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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAQUARA UNIARA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO
REGIONAL E MEIO AMBIENTE
AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE MONITORAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS E
DA VIABILIDADE TÉCNICA, LEGAL E ECONÔMICA DA APLICAÇÃO DA
RESOLUÇÃO CONAMA 357/2005 PARA A SUB-BACIA DO RIBEIRÃO DAS
CRUZES (ARARAQUARA-SP)
MAURÍCIO FERREIRA DE MACEDO
Dissertação apresentada ao Centro
Universitário de Araraquara, como parte das
exigências para obtenção do título de Mestre
em Desenvolvimento Regional e Meio
Ambiente.
ARARAQUARA - SP
2007
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAQUARA UNIARA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO
REGIONAL E MEIO AMBIENTE
AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE MONITORAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS E
DA VIABILIDADE TÉCNICA, LEGAL E ECONÔMICA DA APLICAÇÃO DA
RESOLUÇÃO CONAMA 357/2005 PARA A SUB-BACIA DO RIBEIRÃO DAS
CRUZES (ARARAQUARA-SP)
MAURÍCIO FERREIRA DE MACEDO
Orientador: Prof. Dr. Denilson Teixeira
Dissertação apresentada ao Centro
Universitário de Araraquara, como parte das
exigências para obtenção do título de Mestre
em Desenvolvimento Regional e Meio
Ambiente.
ARARAQUARA - SP
2007
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FICHA CATALOGRÁFICA
M122a Macedo, Maurício Ferreira de
Avaliação do sistema de monitoramento de recursos hídricos e da
viabilidade técnica, legal e econômica da aplicação da resolução
CONAMA 357/2005 para a sub-bacia do ribeirão das Cruzes
(Araraquara-SP). / Maurício Ferreira de Macedo. Araraquara, Centro
Universitário de Araraquara, 2007. 96 p.
Dissertação de Mestrado Trabalho apresentado ao Programa de
Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente do Centro
Universitário de Araraquara UNIARA.
Dinâmica Regional e Alternativas de Sustentabilidade
Orientador: Teixeira, Denilson
1. Monitoramento. 2. Legislação ambiental. 3. Planejamento
dos recursos hídricos. 4. Gestão dos recursos hídricos. 5. CONAMA
357/2005.
CDU 504.03
ii
iii
DEDICATÓRIA
A Deus, por nos deixar a essência do seu amor
e oportunidade de mais um aprendizado.
A minha esposa Sônia que esteve sempre ao
meu lado.
iv
AGRADECIMENTO
Nestes mais de dois anos de muito trabalho, gostaria de agradecer a todos que de
maneira direta ou indiretamente, tenham contribuído para a sua realização, e de maneira
especial ao Prof. Denílson Teixeira, pela amizade, confiança e ensinamentos.
Aos meus pais que de maneira sábia souberam me orientar para ser hoje um homem de
bem.
A minha esposa e filhos que de forma incondicional superaram minha ausência e me
apoiaram nos momentos mais difíceis.
Ao Departamento Autônomo de Água e Esgoto de Araraquara na pessoa do Dr.
Wellington Cyro de Almeida Leite, pelo fornecimento das informações referentes ao banco de
dados históricos da qualidade da água no ribeirão das Cruzes.
Ao Prof. Dr. Leonardo Rios pelo apoio e pelas valiosas sugestões que auxiliaram no
enriquecimento do trabalho.
v
RESUMO
Nas últimas décadas, uma parte importante dos esforços na direção da gestão dos recursos
hídricos tem incidido sobre o conjunto de condicionamentos que envolvem e circunscrevem
os usos e as funções da água e os processos de decisão a eles relacionados. Neste contexto,
torna-se cada vez mais importante a adoção de bacias hidrográficas como unidade de
planejamento, uma vez que todo tipo de uso e ocupação do solo na bacia hidrográfica irá
interferir nos aspectos qualitativos e quantitativos dos recursos hídricos e determinar
conforme sua intensidade o grau do impacto no sistema. Diante disso, faz-se necessário um
programa de monitoramento de recursos hídricos, que forneça subsídios para avaliar as
condições qualitativas e quantitativas do manancial e propiciar informações para tomada de
decisões. Assim, neste trabalho foi realizada uma avaliação do sistema de monitoramento da
sub-bacia do ribeirão das Cruzes e da viabilidade técnica, legal e econômica da aplicação da
resolução CONAMA 357/2005, com base em análise de dados históricos e de amostragens
realizadas em 13 estações nos períodos seco e chuvoso. Os resultados apontaram os
parâmetros que apresentam concentrações significativas nas diversas estações de amostragem
da sub-bacia, onde houve uma heterogeneidade entre as estações amostradas, ressaltando a
estação 3 com baixa influência antrôpica e as estações 5 com influência direta do perímetro
urbano e as estações 8 e 9 onde encontram-se a montante e jusante da Estação de Tratamento
de Esgoto de Araraquara. Além disso, foram verificadas a freqüência de amostragem e a
localização das estações de coleta de amostras. Com isso, foi possível propor um plano de
monitoramento mais eficaz e economicamente viável com base nos parâmetros da resolução
CONAMA 357/2005, através da redução do número de estações de amostragem de 13 para
10 estações, onde foram descartadas as estações que apresentavam resultados redundantes e
menos significativos. Também foram reduzidos os números de parâmetros analisados de 97,
presentes na legislação, para apenas 27, o que gerou uma redução nos custos de
aproximadamente 88%. A utilização de um plano adequado de monitoramento baseado em
dados históricos, considerando a legislação vigente pode-se ter um gerenciamento integrado
de recursos hídricos adequado a esta importante bacia hidrográfica para a cidade de
Araraquara.
Palavras chave: 1. monitoramento; 2. legislação ambiental; 3. planejamento de recursos
hídricos; 4. gestão de recursos hídricos; 5. CONAMA 357/2005.
vi
ABSTRACT
In the end of the decade of 90 and principles of the new century, one has left important of the
efforts in the direction of the management of the hydrics resources has initiated on the set of
ambient conditionings, economic-social and institutional that involves and circumscribes the
uses and the functions of the water and the processes of decision related they. In This contest,
each more important time becomes the adoption of hydrographical basins as unit of planning,
a time that all type of use and occupation of the ground in the hydrographic basin will go to
intervene with the qualitative and quantitative aspects of the hydrics resources and to
determine as its intensity the degree of the impact in the system. Before this, necessary
becomes a program of monitoring of hydrics resources, that it supplies subsidies to evaluate
the qualitative and quantitative conditions of the source and to propitiate information the
taking of decisions. Thus, in this work an evaluation of the system of monitoring of the sub-
basin of the Brook of Crosses and the viability was carried through technique, legal and
economic of the application of resolution 357/2005, on the basis of analysis of historical data
and samplings carried through in 13 stations in the periods dry and rainy. The results had
pointed the parameters that present significant concentrations in the diverse stations of
sampling of the sub-basin. Moreover, the frequency of sampling and the localization of the
stations of collection of samples had been verified. With this, it was possible to consider a
plan of more efficient and economically viable monitoring on the basis of the parameters of
resolution CONAMA 357/2005, by reduction of the number of station of sampling of 13 for
10 stations, where the stations had been discarded that presented resulted redundant and less
significant. Also the numbers of analyzed parameters of 97 had been reduced, gifts in the
legislation, for only 30, what it approximately generated a reduction in the costs of 88%. The
use of a plan adequate tracking based on historical data, considering the existing legislation
could be having an integrated management of water resources adequate to this important
watershed for the city of Araraquara.
vii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Estrutura organizacional da Agência Nacional das Águas . . . . . . .
FIGURA 2 Localização do município de Araraquara no mapa estadual e federal .
FIGURA 3 Localização das estações fixas de coleta . . . . . . . . . . . . . . . .
FIGURA 4 Representação gráfica das distâncias, em km, das estações de coleta .
FIGURA 5 Diagrama unifilar da sub-bacia do ribeirão das Cruzes . . . . . . . . .
FIGURA 6 Caracterização e localização da estação 1 no córrego Paiol . . . . . .
FIGURA 7 Caracterização e localização da estação 2 no ribeirão das Cruzes . . .
FIGURA 8 Caracterização e localização da estação 3 no ribeirão das Cruzes . . .
FIGURA 9 Caracterização e localização da estação 4 no ribeirão das Cruzes . . .
FIGURA 10 Caracterização e localização da estação 5 no ribeirão das Cruzes . . .
FIGURA 11 Caracterização e localização da estação 6 no córrego Paiol . . . . . .
FIGURA 12 Caracterização e localização da estação 7 no córrego Paiol . . . . . .
FIGURA 13 Caracterização e localização da estação 8 no ribeirão das Cruzes . . .
FIGURA 14 Caracterização e localização da estação 9 no ribeirão das Cruzes . . .
FIGURA 15 Caracterização e localização da estação 10 no córrego Lageado . . .
FIGURA 16 Caracterização e localização da estação 11 no ribeirão das Cruzes . .
FIGURA 17 Caracterização e localização da estação 12 no rio Jacaré Guaçú . .
FIGURA 18 Caracterização e localização da estação 13 no rio Jacaré Guaçú . .
FIGURA 19 Dados pluviométricos relativos ao período de 2002 a 2005 . . . . . .
FIGURA 20 Dendograma de similaridade temporal entre as estações de coleta em
função da variação espacial dos valores médios para o período de 2002 a 2005 . . .
FIGURA 21 Mapa de similaridade espaço temporal entre as estações (2002 a
2005) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
FIGURA 22 Médias das concentrações de DBO no decorrer do período . . . . . .
FIGURA 23 Médias das concentrações de DQO no decorrer do período . . . . . .
23
24
28
29
30
31
32
32
33
33
34
34
35
35
36
36
37
37
55
56
58
61
62
viii
FIGURA 24 Médias das concentrações de nitrito no decorrer do período . . . . .
FIGURA 25 Médias das concentrações de nitrato no decorrer do período . . . . .
FIGURA 26 Médias das concentrações de amônia no decorrer do período . . . . .
FIGURA 27 Médias das concentrações de oxigênio dissolvido no decorrer do
período . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
FIGURA 28 Médias das concentrações de NMP de coliformes totais no decorrer
do período . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
FIGURA 29 Médias das concentrações de NMP de coliformes fecais no decorrer
do período . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
FIGURA 30 Classificação das estações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
63
64
65
66
67
67
73
ix
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Resultados do índice de qualidade da água bruta no rio Jacaré
Guaçú para o ano de 2005 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TABELA 2 Resultados de qualidade da água para a proteção da vida aquática no
rio Jacaré Guaçú para o ano de 2006 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TABELA 3 Variação espaço temporal de DQO Demanda Química de
Oxigênio (mg/L) nas estações de coleta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TABELA 4 Variação espaço temporal de DBO Demanda Bioquímica de
Oxigênio (mg/L) nas estações de coleta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TABELA 5 Variação espaço temporal do Nitrito (mg/L) nas estações de coleta .
TABELA 6 Variação espaço temporal do Nitrato (mg/L) nas estações de coleta .
TABELA 7 Variação espaço temporal da Amônia (mg/L) nas estações de coleta
TABELA 8 Variação espaço temporal de Oxigênio Dissolvido (mg/L) nas
estações de coleta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TABELA 9 Variação espaço temporal da Turbidez (UNT) nas estações de coleta
TABELA 10 Variação espaço temporal da Cor (mgPt/L) nas estações de coleta .
TABELA 11 Variação espaço temporal da concentração de pH Hidrogeniônica
(íons H+) nas estações de coleta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TABELA 12 Variação espaço temporal de Coliformes Totais (NMP/100 mL)
nas estações de coleta (Valores x 10
4
) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TABELA 13 Variação espaço temporal de coliformes fecais (NMP/100 mL) nas
estações de coleta (Valores x 10
4
) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TABELA 14 Parâmetros que foram detectados conforme limite do método . . .
TABELA 15 Tabela de similaridade entre os meses do período . . . . . . . . .
TABELA 16 Tabela de similaridade entre as estações de amostragem no ribeirão
da Cruzes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TABELA 17 Tabela de similaridade entre as estações de amostragem do córrego
x
Paiol e rio Jacaré Guaçú . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TABELA 18 Classificação das estações de amostragem no período seco . . . . .
TABELA 19 Classificação das estações de amostragem no período chuvoso . . .
TABELA 20 Valor economizado com a redução dos parâmetros . . . . . . . . .
TABELA 21 Valor economizado com a redução de estações . . . . . . . . . . .
xi
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 Tipos de fontes de poluição e respectivas definições . . . . . . . .
QUADRO 2 Localização das estações de monitoramento de qualidade da água
da CETESB na área de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
QUADRO 3 Variáveis analisadas e respectivos métodos analíticos . . . . . .
10
15
38
xii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2. HIPÓTESE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.1. Hipótese 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.2. Hipótese 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3. OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.1. Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.2. Específico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4.1. Qualidade da água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4.2. Fatores de degradação dos recursos hídricos . . . . . . . . . . . . .
4.3. Monitoramento dos recursos hídricos . . . . . . . . . . . . . . . .
4.3.1. Sistema nacional de informações em recursos hídricos . . .
4.4. Legislação ambiental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4.4.1. Aspectos históricos da política nacional dos recursos
hídricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
5. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO . . . . . . . . . . . . . . .
5.1. Localização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
5.2. Clima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
5.3. Geologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
5.4. Pedologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
5.5. Uso e ocupação do solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
5.6. Uso das águas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
6. MATERIAIS E MÉTODOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
6.1. Localização e caracterização das estações de amostragem . . . . . .
6.2. Coleta e análise das amostras de água . . . . . . . . . . . . . . . .
6.3. Análise numérica dos dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
7. RESULTADOS E DISCUSSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
7.1. Análise dos dados históricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
01
05
05
05
06
06
06
07
07
09
12
13
17
18
24
24
25
25
26
26
27
28
31
38
40
42
42
xiii
7.2. Viabilidade técnica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
7.2.1. Análise da qualidade hídrica da sub-bacia . . . . . . . . .
7.2.2. Parâmetros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
7.2.3. Freqüência de amostragem . . . . . . . . . . . . . . . . .
7.2.4. Análise das estações de amostragem . . . . . . . . . . .
7.3. Viabilidade legal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
7.4. Análise econômica do projeto de monitoramento . . . . . . . . . .
7.5. Proposta de monitoramento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
8. CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
ANEXO A Orçamento para análise das variáveis da resolução CONAMA
357/2005 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
56
56
58
60
69
71
76
77
80
82
88
1
1. INTRODUÇÃO
No final da década de 90 e princípios do novo século, uma parte importante dos
esforços na direção da gestão dos recursos hídricos tem incidido sobre o conjunto de
condicionamentos ambientais, econômico-sociais e institucionais que envolvem e
circunscrevem os usos e as funções da água e os processos de decisão a eles relacionados
(COSTA, 2003).
Assim, o planejamento e gestão dos recursos hídricos levantam, necessariamente,
problemas de natureza intersetorial e multidisciplinar, pois, tratando-se a água de um recurso
partilhado pelos mais diversos setores de atividades, não pode deixar de estar sujeita a um
regime complexo de utilização e jurisdição que tem evoluído ao longo do tempo. Destaca-se a
importância da bacia hidrográfica como unidade de planejamento, uma vez que todo tipo de
uso e ocupação do solo na bacia hidrográfica irá interferir nos aspectos qualitativos e
quantitativos dos recursos hídricos e determinar conforme sua intensidade o grau do impacto
no sistema.
Existem diversas definições para o conceito de bacia hidrográfica apresentadas por
diferentes autores. Segundo Viessman et. al. (1972), a bacia hidrográfica é uma área definida
topograficamente, drenada por um curso d’água ou um sistema conectado de cursos d’água tal
que toda vazão efluente seja descarregada através de uma simples saída.
Tucci (2002) define bacia hidrográfica como uma área de captação natural da água de
precipitação que faz convergir os escoamentos para um único ponto de saída, seu exutório. A
bacia hidrográfica compõe-se basicamente de um conjunto de superfícies vertentes e de uma
rede de drenagem formada por cursos d’água que confluem até resultar um leito único no
exutório.
Ainda, as bacias de drenagem podem ser desmembradas em um número qualquer de
sub-bacias, dependendo do ponto de saída considerado ao longo de seu eixo-tronco ou canal
coletor (Silva et al., 2003), sendo que, segundo o conceito de microbacias sobrepostas, a
eficácia do manejo da qualidade da água será maior à medida que enfocarmos as bacias de
escalas menores (microbacias) para as maiores (CALIJURI, 2000).
Diante disso, faz-se necessário um programa de monitoramento de recursos hídricos,
que forneça subsídios para avaliar as condições qualitativas e quantitativas do manancial e
propiciar informações para a tomada de decisões.
2
Cabe destacar que existem várias teorias ecológicas aplicadas a estrutura e
funcionamento dos sistemas lóticos, dentre elas podemos citar a teoria do rio contínuo de
Vannote et al. (1980) e o conceito de pulsos de inundação de Junk et al. (1981). Porém, a
teoria de Ward (1989), onde os sistemas lóticos são descritos como tetradimensionais, isto é,
possuem componentes laterais, verticais e longitudinais que se modificam ao longo do tempo,
juntamente com a teoria de Boon (1992), que incorporou a dimensão conceitual humana como
sendo uma variável de controle no sistema rio a qual explica melhor a variação físico-química
e ambiental para os sistemas regionais, são concepções teóricas mais adequadas a sub-bacia a
estudada (BARBOSA e ESPÍDOLA, 2003).
Independente da abordagem teórica adotada o estudo de recursos hídricos demanda o
levantamento de informações referentes à qualidade e quantidade desse recurso. Esse
levantamento deve levar em consideração a questão espacial e temporal sendo realizado
através de um monitoramento.
Segundo Petts apud Soares (2003), monitoramento é em essência a coleta de dados
com o propósito de obter informações sobre uma característica e/ou comportamento de uma
variável ambiental. Para esta finalidade, o monitoramento consiste de um programa de
repetidas observações, medidas e registros de variáveis ambientais e parâmetros operacionais
em um período de tempo para um propósito definido.
No Brasil a responsabilidade pela coleta de dados é de entidades federais e estaduais
com atribuições que envolvem territórios muito extensos. Com isso, as bacias de pequeno
porte, que são fundamentais no gerenciamento dos recursos hídricos, não são monitoradas,
induzindo a conflitos (TUCCI et. al., 2003). Além disso, a escassez de recursos, falta de
organização de bancos de dados, desconhecimento da legislação, projetos de rede de
monitoramento inadequados e os altos custos de coleta e análise dos dados tem contribuído de
forma decisiva para a ausência ou mau funcionamento desta prática.
Conforme relata Coimbra (1991), o monitoramento quantitativo e qualitativo dos
recursos hídricos se constitui num poderoso instrumento, que possibilita a avaliação da oferta
hídrica, base para decisões do aproveitamento múltiplo e integrado da água, bem como para a
minimização de impactos ao meio ambiente.
Assim, o levantamento de dados e informações referentes a qualidade de água por
meio de monitoramento é o principal instrumento para os programas de gestão integrada de
recursos hídricos, aliado aos princípios legais e econômicos. O estabelecimento de
instrumentos normativos e econômicos objetivam o uso racionalizado dos recursos dricos e
3
a captação de recursos financeiros para implementação de projetos no âmbito das bacias
hidrográficas.
Existe uma série de regras ou disposições legais apresentados nos formatos de Leis,
Decretos, Medidas Provisórias e Resoluções que estabelecem os princípios jurídicos básicos
para discussão da qualidade da água e a sustentabilidade dos sistemas hídricos.
A primeira legislação a ser utilizada como subsídio para aplicação do enquadramento
de corpos d’água foi a Resolução CONAMA 20, criada em 1986 a partir de um
aperfeiçoamento da Portaria 13, de 15 de janeiro de 1976, do Ministério das Relações
Interiores, que fixou pela primeira vez, padrões específicos de qualidade das águas para fins
de balnealidade ou recreação de contato primário (PEREIRA,1998).
Contudo, a CONAMA 20/86 apresentava diversas incongruências com relação aos
padrões de qualidade, sendo alguns considerados muitos restritivos frente à capacidade
tecnológica existente para controle da poluição e outros muito permissivos frente a qualidade
ambiental requerida, o que culminou na revogação da resolução CONAMA 20/86, sendo esta
substituída pela CONAMA 357 em 17 de março de 2005 (PIZZELA, 2006).
A complexidade da gestão de recursos hídricos relaciona-se a integração de processos
políticos, sócio-econômicos e técnico-científicos. O processo político depende das interações
União, Estado e Municípios e dos órgãos ou instituições que possuem a responsabilidade de
cuidar para que a legislação seja cumprida como: IBAMA, CETESB, DEPRN, etc. O segundo
ponto refere-se a grande carência de dados e informações em todos os níveis sociais, gerando
um processo de enfraquecimento da participação comunitária. Em muitos casos dificilmente a
sociedade tem condições de atribuir determinado valor aos recursos naturais, ou de mobilizar-
se por uma política adequada de desenvolvimento, equidade social e equilíbrio ecológico. O
terceiro ponto refere-se aos aspectos técnico-científicos, o que significa um aprofundamento
das bases científicas e integração de conhecimentos em uma abordagem regional (TEIXEIRA,
2000).
A gestão integrada de recursos dricos é um processo que promove o
desenvolvimento e a gerenciamento coordenado da água, terra e recursos relacionados, a fim
maximizar o bem estar econômico e social, sem comprometer a sustentabilidade dos
ecossistemas vitais (COSTA, 2004).
Dentro deste contexto, torna-se de grande importância realizar um estudo da crescente
degradação sobre os recursos hídricos por meio da caracterização da qualidade das águas da
sub-bacia hidrográfica do ribeirão das Cruzes. É deste manancial 30% de toda água captada e
servida a população de Araraquara (SP). Assim, o presente projeto pretende contribuir com
4
informações e propostas para que os gestores municipais desenvolvam planos para a
recuperação e a preservação da sub-bacia, contribuindo para a gestão integrada dos recursos
hídricos no âmbito local e regional.
O objetivo principal do projeto é avaliar o sistema de monitoramento da sub-bacia do
ribeirão das Cruzes e a viabilidade prática, técnica e econômica da aplicação da resolução
CONAMA 357/2005 e desta forma, propor um plano de amostragem temporal e espacial e
parâmetros necessários para o monitoramento da sub-bacia do ribeirão das Cruzes.
Desta forma, os problemas relacionados com os recursos hídricos normalmente
requerem uma ampla combinação de soluções, o que pode implicar na mudança de políticas
públicas e o estabelecimento de novos tipos de gestão. A base dessas mudanças está
fundamentada principalmente nos seguintes pontos: organização de dados e informações, um
sistema de monitoramento e indicadores ambientais e capacitação técnica das instituições.
5
2. HIPÓTESES
2.1. Hipótese 1
O monitoramento de recursos hídricos no âmbito municipal tem gerado dados e
informações que tem atendido muito pouco aos objetivos de subsidiar a gestão de recursos
hídricos.
2.2. Hipótese 2
Aspectos práticos, técnicos e legais influenciam de forma significativa a implementação e
manutenção de programas de monitoramento.
6
3. OBJETIVOS
3.1. Geral
Avaliar o sistema de monitoramento da sub-bacia do ribeirão das Cruzes e a
viabilidade técnica, legal e econômica da aplicação da resolução CONAMA 357/2005.
3.2. Específico
Avaliar a qualidade da água por meio de uma série histórica de dados (2002 à 2005) da
sub-bacia hidrográfica do ribeirão das Cruzes.
Analisar a viabilidade técnica, legal e econômica da aplicação da resolução CONAMA
357/2005 na sub-bacia hidrográfica do ribeirão das Cruzes.
Propor um plano de amostragem temporal, espacial e parâmetros necessários para o
monitoramento racional e efetivo da sub-bacia do ribeirão das Cruzes.
7
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1. Qualidade da água
A base conceitual associada à gestão de recursos hídricos perpassa questões que vão
do entendimento da qualidade da água e seus fatores de degradação, aos procedimentos de
monitoramento e a organização de dados em um sistema de informações de recursos hídricos.
Esses conceitos estão apresentados a seguir de forma a colaborar no entendimento e
importância da manutenção de séries históricas de dados sobre a qualidade de recursos
hídricos. Importância esta, associada a aproximação da realidade do estado de “saúde” do
sistema monitorado com os tomadores de decisão e a sociedade civil organizada.
Devido a suas propriedades de solvente e à sua capacidade de transportar partículas, a
água incorpora diversas substâncias, as quais definem a sua qualidade (SPERLING, 1996).
Os diversos componentes presentes na água, que alteram suas características naturais,
podem ser retratados em termos de concentrações e variações de parâmetros físico, químicos
e biológicos.
Os principais parâmetros utilizados para caracterizar fisicamente as águas naturais são
a cor, a turbidez, as concentrações de sólidos, em suas diversas frações, a temperatura, o sabor
e o odor. Embora sejam parâmetros físicos, fornecem indicações preliminares importantes
para a caracterização da qualidade química da água, como, por exemplo, as concentrações de
sólidos dissolvidos (associados a cor), os sólidos orgânicos (voláteis) e os sólidos minerais
(não voláteis) e os compostos que produzem odor (PIVELLI, 2006).
Segundo Pivelli (2006), as suas aplicações nos estudos e fenômenos que ocorrem nos
ecossistemas aquáticos e de caracterização e controle de qualidade de água para
abastecimento público e residuárias, tornam as características físicas indispensáveis à maioria
dos trabalhos envolvendo qualidade de água.
Entre as características químicas mais importantes destacamos o fato da água ser um
ótimo solvente conforme comentado. Isso significa que a água é capaz de dissolver um grande
número de substâncias orgânicas ou inorgânicas nos estados sólidos, líquidos ou gasosos.
Algumas das substâncias dissolvidas nas águas naturais são essenciais para a sobrevivência
dos organismos aquáticos.
Por exemplo, os sais de fósforo e de nitrogênio o fatores limitantes para o
crescimento de organismos no ambiente aquático, de modo que um aumento excessivo na
8
concentração desses nutrientes pode gerar uma proliferação exagerada de algas, ocorrendo o
fenômeno denominado eutrofização (BRAGA et. al., 2002).
Vários organismos podem ser utilizados como bioindicadores , ou seja, detectores de
distúrbios ambientais. Entre estes estão os macro invertebrados bentônicos (organismos que
ficam retidos em redes de 200 a 500 μm, incluindo larvas de insetos, moluscos, oligoquetos,
hirudíneos e crustáceos), que são considerados organismos bioindicadores porque se tornam
numericamente dominantes sob um conjunto específico de condições ambientais
(MANDAVILLE, 2000 apud DORNFELD et al., 2005).
Os macro invertebrados bentônicos têm sido amplamente utilizados para auxiliar
avaliações sobre impactos em ambientes aquáticos, pois apresentam características que
permitem sucesso no biomonitoramento, tais como: abundância em todos os sistemas
aquáticos, capacidade de locomoção limitada ou nula; ciclo de vida longo, possibilitando
assim a explicação de padrões temporais de alterações causadas por perturbações; ampla
tolerância a vários graus e tipos de poluição e funcionam como integradores das condições
ambientais, isto é, estão presentes antes e após eventos impactantes (DORNFELD, et al.,
2005).
Entre os organismos que se encontram na água, destacam-se também as algas e os
microorganismos patogênicos. Estes últimos, devido a grande variedade de espécies
existentes, têm sua identificação dificultada, portanto, sua possível ameaça é mostrada através
da presença de material fecal, sendo que as bactérias utilizadas como indicadora deste tipo de
poluição são os coliformes fecais ou termotolerantes.
Mota (1995) demonstra que a escolha dos coliformes como indicadores da presença
potencial de patogênicos de origem fecal na água justifica-se pelas seguintes razões:
Existem em grande número, na matéria fecal e não em qualquer outro tipo de
matéria orgânica poluente;
Algumas bactérias pertencentes ao grupo não se reproduzem na água ou no solo,
mas exclusivamente no interior do intestino; portanto, o encontradas na água
se for introduzida matéria fecal e seu número é proporcional a concentração desta
matéria;
Apresentam um grau de resistência ao meio comparável ao que é apresentado
pelos principais patogênicos intestinais que podem ser veiculados pela água; dessa
9
forma, reduz-se muito a possibilidade de existir patogênicos fecais quando não se
encontram coliformes na água;
Sua caracterização e quantificação são feitos por métodos relativamente simples.
Os organismos aquáticos podem pertencer a um dos seguintes grupos: vírus, bactérias,
fungos, algas, macrófitas, protozoários, rotíferos, crustáceos, insetos aquáticos, vermes,
moluscos, peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
4.2. Fatores de degradação dos recursos hídricos
A lei federal 6.938 de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do
Meio Ambiente, define no seu artigo 3° o que é poluição:
Poluição é a degradação da qualidade ambiental resultante de
atividades que direta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas as atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões
ambientais estabelecidos.
.
Em sua origem, o vocábulo poluição está associado ao ato de manchar ou sujar, o que
demonstra a conotação estética dada à poluição quando esta passou a ser percebida.
Entretanto, a alteração da qualidade da água não está necessariamente ligada somente a
aspectos estéticos, que a água de aparência satisfatória para um determinado uso pode
conter microorganismos patogênicos e substâncias tóxicas para determinadas espécies
(BRAGA et al, 2002).
Segundo o mesmo autor é importante distinguir a diferença entre os conceitos de
poluição e contaminação, que ambos são às vezes utilizados como sinônimos. A
contaminação refere-se à transmissão de substância ou microorganismos nocivos à saúde pela
água. A ocorrência de contaminação não implica necessariamente um desequilíbrio ecológico.
Assim, a presença na água de organismos patogênicos prejudiciais ao homem não significa
que o meio ambiente aquático esteja ecologicamente desequilibrado. De maneira análoga, a
ocorrência de poluição não implica necessariamente riscos a saúde de todos os organismos
que fazem uso dos recursos hídricos afetados. Por exemplo, a introdução de calor excessivo
10
nos corpos de água pode causar profundas alterações ecológicas no meio sem que isso
signifique necessariamente restrições ao seu consumo pelo homem.
O aumento nas taxas de urbanização e industrialização vêm intensificando a
exploração dos recursos hídricos, diminuindo vazões e causando contaminação e poluição de
suas águas.
Segundo Tundisi (2003), o despejo de águas residuárias de uso doméstico, não
tratados, é uma das principais causas de deterioração dos recursos hídricos em águas
interiores e nas águas costeiras.
De acordo com Barros et al (1995) as formas de poluição de água são variadas, de
origem natural ou como resultado das atividades humanas, na qual esta tem maior influência
nos dias atuais pelo crescente processo de industrialização e urbanização, conforme
comentado, ocorridos principalmente em grandes centros.
Basicamente, segundo Derísio (2000), existem quatro tipos de fontes poluição, a
poluição natural, a poluição industrial, a poluição urbana e a poluição agropastoril. No
QUADRO 1 pode-se observar os tipos de poluição citados e suas respectivas definições.
QUADRO 1 Tipos de fontes de poluição e respectivas definições.
Tipo de Fonte de Poluição
Definição
Poluição Natural
Trata-se de um tipo de poluição não associada à
atividade humana, como por exemplo, chuvas e
escoamento superficial, salinização e
decomposição de vegetais e animais mortos.
Poluição Industrial
Constituí-se de resíduos líquidos e sólidos gerados
nos processos industriais de uma maneira geral. É
quase sempre o fator mais significativo em termos
de poluição.
Poluição Urbana
É aquela proveniente dos habitantes de uma
cidade, que geram efluentes domésticos, lançados
direta ou indiretamente nos corpos d’água.
Poluição Agropastoril
Poluição decorrente de atividades ligadas à
agricultura e à pecuária através de defensivos
agrícolas, fertilizantes, de excrementos de animais
e erosão.
Fonte: DERISIO (2000)
11
Outra consideração importante em relação a origem de poluição está relacionada com
o conceito de fonte pontual e fonte difusa. As pontuais são aquelas possíveis de serem
determinadas e localizadas, como exemplos podemos citar efluentes domésticos, descargas
industriais e efluentes de aterros sanitários. as poluidoras difusas, são aquelas distribuídas
ao longo da superfície do solo por inúmeros agentes poluidores, que afluem aos corpos d’água
por ocasião dos eventos de chuva. As fontes difusas de poluição podem ser de origem rural
(atividades agrícolas, pecuária, silvicultura, chácaras de lazer e recreação, áreas de lazer
pouco alteradas e mineração) e urbana (áreas residenciais, comerciais, industriais, parques,
meios de transporte, partículas em suspensão no ar e água de chuva) (PRIME 1988 apud
SILVA 2003). Para Pereira (2004), existe ainda a forma mista, associação entre fontes
pontuais e difusas. As fontes de poluição podem ter significância local, regional ou mesmo
global, causando a degradação dos recursos hídricos apenas onde é gerada ou em locais
distantes, regiões ou até mesmo continentes diferentes de onde foram produzidos.
Diferentes aspectos relacionados à poluição vêm sendo estudados, por exemplo, Silva
(2004) que discute a formação de alguns gases como o metano, derivado da decomposição da
biomassa de florestas submersas e Rodriguez (2001) que retrata a sub-bacia do rio do
Monjolinho no município de São Carlos (SP) de forma a caracterizar e classificar este
manancial junto a legislação vigente em relação a poluição por metais e os organoclorados
associados a monocultura da região. Minillo (2005) traz uma abordagem do processo de
eutrofização e suas conseqüências avaliadas através do estudo das florações de cianobactérias
e suas toxinas nos sistemas médio e baixo Tietê, relacionados principalmente a emissão de
efluentes domésticos, industriais e atividades agrícolas.
Dentro deste contexto a resolução CONAMA 357 de 17 de março de 2005 considera a
necessidade de se criar instrumentos para avaliar a evolução da qualidade das águas, em
relação as classes estabelecidas no enquadramento dos corpos d’água, de forma a facilitar a
fixação e controle de metas, visando atingir gradativamente os objetivos propostos de
conservação e melhoria da qualidade das águas.
Para isso, o Conselho Nacional do Meio Ambiente através da resolução acima
descrita, fornece diretrizes de classificação em relação a qualidade da água em função do
enquadramento dos corpos de água superficiais em quatro classes, de acordo com as
concentrações encontradas nas análises dos 97 parâmetros contemplados na resolução.
12
4.3. Monitoramento dos recursos hídricos
Conforme relata Coimbra (1991), o monitoramento quantitativo e qualitativo dos
recursos hídricos se constitui num poderoso instrumento, que possibilita a avaliação da oferta
hídrica, base para decisões do aproveitamento múltiplo e integrado da água, bem como para a
minimização de impactos ao meio ambiente.
Os sistemas fluviais estão sujeitos a problemas de competição de uso, gerando
necessidade de um gerenciamento integrado dos recursos hídricos para a definição justa dos
aspectos quantitativos e qualitativos destes recursos, fazendo-se necessário um programa de
monitoramento da qualidade da água que forneça subsídios para avaliar as condições do
manancial e propiciar informações para a tomada de decisões com relação ao gerenciamento
(SOARES, 2001).
Além disso, a escassez de recursos torna necessário que se tenha uma metodologia
para projetos de redes de monitoramento de qualidade da água em macrolocalização que seja
eficaz e gastando-se o mínimo possível com recursos previamente disponíveis, buscando-se as
melhores disposições que se encaixem nessas condições (SOARES, 2003).
O monitoramento também é efetivo para indicar mudanças na qualidade da água em
função do uso e ocupação do solo. Teixeira (2006) relata que parcerias com órgãos de
fiscalização podem ser muito eficazes no sentido de detectar mudanças de qualidade
ambiental, facilitando a tomada das devidas providências técnicas e legais pelos órgãos
competentes, contribuindo para preservação e recuperação dos ecossistemas.
Uma série de estudos vem sendo realizados com esta abordagem, Rodríguez (2001)
realiza uma avaliação da qualidade da água da bacia do Alto Jacaré-Guaçu(SP) através de
variáveis físicas, químicas e biológicas, classificando a bacia em 3 grupos de qualidade,
como: não poluída à ligeiramente poluída (sem influência urbana), fortemente poluída (com
influência urbana) e indicando sinais de recuperação (após influência urbana).
Ainda com este enfoque, Borges (2005) faz o levantamento dos aspectos quali-
quantitativos dos recursos hídricos na bacia do rio Jacupiranga como instrumento de avaliação
de qualidade ambiental onde foi verificado que embora ainda preservado, a influência da ação
antrópica nos corpos hídricos e no ciclo hidrológico do sistema já pode ser notada.
13
4.3.1. Sistema nacional de informações em recursos hídricos
Em 2002 diversas ações foram desencadeadas visando a consolidação do Sistema
Nacional de Informações em Recursos Hídricos, assim como definidas as metas para que os
dados e informações possam compor o sistema de maneira ágil e consistente.
Atualmente, estão cadastradas no banco de dados da ANA, 17.355 estações operantes
no país, sendo 4.691 sob administração própria da Agência. Destas, 2.770 estações são
pluviométricas, 141 limnimétricas, 1.760 estações fluviométricas com medição de vazão, 58
evaporimétricas, 529 estações com coletas de parâmetros para avaliação da qualidade de água
e 422 estações com coletas de sólidos em suspensão. Entre os equipamentos associados a rede
estão 370 pluviógrafos e 170 limnígrafos (ANA, 2006).
Conforme a Agencia Nacional das Águas (ANA) a rede de monitoramento de
qualidade das águas tem como objetivo manter um banco de dados de referência com
informações sobre a qualidade da água dos rios, fornecer subsídios para avaliação de estudos
e projetos de aproveitamento de múltiplos usos dos recursos hídricos e fornecer informações
complementares para o enquadramento dos corpos de água em classes e para o Sistema
Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos.
No estado de São Paulo a CETESB iniciou em 1974 a operação da Rede de
Monitoramento de Qualidade das Águas Interiores do Estado de São Paulo. As informações
obtidas por meio do monitoramento tem possibilitado o conhecimento das condições reinantes
nos principais rios e reservatórios situados nas 22 Unidades de Gerenciamento de Recursos
Hídricos (UGRHIs), em que se divide o Estado de São Paulo (Lei Estadual nº. 7.663/91).
Em 2003 foram três os programas de monitoramento de qualidade dos rios e
reservatórios mantidos pela CETESB:
Rede Básica - 154 pontos de amostragem de água e 18 pontos de sedimento;
Monitoramentos Regionais - 87 pontos de amostragem de água e
Balneabilidade de Reservatórios - 31 praias
De acordo com a CETESB (2006), o principal objetivo das redes de monitoramento é
procurar atender as necessidades tanto do público técnico (Secretarias de Estado, Comitês de
Bacias e Empresas de Saneamento) como da população.
Dentre as necessidades do público técnico destacam-se:
14
avaliar a evolução da qualidade das águas doces;
propiciar o levantamento das áreas prioritárias para o controle da poluição das águas;
identificar trechos de rios onde a qualidade d'água possa estar mais degradada,
possibilitando ações preventivas e de controle da CETESB, como a construção de
ETEs (Estações de Tratamento de Esgoto) por parte do município responsável pela
poluição ou a adequação de lançamentos industriais;
subsidiar o diagnóstico da qualidade das águas doces utilizadas para o abastecimento
público e outros usos e;
dar subsídio cnico para a elaboração dos relatórios de situação dos recursos hídricos,
realizados pelos comitês de bacias hidrográficas.
Quanto as necessidades da população estão:
informar as condições de balneabilidade das praias de reservatórios - boletins
semanais;
informar a situação de qualidade dos principais mananciais de abastecimento público
do Estado de São Paulo - divulgação bimestral do índice de qualidade de água bruta
para fins de abastecimento público - IAP e;
informar as condições de proteção da biodiversidade dos ambientes de água doce -
divulgação bimestral do índice de proteção da vida aquática - IVA.
A sub-bacia do ribeirão das Cruzes esta inserida na UGRHI 13 bacia Tiête-Jacaré.
Esta unidade de gerenciamento tem uma área de 11.537 Km
2
, com vazão media especifica na
ordem de 8,23 l/s/Km
2
e vazão mínima caracterizada na ordem e 3,99 l/s/Km
2
, segundo o
DAEE (Departamento de Águas e Energia do Estado de São Paulo). Nesta bacia a CETESB
mantêm 5 pontos de monitoramento dos quais dois estão localizados na área de estudo,
conforme pode ser observado na QUADRO 2.
15
QUADRO 2 - Localização das Estações de Monitoramento de Qualidade da Água da
CETESB na área de estudo.
CÓDIGO DA ESTAÇÃO
CORPO DE ÁGUA
JCGU 03400
Rio Jacaré-Guaçu
JCGU 03900
Rio Jacaré-Guaçu
Fonte: CETESB (2006)
A CETESB, de 1975 a 2001, com a finalidade de facilitar o contato com o público não
técnico, utilizava o índice de qualidade das águas (IQA) para o monitoramento, por
representar uma média de diversas variáveis em um único número. Contudo, este método
apresenta a desvantagem da perda de informações da variáveis individuais e da interação entre
as mesmas.
Devido a isso, a partir de 2002, a CETESB vem utilizando índices específicos para os
principais usos dos recursos hídricos, entre eles, o índice de qualidade da água bruta para fins
de abastecimento público (IAP) e o índice de qualidade da água para proteção da vida
aquática (IVA).
Segundo a CETESB (2006), o IAP, comparado com o IQA, é um índice mais
fidedigno da qualidade da água bruta a ser captada, a qual, após tratamento, será distribuída
para população. É obtido através da fórmula IAP = IQA x ISTO, onde o IQA é composto
pelos parâmetros básicos (temperatura, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de
oxigênio, coliformes termotolerantes, nitrogênio total, fósforo total, resíduo total e turbidez) e
o ISTO, composto por parâmetros que indicam a presença de substâncias tóxicas e parâmetros
que afetam a qualidade organolépticas.
o IVA, foi considerado um indicador mais adequado, por incorporar, com
ponderação mais significativa, parâmetros mais representativos, especialmente a toxidade e a
eutrofização. È calculado pela fórmula IVA = (IPMCA x 1,2) + IET, onde o IPMCA é o
índice de parâmetros mínimos para a preservação da vida aquática e o IET o índice do estado
trófico. Tais parâmetros levam em consideração a presença e concentração de contaminantes
químicos tóxicos e seu efeito sobre os organismos aquáticos. Um detalhamento da
metodologia pode ser obtido no site da CETESB (www.cetesb.sp.gov.br).
Na bacia em estudo, de acordo com este monitoramento gerenciado pela CETESB, o
índice de qualidade da água bruta para fins de abastecimento público (IAP) e o índice de
16
qualidade da água para proteção da vida aquática (IVA) em 2005 variaram entre Bom e Ruim,
nos dois pontos de amostragem, dentro da área de estudo.
Conforme apresentado na TABELA 1, os resultados do índice IAP da CETESB
indicam que na maioria dos meses mostrados a qualidade da água foi regular, com exceção do
mês de agosto.
TABELA 1 Resultados do índice de Qualidade da Água Bruta no Rio Jacaré-Guaçu para o
ano de 2005.
Corpo de Água
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Média
Rio Jacaré-Guaçu
-
45
-
50
-
44
-
53
-
51
-
39
47
Rio Jacaré-Guaçu
-
42
-
42
-
49
-
65
-
53
-
45
49
Fonte: CETESB (2006)
Assim, temos um alerta para a importância do monitoramento de sub-bacias
hidrográficas desta região, que utiliza em grande escala a captação superficial para o
abastecimento público. Os resultados do IVA para o mesmo período, apresentados na
TABELA 2, corroboram com esta afirmação.
TABELA 2 Resultados de Qualidade da Água para Proteção da Vida Aquática no Rio
Jacaré-Guaçu para o ano de 2006.
Corpo de Água
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Média
Rio Jacaré-Guaçu
-
5,4
-
4,4
-
4,2
-
4,2
-
5,4
-
5,4
4,8
Rio Jacaré-Guaçu
-
4,4
-
4,4
-
3,2
-
3,2
-
4,2
-
4,2
3,9
Fonte: CETESB (2006)
Ótima
Boa
Regular
Ruim
Péssima
Ótima
Boa
Regular
Ruim
Péssima
17
Segundo estes resultados (TABELA 2) a qualidade da água necessita de atenção
especial, demonstrando a urgência em relação a implantação de ações relacionadas a gestão
integrada dos recursos hídricos.
4.4. Legislação ambiental
Existe uma série de regras ou disposições legais apresentados nos formatos de leis,
decretos, medidas provisórias e resoluções que estabeleceram os princípios jurídicos básicos
para discussão da qualidade da água e a sustentabilidade dos sistemas hídricos.
A evolução da Legislação Ambiental Brasileira demonstra a grande relevância e
destaque dado aos recursos hídricos sobre o prisma de garantir o enquadramento de seus
corpos de águas superficiais e estabelecer condições e padrões para o lançamento de efluentes
(CONAMA 357, 2005).
Isto pode ser evidenciado com a criação em 1997 da Lei 9.433, que instituiu a Política
Nacional de Recursos Hídricos, definindo como seus instrumentos em seu artigo 5°:
I. os Planos de Recursos Hídricos;
II. o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos
preponderantes da água;
III. a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos;
IV. a cobrança pelo uso de recursos hídricos;
V. o sistema de informações sobre recursos hídricos.
A partir daí diversas legislações, especificamente, as Resoluções CONAMA, vêm
sendo utilizadas de forma complementar como subsidio para aplicação do instrumento de
enquadramento de corpos d’água.
Levando-se em conta essas exigências, fatores logísticos como as avaliações das áreas
antrópicas que podem influenciar direta ou indiretamente os corpos d´agua devem ser
considerados, pois se faz uma ferramenta importante para caracterizações consistentes e
planejamentos de monitoramento das estações e no aspecto econômico com vistas a grande
quantidade de parâmetros a serem solicitados nas legislações atuais.
18
4.4.1. Aspectos históricos da política nacional dos recursos hídricos
A primeira legislação a ser utilizada como subsídio para aplicação do enquadramento
de corpos d’água foi a Resolução CONAMA 20, criada em 1986 a partir de um
aperfeiçoamento da Portaria 13, de 15 de janeiro de 1976, do Ministério das Relações
Interiores, que fixou pela primeira vez, padrões específicos de qualidade das águas para fins
de balnealidade ou recreação de contato primário (PEREIRA,1998).
Esta resolução cuida da classificação das águas e considera que esta classificação seja
essencial à defesa dos níveis de qualidade, de modo a assegurar seus usos preponderantes para
gerações atuais e futuras. Dessa forma, fica estabelecido por esta resolução, o uso destinado a
cada uma das classes estabelecidas e os limites máximos de algumas variáveis indicadoras da
qualidade sanitária e ambiental da água (TEIXEIRA, 2000).
Segundo a Resolução CONAMA 20, a classificação dos corpos d’água é dividida em
nove classes, conforme o uso preponderante, dentro das categorias águas doces, águas
salobras e águas salinas, sendo que, cada classe corresponde a uma determinada qualidade a
ser mantida no corpo d’água.
Esta Resolução apresenta como principal aspecto dispor de limites a parâmetros
indicativos de ordem física, química e biológica, sendo utilizada como base legal em
inúmeros trabalhos técnicos e científicos para monitoramento e classificação de mananciais.
Contudo, a CONAMA 20/86 apresentava diversas incongruências com relação aos
padrões de qualidade, sendo alguns considerados muitos restritivos frente à capacidade
tecnológica existente para controle da poluição e outros muito permissivos frente a qualidade
ambiental requerida. Com isso, uma série de discussões a esse respeito se iniciou, culminando
na revogação da resolução CONAMA 20/86, sendo esta substituída pela CONAMA 357 em
17 de março de 2005 (PIZZELA, 2006).
Nesta nova resolução, o número de classes alterou-se de 9 para 13 classes, novamente
de acordo com seu uso preponderante, sendo que estas encontram-se divididas da seguinte
forma: 5 classes na categoria águas doces e 4 classes nas categorias salinas e salobras.
Pizzela (2006), em seu estudo sobre a sustentabilidade ambiental do sistema de
classificação das águas doces superficiais, realiza uma comparação entre a CONAMA 20/86 e
a CONAMA 357/05, onde pode-se observar as alterações que foram realizadas nos tipos de
uso previstos para cada classe, estando indicadas em negrito apenas a alterações relevantes,
excluindo-se mudanças feitas somente na redação:
19
Classe especial águas destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção;
b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas e,
c) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação
de proteção integral.
Classe I águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento humano, após tratamento simplificado;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e
mergulho, conforme resolução CONAMA n° 274, de 2000;
d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se
desenvolvem rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de
película; e
e) à proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas.
Classe II águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e
mergulho, conforme resolução CONAMA n° 274, de 2000;
d) à irrigação de hortaliças e plantas frutíferas e de parques, jardins,
campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter
contato direto; e
e) à aqüicultura e à atividade de pesca.
Classe III águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional
ou avançado;
b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;
c) à pesca amadora;
d) à recreação de contato secundário; e
e) à dessedentação de animais.
Classe IV águas que podem ser destinadas:
a) à navegação; e
b) à harmonia paisagística.
Contudo, segundo Musetti (1999), existe uma incoerência entre o sistema de
classificação qualitativa das águas descrito na CONAMA 20 e os fundamentos e objetivos da
Política Nacional de Recursos Hídricos, pois, enquanto a Política Nacional de Recursos
Hídricos estabelece os usos múltiplos, a resolução CONAMA 20 estabelece, nitidamente, o
uso preponderante dos recursos hídricos. Portanto, o padrão de qualidade dos recursos
20
hídricos, consoante a CONAMA 20, será estabelecido conforme o seu enquadramento, sendo
este conceito também aplicado a CONAMA 357.
Com base nisso, Pizella (2006), realiza em seu trabalho uma análise da
sustentabilidade ambiental do sistema de classificação das águas doces superficiais, com o
objetivo de verificar a adequação ou não do sistema de gestão da qualidade hídrica brasileiro,
com enfoque ao sistema de classificação das águas doces superfíciais, aos pressupostos de
gestão hídrica sustentável identificados nos tratados e conferências internacionais.
Em nível estadual destaca-se o decreto n° 8468, de 8 de setembro de 1976, que aprova
o regulamento da Lei n° 997, de 31 de maio de 1976, sobre o controle da poluição no meio
ambiente. Este decreto em seu Art. faz a classificação dos corpos d’água em 4 classes
segundo seus usos preponderantes.
Baseado no decreto n° 8468/76, em 22 de novembro de 1977, foi criado o decreto
n°10.755, dispondo sobre o enquadramento dos corpos de água receptores, onde os corpos de
água receptores do território do estado, bem como as respectivas bacias ou sub-bacias,
ficaram enquadrados na forma determinada no anexo do presente decreto.
Em julho de 1934 se tem um importante marco na consolidação da legislação
brasileira em relação à preocupação dos governantes a respeito da poluição das águas. Nesta
data instituiu-se o Decreto Federal n° 24.643 denominado Código das Águas, uma das
primeiras legislações sobre a conservação dos recursos hídricos no país.
Já o Código Penal Brasileiro de 1940, nos respectivos artigos 270 e 271, incluía
preceitos sobre o envenenamento e poluição das águas destinadas ao abastecimento, tendo
assim sanções inafiançáveis com previsão de reclusão de até 15 anos (CRUZ, 2003).
Percebe-se, portanto, o início do processo de construção de importante arcabouço legal
sobre a qualidade da água para consumo humano, bem como a sua preservação.
Mariano (1996) aborda que houve outro grande avanço na legislação brasileira sobre o
tema quando a Constituição Federal de 1946 facultou aos estados o poder de legislar sobre as
águas. A Constituição de 1988 determinou que o controle sobre a legislação das águas fosse
de exclusividade da União, na qual privilegiou-se o sistema hidrelétrico deixando-se para
segundo plano a problemática da poluição das águas e seus múltiplos usos.
Apesar do código das águas ter sido criado em 1934 ainda existem alguns pontos que
foram abordados e que até hoje são discutidos. Entre eles a necessidade de se aprimorar o uso
múltiplo dos recursos hídricos, definições sobre o lançamento de efluentes domésticos, onde
obriga-se a criação de novas diretrizes e leis para o tratamento de assuntos específicos.
21
Uma discussão sobre a gestão de recursos hídricos anteriores ao ano de 1997, pode ser
encontrada em Gallo e Teixeira (2007), com destaque para o código das águas de 1934 e o
pioneirismo do estado de São Paulo em critérios, condições e parâmetros de acesso a água,
tendo em vista sua qualidade.
Através da lei 9.866/97, visando regulamentar algumas questões, o governo do Estado
de São Paulo cria mecanismos para a proteção dos mananciais utilizando-se das unidades de
Proteção e Recuperação de Mananciais, que tem função de determinar as formas de uso,
ocupação e preservação das bacias ou sub-bacias hidrográficas do estado. Desta forma
garantindo a manutenção da qualidade dos recursos hídricos com gestões descentralizadas e
participativas, vinculadas a sistemas de gerenciamento estaduais e com administrações
regionais de monitoramento de recursos hídricos através dos comitês de bacias.
Ainda no mesmo ano o governo federal institui a Política Nacional de Recursos
Hídricos (Lei n. 9.433/97), conhecida como Lei das Águas, que regulamentou o inciso XIX
do art 21 da Constituição Federal de 1988.
Um marco legal e administrativo na gestão de recursos hídricos no Brasil, foi a criação
da Agência Nacional das Águas ANA.
A Agência Nacional das Águas foi criada em 1999 durante a abertura do seminário
"Água, o desafio do próximo milênio", realizado no Palácio do Planalto, onde foram lançadas
as bases do que seria a Agência Nacional de Águas (ANA): órgão autônomo e com
continuidade administrativa, que atuaria no gerenciamento dos recursos dricos. Nessa
época, o projeto de criação da Agência foi encaminhado ao Congresso Nacional, com
aprovação em 7 de junho de 2000. Foi transformado na Lei nº 9.984, sancionada pelo
Presidente da República em exercício, Marco Maciel, no dia 17 de julho, do mesmo ano
(ANA, 2006).
A ANA visa fazer cumprir as atribuições da Política Nacional de Recursos Hídricos,
ou seja, criar condições técnicas para implementar a Lei das Águas, promover a gestão
descentralizada e participativa. Em conjunto com os órgãos e entidades que integram o
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, implantar os instrumentos de
gestão previstos na lei, dentre eles, a outorga preventiva e de direito de uso de recursos
hídricos, a cobrança pelo uso da água e a fiscalização desses usos, e ainda, buscar soluções
adequadas para dois graves problemas do país: as secas prolongadas, especialmente no
nordeste e a poluição dos rios.
22
A agência é uma autarquia sob regime especial, com autonomia administrativa e
financeira, vinculada ao ministério do Meio Ambiente, conduzida por uma diretoria
colegiada. A Agência Nacional das Águas está organizada conforme a FIGURA 1.
A estrutura organizacional apresentada reflete muito bem as responsabilidades da
Agência, caracterizadas pelas diferentes superintendências.
Um dos grandes desafios da humanidade é o de enfrentar as demandas crescentes pelo
uso da água e seus problemas de ordem ambiental provocados pelo desenvolvimento
econômico. Assim, a ANA Agência Nacional de Águas através de suas atribuições busca ser
um articulador entre os órgãos públicos, privados e sociedade civil e junto com os comitês e
agências de bacias procuram recuperar e conservar os corpos de água, isto em qualidade ou
quantidade suficientes para o atendimento ao abastecimento publico e ao crescimento
econômico e social (BUSTOS, 2003).
23
FIGURA 1 Estrutura organizacional da Agência Nacional das Águas
Fonte: ANA (2006)
Secretaria
Geral
CGA
Coord. Geral
das
Assessorias
PGE
Procuradoria
Geral
COR
Corregedoria
AUD
Auditoria
Interna
Área de
Informação
Área de
Planejamento
, Gestão e
Capacitação
Área de
Administração
Área de
Projetos
Área de
Regulação
SAR
SGI
SPR
SAG
GAB
Chefe de
Gabinete
SAF
SIP
SOF
SUM
Diretoria Colegiada
SAR Superintendência de Administração de Rede Hidrometeorológica.
SGI Superintendência de Gestão de Informação.
SPR Superintendência de Planejamento de Recursos Hídricos.
SAG Superintendência de Apoio à Gestão de Recursos Hídricos.
SAF – Superintendência de Administração, Finanças e Gestão de Pessoas.
SIP – Superintendência de Implementação de Programas e Projetos.
SOF – Superintendência de Outorga e Fiscalização.
SUM – Superintendência de Usos Múltiplos.
24
5. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
5.1. Localização
A sub-bacia hidrográfica Tietê Jacaré, onde se encontra localizada a área de estudo,
é definida na lei 9.034/94 como unidade de gerenciamento de Recursos Hídricos 13 (UGRHI
13).
A sub-bacia do ribeirão das Cruzes pertence ao município de Araraquara, onde está
localizado a noroeste do estado de São Paulo (Figura 2), com 194.401 habitantes (IBGE,
2004). O município possui uma área de aproximadamente 1.006 km
2
, sendo que 77 km
2
da
área total têm ocupação urbana.
Araraquara é importante centro de negócios e escoamento de mercadorias. Situa-se a
80 km da hidrovia Tietê Paraná, num entroncamento rodoferroviário, sendo servida pela
malha ferroviária da América Latina Logística (antiga Fepasa) e pela via Washington Luiz.
Destaca-se a atividade econômica agro-industrial (principalmente laranja e cana-de-açúcar) e
os setores de química fina, bioquímica e alimentos (UNIARA, 2007 A).
FIGURA 2 Localização do município de Araraquara no mapa estadual e federal.
25
5.2. Clima
Com base na classificação climática proposta por Köppen, existe na bacia hidrográfica
do Tietê Jacaré dois tipos climáticos, com domínio do tipo CWA e pequenas áreas de
ocorrência de CWB (IPT, 2000).
Araraquara, especificamente, possui um clima “Tropical de Altitude” CWA pela
classificação Köppen, caracterizado por duas estações bem definidas: um verão com
temperaturas altas (média de 31° C) e pluviosidade elevada e um inverno de temperaturas
amenas e pluviosidade reduzida (PREFEITURA MUNICIPAL DE ARARAQUARA, 2006).
Segundo o IPT (2000), analisando a variabilidade espacial das chuvas, no período de
1971 a 1993, identifica-se três grandes conjuntos para a bacia hidrográfica Tietê Jacaré. O
primeiro com chuvas médias anuais superiores a 2.000 mm; o segundo com médias anuais
entre 1.500 e 2.000 mm; e o terceiro com chuvas anuais entre 1.100 e 1.500 mm. Araraquara
encontra-se localizada na região correspondente ao terceiro conjunto, com dia anual de
1.300 mm de chuva.
Na sub-bacia do ribeirão das Cruzes, como na maior parte do estado, o período
chuvoso ocorre de outubro a março, sendo o trimestre mais chuvoso de dezembro a fevereiro,
e o período mais seco ocorre de abril a setembro, com o trimestre mais seco entre junho e
agosto.
Assim, na sub-bacia as temperaturas médias anuais variam de 21 a 23 °C. As médias
em janeiro situam-se entre 29 e 32 °C e as médias das mínimas em julho de 11 a 13 °C (IPT,
2000).
5.3. Geologia
A cidade de Araraquara está localizada numa área integrante do planalto Ocidental,
planalto arenítico - basáltico, formado pelos derrames de lavas processadas durante o triássico
ou jurássico com camadas intercaladas de arenitos do mesozóico (PREFEITURA
MUNICIPAL DE ARARAQUARA, 2006).
Segundo o Relatório Técnico UNIARA (2007 B), o município de Araraquara
apresenta as seguintes formações geológicas: Formação Botucatu (arenito fino e médio) e
Formação Serra Geral (basalto toleíticos). Observa-se também na região predominância de
sedimentos da Formação Adamantina, além de sedimentos aluvionares e cobertura da serra de
São Carlos.
26
A topografia se apresenta com características tabulares, pouco onduladas, aplainadas
pelo trabalho da rede hidrográfica, comandada pelo rio Mogi-Guaçu e cursos d’água da bacia
do rio Tietê. (PREFEITURA MUNICIPAL DE ARARAQUARA, 2006).
5.4. Pedologia
Araraquara possui, predominantemente, latossolos vermelhos subordinados por
latossolos vermelho amarelo e localmente neossolo quartzarênicos. Os solos que recobrem a
área possuem elevada permeabilidade interna e baixa capacidade adsortiva, qualificados como
pouco filtrantes, ou seja, apresentam grande sensibilidade ante aos materiais tóxicos nele
eventualmente depositados (UNIARA, 2007 B).
5.5. Uso e ocupação do solo
Por toda a região de Araraquara encontramos fragmentos de vegetação nativa,
normalmente cercada pela cultura canavieira como um dos resultados da expansão agrícola do
Estado de São Paulo, onde as áreas de florestas naturais encontram-se reduzidas a fragmentos
florestais (UNIARA, 2007 B).
Com características agrícolas voltadas a monocultura, principalmente as culturas de
cana-de-açúcar e laranja, é uma região muito promissora em vários segmentos agro-
industriais. Valores representativos também estão na cultura de soja, milho e os cítricos,
tangerina e limão. Cabe destacar que o relevo do município facilita a mecanização da
agricultura.
Conforme comentado, Araraquara tem na sua base econômica a laranja, sendo
responsável pela exportação de 70% do suco concentrado do país, e a cana, com três usinas no
município e 15 na região com uma produção de 25 milhões de toneladas de cana/ano num raio
de 80 Km (PREFEITURA MUNICIPAL DE ARARAQUARA, 2006).
Na região a atividade agropastoril, tais como cana-de-açúcar, cítricos e florestas de
eucaliptos, ocupam o lugar onde antes existiam campos de cerrados, cerradões e mata tropical
sub-caducifólia (UNIARA, 2007 B).
Os solos apresentam diferenças de qualidade quanto à área de ocorrência, destacando-
se os arenitos fertilizados (PREFEITURA MUNICIPAL DE ARARAQUARA, 2006).
27
5.6. Uso das águas
Conforme o relatório técnico UNIARA (2007 B), atualmente a cidade de Araraquara
dispõe de 14 poços de captação subterrânea, com expectativa de chegar a 17 poços em
meados de 2008 e 3 pontos de captação de águas superficiais (Cruzes, Anhumas e Paióis). A
água bruta captada na Represa das Cruzes é enviada por meio de uma Estação Elevatória até a
ETA Fonte, situada a 1.600 m de distância. Duas adutoras em paralelo, uma de 450 mm e
outra de 300 mm, são utilizadas para fazer a adução da água captada. A água captada no
Ribeirão das Anhumas é enviada através de duas Estações Elevatórias (Anhumas I e II) até a
ETA Fonte situada a cerca de 13 Km de distância. O sistema de adução é subdividido em dois
trechos de 400 mm, com uma adutora de 3.300 m e outra de 9.900 m de extensão. A água
aduzida do Córrego do Paiol é encaminhada a ETA Paiol através de uma adutora de 300 mm.
A tubulação é de ferro fundido e tem aproximadamente 1.800 m de extensão.
28
6. MATERIAIS E MÉTODOS
O ribeirão das Cruzes tem sua nascente dentro da área urbana de Araraquara, cortando,
a partir daí, todo o município até a sua foz no rio Jacaré-Guaçú conforme demonstrado na
FIGURA 3.
Nesta FIGURA pode-se ter uma noção de localização e distribuição das estações de
amostragem.
FIGURA 3 Localização das estações fixas de coleta
Pode-se observar que a maior parte das estações encontram-se no ribeirão das Cruzes,
pois este constituí-se no talvegue principal da sub-bacia e o que sofre maiores interferências.
Nos outros talvegues as estações estão distribuídas de acordo com o grau de importância do
local, do ponto de vista da qualidade da água.
As distâncias entre as estações de coleta podem ser observadas na FIGURA 4 a seguir.
Sem escala
29
FIGURA 4 Representação gráfica das distâncias, em km, das estações de coleta.
A FIGURA 5 apresenta o diagrama unifilar da sub-bacia do ribeirão das Cruzes,
contendo a localização das estações de coleta, a localização das estações de captação de água
e lançamento dos efluentes tratados da ETE Araraquara.
Por meio desse diagrama é possível ter uma idéia da complexidade quantitativa e
qualitativa das entradas de matéria e energia no sistema estudado (TEIXEIRA, 2000).
0 1 2 3 4 5 6 7 8
( Km )
Córrego Paiol
E-6
E-7
Foz no
Rib. das
Cruzes
0 1 2 3 4 5 6 7 8
( Km )
Córrego Lageado
E-10
Foz no
Rib. das
Cruzes
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
( Km )
Rio Jacaré Guaçú
E-13
Foz do
Rib. das
Cruzes
E-12
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
( Km )
E-3 / E-1 / E-2
E-4
E-5
E-8 / E-9
E-11
Ribeirão das Cruzes
Foz do
Córrego
Do Paiol
Foz do
Córrego
Lageado
30
FIGURA 5 Diagrama unifilar da sub-bacia do ribeirão das Cruzes.
31
6.1. Localização e caracterização das estações de amostragem
Neste estudo foram utilizados para amostragem as estações monitoradas pelo
laboratório de química e microbiologia do Departamento Autônomo de Água e Esgoto de
Araraquara (DAAE).
O critério de escolha destas estações foi devido além de todo o histórico já constituído,
contribuir na avaliação técnico-científica e econômica sobre a complexidade dos programas
de monitoramento de recursos hídricos em escala regional.
Nas FIGURAS de 6 a 18 são apresentados a localização das estações de coleta de
amostras, com seus respectivos comentários a respeitos das características do local.
A estação 1 encontra-se a 150 metros à jusante da represa do Pesque-Pague 3 Irmãos
no Córrego Paiol com altitude de 642,6 m, localizada nas coordenadas UTM: 0792711 E e
7592811 N no fuso 22 S. O ponto encontra-se canalizado sem a presença de mata galeria
(FIGURA 6).
FIGURA 6 Caracterização e localização da estação 1 no córrego Paiol.
Distante 200 m da estação 1 no ribeirão das Cruzes, está a estação 2 cercada de
pastagens, não apresenta indícios de erosão linear nas proximidades. A sua altitude é de cerca
de 641 m com localização aproximada em UTM de 0792673 E e 7592636 N no fuso 22 S
(FIGURA 7).
32
FIGURA 7 Caracterização e localização da estação 2 no ribeirão da Cruzes.
As nascentes do ribeirão das Cruzes, na estação 3, está sob influência de área
urbanizada próxima a rua Rua Maurício Galli, chegando à rotatória com a Avenida Pablo
Picasso. Localizada a altitude de 656,9 m e localizada aproximadamente nas coordenadas
UTM 0794357 E e 7593400 N no fuso 22 S (FIGURA 8).
FIGURA 8 Caracterização e localização da estação 3 no ribeirão das Cruzes.
A jusante do antigo matadouro municipal, encontra-se a estação 4, onde suas margens
sofrem com constantes erosões principalmente em períodos de alto índice pluviométrico.
Apresenta notável interferência antrópica e as margens do córrego no local apresentam
resquícios de vegetação arbórea visualmente impactada. Está a uma altitude de 624 m e
localizado nas coordenadas UTM 0790452 E e 7589955 N no fuso 22 S (FIGURA 9).
33
FIGURA 9 Caracterização e localização da estação 4 no ribeirão das Cruzes.
A estação 5 está sob a ponte da rodovia SP 310, no quilometro 275 no sentido
Araraquara/São Paulo, sendo um ponto de alto índice de erosão de suas margens e
assoreamento de seu leito com altitude de 598 m e coordenadas UTM 0788941 E e 7586864
N fuso 22 S (FIGURA 10).
FIGURA 10 Caracterização e localização da estação 5 no ribeirão das Cruzes.
Localizada a jusante do reservatório da captação da ETA Estação de Tratamento de
Água, a estação 6 no córrego Paiol, sofre grande interferência antrópica devido a canalização
do corpo d’água na área da captação da ETA. A vegetação predominante na área é a
pastagem, com altitude de 623 m e coordenadas UTM 0788645 E e 7590929 N no fuso 22 S
(FIGURA 11).
34
FIGURA 11 Caracterização e localização da estação 6 no córrego Paiol.
A estação 7 localiza-se na margem direita e a montante da ponte da Rodovia SP 310
no Km 276 no sentido Araraquara/São José do Rio Preto. As margens do córrego neste ponto
apresentam vegetação natural e a interferência antrópica neste ponto consiste basicamente na
presença da rodovia. o indícios de erosão na área. O local apresenta altitude de 591 m e
localização UTM 0788339 E e 7558747 N no fuso 22 S (FIGURA 12).
FIGURA 12 Caracterização e localização da estação 7 no córrego Paiol.
A montante do lançamento da ETE - Estação de Tratamento de Esgoto de Araraquara,
encontra-se localizada a estação 8. Suas margens constituem-se de mata ciliar, sendo que, não
indícios de erosão nas proximidades. Esta estação está a uma altitude de 489 m e
localizada UTM 0784044 E e 7584294 N no fuso 22 S (FIGURA 13).
35
FIGURA 13 Caracterização e localização da estação 8 no ribeirão das Cruzes.
A estação 9 está a jusante do lançamento da ETE - Estação de Tratamento de Esgoto
de Araraquara, portanto, sofre grande influência dos efluentes despejados. Sua margem direita
é constituída de mata ciliar e a margem esquerda predominantemente de pastagem. Esta
estação está a uma altitude de 493 m e localizada UTM 0783951 E e 7584265 N no fuso 22 S
(FIGURA 14).
FIGURA 14 Caracterização e localização da estação 9 no ribeirão da Cruzes.
A estação 10 localiza-se a jusante do represamento do córrego Lageado e à margem
esquerda da via de acesso Araraquara/Gavião Peixoto à 2 Km da rodovia SP 310. O córrego
encontra-se canalizado no local que corta a via de acesso e posteriormente cercado de
plantação de cana de açúcar. No local pode-se observar a presença de plantas aquáticas no
leito do córrego. Está a uma altitude de 588 m e localizada UTM 0785751 E e 7588360 N no
fuso 22 S (FIGURA 15).
36
FIGURA 15 Caracterização e localização da estação 10 no córrego Lageado.
Localizada na zona rural a estação 11 está a 17 km da estação 10, sendo seu maior
trecho de acesso por estradas de terra. Suas margens são cobertas de mata ciliares, porém,
com plantações de laranja em sua redondeza. Não há evidência de erosão na área e a
interferência antrópica restringe-se a prática da agricultura. Está a uma altitude de 487 m e
localizada UTM 0777884 E e 7581398 N no fuso 22 S (FIGURA 16).
FIGURA 16 Caracterização e localização da estação 11 no ribeirão das Cruzes.
A estação 12 encontra-se no Rio Jacaré-Guaçú sob a ponte da rodovia SP 255 sentido
Araraquara/Jaú à 12 Km da SP 310. Esta estação caracteriza o monitoramento a montante da
foz do ribeirão das Cruzes. A vegetação predominante na margem da coleta é a pastagem e na
margem oposta nota-se a existência de vegetação arbórea. Localiza-se a uma altitude de 479
m e coordenadas UTM 0781524 E e 7579432 N no fuso 22 S (FIGURA 17).
37
FIGURA 17 Caracterização e localização da estação 12 no rio Jacaré-Guaçú.
A estação 13 caracteriza o monitoramento a jusante da foz do ribeirão das Cruzes no
rio Jacaré Guaçu sendo seu acesso a 26 km da rodovia SP 310 pela via de acesso
Araraquara/Gavião Peixoto. O local está protegido por matas ciliares, mas com grande
influência de plantações de cana de açúcar ao redor. Está a uma altitude de 461 m e
localização UTM 0763326 E e 7582162N no fuso 22 S (FIGURA 18).
FIGURA 18 Caracterização e localização da estação 13 no rio Jacaré-Guaçú.
38
6.2. Coleta e análise das amostras de água
Foram realizadas duas expedições de campo para coleta de amostras e caracterização
dos recursos hídricos superficiais da sub-bacia, sendo a primeira no período seco realizada no
mês de setembro de 2005 e a segunda no período de chuva, março de 2006.
A distribuição temporal para a caracterização da sub-bacia do ribeirão das Cruzes foi
baseada no regime pluviométrico que influencia diretamente o nível hidrológico e os
processos de transporte e diluição. As medidas físico-químicas e biológicas da água são
consideradas como medidas instantâneas de uma dada condição ambiental.
Além disso, o DAAE Araraquara realiza desde 2002 o monitoramento das estações
pré-estabelecidas. A periodicidade de amostragem é bimestral e a base de dados
disponibilizada é formada por coletas de 2002 a 2005.
A análise de alguns parâmetros físicos e químicos, referentes aos dados primários, foi
realizada diretamente em campo através de equipamento portátil (modelo YSP 556), sendo
que a maior parte dos parâmetros foram analisados no Laboratório de Análises Químicas,
Microbiológicas e Controle Industrial (LACI), com sede na cidade de Lins (SP) dentro do
campus da Fundação Paulista de Tecnologia e Educação (FPTE). Esses parâmetros, bem
como, os métodos adotados estão apresentados no QUADRO 3.
As amostras coletadas foram preservadas e armazenadas em recipientes sob
refrigeração logo após a coleta. O período de coleta se estendeu aproximadamente das 8:00h
às 14:00h e o tempo de transporte até o laboratório foi em média de duas horas e meia, onde
as análises foram iniciadas imediatamente após sua chegada, o qual conta com toda infra-
estrutura necessária para as diferentes análises propostas.
QUADRO 3 Variáveis analisadas e respectivos métodos analíticos.
Variável
Unid.
Sonda
Laboratório
Método
Temperatura da água
°C
X
APHA (1998) Seção 2550 B.
Método de análise de campo
pH
-
X
APHA (1998) Seção 4500
Método eletrométrico
Oxigênio Dissolvido
mg/L
X
APHA (1998) Seção 4500 O.
Método do eletrodo de membrana
QUADRO 3 Variáveis analisadas e respectivos métodos analíticos (continuação)
39
Variável
Unid.
Sonda
Laboratório
Método
Nitrogênio Nitrito
mg/L
X
APHA (1998) Seção 4500
Nitrogen Nitrite B. Método
colorimétrico.
Nitrogênio Nitrato
mg/L
X
APHA (1998) Seção 4500
Nitrogen Nitrate E. Método de
redução de cádmio.
Nitrogênio Amônia
mg/L
X
APHA (1998) Seção 4500
Nitrogen Ammonia C. Método
titulométrico.
Fosfato
mg/L
X
APHA (1998) Seção 4500
Fósforo C. Método
Colorimétrico Vanadomolybdato
de Amônio.
DBO
mg/L
X
APHA (1998) Seção 5210 B.
Método de incubação.
DQO
mg/L
X
APHA (1998) Seção 5220 B.
Método de refluxo aberto.
Sólidos
Sedimentáveis
mg/L
X
APHA (1998) Seção 2540 F.
Método do Cone Imhoff.
Sólidos totais
dissolvidos
mg/L
X
APHA (1998) Seção 2540 C.
Método de Sólidos Totais
Dissolvidos Secos a 180 °C.
Turbidez
NTU
X
APHA (1998) Seção 2130 B.
Método neflométrico.
Cor
mg/Pt
X
APHA (1998) Seção 2120 B.
Método da comparação visual.
Óleos e graxas
mg/L
X
APHA (1998) Seção 5520 B.
Método de partição gravimétrica.
Coliformes
NMP/100
ml
X
APHA (1998) Seção 9221
Método de fermentação por tubos
múltiplos.
Metais
mg/L
X
APHA (1998) Seção 3111
Espectrometria de Absorção
Atômica por Chama.
Mercúrio
mg/L
X
APHA (1998) Seção 3112 B.
Espectrometria de Absorção
Atômica com Geração de Vapor
Frio.
Arsênio e Selênio
mg/L
X
APHA (1998) Seção 3114 B.
Método de Espectrometria de
Absorção Atômica pela Geração
Manual de Hidreto.
Compostos
Orgânicos Voláteis
μg/L
X
EPA 524.2 todo de Medida
em Coluna Capilar.
40
QUADRO 3 Variáveis analisadas e respectivos métodos analíticos (continuação)
Variável
Unid.
Sonda
Laboratório
Método
Compostos
Orgânicos Semi-
voláteis
μg/L
X
EPA 525.2 todo de
determinação em água por
extração de líquido-sólido.
Glifosato
μg/L
X
EPA 547 Determinação de
Glifosato em Água por Injeção
Aquosa Direta por meio de HPLC
com Derivação Pós Coluna e Det.
de Fluorecência.
Sulfato
mg/L
X
APHA (1998) Seção 4500
Sulfate E. todo Turbimétrico.
Fluoreto
mg/L
X
APHA (1998) Seção 4500
Fluoride C. todo do Eletrodo
de Íon Específico.
Surfactantes
mg/L
X
APHA (1998) Seção 5540 C.
Método de Surfactantes Aniônicos
como Substâncias Ativas ao Azul
de Metileno.
Cloretos
mg/L
X
APHA (1998) Seção 4500
Chloride B. todo
Argentiométrico.
Fenóis
mg/L
X
APHA (1998) Seção 5530 D.
Método Fotométrico Direto.
Cianetos
mg/L
X
APHA (1998) Seção 4500
Cyanide C. Método de Cianeto
Total Depois de Destilação
Sulfeto
mg/L
X
APHA (1998) Seção 4500
Sulfite B. todo Iodométrico.
Cloro Residual Livre
mg/L
X
APHA (1998) Seção 4500 Cl-G
Método Colorimétrico DPD
(N,N Diethyl p
phenylenediamine).
6.3. Análise numérica dos dados
Os métodos hierárquicos são de grande eficiência, pois são técnicas simples onde os
dados são particionados sucessivamente produzindo uma representação hierárquica dos
agrupamentos.
Assim forma-se agrupamentos em cada estágio e com um grau de semelhança entre
eles, isto no aspecto temporal e espacial.
O método hierárquico requer uma matriz contendo as medidas entre os agrupamentos,
onde é conhecida como matriz de similaridade podendo ser representada graficamente através
de um dendograma.
41
A análise dos agrupamentos foi realizada empregando-se a técnica de Análise
Multivariada de Agrupamento Hierárquico (Cluster Analysis) com a construção gráfica
utilizando o método das distâncias euclidianas.
Antes dos cálculos e análise gráfica dos resultados os parâmetros foram padronizados
para uma mesma escala, este processo consiste em construir a matriz das variáveis a serem
analisadas e transformá-las em logaritmo de base 10, eliminando assim, as diferenças entre as
unidades de medidas utilizadas.
O programa utilizado para análise foi o “PAST Palaeontological Statistic, versão
1.67”.
42
7. RESULTADOS E DISCUSSÃO
7.1. Análise dos dados históricos
A análise dos dados da série histórica de 2002 a 2005, da qualidade da água na sub-
bacia do ribeirão das Cruzes, foi realizada com base nas médias do período e nas médias entre
as estações para um mesmo período. Desta forma, pode-se observar com mais clareza as
variações entre as estações e entre os períodos de amostragem.
Em todos os corpos d’água estudados observou-se um aumento da concentração de
montante para jusante nas áreas sob influência da urbanização e entrada de efluentes. Após a
passagem por estes pontos de interferência (impacto), nota-se a redução gradativa das
concentrações devido a fenômenos de autodepuração, diluição e sedimentação.
Nesta mesma linha Marinelli apud Campagna (2005), avaliou a qualidade da água do
rio Monjolinho desde sua nascente aa confluência, onde foi verificado os efeitos da ação
antrópica, comprovada por um gradiente decrescente da qualidade da água desde a nascente.
Consideraram ainda que as principais funções de força que determinam a qualidade da
água deste rio foram os lançamentos de esgoto doméstico e industrial, além da expansão das
atividades agrícolas.
Estes fenômenos podem ser observados com mais evidência no ribeirão das Cruzes,
onde existe a maior parte das estações de amostragem. Neste ribeirão verificou-se o aumento
gradativo da concentração dos diversos parâmetros, sendo as estações de 2 a 5 sob a
influência da área urbana, as estações 8 e 9 montante e jusante da ETE municipal e a estação
11 situado à jusante de todas as outras estações, onde podê-se observar a diminuição da
concentração nos parâmetros estudados caracterizando uma tendência de retomada da
qualidade inicial do corpo d’água.
Os valores de DQO, apresentados na TABELA 3, é a quantidade de oxigênio
necessária para oxidação da matéria orgânica através de um agente químico. Os valores da
DQO geralmente são maiores que os da DBO. A DQO é muito útil quando utilizada
conjuntamente com a DBO para observar a biodegradabilidade do sistema. Sabe-se que o
poder de oxidação do dicromato de potássio é maior do que o que resulta mediante a ação de
microrganismos, exceto raríssimos casos como hidrocarbonetos aromáticos e piridina. Desta
forma os resultados da DQO de uma amostra são superiores aos de DBO. Como na DBO
mede-se apenas a fração biodegradável, quanto mais este valor se aproximar da DQO maior a
biodegradabilidade no sistema monitorado.
43
Os valores de DQO apresentados na TABELA 3, mostraram uma maior concentração
no período entre julho e novembro, ou seja, no período de estiagem, onde o valores variaram
entre 1 mg/L na estação 10 no ano de 2003 e 137 mg/L na estação 9 do mesmo ano. Contudo,
os valores médios entre as estações variaram entre 6,4 mg/L em 2002 a 52,8 mg/L em 2003.
TABELA 3 Variação espaço temporal de DQO Demanda Química de Oxigênio (mg/L)
nas estações de coleta.
ESTAÇÕES
DQO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
Média
D. P.
10/2002
4,0
4,0
4,0
4,0
4,0
4,0
4,0
4,0
22,9
4,0
16
4,0
4,0
6,4
5,97
5/2003
6,5
2,00
2,00
2,00
13,3
2,00
2,00
18,6
136
59,1
41,4
16,0
9,8
23,9
37,87
7/2003
25,7
2,00
16,0
3,6
7,4
6,7
19,2
18,5
61,4
5,0
41,7
19,5
19,6
18,9
16,77
9/2003
46
34
43
42
29
33
66
88
137
17
63
46
42
52,8
31,03
11/2003
9
23
12
9
14
13
51
39
55
1
23
2,00
2,00
19,5
18,16
2/2004
12
1
2
11
45
4
35
9
34
8
27
18
32
18,3
14,59
3/2004
9
29
13
15
15
12
40
24
36
7
20
60
27
23,5
14,88
5/2004
5
9
55
17
25
16
14
18
54
20
41
34
21
25,3
15,96
7/2004
10
19
9
12
25
36
34
18
70
15
34
28
10
24,6
16,91
9/2004
12
10
26
30
34
25
75
18
101
22
40
30
46
36,0
25,83
11/2004
16
15
36
27
20
23
63
23
90
20
36
23
26
32,1
21,51
4/2005
3
2
7
9
13
12
43
8
62
12
41
41
30
21,7
19,33
6/2005
20
23
24
22
29
30
41
21
70
17
37
39
36
31,2
13,95
8/2005
35
5
32
14
23
2
3
8
75
41
38
32
33
26,3
20,40
11/2005
16
17
31
96
42
40
16
39
105
39
36
49
12
41,4
28,94
Média
15,3
13,0
20,8
20,8
22,5
17,3
33,8
23,5
74,0
19,0
35,6
29,4
23,3
D. P.
12,14
10,77
16,06
23,60
11,91
13,01
23,69
20,54
34,30
15,96
11,26
16,24
13,51
Legenda: D.P. (Desvio Padrão)
FONTE: DAAE (2006)
Comparativamente a estes resultados, pode-se observar os valores encontrados por
Rodriguez (2001), em seu estudo sobre a avaliação da qualidade da água da Bacia do Alto
Jacaré-Guaçu, onde análises realizadas no período de estiagem no rio do Monjolinho,
apresentaram valores entre 22 mg/L a 54 mg/L.
A TABELA 4 apresenta os resultados de DBO encontrados e através destes pode-se
observar a predominância de valores mais elevados no período seco.
44
TABELA 4 Variação espaço temporal de DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio (mg/L)
nas estações de coleta.
ESTAÇÕES
DBO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
Média
D. P.
10/2002
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
16,7
2,0
13,1
2,0
2,0
4,0
4,90
5/2003
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
*
*
7/2003
NR
2,00
NR
2,0
2,0
2,0
12,8
15,5
48,1
2,0
24,6
15,3
7,5
12,2
14,16
9/2003
3,0
2,9
2,3
4,0
2,6
1,8
16,1
16,0
41,4
2,0
30,4
11,2
3,5
10,6
12,57
11/2003
1,0
4,7
1,0
1,0
1,0
5,3
25,0
12,5
30,4
1,0
12,3
1,0
1,0
7,5
9,95
2/2004
1,0
1,0
1,0
1,0
16,8
1,0
12,2
1,0
10,5
1,0
5,8
2,9
11,8
5,2
5,66
3/2004
2,0
2,5
2,0
2,0
2,0
2,0
12,7
2,4
9,4
2,0
2,0
4,6
3,5
3,8
3,39
5/2004
1,0
1,0
2,1
2,0
3,3
2,0
2,0
1,5
7,0
2,0
15,5
2,9
1,5
3,4
3,96
7/2004
2,0
2,0
2,0
2,0
4,4
5,4
5,5
5,2
16,3
2,0
10,9
4,8
4,5
5,2
4,17
9/2004
1,0
1,0
2,0
3,8
3,8
1,3
3,6
1,8
17,1
1,0
9,5
3,0
3,1
4,0
4,54
11/2004
1,0
1,0
4,0
5,0
2,0
2,0
8,0
2,0
21,0
2,0
6,0
4,0
5,0
4,7
5,23
4/2005
1,0
1,0
1,0
1,0
3,0
1,0
6,0
1,0
11,0
1,0
7,0
2,0
3,0
3,0
3,01
6/2005
2,0
2,0
1,0
3,0
4,0
1,0
5,0
1,0
11,0
1,0
11,0
4,0
2,0
3,6
3,49
8/2005
2,0
1,0
10,0
4,0
3,0
1,0
1,0
1,0
17,0
1,0
19,0
4,0
5,0
5,2
6,37
11/2005
1,0
1,0
2,0
1,0
7,0
1,0
2,0
1,0
30,0
2,0
13,0
3,0
2,0
5,2
8,35
Média
1,5
1,8
2,5
2,4
4,1
2,0
8,1
4,5
20,5
1,6
12,9
4,6
3,9
D. P.
0,62
1,06
2,51
1,24
3,95
1,48
6,91
5,66
12,54
0,50
7,70
3,89
2,85
Legenda: D.P. (Desvio Padrão); NR (Não Realizado)
FONTE: DAAE (2006)
Os valores de DBO no período chuvoso variarão entre 1,0 mg/L em diversos pontos
do monitoramento e 30,4 mg/L na estação 9 em novembro de 2003, a jusante da ETE, onde se
localiza a estação 9 no ano de 2003. Comparando aos estudos de Rodriguez (2001), onde foi
encontrado valor máximo de 1,6 mg/L em um único ponto do rio Monjolinho, ressalva-se que
todo o esgoto doméstico da cidade de Araraquara é captado e tratado, com eficiência mínima
de 85% na redução da carga orgânica e na cidade de São Carlos recorte do objeto de estudo
do rio Monjolinho os esgotos ainda são lançados diretamente nos mananciais.
No período seco, os valores também foram maiores. No rio Monjolinho o valor mais
alto encontrado foi 24 mg/L, enquanto, no ribeirão das Cruzes foi de 48,1 mg/L na estação 9
no ano de 2003.
Comparando-se os valores da DQO e DBO como indicadores de matéria orgânica no
sistema, pode-se observar que uma alta biodegradabilidade pois, os resultados DBO se
aproximam dos resultados da DQO. Levando em conta que os valores encontrados são
45
extremamente altos no âmbito espacial se comparado aos dados da região principalmente em
virtude a influência antrôpica dos efluentes tratados da ETE.
As TABELAS de 5 a 7, estão apresentados os valores da série de nitrogênio, onde
além da ocorrência no elemento nitrogênio no estado molecular apresenta-se também nas
águas naturais, sob a forma de compostos inorgânicos (nitrato, nitrito e amônia).
A variação espaço temporal das concentrações de nitrito (mg/L) está apresentada na
TABELA 5.
TABELA 5 Variação espaço temporal do Nitrito (mg/L) nas estações de coleta.
ESTAÇÕES
Nitrito
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
Média
D. P.
10/2002
0,003
0,003
0,008
0,011
0,051
0,005
0,004
0,009
0,092
0,004
0,122
0,065
0,117
0,038
0,05
5/2003
0,004
0,003
0,004
0,017
0,020
0,011
0,012
0,036
0,136
0,006
0,123
0,032
0,037
0,033
0,04
7/2003
0,002
0,004
0,006
0,008
0,048
0,003
0,008
0,088
0,421
0,003
0,394
0,067
0,065
0,1
0,15
9/2003
0,004
0,004
0,007
0,031
0,060
0,004
0,015
0,081
0,436
0,007
0,405
0,049
0,120
0,1
0,15
11/2003
0,003
0,004
0,006
0,004
0,065
0,013
0,013
0,229
0,426
0,004
0,076
0,044
0,064
0,1
0,12
2/2004
0,013
0,004
0,006
0,004
0,065
0,013
0,013
0,019
0,032
0,008
0,156
0,052
0,069
0,035
0,04
3/2004
ND
0,008
0,015
0,010
0,018
0,004
0,014
0,019
0,022
ND
0,130
0,017
0,021
0,025
0,04
5/2004
0,001
0,002
0,005
0,006
0,024
0,001
0,005
0,014
0,019
0,005
0,137
0,006
0,030
0,02
0,04
7/2004
0,003
0,004
0,007
0,009
0,023
0,003
0,004
0,012
0,424
0,003
0,190
0,051
0,033
0,1
0,12
9/2004
0,003
0,004
0,033
0,014
0,063
0,004
0,007
0,061
0,436
0,003
0,199
0,081
0,093
0,1
0,12
11/2004
0,002
0,005
0,006
0,004
0,040
0,003
0,007
0,060
0,062
0,006
0,089
0,027
0,032
0,026
0,03
4/2005
0,002
0,007
0,006
0,022
0,043
0,003
0,010
0,032
0,035
0,006
0,103
0,051
0,050
0,028
0,03
6/2005
0,003
0,006
0,008
0,015
0,041
0,003
0,007
0,049
0,057
0,004
0,135
0,059
0,052
0,033
0,04
8/2005
0,002
0,003
0,005
0,014
0,034
0,002
0,004
0,003
0,021
0,003
0,109
0,054
0,096
0,027
0,04
11/2005
0,002
0,002
0,002
0,009
0,060
0,003
0,004
0,029
0,060
0,005
0,075
0,041
0,115
0,031
0,04
Média
0,003
0,004
0,008
0,011
0,044
0,005
0,008
0,049
0,2
0,005
0,2
0,046
0,1
D. P.
0,003
0,002
0,01
0,01
0,02
0,004
0,004
0,06
0,19
0,002
0,10
0,02
0,03
Legenda: D.P. (Desvio Padrão); ND (Não Detectado)
FONTE: DAAE (2006)
São diversas as fontes de nitrogênio nas águas naturais. Os esgotos sanitários
constituem em geral a principal fonte, lançando nas águas nitrogênio orgânico devido à
presença de proteínas e nitrogênio amoniacal. Devido à hidrólise sofrida pela uréia na água.
Alguns efluentes industriais também colaboram para as descargas de nitrogênio orgânico e
amoniacal nas águas. Nas áreas agrícolas, o escoamento das águas pluviais pelos solos
fertilizados também contribui para a presença de diversas formas de nitrogênio.
46
Os valores médios encontrados referentes ao nitrito apresentaram índices mínimos e
máximos de 0,003 mg/L na estação 1 e 0,2 mg/L nas estações 9 e 11 respectivamente.
Na TABELA 6 está apresentada a variação espaço temporal da concentração de
nitrato (mg/L).
TABELA 6 Variação espaço temporal do Nitrato (mg/L) nas estações de coleta.
ESTAÇÕES
Nitrato
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
Média
D. P.
10/2002
0,200
0,508
0,568
0,508
1,204
0,112
0,236
0,716
0,476
0,404
0,724
0,788
0,904
0,6
0,30
5/2003
0,108
0,152
0,100
0,252
0,584
0,192
0,232
0,352
0,240
0,140
0,984
0,472
0,672
0,3
0,26
7/2003
0,140
0,372
0,076
0,068
0,180
0,220
0,268
0,216
0,376
0,264
0,216
0,272
0,264
0,2
0,09
9/2003
0,096
0,208
0,324
0,216
0,028
0,172
0,220
0,292
0,328
0,048
0,352
0,408
0,380
0,2
0,12
11/2003
0,220
0,496
0,100
0,484
0,196
0,192
0,720
0,596
0,572
0,424
0,576
0,464
0,388
0,4
0,19
2/2004
3,30
3,90
1,90
2,50
7,60
4,10
1,30
3,30
5,40
2,90
6,50
2,20
6,10
3,9
1,93
3/2004
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
*
*
5/2004
0,18
ND
0,32
0,12
0,93
ND
0,10
0,49
0,18
0,24
0,06
0,52
0,39
0,3
0,25
7/2004
0,18
0,17
0,30
0,38
0,79
0,14
ND
0,36
0,46
0,65
1,01
1,06
0,59
0,5
0,32
9/2004
0,44
0,48
0,72
0,88
1,69
0,26
0,30
0,72
0,47
0,68
0,14
0,91
0,43
0,6
0,40
11/2004
0,13
0,02
0,30
0,70
1,10
0,41
0,49
1,07
0,80
0,28
0,67
0,93
0,80
0,6
0,35
4/2005
0,18
0,11
0,38
0,49
1,00
0,30
0,42
0,58
0,41
0,20
0,53
0,49
0,82
0,5
0,25
6/2005
0,03
0,08
0,52
0,46
1,66
0,14
0,18
0,86
0,66
0,23
0,84
1,30
1,17
0,6
0,52
8/2005
0,14
0,33
0,58
0,54
1,64
0,12
0,44
0,74
0,54
ND
0,29
0,58
0,86
0,6
0,41
11/2005
0,26
0,45
0,47
0,38
0,92
0,36
0,45
0,91
0,59
0,32
0,38
0,83
1,54
0,6
0,36
Média
0,4
0,6
0,5
0,6
1,4
0,5
0,4
0,8
0,8
0,5
0,9
0,8
1,1
D. P.
0,84
1,02
0,45
0,60
1,87
1,08
0,31
0,76
1,33
0,74
1,63
0,49
1,48
Legenda: NR (Não realizado); ND (Não detectável); DP (Desvio Padrão), * Parâmetro não
realizado
FONTE: DAAE (2006)
O nitrato é a última etapa do ciclo do nitrogênio antes que este retorne a fase gasosa ou
seja incorporado novamente a matéria orgânica pelas plantas.
O valor mínimo encontrado foi de 0,02 mg/L no mês de novembro de 2004, na estação
2 e o valor máximo foi de 7,6 mg/L no mês de fevereiro de 2004 na estação 5. Com relação
aos valores médios encontrados, o mínimo e máximo foram de 0,4 mg/L (Estação1) e de 1,4
mg/L (Estação 5) respectivamente.
A fonte deste nitrato pode ser as mais diversas, contudo, dada as condições locais da
estação que apresentou o maior nível (Estação 5), pode-se considerar que as fontes principais
deste nitrato provavelmente foram o escoamento superficial urbano, haja visto, que a estação
47
localiza-se no fim do trecho urbano, e lançamento de efluentes sanitários clandestinos nas
galerias pluviais.
A variação espaço temporal das concentrações de amônia (mg/L) está apresentada na
TABELA 7.
TABELA 7 Variação espaço temporal da Amônia (mg/L) nas estações de coleta.
ESTAÇÕES
Amônia
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
Média
D. P.
10/2002
ND
ND
ND
ND
ND
ND
ND
ND
6,49
ND
2,84
ND
ND
4,7
2,58
5/2003
ND
ND
ND
0,06
ND
ND
ND
ND
9,06
ND
1,124
ND
ND
3,4
4,92
7/2003
0,10
0,18
ND
0,18
0,36
ND
7,27
0,69
6,13
0,02
8,45
0,47
0,32
2,2
3,31
9/2003
0,04
ND
ND
1,95
0,23
ND
7,83
1,84
3,69
ND
4,15
0,30
0,36
2,3
2,58
11/2003
0,07
0,67
0,11
0,01
0,08
0,04
1,95
0,23
5,88
0,05
0,09
0,11
0,04
0,7
1,64
2/2004
0,12
0,08
0,09
0,07
0,19
0,01
0,66
0,05
1,44
0,05
1,58
0,12
0,06
0,3
0,54
3/2004
0,06
ND
0,04
ND
0,05
ND
0,53
0,13
6,68
0,08
2,95
0,85
0,09
1,1
2,14
5/2004
0,15
0,11
0,12
0,05
0,22
ND
0,12
0,01
5,52
0,02
5,20
0,29
0,05
1,0
2,04
7/2004
0,11
0,05
0,04
0,06
0,15
ND
0,06
ND
4,35
0,04
3,31
0,17
0,47
0,8
1,52
9/2004
ND
ND
0,84
0,14
0,64
0,03
1,86
0,07
4,40
0,02
4,05
0,16
0,07
1,1
1,63
11/2004
ND
ND
ND
ND
0,69
ND
ND
0,44
7,37
ND
4,92
0,09
0,07
2,3
3,11
4/2005
ND
0,06
0,04
0,18
0,41
0,16
1,64
0,15
5,04
0,12
3,74
0,17
0,18
1,0
1,67
6/2005
0,03
0,21
0,11
0,16
0,52
0,04
2,21
0,14
5,47
0,02
3,76
0,25
0,25
1,0
1,73
8/2005
0,15
0,16
0,26
0,66
0,87
0,17
0,25
0,30
9,43
0,21
7,00
0,59
0,66
1,6
2,99
11/2005
ND
ND
0,02
0,12
0,71
ND
0,10
0,08
9,44
0,05
9,26
0,25
0,23
2,0
3,86
Média
0,1
0,2
0,2
0,3
0,4
0,1
2,0
0,3
6,0
0,1
4,2
0,3
0,2
D. P.
0,05
0,20
0,24
0,55
0,27
0,07
2,69
0,51
2,21
0,06
2,55
0,22
0,19
Legenda: ND (Não Detectado); D.P. (Desvio Padrão)
FONTE: DAAE (2006)
Como pode ser observado os valores obtidos variaram de 9,44 mg/L (Estação 9) a 0,01
mg/L (Estação 4). Um fato relevante de ser observado é que ambos os valores, mínimo e
máximo, foram obtidos no mês de novembro, ou seja, no período chuvoso.
A análise deste mesmo parâmetro, no rio Monjolinho e ribeirão do Feijão, realizado
por Rodriguez (2001), mostraram concentrações entre 0,034 mg/L e 0,178 mg/L, no período
chuvoso, e 0,050 mg/L e 3,100 mg/L no período de estiagem. Nota-se, portanto, uma grande
diferença entre os valores máximos encontrados no ribeirão da Cruzes com relação ao valor
máximo do estudo de Rodriguez (2001).
O alto valor encontrado na estação 9 no ribeirão das Cruzes deve-se a proximidade do
lançamento do efluente da ETE de Araraquara. O nitrogênio amoniacal nos indica se o ponto
de monitoramento está sofrendo uma influência recente das fontes de contaminação por
48
esgoto doméstico, pois esta é caracterizada pela presença de uréia hidrolisada proveniente de
fontes diretas de proteínas.
Desta forma, pode-se dizer que em média, excluindo-se a estação 9 sobre influência da
ETE no ribeirão das Cruzes, os resultados dos dois estudos são similares.
A variação espaço temporal da concentração de oxigênio dissolvido (mg/L) está
apresentada na TABELA 8.
O oxigênio dissolvido nas águas é um elemento essencial à vida aquática, além de ser
um indicador da presença de matéria biodegradável no meio. É proveniente do oxigênio da
atmosfera que se dissolve na água devido a diferença de pressão parcial.
TABELA 8 Variação espaço temporal de oxigênio dissolvido (mg/L) nas estações de coleta.
ESTAÇÕES
OD
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
Média
D. P.
10/2002
5,9
6,0
7,0
6,1
7,0
6,2
6,7
6,7
5,9
6,8
3,1
4,4
5,9
6,0
1,11
5/2003
5,4
6,6
5,4
5,6
6,1
5,6
6,4
6,6
5,3
7,2
4,3
6,5
6,8
6,0
0,80
7/2003
6,9
6,1
5,8
6,6
7,3
7,0
2,1
6,0
5,7
7,8
2,9
5,8
6,6
5,9
1,64
9/2003
6,6
6,6
5,9
5,9
6,6
6,0
1,6
6,0
5,6
7,1
2,6
4,6
6,3
5,5
1,62
11/2003
6,4
4,5
5,4
6,5
6,8
5,6
1,3
6,5
5,4
7,1
2,5
5,6
6,1
5,4
1,69
2/2004
5,8
6,3
6,3
6,8
6,2
6,2
2,9
7,1
6,8
7,2
3,8
4,9
6,3
5,9
1,28
3/2004
6,0
6,2
5,2
6,2
6,5
6,5
4,3
6,7
5,8
7,0
3,6
5,1
6,5
5,8
1,02
5/2004
6,7
6,7
5,5
6,7
6,9
7,2
5,8
7,2
6,2
7,5
3,4
6,2
6,9
6,4
1,06
7/2004
7,5
6,6
5,3
6,7
6,5
7,9
6,3
7,0
7,2
7,6
3,5
6,0
7,7
6,6
1,19
9/2004
6,2
5,8
4,2
5,2
5,6
6,6
2,0
6,4
6,4
7,0
2,6
5,0
6,0
5,3
1,53
11/2004
5,6
5,4
4,7
5,0
5,8
6,2
5,8
6,4
5,8
6,6
2,5
4,9
5,2
5,4
1,04
4/2005
5,7
4,7
3,2
3,3
6,7
3,0
4,2
7,5
6,1
6,7
3,3
5,1
5,9
5,0
1,54
6/2005
6,9
6,1
5,9
6,3
6,9
7,1
6,1
7,3
6,3
7,5
3,7
5,9
6,7
6,3
0,94
8/2005
6,9
7,1
6,9
6,8
6,4
6,9
7,5
7,7
6,9
8,7
3,5
6,2
6,9
6,8
1,16
11/2005
4,6
5,5
5,0
5,9
5,9
6,1
6,5
6,7
5,9
6,7
3,6
5,0
6,7
5,7
0,97
Média
6,2
6,0
5,4
6,0
6,5
6,3
4,6
6,8
6,1
7,2
3,3
5,4
6,4
D. P.
0,75
0,72
0,97
0,92
0,47
1,10
2,13
0,50
0,55
0,53
0,53
0,65
0,57
Legenda: D.P. (Desvio Padrão)
FONTE: DAAE (2006)
O valor máximo encontrado para o oxigênio dissolvido foi de 8,7 mg/L (Estação 10)
no período seco e o valor mínimo de 1,3 mg/L (Estação 07) no período chuvoso.
Em média temos, novamente, a estação 10 com a maior concentração de oxigênio
dissolvido (7,2 mg/L), contudo, a concentração mínima de oxigênio verificou-se na estação 11
49
(3,3 mg/L), onde se pode verificar uma interferência do meio terrestre em épocas de alta
pluviosidade devido ao fenômeno de transporte e influência da ETE para oxidar a amônia
lançada, pois em todas as coletas o OD foi baixo.
Os valores encontrados na estação 10 estão relacionados ao fato desta estação se
encontrar na área com menos interferência antrópica da sub-bacia, no córrego Lageado.
Quanto a estação 11, os resultados encontrados estão, supostamente, relacionados ao
fenômeno de autodepuração do corpo d’água, ou seja, a montante desta estação encontra-se a
estação 9, onde ocorre o lançamento do efluente tratado da ETE e ao femeno de transporte
de matéria orgânica para o leio do rio.
Na TABELA 9 está apresentada a variação espaço temporal da turbidez (UNT).
TABELA 9 Variação espaço temporal da turbidez (UNT) nas estações de coleta.
ESTAÇÕES
Turbidez
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
Média
D. P.
10/2002
16,0
19,0
6,0
15,0
27,0
18,0
13,0
20,0
61,0
15,0
31,0
14,0
12,0
20,5
13,73
5/2003
11,0
14,0
9,0
45,0
74,0
30,0
34,0
37,0
51,0
15,0
40,0
36,0
37,0
33,3
18,24
7/2003
11,0
8,0
18,0
14,0
8,0
14,0
22,0
12,0
44,0
13,0
26,0
20,0
16,0
17,4
9,58
9/2003
15,0
12,0
19,0
19,0
6,0
24,0
29,0
415,0
264,0
19,0
24,0
27,0
23,0
68,9
124,13
11/2003
10,0
18,0
13,0
15,0
10,0
29,0
46,0
67,0
72,0
14,0
37,0
39,0
28,0
30,6
20,88
2/2004
127,0
58,0
12,0
50,0
32,0
17,0
26,0
36,0
54,0
30,0
64,0
40,0
54,0
46,2
29,09
3/2004
36,0
30,0
16,0
27,0
37,0
19,0
48,0
36,0
47,0
74,0
17,0
30,0
27,0
34,2
15,68
5/2004
14,0
17,0
6,0
14,0
21,0
12,0
21,0
16,0
45,0
17,0
24,0
17,0
13,0
18,2
9,25
7/2004
15,0
15,0
9,0
11,0
17,0
13,0
15,0
16,0
48,0
15,0
30,0
14,0
12,0
17,7
10,37
9/2004
11,0
18,0
18,0
20,0
14,0
20,0
50,0
14,0
54,0
13,0
23,0
15,0
12,0
21,7
13,92
11/2004
13,0
20,0
15,0
17,0
14,0
21,0
24,0
129,0
119,0
27,0
28,0
27,0
27,0
37,0
39,02
4/2005
28,0
6,0
12,0
16,0
60,0
15,0
35,0
34,0
36,0
17,0
10,0
17,0
23,0
23,8
14,68
6/2005
16,0
23,0
28,0
30,0
82,0
29,0
36,0
28,0
50,0
36,0
35,0
32,0
42,0
35,9
16,19
8/2005
8,0
15,0
11,0
19,0
94,0
15,0
28,0
12,0
52,0
23,0
26,0
27,0
28,0
27,5
22,96
11/2005
8,0
13,0
8,0
22,0
37,0
17,0
22,0
19,0
69,0
23,0
26,0
38,0
33,0
25,8
16,20
Média
22,6
19,1
13,3
22,3
35,5
19,5
29,9
59,4
71,1
23,4
29,4
26,2
25,8
D. P.
29,84
12,24
5,88
11,44
28,67
5,96
11,45
102,85
56,80
15,57
12,15
9,53
12,23
Legenda: D.P. (Desvio Padrão)
FONTE: DAAE (2006)
A turbidez de uma amostra de água é o grau de atenuação de intensidade que um feixe
de luz sofre ao atravessá-la (e esta redução se por absorção e espalhamento, uma vez que
as partículas que provocam turbidez nas águas são maiores que o comprimento de onda da luz
branca), devido à presença de sólidos em suspensão tais como, partículas inorgânicas (areia,
silte, argila) e de detritos orgânicos como plâncton em geral, etc. A erosão das margens dos
50
rios em estações chuvosas é um exemplo de fenômeno que resulta em aumento da turbidez
das águas.
Os resultados podem ser observados na TABELA 9, onde nota-se maiores valores de
turbidez no período chuvoso, com média de 35,6 NTU, enquanto, no período seco, tem-se
médias de 24,8 NTU.
Contudo, estes valores se tornam ainda mais evidentes se comparados os valores
máximos e mínimos, onde se tem o valor ximo de 68,9 UNT no período chuvoso e 17,4
UNT no período seco.
A variação espaço temporal da cor (mgPt/L) está apresentada na TABELA 10.
TABELA 10 Variação espaço temporal da cor (mgPt/L) nas estações de coleta.
ESTAÇÕES
Cor
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
Média
D. P.
10/2002
36,0
33,0
20,0
35,0
38,0
65,0
35,0
42,0
89,0
35,0
68,0
43,0
38,0
44,4
18,53
5/2003
24,0
30,0
20,0
74,0
85,0
75,0
76,0
63,0
76,0
35,0
90,0
75,0
61,0
60,3
24,35
7/2003
22,0
18,0
44,0
30,0
19,0
33,0
44,0
33,0
64,0
28,0
47,0
35,0
31,0
34,5
12,76
9/2003
32,0
28,0
46,0
43,0
19,0
60,0
68,0
430,0
240,0
41,0
55,0
50,0
40,0
88,6
116,75
11/2003
74,0
138,0
80,0
153,0
83,0
157,0
179,0
138,0
226,0
114,0
110,0
110,0
86,0
126,8
44,45
2/2004
219,0
44,0
38,0
93,0
64,0
63,0
62,0
81,0
102,0
71,0
60,0
110,0
134,0
87,8
47,80
3/2004
85,0
62,0
37,0
57,0
68,0
61,0
74,0
55,0
69,0
94,0
52,0
65,0
61,0
64,6
14,44
5/2004
28,0
30,0
28,0
31,0
33,0
37,0
45,0
33,0
63,0
42,0
53,0
43,0
33,0
38,4
10,52
7/2004
27,0
27,0
23,0
29,0
28,0
36,0
36,0
32,0
67,0
34,0
55,0
36,0
27,0
35,2
12,44
9/2004
32,0
32,0
44,0
53,0
37,0
62,0
62,0
42,0
78,0
34,0
58,0
45,0
39,0
47,5
14,10
11/2004
32,0
39,0
37,0
47,0
25,0
81,0
58,0
97,0
112,0
56,0
71,0
66,0
78,0
61,5
26,04
4/2005
82,0
89,0
83,0
150,0
176,0
130,0
181,0
166,0
225,0
170,0
115,0
120,0
131,0
139,8
43,11
6/2005
64,0
107,0
130,0
112,0
225,0
77,0
101,0
106,0
184,0
106,0
97,0
120,0
99,0
117,5
42,90
8/2005
59,0
63,0
62,0
111,0
253,0
77,0
85,0
77,0
218,0
83,0
113,0
92,0
80,0
105,6
60,38
11/2005
76
75
90
150
101
120
144
124
257
111
153
143
107
127,0
47,18
Média
59,5
54,3
52,1
77,9
83,6
75,6
83,3
101,3
138,0
70,3
79,8
76,9
69,7
D. P.
49,74
34,62
31,22
46,67
75,52
35,23
47,96
99,97
76,12
41,65
31,50
36,09
36,09
Legenda: D.P. (Desvio Padrão)
FONTE: DAAE (2006)
A cor de uma amostra de água está associada ao grau de redução de intensidade que a
luz sofre ao atravessá-la (e esta redução dá-se por absorção de parte da radiação
eletromagnética), devido à presença de sólidos dissolvidos, principalmente material em estado
coloidal orgânico e inorgânico. Dentre os colóides orgânicos podem-se mencionar os ácidos
húmico e fúlvico, substâncias naturais resultantes da decomposição parcial de compostos
51
orgânicos presentes em folhas, dentre outros substratos. Também os esgotos sanitários se
caracterizam por apresentarem predominantemente matéria em estado coloidal, além de
diversos efluentes industriais.
Na TABELA 10, pode-se observar que os valores de coloração da sub-bacia do
ribeirão das Cruzes ficaram entre 257 mgPt/L e 18 mgPt/L, deixando evidenciado que a
grande diferença é ocasionada pela presença da ETE, onde temos uma interferência pontual
ocasionada pelos efluentes tratados, mas portanto se excluída tal estação, nota-se que a média
das demais estações é aproximadamente 73,7 mgPt/L.
Na TABELA 11 está apresentada a variação espaço temporal do pH.
TABELA 11 Variação espaço temporal da concentração de pH Hidrogeniônica (íon H
+
)
nas estações de coleta.
ESTAÇÕES
pH
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
Média
D.P.
10/2002
6,7
6,8
6,8
6,5
7,0
6,7
6,6
6,9
7,5
6,6
7,0
6,9
6,9
6,8
0,3
5/2003
7,2
7,5
7,3
7,1
7,4
6,8
7,0
7,1
7,6
7,0
7,2
7,0
7,3
7,2
0,3
7/2003
6,8
7,0
6,9
6,6
7,0
6,6
6,6
6,5
7,4
6,8
6,9
6,8
7,0
6,8
0,3
9/2003
6,4
6,6
6,4
6,6
6,8
6,4
6,5
7,0
7,3
6,7
6,9
6,6
6,9
6,6
0,3
11/2003
7,2
6,8
6,9
7,0
7,0
6,7
6,7
7,1
7,3
7,3
7,1
7,1
7,0
7,0
0,3
2/2004
6,7
6,8
6,7
6,7
6,7
6,6
6,7
7,1
7,2
6,9
6,6
6,5
6,9
6,7
0,5
3/2004
6,6
6,7
6,6
6,7
7,1
6,5
6,6
7,0
7,2
7,0
6,8
6,8
7,1
6,8
0,3
5/2004
7,0
7,0
6,9
6,7
6,9
6,9
6,8
7,0
7,2
7,2
7,2
7,2
7,3
7,0
0,3
7/2004
7,2
6,8
6,6
6,6
6,8
6,7
6,7
6,8
7,0
7,0
6,8
6,9
6,8
6,8
0,5
9/2004
6,9
6,7
6,6
6,5
6,6
6,7
6,4
6,9
7,2
7,1
6,8
6,9
6,9
6,7
0,3
11/2004
7,9
7,4
7,6
7,4
7,3
7,9
7,5
7,5
7,8
7,7
7,1
7,4
7,2
7,5
0,3
4/2005
7,3
6,6
6,8
6,6
6,8
6,6
6,8
7,0
6,9
6,8
7,2
6,8
6,7
6,8
0,4
6/2005
6,8
7,2
6,6
7,1
7,2
6,8
7,4
7,0
7,2
7,1
7,0
6,9
7,3
7,0
0,3
8/2005
7,4
7,5
7,2
7,3
7,0
7,4
7,2
7,0
7,0
7,0
7,0
7,1
7,3
7,2
0,4
11/2005
7,2
7,0
7,0
6,7
7,4
6,8
7,4
7,2
6,6
7,2
7,0
7,0
7,0
7,0
0,2
Média
6,9
6,9
6,8
6,7
6,9
6,7
6,7
7,0
7,1
7,0
7,0
6,9
7,0
D.P.
0,1
0,3
0,2
0,3
0,2
0,3
0,2
0,2
0,2
0,3
0,4
0,3
0,3
D.P. Desvio Padrão
FONTE: DAAE (2006)
O pH por definição consiste no logaritmo negativo da concentração de íons
hidrogênio. A influência do pH sobre os ecossistemas aquáticos naturais -se diretamente
devido a seus efeitos sobre a fisiologia das diversas espécies. Também o efeito indireto é
52
muito importante, determinadas condições de pH podem contribuir para a precipitação de
elementos químicos tóxicos como metais pesados; ou exercer efeitos sobre as solubilidades de
nutrientes.
O pH, representado na TABELA 11, não sofreu grandes variações, obtendo resultados
médios entre 6,7 e 7,1, sendo que a maior média encontrada referem-se a estação 9. As
médias e desvios padrões foram obtidos com base na concentração hidrogeniônica [H
+
] e
posteriormente convertido em logarítmico através da fórmula log[H
+
]/-1.
As TABELAS 12 e 13 apresentam os resultados das concentrações de coliformes
totais e fecais respectivamente, variáveis de qualidade de água indicadoras do estado
sanitário.
As bactérias do grupo coliforme são consideradas os principais indicadores de
contaminação fecal. O uso das bactérias coliformes termotolerantes para indicar poluição
sanitária mostra-se mais significativo que o uso da bactéria coliforme "total", porque as
bactérias fecais estão restritas ao trato intestinal de animais de sangue quente. A determinação
da concentração dos coliformes assume importância como parâmetro indicador da
possibilidade da existência de microorganismos patogênicos, responsáveis pela transmissão
de doenças de veiculação hídrica, tais como febre tifóide, febre paratifóide, desinteria bacilar
e cólera.
A variação espaço temporal da concentração de coliformes totais (NMP/100ml) está
apresentada na TABELA 12.
TABELA 12 Variação espaço temporal de Coliformes Totais (NMP/100 mL) nas estações
de coleta (Valores x 10
4
).
ESTAÇÕES
C. Tot.
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
Média
D.P.
10/2002
0,92
1,99
4,96
29,10
20,60
0,59
7,44
1,61
120,00
0,30
6,87
2,06
0,55
15,15
32,69
5/2003
1,74
2,36
2,50
41,00
10,20
1,47
5,40
3,59
37,00
2,51
14,10
3,95
2,58
9,88
13,45
7/2003
0,21
0,86
0,19
13,50
11,80
0,91
34,40
1,39
20,50
0,49
7200,00
1,61
1,50
560,57
1994,93
9/2003
0,13
1,80
2,31
23,50
6,20
0,18
17,10
2,25
26,30
0,17
1,94
2,21
2,14
6,63
9,26
11/2003
0,62
7,59
7,46
0,31
21,40
1,90
253,00
4,58
43,70
0,32
3,44
2,95
1,68
26,84
69,02
2/2004
0,29
1,55
1,78
3,20
24,20
4,30
100,00
0,35
4,17
0,37
1,92
2,02
1,98
11,24
27,40
3/2004
0,32
6,70
13,10
2,99
22,00
1,40
219,00
2,12
26,50
0,31
2,55
1,61
2,33
23,15
59,46
5/2004
1,34
5,80
19,10
8,20
20,90
1,90
46,00
2,76
26,80
1,71
2,71
2,04
4,30
11,04
13,53
7/2004
0,98
4,30
3,20
7,90
17,50
1,08
9,30
1,44
22,60
1,33
1,76
3,92
5,40
6,21
6,75
9/2004
1,16
1,54
3,34
12,20
9,60
0,92
4,53
2,11
25,60
0,44
2,57
2,14
0,35
5,12
7,12
11/2004
1,23
1,72
6,20
8,20
16,30
1,50
1,99
2,12
17,10
1,05
2,08
1,56
1,88
4,84
5,67
53
4/2005
1,68
3,58
2,63
13,70
24,10
1,39
1,22
1,14
16,50
1,92
1,93
1,75
1,41
5,61
7,48
6/2005
1,01
5,66
2,05
6,62
10,00
0,95
4,60
1,59
14,30
1,27
5,30
22,80
4,80
6,23
6,32
8/2005
1,20
8,80
2,50
18,00
21,00
0,72
1,40
1,50
28,00
0,03
2,10
0,80
2,30
6,80
9,35
11/2005
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
*
*
Média
0,92
3,88
5,09
13,46
16,84
1,37
50,38
2,04
30,65
0,87
517,81
3,67
2,37
D.P.
0,53
2,60
5,15
11,26
6,11
0,97
83,32
1,06
27,45
0,77
1923,27
5,57
1,49
FONTE: DAAE (2006)
As concentrações de coliformes totais observados nas estações variaram em média
entre 0,87 x 10
4
NMP/100 ml e 0,50 x 10
4
NMP/100 ml. O valor menor encontrado foi de
0,03 x 10
4
NMP/100 ml (Estação 10) no período seco e valor maior de 250,0 x 10
4
(Estação
7) no período chuvoso.
Na TABELA 13 está apresentada a variação espaço temporal da concentração de
coliformes fecais (NMP/100ml).
TABELA 13 Variação espaço temporal de coliformes fecais (NMP/100mL) nas estações de
coleta.
ESTAÇÕES
E. coli
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
Média
D.P.
10/2002
0,00
0,02
1,58
7,12
4,35
0,05
2,95
0,09
20,10
0,03
0,91
0,02
0,00
2,86
5,62
5/2003
0,14
0,05
0,10
6,00
0,50
0,25
0,60
1,22
12,50
0,06
3,20
0,76
0,18
1,97
3,59
7/2003
0,00
0,03
0,01
2,60
1,10
0,02
7,10
0,21
2,10
0,01
0,70
0,05
0,02
1,07
2,01
9/2003
0,01
0,04
0,06
8,00
0,90
0,01
1,10
0,10
7,00
0,03
0,44
0,06
0,04
1,37
2,75
11/2003
0,03
4,38
0,19
0,04
4,80
0,20
111,00
0,72
11,30
0,03
0,36
0,09
0,02
10,24
30,45
2/2004
0,02
0,43
0,58
0,41
9,80
2,10
35,00
0,11
2,00
0,03
0,04
0,20
0,64
3,95
9,69
3/2004
0,03
0,90
0,80
1,40
6,80
0,20
61,00
0,46
9,60
0,09
0,26
0,19
1,21
6,38
16,67
5/2004
0,04
1,40
0,90
1,30
4,50
0,06
3,00
0,16
8,90
0,07
1,10
0,10
0,20
1,67
2,55
7/2004
0,39
0,20
0,10
1,00
5,80
0,21
0,20
0,07
2,40
0,02
0,27
0,07
0,20
0,84
1,62
9/2004
0,02
0,06
1,73
1,40
0,20
0,05
0,64
0,07
7,00
0,01
0,33
0,03
0,02
0,89
1,92
11/2004
0,14
0,15
0,60
0,70
2,60
0,21
0,61
0,33
3,50
0,05
0,04
0,03
0,03
0,69
1,09
4/2005
0,11
0,92
0,09
1,50
7,60
0,10
1,00
0,12
1,50
0,08
0,02
0,07
0,05
1,01
2,06
6/2005
0,02
1,24
0,24
2,42
0,50
0,06
0,60
0,05
2,00
0,01
0,10
0,30
0,30
0,60
0,79
8/2005
0,09
0,70
0,06
3,30
7,30
0,04
0,10
0,16
7,40
0,00
0,18
0,07
0,30
1,52
2,73
11/2005
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
*
*
Média
0,07
0,75
0,50
2,66
4,05
0,25
16,06
0,28
6,95
0,04
0,57
0,15
0,23
D.P.
0,10
1,15
0,57
2,56
3,14
0,54
32,49
0,33
5,32
0,03
0,83
0,19
0,33
Legenda: D.P. (Desvio Padrão); NR (Não Realizado).
FONTE: DAAE (2006).
54
0,0
100,0
200,0
300,0
400,0
500,0
600,0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
mm
2002
2003
2004
2005
Os coliformes fecais sofreram uma variação em média entre 0,04 x 10
4
NMP/100 ml e
16,1 x 10
4
NMP/100 ml, sendo o valor mínimo encontrado 0,001 x 10
4
NMP/100 ml (Estação
1) e o valor máximo 110,0 x 10
4
NMP/100 ml (Estação 7), ambos no período chuvoso.
Comparativamente, temos o estudo realizado por Vasconcellos (2006), sobre a
qualidade microbiológica das águas do rio São Lourenço, São Lourenço do Sul/RS, onde
foram obtidos valores médios de coliformes totais de 100,0 NMP/100 ml e coliformes fecais
1,63 NMP/100 ml, no período chuvoso, indicando certa compatibilidade entre os estudos se
associado o desvio padrão.
As características pluviométricas são, sem dúvida, uma das forças motrizes para a
variação espacial e temporal nos ambientes aquáticos.
Os dados pluviométricos, apresentados na FIGURA 19, confirmam a tendência de
precipitação característica de clima tropical, onde existe a ocorrência maior de chuvas no
período de outubro a março, com destaque para os meses de dezembro a fevereiro e, período
de seca entre os meses de abril a setembro.
FIGURA 19 - Dados pluviométricos relativos ao período de 2002 a 2005.
Fonte: DAAE (2006)
Com base nos dados pluviométricos podê-se verificar a incidência de concentrações
baixas em diversos parâmetros nos períodos de seca, principalmente nos meses de julho a
setembro, embora haja ocorrido algumas exceções.
55
0 1,6 3,2 4,8 6,4 8 9,6 11,2 12,8
-1
-0,9
-0,8
-0,7
-0,6
-0,5
-0,4
-0,3
-0,2
-0,1
0
Sim ilarity
Es t-10
Es t-1
Es t-6
Es t-2
Es t-3
Es t-8
Es t-12
Es t-13
Es t-9
Es t-11
Es t-7
Es t-4
Es t-5
7.2. Viabilidade técnica
7.2.1. Análise da qualidade hídrica da sub-bacia
Para melhor visualização da similaridade existente entre as diversas estações, os dados
históricos fornecidos pelo DAAE, foram tratados de forma estatística o que possibilitou a
elaboração de um dendograma, a partir do qual pode-se separar as estações em agrupamentos
de similaridade.
O dendograma de similaridade temporal entre as estações de coleta em função da
variação espacial dos valores médios para o período está apresentado na FIGURA 20. O
dendograma está representado por uma escala de similaridade, com base na distância
euclidiana, que varia de 0 a -0,9 utilizada para apresentação e discussão dos resultados.
FIGURA 20 Dendograma de similaridade temporal entre as estações de coleta em função da
variação espacial dos valores médios para o período de 2002 a 2005.
Os resultados da análise numérica dos dados corroboram a idéia da heterogeneidade
espacial da qualidade da água superficial na sub-bacia do ribeirão das Cruzes. Este fato é
56
compreensivo, considerando os diversos usos e ocupação do solo na região, que interferem
diretamente nas características físico-químicas da água de cada estação de amostragem.
Entretanto, a partir desse grupo maior que corresponde a todas as estações de
amostragem da sub-bacia, ramificam-se diferentes subgrupos com alta similaridade.
Pode-se verificar grande similaridade espaço-temporal nos agrupamentos representado
pelas estações próximas as nascentes, ou seja, estações 1 e 10 e no agrupamento das estações
2 e 3, ambos com similaridade próximas a -0,1.
Com o mesmo grau de similaridade dos grupos anteriormente mencionados (-0,1) está
o agrupamento das estações 12 e 13. Tal grupo o corresponde a área de nascentes, contudo,
localizam-se na área de maior vazão da bacia no rio Jacaré-Guaçú, o que provavelmente
contribui para esta similaridade.
A estação 8, comparativamente com as estações 12 e 13, apresentou grau de
similaridade de aproximadamente -0,14, embora situadas em regiões distintas da bacia.
Em outro nível de similaridade estão as estações 4, 5 e 6. A estação 6 apresenta
similaridade de -0,2 em relação ao agrupamento das estações 2 e 3. entre as estações 4 e 5,
existe um grau de similaridade de aproximadamente -0,22.
Encontra-se também em terceiro nível de similaridade nas estações da sub-bacia, que
correspondem principalmente às estações 7, 9 e 11. O grau de similaridade destas estações foi
de -0,4 para a estação 7 quando comparada as estações 4 e 5 e de aproximadamente -0,45
entre as estações 9 e 11.
Cabe a devida atenção à baixa similaridade entre as estações 9 e 11, que mesmo
tratando-se de estações seqüenciais, refletem a intensidade do impacto causado pelo
lançamento do efluente tratado da ETE. Isso pode ser explicado supostamente por fenômenos
de diluição e autodepuração do corpo d’água.
A FIGURA 21, a seguir, apresenta um mapeamento espaço-temporal de similaridade
entre as estações, onde pontos de amostragem com mesma coloração possuem o mesmo grau
de similaridade ou aproximados.
57
FIGURA 21 Mapa de similaridade espaço-temporal entre as estações (2002 a 2005).
O mapa apresentado na FIGURA 21 demonstra a heterogeneidade espacial na sub-
bacia em função da qualidade dos recursos hídricos superficiais.
Uma série de forças motrizes atua no sistema, entre elas: os tipos de fatores
geográficos, antrópicos e climáticos que podem influenciar na variação da similaridade entre
as estações da sub-bacia.
7.2.2. Parâmetros
Os parâmetros utilizados para caracterização da qualidade da água da sub-bacia do
ribeirão das Cruzes, nos períodos seco e chuvoso, seguiram as diretrizes da resolução
CONAMA 357/2005.
Contudo, dos 97 parâmetros constantes na resolução CONAMA 357/2005, apenas 3
não foram analisados, tendo sido excluídos o urânio total, densidade de cianobactérias e
clorofila-a em função da falta de estrutura laboratorial.
Na TABELA 14 a seguir, encontra-se os parâmetros que tiveram suas concentrações
detectadas pelo método utilizado. Esta TABELA inclui os parâmetros que foram detectados
em ambos os períodos ou em pelo menos um deles.
-0,1 a -0,2
-0,2 a -0,4
>-0,4
58
TABELA 14 Parâmetros que foram detectados conforme limite do método.
Parâmetro
Unidade
Limite do
Conc. da Resolução
Método
CONAMA 357/05 -
Classe IV
Óleos e graxas
mg/L
5,0
toleram-se iridescência
DBO
mg/L
<3,0
N.C.
Oxigênio dissolvido
mg/L
>0,1
>2,0 mg/L
pH
--
--
6,0 a 9,0
Sólidos
sedimentáveis
mg/L
0,1
N.C.
Sólidos totais
dissolvidos
mg/L
10,0
N.C.
Sulfatos
mg/L
1,0
N.C.
Sulfetos
mg/L
<20,0
N.C.
Surfactantes
mg/L
0,025
N.C.
Turbidez
UNT
0,01
N.C.
Cor aparente
mgPt/L
1,0
N.C.
Cloretos
mg/L
0,15
N.C.
Fluoretos
mg/L
<0,05
N.C.
Fosfato total
mg/L
10,0
N.C.
Alumínio
mg/L
<0,01
N.C.
Bário
mg/L
<0,01
N.C.
Chumbo
mg/L
<0,002
N.C.
Cromo
mg/L
<0,008
N.C.
Cobre
mg/L
<0,004
N.C.
Ferro total
mg/L
0,01
N.C.
Manganês
mg/L
0,005
N.C.
Zinco
mg/L
<0,01
N.C.
Nitrogênio
Amoniacal
mg/L
10,0
N.C.
Nitrito
mg/L
5,0
N.C.
Nitrato
mg/L
<11,0
N.C.
Coliformes totais
NMP/100ml
<1,0x10
0
N.C.
Coliformes fecais
NMP/100ml
<1,0x10
0
N.C.
Legenda: N.C. Não Consta Padrão
Dos 94 parâmetros analisados, somente em 27 parâmetros deles foram encontradas
concentrações detectáveis pela metodologia utilizada. Os outros 65 parâmetros tiveram suas
concentrações não detectadas ou não eram objetáveis, ou seja, dos parâmetros ensaiados
apenas 28,7% obtiveram alguma concentração detectada.
Os parâmetros que apresentaram algum nível de concentração foram basicamente os
mesmos em ambos os períodos, contudo, algumas exceções forma verificadas.
59
No período seco (set/2005) foram detectados concentrações de 26 parâmetros, ou seja,
todos os apresentados na TABELA 14, com exceção do parâmetro chumbo, que foi
encontrado exclusivamente no período chuvoso (mar/2006).
Com relação ao período chuvoso, foram detectadas concentrações de 25 parâmetros
que compõe a TABELA 14, excetuando-se os parâmetros sulfeto e cromo, que não foram
encontrados nesse período.
Tais divergências podem estar relacionadas, supostamente, as alterações da vazão,
condições climáticas e características sazonais das fontes de poluição (pontuais e difusas), que
afetam diretamente nas condições de qualidade das águas de uma bacia hidrográfica.
Como pode-se observar, a CONAMA 357/2005 apresenta parâmetros bastante
completos para análise das condições qualitativas dos recursos hídricos, porém, excessivos
para projetos de monitoramento, tendo em vista que, grande parte dos parâmetros
contemplados na legislação não foram detectados em diferentes períodos sazonais.
Isto decorre do fato que a presença de determinadas substâncias químicas, varia de
acordo com as características geomorfológicas, pedológicas e geotécnicas do local, além das
características de uso e ocupação do solo da região.
Diante disso, especificamente, para esta região, apenas 27 parâmetros contidos na
legislação mostraram-se suficientes para um efetivo monitoramento da qualidade da água,
tendo em vista que os demais 67 parâmetros não apresentaram resultados considerados
significativos, muitos deles não sendo nem mesmo detectados pela metodologia adotada para
análise.
7.2.3. Freqüência de amostragem
Atualmente, o monitoramento realizado pelo Departamento de Água e Esgoto de
Araraquara é realizado a cada dois meses desde 2002.
Nas FIGURAS, de 22 a 29 estão apresentados os gráficos das variações nas
concentrações dos parâmetros com base nas médias das diversas estações ao longo do
período.
60
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
out/02
dez/02
fev/03
abr/03
jun/03
ago/03
out/03
dez/03
fev/04
abr/04
jun/04
ago/04
out/04
dez/04
fev/05
abr/05
jun/05
ago/05
out/05
Período de Coleta - Mês/Ano
DBO - mg/L
Média Entre Pontos Média dos Pontos
FIGURA 22 Média das concentrações de DBO no decorrer do período.
A média das concentrações apresentadas entre as estações demonstra maior
concentração no ano de 2003 nos períodos de agosto a dezembro onde o volume
pluviométrico variaram entre 9 a 370 mm conforme dados do DAAE. Agora a média das
estações teve destaque em agosto de 2004 principalmente na estação 9 com média de 20,5
mg/L.
61
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
out/02
dez/02
fev/03
abr/03
jun/03
ago/03
out/03
dez/03
fev/04
abr/04
jun/04
ago/04
out/04
dez/04
fev/05
abr/05
jun/05
ago/05
out/05
Período de coleta - Mês/Ano
DQO - mg/L
Média Entre Pontos Média dos Pontos
FIGURA 23 Média das concentrações de DQO no decorrer do período.
Quanto ao parâmetro DQO a média das estações estão relacionadas proporcionalmente
na ordem de três vezes a concentração de DBO, demonstrando a interligação destes
parâmetros para o sistema analisado, onde com maior destaque está a estação 9 com
concentração de 74 mg/L no mesmo período de agosto de 2004.
A relação da média entre as estações encontra-se maiores concentrações nos períodos
de estiagem.
62
0,000
0,020
0,040
0,060
0,080
0,100
0,120
0,140
0,160
0,180
0,200
out/02
dez/02
fev/03
abr/03
jun/03
ago/03
out/03
dez/03
fev/04
abr/04
jun/04
ago/04
out/04
dez/04
fev/05
abr/05
jun/05
ago/05
out/05
Período de coleta - Mês/Ano
N. Nitrito - mg/L
Média Entre Pontos Média dos Pontos
FIGURA 24 Média das concentrações de nitrito no decorrer do período
A forma primeira de oxidação do nitrogênio é medido pela concentração de Nitrito nas
estações de amostragem, onde as médias tanto entre as estações quanto nos pontos amostrados
demonstraram-se abaixo do valor máximo permitido na classe III da Resolução CONAMA
357/05, onde o valor seria de 1,0 mg/L.
63
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
out/02
dez/02
fev/03
abr/03
jun/03
ago/03
out/03
dez/03
fev/04
abr/04
jun/04
ago/04
out/04
dez/04
fev/05
abr/05
jun/05
ago/05
out/05
Período de coleta - Mês/Ano
N. Nitrato - mg/L
Média Entre Pontos Média dos Pontos
FIGURA 25 Média das concentrações de nitrato no decorrer do período.
Igualando-se a forma oxidada mais estável do nitrogênio temos as concentrações de
Nitrato também estavam a baixo dos valores máximos permitidos conforme a Resolução
CONAMA 357/05 Classe III, onde o valor é de 10,0 mg/L.
Cabe destacar que as médias entre as estações variaram abaixo de 1,0 mg/L e a média
das estações não superarão a 1,5 mg/L, ressalvando ao período de fevereiro de 2004 com
concentração média de 3,9 mg/L, onde a estação 5 que encontra-se a jusante do perímetro
urbano a concentração foi de 7,6 mg/L.
64
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
out/02
dez/02
fev/03
abr/03
jun/03
ago/03
out/03
dez/03
fev/04
abr/04
jun/04
ago/04
out/04
dez/04
fev/05
abr/05
jun/05
ago/05
out/05
Período de coleta - Mês/Ano
N. Amônia - mg/L
Média Entre Pontos Média dos Pontos
FIGURA 26 Média das concentrações de amônia no decorrer do período.
O Nitrogênio Amoniacal esta relacionado a presença de material em decomposição
relativamente recente, onde em agosto de 2004 pode-se observar uma concentração de 6,0
mg/L onde esta média está relacionada na estação 9, isto é, a jusante da estação de tratamento
de esgoto. A média entre os ponto estiveram em concentrações mais elevadas no período de
estiagem e principalmente nos pontos a jusante do perímetro urbano.
65
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
out/02
dez/02
fev/03
abr/03
jun/03
ago/03
out/03
dez/03
fev/04
abr/04
jun/04
ago/04
out/04
dez/04
fev/05
abr/05
jun/05
ago/05
out/05
Período de coleta - Mês/Ano
OD - Oxigênio Dissolvido - mg/L
Média Entre Pontos Média dos Pontos
FIGURA 27 Média das concentrações de oxigênio dissolvido no decorrer do período.
A concentração de oxigênio dissolvido está diretamente ligado ao equilíbrio da vida
aquática do sistema em monitoramento, onde um dos principais agentes redutores seria a
presença de matéria orgânica, na qual é medido através da Demanda Bioquímica de Oxigênio.
A média dos pontos variaram entre 5,0 a 6,8 mg/L de oxigênio dissolvido, sendo que a
menor dia entre os pontos está na estação 11 com 3,3 mg/L onde está ligado diretamente
com a influência antrôpica em períodos chuvosos e concentração de 7,2 mg/L na estação 10.
66
0
100000
200000
300000
400000
500000
600000
out/02
dez/02
fev/03
abr/03
jun/03
ago/03
out/03
dez/03
fev/04
abr/04
jun/04
ago/04
out/04
dez/04
fev/05
abr/05
jun/05
ago/05
out/05
Período de coleta - Mês/Ano
NMP Coliformes Totais/100ml
Média Entre Pontos Média dos Pontos
NMP Coliformes Termotolerantes
0
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
160000
180000
out/02
dez/02
fev/03
abr/03
jun/03
ago/03
out/03
dez/03
fev/04
abr/04
jun/04
ago/04
out/04
dez/04
fev/05
abr/05
jun/05
ago/05
out/05
Período de coleta - Mês/Ano
NMP Coliformes
Termotolerantes/100ml
dia Entre Pontos Média dos Pontos
FIGURA 28 Média das concentrações de NMP de coliformes totais no decorrer do período.
FIGURA 29 Média das concentrações de NMP de coliformes fecais no decorrer do período.
67
Nas FIGURAS 28 e 29 estão as concentrações dos microorganismos do grupo
coliformes, onde além de indicadores de qualidade sanitária do sistema demonstram as
influencias diretas a esta sub-bacia tão importantes para o abastecimento público.
Uma maior concentração destes microorganismos foi evidenciado no final do período
chuvoso de 2004 com concentrações na ordem de 1,6E+5.
Nota-se, portanto que os parâmetros ensaiados apresentaram uma irregularidade
constante nas suas concentrações nos diversos períodos. Em muitos períodos foram
observadas tendências sazonais, com diversos picos das concentrações em determinados
momentos.
Corroborando com isso, a TABELA 15 apresenta a similaridade existente entre os
meses de coleta, o que torna possível a visualização da dinâmica ocorrida no período. Para tal
estudo, foi estabelecido a fim de comparação os valores abaixo de 0,25 como limite superior
de similaridade entre os meses. Este valor foi estabelecido com base na comparação entre esta
TABELA 15 e os resultados brutos, onde constatou-se que acima deste limite as diferenças
entre as médias se tornavam significativas.
TABELA 15 Tabela de similaridade entre os meses do período.
out/02
mai/03
jul/03
set/03
nov/03
fev/04
mar/04
mai/04
jul/04
set/04
nov/04
abr/05
jun/05
ago/05
nov/05
out/02
0
0,23
0,58
0,44
0,39
0,49
0,30
0,31
0,37
0,38
0,35
0,36
0,40
0,30
0,32
mai/03
0,23
0
0,61
0,27
0,37
0,48
0,25
0,22
0,30
0,28
0,22
0,24
0,27
0,18
0,23
jul/03
0,58
0,61
0
0,65
0,57
0,77
0,58
0,59
0,63
0,67
0,69
0,71
0,69
0,66
0,61
set/03
0,44
0,27
0,65
0
0,41
0,54
0,40
0,37
0,33
0,29
0,29
0,34
0,31
0,29
0,34
nov/03
0,39
0,37
0,57
0,41
0
0,38
0,21
0,38
0,43
0,44
0,49
0,41
0,45
0,36
0,24
fev/04
0,49
0,48
0,77
0,54
0,38
0
0,35
0,44
0,43
0,43
0,46
0,40
0,41
0,37
0,38
mar/04
0,30
0,25
0,58
0,40
0,21
0,35
0
0,25
0,38
0,38
0,38
0,33
0,37
0,27
0,16
mai/04
0,31
0,22
0,59
0,37
0,38
0,44
0,25
0
0,21
0,25
0,25
0,24
0,26
0,22
0,29
jul/04
0,37
0,30
0,63
0,33
0,43
0,43
0,38
0,21
0
0,11
0,22
0,24
0,22
0,24
0,37
set/04
0,38
0,28
0,67
0,29
0,44
0,43
0,38
0,25
0,11
0
0,19
0,22
0,19
0,22
0,35
nov/04
0,35
0,22
0,69
0,29
0,49
0,46
0,38
0,25
0,22
0,19
0
0,20
0,15
0,16
0,33
abr/05
0,36
0,24
0,71
0,34
0,41
0,40
0,33
0,24
0,24
0,22
0,20
0
0,12
0,13
0,30
jun/05
0,40
0,27
0,69
0,31
0,45
0,41
0,37
0,26
0,22
0,19
0,15
0,12
0
0,16
0,33
ago/05
0,30
0,18
0,66
0,29
0,36
0,37
0,27
0,22
0,24
0,22
0,16
0,13
0,16
0
0,21
nov/05
0,32
0,23
0,61
0,34
0,24
0,38
0,16
0,29
0,37
0,35
0,33
0,30
0,33
0,21
0
Fonte: DAAE (2006); PAST (2007).
68
Como pode-se observar, existe baixa similaridade entre os diversos meses estudados,
descaracterizando evidência nítidas de influências sazonais, climáticas e outras decorrentes
das mudanças de dinâmica ocorridas no decorrer do ano.
Tal fato pode ser verificado, como exemplo, nos meses de julho, onde foi encontrada
baixa similaridade entre os anos de 2003 e 2004. Também no mês de setembro, encontram-se
divergências, pois, o mês de setembro de 2003 não apresenta similaridade com nenhum outro
mês estudado, enquanto o mês de setembro de 2004 apresentou similaridade com os meses de
novembro de 2004 e abril, junho e agosto de 2005.
Isto se deve principalmente, ao fato de os fatores que influenciam nesta dinâmica
serem inconstantes ao longo do ano, podendo variar a todo momento em escala regional e até
mesmo local.
7.2.4. Análise das estações de amostragem
Existem hoje, 13 estações de amostragem distribuídas nos diversos corpos d’água
existentes na sub-bacia, que são monitorados pelo Departamento de Água e Esgoto de
Araraquara. Entre elas estão as estações 1, 2, 3, 4, 5, 8, 9, 11 no ribeirão das Cruzes, as
estações 6 e 7 no córrego Paiol, a estação 10 no córrego Lageado e as estações 12 e 13 no rio
Jacaré-Guaçú.
Na TABELA 16 está apresentada a similaridade existente entre as estações localizadas
no ribeirão das Cruzes, quanto mais próximo de zero estiver os resultados maior similaridade
entre as estações.
TABELA 16 Tabela de similaridade entre as estações de amostragem no ribeirão das
Cruzes.
Estação 1
Estação 2
Estação 3
Estação 4
Estação 5
Estação 8
Estação 9
Estação 11
Estação 1
0
0,47241
0,35678
1,2009
0,91003
0,74643
1,2261
0,99776
Estação 2
0,47241
0
0,32038
0,84336
0,72994
0,49778
1,0177
0,9344
Estação 3
0,35678
0,32038
0
0,91228
0,70973
0,49898
1,0492
0,89677
Estação 4
1,2009
0,84336
0,91228
0
0,77784
0,65151
0,9675
1,1879
Estação 5
0,91003
0,72994
0,70973
0,77784
0
0,59589
0,52692
0,5761
Estação 8
0,74643
0,49778
0,49898
0,65151
0,59589
0
0,82101
0,84003
Estação 9
1,2261
1,0177
1,0492
0,9675
0,52692
0,82101
0
0,5198
Estação 11
0,99776
0,9344
0,89677
1,1879
0,5761
0,84003
0,5198
0
69
Como pode-se ver, é baixa a similaridade entre as estações no ribeirão das Cruzes. As
estações 1, 2 e 3, como era esperado e evidenciado na TABELA 16, mostraram-se as mais
similares, devido à localização da estação 3 na nascente e as demais a sua jusante. A partir
daí, o ribeirão começa a sofrer interferências antrópicas mais acentuadas devida a
urbanização, o que gera uma maior degradação de sua qualidade.
A diferença de similaridade existente entre as estações 3 (nascente) e 5 (fim do trecho
urbano), demonstra a ocorrência da variação da qualidade da água em conseqüência dos
fatores degradantes urbanos, por isso, tais estações são estratégicas na verificação da interação
do uso e ocupação do solo na qualidade dos recursos hídricos.
Outro fato importante de ser observado, diz respeito às estações 8 e 9. Observa-se
neste trecho uma diferença de similaridade elevada entre as estações apesar de encontrarem-se
a poucos metros uma da outra. Isto torna de fácil visualização o efeito do despejo de efluentes
tratados da ETE de Araraquara.
Com relação às demais estações da bacia, têm-se na TABELA 17 a similaridade
existente entre as estações do córrego Paiol e rio Jacaré-Guaçú.
TABELA 17 Tabela de similaridade entre as estações de amostragem do córrego Paiol e rio
Jacaré-Guaçú.
Paiol - 2005
Paiol – 2006
Estação 6
Estação 7
Estação 6
Estação 7
Estação 6
0
0,93054
Estação 6
0
0,57306
Estação 7
0,93054
0
Estação 7
0,57306
0
Jacaré – Guaçu - 2005
Jacaré – Guaçu – 2006
Estação 12
Estação 13
Estação 12
Estação 13
Estação 12
0
0,80745
Estação 12
0
0,56753
Estação 13
0,80745
0
Estação 13
0,56753
0
Nota-se que é baixa a similaridade entre as estações durante os dois períodos de
amostragem, principalmente no período seco (set/2005).
No córrego Paiol a diferença de similaridade justifica-se, pela distância de
aproximadamente 3,5 km, na qual o córrego sofre a influência de carreamento de materiais e
também à influência urbana do município de Araraquara, que contribui muito com à poluição
difusa.
70
o rio Jacaré-Guaçu entre as duas estações de amostragem, sofre interferência da foz
do ribeirão das Cruzes, portanto, a diferença de similaridade entre as estações é compreensível
e justificável.
No córrego Lageado existe apenas uma estação de amostragem considerada suficiente
devido à pouca importância estratégica da área, que, neste local, não ocorre captação de
água para abastecimento, despejo de efluentes, além de localizar-se na zona rural do
município.
7.3. Viabilidade legal
Segundo o decreto n° 10.755/76, sobre o enquadramento dos corpos d’água, o ribeirão
das Cruzes é classificado como classe IV. Com isso, através deste estudo, pudemos confirmar,
esta classificação, pois, a sub-bacia do ribeirão das Cruzes apresentou, na grande maioria dos
pontos, características de corpo d’água classe IV, com exceção da estação 1 no período seco,
que apresentou característica de classe III.
Essa classificação foi atingida, devido, principalmente, aos valores do parâmetro
Alumínio, que variou entre as classes III e IV nas estações no período seco e manteve
características de rio classe IV em todas as estações no período chuvoso.
Este parâmetro, assim como o Ferro, mostrou concentrações elevadas nas estações
localizadas em áreas rurais e urbanas. Isso pressupõe que a alta concentração destes
compostos pode ser originária de fontes naturais da região, contudo, isto não desconsidera a
possibilidade de que a influência antrópica esteja contribuindo com a elevação destes valores.
Outro parâmetro com resultados significativos foi a Demanda Bioquímica de Oxigênio
(DBO), que apresentou suas concentrações mais elevadas no período chuvoso, com valores
que variaram entre 11,7 mg/L e 20,9 mg/L, ou seja, caracterizado para corpos d’água de
classe IV.
Sendo a Demanda Bioquímica de Oxigênio definida como a quantidade de oxigênio
necessário para a oxidação bioquímica das substâncias oxidáveis, pode-se dizer que esta
influência diretamente na concentração de oxigênio existente no meio.
Isso explica as variações que ocorreram no Oxigênio Dissolvido dos corpos d’água da
sub-bacia. No período chuvoso, que apresentou as maiores concentrações da DBO, a taxa de
oxigênio dissolvido nos corpos d’água foi menor, variando entre 2,5 mg/L e 6,8 mg/L. no
período seco, que apresentou as menores concentrações da DBO, a taxa de Oxigênio
71
dissolvido nos corpos d’água da sub-bacia foi maior, variando entre 2,8 e 7,8 mg/L, sendo que
a maioria das estações apresentaram valores acima de 7,0 mg/L.
Corroborando com isso, Campagna (2005), em seu estudo no rio Monjolinho,
verificou um decréscimo na concentração de oxigênio dissolvido e um aumento da DBO pelo
aporte de efluentes industriais e esgotos sanitários no trecho entre a nascente e o rio
Mineirinho, sendo possível observar uma leve recuperação de oxigênio nos trechos a jusante.
Para os parâmetros Nitrogênio Amoniacal e Nitrato na estação 9, sobre a influência do
despejo de efluentes da ETE, os valores apresentados foram significativos em ambos os
períodos, sendo os efeitos da influência da ETE, com relação a este parâmetro, são notados
também na estação 11 a jusante da estação descrita anteriormente.
A concentração do grupo de bactérias denominadas “coliformes” constituí o indicador
de contaminação fecal mais utilizado, sendo empregado, como parâmetro bacteriológico
básico, na definição de padrões para monitoramento da qualidade das águas destinadas ao
consumo humano, bem como, para caracterização e avaliação da qualidade as águas em geral.
Este parâmetro também apresentou concentrações elevadas em todos os corpos d’água
da sub-bacia, evidenciando a contaminação fecal das águas da região. Este fato, mostrou-se,
novamente, mais relevante no período chuvoso, provavelmente devido a fenômenos de
transporte de substâncias que ocorre nas precipitações, decorrentes do escoamento superficial
em áreas rurais e urbanas.
Além destes, outros parâmetros apresentaram valores significativos, especialmente de
determinadas estações e períodos.
Como exemplo, tem-se o Chumbo que apresentou concentrações de 0,02 a 0,06 mg/L,
no período chuvoso, nas estações 6 e 7 e o Cobre, que apresentou concentrações de 0,02 mg/L
no período chuvoso na estação 8. Contudo, os metais em geral não apresentaram valores de
concentrações relevantes.
Neste mesmo sentido, Tomazelli (2003) em seu estudo comparativo das concentrações
de cádmio, chumbo e mercúrio em seis bacias hidrográficas do estado de São Paulo,
encontrou valores que mostravam baixas concentrações dos metais Cádmio e Chumbo na
coluna d’água, tanto nas formas dissolvidas quanto particuladas.
A FIGURA 30, a seguir, mostra a classificação de cada estações de amostragem da
sub-bacia e nas TABELAS 18 e 19 pode-se observar a planilha com todos os resultados
significativos dos períodos seco e chuvoso, bem como, a classificação de cada estação.
72
FIGURA 30 Classificação das estações
Nas TABELAS 18 e 19 a seguir, pode-se observar a planilha com todos os resultados
significativos dos períodos seco e chuvoso, bem como, a classificação de cada estação.
73
TABELA 18 Classificação das estações de amostragem no período seco.
74
TABELA 19 Classificação das estações de amostragem no período chuvoso.
75
Segundo a resolução CONAMA 357/2005, a classificação das águas é essencial à
defesa de seus níveis de qualidade, avaliados por condições e padrões específicos, de modo a
assegurar seus usos preponderantes, baseado não necessariamente em seu estado atual, mas
nos níveis de qualidade que deveria possuir para atender as necessidades da comunidade.
Neste estudo observou-se que na maioria das estações de amostragem os corpos
d’água da sub-bacia mantiveram as características sicas, químicas e biológicas de um rio
classe IV segundo a resolução CONAMA 357/2005, o que demonstra os resultados de
qualidade de água alcançados são compatíveis com sua atual classificação.
Contudo, nota-se que o enquadramento dos corpos d’água na classe descrita na
legislação, nem sempre é possível de ser mantida. Como exemplo, podemos citar a estação 1
que apresentou resultados que caracterizam um rio de classe III.
Neste caso específico, o resultado em desacordo com a classificação atual não
apresenta problemas, pois, observou-se uma melhoria na qualidade da água de acordo com a
classificação descrita no decreto 10.755/77, ou seja, o corpo d’água foi enquadrado em uma
classe mais restritiva em nível de qualidade do que a recomendada atualmente.
Este fato assegura os múltiplos usos das águas da sub-bacia, conforme descrito na lei
da Política Nacional dos Recursos Hídricos, possibilitando a utilização destes recursos para
usos mais nobres que requerem um nível de qualidade das águas mais elevado.
7.4. Análise econômica do projeto de monitoramento
Um dos fatores mais relevantes na construção de uma rede de monitoramento
relaciona-se ao custo das análises dos parâmetros, por limitar o projeto aos recursos
existentes.
Isto se deve principalmente ao custo das análises, que pode chegar a US$ 1.409,29
dólares para cada ponto de amostragem para os parâmetros da CONAMA 357/2005.
Para realização das análises de todos os parâmetros da CONAMA 357, o custo total é
de US$ 18.320,83 dólares (R$ 2,1690), para 13 pontos de amostragem. O cálculo deste valor
pode ser observado no ANEXO A.
Contudo, considerando-se apenas os parâmetros propostos no item 3.1 (parâmetros
que apresentaram resultados significativos em pelo menos um período) o custo cai para US$
2.822,72 dólares nos mesmos os 13 pontos de amostragem, ou seja, uma diferença de
aproximadamente 84,6%, conforme mostra a TABELA 20.
76
TABELA 20 Valor economizado com a redução dos parâmetros.
CONAMA
PARÂMETROS
VALOR
%
COMPLETA
SIGNIFICATIVOS
ECONOMIZADO
ECONOMIA
p/ 13 pontos
US$18.320,83
US$2.822,72
US$15.498,11
84,59
p/ 10 pontos
US$14.092,95
US$2.171,32
US$11.921,63
(*) Valor do dólar em 05/10/2006 às 13:49 (R$ 2,169)
Fonte: LACI (2006)
Por outro lado, à exclusão das estações que apresentam informações redundantes
(pontos 1, 2 e 4), descritos no item anterior, reduziram a rede de monitoramento para 10 as
estações de amostragem, com isso, os custos com o projeto se tornariam mais viável.
Considerando a nova situação com a existência de 10 pontos, o custo da CONAMA
completa seria de 14.092,95 dólares. Já a análise apenas das estações significativos custariam
2.171,32 dólares, ou seja, uma economia de 23,08% em relação ao custo de 13 pontos. O
cálculo destes custos podem ser observados na TABELA 21, a seguir:
TABELA 21 Valor economizado com a redução de estações
p/ 13 pontos
p/ 10 pontos
Valor Economizado
% Economia
CONAMA COMPLETA
US$18.320,83
US$14.092,95
US$4.227,88
23,08
PARÂMETROS SIGNIFICATIVOS
US$2.822,72
US$2.171,32
US$651,40
(*) Valor do dólar em 05/10/2006 às 13:49 (R$ 2,169)
Fonte: LACI (2006)
7.5. Proposta de Monitoramento
A utilização dos parâmetros da CONAMA 357/2005 neste estudo vem fornecer aporte
técnico e legal para as considerações abordadas no decorrer da seção, dando condições para
realização de uma proposta para um plano de gerenciamento integrado de recursos hídricos a
ser discutido posteriormente.
Além disso, deve-se considerar a questão econômica que se torna mais viável, pois
nota-se que apenas 28,7% dos parâmetros analisados obtiveram sua concentração detectada, o
que reduziria consideravelmente a quantidade de parâmetros a serem analisados e ao mesmo
tempo mantendo a confiabilidade do estudo e tornando-a financeiramente mais viável.
77
Diante disso, propõe-se que em estudos posteriores sejam utilizados apenas os
parâmetros classificados como significativos no decorrer do estudo, com exceção dos casos
em que haja necessidade de estudos específicos de alguns poluentes e casos de suspeita de
contaminação.
Com relação à quantidade e localização das estações de amostragem, baseado nas
planilhas de similaridades apresentadas, pode-se considerar que são suficientes para os
objetivos de monitoramento da qualidade dos recursos hídricos.
Contudo, algumas estações merecem maior ateão devido a sua importância
estratégica, como por exemplo, a estação 3 e 5. Essas estações são consideradas estratégicas,
pois, constituem respectivamente, a nascente do ribeirão das Cruzes e o trecho onde termina a
interferência do ambiente urbano neste mesmo ribeirão.
Entre as estações encontram-se também as estações 1, 2 e 4, porém, tais estações, ao
contrário das estações 3 e 5, possuem um posição estratégica menos importantes, pois, devido
a proximidade existente entre elas, podem apresentar resultados redundantes, além de que
apenas as estações 3 e 5 são suficientes para demonstrar a influência urbana do techo.
A fim de otimizar o monitoramento e reduzir os custos, propõem-se a exclusão das
estações 1, 2 e 4, referentes ao techo acima descrito, da rede de monitoramento, reduzindo a
quantidade total de estações de 13 para 10 estações em toda sub-bacia.
Verificando a freqüência em que as amostragens são realizadas observou-se nas
planilhas de similaridades, obtida com base na comparação entre os períodos de amostragem,
que à similaridade existente é baixa, ou seja, os parâmetros sofrem variações significativas ao
longo do período de estudo.
Com isso, a redução da freqüência de amostragem poderia levar a perdas de
informações importantes para o monitoramento, enquanto o aumento da freência poderia
gerar resultados redundantes, além de possivelmente, inviabilizar o projeto.
Contudo, um trecho que merece destaque, no que diz respeito a freqüência, é o trecho
entre as estações 8 e 9, pois, neste local ocorre o despejo do efluente tratado a ETE,
constituindo, portanto, o trecho com maior potencial poluidor da sub-bacia.
Diante disso, propõe-se que o monitoramento seja realizado mensalmente, pois, as
condições do corpo d’água no local estão sujeitas a variações constantes diretamente
relacionadas à eficiência do sistema de tratamento.
Considerando apenas as 27 variáveis, que correspondem aos 27,8% acima
mencionado, e a redução de 13 para 10 pontos de amostragem o custo do projeto se reduziria
em 88,15% em relação ao projeto inicial, ou seja, o projeto seria otimizado e viabilizado
78
criando a possibilidade de um monitoramento mais efetivo devido a disponibilidade de
recurso.
79
8. CONCLUSÃO
Existe grande dificuldade, por parte dos gestores dos recursos hídricos, na seleção dos
parâmetros para monitoramento. Isso se deve ao fato das particularidades existentes em cada
região que, conseqüentemente, pode ocasionar a presença de alguns parâmetros e ausência de
outros.
Pode-se observar que a resolução CONAMA 357/2005, constituí-se uma ferramenta
eficaz para identificação qualitativa e quantitativa da qualidade da água e classificação do
corpo d’água em categorias específicas de acordo com as concentrações dos diferentes
parâmetros.
Porém, tal resolução mostra-se inviável para aplicação em redes de monitoramento
devido ao alto custo de realização das análises dos diversos parâmetros, além de que muitos
parâmetros mostraram-se desnecessários para a realidade local, considerando-se as
características da região.
Portanto, no caso de utilização da CONAMA para planos de monitoramento, é
necessário que antes se faça uma adaptação dos parâmetros para a condição da região
estudada, a fim de otimizar o projeto e viabilizá-lo.
Por isso, neste estudo buscou-se abordar de forma abrangente os diversos parâmetros
que poderiam interferir na qualidade das águas por meio da resolução CONAMA 357/2005, a
fim de estudar as concentrações dos diversos parâmetros nos períodos secos e chuvoso.
Desta forma, foi possível verificar quais parâmetros são verdadeiramente necessários
para o efeito diagnóstico da qualidade dos recursos hídricos da região.
Como foi visto durante o estudo, o custo de realização da CONAMA é muito alto,
porém, acessível quando é realizada sua adaptação através da exclusão de parâmetros
desnecessários.
Outro fator de grande relevância a ser considerado é a localização das estações de
amostragem, pois, sabe-se que o excesso de pontos de amostragem ao longo de um trecho,
pode oferecer informações redundantes para o objetivo proposto, além de encarecer o projeto.
O contrário também deve ser observado, ou seja, a falta de pontos de amostragem pode
significar a perda informações importantes para situação, tornando o projeto de
monitoramento deficiente.
Este caso pode ser observado durante o trabalho, em um dos trechos estudados que
apresentava um excesso de pontos, que traziam informações redundantes para o projeto.
80
A redundância de informações pode ser provocada também pela freqüência de
amostragem. Este fator deve ser observado com cuidado, pois, assim como na localização das
estações, uma freqüência muito alta de amostragem pode causar a redundância de
informações e freqüências muito baixas, a perda de informações.
Deste modo a freqüência de amostragem deve ser definida de modo que possam ser
observadas as variações sazonais e temporais dos diversos parâmetros analisados.
Este fator, além de exercer influência na qualidade das informações, possui reflexos
evidentes no custo analítico, portanto, é preponderante para a viabilização do projeto de
monitoramento.
Na construção da rede de monitoramento, é importante a observação de todos os
fatores acima, a fim de reduzir os custos do projeto, pois, a viabilidade deste, depende
diretamente dos recursos disponíveis para sua realização.
81
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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<http://www.ana.gov.br/Institucional/default.asp>. Acesso em: 19/07/06.
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th
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82
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87
ANEXO A Orçamento para análise das variáveis da resolução CONAMA 357/2005.
88
Orçamento da CONAMA 357/2005 completa para 13 pontos
Parâmetros
Quantidade
Valor Unit.
Valor total
Valor em dólar
(*)
Edrin (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
Heptacloro e Heptacloro Epoxido (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
Hexaclorobenzeno (µg/L)
13
R$ 42,00
R$ 546,00
$251,73
Lindano (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
Metaxicloro (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
Toxafeno (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
1,1 Dicloroeteno (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
1,2 Dicloroetano (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
Tetracloreto de Carbono (µg/L)
13
R$ 42,00
R$ 546,00
$251,73
Tetracloroeteno (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
Tricloroeteno (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
2,4,6 Triclorofenol (µg/L)
13
R$ 60,00
R$ 780,00
$359,61
Pentaclorofenol (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
Aldrin e Dieldrin (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
Clordano (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
DDT/DDE (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
Odor
13
R$ 1,50
R$ 19,50
$8,99
Óleos e Graxas (mg/L)
13
R$ 25,00
R$ 325,00
$149,84
Oxigênio Dissolvido (mg/L)
13
R$ 12,00
R$ 156,00
$71,92
Prata (mg/L)
13
R$ 20,00
R$ 260,00
$119,87
pH
13
R$ 6,00
R$ 78,00
$35,96
Selênio (mg/L)
13
R$ 29,00
R$ 377,00
$173,81
Sólidos Sedimentáveis (ml/L)
13
R$ 10,00
R$ 130,00
$59,94
Sólidos Totais Dissolvidos (mg/L)
13
R$ 18,00
R$ 234,00
$107,88
Alumínio (mg/L)
13
R$ 20,00
R$ 260,00
$119,87
Sulfatos (mg/L)
13
R$ 14,00
R$ 182,00
$83,91
Sulfetos (mg/L)
13
R$ 12,00
R$ 156,00
$71,92
Surfactantes (ATA) - (mg/L)
13
R$ 24,00
R$ 312,00
$143,85
Arsênio (mg/L)
13
R$ 25,00
R$ 325,00
$149,84
Turbidez (UNT)
13
R$ 8,50
R$ 110,50
$50,95
Zinco (mg/L)
13
R$ 20,00
R$ 260,00
$119,87
Bário (mg/L)
13
R$ 21,50
R$ 279,50
$128,86
Boro (mg/L)
13
R$ 20,00
R$ 260,00
$119,87
Benzeno (mg/L)
13
R$ 42,00
R$ 546,00
$251,73
Benzeno-a-Pireno (µg/L)
13
R$ 89,00
R$ 1.157,00
$533,43
Cádmio (mg/L)
13
R$ 20,00
R$ 260,00
$119,87
Endossulfan (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
Antimónio (mg/L)
13
R$ 23,30
R$ 302,90
$139,65
PCB`S (µg/L)
13
R$ 51,00
R$ 663,00
$305,67
Demeton (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
89
Gution (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
Malation (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
Paration (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
Carbaril (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
Dodecacloro + Nanocloro (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
Cobalto (mg/L)
13
R$ 20,00
R$ 260,00
$119,87
Vanádio (mg/L)
13
R$ 20,00
R$ 260,00
$119,87
Lítio (mg/L)
13
R$ 20,00
R$ 260,00
$119,87
Diclorometano (mg/L)
13
R$ 60,00
R$ 780,00
$359,61
Berílio (mg/L)
13
R$ 20,00
R$ 260,00
$119,87
2,4,5 STP (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
2,4,5 T (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
Urânio Total (mg/L)
13
R$ 40,00
R$ 520,00
$239,74
Chumbo (mg/L)
13
R$ 20,00
R$ 260,00
$119,87
Cianetos (mg/L)
13
R$ 25,00
R$ 325,00
$149,84
2,4 D (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
Acrimilamida (µg/L)
13
R$ 30,00
R$ 390,00
$179,81
Estireno (mg/L)
13
R$ 35,00
R$ 455,00
$209,77
Triclorobenzenos (mg/L)
13
R$ 35,00
R$ 455,00
$209,77
Cloretos (mg/L)
13
R$ 14,00
R$ 182,00
$83,91
Atrazina (µg/L)
13
R$ 30,00
R$ 390,00
$179,81
Glifosato (µg/L)
13
R$ 30,00
R$ 390,00
$179,81
Metolacloro (µg/L)
13
R$ 30,00
R$ 390,00
$179,81
Simazina (µg/L)
13
R$ 30,00
R$ 390,00
$179,81
Trifluralina (µg/L)
13
R$ 30,00
R$ 390,00
$179,81
Etilbenzeno (µg/L)
13
R$ 35,00
R$ 455,00
$209,77
Tolueno (µg/L)
13
R$ 35,00
R$ 455,00
$209,77
Cor Aparente
13
R$ 6,00
R$ 78,00
$35,96
Xileno (µg/L)
13
R$ 35,00
R$ 455,00
$209,77
Cobre (mg/L)
13
R$ 20,00
R$ 260,00
$119,87
Cloro combinado (mg/L)
13
R$ 6,00
R$ 78,00
$35,96
Densidade de Cianobactérias
13
R$ 320,00
R$ 4.160,00
$1.917,93
Cloro Residual Livre (mg/L)
13
R$ 6,00
R$ 78,00
$35,96
Benzo-a-Antraceno (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
Benzo-k-Fluorantraceno (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
Benzo-b-h-Antraceno (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
Criseno (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
Clorofila-a (µg/L)
13
R$ 60,00
R$ 780,00
$359,61
Tributilestanho (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
Benzidina (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
DBO (mg/L)
13
R$ 40,00
R$ 520,00
$239,74
Clorofenol (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
Indeno (µg/L)
13
R$ 36,00
R$ 468,00
$215,77
Fenóis (mg/L)
13
R$ 17,00
R$ 221,00
$101,89
Ferro Total (mg/L)
13
R$ 20,00
R$ 260,00
$119,87
90
Fluoretos (mg/L)
13
R$ 12,00
R$ 156,00
$71,92
Fosfato Total (mg/L)
13
R$ 12,00
R$ 156,00
$71,92
Manganês (mg/L)
13
R$ 20,00
R$ 260,00
$119,87
Mercúrio (mg/L)
13
R$ 28,00
R$ 364,00
$167,82
Cromo (mg/L)
13
R$ 20,00
R$ 260,00
$119,87
Níquel (mg/L)
13
R$ 20,00
R$ 260,00
$119,87
Nitrogênio Amoniacal (mg/L)
13
R$ 13,35
R$ 173,55
$80,01
Nitrito (NO
2
) - (mg/L)
13
R$ 9,68
R$ 125,84
$58,02
Nitrato (NO
3
) - (mg/L)
13
R$ 11,43
R$ 148,59
$68,51
Temperatura amostra (ºC)
13
R$ 1,50
R$ 19,50
$8,99
Coliformes Totais (NMP/100ml)
13
R$ 24,00
R$ 312,00
$143,85
Coliformes Fecais (NMP/100ml)
13
R$ 24,00
R$ 312,00
$143,85
Total
R$ 3.056,76
R$ 39.737,88
$18.320,83
(*) Valor do dólar em 05/10/2006 às 13:49 hrs (R$ 2,1690)
FONTE: LACI (Laboratório de Análises Químicas e Controle Industrial) - out/2006
91
Orçamento da CONAMA 357/2005 completa para 10 pontos
Parâmetros
Quantidade
Valor Unit.
Valor total
Valor em dólar
(*)
Edrin (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
Heptacloro e Heptacloro Epoxido (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
Hexaclorobenzeno (µg/L)
10
R$ 42,00
R$ 420,00
$193,64
Lindano (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
Metaxicloro (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
Toxafeno (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
1,1 Dicloroeteno (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
1,2 Dicloroetano (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
Tetracloreto de Carbono (µg/L)
10
R$ 42,00
R$ 420,00
$193,64
Tetracloroeteno (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
Tricloroeteno (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
2,4,6 Triclorofenol (µg/L)
10
R$ 60,00
R$ 600,00
$276,63
Pentaclorofenol (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
Aldrin e Dieldrin (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
Clordano (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
DDT/DDE (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
Odor
10
R$ 1,50
R$ 15,00
$6,92
Óleos e Graxas (mg/L)
10
R$ 25,00
R$ 250,00
$115,26
Oxigênio Dissolvido (mg/L)
10
R$ 12,00
R$ 120,00
$55,33
Prata (mg/L)
10
R$ 20,00
R$ 200,00
$92,21
pH
10
R$ 6,00
R$ 60,00
$27,66
Selênio (mg/L)
10
R$ 29,00
R$ 290,00
$133,70
Sólidos Sedimentáveis (ml/L)
10
R$ 10,00
R$ 100,00
$46,10
Sólidos Totais Dissolvidos (mg/L)
10
R$ 18,00
R$ 180,00
$82,99
Alumínio (mg/L)
10
R$ 20,00
R$ 200,00
$92,21
Sulfatos (mg/L)
10
R$ 14,00
R$ 140,00
$64,55
Sulfetos (mg/L)
10
R$ 12,00
R$ 120,00
$55,33
Surfactantes (ATA) - (mg/L)
10
R$ 24,00
R$ 240,00
$110,65
Arsênio (mg/L)
10
R$ 25,00
R$ 250,00
$115,26
Turbidez (UNT)
10
R$ 8,50
R$ 85,00
$39,19
Zinco (mg/L)
10
R$ 20,00
R$ 200,00
$92,21
Bário (mg/L)
10
R$ 21,50
R$ 215,00
$99,12
Boro (mg/L)
10
R$ 20,00
R$ 200,00
$92,21
Benzeno (mg/L)
10
R$ 42,00
R$ 420,00
$193,64
Benzeno-a-Pireno (µg/L)
10
R$ 89,00
R$ 890,00
$410,33
Cádmio (mg/L)
10
R$ 20,00
R$ 200,00
$92,21
Endossulfan (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
Antimónio (mg/L)
10
R$ 23,30
R$ 233,00
$107,42
PCB`S (µg/L)
10
R$ 51,00
R$ 510,00
$235,13
Demeton (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
Gution (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
Malation (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
Paration (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
92
Carbaril (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
Dodecacloro + Nanocloro (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
Cobalto (mg/L)
10
R$ 20,00
R$ 200,00
$92,21
Vanádio (mg/L)
10
R$ 20,00
R$ 200,00
$92,21
Lítio (mg/L)
10
R$ 20,00
R$ 200,00
$92,21
Diclorometano (mg/L)
10
R$ 60,00
R$ 600,00
$276,63
Berílio (mg/L)
10
R$ 20,00
R$ 200,00
$92,21
2,4,5 STP (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
2,4,5 T (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
Urânio Total (mg/L)
10
R$ 40,00
R$ 400,00
$184,42
Chumbo (mg/L)
10
R$ 20,00
R$ 200,00
$92,21
Cianetos (mg/L)
10
R$ 25,00
R$ 250,00
$115,26
2,4 D (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
Acrimilamida (µg/L)
10
R$ 30,00
R$ 300,00
$138,31
Estireno (mg/L)
10
R$ 35,00
R$ 350,00
$161,36
Triclorobenzenos (mg/L)
10
R$ 35,00
R$ 350,00
$161,36
Cloretos (mg/L)
10
R$ 14,00
R$ 140,00
$64,55
Atrazina (µg/L)
10
R$ 30,00
R$ 300,00
$138,31
Glifosato (µg/L)
10
R$ 30,00
R$ 300,00
$138,31
Metolacloro (µg/L)
10
R$ 30,00
R$ 300,00
$138,31
Simazina (µg/L)
10
R$ 30,00
R$ 300,00
$138,31
Trifluralina (µg/L)
10
R$ 30,00
R$ 300,00
$138,31
Etilbenzeno (µg/L)
10
R$ 35,00
R$ 350,00
$161,36
Tolueno (µg/L)
10
R$ 35,00
R$ 350,00
$161,36
Cor Aparente
10
R$ 6,00
R$ 60,00
$27,66
Xileno (µg/L)
10
R$ 35,00
R$ 350,00
$161,36
Cobre (mg/L)
10
R$ 20,00
R$ 200,00
$92,21
Cloro combinado (mg/L)
10
R$ 6,00
R$ 60,00
$27,66
Densidade de Cianobactérias
10
R$ 320,00
R$ 3.200,00
$1.475,33
Cloro Residual Livre (mg/L)
10
R$ 6,00
R$ 60,00
$27,66
Benzo-a-Antraceno (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
Benzo-k-Fluorantraceno (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
Benzo-b-h-Antraceno (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
Criseno (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
Clorofila-a (µg/L)
10
R$ 60,00
R$ 600,00
$276,63
Tributilestanho (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
Benzidina (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
DBO (mg/L)
10
R$ 40,00
R$ 400,00
$184,42
Clorofenol (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
Indeno (µg/L)
10
R$ 36,00
R$ 360,00
$165,98
Fenóis (mg/L)
10
R$ 17,00
R$ 170,00
$78,38
Ferro Total (mg/L)
10
R$ 20,00
R$ 200,00
$92,21
Fluoretos (mg/L)
10
R$ 12,00
R$ 120,00
$55,33
Fosfato Total (mg/L)
10
R$ 12,00
R$ 120,00
$55,33
Manganês (mg/L)
10
R$ 20,00
R$ 200,00
$92,21
Mercúrio (mg/L)
10
R$ 28,00
R$ 280,00
$129,09
Cromo (mg/L)
10
R$ 20,00
R$ 200,00
$92,21
Níquel (mg/L)
10
R$ 20,00
R$ 200,00
$92,21
93
Nitrogênio Amoniacal (mg/L)
10
R$ 13,35
R$ 133,50
$61,55
Nitrito (NO
2
) - (mg/L)
10
R$ 9,68
R$ 96,80
$44,63
Nitrato (NO
3
) - (mg/L)
10
R$ 11,43
R$ 114,30
$52,70
Temperatura amostra (ºC)
10
R$ 1,50
R$ 15,00
$6,92
Coliformes Totais (NMP/100ml)
10
R$ 24,00
R$ 240,00
$110,65
Coliformes Fecais (NMP/100ml)
10
R$ 24,00
R$ 240,00
$110,65
Total
R$ 3.056,76
R$ 30.567,60
$14.092,95
(*) Valor do dólar em 05/10/2006 às 13:49 hrs (R$ 2,1690)
FONTE: LACI (Laboratório de Análises Químicas e Controle Industrial) - out/2006
94
Orçamento dos parâmetros mais significativos da CONAMA 357/2005 para 13 pontos
Parâmetros
Quantidade
Valor unit.
Valor Total
Valor em dólar
(*)
Óleos e Graxas (mg/L)
13
R$ 25,00
R$ 325,00
$149,84
Oxigênio Dissolvido (mg/L)
13
R$ 12,00
R$ 156,00
$71,92
pH
13
R$ 6,00
R$ 78,00
$35,96
Sólidos Sedimentáveis (ml/L)
13
R$ 10,00
R$ 130,00
$59,94
Sólidos Totais Dissolvidos (mg/L)
13
R$ 18,00
R$ 234,00
$107,88
Alumínio (mg/L)
13
R$ 20,00
R$ 260,00
$119,87
Sulfatos (mg/L)
13
R$ 14,00
R$ 182,00
$83,91
Sulfetos (mg/L)
13
R$ 12,00
R$ 156,00
$71,92
Surfactantes (ATA) - (mg/L)
13
R$ 24,00
R$ 312,00
$143,85
Turbidez (UNT)
13
R$ 8,50
R$ 110,50
$50,95
Zinco (mg/L)
13
R$ 20,00
R$ 260,00
$119,87
Bário (mg/L)
13
R$ 21,50
R$ 279,50
$128,86
Cloretos (mg/L)
13
R$ 14,00
R$ 182,00
$83,91
Cor Aparente
13
R$ 6,00
R$ 78,00
$35,96
Cobre (mg/L)
13
R$ 20,00
R$ 260,00
$119,87
Cloro combinado (mg/L)
13
R$ 6,00
R$ 78,00
$35,96
Cloro Residual Livre (mg/L)
13
R$ 6,00
R$ 78,00
$35,96
DBO (mg/L)
13
R$ 40,00
R$ 520,00
$239,74
Ferro Total (mg/L)
13
R$ 20,00
R$ 260,00
$119,87
Fluoretos (mg/L)
13
R$ 12,00
R$ 156,00
$71,92
Fosfato Total (mg/L)
13
R$ 12,00
R$ 156,00
$71,92
Manganês (mg/L)
13
R$ 20,00
R$ 260,00
$119,87
Cromo (mg/L)
13
R$ 20,00
R$ 260,00
$119,87
Nitrogênio Amoniacal (mg/L)
13
R$ 13,35
R$ 173,55
$80,01
Nitrito (NO
2
) - (mg/L)
13
R$ 9,68
R$ 125,84
$58,02
Nitrato (NO
3
) - (mg/L)
13
R$ 11,43
R$ 148,59
$68,51
Temperatura amostra (ºC)
13
R$ 1,50
R$ 19,50
$8,99
Coliformes Totais (NMP/100ml)
13
R$ 24,00
R$ 312,00
$143,85
Coliformes Fecais (NMP/100ml)
13
R$ 24,00
R$ 312,00
$143,85
Chumbo (mg/L)
13
R$ 20,00
R$ 260,00
$119,87
Total
R$ 470,96
R$ 6.122,48
$2.822,72
(*) Valor do dólar em 05/10/2006 às 13:49 hrs (R$ 2,1690)
FONTE: LACI (Laboratório de Análises Químicas e Controle Industrial) - out/2006
95
Orçamento dos parâmetros mais significativos da CONAMA 357/2005 para 10 pontos
Parâmetros
Quantidade
Valor unit.
Valor Total
Valor em dólar
(*)
Óleos e Graxas (mg/L)
10
R$ 25,00
R$ 250,00
$115,26
Oxigênio Dissolvido (mg/L)
10
R$ 12,00
R$ 120,00
$55,33
pH
10
R$ 6,00
R$ 60,00
$27,66
Sólidos Sedimentáveis (ml/L)
10
R$ 10,00
R$ 100,00
$46,10
Sólidos Totais Dissolvidos (mg/L)
10
R$ 18,00
R$ 180,00
$82,99
Alumínio (mg/L)
10
R$ 20,00
R$ 200,00
$92,21
Sulfatos (mg/L)
10
R$ 14,00
R$ 140,00
$64,55
Sulfetos (mg/L)
10
R$ 12,00
R$ 120,00
$55,33
Surfactantes (ATA) - (mg/L)
10
R$ 24,00
R$ 240,00
$110,65
Turbidez (UNT)
10
R$ 8,50
R$ 85,00
$39,19
Zinco (mg/L)
10
R$ 20,00
R$ 200,00
$92,21
Bário (mg/L)
10
R$ 21,50
R$ 215,00
$99,12
Cloretos (mg/L)
10
R$ 14,00
R$ 140,00
$64,55
Cor Aparente
10
R$ 6,00
R$ 60,00
$27,66
Cobre (mg/L)
10
R$ 20,00
R$ 200,00
$92,21
Cloro combinado (mg/L)
10
R$ 6,00
R$ 60,00
$27,66
Cloro Residual Livre (mg/L)
10
R$ 6,00
R$ 60,00
$27,66
DBO (mg/L)
10
R$ 40,00
R$ 400,00
$184,42
Ferro Total (mg/L)
10
R$ 20,00
R$ 200,00
$92,21
Fluoretos (mg/L)
10
R$ 12,00
R$ 120,00
$55,33
Fosfato Total (mg/L)
10
R$ 12,00
R$ 120,00
$55,33
Manganês (mg/L)
10
R$ 20,00
R$ 200,00
$92,21
Cromo (mg/L)
10
R$ 20,00
R$ 200,00
$92,21
Nitrogênio Amoniacal (mg/L)
10
R$ 13,35
R$ 133,50
$61,55
Nitrito (NO
2
) - (mg/L)
10
R$ 9,68
R$ 96,80
$44,63
Nitrato (NO
3
) - (mg/L)
10
R$ 11,43
R$ 114,30
$52,70
Temperatura amostra (ºC)
10
R$ 1,50
R$ 15,00
$6,92
Coliformes Totais (NMP/100ml)
10
R$ 24,00
R$ 240,00
$110,65
Coliformes Fecais (NMP/100ml)
10
R$ 24,00
R$ 240,00
$110,65
Chumbo (mg/L)
10
R$ 20,00
R$ 200,00
$92,21
Total
R$ 470,96
R$ 4.709,60
$2.171,32
(*) Valor do dólar em 05/10/2006 às 13:49 hrs (R$ 2,1690)
FONTE: LACI (Laboratório de Análises Químicas e Controle Industrial) - out/2006
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