida mediante a função de pertinência
[
]
1,0: ×
VU
BA
,
tal que
(
)
)(),(),( yxIyx
BABA
=
,
VyUx
,
(26)
onde,
[][] []
1,01,01,0: ×I é um operador de implicação obedecendo as seguintes
propriedades, para
x, x’, y, y
[
]
1,0 :
se
yy
então
),(),( yxIyxI
1),0( =yI
yyI =),1(
Uma interpretação simples consiste em definir a implicação fuzzy
através de uma função de pertinência particular mediante o operador mínimo (min),
representando a implicação fuzzy pela função de pertinência:
)}(),(min{),( yxyx
BABA
=
.
58
4.6.7 Inferência de Regras Fuzzy
O processo de inferência fuzzy ou raciocínio aproximado permite que
sistemas fuzzy sejam elaborados por um conjunto de regras fuzzy através de proposições
condicionais, do tipo “
se (condição) ... então (ação)”, baseadas nas variáveis lingüísticas para
executar um processo de tomada de decisão.
As regras fuzzy descrevem situações específicas que podem ser
submetidas à análise de especialistas, e cuja inferência conduz a algum resultado desejado
(ORTEGA, 2001). A inferência baseada em regras fuzzy pode ser compreendida como um
funcional que mapeia um conjunto de uma ou mais variáveis de entrada associadas a um
conjunto fuzzy, denominadas premissa ou antecedentes, para um conjunto de uma ou mais
variáveis de saída, também, associadas a conjuntos fuzzy, denominadas conseqüentes ou
conclusão, de um dado sistema. Segundo Lee (1990) e Ortega (2001) cada regra fuzzy é
composta por uma parte antecedente ou premissa, parte “
se”, e uma parte conseqüente ou
conclusão, parte “
então”, resultando em uma estrutura do tipo:
Se < proposição fuzzy antecedente > Então < proposição fuzzy conseqüente >.
Uma proposição fuzzy simples, representada por “x é A”, onde x um
valor do domínio e A uma variável lingüística, estabelece uma relação entre um valor x do
domínio e o espaço fuzzy (COX, 1992). Dessa maneira, modelos fuzzy representam um
sistema através de um conjunto do tipo:
Se “x é A” Então “y é B
sendo a proposição “x é A” o antecedente e a proposição “y é B” o conseqüente da regra fuzzy.
As proposições podem também ser estabelecidas através de
composição de proposições simples, denominadas proposições fuzzy compostas, utilizando
conectivos lógicos “
e”, “ou” e “não” representando, respectivamente, a intersecção, união e
complemento fuzzy. Assim, se x e y são variáveis lingüísticas nos universos de discurso U e V,
e A e B são conjuntos fuzzy, respectivamente, em U e V, tem-se:
a proposição fuzzy composta dada por:
x é A
e y é B
59
é uma relação fuzzy
B
A em VU
×
definida por seu grau de pertinência
(
)
(
)
)(),(min)(),(),( yxyxtyx
BABABA
μ
μ
μ
μ
μ
=
=
com
[][] []
1,01,01,0: ×t uma T-norma;
a proposição fuzzy composta dada por:
x é A
ou y é B
é uma relação fuzzy
B
A em
VU
×
definida por seu grau de pertinência
(
)
(
)
)(),(max)(),(),( yxyxsyx
BABABA
=
=
com
[][] []
1,01,01,0: ×s uma S-norma;
a proposição fuzzy composta dada por:
x é
não A
é uma relação fuzzy
A em U definida por seu grau de pertinência
)(1)( xx
A
A
= .
As variáveis de entrada são conectadas entre si por intermédio dos
operadores lógicos fuzzy, e estas se associam a valores lingüísticos (conjuntos fuzzy), em todo
universo de discurso por meio de funções de pertinências.
Na utilização de regras composicionais de inferência é possível definir
procedimentos para se obter uma conclusão fuzzy a partir de uma ou mais regras,
representadas por uma relação fuzzy R, e de um fato fuzzy (DELGADO, 2002). Assim, se x e
y são variáveis lingüísticas compostas respectivamente por um conjunto de termos
{A
1
,A
2
,...,A
n
} e {B
1
,B
2
,...,B
n
} então o problema básico do processo de inferência é encontrar
uma função de pertinência
B
que represente a conseqüência da aplicação simultânea de
regras da forma “se ... então”.
60
Formalmente, dado um fato observável (x é A
), o qual é representado
por um conjunto fuzzy
A
, e uma base de regras dada por uma relação fuzzy R, um conjunto
fuzzy induzido pelo fato x é
A
e pela regra R, é dado por:
Fato: x é
A
Regra 1: se x é A
1
então y é B
1
;
Regra 2: se x é A
2
então y é B
2
M M M
Regra n: se x é A
n
então y é B
n
Conseqüência: y é
B
O processo de inferência fuzzy aplicado nas regras acima, em geral, é
baseado na regra modus ponens generalizada explicitada por:
Fato: x é
A
Regra: se x é A então y é B
Conseqüência: y é
B
onde A,
A
, B e
B
são conjuntos fuzzy associados aos valores das variáveis lingüísticas x e y.
Simbolicamente:
Fato:
A
Regra: A B_
Conclusão:
(
)
BAAB
=
o
Isto significa que a regra modus ponens generalizada permite inferir o
valor fuzzy
B
, dado um valor de entrada A
e uma relação de implicação ),( yxR
BA
relacionando ambas variáveis. O valor inferido
B
é calculado através da composição do valor
A
com a relação de implicação R:
(
)
BAAyxRAB
BA
=
=
oo ),( (27)
com função de pertinência (ARNOULD; TANO,1995) dada por:
(
)
[
]
{
}
)(),();(minsup)( yxIxy
BAA
x
B
= , (28)
onde
[][] []
1,01,01,0: ×I é o operador implicação.
61
Como um exemplo da regra modus ponens, dado um fato observável
(densidade é muito alta) e uma base de regras (se densidade é alta então solo é compactado),
um conjunto fuzzy induzido pelo fato e pela regra, é dado por:
Fato: densidade é muito alta
Regra: se densidade é alta então solo é compactado
Conseqüência: solo é muito compactado
Vários tipos de inferência fuzzy podem ser utilizados para relacionar
as entradas e saídas de um conjunto finito de regras, e estas inferências diferem pelo tipo de
operador e pelos tipos de proposições antecedentes e conseqüentes utilizados. O método de
inferência determina a forma operacional do modelo fuzzy, e este é um mapeamento que
define uma transformação do valor fuzzy de entrada em um valor de saída.
As bases de regras fuzzy podem ser constituídas de várias formas, de
acordo com o número de variáveis lingüísticas apresentadas na entrada e na saída dos
sistemas, determinando e classificando os modelos lingüísticos como: modelo SISO (Single-
Input/Single-Output), modelo MISO (Muliple-Input/Single-Output) e modelo MIMO
(Muliple-Input/Multiple-Output).
O modelo SISO (Single-Input/Single-Output), apresenta regras
constituídas por uma única entrada e uma única saída. Neste caso o conhecimento é expresso
por meio de um conjunto de regras possuindo a seguinte estrutura:
Regra 1: Se x é A
1
Então y é B
1
;
ou
Regra 2: Se x é A
2
Então y é B
2
;
ou
...
ou
Regra n: Se x é A
n
Então y é B
n
onde x é a variável lingüísticas de entrada (antecedentes), y é a variável lingüísticas de saída
(conseqüentes) e A
i
e B
i
são valores fuzzy (subconjuntos fuzzy dos conjuntos U e V, universos
62
de discurso das variáveis) das entradas e saídas, em geral, os conjuntos fuzzy A
i
e B
i
estão
associados a algum termo lingüístico, tais como, pequeno, médio, muito alto, baixo, rápido.
O modelo MISO (Muliple-Input/Single-Output) caracteriza-se por
sistemas que consistem de múltiplas entradas e uma única saída (LEE,1990). Uma base de
regras para o modelo MISO com m regras e n variáveis fuzzy de entradas e uma variável fuzzy
de saída tem a seguinte forma:
Regra 1: Se x
1
é A
1,1
e x
2
é A
2,1
e ... e x
n
é A
n,1
, Então y é B
1
;
ou
Regra 2: Se x
1
é A
1,2
e x
2
é A
2,2
e ... e x
n
é A
n,2,
Então y é B
2
;
ou
...
ou
Regra m: Se x
1
é A
1,m
e x
2
é A
2,m
e ... e x
n
é A
n,m,
Então y é B
m
onde x
1
, x
2
, ...,x
n
são as variáveis lingüísticas de entrada e y é a variável de saída e A
n,m
, e B
m
,
subconjuntos de um universo de discurso U e V, respectivamente, os valores fuzzy de entrada
e saída do modelo.
Um exemplo para a base de regras possuindo a estrutura MISO é dado
como:
Regra 1: Se (densidade do solo é alta) e (textura é argilosa) e
(resistência à penetração é média)
Então (solo é muito compactado);
ou
Regra 2: Se (densidade do solo é baixa) e (textura é siltosa) e
(resistência à penetração é baixa)
Então (solo é compactado)
As regra 1 e regra 2 formam um modelo fuzzy com três variáveis e
dois valores lingüísticos para cada variável, tendo então 12 regras, para se chegar à conclusão
do tipo de compactação que o solo pode ter, a partir dos atributos que são as variáveis
63
lingüísticas de entrada, densidade do solo (alta/baixa), textura do solo (argilosa/arenosa) e
resistência à penetração (média/alta). As variáveis de saída “muito compactado” e
compactado” representam os conjuntos fuzzy da parte conseqüente do sistema de regras de
dois tipos de compactação de solo segundo uma classificação fuzzy adotada.
O modelo MIMO (Muliple-Input/Multiple-Output) apresenta múltiplas
variáveis fuzzy de entrada e múltiplas variáveis fuzzy de saída, com as regras possuindo a
seguinte forma:
Regra 1: Se x
1
é A
1,1
e x
2
é A
2,1
e ... e x
n
é A
n,1
Então y
1
é B
1,1
, y
2
é B
2,1 ,
... , y
s
é B
s,1
ou
Regra 2: Se x
1
é A
1,2
e x
2
é A
2,2
e ... e x
n
é A
n,2
Então y
1
é B
1,2
,
y
2
é B
2,2
, ... , y
s
é B
s,2
ou
...
ou
Regra m: Se x
1
é A
1,m
e x
2
é A
2,m
e ... e x
n
é A
n,m
Então y
1
é B
1,m
, y
2
é B
2,m
, ... , y
s
é B
s,m
onde as variáveis de entrada x
1
,x
2
,...,x
n
e os termos lingüísticos A
i,j
, com i = 1,2,...,n e
j = 1,2,...,m , são definidos como no modelo MISO, y
1
, y
2
,..., y
s
são as variáveis de saída e B
i,j
,
com i = 1,2,...,n, j = 1,2,...,m, são subconjuntos fuzzy definidos no universo de discurso
V
1
, V
2
,...,V
m
das variáveis de saída.
4.6.8 Sistema de Inferência Fuzzy
Os sistemas de inferência fuzzy são sistemas que mapeiam as entradas
advindas de um conjunto de dados resultante de medições ou observações experimentais em
saídas precisas, y = f(x), onde x é entrada e y a saída do sistema de inferência fuzzy e f uma
representação quantitativa do mapeamento.
64
A estrutura de um sistema de inferência é baseada em um conjunto de
regras fuzzy incluindo quatro componentes básicos principais (JANG et al.,1997 apud
DELGADO, 2002; SERRA, 2005):
um fuzzyficador, que traduz a informação de entrada em conjuntos fuzzy. A cada
variável de entrada são atribuídos termos lingüísticos que são os estados da variável, e
cada termo lingüístico é associado a um conjunto fuzzy traduzido por uma função de
pertinência;
uma base de conhecimento, que consiste de um conjunto de regras fuzzy e de uma base
de dados. No conjunto de regras fuzzy (conhecido como base de regras) estão as
declarações lingüísticas do tipo “se...então”, definidas por especialistas ou retiradas de
um conjunto de dados numéricos. Na base de dados estão as variáveis lingüísticas, as
definições dos respectivos universos de discursos e o conjunto de funções de
pertinências;
um método de inferência, que aplica um raciocínio fuzzy para obter uma saída fuzzy;
um defuzzyficador, que traduz a saída por um valor numérico.
As relações entre as variáveis de entrada e saída em um sistema fuzzy
é, como já visto, representado através da forma geral: “se
<
antecedente
>
então
<
conseqüente
>
”, e dependendo da forma da parte “então” (parte conseqüente), existem dois
tipos de sistema de inferência fuzzy: sistema de inferência fuzzy Mamdani (onde as
proposições do antecedente e do conseqüente são proposições fuzzy) e sistema de inferência
fuzzy Takagi-Sugeno (onde o antecedente é uma proposição fuzzy e o conseqüente uma
expressão funcional das variáveis lingüísticas definidas no antecedente).
4.6.9 Agregação
Em uma base de regras, quando mais de uma regra é acionada, as
contribuições das diversas regras após a inferência são combinadas pelo operador de
agregação. Para uma única regra R: AB, o processo de inferência de a partir do fato , e
da regra fuzzy R, é dado por :
= o R = o ( A B )
65
No caso em que o operador lógico é a conjunção fuzzy, a relação
R: AB = A x B é um ponto fuzzy.
Quando são apresentadas mais de duas regras, o raciocínio fuzzy é
realizado sobre um conjunto de m regras fuzzy na forma:
Regra i = R
i
: Se x é A
i
então y é B
i
, i = 1,2,...,m
Cada regra individual R
i
(i = 1,2,...,m) é induzida por uma relação
fuzzy diferente. Assim, o conjunto de regras, por sua vez, resulta numa relação fuzzy obtida
pela agregação de todas as relações individuais, através da operação união:
()
RABB
m
i
i
m
i
oUU
=
=
== 11
Utilizando a regra de inferência composicional de Zadeh (ZADEH,
1973) para uma relação do tipo
ii
BA
R
, onde UA
i
e VB
i
, e dado um conjunto fuzzy de
U denotado por A’ e um conjunto fuzzy B’ de V, a inferência B’ é dada pela função de
pertinência, através do operador max-min, por:
(
)
{
}
),(),(minmax)( yxxy
RA
Ax
B
= ; Ux
, Vy (29)
Em geral, o operador agregação, representado pelo símbolo
U , é
caracterizado por uma S-norma, podendo ainda ser utilizado as T-normas.
Um exemplo de função para o operador agregação é o operador união,
ou seja, a agregação do conjunto de regras é realizada através do operador união sobre todas as
relações individuais (ORTEGA, 2002). Por exemplo, supondo
n
B,,B
K
1
todos os resultados
derivados das diversas regras acionadas, todos relacionados a uma mesma variável lingüística,
o resultado da implicação de todas as regras B
é dada por:
i
m
i
BB
=
=1
U
onde o símbolo
U representa o operador agregação.
66
Para a agregação do conjunto de regras, vários métodos podem ser
utilizados, na maioria dos casos o antecedente (parte “se”) é formado por proposições
lingüísticas e a distinção entre os modelos se dá no conseqüente (parte “então”) das regras
fuzzy. Entre os modelos mais conhecidos podem ser destacados:
modelo de Mamdani (MAMDANI; ASSILIAN, 1975 apud DELGADO, 2002): utiliza
conjuntos fuzzy tanto no antecedente como no conseqüente das regras fuzzy. A saída
final é representada por um conjunto fuzzy resultante da agregação da saída inferida de
cada regra. Para se obter uma saída final não fuzzy adota-se um dos métodos de
transformação da saída fuzzy em não-fuzzy descritos na desfuzzyficação dos dados.
modelo de Takagi-Sugeno (TAKAGI; SUGENO, 1983 apud DELGADO, 2002): no qual
o antecedente é uma proposição fuzzy e o conseqüente é representado por uma função
das variáveis de entrada. A saída final é obtida pela média ponderada das saídas inferidas
de cada regra. Os coeficientes da ponderação são dados pelos graus de ativação das
respectivas regras.
A seguir, serão detalhados os dois modelos mais comuns: Mamdani e
Takagi-Sugeno.
4.6.10 Modelo de Mamdani
No modelo de Mamdani as saídas são construídas pela superposição
dos conseqüentes das regras individuais do tipo:
Regra i: Se x é A
i
então y é B
i
onde i = 1,2,...,n, n é o numero de regras, x é a variável lingüística de entrada, y é a variável
lingüística de saída e A
i
e B
i
são subconjuntos fuzzy, respectivamente, dos universos de
discursos U e V.
Cada uma das regras acima, pode ser expressa através de uma relação
fuzzy R
i
interpretada como o produto cartesiano dos conjuntos fuzzy A
i
e B
i
,
iii
BAR ×=
ou seja, a relação R
i
é um subconjunto de VU
×
, com função de pertinência dada por:
(
)
)(),(min),( yxyx
iii
BAR
μ
μ
μ
=
onde “min” (operador mínimo) é o operador de conjunção fuzzy.
67
A agregação dos conjuntos de regras é realizada através do operador
união sobre todas as relações individuais e, desta maneira, denotando por R a união de todas
estas relações tem-se:
i
n
i
RR
1=
= U
e a função de pertinência
),( yx
R
da relação fuzzy R é dada por
(
)
{
}
)(),(minmax),(),(
1
yxyxyx
iii
BAR
n
i
R
μμμμ
==
=
U (30)
onde “max” (operador máximo) é um operador de disjunção fuzzy.
Dessa forma, dado um conjunto fuzzy de entrada A, o conjunto fuzzy
de saída B’(y) é então obtida através da regra de inferência “max-min
),()()( yxRxAyB
o
=
onde “
o ” é um operador de composição, cuja função de pertinência é dada por
{}
()
=
==
==
),()(),()(),()()(
11
yxxyxxyxxy
ii
RA
n
i
xR
n
i
AxRAxB
μμμμμμμ
UUUUU
onde o símbolo
U representa o operador agregação e
” é o operador T-norma.
Em resumo, o modelo de Mamdani de inferência fuzzy é baseado em
composição “max-min” e dado pela definição a seguir.
Definição 23
Sejam A, A’ e B conjuntos fuzzy em U, U e V respectivamente.
Supondo a implicação fuzzy A B expressa pela relação fuzzy R sobre
VU ×
, então o
conjunto fuzzy B’ induzido por “x é A’” e pela regra fuzzy “se x é A então y é B” é definido
por:
(
)
RAARAB
=
=
oo
com função de pertinência dada por
{
}
(
)
{
}
),(),(minmax),()()( yxxyxxy
RA
Ux
RA
Ux
B
=
=
onde “
” é o operador S-norma e “
” é o operador T-norma.
68
A Figura 16 ilustra o processo de inferência max–min quando existem
duas regras, A
1
B
1
e A
2
B
2
,
A
é o fato de entrada, representado como um conjunto fuzzy.
Figura 16. Mecanismo de inferência fuzzy de Mamdani
Sem perda de generalidade, podem ser consideradas bases com
múltiplas regras fuzzy com múltiplos antecedentes da forma:
Regra i: Se x
1
é A
1,i
e x
2
é A
2,i
e ... e x
n
é A
n,i
então y é B
i
, i = 1,2,...,m
onde m é o número de regras, x
1
,x
2
,...,x
n
são variáveis lingüísticas e A
1,i
,A
2,i
,...,A
n,i
são
conjuntos fuzzy, respectivamente, nos universos de discursos U
1
,U
2
,...,U
n
, e B
i
são
subconjuntos de um universo de discurso V, de valores fuzzy de saída do modelo.
Cada uma destas regras é interpretada através de uma implicação
fuzzy:
Regra i :
)()()()(
,,2,1
21
yxxx
iinii
BnAAA
μ
μ
μ
μ
L
, i = 1,2,...,m
onde “
” denota uma T-norma, )()()(
,,2,1
21 nAAA
xxx
inii
μ
μ
μ
L é uma relação fuzzy das
entradas lingüísticas entre si, sobre o universo de discurso
n
UUU L
×
×
21
e )(y
i
B
é a saída
definida sobre o universo de discurso
V . Neste caso, cada uma das regras é expressa por uma
relação fuzzy R
i
como o produto cartesiano dos conjuntos fuzzy A
1,i
, A
2,i
,..., A
n,i
e B
i
,
iiniii
BAAAR
×
×
×
×
=
,,2,1
L
1
A
A
A
1
B
1
B
2
B
2
B
B
V
V
V
U
U
Agregação
2
A
69
ou seja, a relação R
i
é um subconjunto de VUUU
n
×
×
×
L
21
com função de pertinência dada
por:
)()()()(),,,,(
,,2,1
2121
yxxxyxxx
iiniii
BnAAAnR
=
KK
O conjunto de todas estas implicações corresponde a uma única
relação fuzzy em VUUU
n
×
×× L
21
, obtida pelo operador união fuzzy máximo (max) sobre
todas as relações individuais R
i
, da forma:
(
)
yxxxRyxxxR
iinii
BnAAA
n
i
i
n
i
n
()()()(),,,,(
,,2,1
21
11
21
μμμμ
==
==
LUUK
e a função de pertinência ),,,,(
21
yxxx
nR
K
da relação fuzzy R é dada por:
),,,,(),,,,(
21
1
21
yxxxyxxx
nR
m
i
nR
i
KUK
μμ
=
=
(
)
)()()()(
,,2,1
21
1
yxxx
iinii
BnAAA
m
i
μμμμ
=
=
KU
com o símbolo
U denotando uma S-norma.
Dessa forma, para um dado conjunto de variáveis de entrada fuzzy
A
1,i
, A
2,i
,...,A
n,i
, o conjunto fuzzy de saída B’(y) é então obtida através da regra de inferência
max-min”:
()
),,,,()()()()(
2121
1
,,2,1
yxxxRxxxyB
nnAAA
n
i
inii
KoKU
μμμ
=
=
onde “
o ” é um operador de composição, o símbolo U representa o operador agregação,
” é
o operador T-norma e a função de pertinência dada por:
()
),,,,()()()()(
2121
1
,,2,1
yxxxxxxy
nRnAAA
n
i
B
inii
KKU
μμμμμ
=
=
Nesta expressão tem-se representado um sistema de inferência fuzzy
de Mamdani para um sistema MISO, podendo esta ser estendida para um sistema MIMO com
m saídas para um conjunto de n bases de sub-regras MISO agrupadas (SERRA, 2005) da
seguinte forma:
()
),,,,()()()(
2121
1
,,2,1
yxxxRxxx
nMIMOnAAA
n
i
inii
KoKU
μμμ
=
=
(y)B
70
onde, )(yB
é um vetor
[]
Τ
=
)()()()(
21 n
yByByB LyB
e
(
)
=
==
)()()()(),,,,(
,,2,1
21
11
21 jBnAAA
n
i
m
j
nMIMO
yxxxyxxxR
inii
μμμμ
KUUK
com
m
j 1=
U o operador união representando a coleção de todas as relações fuzzy de um sistema
MISO associadas a cada uma das saídas y
j
, j = 1,2,...,m.
4.6.11 Modelo de Takagi-Sugeno
O sistema de inferência fuzzy Takagi-Sugeno, representa um sistema
dinâmico ou um controle que associa um conjunto de regras lingüísticas no antecedente (parte
“se”) com proposições fuzzy, e no conseqüente (parte “então”) são apresentadas expressões
funcionais, do tipo
)(xfy =
, das variáveis lingüísticas do antecedente, ao invés de conjuntos
fuzzy como usados no modelo de Mamdani.
A base de regras fuzzy para o modelo de Takagi-Sugeno, é da forma:
Regra i: Se x
1
é A
1,i
e x
2
é A
2,i
e ... e x
n
é A
n,i
então y
i
= f
i
(x) , i = 1,2,...,m
onde m é o número de regras, x
1
,x
2
,...,x
n
são as variáveis de entrada, A
1,i
,A
2,i
,..,A
n,i
são
conjuntos fuzzy no antecedente das regras de um sistema MISO, nos universos de discursos
U
1
,U
2
,...,U
n
, respectivamente, e f
i
(x), i=1,2,...,m, são funções lineares ou não-lineares das
variáveis numéricas de entrada.
No caso em que
[
]
Τ
=
n
xxx L
21
x
é um vetor de dimensão n, as
regras fuzzy para o modelo de Takagi-Sugeno podem ser escritos na forma:
Regra i: Se x
1
é A
1,i
e x
2
é A
2,i
e ... e x
n
é A
n,i
então y
i
= f
i
(x
1
,x
2
,...,,x
n
) , i = 1,2,...,m
onde os n conjuntos fuzzy A
1,i
, A
2,i
,...,A
n,i
do antecedente da regra i (i = 1,2,...,m) formam uma
região
n,i,i,i
AAA ××× L
21
no espaço de entrada de x
1
,x
2
,...,x
n
, respectivamente, denominada
de superfície fuzzy entrada-saída.
71
A saída do modelo de Takagi-Sugeno (ORTEGA, 2001) é definida
como a soma ponderada dos conseqüentes y
i
, (i = 1,2,...,m), de cada subsistema linear, de
forma análoga à realizada no modelo de Mamdani, dada por:
=
=
m
i
ii
yy
1
τ
(31)
onde,
=
=
m
j
j
i
i
h
h
1
)(
)(
)(
x
x
x
τ
(32)
é o grau de ativação normalizado para a regra i (i = 1,2,...,m), com o grau de ativação h
i
para a
regra i dada por:
)()()()(
,,2,1
21 nAAAi
xxxh
inii
= Kx , i = 1,2,...,m (33)
onde x
j
é um ponto do universo de discurso U
j
(j = 1,2,...,n).
A Figura 17 ilustra o processo de inferência de Takagi-Sugeno quando
existem duas regras definidas por:
Regra 1: Se x
1
é
11,
A e x
2
é
12,
A então y
1
= f
1
(x
1
, x
2
)
Regra 2: Se x
1
é
21,
A e x
2
é
22,
A então y
2
= f
1
(x
1
, x
2
)
onde y
i
= f
i
(x
1
, x
2
) = p
i
x
1
+ q
i
x
2
+ r
i
, i = 1, 2.
Figura 17. Mecanismo de inferência fuzzy de Takagi-Sugeno.
Média
ponderada
22,
A
12,
A
21,
A
11,
A
w
2
w
1
x
2
x
1
μ
μ
μ
μ
V
V
U
U
y
2
= p
2
x
1
+ q
2
x
2
+ r
2
y
1
= p
1
x
1
+ q
1
x
2
+ r
1
21
2211
ww
ywyw
y
+
+
=
min
72
4.6.12 Defuzzyficação
A ação de controle consiste da união de todas as funções fuzzy
ativadas. O valor final, ou seja, aquele que será apresentado pelas saídas do sistema fuzzy, será
determinado pelo processo de defuzzificação.
A defuzzyficação consiste em determinar o valor da estimação não-
fuzzy, ou seja, obter a melhor representação para o conjunto de saída fuzzy, aplicando um
método de defuzzyficação no conjunto
i
m
i
BB
=
=1
U resultante da agregação de todos os
conjuntos fuzzy da saída
i
B
, m,,,i K21= . Desta forma, defuzzyficacão consiste em converter
os dados fuzzy em valores numéricos precisos, utilizando vários métodos para encontrar a
saída do sistema, sendo os principais: método do centro de área (centróide), método do
máximo e o método da média dos máximos. No método centróide, procura-se encontrar o
ponto de domínio associado ao centro de massa da região de saída. No método do máximo, a
saída é o ponto no domínio com o maior grau de pertinência. E o método do centro dos
máximos calcula a média das saídas com alto grau de pertinência.
4.6.13 Método do Centro de Área
O método do centro de área (CDA), ou método centróide, é a técnica
de defuzzificação mais comumente usada (KLIR; YUAN, 1995 e YEN; LANGARI, 1999
apud ORTEGA, 2001). Neste caso, o valor de saída é aquele que divide ao meio a área da
função de pertinência gerada pela combinação das conseqüentes das regras. Ainda, o método
do centro de área pode ser compreendido como uma média ponderada, onde μ
A
(x) funciona
como o peso do valor x. A defuzzyficação da conclusão fuzzy A é dada por:
x
A
x
A
x
xx
)(
)(
μ
μ
; se x é discreto
CDA = (34)
x
A
x
A
dxx
xdxx
)(
)(
μ
μ
; se x é contínuo
73
4.6.14 Método da Média dos Máximos
O método de defuzzificação da média dos máximos (MM) calcula a
média de todos os valores de saída que tenham os maiores graus de pertinências. Supondo que
y é B” é uma conclusão fuzzy que deve ser defuzificada, o método de defuzificação pode ser
expresso como:
MM
=
=
M
i
i
m
y
1
(35)
onde
i
y são os valores do universo de discurso de
i
m
i
BB
=
=1
U que contém graus de
pertinências máximos e m é a quantidade deles.
74
5 MATERIAL E MÉTODO
5.1 MATERIAL
Os dados, referentes à compactação do solo, utilizados para a execução
da pesquisa e assim estimar a densidade do solo, foram retirados de trabalhos científicos já
existentes na literatura, tais como dissertações, teses, livros, periódicos e outros. Nestes
trabalhos, as amostras de solos, obtidas em experimentos realizados pelos autores: Salvador
(1992), Ralisch (1995), Gabriel Filho (1998), Santos (1998), Ralisch (1999), Levien (1999),
Guerra et al (2000), Castro Neto (2001), Lazarini (2002) e Nagaoka (2003) foram coletadas
nas seguintes localizações: na Fazenda Lageado, pertencente à Faculdade de Ciências
Agronômicas da Universidade Estadual Paulista, Campus de Botucatu, São Paulo, localizado
geograficamente na coordenada 22º51’ de latitude sul, 48º26’de longitude oeste e altitude
média de 770 metros ao nível do mar; na Fazenda Escola da Universidade Estadual de
Londrina com localização geográfica a 23º20’ de latitude sul, 51º de longitude oeste e altitude
estimada em 590 metros; e na estação experimental Eloy Gomes da OCEPAR em Cascavel,
75
estado do Paraná, com a localização geográfica de 24º56’ de latitude sul, 53º26’ de longitude
oeste e altitude média de 760 metros.
Para o desenvolvimento do modelo proposto foi utilizado o software
Matlab (versão 6,5) e um computador com processador AMD Sempron 2800+, 1,61 GHz e
512 MB de RAM. Foi utilizado o Adaptive Neuro-Fuzzy Inference System (ANFIS)
pertencente a Fuzzy Logic Toolbox do software Matlab para o treinamento e o teste dos dados
observados. O sistema foi alimentado com os dados de entradas sendo a resistência do solo à
penetração, o teor de água e teor de argila, referentes aos parâmetros de compactação do solo,
obtidos dos diversos trabalhos e obtendo como saída a densidade do solo.
5.2. MÉTODO
5.2.1. Tratamento dos Dados
Para o desenvolvimento da pesquisa foi estudado um conjunto de 1003
observações de dados do solo, e estes foram divididos em dois grupos: solo preparado,
constituído de 735 observações, e solo não preparado, constituído de 268 observações. São
considerados solos preparados aqueles em que houve a passagem de arado, de grade, de
escarificador, e outros, e o solo não preparado são aqueles em que não houve nenhum tipo de
preparado ou em solo que foi realizado o plantio direto. Segundo a porcentagem de argila
existente no solo, cada um dos grupos acima foi dividido nos seguintes subgrupos; solo tipo I,
quando este apresentava menos de 30% de argila, solo tipo II, porcentagem de argila
compreendida entre 30% e 50%, e solo tipo III, solo apresentando mais de 50% de argila,
como mostra a Tabela 3.
Tabela 3. Classificação do solo de acordo com a porcentagem de argila
Tipo de Solo Solo Preparado Solo Não Preparado
Solo I argila < 30% argila < 30%
Solo II 30% < argila < 50%
Solo III argila > 50% argila > 50%
76
Dos dados para o desenvolvimento do trabalho foram selecionados,
aleatoriamente, 188 pares de observações, os quais foram utilizados como referência na
avaliação de desempenho do sistema de inferência a ser adotado. Este valor corresponde, em
média, a 20 % dos dados, e está em conformidade com o valor proposto na literatura
(HAYKIN, 2001) para a verificação do desempenho (teste) do modelo. O restante das
observações, 815 pares de dados, foram utilizados no treinamento do sistema para a estimativa
da densidade do solo. A Figura 18 mostra a distribuição dos dados usados na pesquisa em
desenvolvimento.
Figura 18. Divisão dos dados em grupos, utilizados para a estimativa da densidade do solo
Solo não
Preparado
(268 dados)
Solo Tipo I
(62 dados)
Dados de treinamento (48 dados)
Dados de teste (14 dados)
Solo Tipo II
(104 dados)
Dados de treinamento (84 dados)
Dados de teste (20 dados)
Solo Tipo III
(102 dados)
Dados de treinamento (78 dados)
Dados de teste (24 dados)
Solo Preparado
(735 dados)
Solo Tipo I
(334 dados)
Dados de treinamento (274 dados)
Dados de teste (60 dados)
Solo Tipo III
(401 dados)
Dados de treinamento (331 dados)
Dados de teste (70 dados)
77
5.2.2 Modelo Fuzzy para a obtenção da Densidade do Solo
O presente trabalho consistiu da utilização dos conceitos da lógica
fuzzy para estimar a densidade do solo utilizando-se como variáveis de entrada, três
características físicas do solo na profundidade de 0 a 40 centímetros, que são: a resistência à
penetração, representada pelo índice de cone, em kilopascal (kPa), o teor de água, representada
pela umidade do solo, em porcentagem (%), e a textura do solo, representada pela quantidade
de argila, em porcentagem (%), que serão consideradas constantes dentro de cada subgrupo de
classificação.
Com os conceitos da teoria fuzzy, o esquema do modelo matemático
fuzzy para o cálculo da densidade do solo pode ser apresentado na forma dada na Figura 19.
Figura 19. Modelo Fuzzy para a determinação da densidade do solo
Na Figura 19 cada uma das fases do modelo fuzzy é realizada uma
particular tarefa. Na fase de fuzzyficação são atribuídas às variáveis de entrada as respectivas
variáveis fuzzy. Na fase de conjunto de regras é atribuído um grau de pertinência a cada
variável fuzzy de saída. A fase de defuzzificação transforma as variáveis fuzzy calculadas em
variáveis de saída.
VARIÁVEIS DE ENTRADA:
íCone, Umidade, Argila
FUZZIFICAÇÃO
CONJUNTO DE
REGRAS FUZZY
DEFUZZIFICAÇÃO
VARIÁVEL DE SAÍDA:
D
e
n
s
i
dade
DADOS DE
ENTRADA
DADOS DE
SAÍDA
78
Dentro da teoria compreendida pela lógica fuzzy, associada à teoria
dos conjuntos fuzzy, uma das implementações mais usuais que se destacam são os sistemas de
inferência fuzzy.
Sistemas de inferência fuzzy são sistemas que possuem propriedades
que os tornam atrativos em diversas áreas de aplicações, e desempenham papel de grande
importância em tarefas como reconhecimentos de padrões, simulações, diagnósticos de
processos, identificação de sistemas, previsões, etc.
Os sistemas de inferência fuzzy além de serem capazes de incorporar
conceitos lingüísticos são também capazes de mapearem as relações entre as entradas e saídas
de um sistema, desta forma, estas propriedades podem ser empregadas para designarem dois
tipos principais de sistemas de inferência fuzzy (GUILLAUME, 2001).
Um destes tipos de sistema é o sistema de inferência fuzzy definido a
partir de uma base de conhecimento especialista, conhecidos como sistemas fuzzy
especialistas ou controladores fuzzy dependendo da finalidade ser, respectivamente,
modelagem ou controle.
Outro tipo de sistema de inferência fuzzy é aquele que incorpora o
aprendizado por meio de um conjunto de dados onde as variáveis de entrada estão
relacionadas com suas respectivas variáveis de saídas. Desta maneira, se pode observar que
este tipo de sistema de inferência fuzzy é definido com base nos dados coletados ao qual se
deseja modelar, diferenciando do primeiro tipo, onde o sistema fuzzy era definido
relacionando-se o conhecimento especialista adquirido pela observação do sistema.
Como mencionado, sistema de inferência fuzzy permite que sistemas
fuzzy sejam elaborados por um conjunto de regras fuzzy através de proposições condicionais,
do tipo “
se ... então”, baseadas nas variáveis lingüísticas para executar um processo de tomada
de decisão.
Segundo Babüska (2002 apud ARAÚJO, 2004) um critério para se
classificar sistemas fuzzy é a forma como os conseqüentes das regras são descritos, diferindo,
somente, a saída do sistema verificando se ela é um conjunto fuzzy ou se ela é uma função
fuzzy, ou seja, a principal diferença do sistema de inferência fuzzy em relação aos sistemas
lingüísticos é que sua parte conseqüente é uma função afim ou linear, no lugar de um conjunto
fuzzy. No primeiro caso o sistema é um sistema fuzzy lingüístico, também chamado de
79
sistema Mamdani. No segundo caso o sistema é um sistema fuzzy paramétrico, chamado de
sistema tipo Takagi-Sugeno.
Takagi e Sugeno (1985) estão entre os pesquisadores pioneiros a
proporem estruturas de sistemas de inferência fuzzy próprio à agregação, ou seja, sistemas de
inferência fuzzy baseada em um conjunto de padrões de ajuste para a sua definição. Ainda,
segundo os mesmos autores, o sistema fuzzy paramétrico se baseia no espaço das variáveis de
entradas onde é realizada uma partição fuzzy, e em cada subespaço fuzzy, que corresponde a
uma regra, se estabelece uma relação linear entre a variável de entrada e a variável de saída.
Sistemas de inferência fuzzy tem sido utilizados para modelar
processos complexos, não lineares e vagos, com base em um conjunto regras do tipo “
se ...
então”, que representam as entradas e saídas do modelo, que combinadas com métodos de
redes neurais artificiais, dão origem a um novo método classificado como híbrido. Deste
modo, os sistemas neuro-fuzzy combinam a capacidade de aprendizado das redes neurais
artificiais, através de dados de treinamento, com o poder de interpretação lingüístico dos
sistemas de inferência fuzzy. Neste caso, uma rede adaptativa baseada em um sistema de
inferência fuzzy implementa um sistema de inferência fuzzy do tipo Takagi-Sugeno e redes
neurais. A estrutura básica de uma rede adaptativa consiste em duas partes conceituais
principais: um sistema de inferência fuzzy que inclui três componentes; uma base de regra, um
banco de dados, um mecanismo de raciocínio, o qual é mostrado esquematicamente na Figura
20, e um mecanismo de aprendizagem que consiste em uma rede multicamadas feedforward.
Figura 20. Inferência fuzzy com saída precisa
SAÍDA
ENTRADA
DEFUZZIFICA
Ç
ÃOFUZZIFICA
Ç
ÃO
TOMADA DE
DECISÃO
Base de conhecimento
DADOS REGRAS
(Fuzzy) (Fuzzy)
80
Uma rede neural adaptativa se caracteriza por um grafo formado por
nós e conexões, onde os nós representam entradas e saídas, e cada um destes nós representa
uma unidade de processamento, tendo associado a ele uma função. Cada arco do grafo indica
uma relação entre os nós conectados. O conjunto de nós pode ser dividido em dois
subconjuntos: os nós adaptativos, cujas saídas dependem não só de suas entradas, mas também
de parâmetros modificáveis, internos ao modelo; e, em caso contrário, os nós, cuja função
depende somente das entradas, denominados não adaptativos. Em geral, para se representar as
redes neurais adaptativas, são utilizados retângulos para os nós adaptativos e círculos para os
nós não adaptativos.
Dentre as abordagens que usam métodos híbridos destaca-se o sistema
de inferência fuzzy neuro adaptativo (ANFIS), do inglês Adaptive-Network-based Fuzzy
Inference System, proposto por Jang (1993). O modelo ANFIS funciona de modo equivalente
aos sistemas de inferência fuzzy, e suas capacidades adaptativas as fazem aplicáveis a uma
grande quantidade de áreas de estudos como, por exemplo, em classificação de dados e
extração de características a partir de modelos. Uma propriedade do modelo ANFIS é que o
conjunto de parâmetros pode ser decomposto para utilizar uma regra de aprendizagem híbrida
mais eficiente que os mecanismos tradicionais encontrados na literatura.
O modelo ANFIS é uma ferramenta disponível no entorno técnico do
programa MATLAB que suporta apenas sistema de Takagi-Sugeno de ordem zero ou um, e
permite várias variáveis de entrada, porém, com somente uma variável saída que o faz ser
identificado como um modelo MISO, e os pesos entre as regras são iguais à unidade.
5.2.3 Arquitetura do Modelo ANFIS
Diferentes sistemas de inferência fuzzy proporcionam diferentes
arquiteturas para o modelo ANFIS. O sistema de inferência fuzzy construído é do tipo Takagi-
Sugeno, definido por um conjunto de regras da forma:
se x é A e y é B, então z = f(x, y)
onde x e y são variáveis fuzzy, A e B são conjuntos fuzzy e f é uma função de x e y que
aproxima o valor de z. Usualmente a função f é uma combinação linear das variáveis de
entradas, cujos coeficientes são estimados usando mínimos quadrados.
81
A funcionalidade do modelo neuro-fuzzy com base no modelo do tipo
de Takagi-Sugeno de primeira ordem (combinações lineares das entradas) e no algoritmo
ANFIS, considerando, por exemplo, um sistema de inferência fuzzy de duas entradas, x
1
e x
2
,
uma saída, f, e composto por duas regras fuzzy:
Regra 1: Se x
1
é
1
1
A e x
2
é
1
2
A , então f
1
= p
1
x
1
+ q
1
x
2
+ r
1
Regra 2: Se x
1
é
2
1
A e x
2
é
2
2
A , então f
2
= p
2
x
1
+ q
2
x
2
+ r
2
pode ser representada pela Figura 21.
Figura 21. Arquitetura típica de um modelo ANFIS
A arquitetura do ANFIS é composta por 5 camadas, os nós da camada
1 e 4 são adaptativos sendo seus valores os parâmetros das partes antecedentes e conseqüentes
da regra, respectivamente. A Figura 21 apresenta a arquitetura ANFIS equivalente ao
mecanismo do raciocínio utilizado para o modelo do tipo de Takagi-Sugeno, onde os nós
situados na mesma camada desempenham tarefas similares.
)(
2
2
2
xμ
)(
1
1
2
xμ
)(
2
2
1
xμ
)(
1
1
1
xμ
22
fw
11
fw
f
1
w
2
w
1
w
2
w
1
1
A
p
1
;q
1
;r
1
Σ
N
Π
Π
x
1
x
2
x
1
x
2
camada 3 camada 4 camada 5 camada 2camada 1
x
1
x
2
1
2
A
2
1
A
2
2
A
N
p
2
;q
2
;r
2
82
Cada camada da rede neural realiza um processo específico na
inferência da saída do sistema, com os nós das camadas adjacentes conectadas entre si
conforme descrito a seguir:
Camada 1: Os nós desta camada são representados por:
)(
1
i
j
ii
xO
μ
=
(36)
onde, i = 1, 2 é o número de variáveis e j = 1, 2 é o número regras. Os nós são constituídos
pelos conjuntos fuzzy
j
i
A , i, j = 1,2, associados às variáveis de entrada x
i
, i = 1, 2. A saída de
cada nó é o grau de pertinência do valor x
i
ao conjunto fuzzy
j
i
A . Todos os nós são
adaptativos, possuem parâmetros que podem ser ajustados, e as funções de pertinências
)x(
i
j
i
μ
podem ser definidas de várias maneiras; triangulares, trapezoidais, gaussianas,
sigmóides e outras, com a restrição de que estas funções devem ser diferenciáveis. A função
de pertinência do tipo gaussiana possui formato do tipo de sino, com imagem no intervalo
[0,1], definida por:
=
2
2
1
exp
j
i
j
ii
j
i
cx
σ
μ
=
2
2
1
j
i
j
ii
cx
e
σ
(37)
onde, i = 1, 2 é o número de variáveis e j = 1, 2 é o número regras, x
i
é a variável de entrada e
j
i
c e
j
i
σ
são os parâmetros ajustáveis das funções de pertinências, e denominados parâmetros
antecedentes, os quais são coeficientes não lineares, e correspondem ao centro e a
variabilidade da função de pertinência.
Camada 2: Cada nó desta camada é não adaptativo, não tem parâmetros para serem ajustados,
e tem como saída
),(
21
jj
jj
ww μμ= , 2,1
=
j , o produto dos sinais de entrada de suas entradas:
2
j
O =
=
=
2
1
i
j
ij
w
μ
=
jj
21
μμ
× , 2,1
=
j . (38)
Cada saída w
j
corresponde à intensidade de disparo de uma regra, ou seja, calcula com que
grau de pertinência o conseqüente da regra está sendo atendido. Os neurônios desta camada
simbolizam a operação de T-norma e, em geral, se pode utilizar outro operador, em lugar do
83
produto. Para regras que empregam o conectivo “e”, os operados mais usados são o “produto”,
e o operador “mínimo” dado por:
2
j
O =
=
=
2
1
i
j
ij
w
μ
=
(
)
jj
21
;min
μμ
,
2,1
=
j
. (39)
Camada 3
: Os nós desta camada não são adaptativos. A saída deste nó é definida por
),(
21
jj
jj
ww μμ= como a razão entre a intensidade de disparo da j-ésima regra e a soma dos
disparos de todas as outras regras, denominada de intensidade de disparo normalizado, dada
por:
3
j
O =
=
=
2
1
i
i
j
j
w
w
w =
21
ww
w
j
+
;
21,j
=
. (40)
A normalização é utilizada como um pré-processamento para a defuzzificação do sistema.
Camada 4: Cada nó desta camada é adaptativo e seus parâmetros, p
j
, q
j
, e r
j
, 2,1
=
j ,
correspondem à parte do conseqüente de cada regra do modelo. As saídas são calculadas pelo
produto entre os níveis de disparos normalizados e o valor do conseqüente da regra. Assim, a
saída
)r,q,p,x,x,w(ff
jjjjjj 21
=
corresponde à saída parcial da j-ésima regra, dada por:
4
j
O =
(
)
)rxqxpwf
jjjjj
+
+
=
21
(41)
onde,
j
w
,
21,j =
, é a saída da camada 3 e { p
j
, q
j
, r
j
} é o conjunto de parâmetros do
conseqüente de cada regra, ou seja, os valores p
j
, q
j
, e r
j
correspondem aos conseqüentes
singletons’ ou aos conseqüentes do modelo de Takagi-Sugeno de primeira ordem
(combinações lineares das entradas).
Camada 5: Esta camada é constituída por um único nó, não adaptativo. O nó desta última
camada da arquitetura calcula a saída do sistema e, juntamente com os nós das camadas 3 e 4,
promove a defuzzificação do sistema. A sua saída
)f,f(ff
21
=
, que é a saída global do
modelo, é definida como a soma de todas as saídas parciais f
j
, 21,j
=
:
5
j
O =
=
=
2
1
j
j
ff . (42)
84
A aprendizagem do sistema ANFIS tem dois conjuntos de parâmetros
que devem ser treinados: os parâmetros do antecedente, que são as constantes que
caracterizam as funções de pertinências, e os parâmetros do conseqüente, que são os
parâmetros lineares da saída do modelo de inferência. A aprendizagem do modelo ANFIS
emprega algoritmos do gradiente descendente para otimizar os parâmetros do antecedente e o
algoritmo de mínimos quadrados para determinar os parâmetros lineares do conseqüente, ou
seja, o aprendizado é realizado em duas etapas, dadas a seguir, que se repetem até que o
critério de parada seja alcançado:
Etapa 1 – os parâmetros do antecedente permanecem fixos, e se utiliza do algoritmo de
estimação de mínimos quadrados sobre os parâmetros do conseqüente para cada
regra. Uma vez identificado os parâmetros do conseqüente, o erro é calculado
como a diferença entre a saída da rede e a saída desejada apresentada nos pares de
treinamento. Uma das medidas mais usuais para o erro de treinamento é a soma de
erros quadráticos, definido por:
()
=
=
N
k
kk
yySEQ
1
2
ˆ
(43)
onde, N é o número de pares observados, y
k
correspondem aos dados de
treinamento proporcionados (saídas desejadas) e
k
y
ˆ
é a correspondente saída da
rede;
Etapa 2 – os parâmetros dos conseqüentes permanecem fixos, e se utiliza o algoritmo de
retropropagação (backpropagation) sobre os parâmetro do precedente para cada
regra.
Estas etapas são executadas até que o número de épocas (interações)
de treinamento ou o valor do erro, ambos pré-fixados, sejam atingidos primeiro pela rede,
Ressalta-se que um número grande de épocas de treinamento pode levar a uma deformidade
das funções de pertinências.
O modelo ANFIS ajusta através do algoritmo backpropagation os
parâmetros das funções de pertinências, as quais serão de um tipo único (todas triangulares,
todas gaussianas, etc), dependendo da escolha realizada. O método dos mínimos quadrados é
85
usado para encontrar os coeficientes das funções lineares, que formam o conseqüente das
regras fuzzy.
A aprendizagem da rede é obtida combinando o algoritmo de
backpropagation e o método dos mínimos quadrados. Para cada época de treinamento o
método é realizado através de uma passagem à frente (forward step) e uma passagem para trás
(backward step). Na passagem à frente, para cada vetor de entrada, a rede é avaliada até
camada 4, e os parâmetros do conseqüente são estimados usando o método de mínimos
quadrados. Em seguida, são calculados os erros para cada par do conjunto de treinamento, ou
seja, os erros são estimados pela soma dos quadrados das diferenças entre o valor estimado e o
observado. No passo para trás, os erros são propagados e os parâmetros dos antecedentes são
modificados pelo mecanismo do algoritmo de backpropagation.
5.2.4 Algoritmo de Aprendizagem da Estrutura ANFIS
A aprendizagem da estrutura ANFIS envolve a seleção de variáveis, a
determinação do número de funções de pertinências por variável e a obtenção de um conjunto
de regras fuzzy. Para se obter um conjunto de regras fuzzy Chiu (1996) desenvolveu uma
técnica de agrupamento fuzzy denominada agrupamento subtrativo, utilizada para particionar
o espaço de entrada e saída de um conjunto de dados.
Quando não se conhece “a priori” quantos agrupamentos deve haver
para um determinado conjunto de dados, o agrupamento subtrativo é um algoritmo rápido e
robusto para saber este número. Ainda, esta técnica permite a localização do centro do
agrupamento, sendo as funções de pertinências e as regras obtidas a partir destes centros de
agrupamento e, portanto, com estas informações é possível gerar um sistema de inferência
fuzzy do tipo Takagi-Sugeno que modela o comportamento dos dados.
O procedimento do método do algoritmo de agrupamento subtrativo
desenvolvido por Chiu (1994 apud CHIU,1996) considera um conjunto de N amostras (vetores
de observações) de dados, x
1
,x
2
,...,x
N
, definidas em um espaço de dimensão m + n (no
problema da identificação do sistema, m é o número de entradas e n é o número de saídas) e
que são normalizados em cada uma das dimensões, de modo que os dados estejam limitados
por um hipercubo unitário.
86
Como se referiu, cada uma das observações define um eventual
candidato a centro de um agrupamento e uma medida potencial associada ao ponto x
i
,
Ni ,,2,1
K= , para servir como centro do agrupamento, é dado por:
=
=
N
j
ji
a
i
xx
r
expp
1
2
2
4
(44)
onde
Ni ,,2,1 K= , 0>
a
r é uma constante que define o raio de vizinhança de cada centro de
agrupamento e || . || denota a norma euclidiana.
Da expressão dada por (44) pode ser observado que os pontos x
j
localizados fora do raio de ação de x
i
irão ter influência pequena no potencial do ponto. Em
caso contrário, quanto mais próximo estiverem os pontos na vizinhança de x
i
maior será a
influência no potencial. Assim, o potencial associado a cada ponto vai depender de sua
distância a todos os outros, o que faz com que pontos com uma vizinhança densa irá originar
um potencial elevado para o seu centro.
Após o cálculo do potencial de cada um dos pontos, aquele com maior
potencial é selecionado como o primeiro centro de agrupamento. Para
1
x , a localização do
primeiro centro, e
1
p , seu valor potencial, encontrados, o potencial de cada ponto x
i
é
revisado por:
2
1
2
1
4
*
i
b
*
ii
xx
r
expppp
(45)
onde Ni ,,2,1
K= , 0>
b
r é uma constante que define o raio de vizinhança de cada centro ou
a distância onde os pontos serão afetados pela redução de potencial.
Deste modo, é feita uma subtração do potencial de cada ponto em
função da distância do centro do primeiro agrupamento. Os pontos próximos ao centro do
primeiro agrupamento têm potencial muito reduzido e, portanto, pouca possibilidade de serem
escolhidos como o próximo centro de agrupamento. Em geral, o valor atribuído a r
b
deve ser
um pouco superior a r
a
, para se obter grupos espaçados. De acordo com Chiu (1996) define-se
o valor do raio de vizinhança r
b
por: r
b
= 1,25 r
a
.
Efetuada a redução de potencial de cada ponto, pela última expressão,
aquele que apresentar o maior potencial é escolhido para ser o local do segundo centro de
87
agrupamento e, assim sucessivamente, efetuando-se a redução de potencial de maneira
análogo para todos os pontos restantes. De modo geral, após ser obtido o k-ésimo centro de
agrupamento o potencial de cada ponto é reduzido por:
2
2
4
*
ki
b
*
kii
xx
r
expppp
(46)
onde
i
x , i = 1, 2, ..., N, é a localização do centro do k-ésimo agrupamento,
k
p é o seu valor
potencial e
b
r é uma constante positiva que define o raio de vizinhança de cada centro.
O processo de seleção de novos centros e a redução de potencial se
repete de modo iterativo até que todos os pontos estejam abaixo de uma fração de potencial do
primeiro centro de agrupamento
1
p ; como critério de parada do processo toma-se
<
1
)51( p,p
k
.
Esta fração de potencial é um parâmetro
ε
que especifica o limiar
entre a aceitação ou rejeição do potencial de um ponto como centro de agrupamento, isto é, se
a relação entre o potencial do ponto e o do primeiro centro é superior a
ε
, então ele é aceito
como candidato a centro; em caso contrário, especifica o limiar oposto segundo o qual o ponto
é rejeitado como candidato ao centro, pondo fim ao processo de procura. Recomenda-se o
parâmetro
ε
= 0,5 um limiar para o qual o ponto é aceito e
ε
= 0,15 o limiar no qual o ponto é
rejeitado.
Para um conjunto },,,{
21
k
xxx K de k centros de agrupamentos em
um espaço m-dimensional, se as n primeiras dimensões correspondem às variáveis de entrada
e as últimas
nm
dimensões correspondem às variáveis de saída, cada vetor
i
x pode ser
decomposto em dois vetores componentes:
n
i
y
e
nm
i
z
tal que
Τ
]|[
=
iii
zyx
. Cada
centro de agrupamento
i
x representa uma regra fuzzy da forma:
“se a entrada está próxima de
i
y , então a saída está próxima de
i
z
onde
i
y
é a localização do centro de agrupamento no espaço de entrada e
i
z
é a localização
do centro de agrupamento no espaço de saída.
88
Para um vetor de entrada y, o grau no qual a regra i é ativada é
definido por:
=
2
2
4
*
ii
a
i
yy
r
expg
(47)
onde, Ni ,,2,1
K= , r
a
é o raio de vizinhança de cada centro de agrupamento e o vetor de
saída z é calculado por:
=
=
=
k
i
i
k
i
ii
g
zg
z
1
1
. (48)
O modelo neuro-fuzzy obtido pode ser visto em termos de um sistema
de inferência através de uma base de regras fuzzy do tipo “se ... então ...”, sendo cada uma das
regras da forma:
“se y
1
é
1i
A
e y
2
é
2i
A
e ... e y
n
é
in
A
então z é
i
B
onde y
i
é a i-ésima variável de entrada, z a variável de saída,
ij
A
é uma função de pertinência
da i-ésima regra associada com à j-ésima entrada e
i
B
é uma função de pertinência
(singleton) na i-ésima regra associada à variável de saída.
A i-ésima regra tem função de pertinência, cujo centro do
agrupamento é representado por
i
x
, dada por:
=
2
2
1
ii
iji
iA
yy
exp)y(
ij
σ
μ
(49)
onde
ij
y é o j-ésimo elemento de
i
y e
ασ
21=
ij
, com
2
4
a
r=
α
.
O algoritmo descrito por Chiu (1994), é utilizado na estimação do
número de regras necessárias à definição de um modelo fuzzy baseado em um conjunto de
dados, e não necessita de ser especificado previamente o número de agrupamentos no modelo.
No entanto, é importante notar que o parâmetro r
a
, raio de vizinhança do agrupamento, está
89
diretamente relacionado com o número de regras e/ou agrupamentos encontrados. Assim, um
raio pequeno gera um número elevado de regras e/ou agrupamentos, o que, no caso de ser
excessivo, pode redundar em problemas de sobre ajustamento, não dando boas generalizações.
Por outro lado, um raio grande produz um número menor de regras e/ou agrupamentos, o que
poderá gerar modelos com capacidades de aproximação reduzidas, no caso do número de
regras se mostrar pequeno. Deste modo, em aplicações práticas é necessário o teste de diversos
valores para r
a
e selecionar o mais adequado em função dos resultados obtidos. Quanto ao
parâmetro r
b
, este tem uma relação constante com r
a
, e por definição, r
b
afeta igualmente o
número de centros obtidos, sendo necessário também experimentar valores diferentes em
algumas ocasiões.
5.2.5 Determinação dos Conjuntos Fuzzy
Com o uso das técnicas de otimização não linear do modelo ANFIS,
um sistema de previsão foi implementado com as variáveis independentes: resistência à
penetração do solo, teor de água e a argila, e a variável dependente a densidade do solo.
O modelo ANFIS trata-se de uma ferramenta para a construção de um
sistema de inferência fuzzy quando não se conhecem as características das funções de
pertinências para as variáveis de entradas e saídas, e nem se conhece também o número de
grupos ótimos dentro do sistema.
Após os dados serem carregados no ANFIS, para a geração do sistema
de inferência fuzzy foi selecionado o particionamento “agrupamento subtrativo” (do inglês,
subctrative clustering”), e utilizado o tipo de treinamento híbrido, que usa o algoritmo
backpropagation e o método de mínimos quadrados.
Durante o treinamento alguns parâmetros foram ajustados visando
selecionar a configuração com melhor desempenho, para alcançar resultados coerentes, e
foram feitas diversas experiências a fim de refinar as funções de pertinências e,
conseqüentemente, os conjuntos de regra. Os parâmetros ajustados são aqueles relacionados
ao raio de vizinhança do centro de agrupamento no algoritmo subtrativo: r
a
a faixa de ação de
cada agrupamento e r
b
o “fator squash”.
90
Como se referiu, cada um destes parâmetros tem a sua importância: r
a
o raio de influência dos agrupamentos é importante na definição de um modelo, tem variação
entre valores de 0 a 1, valores muito baixos resultam um número elevado de pequenos
agrupamentos e determina, para cada dimensão do espaço de entrada e saída do modelo, a
vizinhança de influência do centro do agrupamento; r
b
é um parâmetro que multiplica o raio
de vizinhança do centro de cada agrupamento para reduzir o potencial de pontos distantes a
serem considerados como pertencentes ao agrupamento, para valores muito alto a este
parâmetro implica que são admitidos centros de agrupamentos muito distantes entre si.
Para cada tipo de solo, foi feita uma combinação de valores para os
parâmetros de ajuste (r
a
e r
b
), e foi gerado um modelo com o seu respectivo erro médio
quadrático para os dados de treinamento e de testes.
Vale ressaltar que no ANFIS, existem dois parâmetros para o critério
de parada para o treinamento dos dados; o erro de tolerância (que deve ser um valor muito
pequeno caso não se conheça o comportamento do erro de treinamento), e o número de épocas
(que define o número de épocas máximo para o ANFIS convergir). O treinamento da rede foi
realizado mantendo o erro de tolerância para a rede igual a 0 e o número de épocas que
apresenta o menor erro médio quadrático.
A quantidade de funções de pertinências utilizadas para fuzzificar a
entrada do modelo depende da quantidade de informações (dados) disponíveis, já que se deve
guardar relação com o número de parâmetros não lineares, p
i
, q
i
e r
i
, que devem ser calculados
para a saída do modelo. Segundo Shaw e Simões (1999), cada entrada do modelo deve ter de
três a sete funções de pertinências para que o modelo fuzzy possua uma melhor precisão, e
assim, o modelo obtido terá uma quantidade de termos lingüísticos que se aproxima mais da
forma do raciocínio humano.
Cada função de pertinência presente na entrada do modelo está
relacionada com o número de parâmetros a ser calculado na camada 1 da rede neuro-fuzzy
apresentada na Figura 21.
O modelo escolhido foi o que apresentou o menor erro quadrático para
o conjunto de testes, e se obteve um número de funções de pertinências, e em função destas,
também, um número de regras que satisfizeram ao critério do erro mínimo. Em todos os casos
91
foram obtidos o tipo de função de pertinência na forma gaussiana e o tipo de sistema
fundamentado foi o modelo fuzzy de Takagi-Sugeno de primeira ordem.
5.2.6 Avaliação do Desempenho do Modelo
Para a avaliação do modelo os dados observados foram divididos em
dois grupos: dados de treinamento em cerca de 80%, e os dados de testes, selecionados
aleatoriamente, para cada tipo de solo, em cerca de 20%, e estes foram utilizados para a
validação do modelo. Assim, para cada tipo de solo temos:
Modelo para solo não preparado tipo I:
- total de 62 dados, 48 foram utilizados para treinamento e os 14 restantes para validação;
Modelo para solo não preparado tipo II:
- total de 104 dados, 84 foram utilizados para treinamento e os 20 restantes para validação;
Modelo para solo não preparado tipo III:
- total de 102 dados, 78 foram utilizados para treinamento e os 24 restantes para validação;
Modelo para solo preparado tipo I:
- total de 334 dados, 274 foram utilizados para treinamento e os 60 restantes para validação;
Modelo para solo preparado tipo III:
- total de 401 dados, 331 foram utilizados para treinamento e os 70 restantes para validação.
Todos os modelos têm três variáveis de entradas: índice de cone, teor
de água e porcentagem de argila, e uma de saída, a densidade do solo.
Para a generalização no conjunto de dados de treinamento, foram
utilizados os conjuntos de dados de testes. Na escolha do melhor sistema neuro-fuzzy, foi
realizado o treinamento para cada um dos cinco modelos dos conjuntos de dados de
treinamento e, a seguir, foi realizada a validação do modelo com os dados de testes. Ou seja,
foram gerados cinco sistemas correspondentes a cada um dos tipos de solo. O conjunto de
dados de testes é usado para evitar o overfitting, ou seja, os parâmetros devem ser escolhidos
buscando o menor erro no conjunto de dados de testes. Desta forma, o melhor sistema para
92
cada tipo de solo foi obtido através da análise do menor erro quadrático médio (EQM) no
conjunto de teste, o qual é calculado pelo ANFIS, e presta-se para determinar quando as
interações (épocas) devem ser interrompidas.
Em cada treinamento, para avaliar o desempenho do modelo ANFIS,
são consideradas três medidas de erros, o Erro Quadrático Médio (EQM), o Erro Relativo
Médio (ERM) e o Erro Absoluto Médio (EAM), definidas como:
()
=
=
n
i
ii
y
ˆ
y
n
1
2
1
EQM (50)
=
=
n
i
i
ii
y
y
ˆ
y
n
1
100
ERM
(51)
=
=
n
i
ii
y
ˆ
y
n
1
2
1
EAM (52)
onde, n representa o número de observações,
i
y é a saída nominal do processo (densidade
observada) e
i
y
ˆ
é a saída (densidade estimada) do modelo. Vale ressaltar que o valor ideal
para cada uma das expressões acima e que todas elas sejam iguais a zero. O erro relativo (ER)
é utilizado para medir a precisão entre dois valores da densidade do solo e é calculado pela
subtração do valor absoluto do primeiro e o segundo, dividindo-se pelo valor do primeiro
valor. O valor do erro relativo (ER) é também multiplicado por 100 para ser expresso em
porcentagem.
No ANFIS é utilizada a raiz quadrada do erro quadrático médio,
RMSEEQM =
, como medida para se determinar a parada das interações do sistema. Esta
medida indica a amplitude média dos desvios entre os valores desejados e estimados da
variável no modelo identificado e significa que quanto maior o seu valor, maior é a
variabilidade e, portanto, pior é o desempenho do modelo.
A variância do erro relativo médio e o desvio padrão são calculados,
respectivamente, através das equações (53) e (54):
()
=
=
n
i
i
y
ˆ
n
)(Var
1
2
ERM
1
ERM (53)
Desvio =
()
=
n
i
i
y
ˆ
n
1
2
ERM
1
=
(ERM)Var
. (54)
93
Para cada modelo encontrado foi calculado o coeficiente de correlação
linear (r) definido pela equação (55):
()
(
)
()
()
∑∑
==
=
=
n
i
n
i
iiii
n
i
iiii
yyyy
yyyy
r
11
2
2
1
ˆ
ˆ
ˆ
ˆ
(55)
para encontrar o grau de relacionamento entre os conjuntos de dado experimental e estimado
da densidade do solo. Para verificar a existência ou não da correlação linear entre estes dois
conjuntos de dados foi realizado um teste de hipóteses, ou seja, foram testadas as hipóteses:
H
0
: Não existe relacionamento linear entre os dados
H
1
: Existe relacionamento linear entre os dados
sendo a estatística usada para a realização deste teste dada por:
2
1
2
=
n
r
rt
c
(56)
que tem a distribuição “t-de-student” com “n–2” graus de liberdade. Este valor de t
c
é
comparado com um valor tabelado, com “n–2” graus de liberdade a um nível
α
de
significância. A regra de decisão a ser tomada é rejeitar a hipótese H
0
se o valor calculado t
c
é
maior que o valor tabelado, e não se rejeita a hipótese H
0
em caso contrário.
No caso de rejeição da hipótese H
0
afirma-se, com um nível
α
de
significância, que os dois conjuntos possuem um relacionamento linear e, neste caso, há fortes
evidências de que dois conjuntos de dados possuem um relacionamento linear, e pode-se então
ajustar uma reta de regressão entre eles.
A análise de regressão, quando constatada a existência da correlação
linear, foi realizada com o objetivo de prever o comportamento de um conjunto de dados em
função da variação do outro.
Obtida a reta de regressão, dada na forma:
Densidade Fuzzy = a + b (Densidade experimental) (57)
94
foi testada a existência desta, ou seja, foi testado se o parâmetro b (coeficiente angular) é
diferente de zero. Desta forma o que se quer testar é:
H
0
: b = 0
H
1
: b
0
Assim, fixado um nível de significância
α
, a estatística do teste é a “t-
de-student” com “n–2 ” graus de liberdade, sob a hipótese de nulidade, dada por:
i
y
c
ss
b
t
= (58)
onde, s é o erro padrão da estimativa e
y
s
é o desvio quadrático da densidade experimental,
dados, respectivamente, pelas equações (59) e (60):
()
2
ˆ
2
1
=
=
n
byay
s
n
I
ii
(59)
e
=
=
=
n
i
n
i
i
iy
n
y
ys
1
2
1
2
(60)
No caso do teste do coeficiente angular ser significativo, a um nível
α
de significância, a reta de regressão não coincide com a reta horizontal e, neste caso, há
relação entre os conjuntos dos dados experimentais e estimados.
O teste para o coeficiente linear da regressão (
a) foi realizado para
testar o valor inicial da regressão, ou seja, testar o valor de
y
ˆ
quando 0
=y , As hipóteses são:
H
0
: a = 0
H
1
: a
0
Fixado um nível de significância
α
, estatística do teste será a “t-de-
student” com “
n–2” graus de liberdade, sob a hipótese nula, é dada por:
+
=
x
c
s
y
n
s
a
t
2
1
. (61)
95
Para cada um dos modelos determinados pelo modelo neuro-fuzzy, foi
realizada uma comparação com resultados utilizando a abordagem de redes neurais artificiais,
existente na literatura, apresentada em Nagaoka (2003), onde se fez uso de várias redes neurais
artificiais com diferentes números de neurônios na camada escondida para obter a densidade
do solo, com as variáveis de entrada resistência do solo à penetração, teor de água e textura do
solo.
Para verificar o desempenho dos modelos determinados pelas duas
abordagens, foi utilizada a teoria estatística para calcular algumas medidas de posição e de
variabilidade.
Para verificar a igualdade de médias entre os conjuntos de estimativas,
dadas pelas abordagens fuzzy e de redes neurais artificiais, realizou-se o seguinte teste de
hipóteses:
H
0
: As médias das estimativas da densidade solo são iguais
H
1
: As médias das estimativas da densidade do solo são diferentes.
Para análise comparativa entre as densidades do solo obtidas foi
realizado teste de normalidade para cada um dos conjuntos de estimativas, utilizando o teste
de hipótese de Shapiro e Wilks. Para aqueles conjuntos de estimativas em que se verificou a
normalidade dos dados, para testar a igualdade das médias entre pares de conjuntos, foi
utilizado o teste de hipótese paramétrico “t-de-student”. Para os conjuntos de dados em que
esta condição não se verificou foi utilizado o teste de hipótese não paramétrico de Mann-
Whitney.
O teste de Mann-Whitney é um teste estatístico utilizado para testar se
dois conjuntos de dados independentes foram retirados de populações com médias iguais. Esse
é um teste alternativo quando as condições exigidas para o teste “t-de-student” não estiverem
satisfeitas. A única exigência para a realização do teste de Mann-Whitney é a de que as
observações sejam medidas numéricas.
96
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
MODELOS FUZZY PARA A ESTIMAÇÃO DA DENSIDADE DO SOLO
6.1 Modelo para Estimação de Solo Não Preparado do Tipo I
Para a construção do modelo do solo não preparado do tipo I foram
utilizados 62 vetores de observações separados em dois arquivos de dados, um constituindo o
conjunto de treinamento (48 vetores) e o outro, escolhido aleatoriamente, o conjunto de teste
(14 vetores).
Foram consideradas três variáveis: duas de entradas, a resistência à
penetração e o teor de água do solo, e uma de saída representando a densidade do solo. Na
Tabela 4 são mostrados os universos de discurso para cada uma das variáveis.
Tabela 4. Universos de discurso das variáveis de entrada e saída
do sistema fuzzy para o solo não preparado do tipo I
Variável Universo de discurso
Resistência à penetração (kPa) [ 761,40 , 5673,21 ]
entrada
Teor de água (%) [ 4,37 , 43,39 ]
saída Densidade do solo (kg.dm
-3
) [ 1,42 , 1,65 ]
97
Para a identificação do modelo foram realizadas simulações
combinando valores para os parâmetros de ajustes, r
a
e r
b
os raios de vizinhança de centro de
agrupamentos, para determinar os parâmetros das funções de pertinências e os parâmetros de
saída do modelo, o número de funções de pertinências das variáveis de entrada e,
conseqüentemente, o número de regras para o modelo, observando o menor erro quadrático
médio (RMSE) obtido para o conjunto de treinamento como para o conjunto de teste, com o
objetivo de melhorar o desempenho do modelo. O número de interações (épocas de
treinamento) foi especificado em 500 épocas, e o erro de tolerância, em virtude de não se
conhecer o comportamento do erro, foi selecionado igual a zero.
Na fase de treinamento, com os parâmetros de ajustes r
a
= 0,15 e r
b
=
5,25, o modelo neuro-fuzzy calculou para a saída o erro de 0,0253 com respeito aos dados de
treinamento e um erro de 0,0593 com respeito aos dados de teste do modelo. Verificou-se que
após 130 interações a diferença entre os erros de treinamento e de teste foi constante durante
todas as interações restantes. Vale ressaltar que quanto mais próximos os valores dos erros
estiverem, melhor é o desempenho do modelo, pois isto indica uma boa generalização para o
modelo. Na Figura 22 estão representados os erros de treinamento e teste para todas as
interações.
treinamento teste
Figura 22. Diferença entre os erros de treinamento e de teste para o solo
não preparado do tipo I.
Para a determinação do modelo com os parâmetros de ajustes, número
de épocas e o erro de tolerância considerado, o sistema ANFIS forneceu cinco funções de
98
pertinências para a variável resistência à penetração e cinco funções para a variável teor de
água, todas do tipo gaussiano, pois foi a combinação de valores que apresentou o menor erro
de treinamento e de teste entre todos os outros valores envolvidos na simulação.
Assim, o modelo identificado para estimar a densidade do solo, no
caso do solo não preparado tipo I, é constituído de duas variáveis de entrada, com cinco
conjuntos fuzzy associados a cada uma das variáveis, cinco regras com os antecedentes de
cada uma conectados pelo operador “e” e, portanto, cinco funções lineares, cada qual,
representando a parte do conseqüente da regra fuzzy.
Na Tabela 5 é dada a caracterização do modelo, obtido através do
ANFIS, e a Tabela 6 apresenta os parâmetros das funções de pertinências, onde o parâmetro m
denota o centro da função e
σ a variação dos dados observados com relação à sua média.
Tabela 5. Caracterização do modelo neuro-fuzzy (ANFIS)
para o solo não preparado do tipo I.
Modelo de inferência neuro-fuzzy
Operador “e” Produto
Número de nós 35
Número de parâmetros lineares 15
Número de parâmetros não lineares 20
Número total de parâmetros 35
Número de pares de dados treinamento 48
Número de pares de teste 14
Número de regras fuzzy 5
Tabela 6. Parâmetros das funções de pertinências para o solo não preparado do tipo I.
Parâmetros das funções de pertinências (
)
1
μ
2
μ
3
4
μ
5
Variável
Entrada
σ
m
σ
m
σ
m
σ
m
σ
m
iCone 260,5 1025 260,5 1512 260,5 1130 260,5 3877 260,5 1716
Umidade 1,59 10 1,172 14,07 2,069 43,39 2,069 6,953 1,901 16,12
As funções de pertinências na Tabela 6 são todas do tipo gaussianas e
caracterizadas pelos seus centros m e variabilidades
σ , e simétricas em relação aos seus
centros. O centro de cada função de pertinência representa o ponto que melhor caracteriza
cada uma destas regiões.
99
Pela Tabela 6 as funções de pertinências que definem os conjuntos
fuzzy para a variável resistência à penetração do solo (índice de cone) e o teor de água
(umidade) do solo são dados por:
Tabela 7. Funções de pertinências para as variáveis fuzzy de entrada
para o solo não preparado do tipo I.
Resistência à penetração Teor de água (Umidade)
2
2
1
60.5)2(
)26.1025(
2
1
1
=
x
iCone
eμ
2
2
2
)59.1(
)00.10(
2
1
1
=
x
Umidade
e
μ
2
2
1
60.5)2(
)10.1512(
2
1
2
=
x
iCone
eμ
2
2
2
)17.1(
)06.14(
2
1
2
=
x
Umidade
e
μ
2
2
1
60.5)2(
)1130(
2
1
3
=
x
iCone
eμ
2
2
2
)07.2(
)39.43(
2
1
3
=
x
Umidade
e
μ
2
2
1
60.5)2(
)20.3877(
2
1
4
=
x
iCone
e
μ
2
2
2
)07.2(
)95.6(
2
1
4
=
x
Umidade
e
μ
2
2
1
60.5)2(
)49.1716(
2
1
5
=
x
iCone
e
μ
2
2
2
)90.1(
)12.16(
2
1
5
=
x
Umidade
e
μ
Na Figura 23 são dadas as regiões para cada uma das funções de
pertinências (Ri, i = 1,...,5) para a variável resistência à penetração do solo, em quilopascal
(kPa).
Figura 23. Funções de pertinências para a variável de entrada resistência do solo
à penetração para o solo não preparado do tipo I.
Para cada função de pertinência se pode identificar um intervalo para
cada um dos espaços da variável de entrada considerada. Assim, tendo como centro do
100
intervalo o valor m e dispersão σ , os intervalos para o conjunto de dados para a variável
resistência à penetração do solo são dados por: [761,40 , 1806,50] , [764,40 , 2293,50] ,
[764,40 , 1911,50] , [3095,50 , 4652,50] , [934,50 , 2497,50].
Na Figura 24 estão apresentadas as funções de pertinências para a
variável teor de água (Ui, i = 1,...,5), representada pela umidade do solo em porcentagem (%).
Figura 24. Funções de pertinências para a variável teor de água (umidade)
para o solo não preparado do tipo I.
Os intervalos que definem os conjuntos fuzzy para a variável teor de
água (umidade) são dados por: [5,23 , 14,77] , [10,55 , 17,59] , [37,18 , 43,39] , [4,37 , 13,16] ,
[10,42 , 21,83].
Na Tabela 8 são apresentados os parâmetros das funções lineares dos
conseqüentes, onde os parâmetros C
i
(i = 1, 2, 3) denotam os coeficientes da função linear do
conseqüente de cada uma das regras do modelo.
Tabela 8. Parâmetros das funções lineares de saída dos conseqüentes
para o solo não preparado do tipo I
parâmetros das funções
lineares dos conseqüentes
Regras
C
1
C
2
C
3
1 -0,000009 -0,0070 1,5020
2 0,000066 0,0358 1,0750
3 0,000046 0,0331 0,0007
4 -0,000033 -0,0176 1,8940
5 0,000104 -0,0269 1,7070
101
O modelo ANFIS estabelece uma relação linear entre a variável de
entrada e a variável de saída, baseado em regras, onde o conseqüente de cada regra define um
modelo linear ao redor do centro das funções de pertinências. Ressalta-se que o centro m da
função de pertinência representa o ponto que melhor caracteriza cada uma dessas regiões.
Deste modo, quanto mais um valor se distancia do centro da função de pertinência, mais
aumenta a possibilidade de erros, pois a capacidade de predição do modelo é reduzida, isto
porque se um ponto se colocar numa posição entre dois centros o modelo neuro-fuzzy realiza
uma interpolação entre os resultados de duas regras vizinhas.
Na Figura 25 estão representadas as funções de pertinências para as
variáveis de entradas, resistência à penetração e teor de água no solo, que formam a parte
antecedente das regras, e a variável de saída, densidade do solo, que forma a parte do
conseqüente das regras.
Figura 25. Regras do modelo da estimativa da densidade do solo para o solo
não preparado do tipo I.
102
Com os intervalos que definem os conjuntos fuzzy e os parâmetros
apresentados na Tabela 6 as regras e as funções lineares que definem as saídas para o
conseqüente de cada regra, onde x
1
representa a resistência à penetração (índice de cone) e x
2
o
teor de água (umidade) no solo, são as seguintes:
Regra 1. Se
1
x [764,4 ,1806,50] e
2
x [ 5,23 , 14,77]
Então y
1
= -0,000009 x
1
- 0,0070 x
2
+ 1,5020 (62)
Regra 2. Se
1
x [764,40 , 2293,50] e
2
x [10,55 , 17,59]
Então y
2
= 0,000066 x
1
+ 0,0358 x
2
+ 1,0750 (63)
Regra 3. Se
1
x
[764,50 ,1911,50] e
2
x
[37,18 , 43,39]
Então y
3
= 0,000046x
1
+ 0,0331 x
2
+ 0,0007 (64)
Regra 4. Se
1
x [3095,50 , 4652,50] e
2
x [ 4,37 , 13,16]
Então y
4
= -0,000033 x
1
- 0,0176 x
2
+ 1,8940 (65)
Regra 5. Se
1
x [934,50 , 2497,50] e
2
x [10,42 , 21,83]
Então y
5
= 0,000104 x
1
- 0,0269 x
2
+ 1,7070 (66)
Na Tabela 9 são apresentados os dados para solo não preparado do tipo
I (teor de argila menor que 30 %) e as estimativas obtidas pelo modelo, juntamente com os
erros relativos os quais são utilizados para medir a precisão entre os valores obtidos
experimentalmente e os valores estimados pelo modelo.
103
Tabela 9. Resultados do modelo para solo não preparado tipo I
(teor de argila menor que 30%)
Amostras
íCone
( kPa )
Umidade
( % )
Argila
( % )
Densidade
Experimental
( kg.dm
-3
)
Densidade
Estimada
( kg.dm
-3
)
Erro
Relativo
( % )
1 1590,0 43,39 6,7 1,45 1,51 4,21
2 1850,0 43,39 6,7 1,47 1,52 3,59
3 1800,0 43,39 6,7 1,66 1,52 8,40
4 2484,2 15,90 21,5 1,50 1,54 2,81
5 1798,2 15,90 21,5 1,50 1,51 0,57
6 1426,3 15,90 21,5 1,50 1,53 2,23
7 1400,0 15,90 21,5 1,50 1,54 2,45
8 1823,5 15,90 21,5 1,50 1,51 0,55
9 6051,3 6,95 21,5 1,65 1,58 4,55
10 4810,1 7,65 21,5 1,62 1,60 1,05
11 3172,6 11,28 21,5 1,65 1,59 3,50
12 2332,5 12,37 21,5 1,62 1,63 0,49
13 2396,1 11,99 21,5 1,57 1,64 4,30
14 1828,2 11,28 21,5 1,65 1,58 4,31
Erro relativo médio (ERM) 3,07
Variância 4,61
Para a comparação entre os conjuntos de dados experimentais e
estimados foi calculado o valor do coeficiente de correlação, cujo valor é r = 0,63, o que
indica uma relação moderadamente forte entre os dois conjuntos de dados. O p-valor igual a
0,016 é menor que um nível de significância 050,
=
α
e, portanto, a associação entre as
estimativas é considerada estatisticamente significativa, para um nível de confiança de 95%.
Deste modo, os resultados produzem evidências de que as estimativas são correlacionadas
com o conjunto de dados experimentais, e possuem a mesma tendência movendo-se na mesma
direção, isto é, como o coeficiente de correlação é positivo e o p-valor é menor que 0,05,
existe uma correlação significante entre os dois conjuntos dados.
Dado que existem evidências de que os dois conjuntos de dados
possuem um relacionamento linear pode-se prever o comportamento de um deles em função
da variação do outro, ajustando uma reta de regressão entre eles para o auxílio na análise dos
dados. Assim, é construído o gráfico de dispersão, com a regressão linear e o coeficiente de
determinação entre os conjuntos de valores da densidade experimental e os da densidade
104
estimadas, obtidos pelo modelo neuro-fuzzy para os dados de teste. A Figura 26 mostra o
ajuste feito pela reta de regressão.
y = 0.3634x + 0.9902
R
2
= 0.392
1.4
1.45
1.5
1.55
1.6
1.65
1.7
1.4 1.45 1.5 1.55 1.6 1.65 1.7
Densidade experimental
Densidade estimad
a
Figura 26. Gráfico de dispersão e de regressão das densidades do solo observadas
e obtidas pelo modelo para o solo não preparado do tipo I
Para verificar se o modelo de regressão gerado é significante, ou seja,
para verificar a existência da regressão linear entre a densidade experimental e a densidade
estimada realizou-se teste de hipótese utilizando a estatística “t-de-student”, fixado um nível
de significância 050,=
α
, com “n–2” graus de liberdade para o coeficiente angular da reta de
regressão (0,363). A estatística t calculada para uma significância de 5% foi de 2,78, já o valor
de t tabelado para 12 graus de liberdade é 2,179. Como o valor da estatística t calculada (2,78)
é maior que o valor de t tabelado (2,179), pela distribuição “t-de-student”, rejeita-se a hipótese
de não haver regressão, isto é, de que o coeficiente de regressão é diferente de zero e, portanto,
é estaticamente significante, existindo então relação entre os dados observados e estimados.
Também, foi realizado o teste para o coeficiente linear da regressão (0,363409), o qual foi
estatisticamente significativo ao nível de significância de 5%. A Tabela 10 mostra a análise de
regressão e de variância para os dados experimentais e estimados pelo modelo neuro-fuzzy.
105
Tabela 10. Análise de regressão e de variância para os dados experimentais
e estimados para solo não preparado do tipo I
Parâmetros Estimativas Erro padrão Estatística-t p-valor
Intercepto 0,990226 0,20406 4,85262 0,0004
Coeficiente angular 0,363409 0,130655 2,78144 0,0166
F.V. g.l. S.Q. Q.M. Estatística-F p-valor
Regressão 1 0,0105388 0,0105388 7,74 0,0166
Resíduo 12 0,0163469 0,00136224
Total 13 0,0268857
Nota: F.V.=Fonte de variação, g.l.= Graus de liberdade, S.Q.= Soma de quadrados,
Q.M.= Quadrados médios
A Tabela 10 mostra que os resultados do ajuste do modelo linear para
descrever a relação entre o conjunto de densidade fuzzy e a densidade experimental é dada
pela equação:
Fuzzy = 0, 990226 + 0, 363409*Experimental (67)
É observado, ainda pela Tabela 10, que como o p-valor na tabela da
análise de variância é menor que 0,05, há uma relação estatisticamente significante entre o
conjunto de densidade estimada pelo modelo neuro-fuzzy e o conjunto de densidade
experimental ao nível de confiança de 95%.
Na Figura 26 é verificada uma dispersão dos pontos em relação à reta
de regressão, indicando uma variabilidade dos dados, e quanto mais os pontos estão distantes
desta reta, maior é o erro quadrático e o erro relativo. Pode ser observado, ainda, que a
estatística R
2
= 0,392, ou seja, a variação dos dados da densidade estimada são 39,2%
explicadas pelas variações do conjunto de dados da densidade experimental, isto é, R
2
representa a comparação em pares dos valores observados com as estimativas do modelo.
Embora o valor de R
2
tenha sido baixo, o desvio padrão da densidade
do solo (0,078348) do conjunto de teste está próximo da raiz quadrada do erro quadrático
médio para os dados de teste (
0630RMSE ,= ), e desde que o erro do teste (0,05933) e a
variância do erro relativo médio (4,61%) são pequenos, estes valores indicam que o modelo
neuro-fuzzy é capaz de identificar uma correlação entre as variáveis de entradas e as
respectivas estimativas do modelo.
106
Na análise do modelo observa-se que os valores calculados a partir do
modelo neuro-fuzzy representam de fato o que acontece no estudo da densidade do solo, onde
diversos fatores influenciam na determinação dos valores da densidade. O modelo apresentou
uma variação média de 4,61%, sendo o maior erro relativo o da terceira observação, onde o
teor de água é muito elevado. Deste modo, entre as densidades experimentais e as estimativas
das densidades fuzzy, não há disparidade significativa dos dados, apesar da subestimação de
8,40% com relação à terceira amostra.
Pela Tabela 9 e Figura 26, constata-se que os erros relativos médios
mais altos estão concentrados nos pontos de observações 1, 2, 3, 9 e 13 e 14, onde o maior
erro relativo está na observação 2, ERM = 8,40 %. Nas observações 1, 2 e 3 a razão destes
valores para o erro relativo pode ser devido ao alto teor de água (umidade) no solo (43,39 %),
que faz com que o solo atinja densidade elevada, confirmando resultados apresentados na
literatura como em trabalhos de Klein et al. (1998), Guerra (2000) e Lazarini et al. (2002), que
não recomendam que sejam realizadas a determinação da resistência à penetração do solo
quando este apresenta elevado teor de umidade.
A densidade do solo variou de 0,993 kg.dm
-3
a 1,74 kg.dm
-3
, sendo o
maior valor alcançado para valores do índice de cone entre 2450 kPa e 2500 kPa com o teor de
água muito alto (43,3%), e o menor valor atingido para densidade do solo é para o índice de
cone muito baixo e o teor de água em torno de 28,3%.
Com umidade do solo muito alta e índice de cone a partir de 5640 kPa,
a densidade atinge valor de 1,70 kg.dm
-3
. Na Figura 27, também se observa que para a
umidade muito alta, à medida que aumenta a resistência à penetração do solo a densidade é
incrementada. Observa-se, ainda, que a densidade é decrescente até a umidade de 30%,
quando a partir deste ponto, a densidade é crescente e à medida que a resistência à penetração
aumenta a densidade atinge o valor máximo.
Na Figura 27 são mostrados os gráficos de superfície de respostas em
diferentes ângulos de visão, onde (b), (c) e (d) são, respectivamente, as rotações de 90º, 180º e
270º em relação ao gráfico (a), para as variáveis de entrada e saída do modelo neuro-fuzzy
onde se pode verificar o comportamento do modelo neuro-fuzzy para os valores dos dados
estimados.
107
Figura 27. Gráfico de superfície de respostas para as variáveis de entrada e saída do
modelo neuro-fuzzy para o solo não preparado do tipo I.
Pelo arrazoado, o modelo teria melhores resultados se os dados para a
resistência à penetração, o teor de água e textura do solo tivessem sido coletados por uma
mesma metodologia. Ressalta-se que os dados utilizados para determinar o modelo para solo
não preparado do tipo I, foram retirados da literatura usando dados de diversos autores.
6.1.1 Comparação entre o Modelo Neuro-Fuzzy e Redes Neurais para Solo
Não Preparado do Tipo I
Nesta seção será feita uma comparação entre valores estimados pelo
modelo neuro-fuzzy com resultados apresentado em Nagaoka (2003), que implementou
diversas redes neurais do tipo perceptron multicamadas para determinar a densidade solo
utilizando como variáveis de entrada a resistência à penetração, teor de água e textura do solo.
108
Para fins comparativos foram reunidos na Tabela 11 os valores obtidos
em laboratórios e estimados para a densidade do solo, através do modelo neuro-fuzzy e de
redes neurais artificiais (RN). Para o solo não preparado do tipo I, Nagaoka (2003) considerou
as seguintes redes neurais, RN1 uma rede de arquitetura com 4 entradas, 15 neurônios na
camada escondida e uma saída, RN3 rede com 3 entradas, 10 neurônios na camada escondida
e uma saída e RN7 rede com 3 entradas, 15 neurônios na camada escondida e uma saída.
Tabela 11. Valores de densidades de solo obtidos em laboratório, por modelo neuro-
fuzzy e rede neural e os erros relativos para o solo não preparado do tipo I
Estimativas (kg.dm
-3
) Erros relativos (%)
Amostras
Exp Fuzzy RN1 RN3 RN7 Exp
xFuzzy ExpxRN1 ExpxRN3 ExpxRN7
1 1,45 1,51 1,56 1,48 1,51 4,14 7,86 2,28 4,34
2 1,47 1,52 1,60 1,48 1,55 3,40 8,71 0,61 5,31
3 1,66 1,52 1,59 1,48 1,54 8,43 4,16 10,84 7,29
4 1,50 1,54 1,38 1,50 1,42 2,67 8,00 0,00 5,33
5 1,50 1,51 1,49 1,52 1,50 0,67 0,80 1,07 0,00
6 1,50 1,53 1,53 1,52 1,50 2,00 1,67 1,53 0,13
7 1,50 1,54 1,53 1,52 1,50 2,67 1,80 1,60 0,20
8 1,50 1,51 1,49 1,52 1,50 0,67 1,00 1,00 0,07
9 1,65 1,58 1,58 1,61 1,65 4,24 4,42 2,42 0,00
10 1,62 1,60 1,61 1,61 1,56 1,23 0,74 0,74 3,64
11 1,65 1,59 1,61 1,63 1,65 3,64 2,42 1,45 0,00
12 1,62 1,63 1,62 1,63 1,65 0,62 0,12 0,37 1,85
13 1,57 1,64 1,61 1,63 1,65 4,46 2,29 3,50 5,10
14 1,65 1,58 1,53 1,62 1,64 4,24 7,03 2,00 0,42
Para realizar a comparação entre os conjuntos de estimativas foram
calculados as médias, os desvios padrão e o coeficiente de variação (CV) para cada um destes
conjuntos, explicitados na Tabela 12.
Tabela 12. Parâmetros estatísticos para as densidades do solo experimental
e estimadas para o solo não preparado do tipo I
Parâmetros estatísticos Experimental Fuzzy RN1 RN3 RN7
Média Aritmética 1,56 1,56 1,56 1,55 1,56
Desvio Padrão 0,0783 0,0455 0,0783 0,0455 0,0668
Coeficiente de Variação (%) 5,02 2,92 4,31 3,97 4,93
109
O Coeficiente de variação (CV) é uma medida relativa que expressa o
desvio padrão como uma porcentagem da média aritmética. Quanto mais próximo de zero,
mais homogênea é a distribuição. Quanto mais distante, mais dispersas. Ele mede a dispersão
em relação à média, e é dado pela razão entre o desvio padrão e a média e é multiplicado por
100, para que o coeficiente de variação seja dado em porcentagem:
100CV ×=
X
X
σ
(68)
onde
X
σ
e
X
são, respectivamente, o desvio padrão e a média aritmética do conjunto de
dados X.
Como se pretende saber qual dos conjuntos de estimativas tem o
melhor desempenho, essa informação é conseguida através da análise da variabilidade,
procurando-se o conjunto que é mais homogêneo. Da Tabela 12 pelos coeficientes de variação
dos quatro conjuntos de estimativas desde que CV = 2,92% para o conjunto de estimativas
fuzzy, e quanto menor o coeficiente de variação mais homogêneo é o conjunto de dados,
conclui-se que o conjunto de estimativas obtidas pelo modelo neuro-fuzzy é mais homogênea
que as obtidas por rede neural.
A Tabela 13 apresenta os valores do coeficiente de correlação (r) com
seu respectivo p-valor entre os valores obtidos em laboratório e as estimativas determinadas
pelo modelo neuro-fuzzy e rede neural artificial.
Tabela 13. Coeficientes de correlação e p-valores das combinações entre dados
experimentais e estimados para o solo não preparado do tipo I
Fuzzy x Exp. RN1 x Exp. RN3 x Exp. RN7 x Exp.
correlação (r) 0,626 0,4830 0,7040 0,7320
p-valor (p) 0,0166 0,0799 0,0049 0,0029
Nota: Exp = Experimental
Da Tabela 13 como o p-valor para os coeficientes de correlação foi
menor para um nível de significância
α
= 0,05, com exceção da comparação Fuzzy x RN1,
para todos os outros resultados das comparações a associação entre as estimativas foi
considerada estatisticamente significativa, com um nível de confiança de 95% de
probabilidade, indicando que as estimativas são correlacionadas e possuem a mesma
tendência.
110
Na Tabela 14 são apresentados os valores, relativos a treinamento e
teste para comparar o desempenho dos dois modelos, neuro-fuzzy e rede neural, para as
estimativas da densidade do solo.
Tabela 14. Valores de medidas estatísticas para comparar o desempenho dos modelos de
estimativas da densidade do solo para o solo não preparado do tipo I
Treinamento Teste
Modelo
RMSE RMSE
Erro relativo
Médio (%)
Variância do
Erro relativo (%)
Desvio padrão
do erro
Fuzzy 0,0253 0,0593 3,08 4,42 0,0340
RN1 0,0765 0,0717 3,64 9,33 0,0461
RN3 0,0122 0,0545 2,11 7,18 0,0446
RN7 0,0028 0,0547 2,41 6,96 0,0414
Da Tabela 14 verifica-se que, embora, o erro relativo médio seja
menor para o modelo de redes neurais RN3 e RN7, os erros médios quadrático (RMSE) são
praticamente iguais para a duas abordagens, e o modelo neuro-fuzzy apresenta um melhor
desempenho em virtude dos valores da variação dos erros relativos e do desvio padrão ser
inferiores para a abordagem fuzzy para os dados de teste.
Para verificar a igualdade de médias entre os conjuntos de estimativas,
dadas na Tabela 11, realizou-se o teste de hipóteses, H
0
: As médias entre as estimativas são
iguais versus H
1
: As médias entre as estimativas são diferentes
Para análise comparativa entre as densidades do solo obtidas pelas
duas abordagens foi realizado o teste de normalidade, usando o teste de Shapiro e Wilks, para
cada um dos conjuntos de estimativas. Para os conjuntos de dados em que se verificou a
normalidade, para testar a igualdade das médias entre pares de conjuntos, foi utilizado o teste
de hipótese paramétrico “t-de-student”. Para os conjuntos de dados em que esta condição não
se verificou foi utilizado o teste de hipótese não paramétrico de Mann-Whitney. Desse modo,
para verificar a significância da diferença entre as médias das densidades obtidas em
laboratórios e estimadas, ao nível de confiança de 95% de probabilidade, um teste de hipótese
foi realizado e constatou-se que todos os pares de médias das estimativas tiveram a hipótese de
nulidade H
0
não rejeitada, indicando que os pares de estimativas não apresentaram diferença
entre as médias. Portanto, o modelo neuro-fuzzy mostra-se um método eficiente para a
obtenção da densidade do solo, quando comparado com trabalho já existente na literatura.
111
6.2 Modelo para Estimação de Solo Não Preparado do Tipo II
Para a construção do modelo do solo não preparado do tipo II, foram
utilizados 104 vetores de observações, separados aleatoriamente em dois arquivos de dados,
um constituindo o conjunto de treinamento (84 vetores) e o outro o conjunto de teste (20
vetores).
Foram consideradas três variáveis: duas de entradas, a resistência à
penetração e o teor de água do solo, e uma de saída representando a densidade do solo. Na
Tabela 15 são mostrados os universos de discurso para cada uma das variáveis.
Tabela 15. Universos de discurso das variáveis de entrada e saída
do sistema fuzzy para solo não preparado do tipo II
Variável Universo de discurso
Resistência à penetração (kPa) [ 463,4 , 8152,3 ]
entrada
Teor de água (%) [ 12,51 , 22,04 ]
saída Densidade do solo (kg.dm
-3
) [ 1,41 , 1,67 ]
Para a identificação do modelo, após várias simulações, foram
atribuídos aos parâmetros de ajustes os valores, r
a
= 0,65 e r
b
= 1,25, para determinar o
número de funções de pertinências das variáveis de entrada e, conseqüentemente, o número de
regras para o modelo, observando o menor erro obtido para o conjunto de treinamento como
para o conjunto de teste, com o objetivo de obter o melhor desempenho do modelo. O número
de interações (épocas de treinamento) considerado foi de 500 épocas e o erro de tolerância,
também, neste caso, foi igual a zero em virtude de não se conhecer o comportamento do erro.
Na fase de treinamento, o modelo neuro-fuzzy calculou a saída do erro
em 0,0437 com respeito aos dados de treinamento e um erro de 0,0547 com respeito ao erro de
teste do modelo, indicando uma boa generalização para o modelo. Verificou-se que após 250
interações a diferença entre os erros de treinamento e de teste foi constante durante todas as
interações restantes. Vale ressaltar que quanto mais próximos os valores dos erros estiverem,
melhor é o desempenho do modelo, pois isto indica uma boa generalização para o modelo. Na
Figura 28 estão representados os erros de treinamento e teste para todas as interações.
112
treinamento teste
Figura 28. Diferença entre os erros de treinamento e de teste para solo
não preparado do tipo II.
Para a determinação do modelo, o sistema ANFIS forneceu cinco
funções de pertinências para a variável resistência à penetração e cinco funções para a variável
teor de água, todas do tipo gaussiano, pois foi a combinação dos valores dos parâmetros de
ajustes considerados que apresentou o menor erro de treinamento e de teste entre todos os
outros valores envolvidos na simulação.
O modelo identificado para estimar a densidade do solo, no caso do
solo não preparado tipo II, é constituído de duas variáveis de entrada, com cinco conjuntos
fuzzy associados a cada uma das variáveis, cinco regras com os antecedentes de cada uma
conectados pelo operador “e” e, portanto, cinco funções lineares, cada qual, representando a
parte do conseqüente da regra fuzzy.
Na Tabela 16 é dada a caracterização do modelo, obtido através do
ANFIS, e a Tabela 17 apresenta os parâmetros das funções de pertinências, onde o parâmetro
m denota o centro da função e
σ a variação dos dados observados com relação à sua média.
113
Tabela 16. Caracterização do modelo neuro-fuzzy (ANFIS)
para solo não preparado do tipo II
Modelo de inferência neuro-fuzzy
Operador “e” Produto
Número de nós 35
Número de parâmetros lineares 15
Número de parâmetros não lineares 20
Número total de parâmetros 35
Número de pares de dados treinamento 84
Número de pares de teste 20
Número de regras fuzzy 5
Tabela 17. Parâmetros das funções de pertinências para solo não preparado do tipo II
Parâmetros das funções de pertinências (
)
1
2
3
4
5
Variável
Entrada
σ
M
σ
m
σ
m
σ
m
σ
m
íCone 1766,9 1718,6 1766,9 2909,6 1766,9 4199,8 1766,9 1671,2 1766,9 5995,29
Umidade 1,42 20,20 1,37 17,29 1,00 18,54 2,43 21,39 2,19 13,69
Estas funções de pertinências são simétricas e caracterizadas pelos
seus centros m e variabilidades
σ . O centro de cada função de pertinência representa o ponto
que melhor caracteriza cada uma destas regiões. Na Figura 29 são dadas as regiões para as
funções de pertinências para a variável resistência à penetração do solo.
Figura 29. Funções de pertinências para a variável de entrada resistência
do solo à penetração para o solo não preparado do tipo II.
114
Pela Tabela 17, as funções de pertinências que definem os conjuntos
fuzzy para a variável resistência à penetração do solo (índice de cone) são dadas na Tabela 18.
Tabela 18. Funções de pertinências para as variáveis fuzzy de entrada
para solo não preparado do tipo II
Resistência à penetração Teor de água (Umidade)
2
2
1
766.9)1(
)6.1718(
2
1
1
=
x
iCone
eμ
2
2
2
)42.1(
)20.20(
2
1
1
=
x
Umidade
e
μ
2
2
1
766.9)1(
)6.2909(
2
1
2
=
x
iCone
eμ
2
2
2
)37.1(
)29.17(
2
1
2
=
x
Umidade
e
μ
2
2
1
766.9)1(
)8.4199(
2
1
3
=
x
iCone
eμ
2
2
2
)00.1(
)54.18(
2
1
3
=
x
Umidade
e
μ
2
2
1
766.9)1(
)20.1671(
2
1
4
=
x
iCone
e
μ
2
2
2
.43)2(
)39.21(
2
1
4
=
x
Umidade
e
μ
2
2
1
766.9)1(
)29.5995(
2
1
5
=
x
iCone
e
μ
2
2
2
.19)2(
)69.13(
2
1
5
=
x
Umidade
e
μ
Para cada função de pertinência se pode identificar um intervalo para
cada um dos espaços da variável de entrada considerada. Assim, tendo como centro do
intervalo o valor m e dispersão
σ , os intervalos para o conjunto de dados para a variável
resistência à penetração do solo são dados por: [463,40 , 7019,30], [463,40 , 8210,30] ,
[463,40 , 8152,30] , [463,40 , 6971,90] , [694,36 , 8152,30] .
Na Figura 30 é apresentado o gráfico para a variável teor de água
(umidade) no solo.
Figura 30. Funções de pertinências para a variável de entrada teor de água
para o solo não preparado do tipo II.
115
Os intervalos que definem os conjuntos fuzzy para a variável teor de
água (umidade do solo) são dados por: [15,94 , 22,04] , [13,18 , 21,40] , [15,54 , 21,54] ,
[14,10 , 22,04] , [12,51 , 20,26],
Na Tabela 19 são apresentados os parâmetros das funções lineares dos
conseqüentes, onde os parâmetros C
i
(i = 1, 2, 3) são os coeficientes da função linear do
conseqüente de cada uma das regras do modelo.
Tabela 19. Parâmetros das funções lineares de saída dos conseqüentes
para solo não preparado do tipo II
Parâmetros das funções
lineares dos conseqüentes
Regras
C
1
C
2
C
3
1 0,000677 -0,851817 18,6280
2 -0,000230 -0,089060 3,8569
3 0,000162 -0,944996 17,9846
4 -0,000380 0,702583 -12,9082
5 -1,041071 0,086086 0,5033
O modelo ANFIS estabelece uma relação linear entre a variável de
entrada e a variável de saída, baseado em regras, onde o conseqüente de cada regra define um
modelo linear ao redor do centro das funções de pertinências. Ressalta-se que o centro m da
função de pertinência representa o ponto que melhor caracteriza cada uma dessas regiões.
Deste modo, quanto mais um valor se distancia do centro da função de pertinência, mais
aumenta a possibilidade de erros, pois a capacidade de predição do modelo é reduzida, isto
porque se um ponto se colocar numa posição entre dois centros o modelo neuro-fuzzy realiza
uma interpolação entre os resultados de duas regras vizinhas.
Na Figura 31 estão representadas as funções de pertinências para as
variáveis de entradas, resistência à penetração e o teor de água no solo, que formam a parte
antecedente das regras.
116
Figura 31. Regras do modelo da estimativa da densidade do solo
para o solo não preparado do tipo II
Com os intervalos que definem os conjuntos fuzzy e os parâmetros
apresentados na Tabela 19 as regras e as funções lineares que definem as saídas para o
conseqüente de cada regra, onde x
1
representa a resistência à penetração (índice de cone) e x
2
o
teor de água (umidade) no solo, são as seguintes:
Regra 1. Se
1
x [463,40 , 7019,30] e
2
x [15,94 , 22,04]
Então y
1
= 0,000677 x
1
- 0,851817x
2
+ 18,6280 (69)
Regra 2. Se
1
x
[463,40 , 8210,30] e
2
x
[13,18 , 21,40]
Então y
2
= -0,000230 x
1
- 0,089060 x
2
+ 3,8569 (70)
Regra 3. Se
1
x [463,40 , 8152,30] e
2
x [15,54 , 21,54]
Então y
3
= 0,000162 x
1
- 0,944996 x
2
+ 17,9846 (71)
Regra 4. Se
1
x [463,40 , 6971,90] e
2
x [14,10 , 22,04]
Então y
4
= -0,000380 x
1
- 0,702583 x
2
- 12,9082 (72)
Regra 5. Se
1
x [694,36 , 8152,30] e
2
x [12,51 , 20,26]
Então y
5
= -1,041071 x
1
+ 0,086086 x
2
+ 0,5033 (73)
117
Na Tabela 20 são apresentados os dados da densidade do solo obtidos
experimentalmente para solo não preparado do tipo II (teor de argila entre 30% e 50%), e as
estimativas obtidas pelo modelo neuro-fuzzy, juntamente com os erros relativos os quais são
utilizados para medir a precisão entre os valores experimentais e os valores estimados pelo
modelo.
Tabela 20. Resultados do modelo para solo não preparado tipo II
(teor de argila entre 30% e 50%)
Amostras
íCone
( kPa )
Umidade
( % )
Densidade
Experimental
( kg.dm
-3
)
Densidade
Estimada
( kg.dm
-3
)
Erro
Relativo
(%)
1 6419,40 13,05 1,59 1,56 1,96
2 4605,30 12,89 1,51 1,56 3,28
3 2676,90 16,63 1,59 1,58 0,73
4 4127,50 15,77 1,53 1,57 2,41
5 3839,80 16,20 1,51 1,56 3,26
6 2159,30 15,50 1,53 1,53 0,06
7 2413,00 15,50 1,53 1,53 0,03
8 2137,90 15,50 1,53 1,53 0,07
9 2652,60 15,50 1,53 1,53 0,07
10 3073,70 15,50 1,53 1,54 0,37
11 1449,80 20,20 1,41 1,53 8,25
12 881,70 20,20 1,41 1,46 3,69
13 892,60 20,20 1,41 1,46 3,78
14 1062,40 20,20 1,41 1,48 5,25
15 794,00 20,20 1,41 1,45 2,90
16 3176,30 16,55 1,61 1,57 2,36
17 3971,80 14,73 1,66 1,62 2,51
18 1953,30 20,43 1,61 1,56 3,39
19 2141,10 20,08 1,66 1,58 4,74
20 2405,90 20,95 1,67 1,55 7,09
Erro relativo médio (ERM) 2,81
Variância 5,36
Para a comparação entre os conjuntos de dados experimentais e
estimados, calculou- se o valor do coeficiente de correlação, cujo valor é r = 0,836, indicando
uma relação moderadamente forte entre os dois conjuntos de dados. Ainda, como o p-valor
para o coeficiente de correlação é igual a 4,34
x10
-6
, menor que um nível de significância
010,=
α
, tem-se que a associação entre os valores experimentais e estimados é
estatisticamente significativa, para um nível de confiança de 99%. Deste modo, os resultados
118
produzem evidências de que as estimativas são correlacionadas com o conjunto de dados
experimentais, e possuem a mesma tendência movendo-se na mesma direção, isto é, como o
coeficiente de correlação é positivo e o p-valor é menor que 0,01, existe uma relação
significante entre os dois conjuntos dados.
Como existem evidências de que os dois conjuntos de dados possuem
um relacionamento linear pode-se prever o comportamento de um deles em função da variação
do outro, ajustando uma reta de regressão entre eles para o auxílio na análise dos dados.
Assim, é construído o gráfico de dispersão, com a regressão linear e o coeficiente de
determinação entre os conjuntos de valores da densidade experimental e os da densidade
estimadas, obtidos pelo modelo neuro-fuzzy para os dados de teste. A Figura 32 mostra o
ajuste feito pela reta de regressão.
y = 0.4264x + 0.8843
R
2
= 0.6995
1.40
1.45
1.50
1.55
1.60
1.65
1.40 1.45 1.50 1.55 1.60 1.65 1.70
Densidade experimental
Densidade fuzzy
Figura 32. Gráfico de dispersão e de regressão das densidades do solo observadas
e obtidas pelo modelo para o solo não preparado do tipo II
Para verificar se o modelo de regressão gerado é significante, ou seja,
para saber se existe regressão linear entre a densidade experimental e a densidade estimada se
realizou um teste de hipótese utilizando a estatística “t-de-student”, fixado um nível de
significância de 050,=
α
, com “n–2” graus de liberdade para o coeficiente angular da reta de
regressão (0,4264). A estatística t calculada para uma significância de 5% foi de 6,47, e
119
comparada com o valor de t tabelado para 18 graus de liberdade de 2,101. Como a estatística t
calculada (6,47) é maior que o valor t tabelado (2,101), pela distribuição “t-de-student”,
rejeita-se a hipótese de não haver regressão, isto é, de que o coeficiente de regressão é
diferente de zero e, portanto, é estaticamente significante, existindo então relação entre os
dados experimentais e estimados. O teste do coeficiente linear da regressão (0,363409) foi
estatisticamente significativo ao nível de significância de 5%. A Tabela 21 mostra a análise de
regressão e de variância para os dados experimentais e estimados pelo modelo neuro-fuzzy.
Tabela 21. Análise de regressão e quadro da análise de variância para os dados
experimentais e estimados para solo não preparado do tipo II
Parâmetros Estimativas Erro padrão Estatística-t p-valor
Intercepto 0,884314 0,101073 8,74924 0,0000
Coeficiente angular 0,426362 0,0658722 6,47256 0,0000
F.V. g.l. S.Q. Q.M. Estatística-F p-valor
Regressão 1 0,0265623 0,0265623 41,89 0,0000
Resíduo 18 0,0114127 0,0006340
Total 19 0,037975
Nota: F.V.= Fonte de variação, g.l.= Graus de liberdade, S.Q.= Soma de quadrados,
Q.M.= Quadrados médios
A Tabela 21 mostra que os resultados do ajuste do modelo linear para
descrever a relação entre o conjunto de densidade fuzzy e a densidade experimental é dada
pela equação:
Fuzzy = 0,884314 + 0,426362 (Experimental) (74)
Observa-se, ainda pela Tabela 21, que como o p-valor na tabela da
análise de variância é menor que 0,01, há uma relação estatisticamente significante entre o
conjunto de densidade estimada pelo modelo neuro-fuzzy e o conjunto de densidade
experimental ao nível de confiança de 99%.
Na Figura 32 se verifica uma dispersão dos pontos em relação à reta de
regressão, indicando uma variabilidade dos dados, e quanto mais os pontos estão distantes
desta reta, maior é o erro quadrático e o erro relativo. Mas como R
2
= 0,6995, o desvio padrão
(0,0877) da densidade do solo do conjunto de teste estão próximos da raiz quadrada do erro
quadrático médio para os dados de teste (
05480RMSE ,= ), e como o erro de teste (0,0547)
120
e a variância do erro relativo médio (5,36%) são pequenos, tudo indica que o modelo é capaz
de identificar uma correlação entre os dados de entrada e as respectivas estimativas do modelo
neuro-fuzzy.
Na análise do modelo observa-se que os valores calculados a partir do
modelo neuro-fuzzy representam de fato o que acontece no estudo da densidade do solo, onde
diversos fatores influenciam na determinação dos valores da densidade. O modelo apresentou
uma variação para os erros relativos de 5,36%, sendo o maior erro da 11ª observação, onde o
erro relativo é de 8,25%, seguido pela 20ª observação que apresenta erro relativo igual a
7,09%, ambas as observações com teor de argila igual a 48,50%. Deste modo, entre as
densidades experimentais e as estimativas das densidades fuzzy, não há disparidade
significativa dos dados, apesar da superestimação de 8,25% com relação à décima primeira
observação e da subestimação de 7,09% com relação à vigésima observação.
Observa-se, ainda, da Tabela 20 que o incremento da densidade do
solo se dá com o aumento da resistência à penetração, pois este incremento se dá pela redução
dos espaços porosos (espaços ocupados por água e ar). Com o acréscimo do teor de água a
tendência da resistência à penetração é diminuir (KLEIN et al.,1998) e, pelo fato de existir
uma relação direta entre a densidade do solo e a resistência à penetração (BELTRAME et
al.,1981), consequentemente, a densidade do solo é reduzida.
Para o solo com teor de argila entre 30% e 50% a densidade do solo
variou de 0,755 kg.dm
-3
a 2,06 kg.dm
-3
para os diversos valores do índice de cone e da
umidade do solo, sendo que o maior valor alcançado para a densidade do solo foi de 2,06
kg.dm
-3
para o valor do índice de cone de 8152,3 kPa e com a umidade do solo em torno de
17,7%. O menor valor atingido para densidade do solo 0,755 kg.dm
-3
quando o a resistência à
penetração é muito alta (8152,3 kPa) e o teor de água em 20,5%.
Na Figura 33 são mostrados os gráficos de superfície de respostas em
diferentes ângulos de visão, onde (b), (c) e (d) são, respectivamente, as rotações de 90º, 180º e
270º em relação ao gráfico (a), para as variáveis de entrada e saída do modelo neuro-fuzzy
onde se pode verificar o comportamento do modelo neuro-fuzzy para os valores dos dados
estimados.
121
Figura 33. Gráfico de superfície de respostas para as variáveis de entrada e saída
do modelo neuro-fuzzy para o solo não preparado do tipo II
Pela análise observa-se que o modelo para solo de tipo II tem melhores
resultados, que os dados com teor de argila menor que 30%, pois os dados neste caso são
homogêneos pelo fato de eles terem sido obtidos do mesmo local do solo, embora em épocas
diferentes, mas com a utilização de mesmo penetrômetro e com a mesma metodologia.
6.2.1 Comparação entre o Modelo Neuro-Fuzzy e Redes Neurais para Solo
Não Preparado do Tipo II
Para fins comparativos foram reunidos na Tabela 22 os valores obtidos
em laboratórios e estimados para a densidade do solo, através do modelo neuro-fuzzy e de
redes neurais artificiais (RN), sendo estes últimos valores apresentados em Nagaoka (2003), o
122
qual fez uso de diversas redes neurais para estimar a densidade do solo, com as variáveis de
entrada resistência do solo à penetração, teor de água e textura do solo.
Para o solo não preparado do tipo II, foram consideradas as redes
neurais: RN1 uma rede de arquitetura com 4 entradas, 15 neurônios na camada escondida e
uma saída; RN3 uma rede de arquitetura com 3 entradas, 10 neurônios na camada escondida e
uma saída; RN8 uma rede de arquitetura com 3 entradas, 10 neurônios na camada escondida e
uma saída.
Tabela 22. Valores de densidade de solo obtidos em laboratório, por modelo neuro-fuzzy
e rede neural e os erros relativos para solo não preparado do tipo II
Estimativas (kg.dm
-3
) Erros relativos (%)
Amostras
Exp Fuzzy RN1 RN3 RN8 Exp
xFuzzy ExpxRN1 ExpxRN3 ExpxRN8
1 1,59 1,56 1,52 1,54 1,56 1,96 4,40 3,14 1,89
2 1,51 1,56 1,41 1,54 1,53 3,28 6,62 1,99 1,32
3 1,59 1,58 1,53 1,55 1,58 0,73 3,77 2,52 0,63
4 1,53 1,57 1,25 1,55 1,52 2,41 18,30 1,31 0,65
5 1,51 1,56 1,38 1,55 1,52 3,26 8,61 2,65 0,66
6 1,53 1,53 1,59 1,53 1,52 0,06 3,92 0,00 0,65
7 1,53 1,53 1,58 1,53 1,52 0,03 3,27 0,00 0,65
8 1,53 1,53 1,59 1,53 1,52 0,07 3,92 0,00 0,65
9 1,53 1,53 1,53 1,53 1,52 0,07 0,00 0,00 0,65
10 1,53 1,54 1,53 1,54 1,52 0,37 0,00 0,65 0,65
11 1,41 1,53 1,48 1,49 1,41 8,25 4,96 5,67 0,00
12 1,41 1,46 1,43 1,42 1,41 3,69 1,42 0,71 0,00
13 1,41 1,46 1,44 1,42 1,41 3,78 2,13 0,71 0,00
14 1,41 1,48 1,44 1,44 1,41 5,25 2,13 2,13 0,00
15 1,41 1,45 1,43 1,41 1,41 2,9 1,42 0,00 0,00
16 1,61 1,57 1,64 1,63 1,61 2,36 1,86 1,24 0,00
17 1,66 1,62 1,61 1,64 1,66 2,51 3,01 1,20 0,00
18 1,61 1,56 1,6 1,62 1,61 3,39 0,62 0,62 0,00
19 1,66 1,58 1,67 1,56 1,66 4,74 0,60 6,02 0,00
20 1,67 1,55 1,55 1,66 1,67 7,09 7,19 0,60 0,00
Para realizar a comparação entre os conjuntos de estimativas foram
calculados as médias, os desvios padrão e o coeficiente de variação (CV) para cada um destes
conjuntos, explicitados na Tabela 23.
123
Tabela 23. Parâmetros estatísticos para as densidades do solo experimental
e estimadas para solo não preparado do tipo II
Parâmetros estatísticos Experimental Fuzzy RN1 RN3 RN8
Média Aritmética 1,53 1,54 1,51 1,53 1,53
Desvio Padrão 0,0877 0,0447 0,1024 0,0716 0,0865
Coeficiente de Variação (%) 5,72 2,91 6,78 4,67 5,66
Como se pretende saber em qual dos conjuntos as estimativas têm o
melhor desempenho, essa informação é conseguida através da análise da variabilidade,
procurando-se o conjunto que é mais homogêneo. Da Tabela 23 pelos coeficientes de variação
dos quatro conjuntos de estimativas desde que CV = 2,91% para o conjunto de estimativas
fuzzy, e quanto menor o coeficiente de variação mais homogêneo é o conjunto de dados,
conclui-se que o conjunto de estimativas obtidas pelo modelo neuro-fuzzy é mais homogênea
que as obtidas por rede neural.
A Tabela 24 apresenta os valores do coeficiente de correlação (r) com
seu respectivo p-valor entre os valores obtidos em laboratório e as estimativas determinadas
pelo modelo neuro-fuzzy e rede neural artificial.
Tabela 24. Coeficientes de correlação e p-valores das combinações entre dados
experimentais e estimados para solo não preparado do tipo II
Fuzzy
x Exp. RN1 x Exp. RN3 x Exp. RN8 x Exp.
correlação (r) 0,836 0,604 0,914 0,994
p-valor (p) 4,34 x 10
-6
4,82 x 10
-3
1,85 x 10
-8
1,543 x 10
-18
Nota: Exp = Experimental
Da Tabela 24 como o p-valor para os coeficientes de correlação foi
menor para um nível de significância
α
= 0,05, para todos os resultados das comparações a
associação entre as estimativas foi considerada estatisticamente significativa, com um nível de
confiança de 95% de probabilidade, indicando que as estimativas são correlacionadas e
possuem a mesma tendência.
Na Tabela 25 são apresentados os valores, relativos a treinamento e
teste, para comparar o desempenho dos dois modelos, neuro-fuzzy e rede neural, para as
estimativas da densidade do solo.
124
Tabela 25. Valores de medidas estatísticas para comparar o desempenho dos
modelos de estimativas da densidade para solo não preparado do tipo II
Treinamento Teste
Modelo
RMSE RMSE
Erro relativo
médio (%)
Variância do
erro relativo (%)
Desvio padrão
do erro
Fuzzy 0,0253 0,0548 2,81 5,36 0,0355
RN1 0,0765 0,0863 3,91 17,11 0,0637
RN3 0,0122 0,0357 1,56 3,08 0,0272
RN8 0,0124 0,0102 0,42 0,27 0,0081
Da Tabela 25 verifica-se que, embora, o erro médio quadrático
(RMSE) não seja alto o modelo neuro-fuzzy apresenta desempenho inferior em comparação à
abordagem de redes neurais para as redes RN3 e RN8, isto em virtude dos valores da variação
dos erros relativos e do desvio padrão serem superiores pela abordagem fuzzy para o conjunto
de dados de teste.
Para verificar a igualdade de médias entre os conjuntos de estimativas,
dadas na Tabela 22, realizou-se o teste de hipóteses:
H
0
: As médias entre as estimativas são iguais
H
1
: As médias entre as estimativas são diferentes
Para análise comparativa entre as densidades do solo obtidas pelas
duas abordagens foi realizado o teste de normalidade, usando o teste de Shapiro e Wilks, para
cada um dos conjuntos de estimativas.
Para aqueles conjuntos de dados em que se verificou a normalidade,
para testar a igualdade das médias entre pares de conjuntos, foi utilizado o teste de hipótese
paramétrico “t-de-student”. Para os conjuntos de dados em que esta condição não se verificou
foi utilizado o teste de hipótese não paramétrico de Mann-Whitney. Assim, para verificar a
significância da diferença entre as médias das densidades obtidas em laboratórios e estimadas,
ao nível de confiança de 95% de probabilidade, foi realizado o teste de hipótese e constatou-se
que todos os pares de médias das estimativas tiveram a hipótese de nulidade H
0
não rejeitadas
(não existe diferença estatisticamente significativa), indicando que os pares de estimativas não
apresentaram diferença entre as médias.
125
6.3 Modelo para Estimação de Solo Não Preparado do Tipo III
Na construção do modelo do solo não preparado do tipo III, os dados,
102 vetores de observações, foram separados aleatoriamente em dois arquivos de dados, Um
constituindo o conjunto de treinamento (78 vetores) e o outro o conjunto de teste (24 vetores).
Foram consideradas duas variáveis de entradas, resistência à
penetração e teor de água do solo, e uma de saída representando a densidade do solo. Na
Tabela 26 são mostrados os universos de discurso para cada uma das variáveis.
Tabela 26. Universos de discurso das variáveis de entrada e saída
do sistema fuzzy para solo não preparado do tipo III
Variável Universo de discurso
entrada Resistência à penetração (kPa) [967,4 , 7564,91]
Teor de água (%) [20,5 , 32,0]
saída Densidade do solo (kg.dm
-3
) [1,05 , 1,41]
Para a identificação do modelo para o solo não preparado do tipo III
foram combinados valores para os raios de vizinhança de centro de agrupamentos e adotados
os valores para os parâmetros de ajuste, r
a
= 0,6 e r
b
= 1,25, e utilizado o número de interações
(épocas) dado pelo default do sistema ANFIS igual a 3, pois foi a combinação que apresentou
o menor erro de treinamento e de teste. Foram encontradas três funções para a variável
resistência à penetração e três funções para a variável teor de água, todas do tipo gaussiano.
Na fase de treinamento, o modelo neuro-fuzzy calculou a saída do erro
igual a 0,0626 com respeito aos dados de treinamento e um erro de 0,0620 com respeito ao
erro de teste do modelo. Desde que os valores destes erros estão bem próximos isto indica um
bom desempenho e generalização para o modelo. Na Figura 34 estão representados os erros de
treinamento e teste para todas as interações.
126
treinamento teste
Figura 34. Diferença entre os erros de treinamento e de teste para solo
não preparado do tipo III.
O modelo identificado para estimar a densidade do solo, é constituído
de duas variáveis de entrada, com três conjuntos fuzzy associados a cada uma das variáveis,
três regras com os antecedentes de cada uma conectados pelo operador “e” e, portanto, três
funções lineares, cada qual, representando a parte do conseqüente da regra fuzzy.
Na Tabela 27 é dada a caracterização do modelo, obtido através do
ANFIS, e na Tabela 28 apresenta os parâmetros das funções de pertinências, onde o parâmetro
m denota o centro da função e
σ a variação dos dados observados com relação à sua média.
Tabela 27. Caracterização do modelo neuro-fuzzy (ANFIS)
para solo não preparado do tipo III
Modelo de inferência neuro-fuzzy
Operador “e” Produto
Número de nós 23
Número de parâmetros lineares 9
Número de parâmetros não lineares 12
Número total de parâmetros 21
Número de pares de dados treinamento 78
Número de pares de teste 24
Número de regras fuzzy 3
127
Tabela 28. Parâmetros das funções de pertinências
para solo não preparado do tipo III
Parâmetros das funções de pertinências (
)
1
2
3
Variável
Entrada
σ
m
σ
m
σ
m
íCone 1399,54 3089,60 1399,54 2518,00 1399,54 5639,60
Umidade 2,435 25,42 2,44 30,29 2,45 20,50
Estas funções de pertinências são simétricas e caracterizadas pelos
seus centros m e variabilidades
σ . Na Figura 35 são dadas as regiões para das funções de
pertinências para a variável resistência à penetração do solo.
Figura 35. Funções de pertinências para a variável de entrada resistência
do solo à penetração para o solo não preparado do tipo III.
Pela Tabela 28, as funções de pertinências que definem os conjuntos
fuzzy para a variável resistência à penetração do solo (índice de cone) são dadas por:
Tabela 29. Funções de pertinências para as variáveis fuzzy de entrada
para solo não preparado do tipo III
Resistência à penetração Teor de água (Umidade)
2
2
1
399.54)1(
)60.3089(
2
1
1
=
x
iCone
eμ
2
2
2
)435.2(
)42.25(
2
1
1
=
x
Umidade
e
μ
2
2
1
399.54)1(
)00.2518(
2
1
2
=
x
iCone
eμ
2
2
2
)44.2(
)29.30(
2
1
2
=
x
Umidade
e
μ
2
2
1
399.54)1(
)60.5639(
2
1
3
=
x
iCone
eμ
2
2
2
)45.2(
)50.20(
2
1
3
=
x
Umidade
e
μ
128
Para cada função de pertinência pode ser identificado um intervalo
para cada um dos espaços da variável de entrada considerada. Assim, tendo como centro do
intervalo o valor m e dispersão
σ , os intervalos para o conjunto de dados para a variável
resistência à penetração do solo são dados por: [967,40 , 7288,22] , [967,40 , 6716,62] ,
[1440,98 , 7564,91].
Na Figura 36 são apresentados os gráficos para a variável teor de água
(umidade) no solo.
Figura 36. Funções de pertinências para a variável teor de água (umidade)
para o solo não preparado do tipo III
Os intervalos que definem os conjuntos fuzzy para a variável teor de
água (umidade) são dados por: [20,50 , 32,00] , [22,97 , 32,00] , [20,50 , 27,85].
Na Tabela 30 são apresentados os parâmetros das funções lineares dos
conseqüentes, onde os parâmetros C
i
(i = 1, 2, 3) denotam os coeficientes da função linear do
conseqüente de cada uma das regras do modelo.
Tabela 30. Parâmetros das funções lineares de saída dos conseqüentes
para solo não preparado do tipo III
parâmetros das funções
lineares dos conseqüentes
Regras
C
1
C
2
C
3
1 0,000045 0,031200 0,450432
2 -0,000053 0,003389 1,243384
3 -0,000023 -0,006729 1,635882
129
O modelo ANFIS estabelece uma relação linear entre a variável de
entrada e a variável de saída, baseado em regras, onde o conseqüente de cada regra define um
modelo linear ao redor do centro das funções de pertinências.
Na Figura 37 estão representadas as funções de pertinências para as
variáveis de entradas, resistência à penetração e o teor de água no solo, que formam a parte
antecedente das regras.
Figura 37. Regras do modelo da estimativa da densidade do solo
para o solo não preparado do tipo III
Com os intervalos que definem o conjunto fuzzy e com os parâmetros
apresentados na Tabela 30 as regras e as funções lineares que definem as saídas para os
conseqüentes de cada regra, onde x
1
representa a resistência à penetração (índice de cone) e x
2
o teor de água (umidade) no solo, são as seguintes:
Regra 1. Se
1
x [967,40 , 7288,22] e
2
x [18,11 , 32,00]
Então y
1
= 0,000045 x
1
+ 0,031200 x
2
+ 0,450432 (75)
Regra 2. Se
1
x [967,40 , 6716,62] e
2
x [22,97 , 32,00]
Então y
2
= - 0,000053 x
1
+ 0,003389 x
2
+ 1,243384 (76)
130
Regra 3. Se
1
x [1440,98 , 7564,912] e
2
x [20,50 , 27,85]
Então y
3
= - 0,000023 x
1
- 0, 006729 x
2
+ 1,635882 (77)
Na Tabela 31 são apresentados os dados para solo não preparado do
tipo III (teor de argila maior que 50%) e as estimativas obtidas pelo modelo encontrado,
juntamente com o erro quadrático e o erro relativo os quais são utilizados para medir a
precisão entre os valores obtidos experimentalmente e os valores estimados pelo modelo.
Tabela 31. Resultados do modelo para solo não preparado tipo III
(teor de argila maior que 50%)
Amostras
íCone
( kPa )
Umidade
( % )
Densidade
Experimental
( kg.dm
-3
)
Densidade
Estimada
( kg.dm
-3
)
Erro
Relativo
(%)
1 3040,00 26,40 1,40 1,36 3,01
2 2960,00 26,40 1,40 1,36 3,21
3 2270,00 27,00 1,22 1,33 8,89
4 2465,00 28,70 1,25 1,29 2,94
5 1352,00 30,30 1,21 1,29 6,55
6 2180,00 27,00 1,24 1,33 6,99
7 4002,00 29,90 1,25 1,22 2,18
8 3895,00 27,30 1,30 1,37 5,15
9 2933,00 30,00 1,25 1,24 0,84
10 3806,00 28,50 1,35 1,30 3,53
11 3410,00 28,27 1,33 1,31 1,62
12 3160,00 28,27 1,31 1,31 0,37
13 2900,00 28,27 1,29 1,30 0,97
14 1976,50 31,90 1,23 1,26 2,02
15 4417,50 27,40 1,38 1,38 0,13
16 5014,00 27,40 1,38 1,41 1,80
17 2094,30 27,40 1,38 1,32 4,39
18 3052,60 27,40 1,38 1,34 3,07
19 2131,20 22,63 1,39 1,26 9,11
20 3378,10 23,85 1,32 1,35 2,00
21 2787,60 22,99 1,38 1,30 5,48
22 1982,70 22,63 1,39 1,26 9,68
23 3563,50 23,85 1,32 1,35 2,60
24 2053,80 25,40 1,39 1,32 5,09
Erro relativo médio (ERM) 3,82
Variância 7,68
131
Para a comparação entre os conjuntos de dados experimentais e
estimados, calculou- se o valor do coeficiente de correlação, cujo valor é r = 0,4056 e o
p-valor igual 0,048, menor que o nível de significância 05,0
=
α
, indicando uma relação
relativamente fraca entre as variáveis, entretanto, a associação entre os dados experimentais e
as estimativas serem consideradas estatisticamente significativa, para um nível de confiança de
95%.
Dado que existem evidências de que os dois conjuntos de dados
possuem um relacionamento linear, a um nível de significância de 5%, pode-se prever o
comportamento de um deles em função da variação do outro, ajustando uma reta de regressão
entre eles para o auxílio na análise dos dados. A Tabela 32 mostra a análise de variância de
regressão para os dados experimentais e estimados pelo modelo neuro-fuzzy.
Tabela 32. Análise de variância da regressão para os dados experimentais e
estimados para solo não preparado do tipo III
F.V. g.l. S.Q. Q.M. Estatística-F p-valor
Regressão 1 0,00797893 0,00797893 4,39 0,0480
Resíduo 22 0,040024 0,00181927
Total 23 0,0565333
Nota: F.V.= Fonte de variação, g.l.= Graus de liberdade, S.Q.= Soma de quadrados,
Q.M.= Quadrados médios
O modelo de regressão mostra que o ajuste descreve uma relação
linear entre o conjunto da densidade fuzzy e o conjunto de densidade experimental, e a
equação do modelo linear dado por:
Fuzzy = 0,938605 + 0,283821 (Experimental) (78)
Desde que o p-valor na Tabela 32 é menor que 0,05, há uma relação
estatisticamente significante entre os dois conjuntos de densidade experimental e estimada ao
nível de confiança de 95%.
A Figura 38 mostra o gráfico de dispersão, com a regressão linear e o
coeficiente de determinação entre os conjuntos de valores da densidade experimental e os da
densidade estimadas, obtidos pelo modelo neuro-fuzzy para os dados de teste.
132
y = 0.2852x + 0.9367
R
2
= 0.1676
1.20
1.25
1.30
1.35
1.40
1.20 1.25 1.30 1.35 1.40
Densidade experimental
Densidade estimad
a
Figura 38. Gráfico de dispersão e de regressão das densidades do solo observadas
e as obtidas pelo modelo fuzzy para o solo não preparado do tipo III
Para verificar se o modelo de regressão gerado é significante, ou seja,
para saber se existe regressão linear entre a densidade experimental e a densidade estimada se
realizou um teste de hipótese utilizando a estatística “t-de-student”, fixado um nível de
significância de 050,=
α
, com “n–2” graus de liberdade para o coeficiente angular da reta de
regressão (0,2838). A estatística t calculada para uma significância de 5% foi de 2,08, já o
valor de t tabelado para 22 graus de liberdade é 2,074. Como o valor de t calculado (2,08) é
maior que o valor do t tabelado (2,074) pela distribuição “t-de-student”, rejeita-se a hipótese
de não haver regressão, isto é, o coeficiente de regressão é diferente de zero e, portanto, é
estaticamente significante existindo então relação entre os dados observados e estimados. O
teste do coeficiente linear da regressão (0,938605), também, foi estatisticamente significativo
ao nível de significância de 5%. A Tabela 33 mostra o resultado para o teste de existência de
regressão e o teste para o coeficiente linear para os dados experimentais e estimados pelo
modelo neuro-fuzzy.
Tabela 33. Resultados dos testes de existência da regressão e do coeficiente linear
dos dados experimentais e estimados para solo não preparado do tipo III
Parâmetros Estimativas Erro padrão Estatística-t p-valor
Intercepto 0, 936977 0,181455 5,16368 0,0000
Coeficiente angular 0,285209 0,137045 2,08114 0,0493
133
Na Figura 38 observa-se uma dispersão dos pontos em relação à reta
de regressão com o valor de R
2
(0,1676) e da correlação linear (r = 0,4056) entre os conjuntos
de dados experimentais e estimados relativamente baixos. Entretanto, desde que o valor do
erro para os dados de teste (0,0620) foi pequeno, e este ficou próximo ao desvio padrão da
densidade do solo (0,0656) e, também, como o erro relativo médio foi baixo (3,82%) e o erro
padrão da estimativa mostra que o desvio padrão dos resíduos é 0,0472, o modelo neuro-fuzzy
é, então, capaz de identificar uma correlação entre os conjuntos de dados de entrada e as
respectivas estimativas do modelo.
Na Figura 39 são mostrados os gráficos de superfície de respostas em
diferentes ângulos de visão, onde (b), (c) e (d) são, respectivamente, as rotações de 90º, 180º e
270º em relação ao gráfico (a), para as variáveis de entrada e saída do modelo neuro-fuzzy
onde se pode verificar o comportamento do modelo neuro-fuzzy para os valores dos dados
estimados.
Figura 39. Gráfico de superfície de respostas para as variáveis de entrada e saída
do modelo neuro-fuzzy para o solo não preparado do tipo III.
134
Na análise do modelo observa-se que os valores calculados a partir do
modelo neuro-fuzzy representam de fato o que acontece no estudo da densidade do solo, onde
diversos fatores influenciam na determinação dos valores da densidade. O modelo apresentou
uma variação para os erros relativos de 7,68%, sendo o maior erro da vigésima segunda
observação, onde o erro relativo é de 9,68%, seguido pela décima nona observação que
apresenta erro relativo de 9,11%, e da 3ª observação com erro relativo de 8,89%. Deste modo,
entre as densidades experimentais e as estimativas das densidades fuzzy, não há disparidade
significativa dos dados, apesar da superestimação de 8,89% com relação à terceira observação
e da subestimação de 9,68% da vigésima segunda observação.
Da Figura 39 observa-se que a densidade do solo variou de
1,05 kg.dm
-3
a 1,44 kg.dm
-3
para os diversos valores da resistência à penetração e da umidade
do solo, sendo que o maior valor alcançado para a densidade do solo foi para valores do índice
de cone entre 6140 kPa e 6500 kPa e com a umidade do solo próxima de 27,5%. A densidade
do solo tem uma brusca redução à medida que resistência à penetração aumenta e com teor de
água acima de 28%. O menor valor atingido para a densidade do solo foi para o mais alto
valor do índice de cone (7564,91 kPa) e o solo muito úmido (32% de umidade).
Pelas análises o modelo poderia ter melhores resultados se os dados
obtidos fossem mais homogêneos. Ressalta-se que os dados utilizados para determinar o
modelo para solo não preparado do tipo III, foram retirados de diversos locais e de diferentes
trabalhos.
6.3.1 Comparação entre o Modelo Neuro-Fuzzy e Redes Neurais para Solo
Não Preparado do Tipo III
Para fins comparativos foram reunidos na Tabela 34 os valores obtidos
em laboratórios e estimados para a densidade do solo, através do modelo neuro-fuzzy e de
redes neurais artificiais (RN), sendo estes últimos valores apresentados em Nagaoka (2003), o
qual fez uso de diversas redes neurais para estimar a densidade do solo, com as variáveis de
entrada resistência do solo à penetração, teor de água e textura do solo.
Para o solo não preparado do tipo III, foram consideradas as redes
neurais: RN1 uma rede de arquitetura com 4 entradas, 15 neurônios na camada escondida e
135
uma saída; RN3 rede com 3 entradas, 10 neurônios na camada escondida e uma saída; RN9
rede com 3 entradas, 10 neurônios na camada escondida e uma saída.
Tabela 34. Valores de densidade de solo obtidos em laboratório, por modelo neuro-fuzzy
e rede neural e os erros relativos para solo não preparado do tipo III.
Estimativas (kg.dm
-3
) Erros relativos (%)
Amostras
Exp Fuzzy RN1 RN3 RN9 Exp
xFuzzy ExpxRN1 ExpxRN3 ExpxRN9
1 1,40 1,36 1,36 1,44 1,41 3,01 2,57 3,00 0,36
2 1,40 1,36 1,38 1,43 1,40 3,21 1,71 2,14 0,29
3 1,22 1,33 1,18 1,18 1,16 8,89 3,03 3,52 5,08
4 1,25 1,29 1,18 1,22 1,23 2,94 5,28 2,32 1,76
5 1,21 1,29 1,21 1,19 1,15 6,55 0,17 1,82 4,71
6 1,24 1,33 1,19 1,18 1,16 6,99 4,19 5,16 6,77
7 1,25 1,22 1,22 1,29 1,29 2,18 2,24 3,36 3,36
8 1,30 1,37 1,32 1,23 1,36 5,15 1,31 5,46 4,69
9 1,25 1,24 1,26 1,25 1,23 0,84 0,80 0,40 1,36
10 1,35 1,30 1,29 1,26 1,33 3,53 4,59 6,37 1,70
11 1,33 1,31 1,29 1,32 1,29 1,62 2,78 0,75 2,78
12 1,31 1,31 1,30 1,32 1,30 0,37 0,46 0,61 0,99
13 1,29 1,30 1,32 1,32 1,30 0,97 2,02 2,02 1,09
14 1,23 1,26 1,23 1,22 1,22 2,02 0,16 0,81 0,89
15 1,38 1,38 1,35 1,40 1,40 0,13 2,03 1,45 1,23
16 1,38 1,41 1,37 1,41 1,39 1,80 0,72 1,88 1,01
17 1,38 1,32 1,34 1,38 1,38 4,39 2,97 0,14 0,07
18 1,38 1,34 1,33 1,39 1,39 3,07 3,55 0,65 0,87
19 1,39 1,26 1,08 1,36 1,35 9,11 22,37 1,94 2,88
20 1,32 1,35 1,35 1,36 1,37 2,00 2,27 3,18 3,64
21 1,38 1,30 1,28 1,36 1,36 5,48 7,54 1,74 1,74
22 1,39 1,26 1,01 1,37 1,35 9,68 27,19 1,80 2,88
23 1,32 1,35 1,35 1,36 1,37 2,60 2,58 3,26 3,79
24 1,39 1,32 1,38 1,37 1,37 5,09 0,79 1,80 1,73
Para realizar a comparação entre os conjuntos de estimativas foram
calculados as médias, os desvios padrão e o coeficiente de variação (CV) para cada um destes
conjuntos, explicitados na Tabela 35.
Tabela 35. Parâmetros estatísticos para as densidades do solo experimental e estimadas
para solo não preparado do tipo III
Parâmetros estatísticos Experimental Fuzzy RN1 RN3 RN9
Média Aritmética 1,32 1,31 1,27 1,32 1,31
Desvio Padrão 0,0656 0,0457 0,0953 0,0824 0,0821
Coeficiente de Variação (%) 4,96 3,48 7,48 6,26 6,24
136
Como se pretende saber em qual dos conjuntos as estimativas têm o
melhor desempenho, essa informação é conseguida através da análise da variabilidade,
procurando-se o conjunto que é mais homogêneo. Da Tabela 35 pelos coeficientes de variação
dos quatro conjuntos de estimativas desde que CV = 3,48% para o conjunto de estimativas
fuzzy, e quanto menor o coeficiente de variação mais homogêneo é o conjunto de dados,
conclui-se que o conjunto de estimativas obtidas pelo modelo neuro-fuzzy é mais homogênea
que as obtidas por rede neural.
A Tabela 36 apresenta os valores do coeficiente de correlação (r) com
seu respectivo p-valor entre os valores obtidos em laboratório e as estimativas determinadas
pelo modelo neuro-fuzzy e rede neural artificial.
Tabela 36. Coeficientes de correlação e p-valores das combinações entre dados
experimentais e estimados para solo não preparado do tipo III.
Fuzzy x Exp. RN1
x Exp. RN3 x Exp. RN9 x Exp.
correlação (r) 0,4080 0,3100 0,8990 0,8990
p-valor (p) 0,0480 0,1400 2,30 x 10
-9
2,28 x 10
-9
Nota: Exp = Experimental
Embora a correlação entre as estimativas fuzzy e dados experimentais
é baixa, o p-valor para o coeficiente de correlação é menor que um nível de significância
050,=
α
, portanto, a associação é estatisticamente significativa. Isso significa que as
estimativas possuem a mesma tendência dos dados experimentais e correlacionadas com um
nível de confiança de 95% de probabilidade.
Na Tabela 37 são apresentados os valores, relativos a treinamento e
teste, para comparar o desempenho dos dois modelos, neuro-fuzzy e rede neural, para as
estimativas da densidade do solo.
Tabela 37. Valores de medidas estatísticas para comparar o desempenho dos modelos de
estimativas da densidade para solo não preparado do tipo III.
Treinamento Teste
Modelo
RMSE RMSE
Erro relativo
médio (%)
Variância do
erro relativo (%)
Desvio padrão
do erro
Fuzzy 0,0620 0,0621 3,82 7,68 0,0369
RN1 0,0765 0,1070 4,31 43,27 0,1002
RN3 0,0122 0,0367 2,32 2,62 0,0228
RN9 0,0352 0,0368 2,32 3,06 0,0211
137
Da Tabela 37 verifica-se que o modelo neuro-fuzzy apresenta
desempenho superior a rede neural RN1, no entanto, tem desempenho inferior em comparação
à abordagem de redes neurais para as redes RN3 e RN9, em virtude dos valores da variação
dos erros relativos e dos desvios padrão serem maiores para abordagem fuzzy no conjunto de
dados de teste.
Para verificar a igualdade de médias entre os conjuntos de estimativas,
dadas na Tabela 34, realizou-se o teste de hipóteses:
H
0
: As médias entre as estimativas são iguais
H
1
: As médias entre as estimativas são diferentes
Para as redes neurais RN1, RN3 e RN9 o teste de normalidade
apresentou que os dados não são normais e, portanto, foi realizado o teste de Mann-Whitney.
Neste caso, a diferença média não foi significativa indicando que os conjuntos de estimativas
fuzzy e as redes neurais não são diferentes entre si. Assim, todos os pares de médias das
estimativas tiveram a hipótese de nulidade H
0
não rejeitadas, ou seja, não existe diferença
estatisticamente significativa, indicando que os pares de estimativas não apresentaram
diferença entre as médias.
6.4. Modelo para Estimação de Solo Preparado do Tipo I
Para a construção do modelo do solo preparado do tipo I, os dados,
334 vetores de observações, foram separados aleatoriamente em dois arquivos de dados. Um
constituindo o conjunto de treinamento (274 vetores) e o outro o conjunto de teste (60
vetores).
Foram consideradas três variáveis: duas de entradas, a resistência à
penetração e o teor de água do solo, e uma de saída representando a densidade do solo. Na
Tabela 38 são mostrados os universos de discurso para cada uma das variáveis.
138
Tabela 38. Universos de discurso das variáveis de entrada e saída
do sistema fuzzy para solo preparado do tipo I
Variável Universo de discurso
Resistência à penetração (kPa) [34,1 , 7314,7]
entrada
Teor de água (%) [8,65 , 12,66]
saída Densidade do solo (kg.dm
-3
) [1,06 , 1,59]
Para a identificação do modelo foram realizadas simulações
combinando valores para os parâmetros de ajustes, r
a
e r
b
os raios de vizinhança de centro de
agrupamentos, o número de interações (épocas de treinamento) e o erro de tolerância.
Foram adotados os valores para os parâmetros de ajuste, r
a
= 0,5 e r
b
=
1,50, com o número de épocas igual a 500 e o erro de tolerância em virtude de não se conhecer
o comportamento do erro foi selecionado como sendo igual a zero. Com estes valores foram
encontradas três funções para a variável resistência à penetração e três funções para a variável
teor de água, todas do tipo gaussiana,
O modelo neuro-fuzzy forneceu a saída do erro igual a 0,1172 com
respeito aos dados de treinamento e 0,1107 como o erro de teste, indicando uma boa
generalização para o modelo. Na Figura 40 estão representados os erros de treinamento e teste
para todas as interações.
treinamento teste
Figura 40. Diferença entre os erros de treinamento e de teste para o solo
preparado do tipo I.
139
O modelo identificado para estimar a densidade do solo, no caso do
solo preparado tipo I, é constituído de duas variáveis de entrada, com três conjuntos fuzzy
associados a cada uma das variáveis, três regras com os antecedentes de cada uma conectados
pelo operador “e” e, portanto, três funções lineares, cada qual, representando a parte do
conseqüente da regra fuzzy.
Na Tabela 39 é dada a caracterização do modelo, obtido através do
ANFIS, e a Tabela 40 apresenta os parâmetros das funções de pertinências, onde o parâmetro
m denota o centro da função e
σ a variação dos dados observados com relação à sua média.
Tabela 39. Caracterização do modelo neuro-fuzzy (ANFIS)
para solo preparado do tipo I
Modelo de inferência neuro-fuzzy
Operador “e” Produto
Número de nós 23
Número de parâmetros lineares 9
Número de parâmetros não lineares 12
Número total de parâmetros 21
Número de pares de dados treinamento 274
Número de pares de teste 60
Número de regras fuzzy 3
Tabela 40. Parâmetros das funções de pertinências
para solo preparado do tipo I
Parâmetros das funções de pertinências (
)
1
2
3
Variável
Entrada
σ
M
σ
m
σ
m
Ícone 1287,0 1296,0 1287,0 758,6 1287,0 2492,0
Umidade 0,2166 12,07 0,5509 9,309 0,5335 12,90
As funções de pertinências, dadas na Tabela 40, são todas simétricas e
caracterizadas pelos seus centros m e variabilidades
σ . O centro de cada função de pertinência
representa o ponto que melhor caracteriza cada uma destas regiões. Na Figura 41 são
apresentadas as regiões para das funções de pertinências para a variável resistência à
penetração do solo.
140
Figura 41. Funções de pertinências para a variável de entrada resistência
do solo à penetração para o solo preparado do tipo I
Pela Tabela 40, as funções de pertinências que definem os conjuntos
fuzzy para a variável resistência à penetração do solo (índice de cone) são dadas por:
Tabela 41. Funções de pertinências para as variáveis fuzzy de entrada
para solo preparado do tipo I
Resistência à penetração Teor de água (Umidade)
2
2
1
287.0)1(
)0.1296(
2
1
1
=
x
iCone
eμ
2
2
2
)2166.0(
)07.12(
2
1
1
=
x
Umidade
e
μ
2
2
1
287.0)1(
)6.758(
2
1
2
=
x
iCone
eμ
2
2
2
)5509.0(
)309.9(
2
1
2
=
x
Umidade
e
μ
2
2
1
287.0)1(
)0.2492(
2
1
3
=
x
iCone
eμ
2
2
2
)5335.0(
)90.12(
2
1
3
=
x
Umidade
e
μ
Para cada função de pertinência se pode identificar um intervalo para
cada um dos espaços da variável de entrada considerada. Assim, tendo como centro do
intervalo o valor
m e dispersão
σ
. os intervalos para o conjunto de dados para a variável
resistência à penetração do solo são dados por: [34,10 , 5157,00] , [34,10 , 4619,60] ,
[34,10 , 6353,00] .
Na Figura 42 é apresentado o gráfico para a variável teor de água
(umidade) no solo.
141
Figura 42. Funções de pertinências para a variável de entrada teor de água
(umidade) para o solo preparado do tipo I
Os intervalos que definem os conjuntos fuzzy para a variável teor de
água (umidade) são dados por: [11,42 , 16,66] , [8,65 , 10,96] , [11,30 , 12,66].
Na Tabela 42 são apresentados os parâmetros das funções lineares dos
conseqüentes, onde os parâmetros
C
i
(i = 1, 2, 3) denotam os coeficientes da função linear do
conseqüente de cada uma das regras do modelo.
Tabela 42. Parâmetros das funções lineares de saída dos conseqüentes
para solo preparado do tipo I
Parâmetros das funções
lineares dos conseqüentes
Regras
C
1
C
2
C
3
1 -0,000058 0,12300 0,03118
2 0,000262 -0,02121 1,39500
3 0,000023 -0,23580 4,23000
O modelo ANFIS estabelece uma relação linear entre a variável de
entrada e a variável de saída, baseado em regras, onde o conseqüente de cada regra define um
modelo linear ao redor do centro das funções de pertinências. O centro da função de
pertinência representa o ponto que melhor caracteriza cada uma dessas regiões, e quanto mais
um valor se distancia deste centro mais aumenta a possibilidade de erros, pois a capacidade de
predição do modelo é reduzida, devido ao fato de que se um ponto se coloca numa posição
entre dois centros o modelo neuro-fuzzy realiza uma interpolação entre duas regras vizinhas.
142
Na Figura 43 estão representadas as funções de pertinências para as
variáveis de entradas, resistência à penetração e o teor de água no solo, que formam a parte
antecedente das regras.
Figura 43. Regras do modelo da estimativa da densidade do solo
para o solo preparado do tipo I
Com os intervalos que definem os conjuntos fuzzy e os parâmetros
apresentados na Tabela 42 as regras e as funções lineares que definem as saídas para os
conseqüentes de cada regra, onde
x
1
representa a resistência à penetração (índice de cone) e x
2
o teor de água (umidade) no solo, são as seguintes:
Regra 1. Se
1
x [34,10 , 5157,00] e
2
x [11,42 , 16,66]
Então
y
1
= -0,000058 x
1
+ 0,12300 x
2
+ 0,03118 (79)
Regra 2. Se
1
x [34,10 , 4619,60] e
2
x [8,65 , 10,96]
Então
y
2
= 0,000262 x
1
- 0,02121 x
2
+ 1,39500 (80)
Regra 3. Se
1
x [34,10 , 6353,00] e
2
x [11,30 , 12,66]
Então
y
3
= 0,000023 x
1
- 0,23580 x
2
+ 4,23000 (81)
143
Na Tabela 43 são apresentados os dados para solo preparado do tipo I
(teor de argila menor que 30%) e as estimativas obtidas pelo modelo neuro-fuzzy, juntamente
com os erros relativos os quais são utilizados para medir a precisão entre os valores obtidos
experimentalmente e os valores estimados pelo modelo.
Tabela 43. Resultados do modelo para solo preparado tipo I
(teor de argila menor que 30%)
Amostras
íCone
( kPa )
Umidade
( % )
Densidade
Experimental
(kg.dm
-3
)
Densidade
Estimada
( kg.dm
-3
)
Erro
Relativo
(%)
1 455,80 10,65 1,38 1,29 6,59
2 471,60 8,79 1,38 1,33 3,46
3 555,00 9,77 1,39 1,33 4,08
4 800,70 10,43 1,32 1,38 4,82
5 1215,80 9,07 1,40 1,52 8,65
6 1163,20 8,66 1,43 1,52 6,01
7 920,00 11,10 1,44 1,46 1,10
8 675,10 10,16 1,38 1,36 1,71
9 1298,10 10,66 1,41 1,51 7,05
10 538,50 9,25 1,41 1,34 4,96
11 991,60 9,43 1,44 1,45 1,02
12 1000,90 9,88 1,41 1,45 2,67
13 1137,70 9,07 1,40 1,50 7,19
14 796,90 9,38 1,44 1,40 2,44
15 1046,30 9,43 1,44 1,47 2,02
16 956,70 10,43 1,32 1,42 7,91
17 573,90 10,65 1,38 1,32 4,36
18 482,10 8,79 1,38 1,34 3,26
19 502,10 9,77 1,39 1,32 5,08
20 696,20 10,43 1,32 1,36 2,74
21 901,80 11,17 1,30 1,48 14,16
22 291,40 12,66 1,28 1,28 0,30
23 762,70 9,07 1,40 1,40 0,18
24 696,00 9,38 1,44 1,38 4,28
25 834,90 9,43 1,44 1,41 1,83
26 2761,60 11,67 1,38 1,40 1,62
27 4046,60 12,21 1,40 1,40 0,18
28 4972,50 12,09 1,52 1,43 6,20
29 1835,60 11,67 1,50 1,40 6,55
30 2260,80 12,21 1,38 1,40 1,59
31 1029,60 12,09 1,31 1,45 10,69
32 1014,80 11,67 1,38 1,42 3,09
continua
144
continuação - Tabela 43
Amostras
íCone
( kPa )
Umidade
( % )
Densidade
Experimental
(kg.dm
-3
)
Densidade
Estimada
( kg.dm
-3
)
Erro
Relativo
(%)
33 1429,00 12,21 1,43 1,43 0,09
34 2156,30 12,09 1,40 1,40 0,19
35 1914,10 11,67 1,31 1,40 6,92
36 2539,20 12,09 1,46 1,39 4,60
37 2179,30 11,67 1,43 1,40 2,20
38 1825,70 12,21 1,52 1,42 6,90
39 2370,90 12,09 1,50 1,40 6,89
40 2155,00 11,67 1,46 1,40 4,20
41 1035,40 12,21 1,43 1,45 1,43
42 532,90 12,09 1,40 1,48 5,48
43 418,00 11,67 1,31 1,45 10,45
44 472,00 12,21 1,38 1,48 7,38
45 685,20 12,09 1,43 1,47 2,67
46 1013,80 12,09 1,50 1,45 3,28
47 1754,30 12,09 1,59 1,42 10,90
48 1026,70 11,67 1,55 1,42 8,25
49 503,80 12,21 1,46 1,48 1,37
50 422,20 12,09 1,44 1,48 2,98
51 176,30 10,81 1,12 1,21 8,39
52 349,30 10,81 1,12 1,26 12,46
53 201,50 10,09 1,11 1,23 11,16
54 257,90 8,65 1,20 1,28 6,60
55 563,60 9,06 1,06 1,35 27,42
56 2048,00 12,09 1,14 1,41 23,33
57 2030,70 11,67 1,15 1,40 21,70
58 1477,00 12,21 1,18 1,43 21,11
59 2975,50 12,09 1,17 1,39 18,54
60 1565,70 12,09 1,18 1,42 20,72
Erro relativo médio (ERM) 6,59
Variância 38,72
Para a comparação entre os conjuntos de dados experimentais e
estimados, calculou-se o valor do coeficiente de correlação, cujo valor é
r = 0,4664, indicando
uma relação relativamente fraca entre os dados experimentais e estimados. Embora o
coeficiente de correlação pequeno, desde que o valor do
p-valor é igual a 0,0002 é menor que
um nível de significância 050
,=
α
, a associação entre as densidades é considerada
estatisticamente significativa, para um nível de confiança de 95%.
145
Dado que existem evidências de que os dois conjuntos de dados
possuem um relacionamento linear pode-se prever o comportamento de um deles em função
da variação do outro, ajustando uma reta de regressão entre eles para o auxílio na análise dos
dados.
Para os dados da Tabela 44, se obtém a seguinte tabela de análise de
variância da regressão:
Tabela 44. Análise de variância da regressão para os dados experimentais e
estimados para solo preparado do tipo I
F.V. g.l. S.Q. Q.M. Estatística-
F p-valor
Regressão 1 0,0605 0,0605 16,12 0,0002
Resíduo 58 0,2178 0,00373
Total 59 0,27836
Obs.: F.V.= Fonte de variação, g.l.= Graus de liberdade, S.Q.= Soma de quadrados,
Q.M.= Quadrados médios
A Figura 44 mostra o gráfico de dispersão, o ajuste feito pela reta de
regressão e o coeficiente de determinação entre os conjuntos de valores da densidade
experimental e os da densidade estimadas, obtidos pelo modelo neuro-fuzzy para os dados de
teste.
y = 0.2706x + 1.0321
R
2
= 0.2175
1.2
1.3
1.4
1.5
1.6
1 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6
Densidade experimental
Densidade estimad
a
Figura 44. Gráfico de dispersão e de regressão das densidades do solo observadas
e as obtidas pelo modelo fuzzy para o solo preparado do tipo I
146
O modelo de regressão mostra que o ajuste descreve uma relação
linear entre o conjunto da densidade fuzzy e o conjunto de densidade experimental, e a
equação do modelo linear dado por:
Fuzzy = 1,03207 + 0,270614 (Experimental) (82)
Desde que o
p-valor na Tabela 44 é menor que 0,01, existe uma
relação estatisticamente significante entre os dois conjuntos de densidade experimental e
estimada ao nível de confiança de 99%.
Para verificar se o modelo de regressão gerado é significante, ou seja,
para saber se existe regressão linear entre a densidade experimental e a densidade estimada se
realizou um teste de hipótese utilizando a estatística “
t-de-student”, fixado um nível de
significância de 05,0
=
α
, com “n–2” graus de liberdade para o coeficiente angular da reta de
regressão (0,270614). A estatística
t calculada para uma significância de 5% foi de 6.74, já o
valor de
t tabelado para 18 graus de liberdade é 2.101. Como o valor de t calculado (6,74) é
maior que o valor do
t tabelado (2,101) pela distribuição “t-de-student”, rejeita-se a hipótese
de não haver regressão, isto é, de que o coeficiente de regressão é diferente de zero e, portanto,
é estaticamente significante, existindo então relação entre os dados observados e estimados. O
teste para do coeficiente linear da regressão (1,03207) foi estatisticamente significativo ao
nível de significância de 5%. A Tabela 45 mostra o resultado para o teste de existência de
regressão e o teste para o coeficiente linear para os dados experimentais e estimados pelo
modelo neuro-fuzzy.
Tabela 45. Resultados dos testes de existência da regressão e do coeficiente linear
para os dados experimentais e estimados para solo preparado do tipo I
Parâmetros Estimativas Erro padrão Estatística-
t p-valor
Intercepto 1,03207 0,0924635 11,1619 0,0000
Coeficiente angular 0,270614 0,0673917 4,01554 0,0002
Na análise dos dados apresentados na Tabela 43 observa-se que o
modelo superestimou e apresentou os maiores erros relativos entre as observações 55 a 60, que
correspondem aos dados de solo preparado sem passagem de rolo compactador no solo, sendo
o maior erro na observação 55 onde o erro relativo é de 27,42 %. Estes valores são muito altos
quando comparados aos demais e elevaram em muito a variância do erro médio.
147
Na Figura 45 são mostrados os gráficos de superfície de respostas em
diferentes ângulos de visão, onde (b), (c) e (d) são, respectivamente, as rotações de 90º, 180º e
270º em relação ao gráfico (a), para as variáveis de entrada e saída do modelo neuro-fuzzy
onde se pode verificar o comportamento do modelo neuro-fuzzy para os valores dos dados
estimados.
Figura 45. Gráfico de superfície de respostas para as variáveis de entrada e saída do
modelo neuro-fuzzy para o solo preparado do tipo I.
O modelo identificou para este caso que a densidade do solo variou de
1,18 kg.dm
-3
a 3,12 kg.dm
-3
para os diversos valores do índice de cone e da umidade do solo,
sendo que o maior valor alcançado para a densidade do solo foi de 3,12 kg.dm
-3
para o valor
do ícone de 7314,70 kPa com a umidade do solo de 8,65%, e o menor valor atingido para
densidade do solo foi 1,18 kg.dm
-3
para o índice de cone é muito baixo (34,1 kPa) e o teor de
água em torno de 10,5%.
148
É observado que, para os valores do teor de água até 11%, a densidade
do solo é crescente quando a resistência à penetração é incrementada atingindo valores muito
elevados para a densidade do solo. Ainda, pode se ver que com a umidade acima de 11%, a
resposta do modelo é estável para qualquer valor da resistência à penetração do solo.
Pode ser verificado pela Figura 45 que o modelo encontrado
apresentou elevados valores para a densidade do solo. Vale ressaltar que os dados para este
modelo foram retirados de um único trabalho, com o teor de argila igual a 25%, e que, talvez,
uma das dificuldades do modelo obter um melhor desempenho seja pelo fato de o solo estar
desagregado.
6.4.1 Comparação entre o Modelo Neuro-Fuzzy e Redes Neurais para Solo
Preparado do Tipo I
Para fins comparativos foram reunidos na Tabela 46 os valores obtidos
em laboratórios e estimados para a densidade do solo, através do modelo neuro-fuzzy e de
redes neurais artificiais (RN), sendo estes últimos valores apresentados em Nagaoka (2003), o
qual fez uso de diversas redes neurais para estimar a densidade do solo, com as variáveis de
entrada resistência do solo à penetração, teor de água e textura do solo.
Para o solo preparado do tipo I, foram consideradas as redes neurais:
RN1 uma rede de arquitetura com 4 entradas, 15 neurônios na camada escondida e uma saída;
RN2 uma rede de arquitetura com 3 entradas, 10 neurônios na camada escondida e uma saída.
Tabela 46. Valores de densidade de solo obtidos em laboratório, por modelo neuro
-fuzzy e rede neural e os erros relativos para solo preparado do tipo I
Estimativas (kg.dm
-3
) Erros relativos (%)
Amostras
Exp Fuzzy RN1 RN2 Exp
x Fuzzy Exp x RN1 Exp x RN2
1 1,38 1,29 1,34 1,32 6,59 2,61 4,13
2 1,38 1,33 1,28 1,29 3,46 7,17 6,45
3 1,39 1,33 1,35 1,35 4,08 2,88 2,81
4 1,32 1,38 1,43 1,38 4,82 7,95 4,32
5 1,40 1,52 1,41 1,52 8,65 1,00 8,29
6 1,43 1,52 1,47 1,48 6,01 2,87 3,50
7 1,44 1,46 1,44 1,41 1,10 0,14 1,81
8 1,38 1,36 1,40 1,34 1,71 1,16 2,90
continua
149
continuação - Tabela 46
Estimativas (kg.dm
-3
) Erros relativos (%
Amostras
Exp Fuzzy RN1 RN2 Exp
x Fuzzy Exp x RN1 Exp x RN2
9 1,41 1,51 1,46 1,42 7,05 3,33 0,78
10 1,41 1,34 1,33 1,36 4,96 5,96 3,48
11 1,44 1,45 1,45 1,50 1,02 0,69 4,24
12 1,41 1,45 1,45 1,51 2,67 2,91 7,02
13 1,40 1,50 1,47 1,50 7,19 4,79 7,43
14 1,44 1,40 1,41 1,45 2,44 1,94 0,90
15 1,44 1,47 1,46 1,51 2,02 1,18 4,86
16 1,32 1,42 1,45 1,40 7,91 9,47 5,83
17 1,38 1,32 1,38 1,35 4,36 0,00 2,17
18 1,38 1,34 1,29 1,29 3,26 6,81 6,23
19 1,39 1,32 1,33 1,32 5,08 4,24 4,96
20 1,32 1,36 1,41 1,36 2,74 6,44 2,95
21 1,30 1,48 1,44 1,41 14,16 10,46 8,77
22 1,28 1,28 1,35 1,41 0,30 5,08 9,92
23 1,40 1,40 1,40 1,41 0,18 0,29 1,00
24 1,44 1,38 1,38 1,42 4,28 3,89 1,11
25 1,44 1,41 1,42 1,47 1,83 1,25 1,88
26 1,38 1,40 1,40 1,40 1,62 1,30 1,52
27 1,40 1,40 1,41 1,26 0,18 0,64 10,07
28 1,52 1,43 1,45 1,42 6,20 4,67 6,84
29 1,50 1,40 1,42 1,42 6,55 5,07 5,67
30 1,38 1,40 1,39 1,40 1,59 0,65 1,74
31 1,31 1,45 1,40 1,43 10,69 7,10 9,39
32 1,38 1,42 1,44 1,43 3,09 4,06 3,48
33 1,43 1,43 1,42 1,43 0,09 0,42 0,07
34 1,40 1,40 1,40 1,41 0,19 0,29 0,43
35 1,31 1,40 1,42 1,41 6,92 8,55 7,79
36 1,46 1,39 1,39 1,40 4,60 4,52 3,97
37 1,43 1,40 1,41 1,41 2,20 1,26 1,75
38 1,52 1,42 1,41 1,42 6,90 7,11 6,78
39 1,50 1,40 1,40 1,40 6,89 6,80 6,47
40 1,46 1,40 1,41 1,41 4,20 3,22 3,70
41 1,43 1,45 1,49 1,43 1,43 3,92 0,28
42 1,40 1,48 1,39 1,41 5,48 0,64 0,79
43 1,31 1,45 1,36 1,38 10,45 3,74 5,50
44 1,38 1,48 1,38 1,41 7,38 0,00 2,10
45 1,43 1,47 1,41 1,42 2,67 1,26 0,63
46 1,50 1,45 1,43 1,43 3,28 4,67 4,47
47 1,59 1,42 1,42 1,42 10,90 10,88 10,75
48 1,55 1,42 1,44 1,43 8,25 7,29 7,81
49 1,46 1,48 1,39 1,41 1,37 5,07 3,29
continua
150
continuação - Tabela 46
Estimativas (kg.dm
-3
) Erros relativos (%
Amostras
Exp Fuzzy RN1 RN2 Exp
x Fuzzy Exp x RN1 Exp x RN2
50 1,44 1,48 1,37 1,40 2,98 5,00 2,78
51 1,12 1,21 1,25 1,26 8,39 11,34 12,50
52 1,12 1,26 1,31 1,31 12,46 17,23 16,96
53 1,11 1,23 1,23 1,19 11,16 10,72 7,39
54 1,20 1,28 1,20 1,22 6,60 0,25 1,50
55 1,06 1,35 1,33 1,35 27,42 25,28 27,26
56 1,14 1,41 1,41 1,41 23,33 23,51 23,60
57 1,15 1,40 1,42 1,41 21,70 23,30 22,52
58 1,18 1,43 1,42 1,43 21,11 20,59 21,19
59 1,17 1,39 1,39 1,40 18,54 18,80 19,74
60 1,18 1,42 1,42 1,43 20,72 20,59 20,93
Para realizar a comparação entre os conjuntos de estimativas foram
calculados as médias, os desvios padrão e o coeficiente de variação (CV) para cada um destes
conjuntos, explicitados na Tabela 47.
Tabela 47. Parâmetros estatísticos para as densidades do solo
experimentais e estimadas para solo preparado do tipo I
Parâmetros estatísticos Experimental Fuzzy RN1 RN2
Média Aritmética 1,37 1,40 1,39 1,40
Desvio Padrão 0,1184 0,0687 0,0581 0,0661
Coeficiente de Variação (%) 8,66 4,89 4,16 4,72
Da Tabela 47 pelos coeficientes de variação dos quatro conjuntos de
estimativas verifica-se que, como CV = 4,89%, o conjunto de estimativas obtido por meio da
abordagem fuzzy é mais homogêneo que o conjunto de dados experimentais, porém, os
conjuntos de estimativas das redes RN1 e RN2 são mais homogêneos que o conjunto de
estimativas fuzzy pois, quanto menor o coeficiente de variação mais homogêneo é o conjunto
de dados.
A Tabela 48 apresenta os valores do coeficiente de correlação (
r) com
seu respectivo
p-valor entre os valores obtidos em laboratório e as estimativas determinadas
pelo modelo neuro-fuzzy e rede neural artificial.
151
Tabela 48. Coeficientes de correlação e p-valores das combinações entre
dados experimentais e estimados para solo preparado do tipo I.
Fuzzy x Exp. RN1 x Exp. RN2 x Exp.
correlação (r) 0, 4660 0, 4750 0, 4390
p-valor (p) 0,0002 1,27 x 10
-4
2,30 x 10
-9
Nota: Exp = Experimental
Embora a correlação entre as estimativas fuzzy e os dados
experimentais é baixa, o
p-valor para o coeficiente de correlação é menor que um nível de
significância 050
,=
α
, portanto, a associação é estatisticamente significativa. Isso significa
que as estimativas possuem a mesma tendência dos dados experimentais e correlacionadas
com um nível de confiança de 95% de probabilidade.
Na Tabela 49 são apresentados os valores, relativos a treinamento e
teste, para comparar o desempenho dos dois modelos, neuro-fuzzy e rede neural, para as
estimativas da densidade do solo.
Tabela 49. Valores de medidas estatísticas para comparar o desempenho dos modelos
de estimativas da densidade do solo para solo preparado do tipo I
Treinamento Teste
Modelo
RMSE RMSE
Erro relativo
Médio (%)
Variância do
erro relativo (%)
Desvio padrão
do erro
Fuzzy 0,1172 0,1512 6,59 38,72 0,0714
RN1 0,0765 0,1497 6,07 41,22 0,0735
RN2 0,0122 0,1506 6,49 40,77 0,0727
Da Tabela 49 verifica-se que o modelo neuro-fuzzy apresenta um
desempenho ligeiramente superior, pois embora os valores dos erros RMSE próximos, a
variação dos erros relativos e os desvios padrão são inferiores para a abordagem fuzzy..
Para verificar a igualdade de médias entre os conjuntos de estimativas,
dadas na Tabela 46, realizou-se o teste de hipóteses, H
0
: As médias entre as estimativas são
iguais versus H
1
: As médias entre as estimativas são diferentes.
O teste de normalidade para os conjuntos de densidades do solo não se
verificou, e desse modo, foi realizado o teste de Mann-Whitney. Nesse caso, a diferença média
não foi significativa indicando que os conjuntos de estimativas fuzzy e de redes neurais não
são diferentes entre si. Assim, todos os pares de médias das estimativas tiveram têm a hipótese
152
de nulidade H
0
não rejeitada, ou seja, não existe diferença estatisticamente significativa,
indicando que os pares de estimativas não apresentaram diferença entre as médias.
6.5 Modelo para Estimação de Solo Preparado do Tipo III
A construção do modelo do solo preparado do tipo III foi realizada
com 401 vetores de observações, separados aleatoriamente em dois arquivos de dados, um
com 331 vetores constituindo o conjunto de treinamento e o outro, com 70 vetores, o conjunto
de teste.
Foram consideradas três variáveis: duas de entradas, a resistência à
penetração e o teor de água do solo, e uma de saída representando a densidade do solo. Na
Tabela 50 são mostrados os universos de discurso para cada uma das variáveis consideradas
para a determinação do modelo.
Tabela 50. Universos de discurso das variáveis de entrada e saída
do sistema fuzzy para solo preparado do tipo III
Variável
Universo de discurso
Resistência à penetração (kPa)
[155,6 , 7268,0]
entrada
Teor de água (%)
[13,31 , 37,80]
saída Densidade do solo (kg.dm
-3
)
[0,97 , 1,54]
Para o solo preparado do tipo III foram adotados valores para os
parâmetros de ajuste,
r
a
= 0,5 e r
b
= 1,75, interação igual a 400 e o erro de tolerância igual a
zero. Com estes valores foram encontradas três funções para a variável resistência à
penetração e três funções para a variável teor de água, todas do tipo gaussiano, pois foi a
combinação dos parâmetros de ajustes consideradas que apresentou o menor erro de
treinamento e de teste entre toda as outras envolvidas na simulação.
Na fase de treinamento, o modelo neuro-fuzzy calculou a saída do erro
igual a 0,1112 com respeito aos dados de treinamento e um erro de 0,0953 com respeito ao
erro de teste do modelo. Na Figura 46 estão representados os erros de treinamento e teste para
todas as interações.
153
treinamento teste
Figura 46. Diferença entre os erros de treinamento e de teste para o solo
preparado do tipo III.
O modelo identificado para estimar a densidade do solo, neste caso, é
constituído de duas variáveis de entrada com três conjuntos fuzzy associados a cada uma das
variáveis, três regras com os antecedentes de cada uma conectados pelo operador “e” e,
portanto, três funções lineares, cada qual, representando a parte do conseqüente da regra fuzzy.
Na Tabela 51 é dada a caracterização do modelo, obtido através do
ANFIS, e o Tabela 52 apresenta os parâmetros das funções de pertinências, onde o parâmetro
m denota o centro da função e σ a variação dos dados observados com relação à sua média.
Tabela 51. Caracterização do modelo neuro-fuzzy (ANFIS)
para solo preparado do tipo III
Modelo de inferência neuro-fuzzy
Operador “e” Produto
Número de nós 23
Número de parâmetros lineares 9
Número de parâmetros não lineares 12
Número total de parâmetros 21
Número de pares de dados treinamento 331
Número de pares de teste 70
Número de regras fuzzy 3
154
Tabela 52. Parâmetros das funções de pertinências
para solo preparado do tipo III
Parâmetros das funções de pertinências (
)
1
2
3
Variável
Entrada
σ
m
σ
M
σ
m
Ícone 1257,0 1238,0 1257,0 3084,0 1257,0 2413,0
Umidade 0,9345 16,87 5,337 20,60 4,617 30,58
As funções de pertinências, da Tabela 52, são caracterizadas pelos seus
centros
m e variabilidade σ , e todas são simétricas em relação à média. O centro de cada
função de pertinência representa o ponto que melhor caracteriza cada uma destas regiões. Na
Figura 47 são dadas as regiões para cada uma das funções de pertinências da variável
resistência à penetração do solo.
Figura 47. Funções de pertinências para a variável de entrada resistência
do solo à penetração para o solo preparado do tipo III
Da Tabela 52, as funções de pertinências que definem os conjuntos
fuzzy para a variável resistência à penetração do solo (índice de cone) são dadas por:
Tabela 53. Funções de pertinências para as variáveis fuzzy de entrada
para solo preparado do tipo III
Resistência à penetração Teor de água (Umidade)
2
2
1
257.0)1(
)0.1238(
2
1
1
=
x
iCone
eμ
2
2
2
)9345.0(
)87.16(
2
1
1
=
x
Umidade
e
μ
2
2
1
257.0)1(
)0.3084(
2
1
2
=
x
iCone
eμ
2
2
2
)337.5(
)60.20(
2
1
2
=
x
Umidade
e
μ
2
2
1
257.0)1(
)0.2413(
2
1
3
=
x
iCone
eμ
2
2
2
)617.4(
)58.30(
2
1
3
=
x
Umidade
e
μ
155
Para cada função de pertinência se pode identificar um intervalo para
cada um dos espaços da variável de entrada considerada. Assim, tendo como centro do
intervalo o valor
m e dispersão σ , os intervalos para o conjunto de dados para a variável
resistência à penetração do solo são dados por: [155,60 , 5009,00] , [144,60 , 6855,00] ,
[155,60 , 6184,00] .
Na Figura 48 é apresentado o gráfico para as funções de pertinências
para a variável teor de água (umidade) no solo.
Figura 48. Funções de pertinências para a variável teor de água (umidade)
para o solo preparado do tipo III
Os intervalos que definem os conjuntos fuzzy para a variável teor de
água (umidade) são dados por: [14,07 , 19,67] , [13,31 , 37,45] , [16,73 , 37,0].
Na Tabela 54 são apresentados os parâmetros das funções lineares dos
conseqüentes, onde os parâmetros
C
i
(i = 1, 2, 3) denotam os coeficientes da função linear do
conseqüente de cada uma das regras do modelo.
Tabela 54. Parâmetros das funções lineares de saída dos conseqüentes
para solo preparado do tipo III
Parâmetros das funções
lineares dos conseqüentes
Regras
C
1
C
2
C
3
1 0,000296 0,03091 0,5187
2 0,0000014 0,001083 1,1610
3 -0,000065 0,000235 1,3010
156
O modelo ANFIS estabelece uma relação linear entre a variável de
entrada e a variável de saída, baseado em regras, onde o conseqüente de cada regra define um
modelo linear ao redor do centro da função de pertinência. Ressalta-se que o centro
m da
função de pertinência representa o ponto que melhor caracteriza cada uma dessas regiões.
Deste modo, quanto mais um valor se distancia do centro da função de pertinência, mais
aumenta a possibilidade de erros, pois a capacidade de predição do modelo é reduzida, isto se
deve pois se um ponto se coloca numa posição entre dois centros o modelo neuro-fuzzy realiza
uma interpolação entre os resultados das duas regras vizinhas.
Na Figura 49 estão representadas as funções de pertinências para as
variáveis de entradas, resistência à penetração e o teor de água no solo, que formam a parte
antecedente das regras, e a variável de saída densidade do solo que forma a parte conseqüente
da regra.
Figura 49. Regras do modelo da estimativa da densidade do solo
para o solo preparado do tipo III.
Com os parâmetros apresentados na Tabela 54, e os intervalos que
definem os conjuntos fuzzy, as regras e as funções lineares que definem as saídas para os
conseqüentes de cada regra, onde
x
1
representa a resistência à penetração (índice de cone) e x
2
o teor de água (umidade) no solo, são as seguintes:
157
Regra 1. Se
1
x [155,60 , 5009,00] e
2
x [14,07 , 19,67]
Então
y
1
= 0,000296 x
1
+ 0,03091 x
2
+ 0,5187 (83)
Regra 2. Se
1
x [144,60 , 6855,00] e
2
x [13,31 , 37,45]
Então
y
2
= 0,0000014 x
1
+ 0,001083 x
2
+ 1,1610 (84)
Regra 3. Se
1
x
[155,60 , 6184,00] e
2
x
[16,73 , 37,0]
Então
y
3
= -0,000065 x
1
+ 0,000235 x
2
+ 1,3010 (85)
No modelo neuro-fuzzy, cada uma das regras representam uma relação
entre as variáveis do antecedente e do conseqüente que melhor descreve o sistema.
Na Tabela 55 são apresentados os dados para solo preparado do tipo
III (teor de argila maior que 50%) e as estimativas obtidas pelo modelo encontrado,
juntamente com os erros relativos os quais são utilizados para medir a precisão entre os
valores obtidos experimentalmente e os valores estimados pelo modelo.
Tabela 55. Resultados do modelo para solo preparado tipo III
(teor de argila maior que 50%)
Amostras
íCone
( kPa )
Umidade
( % )
Densidade
Experimental
( kg.dm
-3
)
Densidade
Estimada
( kg.dm
-3
)
Erro
Relativo
(%)
1 1913,00 24,40 1,13 1,19 5,03
2 1289,00 28,40 1,13 1,22 7,87
3 1737,00 28,70 1,21 1,20 1,23
4 2420,00 26,20 1,22 1,17 4,19
5 2175,00 25,30 1,21 1,18 2,59
6 2330,00 29,90 1,23 1,16 5,42
7 4169,00 29,00 1,06 1,10 3,34
8 4640,00 29,70 1,16 1,07 7,41
9 2953,00 29,00 1,04 1,14 9,29
10 3394,00 30,60 1,16 1,11 4,41
11 3522,00 30,10 1,08 1,11 2,44
12 2549,00 29,10 1,09 1,15 5,88
13 647,30 17,16 1,22 1,23 1,07
14 687,00 16,37 1,29 1,22 5,29
15 706,30 18,66 1,33 1,24 6,62
continua
158
continuação - Tabela 55
Amostras
íCone
( kPa )
Umidade
( % )
Densidade
Experimental
( kg.dm
-3
)
Densidade
Estimada
( kg.dm
-3
)
Erro
Relativo
(%)
16 706,90 17,82 1,26 1,26 0,16
17 939,50 17,16 1,22 1,30 6,70
18 648,50 17,42 1,17 1,24 5,91
19 528,20 16,45 1,12 1,18 5,64
20 651,20 16,81 1,17 1,23 4,70
21 785,10 17,22 1,17 1,27 8,35
22 845,30 17,42 1,17 1,28 9,79
23 808,70 16,59 1,37 1,26 8,18
24 1440,60 17,26 1,42 1,39 1,84
25 1308,00 17,92 1,47 1,35 8,04
26 1044,40 15,65 1,43 1,27 11,02
27 1909,80 15,70 1,27 1,37 7,60
28 1786,30 15,70 1,27 1,36 7,21
29 1593,40 17,26 1,42 1,41 0,46
30 1374,70 16,15 1,40 1,36 3,11
31 1393,80 16,45 1,40 1,37 1,88
32 1535,00 16,93 1,43 1,41 1,56
33 1497,30 16,45 1,40 1,39 0,74
34 1369,40 16,93 1,43 1,38 3,34
35 1602,70 16,18 1,47 1,39 5,48
36 1738,70 16,15 1,40 1,40 0,12
37 1618,10 17,26 1,42 1,42 0,27
38 2779,20 19,34 1,25 1,19 4,54
39 3533,80 13,90 1,25 1,18 5,39
40 2886,90 20,71 1,22 1,18 3,18
41 3715,80 19,34 1,22 1,19 2,65
42 3424,00 13,90 1,25 1,18 5,38
43 2953,40 20,71 1,28 1,18 7,73
44 3413,90 19,34 1,26 1,19 5,63
45 3565,00 13,90 1,25 1,18 5,39
46 3395,00 20,71 1,28 1,18 7,77
47 488,00 20,71 1,32 1,20 8,88
48 2190,30 20,71 1,25 1,18 5,30
49 2428,50 19,34 1,28 1,20 6,51
50 3091,80 13,90 1,28 1,18 7,58
51 2502,50 20,71 1,26 1,18 6,17
52 2534,50 19,34 1,25 1,20 4,35
53 3488,70 19,34 1,08 1,19 10,06
54 3270,70 13,90 1,20 1,18 1,43
55 3167,50 20,71 1,15 1,18 2,67
continua
159
continuação - Tabela 55
Amostras
íCone
( kPa )
Umidade
( % )
Densidade
Experimental
( kg.dm
-3
)
Densidade
Estimada
( kg.dm
-3
)
Erro
Relativo
(%)
56 5180,10 20,71 1,25 1,18 5,39
57 5783,30 19,34 1,28 1,19 7,29
58 333,90 15,86 1,02 1,12 9,51
59 312,30 16,39 1,05 1,12 7,00
60 272,20 14,81 1,09 1,11 1,60
61 3016,10 20,71 0,99 1,18 19,28
62 2614,50 19,34 0,97 1,19 23,18
63 5144,70 13,90 0,99 1,18 19,52
64 4770,80 20,71 0,97 1,18 21,84
65 2372,20 19,34 1,05 1,20 14,03
66 5128,50 13,90 0,98 1,18 20,73
67 4252,80 20,71 0,99 1,18 19,28
68 2549,01 36,60 1,35 1,15 15,12
69 2075,00 24,40 1,24 1,18 4,23
70 2436,10 21,20 1,28 1,18 7,80
Erro relativo médio (ERM) 6,72
Variância 28,03
Para a comparação entre os conjuntos de dados experimentais e
estimados, calculou-se o valor do coeficiente de correlação, cujo valor é
r = 0,6979 e o
p-valor igual
11
1088,1
× , menor que o nível de significância 050,
=
α
, indicando uma relação
relativamente forte entre os dados experimentais e estimados, portanto, a associação entre as
densidades é considerada estatisticamente significativa, para um nível de confiança de 95%.
Dado que existem evidências de que os dois conjuntos de dados
possuem um relacionamento linear pode-se prever o comportamento de um deles em função
da variação do outro, ajustando uma reta de regressão entre eles para o auxílio na análise dos
dados. Para os dados da Tabela 55, se obtém a tabela de análise de variância da regressão.
Tabela 56. Análise de variância da regressão para os dados experimentais e
estimados para solo preparado do tipo III.
F.V. g.l. S.Q. Q.M. Estatística-
F p-valor
Regressão 1 0,259991 0,259991 64,57 0,0000
Resíduo 68 0,273786 0,00402627
Total 69 0,533777
Nota: F.V.= Fonte de variação, g.l.= Graus de liberdade, S.Q.= Soma de quadrados,
Q.M.= Quadrados médios
160
A Figura 50 mostra o gráfico de dispersão e o ajuste feito pela reta de
regressão e o coeficiente de determinação entre os conjuntos de valores da densidade
experimental e os da densidade estimadas, obtidos pelo modelo neuro-fuzzy para os dados de
teste.
y = 0.4599x + 0.6606
R
2
= 0.4871
0.9
1
1.1
1.2
1.3
1.4
1.5
0.9 1 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5
Densidade experimental
Densidade estimad
a
Figura 50. Gráfico de dispersão e de regressão das densidades do solo observadas
e as obtidas pelo modelo fuzzy para o solo preparado do tipo III.
O modelo de regressão mostra que o ajuste descreve uma relação
linear entre o conjunto da densidade fuzzy e o conjunto de densidade experimental, e a
equação do modelo linear dado por:
Fuzzy = 0,66063 + 0,459856 (Experimental) (86)
Desde que o
p-valor na Tabela 56 é menor que 0,01, existe uma
relação estatisticamente significante entre os dois conjuntos de densidade experimental e
estimada ao nível de confiança de 99%.
161
Para verificar se o modelo de regressão gerado é significante, ou seja,
para saber se existe regressão linear entre a densidade experimental e a densidade estimada se
realizou um teste de hipótese utilizando a estatística “
t-de-student”, fixado um nível de
significância de 05,0
=
α
, com “n–2” graus de liberdade para o coeficiente angular da reta de
regressão (0,4599). A estatística
t calculada para uma significância de 5% foi de 8,0358, com
p-valor igual a 0,0000, e, assim, rejeita-se a hipótese de não haver regressão, isto é, de que o
coeficiente de regressão é diferente de zero e, portanto, estaticamente significante, existindo
então relação entre os dados observados e estimados. O teste para do coeficiente linear da
regressão (0,66063) foi estatisticamente significativo ao nível de significância de 5%. Na
Tabela 57 estão os resultados para o teste de existência de regressão e o teste para o
coeficiente linear para os dados experimentais e estimados pelo modelo neuro-fuzzy.
Tabela 57. Resultados dos testes de existência da regressão e do coeficiente linear
para os dados experimentais e estimados para solo preparado do tipo III
Parâmetros Estimativas Erro padrão Estatística-
t p-valor
Intercepto 0,66063 0,070446 9,37782 0,0000
Coeficiente angular 0,459856 0,0572261 8,03578 0,0000
Da análise dos dados apresentados pelo modelo neuro-fuzzy observa-
se que este superestimou e apresentou os maiores erros relativos entre as observações 61 a 68
que correspondem, a exemplo do caso de solo preparado do tipo I, aos dados de solo
preparado sem passagem de rolo compactador no solo, sendo o maior erro na observação 62,
onde o erro relativo é de 23,18%. Estes valores são muito altos quando comparados aos
demais e elevaram em muito a variância do erro médio.
Na Figura 51 são mostrados os gráficos de superfície de respostas em
diferentes ângulos de visão, onde (b), (c) e (d) são, respectivamente, as rotações de 90º, 180º e
270º em relação ao gráfico (a), para as variáveis de entrada e saída do modelo neuro-fuzzy
onde se pode verificar o comportamento do modelo neuro-fuzzy para os valores dos dados
estimados.
162
Figura 51. Gráfico de superfície de respostas para as variáveis de entrada e saída do
modelo neuro-fuzzy para o solo preparado do tipo III.
O modelo identificou para este caso que a densidade do solo variou de
0,882 kg.dm
-3
a 1,46 kg.dm
-3
para os diversos valores do índice de cone e da umidade do solo,
sendo que o maior valor alcançado para a densidade do solo de 1,46 kg.dm
-3
para o valor do
índice de cone de 2150,70 kPa com a umidade do solo de 17,00 %, e o menor valor atingido
para densidade do solo foi 0,882 kg.dm
-3
para o índice de cone muito alto (7270 kPa) e o teor
de água com 37,8 %.
É observado que a densidade do solo decresce quando a resistência à
penetração e do teor de água são reduzidos, atingindo valores mínimos quando o índice de
cone atinge o valor máximo no universo de discurso e o solo muito úmido.
Vale ressaltar que os dados de 13 até 67 para este modelo foram
retirados de trabalho de Guerra et al. (2000), e todos os dados têm o teor de argila igual a 60%.
163
6.5.1 Comparação entre o Modelo Neuro-Fuzzy e Redes Neurais para Solo
Preparado do Tipo III
Para fins comparativos foram reunidos na Tabela 58 os valores obtidos
em laboratórios e estimados para a densidade do solo, através do modelo neuro-fuzzy e de
redes neurais artificiais (RN), sendo estes últimos valores apresentados em Nagaoka (2003), o
qual fez uso de diversa redes neurais para estimar a densidade do solo, com as variáveis de
entrada resistência do solo à penetração, teor de água e textura do solo.
Para o solo preparado do tipo III, foram consideradas as redes neurais:
RN1 uma rede de arquitetura com 4 entradas, 15 neurônios na camada escondida e uma saída;
RN2 uma rede de arquitetura com 3 entradas, 10 neurônios na camada escondida e uma saída.
Tabela 58. Valores de densidade de solo obtidos em laboratório, por modelo neuro-
fuzzy e rede neural e os erros relativos para solo preparado do tipo III.
Estimativas (kg.dm
-3
) Erros relativos (%
Amostras
Exp Fuzzy RN1 RN3 Exp
x Fuzzy Exp x RN1 Exp x RN2
1 1,13 1,19 1,126 1,08 5,03 0,35 4,42
2 1,13 1,22 1,13 1,23 7,87 0,27 9,03
3 1,21 1,20 1,14 1,25 1,23 6,03 2,89
4 1,22 1,17 1,15 1,13 4,19 6,07 7,13
5 1,21 1,18 1,14 1,11 2,59 5,87 8,26
6 1,23 1,16 1,15 1,09 5,42 6,59 11,22
7 1,06 1,10 1,16 1,16 3,34 9,43 9,34
8 1,16 1,07 1,17 1,38 7,41 0,78 18,53
9 1,04 1,14 1,15 1,17 9,29 10,77 12,79
10 1,16 1,11 1,15 0,97 4,41 0,52 16,12
11 1,08 1,11 1,15 0,99 2,44 6,85 8,33
12 1,09 1,15 1,15 1,16 5,88 5,50 6,79
13 1,22 1,23 1,23 1,22 1,07 0,57 0,00
14 1,29 1,22 1,22 1,21 5,29 5,81 5,97
15 1,33 1,24 1,28 1,27 6,62 3,98 4,21
16 1,26 1,26 1,26 1,25 0,16 0,24 1,19
17 1,22 1,30 1,29 1,28 6,70 5,74 4,92
18 1,17 1,24 1,23 1,23 5,91 5,47 4,87
19 1,12 1,18 1,18 1,19 5,64 5,18 5,98
20 1,17 1,23 1,22 1,21 4,70 4,10 3,68
21 1,17 1,27 1,26 1,25 8,35 7,61 6,50
22 1,17 1,28 1,28 1,26 9,79 9,15 7,86
continua
164
continuação - Tabela 58
Estimativas (kg.dm
-3
) Erros relativos (%
Amostras
Exp Fuzzy RN1 RN3 Exp
x Fuzzy Exp x RN1 Exp x RN2
23 1,37 1,26 1,25 1,24 8,18 8,83 9,34
24 1,42 1,39 1,27 1,36 1,84 10,85 3,94
25 1,47 1,35 1,37 1,36 8,04 7,07 7,62
26 1,43 1,27 1,23 1,29 11,02 14,20 9,86
27 1,27 1,37 1,19 1,20 7,60 6,14 5,43
28 1,27 1,36 1,29 1,29 7,21 1,42 1,57
29 1,42 1,41 1,34 1,33 0,46 5,63 6,62
30 1,40 1,36 1,35 1,37 3,11 3,79 2,50
31 1,40 1,37 1,35 1,37 1,88 3,29 2,36
32 1,43 1,41 1,36 1,36 1,56 4,90 5,10
33 1,40 1,39 1,36 1,37 0,74 2,79 2,14
34 1,43 1,38 1,36 1,37 3,34 4,97 4,55
35 1,47 1,39 1,35 1,36 5,48 7,89 7,55
36 1,40 1,40 1,30 1,30 0,12 7,14 7,36
37 1,42 1,42 1,33 1,31 0,27 6,41 7,46
38 1,25 1,19 1,16 1,14 4,54 7,60 8,56
39 1,25 1,18 1,16 1,17 5,39 7,20 6,64
40 1,22 1,18 1,16 1,15 3,18 4,67 5,57
41 1,22 1,19 1,17 1,18 2,65 3,93 3,52
42 1,25 1,18 1,16 1,16 5,38 7,44 6,88
43 1,28 1,18 1,16 1,16 7,73 9,06 9,77
44 1,26 1,19 1,17 1,17 5,63 7,22 7,14
45 1,25 1,18 1,16 1,17 5,39 7,12 6,56
46 1,28 1,18 1,17 1,17 7,77 8,59 8,52
47 1,32 1,20 1,28 1,39 8,88 3,03 5,00
48 1,25 1,18 1,14 1,10 5,30 9,20 12,24
49 1,28 1,20 1,14 1,12 6,51 10,94 12,89
50 1,28 1,18 1,14 1,15 7,58 10,70 10,31
51 1,26 1,18 1,15 1,13 6,17 8,73 10,63
52 1,25 1,20 1,15 1,13 4,35 8,40 10,00
53 1,08 1,19 1,17 1,17 10,06 8,33 8,52
54 1,20 1,18 1,15 1,16 1,43 4,08 3,58
55 1,15 1,18 1,17 1,64 2,67 1,57 42,61
56 1,25 1,18 1,18 1,19 5,39 5,92 4,88
57 1,28 1,19 1,83 1,19 7,29 42,81 6,95
58 1,02 1,12 1,11 1,15 9,51 8,73 12,94
59 1,05 1,12 1,12 1,17 7,00 6,67 11,52
60 1,09 1,11 1,06 1,12 1,60 2,84 2,94
61 0,99 1,18 1,17 1,16 19,28 17,68 16,97
62 0,97 1,19 1,15 1,13 23,18 18,45 16,60
63 0,99 1,18 1,20 1,19 19,52 21,41 19,90
continua
165
continuação - Tabela 58
Estimativas (kg.dm
-3
) Erros relativos (%
Amostras
Exp Fuzzy RN1 RN3 Exp
x Fuzzy Exp x RN1 Exp x RN2
64 0,97 1,18 1,17 1,19 21,84 20,93 22,37
65 1,05 1,20 1,14 1,11 14,03 8,19 5,71
66 0,98 1,18 1,20 1,19 20,73 22,45 21,12
67 0,99 1,18 1,17 1,18 19,28 18,38 19,60
68 1,35 1,15 1,22 1,36 15,12 9,33 0,74
69 1,24 1,18 1,24 1,19 4,23 0,40 4,35
70 1,28 1,18 1,23 1,28 7,80 3,67 0,00
Para realizar a comparação entre os conjuntos de estimativas foi
calculado a média, o desvio padrão e o coeficiente de variação (CV) para cada um destes
conjuntos, apresentados na Tabela 59.
Tabela 59. Parâmetros estatísticos para as densidades experimentais
e estimadas para solo preparado do tipo III.
Parâmetros estatísticos Experimental Fuzzy RN1 RN2
Média Aritmética 1,22 1,22 1,21 1,22
Desvio Padrão 0,1335 0,0880 0,1053 0,1060
Coeficiente de Variação (%) 10,91 7,19 10,91 7,19
Da Tabela 59 pelos coeficientes de variação dos quatro conjuntos de
estimativas, verifica-se que como CV = 7,19% o conjunto de estimativas obtido por meio da
abordagem fuzzy é mais homogêneo que o conjunto de estimativas das redes RN1 e RN2, pois
quanto mais baixo for o valor do coeficiente de variação, mais homogêneo é o conjunto de
dados.
A Tabela 60 apresenta os valores do coeficiente de correlação (
r) com
seu respectivo
p-valor entre os valores obtidos em laboratório e as estimativas determinadas
pelo modelo neuro-fuzzy e rede neural artificial.
Tabela 60. Coeficiente de correlação e
p-valores das combinações entre dados
experimentais e estimados para solo preparado do tipo III.
Fuzzy x Exp. RN1 x Exp. RN2 x Exp.
correlação (r) 0, 698 0, 524 0, 503
p-valor (p) 1,89 x 10
-11
3,18 x 10
-6
9,00 x 10
-6
Nota: Exp = Experimental
166
Embora a correlação entre as estimativas fuzzy e os dados
experimentais seja média, o
p-valor para o coeficiente de correlação é menor que um nível de
significância 050
,=
α
e, portanto, a associação entre estes conjuntos de dados é
estatisticamente significativa. Isso significa que as estimativas possuem a mesma tendência
dos dados experimentais e são correlacionadas com um nível de confiança de 95% de
probabilidade.
Na Tabela 61 são apresentados os valores, relativos a treinamento e
teste, para comparar o desempenho dos dois modelos, neuro-fuzzy e rede neural, para as
estimativas da densidade do solo.
Tabela 61. Valores de medidas estatísticas para comparar o desempenho dos modelos
de estimativas da densidade para solo preparado do tipo III.
Treinamento Teste
Modelo
RMSE RMSE
Erro relativo
Médio (%)
Variância do
erro relativo (%)
Desvio padrão
do erro
Fuzzy 0,1112 0,0951 6,72 28,04 0,0029
RN1 0,0765 0,1185 7,68 42,52 0,0057
RN2 0,1210 0,1210 8,41 42,65 0,0049
Da Tabela 61 verifica-se que o modelo neuro-fuzzy apresenta melhor
desempenho, com menores erros quadráticos (RMSE), erro relativo e variância do erro
relativo e menor desvio padrão.
Para verificar a igualdade de médias entre os conjuntos de estimativas,
dadas na Tabela 58, realizou-se o teste de hipóteses:
H
0
: As médias entre as estimativas são iguais
H
1
: As médias entre as estimativas são diferentes
Como os dados não satisfazem a condição de normalidade, foi
realizado o teste não-paramétrico de Mann-Whitney. Nesse caso, a diferença média não foi
significativa indicando que os conjuntos de estimativas fuzzy e de redes neurais não são
diferentes entre si. Assim, ao nível de 95% de probabilidade, constatou-se que todos os pares
de médias das estimativas têm a hipótese de nulidade H
0
não rejeitada, ou seja, não existe
diferença estatisticamente significativa entre as médias dos conjuntos de estimativas e dos
dados experimentais.
167
7 CONCLUSÃO
O objetivo deste trabalho foi o desenvolvimento de um sistema
inteligente, à luz da teoria fuzzy, para obter uma metodologia para a determinação da
densidade do solo sem a necessidade de ensaios em laboratórios. Foram desenvolvidos
modelos matemáticos capazes de obter, de forma eficiente e menos complexa que os modelos
clássicos já existentes, valores aproximados da densidade do solo.
Com base nos resultados obtidos, o estudo e a modelagem permitem as
seguintes conclusões:
Os resultados mostraram que os sistemas de inferências fuzzy podem ser utilizados para a
estimativa da densidade do solo para áreas não amostradas com boa eficiência.
A metodologia para a identificação de modelos utilizando o ANFIS gera modelos neuro-
fuzzy simples e com boa capacidade de generalização.
Os modelos neuro-fuzzy podem ser implementados de modo fácil e rápido no entorno
técnico do pacote MATLAB, utilizando os dados experimentais.
168
Os modelos obtidos para as estimativas da densidade do solo têm bom desempenho, pois
não existem diferenças estatísticas significativas de modo que seja necessária a rejeição da
hipótese de igualdade de médias entre os dados obtidos pelos modelos e os dados
experimentais.
Os resultados da estimação da densidade do solo mostraram melhores respostas para solos
não preparados, pois estes foram os que apresentaram menores médias e variâncias dos
erros relativos quando comparados com os solos preparados.
Para solo não preparado a abordagem fuzzy apresentou maior superestimação (8,25%)
para o modelo de solo tipo II e a maior subestimação (9,68%) para o modelo de solo do
tipo III.
Para solo preparado o modelo fuzzy que apresentou maior superestimação (27,42%) foi o
do solo tipo I e a maior subestimação (15,12%) foi o do solo tipo III.
Para solo não preparado com teor de argila menor que 30% e solo muito úmido, os erros
relativos dos dados obtidos em laboratórios e estimados de teste foram altos.
O modelo neuro-fuzzy apresentou bons resultados para solo não preparado do tipo II (teor
de argila de 30% a 50%). Neste caso, os dados foram obtidos de um mesmo local, embora
em épocas diferentes, e com o mesmo penetrômetro.
Para solo preparado com o mesmo teor de argila (25%), o modelo neuro-fuzzy não
ofereceu bom resultado, embora os dados tenham sido obtidos de um mesmo local e com o
mesmo penetrômetro.
O modelo neuro-fuzzy tem melhor desempenho para solo não preparado do tipo I, quando
comparado com redes neurais, em virtude dos valores da variação dos erros relativos e do
desvio padrão serem inferiores para a abordagem fuzzy para os dados de teste.
Para a rede neural RN1 a abordagem tem melhor desempenho. Para as outras redes RN3 e
RN8, o modelo neuro-fuzzy tem desempenho inferior, isto em virtude dos valores da
variação dos erros relativos e dos desvios padrão serem superiores para a abordagem
fuzzy.
Na comparação do solo não preparado do tipo III o desempenho fuzzy é melhor que a rede
RN1, porém, para as outras redes RN3 e RN9 o desempenho se mostrou inferior.
O solo preparado tipo I apresenta um desempenho ligeiramente melhor para o modelo
neuro-fuzzy, pois tem menor variância do erro relativo e menor desvio padrão.
169
O solo preparado tipo III tem melhor desempenho do que a abordagem de redes neurais
artificiais, pois o modelo neuro-fuzzy tem menor erro médio quadrático, menor variância e
menor desvio padrão.
Para futuras pesquisas, relacionadas aos resultados obtidos neste
trabalho, são apresentadas as seguintes sugestões:
Introduzir mais variáveis físicas do solo, além das utilizadas neste trabalho, tais como:
porosidade do solo, declividade, velocidade de infiltração e algumas propriedades
químicas, para a estimação da densidade do solo, e estender a metodologia da abordagem
fuzzy desenvolvida para outros tipos de solos;
Desenvolver e implementar um sistema computacional para a obtenção de valores
aproximados da densidade do solo, para uso em campo e sem a necessidade de ensaios
laboratoriais, permitindo ao usuário obter informações a respeito da compactação do solo e
orientações para o uso e manejo adequado do solo.
170
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180
APÊNDICES
181
Dados utilizados para o treinamento e o teste no modelo neuro-fuzzy
para a obtenção das estimativas da densidade do solo.
Apêndice 1. Solo não preparado do tipo I
Índice de Teor de Teor de Densidade Índice de Teor de Teor de Densidade
Cone Água Argila do solo Cone Água Argila do solo
(kPa) (%) (%) (kg.dm
-3
) (kPa) (%) (%) (kg.dm
-3
)
1 1716,49 15,90 1,50 21,50 37 6051,30 6,95 1,65 21,50
2 1656,84 15,90 1,50 21,50 38 4810,10 7,65 1,62 21,50
3 1730,18 15,90 1,50 21,50 39 3172,60 11,28 1,65 21,50
4 1536,84 15,90 1,50 21,50 40 2332,50 12,37 1,62 21,50
5 1790,53 15,90 1,50 21,50 41 2396,10 11,99 1,57 21,50
6 2484,21 15,90 1,50 21,50 42 1828,20 11,28 1,65 21,50
7 1798,25 15,90 1,50 21,50 43 1986,80 12,37 1,62 21,50
8 1426,32 15,90 1,50 21,50 44 1788,40 11,99 1,57 21,50
9 1400,00 15,90 1,50 21,50 45 2317,10 11,28 1,65 21,50
10 1823,51 15,90 1,50 21,50 46 2626,40 12,37 1,62 21,50
11 1534,74 10,40 1,42 21,50 47 2559,60 13,25 1,65 21,50
12 1143,16 10,40 1,42 21,50 48 1512,10 14,02 1,62 21,50
13 768,42 10,40 1,42 21,50 49 1594,50 13,76 1,57 21,50
14 1318,95 10,40 1,42 21,50 50 1447,40 13,25 1,65 21,50
15 1184,21 10,40 1,42 21,50 51 1754,10 14,02 1,62 21,50
16 846,67 10,40 1,42 21,50 52 1541,50 13,76 1,57 21,50
17 1025,26 10,40 1,42 21,50 53 1282,70 13,25 1,65 21,50
18 918,60 10,40 1,42 21,50 54 2647,40 14,02 1,62 21,50
19 761,40 10,40 1,42 21,50 55 1696,60 15,16 1,65 21,50
20 1138,25 10,40 1,42 21,50 56 1488,30 15,00 1,62 21,50
21 910,00 43,39 1,48 6,70 57 1008,80 14,62 1,57 21,50
22 1130,00 43,39 1,49 6,70 58 956,70 15,16 1,65 21,50
23 1590,00 43,39 1,45 6,70 59 1167,50 15,00 1,62 21,50
24 1850,00 43,39 1,47 6,70 60 1273,90 14,62 1,57 21,50
25 1800,00 43,39 1,66 6,70 61 1301,80 15,16 1,65 21,50
26 1080,00 4,37 1,46 6,70 62 982,70 15,00 1,62 21,50
27 1150,00 4,37 1,47 6,70 63 6051,30 6,95 1,65 21,50
28 1670,00 4,37 1,46 6,70 64 4810,10 7,65 1,62 21,50
29 2210,00 4,37 1,45 6,70 65 3172,60 11,28 1,65 21,50
30 2180,00 4,37 1,46 6,70 66 2332,50 12,37 1,62 21,50
31 3780,70 6,95 1,65 21,50 67 2396,10 11,99 1,57 21,50
32 5225,20 7,65 1,62 21,50 68 1828,20 11,28 1,65 21,50
33 5673,20 7,56 1,57 21,50 69 1986,80 12,37 1,62 21,50
34 3877,20 6,95 1,65 21,50 70 1788,40 11,99 1,57 21,50
35 4442,20 7,65 1,62 21,50 71 2317,10 11,28 1,65 21,50
36 4816,20 7,56 1,57 21,50 72 2626,40 12,37 1,62 21,50
182
Apêndice 2. Solo não preparado do tipo II
Índice de Teor de Teor de Densidade Índice de Teor de Teor de Densidade
Cone Água Argila do solo Cone Água Argila do solo
(kPa) (%) (%) (kg.dm
-3
) (kPa) (%) (%) (kg.dm
-3
)
1 6976,80 13,05 41,00 1,59 41 824,21 20,20 48,50 1,41
2 5033,20 12,89 41,00 1,53 42 939,30 20,20 48,50 1,41
3 7157,90 12,51 41,00 1,51 43 4416,40 18,42 48,50 1,44
4 3802,20 13,05 41,00 1,59 44 4024,50 18,42 48,50 1,44
5 6609,70 12,89 41,00 1,53 45 5325,10 18,42 48,50 1,44
6 4136,10 12,51 41,00 1,51 46 4636,60 18,42 48,50 1,44
7 6419,40 13,05 41,00 1,59 47 3994,10 18,42 48,50 1,44
8 4605,30 12,89 41,00 1,51 48 3877,00 18,42 48,50 1,44
9 2676,90 16,63 41,00 1,59 49 3448,60 18,42 48,50 1,44
10 4127,50 15,77 41,00 1,53 50 3455,90 18,42 48,50 1,44
11 3839,80 16,20 41,00 1,51 51 4199,80 18,42 48,50 1,44
12 3255,00 16,63 41,00 1,59 52 4728,90 18,42 48,50 1,44
13 3326,00 15,77 41,00 1,53 53 8152,30 13,75 48,50 1,61
14 3477,00 16,20 41,00 1,51 54 5892,10 14,70 48,50 1,66
15 3623,20 16,63 41,00 1,59 55 7873,70 14,17 48,50 1,67
16 3225,80 15,71 41,00 1,51 56 5995,30 13,75 48,50 1,61
17 463,40 18,04 41,00 1,59 57 4610,50 14,70 48,50 1,66
18 2115,40 19,54 41,00 1,53 58 4395,30 14,17 48,50 1,67
19 773,50 18,25 41,00 1,51 59 5703,80 13,75 48,50 1,61
20 1850,70 18,04 41,00 1,59 60 6516,80 14,70 48,50 1,66
21 2087,60 19,54 41,00 1,53 61 3125,90 16,55 48,50 1,61
22 1965,00 18,25 41,00 1,51 62 3906,30 14,73 48,50 1,66
23 1928,80 18,04 41,00 1,59 63 4534,70 17,16 48,50 1,67
24 2503,60 19,54 41,00 1,51 64 2909,60 16,55 48,50 1,61
25 1488,30 19,58 41,00 1,59 65 6762,60 14,73 48,50 1,66
26 1337,00 20,55 41,00 1,53 66 4414,00 17,16 48,50 1,67
27 1418,10 20,31 41,00 1,51 67 3176,30 16,55 48,50 1,61
28 2150,40 19,58 41,00 1,59 68 3971,80 14,73 48,50 1,66
29 1684,40 20,55 41,00 1,53 69 1953,30 20,43 48,50 1,61
30 1718,60 20,31 41,00 1,51 70 2141,10 20,08 48,50 1,66
31 1494,20 19,58 41,00 1,59 71 2405,90 20,95 48,50 1,67
32 1246,50 20,55 41,00 1,53 72 2083,90 20,43 48,50 1,61
33 1817,54 20,20 48,50 1,41 73 2030,90 20,08 48,50 1,66
34 1114,04 20,20 48,50 1,41 74 1671,20 20,95 48,50 1,67
35 1568,77 20,20 48,50 1,41 75 1682,90 20,43 48,50 1,61
36 1449,83 20,20 48,50 1,41 76 1712,10 20,08 48,50 1,66
37 881,75 20,20 48,50 1,41 77 939,60 18,74 48,50 1,61
38 892,63 20,20 48,50 1,41 78 1686,80 22,04 48,50 1,66
39 1062,46 20,20 48,50 1,41 79 1228,10 22,00 48,50 1,67
40 794,04 20,20 48,50 1,41 80 1061,40 18,74 48,50 1,61
continua
183
continuação - Solo não preparado do tipo II
Índice de Teor de Teor de Densidade Índice de Teor de Teor de Densidade
Cone Água Argila Do solo Cone Água Argila do solo
(kPa) (%) (%) (kg.dm
-3
) (kPa) (%) (%) (kg.dm
-3
)
81
669,00 22,04 48,50 1,66
93
2157,19 21,30 41,00 1,48
82
957,00 22,00 48,50 1,67
94
2081,05 21,30 41,00 1,48
83
668,20 18,74 48,50 1,61
95
1386,30 15,50 41,00 1,53
84
1662,70 22,04 48,50 1,66
96
3393,00 15,50 41,00 1,53
85
1616,49 21,30 41,00 1,48
97
2006,00 15,50 41,00 1,53
86
1263,51 21,30 41,00 1,48
98
1496,50 15,50 41,00 1,53
87
1671,23 21,30 41,00 1,48
99
1541,40 15,50 41,00 1,53
88
2211,93 21,30 41,00 1,48
100
2159,30 15,50 41,00 1,53
89
1292,63 21,30 41,00 1,48
101
2413,00 15,50 41,00 1,53
90
1831,23 21,30 41,00 1,48
102
2137,90 15,50 41,00 1,53
91
2071,23 21,30 41,00 1,48
103
2652,60 15,50 41,00 1,53
92
1914,39 21,30 41,00 1,48
104
3073,70 15,50 41,00 1,53
184
Apêndice 3. Solo não preparado do tipo III
Índice de Teor de Teor de Densidade Índice de Teor de Teor de Densidade
Cone Água Argila do solo Cone Água Argila do solo
(kPa) (%) (%) (kg.dm
-3
) (kPa) (%) (%) (kg.dm
-3
)
1 4877,19 27,40 65,50 1,38 41 2053,80 25,40 65,50 1,39
2 7564,91 27,40 65,50 1,38 42 2539,30 24,72 65,50 1,32
3 4417,54 27,40 65,50 1,38 43 3089,60 25,43 65,50 1,38
4 5014,04 27,40 65,50 1,38 44 2209,10 25,40 65,50 1,39
5 2094,39 27,40 65,50 1,38 45 2257,00 25,19 65,50 1,33
6 3052,63 27,40 65,50 1,38 46 2049,70 25,43 65,50 1,38
7 6150,88 27,40 65,50 1,38 47 2338,20 25,40 65,50 1,39
8 4435,09 27,40 65,50 1,38 48 2391,20 24,72 65,50 1,32
9 4614,04 27,40 65,50 1,38 49 967,40 28,59 65,50 1,39
10 3389,47 24,90 65,50 1,41 50 1441,80 25,82 65,50 1,32
11 4803,51 24,90 65,50 1,41 51 1276,80 27,57 65,50 1,38
12 4814,04 24,90 65,50 1,41 52 1952,30 28,59 65,50 1,39
13 6157,90 24,90 65,50 1,41 53 1326,30 26,82 65,50 1,32
14 4305,26 24,90 65,50 1,41 54 1165,50 28,57 65,50 1,38
15 5098,25 24,90 65,50 1,41 55 1691,20 28,59 65,50 1,39
16 3775,44 24,90 65,50 1,41 56 1606,00 26,82 65,50 1,32
17 3933,33 24,90 65,50 1,41 57 2698,00 27,90 59,50 1,22
18 3747,37 24,90 65,50 1,41 58 2270,00 27,00 59,50 1,22
19 2343,51 24,90 65,50 1,41 59 2465,00 28,70 59,50 1,25
20 2760,00 26,40 56,20 1,40 60 1352,00 30,30 59,50 1,21
21 2740,00 26,40 56,20 1,40 61 2180,00 27,00 59,50 1,24
22 3040,00 26,40 56,20 1,40 62 2240,00 29,20 59,50 1,21
23 2960,00 26,40 56,20 1,40 63 2146,00 30,20 59,50 1,21
24 2860,00 26,40 56,20 1,40 64 2474,00 29,80 59,50 1,15
25 6832,80 20,89 65,50 1,39 65 2278,00 27,90 59,50 1,22
26 5725,90 21,39 65,50 1,32 66 1945,00 27,00 59,50 1,24
27 4229,40 20,50 65,50 1,38 67 1668,00 28,70 59,50 1,20
28 3608,40 20,89 65,50 1,39 68 2518,00 30,30 59,50 1,22
29 5559,40 21,39 65,50 1,32 69 2365,00 23,50 59,50 1,14
30 5639,60 20,50 65,50 1,38 70 1934,00 23,00 59,50 1,14
31 4960,50 20,89 65,50 1,39 71 2285,00 27,00 59,50 1,05
32 5783,90 21,39 65,50 1,32 72 2365,00 30,00 59,50 1,18
33 4517,50 22,63 65,50 1,39 73 3021,00 30,30 59,50 1,27
34 2483,00 23,85 65,50 1,32 74 3080,00 27,70 59,50 1,31
35 4083,20 22,99 65,50 1,38 75 4002,00 29,90 59,50 1,25
36 2131,20 22,63 65,50 1,39 76 3895,00 27,30 59,50 1,30
37 3378,10 23,85 65,50 1,32 77 2933,00 30,00 59,50 1,25
38 2787,60 22,99 65,50 1,38 78 3806,00 28,50 59,50 1,35
39 1982,70 22,63 65,50 1,39 79 2943,00 30,90 59,50 1,31
40 3563,50 23,85 65,50 1,32 80 3757,00 31,70 59,50 1,23
continua
185
continuação - Solo não preparado do tipo III
Índice de Teor de Teor de Densidade Índice de Teor de Teor de Densidade
Cone Água Argila do solo Cone Água Argila do solo
(kPa) (%) (%) (kg.dm
-3
) (kPa) (%) (%) (kg.dm
-3
)
81 3129,00 29,50 59,50 1,23 92 3160,00 28,27 61,70 1,31
82 2825,00 30,60 59,50 1,26 93 2900,00 28,27 61,70 1,29
83 3237,00 29,00 59,50 1,26 94 1530,00 29,02 61,70 1,34
84 3051,00 31,60 59,50 1,30 95 1510,00 29,02 61,70 1,31
85 3002,00 29,40 59,50 1,27 96 1710,00 29,02 61,70 1,35
86 3689,00 31,30 59,50 1,23 97 2000,00 29,02 61,70 1,37
87 2600,00 31,90 59,50 1,18 98 2190,00 29,02 61,70 1,33
88 3051,00 29,40 59,50 1,21 99 1976,53 31,90 62,40 1,23
89 3200,00 28,27 61,70 1,30 100 2493,38 31,60 62,40 1,22
90 3360,00 28,27 61,70 1,29 101 1961,09 31,80 62,40 1,21
91 3410,00 28,27 61,70 1,33 102 1239,67 32,00 62,40 1,21
186
Apêndice 4. Solo preparado do tipo I
Índice de Teor de Teor de Densidade Índice de Teor de Teor de Densidade
Cone Água Argila Do solo Cone Água Argila do solo
(kPa) (%) (%) (kg.dm
-3
) (kPa) (%) (%) (kg.dm
-3
)
1 432,10 10,43 25 1,32 44 572,40 12,66 25 1,28
2 623,50 10,65 25 1,38 45 620,80 11,10 25 1,44
3 563,50 8,79 25 1,38 46 527,00 10,16 25 1,32
4 803,60 9,77 25 1,39 47 474,40 10,66 25 1,41
5 470,30 10,43 25 1,32 48 514,90 9,25 25 1,41
6 678,50 9,38 25 1,44 49 677,50 11,10 25 1,44
7 1116,00 9,43 25 1,44 50 865,90 10,16 25 1,32
8 828,10 9,88 25 1,41 51 702,40 9,25 25 1,41
9 876,60 9,07 25 1,40 52 768,00 11,10 25 1,41
10 600,60 9,38 25 1,44 53 596,20 10,16 25 1,44
11 679,10 9,43 25 1,44 54 796,40 9,07 25 1,40
12 809,50 9,88 25 1,41 55 775,10 9,38 25 1,44
13 759,40 9,07 25 1,40 56 939,00 9,88 25 1,41
14 858,10 12,66 25 1,28 57 839,10 9,07 25 1,40
15 508,50 10,85 25 1,33 58 503,40 10,43 25 1,32
16 346,30 10,41 25 1,28 59 523,00 10,65 25 1,38
17 347,40 11,17 25 1,30 60 448,00 8,79 25 1,38
18 457,00 12,66 25 1,28 61 485,50 9,77 25 1,39
19 531,60 10,85 25 1,33 62 457,60 10,43 25 1,32
20 713,70 10,41 25 1,28 63 501,70 10,65 25 1,38
21 266,80 11,17 25 1,30 64 529,30 8,79 25 1,39
22 345,70 12,66 25 1,28 65 453,50 9,77 25 1,32
23 733,10 8,66 25 1,43 66 612,40 10,43 25 1,38
24 781,90 9,04 25 1,54 67 840,90 8,66 25 1,43
25 715,30 9,48 25 1,55 68 971,70 9,04 25 1,54
26 1265,20 11,21 25 1,52 69 878,70 9,48 25 1,55
27 986,50 8,66 25 1,43 70 837,80 11,21 25 1,52
28 940,50 9,04 25 1,54 71 807,10 8,66 25 1,43
29 1262,80 9,48 25 1,55 72 748,60 9,04 25 1,54
30 1007,00 11,21 25 1,52 73 818,90 9,48 25 1,55
31 742,10 11,10 25 1,44 74 803,40 11,21 25 1,52
32 830,00 10,16 25 1,38 75 997,60 8,66 25 1,43
33 1378,90 10,66 25 1,41 76 844,40 9,04 25 1,54
34 726,60 9,25 25 1,44 77 719,00 9,48 25 1,55
35 755,60 11,10 25 1,38 78 905,00 11,21 25 1,52
36 715,10 12,66 25 1,28 79 964,70 8,66 25 1,43
37 643,60 10,85 25 1,33 80 992,40 9,04 25 1,54
38 717,20 10,41 25 1,28 81 868,60 9,48 25 1,55
39 34,10 11,17 25 1,30 82 941,00 11,21 25 1,52
40 641,40 12,66 25 1,28 83 841,10 8,66 25 1,43
41 649,80 10,85 25 1,33 84 540,70 9,04 25 1,54
42 623,70 10,41 25 1,28 85 726,90 10,65 25 1,38
43 695,30 11,17 25 1,30 86 594,50 8,79 25 1,38
continua
187
continuação - Solo preparado do tipo I
Índice de Teor de Teor de Densidade Índice de Teor de Teor de Densidade
Cone Água Argila Do solo Cone Água Argila do solo
(kPa) (%) (%) (kg.dm
-3
) (kPa) (%) (%) (kg.dm
-3
)
87 387,40 9,77 25 1,39 130 2684,00 11,67 25 1,59
88 534,40 10,43 25 1,32 131 2939,90 12,21 25 1,55
89 460,00 10,65 25 1,38 132 3368,60 12,09 25 1,46
90 301,70 12,66 25 1,28 133 3993,30 11,67 25 1,44
91 294,80 10,85 25 1,33 134 3289,80 12,21 25 1,59
92 497,10 10,41 25 1,28 135 7045,20 12,09 25 1,55
93 478,90 11,17 25 1,30 136 1592,30 12,09 25 1,52
94 377,60 12,66 25 1,28 137 1076,50 11,67 25 1,50
95 546,00 10,85 25 1,33 138 1567,60 12,21 25 1,46
96 578,00 10,41 25 1,28 139 928,90 12,09 25 1,43
97 700,20 9,88 25 1,41 140 754,10 11,67 25 1,52
98 760,60 9,07 25 1,40 141 892,70 12,21 25 1,50
99 758,60 9,38 25 1,44 142 1296,00 12,09 25 1,46
100 889,20 9,43 25 1,44 143 696,60 11,67 25 1,43
101 554,40 9,88 25 1,41 144 1180,60 12,21 25 1,52
102 844,30 9,07 25 1,40 145 455,00 12,09 25 1,50
103 517,20 11,10 25 1,44 146 1195,40 12,09 25 1,38
104 611,10 10,16 25 1,38 147 1988,70 11,67 25 1,43
105 723,50 10,66 25 1,41 148 575,30 12,21 25 1,40
106 700,40 9,25 25 1,41 149 1907,60 12,21 25 1,38
107 779,90 11,10 25 1,44 150 1901,50 12,09 25 1,43
108 602,90 10,16 25 1,38 151 3028,40 12,09 25 1,50
109 692,00 10,66 25 1,41 152 1638,30 11,67 25 1,38
110 574,80 9,25 25 1,41 153 2565,40 12,21 25 1,40
111 527,70 11,10 25 1,44 154 2726,40 12,09 25 1,52
112 5318,40 12,09 25 1,50 155 2848,90 11,67 25 1,50
113 5122,60 12,09 25 1,40 156 1718,00 12,21 25 1,38
114 2613,00 11,67 25 1,52 157 400,60 12,09 25 1,40
115 2590,30 12,21 25 1,50 158 2118,30 11,67 25 1,52
116 2563,20 12,09 25 1,38 159 1986,60 12,21 25 1,50
117 3457,80 12,09 25 1,52 160 1974,00 12,09 25 1,38
118 3706,30 11,67 25 1,50 161 1787,10 12,09 25 1,52
119 5349,80 12,21 25 1,58 162 1584,80 11,67 25 1,50
120 6289,40 12,09 25 1,53 163 1950,90 12,21 25 1,58
121 4868,80 11,67 25 1,52 164 1913,50 12,09 25 1,53
122 5194,20 12,21 25 1,50 165 1556,10 11,67 25 1,52
123 177,90 12,09 25 1,58 166 1766,10 12,21 25 1,50
124 4574,70 11,67 25 1,53 167 1498,70 12,09 25 1,53
125 6248,60 12,21 25 1,52 168 1480,20 11,67 25 1,52
126 3482,80 12,09 25 1,59 169 1720,30 12,21 25 1,50
127 4505,50 11,67 25 1,55 170 913,00 12,09 25 1,53
128 1900,50 12,21 25 1,46 171 3173,40 12,09 25 1,59
129 7314,70 12,09 25 1,44 172 1742,60 11,67 25 1,55
continua
188
continuação - Solo preparado do tipo I
Índice de Teor de Teor de Densidade Índice de Teor de Teor de Densidade
Cone Água Argila Do solo Cone Água Argila do solo
(kPa) (%) (%) (kg.dm-3) (kPa) (%) (%) (kg.dm-3)
173 1199,00 12,21 25 1,46 216 1430,40 12,09 25 1,40
174 4416,50 12,09 25 1,44 217 1370,00 11,67 25 1,31
175 2721,30 11,67 25 1,59 218 1193,20 12,21 25 1,38
176 4405,30 12,21 25 1,55 219 1712,50 12,09 25 1,43
177 3299,00 12,09 25 1,46 220 1891,20 11,67 25 1,40
178 3876,70 11,67 25 1,44 221 1041,40 12,09 25 1,52
179 3094,10 12,21 25 1,59 222 902,60 11,67 25 1,15
180 3163,10 12,09 25 1,55 223 666,40 12,21 25 1,46
181 3879,90 11,67 25 1,52 224 556,20 12,09 25 1,43
182 2523,10 12,21 25 1,50 225 1168,20 11,67 25 1,52
183 1330,70 12,21 25 1,43 226 914,90 12,21 25 1,50
184 2709,50 12,09 25 1,52 227 942,80 12,09 25 1,46
185 3801,70 11,67 25 1,50 228 971,80 11,67 25 1,43
186 852,70 12,09 25 1,38 229 1027,00 12,09 25 1,52
187 349,60 11,67 25 1,43 230 510,60 11,67 25 1,59
188 312,80 12,21 25 1,40 231 634,20 12,21 25 1,55
189 576,70 12,09 25 1,31 232 375,10 12,09 25 1,46
190 695,30 11,67 25 1,38 233 874,10 11,67 25 1,44
191 1291,70 12,09 25 1,50 234 353,70 12,21 25 1,59
192 3061,10 11,67 25 1,38 235 457,80 12,09 25 1,55
193 2898,20 12,21 25 1,40 236 596,30 10,09 25 1,11
194 1682,30 12,09 25 1,52 237 624,80 8,65 25 1,20
195 2361,30 11,67 25 1,50 238 741,40 10,81 25 1,12
196 1799,70 12,21 25 1,38 239 821,70 10,09 25 1,11
197 3065,70 12,09 25 1,40 240 504,30 8,65 25 1,20
198 4312,10 11,67 25 1,52 241 747,30 9,06 25 1,06
199 2258,50 12,21 25 1,50 242 436,10 10,09 25 1,11
200 1546,20 12,09 25 1,52 243 465,90 10,09 25 1,11
201 2018,60 12,09 25 1,52 244 400,00 8,65 25 1,20
202 1250,00 11,67 25 1,50 245 421,30 9,06 25 1,06
203 1690,50 12,21 25 1,58 246 609,00 10,81 25 1,12
204 2671,90 12,09 25 1,53 247 287,30 8,65 25 1,20
205 1721,70 11,67 25 1,52 248 741,20 9,06 25 1,06
206 1811,40 12,21 25 1,50 249 357,60 10,09 25 1,11
207 378,40 12,09 25 1,58 250 3679,70 12,09 25 1,18
208 554,20 11,67 25 1,53 251 2727,40 11,67 25 1,17
209 892,30 12,09 25 1,52 252 3324,90 12,21 25 1,14
210 1878,30 12,09 25 1,38 253 2944,90 12,09 25 1,15
211 1872,20 11,67 25 1,43 254 1372,80 11,67 25 1,18
212 1533,70 12,21 25 1,40 255 1749,10 12,21 25 1,17
213 1846,80 12,09 25 1,31 256 2314,80 11,67 25 1,17
214 2024,10 11,67 25 1,38 257 2526,40 12,21 25 1,14
215 1398,10 12,21 25 1,43 258 1504,30 12,09 25 1,15
continua
189
continuação - Solo preparado do tipo I
Índice de Teor de Teor de Densidade Índice de Teor de Teor de Densidade
Cone Água Argila do solo Cone Água Argila do solo
(kPa) (%) (%) (kg.dm-3) (kPa) (%) (%) (kg.dm-3)
259 1890,30 11,67 25 1,18 297 4972,50 12,09 25 1,52
260 1802,80 12,21 25 1,17 298 1835,60 11,67 25 1,50
261 2835,10 12,09 25 1,14 299 2260,80 12,21 25 1,38
262 2762,40 11,67 25 1,15 300 1029,60 12,09 25 1,31
263 3195,60 12,21 25 1,18 301 1014,80 11,67 25 1,38
264 3679,80 12,09 25 1,17 302 1429,00 12,21 25 1,43
265 5391,40 12,09 25 1,18 303 2156,30 12,09 25 1,40
266 1532,90 11,67 25 1,17 304 1914,10 11,67 25 1,31
267 2379,20 12,21 25 1,14 305 2539,20 12,09 25 1,46
268 4300,50 12,09 25 1,15 306 2179,30 11,67 25 1,43
269 2684,80 11,67 25 1,18 307 1825,70 12,21 25 1,52
270 4603,80 12,21 25 1,17 308 2370,90 12,09 25 1,50
271 2492,40 12,09 25 1,14 309 2155,00 11,67 25 1,46
272 3317,80 11,67 25 1,15 310 1035,40 12,21 25 1,43
273 1606,70 12,21 25 1,18 311 532,90 12,09 25 1,40
274 601,20 12,09 25 1,17 312 418,00 11,67 25 1,31
275 455,80 10,65 25 1,38 313 472,00 12,21 25 1,38
276 471,60 8,79 25 1,38 314 685,20 12,09 25 1,43
277 555,00 9,77 25 1,39 315 1013,80 12,09 25 1,50
278 800,70 10,43 25 1,32 316 1754,30 12,09 25 1,59
279 1215,80 9,07 25 1,40 317 1026,70 11,67 25 1,55
280 1163,20 8,66 25 1,43 318 503,80 12,21 25 1,46
281 920,00 11,10 25 1,44 319 422,20 12,09 25 1,44
282 675,10 10,16 25 1,38 320 176,30 10,81 25 1,12
283 1298,10 10,66 25 1,41 321 349,30 10,81 25 1,12
284 538,50 9,25 25 1,41 322 201,50 10,09 25 1,11
285 991,60 9,43 25 1,44 323 257,90 8,65 25 1,20
286 1000,90 9,88 25 1,41 324 563,60 9,06 25 1,06
287 1137,70 9,07 25 1,40 325 2048,00 12,09 25 1,14
288 796,90 9,38 25 1,44 326 2030,70 11,67 25 1,15
289 1046,30 9,43 25 1,44 327 1477,00 12,21 25 1,18
290 956,70 10,43 25 1,32 328 2975,50 12,09 25 1,17
291 573,90 10,65 25 1,38 329 1565,70 12,09 25 1,18
292 482,10 8,79 25 1,38 330 762,70 9,07 25 1,40
293 502,10 9,77 25 1,39 331 696,00 9,38 25 1,44
294 696,20 10,43 25 1,32 332 834,90 9,43 25 1,44
295 901,80 11,17 25 1,30 333 2761,60 11,67 25 1,38
296 291,40 12,66 25 1,28 334 4046,60 12,21 25 1,40
190
Apêndice 5. Solo preparado do tipo III
Índice de Teor de Teor de Densidade Índice de Teor de Teor de Densidade
Cone Água Argila do solo Cone Água Argila do solo
(kPa) (%) (%) (kg.dm
-3
) (kPa) (%) (%) (kg.dm
-3
)
1 2122,00 27,20 59,50 1,16 44 2296,00 30,70 59,50 1,12
2 1692,00 30,60 59,50 1,14 45 2688,00 32,00 59,50 1,17
3 2594,00 26,90 59,50 1,21 46 2727,00 31,40 59,50 1,19
4 1979,00 25,90 59,50 1,15 47 2158,00 31,40 59,50 1,11
5 2612,00 31,60 59,50 1,17 48 3002,00 30,30 59,50 1,09
6 2187,00 28,80 59,50 1,18 49 2629,00 23,40 59,50 1,16
7 2028,00 28,20 59,50 1,17 50 3394,00 26,40 59,50 1,16
8 1570,00 28,00 59,50 1,18 51 2413,00 30,60 59,50 1,14
9 2116,00 29,60 59,50 1,12 52 2413,00 28,50 59,50 1,06
10 1847,00 30,90 59,50 1,20 53 851,20 18,66 60,00 1,33
11 1625,00 28,60 59,50 1,25 54 859,10 17,82 60,00 1,26
12 1681,00 30,90 59,50 1,11 55 863,10 16,37 60,00 1,29
13 2579,00 27,40 59,50 1,14 56 899,00 18,66 60,00 1,33
14 1658,00 31,90 59,50 1,15 57 1151,60 16,15 60,00 1,40
15 1668,00 32,60 59,50 1,20 58 1519,90 16,45 60,00 1,40
16 2043,00 28,80 59,50 1,09 59 1118,80 16,93 60,00 1,43
17 1733,00 29,90 59,50 1,19 60 1026,70 16,18 60,00 1,47
18 2004,00 29,20 59,50 1,18 61 1119,80 16,15 60,00 1,40
19 2294,00 30,70 59,50 1,22 62 1354,90 16,45 60,00 1,40
20 1541,00 26,60 59,50 1,20 63 1594,20 16,93 60,00 1,43
21 2256,00 28,30 59,50 1,24 64 1502,80 16,18 60,00 1,47
22 2011,00 30,50 59,50 1,06 65 1453,60 16,15 60,00 1,40
23 1842,00 32,40 59,50 1,16 66 690,40 16,59 60,00 1,37
24 2060,00 28,60 59,50 1,17 67 665,40 13,31 60,00 1,28
25 1416,00 28,70 59,50 1,17 68 828,10 16,89 60,00 1,31
26 1875,00 29,70 59,50 1,15 69 739,10 28,66 60,00 1,31
27 3384,00 27,40 59,50 1,24 70 881,20 16,59 60,00 1,37
28 3532,00 30,00 59,50 1,02 71 772,70 13,31 60,00 1,28
29 3708,00 28,30 59,50 1,23 72 849,30 16,89 60,00 1,31
30 3532,00 29,00 59,50 1,10 73 977,00 28,66 60,00 1,31
31 2541,00 31,90 59,50 1,10 74 921,40 16,59 60,00 1,37
32 3512,00 31,30 59,50 1,06 75 422,80 17,22 60,00 1,17
33 4101,00 30,20 59,50 1,15 76 926,40 17,42 60,00 1,17
34 3885,00 28,00 59,50 1,17 77 1047,00 16,45 60,00 1,12
35 2727,00 28,90 59,50 1,23 78 921,90 16,81 60,00 1,17
36 3855,00 25,50 59,50 1,19 79 791,40 17,22 60,00 1,17
37 2188,00 29,10 59,50 1,28 80 904,90 17,42 60,00 1,17
38 2384,00 27,70 59,50 1,00 81 844,20 16,45 60,00 1,12
39 3414,00 33,50 59,50 1,22 82 927,40 16,81 60,00 1,17
40 1658,00 32,40 59,50 1,02 83 453,00 17,22 60,00 1,17
41 1481,00 30,90 59,50 1,23 84 642,70 17,26 60,00 1,42
42 3669,00 31,00 59,50 1,06 85 956,60 17,92 60,00 1,47
43 2590,00 31,10 59,50 1,07 86 1034,20 15,65 60,00 1,43
continua
191
continuação - Solo preparado do tipo III
Índice de Teor de Teor de Densidade Índice de Teor de Teor de Densidade
Cone Água Argila do solo Cone Água Argila do solo
(kPa) (%) (%) (kg.dm
-3
) (kPa) (%) (%) (kg.dm
-3
)
87 727,10 15,70 60,00 1,27 130 862,20 28,66 60,00 1,31
88 619,00 17,26 60,00 1,42 131 1051,70 16,59 60,00 1,37
89 747,00 17,92 60,00 1,47 132 1930,80 16,15 60,00 1,40
90 1008,70 15,65 60,00 1,43 133 155,60 16,45 60,00 1,40
91 1348,80 15,70 60,00 1,27 134 1591,00 16,93 60,00 1,43
92 1309,10 17,26 60,00 1,42 135 1630,10 16,18 60,00 1,47
93 672,40 17,22 60,00 1,17 136 1671,80 16,15 60,00 1,40
94 836,00 16,45 60,00 1,12 137 1635,30 17,92 60,00 1,47
95 593,60 16,81 60,00 1,17 138 1643,40 15,65 60,00 1,43
96 553,70 17,22 60,00 1,17 139 1858,40 15,70 60,00 1,27
97 1280,80 18,66 60,00 1,33 140 1547,30 17,26 60,00 1,42
98 1366,70 17,82 60,00 1,26 141 879,00 17,92 60,00 1,47
99 1286,40 17,16 60,00 1,22 142 786,80 15,65 60,00 1,43
100 1333,40 16,37 60,00 1,29 143 773,40 15,70 60,00 1,27
101 1390,00 18,66 60,00 1,33 144 842,80 17,26 60,00 1,42
102 1306,80 17,82 60,00 1,26 145 768,60 17,22 60,00 1,17
103 1361,20 17,16 60,00 1,22 146 592,90 17,42 60,00 1,17
104 1223,30 16,37 60,00 1,29 147 973,70 16,45 60,00 1,12
105 1162,00 18,66 60,00 1,33 148 800,90 16,81 60,00 1,17
106 871,00 16,59 60,00 1,37 149 1108,00 17,22 60,00 1,17
107 782,40 16,31 60,00 1,28 150 1014,20 17,42 60,00 1,17
108 1238,30 16,89 60,00 1,31 151 865,60 16,45 60,00 1,12
109 868,10 28,66 60,00 1,31 152 753,70 16,81 60,00 1,17
110 747,20 16,59 60,00 1,37 153 830,70 17,22 60,00 1,17
111 1213,00 16,31 60,00 1,28 154 1008,80 18,66 60,00 1,33
112 1071,90 16,89 60,00 1,31 155 1201,30 17,82 60,00 1,26
113 844,50 28,66 60,00 1,31 156 1065,00 17,16 60,00 1,22
114 1498,30 17,26 60,00 1,42 157 958,20 16,37 60,00 1,29
115 1440,20 17,92 60,00 1,47 158 879,40 18,66 60,00 1,33
116 1441,70 15,65 60,00 1,43 159 841,30 17,82 60,00 1,26
117 1272,90 16,18 60,00 1,47 160 812,10 17,16 60,00 1,22
118 1359,30 16,15 60,00 1,40 161 1044,50 16,37 60,00 1,29
119 1258,80 16,45 60,00 1,40 162 1141,00 18,66 60,00 1,33
120 1444,20 16,93 60,00 1,43 163 1611,20 20,71 60,00 1,32
121 1567,70 16,18 60,00 1,47 164 813,00 19,34 60,00 1,35
122 1743,30 16,15 60,00 1,40 165 570,40 13,90 60,00 1,38
123 716,90 16,59 60,00 1,37 166 1000,30 20,71 60,00 1,34
124 935,10 16,31 60,00 1,28 167 607,20 19,34 60,00 1,32
125 840,00 16,89 60,00 1,31 168 1456,80 13,90 60,00 1,35
126 956,30 28,66 60,00 1,31 169 790,90 20,71 60,00 1,38
127 960,70 16,59 60,00 1,37 170 486,90 19,34 60,00 1,34
128 954,20 16,31 60,00 1,28 171 472,30 13,90 60,00 1,32
129 959,60 16,89 60,00 1,31 172 3990,40 20,71 60,00 1,22
continua
192
continuação - Solo preparado do tipo III
Índice de Teor de Teor de Densidade Índice de Teor de Teor de Densidade
Cone Água Argila do solo Cone Água Argila do solo
(kPa) (%) (%) (kg.dm
-3
) (kPa) (%) (%) (kg.dm
-3
)
173 2544,70 20,71 60,00 1,25 216 3626,80 19,34 60,00 1,22
174 3867,90 19,34 60,00 1,22 217 3372,40 13,90 60,00 1,25
175 3167,00 13,90 60,00 1,22 218 4140,00 20,71 60,00 1,25
176 3189,00 20,71 60,00 1,25 219 3411,60 19,34 60,00 1,22
177 1836,00 20,71 60,00 1,08 220 3401,70 13,90 60,00 1,22
178 1940,60 19,34 60,00 1,07 221 4034,10 20,71 60,00 1,25
179 1788,90 13,90 60,00 1,08 222 3268,00 20,71 60,00 1,08
180 1745,50 20,71 60,00 1,08 223 4981,50 19,34 60,00 1,07
181 1721,00 19,34 60,00 1,08 224 3393,90 13,90 60,00 1,08
182 1857,00 13,90 60,00 1,07 225 3858,30 20,71 60,00 1,08
183 1752,50 20,71 60,00 1,08 226 3917,60 19,34 60,00 1,08
184 2121,40 19,34 60,00 1,08 227 3843,60 13,90 60,00 1,07
185 2060,60 13,90 60,00 1,08 228 3981,20 20,71 60,00 1,08
186 1586,60 20,71 60,00 1,07 229 5943,50 19,34 60,00 1,08
187 6187,20 20,71 60,00 1,20 230 3912,90 13,90 60,00 1,08
188 4542,30 19,34 60,00 1,15 231 3726,10 20,71 60,00 1,07
189 3522,10 13,90 60,00 1,15 232 2407,10 20,71 60,00 1,20
190 4758,30 20,71 60,00 1,08 233 1918,10 19,34 60,00 1,15
191 5156,20 19,34 60,00 1,20 234 2529,60 13,90 60,00 1,15
192 3965,10 13,90 60,00 1,15 235 3084,40 20,71 60,00 1,08
193 4998,00 20,71 60,00 1,15 236 3689,00 19,34 60,00 1,20
194 2444,30 19,34 60,00 1,08 237 3484,50 13,90 60,00 1,15
195 4244,00 13,90 60,00 1,20 238 2822,80 20,71 60,00 1,15
196 5383,90 20,71 60,00 1,15 239 677,80 19,34 60,00 1,08
197 3083,30 20,71 60,00 1,25 240 3389,70 13,90 60,00 1,20
198 2907,30 19,34 60,00 1,28 241 3948,00 20,71 60,00 1,15
199 3130,00 13,90 60,00 1,28 242 3138,60 13,90 60,00 1,28
200 2970,30 20,71 60,00 1,26 243 3080,40 20,71 60,00 1,28
201 2612,90 19,34 60,00 1,25 244 2035,80 19,34 60,00 1,26
202 4205,90 13,90 60,00 1,28 245 2063,10 13,90 60,00 1,25
203 712,00 19,34 60,00 1,35 246 3140,80 20,71 60,00 1,28
204 499,10 13,90 60,00 1,38 247 4627,90 20,71 60,00 1,32
205 1320,50 20,71 60,00 1,34 248 5381,50 19,34 60,00 1,35
206 1244,70 19,34 60,00 1,32 249 3636,20 13,90 60,00 1,38
207 867,40 13,90 60,00 1,35 250 5066,70 20,71 60,00 1,34
208 925,90 20,71 60,00 1,38 251 5505,20 19,34 60,00 1,32
209 850,40 19,34 60,00 1,34 252 5111,50 13,90 60,00 1,35
210 859,70 13,90 60,00 1,32 253 5005,80 20,71 60,00 1,38
211 497,90 20,71 60,00 1,35 254 3217,20 19,34 60,00 1,34
212 3274,70 20,71 60,00 1,22 255 5575,80 13,90 60,00 1,32
213 5221,90 19,34 60,00 1,25 256 4286,10 20,71 60,00 1,35
214 3152,80 13,90 60,00 1,25 257 4134,90 20,71 60,00 1,22
215 4445,30 20,71 60,00 1,22 258 6172,80 19,34 60,00 1,25
continua
193
continuação - Solo preparado do tipo III
Índice de Teor de Teor de Densidade Índice de Teor de Teor de Densidade
Cone Água Argila do solo Cone Água Argila do solo
(kPa) (%) (%) (kg.dm
-3
) (kPa) (%) (%) (kg.dm
-3
)
259 4619,20 13,90 60,00 1,25 302 3448,80 13,90 60,00 1,05
260 7268,40 20,71 60,00 1,22 303 2556,90 20,71 60,00 0,98
261 4636,10 19,34 60,00 1,22 304 2617,50 19,34 60,00 0,99
262 5435,00 13,90 60,00 1,25 305 2243,50 13,90 60,00 0,97
263 4562,90 20,71 60,00 1,25 306 2054,60 20,71 60,00 1,05
264 5522,60 19,34 60,00 1,22 307 1614,60 20,71 60,00 0,98
265 4075,30 13,90 60,00 1,22 308 2628,70 19,34 60,00 0,99
266 2836,60 20,71 60,00 1,22 309 3653,20 13,90 60,00 0,97
267 2313,40 20,71 60,00 1,08 310 5165,40 20,71 60,00 0,99
268 1400,40 19,34 60,00 1,07 311 3240,30 19,34 60,00 0,97
269 2156,60 13,90 60,00 1,08 312 4351,30 13,90 60,00 1,05
270 1656,90 20,71 60,00 1,08 313 3465,90 20,71 60,00 0,98
271 1821,40 19,34 60,00 1,08 314 3432,70 19,34 60,00 0,99
272 2897,30 13,90 60,00 1,07 315 4682,20 13,90 60,00 0,97
273 1776,70 20,71 60,00 1,08 316 5730,80 20,71 60,00 1,05
274 1957,50 19,34 60,00 1,08 317 4109,90 19,34 60,00 0,98
275 2816,50 13,90 60,00 1,08 318 3697,90 13,90 60,00 0,99
276 2338,80 20,71 60,00 1,07 319 5057,00 20,71 60,00 0,97
277 1407,10 20,71 60,00 1,20 320 2224,40 20,71 60,00 1,05
278 3624,20 19,34 60,00 1,15 321 2635,60 19,34 60,00 0,98
279 4526,40 13,90 60,00 1,15 322 4121,60 19,34 60,00 0,97
280 4346,00 20,71 60,00 1,08 323 2221,10 13,90 60,00 1,05
281 3530,20 19,34 60,00 1,20 324 2802,20 20,71 60,00 0,98
282 3799,50 13,90 60,00 1,15 325 1970,58 37,80 76,40 1,34
283 2841,20 20,71 60,00 1,15 326 1872,10 19,00 50,80 1,22
284 4211,60 13,90 60,00 1,28 327 2382,30 18,90 50,80 1,19
285 4095,00 20,71 60,00 1,26 328 5345,80 24,40 50,80 1,54
286 3745,90 19,34 60,00 1,25 329 6018,00 21,20 50,80 1,53
287 3171,70 13,90 60,00 1,28 330 5047,00 19,00 50,80 1,40
288 2831,30 20,71 60,00 1,28 331 3105,60 18,90 50,80 1,27
289 2970,30 19,34 60,00 1,26 332 2075,00 24,40 50,80 1,24
290 3655,10 13,90 60,00 1,25 333 2436,10 21,20 50,80 1,28
291 4005,70 20,71 60,00 1,28 334 1913,00 24,40 59,50 1,13
292 241,70 16,39 60,00 1,09 335 1289,00 28,40 59,50 1,13
293 587,60 14,81 60,00 1,02 336 1737,00 28,70 59,50 1,21
294 375,20 16,67 60,00 1,02 337 2420,00 26,20 59,50 1,22
295 479,80 15,86 60,00 1,05 338 2175,00 25,30 59,50 1,21
296 344,40 14,81 60,00 1,02 339 2330,00 29,90 59,50 1,23
297 437,00 16,67 60,00 1,02 340 4169,00 29,00 59,50 1,06
298 809,20 15,86 60,00 1,02 341 4640,00 29,70 59,50 1,16
299 383,90 16,39 60,00 1,05 342 2953,00 29,00 59,50 1,04
300 673,50 14,81 60,00 1,09 343 3394,00 30,60 59,50 1,16
301 928,20 16,67 60,00 1,02 344 3522,00 30,10 59,50 1,08
continua
194
continuação - Solo preparado do tipo III
Índice de Teor de Teor de Densidade Índice de Teor de Teor de Densidade
Cone Água Argila do solo Cone Água Argila do solo
(kPa) (%) (%) (kg.dm
-3
) (kPa) (%) (%) (kg.dm
-3
)
345 2549,00 29,10 59,50 1,09 374 3715,80 19,34 60,00 1,22
346 647,30 17,16 60,00 1,22 375 3424,00 13,90 60,00 1,25
347 687,00 16,37 60,00 1,29 376 2953,40 20,71 60,00 1,28
348 706,30 18,66 60,00 1,33 377 3413,90 19,34 60,00 1,26
349 706,90 17,82 60,00 1,26 378 3565,00 13,90 60,00 1,25
350 939,50 17,16 60,00 1,22 379 3395,00 20,71 60,00 1,28
351 648,50 17,42 60,00 1,17 380 488,00 20,71 60,00 1,32
352 528,20 16,45 60,00 1,12 381 2190,30 20,71 60,00 1,25
353 651,20 16,81 60,00 1,17 382 2428,50 19,34 60,00 1,28
354 785,10 17,22 60,00 1,17 383 3091,80 13,90 60,00 1,28
355 845,30 17,42 60,00 1,17 384 2502,50 20,71 60,00 1,26
356 808,70 16,59 60,00 1,37 385 2534,50 19,34 60,00 1,25
357 1440,60 17,26 60,00 1,42 386 3488,70 19,34 60,00 1,08
358 1308,00 17,92 60,00 1,47 387 3270,70 13,90 60,00 1,20
359 1044,40 15,65 60,00 1,43 388 3167,50 20,71 60,00 1,15
360 1909,80 15,70 60,00 1,27 389 5180,10 20,71 60,00 1,25
361 1786,30 15,70 60,00 1,27 390 5783,30 19,34 60,00 1,28
362 1593,40 17,26 60,00 1,42 391 333,90 15,86 60,00 1,02
363 1374,70 16,15 60,00 1,40 392 312,30 16,39 60,00 1,05
364 1393,80 16,45 60,00 1,40 393 272,20 14,81 60,00 1,09
365 1535,00 16,93 60,00 1,43 394 3016,10 20,71 60,00 0,99
366 1497,30 16,45 60,00 1,40 395 2614,50 19,34 60,00 0,97
367 1369,40 16,93 60,00 1,43 396 5144,70 13,90 60,00 0,99
368 1602,70 16,18 60,00 1,47 397 4770,80 20,71 60,00 0,97
369 1738,70 16,15 60,00 1,40 398 2372,20 19,34 60,00 1,05
370 1618,10 17,26 60,00 1,42 399 5128,50 13,90 60,00 0,98
371 2779,20 19,34 60,00 1,25 400 4252,80 20,71 60,00 0,99
372 3533,80 13,90 60,00 1,25 401 2549,01 36,60 80,50 1,35
373 2886,90 20,71 60,00 1,22
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