Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
CENTRO TECNOLÓGICO
MESTRADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
MARCIO MARTINS ROCHA RAMOS
FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NO LANÇAMENTO DO IPTV (INTERNET
PROTOCOL TELEVISION) PELAS EMPRESAS DE TELEFONIA NO BRASIL E
ANÁLISE DE ATRIBUTOS, BENEFÍCIOS E VALORES
NITERÓI
2007
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
MARCIO MARTINS ROCHA RAMOS
FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NO LANÇAMENTO DO IPTV (INTERNET
PROTOCOL TELEVISION) PELAS EMPRESAS DE TELEFONIA NO BRASIL E
ANÁLISE DE ATRIBUTOS, BENEFÍCIOS E VALORES
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em
Engenharia de Produção da Universidade Federal
Fluminense, como requisito parcial para obtenção
do Grau de Mestre. Área de Concentração: Gestão,
Estratégia e Finanças Empresariais.
Orientador: Prof. D.Sc. HEITOR LUIZ MURAT DE MEIRELLES QUINTELLA
Niterói
2007
ads:
Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Engenharia e Instituto de Computação da UFF
R175 RAMOS, Marcio Martins Rocha.
Fatores críticos de sucesso no lançamento do IPTV (internet
protocol television) pelas empresas de telefonia no Brasil e análise
de atributos, benefícios e valores / Marcio Martins Rocha Ramos. –
Niterói, RJ : [s.n.], 2007.
198 f.
Orientador: Heitor Luiz Murat de Meirelles Quintella.
Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) -
Universidade Federal Fluminense, 2007.
1. Gestão de empresas. 2. Fatores críticos de sucesso. 3. Telefonia
- Brasil. 4. Ciclo de vida do produto. 5. Inovação tecnológica 6.
Serviço ao cliente - Controle de qualidade. 7. Internet. I. Título.
CDD 658.
42
MARCIO MARTINS ROCHA RAMOS
FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NO LANÇAMENTO DO IPTV (INTERNET
PROTOCOL TELEVISION) PELAS EMPRESAS DE TELEFONIA NO BRASIL E
ANÁLISE DE ATRIBUTOS, BENEFÍCIOS E VALORES
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em
Engenharia de Produção da Universidade Federal
Fluminense, como requisito parcial para obtenção
do Grau de Mestre. Área de Concentração: Gestão,
Estratégia e Finanças Empresariais.
Aprovada em 01 de agosto de 2007.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________________
Prof. Heitor Luiz Murat de Meirelles Quintella, D.Sc.
Universidade Federal Fluminense
______________________________________________________________
Prof. Carlos Alberto Malcher Bastos, D.Sc.
Universidade Federal Fluminense
_____________________________________________________________
Prof. João Carlos Correia Baptista Soares de Mello, D.Sc.
Universidade Federal Fluminense
____________________________________________________________
Prof. Luiz Biondi Neto, D.Sc.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Niterói
2007
Dedico este trabalho aos meus pais que foram os responsáveis pela
minha educação e formação, além de estarem presentes em todos os
momentos difíceis de minha vida e à minha namorada por sua
paciência e apoio durante o desenvolvimento deste estudo.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu orientador Dr. Heitor Quintella por toda a sua atenção no
desenvolvimento do trabalho.
Agradeço aos integrantes do grupo de pesquisa do Dr. Quintella, que ajudaram
através da troca de experiência e informações.
Agradeço aos amigos de sala de aula do Mestrado, que estiveram juntos nesta
caminhada tanto nos momentos de alegria quanto nas situações adversas.
RESUMO
As operadoras de telecomunicações sofrem hoje um crescente ataque das novas tecnologias
que estão “roubando” clientes e reduzindo a receita dos serviços tradicionais como a telefonia
fixa. Uma destas novas tecnologias é o VOIP. Uma reação das operadoras é atuar no
segmento de distribuição de conteúdo e neste contexto surge uma nova tecnologia
denominada IPTV, que é a oferta de serviços de TV com o uso do protocolo IP, que permite:
vídeo sob demanda, interatividade, além dos serviços tradicionais de TV por assinatura. Com
a atuação nesse novo segmento as operadoras de telefonia esperam compensar a perda de
receita proporcionada pela queda conjuntural da demanda por telefonia fixa e pela atuação de
TVs a Cabo nesse segmento, e ainda, criar novas oportunidades de negócios. Torna-se
necessário conhecer quais os fatores que influenciarão o sucesso deste serviço e analisar as
variáveis relacionadas aos potenciais consumidores, ou seja, avaliar quais os verdadeiros
desejos e necessidades dos futuros clientes. Por isso, a proposta desta pesquisa é identificar os
fatores críticos de sucesso do IPTV através da opinião de executivos das grandes empresas
envolvidas neste mercado. Além disso, realizar uma análise dos atributos, benefícios e valores
pessoais na visão de uma amostra pré-determinada de potenciais consumidores, com a
utilização da metodologia de Cadeias Meios-fim. Outro referencial teórico utilizado é o
estudo dos Fatores Críticos de Sucesso baseada nos trabalhos de Rockart que define os
Fatores Críticos de Sucesso como sendo um número limitado de áreas em que resultados
satisfatórios são absolutamente necessários para que um gerente particular atinja seus
objetivos. As informações são analisadas de acordo com o método estatístico de Kolmogorov
Smirnov. Através do emprego da metodologia em questão, as hipóteses são corroboradas ou
refutadas resultando em conclusões e sugestões para trabalhos futuros.
Palavras-chave: Fatores Críticos de Sucesso. Ciclo de Vida do Produto. Operadoras de
Telefonia no Brasil.
ABSTRACT
The Telecommunications Operators (TELCOS) have been suffering an increasing attack from
the new technologies that are "stealing" customers and reducing the assets of the traditional
fixed telephony service. One of these new technologies is VOIP (Voice over Internet
Protocol). A reaction of the operators is to act in the segment of content distribution and in
this context a new technology called IPTV (Television Internet Protocol) appears, it can offer
TV based on Internet Protocol, that allows video on demand and others services, beyond the
traditional cable TV service. With the performance in this new segment, Telcos want to
compensate the losses caused for the conjunctural fall of the demand for fixed telephony
service and the performance of cable TV companies in this segment, and still, to create new
business-oriented chances. It becomes necessary to know which the factors will influence the
success of this service, and to analyze the related variable of the potentials consumers, or
either, to evaluate which the true desires and necessities of the future customers. Therefore,
the proposal of this research is to identify the critical factors of success of the IPTV through
the opinion of executives of the companies in this market. Moreover, another proposal is to
carry through the attributes, benefits and values analyzes in the vision of a potential costumers
sample, with the application of the Means-end Chains methodology. Another used theoretical
reference is the study of the Critical Factors of Success based on the works of Rockart that
defines the Critical Factors of Success as being a limited number of areas where satisfactory
results are absolutely necessary to a particular manager reaches its objectives. The
information is analyzed in accordance with the Kolmogorov Smirnov statistic. Through the
application of this methodology, the hypotheses are corroborated or refuted, resulting in
conclusions and suggestions for future works.
Keywords: Critical Success Factors. Product Life Cicle. Brazilian TELCOS.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Estrutura Lógica da Dissertação, f. 18
Figura 2 – Headend, f. 21
Figura 3 – Rede de Acesso IPTV, f. 28
Figura 4 – Exemplos dos componentes no ambiente dos usuários, f. 32
Figura 5 – Contexto dos Referenciais Teóricos, f. 67
Figura 6 – Hierarquia dos Conceitos de Gerenciamento, f. 71
Figura 7 – Dimensões dos FCS, f. 75
Figura 8 – Hierarquias dos FCS, f. 77
Figura 9 – Processo dos FCS utilizado na determinação de informações, f. 81
Figura 10 – Modelo conceitual do Means-End Chain, f. 103
Figura 11 – Esquematização completa do método, f. 114
Figura 12 – Esquema do método adaptado para a pesquisa, f. 116
Figura 13 – Matriz BV, f. 149
Figura 14 – Mapa probabilístico adaptado do MEC: encadeamento atributos/benefícios e
valores para os estudantes universitários, f. 159
Figura 15 – Mapa probabilístico adaptado do MEC: encadeamento atributos/benefícios e
valores para os executivos das empresas, f. 159
LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS
Tabela 1 – Características do DSL, f. 27
Gráfico 1 – Performance média ADSL2+/VDSL2, f. 28
Tabela 2 – Prognósticos de Porter para a fase de introdução, f. 41
Gráfico 2 – Estágios do ciclo de vida, f. 42
Tabela 3 – Aspectos e FCS, f. 47
Tabela 4 – Justificativa do emprego das questões chave para a Hipótese I, f. 47
Tabela 5 – Justificativa do emprego das questões chave para a Hipótese II, f. 48
Tabela 6 – Justificativa do emprego das questões chave para a Hipótese III, f. 48
Tabela 7 – Justificativa do emprego das questões chave para a Hipótese IV, f. 49
Tabela 8 – Justificativa do emprego das questões chave para a Hipótese V, f. 49
Tabela 9 – Justificativa do emprego das questões chave para a Hipótese VI, f. 50
Tabela 10 – Associação de hipóteses, aspectos, questões – chaves e FCS identificados
no estudo, f. 51
Tabela 11 – Algumas definições de FCS, f. 79
Tabela 12 – Instrumento de pesquisa de valores de Rockeach, f. 97
Tabela 13 – Lista de valores LOV, f. 99
Tabela 14 – Fontes de dados e referencial teórico nas questões chave da Hipótese I, f. 135
Tabela 15 – Fontes de dados e referencial teórico nas questões chave da Hipótese II, f. 135
Tabela 16 – Fontes de dados e referencial teórico nas questões chave da Hipótese III, f. 135
Tabela 17 – Fontes de dados e referencial teórico nas questões chave da Hipótese IV, f. 136
Tabela 18 – Fontes de dados e referencial teórico nas questões chave da Hipótese V, f. 136
Tabela 19 – Fontes de dados e referencial teórico nas questões chave da Hipótese VI, f. 137
Tabela 20 – Valores Críticos de D na Prova de Kolmogorov-Smirnov, f. 141
Tabela 21 – Caracterização da amostra para o questionário I, f. 143
Tabela 22 – Caracterização da amostra do questionário II, f. 144
Tabela 23 – Hierarquia dos valores (LOV) realizada pelos estudantes da amostra, f. 145
Tabela 24 – Atributos do IPTV, f. 147
Tabela 25 – Benefícios percebidos, f. 147
Tabela 26 – Tabulação dos dados da questão 1 – Questionário I, f. 150
Tabela 27 – Tabulação dos dados da questão 2 – Questionário I, f. 151
Tabela 28 – Tabulação dos dados da questão 4 – Questionário I, f. 152
Tabela 29 – Análise estatística dos dados da questão 1 – Questionário I, f. 153
Tabela 30 – Análise estatística da questão 1 – Questionário I (Empresas Operadoras de
Telefonia), f. 154
Tabela 31 – Análise estatística da questão 1 – Questionário I (Fornecedores e Consultoria), f.
154
Tabela 32 – Análise estatística dos dados da questão 4 – Questionário I, f. 156
Tabela 33 – Análise estatística da questão 4 – Questionário I (Grupo de empresas Operadoras
de Operadoras de Telefonia), f. 157
Tabela 34 – Análise estatística da questão 4 – Questionário I (Fornecedores e Consultoria), f.
157
Tabela 35 – Correlação entre as sugestões de novos FCS e os já definidos, f. 161
Tabela 36 – Total de conexões Banda Larga no Brasil, f. 186
Tabela 37 – Fusões e aquisições no mercado de TV, f. 187
Tabela 38 – Evolução dos assinantes da TV por assinatura no Brasil, f. 188
Tabela 39 – Marketshare das Operadoras de TV por assinatura, f. 188
LISTA DE ABREVIATURAS
ADSL Asymmetric Digital Subscriber Line
AOL América on line
APT Association Pattern Technique
ATM Asynchronous Transfer Mode
BLC Broadband Loop Carries
BPL Broadband Over Power Line
BPON Broadband Passive Optical Network
BPONS Broadband PONs
CATV Community Antenna television
CPE Customer Premise Equipment
CSF Critical Success Factors
CVP Ciclo de vida dos produtos
DBS Direct Broadcast Satellite
DRM Digital Rights Management
DSL Digital Subscriber Line
DSLAM Digital Subscriber Line Access Multiplexers
FTTH/FTTP Fiber to the home / fiber to the premises
FCS Fatores Críticos de Sucesso
Ghz Gigahertz
GPON Gigabit Passive Optical Network
HDTV High Definition Television
HFC Hybrid Fiber Coax
HTML Hypertext markup language
IGMP Internet Group Management Protocol
IGP Integrated Graphics Processor
LOV List of Value
MEC Means-End chains
MPEG Picture Experty Group Standard
MPTS Multiple-Program Transport Streams
MVDDS Multichannel Video Distribution and Data Service
nPVR Network-based Personal Video Recorder
NTSC National Television System Committee
OLT Optical line terminal
ONU Optical network units
PLC Product Life Cycle
PONs Passsive optical network
PVR´s Personal Video Recorder
PVRs Personal video recorders
ROE Return on Equity
RTSP Real Time Streaming Protocol
RVS Rokeach’s Value Survey
SDH Synchronous Digital Hierarchy
STB Set-Top Box
STPS Single Program Transport Streams
SDV Switched Digital Video
SWOT Strengh, Weekness, Opportunity and Threats
VALS Values and Life Style
VDSL Very High Speed Digital Subscribe Line
VOD Video on Demand
VOIP Voz sobre IP
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO, p. 16
1.1 ESTRUTURA LÓGICA, p. 17
1.2 HISTÓRICO, p. 18
1.2.1 As telecomunicações no Brasil (telefonia), p. 19
1.3 ASPECTOS TECNOLÓGICOS DO IPTV, p. 20
1.3.1 Transporte, p. 20
1.3.2 Headend, p. 20
1.3.3 Middleware, p. 22
1.3.4 Vídeo sob demanda (Video on Demand – VOD), p. 23
1.3.5 Outras funções do Headend, p. 25
1.3.6 Rede de Acesso, p. 25
1.3.6.1 DSL, p. 26
1.3.6.2 FTTH/FTTP, p. 29
1.3.6.3 Outras tecnologias de acesso, p. 30
1.3.7 Equipamentos no ambiente do assinante, p. 30
1.3.8 Set-top Box, p. 31
1.3.9 Interoperabilidade, p. 32
1.3.10 MPEG 4, p. 33
1.4 OUTROS SERVIÇOS DO IPTV, p. 33
1.5 PERSPECTIVAS, p. 34
1.6 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA, p. 35
1.6.1 Enunciado do problema, p. 36
1.7 OBJETIVOS DA PESQUISA, p. 37
1.8 JUSTIFICATIVAS, p. 37
1.9 REFERENCIAL TEÓRICO OU CONCEITUAL, p. 39
1.9.1 Fatores Críticos de Sucesso, p. 39
1.9.2 Ciclo de Vida do Produto, p. 40
1.9.3 Cadeias Meios-Fim e Lista de Valores (Lov), p. 42
1.10 HIPÓTESES E QUESTÕES, p. 43
1.10.1 Hipótese I, p. 47
1.10.2 Hipótese II, p. 48
1.10.3 Hipótese III, p. 48
1.10.4 Hipótese IV, p. 48
1.10.5 Hipótese V, p. 49
1.10.6 Hipótese VI, p. 50
1.11 SUMÁRIO CONCLUSIVO DO CAPÍTULO, p. 52
2 REVISÃO DE LITERATURA, p. 53
2.1 TESES E DISSERTAÇÕES SOBRE O TEMA, p. 53
2.1.1 Ciclo de Vida do Produto, p. 53
2.1.1.1 Inteligência Competitiva e o Ciclo de Vida do Produto (BURKHART, 2001), p.
53
2.1.2 Fatores críticos de sucesso, p. 55
2.1.2.1 Fatores Críticos de Sucesso no lançamento de serviços de comunicação móveis de
dados nas operadoras de telefonia móvel no Brasil (RODRIGUES, 2005), p. 55
2.1.2.2 Fatores Críticos de Sucesso no start-up da rede de computadores do Inmetro
Xerém e requisitos de Qualidade Percebida via Benchmarking (MALTA, 2006),
p. 57
2.1.3 Modelo Cadeia Meio-Fim (Mec) e Lista de Valores (Lov), p. 59
2.1.3.1 Valores, Benefícios, Atributos e Dimensões Simbólicas no consumo de música do
estilo New metal: Uma análise exploratória (KAMINSKI, 2004), p. 59
2.2 ARTIGO DE REVISTA TÉCNICA, p. 61
2.2.1 Aplicação do modelo Means-End para compreensão de valores dos consumidores
de um jornal on-line (LEÃO; MELLO. Revista BAR), p. 61
2.3 SUMÁRIO CONCLUSIVO DO CAPÍTULO, p. 66
3 REFERENCIAL TEÓRICO, p. 67
3.1 FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO, p. 68
3.1.1 Introdução, p. 68
3.1.2 Conceitos Gerais Sobre FCS, p. 71
3.1.3 Dimensões dos Fatores Críticos de Sucesso, p.72
3.1.3.1 FCS Interno e Externo, p. 73
3.1.3.2 FCS de Monitoração onde Construção-Adaptação, p. 73
3.1.3.3 Fontes dos Fatores Críticos de Sucesso, p. 73
3.1.4 Hierarquia dos Fatores Críticos de Sucesso, p. 75
3.1.4.1 FCS da Indústria, p. 75
3.1.4.2 FCS da Corporação, p. 76
3.1.4.3 FCS das Sub-Organizações ou Departamentos, p. 76
3.1.4.4 FCS dos Indivíduos, p. 76
3.1.5 Aplicações dos Fatores Críticos de Sucesso, p. 77
3.1.6 Determinação das Informações que os Gerentes Necessitam, p. 80
3.1.7 FCS no Planejamento Empresarial, p. 82
3.1.8 FCS no Planejamento de Sistemas de Informação, p. 82
3.2 CICLO DE VIDA DO PRODUTO, p. 83
3.2.1 Prognósticos do ciclo de vida do produto, p. 87
3.3 VALORES DO CONSUMIDOR, p. 87
3.3.1 Análise histórica dos valores, p. 88
3.3.2 Definição do conceito de valores Pessoais, p. 91
3.3.3 Valores e suas Implicações no Consumo, p. 94
3.3.4 Mensuração e Instrumentos de Mensuração de Valores, p. 96
3.3.4.1 RVS, p. 96
3.3.4.2 VALS, 97
3.3.4.3 Lista de Valores, 98
3.4 VALORES E O MODELO DE CADEIAS MEIOS-FIM (MEANS-END CHAIN
MODEL - MEC), p. 101
3.4.1 Caracterização do Modelo Cadeias Meios-Fim (Mec), p. 101
3.4.1.1 Atributos, p. 104
3.4.1.2 Benefícios ou Conseqüências, p. 104
3.4.1.3 Técnicas de Mensuração do Modelo de Cadeia Meios-Fim – MEC, p. 105
3.5 SUMÁRIO CONCLUSIVO DO CAPÍTULO, p. 109
4 METODOLOGIA, p. 110
4.1 INTRODUÇÃO, p. 110
4.2 MÉTODOS DE PESQUISA, p. 110
4.2.1 Dialético, p. 111
4.2.2 Fenomenológico, p. 111
4.2.3 Hipotético-dedutivo, p. 111
4.3 METODOS DE ABORDAGEM APLICADOS, p. 115
4.4 PREMISSAS, p. 117
4.4.1 Os Fatores Críticos de Sucesso (FCS) são um instrumento empírico válido para o
planejamento estratégico empresarial, p. 117
4.4.2 O modelo de ciclo de vida do produto e seus prognósticos para as diversas fases são
aplicáveis ao processo de lançamento do IPTV pelas empresas operadoras de telefonia
no Brasil, p. 117
4.4.3 Os Fatores Críticos de Sucesso representam apenas os fatores gerenciáveis por ações
diretas das empresas, p. 118
4.4.4 Os Fatores Críticos de Sucesso decorrentes do emprego do método de Porter – Técnicas
para Análise de Indústrias e da Concorrência – são compatíveis com os Fatores Críticos
de Sucesso decorrentes do emprego do método de Rockart e da Análise SWOT, p. 119
4.4.5 A introdução de um produto conhecido em uma indústria é caracterizada pela fase de
introdução do produto, seguindo o modelo de ciclo de vida do produto de Porter, p. 119
4.4.6 O modelo de Cadeias meios-fim permite a identificação das relações entre os benefícios
oferecidos por um serviço como o IPTV e os valores de futuros potenciais dos
consumidores, estes mensuráveis com base na lista de valores (LOV) proposta por
Khale, p. 120
4.5 TIPO DE PESQUISA, p. 120
4.6 ANÁLISE DAS HIPÓTESES, p. 121
4.7 VALIDAÇÃO DAS HIPÓTESES, p. 122
4.7.1 Teste de Importância, p. 122
4.7.2 Teste de Necessidade, p. 123
4.7.3 Testes das Hipóteses, p. 123
4.8 ALVOS DA PESQUISA, p. 125
4.8.1 Universo, p. 125
4.8.2 Amostra, p. 125
4.9 COLETA DE DADOS, p. 126
4.9.1 Procedimentos de coleta de dados, p. 126
4.9.1.1 Questionário I aplicado ao grupo de empresas, p. 129
4.9.1.2 Questionário aplicado aos estudantes, p. 129
4.9.2 Escalas de Medida, p. 131
4.9.3 Pré-teste do questionário, p. 134
4.9.4 Hipóteses e Questões-Chave, p. 134
4.9.5 Procedimentos de Tratamento e análise dos dados, p. 137
4.10 LIMITAÇÃO DO MÉTODO, p. 142
4.11 RESUMO CONCLUSIVO DO CAPÍTULO, p. 142
5 RESULTADOS ENCONTRADOS E ANÁLISE, p. 143
5.1 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS, p. 143
5.1.1 Caracterização da amostra - Executivos das empresas, p. 143
5.1.2 Caracterização da amostra - Estudantes universitários, p. 144
5.1.3 Técnica de Escalada para identificação dos Atributos e Benefícios, p. 146
5.1.4 Tabulação e Análise dos dados, p. 149
5.1.4.1 Método estatístico, p. 152
5.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS, p. 160
5.2.1 Fatores críticos de sucesso, p. 160
5.2.2 Resultados do modelo adaptado do MEC, p. 161
5.3 SUMÁRIO CONCLUSIVO DO CAPÍTULO, p. 166
6 CONCLUSÃO, p. 167
6.1 SOLUÇÃO DO PROBLEMA, p. 167
6.2 VERIFICAÇÃO DAS HIPÓTESES, p. 168
6.3 CONCLUSÕES, p. 172
6.4 IMITAÇÕES DA PESQUISA, p. 173
6.5 SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS, p. 174
7 BIBLIOGRAFIA, p. 176
8 APÊNDICES, p. 182
9 ANEXOS, p. 185
1 INTRODUÇÃO
...os serviços prestados pelas empresas incluem todas as atividades econômicas cujo
produto não é uma construção ou produto físico, é geralmente consumido no
momento em que é produzido e proporciona valor agregado em formas (como
conveniência, entretenimento, oportunidade, conforto ou saúde) que o
essencialmente intangíveis, de seu comprador direto. (ZEITHAML, VALERIE A.
& BITNER)
Nas duas últimas décadas, o setor de serviços de telecomunicações vem atravessando
fortes transformações de caráter tecnológico e institucional em todo o mundo. O surgimento
de novos mercados, notadamente o de serviços móveis e de comunicação de dados pela
Internet, incentivou a realização de novos investimentos, além de favorecer a entrada de
novos concorrentes no mercado, retirando algumas das características de monopólio natural
do setor baseado nos moldes da antiga telefonia fixa. Entre 1992 e 2003 o mercado global de
serviços de telecomunicações registrou expansão anual média da ordem de 8,2%, contra 3,5%
do PIB mundial (OLIVA, 2004). Observa-se um intenso efeito-substituição associado ao
deslocamento do tráfego de voz para infra-estruturas wireless (sem fio), resultando na queda
persistente das receitas médias por usuário nos serviços de telefonia fixa. Mais recentemente,
o uso de redes IP para a realização de chamadas telefônicas (voz sobre IP, ou VoIP) aumentou
principalmente nas ligações internacionais e interurbanas feitas por usuários corporativos.
os serviços móveis vêm apresentando taxas de crescimento anuais superiores a 13% desde
1992. Do ponto de vista tecnológico, observa-se uma progressiva atualização da infra-
estrutura de maneira a convertê-las às exigências da convergência, tornando-as equivalentes
quanto à sua capacidade de ofertar serviços de telecomunicações distintos (texto, voz,
imagens e vídeo). Em termos econômicos, a globalização é um processo onde as empresas
procuram expandir seus mercados, faturamento e lucratividade, aumentar eficiência e
enfrentar a concorrência através da internacionalização, ou seja, com investimentos
transnacionais (GONÇALVES, 2002). Partindo do fato que as empresas de telefonia no Brasil
17
possuem uma grande penetração territorial de infra-estrutura de rede tanto fixa quanto móvel,
detém a tecnologia de banda larga e que também as empresas transnacionais de “mass media
procuram novos mercados, surge uma oportunidade de atuar nos elos da indústria cultural e de
informação, através da oferta das redes de telecomunicações.
Por outro lado, as operadoras de telecomunicações sofrem um crescente ataque das
novas tecnologias que estão “roubando” clientes e reduzindo a receita com serviços
tradicionais como a telefonia fixa. Uma reação das operadoras é atuar no segmento de
distribuição de conteúdo. Neste contexto surge uma nova tecnologia denominada IPTV, que é
a oferta de serviços de TV com o uso do protocolo IP, que permite: deo sob demanda,
interatividade, além dos serviços tradicionais de TV por assinatura. Com a atuação nesse novo
segmento as operadoras de telefonia esperam compensar a perda de receita proporcionada
pela queda conjuntural da demanda por telefonia fixa e pela atuação de TVs a Cabo nesse
segmento e, ainda, criar novas oportunidades de negócios.
O serviço de IPTV apresenta um grande potencial de mudança na maneira como os
assinantes assistem e interagem com o entretenimento. Neste serviço, os assinantes podem
procurar e assistir o conteúdo que escolheram no momento em que desejarem e em qualquer
aparelho como televisão, monitores de computadores, equipamentos portáteis.
Os principais desafios para as empresas de telefonia são identificar, entender e
trabalhar os fatores críticos que determinarão o sucesso deste serviço IPTV. De acordo com os
atributos deste serviço, as empresas necessitarão criar benefícios que funcionem como um
meio de fornecer valores para os clientes.
Com base nestes tópicos, este trabalho tem como principal objetivo analisar os fatores
críticos de sucesso no lançamento do IPTV pelas empresas de telefonia no Brasil, a partir de
uma seleção de prognósticos com base no modelo de Michael Porter. Além disso, esta
pesquisa também irá analisar a relação entre atributos e benefícios do IPTV com os valores
pessoais de futuros clientes.
1.1 ESTRUTURA LÓGICA
A estrutura lógica da dissertação é apresentada na Figura 1, a seguir, mostrando que os
capítulos 2 e 3 são os pilares técnicos para a discussão central – que ocorre no capítulo 5 – a
qual é concluída no capítulo 6.
18
Figura 1 – Estrutura Lógica da Dissertação.
Fonte: elaboração própria - adaptado de ROCHA, Henrique M. (2005).
1.2 HISTÓRICO
Antes de detalhar a tecnologia e os serviços do IPTV é importante conhecer a
evolução do setor de telefonia no Brasil. Por isso, neste tópico será inicialmente apresentado
um breve histórico deste setor no Brasil.
INTRODUÇÃO
(capítulo 1)
Histórico;
Perspectivas;
Formulação da Situação Problema;
Questão da Pesquisa;
Objetivos do Estudo;
Justificativas;
Ciclo de Vida do Produto;
Premissas; e
Hipóteses e/ou Questões.
REFERENCIAL TEÓRICO
(capítulo 2)
Fatores Críticos de Sucesso;
Ciclo de Vida do Produto;
Cadeia Meio-
fim (MEC) e Lista de valores
(LOV).
REVISÃO DE LITERATURA
(capítulo 3)
Fatores Críticos de Sucesso;
Ciclo de Vida do Produto;
Cadeia Meio-
fim (MEC) e Lista de
valores (LOV).
RESULTADOS ENCONTRADO
(capítulo 5)
Tabulação de Dados;
Método Estatístico;
Análise dos Resultados.
METODOLOGIA
(capítulo 4)
Tipos de Pesquisa;
Método de Abordagem;
Análise das Hipóteses;
Validação das Hipóteses;
Empresas Alvo da Pesquisa;
Coleta de Dados;
Hipóteses e Questões-chave;
Pré-teste do questionário;
Tratamento e Análise dos dados; e
Limitações do Método.
CONCLUSÕES
(capítulo 6)
Solução do Problema;
Verificação das Hipóteses;
Conclusões;
Sugestões para Futuros Estudos.
19
1.2.1 As telecomunicações no Brasil (telefonia)
Os anos de 1960 encontraram um sistema telefônico brasileiro absolutamente
estagnado. A falta de investimentos, decorrência em parte das baixas tarifas impostas pelo
governo, fizeram com que a demanda por telefones não fosse atendida durante um longo
período. O valor das linhas no mercado paralelo chegou a níveis não imagináveis. As centrais
telefônicas obsoletas eram insuficientes e estavam saturadas. A demora para conseguir
linha para uma ligação era absurda (GUERRA, 2006).
A partir dos anos de 1960, ocorreu a modernização do Sistema Brasileiro de
Telecomunicações e foi criado o Ministério das Comunicações. O modelo adotado para o
Sistema Brasileiro de Telecomunicações foi o modelo europeu da época, particularmente o
modelo alemão. O programa inicial mais importante foi a criação da Embratel, empresa à qual
foi atribuída a instalação de um sistema de comunicações interurbanas da alta capacidade,
cobrindo todo o território nacional.
Os anos de 1980 a 1990, especialmente os últimos, testemunharam mudança
extraordinária na ordem internacional econômica. O Brasil também foi envolvido pela
avassaladora onda liberal, com a desregulamentação de quase todos os setores da atividade.
Esgotada a lei da informática, o Brasil criou regras para propriedade intelectual de software e
foi elaborada uma nova lei das telecomunicações.
A Lei Geral das Telecomunicações acabou com o monopólio estatal e privado. Na
prática, levou à privatização dos sistemas estatais de telecomunicações e às chamadas
empresas espelho, privadas, para evitar o monopólio. Chegou ao fim o sistema estatal
Embratel/Telebrás e de todas as concessionárias estaduais, igualmente estatais, de serviço
telefônico.
Enquanto isso surge a Internet. Desde seu lançamento, a Internet cresceu, sem
restrições, e esdisponível em todo o mundo. A novidade da primeira década do século XXI
é o oferecimento de conexões grátis, sem taxa mensal para acesso à rede. Outra grande
mudança é a oferta de acesso à internet em banda larga não pelas empresas de telefonia,
mas também pelas operadoras de TV por assinatura.
Segundo o professor e ex-ministro Antonio Hélio Guerra: Computadores e sistemas
de telecomunicações caminham juntos, usam a mesma tecnologia, e essa área depende da
criatividade do sucesso profissional para os negócios serem rentáveis”.
20
1.3 ASPECTOS TECNOLÓGICOS DO IPTV
O IPTV é uma aplicação em banda larga. Esta tecnologia não deve ser confundida
com outras tecnologias análogas como por exemplo o VOIP (voz sobre IP) ou qualquer outra
aplicação IP sobre a banda larga. Na verdade, ela é uma aplicação mais complexa com
requisitos específicos de rede. um grande número de elementos de rede necessários para o
funcionamento do IPTV, incluindo transporte, acesso e interface do usuário final. As partes de
hardware e software interagem com estes elementos na utilização do IPTV (ARNASON,
2005).
1.3.1 Transporte
A primeira parte do sistema de rede IPTV é o transporte. Sinais de áudio e vídeo
devem ser transportados de uma fonte até o usuário final. Os métodos para este transporte
podem ser a comunicação pelo par metálico, via satélite, principalmente nas áreas rurais, ou
por fibras ópticas.
1.3.2 Headend
O headend do sistema IPTV é análogo a uma central de operadora de telefonia. Sua
localização é dentro ou próximo das estações telefônicas. A central processa e distribui o
tráfego de voz e dados. O headend é o elemento que demanda maior investimento de capital
da rede para IPTV. Ele agrega o tráfego de áudio e vídeo, processa o mesmo para distribuição
e entrega para a rede de acesso, que transporta o conteúdo para o usuário final.
Para processamento de vídeo, o primeiro passo após o recebimento do conteúdo da
rede de transporte é descriptografar as entradas criptografadas de MPTS (Multiple-Program
Transport Streams) em um receptor transcoder integrado. Este processo deve ocorrer para
assegurar que os canais de programação contidos em uma alimentação de MPTS possam ser
processados para distribuição. Ao contrário do sistema tradicional a cabo, que envia todos os
canais aos seus usuários ao mesmo tempo, o IPTV utiliza uma arquitetura SDV (Switched
Digital Vídeo), enviando um canal com taxa constante de bit para cada usuário. Esta
arquitetura original de SDV requer um único caminho para cada canal/programa e
21
conseqüentemente os canais MPTS devem ser particionados no headend em canais simples.
Este processo é concluído no estágio seguinte, demultiplexação.
A demultiplexação converte canais MPTS em canais STPS (Single Program Transport
Streams). Uma vez estabelecidos os STPS, eles podem ser tanto manipulados ou emendados.
Por exemplo, pode ser adicionado um conteúdo digital como um anúncio ou propaganda de
marketing. Um dos estágios mais importantes do processamento de vídeo no headend é a
conversão da alimentação de taxa de bit variável para a taxa de bit constante. Ao contrário das
redes de CATV
1
, as redes de acesso e transporte das empresas de telefonia requerem taxas de
bit constante. Na figura 2 é apresentado os principais elementos constitutivos da rede IPTV.
Na figura 2 estão representados os principais elementos da rede IPTV.
Figura 2 – Headend.
Fonte: NTCA – National Telecommunications Cooperative Association.
Os canais STPS são então comprimidos e codificados no padrão MPEG. O padrão
mais comum de MPEG utilizado pelas operadoras de IPTV é o MPEG-2, porém uma
tendência para o uso do MPEG-4. Este padrão é o mais atrativo para as operadoras de IPTV
que possuem rede de acesso provida de tecnologia DSL, pois a compressão do MPEG-4
permite um uso mais eficiente da largura de faixa limitada do DSL. No estágio de codificação,
1
Um serviço através do qual assinantes pagam para ter acesso nas suas residências à programação de TV local e
canais adicionais via cabo coaxial.
22
o vídeo MPEG-2/4 também é encapsulado no protocolo apropriado de transporte da rede de
acesso, que pode ser IP/Ethernet e/ou ATM
2
.
Devido a proliferação de redes baseadas em ATM na indústria de telecomunicações,
este padrão é muito utilizado. Nos Estados Unidos, como mais operadoras estão migrando
para redes fiber to the home / fiber to the premisses(FTTH/FTTP), que significa levar a
fibra até a casa do usuário específico, o método preferido será o transporte IP puro
(ARNASON, 2005).
Uma vez que áudio/vídeo foram codificados corretamente, estes são entregues a um
integrador de serviços, que pode ser um switch ATM, switch Ethernet, switch multiprotocol
ou um BLC. O integrador de serviços distribui os canais de áudio/vídeo codificados para
pontos de distribuição ao longo da rede da operadora, incluindo estações centrais ou remotas.
Estes pontos de distribuição podem incluir o DSLAM, linhas terminais de BLC ou FTTP. As
interligações de fibras para esta distribuição devem ter no mínimo uma velocidade de 622
Mbps (OC-12), mas preferivelmente de 2.4 Gbps (OC-48). Neste ponto, a distribuição de
vídeo é encaminhada para rede de acesso da operadora para distribuição de acordo com a
interface do usuário.
uma grande variedade de outros equipamentos e elementos no ambiente do
headend, incluindo servidores VOD, componentes de segurança e softwares.
1.3.3 Middleware
O middleware é um componente de software que pode ser considerado o sistema de
sustentação operacional de uma rede de IPTV. Possui um controle complexo, incluindo a
gerência e o faturamento do usuário, a autenticação, o relatório de uso e o controle dos
recursos. As aplicações do middleware incluem:
a) Gerenciamento do usuário e faturamento (biling): relações com o usuário desde o
início das transações com a manutenção do histórico de informações. Também
provê um sistema de provisionamento para novos usuários.
2
ATM (Asynchronous Transfer mode): Um conjunto de protocolos de transmissão de dados por comutação de
pacotes em que são utilizadas células de tamanho fixo. Não camada de rede e muitas das funções básicas
foram simplificadas ou eliminadas de modo a se melhorar o desempenho do sistema em termos de quantidade
de informação transmitida.
23
b) IGP: permite a implementação dos guias de programação gráficos que os usuários
utilizam para navegar entre as várias opções incluindo os horários da programação,
VOD e outras aplicações de IPTV.
c) Sistema de entrada de ordem (order entry system): controla todas as transações dos
usuários e se relaciona com os sistemas de biling, autorizações, gravações e
demais solicitações dos usuários.
d) Relatórios de uso (usage reporting): relaciona todas as atividades pertinentes para
uma rede IPTV.
e) Interface de aplicação (application interface): realiza a interface e controla as
aplicações solicitadas pelo usuário, incluindo VOD, gravação de vídeo
personalizada (PVRs), serviços de telefonia como o correio de voz (voice mail) e
aplicações de internet como Webmail e portais de TV.
f) Segurança e autenticação: realiza a interface com os mecanismos de segurança da
rede e serviços de autenticação dos usuários.
Além disso, o middleware deve se comunicar com outros sistemas de suporte
operacional como os já existentes nas empresas de telefonia.
O IGP é uma das ferramentas mais atrativas de um sistema IPTV, e a aplicação do
middleware mais tangível para o usuário. Ele oferece um guia de programação mais atrativo
em relação ao sistema tradicional CATV. Usuários de TV a cabo recebem um guia
semelhante ao IPTV. A maior vantagem do IPTV é a possibilidade de oferecer um diferencial
através do uso da funcionalidade da linguagem HTML, que provê aos operadores de IPTV
formas ilimitadas e criativas de levar a informação aos usuários. Futuras aplicações incluirão
a possibilidade de receber informações em tempo real de estatísticas sobre esportes enquanto
se assiste a um evento esportivo, criando uma forma de “portal de TV” com funcionalidade
similar aos portais de Internet hoje existentes como o Yahoo e o AOL.
1.3.4 Vídeo sob demanda (Video on Demand – VOD)
Vídeo sob demanda, ou VOD, é uma das maiores promessas das aplicações de IPTV.
VOD permite que o usuário assista ao conteúdo no momento em que desejar. O VOD consiste
em personalizar o guia de programação, ou seja, o usuário prepara a lista do que vai assistir.
Se o conteúdo puder ser gravado, o mesmo estará disponível para gravação no VOD. Todos
24
os programas disponibilizados deverão estar devidamente licenciados para cópia. Este modelo
poderá ser mais popular que o modelo tradicional de guia de programação pois oferece ao
usuário maior poder de escolha e controle do conteúdo. A implementação desta aplicação se
traduz em complexos desafios para os operadores de IPTV. Todo o conteúdo de VOD deve
ser armazenado, transportado e interagido em uma maneira muito segura. Talvez o maior
desafio seja as demandas de largura de faixa (ARNASON, 2005).
Cada canal do VOD é um circuito ponto a ponto, desde o servidor ao usuário final.
A demanda por banda passante aumenta na medida em que mais usuários utilizam o VOD
simultaneamente. Se o sistema não for bem dimensionado, uma rede IPTV com um grande
uso de VOD poderá não suportar o grande fluxo de informação. A descentralização dos
servidores através da instalação dos mesmos em pontos da extremidade da rede pode reduzir
os riscos de sobrecarga na rede.
Os equipamentos necessários são um servidor de vídeo para armazenar os conteúdos e
um servidor de aplicação para controlar as transações. O conteúdo de VOD é obtido da
mesma maneira que o sistema linear tradicional de TV, diretamente dos proprietários de
conteúdo. Quando uma solicitação é feita por um usuário, esta é transportada pela rede de
acesso até o STB em tempo real pelo protocolo RTSP. RTSP permite a utilização das funções
play (), pause (), fast forward ( ), rewind ( ) and stop. O conteúdo de VOD
poderá estar devidamente formatado e codificado quando for recebido pelo operador de
IPTV, caso contrário o operador deverá processar este conteúdo. Conteúdo de VOD
produzido localmente como por exemplo um evento esportivo colegial deverá ser formatado e
codificado.
Conteúdos de VOD licenciados devem respeitar condições de acesso e/ou DRM. DRM
é um conjunto de regras e direitos que regula como o conteúdo digital deve ser utilizado e
disponibilizado. O objetivo principal é controlar o acesso de informação digitalizada. Os
proprietários de conteúdo determinam o DRM apropriado a fim de maximizar o valor de
venda dos mesmos. O DRM determina como um conteúdo deve ser protegido, transportado,
duplicado, assistido e remunerado. As políticas de DRM estão freqüentemente presentes num
sistema de gerenciamento que funciona como uma interface com os servidores de conteúdo
digital subordinados. Este sistema utiliza uma série de chaves para destravar” e controlar o
fluxo de conteúdos digitais. Os operadores de IPTV são responsáveis por assegurar os
requisitos de segurança exigidos no DRM.
25
1.3.5 Outras funções do Headend
A captação de sinais das redes broadcast locais de canais abertos (off-air) também
ocorre no headend. Os sinais de áudio e vídeo são processados da mesma maneira que os
sinais de satélite. Os sinais recebidos de estações broadcast geralmente tendem a seguir a
modulação do NTSC e são demodulados antes de serem codificados (ARNASON 2005).
Uma nova aplicação presente no headend é o nPVR. Esta aplicação fornece ao usuário
acesso a conteúdo de televisão “deslocado no tempo” similar ao serviço “Tivo”, sem a
necessidade de comprar um equipamento específico para esta função. Pela perspectiva do
operador, nPVR opera de modo semelhante ao VOD. Uma série de servidores de vídeo
funciona como armazenadores de conteúdo, baseados nos pedidos do usuário. Assim como
VOD, estes servidores podem ser centralizados ou descentralizados de acordo com a
arquitetura da rede. Um servidor específico de nPVR, que realiza a interface com a solução do
middleware, é utilizado para controlar e gerenciar a funcionalidade nPVR.
A tecnologia aplicada no headend esta evoluindo rapidamente. A quantidade de
equipamentos necessários hoje é muito menor que a dos anos anteriores. As novas soluções
que surgem no mercado estão diminuindo a necessidade de equipamentos no headend.
Companhias como a SES AMERICON
3
estão oferecendo soluções que removem muitas das
funções previamente de responsabilidade das operadoras de telefonia. Estas soluções
entregam sinais de áudio/vídeo comprimidos e codificados em MPEG-4 e IP, e cifradas
com segurança (encrypted), retirando estas responsabilidades das operadoras de telefonia.
Neste cenário, as empresas necessitam processar o conteúdo local e dos broadcasters (off-air
signals), mas a diferença no custo é substancial.
1.3.6 Rede de Acesso
Uma vez que o conteúdo foi processado, este é entregue a rede de acesso para
distribuição de acordo com a interface do usuário. Muitas tecnologias diferentes podem ser
utilizadas em qualquer rede de acesso, e também podem ser utilizadas simultaneamente em
alguns casos. A tecnologia dominante em uso pelas empresas operadoras de telefonia é o
3
Empresa americana proprietária de satélites.
26
DSL. Tecnologia de acesso FTTH/FTTP estão ganhando popularidade principalmente nos
Estado Unidos.
1.3.6.1 DSL
Muitas operadoras de telefonia já oferecem o serviço DSL através de suas redes.
Infelizmente, algumas redes providas com DSL não estão adequadas para suportar vídeo. Elas
foram construídas primeiramente para oferecer internet de alta velocidade, e vídeo requer
maior banda passante. Especificamente, os primeiros DSLAM instalados o suportam os
requisitos de faixa de freqüência para vídeo ou o protocolo IGMP e o circuito virtual (VC) de
ATM. O protocolo IGPM é necessário para prover as funções de comutação de vídeo e
mudança de canal presentes numa rede de vídeo digital comutada. DSLAMs que não
suportam vídeo necessitam ser trocados ou devem funcionar com um roteador ou switch
providos com função IGMP/ATM VC. As empresas deverão avaliar a melhor opção entre
troca ou adição de elementos caso a caso. Em algumas redes, uma solução pode envolver a
combinação da adição de novos elementos para áreas com poucos clientes ou troca dos
principais elementos da rede que irão suportar o IPTV em áreas com grande concentração de
usuários.
Não são todos os tipos de DSL que suportam perfeitamente a transmissão de vídeo.
Algumas aplicações de vídeo tiveram sucesso limitado com o ADSL, mas o ADSL2+ e o
VDSL/VDSL2 são os tipos mais adequados para se obter uma melhor qualidade. A tabela 1 a
seguir ilustra as características de desempenho das diferentes tipos de DSL.
Na tabela 1 estão descritas as velocidades máximas de cada um dos tipos de tecnologia
DSL.
27
Tabela 1 – Características do DSL.
Fonte: DSL Fórum.
Tanto o ADSL2 quanto o VDSL2 são compatíveis com o ADSL, logo representam
uma excelente estratégia de migração. O VDSL2 oferece maior capacidade de largura de faixa
para maiores distâncias quando comparado ao VDSL tradicional. O VDSL2 apresenta
característica semelhante ao ADSL2+ em relação à distância de atendimento, conforme
gráfico 1, mas com maior capacidade de largura de faixa do que o VDSL tradicional.
O gráfico 1 a seguir ilustra as características do ADSL2+ e VDSL2.
28
Gráfico 1 – Performance média ADSL2+/VDSL2.
Fonte: DSL Fórum.
O DSL continuará como a base tecnológica do IPTV pelos próximos anos. O advento
de tecnologias como o ADSL2+ e VDSL2 está oferecendo às operadoras valorização da sua
rede metálica de cobre. As configurações possíveis de rede são apresentadas na figura 3.
Figura 3 – Rede de Acesso IPTV.
Fonte: NTSC.
29
1.3.6.2 FTTH/FTTP
Fibra até o cliente como é conhecida a tecnologia FTTH esta ganhando grande
destaque na implementação do IPTV. Operadoras de países europeus ao se moverem para
novos territórios de atuação estão utilizando infra-estrutura baseada em fibras ópticas. É uma
plataforma excelente para aplicações de banda larga como o IPTV, e fornece verdadeira
flexibilidade de largura de faixa. Também oferece suporte para futuras aplicações.
Redes ópticas passivas (PONs) o ponto-multiponto, onde cada sinal de fibra pode
suportar até 32 usuários. Os nós de rede PON não contêm elementos eletrônicos ativos, por
isto o nome rede passiva”. BPONS representam a tecnologia mais popular de FTTH/FTTP
nos Estados Unidos. Elas atingem velocidades de 1.2 Gbps downstream (fluxo da empresa
operadora até o usuário) e 622 Mbps (fluxo do usuário até a empresa operadora) para 32
usuários, com uma distância média de 9 Kilômetros (5 milhas), ou seja, uma plataforma muito
atrativa para as operadoras. O Gigabit PON ou GPON é a próxima geração de PON, e por
suportar Ethernet com protocolo IP, se torna compatível com ATM e SDH
4
.
A tecnologia GPON oferece muitas vantagens em comparação com BPON, incluindo
maior capacidade de largura de faixa e suporte a diferentes protocolos de rede.
A arquitetura de uma rede PON inclui uma linha terminal óptica (OLT) localizada
numa central ou terminal remoto. O OLT é análogo ao DSLAM para o DSL. As OLTs
distribuem sinais ópticos através de um divisor (splitter) passivo para unidades de rede óptica
(ONU). Estes splitters passivos não contêm componentes eletrônicos, porém dividem os
sinais ópticos em caminhos múltiplos para distribuição de acordo com a interface do usuário.
Os sinais ópticos terminam em uma unidade de rede óptica que interfaceia com o
equipamento do usuário.
As arquiteturas de FTTH/FTTP são plataformas ideais para IPTV, principalmente pelo
aumento da capacidade de largura de faixa. À medida que as operadoras de telefonia
desenvolvem o IPTV, FTTH/FTTP devem ser considerados especialmente para construção de
cenários futuros. O crescimento da aplicação de FTTH/FTTP tem reduzido os custos na
avaliação destes cenários futuros, se combinando com a infra-estrutura de rede existente de
cobre. Importante lembrar que este crescimento ainda o pressupõe a viabilidade financeira
4
Hierarquia Digital síncrona: arquitetura de multiplexação onde cada canal multiplexado opera com relógio
sincronizado com os relógios dos outros canais.
30
para substituição de toda rede de cobre. Enquanto a demanda por maior largura de faixa
aumenta, FTTH/FTTP crescerá em popularidade (ARNASON, 2005).
1.3.6.3 Outras tecnologias de acesso
uma grande variedade de outras tecnologias de acesso, incluindo rede sem fio,
cabo híbrido “fibra-coaxial” conhecido como HFC e acesso através da rede elétrica BPL.
HFC é a tecnologia de acesso dominante para a indústria de CATV com limitada implantação
de IPTV. BPL não se aplica ao IPTV, e esta tecnologia deverá evoluir muito para ser
considerada como uma possibilidade de acesso de IPTV. Por outro lado, rede sem fio é uma
promessa de tecnologia de acesso para o IPTV.
O serviço MVDDS é uma nova tecnologia sem fio com características específicas para
funcionar como uma tecnologia de acesso do IPTV. Ele opera na faixa 12.2 a 12.7 Ghz, que é
a mesma do DBS
5
.
De fato, MVDDS compartilha espectros de freqüência com as operadoras de DBS, no
entanto a diferença é que MVDDS é uma “aplicação terrestre”, enquanto DBS é uma
aplicação orbital. Ao contrário de outras tecnologias wireless fixa, MVDDS oferece larguras
de faixa necessária para solução de IPTV e um serviço de rede internet adicional. Como
exemplo desta outra tecnologia wireless podemos citar o WiMax, porém é importante destacar
que embora esta tecnologia suporte aplicações de vídeo e multimídia, não atende aos
requisitos de largura de faixa e interatividade do IPTV. Um inconveniente do MVDDS é que
ele é unidirecional ou em uma única direção de transmissão, significando que um canal de
retorno seja ele wireless ou wireline de conectividade deve ser estabelecido.
1.3.7 Equipamentos no ambiente do assinante
O ambiente do usuário final é um ponto de extremidade da rede IPTV. O conteúdo de
IPTV termina em um equipamento conhecido como CPE (Customer Premise Equipment) e
permite ao usuário interagir com o conteúdo.
diversas maneiras de distribuir o vídeo a o estabelecimento do assinante, mas
todos envolvem o mesmo conceito básico. Em soluções IPTV, o assinante recebe o conjunto
5
Um satélite de telecomunicações de alta potência que transmite ou retransmite sinais, em geral de TV, para
recepção direta pelo público.
31
triplo: voz, vídeo e dados (triple play). Considerando que eles estão chegando ao
estabelecimento do usuário por um único meio sico (par metálico ou fibra óptica), eles
devem ser desagregados. No caso do cobre (DSL), a desagregação pode ou não começar no
equipamento de interface da rede (NID). Onde quer que ocorra, um splitter é introduzido para
desagregar a voz dos dados. O canal de dados, que contém os sinais de vídeo, termina em um
modem DSL para desagregação dos dados e vídeo. Os sinais de dados são direcionados para
um roteador ou diretamente para o computador. Sinais de vídeo então são distribuídos para os
STB’s para visualização na televisão. No cenário de fibra óptica com o uso de FTTH/FTTP, a
desagregação ocorre no ONU, que funciona como equipamento de interface da rede para
redes ópticas.
1.3.8 Set-top Box
O IPTV STB é um decodificador de sinais entrantes de IPTV para apresentação em
uma televisão ou em um monitor. IPTV STB são compatíveis com MPEG-2 e versões mais
atuais já suportam o MPEG-4.
Este decodificador sofre modificações constantes de acordo com o avanço da
tecnologia disponível, passando de um simples decodificador para um “gerenciador de
entretenimento”. Este equipamento deve suportar muitas aplicações, incluindo televisão de
alta resolução HDTV (High Definition Television), PVR’s e aplicações convergentes de
telecomunicações. As características de um STB estão se aproximando a de um gateway
residencial ou um ponto residencial de mídias (home media center). A necessidade de um
STB para cada televisão tenderá a ser substituído pela aplicação embutida no televisor.
Futuras aplicações de STB irão incluir a introdução do elemento de portabilidade, onde o
conteúdo pode ser transportado para qualquer equipamento que tenha interface com o STB
para download. Na figura 4 são apresentados alguns exemplos de equipamentos no ambiente
do assinante e as respectivas ligações com a rede da operadora de telefonia.
32
Figura 4 – Exemplos dos componentes no ambiente dos usuários.
Fonte: NTSC.
1.3.9 Interoperabilidade
Segundo Arnason 2006, um dos aspectos mais complexos do IPTV é o gerenciamento
de múltiplos elementos de rede e seus correspondentes vendedores ou fornecedores do
mercado. A existência de poucos fornecedores que ofereçam soluções de ponta a ponta para
rede IPTV é um aspecto a ser considerado na avaliação dos investimentos de implantação do
IPTV. Conforme Porter uma das forças externas do macroambiente que atuam na empresa é o
“Poder de barganha dos fornecedores”. O mercado de IPTV exige altos investimentos em
infra-estrutura e a compra de plataformas tecnológicas acarretam um alto grau de dependência
a determinadas tecnologias. Os custos de mudança de plataforma são altos, o que aumenta o
poder de barganha dos fornecedores. Além disso, o número de fornecedores de equipamentos
e infra-estrutura como dito anteriormente é limitado.
Algumas ações, como a criação do “IPTV Interoperability Fórum” (IIF) pela “Alliance
for Telecommunications Industry Solutions” (ATIS), procuram promover um certo escopo de
33
interoperabilidade e padronização dos equipamentos. A não padronização no mercado
introduz dificuldades de implantação do IPTV para as operadoras de telefonia, porém esta
característica não é novidade para estas operadoras, ou seja, o gerenciamento de múltiplos
fornecedores sempre foi um aspecto presente no negócio de telefonia (ARNASON, 2006).
1.3.10 MPEG 4
A mais nova geração deste padrão é o MPEG 4. Este é uma evolução do MPEG2, pois
oferece maior vel de compressão para aplicações em banda larga. Com o MPEG 4, as
operadoras de telefonia que utilizam a tecnologia DSL podem oferecer aos seus clientes três
fontes de vídeo, sendo uma em HDTV. Enquanto que com MPEG 4 é possível transmitir
vídeo com utilização de 6 a 8 Mbps, em MPEG2 a necessidade é de 14 a 16 Mbps.
1.4 OUTROS SERVIÇOS DO IPTV
O serviço VOD descrito anteriormente permite a compra de filmes pelo controle
remoto, ou seja, pelo sistema on-line com uma variedade de filmes maior que as atuais
TV’s por assinatura oferecem. Além deste, a aplicação IPTV permite a oferta de vários outros
serviços convergentes e interativos.
O serviço denominado caller IDou identificador de chamada telefônica permite a
visualização da chamada entrante na tela da TV através da aplicação IPTV. O usuário pode
escolher na tela da TV se vai atender o chamado pelo telefone móvel ou fixo transferindo a
ligação.
Outro serviço é o own TV ou canal próprio de TV, onde o usuário cria seu próprio
canal de TV com suas fotos, vídeos particulares, etc.
Os usuários também podem ter acesso a jogos eletrônicos através da aplicação IPTV.
A alta definição de imagem característica do IPTV permite a oferta de jogos com alta
resolução gráfica e interatividade em um ambiente de rede.
Com o avanço da tecnologia muitas outras funcionalidades estão surgindo, porém para
o escopo desta pesquisa serão considerados apenas os serviços descritos acima.
34
1.5 PERSPECTIVAS
O advento do IPTV abre novas oportunidades de negócio para as operadoras de
telefonia, a oferta do Triple Play (Voz + Acesso Internet Banda Larga + TV) é possível em
termos tecnológicos e futuramente o Quadruple Play (Triple Play + celular) podeser uma
realidade não muito distante do mercado de telecomunicação.
Segundo as conclusões das análises da Infonetics Research, a venda de equipamentos,
receita de serviços, número de usuários e as despesas de capital (Capex) de IPTV cresceram
fortemente nos últimos dois anos e deverão apresentar uma expressiva expansão em 2009 no
mercado mundial. A empresa de pesquisa projeta 53 milhões de usuários de IPTV a2010.
Europa, Oriente Médio e África lideram a receita de serviços IPTV, com 48% do total
mundial. Os set-top boxes IP equivalem a 42% da receita de todos os equipamentos e as
vendas praticamente dobrarão de 2007 até 2010.
O acesso de banda larga que é utilizado para acessar a Internet e fazer chamadas com a
tecnologia VoIP permite também assistir à TV. Desta maneira, a banda larga se transforma no
meio de transporte de vários serviços digitais, concretizando a convergência ou integração dos
serviços de telecomunicações.
A perspectiva para as operadoras é aumentar seu poder de fidelização dos clientes e
combater a perda crescente do negócio de voz tradicional, aumentando os níveis de receita por
assinante.
Serviços de IPTV são oferecidos comercialmente principalmente na Europa e na
Ásia. Como exemplo de operadoras podemos citar a France Telecom (França), Free (França),
Fastweb (Itália), Telefônica (Espanha), Chunghwa Telecom (Taiwan) e PCCW (Hong Kong).
Nos Estados Unidos, a AT&T já possue planos concretos para IPTV. Um outro
exemplo de sucesso é o caso da empresa CanbyTelcom, que está a 100 anos no mercado de
telefonia e atua no Estado de Oregon, EUA. Possui 11.000 linhas de telefonia fixa em
operação e iniciou a venda do service IPTV em 2004. Atualmente, a companhia tem 900
assinantes de IPTV, e espera que este número chegue a 1.000 assinantes até o final do ano de
2007.
No Brasil, a Telemar, Telefônica e Brasiltelecom estão realizando diversos testes com
o sistema.
As expectativas com o IPTV cresceram bastante nos últimos anos devido à eliminação
das barreiras tecnológicas ao longo do tempo. O aumento de banda oferecido pelo acesso
35
banda larga, o desenvolvimento de algoritmos de compressão mais eficientes e de esquemas
de proteção de conteúdo, também conhecidos por DRM, são exemplos de progressos nesse
sentido.
O aspecto regulatório também constitui um entrave em muitos países em que os
serviços convergentes dessa categoria são difíceis de serem enquadrados no arcabouço legal
existente. No Brasil, questões de regulamentação do serviço estão em estudo pelo órgão
regulamentador.
Segundo uma pesquisa realizada pela consultoria Accenture em 2006 com executivos
das indústrias de Telecom e Comunicação, os lucros com IPTV devem chegar ao longo dos
próximos três anos, ou seja, no ano de 2009. No curto prazo, entretanto, a tecnologia não deve
gerar retorno financeiro
6
.
Do total de 350 executivos de 46 países entrevistados pela Accenture, 60% acreditam
que a TV por IP deve trazer lucros nos próximos três anos, mas 52% opinam que nos
próximos 12 meses a tecnologia não trará resultados financeiros.
Quanto ao modelo de negócio, 74% das operadoras de cabo acreditam que a assinatura
de IPTV sea principal fonte de receita. Entre as empresas de telecom, 46% acreditam que
as receitas virão de publicidade. O estudo revela ainda que a maioria dos entrevistados (87%)
acredita que os provedores de conteúdo terão os maiores lucros com a tecnologia.
Além disso, segundo a pesquisa, na opinião de 25% dos entrevistados, a infra-estrutura
é um problema para implementar a tecnologia. Os mesmos 25% acreditam, no entanto, que é
possível solucionar a questão dentro dos próximos três anos. Os possíveis custos com
assinaturas são outra barreira ao IPTV, apontada por 19% dos respondentes.
Na visão da Accenture, o estudo permite concluir que em longo prazo, as empresas
que desejam investir em IPTV devem assimilar mudanças no modo como elas deverão tratar
dados e conteúdo. No curto prazo, elas devem se adaptar às necessidades dos clientes e
ultrapassar as barreiras tecnológicas existentes para adotar a solução.
1.6 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA
As constantes e rápidas mudanças no cenário das telecomunicações têm obrigado as
empresas operadoras de telefonia a repensarem suas estratégias a fim de não manterem
6
Trecho retirado do artigo publicado pela IT WEB sobre a pesquisa conduzida pela consultoria Accenture,
disponível em <http:/www.itweb.com.br>.
36
seus antigos clientes como captar novos, não somente com a simples prestação do serviço de
voz, mas também com a oferta de serviços convergentes ou integrados de voz, dados e
imagens. Neste contexto, o IPTV surge como uma nova opção de oferta de serviço. Com isso
verificou-se a necessidade de realizar um estudo dos Fatores Críticos de Sucesso no
lançamento do IPTV pelas operadoras de telefonia no Brasil.
Diante do aumento da complexidade no mundo empresarial, os gerentes, cada vez
mais, necessitam de acesso às informações pertinentes às suas funções e responsabilidades.
Um método para determinar precisamente qual informação, de fato necessária, é o método dos
Fatores Críticos de Sucesso - FCS (ROCKART, 1979, p.81). Além disso, buscando-se uma
melhor compreensão dos futuros consumidores de IPTV, o presente estudo aborda o consumo
segundo uma lógica proposta pelo modelo Cadeias Meios-fim (GUTMAN, 1982), onde se
compreende que o serviço possui atributos que geram benefícios, que por sua vez satisfazem
valores desses indivíduos.
Muitas empresas o incluem no seu plano de novos negócios os aspectos culturais
envolvidos dos clientes dos serviços. As expectativas e demandas dos usuários de serviços em
IPTV são bem diferentes das dos usuários de serviços de telefonia tradicional e as empresas
necessitam se adaptar a esta nova realidade.
1.6.1 Enunciado do problema
Como conseqüência deste cenário no mercado de telecomunicações, enunciamos a
seguinte questão:
Quais o os fatores críticos de sucesso no lançamento do serviço de IPTV pelas
operadoras de telefonia e quais são os valores que estão relacionados aos benefícios
oferecidos para uma amostra específica de potenciais clientes?
Para responder este questionamento foram escolhidas as empresas Telemar/OI,
Telefônica e Brasiltelecom, que juntas representam a quase totalidade das empresas de
telefonia fixa no país em termos de marketshare, empresas de consultoria como a TELECO e
desenvolvedoras de soluções como MICROSOFT e ALCATEL. Além disso foi escolhida
uma amostra de estudantes universitários usuários de Internet e TV por assinatura a fim de
37
analisar a relação entre atributos e benefícios do IPTV na fase de introdução com valores
pessoais dos indivíduos da amostra.
Neste estudo, os Fatores Críticos de Sucesso selecionados foram os que caracterizam a
fase inicial, ou seja, de introdução do produto no mercado, sendo definidos após uma análise
das características do serviço em questão e do mercado em que está inserido e serão
detalhados na definição das hipóteses e questões-chave.
1.7 OBJETIVOS DA PESQUISA
Objetivo Geral: Identificar e validar os fatores críticos no lançamento do serviço de
IPTV pelas operadoras de telefonia e os valores dos clientes que são satisfeitos com os
benefícios gerados pelos atributos do IPTV.
Objetivos Específicos: (1) Identificar os fatores críticos de sucesso no lançamento do
serviço de IPTV, na visão dos executivos das operadoras de telefonia no Brasil e de
desenvolvedores de soluções; (2) Identificar atributos e os benefícios associados e a relação
destes com os valores pessoais de uma amostra composta por estudantes universitários no Rio
de Janeiro.
1.8 JUSTIFICATIVAS
Este trabalho torna-se justificável pelos seguintes motivos:
Ordem pessoal:
Contribuir para o desenvolvimento acadêmico e profissional do autor, que atua na área
de gerenciamento de serviços de telecomunicações.
O tema da pesquisa, Fatores Críticos de Sucesso no lançamento do IPTV para as
operadoras de telefonia e análise de valores, proporcionaum embasamento teórico para que
executivos destas empresas e o autor tenham as informações críticas para a implantação deste
serviço no Brasil.
38
A realização de um trabalho que promova a integração de conceitos e modelos
teóricos de estratégias empresariais com a experiência profissional do indivíduo é bastante
gratificante, pessoal e profissionalmente.
Ordem institucional:
O surgimento de novas tecnologias e serviços tem obrigado as Universidades a
intensificarem os estudos relacionados às novas estratégias empresariais com aplicação de
metodologias conhecidas como os fatores críticos de sucesso de Rockart. Além disso, a
grande concorrência no mercado, principalmente de telecomunicações, tem exigido mais das
empresas, logo a demanda por informação a respeito das reais necessidades e desejos dos
clientes, bem como suas preocupações e reações diante de novos serviços oferecidos podem
ser obtidos pelas pesquisas orientadas por instituições que se encontram na fronteira do
conhecimento na área de estratégia e gestão de serviços.
Este estudo pretende contribuir para o progresso da pesquisa de Fatores Humanos e
Tecnológicos e Competitividade, dirigida pelo Prof. D.Sc. Heitor Luiz Murat de Meirelles
Quintella da Universidade Federal Fluminense (QUINTELLA, 1997), ao analisar um novo
serviço no setor de telecomunicações, fornecendo subsídio às operadoras no seu processo de
lançamento de novos serviços como o IPTV e desenvolvimento de novas estratégias.
Ordem teórica:
O presente trabalho pretende demonstrar a aplicabilidade dos prognósticos na
determinação dos FCS no lançamento do serviço de IPTV pelas operadoras brasileiras, com
bases no referencial teórico levantados por Porter (1986) para a caracterização de cada estágio
do ciclo de vida dos produtos (CVP). Bem como demonstrar a aplicação adaptada do método
MEC (Means-End chains) e utilização do LOV (List of Value) que possibilite entender o
consumidor de IPTV, gerando, portanto, informações que podem ajudar as empresas
operadoras de telefonia no Brasil a montar suas estratégias.
Ordem prática:
Proporcionar aos executivos, que atuam na área, um planejamento adequado para o
lançamento do serviço IPTV pelas operadoras de telefonia no Brasil, com a identificação dos
39
fatores críticos de sucesso e um estudo mais específico sobre quais os valores dos clientes
estão associados aos benefícios prometidos com o uso do IPTV.
1.9 REFERENCIAL TEÓRICO OU CONCEITUAL
O referencial teórico utilizado na pesquisa foi:
Fatores críticos de Sucesso
Ciclo de vida do produto
Cadeia Meios-fim e lista de valores LOV.
1.9.1 Fatores Críticos de Sucesso
Deparados com o aumento da complexidade no mundo empresarial, os gerentes, cada
vez mais, necessitam de acesso às informações pertinentes às suas funções e
responsabilidades. Um método para determinar precisamente qual informação é, de fato,
necessária é o método dos Fatores Críticos de Sucesso (ROCKART, 1979, p.81).
O autor define fatores críticos de sucesso como pequenas áreas críticas de atividades,
em que os resultados favoráveis são absolutamente necessários, para que um gerente em
particular atinja seus objetivos. Uma vez que estas áreas de atividade são consideradas
críticas, o gerente deve ter as informações apropriadas para permiti-lo determinar se os
eventos estão transcorrendo suficientemente bem em cada área. Neste cenário, o autor sugere
um método empírico de pesquisa baseado em entrevistas.
Os Fatores Críticos de Sucesso identificados precisam receber cuidadosa e contínua
atenção dos administradores para que a organização tenha sucesso. Os relatórios devem
contemplar o desempenho de todos os Fatores Críticos de Sucesso em todos os níveis da
administração. Rockart (1979) destaca ainda a necessidade de moldar o planejamento da
administração e o sistema de controle para os objetivos estratégicos da organização e seus
administradores. Ou seja, os fatores críticos do sucesso diferem de organização para
organização e de administrador para administrador.
O trabalho em questão tem como principal objetivo determinar os fatores críticos de
sucesso no lançamento do IPTV pelas empresas operadoras de telefonia no Brasil. O
40
referencial teórico do trabalho está baseado nos prognósticos levantados por Porter (1986)
com o objetivo de caracterizar o ciclo de vida dos produtos (CVP).
1.9.2 Ciclo de Vida do Produto
Porter (1986) afirma que o CVP é um dos conceitos mais antigos para prever o curso
provável da evolução da indústria. O autor defende a hipótese de que a indústria atravessa
várias fases ou estágios, definidos por pontos de modulação no índice de crescimento das
vendas da indústria. Estes estágios são descritos como:
a) Introdução: onde o crescimento das vendas é lento, os investimentos são altos e os
lucros, em função disso, basicamente inexistem.
b) Crescimento: uma rápida aceitação no mercado, levando a um crescimento das
vendas e dos lucros.
c) Maturidade: neste estágio o potencial de mercado já foi alcançado, portanto o
crescimento das vendas diminui. uma tendência à estabilização ou redução dos
lucros, pois novamente é necessário investir mais fortemente em marketing.
d) Declínio: fase em que lucros e vendas caem, muitas vezes de forma irremediável,
levando ao desaparecimento do produto.
Estes estágios são definidos por pontos de modulação no índice de crescimento das
vendas da indústria. O crescimento da indústria segue uma curva em forma de S devido ao
processo de inovação e difusão de um novo produto. A fase introdutória horizontal de
crescimento da indústria reflete a dificuldade de superar a inércia do comprador e estimular os
testes do novo produto. O crescimento rápido ocorre quando muitos compradores se
precipitam no mercado, tão logo o produto prove seu sucesso. A penetração dos compradores
em potencial do produto é finalmente alcançada, fazendo com que o crescimento rápido
estacione e nivele-se a um índice sico de crescimento do grupo de compradores relevantes.
Finalmente, o crescimento decrescerá conforme forem aparecendo novos produtos substitutos.
À medida que a indústria vai atravessando seu ciclo de vida, a natureza da
concorrência se modificará. A tabela 2 resume os prognósticos mais comuns sobre como uma
indústria se modifica no decorrer do ciclo de vida na fase introdutória.
41
Aspectos Prognósticos
Compradores e
comportamento dos
compradores
Comprador de alta renda
Inércia do comprador
Compradores devem ser convencidos a testarem o
produto
Produtos e mudança no
produto
Qualidade inferior
Projeto do produto é chave para o desenvolvimento
Muitas variações do produto sem padronização
Freqüentes mudanças no projeto
Projetos básicos do produto
Marketing Relação publicidade/ venda muito alta
Melhor estratégia de preços
Altos custos de marketing
Fabricação e distribuição Supercapacidade
Produção reduzida
Alto conteúdo de mão de obra especializada
Altos custos de produção
Canais especializados
P & D Técnicas de produção mutáveis
Comércio exterior Algumas exportações
Estratégia Global Melhor período para aumentar market share
P & D e engenharia são funções básicas
Concorrência Poucas companhias
Risco Alto risco
Margens e Lucro Margens e preços altos
Lucros baixos
Elasticidade - preços para vendedor não é tão alta como
na maturidade
Tabela 2 – Prognósticos de Porter para a fase de introdução.
Fonte: Porter, 1986.
Os Fatores Críticos de Sucesso, resultantes do método de prognóstico de Porter,
podem ser utilizados em conjunto com os de Rockart, já que cada aspecto apontado por Porter
pode funcionar como FCS para o método de Rockart.
O gráfico 2 a seguir apresenta um esquema gráfico do ciclo de vida do produto.
42
Introdução
Crescimento
Maturidade
Declínio
Tempo
Gráfico 2 – Estágios do ciclo de vida.
Fonte: PORTER, 1986.
1.9.3 Cadeias Meios-Fim e Lista de Valores (Lov)
A teoria que fundamenta o modelo Cadeias Meios-fim (Means-end Chain), (TER
HOFSTEDE et al., 1995), é concebida como o conteúdo e a estrutura do conhecimento do
consumidor, que relata o produto ao mesmo pela posição numa estrutura cognitiva
hierarquizada, envolvendo a ligação entre os atributos do produto, as conseqüências do uso do
produto e os valores do consumidor.
Para que esse modelo seja utilizado como elemento central em pesquisas com
consumidores, a sua operacionalização, a natureza e a associação entre os níveis atributos
(A), conseqüências (C) e valores (V) – que o constituem o MEC, devem ser especificados. Os
atributos, características do produto a ser consumido, são ligados pelas conseqüências geradas,
a quem os consome segundo seu sistema de valores.
O conceito de valor esta relacionada à diferença entre o valor total para o cliente e o
custo total para o mesmo. Segundo Kotler (2000), “o valor total para o cliente é o conjunto de
benefícios que os clientes esperam de um determinado produto ou serviço. O custo total para
43
um cliente é o conjunto de custos que os consumidores esperam incorrer para avaliar, obter,
utilizar ou descartar um produto ou serviço”.
A metodologia de valores escolhida para a pesquisa do consumo do serviço IPTV esta
baseada na lista de valores ou LOV proposta por Kahle (1983) e desenvolvida no Survey
Research Center of the University of Michigan. Este instrumento tem sido principalmente
aplicado em estudos relacionados ao consumo (HOMER; KAHLE, 1988). Os valores
pertencentes a esta lista são: respeito próprio, auto-realização, segurança, sentimento de
pertença, estímulo, senso de realização, diversão, ser respeitado e relações calorosas com os
outros.
1.10 HIPÓTESES E QUESTÕES
O levantamento das hipóteses partiu da identificação dos aspectos de Porter mais
relevantes para o mercado de serviços em telecomunicações e elaboração de um conjunto de
fatores críticos de sucesso relacionados a estes prognósticos para a fase de introdução do
IPTV.
a) Compradores e comportamento dos compradores e Marketing:
Segundo Porter (1986), pode haver diferença entre vender para os compradores
habituais e para os que compram pela primeira vez. A chave para atingir o crescimento da
indústria quando se vende para os clientes habituais, é estimular a reposição rápida do produto
ou aumentar o consumo por pessoa. Visto que a reposição é determinada pela obsolescência
física, tecnológica ou do projeto percebida pelo comprador, as estratégias para manter o
crescimento depois da penetração dependerão da influência destes fatores.
Neste contexto, o ideal é que o cliente reconheça ou perceba que alguns de seus
valores como diversão, sentimento de pertence, segurança, etc. estão sendo atendidos com os
benefícios gerados pelos atributos do IPTV.
A inércia do comprador pode então ser minada com a utilização deste conhecimento
em campanhas de marketing ou propaganda informativa, cuja estratégia é transmitir a idéia de
valor ao comprador. Segundo Baxter (2003), a percepção de valor no produto pelos
consumidores é o principal fator de sucesso no desenvolvimento de novos produtos ou
serviços.
44
b) Produtos e mudanças no Produto:
Segundo Porter (1986), a inovação no produto pela indústria pode permitir que ele
atenda novas necessidades, pode melhorar a posição da indústria em relação aos substitutos e
pode eliminar ou reduzir a necessidade de produtos complementares escassos ou
dispendiosos.
A tecnologia IPTV representa uma inovação tecnológica em relação às tecnologias das
tradicionais TV’s por assinatura, através da utilização do protocolo IP. Através desta
tecnologia, diferentes serviços podem ser integrados em uma plataforma única permitindo a
integração de serviços como VOD (vídeo sob demanda), mensagens de texto na tela,
integração com o telefone, VOIP, nPVR, entre outros. Outro fator está relacionado ao
conteúdo disponibilizado pela rede. As empresas operadoras de telefonia deverão atender a
necessidade de cada usuário dentro de um segmento por meio do oferecimento de conteúdo
específico.
Segundo Porter, na fase de introdução ocorre muitas variações diferentes do produto,
ou seja, não há padronização. Este prognóstico é uma realidade para as operadoras de
telefonia no lançamento do IPTV e reflete a dificuldade na padronização do serviço.
Neste cenário, foi escolhido o prognóstico “Projeto básico do produto”, pois as
inúmeras soluções que podem ser apresentadas ao cliente estarão sempre associadas ao
projeto básico do produto.
c) Margens e lucros:
Na fase de introdução do IPTV, este aspecto esta intimamente relacionado à estrutura
de preço ao cliente. Para este estudo foram considerados em conjunto os valores de
mensalidade para o cliente. Neste contexto, é importante que se tenha uma estrutura de preços
adequada que viabilize a oferta do serviço.
d) Fabricação e distribuição:
A rede externa e equipamentos nas Estações correspondem à infra-estrutura necessária
para a implementação do IPTV. A excelência em custos de novos elementos de rede e
equipamentos necessários, a combinação e utilização adequada de tecnologias existentes e
conhecidas o determinantes para se criar um diferencial competitivo. Faz-se necessário a
45
otimização de processos de implementação, através dos quais é feita a escolha das melhores
práticas em custo, qualidade e ciclos de desenvolvimento, produção do serviço e entrega. Para
este estudo, o “custo da infra-estrutura para as operadoras de telefonia” foi considerado como
um FCS a ser validado nesta pesquisa.
d) Concorrência:
Segundo Porter, na fase de lançamento de um novo produto, o prognóstico é que
existirão poucas companhias concorrendo no mercado, que tem fortes barreiras de entrada, em
função dos altos investimentos em ativos. Porém, para muitas empresas operadoras de
telefonia, estes altos investimentos são uma questão de sobrevivência no mercado através da
oferta de serviços convergentes. Pablo Haberer, analista da consultoria McKinsey, afirma que
as operadoras vêm apostando na tecnologia como uma ferramenta para aumentar a receita e
também para fidelizar clientes.
Para as empresas operadoras de TV por assinatura a chegada dos novos serviços pode
estabelecer uma nova concorrência no mercado. “A nossa reação é, claro, defender o
investimento feito no legado”, afirma Leila Loria, da TVA, explicando que não é contra a
novidade. Ricardo Miranda, presidente da SKY Brasil, concorda com Leila, mas destaca a
importância do tratamento isonômico dos players: “...se alguém for fazer TV por assinatura
sobre IP, vai ter que seguir o mesmo modelo de negócio que existe hoje”
7
.
Conforme exposto, esta concorrência foi considerada um FCS a ser validado nesta
pesquisa.
e) Comércio exterior e Estratégia global:
Não são aplicáveis em nossa análise, pois estamos avaliando serviços oferecidos pelas
operadoras no âmbito nacional na fase de introdução, ainda que as mesmas possam identificar
no futuro, oportunidades de oferecer serviços de IPTV no mercado mundial principalmente
através de parcerias comerciais.
7
As opiniões dos executivos das empresas TVA e SKY descritos acima foram extraídas do artigo: Analista
aponta benefício do IPTV.
Disponível no site: <http://idgnow.uol.com.br/telecom/2006/03/09/idgnoticia.2006-03-
09.5252469504/IDGNoticia_view>.
Acesso em: 30/03/2007.
46
f) P&D:
As tecnologias que suportam o IPTV são usualmente desenvolvidas nos centros de
pesquisa das corporações multinacionais como SIEMENS, NEC, ALCATEL, entre outros. No
Brasil, as operadoras se limitam a comprar as soluções prontas dos grandes fabricantes.
Diante disto, não estaremos avaliando este aspecto.
f) Risco:
Segundo Porter, na fase de introdução um alto risco para as empresas. Kotler
(1999) identifica um dilema na questão do desenvolvimento de novos produtos: ao mesmo
tempo em que fica cada vez mais arriscado não inovar (sendo, segundo o mesmo, a inovação
contínua a única maneira de evitar a obsolescência da linha de produtos), está cada vez mais
difícil o desenvolvimento bem sucedido (pelos riscos e altos custos envolvidos, dentre outros
fatores). Será considerado no lançamento do IPTV, o risco da estratégia de marketing com
foco na percepção de valor pelo cliente, a qual, se não adequada, pode levar a organização a
investir em uma estratégia que não gerará os retornos necessários à sua sobrevivência. Neste
aspecto, as operadoras necessitarão identificar os valores dos clientes que estarão sendo
satisfeitos com os benefícios gerados pelos atributos do IPTV na fase de introdução. A adoção
de uma estratégia não focada nestes valores será um grande risco para as empresas.
Na tabela 3 são apresentados os aspectos considerados no estudo e os FCS
identificados no lançamento do IPTV pelas empresas operadoras de telefonia no Brasil.
47
Aspectos FCS
Integração de diferentes serviços
(VOD, games, nPVR, mensagens e integração com telefone)
Produtos e Mudança no Produto
Conteúdo das programações
Marketing
Propaganda informativa
Margens e Lucros
Estrutura de preços ao cliente
Fabricação e distribuição
Custo da infra-estrutura para operadora (equipamentos e rede
de acesso)
Compradores e comportamento
dos compradores
Marketing
Risco
Estratégias de marketing com foco na percepção de valor
Concorrência
Concorrência com empresa tradicional de TV por assinatura
Tabela 3 – Aspectos e FCS.
Fonte: elaboração própria.
1.10.1 Hipótese I
O sucesso no lançamento do IPTV pelas operadoras brasileiras de telefonia depende
da integração de diferentes serviços e do conteúdo das programações.
Questões-chave:
a) Integração de diferentes serviços é um FCS no lançamento do IPTV?
b) O Conteúdo das programações é um FCS no lançamento do IPTV?
Justificativa do emprego das questões chave para a Hipótese I
Questões Justificativa da questão para justificar a hipótese
a) Integração de diferentes serviços é um FCS
no lançamento do IPTV?
Verificar se a integração de diferentes serviços
como o VOD, nPVR, mensagens de texto na
tela, integração com telefone é um fator crítico
para o sucesso no lançamento do IPTV.
b) O Conteúdo das programações é um FCS
no lançamento do IPTV?
Verificar se o conteúdo entregue pelo IPTV é
relevante para o cliente.
Tabela 4 – Justificativa do emprego das questões-chave para a Hipótese I.
Fonte: Elaboração própria.
48
1.10.2 Hipótese II
Propaganda informativa é um FCS no lançamento de um novo serviço de TV baseada
nas facilidades do protocolo IP.
Questão-chave:
Propaganda informativa é um FCS no lançamento do IPTV?
Justificativa do emprego das questões chave para a Hipótese II
Questão Justificativa da questão para justificar a hipótese
a) Propaganda informativa é um FCS no
lançamento do IPTV?
Validar Propaganda informativa, identificado
como FCS a partir dos prognósticos de Porter -
no aspecto Marketing como um FCS no
lançamento do IPTV
Tabela 5 – Justificativa do emprego das questões-chave para a Hipótese II.
Fonte: Elaboração própria.
1.10.3 Hipótese III
Uma estrutura de preços com várias opções de mensalidades para diferentes pacotes de
serviço é um FCS no lançamento do IPTV.
Questão-chave:
Estrutura de preços ao cliente é um FCS no lançamento do IPTV?
Justificativa do emprego das questões chave para a Hipótese III
Questão Justificativa da questão para justificar a hipótese
a) Estrutura de preços ao cliente é um FCS no
lançamento do IPTV?
Verificar se uma estratégia de preços adequada
com diferentes opções de mensalidades por
pacotes de serviços é um FCS no lançamento do
IPTV.
Tabela 6 – Justificativa do emprego das questões-chave para a Hipótese III.
Fonte: Elaboração própria.
1.10.4 Hipótese IV
A excelência em custos de infra-estrutura na aquisição de novas tecnologias,
combinação e utilização adequada da rede externa e equipamentos existentes são
determinantes para se criar um diferencial competitivo.
49
Questão-chave:
O custo da infra-estrutura para a operadora é um FCS no lançamento do IPTV?
Justificativa do emprego das questões chave para a Hipótese IV
Questão Justificativa da questão para justificar a hipótese
a) O custo da infra-estrutura para a operadora é
um FCS no lançamento do IPTV?
Verificar se o custo envolvido com infra-
estrutura relacionada à rede de acesso e
equipamentos nas estações é um FCS para o
IPTV.
Tabela 7 – Justificativa do emprego das questões-chave para a Hipótese IV.
Fonte: Elaboração própria.
1.10.5 Hipótese V
Estratégia de marketing com foco na percepção de valores, que são atendidos pelos
benefícios gerados pelos atributos do IPTV, representa um FCS no lançamento deste serviço
pelas operadoras de telefonia no Brasil.
Questões-chave:
a) Estratégia de Marketing com foco na percepção de valor pelos consumidores é um
FCS no lançamento do IPTV?
b) valores que são satisfeitos com os benefícios gerados pelos atributos do IPTV
para potenciais consumidores?
Justificativa do emprego das questões chave para a Hipótese V
Questão Justificativa da questão para justificar a hipótese
a)Estratégia de Marketing com foco na
percepção de valor pelos consumidores é um
FCS no lançamento do IPTV?
Validar Estratégia de Marketing, identificado
como FCS a partir dos prognósticos de Porter -
no aspecto Compradores e comportamento dos
compradores e Marketing como um FCS no
lançamento do IPTV.
b) Há valores que são satisfeitos com os
benefícios gerados pelos atributos do IPTV
para potenciais consumidores?
Verificar se os benefícios gerados pelos
atributos do IPTV satisfazem a valores de
potenciais futuros clientes.
Tabela 8 – Justificativa do emprego das questões-chave para a Hipótese V.
Fonte: Elaboração própria.
50
1.10.6 Hipótese VI
A concorrência com as operadoras de TV por assinatura estabelecidas no mercado é
um fator que influenciará o sucesso ou fracasso do lançamento do IPTV pelas operadoras de
telefonia.
Questão-chave:
a) A concorrência com as empresas de TV por assinatura tradicionais é um FCS no
lançamento do IPTV?
Justificativa do emprego das questões chave para a Hipótese Vi
Questão Justificativa da questão para justificar a hipótese
a) A concorrência com as empresas de TV por
assinatura tradicionais é um FCS no
lançamento do IPTV?
Verificar se a concorrência com as empresas já
estabelecidas e tradicionais de TV por
assinatura é um FCS no lançamento do IPTV.
Validar este fator identificado como FCS a
partir dos prognósticos de Porter – no aspecto
Concorrência como um FCS no lançamento do
IPTV
Tabela 9 – Justificativa do emprego das questões-chave para a Hipótese VI.
Fonte: Elaboração própria.
Hipóteses Aspectos Questões-chave FCS
Integração de diferentes serviços é um
FCS no lançamento do IPTV?
Integração de diferentes serviços
(VOD, games, nPVR, mensagens e integração com
telefone)
O sucesso no lançamento do IPTV
pelas operadoras brasileiras depende
da integração de diferentes serviços e
do conteúdo das programações.
Produtos e Mudança no
Produto
O Conteúdo das programações é um
FCS no lançamento do IPTV?
Conteúdo das programações
Propaganda informativa é um FCS no
lançamento de um novo serviço de TV
baseada nas facilidades do protocolo
IP.
Marketing Propaganda informativa é um FCS no
lançamento do IPTV?
Propaganda informativa
Uma estrutura de preços com várias
opções de mensalidades para
diferentes pacotes de serviços é um
FCS no lançamento do IPTV.
Margens e Lucros Estrutura de preços ao cliente é um
FCS no lançamento do IPTV?
Estrutura de preços ao cliente
(mensalidades)
A excelência em custos de infra-
estrutura na aquisição de novas
tecnologias, combinação e utilização
adequada da rede externa e
equipamentos já existentes são
determinantes para se criar um
diferencial competitivo.
Fabricação e
distribuição
O custo da infra-estrutura para a
operadora é um FCS no lançamento do
IPTV?
Custo da infra-estrutura para operadora
(equipamentos e rede de acesso)
Compradores e
comportamento dos
compradores
Marketing
Estratégia de Marketing com foco na
percepção de valor pelos consumidores
é um FCS no lançamento do IPTV?
Estratégia de marketing com foco na
percepção de valores, que são
atendidos pelos benefícios gerados
pelos atributos do IPTV, representa
um FCS no lançamento deste serviço
pelas operadoras de telefonia no
Brasil.
Risco Há valores que são satisfeitos com os
benefícios gerados pelos atributos do
IPTV para potenciais consumidores?
Estratégias de marketing com foco na percepção de
valor
A concorrência com as operadoras de
TV por assinatura já estabelecidas no
mercado é um fator que influenciará o
sucesso ou fracasso do lançamento do
IPTV pelas operadoras de telefonia.
Concorrência A concorrência com as empresa de TV
por assinatura tradicionais é um FCS no
lançamento do IPTV?
Concorrência com as empresa de TV por assinatura
tradicionais
Tabela 10 – Associação de hipóteses, aspectos, questões–chave e FCS identificados no estudo.
Fonte: Elaborado pelo autor.
5
1
1.11 SUMÁRIO CONCLUSIVO DO CAPÍTULO
Este capítulo permitiu uma introdução dos principais tópicos tratados nesta pesquisa.
Foram descritos os principais aspectos do IPTV, bem como as perspectivas deste serviço no
mercado de telecomunicações. Além disso foi possível entender os objetivos onde a partir dos
testes das hipóteses levantadas procura-se as respostas para o problema identificado.
5
2
2 REVISÃO DE LITERATURA
Este capítulo tem como objetivo analisar os estudos a respeito do Ciclo de Vida do
produto, Fatores Críticos de Sucesso, o modelo da Cadeia meio-fim (MEC) e a Lista de
valores (LOV). Foram mapeados trabalhos científicos e publicações que abordem o
referencial teórico desta pesquisa.
2.1 TESES E DISSERTAÇÕES SOBRE O TEMA
2.1.1 Ciclo de Vida do Produto
Neste tópico serão apresentadas pesquisas desenvolvidas sobre o referencial teórico
Ciclo de vida do produto.
2.1.1.1 Inteligência Competitiva e o Ciclo de Vida do Produto (BURKHART, 2001)
Resumo:
O artigo de Burkhart buscou relacionar as atividades de Inteligência Competitiva (IC)
com os fundamentos do Ciclo de Vida do Produto, identificando a forma mais adequada de
sua utilização para cada uma de suas fases. Segundo o autor, em se tratando do produto, “os
objetivos e estratégias se modificam, enquanto o produto passa pelas fases evolutivas” e desta
forma, a utilização da IC deve acompanhar esta evolução, de forma a utilizar-se todo o
potencial desta ferramenta.
54
Esta adequação deve levar em conta também a velocidade deste ciclo, característico de
cada produto: por exemplo, mobiliário, automóveis e companhias aéreas são exemplos de
indústrias que “experimentam longos e estáveis fases de maturidade em seus ciclos de vida,
ainda que produtos específicos (com estilos específicos, etc.) tenham ciclos de vida mais
curtos”.
Resultados do estudo:
O autor cita os quatro motores da inovação de Cooper (Product Leadership – Creating
and Launching Superior New Products. Cambridge, MA: Perseus Books, p. 16-18, 1999),
relacionados ao ciclo de vida do produto e o ambiente de mercado, como tendo uma série de
implicações nas indústrias nos dias de hoje:
Avanços tecnológicos;
Mudança nas necessidades do cliente;
Encurtamento do ciclo de vida do produto; e
Aumento da competição global.
O autor cita ainda um estudo da Arthur D. Little, que constatou que “o ciclo de vida
dos produtos foi reduzido por um fator ‘4’ nos últimos cinqüenta anos”, para destacar a
importância das pidas decisões estratégicas, as quais dependem de informações diversas, na
maioria das vezes não facilmente disponibilizadas, para garantir a sustentabilidade das
organizações, destacando ai a importância da IC para prover a gerência com informações
antecipadas, baseadas nas predições no ciclo de vida”.
Relação com a presente pesquisa:
Este estudo cita os pontos das ameaças e oportunidades existentes na fase de
introdução de novos produtos. Dentre eles, destaca-se o entendimento do mercado (e
conseqüentemente, o atendimento às necessidades dos clientes), a possibilidade de vantagem
competitiva pelo lançamento e/ou modificação de produtos. Tais prognósticos devem ser
desenvolvidos como parte da estratégia de marketing com foco na percepção de valor, que foi
considerado como um dos fatores críticos de sucesso na presente pesquisa.
55
2.1.2 Fatores críticos de sucesso
2.1.2.1 Fatores Críticos de Sucesso no lançamento de serviços de comunicação móveis de
dados nas operadoras de telefonia móvel no Brasil (RODRIGUES, 2005)
Resumo:
Este estudo procurou identificar os Fatores Críticos de Sucesso para o lançamento de
serviços de comunicação móvel de dados, nas operadoras de telefonia móvel celular no Brasil.
Este estudo se baseia nos prognósticos levantados por Porter (1986) para a fase de introdução
de produtos, e na teoria de Rockart (1979) e Rockart e Bullen (1981) sobre Fatores Críticos de
Sucesso.
Os objetivos foram:
a) Validar os Fatores Críticos de Sucesso no lançamento de serviços de comunicação
móvel de dado, deduzidos a partir dos prognósticos de Porter (1986) para a
caracterização do estágio de introdução do ciclo de vida do produto.
b) Identificar outros FCS no lançamento de serviços de comunicação móvel de dados,
a partir da aplicação de questionários.
A partir dos FCS validados e identificados, pretende-se propor às operadoras de
telefonia móvel alternativas de posicionamento estratégico no lançamento de comunicação
móvel de dados.
Hipóteses da pesquisa:
H1 - A concentração em um determinado segmento do mercado é um FCS na fase de
lançamento de um serviço de comunicação móvel.
H2 - Propaganda informativa é um FCS no lançamento de novos serviços de
comunicação móvel de dados.
H3 - Os usuários de serviços de comunicação móvel de dados são sensíveis ao preço
dos serviços.
56
H4 - A inovação é um FCS no lançamento de serviços de comunicação móvel de
dados.
H5 - diferença entre as ordenações de importância dos FCS do lançamento de
serviços de comunicação móvel de dados, na percepção dos atores considerados.
Referencial teórico:
Esta pesquisa está baseada nos estudos desenvolvidos por Michael Porter (1986) sobre
o Ciclo de Vida do Produto, e nos estudos de Rockart (1979) e Rockart e Bullen (1981) sobre
Fatores Críticos de Sucesso. São analisados os Fatores Críticos de Sucesso para o lançamento
de serviços de comunicação móvel de dados, deduzidos a partir dos prognósticos de Porter
sobre o Ciclo de Vida do Produto em sua fase de introdução.
Metodologia:
A pesquisa considerou duas amostras, uma oriunda da população de usuários de
serviços de comunicação móvel de dados e outra oriunda da população de operadoras de
telefonia móvel celular. Um dos testes escolhidos para o tratamento dos dados é o teste de
Kolmogorov-Smirnov. A aplicação deste teste às duas amostras separadamente tem como
objetivo comprovar estatisticamente se existe diferenciação entre os graus de concordância
relativos a cada FCS, ou seja, visa determinar se a diferença de pontuação observada entre os
graus de concordância para cada item da questão 1 é significativa. Um segundo método
escolhido foi o teste de Mann-Whitney, com o objetivo de verificar se existe alguma diferença
entre as amostras.
Resultados encontrados:
Os Fatores Críticos de Sucesso no lançamento de serviços de comunicação móveis de
dados nas operadoras de telefonia móvel no Brasil corroborados pela pesquisa são:
a) Propaganda informativa.
b) Inovações no desenvolvimento dos serviços.
57
Com base nesta análise, foi possível concluir que as hipóteses H2, H4 e H5 foram
corroboradas, enquanto que as hipóteses H1 e H3 foram refutadas.
Relação com este trabalho:
A pesquisa realizada por Rodrigues (2005) utilizou o mesmo referencial teórico desta
pesquisa. A identificação dos FCS também esta relacionado ao lançamento de um serviço
oferecido pelas operadoras de telecomunicações no Brasil.
2.1.2.2 Fatores Críticos de Sucesso no start up da rede de computadores do Inmetro
Xerém e requisitos de Qualidade Percebida via Benchmarking (MALTA, 2006).
Resumo:
Este estudo se baseia nos prognósticos levantados por Porter (1986) sobre os estágios
do Ciclo de Vida dos Produtos e análise da evolução da indústria e do produto. Foram
analisados os aspectos de Porter relativos à fase de start up da rede de computadores do
Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) de Xerém
(localidade do município de Duque de Caxias no Rio de janeiro) e escolhidos os Fatores
Críticos de Sucesso considerados mais importantes.
Foram levantadas as seguintes hipóteses:
Hipótese I: Uma tecnologia de rede de última geração é uma inovação essencial para o
lançamento de produtos e serviços via rede de computadores.
Hipótese II: Uma estratégia de marketing com foco na percepção do cliente é um Fator
Crítico de Sucesso no start up da rede de computadores do Inmetro Xerém.
Hipótese III: Existe diferença entre a expectativa e a percepção que o cliente tem da
qualidade dos produtos e serviços prestados pela informática.
58
Hipótese IV: Uma oposição à mudanças devido aos altos custos iniciais de
investimento é um Fator Crítico de Sucesso no start up da rede de computadores do Inmetro
Xerém.
Referencial teórico:
O referencial teórico utilizado no desenvolvimento deste estudo foi o modelo definido
por Michael Porter (1986) sobre Técnicas de Análise de Indústrias e da Concorrência, os
trabalhos de Rockart (1981) sobre os Fatores Críticos de Sucesso, e também os estudos
exploratórios sobre Qualidade de Serviço de Parasuraman et al. (1983).
Metodologia:
A metodologia utilizada neste estudo consistiu basicamente em uma pesquisa de
campo, pois utilizou principalmente ferramentas de investigação científica por meio da
aplicação de questionário estruturado. Toda esta pesquisa foi realizada internamente no
Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - Inmetro. Duas
amostras foram utilizadas, uma consistiu em um total de 57 funcionários com título de
Mestrado e outra amostra de 137 funcionários cujas funções eram extremamente vinculadas
aos serviços oferecidos pelo Setor de Informática, seja em hardware, software ou netware. Os
resultados obtidos a partir das questões que apuraram a ordem de priorização dos Fatores
Críticos de Sucesso, segundo a visão dos respondentes, após sua tabulação, foram submetidos
ao teste de Kolmogorov-Smirnov.
Resultados encontrados:
Nas questões analisadas sobre a ótica dos Fatores Críticos de Sucesso, comprovou-se
que o fator mais importante é h3: Desenvolver Profissionais; e o menos importante é h1:
Tecnologia Diferenciada. Porém nenhum Fator Crítico de Sucesso pode ser rejeitado com a
amostra em questão. Logo todos os Fatores Críticos de Sucesso levantados no estudo puderam
ser considerados Fatores Críticos de Sucesso.
59
Relação com este trabalho:
A pesquisa realizada por Malta também procura identificar os FCS para um serviço
específico, no caso a rede de computadores do Inmetro. Além disso, foi utilizado o mesmo
referencial teórico relacionado a Porter e Rockart.
Apesar dos vários prognósticos para empresas e produtos, nas diferentes fases de seu
Ciclo de Vida, cada caso específico deve ser estudado independentemente para identificação
dos seus efetivos Fatores Críticos de Sucesso. Esta orientação sugerida por Malta fomenta a
realização de estudos sobre FCS em outras áreas do conhecimento. Um exemplo pode ser a
proposta de estudo dos FCS no lançamento do IPTV pelas operadoras de telefonia no Brasil.
2.1.3 Modelo Cadeia Meio-Fim (Mec) e Lista de Valores (Lov)
2.1.3.1 Valores, Benefícios, Atributos e Dimensões Simbólicas no consumo de música do
estilo New metal: Uma análise exploratória (KAMINSKI, 2004)
Resumo:
O propósito deste trabalho foi o de compreender o comportamento dos consumidores
de música, segundo o modelo de Cadeias Meios-fim, o autoconceito dos consumidores e a
atitude dos mesmos frente à música. Foi optado por um estilo de música popular relacionado
aos consumidores jovens, o new metal.
Referencial teórico:
Nesta pesquisa foi realizada uma abordagem psicográfica, utilizando o sistema de
valores dos indivíduos e a dimensão simbólica do produto, propondo e testando a
aplicabilidade de um modelo que explica o comportamento do consumidor – cadeia de meios-
fim – ao objetivo de consumo música. Outro referencial teórico utilizado foi a Técnica Padrão
de Associação. A metodologia de valores escolhida para a pesquisa foi o referencial teórico de
Kahle (1983) denominado Lista de Valores (LOV), desenvolvida no Survey Research center
of the University of Michigan.
60
Metodologia:
A coleta de dados foi desenvolvida em Curitiba, com consulta aos consumidores
divididos em duas etapas. A primeira etapa foi conduzida de forma qualitativa com 9
entrevistas em profundidade com consumidores de música. A segunda etapa quantitativa
compreendeu uma amostra de 240 entrevistas com questionários aplicados aos consumidores
de música new metal. A abordagem do consumo com base no modelo de Cadeias Meio-Fim e
os atributos percebidos na música new metal, segundo a Técnica Padrão de Associação.
Resultados encontrados:
O resultado foi apresentado num mapa com as probabilidades de ocorrência das
relações entre as variáveis. A abordagem do consumo com base nos construtos autoconceito,
atitude e resposta afetiva possibilitou a obtenção, pela cnica de Análise Fatorial, de
dimensões relacionadas à caracterização dos consumidores: (a) competência, (b) segurança,
(c) rebeldia e (d) seriedade, no caso do primeiro construto, e de dimensões relacionadas á
caracterização da percepção da música pelos consumidores: (e) representação individual, (f)
influência emocional e (g) expressão social, no caso do segundo construto; e (h)
encantamento, (i) irritação, (j) vergonha, (l) desânimo e (g) culpa, no caso do último
construto. Ambas as abordagens serviram para explicar a relação entre os consumidores e a
música consumida. Através de um modelo de Classes Latente, foi proposta uma tipologia dos
consumidores de música new metal, baseada na hierarquia da importância dos valores
pessoais e descrita segundo os construtos autoconceito, atitude e resposta afetiva. A tipologia
resultou em dois grupos de consumidores. O grupo dos “amistosos”, com baixa identificação
com o new metal, está relacionado aos valores pessoais, relações calorosas e ser respeitado.
Este grupo está associado à dimensão influência emocional e a dimensão segurança. O grupo
dos “cuidadosos” com alta identificação com o estilo de música new metal, está relacionado à
dimensão desânimo e a dimensão competência. Este grupo é formado pelos indivíduos que
consomem música new metal motivados pela característica estimulante do som. Esse grupo
externaliza por meio da música, seus sentimentos sem que precisem fazê-lo por si próprio.
61
Relação com este trabalho:
A pesquisa realizada por Kaminski 2004 analisa o comportamento do consumidor com
a utilização do mesmo referencial teórico desta pesquisa. Embora os objetos de estudos sejam
bem diferentes, de um lado a música e de outro um serviço de TV, ambas as pesquisas
analisam os valores satisfeitos pelos benefícios gerados pelos atributos de um produto
oferecido aos consumidores.
2.2 ARTIGO DE REVISTA TÉCNICA
2.2.1 Aplicação do modelo Means-End para compreensão de valores dos consumidores de
um jornal on-line (LEÃO; MELLO, 2007. Revista BAR)
Resumo:
Este artigo é um estudo que tem como propósito entender os valores dos consumidores
de um importante jornal on-line através do uso da teoria de Cadeia Meios-fim e o todo de
escalada.
Neste artigo, a ‘valor do cliente’ é entendido como um dos constructos que melhor
explica o comportamento do consumidor. Sua proposta é entender como os consumidores
traduzem características e conseqüências de uso de um produto em valores pessoais auto-
relevantes. A teoria de means-end chains é o meio de se pensar sistematicamente nessa
representação hierárquica. Uma das maiores contribuições das pesquisas de means-end chains
tem sido dada ao campo da estratégia de comunicação. Os níveis de abstração dos
consumidores podem ser usados como base para o desenvolvimento de estratégias que irão
criar apelos ao consumidor através das orientações particulares de produtos.
Referencial teórico:
Para a definição do conceito de valor na psicologia social, o autor utilizou o
referencial teórico de Milton Rokeach (1968, 1973,1979), no qual o valor é uma crença que
guia as ações e julgamentos através de objetivos específicos e situações à parte destes
62
objetivos crença de que um certo comportamento ou estado final de existência é
pessoalmente ou socialmente preferível a outro estado final de existência oposto.
Especialmente para determinar os elementos relacionados aos valores, foram utilizadas duas
escalas: a RVS (ROKAECH, 1973) e a lista de valores ou LOV (KAHLE; BEATTY;
HOMER, 1986).
Outro referencial é a teoria de means-end chains, que sustenta a idéia de que a maneira
como os consumidores se relacionam com os produtos pode ser representado por um modelo
hierárquico de três níveis interconectados: atributos de produtos, conseqüências de consumo e
valores pessoais.
Metodologia:
A pesquisa feita com usuários de um jornal on-line foi realizada durante 75 dias. A
amostra de respondentes foi determinada através de um grupo de usuários que haviam
participado de enquetes do jornal on-line e que se colocaram à disposição para participar de
outras pesquisas. Estes usuários deixaram sua identificação no jornal apenas através de seus e-
mails, os quais foram repassados para os pesquisadores. Ao todo, 98 entrevistas foram
realizadas. A técnica utilizada para condução destas entrevistas foi a escalada ou laddering.
Uma série de trocas de e-mails (não pessoal) foi realizada, nos quais o pesquisador mandou
uma nova pergunta para cada resposta. A rie terminou quando se dispunha dos dados
necessários.
O método de escalada contemplou a análise dos dados nas seguintes etapas: análise do
conteúdo declarado pelos entrevistados e codificação para elementos identificáveis;
quantificação das relações existentes entre os elementos e por último a determinação dos
percentuais dominantes.
Resultados alcançados:
Ao todo, sete valores do cliente foram identificados como os mais importantes na
pesquisa, conforme se segue:
a) Diversão e prazer: além desses próprios termos “diversão” e “prazer” em si, foi
entendido como parte do elemento tudo o que se relacionasse a uma vida mais prazerosa e
63
divertida, como: “aliviar stress”, “ter lazer”, conforto”, “relaxar” e “excitação”. Foi o valor
mais forte.
b)Segurança: entendeu-se tudo o que possa trazer segurança a si e a próximos, como
“segurança financeira”, “cuidar da família”, “um mundo em paz” e “poder sustentar-se”.
Segundo valor mais importante da pesquisa.
c) Sentimento de inclusão: este elemento foi identificado através de citações como
“fazer parte de um grupo” ou “ter uma vida social”. Foi o terceiro grande valor identificado.
d) Sentimento de apego: foi assim chamado por sumarizar certos valores relativos à
paixão ou ao amor não interpessoal. Fazem parte desse elemento “paixão ao meu time”,
“amor à minha terra”, “pernambucanidade”, entre outros.
e) Auto-realização: Entendeu-se para a definição deste elemento, o que faz o indivíduo
ter satisfação e realização pessoal. Foram citações deste item: “realizar projetos pessoais”,
“ser bem sucedido”, “ter sucesso”, entre outros.
f) Igualdade: Refere-se a um senso de irmandade, de iguais oportunidades para todos.
Fizeram parte desse elemento, além do próprio termo “igualdade”, bem comum” e “um
mundo melhor”, por exemplo. Este valor não teve nenhuma orientação dominante na análise
final.
g) Prestatividade: Refere-se à forma como pode-se ser útil a terceiros através do
fornecimento de informações e serviços relevantes.
Relação com esta pesquisa:
O artigo publicado na revista ANPAD adotou o mesmo referencial teórico relacionado
à Cadeia meios-fim. A metodologia aplicada é bem semelhante a esta pesquisa, pois foi
baseada em entrevistas com a utilização do método da escalada para definição das relações
entre os elementos atributos, benefícios e valores. Além disso, em relação aos serviços
analisados por ambas as pesquisas, jornal on-line e “IPTV”, estes estão relacionados a
disponibilização de conteúdo digital para o cliente.
64
Outros trabalhos correlatos:
− Heitor Luiz Murat de Meirelles Quintella, Henrique Martins Rocha e Manuela
Fontana Alves publicaram um artigo na Revista Produção com o título: ‘‘Projetos de veículos
automotores: fatores críticos de sucesso no lançamento’’. Este estudo buscou validar os
Fatores Críticos de Sucesso no lançamento de veículos automotivos, identificados por meio
dos prognósticos de Porter e estudos de Daniel e Rockart na indústria automobilística
americana entre os anos 1960 e 1980. Seus referenciais teóricos são os Fatores Críticos de
Sucesso de Rockart e o modelo de Ciclo de Vida do Produto de Porter. Foram identificados
cinco Fatores Críticos de Sucesso e validados por meio de pesquisa e questionários em duas
montadoras.
Os fatores identificados foram:
Uma Imagem Atrativa do Veículo, seja ela de Eficiência, Qualidade, Estilo ou
Similares;
Estratégias de Marketing com Foco na Percepção de Valor pelo Cliente no
Veículo;
Uma Organização Eficiente de Concessionárias, Atuando ao Longo da Posse do
Veículo; e
Um Severo Controle de Custos na Manufatura do Veículo
Além destes, outro Fator Crítico de Sucesso foi identificado para esta indústria,
especificamente no nicho de caminhões e ônibus, qual seja:
Método Eficiente de Desenvolvimento de Produto, Utilizando as Melhores
Práticas.
− Samir Trade (2006) escreveu sua tese de mestrado com o título: “Seis sigma: fatores
críticos de sucesso de sua implantação e impacto sobre desempenho organizacional”. Este
estudo teve como objetivos principais investigar os fatores críticos de sucesso para
implantação do programa Seis Sigma (estratégia empresarial que tem como objetivo aumentar
a lucratividade das empresas por meio da melhoria da qualidade de produtos e processos) nas
empresas, bem como o impacto desse programa no desempenho operacional, na satisfação
65
dos clientes e na construção de uma cultura organizacional voltada para a qualidade. Em
adição, procurou-se investigar relações entre aspectos como percepção de sucesso alcançado
pelas empresas que implantaram o Seis Sigma; tamanho e nacionalidade das empresas; tempo
de implantação do Seis Sigma e de treinamento continuado; nível de comunicação entre os
profissionais; regime de dedicação de tempo dos Black Belts; taxa de conclusão de projetos,
sua duração e economia gerada. Os dados foram coletados em questionário na Internet,
distribuído por correio eletrônico e em fórum de discussão envolvendo profissionais do Seis
Sigma. O desenvolvimento do questionário envolveu pesquisa bibliográfica e entrevistas com
profissionais experientes do Seis Sigma. Os resultados indicaram oito fatores considerados
críticos para o sucesso na implantação dos Seis Sigma: (a) Liderança, (b) Projetos, (c)
Treinamento, (d) Comunicação e Revisão, (e) Processo Gerencial, (f) Perfil dos Black Belts,
(g) Equipe de Projetos e (h) Iniciativas Prévias de Qualidade. Foram também identificados
aspectos que tiveram melhoria após a implantação do programa Seis Sigma nas três áreas de
interesse.
Neves Junior (2006) desenvolveu uma pesquisa com o título: “Fatores críticos de
sucesso em iniciativas brasileiras de telecentros”. O objetivo foi realizar um estudo sobre a
aplicabilidade de um conjunto de Fatores Críticos de Sucesso extraídos da literatura sobre
iniciativas internacionais de telecentros em iniciativas selecionadas de telecentros no Brasil.
Espera-se que a pesquisa traga informações úteis que contribuam com a gestão e com
melhoria dos resultados das iniciativas de telecentros no Brasil, por meio da focalização de
esforços e de recursos nos fatores essenciais à consecução dos objetivos e na realização dos
resultados esperados. As modernas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) se
tornaram elementos essenciais para o bem estar e para a competitividade das pessoas,
organizações e comunidades, bem como para a definição do posicionamento dos países no
cenário global. As TIC geram também uma forte tendência de ampliação das desigualdades
econômicas e sociais que decorrem principalmente da aceleração das mudanças, das
inovações e do crescimento vertiginoso do volume e do tráfego de informações nas redes que
se ampliam e se multiplicam. Os telecentros e as redes de telecentros são iniciativas voltadas
para a redução dessas desigualdades, buscando propiciar às pessoas e comunidades menos
favorecidas os meios para o acesso à informação e capacitação no uso das TIC. No entanto,
apesar de sua importância, muitas iniciativas de telecentros não alcançaram bons resultados,
notadamente nos países em desenvolvimento. Nesta pesquisa, os FCS identificados em ordem
66
relativa de importância foram: pessoal, acesso, serviço, gestão, localização, tecnologia,
avaliações, alianças, custeio e publicidade.
Veiga Neto (1999) realizou um estudo denominado: “Atitudes de consumidores
frente a novas tecnologias”. Os objetivos desta pesquisa foram detectar a existência de uma
relação entre a formação do indivíduo e uma maior ou menor resistência às novas tecnologias,
bem como levantar possíveis diferenças quanto ao nível de tecnofobia entre consumidores de
produtos de informática e estudantes de educação. Uma amostra de 50 sujeitos divididos em
dois grupos, 25 estudantes de pedagogia e 25 consumidores de informática, responderam a um
questionário elaborado pelo autor com um total de 22 questões, que serviram para determinar
como os sujeitos se sentem quando precisam utilizar computadores ou produtos tecnológicos;
para verificar quais as formas utilizadas na aprendizagem de informática; os contatos que
tiveram com equipamentos tecnológicos na escola; e suas atitudes como consumidores frente
a novos lançamentos tecnológicos. O presente trabalho abordou uma provável relação entre
alguns aspectos psicológicos dos consumidores, com sua maior ou menor resistência às novas
tecnologias, particularmente no que se refere às suas atitudes, seus valores, seus estilos de
vida, suas motivações, preferências e aversões. Os resultados apresentados indicaram, de
modo geral, que os estudantes apresentam níveis de tecnofobia não muito superiores aos dos
consumidores porém, enquanto grupo, suas atitudes são conservadoras em relação à novas
tecnologias, levando-os a manterem-se afastados destas.
A relação da pesquisa de Veiga com o presente estudo esta na análise de valores dos
consumidores em relação a novas tecnologias.
2.3 SUMÁRIO CONCLUSIVO DO CAPÍTULO
Neste capítulo promoveu-se o levantamento de temas como Fatores Críticos de
Sucesso, Ciclo de Vida do Produto além do modelo Cadeias Meios-fim.
Alguns trabalhos aqui relacionados permitem uma visão mais completa do tema a
partir de diferentes tendências e metodologias.
3 REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capítulo serão abordados os referenciais teóricos utilizados para o
desenvolvimento e análise do tema. Os referenciais presentes nessa dissertação são:
Fatores Críticos de Sucesso – FCS
Ciclo de Vida de Produto – CVP
Cadeias Meios-fim – MEC
Lista de Valores – LOV
A estrutura e abrangência dos referenciais utilizados podem ser visto na Figura 5
abaixo:
Figura 5 – Contexto dos Referenciais Teóricos.
Fonte: Elaboração própria.
68
3.1 FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO
3.1.1 Introdução
Em um mundo empresarial de complexidade crescente, os gerentes necessitam cada
vez mais de acesso às informações relacionadas ao seu papel na empresa e às suas
responsabilidades particulares. Um método para determinar precisamente as informações
necessárias é o método dos Fatores Críticos de Sucesso (Critical Success Factors – CSF).
Fatores críticos de sucesso definem as áreas de performance que são essenciais para a
organização completar sua missão. Desta forma, qualquer atividade ou iniciativa que a
organização toma, deve assegurar consistente alta performance nessas áreas; caso contrário, a
organização pode o completá-la (CARALLI, 2004). Segundo o mesmo autor, Bullen e
Rockart (1981) proveram um sumário de definições de FCS:
a) Áreas-chave de atividades nas quais os resultados favoráveis são absolutamente
necessários para alcance das metas;
b) Áreas-chave aonde tudo deve funcionar bem para o negócio prosperar;
c) Fatores que são críticos para o sucesso da organização;
d) Áreas-chave de atividades que devem receber constante e cuidadosa atenção da
gerência; e
e) Um número relativamente pequeno de assuntos verdadeiramente importantes, nos
quais um gerente deve focar sua atenção.
O conceito de fatores críticos de sucesso é utilizado há muito tempo: Aristóteles
expressou a idéia de que os líderes deviam criar poucas e simples metas para suas
organizações e ressaltou que as organizações que assim o fizeram, obtiveram melhores
resultados do que as que o o fizeram. Da mesma forma, o Barão Von Clausewitz,
escrevendo ao staff sobre os princípios da guerra, definiu um deles como sendo a
“concentração de forças”: segundo ele, os “maus generais” pulverizavam suas forças pelo
campo de batalha, enquanto os “bons generais”, de forma a garantir a vitória, concentravam
suas forças nas poucas batalhas críticas que precisavam ser vencidas.
Segundo Caralli (2004), o conceito de identificar e aplicar os FCS para os problemas
de negócios o é um revolucionário novo campo de trabalho, tendo sido apresentado na
69
literatura gerencial por de D. Ronald Daniel em seu artigo Management Information Crisis.
Daniel, apud Rockart (1979), sugeriu que, para ser efetivo e evitar o excesso de informações,
o sistema de informações de uma organização deve estar focado nos fatores que determinam o
sucesso da organização. John Fralick Rockart, diretor do Center for Information Systems
Research da Sloan School of Management Massachusetts Institute of Technology
expandiu o trabalho de Daniel no desenvolvimento dos fatores críticos de sucesso: em seu
estudo, Rockart (1979) citou a existência de quatro diferentes abordagens para determinar as
necessidades de informação dos executivos: método por produto, abordagem nula, método de
indicadores-chaves e método de estudo completo:
a) Método por produto – pouca atenção nas reais necessidades do executivo chefe: os
sistemas de informação são desenvolvidos com foco nos sistemas operacionais
necessários à burocracia da organização folha de pagamento, contas a pagar,
inventário, etc.;
b) Abordagem nula defende a idéia de que, como os relatórios gerados pelo método
por produto o têm utilidade, os executivos chefes devem depender de
informações verbais geradas por conselheiros;
c) Método de indicadores-chaves baseado na coleta das informações indicadores-
chaves da “saúde” da organização, geração de relatórios de exceção dos
indicadores em que a performance difere significativamente dos resultados
esperados e a expansão contínua melhores, mais baratos e mais flexíveis de
técnicas gráficas e de visualização dos resultados; e
d) Método de estudo completo uma grande quantidade de executivos é questionada
sobre seu ambiente, objetivos, decisões chaves e as necessidades de informação
resultantes, compilados na forma matricial de interações, de forma a desenvolver o
entendimento completo do negócio e das informações necessárias para gerenciar o
mesmo, que são comparadas com o sistema de informações existente na
organização.
Os sistemas necessários para prover as informações que não estão disponíveis são
então listados e priorizados.
Rockart (1979) cita que todas estas abordagens têm vantagens e desvantagens: no
método por produto, o processamento é rápido, mas gera isolamento das informações que
podem ser necessárias aos executivos. A abordagem nula flexibilidade e agilidade num
70
ambiente mutável e diversificado, mas põe muito foco na relação com as pessoas e subestima
o controle gerencial da organização. O método de indicadores-chaves é objetivo, quantificável
e capaz de ser armazenado em bases computacionais, mas usualmente resulta em indicadores
com forte foco financeiro somente. O método de estudo completo permite identificar lacunas,
mas é caro, demorado e a quantidade de informações geradas é excessiva. Com base nesta
análise, Rockart (1979) propõe a utilização de uma quinta abordagem, na tentativa de sanar
alguns dos problemas citados, intitulada “Fatores Críticos de Sucesso” ou FCS.
Tendo sido apresentado ao meio empresarial por Rockart, no artigo intitulado “Chief
Executives Define Their Own Data Needs” da Harvard Business Review, em 1979, o método
dos FCS es sendo cada vez mais utilizado pelas organizações. Rockart define os Fatores
Críticos de Sucesso como algumas áreas de atividade chave, cujos resultados favoráveis são
absolutamente necessários para os gerentes atingirem seus objetivos. Resultados satisfatórios
nestas áreas irão assegurar uma performance competitiva de sucesso tanto para os indivíduos
como para os departamentos e organizações.
Devido a criticidade destas áreas de atividade, os gerentes devem ter as informações
apropriadas que os permitam determinar se os acontecimentos estão indo suficientemente bem
em cada área. O método desenvolvido por Rockart é um método empírico baseado em
entrevistas, que provê técnicas estruturadas que podem ser usadas por entrevistadores na
identificação dos FCS e na determinação das informações necessárias aos gerentes.
A maioria dos gerentes utiliza o conceito de FCS, mesmo que implicitamente. Uma
vez explicitados os FCS, as prioridades gerenciais e a alocação de recursos, especialmente o
tempo, poderão ser mais corretamente definidos. De acordo com Rockart, a identificação dos
FCS conduz os gerentes às informações que eles realmente necessitam. Os resultados obtidos
a partir das entrevistas com os gerentes poderão ser utilizados no planejamento e construção
de sistemas de informação gerenciais. Rockart considera este o principal propósito.
Rockart introduziu o conceito de FCS, inserindo-o na hierarquia dos conceitos de
gerenciamento. As palavras “fatores críticos de sucesso” tomaram seu lugar junto a outros
termos básicos relativos ao gerenciamento de organizações. Tanto quanto metas e objetivos,
os FCS aparecem em vários níveis na hierarquia gerencial, conforme mostrado na Figura 6 a
seguir.
71
Figura 6 – Hierarquia dos Conceitos de Gerenciamento.
Fonte: Adaptado de Bullen & Rockart (1981).
3.1.2 Conceitos Gerais Sobre FCS
Rockart desenvolveu alguns conceitos sobre FCS para o entendimento do seu papel no
processo de gerenciamento. Segundo Rockart (2001), muitos são os fatores que influem no
desempenho de uma empresa. Entretanto, apenas alguns poucos respondem pela maioria das
possibilidades de seu sucesso. Esses poucos fatores são sicos e vitais para a empresa e, por
isso, são denominados fatores críticos de sucesso - FCS. Estes são diferenciados entre as
organizações empresariais e estão diretamente relacionados aos seus negócios. Os FCS são
variáveis essenciais na adequabilidade do planejamento estratégico, na obtenção do alto
ORGANIZAÇÃO
Estratégias
+
Objetivos
Metas
FCS da
Organização
GERENTES INDIVIDUAIS
Metas
FCS
Medições
(Sistemas de
Informação)
Problemas
72
desempenho organizacional e na aplicação eficiente de recursos, sendo a sua gestão adequada
um dos requisitos fundamentais para o êxito empresarial.
Termos como metas e estratégia têm uma longa tradição na literatura sobre
gerenciamento. Suas definições são relativamente precisas e os conceitos bem entendidos. O
mesmo não acontece com os FCS: o que é ou não é um FCS para algum gerente em particular
é um julgamento subjetivo e requer alguma reflexão. Não existem algoritmos definidos para
ajudar os gerentes a encontrar seus FCS.
Sobre a importância dos FCS, Rockart enfatiza que, tão importante quanto a
determinação das metas que o gerente deseja atingir, é a determinação, de forma consciente e
explícita, da estrutura sica de variáveis que poderá influenciar o sucesso ou fracasso no
atingimento das metas. Estas variáveis são os FCS.
Rockart considera que os FCS estão relacionados às situações particulares de cada
gerente, e que certamente irão diferir de um gerente para outro de acordo com a sua
localização na hierarquia da organização. Os FCS também podem variar com mudanças no
ambiente da indústria, ou com problemas ou oportunidades de cada gerente. Os FCS não são
um conjunto padrão de medidas, algumas vezes chamado de indicadores chave”, que podem
ser aplicados em todas as divisões da empresa. Ao contrário, os FCS são áreas de maior
importância para um gerente em particular, de uma determinada divisão da empresa, em um
determinado período no tempo.
3.1.3 Dimensões dos Fatores Críticos de Sucesso
Os FCS podem ser classificados de acordo com três dimensões principais, que são:
internos ou externos, de monitoração ou de construção-adaptação, e de acordo com suas
fontes:
73
3.1.3.1 FCS Internos e Externos
A principal característica dos FCS internos é que eles tratam de assuntos e situações
que estão na esfera de influência e controle dos gerentes. Os externos, entretanto, estão
relacionados a situações geralmente sob menor controle dos gerentes. Por exemplo, a
disponibilidade ou preço de uma matéria prima é um FCS externo.
3.1.3.2 FCS de Monitoração ou de Construção-Adaptação
Os gerentes que estão orientados para resultados operacionais investem um esforço
considerável na busca e acompanhamento da performance da organização. FCS de
monitoração envolvem o exame minucioso de situações existentes. Tais FCS incluem
performance real versus orçamento, custo de produto, taxa de turnover, etc. Já os gerentes que
não estão diretamente envolvido nas operações do dia a dia, gastam mais tempo na construção
ou adaptação. Estas pessoas são orientadas ao planejamento e seu principal objetivo é
implementar programas de mudança para adaptação da organização a novas situações.
Exemplos desses FCS são esforços de treinamento ou programas de desenvolvimento de
novos produtos.
3.1.3.3 Fontes dos Fatores Críticos de Sucesso
Os FCS se originam de cinco fontes principais:
a) Da Indústria: Cada indústria possui um conjunto de FCS determinados por suas
características. Cada empresa da indústria deve prestar atenção a estes fatores;
b) Posição da Indústria e Estratégia Competitiva: Cada empresa em uma determinada
indústria ocupa uma posição individual, determinada por sua história e estratégia competitiva
adotada. Esta posição da empresa dentro da indústria determina alguns FCS. Como exemplo,
uma micro empresa quase sempre estará preocupada em proteger seu nicho de mercado dentro
da indústria. Semelhantemente, em uma indústria dominada por uma empresa majoritária, um
74
FCS para as demais empresas deverá ser o entendimento das estratégias da empresa líder e os
possíveis impactos;
c) Fatores Ambientais: Os fatores ambientais são aqueles sobre os quais a organização
tem pouco controle. Duas fontes ambientais de FCS muito óbvias são as flutuações na
economia e mudanças na política nacional. Algumas empresas são sensíveis a fatores como
tendências populacionais, mudanças regulatórias, variações nas fontes de energia e outros -
fatores sobre os quais a empresa não pode exercer gestão direta são aqueles relativos ao
ambiente no qual a empresa está inserida, como por exemplo, legislação ambiental e
tributária, e desempenho da economia global, nacional e do setor no qual a empresa esteja
inserida.
d) Fatores Temporais: Estes são os fatores que se tornam críticos para a empresa em
um período de tempo em particular devido a algum acontecimento extraordinário. Por
exemplo, a perda de um grande número de executivos em uma empresa pode gerar um FCS
de curto prazo “reconstruir grupo de executivos”.
e) Posição Gerencial: Cada gerência funcional tem um conjunto de FCS genéricos
associados. Por exemplo, quase todos os gerentes de produção estão preocupados com a
qualidade do produto.
Alguns exemplos práticos de classificação dos FCS:
Aquisição de empresas é um FCS externo e de construção, cuja fonte é a estratégia
competitiva;
Aquisição de Novos Talentos é um FCS interno, de construção, cuja fonte também
é a estratégia competitiva;
Moral dos Funcionários é um FCS interno, de monitoração, provavelmente
temporal, proveniente de algum problema em determinada área;
Nível da Taxa de Juros é um FCS externo, de monitoração, cuja fonte são fatores
ambientais.
75
A representação gráfica das dimensões dos fatores críticos de sucesso e os exemplos
citados pode ser visto na Figura 7 a seguir:
Figura 7 – Dimensões dos FCS.
Fonte: adaptado de Bullen e Rockart (1981).
3.1.4 Hierarquia dos Fatores Críticos de Sucesso
Com relação à natureza hierárquica, os FCS podem ser enquadrados em um dos quatro
níveis: FCS da Indústria, FCS da Empresa, FCS das sub-organizações (ou departamentos) e
FCS dos indivíduos.
3.1.4.1 FCS da Indústria
Os FCS da indústria afetam cada organização no desenvolvimento de suas estratégias,
objetivos e metas. Nenhuma empresa pode se dar ao luxo de desenvolver uma estratégia que
não seja direcionada aos principais FCS da indústria.
T
M
J
E
Externo Interno
De construção-adaptação
De monitoração
Fontes:
Indústria;
Posição e Estratégia;
Fatores Ambientais;
FatoresTemporais;
PosiçãoGerencial.
E – Aquisição de empresas;
T – Aquisição de novos talentos;
M – Moral dos funcionários;
J – Taxa de juros.
76
3.1.4.2 FCS da Corporação
Sucessivamente, as estratégias, objetivos e metas da organização levam ao
desenvolvimento de um conjunto de FCS para a corporação, de acordo com suas
circunstâncias específicas. Os FCS da corporação servem como entrada para a determinação
dos FCS para cada sub-organização (ou departamento). O processo continua pelos diversos
níveis hierárquicos existentes na organização.
3.1.4.3 FCS das Sub-Organizações ou Departamentos
Cada sub-organização é afetada, no desenvolvimento de suas estratégias, objetivos,
metas e FCS, pelo seu ambiente particular e características temporais, assim como pelas
estratégias, etc. do nível organizacional imediatamente superior.
3.1.4.4 FCS dos Indivíduos
Os gerentes de cada nível organizacional também possuem seus FCS individuais, que
dependem fortemente do seu papel na organização e de fatores temporais, e menos fortemente
das características da indústria e ambientais.
Em resumo, os FCS da indústria influenciam fortemente os FCS de cada empresa
(organização). Os FCS das empresas têm um papel significante na determinação dos FCS do
CEO e outros executivos de alto nível da empresa. Cada executivo, entretanto, terá os seus
FCS individuais, dependendo de seu papel e responsabilidades na empresa. Esta influência
top-downé repetida a cada nível sub-organizacional, como pode ser observado na Figura 8
a seguir:
77
Figura 8 – Hierarquias dos FCS.
Fonte: adaptado de Bullen e Rockart (1981).
3.1.5 Aplicações dos Fatores Críticos de Sucesso
Após a apresentação dos conceitos sobre FCS e do seu relacionamento com outros
conceitos de gerenciamento, Rockart apresenta as três principais aplicações do conceito:
1. Ajudar os gerentes individuais na identificação das informações que eles
necessitam;
2. Auxiliar a organização no processo de planejamento estratégico, no planejamento
de longo prazo e anual;
3. Auxiliar a organização no processo de planejamento dos sistemas de informação.
FCS da Indústria
FCS da Corporação
EMPRESA
Estratégias,
Objetivos e Metas
FCS do
Departamento
DEPAR
TAMENTOS
Estratégias, Objetivos
e Metas
FCS dos Indivíduos
INDIVÍDUOS
Metas
Fatores Ambientais
Fatores Temporais
Posição Gerencial
78
A primeira aplicação a identificação das informações que os gerentes necessitam
foi discutida em um artigo de Rockart intitulado “Chief Executives Define Their Own Data
Needs”, de 1979, servindo de base para seu outro artigo “A Primer on Critical Success
Factors”, em que Bullen e Rockart (1981) enfatizam o uso dos FCS no planejamento de
sistemas de informação.
Caralli (2004) cita que uma pesquisa sobre o uso dos FCS no programa de
gerenciamento do Governo dos Estados Unidos identificou seu uso em:
a) Identificação dos principais problemas da gerência sênior;
b) Auxílio no desenvolvimento de planos estratégicos;
c) Identificação das áreas-chave em cada fase do ciclo de vida de projetos e das
principais causas de falhas de projeto;
d) Avaliar a confiabilidade do sistema de informações;
e) Identificar riscos e oportunidades de negócios; e
f) Medir a produtividade das pessoas.
Verstraete (2000) compilou algumas definições na literatura sobre FCS, conforme
mostrado na Tabela 11 a seguir:
79
Autor(es) Citação Definição
Hofer &
Schendel
Strategy Formulation:
Analytical Concepts,
West Publishing, 1978
Os FCS são as variáveis graças as quais a gerência pode influenciar,
por sua decisão, de forma significativa, a posição de cada firma em
uma indústria. Esses fatores variam geralmente de uma indústria para
outra, mas no interior de uma indústria em particular, eles derivam da
interação de dois tipos de variáveis: as características econômicas e
tecnológicas do setor e as armas competitivas sobre as quais
diferentes firmas do setor construíram suas estratégias.
Boynton &
Zmud
(não presente nas
referências
bibliográficas do
artigo), 1984
FCS é o nome das coisas que devem andar bem para assegurar o
sucesso de uma organização ou de um gerente; as competências em
que há a necessidade de atenção especial e constante para obter alta
performance.
Leidecker &
Bruno
Identifying and Using
Critical Success
Factors, Long Range
Planning, 17 (1) 1984
FCS são as características, condições ou variáveis que, se
corretamente seguidas, mantidas e geradas, podem ter um impacto
significativo sobre o sucesso de uma firma de um determinado setor.
Bouquin Le Contrôle de
Gestion, PUF, 1994
São chamados FCS a tudo sobre o que a empresa conta para atingir
seus objetivos de longo prazo de resistir às forças do setor investigado
(as cinco forças da tipologia de Porter) para ser competitiva em seu
grupo estratégico e não submeter-se à concorrência de outros grupos.
Ou, ao contrário, se viável, preparar a passagem para um outro grupo.
Os FCS podem aparecer de duas formas:
Barreiras que conferem à empresa uma vantagem competitiva; e
Performances críticas que, sem dar à empresa uma vantagem distinta,
lhe permite propor uma oferta genérica de resultados conforme seus
objetivos, performance tal que, sua insuficiência ou sua degradação,
levará à eliminação da firma ou comprometimento de sua posição.
Kœnig Management
Stratégique, Vision,
Manoeneuvre et
Tactiques, Nathan,
1990
Elementos constituintes do êxito em um setor, durante um período de
sua história.
Atamer &
Calori
Diagnostic et
Décisions
Stratégiques, Dunod,
1993
Um FCS é um elemento de oferta que tem valor para os clientes
(usuários, distribuidores, especificadores) e um conhecimento e/ou
vantagem de custo essencial em uma cadeia de concepção – produção
– e distribuição do produto (ou serviço) que permite criar uma
vantagem competitiva.
Stratégor Interréditions, 1993 Elementos sobre os quais se fundamenta prioritariamente a
concorrência, correspondente às competências que são necessárias
controlar para ter performance.
Tabela 11 – Algumas definições de FCS.
Fonte: Adaptado de Verstraete (2000).
De acordo com Jenster (1987), em um estudo realizado entre 128 fábricas, aquelas
com maior ROE (Return on Equity):
1. Identificaram formalmente seus FCS;
2. Utilizavam os FCS na monitoração e implementação da estratégia; e
3. Utilizavam relatórios integrados e sistemas de informação.
80
Outras empresas descobriram que os FCS, quando formalmente identificados,
informam implicitamente aos gerentes de alto nível as prioridades e direcionam o esforço da
organização. Tendo este cenário para interpretação das prioridades e premissas, os
empregados estarão mais capacitados na execução de um planejamento a longo prazo.
3.1.6 Determinação das Informações que os Gerentes Necessitam
O método desenvolvido por Rockart é um método empírico baseado em entrevistas,
que provê técnicas estruturadas que podem ser usadas por entrevistadores na identificação
dos Fatores Críticos de Sucesso. Cada gerente tem a liberdade de escolher seus FCS, que o
posteriormente confrontados para verificação das interseções.
A abordagem dos FCS na identificação das informações necessárias aos gerentes foi
introduzida por Rockart, e desenvolvida por um grupo de pesquisas do MIT. Cada gerente
está individualmente inserido em um contexto, seja da corporação como um todo ou de seu
departamento. Uma vez definidas as estratégias, objetivos e metas nos veis superiores, cada
gerente individual deverá levá-las em consideração na definição de suas próprias metas. Estas
metas são o pano de fundo para a determinação dos FCS. Após a definição dos FCS, deverão
ser realizadas medições para a determinação do status de cada FCS. O próximo passo é o
desenvolvimento de relatórios que conterão o último valor de cada medida, e o planejamento
e desenvolvimento de bases de dados que suportarão estes relatórios. Este processo Top-
Down é mostrado no diagrama da figura 9 a seguir:
81
Figura 9 – Processo dos FCS utilizado na determinação de informações.
Fonte: Bullen e Rockart (1981).
À medida que caminhamos neste processo, percebemos que o foco no negócio muda
para um foco mais voltado para a elaboração de sistemas de informação. De um ponto de vista
mais pragmático, de acordo com Rockart, o conceito de FCS é mais utilizado no planejamento
de sistemas de informação, que é a terceira aplicação citada anteriormente.
EMPRESA
Estratégia, Objetivos e Metas
DEPARTAMENTOS
Estratégia, Objetivos,
Metas e FCS
GERENTES INDIVIDUAIS
Metas
FCS
Medições
Relatórios
Base de Dados
82
3.1.7 FCS no Planejamento Empresarial
Existem muitas possibilidades de uso dos FCS no planejamento. Por exemplo, os FCS
da Indústria podem ser utilizados na determinação da estratégia da Empresa, conforme Bullen
e Rockart (1981). Da mesma maneira, os FCS da Empresa e departamentos são inputs
significativos para o processo de planejamento de curto prazo. os FCS dos indivíduos são
úteis na elaboração de planos de ação anuais.
Ainda no nível gerencial individual, os FCS são úteis no planejamento. Após a
determinação das metas de cada gerente, a definição dos FCS levará a um aperfeiçoamento na
alocação de recursos, que poderão ser direcionados para programas e atividades com ênfase
nas áreas críticas.
A aplicação do conceito de FCS na implementação estratégica incorpora uma nova
ferramenta analítica para ajudar os gerentes na descoberta das áreas de negócio que devem ser
analisadas e, conseqüentemente, dos projetos a selecionar.
3.1.8 FCS no Planejamento de Sistemas de Informação
Rockart afirma que o conceito de FCS é usado principalmente como uma técnica para
auxiliar no planejamento de sistemas de informação. O procedimento apresentado por Rockart
para o planejamento de sistemas de informação consiste nos seguintes passos:
1. Conduzir entrevistas com os principais gerentes de acordo com o método de
entrevistas desenvolvido por Rockart – para identificação dos FCS de cada um;
2. Analisar os resultados obtidos de cada entrevista. Os FCS de cada gerente devem
ser mapeados, com o objetivo de identificar os FCS em comum, ou que tenham
sido levantados por mais de um gerente. A intercessão dos FCS dos gerentes de
alto nível deverá ser o conjunto de FCS da organização;
3. Cada um dos FCS identificados para a organização indicará uma ou mais bases de
dados ou sistemas de processamento de dados que deverão ser priorizados no
processo de desenvolvimento dos sistemas de informação; e
4. As informações que os gerentes necessitam, obtidas a partir dos FCS, deverão ser
introduzidas no processo de planejamento regular dos sistemas de informação.
83
O método dos FCS no planejamento dos sistemas de informação proporciona aos
gerentes uma reflexão sobre suas reais necessidades de informação. Na realidade tecnológica
em que as empresas estão inseridas nos dias atuais, com a disponibilidade cada vez maior de
informações, muitas delas inúteis e desnecessárias, esta reflexão é fundamental.
Uma outra vantagem do método dos FCS no planejamento de sistemas de informação
é o seu foco na definição das informações que suportam as necessidades de todos os gerentes
de alto vel. Como pode ser extremamente dispendioso a construção de bases de dados
individuais para cada um dos executivos, a utilização do método dos FCS facilita o
desenvolvimento do sistema de informações.
Muito embora Rockart tenha enfatizado a entrevista com os gerentes da organização
como método de identificação dos FCS, ele afirma que podem ser necessárias informações
externas na sua determinação: informações sobre a estrutura de mercado, sobre a percepção
dos clientes e tendências identificadas em alguma característica podem ser relevantes. Muitos
FCS exigem ainda a coordenação de muitos grupos de dados dispersos pela organização.
Com relação ao objetivo do presente trabalho, que é a identificação dos FCS no
lançamento do IPTV pelas operadoras de telefonia no Brasil, pretende-se desdobrar o conceito
utilizado para o planejamento empresarial no método utilizado na identificação das relações
entre benefícios e valores para os clientes, ao realizar uma coleta de dados por meio de
questionários direcionados aos Gerentes, supervisores e corpo técnico das Operadoras de
telefonia no Brasil (ANEXO IV) e uma amostra de estudantes universitários usuários de TV
por assinatura tradicional e serviço de banda larga para internet (ANEXO V).
3.2 CICLO DE VIDA DO PRODUTO
O ciclo de vida do produto CVP - é tratado por diversos autores (PORTER, 1986;
KEPPLER, 1996 e BAXTER, 2003). A análise da curva de vida dos produtos tem por
objetivo diagnosticar a linha de produtos da empresa, determinando a fase de vida de cada um
deles: aqueles que atingiram a maturidade, mantêm suas vendas constantes durante algum
tempo e, após isso, entrarão em declínio. Nesse momento, é necessário planejar a reposição
dos mesmos.
O modelo do ciclo de vida do produto foi utilizado por Porter (1986) como forma de
analisar o desenvolvimento de uma indústria e determinar os prognósticos de sucesso em cada
84
etapa de seu ciclo. Seu conceito consiste na hipótese de que uma indústria ou produtos
individuais atravessam várias fases ou estágios – introdução, crescimento, maturidade e
declínio. Estes estágios são definidos por pontos de modulação no índice de crescimento das
vendas da indústria. O crescimento da indústria segue uma curva em forma de “S” devido ao
processo de inovação e difusão de um novo produto. A fase introdutória horizontal de
crescimento da indústria reflete a dificuldade de superar a inércia do comprador e estimular os
testes do novo produto. A penetração dos compradores em potencial do produto é finalmente
alcançada, fazendo com que o crescimento rápido estacione e nivele-se a um índice básico de
crescimento do grupo de compradores relevantes. Finalmente, o crescimento se reduzirá,
conforme forem aparecendo novos produtos substitutos.
Kotler (1999) define ciclo de vida do produto como “o curso das vendas e dos lucros
de um produto durante seu tempo de vida, envolvendo cinco estágios distintos:
desenvolvimento, introdução, crescimento, maturidade e declínio”. Diferentemente de Porter,
que divide o ciclo de vida em quatro estágios (introdução, crescimento, maturidade e
declínio), o autor salienta a fase em que a empresa elabora o produto, onde apresenta vendas
iguais a zero e altos investimentos. Segundo ele, o modelo é importante como uma forma de
auxílio para que profissionais de marketing possam entender o mercado, mas que não deve ser
empregado para prever o desempenho de um produto ou para desenvolver estratégias de
marketing, por não oferecer mecanismos suficientes para que se avalie o momento preciso em
que um produto muda de estágio, ou mesmo o que deve ser esperado como satisfatório em
termos de vendas ou desempenho em uma determinada fase.
Segundo Kotler (1999), a fase da introdução pode ser caracterizada por:
volume baixo de vendas;
custo alto para o consumidor;
lucros negativos;
consumidores com perfil inovador; e
número reduzido de concorrentes.
Quanto aos objetivos de marketing, Kotler os define como a criação de consciência e
estímulo à experimentação do produto. O autor recomenda como estratégias nesta fase:
oferecer produto básico;
usar fixação de preços com margem sobre os custos;
85
fazer distribuição seletiva;
criar conscientização do produto entre os adotantes iniciais e distribuidores; e
fazer fortes promoções de venda para suscitar a experimentação.
Klepper (1996) desenvolveu um modelo para explicar algumas regularidades sobre
como as entradas, saídas, a estrutura do mercado e a inovação variam desde o nascimento de
uma indústria tecnologicamente progressiva até a sua maturidade. Este modelo enfatiza as
diferenças na capacidade de inovação das empresas e a importância do tamanho das mesmas
na apropriação do retorno decorrente da inovação. O modelo de Klepper também explica as
regularidades na relação entre o tamanho das empresas e o esforço de inovação das mesmas, a
produtividade inovadora, os custos e a lucratividade. Quando uma indústria é nova no
mercado, há muitas entradas de empresas nesta indústria, as empresas oferecem muitas
diferentes versões do produto, a taxa de inovação do produto é alta e o market share varia
rapidamente.
Apesar do crescimento contínuo do mercado, a entrada de novas empresas diminui, as
saídas ultrapassam as entradas e um esvaziamento no número de produtores. A taxa de
inovação do produto e a diversidade de versões competitivas do mesmo decaem, e um esforço
maior é dedicado à melhoria dos processos produtivos. O market share então se estabiliza.
Este modelo de evolução é conhecido como Ciclo de Vida do Produto (PLC).
Segundo Klepper (1996), embora muitos autores tenham contribuído para este tema,
talvez o mais relevante tenha sido William J. Abernathy e James M. Utterback. Eles
descreveram o ciclo de vida do produto como sendo guiado pelo modo como as novas
tecnologias evoluem. Eles enfatizaram que, quando um produto é introduzido, há uma
incerteza considerável sobre as preferências do usuário (mesmo entre os próprios usuários) e
os meios tecnológicos de satisfazê-los. Como resultado, muitas empresas produzindo
diferentes variantes do produto entram no mercado e a competição é focada na inovação do
produto. À medida que os usuários experimentam as versões alternativas do produto e as
empresas aprendem sobre a melhoria do mesmo, as oportunidades de melhoria do produto se
esgotam e um produto padrão, também chamado projeto dominante (dominant design) vem à
tona. As empresas que não tiverem a capacidade de produzir eficientemente este projeto
dominante sairão do mercado, contribuindo para um esvaziamento no número de produtores.
O esgotamento das oportunidades de melhoria no produto, juntamente com a dependência do
projeto dominante, levam a um decréscimo na inovação do produto. Isto por sua vez reduz o
medo dos produtores com relação a investimentos no processo produtivo, visto que este
86
processo passa a ter um menor risco de se tornar obsoleto devido a mudanças tecnológicas no
produto.
Embora esta visão tenha ajudado a popularizar o conceito de ciclo de vida do produto,
ela está baseada no conceito de projeto dominante, um conceito impreciso que não parece se
aplicar a todos os novos produtos, especialmente quando o gosto do comprador é
diversificado (PORTER, 1986). Além disso, esta visão incorpora algumas premissas
questionáveis sobre mudanças tecnológicas. Ela assume que a inovação do produto e do
processo está ligada e que as empresas não irão se voltar para o processo produtivo até que a
inovação do produto tenha diminuído suficientemente.
A visão voltada para o projeto dominante também minimiza a influência da demanda
da indústria no incentivo à inovação, atribuindo a redução na inovação do produto e aumento
na inovação do processo totalmente ao esgotamento das oportunidades para inovação do
produto e ao aparecimento do projeto dominante.
Keppler (1996) propôs uma nova explicação para o Ciclo de Vida do Produto, ao
identificar regularidades empíricas que o caracterizam, construindo um modelo para explicar
tais regularidades: o modelo proposto por Keppler sustenta o ciclo de vida do produto com
duas forças principais. Uma delas é que a habilidade de apropriação dos resultados de P&D
em processos depende do tamanho da empresa. A outra é que as empresas possuem diferentes
tipos de competências que as levam a diferentes tipos de inovações no produto.
Numa empresa que produz uma variedade de produtos, operando dentro de uma
variedade de estruturas de mercado, uma importante necessidade de desenvolver métodos
para aplicar os limitados recursos da melhor maneira possível. O conceito de ciclo de vida
aparece de modo apropriado a este respeito. Tanto em sua forma estrutural quanto em sua
forma quantitativa, o modelo de ciclo de vida do produto enfatiza o exame da evolução do
mesmo, no qual a atual posição do produto é avaliada em relação ao seu passado e seu futuro.
87
3.2.1 Prognósticos do ciclo de vida do produto
Segundo Porter (1986), na dinâmica evolutiva das indústrias, embora haja
especificidades quanto à velocidade e quanto à intensidade, variando de indústria para
indústria, há processos que são previsíveis e que ocorrem em todas elas. Dentre eles os
principais são:
mudanças a longo prazo no crescimento;
mudanças nos segmentos de compradores atendidos;
aprendizagem dos compradores;
redução da incerteza;
difusão de conhecimento patenteado;
acúmulo de experiência;
expansão ou retração na escala;
alterações nos custos da moeda e dos insumos;
inovação no marketing;
inovação no processo;
mudança estrutural nas indústrias adjacentes;
mudanças na política governamental; e
entradas e saídas.
A duração dos estágios varia de indústria para indústria, conseqüentemente, também
varia o perfil de sua curva representativa. A natureza da concorrência em cada estágio é
diferente em indústrias diferentes (PORTER, 1986).
3.3 VALORES DO CONSUMIDOR
Com o objetivo de complementar o estudo sobre os FCS no lançamento do IPTV
buscou-se uma análise exploratório do comportamento de futuros consumidores através da
identificação de quais valores são satisfeitos com os benefícios deste serviço.
O conceito de valor esta relacionada à diferença entre o valor total para o cliente e o
custo total para o cliente. Segundo Kotler (2000), “o valor total para o cliente é o conjunto de
88
benefícios que os clientes esperam de um determinado produto ou serviço. O custo total para
um cliente é o conjunto de custos que os consumidores esperam incorrer para avaliar, obter,
utilizar ou descartar um produto ou serviço”.
O conceito de valor para este estudo está relacionado com a crença que um estado
existencial ou uma conduta específica é pessoalmente ou socialmente preferível à outra
(ROKEACH, 1973). Essa idéia está ligada à priorização, na vida dos indivíduos, de certos
aspectos em detrimento de outros.
3.3.1 Análise histórica dos valores
O ser humano, enquanto agente participante de sua própria sobrevivência, toma
decisões ao longo da vida. Todas essas decisões tomadas são resultantes de uma confluência
de processos sociais, pessoais, ambientais e econômicos, que exercem alguma influência,
determinando o comportamento dos indivíduos.
Muitos estudos procuram explicar esse fato como decorrência da cultura ou de
aspectos diretamente ligados a ela. Existem muitas definições para cultura que devem ser
entendidas como “... a personalidade de uma sociedade.”; ou ainda como “... a acumulação de
significados, rituais, normas e tradições compartilhadas entre os membros de uma organização
ou sociedade” (SOLOMON, 2002 apud KAMINSKI, 2004).
Todos esses entendimentos servem para a construção de um fundamento que irá atuar
sobre os comportamentos e atitudes das pessoas. São os chamados “valores pessoais”, que
todos os consumidores, enquanto pertencentes a um grupo social, possuem.
Clawson e Vinson (1978) fazem uma rápida descrição das concepções de valor em
diferentes disciplinas e ao longo do tempo. Os autores procuram resgatar concepções que de
alguma forma contribuíram para o conhecimento atual que se tem sobre o tema.
Reflexões sobre valores já apareciam quando filósofos, como Aristóteles e Kant,
discutiam estética, ou quando Platão, Rousseau ou Hobbes tratavam de questões ligadas a
problemas governamentais, administração do Estado, e da responsabilidade dos cidadãos
nesse contexto. Contudo nenhuma teoria geral significativa sobre valores foi efetivamente
estruturada. Buridan, no século XIV, reforçava a idéia original de Aristóteles que a medida do
valor é dado pela utilidade dele na satisfação dos desejos e necessidades do homem
(CLAWSON; VINSON, 1978 apud KAMINSKI, 2004).
89
Samuel Pufendorf (1632 1694) propunha que o preço ou valor que se dá a uma ação
ou coisa varia em relação ao esforço necessário para consegui-la, diretamente ou
indiretamente às necessidades, conveniências ou prazeres da vida humana (CLAWSON;
VINSON, 1978 apud KAMINSKI, 2004).
Em 1680 Nicholas Barbon, refutava a perspectiva de que fins econômicos têm que ser
obrigatoriamente tangíveis e que prazer ou dor têm que ser físicos. Na mesma perspectiva,
Galiani, em 1975, dizia que o desejo por ser distinto na sociedade a que se pertence, seja por
títulos, notabilidade, seja ou autoridade, é mais forte que o desejo por luxúria, prazeres carnais
que, por sua vez são, desejos mais fortes que o desejo por comida (GEORGESCU-ROGN,
1968 apud KAMINSKI, 2004). Jeremy Bentham (1748-1832), deu uma importante
contribuição para a interpretação hedonística e instrumental do comportamento. Em seu livro
“Introdução aos Princípios da Moral e Legislação” é reforçada sua crença que os valores
culturais tanto quanto as ações instrumentais, relacionadas às condutas diárias, são no final
das contas aprendidas através do esforço ou da inibição, o que ele chamou de princípio da
utilidade. Enquanto um valor é útil, ele é reforçado, se vai perdendo sua utilidade ou não tem
utilidade, é inibido e tende a ser deixado de lado (CLAWSON; VINSON, 1978 apud
KAMINSKI, 2004).
Reflexões exclusivamente sobre valores emergiam na Alemanha, no início do século
XIX. O problema básico nas discussões abordadas por uma perspectiva filosófica era se os
valores o objetivos ou subjetivos. A objetividade, em essência, dizia que os valores são
independentes do sujeito ou de uma avaliação por parte da consciência. Já a posição contrária,
de quem defendia a subjetividade dos valores, era que a validade e a existência dos mesmos
estava ligada ao sujeito que fazia sua própria avaliação do mundo.
Entre os pensadores que apoiavam a visão objetiva dos valores, Hartmann e Scheler se
destacavam. Hartmann (1967) abordava a concepção de valor em termos estritamente lógicos,
nos quais o que fornece base aos valores é uma propriedade do conceito de preferência pelos
objetos. Scheler (FRONDIZI, 1963) contrapunha os Subjetivistas com o argumento de que, se
todos os valores eram relativos à vida, ela mesmo, não poderia possuir nenhum valor. Sugeria
que uma das características dos valores era a imutabilidade. Em relação ao indivíduo eles o
são dependentes de nenhum ato, de sua natureza, de sua história, das relações sociais,
biológicas ou puramente de aspectos individuais.
Ainda segundo Scheler, além de os valores serem independentes de quem os carrega,
ele sustentava que existia uma hierarquia entre os valores, em que “... nós preferimos um
modo de ação, uma coisa, um modo de comportamento a outro: como nós preferimos um
90
dado valor a outro, independente de quem os carrega.” (FRONDIZI, 1963 apud KAMINSKI,
2004).
Os filósofos que acreditavam na objetividade dos valores consentiam que a avaliação
fosse realmente subjetiva. Porém, uma diferença entre avaliação e valor. Frondizi afirmava
que o valor é antecedente à avaliação. Sem valores como as pessoas poderiam avaliar?”
(FRONDIZI, 1963 apud KAMINSKI, 2004).
Dorothy Lee apud Maslow (1954) clareou a lógica dos valores como orientação para
determinado comportamento mostrando a existência de uma face muitas vezes irracional. A
antropóloga realizou um estudo na Nova Guiné, onde analisou o processo de colheita de
comida realizada pela comunidade Aparesh. Apesar de estrutura de o processo de colheita,
aparentemente, ser ineficiente do ponto de vista da produção de alimentos, era eficiente do
ponto de vista dos valores relativos às suas vidas.
Algumas das contribuições mais significativas dos valores nos estudos sociológicos
envolvem as seguintes áreas: mensuração e técnicas quantitativas, análise da variabilidade dos
padrões, diferenciação social, volubilidade dos conteúdos na educação, trocas na sociedade,
regras de socialização e sua implicação no comportamento social. Destaca-se a teoria do
valor, a organização dos sistemas de valores e a função dos valores no comportamento social.
Esta teoria desenvolvida por Milton Rokeach (1973) será a base desta pesquisa para a
identificação de valores em relação ao serviço IPTV.
Segundo Clawson e Vinson (1978) de maneira generalizada os psicólogos
preocuparam-se principalmente em debruçar-se sobre os construtos como atitude e motivação
do indivíduo. Contudo, em 1920, Thomas e Znaniecki chamaram a atenção para a
importância dos valores, definindo-os como elementos sociais impostos sobre os indivíduos,
como algo determinante, provocando suas reações.
Outro marco inicial para as análises da psicologia sobre os valores, foi a tradução para
o inglês do livro Types of Humans de Spranger (1928). Esse autor observava que os valores
são refletidos em todos os comportamentos humanos e ainda propôs uma tipologia que
classificava os homens em seis grupos, segundo sua personalidade. Os valores podiam ser
agrupados em sistemas, de forma que representassem a personalidade do homem, com
tendências a ser econômico, estético, político, religioso, social ou teórico. Spranger
concordava que todos esses tipos existiam em mesmo homem com a predominância de um
deles, conforme sua personalidade impunha.
Em 1942, Kurt Lewin conduziu pesquisas utilizando um instrumento que tratava
valores, aplicado a uma mistura de quatro atributos de produtos e de quatro valores pessoais
91
consumo, saúde, gosto e status. O autor procurava respostas a perguntas como: “Quais os
valores desses grupos?”, “Quais são as comidas específicas ligadas a cada valor?”
(CLAWSON; VINSON, 1978 apud KAMINSKI, 2004).
Muitos dos Estudos atuais que relacionam valores e consumo (KAMAKURA e
NOVAK, 1991,1992) são embasados no conceito de valores proposto por Rokeach (1973).
3.3.2 Definição do conceito de valores Pessoais
Na busca do entendimento do comportamento humano, valores humanos e sistemas de
valores têm sido objetos de estudo mais aprofundados, como hipótese explicativa de tais
Comportamentos. A questão relacionada a esse fato é: por que o ser humano comporta-se de
determinado modo? Isto é, o que explica que indivíduos tenham determinadas atitudes frente
a determinadas situações? Como os estímulos que se encontram nos objetos desencadeiam
reações e como eles são percebidos por esses indivíduos? Muitos cientistas sociais acreditam
que os valores humanos podem ajudar a explicar o fenômeno comportamental pela sua
relação de causualidade com o mesmo (CLAWSON; VINSON, 1978 apud KAMINSKI,
2004).
A seguir serão apresentadas algumas definições sobre valores mais alinhadas com o
propósito do presente estudo.
Schwartz e Bilsky (1987) definem que, “... valores são representações cognitivas de
requisições humanas universais: necessidades biológicas, necessidades de interações sociais e
demandas institucionais aos indivíduos”.
Segundo Rokeach (1973): “um valor é uma crença duradoura que um modo específico
de conduta (valor instrumental) ou estado final de existência (valor terminal) é pessoalmente
ou socialmente preferível a um modo de conduta ou estado final de existência oposto ou
diferente”.
Todas as relações do homem com a realidade que o cerca, de alguma forma, são
influenciadas em menor ou maior grau pelos seus valores. Eles acabam servindo como uma
maneira de entender o mundo, e como guia para se tirar conclusões, tomar decisões e definir
conceitos. Por meio dessa concepção pode-se reforçar a importância dos valores enquanto
elementos centrais da estrutura cognitiva do indivíduo, que os mesmos permeiam
completamente a mesma (CLAWSON; VINSON, 1978 apud KAMINSKI, 2004).
92
Rockeach (1973) afirma que as pessoas usam seus valores aprendidos culturalmente
para ajudar a racionalizar sobre atitudes e comportamentos que poderiam de outra forma ser
pessoalmente ou socialmente inaceitáveis. Essa idéia também é transmitida por Schwartz e
Bilsky (1987) os quais caracterizam valores como (1) concepções ou crenças, (2) sobre
estados finais desejados ou comportamentos, (3) que transcendem situações específicas, (4)
guiando a seleção ou avaliação que as pessoas fazem.
Partindo da premissa que os seres humanos procuram suprir suas necessidades básicas
(de sobrevivência) ou necessidades relacionadas à satisfação pessoal (seus desejos), eles
utilizam como referência para selecionar o que serve e o que não serve dentro do universo de
possibilidades dispostas, os valores. Portanto, um valor tem maior importância quanto mais
útil for para resolver questões da dinâmica da vida do indivíduo. Isso leva a crer que, grandes
necessidades supridas resultam e reforçam grandes valores.
Um exemplo que ilustra essa idéia é da necessidade de se sentir seguro, livre de
qualquer violência. Para satisfazê-la, o valor segurança funciona como o propulsor de
comportamentos e atitudes. Comportamentos e atitudes que vão desde um alto investimento na
blindagem do veículo utilizado como transporte para o trabalho, como algo mais simples,
certificar-se que as janelas estão trancadas antes de dormir. É interessante e merece destaque a
idéia que o indivíduo pode preferir utilizar seus recursos na blindagem do seu carro, refletindo
a importância dada à segurança, ao invés de utilizar esses mesmos recursos para uma viagem
de lazer a um lugar que ele deseja conhecer, que seria uma atitude que reflete o valor diversão
na sua vida.
Valores estão mais relacionados com comportamento do que estão os traços da
personalidade. São mais centrais, menos numerosos e mais imediatamente relacionados à
motivação do que as atitudes (VALETTE-FLORENCE, 1986).
Existe uma relação bastante próxima entre valores e atitudes pela relação causal entre
os mesmos e o comportamento do indivíduo. A relação é tão próxima que chega a ser
confundida na maneira em que ocorrem. Kamakura e Novak (1992, p. 119) explicam a
diferença entre os dois: —Um valor refere-se a uma crença singular que transcende qualquer
objeto em particular, em contraste com uma atitude, que se refere a crenças relativas a um
objeto específico ou situação. Valores são mais estáveis e ocupam uma posição mais central
que atitudes no sistema cognitivo das pessoas.
De acordo com Rokeach (1974), pessoas adultas possuem centenas de tipos de atitudes
frente a objetos e situações específicas. Contudo, possuem apenas alguns valores instrumentais
e ainda menos, valores terminais.
93
Essa diferença entre o número de atitudes e valores sugere a idéia de que existe uma
estrutura hierarquizada de ligações entre os mesmos. A ligação cognitiva existente entre
atitudes e valores está situada ao longo de uma dimensão central-periférica de forma
psicologicamente consistente. A mudança de uma das partes influencia as outras de alguma
maneira, podendo causar grandes mudança em todo o sistema (CLAWSON; VINSON, 1978).
Rokeach encontrou várias combinações de valores instrumentais e finais
significativamente diferentes em pessoas de características sociais e econômicas extremamente
distintas (CLAWSON; VINSON, 1978). De acordo com Rokeach (1973), os valores são
culturalmente derivados, definindo, mantendo e regulando a estrutura social, dando a ela
coesão e estabilidade.
Como Kamakura e Mazzon (1991, p. 208) afirmam: “Valores são adquiridos e
organizados hierarquicamente num sistema de valor que os indivíduos utilizam como um plano
geral para resolver conflitos e tomar decisões”.
Um dos conceitos mais importantes da teoria de valores humanos de Rokeach (1973) é
que, uma vez aprendido, ele se torna parte de um sistema de valores em que cada um é
ordenado pela sua prioridade relativa aos outros. Isto leva a crer que a diferea entre culturas
pode ser explicada por uma hierarquia diferente de valores, ou o que foi chamado de sistema
de valores.
“Um sistema de valores é uma organização duradoura de crenças relacionadas a modos
preferíveis de conduta ou estados finais de existência ao longo de um continuum de
importância relativa“ (ROKEACH, 1973).
Ainda sobre a diferença entre sistemas de valores e valores, Schwartz e Bilsky (1987)
dizem que o impacto dos valores pessoais nas atitudes e no comportamento pode ser avaliado
de forma mais adequada com informações sobre o sistema de valores do indivíduo como um
todo, mais do que apenas por um único valor. As referências aos sistemas de valores sugerem
aos pesquisadores que ao invés de examinar apenas um valor, que levem em consideração todo
um sistema. Enquanto um valor pode ser identificado, eles se tornam salientes, no sentido
de sua importância, quando vistos pertencente ao todo (PITTS; WOODSIDE, 1983).
Os valores tornam-se uma alternativa consistente para o entendimento do
comportamento do indivíduo. Este entendimento pode aumentar quando utilizado todo o
sistema de valores constituinte do indivíduo. Todavia, para que sejam aplicados com objetivos
de pesquisa científica, como nas relacionadas ao comportamento do consumidor, eles precisam
ser mensurados segundo critérios que lhes concedem validade nesse campo.
94
3.3.3 Valores e suas Implicações no Consumo
Segundo Clawson e Vinson (1978, p. 396), as contribuições iniciais sobre Valores num
contexto de mercado e de valores no consumo foram feitas por filósofos e líderes religiosos na
Europa. No final do século XVIII, ramificações da filosofia deram início ao que hoje
chamamos de “ciências sociais”. Todavia, algumas menções relativas ao assunto parecem ter
ocorrido a muito mais tempo. “Aristóteles concluiu que o homem obtém grande prazer de um
objeto quando ele é seu, pelo amor próprio, que é um sentimento dado pela natureza e que não
é em vão”. (CLAWSON; VINSON, 1978).
A significação dos valores na Psicologia foi negligenciada como objeto final de estudo
até o fim dos anos sessenta. a partir do começo dos anos setenta, valores têm sido um
tópico muito popular em estudos da Psicologia, estendendo-se aos estudos do comportamento
do consumidor e pesquisas de marketing. No início dos anos oitenta, valores já eram
amplamente empregados em pesquisas de mercado (BECKMANN; HANSEN, 1999).
Como descreveu Solomon (2002), as empresas sempre tentaram identificar mudanças
de valores através de pesquisas em larga escala, porque tinham a percepção que eles
influenciavam as mudanças e as tendências no mercado do consumo. O autor indica que essa
abordagem originou-se em meados da década de 1960, quando uma empresa, a Playtex, estava
preocupada com a diminuição de suas vendas. Para mudar essa situação, a empresa
encarregou a Yankelovich, Skelly & White, uma firma de pesquisas de mercado, para
identificar por que as vendas estavam em declínio. O resultado da pesquisa foi que as vendas
haviam caído pela influência dada pela mudança de valores ligados à naturalidade e à
aparência. Com essa informação, a Playtex optou por um design mais leve e menos restritivo.
A Yankelovich, Skelly & White continuou a aplicar essa pesquisa a outros setores, procurando
identificar o impacto dessa mudança, o que acabou evoluindo para a proposta de um grande
estudo para identificar atitudes americanas relacionadas aos valores que permeavam a
sociedade. Em 1970, o Monitor Yankelovich foi desenvolvido como cnica para esse fim,
baseando-se em duas entrevistas com 4.000 pessoas, servindo como um indicador amplamente
aplicado em vários setores do mercado.
Existem diversas formas de se entender o fenômeno do consumo. As pesquisas de
comportamento do consumidor ficaram caracterizadas por assumirem que o comportamento do
consumo esrelacionado diretamente às propriedades do objeto a ser consumido, no qual os
mesmos podem ser analisados segundo uma perspectiva econômica, produtos possuem certos
95
atributos que implicam em benefícios para quem os consome; e ainda por uma perspectiva
simbólica caracterizada pelo produto apresentar significados para quem os consome (HOLT,
1995). Contudo novas abordagens do fenômeno têm-se apresentado.
Objetos de consumo como atividades esportivas, filmes e música podem ser estudados
segundo uma abordagem que os relaciona com aspectos culturais.
A definição de cultura, geralmente relaciona questões como aprendizado de crenças ou
padrões de comportamentos incorporados por experiências repetidas que são transmitidas de
geração em geração. A disseminação e o compartilhamento desses fenômenos sociais são
feitos pela incorporação de pessoas vivendo em grupos sociais organizados. Esses padrões de
comportamento aprendidos irão permear as experiências interpessoais do cotidiano dos
indivíduos e influenciando suas necessidades, irão, portanto, afetar seu comportamento como
consumidor (HENRY, 1976).
Solomon (2002), afirma que “as opções de consumo simplesmente não podem ser
compreendidas sem considerar o contexto cultural em que são feitas: a cultura é a lente através
da qual as pessoas enxergam o consumo”.
O estudo do comportamento do consumidor sempre deu grande atenção a um aspecto
que está diretamente ligado à cultura, explicando esse comportamento pelas atitudes dos
consumidores.
Kamakura e Novak (1992), quando fazem uma comparação entre valores e atitudes
concluem dizendo que “eles (valores), são determinantes de atitudes e comportamentos,
portanto provêm entendimentos sobre o consumidor de forma mais estável e auto-orientada”.
Para que se possa compreender a relação entre valores o comportamento do
consumidor, Kahle, Beatty e Homer (1986) exemplificam algumas situações nos quais os
valores determinam certos comportamentos. Os valores exemplificados fazem parte do List of
Values - LOV (KAHLE, 1983), que será mais detalhado no item 3.3.4.3 deste capítulo.
Embora tanto os valores terminais, quanto os instrumentais apareçam relacionados no
modelo Cadeia de Meios-fim (Means-End Chain - MEC) de Gutman (1982), os valores
terminais são seguramente os mais abstratos, o que segundo Kamakura e Novak (1992) tem o
papel de regra dominante ou que possuem a função dominante na orientação do consumo.
Mesmo que os valores instrumentais sejam bem delineados e identificados, eles se encontram
num nível inferior em relação aos valores terminais na determinação do comportamento do
consumo. Essa constatação tem várias implicações. Pitts e Woodside (1983), afirmam que
valores pessoais podem explicar comportamentos de consumo tão complexos como a escolha
de uma marca ou uma classe de produtos.
96
Vários instrumentos de mensuração de valores foram desenvolvidos ao longo do
tempo, apoiados por fundamentos que os caracterizam. A mensuração e os instrumentos serão
discutidos a seguir.
3.3.4 Mensuração e Instrumentos de Mensuração de Valores
Como assinalou Clawson e Vinson (1978), em 1948 A. D. Woodruff e F. J. Divesta
publicaram um trabalho nos qual os valores de estudantes eram medidos e relacionados às suas
atitudes. em 1954, L. L. Thurstone partindo da concepção que valores podem ser
mensurados, em seu artigo The Measurement of Values, apresentou uma técnica de
julgamentos comparativos, que trabalhava com uma escala de valores morais. Outra
publicação data de 1959, quando W. A Scott em seu trabalho Cognitive Consistency,
Response, Reinforcement and Attitude Change, descreveu um método para mensurar valores e
ideologias de uma cultura. Os principais métodos de identificação e mensuração de valores
utilizados são detalhados abaixo:
3.3.4.1 RVS
O RVS (Rokeach‘s Value Survey) (KAHLE; KENNEDY, 1989; KAMAKURA;
NOVAK, 1992; KAMAKURA; MAZZON, 1991; BATRA; HOMER; KAHLE, 2001):
constituído por dezoito valores instrumentais – modos ideais de comportamento (conduta) –, e
dezoito valores terminais estados finais de existência ideais descritos no quadro abaixo. Para
operacionalizar essa mensura, é solicitado ao respondente que ordene pela sua importância,
cada lista dos dezoitos valores em um ranking.
97
Valores terminais Valores instrumentais
Uma vida próspera Ambicioso
Uma vida excitante (estimulante, ativa) Mente aberta
Um mundo de paz (livre de guerras e conflitos) Capaz
Igualdade (fraternidade, oportunidades iguais para todos) Alegre
Liberdade (independência e livre escolha) Limpo (organizado)
Felicidade (contentamento) Corajoso
Segurança (proteção contra ataques) Generoso (disposto a perdoar)
Prazer (uma vida agradável) Solicito
Salvação (vida eterna) Honesto
Reconhecimento social (respeito e admiração) Imaginativo (criativo)
Amizade verdadeira (companheirismo) Independente
Sabedoria (entendimento maduro da vida) Intelectual
Um mundo belo (beleza da natureza e das artes) Lógico
Segurança familiar (cuidar dos entes amados) Amoroso
Amor maduro (intimidade sexual e espiritual) Obediente
Respeito próprio (auto-estima) Polido (cortês)
Senso de realização (contribuição duradoura) Responsável
Harmonia interna (liberdade de conflitos internos) Autocontrole
Tabela 12 – Instrumento de pesquisa de valores de Rockeach.
Fonte: SHETH; MITTAL; NEWMAN (2001, p.345).
3.3.4.2 VALS
O VALS (Values and Life Style) foi desenvolvido na SRI International por Mitchell
(1983), na Califórnia, com base na hierarquia das necessidades de Maslow (1954) e no
conceito de caráter social por Riesman, Glazer e Denney (1950).
A metodologia utilizava aproximadamente trinta e quatro questões que foram
identificadas por meios estatísticos e técnicos, que servindo como critério para a classificação
das pessoas em nove grupos de estilos de vida. As questões abordam de forma específica e
geral, atitudes enunciadas, envolvendo indicadores demográficos como critérios para a
classificação nos nove grupos. Nesse estudo também estavam incluídas as perguntas sobre o
comportamento do consumidor baseadas no modo como os consumidores concordavam ou não
com várias questões sociais.
98
A metodologia foi se aperfeiçoando com o argumento de que o comportamento do
consumidor poderia ser mais bem entendido, se ele estivesse mais relacionado a indicadores de
estilos de vida, do que ao fato da pessoa concordar com um certo valor social (SOLOMON,
2002, p. 151).
O atual sistema VALS2 utiliza uma bateria de trinta e nove itens (35 psicológicos e 4
demográficos) como critério para dividir os indivíduos em grupos de características distintas.
Essa classificação é feita segundo duas dimensões. A quantidade de recursos dispostos
(variando num continuum entre abundantes e mínimos) e a segunda dimensão quanto à
orientação, podendo ser orientados quanto aos princípios, quanto ao status ou quanto à ação ou
auto-orientação (SOLOMON, 2002 apud KAMINSKI, 2004). A partir de uma tradução feita
pelo Autor, os oito grupos que compõem o VALS-2 são respectivamente: Atualizado
(Actualizer), Realizador (Fullfilled), Vitorioso (Achiever), Experimentador (Experiencer),
Esperançoso (Believer), Esforçado (Striver), Fazedor (Maker) e Batalhador (Struggler).
3.3.4.3 Lista de Valores
A forma com que os valores foram descritos no RVS, cobre os domínios coletivos e
sociais do indivíduo. Contudo, não uma relação direta com o comportamento do
consumidor (KAMAKURA; NOVAK, 1992). Esta característica não se ajusta perfeitamente
ao objetivo do presente estudo.
A metodologia de valores escolhida para a pesquisa do consumo do serviço IPTV é
justificada com embasamento no estudo realizado por Kahle, Beatty e Homer (1986), no qual
as autoras comparam a LOV e o VALS, concluindo que a primeira tem maior utilidade
preditiva que a segunda, respectivamente. Além de ser mais simples na hora da
operacionalização da pesquisa.
Devido a esses argumentos, uma boa opção para o tratamento dos valores é a Lista de
Valores proposta por Kahle (1983) e desenvolvida no Survey Research Center of the
University of Michigan. Este instrumento tem sido principalmente aplicado em estudos
relacionados ao consumo (HOMER; KAHLE, 1988).
Dois dos itens da LOV – respeito próprio e senso de realização – são idênticos aos itens
do RVS. Os itens restantes da LOV combinam vários itens do RVS ou generalizam um item
específico. Quando Beatty et al. (1985) trata da comparação entre os dois métodos, conclui que
os itens do RVS que não se adequam ao critério da generalidade em relação a todas as grandes
99
regras da vida, foram eliminados pelo LOV. Na tabela 13 são descritos os valores pertencentes
a LOV que serão brevemente comentados e exemplificados em seguida.
Valores terminais
Respeito próprio
Auto – realização
Segurança
Sentimento de pertença
Estímulo
Senso de realização
Diversão
Ser respeitado
Relações calorosas com os outros
Tabela 13. Lista de valores LOV.
Fonte: SHETH; MITTAL; NEWMAN (2001).
O valor respeito próprio está relacionado à priorização de condutas que satisfaçam a
necessidade de ser orgulhoso de si, da forma como se age em relação às circunstâncias da vida.
Esse valor está relacionado também à confiança que se tem em si mesmo, como capaz de
resolver os vários problemas atravessados no cotidiano, de forma condizente com os desejos
do seu “eu“. As pessoas que priorizam essa dimensão na sua vida indicam possuir uma auto-
estima alta, fundamentada na crença que agem de forma coerente com o que acreditam, auto
valorizando-se como indivíduo.
O valor auto-realização compreende a priorização de se obter sucesso nas coisas que se
propõem a fazer, nas várias dimensões da vida do indivíduo. Normalmente, pessoas que têm
esse valor como importante, têm um estilo de vida que prioriza o sucesso profissional, por
exemplo. O indivíduo se comporta consumindo e se relacionando com grupos que condizem
com seu objetivo profissional.
O valor segurança traduz a tentativa do indivíduo em evitar infortúnios que possam lhe
ocorrem. Os indivíduos que priorizam esse valor procuram sentir-se seguros e salvos de
circunstâncias que possam trazer danos psicológicos ou físicos, se protegendo de possíveis
acidentes ou livres da violência na sociedade contemporânea. Como exemplo, compram carros
mais seguros (com air-bag e outros acessórios) ou adquirem sistemas de alarmes mais
sofisticados. Desejos de um mundo de paz representam também esse valor. Estes indivíduos,
LOV (LIST OF VALUES)
100
sentindo-se seguros, procuram ter mais controle sobre a vida, não ficando expostos aos acasos
e possíveis acidentes no percurso dela.
O valor sentimento de pertença está relacionado à busca da aceitação e de sentir-se
necessário ao grupo. Seja na família, seja no grupo de amigos ou na comunidade em geral.
Indivíduos que priorizam esse valor realizam atividades em grupo consumindo da mesma
forma produtos ou serviços relacionados a um grupo de pessoas, como a compra de produtos
“tamanho família”.
Os indivíduos que buscam uma vida mais excitante e estimulante priorizam o valor
estímulo. Esses indivíduos procuram consumir produtos e atividades que proporcionam fortes
emoções, como esportes radicais ou produtos que estimulem uma vida intensa em seus
momentos, como bebidas energéticas.
O valor senso de realização reflete nos indivíduos que o priorizam, condutas que
tragam paz à mente ou uma consciência tranqüila. Este valor também está relacionado ao
melhor uso dos talentos, desenvolvendo atividades que independente de serem de seu desejo,
são realizadas porque devem ser feitas, porque possuem a capacidade de fazê-la.
O valor diversão reflete nos indivíduos que o priorizam a procura por uma vida
prazerosa e feliz, valorizando situações como entretenimento e o que os mesmos julgam como
lazer. A música enquanto arte provê tais benefícios, bem como viagens e boates também o
fazem.
Ser respeitado é o valor que corresponde ao reconhecimento e admiração decorrentes
dos outros ou de grupos de indivíduos. Esse valor pode sugerir que os sujeitos venham a
consumir serviços educacionais para receber o reconhecimento dos indivíduos no seu meio
profissional, cursos de MBA, por exemplo.
Por fim, o valor relações calorosas compreende condutas que propiciam a aproximação
com outros indivíduos, representada por amizades íntimas e profundas, paixões e
relacionamentos emocionalmente fortes. Para satisfazer este valor, os indivíduos podem
consumir produtos para presentear outros, devido à sua busca por uma aproximação com os
mesmos.
A Lista de Valores é o método de mensuração mais adequado a esta pesquisa por ser
desenvolvida com o objetivo de tratar os valores relacionados ao consumo e por ser
operacionalmente mais simples.
A descrição desses métodos encerra a discussão sobre uma teoria e sua
operacionalização, que afirma as decisões de consumo ou o consumo em si estarem ligadas
diretamente aos valores do indivíduo, abordagem escolhida para estudar o IPTV enquanto
101
serviço a ser consumido. A seguir será detalhado um modelo que permite identificar e explicar
a ligação entre o cliente que consome e o objeto a ser consumido.
3.4 VALORES E O MODELO DE CADEIAS MEIOS-FIM (MEANS-END CHAIN MODEL
- MEC)
Os valores possuem uma grande implicação no comportamento dos indivíduos com
grandes implicações no comportamento de consumo dos mesmos.
Segundo esta perspectiva, sua aplicação no planejamento de marketing e na estratégia
das organizações, poderia ser mais bem utilizada, se o comportamento do consumidor fosse
traduzido de acordo com seus valores (GUTMAN, 1982).
Buscando exatamente essa ligação entre valores e o comportamento do consumidor,
Jonathan Gutman (1982) propôs que esta pode ser representada por uma associação entre o fim
procurado pelo consumidor quando consome algo, e o meio que ele utiliza para o alcance desse
fim. Meios, neste caso, são objetos (produtos) ou atividades com as quais as pessoas se
engajam para que os fins (estados existenciais representados por valores) sejam satisfeitos. O
modelo que propõe e descreve essa relação entre os meios e os fins é chamado Means-End
Chain (MEC) ou Cadeia Meios-fim.
3.4.1 Caracterização do Modelo Cadeias Meios-Fim (Mec)
A teoria que fundamenta o modelo Cadeias Meios-fim (MEC), Ter Hofstede et al.
(1995), é concebida como o conteúdo e a estrutura do conhecimento do consumidor, que relata
o produto ao consumidor pela posição numa estrutura cognitiva hierarquizada, envolvendo a
ligação entre os atributos do produto, as conseqüências do uso do produto e os valores do
consumidor.
O modelo MEC procura explicar como a escolha de um produto ou serviço ajuda no
alcance desses desejos e necessidades. É um modelo que explica o processo de consumo
relacionando valores específicos ao comportamento do consumidor, expresso por suas
escolhas.
O MEC é focado na relação entre onde a pessoa quer estar e os meios escolhidos para
chegar (GUTMAN, 1982). A aplicação desse modelo possibilita posicionar produtos, pela
102
associação de meios (características "observáveis" do produto) com estratégias de
comunicação que procurem conectar o consumo dos mesmos ao alcance dos fins desejados
(estados existenciais valorizados).
O modelo é baseado em quatro suposições, sendo as duas primeiras diretamente
relacionadas ao modelo e as outras seguintes de natureza mais geral, relacionadas ao
comportamento do consumidor (GUTMAN, 1982).
A primeira delas é que valores o definidos como estados finais de existência
desejados, e que são regras dominantes nas escolhas feitas pelos consumidores.
A segunda entende que as pessoas estão expostas a uma grande diversidade de produtos
que potencialmente podem satisfazer suas demandas, reguladas por seus valores. Para reduzir a
complexidade dessas escolhas, os consumidores reúnem esses produtos em classes e/ou
grupos, que podem mais facilmente ser relacionados aos seus valores. Dessa forma fica mais
fácil compreender quais produtos satisfazem quais valores destes. Por exemplo, câmeras
ligadas a circuitos internos de tv, blindagem de automóveis, serviços de segurança, sistemas de
alarmes, fechaduras e travas reforçadas para portas e colete à prova de bala, são todos produtos
que podem ser agrupados na classe de produto bens/serviços de segurança, que por sua vez
podem estar associados a valores como segurança da família ou segurança pessoal
(KAMINSKI, 2004).
O terceiro pressuposto, é que todas as ações do consumidor têm conseqüências, embora
a mesma ação em uma mesma situação possa não produzir a mesma conseqüência. Por fim, o
quarto pressuposto, indica que os consumidores aprendem a associar conseqüências específicas
a ações particulares, à medida que tenham experiências relacionadas a ela.
Enfim, a proposta dessa técnica é determinar as distinções incluídas nos veis da
cadeia de atributos, conseqüências e valores e a conexão entre esses níveis (GUTMAN, 1982),
formando cadeias que descrevem o consumo de algo.
Para que esse modelo seja utilizado como elemento central em pesquisas com
consumidores, a sua operacionalização, a natureza e a associação entre os níveis atributos
(A), conseqüências (C) e valores (V) – que o constituem o MEC, devem ser especificados. Os
atributos, características do produto a ser consumido, são ligados pelas conseqüências geradas,
a quem os consome segundo seu sistema de valores.
103
Figura 10 – Modelo conceitual do Means-End Chain.
Fonte: adaptado de GUTMAN (1982) apud KAMINSKI, Sergio R. (2004).
De acordo com a Figura 10, os valores dos indivíduos determinam a importância e a
valência das conseqüências. Cada conseqüência pode variar no grau de importância,
dependendo da demanda na situação. À medida que os consumidores passam por situações de
consumo, ocorre um aprendizado sobre quais produtos produzem quais conseqüências. As
conseqüências relevantes passam a ser a base que sustenta uma categoria funcional de produtos
que se tornam referência na busca dessas conseqüências. Esses produtos são selecionados
segundo os atributos que possuem, que implicam na sua capacidade de produzir benefícios ou
de minimizar as conseqüências indesejáveis.
A seguir será apresentado em detalhes, os benefícios e atributos que compõem o
modelo.
104
3.4.1.1 Atributos
Consumidores vêem produtos como pacotes de atributos (PETER; OLSON, 1999), nos
quais estes são características ou aspectos de produtos ou serviços (REYNOLDS; GUTMAN,
1984); são o que está no produto real que produz conseqüências (VALETTE-FLORENCE;
RAPACCHI, 1991). Está no nível mais concreto da cadeia e define o produto através de suas
características, seus componentes, suas partes etc. É o que normalmente os consumidores irão
descrever de um produto se solicitados (GARDIAL, 1996). Entende-se por atributo concreto o
que é físico, tangível num produto, como a textura de um tecido; por abstratos, entende-se as
características mais intangíveis, como a qualidade percebida, no caso de um tecido (PETER;
OLSON, 1999).
3.4.1.2 Benefícios ou Conseqüências
Consumidores também irão ver produtos como pacotes de benefícios (LEVITT, 1980;
PETER; OLSON, 1999), onde estes devem ser entendidos como conseqüências. As
conseqüências representam comportamentos em situações específicas (VALETTE-
FLORENCE; RAPACCHI, 1991). Está no nível intermediário da cadeia e o resultantes das
considerações mais subjetivas de um consumidor acerca do uso de um produto e os resultados
oferecidos (sejam positivos ou negativos, desejados ou não) (REYNOLDS; GUTMAN, 1984;
GARDIAL, 1996). Sobre as conseqüências, Peter e Olson (1999) definem as funcionais como
resultados tangíveis da experiência direta de consumo de um produto, como o saciamento da
fome ao se comer um sanduíche; e as psicológicas que são os resultados psicológicos ou
sociais do consumo de um produto, como imaginar a opinião dos amigos a respeito da roupa
que se está vestindo.
Apesar do modelo original do MEC tratar genericamente como conseqüência, neste
trabalho o foco é entender o fenômeno do consumo apenas segundo os benefícios gerados
pelos atributos, independentemente do produto possuir também eventuais conseqüências
negativas. Consumidores também percebem os produtos como pacotes de benefícios (PETER;
OLSON, 1999), onde estes devem ser entendidos como conseqüências.
Segundo Gutman (1982), o aspecto central do modelo Cadeia Meios-fim, é que os
consumidores optam por ações que produzam conseqüências desejáveis e/ou minimizem as
indesejáveis. A importância desse aspecto reside na idéia de que, se existe busca por
105
conseqüências que venham a suprir demandas do individuo, esse impulso é estruturado
psicologicamente pelo seu sistema de valores, e que são os valores pessoais que determinam se
as conseqüências têm caráter positivo ou negativo.
Como Rokeach (1973) sugere, os valores podem ser ordenados pela sua importância.
O que determina se essa ou aquela conseqüência é positiva um benefício é a relação dela
com determinados valores. Se os valores podem ser ordenados, então, pela mesma perspectiva,
as conseqüências também podem.
As conseqüências mais importantes e mais valorizadas são as que correspondem aos
valores mais importantes. Portanto, uma conseqüência possui mais importância do que outra
por estar ligada a um valor mais importante para o consumidor (GUTMAN, 1982).
Essa relação possibilita explicar o consumo pela seguinte perspectiva. O consumidor
toma sua decisão utilizando-se da ordenação por importância das conseqüências. Para escolher
uma delas, dentro de um universo de alternativas, as características (atributos do produto) são
observadas de maneira que estes que possuírem aqueles atributos relacionados às aquelas
conseqüências desejadas, serão os escolhidos. Outro conceito necessário e que possui forte
implicação no modelo é a “situação de uso do produto”, Gutman (1982) a define como
qualquer situação que envolva o uso de produtos ou serviços comercialmente disponíveis.
Esses momentos oportunizam o alcance das conseqüências desejadas.
Ao longo do tempo os consumidores aprendem que atributos geram quais
conseqüências em determinadas situações. Este aprendizado resulta na capacidade de distinguir
quais produtos poderiam ser usados e quais não poderiam ser usados e em que tipos de
situações isso poderia ocorrer.
3.4.1.3 Técnicas de Mensuração do Modelo de Cadeia Meios-Fim – MEC
Serão descritas duas técnicas para operacionalização deste modelo. A primeira técnica
conhecida como escalada (laddering) tem sido originalmente e amplamente aplicada. A
segunda é a Técnica Padrão de Associação ou APT Association Pattern Technique (TER
HOFSTEDE et al., 1998) para a mensuração do Modelo de Cadeia Meios-fim.
106
a) A Técnica da Escalada (Laddering)
Segundo Solomon (2002 apud KAMINSKY, 2004), virtualmente toda a pesquisa do
consumidor está diretamente relacionada com a identificação e medida dos valores. Para este
fim Reynolds e Gutman (1988) oferecem uma metodologia para o acesso às estruturas do
conhecimento do consumidor, especialmente desenvolvida para estudos com a abordagem do
MEC.
Essencialmente esta técnica envolve três processos: (i) a escolha dos estímulos a serem
utilizados durante as entrevistas (por exemplo, marcas de uma mesma classe de produtos); (ii)
a elucidação de construtos que os entrevistados utilizam para descrever e/ou diferenciar o
estímulo, e (iii) a ligação entre os três níveis do modelo: os atributos, as conseqüências e os
valores.
A técnica aplicada trabalha com três fases diferentes, utilizando ferramentas diversas
em cada uma delas. Na primeira fase, é realizada uma investigação dos atributos salientes dos
produtos, procurando detectá-los de forma clara e coerente. Na segunda fase, os atributos
identificados como os principais na primeira fase são o ponto de partida para uma entrevista
em profundidade. Nessa fase, perguntas como “por que esta característica do produto é
importante para você?”, são realizadas procurando fazer com que o consumidor externe os seus
conceitos sobre o produto, dos mais concretos aos mais abstratos. Esses conceitos
identificados, podem ser tanto benefícios, conseqüências indesejadas ou valores que, de
alguma forma, se relacionam com o produto. Contudo, o último deles nem sempre é
identificado de forma rápida e clara (REYNOLDS; OLSON, 2001 apud KAMINSKY, 2004).
Com a resposta elaborada, o consumidor é novamente questionado sobre “por que isso
é importante pra você?”. Com essa seqüência de perguntas, consegue-se aprofundar a ponto de
alcançar percepções e desejos mais abstratos (VALLETE-FLORENCE; RAPACCHI, 1991).
Os resultados o várias seqüências de conceitos relacionados, chamados de ladders ou
escadas (SOLOMON, 2002).
A esse processo dá-se o nome a metodologia, laddering (escalada), por forçar o
respondente que suba a escada da abstração e que construa pontes relacionando idéias
concretas, no nível dos atributos, a idéias mais abstratas, no nível das conseqüências e dos
valores (GENGLER; MULVEY; OGLETHORPE, 1999 apud KAMINSKY, 2004).
Pode ocorrer que em determinado estágio do processo, os respondentes não consigam
evoluir na escalada. O entrevistador pode então utilizar o ladder down, em que as perguntas
agora procuram referenciar-se ao que vem anteriormente. Perguntas do tipo, “Como esse
107
resultado pode ser alcançado?” são feitas. A partir do momento em que o respondente
consegue fazer as pontes, o ladder up continua até que toda escada esteja completa. Uma
escada completa é um encadeamento de ligações feitas a partir de uma resposta inicial,
juntando atributos, conseqüências e valores (MANYIWA; CRAWFORD, 2001 apud
KAMINSKY, 2004).
Na terceira fase, os conceitos resultantes da entrevista em profundidade são
categorizados em pequenos grupos. As ligações entre os conceitos categorizados são feitas por
uma matriz de implicação, caracterizada como matriz de domínio assimétrico, cujos conceitos
categorizados constituem tanto as linhas, quanto às colunas. Estas matrizes servem de base
para a construção de um resumo gráfico chamado Mapa de Valores Hierárquicos, que fornece
uma representação do MEC para um produto em questão (REYNOLDS; GUTMAN, 1988).
Contudo, a escalada possui algumas limitações. As entrevistas da escalada consomem
tempo, com grandes custos e requerem entrevistadores altamente treinados. Devido a isso,
torna-se difícil, utilizá-la para obter amostras representativas em larga escala, que são
tipicamente requeridas em previsões e segmentações de mercado, entre outras aplicações (TER
HOFSTEDE et al., 1998).
b) Técnica Padrão de Associação (Association Pattern Technique ou APT)
Como alternativa à técnica escalada, Ter Hofstede et al. (1998) propõem a Técnica
Padrão de Associação. Essa cnica utiliza um formato fixo, mensurando as relações entre
atributos e conseqüências, e as relações entre conseqüências e valores separadamente.
É mais barata e mais rápida do que a escalada, e permite aos pesquisadores coletarem
dados de amostras representativas de consumidores. Portanto a APT torna-se uma opção
atrativa para a mensuração do MEC quando grandes amostras são necessárias.
A Association Pattern Technique é inspirada na idéia de Gutman (1982), que sugere
que, para propósitos de mensuração, o MEC pode ser concebido como uma série de matrizes
conectadas.
No APT, a matriz que relaciona atributos/conseqüências ou matriz-AC e a matriz que
trabalha com conseqüências/valores ou matriz-CV, são distintas. Na matriz-AC, os atributos e
as conseqüências são dispostos em linhas e colunas, de forma que todas as combinações
possíveis entre os dois conceitos possam ser feitas. De maneira similar, a matriz-CV combina
as conseqüências e os valores da mesma maneira. O resultado disso é um dataset de
observações binárias (TER HOFSTEDE et al., 1998).
108
Uma diferença entre a APT e a escalada, é que o pesquisador deve prover os atributos,
as conseqüências e os valores a serem estudados. O cuidado está em que os conceitos
colocados nas matrizes abranjam toda a extensão do MEC.
A análise dos dados obtidos pelo preenchimento das matrizes citadas anteriormente é
feita por um modelo de regressão loglinear, que trabalha com a probabilidade de um atributo
estar relacionado a um benefício e a probabilidade de um benefício estar relacionada a um
valor.
A probabilidade de ocorrência das ligações entre o atributo i, o benefício j e o valor k é
dada por:
ln p
ijk
= α + γ
AB
ij
+ γ
BV
jk
+ γ
ABC
ijk
+ ε
onde:
α - constante escalar (TER HOFSTEDE et al., 1998)
γ
AB
ij
- Freqüência da ocorrência da interação do atributo i com o benefício j, retirada
da tabela de contingência gerada pela matriz AB.
γ
BV
jk
- Freqüência da ocorrência da interação do benefício j com o valor k, retirada
da tabela de contingência gerada pela matriz BV.
γ
ABV
ijk
- Freqüência das ocorrências da interação do atributo i com o benefício j e
do benefício j com o valor K, retiradas da tabela de contingência gerada pela matrizes AB e
BV.
εerro aleatório para a observação
Para que o APT tenha validade, enquanto método de pesquisa, deve-se considerar a
suposição da independência condicional entre as ligações dos atributos, benefícios e valores.
Assim se supõe que ele propõe a separação das relações entre AC e CV (TER HOFSTEDE et
al., 1998). Quanto à independência condicional, Walker e Olson (1991) perceberam os
benefícios como um conceito intermediário, separando o produto (atributos) do consumidor
(valores), sem mencionar nenhuma dependência na ligação entre eles.
109
3.5 SUMÁRIO CONCLUSIVO DO CAPÍTULO
Este capítulo apresentou o referencial teórico utilizado no desenvolvimento deste
estudo. Foram apresentados os trabalhos de Rockart (1981) sobre os Fatores Críticos de
Sucesso, a Teoria do Ciclo de Vida do produto e também a Teoria que fundamenta o modelo
Cadeias Meios-fim (MEC) de Ter Hofstede et al. (1995).
4 METODOLOGIA
4.1 INTRODUÇÃO
As diferentes metodologias que delimitam os métodos científicos serão apresentadas
neste capítulo. O método hipotético dedutivo será apontado como o mais adequado à pesquisa.
Será apresentado um silogismo baseado no método hipotético dedutivo desde a
formulação das hipóteses até o objetivo final do trabalho. A linha de investigação de Quintella
será introduzido e caracterizado para o tipo de pesquisa.
É também neste capítulo que a pesquisa, os dados e o método estatístico para a
inferência serão identificados e descritos, tendo em vista o objetivo final do trabalho.
4.2 MÉTODOS DE PESQUISA
O método de pesquisa é um conjunto de atividades sistemáticas e racionais que servem
como um caminho para se atingir um objetivo. É uma forma, uma lógica de pensamento.
Destaca que, basicamente, pode-se resumir os diversos métodos existentes em três grandes
métodos: dialético; fenomenológico; e hipotético-dedutivo.
111
4.2.1 Dialético
É originário da Grécia antiga. Foi empregado por Heráclito, Parmênides, Sócrates e
Aristóteles. Ao longo do tempo, foi interpretado de formas diferentes por diversos
pensadores. Contudo, teve sempre seu centro na lógica da contradição e do conflito. Segundo
essa corrente de pensamento, a realidade é contraditória ou dialética em si mesma. Uma
proposição pode ser testada por meio de um questionamento rigoroso que detecta idéias
errôneas comuns e contradições. Pode-se dizer, de forma muito resumida, que se fundamenta
em um processo de raciocínio constituído de três etapas: tese; antítese; e síntese. Na tese, é
apresentada uma proposição; na antítese a proposição é refutada por seu oposto; e na síntese
chega-se a uma interação entre a tese e a antítese (ROHMANN, 2000, p. 112).
4.2.2 Fenomenológico
Fundamenta-se na fenomenologia. Corrente de pensamento que valoriza o caráter
subjetivo na observação dos fenômenos. Prioriza a consciência humana e sua experiência
direta do mundo, e não as abstrações mentais. Segundo suas concepções, um fenômeno
pode ser entendido a partir do ponto de vista das pessoas que o estão experimentando, tem
caráter transcendental, subjetivo.
A realidade do objeto depende da percepção que se tem dele, portanto, não se pode ter
certeza da verdadeira natureza da realidade. Essa corrente de pensamento entende que quanto
menor for o número de idéias preconcebidas na mente do pesquisador, mais rica será a
análise. Portanto, condena a formulação de hipóteses e suposições (ROHMANN, 2000, p.
162).
4.2.3 Hipotético-dedutivo
No método hipotético-dedutivo, parte-se da percepção de lacunas no conhecimento
para a solução de um problema constatado. Formulam-se conjecturas, hipóteses ou teorias
para a sua solução, e testa-se a predição da ocorrência de fenômenos englobados pela
conjectura ou hipótese. Os testes consistem de discussão crítica e confronto das hipóteses
formuladas com os fatos. Atuam como um filtro, eliminando erros e deixando passar
112
temporariamente as hipóteses corroboradas, a que surjam novos problemas, novas
conjecturas e novos testes (LAKATOS; MARCONI, 2000, p. 71).
Este método propugna que o único conhecimento genuíno é o obtido pelos caminhos
da ciência. As únicas verdades seguras são as que se pode avaliar objetivamente,
independentemente do observador. Deduz resultados a partir da formulação de hipóteses.
Submete as hipóteses a testes, e busca regularidade e relacionamentos causais entre seus
elementos. Seu critério original, a verificabilidade, toma por base o princípio de que a
proposição que não for passível de comprovação científica não faz sentido. Pelo critério da
falseabilidade, proposto por Karl Popper, são as tentativas sem êxito de falsear uma
proposição que lhe dão ainda mais validade (JAPIASSÚ, 1996, p. 217).
Este método foi proposto por Karl Popper (1902-94), filósofo austríaco naturalizado
inglês, professor da Universidade de Londres, a quem se associa o “Racionalismo Crítico”
que é uma linha da filosofia que encoraja um estilo de pensar direcionado para problemas
concretos, num sentido prático, buscando soluções efetivas.
Com relação ao processo investigatório, Popper afirma que toda discussão deve surgir
com base em um problema ao qual se deve oferecer uma solução provisória a que se deve
criticar a fim de se eliminar o erro. Ainda segundo o autor, os conflitos entre as teorias
existentes causam o surgimento do problema. Com a utilização de observação e
experimentação, a solução deve ser submetida ao teste de falseamento conforme demonstrado
na figura 12. A hipótese ficará provisoriamente corroborada se resistir aos testes, sua
confirmação será válida enquanto um novo teste não a derrubar. Por outro lado, esta hipótese
será refutada caso não resista aos testes, exigindo nova formulação de hipóteses.
Quanto à formulação de hipóteses Carl Hempel (apud HEGEMBERG, 1976, p. 139)
afirma que:
Dados empíricos o são relevantes para um problema; o (ou não) relevantes em
função de uma dada hipótese. Segue-se que a fase inicial do indutivismo estrito fica
prejudicada, pois não tem sentido a coleta de dados enquanto o existe hipótese. A
segunda fase também é criticável, porquanto fatos podem ser analisados e
classificados de múltiplas maneiras – a maioria sem qualquer utilidade para os
objetivos de uma pesquisa particular. Se uma forma específica de analisar e
classificar o que se constata deve conduzir a uma explanação dos fenômenos em
pauta, então é indispensável que tais constatações tenham por base uma hipótese
que procura esclarecer como os fenômenos se entrelaçam. Sem hipótese, análise e
classificação perdem rumo.
113
Sobre a questão das premissas, Russel (2001) aponta a lógica Aristotélica:
[...] A partir de uma ou mais proposições chamadas premissas, deduzimos outras
proposições que seguem ou são conseqüência dessas premissas. O tipo fundamental
de todo argumento, segundo Aristóteles, é o que ele denominou silogismo.
Silogismo é um argumento com duas premissas sujeito-predicado que têm um termo
em comum. Esse termo médio desaparece na conclusão. Assim, todos os seres
humanos são racionais, os bebês são seres humanos, logo os bebês são racionais, é
um exemplo de silogismo. Neste caso a conclusão deriva das premissas, de modo
que o argumento é válido. Quanto à verdade ou não das premissas, é uma questão
muito diferente. De fato, é possível extrair conclusões verdadeiras de premissas
falsas. No entanto, o importante é que se as premissas o verdadeiras, qualquer
conclusão validamente extraída das mesmas também é verdadeira.
Assim, a questão sica da formulação das hipóteses como base científica para a
dedução, reside na base de premissas que a sustenta e no potencial de alterar resultados
mediante fatos novos que possam alterar esta base.
Charles Peirce e William James fundaram a escola denominada Pragmatismo, que
exerceu influência nos métodos de pesquisa atuais. Russel (2000), descrevendo o pensamento
de Charles Peirce, um dos fundadores do pragmatismo, destaca que:
Uma concepção completamente diferente da do positivismo forma à filosofia de
C. S. Peirce, 1839 1914. Enquanto Comte descartara as hipóteses como
metafísicas, Peirce, ao contrário, pretendia demonstrar que a elaboração de
hipóteses é uma atividade vital, com lógica própria.
Segundo o Pragmatismo, é importante destacar o aspecto prático que os postulados
devem assumir e a recusa em considerar qualquer problema como definitivamente encerrado,
pois as teorias científicas são instrumentos para uma ação futura e não respostas finais.
A visão pragmatista de investigação descrita por Peirce (RUSSEL, 2001) vincula a sua
definição de verdade a uma discussão geral da investigação e dos motivos que a estimulam.
As origens de uma investigação científicas pressupõem o reconhecimento de algum
tipo de insatisfação ou desconforto e diz-se que seu objetivo é alcançar um estado de repouso,
na qual as influências perturbadoras tenham sido eliminadas.
Como não é possível afirmar que novas evidências não exigirão uma mudança de
opinião, também não se pode descartar a existência de um erro. Esta teoria geral de
investigação foi chamada por Peirce de falibilismo.
114
Segundo Popper, a ciência deve buscar leis e teorias cada vez mais amplas, precisas e
simples, que, desse modo, será maior a chance de se aprender com nossos erros. Pelo
critério da falseabilidade proposto por Popper, o as tentativas sem êxito de falsear uma
proposição que lhe dão mais validade (JAPIASSÚ, 1996).
Figura 11 – Esquematização completa do método.
Fonte: Popper (1975, p. 346).
Conhecimento
Pr
é
vio
Lacuna, Contradição ou Problema
Conjecturas, Soluções ou Hipóteses
Conseqüências Falseáveis
Enunciados Deduzidos
Técnicas de Falseabilidade
Testagem
Análise dos Resultados
Avaliação das Conjecturas, Soluções ou Hipóteses
Refutação
(Rejeição)
Corroboração
(Não Rejeição)
Nova Teoria
Nova Lacuna, Contradição ou Problema
115
4.3 METODOS DE ABORDAGEM APLICADOS
O método de abordagem utilizado para a presente dissertação foi o método hipotético-
dedutivo. Conforme descrito no item 4.2, este método, segundo Lakatos e Marconi (1991), se
inicia pela percepção de uma lacuna nos conhecimentos, acerca da qual se formulam as
hipóteses e, pelo processo de inferência dedutiva, testa a predição da ocorrência de fenômenos
abrangidos pela hipótese. A escolha desta metodologia baseou-se em três fatores:
1. Natureza do fenômeno a ser investigado: o método dedutivo parte de
generalizações aceitas do todo para casos concretos, que estão inseridos na
generalização. Ou seja, parte de enunciados gerais, as premissas, para chegar a
uma conclusão particular.
2. Objetivo da pesquisa: esta pesquisa analisa o problema a partir de premissas que
tiveram sua validade testada através dos instrumentos e levantamento de dados,
num processo inverso ao do método indutivo.
3. Recursos disponíveis: as generalizações foram empregadas por se tratar de um
campo com base bibliográfica ainda restrita e pela dificuldade de se relacionar o
trabalho a outro método de pesquisa.
Na presente pesquisa, o quadro elaborado por Popper (apud LAKATOS; MARCONI,
2001) assume o aspecto mostrado na figura 12:
116
Figura 12 – Esquema do método adaptado para a pesquisa.
Fonte: Adaptado de Lakatos e Marconi (1991).
Conjecturas, soluções ou hipóteses:
Hipótese I: O sucesso no lançamento do IPTV pelas operadoras brasileiras de telefonia
depende da integração de diferentes serviços e do conteúdo das programações.
Hipótese ll: Propaganda informativa
é um FCS no lançamento de um novo serviço de TV
baseada nas facilidades do protocolo IP.
Hipótese lll: Uma estrutura de preços com rias opções de mensalidades para diferentes
pacotes de serviço é um FCS no lançamento do IPTV.
Hipótese lV: A excelência em custos de infra-estrutura na aquisição de novas tecnologias,
combinação e utilização adequada da rede externa e equipamentos já existentes são
determinantes para se criar um diferencial competitivo.
Hipótese V: Estratégia de marketing com foco na perc
epção de valores, que são atendidos
pelos benefícios gerados pelos atributos do IPTV, representa um FCS no lançamento deste
serviço pelas operadoras de telefonia no Brasil.
Hipótese VI: A concorrência com as operadoras de TV por assinatura estabelecid
as no
mercado é um fator que influenciará o sucesso ou fracasso do lançamento do IPTV pelas
operadoras de telefonia.
Conhecimento prévio e teorias existentes:
FCS, Ciclo de Vida do Produto, Modelo de Cadeia Meios-fim e Lista de Valores LOV.
Lacuna, cont
radição ou problema:
Quais são os Fatores Críticos de Sucesso no lançamento do IPTV?
Conseqüências falseáveis, enunciados deduzidos
Se as hipóteses formuladas não forem verdadeiras, será possível concluir que outros
são os fatores críticos de sucesso no l
ançamento do IPTV.
Técnicas de falseabilidade:
Hipóteses nulas, que contradizem as descritas anteriormente.
Testagem
Questionários direcionados a tipos específicos de respondentes (executivos das empresas
operadoras de telefonia e um grupo de potenciais consumidores). Realizado um pré-teste
para avaliação da clareza, adequação e o tempo necessário para o preenchimento dos
instrumentos formulados.
Análise dos resultados
Os
dados colhidos através da pesquisa ser
ão analisados através de método estat
ístistico
Avaliação das conjecturas, soluções e hipóteses
Refutação
(rejeição)
Quando hipóteses
não forem aceitas
no teste de
falseabilidade
Corroboração (não rejeição)
O
critério usado para a corroboração será o oposto ao
adotado na refutação.
Nova Teoria
A partir da análise dos dados podem ser elaborada, ou
não, uma nova teoria.
Nova lacuna, contradição ou problema
Serão apontadas as lacunas ou problemas encontrados, e
sugeridos caminhos para sua pesquisa.
117
4.4 PREMISSAS
Esta pesquisa é uma atividade cientifica que busca afirmações verdadeiras sobre a
identificação dos FCS e a análise de valores de potenciais consumidores do IPTV. A definição
como pesquisa científica impõe o uso de métodos científicos que conduzam a investigação.
No desenvolvimento da pesquisa foram estabelecidas premissas como ponto de partida
para a aplicação de uma metodologia baseada em uma estrutura lógica de raciocínio:
4.4.1 Os Fatores Críticos de Sucesso (FCS) são um instrumento empírico válido para o
planejamento estratégico empresarial
Rockart (2001), utilizou o instrumento Fatores Críticos de Sucesso para auxiliar no
planejamento empresarial, principalmente nas etapas de identificação e especificação das
necessidades de informação e desempenho. Os Fatores Críticos de Sucesso representam os
aspectos fundamentais que devem ser focados para o sucesso do negócio. Desde então, um
grande número de pesquisadores, consultores e executivos têm utilizado esta ferramenta nos
processos de desenvolvimento de planejamentos estratégicos.
4.4.2 O modelo de ciclo de vida do produto e seus prognósticos para as diversas fases são
aplicáveis ao processo de lançamento do IPTV pelas empresas operadoras de telefonia
no Brasil
Kotler (1999, p.328), ao apresentar as características gerais do ciclo de vida do
produto assinala que as empresas constatam a necessidade de reformular suas estratégias de
marketing diversas vezes durante o ciclo de vida de um produto. Esta constatação advém das
mudanças nas condições econômicas e na atividade competitiva. Tecnologias, formas de
produto e marcas também possuem ciclos de vida com estágios distintos. A seqüência geral
dos estágios de qualquer ciclo de vida é introdução, crescimento, maturidade e declínio.
118
4.4.3 Os Fatores Críticos de Sucesso representam apenas os fatores gerenciáveis por ações
diretas das empresas
Rockart (1981) define cinco fontes de Fatores Críticos de Sucesso, conforme descrito
no capítulo 3, dentre elas os fatores ambientais que caracterizam as áreas onde a organização
tem pouco controle.
A organização deve completar sua missão, enquanto mudanças ambientais acontecem.
Duas fontes óbvias de FCS são a flutuação da economia e políticas nacionais. Algumas
empresas são sensíveis a fatores adicionais como tendências da população, tendências de
regulamentação e fontes de energia. Neste cenário, os fatores ambientais serão excluídos.
Neste aspecto, a regulamentação do Órgão ANATEL em relação ao IPTV é um fator
ambiental externo e não é diretamente gerenciável pelos executivos das empresas operadoras
no Brasil. Esta regulamentação deve ser constantemente monitorado e é uma fonte de fatores
críticos específico do setor de telecomunicações.
Porter (1986) defende uma vantagem competitiva com base na escolha deliberada de
um conjunto diferenciado de atividades em relação aos concorrentes para a entrega de um
produto ou serviço de valor único. O que, pode ser definido como posicionamento estratégico.
Uma vantagem competitiva baseada em fatores comuns aos concorrentes pode ser facilmente
copiada. Portanto, uma possível forma de distanciar-se da ação dos concorrentes é planejar
com base em informações do meio ambiente e agir sobre a empresa. Neste contexto, a
concorrência do IPTV das operadoras de telefonia com as empresas tradicionais de TV por
assinatura é um FCS a ser validado nesta pesquisa.
O que segundo o modelo de análise de SWOT (Strengh, Weekness, Opportunity and
Threats) forças, fraquezas, oportunidades e ameaças (DAVIS, 2001), seria planejar com
base em informações de oportunidades e ameaças, e atuar sobre os fatores de força e fraqueza
da própria empresa.
119
4.4.4 Os Fatores Críticos de Sucesso decorrentes do emprego do método de Porter – Técnicas
para Análise de Indústrias e da Concorrência – são compatíveis com os Fatores Críticos
de Sucesso decorrentes do emprego do método de Rockart e da Análise SWOT.
Porter (1986) apresenta uma análise de estratégias competitivas, baseada em cinco
dimensões: ameaça de novos entrantes, poder de negociação dos fornecedores, ameaça de
produtos e serviços substitutos, poder de negociação dos clientes e rivalidade entre os
competidores. Ele propõe a elaboração de um plano de ação a partir das variáveis de cada uma
dessas dimensões com objetivo de antecipar mudanças e otimizar a posição competitiva da
empresa.
Por sua vez, Rockart, para chegar aos fatores críticos de sucesso, emprega o modelo
SWOT, que prescreve o planejamento estratégico a partir da análise de quatro variáveis:
fatores de força e fraqueza da empresa; e de oportunidades e ameaças do ambiente no qual
está inserida (DAVIS, 2001).
4.4.5 A introdução de um produto conhecido em uma indústria é caracterizada pela fase de
introdução do produto, seguindo o modelo de ciclo de vida do produto de Porter.
Segundo Porter (1986), a duração dos estágios varia demasiadamente de indústria para
indústria e não está claro em que estágio do ciclo de vida está uma indústria.
Esta premissa leva em consideração que a introdução de um produto existente em uma
determinada indústria, pode ser analisada de acordo com os prognósticos de Porter referentes
à fase de introdução do CPV. A premissa está baseada no fato de que a Industria, ou mais
especificamente o setor de telecomunicações, alvo da pesquisa, tem pouco ou nenhum
conhecimento sobre o referido produto, fazendo com que os prognósticos de Porter sejam
validados para a fase de introdução.
120
4.4.6 O modelo de Cadeias meios-fim permite a identificação das relações entre os benefícios
oferecidos por um serviço como o IPTV e os valores de futuros potenciais
consumidores, estes mensuráveis com base na lista de valores (LOV) proposta por
Khale.
Os valores são utilizados como referência para selecionar o que serve e o que não serve
dentro do universo de possibilidades dispostas pelos seres humanos quando procuram suprir
suas necessidades básicas (de sobrevivência) ou necessidades relacionadas à satisfação pessoal
(seus desejos).
O modelo MEC procura explicar como a escolha de um produto ou serviço ajuda no
alcance desses desejos e necessidades. É um modelo que explica o processo de consumo
relacionando valores específicos ao comportamento do consumidor, expresso por suas
escolhas.
Os valores possuem uma grande implicação no comportamento dos indivíduos com
grandes implicações no comportamento de consumo dos mesmos. Segundo esta perspectiva,
sua aplicação no planejamento de marketing e na estratégia das organizações, poderia ser mais
bem utilizada, se o comportamento do consumidor fosse traduzido de acordo com seus valores.
(GUTMAN, 1982).
4.5 TIPO DE PESQUISA
Os critérios para a classificação dos tipos de pesquisa variam de acordo com o enfoque
dado pelo autor. A presente pesquisa e seus métodos, fins e meios, segundo classificação de
diversos autores (LAKATOS; MARCONI, 1996; QUINTELLA, 1994), pode ser identificada
como:
Aplicada - se caracteriza por seu interesse prático, em que os resultados sejam
utilizados na solução de problemas que ocorram na realidade;
Descritiva - aborda quatro aspectos: descrição, registro, análises e interpretação do
problema, objetivando seu funcionamento no presente;
De campo - é utilizada com o objeto de conseguir informações e/ou conhecimentos
acerca do problema, para o qual procuramos uma resposta, através de fatos e
121
fenômenos tal como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados a eles
referentes e no registro de variáveis que se presumem relevantes para analisá-las;
Pesquisa de ação - desenvolve novas aptidões com a aplicação direta do estudo ao
mundo real. As características da pesquisa de ação são:
Ser de natureza prática e diretamente relevante a uma atuação real no mundo
do trabalho;
Ser de natureza empírica por estar apoiada em observações reais de opinião e
de comportamento;
Prover uma estrutura ordenada para resolução de problemas e novos
desenvolvimentos;
Ser flexível e adaptável, permitindo mudanças durante o período de
experimentação e sacrificando o conceito de controle sobre variáveis em favor
de experimentações locais e inovações nos métodos de investigação e coleta de
resultados.
Método monográfico - consiste no estudo de determinados indivíduos, profissões,
condições e instituições, grupos ou comunidades com a finalidade de obter
generalizações;
Método comparativo - realiza comparações com a finalidade de verificar
similaridades e explicar divergências; e
Método estatístico reduz os fenômenos sociais, políticos, econômicos, etc. a
termos quantitativos e a manipulação estatística que permite comprovar as relações
dos fenômenos entre si, e obter generalizações sobre sua natureza, ocorrência ou
significado.
4.6 ANÁLISE DAS HIPÓTESES
Foram desenvolvidas seis hipóteses como solução provisória para o problema. Elas
buscam estabelecer, a partir da seleção entre os prognósticos propostos por Porter, quais o
os fatores críticos de sucesso no lançamento do IPTV pelas empresas operadoras de telefonia
no Brasil. Estas hipóteses foram testadas, e então refutadas ou corroboradas.
H1 – O sucesso no lançamento do IPTV pelas operadoras brasileiras de telefonia
depende da integração de diferentes serviços e do conteúdo das programações.
122
H2 Propaganda informativa é um FCS no lançamento de um novo serviço de TV
baseada nas facilidades do protocolo IP.
H3 Uma estrutura de preços com várias opções de mensalidades para diferentes
pacotes de serviço é um FCS no lançamento do IPTV.
H4 A excelência em custos de infra-estrutura na aquisição de novas tecnologias,
combinação e utilização adequada da rede externa e equipamentos existentes são
determinantes para se criar um diferencial competitivo.
H5 Estratégia de marketing com foco na percepção de valores, que são atendidos
pelos benefícios gerados pelos atributos do IPTV, representa um FCS no lançamento deste
serviço pelas operadoras de telefonia no Brasil.
H6 A concorrência com as operadoras de TV por assinatura estabelecidas no
mercado é um fator que influenciará o sucesso ou fracasso do lançamento do IPTV pelas
operadoras de telefonia.
4.7 VALIDAÇÃO DAS HIPÓTESES
4.7.1 Teste de Importância
As hipóteses citadas foram formuladas pelas seguintes razões, tendo por base os
conceitos de Kerlinger (apud LAKATOS; MARCONI, 1991):
São instrumentos de trabalho da teoria, pois novas hipóteses podem delas ser
deduzidas.
Podem ser testadas e julgadas como provavelmente verdadeiras ou falsas.
Constituem instrumentos poderosos para o avanço da ciência, pois sua
comprovação requer que se tornem independentes dos valores e opiniões dos
indivíduos.
123
Dirigem a investigação, indicando ao investigador o que procurar ou o que
pesquisar.
Pelo fato de serem comumente formulações regionais gerais, permitem ao
pesquisador deduzir manifestações empíricas específicas, com elas
correlacionadas.
Desenvolvem o conhecimento cientifico, auxiliando ao investigador a confirmar
(ou não) sua teoria.
Incorporam a teoria (ou parte dela) em forma testável ou quase testável.
4.7.2 Teste de Necessidade
As hipóteses da presente pesquisa mostram-se necessárias pelo fato de que, baseado
nos conceitos de Bunge (apud LAKATOS; MARCONI, 1991):
Buscam resumir e generalizar os resultados de investigações;
Buscam interpretar generalizações anteriores;
Buscam justificar e fundamentar os prognósticos;
Planeja-se um experimento ou investigação para a obtenção de mais dados; e
Pretende-se submeter uma "conjectura" à comprovação.
4.7.3 Testes das Hipóteses
Depois que as hipóteses importantes a serem testadas são selecionadas, o próximo
passo é a coleta de dados empíricos que, analisados, permitirão mantê-las ou rejeitá-las. Para
poder atingir ao objetivo de manutenção, revisão ou rejeição de determinada hipótese, é
necessário ter-se procedimentos bem definidos e objetivos para a realização do teste, que
compreendem:
- Estabelecer a hipótese nula (H0) e a hipótese alternativa (H1), tendo em vista a
hipótese da pesquisa;
- Selecionar o teste estatístico adequado à situação;
- Estabelecer um nível de significância;
124
- Determinar ou assumir a distribuição amostral da prova estatística sob a hipótese
nula (H0);
- Com base em 1, 2, 3 e 4 definir a região de rejeição da hipótese nula (H0);
- Calcular o valor da prova estatística a partir dos dados da(s) amostra(s); e
- Tomar a decisão quanto à aceitação ou rejeição da hipótese nula (H0).
Foram definidas as seguintes hipóteses nulas a partir das hipóteses elaboradas:
H1 O sucesso no lançamento do IPTV pelas operadoras brasileiras de telefonia não
depende da integração de diferentes serviços e do conteúdo das programações.
H2 Propaganda informativa não é um FCS no lançamento de um novo serviço de
TV baseada nas facilidades do protocolo IP.
H3 Uma estrutura de preços com várias opções de mensalidades para diferentes
pacotes de serviço não é um FCS no lançamento do IPTV.
H4 A excelência em custos de infra-estrutura na aquisição de novas tecnologias,
combinação e utilização adequada da rede externa e equipamentos já existentes não são
determinantes para se criar um diferencial competitivo.
H5 Estratégia de marketing com foco na percepção de valores, que são atendidos
pelos benefícios gerados pelos atributos do IPTV, o representa um FCS no lançamento
deste serviço pelas operadoras de telefonia no Brasil.
H6 A concorrência com as operadoras de TV por assinatura estabelecidas no
mercado não é um fator que influenciará o sucesso ou fracasso do lançamento do IPTV pelas
operadoras de telefonia.
Com relação ao estabelecimento da hipótese nula, que é a negação da ocorrência em
estudo, esta é usualmente formulada com o objetivo expresso de ser rejeitada. A hipótese
alternativa (Hn) é o oposto a Hn0 e corresponde à hipótese do projeto de pesquisa. As
hipóteses a serem testadas são exatamente as hipóteses nulas.
125
4.8 ALVOS DA PESQUISA
4.8.1 Universo
O universo de uma pesquisa é definido como sendo: “um conjunto de elementos
(empresas, produtos, pessoas, por exemplo), que possuem as características que serão objeto
de estudo”.
Nesta pesquisa, para identificação dos FCS, o conjunto é representado pelas
organizações: empresas operadoras de telefonia no Brasil, consultorias na área de
telecomunicações e fornecedores de plataformas e software, que participam do processo de
lançamento do serviço IPTV no Brasil.
Em relação à análise de valores que são satisfeitos com os benefícios do IPTV, o
universo escolhido é representado por usuários de banda larga e TV por assinatura tradicional,
que representam o conjunto de indivíduos com perfil de potenciais futuros consumidores do
serviço IPTV na fase de introdução. A escolha deste conjunto foi motivada pelo fato destes
indivíduos já estarem familiarizados com serviços envolvendo conteúdos de Internet em
banda larga e TV por assinatura, esta característica facilita a compreensão dos conceitos do
IPTV já que os respondentes não passaram pela experiência do serviço.
4.8.2 Amostra
A amostra é uma parte do universo (população), escolhida segundo algum critério de
representatividade.
As amostras podem ser classificadas, segundo Cooper e Schindler (1999), em dois
grandes grupos – as amostras probabilísticas e as amostras por conveniência.
A amostra empregada neste trabalho é do tipo amostra por conveniência, uma vez que
procurou buscar os autores que possuem a maior representatividade no universo em questão.
Optou-se pela utilização de uma amostra não probabilística intencional, formada pelas
principais empresas operadoras de telefonia, consultorias e fornecedores na área de IPTV.
126
Para a amostragem foram identificadas as empresas OI, BRASILTELECOM e
TELEFÔNICA, que representam 80% do market shares das operadoras no Brasil. Em relação
a consultorias foi consultada a TELECO. Entre os fornecedores foram consultados a
MICROSOFT e ALCATEL.
A amostragem de futuros potenciais consumidores para se realizar a análise de valores
foi realizada por conveniência. A amostra escolhida foi um grupo de estudantes universitários
usuários tanto do serviço de Internet por banda larga, quanto do serviço de TV por assinatura
tradicional. Este tipo de amostragem foi escolhido devido a limitações na realização de outro
tipo de amostragem, como dispêndio de recursos e tempo necessário à sua realização.
Com base no conceito acima, segue os dois grupos da amostra:
a) Primeiro grupo:
3 empresas Operadoras de telefonia: OI, BRASILTELECOM e TELEFÔNICA.
2 empresas fornecedoras de plataformas ou soluções em IPTV: MICROSOFT e
ALCATEL.
1 empresa de consultoria: TELECO.
b) Segundo grupo:
98 estudantes universitários da cidade do Rio de Janeiro, usuários de banda
larga e TV por assinatura tradicional.
4.9 COLETA DE DADOS
4.9.1 Procedimentos de coleta de dados
Com relação ao objetivo do presente trabalho, que é a identificação dos FCS no
lançamento do IPTV e análise de valores, realizou-se uma coleta de dados em duas fontes, por
meio de questionários direcionados (ANEXOS IV e V):
127
Gerentes e supervisores da área de planejamento, marketing, projetos e
implantação de redes e consultores de IPTV. Estes eram os mais indicados para
responder à pesquisa, por serem os responsáveis pela prospecção de novos
serviços no mercado e desenvolvimento de estratégias de lançamento de serviços.
Estudantes universitários da cidade do Rio de Janeiro, usuários de banda larga e
TV por assinatura tradicional.
O instrumento de coleta de dados utilizado nesta pesquisa foi o questionário, sendo
classificado como medianamente estruturado as questões a serem perguntadas são fixas,
mas as respostas podem ser obtidas pelas próprias palavras do pesquisado. Os pesquisados
responderam a perguntas fixas, sendo algumas respostas determinadas e outras livres, e
tinham total conhecimento sobre os propósitos da pesquisa.
A partir da análise dos instrumentos de coleta de dados e dos métodos de avaliação
dos mesmos foram desenvolvidos dois modelos de questionário. Cada questionário destinou-
se a uma amostra específica empresas (ANEXO IV) e estudantes universitários (ANEXO
V).
Para o primeiro grupo representado pelas operadoras, fornecedores e consultorias, a
coleta de dados nesta pesquisa foi realizada por meio da aplicação de questionário
autopreenchido, ou seja, o questionário lido e preenchido diretamente pelos pesquisados. A
opção pelo questionário autopreenchido ao invés de entrevistas se deve principalmente ao
tempo de aplicação e custo envolvido, que no caso de entrevistas seriam muito altos. Os
questionários, após contato prévio, foram enviados e recebidos através de e-mail. Posteriores
contatos foram estabelecidos para esclarecer possíveis dúvidas. No contato inicial com os
respondentes, foi solicitada a colaboração no desenvolvimento da pesquisa através do
preenchimento do questionário. Todos os participantes foram informados sobre a
característica científica e acadêmica da pesquisa e sobre seu propósito, o que reforça a
característica de não disfarce do instrumento. Um instrumento disfarçado é aquele que não
permite nenhuma transparência sobre os propósitos da pesquisa.
Para a elaboração do questionário a ser aplicado ao segundo grupo representado pelos
estudantes universitários, era necessário uma primeira etapa de identificação dos atributos e
benefícios associados do IPTV. Para isto foi realizado revisão da literatura de artigos,
manuais, reportagens e uma consulta qualitativa utilizando o método da escalada conforme já
descrito no capítulo 3 com 4 estudantes universitários da cidade do Rio de Janeiro. Devido à
128
característica do objeto em estudo, foi necessário a utilização de atributos específicos obtidos
por meio de revisão bibliográfica a fim de caracterizar o IPTV. Foram optados por 4
consumidores, para que os entrevistados correspondessem a 2 estudantes com conhecimento
mais profundo sobre o IPTV por trabalharem na área numa empresa de telefonia e 2 estudantes
com nenhum conhecimento sobre o IPTV. Dessa maneira procuraram-se equilibrar as
percepções de estudantes com conhecimento diferenciada sobre o IPTV. O processo de
obtenção dos construtos seguiu uma guia de entrevistas previamente determinado. A respostas
foram analisadas cuidadosamente procurando relações que estivessem associadas aos
construtos e ao modelo abordado. Esta análise permitiu a geração de indicadores que
corroboravam com a revisão teórico-empírica, e também a geração de outros associados aos
construtos. Dessa maneira, conseguiu-se determinar, com maiores detalhes os diversos
construtos e o modelo em exame.
A amostra caracterizou-se como:
1 mulher e 3 homens;
a idade variou entre 20 e 24 anos; e
todos os entrevistados cursavam nível superior.
Optou-se em iniciar a entrevista pelo ladder up, que consiste em basicamente iniciar a
cadeia pelos construtos “mais baixos”, os atributos neste caso. Nesta fase, perguntas como
“por que isto é importante para você?”, foram feitas. Os entrevistados construíam então as
associações de forma direta a partir dos atributos. A validação das associações contava tanto
com a percepção do entrevistador como do entrevistado. O resultado desta primeira fase foi a
geração dos 5 atributos e 5 conseqüências desejáveis (benefícios) e suas respectivas
associações diretas que serão descritas no item 5.2 do capítulo 5. Com estes dados coletados
nesta primeira fase foi possível a construção do questionário autopreenchido, ou seja, o
questionário lido e preenchido diretamente pelos 98 estudantes pesquisados na segunda fase
da pesquisa. Procurou-se a utilização de termos de fácil compreensão, ou seja, com uma
descrição curta e simples dos atributos e benefícios associados e os itens da lista de valores
LOV. Os questionários foram entregue aos alunos em sala de aula, o tempo médio para
preenchimento das respostas ficou próximo de 15 minutos. No contato inicial com os
respondentes, foi solicitada a colaboração no desenvolvimento da pesquisa através do
preenchimento do questionário. Todos os participantes foram informados sobre a
129
característica científica e acadêmica da pesquisa e sobre seu propósito. Após o
preenchimento, os questionários eram recolhidos.
As universidades visitadas foram UFF (Universidade Federal Fluminense), UFRJ
(Universidade Federal do Rio de Janeiro), ESPM (Escola Superior de Propaganda e
Marketing), Estácio de Sá, UNIG (Universidade de Nova Iguaçu), os cursos atingidos pela
pesquisa serão melhor detalhados no capítulo 5.
4.9.1.1 Questionário I aplicado ao grupo de empresas
Para o primeiro grupo, o questionário aplicado apresenta 5 questões. Na questão 1, as
21 combinações dos 7 fatores críticos de sucesso, possibilitam ordená-las por grau de
importância de acordo com a percepção dos respondentes. Através da questão número 2 é
possível identificar o percentual de concordância dos respondentes quanto aos Fatores
Críticos de Sucesso deduzidos dos prognósticos de Porter.
As questões 2 e 3 servem para validar os prognósticos de Porter quando aplicadas ao
lançamento do serviço IPTV pelas empresas operadoras de telefonia brasileiras.
A pergunta número 4 buscou dados que pudessem contribuir para o aperfeiçoamento
do próprio estudo e trabalhos futuros. Na questão 5, buscou-se com os executivos das
empresas a identificação das relações entre alguns atributos e benefícios associados do IPTV
previamente determinados e os valores do LOV (lista de valores), o objetivo é fazer uma
análise qualitativa comparativa com as respostas do grupo de estudantes universitários.
4.9.1.2 Questionário aplicado aos estudantes
Após os dados obtidos com as entrevistas em profundidade foi elaborado e aplicado o
questionário com 5 questões ao grupo de 98 estudantes universitários. As questões 1, 2 e 3 se
referem a coleta de dados para caracterização da amostra. A questão 4 permitirá ordenar os
valores da LOV por grau de importância para os respondentes. Através da questão 5 é
possível analisar as relações entre os benefícios previamente determinados e os valores da
LOV para este grupo da amostra escolhida.
Para se definir as variáveis necessárias na pesquisa com os estudantes universitários,
Kerlinger (1980) sugere duas maneiras: constitutiva (DC), definição de dicionário que explica
130
as variáveis ou construtos através de palavras; e definição operacional (DO), especifica as
atividades ou operações necessárias para medir ou manipular estas variáveis ou construtos.
Apresentam-se abaixo as definições constitutivas e operacionais das variáveis desta
pesquisa científica:
a) Atributos do IPTV
DC: São propriedades ou características intrínsecas ao produto, mensuráveis e
observáveis (ESPARTEL; SLONGO, 1999).
DO: Foram identificados 05 atributos através de revisão de literatura em manuais,
reportagens e artigos sobre IPTV e entrevista com 4 estudantes universitários, mediante à
seleção daqueles mais representativos. Foram operacionalizados através destes 05 indicadores.
Porém não foram mensurados através da ligação entre atributos e benefícios, por meio de
preenchimento de matriz AB (atributo-benefício), o que caracteriza uma adaptação do método.
Esta ligação foi disponibilizada aos respondentes através de texto explicativo na questão
número 2 do questionário II.
b) Benefícios do IPTV
DC: São conseqüências desejáveis. Uma conseqüência é qualquer resultado de
natureza fisiológica ou psicológica, que ocorre de forma direta ou indireta, imediatamente ou
depois de determinado período após o consumo, como resultado do comportamento do
consumidor, podendo ser desejável ou indesejável (GUTMAN; 1982). Refere-se ao que o
produto faz ou provê ao consumidor, tanto no nível funcional, como psicossocial (TER
HOFSTEDE et al., 1998).
DO: Serão operacionalizadas através de indicadores gerados com as entrevistas em
profundidade, realizadas com estudantes universitários, pela percepção dos mesmos em
relação às características do objeto em estudo, e mensurados pela ligação entre benefícios e
valores por meio da matriz BV preenchidas na coleta de dados.
c) Valores pessoais do consumidor
DC: Um valor é uma crença duradoura que um modo específico de conduta (valor
instrumental) ou estado final de existência (valor terminal) é pessoalmente ou socialmente
preferível a um modo de conduta ou estado final de existência oposto ou diferente
(ROKEACH, 1973).
131
DO: Serão operacionalizadas a partir dos indicadores descritos na tabela 14 da base
teórico-empírica; seu ordenamento e mensuração serão feitos pela ligação entre benefícios e
valores por meio de escalas de escolhas simples e pela matriz BV, preenchida na coleta de
dados dos estudantes universitários.
4.9.2 Escalas de Medida
Segundo Mattar (1999, p. 200), a atitude em relação a um objeto, organização, pessoa,
fato ou situação é expressa de forma direcional e pode ser avaliada por meio de coleta da
manifestação de sentimentos a favor, contra ou neutros. As escalas de ordenação são muito
utilizadas para medir atitudes, pois são de concepção simples, são fáceis de aplicar e o
processo de obter a informação é similar ao processo de decisão de compra. As escalas de
ordenação permitem que os respondentes ordenem ou classifiquem os objetos de acordo com
as suas atitudes em relação a eles.
Segundo Mattar (1999, p. 197): “As escalas ordinais têm sido muito utilizadas em
pesquisas de marketing. Sempre que desejarmos obter ordenamento das preferências,
opiniões, atitudes e percepções dos consumidores, deveremos utilizar escalas ordinais.”
A escala escolhida para a coleta de dados na questão 1 do questionário I do estudo foi
a de comparação pareada. Neste contexto, todos os objetos de estudo são dispostos em pares,
satisfazendo todas as combinações possíveis. Os objetos que compõem cada par são
confrontados e selecionados de acordo com a atitude do respondente em relação a eles. Em
seguida, todos os pares resultantes das combinações são comparados para posterior análise.
Vale ressaltar que o objeto do estudo são os Fatores Críticos de Sucesso selecionados a partir
dos prognósticos de Porter.
132
Em relação ao método multicritério ou multidecisor, segundo Arrow (1951), citado
por Barba-Romero e Pomerol (1997), não existe escolha justa, ou seja, o existe método
“perfeito”. Considera-se como justo um todo de escolha multidecisor que obedeça aos
axiomas de universalidade, da unanimidade, da independência em relação às alternativas
irrelevantes, da transitividade e da totalidade. O teorema de Arrow garante que, com exceção
de métodos de ditador, nenhum método de escolha atende simultaneamente a esses axiomas.
No método de Condorcet se exige que cada decisor ordene todas as alternativas de acordo
com suas preferências. Mas, em vez de se atribuir uma pontuação a cada alternativa, o método
estabelece relações de superação. Deve-se verificar, em cada par de alternativas, qual delas foi
preferida pela maioria dos decisores. Nesse caso, diz-se que esta alternativa é preferível em
relação à outra.
Na questão 1 optou-se pelo método de Copeland (Barba-Romero e Pomerol, 1997),
que consiste em contar em relação a quantas alternativas cada uma é preferível, ou seja, somar
os elementos de cada linha da matriz de adjacência. As alternativas são então ordenadas pelo
resultado dessa soma. O método de Copeland alia a vantagem de fornecer uma ordenação
total, ao fato de dar o mesmo resultado de Condorcet, quando este não apresenta nenhum ciclo
de intransitividade (SOARES DE MELLO, J.; GOMES, L.; GOMES, E. e SOARES DE
MELLO, M.; 2005).
Mattar (1996, p. 98) apresenta como desvantagem para a escala de comparação
pareada a rápida expansão do número de pares a comparar, à medida que se eleva o tamanho
do conjunto, dificultando enormemente o trabalho e gerando fadiga nos respondentes. Desta
forma, se o número total de combinações for elevado, o questionário será enfadonho aos
respondentes.
Como a questão 1 do questionário I foi elaborado a partir de 7 fatores críticos de
sucesso, de acordo com Cooper e Schindler (1998, p. 193), o número de combinações está
dentro da faixa aceitável.
Segundo Mattar (1997, p.196), as medidas tomadas nas escalas razão, nos permitem
concluir quanto a sua magnitude absoluta, além de nos informar a posição quanto às pessoas,
objetos ou fatos estão distantes entre si em função de determinada característica.
Outra escala escolhida para um dos instrumentos desta pesquisa foi a escala somatória
ou escala Likert, que é uma escala indireta, ao combinar um conjunto de respostas dos
entrevistados em relação ao objeto em questão para determinar qual a sua posição na escala de
atitude desenvolvida: propostas por Rensis Likert em 1932, compreende uma série de
afirmações relacionadas com o objeto pesquisado. Os respondentes são solicitados, o a
1
33
concordarem ou discordarem das afirmações, mas também a informarem qual seu grau de
concordância/discordância. A cada célula de resposta é atribuído um número que reflete a
direção da atitude do respondente em relação a cada afirmação. A pontuação total da atitude
de cada respondente é dada pela somatória das pontuações obtidas para cada afirmação.
Conforme Cooper e Schindler (2003), “como o número de tais escalas tem apenas um
significado de classificação, a mensuração apropriada da tendência central é a mediana”,
enquanto “uma medida percentual ou quartil revela a dispersão”. A escala Likert foi utilizada
nas Questões 4 do questionário II.
No questionário I desta pesquisa também foi ainda utilizada uma pergunta com
resposta de escolha múltipla (Questão 2), onde foi solicitado aos respondentes que optassem
por quantas opções julgarem adequadas dentre o rol apresentado. Esta pergunta foi utilizada
para avaliar a rejeição dos respondentes aos FCS apresentados como opções. Considerou-se
como critério para rejeição para qualquer FCS, o patamar de 30% dos respondentes, ou seja, o
fator com um nível de rejeição superior a 30% do total de respondentes será considerado
como não crítico (SIQUARA, 2003).
Utiliza-se ainda uma pergunta com resposta aberta no questionário I (Questão 3). A
opção por uma pergunta com resposta aberta se deve ao fato de influenciarem menos os
respondentes que as perguntas com respostas fechadas, sendo dada a liberdade aos
respondentes para apontar algum outro fator que considerem crítico no lançamento do serviço
IPTV.
A questão 5 do questionário I corresponde a matriz BV (benefício valores), onde os
respondentes deveriam assinalar a associação entre os elementos sugeridos. Neste caso, os
parâmetros de resposta foram “0” (zero) representado por uma célula vazia na matriz no caso
de inexistência de associação, ou “1” representado pela marcação de “x” no caso da existência
da associação na opinião do respondente.
No questionário II, na questão 5 também foi utilizada a matriz BV (benefício –
valores), onde nas linhas foram descritos os benefícios e nas colunas inclinadas os valores. Os
respondentes deveriam assinalar a associação entre os elementos sugeridos da mesma maneira
que no questionário I. Na questão 4 do questionário II foi solicitado que os respondentes
hierarquizassem por ordem de importância os noves valores da LOV, o que seria a
caracterização dos potenciais consumidores em termos do que ele privilegia em sua vida.
134
4.9.3 Pré-teste do questionário
O questionário I foi submetido a um pré-teste com 2 respondentes integrantes do
universo. o questionário II foi submetido a um pré-teste com 3 respondentes também
integrantes do universo. O pré-teste buscou verificar:
a) Se os termos utilizados são adequados para os respondentes;
b) Se as perguntas são concisas e de fácil compreensão; e
c) O tempo para preenchimento.
Em resposta a estes itens, verificou-se que alguns termos, por sua natureza técnica,
podem gerar dúvidas quanto ao preenchimento. Desta forma, o questionário foi aperfeiçoado
para uma melhor compreensão de todos os atores.
O tempo médio de preenchimento foi da ordem de 15 minutos e 10 minutos por
respondente para os questionários I e II, respectivamente.
4.9.4 Hipóteses e Questões-Chave
Os quadros a seguir apresentam as hipóteses com suas respectivas questões chave, as
questões em cada instrumento que se propõem a avaliá-las e o referencial teórico.
Hipótese I – O sucesso no lançamento do IPTV pelas operadoras brasileiras de
telefonia depende da integração de diferentes serviços e do conteúdo das programações.
135
Fontes de dados e referencial teórico nas questões chave da Hipótese I
Questões Fonte de Dados
Referenciais Teóricos
a) Integração de diferentes
serviços é um FCS no
lançamento do IPTV?
Fatores Críticos de Sucesso de Rockart, Modelo
do Ciclo de Vida do Produto e seus
prognósticos para a fase de lançamento de
Porter (1986)
b) O Conteúdo das
programações é um FCS no
lançamento do IPTV?
As seguintes
questões do
questionário I:
- Questões 1, 2,
3 e 4.
Fatores Críticos de Sucesso de Rockart,
Modelo do Ciclo de Vida do Produto e seus
prognósticos para a fase de lançamento, de
Porter (1986)
Tabela 14 – Fontes de dados e referencial teórico nas questões-chave da Hipótese I.
Fonte: Elaboração própria.
Hipótese II – Propaganda informativa é um FCS no lançamento de um novo serviço de
TV baseada nas facilidades do protocolo IP.
Fontes de dados e referencial teórico nas questões chave da Hipótese II
Questões Fonte de Dados Referenciais Teóricos
a) Propaganda informativa é um
FCS no lançamento do IPTV?
As seguintes questões do
questionário I:
- Questões 1, 2, 3 e 4.
Fatores Críticos de Sucesso de
Rockart, Modelo do Ciclo de Vida
do Produto e seus prognósticos para
a fase de lançamento, de Porter
(1986)
Tabela 15 – Fontes de dados e referencial teórico nas questões-chave da Hipótese II.
Fonte: Elaboração própria.
Hipótese III – Uma estrutura de preços com várias opções de mensalidades para
diferentes pacotes de serviço é um FCS no lançamento do IPTV.
.Fontes de dados e referencial teórico nas questões chave da Hipótese III
Questões
Fonte de Dados
Referenciais Teóricos
a) Estrutura de preços ao cliente é um
FCS no lançamento do IPTV?
As seguintes questões
do questionário:
- Questões 1, 2, 3 e 4.
Fatores Críticos de Sucesso de
Rockart e Modelo do Ciclo de
Vida do Produto e seus
prognósticos para a fase de
lançamento, de Porter (1986)
Tabela 16 – Fontes de dados e referencial teórico nas questões-chave da Hipótese III.
Fonte: Elaboração própria.
136
Hipótese IV – A excelência em custos de infra-estrutura na aquisição de novas
tecnologias, combinação e utilização adequada da rede externa e equipamentos existentes
são determinantes para se criar um diferencial competitivo.
Fontes de dados e referencial teórico nas questões chave da Hipótese IV
Questões
Fonte de Dados
Referenciais Teóricos
a) O custo da infra-estrutura para a
operadora é um FCS no lançamento
do IPTV?
As seguintes questões
do questionário I:
- Questões 1, 2, 3 e 4.
Fatores Críticos de Sucesso de
Rockart, Modelo do Ciclo de
Vida do Produto e seus
prognósticos para a fase de
lançamento, de Porter (1986)
Tabela 17 – Fontes de dados e referencial teórico nas questões-chave da Hipótese IV.
Fonte: Elaboração própria.
Hipótese V Estratégia de marketing com foco na percepção de valores, que são
atendidos pelos benefícios gerados pelos atributos do IPTV, representa um FCS no
lançamento deste serviço pelas operadoras de telefonia no Brasil.
Fontes de dados e referencial teórico nas questões chave da Hipótese V
Questões Fonte de Dados Referenciais Teóricos
a) Estratégia de Marketing com foco
na percepção de valor pelos
consumidores é um FCS no
lançamento do IPTV?
Fatores Críticos de Sucesso de Rockart e
Modelo do Ciclo de Vida do Produto e
seus prognósticos para a fase de
lançamento, de Porter (1986)
b) Há valores que são satisfeitos com
os benefícios gerados pelos atributos
do IPTV para potenciais
consumidores?
As seguintes
questões do
questionário I:
- Questões 1, 2, 3
4 e 5.
A seguinte
questão do
questionário II:
-Questão 2
Modelos de Cadeias meios-fim e Lista de
valores LOV
Tabela 18 – Fontes de dados e referencial teórico nas questões-chave da Hipótese V.
Fonte: Elaboração própria.
137
Hipótese VI – A concorrência com as operadoras de TV por assinatura já estabelecidas
no mercado é um fator que influenciará o sucesso ou fracasso do lançamento do IPTV pelas
operadoras de telefonia.
Fontes de dados e referencial teórico nas questões chave da Hipótese VI
Questões
Fonte de Dados
Referenciais Teóricos
a) A concorrência com empresa de TV
por assinatura tradicionais é um FCS
no lançamento do IPTV?
As seguintes questões
do questionário I:
- Questões 1, 2, 3 e 4.
Fatores Críticos de Sucesso de
Rockart e Modelo do Ciclo de
Vida do Produto e seus
prognósticos para a fase de
lançamento, de Porter (1986)
Tabela 19 – Fontes de dados e referencial teórico nas questões-chave da Hipótese VI.
Fonte: Elaboração própria.
4.9.5 Procedimentos de Tratamento e análise dos dados
Os dados serão tratados através de análise quantitativa e qualitativa. A análise
quantitativa caracteriza-se pela inferência estatística escolhida de acordo com as
características dos dados. Através da análise qualitativa, os resultados serão confrontados com
o referencial teórico utilizado.
Os resultados obtidos, que apuram a ordem de priorização dos FCS segundo a visão
dos respondentes através do questionário I, após sua tabulação, foram submetidos ao teste de
Kolmogorov-Smirnov que, segundo Mattar (1997), é o que mais se adapta à natureza das
variáveis (ordinais) e ao tipo de amostra estudada.
A prova de Kolmogorov-Smirnov de uma amostra é uma prova de aderência. Isto é,
diz respeito ao grau de concordância entre a distribuição teórica específica. Determina se os
valores da amostra podem razoavelmente ser considerados como provenientes de uma
população com aquela distribuição teórica (SIEGEL, 1991).
Em resumo, a prova procura especificar a distribuição de freqüência acumulada que
ocorreria sob a distribuição teórica, e compará-la com a distribuição de freqüência acumulada
observada. A distribuição teórica representa o que se poderia esperar de H0. Determina-se o
ponto em que estas duas distribuições teórica e observada acusam maior divergência. A
referência à distribuição amostral indica se essa diferença pode ser atribuída ao acaso. Isto é, a
distribuição amostral indica se uma divergência com tal magnitude teria probabilidade de
138
ocorrer se as observações constituíssem realmente uma amostra aleatória de distribuição
teórica (SIEGEL, 1991).
Seja F
0
(X) uma distribuição de freqüência acumulada completamente especificada, ou
seja, a distribuição de freqüência acumulada, teórica, sob H
0
. Isto é, para qualquer valor de X,
o valor de F
0
(X) é a proporção de casos esperados com escores iguais a, ou menores do que,
X (SIEGEL, 1991).
Seja S
N
(X) a distribuição de freqüência acumulada de uma amostra aleatória de N
observações. Quando X é qualquer escore possível, S
N
(X) = K/N, onde k é o número de
observações não superiores a X (SIEGEL, 1991).
Ora, pela hipótese de nulidade, de que a amostra tenha sido extraída da distribuição
teórica especificada, espera-se que, para cada valor de X, S
N
(X) seja suficientemente próximo
de F
0
(X). Isto é, sob H
0
, espera-se que as diferenças entre S
N
(X) e F
0
(X) sejam pequenas e
estejam dentro dos limites dos erros aleatórios. A prova de Kolmogorov-Smirnov focaliza a
maior dessas diferenças. O maior valor de F
0
(X) - S
N
(X) é chamado desvio máximo, D
(SIEGEL, 1991).
D= Máximo| F
0
(X) - S
N
(X)|
Para comprovar hipóteses sobre se uma amostra foi extraída de uma população com
distribuição especificada, o pesquisador pode empregar uma das três provas de aderência:
prova binomial, a prova X
2
de uma amostra, ou a prova de Kolmogorov-Smirnov de uma
amostra. Sua escolha será condicionada pelos seguintes fatores (SIEGEL, 1991):
- Pelo número de categorias em sua mensuração;
- Pelo nível de mensuração utilizado;
- Pelo tamanho da amostra; e
- Pelo poder da prova estatística.
A prova binomial pode ser empregada quando apenas duas categorias na
classificação dos dados. É especialmente útil quando o tamanho da amostra é tão pequeno que
não se pode aplicar a prova X
2
. Na pesquisa, em questão, não optou-se por esta prova, pois
estamos utilizando mais de uma categoria na análise dos dados.
A prova X
2
deve ser empregada quando os dados se dispõem em categorias discretas e
quando as freqüências esperadas são suficientemente grandes.
139
Tanto a prova binomial como a prova X
2
podem ser aplicadas a dados mensurados
seja em escala nominal, ou escala ordinal.
As provas X
2
são insensíveis aos efeitos da ordem gl > 1 (gl é definido como K-1,
onde K= o número de categorias), assim, uma prova X
2
pode não ser a melhor quando
determinada hipótese leva em conta a ordem (SIEGEL, 1991).
Para o método estatístico (não paramétrico), as escalas de medição utilizadas para os
dados (ordinais) e o número de amostras e o seu relacionamento, utilizou-se o teste
Kolmogorov-Smirnov, sugerido por Mattar (1996) para tal situação, por “tirar proveito da
natureza ordinal da informação” e por não exigir freqüências mínimas.
A prova de Kolmogorov-Smirnov deve ser usada quando se pode admitir que a
variável em estudo tenha distribuição contínua. Todavia, se essa prova é aplicada quando a
distribuição da população F0(X), é descontínua, o erro resultante é para o lado da segurança
(GOODMAN, 1954); isto é, se no teste de hipóteses sobre uma variável descontínua se
utilizam tábuas que supõem a continuidade de F0(X). O teste é conservativo: Se H0 é
rejeitada de acordo com tal prova, podemos ter plena confiança na decisão.
A prova de Kolmogorov-Smirnov trata as observações individuais separadamente, não
acarretando, assim em perda de informações, como por vezes ocorre na prova X
2
em razão do
grupamento. No caso de uma variável contínua, se a amostra é pequena (obrigando, por
conseguinte, a combinar duas categorias para se aplicar X
2
), a prova X
2
é decisivamente
menos poderosa que a prova de Kolmogorov-Smirnov. Poderíamos dizer que em todos os
casos em que a prova de Kolmogorov Smirnov é aplicável, a prova de Kolmogorov-Smirnov
é a mais poderosa das aderências (SIEGEL, 1991).
No estudo específico a aplicação do método de Kolmogorov-Smirnov é feita em
etapas conforme o procedimento a seguir:
1) Ordenação dos FCS em ordem decrescente de pontuação absoluta (pa).
pa = Σ
ΣΣ
Σ pontos (FCS)
2) Cálculo da pontuação relativa que representa o percentual de pontos de cada fator
em relação ao total de pontos (pr).
pr = pa / pt
3) Cálculo da pontuação relativa acumulada que representa o percentual acumulado, a
cada fator, em relação ao total de pontos (pra).
pra = Σ
ΣΣ
Σ pa
140
4) Cálculo da pontuação relativa teórica que representa o percentual teórico de pontos
de cada fator, considerando-se a hipótese de não haver percepção diferenciada
pelos respondentes (prt).
prt = 1 / 7 (sete FCS)
5) Cálculo da pontuação relativa acumulada teórica que representa o percentual
teórico acumulado, a cada fator, em relação ao total de pontos, considerando-se a
hipótese de não haver percepção diferenciada pelos respondentes (prta).
prta = Σ
ΣΣ
Σ prt
6) Cálculo da diferença entre a pontuação real e teórica que representa a diferença
entre percentuais acumulados observados e percentuais acumulados teóricos, a
cada fator ().
= pra - prta
7) Comparação entre o valor da diferença máxima acumulada com o valor tabelado
para o número de componentes da amostra e grau de significância. A tabela 20
descreve os valores críticos de D na Prova de Kolmogorov-Smirnov.
141
Nível de Significância para D máximo Tamanho da
Amostra (N)
0,2 0,15 0,1 0,05 0,01
1 0,9 0,925 0,95 0,975 0,995
2 0,684 0,726 0,776 0,842 0,929
3 0,565 0,597 0,642 0,708 0,828
4 0,494 0,525 0,564 0,624 0,733
5 0,446 0,474 0,51 0,565 0,669
6 0,41 0,436 0,47 0,521 0,618
7 0,381 0,405 0,438 0,486 0,577
8 0,358 0,381 0,411 0,457 0,543
9 0,339 0,36 0,388 0,432 0,514
10 0,322 0,342 0,368 0,41 0,49
11 0,307 0,326 0,352 0,391 0,468
12 0,295 0,313 0,338 0,375 0,45
13 0,284 0,302 0,325 0,361 0,433
14 0,274 0,292 0,314 0,349 0,418
15 0,266 0,283 0,304 0,338 0,404
16 0,258 0,274 0,295 0,328 0,392
17 0,25 0,266 0,286 0,318 0,381
18 0,244 0,259 0,278 0,309 0,371
19 0,237 0,252 0,272 0,301 0,363
20 0,231 0,246 0,264 0,294 0,356
25 0,21 0,22 0,24 0,27 0,32
30 0,19 0,2 0,22 0,24 0,29
35 0,18 0,19 0,21 0,23 0,27
Mais de 35 1,07/N
1/2
1,14/N
1/2
1,22/N
1/2
1,36/N
1/2
1,63/N
1/2
Tabela 20 – Valores Críticos de D na Prova de Kolmogorov-Smirnov.
Fonte: Fonte: Massey (1951), apud Siegel (1981).
Esta análise estatística será realizada com os dados obtidos da questão 1 e 4 do
questionário I.
Para a análise da questão 5 do questionário I e II, será obtida a probabilidade de
ocorrência que a freqüência de uma associação benefício e valor representa quando
comparada com a possibilidade máxima de pontos que esta associação poderia ter.
Conforme visto no item 3.4.1.3 (Técnicas de mensuração do modelo de cadeia meios
fim), para a utilização da Técnica Padrão de Associação, APT – Association Pattern Technique
(TER HOFSTEDE et al., 1998) enquanto método de pesquisa, deve-se considerar a suposição
da independência condicional entre as ligações dos atributos, benefícios e valores. Porém nesta
pesquisa, esta independência condicional não pode ser comprovada pois a relação entre
atributos e benefícios foram previamente estabelecidas para os respondentes através de um
142
texto introdutório explicativo presente no questionário sem a utilização de uma matriz AB
(atributo benefício). Neste caso o respondente somente sinaliza a relação destes
atributos/benefícios previamente estabelecidos com os valores da LOV.
4.10 LIMITAÇÃO DO MÉTODO
O entrevistador exerce influência sobre as respostas dos entrevistados, assim
como a apresentação e explicação dos itens, que podem ter influenciado no comportamento
dos respondentes (HASSEGAWA, 2002). Esta influência pode ter ocorrido principalmente
nos questionários aplicados aos estudantes universitários.
As respostas dos executivos e gerentes das empresas obtidos por meio de e-mail não
garantem que possam refletir a realidade, devido à existência de respostas distorcidas,
causadas pelo grau de motivação do entrevistado, a falta de conhecimentos sobre o assunto
pesquisado, assim como, a inadequação do questionário (excessivo número de perguntas,
escala utilizada e tempo, entre outros).
4.11 SUMÁRIO CONCLUSIVO DO CAPÍTULO
Neste capítulo foram descritos o método escolhido para a pesquisa, os instrumentos e
procedimentos técnicos para a coleta dos dados e as ferramentas de análise estatística adotada.
Além disso, foram caracterizadas as amostras alvo da pesquisa.
5 RESULTADOS ENCONTRADOS E ANÁLISE
5.1 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Serão apresentados neste tópico as características das amostras da pesquisa, tanto dos
profissionais envolvidos com o desenvolvimento do IPTV quanto dos estudantes
universitários.
5.1.1 Caracterização da amostra - Executivos das empresas
Para o questionário I, a amostra de respondentes ficou caracterizada por profissionais
que ocupam cargos de gerência ou supervisão da área de planejamento, marketing, projetos e
implantação de redes e consultores de IPTV conforme a Tabela 21. Todos possuem nível
superior completo e estão envolvidos com projetos IPTV no ano de 2007.
Tabela 21 – Caracterização da amostra para o questionário I.
Fonte: Dados da pesquisa de campo.
Variável Gerentes/supervisores
Consultores
Ocupação
70% 30%
Nível superior
100% 100%
Idade
35 a 50 anos 30 a 50 anos
Tempo na empresa
2 a 15 anos 2 a 7 anos
Envolvimento com IPTV em 2007
sim sim
144
5.1.2 Caracterização da amostra - Estudantes universitários
Para a amostra dos estudantes universitários foi elaborado o questionário II, onde as
questões 1, 2 e 3 procuravam coletar as informações necessárias para a caracterização desta
amostra. Na tabela 22 são apresentados os resultados para caracterizar a amostra deste estudo.
VARIÁVEL FREQUÊNCIA PERCENTUAL
%
PERCENTUAL
ACUMULADO
Sexo
Masculino
56
57%
57%
Feminino
42
43%
100%
TOTAL GERAL 98
100%
Idade
18 e 19 anos
14
14%
14%
20 a 24
72
73%
88%
acima de 25
12
12%
100%
TOTAL GERAL 98
100%
Usuário de TV por assinatura
Sim
94
96%
96%
Não
4
4%
100%
TOTAL GERAL 98
100%
Usuário de banda larga
Sim
94
96%
96%
Não
4
4%
100%
TOTAL GERAL 98
100%
Curso universitário (acima
do 4
o
período)
Administração
32
33%
33%
Comunicação
38
39%
71%
Engenharia
6
6%
78%
Informática
6
6%
84%
Ciência Social
2
2%
86%
Ciências Contábeis
2
2%
88%
Direito
2
2%
90%
Estatística
2
2%
92%
Fisioterapia
2
2%
94%
Medicina
2
2%
96%
Publicidade
2
2%
98%
Turismo
2
2%
100%
TOTAL GERAL
98
100%
Tabela 22 – Caracterização da amostra do questionário II.
Fonte: Dados da pesquisa.
A amostra ficou caracterizada pelos homens (57%) em maior número que as mulheres
(43%); sendo dos 20 aos 24 anos (73%) a faixa etária mais expressiva. Quanto à qualificação
145
em termos de usuário de serviços de TV por assinatura ou banda larga, 96 % declararam ser
usuários destes serviços, apenas 4 % declararam não serem usuários de algum destes serviços.
Em relação aos cursos universitários de cada respondente, os mais expressivos foram
Administração de Empresas (33%) e Comunicação Social (39%).
Quanto aos valores, foi solicitado na questão 4 (questionário II) que os estudantes
hierarquizassem por ordem de importância os nove valores da LOV, o que seria a
caracterização dos estudantes da amostra em termos do que eles privilegiam em suas vidas.
Os resultados o apresentados na Tabela 23. O valor “respeito próprio” ocupou a primeira
posição em importância para os estudantes (51%), seguido do valor “auto-realização” que
ocupou a segunda posição (18%).
VALORES FREQUÊNCIA
PORCENTAGEM %
~
=
1- Respeito próprio (autovalorizar-se, ser orgulhos
o de você mesmo e
confiante na pessoa que você é)
50 51%
2- Auto-realização (obter sucesso nas coisas que você quer fazer)
18 18%
9- Relações calorosas (ter companhias próximas, amizades íntimas e
profundas paixões, relacionamentos emocionalmente fortes)
8 8%
5- Estímulo (levar uma vida excitante e estimulante, encontrar
motivação nas coisas)
6 6%
8- Ser respeitado (ser admirado pelos outros e receber seu
reconhecimento)
6 6%
7- Diversão (levar uma vida prazerosa e feliz, valorizar lazer e
entretenimento)
4 4%
3- Segurança (sentir-se seguro, fora de perigo, protegido de falta de
sorte, das desgraças e de agressões)
2 2%
4- Sentimento de pertença (sentir-se aceito e necessário pelos
amigos, pela família e pela comunidade, incluído no grupo).
2 2%
6- Senso de realização (buscar paz na mente, consciência tranqüila,
fazer o melhor uso dos seus talentos, realizar o que deve ser feito,
mesmo que você não quisesse fazer)
2 2%
Tabela 23 – Hierarquia dos valores (LOV) realizada pelos estudantes da amostra.
Fonte: dados da pesquisa de campo.
146
5.1.3 Técnica de Escalada para identificação dos Atributos e Benefícios
A técnica da escalada, como já descrita no referencial teórico, é utilizada para a
identificação dos atributos e benefícios. Esses elementos foram observados na etapa
qualitativa e serão descritos a seguir.
A abordagem corresponde a escalada pela seqüência atributos benefícios valores.
Essa abordagem, chamada ladder up, seguiu o seguinte procedimento:
Inicialmente, era feita uma apresentação dos atributos do IPTV identificados na
análise bibliográfica como por exemplo “disponibilidade de aproximadamente 400 filmes
para assistir com o VOD”, a seguir perguntava-se: “por que isto seria importante para você
em relação a um novo serviço de TV por assinatura?”. Procurava-se nesse momento
identificar os benefícios associados.
Pode-se observar um exemplo desse processo na passagem abaixo:
Entrevistador: Por que um serviço de TV por assinatura que disponibiliza um grande
número de filmes (aproximadamente 400 filmes) para assistir na hora que você
desejar é importante na sua opinião?
Respondente: Este é um número muito maior que a minha atual TV por assinatura
oferece no sistema pay-per-view. Com esta quantidade tenho mais opções de escolha.
Entrevistador: E a compra do filme pelo controle remoto, há algum benefício?
Respondente: Como posso comprar o filme sem sair de casa é como ter uma locadora
virtual, acho muito conveniente e posso aproveitar o conforto do lar .
A identificação das cadeias também pode ocorrer de forma mais direta sem maiores
intervenções do entrevistador, como nas passagens a seguir:
147
Com esta abordagem da escalada e as análises do referencial teórico-empírico que
definem o IPTV foram determinados 05 atributos conforme descrito na Tabela 24. Em relação
aos benefícios foram encontradas percepções que foram reunidas em um mesmo benefício ou
retiradas por já constarem em benefícios com o mesmo significado. O resultado é de 5
benefícios descritos na Tabela 25.
ATRIBUTOS
1 - Vídeo sob demanda (VOD)
2 - Canal próprio de TV
3 - Identificador de chamada na tela (Caller ID)
4 - Compra on-line de filme (locadora virtual)
5 - Jogos eletrônicos com alta definição em rede
Tabela 24 – Atributos do IPTV.
Fonte: dados da pesquisa.
BENEFÍCIOS
1 - mais conforto e conveniência para comprar um filme sem sair de casa
2 - mais opções de escolha de filmes disponiveis do que as tradicionais TV
por assinatura
3 - comodidade (identificador de chamada telefônica na tela da TV)
4 - maior interatividade através de jogos eletrônicos em rede
5 - relacionamento com outros pessoas através da TV.
Tabela 25 – Benefícios percebidos.
Fonte: dados da pesquisa.
Após estas entrevistas, foram identificados as associações diretas existentes entre os
mesmos. Estes dados gerados foram utilizados para a confecção do questionário II. A fim de
148
apresentar estes atributos e benefícios de forma associada e que contribuíssem para uma
melhor compreensão do serviço IPTV foi elaborado 4 textos descritivos que serviram para
compor a questão 5 do questionário II, bem como a construção da matriz BV
(benefício/valor), aplicado a amostra de 98 estudantes universitários.
A seguir os 4 textos descritivos, elaborados com base nas entrevistas do método da
escalada e a matriz BV:
1 - Conforto, conveniência e mais opções de escolha
Com este serviço, você terá aproximadamente uma lista de 400 filmes para escolher e
assistir no dia e hora que desejar, um número muito maior do que as Tv’s por assinatura
oferecem para compra no sistema pay-per-view. Basta escolher o filme através do controle
remoto e comprar, ou seja, é como se você tivesse uma locadora virtual de filmes dentro da
sua casa ou escritório.
2 - Comodidade
Este novo serviço permite que você veja no canto da tela da TV o número do telefone que esta
ligando para você, enquanto você assiste a TV. Com isso você poderá decidir se atende ou
não, sem ter que deixar de assistir o programa seja um filme, novela ou um telejornal. Você
poderá escolher através do controle remoto da TV se vai atender o chamado pelo telefone
móvel ou fixo.
3 - Emoção e interatividade com jogos
Com este novo serviço, você pode ter acesso não aos jogos eletrônicos oferecidos
pelas tradicionais TV’s por assinatura, mas também jogos mais emocionantes com veis de
dificuldade mais elevados, podendo jogar com outros jogadores “on line” que também
assinam este novo serviço de TV.
4 - Interatividade com outras pessoas através da TV
Este novo serviço permite que você crie um canal de televisão seu, onde o conteúdo pode
ser uma filmagem que você realizou na viagem de férias ou até a filmagem de uma festa de
149
aniversário. Os recursos disponíveis permitem que você inclua o conteúdo que desejar e
escolher dentre aquelas pessoas que também possuem este novo serviço, quem terá permissão
para assistir ao seu canal.
A seguir a matriz elaborada de forma a identificação dos valores de acordo com
atributos e benefícios:
1- mais conforto e conveniência para
comprar um filme sem sair de casa
2- mais opções de escolha de filmes
disponiveis do que as tradicionais TV
por assinatura
3- comodidade (identificador de
chamada telefônica na tela da TV)
4- maior interatividade através de
jogos eletrônicos em rede
5- relacionamento com outros
pessoas através da TV.
Figura 13 – Matriz BV.
Fonte: Elaborado pelo autor.
5.1.4 Tabulação e Análise dos dados
Para o questionário I, a tabulação foi realizada através de quatro etapas distintas:
1) Contagem da freqüência em que cada Fator Crítico de Sucesso foi apontado como
o mais importante nas 21 possíveis combinações da questão 1, questionário I.
2) Contagem da freqüência com que cada fator foi apontado como não crítico como
resultado da rejeição pelos respondentes na questão 2, questionário I.
BENEFÍCIOS
VALORES
150
3) Listagem dos Fatores Críticos de Sucesso adicionais sugeridos pelos respondentes
na questão 3.
4) Contagem da freqüência das notas atribuídas na questão 4 e análise dos resultados.
5) Contagem da freqüência das relações entre benefícios e valores para os executivos
das empresas.
Os dados da questão 1, questionário I, que têm como objetivo identificar o grau de
importância dos FCS atribuídos pela percepção dos respondentes, são descritos na tabela 25.
Nesta tabela, é apresentado o número de vezes que cada Fator Crítico de Sucesso foi
escolhido no universo das 21 combinações, além da porcentagem que esta freqüência
representa quando comparada com a possibilidade máxima de pontos que um FCS poderia ter.
A soma das ocorrências de cada fator em cada linha da matriz de Condorcet representa a
aplicação do método de Copeland para priorização dos FCS neste estudo.
Como o estudo em questão considera sete FCSs, cada um deles pode ser apontado no
máximo 6 vezes no total das 21 combinações. Desta forma, o número máximo de pontos de
cada grupo de respondente será dado pela quantidade de respondentes vezes 6. Os valores
percentuais relativos à quantidade total de pontos de cada FCS estão listados em ordem
decrescente, denotando, assim, a ordem de prioridade dos FCS pelo conjunto total da amostra
conforme Tabela 26.
Tabulação dos dados da questão 1
FCS 3 Operadoras 2 fornecedores 1 consultoria 6 Empresas
9 respondentes 3 respondentes 1 respondente
Total13
respondentes
Pontos % Pontos % pontos % Pontos %
Conteúdo das programações
35 65% 16 89% 3 50% 54 69%
Concorrência com empresa de TV
por assinatura tradicionais
38 70% 9 50% 5 83% 52 67%
Estratégias de marketing com foco
na percepção de valor
39 72% 7 39% 2 33% 48 62%
Integração de diferentes serviços
30 56% 12 67% 1 17% 43 55%
Estrutura de preços ao cliente
28 52% 5 28% 6 100%
39 50%
Custo da infra-estrutura para
operadora
17 31% 12 67% 4 67% 33 42%
Propaganda informativa
2 4% 2 11% 0 0% 4 5%
Máximo possível de pontos
54 100% 18 100% 6 100%
78 100%
Tabela 26 – Tabulação dos dados da questão 1 – Questionário I.
Fonte: dados da pesquisa.
151
A questão 2 analisa a rejeição dos respondentes quanto aos FCS em questão. Neste
contexto, foi feita uma contagem do número de rejeições por FCS e em seguida calculado o
valor porcentual relativo aos 13 respondentes. Os resultados obtidos na questão 2,
questionário I, são apresentados na Tabela 27.
Tabulação dos dados da questão 2
INDICE DE REJEIÇÃO
FCS 3 Operadoras 2 fornecedores 1 consultoria 6 Empresas
9 respondentes 3 respondentes 1 respondente Total13
respondentes
número % número % número % Número
%
Conteúdo das
programações
0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Concorrência com empresa
de TV por assinatura
tradicionais
0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Estratégias de marketing
com foco na percepção de
valor
0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Integração de diferentes
serviços
0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Estrutura de preços ao
cliente
0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Custo da infra-estrutura
para operadora
1 11% 0 0% 0 0% 1 8%
Propaganda informativa
2 22% 1 33% 0 0% 3 23%
Tabela 27 – Tabulação dos dados da questão 2 – Questionário I.
Fonte: dados da pesquisa.
Podemos observar pela tabela 27 que o FCS “Propaganda informativa” obteve 33% de
rejeição para o grupo de respondentes das empresas fornecedoras.
Na Tabela 28, tem-se o total de pontos de cada FCS, computada da escala Likert
referente à resposta da pergunta n
o
4.
152
Tabulação dos dados da
questão 4
FCS 3 Operadoras 2 fornecedores
1 consultoria Total 6 Empresas
9 respondentes 3 respondentes
1 respondente Total 13
respondentes
Σpontos Likert Σpontos Likert Σpontos Likert Σpontos Likert
Conteúdo das programações
38 15 4 57
Concorrência com empresa de
TV por assinatura tradicionais
36 15 4 55
Estratégias de marketing com
foco na percepção de valor
42 12 5 59
Integração de diferentes
serviços
38 12 4 54
Estrutura de preços ao cliente
34 12 5 51
Custo da infra-estrutura para
operadora
28 12 4 44
Propaganda informativa
31 9 3 43
Total de pontos
247 87 29 363
Tabela 28 – Tabulação dos dados da questão 4 – Questionário I.
Fonte: dados da pesquisa.
5.1.4.1 Método estatístico
Os resultados obtidos nas questões n
o
1 e n
o
4 do questionário I, que apuram a ordem
de priorização dos FCS segundo a visão dos respondentes, após sua tabulação, foram
submetidos ao teste de Kolmogorov-Smirnov, conforme citado no capítulo 4. A Tabela 29 a
seguir apresenta os resultados referentes à questão n
o
1, com os FCS agora ordenados pelo
resultado obtido no conjunto da amostra.
153
FCS
Pontuação
absoluta pa
Pontuação
relativa pr
Pontuação
relativa
acumulada
pra = Σ pa
Pontuação
relativa
teórica prt =
1/7
Pontuação
relativa
acumulada
teórica
prta = Σprt
Diferença entre
pontuação real
e teórica D=
pra – prta
Conteúdo das
programações
54 0,198 0,198 0,143 0,143 0,055
Concorrência com
empresa de TV por
assinatura tradicionais
52 0,190 0,388 0,143 0,286 0,102
Estratégias de
marketing com foco
na percepção de valor
48 0,176 0,564 0,143 0,429 0,135
Integração de
diferentes serviços
43 0,158 0,722 0,143 0,571 0,151
Estrutura de preços ao
cliente
39 0,143 0,864 0,143 0,714 0,150
Custo da infra-
estrutura para
operadora
33 0,121 0,985 0,143 0,857 0,128
Propaganda
informativa
4 0,015 1,000 0,143 1,000 0,000
Total 273 1,000
Tabela 29 – Análise estatística dos dados da questão 1 – Questionário I.
Fonte: dados da pesquisa.
Como a diferença máxima acumulada (D=0,151) é menor do que o valor tabelado
(D=0,284) para uma amostra de 13 respondentes e grau de significância (α=0,20), observa-se
que não diferenciação entre os Fatores Críticos de Sucesso segundo a visão dos
respondentes, sendo a diferença na pontuação atribuída ao acaso.
Foi realizada uma análise mais minuciosa separando a amostra em dois grupos
distintos: um grupo representado pelas empresas operadoras de telefonia e outro grupo
representado pelas empresas que não são operadoras de telefonia (fornecedores e consultoria).
Não houve necessidade de testar-se estatisticamente a diferença entre as amostras destes dois
grupos, procedendo-se diretamente à análise dos dois resultados distintamente, como pode ser
observado nas Tabelas 30 e 31 a seguir, com a aplicação do teste de Kolmogorov-Smirnov
para ambos:
154
Tabulação dos dados na questão 1 para 3 Operadoras com 9 respondentes
FCS
Pontuação
absoluta pa
Pontuação
relativa pr
Pontuação
relativa
acumulada
pra = Σ pa
Pontuação
relativa teórica
prt = 1/7
Pontuação
relativa
acumulada
teórica prta =
Σprt
Diferença
entre
pontuação
real e
teórica D=
pra – prta
Estratégias de marketing
com foco na percepção
de valor
39 0,206 0,206 0,143 0,143 0,063
Concorrência com
empresa de TV por
assinatura tradicionais
38 0,201 0,407 0,143 0,286 0,121
Conteúdo das
programações
35 0,185 0,593 0,143 0,429 0,164
Integração de diferentes
serviços
30 0,159 0,751 0,143 0,571 0,180
Estrutura de preços ao
cliente
28 0,148 0,899 0,143 0,714 0,185
Custo da infra-estrutura
para operadora
17 0,090 0,989 0,143 0,857 0,132
Propaganda informativa
2 0,011 1,000 0,143 1,000 0,000
Total
189 1,000
Tabela 30 – Análise estatística da questão 1 – Questionário I (Empresas Operadoras de Telefonia).
Fonte: dados da pesquisa.
Tabulação dos dados na questão 1 para 3 fornecedores e 1consultoria com 4 respondentes
FCS
Pontuação
absoluta pa
Pontuação
relativa pr
Pontuação
relativa
acumulada
pra = Σ pa
Pontuação
relativa teórica
prt = 1/7
Pontuação
relativa
acumulada
teórica prta
= Σprt
Diferença
entre
pontuação real
e teórica D=
pra - prta
Conteúdo das
programações
19 0,226 0,226 0,143 0,143 0,083
Custo da infra-estrutura
para operadora
16 0,190 0,417 0,143 0,286 0,131
Concorrência com
empresa de TV por
assinatura tradicionais
14 0,167 0,583 0,143 0,429 0,154
Integração de diferentes
serviços
13 0,155 0,738 0,143 0,571 0,167
Estrutura de preços ao
cliente
11 0,131 0,869 0,143 0,714 0,155
Estratégias de
marketing com foco na
percepção de valor
9 0,107 0,976 0,143 0,857 0,119
Propaganda informativa
2 0,024 1,000 0,143 1,000 0,000
Total
84 1,000
Tabela 31 – Análise estatística da questão 1 – Questionário I (Fornecedores e Consultoria).
Fonte: dados da pesquisa.
Como as diferenças máxima acumuladas (D=0,167 na tabela 30 e D=0,185 na tabela
31) são menores do que os valores tabelados/interpolados para amostras de 9 componentes das
Empresas Operadoras de Telefonia e de 4 para as não operadoras (fornecedores e consultoria),
155
com grau de significância (α=0,20), observa-se que não diferenciação entre os Fatores
Críticos de Sucesso segundo a visão dos respondentes, podendo a diferença na pontuação,
mais uma vez, ser atribuída ao acaso.
Para os resultados da questão 2 (Questionário I) descritos na tabela 27, percebe-se que
nenhum fator crítico de sucesso atingiu o patamar de 30% de recomendação para eliminação,
que foi o critério estabelecido para sua rejeição. O FCS que obteve maior índice de rejeição
foi o de “propaganda informativa”, rejeitado por 23 % dos respondentes. Esse resultado
reforça o resultado da análise das respostas da questão n
o
1 (questionário I), que indicou não
haver diferença significativa entre os FCS: em não havendo essa diferenciação, justifica-se a
não rejeição de qualquer dos FCS.
Ao aplicar a questão 3 (questionário I), as seguintes respostas foram obtidas quanto à
adição de outros FCS:
Aspectos regulatórios;
A questão regulatória é crítica, por não permitir a oferta de broadcast atualmente;
Prazo de entrega do serviço;
Qualidade do sinal transmitido; e
Melhor usabilidade do serviço oferecido, medido como quão agradável é a
experiência do usuário ao utilizar o serviço.
Vale ressaltar, que acima estão listadas exatamente as respostas obtidas a partir da
questão 3 do questionário I. Do total de 13 respondentes, 7 não responderam a esta questão.
Como os FCS representam apenas os fatores gerenciáveis por ações diretas das
empresas, as duas primeiras sugestões apresentadas acima relacionadas aos aspectos
regulatórios não podem ser consideradas conforme já descrito nas premissas desta pesquisa no
tópico 4.4.3. A regulamentação do Órgão ANATEL em relação ao IPTV é um fator ambiental
externo e não é diretamente gerenciável pelos executivos das empresas operadoras no Brasil.
A questão n
o
4 (questionário I) foi formulada com o objetivo de verificar a
consistência das respostas dadas na questão n
o
1, pois cada assertiva da questão n
o
4
corresponde a um dos sete Fatores Críticos de Sucesso apresentados na questão n
o
1: enquanto
na questão n
o
1, os fatores são apresentados explicitamente aos respondentes para que sejam
priorizados, na questão n
o
4, os fatores são apresentados de forma subjetiva, por meio de
assertivas relacionadas a cada FCS.
156
Os resultados obtidos na questão n
o
4 foram submetidos ao mesmo tratamento
estatístico utilizado na questão n
o
1, conforme mostrado na Tabela 32 a seguir:
FCS Pontuação
absoluta pa
Pontuação
relativa pr
Pontuação
relativa
acumulada
pra = Σ pa
Pontuação
relativa
teórica prt =
1/7
Pontuação
relativa
acumulada
teórica prta =
Σprt
Diferença
entre
pontuação
real e
teórica D=
pra - prta
Estratégias de marketing
com foco na percepção de
valor
59 0,163 0,163 0,143 0,143 0,020
Conteúdo das
programações
57 0,157 0,320 0,143 0,286 0,034
Concorrência com
empresa de TV por
assinatura tradicionais
55 0,152 0,471 0,143 0,429 0,042
Integração de diferentes
serviços
54 0,149 0,620 0,143 0,572 0,048
Estrutura de preços ao
cliente
51 0,140 0,760 0,143 0,714 0,046
Custo da infra-estrutura
para a operadora
44 0,121 0,882 0,143 0,857 0,025
Propaganda informativa
43 0,118 1,000 0,143 1 0,000
Total
363 1,000
Tabela 32 – Análise estatística dos dados da questão 4 – Questionário I.
Fonte: dados da pesquisa.
Segundo o método, como a diferença máxima acumulada (D=0,048) é menor que o
valor calculado (D=0,284) para uma amostra de 13 componentes e grau de significância
(α=0,20), observa-se novamente que, no teste de consistência, não houve diferenciação entre
os Fatores Críticos de Sucesso pela visão dos respondentes, corroborando com os resultados
da análise das respostas da questão n
o
1. A exemplo do que foi feito com os resultados da
questão n
o
1, fez-se a separação dos resultados da questão n
o
4 por organização, nas Tabela
33 e 34, obtendo-se os seguintes valores:
157
Tabulação dos dados na questão 4 para 3 Operadoras com 9 respondentes
FCS
Pontuação
absoluta
Pontuação
relativa pr
Pontuação
relativa
acumulada
pra = Σ pa
Pontuação
relativa
teórica prt
= 1/7
Pontuação
relativa
acumulada
teórica prta
= Σprt
Diferença
entre
pontuação
real e teórica
D= pra - prta
Conteúdo das
programações
38
0,154 0,154 0,143 0,143 0,011
Concorrência com
empresa de TV por
assinatura tradicionais
36
0,146 0,300 0,143 0,286 0,014
Estratégias de
marketing com foco na
percepção de valor
42
0,170 0,470 0,143 0,429 0,041
Integração de diferentes
serviços
38
0,154 0,623 0,143 0,572 0,051
Estrutura de preços ao
cliente
34
0,138 0,761 0,143 0,714 0,047
Custo da infra-estrutura
para operadora
28
0,113 0,874 0,143 0,857 0,017
Propaganda informativa 31
0,126 1,000 0,143 1 0,000
Total de pontos
247
1,000
Tabela 33 – Análise estatística da questão 4 – Questionário I (Grupo de empresas Operadoras de
Telefonia).
Fonte: dados da pesquisa.
Tabulação dos dados na questão 4 para amostra de 3 Fornecedores e 1 Consultoria
FCS
Pontuação
absoluta
Pontuação
relativa pr
Pontuação
relativa
acumulada
pra = Σ pa
Pontuação
relativa
teórica prt
= 1/7
Pontuação
relativa
acumulada
teórica prta
= Σprt
Diferença
entre
pontuação
real e teórica
D= pra - prta
Conteúdo das
programações
19
0,164 0,164 0,143 0,143 0,021
Concorrência com
empresa de TV por
assinatura tradicionais
19
0,164 0,328 0,143 0,286 0,042
Estratégias de
marketing com foco na
percepção de valor
17
0,147 0,474 0,143 0,429 0,045
Estrutura de preços ao
cliente
17
0,147 0,621 0,143 0,571 0,050
Integração de
diferentes serviços
16
0,138 0,759 0,143 0,714 0,045
Custo da infra-
estrutura para
operadora
16
0,138 0,897 0,143 0,857 0,040
Propaganda
informativa
12
0,103 1,000 0,143 1 0,000
Total de pontos
116
1,000
Tabela 34 – Análise estatística da questão 4 – Questionário I (Fornecedores e Consultoria).
Fonte: dados da pesquisa.
158
Os valores máximos de D nos dois casos, referentes às maiores diferenças entre a
pontuação real e teórica, mostraram-se bastante inferiores ao valor que indicaria a
diferenciação entre os fatores, mesmo após a separação dos resultados por organização.
A questão 5 no questionário I e II apresenta a mesma estrutura, apenas o conteúdo é
diferente na coluna 10 da matriz. No questionário direcionado aos executivos das empresas é
dada a opção “sem valor para o usuário”, já no questionário direcionado aos estudantes a
opção é “não tem valor para mim”.
Nesta questão, os respondentes deveriam assinalar a associação entre
atributos/benefícios sugeridos e os valores descritos. As matrizes com a ocorrência de todas as
probabilidades das ligações podem ser vistas nos APÊNDICE I e II. Optou-se por trabalhar
apenas com as ligações mais significativas em termos da probabilidade de ocorrência. Para
isso o corte das ligações foram feitos segundo a análise dos quartis das amostras. Optou-se
pelo segundo quartil (Q2 = 0,384) no caso da matriz correspondente aos executivos das
empresas e pelo terceiro quartil (Q3 = 0,163) na matriz dos estudantes universitários. Os
cortes nestes quartis procuravam eliminar as baixas probabilidades de ocorrência, procurando-
se atentar as probabilidades mais significativas, já que não há nenhuma referência na literatura
que trate tal relação de forma probabilística sugerindo valores de referência. No tópico a
seguir serão discutidas as relações dos 5 atributos/benefícios com os nove valores do LOV.
As ligações significativas são apresentadas na figura 13 para os estudantes universitários e na
figura 14 para os executivos das empresas.
159
Figura 14 – Mapa probabilístico adaptado do MEC: encadeamento atributos/benefícios e valores para
os estudantes universitários.
Fonte: dados da pesquisa.
Figura 15 – Mapa probabilístico adaptado do MEC: encadeamento atributos/benefícios e valores para
os executivos das empresas.
Fonte: dados da pesquisa.
160
5.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS
5.2.1 Fatores críticos de sucesso
Inicialmente, os resultados da tabela 26, referente à tabulação dos dados obtidos da
questão 1, serão analisados de forma qualitativa com o objetivo de enriquecer a pesquisa.
Vale ressaltar, que as observações indicam tendências que poderão ser avaliadas e validadas
em estudos posteriores.
Nesta etapa, não aplicaremos uma análise quantitativa através de inferência estatística,
pois o número de elementos por grupo é bem reduzido. A análise quantitativa é aplicada ao
conjunto total da amostra, pois o objetivo do trabalho é a identificação dos FCS deduzidos do
modelo de Porter, na perspectiva dos principais atores do segmento, ou seja, todos os
componentes da amostra.
A questão n
o
1 do questionário I indicou não haver diferenciação entre os FCS, ainda
que alguns FCS tenham alcançado uma pontuação superior a outros, como foi o caso do FCS
“Conteúdo das programações”, com 54 pontos, segundo os respondentes, comparado com os
33 pontos de “Custo da infra-estrutura para as operadoras”. Tal diferenciação não foi
considerada estatisticamente representativa, podendo ser uma tendência, ou tão somente
atribuída ao acaso.
Com relação à questão n
o
2 do questionário I, que apurou o índice de rejeição aos FCS
deduzidos do modelo de Porter, observa-se que, considerada a amostra, os valores estão
abaixo de 30%. Porém, o FCS “Propaganda informativa” foi o que obteve a maior pontuação
de rejeição (33%), no grupo de fornecedores, índice suficiente para que viesse a ser rejeitado
pois ficou acima dos 30%.
Com relação a questão n
o
3, que solicita aos respondentes sugestões de outros FCS,
pelos fatores deduzidos do modelo de Porter (1986), poderia se afirmar que as sugestões
apresentadas estariam englobadas nos FCS definidos, apresentando diferença apenas na
redação e/ou por estarem implícitos em algum(ns) dos FCS deduzidos, conforme mostrado na
tabela 35 a seguir:
161
Tabela 35 – Correlação entre as sugestões de novos FCS e os já definidos.
Fonte: elaboração própria.
Na questão n
o
4, buscou-se dar uma abordagem quantitativa aos mesmos FCS
analisados na questão n
o
1. Os resultados não diferiram dos daquelas questões, reforçando a
não-diferenciação entre os FCS. Qualquer sequênciamento/priorização dos FCS não pode ser
inferido pelo fato de estatisticamente não se poder confirmar a diferenciação entre os FCS.
O tratamento estatístico aplicado nas questões 1, 2 e 4 do questionário I validou os
seguintes FCS:
- Conteúdo das programações (conteúdo ofertado ao cliente);
- Integração de diferentes serviços (vídeo sob demanda, games, voz sobre IP,
integração com o telefone e a internet);
- Estratégias de marketing com foco na percepção de valor;
- Estrutura de preços aos clientes;
- Custo da infra-estrutura para a operadora (equipamentos e rede de acesso); e
- Concorrência com as empresas tradicionais de TV por assinatura
5.2.2 Resultados do modelo adaptado do MEC
Seguem as análises que procuram justificar a relações encontradas entre os valores dos
consumidores e os benefícios dos serviços do IPTV conforme a figura 13, segundo o modelo
MEC para a amostra de estudantes universitários. Ao final deste tópico serão descritas as
FCS
Integração de
diferentes serviços
Estratégia de
marketing
Custo infra-
estrutura
Prazo de entrega do serviço
X
Qualidade do sinal transmitido
X X
Melhor usabilidade do serviço oferecido,
medido como quão agradável é a
experiência do usuário ao utilizar o
serviço.
X X
162
associações que não foram encontradas nos dados da amostra dos executivos da empresas mas
obtiveram probabilidade significativa de ocorrência na amostra dos estudantes universitários.
a) O valor diversão
Conforme Khale (1983), o valor diversão está relacionado com a busca de uma vida
prazerosa e feliz, valorizando situações, como entretenimento e momentos de lazer, isto é,
aquela situação em que se sentem tranqüilos e despreocupados. Mesmo sendo uma nova
tecnologia, o IPTV como forma de assistir TV é um entretenimento que pode proporcionar
grande prazer para quem consome, através dos programas disponibilizados assim como as
formas tradicionais de TV aberta ou por assinatura.
Para os potenciais consumidores a busca deste entretenimento proporcionada pelo
IPTV, é satisfeita em decorrência da relação com três benefícios: (1) relacionamento com
outras pessoas através da TV, (2) mais opções de escolha de filmes disponíveis do que as
tradicionais TV por assinatura e (3) mais conforto e conveniência para comprar um filme sem
sair de casa.
O benefício relacionamento com outras pessoas através da TV” possui probabilidade
de ocorrência com o valor diversão de 0,163 para a amostra estudada de estudantes
universitários. Hoje, as pessoas se relacionam pela Internet através de troca de e-mails,
fotos e vídeos de curta duração. Neste contexto o IPTV pode ser uma nova forma de
relacionamento já que um de seus atributos é a construção de um canal com conteúdo próprio,
o que pode ser uma grande fonte de prazer e entretenimento.
O segundo benefício relacionado ao valor diversão é “mais opções de escolha de
filmes disponíveis do que as tradicionais TV por assinatura” com probabilidade de ocorrência
de 0,591, a maior encontrada entre benefícios e valores. Logo, este benefício é o maior
atrativo e diferencial do IPTV que satisfaz ao valor diversão para os potenciais consumidores.
O atributo relacionado a este benefício é o vídeo sob demanda ou VOD, que corresponde a
possibilidade de assistir um filme desejado a qualquer hora do dia, ou seja, o assinante não
fica vinculado a um determinado horário em que o filme será transmitido como ocorre hoje
com as TV’s tradicionais.
O terceiro benefício relacionado ao valor diversão é “mais conforto e conveniência
para comprar um filme sem sair de casa” com probabilidade de ocorrência de 0,469, a relação
entre ambos parece estar ligada, neste caso, aos benefícios conforto e conveniência
propiciarem o surgimento de situações onde os consumidores se sentem tranqüilos e
despreocupados.
163
b) O valor Estímulo
O valor estímulo está relacionado a busca por uma vida mais excitante e estimulante
KAHLE (1983). Os produtos ou serviços consumidos pelos indivíduos devem produzir fortes
emoções em suas vidas.
A probabilidade de ocorrência encontrada foi de 0,204 entre este valor e o benefício
“mais opções de escolha de filmes disponíveis do que as tradicionais TV por assinatura” e de
0,163 para o benefício “maior interatividade através de jogos eletrônicos em rede”. Estas
associações podem ser explicadas pelo fato do número maior de opções e a interatividade
transformarem o ato de assistir TV muito mais estimulante e excitante.
c) O valor segurança
O valor segurança traduz a tentativa do indivíduo em evitar infortúnios que possam lhe
ocorrer (KAHLE, 1983). Os indivíduos que priorizam este valor estão procurando sentir-se
seguros e protegidos de circunstâncias que possam trazer danos psicológicos ou físicos, ou
seja, as coisas devem ocorrer da maneira desejada, sem que surja nenhuma conseqüência
indesejada, por estarem sujeitos ao acaso e possíveis acidentes no percurso da vida.
A probabilidade de ocorrência encontrada foi de 0,204 entre este valor e o benefício
“comodidade” (p = 0,428). Neste caso, o valor segurança pode ter sido escolhido por
influência mais direta do atributo identificador do que propriamente o benefício comodidade.
Esta associação pode ser explicada pelo fato do identificador ser um item de segurança bem
conhecido pelas pessoas e presente na maioria dos lares dos usuários de telefone. A
probabilidade de ocorrência foi de 0,32 para a inexistência de valor para este benefício, a
única com valor significativo dentre todos os benefícios apresentados. Esta probabilidade de
inexistência de valor pode ter ocorrido pelo fato destes respondentes terem sido altamente
influenciados pelos identificadores tradicionais e não terem percebido de imediato a
comodidade existente em escolher o atendimento ou não de ligação, além da possibilidade de
transferir a mesma para outros aparelhos por meio do controle remoto.
O segundo benefício “mais conforto e conveniência para comprar um filme sem sair
de casa” obteve probabilidade de associação de 0,489 com o valor segurança. Esta associação
pode ser explicada pelo fato da compra realizada eletrônicamente eliminar os riscos por
exemplo de acidente no trânsito ou assaltos ao sair de casa para ir a uma locadora,
164
principalmente na cidade do Rio de Janeiro (local de residência de todos os integrantes da
amostra de estudantes) que enfrenta um grande problema de violência urbana atualmente.
d) O valor auto-realização
O valor auto-realização compreende a priorização em se obter sucesso nas coisas que
o indivíduo deseja fazer (KAHLE, 1983). Para satisfazer este valor, os indivíduos comportam-
se em conformidade com a orientação do que o auto-realiza.
O benefício encontrado que satisfaz a este valor é a maior interatividade através de
jogos eletrônicos em rede” com 0,183 de probabilidade de ocorrência. Esta associação pode
ser melhor compreendida através do trecho
8
abaixo escrito pela professora Fátima Cabral do
Departamento de Sociologia e Antropologia da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo):
[...] os jogos parecem oferecer àqueles que os manipulam a possibilidade de se
inserirem em uma realidade mais rica de emoção do que aquela que poderiam
encontrar em suas próprias experiências, particularmente quando estas não
correspondem às suas potencialidades criadoras. Enquanto a realidade é muitas vezes
tomada como ilegítima, no jogo o que importa é a fantasia vivida eletronicamente.
Assim sendo, os jogos eletrônicos, principalmente os que sugerem violência,
possivelmente funcionam como uma espécie de catarse para a angústia, o sonho, e
também para a inclinação que jovens têm pelo perigo, pelo desafio competitivo, pela
experiência.
Assim, a maior interatividade através de jogos eletrônicos em rede pode estar
relacionada a auto-realização dos indivíduos por proporcionar uma inserção em uma realidade
virtual repleta de emoções.
e) O valor relações calorosas
O valor “relações calorosas” está relacionado à obtenção de companhias próximas,
amizades íntimas e profundas paixões, ou seja, relacionamentos emocionalmente fortes.
O benefício do IPTV associado a este valor é o “relacionamento com outras pessoas
através da TV” com probabilidade de ocorrência de 0,346. A possibilidade de criar um canal
de TV com conteúdo próprio que pode ser assistido por outras pessoas do convívio de
relacionamento é um atributo do ambiente IPTV. Este atributo gera o benefício de poder se
8
Jogos eletrônicos: técnica ilusionista ou emancipadora? Disponível em:
<http://www.ime.usp.br/~is/infousp/fatima.htm>. Acesso em: 01 de Junho de 2007.
165
relacionar através da TV que por sua vez proporciona a obtenção de companhias próximas ou
amizades mais íntimas.
f) valor sentimento de pertença
O valor sentimento de pertença está relacionado à busca da aceitação e de sentir-se
necessário ao grupo. Indivíduos que priorizam esse valor realizam atividades em grupo
consumindo da mesma forma produtos ou serviços relacionados a um grupo de pessoas.
O benefício que satisfaz este valor de acordo com a pesquisa é o relacionamento com
outras pessoas através da TV” com probabilidade de ocorrência de 0,244. A relação entre esse
benefício e o valor citado parece estar centrado na idéia que o indivíduo a fim de satisfazer a
necessidade de fazer parte de um grupo, passe a procurar meios que proporcionem este
engajamento social. Neste caso, a troca de informações por um canal de TV próprio
representa uma opção a ser considerada nesta busca por atividades em grupo.
g) O valor ser respeitado
O valor “ser respeitado” está relacionado à priorização em ser admirado pelos outros e
receber seu reconhecimento. É o valor que corresponde ao reconhecimento e admiração
decorrentes dos outros ou de grupos de indivíduos. Esse valor pode sugerir que os sujeitos
venham a consumir serviços inovadores para receber o reconhecimento dos amigos. Logo a
associação entre este valor e o benefício “maior interatividade através de jogos eletrônicos em
rede” com probabilidade de 0.163 para a amostra da pesquisa pode estar relacionada a
satisfação do desejo de ser admirado ou reconhecido através do privilégio de poder consumir
serviços de interativos e de alta tecnologia como por exemplo os jogos eletrônicos em rede.
O Mapa probabilístico da amostra de executivos das empresas conforme figura 14,
representa as associações entre os valores e benefícios que os respondentes consideraram
possivelmente existentes para os futuros usuários dos serviços IPTV. Nenhum dos cinco
benefícios descritos obteve uma probabilidade significativa de inexistência de valor para o
usuário, conforme os resultados descritos na última coluna da matriz do APÊNDICE I.
Das onze associações encontradas na matriz dos estudantes, 8 foram encontradas na
matriz dos executivos, as três não identificadas foram: o benefício “mais opções de escolha de
filme” satisfazendo o valor “estímulo”, o benefício “relacionamento com outras pessoas
166
através da TVsatisfazendo o valor diversão e o benefício “maior interatividade através de
jogos eletrônicos satisfazendo o valor auto-realização”.
5.3 SUMÁRIO CONCLUSIVO DO CAPÍTULO
Este capítulo descreveu como foi realizado o tratamento estatístico dos dados
adequado à natureza das variáveis estudadas e da amostra. Os resultados obtidos na pesquisa
de campo foram tabulados e analisados.
6 CONCLUSÃO
Este capítulo tem como objetivo apontar as conclusões alcançadas através da
metodologia empregada baseada em método científico. As hipóteses levantadas serão
corroboradas ou refutadas através da análise estatística.
Em adição, também serão feitas recomendações e sugestões para estudos futuros, com
base nos resultados obtidos por esta pesquisa.
6.1 SOLUÇÃO DO PROBLEMA
No capítulo 1, o problema foi enunciado, como segue:
Quais o os fatores críticos de sucesso no lançamento do serviço de IPTV pelas
operadoras de telefonia e quais são os valores que estão relacionados aos benefícios
oferecidos para uma amostra específica de potenciais clientes?
Após análise estatística dos resultados obtidos em cada questão do questionário I,
concluiu-se que todos os sete Fatores Críticos de Sucesso no lançamento do IPTV, deduzidos
dos prognósticos de Porter para as diferentes fases do ciclo de vida de um produto, foram
aceitos pelas empresas pesquisadas do segmento de telecomunicações.
Com isso, a resposta ao problema pôde ser formulada da seguinte forma: os Fatores
Críticos de Sucesso no lançamento do IPTV pelas empresas operadoras de telefonia no Brasil
são:
O conteúdo das programações ou conteúdo ofertado ao cliente;
A integração de diferentes serviços como vídeo sob demanda, games, voz sobre IP,
telefonia e Internet;
168
Estratégias de marketing com foco na percepção de valor pelos clientes;
Estrutura de preços aos clientes;
Custo da infra-estrutura para a operadora (equipamentos e rede de acesso); e
Concorrência com as empresas tradicionais de TV por assinatura.
Quanto aos os valores que o satisfeitos com os benefícios gerados pelos atributos do
IPTV conforme a metodologia de Cadeias Meios-fins, segundo a visão de uma amostra
específica representada por estudantes universitários foram identificados sete valores como os
mais importantes na pesquisa, são eles:
Diversão ou entretenimento
Estímulo
Relações calorosas
Sentimento de pertença
Auto-realização
Ser respeitado
Segurança
6.2 VERIFICAÇÃO DAS HIPÓTESES
A metodologia aplicada se baseia no teste de falseabilidade das hipóteses levantadas,
por meio do método da hipótese nula, ou seja, pela aplicação de um teste estatístico adequado
à natureza das variáveis e da amostra analisada, de forma a verificar-se o grau de significância
dos resultados obtidos.
Cada Fator Crítico de Sucesso no lançamento do IPTV deduzidos com base nos
prognósticos de Porter para as diferentes fases do ciclo de vida de um produto, foi avaliado
segundo a visão dos principais atores deste segmento e, cada hipótese foi testada a partir dos
resultados coletados no campo, tabulados e tratados de forma quantitativa.
Desta forma, cada hipótese pôde ser validada ou ainda refutada. As questões chaves
também foram analisadas e respondidas com base no método científico empregado.
A seguir, estão relacionadas cada hipótese, sua análise com validação ou refutação e a
resposta a cada questão-chave.
169
Hipótese I:
O sucesso no lançamento do IPTV pelas operadoras brasileiras de telefonia depende
da integração de diferentes serviços e do conteúdo das programações.
Pelos resultados obtidos, podemos concluir que a Hipótese I foi considerada plausível,
pois os dois Fatores Críticos de Sucesso “Integração de diferentes serviços” e o “conteúdo das
programações” foram validados pelos respondentes do segmento de telecomunicações.
Questões-chave:
a) Integração de diferentes serviços é um FCS no lançamento do IPTV?
Resposta: Sim, a necessidade de integrar os diferentes serviços oferecidos pelo
IPTV. As empresas operadoras estão estrategicamente focadas no VOD como principal
serviço do IPTV e devem também priorizar os demais serviços como por exemplo, os jogos
eletrônicos em rede e a funcionalidade de criação do “canal próprio” para os usuários.
b) O Conteúdo das programações é um FCS no lançamento do IPTV?
Resposta: Sim, o conteúdo das programações dos canais IPTV foi validado pelo
método científico como fator crítico de sucesso no lançamento do IPTV pelas empresas
pesquisadas.
Hipótese II:
Propaganda informativa é um FCS no lançamento de um novo serviço de TV baseada
nas facilidades do protocolo IP.
Pelos resultados obtidos, pôde-se concluir que a Hipótese II foi refutada, pois este
fator, deduzido a partir dos prognósticos de Porter (1986) no modelo de ciclo de vida de
produto para análise estratégica de indústrias na fase de introdução, foi invalidado pelos
respondentes como sendo crítico para o sucesso no lançamento do IPTV.
Questão-chave:
Propaganda informativa é um FCS no lançamento do IPTV?
Resposta: Não, pois este FCS que está associado a esta hipótese não pôde ser validada
pelo método científico empregado. O mesmo foi rejeitado por 33% dos respondentes das
empresas fornecedoras de soluções em IPTV.
170
Hipótese III:
Uma estrutura de preços com várias opções de mensalidades para diferentes pacotes de
serviço é um FCS no lançamento do IPTV.
Pelos resultados obtidos, podemos concluir que a hipótese III foi validada, pois o
Fator Crítico de Sucesso Estratégia de Preços”, associado a esta hipótese e deduzido dos
prognósticos de Porter no modelo de ciclo de vida do produto para análise estratégica de
indústrias, foi validado pelo método científico empregado.
Questão-chave:
Estrutura de preços ao cliente é um FCS no lançamento do IPTV?
Resposta: Sim, pois o FCS estrutura de preços foi validado pelo método científico
empregado.
Hipótese IV:
A excelência em custos de infra-estrutura na aquisição de novas tecnologias,
combinação e utilização adequada da rede externa e equipamentos existentes são
determinantes para se criar um diferencial competitivo no lançamento do IPTV.
Pelos resultados obtidos, pôde-se concluir que a Hipótese IV foi considerada
plausível, pois o fator “custo da infra-estrutura”, deduzido a partir dos prognósticos de Porter
(1986) no modelo de ciclo de vida de produto para análise estratégica de indústrias na fase de
introdução, foi validado pelos respondentes como sendo crítico para o sucesso no lançamento
do IPTV.
Questão-chave:
O custo da infra-estrutura para a operadora é um FCS no lançamento do IPTV?
Resposta: Sim, o custo da infra-estrutura foi validado pelo método científico como fator
crítico de sucesso no lançamento do IPTV pelas empresas pesquisadas.
171
Hipótese V:
Estratégia de marketing com foco na percepção de valores, que são atendidos pelos
benefícios gerados pelos atributos do IPTV, representa um FCS no lançamento deste serviço
pelas operadoras de telefonia no Brasil.
Pelos resultados obtidos, pôde-se concluir que a Hipótese V foi considerada plausível,
pois o fator “estratégia de marketing”, deduzido a partir dos prognósticos de Porter (1986) no
modelo de ciclo de vida de produto para análise estratégica de indústrias na fase de
introdução, foi validado pelos respondentes das empresas pesquisadas como sendo crítico
para o sucesso no lançamento do IPTV.
Questões-chave:
a) Estratégia de Marketing com foco na percepção de valor pelos consumidores é um
FCS no lançamento do IPTV?
Resposta: Sim, pois uma estratégia de Marketing com foco na percepção de valor foi
validado pelo método científico como fator crítico de sucesso no lançamento do IPTV pelas
empresas pesquisadas.
b) valores que são satisfeitos com os benefícios gerados pelos atributos do IPTV
para potenciais consumidores?
Resposta: Sim. Foram identificados sete valores da LOV que são satisfeitos com os
benefícios gerados pelos atributos do IPTV de acordo com o método adotado de Cadeias
Meios-fim. Estes valores foram validados tanto na amostra de estudantes quanto na amostra
de executivos das empresas pesquisadas e podem servir de base para o desenvolvimento de
uma estratégia de Marketing pelas empresas operadoras de telefonia no Brasil. Os valores
encontrados foram: (1) Diversão ou entretenimento, (2) Estímulo, (3) Relações calorosas, (4)
Sentimento de pertença, (5) Auto-realização, (6) Segurança e (7) Ser respeitado.
Hipótese VI:
A concorrência com as operadoras de TV por assinatura estabelecidas no mercado é
um fator que influenciará o sucesso ou fracasso no lançamento do IPTV pelas operadoras de
telefonia.
172
Através dos resultados obtidos, é possível concluir que esta hipótese está validada,
pois o FCS concorrência com as operadoras de TV por assinatura tradicionais que está
associado com esta hipótese foi validado pelo método científico empregado.
Questão-chave:
a) A concorrência com as empresa de TV por assinatura tradicionais é um FCS no
lançamento do IPTV?
Resposta: Sim, pois o FCS concorrência pôde ser validado pelo método científico
empregado.
6.3 CONCLUSÕES
Após a verificação de cada hipótese e resposta às questões-chave, pôde ser feita uma
análise dos resultados com relação à contextualização do problema e, a partir desta análise,
fazer inferências sobre as percepções dos executivos das empresas operadoras de telefonia em
relação aos FCS e as percepções do grupo de potenciais consumidores representado pela
amostra de estudantes pesquisados em relação ao IPTV. Pode-se, a partir dos resultados
encontrados, concluir que:
a) Apesar dos vários prognósticos para empresas e produtos, nas diferentes fases de
seu ciclo de vida, cada caso específico deve ser estudado para identificação dos
efetivos Fatores Críticos de Sucesso.
b) Os fatores críticos de sucesso no lançamento do IPTV pelas operadoras de
telefonia no Brasil, são:
O conteúdo das programações ou conteúdo ofertado ao cliente;
A integração de diferentes serviços como vídeo sob demanda, games, voz
sobre IP, telefonia e Internet;
Estratégias de marketing com foco na percepção de valor pelos clientes;
Estrutura de preços aos clientes;
Custo da infra-estrutura para a operadora (equipamentos e rede de acesso); e
Concorrência com as empresas tradicionais de TV por assinatura.
c) Seis Fatores Críticos de Sucesso foram validados pelas empresas pesquisadas.
173
d) O uso de metodologia baseada em tratamento estatístico é fundamental para a
validação dos resultados e identificação dos fatores críticos de sucesso que
efetivamente têm peso no processo de tomada de decisão dos principais players
de um segmento.
e) Os Fatores Críticos de Sucesso identificados para o IPTV apontam a necessidade
de ser ter uma oferta integrada de serviços, com conteúdo adequado, e uma
estrutura de preços compatível com as necessidades dos clientes. Além disso, os
gestores deste novo negócio devem adotar uma estratégia de marketing com foco
na percepção de valor pelos clientes, obter excelência em custos de infra-
estrutura, analisar, entender e considerar a influência da concorrência com as
empresas de TV por assinatura estabelecidas no mercado no planejamento e
execução dos planos de ação.
f) Os serviços relacionados à tecnologia IPTV podem satisfazer aos valores pessoais
“diversão”, “estímulo”, “auto-realização”, “relações calorosas”, “sentimento de
pertença”, “segurança” e “ser respeitado” de futuros usuários.
g) Um importante resultado desta dissertação foi a aplicação do modelo Cadeias
Meios-fim (GUTMAN, 1982) operacionalizado através da adaptação da técnica
de escalada e aplicação da matriz Benefícios x Valores. Através dos resultados
apresentados no questionário II sobre as associações entre benefícios e valores
pessoais podemos concluir que o IPTV representa uma tecnologia capaz de
oferecer serviços que transcendem o simples ato de assistir TV. Considerando o
fato de que a Televisão é um importante produto para a maioria dos
consumidores, as operadoras devem demonstrar que são capazes de oferecer uma
melhor experiência não de entretenimento para seus clientes, mas também de
outros valores como estímulo, auto-realização, relações calorosas, sentimento de
pertença e de ser respeitado conforme identificado nesta dissertação.
6.4 LIMITAÇÕES DA PESQUISA
Toda pesquisa científica realizada na tentativa de compreensão da realidade é limitada,
este estudo apresenta algumas limitações.
A principal delas é que a oferta do IPTV pelas empresas é um serviço e não um
produto tangível, como por exemplo, um veículo. Essa intangibilidade do serviço é
174
caracterizada pela dificuldade ou até mesmo a impossibilidade do cliente avaliar o mesmo
enquanto ele o o vivencia. Essa subjetividade certamente influenciou nos resultados
encontrados. Embora a amostra escolhida de estudantes universitários ter sido submetida a
filtros para controlar as variáveis interessantes ao estudo, nesta pesquisa estes respondentes
efetivamente não experimentaram o serviço, o que limitou a compreensão mais ampla que
poderia ser obtida através da experimentação por parte desta amostra.
Esta tecnologia, por ser relativamente nova, e, portanto, definida ainda por alguns
potenciais consumidores de forma ampla, influenciou as percepções sobre o objeto que se
estava estudando. O entendimento dos atributos e conseqüentemente dos seus efeitos,
sofreram a influência deste aspecto, o que possivelmente tenha afetado as relações entre
atributos, benefícios e valores na sua mensuração, impactando na investigação das cadeias do
MEC.
6.5 SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS
A pesquisa sobre Fatores Críticos de Sucesso no lançamento do IPTV pelas empresas
operadoras de telefonia no Brasil não se esgota neste trabalho, havendo vários outros aspectos
que são passíveis de uma investigação mais aprofundada.
A seguir, o feitas algumas sugestões de futuros estudos, que podem complementar e
aprofundar o trabalho aqui apresentado, em função dos FCS identificados:
a) Identificar quais são os fatores críticos de sucesso no lançamento do IPTV, segundo
a visão de executivos de outras empresas no Brasil.
b) Avaliar as perspectivas de mudança nos fatores críticos de sucesso do IPTV, devido
as alterações sócio-econômicas e culturais no mercado brasileiro.
c) As soluções via Internet têm custos mais baixos comparadas com serviços em uma
plataforma IPTV que possui uma rede própria para transmissão de sinais de vídeo. Entretanto,
a Internet ainda não é uma plataforma confiável a ponto de permitir transporte e interação em
uma maneira muito segura como a oferecida pela tecnologia IPTV. Porém, com a evolução
tecnológica, esta rede internet pode vir a suportar classe e qualidade de serviço. Desta forma,
uma sugestão seria acompanhar e analisar a relação entre a evolução da Internet com o
175
surgimento de novos serviços e a adoção de soluções com base no IPTV pelas empresas
operadoras de telefonia no Brasil.
d) As empresas de telefonia estão focadas no desenvolvimento do serviço VOD sob a
plataforma do IPTV no início da oferta desta tecnologia. Como foi identificado que outros
serviços também podem satisfazer valores dos clientes, como por exemplo, os jogos em rede,
uma sugestão adicional seria um estudo que avaliasse quais e em que momento do ciclo de
vida deveriam ser realizadas as implementações adicionais em ordem de prioridade nos
projetos de IPTV. Este estudo poderia ser baseado nas variáveis de custo e percepções dos
usuários.
e) Considerando que esta pesquisa apenas considerou a opinião de jovens
universitários, uma sugestão é aplicar o método MEC para uma amostra representada por
pessoas de outros grupos distintos. Um exemplo de amostra seria de pessoas idosas, pois este
público também pode ser considerado potenciais consumidores de IPTV que grande parte
são aposentados que passam grande parte do dia assistindo TV.
f) Uma outra sugestão é a investigação do fenômeno do consumo de IPTV segundo a
lógica ladder down. Partindo primeiramente dos valores para chegar aos atributos. Após o
efetivo lançamento do IPTV pelas operadoras esta técnica pode ser mais eficaz que o
cliente estará mais familiarizado com os serviços oferecidos. O modelo de regressão loglinear
do ATP também é uma sugestão em relação a análise estatística para os próximos estudos.
g) Verificar nas fases de desenvolvimento e maturidade se as empresas que
empregaram os FCS obtiveram algum diferencial competitivo neste mercado.
7 BIBLIOGRAFIA
AGRAVAL, Dakshi; Beigi, Mandis S.; Bisdikian, Chatschik; Lee, Kang-Won. Planning and
Managing the IPTV Service Deployment. IM.Integrated Network Management, 2007. Artigo
publicado em 21 de Maio de 2007 no 10
o
IFIP/IEEE International Symposium. Páginas:
353 – 362.
ARNASON, Bernadin. IPTV and the Evolution of Video Delivery. 2006. White paper. NTCA
National Telecommunication Cooperative Association. Disponível em:
<http://www.ntca.org/ka/ka-2.cfm?Folder_ID=546> . Acesso em: 20/02/2007.
BAXTER, Mike. Projeto de Produto: Guia Prático para o Design de Novos Produtos. 2. ed.
São Paulo: Edgard Blüncher, 2003.
BURKHART, Kimberly. Competitive Intelligence and the Product Life Cycle. Competitive
Intelligence Review. Vol. 13(3), 2001. John Wiley & Sons, Inc. 2001.
CADERNO CPqD TECNOLOGIA. Impacto da introdução da tecnologia de voz sobre IP no
desempenho de operadores tradicionais. Campinas, v.1, n.1, p. 159-164, jan./dez. 2005.
CARALLI, Richard. The Critical Success Factor Method: Establishing a Foundation for
Enterprise Security Management. CMU/SEI-2004-TR-010. Software Engineering Institute,
Carnegie Mellon, Jul 2004.
CASTELLS, Manuel. Communication, Power and Counter-power in the Network Society.
International Journal of Communication 1 (2007), páginas: 238-266.
CLAWSON, C. J.; VINSON, D. E. Human Values: A Historical and Interdisciplinary
Analysis. Advances in Consumer Research, vol. 5, Issue 1, 1978.
COOPER, Donald; SCHINDLER, Pamela. Métodos de Pesquisa em Administração, 7. ed.
Porto Alegre: Bookman, 2003.
177
DAVIS, F. Perceived Usefulness, perceived ease of use, and user acceptance of Information
Technology. MIS Quartely, v.13, n. 3, p. 319-340, 1989.
ESPARTEL, L. B.; SLONGO, L. A. Atributos de produto e motivação de compra no
mercado jornalístico do Rio Grande do Sul, Anais do XXIII ENANPAD, Foz do Iguaçu,
1999.
GONÇALVES, R. (2002). A empresa transacional. In: KUPFER,D; HASENCLEVER, L.
(Org.) Economia Industrial: fundamentos teóricos e práticas no Brasil. Rio de Janeiro:
Campos, 2002, cap. 16.
GUERRA, Antonio lio. Histórico das Telecomunicações Uma visão do Brasil. 2005.
Tutorial. Disponível em: <http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialeletronica/Default.asp>.
Acesso em: 10/02/2007.
GUTMAN, J. A. Means-End Chain Model Based on Consumer Categorization Processes,
Journal of Marketing. Vol. 46, p. 60-72, 1982.
HASSEGAWA, Lauro. O Papel das Interfaces no Sucesso de Projetos Utilizando Equipes
Virtuais. 2002. Dissertação (Mestrado em Administração de Empresas). Universidade de São
Paulo, São Paulo, 138 f. 2002.
HEGEMBERG, Leonidas. Etapas da investigação científica. São Paulo: EPU-EDUSP, 1976.
INFONETICS RESEARCH. IPTV equipment sales exploding to $6.8B, subscribers to 68.9M
by 2009. 2007. Disponível em:
<http://www.infonetics.com/resources/purple.shtml?ms06.vid.2h.nr.shtml>. Acesso em:
21/02/2007.
IT WEB. 46% desconhecem IPTV, diz Accenture. 2006. Artigo. Disponível em:
<www.itweb.com.br>. Acesso em: 05/01/2007.
ITU World Telecommunication/ICT Development Repor 2006 Measuring for Social and
Economic Development. Disponível em:
<http://www.itu.int/ITU-D/ict/publications/wtdr_06/index.html>. Acesso em: 10/01/2007
JAPIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário básico de filosofia. 3. ed. Rio de Janeiro:
Zahar, 1996.
JENSTER, P.V. Using critical success factors in planning. Long Range Planning. V. 20, n. 4,
p. 102-109, 1987. Disponível em: <www.esmeraldinsight.com>. Acesso em: 10 Maio de
2007.
KAHLE, L. R; BEATTY, S. E.; HOMER, P. Alternative Measurement Approaches to
Consumer Values: The List of Value (LOV) and Values Life Style (VALS). Journal of
Consumer Research, vol. 13, December, 405-409, 1986.
178
KAHLE, L. R; KENNEDY, P. F. Using the List of Values (LOV) to understand consumers.
The Journal of Consumer Marketing. vol. 6, n. 3, p. 5-12, Sum. 1989.
KAMAKURA, W.; MAZZON, J. A. Values Segmentation: A Model for the Meansurement of
Values and Value Systems. Journal of Consumer Research, vol. 18, September, p. 208-218,
1991.
KAMAKURA, W.; NOVAK, T. Value-System Segmentatioan: Exploring the Meaning of
LOV. Journal of Consumer Research, vol. 19, jun. 1992.
KAMINSKI, Sergio Ricardo. Valores, Benefícios, Atributos e Dimensões Simbólicas no
consumo de música do estilo New metal: Uma análise exploratória. Dissertação (Mestrado).
2004. Universidade Federal do Paraná. Curitiba, PR. 2004.
KLEPPER, Steven. Entry, Exit, Growth and Innovation over the Product Life Cycle.
American Economic Review, vol 86, no. 3, Jun 1996, pp 562-583.
KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing. Rio de Janeiro: LTC,
1999.
LAKATOS, Eva; MARCONI, Marina. Metodologia Científica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1991.
LEÃO, André Luiz M.; MELLO, Sérgio C. Benício. The Means-End Approach to
Understanding Customer Values of a On-Line Newspaper. 2007. Artigo publicado na revista
BAR, v. 4, n. 1, art. 1, p. 1-20. Disponível em: <http://www.anpad.org.br/bar>. Acesso em:
10/05/2007.
MARCONI, Marina; LAKATOS, Eva. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de
pesquisas, amostragens e cnica de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. 3.
ed. São Paulo: Atlas, 1996.
MATTAR, Fauze. Pesquisa de Marketing. 2 volumes. São Paulo: Atlas, 1996
NEVES JÚNIOR, Odilon. Fatores críticos de sucesso em iniciativas brasileiras de
telecentros. Dissertação (Mestrado). 2006. Universidade Católica de Brasília. 2006.
disponível em: <http://bdtd.ibict.br/bdtd/busca/resultSimples.jsp>. Acesso em: 15/04/2007.
OLIVA, R. Relatório Integrado Setorial das Telecomunicações. Instituto de Economia.
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Rio de Janeiro, 2004.
PORTER, M. E. Estratégia Competitiva Técnicas para Análise de Indústrias e da
Concorrência. 7. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1986.
179
QUINTELLA, Heitor. Manual de Psicologia Organizacional da Consultoria Vencedora. São
Paulo: Makron Books, 1994.
QUINTELLA, H. L. M. M.; ROCHA, H. M.; ALVES, M. F. Automobile Project
management: Critical success factors in product start-up (Qualis NA). Produção (São Paulo),
São Paulo, v. 15, n. 3, p. 334-346, 2006.
QUINTELLA, H. L. M. M.; ROCHA, H. M. Análise dos fatores críticos de sucesso no
lançamento de veículos automotivos na indústria sulfluminense. In: II Simpósio de Excelência
em Gestão e Tecnologia, 2005, Rezende - Rio de Janeiro. II Simpósio de Excelência em
Gestão e Tecnologia. Rezende - Rio de Janeiro: AEDB - Associação Educacional Dom
Bosco, 2005. v. 2. p. 1-27.
ROCKART, F. J. Critical Success Factors: A 2002 Retrospective. Center for Information
System Research, Sloan School of Management, Massachusetts Institute of Technology,
2002.
ROCKART, F. J.; BULLEN, C. A Primer on Critical Success Factors. Center for Information
Systems Research, Sloan School of Management, Massachusetts Institute of Technology,
1981.
RODRIGUES, S. (2005). Fatores Críticos de Sucesso no Lançamento de Serviços de
Comunicação Móvel de Dados em Alta Velocidade nas Operadoras de Telefonia Móvel
Celular no Brasil. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal Fluminense. Rio de Janeiro.
ROKEACH, M. Change and Stability in American Value Systems 1968-1971, Public
Opinion Quarterly. Vol 38 (Summer), 232-238, 1974.
ROKEACH, M. The Nature of Human Values. New York: Free Press, 1973.
RUSSEL, Bertrand. Introdução à Filosofia da Matemática. Porto: Almedina, 2001.
SCHWALB, Micah. IPTV: Public Interest Pitfalls. Journal on Telecommunications and High
Technology Law, Vol. 5, p. 305, 2006 Available at SSRN: <http://ssrn.com/abstract=960248>
SCHWARTZ, S.H. e BILSKY, W. Toward a Theory of the Universal Content and Structure
of the Values: Extensions and Cross – Cultural replications. Journal of Personality and Social
Psychology. Vol 53, 1987.
SIEGEL, Sidney. Estatística Não-Paramétrica para as Ciências do Comportamento. São
Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1981.
180
SIQUARA, Lúcia. Fatores Críticos de Sucesso no Lançamento de Solventes Industriais.
2003, 103 f. Dissertação (mestrado em Administração e Desenvolvimento Empresarial).
Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, 2003.
SOARES DE MELLO, J.C.C.B.; Gomes, L.F.A.M.; Gomes, E.G. & Soares de Mello, M.H.C.
Use of ordinal multi–criteria methods in the analysis of the Formula 1 World Championship.
Cadernos EBAPE.BR. Fundação Getúlio Vargas. Volume III – Número 2 – Julho 2005.
SOARES DE MELLO, J.C.C.B.; Quintella, H.L.M.; Soares de Mello, M.H.C. (2004).
Avaliação do desempenho de alunos considerando Classificações obtidas e opiniões dos
docentes. Revista Investigação Operacional 187 – 196.
SOLOMON, M. R. O Comportamento do Consumidor: comprando, possuindo e sendo.
5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2002.
TER HOFSTEDE, F.; AUDENAERT, A.; STEENKAMP, J. B. E. M.; WEDEL, M. An
Investigation into the Association Pattern Technique as a Quantitative Approach to
Measuring Means-end Chains. International Journal of Research in Marketing, 15, p. 37-50,
jan. 1998.
TRADE, Samir. Seis sigma: fatores críticos de sucesso de sua implantação e impacto sobre
desempenho organizacional. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Economia, Administração
e Contabilidade. 2006. Disponível em: <http://bdtd.ibict.br/bdtd/busca/resultSimples.jsp>.
Acesso em: 15/04/2007.
VEIGA NETO, A. R. (1999) Atitudes de consumidores frente a novas tecnologias.
Dissertação (Mestrado). PUC-Campinas. Campinas, SP, Brasil.
VERSTRAETE, Thierry. Essai de Conceptualisation de la Notion de Facteur Clé de Succès
et de Facteur Stratégique de Risque. CLAEÉE – Centre Lillois d’Analyse et de Recherche sur
l’Évolution des Entreprises, URA. CNRS 936, 2000.
WAUTERS, Tim; Vlaeminck, Koert ; Meerssche, W. V. ; Turck, Filip; Dhoedt, Bart;
Demeester, Piet; Berghe, S. V.; Six, Erwin e Caenegem, T. V. IPTV Deployment – Trigger for
Advanced Network Services. FITCE Federation of Telecommunications Engineers of the
European Community. Artigo publicado no 45o Congresso em Atenas, 02 de Setembro de
2006.
ZEITHAML, Valerie A.; BITNER, Mary Jô. Marketing de Serviços - A empresa com foco no
cliente. Porto Alegre: Bookman, 2003.
181
LEITURA RECOMENDADA
ARROW, K.J. Social Choice and Individual Values. Wiley, New York, EUA, 1951
BARBA-ROMERO, S. & Pomerol, J.C. Decisiones Multicriterio: Fundamentos Teóricos e
Utilización Práctica. Colección de Economia, Universidad de Alcalá, Espanha, 1997.
DURKHEIM, E. The Division of Labor in Society. Illinois: Free Press, 1960.
FRONDIZI, R. What are Values: An Introduction to Axiology. Illinois: Open Court, 1963
HARTMANN, R. S. The Structure of Values: Foundations of Scientific Axiology. Ellinois:
Southern Ellinois University Press, 1967.
MALTA, Fernando Antônio. Fatores Críticos de Sucesso no start up da rede de
computadores do Inmetro Xerém e requisitos de qualidade percebida via Benchmarking.
Dissertação (Mestrado). 2006. Universidade Federal Fluminense. Rio de Janeiro, 2006.
MASLOW, A. H. Motivation and Personality. New York: Harper, 1954.
MURRAY, H. A. Explorations in Personality: A Clinical and Experimental Study of Fifty
Mens of College Age. New York: Oxford University Press, 1938.
PELLICCIONE, Fabiano S. Fatores Críticos de Sucesso no lançamento do Multi-Protocol
Label Switching (MPLS) no ambiente das companhias aéreas-brasileiras. Dissertação
(Mestrado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2005.
ROCHA, Henrique. Fatores Críticos de Sucesso de start up de veículos e a qualidade
(CMMI) no desenvolvimento de produtos no sul fluminense. Dissertação (Mestrado em
Engenharia de Produção) - Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2005.
SPRANGER, E. Types of Men: The Psychology and Ethics of Personality. Halle: Max
Niemeyer, 1928.
TOFFLER, A. Value Impact Forecaster: A Profession of the Future. In: BAIER, K.;
RESCHER, N. Values and the Future. New York: The Free Press, 1969.
8 APÊNDICES
APÊNDICE I – MATRIZ BV PARA OS EXECUTIVOS DAS EMPRESAS
APÊNDICE II – MATRIZ BV PARA OS ESTUDANTES
APÊNDICE I – MATRIZ BV PARA OS EXECUTIVOS DAS EMPRESAS
1- mais conforto e conveniência para
comprar um filme sem sair de casa
0,384
0,769
0,769
0,307
2- mais opções de escolha de filmes
disponiveis do que as tradicionais TV
por assinatura
0,307
0,153
0,692
0,461
3- comodidade (identificador de
chamada telefônica na tela da TV)
0,923
0,076
4- maior interatividade através de
jogos eletrônicos em rede
0,230 0,076 0,461 0,461 0,230 0,615 0,538 0,230
5- relacionamento com outros
pessoas atras da TV.
0,153 0,076 0,846 0,153 0,153 0,153 0,692 1,00
18
3
APÊNDICE II – MATRIZ BV PARA OS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
1- mais conforto e conveniência para
comprar um filme sem sair de casa
0,061
0,489
0,061
0,040
0,469
0,040
0,122
0,061
2- mais opções de escolha de filmes
disponiveis do que as tradicionais TV
por assinatura
0,081
0,061
0,020
0,204
0,040
0,591
0,020
0,081
0,040
3- comodidade (identificador de
chamada telefônica na tela da TV)
0,061
0,081
0,428
0,020
0,020
0,142
0,061
0,326
4- maior interatividade através de
jogos eletrônicos em rede
0,061 0,183 0,142 0,081 0,163 0,122 0,040 0,163 0,040
5- relacionamento com outros
pessoas através da TV.
0,040 0,081 0,244 0,061 0,081 0,163 0,061 0,346 0,265
18
4
9 ANEXOS
ANEXO I – INTERNET BANDA LARGA NO BRASIL
ANEXO II – FUSÕES E AQUISIÇÕES
ANEXO III – CARTA DE APRESENTAÇÃO
ANEXO IV – QUESTIONÁRIO I
ANEXO V – QUESTIONÁRIO II
186
ANEXOS I – INTERNET BANDA LARGA NO BRASIL
As conexões de Internet Banda Larga disponíveis no Brasil são oferecidas por
prestadoras de serviço que possuem autorização de SCM (Serviço de Comunicação
Multimídia) da Anatel. Elas podem ser classificadas em:
ADSL, oferecida pelas operadoras de telefonia fixa utilizando os cabos
telefônicos. Consulte o tutorial: ADSL (Speedy, Velox e Turbo)
TV por assinatura, oferecida pelas operadoras de TV a cabo utilizando cable
modem ou wireless pelas operadoras de MMDS.
Outras operadoras de SCM que utilizam conexão rádio direto ao cliente ou até o
condomínio onde é distribuído através de rede local.
Prestadoras que oferecem Banda Larga Via Satélite.
O Wimax é a tecnologia que está sendo adotada pelas prestadoras que oferecem acesso
wireless. Existem ainda conexões IP dedicadas oferecidas principalmente para o mercado
corporativo.
Milhares 1T06 2T06 3T06 4T06 1T07
ADSL 3.432 3.685 3.997 4.341 4.573
TV Assinatura 789 914 1.057 1.200 1.347
Outros (Rádio) 80 92 105 115 120
Total 4.301 4.691 5.159 5.656 6.040
Tabela 36 – Total de conexões Banda Larga no Brasil
Fonte: site TELECO – <www.teleco.com.br>.
187
ANEXO II - FUSÕES E AQUISIÇÕES
Fusões e aquisições: entrada das Empresas Operadoras Fixas na TV por
Assinatura.
Data Fusões e aquisições
2004
Em 11/02/2004 a Globopar e DIRECTV anunciaram um acordo para a fusão da DIRECTV e
Sky no Brasil. A nova empresa, apesar de manter o nome de Sky Brasil, será controlada pela
DIRECTV (72%) ficando a Globopar com os 28% restantes. A gestão da Sky Brasil será
exercida pela DIRECTV. A fusão aprovada em Mai/06.
2005
A Telmex passa a participar do grupo de controle da Net. Em Set/05 a Embratel
Participações anuncia a incorporação da Telmex do Brasil e da participação acionária de
37,1% do capital social da Net Serviços de Comunicação S.A. detida pela Telmex do
México. Em Mar/06 a Anatel aprova a aquisição de ações da Net pela Telmex e encaminha
para a provação do CADE.
Jul/06
A Infovias, empresa de comunicação de dados da CEMIG era a controladora da Way Brasil.
Ela vendeu a operadora, através de leilão no Bovespa em 27/07/2006, para a TNL PCS do
Grupo Telemar por R$ 132 milhões. O Conselho diretor da Anatel negou em 19/03/07 o
pedido de anuência da Telemar (Oi) para esta aquisição.
Out/06
Em Out/06 a Net anunciou a aquisição da Vivax. A operação foi efetivada em 5/12/2006 e
aprovada pela Anatel em 16/05/2007. Aguarda agora a aprovação do CADE.
Out/06
Em 29/10/06 a Abril e a Telefônica anunciaram que a Telefônica está adquirindo a totalidade
das operações de MMDS (Multichannel Multipoint Distribution Service) da TVA nas
cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre, além de 100% das ações
preferenciais e parte das ações ordinárias das operações de TV a cabo em São Paulo,
Curitiba, Florianópolis e Foz do Iguaçu, nos limites de participação permitidos pela
legislação. O negócio deve ser ainda aprovado pela Anatel e pelo CADE.
Em 22/03/07 a ABTA apresenta oposição ao CADE e pede medida cautelar para evitar que a
operação se concretize.
Mar/07
O Conselho Diretor da Anatel autorizou em 07/03/07, a A.Telecom S/A, subsidiária do grupo
Telefônica, a prestar serviços de TV por Assinatura com tecnologia via satélite (DTH).
Maio/07
A Anatel aprovou a aquisição da Vivax pela Net.
Tabela 37 – Fusões e aquisições no mercado de TV
Fonte: site TELECO – <www.teleco.com.br>.
A tabela 38 a seguir apresenta a evolução dos assinantes de TV por Assinatura das
principais operadoras de TV por Assinatura.
188
Operadoras de TV a Cabo, MMDS e TVA.
Milhares 2004 2005 2006
Net 1.419 1.540 1.812 58,4%
Vivax 270 294 328 10,6%
TVA 294 290 328 10,6%
Outras 518 614 635 20,5%
Total (Anatel) 2.501 2.738 3.104 100,0%
Tabela 38 – Evolução dos assinantes da TV por assinatura no Brasil
Fonte: site TELECO: <www.twlwco.com.br>.
As principais operadoras incluídas em outras são a TV Cidade, Way Brasil e Big
TV. A Way possuía 41 mil assinantes de TV por assinatura em 2005.
A SKY/DirecTV é a maior operadora de TV por Assinatura via satélite (DTH) com
mais de 90% dos assinantes. No início de Dez/06 o DTHi (Parceria de DTH) da Telefônica
já contava com 3 mil assinantes.
Na tabela 39 é apresentado o marketshare de TV por assinatura.
- 4T05 1T06 2T06 3T06 4T06
Net 37% 38% 38% 38% 39%
Vivax 7% 7% 7% 7% 7%
SKY/DirecTV 33% 32% 31% 32% 32%
TVA 7% 8% 7% 7% 7%
TV Cidade 2% 2% 2% 2% 2%
Outras 14% 13% 15% 13% 10%
Tabela 39 – Marketshare das Operadoras de TV por assinatura
Fonte: site TELECO: <www.teleco.com.br>.
189
ANEXO III - CARTA DE APRESENTAÇÃO
Ministério da Educação e do Desporto
Universidade Federal Fluminense
Centro Tecnológico
Niterói, 18 de Abril de 2007
Prezados Senhores,
A UFF Universidade Federal Fluminense, sob a coordenação do Prof. Dr. Heitor Luiz
Murat de Meirelles Quintella, está realizando um Projeto de Pesquisa sobre a
Competitividade da Indústria Brasileira, sob o título Fatores Humanos e Tecnológicos da
Competitividade”.
Este Projeto está sendo conduzido por um grupo de pesquisadores mestrandos, mestres e
doutores que vem realizando sete anos várias pesquisas em segmentos da indústria
brasileira.
A metodologia utilizada neste Projeto já foi testada em diversas empresas de grande
expressão na indústria brasileira através da Fundação Getúlio Vargas e, em 250 empresas
de diversos segmentos da indústria nos Estados Unidos, através de pesquisa conduzida por
Joseph Pine da Universidade de Harvard.
É nossa intenção analisar em 2007 a competitividade nas indústrias no Brasil, focando seu
relacionamento com as ferramentas de gestão estratégica associada aos Fatores Críticos de
Sucesso, através de um trabalho de tese de mestrado que está sendo desenvolvido pelo
engenheiro Marcio Martins Rocha Ramos, um dos pesquisadores do Projeto.
Acreditamos que além de trazer uma contribuição significativa para o Projeto, a pesquisa
da gestão estratégica associada aos Fatores Críticos de Sucesso, resultará em trabalho de
grande utilidade para as empresas/consultorias que estão focando seu futuro em estratégia.
190
Para tal, estamos encaminhando um questionário, que acreditamos não exigir mais do que
10 minutos para ser respondido.
Para responder por e-mail, encaminhar para: [email protected] ou
TELEFONES: (021) 8862-4199, (21) 3131-7822 TRAB
Todos os dados informados pela empresa serão tratados com total confidencialidade pelo
pesquisador e pela Universidade, devendo-se destacar que os resultados serão apresentados
de forma global para as indústrias, sem qualquer possibilidade de identificação de
informações especificas de cada empresa participante da pesquisa.
Após a conclusão da pesquisa e sua homologação pela UFF, caso seja do interesse da
empresa participante na pesquisa, teremos o maior prazer em enviar cópia do trabalho.
A participação de cada empresa convidada é vital para o sucesso do trabalho e para que
cheguemos a um cenário fidedigno sobre a gestão estratégica no Brasil, portanto, contamos
com a sua adesão ao nosso trabalho e com o máximo de subsídios que possam nos
fornecer.
Qualquer dúvida quanto ao questionário ou outras informações sobre o trabalho, não
hesitem em contatar o Marcio.
Desde já, agradecemos a sua participação.
Atenciosamente,
Prof. Dr. Heitor Luiz Murat de Meirelles Quintella
Certified Management Consultant – Líder de Pesquisa
Departamento de Engenharia de Produção
191
ANEXO IV - Questionário I da Pesquisa de Campo
Executivos das empresas operadoras de telefonia
Prezado respondente,
Este questionário é o instrumento da pesquisa de campo Fatores Críticos de Sucesso no
Lançamento do Serviço IPTV (Internet Protocol Television) pelas empresas de telefonia no Brasil – elaborada
pelo mestrando Marcio Martins Rocha Ramos, sob a orientação do Prof. Dr. Heitor Quintella, na Universidade
Federal Fluminense. A sua participação é fundamental para o sucesso desta pesquisa.
Empresa:_____________________________________________________________________________
Nome:_______________________________________________________________________________
Cargo:_______________________________________________________________________________
Considerando que os Fatores Críticos de Sucesso (FCS) são um número limitado de áreas em que
resultados satisfatórios irão garantir o sucesso da performance competitiva do indivíduo, departamento ou
organização, responda aos seguintes questionamentos quanto ao lançamento do IPTV pelas operadoras de
telefonia no Brasil.
1 - Marque a opção, em cada um dos pares abaixo, que na sua opinião representa sua crença sobre o
fator mais importante no processo de lançamento do IPTV pelas empresas de telefonia no Brasil.
Estrutura de preços aos clientes (mensalidade)
.11
Estratégia de marketing com foco na percepção de valor
Conteúdo das programações (conteúdo ofertado ao
cliente) ..
Integração de diferentes serviços (vídeo sob demanda,
games, voz sobre IP, integração com o telefone e a internet) ..
Estrutura de preços aos clientes (mensalidade)
...
Custo da infra-estrutura para a operadora (equipamentos e
rede de acesso)
192
Estratégia de marketing com foco na percepção de valor
...
Integração de diferentes serviços (vídeo sob demanda,
games, voz sobre IP, integração com o telefone e a internet) ...
Estrutura de preços aos clientes (mensalidade)
...
Conteúdo das programações (conteúdo ofertado ao cliente)
...
Custo da infra-estrutura para a operadora (equipamentos e
rede de acesso) ...
Propaganda informativa
Estratégia de marketing com foco na percepção de valor
...
Propaganda informativa
...
Custo da infra-estrutura para a operadora (equipamentos e
rede de acesso) ...
Conteúdo das programações (conteúdo ofertado ao cliente)
...
Estrutura de preços aos clientes (mensalidade)
...
Integração de diferentes serviços (vídeo sob demanda,
games, voz sobre IP, integração com o telefone e a internet)
Estratégia de marketing com foco na percepção de valor
...
Conteúdo das programações (conteúdo ofertado ao cliente)
...
Estrutura de preços aos clientes (mensalidade)
...
Propaganda informativa
...
Custo da infra-estrutura para a operadora (equipamentos e
rede de acesso) ...
Integração de diferentes serviços (vídeo sob demanda,
games, voz sobre IP, integração com o telefone e a internet) ...
193
Integração de diferentes serviços (vídeo sob demanda,
games, voz sobre IP, integração com o telefone e a internet) ...
Propaganda informativa
...
Custo da infra-estrutura para a operadora (equipamentos e
rede de acesso) ...
Concorrência com as empresas tradicionais de TV por
assinatura ...
Estratégia de marketing com foco na percepção de valor
...
Concorrência com as empresas tradicionais de TV por
assinatura ...
Integração de diferentes serviços (vídeo sob demanda,
games, voz sobre IP, integração com o telefone e a internet) ...
Concorrência com as empresas tradicionais de TV por
assinatura ...
Conteúdo das programações (conteúdo ofertado ao cliente)
...
Propaganda informativa
...
Estrutura de preços aos clientes (mensalidade)
...
Concorrência com as empresas tradicionais de TV por
assinatura ...
Custo da infra-estrutura para a operadora (equipamentos e
rede de acesso) ...
Estratégia de marketing com foco na percepção de valor
...
Concorrência com as empresas tradicionais de TV por
assinatura ...
Propaganda informativa
...
Conteúdo das programações (conteúdo ofertado ao cliente)
...
Concorrência com as empresas tradicionais de TV por
assinatura ...
194
2 Dentre os itens listados abaixo, você eliminaria algum (ns) FCS (fator crítico de sucesso) IPTV
pelas empresas de telefonia no Brasil? Em caso positivo, qual(is)?
Integração de diferentes serviços (vídeo sob demanda, games, voz
sobre IP, integração com o telefone e a internet)
Conteúdo das programações (conteúdo ofertado ao cliente)
Propaganda informativa
Estrutura de preços aos clientes (mensalidade)
Custo da infra-estrutura para a operadora (equipamentos e rede de
acesso)
Estratégia de marketing com foco na percepção de valor
Concorrência com as empresas tradicionais de TV por assinatura
3 Você incluiria mais algum fator que considere crítico para o lançamento de IPTV pelas empresas
de telefonia no Brasil? Qual?
____________________________________________________________________________
4 Assinale, segundo a escala abaixo, a opção que representa sua opinião quanto aos diferentes
prognósticos relacionados ao lançamento do IPTV pelas empresas de telefonia no Brasil, sendo os mais altos
representativos de sua concordância, conforme abaixo.
5
Concordo
totalmente
4
Concordo
parcialmente
3
Não concordo nem
discordo
2
Discordo
parcialmente
1
Discordo
totalmente
4.1 – A integração de diferentes serviços como o vídeo sob demanda, games, voz sobre IP, telefone e
a internet.
5 4 3 2 1
4.2 – O conteúdo das programações oferecidos aos cliente pelo serviço IPTV.
5 4 3 2 1
4.3 – Propaganda informativa veiculado nos mais variados canais como TV, revistas, rádio, etc..
5 4 3 2 1
4.4 A estrutura de preços cobrados aos clientes, ou seja, os valores das mensalidades de acordo
com planos ou pacotes disponíveis.
5 4 3 2 1
195
4.5 Custo da infra-estrutura para a operadora incluindo os equipamentos nas Estações e a rede de
acesso necessária.
5 4 3 2 1
4.6 - Estratégias de marketing com foco na percepção de valor pelos clientes (entretenimento,
diversão, estímulo, informação, senso de realização, etc..) são fundamentais.
5 4 3 2 1
4.7 A concorrência com as empresas tradicionais de TV por assinatura na fase de introdução do
IPTV é um Fator Crítico de Sucesso.
5 4 3 2 1
5 A próxima etapa tem como objetivo identificar a relação entre os possíveis benefícios
prometidos pelo serviço IPTV com os valores pessoais dos futuros clientes. Estes benefícios foram
deduzidos a partir da leitura de artigos, reportagens e entrevistas com profissionais da área. a
lista de valores foi extraída de estudos psicológicos de consumidores em geral, conhecido como
LOV (List of Value). Pressupõe-se que os benefícios de um serviço são tão somente o meio de
fornecer valor para o consumidor.
Segue abaixo alguns benefícios listados do serviço IPTV para o usuário.
1- Conforto, conveniência e mais opções de escolha:
Com este serviço, você terá aproximadamente uma lista de 400 filmes para escolher e assistir no dia e hora
que desejar, um número muito maior do que as Tv´s por assinatura oferecem para compra no sistema pay-
per-view. Basta escolher o filme através do controle remoto e comprar, ou seja, é como se você tivesse uma
locadora virtual de filmes dentro da sua casa ou escritório.
2- Comodidade:
Este novo serviço permite que você veja no canto da tela da TV o número do telefone que esta ligando para
você, enquanto você assiste a TV. Com isso você poderá decidir se atende ou não, sem ter que deixar de
assistir o programa seja um filme, novela ou um telejornal. Você poderá escolher através do controle remoto
da TV se vai atender o chamado pelo telefone móvel ou fixo.
3- Emoção e interatividade com jogos
Com este novo serviço, você poderá ter acesso não só aos jogos eletrônicos já oferecidos pelas tradicionais
TV´s por assinatura, mas também jogos mais emocionantes com níveis de dificuldade mais elevados,
podendo jogar com outros jogadores “on line” que também assinam este novo serviço de TV.
4- Interatividade com outras pessoas através da TV:
Este novo serviço permite que você crie um canal de televisão só seu, onde o conteúdo pode ser uma
filmagem que você realizou na viagem de férias ou até a filmagem de uma festa de aniversário. Os recursos
disponíveis permitem que você inclua o conteúdo que desejar e escolher dentre aquelas pessoas que
também possuem este novo serviço, quem terá permissão para assistir ao seu canal.
196
Após a leitura, pedimos a você que preencha a matriz abaixo conforme as seguintes instruções:
Leia os benefícios extraídos descrito na matriz e pense se ele esta associado à satisfação de algum dos
valores citados, ou seja, procure identificar a associação entre os elementos das linhas (benefícios deste
novo serviço) com os elementos da coluna (valores pessoais para os usuários), marcando um “x” nos
quadrinhos que na sua opinião forem a intersecção (onde a linha encontra a coluna) dos mesmos. Não há
respostas certas nem erradas.
1- mais conforto e conveniência para
comprar um filme sem sair de casa
2- mais opções de escolha de filmes
disponiveis do que as tradicionais TV
por assinatura
3- comodidade (identificador de
chamada telefônica na tela da TV)
4- maior interatividade através de
jogos eletrônicos em rede
5- relacionamento com outros
pessoas através da TV.
Deseja receber o resultado desta pesquisa: ( ) sim ( ) não
e-mail: ______________________________________
OBRIGADO PELA SUA PARTICIPAÇÃO!
197
ANEXO V - Questionário II de Pesquisa de Campo
Potenciais consumidores – estudantes universitários (vários cursos).
Questões:
1) Já usou ou é usuário de TV por assinatura (Sky, Net, TVA, etc.)? ( ) Sim ( ) Não (marque
um “x”)
2) Já usou ou é usuário de Banda larga (Velox, Virtua, Speed, etc.)? ( ) Sim ( ) Não
(marque um “x”)
3) Idade: _____ Curso universitário: _______________________________
4) Abaixo segue uma lista contendo 9 valores humanos com uma breve descrição. Gostaria que você
os colocasse em ordem, sendo o primeiro o mais importante e o nono o menos importante. Não existe
ordem certa ou errada, somente aquela que exprime a sua opinião sobre quais são os valores mais
importantes na sua vida. Marque na tabela abaixo os valores que você julga mais importante, seguindo
a ordem do mais importante para o menos importante.
número
Primeiro mais importante
Segundo mais importante
Terceiro mais importante
Quarto mais importante
Quinto mais importante
Sexto mais importante
Sétimo mais importante
Oitavo mais importante
Nono mais importante
1- Respeito próprio (autovalorizar-se, ser orgulhoso de você mesmo e confiante na pessoa que você é)
2- Auto-realização (obter sucesso nas coisas que você quer fazer)
3- Segurança (sentir-se seguro, fora de perigo, protegido de falta de sorte, das desgraças e de agressões)
4- Sentimento de pertença (sentir-se aceito e necessário pelos amigos, pela família e pela comunidade,
incluído no grupo).
5- Estímulo (levar uma vida excitante e estimulante, encontrar motivação nas coisas)
6- Senso de realização (buscar paz na mente, consciência tranqüila, fazer o melhor uso dos seus talentos,
realizar o que deve ser feito, mesmo que você não quisesse fazer)
7- Diversão (levar uma vida prazerosa e feliz, valorizar lazer e entretenimento)
8- Ser respeitado (ser admirado pelos outros e receber seu reconhecimento)
9- Relações calorosas (ter companhias próximas, amizades íntimas e profundas paixões, relacionamentos
emocionalmente fortes)
5)Peço por gentileza que você leia alguns benefícios listados abaixo de um novo serviço de TV por
assinatura que será lançado no mercado pelas empresas de telefonia, conhecido como IPTV.
1- Conforto, conveniência e mais opções de escolha:
Com este serviço, você terá aproximadamente uma lista de 400 filmes para escolher e assistir no dia e hora
que desejar, um número muito maior do que as Tv´s por assinatura oferecem para compra no sistema pay-
198
per-view. Basta escolher o filme através do controle remoto e comprar, ou seja, é como se você tivesse uma
locadora virtual de filmes dentro da sua casa ou escritório.
2- Comodidade:
Este novo serviço permite que você veja no canto da tela da TV o número do telefone que esta ligando para
você, enquanto você assiste a TV. Com isso você poderá decidir se atende ou o, sem ter que deixar de
assistir o programa seja um filme, novela ou um telejornal. Você poderá escolher através do controle remoto
da TV se vai atender o chamado pelo telefone móvel ou fixo.
3- Emoção e interatividade com jogos
Com este novo serviço, você poderá ter acesso não só aos jogos eletrônicos oferecidos pelas tradicionais
TV´s por assinatura, mas também jogos mais emocionantes com níveis de dificuldade mais elevados,
podendo jogar com outros jogadores “on line” que também assinam este novo serviço de TV.
4- Interatividade com outras pessoas através da TV:
Este novo serviço permite que você crie um canal de televisão só seu, onde o conteúdo pode ser uma
filmagem que você realizou na viagem de férias ou até a filmagem de uma festa de aniversário. Os recursos
disponíveis permitem que você inclua o conteúdo que desejar e escolher dentre aquelas pessoas que
também possuem este novo serviço, quem terá permissão para assistir ao seu canal.
Após a leitura, pedimos a você que preencha a matriz abaixo conforme as seguintes instruções:
Leia os benefícios extraídos descrito na matriz e pense se ele esta associado à satisfação de algum dos
valores citados, ou seja, procure identificar a associação entre os elementos das linhas (benefícios deste
novo serviço) com os elementos da coluna (valores pessoais), marcando um x” nos quadrinhos que forem a
intersecção (onde a linha encontra a coluna) dos mesmos.
1- mais conforto e conveniência para
comprar um filme sem sair de casa
2- mais opções de escolha de filmes
disponiveis do que as tradicionais TV
por assinatura
3- comodidade (identificador de
chamada telefônica na tela da TV)
4- maior interatividade através de
jogos eletrônicos em rede
5- relacionamento com outros
pessoas através da TV.
Deseja receber o resultado desta pesquisa: ( ) sim ( ) não
e-mail: ______________________________________
OBRIGADO PELA SUA PARTICIPAÇÃO!
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo