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músculos superficiais principalmente nos que passam por duas articulações, tais
como os músculos reto femoral, semitendinoso e gastrocnêmio (Huard et al., 2002;
Järvinen et al., 2005; Toumi et al., 2006).
A lesão muscular envolve uma série de processos no tecido, principalmente a
degeneração intrínseca da fibra muscular e destruição da lâmina basal, o que
caracteriza uma desorganização das miofibrilas nos sarcômeros, ruptura de
mitocôndrias e retículos sarcoplasmáticos, descontinuidade do sarcolema,
alterações dos níveis de cálcio, autodigestão e morte celular (Tidball, 1995; Huard
et al., 2002; Oliveira, 2004).
O que distingue a cicatrização músculo esquelética da cicatrização de lesão
óssea é que a cicatrização músculo esquelética se dá através do processo de
reparo, e a cura óssea pelo processo de regeneração. A maioria dos tecidos do
corpo, ao serem lesados apresentaram cicatriz, ou seja, o tecido resultante do
processo de cicatrização é diferente do anterior à lesão, ao considerarmos um osso
que quebra, o tecido cicatrizado é idêntico ao existente antes da lesão (Järvinen et
al., 2005).
A cicatrização da lesão músculo esquelética segue completamente um padrão
constante, sem relação à causa (contusão, tensão ou laceração) (Järvinen et al.,
2005). No processo cicatricial têm sido identificadas três fases: inflamatória, de
regeneração e fibrose, conforme demonstra a figura 1.
A primeira fase, inflamatória ou fase de destruição é caracterizada pela ruptura
e proteção à necrose das miofibrilas, pela formação de hematoma e pela reação
inflamatória. O inicio da reação inflamatória é amplificado pelas células satélites
que através da liberação de substâncias químicas para as partes necrosadas das
miofibrilas, aumentam o extravasamento de células inflamatórias. Após a lesão