RESUMO
O gás natural é um combustível fóssil, versátil e que pode ser usado em diversas
aplicações. Em função de suas qualidades; seu uso está sendo incentivado pelos setores
público e privado em todo o mundo. É uma alternativa ao petróleo, uma commodity barata e
um combustível ambientalmente correto. A distribuição de gás é tecnicamente complexa e
demanda investimentos altos e de longo prazo. Uma solução adotada para superar algumas
destas dificuldades e objeto deste estudo é chamada de gás natural comprimido ou GNC. Esta
pesquisa objetiva explorar os fatores que conduzem as empresas que fornecem serviços ou
equipamentos para distribuição de GNC à internacionalização; e ainda, as diferentes forças
que exercem influência sobre este processo. Sobretudo, faz parte do intuito deste trabalho
indicar a estratégia de entrada em mercados externos para pequenas firmas envolvidas com
esta solução tecnológica. A literatura foi dividida em áreas que respondem os objetivos
principais. O tópico de razões para a internacionalização explica se essa decisão faz sentido
para a empresa através da análise dos condutores para este processo. O segundo tópico
introduz o leitor à análise das forças dinâmicas de negócios internacionais, e explica como
estas forças influenciam a escolha do modo de entrada em um mercado externo. Finalmente, a
terceira parte descreve as estratégias de entrada; e os modelos de internacionalização mais
relevantes para esta dissertação. A estratégia de pesquisa adotada é um estudo de casos. Os
casos investigados foram a experiência da Neogas entrando nos mercados brasileiro e chinês,
e da Galileo entrando em diversos mercados externos. Os dados primários foram coletados
através de entrevistas. Para dar contexto ao assunto, foi buscada literatura adicional sobre a
indústria do gás natural e o ambiente de negócios neste setor no Brasil e ainda, sobre a
tecnologia do GNC. Foi descoberto que as razões para internacionalização do GNC são
diretamente relacionadas às razões para a internacionalização do gás natural. Portanto,
enquanto houver fatores que conduzem a utilização do gás globalmente, haverá razões para
internacionalizar o GNC. No entanto, como é uma alternativa à distribuição tradicional,
precisa focar em mercados emergentes que não tenham infra-estrutura de gasoduto e com gás
natural de baixo custo. A escolha da do modo de entrada depende principalmente da estratégia
da empresa, dos recursos que a empresa tem disponíveis e dos fatores de produção interno e
externos. Uma empresa comercializando equipamentos e ou serviços de GNC precisa ter um
mínimo de proximidade com o mercado externo. Além disso, deve tirar vantagem da
combinação entre os modos de entrada e da variação entre eles. Os negócios dependem de
parcerias e relacionamentos pessoais que contribuem na superação de limitações de pequenas
firmas. Finalmente, foi concluído que a internacionalização de empresas é afetada
constantemente por forças conflitantes e que o estudo da intensidade de seu impacto nos
negócios pode ser o tópico de estudos futuros.
Palavras-chave: Internacionalização. Gás Natural Comprimido. Modo de Entrada.