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CARLOS AUGUSTO PESTANA RODRIGUES
ESTUDO DA ADOÇÃO DAS MELHORES PRÁTICAS EM TI – ITIL E
INTEGRAÇÃO COM A METODOLOGIA DE GESTÃO E AVALIAÇÃO DE
DESEMPENHO BSC
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em
Engenharia de Produção da Universidade Federal
Fluminense, como requisito parcial para a
obtenção do Grau de Mestre em Engenharia de
Produção. Área de Concentração: Tecnologia,
Inovação e Trabalho.
Orientador: Prof. José Manoel Carvalho de Mello, Ph.D.
Niterói
2006
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1
R696 Rodrigues, Carlos Augusto Pestana.
Estudo da adoção das melhores práticas em TI – ITIL e integração
com a metodologia de gestão e avaliação de desempenho BSC /
Carlos Augusto Pestana Rodrigues. – Niterói, RJ : [s.n.], 2006.
172 f.
Orientador: José Manoel Carvalho de Mello.
Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) -
Universidade Federal Fluminense, 2006.
1. Tecnologia da informação. 2. Avaliação de desempenho. 3.
Governança. I. Título.
CDD 658.4038011
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CARLOS AUGUSTO PESTANA RODRIGUES
ESTUDO DA ADOÇÃO DAS MELHORES PRÁTICAS DE TI – ITIL E
INTEGRAÇÃO COM A METODOLOGIA DE GESTÃO E AVALIAÇÃO DE
DESEMPENHO BSC
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em
Engenharia de Produção da Universidade Federal
Fluminense, como requisito parcial para a
obtenção do Grau de Mestre em Engenharia de
Produção. Área de Concentração: Tecnologia,
Inovação e Trabalho.
Aprovada em 19 de dezembro de 2006.
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________________________
Prof. José Manoel Carvalho de Mello, Ph.D. – Orientador
Universidade Federal Fluminense
___________________________________________________________________________
Prof. Fernando Toledo Ferraz, D.Sc.
Universidade Federal Fluminense
___________________________________________________________________________
Prof. Lia Hasenclever, D.Sc.
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Niterói
2006
3
Dedico este trabalho aos meus queridos filhos Amanda e o
pequeno e recém-chegado Carlos Augusto, que sempre serão a fonte de
minha motivação para superação dos desafios.
A minha mãe Rosinha (
in memorian
), por toda a dedicação e
pelo exemplo, que me fizeram chegar até aqui.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço o apoio de todos os amigos e colegas de trabalho em todas as organizações
consultadas, que, além de compartilhar os desafios normais de trabalho, contribuíram com
suas opiniões, críticas e visões durante a pesquisa.
Agradecimento especial ao meu orientador, Dr. José Manoel, pela oportunidade de
compartilhar toda sua experiência, e pelo apoio e estímulo para o término desta dissertação.
5
RESUMO
O presente trabalho se propõe a apresentar um estudo e proposta de integração das
melhores práticas em Tecnologia da Informação definidas pela organização internacional
OGC
(Office of Governant Commerce)
, designadas e definidas em sua metodologia ITIL
(IT
Infrastructure Library)
, com a conceituada metodologia e o modelo do
Balanced Scorecard
de Kaplan e Norton (1997), no que diz respeito a Governança de TI e a atual situação da
gestão e medição dos resultados da adoção das melhores práticas em TI (ITIL)
nas
organizações. Cada vez mais as organizações se posicionam como tendo a Tecnologia da
Informação como fator estratégico e necessário para a melhoria de seu desempenho e
competitividade no mundo dos negócios. Apesar desta consideração estratégica e dos
investimentos cada vez mais representativos em TI, nem sempre existe uma avaliação dos
resultados alcançados por TI no desempenho estratégico das organizações. Existe uma grande
dificuldade na aferição e controle de produtos e serviços de TI, ao mesmo tempo em que
surge um consenso de que as adoções das melhores práticas em TI produzem os melhores
resultados. Baseado nestas premissas, esta dissertação tem os seguintes objetivos: avaliar o
atual estágio de adoção das melhores práticas em TI nas organizações com atuação no país e
avaliar o modelo BSC de gestão e avaliação estratégica de desempenho como um possível
instrumento de medição dos resultados da adoção das melhores práticas de TI. Para
corroboração das hipóteses levantadas é realizada uma pesquisa de campo entre
representativas empresas de atuação nacional de vários segmentos que utilizam e/ou provêem
produtos e/ou serviços de TI. As hipóteses foram testadas através da análise e comparação dos
resultados obtidos e como produto e contribuições finais são apresentadas um cenário atual do
mercado corporativo das organizações quanto à integração da melhores práticas em TI, da
metodologia BSC e a situação atual de medição para a aferição contínua dos resultados da
adoção das melhores práticas pelas organizações.
Palavras-chaves
: Governança, Tecnologia da Informação, Melhores Práticas, ITIL,
Gestão Estratégica e BSC
6
ABSTRACT
The present work is a study and proposal of integration of the best practical in
Information Technology defined by international organization OGC (Office of Governant
Commerce), assigned and defined in its methodology ITIL (IT Infrastructure Library), with
the appraised methodology and the model of the Balanced Scorecard by Kaplan e Norton
(1997), in what it says about the Governance of Information Technology and the current
situation of the management and measurement about the results of the adoption of the best
practical in Information Technology – ITIL in the organizations. Each time, more and more
organizations are showing as having the Information Technology of the strategical and
necessary factor for the improvement of its performance and competitiveness in the world of
the businesses. Although this strategical consideration and the more representative
investments in Information Technology, nor always exists an evaluation of the results reached
for Information Technology in the strategical performance of the organizations. It exist a great
difficulty in the gauging and control of the products and services of Information Technology,
at the same time where a consensus appears that the adoptions of the best practical in
Information Technology produce the best ones resulted. Based in these premises, this work
has the following objectives: to evaluate the current level of the adoption of the best practical
in Information Technology – ITIL in the organizations with operations in our country and to
evaluate the management model BSC of strategical evaluation of performance as a possible
instrument of measurement of the results of the adoption of the best practical of Information
Technology – ITIL. To support of the raised hypotheses, a field research between
representatives companies with national performance, in some segments that use, provide
products and/or services with Information Technology. The hypotheses had been tested
through the analysis and comparison of the gotten results and as product and final
contributions are presented a current scene of the corporative market of the organizations
about how much to the integration of the best practical in Information Technology,
methodology BSC and the current situation of measurement for the continuous gauging of the
results of the adoption of the best practical – ITIL by the organizations.
Key words
: Governance, Information Technology, Best Practices, ITIL,
Strategical Management and Balanced Scorecard
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Divisão dos trabalhos pesquisados por assunto pesquisado............................... 26
Figura 2 – Divisão dos trabalhos pesquisados por ano de publicação ................................26
Figura 3 – Divisão dos trabalhos pesquisados por tipo de publicação................................27
Figura 4 – Modelo de Alinhamento..................................................................................... 30
Figura 5 – Processos da metodologia ITIL.......................................................................... 34
Figura 6 – Os Níveis Hierárquicos da Informação..............................................................41
Figura 7 – A Equação de Valor de um Sistema de Informação ..........................................42
Figura 8 – Modelo de Alinhamento para Implementação dos Planos de Negócio e TI......45
Figura 9 – Funções da disciplina Entrega de Serviços........................................................ 48
Figura 10 – Funções da disciplina Suporte a Serviços........................................................ 48
Figura 11 – Dimensões do BSC .......................................................................................... 51
Figura 12 – Questões Relacionadas às Dimensões do BSC................................................52
Figura 13 – Organização Orientada para a Estratégia......................................................... 55
Figura 14 – O
Balanced Scorecard
– Medidas de Desempenho.........................................61
Figura 15 – Direcionamento pelas Estratégias....................................................................62
Figura 16 – Ligando medições à estratégia.........................................................................63
Figura 17 – As Quatro Perspectivas do
Balanced Scorecard
..............................................64
Figura 18 – Gerenciando a Estratégia: Quatro Perspectivas. ..............................................66
Figura 19 – Exemplo de Relacionamento entre Medidas de Desempenho de um
Balanced
Scorecard
......................................................................................................................68
Figura 20 – Mapa Estratégico do
Balanced Scorecard
....................................................... 70
Figura 21 – Tradução da missão em resultados desejados..................................................71
Figura 22 – Os princípios da uma organização focada na estratégia...................................72
Figura 23 – A Maioria das Empresas Introduziu o
Scorecard
para direcionar partes do
Processo de Gerenciamento Estratégico.
......................................................................74
Figura 24 – Razões para o
Balanced Scorecard
..................................................................75
Figura 25 – Estrutura do ITIL .............................................................................................84
Figura 26 – Adesão ao ITIL – América do Norte................................................................85
Figura 27 – Modelo Genérico de Processos........................................................................86
Figura 28 – Modelo do ITIL................................................................................................88
Figura 29 – Relacionamento entre os processos (suporte a serviços) ITIL.........................90
Figura 30 – Relação Erro X Problema.................................................................................92
Figura 31 – Programa de Melhoria Contínua de Serviços.................................................100
Figura 32 – Modelo de Maturidade para Gerenciamento de Serviços de TI.....................101
Figura 33 – Ciclo de Deming X ITIL X ITSM..................................................................102
Figura 34 – O método Hipotético-Dedutivo segundo Popper.......................................... 109
Figura 35 – Aplicação do Método Hipotético-Dedutivo ao presente estudo .................... 110
Figura 36 – Níveis do Processo de Auto-avaliação........................................................... 115
Figura 37 – Organizações Consultadas por segmento....................................................... 125
Figura 38 – Organizações Consultadas por Origem Capital .............................................125
Figura 39 – Organizações Consultadas por Segmento x Origem Capital.........................126
Figura 40 – Participação das Organizações Consultadas por Porte...................................126
Figura 41 – Organizações Consultadas por Segmento x Porte.......................................... 127
Figura 42 – Participação dos Profissionais x Atuação ...................................................... 127
Figura 43 – Profissionais Consultados x Segmento..........................................................128
Figura 44 – Participação das Organizações Consultados.................................................. 129
Figura 45 – Participação das Organizações Consultados x Segmento..............................130
8
Figura 46 – Participação dos Profissionais de TI Consultados ......................................... 131
Figura 47 – Participação dos Profissionais de Outras Áreas Consultados........................132
Figura 48 – Q1 Enviados x Recebidos ..............................................................................134
Figura 49 – Distribuição das Organizações pelos Níveis de Maturidade..........................135
Figura 50 – Q2 Enviados x Recebidos ..............................................................................137
Figura 51 – Distribuição das Organizações pelas Qualificações BSC.............................. 138
Figura 52 – Q3 Enviados x Recebidos ..............................................................................140
Figura 53 – Distribuição das Organizações pelas Qualificações de Utilização de Indicadores
para a Gestão do ITIL
.................................................................................................141
Figura 54 – Relação ISO 20000 x BS 15000 x ITIL.........................................................148
Figura 55 – Dilema: Adoção Melhores Práticas x Resultados para o Negócio.................149
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Comparação entre a era industrial e a era do conhecimento .............................32
Tabela 2 – Os processos de Suporte a Serviços do ITIL.....................................................89
Tabela 3 – Os processos de Entrega de Serviços do ITIL...................................................94
Tabela 4 – Relacionamento das hipóteses com as questões-chave e referencial teórico .. 103
Tabela 5 – Matriz com os instrumentos de pesquisa, questões-chave e as hipóteses........118
Tabela 6 – Matriz de Qualificação de Respostas para Q2 e Q3........................................ 121
Tabela 7 Universo pesquisado e sua distribuição Segmento x Organizações x
Profissionais
................................................................................................................124
Tabela 8 – Quantitativo das Respostas Obtidas das Organizações ................................... 128
Tabela 9 – Percentual das Respostas Obtidas das Organizações.......................................129
Tabela 10 – Quantitativo das Respostas Obtidas dos Profissionais.................................. 130
Tabela 11 – Percentual das Respostas Obtidas dos Profissionais ..................................... 131
Tabela 12 – Quantitativo das Respostas Obtidas para Q1................................................. 133
Tabela 13 – Grau de Maturidade ITIL das Organizações ................................................. 135
Tabela 14 – Quantitativo das Respostas Obtidas para Q2................................................. 136
Tabela 15 – Qualificação da Utilização do BSC para a Gestão de TI...............................137
Tabela 16 – Quantitativo das Respostas Obtidas para Q3................................................. 139
Tabela 17 – Qualificação da Utilização de Indicadores para a Gestão do ITIL................ 141
Tabela 18 – Hipóteses X Plausibilidade............................................................................145
Tabela 19 – Abordagem SLM-BSC ..................................................................................151
10
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABM Activity Based Management
BDGC Banco de Dados do Gerenciamento da Configuração
BSC Balanced Scorecard
BSD Biblioteca de Software Definitivo
CAB Change Advisory Board
CCM Conselho de Controle de Mudança
CCTA Computer and Telecommunications Agency
CE Conselho de Emergência
CMM Capability Maturity Model
CRM Customer Relationship Management
DHD Depósito de Hardware Definitivo
ERP Enterprise Resources Planning
IC Itens de configuração
ISACA Information Systems Audit and Control Association
ISO International Standard Organization
ITIL Information Tecnology Infrastructure Library
ITSCM IT service continuity management (gerenciamento de continuidade de
serviços de TI)
itSMF IT Service Manage Forum
MIT Massachusetts Institute of Technology
MIT Sloan Sloan School of Management at the Massachusetts Institute of Technology
(Escola de Administração do Massachusetts Institute of Technology)
OGC Office of Govemment Commerce
PDCA Plan, Do, Check, Act (Ciclo de Deming)
PMS Plano de melhoria dos serviços
PUC-RJ Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
RdM Requisição de Mudança
RfC Request for Change
ROI Taxa de retorno de investimento
SAC Sistema de Atendimento a Clientes
SISBI Sistema de Bibliotecas
SLA Service Level Agreement
SLM Service Level Management
SLO Service Level Operation
SLR Service Level Requirement
SPICE Software Process Improvement Capability dEtermination
11
TF Tempo de Falha
TI Tecnologia da Informação
TQM Gerenciamento da Qualidade Total
TSA Tempo de Sistema Ativo
12
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
............................................................................................................14
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS................................................................................. 14
1.2 OBJETIVOS DO ESTUDO ...................................................................................... 15
1.3 JUSTIFICATIVA...................................................................................................... 16
1.4 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DA PESQUISA............................................... 17
1.5 HIPÓTESE E QUESTÕES ....................................................................................... 18
1.6 ESBOÇO DA METODOLOGIA.............................................................................. 20
1.7 DELIMITAÇÃO PRELIMINAR DO ESTUDO ...................................................... 20
1.8 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ........................................................................ 21
1.9 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 22
2 REVISÃO DA LITERATURA
...................................................................................23
2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS................................................................................. 23
2.2 OBJETIVOS DA REVISÃO DE LITERATURA .................................................... 23
2.3 METODOLOGIA UTILIZADA............................................................................... 24
2.4 PESQUISA NAS BIBLIOTECAS DAS UNIVERSIDADES.................................. 24
2.5 FERRAMENTAS NACIONAIS DE PESQUISA NA INTERNET......................... 25
2.6 FERRAMENTAS INTERNACIONAIS DE PESQUISA NA INTERNET ............. 25
2.7 PRÉ-ANÁLISE ......................................................................................................... 25
2.8 CONCLUSÕES DA PRÉ-ANÁLISE ....................................................................... 28
2.9 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA LITERATURA........................................................... 29
2.10 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 58
3 REFERENCIAL TEÓRICO
.......................................................................................59
3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS................................................................................. 59
3.2 METODOLOGIA BSC (
BALANCED SCORECARD
) ............................................. 59
3.3 METODOLOGIA ITIL (IT INFRASTRUCTURE LIBRARY)............................... 84
3.4 RELACIONAMENTO DAS HIPÓTESES COM O REFERENCIAL TEÓRICO 103
3.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................. 105
4 METODOLOGIA
......................................................................................................106
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS............................................................................... 106
4.2 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 106
4.3 TIPO DE PESQUISA.............................................................................................. 107
4.4 MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO.................................................................. 108
4.5 PROCEDIMENTOS E TÉCNICAS........................................................................ 111
4.6 POPULAÇÃO E AMOSTRA................................................................................. 111
4.7 INSTRUMENTOS DE MEDIDA UTILIZADOS.................................................. 112
4.8 COLETA DE DADOS ............................................................................................ 117
13
4.9 RELAÇÕES ENTRE HIPÓTESES, QUESTÕES-CHAVE E INSTRUMENTOS DE
MEDIDA........................................................................................................................... 117
4.10 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS ........................................................ 119
4.11 CONSOLIDAÇÃO DOS RESULTADOS.............................................................. 121
4.12 LIMITAÇÕES DO MÉTODO................................................................................ 122
4.13 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................. 122
5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
...................................123
5.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS............................................................................... 123
5.2 ANÁLISE DOS DADOS E VALIDADE DA AMOSTRA.................................... 123
5.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS E TESTES DAS HIPÓTESES .......................... 133
5.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................. 142
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
...............................................................
143
6.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS............................................................................... 143
6.2 CONCLUSÃO SOBRE A PLAUSIBILIDADE DAS HIPÓTESES...................... 143
6.3 PREVISÕES POSSÍVEIS E PLAUSÍVEIS............................................................ 145
6.4 CONTRIBUIÇÃO-CHAVE DO CONJUNTO DO TRABALHO ......................... 146
6.5 A ISO 20000............................................................................................................ 146
6.6 NOVAS CONTRIBUIÇÕES E MODELOS QUE PODEM SER
DESENVOLVIDOS
......................................................................................................... 148
6.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................. 152
7 REFERÊNCIAS
.........................................................................................................153
8 ANEXOS – QUESTIONÁRIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
..................................158
8.1
QUESTIONÁRIO 1 ................................................................................................ 158
8.2
QUESTIONÁRIO 2 ................................................................................................ 162
8.3
QUESTIONÁRIO 3 ................................................................................................ 166
9 ÍNDICE REMISSIVO DE AUTORES CITADOS
.................................................171
14
1 INTRODUÇÃO
1.1
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A utilização da tecnologia de informação dentro das organizações sofreu consideráveis
mudanças nos últimos anos. Onde a tecnologia de informação era vista como um centro de
custo usado primariamente para automatizar tarefas de escritório, hoje veio a se tornar a chave
estratégica de desempenho, competitividades e inovação nos negócios das organizações,
necessária para agregar novos valores aos clientes. A expansão desta utilização e dependência
requer uma abordagem integrada e padronizada das práticas de TI – Tecnologia da
Informação e um mecanismo de controle e aferição dos resultados alcançados, alinhados com
a estratégia das organizações.
A proposta deste trabalho é apresentar um estudo da adoção das melhores práticas em
TI – Information Tecnology Infrastructure Library (ITIL) proposto pela OGC, da metodologia
de gestão e avaliação de desempenho BSC, propondo uma reflexão sobre a avaliação de
resultados da adoção das melhores práticas de TI.
Este capítulo tem o objetivo de apresentar o ambiente em que a pesquisa está inserida,
conceitos básicos, delimitação do escopo, objetivos e hipóteses. A adoção das melhores
práticas em TI, designadas como ITIL, é a chave para entender o quanto à eficiente e eficaz
utilização da tecnologia da informação é fundamental para o sucesso dos negócios das
organizações.
Nas últimas décadas, as empresas têm focado os seus esforços no processo de
informatização como diferencial tecnológico, gestão e muitas vezes de marketing. Como
conseqüência houve uma grande expansão dos parques de microcomputadores e redes,
trazendo grande agilidade aos processos produtivos e administrativos, permitindo às empresas
a implantação de novos softwares capazes de agilizar e automatizar seus processos.
15
À procura de respostas que possam viabilizar seus investimentos em informática, os
executivos debatem-se em diversas questões da missão e estratégia de suas organizações, que
podem estar não na tecnologia em si. A gestão da tecnologia da informação dentro das
empresas se torna cada vez mais complexa, exigindo tempo e recursos que nem sempre
resultam em benefícios, podendo-se inclusive, entrar em uma espiral de custos, pela freqüente
necessidade e atualização tecnológica.
Desta forma, num esforço internacional, procurou-se estudar e definir as melhores
práticas em tecnologia da informação, se preconizando que sua adoção traria os melhores
resultados em termos de benefícios e custos da utilização da Tecnologia da Informação.
Este trabalho então, procura realizar um estudo do atual nível de reconhecimento e
adoções destas ditas melhores praticam em Tecnologia da Informação, conhecida como ITIL,
nas organizações de atuação no mercado nacional. Mas como se preconiza que esta adoção
traz os melhores resultados, este trabalho também questiona e realiza um estudo sobre a
gestão de performance da Tecnologia da Informação sob o aspecto de que se está ou não se
medindo na prática os resultados alcançados pela adoção do ITIL. Como alternativa de
integração destes pontos, abordamos a conceituada metodologia do
Balanced Scorecard –
BSC
de gestão estratégica de performance e resultados das organizações, aproveitando para
pesquisar seu atual nível de adoção e demonstrar que o BSC pode ser uma alternativa viável
para a gestão estratégica de performance e resultados da área de Tecnologia da Informação e
suas melhores práticas, já num alinhamento de TI com o negócio.
Empresas que anteciparem o poder da TI terão o controle da situação.
Empresas que não o fizerem serão forçadas a aceitar as mudanças iniciadas
por outras empresas e se encontrarão em desvantagem competitiva.
(PORTER e MILLAR, 1985).
1.2
OBJETIVOS DO ESTUDO
O objetivo deste trabalho é apresentar primeiramente um estudo do nível da adoção
das melhores práticas em Tecnologia da Informação preconizadas no ITIL nas organizações
que operam no país e avaliar se está sendo medindo e avaliando o resultado desta adoção ao
nível estratégico. Em linha com a necessidade de medição e avaliação estratégica de
resultados, é estudado o nível da atual adoção e utilização do BSC como metodologia e
16
ferramenta de estratégica de avaliação do desempenho de TI, respondendo as seguintes
questões:
a)
Estão as organizações adotando e praticando as ditas melhores práticas em
Tecnologia da Informação?
b)
A implantação das ditas melhores práticas em TI estão sendo medidas e avaliado
os seus resultados?
1.3
JUSTIFICATIVA
O presente trabalho de dissertação torna-se justificável, pelos seguintes motivos:
a)
Ordem Pessoal
A partir do estudo e pesquisa sobre o nível da adoção das melhores práticas de TI nas
organizações o autor teve a oportunidade de estudar e aprofundar-se no assunto e
metodologias de gestão e governança de TI. O surgimento de novas práticas de governança
despertou ainda mais este interesse e proporcionou a oportunidade de comparar as atuais
práticas de gestão com as novas metodologias vigentes.
Esta pesquisa foi de grande enriquecimento pessoal e profissional, uma vez que o
autor teve a oportunidade de alinhar conhecimentos técnicos práticos a uma abordagem
estratégica de gerenciamento de TI.
b)
Ordem Institucional
Muitas empresas de grande porte hoje estão totalmente dependentes de sistemas de
informação para a tomada de decisões críticas de crescimento. O custo e a qualidade na
manutenção operacional e evolutiva destes sistemas, cada vez mais se tornam significativa e
importante para a própria gestão da organização.
Usando as melhores práticas da indústria incluindo a biblioteca de infra-estrutura de
serviços de tecnologia de informação (ITIL), as soluções de gerência de serviço e gerência de
recursos estruturam os principais processos de TI permitindo rapidamente alinhar serviços e
recursos às necessidades atuais e futuras do negócio, ajudando os clientes a melhorar a
qualidade do seu serviço, reduzir o custo de propriedade a longo prazo e ainda melhorar a taxa
de retorno de investimento (ROI).
17
A adoção das melhores práticas em Tecnologia da Informação pressupõe que a
organização está realizando da forma mais eficiente e eficaz a gestão destes recursos e com
isso trazendo melhores resultados e vantagem competitiva. As empresas que podem não estar
adotando ou em um nível muito baixo desta adoção, podem estar em desvantagem
competitiva e com altos custos e ineficiência na gestão de TI.
c)
Ordem Prática
Contribuir para o amadurecimento do estudo e adoção das melhores práticas de
governança de TI nas organizações e avaliar a medição da eficácia destas metodologias.
d)
Ordem Teórica
Contribuir para testar o nível de adoção das melhores práticas de TI e a integração dos
princípios da metodologia BSC –
Balanced Scorecard –
como instrumento de avaliação e
gestão dos seus resultados.
1.4
FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DA PESQUISA
As hipóteses são as seguintes:
Hipótese 1:
As melhores práticas de TI preconizados pela OGC, através de sua
biblioteca ITIL, estão sendo adotada pelas organizações.
Hipótese 2:
A utilização do BSC –
Balanced Scorecard
– em sua metodologia e
conceito tem sido uma alternativa para a gestão estratégica de TI dentro do
desempenho organizacional.
Hipótese 3:
As organizações possuem um indicador de performance para gestão e
avaliação dos resultados da adoção das melhores práticas de TI.
18
1.5
HIPÓTESE E QUESTÕES
1.5.1 HIPÓTESE 1
As melhores práticas de TI preconizados pela OGC, através de sua biblioteca ITIL,
estão sendo adotada pelas organizações.
Justificativa: A confirmação desta hipótese atesta que as preconizadas melhores práticas de TI
desenvolvidas pelo organismo internacional OGC em sua biblioteca ITIL estão sendo
reconhecidas e realmente adotadas e valorizadas pelas organizações se tornando um padrão
de facto”
.
Questões-chave para a hipótese 1:
a)
A TI nas organizações busca um nível de excelência e
benchmarking
em seus
serviços?
b)
As organizações têm conhecimento das melhores práticas preconizadas pelo OGC
no ITIL?
c)
As organizações reconhecem o ITIL como referência de melhores práticas em
serviços e gestão de TI?
d)
As organizações têm investido no aumento do conhecimento e capacitação de seus
recursos humanos em ITIL?
e)
As organizações têm implementado e certificado os processos e melhores práticas
descritos no ITIL?
f)
A implantação dos processos do ITIL tem permitido uma melhora efetiva na
gestão e continuidade dos serviços de TI?
1.5.2 HIPÓTESE 2
A utilização do BSC – Balanced Scorecard – em sua metodologia e conceito tem sido
uma alternativa para a gestão estratégica de TI dentro do desempenho
organizacional.
19
Justificativa: A confirmação desta hipótese atesta que a metodologia BSC está sendo utilizada
e reconhecida nas organizações como ferramenta de gestão estratégica e medição de
resultados e que também pode ser utilizada para avaliação do nível de gestão de TI e seu valor
para os negócios.
Questões-chave para a hipótese 2:
a)
As organizações utilizam o BSC como ferramenta para gestão e medição de
desempenho de sua governança empresarial?
b)
A organização vislumbra novas oportunidades de negócio por meio da utilização de
TI?
c)
A TI desenvolve sua estratégia alinhada com a estratégia de negócios da organização?
d)
Existe por parte de TI um acompanhamento sistemático para verificar a eficácia de seu
planejamento?
e)
A TI possui indicadores de acompanhamento?
1.5.3 HIPÓTESE 3
As organizações possuem um indicador de performance para gestão e avaliação dos
resultados da adoção das melhores práticas de TI.
Justificativa: A confirmação desta hipótese atesta que os resultados da adoção e prática das
melhores práticas de TI estão sendo medidos e avaliados pelas organizações baseada em
indicadores adequados, alinhando a TI a estratégia da organização de forma a potencializar o
desenvolvimento e resultado dos negócios.
Questões-chave para a hipótese 3:
a)
A organização utiliza a metodologia BSC para gestão de seu planejamento estratégico
e resultados?
b)
A organização avalia o desempenho de TI conjuntamente e alinhado com sua
metodologia de gestão estratégica?
c)
O desempenho de TI é avaliado na organização segundo critérios financeiros?
d)
A TI é avaliada pela qualidade de suas soluções e serviços prestados ao negócio?
20
e)
Dentro da metodologia de gestão estratégica e avaliação de resultados na organização,
existe um indicador específico para TI?
f)
O indicador de TI possui uma avaliação referenciada a objetivos internos e/ou
benchmarkin
g?
1.6
ESBOÇO DA METODOLOGIA
A presente dissertação pode ser classificada quanto aos fins como pesquisa aplicada e
descritiva:
Aplicada
, porque se caracteriza por seu interesse prático, onde os resultados podem
ser utilizados na solução de problemas reais.
Descritiva
, porque aborda quatro aspectos: descrição, registro, análises e
interpretação do problema objetivando seu funcionamento no presente.
Conforme os meios, este trabalho de dissertação pode ser classificado como pesquisa
de campo com caráter exploratório:
De campo
, porque é utilizada com o objetivo de conseguir informações ou
conhecimentos sobre o problema, para o qual procuramos uma resposta, através de
fatos ou fenômenos tal qual ocorrem espontaneamente, na coleta de dados a ele
referentes e no registro de variáveis que se presumem relevantes para analisá-las.
Exploratória,
porque visa à formulação do problema, com a finalidade de
desenvolver hipótese, aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente,
fato ou fenômeno, para a realização de pesquisas futuras ou modificar e clarificar
conceitos.
Os detalhes da metodologia utilizada serão apresentados no capítulo 3 – Metodologia.
1.7
DELIMITAÇÃO PRELIMINAR DO ESTUDO
O contexto da pesquisa é delimitado pelo estado do mercado nacional no primeiro
semestre do ano de 2006 e o ambiente das respectivas organizações consultadas. A amostra de
organizações realizada foi intencional e representativa em ambientes familiarizados com as
metodologias ITIL e BSC. A primeira delimitação é referente à avaliação apenas e somente
21
dos aspectos relativos ao nível de adoção das melhores práticas de TI especificamente
preconizados pela OGC em sua biblioteca ITIL e não aspectos relativos a quando e como de
sua implementação nas organizações, nem sobre a situação das organizações antes e depois da
implantação.
Na eventualidade da hipótese 3 ser plausível, não será analisado os aspectos e as
relações de causa e efeito deste indicador com a estratégia global e com outros indicadores
tradicionais do BSC, conforme preconizado pela metodologia, pois isto só teria sentido e
efeito num estudo de caso específico de uma organização.
1.8
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
Além desta introdução, esta dissertação tem seu conteúdo disposto nas seguintes
partes:
Capítulo 2 –
Revisão de Literatura
: apresenta um levantamento e análise dos
trabalhos publicados sobre o assunto.
Capítulo 3 –
Referencial Teórico
: o capítulo expande os conceitos do referencial
teórico aprofunda os conceitos da metodologia BSC e do ITIL.
Capítulo 4 –
Metodologia
: Neste capítulo é apresentado o processo empregado na
elaboração e condução desta pesquisa. São descritos todos os passos seguidos para
que o objetivo final do trabalho fosse alcançado.
Capítulo 5 –
Análise dos resultados da pesquisa
: Este capítulo apresenta os
resultados da pesquisa de campo realizada para teste das hipóteses. A comprovação
ou não de cada uma das hipóteses levantadas, explicando-se sua plausibilidade ou
não-plausibilidade.
Capítulo 6 –
Conclusões e recomendações
– Nesse capítulo, são apresentadas as
conclusões do estudo, considerando os objetivos da pesquisa e apresenta novas
questões sobre o tema.
Ao final, encontram-se as referências bibliográficas, anexos e um índice remissivo de
autores citados.
22
1.9
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo foi possível perceber a importância da Tecnologia da Informação na
estratégia das organizações, bem como citar as principais metodologias empregadas na gestão
estratégica e as melhores práticas de TI.
A introdução ao referencial teórico apresentado permitiu o entendimento do problema,
objetivo do trabalho, das hipóteses formuladas e respectivas questões-chave.
Os conceitos básicos e termos técnicos empregados no contexto de gestão estratégica e
melhores práticas de TI foram apresentados, possibilitando uma ambientação com os jargões
utilizados.
A apresentação da organização e planejamento do trabalho facilita a leitura, e permitiu
a visualização do desenvolvimento do estudo.
23
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Neste capítulo serão apresentadas algumas das publicações e pesquisas já feita sobre o
tema em questão. Foram mapeados trabalhos científicos e publicações que abordem as
metodologias empregadas no estudo. O objetivo é determinar o estado da arte do tema desta
dissertação
Este capítulo é dividido em duas etapas, uma pré-análise com levantamento de
trabalhos sobre o tema e uma etapa de análise de publicações selecionadas. Na pré-análise, foi
feita uma pesquisa bibliográfica dos trabalhos já publicados sobre o tema. Identificaram-se o
ano de publicação, modelos e autores mais utilizados. Os trabalhos com maior correlação com
esta dissertação foram selecionados para análise mais detalhada. Na segunda parte deste
capítulo, é apresentado o resumo da análise realizada nos trabalhos selecionados.
2.2
OBJETIVOS DA REVISÃO DE LITERATURA
A revisão de literatura tem por objetivo realizar um levantamento dos trabalhos
científicos publicados sobre o assunto em questão de modo a identificar o estágio atual da
pesquisa científica sobre o tema. O propósito é elaborar um quadro teórico e a estruturação
conceitual que dará sustentação ao desenvolvimento da pesquisa.
As contribuições da revisão de literatura e da pesquisa bibliográfica são:
Obter informações sobre a situação atual do tema ou problema pesquisado;
Conhecer publicações existentes sobre o tema e os aspectos que já foram abordados.
Dividimos a revisão de literatura desta dissertação em duas etapas:
24
Pesquisa bibliográfica de publicações relacionadas ao tema;
Análise de trabalhos publicados com maior correlação com os objetivos desta
pesquisa.
2.3
METODOLOGIA UTILIZADA
Para realização deste trabalho dividimos a revisão de literatura desta dissertação em
duas etapas:
pré-análise e seleção de material;
análise do material selecionado.
Na fase de pré-análise e seleção de material foram utilizadas fontes de informações
digitais, internet com acesso privado (publicações nas bibliotecas ligadas as Universidades e
Rede Nacional de Pesquisa) e internet pública (ferramentas de busca na rede e bibliotecas
digitais).
Identificadas as publicações de interesse sobre o tema, foram selecionadas as
publicações de maior correlação com o tema central ou resultados aderentes aos testes das
hipóteses deste trabalho.
2.4
PESQUISA NAS BIBLIOTECAS DAS UNIVERSIDADES
Foram feitas visitas as instalações das bibliotecas da Universidade Federal Fluminense
e Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Bibliotecas de Universidades, organizações de pesquisa e outras instituições foram
visitadas à distância, com ferramentas digitais públicas na rede mundial de computadores
Internet, a fim de se colher dados e realizar levantamentos bibliográficos: Universidade
Federal Fluminense – UFF; Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC; Universidade de
São Paulo – USP; Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ; Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro – PUC-RJ; Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS;
Universidade de Campinas – Unicamp; MIT Libraries theses online; SISBI – Sistema de
Bibliotecas.
25
2.5
FERRAMENTAS NACIONAIS DE PESQUISA NA INTERNET
Foram utilizadas nas ferramentas de busca na Internet as combinações de palavras-
chaves relacionadas com o tema com operadores lógicos.
No levantamento das publicações sobre a metodologia BSC e a biblioteca ITIL foram
usadas combinações das palavras-chaves: “BSC” ou “ITIL”.
Na pesquisa por trabalhos publicados sobre a metodologia BSC e ITIL, foram usadas
as seguintes combinações de palavras chave: “BSC” e “ITIL”, ou “Práticas de TI” ou “Gestão
Estratégica”. As ferramentas de pesquisa nacionais utilizadas foram: Yahoo, Uol e Google.
2.6
FERRAMENTAS INTERNACIONAIS DE PESQUISA NA INTERNET
A mesma metodologia das ferramentas de busca nacionais, foi utilizada nas buscas em
ferramentas internacionais, utilizando-se termos chaves em língua inglesa.
Na busca por trabalhos publicados relacionados ao tema desta dissertação, utilizaram-
se as seguintes combinações de palavras chave:
“Strategic Management
” e
“Balanced
Scorecard
e
“Information Tecnology Infrastructure Library”.
As ferramentas utilizadas foram: Google e Yahoo.
2.7
PRÉ-ANÁLISE
Nesta fase é efetuado o levantamento e a organização do material que foi encontrado
nas pesquisas sobre o assunto em questão. Num primeiro momento foram realizadas leituras
nos sumário dos tópicos,
Abstracts
e Bibliografias da literatura encontrada.
Somente foram selecionados na fase de pré-análise os trabalhos que atendiam as
normas vigentes de publicações científicas, tendo sido avaliados os tópicos, modelos
adotados, e referências bibliográficas. Os demais trabalhos foram desconsiderados.
A partir dos temas “Práticas de TI”, “ITIL”, “BSC” e
“Balanced Scorecard
” foram
encontrados com conteúdo relevante 31 trabalhos que se relacionam aos respectivos assuntos.
Selecionados os trabalhos, foi feita uma avaliação quantitativa dos trabalhos
escolhidos, classificando-os por tipo de documento e ano de publicação. Desta forma tentou-
se identificar em que ponto se encontra o desenvolvimento atual do tema pesquisado.
26
A distribuição dos trabalhos por assunto pesquisado é mostrada na Figura 1:
Trabalhos Pesquisados por Assunto
10
5
9
7
31
0
10
20
30
40
50
60
Balanced
Scorecard
ITIL BSC Práticas de
TI
TOTAL
Figura 1 – Divisão dos trabalhos pesquisados por assunto pesquisado
Fonte: Elaborado pelo autor
Com a finalidade de situar os trabalhos na linha do tempo a Figura 2 mostra a divisão
de trabalhos por ano de publicação.
Trabalhos Publicados por Ano de Publicação
3 8 5 5 6
31
0
10
20
30
40
50
60
2000
2001
2002 2003 2004 2005
TOTAL
4
Figura 2 – Divisão dos trabalhos pesquisados por ano de publicação
Fonte: Elaborado pelo autor
27
Com a finalidade de selecionar trabalhos que tenham valor científico a respeito dos
temas pesquisados adotou-se o critério de escolha de documentos com base na avaliação de
elementos típicos do texto científico tais como: resumo, abstracts, palavras-chaves,
referências bibliográficas, citações feitas conforme as normas nacionais e internacionais.
A distribuição dos documentos por tipo de publicação é apresentada na Figura 3, onde
é apresentado pelos tipos: dissertação de mestrado ou tese de doutorado, artigo técnico ou
científico, apresentações e outros.
Trabalhos Publicados por Tipo
17
3
9
12
2
31
0
10
20
30
40
50
60
Artigo Técnico
Dissertação
Livro
Apresentação Outros TOTAL
Figura 3 – Divisão dos trabalhos pesquisados por tipo de publicação
Fonte: Elaborado pelo autor
Em relação ao tema “ITIL”, as organizações que apresentaram maior número de
publicações e informações são:
Office Government of Commerce
OGC; Information
Technology Service Management Forum
itSMF e British Standards Institution
BSi.
Em relação aos temas pesquisados, temos a seguinte distribuição de trabalhos
destacados: dois artigos sobre “Práticas de TI”, sete livros da biblioteca ITIL, dois artigos
sobre ITIL e três dissertações que referenciam o tema “BSC”.
28
2.8
CONCLUSÕES DA PRÉ-ANÁLISE
A revisão da bibliografia através do levantamento dos trabalhos e publicações
destacados e relacionados com o tema desta dissertação alcançou o seu objetivo no sentido de
apresentar um referencial teórico consistente para embasar o desenvolvimento dos assuntos
abordados.
Dos trabalhos levantados, foram detalhadamente analisados:
Dois artigos sobre Práticas de TI: “Governança de TI: Comparativo entre COBIT E
ITIL” (SORTICA; CLEMENTI e CARVALHO, 2004) e “Análise da
Compatibilidade entre IRM e ITIL na Gestão de Ativos de TI” (QUINTELLA;
CORTÊS e ALMEIDA, 2005).
Sete livros da biblioteca ITIL:
IT Infrastructure Library: Service Delivery; IT
Infrastructure Library: Service Suport; IT Infrastructure Library: Planning to
Implement Service Management; IT Infrastructure Library: Security
Management; IT Infrastructure Library: ICT Infrastructure Management IT
Infrastructure Library: Application Management; Infrastructure Library:
Software Asset Management.
Dois artigos sobre ITIL:
“Modelo de Alinhamento para Implementação dos Planos
de Negócio e de Tecnologia da Informação” (BRODBECK e HOPPEN, 2000) e
“Delineando o valor do Sistema de Informação de uma Organização” (MORESI,
2000).
Três dissertações de mestrado relacionadas aos temas em estudo:
Alinhamento
estratégico da tecnologia da informação: um estudo de caso das unidades de
negócio do segmento de refino da Petrobrás
(FONSECA, 2003);
O Balanced
Scorecard como ferramenta para o desenvolvimento de um sistema de medição do
desempenho: uma proposta de implantação
(QUINTELLA, 2004) e
Qualidade em
serviços e liderança: avaliação dos serviços internos de informática em uma grande
empresa
(CRISÓSTOMO, 2002).
29
2.9
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA LITERATURA
2.9.1 O ALINHAMENTO ESTRATÉGICO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
A literatura tem sido clara quanto à importância do alinhamento estratégico entre os
planos de negócio e de tecnologia de informação (TI). No entanto, a maior parte dos estudos
enfoca o alinhamento como parte do processo de formulação dos planos e não trata da
aferição contínua dos seus resultados alcançados em relação aos planejados.
O conceito de alinhamento estratégico apresentado pela literatura pode diferir um
pouco entre os autores, dependendo do foco buscado. No entanto, alguns destes conceitos são
considerados como os mais significativos sobre o tema porque se complementam e permitem
uma melhor operacionalização das variáveis envolvidas. São eles:
O alinhamento ou coordenação entre planejamento estratégico de negócios e
planejamento estratégico de TI é alcançado quando o conjunto de estratégias de TI
(sistemas, objetivos, obrigações e estratégias) é derivado do conjunto estratégico
organizacional (missão, objetivos e estratégias) (LEDERER e MENDELOW, 1989).
A ligação entre planejamento estratégico de negócios e planejamento estratégico de
TI corresponde ao grau no qual a missão, os objetivos e planos de TI refletem e são
suportados pela missão, os objetivos e planos de negócio e vice-versa (REICH,
1992).
O alinhamento estratégico corresponde à adequação estratégica e integração
funcional entre os ambientes externo (mercado, política, fornecedores etc.) e interno
(estrutura administrativa e recursos financeiros, tecnológicos e humanos) para
desenvolver as competências e maximizar as performances organizacionais
(HENDERSON e VENKATRAMAN, 1993; LUFTMANN et al., 1993).
O alinhamento entre planejamento estratégico de negócios e planejamento
estratégico de TI é a adequação entre a orientação estratégica do negócio e a
orientação estratégica de TI (CHAN et al., 1997).
Para promoção do alinhamento durante o estágio de implementação, fica evidente a
necessidade da existência de um método de avaliação e revisão das metas estabelecidas
durante o estágio de formulação e que, na sua forma (como) de aplicação, pode ocorrer mais
ou menos ajuste entre os planos.
30
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Figura 4 – Modelo de Alinhamento
Fonte: Adaptado de Brodbeck e Hoppen (2001)
2.9.1.1 Governança de TI
Normalmente quando é tratado o tema Governança Corporativa, pouca ou nenhuma
menção se faz à Governança de TI. O contrário também acontece. Isso sugere a muitos que
estamos falando de coisas completamente distintas, o que não é verdade. A Governança de TI
é parte integral da Governança Corporativa. Não se pode afirmar ser possível que uma
organização tenha elevado nível de Governança Corporativa sem que tenha uma boa
Governança de TI. A sociedade e principalmente os investidores tem dado sinais de valorizar
cada vez mais empresas com elevado nível de Governança. Isso impulsionará cada vez mais
as melhorias na Governança de TI. Precisamos, então, superar o desafio de entender melhor o
conceito de Governança de TI.
31
Uma definição atual de Governança de TI é associada a uma estrutura de
relacionamentos e processos para dirigir e controlar a organização no atendimento dos
objetivos e metas de uma organização, adicionando valor, ao mesmo tempo em que equilibra
os riscos ao retorno dos investimentos em TI e seus processos (BRODBECK, 2004). Nesse
contexto, a eficiente gestão da tecnologia da informação e dos sistemas, processos e
tecnologias utilizados em sua geração têm uma importância fundamental.
Podemos identificar as seguintes vantagens que a Governança de TI traz para as
organizações:
o alinhamento da estratégia de TI com o negócio;
mais capacidade e agilidade para novos modelos de negócios ou ajustes nos modelos
atuais;
explicita a relação entre os custos de TI, o aumento no valor da informação e as
necessidades de negócio;
contribui para manter os riscos do negócio sob controle;
explicita a importância da TI na continuidade dos negócios;
mede e melhora continuamente a performance de TI.
Após pesquisar mais de 250 empresas em dezenas de países, a Escola de
Administração do
Massachusetts Institute of Technology
(MIT Sloan) constatou que as
companhias de melhor desempenho na governança de TI alcançaram lucros no mínimo 20%
maiores que as demais, segundo Jeanne Ross, diretora do Centro de Pesquisas para Sistemas
de Informação do MIT Sloan e co-autora do livro “Governança de TI”, que analisa o trabalho
desenvolvido e brevemente será lançado em português.
O objetivo principal dos questionários e estudos de caso realizados foi revelar como
grandes empresas globais geram valor a partir da Tecnologia da Informação, bem como
avaliar o efeito prático da aplicação dos conceitos de governança. Segundo a pesquisadora, as
companhias que aplicam as melhores práticas e gerenciam melhor sua tecnologia ampliaram
em 29% sua agilidade estratégica. Elas também puderam gastar 25% menos com TI – embora
depois tenham passado a investir mais, diante dos resultados alcançados.
Para Jeanne, a governança gera disciplina na adoção e prática das melhores práticas,
que favorece – e deve preceder – a inovação. Ela reconhece que a maior parte das empresas
ainda engatinha no que diz respeito ao assunto. “Há muita coisa acontecendo e não dá para
fazer tudo ao mesmo tempo”, afirma a doutora, referindo-se aos diversos mecanismos,
32
padrões e normas de regulação, como
Sarbanes-Oxley
, Basiléia II, ITIL e COBIT, entre
outros.
Isso nos leva a uma outra questão: como os investidores avaliam a qualidade da
Governança de TI de uma empresa, já que estamos falando de um conceito amplo que
envolve aspectos organizacionais, legais e também comportamentais? Agora surge, então, a
necessidade de mostrar números para os acionistas, surgindo à necessidade de ferramentas
estratégicas, pois cada vez mais os acionistas querem acompanhar os resultados e fazer
simulações.
O planejamento estratégico da organização e todo o seu acompanhamento em termos
de objetivos e metas estratégicas podem ser acompanhados e medidos através de indicadores.
O conceito do BSC (
Balanced Scorecard
) introduzido por Kaplan e Norton (1997), está
diretamente associado a este pensamento e pode se tornar uma poderosa ferramenta de
desempenho empresarial focada na estratégia da organização.
Segundo Kaplan e Norton (1997), os negócios e as estratégias de negócios mudaram.
Os sistemas de gerenciamento têm sido elaborados para suprir as necessidades de um mundo
estável com mudanças incrementais, sendo assim, não suprem as necessidades da economia
dinâmica atual. Na Tabela 1, é ilustrado um paralelo entre a era industrial e a era do
conhecimento, na qual vivemos.
No que tange aos processos estratégicos, foram introduzidas ferramentas de gestão de
desempenho como BSC (
Balanced Scorecard
), conceitos de ABM (
Activity Based
Management
), Planejamento e Orçamento Empresarial Integrado. Com base nesta evolução
em termos de processos estratégicos, a tecnologia da informação também deve acompanhar
esta evolução, introduzindo uma metodologia de melhores práticas e controles.
Tabela 1 – Comparação entre a era industrial e a era do conhecimento
Era industrial Era do conhecimento
Voltado para a produção Voltado para o cliente
Funcional Processo (Integrado)
Ativos Tangíveis Ativos Intangíveis
Mudança incremental Mudança sistêmica
Gerenciamento Liderança
Fonte: Adaptado de Kaplan e Norton (1997)
33
2.9.1.2 Modelo ITIL
Information Technology Infrastructure Library
No final dos anos 80 foi publicado pela OGC (
Office of Governant Commerce
), órgão
do governo da Inglaterra, um conjunto de padrões de gerenciamento de serviços de
Tecnologia de Informação denominado IT
Infrastructure Library
(ITIL).
As recomendações dos padrões ITIL oferecem um consistente conjunto de boas
práticas de Tecnologia de Informação aplicáveis a todas as organizações, independente do seu
tamanho, suportadas por uma estrutura sistemática de certificações. Os princípios dos padrões
ITIL visam otimizar a infra-estrutura de Tecnologia de Informação de maneira a oferecer e até
antecipar o suporte e os serviços requeridos pelo negócio.
Os padrões ITIL consistem em um núcleo de dez processos e uma função (que serão
detalhadas mais a frente neste trabalho) que explicam em detalhe como uma organização pode
fazer melhor uso dos seus recursos de TI. Estas disciplinas de TI estão interligadas e
mutuamente dependentes e não devem ser consideradas isoladamente. A aplicação dos
princípios do ITIL permite oferecer um gerenciamento de serviços de TI consistente e
integrado. Porém, não é fornecido no modelo do ITIL nenhum mecanismo de gestão,
avaliação e medição continuada sobre sua implantação e utilização, nem é abordado
diretamente aspectos de alinhamento com a estratégia de uma organização que tem a intenção
de adotá-la.
A biblioteca principal de livros do ITIL é constituída por sete livros:
Service Support
;
Service Delivery
;
Application Management
;
ICT Infrastructure Management
;
Security
Management
;
Planning to Implement ITSM
e
Business Perspective.
A principal disciplina do ITIL é o gerenciamento de serviços que estão no centro da
biblioteca do ITIL e está dividida em dois grupos distintos: Serviços de Suporte e Serviços de
Entrega. Os serviços de entrega estão focados na operação do dia a dia e no suporte aos
serviços de TI enquanto os serviços de entrega consideram processos de planejamento de
longo prazo, que podem e devem ser alinhados com a estratégia de uma organização.
34
O Negócio
O Negócio
A Tecnologia
A Tecnologia
Planejamento para Implementar o Gerenciamento de Serviços
Gerenciamento de Aplicações
Gerenciamento da Segurança
SERVIÇO DE
ENTREGA
SERVIÇO DE
SUPORTE
GERENCIAMENTO DO SERVIÇO
Gerenciamento da
Infra-estrutura
Perspectiva do
Negócio
Figura 5 – Processos da metodologia ITIL
Fonte: Office of Govemment Commerce – OGC (2003)
A avaliação do impacto que a TI trará no alinhamento estratégico e posicionamento
competitivo de uma organização é de suma importância.
Segundo Bogado (2003), citando Porter e Millar (1985), as regras de competição
mudaram com a tecnologia de informação de três formas diferentes:
a)
os avanços da tecnologia de informação mudaram a estrutura das organizações;
b)
a tecnologia de informação transformou-se numa poderosa ferramenta de
conhecimento e posicionamento para se criar vantagem competitiva;
c)
a tecnologia de informação possibilita a criação de novos negócios.
O uso da tecnologia de informação pode alterar cada uma das cinco forças
competitivas e, como resultado, alterar a atratividade e a lucratividade das empresas, portanto
a adoção de melhores práticas se torna cada vez mais essencial.
A princípio, a TI era utilizada apenas como ferramenta de apoio à otimização e
controle de tarefas administrativas de retaguarda, as chamadas aplicações de
back office
como
os sistemas financeiros e contábeis, o sistema de folha de pagamentos, o controle de estoques,
o faturamento, os sistemas de logística de entrega, etc. Numa evolução subseqüente a este
primeiro momento, as organizações reconhecem a importância de expandir a TI além de suas
fronteiras, impulsionadas pela Internet e o
e-business
, para atender não só às suas
necessidades como as dos consumidores, parceiros e colaboradores. Isto significa integrar as
aplicações de
back-office
com as de
front office
como os sistemas de geração e processamento
de pedidos e os sistemas de
call cente
r (SAC – Sistema de Atendimento a Clientes), dentre
35
outros, originando os mega sistemas de gestão integrada como o ERP (
Enterprise Resources
Planning
) e o CRM (
Customer Relationship Management
).
Neste cenário a TI está desempenhando um novo papel, em função de uma economia
globalizada, em rede e focada no consumidor. Com o uso da Internet como instrumento de
negócios, resultando em ganhos de eficiência e redução de custos, diferenciação e,
conseqüentemente, obtenção de vantagem competitiva.
A TI pode alterar custos em qualquer parte da cadeia de valor, mesmo nas atividades
operacionais que envolvem componentes físicos, mas que possuem uma relação informação–
processo intenso.
Bogado (2003), citando Porter (1989), indica cinco passos para os executivos
alcançarem vantagem competitiva a partir das oportunidades criadas pela evolução da TI:
1º)
Intensidade de acesso à informação;
2º)
Avaliar o impacto da TI na estrutura;
3º)
Identificar e classificar as formas pelas quais a TI pode criar vantagem competitiva (e
a adoção das melhores práticas tem se mostrado uma das melhores);
4º)
Investigar como a TI pode expandir novos negócios;
5º)
Desenvolver um plano estratégico para tirar vantagem da TI.
2.9.1.3 Dissertações e artigos sobre o Tema
2.9.1.3.1
Alinhamento estratégico da tecnologia da informação: um estudo de caso das
unidades de negócio do segmento de refino da Petrobrás (FONSECA, 2003)
a)
Resumo
O autor ressalta em sua dissertação que embora sejam encontradas evidências na
literatura que a Tecnologia da Informação (TI) tem o poder de transformar indústrias e
mercados, muitas organizações ainda defrontam-se com dificuldades na utilização deste
potencial para obter vantagens competitivas. A promoção do alinhamento estratégico durante
todas as etapas do processo de planejamento pode auxiliar os executivos das organizações na
promoção de ações que potencializem a utilização estratégica da TI. A pesquisa realizada
nesta dissertação envolveu um estudo de casos múltiplos nas Unidades de Negócio do Refino
da Petrobras, com o objetivo de construir um modelo para auxiliar a gestão da Tecnologia da
Informação no sentido de garantir o alinhamento de suas ações com as estratégias do negócio,
de modo a potencializar a contribuição da TI para um melhor desempenho dessas Unidades.
36
Assegurar este alinhamento tornou-se particularmente necessário com o acirramento da
competição no setor de petróleo, em decorrência da abertura do seu mercado, no Brasil, a
partir de janeiro de 2002. À luz do referencial teórico, este estudo conclui que, nas Unidades
em questão, existe um grau de alinhamento parcial da TI aos objetivos estratégicos da
organização, sendo esta visão compartilhada pelos gerentes das diversas áreas de negócio da
organização. Como contribuição adicional, este estudo propõe que a promoção do
alinhamento estratégico da TI seja construída no contexto do ciclo evolutivo do
Balanced
Scorecard
(BSC) que está sendo implementado na Companhia.
b)
Resultados encontrados
Esta dissertação identificou na perspectiva de alinhamento dominante no segmento de
refino da Petrobrás, fatores que impedem a coexistência com outras perspectivas de
alinhamento, dificultando, portanto a promoção do alinhamento de forma dinâmica, tanto na
fase de formulação quanto na fase de implantação do planejamento de TI; impedindo também
que a TI tenha um maior grau de importância para a organização, sendo parte integrante de
sua estratégia.
A pesquisa realizada verificou que existem condições no macro-ambiente
organizacional, no qual o segmento de refino da Petrobrás está inserido, que indicam o
potencial da utilização estratégia de TI. As alterações na arena competitiva provocada pela
Lei do Petróleo; a crescente demanda por derivados no mercado interno; a expansão
internacional da Petrobrás; o acompanhamento do desempenho empresarial e a comparação
com padrões internacionais foram algumas condições identificadas na organização e que
também são citadas no estudo de Brodbeck (2001) como aquelas que criam um contexto
favorável à promoção do alinhamento.
Entretanto, na pesquisa também foram relacionados outros fatores que dificultam o
alinhamento estratégico de TI na organização, tais como falta de patrocínio e o baixo
envolvimento da área de negócios no desenvolvimento da estratégia de TI.
Uma outra contribuição da pesquisa realizada nesta dissertação foi de propor que a
promoção do alinhamento estratégico da TI fosse realizada dentro do ciclo do BSC. A
proposição deste modelo foi baseada na identificação de que muitas das variáveis presentes
nos modelos de alinhamento estratégico são convergentes às ações estabelecidas no ciclo
evolutivo do BSC.
37
c)
Relação com este trabalho
Na revisão da literatura constatou-se que o alinhamento estratégico se dá de forma
dinâmica, onde a presença de várias perspectivas de alinhamento contribui de forma efetiva
para que haja a promoção do alinhamento necessário.
Esta dissertação identificou que a compreensão do negócio pela área de TI, a
utilização do BSC como um sistema de gerenciamento, a prática de acompanhamentos de
indicadores, e a capacidade financeira da organização são fatores que facilitam a utilização da
estratégica de TI, bem como permite o acompanhamento e adaptação a dinâmica do negócio.
Os resultados da pesquisa desta dissertação estabelecem condições para que seja
definido um conjunto de indicadores de desempenho para TI aderente ao acompanhamento
dos objetivos estratégicos da organização, tendo total nível de integração e relevância a
proposta deste trabalho.
A falta de um conjunto consistente de indicadores vem sendo observada quando da
verificação do grau de alinhamento durante a fase de implementação das ações de TI perante
o negócio. De acordo com o modelo de Brodbeck (2001), foi ressaltado que existe a
necessidade de um acompanhamento sistemático por parte das ações de TI. O trabalho a ser
apresentado nesta dissertação enfatiza a importância da adoção das melhores práticas e o
estabelecimento de indicadores por parte de TI.
2.9.1.3.2
Qualidade em Serviços e Liderança: Avaliação dos Serviços Internos de
Informática em uma grande empresa (CRISÓSTOMO, 2002)
a)
Resumo
Esta dissertação visou analisar a qualidade dos serviços informáticos em uma grande
organização, após a terceirização dos mesmos, observando como é que estes serviços de
informática passaram a ser vistos pelos funcionários da organização, bem como analisou as
ações de seus executivos perante esta mudança.
Se examinou à luz do modelo de Parasuraman et al (1985), como foi o desempenho da
empresa prestadora dos serviços de informática após a terceirização, identificando a dimensão
de qualidade à qual os usuários atribuem maior valor e importância.
38
Foram levantadas na pesquisa desta dissertação 3 hipóteses:
Existem diferenças entre as percepções e as expectativas que os usuários dos
serviços de informática da organização têm da qualidade desses serviços;
Dentre as dimensões da qualidade em serviços, os usuários dos serviços de
informática da organização, atribuem uma importância maior à dimensão
confiabilidade;
As ações dos executivos da organização têm um objetivo de conduzir funcionários
em direção à melhoria visando um serviço de qualidade junto aos clientes internos e
externos.
As organizações, de uma forma ou de outra, estão se renovando com novas tecnologias
de gestão, se equipando e aos seus usuários finais com toda a infra-estrutura tecnológica para
se tornarem competitivas e atingirem mercados atuais considerando-se o crescimento de ou no
mercado, atendendo a demanda insatisfeita ou do ponto de vista dos mercados potenciais, face
às expectativas de crescimento da demanda.
Nesta busca contínua da competitividade, surge o fenômeno da terceirização e dentre
as atividades mais sujeitas a este processo, podemos citar as relacionadas com a área de
Sistemas de Informação, tais como processamento de dados, serviços de gerenciamento de
informação, suporte a hardware e telecomunicações. Devido à crescente sofisticação e
diversidade da tecnologia, além da dificuldade de se recrutar profissionais com experiência
nas novas tecnologias, dificultando sua aquisição, a terceirização de atividades de informática
surge como opção no sentido de ajudar as empresas a acompanharem tais evoluções e a se
manterem competitivas.
b)
Resultados encontrados
Os resultados da presente dissertação se limitaram a avaliar a qualidade do serviço do
ponto de vista dos usuários dos serviços de informática da organização, as dimensões da
qualidade em serviços (PARASURAMAN et al, 1985) que os usuários consideram mais
importantes em uma empresa prestadora de serviço, além dos níveis gerenciais e suas práticas.
Pode-se constatar que quando serviços terceirizados são levados em consideração,
passam a ser dois os personagens na parte inferior do modelo: o prestador e o administrador
dos serviços. Portanto, essa parte pode ser mais bem analisada, sob a dimensão representada
pelo prestador de serviço – empresa contratada – e outra pelo administrador do serviço.
39
Por último, também se obteve como resultado a identificação dos hiatos existentes
entre o modelo conceitual de qualidade em serviços proposto por A. Parasuraman, Valarie
Zeithaml e Leonard L. Berry (PARASURAMAN et al, 1985), e a realidade prática encontrada
na organização, podendo se obter uma compreensão mais ampla do processo de diferenças
entre as expectativas que os clientes têm da qualidade dos serviços de informática e as
percepções que as organizações têm dessas expectativas.
c)
Relação com este trabalho
A ligação deste referencial teórico com este trabalho está relacionada ao estudo e
conhecimento do modelo conceitual de qualidade em serviços proposto por A. Parasuraman,
Valarie Zeithaml e Leonard L. Berry (PARASURAMAN et al, op.cit.) e o conhecimento de
uma pesquisa aplicada a uma grande organização e os seus resultados práticos sobre o tema.
Podemos associar e mesmo extrapolar a influência positiva que a adoção das melhores
práticas em tecnologia da informação pode exercer sobre a prestação de serviços de
informática, afetando diretamente a dimensão da qualidade percebida pelos clientes e
executivos de uma organização.
2.9.1.3.3
Governança de TI: Comparativo entre COBIT E ITIL (SORTICA; CLEMENTI e
CARVALHO, 2004)
a)
Resumo
O artigo tem por objetivo apresentar um comparativo prático entre as metodologias de
gestão da Tecnologia da Informação (TI) mais utilizadas atualmente pelas empresas e analisar
um estudo de caso sob a ótica destas metodologias. Busca identificar as semelhanças e
diferenças destas metodologias e como elas podem ajudar a aumentar o grau de controle e
automação dos processos corporativos, relacionando a TI aos processos de gestão estratégica
e administrativa de uma organização.
b)
Resultados encontrados
No artigo analisado foi apresentada uma conceituação de Governança Tecnológica e
os aspectos implementados pelas metodologias COBIT e ITIL no suporte a esta definição.
Para que a análise dos processos definidos nestas metodologias fosse verificada do
ponto de vista de uma empresa que definiu seus próprios processos operacionais sem seguir
40
um método específico, foi criado um modelo de comparação que relaciona os processos
básicos com as metodologias COBIT e ITIL.
O resultado apresenta que, apesar da completude da abrangência do COBIT e ITIL,
ainda ficou um processo da
HelloWorld
que não está contemplado nestas metodologias. O
caso não tratado pelo COBIT e pelo ITIL é a Gerência de Conteúdo que trata da manipulação
e apresentação da informação com objetivo comercial ou institucional através de servidores
de conteúdo Web.
Outro resultado é que a abordagem do estudo de caso teve foco na definição dos
processos operacionais que suportariam o negócio, os processos de planejamento em si do
ponto de vista de metodologia COBIT ou ITIL não foram definidos, mas executados de
alguma forma sob demanda, isto é, na visão “inicial” segundo o nível de maturidade do
COBIT.
Como conclusão final do trabalho, verifica-se que existem duas abordagens que visam
resolver o problema das boas práticas de procedimentos da organização suportadas pela TI:
uma abordagem procedural e outra abordagem ferramental.
c)
Relação com este trabalho
O artigo analisado tem um importante grau de aderência aos propósitos desta
dissertação, que pretende avaliar o nível de reconhecimento e adoção entre as organizações da
melhores práticas e de governança de TI, a saber, o ITIL.
2.9.1.3.4
Delineando o valor do sistema de informação de uma organização (MORESI, 2000)
a)
Resumo
Hoje em dia, existe o consenso de que na sociedade pós-industrial, cuja economia
assume tendências globais, a informação passou a ser considerada um capital precioso
equiparando-se aos recursos de produção, materiais e financeiros. O que tem sido relevante é
a mudança fundamental no significado que a informação assume na nova realidade mundial
de uma sociedade globalizada: agora a informação não é apenas um recurso, mas o recurso. A
aceitação desta idéia a coloca como o recurso chave de competitividade efetiva, de diferencial
de mercado e de lucratividade nesta nova sociedade.
Inicialmente, neste artigo são explorados conceitos sobre o valor da informação,
buscando responder às seguintes questões: a finalidade da informação para uma organização,
41
a classificação de seus tipos de valor e o seu valor econômico. É apresentada uma análise
sobre os níveis hierárquicos da informação no processo decisório de uma organização, que
são os seguintes: dados, informação, conhecimento e inteligência. A seguir, é feita uma
análise sobre o valor de um sistema de informação, baseando-se em uma equação metafórica
composta dos seguintes fatores: portifólio de produtos e serviços, qualidade, custo e tempo de
resposta. Por último, são analisados aspectos relativos ao planejamento e à cadeia de valor de
um sistema de informação.
Figura 6 – Os Níveis Hierárquicos da Informação
Fonte: Moresi (2000)
A demanda por maior valor em um sistema de informação, pode ser percebida pela
qualidade dos serviços e produtos fornecidos. Portanto, é preciso qualificar estes quatro
fatores dando enfoque particular à essência desse sistema, que é a informação. Estes fatores
42
transformam-se em qualidade da informação, portifólio de produtos e serviços, custo e tempo
de resposta. Um sistema de informação para fornecer valor superior deverá disponibilizar aos
seus clientes todos estes fatores simultaneamente.
Figura 7 – A Equação de Valor de um Sistema de Informação
Fonte: Moresi (2000)
b)
Resultados encontrados
A importância da informação para as organizações é universalmente aceita,
constituindo, senão o mais importante, pelo menos um dos recursos cuja gestão e
aproveitamento estão diretamente relacionados com o sucesso e metas estratégicas delineadas.
A informação também é considerada e utilizada em muitas organizações como um fator
estrutural e um instrumento de gestão. Portanto, a gestão efetiva de uma organização requer a
percepção objetiva e precisa dos valores da informação e do sistema de informação.
Uma vez analisado o valor da informação e do sistema de informação sob a
perspectiva de uma organização, merecem destaque alguns resultados considerados relevantes
por este artigo. O valor da informação é uma função do contexto da organização, da finalidade
de utilização, do processo decisório e dos resultados das decisões. No âmbito do processo
decisório, a informação assume níveis hierárquicos distintos. O valor agregado cresce com
grau de proporcionalidade direta em relação à pirâmide organizacional. Os altos escalões
necessitarão de informação de alto valor agregado visando a obter uma visão global da
situação, enquanto os escalões inferiores terão necessidade de baixo valor agregado, que
atenda ao desempenho das tarefas rotineiras.
c)
Relação com este trabalho
Os sistemas de informação têm sido desenvolvidos para otimizar o fluxo de
informação relevante no âmbito de uma organização, desencadeando um processo de
conhecimento e de tomada de decisão e intervenção na estratégia planejada. De modo geral,
existe um consenso de que um sistema de informação deve ser estratégico e contribuir para
43
que uma organização possa alcançar os seus objetivos (ROWLEY, 1995). Para isso, e
alinhado com objetivo deste trabalho, a utilização da abordagem metodológica BSC no seu
desenvolvimento, nos auxilia para a determinação das necessidades na organização, da
disseminação e a representação da informação, com o objetivo de otimizar a cadeia de valor
do sistema e trazer vantagens competitivas.
2.9.1.3.5
Modelo de alinhamento para implementação dos planos de negócio e de tecnologia
da informação (BRODBECK e HOPPEN, 2000)
a)
Resumo
No relatório final do projeto de pesquisa sobre impacto da tecnologia de informação
(TI) no gerenciamento dos negócios, chamado “Gerenciamento nos anos de 1990”, elaborado
pela
Alfred P. Sloan School of Management at the Massachusetts Institute of Technology
(MIT), foi publicado que a chave do gerenciamento para esta última década do milênio se
concentraria em alinhamento estratégico, estrutura do negócio e tecnologia de informação
(TI). O planejamento estratégico de negócios alinhado com o planejamento estratégico de TI
tem sido considerado como uma poderosa ferramenta para lidar com situações de mudanças,
merecendo atenção como um instrumento de gestão (MINTZBERG, 1990). Da mesma forma,
o planejamento estratégico de TI tem sido colocado, constantemente, no topo das principais
listas de necessidades dos executivos de TI (BOAR, 1994; CHAN et al, 1997). Os autores
consideram que a performance (eficiência e eficácia) do planejamento estratégico de TI está
envolvida com a apropriada integração do mesmo com o planejamento estratégico da
organização.
O alinhamento (HENDERSON e VENKATRAMAN, 1993) ou integração (ZIVRAN,
1990) ou link (REICH e BENBASAT, 1996) ou coordenação (LEDERER e MENDELOW,
1989) entre os dois planejamentos pode ser definido como a adequação entre as estratégias e
objetivos do negócio com as estratégias, objetivos e funções de TI. Se isto não ocorrer, será
muito difícil para a TI suportar as estratégias do negócio, contribuindo para trazer maiores
vantagens competitivas (McFARLAN, 1984; PORTER e MILLAR, 1985) e maior
performance organizacional (LEDERER e MENDELOW, 1989; LUFTMANN et al, 1993),
agregando maior valor ao negócio (VENKATRAMAN, 1994; CHAN et al, 1997).
A literatura tem sido clara quanto à importância do alinhamento estratégico entre os
planos de negócio e de tecnologia de informação (TI). No entanto, a maior parte dos estudos
44
enfoca o alinhamento como parte do processo de formulação dos planos. No presente artigo, o
alinhamento foi estendido também para o processo de implementação dos planos,
adicionando-se às mesmas variáveis do processo de formulação algumas variáveis de
alinhamento relacionadas aos métodos, comprometimento das pessoas e recursos. O estudo de
caso apresentado, em sua primeira fase, compreendeu a análise da promoção do alinhamento
através de um instrumento de pesquisa formulado a partir das variáveis resultantes de diversos
estudos antecedentes.
b)
Resultados encontrados
Os resultados obtidos serviram para confirmar a presença do alinhamento nas unidades
de negócios da organização estudada, durante o processo de formulação dos planos e para
avaliar o instrumento de pesquisa. Na segunda fase do estudo verificou-se a ocorrência do
alinhamento durante o processo de implementação dos planos e operacionalizou-se um
modelo estendido de alinhamento que abrange os processos de formulação e de
implementação dos planos de negócio e de TI.
Neste estudo de caso apresentado pelo artigo o foco não foi nos resultados (efeitos)
que o alinhamento produz. Estes fatores foram considerados como certos e aceitos. O foco foi
no momento e no método de promoção do alinhamento e a principal contribuição encontra-se
na obtenção de um modelo estendido, focando a promoção do alinhamento durante a
implementação dos planos. Outro aspecto importante foi a caracterização do tipo de
alinhamento para cada um dos estágios do processo de planejamento, ou seja, o alinhamento
estático e o dinâmico. Os resultados apresentaram-se significativos para a pesquisa – pré-teste
do instrumento de pesquisa e criação de um modelo preliminar de alinhamento estratégico
para a implementação dos planos de negócio e TI.
45
Figura 8 – Modelo de Alinhamento para Implementação dos Planos de Negócio e TI
Fonte: BRODBECK e HOPPEN (2000)
c)
Relação com este trabalho
Basicamente, os resultados desta pesquisa e estudo de caso, que permitiram a criação
de um modelo estendido de alinhamento para implementação dos planos de negócio e TI,
evidenciam a importância de promover o alinhamento dos processos de planejamento de todas
as áreas de uma organização, como preconizado pela metodologia do BSC. Podemos ter o
método preconizado pelo BSC como uma variável importante na promoção do alinhamento
durante o estágio de implementação, mas a integração e adoção prévia de TI pelas melhores
práticas, facilitarão a constância da promoção do alinhamento relacionada ao seu dinamismo e
os níveis de estágio de implementação dependente do negócio.
2.9.1.3.6
Análise da Compatibilidade entre IRM e ITIL na Gestão de Ativos de T
(QUINTELLA; CORTÊS e ALMEIDA, 2005)
a)
Resumo
Os ativos de TI, que no passado eram vistos com importância secundária, agora
aparecem como elementos de missão crítica da empresa que devem ser bem administrados,
alinhados com o negócio e altamente eficientes. Fusões e aquisições, descentralizações de
empresas são alguns dos desafios em que o gerenciamento de ativos de TI é uma das chaves
46
para suportar tais mudanças, reduzir custos, aumentar a eficiência e abrir novos canais para
suportar o relacionamento com os clientes.
O artigo analisado tem o propósito de apresentar um estudo da compatibilidade entre
uma metodologia proprietária e a metodologia aberta ITIL (
IT Infrastructure Library
) no que
diz respeito ao controle de ativos de TI em ambientes computacionais nas empresas. Baseado
nos fundamentos das metodologias de práticas e gestão de TI foi implementado um método
para inventário de equipamentos de TI com o objetivo de otimizar a gestão destes ativos,
permitindo o seu gerenciamento e a auditoria de software. A partir da implantação inicial de
uma metodologia proprietária, foi verificada a sua compatibilidade com os processos de
gerência de TI preconizada pela metodologia ITIL, através de uma pesquisa de campo.
b)
Resultados encontrados
O artigo apresenta resultados e a conclusão de que a metodologia proprietária,
implantada na empresa pesquisada para o gerenciamento de equipamentos de TI, apresenta
alto grau de compatibilidade com a metodologia ITIL no que se refere à disciplina suporte a
serviços e baixo grau de compatibilidade com a disciplina entrega de serviços. Em uma
análise mais detalhada pode-se concluir que fica claro que a disciplina “Gerência de
Continuidade de Serviços de TI” do modelo ITIL não encontra correspondência no modelo
proprietário, onde se considera que esta disciplina é de alta importância para o atual nível de
dependência dos serviços de TI pelo negócio.
A questão-chave que referencia a disciplina “Gerência de Continuidade de Serviços de
TI” foi considerada não-plausível (com 38,95 % de plausibilidade), confirmando o referencial
teórico que aponta a ausência deste processo na metodologia proprietária.
O gerenciamento efetivo de ativos de TI ultrapassa todos os níveis da organização de
TI da empresa. A importância desta área estudada e analisada pelo artigo deve-se ao fato de
que, através de metodologias (processos) padronizadas de Gerenciamento do Ambiente de TI,
é possível obter uma relação adequada entre custos e níveis de serviços prestados pela área de
TI.
c)
Relação com este trabalho
O artigo analisado tem um importante grau de aderência aos objetivos desta
dissertação, com uma profunda análise da metodologia do ITIL e um excelente estudo
comparativo entre os resultados da adoção inicial de uma metodologia proprietária de gestão
de ativos comparativamente a aberta e preconizada como melhor prática pelo ITIL, se
47
verificando os resultados vantajosos da adoção de uma melhor prática “
de facto
” reconhecida
pelo mercado e organismos internacionais.
2.9.1.3.7
Livros da Biblioteca de Infra-estrutura de Tecnologia de Informação (ITIL)
a)
Resumo
Os sete livros citados anteriormente no item 2.9.1.2 definem
IT Infrastructure Library
(ITIL) como um modelo de referência desenvolvido pelo governo inglês (Office of
Government Commerce – OGC) para gestão de TI com perspectiva de serviços prestados.
O foco deste modelo é prover as melhores práticas para gerir o planejamento de
serviços, gerenciamento de incidentes e problemas, mudanças, configuração, operações,
segurança, capacidade, disponibilidade, custos, entrada em produção e testes.
As empresas que o adotaram estão preocupadas em gerar valor de TI para os negócios
da empresa e provar este valor de maneira adequada, através de processos corretos, uma
organização pró-ativa e com tecnologia coerente e dentro das necessidades demandadas pelos
"consumidores" internos e externos da empresa.
Dentro da biblioteca de livros do ITIL, se tem a finalidade de mostrar que serviços são
requeridos pelo negócio da empresa a fim de prover o suporte adequado aos clientes do
negócio. Para explanar o item de forme adequada esta biblioteca cobre os seguintes tópicos:
Gerenciamento de capacidade, gerenciamento financeiro dos serviços de TI, gerenciamento
da disponibilidade, gerenciamento do nível de serviços e gerenciamento da continuidade de
serviços de TI (Figura 9).
48
Figura 9 – Funções da disciplina Entrega de Serviços
Fonte: Adaptação do autor de ProActive Services (2004)
Uma vez os serviços sendo entregues dentro do prazo, custo, escopo e qualidade, a
biblioteca ITIL também apresentar os processos dia-a-dia que necessários para suportar os
serviços oferecidos. Fazem parte as disciplinas: serviços de atendimento ao cliente,
gerenciamento de incidentes, gerenciamento de problemas, gerenciamento de configuração,
gerenciamento de mudança e gerenciamento de atualização (Figura 10).
Figura 10 – Funções da disciplina Suporte a Serviços
Fonte: Adaptação do autor de ProActive Services (2004)
49
b)
Resultados encontrados
O conteúdo da biblioteca ITIL provê um conjunto de recomendações e processos para
planejamento e entrega de serviços de TI baseada na cultura e experiências práticas de
renomados profissionais e organizações.
É um guia de serviços não proprietário, que não exige licenciamento para uso e que
pode ser aplicado tanto em empresas públicas como privadas, sendo independente dos
hardwares e softwares utilizados.
A biblioteca que compõem a metodologia ITIL está sendo adotada por várias
organizações no mundo e se tornou a norma britânica BS-15000, e recentemente uma norma
internacional ISO 20000.
c)
Relação com este trabalho
As recomendações da biblioteca ITIL são um dos pilares deste trabalho. A intenção é
estudar o reconhecimento e adoção destas preconizadas melhores práticas nas organizações e
seu nível de maturidade.
2.9.2 A METODOLOGIA BSC
Na década de 1980 e, especialmente, de 1990, executivos e gerentes, tanto na Europa
como nos Estados Unidos e no Brasil, passaram a conhecer os conceitos de Gerenciamento da
Qualidade Total (TQM) e notaram a grande importância de se estabelecer o foco no cliente e
no mercado como forma de melhorar a qualidade dos produtos e serviços e, assim, obter
vantagem competitiva. Naquela mesma época, a maioria dos executivos e gerentes rejeitaram
o uso de medidas financeiras e passaram a buscar novos meios para mensurar o desempenho
organizacional, tendo em vista a necessidade de medir o resultado das estratégias aplicadas
diretamente aos clientes e ao segmento de mercado em que a empresa atuava (RIBEIRO,
2003).
Segundo Kaplan e Norton (1997), o Instituto
Nolan Norton
, unidade de pesquisa da
KPGM, patrocinou, em 1990, um estudo de um ano em diversas empresas, intitulado
“Measuring Performance in the Organization of the Future”
. Os participantes desse estudo
acreditavam que a dependência de medidas de desempenho baseadas exclusivamente em
dados financeiros impediam as empresas de criar valor econômico para as diversas partes
interessadas no futuro. Como resultado, constatou-se a existência de vários sistemas
50
inovadores de avaliação do desempenho do negócio, destacando-se um sistema criado na
“Analog Devices”
, cuja metodologia para medir o resultado empresarial era composta por
indicadores financeiros tradicionais, além de medidas de desempenho relativas a prazos de
entrega ao cliente, qualidade, ciclo de produção e eficácia no desenvolvimento de novos
produtos.
A partir do sistema criado na
“Analog Devices”
, o grupo de pesquisadores promoveu
a ampliação do
scorecard
, dando origem ao atual BSC, cuja finalidade foi assim caracterizada
por Kaplan e Norton (1997): O BSC traduz a missão e a estratégia das empresas em objetivos
e medidas estruturados segundo quatro perspectivas diferentes: a perspectiva financeira, a
perspectiva do cliente, a perspectiva dos processos internos e a perspectiva do aprendizado e
crescimento.
A metodologia do BSC pressupõe que a escolha dos indicadores para administrar uma
Organização não deve se restringir às informações econômicas ou financeiras, sendo
necessário monitorar também, as perspectivas relacionadas ao mercado, aos processos
internos e às pessoas. Pela lógica do BSC, o somatório das pessoas e tecnologias, se bem
aplicados aos processos internos, possibilita criar valor ao cliente e, com isso, levar aos
resultados financeiros esperados.
Assim como não é possível realizar um vôo seguro baseando-se apenas no
velocímetro de um avião, indicadores financeiros não são suficientes para
garantir que a empresa está caminhando na direção correta (KAPLAN e
NORTON, 1997).
Os objetivos e medidas utilizados no BSC não são estabelecidos aleatoriamente. Eles
são determinados a partir do estabelecimento da missão, visão e estratégia da Organização,
que são desdobrados em objetivos, indicadores, metas e iniciativas que atendam de modo
equilibrado os fatores críticos associados ao atendimento das necessidades de acionistas,
clientes, negócios, inovação e aprendizado.
Reconhecendo algumas fraquezas e incertezas da abordagem prévia da administração,
a abordagem do BSC provê uma prescrição clara sobre o que as empresas deveriam medir
para equilibrar a perspectiva financeira. É um sistema de gestão – não apenas um sistema de
medidas – que habilita as organizações a clarear sua visão e estratégia e traduzi-las em ações.
O modelo tradicional de medidas financeiras, entretanto, não é abandonado, ele relata
acontecimentos passados numa abordagem da era industrial, mas não inadequadas para
orientar e avaliar a trajetória das empresas na era da informação. O BSC complementa essas
medidas do passado com medidas dos vetores que derivam da visão e da estratégia da
51
empresa e que impulsionam o desempenho futuro. A estrutura do BSC formada por quatro
perspectivas: financeira, cliente, processos internos e, perspectivas de aprendizado e
crescimento são mostradas da Figura 11.
Figura 11 – Dimensões do BSC
Fonte: KAPLAN E NORTON, 1997
O BSC sugere que a empresa seja vista a partir dessas perspectivas e, para desenvolver
medidas, colete dados e os analise sobre o foco de cada perspectiva.
Cada uma das quatro dimensões ou perspectivas focalizadas no BSC deve ser
compreendida a partir das respostas às perguntas associadas a cada uma delas, ou seja:
A perspectiva financeira resulta da pergunta: para sermos bem sucedidos
financeiramente, como deveríamos ser vistos pelos nossos acionistas?
A perspectiva de cliente resulta da pergunta: para alcançarmos nossa visão, como
deveríamos ser vistos pelos nossos clientes?
A perspectiva dos processos internos resulta da pergunta: para satisfazermos nossos
acionistas e clientes, em quais processos de negócios devemos alcançar excelência?
A perspectiva de aprendizado e crescimento resulta da pergunta: para alcançarmos
nossa visão, como sustentaremos nossa capacidade de mudar e melhorar?
52
Figura 12 – Questões Relacionadas às Dimensões do BSC
Fonte: Adaptado de Kaplan e Norton (1997)
A cada uma dessas respostas corresponde uma série de objetivos, indicadores, metas e
iniciativas integradas à estratégia formulada pela organização. As medidas econômico-
financeiras de desempenho indicam se a estratégia de uma empresa, sua implementação e
execução estão contribuindo para a melhoria dos resultados financeiros e sintetizam as
conseqüências econômicas imediatas das ações executadas.
Na perspectiva do cliente, o BSC viabiliza identificar os segmentos de clientes e
mercados em que a organização pretende competir e as medidas de desempenho associadas.
Além das medidas essenciais de resultados, as organizações também devem incluir medidas
de propostas de valor que oferecerão a esses segmento-alvo.
A perspectiva dos processos internos deve tornar possível identificar os processos
críticos de negócios em que a organização deve alcançar a excelência, oferecendo propostas
de valor capazes de atrair e reter clientes em segmentos-alvo do mercado e satisfazer as
expectativas dos acionistas quanto a excelentes retornos financeiros.
A quarta perspectiva, que se refere ao aprendizado e crescimento, parte da suposição
de que as organizações não sejam capazes de atingir suas metas de longo prazo em relação a
clientes e processos internos utilizando tecnologias e capacidades atuais. Em conseqüência
disso, as organizações devem investir na reciclagem dos funcionários, no aperfeiçoamento da
53
tecnologia de informação e de sistemas e no alinhamento dos procedimentos e rotinas
organizacionais.
Para Kaplan e Norton (1997) as quatro perspectivas do BSC têm-se revelado
adequadas em diversos setores do mercado, mas devem ser consideradas como modelo e,
dependendo das circunstâncias do setor e da estratégia empresarial, talvez seja preciso agregar
a elas uma ou mais perspectivas complementares. Dessa forma, o BSC deve resultar da
combinação adequada de indicadores de resultados e dimensões de desempenho, ou seja, as
dimensões de desempenho precisam comunicar a maneira como os resultados devem ser
alcançados e se a estratégia adotada está sendo bem sucedida. As medidas de resultados, por
sua vez, podem até permitir que a empresa obtenha melhorias operacionais a curto prazo, mas
não revelam se essas melhorias foram traduzidas em expansão de negócios com clientes
existentes e novos e, em conseqüência disso, levaram a empresa a melhores resultados
financeiros.
O BSC vai além de medidas de curto prazo, revelando claramente os vetores de valor
para um desempenho financeiro e competitivo superior e a longo prazo. Os executivos
precisam reconhecer esses vetores do sucesso a longo prazo, cujos objetivos e medidas
utilizadas no BSC não se limitam a um conjunto de desempenho financeiro e não-financeiro,
mas derivam de um processo hierárquico
top down
norteado pela missão e estratégia traduzida
em objetivos e medidas tangíveis. As medidas representam o equilíbrio entre indicadores
externos, voltados para acionistas e clientes, e as medidas internas dos processos críticos de
negócios, inovação, aprendizado e crescimento. Há um equilíbrio entre as medidas de
resultado passado e futuro.
O processo de BSC é um trabalho de equipe da alta administração que deverá trilhar os
seguintes passos:
primeiro: traduzir a estratégia em objetivos estratégicos específicos;
segundo: estabelecer metas financeiras;
terceiro: deixar claro o segmento de cliente e de mercado a que está competindo;
quarto: identificar objetivos e medidas para seus processos internos que é a principal
inovação e benefício do
scorecard
.
Em geral, essa trilha revela processos internos totalmente novos nos qual a
organização deve buscar a excelência para que sua estratégia seja bem sucedida.
Usualmente, as metas de aprendizado e crescimento, expõem os motivos para
investimentos na reciclagem de funcionários, na tecnologia disponível e nos sistemas de
54
informações gerenciais que vão produzir inovações e melhorias significativas para os
processos internos, para clientes e para acionistas.
O processo de construção de um BSC esclarece os objetivos estratégicos e identifica
um pequeno número de vetores críticos que determinam os objetivos estratégicos. O BSC
estimula a mudança, uma vez que seu maior impacto está na indução dessa mudança.
As melhores práticas do mercado devem ser incorporadas à empresa pelo processo de
benchmarking
. Uma atenção deve ser dada às metas internas para verificar se elas não
aprisionam o setor num nível inaceitável de desempenho estratégico. Após o estabelecimento
de metas para as quatro perspectivas – financeiras, clientes, processos internos e, aprendizado
e crescimento – a direção estará em condições de alinhar suas iniciativas estratégicas de
qualidade, tempo de resposta e reengenharia para alcançar os objetivos extraordinários.
O BSC oferece a justificativa principal, o foco e a integração para melhoria contínua, a
reengenharia e os programas de transformação. Não se limitando ao redesenho de qualquer
processo local, os esforços são dirigidos à melhoria dos processos críticos para o sucesso
estratégico da empresa. O processo gerencial de planejamento e estabelecimento de metas
permite que a empresa:
quantifique os resultados pretendidos a longo prazo;
identifique mecanismos e forneça recursos para que os resultados sejam alcançados;
estabeleça referenciais de curto prazo para as medidas financeiras e não-financeiras
do
scorecard
.
O aspecto mais inovador e importante do BSC é a incorporação do aprendizado
estratégico que cria instrumentos para o aprendizado organizacional em nível executivo.
Monitora e ajusta a implementação da estratégia e, se necessário, efetua mudanças na própria
estratégia. Outro fator importante é que as revisões gerenciais passarão a examinar
minuciosamente se as metas estão sendo alcançadas, deixando de analisar o passado para
aprender sobre o futuro.
O BSC induz o raciocínio dinâmico: as pessoas vêem onde as peças se encaixam;
como seus papéis influenciam outras pessoas e a própria empresa. O processo de
planejamento, estabelecimento de metas e iniciativas estratégicas define metas específicas e
quantitativas de desempenho desejadas, e os níveis atuais determinam o hiato de desempenho
que deverá ser o alvo de novas iniciativas estratégicas, possibilitando definir um conjunto
abrangente de medidas de desempenho, o qual serve de base para um sistema de medição,
gestão e avaliação estratégica, caracterizado por um processo de duplo
loop
de aprendizado,
55
qual seja: saber se a estratégia está sendo cumprida e se a mesma ainda é viável para o
sucesso das organizações.
O nome adotado – Indicadores Balanceados de Desempenho – estabelece o equilíbrio
entre os objetivos de curtos e longos prazos, a relação causa-efeito entre as medidas
financeiras e não-financeiras, bem como entre os indicadores de tendências (
leading
) e
ocorrências (
lagging
) e as perspectiva interna e externa de desempenho.
Inicialmente, o BSC era visto apenas como um sistema de indicadores que permitia às
empresas dar continuidade à prática de um tipo de gestão que privilegiava o resultado
econômico-financeiro no curto prazo, por meio da redução de custos, concorrência de preços
baixos e menores investimentos em melhoria de produtos e processos, em detrimento de
aspectos relacionados à qualidade de produtos e serviços, relacionamento com o cliente,
gerenciamento estratégico, dentre outros.
Entretanto, ao examinarem posteriormente o desempenho das empresas bem sucedidas
na implementação do BSC, Kaplan e Norton (2000) constataram o surgimento de um novo
modelo de gerenciamento de negócios, denominado “Organização Orientada para Estratégia”.
Esse modelo, baseado em cinco princípios básicos, conforme demonstrado na Figura 13
permitiu aos executivos e gestores o alinhamento das unidades de negócios, das unidades de
serviço compartilhado, das equipes e das pessoas em torno de metas organizacionais gerais,
por meio de efetivas ações de comunicação, ou seja, proporcionou o alinhamento dos
processos críticos de negócio às estratégias empresariais e à geração de oportunidades de
crescimento, ofertando aos clientes e mercado produtos e serviços personalizados, com alto
valor agregado.
Figura 13 – Organização Orientada para a Estratégia
Fonte: Kaplan e Norton, 2000
56
2.9.2.1 Dissertações e artigos sobre o Tema
2.9.2.1.1
O Balanced Scorecard como Ferramenta para o desenvolvimento de um Sistema de
Medição do Desempenho: Uma Proposta de Implantação (QUINTELLA, 2004)
a)
Resumo
A avaliação de desempenho de uma organização deixou de ser apenas observado pelos
resultados financeiros, que não são suficientes para garantir que suas estratégias, objetivos e
metas estão sendo alcançados de forma sistêmica e global. O sistema de gestão de uma
organização necessita avaliar o seu desempenho de forma a atender harmonicamente todas as
partes interessadas. As organizações precisam identificar as necessidades das partes
interessadas como base para definição de suas estratégias e planos que, por sua vez, irão
definir as práticas de gestão e processos operacionais que irão atender aquelas necessidades
das partes interessadas.
Desta forma, um sistema de indicadores de desempenho pode ser uma importante e
valiosa ferramenta que permita a tradução da estratégia da empresa em objetivos e metas,
relacionados a dimensões além apenas da financeira.
Esta dissertação versou justamente sobre a implementação de um sistema de medição
do desempenho, com base no
balanced scorecard
, que é uma ferramenta que permite traduzir
a estratégia das organizações em objetivos e indicadores, por meio de perspectivas
estratégicas, facilitando a divulgação e disseminação das intenções da alta direção com todos
os envolvidos. A dissertação apresenta dois modelos de aplicação do sistema de medição de
desempenho, o de Kaplan e Norton, relacionado com este trabalho e o da Fundação para o
Prêmio Nacional da Qualidade, comentando as características de cada um deles e as
considerações a serem feitas quando da aplicação pelas organizações.
b)
Resultados encontrados
A idéia inicial desta dissertação e de sua pesquisa era de apresentar um modelo de
implantação da metodologia do
balanced scorecard
, em que os indicadores que o
compusessem guardassem uma relação que demonstrasse os efeitos de uns sobre os outros.
Com a análise dos exemplos aplicados ao modelo e com os exemplos retirados da interação
do autor com algumas organizações escolhidas como exemplo e considerando os objetivos
57
pressupostos inicialmente, foram formuladas e obtidas algumas conclusões, em que destaco a
seguir as referentes a metodologia do
balanced scorecard
.
O
Balanced Scorecard
facilita a tradução da estratégia organizacional por meio dos
indicadores de desempenho. Onde antes um objetivo não financeiro não tinha visibilidade em
relação à estratégia, agora fica mais fácil para todos verem, entenderem, cumprirem,
colaborarem, se envolverem e se comprometerem no atendimento de todos os objetivos da
organização.
A transparência deste sistema de medição, e consequentemente o entendimento por
todos de suas inter-relações, se verifica pelo respeito das perspectivas estratégicas, até o
estabelecimento dos indicadores de desempenho, passando pelos objetivos estratégicos.
O
balanced scorcard
, por meio dos seus indicadores, fornece elementos para que
sejam realizadas, de forma sistemática, avaliações periódicas sobre o desempenho da
organização. Com isto, o BSC é um suporte à tomada de decisões e permite a análise sobre
aspectos críticos que possam impedir o atingir as estratégias definidas e que foram o ponto de
partida para definição dos indicadores.
Concluiu-se que o BSC fornece métodos consistentes para validar ou direcionar a
tomada de decisão. Para a análise crítica global pela alta direção, e conseqüente tomada de
decisão, o sistema de indicadores estabelecido não necessita possuir um número grande de
indicadores. É usual e recomendável esse número girar entre 20 e 30 indicadores.
A organização que opta por um processo de implantação de um sistema de medição de
desempenho, composto por indicadores que estejam estruturados de tal forma que guardem
uma correlação e integração harmônica, passa a ter a oportunidade de buscar o sucesso, com
base nas suas estratégias e objetivos, o que certamente é de grande importância para o seu
crescimento e desenvolvimento no mercado.
c)
Relação com este trabalho
O modelo proposto por esta dissertação e pesquisa vem em linha com o proposta deste
trabalho no sentido de trazer uma contribuição para o processo de definição do sistema de
indicadores em que seja respeitado o caminho que começa com a discussão do perfil da
organização, passando pelas diretrizes organizacionais, objetivos estratégicos e
correspondentes planos de ação, que permite, de forma pragmática, se atingir a missão da
organização e na qual a presença e dependência da tecnologia está cada vez maior.
O processo de implantação de um sistema de indicadores traz benefícios já a partir da
discussão do perfil da organização, quando se procura identificar as necessidades das partes
58
interessadas, onde todos têm a oportunidade de fazer uma profunda reflexão sobre seus
aspectos fundamentais: produtos, processo e partes interessadas.
A definição dos objetivos estratégicos e os correspondentes indicadores de sucesso
fornecem para a organização um claro caminho a seguir, em forma de ações concretas.
2.10
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os objetivos da revisão de literatura foram atingidos na medida em que promoveu um
extenso e profundo levantamento de materiais importantes sobre o tema, analisando trabalhos
científicos relevantes e com alto grau de correlação com esta dissertação.
O conjunto de trabalhos levantados na pré-análise tem um peso representativo em
relação ao tema da dissertação, o que ficou evidente pelos gráficos de distribuição dos
assuntos pesquisados.
Os quatorze trabalhos escolhidos para análise subsidiaram o desenvolvimento e o
entendimento mais amplo do referencial teórico, permitindo o envasamento teórico necessário
para o desenvolvimento do tema.
59
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A fundamentação teórica da presente dissertação foi elaborada com auxílio de uma
extensa revisão da literatura em livros, artigos e dissertações que abordam os temas “BSC” e
“ITIL” proporcionando a construção de um arcabouço teórico que permitiu uma discussão em
profundidade das questões levantadas.
Apresenta-se neste capítulo toda a base conceitual que norteia o presente trabalho. São
apresentados os conceitos da metodologia BSC e como ela pode contribuir e estar integrada
ao planejamento e alinhamento estratégico de TI. Também é apresentada a metodologia ITIL
com seus principais conceitos, disciplinas e práticas.
Conclui-se o capítulo avaliando a influência da tecnologia de informação na gestão
estratégica e na competitividade de uma organização. Ao final apresenta-se um
relacionamento entre os referenciais teóricos apresentados com as questões verificadoras das
hipóteses.
3.2
METODOLOGIA BSC (
BALANCED SCORECARD
)
3.2.1 Visão Geral
O
Balanced Scorecard
é um dos modelos de sistema de desempenho mais difundidos
na literatura. Ele foi proposto pela primeira vez por Robert S. Kaplan e David P. Norton no
início dos anos noventa, resultado de experiências com trabalhos desenvolvidas em empresas
norte-americanas.
60
O
Balanced Scorecard
foi definido como
um conjunto de medidas que fornece aos gerentes de alto escalão uma rápida
e mais abrangente visão do negócio. Ele inclui medidas financeiras que
dizem os resultados das ações já tomadas e as complementa com medidas
operacionais sobre a satisfação do cliente, processos internos e a inovação da
organização e atividades de melhoria – medidas operacionais que são os
direcionadores do desempenho financeiro futuro (KAPLAN e NORTON,
1992, p.71).
A argumentação desses autores está baseada entre outros aspectos, na complexidade
da gestão que hoje os gerentes enfrentam, na qual eles devem ser capazes de ver o
desempenho de várias áreas da empresa de forma simultânea. Eles comparam a administração
de um negócio a pilotar um avião, onde devem ser considerados vários fatores ao mesmo
tempo e não somente algumas poucas informações sem conexão entre si.
Niven (2002) descreve o BSC como um conjunto selecionado de medidas de
desempenho derivadas da estratégia da organização, que representam uma forma de
comunicar aos funcionários e aos
stakeholders
externos os resultados dos direcionadores de
desempenho nos quais a organização conseguirá atingir a missão e os objetivos estratégicos.
Ressalta-se, porém, Neely et al. (2001) que argumentam que a abrangência dada ao
stakeholder
no BSC restringe-se a clientes e acionistas não contemplando funcionários,
fornecedores, entidades regulatórias, comunidades locais etc., partes essas que impactam
fortemente para o desempenho da organização.
3.2.2 Evolução do Balanced Scorecard
A evolução do
Balanced Scorecard
pode ser dividida em três fases ou gerações,
baseada na experiência dos próprios autores com os casos de implementação desde a criação
do modelo.
Quando do surgimento do BSC, em 1992, Robert Kaplan e David Norton começaram
com a premissa que confiar exclusivamente em medidas financeiras num sistema de gestão é
insuficiente. Elas são os indicadores de resultados (do inglês,
lag indicators
) que reportam
sobre os resultados de ações passadas. O enfoque do
Balanced Scorecard
é manter as medidas
financeiras de desempenho, mas completá-las com medidas que irão direcionar – os
indicadores de processo (do inglês,
lead indicators
) – o desempenho financeiro futuro da
organização.
61
Segundo Kaplan e Norton (1992), o BSC faz com que os gerentes se concentrem nas
medidas de desempenho mais críticas, atendendo a duas necessidades que são: trazer em um
único relatório gerencial muitos elementos que são fatores significativos para a
competitividade da empresa (orientação ao cliente, diminuição de tempo de resposta, ênfase
no trabalho em equipe, redução do tempo de lançamento de novos produtos e gestão com
visão de longo prazo) e considerar todas as medidas de desempenho operacionais importantes
juntas, permitindo a eles verificarem se a melhoria de uma área da empresa não está
ocorrendo em detrimento de outra área.
O BSC fornece um modelo de sistema de medição de desempenho que agrupa um
conjunto de medidas de desempenho de forma que os gerentes possam olhar o negócio de quatro
perspectivas importantes e fornecendo respostas para quatro questões básicas (Figura 14):
Como a empresa é vista pelos clientes? (Perspectiva do Cliente)
Em quais processos de negócio deveremos ser melhores? (Perspectiva Processo
Interno)
Como a empresa pode continuar a melhorar e criar valor? (Perspectiva da Inovação e
Aprendi Aprendizado)
Como os acionistas olham para a empresa? (Perspectiva Financeira).
Figura 14 – O Balanced Scorecard – Medidas de Desempenho
Fonte: Kaplan e Norton (1992, p.72)
62
Maisel (1992) também aborda o enfoque do
Balanced Scorecard
, enfatizando que as
empresas começaram a transformar seus sistemas de medição de desempenho para ajudar na
ligação entre estratégias e medidas de desempenho, na medida em que elas necessitam de
medidas de desempenho que forneçam um
feeedback
sobre as atividades desempenhadas.
O objetivo do processo de medição de desempenho, segundo esse mesmo autor, é
possibilitar a empresa atingir um balanço entre as várias e diferentes dimensões e essas
medidas de desempenho serem integradas com as estratégias da empresa.
Ainda segundo esse autor, a importância do conceito
Balanced Scorecard
está ligada
ao fato que uma organização deve definir dimensões-chave do desempenho para as quais as
medidas de desempenho podem ser relacionadas, medidas estas normalmente relacionadas às
dimensões de clientes, processos internos de negócio, recursos humanos e finanças, bem
como uma empresa deveria selecionar medidas de desempenho que capacite o seu negócio
para atingir suas estratégias e se tornar mais competitiva. A Figura 15 abaixo ilustra o
conceito de sistema de medição de desempenho balanceado do autor.
Figura 15 – Direcionamento pelas Estratégias
Fonte: Maisel (1992, p. 50)
63
Em Kaplan e Norton (1993), são apresentados exemplos reais de implementação
pioneiras do BSC em empresas norte-americanas e são propostos passos básicos para o
desenvolvimento de um
Balanced Scorecard
. Os autores afirmam que “o
Balanced Scorecard
pode servir como o ponto de foco para os esforços da organização, definindo e comunicando
prioridades para os gerentes, funcionários, investidores e até para os clientes” (KAPLAN e
NORTON, 1993, p.135). Os casos de implementação apresentados mostram que o BSC
obteve mais sucesso quando ele foi usado para direcionar um processo de mudança. A Figura
16 mostra como o sistema de medição de desempenho induz a ligação das medidas de
desempenho à estratégia.
Figura 16 – Ligando medições à estratégia
Fonte Kaplan e Norton (1993, p.139)
Alguns anos mais tarde o BSC foi proposto como um sistema de gestão de
desempenho em Kaplan e Norton (1996 a,b), Figura 17, a seguir.
64
Figura 17 – As Quatro Perspectivas do Balanced Scorecard.
Fonte: KAPLAN e NORTON (1996a, p. 76)
Segundo esses autores, o
Balanced Scorecard
complementa as medidas de
desempenho financeiras com outras três perspectivas que apontam para o desempenho futuro.
Essas perspectivas são: a perspectiva do cliente, a perspectiva do processo interno de negócio
e a perspectiva da aprendizagem e crescimento. De acordo com Kaplan e Norton (1996b,
p.10),
as medidas representam um balanço entre medidas externas para acionistas e
clientes e medidas internas para processos críticos de negócios, inovação e
crescimento. As medidas são balanceadas entre medidas de resultado – os
resultados dos esforços passados – e as medidas que direcionam o
desempenho futuro.
A perspectiva financeira resume as conseqüências das ações já tomadas e uma forma
econômica. Assim sendo, cada medida de desempenho, que faz parte da perspectiva
financeira, é parte de uma relação de causa-e-efeito. As medidas de desempenho dessa
perspectiva são tipicamente relacionadas à rentabilidade – tais como: receita operacional,
retorno sobre o capital empregado, valor econômico adicionado etc. Para Kaplan e Norton
(1996b, p.48), “medidas e objetivos financeiros devem representar um papel duplo: eles
definem o desempenho financeiro esperado a partir da estratégia e servem como as metas
finais para os objetivos e medidas de todas as outras perspectivas”.
65
Vale observar que esses autores recomendam que as medidas de desempenho e os
objetivos da perspectiva financeira sejam estabelecidos antes dos demais, pois eles são o
ponto de partida para o desdobramento de outras medidas de desempenho e de chegada
para avaliar o desempenho financeiro.
A perspectiva do cliente contém as medidas de desempenho para os segmentos de
mercados e advindas da estratégia. As principais medidas de desempenho dessa perspectiva
são a satisfação do cliente, retenção do cliente, conquista de novos clientes, rentabilidade por
cliente etc. Além dessas medidas de desempenho, é importante estabelecer medidas de
desempenho para focalizar os esforços para entregar valor para o cliente em cada segmento de
mercado que a empresa compete ou pretende competir. Para tanto, Kaplan e Norton (1996b)
sugerem três classes de atributos para traduzir o valor:
atributos do produto e serviço: funcionalidade, qualidade e preço;
relacionamento com o cliente: qualidade da experiência da compra e
relacionamentos pessoais; e
imagem e reputação.
A perspectiva dos processos internos de negócio contém medidas de desempenho e
objetivos para os processos os quais a empresa precisa primar para entregar valor para os
clientes e satisfazer os acionistas. Os processos existentes ou não, cujo desempenho tem um
grande impacto na satisfação dos clientes, são prioritários. Os processos internos são
subdivididos em processo de inovação, operacional e de serviço pós-venda. Conforme Kaplan
e Norton (1996b, p.92), “o processo de derivação dos objetivos e medidas para a perspectiva
dos processos internos de negócios representa uma das mais sutis distinções entre o
Balanced
Scorecard
e os sistemas de medição de desempenho tradicionais”.
Na perspectiva de aprendizagem e crescimento, os objetivos e as medidas de
desempenho procuram identificar onde a organização precisa primar para atingir uma ruptura
significativa no desempenho. As medidas de desempenho de resultado dessa perspectiva são
direcionadores para as outras três perspectivas. As três principais categorias nessa
perspectivas são: capacidades do funcionário, adaptabilidade do sistema de informação e
motivação, delegação de poderes e alinhamento.
Segundo Kaplan e Norton (1996b), o BSC enfatiza que medidas financeiras e não-
financeiras devem fazer parte do sistema de informação para os funcionários de todos os
níveis da organização. Funcionários da linha de frente devem entender as conseqüências das
66
decisões e ações deles e os altos executivos devem entender os direcionadores do sucesso
financeiro a longo prazo.
Os objetivos e as medidas de desempenho do BSC são derivadas de um processo
dirigido, de cima para baixo na empresa, pela missão e estratégia da unidade de negócio,
traduzindo a missão e a estratégia da unidade de negócio em objetivos e medidas tangíveis.
Também é citado que empresas inovadoras utilizam o BSC não como um sistema de medição
operacional, mas sim como um sistema de gestão estratégico, utilizando o foco da medição de
desempenho para executar os seguintes processos críticos de administração: tradução da
visão, comunicação e ligação, planejamento do negócio e
feedback
e aprendizado como
mostra a Figura 18.
Figura 18 – Gerenciando a Estratégia: Quatro Perspectivas.
Fonte: Kaplan e Norton (1996a, p. 77)
O processo de tradução da visão inicia-se com o time de executivos na tradução da
estratégia de negócio da unidade de negócio em objetivos estratégicos. Para que os objetivos
financeiros sejam definidos, devem ser ponderados os objetivos como retorno e crescimento
do mercado, lucratividade ou geração de fluxo de caixa. Na definição dos objetivos na
perspectiva do cliente, é necessário ter claro os clientes e segmentos de mercado que se quer
atuar.
67
Com os objetivos dos clientes e financeiros estabelecidos, então, é identificado os
objetivos e as medidas para processo interno de negócio da organização. Segundo Kaplan e
Norton (1996b), esse processo de identificação representa uma das principais inovações e
benefícios do BSC. A ligação final para o aprendizado e objetivos de crescimento revela a
razão para investimentos em funcionários, sistemas e procedimentos, gerando inovação e
melhoria para os processos internos do negócio, clientes e eventualmente para os acionistas.
A comunicação e ligação dos objetivos e as medidas de desempenho estratégicas
servem como um sinal para todos os funcionários da empresa de que os objetivos críticos
devem ser seguidos para que a empresa tenha sucesso. Portanto, os membros de uma
organização devem entender os objetivos de longo prazo da unidade de negócio bem como a
estratégia para atingir esses objetivos. Os indivíduos formulam ações locais que irão
contribuir para alcançar os objetivos da unidade de negócio e todos os esforços e iniciativas
da organização serão alinhadas para as mudanças que se fizerem necessárias.
O BSC tem um impacto forte quando é direcionado para a mudança organizacional,
fornecendo subsídios bem como foco e integração para a melhoria contínua, reengenharia e
programas de transformação que são críticos e para o sucesso estratégico da organização. O
processo de planejamento do negócio facilita a organização a quantificar os resultados de
longo prazo que se deseja atingir, identifica mecanismos e fornece recursos para atingir esses
resultados, e estabelece metas de curto prazo para as medidas de desempenho financeiras e
não-financeiras do
scorecard
.
O processo de
feedback
e aprendizado permite o aprendizado organizacional para o
nível gerencial, monitorando e ajustando a implementação da estratégia e se necessário
fazendo mudanças fundamentais na própria estratégia. Esse processo começa com a tradução
da visão para toda a organização, depois no processo de comunicação e ligação mobilizando
todos os indivíduos para ações direcionadas para atingir os objetivos organizacionais e nos
processos de planejamento, estabelecimento de metas e processos de iniciativas estratégicas,
definindo objetivos específicos e quantitativos de desempenho para a organização por meio de
um conjunto balanceado de resultados e direcionadores de desempenho.
Os primeiros três processos críticos de gestão são vitais para a implementação da
estratégia, mas por si só são insuficientes. O processo linear de estabelecer a visão e a
estratégia, comunicar e ligar a visão e a estratégia para toda a organização e alinhar as ações e
iniciativas para se chegar aos objetivos estratégicos de longo prazo é um exemplo do processo
de
feedback
circuito simples (
single-loop
).
68
Organizações necessitam também ter capacidade para o aprendizado circuito duplo
(
double-loop
) e isso ocorre quando gerentes obtêm
feedback
se a estratégia está sendo
executada de acordo com o planejado e, mais importante, se a estratégia é viável, se suas
pressuposições fundamentais são válidas. Todo esse processo faz com que os objetivos sejam
revistos, atualizados e recolocados de acordo com os resultados estratégicos obtidos e dos
direcionadores de desempenho necessários para o futuro.
A estratégia é um conjunto de hipóteses sobre causa-e-efeito e o sistema de medição
de desempenho deve refletir os relacionamentos entre os objetivos das várias perspectivas de
modo que eles possam ser geridos e validados. Portanto, um BSC deve dizer a estória da
estratégia de uma unidade de negócio, identificando e tornando explícita a seqüência de
hipóteses sobre os relacionamentos de causa-e-efeito entre as medidas de desempenho e os
direcionadores de desempenho dessas medidas. A Figura 19 mostra um exemplo de
relacionamento genérico entre medidas de um BSC.
Figura 19 – Exemplo de Relacionamento entre Medidas de Desempenho de um Balanced Scorecard
Fonte: Kaplan e Norton (1996b, p. 31)
69
O
Balanced Scorecard
, segundo Kaplan e Norton (1996b), deve também ter um
mistura de medidas e direcionadores de desempenho. Medidas sem direcionadores não
comunicam como os resultados devem ser atingidos, bem como não fornecem uma indicação
se a estratégia está sendo implementada com sucesso.
Portanto, o BSC deve ter uma mistura apropriada de indicadores de resultados e
direcionadores do processo da estratégia da unidade de negócio, ou seja, deve traduzir a
estratégia da unidade de negócio em um conjunto de medidas inter-relacionadas que definem
os objetivos estratégicos de longo prazo, bem como os mecanismos para atingir esses
objetivos.
Já em Kaplan e Norton (2001a), o BSC passa a ser visto como um método de apoio
para comunicar a visão e a estratégia organizacional, onde o foco está centralizado na
implementação da estratégia, evolução esta, segundo os autores, decorrente dá prática da
implementação do
Balanced Scorecard
nas empresas. As organizações desenvolveram seus
sistemas de medição de desempenho, mas rapidamente aprenderam que a medição de
desempenho tinha conseqüências além de relatar o desempenho do passado.
A medição de desempenho cria foco para o futuro e as medidas de desempenho
escolhidas pelos gerentes levam mensagens importantes para todas as unidades da
organização e funcionários. Aproveitando essas vantagens as empresas integraram as novas
medidas de desempenho em um sistema de gerenciamento de desempenho. Portanto, o BSC
evolui de um sistema de gerenciamento de desempenho para um sistema de gerenciamento
estratégico. O BSC passa a ser visto como um modelo de apoio para comunicar a visão e a
estratégia organizacional da empresa, onde o foco está centralizado na implementação da
estratégia.
Citando exemplos de algumas empresas, Kaplan e Norton (2001a) afirmam que
organizações que concentram na estratégia (
strategy-focused organizations
) usam o BSC para
centralizar a estratégia no processo de gestão de forma a contribuir para a descrição da mesma
de modo consistente.
Dentro do conceito de um novo sistema de gerenciamento estratégico, Kaplan e
Norton (2001a) observaram que empresas atingiram níveis de inovação em desempenho em
pouco tempo (2/3 anos) após a implementação do BSC, capitalizando em capacidades e em
bens tangíveis e intangíveis que já existiam nas organizações.
Ainda em Kaplan e Norton (2001a), a construção do mapa estratégico mostra uma
arquitetura lógica e abrangente, onde o cerne está descrito em um conjunto de relações de
causa-e-efeito entre os objetivos e as ações estratégicas, ainda distribuídas entre as quatro
70
perspectivas do BSC (financeira, cliente, processos internos e inovação e aprendizagem),
como mostrado na Figura 20.
Figura 20 – Mapa Estratégico do Balanced Scorecard.
Fonte: Kaplan e Norton (2001a, p. 92)
Os autores também afirmam que a construção do mapa estratégico torna as hipóteses
da estratégia mais explícitas, conectando os resultados desejados da estratégia com os
direcionadores deles. A Figura 21 mostra uma visão da estratégia que os autores acharam ser
eficiente na prática, onde a missão da organização fornece o início do desenvolvimento da
estratégia.
71
Figura 21 – Tradução da missão em resultados desejados.
Fonte: Kaplan e Norton (2001c, p. 73)
De acordo com Kaplan e Norton (2001b), empresas que alcançaram inovações de
desempenho utilizando o BSC conseguiram o alinhamento e foco da estratégia, denominadas
empresas focadas na estratégia, utilizando-se de um conjunto de princípios, como pode ser
visto na Figura 22. São eles:
tradução da estratégia em termos operacionais;
alinhamento da organização à estratégia;
fazer da estratégia parte do dia-a-dia dos funcionários;
fazer da estratégia um processo contínuo; e
mobilizar mudança pela liderança do executivo.
A tradução da estratégia em termos operacionais, segundo esses mesmos autores, se dá
pela construção do mapa estratégico. O alinhamento da organização com a estratégia significa
quebrar as barreiras existentes para a implementação da estratégia, onde os executivos
substituem as estruturas formais por temas estratégicos que permitem uma mensagem
consistente, bem como um conjunto de prioridades para serem disseminadas em todas as
unidades da organização. Kaplan e Norton (2001c, p.12) afirmam que “empresas de sucesso
72
utilizam o BSC de maneira coordenada através das organizações para ter certeza que o todo
excede a soma das partes”.
Figura 22 – Os princípios da uma organização focada na estratégia.
Fonte: Kaplan e Norton (2001b, p. 148)
Dentro do princípio da estratégia de fazer parte do dia-a-dia dos funcionários, as
empresas necessitam que todos os funcionários entendam a estratégia e a conduzam para as
suas atividades diárias de modo que contribua para o sucesso da mesma. Os executivos usam
o BSC para ajudar a comunicar e educar a organização sobre a nova estratégia e o fazem de
forma holística. Ao invés de colocar os objetivos como uma ordem a ser cumprida, a
estratégia é comunicada de cima para baixo, mas de maneira que os indivíduos e
departamentos possam desenvolver os seus próprios objetivos visando prioridades contidas na
estratégia. Outro ponto, verificado pelos autores dentro das organizações focadas na
estratégia, é a ligação do incentivo à compensação ao BSC. A maioria dos executivos optou,
para premiação por desempenho, por um sistema baseado na equipe ao invés do indivíduo,
um enfoque que enfatizou a importância do trabalho em equipe em executar a estratégia.
O quarto princípio, fazer da estratégia um processo contínuo, trouxe três temas
importantes nas implementações do BSC:
73
primeiro é que as organizações começaram a ligar estratégia ao orçamento,
quando os executivos descobriram que havia necessidade de dois tipos de
orçamento, o orçamento estratégico e o orçamento operacional. Segundo os
autores, essa distinção é essencial, visto que o orçamento deve proteger as
iniciativas de longo prazo das pressões para se obter resultados financeiros
imediatos;
o segundo tema foi à introdução de reuniões de gerenciamento para a revisão
da estratégia que gerou a necessidade de sistemas de informação para
feedback
dos resultados de desempenho para toda a organização; e
no terceiro, um processo para o aprendizado e adaptação da estratégia
envolvida, os executivos das empresas usam as idéias e conhecimentos
gerados pelas organizações para constantemente afinar suas estratégias.
O último princípio, mobilizar mudança pela liderança do executivo, baseia-se no
patrocínio e envolvimento ativo da equipe de executivos na coordenação das mudanças
decorrentes da estratégia. Esse trabalho desenvolve-se em etapas sendo a primeira a
mobilização, tornando claro para a organização o motivo da necessidade da mudança; a
segunda é estabelecer o processo de governança para a transição, demonstrando e reforçando
novos valores culturais para a organização.
Conclui-se, por meio da análise da evolução do BSC, que ele evoluiu de um sistema de
medição de desempenho balanceado, com medidas de desempenho medidas financeiras e não-
financeiras, num primeiro momento, para um sistema de medição de desempenho já baseado
na estratégia e finalmente, num terceiro momento, sua evolução para um sistema de
implementação e gestão da estratégia.
3.2.3 Implementação do Balanced Scorecard
De acordo com Kaplan e Norton (1996b), o sucesso do
Balanced Scorecard
está no
seu uso como novo sistema de gerenciamento estratégico e não somente como um novo
modelo de sistema de medição de desempenho, sendo que este último deve ser usado como
um meio para se atingir um objetivo importante enquanto um sistema de gestão estratégica
ajuda os executivos a implementar e conseguir feedback sobre suas estratégias.
Empresas implementaram o BSC, pois eles mantêm o foco nos resultados financeiros
de curto prazo, mas também reconhece o valor de se construir bens intangíveis e capacidades
74
competitivas. A Figura 23 mostra algumas razões pelas quais as empresas adotam o BSC e
nota-se que nenhuma das razões está relacionada somente com a melhoria do sistema de
medição, mas sim como parte de um objetivo mais amplo, isto é, mover a organização para
novas direções estratégicas.
Figura 23 – A Maioria das Empresas Introduziu o Scorecard para direcionar
partes do Processo de Gerenciamento Estratégico
Fonte: Kaplan e Norton (1996b, p. 275)
Niven (2002) afirma que para que haja uma mudança positiva na organização com a
implementação do BSC, é necessário que ele esteja firmemente ligado aos sistemas de gestão,
tornando-se o suporte fundamental para a análise da gestão do desempenho, tomada de
decisão, sendo vital determinar as razões pelas quais uma empresa adota o BSC. Isso permite
se ter certeza da transição do BSC de um sistema de medição para um sistema de gestão. A
Figura 24 mostra algumas das razões para se implementar o
Balanced Scorecard
.
75
Figura 24 – Razões para o Balanced Scorecard.
Fonte: Niven (2002, p. 41)
Segundo Niven (2002), a implementação do BSC segue alguns passos básicos na fase
de planejamento, sendo o primeiro desses passos a determinação de objetivos claros para a
implementação, alguns desses objetivos colocados na Figura 24. Outro passo importante é a
escolha da unidade de negócio apropriada onde será desenvolvido o BSC. Alguns critérios
devem ser levados em consideração para a escolha. São eles:
estratégia;
patrocínio;
necessidade para um
Balanced Scorecard
;
suporte de gerentes e supervisores com papéis-chave na empresa;
enfoque organizacional;
dados; e
recursos.
O critério mais importante na seleção da unidade a ser escolhida é que ela tenha uma
estratégia coerente, pois o BSC é um método para ajudar a traduzir a estratégia em objetivos e
medidas de desempenho que irão permitir avaliar a eficiência da estratégia. Sem uma
76
estratégia firme é provável que se chegue a um conjunto de medidas de desempenho
financeiras e não-financeiras que não tenha uma relação articulada de causa-e-efeito e que,
portanto, será difícil verificar se melhorias de uma determinada área do
scorecard
está
produzindo os efeitos desejados nos outros indicadores-chave de desempenho.
Também, muito importante, é a necessidade do patrocínio da alta administração para o
BSC, pois ele é responsável em fornecer a liderança para o programa de implementação em
palavras e ações. Dentro do contexto do patrocínio dos executivos e dos recursos, Bourne
(2000) cita que a dificuldade de se obter comprometimento dos gerentes pode ser vista em
termos comparativos, pois existe o fator prioridade dentro de uma organização que pode
mudar com o tempo. Essas mudanças são causadas pela própria aplicação do projeto ou por
eventos fora do controle da equipe gerencial e, aliado a isso, a disponibilidade de tempo e
esforços da equipe gerencial.
A necessidade de uma empresa de adotar o
Balanced Scorecard
está intimamente
relacionada com a importância de se ter objetivos claros para a implementação dele. Enquanto
os executivos fazem uso das informações do
scorecard
para tomar decisões estratégicas,
uma grande dependência dos gerentes e supervisores no uso do sistema no seu trabalho. Dai a
necessidade de suporte aos gerentes e supervisores com papéis-chave na empresa. Quando o
scorecard
é direcionado aos níveis hierárquicos operacionais mais baixos da empresa pelo
processo de desdobramento, o alinhamento e o foco derivado de toda a organização podem
levar a uma real inovação em desempenho. Os gerentes e supervisores fazem isso acontecer
com seu entendimento, aceitação, suporte e uso do BSC.
A unidade escolhida necessita ter enfoque organizacional, isto é possuir uma
estratégia; consumidores definidos, processos específicos, operações e administração. Já
dentro do critério dados, ele engloba dois elementos: o primeiro é a escolha de uma unidade
que tenha uma história de confiança e credibilidade em medidas de desempenho; e o segundo
é que a unidade tenha facilidade em fornecer dados para medidas de desempenho no momento
atual.
No critério recursos, a unidade deve estar preparada para fornecer amplos recursos
necessários para implementação em termos de um grupo de indivíduos comprometidos com
um objetivo em comum.
Um terceiro passo, considerado um elemento crítico para qualquer programa de
implementação, é o comprometimento dos executivos seniores com o programa. Kaplan e
Norton (1996a) acreditam que o comprometimento da alta gerência é necessário por diversas
razões. São elas:
77
entendimento da estratégia;
poder de decisão; e
comprometimento
Segundo os autores, a maioria da média gerência não possui conhecimento profundo
sobre a estratégia da organização, somente a equipe de gerentes seniores é capaz de articular a
estratégia de forma eficiente. Quanto ao poder de decisão, a estratégia envolve negociações
onde devem ser tomadas decisões sobre os cursos de uma organização e a média gerência não
possui o poder de decisão para determinar prioridades estratégias, tais como, proposições
relativas ao valor do cliente e aos processos operacionais, que são críticos para o
desenvolvimento de qualquer BSC.
O conhecimento da estratégia de uma organização é necessário bem como o
comprometimento emocional dos executivos para o programa é um diferenciador para o
sucesso do mesmo.
Um quarto passo importante para a implementação do BSC é a formação de uma
equipe dentro da organização que possua os conhecimentos necessários sobre estratégia,
mercados, concorrentes, processos e competências. Segundo Niven (2002), estudos sobre
implementação mostram que a maioria das organizações usa dez ou mais pessoas no processo
de construção do BSC, sendo que a equipe deve conter uma mistura de competências
complementares, estar comprometida a uma finalidade comum e aos objetivos de
desempenho, trabalhar usando um enfoque comum da tradução da estratégia em medidas de
desempenho e ter um ambiente de trabalho de responsabilidade mútua.
O quinto passo é a fase de desenvolvimento propriamente dita que envolve os
seguintes passos:
Coleta e distribuição de material base – como o BSC é um sistema que descreve a
estratégia da organização, é necessário que a equipe envolvida no programa tenha
material base sobre a missão, visão, valores, estratégia, posição competitiva e
competências essenciais dos funcionários da organização.
Desenvolver ou confirmar a missão, valores, visão e estratégia, baseado na
informação obtida no passo anterior, deve-se criar consenso sobre esses itens
críticos ou desenvolvê-los com a equipe de executivos da organização.
Entrevistas com os executivos – durante essas entrevistas com a alta gerência, a
equipe deve obter
feedback
quanto à posição competitiva da organização, fatores
críticos de sucesso futuro e possíveis medidas para o
Scorecard
.
78
Desenvolvimento de objetivos e medidas de desempenho para cada uma das
perspectivas do BSC, reunião com os executivos e obter
feedback
dos funcionários
– determinação pela equipe, das perspectivas corretas para a sua organização e o
desenvolvimento dos objetivos e medidas para cada uma das perspectivas, baseado
na tradução das estratégias da organização.
Ganhar consenso com a alta gerência sobre os objetivos e medidas de desempenho
desenvolvidas e recomendações de melhoria; conseguir juntar os gerentes e
funcionários para certificar que os elementos críticos de valor para a organização
foram entendidos.
Desenvolver as ligações de causa-e-efeito e reunião com os executivos –
desenvolvimento de relacionamentos de causa-e-efeito entre as medidas
selecionadas nas perspectivas e apresentação e discussão desses relacionamentos
com a alta gerência para chegar a um consenso sobre grau e tempo desses
relacionamentos mostrando a importância das funções dos departamentos para o
sucesso da organização como um todo.
Estabelecimento de metas para as medidas de desempenho e reunião com os
executivos – as metas fornecem um parâmetro de comparação para os resultados
obtidos pelas medidas de desempenho e o objetivo dessa reunião é chegar a um
consenso final sobre o trabalho do BSC desenvolvido pela equipe, pois a partir
desse ponto o programa está pronto para ser incluído nas operações da organização.
Desenvolvimento do futuro plano de implementação – os passos acima resumem
como desenvolver o BSC como um sistema de medição e pode levar de 4 a 12
meses. O tempo que a organização gastará no projeto dependerá de vários fatores
como: comprometimento da equipe de executivos, alocação de recursos para o
projeto, tamanho e complexidade da organização.
Outro fator de extrema importância para a implementação do
Balanced Scorecard
é o
desenvolvimento do plano de comunicação dentro do conceito que o sistema é uma forma
poderosa de comunicação, capaz de sinalizar para toda a organização as estratégias-chave de
sucesso e como se planeja para atingi-las.
79
3.2.4 Falhas na Implementação do Balanced Scorecard
Falhas na implementação podem ocorrer e, segundo Niven (2002), existem dez itens
que comprometem a implementação. São eles:
ligações prematuras aos processos gerenciais;
falta de disseminação do BSC e a não descrição de como todos os funcionários
podem contribuir para o sucesso da organização;
padronização e entendimento da terminologia;
a falta de uso de novas medidas de desempenho para assegurar a execução da
estratégia;
falta de consistência nas práticas gerenciais;
falta de administração do tempo de implementação;
falta de objetivos para o programa do BSC;
falta de estratégia;
falta de base sobre os conceitos e treinamento; e
falta do patrocínio dos executivos.
Kimura et al. (1999) colocam que visando resultados com a implementação do
Balanced Scorecard
se faz necessário levar em consideração dois fatores que limitam o uso
do BSC como um sistema de gestão da estratégia, são eles: foco em mensuração de resultados
individuais dando ênfase para dados passados não orientando para a comunicação de
estratégias futuras, bem como o estabelecimento de atitudes para atingir objetivos
empresariais e também foco nos direcionadores de desempenho visando somente melhorias
operacionais de um modo geral, deixando de lado a visão estratégica e as necessidades dos
clientes.
A visão de Schneiderman (1999) sobre o fracasso da maioria dos projetos de
implementação do BSC pode ser resumida nos seguintes itens:
Identificação incorreta das variáveis não-financeiras como direcionadores
primários da satisfação dos
stakeholders
– a dificuldade na identificação das
medidas de desempenho é composta de necessidades emergentes de funcionários,
clientes, fornecedores e comunidade. As organizações estão cada vez mais
incluindo nos seus objetivos estratégicos a responsabilidade social como
necessidades do
stakeholder
, incluindo iniciativas ambientais e bem estar do
funcionário.
80
As medidas de desempenho são definidas de forma insuficiente – enquanto as
medidas financeiras de desempenho estão sendo definidas e refinadas a mais de um
século, as medidas de desempenho não-financeiras são relativamente novas, com
conseqüente falta de padrões tendo a pratica atual resultado em definições que
levam ao fracasso do BSC. As medidas de desempenho precisam ser definidas e
mantidas em um processo de cima para baixo e vice versa na hierarquia da
organização, combinando o conhecimento dos executores do processo com a ampla
visão do todo da organização da parte do executivo.
Os objetivos das medidas de desempenho são negociados ao invés de serem
baseados nas necessidades dos
stakeholders
, nos limites dos processos básicos e
nas adaptabilidades dos processos de melhoria – os objetivos deveriam ser
baseados no conhecimento dos meios que serão usados para atingi-los.
A não existência de um sistema de desdobramento que leve os objetivos da alta
gerência até o nível dos sub-processos onde as atividades de melhorias acontecem –
o desdobramento das necessidades do
scorecard
precisa ser a atividade mais
importante na gestão do BSC. Sempre que possível os objetivos deveriam ser
desagregados e desdobrados para os níveis mais baixos da hierarquia da empresa de
forma que cada funcionário entenda seu papel dentro do contexto geral da
organização e possa compartilhar seu conhecimento contribuindo para o seu
sucesso.
Não há um estudo da arte do processo de melhoria – um grande número de
organizações baseia seu método de melhoria em processos de tentativa e erro,
revelando total falta de um enfoque cientifico. Geralmente falta dado essencial
como análise da causa raiz, verificação da melhoria, documentação sobre mudanças
e reflexão sobre o próprio processo de melhoria.
As falhas na implementação do
Balanced Scorecard
citada pelos autores acima,
podem ter decorrido de algumas barreiras que são colocadas na implementação.
Segundo Ribeiro (2000), nove em cada dez empresas não conseguem executar a
estratégia devido à barreira da visão (onde somente 5% da força de trabalho compreendem a
estratégia); a barreira das pessoas (somente 25% dos administradores têm incentivos
vinculados à estratégia); barreira dos recursos (60% das organizações não vinculam verbas à
estratégia) e a barreira da administração (85% das equipes dos executivos gastam menos de
uma hora por mês discutindo estratégia).
81
Norreklit (2000) considera alguns pontos conceituais do BSC falhos e, portanto,
podem, conseqüentemente, levar a falhas na implementação. Por exemplo, não é considerada
a dimensão tempo no relacionamento entre causa-e-efeito das medidas de desempenho e que
não existe um relacionamento de causa, mas sim de lógica entre perspectivas do BSC. A
autora coloca que a satisfação do consumidor não necessariamente produz bons resultados
financeiros e que avaliar as conseqüências financeiras do aumento da satisfação do
consumidor ou da melhoria da qualidade exige cálculos financeiros. Uma cadeia de ações que
produzem um nível alto de valor ao cliente a baixo custo leva aos bons resultados financeiros.
Portanto, o BSC faz suposições inválidas que podem levar a uma antecipação de indicadores
de desempenho falhos, resultando em desempenhos inferiores ao esperado.
Um segundo ponto colocado pela mesma autora é que o BSC não é um sistema válido
para a gestão estratégica, principalmente porque ele não assegura um “enraizamento”
organizacional e ambiental, conseqüentemente existirá um vácuo entre a estratégia expressa
em ações e a estratégia planejada. Além do mais, o modelo de controle é do tipo modelo
hierárquico
top-down
que não está enraizado no meio ambiente ou na organização, o que o
torna questionável como uma forma de gestão da estratégia. Outro ponto é que o
scorecard
não monitora, de forma contínua, as ações e os resultados da concorrência ou os
desenvolvimentos tecnológicos, o que significa que o foco do modelo é estático e não
dinâmico.
Brignall (2002) faz uma crítica ao método do
Balanced Scorecard
, pois são
considerados três
stakeholders
-chave, os acionistas, os clientes e os funcionários. Vários
outros importantes
stakeholders
são negligenciados, cujas necessidades por informação
relacionada ao desempenho são também importantes, como o meio ambiente e as questões
sociais, cujas necessidades podem estar sujeitas a legislação ou regulamentos. Esse aspecto é
considerado muito brevemente por Kaplan e Norton (2001c) e sugerido que quando aspectos
referentes a regulamentos e legislação são vitais para o sucesso da estratégia das empresas,
então objetivos devem ser incluídos nos temas estratégicos dentro na perspectiva dos
processos internos.
Com relação aos mapas estratégicos, Brignall (2002) coloca que a corrente de causa
implícita no BSC seguindo um caminho único linear começando com a perspectiva de
inovação e crescimento e culminando em resultados financeiros, contém medidas de
resultados financeiros e os seus direcionadores ligados em relacionamentos assumidos de
causa-e-efeito, fato criticado também por Norkellit (2000) como descrito antes.
82
Brignall (2002) ainda coloca que mesmo que o meio ambiente e as questões sociais
fossem inseridos como perspectivas no BSC, existiriam relacionamentos de causa-e-efeito
entre as várias perspectivas e suas medidas de desempenho, mas que a população de todos os
relacionamentos possíveis entre os fenômenos relacionados ao desempenho poderiam não
estar representados por uma corrente de única linear de causa-e-efeito.
Alguns comentários são feitos por Lawrie (2001) com relação a pontos que podem
levar a falhas na implementação do
Balanced Scorecard
. É colocado que a maior fraqueza do
BSC está na sua colocação extremamente simplista feita pelos seus autores, Kaplan e Norton
(1992) quando da introdução do conceito e do uso de processos não efetivos para selecionar a
informação que aparece no BSC. O autor enfatiza que existem razões para a adoção das
mesmas quatro perspectivas que são definidas na proposta original do que o uso de um
desenho com mais ou menos perspectivas ou com perspectivas que são redefinidas com
nomes diferentes. A razão de se deter ao desenho original com as quatro perspectivas é que dá
suporte a casualidade.
É ainda citado pelo autor que sendo o desenho original das quatro perspectivas
ortogonal, o processo de decidir qual objetivo em uma perspectiva gerará resultados em outra
perspectiva faz com que a equipe gerencial seja explícita sobre seus entendimentos e crenças
sobre o porquê dos objetivos colocados. De modo contrário, um bom desafio para verificar o
projeto do BSC é testar os objetivos em diferentes perspectivas para verificar se a casualidade
ainda é válida. Este uso da casualidade pode ser uma base forte para o método de seleção das
medidas a serem incluídas em cada uma das perspectivas.
Lawrie (2001) ainda argumenta que o desenho efetivo do BSC faz com que haja
necessidade de informações substanciais sobre as tarefas da equipe gerencial e o
entendimento coletivo de como as necessidades da equipe podem ser alcançadas. Entretanto,
tais necessidades demandam a participação, inclusive no projeto do BSC, da maioria da
equipe de gestão e também demandam suporte e facilitadores. Em vista disso, muitas equipes
gerenciais são levadas a utilizar processos menos complexos, com resultados que podem levar
ao fracasso da maioria dos projetos do BSC.
Norreklit (2003) faz críticas aos autores do BSC enfatizando principalmente o método
de escrita de Kaplan e Norton (1996b). É colocado pela autora que o texto foi escrito de forma
não argumentativa ou acadêmica fazendo uso excessivo de figuras de linguagem, bem como
de conceitos abstratos e imprecisos, visando convencimento por parte do leitor, apelando ao
mesmo tempo para a razão e para a emoção. Apesar de serem usadas metáforas e conceitos da
ciência natural o significado das palavras são utilizadas de forma equivocada. Essa autora
83
coloca que muitos dos conceitos encontrados no BSC fazem com que o texto seja impreciso e
confuso dificultando a discussão do conteúdo do modelo. A ambigüidade do texto é reforçada
pela criação de muitos conceitos baseados no abstrato, conceitos definidos de forma vaga e
carregada de adjetivos. Outro ponto colocado pela autora é que tendo o modelo nascido por
pessoas ligadas a uma instituição de renome internacional, a
Harvard Business School
, já traz
a concepção de um trabalho elaborado por pesquisadores altamente qualificados fazendo com
que o leitor seja envolvido na crença e na aceitação da qualidade do trabalho sem argumentar
do contrário.
Maltz et al. (2003) apresentam um novo modelo de medição de desempenho,
Dynamic
Multi-Dimensional Perfomance
, cujo conceito baseia-se no
Balanced Scorecard
, focando em
cinco dimensões (financeira, mercado, processos, pessoas e futuro) visando fornecer um
modelo integrado de modo a complementar as limitações do BSC. Esses autores consideram o
BSC falho nos seguintes aspectos: não salienta de forma adequada o papel e as contribuições
que os funcionários e fornecedores têm em ajudar a empresa a atingir seus objetivos; falta de
identificação do papel da comunidade em definir o meio ambiente dentro do qual a empresa
atua; e a não identificação de medidas de desempenho de maneira a acessar a contribuição dos
stakeholders
.
Para ilustrar a necessidade de se complementar o BSC, Maltz et al. (2003) citam uma
empresa européia (
Nokia
) que enfatizou a importância do gerenciamento dos recursos
humanos e o modo como os seus funcionários são tratados como um componente crítico com
sucesso da empresa. Outro exemplo dado é o de uma empresa americana (
Best Foods
) que
após ter utilizado o BSC por vários anos sentiu a necessidade de adicionar a quinta dimensão,
denominada de Desenvolvimento de Pessoas.
As dificuldades de implementação do BSC bem como suas limitações e problemas
podem ser compartilhados com outros sistemas de medição de desempenho, não sendo,
portanto, exclusivos do
Balanced Scorecard
. O insucesso da implementação do BSC como
um sistema de gestão da estratégia pode ser atribuído em grande parte do próprio
planejamento estratégico, na elaboração da estratégia e conseqüente definição dos objetivos,
indicadores metas e iniciativas para atingi-la.
84
3.3
METODOLOGIA ITIL (IT INFRASTRUCTURE LIBRARY)
3.3.1 Histórico
O ITIL –
Information Technology Infrastructure Library
– foi desenvolvido pelo
governo britânico no final da década de 1980 através da central CCTA (
Computer and
Telecommunications Agency
) que mais tarde viria a se tornar OGC (
Office of Governant
Commerce
). A central coletou e analisou informações de diversas organizações selecionando
as orientações mais úteis para a própria CCTA e seus clientes no governo britânico.
Naquele momento, empresas de fora do governo britânico perceberam que as
orientações eram aplicáveis para o ambiente de empresas não governamentais. Sua estrutura
provou ser útil para organizações em todos os setores e sua aplicação por muitas companhias
de Gerenciamento de Serviço como base para consultoria, educação, e apoio de ferramentas
de
software
.
Desde o início a estrutura do ITIL é de domínio público (Figura 25) e em meados da
década de 1990 foi reconhecido mundialmente como um padrão
de facto
para gerenciamento
de serviços.
Planejamento
para implementa
r
Gerenciamentode Serviços
Gerenciamentode Serviços
Suporte
a
O
N
E
G
Serviços
Ó
Entrega de
Serviços
C
I
O
Perspectiva
do negócio
Gerenciamentode Aplicação
Ger. da
Infra
-
estrutura
A
T
E
C
N
O
L
O
G
I
A
Gerenciamento
de Segurança
Figura 25 – Estrutura do ITIL
Fonte: OGC (2001) – com adaptações do autor
85
Nos últimos anos tem havido uma crescente adesão nos EUA e Brasil às
recomendações do ITIL e o
Gartner Group
apresentou que em 2005 75 % das empresas da
América do Norte estavam adotando o padrão (Figura 26).
67
68
69
70
71
72
73
74
75
2004 2005
% Adesão
Figura 26 – Adesão ao ITIL – América do Norte
Fonte: Gartner Group (2005)
3.3.2 Os Processos do ITIL
3.3.2.1 A Teoria dos Processos
A base do modelo de processos do ITIL é fundamentada na teoria de processos
proposta pela OGC (2001). Segundo este princípio, a qualidade de um processo vem do
modelo de processo que define os fluxos de trabalho e prove um guia para percorrê-lo. Um
modelo de processo permite entender e ajudar a enunciar as características distintas de um
processo. Segundo a OGC (2001) um processo pode ser definido como: “uma série conectada
de ações, atividades, mudanças, etc., executadas por agentes dentro do objetivo de satisfazer
um propósito ou alcançar um objetivo”.
Também segundo a OGC (2001) um controle de processo pode ser definido como: “o
processo de planejar e ordenar, com o objetivo de executar um processo de uma forma
eficiente e efetiva”.
86
Segundo a OGC (2001), definidos os processos, estes devem estar sob controle e uma
vez sob controle, estes podem ser repetidos e gerenciados. Desta forma, quando o grau de
controle sobre os processos pode ser definido, métricas podem ser construídas para controlar
os processos.
A saída produzida por um processo deve estar de acordo com as normas operacionais
da que foram derivadas dos objetivos do negócio. Se o produto esta de acordo com as
definições das normas, o processo pode ser considerado efetivo (porque pode ser repetido,
medido e gerenciado). Se as atividades são executadas com o mínimo esforço, o processo
pode ser considerado efetivo.
O modelo mostrado na figura abaixo, corresponde a um modelo genérico de processo:
a entrada de dados do processo, o processamento, a saída do processo e como resultado o
processo e medido e revisto. Esta descrição básica suporte qualquer processo. O processo
sempre está organizado em torno de um objetivo. A saída principal do processo é o resultado
do seu objetivo.
Figura 27 – Modelo Genérico de Processos
Fonte: OGC (2001) – com as adaptações do autor
87
Segundo a OGC (2001), trabalhar com processos definidos é uma novidade para as
organizações. Através da definição das atividades da organização, que entradas são
necessárias e que saídas serão resultantes dos processos é possível trabalhar com mais
eficiência e eficácia. Finalmente, adicionando normas aos processos é possível adicionar
medidas de qualidade na saída.
3.3.2.2 Estrutura da Biblioteca ITIL
A biblioteca ITIL tem como foco principal, a operação e a gestão da infra-estrutura de
tecnologia na organização, incluindo todos os assuntos que são importantes no fornecimento
dos serviços de TI. Nesse contexto, o ITIL considera que um serviço de TI é a descrição de
um conjunto de recursos de TI. Os serviços de suporte do ITIL auxiliam no atendimento de
uma ou mais necessidades do cliente, apoiando, desta forma, aos seus objetivos de negócios.
O princípio básico da biblioteca ITIL é o objeto de seu gerenciamento: a infra-
estrutura de TI. O ITIL descreve os processos que são necessários para dar suporte à
utilização e ao gerenciamento da infra-estrutura de TI. Outro princípio fundamental do ITIL é
o fornecimento de qualidade de serviço aos clientes de TI com custos justificáveis, isto é,
relacionar os custos dos serviços de tecnologia e como estes traz valor estratégico ao negócio.
O interesse nesta área deve-se ao fato de que, através de metodologias (processos)
padronizadas de Gerenciamento do Ambiente de TI, é possível obter uma relação adequada
entre custos e níveis de serviços prestados pela área de TI.
Em resumo, o ITIL consiste em uma série de módulos, com o objetivo de endereçar as
questões relativas ao gerenciamento de serviço em TI. Estes módulos formam um conjunto de
Melhores Práticas para o gerenciamento de serviço em TI.
Ao usar o ITIL, a organização se torna capaz de melhorar a qualidade, eficiência
eficácia na prestação de serviços, além de diminuir a exposição ao risco operacional. Os
processos ITIL precisam ser implementados para cada organização, pois correspondem a um
modelo e não uma regra rígida a ser seguida.
88
Gerenciamento do
Relacionamento
com o cliente de TI
Gerenciamento de Liberações
Gerenciamento de Mudanças
Gerenciamento da
Configuração
Gerenciamento dovel de
Servo
Gerenciamento de Incidentes
Gerenciamento de Problemas
Entrega de Serviços
Suporte a Serviços
Central
de
Serviços
Gerenciamento de
Capacidade
Gerenciamento da
Continuidade dos Serviços
em TI
Gerenciamento da
Disponibilidade
Gerenciamento da Segurança
Gerenciamento Financeiro
Para Serviços em TI
Operacional
Tático
Gerenciamento do
Relacionamento
com o cliente de TI
Gerenciamento de Liberações
Gerenciamento de Mudanças
Gerenciamento da
Configuração
Gerenciamento dovel de
Servo
Gerenciamento de Incidentes
Gerenciamento de Problemas
Entrega de Serviços
Suporte a Serviços
Central
de
Serviços
Gerenciamento de
Capacidade
Gerenciamento da
Continuidade dos Serviços
em TI
Gerenciamento da
Disponibilidade
Gerenciamento da Segurança
Gerenciamento Financeiro
Para Serviços em TI
Operacional
Tático
Figura 28 – Modelo do ITIL
Fonte: OGC (2001) – com adaptações
3.3.2.3 Gerenciamento de Serviços
3.3.2.3.1
Definição de Serviço de TI
Um serviço de TI é um conjunto de recursos, TI e não-TI, mantidos por um provedor
de TI com a finalidade de:
Satisfazer uma ou mais necessidades do Cliente
Suportar os objetivos de negócio do Cliente
Fornecer ao Cliente a percepção de um todo coerente
O principal objetivo do gerenciamento de serviços é certificar-se que os serviços de TI
estão alinhados com as necessidades do negócio da empresa. Os processos de gerenciamento
de serviços estão subdivididos em dois grupos: entrega de serviços e suporte de serviços.
89
3.3.2.3.2
Suporte a Serviços
Neste ponto torna-se importante diferenciar clientes, usuário e especialistas. Clientes
são aquelas pessoas que pagam ou são proprietárias dos Serviços de TI, por exemplo, CRM.
Usuários são as pessoas que usam os serviços diariamente – por exemplo, da Central de
Serviços. Super-usuários ou Especialistas são os usuários que foram designados para agir
como primeiro ponto de contato para incidentes e problemas
Os processos de
suporte de serviços
(OGC 2001) estão relacionados com a provisão
de suporte aos serviços que sustentam o negócio da empresa. Orientado pela Central de
Serviços (
Service Desk
), possui cinco Disciplinas: Gerenciamento de Incidentes,
Gerenciamento de Problemas, Gerenciamento de Mudanças, Gerenciamento de Implantação e
Gerenciamento da Configuração.
Projetado a fim de dar flexibilidade e estabilidade ao entregar serviços de TI ao
negócio, os processos são descritos na tabela 2 a seguir.
Tabela 2 – Os processos de Suporte a Serviços do ITIL
PROCESSO DESCRIÇÃO
Central de Serviços
(Service Desk)
É o ponto central de contato para os clientes reportarem dificuldades, queixas e questões. Pode
servir de interface para outras atividades tais como, solicitações de mudança, contratos de
manutenção, licenças de software, acordos de níveis de serviço e gerenciamento de configuração.
Gerenciamento de
Incidentes
Têm por objetivo restaurar a operação normal do serviço o mais rápido possível e garantir, desta
forma, os melhores níveis de qualidade e disponibilidade do serviço.
Gerenciamento de
Problemas
Identifica e remove erros do ambiente de TI, através da análise dos incidentes registrados no
gerenciamento de incidentes, a fim de garantir uma estabilidade máxima dos serviços de TI.
Gerenciamento de
Configuração
Auxilia no gerenciamento do ambiente de TI através do registro de todos os seus itens em um
banco de dados efetuando um controle dos componentes da infra-estrutura de TI utilizados na
realização dos serviços de TI.
Gerenciamento de
Mudanças
Trata da realização de mudanças na infra-estrutura de TI de forma segura e organizada através da
implementação de procedimentos que passam pela avaliação do impacto da mudança, autorização
e planejamento de sua implementação.
Gerenciamento de
Implantação
Assegura que apenas versões testadas e corretas do software autorizado sejam disponibilizadas
para a operação controlando, armazenando, distribuindo e implementando software efetivamente
e eficientemente.
Fonte: OGC (2000)
Existe uma comunicação entre os processos e o relacionamento entre os processos de
suporte a serviços do ITIL pode ser visualizado através da Figura 29 abaixo:
90
BDGC
Incidentes
Problemas
Erros Conhecidos
Mudanças Liberações
Ferramentas de
Gerenciamento
Incidentes
Incidentes
Gerenciamento
de Mudanças
Gerenciamento
De Liberações
cronogramas
Estasticas
Revisões
BSD
Padrões
Auditoria
Gerenciamento
das
Configurações
Gerenciamento
de Problemas
Gerenciamento
de Incidentes
Comunicados
Atualizões
Work arrounds
Liberações
Dificuldades
Perguntas
Pedidos
Relatórios
Estasticas
Padrões
Auditoria
cronogramas
Atas do CCM
Estasticas
Revisões
Auditoria
Relatórios
Estasticas
Revisões
Diagnósticos
Auditoria
Relatórios
Estasticas
Auditoria
Mudanças
IC e
Relacionamentos
Central de
Servos
Pesquisa de
satisfação
O Negócio, Clientes ou Usuários
Figura 29 – Relacionamento entre os processos (suporte a serviços) ITIL
Fonte: OGC (2001) – com adaptações
Para melhor entendimento do relacionamento entre processos, funções e itens da
disciplina Suporte a Serviços de TI do ITIL mostradas acima, algumas definições se fazem
necessárias:
a)
Central de Serviços
Não é um processo ITIL, mas uma função. Tem como objetivos principais estabelecer
um ponto único de contato, facilitar a restauração do serviço o mais breve possível, comunicar
usuários sobre as suas chamadas.
As suas principais responsabilidades são recepcionar, registrar e acompanhar os
chamados, escalar e encaminhar, atuar como peça chave no gerenciamento do ciclo de vida do
chamado.
91
b)
Gerenciamento da Configuração
Tem como objetivo prover informações sobre a infra-estrutura de TI, bem como
monitorar e controlar a infra-estrutura de TI.
As suas principais responsabilidades são identificar todos os ativos (ou itens de
configuração – IC) relevantes a prestação do Serviço, HW e SW e garantir o controle desses
ativos prestar conta da situação destes ativos prover informações para auditoria.
c)
Item de Configuração (IC)
Um Item de Configuração (IC) é um elemento documentado da infra-estrutura de TI,
como HW, SW, acomodações, pessoas e documentação e seus relacionamentos. Um IC é
necessário para a prestação de um serviço, é único e pode ser documentado.
d)
Banco de Dados do Gerenciamento da Configuração – BDGC
Consiste em um banco de dados que contém todos os dados relevantes de cada IC e
detalhes dos relacionamentos importantes entre os IC’s.
Um IC possui: denominação, categoria, relacionamentos, atributos e situação (status).
e)
Gerenciamento de Incidentes
O objetivo da Gerência de Incidentes é resolver o evento de serviço o mais breve
possível. A Gerência de Incidentes deve manter comunicação contínua entre TI e seus clientes
sobre a situação do evento e também avaliar o incidente e determinar se pode ocorrer
novamente. Os incidentes devem ser comunicados a Gerente de Problemas.
Sob a responsabilidade da Gerência de incidentes está a detecção e registro de
incidentes, classificação de todos os incidentes e suporte inicial, investigação e diagnóstico,
resolução e recuperação e fechamento do incidente. Não é função da Gerência de Incidentes
tentar estudar o problema.
f)
Incidente
Um incidente é qualquer evento que não faça parte da operação padrão de um serviço
e que causa ou possa causar interrupção do serviço ou uma redução de sua qualidade.
Requisição de Serviço é todo incidente que não diz respeito a uma falha na infra-estrutura.
92
g)
Gerenciamento de Problemas
O objetivo da Gerência de Problemas é minimizar o impacto dos incidentes e
problemas no negócio causados por erros na infra-estrutura de TI. Além disso podemos citar
como objetivos: prevenir a recorrência de incidentes associados a estes erros e encontrar a
causa raiz dos incidentes.
Como responsabilidades da gerência de problemas podemos citar, controlar e
classificar os problemas, promover o controle de erros conhecidos, apoiar no tratamento de
incidentes graves, realizar prevenção pró-ativa e identificação de tendências.
h)
Problema e Erro
Podemos definir problema como a causa raiz desconhecida de um ou mais incidentes.
Erro é um incidente ou problema cuja causa raiz é conhecida. Um erro conhecido é um erro
para o qual foi identificada uma solução de contorno ou permanente.
i)
Incidentes X Problemas
Na Figura a seguir podemos verificar a relação existente entre incidentes e problemas.
Ger. de Problemas
Figura 30 – Relação Erro X Problema
Fonte: Computer Associates (2000)
Incidente(s)
Comparação OK?
Obter
Solução
Resolver o
Incidente
Incidente
Resolvido
Investigação
e diagnóstico
Solução
encontrada ?
Problema Investigar EC
Mudança RdM
Erros
Conhecidos,
Soluções de
Contorno
Conhecidas
Ger. Mudanças
93
j)
Gerenciamento de Mudanças
O objetivo da Gerência de Mudanças é implementar eficientemente as mudanças
aprovadas, e dentro de um risco aceitável para os serviços de TI.
Suas responsabilidades são receber, registrar e filtrar as mudanças, avaliar o impacto,
custo, benefício e risco das mudanças propostas, justificar e aprovar uma mudança, gerenciar
e coordenar a implementação e instaurar o CCM e CCM/CE.
k)
Terminologia
Mudança – adição, modificação ou remoção de quaisquer Itens de Configuração.
RdM – Requisição de Mudança (
RfC – Request for Change
)
CCM – Conselho de Controle de Mudança (
CAB – Change Advisory Board
)
CCM/CE – CCM/Conselho de Emergência
l)
Gerenciamento de Implantação
A Gerência de Implantação de como objetivos principais planejar e supervisionar a
aplicação de SW e HW, projetar e implementar procedimentos de distribuição e instalação,
garantir que as mudanças sejam rastreáveis.
As suas responsabilidades são: controlar o BSD e o DHD, definir planos e políticas de
liberações, gerenciarem as liberações, distribuir e instalar HW e SW.
Conceitos associados:
BSD – Biblioteca de Software Definitivo
DHD – Depósito de Hardware Definitivo
3.3.2.3.3
Entrega de Serviços
A disciplina Entrega de Serviços do ITIL busca os requisitos de negócio de um
provedor a fim de adequar os sistemas de suporte deste provedor às necessidades do cliente
final.
Em relação a produção e entrega de serviços sempre existe a interação entre o cliente e
o provedor. Neste processo, dois componentes formam a percepção da qualidade do serviço
pelo cliente: a qualidade técnica e a qualidade da interação. A qualidade técnica depende em
94
geral de fatores tecnológicos que podem ser controlados pelo provedor. Entretanto, a
qualidade da interação depende de um fator imprevisível e intangível, a percepção do cliente.
A percepção do cliente é a comparação entre as expectativas que o cliente tinha sobre
o serviço antes de experimentá-lo e a qualidade que ele experimentou durante a interação. A
maneira mais efetiva de gerir a qualidade nesta perspectiva é tornar claro, no processo de
contratação do serviço, o que deve ser esperado pelo cliente. Para isto, estabelece-se entre o
cliente e o fornecedor um Acordo de Nível de Serviço (
SLA – Service Level Agreement
), onde
provedor de TI e o cliente realizam um Pacto de Qualidade. A gestão deste acordo de nível de
serviços com uma carteira diversificada de clientes, é obtida através da implementação do
SLM – Service Level Management
.
Os processos da disciplina
Entrega de Serviços
(OGC 2001) são: gerência de
capacidade, gerência de finanças, gerência de disponibilidade, gerência de nível de serviço e
gerência de continuidade dos serviços de TI. Estes processos estão relacionados com a
provisão de entrega de serviços ao usuário e encontram-se descritos na tabela 3 abaixo.
Tabela 3 – Os processos de Entrega de Serviços do ITIL
PROCESSO DESCRIÇÃO
Gerenciamento de
Capacidade
Permite que uma organização gerencie seus recursos e preveja a necessidade de uma
capacidade adicional com antecedência.
Gerenciamento de
Finanças
Fornece o entendimento, monitoração e, se necessário, recuperação de custos dos serviços de
TI do usuário, permitindo, desta forma, que um balanço mais eficiente possa ser tirado entre
custo e desempenho para cada nível de negócio.
Gerenciamento de
Disponibilidade
Assegura que os usuários tenham a disponibilidade de serviço de TI necessária para suportar
seus negócios com um custo justificável.
Gerenciamento de
Níveis de Serviço
Assegura e monitora um acordo para prestação de um ótimo nível de serviço entre provedor e
usuário tendo em vista que a execução de um serviço de qualidade requer clareza na definição
do serviço e a existência de acordos entre os fornecedores de serviços de TI e os clientes
destes serviços.
Gerenciamento de
Continuidade dos
Serviços de TI
Planeja a recuperação de crises que necessitam que o trabalho seja executado em um sistema
alternativo estabelecendo um plano e descrevendo todas as medidas a serem adotadas em
casos de emergência ou desastres.
Fonte: OGC (2001)
Em relação à disciplina entrega de serviços de TI passamos a detalhar os conceitos de
cada processo:
95
a)
Gerenciamento de Nível de Serviço
Os objetivos do gerenciamento de nível de serviço são: melhoria contínua da
qualidade do serviço, níveis de serviço mensuráveis e equilíbrio entre a demanda e a
capacidade.
Dentre as responsabilidades dos processos deste item um dos principais é manter os
seguintes documentos: catálogo de serviços, acordo de nível de serviço (
SLA – Service Level
Agreement
), requisição de nível serviço (
SLR – Service Level Requirement
), acordo de nível
operacional (
SLO – Service Level Operation
), ficha de especificação do serviço, plano de
qualidade de serviço, plano de melhoria dos serviços (PMS).
b)
Gerenciamento de Disponibilidade
Dentre os objetivos do gerenciamento de disponibilidade, segundo a OGC (2001), está
a otimização da capacidade da infra-estrutura de TI e da organização de suporte, para entrega
dos serviços acordados a um nível de disponibilidade sustentável e a um custo efetivo.
Suas responsabilidades incluem: determinar as exigências de disponibilidade nos
termos do negócio, predizer e projetar para os níveis de disponibilidade esperados, produzir
um plano de disponibilidade, coletar, analisar e manter dados, monitorar os níveis de
disponibilidade para garantir os SLAs e SLOs, e ainda revisar e aperfeiçoar a disponibilidade
e continuamente.
O conceito de disponibilidade pode ser descrito como a habilidade de um componente
ou serviço executar a função esperada em um determinado instante ou por um período de
tempo, conforme mostra a fórmula abaixo.
Disponibilidade =
(TSA-TF)
TSA
X 100
Onde: TSA – Tempo de Sistema Ativo
TF – Tempo de Falha
Um serviço está disponível quando o cliente recebe o serviço, entregue como acordado
no acordo de nível de serviço (
SLA – Service Level Agreement
).
96
c)
Gerenciamento de Capacidade
Como objetivo do gerenciamento de capacidade podemos citar a necessidade de
garantir que a capacidade de processamento e armazenamento da TI acompanhem as
crescentes demandas do negócio da maneira mais efetiva em custo e tempo.
O Gerenciamento de Capacidade é freqüentemente visto como um assunto antigo,
orientado para os
mainframes
. Alguns Gerentes de TI argumentam que o Gerenciamento de
Capacidade toma mais tempo, esforços e custos e que seria melhor pagar por
upgrades
conforme requerido. Organizações com esta mentalidade tendem a exibir os seguintes
sintomas:
A compra de equipamentos de TI é justificada individualmente, ao invés de serem
analisados os requerimentos globais;
Não existem Planos de Capacidade;
Não são produzidas previsões de capacidade;
O Gerenciamento de Capacidade é feito de forma reativa (também para servidores);
Pouco ou nenhum Gerenciamento de Capacidade é feito para as estações de
trabalho (
desktops
).
As responsabilidades do gerenciamento de capacidade são o gerenciamento da
capacidade do negócio, gerenciamento da capacidade do serviço – performance e o
gerenciamento da capacidade de recursos.
O Gerenciamento de Capacidade fornece a informação necessária sobre a utilização
dos recursos atuais e planejados, para permitir que as organizações decidam com clareza:
Quais componentes devem receber o
upgrade
(ex. mais memória, armazenagem
mais rápida, processadores mais rápidos, etc.);
Quando realizar o
upgrade
– nem tão cedo nem tão tarde.
O processo de Gerenciamento de Capacidade deve abranger:
Todo
hardware
– PCs, servidores,
mainframes
,etc;
Todo equipamento de rede (
LANs
,
WANs
,
bridges
,
routers
etc.) ;
Todos os periféricos (HDs, impressoras, etc);
Todos os programas (
softwares
) – sistema operacional, sistemas de rede, programas
próprios e pacotes comprados;
Recursos humanos, quando uma falta de recursos puder ocasionar atraso.
97
d)
Gerenciamento Financeiro
A implementação de processos de contabilidade e orçamento em serviços de TI
decorre da necessidade das organizações de TI em demonstrar aos seus clientes os custos e
benefícios da implantação das soluções.
O gerenciamento financeiro tem como objetivo contabilizar integralmente os gastos
com serviços de TI e atribuir estes custos aos serviços fornecidos aos clientes, e também
auxiliar decisões gerenciais em investimentos em TI, fornecendo dados para subsidiá-las.
Dentre as responsabilidades temos:
Previsão Orçamentária
– Previsão e controle dos gastos de dinheiro;
Contabilidade de TI
– Diz respeito a forma como o dinheiro foi gasto;
Cobrança
– Como faturar o cliente.
A introdução de processo de gerenciamento financeiro é uma decisão estratégica e
afeta o nível dos serviços e a percepção de valor e o uso dos serviços. É essencial que a
organização reconheça os custos e benefícios de sua implantação.
A implantação do gerenciamento do gerenciamento financeiro traz os seguintes
benefícios:
Orçamento:
Assegurar os fundos necessários à execução dos serviços de TI;
Assegurar a manutenção dos níveis de serviço de TI;
Alertar sobre a utilização do serviço.
Contabilidade:
Embasar decisões sobre os serviços a serem disponibilizados;
Propiciar informação para justificar gastos em TI;
Planejar e orçar com precisão;
Demonstrar financeiramente o nível de utilização de serviços.
Controle de custos:
Planejar investimentos baseados no custo de recuperação;
Recuperar custos de TI de uma maneira justa;
Influenciar o comportamento do cliente.
98
e)
Gerenciamento da Continuidade de Serviços de TI
O gerenciamento de continuidade de serviços de TI (
ITSCM – IT service continuity
management
) tem relação com a habilidade da organização em continuar a prover o nível de
serviço de TI pré-determinado e acordado para suportar os requisitos mínimos do negócio.
Trata-se de uma disciplina vital dentro do ITIL de forma a prover suporte para o
gerenciamento da continuidade do negócio, assegurando que os requisitos/facilidades de
serviço de TI (incluindo sistemas de computadores, rede corporativa, aplicações,
telecomunicações, suporte técnico e central de serviços) podem ser acessados dentro da escala
de tempo requerida e acordada.
Os processos do gerenciamento da continuidade de serviços de TI estão baseados na
identificação dos níveis mínimos de operação do negócio. Desta forma esta disciplina é
dirigida pelas necessidades do negócio.
O processo cobre:
a)
Análise e priorização de risco
Examina os riscos e desenvolve um programa de redução/eliminação de forma a
prover o nível requerido de operação dos negócios.
A determinação das prioridades operacionais influencia a determinação dos serviços
críticos e a sua respectiva priorização em uma situação de contingência.
b)
Planejamento de contingência
Cobre o desenvolvimento, homologação e entrada em operação de planos que devem
ser invocados pela ocorrência de um evento em uma gama de cenários de contingência.
c)
Gerenciamento de risco
Cobre o gerenciamento de atividades para identificar riscos, além dos procedimentos
normais de recuperação dos planos de contingência. Tem uma ênfase particular em prevenir e
reduzir riscos.
99
3.3.2.4 Implementação do ITIL (OGC 2002)
Conforme Sortica (2004) expõe em seu artigo, a utilização dos processos do ITIL para
implementar Governança Tecnológica, em primeiro lugar, deve partir dos objetivos do
negócio da empresa e produzir uma visão conjunta, da área de negócios com a área de TI, que
descreva, de forma clara, o objetivo de implementar um Programa de Melhoria Contínua de
Serviços.
Ainda segundo Sortica (2004), num segundo passo é necessário avaliar a situação atual
verificando se: os direcionamentos de negócio e de investimento estão suficientemente
disseminados e claramente entendidos pelo grupo envolvido na implementação; as áreas de TI
e de negócios possuem uma visão realista do nível de maturidade e função da TI e da
qualidade de serviço prestada com relação a estes direcionamentos; a área de TI possui um
claro entendimento da visão dos responsáveis pela organização de TI e a organização possui
uma resposta clara do que ocorrerá se nada mudar.
O terceiro passo é estabelecer onde se pretende chegar através do estabelecimento de
objetivos mensuráveis e, em seguida, determinar como chegar onde se pretende através de um
trabalho de melhoria dos processos existentes.
Para verificar se os marcos estabelecidos foram atingidos, é necessário contabilizar os
marcos alcançados através das métricas estabelecidas.
É importante estabelecer um mecanismo que permita, de forma cíclica, repetir os
passos descritos de tal forma a estabelecer um programa de melhoria contínua (Figura 31).
100
Qual é a visão?
Onde estamos
agora?
Onde nós
queremos
estar?
Como saber
onde queremos
chegar?
Como checar se
alcançamos os
objetivos?
Objetivos do
Negócio
Avaliação
Objetivos das
medições
Melhoria dos
processos
Métricas e
medições
Como manter a
continuidade?
Figura 31 – Programa de Melhoria Contínua de Serviços
Fonte: OGC (2001) – com adaptações do autor
3.3.2.5 O Modelo de Maturidade para Gerenciamento de Serviços de TI (ITSM – IT Service
Management) (OGC 2002)
Em 1997, o CCTA propôs o modelo de maturidade de processos em cinco níveis,
baseado em modelos similares desenvolvidos para unidades de produção de software, tais
como, o CMM (
Capability Maturity Model
) do instituto
“Software Engineering Institute”
e o
SPICE (
Software Process Improvement Capability dEtermination
) da ISO (
International
Standard Organization
).
Os cinco níveis são:
1.)
Confiança Organizacional
2.)
Habilidade de Performance
3.)
Atividade Atual
4.)
Medição e Análise
5.)
Verificação dos Processos Atuais.
101
Posteriormente o modelo foi revisado pela OGC e foram acrescidos outros níveis
intermediários criando nove níveis de maturidade com pré-requisitos do cliente conforme
mostra a figura a seguir.
Nível 1: Pré-requisitos
Nível 2: Capacidade do Processo
Nível 1.5: Objetivo do Gerenciamento
Nível 2.5: Integração Interna
Nível 3: Produtos
Nível 3.5: Controle de Qualidade
Nível 4: Gerenciamento da Informação
Nível 4.5: Integração Externa
Nível 5: Interface com o Cliente
Figura 32 – Modelo de Maturidade para Gerenciamento de Serviços de TI
Fonte: OGC (2001) – com adaptações do autor
Em conjunto com este modelo a OGC desenvolveu dois questionários que podem ser
usados para avaliar o atual nível de implementação do gerenciamento de serviços de TI.
1
Um programa de melhoria de serviços pode ser implementado para tomar um provedor
de serviços de TI que esteja posicionado no nível 4 e levá-lo para o nível 5 através da revisão
e validação contínua dos processos.
Neste sentido podemos fazer uma intersecção entre o modelo de maturidade de
processos da OGC e o ciclo de Deming (PDCA), conforme mostra a Figura a seguir.
1
Os questionários estão disponíveis no site da OGC no endereço http://www.ogc.gov.uk/itil
.
102
Planejar (Plan) Executar (Do)
Verificar (Check)
Ajustar (Act)
Nível de Maturidade
Tempo
Consolidão do
Nível
ITSM
ITIL
Ciclo de Deming
Figura 33 – Ciclo de Deming X ITIL X ITSM
Fonte: OGC (2001) – com adaptações do autor
Neste trabalho estaremos utilizando os formulários de pesquisa da OGC, adaptados
pelo autor, para verificar o grau de adoção e maturidade das empresas pesquisadas em relação
aos processos do ITIL. Desta forma, podemos avaliar o estágio de maturidade, segundo o
modelo de maturidade da OGC, em que as empresas se encontram.
Em dezembro de 2005 foi lançado oficialmente a ISO 20000. Baseada na antiga BS
15000, a Norma é a primeira ISO voltada especialmente à certificação das empresas que
utilizam processos integrados no gerenciamento de serviços de TI. Uma característica
importante é o fato de ela estar totalmente alinhada as recomendações previstas pelo ITIL, o
framework
de melhores práticas em gerenciamento de serviços mais difundido atualmente no
mercado e objeto de estudo neste trabalho.
A Norma foi escrita pela empresa BSI, empresa inglesa que durante a coordenação da
Biblioteca de Infra-estrutura de TI – ITIL – produziu uma Norma que sumarizasse os
requisitos de gestão de serviços de TI, e escreveu as Normas BS 15000-1 e BS 15000-2.
Esta Norma ISO 20000 é extremamente importante, pois criou pela primeira vez um
conjunto de requisitos certificáveis para Gestão de Serviços de TI. Além disso, ela define uma
abordagem de processo integrada para a entrega de serviços gerenciada e oferece valor
agregado à implementação. A ISO 20000 tem potencial para ser a Norma mais adotada no
mundo, podendo até ultrapassar a ISO 9000 em termos de popularidade. Sua publicação
inicial marca um evento de extrema importância na era de gestão.
103
O processo de certificação é semelhante ao processo de certificação de outros sistemas
de gestão, como por exemplo, na Norma ISO 9001 ou Norma ISO 14001.
2
3.4
RELACIONAMENTO DAS HIPÓTESES COM O REFERENCIAL TEÓRICO
Para finalizar, apresenta-se uma tabela sintética com as relações das hipóteses e
questões-chave desta pesquisa e seu respectivo referencial teórico. As questões verificadoras
das hipóteses foram definidas com base nos modelos e referencial teóricos apresentados. Na
tabela 4, são apresentadas as hipóteses, questões que qual referencial teórico é utilizado na
investigação:
Tabela 4 – Relacionamento das hipóteses com as questões-chave e referencial teórico
Relacionamento das questões-chave das hipóteses e referencial teórico.
HIPÓTESE QUESTÕES-CHAVE REFERENCIAL TEÓRICO
Hipótese 1:
AS MELHORES
PRÁTICAS DE TI
PRECONIZADOS
PELA OGC,
ATRAVÉS DE SUA
BIBLIOTECA ITIL,
ESTÃO SENDO
ADOTADA PELAS
ORGANIZAÇÕES.
a) A TI nas organizações busca um
nível de excelência e benchmarking
em seus serviços?
b) As organizações têm
conhecimento das melhores práticas
preconizadas pelo OGC no ITIL?
c) As organizações reconhecem o
ITIL como referência de melhores
práticas em serviços e gestão de TI?
d) As organizações têm investido no
aumento do conhecimento e
capacitação de seus recursos
humanos em ITIL?
e) As organizações têm
implementado e certificado os
processos e melhores práticas
descritos no ITIL?
f) A implantação dos processos do
ITIL tem permitido uma melhora
efetiva na gestão e continuidade dos
serviços de TI?
A hipótese testa se as melhores
práticas do ITIL são
reconhecidas, valorizadas e
adotadas pelas organizações
que tem TI como área
importante em seus negócios.
O referencial teórico usado
como base é basicamente a
biblioteca de livros da OGC,
com todos os 7 livros do ITIL.
As respostas avaliam se há
reconhecimento e o nível de
adoção das práticas do ITIL
nas organizações pesquisadas.
2
Os passos para certificação são os mesmos e podem ser encontrados no site da BSI: www.bsi-global.com.
104
Relacionamento das questões-chave das hipóteses e referencial teórico.
HIPÓTESE QUESTÕES-CHAVE REFERENCIAL TEÓRICO
Hipótese 2:
A UTILIZAÇÃO DO
BSC – BALANCED
SCORECARD – EM
SUA METODOLOGIA
E CONCEITO TEM
SIDO UMA
ALTERNATIVA PARA
A GESTÃO
ESTRATÉGICA DE TI
DENTRO DO
DESEMPENHO
ORGANIZACIONAL.
a) As organizações utilizam o BSC
como ferramenta para gestão e
medição de desempenho de sua
governança empresarial ?
b) A organização vislumbra novas
oportunidades de negócio por meio
da utilização de TI?
c) A TI desenvolve sua estratégia
alinhada com a estratégia de
negócios da organização?
d) Existe por parte de TI um
acompanhamento sistemático para
verificar a eficácia de seu
planejamento?
e) A TI possui indicadores de
acompanhamento?
A hipótese testa se a
metodologia BSC e suas
ferramentas, principalmente os
indicadores, são uma
alternativa viável e adotada
pelas organizações para a
gestão estratégica de TI.
Os referenciais teóricos usados
como base são: metodologia
BSC e a biblioteca do ITIL.
As respostas avaliam se as
organizações realizam a gestão
estratégica de TI utilizando a
metodologia e conceitos do
BSC.
Hipótese 3:
AS ORGANIZAÇÕES
POSSUEM UM
INDICADOR DE
PERFORMANCE PARA
GESTÃO E
AVALIAÇÃO DOS
RESULTADOS DA
ADOÇÃO DAS
MELHORES
PRÁTICAS DE TI.
a) A organização utiliza a
metodologia BSC para gestão de seu
planejamento estratégico e
resultados?
b) A organização avalia o
desempenho de TI conjuntamente e
alinhado com sua metodologia de
gestão estratégica?
c) O desempenho de TI é avaliado na
organização segundo critérios
financeiros?
d) A TI é avaliada pela qualidade de
suas soluções e serviços prestados ao
negócio?
e) Dentro da metodologia de gestão
estratégica e avaliação de resultados
na organização, existe um indicador
específico para TI?
f) O indicador de TI possui uma
avaliação referenciada a objetivos
internos e/ou benchmarking?
A hipótese testa se a
organização que utiliza a
metodologia BSC para gestão
estratégica também de TI,
possue indicadores específicos
para medir os resultados da
adoção das melhores práticas.
Os referenciais teóricos usados
como base são: metodologia
BSC, a biblioteca do ITIL e os
artigos e dissertações
destacados neste trabalho.
As respostas avaliam se as
organizações que utilizam a
metodologia BSC possuem um
indicador adequado para aferir
e acompanhar os resultados e a
eficácia da adoção das
melhores práticas de TI de
forma a potencializar o
desenvolvimento e resultado
dos negócios.
Fonte: Elaborado pelo autor
105
3.5
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este capítulo apresentou modelos e referenciais teóricos que servem de base para
investigação propostas por este trabalho de pesquisa. Os modelos descritos detalham a
metodologia BSC e as melhores práticas em Tecnologia da Informação(TI) preconizadas na
biblioteca do ITIL.
A conclusão apresenta a relação entre hipóteses e questões verificadoras com os
referenciais teóricos de suporte.
106
4 METODOLOGIA
4.1
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Neste capítulo apresentamos a metodologia utilizada para investigar a integração das
melhores práticas definidas no modelo ITIL com a metodologia BSC. Para alcançar os
objetivos propostos neste trabalho, investigaram-se os fundamentos do modelo BSC e suas
ferramentas para gestão do planejamento estratégico e como podem ser integradas com a
gestão da adoção das melhores práticas do modelo ITIL.
O capítulo apresenta o método empregado para teste e verificação das hipóteses
formuladas. São descritos e justificados o método e sua aplicação, amostra, instrumentos de
medida; coleta dos dados; tratamento e análise dos dados obtidos e as limitações de método
observadas durante o desenvolvimento do estudo.
4.2
INTRODUÇÃO
O presente trabalho de pesquisa é resultante de uma atividade cientifica que busca
verificar a integração entre a metodologia BSC e o modelo ITIL através de uma pesquisa em
organizações com atuação ativa no mercado nacional e de vários portes e segmentos, onde
também é avaliado o grau de adoção destas metodologias e melhores práticas nesta amostra
do universo pesquisada. Para utilizar a definição pesquisa científica é necessário utilizar
métodos científicos que conduzam à investigação.
A importância de se adotar métodos científicos é destacada por Marconi e Lakatos
(2000, p.45), que cita alguns autores que expressam conceitos de método:
107
Método é uma forma de selecionar técnicas, forma de avaliar alternativas
para ação científica... Assim, enquanto as técnicas utilizadas por um cientista
são frutos de suas decisões, o modo pelo qual tais decisões são tomadas
depende de suas regras de decisão. Métodos são as regras de escolha;
técnicas são as próprias escolhas (ACKOFF In: HEGENBERG, 1876: II –
116).
Método é uma forma de proceder ao longo de um caminho. Na ciência os
métodos constituem os instrumentos básicos que ordenam de início os
pensamentos em sistemas, traçam de modo ordenado à forma de proceder do
cientista ao longo de um percurso para alcançar um objetivo (TRUJILLO,
1974:24).
Método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários
para atingir um fim dado (...) é o caminho a seguir para chegar à verdade nas
ciências (JOLIVET, 1979:71).
Método científico é “um conjunto de procedimentos por intermédio dos
quais: a) se propõe o problema científico e b) colocam-se a prova às
hipóteses científicas.” (BUNGE, 1974: 55).
Neste trabalho foi escolhido o método de hipotético-dedutivo, defendido por Karl
Raimund Popper – parte da formulação de hipóteses, que apoiarão o trabalho de pesquisa
onde várias argumentações serão utilizadas – foi utilizado nesta pesquisa para análise das
hipóteses propostas, com suas respectivas questões chave, confrontando-as com o referencial
teórico utilizado.
A metodologia vem sendo utilizada e amplamente testada em diversos trabalhos
científicos. Ela tem como base a interligação entre hipóteses formuladas e questões-chave que
orientam a investigação da pesquisa de campo. Neste tipo de estudo proposto são empregados
questionários para entrevistas com profissionais das áreas de Gestão Estratégica, de TI e afins
das organizações pesquisadas, constituindo uma amostra representativa do universo de
gestores e profissionais de tecnologia da informação do mercado atual.
4.3
TIPO DE PESQUISA
A classificação dos tipos de pesquisa obedece a critérios que variam de acordo com a
do autor. Segundo Marconi e Lakatos (2000) o presente trabalho científico pode ser
classificado como pesquisa aplicada e descritiva. A definição Aplicada se justifica por
caracterizar o seu interesse prático, em que os resultados sejam utilizados na solução de
problemas que ocorrem na realidade. Descritiva
,
porque toca em quatro aspectos: descrição,
registro, análises e interpretação do problema, objetivando seu funcionamento no presente.
108
Esta pesquisa também pode ser classificada, como pesquisa de campo, porque se
propõe a obter informações através de coleta de dados obtidos em amostras representativas da
realidade nas organizações pesquisadas.
4.4
MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO
O método Hipotético-dedutivo de Popper (1975), afirma que a formulação de
hipóteses deve ser o ponto de partida para a busca de conhecimentos. Os problemas devem ser
resolvidos através de tentativas de refutação de tais hipóteses com uso de testes, observações e
experimentos. Se as hipóteses não resistirem aos testes, formulam-se novas hipóteses que, por
sua vez, também serão testadas. Quando uma hipótese passar pelos testes, ela será aceita
como solução provisória para o problema. Considera-se então, que a hipótese foi corroborada,
ou adquiriu algum grau corroboração.
A existência de um problema sintetiza o processo de investigação do método, na
proposição de uma explicação para deste problema e um teste com objetivo de refutar a
hipótese proposta. Marconi e Lakatos (2000, p. 73) chamam o método de “tentativas e
eliminação de erros”.
A percepção de um hiato entre o fenômeno e os conhecimentos existentes é o início do
método, onde hipóteses e conjecturas são desenvolvidas e pelo processo de dedução, é testada
a validade da hipótese, conforme a Figura 34, a seguir.
109
CONHECIMENTO PRÉVIO
TEORIAS EXISTENTES
LACUNA, CONTRADIÇÃO
OU PROBLEMA
CONJECTURAS, SOLUÇÕES
OU HIPÓTESES
CONSEQÜÊNCIAS FALSEÁVEIS
ENUNCIADOS DEDUZIDOS
TÉCNICAS DE FALSEABILIDADE
TESTAGEM
ANÁLISE DOS RESULTADOS
AVALIAÇÃO DAS CONJECTURAS,
SOLUÇÕES OU HIPÓTESES
NÃO PLAUSÍVEL
(REJEIÇÃO)
PLAUSÍVEL
(NÃO REJEIÇÃO)
NOVA TEORIA
NOVA LACUNA, CONTRADIÇÃO
OU PROBLEMA
Figura 34 – O método Hipotético-Dedutivo segundo Popper
Fonte: Marconi e Lakatos (2000, p. 75)
Na figura seguinte (Figura 35) será apresentada a correlação entre os passos do
Método Científico Hipotético-dedutivo com os elementos deste trabalho de pesquisa:
110
CONJECTURAS, SOLUÇÕES OU HIPÓTESES
Hipótese 1: As melhores práticas de TI preconizadas pela OGC, através de sua biblioteca ITIL,
estão sendo adotada pelas organizações.
Hipótese 2: A utilização do BSC em sua metodologia e conceito tem sido uma alternativa para a
gestão estratégica de TI dentro do desempenho organizacional.
Hipotese 3: As organizações possuem um indicador adequado para a medição e avaliação de
desempenho e resultados da adoção das melhores práticas de TI.
CONSEQUÊNCIAS FALSEÁVEIS, ENUNCIADOS DEDUZIDOS
Se a Hipótese 1 for rejeitada, concluiu-se que a metodologia ITIL não está sendo reconhecida e
adotada como as melhores práticas de TI pelas organizações. Se a Hipótese 2 for rejeitada,
concluiu-se que a metodologia BSC não tem sido uma alternativa para a gestão e desempenho de TI
nas organizações. Se a Hipótese 3 for rejeitada, concluiu-se que não há um indicador adequado para
a gestão dos resultados da adoção das melhores práticas de TI.
TÉCNICAS DE FALSEABILIDADE
Rejeitar a Hipótese 1 – A metodologia ITIL não é reconhecida e adotada como as melhores práticas
de prestação de serviços de TI.
Rejeitar a Hipótese 2 A metodologia BSC não é adequada para a gestão estratégica de TI no
contexto competitivo das organizações.
Rejeitar a Hipótese 3 – As organizações não possuem um indicador adequado para a avaliação dos
resultados da adoção das melhores práticas de TI.
TESTAGEM
A pesquisa aplicada utiliza três tipos de questionários:
Hipótese 1 – Questionário para auto-avaliação da adoção ao ITIL.
Hipótese 2 – Questionário para auto-avaliação da adoção do BSC para a gestão de TI.
Hipótese 3 – Questionário para verificar a existência de avaliação de resultados da adoção do ITIL.
ANÁLISE DOS RESULTADOS
No item “Tratamento e Análise de Dados” deste capítulo estaremos associando grupos de perguntas
às questões-chave de cada hipótese.
AVALIAÇÃO DAS CONJECTURAS, SOLUÇÕES E HIPÓTESES
A Hipótese 1 será plausível se a maioria simples das organizações se posicionarem num nível igual
ou superior a 3 na adoção do ITIL. A Hipótese 2 será plausível se a maioria simples das
organizações obter um resultado do questionário for maior que 50%. A Hipótese 3 será plausível se
a maioria sim
p
les das or
g
aniza
ç
ões obtiver um resultado do
q
uestionário for maior
q
ue 50%.
PLAUSÍVEL
H1 – 50% das Organizações > Nível 1+2+3 em Q1
H2 – Média das Organizações > 50 % de Q2
H3
Média das Or
g
anizações > 50 % de Q3
NOVA TEORIA / NOVO PROBLEMA
NÃO PLAUSÍVEL
Critério oposto da
corroboração
LACUNA, CONTRADIÇÃO OU PROBLEMA
Estão às organizações adotando as ditas melhores práticas em tecnologia da informação, medindo e
avaliando seus resultados ao nível estratégico utilizando alguma metodologia de gestão?
CONHECIMENTO PRÉVIO E TEORIAS EXISTENTES
Metodologia BSC
Melhores práticas de Tecnologia da Informação – Metodologia ITIL
Figura 35 – Aplicação do Método Hipotético-Dedutivo ao presente estudo
Fonte: O autor, adaptado de Marconi e Lakatos (2000) apud Popper
111
4.5
PROCEDIMENTOS E TÉCNICAS
O trabalho de pesquisa apresentado utilizará os métodos monográfico, comparativo e
estatístico (MARCONI e LAKATOS, 2000, p. 92-93).
Em relação ao método monográfico, este consiste no estudo de determinados
indivíduos, profissões, condições e instituições, grupos ou comunidades com a finalidade de
obter generalizações. Neste trabalho de dissertação, será estudado o ambiente de TI das
organizações pesquisadas, sobretudo quanto aos aspectos de sua gestão e similaridade com a
metodologia BSC e adoção de melhores práticas do ITIL.
Em relação ao método comparativo, este realiza comparações com a finalidade de
verificar similaridades e explicar divergências. Comparações serão efetuadas entre as
expectativas e percepções dos gestores e profissionais seniores atuantes na área de TI e afins
das organizações pesquisadas.
Sobre o método estatístico, este reduz os fenômenos sociais, políticos, econômicos,
etc. a termos quantitativos e a manipulação estatística permite comprovar as relações dos
fenômenos entre si, e obter generalizações sobre sua natureza, ocorrência ou significado.
Neste trabalho de dissertação, serão utilizadas amostras representativas de gestores e
profissionais da área de TI e afins nas organizações pesquisadas.
4.6
POPULAÇÃO E AMOSTRA
Segundo Mattar (1998, p.262), “a idéia básica de amostragem está em que à coleta de
dados em alguns elementos da população e sua análise pode proporcionar relevantes
informações de toda a população”.
Seguindo este princípio, na realização da pesquisa deste trabalho de dissertação foi
escolhido um universo (população) de gestores e profissionais seniores atuantes na área de TI
das organizações pesquisadas. Os profissionais escolhidos para participar da pesquisa têm
nível superior e mais de 3 anos de atuação nas suas respectivas funções dentro de suas
organizações. Este perfil foi definido porque é importante que as pessoas entrevistadas
tenham uma percepção vivenciada da sua área de atuação. Buscaram-se profissionais das
áreas que estão diretamente ligadas as disciplinas da metodologia ITIL dentro da área de TI
dentro das organizações pesquisadas.
112
A validade da amostra pesquisada pode ser justificada através da escolha das áreas dos
profissionais pesquisados. Podemos dividir estes profissionais em dois grupos:
1) Profissionais da área de TI
Foram identificadas as áreas e seus profissionais a partir da correspondência das
disciplinas do ITIL e dos setores dentro de uma estrutura tradicional de Diretoria de TI. Os
profissionais destas áreas estarão respondendo os questionários 1 e 3 (que validam as
hipóteses 1 e 3).
2) Profissionais de outras áreas
Profissionais atuantes em diversas áreas das organizações e que tem percepção a
respeito da prestação dos serviços de tecnologia da informação. Estes profissionais estarão
respondendo o questionário 2 (que valida a hipótese 2). As áreas escolhidas foram:
Engenharia
Marketing
Finanças
Operações
Planejamento
Varejo
Vendas
Corporativo
Suprimentos
4.7
INSTRUMENTOS DE MEDIDA UTILIZADOS
Nesta pesquisa foram utilizados como instrumento de medida questionários de
entrevistas aplicadas em gestores e profissionais seniores que atuam nas áreas de TI e em
outras áreas de uso e dependência da tecnologia nas organizações. São utilizados três tipos de
questionários:
113
O questionário 1 tem como base o modelo de maturidade de processos de TI (
ITSM
– IT Maturity Model
) implementado pela OGC que desenvolveu dois questionários
que podem ser usados para verificar o atual nível de implementação do
gerenciamento de serviços de TI, segundo as premissas do ITIL. Os questionários
são chamados de “Auto-avaliação dos processos ITIL” .
3
O questionário 2 é destinado a avaliar se as organizações pesquisadas utilizam a
metodologia ou mesmo o conceito da metodologia BSC para sua gestão estratégica
e se a área de TI também está incluída neste contexto.
O questionário 3 é destinado a avaliar se as organizações pesquisadas possuem
algum indicador que avalie os resultados da adoção das melhores práticas de TI –
ITIL – dentro do conceito e metodologia de medição do BSC, que é baseada em
indicadores.
4.7.1 Questionários "Auto-avaliação dos Processos ITIL"
Os questionários de avaliação dos processos ITIL são baseados no modelo de
gerenciamento de processos da OGC (2002). Consiste em uma auto-avaliação dos processos
do ITIL, e permite estabelecer até que ponto a organização adotou a orientação de melhor
prática disponível da OGC.
O plano de auto-avaliação é composto por dois questionários que permitem averiguar
quais as áreas que deveriam ser endereçadas para melhorar a capacidade de processo global
da empresa.
A avaliação está baseada em uma forma genérica que reconhece que há vários
elementos estruturais que precisam estar presentes nos processos da organização a fim de
satisfazer os objetivos globais da empresa e as necessidades do cliente.
O primeiro questionário contém perguntas fechadas (com respostas possíveis “sim” e
“não”) relativas aos processos da disciplina “Entrega de Serviços” do ITIL, enquanto o
segundo questionário contém perguntas fechadas relacionadas à disciplina “Suporte a
Serviços”.
3
Os questionários estão disponíveis no site da OGC, no endereço http://www.ogc.gov.uk/itil.
114
Cada processo destas duas disciplinas (entrega de serviços e suporte a serviços) tem o
seu conjunto de perguntas, divididas em blocos de perguntas para cada um dos nove níveis de
maturidade do modelo de maturidade de processos proposto em OGC (2002) e citado
anteriormente neste trabalho. Para efeito da pesquisa e resultados estamos realizando em
simplificação e adequação prática pelo autor para cinco níveis, a saber: Nível 1 – Confiança,
Nível 2 – Potencial, Nível 3 – Ativo, Nível 4 – Analítico e Nível 5 – Verificação.
Para estabelecer onde uma organização em particular está em relação a sua capacidade
de processos, um número variável de perguntas deve ser respondido. São atribuídos pesos às
perguntas. Para as perguntas consideradas obrigatórias é atribuído um peso maior para as que
estiverem respondidas com ‘Sim’. Estas perguntas são identificadas por um 'M' na primeira
coluna da planilha do questionário.
Após o preenchimento das perguntas em cada processo, um gráfico de barras é gerado
baseado nos pesos estabelecidos pela OGC. O resultado obtido é comparado com a maior
pontuação naquele quesito, estabelecida pela OGC
4
, para obtermos o percentual apurado da
questão-chave.
Este percentual apurado é comparado com o que a OGC chama de marca de passagem
(
passmark
), que estabelece o percentual a ser atingido naquele item. Assim, quando o
resultado apurado for maior que a marca de passagem da OGC, consideramos a que foi
alcançado o respectivo nível. Cada questão-chave tem a sua própria marca de passagem.
Para este trabalho estaremos utilizando apenas o primeiro questionário da OGC
referente à disciplina “Entrega de Serviços” que tem mais foco nos resultados dos serviços
prestados por TI as organizações e será então utilizado como o questionário 1 deste trabalho.
Todos os questionários utilizados estão nos anexos deste trabalho.
4
Disponível em seu site na Internet (http://www.ogc.gov.uk/itil).
115
4.7.1.1 Justificativa do uso do sistema de auto-avaliação
Gerenciamento 4. Informações de
Gerenciamento
1.5 Propósito do
Gerenciamento
2 Capacidade de Processo
2.5 Integração Interna
3.5 Controle de Qualidade
4.5 Integração Externa
Outros Processos
3 Produtos
5 Interface com o Cliente
Cliente
1 Pré-requisitos
Figura 36 – Níveis do Processo de Auto-avaliação
Fonte: OGC (2004)
Conforme citado anteriormente neste trabalho, a OGC estabelece nove níveis de
maturidade de processos. Nos questionários de auto-avaliação, além da divisão por processos
do ITIL, as perguntas estão agrupadas por estes níveis de maturidade.
A Figura 32 ilustra os níveis de maturidade propostos pela OGC, usados nos
questionários de auto-avaliação:
Nível 1: Pré-condições –
averigua se o nível mínimo de ativos pré-requisitados
está disponível para aceitar as atividades de processo.
Nível 1.5: Propósitos
– estabelece se há instruções da política organizacional,
objetivos empresariais provendo orientação na transformação ou uso dos ativos
pré-requisitados.
116
Para os níveis mais baixos (veja Figura 32), o questionário descreve as condições
genéricas em relação a produtos e atividades. Para os níveis mais altos são usados termos
específicos do ITIL
Nível 2: Capacidade de Processo
– examina as atividades que são executadas. As
perguntas são direcionadas para identificar se um conjunto mínimo de atividades
está sendo executado.
Nível 2.5: Integração Interna
– busca averiguar se as atividades são
suficientemente integradas para cumprir a intenção de processo.
Nível 3: Produtos
– examina a saída atual do processo para investigar se todos os
produtos pertinentes estão sendo produzidos.
Nível 3.5: Controle de qualidade
– tem interesse na verificação se os processos
produzidos estão de acordo com os objetivos de qualidade.
Nível 4: Informação de administração
– está interessado na governança do
processo e em assegurar que há informação adequada e oportuna produzida pelo
processo para a tomada de decisões de administração necessárias.
Nível 4.5: Integração Externa
– examina se todas as interfaces externas e relações
entre o processo discreto e outros processos foram estabelecidas dentro da
organização. Neste nível, para a administração de serviços de TI, o uso de uma
terminologia mais especifica do ITIL deve ser esperado.
Nível 5: Interface com o Cliente
– está principalmente preocupado com o
andamento da avaliação externa e a validação do processo para assegurar que as
necessidades dos clientes estão sendo satisfeitas.
Para efeito da pesquisa e resultados estamos realizando em simplificação e adequação
prática pelo autor para cinco níveis, a saber: Nível 1 – Confiança, Nível 2 – Potencial, Nível 3
– Ativo, Nível 4 – Analítico e Nível 5 – Verificação, agrupando os sub-níveis em seu nível
maior e renomeando-os em termos mais simples e adequados.
A meta dos questionários de auto-avaliação é dar a organização uma idéia de como se
comportam os seus processos em relação as melhores práticas do ITIL. O questionário
também aponta para criar uma consciência de administração de processos e atividades de
controle que podem endereçar uma melhora na capacidade global dos processos.
117
4.8
COLETA DE DADOS
Baseada nos questionários produzidos e apresentados, a coleta de dados foi realizada
através de publicação dos questionários no site da “my3q”, de soluções de pesquisa
5
, e através
de contatos e de correio eletrônico (e-mail), todos os entrevistados foram convocados para
contribuição à pesquisa.
Foi realizado um pré-teste dos questionários – com profissionais de TI – com objetivo
de checar detalhes sobre seu preenchimento; dúvidas dos respondentes; e tempo de respostas
para o planejamento da coleta de dados.
4.9
RELAÇÕES ENTRE HIPÓTESES, QUESTÕES-CHAVE E INSTRUMENTOS DE
MEDIDA
Através da matriz de amarração foi feita a correlação das hipóteses com os
questionários de pesquisa. Com esta matriz é possível identificar qual parte do instrumento de
medida será usado para responder uma determinada questão-chave das hipóteses
apresentadas.
É apresentada na tabela 5 a relação das questões-chave das hipóteses e os instrumentos
de medida utilizados.
5
Cf. em:
www.my3q.com.
118
Tabela 5 – Matriz com os instrumentos de pesquisa, questões-chave e as hipóteses
Relacionamento das questões-chave das hipóteses e os instrumentos de medida
HIPÓTESE QUESTÕES-CHAVE
INSTRUMENTOS DE
MEDIDA
Hipótese 1:
AS MELHORES
PRÁTICAS DE TI
PRECONIZADOS
PELA OGC,
ATRAVÉS DE SUA
BIBLIOTECA ITIL,
ESTÃO SENDO
ADOTADA PELAS
ORGANIZAÇÕES.
a) A TI nas organizações busca um
nível de excelência e benchmarking
em seus serviços?
b) As organizações têm
conhecimento das melhores práticas
preconizadas pelo OGC no ITIL?
c) As organizações reconhecem o
ITIL como referência de melhores
práticas em serviços e gestão de TI?
d) As organizações têm investido no
aumento do conhecimento e
capacitação de seus recursos
humanos em ITIL?
e) As organizações têm
implementado e certificado os
processos e melhores práticas
descritos no ITIL?
f) A implantação dos processos do
ITIL tem permitido uma melhora
efetiva na gestão e continuidade dos
serviços de TI?
Questionário 1 – Auto-
avaliação dos processos ITIL.
Hipótese 2:
A UTILIZAÇÃO DO
BSC – BALANCED
SCORECARD – EM
SUA METODOLOGIA
E CONCEITO TEM
SIDO UMA
ALTERNATIVA PARA
A GESTÃO
ESTRATÉGICA DE TI
DENTRO DO
DESEMPENHO
ORGANIZACIONAL.
a) As organizações utilizam o BSC
como ferramenta para gestão e
medição de desempenho de sua
governança empresarial?
b) A organização vislumbra novas
oportunidades de negócio por meio
da utilização de TI?
c) A TI desenvolve sua estratégia
alinhada com a estratégia de
negócios da organização?
d) Existe por parte de TI um
acompanhamento sistemático para
verificar a eficácia de seu
planejamento?
e) A TI possui indicadores de
acompanhamento?
Questionário 2 – BSC para a
gestão de TI.
119
Relacionamento das questões-chave das hipóteses e os instrumentos de medida
HIPÓTESE QUESTÕES-CHAVE
INSTRUMENTOS DE
MEDIDA
Hipótese 3:
AS ORGANIZAÇÕES
POSSUEM UM
INDICADOR DE
PERFORMANCE PARA
GESTÃO E
AVALIAÇÃO DOS
RESULTADOS DA
ADOÇÃO DAS
MELHORES
PRÁTICAS DE TI.
a) A organização utiliza a
metodologia BSC para gestão de seu
planejamento estratégico e
resultados?
b) A organização avalia o
desempenho de TI conjuntamente e
alinhado com sua metodologia de
gestão estratégica?
c) O desempenho de TI é avaliado na
organização segundo critérios
financeiros?
d) A TI é avaliada pela qualidade de
suas soluções e serviços prestados ao
negócio?
e) Dentro da metodologia de gestão
estratégica e avaliação de resultados
na organização, existe um indicador
específico para TI?
f) O indicador de TI possui uma
avaliação referenciada a objetivos
internos e/ou benchmarking?
Questionário 3 – Avaliação de
Resultados das melhores
práticas de TI.
Fonte: Elaborado pelo autor
4.10
TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS
Para testar as hipóteses desta dissertação, foi realizado um tratamento matemático e
probabilístico com finalidade de análise quantitativa, que usou como base as questões
fechadas dos questionários de coleta de dados. Uma análise qualitativa foi realizada a partir da
percepção do entrevistador durante a avaliação das questões abertas. A seguir estaremos
apresentando os critérios para se as hipóteses são plausíveis ou não-plausíveis a partir das
respostas às questões-chaves:
120
4.10.1 Hipótese 1 – As melhores práticas de ti preconizados pela OGC, através de sua
biblioteca ITIL, estão sendo adotada pelas organizações
Para testar a hipótese 1 utilizamos o questionário “Auto-avaliação dos Processos ITIL
– Entrega de Serviços”. Este questionário, traduzido pelo autor, é baseado nos questionários
de auto-avaliação dos processos ITIL da OGC e fundamentado no modelo de maturidade de
processos ITIL, proposto em OGC (2004). O questionário é composto de 5 grupos de
perguntas, onde cada grupo está relacionado a um processo do ITIL. Cada grupo contém
perguntas agregadas em nove níveis de maturidade propostos pela OGC (nível 1, nível 1.5,
nível 2, nível 2.5, nível 3, nível 3.5, nível 4, nível 4.5 e nível 5). Para cada nível a OGC
estabeleceu perguntas mandatórias e um número variável de perguntas opcionais. Segundo o
conceito de maturidade de processos da OGC, foram estabelecidos pesos para as perguntas,
conforme a resposta obtida. Cada nível tem os pesos de suas perguntas somados e comparados
ao melhor resultado publicado pela OGC
6
e também registrado nos questionários.
Como já explicado, para efeito da pesquisa e resultados estamos realizando uma
simplificação e adequação prática pelo autor para cinco níveis da OGC, a saber: Nível 1 –
Confiança, Nível 2 – Potencial, Nível 3 – Ativo, Nível 4 – Analítico e Nível 5 – Verificação.
No teste da hipótese 1 foi utilizada a média aritmética, porcentagem e a análise
comparativa, na avaliação das diferenças entre os resultados obtidos (percepções) para cada
grupo de perguntas e o melhor resultado publicado pela OGC (expectativas). Através da
observação dos hiatos (expectativas – percepções) apresentados, podemos identificar se as
questões-chaves e a hipótese são plausíveis (para resultados com o percentual de pontos maior
que a marca de passagem
passmark
definida pela OGC). A análise destes resultados indica o
nível de adoção prática das melhores práticas nos processos do ITIL.
4.10.2 Hipótese 2 – A utilização do BSC – Balanced Scorecard – em sua metodologia e
conceito tem sido uma alternativa para a gestão estratégica de ti dentro do
desempenho organizacional
Para testar a hipótese 2 utilizamos o questionário “BSC para a Gestão de TI”. A
mesma abordagem de tratamento e análise dos dados da hipótese 1 é feita para o teste da
hipótese 2. A única mudança diz respeito às questões-chave e, conseqüentemente, ao grupo de
perguntas/respostas associadas.
6
Disponível em http://www.ogc.gov.uk/itil.
121
4.10.3 Hipótese 3 – As organizações possuem um indicador de performance para gestão
e avaliação dos resultados da adoção das melhores práticas de TI
Para testar a hipótese 3, foi utilizado questionário “Avaliação de resultados das
melhores práticas de TI”. O propósito deste questionário é buscar identificar a utilização de
um indicador da metodologia BSC ou mesmo algum outro qualquer, em linha com os
objetivos estratégicos, para a avaliação e medição dos resultados da adoção das melhores
práticas de TI.
4.11
CONSOLIDAÇÃO DOS RESULTADOS
Para o questionário 1, já foi explicado no seu item 4.10.1 que a consolidação dos seus
resultados será baseada na própria metodologia proposta pela OGC como instrumento de
medida do nível de adoção e maturidade de seus processos do ITIL.
Nos questionários 2 e 3, cada uma das questões-chaves estão associadas a um grupo de
perguntas, onde cada resposta positiva vale 1 (um) ponto. Os pontos foram somados, sendo
calculado o percentual da totalidade de respostas positivas para cada questão chave e seu
respectivo objetivo estratégico, na seguinte qualificação de adoção:
Tabela 6 – Matriz de Qualificação de Respostas para Q2 e Q3.
Qualificação Percentual
Fraca
0 a 50%
Média
51% a 80%
Forte
81% a 100%
Fonte: Elaborado pelo autor
122
4.12
LIMITAÇÕES DO MÉTODO
Em relação a esta pesquisa tivemos algumas limitações, pois informações sobre
estratégia de negócios e tecnologia de informação normalmente são restritas e confidenciais.
Desta forma, informações estratégicas da empresa pesquisada não são divulgadas na pesquisa.
A percepção dos profissionais quanto às ferramentas de Tecnologia de Informação
muitas vezes pode ser interpretada como desejos para melhorar o desempenho de suas
atividades individuais, e não garantem que estes desejos sejam viáveis de serem implantados,
do ponto de vista de custos e benefícios.
4.13
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este capítulo apresentou os métodos e procedimentos adotados nesta pesquisa para
alcançar os objetivos propostos. A base de conhecimento composta pelos referenciais teóricos
foi relacionada com os procedimentos de definição, coleta e análise dos instrumentos de
medida.
Descreveram-se os instrumentos de medida utilizados e os motivos de seleção da
amostra. Apresentou-se uma correlação entre as questões-chave e itens dos instrumentos de
medida.
123
5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
5.1
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Neste capítulo são apresentados, analisados e discutidos os resultados obtidos na
pesquisa de campo. É realizada uma análise do nível de adoção do ITIL e se está sendo
utilizado algum mecanismo de avaliação de seus resultados para as organizações.
Adicionalmente é avaliada a adequação do BSC para uma gestão estratégica da área de
Tecnologia da Informação, pois sua metodologia baseada em indicadores pode ser um
caminho para a gestão dos resultados da adoção da biblioteca ITIL.
A análise se fundamenta em ferramentas estatísticas com objetivo de responder as
Questões-chave para verificar se as hipóteses levantadas são plausíveis ou não-plausíveis.
5.2
ANÁLISE DOS DADOS E VALIDADE DA AMOSTRA
Conforme foi explanado no capítulo 4, foram estabelecidas duas populações para o
teste das hipóteses. Para as hipóteses 1 e 3 foi estabelecida uma população de profissionais da
área de TI cujas áreas de atuação estão diretamente ligadas aos processos ITIL. Para a
hipótese 2 foi estabelecida uma população de profissionais de várias áreas das organizações
que tem a visão de TI como prestadora de serviços.
Para melhor caracterizar a amostra da população de profissionais envolvida na
pesquisa apresentaremos a tabela abaixo que mostra a distribuição por suas organizações e por
segmento, com sua respectiva quantidade total do universo pesquisado. A população
escolhida foi intencional e representativa, pelo autor que é um profissional de 15 anos de
experiência no mercado de tecnologia e identificou empresas que utilizam e/ou dependem
mais fortemente de recursos tecnológicos e desta forma pudessem estar mais atuantes e
interessados nos assuntos tratados por este trabalho.
124
Tabela 7 – Universo pesquisado e sua distribuição Segmento x Organizações x Profissionais
Fonte: Elaborado pelo autor
125
Em última análise, o universo pesquisado abrangueu um total de 43 organizações, de
10 segmentos diferentes. A população total de profissionais foi de 89, sendo 51 profissionais
de TI e 38 profissionais de outras áreas diferentes de TI.
Organizações por Segmento de Mercado
23%
19%
5%
32%
5%
2%
2%
5%
5%
2%
Tecnologia da Informão Telecomunicações
Oil&Gas Pestação de Serviços
Indústria Seguros
Financeiro Call Center
Energia Comunicação & Marketing
Figura 37 – Organizações Consultadas por segmento
Fonte: Elaborado pelo autor
As organizações consultadas são tanto de origem de capital nacional como
multinacional, abrangendo ainda mais a amplitude da pesquisa. Tivemos um total de 17
participações de empresas nacionais e um total de 26 participações de empresas
multinacionais, conforme distribuição na figura a seguir.
Organizações por Origem de Capital
40%
60%
Nacional
Multinacional
Figura 38 – Organizações Consultadas por Origem Capital
Fonte: Elaborado pelo autor
126
Num aprofundamento por segmento, podemos ainda ter uma melhor visão do tipo de
organização por cada segmento e sua origem de capital nacional ou multinacional, conforme
mostrado na figura abaixo.
0
10
2
6
0
2
12
2
0
2
0
1
0
1
1
1
1
1
1
0
0
2
4
6
8
10
12
14
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ti
n
g
Organizações por Segmento x Origem
Nacional
Multinacional
Figura 39 – Organizações Consultadas por Segmento x Origem Capital
Fonte: Elaborado pelo autor
Já numa visão por porte da empresa, segundo definição do BNDES e informações de
faturamento das organizações em seus sites e painel Exame, podemos também ter uma
estratificação entre organizações de pequeno, médio e grande porte consultadas. Foram
consultadas 6 organizações de pequeno porte, 13 organizações de médio porte e 24
organizações de grande porte, tendo a representação e distribuição conforme figuras abaixo.
Organizações por Porte
14%
30%
56%
Pequena
Média
Grande
Figura 40 – Participação das Organizações Consultadas por Porte
Fonte: Elaborado pelo autor
127
0
10
7
2
6
6
0
2
2
12
2
2
0
2
1
0
1
1
0
1
1
1
1
2
1
1
2
1
00
0
5
10
15
20
T
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et
in
Organizações por Segmento x Porte
Pequena
Média
Grande
Figura 41 – Organizações Consultadas por Segmento x Porte
Fonte: Elaborado pelo autor
Foram selecionados 89 profissionais que tem um perfil profissional de mais de 3 anos
de experiência nas suas respectivas funções e atuação de liderança em suas organizações de
trabalho. Destes profissionais consultados, 51 atuam diretamente na área de TI e 38 atuam em
áreas que tem TI como apoio e/ou prestadora de serviços. A representação e distribuição
destes tipos de profissionais consultados seguem conforme figuras abaixo.
Profissionais Consultados por Área de Atuação
57%
43%
Profissionais TI Consultados
Profissionais Outras Áreas Consultados
Figura 42 – Participação dos Profissionais x Atuação
Fonte: Elaborado pelo autor
128
12
11
6
11
5
1
20
12
2
0
1
1
2
0
2
0
1
1
0
1
0
5
10
15
20
25
30
35
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&
Marketin
g
Profissionais por Segmento x Origem
Profissionais TI Consultados Profissionais Outras Áreas Consultados
Figura 43 – Profissionais Consultados x Segmento
Fonte: Elaborado pelo autor
Do total do universo das organizações consultadas, tivemos uma representativa na
amostra que respondeu satisfatoriamente a pesquisa de campo deste trabalho, conforme pode
ser visto na tabela abaixo.
Tabela 8 – Quantitativo das Respostas Obtidas das Organizações
Fonte: Elaborado pelo autor
Isto corresponde a uma amostra das organizações que responderam a pesquisa em
termos percentual da população total conforme tabela abaixo.
129
Tabela 9 – Percentual das Respostas Obtidas das Organizações
Fonte: Elaborado pelo autor
Em termos gráficos podemos ter a seguintes visões abaixo da amostra e participação
das organizações.
43
31
0
10
20
30
40
50
Organizões Consultadas Organizões Respostas Obtidas
Organizações Consultadas x Respostas Obtidas
(72%)
Figura 44 – Participação das Organizações Consultados
Fonte: Elaborado pelo autor
130
Organizações Consultadas x Respostas Obtidas
10
8
2
14
2
11
22
1
8
6
1
10
2
0
1111
Tecnologia da
Informação
Telecomunicaç
ões
Oil&Gas
Pestação de
Serviços
Indústria
Seguros
Financeiro
Call Center
Energia
Comunicação
& Marketing
Organizações Consultadas
Organizações Respostas Obtidas
(80%)
(75%)
(50%)
(71%)
(100%)
(0%)
(100%)
(50%)
(50%)
(1
0
Figura 45 – Participação das Organizações Consultados x Segmento
Fonte: Elaborado pelo autor
Já no total do universo dos profissionais consultados, tivemos uma representativa na
amostra que respondeu satisfatoriamente a pesquisa de campo deste trabalho, conforme pode
ser visto na tabela abaixo.
Tabela 10 – Quantitativo das Respostas Obtidas dos Profissionais
Fonte: Elaborado pelo autor
131
Tabela 11 – Percentual das Respostas Obtidas dos Profissionais
Fonte: Elaborado pelo autor
Em termos gráficos podemos ter a seguintes visões abaixo da amostra e participação
dos profissionais das organizações.
51
29
0
20
40
60
Profissionais TI Consultados Profissionais TI Respostas
Profissionais TI Consultados x Respostas Obtidas
(57%)
Figura 46 – Participação dos Profissionais de TI Consultados
Fonte: Elaborado pelo autor
132
38
22
0
10
20
30
40
Profissionais Outras Áreas Consultados Profissionais Outras Áreas Respostas
Profissionais Outras Áreas Consultados x Respostas Obtidas
(58%)
Figura 47 – Participação dos Profissionais de Outras Áreas Consultados
Fonte: Elaborado pelo autor
No tocante a validade da amostra, Mattar (1998, p. 34) apresenta o seguinte conceito:
Ao realizar as medições, o pesquisador deve saber se corresponderam,
efetivamente, ao que desejava medir (validade) e se o tamanho do erro
amostral ficou contido dentro das condições estabelecidas para que as
medidas sejam aceitas (confiabilidade) (MATTAR, 1998, p. 34).
Seguindo este conceito de validade e aplicando este princípio a amostra analisada é
possível afirmar que:
A amostra das hipóteses 1 e 3 é uma representação válida, pois abrange todas as
áreas de TI que são responsáveis pelas atividades que correspondem aos processos
do ITIL;
A amostra da hipótese 2 é válida por representar um conjunto de profissionais de
várias áreas da empresa que tem TI como prestadora de serviços e/ou parceira de
negócios.
Em última análise, a amostra obtida é válida para os objetivos da pesquisa, pois é
representativa do universo estudado e não apresenta indícios de erros decorrentes do processo
de coleta e seleção do grupo investigado.
133
5.3
ANÁLISE DOS RESULTADOS E TESTES DAS HIPÓTESES
5.3.1 Teste da Hipótese 1
5.3.1.1 Hipótese 1 – As melhores práticas de ti preconizadas pela OGC, através de sua
biblioteca ITIL, estão sendo adotadas pelas organizações
Conforme explanado no capítulo 4, esta hipótese tem a finalidade de avaliar se as
melhores práticas do ITIL, então sendo reconhecidas e adotadas pelas organizações e verificar
o nível de adoção destas práticas nas organizações. Para testarmos esta hipótese aplicamos o
questionário 1 que é composto de 5 grupos de perguntas, onde cada grupo está relacionado a
um nível de maturidade dos processos do ITIL.
5.3.1.2 Amostras e resultados da Hipótese 1
Inicialmente precisamos analisar a população e amostra dos resultados obtidos para o
questionário 1 no universo das organizações pesquisadas. O questionário 1 foi respondido
exclusivamente por profissionais de TI, onde foram enviados 51 questionários e obtido 29
respostas válidas. Podemos verificar na tabela abaixo o detalhamento da amostra válida de
respostas do questionário 1 e o gráfico de sua representatividade.
Tabela 12 – Quantitativo das Respostas Obtidas para Q1
Fonte: Elaborado pelo autor
134
51
27
0
10
20
30
40
50
60
Q1 Enviados Q1 Respondidos
Questionário 1 - Enviados x Recebidos
(53%)
Figura 48 – Q1 Enviados x Recebidos
Fonte: Elaborado pelo autor
Conforme a divisão em níveis do modelo de maturidade da OGC (2004) é possível
verificar os resultados obtidos para esta hipótese que verifica o grau de maturidade dos
processos do ITIL. Como explicado no item 4.10.1 estamos para efeito prático deste trabalho
aglutinando os noves níveis e sub-níveis originais do modelo de maturidade da OGC para
cinco níveis macro, Nível 1 – Confiança, Nível 2 – Potencial, Nível 3 – Ativo, Nível 4 –
Analítico e Nível 5 – Verificação, conforme definição criada pelo autor.
Analisando a tabela abaixo podemos verificar que a hipótese 1 é plausível por
apresentar uma concentração muito grande das organizações nos níveis 2 e 3, de Potencial e
Ativo, identificando que a grande maioria, 80% das organizações, está se potencializando ou
mesmo já praticando num nível aceitável, acima da marca de passagem estabelecida pela
OGC, as melhores práticas do ITIL. O nível de maturidade “Potencial” obteve uma
porcentagem de 48%, se destacando e representando quase a metade do quantitativo das
organizações pesquisadas se posicionando neste nível, identificando sem dúvida um
reconhecimento pelas organizações das melhores práticas do ITIL como padrão “
de facto
” e a
intenção de sua implementação mais ampla.
135
Tabela 13 – Grau de Maturidade ITIL das Organizações
Fonte: Elaborado pelo autor
Podemos numa visão gráfica ter uma visão simplificada do percentual de organizações
por nível de maturidade em melhores práticas do ITIL da OGC.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
Organizações x Grau de Maturidade ITIL
% Organizões
12% 48% 32% 7% 1%
Confiança Potencial Ativo Analítico Verificão
Figura 49 – Distribuição das Organizações pelos Níveis de Maturidade
Fonte: Elaborado pelo autor
5.3.1.3 Teste final da Hipótese 1
O resultado final consolidado da hipótese 1 mostra que a questão levantada é
plenamente plausível, pois 92% das organizações conseguiram em sua auto-avaliação superar
a marca de passagem da OGC em seus respectivos níveis e 80% das organizações se auto-
avaliaram nos Níveis 2 e 3, Potencial e Ativo, atestando que as melhores práticas
preconizadas pelo ITIL estão sendo reconhecidas, valorizadas e adotadas pelas organizações,
dando importância a área de TI para seus negócios.
136
5.3.2 Teste da Hipótese 2
5.3.2.1 Hipótese 2 – A utilização do BSC – Balanced Scorecard – em sua metodologia e
conceito tem sido uma alternativa para a gestão estratégica de TI dentro do
desempenho organizacional
Usando a mesma abordagem da hipótese 1, através da submissão de um questionário
de auto-avaliação temos o propósito de verificar a adequação e utilização da metodologia
BSC como uma ferramenta viável e adotada pelas organizações para a gestão estratégica de
TI.
5.3.2.2 Amostras e resultados da Hipótese 2
Inicialmente é necessário analisar a população e amostra dos resultados obtidos para o
questionário 2 no universo das organizações pesquisadas. O questionário 2 foi respondido por
profissionais de áreas dentro das organizações que tem TI como área de apoio e/ou prestadora
de serviços para suas respectivas áreas, conforme relacionado no item 4.6. Desta forma,
procuramos uma amostra que representa a visão da organização, através de áreas alinhadas
com o negócio, da área de TI e de sua gestão alinhada ou não com a estratégia da organização.
Foram enviados 38 questionários e obtido 19 respostas válidas. Podemos verificar na
tabela abaixo o detalhamento da amostra válida de respostas do questionário 2 e o gráfico de
sua representatividade.
Tabela 14 – Quantitativo das Respostas Obtidas para Q2
Fonte: Elaborado pelo autor
137
38
19
0
10
20
30
40
Q2 Enviados Q2 Respondidos
Questionário 2 - Enviados x Recebidos
(50%)
Figura 50 – Q2 Enviados x Recebidos
Fonte: Elaborado pelo autor
Analisando a tabela abaixo podemos verificar que a hipótese 2 é plausível por
apresentar uma concentração muito grande das organizações nas qualificações média e forte
da utilização da metodologia ou do conceito do BSC para a gestão estratégica de TI,
identificando que a enorme maioria, 90% das organizações, já pratica ativamente a gestão
estratégica e balanceada através de indicadores de avaliação da área de TI. As próprias
empresas do segmento de Tecnologia se destacam, apresentando um índice de 100%, somadas
as qualificações médias e fortes, de utilização do BSC para a gestão estratégica de suas áreas
de TI. O alto nível de maturidade do BSC nas organizações pode ser constatado pelos altos
índices das qualificações médias e forte encontradas, confirmando a adequação desta
metodologia dentro das organizações e como ferramenta adequada também para a gestão
estratégica da área de TI.
Tabela 15 – Qualificação da Utilização do BSC para a Gestão de TI
Fonte: Elaborado pelo autor
138
Podemos numa visão gráfica ter uma visão simplificada do percentual de organizações
por qualificação da utilização do BSC para a gestão estratégica de TI.
0%
20%
40%
60%
Distribuição das Organizações X Qualificações BSC
% Qualificão
10% 53% 37%
Qualificão Fraca Qualificão Média Qualificão Forte
Figura 51 – Distribuição das Organizações pelas Qualificações BSC
Fonte: Elaborado pelo autor
5.3.2.3 Teste final da Hipótese 2
O resultado final consolidado da hipótese 2 mostra que a questão levantada é
plenamente plausível, pois 90% das organizações se auto-avaliaram como utilizando o
conceito ou a metodologia do BSC –
Balanced Scorecard
– na sua avaliação estratégica e que
a área de TI também está incluída e sendo avaliada sob indicadores, como prega o conceito do
BSC. Desta forma, é mais que viável, pois já é uma realidade praticada, a utilização pelas
organizações do conceito e metodologia do BSC para a gestão estratégica de sua área de TI.
5.3.3 Teste da Hipótese 3
5.3.3.1 Hipótese 3 – As organizações possuem um indicador de performance para gestão e
avalaição dos resultados da adoção das melhores práticas de TI.
Usando a mesma abordagem da hipótese 2, onde através da submissão de um
questionário de auto-avaliação tivemos o propósito de verificar a utilização da metodologia
BSC como uma ferramenta viável e adotada pelas organizações para a gestão estratégica de
TI, agora na hipótese 3 temos o propósito de verificar se existem indicadores específicos para
mediar os resultados da adoção das melhores práticas preconizadas no ITIL.
139
São comparados os resultados e as respostas avaliam se as organizações que
reconhecem e adotam as melhores práticas em TI possuem um modelo ou metodologia de
aferir e acompanhar os benefícios da adoção e prática do ITIL de forma a potencializar o
desenvolvimento e o resultado de seus negócios.
5.3.3.2 Amostras e resultados da Hipótese 3
O questionário 3 foi respondido exclusivamente por profissionais de TI das
organizações, de forma a obtermos a visão e a realidade de como se realiza a gestão
estratégica interna da área de TI e se esta de certa forma está alinhada com a metodologia
BSC utilizada de forma mais ampla pelas organizações, e se existem indicadores específicos,
principalmente para medição dos resultados alcançados pela adoção da melhores práticas.
Foram enviados 51 questionários para os diversos profissionais de TI das organizações
consultadas e obtido apenas 18 respostas válidas. Podemos verificar na tabela abaixo o
detalhamento da amostra válida de respostas do questionário 3 e o gráfico de sua
representatividade.
Tabela 16 – Quantitativo das Respostas Obtidas para Q3
Fonte: Elaborado pelo autor
140
51
18
0
10
20
30
40
50
60
Q3 Enviados Q3 Respondidos
Questionário 3 - Enviados x Recebidos
(35%)
Figura 52 – Q3 Enviados x Recebidos
Fonte: Elaborado pelo autor
Analisando a tabela abaixo podemos verificar que a hipótese 3 não é plausível por
apresentar a totalidade das organizações nas qualificações fraca e média da utilização de
indicadores para a gestão dos resultados práticos da adoção do ITIL, identificando ainda que a
maioria, 56% das organizações, apresenta um nível considerado fraco de utilização de
indicadores para a verificação dos resultados obtidos com a adoção das melhores práticas.
Numa visão mais otimista, podemos perceber que 44% das organizações já se
posicionam numa qualificação média, com o estabelecimento de alguns indicadores que de
certa forma estão associados com os resultados da prática do ITIL, constando um crescente
amadurecimento desta questão nas organizações.
Também podem ser destacados os percentuais alcançados pelos segmentos de
Tecnologia da Informação e Prestação de Serviços Tecnológicos, respectivamente 75% e
60%, de qualificação considerada fraca na utilização de indicadores para a gestão dos
resultados da adoção do ITIL, quando verificamos que justamente estas organizações destes
segmentos têm maior importância na adoção das melhores práticas do ITIL e apresentaram
ótimos índices de qualificação média e forte na utilização da metodologia do BSC para a
Gestão Estratégica de TI, respectivamente 100% e 75%.
141
Tabela 17 – Qualificação da Utilização de Indicadores para a Gestão do ITIL
Fonte: Elaborado pelo autor
0%
20%
40%
60%
Organizações x Qualificações Indicadores ITIL
% Qualificão
56% 44% 0%
Qualificão Fraca Qualificão Média Qualificão Forte
Figura 53 – Distribuição das Organizações pelas Qualificações de Utilização de
Indicadores para a Gestão do ITIL
Fonte: Elaborado pelo autor
5.3.3.3 Teste final da Hipótese 3
O resultado final consolidado da hipótese 3 mostra que a questão levantada não é
plausível, pois apesar de 80% das organizações se auto-avaliaram num nível potencial de
reconhecimento e adoção das melhores práticas preconizadas pelo ITIL e adotando-o como
um padrão
“de facto”
, como atestado na hipótese 1, e também apesar de 90% das
organizações se auto-avaliarem como utilizando o conceito ou a metodologia do BSC –
Balanced Scorecard
– em sua gestão estratégica, como atestado na hipótese 2, verificamos
142
que ainda não há uma avaliação real dos resultados práticos obtidos pela adoção do ITIL com
indicadores associados a gestão de seus melhores processos, como prega o conceito do BSC.
5.4
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A apresentação dos resultados obtidos com a pesquisa de campo foi o objetivo deste
capítulo. Através de análise estatística, tabelas e gráficos foi efetuada uma análise das
organizações verificando o grau de maturidade na utilização das melhores práticas de
preconizadas pelo ITIL, foi também qualificado o grau de adoção da metodologia BSC na
gestão estratégica de TI destas organizações e verificado se há alguma avaliação dos
resultados obtidos com a adoção e prática do ITIL.
A amostra investigada foi considerada válida para representar um universo amplo e
diversificado de organizações de vários segmentos e os resultados das pesquisas apresentaram
confiabilidade estatística suficiente para verificar a plausibilidade e não-plausibilidade das
hipóteses. Os resultados obtidos serão comentados na conclusão da dissertação.
143
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
6.1
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O objetivo deste capítulo é apresentar as conclusões de todo o processo de condução
da pesquisa desde seu planejamento, levantamento bibliográfico, referencial teórico,
metodologia e resultados da pesquisa de campo.
Os resultados da pesquisa de campo subsidiaram a análise de cada uma das hipóteses
levantadas, explicando-se sua plausibilidade ou não-plausibilidade.
Apresentaremos as contribuições principais deste trabalho para o desenvolvimento de
uma metodologia de verificação dos resultados da adoção do ITIL nas organizações.
6.2
CONCLUSÃO SOBRE A PLAUSIBILIDADE DAS HIPÓTESES
Este trabalho apresentou os resultados do estudo e pesquisa de campo sobre as
metodologias ITIL, de melhores práticas em TI, e BSC, de gestão estratégica das
organizações. Nas duas primeiras hipóteses levantadas neste trabalho se avaliou dentro do
universo pesquisado os atuais níveis de adoção e/ou utilização destas metodologias pelas
organizações, obtendo uma representativa participação, acima de 50%, de respostas válidas
para análise e obtenção dos resultados apresentados. Já na terceira hipótese levantada, que foi
apresentada para o mesmo universo pesquisado da hipótese 1, verificamos um nível inferior
de participação, de 35%, o que já poderia ser interpretado como um sinalizador da inovação
do assunto abordado junto às organizações.
A pesquisa para teste de plausibilidade da hipótese 1 teve com base o modelo de
maturidade de processos de TI (
ITSM – IT Maturity Model
), implementado pela OGC, que
144
desenvolveu dois questionários, em que um foi adaptado para esta pesquisa e usado para
verificar o atual nível de implementação das premissas e melhores práticas do ITIL.
O resultado obtido nesta pesquisa foi associado aos níveis de maturidade máximos
estabelecidos pela OGC em seu
site
e comparados com o marca de passagem definida pela
OGC para cada nível de maturidade, que sofreu aglutinações e adequação para cinco níveis
pelo autor. Esta metodologia foi detalhada no capítulo 4 deste trabalho.
Desta forma, foi verificada a plausibilidade da hipótese 1 e por conseqüência suas
questões-chaves. Para um percentual de compatibilidade maior que o percentual estabelecido
pela OGC na marca de passagem, a organização foi considerada plenamente no nível de
maturidade correspondente. No caso de obtenção de um percentual de compatibilidade menor
que o percentual estabelecido pela OGC na marca de passagem, a organização também foi
considerada neste nível de maturidade correspondente, mas de forma insatisfatória. Esta
abordagem foi utilizada apenas para neste estudo termos uma visibilidade mais ampla dos
níveis de maturidade que as organizações estão conseguindo alcançar.
Já para o teste de plausibilidade das hipóteses 2 e 3, foi utilizado um conceito de nível
de qualificação de utilização da metodologia, conceito ou instrumento questionado, se
estabelecendo três níveis de qualificação: fraca, média e forte. Com base na
representatividade das organizações entre estes três níveis de qualificação, podemos analisar e
discorrer sobre os aspectos que levam a plausibilidade ou não destas hipóteses, conforme
detalhado no capítulo 4 deste trabalho.
No teste de plausibilidade da hipótese 2 foi obtido um retorno de 50% dos
questionários enviados para o universo de profissionais que não são da área de TI, e que a tem
como área de apoio ou prestadora de serviços para seu negócio. Esta é uma representação
significativa do universo pesquisado e que valida a amostra, que apresentou um alto índice,
90% das organizações, nas qualificações média e forte da adoção e prática do conceito ou da
metodologia do BSC nas organizações, atestando a total plausibilidade da hipótese 2.
No teste de plausibilidade da hipótese 3 foi obtido um retorno de apenas 35% dos
questionários enviados para o universo de profissionais da área de TI, já demonstrando de
certa forma uma inovação do assunto levantado pela hipótese. Esta foi a menor representação
que tivemos do universo pesquisado e que apresentou um alto índice, 56% das organizações,
na qualificação considerada fraca da adoção e gestão de algum modelo ou metodologia para
medição e avaliação dos resultados práticos em TI da adoção das melhores práticas. Por outro
lado, também identificamos no universo pesquisado que 44% das organizações já se auto-
avaliaram na qualificação média de utilização de alguma metodologia ou mecanismo de
145
avaliação dos resultados obtidos pela adoção do ITIL, reforçando que este é um caminho em
amadurecimento e em busca pelas organizações, até mesmo pela nova abertura e possibilidade
de certificação internacional ISO 20000 associada à adoção das melhores práticas em TI.
Tabela 18 – Hipóteses X Plausibilidade
HÍPOTESE PLAUSIBILIDADE
1 - As melhores práticas de TI preconizadas pela OGC,
através de sua biblioteca ITIL, estão sendo adotadas pelas
organizações.
PLAUSÍVEL
80% das organizações nos níveis 2 e
3 de maturidade da OGC
2 - A utilização do BSC – Balanced Scorecard – em sua
metodologia e conceito tem sido uma alternativa para a
gestão estratégica de TI dentro do desempenho
organizacional.
PLAUSÍVEL
90% das organizações nas
qualificações média e forte de
utilização do BSC
3 - As organizações possuem um indicador de performance
para gestão e avaliação dos resultados da adoção das
melhores práticas de TI.
NÃO-PLAUSÍVEL
56% das organizações na
qualificação fraca de avaliação dos
resultados do ITIL
Fonte: Elaborado pelo autor
O resultado final dos testes de plausibilidade das hipóteses apresenta uma situação em
que encontramos as organizações amplamente reconhecendo, adotando e praticando as
melhores práticas de TI preconizadas pela OGC em sua biblioteca ITIL, fazendo com que
estas melhores práticas realmente se tornassem um padrão “
de facto
” e na verdade agora
também
de direito
” com sua transformação em norma internacional ISO 20000, mas ainda
não se tem uma metodologia ou instrumento para a gestão e avaliação dos resultados práticos
obtidos com a adoção do ITIL. Também aproveitamos para validar o alto nível de utilização
da metodologia e ferramenta BSC de gestão estratégica de resultados nas organizações já para
a avaliação de TI. Com estas condições identificadas, acreditamos ser um possível caminho
natural de evolução para a futura plausibilidade da hipótese 3 seria a utilização e criação de
indicadores dentro do modelo do BSC para a avaliação e gestão dos resultados da adoção das
melhores práticas.
6.3
PREVISÕES POSSÍVEIS E PLAUSÍVEIS
A adoção de um modelo de processos para a gestão de TI nas empresas é muito mais
do que uma questão organizacional, mas uma questão de sobrevivência da própria área de TI
146
e em muitos casos da própria organização. Conforme já citado no referencial teórico,
definidos os processos, estes devem estar sob controle e uma vez sob controle, estes podem
ser repetidos e devem ser gerenciados e ter seus resultados medidos. Desta forma, quando o
grau de controle sobre os processos pode ser definido, métricas podem ser construídas para
controlar os processos.
Pode-se fazer uma previsão baseada na pesquisa realizada que as organizações
pesquisadas estarão adotando como prática de governança de TI o modelo ITIL e caminhando
para um aumento do seu nível de maturidade na adoção, tornando iminente a criação de
métricas apropriadas para a medição dos resultados obtidos por esta adoção, reforçado ainda
pelo novo fato da transformação da base do ITIL em uma nova norma internacional, a ISO
20000, que já apresenta um grande potencial de reconhecimento e certificações.
6.4
CONTRIBUIÇÃO-CHAVE DO CONJUNTO DO TRABALHO
O presente trabalho trouxe oportunidades importantes de aprofundamento no estudo
das metodologias de governança da tecnologia da informação, principalmente do ITIL e na
metodologia do BSC de gestão estratégica. A principal contribuição que destacamos foi a
possibilidade de verificar, através de instrumentos científicos de pesquisa, o grau de aderência
e maturidade das organizações aos processos de governança do ITIL.
A aplicação dos formulários de pesquisa da OGC, adaptados, mostrou-se de extremo
valor para verificar a maturidade dos processos destas organizações em cada nível do ITIL.
A validade da utilização do BSC para gestão estratégica de TI baseada na metodologia
de indicadores ficou também reforçada. Pelo fato das hipóteses 1 e 2 terem sido plausíveis, é
possível considerar que o ITIL e o BSC já estão inseridos como boas práticas de gestão dentro
das organizações.
6.5
A ISO 20000
O novo “
standard”
de gestão de serviços de tecnologias de informação, ISO/IEC
20000, foi publicado em 15 de dezembro de 2005 e promove a adoção de um processo
integrado para a prestação e gestão eficaz dos serviços de TI que responde aos requisitos de
negócio e dos clientes para endereçar o fornecimento destes serviços e a sua contribuição para
147
o sucesso do negócio. Este novo padrão internacional substitui o “
standard
” britânico
reconhecido mundialmente, BS 15000.
O ISO/IEC 20000 foi desenvolvido para responder às necessidades de uma audiência
global e fornecer um entendimento comum da gestão de serviços de tecnologias de
informação em todo o mundo. Cobre os aspectos responsáveis por 80% do investimento total
em tecnologias de informação da grande maioria das organizações. À semelhança do que
acontecia com o BS 15000, este “
standard
” é publicado em duas partes e permitirá as
organizações compreenderem como poderão alcançar a qualidade no serviço de TI prestado
aos seus clientes, internos e externos.
Uma das pequenas alterações feitas ao “
standard
” britânico BS 15000 é o alinhamento
entre as partes 1 e 2, como pode ser visto abaixo:
Parte 1: ISO/IEC 20000-1:2005 Gestão de serviços de tecnologias de
informação. Especificações para a Gestão de Serviço. Fornece os requisitos
da gestão de serviços e é relevante para os responsáveis pela preparação,
implementação ou gestão continuada dos serviços de TI na organização. As
organizações poderão assegurar a certificação dos seus sistemas de gestão de
serviços de TI de modo independente, em conformidade com os requisitos da
ISO/IEC 20000-1:2005.
Parte 2: ISO/IEC 20000-2:2005 Gestão de serviços de tecnologias de
informação. Código de Prática para a Gestão de Serviço. Fornece orientação
para os auditores internos e assistência aos prestadores de serviços que
planejam melhorias no serviço ou se querem preparar para auditorias em
relação à norma ISO/IEC 20000-1:2005.
Em conjunto, as duas partes, representam o primeiro padrão mundial para a gestão de
serviços de TI, que suporta e é totalmente compatível com o modelo ITIL (
IT Infrastructure
Library
).
Não existem muitas diferenças entre a nova ISO/IEC 20000 e o “
standard”
original
BS 15000. As alterações foram feitas de modo a adequá-lo a uma audiência internacional e as
pequenas alterações demonstram a eficácia do “
standard
” britânico original e do ITIL.
148
Figura 54 – Relação ISO 20000 x BS 15000 x ITIL
Fonte: O autor, adaptado do itSMF
O estatuto internacional do padrão ISO/IEC 20000 é fundamental para a sua adoção a
nível mundial. Torna-se claro que atingir a certificação, medindo o nível de serviço face ao
standard
”, tem um valor acrescentado real para as organizações não só porque demonstra a
qualidade dos serviços internos como lhes permite selecionar parceiros externos adequados.
A norma ISO 20000-1:2005 passa a ser o referencial internacional para a Gestão de
Serviços TI. Esta norma fornece uma matriz para a avaliação e especificação para a adoção de
uma abordagem integrada para o alcance de uma gestão efetiva dos serviços TI, de forma a ir
de encontro às necessidades do negócio e aos requisitos dos clientes de TI, internos e
externos.
6.6
NOVAS CONTRIBUIÇÕES E MODELOS QUE PODEM SER DESENVOLVIDOS
Na economia atual voltada a prestação de serviços, as organizações cada vez mais se
apóiam na área de Tecnologia da Informação para a obtenção de um grande número de
serviços. No entanto, estas organizações não estão normalmente satisfeitas com a qualidade
149
dos serviços de TI recebidos e algumas vezes são dependentes de terceiros cujo futuro é
incerto, especialmente neste período caracterizado por economias em constantes mudanças.
As organizações podem responder a este problema através primeiramente da adoção
de melhores práticas – ITIL, e normas internacionais de qualidade – ISO 20000, e da gestão
dos resultados alcançados – BSC, seja através da utilização de acordos de nível de serviço
(
SLA – Service Level Agreemet
) ou ainda num nível melhor com a gestão de níveis de serviço
(
SLM – Service Level Management
), apoiados por mecanismos tais como o modelo
Balanced
Scorecard
(BSC).
A principal nova contribuição que pode ser desenvolvida é um processo adequado de
gestão contínua dos serviços de TI e medição dos resultados associados com a adoção das
melhores práticas a ser instalado nas organizações, para se evitar problemas de recebimento
de serviços não satisfatórios, apesar de teoricamente estar adotando as melhores práticas e
normas internacionais.
Figura 55 – Dilema: Adoção Melhores Práticas x Resultados para o Negócio
Fonte: o autor adaptado do IT Service Manage Forum – itSMF (2006)
150
A gestão dos resultados alcançados, que podemos conceituar genericamente como
SLM (
Service Level Management
) deveria ser expressa e uma abordagem utilizando
mecanismos como o BSC pode ajudar na definição ou aprimoramento deste gerenciamento de
resultados.
Portanto, uma maneira de simplificar o processo de SLM é utilizar o BSC. O BSC,
desenvolvido por Kaplan e Norton em 1990 é baseado na idéia de que a avaliação de uma
organização não deve estar restrita às tradicionais medidas de desempenho financeiro, mas
também deveria ser complementada com medidas relativas a satisfação do cliente, processos
internos e a habilidade de inovar. Os resultados conseguidos dentro destas perspectivas
adicionais devem garantir resultados financeiros futuros.
Kaplan e Norton propõem uma estrutura em 3 camadas para estas perspectivas:
missão, objetivos e medidas. Para colocar em ação o BSC, as organizações devem traduzir
cada uma das perspectivas nas métricas ou indicadores e medidas correspondentes que
avaliem a situação atual. Estas avaliações devem ser repetidas periodicamente e serem
confrontadas com as metas estabelecidas anteriormente.
O
framework
genérico do BSC pode ser traduzido em necessidades mais específicas
de uma função de TI, seus projetos e processos específicos, tais como “Definição e
Gerenciamento de Níveis de Serviço (SLM)”. Reconhecendo que TI é um fornecedor de
serviço interno nas organizações, as perspectivas propostas no BSC genérico devem ser
alteradas de acordo com as seguintes perspectivas: distribuição corporativa, orientação ao
cliente, excelência operacional e orientação futura.
Um BSC de SLM genérico que pode ser utilizado para medir e gerenciar o processo de
SLM é mostrado na tabela abaixo.
151
Tabela 19 – Abordagem SLM-BSC
Fonte: O autor, adaptado do Information Systems Audit and Control Association – ISACA
A perspectiva de Orientação para o Usuário representa a avaliação do usuário do
processo SLM e representa a satisfação do usuário baseada em pesquisas e nos níveis de
serviço atendidos para as aplicações e operações de TI.
A perspectiva de Excelência Operacional representa os processos e padrões de TI
empregados para entregar os serviços solicitados incluindo o nível de maturidade do processo
SLM como um todo.
A perspectiva de Orientação para o Futuro representa os recursos humanos e
tecnológicos necessários para que o processo SLM entregue seus serviços de TI de forma
contínua.
A perspectiva da Contribuição para a Organização representa o valor de negócio
agregado a partir dos processos e padrões de TI com a porcentagem dos processos de negócio
cobertos pelas SLAs e medidos pelo SLM.
Na construção de um SLM, utilizando o BSC, específico para a organização, várias
etapas precisam ser seguidas. Primeiro, o conceito da técnica SLM-BSC precisa ser
apresentada à alta administração, a gerência de TI e aos colaboradores envolvidos no processo
SLM e então uma equipe do projeto SLM deve ser criada. Em segundo lugar, durante a fase
de coleta de dados, as informações são coletadas nas métricas definidas para o SLM. As
152
métricas identificadas devem ser específicas, mensuráveis, aceitáveis, realistas, realizáveis.
Desta forma, a organização evita o desenvolvimento ou a aceitação de métricas para as quais
informações completas ou acuradas não podem ser coletadas, ou que levam a ações contrárias
aos melhores interesses da organização.
Finalmente, baseado nos princípios de Kaplan e Norton e em um modelo genérico, um
SLM-BSC específico para a organização, como apresentado aqui, pode ser desenvolvido.
Estabelecer um processo eficiente de gestão estratégica de TI e seus serviços é uma
tarefa complexa e difícil que requer recursos multidisciplinares e experiência. O modelo
genérico do BSC é um instrumento útil que, através da tradução em um conjunto de
indicadores SLM-BSC, pode simplificar o processo SLM. O BSC pode permitir que uma
organização tenha SLAs mais balanceados e um processo SLM mais maduro com o objetivo
final de atingir os objetivos de negócio.
6.7
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foram apresentadas neste capítulo as conclusões do trabalho de pesquisa sobre o
estudo da adoção das melhores práticas de TI – ITIL e da metodologia de gestão e avaliação
de desempenho BSC.
Foi apresentado um resumo das hipóteses, suas questões-chave e a conclusão a
respeito de suas plausibilidades.
Foi apresentada a relevância da nova norma ISO 20000, baseado no ITIL, e
apresentadas idéias para trabalhos futuros que podem ser desenvolvidos a partir das
conclusões desta dissertação.
153
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158
8 ANEXOS – QUESTIONÁRIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
Estes questionários fazem parte da dissertação do mestrando Carlos Augusto Pestana
Rodrigues, do curso de
Mestrado Acadêmico de Engenharia de Produção da UFF
. O
pesquisador busca investigar o atual nível de adoção e maturidade do ITIL e BSC nas
organizações, bem como avaliar se há mecanismos de gestão de performance associado aos
resultados práticos da utilização de melhores práticas.
A pesquisa de campo será realizada em organizações de atuação em diversos
segmentos e mercados atuais que lidam diretamente com tecnologia de informação dentro de
seus negócios.
Para facilitar a obtenção dos dados de cada organização, foram elaborados
questionários dirigidos aos executivos de tecnologia de informação e outros executivos que
conheçam os aspectos relacionados à aplicação da tecnologia da informação dentro da
organização e seu negócio.
As respostas serão confidenciais e os questionários serão numerados para ajudar no
desenvolvimento da pesquisa e não será usado para nenhum tipo de seleção do entrevistado e
sua organização. Cada resposta será combinada com outros questionários e apresentada
somente em sumário nesta pesquisa.
8.1
QUESTIONÁRIO 1
Este questionário é uma auto-avaliação dos processos do ITIL, e permite estabelecer
até que ponto a organização adotou a orientação de melhor prática disponível da OGC (
Office
of Government Commerce
).
O plano de auto-avaliação é composto por um questionário simples que permite
averiguar quais as áreas que deveriam ser endereçadas para melhorar a capacidade de
159
processos de TI globais da empresa. A avaliação está baseada em uma forma genérica que
reconhece que há vários elementos estruturais que precisam estar presentes nos processos da
organização a fim de satisfazer os objetivos globais da empresa e as necessidades do cliente.
Para estabelecer onde uma organização em particular está em relação a sua capacidade
de processos, um número variável de perguntas deve ser respondido. São atribuídos pesos às
perguntas. Para as perguntas consideradas obrigatórias é atribuído um peso maior para as que
estiverem respondidas com ‘Sim’. Estas perguntas são identificadas por um 'M' na primeira
coluna da planilha.
Instruções para preenchimento
Digite as suas informações na parte “Informações Gerais do Entrevistado”.
As perguntas só podem ser respondidas com um S (Sim) ou N (Não) nas células cinza.
Cada setor tem uma contagem mínima a ser alcançada antes de você se mover para o
próximo nível. Você será informado se é possível passar para o próximo setor. A avaliação
requer honestidade em seu preenchimento. Não há nada a ser ganho apresentando um
resultado que não está baseado em respostas verdadeiras.
As células cinza são as únicas regiões que podem ser editadas assim você não tem que
preocupar sobre outras células na planilha.
Ao término de toda a avaliação você achará um gráfico que compara suas contagens
contra o nível mais alto atingido segundo as pesquisas realizadas pela OGC em empresas de
todo o mundo.
Sua participação é extremamente valiosa para esta pesquisa e desde já agradecemos a
sua participação.
160
Nome:
Cargo:
Empresa:
Tempo de Empresa:
Porte da Empresa:
Capital da Empresa:
E-mail:
Informações Gerais do Entrevistado:
Auto Avaliação: Nível de Adoção do ITIL
(
S)im ou (N)ão
Nível 1 – Confiança
1. Existe ao menos alguma atividade de TI estabelecidada dentro das melhores práticas do ITIL, tais
como: definição de serviço, negociação de escopo, etc ?
s
1
M
2. Foi reconhecido o ITIL como uma referência de melhores práticas em TI ?
s
2
3. Tem se investindo no aumento do conhecimento e capacitação de seus recursos humanos em ITIL?
s
1
A
pe
pontuação mínima para passar destes nível é: 'S' para todas as perguntas mandatórias ('M') + 1 outra
rgunta 'S'
OK 4
Nível 1.5
M
4. Os propósitos e beneficios do ITIL estão disseminados por toda a organização ?
s
2
5. Existe acesso apropriado aos dados que fundamentam as melhores práticas ?
s
1
6. Existem procedimentos acordados sobre o treinamento, capacitação e certificação dos recursos de
TI ?
s
1
Grupo I
A pontuação mínima para passar destes nível é: 'S' para todas as perguntas mandatórias ('M') + 1 outra
pergunta 'S'
OK 4
Nível 2 – Potencial
M
7. Existem responsáveis pelas atividades de treinamento, capacitação e certificação nas melhores
práticas ?
s
6
M
8. Um catálogo de serviços existentes de TI foi preparado ?
s
6
M
9. Há mecanismos para monitorar e revisar níveis de serviço existentes ?
s
6
10. O catálogo de serviço dá um quadro claro e preciso de todos os serviços que são providos ?
s
1
11. Todos os pedidos de atendimento do cliente são verificados?
s
1
12. Existe um mecanismo voltado para melhoria contínua ?
s
1
13. São priorizados serviços no catálogo de serviço ?
s
1
14. A maioria de serviços é coberta por acordos prévios com os clientes ?
s
1
15. Todo serviço de TI existente foi revisado e acordado com os clientes?
s
1
16. A maioria dos serviços de TI prestados são suportados por contratos ?
s
1
17. Há mecanismos para monitorar e medir todos os itens de contratos existentes ?
s
1
18. Os contratos são revisados em uma base regular?
s
1
A pontuação mínima para passar destes nível é: 'S' para todas as perguntas mandatórias ('M') + 6 outras
perguntas com 'S'
OK 27
Nível 2.5
M
19. Você compara a provisão de serviço com o planejado ?
s
2
20. Você tem um mecanismo por manter seu catálogo de serviço em ordem com possibilidade de
inclusão e alteração de serviços ?
s
1
21. Você usa registros de serviço para proporcionar a gerência e aos clientes informação significante
sobre a qualidade de serviço ?
s
1
Grupo II
A pontuação mínima para passar destes nível é: 'S' para todas as perguntas mandatórias ('M') + 1 outra
pergunta 'S'
OK 4
161
Nível 3 – Ativo
M
22. São produzidos relatórios padronizados dos serviços de TI regularmente?
s
2
23. São definidos os serviços e os seus componentes explicitamente e o que está fora do escopo de
atuação ?
s
1
24. Nos acordos estabelecidos têm identificado objetivos fundamentais de forma clara, tais como
duração em horas do serviço, disponibilidade, confiança, apoio, tempo de resposta e controle de
mudança ?
s
1
25. São identificados os componentes de serviço tais como itens de aplicações, redes, etc ?
s
1
A
pe
pontuação mínima para passar destes nível é: 'S' para todas as perguntas mandatórias ('M') + 2 outras
rguntas com 'S'
OK 5
Nível 3.5
M
26. São documentados os padrões e outros critérios de qualidade dos serviços de TI?
s
2
M
27. O pessoal responsável pelas atividades de suporte aos serviços de TI é treinado adequadamente
nas melhores práticas?
s
2
28. A organização fixa e/ou revisa metas ou objetivos de TI?
s
1
29. A organização usa alguma ferramenta para apoiar a gestão dos serviços de TI ?
s
1
Grupo III
A pontuação mínima para passar destes nível é: 'S' para todas as perguntas mandatórias ('M') + 1 outra
pergunta 'S'
OK 6
Nível 4 – Analítico
M
30. Você proporciona para a organização informação relacionada aos objetivos dos serviços e o seu
desempenho atual ?
s
4
M
31. Você proporciona para a organização informação a respeito de tendências de brechas nos níveis
de serviço acordados ?
s
4
32. Você proporciona para a organização informação a respeito da oferta de serviço padrão?
s
1
33. Você provê a organização com informação sobre o número de novos pedidos/pedidos de
mudança ?
s
1
34. Você proporciona a organização informação sobre as tendências nas requisições de nível de
serviço ?
s
1
35. A Gestão da Organização está monitorando recursos de TI para prover uma avaliação de como as
realizações alcançarão os objetivos ?
s
1
A
pe
pontuação mínima para passar destes nível é: 'S' para todas as perguntas mandatórias ('M') + 1 outra
rgunta 'S'
OK 12
Nível 4.5
M
36. A Gestão de TI envolve ativamente a "Administração de Disponibilidade" em relação a níveis de
serviço ?
s
2
37. Quando são negociados níveis de serviço são envolvidas todas as áreas de entrega de TI de
serviço e de apoio como Gerência de Capacidade, Gerência Financeira de Serviços de TI, Suporte a
Serviços e Administração de Mudanças?
s
2
38. O Nível de Serviço Acordado é consultado por Administração de Mudanças em relação ao
impacto potencial de mudanças nos níveis de serviço acordados ?
s
1
39. O catálogo de serviço é integrado e é parte do banco de dados de consulta livre aos clientes ?
s
1
40. Os procedimentos utilizados asseguram que o incidente e o problema que controlam objetivos
incluidos nos acordos realizados são os mesmos preconizados nas melhores práticas ?
s
1
Grupo IV
A pontuação mínima para passar destes nível é: 'S' para todas as perguntas mandatórias ('M') + 2 outras
perguntas com 'S'
OK 7
162
Nível 5 – Verificação
M
41. Você checa com o cliente se as atividades executadas pelo SLM suportam adequadamente as
suas necessidades de negócio ?
s
1
M
42. Você checa com o cliente se eles estão satisfeitos com os serviços realizados ?
s
1
M
43. Você está monitorando ativamente tendências na satisfação do cliente ?
s
1
M
44. Você está alimentando informações de pesquisa dos clientes em uma agenda de melhoria de
serviços ?
s
1
M
Grupo V
45. Você está monitorando a percepção de valor dos clientes em relação aos serviços que eles
recebem ?
s
1
A pontuação mínima para passar deste nível é: 'S' para todas as perguntas mandatórias ('M')
OK 5
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
26
28
Pré-Requisitos
Propósitos
Capacidade do
Processo
Integração Interna
Produtos
Controle de Qualidade
Informação de
Gerenciamento
Integração Externa
Interface com o
Cliente
Resultado do Nível de Adoção do ITIL
Maior Contagem Atingida
Sua Contagem
8.2
QUESTIONÁRIO 2
Este questionário é uma auto-avaliação do nível de utilização do BSC na organização
para a gestão estratégica de TI.
163
O plano de auto-avaliação é composto por um questionário simples que permite
averiguar o nível de utilização do BSC nas organizações para a gestão estratégica de TI. Para
estabelecer onde uma organização em particular está em relação a sua capacidade de
utilização do BSC para a gestão de TI, um número variável de perguntas deve ser respondido.
São atribuídos pesos às perguntas. Para as perguntas consideradas obrigatórias é atribuído um
peso maior para as que estiverem respondidas com ‘Sim’. Estas perguntas são identificadas
por um 'M' na primeira coluna da planilha.
Instruções para preenchimento
Digite as suas informações na parte “Informações Gerais do Entrevistado”.
As perguntas só podem ser respondidas com um S (Sim) ou N (Não) nas células cinza.
Cada setor tem uma contagem mínima a ser alcançada antes de você se mover para o
próximo nível. A avaliação requer honestidade em seu preenchimento. Não há nada a ser
ganho apresentando um resultado que não está baseado em respostas verdadeiras.
As células cinza são as únicas regiões que podem ser editadas assim você não tem que
preocupar sobre outras células na planilha.
Sua participação é extremamente valiosa para esta pesquisa e desde já agradecemos a
sua participação.
164
Informações Gerais do Entrevistado:
Nome:
Cargo:
Empresa:
Tempo de Empresa:
Porte da Empresa:
Capital da Empresa:
E-mail:
Auto Avaliação: Qualificação de Utilização BSC para Gestão de TI
(S)im ou (N)ão
M
1. Existem pelo menos algumas atividades de administração financeira estabelecidas
dentro da organização, por exemplo previsão de custo, orçamento de despesas,
administração de custo de serviço ?
s
2
2. São nomeadas atividades de administração financeira a indivíduos específicos ou
a áreas funcionais?
s
1
3. A organização estabeleceu uma metodologia de gestão estratégica e de resultados
baseada no modelo BSC ?
s
1
M
4. Os propósitos e benefícios da gestão estratégica de TI foram disseminados dentro
da organização?
s
2
5. O desempenho de TI é avaliado segundo critérios financeiros. A TI é analizada
como um centro de custos ?
s
1
6. Foram estabelecidas metas explicitas para administração financeira de TI
(recuperação de custo de TI) ?
s
1
7. Há procedimentos acordados para o cálculo e registro dos custos de TI ?
s
1
M
8. Foram nomeadas responsabilidades para as várias atividades de administração
financeira de TI ?
s
9
M
9. Há procedimentos explícitos para planejamento do uso de TI com boa relação
custo/benefício ?
s
9
M
10. Os orçamentos são monitorados e há relatórios regulares de orçamento versus
despesa?
s
9
11. Há o uso eficaz de TI para flexibilidade dos negócios ?
s
1
12. Há mecanismos satisfatórios para capturar e alocar custos em andameto ?
s
1
13. As estratégias e planos de TI sào bem documentados e explicitam nas
necessidades de negócio ?
s
1
14. Há um processo definido por administrar o custos de serviço de TI?
s
1
15. Foram fixados limites para investimento e despesa operacional de TI?
s
1
16. A alta administração da organização participa do planejamento estratégico de
TI?
s
1
17. A administração de TI participa do planejamento estratégico da organização?
s
1
18. A gerência da área de negócios formula estratégias a partir e alinhado com TI?
s
1
19. A área de negócios faz uso eficaz da TI para o crescimento do seu setor?
s
1
20. A TI é avalida segundo sua liderança tecnológica?
s
1
21. A TI é avaliada pela qualidade de suas soluções?
s
1
165
22. Os recursos de TI são alocados e priorizados a partir do planejamento
estratégico da organização?
s
1
M
23. A Administração Financeira de serviços de TI têm responsabilidade pela
perfeição e correção dos relatórios de despesa ?
s
2
24. A área de negócios prioriza a alocação de recursos para TI ?
s
1
25. A área de negócios vislumbra novas oportunidades de negócio por meio da
utilização de TI ?
s
1
M
26. Os relatórios padrão de custos são compatíveis com a despesa e a renda
produzidas em TI?
s
5
27. São providos orçamentos para todas as atividades de TI?
s
1
28. A soma dos itens de custo é igual ao custo total dos serviços de TI ?
s
1
29. As aplicações de TI são importantes para o sucesso das operações da
organização?
s
1
30. TI apresenta, projeta e implementa soluções adequadas a estratégia de negócios
da organização?
s
1
31. TI produz orçamentos formais para cada cliente?
s
1
32. São efetuadas auditorias em TI de forma regular?
s
1
M
33. Os padrões e outros critérios de qualidade aplicáveis a organização também são
adotados em TI ?
s
2
M
34. O pessoal de TI responsável pelas atividades de administração financeira é
adequadamente treinado ?
s
2
35. A organização fixa e/ou revisa metas ou objetivos para administração
financeira?
s
1
36. A organização usa ferramentas satisfatórias para apoiar o processo de
administração financeira?
s
1
M
37. A Administração Financeira provê informação para a área de serviços de TI em
relação a suas previsões de despesas ?
s
5
M
38. A Administração Financeira provê informação para a área de serviços de TI a
respeito dos custos atuais de recursos e serviços versus custos planejados ?
s
5
39. A Administração Financeira provê informação para a área de serviços de TI a
respeito dos objetivos financeiros para recuperação de custo?
s
1
40. A Administração Financeira provê informação para a área de serviços de TI a
respeito dos custos de recursos a serem provido ou "vendidos" para o próximo ano
fiscal ?
s
1
41. A Administração Financeira provê informação para a área de serviços de TI a
respeito da renda atual por recurso, serviço e cliente contra renda planejada ?
s
1
42. A Administração Financeira provê informação para a área de serviços de TI a
respeito do desempenho na administração dos custos de serviço contra objetivo
financeiro?
s
1
43. A Administração Financeira provê informação para a área de serviços de TI a
respeito de ações necessárias para alcançar objetivos financeiros ?
s
1
44. A Administração Financeira provê informação para a área de serviços de TI a
respeito da análise de divergências no planejamento ?
s
1
45. A Administração Financeira provê informação para a área de serviços de TI a
respeito dos métodos de Contabilidade?
s
1
M
46. Existem reuniões regulares com as partes interessadas de TI sobre o
gerenciamento de assuntos de financeiros ?
s
6
M
47. A área de Gerenciamento Financeiro troca informação com a Gerência de
Serviços de TI a respeito do custo total, por cada área de negócio ?
s
6
M
48. A área de Gerenciamento Financeiro troca informação com a Gerência de
Serviços de TI a respeito da renda total, por área de negócio ?
s
6
166
49. A área de Gerenciamento Financeiro troca informação com a Gerência de TI
sobre problemas de custos ?
s
1
50. A área de Gerenciamento Financeiro troca informação com a Gerência de
Serviços de TI em relação a cobrança de serviços?
s
1
51. A área de Gerenciamento Financeiro troca informação com a Gerencia de
Mudança de TI para administrar custos de serviços (revisão de níveis de serviço,
preços por recursos, etc.) ?
s
1
Sua Contagem 107
Qualificação de Utilização do BSC para Gestão de TI
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Maior Contagem Atingida Sua Contagem
8.3
QUESTIONÁRIO 3
Este questionário é uma auto-avaliação do nível de utilização de indicadores ou outros
mecanismos de performance baseados no BSC na organização para a avaliação dos resultados
práticos da adoção das melhores práticas de TI.
O plano de auto-avaliação é composto por um questionário simples que permite
averiguar o nível de utilização de mecanismos nas organizações para a performance e
resultados da adoção do ITIL. Para estabelecer onde uma organização em particular está em
relação a sua capacidade de utilização de indicadores para a gestão de resultados da adoção do
ITIL, um número variável de perguntas deve ser respondido. São atribuídos pesos às
perguntas. Para as perguntas consideradas obrigatórias é atribuído um peso maior para as que
167
estiverem respondidas com ‘Sim’. Estas perguntas são identificadas por um 'M' na primeira
coluna da planilha.
Instruções para preenchimento
Digite as suas informações na parte “Informações Gerais do Entrevistado”.
As perguntas só podem ser respondidas com um S (Sim) ou N (Não) nas células cinza.
Cada setor tem uma contagem mínima a ser alcançada antes de você se mover para o
próximo nível. A avaliação requer honestidade em seu preenchimento. Não há nada a ser
ganho apresentando um resultado que não está baseado em respostas verdadeiras.
As células cinza são as únicas regiões que podem ser editadas assim você não tem que
preocupar sobre outras células na planilha.
Sua participação é extremamente valiosa para esta pesquisa e desde já agradecemos a
sua participação.
168
Informações Gerais do Entrevistado:
Nome:
Cargo:
Empresa:
Tempo de Empresa:
Porte da Empresa:
Capital da Empresa:
E-mail:
Auto Avaliação: Avaliação dos Resultados da Adoção de Melhores Práticas
(S)im ou (N)ão
M
1. Existem algumas atividades de administração de disponibilidade estabelecidas dentro da
organização, por exemplo monitoração de componentes de serviço, análise de disponibilidade de
serviço ?
s
3
2. As atividades da administração de disponibilidade são delegadas a indivíduos específicos ou
áreas funcionais ?
s
1
3. As necessidades de disponibilidade do negócio foram identificadas e foram documentadas ?
s
1
4. Há mecanismos para identificar a indisponibilidade de um serviço e falha em componente de
TI ?
s
1
M
5. O propósito e os benefícios de administração de disponibilidade foram disseminados dentro
da organização ?
s
2
6. A organização monitorara o desempenho dos terceiros em relação as metas de serviço ?
s
1
7. A organização é obrigada a produzir periodicamente um plano de disponibilidade ?
s
1
M
8. O escopo da administração de disponibilidade foi estabelecido dentro da organização ?
s
3
M
9. Você tem procedimentos por monitorar, analisar e prever a disponibilidade de serviço ?
s
2
10. Você tem procedimentos com a área de suporte a serviços para acordo, monitoraçao e
medição ?
s
1
11. Há um processo estabelecido para melhorar a capacidade de recuperação dos sistemas de TI
?
s
1
12. Você tem objetivos definidos para a disponibilidade, confiança e manutenibilidade dos
componentes de TI documentados e acordados em SLAs, OLAs e contratos?
s
3
13. Você monitora e analisa as tendências de disponibilidade, confiabilidade e manutenibilidade
dos componentes de TI ?
s
1
14. Você produz e mantém um plano de disponibilidade que prioriza e planeja melhoramentos
de disponibilidade de TI ?
s
1
15. Há procedimentos explícitos para manter a segurança de TI ?
s
1
M
16. Os requerimentos detalhados de disponibilidade de serviço são registrados e usados como
informação para o planejamento de TI ?
s
3
17. Detalhes da disponibilidade de serviço são usados para identificar tendências e prever níveis
de disponibilidade de serviço futuros ?
s
1
18. São propostos mudanças para melhorar disponibilidade de serviço suportada por previsões e
tendências de disponibilidade de serviço ?
s
1
19. São revisados os critérios de desenho da disponibilidade para prover capacidade de
recuperação adicional para prevenir ou minimizar o impacto nos negócios ?
s
1
169
M
20. São produzidos relatórios regulares de disponibilidade de serviço ?
s
2
21. Existe um plano de disponibilidade de serviço que é revisado regularmente ?
s
1
M
22. O pessoal responsável pelas atividades da administração de disponibilidade é adequadamente
treinado ?
s
2
23. A organização estabelece e/ou revisa metas ou objetivos para a administração de
disponibilidade ?
s
1
24. A organização usa ferramentas satisfatórias para aceitar o processo de administração de
disponibilidade ?
s
1
M
25. A Administração de Disponibilidade provê informação sobre tempos de resposta ?
s
3
26. A Administração de Disponibilidade provê informações que interessam ao plano de
disponibilidade de serviços de TI ?
s
1
M
27. Você realiza reuniões regulares para discutir com as partes interessadas assuntos sobre
Administração de Disponibilidade ?
s
5
28. A Administração de Disponibilidade troca informações para formular o desenho dos
critérios de disponibilidade e de recuperação para a infra-estrutura de TI ?
s
1
29. A Administração de Disponibilidade troca informações com a Administração financeira para
avaliar o custo da não-disponibilidade de serviços de TI e ajudar a justificar melhorias nos
planos de disponibilidade ?
s
1
30. A Administração de Disponibilidade troca informações com a Central de Serviços sobre as
reclamações do usuário final sobre a baixa disponibilidade de serviços de TI ?
s
1
M
31. Você pergunta ao cliente se as atividades executadas pela Adminstração de Disponibilidade
apóia adequadamente as suas necessidades de negócio ?
s
2
M
32. Você pergunta ao cliente se eles estão satisfeitos com os serviços oferecidos ?
s
2
M
33. Você está monitorando ativamente tendências na satisfação de cliente?
s
2
M
34. Você está alimentando informações de pesquisa dos clientes em uma agenda de melhoria de
serviços ?
s
2
M
35. Você está monitorando a percepção de valor dos clientes em relação aos serviços que eles
recebem ?
s
2
M
36. Existe um conjunto de indicadores definidos e divulgados alinhados para a avaliação dos
resultados na gestão estratégica de TI implantada ?
s
2
37. Existe documentação quanto aos indicadores utilizados ?
s
1
Sua Contagem 61
170
Qualificação de Utilização do BSC para Gestão de TI
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Maior Contagem Atingida Sua Contagem
171
9 ÍNDICE REMISSIVO DE AUTORES CITADOS
B
Berry.................................................................................................................................... 39
Boar ..................................................................................................................................... 43
Bogado...........................................................................................................................34, 35
Bourne .................................................................................................................................76
Brignall.......................................................................................................................... 81, 82
Brodbeck............................................................................................................31, 36, 37, 45
Brodbeck e Hoppen.............................................................................................................30
Bunge.................................................................................................................................107
Ch
Chan et al................................................................................................................. 29, 43, 44
H
Hegenberg..........................................................................................................................107
Henderson e Venkatraman.............................................................................................29, 43
Hoppen ................................................................................................................................45
J
Jolivet ................................................................................................................................107
K
Kaplan e Norton32, 49, 50, 51, 52, 53, 55, 60, 61, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73,
74, 76, 81, 82, 150, 152
Kimura et al.........................................................................................................................79
L
Lawrie..................................................................................................................................82
Lederer e Mendelow................................................................................................29, 43, 44
Luftmann et al................................................................................................................29, 44
172
M
Maisel .................................................................................................................................. 62
Maltz et al............................................................................................................................ 83
Marconi e Lakatos.....................................................................106, 107, 108, 109, 110, 111
Mattar ........................................................................................................................111, 132
McFarlan.............................................................................................................................. 44
Mintzberg ............................................................................................................................43
Moresi............................................................................................................................41, 42
N
Neely et al............................................................................................................................60
Niven ........................................................................................................... 60, 74, 75, 77, 79
Norkellit...............................................................................................................................81
Norreklit ........................................................................................................................81, 82
P
Parasuraman ........................................................................................................................39
Parasuraman et. al................................................................................................................ 38
Popper........................................................................................................................ 108, 110
Porter ...................................................................................................................................35
Porter e Millar.......................................................................................................... 15, 34, 44
R
Reich....................................................................................................................................29
Reich e Benbasat ................................................................................................................. 43
Ribeiro...........................................................................................................................49, 80
Rowley.................................................................................................................................43
S
Schneiderman ......................................................................................................................79
Sortica.................................................................................................................................. 99
T
Trujillo...............................................................................................................................107
V
Venkatraman........................................................................................................................ 44
Z
Zeithaml...............................................................................................................................39
Zivran ..................................................................................................................................43
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