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“(...) o programa contribuiu muito pouco para reverter a imagem
das empresas químicas canadenses junto à opinião pública (...)
mas não estamos muito preocupados com este fato, a ênfase é
melhorar a imagem junto ao público alvo: comunidade e
governo.” (3° CONGRESSO DE ATUAÇÃO RESPONSÁVEL®,
São Paulo, 1999, apud DEMAJOROVIC et al., 2006, p.108).
Para alcançar os objetivos propostos pelo programa, no entanto, a iniciativa
depende de que as práticas nas áreas de meio ambiente, saúde e segurança
se tornem uniformes ou semelhantes nos diversos países produtores, incluindo
os países em desenvolvimento. Concretamente, o programa Atuação
Responsável® constitui uma campanha de relações públicas integrada, uma
vez que favoreceu aproximação e cooperação entre competidores. Mas, acima
de tudo, o programa é a defesa de uma ideologia que procura eliminar as
contradições inerentes ao desenvolvimento do setor. Ressaltando a
importância da responsabilidade empresarial, divulga a idéia de que apenas as
empresas que incorporarem a abordagem de prevenção à poluição calcada na
preocupação com a qualidade ambiental, com a saúde ocupacional e com a
segurança industrial conseguirão sobreviver no novo contexto. O ponto
nevrálgico desta ideologia, porém, concebe como contexto ideal para as
empresas uma política voluntária das organizações para prevenção da poluição
aliada a uma menor intervenção estatal, como pode ser observado em relatório
produzido pelo ICCA em 1999:
“Talvez a conquista recente mais notável da indústria química
japonesa englobe um dos principais objetivos do programa
Atuação Responsável® - melhoria voluntária do desempenho
das operações químicas nas áreas de saúde, segurança e
meio ambiente. Em abril de 1997, a lei japonesa de controle de
poluição foi revista, estipulando que as emissões de 12
substâncias químicas estarão sujeitas aos esforços de redução
voluntária das próprias empresas nos próximos três anos. Os
resultados apurados até o momento indicam que a emissão
das 12 substâncias foi reduzida
quando comparada ao ano
base de 1995 e que, no final de 1998, estas já haviam
superado as metas propostas: aldeído acético (redução de
47% contra a meta de 30%); 1,2 dicloroetano (redução de
43,8% contra a meta de 30%); diclorometano (redução de
22,1% contra a meta de 20%); e formaldeído (redução de 63%
contra uma meta de 30%).” (ICCA, 1999: 03 apud
DEMAJOROVIC et al., 2006, p.105).